Sax & Metais #24

Page 42

workshop F L AU TA

Por Gabriela Machado

prática e aplicação I Q

uando recebi o convite para escrever este work para flauta transversal, o primeiro tema que me veio à cabeça foi a sonoridade desse instrumento. Lembrei que foi ouvindo um lindo som de flauta transversal que me apaixonei por ela e resolvi estudá-la. Fui percebendo, aos poucos, que a flauta tem uma variedade enorme de timbres, independente da marca do instrumento. Porém, completamente dependente do instrumentista que toca e desenvolve a habilidade de criar vários tipos diferentes de sons. Sendo, dos instrumentos de sopro, o único que não possui uma embocadura já construída, seja com palhetas (simples ou dupla), como no caso do saxofone, da clarineta, do oboé ou do fagote, seja diretamente encostada à boca com bocais, como no caso do trompete, trompa, trombone, tuba, eufônio etc., a flauta tem uma característica também única: uma vez que o flautista não tem resistência já pronta na forma de palheta ou bocal, ele cria nos próprios lábios essa resistência para moldar e direcionar a coluna de ar que se transformará em som. Dessa forma, os exercícios para sonoridade contribuem fortemente para o domínio do instrumento, possibilitando o controle de uma extensa gama de dinâmica e coloridos, flexibilidade e afinação.

Existem vários métodos de flauta que trabalham a questão da sonoridade na flauta e um dos mais conhecidos e estudados é De la Sonorite – Art et Technique, do flautista francês Marcel Moyse, que aborda a sonoridade sob três aspectos principais: notas longas, extremos de dinâmica (do pianíssimo ao fortíssimo e vice-versa) e flexibilidade labial (do grave ao agudo e vice-versa) com grandes ligaduras. Durante esse período de estudo, descobri que estudar ficava mais interessante e gratificante quando eu criava meus próprios exercícios baseados na proposta do autor. Assim, após estudar um método, o aluno pode aplicá-lo em cima de frases escolhidas do seu repertório de estudo ou criar suas próprias frases. Na primeira parte deste workshop, vamos trabalhar notas longas. Costumo utilizar esses exercícios de sonoridade para aquecimento diário, lembrando sempre de tocar em toda a tessitura do instrumento, ou seja, regiões média, grave e aguda.

NOTAS LONGAS 1. O exercício proposto por Marcel Moyse é de notas longas em escala cromática. Um exercício simples que, com alguns detalhes, pode surtir um grande efeito para ajustar a sonoridade. Pratique descendente e ascendentemente.

42

SAX & METAIS

Exercício 1

WORKSHOP

Sonoridade:


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.