Exposição Como Fazer um Buraco em uma Pedra com uma Colher | I Edital de Ocupação do espaço Vitrine

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ÉRICA STORER

COMO FAZER UM BURACO EM UMA PEDRA COM UMA COLHER

I EDITAL DE OCUPAÇÃO DO ESPAÇO VITRINE


CAPA, 1, 2, CONTRACAPA

Érica Storer em performance Como fazer um buraco em uma pedra com uma colher. Registros: Mai Fujimoto – Galeria Boiler, 2017 — Érica Storer performing How to bore a hole in a stone with a spoon. Documentation: Mai Fujimoto – Galeria Boiler, 2017

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COMO FAZER UM BURACO EM UMA PEDRA COM UMA COLHER Quando nós começamos a ver os espaços nos quais entramos, ou até mesmo o vazio, como um buraco? Talvez não seja tão difícil ficcionalizar a invenção do buraco. Nesse sentido, o “Manifesto Contrassexual”, de Paul Preciado, propõe uma ficção do buraco, investigando a tecnologia do orifício e suas agências. O buraco é uma instância dependente apenas de um corpo ou objeto, como por exemplo, a invenção da roda que é dependente da invenção do buraco. Entretanto, enquanto a roda desperta um gigantesco imaginário, o buraco é algo que encontramos em nós mesmos – e aqui eu não falo metaforicamente –, é o orifício que em algum momento pode ser penetrado, preenchido ou observado. Olhando para o trabalho de longa duração Como fazer um buraco em uma pedra com uma colher, de Érica Storer, encontramos outros sentidos para a palavra performance, associando as práticas que a artista se propõe agenciar um inverso e contraditório do conceito de trabalho na forma que vivenciamos hoje, arquitetado desde o mercantilismo no século XVI e impulsionado pelos investimentos da colonização em exploração e genocídio do século XV em diante. A escolha de um ato, sem objetivo final ou expectativa da funcionalidade, evidencia um caminho cujo sentido é o começo. Quando

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deixamos de nos preocupar necessariamente com a funcionalidade, podemos observar como a ação – junto a outro corpo externo ou não – se dilui em nosso corpo. Ela tampouco perde o sentido, apenas adquire múltiplos sentidos, outras possibilidades, um eixo que nos aproxima de vivenciar o início, que é todo o percurso. por Yná Kabe Rodríguez

Programação Como fazer um buraco em uma pedra com uma colher é uma performance de longa duração, cujo título e ação advêm de um manual de instrução desenhado pela artista em 2017. 500 colheres, uma pedra e uma marreta compõem a ação realizada entre os meses de novembro e dezembro de 2021. No espaço Vitrine do Museu Paranaense permanecerá sua transformação e o processo ao decorrer das performances e também posteriormente a ela. 27 e 28 de novembro, das 10h às 17h30 04 e 05 de dezembro, das 10h às 17h30 11 e 12 de dezembro, das 10h às 17h30


HOW TO BORE A HOLE IN A STONE WITH A SPOON When do we begin to see the spaces that we enter, or even the empty spaces around us, as holes? It may not be so difficult to develop a fiction around the invention of the hole. In this sense, Paul Preciado’s Countersexual Manifest proposes a fictional account of the hole, investigating the technology of the orifice and the agencies it unleashes. The hole is a creation that depends only on a body or an object, as – for example – in the case of the wheel, which relied on its invention. Yet while the wheel has awakened in us an enormous imaginary, the hole is something that we find within ourselves – and here I am no longer speaking metaphorically -; it is the orifice that at some moment can be penetrated, filled in, observed. Examining Érica Storer’s work of long duration, How to bore a hole in a stone with a spoon, we discover new meanings for the word performance, associating it to the practices that the artist proposes for the creation of a reverse and contrary notion of work as we experience it today – labor that was shaped through 16th century mercantilism, and fueled by colonial investment in exploration, exploitation and genocide from the 15th century onward. The choice of an act, with no goal or expectations of functionality, provides evidence of a path whose


meaning is but a beginning. When we relinquish the mandatory requirement of functionality, we become able to capture the way action – whether or not in conjunction with an external body – is diluted within our body. Yet rather than losing meaning, it acquires multiple meanings, other possibilities, as axis that brings us closer to experiencing the beginning, which is in fact the entire route. by Yná Kabe Rodríguez

Calendar How to bore a hole in a stone with a spoon is a long- term performance whose title and action come from an instruction manual put together by the artist in 2017. It is comprised of the 500 spoons, stone and hammer that made up an action carried out between the months of November and December 2021. The museum display space now becomes home to its transformative processes, as they unfold, both during and in the aftermath of performances.

Nov. 27th, 28th, 10pm — 5h30pm Dec. 4th, 5th, 10pm — 5h30pm Dec. 11th, 12th, 10pm — 5h30pm


Esta exposição faz parte do I Edital de ocupação do espaço Vitrine. This exhibition is part of the Call for occupation of the Storefront space I. Terça a domingo 10h—17h30 Tuesday to Sunday 10am—5h30pm Entrada gratuita Free admission

MUSEU PARANAENSE Rua Kellers 289 Alto São Francisco Curitiba, Paraná, Brasil +55 41 3304 3300 museupr@secc.pr.gov.br museuparanaense.pr.gov.br museuparanaense museuparanaense


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