(...) Pela Vida
Estamos divididos de Isabelle Stengers tradução: Ana Luiza Braga Vida
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Estamos divididos, escreve Bruno Latour, e de tal modo que nos parece impossí- vel “sentar à mesma mesa” e chegar a qualquer forma de acordo. Ao menos a um acordo que efetivamente obrigue as partes, e não de maneira retórica, como as Conferências das Partes (COP) que se sucedem há vinte e cinco anos. Devemos culpar os diplomatas – isto é, denunciar as ilusões da diplomacia? Proponho que estendamos a noção de arte diplomática a todas as situações onde as partes se considerem logicamente “obrigadas”1 à guerra – ou isso, ou trairemos aquilo que nos importa e que nos mantém, aquilo que faz de nós quem somos. A arte diplo- mática é a capacidade de formular essas obrigações de uma forma um pouco diferente, que permita – não de maneira geral, mas em torno daquela situação – que a paz seja possível sem traição.
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