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O-----ZéPracana

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2015 2016

2015 2016

Katia Guerreiro

Cresci a gostar dele. Como cresci nos Açores, ali mesmo em Ponta Delgada na ilha de São Miguel, tinha o privilégio de saber bem quem era este personagem, que no meio das suas viagens enquanto Comandante, se dedicava ao Fado. Era amigo de minha mãe e achava-me graça. Não por cantar, porque eu nem sabia que a minha voz seria o que me mudaria a vida, mas porque tinha aquele jeito giro de se meter com as crianças.

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Depois cresci e, em Lisboa, ao ouvir falar do Zé, sempre se me enchia o peito de orgulho por conhecê-lo.

No dia em que me puseram a cantar na Taverna do Embuçado ele estava lá. Eu, humildemente fui apresentar-me pois já não nos cruzávamos há muito tempo. “És a filha da Fátima??”, “Quem diria...!” comentando depois de me ouvir.

Ouvi um sem número de suas histórias no Fado, daquelas que nos levam às lágrimas no riso, contadas pelo seu companheirão João Veiga.

Um dia fui convidada a cantar num programa de televisão e, acho que pela primeira vez, dispensei os meus músicos porque finalmente seria acompanhada pelo Zé. Recebeu-me em sua casa, aquela para onde eu olhava sempre por sabê-lo lá, e ensaiámos na sua adega contandome as inúmeras histórias das relíquias que foi guardando pela vida fora.

Fez o favor de gostar de mim, como eu sempre gostei dele.

Obrigada Zé!

Katia Guerreiro

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