N3E Magazine - 4ª Edição

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Editorial

Uma Nova Cara Texto Margarida Alberto Mais um ano, e mais uma N3E-Magazine “nas bancas”. Nesta 4ª edição decidimos alterar por completo o design das anteriores edições, pretendendo com esta alteração alcançar o sucesso conseguido pelas mesmas. Com uma equipa renovada, novas ideias e muita ambição, continuámos este projecto do qual estamos muito orgulhosos. O empenho e dedicação desta equipa reflecte-se na alta qualidade de artigos que apresentamos nesta edição. Como não podia deixar de ser, proporcionamos aos nossos fiéis leitores um pequeno sumário das actividades que o N3E organizou ao longo do ano lectivo de 2012/2013. Para além do design renovado, decidimos introduzir uma nova secção na revista dedicada ao N3E Robotics, um projecto ambicioso iniciado pelos alunos de Electrónica. Em todas as edições temos por hábito focar o curso de Electrónica, não só sobre a sua Licenciatura como também sobre o Mestrado. Posto isto, nesta edição decidimos fazer um paralelismo das diferenças entre o curso de LEE/MEE e MEEC. Ainda englobando o curso de Electrónica pedimos também o testemunho de ex-alunos para nos falarem um pouco do mercado de trabalho em que estão inseridos. Como o curso em si é muito prático, não podíamos deixar de abordar os projectos desenvolvidos pelos alunos em diversas

Ficha técnica

disciplinas leccionadas ao longo do curso. Para finalizar este segmento, decidimos inserir um artigo sobre algumas matérias abordadas nas cadeiras de matemática e física com aplicações directas na Electrónica. Porque somos uma revista que aborda diversos temas, para além dos mencionados anteriormente, decidimos dar a conhecer um dos professores que está directamente relacionado com o nosso curso. E porque o bom estado do material electrónico é uma peça fundamental no nosso curso, decidimos ainda acompanhar o dia-a-dia do responsável pelo mesmo. Para além destes temas, resolvemos introduzir um artigo de opinião sobre as mulheres na Engenharia. Como já é habitual, fazemos referência a grupos de alunos associados ao Instituto Superior Técnico: GasTagus e Forúm Mecânica. Uma vez que que esta revista é de distribuição gratuita e tem um público-alvo muito diversificado, sugerimos um pequeno exercício didático que todos podem praticar e elaborar, na secção Do It Yourself. Por fim e como é de histórias que se fazem as revistas, decidimos voltar atrás no tempo e integrar nesta edição um artigo sobre a origem da Electrónica. Em suma, gostaríamos que os nossos leitores usufruíssem ao máximo dos excelentes conteúdos presentes nesta edição da N3E Magazine.

Título: N3E Magazine | Edição: Número 4 - 2013 | Direcção Editorial: Ana Margarida Alberto | Equipa de Redacção: Ana Filipa Almeida, Ana Margarida Alberto, Ana Sofia Almeida, Francisco Varandas de Sousa, Pedro Alves e Tiago Barra | Design: Francisco Varandas de Sousa | Colaboração: Ana Margarida Alberto, Prof.ª Ana Moura Santos, André Leitão, André Lopes, Prof. António Ferraz, Prof. Carlos Fernandes, César Gaspar, Cláudia Furtado, Diogo Aguiam, Fábio Barroso, Francisco Varandas de Sousa, Hugo Silva, Prof. João Pedro Boavida, Prof. João F. Fernandes, Luís Magalhães, Eng. Luís Vicente, Miguel Neto, Pedro Alves, Pedro Marques, Pedro Pinto, Pedro Santos, Ruben Afonso, Rúben Capitão, Prof. Rui Rocha, Sofia Ferreira, Sofia Ponte, Tiago Barra, Vera Lopes e Wellington de Souza | Apoios: InnovationMakers, Delta Cafés e Edaetech | Tiragem: 500 | Periodicidade: Anual | Propriedade: Núcleo de Estudantes de Engenharia Electrónica do Instituto Superior Técnico; Instituto Superior Técnico - Campus do Taguspark (Sala 1.20), Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 2744-016 Porto Salvo, Oeiras, Portugal; geral@tecnico.ulisboa.pt; http://n3e.tecnico.pt | ISSN: 1647-5151 | Depósito legal: 326658/11 | Impressão e acabamento: SIG - Soc. Ind. Gráfica, Lda | Distribuição gratuita | Publicação ao abrigo do antigo acordo ortográfico | Fotografias da SET gentilmente cedidas pelo GFIST - Grupo de Fotografia do IST

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4 Actividades N3E 10 N3E Robotics LEE/MEE 12 O Curso 14 Mercado de Trabalho 19 Projectos de Curso 24 Aplicações na Electrónica

Um novo rumo, uma nova imagem Foi em meados do mês de Maio de 2013 que eu e o Tiago Barra (actual Vice-Presidente) constatámos o facto de que no N3E era desenvolvido muito trabalho de qualidade mas que possuía muito pouca projecção para os alunos, docentes e funcionários do nosso instituto. Assim sendo, o desafio era complexo: era preciso elevar as metas do nosso núcleo de estudantes e partir para novos objectivos, sempre acompanhados de uma forte divulgação para que os nossos sócios pudessem acompanhar e participar no trabalho desenvolvido. Durante as semanas que se seguiram, procurámos os melhores, quisemos construir uma equipa capaz e multi-disciplinar que estivesse à altura desses ambiciosos objectivos. E tudo se desenrolou... Hoje, posso afirmar convictamente que reunimos a equipa mais fantástica e dedicada, que cresceu e evoluiu e que acima de tudo tem orgulho em vestir a camisola do N3E e em manter os fortes valores que caracterizam este núcleo de estudantes desde a sua fundação. É com orgulho que constato que, graças a toda a equipa, os objectivos propostos foram cumpridos e que o N3E é hoje um núcleo de referência no Instituto Superior Técnico. Deixo um profundo agradecimento a todos os que fizeram parte deste sonho e despeço-me com o desejo de ver este núcleo crescer e continuar a espalhar o selo de qualidade N3E. Francisco Varandas de Sousa Presidente 2013/2014

TÉCNICO 26 Entrevista 30 Artigo Informal 32 Artigo de Opinião 34 Grupos do Técnico 36 Do It Yourself 39 Secção Cultural N3E Magazine 3

Sumário

N3E


Actividades N3E

Actividad XVII Edição Arraial do Caloiro Texto André Lopes

O Arraial do Técnico teve provavelmente em 2013 a melhor edição de todos os tempos e, como não poderia deixar de ser, o N3E esteve mais uma vez presente. Depois do êxito obtido na edição anterior, o N3E e a CP-Taguspark voltaram a ser parceiros com o objetivo de proporcionar ainda mais diversão, bons momentos e elevar ainda mais o nome que já é reconhecido por grande parte dos estudantes que vêm ao arraial, a “Tasca do Tagus”. O Arraial tem vindo a provar ao longo dos anos que é uma das melhores festas universitárias em Portugal e um dos indicadores é o aumento de participantes de ano para ano, assim como o cartaz que a cada ano que passa traz mais nomes cotados internacionalmente. O cartaz deste ano foi talvez o melhor que este arraial já viu. A organização voltou a inovar, tendo diversificados estilos desde o rock à música eletrónica, passando pela música popular portuguesa e pelas tradicionais atuações das tunas do técnico. Por outro lado, a organização investiu também na qualidade, trazendo bandas e artistas de renome como foi o caso de Doctor P e Netsky (música eletrónica), que são bastan-

te requisitados internacionalmente, os Tara Perdida e até mesmo na música popular portuguesa a organização presenteou-nos com uma das mais bem sucedidas artistas portuguesas neste tipo de música, a Rosinha. Como não poderia deixar de ser, a “Tasca do Tagus” voltou a proporcionar bons momentos de diversão, boa disposição e de festa não só a todos os alunos do Taguspark como a todos os que se juntaram a nós porque afinal é esse o espírito do arraial, descontrairmos e convivermos em festa. Como não poderia deixar de ser, durante o arraial a nossa tasca não deixou ninguém ter sede e para isso lançou vários concursos conhecidos, como por exemplo, “O Balde”. O Arraial do técnico é cada vez mais um local onde se transmitem culturas e ideias e mais uma vez foi um prazer estar presente nesta grande festa universitária. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Jantar de Engenharia Electrónica Celebração dos 10 anos de curso Texto Miguel Neto

O N3E organizou um jantar de Engenharia Eletrónica para celebrar os seus 10 anos de existência. O jantar foi realizado no restaurante Cinderela no dia 29 de Novembro de 2013 e a adesão superou as expectativas! Compareceram cerca de 92 pessoas ao jantar, incluindo alunos de licenciatura, mestrado, alumni e professores. No jantar, foi possível o diálogo entre alunos de Engenharia Eletrónica e alumni, assim como o reencontro entre alumni e os seus antigos professores. A boa disposição reinou, num jantar em que todos os que compareceram não tiveram as suas expectativas defraudadas. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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Torneio de Basquetebol Texto Cláudia Futado

O sedentarismo é uma doença que atinge cada vez mais pessoas no mundo, afectando desta feita em maior número os alunos do IST Taguspark que por razões de sucesso escolar passam diariamente muitas horas a trabalhar ao computador, descurando de um estilo de vida saudável. O N3E juntamente com o NAPE no âmbito da promoção do bem estar, saúde e da integração dos alunos do IST na comunidade académica da instituição, realizaram um torneio de basquetebol, nas instalações desportivas do IST Taguspark no passado dia 31 de Outubro de 2013. O dia começou cedo para a equipa do N3E, preparando todo o espaço desportivo para receber os seus atletas às 14h do referido dia. Começaram a aparecer os primeiros curiosos, as

equipas já formadas mostraram grande entusiasmo e sede de vitória; toda a atmosfera era definida pelo companheirismo e boa disposição que tornaram este evento memorável. Jogo após jogo, o fado ia sendo traçado e das 5 equipas iniciais foi a Dream Team que alcançou o primeiro lugar. Os seus 5 elementos, André Machado, David Lameiras, João Santos, Pedro Pina e Tiago Rebelo foram premiados com cheques prenda Fnac. O capitão de equipa João Santos referiu-se à organização do evento como “profissional” acrescentando ainda que a “organização revelou empenho e vontade para manter o campeonato organizado (...) mas ao mesmo tempo amigável e divertido, fazendo com que fosse um tempo bem passado a jogar.” Questionámo-lo em relação à importância deste tipo de iniciativas ao qual ele respondeu positivamente. ”Acho bastante importante existirem eventos destes, pois promove a integração dos caloiros. A obrigatoriedade de cada equipa ter no mínimo um caloiro fez com que existisse uma maior aproximação entre os alunos mais velhos e os mais novos (...).”

Torneio de Futsal Texto Pedro Alves

Todos sabemos a importância do desporto na vida e os seus benefícios. O desporto melhora a qualidade de vida, reduz o risco de desenvolvimento de doenças e aumenta a esperança média de vida, beneficiando, portanto, a saúde. Mas para além dos benefícios físicos, há outros, como o convívio e a diversão, pois este deve ser um exercício de descontracção e divertimento. Sendo o futebol o “desporto rei” em Portugal, nada melhor do que um jogo por semana para aliviar o stress acumulado no dia-a-dia como estudantes do IST. No entanto, a prática de desporto deveria ser mais regular (não só o futebol), mas o tempo de que os alunos do Técnico dispõem é limitado, sempre escasso. Para além da prática de desporto (neste caso o futsal), o con-

vívio e as novas amizades (entre LEE, MEE e outros cursos) nascem de um simples jogo, de uns simples “toques de bola”. É bastante importante que se façam novas amizades mas também consolidar as que já existem, tendo em conta que o futsal requer bastante entreajuda, sendo um jogo em equipa. No final do ano passado, deu-se o apogeu dos jogos de futsal e daí resultou o torneio de futsal do N3E em conjunto com o NAPE. O torneio correu muito bem e, faça-se justiça, a melhor equipa ganhou, havendo prémios para os finalistas, claro! A verdade é que devemos continuar com estas boas práticas desportivas e sociais. Este ano lectivo, os jogos continuam e a diversão não pára em cada jogo ocorrendo festejos em cada golo. Esperemos que os jogos de futsal sejam um sucesso (como estão a ser) e o desporto nas nossas vidas seja uma rotina e não um assunto fechado a 7 chaves.

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Actividades N3E

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Actividades N3E

Concurso Arduino - Pan & Tilt Texto Ruben Afonso

“A cereja no topo do bolo foi ter ganho o concurso e ter recebido como prémio um Arduino UNO, uma breadboard e dois servos (uma máquina que gira segundo um sinal de controlo)!” diz Miguel Neto, um dos vencedores do concurso.

Ciência-Viva

O concurso teve como objectivo a criação de um Pan & Tilt, isto é, um sistema que possibilita rodar um objecto horizontal e verticalmente. Contudo, associado a um laser permite criar um sistema de projecção. O seu controlo foi baseado na plataforma de desenvolvimento Arduino UNO. Este decorreu durante o 2º Semestre do ano lectivo 2012-2013 no IST Taguspark e foi dirigido aos novos alunos da Licenciatura em Engenharia Electrónica (LEE), contando com a colaboração do NAPE. A apresentação do resultado final foi aberta ao público e cada elemento da equipa vencedora recebeu um kit completo semelhante ao utilizado. A nível pessoal creio que mais importante que o resultado final foi a natureza académica do projecto. Sendo o primeiro ano o que possui uma componente teórica mais elevada, este concurso possibilitou o contacto com a realidade e marcou o método de trabalho em todos os participantes. Sem dúvida um projecto estimulante que serviu para aproveitar as capacidades de trabalho em equipa e a criatividade. Foi uma actividade com enorme reconhecimento e valorizada pedagogicamente por vários professores. O balanço final não podia deixar de ser positivo, pelo que foi acordada a continuação do mesmo no presente ano lectivo.

Texto César Gaspar O Ciência-Viva consiste num programa de verão para os alunos do ensino secundário, que vêm passar uma semana nas instalações da universidade e onde realizam diversas actividades laboratoriais, desde experiências de física, química, electrónica e informática. Aliado ao mundo da electrónica existe paralelamente o mundo da programação que permite construir um ambiente electrizante de sistemas autónomos. Contudo, dar os primeiros passos na área da electrónica e programação requer alguma sensibilidade e força de vontade. Foi com base nesta dificuldade que o N3E decidiu elevar o grau de exigência e aumentar o número de tarefas, tendo para isso, feito uso de ferramentas didáticas e um constante acompanhamento no decorrer das actividades. Estas permitiram a conclusão das mesmas com enorme sucesso. O maior desafio colocado aos alunos foi o SUBA, que é um sistema de ensino e de experimentação de sistemas mecânicos e electrónicos, baseado num mini-modelo do carro de ralis. Para controlo do SUBA os alunos usaram uma placa de programação Arduino UNO, que permite ligar diversos periféricos digitais ou analógicos e fazer o respectivo tratamento de dados. Ou seja, os alunos tiveram de criar um programa para controlar o SUBA, para este seguir a linha de uma pista e tornar o carro autónomo a fazer o percurso. Houve tempo para alguns alunos controlarem as luzes do carro e criarem música a ser reproduzida pelo mesmo. Para a programação do Arduino foi usado um programa para iniciação à programação de microcontroladores, o MiniBloq. O ambiente de programação do Minibloq é constituído por uma interface de ligação ao computador muito intuitiva. Esta é feita com recurso a blocos que contêm partes de código em lingua-

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gem C. Desta forma os alunos ficam afastados de qualquer contacto com a linguagem C, mas adquirem e desenvolvem a capacidade de programação lógica neste tipo de trabalhos. Sem grandes dificuldades todos conseguiram passo a passo completar os desafios que lhes foram sendo propostos. No final todos os grupos, com muita ou pouca afinação, exibiram o seu carro a completar o circuito da pista. O enorme sucesso deve-se à utilização de um ambiente gráfico próprio e ferramentas ideais para alunos com baixo nível de conhecimento nesta área. Com certeza que estes alunos ficaram com uma ideia “animadora” das potencialidades da electrónica e da programação. Também inserido no Ciência-Viva mas para um grupo diferente de alunos, foi criado um kit de experiências que se iniciou com montagens simples de electrónica na breadboard, seguindo-se para montagens um pouco mais complexas e que envolvem controlo por parte de um microcontrolador, o Arduino UNO, sendo este programado no ambiente gráfico de programação Minibloq. Depois de serem feitas montagens essenciais ao bom conhecimento da plataforma de programação, foi colocado


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aos alunos, o desafio de controlarem uma casa domótica, ou seja, cada grupo de alunos tinha uma maquete de uma fachada de uma casa, com leds e servo-motores, que simulam luzes e portas de uma habitação. Depois do controlo digital estar feito, foi usado um módulo Bluetooth para criar uma ligação de controlo remoto dos periféricos da casa. Este controlo é feito por uma aplicação em Android disponível na loja online. Esta experiência por Bluetooth limitou-se ao controlo das luzes e da porta, no entanto seria possível incorporar o controlo de outros componentes, como ventoinhas, buzzers, ventoinhas que simulam aerogeradores, sensores de luz e alarmes respectivamente.

Verão na Técnica Texto César Gaspar

No passado mês de Julho, o N3E acolheu cerca de 260 alunos com o objectivo de os ajudar a completar com sucesso uma experiência na área da electrónica. Para a maioria destes alunos este foi o primeiro contacto com o mundo da electrónica e tal foi possível graças ao programa Verão na Técnica. A experiência consistiu na montagem do AMRadio, um kit de desenvolvimento criado especificamente para este programa, suportado pela AMRAD. Este kit consiste num módulo de rádio constituído por um amplificador de áudio, uma antena e um sintonizador. O desafio proposto aos alunos começou por construírem um módulo do amplificador de áudio, soldando os diversos componentes numa PCB - placa de circuito impresso. Esta fase foi auxiliada com uma apresentação que continha as regras e técnicas básicas de soldadura de componentes electrónicos, assim como a sequência e locais correctos dos componentes a serem soldados. A PCB foi projectada com alguns cuidados, para diminuir a dificuldade de soldadura para iniciantes. Após verificar a inexistência de erros de soldadura e componentes errados, foi feita a ligação deste módulo ao módulo que continha a antena e o sintonizador. Por fim, os alunos ajustaram o sintonizador de modo a captarem duas estações de rádio modeladas em AM dentro do laboratório. Nesta actividade foram valorizadas e trabalhadas as competências de soldadura de componentes electrónicos e a aprendizagem dos princípios básicos das radiocomunicações.

SET

Texto Tiago Barra A Semana de Empreendedorismo e Tecnologia que ocorreu de 3 a 7 de Março de 2013 contou com a colaboração de todos os núcleos sediados no pólo do Taguspark. Durante uma semana ocorreram palestras, sessões de esclarecimento e workshops de empresas de todo o ramo de acção. Nesta edição, o N3E convidou empresas de renome nacional e internacional para apresentarem aos nossos alunos os seus projectos e com isso transmitirem um pouco da sua experiência a nível de mercado. Contámos com a presença da Nokia Siemens, da Synopsis e da Glintt. Com vista à inovação, o N3E realizou um Workshop de Impressão 3D, onde os presentes puderam perceber como funcionam as diferentes máquinas de impressão tridimensional assim como os diferentes tipos de impressão e os materiais que as caracterizam. Esta iniciativa foi feita em colaboração com o AltLab Lisboa, e a apresentação ficou a cargo de Mauricio Martins e Ferdinand Meier.

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Actividades N3E

SATU Oeiras Texto André Lopes

No passado dia 17 de Outubro de 2013 o N3E realizou uma das muitas atividades que tem pensadas e planeadas para o presente ano letivo. Esta atividade foi, nada mais nada menos, que uma visita de estudo ao projeto ambicioso, mas ainda inacabado, de transporte de passageiros, o SATU. Esta atividade contou com 20 alunos, maioritariamente de eletrónica, e de todos os anos, inclusive alunos de mestrado. A visita iniciou-se numa das estações terminais, a estação situada no Oeiras Parque. Nesta estação conhecemos um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto, o Eng. Luís Vicente. Nesta primeira fase da visita foi-nos dada uma breve introdução ao sistema de compra de bilhetes e ao próprio sistema de transporte. Dada esta introdução, estávamos preparados para ver por nós próprios qual a sensação de andar neste transporte inovador que funciona sem a presença de qualquer piloto a bordo. Esta viagem teve como destino a outra estação terminal, a estação Navegantes (Paço de Arcos). Nesta estação encontra-se a base do SATU que iríamos conhecer e ficar a saber como é que, de facto funciona todo o mecanismo deste transporte. A primeira sala que visitámos foi a sala de controlo, sala que é designada por quem trabalha todos os dias nestas instalações como os “olhos” do sistema. Nesta sala é recebida toda a informação em tempo real das carruagens e onde os operadores que nela trabalham todos os dias podem intervir nas mesmas sempre que for necessário. Conhecida esta sala com algum pormenor dirigimo-nos à sala onde é processada toda a informação recolhida, a sala dos autómatos, designada como

Workshop Impressoras 3D Texto Francisco Varandas

Foi na SET (Semana do Empreendorismo e Tecnologia) de 2013 que foi proposto ao N3E a realização de inúmeras palestras e workshops. Numa semana onde a tecnologia e o empreendorismo foram as palavras de ordem, decidimos realizar um workshop acerca desse tema tão actual, as Impressoras 3D. Tema escolhido e estava na altura de convidar os oradores. Contactámos o AltLab – Lisbon’s Hackerspace que aceitou apresentar o workshop e que ainda nos cedeu uma das suas impressoras 3D (RepRap), para demonstração nos dias que antecederam o workshop. Se a demonstração que antecedeu

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o “cérebro” do sistema. Faltava-nos agora ver o que realmente “bombeava” as carruagens entre os “vasos” do sistema, usando um pouco a analogia feita pelos operadores do SATU. Fomos então conhecer o “coração” do sistema, a sala das máquinas. Nesta sala é onde toda a informação recolhida e processada é de certa maneira transformada em força física, fazendo mover as carruagens através de um sistema de cabos, roldanas e motores. Depois de conhecido todo o corpo deste sistema, fomos visitar a sala onde se faz a manutenção das carruagens para preservar o bom funcionamento e prevenir qualquer falha no transporte. Esta manutenção é feita diariamente. Assim acabava a nossa visita ao SATU, faltava-nos apenas apanhar a próxima carruagem em direção ao ponto de partida, a estação do Oeiras Parque. Diga-se de passagem que a espera foi bastante reduzida devido à grande frequência de viagens do SATU. No final desta visita de estudo existem bastantes pontos positivos a retirar, desde já a afluência considerável de alunos do nosso curso, o bom ambiente e vontade de aprender durante toda a visita, os conhecimentos que retirámos da mesma e a motivação por parte dos estudantes em mostrar e desenvolver as suas capacidades criando e desenvolvendo projetos do calibre do SATU, que apenas tem 10 % do projeto desenvolvido mas que já tem aprovada a construção de uma nova fase de expansão da linha. Por fim, e não menos importante, gostaríamos de agradecer ao Eng. Luís Vicente e a toda a equipa do SATU pela disponibilidade e oportunidade que nos deram de conhecer este projeto. Desejos de um bom trabalho e que tudo corra da melhor maneira. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa


Workshop de Raspberry Pi Texto César Gaspar

Com a evolução da electrónica aliada ao decréscimo do preço dos componentes electrónicos, actualmente é possível fazer verdadeiros computadores a baixo preço e de reduzidas dimensões. Foi com estes argumentos que a Fundação Raspberry Pi, sediada no Reino Unido, criou um computador do tamanho de um cartão de crédito, o Raspberry Pi - Rpi. À venda desde 2012, este minúsculo e poderoso computador, custa entre 35€ e 42€, modelo A e modelo B respectivamente. Desde então milhares de projectos têm surgido, como por exemplo, tornar o Rpi um media-center para televisões, um pequeno servidor de dados online, aplicações na domótica, Rpi como controlador de robots, etc. Desta forma o interesse por este equipamento cresceu muito desde então, pelo que o N3E considerou oportuno organizar um workshop que disponibilizasse às pessoas um conjunto de conhecimentos para darem os primeiros passos com este equipamento e fazerem os primeiros projectos, nomeadamente na criação de aplicações na área da Internet of Thinks. Este workshop decorreu no passado dia 29 de Novembro de 2013, com inscrição limitada a 15 pessoas por sessão e não faltaram interessados vindos de diversas áreas. O workshop teve o seguinte programa: história do Rpi, exemplos de projectos, overview do hardware, introdução à programação em Linux, anatomia de um daemon, I/O de baixo nível, projecto práctico - sensor de temperatura/luz. O tempo foi curto e no final todos os participante queriam colocar em prática mais um projecto, muitos deles já traziam de casa o projecto que desejariam fazer com o Rpi, mas com certeza que saíram desta sessão com os conhecimentos necessários para os concretizarem em casa. Com o tempo, o N3E prevê organizar um segundo workshop para aqueles que não puderam participar no primeiro.

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Actividades N3E

o workshop teve sucesso, mais bem-sucedida foi a apresentação, onde os oradores Mauricio Martins e Ferdinand Meier (ambos membros do AltLab) fizeram uma exibição notável. Apareceram muitos interessados e curiosos entre docentes, alunos e empresários. Toda a audiência vibrou e acompanhou com entusiasmo a apresentação, que culminou numa demonstração prática, onde pudemos assistir à impressão de algumas peças 3D que o público pôde levar como recordação. No final, oradores e participantes ainda estiveram à conversa onde trocaram ideias e explicações mais específicas aproveitando o ambiente informal em que se encontravam. Em jeito de conclusão, posso afirmar que o workshop me permitiu perceber melhor as várias técnicas de impressão 3D e entrar melhor neste tema tão vasto e fascinante. Outra das mais-valias, foi o contacto directo com uma impressora 3D, onde pudemos observar a facilidade da impressão de modelos 3D.


N3E Robotics

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Texto César Gaspar ste projecto ditou a criação do N3E Robotics em 2011, concretamente este foi o projecto piloto que reuniu um conjunto de alunos de Engenharia Electrónica com a ambição de criarem um robot de raíz e levá-lo a uma competição. Estes foram os ingredientes que fizeram com que o projecto tivesse um grande sucesso logo na primeira vez que participámos, alcançando o 2º lugar, e que o grande grupo de robótica tenha crescido desde então. O Robot@Factory é um robot que simula um transportador de paletes numa fábrica. Ele tem a capacidade de se orientar sozinho numa pista, que simula uma unidade fabril, e transportar paletes dos armazéns para as máquinas de processamento e dessas máquinas para o stock final. O robot recolhe, identifi-

ca, transporta e entrega as paletes nos locais correctos. Neste projecto são desenvolvidas e postas em práctica as capacidades de programação de microcontroladores, criação de circuitos electrónicos básicos e sistemas embebidos. Actualmente estamos a desenvolver a 3ª geração deste robot que terá melhorias muito significativas face aos anteriores, que prometem dar-lhe um melhor desempenho e posteriormente um melhor resultado final. Estaremos presentes na próxima edição do Festival de Robótica a participar com este robot. É um projecto desafiante na medida em que se tem de ter em atenção a estrutura do robot e o seu comportamento em pista. A parte mais desafiante é a criação de um algoritmo de mapeamento para o robot se conseguir movimentar sozinho em pista.

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N3E Robotics

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Texto Francisco Varandas e Rúben Capitão oi no dia 15 de Abril de 2013, exactamente um mês antes da desafiante competição, que três alunos de Engenharia Electrónica decidiram participar no concurso Micro-Rato na Universidade de Aveiro, por convite do IEEE-IST Student Branch.

O nosso desafio era construir um robot totalmente autónomo, de raíz, que fosse capaz de solucionar um labirinto em busca de um farol e retornar ao local de partida. Apesar do reduzido tempo de construção e programação do robot, conseguimos construir “O Ratão” com sucesso e levá-lo à Universidade de Aveiro. No entanto, iniciada a competição, o nosso robot não se comportou como o esperado. Um dos sensores de obstáculos avariou-se com a longa viagem. Assolados com esta desventura, fomos forçados a desistir da competição, mas trouxemos para casa muita experiência e novas ideias para o próximo ano, no qual esperamos voltar a competir.

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O Curso

LEE/MEE : As Texto Prof. Carlos Fernandes

A Engenharia Electrónica foi criada pelo IST sob proposta do DEEC aprovada por mais de 140 docentes há mais de uma década. O curso de Engenharia Electrónica com a designação de Licenciatura em Engenharia Electrónica (LEE) funcionou pela 1ª vez em 2003 no IST Taguspark em Oeiras. Foi objectivo fundamental criar um curso mais aplicado neste domínio e com uma ligação mais estreita com o mundo empresarial, o que justificou a sua localização. A Engenharia Electrónica é por essência uma área transversal à maior parte das engenharias, uma vez que todas estas recorrem cada vez mais a sistemas electrónicos sofisticados. Uma forte formação interdisciplinar torna-se, portanto, um dos seus objetivos principais.

LEE A Licenciatura em Engenharia Electrónica (LEE) é um curso de 1º ciclo (180 ECTS) distribuído por 6 semestres. Sumariamente, o plano de estudos da LEE (DR, 2º série-Nº 210 de 30 de Outubro de 2012) é constituído por 31 unidades curriculares, das quais 10 são de Ciências Básicas de Engenharia, que funcionam nos 4 primeiros semestres, 4 são de Competências Transversais e 17 são das Ciências de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Com este plano de estudos permite-se que os alunos adquiram: • Uma formação de base forte nas áreas da Matemática (6) e Física (3); • Competências na área da Química(1); • Competências transversais (4); • Uma formação básica forte na área de Electrotecnia e de Computadores; • Competências aprofundadas em electrotecnia em áreas científicas distintas como Energia (1), Telecomunicações (2), Decisão e

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Controlo (2), Computadores (6) e, obviamente, Electrónica (6). num total de 31 UCs obrigatórias. Importa realçar que deste modo todos os alunos da LEE terão obrigatoriamente o mesmo percurso académico, permitindo dizer que este ciclo de estudos (CE) garante à saída que o aluno tenha uma formação de espectro largo. Essa formação garante uma preparação adequada dos alunos numa engenharia de produtos, quer em software, quer em hardware, e não numa engenharia de serviços, o que permite a inserção do futuro engenheiro num mercado de trabalho que, embora exigente, não é fortemente especializado.

MEE O CE MEE é um mestrado não integrado (2º ciclo) (120 ECTS) distribuído por 4 semestres. Como vectores principais deste CE são de realçar: 1. A existência de uma espinha dorsal, no sentido que o curso cobre as áreas mais importantes de um Curso de Electrónica ou onde uma área tão transversal como a electrónica pode actuar. Assegura-se uma dada flexibilidade, obviamente balizada pelos recursos docentes, variando de ano para ano uma oferta racional de opções, no sentido de manter

uma coerência ou fio condutor no ciclo de estudos ; 2. O facto de ser o único CE do IST que oferece uma UC obrigatória de Sistemas Embebidos; 3. O facto de os alunos adquirirem uma formação obrigatória e bem estruturada em diversas áreas que julgamos ser fundamentais, ou seja, com um amplo espectro de aplicações, onde se realçam: • A formação na área dos conversores electrónicos de potência e alta frequência (CEPAF); • A formação geral na área da aquisição e processamento digital de sinais, em particular na sua aplicação às comunicações (SPDS); • A familiarização com sistemas embebidos de tempo-real, incluindo aspetos relacionados com a sua especificação, desenvolvimento e teste (Sistemas Embebidos); • A familiarização com os distintos aspectos electrónicos presentes na integração de sistemas (SEI); • O desenvolvimento de competências na análise e projecto de circuitos electrónicos e microelectrónicos para processamento de sinal e para telecomunicações, incluindo circuitos de radiofrequência (Sistemas de Telecomunicações); • O desenvolvimento de competências na organização e apresentação de um tema, criando uma página no Google Sites em português e inglês associada a aspetos gerais ou particulares de um projecto na área da Electrónica. Adicionalmente são oferecidas opções que incidem sobre aspectos igualmente importantes, tais como: • Soldadura, Fabrico (Processos de Fabrico); • Microelectrónica e conversão AD/DA (Sistemas Integrados Analógicos, Electrónica das Micro-ondas);


• Optoelectrónica (Optoelectrónica Aplicada); • Electrónica de Micro-ondas, onde é possível aproveitar as capacidades tecnológicas existentes no IST Taguspark projectando, realizando e testando circuitos de sistemas de microondas durante o semestre; • Internet, enquanto rede integradora de tecnologias heterogéneas, permitindo criar competências avançadas de programação de redes e de manipulação de equipamentos de redes (Arquitetura de Redes). A excelente formação interdisciplinar suportada em laboratórios exemplares no IST Taguspark ministrada no MEE já potenciou uma tese ganhadora do prémio Luís Vidigal destinado a premiar os melhores trabalhos de engenharia desenvolvidos no IST nas áreas da Engenharia Electrotécnica e Computadores e da Engenharia Informática. Além dos laboratórios tradicionais, o campus do IST no Taguspark dispõe de uma estação de rastreio de satélites que é uma referência internacional, suportando vários trabalhos de alunos do IST e de outras escolas e também trabalhos de empresas sediadas no Taguspark (ver http://cep.ist.utl.pt). Alguns alunos de engenharia electrónica estão envolvidos na construção do primeiro nano satélite português, através de teses de mestrado e de trabalhos de disciplinas (ver http:// istnanosat.ist.utl.pt). Este nano satélite vai ser apoiado por várias empresas e institutos de investigação e constitui um foco motivador do interesse dos alunos, com uma forte componente de formação em electrónica com carácter indisciplinar, como a formação que é ministrada no MEE.

O Ensino em Engenharia Electrónica

A localização da EE no Taguspark tem evidentes vantagens. Trata-se de uma área recente, desafogada, que permitiu uma intervenção de raiz na criação dos novos espaços (laboratórios, oficina, biblioteca, anfiteatros) com a finalidade de servir os cursos e uma maior proximidade ao sector empresarial. Foram criados laboratórios avançados, uma fábrica de circuitos impressos e de montagem de placas electrónicas e oficinas de mecânica para fabricação de pequenas peças. Os laboratórios estão permanentemente abertos, o que cria inúmeras vantagens, nomeadamente, um maior envolvimento dos alunos e uma mais forte ligação à escola num ambiente de estudo e de trabalho excelentes. O facto de estar a tratar com uma população discente relativamente reduzida (cerca de 100 alunos) permite ensaiar experiências que seriam impossíveis, por exemplo, no MEEC. A inserção dos princípios básicos de uma engenharia aplicada constituem a base e o modus vivendi da LEE/MEE. As características próprias do campus obrigam a uma atitude mais emancipada do aluno face ao docente, mantendo-se, no entanto, uma acentuada interação docente-aluno.

Diferenças entre LEE e o 1º ciclo do MEEC

ca (MEE), que constituem exemplos de cursos orientados desde o princípio para o projecto, para a concepção e para a criação de sistemas em várias áreas. Este aspeto distingue a LEE+MEE, na essência, de outros CEs do IST, mais especificamente, do MEEC. Por exemplo, comparando a LEE com os primeiros 3 anos do MEEC verifica-se que a LEE apresenta um enfoque na parte laboratorial mais acentuado nas UCs, aproveitando as condições e xce le n t e s dos seus espaços, que foram criados de raíz com objectivos bem definidos e que têm condições de utilização mais favoráveis para os alunos (laboratórios abertos 24 horas). Salienta-se a criação desde início, do projecto pedagógico SUBA (ver http:// groups.ist.utl.pt/lee/SUBA/ index.htm), envolvendo experiências pedagógicas interdisciplinares com a participação de várias disciplinas. No plano curricular, verifica-se que a LEE explora zonas que não têm equivalências a nível do 1º ciclo do MEEC, nomeadamente: • Desenho e Modelação Geométrica, que versa sobre os assuntos relacionados com a concepção de sistemas , impondo CAD. Neste momento, como aplicações podem citar-se as cablagens e estudos de módulos de

fluxo térmico. Futuramente, espera-se a abordagem de CAD com base em questões físicas que possam ser aplicados a fenómenos electromagnéticos. O estudo dos projectos de painéis solares no que toca ao desenho dos colectores de modo a permitir um maior rendimento na conversão é outro assunto que pode beneficiar da existência de uma UC deste cariz; • Micro e Nanoelectrónica fornece aos alunos a competência para efetuar o projecto de blocos analógicos para serem incluídos em sistemas integrados mistos. É objetivo que os alunos compreendam o processo de fabrico de circuitos com tecnologias CMOS bem como o fluxo de projecto analógico correspondente; • Electrónica dos Sistemas Embebidos, cujo objectivo é introduzir os sistemas electrónicos utilizados nos sistemas embebidos e nos sistemas de comunicações; • Uma incursão no domínio das máquinas eléctricas; • A introdução de uma componente de projecto, fabricação e teste na disciplina de Instrumentação e Aquisição de Sinais. Com estas disciplinas específicas da LEE, diferentes das do 1º ciclo do MEE, os alunos adquirem alguma competência que lhes possibilta uma abertura ao mercado de trabalho, a meio de um curso de engenharia electrónica tradicional, cumprindo assim um dos objetivos da reestruturação de Bolonha.

De acordo com a filosofia que presidiu à criação de uma Engenharia Electrónica no IST, foi criada em 2003 a LEE, com 5 anos, e a partir de 2006, no contexto de Bolonha, foram criados dois CEs, um de 1º ciclo (LEE) e outro de 2º ciclo, o Mestrado em Engenharia Electróni-

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O Curso

s Diferenças


Mercado de Trabalho

“A ideia de ser Engenheiro Electrónico...” Texto Pedro Pinto “...nasceu bastante cedo na minha cabeça. Quando era miúdo gostava muito de desmontar brinquedos e tentar pô-los a funcionar de outras formas (óbvio que nunca nada funcionava). Por estar entre as melhores escolas de engenharia do país, o IST sempre foi a minha prioridade. Quando entrei, o choque foi enorme, não me correram bem os primeiros anos mas pensei sempre que com calma e muito trabalho iria conseguir e de facto consegui. Depois de terminar o

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curso demorei dois meses até conseguir um emprego (a bem dizer foi só um porque o outro foram férias) o que no contexto actual me parece excelente. Estou neste momento a trabalhar na Thought Creator, uma spinoff do IST, sendo único com formação em electrónica. Pelas minhas mãos passa todo o desenvolvimento de electrónica, desde o levantamento de requisitos, o processo de design de hardware, produção de protótipos, teste, entre outras

coisas. Quando comecei tinha receio de não estar preparado para o mundo do trabalho e de não ter respostas para os problemas que surgissem, mas rapidamente me apercebi de que a “bagagem” que trago do IST é bastante sólida e completa. É obvio que não sei tudo mas para as situações em que algo é novo, o IST deu-me uma “ferramenta” muito boa, saber aprender. Acima de tudo aprendi a acreditar que nada é impossível e que tudo se trata de uma questão de empenho e tempo, por isso, para aqueles

que ainda estão no IST a “batalhar” a minha mensagem é: Nunca desistam, encarem as coisas com gosto e trabalhem muito porque quando terminarem vão sentir uma enorme satisfação, a sensação de missão cumprida e um orgulho enorme em dizer que são Engenheiros formados no IST. Ah, e não menos importante vão ter muitas empresas a querer-vos como colaboradores (designação moderna de trabalhador), quer em Portugal quer no estrangeiro. A todos um abraço e boa sorte!”


Texto Wellington de Souza

N

asci em Campinas São Paulo, 25 anos e sou engenheiro eléctrico pela Universidade estadual de Campinas Unicamp. Comecei cedo a vida de técnico, aos 16 anos como técnico em electrónica e terminei aos 18. Daí então, decidi seguir em frente na área de Engenharia Eléctrica, vindo então para o IST para fazer algumas disciplinas de interesse no Taguspark - Oeiras. O que o levou a escolher o curso de engenharia electrónica? O que me levou a escolher o curso de engenharia electrónica foi o facto de já ser um técnico na área e saber, obviamente, a importância da área de engenharia no sistema de vida actual, onde quase todos os produtos, serviços e actividades dependem de sistemas mecânicos, eléctricos,

nada é impossível... Os hábitos/métodos de trabalho que aprendeu na universidade são úteis no dia-a-dia do seu trabalho? Isso é uma pergunta complicada de responder. Como não serei politicamente correcto... Existem coisas na universidade que se aprende e que nunca irá usar... nunca no meu trabalho me pediram para eu calcular as leis de Maxwell. Mas no meu caso, fui para o mercado e não segui a carreira académica. Não posso ser injusto, há alguns colegas que seguiram a carreira académica e que terão as 4 leis de Maxwell tatuadas no braço. Por outro lado, para a área onde actuo, electrónica, é imprescindível saber usar bancadas electrónicas. Então, as aulas práticas, para mim, foram importantíssimas. No que se via a trabalhar quando ainda estava a tirar o curso?

civis, etc... Para uma pessoa entender como as coisas são feitas hoje, o que é viável ou não fazer e até mesmo ficar tranquila durante uma viagem de avião ou durante uma chuva de raios e trovões, a pessoa deveria saber um pouco de engenharia e física. Nada funciona por magia e quase

Eu sinceramente, via-me a trabalhar numa multinacional de grande porte, ser chefe do chefe em 10 anos, e ganhar muito dinheiro... Muito mesmo. Depois vi que isso é meio difícil e comecei a ter os pés no chão após os primeiros tempos. E vi que o caminho é longo e descobri o que realmente interessa: fazer algo que gostem. Então, uma coisa digo: achem uma área que gostem.

Não interessa muito onde trabalha, se será na sua própria empresa ou nas gigantes, na Apple, Exxonmobil ou PetroChina. Se gostar do que está a fazer, vai-se dar bem. Quais as tarefas que desempenha no seu emprego? No começo eu era uma pessoa de bancada de laboratório (ratinho de laboratório sabe?). Comecei como testador de novas placas de projectos electrónicos diversos e com o tempo fui “subindo” literalmente. No andar de cima ficavam os engenheiros projectistas de 70 anos de experiência... E assim comecei a projectar também algumas partes (não importantes) da placa electrónica que iria fazer uma função X para uma empresa Z. Consegue conciliar o seu trabalho com os seus projectos pessoais? Há algum relevante? Consigo conciliar mas é bem difícil. Contudo, sonho alto. Hoje, o meu dinheiro vem do meu trabalho e vai embora pela startup. Tenho minha startup incubada na universi-

dade e estamos a trabalhar todos os dias. O nome da startup é LuxSensor (http:// www.luxsensor.com) e estamos a trabalhar em sensores de combustíveis e misturas homogéneas e uma boa parte do projecto foi feito nos laboratórios do técnico. Inclusivé participámos num evento da Intel, cujo um dos apresentadores era de Portugal e estava incubado na Plug and Play, uma aceleradora localizada no vale do silício nos Estados Unidos da América. Todos os alunos que conheci, futuros engenheiros do Tagus, são brilhantes e esforçados... Tenho a certeza que irão achar um problema na sociedade, saberão resolvê-lo, criando um equipamento ou software e poderão criar a própria empresa e facturar. Se não forem vocês, os melhores alunos da melhor escola de engenharia de Portugal (IST), quem solucionará os problemas da sociedade com a tecnologia? Deus? Não, ele já deu a inteligência a vocês e até às vezes ajuda com um milagre ou outro... Mas a inovação tecnológica está na mão de vocês!

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Mercado de Trabalho

“e quase nada é impossível...”


Mercado de Trabalho

“A minha carreira como engenheiro...” Texto André Leitão

O

meu percurso académico terminou a 15 de Novembro de 2011 quando apresentei a minha tese. Já tinha começado a enviar currículos alguns meses antes e no final de Outubro desse ano assinei o meu primeiro contracto profissional. Nesta altura em que já se falava bastante da crise económica foi muito bom ter conseguido esta oportunidade antes de ter terminado o curso. A minha carreira como engenheiro electrónico começou na empresa Micronorma, uma metalomecânica de precisão que se dedica ao fabrico de peças e máquinas/autómatos industriais. Integrei dois projectos de investigação desempenhando um papel de técnico de electrónica na área da alta-tensão e potência pulsada. Apesar de não ter muita experiência nestas áreas aceitei integrar a equipa pois era uma oportunidade interessante para aprender mais. A adaptação ao primeiro emprego foi relativamente tranquila. Apesar de não ter todo o conhecimento técnico que desejaria para a função, a formação do IST permitiu‑me saber onde procurar a solução mais adequada a cada dificuldade encontrada. Aprendi também, que é normal cometermos erros e que não sabemos tudo quando saímos do IST. O importante é sabermos o que originou esse erro para

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não o repetir. Senti que evoluí profissionalmente pois era o responsável pelo dimensionamento da parte eléctrica dos projectos em que estava envolvido.

Nas primeiras semanas contactei com alguma frequência fornecedores e clientes nacionais e internacionais (presencialmente e via telefone) por forma a obter algum conhecimento em alta tensão e nas dificuldades de segurança inerentes. Cheguei a ir a uma feira a Munique, na Alemanha, com o meu chefe por forma a trocar ideias com possíveis colaboradores nos projectos de investigação. Durante os meses seguintes integrei ainda outros projectos para clientes (com prazos mais apertados) e fiz instalações de protótipos. Em Outubro de 2012 (1 ano depois) decidi trocar de ambiente de

trabalho e enviei o currículo para uma empresa no Monte da Caparica (a Ynvisible) que me suscitou curiosidade pela tecnologia que desenvolviam. Sem esperar resposta (pois foi uma candidatura espontânea) fui contactado para uma entrevista e nesse mesmo dia mostraram-me o laboratório de electrónica e os produtos que tinham desenvolvido até ao momento. Gostei do que vi, fui aceite e estou a trabalhar como bolseiro de investigação até ao momento. Integro a equipa de electrónica da empresa e apoio os projectos de investigação e a produção. A Ynvisible foi criada em 2010 e é uma das spinoff da YDreams (que produz máquinas interactivas com recurso à realidade aumentada). A Ynvisible tem o seu know‑how em engenharia química e desenvolve e comercializa soluções interactivas para integrar em itens impressos que usamos no dia-a-dia. As animações são criadas através de células electrocrómicas que, tal como o nome in-

dica, são displays que mudam de cor através da aplicação de diferentes cargas eléctricas. As principais vantagens em relação às restantes tecnologias de mercado são o seu reduzido consumo, baixo preço e transparência. A empresa tem uma patente sobre um dos compostos químicos e produz as células nas suas instalações. Eu tenho como principais tarefas na empresa: dimensionar e fazer protótipos dos circuitos que vão activar as células electrocrómicas; desenhar PCBs em ferramentas CAD; programar o firmware dos microcontroladores; orçamentar o preço da electrónica, entre outras. Neste 2º emprego tenho o trabalho mais focado na área de electrónica de consumo. Tenho aprendido bastante sobre a minha área de formação e sobre formas de organizar o meu trabalho. Noto que encaro de forma diferente os obstáculos e que me sinto mais à vontade no meu espaço de trabalho.


Mercado de Trabalho

“E depois do curso...” Texto Sofia Ponte

O

lá! O meu nome é Sofia Ponte. Iniciei os meus estudos em Engenharia Eletrónica no IST Taguspark em 2005 e terminei em Dezembro de 2010. Antes de terminar a tese fui contactada por uma empresa de recrutamento externo, atual Randstad, para uma possível proposta de trabalho na Nokia Siemens Networks (NSN) Optical Networks como Hardware Developer Engineer. A possível proposta passou a proposta séria e iniciei-me no mundo do trabalho em Setembro de 2010. Realmente eu não tive dificuldades a encontrar trabalho. O primeiro telefonema foi ligação direta para um primeiro contrato de trabalho. Com duas entrevistas fui logo contratada. A adaptação também não foi difícil. Claro que inicialmente houve um training sobre o produto da empresa, normas de segurança relacionadas com o produto e ferramentas para o desenvolvimento do produto. Mas os meus novos colegas ajudaram-me e tiveram paciência sempre que precisei. Fui colaboradora externa da

empresa durante um ano. Passado um ano fui convidada a integrar os quadros da empresa. Comecei por trabalhar no departamento de hardware da empresa e assim me mantive até Junho de 2013, a desenvolver eletrónica, fazer planeamento de testes, testar no laboratório a eletrónica desenvolvida, desenvolver documentação relacionada com o produto. Mais pormenorizadamente, eu fui destacada para um produto que era estava a ser desenvolvido na Alemanha (cidade Munique) e eu dava suporte a partir de Lisboa. Fiz parte da eletrónica do produto, suportei nos testes elétricos do produto em fase de protótipo e desenvolvi a sua respetiva documentação. Também participei em produtos feitos em Lisboa. Essencialmente desenvolvia VHDL para CPLDs e FPGAs e testes elétricos dos produtos. Entretanto a NSN vendeu a parte do negócio de Optical Networks a uma empresa de investimento privada, Marlin, em que esta criou uma nova empresa passando todos os

colaboradores da NSN desse mesmo negócio, a qual se chama agora Coriant.

pela empresa bem como o seu enquadramento nos requisitos da norma TL9000.

Passados cerca de dois anos e meio como Hardware De-

Também participo no planeamento e processo de auditorias tanto a nível projeto, onde verifico que cada developer seguiu o processo de desenvolvimento, como da empresa de modo a certificar que segue a norma TL9000. Por exemplo, neste momento a empresa está a passar por uma fase de auditorias externas para obter uma nova certificação de acordo com os requisitos da TL9000 porque a atual certificação vai expirar no final do ano e pertence ainda à NSN.

veloper Engineer e agora a empresa sendo Coriant fui contactada internamente para uma posição de Project Quality Manager do projeto global em que estava a participar e aceitei. Desde Julho deste ano que trato da gestão da qualidade do projeto, onde faço planeamento e gestão de projeto em conjunto com o Project Manager e o Program Manager. Planeamento e gestão de como deve ser estruturado o projeto, que critérios devem de ter, que entregas devem de ser feitas ao longo do projeto, garanto que o projeto é planeado de acordo com os processos definidos

No geral, a minha experiência no mundo do trabalho tem sido bastante boa até agora. Sinto que estou a crescer e a ser reconhecida. Caso contrário não tinha recebido as propostas internas :) O meu único senão é mesmo o ordenado, mas do modo em que se encontra o país não há muito a fazer, é esperar ser novamente reconhecida pela empresa. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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Texto Eng. Luís Vicente O Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras (SATU-Oeiras) é um sistema de transporte ferroviário ligeiro, localizado em Oeiras, movido por cabos de tracção, que actualmente conta com uma extensão de cerca de 1,2 km de via, ligando a estação ferroviária da CP em Paço de Arcos ao Centro Comercial Oeiras Parque. O Sistema já implementado é a primeira fase de um projecto que visa criar uma ligação pendular entre o Concelho de Oeiras e Sintra, interligando as linhas ferroviárias de Sintra e Cascais, de Paço de Arcos ao Cacém, num total de cerca de 11 km de via, atravessando pólos empresariais, habitacionais e comerciais extremamente relevantes para o Concelho de Oeiras e Sintra, e mesmo para a Área Metropolitana de Lisboa, como são disso exemplo o Taguspark, Lagoas Park, Quinta da Fonte, Porto Salvo, São Marcos, entre outras. A infra-estrutura do Sistema é composta por estações e viadutos elevados (transporte em sítio próprio), sendo os veículos guiados através de uma linha ferroviária e movidos por cabos de tracção cuja motorização se encontra em estação (nesta 1ª fase em Paço de Arcos). O Sistema pertence à classe dos “Automated People Movers” (APM) e apresenta diversos aspectos diferenciadores de um normal sistema de transporte, quer em termos construtivos, quer em termos dos sub-sistemas que o compõe, nomeadamente: • Portas em estação que impedem a queda e/ou intrusão de passageiros para o interior da via;

• Modo à chamada, consiste num modo de exploração que permite que o Sistema apenas circule quando existem passageiros, ajustando assim a oferta à procura, pertencendo, por via do horário, também, à categoria dos Transportes Flexíveis. • Sub-sistema que realiza o controlo electromagnético dos cabos de tracção, identificando possíveis fios partidos no interior do cabo, permitindo um controlo preventivo do estado do cabo; • Sub-sistema que, através da indução de um sinal eléctrico nos cabos de tracção, controla a adequada posição destes cabos na linha, detectando de uma forma automática possíveis descarrilamentos dos cabos; • Sistema redundante de autómatos de segurança, equipados com diagnósticos automáticos de falhas, que coloca em patamares elevadíssimos a segurança do sistema, fazendo com que tenham existido zero acidentes, desde o inicio de exploração do Sistema SATU, em Junho de 2004. O Sistema SATU é, assim, um sistema de transporte público de vanguarda e inovador, sendo já hoje o que se prevê vir a ser o transporte público do futuro, isto é, amigo do ambiente, inteligente, rápido, seguro, confortável, funcional, fiável e com acessibilidade total.


Texto Fábio Barroso e Pedro Marques res de tensão e corrente ligados a uma carga (lâmpada ou outro aparelho), que aplicam um factor de atenuação ao sinal, devido ao elevado valor de tensão AC da rede eléctrica.

N

os dias que correm, a contagem de consumo de energia eléctrica é um tópico relativamente comum, visto que todas as residências pos-suem um contador para essa finalidade. Na disciplina de Instrumentação e Aquisição de Sinais, leccionada pelo professor Pedro Ramos, foi-nos dada a possibilidade de desenvolver um contador de energia eléctrica assíncrono (o que implica que se opere apenas com a amplitude e frequência do sinal proveniente da rede eléctrica, não se considerando a fase do mesmo). Para tal, desenvolveu-se um sistema misto de hardware e software, mais completo do que a maioria dos contadores que existem no mercado.

O hardware utilizado para filtrar o sinal proveniente dos sensores teve a finalidade de eliminar as componentes do sinal fora dos 50 Hz (frequência da rede), tal como de gerar dois que correspondem à potência instantânea consumida pela carga ligada aos sensores do sinal da rede, em duas escalas diferentes. É ainda feita uma média destes dois sinais, ao eliminar a sua componente variável, obtendo-se assim a potência média (activa) de cada um dos sinais. A aquisição dos dados foi realizada através do recurso a uma DAQ 6009 da National Instruments, que funcionou como uma interface entre o

hardware e o software projectados. O software foi realizado no programa LabVIEW e teve a função de tratar os dados obtidos por hardware. Inicialmente, é realizada uma escolha entre os dois sinais obtidos com diferentes escalas. De seguida, a sua função foi realizar um tratamento do sinal escolhido, começando por compensar a atenuação realizada pelos sensores, por forma a se conseguir operar com um valor aproximado ao que se leria directamente da rede. Além desta compensação, o programa concebido também realiza uma calibração que tem em conta as perdas existentes no circuito projectado (atenuação dos componentes utilizados). Por fim, o sinal escolhido é processado por forma a mostrar ao utilizador o custo instantâneo, potência activa e

energia acumulada da carga ligada ao sensor, simulando assim um contador real. Tem também algumas outras funcionalidades. O desenvolvimento deste trabalho permitiu a aplicação de conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Por fim, só falta mesmo agradecer ao professor Pedro Ramos pela sua orientação durante a concepção do projecto.

Para adquirir o sinal da rede eléctrica foi necessário utilizar senso-

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Projectos de Curso

Contador de Energia Eléctrica




Projectos de Curso

Detecção de Fissuras Texto Diogo Aguiam

N

este trabalho é apresentado um sistema electrónico que realiza ensaios não destrutivos de correntes induzidas aplicando técnicas de heterodinagem no front-end analógico na inspecção de soldaduras por fricção linear.

A soldadura por fricção linear é um método de soldadura com crescente utilização na indústria aeroespacial. Este método resulta em junções mais finas e leves e com boas propriedades mecânicas. No entanto, os defeitos destas soldaduras, como pequenas falhas superficiais, têm uma energia de reflexão muito reduzida sendo difícil a sua detecção. Para a detecção dos defeitos das soldaduras por fricção linear utilizou-se uma sonda de correntes induzidas com uma estrutura planar.

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Esta sonda consiste num filamento de excitação central e duas bobinas planares simétricas sensíveis ao campo magnético gerado pelas correntes induzidas. A excitação consiste num sinal sinusoidal de corrente entre os 10 kHz e os 10 MHz que passa no filamento central e a resposta em tensão é observada nos terminais das bobinas. A resposta da sonda é proporcional ao desequilíbrio do campo magnético observado em cada uma das bobinas. As técnicas de heterodinagem utilizadas assemelham-se ao funcionamento de um lock-in amplifier. A resposta é multiplicada por dois sinais em quadratura com a mesma frequência obtendo-se as componentes real e imaginária. O sistema electrónico desenvolvido integra todas as funções de excitação, amplificação da resposta, heterodinagem, aquisição e processa-

mento digital do sinal. Este sistema comunica com um computador de controlo por USB e foi desenvolvido para ser instalado como placa interna dentro de um portátil para uma solução completa. Uma interface LabVIEW foi desenvolvida para configurar a inspecção e visualizar os resultados no computador de controlo. Utilizou-se este sistema para inspecionar defeitos de soldadura por fricção linear. Nas figuras ao lado encontram-se representadas amostras de uma soldadura onde foi maquinado um defeito. Esta amostra foi inspeccionada na região do defeito maquinado e numa região de soldadura.

Este sistema foi validado como uma ferramenta de inspecção por correntes induzidas. A utilização das técnicas de heterodinagem no frontend analógico permitiram uma redução da complexidade do processamento da resposta da sonda e o custo total do sistema face a sistemas anteriores. O reduzido footprint do sistema total permitiu a sua integração dentro de um computador portátil.


Texto Luís Magalhães

M

onitorizar diferentes grandezas físicas (como a temperatura, pressão, aceleração e luminescência) utilizando o smartphone foi o desafio lançado pelo professor Rui Rocha, no âmbito da cadeira de Sistemas Embebidos, do primeiro ano de MEE.

metria. A telemetria consiste num sistema remoto que faz medições de uma determinada grandeza física e transmite os dados recolhidos através de uma tecnologia wireless. Neste projecto, o objectivo foi utilizar vários sensores para medir as grandezas físicas de

por sua vez comunicava por SPI com o microcontrolador. O BMP085 para comunicar com o microcontrolador utiliza o protocolo I2C. O microcontrolador utilizado foi um MSP430, embebido na placa PEPEonBOARD, desenvolvida pelo grupo GEMS. Finalmente, o MSP430 comunicava os valores recolhidos dos sensores para o Linvor HC06 (módulo Bluetooth), através de uma UART, que por sua vez difundia essa informação por Bluetooth. Posteriormente, foi desenvolvida uma aplicação em Android que recebe os valores das grandezas físicas transmitidos por Bluetooth e as representa no smartphone.

A ideia fundamental é tirar proveito do smartphone, uma ferramenta actual, poderosa e amplamente utilizada, e estender as suas funcionalidades. O smartphone é, essencialmente, um computador portátil que também permite a funcionalidade primária do seu conceito base: fazer chamadas e enviar/receber SMS. Porém, o facto de conter módulos de comunicação (Bluetooth, Wi-fi), um processador e um sistema operativo com o qual se podem criar aplicações tornam-no na ferramenta ideal para se aliar à tele-

interesse, como a temperatura, pressão, aceleração nos três eixos e luminescência, um módulo de Bluetooth para comunicar esses valores ao smartphone e um microprocessador que fazia a ligação entre os sensores e o módulo Bluetooth. Os sensores utilizados foram o BMP085, o ADXL335 e um fotodíodo. O sensor analógico e o fotodíodo foram ligados a um Analog-toDigital Converter, que

O processamento de tradução de um valor de tensão, oferecido pelos sensores, para o correspondente valor físico é feito no smartphone. Isto para que o microcontrolador execute o menor número de instruções possíveis, podendo estar no standby durante mais tempo, reduzindo o consumo do sistema. Tratando-

-se de um sistema embebido, o consumo é sempre algo a ter em conta, devido à utilização de baterias para alimentar sistemas remotos. É possível mostrar, com este projecto, quão fácil é a criação de um sistema de monitorização remoto e como aplicá-lo no nosso quotidiano, seja na monitorização de equipamento sensível que funciona em condições muito restritas de temperatura ou humidade, seja na monitorização das condições da horta do quintal, sabendo quais os níveis de água disponíveis na terra ou em tanques, ou até na monitorização de energia eléctrica disponível. Resta-me agradecer ao Sr. Pina, pela ajuda técnica prestada, ao meu colega de grupo Francisco Esteves e aos professores Rui Rocha e José Catela.

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Projectos de Curso

Telemetria por Smartphone


Aplicações na Electrónica

Álgebra Linear Texto Prof.ª Ana M. Santos Departamento Matemática Em muitas aplicações de engenharia usam-se modelos matemáticos lineares que descrevem um dado problema em termos dum sistema de equações lineares, que em Álgebra Linear se aprende a traduzir para a equação matricial:

Ax = y

Um modelo linear simples é o de n circuitos elétricos com resistências que provocam perdas de energia quando passa a corrente elétrica e com baterias ou pilhas que são fontes de energia (força eletromotriz). A lei das malhas (ou lei de Kirchhoff), diz-nos que a soma das perdas de energia nas resistências Ri é igual à soma da energia criada nas baterias, que pode ser representada pelo vetor v, resultando na equação matricial:

Ri=v

Com base na linearidade da equação anterior, podemos

prever que ao duplicarmos a força eletromotriz criada nas baterias, o valor da corrente elétrica nos circuitos irá passar para o dobro. Um outro modelo linear com grande aplicação em sistemas lineares invariantes no tempo, permite construir a matriz A que representa a ação dum filtro que determina o valor do sinal (discreto no tempo) de saída y a partir do valor do sinal (discreto no tempo) de entrada x. A construção de filtros eficientes para sinais de saída com baixas ou altas frequências é atualmente uma atividade desenvolvida por engenheiros em colaboração com matemáticos.

da pelo radar. Nesta última classe de modelos podemos incluir muitas técnicas e soluções para problemas atuais de engenharia. Desde sensores remotos acústicos, que realizam tomografias acústicas do fundo dos oceanos, sonares que são largamente usados em navegação de alto mar, passando pelas tomografias axiais computorizadas (TAC) que facilitam mapeamentos dos órgãos e tecidos internos do corpo humano para diagonósticos

precoces de doenças, até aos mais recentes desenvolvimentos de inteligência artificial, que permitem os robots terem um melhor reconhecimento de objetos e voz. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Finalmente, temos a aplicação para o modelo linear Ax=y conhecida com o nome de problema inverso, em que sabendo o sinal de entrada x e o sinal de saída y dum radar, por exemplo, se tenta reconstituir com esta informação o operador A que representa a distorção produzida no sinal de entra-

Análise Complexa e Equações Diferenciais Texto Prof. João Boavida Departamento Matemática

Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa 1F

V

1Ω

É possível usar análise complexa e equações diferenciais para perceber o circuito da figura? A diferença de potencial entre os terminais da resistência é igual à intensidade de corrente f. A diferença de potencial entre os terminais do condensador é igual à carga q no condensador. Assim, f + q = V . Derivando esta equação e usando q’ = f, obtemos f’ + f = V’. Escolhendo chegamos a . Começamos com f(0)=0. “Ligamos” V(t), e procuramos o valor de f(t), só para t>0. Omitindo detalhes técnicos, a transformada de Laplace de f é

onde s é uma variável complexa. Se Re s>Re a temos que é uma função definida em todo o plano complexo, exceto

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em s = a, onde tem um pólo (isto é, uma divisão por zero). Além disso, Aplicando estas duas regras a obtemos ou seja, Resolvendo em ordem a F(s), vemos que Escolhemos um caminho contornando todos os pólos (neste caso, −1 e ), e decompomo-lo em dois caminhos: contorna apenas −1, e contorna apenas iii.. Para recuperar f, usamos a transformada inversa, que pode ser calculada assim:

2πig(a). Por exemplo, E da mesma forma,

iω −1

A fórmula de Cauchy diz que, se g for diferenciável dentro e ao longo de um caminho que contorna a uma vez, então o integral de g(s)/ (s − a) ao longo desse caminho é

Juntando os dois integrais e simplificando, concluímos que, para t>0,

A contribuição de e−t é pouco importante quando t >> 0. O coe -ficiente é≈0 quando w ≈ 0, mas é≈1 para w >> 0. Decerto há aplicações disto.

Mas de onde vem eiwt = cos(wt)+isin(wt) ? E a fórmula de Cauchy, que nos permite calcular integrais substituindo valores de funções? Que outras estratégias há para resolver equações diferenciais? Algo a descobrir em Análise Complexa e Equações Diferenciais...


Texto Prof. João F. Fernandes Departamento Física

A Física, no seu todo, constitui-se como uma área fundamental do conhecimento técnico científico actual. Utilizando as ferramentas matemáticas, nas suas diferentes áreas, permite perceber e medir os conceitos fundamentais, mostrando os caminhos para o desenvolvimento tecnológico, objectivo de todas as Engenharias. Desde sempre, os diferentes ramos da Física incor-

poraram os conhecimentos de base de todas as licenciaturas de engenharia no mundo inteiro, permitindo ao futuro engenheiro, não só perceber os conceitos fundamentais que estão por detrás de todas as especializações, como dotá-lo de um conjunto de conhecimentos e ferramentas que lhe permitem ter uma visão mais completa do universo que nos rodeia e uma sólida formação científica, necessária para integrar as equipas de engenheiros que promovem as modernas empresas de qualquer país. Apesar de os acordos de Bolonha terem desvalorizado vários ramos da Física, reflexo de um encurtamento das licenciaturas de 5 para 3 anos, a interacção electromagnética manteve-se como imprescindível. É neste contexto que surge a disciplina “Electromagnetismo e Óptica” (EO), em todas as licenciaturas do IST. Abrangendo uma área muito grande do saber, contém diferentes capítulos que podem, e são, adaptáveis às diferentes licenciaturas propostas no IST. É esse cunho de singularidade que, como responsável, pretendo transmitir ao programa de EO que apresento em LEE no Tagus Park. Transmitir os

conceitos fundamentais, presentes em capítulos básicos como são a “Electrostática”, a “Magnetostática” e a “Indução Magnética”, adicionando-lhe as bases para disciplinas de especialidade da licenciatura. Nesse sentido, dá-se um especial ênfase a capítulos como “Circuitos de Corrente Contínua”, com resolução de circuitos, “Circuitos de Corrente Alternada”, com aplicações como o motor e o gerador, “Filtros de frequência”, com trabalho laboratorial, “Ondas Electromagnéticas”, tocando a propagação, transmissão, reflexão e refracção do campo electromagnético. À componente teórico-prática, junta-se uma componente laboratorial que contempla três trabalhos com vertentes de interesse pedagógico para a engenharia electrónica. Ao desvalorizar a componente “marranço” e colocando no seu lugar a componente “pensamento”, obrigando os alunos a pensar, equacionar e resolver problemas básicos, EO contribui para que o futuro engenheiro saído do IST mantenha a imagem de qualidade e sapiência que esta instituição, onde todos estamos inseridos, construiu ao longo de várias décadas.

Termodinâmica e Estruturas da Matéria damental. Como exemplos, refiram-se a teoria cinética dos gases, as transformações de calor e trabalho, os mecanismos de transmissão de calor, as transições de fase e as máquinas térmicas.

ensino da física na licenciatura em Engenharia Electrónica (LEE) e consiste no estudo dos conceitos e princípios básicos da termodinâmica clássica e da física quântica. Texto Prof. António Ferraz Departamento Física A Termodinâmica e Estrutura da Matéria (TEM) é a 3ª unidade curricular dedicada ao

Na 1ª parte, a partir dos postulados fundamentais (ou princípios) da termodinâmica, estudam-se os processos em que a temperatura e o calor desempenham um papel fun-

Na 2ª parte, começa-se por discutir as descobertas experimentais que levaram ao nascimento da física quântica e apresenta-se a constituição da matéria do ponto de vista da física dita moderna, desde os sólidos até às partículas elementares. Dá-se particular ênfase às aplicações tecnológicas como os semicondutores, os plasmas, a fusão nuclear e as nanotecnologias. Uma breve introdução à física estatística permite fazer a ligação entre estes dois blocos: o estudo dos sistemas compostos por um elevado nú-

mero de elementos (por ex., 6.1023) é necessário para se compreender a matéria que nos rodeia. Os trabalhos laboratoriais incluem: • a obtenção das curvas tensão-corrente características de uma célula solar fotovoltaica, onde se determina a potência de saída em função da carga resistiva e do ângulo de incidência da luz; • a determinação da intensidade da radiação emitida por superfícies diferentes, à mesma temperatura e a comparação das respetivas emissividades; • o estudo do efeito fotoelétrico e a determinação da constante de Planck. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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Aplicações na Electrónica

Electromagnetismo e Óptica


Entrevista

Professor

Rui Rocha Passado

funcionar uns circuitos que me sentia feliz. Depois, na altura de entrar para o ‘liceu’ optei pela Fonseca Benevides que era a melhor escola de electrónica na altura. Ainda hoje estou agradecido à minha mãe por me ter estimulado a fazer essa opção.

O professor formou-se no IST em que curso ?

Mas deixem-me que vos diga que quando entrei para o Técnico já a Electrotecnia era dos cursos mais populares; naquela altura ainda não se tinha dado a explosão de obras públicas que trouxe muitos alunos para a Eng. Civil, uns anos depois, e a Informática não existia como curso independente. A Eng. Electrotécnica concentrava pois as atenções de todos os que tinham interesse pelas então chamadas “correntes fracas” para além do já bem conhecido e consolidado ramo de “fortes”. A electrónica e os computadores já tinham deixado de ser áreas desconhecidas para passarem a ser, dentro da electrotecnia, áreas emergentes em grande desenvolvimento. Basta dizer que foi durante os anos 70, altura em que tirei o meu curso, que surgiu o primeiro microprocessador... o entusiasmo que isso gerou, na altura, foi absolutamente colossal e responsável por trazer muitos alunos para esta área.

Engenharia Electrotécnica. Porquê, se era uma área desconhecida para muitos ? Bom, isso tem a ver com o meu percurso escolar no Ensino Secundário e, antes disso, quando comecei a ter interesse por tudo o que tivesse a ver com “electricidade”. Dantes havia o ‘Meccano’ e uns kits de electricidade e electrónica, dentre os quais o mais famoso era um da Philips... muito completo, por sinal. Desde que me deram um desses kits, num Natal já longínquo, que o meu destino ficou traçado... Claro que gostava das minhas “futeboladas” mas era a construir coisas e fazer

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Não, de todo! Eu comecei por estar ligado ao IST como monitor de Electrónica durante o meu 5º ano, mas depois optei por concorrer a uma bolsa dos CTT/TLP, percursor da actual PT, porque me permitia ingressar no 1º curso de mestrado que funcionou em Portugal. Depois, quando já tinha concluído a parte curricular do mestrado e estando a fazer a tese, ingressei nos CTT como fazia parte aliás, do acordo estabelecido para a concessão da bolsa que mencionei. Mais tarde, mudei-me para os TLP porque estes, não tendo nenhum centro de I&D associado, como era o caso dos CTT que tinha o Centro de Estudos de Telecomunicações em Aveiro (para onde não me dava nenhum jeito ir), estavam a criar um departamento, dentro da Direção de Engenharia, que se antevia ir ter alguma I&D. Entretanto, fui chamado para a Marinha, onde estive dois anos, período que aproveitei para concluir a minha tese de mestrado. Durante este tempo exerci funções de monitor e assistente convidado na então secção de Sistemas Digitais, até sair da tropa. Quando finalmente saí, abriu um concurso para assistente estagiário na mesma secção, ao qual concorri, já não regressando aos TLP e ingressando definitivamente no IST, onde estou desde então.

que evoluiu extraordinariamente na última década do século XX - as redes de comunicações. Eu fui um dos mentores do curso no meu Departamento, sendo o seu primeiro coordenador em representação do DEEC. Como era suposto que esta oferta acontecesse neste campus, a minha mudança para cá, a partir de 2001/2002, foi lógica e natural. Fui coordenador deste curso até 2008.

Presente Actualmente está a leccionar ? Sim, lecciono nos cursos de Eng. Electrónica e de Redes de Comunicações em funcionamento aqui no IST-Taguspark. Tinha, até ao ano passado, uma participação numa disciplina do MEEC, na Alameda.

O que mudou desde essa altura no ensino ? Bem, mudou muita coisa, de facto. Talvez a mudança mais significativa tenha sido a criação de especializações onde dantes havia um ramo único de Electrónica e Telecomunicações. Em particular, a especialização em Sistemas Electrónicos e Computadores (SEC) era aquela que eu teria feito se já existisse no meu tempo de estudante; era um ramo com grande abrangência nestas áreas e que forneciam uma forte preparação a um Eng. Electrotécnico que fosse trabalhar na indústria electrónica. Depois, apareceu o curso de Eng. Informática com o ramo de sistemas computacionais que, de certa forma se sobrepôs a SEC embora com um pendor mais de software. Infelizmente essas especializações “todo-o-terreno” (na medida em que privilegiavam tanto o hardware como o software, bem como a sua interligação) desapareceram, fruto de restruturações posteriores, tanto na electrotecnia como na informática. Acho que estes dois cursos abraçaram formatos menos interessantes, afastando-se do que, na minha óptica, deve ser a formação profissional de um engenheiro nestas áreas. Isto foi em parte compensado com o lançamento dos cursos de redes e de electrónica já no Taguspark. Como surgiu a oportunidade de vir para o TagusPark ? Na sequência do lançamento do curso de redes. Sensivelmente no virar do século, o DEEC e o DEI entenderam-se no sentido de criar uma formação mista, envolvendo competências dos dois departamentos e centrada numa área

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Entrevista

Ficou logo como professor ?


Entrevista

Apenas mestrado ? Fundamentalmente Mestrado, mas faço uma “perninha” na licenciatura através da disciplina de Arquitectura de Computadores, de que também já fui responsável. E a nível de investigação ? Dediquei-me, na década de 1990, à investigação na área das redes de comunicações heterogéneas com destaque particular para as tecnologias “wireless”. Contudo, a partir de 2004 concentrei-me bastante na área das redes de sensores e dos sistemas embebidos interligados, visto ser um mundo que juntava dois dos meus interesses fundamentais: os sistemas embebidos e as redes de comunicações. É nisto que tenho trabalhado ao longo da última década.

rística do curso espelha-se na dinâmica do seu núcleo de estudantes e este catalisa o aparecimento de novos elementos muito interessados em prosseguir essa dinâmica. Não vejo o N3E interessado em organizar apenas umas jantaradas ou um ou outro evento anual; vejo os seus elementos organizarem cursos práticos em vários domínios como a electrónica, a robótica, os computadores, etc. bem como a sua participação em concursos e alguns outros projectos mobilizadores para os alunos desta área. É até com alguma pena que não vejo outros núcleos, como é o caso do NEERCI que ajudei a criar, seguirem o vosso exemplo.

Futuro O que gostaria de fazer e ainda não teve oportunidade ?

Como avalia o curso de electrónica actualmente ? Vou dizer uma coisa que pode chocar muita gente: o curso de Eng. Electrónica é talvez um dos últimos bastiões da formação em engenharia no IST. O que quero dizer com isto? Simples, que é talvez um dos poucos cursos de engenharia cuja filosofia de formação está centrada nos alunos, onde o mais importante é formar Engenheiros com um determinado perfil, com capacidade técnica para singrarem nas empresas e contribuírem, na prática, para o nosso progresso económico, no fundo, cumprir o desígnio traçado para o IST pelo seu fundador - Alfredo Bensaúde. Ao contrário do que vejo noutros cursos, em que se dá primazia às abordagens muito verbalistas e bastante “científicas”, menorizando cada vez mais a aplicação prática das Ciências da Engenharia, a Eng. Electrónica ainda privilegia bastante o “saber fazer” através dum ensino muito aplicado, em que a utilização intensiva de laboratórios e oficinas assume importância chave. Acha o contributo do N3E importante ? Claro! O N3E é dos núcleos mais activos que conheço no IST. E eu acho que isso é reflexo do que disse antes, i.e. a caracte-

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Escrever um livro sobre sistemas embebidos, projecto que iniciei há muito pouco tempo com um colega. Neste capítulo, penso que podemos dar a nossa contribuição, pois o que existe, fundamentalmente de autores estrangeiros, não cobre minimamente o programa das disciplinas dos nossos cursos. É um projecto que tenho vindo a adiar porque há sempre alguma coisa de mais urgente a fazer ... Projectos para o futuro ? Lançar o primeiro satélite totalmente desenvolvido em Portugal e pelo IST. Este tipo de projecto, que aliás é muito popular junto de comunidades de estudantes universitários por esse mundo fora, tem tido, paradoxalmente, pouca adesão por parte dos nossos estudantes de engenharia. É um projecto que eu gostaria que o N3E, bem como o NEERCI, abraçassem de corpo e alma, sendo mais um projecto dos alunos do que dos próprios professores; no fundo algo como o que já acontece com o projecto Fórmula Student que é um projecto bandeira do IST, ou melhor, dos alunos do IST. Oxalá que o ISTnanosat possa ser o segundo projecto bandeira dentro da grande Escola de Engenharia que ainda é o Técnico.



Artigo Informal

Um dia com ...

Sr. Pina Texto Tiago Barra

O

dia começa bem cedo no TagusPark, pouco antes das oito horas, já João Pina dos Santos trabalha num dos laboratórios de electrónica na preparação das aulas práticas desse dia. Ao mesmo tempo que a hora avança, o Sr. Pina, como é conhecido por todos, tem de se desdobrar para dar auxílio aos alunos que se encontram a trabalhar nos seus projectos mas também em garantir o adequado funcionamento das aulas laboratoriais. A pouco e pouco vão chegando alunos dos vários anos, cada

um deles com diferentes intenções, enquanto que uns vêm apenas levantar material, outros trazem os seus problemas para resolver. A maioria dos estudantes são de electrónica, e pertencem aos vários ciclos, sendo que a maioria são alunos de mestrado ou doutoramento. Este acompanhamento é de uma importância enorme para os alunos, e o sinal disso é a boa disposição e respeito que têm a cada abordagem. Embora, seja desconhecido para muitos, o Sr. Pina, é também uma referência no pólo da Alameda, visto que, se deslocam

ao TagusPark vários alunos dos mais variados cursos para concluírem p r o j e c t o s, ou simplesmente usar os inúmeros recursos que estão disponíveis. Depois de uma manhã agitada, temos tempo para trocar algumas palavras sobre a formação do técnico de Laboratórios de Electrónica do pólo do TagusPark. Formado em electrónica através dos, actualmente denominados, cursos profissionais, começou o seu trabalho ao serviço do Instituto Superior Técnico em 1974, na altura, nos laboratórios sediados na Alameda. Contudo, teve uma passagem pelo sector empresarial privado e passados oito anos de ter saído ‘de sua casa’, regressou. Anos mais tarde, foi convidado para abraçar um novo

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Artigo Informal

projecto, a criação dos laboratórios de electrónica no recém-fundado pólo do Taguspark. Foi um ano após a sua abertura que surgiu o convite que, para além de reconhecer o mérito do seu trabalho, dava a oportunidade de trabalhar com professores que o tinham sugerido para o cargo, como o Professor Rui Rocha, o Professor Moisés Piedade e também o Professor Rodrigo Arroz.

Durante esta conversa, reparámos alguma nostalgia na forma como se falavam de diversos projectos em que colaborou, mas o que mais ênfase teve, foi sem dúvida o projecto SUBA, um projecto acompanhado de perto pelo Sr. Pina e que envolveu muito trabalho e dedicação. Hoje em dia, a sua tarefa prende-se principalmente com a preparação das aulas laboratoriais e com a manutenção

do bom estado dos laboratórios, no entanto, ao longo do dia chegaram diversos alunos e professores com pequenos problemas rapidamente solucionados. O ano lectivo inicia-se em Setembro, sendo que faz parte da sua responsabilidade a prospecção de novo material e um estudo de mercado para escolher a melhor alternativa. Cada semestre é planeado com precisão para que não

haja imprevistos. No final da tarde, e visivelmente mais fatigado, João Pina dos Santos, fecha o laboratório. Foi um dia cansativo, mas sem dúvida muito produtivo para todos, é merecido o descanso daquele que, para muitos é mais do que um funcionário, para alguns ensina mais que um professor, que para outros é um amigo, mas que para todos é o Sr. Pina.

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Artigo de Opinião

As Mulheres e a Engenharia Texto Sofia Ferreira

A engenharia não é só para homens

N

as sociedades ocidentais e orientais mais desenvolvidas ainda existem elevadas assimetrias de género, principalmente em algumas áreas do ensino superior, o caso das ciências, das tecnologias e das engenharias, que são predominantemente frequentadas por homens. Contudo, a sub-representação das mulheres nestas áreas de formação tem vindo a crescer. Portugal destaca-se pela positiva acompanhando a média europeia de 40% de mulheres investigadoras, segundo o relatório She Figures 2012, encontrando-se bem à frente de países como o Luxemburgo (21%) e a Alemanha (25%). Infelizmente, nem tudo são boas notícias. Apesar de cada vez existirem mais mulheres com cursos superiores, estes continuam a ser mais relacionados com os ramos das ciências sociais, direito, saúde e protecção social. Segundo um estudo publicado pelo EUROSTAT (2007, in CIG, 2009), Portugal continua a ter poucas mulheres diplomadas em engenharia com uma percentagem de 22.3% relativamente ao total de diplomados (dados referentes ao ano de 2009).

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A grande questão que se coloca é por que razão continuam as mulheres a fugir destas áreas. A engenharia requer pessoas com boas capacidades de inovação, imaginação e criatividade, em que o principal objectivo é resolver problemas. O sexo não distingue este tipo de qualidades, não são só os homens que têm estas aptidões. A grande diferença é que os homens normalmente são bastante confiantes, enquanto que as mulheres não acreditam o suficiente nas suas capacidades tecnológicas e por isso, não sentem que o seu lugar é na engenharia. Além disso, como é uma área bastante masculina, existem ainda poucos exemplos de engenheiras bem-sucedidas e com grandes cargos na sociedade, o que influencia a sua decisão. Caso existissem mais engenheiras bem-sucedidas, existiriam mais raparigas a dizer sim à engenharia. Mas, para

termos mulheres de sucesso é preciso que lhes dêem oportunidades. Isto implica que se uma mulher quer ser bem-sucedida tem de estar constantemente a demonstrar competências, que é suficientemente capaz ou melhor que os outros a realizar uma determinada tarefa. Só assim elas conseguirão progredir na carreira. O que pode não ser prejudicial, porque têm de se esforçar o dobro ou o triplo que os outros, estando desta forma a contribuir para o seu desenvolvimento pessoal.

mos mulheres que surpreenderam tudo e todos. É o caso da Hedy Lamarr (1913-2000) que desenvolveu um sistema de comunicação para as Forças Armadas dos EUA, durante a segunda guerra mundial. Esta foi a base para a moderna tecnologia de comunicação sem fios, como os telemóveis, o Bluetooth e o Wi-Fi. Para além de ser uma cientista notável, foi considerada a mulher mais bonita da Europa, afirmando que “Qualquer mulher consegue ser deslumbrante”.

Hoje em dia, a maioria das empresas já apostam em mulheres e já existe legislação a este nível, por exemplo as maiores empresas cotadas na bolsa são obrigadas a que a percentagem de mulheres nos conselhos administrativos em lugares não executivos seja de 40%. Na minha opinião, esta lei poderia ter ido mais além.

Outro excepcional exemplo é o da Corinna Lathan no mundo da engenharia e da robótica. Ela fundou a sua própria empresa AnthroTronix, em que um dos principais objectivos era desenvolver sistemas que proporcionassem às crianças com alguma deficiência física pleno acesso a tudo o que os rodeia através da robótica e da realidade virtual. “Lidar com os estereótipos e o duplo padrão moral foi o mais difícil. Todas as cientistas e engenheiras que conheço foram confundidas, pelo menos uma vez na vida, com uma secretária” afirma a engenheira. “A imagem do cientista distraído também não é aceite no nosso caso, pois temos de nos mostrar sempre perfeitas, arranjadas, seguras e profissionais. Por outro lado, se uma mulher quiser conseguir um lugar no topo (e mantê-lo), não só terá de se esforçar mais, como demonstrar continuamente o seu valor. Sendo mulher, não há espaço para a mediania, embora haja um monte de homens medíocres nas altas esferas.”

Exemplos positivos Na história da engenharia te-


Artigo de Opinião

Confiança acima de tudo Mas afinal, qual é a importância das mulheres na engenharia? As mulheres são tão precisas numa empresa como os homens. Cada vez mais, é preciso saber trabalhar em equipa e esta deve ser sempre composta por elementos femininos e masculinos. Um dos factores bastante importantes nos negócios é a diversidade das equipas, por isso as empresas deveriam acreditar mais no valor das nossas engenheiras, que são realmente competentes. E, além disso, trabalham muito bem em equipa tendo sempre algo a dizer e a acrescentar. Existe aquele mito de que muitas mulheres juntas dá sempre confusão, mas por que razão isto acontece? Penso que seja pelo facto de as mulheres terem sempre algo a dizer, de serem ambiciosas e a sua maioria ter uma personalidade forte e, por isso “chocam”. Esta característica pode ser bem aproveitada a nível empresarial, se o souberem reajustar. Para além de tudo isto, as mulheres são muito criativas

- um dos pré-requisitos necessários para ser um bom engenheiro, apesar de muitas vezes não o demonstrarem. Mas que têm uma imaginação fértil, têm.

Economia feminina Actualmente existem várias organizações internacionais que têm como principal objectivo promover as mulheres na engenharia, é o caso da Society of Women Engineers (SWE), Women in Technology International (WITI) e da Women in Engineering (WiE). Todas elas incentivam as mulheres a fazer mais e melhor o

Por exemplo, existem alguns produtos que só as mulheres compram, é o caso das bombas de mama, teste de gravidez, ferramentas de rastreamento de ovulação, entre muitos outros. Os casamentos, os filhos e a família são assuntos da responsabilidade da mulher, sendo assim áreas pouco desenvolvidas tecnologicamente. Um bom exemplo de inovação no sector feminino é a reciclagem de soutiens que depois são utilizados no fabrico de painéis isoladores e de absorção sonora, no qual conseguem “atenuar vários

Em Portugal, tanto a Intimissimi como a Triumph aderiram a esta estratégia oferecendo descontos de 3 a 5 euros na compra de novas peças em troca de soutiens velhos, incentivando assim as mulheres a contribuir para o futuro tecnológico direccionado para áreas femininas.

O Futuro depende de nós Eu sou da opinião de que quem não luta por um futuro melhor, tem de aceitar o futuro que vier. E, não vale a pena ter muitas ideias, se estas não se transformarem em projectos reais.

Porque precisamos de mais mulheres na Engenharia? que realmente sabem, neste caso engenharia, dando-lhes a oportunidade de evoluir enquanto profissionais e pessoas. Se estivermos atentos e analisarmos vinculosamente a sociedade, apercebemo-nos que existem sub-sectores, orientados para as necessidades femininas, com falta de inovação porque há menos mulheres com conhecimentos nos vários ramos da tecnologia.

tipos de poluição sonora e de assegurar excelentes performances de insonorização em qualquer estrutura” afirma a Francesca Vellano, do Departamente de Comunicação da Intimissimi. Esta empresa apostou na eco-sustentabilidade, aproveitando os desperdícios de fiação, tecelagem e embalagens transformando -os em novos produtos como absorventes acústicos, isoladores térmicos, estofados e cortinas.

A sociedade precisa de nós, é preciso revolucionar a sua mente. E isso cabe a cada uma de nós. Deixo um conselho para aquelas que são ambiciosas. Devem arriscar mais em novos projectos, em novas áreas, saindo da vossa zona de conforto e pondo em prática os conhecimentos que têm adquiridos. Só assim conseguirão evoluir e alcançar os vossos objectivos. Mas acima de tudo, confiem em vocês e nas vossas capacidades.

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Grupos do Técnico

GasTagus seguiram um precioso apoio que se mantém até hoje. O que fazem?

Texto Vera Lopes O que é? O GASTagus é uma associação juvenil sem fins lucrativos, com 5 anos de actividade e sede no IST TagusPark. Pretende capacitar os jovens para a Cidadania Activa, através da promoção de voluntariado nacional e internacional e de actividades de educação não formal. Como surgiu? Em 2008 dois jovens, identificaram a necessidade de criar um projecto de voluntariado independentemente de filiação religiosa e decidiram fundar o GASTagus. Como um deles era aluno do IST con-

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A caminhada GASTagus é um processo anual que tem 4 componentes essenciais à consciencialização dos voluntários: 1. Formação no âmbito da cidadania; 2. Voluntariado nacional, durante 6 meses, na CAIS, SER+, DAVAP, Casa de Santo António, ABLA, entre outras; 3. Voluntariado internacional,

durante 1 mês, em Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique ou São Tomé e Princípe; 4. Gestão e execução de actividades de angariação de fundos. Estas atividades desenvolvem capacidades de consciência social, empreendedorismo, resolução de problemas, organização, persistência e trabalho em equipa!

que os doadores privados podem e devem contribuir para projectos sociais e, principalmente, para projectos que tornem os jovens mais solidários e alerta.

Prémios ganhos?

Feedback dos voluntários?

Recebemos recentemente o nosso primeiro prémio, o Prémio de Voluntariado Jovem do Montepio, que vem provar

A passagem pelo GASTagus não deixa ninguém indiferente! Os voluntários afirmam ter uma visão do mundo mais consciente, preocupando-se com temas com que não se preocupavam antes e dizem ter desenvolvido mais as suas competências pessoais e sociais. A grande maioria continua a fazer voluntariado no GASTagus ou noutras instituições. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa


Grupos do Técnico

Fórum Mecânica Texto Pedro Santos

O

Fórum Mecânica é o núcleo de alunos de Engenharia Mecânica do Instituto Superior

Técnico.

É um grupo sem fins lucrativos que tem como objectivo complementar a oferta académica aos alunos, contribuindo para o desenvolvimento das suas capacidades a nível social e profissional. Como tal, o Fórum Mecânica organiza e promove um conjunto de várias actividades em que estão convidados a

participar todos os alunos interessados, quer sejam de Engenharia Mecânica ou de outros cursos. A actividade com mais visibi-

lidade organizada pelo Fórum Mecânica é o MecanIST - as Jornadas de Engenharia Mecânica. Este evento tem como objectivo potenciar a interligação entre as temáticas do curso, o mundo empresarial e a investigação científica e construir um indispensável elo de ligação entre os recém-licenciados e o mercado de trabalho.

A 3ª edição do MecanIST decorrerá de 5 a 7 de Março de 2014. Este evento contará com palestras e stands de empresas e, porque a vida académica não deve ser feita só de trabalho, o MecanIST estrear-se-á com actividades de cariz recreativo! Outra estreia do Fórum Mecânica este ano lectivo será o Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Mecânica. Este evento, que acontecerá pela primeira vez em Lisboa, visa juntar alunos de Engenharia Mecânica de todo o país em actividades tais

como workshops, desafios de engenharia e seminários. Com estas e outras actividades, o Fórum Mecânica pretende contribuir para que a oferta de actividades, académicas e não só, da universidade aos alunos seja mais variada e, ainda, estabelecer relações mais fortes entre alunos, professores e empresas.

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Do It Yourself

Piano

Analógico Texto Rúben Capitão Todos nós temos lá por casa aquele piano electrónico com que brincámos em criança e que nunca mais usámos. Se gostavas de relembrar a infância, mas aquele brinquedo já não funciona, e sentes que cantar os parabéns não fica completo sem a ajuda de um instrumento, temos o projecto ideal para ti. Constrói um piano analógico e mostra aos teus pais que já não precisam de te comprar brinquedos, pois agora és tu que os fazes. Para isso só precisas de: 1. 2. 3. 4. 5.

Adaptador de uma pilha de 9 Volt; Pilha de 9 Volt; Cabos; Resistência variável até 10 kΩ; Timer 555 de qualquer marca (por exemplo TLC555, NE555); 6. Altifalante de 8 Ω; 7. 6 resistências de 1 kΩ; 8. 6 botões de pressão; 9. Condensador electrolítico de 10 µF; 10. Condensador electrolítico de 100 nF; 11. Breadboard. Assim que o material estiver todo reunido podemos prosseguir com a montagem. O circuito que iremos construir é o seguinte:

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Do It Yourself

1

Primeiramente, coloca os botões de pressão de maneira arrumada num canto da breadboard.

2

Coloca as resistências de 1 kΩ e os cabos por baixo conforme indicado na figura. Coloca-os de forma a que apenas exista contacto entre a resistência e os cabos azuis, quando o botão é pressionado. Desta forma o circuito só emite som quando pressionares os botões.

3

Para melhor arrumação do espaço, vamos começar por inserir os componentes que faltam e só depois fazer as ligações necessárias. Assim sendo, para facilitar, coloca a resistência variável mais ou menos a meio da breadboard, especialmente se tiveres uma breadboard grande como a da figura. Como podes ver no circuito, a resistência de 1 kΩ, que sobrou, está ligada ao VCC, ou seja, à parte positiva da pilha. Aproveitando que a breadboard tem sinais “ + ” e “ - “ liga-a à linha da breadboard que contém o “ + ”.

4

Procura o timer 555 e coloca-o na breadboard junto à resistência variável. Assegura-te que o pino número 1 fica na parte inferior esquerda, como indicado na figura. Se não sabes qual é o número de cada pino, avança para a secção Erros Comuns na página seguinte.

5

Neste passo iremos inserir os condensadores. É de notar que estes condensadores têm polaridade ou seja, só funcionam num sentido de corrente. Assim, verás que estes têm um pino mais comprido que outro, sendo o mais comprido o lado positivo. Posto isto, coloca o condensador de 100 nF do pino 1 do timer para o ground (parte negativa da pilha), por isso, é ligado ao “ – “ da breadboard. O outro condensador, de 10 µF, fará o contacto entre o pino 3 do timer e a coluna. Como ainda não sabemos onde ficará a coluna, coloca o outro pino afastado do timer, para não atrapalhar.

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Do It Yourself

7

Com todos os componentes montados, chegou a hora de efectuar as ligações. Para não te perderes, diversificámos as cores dos cabos. Coloca os cabos castanhos de modo a fazer os contactos entre o “teclado” e a resistência variável e, novamente, entre o “teclado” e o timer. Para alimentares o circuito, coloca os cabos laranja.

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Como podes ver pelo esquema eléctrico, os pinos 2 e 6, tal como os pinos 4 e 8, estão em curto-circuito, portanto, o próximo passo será isso mesmo, ligar estes pinos entre si. Para tal efetua as ligações de cor lilás. Para além disso, o pino 7 do timer também está ligado à resistência variável e à resistência de 1 kΩ, cuja ligação é representada pelo cabo de cor cinzenta.

9

Agora que todas as ligações estão feitas, liga a coluna e logo de seguida liga a pilha às linhas da breadboard “ + “ e “ – “ respectivamente com os pólos “ + “ e “ – “ da pilha.

Agora que já tens o teu piano analógico, começa a praticar. Não te esqueças que a resistência variável permite que ajustes os tons das notas. Caso não esteja a funcionar segue esta lista de Erros Comuns: • No 2º passo é comum efectuar mal a montagem dos botões de pressão. Se a coluna estiver a fazer barulho antes de tocares nos botões, é muito provável que este passo esteja incorrecto. Para confirmares verifica se a corrente só passa nos cabos azuis quando tocas no botão; • Um erro bastante comum é montar o timer 555 de forma errada. Cada circuito integrado (caixinha preta com os vários pinos, como é o caso do timer 555) tem numa das pontas uma bola ou um semi-círculo que sinaliza onde se começa a contagem dos pinos. Quando este sinal está virado para cima, o pino 1 encontra-se do lado esquerdo, como podes ver na figura abaixo;

• Se já verificaste os erros acima e o piano ainda não funciona, faz uma revisão ao circuito e verifica se tens os condensadores com a polarização correcta, ou se algum componente está danificado.

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Texto Hugo Silva

A

lguma vez te questionaste sobre as origens da Eletrónica? Foi apenas há 10 anos que a Engenharia Eletrónica encontrou o seu cantinho no Taguspark mas a sua origem já tem mais de 100 anos. A interação entre humanos e fenómenos elétricos puramente vindos da natureza ocorrem desde o início dos tempos, mas apenas no sécu-

lo VI A.C. são reportadas pela primeira vez, por Thales de Mileto, cargas elétricas. Muitos séculos depois, passada a idade das trevas, é iniciado o estudo do eletromagnetismo pelo inglês William Gilbert, no início do séc. XVII, sob o apoio da rainha Elizabeth I de Inglaterra, e graças a cientistas brilhantes como Otto Van Guericke, Georg Simon Ohm, Benjamin Franklin, entre outros, dá-se um enorme passo na compreensão do eletromagnetismo. Até este ponto, a eletricidade pouca ou nenhuma influência tinha no quotidiano das pessoas, pois não era possível a sua produção, armazenamento ou transporte. É então no início do século XIX, com a descoberta da pilha por Alessandro

Volta, que o eletromagnetismo deixa de ser um objeto de estudo exótico para algo que ia despoletar uma das maiores evoluções que o mundo já conheceu. São necessários apenas alguns anos para ser inventado o relé, considerado como o primeiro aparelho eletrónico, por Joseph Henry no ano de 1835. É a capacidade de controlar eletricamente um interruptor à distância que revoluciona e permite o sucesso do telégrafo na propagação de mensagens a longas distâncias. Este aparelho entra na vida quotidiana do século XIX alguns anos antes da criação da primeira fábrica de produção de energia elétrica de Thomas Edison em Londres, 1882. Não oficialmente, mas é aqui que nasce a eletrónica, sendo que os dispositivos eletrónicos ao invés dos elétricos transformam e manipulam o fluxo elétrico. Em 1904, John Ambrose Fleming através de estudos de Thomas Edison, dá o passo seguinte na história da eletrónica com a invenção do tubo de vácuo de dois elétrodos, o primeiro díodo. Esta tecnologia permite o aparecimento, pela primeira vez, da comunicação wireless nos sistemas eletrónicos, dando origem à radiocomunicação. Esta tecnologia durou cerca de cinco décadas e ainda teve contributos de outros grandes cientistas como Lee De Forest na criação do tríodo, Guglielmo Marconi considerado o inventor do rádio, Edwin Howard Armstrong criador do circuito regenerativo e da

modulação por frequência em 1933, Philo T. Farnsworth criador da televisão em 1938, entre outros. Na época de 40 começa-se a ouvir falar pelas primeiras vezes em Engenharia Eletrónica como um ramo da engenharia elétrica. É por esta época que aparecem os primeiros computadores digitais, é a época onde a humanidade dá os primeiros passos na era digital. Usavam relés e válvulas (tubos de vácuo) ao invés de peças mecânicas. Eram máquinas gigantes que ocupam salas inteiras e até edifícios foram erguidos para o seu alojamento. O Colossus é considerado o primeiro computador elétrico da história, inventado por Tommy Flowers para os britânicos, no auxílio a descodificar mensagens dos alemães na Segunda Guerra Mundial. Só em 1956 se ouve falar do primeiro computador utilizando transístores, o TX-O, demonstrado na universidade de Massachusetts Institute of Technology. A primeira patente do transístor data de 1925, pelo físico austro-húngaro Julius Edgar Lilienfeld, embora tenha sido ignorado pela indústria no seu início. Seria quase 20 anos depois, nos laboratórios Bell,

que a fórmula do transístor estável é alcançada e este começa a ter alguma relevância. A evolução do transístor daí em diante é exponencial e durante anos a lei de Moore prevê com bastante precisão que por cada 2 anos o número de transístores num circuito integrado duplica. Foi com a evolução dos transístores que a eletrónica teve um boom, o que permitiu o aparecimento dos primeiros computadores pessoais. A eletrónica desde a sua origem mudou radicalmente a maneira do homem pensar e agir. Existem novas tecnologias por descobrir que representam um enorme potencial se capazes de substituir as existentes. Grandes nomes permanecem na história e a estes grandes senhores devemos tudo o que nos rodeia. Espero com este artigo ter inspirado alguém a querer entrar na história da mesma forma. Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico da língua portuguesa

N3E Magazine 39

Secção Cultural

A Origem...



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