MARTIN MYSTÈRE
Detetive do Impossível
Arqueólogo, antropólogo, perito em arte, colecionador
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O EXÉRCITO DE TERRACOTA
de objetos incomuns e viajante incansável, Martin Mystère não investiga casos policiais... o objeto de seu trabalho é o impossível, ou seja, aqueles grandes enigmas (chamados de mystérios) que a ciência oficial não leva em consideração, mesmo se esses mystérios acontecem nos nossos dias, na nossa sociedade, bem perto de nós. Martin Mystère e seu assistente Java, um homem de Neandertal que sobreviveu à extinção, vivem suas aventuras em todos os lugares da Terra, de grandes metrópoles aos mais recônditos cantos do nosso planeta.
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O EXÉRCITO DE TERRACOTA
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OS GRANDES ENIGMAS DE
O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL
O EXÉRCITO DE TERRACOTA
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História originalmente publicada em Martin Mystère nº 74 (Itália, maio de 1988).
O EXÉRCITO DE TERRACOTA Texto: ALFREDO CASTELLI
Desenhos: SALVATORE DEIDDA
ao visitar a china, em companhia de java e diana, para conhecer o famoso exército de terracota, uma das maravilhas arqueológicas do mundo, martin mystère acaba envolvido numa disputa que parece ter como objetivo o domínio da china. os vários atores dessa luta são o governo chinês, uma jovem japonesa chamada hirato ryoko, um grupo de mercenários treinados na coreia do sul, uma poderosa multinacional de tóquio e, por fim, uma misteriosa mulher sem idade, que mora em uma fortaleza inacessível, e que agora está contando ao detetive do impossível um estranho mito...
quem sabe, mystère? o limite entre fábula e realidade costuma ser muito tênue!
os deuses do leste contra os do oeste... mas isso é só uma fábula, li voxian!
“mas deixe-me continuar... os exércitos dos deuses diminuíam cada vez mais, e os grandes deuses sentiam se aproximar o fim de seu ciclo!”
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“então, os deuses decidiram criar um mundo onde seria decidido o destino da batalha, e o deus do oeste pousou um ovo no cáucaso, e o deus do leste no xi-jiang, e de cada ovo saiu um servo...”
“...e os dos deuses do leste!”
“...e nasceram assim os servos dos deuses do oeste...”
os grandes deuses finalmente puderam repousar! seus servos combateriam no lugar deles...
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...e, no fim, um dos dois lados venceria! então, segundo o pacto, o deus derrotado se autodestruiria e o vencedor assumiria o controle de todo o universo!
e foi isso que aconteceu! simples, linear, sem necessidade de mais explicações!
hmm... até simplista, se me permite...
...mas digamos que seja mesmo assim! ao que parece, ainda não houve nenhum vencedor!
de fato não houve, diabo do cabelo loiro!
os deuses cometeram um erro... dotaram os servos de uma pequena dose de livre arbítrio! foi assim que muitos representantes das duas raças não respeitaram as ordens originais! esqueceram as armas que receberam... se misturaram...
“...e fundaram decadentes sociedades ‘civilizadas’ nos limites do teatro da guerra, na índia, na mesopotâmia, no egito e em outras partes do planeta terra!”
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apesar disso, a guerra continuou! continentes inteiros se destruíram...
mu, atlântida e outros antes deles! mas o espírito guerreiro dos dois contendores se enfraquecia cada vez mais!
mu e atlântida!
“do antigo ódio só restava aquela rivalidade de que falamos! a rivalidade que levou o meu povo a se fechar dentro da grande muralha!”
por muitos séculos o meu povo viveu orgulhoso do seu isolamento. Mas, depois, as coisas começaram a mudar...
“...chegaram os estrangeiros, as fronteiras se abriram...”
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...a última resistência estava para ruir, logo haveria outra mistura… a definitiva…
...e nenhum dos dois grandes deuses poderia despertar de seu sono!
depois, por uma favorável série de circunstâncias, surgiu a república popular da china! os objetivos de seus dirigentes não eram os meus, claro… mas as consequências que ela gerou recriaram uma situação favorável!
"...de novo, o meu povo conheceu um orgulho nacional!"
"a china voltou a se fechar! de novo, os estrangeiros e suas ideias foram banidos..."
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vejamos se eu entendi! depois do fim da revolução cultural a china começou a se reabrir ao ocidente… é isso que vocês não querem?
é claro que eu uso as forças que tenho à disposição… neste caso, os nostálgicos daquele período, que estão dispostos a ir às ruas pra reconquistar o poder!
exatamente! é a isso que estou me opondo!
hmm… não creio que o governo central esteja disposto a ceder o poder tão fácil!
é aqui que se engana, diabo do cabelo loiro!
você certamente se perguntou como eu sobrevivi aos abalos desse último período atormentado!
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é claro que disponho de poderes excepcionais, martin mystère, e alguns você viu em ação!
por anos eu fui funcionária do partido, encarregada do departamento arqueológico! por anos eu soube qual era a minha real missão...
“era uma tumba análoga à do imperador qin... cercada por guerreiros de terracota!”
“...mas, depois, o destino quis que o momento que eu tanto esperei chegasse. fui chamada a um sítio arqueológico, cuja localização não posso lhe revelar!”
“eu a visitei cheia de ansiedade, junto a poucos membros da guarda vermelha!”
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“os guerreiros de terracota assistiam imóveis à nossa passagem...”
“como que em transe, eu me afastei do grupo... vaguei por um tempo, sem me dar conta de onde ia...”
“...mas eu sentia que não eram simples invólucros sem alma... que neles pulsava uma vida diferente de como eu a concebia até então!”
“o ovo! o ovo primordial... de onde a minha raça se originou!” ...até que... encontrei... o que encontrou? o quê?
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“eu o toquei como que em êxtase... e, imediatamente...”
“...que o meu verdadeiro eu vinha de um passado muito remoto... vinha de milhares de éons atrás, quando os deuses atuavam no universo as suas batalhas cruentas!”
“...eu me senti invadida por uma nova força! na minha mente estourou um vulcão! eu entendi que li voxian era só um invólucro...”
“...e dei uma ordem numa língua que eu não sabia que conhecia...”
“eu me concentrei! do meu corpo se liberava energia pura...”
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“...e os guerreiros de argila se animaram...”
“...dirigiram o olhar para as testemunhas da minha descoberta...”
“depois, eu invoquei o poder do dragão! ele se materializou...”
“...que se dissolveram como cinzas diante dos meus olhos!”
“...e eu não sentia medo! eu sabia que o dragão representava a própria essência do meu povo!”
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