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Demissões e desapegos: o segredo não contado

JOEY GROSS BROWN Especialista no mercado de áudio e instrumentos musicais.

Pode ser contatado pelo e-mail: joey.grossbr@gmail.com

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PONTO DE VENDA

Demissões e desapegos: o segredo não contado

Rotatividade nas posições de trabalho. Você está preparado para isso?

Muito se fala sobre pessoas serem avaliadas pelo índice de produtividade e o comprometimento em relação à empresa. Este assunto nunca sai de pauta quando se fala em justificativas de demissões no mundo corporativo. E em nosso mercado? Não é nada diferente.

Por sua vez, executivos pensam sempre saber o que seus superiores pensam e, sem nenhum sinal de fumaça, geralmente especulam de maneira exagerada. Ainda procuram mostrar indiferença ou fazer do assunto uma espécie de tabu.

Em tempos de crise econômica, fica ainda mais evidente a dança de cadeiras ou a alta rotatividade de pessoas, seja devido a um corte de custos ou a um simples ‘bom momento’ para aproveitar e substituir o que não vem dando resultado. Obviamente, ninguém é insubstituível, mas também ninguém é totalmente dispensável.

E quanto às empresas? Como lidar com a possível saída de um funcionário de alto escalão? Sempre é bom lembrar que o descontentamento não possui lado nem preferência. Momentos de crise também podem ser o ‘bom momento’ para quem quer mudar de ares.

Sendo assim, vou revisitar este assunto, aproveitando as últimas tendências profissionais globais e apresentar uma cartilha de ações para o executivo que vem pensando em procurar novos horizontes no mercado. Qualifique-se: qualquer um que deseja um cargo maior deve se qualificar para o mesmo. Caso tenha sido agraciado com uma promoção, esta é a hora de se esforçar ainda mais e estudar a fundo as implicações e atribuições de sua nova posição. Em diversos países da América Latina, vemos o movimento da necessidade de formação em engenharia e cursos similares para entrar em empresas deste mercado. Em alguns países, aquela coisa do músico que virou vendedor já foi enterrada e hoje a necessidade de qualificação para cargos de segundo e terceiro escalões passa necessariamente por uma formação acadêmica sólida. Pense bem: a empresa onde você trabalha pode estar procurando seu substituto. Disponibilizar-se no mercado de trabalho é positivo e não deve

ser encarado como algo ‘perigoso’. Mas, ao tomar a decisão de deixar seu lugar de trabalho, analise antes com todos os possíveis critérios se vale mesmo a pena. O arrependimento é cruel e prejudica seu desempenho antes mesmo de prejudicar sua autoestima. Estude o novo local: a religião dos donos, os valores pessoais, hobbies e características individuais de cada superior ou diretor. Uma empresa irá esmiuçar sua vida antes de contratá-lo. Faça o mesmo. Levante resultados, desempenho e real posicionamento de cada empresa. Assegure-se de que o sorriso de hoje não seja a lamentação do amanhã. Jogue limpo: seus superiores confiam em você. O.k., ao menos lhe dizem isso. Mas colocar-se à disposição do mercado de trabalho, seja pelas redes sociais ou empresas de headhunting, sem deixar isso evidente aos seus superiores pode lhe impedir de crescer dentro da empresa. Fale a verdade. Explique que deseja algo melhor em sua carreira e que você estaria feliz se isso acontecesse na sua empresa atual. E mesmo no caso de estar sobrecarregado e esgotado, procure dizer a verdade para que assim possa ser sempre, ao menos, respeitado pelo seu caráter e não pelo seu número. Nunca faça leilão: em vez disso, venda-se! São coisas muito diferentes. Um

Em tempos de crise econômica, fica ainda mais evidente a dança de cadeiras ou a alta rotatividade de pessoas

executivo que está na empresa A nem sempre é o melhor para a empresa B fazendo a mesma coisa da mesma maneira. Ao se encontrar entre a escolha da empresa A ou B, veja qual lhe traz maior satisfação e, uma vez decidido, comunique ambas ao mesmo tempo. Ficar aguardando que a empresa A cubra a proposta da B para somente então tomar decisões é um jogo muito perigoso. E pode lhe trazer problemas no futuro. Explico: imagine-se num leilão em que sua empresa atual é a empresa A e a nova proposta venha da empresa B. Suponha que a empresa B tenha a melhor oferta em termos de benefícios e rendimentos, mas a atual oferece maior liberdade, autonomia e é onde você se encontra mais familiarizado. Agora imagine que a empresa B lhe contrate após o leilão. Qual será a confiança da empresa B em sua postura ética? Quantas portas para um crescimento mais rápido podem ser fechadas em função da confiança danificada? Simples: deu sua palavra, cumpra! O rancor é uma cruz infinita: guardar rancor do seu antigo empregador é o pior sentimento que pode lhe acompanhar. É o mesmo que carregar uma cruz invisível e pesada. Acredite: essa cruz será notada aonde quer que você vá. Liberte-se de correntes ou amarras antigas. Livre-se dos vícios, tenham sido estes adquiridos ou impostos, referentes ao seu trabalho anterior. Renove-se. Abra sua mente a novos formatos e ideias, pois agora serão novas pessoas com pensamentos diferentes e valores que nem sempre são iguais em todos os lugares.

A perda de um executivo de alto escalão não é boa para as empresas e, caso tenha dúvidas a respeito de sua nova opção, permita que sua empresa lhe faça uma contraproposta. É justo. Não aproveite esse momento para dizer tudo que houve de errado ou que lhe incomoda. Aproveite o momento para, de maneira assertiva, demandar maior autonomia e liberdade. Isso irá lhe trazer o reconhecimento desejado. Não se lamente de que ninguém lhe dava carinho ou de que o café na sua seção era ruim.

Seja profissional. Deixe tudo por escrito e lembre-se de tratar de todos os detalhes. Dessa maneira, ao avaliar os prós e contras das opções à sua frente, sempre ficará mais fácil negociar e decidir o melhor para você. Boa sorte! n

Solid Sound é show em proteção e design!

NAMM Show 2016 recarregada!

De 21 a 24 de janeiro, Anaheim voltou a receber membros da indústria musical de todo o mundo, criando um círculo de ideias, novidades e relações comerciais

Ir para a NAMM a cada ano é sempre emocionante para quem tem a oportunidade de viajar à Califórnia. É um ‘parque de diversões’ onde podemos ver, saber, conhecer e ouvir tudo sobre a indústria de instrumentos musicais e áudio. Instrumentos variados, microfones, sistemas de áudio, acessórios, notícias, lançamentos, curiosidades, fofocas e ‘comentários off the record’. Que mais podemos pedir?

Este ano dava para perceber uma energia maior no centro de exposições, inclusive desde antes de começar a feira, com expositores entusiasmados — muitos apresentando-se pela primeira vez — e uma enorme quantidade de público, especialmente nos dois primeiros dias. “Se observamos o número recorde de marcas expositoras, a entrada de um novo espírito empresarial e a presença de 125 países, a indústria parece pronta para um crescimento vital e mais inovações”, disse Joe Lamond, presidente e CEO da NAMM. “A NAMM Show é um reflexo da nossa indústria, não só onde está neste momento, mas o mais importante, para onde está indo.”

Alguns números

É importante destacar que a feira deste ano foi a maior nos 115 anos da National Association of Music Merchants, com um recorde de 1.726 companhias expositoras — 7% de aumento em relação ao ano passado —, representando mais

O time de brasileiros presentes da NAMM, com apoio da Anafima e da Apex Brasil

de 6 mil marcas. Segundo os expositores, este ano os compradores chegaram prontos para adquirir produtos e fazer pedidos diretamente durante o evento, mostrando, talvez, uma melhora no mercado americano.

Por parte dos visitantes, foram registrados 101.736, entre convidados dos membros da NAMM, estudantes, compradores, funcionários de lojas, expositores, imprensa e músicos em geral, resultando em 2% a mais sobre o evento de 2015.

Por parte das empresas debutantes, somaram-se 409, mais 174 empresas que voltaram a expor em 2016. Já falando sobre os visitantes do exterior, a conta chegou a 15.915, 20% mais do que no ano passado. Os viajantes chegaram de 125 países diferentes e devemos reconhecer que encontramos uma enorme quantidade de latinos percorrendo o evento!

Algumas tendências

Como destaque, na exposição puderam ser vistas diversas tendências no setor de instrumentos. Pelo lado de sintetizadores, está se apresentando uma inclinação para os analógicos, com várias marcas mostrando modelos modulares pequenos.

Já entre os instrumentos com trastes, percebeu-se que o crescimento continua dando maior ênfase aos produtos elétricos, contrastando com o aumento recente no lançamento de produtos acústicos.

Estande da Giannini

Rafel e Felipe (Music Kolor)

Guto e Alexandre (Carrozza) Rafael Prim (Liverpool) de visita

Mac Cabos também presente

Tiago Valente (Suette) Peças de guitarras à venda

IK comemorando 20 anos

Guitarra Fender desmontada

Acústicas da Cort

Na percussão, o melhor veio por parte dos artistas que estiveram visitando os estandes, incluindo os bateristas Questlove, Josh Dun, Tré Cool, Stewart Copeland, Carmine Appice, Josh Devine e muitos outros.

Também não faltaram demos e shows, não só com instrumentos mas também mostrando a energia do mercado de DJ e software para áudio profissional. O que mais dizer? Apresentamos uma interessante foto-galeria dos protagonistas desta edição. Não se esqueça de que para vê-la completa, você pode visitar www.musicaemercado.org.

Guitarras Gibson para teste

O Brasil presente!

Em mais um ano, destacamos a presença do pavilhão especial dedicado a fabricantes do nosso querido Brasil. Instrumentos e acessórios criados no País chamaram a atenção dos visitantes no evento, que mostraram seu interesse não só nos produtos, mas também na cultura dos expositores.

No colorido setor brasileiro havia 24 empresas — presentes com o apoio da Anafima e da Apex Brasil —, incluindo Contemporânea, Fire, Giannini, Meteoro, Odery Drums, Izzo, Spanish, Staner/Renaer, Stay Music,

Estande da Zildjian

Tagima, Urbann Boards, Music Kolor, Mac Cabos, Carrozza, Ronay, Solid Sound, iBox, Datalink, Wood, Suette, Rozini, RMV, Everton e Luen.

Participando pela primeira vez, Adriano Moretti, da iBox — fabricante de acessórios para instrumentos musicais —, descreveu essa como uma “experiência única”. “Estamos aprendendo mais sobre o mercado internacional e as suas exigências. Os produtos brasileiros têm muita qualidade, devemos ter cuidado com o modo como os apresentamos para poder nos adaptar aos standards e crescer no exterior”, comentou.

Everton e Diogo (Ever-ton Mouthpieces)

Douglas Prado (Luen)

Roni (Ronay Woods)

Paulo (Solid Sound)

Fritz Junginger e Mário Garcia (Datalink)

Concordando com isso estava Klaus Ximenes de Souza, da Mac Cabos, que disse: “É uma experiência inovadora e a aceitação do produto está sendo muito boa. Em questão de valores, o pessoal está gostando. Talvez seja pela vantagem do nosso câmbio hoje. É muito bom ter contato direto com os importadores americanos. Ainda vendemos apenas no Brasil, mas estamos otimistas com a possibilidade de exportar”.

Para Felipe Carvalho, da empresa especialista em acabamentos para guitarra Music Kolor, a feira foi um sucesso:

Adriano e Rafael (iBox)

“Os visitantes, tanto americanos como europeus e asiáticos, se encantaram com a nossa pintura, arte e instrumentos. A pintura é uma especialidade que todo mundo tem dificuldade em fazer e a oportunidade foi boa para mostrar a nossa qualidade. Inclusive tivemos a visita de várias indústrias querendo terceirizar a parte de pintura conosco”.

Alexandre Carrozza e Guto Rodrigues, das guitarras personalizadas Carrozza, comentaram: “É o segundo ano que expomos na NAMM e é muito bom para fazer novos contatos, além de conhecer os novos instrumentos e uma

cultura diferente. A nossa intenção é ir conquistando aos poucos o mercado americano e estar aqui ajuda muito! Também ajuda muito a nossa imagem no Brasil, dá credibilidade e prestígio”.

Tiago Valente, dos pianos Suette, encontrou no pavilhão brasileiro “uma família! É muito bom o ambiente de parceria que encontramos tão longe de casa. Ainda melhor fazendo contatos com os visitantes”.

Outro comentário positivo veio de Everton da Silva, da Ever-Ton Mouthpieces: “Já conhecemos o mercado brasileiro, então, para nós isso aqui é

Anselmo e Marino Rampazzo (RMV)

Ney Nakamura e Márcio Zaganin (Tagima)

Simone Storino (Izzo)

Leandro e Alan (Stay Music)

Estande da Odery Drums

outro mundo. Muitos contatos! Acredito que irão surgir novas parcerias muito importantes. Somos fabricantes de boquilhas para iniciantes, músicos intermediários e profissionais, e os únicos no Brasil que usam a mesma matéria-prima das grandes marcas. Isso nos dá uma vantagem grande”.

“Sempre é bom poder ver as aberturas no mercado e as tendências de primeira mão. Trouxemos produtos de percussão típicos dos ritmos brasileiros que atraem aos visitantes. Já temos presença em vários países da Europa e na América Latina em geral, mas agora

Roberto (Contemporânea)

estamos procurando potenciais clientes nos Estados Unidos também”, contou Douglas Prado, da Luen.

A Solid Sound, fabricante de cases de Curitiba, foi uma das debutantes este ano. Paulo Peceniski confirma: “Temos uma linha muito grande, com mais de 250 itens para todo tipo de instrumentos. Embora só tenhamos trazido uma pequena parte do nosso estoque, dá para mostrar a qualidade dos nossos produtos e as pessoas se surpreendem porque reconhecem que vários deles são inéditos no mercado mundial! Poder fazer contatos e conhecer pessoas

do mundo inteiro, isso é o melhor!”.

No caso da Datalink, foi a primeira participação e o diretor de vendas, Mário Garcia, conta: “Estar aqui abre muitas portas, principalmente porque somos relativamente novos no mercado de cabos para áudio e instrumentos musicais. O americano é um público diferenciado, só vai aonde lhe interessa. A coisa boa aqui é que as visitas são de lojistas, ou seja, possíveis distribuidores para trabalhar com os nossos produtos”.

“Expor na NAMM é expor para todo o mundo. Tem muitos visitan

Wagner e Kleber (Fire)

Staff Renaer e Miami Audio Music

Staff da PRV com prêmio!

Nilo André, da Rozini, improvisando

Conferência de imprensa Sabian

tes da América Latina e da Europa, e é muito bom dar visibilidade para a nossa marca. Estamos começando a trabalhar na América Latina com um distribuidor em Miami e tivemos muitas reuniões com empresas da região aqui. Foi muito bom poder conhecê- -los e que tenham visto nossos produtos em ação”, disse o fabricante de guitarras, baixos e violões Ney Nakamura, da reconhecida Tagima.

Wagner Dorta, da Fire — fabricante de pedais —, participando pela primeira vez, contou que foi uma experiência única. “Muito legal poder ver

Guitarras EKO

o mercado, analisar como as empresas trabalham aqui, como apresentam os produtos. Para nós, é um motivo de incentivo para continuar com o nosso trabalho. O visual dos nossos produtos chamava a atenção e muitos visitantes pararam para testá-los. Eles se surpreenderam gratamente com a nossa qualidade!”.

Raúl del Trejo, do grupo Renaer, contou que há mais de 20 anos visita a NAMM, mas foi a primeira vez que expuseram com todas as marcas do grupo. “A feira é norte-americana e logicamente há muitos visitantes locais,

mas também há muitos da América Latina, e isso nos ajuda muito. Estamos fazendo uma reestruturação desde o início de 2015 com a nossa distribuidora Miami Audio Music, e o fato de a NAMM acontecer em janeiro vai nos ajudar a tornar os projetos mais assertivos para 2016.”

O fornecedor de madeiras para instrumentos musicais Ronay também esteve presente pelo segundo ano e seu CEO Roni comentou: “Estamos dando continuidade ao trabalho que começamos há um ano. Temos muitas outras reuniões e pos

Estande da Joyo

Um dos vários shows

Estande da D’Addario

Instrumentos de corda no show

Pianos Casio em açao

sibilidades de venda. É ótimo!”.

Uma empresa que voltou à feira depois de cinco anos foi a RMV. Anselmo Rampazzo, diretor da companhia, comentou: “É muito bom voltar! Trouxemos peles e baterias, mas temos uma fábrica bem completa, com suportes, percussão e muitos outros produtos. O interessante foi perceber que os visitantes não esqueceram da nossa marca, e já começamos a fazer negócios com alguns contratos fechados na feira!”.

Focada nos mercados internacionais, Simone Storino, da Izzo, destacou: “Estamos no mercado de expor

DJ ao vivo na Numark

tação aproximadamente há dez anos. Já tivemos algumas experiências anteriores expondo na NAMM, mas essa é a primeira dentro do pavilhão brasileiro. Acho que este ano será propício para atuar mais no mercado internacional por causa da taxa do dólar no Brasil. A Izzo tem investido muito e estamos com um foco forte nas exportações em 2016”.

Também participando pela segunda vez, a Stay Music — fabricante de suportes — percebeu uma melhora grande de um ano para o outro por causa dos contatos promissores feitos. “Esta

mos começando agora com as exportações, então os nossos suportes são uma novidade para todo o mundo. Estamos procurando distribuidores neste país, e a presença na NAMM é fundamental. Até trouxemos material de marketing em inglês e espanhol para poder atender melhor os visitantes.”

Quem também já tinha participado da expo, mas ficou ausente por três anos, foi a fabricante de percussão Contemporânea. “Voltamos graças à oportunidade proporcionada pela Anafima e a Apex, e foi muito bom para rever velhos amigos e tam

Estande da Martin Guitar

Instrumentos de sopro e metais

Estande da Fishman

Novidades da Vic Firth

Estande da Avid

bém perceber que há muitas pessoas interessadas nos nossos produtos. A percussão brasileira sempre faz muito sucesso e somos uma marca consolidada, por isso as pessoas nos reconhecem”, concluiu Roberto Guariglia, CEO.

Para finalizar, da Giannini — que estava expondo em um estande próprio separadamente do pavilhão brasileiro —, Flávio Giannini, diretor comercial, disse: “A NAMM vem nos surpreendendo, pois estamos cada vez mais conquistando espaço no mercado americano. Esta última edi

Empresas chinesas também na expo

ção em particular foi nossa melhor participação nos últimos anos, pois recebemos grandes redes de lojas que são importantes no mercado com pedidos efetivos, além da comprovação da fidelidade de nossos parceiros comerciais, o que é muito gratificante. Também iniciamos a operação mundial da Giannini International, em que Riccardo Recchi foi contratado como International Sales Manager e será responsável por toda essa parte. Recebemos por volta de 20 países com interesse em distribuir nossa marca, bem como lojas e distribuidores que são nossos parceiros”.

Como podemos ver, foram criadas ótimas oportunidades para as empresas brasileiras expositoras e muitas portas se abriram para continuar em contato com possíveis distribuidores e clientes. E você, fabricante? Não quer participar em 2017? See you next year! n

Próximo Show

NAMM Show 2017 19 a 22 de janeiro Anaheim, Califórnia

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O violão, a escolha certa para Scott Denno *Agradecemos a ajuda de

Leonardo Almeida para realizar esta entrevista

Scott Denno é violonista clássico, reconhecido pelos maiores professores do mundo. Esteve visitando o Brasil e a Argentina e conta, nesta matéria, mais detalhes sobre sua carreira e gostos A mericano, nascido em Saint Paul (Minnesota), é o caçula de sete irmãos, tendo grandes influências musicais dentro de casa.

Na adolescência foi amante do rock, mas foi na música clássica que encontrou seu maior amigo: o violão. Com a convicção de que seria um violonista clássico, Scott começou a se dedicar mais e a ter aulas particulares.

Em 2000, já como músico profissional e com seu trabalho reconhecido em muitos lugares, viajou em uma pequena tour para a Irlanda, onde conheceu alguns músicos alemães que o convidaram a apresentar-se e conhecer o país. Em poucos dias na Alemanha, Scott e seus amigos músicos decidiram criar o grupo Magic Guitars, que teve grande sucesso e realizou apresentações na Alemanha, Itália, Áustria, Hungria, México e outros países. Em 2002, com o fim da turnê, Scott decidiu voltar para a Alemanha, desta vez para morar, e escolheu a cidade de Luebeck como novo lar. Nesse país, obteve vários diplomas em música (incluindo pedagogia e musicologia) e começou a ensinar pelo mundo.

Quando você percebeu que o violão era o seu instrumento?

Percebi quando tinha 11 ou 12 anos. Quando era adolescente passei muito tempo praticando e tocando guitarra, mas voltei para o violão aos 17. Escolhi o violão clássico porque é o estilo que

me comoveu mais. Sempre gostei do estilo brasileiro e pensava nele, e nos tangos da Argentina, como uma extensão do violão clássico. Para mim, o violão clássico incluía todos os estilos que realmente me atraíam.

De onde obtém inspiração para a sua música?

Minha inspiração para escrever música vem na maior parte de viajar. Às vezes, quando estou caminhando por algum lugar que não é familiar, vêm à minha mente novas ideias musicais. É como resumir uma história sobre onde estou através da música.

Qual é o seu violão favorito?

Uau, que pergunta extraordinária! Adoro os violões antigos do século XX como os Bouchet, Ramirez, Santos Hernandez, Simplicio, Fleta, Hauser etc. Sobre os violões modernos, certamente os de Sergio Abreu são incríveis. Samuel Carvalho é maravilhoso também. Gosto ainda dos violões de Tony Mueller, Antonio Tessarin, João Scremin, Mario Bezerra, Lucio Jacob, Paulo Marcos, José Valderama, entre outros. Atualmente, tenho um violão de Mario Bezerra e toco no palco com um modelo do grande luthier australiano Greg Smallman.

E sobre cordas?

Gosto das Savarez Cantiga blue label, das Hannabach Goldin hard tension e das Labella medium hard tension.

Como você vê o mundo atual dos violões?

Extremamente diversificado. Adoro o fato de ter amigos que tocam tantos estilos diferentes. Aliás, é muito divertido aprender uns com os outros. Vejo muitos estilos diferentes de violão sendo usados para tipos específicos de música, tal como a música clássica. Vejo como usam a guitarra como um instrumento clássico para fazer ‘solo’, inclusive como solista em uma orquestra. Alguns exemplos incluem “Ten Years Past”, de Michael Nicolella ou “Songs Drones and Refrains of Death”, de George Crumb.

E qual é o seu olhar sobre a evolução da indústria da música e de instrumentos?

Quando comecei, era normal vender CDs e, com frequência, era muito caro produzir um! Em termos de guitarras e equipamentos, lembro de uma diferença muito maior entre as guitarras e os amplificadores há mais de 20 anos. Por exemplo, se hoje você olha várias das novas guitarras Les Paul, na sua maioria são produzidas por computador, o que acho ótimo. Os temas de qualidade parecem ser controlados de melhor forma, por isso muitos luthiers estão usando a tecnologia para sua vantagem e para poder produzir instrumentos maravilhosos.

Sente saudades de alguma coisa dos velhos tempos?

Percebo uma grande diferença na ressonância entre os novos violões e aqueles de antes dos anos 70. Para mim, isso poderia ter a ver com certas colas naturais que se usavam no passado e que são mais complicadas de usar agora, mas acusticamente mais ressonantes que a cola para madeira moderna. Acho que quanto mais velho um instrumento, pode soar mais interessante. Por exemplo, tenho um violão Gibson de 1964 que costumava ser um modelo muito barato quando foi produzido, mas tem um som mais bonito do que alguns dos violões mais finos que já tive. Do seu lado, sobre os pickups nas guitarras, por exemplo, os históricos PAF que eram bobinados individualmente parecem ter causado um grande impacto no mercado de colecionadores das guitarras Les Paul de antes dos anos 60, porque todas eram um pouquinho diferentes e, portanto, individuais. Respeito os amplificadores, sempre gostei dos históricos amplis valvulados da Marshall.

Você viajou pela América Latina. O que acha dos nossos músicos?

Estive no Brasil e na Argentina. O nível de talento musical que tenho visto nessa parte do mundo é impressionante, então decidi ficar um tempo no Brasil para estar entre esses maravilhosos músicos. Sinto que aqui a música é desfrutada em um nível mais alto. Amo a energia que as pessoas botam na sua música.

O que você acha da educação musical em nível geral?

Acho maravilhosa, porque creio que a música ajuda as pessoas a serem mais criativas e positivas. A música é um presente de beleza e indulgência sobre o qual a pessoa que a apresenta pode se sentir bem. Diria para os professores do mundo inteiro que aproveitem a companhia dos seus estudantes e, por meio de uma criatividade construtiva, os ajudem a entender o valor de aprender bem como fazer música. n

Sempre gostei do estilo brasileiro e pensava nele, e nos tangos da Argentina, como uma extensão do violão clássico

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