na fumaรงa da batalha
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História originalmente publicada em Dylan Dog nº 343 (Itália, março de 2015)
Vera: Você não pode continuar desse jeito, SUSY. Susy: Tem razão, mas eu não consigo.
Vera: Você não vem ao escritório há seis meses. Tem que se esforçar!
Susy: Eu me esforço, VERA. Eu me esforço pra viver a cada dia...
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Vera: Eu só encontro você aqui no chat. Mas isso não é vida. Você sabe.
Susy: A minha vida era com o JOY. Sem ele eu não tenho mais nada. Não sou mais nada.
Vera: Eu entendo. Hoje faz um ano...
Susy: Saudade. Eu sinto muita falta. Eu morri com ele um ano atrás.
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Susy: Eu sei que você gosta de mim, Vera. Que todos vocês gostam...
Susy: ...mas só um corpo vivo ainda pode chorar. E eu...
Susy: ...não tenho mais lágrimas. Desculpe, eu vou desconectar.
tchau.
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“eu menti! eu ainda choro e estou viva! terrivelmente viva! ”
“é contra a natureza... se deus existe, qual é o propósito dele? ”
“por que eu não posso entender? qual é o sentido? qual?”
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Joy: Sou eu. Me ajude. Eu quero voltar.
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desgraçado! quem é você?
quem é você? por que faz isso comigo?
nãão!
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receio pelo que vou dizer, susy, mas eu tenho o dever de ser sincero... você deve ser vítima de um impostor!
um impostor com sangue de barata! brincar com uma mãe que perdeu o único filho...
eu não vim atrás de compaixão!
eu só preciso de respostas! de explicação! seja qual for!
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entendo! escute... por que não foi à polícia? se for um stalker(*), eles podem localizar...
eu fui, dei queixa... mas aí a coisa... mudou, e... eu retirei, foi isso!
mudou? mudou, como?
eu lhe disse que joy era autista, mas não é a palavra certa! ele tinha síndrome de asperger, uma forma leve de autismo! também são chamados de borderline...
sim! no mundo dele só existíamos nós dois! e o além! Joy era obcecado pelo sentido da vida... as perguntas que todos fazemos... quem somos, de onde viemos, pra onde vamos...
ele não morreu, né, mamy? só foi pra lá...
sim, ouvi falar! parece que é um campo difícil de explorar, do ponto de vista médico!
psst! vamos curtir o filme! depois a gente conversa, tá?
(*) que segue e/ou importuna obsessivamente outra pessoa.
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eu sei um pouco de filosofia... todo aquele papo sobre fé, vida eterna! mas joy não queria falar de outra coisa! era uma obsessão!
vamos apagar a luz, mocinho? está tarde...
cinco minutos! já vou acabar o capítulo!
viveu comigo até os dez anos! na escola era o alvo de alguns meninos e tinha dificuldade pra se concentrar... ouvi a opinião do diretor e de professores e o tirei de lá!
é compreensível! só um instante, vou pegar mais biscoitos!
ué? aonde você está indo?
visitar minhas primas de segundo grau!
não vou nas de terceiro grau porque querem contatos imediatos!
muito engraçado! tem mais biscoitos?
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e se ficou na dúvida se eu posso te envenenar, não fique... eu quero te envenenar! bye, bye!
conversar deu fome, é? mas tem, sim... estão na mesa da cozinha, acabei de fazer!
eu já vi muita dor, mas a que sai dos olhos da susy é monstruosa!
perder um filho... isso o transforma num não-morto!
eu sou separada! há dois anos o meu ex foi despedido...
...e não pagou mais a pensão! aí eu tive que arrumar emprego e mandar joy pra roseville, um internato especial!
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