N3E Magazine - 5ª Edição

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Editorial

A saga continua Texto Ana Margarida Alberto

E porque o que é bom é para continuar, acaba de sair a mais recente edição da N3E Magazine. É verdade, estamos na quinta edição da revista. Para nós, é um orgulho poder continuar este projecto. Uma vez que “equipa que ganha, não mexe”, decidimos angariar novos membros à nossa “redacção” para dar continuidade ao trabalho desenvolvido neste projecto. E tendo em conta o novo design (em vigor desde a 4ª edição da N3E Magazine), dividimos a revista em três grandes secções: N3E, LEE/MEE e Técnico. Na primeira secção pretendemos dar ênfase às actividades organizadas pelo núcleo e aos projectos desenvolvidos e premiados do N3E Robotics. Porque somos uma equipa que gosta de inovar, nesta edição decidimos apresentar uma secção especial, onde relembramos a passagem dos antigos presidentes pelo N3E e como esse cargo foi importante no futuro dos mesmos. Na segunda secção abordamos o curso de Electrónica, tanto ao nível da licenciatura como ao nível do mestrado. Para tal, começamos esta secção com um artigo que ilustra a importância e necessidade de engenheiros electrónicos bem como o futuro dos mesmos. Como já é habitual, decidimos dar a conhecer alguns dos projectos realizados nas unidades curriculares

Ficha técnica

do curso e ainda contactámos alguns dos ex-alunos para nos falarem sobre as suas experiências no mercado de trabalho após concluírem o curso. Nesta edição também resolvemos dar a conhecer dois alunos de ERASMUS que actualmente fazem parte do mestrado de Electrónica. No final desta secção, ilustramos a importância de algumas unidades curriculares presentes na licenciatura e mestrado. Na última secção da revista, focamo-nos no que está relacionado com a instituição. Como tal, este ano temos o privilégio de vos poder brindar com uma entrevista a um dos professores que mais está ligado ao nosso curso. E porque no Técnico não existem só professores, resolvemos apresentar-vos três das pessoas que contribuem (directa ou indirectamente) para o dia-a-dia dos alunos de Electrónica. Uma vez que o N3E não é o único grupo de estudantes do Instituto Superior Técnico, damos-vos a conhecer a TMIST – Tuna Mista do Instituto Superior Técnico – e o Projecto FST NOVABASE. Na componente mais “prática” desta revista, apresentamos um exercício prático proposto pelo N3E Robotics. Para finalizar, terminamos a publicação com um artigo de opinião sobre a electrónica no mundo e ainda um artigo sobre a contribuição da electrónica na medicina.

Título: N3E Magazine | Edição: Número 5 - 2014 | Direcção Editorial: Ana Margarida Alberto | Equipa de Redacção: Ana Filipa Almeida, Ana Margarida Alberto, Ana Marta Borges, Ana Sofia Almeida, André Lopes, Francisco Varandas de Sousa, Miguel Neto, Nuno Rodrigues, Quevin Jagmohandas, Sara Santos e Tiago Barra | Design: Francisco Varandas de Sousa | Colaboração: Ana Filipa Almeida, Ana Margarida Alberto, Ana Marta Borges, Ana Sofia Almeida, André Lopes, André Melo, Prof. Arlindo Oliveira, Carlos Costinha, César Gaspar, Daniel Madruga, Diogo Dores, Fábio Barroso, Francisco Varandas de Sousa, João Brito, João Graça, João Paulo Monteiro, João Santos, Jonathan Calvillo, Prof. Júlio Paisana, Luís Silva, Magnus Sundal, Miguel Neto, Nuno Rodrigues, Nuno Silva, Pedro Angélico, Pedro Ferreira, Prof. Pedro Girão, Prof. Pedro Ramos, Quevin Jagmohandas, Ricardo Borges, Rúben Abrantes, Rúben Afonso, Prof. Rui Valadas, Sara Santos, Prof.ª Teresa Lemos, Tiago Barra | Apoios: Universidade de Lisboa, AEIST | Tiragem: 1000 | Periodicidade: Anual | Propriedade: Núcleo de Estudantes de Engenharia Electrónica do Instituto Superior Técnico; Instituto Superior Técnico - Campus do Taguspark (Sala 1.20), Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 2744-016 Porto Salvo, Oeiras, Portugal; geral@tecnico.ulisboa.pt; http://n3e.tecnico.pt | ISSN: 1647-5151 | Depósito legal: 326658/11 | Impressão e acabamento: SIG - Soc. Ind. Gráfica, Lda | Distribuição gratuita | Publicação ao abrigo do antigo acordo ortográfico | Fotografias da SET gentilmente cedidas pelo GFIST - Grupo de Fotografia do IST | Fotografias do IEEE-IST Arduino Contest gentilmente cedidas pelo IEEE-IST Student Branch

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4 Actividades N3E 10 N3E Robotics 14 Ex-Presidentes LEE/MEE 16 O Curso 19 Projectos de Curso 24 Área Internacional 25 Mercado de Trabalho 28 Aplicações na Electrónica

Nova equipa, o mesmo projecto Novo ano lectivo, nova equipa, o mesmo projecto! Foi este o mote para o ano lectivo actual. A equipa do ano anterior fez algo inimaginável à partida, começou por juntar um grupo de pessoas onde muitos eram desconhecidos e acabou por criar uma enorme família. Quando o Francisco Sousa e eu, nos reunimos no Taguspark a meio de Agosto de 2013, tudo isto era impensável. Tínhamos uma enorme vontade de mostrar trabalho aliada a uma lista de actividades inovadoras, com isto apenas nos faltava uma equipa. Arriscámos muito, mas ganhámos muito mais! Num ano lectivo cheio de actividades, muitas delas a primeira edição, obtivemos uma visibilidade enorme e atrevo-me a dizer, que esta equipa se afirmou como a melhor e mais activa de sempre da nossa ainda curta história. Posto isto, e com muitas saídas, seria difícil colmatar tais personalidades, que embora tão distintas eram ao mesmo tempo muito complementares. Na nova equipa promovemos os mais esforçados, e demos oportunidades aos mais novos. Contudo, temos uma equipa que já se conhece e tem tudo para ter ainda mais sucesso, mantendo o que correu bem e melhorando o que correu menos bem. É difícil trabalhar sobre derrotas, mas é ainda mais difícil trabalhar sobre grandes vitórias! No entanto, a divulgação do curso, as inúmeras actividades lúdicas, bem como todos os workshops, serão organizados por uma equipa muito dedicada e com um potencial enorme. Para mim sempre foi um orgulho fazer parte deste núcleo, e tenho comigo uma equipa que dará tudo pelos nossos alunos! Bem ou mal, a história o dirá! #somosN3E Tiago Barra Presidente 2014/2015

TÉCNICO 30 Entrevista 34 Artigo Informal 36 Grupos do Técnico 38 Do It Yourself 42 Artigo de Opinião 43 Secção Cultural N3E Magazine 3

Sumário

N3E


Actividades N3E

Activida

Ténis de Mesa | Texto André Lopes

Como tem sido hábito ao longo dos últimos anos,”o N3E decidiu fazer outra actividade pioneira e nunca antes vista no campus Taguspark, um torneio de ténis de mesa que decorreu no dia 25 de Março”. Desta forma, conseguiu-se aumentar a oferta de actividades desportivas e criar um momento de lazer, e também de alguma competição, a todos os alunos de todos os cursos. O torneio teve lugar no átrio central do campus e dois dias antes do evento, este já se encontrava esgotado, o que demonstrava a vontade dos alunos de participar num evento deste género. O torneio teve início ao princípio da tarde e foi reunindo muitos curiosos que vinham ver os encontros e que paravam para apoiar os seus amigos e colegas ou simplesmente para apreciar o que o evento ia proporcionando: boas jogadas, momentos caricatos e essencialmente pura diversão. A prova foi prosseguindo e os melhores jogadores foram avançando, chegando a uma fase onde os encontros eram bastante renhidos e entusiasmantes e onde os intervenientes saíam a suar e algo fatigados dos seus jogos. Apesar de ser um evento para descontrair e esquecer um bocado os estudos, foi atingido um bom nível mesa tenístico que culminou com a grande e renhida final que teve como vencedor David Borges, aluno de Engenharia Electrónica. No final do dia foi bastante gratificante ouvir todos os elogios relacionados com o evento e iniciativa, o que motivou ainda mais os elementos do N3E a realizar o torneio no ano seguinte com ainda mais surpresas. Por isso, se perdeste este grande evento e o prémio atribuído ao primeiro classificado (um iPod shuffle) fica atento à próxima edição, pois certamente tentará superar as expectativas.

SET - Semana Empresarial e Tecnológica | Texto Tiago Barra A Semana Empresarial e Tecnológica decorreu nos dias 5, 6 e 7 de Março de 2014 e reuniu os esforços de todos os núcleos activos no campus do Taguspark. Nestes três dias as empresas dos mais diversos sectores de actividade apresentaram os seus produtos aos nossos alunos. O evento teve uma estrutura diferente nesta edição, cada núcleo tinha à sua responsabilidade uma apresentação de empresa, uma palestra e um workshop. Assim sendo, o N3E presenteou os alunos do campus com a apresentação da Tecmic, empresa sediada no Taguspark, uma multinacional portuguesa com mais de 25 anos de actividade a desenvolver software e hardware. Quanto à palestra, mais uma vez inovámos e trouxemos um assunto bem actual, ‘Drones: presente ou futuro?’. Foi com este tema que David Mota, fundador da SkyEye, deliciou a plateia de uma sala completamente lotada, abordando todo o funcionamento e legislação dos drones, bem como da sua bem sucedida empresa. Depois da palestra, um drone fez um voo de demonstração dentro do edifício, fazendo as delícias dos mais curiosos. Por fim, e à semelhança do ano anterior, foi organizado um workshop dado por mim, Tiago Barra, que tinha como temática a impressão a três dimensões.

Workshop de Modelação e Impressão 3D | Texto Tiago Barra No âmbito da Semana Empresarial e Tecnológica de 2014, fui desafiado para realizar um workshop de modelação e impressão 3D. Deste modo, tentei fazer uma apresentação simples e com recurso a diversos vídeos e imagens, pois o tema tem mais de prático do que de teórico. Foi assim que apresentei alguns tipos de impressão 3D, os prós e os contras desta tecnologia, bem como os custos e as aplicações a ela associados. Contudo, e tendo em conta que é leccionada na nossa licenciatura a disciplina de Desenho e Modelação Geométrica, abordei também a temática da modelação com recurso a programas de CAD, explicando sucintamente o seu funcionamento e como se poderia imprimir uma peça em 3D partindo do seu desenho virtual. Por fim, e quando já toda a assistência estava a par do funcionamento de ambas as tecnologias, desafiei-os a desenharem em grupo uma pequena peça com um programa de CAD para posteriormente imprimirmos as respectivas peças numa impressora 3D. Foi uma experiência muito gratificante para mim, não só por ter a sala completamente lotada, mas por ter dado a cara pelos alunos do meu curso e assim mostrar mais uma vez que temos uma excelente formação.

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Paintball | Texto André Lopes

Na tentativa de reunir um grupo de alunos que gostem de se divertir, de aventura e de adrenalina, o N3E decidiu fazer uma actividade no dia 10 de Maio, na qual estas três componentes estivessem presentes, um jogo de paintball. Para fomentar ainda mais o convívio foi feito antes um almoço com os participantes em que foi cobrado apenas o preço de custo e onde os jogadores ganharam energias para mais tarde gastar no campo de batalha. No campo, rapidamente foram formadas as equipas e ouvidas as instruções e regras do jogo. Posto isto, foi só equipar, pegar na arma e começar a disparar. Houve uma equipa que se foi destacando ao longo da tarde mas no final do dia todos saíram vencedores, tiveram uma tarde diferente e muito bem passada. Posto isto, o evento foi considerado um verdadeiro sucesso e digno de se repetir já no próximo ano.

ADN Challenge | Texto Tiago Barra No dia 27 de Abril, o N3E inovou em mais uma das suas actividades. Desta feita, foi proposto a todos os alunos que acordassem mais cedo ao Domingo e fossem até à praia dos pescadores, na vila de Cascais e que, durante toda a manhã, praticassem Stand Up Paddle e Kayak. O desafio foi abraçado por alunos de todos os anos e cursos fazendo deste convívio um sucesso impensável aquando da sua organização. O preço pago foi simbólico e a diversão reinou durante toda a manhã. A juntar à bela vista sobre a zona histórica de Cascais, os participantes desfrutaram ao máximo alternando entre as duas modalidades. Depois de muitos mergulhos e gargalhadas, seguiu-se um almoço animado com vista para a tão acolhedora baía de Cascais. Uma actividade muito diferente, mas com um resultado final já conhecido, umas belas horas de lazer para desanuviar dos estudos e com muitas histórias para contar. Sem dúvida, algo a repetir!

Concurso de Arduino - Pan&Tilt | Texto Sara Santos e Quevin Jagmohandas No dia 26 de Maio realizou-se o Concurso de Arduino – Pan & Tilt, que é direccionado a todos os alunos do primeiro ano do Técnico, no campus Taguspark e que contou com a colaboração do NAPE. Este concurso consistia na construção de um mini-projecto que permitia rodar um laser na vertical e na horizontal. O objectivo das equipas era, com esse mesmo laser, escrever uma palavra ou expressão que iria ser gravada através de uma câmara. Foi usado um Arduino Uno e uma plataforma programável que permite controlar o movimento do laser, através de dois servos. As equipas, de três elementos cada, tiveram algumas sessões de esclarecimento em que podiam tirar todas as dúvidas tanto sobre a montagem como sobre o código que deveriam escrever. O prémio da equipa vencedora foi um kit com o material utilizado no concurso, que incluía um Arduino Uno, dois servos, um laser e uma breadboard para cada um dos elementos. Testemunho dos vencedores: Daniel Madruga

O principal motivo que me levou a participar no concurso, foi por ser a primeira vez que ia programar para um microcontrolador executar o código, ou seja, dar vida em 3 dimensões ao código. Algo que o meu curso, a nível de licenciatura, não explora. A experiência foi muito recompensadora a nível de aprendizagem, e deu-me bases suficientes para, se quiser, realizar projectos mais ambiciosos, que envolvam microcontroladores, visto que aprendi bastante e sei onde devo de ir procurar informação que me possa ajudar caso seja necessária. Finalmente, deixo aqui um agradecimento à organização que, não só, foi altamente proactiva, e possibilitou a existência de sinergias para que aquelas horas semanais fossem tanto produtivas como divertidas, como também à organização deste workshop.

Nuno Silva

Luís Silva

Penso que este concurso foi uma óptima forma de colocarmos em prática o que aprendemos em algumas cadeiras de programação e de, ao mesmo tempo, aprender algo novo. Em particular, tivemos oportunidade de tocar em hardware e programar um microcontrolador real, algo que, até à data, não tinha sido abordado com muita ênfase no nosso curso. Concluindo, foi uma experiência muito positiva e enriquecedora, que recomendo e gostaria de repetir. Aproveito para agradecer e felicitar a organização.

O Concurso de Arduino do N3E captou de imediato a minha atenção. Sendo aluno do primeiro ano de Informática, no decorrer do primeiro semestre já tinha programado várias coisas, mas nada parecido com o que foi feito no Concurso: deixar o monitor do computador e programar um sistema capaz de controlar “luzinhas” e coisas que se mexem. Para além de aplicar alguns conhecimentos que já tinha, o concurso proporcionou-me uma excelente oportunidade para aprender algumas coisas novas e interessantes. Isto para não falar do prémio e da excelente organização. Para terminar, deixo a minha recomendação, em especial a alunos de Informática, e aproveito para agradecer a todos os que contribuíram para a realização deste Concurso.

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Actividades N3E

des N3E


Actividades N3E Visita à ICP - ANACOM | Texto Ana Filipa e Ana Sofia Almeida No passado dia 22 de Maio de 2014, o N3E concretizou mais uma das muitas inovadoras actividades planeadas para o ano lectivo 2013/2014. Desta vez, a actividade proposta foi, nem mais nem menos, uma visita à Autoridade Nacional de Comunicações (ICP – ANACOM). Devido ao elevado interesse no que toca à empresa já referida e no trabalho desenvolvido pela mesma foi necessário alugar a carrinha da AEIST para que os cerca de 20 alunos interessados pudessem estar presentes. No âmbito geral, marcaram presença alunos de Licenciatura e Mestrado de Electrónica como também alunos de Telecomunicações e Informática. A visita iniciou-se no hall de entrada onde fomos recebidos pelo Eng. Paulo Mendes que nos falou um pouco sobre os objectivos da empresa e as tarefas realizadas na mesma. De seguida dirigimo-nos à DGE1 – Direcção de Gestão do Espectro, secção que faz uma permanente monitorização e controlo do espectro radioeléctrico visando garantir que as redes e estações de radiocomunicações operam sem interferências prejudiciais. O próximo passo foi perceber o que era o ITED – Infra-estruturas de Telecomunicações em Edifícios e o ITUR – Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjuntos de Edifícios, ambas legislações importantes no que toca à definição de infra-estruturas obrigatórias a instalar em edifícios e à garantia da correcta instalação das infra-estruturas de Telecomunicações assegurando assim, o seu perfeito funcionamento. Seguidamente, prosseguimos até outra sala onde são feitas as fiscalizações do mercado de Telecomunicações e estudos sobre a qualidade do serviço e onde pudemos conversar com o Eng. António Vassalo - director de fiscalização da ANACOM - que nos pôs a par do serviço de medição da velocidade da internet. Com a visita já a mais de metade, surge a oportunidade de conhecermos os laboratórios onde são testados centenas de aparelhos electrónicos para confirmação do cumprimento das normas de segurança. Houve ainda tempo para visitar a câmara anecóica blindada (sala que contém reflexões de ondas sonoras e electromagnéticas sendo também isolada de fontes externas de ruído). Por fim, visitámos a direcção de segurança das comunicações. No final de uma tarde de aprendizagens foi notória a satisfação de todos os presentes. Foi com enorme agrado que verificámos que os alunos, tanto de Electrónica como de Telecomunicações saíram das instalações da ICP - ANACOM em Barcarena com vontade e motivação de aprofundar mais os seus conhecimentos na área das Telecomunicações. Por fim, gostaríamos de agradecer ao Eng. Paulo Mendes e a toda a equipa a disponibilidade para nos receberem e a oportunidade de conhecermos um pouco deste mundo das Telecomunicações. Despedimo-nos com o desejo de continuação de um excelente trabalho.

Ilustres Desconhecidos | Texto Tiago Barra No âmbito da primeira edição da semana da electrónica, o N3E organizou um evento que tinha como objectivo mostrar todo o conhecimento dos alunos de Engenharia Electrónica em diversos temas. O nome surgiu do facto de os nossos alunos serem desconhecidos como oradores de excelência, mas ilustres no que toca ao conhecimento em várias áreas relacionadas com o nosso contexto universitário. Deste modo, começámos com Francisco Sousa, à data Presidente do N3E, que nos deu a conhecer o mundo da ‘Robótica’ e nos contou a sua vasta experiência na área. Seguiu-se, o tópico da ‘Programação’, abordado por Rúben Capitão, um dos melhores programadores da nossa instituição que nos deu a conhecer os diversos tipos de programação e as suas especificidades. Como o conhecimento de um aluno de Engenharia Electrónica não é apenas técnico, Jéssica Caldas apresentou-nos os ‘Estágios’, um elemento fundamental para um estudante de engenharia, elucidando-nos sobre a sua importância, as melhores alturas para o fazer, bem como alguns programas específicos. No seguimento, Tiago Freire presenteou-nos com todo o seu conhecimento sobre o ‘Mundo Empresarial’, explicando quais as empresas de referência na área, os métodos de recrutamento, os salários base, e os requisitos habituais em algumas empresas da área. Por último, Cláudia Furtado, à data Vogal do N3E, passou em revista todas as actividades do núcleo neste ano lectivo, fazendo um balanço totalmente positivo do mandatado, não só pela quantidade de actividades, mas também pela qualidade das mesmas. No final do evento, ficou mais uma vez demonstrada a versatilidade e capacidade de comunicação dos alunos de LEE e MEE convidados a orar, saindo valorizado o núcleo, o curso e acima de tudo, a instituição.

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Actividades N3E

IEEE-IST Arduino Contest | Texto João Santos No passado dia 23 de Maio teve lugar, no âmbito da Semana da Electrónica, o IEEE-IST Arduino Contest (powered by Artica). Contámos com a participação de 18 pessoas, divididas em equipas individuais e de dois. Esta actividade teve como objectivo proporcionar aos seus participantes uma primeira abordagem à robótica, mais focada na programação. Para esse efeito, foi utilizado o robot Farrusco. Trata-se de um robot baseado em Arduino, que é controlado por dois motores, um para cada roda, para navegação utiliza dois “bumpers” aliados a um sensor de luz infravermelha. O concurso começou com uma breve introdução ao Farrusco onde foi abordada a sua arquitectura e modos de funcionamento. Seguidamente as equipas começaram a testar e a calibrar os vários sistemas do robot, motores e sensores. À medida que se sentiam mais confortáveis iam começando a testar o robot na nossa pista de obstáculos, construída especificamente para o efeito. O objectivo desta competição amigável era percorrer a pista no menor tempo possível. Para isso, as equipas tiveram 3 sessões de treino na pista, seguida de uma corrida final onde se apurou o vencedor, que neste caso foi a Sofia Ferreira, aluna da licenciatura de Engenharia Electrónica. Deste evento retirámos, para além da satisfação em organizar actividades motivadoras para os alunos, algumas aprendizagens úteis na organização deste tipo de acções, bem como um desejo aumentado de manter a boa parceria que temos com o N3E e com a Árctica, que por esta altura já desenvolveu o Farrusco 2.0 que estará presente no próximo IEEE-IST Arduino Contest. Até lá!

Workshop de Soldadura | Texto Pedro Angélico

Churrasco de Eletrónica | Texto Miguel Neto

Como é hábito do N3E proporcionar momentos de aprendizagem foi organizado, no dia 21 de Maio de 2014, um workshop de soldadura para todos os alunos do IST. Como requisito apenas era preciso gostar de aprender!

O Churrasco de Eletrónica foi uma das atividades inseridas na Semana da Eletrónica. Realizado no dia 25 de Maio de 2014, este churrasco contou com uma adesão massiva por parte de alunos, funcionários e docentes do IST-Taguspark. Munidos com uma bica de cerveja, a organização saciou a sede dos presentes, vendendo também tremoços para acompanhar. Para os mais esfomeados, bifanas e hambúrgueres trataram do assunto. No fim do dia, todos os que foram ao churrasco acabaram satisfeitos e felizes num evento com o selo de qualidade do N3E.

Existiu um pequeno briffing dos tipos de soldadura e das técnicas utilizadas. Foi-nos dado um guião, componentes eletrónicos e equipamento de soldadura. Três mentores estavam presentes para nos ajudar. O resultado final foi uma PCB com três leds RGB, um microfone, um resistor e um botão, além de outros componentes eletrónicos. A placa possuía um chip programável através de Arduíno e era alimentada por uma pilha de 9V.

Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Este ano esperamos por ti! Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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Actividades N3E

Recepção aos novos alunos Texto Sara Santos e Quevin Jagmohandas

Durante a semana da recepção, os novos alunos do Instituto Superior Técnico – Taguspark, puderam-se matricular e conhecer a sua nova casa. Tiveram também o seu primeiro contacto com os diversos núcleos existentes no IST-Taguspark, entre eles o N3E – Núcleo de Estudantes de Engenharia Electrónica. Neste primeiro contacto, na mesa do N3E, foi explicado aos alunos de Engenharia Electrónica os projetos do N3E Robotics em que os alunos participaram no ano anterior e os respectivos prémios, bem como as actividades realizadas nesse mesmo ano e as que seriam realizadas para o presente ano e, ainda, todas as vantagens em ser sócio deste núcleo. Ainda nesta semana, houve uma sessão de boas vindas aos novos alunos em que estes tiveram a oportunidade de conhecer os professores que os vão acompanhar na sua licenciatura, tal como o presidente do IST. Existiu ainda uma palestra para todos os alunos do primeiro ano do Taguspark onde os núcleos do pólo se apresentaram, bem como o N3E. De seguida os alunos de Electrónica foram para outra sala onde ouviram uma explicação mais aprofundada sobre o núcleo do seu curso. Além disso puderam ver os projetos do N3E Robotics do ano anterior, e foram explicadas novamente, mas desta vez com mais pormenor, todas as actividades realizadas, tais como jantares e convívios, workshops, visitas de estudo, etc.

XX Edição Arraial do Técnico | Texto Miguel Neto O Arraial do Técnico voltou em força, numa 20ª edição em que reforçou o seu estatuto como uma das melhores festas de receção ao caloiro. O N3E esteve obviamente presente num evento de tão alto gabarito, em que voltou a fazer uma parceria com a CP-Taguspark. Esta parceria fez de novo a “Tasca do Tagus” um local de convívio em que a boa disposição reinou por toda a noite. Não foi apenas o ambiente o motivo do estrondoso sucesso do Arraial do Técnico. O cartaz também foi uma das razões que fizeram a Avenida Rovisco Pais encher. Como nos anos anteriores, a organização apostou num cartaz diversificado. A tradição académica esteve presente com a atuação de duas das tunas académicas do Instituto Superior Técnico (TUIST e TFIST). A música popular portuguesa mais conhecida como pimba esteve no Arraial numa atuação ousada de Ana Malhoa. A música eletrónica foi também uma aposta forte com atuações de Linda Martini e dos aclamados SIGMA. Outros artistas como Frankie Chavez, Camo&Crooked e Los Waves também contribuíram para a festa com os seus estilos de música únicos. O cartaz manteve o prestígio que nos tem habituado ao longo dos anos fazendo a delícias dos seus fãs. A “Tasca do Tagus” teve uma afluência muito grande. Os alunos do Taguspark foram uma maioria, mas também houve alunos da Alameda e de outras faculdades que se juntaram todos numa festa com grandes momentos de diversão e descontração, traduzindo o espírito do Arraial do Técnico. O Arraial do Técnico voltou a fazer as delícias de todos, com o convívio e a música a darem o mote a um dos maiores arraiais universitários de Portugal. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Jantar de Electrónica | Texto Ana Marta Borges Mais um ano e mais um épico jantar de Engenharia Electrónica organizado pelo N3E. Este jantar foi realizado no restaurante “H3” do Chiado no dia 17 de Outubro de 2014, ao qual aderiram cerca de 60 pessoas. Conjugado com uma boa refeição, foi possível durante todo o jantar, descontrair e conviver com alunos de Electrónica, desde os recém-chegados, até aos alunos de ERASMUS, passando também pelos alunos de Licenciatura e Mestrado. Foi, num ambiente de convívio, boa disposição, alegria e descontracção que se trocaram experiências entre os vários alunos de todos os anos de Electrónica e que assim se passou uma noite diferente, agradável e que queremos ver repetida mais vezes.

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Pudemos assistir, no passado mês de novembro, a uma semana diferente, em que nos cruzámos com os possíveis futuros alunos, isto tudo no seguimento do dia aberto do IST-Taguspark. Foi proporcionado a estes alunos um conjunto de atividades, organizado pela Sónia Gil, em conjunto com os vários núcleos do IST. Uma destas atividades foi o workshop de soldadura organizado pelo N3E-Robotics. Este consistiu na soldagem, pelos alunos, de um kit de componentes eletrónicos previamente preparado. Antes de começarem a soldar foi feita uma breve introdução sobre os componentes que iriam montar e sobre alguns princípios básicos da eletrónica. O kit dispunha de 3 leds que, consoante o modo selecionado, piscavam de maneiras diferentes dando destaque ao modo do microfone que, dependendo da intensidade do som, regulava a luz. Posso afirmar que, tanto o workshop como as outras atividades desenvolvidas durante a semana, pelo núcleo e não só, alcançaram os seus objetivos, dar a conhecer o mundo da engenharia e divulgar os cursos do IST-Taguspark. Ao mesmo tempo proporcionámos um dia diferente e divertido aos mais novos. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

2ª Edição do Torneio de Basquetebol | Texto Miguel Neto O N3E voltou a organizar um torneio de Basquetebol 3x3 com o objetivo de incentivar a prática de desporto no seio da comunidade académica do Instituto Superior Técnico Taguspark. O torneio realizou-se na tarde do dia 2 de Dezembro de 2014 no campo exterior do IST Taguspark. O N3E também organizou em simultâneo a 2ª Edição do Monumental Churrasco junto ao local do torneio para poder satisfazer a fome de todos os espetadores do torneio de Basquetebol. O evento teve uma adesão bastante grande. No total, houve seis equipas inscritas. O torneio foi dividido numa fase de grupos, com dois grupos de três equipas, em que passavam as duas melhores equipas de cada grupo para uma fase final. As equipas participantes eram bastante equilibradas, mas no final a qualidade da equipa “Espetaculares” fez a diferença e tornaram-se os grandes vencedores da 2ª Edição do Torneio de Basquetebol. Os seus elementos Daniel Reis, Diogo Mesquita e João Freitas receberam como prémio um cheque prenda FNAC©. A equipa N3E proporcionou a todas as equipas uma caixa de Donuts© e água Serra da Estrela© para saciar a sede dos mais desidratados. No final do dia, o torneio foi um sucesso em que o fair-play e a boa disposição de todos os envolvidos foi uma constante. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Futsal Semanal Texto Miguel Neto

Como a vida do IST Taguspark não é só estudar, nada melhor que desanuviar com um belo jogo de futsal. Todas as semanas, a secção de desporto do N3E organizou jogos de futsal no campo exterior IST Taguspark. A adesão foi sempre grande, pois o futsal é um desporto cada vez mais em voga e os jogadores que experimentavam pela primeira vez voltavam sempre. Por mais incrível que pareça, os jogadores que marcaram presença nos jogos semanais eram de todos os quatro cursos do IST Taguspark e até apareceram jogadores pertencentes ao campus da Alameda. No fim, houve jogos renhidos aliados a um convívio saudável e com a criação de novas amizades.

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Actividades N3E

Dia Aberto | Texto Quevin Jagmohandas


N3E Robotics

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Texto Rúben Afonso Robot@Factory foi o primeiro projecto de competição do N3E, pretendendo simular uma unidade fabril com armazéns e unidades de processamento. O objectivo é movimentar autonomamente paletes entre as unidades fabris seguindo uma ordem específica. A estrutura do robot tem sofrido melhoramentos anualmente. No entanto, este ano optou-se por uma filosofia diferente: criar uma estrutura definitiva e optimizar o consumo energético. O maior desafio foi elaborar um modelo estrutural compacto, mas capaz de realizar as funções específicas da prova. Foram aplicados conhecimentos de mecânica, transversais à área de electrónica, e competências específicas como o desenvolvimento de hardware dedicado, processamento de sinal e programação de sistemas embebidos. Foi produzido por uma pequena equipa em horário extracurricular e testado numa pista similar à de competição, nas instalações do núcleo.

O robot possui dezasseis sensores infravermelhos para orientação na pista, dois garfos de levantamento vertical e dois motores com encoders que permitem uma velocidade constante. A comunicação com o exterior é efectuada por Bluetooth, sendo controlado por um microcontrolador LM4F120 embebido numa motherboard produzida especificamente para este. Possui ainda duas baterias de lítio que possibilitam uma autonomia superior a duas horas. A competição deste ano decorreu no Festival Nacional de Robótica, em Espinho, durante a terceira semana de Maio. O projecto obteve o 6º lugar apesar de os participantes ambicionarem uma melhor qualificação com o aperfeiçoamento do algoritmo de orientação. Analisando as dificuldades ultrapassadas, o balanço final é positivo. Graças ao esforço acrescido a nível de concepção, o robot tem potencial para servir de base para projectos futuros.

Robot@Facto r y 10 N3E Magazine


N3E Robotics

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Texto Pedro Angélico e Diogo Dores m Maio de 2014, realizou-se na Universidade de Aveiro mais uma edição do Concurso de Robótica Micro-Rato, destinado principalmente a alunos dos últimos anos das licenciaturas em Engenharia Eletrónica e afins e alunos de pós-graduação nesta área ou próximas. O desafio que nos foi colocado foi o de construir e/ou programar um robot para resolver um labirinto, saindo da área de partida e a ela regressando, passando obrigatoriamente por uma área intermédia, designada por área de farol. O farol, para ser encontrado pelo robot, emite infravermelhos. Cada toque numa parede tem uma penalização, que é maior se destruir o labirinto, menor se não o alterar. A chegada ao farol é assumida através da mudança de cor do chão. Se ninguém chegar ao farol, há uma segunda opção de qualificação, através da distância ao mesmo, o mais perto ganha.

o material necessário para o fazermos. Depois de montado o robot, veio o desafio de programação, como fazer o robot não chocar contra a parede? Passámos por muitas fases até atingirmos a solução final, várias disposições dos sensores de proximidade, várias versões do código utilizado pelo robot, até sermos capazes de evitar que o robot chocasse com as paredes e virasse na altura certa. Outro grande desafio foi tentarmos garantir que o robot faria ângulos de 90 graus e andasse direito. A grande dificuldade, aquela que nos levou ao terceiro lugar, foi o desconhecimento do material das paredes do labirinto. Lançámos como grande desafio para o ano, melhorar o nosso robot, de modo a conseguirmos alcançar o primeiro lugar! Esperem por nós… Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Neste âmbito, um grupo de três jovens do primeiro ano do curso de Engenharia Eletrónica do Instituto Superior Técnico, apoiados por alunos mais velhos, do início ao fim deste projeto, em parceria com o IEEE-IST Student Branch, desenvolveu o Mark II. O robot é constituído por dois andares construídos em acrílico, e os desafios colocados ao longo do percurso até chegarmos ao concurso foram muitos: O primeiro desafio prendeu-se com a construção do robot, que não seria possível sem a ajuda dos alunos mais velhos e do Sr. Pina. Estes ajudaram-nos a concretizar a visão que tínhamos para a construção do robot e ensinaram-nos a trabalhar com

Mi c ro -Rato N3E Magazine 11


N3E Robotics

Con d ução Au tó no ma Texto Francisco Varandas, Diogo Guerra, Pedro Marques e Rúben Capitão

conjunto com os nossos conhecimentos de electrónica, para controlar a velocidade e direcção deste veículo adaptado.

ra necessário um novo desafio, a equipa do N3E Robotics precisava de explorar novas áreas da robótica. Uma das áreas promissoras neste ramo, que tem demonstrado cada vez mais desenvolvimentos, é, sem dúvida, a visão artificial e o processamento de imagem. Foi com esta ideia em mente, que 4 membros da vasta equipa N3E Robotics decidiram começar um novo projecto com o intuito de participar na competição da Condução Autónoma no Festival Nacional de Robótica (FNR).

Após concluída a construção do nosso veículo, passámos à fase de testes, para os quais precisávamos de uma pista idêntica à da competição. Dadas as grandes dimensões da mesma, apenas foi possível concebê-la no átrio central do nosso campus Taguspark, espaço pelo qual agradecemos aos orgãos de gestão do campus. Seguiram-se longas horas de programação intensiva, resolução de problemas mecânicos e de construção de uma pista em escala real. Com esta nova e estimulante experiência, estava na hora de partir para Espinho, onde iria decorrer a competição.

E

Foi nesta competição que vimos uma oportunidade de nos inserirmos neste novo tema. Assim, o objectivo era construir um robot que fosse capaz de se orientar autonomamente numa pista, que pretende simular um ambiente rodoviário real. Esta pista, em forma de 8, é constituída por duas faixas de rodagem, semáforos, uma zebra e um lugar de estacionamento. Perante um cenário tão complexo, torna-se um grande obstáculo a aquisição e interpretação de sinais que permitam o reconhecimento do espaço envolvente que, consequentemente, dificulta a navegação do nosso robot na pista. Posto isto, uma das melhores soluções para o nosso problema de aquisição de informação é, como referido, a utilização de visão artificial. Com a ajuda de três câmaras, duas para a pista e uma para a sinalização, aliadas a um computador para processamento de imagem e um poderoso software open source, o OpenCV, montámos o nosso sistema de visão. Este sistema estava assente num modelo RC de um Subaru, gentilmente cedido pelo Prof. Moisés Piedade, o qual foi convertido de motor de explosão para motor eléctrico. Por forma a completar a nossa plataforma de condução autónoma, utilizámos um Arduino UNO em

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No FNR, encontrámos um ambiente tecnologicamente cativante, onde convivemos de forma saudável e cooperante com as restantes equipas, oriundas de todos os cantos do país. Alargámos a nossa visão, partilhámos perspectivas, ajudámos e fomos ajudados. Tudo isto num rigoroso contra-relógio, onde além da navegação na pista, tínhamos de identificar sinalização vertical, navegar em condições de fraca luminosidade, dentro de um túnel, contornar a pista por uma zona de obras, evitando sempre os obstáculos colocados na pista de forma aleatória. Apesar do trabalho árduo desenvolvido neste projecto, alcançámos, na nossa estreia, o segundo lugar, o qual não se deve apenas a nós próprios mas também a todos os que nos incentivaram e ajudaram neste longo percurso, entre os quais, a AEIST pela cedência da sua carrinha, o Sr. Pina pela sua enorme paciência e a todas as outras equipas que nos marcaram fortemente. Uma coisa é certa, se no primeiro ano ficámos em segundo lugar, imaginem como será o próximo.


N3E Robotics

+ N 3 E Ro b o tic s

N3E Magazine 13


Ex-Presidentes

Da Origem a 2009-2010 André Melo

zine, 1ª edição.

“A experiência associativa que o N3E me tem proporcionado, é sem dúvida alguma, um marco na minha vida, um segundo curso no IST. Destaco a aprendizagem, capacidade de enfrentar desafios, mas acima de tudo… as grandes amizades e momentos que nunca vou esquecer!” N3E Maga-

Há precisamente 5 anos atrás, escrevia estas palavras e hoje acho que é o melhor pitch que podia escrever sobre a minha experiência como fundador e Presidente do N3E. Marcante, desafiante, com muito espírito de equipa e, como muitas vezes dizíamos, uma preparação para aquilo que é o mundo profissional e as suas exigências. Mas indo ainda um pouco mais atrás... ao tempo em que discutia com o Luis Rosado, Vitor Canosa, Bruno Silva, Helena, e tantos outros, o que poderíamos fazer pelo nosso curso, pelos nossos colegas. De facto, como pioneiros do curso, era o espírito que sentíamos, que era o NOSSO curso e que queríamos deixar uma marca. Pensou-se então em iniciar o NEEE, até que o Tiago Costa um dia disse “porque não juntar os Es e ficava N3E?”. E assim surgiu o nome, e de seguida o logótipo que ainda hoje perdura – entre umas linhas de código, o Roberto Jardim lá teve tempo para o finalizar. A partir daí foi construir os alicerces, divulgar o projecto e

começar então a fazer actividades dos mais variados géneros, para os alunos, para promover o curso e para nos aproximar das empresas e entendermos quais seriam as nossas alternativas futuras. Esta rampa de lançamento teve então o seu auge na constituição do N3E como associação – 24 de Março de 2009, tendo sido então uma afirmação definitiva do nosso compromisso e do objectivo de deixar uma estrutura preparada para os responsáveis seguintes. Tivemos a capacidade de construir um projecto de raiz e deixa-me orgulhoso verificar que ainda hoje existem alunos com a mesma vontade que nós tínhamos. Nessa altura não tinha propriamente expectativas, sabia apenas que era algo que queria fazer e que queria construir e que acabou por crescer e por me fazer crescer. Quando cheguei ao meu primeiro emprego já sabia o que era liderar, comunicar devidamente, guiar reuniões, comprometer-me com projectos e datas, confiar nos colegas de equipa, saber os custos da nossa actividade e tomar decisões. No fundo, sabia a necessidade de acrescentar valor no nosso dia-a-dia e estava mais preparado para o fazer. Naturalmente, esta experiência teve enorme impacto nas minhas capacidades pessoais e profissionais e reduziu o gap que existe quando se deixa de ser aluno e se passa a ser profissional. À distância de 5 anos, o que posso dizer aos actuais e futuros dirigentes do N3E é que estão a ter (talvez) a melhor experiência para complementar o curso que estão a tirar. É por isso, que dou como conselho a qualquer aluno, que procurem experiências que vos completem, que vos desafiem e que acima de tudo que vos preparem para o resto da vida. A título pessoal, a presidência do N3E trouxe-me isso.

2010-2011 Ricardo Borges

A minha viagem no N3E começou em 2009 quando um grupo de colegas do curso decidiu colmatar a falta da existência de um núcleo estudantil para o curso. Foi-me feito o convite para fazer parte desse grupo e desde logo começámos um longo caminho que mais tarde levou à oficialização do N3E. Um ano depois de eu ter entrado, os membros da direcção estavam no final da sua etapa académica e exigia-se uma renovação. Foi então que decidi assumir a presidência do N3E, desafio que me foi proposto pelo então presidente, André Melo, e que eu aceitei sem hesitar. Na altura as expectativas eram grandes, mas sempre tivemos noção que, devido à dimensão do curso, iríamos encontrar algumas dificuldades. A primeira direcção fez um trabalho fantástico e eu sabia que iria ter um árduo ano pela frente, para conseguir manter a qualidade e tentar elevar ainda mais o nome do N3E. Felizmente foi um ano de sucesso, graças à equipa que fazia parte do N3E na altura, onde conseguimos manter muitas das actividades já existentes, como a N3E Magazine, convívios, workshops, entre muitas outras actividades que de uma forma ou de outra acrescentam algo ao curso. Foi também

nesse ano que fizemos questão de nos colocar no mapa das entidades competentes, desde a Reitoria da Universidade de Lisboa, passando pela direcção do IST, AEIST e outros núcleos estudantis. Foi o caminho que achámos que deveria ser seguido na altura, porque o apoio destas entidades é fundamental para que possamos desempenhar as tarefas para as quais o N3E foi criado, apoiar os alunos e melhorar as condições do curso em muitos aspectos, assim como projectar o curso no mundo empresarial. Foi no N3E que percebi algumas das minhas qualidades assim como defeitos e isso foi sem dúvida uma mais-valia, tanto na minha vida pessoal, como mais tarde na minha vida profissional. Diria mesmo que esta experiência no N3E foi a responsável por actualmente saber o que quero e como vou lá chegar. A vida associativa é feita por gosto, não somos recompensados financeiramente e temos o curso para fazer como qualquer outro colega. Temos que saber gerir o tempo, saber trabalhar em grupo, muitas vezes liderar um grupo de pessoas, ter criatividade e detectar as falhas que temos que corrigir. É isto que uma associação nos dá, foi isto que o N3E me deu e estas competências são muito importantes na vida profissional, mesmo que não sejam valorizadas logo na primeira entrevista para um emprego. A curto ou médio prazo as pessoas que nos rodeiam apercebem-se que não somos só mais um colaborador e que temos capacidade para fazermos muito mais porque temos perfil e competências que muitos não têm, principalmente no início do percurso profissional. E essas competências, adquiri-as no N3E!


2011-2013 César Gaspar

Desde o primeiro ano da Licenciatura em Engenharia Electrónica, sempre estive muito próximo do N3E e por consequência fui convidado a criar uma equipa de trabalho que desse continuidade ao núcleo, que na altura ainda era muito jovem. Portanto, tornar-me presidente do N3E foi algo que ocorreu com naturalidade dos acontecimentos durante o meu percurso académico. Estávamos no mês de Outubro de 2011, quando assumi o cargo de presidente do N3E. Os desafios propostos eram grandes e a ambição da equipa para os realizar era de igual tamanho. Estava na altura de colocar em prática as ideias que há muito estavam no caderno e nas nossas mentes. Os projectos iniciados foram muitos e um ano de mandato não chegou para os realizar, por isso, no final do primeiro mandato o N3E concluiu que não existia necessidade de mudar a sua organização, nem

equipa, mas sim continuar e concluir os projectos que tinha nas mãos. Destaco a ambição de todos em criar um grupo que desenvolvesse trabalhos relacionados com a electrónica de forma extra curricular. De raiz, foi constituído o N3E Robotics, que com o tempo se tornou um grupo sólido e estruturado, e que agora se afirma em diversos projectos da área. Foram dois anos que exigiram muito de mim, a nível profissional e pessoal, porque ser aluno no IST exige muito tempo para o trabalho curricular e desta forma não resta muito tempo para outras actividades. No entanto, com esforço e “amor à camisola” tudo foi conseguido. Contudo, a minha passagem pelo N3E permitiu-me desenvolver e melhorar as minhas capacidades de trabalho em equipa e sobretudo a minha gestão de tempo. Todas estas mais-valias têm-se reflectido nos diversos projectos em que tenho trabalhado. No fim, ficou também a enorme lista de contactos que foi sendo criada ao longo destes anos e, agora e no futuro, é um enorme recurso na hora de iniciar novos projectos, sem esquecer todos os laços de amizade com os restantes membros do N3E.

2013-2014 Francisco Varandas

É curioso observar, nos dias de hoje, esses loucos que, a troco de nada, trabalham e prescindem do seu valioso tempo para contribuir para o crescimento de uma ideia. Doidos, não é? Talvez não. Em todos esses loucos, os dirigentes associativos e vulgarmente confundidos com boémios, há sempre aquela característica em comum: o bichinho por desafiar, criar, inovar, experimentar, quebrar... E foi movido por este bichinho (talvez doença?) que, em 2012, decidi ingressar no núcleo de estudantes do nosso estimado curso, o N3E. Era o local ideal para desenvolver ideias, semear projectos e dar uso ao meu potencial criativo ou, como se diz na gíria, pôr as coisas a mexer. Foi um ano de muita aprendizagem com a experiência dos membros mais velhos, onde me comecei a envolver nos vários projectos, de grande qualidade, do nosso núcleo. Foi em meados do mês de Maio de 2013 que eu e o Tiago Barra trocámos ideias quanto ao rumo que gostaríamos que o núcleo seguisse e decidimos começar a traçá-lo em conjunto.

Nessas férias de verão muito trabalho foi feito de forma a preparar a nossa candidatura. Começámos por reunir uma equipa nova, diferente, mas poderosa. Seguiu-se a remodelação do nosso site por completo, várias reuniões com diversas entidades, a realização do primeiro vídeo promocional do N3E e a fortificação da imagem do núcleo, com destaque à presença nas redes sociais. Após este esforço inicial e com a vitória nas urnas, pudemos assistir à ascensão do N3E como núcleo de referência no Técnico. Impulsionámos uma série de novas actividades, nomeadamente o Workshop de Raspberry Pi, o Torneio de Ténis de Mesa ou a participação em três competições distintas de robótica no mesmo ano. Paralelamente, foi também totalmente remodelada a N3E Magazine, deu-se início a uma nova vaga de churrascos e outros convívios, como o paintball ou desportos marítimos, entre outros tantos eventos com a marca N3E. E com isto tudo fomos ganhando aquele espírito de camaradagem e cooperação, inerente aos longos períodos de trabalho em equipa. Ganhámos a capacidade de coordenar e liderar projectos, desde workshops técnicos, a torneios desportivos. Aprendemos a ter o fôlego para nos lançarmos em novos desafios e a capacidade de contornar obstáculos. E no final de tudo, citando John Dryden, “Há na loucura um prazer que só os loucos conhecem” e espero, sinceramente, que estes loucos que hoje mudaram uma parte do nosso Instituto, continuem a ser loucos o suficiente para mudar uma parte do nosso mundo. #somosN3E

Ex-Presidentes

ao Presente


O Curso

LEE/MEE : Texto Prof. Pedro Girão

Introdução

tamentos os mais ligados ao IST-Taguspark.

O ensino superior em Portugal, nos finais do milénio passado e início do presente, caracteriza-se por um significativo crescimento da oferta educativa. É nesse período, aliás, que iniciam a sua atividade grande parte dos institutos politécnicos nacionais. Um dos suportes para esse crescimento foi o crescente número de mestrados e doutorados resultante de uma política de investigação e desenvolvimento também expansionista, associada a objetivos de qualificação dos docentes do ensino superior. O Instituto Superior Técnico (IST) não constituiu exceção à tendência geral. É na década de 1990 e início da de 2000 que são criados alguns dos cursos atuais do IST tais como Engenharia Aeroespacial, Engenharia do Ambiente e Engenharia e Gestão Industrial.

É neste contexto geral que nasce a Licenciatura em Engenharia Eletrónica. As oportunidades então existentes no que respeitava a capacidade letiva do DEEC e a instalações no Taguspark levaram o DEEC a pensar numa oferta formativa inovadora particularmente no que respeitava a área específica em que se inseria e à forma de lecionar. Assim, foi incumbida a um grupo de três docentes do DEEC então de três Secções diferentes - os Profs. Manuel Medeiros Silva (Secção de Eletrónica), Guilherme Silva Arroz (Secção de Computadores) e eu próprio (Secção de Eletrotecnia Teórica e Medidas Elétricas) – a tarefa de conceber uma licenciatura no domínio da Eletrónica. A LEE nasce pois nesse contexto com os seguintes objetivos:

É também no final da década de 1990 que nasce e se concretiza a ideia de um campus tecnológico em Oeiras – o Taguspark – iniciativa que visava uma ligação estreita entre a Universidade (ensino e investigação) e o mundo empresarial. A criação de um campus do Técnico no Taguspark está associada, desde o início, à própria conceção e desenvolvimento desse campus tecnológico. Cerca de duas décadas após as primeiras iniciativas para a concretização da visão Taguspark o balanço é positivo, mas alguns dos pressupostos iniciais não foram concretizados, estando as insuficiências daí resultantes na origem de vários dos problemas que afetam o Taguspark e o funcionamento do campus do IST em particular. Um dos pressupostos não materializado era a instalação do então Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC) no Taguspark. Os membros do INESC eram maioritariamente docentes do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e do Departamento de Engenharia Informática (DEI), o que de alguma forma justifica o facto terem sido esses depar-

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• Constituir uma oferta complementar à da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (LEEC). • Distinguir-se claramente da LEEC. • Manter uma sólida formação de base. • Permitir a formação de licenciados altamente vocacionados para a prática da engenharia treinados e habituados a desenvolver sistemas eletrónicos para diferentes aplicações. Das 32 unidades curriculares que constituíam os 3 primeiros anos da LEE, apenas 11 eram diferentes das oferecidas em igual período na LEEC. Este facto não é de estranhar, uma vez que a formação de base necessária para as duas licenciaturas é essencialmente a mesma. No entanto, as 11 unidades curriculares diferentes conferiam, desde logo, uma formação graduada distinta entre a LEE e a LEEC. A diferença entre as duas licenciaturas acentuava-se mais, no entanto, devido a duas outras diferenças: as unidades curriculares dos 4º e 5º anos e a forma de lecionação de todas as unidades curriculares das duas licenciaturas, mesmo aquelas

que eram comuns. A organização curricular da LEE, feita de modo a cobrir os diferentes aspetos da Eletrónica – da Eletrónica de Potência à Eletrónica de Radiofrequência, dos Sistemas Eletrónicos Analógicos e Digitais aos Sistemas Embebidos, da Micro e Nanoeletrónica às Técnicas de Fabricação de Sistemas Eletrónicos permitia alguma flexibilidade na escolha de perfil de formação dos alunos mas naturalmente não contemplando a existência de perfis ou ramos, uma vez que o numerus clausus proposto seria de 30, valor mínimo considerado sustentável em termos de recursos docentes.

Os primeiros anos da LEE e a adaptação a Bolonha Como é próprio de novas iniciativas, o arranque da LEE foi acompanhado de grandes expetativas e do empenho de muitos para que o “projeto LEE” fosse um sucesso. Creio ser da mais elementar justiça salientar o papel desempenhado desde o início pelo Prof. Moisés Piedade, não só o maior defensor e mais crente nas virtudes da LEE, mas também, e sobretudo, a pessoa que mais se envolveu na definição e implementação de um tipo de ensino rigoroso mas claramente focado na participação dos alunos em realizações práticas desde o 1º ano. A experiência SUBA foi a imagem de marca desse tipo de ensino caracterizado, também, pela grande proximidade entre o docente e os alunos, possível em cursos de poucos alunos. Embora constituindo uma oferta de grande qualidade, a LEE não teve a procura desejada. Não vamos aqui dissecar as causas - muitas das quais se têm mantido até hoje. Muitos esforços foram entretanto realizados para procurar ultrapassar as causas de fraca atratividade da LEE, mas sem grande sucesso. O Acordo de Bolonha implicou

O mu para

alterações significativas no ensino superior. A generalidade dos cursos que tinham a duração de 5 anos tiveram de ser reestruturados de modo a poderem permitir duas saídas profissionais nesse período. No IST foram adotadas duas soluções: licenciatura (3 anos) seguida de mestrado (2 anos) – a chamada solução 3+2 – e os mestrados ditos “integrados” de 5 anos também divididos em dois ciclos, mas em que o 1º ciclo não confere grau habilitador à prática profissional. No primeiro caso passou a existir dois ciclos distintos – 1º ciclo: licenciatura; 2º ciclo: mestrado -. A LEE seguiu o primeiro modelo, passando a designação de Licenciatura em Engenharia Eletrónica (LEE) a corresponder ao 1º ciclo e o Mestrado em Engenharia Eletrónica (MEE) a respeitar o 2º ciclo. Esta decisão teve várias consequências que, mais uma vez, não cabe aqui analisar com pormenor, mas o reduzido número de alunos que após terminar o 1º ciclo não continua para o MEE, tem como uma das causas seguramente esta separação em dois ciclos, solução não seguida, por exemplo, pela Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. Com a necessidade de racionalizar o funcionamento dos cursos do IST, em particular daqueles que funcionam no mesmo campus e que têm algumas afinidades, manifestadas pela existência de algumas unidades curriculares comuns ou muitos semelhantes, como é o caso da LEE e da LETI, introduziram-se recentemente ajustes e alterações curriculares na LEE e no MEE. No entanto, poder-se-á dizer que, no essencial, a formação atualmente oferecida no conjunto LEE/MEE mantém o espírito e conteúdo inicialmente pensado para a então LEE.

Importância e necessidade de engenheiros eletrónicos Uma pergunta que pode e deve ser feita é se o “projeto LEE” inicial se continua a justificar. Esta


pergunta é tanto mais pertinente quanto é certo que a procura não tem sido grande; as entradas na LEE não têm preenchido o respetivo numerus clausus e o número de novos alunos do MEE não atinge a dezena e meia, parecendo com tendência para diminuir. A resposta a essa pergunta passa, em nossa opinião por responder às seguintes questões: • A formação da LEE/MEE é relevante, isto é, diz respeito a uma área do conhecimento com importância social e económica? • A formação da LEE/MEE é de qualidade, isto é, confere as competências que são esperadas? • A formação da LEE/MEE é diferenciada, isto é, distingue-se daquela que é providenciada por outras licenciaturas/mestrados do IST? • Existe a necessidade de formados com o tipo de preparação conferida quer pela LEE quer pelo MEE? A minha resposta a todas estas perguntas é: SIM. As unidades curriculares da LEE e do MEE estão, de um modo geral, e com os condicionalismos resultantes da necessidade de racionalizar recursos já referida, bem organizadas, quer no que respeita aos objetivos e programas, quer no que respeita à sequência pela qual são lecionadas, quer ainda pela forma como são lecionadas. O facto do MEE ter obtido o selo de qualidade EUR-ACE – e esperemos que a LEE lhe siga o caminho agora que a Ordem dos Engenheiros também possui a prerrogativa de conferir esse selo a 1º ciclos de formação superior em Engenharia - revela o reconhecimento externo que a sua “qualidade” se situa muito acima do nível mínimo exigível a um curso superior. O ensino na LEE/MEE, como aliás, em geral, nos cursos lecionados no Taguspark, é de uma grande proximidade aluno/docente, com disponibilidade de utilização dos laboratórios e outros espaços em regime livre.

A formação de base é do nível de todos os cursos em que o DEEC assume uma responsabilidade maioritária ou importante e o grau de exigência é também pelo menos semelhante ao, por exemplo, da LEEC/MEEC. Com estes, a LEE/MEE tem ainda em comum a procura de conferir capacidades de resolução de problemas de engenharia de diferente complexidade e de espetro largo, naturalmente centrando a intervenção nos aspetos relacionados com a eletrónica. Comparando a LEE com o primeiro ciclo do MEEC, podemos detetar muito em comum, especialmente a nível do 1º e 2º ano, mas diferenças naturais no 3º ano com algumas unidades curriculares na LEE com o objetivo de transmitir competências em aspetos específicos da Eletrónica ou de constituir suporte para outras unidades curriculares do MEE. A formação de um mestrado em Engenharia Eletrónica é significativamente diferente da de um aluno do MEEC que tenha optado pela área principal de Eletrónica, desde logo porque o número de unidades curriculares mais

específicas da Eletrónica que os alunos têm de realizar é diferente, naturalmente superior no MEE do que no MEEC, mas também pela forma de lecionação mais voltada, como disse, para as realizações e implementações práticas. Apesar de não existirem grupos de investigação sediados no Taguspark – ou talvez por isso! – tem sido possível formar engenheiros eletrónicos e não investigadores em eletrónica. Isto não

significa que se rejeite a possibilidade dos mestrados enveredarem por uma carreira de investigação – e vários o têm feito – mas apenas que as competências adquiridas devem ser centradas nos requisitos de uma prática em engenharia. Embora, tanto quanto sabemos, o números de formados que entram no mercado de trabalho após conclusão da LEE seja muito reduzido, existe claramente procura por técnicos com esse tipo de formação quer em Portugal, quer no estrangeiro. Uma pesquisa na Internet permite obter a confirmação desta afirmação. Refira-se, no entanto, que existência de uma LEE “profissionalizante” deveria implicar a existência de uma unidade curricular integradora de conhecimentos – Projeto ou Estágio -, o que na realidade não se verifica e constitui, na minha opinião, uma fragilidade da LEE que confere um diploma em Licenciado em Engenharia Eletrónica. Com o programa atual, é nossa opinião que faria mais sentido não existir uma LEE e um MEE mas, à semelhança do MEEC, um MEE dito “integrado”.

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O Curso

undo empresarial e salarial a os alunos de eletrónica


O Curso

A necessidade de licenciados e mestrados em Engenharia, e nomeadamente em Engenharia Eletrónica, na Europa e em Portugal – mesmo no período recessivo que se tem vivido na última meia dezena de anos – é por demais evidente. Como a generalidade dos formados pelo IST, 60% dos alunos obtêm emprego antes de concluir o MEE e têm emprego até 6 meses após conclusão da sua formação. O facto da formação da LEE/MEE ser de espetro largo, centrado nas tecnologias mais avançadas dos componentes, equipamentos e sistemas eletrónicos modernos, em todas as suas vertentes e aplicações, conferindo aos formados capacidades de analisar e de sintetizar sistemas eletrónicos modernos, especialmente dotados da capacidade de concretizar materialmente esses sistemas usando as melhores técnicas e tecnologias, permite empregabilidade numa enorme variedade de atividades, nomeadamente, e citando outrem: • Prestação de serviços em diferentes áreas da engenharia, nomeadamente: Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Automação Industrial. • Integração, configuração, programação e ensaio dos sistemas eletrónicos existentes em qualquer instalação fabril. • Projeto, preparação, fabrico e ensaio de pequenos módulos requeridos por equipamentos e sistemas eletrónicos complexos. • Pequenos estudos na área da engenharia eletrónica, com

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ênfase especial na análise das capacidades de concretização desses sistemas e das suas múltiplas aplicações em todas as áreas de engenharia. • Investigação e desenvolvimento. Para além disso, como é sabido, a enorme maioria das empresas portuguesas são de muito pequena dimensão também no que respeita ao número de trabalhadores, o que significa que comportam eventualmente um número dígito de engenheiros – muitas vezes apenas um que, por isso, tem de ser capaz de resolver todos os problemas que se colocam à operação da empresa -. A contratação de um engenheiro com a formação dos mestrados em Engenharia Eletrónica do IST é uma boa opção particularmente quando essas empresas têm uma atividade fabril que envolve equipamentos elétricos e eletrónicos, sistemas de medição, telecomunicações e sistemas de informação.

O futuro da LEE/MEE Pelo que fica dito, parece que a continuação da LEE e do MEE se justifica totalmente. Porém, a análise feita não teve em conta a resposta às seguintes perguntas: • Existem os recursos necessários para continuar a oferta LEE/MEE? • Será o rendimento dos recursos a envolver, nomeadamente os docentes, ma-

ximizado ou estará o IST a “desperdiçar” esses recursos? • Estarão a LEE/MEE integradas na estratégia e visão do IST para o polo Taguspark? A resposta às duas primeiras questões é controversa. No que respeita à terceira pergunta a questão que se coloca é saber se o IST tem, de facto, uma estratégia e uma visão para o polo Taguspark e, se tem, se a tem vindo a implementar. Parece-me evidente que todas as direções do IST têm manifestado preocupação e interesse por esse polo e têm procurado, de alguma modo, aumentar as suas visibilidade e viabilidade principalmente através de uma melhoria significativa das instalações e infraestruturas de apoio. O Plano Estratégico do IST de 2010 inclui algumas referências ao polo IST Taguspark e se é verdade que importa ser-se mais objetivo e estabelecer metas de curto e médio prazo para que as grandes linhas do Plano, no que diz respeito ao Taguspark, tenham sucesso, não é menos verdade que muitas das boas ideias que têm sido avançadas para o Taguspark têm esbarrado em oposições cooperativas ou são simplesmente impossíveis de concretizar por falta de vontade ou de poder da direção do IST. O IST Taguspark poderia ser muito diferente para melhor mas para isso seria necessário implementar medidas que não seriam nem pacíficas nem consensuais e que, por isso, dificilmente são postas em prática no contexto da gestão universidade portuguesa, IST incluído.

Sem querer ser alarmista, até porque nada de concreto existe que o justifique, parece-me poder-se dizer que o futuro da LEE/MEE merece alguma preocupação. Entretanto, compete a todos os atores principais – autoridades académicas, docentes, alunos, ex-alunos – tudo fazer no sentido de contribuírem para evidenciar os reais méritos da LEE/MEE de modo a captar mais alunos e a procurar resolver alguns dos problemas que afetam o Taguspark e ultrapassar a opinião por vezes existente que a formação no IST Taguspark é de qualidade inferior à do IST Alameda. Os licenciados da LEE e mestrados do MEE têm sido um bom testemunho da qualidade da formação que lhes é conferida e é de esperar que a imagem que dão do LEE/MEE seja cada vez mais fidedigna e, por isso, melhor. Dos Alumni espera-se não só isso mas também a divulgação da qualidade do ensino no IST Taguspark e a colaboração na captação de novos alunos. Aos docentes continua-se a pedir dedicação, algum sacrifício, e que possam contribuir para trazer atividade de investigação para o Tagus. Fundamental seria o IST ser capaz de, de uma vez por todas, definir o que quer do Taguspark. Desperdiçar o que existe parece absurdo, mas poderá ser inevitável se se deixar o Taguspark dependente de carolas e de bem intencionados. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa


Projectos de Curso

SUBAH Texto João Graça bustível de hidrogénio, com os devidos sensores e atuadores para que se mova numa pista transparente em forma de oito. O funcionamento de uma pilha de combustível envolve um processo eletroquímico que converte energia química em energia elétrica e calor, gerando somente como produto, água pura. Para alimentar a eletrónica do sistema de controlo foram necessários conversores de tensão para que a energia elétrica gerada pela pilha fosse utilizável.

A

A unidade de controlo deste sistema tem de ser capaz de controlar e monitorizar todos os módulos com um bom de-

Com o objetivo de sensibilizar as pessoas para este assunto, foi desenvolvido um pequeno veículo elétrico de demonstração chamado SUBAH. Este é movido através da energia gerada por uma pilha de com-

sempenho, mas ao mesmo tempo ser de baixo consumo. Para isso, foi escolhido o microcontrolador PIC24FJ256GB206 da Microchip. Este modelo é particularmente versátil em termos de con-

s crescentes necessidades energéticas tornaram a sociedade e a economia do século XX dependentes do petróleo e seus derivados. A consciencialização para as consequências da emissão de gases poluentes na qualidade do ar, faz com que se procurem fontes de energia alternativas.

figuração de periféricos, e com entradas/ saídas suficientes para desenvolvimento futuro. Tem também um conversor de sinal analógico para digital para adquirir os sinais vindos dos diversos sensores. Para o armazenamento do hidrogénio foram utilizadas duas seringas de 100 ml. À medida que o hidrogénio é consumido, o êmbolo destas é comprimido com a ajuda de um motor e de um varão roscado. De forma a manter uma pressão de hidrogénio constante foi também aplicado um sensor de pressão a este sistema. Para a tração do veículo fo-

ram construídos cubos de roda em acrílico, com encoders para ler a velocidade, e acoplados motores com caixa de velocidades para se obter binário suficiente nas rodas. Em todos os circuitos do SUBAH optou-se por uma alternativa modular, para que cada módulo tivesse o seu próprio circuito depois ligado a um circuito controlador principal, facilitando o futuro desenvolvimento de novos módulos. Para o carro se guiar na pista, esta dispõe de um pequeno fio condutor

ao longo do centro da “estrada”. Neste fio é passada uma corrente alternada de aproximadamente 200mA com uma frequência de 100kHz. Como consequência, é gerado um campo magnético alternado em torno do fio. Para detetar este campo foram construídos dois circuitos ressonantes na mesma frequência constituídos por uma bobine e um condensador em paralelo. Estes circuitos foram colocados na dianteira, equiespaçados 5 cm da linha central do veículo. Desta forma, a diferença das amplitudes dos sinais detetados por cada circuito corresponde ao desvio em relação ao centro da pista. Ao iniciar a partida, o carro percorre uma volta completa à pista e pára exatamente no mesmo sítio de onde partiu. O desenvolvimento deste trabalho permitiu a aplicação de conhecimentos adquiridos ao longo do curso e de alguma criatividade. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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Projectos de Curso

Cursor Controlado pelo Movimento da Mão Texto Fábio Barroso

O

projecto do cursor controlado pelo movimento da mão surgiu de um laboratório de Sensores e Actuadores Inteligentes, uma cadeira do Mestrado em Engenharia Electrónica, em que o grupo tinha que estudar e dar uso a dois acelerómetros triaxiais. Como o seu nome indica, estes sensores são capazes de medir a aceleração estática de um corpo em três eixos (X, Y, Z). São ideais para aplicações em que se queira medir a inclinação de um objecto, ou detectar movimentos bruscos efectuados pelo mesmo. Uma vez que sempre fomos motivados pelo professor da disciplina, Francisco Alegria, a pensar “fora da caixa”, começámos a pensar em possíveis aplicações para estes sensores. Rapidamente nos

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lembrámos de várias opções, como fazer um comando para o computador, que captasse os movimentos realizados pelo utilizador, semelhante ao que acontece num comando da consola Wii. Visto que algo do género já tinha sido feito no passado por outros colegas, lembrámo-nos de uma alternativa engraçada: e se a nossa própria mão servisse para controlar o cursor do rato e efectuar cliques? A partir daqui, como a ideia agradou aos três elementos do grupo, e como tínhamos uma semana para realizar o trabalho laboratorial dos acelerómetros, pusemos mãos à obra. Depois da parte da aquisição e tratamento dos sinais provenientes dos acelerómetros

estar completa, adaptámos uma luva na qual colocámos os dois acelerómetros, com as devidas ligações para o computador: um dos acelerómetros era responsável pelo movimento do cursor, e outro pelos cliques. Com o software desenvolvido em LabVIEW, conseguimos, de facto, controlar o cursor do rato através do movimento da mão: rodar a mão para a esquerda ou direita fazia com que o cursor se movesse ao longo do eixo X, ao passo que inclinar a mão para cima ou para baixo criava um movimento do cursor no eixo Y. Quanto maior a inclinação da mão, maior a velocidade do cursor. Em adição, fechar a mão gerava um clique. Através do programa desenvolvido, conseguimos monitorizar os movimentos realizados e modificar a sensibilidade do cursor consoante

a preferência do utilizador. Em suma, foi um trabalho que começou por ser apenas mais um laboratório de Sensores e Actuadores Inteligentes, e que com alguma imaginação e empenho, se tornou num projecto bastante interessante. Fica agora o desafio para os próximos alunos a terem a cadeira, de fazer projectos ainda melhores! Resta-me agradecer aos meus colegas de grupo, Rúben Afonso e Pedro Marques, pela sua participação sempre muito activa neste, e em todos os outros projectos que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos, tal como ao professor Francisco Alegria, por nos motivar a fazer sempre mais e melhor em cada trabalho que realizámos para a sua Unidade Curricular.


Texto Nuno Rodrigues e João Brito

N

o âmbito da disciplina de Instrumentação e Aquisição de Sinais, leccionada pelo Professor Pedro Ramos, foi proposta a realização de um dinamómetro para fazer a transdução de uma variação de tensão causada pela deformação de uma régua numa medida de peso. Para realizar este projecto é necessário o recurso a extensómetros. O extensómetro é um transdutor passivo que converte uma deformação numa variação de resistência. Este projecto teve uma componente de hardware e uma componente de software. O esquema eléctrico (à direita) ilustra o hardware utilizado para o tratamento do sinal. O programa utilizado para desenvolver o software é o LabView. Para obter a variação de tensão causada pela deformação da régua, é necessário recorrer a uma ponte de Wheatstone. Em repouso, o extensómetro tinha uma resistência com valor de 120 Ω e a variação média de cerca de 0,1 Ω. A ponte foi usada para converter a variação da

resistência em variação de tensão. Com quatro extensómetros consegue-se uma sensibilidade 4 vezes maior do que com apenas um, caso sejam colocados em faces opostas da régua, dois de cada lado. A variação de tensão obtida entre os dois pontos da ponte de Wheatsone é pequena e foi, por isso, necessário amplificar o sinal. Para isso foi utilizado um Amplificador de Instrumentação (AD620) e um amplificador de ganho programável (AD526). O amplificador de ganho programável foi utilizado para evitar que os componentes saturassem e que se aproveite o alcance todo da placa de aquisição. O desmodulador síncrono (AD630) foi utilizado para rectificar o sinal. É necessário obter um

sinal com valor médio positivo para existir uma relação de crescimento do valor médio com o aumento da deformação do extensómetro. O amplificador operacional (OP1177) foi utilizado para garantir uma impedância de

entrada elevada e a correcta ligação à placa de aquisição que tem uma impedância de entrada reduzida. Com o esquema eléctrico acima e o software realizado no programa Labview foi possível obter uma relação linear entre a variação da resistência equivalente dos quatro extensómetros e o peso colocado na extremidade da régua, que dá origem à deformação. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios (erros inferiores a 0,1 g) para uma gama de valores entre 0 g e 350 g e para frequências entre os 5 Hz e os 1000 Hz. Para reduzir os erros, é necessário calibrar o equipamento antes de este ser utilizado. Esta calibração é feita com o programa desenvolvido em LabView. O resultado final é demonstrado na imagem à esquerda.

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Projectos de Curso

Extensómetro




Internacional

Magnus Sundal

Jonathan Calvillo

Tradução do espanhol: Tiago Barra

O

lá, sou o Jonathan, estudante do Mestrado em Engenharia Electrónica no Técnico e sou mexicano.

Decidi tirar o Mestrado no Técnico, pois penso que é a melhor escola de engenharia em Portugal e eu gosto muito do país. Durante o tempo que estou a morar em Portugal, tive a oportunidade de conhecer muitos portugueses e acho que no geral são boas pessoas, mas não gostam de conviver com pessoas que não falem português. Gosto muito da cultura portuguesa, e como os portugueses gosto de comer bacalhau. Pouco a pouco estou a aprender português com ajuda dos alunos de Engenharia Electrónica que sempre estão dispostos a ajudar se lhes perguntar as minhas dúvidas. Actualmente eu estou a estudar no Campus do Taguspark e ao mesmo tempo a morar em Lisboa, deste modo preciso de apanhar o autocarro (shuttle) todos os dias, pois é complicado ir para o campus se não se tem carro. Comparando o nível de exigência nos estudos da escola onde eu estudei Engenheira Electrónica no México, acho que têm um nível muito similar, embora o sistema de avaliação do Técnico seja mais complicado. Para mim até agora, viver e estudar em Portugal, tem sido muito agradável e quero continuar a ter mais experiências e fazer mais amigos em Portugal.

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Two types of garniture in one dish? Rice AND fries? Come on! Sorry, but I just had to let it out. There have been a few cultural differences experienced since I first arrived 1st of September this year. My name is Magnus Sundal and I am a 25 years old student from Norway who came to Portugal for three reasons admittedly: My Portuguese girlfriend, an interesting master degree and a rich and unfamiliar culture. The first does not need explanation. The second, well, listening to the experience from Portuguese people I’ve met abroad, it was easy to see that IST would be the obvious choice. A great majority of them originated from Técnico and the reputation spoke for itself. Culturally, Portugal seemed very different from what I had experienced so far. I will give credit to José Saramago and Zeca Afonso as great contributors of my interest in Portugal prior to arrival, both introduced to me by my girlfriend as draw cards of high potency along with various Vimeo clips. Now I’ve been here for one semester. My own effort in learning Portuguese so far has been embarrassing to say the least, however, people around me have been ridiculously welcoming. Only the first week I came to befriend Filipe the cafeteria guy, Silvia Palmeirão the secretary, numerous exchange students, the computer science gang from PANT and Old Yellow Jack who just released an EP by my name. The guys from N3E and my fellow MEE students have been extremely friendly from the start. I have not regretted for a second my decision for applying to IST, fly down here and cross my fingers in expectation of the application results. Every week I explore new parts of Lisboa and the Portuguese culture and it is fantastic! Academically it is challenging and the learning curve is solid. I was going to try surfing this autumn, but an infected spider bite (!) postponed those plans slightly. Still, the schedule remains full. Needless to say, I am looking forward to the next semester in Tagus even though there is still (at the moment of writing) one month left of the first one.


Texto Ricardo Borges

E

mbora tivesse escolhido Eng. Electrónica quando entrei para a faculdade, escolha da qual não me arrependo, percebi que não era bem Eng. Electrónica que eu queria exercer profissionalmente. Na altura estava a terminar a licenciatura e ainda equacionei a possibilidade de mudar de curso. Como não queria deixar o curso a meio para recomeçar outro e como não tinha a certeza do que realmente queria, acabei por fazer o mestrado em Eng. Electrónica. Obviamente que quando ainda estudamos não temos qualquer percepção do que é o mercado de trabalho e raramente temos a certeza do que queremos fazer no futuro. A experiência como dirigente do N3E deu-me a possibilidade de contactar com muitas empresas de “perto” e consegui conhecer bastante do que se fazia realmente nas empresas. Foi também nessa altura que começámos a diversificar as empresas que convidávamos para fazerem apresentações aos alunos, de modo a que eles tivessem um melhor conhecimento do que os podia esperar no futuro e assim tomarem uma decisão mais coerente acerca do seu futuro profissional. Os cursos podem e devem estar direccionados para uma determinada área, mas um aluno de engenharia, aliado ao facto de ser do Instituto Superior Técnico, tem capacidade para exercer as mais diversas tarefas, mesmo em áreas para as quais não teve qualquer tipo de formação académica. Depois de assistir a várias apresentações de empresas e

falar com colegas que já estavam no mercado de trabalho, apercebi-me desse facto e fiquei bastante satisfeito porque cada vez mais tinha a certeza que Electrónica não seria o meu futuro. Estava muito mais motivado para experimentar a área de consultoria.

Das apresentações a que assisti e das conversas que tive, escolhi algumas consultoras e comecei a enviar currículos, cerca de 6 meses antes da data prevista para entregar a tese. Na altura quase todas me chamaram para a primeira entrevista mas quase todas exigiam que eu tivesse disponibilidade para me deslocar para o estrangeiro, o que é muito comum nas consultoras, e na altura como tinha que terminar a tese

acabei por rejeitar algumas propostas e decidi que iria acabar a tese primeiro e só depois iria recomeçar o processo de enviar currículos novamente, nessa altura já com disponibilidade internacional. Passados 2 meses, quando faltavam cerca de 4 meses

para entregar a tese, recebi um telefonema da Accenture com uma proposta bastante razoável e um pouco acima da média do que estavam a oferecer as restantes empresas. Pensei um pouco e acabei por aceitar, não queira desperdiçar a oportunidade. Comecei a trabalhar na Accenture em Agosto de 2012 e até hoje continuo por cá. Fui contratado para programar em bases de dados SQL, mes-

mo sem ter qualquer tipo de formação eles sabem que nós temos capacidade para aprender rapidamente e é comum, no início, sermos contratados para áreas na qual não temos qualquer experiência nem formação. Na altura também comecei a exercer funções de apoio à gestão de projecto e fui deixando a parte da programação, porque era necessária mais ajuda na gestão e foram-me reconhecidas skills para exercer esse tipo de função, o que não é muito típico no início de carreira. Sem dúvida que as actividades extra curriculares e de associativismo que exerci enquanto estudava, foram uma mais valia para desenvolver esse tipo de skills, nomeadamente no N3E e na TMIST. Depois dessa experiência em gestão de projecto, mudei para SAP e neste momento estou a configurar e parametrizar a estrutura informática para gestão de recursos humanos nas empresas. É um desafio que estou a gostar bastante e tem a vantagem de maior parte dos projectos serem internacionais, o que me permite conhecer outras realidades e aperfeiçoar outros idiomas. “Se estou satisfeito? Bastante.” “Sabendo o que sei hoje, teria escolhido outro caminho? Não.” O que posso deixar como nota final é que o mercado de trabalho não é quadrado e temos muito por onde escolher, só temos que perceber o que realmente gostamos e por vezes ter um pouco de sorte. Com trabalho e dedicação, conseguimos ser bons em qualquer trabalho que tenhamos, porque o nosso curso e a nossa faculdade nos dão bases e filosofias de trabalho que muitos outros não dão.

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Mercado de Trabalho

“...temos muito por onde escolher...”


Mercado de Trabalho

“E agora, o que irei fazer?” Texto Ruben Abrantes

E

agora, o que irei fazer? Foi o primeiro pensamento que me passou pela cabeça assim que entreguei a minha dissertação. No fundo, sabia que a minha vida iria ter uma mudança radical após a conclusão do curso, mas nunca como aquela pela qual passei. Os meus últimos 5 anos tinham sido apenas focados na universidade e na conclusão do curso, mas agora o meu objetivo tinha sido atingido. Estava na hora de arranjar um emprego. Poucos meses antes de entregar a minha tese, eu e a minha namorada decidimos procurar melhores oportunidades profissionais fora de Portugal, ela em enfermagem e eu em eletrónica. Oportunidades que nos dessem condições dignas de quem investiu parte da sua vida no ensino superior, e que vê agora, a perspetiva negra em que o seu Portugal se encontra. Optámos por tentar a nossa sorte no Reino Unido, onde tínhamos já conhecimento de pessoas das nossas áreas que tinham sido bem sucedidas no que procuravam. E assim foi... Arriscámos! Sem nunca termos sequer visitado o país, embarcámos numa aventura que mudou a nossa vida radicalmente. Ambos arranjámos bons empregos, gostamos do

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que fazemos, somos respeitados profissionalmente e, acima de tudo, ambos somos felizes! Apesar de ter sido muito difícil deixar o “ninho”, esse sacrifício é recompensado por

uma estabilidade financeira e uma progressão de carreira que são praticamente garantidos a quem seja dedicado ao seu trabalho. Tendo ambos vindo de duas instituições que se empenharam em preparar bem os seus alunos, o nosso desempenho facilmente supera o de alunos recém licenciados nas mesmas áreas, e essa diferença é notável no dia-a-dia quando se trabalha com profissionais com vários anos de carreira. Estou de momento a trabalhar na CommAgility, uma

pequena empresa que se dedica ao desenvolvimento de soluções de elevado desempenho para o processamento digital de dados em telecomunicações, imagem digital, RF ou aplicações militares. Esta empresa desenvolve de

raiz todos os seus produtos, passando desde a fase de especificação até ao teste pelas mãos da equipa de engenheiros da qual faço parte. De momento sou responsável pela validação e teste a nível elétrico e digital dos produtos desenvolvidos e também já tive o desenvolvimento de alguns blocos sob a minha responsabilidade. Posso dizer que a curva de aprendizagem é bastante íngreme e estou a adorar tudo o que tenho feito, mesmo apesar das lacunas nos meus

conhecimentos ainda serem muitas, qualquer aluno que acabe o curso de eletrónica no IST facilmente consegue ter um papel ativo nesta empresa. O ambiente de trabalho é muito semelhante ao universitário, fazendo-me pensar muitas vezes que parece que estou novamente com os meus colegas no gabinete de mestrado! Se me perguntarem: valeu a pena todo o desespero e tristeza por que passamos quando sabemos que deixámos a família para trás? Respondo que sim! Tenho a vida que ambicionava quando entrei para a universidade, mas infelizmente fui empurrado para fora do meu país. É preciso ter muita força de vontade e não desistir ao primeiro problema, mas no fim compensa, e compensa bem! A quem estiver na dúvida se deve seguir um caminho semelhante, digo por experiência própria que o devem fazer. O choque é grande, mas crescerão como pessoa e terão uma vida confortável sem grandes problemas nem preocupações, e um dia mais tarde quem sabe... Não voltaremos para casa! Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa


Texto Pedro Ferreira

T

irei o Mestrado em Engenharia Eletrónica e encontro-me na Alemanha a trabalhar na área da eletrónica para dispositivos médicos. Espero que a minha experiência num mercado de trabalho estrangeiro dê uma contribuição diferente para esta edição. Quando finalizei o mestrado, em 2012, tinha uma grande vontade de ter uma experiência internacional. Não pela falta de oferta ou por um salário melhor, mas sim pelo desafio da mudança, expandir horizontes, e mais importante, crescer pessoal e profissionalmente. Inscrevi-me no programa INOV Contacto, programa este que “apoia a formação de jovens com qualificação superior em contexto internacional”, oferecendo a possibilidade de realizar um estágio no estrangeiro com a duração de 6 meses. Tempo este suficiente para perceber se tinha “estofo” para me tornar (mais) um emigrante, ou se seria apenas uma experiência a não repetir. Foi-me atribuída a empresa Precisis AG em Heidelberg, na Alemanha. A Precisis AG desenvolve soluções clínicas para radioterapia, neurocirurgia e radiocirurgia, desde o equipamento cirúrgico ao software de planeamento e de assistência ao tratamento. Inicialmente, fui inserido num projeto financiado pelo estado alemão e tinha como função implementar um novo módulo de visualização das conexões neuronais (Fibertracking) num dos softwares da empresa, mas ao longo do tempo e demonstrando o meu

interesse pela eletrónica mais responsabilidades me foram sendo atribuídas, e 2 meses antes do fim do meu estágio foi-me oferecido um contrato sem termo, que aceitei prontamente. Na mesma altura, tive oportunidade de ter uma experiência paralela para outro pais. Fui contactado por uma empresa sediada no Canadá, que encontrou a minha tese de mestrado através do Google e mostrou-se bastante interessada no tema e todo o trabalho desenvolvido - um recetor de GNSS (Global Navigation Satellite Systems) definido por Software - e após alguns dias de conversação, convidaram-me a participar no desenvolvimento de um dos seus projetos como consultor externo. O meu trabalho foi focado na programação em VHDL de uma FPGA de um recetor GNSS, mas estive igualmente envolvido no design do hardware. Este contrato teve uma duração de pouco mais de 6 meses até ter o dispositivo totalmente funcional. Não posso dizer que foi fácil de conciliar com o trabalho, mas sem dúvida foi bastante gratificante pelo reconhecimento e pela confiança depositada.

um controlador modular para colimadores de acoplamento a equipamentos de radiocirurgia. Por outras palavras, sou o responsável pelo desenvolvimento de hardware e programação, em conformidade com as normas Europeias e Americanas, de um controlo para diferentes colimadores que permitem os equipamentos de radiocirurgia criar as formas dos cancros, limitando a radiação em tecido saudável.

diferentes de trabalho, costumes e modo de vida diferentes. Sentir que os tenho ultrapassado é, sem dúvida, o mais gratificante. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Estar a trabalhar no estrangeiro significa uma magnitude completamente diferente de desafios. Aprender uma nova língua, adaptar-me a práticas

Atualmente encontro-me na mesma empresa e sou responsável pelo desenvolvimento de

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Mercado de Trabalho

“...pelo desafio da mudança...”


Aplicações na Electrónica

Introdução aos Circuitos e Sistemas Electrónicos Texto Prof. Júlio Paisana Departamento DEEC O objecto de estudo da Electrónica são os circuitos que usam as propriedades electromagnéticas dos seus componentes. Esta área do conhecimento surgiu primeiramente em estreita relação com a das Telecomunicações e só posteriormente emergiu como campo autónomo. A dificuldade em definir de modo claro a autonomia da área da Electrónica mantém-se até hoje. Será sempre difícil enunciar o que é a Electrónica sem se pensar nas suas interdependências com a Física, as Telecomunicações e Processamento de Sinal, o Controlo, a Informática, a Biologia, etc.... Todavia, apesar da grande dispersão da área de Electrónica, poder-se-á agrupar todas as suas sub-áreas em duas grandes componentes: a de análise, de natureza mais académica, que se centra nos circuitos electrónicos e nas suas relações com as outras áreas científicas e a de síntese, que é de índole de projecto, mais tecnológica e orientada para os sistemas electrónicos na qual re-

pousam as Ciências da Electrónica aplicadas às áreas da Telecomunicações, da Computação, da Potência, etc… A disciplina de ICSE pertence à primeira componente e está ligada à Teoria de Circuitos. Embora de natureza fundamentalmente analítica, dada a sua ligação às outras ciências, a sua organização, todavia, deverá também procurar ser ponte para a segunda componente, visando, por isso, a síntese de módulos capazes de serem encapsulados e integrados em módulos mais abstractos e complexos para serem posteriormente incorporados nos sistemas.

ção destas abstracções é recolhido o contributo da Teoria do Campo Electromagnético e Mecânica Quântica para “esconder” e sintetizar nessas relações importantes detalhes do comportamento físico daqueles componentes. Os elementos básicos dos circuitos são resistências, bobinas, condensadores, geradores de tensão independentes ou comandados, lineares e não lineares. A partir destes sintetiza-se qualquer componente eléctrico ou electrónico. A conexão entre os diversos componentes deverá obedecer às restrições fixadas pelas leis de Kirchoff. Os circuitos a

construir deverão poder ser encapsulados e apresentarem-se como modelos básicos/abstrações de sistemas mais complexos. É sobre esses módulos que se funda a construção dos sistemas que servem de suporte às diversas Ciências da Electrónica nas suas diversas aplicações.

O objectivo da Teoria de Circuitos Electrónicos é a predição do comportamento dos circuitos, constituídos por componentes eléctricos/electrónicos e conexões, visando facilitar o projecto dos mesmos, melhorar o seu desempenho e diminuir o seu custo. Os componentes electrónicos, por sua vez, devem ser pensados como construídos a partir de elementos básicos descritos por relações matemáticas i-v simples (modelos). Na constru-

Gestão Texto Prof.ª Teresa Lemos Departamento DEG “O IST foi criado com o intuito de fornecer ao País engenheiros que possuam não só o saber, mas também as qualidades necessárias para que prosperando na vida profissional, contribuam ao mesmo tempo para o nosso progresso económico”

dade de trabalho, espírito de equipa e tomada de decisão são importantes contributos quando desempenham funções de Gestão.

Alfredo Bensaúde Primeiro Director do IST 1921

A introdução de uma disciplina de introdução à gestão nas licenciaturas do IST, e em particular em Engenharia Electrónica, é uma opção estratégica do IST ao reconhecer a necessidade dos futuros engenheiros complementarem as competências técnicas com soft skills.

Desde há muito que se reconhece que os engenheiros desempenham um papel fundamental na sociedade não só pelas suas competências técnicas mas também como motor da economia do País. Um engenheiro trará pela sua formação uma capacidade de avaliar o enquadramento tecnológico, a multidisciplinaridade e os recursos necessários ao funcionamento das organizações. Além das competências técnicas também o seu pensamento analítico, capaci-

Em Gestão procura-se introduzir os alunos ao funcionamento das empresas em ambiente real, e treinar o trabalho em equipa. Para isso inclui-se a participação dos alunos na simulação empresarial IST Management Challenge, onde os estudantes estão a simular um Conselho de Administração com o fim de obterem a melhor rentabilidade do investimento, e são confrontados com a necessidade do estabelecimento e manutenção de uma estratégia coerente com o merca-

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do, de estarem atentos aos movimentos da concorrência, de se preocuparem com as condições do mercado de trabalho, da tecnologia a empregar e de no final terem que apresentar uma empresa rentável. As principais mais-valias da participação no ISTMC, passam por: • Compreender a natureza sistémica e integrada do funcionamento das organizações;

• Avaliar a multidisciplinaridade e recursos necessários ao funcionamento das organizações; • Melhorar as suas competências de trabalho, decisão em grupo e gestão de relações inter-pessoais.


Texto Prof. Arlindo Oliveira Departamento DEI

Saber programar é uma das competências essenciais de qualquer engenheiro que pretenda trabalhar em tecnologias de informação e comunicação. Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, saber codificar é pelo menos tão essencial como saber matemática ou física. Mesmo para aqueles que, na sua profissão, nunca venham a necessitar de programar (e serão poucos) a es-

truturação do raciocínio que resulta do estudo e aprendizadem das tecnologias de programação será sempre essencial na vida profissional. A disciplina de Fundamentos de Programação tem como objectivo dotar os alunos de conhecimentos sobre os fundamentos teóricos e práticos de programação. Os conhecimentos teóricos incluem a definição de um programa como um conjunto de operações que é executado pelo computador, conjunto este de operações que implementa um determinado algoritmo de processamento de informação. A utilização de uma linguagem de programação (actualmente o Python) permite aos alunos concretizarem, com exemplos, diversos algoritmos como sequências de operações especificadas nesta linguagem. A necessidade de especificar um conjunto de operações implica a utilização de variáveis e instruções de controlo que, por si só, permitiriam em princípio a elaboração de qualquer programa. Na prática, a elaboração de programas de grande dimensão exige a utilização de técnicas de programação modular, que são também ensinadas nesta unidade curricular. Em particular, os alunos aprendem a usar funções, módulos e

técnicas de abstracção de dados que lhes permitem elaborar programas mais complexos mantendo a legibilidade do código e, simultaneamente, aprendendo a adoptar técnicas de trabalho que serão essenciais mais tarde. Os conhecimentos adquiridos nesta disciplina serão desenvolvidos em disciplinas posteriores, onde os alunos serão expostos de forma mais profunda ao estudo de algoritmos e ao estudo de programação em outros paradigmas, incluindo o importante paradigma da programação orientada por objectos, tema que é apenas aflorado nesta disciplina. A avaliação da disciplina inclui dois pequenos projectos, onde os alunos usam os conhecimentos adquiridos para elaborar um programa que é avaliado automaticamente e que tem de passar um conjunto de testes, gerando exactamente a saída esperada. No ano lectivo de 2014/2015 o segundo projecto consistiu na construção do popular jogo 2048. Com a utilização de bibliotecas fornecidas aos alunos, foi possível programar este jogo e mesmo utilizar uma interface gráfica, algo que tipicamente não está ao alcance dos alunos numa primeira disciplina de programação.

Arquitecturas de Redes vimento de novos protocolos de comunicação e arquiteturas de rede orientados para a qualidade de serviço, a mobilidade, a segurança e as comunicações multimédia, e por progressos nos paradigmas e tecnologias utilizados nas aplicações informáticas distribuídas. É hoje vulgar utilizar o telemóvel para ouvir músicas e ver vídeos em tempo real, usando velocidades de download da ordem das dezenas de Mbits/s, algo impensável até há poucos anos.

ca, e constituem-se como o grande sustentáculo da Internet, a rede de comunicações global que todos une.

Texto Prof. Rui Valadas Departamento DEEC As telecomunicações abrangem hoje um vasto leque de áreas multidisciplinares que vão desde a eletrotecnia à informáti-

A forte evolução que a Internet sofreu nos últimos anos foi muito impulsionada por avanços na miniaturização e portabilidade dos dispositivos terminais (como os telemóveis e os sensores), pelo grande aumento na largura de banda das comunicações, pelo desenvol-

Mas há ainda muito a fazer… A Internet já não é apenas uma infraestrutura global de comunicações entre pessoas. Os “seus braços” estão a chegar “às coisas”, a chamada Internet of Things, e são cada vez em maior número e diversidade os dispositivos ligados à Internet, com destaque para os sensores e atuadores. A ligação em rede das pessoas e das coisas permitirá o aparecimento de uma nova geração de aplicações, que irão introduzir melhorias significativas no nosso quotidiano, permitindo por exemplo monitorizar doentes de forma

mais próxima, automatizar tarefas que envolvem algum risco (como, por exemplo, a condução de um automóvel), e gerir de forma mais eficiente e amiga do ambiente os recursos do planeta. Nas palavras de Neil Gross: “In the next century, planet earth will don an electronic skin. It will use the Internet as a scaffold to support and transmit its sensations.” A eletrónica desempenha um papel importante no hardware das telecomunicações. O “segredo” para o desenvolvimento de dispositivos que possam comunicar mais rápido e a uma maior distância, com menos peso e volume, e mais autonomia, está na conjugação da microeletrónica, das arquiteturas de computadores e de técnicas de processamento de sinal para telecomunicações. Este desígnio é fundamental para o desenvolvimento das telecomunicações e para a Internet do futuro. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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Aplicações na Electrónica

Fundamentos de Programação


Entrevista

Professor

Pedro Ramos Texto Ana Margarida Alberto

Nesta edição temos como entrevistado o Professor Pedro Ramos. Antes de mais, gostaríamos de agradecer a disponibilidade para responder às nossas perguntas. Comecemos pelo início... Sabemos que se licenciou em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, o que se seguiu depois? Depois de ter concluído a antiga Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, inscrevi-me no Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores que, antes da reforma de Bolonha, consistia em dois semestres de unidades curriculares e um ano para elaboração da dissertação. Comecei logo a fazer investigação, se bem que numa área bastante diferente da que pratico actualmente. Nessa altura, tinha ainda algumas dúvidas se a investigação era algo que queria continuar a fazer. Depois, com o passar do tempo, e de ter concluído as unidades curriculares, pude concentrar-me só na investigação. Descobri que gosto muito das recompensas e desafios do trabalho de investigação. Após a conclusão do mestrado, inscrevi-me no doutoramento com um trabalho na mesma linha de investigação. Entretanto, ainda durante a licenciatura leccionei aulas de laboratório de instrumentação como monitor e o meu trabalho final de curso foi também relacionado com instrumentação e sempre senti uma forte ligação ao tema. O prazer de dar aulas é, para mim, complementar ao prazer do trabalho de investigação. Ao fim de dois anos como bolseiro de doutoramento, surgiu uma vaga de assistente para leccionar Instrumentação e Medidas e optei por seguir essa via. Posteriormente, concluí o doutoramento e mudei de área de investigação para temas relacionados com instrumentação e medidas. Quais são os seus interesses no que toca à investigação? Actualmente, os temas principais relacionam-se com Instrumentação e Medidas. Eu, e as pessoas com quem trabalho, realizamos trabalhos que abrangem algoritmos de processamento de sinal para aplicação em instrumentos de medida e também em sistemas embebidos para aquisição e monitori-

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zação. Existem três tópicos/áreas de aplicação principais nos últimos anos: monitorização de qualidade de energia, medição de impedâncias e desenvolvimento de sistemas electrónicos para ensaio não-destrutivo. A medição de impedâncias foi o primeiro tema em que trabalhei quando iniciei a investigação em instrumentação depois do doutoramento. Consiste no desenvolvimento e aplicação de novos algoritmos para a estimação dos parâmetros de sinusóides e consequente estimação da impedância e também no desenvolvimento de sistemas electrónicos capazes de efectuarem o condicionamento do sinal, aquisição e todo o processamento que origina a estimativa de impedância. Actualmente, estamos a trabalhar com um sensor de viscosidade que reflecte na impedância do sensor a viscosidade do líquido. Neste tema, já orientei diversas teses de mestrado do MEE e está prestes a ser concluída a tese de doutoramento do José Santos (ex-aluno da LEE e do MEE). Na área da monitorização da qualidade de energia/contagem de energia efectuamos desenvolvimento de sistemas embebidos baseados em DSP e em novos algoritmos de processamento de sinal. Esta aplicação específica apresenta desafios interessantes devido às restrições ao processamento de sinal e ao fluxo contínuo e ininterrupto de dados. Este trabalho originou uma transferência de tecnologia para uma empresa portuguesa que inclui um módulo desenvolvido pelo nosso grupo num produto comercial. Os contadores de energia eléctrica são um subtópico desta área onde também têm sido desenvolvidos trabalhos. Neste âmbito – monitorização da qualidade de energia e contadores - também foram, e estão a ser, desenvolvidos trabalhos de alunos do MEE no contexto das suas dissertações de mestrado. Finalmente, em relação aos sistemas electrónicos para ensaio não-destrutivo, o foco está no condicionamento analógico do sinal adquirido (com amplitude muito reduzida), na geração do sinal de estímulo e no processamento de sinal, pois a frequência dos sinais pode ir até aos 10 MHz e são adquiridos a um ritmo 125 milhões de amostras por segundo. Neste tema, está a ser concluída a dissertação de doutoramento do Luis Rosado (ex-aluno da LEE e do MEE e que já tinha vencido o Prémio Luís Vidigal em 2008/2009 com a sua dissertação de mestrado), foram concluídas duas dissertações de mestrado do MEE e está a decorrer outra.


Entrevista

Saliento que todo este trabalho é fruto da colaboração de muitas pessoas das quais realço o Prof. Fernando Janeiro da Universidade de Évora, Prof. Moisés Piedade, Tomás Radil, Luis Rosado, José Santos, Diogo Aguiam, Ruben Abrantes, Pedro Agulha, Luís Magalhães, Pedro Xavier, Nuno Santos, Luís Mendes, Helena Rosa, Frederico Carvalho, André Leitão, Ricardo Correia, Ricardo Silva, André Gomes e Pedro Pinto. A partir de 2002 tornou-se Professor no Instituto Superior Técnico, o que acha que mudou no ensino desde então? Por um lado, acho que mudou tudo, mas por outro, ainda acho que mudou pouco. A evolução tecnológica originou uma enorme modificação no ensino. Por exemplo, lembro-me que quando terminei o curso em 1995, a internet era algo novo e que estava aos poucos a expandir-se. Já se usavam processadores de texto, folhas de cálculo e programas para aquisição e processamento de sinal. No entanto, a sua integração era fraca e ainda me lembro de recorrer a colagens para “inserir” uma figura na página de um artigo. Todas as comunicações eram efectuadas por carta ou fax. Em 2002, já se tinha mudado muito, mas muitos docentes ainda faziam acetatos/transparências para apoio nas aulas. Muito poucas cadeiras tinham página na internet própria e as que tinham eram difíceis de gerir. O Fénix só surgiu mais tarde e a sua adopção foi lenta. Outro exemplo de como foi a evolução desde 2002 são as pautas. Na altura, as notas eram sempre afixadas em papel nas vitrinas. Agora, as vitrinas estão sempre vazias e são um testemunho real e permanente desta evolução. Mas, apesar de todas estas mudanças, ainda vejo alguns vestígios dos tempos passados que persistem. Por exemplo, na sala teórica onde estou a leccionar este semestre ainda existe um retro-projector para os acetatos/transparências e que aparentemente ainda é usado! Do ponto de vista da relação alunos/professores, vejo que os docentes conseguiram – numa primeira aproximação – acompanhar a evolução tecnológica. Reparem que os docentes são basicamente os mesmos de 2002 (excepto os que se reformaram) e muitos conseguiram acompanhar toda esta evolução tecnológica. Os alunos por outro lado, quando entram no ensino superior têm 18-19 anos e já cresceram com computadores,

internet, mail, redes sociais, Google e programas de chat. Ou seja, os alunos que entram em cada ano novo já estão mais habituados às tecnologias mais recentes. Os docentes são os mesmos e estão quase sempre em “desvantagem”. Não quero com isto dizer que os docentes têm desculpas para não se actualizarem. Quero antes salientar que os docentes do DEEC (é onde tenho mais contactos e portanto não posso generalizar para o IST, nem para todos os docentes universitários, mas espero e tenho confiança que assim seja) têm conseguido, com maior ou menor dificuldade acompanhar, estas evoluções. Onde eu acho que os docentes têm tido mais dificuldade (e aqui incluo-me sem qualquer dúvida) é em acompanhar as mudanças geracionais dos alunos e em compreender o que as alterações tecnológicas produzem na forma de pensar e agir dos alunos. Dou por mim, muitas vezes, a tentar perceber porque os alunos cometem alguns erros e vejo que isso deriva, frequentemente, da procura da resposta no Google. Tenho tentado incutir algum espírito crítico na análise das fontes de informação. Consultar diversas fontes de informação é positivo, mas o que é essencial é compreender que nem todas as fontes de informação estão correctas e ser crítico em relação à informação recolhida. Por exemplo, nos laboratórios é fundamental, antes de medir alguma coisa, ter uma ideia do valor esperado e tentar ter alguma forma de validar os resultados. Só assim, é possível garantir que não se cometem erros básicos desnecessários. Foram mudanças positivas? Do meu ponto de vista, quase todas estas mudanças foram positivas. As novas tecnologias permitem uma melhor comunicação entre os docentes e os alunos e permitem uma forma de ensino mais centrada nos tópicos relevantes. No entanto, as mudanças geracionais apresentam desafios para os docentes que os levam a uma mudança constante. Este problema é significativamente agravado pelo envelhecimento do corpo docente. Esta é uma queixa recorrente e que convém enquadrar devidamente. O envelhecimento pode, no limite, originar o fim de alguns grupos de investigação que simplesmente se extinguem pois não existem docentes novos. Por outro lado, a entrada de

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Entrevista

docentes mais novos, permitiria uma melhor abordagem aos problemas geracionais, assim como facilitaria a inclusão de novas tecnologias no ensino. Como surgiu o convite para leccionar a cadeira de Instrumentação e Aquisição de Sinais? Inicialmente a cadeira chamava-se Instrumentação e Medidas e o desafio proposto pelo Prof. Moisés Piedade era o de desenvolver uma cadeira mais moderna e mais focada nos sistemas de aquisição e processamento de sinal do que a cadeira do MEEC. Os aspectos diferenciadores seriam a leccionação do LabVIEW e a inclusão de um projecto final para o desenvolvimento de um sistema de medida, misto de hardware e software baseado em placas de aquisição e com implementação em placa de circuito impresso. O projecto era, e é, uma opção só possível num curso com poucos alunos (no 1º ano, eram só 7 e o número actual ronda os 20-25 alunos a frequentar o laboratório). O LabVIEW surgia como uma solução inovadora e que permitiria aos alunos obterem mais uma competência que o tecido empresarial usava e usa cada vez mais (só agora, no ano lectivo de 2014/2015, é que o LabVIEW vai ser incluído na cadeira do MEEC). Existem ainda mais características diferenciadoras de IAS em relação a IM do MEEC: um contacto mais directo com o docente, a hipótese de rever e reformular o relatório formal – que introduz uma nova dinâmica e aumenta a aprendizagem dos alunos – e ainda a apresentação a toda a turma do projecto desenvolvido e correspondente demonstração.

entrado no ISEL ou mesmo na FCT-UNL, mas optam primeiro pela LEE. É indiscutível que a marca IST é muito relevante na escolha dos alunos, mas, no início, tal não era suficiente para preencher as vagas. Eu sei que alguns dos alunos da LEE se preocupam, talvez um pouco em demasia, na minha opinião, com as saídas profissionais e que acham que o curso da Alameda aparenta ter, no papel, mais saídas e maior abrangência. No entanto, os números actuais demonstram uma empregabilidade quase total de todos os alunos formados pelo IST, sem excepção. A formação dos alunos do MEE é muito consistente e os alunos formados são uma mais-valia para as empresas onde vão exercer as suas funções. Se, por um lado, o reconhecimento do curso está a aumentar – devido principalmente ao desempenho dos alunos já empregados – este é um processo lento que requer ainda mais tempo até o mercado começar a diferenciar positivamente os alunos do MEE dos alunos do MEEC. O que posso garantir, de todos os casos que conheço, é que não existe uma diferenciação negativa em relação aos alunos do MEE. Nem deve existir. Na sua opinião, acha que o curso podia ter uma estruturação diferente para um melhor aproveitamento e interesse dos alunos?

O que acha do curso Electrónica?

Por muito que eu defenda o curso – e defendo – a minha perspectiva é que tudo pode e deve ser melhorado. Esta é uma perspectiva que eu aplico nas cadeiras que lecciono. Todos os anos revejo as apresentações e os trabalhos de laboratório, para corrigir o que na minha opinião (ou dos alunos) não correu bem e na tentativa de melhorar a cadeira e a formação dos alunos. Posto isto, não se deve entrar em experimentalismos exagerados que podem destruir, ao nível do curso, a sua estrutura e coerência. Existem e existirão sempre cadeiras que podem ser melhoradas, docentes que podem fazer mais e programas que podem ser ajustados.

Esta é uma questão bastante premente, tendo em conta a redução dos recursos do Departamento e do IST em geral. Eu sou e serei sempre um acérrimo defensor do curso. As razões que me levam a ser um defensor são a qualidade dos alunos formados pelo conjunto LEE/MEE, as valências e competências adquiridas pelos alunos graduados pelo conjunto LEE/MEE e que não encontro nos alunos do MEEC – mesmo naqueles que optam pela área principal de electrónica e a boa aceitação pelo mercado dos alunos formados pelo conjunto LEE/MEE. A LEE sofreu, no início, de um problema de reconhecimento, de diferenciação em relação ao curso da Alameda e da localização do curso. Mais recentemente, a análise dos números de acesso ao ensino superior demonstram que alguns destes problemas estão lentamente a ser resolvidos. No início, a LEE não conseguia atrair alunos, enquanto que, por exemplo, o ISEL conseguia preencher as suas vagas. O que se verifica actualmente é que todos os alunos que entram na LEE poderiam ter

Acho também que os alunos são uma parte importante no processo e que podem aplicar-se mais na análise do que corre bem e corre mal, nomeadamente no diagnóstico do que se pode melhorar com sugestões construtivas. À parte de alguns problemas pontuais com algumas cadei-

O quão importante é a cadeira de Instrumentação e Aquisição de Sinais no percurso académico dos alunos? Essa é uma questão interessante e na qual eu penso bastante. Ao longo dos anos tenho conseguido manter uma relação de proximidade com quase todos os alunos da LEE. Essa proximidade traduz-se nos diversos trabalhos de dissertação do MEE que tenho orientado e também num feedback que me ajuda a ajustar a leccionação da cadeira, para além das alterações que eu próprio faço para melhorar a cadeira. Em relação ao resto da vossa formação, eu acho que a cadeira tenta, e pelo menos em parte consegue, transmitir alguns dos conceitos fundamentais da metrologia, da instrumentação electrónica, da aquisição de dados, dos sistemas automáticos de medida e de algumas soft-skills que considero mais importantes – análise crítica dos resultados, escrita de relatórios e apresentações públicas. Para o vosso futuro para além do IST, acho que esta é uma questão que deve ser principalmente respondida pelos vossos colegas que já concluíram o curso e que já estão no mercado de trabalho. Os contactos que tenho deixam-me confiante no trabalho que tenho desenvolvido e na certeza que posso e devo sempre fazer mais.

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Entrevista

ras (que tipicamente não se repetem em anos seguintes), a estrutura actual do curso garante o nível de qualidade da formação final dos alunos que todos desejamos. Não quer isto dizer que não se possam considerar e analisar propostas para evoluir e melhorar. Em comparação com o período em que era estudante, como classifica os alunos actualmente? Já passaram anos suficientes para que não seja uma comparação justa. O mundo e a sociedade mudaram tanto que não é possível, nem justo, fazer uma análise de comparação simplista. É muito fácil e cómodo dizer que os alunos já não são o que eram (esquecendo-nos que nós, os docentes, também já não somos o que éramos). Posto isto, pode e deve fazer-se uma análise ao ambiente externo que forma os alunos até ao ponto que entram no ensino superior – aqui também se pode culpabilizar o ensino secundário mas sem um maior envolvimento em todo o processo, não é justo dizer que a culpa é dos professores e programas que nos antecedem. Não sou com certeza a pessoa mais adequada para fazer uma análise completa e definitiva sobre o assunto, mas posso indicar a minha perspectiva. Acho que os jovens têm agora muito mais distracções do que tinham no passado. Tal pode ser útil na perspectiva que isto lhes permite fazer mais multitasking, mas tal não é positivo. A redução do tempo dedicado a tentar resolver cada problema e a necessidade de obter uma solução imediata sem tempo de análise e consequente falta de espírito crítico dos resultados também prejudica os alunos. Do meu ponto de vista, o diagnóstico e a compreensão do modo de funcionamento e de pensar de cada geração é importante para permitir adequar o modo de funcionamento das cadeiras para transmitir os conceitos e competências transversais que serão necessárias ao longo do curso e mais importante ao longo da vida profissional e pessoal.

O facto de ser um curso essencialmente prático aproxima mais os alunos daquilo que podem vir a encontrar no mercado de trabalho? A fama do curso é de facto que é mais prático que por exemplo o MEEC. No entanto, não estou totalmente de acordo com essa conclusão e, mesmo que assim fosse, tal não seria um aspecto negativo. As condições laboratoriais existentes no Taguspark, que são uma das mais-valias do campus, permitem aos docentes elaborar trabalhos de laboratório mais completos e com recurso a um equipamento de laboratório que os alunos usam desde os primeiros anos e que, por isso já conhecem bem. O acesso aos laboratórios fora dos horários das aulas é outra componente que potencia a elevada experiência dos alunos com o equipamento laboratorial. No MEEC, por diversas razões, algumas históricas e outras de logística, os alunos frequentam ao longo do curso entre 10 e 20 laboratórios diferentes e portanto não é possível garantir a uniformidade do equipamento e o acesso fora de horas iria requerer um elevado número de técnicos de laboratório. Aproveito esta altura para relembrar que uma boa parte do sucesso dos laboratórios de electrónica do Taguspark deve-se também ao incansável Sr. Pina. Voltando à questão inicial, toda a experiência que adquirirem no laboratório nunca será demais nem nunca será desperdiçada. E isto é independente da vossa futura carreira requerer, ou não, que efectuem trabalho de laboratório. Grande parte das competências adquiridas com a experiência de laboratório é transversal à função de engenheiro. Em relação ao futuro, quais os objectivos que gostaria de ver concretizados? A nível pessoal estou neste momento satisfeito com o equilíbrio que estou a encontrar entre a vida profissional e a minha vida pessoal. Tenho consciência que tal não é garantido pois tenho sempre o hábito de ser bastante exigente comigo próprio e a impor-me objectivos irrealistas. Mas, o estar consciente disso é sempre positivo para evitar repetir erros do passado. No que diz respeito ao ensino, estou neste momento a reformular, juntamente com os meus colegas, a cadeira do MEEC (Instrumentação e Medidas) o que tem sido um desafio motivador e que requer muito empenho – no segundo semestre será mais difícil ainda com o funcionamento simultâneo de IAS na LEE e IM no MEEC. No entanto, a “minha” cadeira é, e sempre será, a cadeira da LEE. Afinal já são quase 10 anos!

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Artigo Informal

Um dia com ... Texto Tiago Barra e Ana Marta Borges

Daniel Santos A grande maioria das actividades organizadas pelo N3E são realizadas no nosso campus. Para tal acontecer com sucesso, é necessária e indispensável, a colaboração de Daniel dos Santos, gestor do edifício do Instituto Superior Técnico – Taguspark. Esta relação é em tudo harmoniosa e os resultados são visíveis, quer relativamente à organização logística, como aos recursos postos à nossa disposição. Este cargo obriga a muitas responsabilidades e a sua influência em diversas áreas é um acrescento a esse árduo trabalho. Dessas áreas é de destacar a segurança, a higiene, a manutenção e a logística do edifício.

ne diariamente com o chefe de segurança do nosso campus, de modo a estar a par de qualquer possível ocorrência. Mensalmente, ocorre no campus da Alameda, uma reunião com responsáveis de segurança de ambos os pólos. Na tarefa de gestor do edifício, Daniel, como é conhecido pelos alunos, tem a seu cargo muitas responsabilidades. O exigente trabalho não é feito sozinho, pelo que tem, neste momento, sete funcionários a seu cargo, sendo que quatro são da área da manuten-

Para garantir a segurança, um pelouros de maior sensibilidade, Daniel dos Santos reú-

Rosália Regueira Como Núcleo de Estudantes de Engenharia Electrónica do Instituto Superior Técnico, o N3E necessita de uma ligação com a coordenação do DEEC, Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, para a divulgação e melhoria da qualidade do curso. Quem possibilita essa relação, é Rosália Regueira, secretária do DEEC com funções sobre a LEE e o MEE.

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No início do ano lectivo, D. Rosália, como é conhecida, tem como funções, participar nas apresentações dos cursos de LEE e LETI, Licenciatura em Engenharia Electrónica e Licenciatura em Engenharia de Telecomunicações e Informática, respectivamente, e tratar dos pedidos de equivalência de unidades curriculares feitos pelos alunos. Um dos seus picos de trabalho acontece muito antes do início do ano escolar – a preparação

O nosso campus recebe, com frequência, eventos institucionais ou lúdicos, organizados pelos núcleos. Deste modo, é necessário montar sistemas audiovisuais e mudar a disposição dos espaços, tarefas essas que são supervisionadas por Daniel dos Santos, depois de terem sido requisitadas pelas mais diversas entidades.

cedo. Antes do início das aulas, é feita uma verificação do material existente nas salas, de todo o material audiovisual, dos pontos de segurança e dos sistemas de ar condicionado, para que, quando os alunos cheguem, tudo esteja nas melhores condições. Se, eventualmente, for detectada uma falha em alguma dessas verificações, a equipa de manutenção prontamente repara ou substitui o material.

Este trabalho requer constantes actualizações ao longo do ano lectivo, mas o planeamento é realizado muito mais

Por fim, Daniel e a sua equipa têm como função a criação de soluções para problemas que ocorrem no dia-a-dia.

ção e três pertencem ao apoio administrativo.


Em ambos os semestres decorrem as provas de Projecto e também as de Dissertação

Sónia Gil O N3E tem um forte entrosamento com a instituição, uma vez que as diversas actividades que são planeadas, só podem ser realizadas com aprovação de várias entidades, exigindo assim uma colaboração entre o núcleo e a própria instituição. Uma dessas entidades é a Direcção do Campus, a partir da qual contactamos, frequentemente, vários funcionários com o objectivo de garantir que tudo corre conforme planeado. Um desses contactos é Sónia Gil, funcionária da Direcção e fonte de comunicação do núcleo na divulgação do curso, do campus e da instituição junto

em Engenharia Electrónica, geridas em conjunto pelo coordenador do MEE, professor João Costa Freire, e pela D. Rosália. A prova de Dissertação é aquela em que o aluno finaliza o curso. Ao longo do ano lectivo, Rosália Regueira está também encarregue de fazer a alteração dos horários e ajustes de datas das avaliações, caso haja alguma incompatibilidade, e de realizar as reservas de laboratórios, quer para aulas extra, quer para alunos que necessitem de um espaço para trabalhar nos seus projectos. É também responsável por fazer os pedidos de compras - encomendas, orçamentos e autorizações – do material para os laboratórios de Electrónica e de Redes, por exemplo, cabos e routers, e de material para o departamento, como tinteiros/toners para as impressoras, entre outros.

Uma outra função de D. Rosália, em colaboração com o Professor Moisés Piedade e o Professor Rui Valadas, é a organização de duas acções do Ciência Viva no Verão. Uma iniciativa que conta com a cooperação do N3E, na medida em que alguns dos membros do núcleo se disponibilizam para dar workshops, como por exemplo, o workshop de soldadura. O trabalho de Rosália Regueira é um trabalho organizacional, e que consiste no envio de e-mails aos alunos seleccionados pelos professores e no esclarecimento de possíveis dúvidas dos participantes. Por fim, somando a todos os seus encargos, Rosália Regueira é também responsável por outras tarefas, como tratar da marcação de exames de época especial e fornecer dados para estatísticas e pesquisas da Comissão Executiva do DEEC.

dos potenciais alunos. Ao longo do ano lectivo, o N3E e a Sónia trabalham juntos em várias frentes, mas todas com o mesmo objectivo: captar a atenção de alunos ainda no secundário e mostrar-lhes todas as valências do nosso campus. Uma dessas colaborações é na FLL® (First Lego League). Esta iniciativa consiste em pedir a crianças, dos 9 aos 16 anos, para construir um robot com peças de Lego™ e juntar um módulo programável, que deve percorrer um percurso de obstáculos. Este programa visa assim, incentivar o gosto pela engenharia e tecnologia, quer pela componente de design, como pela componente da programação. O Campus do Taguspark acolhe anualmente a fase final da competição, estando tudo a cargo da Sónia Gil: desde a logística, passando pela alimentação, pela regulamentação, até ao recrutamento de recursos humanos. É aí que entra o N3E, uma vez que todos os anos ajuda activamente neste complexo trabalho. Conhecida pela capacidade de trabalho e de fácil comunicação,

Sónia Gil, tornou-se assim, um contacto na lista telefónica de muitos dos membros do N3E, comprovando, desta maneira, a proximidade e o empenho em fazer da divulgação um ponto forte do nosso campus. Esta proximidade foi ganha através das diversas actividades de divulgação em que os nossos membros participaram, sobre a chancela da D. Sónia, como é cordialmente apelidada. Tanto no Sapo CodeBits, como no Lisbon Maker Faire, o Instituto Superior Técnico – Taguspark contou com a presença de diversos membros do N3E com o intuito da sua promoção enquanto instituição, e da divulgação da FLL®. Outras das actividades ao cuidado de Sónia Gil são as visitas das escolas e às escolas. Isto é, entre outras coisas, garantir que, quando uma escola visita o campus, como por exemplo

no Open Day, os núcleos têm preparadas actividades de modo a que os alunos possam perceber e experimentar um pouco daquilo que é feito, e em que consiste, cada um dos quatro cursos sediados no Taguspark. Esse planeamento baseia-se no debate da melhor actividade a realizar, bem como em angariar todo o material necessário. Por fim, o trabalho com os bolseiros. Uma tarefa árdua e bastante activa ao longo do ano. Desta colaboração surgiu a ideia de criar um clube de robótica para jovens entre os 9 e os 16 anos. Desta ideia, nasceu, recentemente, o ROB-9-16. Uma iniciativa que tem como objectivo principal fomentar nesses jovens a vontade de aprender e de desenvolver a sua criatividade, começando a sua actividade em Janeiro de 2015.

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Artigo Informal

dos semestres do ano lectivo seguinte. Neste período, há muita coisa que tem de ser feita para garantir que os semestres decorram com sucesso. Inicialmente, é necessário contactar os professores responsáveis por cada unidade curricular e pedir, tanto os critérios e métodos de avaliação, como o planeamento das avaliações, para que depois se possa contactar os delegados de cada ano para que estes aprovem e marquem as avaliações. No final, são feitas as reuniões de preparação de semestres com todos os envolvidos.Todo este procedimento tem de ser confirmado em Janeiro/Fevereiro, para se poder dar início ao segundo semestre.


Grupos do Técnico

TMIST A

Texto Carlos Costinha TMIST – Tuna Mista do Instituto Superior Técnico nasceu em 2006, através de um pequeno grupo de estudantes que sentiu a necessidade de criar uma tuna, no campus do IST-Taguspark. Assim, a 19 de Setembro de 2006, 13 pessoas reuniram-se pela primeira vez, em pleno IST-Taguspark, para dar início ao projecto TMIST, ficando posteriormente, este dia definido como dia da sua fundação. Lançada a primeira pedra, iniciou-se então a caminhada da TMIST que a iria levar à oficialização no ano de 2009. Durante estes três anos, a TMIST uniu pessoas em nome da música e do convívio, tendo sempre como objectivo a

criação de uma base sólida que desse garantias de um futuro promissor. Isso permitiu que, apesar da sua curta existência, a TMIST fosse presença habitual em eventos relacionados com o Instituto Superior Técnico, tendo tido também diversas actuações em arraiais, actividades de solidariedade, encontros e outras. Em 2010 foi criada a primeira edição do E’TMIST – Encontro de Tunas Mistas do Instituto Superior Técnico, um evento de convívio e musicalidade, que nos permitiu reunir tunas de várias escolas no nosso Conselho. Contou com um total de 3 edições, tendo sido um sucesso, tanto ao nível de visibilidade como ao nível de organização.

Ao longo do ano de 2014, a TMIST traçou para si um desafio ainda maior: realizar o seu primeiro festival de tunas mistas. Assim surgiu a motivação para aquele que viria a ser o I TMIST – Festival de Tunas Mistas do Instituto Superior Técnico, o primeiro e único festival deste tipo alguma vez organizado no Conselho de Oeiras. O I TMIST decorreu nos dias 10, 11 e 12 de Outubro, organizado em colaboração com a Câmara Municipal de Oeiras, tendo para esta edição sido escolhido o tema “Videojogos”, desafiando as tunas convidadas a trazerem o seu lado mais “cromo” até Oeiras. Vindas de vários pontos do país, o I TMIST contou com algumas das melhores tunas de Portugal. De Lisboa, vinda da Nova School of Business and Economics: Fortuna - Tuna Académica da Nova SBE, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas: Magna Tuna ApocalISCSPiana - Tuna Académica do ISCSP, da Esco-

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la Superior de Comunicação Social: escstunis - Tuna Académica da ESCS e de Coimbra, da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra: Quantunna - Tuna Mista da F.C.T. da Universidade de Coimbra. O Festival teve ainda o privilégio de poder contar com locais emblemáticos do Conselho de Oeiras, tal como a Fábrica da Pólvora de Barcarena, onde se realizou a Noite de Serenatas e as festas de convívio, e o Auditório Municipal Eunice Muñoz, antigo Cinema de Oeiras, onde decorreu o espectáculo com as tunas a concurso. Depois do sucesso que foi a organização do nosso evento, vamos continuar a trabalhar em vários projectos, entre eles: a organização do próximo festival e a preparação para actuações em festivais, encontros e outros eventos por todo o país, procurando sempre honrar e elevar o nome da nossa instituição, o Instituto Superior Técnico.


Grupos do Técnico

Projecto FST NOVABASE O Texto João Paulo Monteiro Projecto FST Novabase é uma equipa constituída por cerca de 25 alunos dos cursos de Engenharia Mecânica, Aeroespacial, Electrotécnica e Informática, que se dedicam ao design e construção de um carro de corrida tipo Fórmula 1. O Projecto existe desde 2001 e conta com 5 carros construídos, sendo os dois mais recentes equipados com motores eléctricos.

Os carros são construídos com o intuito de participar na Formula Student, uma das maiores competições de engenharia a nível mundial. Nesta competição, os carros são avaliados pelas suas capacidades dinâmicas e os alunos pelas suas práticas de engenharia. A competição junta mais de 500 equipas das melhores universidades de engenharia do mundo. Todo o design é feito pelos alunos, assim como algumas

peças. Para a manufactura das peças mais complexas, o Projecto conta com o apoio de várias empresas nacionais e internacionais que fornecem materiais ou processos. Através do Projecto, os alunos têm contacto directo com a indústria e ganham outra

sensibilidade na concepção de peças, sabendo as limitações e possibilidades dos processos de manufactura. Ganham também experiência num projecto multidisciplinar, onde a comunicação e o trabalho de equipa são fulcrais para que sejam cumpridos os objectivos.

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Do It Yourself

Carrinho Comandado por Luz Texto Pedro Angélico Todos temos lá em casa aquele carrinho telecomandado favorito, que com os anos deixou de funcionar. Tens saudades de brincar com um carrinho e gostavas de perceber como funciona? Então porque não constróis um carrinho, personalizado, com a nossa ajuda? Para a parte elétrica só precisas de: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Transístor Darlington TIP122 (Q1); LDR – tipo redondo comum (R1); Resistência de 100KΩ (R2) ou 220KΩ (R3); Motor de 3 V a 6 V (de um carrinho antigo) (M1); Suporte para 4 pilhas pequenas (B1); Breadboard; Hélice (pode ser feito com um CD); Fios.

Perguntas-te, “o que é e para que é que quero um sensor LDR?” O sensor LDR é um sensor de intensidade de luz que apenas deixa passar energia quando existe luz a incidir no mesmo. Assim sendo, quando fizeres incidir luz no sensor, o carrinho andará, caso contrário nada se passará.

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Do It Yourself

Depois de reunido todo o material, está na hora de começar a desenvolver o nosso projeto. O circuito eletrónico que vamos construir será o da figura ao lado direito.

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Iniciando a preparação do esquema, colocaremos uma palhinha à volta do sensor LDR, para limitar mais a receção da luz e, se tiveres, podes colocar manga termo-retrátil, como ilustrado na figura abaixo.

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Para termos a certeza de que tudo funciona como queremos, antes de iniciar a montagem no carrinho, devemos fazer um pequeno ensaio numa breadboard, colocando primeiro os componentes todos.

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De seguida, devemos fazer as ligações entre componentes e só no fim a ligação à fonte de energia, pilhas (no meu caso uma fonte de alimentação, mas é igual).

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Depois de tudo ligado, colocamos o motor na hélice ou CD (se necessário utilizar cola quente para fixar um ao outro).

Alguns problemas que possam existir devem-se a pequenas variações nos componentes, pois os valores admitidos contemplam margens de erro, logo é possível não funcionar na perfeição à primeira. Para testar devemos: 1. Tapar o sensor LDR (R1), para que este não receba luz; 2. Colocar as pilhas no suporte; 3. Destapar o sensor LDR (R1), e o motor terá que girar. • Se o motor começar a trabalhar sozinho, antes mesmo de destapar o sensor, deve-se trocar a resistência de 100 KΩ (R2) pela de 220 KΩ (R3); • Se pelo contrário o motor não girar, verifica todos os contatos, se possível com a ajuda de um multímetro.

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Do It Yourself

Podemos já ter a parte elétrica concluída, mas o que é um carrinho sem uma estrutura? Para isso precisamos de mais algumas coisas que podem ser reaproveitadas de pequenos objetos em casa, não sendo necessário estragar nada, trata-se de reciclagem. Vais precisar de:

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O primeiro passo é cortar as palhinhas da largura da caixa e colá-las com cola de contacto. De seguida, encaixar os cabides cortados na meia rolha, colar os dois com cola quente e colocar o cabide dentro da palhinha (como na imagem à direita).

Para finalizar o carrinho devemos colar a outra metade da rolha e repetir o procedimento para as outras duas rodas, sendo o resultado final o das figuras abaixo.

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Depois das duas partes testadas e construídas, vamos uni-las. Começamos por colar o motor à breadboard e a mesma ao topo do carrinho. Podemos esconder as pilhas dentro da caixa de cartão. Acabaste de construir um carrinho comandado por luz por ti próprio! Esperamos que, com este projecto simples, te tenhas apercebido do potencial da engenharia electrónica e que, acima de tudo, tenhas ganho interesse por esta área tecnológica em franca expansão!

Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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1. Caixa de cartão (de um perfume, por exemplo); 2. 2 rolhas de cortiça (cortadas em metade); 3. Cabide metálico (dois pedaços cortados, com mais 3cm do que a largura da caixa de cartão); 4. Cola Quente; 5. Cola de Contacto; 6. Palhinhas.



Artigo de Opinião

A Electr ...no Mundo

Texto André Lopes De facto, esta não é a verdadeira definição, podemos antes chamar-lhe termo técnico pois é muito mais que isto. A Electrónica precisa de ser pensada, mas acima de tudo precisa de ser sentida pois o mais pequeno pormenor pode alterar completamente tudo. A Electrónica baseia-se no mundo, ao mesmo tempo que o constrói e melhora e podemos mesmo considerar essa a sua definição, uma forma de mudar o mundo.

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ivemos num mundo onde a tecnologia está em constante evolução e a um ritmo alucinante, onde o que pode ser um sonho hoje, amanhã torna-se realidade, e neste aspecto a Electrónica é uma das áreas onde este crescimento mais se faz notar. Se olharmos para a Electrónica como apenas a sua definição e todos os seus termos relacionados, ficaríamos então por algo do género: “A Electrónica é a ciência que estuda a forma de controlar a energia eléctrica por meios eléctricos, usando diferentes circuitos e dispositivos, tendo em especial atenção o movimento e comportamento dos electrões”. Desta maneira poderíamos definir rapidamente e de forma objectiva o que é esta área, indo rapidamente à Wikipédia, mas estaríamos a defini-la correctamente?

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Mas onde é que de facto se aplica a Electrónica e em que é que ela melhora as nossas vidas? Pensemos então da seguinte maneira, tiremos aquilo que costumamos ter nos bolsos e certamente vamos ter um objecto em comum, refiro-me, claro, ao telemóvel. Hoje em dia é muito raro encontrar alguém que não possua um. Mas concentremo-nos então neste aparelho, que se pode considerar um “milagre” da tecnologia, todo ele é Electrónica, todo ele é a criatividade e a procura de melhorar a cada

dia que passa, de ter nas nossas mãos um “simples” aparelho que mudou e continua a mudar o mundo.

ponsável pelo processamento de todos os dados e informação (o equivalente ao cérebro no ser humano).

Nada disto seria possível sem todos os milhões de transístores, componentes electrónicos e circuitos desenhados e criados para que em conjunto desempenhem funções que a cada dia que passa nos continuam a surpreender. Mas quem fala do telemóvel, fala de muitos outros aparelhos, como por exemplo, este mesmo computador que estou a usar para escrever este artigo, ou todas as aplicações no ramo automóvel, na medicina, na indústria, nas mais variadas áreas.

Esta unidade é maioritariamente composta por transístores, dispositivo (componente) electrónico mais vendido e mais utilizado em todo o mundo, tem sofrido diversas alterações que têm aumentado a sua capacidade, nomeadamente a velocidade de processamento e a quantidade de informação processada por tempo.

Mas vamos então falar com mais pormenor do computador. Uma máquina incrível, capaz de quase tudo, pensamos nós agora, como já temos vindo a pensar desde o aparecimento do primeiro computador na década de 40, no entanto, a cada ano que passa, novas funcionalidades vão aparecendo e sinceramente ninguém saberá qual o limite. Como sabemos, um dos muitos componentes do computador e um dos mais importantes é o seu processador, unidade res-

Analisemos então os números: Olhando para alguns dos primeiros modelos da INTEL feitos com transístores. Fixemos por exemplo o modelo 8080, que continha cerca de 6 000 transístores, um número já por si impressionante, mas mesmo assim muito longe do que conseguiram atingir nos dias de hoje com a nova geração dos core i7 que chegam até aos 730 000 000 transístores e que conseguem atingir velocidades impressionantes. Falei num caso mais particular de dois aparelhos, essenciais hoje em dia na nossa vida, que sem a Electrónica não poderiam existir, mas como já disse, são alguns dos muitos exemplos que poderia referir. Por mais que não quiséssemos, a Electrónica rodeia-nos e é uma das mais poderosas ferramentas que temos para tornar o mundo um lugar melhor, um lugar em que nós electrões (seres humanos) queremos encontrar o melhor circuito possível (caminho) para deixarmos a nossa marca no mundo e viver a melhor vida possível, de preferência uma vida longa e cheia de peripécias e não um curto-circuito.


...e a Medicina

Texto Quevin Jagmohandas

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olocarias a tua vida nas mãos de um robô?

Como podes imaginar caro leitor, não procuro respostas a esta pergunta, procuro sim alguma reflexão sobre o que é isto da eletrónica na medicina. Ultrapassámos recentemente a marca dos 7 mil milhões de pessoas no planeta, mas este crescimento exponencial da população não está a ser acompanhado por uma equivalente expansão do serviço de saúde. As doenças tornam-se também cada vez mais resistentes aos medicamentos e mais difíceis de detetar, e como consequência são necessários novos métodos de diagnóstico e cura. É principalmente na área do diagnóstico e monitorização (do paciente) que a eletrónica ajuda. Pode-se dizer que a eletrónica está na medicina desde a invenção do primeiro eletrocardiógrafo por Willem Einthoven, há mais de um século. A máquina original pesava mais de 270 kg e era consideravelmente maior que uma secretária, hoje não é maior do que uma impressora. Este aparelho melhorava substancialmente a sensibilida-

de de um galvanómetro standard pois conseguia medir os impulsos elétricos do coração. Através do estudo destes impulsos elétricos de cada paciente é possível diagnosticar certos problemas cardíacos. Outros aparelhos de diagnóstico, muito mais avançados e que apenas o desenvolvimento exponencial da tecnologia a que temos assistido permitiu, aparecem anos mais tarde, tais como a TAC (tomografia axial computadorizada), ressonâncias magnéticas, entre outros. E também outros aparelhos portáteis para a monitorização autónoma do paciente como o medidor de glicemia ou de tensão. Os últimos que referi já fazem parte dos exames médicos que fazemos normalmente mas, o futuro está na monitorização constante e na transferência de algum poder de diagnóstico à população. Cada vez mais se fala nos wearable devices, muitos deles já possuem sensores que permitem a monitorização do coração e da pressão arterial. Mas o futuro reserva mais surpresas tais como, sensores impressos diretamente na pele, com a principal função de se poder mo-

nitorizar, por exemplo, ferimentos graves ou mesmo o controlo da cicatriz pós-cirurgia, sem que a pessoa tenha de se deslocar ao hospital. Toda a informação seria transmitida ao médico que caso fosse necessário chamava o paciente. Também os pacemakers (dispositivos que controlam através de impulsos elétricos o batimento cardíaco) já dispõe de monitorização constante (utilizando comunicação sem fios) e podem até ser regulados sem ser necessário uma operação invasiva. Para além da monotorização e diagnostico, a eletrónica tem um papel fundamental na resolução de muitos problemas em cirurgias. Tais como, a fraca iluminação e os erros de precisão dos cirurgiões (que ocorrem devido à baixa visibilidade do interior do corpo numa cirurgia), é aqui que entra um robô (cirurgião) que substitui as funções motoras e visuais do cirurgião e ainda lhe dá mais braços, aumentando assim amplamente a precisão e tornando menos invasiva a operação. Em Portugal, podemos encontrar este dispendioso método de cirurgia no Hospital da Luz. Por último, mas nem por isso a menos importante, a eletrónica possibilita ainda uma grande melhoria na qualidade de vida a pessoas que apresentam alguma deformação física. Estou a referir-me às próteses, que já existem há muitos séculos (as mais antigas são datadas de 300 AC). A tecnologia evoluiu de tal forma que se passou de próteses em madeira e de ganchos para próteses robóticas que podem ser controladas como se fosse uma parte do nosso corpo. Cada vez mais existe desen-

volvimento nesta área o que possibilita uma redução substancial nos seus custos, sendo um dos principais fatores a impressão 3D. Como é possível verificar, a eletrónica e a medicina tornam-se cada vez mais indissociáveis, a eletrónica está a possibilitar vantagens incríveis nos serviços médicos e na sua redução de custos que vai possibilitar que mais gente possa ter acesso a este direito fundamental do ser humano. Mas há sempre um senão, há questões éticas a ter em consideração como, por exemplo, o modo como os dispositivos eletrónicos vão afetar a relação entre o médico e o paciente, que de certo modo me leva à minha pergunta inicial, mais tarde ou mais cedo os avanços na inteligência artificial permitirão uma cirurgia sem um cirurgião humano. Outra questão mais presente, os pais de uma criança têm hoje o poder de terminar a vida do feto se ele apresentar algum indício de doença. Será que a tecnologia impõe mais do que aprimora? Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

N3E Magazine 43

Secção Cultural

rónica...



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