Junho das Artes 08

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ÍNDICE

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TELMO HENRIQUE CORREIA DANIEL FARIA PRESIDENTE CAMÂRA MUNICIPAL DE ÓBIDOS

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ANTÓNIO PINTO MARQUES COLECCIONADOR

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PAULO REIS COMISSÁRIO

PERCURSOS 14 > 18 > 22 > 26 > 3O >

34 > 38 >

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CRISTINA ATAÍDE GRAÇA PEREIRA COUTINHO JOSÉ PEDRO CROFT PEDRO CABRITA REIS PEDRO CALAPEZ PEDRO PROENÇA RUI CHAFES JOSÉ AURÉLIO ESCULTURA LARGO DE SÃO PEDRO

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RAMIRO GUERREIRO SITE SPECIFIC IGREJA DE SÃO TIAGO

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NOVOS CRIADORES

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TELMO HENRIQUE CORREIA DANIEL FARIA Presidente Camâra Municipal de Óbidos

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Óbidos é um território com uma identidade bem marcada pelo seu património histórico e cultural. Os seus cidadãos reconhecem e apreciam essa “marca”, tal como não deixam de valorizar a criatividade e a imaginação, enquanto caminhos essenciais do seu desenvolvimento. Considerando as várias apostas que estão a fazer de uma Óbidos Criativa um lugar especial, cada vez mais apetecível entre os vários domínios do talento, o Município decidiu afirmar um novo evento, uma nova iniciativa cultural, que reforça Óbidos como território de contemporaneidade, aberto a novas interpretações e expressões artísticas: intitula-se “Junho das Artes” e pretende estabelecer laços fortes e duradouros com a comunidade artística. O “Junho das Artes” pretende, ainda, ser um momento onde deve haver lugar à homenagem a personalidades relevantes das artes e da cultura e, por isso, nesta primeira realização, serão homenageadas duas grandes personalidades: Abílio de Mattos e Silva e Maria José Salavisa. Abílio Mattos e Silva nasce no Sardoal e viveu em Óbidos até ao período em que inicia os estudos universitários em Coimbra, tendo revisitado Óbidos, de forma constante, na sua pintura, desenho e na escrita, deixando a esta Vila um conjunto de obras, desenhos e pinturas que constituem o espólio que justifica a criação de um museu com o seu nome. Maria José Salavisa, arquitecta e designer de interiores, deixou uma marca indelével na cultura portuguesa contemporânea, pelo seu trabalho amplamente reconhecido e como elo de ligação de gerações e criadores com quem trabalhou. Óbidos deve-lhe, ainda, o seu empenho e dedicação a dois importantes projectos de cultura nesta Vila, o Centro de Design de Interiores e o Museu Abílio Mattos e Silva, seu marido, que inaugura no decurso deste primeiro “Junho das Artes”. A par da homenagem de grandes personalidades da cultura portuguesa, o “Junho das Artes” pretende ser um acontecimento que possibilite a presença em Óbidos das obras dos artistas contemporâneos mais prestigiados e reconhecidos, quer a nível nacional quer a nível internacional. Esta primeira edição já conseguiu atingir este objectivo, trazendo a Óbidos obras de um vasto escol de artistas consagrados: Cristina Ataíde, Graça Pereira Coutinho, José Aurélio, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Pedro Proença e Rui Chafes. O projecto integra ainda novos criadores como Ramiro Guerreiro, que vem merecendo o reconhecimento e a atenção da crítica e do público mais especializado nestes domínios, e dá oportunidade a dezenas de jovens artistas. Com o “Junho das Artes”, o Município pretende ser “invadido” pela imaginação e criatividade que a Arte propicia e, dessa forma, tornar Óbidos uma Comunidade mais rica e valorizada. “O valor essencial da arte está em ela ser o indício da passagem do homem no mundo, o resumo da sua experiência emotiva dele; e, como é pela emoção, e pelo pensamento que a emoção provoca, que o homem mais realmente vive na terra, a sua verdadeira experiência, regista-a ele nos fastos das suas emoções e não na crónica do seu pensamento científico, ou nas histórias dos seus regentes e dos seus donos” (Fernando Pessoa) Óbidos, Junho das Artes 2008

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ANTÓNIO PINTO MARQUES Coleccionador

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Maria José Salavisa foi das personalidades mais fascinantes que conheci. Acompanhou e interveio na minha casa de Cascais na arquitectura de interiores e, sobretudo, na decoração. Apercebendo-se do meu interesse pela Arte Contemporânea, facto que a entusiasmava , tornámo-nos naturalmente cúmplices. O convívio que posteriormente viemos a ter com artistas plásticos, artesãos e destes com aqueles e connosco reforçou essa cumplicidade e foi uma experiência ímpar. Algumas das peças de arte foram concebidas para locais pré-determinados. O respeito pela criatividade dos artistas era para ela sagrado, todavia a sua presença fazia-se sempre sentir, de forma subtil, no resultado final. É que havia também reciprocidade no respeito dos artistas pelas sugestões originais de Maria José. Tivemos em comum muitos gostos, entre eles o dos artistas de concepção simples, minimalistas. Contrastando com esta forma de ser estava a exuberância que com ela se deslocava no estaleiro da obra com o seu fato Valentino e primorosamente maquilhada. Entusiasmava-se quando eu lhe mostrava comentários que, por escrito, alguns artistas que seleccionei para a minha colecção faziam dos seus trabalhos, o que a incentivava a continuar e nos aproximou a tal ponto que o nosso relacionamento se prolongou até à sua morte. Os episódios engraçados e pitorescos relacionados com algumas esculturas fazem ainda hoje as minhas delícias e a dos meus amigos, quando me pedem para lhos recontar. Quando, por exemplo, uma lâmpada do tecto que iluminava uma escultura se fundiu e eu pedi ao Sr. Eurico, electricista, que fosse buscar o escadote a fim de a substituir, o homem respondeu-me: “mas para quê o escadote, Sr. Dr., se ainda aí está a mesa das obras!?!”. Na sua simplicidade ele interpretou a escultura que é das que mais aprecio, como sendo equipamento de construção civil. Outra vez dois artistas plásticos que tinham combinado trocar peças entre si, um deles faltou ao prometido. Tendo-se assim gorado o acordo, o cumpridor telefonou-me a contar o sucedido, tendo descrito a escultura como sendo uma réplica livre da configuração anatómica do colega prevaricador. Combinámos então que a adquiria desde que ele me manuscrevesse tão singular história. Guardo, assim, ambas as peças, a esculpida e a escrita. Lembro-me no almoço dos 50 anos da minha mulher, as toalhas das mesas terem sido pintadas pelas alunas de Maria José, ao estilo dos pintores que ambos gostávamos. Homenagem aos pintores portugueses que ela e eu sempre privilegiamos. Pelos artesãos tinha igualmente respeito, porém, com estes, a sua intervenção era primordial, porque embora bons executantes, quer eles trabalhassem a pedra, os metais, os frescos das paredes, a sua orientação e criatividade eram indispensáveis. Maria José Salavisa era muito exigente e rigorosa e quem com ela trabalhava e aprendia adquiria competências que os tornavam muitos disputados. Criou assim um escol de profissionais de grande reputação. Adorava dar trabalho a todos aqueles a quem reconhecia mérito, incutindo-lhes, entre outros valores, o respeito inalienável do cliente, não só no que tocava ao seu gosto como no rigorismo das despesas. Maria José Salavisa é para mim uma pessoa que jamais esquecerei e insubstituível no âmbito da arquitectura de interiores e da decoração em Portugal. Lisboa, 06 de Abril de 2007

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PAULO REIS Comissテ。rio

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A Arte é um percurso, uma experiência, um encontro. “A arte é um encontro contínuo e reflexivo com o mundo em que a obra de arte, longe de ser o ponto final deste processo, age como iniciador e ponto central da subsequente investigação do significado”. Michael Archer >1 O filósofo Ludwig Wittgenstein (1889-1951) afirmava que o silêncio era a melhor acção diante de uma obra de arte que não se compreenda. Na verdade, se nada soubermos sobre uma obra, o melhor é deixar que nos fale a própria condição da sua existência, pois o silêncio aqui não é uma metáfora, mas sim um acontecimento. Tal como a experiência do Corredor de luz verde (1970-71), de Bruce Nauman, um espaço anti-euclidiano, um espaço-tempo que exige vivência. Experimentar, percorrer, são verbos fenomenológicos e a sua propriedade essencial é de promover uma gestalt. Percorrer um espaço, seja existencial, metafórico, é sempre uma experiência inescapável, como a experiencia alterada de percorrer um espaço, entrar e experimentar de modo físico pleno. Um percurso, do latim percursu, é uma acção ou efeito de percorrer; também um espaço percorrido; um movimento; um caminho ou um trajecto em geral. O sentido etimológico leva-nos ao sentido ontológico, quiçá deontológico se quisermos ser rigorosos com o sentido de um percurso ético-estético. Para Wittgenstein experiência é linguagem, pois o que vemos no mundo é aquilo que denominamos de mundo >2. Assim, à luz da filosofia da linguagem somos aquilo que enunciamos. A distinção entre significado e significante é o que possibilitou ao homem reconhecer suas as capacidades para reconhecer-se, i.e. saber-se a priori. Para ultrapassar o racionalismo wittgenstiano, Gaston Bachelard (1884-1962) criou o conceito de supra-racionalismo. Nele, através do uso da subjectividade psicológica, a experiência do espírito poético expansivo ultrapassa o conceito científico >3. Bachelard torna-se então um psicólogo subtil da subjectividade poética. Apesar de crer no testemunho bastante lúcido da objectividade científica, ensina-nos a apreciar os valores antinómicos, pois a vida comporta a imaginação diurna do sábio - o cientista que inventa hipóteses racionais -, mas também imaginação nocturna do poeta, que enriquece o lado subjectivo e afectivo da cultura humana. Duas hipóteses, racional e poética, fazem a expansão da capacidade humana. Tendo averiguado a evolução dos princípios da razão, Bachelard aponta para a física e para a química como possibilidades de compreensão do conceito de espaço e a sua aplicação psicológica sobre o homem. A fenomenologia é ciência dos objectos ideais, portanto é uma ciência a priori, ademais de universal, também é a ciência das vivências, pois a vivência é um acto psíquico do hic et nunc (aqui e agora), somente possível quando nos apercebemos do significado. A fenomenologia trata das significações e é a significação que faz que uma palavra seja palavra, ao contrário seria puramente um sinal. Mas a significação não está na palavra, pois esta simplesmente chama a atenção para a significação, nem tampouco a significação está no objecto da palavra, porque este não pode não-existir. As significações são assim objectos ideais. Para a fenomenologia, a consciência é o conjunto das vivências do espaço percorrido. Como especulação artística, o espaço modulou o interesse de muitos artistas modernos que passaram a interessar-se por ele como uma possibilidade plástica. Kasimir Malevitch (1878-1935) investigou os fenómenos visuais do espaço, observando que o mundo objectivo em si mesmo era

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desprovido de sentido e o significado de tudo era regido pela sensação. No relevo Architetona (1924-26), o artista esboçou a sua teoria do suprematismo estático, criando a sensação de pintura espacial. Nos relevos de Naum Gabo (1890-1977) e de Vladimir Tatlin (1885-1953) - sobretudo na Maqueta para Monumento à III Internacional (1919) -, o espaço é trabalhado como uma estrutura dinâmica, viva. Os artistas construtivos russos foram os primeiros a advogarem o espaço como o lugar da percepção. Com isso, estabeleceram uma relação directa da arquitectura com a arte abstracta, influenciando o Neoplasticismo, a Bauhaus e as outras formas de arte construtiva. Estes movimentos de vanguardas fundiram o espaço, a linha e a cor criando sensações. Sob forma de moradias (casa Schröder - 1924, de Gerrit Rietveld (1888-1964) e Casa de veraneio - 1923, de Theo van Doesburg (1883-1931); Restaurante L`Aubette - 1928, de Sophie Taeuber-Arp (18891943), Jean Arp (1887-1966) e Theo van Doesburg, mas também esculturas, pinturas e relevos, cuja finalidade era fazer da arte e da arquitectura - artes de carácter universais - moderadores da natureza, aproximando-as das normas humanas. Imbuídos deste espírito, conceberam a obra de arte total (getsamkunstwerk). Se na modernidade, o espaço se manteve como ideologia, no contemporâneo, o espaço torna-se ideal. Na Arte Povera, na Land Art e na Environment Art, os artistas vêem no espaço - seja a natureza in loco ou recriada - uma dobra necessária da obra, ou a obra em si. Para artistas como Michael Heizer, Giovanne Anselmo, Dan Graham, Richard Long, Walter de Maria, Jan Dibbets, James Turrel, Alberto Carneiro, Gordon Matta-Clark, Artur Barrio, Daniel Buren, entre outros, o espaço ocupa o lugar da experiência sensorial; no enunciado fenomenológico, a experiência do lugar. Robert Smithson criou os termos in site e no site, lugares onde a obra deverá ocupar seu “lugar”. O modo site specific nasceu como resposta do artista à necessidade de subverter o artificialismo quando o espaço propõe um “invada-me!”, um “ocupa-me!” Entre a dicotomia lugar - não lugar, o objecto de arte tornar-se um percurso, uma experiência, um encontro.

Percursos A finalidade de uma exposição é sempre de site specific. Mesmo que não tenha este carácter à priori, mas na medida em que um espaço abriga um conjunto de obras, este torna-se o espaço (in site), espécie de hotel, de abrigo onde estas obras ganham outra vivência, experimentam outras dinâmicas na relação exibição-percepção. Abrigadas na novaOgiva, galeria cujo nome contraria seu sentido arquitectónico, obras de sete artistas portugueses são recontextualizadas sob o título de Percursos. Perguntaríamos: qual percurso? O do artista? O das obras? O do espaço onde se loca-lizam as obras? Qual o percurso a escolher “entre-tantos”? É somente possível perceber-se qualquer um destes na medida que enfrentamos o destino de espectador: sair da mobilidade e enfrentar o percurso exigido pela obra de arte. Imediatamente, a obra de arte impõe-nos a escolha de um percurso - filosófico, motor, psicológico ou epistemológico - contudo a escolha será sempre do espectador. Seguindo o pensamento da epígrafe deste texto, afirmamos que “a arte é um encontro contínuo e reflexivo com o mundo em que a obra de arte, longe de ser o ponto final deste processo, age como iniciador e ponto central da subsequente investigação do significado” >4.

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A história de uma obra estará sempre ligada à história da sua concepção, do sentido que mobilizou o artista ao criá-la, do seu discurso interno e do discurso dos materiais e sobretudo do espírito do tempo (zeitgeist). Numa fenomenologia do comportamento, as obras agrupadas nesta mostra apresentam uma história de afectividades, num inventário de ideias, de meios e de procedimentos formais. Desde as esculturas e desenhos de Cristina Ataíde (Pele e Involvement #), a escultura e pintura de Graça Pereira Coutinho (ambas S/título), uma escultura de José Pedro Croft (S/título), uma pintura de Pedro Cabrito Reis (The Large Self-Portraits #19) e duas de Pedro Calapez (RW 01 e Planos 15), e um desenho de Pedro Proença (Pássaro de auto-conhecimento) e, por fim, duas esculturas de Rui Chafes (Já não te oiço, já não te vejo, somente esta ocupa a praça da Igreja de Santa Maria). A mostra Percursos evoca, para além de uma relação de admiração pessoal, um sincronismo de ideias que permeiam a arte portuguesa desde os anos oitenta. Através de verbetes biográficos, comentados pela crítica Fátima Lambert, abordam-se questões conceptuais, formais e materiais de cada artista, acompanhando este percursu. >1 Archer, Michael; Art since 1960 - Londres: Thames and Hudson, 1999. >2 Wittgenstein, Ludwig, Tractatus Logico-philosophicus; Tradução, apresentação e estudo introdutório de Luis Henrique Lopes dos Santos; (introdução de Bertrand Russell) - São Paulo: Edusp, 2001. >3 Bachelard, Gaston, A poética do espaço; Tradução Antonio de Pádua Danesi - São Paulo: Martins Fontes, 1993. >4 Archer, Michael, idem. Lisboa, Maio de 2008

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Cristina Ataíde - Nasceu em 1952 em Viseu. Vive e trabalha em Lisboa. Começou a expor individualmente desde o início dos anos 80, salientando-se: Oposições, Galeria Graça Fonseca, Lisboa (1994); Alguns pecados e uma Virtude, Museu do Mosteiro de S. Martinho de Tibães, Braga (1995); Garde-fou, Galeria Graça Fonseca, Lisboa; …dos corpos ausentes..., Galeria da Universidade, Braga (1996); Ventres emersos, Galeria Trem e Arco, Faro (1997); Silêncio?, Sala do Veado, Museu de História Natural, Lisboa (1998); Memória com Graça Pereira Coutinho, Casa da Cerca, Almada (2000); Anatomia do Sentimento, Galeria André Viana, Porto (2001); Com o suor do rosto, Museu Francisco Tavares Proença Junior, Castelo Branco (2002); (im)permanências, Galeria Luis Serpa, Lisboa; Inside me, Museu da Imagem, Braga (2003); Depois tb florescem, Pavillhão Branco do Museu da Cidade, Lisboa; Durante o rio, Chiado 8 Arte Contemporânea, Lisboa e Galeria Fernando Santos, Porto (2005); Pó do meu corpo, Galeria Gomes Alves, Guimarães (2006); Laboratório Arvore II, Forte de S. João Batista, Foz do Porto (2007); Manual de Instruções, Galeria Carlos Carvalho – Zoom, Lisboa; Todas as montanhas do mundo, Giefarte, Lisboa; olhardizersentir, Galeria Quattro, Leiria (2008). Da participação em colectivas dos últimos anos: Mote e Transfigurações, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa (2000); Arte Contemporânea, novas aquisições, Colecção C.G.D., Lisboa (2002); Desenho, 1993 – 2003, Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada; A Arte dos Artistas, Culturgest, Lisboa (2003); Horizont(e), 20 anos [1984-2004] Galeria Luis Serpa projectos, Cordoaria Nacional, Lisboa; Criar um lugar, Metro da Casa da Música pelo Espaço T, Porto (2004); Densidade Relativa/Relative Density, CAM, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2005); Laboratório Terra, Tapada da Ajuda, Lisboa. Densidade Relativa, Centro de Artes de Sines. Cabinet d’amateur ou Arte como forma de vida, Galeria Luís Serpa projectos, Lisboa (2006); Transfert, Museu Tavares Proença Júnior, Castelo Branco (2007). Está representada em várias Colecções públicas e privadas, entre as quais: Centro de Arte Moderna - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Colecção da Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Fundação P.L.M.J., Lisboa; Colecção Casa da Cerca, Centro de Arte Contemporânea, Almada; Colecção Unión Fenosa, La Coruña.

A obra de Cristina Ataíde acentua a ambiguidade conceptual do sujeito/corpo; objecto/símbolo e atributo; ambiente/instalação/site specific…relacionando termos e situações presentes nas problemáticas estéticas. A autora questiona e decide, quando aborda a obra como unidade e quando direcciona works in project. Tais pressupostos exigem-lhe demoradas pesquisas e colecta de elementos, retomam e absolvem-se incessantemente, atravessando diversidades referenciais na sua obra. Os trabalhos de escultura revelam uma preocupação remanescente quanto à intencionalidade e sua concretização, articulando morfologias estipuladas, matérias naturais e paisagísticas efectivas, significações de pseudo-ausência semântica e inscrições de peças in situ. A relação vigente entre as unidades-peças, que integram as diferentes séries desenvolvidas, é sempre intensificada por conteúdos simbólicos, narrativos e intimistas. Seja para colocação em paredes, no solo, em espaços museológicos ou intervenções na paisagem, a definição específica é condicionada pelas dominantes antropológica e societária; é prolongada através da incidência pessoalizada, estimulando o desenho auto-gnósico no espaço/ambiente. Os objectos orientam um distanciamento (de valor interno) ou aproximações localizadas (de valor externalizador) de acordo com o estudo exigido para cada projecto. A atitude de quem contemple as suas concretizações, na galeria ou espaço destinado, constata a presentificação, a adaptação, a assunção, por paradoxal que seja. A persistência com que a autora se documenta é incorporada nas peças - isoladas ou concatenadas em rotinas estéticas vividas; evidencia a certeza meditada quanto às problemáticas da escultura, tridimensionalidade e/ou plurivalidação de produtos bidimensionais - desenhos e fotografias - olhados enquanto uno ou todo da obra. O jogo estabelecido entre passagens interior/exterior/interior, entre as listagens/registos e as matérias, revela a acuidade de fechamento ou disponibilização de sentido subjectivado e gregário, mediante a acuidade da percepção visual, do olfacto e da tactilidade reactivada nos outros.

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CRISTINA ATAテ好E

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Pele #35 (2007) Grafite s/papel 115 x 150 cm

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Pele #34 (2007) Grafite s/papel 115 x 150 cm

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Pele #33 (2007) Grafite s/papel 115 x 150 cm

Involvement #5 (2007) Árvore, tecido e chumbo 28 x 138 x 23 cm

> Involvement #6 (2007)

Árvore, tecido e chumbo 33 x 143 x 27 cm Colecção de artista Foto: Cintra & Castro

Pele #36 (2007) Grafite s/papel 115 x 150 cm

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Graça Pereira Coutinho - Nasceu em Lisboa em 1949, vive e trabalha em Londres desde 1971. Expõe individualmente desde 1975, destacando-se: Galeria Arte Moderna, SNBA, Lisboa (1975); Galeria Módulo, Porto (1978); Riverside Studios, Londres (1979); Galeria Módulo, Porto (1980); Galeria Arte Moderna, SNBA, Lisboa (1983); Galeria Quadrum, Lisboa; Galeria Bertrand, Lisboa (1986); The Showroom Gallery, Londres (1987); Todd Gallery, Londres (1988); Todd Gallery, Londres; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Galeria Graça Fonseca, Lisboa (1989); Todd Gallery, Londres; Galeria Porta 33, Funchal (1990); Galeria Graça Fonseca, Lisboa; De Warrande Cultural Centre, Turhont (1991); Todd Gallery, Londres (1992); Todd Gallery, Londres; Galeria Graça Fonseca, Lisboa (1993); Museu de Arqueologia e de Etnografia de Setúbal, Setúbal; Galeria Graça Fonseca, Lisboa (1994); Galeria Graça Fonseca, Lisboa (1995); Acorn Building, Todd Gallery, Londres (1997); J. M. Galeria Gomes Alves, Guimarães (1998); Love Letters, Galeria Porta 33, Funchal, Madeira (1999); Touching the World, Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa (2000); Pavilhão Branco, Museu da Cidade, Lisboa; Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro; Centro Britânico, Brasília, S. Paulo; Centro Cultural ECCO, Brasília (2002); Sala Veado, Lisboa; Museu de Arte Contemporânea, Belém; Museu Dragão do Mar, Fortaleza; Palácio das Artes, Belo Horizonte (2003); Galeria João Esteves de Oliveira, Lisboa (2004); Onze Sonhos, Galeria Luís Serpa, Lisboa (2006). Entre as múltiplas participações em colectivas, salientam-se nos últimos 10 anos: Alternativa Zero, Serralves Foundation, Porto; Anatomias Contemporâneas, Oeiras (1997); Sala do Veado (com Cristina Ataíde), Faculdade de Ciências de Lisboa, Lisboa (1998); Casa de Cerca (com Cristina Ataíde), Almada (2002); Colecção Caixa Geral de Depósitos, Badajoz (2003); Museu de Etnografia, Setúbal (2004); Wild Again, Casa Colombo; Galeria João Esteves de Oliveira, Lisboa (2005); Onze Sonhos, Galeria Luís Serpa (2006).

A obra de Graça Pereira Coutinho preserva conceitos dominantes que, ao longo das décadas, consolidam a sua fundamentação estética na maior cumplicidade à praxis artística. A profundidade da pesquisa que preside ao desenvolvimento de séries e projectos centra-se em domínios científicos e culturais como: antropologia, história, arqueologia, psico-sociologia e, obviamente, a estética. Pois a sua produção, bidimensional e tridimensional, está intencionalmente configurada; destina-se, em distintos casos, a locais/espaços caracterizados por força arquitectural e histórica determinante. Os Site specific e os Project specific albergam ideias, substâncias e morfologias que revelam uma aproximação a conceitos tais como: memória(s), duração e transladação de tempos; alocação, cartografias e territorialidade; simbologias/mitologias e cosmogonias; elementos/matérias (ar, fogo, água e terra e…luz) e suas poéticas (evoque-se Gaston Bachelard)… Num dos projectos recentes Out of my body, incidindo na percepção e na auto-gnose, engendra dominantes oníricas, conformadas numa assunção poética que sintetiza os princípios presentificados na sua obra anterior. Este projecto, concretizado em 2006, exprime, igualmente, uma actividade criativa, presente desde o início, no caso desta autora: a escrita. É com particular acuidade e incisiva perspicácia que essa produção de escrita serve propósitos complementares e singulares. Ou seja, verificam-se situações onde a escrita é inserida na imagem da pintura ou do desenho; noutros casos, essa inserção de escrita/escritura/ caligrafia volumetriza-se, articulada em situações de instalação; noutros casos ainda, a escrita afirma-se “independente” embora respeitando a maior cumplicidade com a produção de valência plástica quanto imaginal… Condição, igualmente incontornável da sua obra, é o que eu designaria por “ideia-manualidade”. O que significa que o facto da artista modelar, conformar os materiais, atribuindo-lhes morfologias unas e múltiplas, os eleva a uma plataforma quase ôntica. As retóricas das viagens, a peregrinação pelos campos exploratórias da história da humanidade enraizou-se mais e mais ao longo dos anos, outorgando-lhe identidade própria.

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GRAÇA PEREIRA COUTINHO

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S/ Título (2006) Quadro Técnica mista 150 x 250 cm

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Escultura (pormenor) Técnica mista Colecção da artista Foto: Rosa Coutinho

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José Pedro Croft - Nasceu no Porto em 1962. Vive e trabalha em Lisboa.Realizou a sua primeira exposição individual em 1983, expondo regularmente desde então, destaquem-se as mostras: Centro de Arte Moderna/FCG, Lisboa (1994); Galeria Juana Aizpuru, Madrid (1997); Desenho.Escultura, Museu da Cidade, Lisboa; Desenho.Escultura, Instituto Português Camões, Paris (1999); Desenho.Escultura, Galeria Senda, Barcelona (2000); Escultura, Galeria Quadrado Azul, Porto (2001); Retrospectiva, Centro Cultural de Belém, Lisboa; Escultura, Galeria Quadrado Azul, Porto (2002); Galeria VGO, Vigo; José Pedro Croft, Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela; Galeria Vanguardia, Bilbao; estúdio Helga de ALvear, Madrid (2003); Escultura, Galeria Quadrado Azul, Porto; Obra Gráfica, Galeria Gráfica La Caja Negra, Madrid (2004); Gravura, Galeria La Caja Negra, Madrid; Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife (2005); Museu de Arte de Pampulha, Belo Horizonte; Galeria Senda, Barcelona; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Gravura, Centro de Arte Moderna/FCG, Lisboa (2006); Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; Paisagem Interior, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2007). A sua participação em colectivas é vasta, salientando-se nos últimos 3 anos: Perspectivas del Arte en Portugal, Fundación Marcelino Botín, Santander; Entre Linhas, Desenho na Colecção Fundação Luso-Americana, Culturgest, Lisboa; Construir, desconstruir e habitar – visões no espaço da Colecção Berardo, Centro Cultural de Belém, Lisboa; Portugal Novo: artistas de hoje e amanhã, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (2005); Território Oeste: Aspecto singular del Arte Português Contenporáneo, Museo de Arte Contemporâneo Unión Fenosa, La Coruña; Os Anos 80: uma Topologia, Museu de Serralves, Porto (2006); José Pedro Croft, Michel Biberstein e Fernando Calhau, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa (2007). Está representado em várias Colecções públicas e privadas, entre as quais: Samlung Albertina, Viena; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu Nacional/Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; MEIAC, Badajoz; Fundació La Caixa, Barcelona; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Fundação de Serralves, Porto; Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Banco Central Europeu, Frankfurt.

A produção de José-Pedro Croft manifesta a sabedoria do objectual, decorrente da observação que reconhece a formalidade das coisas e o desvio estético de suas funções. Fá-lo através de uma abordagem, herdeira da austeridade cromática de síntese, propagadora da materialidade uniformizadora instaurada nas formas — factuais e/ou arqueológicas — retomadas do “real societário”. A colocação rigorosa de seus objectos-esculturas no espaço, destinada (site specific) ou ocasional, é da maior acuidade, pois implica a intenção ou irreverência — leia-se por vezes a subversão gravitacional e ilusória — da identidade, reconhecimento e concepção das substâncias/peças em si. Numa 1ª fase, o espaço determinado pelas fronteiras e contornos das peças obrigava o autor a instalar as presenças de modo a que se celebrasse o valor mágico inerente à escultura, por evocação a tempos míticos ainda presentificáveis. Depois, a inserção dos objectos — cadeiras, mesas em moldes, bacias..., nos suportes em que residem, como que cimentados, sem possibilidade de fuga, parece aspirar à sedentarização, à fixação perene, atribuindo-lhes a devida solenidade — concordando com o preenchimento histórico de Fat Chair de Joseph Beuys (1964). Atravessando a produção entre os 2 milénios, em Croft, à reificação das formas subjaz a preponderância do espaço e organização arquitectural. As suas peças não exigem, mas co-naturalmente instituem volumetrizações de distintas perspectivas, enfatizando a apropriação cognoscível dos espaços pelo público. Recorrendo a materiais promotores de transparências e invisibilidades anímicas, refira-se certa sacralização aurática dos objectos instalados. Estes, vivificados pelo trabalho exploratório de ideias operacionalizadas, presentificam-se a 3 níveis na percepção visual e na sua estética: objectualidade explícita, na ordem do reconhecimento; objectualidade remissiva, suscitando uma pesquisa referencial de ordem sígnica; objectualidade sacral, de ordem simbólica que implica a determinação enquanto vestígio/marca do humano pela ausência. As tensões esculturais geradas pela opção e metodologia do autor são condições imprescindíveis para o trabalho-projecto e para a substancialidade final das obras, o que permite o reconhecimento e soberania de uma quietude e estatismo metafísico.

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JOSÉ PEDRO CROFT

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> S/ Título (Pêro Pinheiro, 1984/85) Escultura Calcário semi-rijo 210 x 30 cm Colecção particular Foto: António Campos Leal

Esta obra foi adquirida por Maria José Salavisa em 1985 e esta instalada na sua casa de Lisboa. Após a sua morte foi adquirida por um coleccionador particular que a cedeu para estar presente nesta exposição.

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Pedro Cabrita Reis - Nasceu em 1956 em Lisboa, onde vive e trabalha. Expõe individualmente desde 1981, destacam-se, entre as inúmeras mostras, as respeitantes aos 10 últimos anos: Dobles Pinturas Negras, Galeria Juana Aizpuru; Madrid, Blind Cities # 2, Zacheta Gallery of Contemporary Art, Warszawa (1998); Blind Cities # 5, Galeria Giorgio Persano, Torino; About light and space, Museum Moderner Kunst-Stifung Ludwig Wien/Museu de Serralves, Porto (1999); Une sculpture qui rassemble l’architecture et des objects qui veulent devenir peinture, Crestet Centre d’Art, Le Crestet Passage; Chelouche Gallery for Contemporary Art, Tel-Aviv (with Gal Weinstein) (2000); The silence within, Magasin 3 Stockholm Konsthall, Stockholm (2001); A place like that, BALTIC, The Centre for Contemporary Art, Gateshead; Serene Disturbance, Kestner Gesellschaft, Hannover (2002); I dreamt your house was a line, University Art Gallery of Massachusetts, Dartmouth; Pedro Cabrita Reis, objectif_exhibitions, Antwerpen (2003); One place and another, Tracy Williams, Ltd, New York; Sometimes one can see the clouds passing by, Kunsthalle Bern, Bern; Stillness, Camden Arts Centre, London (2004); Wherever you are, wherever you go, Base, Firenze; Pedro Cabrita Reis, Haunch of Venison, London (2005); Every moment, one moment after the other, MACRO - Museo di Arte Contemporanea di Roma, Roma; Fundação, FCG, Lisboa (2006); The City Within, Oficina para Proyectos d’Arte (O.P.A.), Guadalajara; La città che sale – We try to build the future, Macro Future, Museu D’Arte Contemporanea Roma, Roma (2007). Recordem-se as suas representações oficiais as 46ª (1995), 47ªI (1997) e 50ª (2003) Bienais de Veneza e duas na Bienal de S. Paulo (XXII, em 1994, e XXIV, em 1998). No relativo à sua participação em colectivas – iniciada na Documenta IX, Kassel (1992) - refiram-se, apenas e algumas, dos últimos dois anos: Anos 80: Uma Topologia, Serralves, Museu de Arte Contemporânea, Porto; Modern (C)ite #II, Stroom Den Haag, The Hague (2006); 50 Anos de Arte Portuguesa, Centro de Arte Moderna, José Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Contemporary art from Portugal - works from the collection of the Luso-American Foundation, Embassy of Portugal, Washington, D.C.; À Propos des lieux d’origine – Portugal Agora - Panorama of Portuguese contemporary creation, Musèe d’Art Moderne Grand-Duc Jean (Mudam), Luxemburg (2007).

Em Pedro Cabrita Reis, e atendendo à natureza da sua obra realizada ao longo de três décadas, evidenciam-se problemáticas de fundo: casa, cidade, espaço urbano – seus respectivos vestígios, denúncias, assunções e destroços. A unidade entre os três termos realiza-se através da abordagem de um denominador comum – o de “construção”, que se verifica em toda a intenção e externalidade. Trabalhando, privilegiadamente, quer Site specific, quer Project specific¸ tais conceitos assumem as fantasmatizações da contemporaneidade – a nível do individualismo e do sentido/actuação em moldes gregários. Tais problemáticas aglutinam obsessões antropológicas e societárias morfologizadas em modelos estéticos recorrentes: depuração formal quase exaustiva; austeridade monocromática versus policromias emergentes; intenções de despojamento quase estóico; reconstituição “desindividualizada” (comum a todos e qualquer) dos gestos quase iniciáticos do fazer: apresentação dos objectos de uso até à persistência cénica objectiva para apropriação, recuperada do espaço habitável; preservação da humanidade, no seu sentido mais genuíno, incorporando modalidades tridimensionais mais oportunas para a corporalização arquitectural/escultural das ideias. Quer na escultura, quer na instalação, quer na obra pública de Pedro Cabrita Reis apreendem-se insondáveis vivências afectivas, evidenciadas através de geometrias lineares, policromias densas ou volumetrias que exaltam o poder do seu desenho. Por outro lado, sublinhe-se a profundidade gnósica subjacente nos desenhos e pinturas da série de Auto-retratos, constatando-se quanto estes conformam o espaço, nele definindo contornos e preponderâncias intrínsecas, quanto promovendo uma corporeidade de razão, quanto o seu olhar situa as horas/tempos, quanto o olhar se movimenta nos lugares/ territórios.

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PEDRO CABRITA REIS

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> The Large Self-Portraits #19 (2005) Técnica mista s/ papel 180 x 140 cm Colecção do artista Foto: PCR Studio / Tânia

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Pedro Calapez - Nasceu em Lisboa, 1953. Vive e trabalha em Lisboa. Realizou a sua primeira exposição individual em 1982, iniciada a sua actividade como pintor nos anos 70. Desde então, expõe individualmente, destacando-se: Madre Agua, Museo MEIAC, Badajoz e Centro Andaluz de Arte Contemporáneo, Sevilha (2002); Obras escolhidas, CAM - Fundação C. Gulbenkian, Lisboa (2004); Piso Zero, CGAC - Centro Galego de Arte Contemporáneo, Santiago de Compostela; Lugares de pintura, CAB - Centro de Arte Caja Burgos (2005); Side by side, Galeria Seippel, Colónia (2006); Escala de color, Galeria Max Estrella, Madrid (2008); Obra Reciente, Galeria Max Estrella, Madrid (2006); Planos, Lisboa 20 Arte Contemporânea, Lisboa, 2007/2008. Da sua participação em colectivas, salientem-se as mais recentes: Colección Caja de Burgos - adquisiciones recientes, Centro de Arte de Burgos, Burgos (2008); Quel air Clair... obras da colecção do AR.CO, Palácio Galveias / Museu da Cidade, Lisboa (2008) e Linha do Horizonte - o motivo da paisagem na arte portuguesa contemporânea, Caixa Cultural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2008); 50 Anos de Arte Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2007); Mapas, cosmogonias e puntos de referencia, CGACCentro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela (2007). A sua obra está representada em inúmeras Colecções públicas e privadas, entre as quais: Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Centro de Arte Caja Burgos, Burgos; Central European Bank, Frankfurt; Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela; Chase Manhattan Bank N.A, New York; Fondación Coca-Cola España, Madrid; Fondación Prosegur, Madrid/Lisboa; Fundació Pilar i Joan Miró, Maiorca; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Fundação Luso Americana, Lisboa; Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Museu de Serralves, Porto.

A sua pintura desenvolve-se em séries que participam de uma acepção de paisagem que persiste ao longo das décadas, consolidando diferencialidades e explorando poéticas volumetrizadoras e perspectivísticas – trabalhos pintados em estruturas alumínio, cuja instalação glosa as acepções metafóricas de planos e profundidades perceptivas e estéticas. Apropriando-se de forma singular de uma tipologia adstrita ao espírito da paisagem – como género na pintura europeia ocidental – e, simultaneamente, reagindo a essa mesma tradição pictural, a “sua” paisagem enriquece o modo de olhar público em redor. As suas imagens implicam uma acepção de fragmentação do campo visual em parcelas topicalizadas; os segmentos de paisagem configuram-se enquanto paisagens interiores, desocultando um intimismo ícono-mental, pertença do imaginário pessoal do pintor. Os seus referentes estéticos condicionam a fluência gráfica que se articula à consolidação cromática de teor uniformizador, aglutinante. Corresponde a procedimentos conceptuais devidamente baseados nas forças intrínsecas dos elementos, delineados, incisos, vestígios vividos das imagens das coisas, na sua essência na suspensão da sua aparência... Assim, a sua praxis da paisagem inscreve-se num princípio mimético e transfigurador (do real interno-externo), onde as pulsões mais originárias conciliam as suas visibilidades contornadas. A sua escrita (de artista e esteta) é cúmplice lúcida da sua picturalidade, intenção que se concretiza em textos como Ground Zero (2004) ou Side by Side (2006), potencializando, ainda mais, a sua missão.

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PEDRO CALAPEZ

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Planos 15 (2007) Alkyd sobre museumboard 101 x 152 cm (sem moldura) RW 01 (outro estado) (2007) Conjunto de 18 painéis em alumínio, pintados a acrílico 130 x 176 x 6 cm Colecção do artista Foto: cedida pelo artista

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Pedro Proença - Nasceu em Angola (Lubango) em 1962, vindo para Lisboa no ano seguinte, onde vive e trabalha. Em 1982, ainda estudante da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, funda a revista intitulada Canibal, a partir da qual se constituiu a Ideia/o Movimento Homeoestético, com Fernando Brito, Ivo, Manuel João Vieira, Pedro Portugal e Xana. Os “Homeoestéticos”, entre 1983 e 1986, concretizaram várias exposições: Homeoestética, Um Labrego em Nova York, Se em Portimão houvesse Baleias, Educação Espartana, Continentes. A sua primeira exposição individual acontece em 1984, à qual se sucedem outras, destacando-se: Ginásio, Galeria Cómicos, Lisboa (1986); Galeria Fucares, Madrid (1987); Kunstwerein de Frankfurt (1988); Firth Gallery, Londres (1989); Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1994); Uma Salada Alegórica, Galeria Gilde, Guimarães (1995); Big girls don’t cry, Galeria Pedro Oliveira, Porto, Da interpretação, Galeria Ad Hoc, Vigo e Os Mariolas, Galeria Assírio & Alvim, Lisboa, (1996); Antiphonte & Ophélia, Casa Fernando Pessoa, Lisboa (1997); Anacorense Galante, Galeria Pedro Oliveira, Porto, Galeria Camrgo Vilaça, São Paulo (1998); Doghead Cat, Galeria Pedro Oliveira, Porto (2000); Portrait of the Artist as na Old Rabi, Galeria Pedro Oliveira, Porto (2002); Dou bolachas de Gato aos meus filhos, Artistas Unidos, Lisboa, Galeria Bach 4, Barcelona (2003); Fugas Fantasias Fados Fandangos, Galeria Lisboa 20, Lisboa, O inadiável e outras curiosidades, Galeria Fonseca Macedo, Ponta Delgada (2004); Da representação, Galeria Assírio & Alvim, Lisboa (2006); Unlessness, Galeria Lisboa 20, Lisboa (2007). Entre as inúmeras colectivas, saliente-se a sua presença em: Nine Portuguese Painters, John Hansard Gallery, Southampton (1986); Aperto 88, Bienal de Veneza (1988); Tríptico, Museum van Hedendaags Kunst, Gand (1991); Tradición, Vanguarda e Modernidade do século XX portugués, Auditório de Galiza, Santiago de Compostela (1993); Artistas Portugueses da Colecção do MEIAC, Fundação D. Luís, Cascais (2000); Guardi, a Arte da Memória, Centro Cultural de Belém, Lisboa (2003); O Amor que no meu peito escrito tinhas, Coimbra (2005).

Durante os anos de actividade do Movimento Homeoestético foram redigidos manifestos relevantes que, posteriormente, foram apresentados em 2004, no Museu de Serralves do Porto, na exposição 6=0. Então, ficaram demonstrados, através dessa documentação, a afirmatividade, a irreverência e o paradoxo, intrínsecos ao ideal “homoestético”: “o do homem que se multiplica em actividades e que se compromete com elas.”, Pedro Proença (2006). A missão proclamatória dos manifestos expandiu-se, contribuindo para a gestação de produtos artísticos denotativos da uma ars cominatória imaginal, poética e sócio-cultural. A aferição e cumplicidade de Pedro Proença ao universo da literatura verifica-se transversal nas décadas, assumindo estratégias múltiplas: monstruosidade transfiguradora, volúpia e compulsividade. Constate-se a coincidência criacional entre a sua actividade de artista plástico e de autor no livro Arte ao Microscópio. As ilustrações de livros e as quase labirínticas apropriações de espaços concretizam-se através dos seus extensos desenhos “arquitecturais”. Fica assim demonstrada, na sua produção gráfica de site specific e instalação, que as razões e pessoalizações gráfico-picturais se desenvolvem, seguindo modelos eruptivos, dançando a concatenação de movimentos, a sedução de linhas barrocas e virtuosísticas. Os conteúdos semânticos consolidam narrativas abertas que cabe ao espectador expandir para além dos indícios, sinais e conjugações gráfico-mentais explicitados pelo autor. A sinuosidade linear é preenchida, complementarmente, por figuras de retórica visual, engendrando-se uma pragmática polissémica, uma combinatória picto e psicogramática. Trata-se de um caso hermenêutico, funcionando em nominação e em tipologia esoterista. As potencialidades literárias e transcendentalistas associam-se a apologéticas de diferentes culturalidades, à axiologia mítico-simbólica artística ocidental - ainda que tomando-as com a ironia do ornamento, espécie de revestimento das ideias implícitas. Assim, organizou um sistema alegórico singular, que promove motivações teleológicas, sustentado no seu universo autobiográfico.

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PEDRO PROENÇA

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> Der Vogel Selbsterkenntnis

“Pássaro de auto-conhecimento” (1998) Tinta-da-china sobre papel 330 x 150 cm Cortesia Galeria Lisboa 20 - Artes Plásticas Foto: António Campos Leal

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Rui Chafes - Nasceu em 1966 em Lisboa, onde vive e trabalha. Expõe individualmente desde 1986, destacando-se entre: Pássaro ofendido, Galeria LEO, Lisboa (1986); A vocação do medo, Galeria Diferença, Lisboa / Galeria Atlântica, Porto (1990); Fragmentos de Novalis, Livraria Assírio & Alvim, Lisboa (1992); Sonho e morte, Centro Cultural de Belém, Lisboa (1993); La herida, Galeria Fúcares, Madrid (1994); Würzburg Bolton Landing, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1995); Sombras que não são sombras, Galeria Camargo Vilaça, São Paulo; Der König schläft, Galerie 102, Düsseldorf (1996); Müd’ und flügelschwer, Galerie Karin Sachs, München (1997); Harmonia, Galeria Canvas & Companhia, Porto (1998); La face intérieure, Galerie Cent8, Paris (1999); Heilung für Deine Wunden, Galerie Karin Sachs, München; Durante o fim, Sintra Museu de Arte Moderna Colecção Berardo, Palácio Nacional da Pena, Parque Histórico da Pena, Sintra (2000); Kranken Engel, S.M.A.K., Stedelijk Museum voor Actuele Kunst, Gent; Unsaid (com Orla Barry), Galeria Canvas, Porto (2001); El alma, prisión del cuerpo, Galerie Juana de Aizpuru, Madrid; Leçons de ténèbres, Galerie Cent8 - serge le borgne, Paris (2002); Devastação, Galeria Graça Brandão, Porto; Ash flowers, Esbjerg Kunstmuseum, Esbjerg, Denmark (2003); Representação portuguesa na Bienal de São Paulo, Brasil, juntamente com Vera Mantero (2004); Comer o Coração, com Vera Mantero, Centro Cultural de Belém, Lisboa; Augenlicht, Folkwang Museum, Essen; Fora, exposição conjunta com Pedro Costa, Museu de Serralves, Porto (2005); Morituri, Galeria SCQ, Santiago de Compostela; Nothing Retains its Shape, Tesouro da Catedral de Leuven, Leuven (2006); Onde Estou, Fondazione Volume, Roma; Nocturno, Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro (2007); A Mesma Origem Nocturna, Esculturas no Jardim Botânico de Coimbra (2008). Da sua participação em inúmeras colectivas, refiram-se nos últimos 3 anos: Vglup – 6 contemporary artists from Portugal, NCCA – New Center for Contemporary Art, Moscow; Colección Caixa Galicia en el IVAM, IVAM – Institut Valenciá d’Art Modern, Valencia (2006); Drawing: Drawings and a sculpture, Indira Gandhi National Centre for the Arts, New Delhi; Lisboa – Luanda – Maputo, Cordoaria Nacional, Lisboa; [Kick!] Project, S.M.A.K. / AZ Maria Middelares Hospital, Gent; Internationale Künstlerbegegnung zum 1000 jährigen Jubiläum des Bistums Bamberg, Deutschland, Österreich, Polen, England (2007); Desenhos estranhos, Porta 33, Funchal, Madeira (2008). Está representado nas mais destacadas Colecções portuguesas e europeias.

Desde 1991, Rui Chafes tem publicado vários livros, desenvolvendo uma peculiar apropriação da literatura e filosofia, gerida em planos complementares, como tradutor de poesia alemã e como autor de ensaios denotativos da maior acuidade poética, crítica e estética. Tal cumplicidade reencarna-se nos eixos conceptuais, implícitos na sua produção escultórica, instalação quanto nos projectos concretizados em parceria com autores procedentes de outros domínios de criação como a dança ou o cinema. Já nas suas obras iniciais se realizavam propósitos afins à escultura/instalação e aos site specific. Assim, a obra materializada constrói seu próprio sentido, assumido em modulações e congelamentos cognoscitivos, cumprindo a genuína intencionalidade de autor. A inscrição em espaço museológico, ambiente paisagístico/urbano ou em elementos de património edificado – igreja, palácio… – são fonte de circunstancialização de substâncias e respectivas morfologias, dirigindo ideia e trabalho em suas componentes: material, iluminação, cor, textura, desenho do jogo interioridade/exterioridade… Correspondendo, pois, ao mais rigoroso quadro conceptual e metodológico. Consumando estes princípios, o escultor impõe uma estética pessoal que acerta a sua fidelização epistemológica e producional, consolidando uma identidade ontológica, simultaneamente, “una e múltipla”. Mergulhou até à discussão dualística do exequível e ineluctável. Rui Chafes sabe individuar os objectos, através de formatações matéricas associadas à disciplina outorgada pela certeza do desenho e do projecto. A presencialidade corpórea, por exemplo, enforma-se através de vestígios de repercussão e provocatória analíticas. O corpo real é anulado para receber – por transladação e símbolo – a efectividade da reminiscência vivida ou fantasmatizada. O seu trabalho integra conotações poéticas e antropológicas, incisivas e subtis, auferindo-lhe fortíssima carga estética e lucidez hermenêutica – assumidas na sua axiologia estóica.

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RUI CHAFES

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S/ Título (1986) Escultura em ferro Colecção Particular Jorge Salavisa Foto: Edgar Libório

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> Já não te ouço, já não te vejo (2005) Escultura em ferro 320 x 160 x 362 cm Cortesia Galeria Graça Brandão Foto: Edgar Libório

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42 ESCULTURA

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José Aurélio - Nasceu em Alcobaça em 1938. Curso de Escultura da ESBAL. Participou em numerosas exposições colectivas desde 1958. Vem desenvolvendo novas formas de expressão no campo da medalhística desde 1966. Entre 1969 e 1974 concebeu, construiu e orientou a Galeria Ogiva em Óbidos. Em 1978 foi Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1984 participa como convidado no workshop “Ressurgent Art Medal” na Universidade de Pensilvania, USA e em 1987 no Congresso da British Art Medal Society, em Inglaterra. No mesmo ano, promove com o escultor David Reid cursos de novas tecnologias de fundição em cera perdida na ESBAL e na Casa da Moeda. Entre 1997 e 1999 realiza o projecto plástico do elevador da Boca do Vento em Almada. Vive e trabalha em Alcobaça desde 1980. Representado em colecções e museus de Portugal, Brasil, França, Holanda, USA, Japão e Inglaterra. 40 exposições individuais. Prémios nacionais e internacionais. Numerosas obras públicas das quais se destacam: Monumento ao General Humberto Delgado na Cela Velha, Cruz de Cristo na Embaixada de Portugal em Brasilia, Padrão do 8º Centenário da Abadia de Cister em Alcobaça, Escultura da Carris em Miraflores, Gárgulas da Torre do Tombo em Lisboa, Elementos Escultóricos do Nó da Feira, “Retrato de Camões” na Assembleia da República, Escultura de 7 Rios em Lisboa, Escultura do Parque da Paz em Almada, Retrato de D. João V na Coudelaria de Alter, Monumento aos Pioneiros da Aviação em Alfragide, Presépio do Santuário de Fátima e Monumento ao 25 de Abril em S. Paulo. Funda em Alcobaça em 2007, o “Armazém das Artes”- Fundação Cultural, destinada a promover a cultura e a cidadania.

Irmãos no Ferro Não sei, nem sei se me interessa saber todas as razões que me levaram até esta peça. Foram certamente muitas e de natureza múltipla. No entanto, não posso deixar de referir duas; a primeira, há já alguns anos, foi o meu encontro com dois grandes tubos, abandonados algures num parque de sucata, que, ao lado um do outro me sugeriram a imagem de dois irmãos. Pela importância que a sua ocasional verticalidade, a sua fortuita proximidade e a sua anormal dimensão, fui levado a sentir uma nova dimensão para o conceito de fraternidade. A sensação foi de tal modo impressiva que, quando cheguei à oficina, fiz de imediato uma maqueta como registo de uma ideia a desenvolver mais tarde. O tempo passou e por várias vezes olhei para aquele sedutor projecto sem no entanto considerar ser oportuna a sua realização. Até que, na sequência da troca de impressões, de afectos e de outras cumplicidades com o Rui Chafes, surgiu a razão que faltava, a mais forte, a que tornou inadiável o processo. De facto, foi na sequência da chegada às minhas mãos de um livro que o Rui me enviou, dedicado a um membro da irmandade do ferro, à qual, segundo ele, ambos teremos já o direito de pertencer, que eu comecei a preparar a sua execução. Por entre um monte de outros projectos e ocupações, que caracterizam a minha maneira de estar na vida, ficaram os “irmãos” um pouco abandonados à espera de melhores dias, isto é, dias com mais tempo para os projectos menos urgentes. Até que, aleluia, Óbidos me convidou para também participar no Junho das Artes. E qual não foi o meu espanto quando me dizem que uma peça do Rui Chafes também lá estaria, na Praça de Santa Maria, precisamente no local onde há 38 anos eu mostrei uma peça minha na exposição “35 Artistas”, na inauguração da hoje novaOgiva. Mito ou coincidência, aqui estamos em Óbidos, o Rui com uma peça frente a Santa Maria e eu, frente a São Pedro, com “Irmãos no Ferro”, que evoca o muito apreço que ele e a sua escultura me merecem. José Aurélio, Maio 2008

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JOSÉ AURÉLIO ESCULTURA

LARGO DE SÃO PEDRO

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> Irmãos no Ferro (2008) Escultura (maqueta) Aço 380 x 150 x 260 cm Foto: Edgar Libório

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Ramiro Guerreiro - Lisboa, 1978. Vive e trabalha em Lisboa. Formação: 2001/ 05 – Programa de Estudos Independentes, Maumaus, Escola de Artes Visuais, Lisboa; 1997/ 01 – Frequência em Arquitectura, F.A.U.P., Porto; 1996/ 97 – Curso Livre de Artes, Seljord Folkehogskule, Seljord, Noruega. Exposições Colectivas: 2008 – Dibujo, Arte Digital, Video, Instalatión, Casa de Velazquez, Madrid; Puertas Abiertas, Casa de Velazquez, Madrid; Opções e Futuros, Novas Aquisições da Fundação PLMJ, Espaço Arte Contempo, Lisboa; 2007 – La Prima, Chiado, Lisboa; Trabalhar Cansa, Espaço Arte Contempo, Lisboa; 2006 – De dentro - V Glup, Centro Nacional de Arte Contemporânea, Moscovo; 2005 - Pilot: 2, Farmiloes Building, Londres; Alojamentos, uma exp. da Maumaus, Balneário Público, Freguesia da Pena, Lisboa; A Arquitectura como qualquer Coisa de Provisório, uma exp. da Maumaus, Alta de Lisboa; Relay, com a Maumaus a convite de Renée Green, Kunstraum, Innsbruck; 2003 – A História com qualquer Coisa de Provisório, uma exposição da Maumaus, Lisboa. Exposições Individuais: 2007 – Teatro del Mondo, Casa dos Dias da Água, Lisboa; Título Provisório, espaço hALL, Lisboa. Bolsas e Prémios: 2007/ 08 – Bolsa da Fundação.C. Gulbenkian para residência artística (6 meses) na Casa Velazquez, Madrid. 2005 – Prémio EDP Novos Artistas, Pavilhão Centro de Portugal, Coimbra (Menção Honrosa); BES revelação, Casa de Serralves, Porto.

Vislumbre (Projecto para intervenção na Igreja de São Tiago, Óbidos) Comissariado: Antonia Gaeta e Lourenço Egreja (CNETRAL)

O Projecto Vislumbre, concebido especificamente para o espaço da Igreja de São Tiago, dividese em 3 momentos/peças. A ordem pela qual se vêem os trabalhos é aleatória sendo que a instalação feita para o Coro deve, naturalmente, ser a última a experimentar, uma vez que está num piso superior. Tapume é uma peça feita para o espaço do Altar Central da Igreja. Uma estrutura em armação de madeira e tela negra tapa, parcialmente, a visão para o Altar. A mesma estrutura (poderia eventualmente denominá-la escultura) está inclinada, dando a sensação de desequilíbrio e queda sobre os visitantes. Para “corrigir” essa sensação há uma estrutura de barrotes de madeira, inclinados desde o lado do visitante, que suportam a estrutura maior (com 6m de altura). A peça tapa o Altar mas só parcialmente. Os Altares laterais estarão destapados para poder fazer um paralelismo entre estes e o central. Três Desenhos é uma instalação com uma retro projecção de diapositivos, projectados sobre uma tela, dentro de uma black box. Os diapositivos mostram uma série de acções feitas, anteriormente, no chão da Igreja e registados desde o coro, em plano picado. As acções são o desenho feito por 3 ou 4 figurantes que, com a ajuda de uma corda, vão desenhando, com sal, formas geométricas simples sobre o chão. As formas surgem desenhadas e vão-se apagando consoante as pessoas passam por cima. São uma alegoria a alguns símbolos religiosos e uma tentativa de “construção de harmonia”: um triângulo equilátero, um quadrado, um rectângulo de ouro (a partir do quadrado) e um círculo – como última forma, perfeita e mais simples assim como instável. No fim do desenho das várias formas não resta nenhuma imagem reconhecível e acontece um loop na projecção, voltando ao início. Observatório é uma peça concebida para o espaço do coro da Igreja. É uma peça única com duas cadeiras elevadas a 1,5m cada assento e atadas uma à outra. Uma delas está virada para a janela central do Coro – que tem uma abertura para uma vista controlada do exterior (as duas janelas estarão tapadas) – e a outra estará virada para o altar. É desde esta última cadeira que se pode vislumbrar o Altar deixando ver parte do que se passa por trás da estrutura construída (Máscara para Altar).

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RAMIRO GUERREIRO SITE SPECIFIC

IGREJA DE Sテグ TIAGO

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Muro Divisor (Fevereiro 2008) Casa de Velasquez, Madrid (últimas obras do artista)

Tapume (Junho 2008) Instalação Madeira de casquinha e lona preta Dimensões Variáveis Três desenhos (Junho 2008) Instalação Retroprojecção de 40 diapositivos em loop numa black box construída com telas em lona preta engradadas e estrutura em casquinha. 250 x 250 x 250 cm Fotos: Bruno Ramos Observatório (Junho 2008) Instalação Madeira de casquinha Dimensões variáveis (espaço da Igreja de São Tiago a utilizar para intervenções das peças da exposição Vislumbre) Foto: Edgar Libório

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54 NOVOS CRIADORES

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“...Segundo a compreensão normal, a obra surge a partir e através da actividade do artista. Mas por meio e a partir do quê é que o artista é o que é? Através da obra; pois é pela obra que se conhece o artista, ou seja: a obra é que primeiro faz aparecer o artista como um mestre da arte. O artista é a origem da obra. A obra é a origem do artista. Nenhum é sem o outro. E, todavia, nenhum dos dois se sustenta isoladamente. Artista e obra são, em si mesmos, e na sua relação recíproca, graças a um terceiro, que é o primeiro, a saber, graças àquilo a que o artista e a obra de arte vão buscar o seu nome, graças à arte.” (in HEIDEGGER, Martin; “A Origem da Obra de Arte”; Tradução de Maria da Conceição Costa; Edições 70; Julho 2007)

Evocando um grande pensador, procurei tornar presente a busca incessante do Homem sobre o sentido último da arte e da eterna criatividade humana. E do que o leva a distinguir a imitação da verdadeira criação e a boa utilização da técnica da liberdade da Arte. Com este recurso a outros que, melhor do que eu, ajudam a aprofundar esta reflexão e a alcançar uma melhor, embora sempre incompleta, compreensão da arte e da sua natureza, com a apropriação dos seus pensamentos, fico mais confiante na afirmação de que o objecto da arte não é a matéria nem as formas de que são feitas as obras de arte, mas as emoções que transcendem das obras e dos artistas que nos interpelam e que se fazem sentir em nós como uma comunhão espiritual de uma mesma emoção e que nos fazem compreender que a criatividade - que a arte incorpora e emana - não é isolável, antes transcende o artista e passa a ser do Homem, seja qual for o lugar ou o tempo em que é vivida. José Amaral Lopes, Junho das Artes

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ANA CARVALHO CARLOS RODRIGUES CLÁUDIO SOUSA DANIEL LOPES DAVID ETXEBERRIA DENISSE SERRA DIOGO ANDRADE GONÇALO TARQUÍNIO IDÍLIA MONIZ INÊS HENRIQUES JORGE LOPES JOSÉ SOUSA JULIANA FERREIRA LUÍS PLÁCIDO COSTA MAGDA MOITA & CONCHA ROZAS MARK ARAGÃO MIGUEL RATO MIGUEL RONDON NUNO BETTENCOURT NUNO FRANCO & SUSANA PIRES PAULO TUNA RITA PIMENTA SARA & ANDRÉ TERESA NUÑO VECI TIAGO AREIAS VERA GONÇALVES VIOLA JAEKER VITOR REIS

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ANA CARVALHO

JORGE LOPES

NUNO FRANCO

Bikini Kill in memorium (para) stockhausen

S/ título & Se tivesse dedos de piano

& SUSANA PIRES

performance / instalação multimedia

pintura

instalação

CARLOS RODRIGUES

JOSÉ SOUSA

PAULO TUNA

Árvore Viva, Noite Viva

Explosão

intervenção / interacção visual

escultura work-in-progress

Devaneio de prometeu

CLÁUDIO SOUSA

JULIANA FERREIRA

RITA PIMENTA

Consegues ver?

Encerrados cá fora

instalação land-art

instalação

Brecha

DANIEL LOPES

LUÍS PLÁCIDO COSTA

SARA & ANDRÉ

S/ título

In-paralelos-out

instalação

instalação

Oretratista.com

DAVID ETXEBERRIA

MAGDA MOITA

Urgull

& CONCHA ROZAS

instalação video

Maria José

DENISE SERRA

MARK ARAGÃO

instalação video

instalação sonora

DIOGO ANDRADE

MIGUEL RATO

Alive-end

Timelapse & Uns poucos metros quadrados

GONÇALO TARQUINIO

Silos 2007

fotografia

Fuga

MIGUEL RONDON

instalação sonora

IDÍLIA MONIZ

Procuro a cultura destas posições funebres & Sem ver

Meninos

instalação

pintura

INÊS HENRIQUES Casas habitadas dois espaços completos

instalação

instalação vídeo

desenho

TERESA NUÑO VECI Arte? & Truqueme instalação / fotografia

instalação

ciclo: coberta pela noite / resurge

performance / instalação video

Ponto de encontro

TIAGO AREIAS Mirror hope instalação

VERA GONÇALVES Rua direita & Feira da ladra fotogravura

VIOLA JAECKER Nachthelle IV fotografia

VITOR REIS Entre linhas instalação vídeo

NUNO BETENCOURT There’s no business like show business pintura

instalação de luz

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TELMO HENRIQUE CORREIA DANIEL FARIA Mayor of the Town Hall of Óbidos

Óbidos is a territory with a well defined identity known for its cultural and historical heritage. Its citizens acknowledge and value this “image”, and do not disregard creativity and imagination as essential means for its development. Considering the several undertakings that are making this Creative Obidos a special place, more and more attractive within the different domains of talent, the Municipality has decided to organize a new event, a new cultural initiative, which will reinforce Obidos as a territory for contemporaneity, open to new interpretations and artistic expressions. Junho das Artes - Contemporary Art Month aims to establish strong and long lasting ties with the artistic community. In addition, Junho das Artes - Contemporary Art Month pays homage to relevant personalities of Arts and of Culture. As a result, in this first edition, two great artists will be honoured: Abílio de Mattos e Silva and Maria José Salavisa. Abílio de Mattos e Silva was born in Sardoal and lived in Óbidos until he enrolled at the University in Coimbra. He continually revisited Óbidos in his paintings, drawings and writings, leaving this town a series of works, which make up the collection that justifies the implementation of a Museum with his name. Maria José Salavisa, architect and interior designer, left an indelible mark in Contemporary Portuguese Culture for her renowned work. She acted as an important link between generations and creators with whom she worked. Furthermore, Óbidos is indebted to her for the commitment and dedication to two important cultural projects in the town: the Interior Design Centre and the Abílio de Mattos e Silva Museum. The latter will be opening its doors for the first time during this event. Along with the homage paid to these icons of Portuguese Culture, Junho das Artes - Contemporary Art Month hopes to be an event that welcomes to the historic town works by some of the most prestigious and renowned national and foreign Contemporary artists. This first edition has already achieved this objective by bringing to Óbidos artworks from many celebrated artists: Cristina Ataíde, Graça Pereira Coutinho, José Aurélio, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Pedro Proença and Rui Chafes. In addition, the project integrates new coming artists, such as Ramiro Guerreiro, who has been acclaimed by both critics and specialists in the field. With Junho das Artes - Contemporary Art Month, the municipality will be “invaded” by the imagination and creativity that Art facilitates, making Óbidos a richer and more valorised community. Óbidos, Junho das Artes 2008

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ANTÓNIO PINTO MARQUES Art Collector

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Maria José Salavisa was one of the most fascinating personalities that I have ever met. She oversaw and intervened in the interior design works of my house in Cascais and, particularly, in its decoration. As she became aware of my interest in Contemporary Art, a fact that excited her, we became closer. The association that we came to have with other plastic artists, the relationship of these artists with each other, along with their relationship both with myself and Maria José Salavisa, came to reinforce this complicity, making it a unique experience. Some of the Art works were conceived for pre-determined places. The respect for the artist’s creativity was sacred to her; however, her presence was always felt, subtly, in the final result. Moreover, these artists appreciated the original ideas given by Maria José Salavisa. Our personal tastes were quite similar. One of them was a predilection for artists of simple conception, in other words, minimalists. Contrasting with this form was the exuberance in her appearance, always wearing Valentino and exquisite make up. She was thrilled when I shared with her some written comments by some artists concerning her work. This motivated her to continue working and made us become closer to a point that our friendship lasted until her final days. The picturesque and amusing episodes related to some of the sculptures are the delight to both myself and my friends, especially when they ask me to retell these stories. For example, one time there was a need to replace a light bulb on ceiling to light a sculpture, and I asked Eurico, the electrician, to get the ladder to replace it and he answered the following: “but why do you need the ladder, if right over here we still have the worktable!?!” In his simplicity he interpreted that the sculpture, one of my favourite works of art, was part of the production equipment. In a different episode, two plastic artists had agreed to exchange artworks among themselves and one of them failed to keep his promise. Having one of these artists broken this arrangement, the complier telephoned me to explain what had occurred, having described the sculpture as being a sort of replica of the anatomic structure of the other colleague. I told him I would keep the artwork if he wrote down this unique story. Now, I have in my possession both pieces of art, the sculpted one and the written one. I remember at my wife’s 50th birthday party, the tablecloths were painted by some of Maria José’s students, in the same style as some of the painters my wife and I both preferred. For the artisans she had equal respect. But in this case, her orientation was crucial. Even though they were good executers, whether on stone, metal or frescos, her orientation and creativity was fundamental. Maria José Salavisa was very rigorous and demanding. Workers and students acquired competencies that would make them, later on, very highly regarded. She, therefore, contributed to the education of a number of reputable professionals. She loved to give work to those who she recognized merit, transmitting them among other values, the inalienable respect for the client, not only in what concerned their personal taste, but also in the compliance of the pre-approved budget. Maria José Salavisa is someone I will never forget and there is no other equal in the area of interior design and decoration in Portugal.

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PAULO REIS Exhibition Commissioner

Art is a path, an experience, an encounter. “Art is a continuous and reflexive encounter with the world in which the artwork, far from being the final point of this process, acts as a starting and central point of the subsequent search of its meaning” Michael Archer >1

Philosopher Ludwig Wittgenstein (1889-1951) stated that silence was the best medicine when faced with an art work that one cannot understand. In fact, if we know nothing about the work, it is better if we let the work speak for itself. Silence, here, is not a metaphor, but an occurrence. For example, in the experience, “Green Light Corridor” (1970-71), by Bruce Nauman, he shows us a non-Euclidian notion of space, a space-time that demands an experience. To experiment and to run through are phenomenological verbs and their essential property is to promote a gestalt. Examining a space, whether it is existential or metaphorical, is always an inescapable experience. A path, which derives from the Latin word percursu, is a course of action; a movement; a trajectory in general. The etymological sense drives us to the ontological one, or possibly even to the deontological sense, and if we wish to be more precise, towards an ethical esthetical path. To Wittgenstein, experience is language. According to him, what we see in the world is how we perceive the world >2. Therefore, in the light of the philosophy, we are what we enunciate. The distinction between words significance and significant is what enables man distinguish the capacity to recognize himself, a priori. In order to surpass the Wittgenstian rationalism, Gaston Bachelard (18841962) invented the concept of suprarationalism. In other words, through the use of psychological subjectivity, the spirit’s expansive poetic experience surpasses the scientific concept >3. Bachelard becomes a subtle psychologist of poetic subjectivity. Besides acknowledging scientific objectivity, he teaches us how to appreciate antinomian values. Life provides us with the imagination of a scholar – the scientist who invents rational hypothesis - but also the nocturnal imagination of the poet, giving value the subjective and affective side of human culture. Two hypotheses, rational and poetic, allow the development of the human capacity. Having examined the evolution of the principles of reason, Bachelard points to Phy-sics and Chemistry as a way of understanding the concept of space and its psychological application to Man. Phenomenology is the science of ideal objects, therefore, it is an a priori science, and also universal. It is also a science of experiences. The experience is a psychic act of hic et nunc (here and now), only possible when one realizes the meaning of those objects. Phenomenology deals with meanings and it is this “meaning” that makes a word become a word. On the contrary, it could only be a sign. However, the meaning is not in the word, because it only calls attention to the meaning in itself. The meaning is not also in the object of the word, because this object cannot be inexistent. The meanings are, therefore, ideal objects. To phenomenology, the conscience is a series of experiences of the analyzed path. In an artistic perception, space motivated many modern artists to become inter-

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ested in space as a plastic possibility. Kasimir Malevitch (1878-1935) investigated the visual phenomenon of space, concluding that the objective world was devoid of meaning in itself and that everything was regulated by feeling. In the relief, Architetona (1924-26), the artist outlined a theory of static suprematism, creating the idea of spatial painting. In the reliefs by Naum Gabo (1890-1977) and Vladit Tatline (1885-1953) – especially in the Monument to the Third International (1919), space is developed as a live dynamic structure. The Constructivist Russian artists were the first to advocate space as a place of perception. Therefore, they established a direct relation of architecture with abstract art, influencing Neoplasticism, Bauhaus and the other forms of constructivist art. These vanguard movements merged space, line and colour, creating sensations. These are applied in the forms of houses (the Schröder House – 1924, by Gerrit Rietveld (1888-1964) and Veraneio House – 1923 by Theo van Doesburg (18831931); the L’Aubette Restaurant– 1928, by Sophie Taeuber-Arp (1889-1943), Jean Arp (1887-1966) and Theo van Doesburg), but also in sculptures, paintings and reliefs, with the purpose of making art and architecture – universal arts – symbols of nature, and approach them to human norms. Embedded in this spirit, they conceived the ultimate art work (getsamkunstwerk). If in Modern times space remained an ideology, in the Contemporary Ages, space becomes ideal. In Arte Povera, in Land Art and in Environment Art, the artists see in space, whether in loco or recreated nature, an important part of the artwork in itself. From Michael Heizer to Giovanne Anselmo, Dan Graham and Richard Long, Walter de Maria and Jan Dibbets, James Turrel, Alberto Carneiro, space occupies a place of a sensorial experience; and in the referred phenomenology: the experience of a place. Robert Smithson created the terms in site and no site, places where the work of art should occupy its “space”. The idea of “site specific” emerged as an answer when a space asks to be “invaded” or “occupied”. Between the dichotomies “place – no place”, the art object becomes a path, an experience and an encounter.

Percursos - Paths Site specific art is the purpose of any exhibition. Even if it doesn’t have that a priori nature, but is a space that houses a number of artworks, it becomes the place (in site), a sort of hotel, where the accommodated artworks gain another life and experiment other dynamics. Housed at the Nova Ogiva Gallery, a Gallery with a name that contradicts its architectural sense, works by seven artists are re-contextualized under the tile “Paths”. We may ask: which Paths? The artist’s? The artwork’s? Is it the place where the works are exhibited? Which path should we choose among so many? Any of these paths is possible if we envisage the destiny of the spectator: he leaves mobility and faces the demanded journey required by the artwork. It immediately shows us a path – whether philosophical, motor, psychological or epistemological. However, the choice is always up to the visitor. Following the thought in this text’s epigraph, we affirm that “Art is a continuous and reflexive encounter with a world in which the work of art, far from being the final point of the process, acts as a starting and central point of the subsequent search of meaning” >4. The history of an artwork will always be related to the history of its conception, namely what moved the artist to create it, its internal discourse, the materials that were used and, above all, his/her spirit at the time (zeitgeist). In terms of phenomenology, the works in this exhibition present a history of emotions, an inventory of ideas, of means and of formal procedures. The following works are presented: the sculptures and sketches by Cristina Ataíde (Pele Involvement #), sculpture and painting by Graça Pereira Coutinho (both untitled), a sculpture by José Pedro Croft (untiltled), paintings by Pedro Cabrita Reis (The Large Self-Portraits #19) and Pedro Calapez (RW 01 and Planos 15), Pedro Proença (Pássaro de auto-

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conhecimento) and finally, a sculpture by Rui Chafes (Já não te oiço, já não te vejo) – located in Saint Mary’s Square. Aside from my personal admiration to this project, the exhibition “Paths” evolves into a synchronism of ideas that value Portuguese Art from the 1980’s onward. Through biographical notes, commented by the Art Critic, Fátima Lambert, conceptual and formal issues are brought to daylight, as well as the materials that were used by each artist. >1 ARCHER, Michael; Art since 1960 - London: Thames and Hudson, 1999; >2 WITTGENSTEIN, Ludwig, Tractatus Logico-philosophicus; Translation, presentation and introductory study by Luis Henrique Lopes dos Santos; (Introduction by Bertrand Russell) - São Paulo: Edusp, 2001; >3 BACHELARD, Gaston, The Poetics of Space; Translation: Antonio de Pádua Danesi - São Paulo: Martins Fontes, 1993; >4 ARCHER, Michael, idem;

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Pele #34 (2007) Graphite on paper 115 x 150 cm

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Pele #35 (2007) Graphite on paper 115 x 150 cm

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Pele #33 (2007) Graphite on paper 115 x 150 cm

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was born in 1952 in Viseu. She works and lives in Lisbon. She has exhibited individually since the beginning of the 1980’s. Her main exhibitions are: Oposições Graça Fonseca Gallery, Lisbon (1994); Alguns pecados e uma Virtude, Museum of the Monastary of S. Martinho de Tibães, Braga (1995); Garde-fou, Graça Fonseca Gallery, Lisbon; …dos corpos ausentes..., University Gallery, Braga (1996); Ventres emersos, Trem e Arco Gallery, Faro (1997); Silêncio?, Sala do Veado, Natural History Museum, Lisbon (1998); Memória with Graça Pereira Coutinho, Casa da Cerca, Almada (2000); Anatomia do Sentimento, André Viana Gallery, Oporto (2001); Com o suor do rosto, Francisco Tavares Proença Junior Museum, Castelo Branco (2002); (im)permanências, Luis Serpa Gallery, Lisbon; Inside me, Braga Image Museum, Braga (2003); Depois tb florescem, White Pavilion of the City Museum, Lisbon; Durante o rio, Chiado 8 Contemporary Art, Lisbon and Fernando Santos Gallery, Oporto (2005); Pó do meu corpo, Gomes Alves Gallery, Guimarães (2006); Laboratório Arvore II, S. João Batista Fort, Foz do Porto (2007); Manual de Instruções, Carlos Carvalho Gallery – Zoom, Lisbon; Todas as montanhas do mundo, Giefarte, Lisbon; olhardizersentir, Quattro Gallery, Leiria (2008). From the participation in collective exhibitions in the last four years, the following stands out: Mote e Transfigurações, National Society of Fine Arts, Lisbon (2000); Arte Contemporânea, novas aquisições, C.G.D. Collection, Lisbon (2002); Desenho, 1993 – 2003, Casa da Cerca – Contemporary Art Centre, Almada; A Arte dos Artistas, Culturgest, Lisbon (2003); Horizont(e), 20 anos [1984-2004] Luis Serpa projects Gallery, Cordoaria Nacional, Lisbon; “Criar um lugar”, Metro da Casa da Música by Espaço T, Oporto (2004); Densidade Relativa/ Relative Density, CAM, Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon (2005); Laboratório Terra, Tapada da Ajuda, Lisbon. Densidade Relativa, Sines Art Centre. Cabinet d’amateur ou Arte como forma de vida, Luís Serpa Projectos Gallery, Lisbon (2006); Transfert, Tavares Proença Júnior Museum, Castelo Branco (2007). She is re-presented in many public and private collections, among them: Modern Art Centre - Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon; Caixa Geral de Depósitos Collection, Lisbon; P.L.M.J. Foundation, Lisbon; Casa da Cerca Collection, Contemporary Art Centre, Almada; Unión Fenosa Collection, La Coruña.

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CRISTINA ATAÍDE

Involvement #5 (2007) Tree, fabric and lead 28 x 138 x 23 cm

> Involvement #6 (2007) Tree, fabric and lead 33 x 143 x 27 cm

Collection of the Artist Photo: Cintra & Castro

Pele #36 (2007) Graphite on paper 115 x 150 cm

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was born in Lisbon in 1949. She has lived and worked in London since 1971 and exhibited individually since 1975, in which the following stands out: Modern Art Gallery, SNBA, Lisbon (1975); Módulo Gallery, Oporto (1978); Riverside Studios, London (1979); Módulo Gallery, Oporto (1980); Modern Art Gallery, SNBA, Lisbon (1983); Quadrum Gallery, Lisbon; Bertrand Gallery, Lisbon (1986); The Showroom Gallery, London (1987); Todd Gallery, London (1988); Todd Ga-llery, London; Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon; Graça Fonseca Gallery, Lisbon (1989); Todd Gallery, London; Porta 33 Gallery, Funchal (1990); Graça Fonseca Gallery, Lisbon; De Warrande Cultural Centre, Turhont (1991); Todd Gallery, London (1992); Todd Gallery, London; Graça Fonseca Gallery, Lisbon (1993); Setúbal Museum of Archaeology and Ethnography, Se-túbal; Graça Fonseca Gallery, Lisbon (1994); Graça Fonseca Gallery, Lisbon (1995); Acorn Buil-ding, Todd Gallery, London (1997); J. M. Gomes Alves Gallery, Guimarães (1998); Love Letters, Porta 33 Gallery, Funchal, Madeira (1999); Touching the World, Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon (2000); White Pavilion, City Museum, Lisbon; National History Museum, Rio de Janeiro; British Centre, Brasília, S. Paulo; ECCO Cultural Centre, Brasília (2002); Sala Veado, Lisbon; Contemporary Art Museum, Belém; Sea Dragon Museum, Fortaleza; Art Palace, Belo Ho-rizonte (2003); João Esteves de Oliveira Gallery, Lisboa (2004); Onze Sonhos, Luís Serpa Gallery, Lisbon (2006). Among multiple collective exhibitions from the last ten years, the following stands out: Alternativa Zero, Serralves Foundation, Oporto; Anatomias Contemporâneas, Oeiras (1997); Sala do Veado (with Cristina Ataíde), Lisbon Faculty of Sciences, Lisbon (1998); Casa de Cerca (with Cristina Ataíde), Almada (2002); Caixa Geral de Depósitos Collection, Badajoz (2003); Etnography Museum, Setúbal (2004); Wild Again, Casa Colombo; João Esteves de Oli-veira Gallery, Lisbon (2005); Onze Sonhos, Luís Serpa Gallery (2006).

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GRAÇA PEREIRA COUTINHO

Untitled (2006) Painting Mixed Technique 150 x 250 cm

> Untitled (2006)

Sculpture (detail) Mixed Techniques Collection of the Artist Photo: Rosa Coutinho

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JOSÉ PEDRO CROFT

was born in Oporto in 1962. He lives and Works in Lisbon. He participated in his first individual exhibition in 1983, and has exhibited regularly since then. Among his many endeavours, the following stands out: Modern Art Centre /FCG, Lisbon (1994); Juana Aizpuru Gallery, Madrid (1997); Desenho.Escultura, City Museum, Lisbon; Desenho.Escultura, Camões Portuguese Ins-titute, Paris (1999); Desenho.Escultura, Senda Gallery, Barcelona (2000); Escultura, Quadrado Azul Gallery, Oporto (2001); Retrospectiva, Belém Cultural Centre, Lisbon; Escultura, Quadrado Azul Gallery, Oporto (2002); VGO Gallery, Vigo; José Pedro Croft, The Galician Centre of Contemporary Art, Santiago de Compostela; Vanguardia Gallery, Bilbao; Helga de Alvear Studio, Madrid (2003); Escultura, Quadrado Azul Gallery, Oporto; Obra Gráfica, La Caja Negra Graphic Gallery, Madrid (2004); Gravura, La Caja Negra Gallery, Madrid; Museum of Modern Art Aloísio Magalhães, Recife (2005); Art Museum of Pampulha, Belo Horizonte; Senda Gallery, Barcelona; Museum of Modern Art of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Gravura, Centre for Modern Art/FCG, Lisbon (2006); São Paulo State Pinacotheca, São Paulo; Paisagem Interior, Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon (2007). His participation in collective exhibitions is vast. From the last three years, the following stands out. Perspectivas del Arte en Portugal, Marcelino Botín Foundation, Santander; Entre Linhas, Luso-Americana Foundation, Culturgest, Lisbon; Construir, desconstruir e habitar – visões no espaço da Colecção Berardo, Belém Cultural Centre, Lisbon; Portugal Novo: artistas de hoje e amanhã, São Paulo State Pinacotheca (2005); Território Oeste: Aspecto singular del Arte Português Contenporáneo, Unión Fenosa Contemporary Art Museum, La Coruña; Os Anos 80: uma Topologia, Serralves Museum, Oporto (2006); José Pedro Croft, Michel Biberstein e Fernando Calhau, National Museum of Ancient Art, Lisbon (2007). He is represented in different public and private collections, among them: Samlung Albertina, Viena; Museum of Modern Art of Rio de Janeiro; National Museum/Art Centre Reina Sofia, Madrid; MEIAC, Badajoz; La Caixa Foundation, Barcelona; Luso-American Development Foundation, Lisbon; Serralves Foundation, Oporto; The Galician Centre of Contemporary Art; Santiago de Compostela; Caixa Geral de Depósitos, Lisbon; European Central Bank, Frankfurt.

> Untitled (Pêro Pinheiro, 1984/85) Sculpture Soft Calcareous 210 x 30 cm Private Collection Photo: António Campos Leal

This work was bought by Maria José Salavisa in 1985 and is installed in her house in Lisbon. After her death, it was bought by a private collector, who was kind enought to lend this work for this exhibition.

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PEDRO CABRITA REIS

was born in 1956 in Lisbon where he lives and works. He has exhibited individually since 1981. From the last ten years, the following stands out: Dobles Pinturas Negras, Juana Aizpuru Gallery; Madrid, Blind Cities # 2, Zacheta Gallery of Contemporary Art, Warsaw (1998); Blind Cities # 5, Giorgio Persano Gallery, Torino; About light and space, Museum Moderner Kunst-Stifung Ludwig Wien/Serralves Museum, Oporto (1999); Une sculpture qui rassemble l’architecture et des objects qui veulent devenir peinture, Crestet Art Centre, Le Crestet Passage; Chelouche Gallery of Contemporary Art, Tel-Aviv (with Gal Weinstein) (2000); The silence within, Magasin 3 Stockholm Konsthall, Stockholm (2001); A place like that, BALTIC, The Centre for Contemporary Art, Gateshead; Serene Disturbance, Kestner Gesellschaft, Hannover (2002); I dreamt your house was a line, University Art Gallery of Massachusetts, Dartmouth; Pedro Cabrita Reis, objectif_exhibitions, Antwerp (2003); One place and another, Tracy Williams, Ltd, New York; Sometimes one can see the clouds passing by, Kunsthalle Bern, Bern; Stillness, Camden Arts Centre, London (2004); Wherever you are, wherever you go, Base, Florence; Pedro Cabrita Reis, Haunch of Venison, London (2005); Every moment, one moment after the other, MACRO – Museum of Contemporary Art of Rome, Rome; FCG Foundation, Lisbon (2006); The City Within, Oficina para Proyectos d’Arte (O.P.A.), Guadalajara; La città che sale – We try to build the future, Macro Future, Contemporary Art Museum Rome, Rome (2007). One must remember his official representations in the 46th (1995), 47th (1997) and 50th (2003) Venice Biennials and two in the Biennales of São Paulo (22nd, in 1994, and 24th, in 1998). Concerning his participations in collective exhibitions, which began with Documenta IX, Kassel (1992) – we mention only some of the exhibits that took place in the last two years: Anos 80: Uma Topologia, Serralves, Museum of Contemporary Art, Oporto; Modern (C)ite #II, Stroom Den Haag, The Hague (2006); 50 Anos de Arte Portuguesa, Modern Art Centre, José Azeredo Perdigão, Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon; Contemporary art from Portugal - works from the collection of the Luso-American Foundation, Embassy of Portugal, Washington, D.C.; À Propos des lieux d’origine – Portugal Agora - Panorama of Portuguese contemporary creation, Museum of Modern Art Grand-Duc Jean (Mudam), Luxemburg (2007).

> The Large Self-Portraits #19 (2005) Mixed media on paper 180 x 140 cm Artist’s Collection Photo: PCR Studio / Tânia

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PEDRO CALAPEZ

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Planos 15 (2007) Alkyd on museumboard 101 x 152 cm (without frame)

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was born 1953. He lives in Lisbon. He began his activity as a painter in the 1970’s. He participated in his first individual exhibition in 1982. Since then, he has exhibited regularly. Among the exhibitions are: Madre Agua, MEIAC Museum, Badajoz and Andalusian Centre of Contemporary Arts, Seville (2002); Obras escolhidas, CAM - C. Gulbenkian Foundation, Lisbon (2004); Piso Zero, CGAC – The Galician Centre of Contemporary Art, Santiago de Compostela; Lugares de pintura, CAB - Caja Burgos Art Centre (2005); Side by side, Seippel Gallery, Colónia (2006); Escala de color, Max Estrella Gallery, Madrid (2008); Obra Reciente, Max Estrella Gallery, Madrid (2006); Planos, Lisboa 20 Contemporary Art, Lisbon, 2007/2008. Of his participation in collective exhibitions, the following stands out: Colección Caja de Burgos - adquisiciones recientes, Burgos Art Centre, Burgos (2008); Quel air Clair... – works from the collection of AR.CO, Gal-veias Palace / City Museum, Lisbon (2008) and Linha do Horizonte - o motivo da paisagem na arte portuguesa contemporânea, Rio de Janeiro Culture Box, Rio de Janeiro (2008); 50 Anos de Arte Portuguesa, Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon (2007); Mapas, cosmogonias e puntos de referencia, CGAC- The Galician Centre of Contemporary Art, Santiago de Compostela (2007). His work is represented in numerous public collections among them: Caixa Geral de Depósitos, Lisbon; Caja Burgos Art Centre, Burgos; Central European Bank, Frankfurt; The Galician Centre for Contemporary Art, Santiago de Compostela; Chase Manhattan Bank N.A, New York; Coca-Cola Foundation Spain, Madrid; Prosegur Foundation, Madrid/Lisbon; Pilar and Joan Miro Foundation, Maiorca; Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon; Luso Americana Foundation, Lisbon; Extremaduran and Latin American Museum, Badajoz; Serralves Museum, Oporto.

RW 01 (another state) (2007) Collection of 18 aluminium panels, painted in acrylic 130 x 176 x 6 cm Artist’s Private Collection Photo: Lent by the Artist

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PEDRO PROENÇA

was born in Angola (Lubango) in 1962, and moved to Lisbon the following year, where he lives and works. In 1982, while student in the Faculty of Fine Arts of Lisbon, he creates the magazine Canibal, from which the Homeoestético movement was invented, along with Fernando Brito, Ivo, Manuel João Vieira, Pedro Portugal and Xana. The “Homeoestéticos”, between 1983 and 1986, organized many exhibitions: Homeoestética, Um Labrego em Nova York, Se em Portimão houvesse Baleias, Educação Espartana, Continentes. His first individual exhibition took place in 1984, and others followed, among them: Ginásio, Cómicos Gallery, Lisbon (1986); Fucares Gallery, Madrid (1987); Kunstwerein de Frankfurt (1988); Firth Gallery, London (1989); Calouste Gulbenkian Foundation, Lisbon (1994); Uma Salada Alegórica, Gilde Gallery, Guimarães (1995); Big girls don’t cry, Pedro Oliveira Gallery, Oporto; Da interpretação, Ad Hoc Gallery, Vigo e Os Mariolas, Assírio & Alvim Gallery, Lisbon, (1996); Antiphonte & Ophélia, Casa Fernando Pessoa, Lisbon (1997); Anacorense Galante, Pedro Oliveira Gallery, Oporto, Camargo Vilaça Gallery, São Paulo (1998); Doghead Cat, Pedro Oliveira Gallery, Oporto (2000); Portrait of the Artist as na Old Rabi, Pedro Oliveira Gallery, Oporto (2002); Dou bolachas de Gato aos meus filhos, Artistas Unidos, Lisbon, Bach 4 Gallery, Barcelona (2003); Fugas Fantasias Fados Fandangos, Lisboa 20 Gallery, Lisbon, O inadiável e outras curiosidades, Fonseca Macedo Gallery, Ponta Delgada (2004); Da representação, Assírio & Alvim Gallery, Lisbon (2006); Unlessness, Lisboa 20 Gallery, Lisbon (2007). Among the numerous collective exhibitions, the following stands out: Nine Portuguese Painters, John Hansard Gallery, Southampton (1986); Aperto 88, Venice Biennale (1988); Tríptico, Museum van Hedendaags Kunst, Gand (1991); Tradición, Vanguarda e Modernidade do século XX portugués, Galiza Auditorium, Santiago de Compostela (1993); Artistas Portugueses da Colecção do MEIAC, D. Luís Foundation, Cascais (2000); Guardi, a Arte da Memória, Belém Cultural Centre, Lisbon (2003); O Amor que no meu peito escrito tinhas, Coimbra (2005).

> Der Vogel Selbsterkenntnis

“Pássaro de auto-conhecimento” (1998) Indian Ink on paper 330 x 150 cm Courtesy of the Lisbon Gallery 20 – Plastic Arts Photo: António Campos Leal

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RUI CHAFES

was born in Lisbon in 1966 where he lives and Works. Rui Chafes has exhibited individually since 1986. His main exhibitions are: Pássaro ofendido, LEO Gallery, Lisbon (1986); A vocação do medo, Diferença Gallery, Lisbon / Atlântica Gallery, Oporto (1990); Fragmentos de Novalis, Assírio & Alvim Book Shop, Lisbon (1992); Sonho e morte, Belém Cultural Centre, Lisbon (1993); a herida, Fúcares Gallery, Madrid (1994); Würzburg Bolton Landing, Modern Art Centre of the Calouste Gulbenkian Foundation (1995); Sombras que não são sombras, Camargo Vilaça Gallery, São Paulo; Der König schläft, Galerie 102, Düsseldorf (1996); Müd’ und flügelschwer, Karin Sachs Gallery, München (1997); Harmonia, Canvas & Companhia Gallery, Oporto (1998); La face intérieure, Cent8 Gallery, Paris (1999); Heilung für Deine Wunden, Karin Sachs Gallery, München; Durante o fim, Sintra Museum of Modern Art, Berardo Collection, Pena Palace, Pena Historical Park, Sintra (2000); Kranken Engel, S.M.A.K., Stedelijk Museum voor Actuele Kunst, Gent; Unsaid (com Orla Barry), Canvas Gallery, Oporto (2001); El alma, prisión del cuerpo, Juana de Aizpuru Gallery, Madrid; Leçons de ténèbres, Cent8 Gallery, Paris (2002); Devastação, Graça Brandão Gallery, Oporto; Ash flowers, Esbjerg Kunstmuseum, Esbjerg, Denmark (2003); Portuguese Representation at the São Paulo Biennale, Brazil, together with com Vera Mantero (2004); Comer o Coração, with Vera Mantero, Belém Cultural Centre, Lisbon; Augenlicht, Folkwang Museum, Essen; Fora, collective exhibition with Pedro Costa, Serralves Museum, Oporto (2005); Morituri, SCQ Gallery, Santiago de Compostela; Nothing Retains its Shape, Treasure of the Leuven Cathedral, Leuven (2006); Onde Estou, Fondazione Volume, Rome; Nocturno, Eva Klabin Foundation, Rio de Janeiro (2007); A Mesma Origem Nocturna, Sculptures at the Botanic Garden of Coimbra (2008). Of his participation in numerous collective exhibitions, the following occurred in the last three years: Vglup – 6 contemporary artists from Portugal, NCCA – New Center for Contemporary Art, Moscow; Colección Caixa Galicia en el IVAM, IVAM – Institut Valenciá d’Art Modern, Valencia (2006); Drawing: Drawings and a sculpture, Indira Gandhi National Centre for the Arts, New Delhi; Lisboa – Luanda – Maputo, Cordoaria Nacional, Lisbon; [Kick!] Project, S.M.A.K. / AZ Maria Middelares Hospital, Gent; Internationale Künstlerbegegnung zum 1000 jährigen Jubiläum des Bistums Bamberg, Deutschland, Österreich, Polen, England (2007); Desenhos estranhos, Porta 33, Funchal, Madeira (2008). He is represented in the most prominent Portuguese and European Collections.

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Untiltled (1986) Iron Sculpture Private Collection Jorge Salavisa Photo: Edgar Libório

> Já não te ouço, já não te vejo (2005)

Iron Sculpture 320 x 160 x 362 cm Courtesy of the Graça Brandão Gallery Photo: Edgar Libório

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JOSÉ AURÉLIO

> Irmãos no Ferro (2008) Sculpture (model) Iron 380 x 150 x 260 cm Photo: Edgar Libório

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was born in Alcobaça in 1938. Course of sculpture from ESBAL. He participated in numerous collective exhibitions since 1958. He has been developing new forms of expression in the Art Medal field since 1966. Between 1969 and 1976 he conceived, built and directed the Galeria Ogiva in Óbidos. In 1978 he received a Calouste Gulbenkian Foundation scholarship. In 1984 participates as a guest in the work shop “Ressurgent Art Medal” at the University of Pennsylvania in the USA and in 1987 in the Congress of the British Art Medal Society, in England. On the same year, he promotes, with the sculptor David Reid, degrees in ESBAL and in “Casa da Moeda”. Between 1997 and 1999, he carries out a plastic project of the lift from “Boca do Vento”, in Almada. He has lived and worked in Alcobaça since 1980. Represented in collections and museums in Portugal, Brazil, France, Netherlands, USA, Japan and England. 40 individual exhibitions. National and international prizes. Many public works among them: Monument to the General Humberto Delgado in Cela Velha, Cross of Christ at the Portugal Embassy in Brasilia, the 8º Centenary Standard of the Cister Abbey in Alcobaça, “Carris” Sculpture in Miraflores, Gargoyles from “Torre do Tombo” in Lisbon, “Sculptury” elements from “Nó da Feira”, “Camões Portrait” in the Republic Assembly, the 7 Rivers Sculpture in Lisbon, the Park of Peace Sculpture in Almada, the “D. João V Portrait” in “Coudelaria de Alter”, the Aviation Pioneers Monument in Alfragide, the Sanctuary Crib of Fatima and the 25th of April Monument in S. Paulo. In 2005, participates in the national celebrations of the 650 years of Inês de Castro’s death and promotes an edition of Cristal Sculpture alluded to Ephemeris as an invitation of the French factory DAUM, founded in Alcobaça the “Armazém das Artes”, Cultural Foundation, aimed to promote culture and citizenship, with its own headquarters (In the process of installation). He has been graced by the President of the Republic of Chile, with the Order of Bernardo O’Higgins – Commander degree, for his performance in the Commemoration of the centenary of the birth of the poet Pablo Neruda. In 2006 is graced by the Portugal Republic President, with the Order of Infant – Commander degree, by his significant activity as sculptor and as citizen.

“Irmãos no Ferro” (Iron Brothers) I don’t know, nor am I concerned with the reasons that drove me to create this work of art. I am certain that there were many, and of multiple nature. However, I must refer two of these reasons. A few years ago, I found two large tubes, abandoned somewhere in a junk yard which, one next to the other, reminded me of an image of two brothers. Due to the importance of its occasional verticality, its fortuitous proximity and its abnormal dimension, it compelled me to feel a sense of fraternity. This feeling was so overwhelming that, when I got back to my workshop, I immediately drew a few sketches registering an idea that I would later develop. Time passed and I did look at this project again and again, but never considered to be the opportune time for its conception. Finally, while sharing impressions, of affections and other complicities with Rui Chafes, the reason that was missing finally materialized and made this process unravel. In fact, it was after reading a book that Rui sent me, dedicated to a member of the sisterhood of iron, and that according to him we should belong to, that I started to prepare its execution. In the midst of a series of other projects and occupations, that characterize my way of life, these “brothers” were abandoned, waiting for better days, in other words, days that would offer me more time for less urgent projects. One day, hallelujah, Óbidos invited me to participate in Junho das Artes – Contemporary Art Month. And to my surprise, a work by Rui Chafes would also be shown, in Saint Mary’s Square, precisely in the same place where, 38 years ago, I presented my piece in the exhibition, “35 Artistas”, for the inauguration of the Ogiva Gallery. Myth or coincidence, here we are in Óbidos. Rui has a work in front of Saint Mary’s Square and I have one, at the same time, in Saint Peter’s Square, with “Irmãos no Ferro” (Iron Brothers), which can be translated in the consideration that I feel for both Rui and his work.

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RAMIRO GUERREIRO

was born in Lisbon, 1978. Lives and works in Lisbon. Education: 2001/ 05 – Independent Study Program, Maumaus School of Visual Arts, Lisbon; 1997/ 01 – Attended the Architecture Course at the Faculty of Architecture, Oporto University; 1996/ 97 - Arts Course, Seljord Folkehogskule, Seljord, Norway. Collective Exhibitions: 2008 - Dibujo, Arte Digital, Video, Instalatión, Velazquez House, Madrid; Puertas Abiertas, Velazquez House, Madrid; Opções e Futuros, New Acquisitions of the PLMJ Foundation, Espaço Arte Contempo, Lisbon; 2007 – La Prima, Chiado, Lisbon; Trabalhar Cansa, Espaço Arte Contempo, Lisbon; 2006 – De dentro – V Glup, National Centre for Contemporary Art, Moscow; 2005 - Pilot: 2, Farmiloes Building, London; - Alojamentos, an exhibition by the Maumaus Public Bath-house, Parish Centre of Pena, Lisbon; - A Arquitectura como qualquer Coisa de Provisório, an exhibition of Maumaus, Lisbon (Uptown); - Relay, in association with Maumaus, invited by Renée Green, Kunstraum, Innsbruck; 2003 – A História com qualquer Coisa de Provisório, an exhibition by Maumaus, Lisbon. Solo Exhibitions: 2007 – Teatro del Mondo, Dias da Água House, Lisbon; Working Title, HALL Space, Lisbon. Grants and Awards: 2007/ 08 – Grant: artistic residence of the Gulbenkian Foundation (6 months) at the Velazquez House, in Madrid. 2005 – EDP New Artists Award, Centro de Portugal Pavilion, Coimbra. (Honorable Mention); - BES revelations, Serralves House, Oporto.

Muro Divisor (Dividing Wall) (February 2008) Velasquez House, Madrid (latest works by this artist)

Vislumbre (Glimpse) Project Saint James Auditorium, Óbidos

Tapume (Screen) (June 2008) Installation Pine wood and black canvas Variable sizes Três desenhos (Three Drawings) (Junho 2008) Installation Projection of 40 slides in a black box built with black canvas and pine structure. 250 x 250 x 250 cm Photos: Bruno Ramos Observatório (Observatory) (Junho 2008) Installation Pine Variable sizes Saint James Church is being used for the Exhibition Vislumbre (Glimpse) Photo: Edgar Libório

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Commissioned by: António Gaeta and Lourenço Egreja (CNETRAL)

The Project Vislumbre, is especially conceived for the Saint James Auditorium and is divided in three moments/works. The order in which we look at these installations is random. However, the work that is located in the church choir should naturally be the last to be seen. Tapume (Screen) is a piece developed for the church’s main altar. The wooden structure and black canvas partially cover its view. This work of art (which we could ultimately call a sculpture) is slightly inclined, giving a feeling of unbalance as if falling on top of the visitors. In order to correct this sensation, a wooden beam is placed in this area, assisting the bigger structure (6 cm high). The pieces cover the altar, but only partially. The side altars are uncovered in order to establish a parallelism with the central altar. Três Desenhos (Three Drawings) is an installation using a slide projection, shown on a canvas, inside a black box. The slides show a series of actions carried out on the church’s floor and registered from the choir. The actions undertaken include a design by three or four individuals, who with a cord, draw, with salt, simple geometrical shapes on the floor. These forms disappear as people walk on top of them. They are an allegory to some religious symbols and an attempt of a “harmonic construction”: an equilateral triangle, a square, a rectangle in gold (following a square) and a circle – the ultimate form, perfect and simpler, but also unstable. At the end, the different shapes are not recognizable. There is a hitch in the projection and the video starts once again. Observatório (Observatory) is a piece envisaged for the church’s choir. It is a unique work of art with two chairs, 1, 5 meters high, and tied to each other. One of them faces the central window of the choir – with an opening, therefore having a controlled view of the exterior (both windows will be closed) – and the other faces the altar. From this chair we can see the altar and part of the structure.

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“…According to normal comprehension, the work of art emerges from and through the artist’s activity. But, by what means makes the artist what he really is? Through his works of art; for it is through these works that we know the artist. In other words, it is the work of art, primarily, that makes the artist become a master. The artist is the origin of the work. The work is the origin of the artist. Neither is without the other. Nevertheless, neither is the supporter of the other.” (in HEIDEGGER, Martin, “A Origin of the Work of Art”)

Evoking a great philosopher, I sought to bring to light Man’s never ending search on the ultimate sense of Art and eternal human creativity; and also how one can distinguish “imitation” from a “true creation” and recognize the good technical use of the freedom of art. I have resorted to others who, better than I, have helped to strengthen this knowledge and seek a better, although always incomplete, comprehension of art and its nature. Taking into account their thoughts, I am, now, more certain in asserting that a work of art is neither the substance nor the form in which the works are created, but the emotions that transcend these works and their respective artists. These emotions introduce a spiritual union making us understand that its creativity – that art incorporates and emanates – cannot be isolated. It goes beyond the artist and becomes property of Mankind, whatever the place or time in which it is experienced. José Amaral Lopes, Junho das Artes

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ANA CARVALHO

JORGE LOPES

NUNO FRANCO

Bikini Kill in memorium (para) stockhausen

S/ título & Se tivesse dedos de piano

& SUSANA PIRES

performance / installation multimedia

painting

installation

CARLOS RODRIGUES

JOSÉ SOUSA

PAULO TUNA

Árvore Viva, Noite Viva

Explosão

intervention / visual interaction

work-in-progress sculpture

Devaneio de prometeu

CLÁUDIO SOUSA

JULIANA FERREIRA

RITA PIMENTA

Consegues ver?

Encerrados cá fora

land-art installation

installation

Brecha

DANIEL LOPES

LUÍS PLÁCIDO COSTA

SARA & ANDRÉ

S/ título

In-paralelos-out

installation

installation

Oretratista.com

DAVID ETXEBERRIA

MAGDA MOITA

Urgull

& CONCHA ROZAS

video installation

Maria José

DENISE SERRA

MARK ARAGÃO

video installation

sound installation

DIOGO ANDRADE

MIGUEL RATO

Alive-end

Timelapse & Uns poucos metros quadrados

GONÇALO TARQUINIO

Silos 2007

photography

Fuga

MIGUEL RONDON

sound installation

IDÍLIA MONIZ

Procuro a cultura destas posições funebres & Sem ver

Meninos

installation

painting

INÊS HENRIQUES Casas habitadas dois espaços completos

installation

vídeo installation

drawing

TERESA NUÑO VECI Arte? & Truqueme installation / photography

installation

ciclo: coberta pela noite / resurge

performance / video installation

Ponto de encontro

TIAGO AREIAS Mirror hope installation

VERA GONÇALVES Rua direita & Feira da ladra photoengraving

VIOLA JAECKER Nachthelle IV photography

VITOR REIS Entre linhas vídeo installation

NUNO BETENCOURT There’s no business like show business painting

light installation

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FICHA TÉCNICA

Texto de Abertura: Telmo Henrique Correia Daniel Faria Texto sobre Maria José Salavisa: António Pinto Marques Texto “Percursos”: Paulo Reis Verbetes Biográficos “Percursos”: Maria Fátima Lambert Revisão: Maria da Conceição Caleiro Texto “Vislumbre”: Ramiro Guerreiro Texto Novos Criadores: José Amaral Lopes Créditos Fotográficos: António Campos Leal, Cintra & Castro, Edgar Libório, PCR Studio / Tânia, Rosa Coutinho Coordenação de Produção: Ana Maria Calçada Produção Novos Artistas: Lino Romão Tradução: Paula Ganhão Design Gráfico: Miguel Macedo e Susana Santos Impressão: Printmor - Impressores, Lda. Nº de exemplares: 1500 ISBN: 978-972-9132-17-9 Agradecimentos: António Pinto Marques, Catarina Machado, Edgar Libório, Filipa Junqueira, Jorge Salavisa, José Mário Brandão

TECHNICAL FILE

Opening remarks: Telmo Henrique Correia Daniel Faria Text Maria José Salavisa by: António Pinto Marques Text “Percursos” (Paths) by: Paulo Reis Biographical Notes, “Percursos” (Paths) by: Maria Fátima Lambert Revision by: Maria da Conceição Caleiro Texto “Vislumbre”: Ramiro Guerreiro Text “New coming Artist” by: José Amaral Lopes Photographs by: António Campos Leal, Cintra & Castro, Edgar Libório, PCR Studio / Tânia, Rosa Coutinho Production Coordinator: Ana Maria Calçada Production/new coming artists: Lino Romão Translation: Paula Ganhão Graphic design: Miguel Macedo e Susana Santos Printing by: Printmor - Impressores, Lda. Number of copies: 1500 ISBN: 978-972-9132-17-9 Acknowledgments: António Pinto Marques, Catarina Machado, Edgar Libório, Filipa Junqueira, Jorge Salavisa, José Mário Brandão

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