Michelle M. Pillow. Série Os Senhores de Var 01 - O Rei Selvagem.
Tradução: Laura Carrez Revisão Inicial: Lelê Revisão Final e Formatação: Paty CS Leitura Final: Alcimar Silva
Informação da série: 01 -O Rei Selvagem – Distribuído 02 - The Playful Prince – Na tradução 03 - The Bound Prince – Na lista 04 - The Rogue Prince – Na lista 05 - The Pirate Prince – Na lista
Sinopse: Uma garota com uma missão. A agente Ulyssa Payne está em uma missão. É seu trabalho fazer com que o médico líder da Máfia não saia do planeta Qurilixen. Mas, quando seu alvo é morto por sua própria filha, a sua missão termina. Agora, ela está presa em um planeta bárbaro por três meses até que a Agência venha resgatá-la. Sequestrada pelo Rei Attor, ela é deixada no harém Var até o seu retorno. Porém, quando o Rei morre em batalha ela fica presa para lidar com seu filho, o selvagem novo Rei de Var. Esta é uma complicação que Ulyssa não necessitava. Uma complicação real. Os Príncipes Var foram criados por um homem duro que nunca levou em consideração o amor, especialmente o amor por uma mulher. Criado para nunca ter uma companheira de vida, esses homens farão tudo ao seu alcance para corresponder às expectativas do Rei morto Attor e nunca se apaixonar. Kirill é um homem que deve cumprir o seu dever, só que ele não esperava fazer isso tão cedo. Quando seu pai morre, ele sabe que é seu destino ser Rei. O que ele não esperava é a amante problemática que agora é sua para lidar.
Opinião da tradutora: Delícia.
Romance
inteligente
com
personagens
fortes,
coerentes, muito sexo e paixão ardente. A estória de Ulyssa e Kirill é forte e delicada... E humana... quantas vezes nós devemos expor nossos sentimentos ou não... O Rei Kirill é íntegro, forte, passional e ardente sob todos os aspectos e Ulyssa é atrevida, irreverente, guerreira, ardente, apaixonada e engraçada. O romance deles pega fogo e tem a dose exata para entreter e excitar. Nessa mistura de história de harém, aventura interplanetária, com personagens shifter e ação, pensei: “Vai ser difícil não virar uma porcaria...” Me surpreendi. Além de me emocionar, as cenas hots são deliciosas e impressionantemente romance e sexo apenas entre um casal! Muito bom! Imperdível! Cuidado: Contém conteúdo gráfico sexual, linguagem adulta e violência.
Comentário da leitora final Alcimar Silva: Maravilha, maravilha, maravilha... Esse livro é uma maravilha. Leitura fluida, leve e bem humorada. Vocês vão ver que apesar da mocinha ser super séria e competente em seu trabalho ela é muito bem humorada, pois cada vez que ela olha para o mocinho ela faz cada comparação e literalmente, treme nas bases. Muito hot, mas não é vulgar. Gostoso mesmo de ler até para quem não gosta de livros com temática shifter ou de viagens espaciais (vulgo ficção científica). Aproveitem. Beijos e boa leitura.
Capítulo Um
A agente Ulyssa Payne resmungou e bateu o comunicador em seu joelho em uma última tentativa para fazer o pedaço caríssimo de sucata funcionar. Seu acampamento estava perto, mas estava camuflado então ela não poderia ver sua localização exata. Ela não teria chance de revelá-lo até que tivesse certeza de que o perímetro estava seguro. De qualquer modo, a experiência em campo lhe ensinara a ser muito cautelosa. Ela se ajoelhou no chão, olhando para o brilhante céu de Qurilixen com frustração. A névoa azul-esverdeada da atmosfera do planeta brilhou através das folhas gigantes da floresta. O planeta estava sempre imerso na luz do dia, devido aos seus três sóis, com exceção de uma noite por ano, quando tudo caia em perfeito alinhamento. A noite que ela chegara com um carregamento de mulheres da Terra em um navio de noivas Galaxy, tinha sido à noite. Ela tinha sido forçada a carregar sua mochila em um terreno áspero, escuro, enquanto os guerreiros Draig festejavam com suas noivas por correspondência. — Quando eu retornar, desisto da Agência — Ulyssa discursou retoricamente bufando, batendo o comunicador mais forte em sua frustração. Ela nunca sairia realmente. A Agência de Inteligência Humana era sua vida. Era a sua única razão de viver. — Depois disso irei definitivamente tirar umas férias, depois eu vou tomar um banho, uma garrafa de licor e um bife tão grande como este buraco abandonado e um garoto de programa, um garoto de programa mudo que só saiba seguir ordens. Primeiramente eu vou ficar limpa, depois ficar bêbada, e então eu vou transar.
Havia passado quase cinco meses desde que ela tivera um homem e ele dificilmente se gabaria disso. O sexo tinha sido medíocre e depois ele queria fazer carinho. Ela tinha se divertido mais saindo da cama dele do que realmente estando nela. Ulyssa sorriu, lembrando como ela tinha escalado para fora de sua janela e descido quinze pavimentos, enquanto ele fora para a cozinha pegar um lanche para ela. Parte da razão pela qual tinha sido celibatária desde então fora que ela tinha estado em quarentena, enviada em missão, e em treinamento. Tão logo terminara a Agência a tinha feito ir disfarçada em um navio de noivas Galáxia como uma das noivas em potencial. Ela passara um mês inteiro cercada por nada, além das mulheres, se transformou em um personagem hedionda que ela mal podia suportar,
com
um
carregamento
de
mulheres
muito,
muito
produtoras de estrógeno, que falavam de nada, além dos homens que iriam casar. — Ugh! — Ulyssa rosnou em desgosto. — O porquê alguém iria querer se casar está além da minha compreensão. Pobres, pobres tolas equivocadas. Elas realmente não têm ideia do que está por vir. As árvores avermelhadas da floresta alienígena eram colossais, algumas
delas
medindo
mais
do
que
uma
casa
na
Terra.
Samambaias amarelas espalhavam-se sobre ela, crescendo selvagem na terra vermelha da superfície do planeta. Ela se sentia como um anão correndo na terra dos gigantes. Somente os habitantes do planeta não eram tecnicamente gigantes, embora fossem muito grandes e ferozes. Eles eram todos shifters, nada além do que shifters masculino. Foi um fato ínfimo que a Agência tinha se esquecido de lhe contar. A metade norte do pequeno planeta era governada pelos Draig, uma tribo de shifters dragão. A metade sul do país era governada pelos Vars, uma tribo de
homens-gatos. Se não fosse por vê-los em briga do seu poleiro nas árvores, ela nunca teria sabido. Pelo que ela soube a partir dos arquivos da Galaxy Noivas, a radiação proveniente do sol azul deles havia tornado raro crianças do sexo feminino. Ao longo das gerações, a radiação tinha alterado a genética dos homens para produzir somente os machos, grandes e fortes,
herdeiros
guerreiros.
Talvez
uma
vez
em
cada
mil
nascimentos, nascia uma fêmea Qurilixen. Pelo fato de que eles não tinham mulheres de sua própria raça, os serviços de empresas como a Galaxy Noivas eram tão inestimáveis para eles. Em troca, eles teriam minério que só eram encontrados em suas cavernas. O minério era uma fonte de grande poder para naves espaciais de longa viagem, porém praticamente inúteis para Qurilixen, que não eram conhecidos exploradores do espaço. Ainda bem que ela fora extremamente cautelosa e tivesse mascarado seu perfume antes de sair do acampamento. Os shifters geralmente tinham um grande senso de olfato e os guerreiros Draig teriam certamente detectado a presença dela na floresta e se não fossem eles, um Var a teria encontrado. Se ela tivesse que escolher, ela tinha certeza que preferiria ser capturada pelos Draig. Eles pareciam ser os mais civilizados das duas criaturas. Os Qurilixen eram classificados como classe guerreira, apesar de terem sido pacíficos por quase um século, a exceção de pequenos conflitos territoriais que eclodiam a cada quinze anos mais ou menos entre algumas das casas rivais. A melhor comparação que alguém poderia fazer é que os homens pareciam guerreiros da Terra Medieval, a versão romanceada de qualquer modo. Os Qurilixen adoravam muitos deuses, favoreciam os confortos naturais às modernas conveniências tecnológicas, e realmente preferiam plantar, colher e cozinhar a própria comida, a verdadeira marca de uma sociedade primitiva.
Embora parecesse que os tempos estavam prestes a mudar. A floresta literalmente era rastreada com ambas as raças. Ela não era estúpida. Ela poderia dizer que o planeta estava à beira de uma guerra total. A última coisa que ela precisava era ser pega no meio dela. Definitivamente, este era um planeta primitivo, talvez um dos mais primitivos que ela tinha sido atribuída por um longo tempo. Até onde poderia dizer, seu acampamento era em terra Var. Não importava. Não era como se ela tivesse parado para pedir permissão para montar acampamento. De fato, nenhuma das raças sabia que estava lá. Ela tinha preferido manter deste modo. Se a Galaxy Noivas fosse procurar por ela, sua noiva perdida, tudo o que iria encontrar era uma trilha fantasma de uma mulher que nunca existira. Ulyssa resmungou baixinho, conjurando toda maldição escura que conhecia. Ela precisava passar o relatório para a sede, se o maldito comunicador um dia ligasse e dizer-lhes que a sua missão estava terminada. Perceber que ela tinha passado pela tortura da Galaxy Noiva por nada, não a fez feliz. Mas, pelo lado bom, ela tinha começado
uma
depilação
permanente
e
havia
feito
algumas
remoções de umas cicatrizes de batalha que coçavam, embora tais luxos tolos quase fizessem a presente situação valer a pena. Depilar nunca tinha sido sua principal preocupação, e ela só colecionava cicatrizes de batalha para substituir as mais antigas. Passando a mão pela lama seca endurecida na sua pele bronzeada Ulyssa fez uma careta. Ela estava precisando tanto de uma unidade de descontaminação. Inferno, até mesmo tentaria um primitivo banho de água, tão longo quanto ela pudesse para se esfregar e limpar. De repente, o comunicador se iluminou. Ela suspirou, não gostando do fato de que ela tinha de informar a seus superiores que a sua missão tinha sido infrutífera. Ela gostava menos do fato de que
estava presa em um planeta bárbaro até que um dos navios da companhia pudesse passar por lá e buscá-la. — Olá? — uma doce voz idosa perguntou do comunicador. — Agente 596. — Ulyssa respondeu. — Informe. — uma voz sinistra ordenou da pequena unidade de mão, substituindo o primeiro operador geral do computador. — Ulyssa 596, codinome Gena, Qurilixen. — disse Ulyssa. — Prossiga. — respondeu a voz. — Alvo morto, morto por sua família.
— Ulyssa puxou a
unidade de volta para adicionar uma maldição amarga. Ela tinha acabado de passar a noite escura na mata, abrigada por uma árvore, enquanto
os
clones
da
Máfia
Médica
partiam
para
cima
do
acampamento. Seu alvo, um líder da Máfia Médica, Aleksander Doc, havia sido morto por sua filha em autodefesa. Eles assumiram que Doc tinha estado no planeta para fazer comércio de alguns dos minerais preciosos. A filha tinha debandado da linha familiar, nenhuma informação obtida. — O quê? — outra voz exigiu mais dura que a última. Ulyssa reconheceu o diretor da missão, Franklin. Ela revirou os olhos. — O que quer dizer com: ela se separou da família? — Estamos seguros? — Ulyssa perguntou, tomando cuidado para manter sua voz suave enquanto olhava ao redor da floresta. A chamada de um trinado1 suave veio do mato denso, transitando, o zumbido de insetos. Tudo estava calmo. — Sim, agente, fale claramente. — disse Franklin. — Doc está morto. Nadja se casou com um dos Príncipes da Casa Draig de Qurilixen. Ela se separou da família e deixou tudo à sua mãe. O ramo de herdeiro de Aleksander terminou. Estou transmitindo um relatório completo agora. — Ulyssa parou de falar e apertou um botão. Quando o relatório foi enviado, ela perguntou: — Agora, me tire desta maldita pedra bárbara flutuante, Frank! 1
Trinado: Canto de pássaros, gorjeio. Trino: o trinado do rouxinol. Fonte: http://www.dicio.com.br/trinado/
— Entendi. — Franklin respondeu. — Bom trabalho! Ulyssa bufou. Ela dificilmente chamaria uma missão infrutífera de bom trabalho. — E sobre a minha carona? — Bem, agente, — Franklin limpou a garganta. — para dizer a verdade você não tem uma. Nós não esperávamos que isso acontecesse. Os videntes não previram a morte de Doc, somente que ele estaria no planeta. Estávamos planejando ter você lá por muito mais tempo do que algumas semanas. — Quanto tempo Frank? — Ulyssa perguntou a voz dura. — A próxima embarcação é para três meses a partir de agora. — Três meses! — Ulyssa assobiou. — Eu não passei um mês naquele maldito navio da Galaxy Noivas, sorrindo afetadamente como uma retardada, agarrando meus seios e fazendo comentários fúteis, só para passar três meses infernais neste planeta de merda sem nenhuma razão danada de boa! Você me mande um navio e rápido! Franklin deu uma risadinha. — O quê? Pensávamos que você gostaria de fingir ser uma garota por algum tempo, 596. Ulyssa franziu o cenho. Ótimo! Lá vem a piada: você é pior que um homem. Ao chutar um traseirinho masculino, e nunca os chamar de volta depois de ter seu momento com eles, você acaba marcada como uma puta sem coração. — Ugh! — ela gemeu. — Eu preciso de mais ação. Isto está ficando ruim. — O que foi isso, 596? — Franklin perguntou. — Nada, senhor. — Ulyssa lutou contra o impulso de rir. — Como estão suas fontes? — Eu vou ficar bem.
— Eu sei agente.
— o silêncio veio pelo interfone, mas ela
sabia que ele ainda estava lá. Muito calmamente, Frank disse: — Cuide de si mesma criança. — Não se preocupe comigo, Frank. Eu sou como um gato, sempre caindo de pé. — Eu sei agente, eu sei. Não é com a aterrissagem que eu estou preocupado. É com as suas sete vidas. Não as use. Você me deve um encontro quando você voltar. — Sonhe, luz do sol!
— Ulyssa riu, olhando para seu
ambiente rústico com desagrado. Manteve a irritação afastada de sua voz. Ela sabia que se Franklin pudesse retirá-la da rocha flutuante mais cedo, ele o faria. — Mas eu vou deixar você me pagar uma bebida. Você me deve ao menos isso. — Feito! — Franklin concordou. — Contate somente se houver problemas, caso contrário, me chame em onze semanas. — Sei o que fazer, 596 desligando. — Comando desligando. Ulyssa apertou o botão do comunicador e o assistiu desligar antes de encaixá-lo em seu cinto. — Três meses! — Ulyssa começou com um olhar sombrio. — Apenas três... De repente, ela congelou, segurando-se estática. Os pássaros não estavam cantando e a floresta tinha se tornado quieta, calma demais. Lentamente, ela alcançou seu pé, pegando cegamente a sua arma. Seu polegar enganchou em torno da cinta de couro, sacudindo a lama seca endurecida sobre ela. Um estrondo ecoou nas árvores, enquanto tirava sua arma. Ela freneticamente puxou a arma, enquanto se virava em direção ao barulho. Ela reagiu tarde demais. Duas patas grossas pressionavam em seus ombros. Presas rosnavam para ela de uma boca quente.
— Oh! — ela engasgou nervosa. De seu lugar no chão, ele parecia ser um leão da montanha crescido. — Bom gatinho. Calma, grandão. Fica calmo! O gato rosnou às suas palavras suaves e levantou uma pata carnuda para o lado, golpeando a cabeça dela. Quando a pata fez contato, não foram garras e peles que bateu nela, mas a sensação de um punho muito humano. Sua visão nublou. A dor atravessou o lado da sua bochecha. O sangue escorreu em sua boca, derramando sobre sua pele pálida em pequenos rios. Quando olhou para trás, ela suspirou. Já não era um animal que a prendeu para baixo, mas um homem nu. Seus olhos azuis brilhantes olharam para ela com intenções letais. — Olha o que eu achei vagando no meu Reino! — o homem disse com um riso negro que a deixou fria. — Uma gwobr2 um pouco suja. Sem aviso, ele ficou em pé, puxando Ulyssa pelo seu pulso. Seus
pés
ficaram
se
debatendo
no
ar
antes
de
pousar
desajeitadamente no chão. No reflexo, ela chutou. Seu pé bateu na cintura muito musculosa do homem. Ele soltou o pulso dela com um grunhido, mas não se dobrou. Ulyssa sorriu, mas sua vitória era pequena e de curta duração. Ereta, o pé aterrissou de volta no chão e uma dúzia de guerreiros meio-vestidos derramou-se da copa das árvores como se estivessem caindo do céu. Ela posicionou-se para defesa, mas estava em desvantagem numérica em relação aos loiros guardas de Var. Eles lutavam com uma graciosidade líquida como ela raramente havia visto em uma espécie, elegante e suave nos movimento como ninjas da antiga Terra. Ela tentou lutar, socando e chutando como se colocasse sua marca na carne de aço rígido. Mas, em poucos segundos, ela foi subjugada.
2
Gwobr : Significa prêmio em galês. (Mas a autora, utilizou o significado para mulher, no sentido de fêmea.)
Ulyssa gritou, mostrando a quantidade apropriada de raiva feminina que um povo bárbaro esperaria. Seu coração disparou com adrenalina, mas ela nunca perdeu a calma. Fortes mãos pagãs prenderam fortemente seu corpo rebelde, erguendo-a alto. Ela estava amarrada e amordaçada com uma rápida precisão. Ela tinha sido apanhada desprevenida, e no final não era páreo para sua força bruta. Ofegante através da mordaça, ela caiu mole. Um dos grandes guerreiros a ergueu por cima do ombro largo. Na língua Var, o guerreiro disse: — Rei Attor, o que vamos fazer com ela? Ulyssa foi de repente muito grata por seu chip tradutor intergaláctico. Ela tinha sido cautelosa quando a Agência implantou o pequeno dispositivo em seu ouvido. Não poderia traduzir cada palavra estrangeira, mas geralmente era suficiente para entender o que estava acontecendo. E, já que era um chip inteligente, ele aprendeu enquanto ela foi ampliando seu vocabulário. — Leve-a e limpe-a para que eu possa examiná-la. — o Rei Var, que tinha sido o primeiro a aprisioná-la ao chão, disse. Ela olhou enquanto ele agarrava à força seu queixo para estudar melhor o rosto sujo. O corpo forte dele estava completamente nu e ele se mexia como se não se preocupasse com isso. Os outros estavam vestidos com largas túnicas e calças apertadas. Ulyssa achou que eles se despiam quando mudavam sua forma. — Se ela for parecida com seu cheiro doce, vou curti-la imensamente na celebração da vitória. Tão logo enviemos os covardes Draig para a terra onde eles pertencem. Os guerreiros comemoraram, seus olhos acesos aquecidos com a batalha e a sede de sangue. Ulyssa puxou o queixo afastandoo das garras do Rei Attor. O Rei apenas riu do seu desafio.
— Ah, eu vou ter prazer em dobrar você, briallen3! Você vai ser uma boa aquisição para meu harém. Se você tiver sorte, eu posso até procriar com você. — o Rei riu mais forte, o que levou seus homens a fazer o mesmo. O ombro musculoso sob o estomago dela sacudida com o movimento. As mãos dela formigavam do aperto de suas amarras. Um dos guerreiros entregou ao Rei uma tanga e ele a envolveu em sua cintura, deixando seu peito nu. Com um olhar de severa reflexão, o Rei não afastou os olhos dela, e ordenou aos seus homens: — Se ela te der algum problema, jogue-a nas masmorras até que eu retorne. Vou estar mais do que disposto a ensinar as punições de Var por desafiar a ordem do Rei. Ulyssa grunhiu contra sua mordaça, gritando e xingando os seus captores, até seu rosto ficar vermelho. Attor inclinou-se e arrancou uma planta verde com um centro amarelo do chão. Apertando-a entre os dedos, ele esfregou o pólen sob seu nariz. Imediatamente, seus olhos se escureceram. Ela ficou completamente mole, desmaiada.
Uma semana depois — Nós não podemos fazer as pazes com os Draig! Eles são nossos inimigos! Ao som da voz dura de seu irmão, o príncipe Kirill de Var, olhou para cima, de onde ele estava estudando suas mãos. As 3
Briallen: palavra galês para prímula (Planta tipo da família das primuláceas, chamada vulgarmente primavera.) Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx
tensões dos últimos dias haviam deixado rugas em seus olhos, olhos que por serem de um marrom tão escuro eram frequentemente confundidos com preto. O antigo pavilhão do Conselho estava vazio, exceto por Kirill e três
de
colocadas
seus ao
irmãos. redor
Cadeiras
de
uma
almofadadas
grande
antigas
lareira,
estavam
primorosamente
entalhada. Um fogo ardeu brilhantemente, dando luz e calor à sala tumular. Longos travesseiros delineavam o chão acarpetado com vermelho. Não havia janelas na parte antiga do castelo, nem mesmo uma pequena fenda. Enquanto garotos, eles tinham feito da sala sua fortaleza particular. Agora que eles eram mais velhos, ainda se convocavam no mesmo local para relaxar e conversar em particular. O ar estava abafado e parado, mas os quatro Príncipes estavam preocupados demais para perceber essas coisas. Falke, o Comandante da Guarda, sentou-se à esquerda de Kirill. Seu corpo rígido estava imóvel na sua dura disciplina. Falke comandava os guerreiros no castelo e estava encarregado dos militares. Após meio século de comando, ele se tornara duro e implacável. O parceiro e irmão mais novo de Falke, Reid, era o comandante da Outlands. Reid passava seus dias longe do palácio, vigiando as fronteiras do norte. Reid tinha um irmão gêmeo, Jarek, de quem não tinha notícias há algum tempo. Jarek estava fora se divertindo ao redor das galáxias. Os gêmeos eram os únicos príncipes com a mesma mãe. Sobre o piso recostava-se Quinn, o mais jovem e mais elegante dos Príncipes. Sua estatura menor veio a calhar em muitas ocasiões.
Quando
meninos,
eles
encaixavam-no
em
espaços
apertados, fazendo dele o vigia ou espião, dependendo do que estavam metidos. — Pelo menos permita-nos convocar as casas antigas e votar! —
Falke
continuou
em
seu
tom
ameaçador,
quebrando
a
contemplação de Kirill. Kirill respirou fundo. Ele não podia culpar Falke por sua ira. O comandante havia visto muitas batalhas com os guerreiros Draig e, consequentemente, tinha visto a maioria das mortes Var. — E você, Quinn? — Kirill perguntou. — Vejo o mérito de ambos: guerra e paz. — respondeu Quinn em sua voz calma. — Que embaixador você é! — Reid riu, jogando a almofada de trás das suas costas para onde Quinn estava deitado no chão. Quinn sorriu e enfiou a almofada atrás de sua cabeça para substituir os braços cruzados. Falke dirigiu um olhar severo para Kirill pela brincadeira, seus olhos implorando por ordem. — Eu vou mandar mais guardas para o Outlands. Devemos assegurar que as fronteiras estejam bem protegidas. Se tiver de haver uma batalha, que seja afastada de nossa cidade! Reid assentiu. Seu sorriso se apagou um pouco de suas características bronzeada. — Seria sábio! Não tem havido problemas nos pântanos sombrios, pelo menos não desde que o pai tentou sequestrar a noiva do príncipe Yusef. À menção do Rei Attor, os príncipes ficaram em silêncio. Seu pai não tinha amor por Draig e cada um sabia que ele tinha sido a principal causa da guerra no passado. Olhos solenes se voltaram para o fogo, enquanto cada príncipe se lembrou de assistir o corpo de seu pai queimar no ritual de enterro. Attor não tinha sido um homem amoroso, mas ele ainda era o pai deles. Eles eram realeza e realeza não tinha tempo para o amor ou fraquezas. Como o falecido Rei cansava de dizer: “Os Reinos são tão fortes quanto seus governantes. Os Draig são fracos. O Império Var ressuscitará!”.
— Você já contatou Jarek e disse a ele? — Kirill perguntou a Reid. — Não, mas tenho enviado mensagens através de linhas seguras. É difícil dizer para onde ele foi. A última vez que eu ouvi dizer ele estava em Tragon, mas isso foi há seis meses. — Reid deu de ombros. Então, para quebrar o clima sombrio, ele brincou: — Então, irmão, quando você for coroado Rei, manterá as adoráveis mulheres do harém para si? Kirill fez uma careta, revirando os olhos. — Papai colecionava mulheres como Falke aqui coleciona armas. Eu não tenho nenhuma ideia do que fazer com todas elas. Não tenho nenhum desejo de ter uma companheira, muito menos várias meias-companheiras! Todos os príncipes concordaram com a cabeça. Nenhum deles desejava comprometer-se com uma mulher, nunca. Por que unir-se a uma quando você pode ter muitas? — Segundo a lei, elas são de sua responsabilidade. — Quinn disse baixinho, rindo. Kirill atirou-lhe um olhar desafiador e rosnou. Quinn riu mais forte, despreocupado. Suspirando, Kirill deu ares de raiva fingida, descansando em sua cadeira, e jogou uma perna para o lado. — Eu tentei dar-lhes a liberdade, mas a metade delas não queria deixar o palácio. A outra metade não tem para onde ir. E a louca da Taura, queria que eu a atasse ao cadáver do pai, para que ela pudesse queimar com ele. — É a maneira Roane! — Falke disse em defesa de sua mãe biológica. Os outros príncipes apenas riram. Taura era em parte a razão de Falke ser tão sério. Considerando que todos os outros tinham o sangue Var e humano neles, Falke era meio Roane. Os Roane eram, naturalmente, corajosos, pessoas rígidas com disciplina rígida e ideais rígidos. Taura tinha passado os traços para seu filho.
Quando crianças, enquanto os meninos estavam brincando e se metendo em encrenca, Falke estava treinando para ser um guerreiro. — Ah, acho que vou ter, no mínimo, que encontrar com todas elas. Quantas poderia haver? Cinquenta? — Kirill perguntou. — Cento e sessenta e três, irmão, pela minha última contagem. — Quinn riu. — Pegue umas doze e dê o resto. — Isso quase faz você respeitar o nosso pai, não é? — Reid levantou de sua cadeira e se espreguiçou, levando os outros a fazerem o mesmo. — O falecido Rei sempre teve o respeito. Eram as outras emoções que ele usava pouco. — Kirill respondeu. Com um olhar pensativo sobre o seu rosto, ele caminhou pelo saguão do velho conselho deixando seus irmãos a assisti-lo com admiração.
Ulyssa fez uma careta, sacudindo furiosamente a cabeça para a mulher que tentava lhe entregar um vestido quase transparente de cores preto e prata. Ela olhou com cautela sobre a fila de mulheres jovens já vestidas com roupas semelhantes. Tinha se passado quase uma semana desde a sua captura e o Rei bárbaro ainda tinha de cumprir sua palavra e voltar para ela. Era realmente muito ruim, ela tinha alguns socos que gostaria de dar nele, antes que arrancasse sua preciosa masculinidade. Ulyssa suspirou. Ela sabia que era realmente melhor que ele não viesse para ela. Matar um Rei não ficaria bem em seu currículo, e poderia dificultar sua fuga. Ela duvidou imensamente que os bárbaros Vars lhe dariam um julgamento justo. Sorriu. Ela duvidava que pudesse ganhar um julgamento justo nesse caso. Afinal de contas, homicídio era homicídio, e crime nenhum seria mais
premeditado do que a morte do Rei Attor por sua mão e isso era tudo em que ela pensava. — Eu não sou uma boneca para homem nenhum! — Ulyssa disse à mulher. Ela virou as costas encerrando o assunto. A mulher finalmente desistiu e a deixou sozinha. Quando Attor disse que tinha um harém, ele não estava mentindo. Ela só podia esperar que ele a esquecesse o tempo suficiente para ela sair da exuberante prisão. Coçando atrás da orelha, ela balançou novamente a cabeça, arregalando os olhos azuis para a mulher persistente. Ulyssa vestia calças pretas apertadas e um top preto. Ambos eram dela, felizmente recuperadas desde quando ela chegara. Eles tinham levado todo o resto, incluindo seu comunicador e armas. Pelo menos eles a tinham colocado em um descontaminador. Isso era como se tivessem verificando-a por doenças. Pelos olhares apreensivos das mulheres, elas esperavam companhia. Ulyssa não planejava esperar sentada a companhia chegar. Preguiçosamente caminhou em torno do comprimento da mesa do buffet. Escolhendo a comida, comeu rapidamente. Então, agarrando uma taça, bebeu profundamente o vinho. Ela teria preferido licor, mas ficou feliz porque pelo menos havia álcool. Não importava para onde ela fosse nas galáxias, cada raça tinha alguma versão do licor. — Se embriagar, o passatempo galáctico dos campeões! — ela murmurou baixinho com um pequeno riso de autodivertimento. O harém era exatamente o que ela teria esperado: seda e cetim, almofadas e peles, uma fonte de água no centro, rodeada por árvores frutíferas e samambaias amarelas. O chão era ladrilhado de xadrez cinza e branco, construído a partir de uma pedra muito parecida com mármore. Levou algum tempo para Ulyssa lembrar onde tinha visto um lugar assim antes, mas finalmente bateu-lhe que o palácio parecia
muito com a arquitetura antiga de Marrocos na Terra. Ela vira as ruínas uma vez quando menina e ficara fascinada por seus padrões intrincados. No entanto, existia também uma definitiva influência de castelo medieval presente na estrutura básica. Havia um viveiro de pássaros no centro da sala, onde um passarinho piava alto alguma canção triste, sem parar, uma e outra vez, até Ulyssa querer torcer o pequenino pescoço de penas. Ela tinha lido documentos históricos sobre lugares como haréns na Terra, há muito tempo. Ela nunca pensara que viveria para ver o ambiente em primeira mão. Ulyssa olhou as mulheres com desgosto enquanto dava outra mordida. Ela estava novamente presa com mulheres de sorriso afetado que não faziam nada durante todo o dia, além de enfeitar-se enquanto esperavam por um homem chegar e escolhê-las para o sexo. Ela não podia dizer que elas eram piores do que as mulheres a bordo do navio Galaxy Noivas, mas elas eram tão patéticas. Ugh, não, obrigada! O harém somente lhe provara mais uma vez o quão bárbaro o planeta Qurilixen realmente era. Ela estava um pouco surpresa ao saber que tinham a capacidade de viagens espaciais. No entanto, eles optaram por não utilizar os avanços tecnológicos mais finos na vida e em vez optou por uma existência simples. Ela tinha estado em várias galáxias e vira muitas coisas. O povo Var ainda era uma raça muito primitiva para o seu gosto, mas o seu talento para a arte e design tinha de ser admirado. Nunca pudera desacelerar e olhar para as coisas boas da vida, Ulyssa ficou surpresa ao encontrar-se olhando para o entalhe ao longo dos portais arqueados
do
harém,
ou
simétricos brilhantemente
os
particularmente
bonitos
padrões
exibidos nas cores azuis, vermelho,
laranja, dourado, verde embutidos nas paredes. Um design circular, em especial, foi bastante vertiginoso quando olhado muito de perto. Ela piscou, chegando a tocar a superfície acidentada em fascínio.
A prisão teria sido suportável para Ulyssa se ainda tivesse uma missão. Ela funcionava muito melhor quando tinha um propósito para ocupar seus pensamentos e mantê-la ocupada. Agora, seu único objetivo era escapar de sua prisão e esperar três meses para um navio vir buscá-la. A coisa boa é que tinha um comunicador extra no campo ou o navio nunca seria capaz de localizá-la. Ela estava profundamente coberta e isso significava sem transmissores no corpo. Eles eram muito fáceis de ser encontrados em um exame completo. Pensando em sua situação, ela franziu o cenho. Com o seu acampamento sob disfarce, poderia demorar três meses apenas para encontrar o local. Ela estava inconsciente quando a carregaram ao palácio Var, e não tinha ideia de para qual direção começar a andar. A perspectiva terrível de sua situação não a perturbava. Na verdade, fazia exatamente o oposto. Excitava-a além da medida. Vendo a abertura que estava esperando, ela assistiu enquanto a guarda do harém ajudou uma serva carregar uma grande bandeja do que lhe pareceu um porco assado. Enquanto elas resmungavam e tencionavam-se sob o forte peso, Ulyssa escorregou por trás das costas delas e saiu pela porta sem aviso. Se a sorte estivesse com ela, todas as salas estariam vazias e ela não seria forçada a lutar com qualquer um dos homens-gatos. Não que estivesse com muito medo de tentar. Eles poderiam ser capazes de derrotá-la em um grupo, mas se fosse um por um, então ela tinha certeza de que poderia derrubá-los. As paredes do longo corredor do palácio Var eram lisas, embutidas com mosaicos intrincados. O corredor estava vazio. Ela sorriu, sentindo o sangue se agitar com a insinuação do perigo. A adrenalina bombeou em suas veias, eletrizando-a como nada mais poderia. Sem parar para olhar ao redor, ela correu pelo corredor e pegou a primeira esquina.
Capítulo Dois
Ulyssa continuou descendo os corredores, percorrendo os cantos arredondados. Ela tentava cegamente criar um caminho para algo que lhe pudesse dar uma dica de como escapar. Os corredores eram como um labirinto e ela logo percebeu que estava perdida nele. Ouvindo um barulho atrás dela e temendo que fosse a guarda do harém de Var, ela deslizou ao redor de um canto para se esconder. Quase imediatamente, bateu contra um peito firme e quente.
Ulyssa
recuou
surpresa,
enquanto
duas
mãos
fortes
apertavam seus braços como uma pinça. — Relaxe! — disse uma voz. O som escuro e rico enviou-lhe calafrios na espinha, irrompendo sob sua carne em jorros sensíveis. Cada
centímetro
dela
se
arrepiou.
Ela
lutou
para
respirar.
O homem riu, um som sedutoramente baixo, e perguntou: — Onde você acha que está indo? Ulyssa sorriu, virando-se com uma carranca desafiadora. Sua boca abriu pronta para fazer uma batalha com qualquer tipo de criatura que tivera ousado tocá-la. Quando o olhar dela encontrou dois olhos escuros muito curiosos, ela congelou. O seu coração quase parou de bater em seu peito. Ela não podia respirar, mal conseguia pensar. O desejo, quente e líquido, disparou sobre ela com a visão do belo homem que a segurava. Antes, seu corpo nunca havia reagido conscientemente tão feroz, como se a tivesse tornado surda e muda. Uma barba escura sombreava o queixo talhado do homem, combinando com os longos cabelos negros que se derramavam sobre os ombros largos. Ele era perfeito, não muito forte e não muito fraco. Mesmo imóvel, ela podia dizer que ele se moveria com a graça
líquida de sua espécie. Havia algo lento e sedutor na forma como que os Var moviam-se, como caçadores agachados, prontos para atacarem, para perseguir suas presas. Ela tinha visto qualidade atlética em todos os guerreiros, mas nunca a perspectiva de ser sua presa a excitara até aquele momento. Faixas de couro preto com tachas de prata se fixavam firmemente aos bíceps e punhos, esticadas em ambos os braços dele. Sua camisa parecia ser um pedaço de material com duas tiras estreitas
nos
ombros.
Era
mantida
unida
por
cruzes
pretas
amarradas sob seus braços, deixando seus lados e cintura expostos. Ulyssa quase desmaiou com as imagens tórridas que giravam em sua cabeça. Ele não usava a túnica dos guardas, então ela não ficou preocupada que ele a prendesse e arrastasse de volta para Attor. Na verdade, ela não estava preocupada com coisa alguma naquele momento. Espontaneamente, seus olhos continuaram a descer, por cima do quadro. Ele não se moveu para detê-la, não agitou o braço dela para chamar sua atenção. Inconsciente da ação, ela lambeu os lábios, de repente faminta por atenção masculina. Suas calças eram do mesmo material que a camisa, macio, moldando ainda mais o seu firme e delicioso corpo. Um cinto combinava com a braçadeira, agarrando-se ao redor de sua cintura fina.
Cruzando
entrelaçado
a
partir
do
joelho,
ao
longo
do
comprimento das coxas, não deixando nenhum pedaço do músculo firme para a imaginação, como revelava a carne bronzeada em todo o caminho até seu quadril. Ela flexionou os dedos, louca para chegar à frente, para mergulhar sob o material e senti-lo. Um som baixo ressoou interrompendo os pensamentos de Ulyssa. Ela piscou surpresa, tendo quase esquecido onde estava, o que ela estava fazendo. Antes que pudesse pensar em protesto, o seu captor puxou-a para frente para seu peito musculoso e pressionou suas costas contra a parede.
A pedra ao longo de sua espinha estava fria, fazendo um estranho contraste com o forte calor dele ao longo do corpo delgado dela. Ela ofegou, sentindo-se presa pelo corpo dele. A grossa excitação dele cresceu entre eles, inconfundível em seu desejo. A pressão gerou uma reação muito líquida em seu interior. Seus mamilos se enrugaram duros contra sua camisa, formigando, enquanto sua respiração acelerada a fazia se esfregar ao longo do peito dele. Ulyssa tremia, a cabeça gritando para lutar e correr. Ela não conseguia se mover. Um transe eufórico segurava-a em sua teia, abafando sua razão. — Quando uma mulher olha para um homem com tal convite, quem é ele para negar-lhe? — disse o homem Var em seu tom de voz baixo, profundo. O desejo fez suas palavras soarem roucas. O hálito quente ventilou sobre o rosto dela, fazendo-a tremer em antecipação. O homem moveu-se arrojadamente contra ela e Ulyssa sentiu a pressão tão real do desejo dele batendo gentilmente em seu quadril. Ela sentiu o calor dele em seus seios, tornando seus mamilos duros pontos. Quando ela olhou para seus olhos penetrantes, olhos que giravam com manchas ambarinas em um obscuro mar de marrom escuro, ela soube que estava em apuros.
O Príncipe Kirill buscou respirar profundamente, tentando em vão fazer com que seu corpo se afastasse da suave mulher que ele havia aprisionado contra a parede. Ele não conseguia fazer seus membros obedecerem. Cada nervo gritava com ele para continuar. Seu corpo estava rígido com o estresse de muitos dias. Tinha sido um longo tempo desde que ele tinha tido uma mulher, ainda mais
desde que ele havia tido uma mulher tão linda como essa criatura diante dele. Ela ainda tinha que falar com as palavras. Mas o que ela não disse com sua voz, ela gritava alto com seus grandes olhos azuis, olhos que brilhavam como as estrelas do espaço profundo. Ele poderia ver como um homem poderia facilmente se perder em seu olhar. Ela era a visão mais bela que ele já tinha visto. Seu corpo inteiro tremeu, pronto para atender a chamada primitiva do corpo dela ao dele. Seu cabelo era de um tom peculiar de loiro e vermelho, puxado para trás de seu rosto em um coque que descansava como um ninho acima da nuca de seu pescoço longo. Ele desejou retirar as presilhas, mas se conteve. Olhando para baixo sobre o corpo tonificado dela, ele rosnou de prazer. Um pensamento cintilou em sua cabeça enquanto ele se perguntava quem seria ela, o que estaria fazendo sozinha, andando sem escolta em sua seção do palácio. Enquanto os lábios dela se entreabriam, o pensamento fugiu e ele não se importou. Ele precisava liberar a tensão do seu corpo, a dor dura pulsando em seu corpo. Seu coração bombeando duro no peito, rodopiando luxúria em cada membro. Ele estava pronto para reclamá-la. Seria fácil sujeitála à parede e ter seu momento com ela ali mesmo no corredor vazio. Ele o faria, se ela o permitisse. De repente, o pensamento voltou para ele. — Você é uma das propriedades de Attor, não é? Ulyssa piscou, parecendo momentaneamente atordoada. Ela balançou a cabeça lentamente em negação. Em um tom baixo e gutural, ela sussurrou: — Não. Kirill gemeu, sentindo o calor úmido do desejo dela irradiando de suas coxas. Os olhos dela mergulharam em sua boca ao mesmo tempo em que a língua afiada dela deslizou ao longo do próprio lábio inferior em convite. Ele empurrou o seu corpo mais firme contra ela.
Deixando-a sentir toda a extensão da sua excitação, ele balançou os quadris, esfregando-se por cima de sua roupa. Um sorriso lento e sedutor curvou sua boca quando ele a convidou para o um beijo com o levantamento simples de sua mandíbula. Para seu grande prazer, ela se inclinou, aceitando sua boca oferecida, sem hesitação. Os lábios dela estavam quentes, suaves, e quando ela inclinou-se em oferta, gemeu muito levemente.
Ulyssa o viu se mover, com a boca confiante curvada no convite masculino. Seu forte aroma masculino chamando-a, tentando seus sentidos, provocando seus desejos. Sem pensar, se inclinou para beijá-lo, buscando descobrir se ele tinha o sabor tão bom quanto parecia. Os lábios se separaram. A ponta dos dedos dela correu ao lado das bochechas dele para puxá-lo mais perto. O cabelo longo dele era como a seda quando escovou com o dorso das mãos. Nem uma única vez, ela parou para pensar que ele era um estranho para ela, que não era nem totalmente humano. No momento, ela não se importava. Ele era sólido e real e tão quente. Havia tanto tempo que ela sentira uma fração do desejo que sentia agora na loucura de seus braços. E, se fosse totalmente honesta com ela mesma, desejava ver o quão selvagem os gatos Var eram no quarto. Com a sua graça e talento natural, apostaria que eles eram amantes dignos. Ela ouviu um suspiro, suave e feminino e percebeu que viera de seus lábios. Assustada, se afastou assim que a sua língua de veludo estava prestes a mergulhar dentro de sua boca. O toque breve enviou uma onda de choque através dela tão intensa que ela se inclinou para frente a aceitá-la.
Kirill se puxou para trás, uma pergunta em seu olhar enquanto ele a provava em sua boca. Sua expressão agradável se desbotando em uma leve carranca. Segurando-a na extensão dos braços, ele perguntou muito sério: — Você bebeu nef4, não é? Um pouco disso te deixa extasiado e seus olhos vidrados são uma indicação disso. — Nef?
— Ulyssa repetiu, tentando se contorcer para se
liberar do domínio dele, querendo estar de volta contra o seu corpo rígido. Ela apertou a orelha até os ombros, perguntando-se se o tradutor estava quebrado. Uma ligeira carranca de desagrado chegou à Kirill, quando ele interpretou mal sua linguagem corporal. — Tente concentrar-se, humana. Você pertencia ao Rei? Você era uma delas? Ulyssa piscou, tentando entender suas palavras baixas. Sua mudança de linguagem não ajudava sua confusão. Por que ele estava segurando-a longe dele? O que aconteceu? Seu coração batia forte em sua cabeça, alimentando seu desejo dez vezes mais. Ela tremia descontroladamente. Seu corpo estava molhado, pronto, pulsando com abandono feroz. — Não, eu não pertenço a ninguém. Só a mim! Novamente ela tentou se inclinar para frente e novamente ele a deteve, segurando seus ombros firmemente em suas mãos fortes. Ulyssa gemeu rouca. Ela olhou por cima do corpo para os quadris magros. Sua excitação pressionava forte contra os limites das calças dele. Em transe, ela chegou a tocá-lo. Kirill riu, habilmente evitando o contato com a palma da mão que o procurava. Como se dissesse a si mesmo, ele ponderou: — Se eu não sentisse o cheiro inconfundível dos humanos em você, eu juraria que é uma rara fêmea Var. Você é ousada e confiante. 4
Nef: em galês significa céu. A autora usou o nome para se referir à bebida.
Ulyssa piscou, questionando-se sobre o comentário e a aprovação contida nele. — Vamos! — insistiu Kirill. — Vamos tirá-la daqui. É óbvio que você não sabe o que faz. Eu te daria um sermão sobre beber o que você não conhece, mas não acho que você seria capaz de me entender direito, de qualquer maneira! Ulyssa novamente piscou em confusão. Por que ele estava falando? Ela olhou para baixo de seu corpo. Ela cheirava mal ou algo assim? Ele era casado? O que aconteceu para fazê-lo parar? Ela franziu o cenho. Era só ela ou seus seios estavam inchados e formigando? Ela olhou para eles e tinha certeza que eles pareciam maiores que o normal. Sussurrando baixinho, ela cobriu os seios em suas palmas das mãos, sentindo a gratificação instantânea da carícia. Um pequeno som de surpresa escapou-lhe e de repente se sentiu tonta enquanto beliscava seus mamilos. Kirill gemeu, inclinando-se para puxar as mãos dela para baixo. — Ah, você leva um homem à loucura, não é, humana? Ulyssa virou-se para encará-lo. Ele riu ao ver seu olhar. — Qual é o seu nome humana? — ele perguntou. —
Ulyssa.
—
ela
pronunciou
vagamente,
sem
pensar,
voltando-se para contemplar os seios doloridos. Um dedo mergulhou debaixo do seu queixo, puxando a sua atenção de volta para os olhos escuros. Ela suspirou encantadoramente, com um sorriso afetado, como uma tola e sem se importar. — Lyssa, eu sou Kirill. Vou levá-la para uma parte diferente do castelo para que acabe o efeito da bebida que você tomou. Você entendeu? Ulyssa franziu o cenho para o seu tom condescendente. Seus olhos se estreitaram com nojo, antes de se distrair com a boca dele. Kirill riu brandamente.
— Eu sinto muito, pequenina, mas você só vai ter que perder a noite de emparelhamento. Você não está em condições de escolher um companheiro. Ulyssa bufou, não prestando atenção a ele. Kirill franziu o cenho e olhou ao redor da sala vazia, como se estivesse lutando com uma decisão. Finalmente, levando-a pelo braço, ele caminhou com ela pelo corredor, longe do harém. Ele não olhou para ela de novo enquanto a conduzia através dos longos corredores, enrolando em torno das voltas até que ela ficou completamente perdida. Ulyssa não se importava. Ela não conseguia parar de olhar para seu rosto, enquanto sorria tolamente como uma empregada idiota.
— Que pesadelo! — Ulyssa resmungou, esticando os braços acima da cabeça. Lençóis de cetim pinicaram seu corpo, deslizando sobre sua carne nua em cócegas carinhosas. Por um momento, ela sorriu e arqueou as costas na sensação de luxuriante conforto. Uma onda de contentamento desconhecido tomou conta dela. De repente, ela parou no meio do espreguiçamento. O relaxamento em seu corpo foi substituído por uma construção lenta de estresse em seus membros. Os olhos dela se arregalaram e fez movimentado com sua cabeça. Ela estava nua, numa cama estranha, em uma estranha sala de pedra. Isso não era bom sinal. Ulyssa se ergueu, sentando na cama. O quarto grande tinha um chão de pedra lisa com tapetes tecidos. Ela poderia dizer que, como tudo no palácio Var, tinha sido prestada grande atenção para os detalhes das confecções. Mantendo-se fiel ao estilo, a lareira em mármore fora esculpida com perfeição e exibia um fogo confortável. A cama estava coberta com lençóis de cetim azul escuro e uma
colcha combinando azul e prata. Vendo as duas portas em arco conectando o quarto com um aposento, um com uma porta e um sem, ela franziu o cenho. — Onde diabos eu estou? Ulyssa jogou as cobertas de cima de seu corpo e se arrastou sentada para o lado da cama. Os pés descalços tocaram o chão. Caminhando para a entrada sem porta, ela espiou dentro. Era um closet longo, cheio de nada, além de roupas cortadas para caber em um homem. Um flash de um olhar pecaminosamente escuro chegou a ela. Ela fechou os olhos e respirou fundo. — Pense Ulyssa, raciocine. “Lyssa.” O nome foi um eco em sua cabeça. Ela estremeceu, lembrando uma voz Var acentuada, rica e profunda. Ela sabia que não era Attor. Ela tinha dormido com o dono daquela voz? Certamente se ela o tivesse, teria feito isso como um plano de fuga. Ela não podia se lembrar de nenhum plano, mas se lembrava de cada detalhe de um corpo firme ao lado dela no corredor, se esfregando e pressionando-a na parede. Inferno, ela esteve pronta para arrancar os miolos dele. Por que não fizera? Não era uma medrosa. Ulyssa franziu o cenho, contraindo a testa num pensamento profundo. A noite se desdobrou lentamente em sua mente, nebulosa, mas real. Ela tinha escapado do harém. Um homem a encontrara. Ela se ofereceu para ele sem pensar em fugir. Ulyssa fez uma careta, mas não estava envergonhada por suas ações. Ela o desejara e tinha ido para ele, não era grande coisa. Então, ele a tinha rejeitado. Ela fez uma careta, presa na memória. Ele a tinha rejeitado? Agora, como isso fora possível? Isso nunca aconteceu. — Nada aconteceu! — ela sussurrou incerta se sentia alívio ou irritação. Seu orgulho estava ferido na memória, mas ela tentou
fazer o seu melhor para ignorá-lo. Levemente, ela acariciou suas nádegas nuas enquanto entrava para explorar seu enorme closet. Era maior do que seus aposentos inteiros na Agência. Esfregou a parte de trás do pescoço, continuando com a carranca. — Ele me trouxe de volta aqui, eu tirei minha roupa e fiz um movimento
para
ele,
então
ele
me
deixou
aqui...
Sozinha,
insatisfeita. Huh! Que diabos é isso tudo? Uma longa janela retangular tomava conta da parede mais distante do armário, deixando entrar a luz suave de fora. Ela podia ver além da janela uma varanda de pedra com grades de ferro ao longo da borda. O céu escuro verde-azulado se descortinava diante dela e ela percebeu que o quarto era elevado do chão. Uma exibição majestosa de florestas e montanhas estendia-se diante dela. Ela poderia até mesmo ver um claro lago afilando-se na distância. A sua superfície vítrea refletia os três sóis. Ulyssa ficou atordoada em silêncio momentâneo com a vista inspiradora. Havia algo completamente mágico sobre o palácio Var, algo que provocava uma parte suprimida do seu ser. Ela pensou que era melhor não explorar esta parte de sua alma. Algumas coisas eram melhor permanecer escondidos. Um rápido exame dos aposentos provou que ele tinha levado sua roupa com ele quando saiu. Ela procurou no closet por algo decente para vestir e encontrou uma camisa transpassada, como a que o homem tinha usado na noite anterior. A camisa era grande demais para seu corpo menor, mas ela não se importou. Não se importando que estivesse roubando, Ulyssa colocou a roupa sobre a cabeça puxando os cordões apertados ajustando para se adequar a seu tamanho menor. Ela fez o mesmo com um par de calças, atando-as ao longo de suas coxas. Usando o comprimento extra do cordão da calça, ela fez um cinto improvisado em torno de sua cintura. Então, encontrou um casaco com mangas compridas e colocou-o.
Não havia nenhuma maneira que suas botas servissem nela, ela nem sequer tentou, optando por permanecer com os pés descalços no momento. — Nada mal! — ela murmurou, admirando-se no espelho e soltando seu cabelo só para puxá-lo de volta. Ela achou mais fácil trabalhar se ele ficasse fora de seu caminho. Andando pelo quarto lentamente abriu a segunda porta e espiou para fora. A luz era fraca após o brilho da lareira do quarto. Lentamente fechou a porta e deu um passinho à frente. A partir do que ela podia dizer, parecia uma sala de estar, com um sofá e cadeiras, mais entradas em arco conduzindo a diversas partes da casa. — Aqui gatinho, gatinho, gatinho...
— ela sussurrou um
pouco despeitada. Fosse quem fosse aquele homem, sua rejeição a atormentou e ela reagiu a isso. — Você está aqui, sua bolinha de pelos? Ela esperou e não obteve resposta. Olhando de soslaio para ver agora que a luz do quarto não brilhava por trás dela, ela andou pela sala. Enquanto ela passava por um dos arcos decorativos viu uma longa cozinha e sala de jantar. Ela ignorou-a, indo em vez disso para o arco com uma porta. Pensando que esta a conduzia para fora, empurrou-a. Ao contrário, ela se encontrou em um amplo banheiro. Uma banheira retangular em mosaico tomava a parede mais distante, com várias torneiras vindas dos lados. Próximo dela estava talvez o maior chuveiro que ela já tinha visto. Bem, ela nunca tinha realmente visto um, mas a agência tinha fotos. Através do vidro texturizado, ela detectou um banco. — Hum! — ponderou Ulyssa com um olhar irritado ao redor da sala. — Talvez eu esteja olhando do lado errado. Tenho certeza de que tem que ter uma porta de gatinho por aqui em algum lugar!
Kirill viu a porta de seu quarto aberto. Ele estava sentado no escuro, tentando aliviar a dor de cabeça que crescera na parte de trás de seus olhos desde a semana passada. A dor começava na base do seu crânio e irradiava até as têmporas até que mal conseguia enxergar direito. Uma grande responsabilidade havia sido jogada sobre seus ombros, uma responsabilidade para qual ele realmente não tinha se preparado: o bem-estar do povo Var. O Rei Attor não o tinha deixado em uma boa posição. Ele desafiara o povo para a guerra, os convencera de que os Draig eram seus inimigos, e foram mesmo ao ponto de atacar a família real Draig. Kirill queria a paz na terra. No entanto, sabia que os fatos não auguravam nada de bom para ele. Os Draig tinham uma longa lista de queixas contra o Rei Attor e o Reino Var. Antes de sua morte, Attor havia ordenado um ataque a um dos quatro príncipes Draig, que terminou terrivelmente mau para os Var. O príncipe Yusef fora esfaqueado nas costas, um constrangimento covarde para o guarda Var que fez isso. Se ele não tivesse sido executado nas prisões Draig, ele já teria sido banido da comunidade Var. Felizmente, o príncipe Yusef sobreviveu ou então eles já estariam em guerra. Attor também tinha tramado para o sequestro da noiva de Yusef. A princesa Olena havia sido resgatada ou seria outra coisa que também os teria levado à guerra. O velho Rei havia tentado envenenar a princesa Morrigan, a futura Rainha, em duas ocasiões distintas. Ela também vivera. E esses eram apenas os delitos que Kirill tomara conhecimento poucas semanas antes da morte de Attor. Ele podia apenas imaginar o que ele não sabia. Kirill suspirou, sentindo-se muito cansado. Ele tinha sabido desde o nascimento que chegaria o dia em que ele se ergueria e
conduziria os Vars como seu novo Rei. Ele só não esperava que isso acontecesse em menos de uma centena de anos. Seu pai tinha sido um homem duro, que ele olhava como se fosse totalmente invencível. — Aqui gatinho, gatinho, gatinho. — o sussurro de sua linda convidada atraiu a completa atenção de seus pensamentos pesados. Ulyssa
se
inclinava
como
se
esperasse
que
ele
fosse
responder ao chamado insultante. Ele retirou os dedos de suas têmporas para seu colo e um sorriso zombeteiro lhe veio aos lábios. Enquanto ele a olhava, não tinha certeza se estava irritado ou divertindo-se com suas palavras. — Você está aqui, sua bolinha de pelos? — ela disse um pouco mais alto. Ela usava sua roupa. Nunca sua roupa parecera mais sexy. Sua mandíbula se apertou com o interesse masculino, enquanto descaradamente olhava mais. Ele se lembrou perfeitamente da suavidade de seu corpo contra o dele e a suave oferta de prazer de seus lábios doces. Ela fizera suaves barulhos de choramingo quando ele a tocou, cedendo, sons ronronando na parte de trás da garganta dela. Mesmo com a ajuda da nef, ele ficara surpreso com a facilidade e confiança com que ela se derretera nele. Os Vars eram selvagens, pessoas apaixonadas e eram atraídos pelas mesmas qualidades nos outros. Ele suspeitara que ela fosse uma amante selvagem. Pena que ela tivesse pertencido a seu pai primeiro. Em sua mente, isso a tornava completamente intocável, embora nenhum deles ousasse questionar sua afirmação se ele resolvesse levá-la para sua cama. Tecnicamente, pela lei Var, ela pertencia a ele até que escolhesse libertá-la. Por um momento insano, pensou em mantê-la como amante. Ele sabia que não iria, mas o pensamento era divertido. O sorriso de Kirill se aprofundou. Ulyssa atravessou sua casa para a porta do banheiro com uma careta irritada. Era óbvio
que ela não o vira no canto escuro, olhando-a. Ele detectou o cheiro envolvente de toda a sala, o cheiro do desejo de uma mulher. Isso agitou o seu sangue, tornando seus membros pesados de desejo. E, pela primeira vez desde a morte de seu pai, sua dor de cabeça se aliviou por si mesma. — Hum! Talvez eu esteja olhando do lado errado. Tenho certeza de que tem que ter uma porta de gatinho por aqui em algum lugar! O sorriso ligeiro dele caiu com essas palavras. Era fácil detectar o deboche nela. — Onde está a sua porta de gatinho, hein?
— Ulyssa
sussurrou para si mesma, seu olhar azul procurando no escuro. Kirill fez uma careta em desagrado adicional. Viu-a abrir a porta para o seu gabinete de armas. Seus olhos se arregalaram. Ela assentiu com a cabeça em apreciação antes de fechar a porta e continuar sua busca por uma saída. Ela parou em uma estreita janela perto da porta de sua cozinha. Seu pescoço esticou para o lado, enquanto ela tentava ver ao longo da distância. Kirill sabia que ela olhava para a floresta. Sob a respiração dela, ele ouviu seu sussurro veemente: — Para onde exatamente você me trouxe pequena bola de pelos? Ugh, eu preciso sair dessa armadilha de pulgas, mesmo que eu tenha que lutar com cada um de vocês felinos covardes. Eu lutei com espécies duas vezes maiores e três vezes mais assustadoras. Uma dupla de bichanos não me assusta. Se esta mulher insolente queria jogar duro, oh, ele jogaria. Curvando-se graciosamente para frente, Kirill se deslocou até que suas mãos tocaram o chão. Ele deixou uma pata grossa pousar silenciosamente no chão, seguido por uma segunda. O pelo preto curto ondulado cobriu sua carne
bronzeada, misturando-o as
sombras. Suas roupas caíram de seu corpo e ele abaixou a cabeça,
enquanto se arrastava para frente. Um som baixo de alerta começou na parte traseira de sua garganta. Ele estava lívido. Ulyssa congelou, ouvindo o rugido atrás dela. Ela realmente não esperava que alguém estivesse na sala ou então nunca teria se queixado como o fizera. Mordendo o lábio, os olhos automaticamente procuraram por uma arma enquanto ela se virava. Vendo a imensa pantera perseguindo-a, seu corpo baixo contra o chão como se ela fosse sua presa, ela engasgou. — Oh, wu, calma aí amigão! Você é um deles, ou é apenas um animal de estimação? Ulyssa tinha lutado contra todos os tipos de espécies exóticas e ainda assim, o seu treinamento não a havia preparado para enfrentar um animal selvagem como este. Ela podia ver a velocidade moderada no corpo aerodinâmico da pantera. Enrijecendo seus nervos, ela olhou-o nos olhos e estendeu a palma da sua mão. — Você está aí? Var..., guerreiro..., homem? Você pode me ouvir? O animal rugiu alto e longo, mostrando suas presas mortais. Ela recuou em surpresa. A mandíbula dele fechou-se, como se fosse mordê-la. Seus bestiais olhos verde-amarelado estreitaram-se em alerta. Ulyssa perdeu toda a sua bravata enquanto se apoiava em uma parede. Seu coração corria solto, batendo em seu peito. A adrenalina correndo em suas veias, fazendo-a tremer. Sua respiração saía irregular. Ela estava apavorada, assustada demais para gritar. O animal se arrastou para mais perto. Para sua vergonha, ela sentiu a ameaça de lágrimas encher-lhe os olhos. Que tipo de agente ela estava se tornando! Sua programação para este planeta não incluíam lutas com animais. Você não deveria se curvar diante de animais selvagens e deixar que eles tenham uma posição dominante? Ou seria o contrário? Pela vida dela, ela não conseguia se lembrar. Não era
como na Terra nos dias de hoje, eles tinham muitos animais selvagens
livres.
Aqueles
eram
conservatórios, conservados longe
mantidos
trancados
em
da interferência humana, e
deixados à sua própria sorte. A pantera rugiu, trazendo de volta a atenção dela para o problema atual. Ulyssa recuou, levantando os braços para proteger o peito e o rosto enquanto era pressionada contra a parede de pedra. Uma bandeira azul escuro acenou perto de seu nariz quando ela virou a cabeça. A imagem de uma pantera estilizada vibrou diante dela.
Ela
gemeu,
fechando
os
olhos.
Seu
corpo
enrijeceu,
preparando-se para o ataque inicial. O silêncio seguiu-se, e ela não conseguiu se mover. — Shhh. — um sussurro gentil e suave. — Eu não achei que você ficaria com tanto medo de mim! Ulyssa engasgou, reconhecendo a aspereza da voz de Kirill da noite anterior. Ela sentiu a pincelada suave de dedos quentes na bochecha. Por instinto, sua mão se enrolou em um punho fechado e antes que ela sequer abrisse os olhos, se virou para ele. Ela não gostava de estar com medo e o fato de que ele tinha sido capaz de assustá-la a chateava. Seu punho se encontrou com o queixo dele, batendo a cabeça dele para trás sobre seus ombros. Porém, para seu espanto, ele não se desviou. A cabeça dele se abaixou num movimento controlado, e seus olhos escuros perfuraram dentro dela. Lentamente, ele flexionou sua mandíbula. — Seu filho da puta! — ela olhou para ele. — Como você se atreve a tentar me assustar? Eu deveria rasgar você! — Mmm! — ele sorriu. O coração de Ulyssa quase voou do peito com o olhar morno que ele lhe deu. Ele não estava preocupado com suas ameaças. A boca dela ficou seca. Os dedos dele deslizaram-lhe pelo pescoço, fazendo-lhe o pulso correr. — Como você tentou me rasgar a noite passada?
— Eu, eu... — ela gaguejou, em uma perda repentina. Ela o tinha atacado na noite passada? Lutando contra o embaçamento da memória, ela tentou recordar. Os olhos dele se dirigiram para sua boca. Ela podia sentir o calor dele se derramando sobre ela, mergulhando em sua pele. — Você tentou se oferecer para mim e quando eu me recusei você ameaçou minha vida. Lambendo os lábios, o olhar de Ulyssa seguiu o seu exemplo e moveu-se sobre o corpo dele. Para sua surpresa, ela descobriu que seu peito estava nu. Músculos rígidos moviam-se debaixo da pele, ondulando sobre a superfície na perfeição do sexo masculino. O cheiro inebriante do homem veio a ela, como um perfume intoxicante que a deixou ofegante. O olhar dela moveu-se sobre seus braços fortes, se perguntando como seria se eles a segurassem. Nem um grama de gordura estragava a aparência dele. Então, muito lentamente, as palavras dele penetraram nela. Ele a recusara! Foi como uma tapa na cara. Seus olhos se arregalaram em horror. — Você tem sorte, briallen! — murmurou ele. — Se tivesse sido hoje à noite, você teria morrido pela ofensa. Kirill afastou-se dela e se virou. Ulyssa assistiu-o se afastar. Seus olhos se arregalaram de surpresa ao ver que ele estava completamente nu. Uma onda de desejo ardente percorreu-a com a visão. Ela não podia evitar. De uma maneira distorcida, a rejeição dele só fez com que o desejasse mais. Ela adorava um desafio e este homem era o desafio mais bonito que ela já tinha visto. Ondas luxuriosas de cabelo preto escorriam sobre suas costas e ombros, conduzindo o olhar dela para baixo, sobre os músculos rígidos em torno de sua coluna vertebral, para os quadris estreitos. Suas nádegas rígidas moviam-se com poder e graça. Ela queria tocálo, agarrá-lo, controlá-lo... Pena que ela realmente não gostava dele. Mas, novamente, quando você tem que gostar da pessoa para dormir
com ela? Não é como se ela quisesse ficar perto e conversar um pouco primeiramente. Não é como se ela quisesse conhecê-lo profundamente. Homens bonitos nunca tinham nada de interessante para dizer. Ulyssa lambeu os lábios em antecipação. Ela sorriu, não hesitando antes de segui-lo para o quarto. Ele era bonito. A temporada de caça estava aberta. Se ele tentasse falar, ela só teria de amordaçá-lo para calá-lo, ou ao menos colocar-lhe a boca em um aproveitamento melhor. “Vamos praticar a mexida dos quadris”, ela pensou, eu não estou bêbada agora. Vamos apenas tentar vê-lo recusar-me outra vez!
Capítulo Três
Kirill a havia trancado no lado de fora. Ulyssa parou e tentou abrir a porta uma segunda vez. Sim, ele definitivamente a tinha trancado fora de seu quarto. Suas bochechas se inflamaram. Colocando as mãos nos quadris, bateu o pé com raiva. Bem, se ele ia ser um puritano não havia porra nenhuma que ela pudesse fazer sobre isso. O tolo estúpido estava perdendo o melhor sexo que ela já tinha oferecido. Batendo na porta, gritou: — Ei, gatinho! Importa-se de me dizer como saio daqui? Para
sua
surpresa,
a
porta
se
abriu.
Ele
estava
completamente vestido como estava na noite anterior, em preto sedutoramente apertado. Ela se afastou da porta para deixá-lo passar. — Não me tente a mudar de forma, mulher! Eu não vou ser tão bom se me transformar de novo. — a voz de Kirill era dura. Ele passou por ela para a sala, inclinando-se para pegar suas roupas do chão. Sob a sua respiração, ela o ouviu murmurar algo sobre rasgar a garganta dela para ela se calar. Ela achou melhor não lhe pedir que esclarecesse a declaração inteira — Desculpe! — ela respondeu, revirando os olhos às suas costas e fazendo uma careta. Indo para o lado do banheiro, ele empurrou um azulejo. Quando apareceu uma abertura na parede, ele jogou a roupa no interior e caminhou até a cozinha. O buraco se fechou atrás dele. Quando ele ignorou seu hesitante pedido de desculpas, ela o seguiu até a cozinha e pediu suavemente:
— Então, como posso sair daqui? — Você nunca para de falar? — ele perguntou, parecendo divertido. — A manhã é um momento de silêncio e reflexão do dia. A cozinha fora construída de metal industrial contra a pedra. Apesar do fato de que eles estavam em um castelo, era muito moderna. Ulyssa o viu abrir um armário e tirar uma tigela. Ela fez o seu melhor para não sorrir. Em seguida, ele pegou uma jarra de leite da geladeira. Ela mordeu o lábio para não rir. Ah, era muito agradável ver o gatinho com sua tigela de leite. Incapaz de resistir, ela perguntou: — Café da manhã? Ele atirou-lhe uma careta confusa. Ulyssa bufou enquanto tentava não rir. — O que há de errado com você agora? — Kirill exigiu, como o cenho franzido. — Hum, nada! — ela conseguiu falar, ainda lutando por controle. — Você é estranha, não é? Eu não suponho que você fugiu da enfermaria. A expressão de Ulyssa caiu. — Acho que não! — ele respondeu para si mesmo. Tomando um recipiente de metal, ele derramou uma substância em pó dentro e, em seguida, adicionou leite. Ele entregou-lhe a tigela. Ela olhou para o mingau com um olhar de desgosto. Ele pegou uma colher e meteu-a na tigela. — Aqui, come. Então eu vou te levar de volta ao harém. O estômago de Ulyssa roncou como se respondesse a ele. Ela estava faminta. Levantando lentamente a colher, testou a mistura com a ponta da língua. Tinha um sabor agradável, como leite pastoso, por isso ela provou um bocado. — Foi apenas uma noite sem emparelhamento. — disse Kirill, passando pela cozinha para a sala escura. Ele fez uma pausa para
esticar os braços sobre a cabeça.
— Se você tiver sorte, alguns dos
solteiros dispostos ainda estarão sem uma companheira. — Desculpe-me? — ela engasgou, deixando cair a colher na tigela que carregava com ela. — O que exatamente é essa coisa de emparelhamento que você quer que eu faça? — Os solteiros de Var virão para conquistar as meiocompanheiras, pelo menos àquelas que não tiveram filhos com o Rei Attor. Aquelas que desejarem casarão. — Kirill parou o alongamento e virou-se para estudá-la — Oh, não! — Ulyssa disse, balançando a cabeça. — Nem em uma chance no inferno! O Rei Attor não está me penhorando para... — sua testa subiu em alerta, como se ele pudesse sentir o insulto dela vindo. Ela engasgou e trouxe-o de volta com algum esforço. Ela não era acostumada a conter sua língua. —... algum homem. — ela terminou de forma fraca. — Você está certa. — disse Kirill.
— O Rei Attor não está. Eu
estou. — Você? Quem é você para decidir o meu destino? — Ulyssa deu um passo à frente e fez uma careta ameaçadora. — Você é somente...
Eu não sei o que você é. Algum guarda? O que te
importa se eu me casar? Os braços de Kirill se cruzaram sobre o peito forte de uma maneira muito dominadora. Sua cabeça inclinada arrogantemente para o lado. Ele não disse nada. — Oh, eu vejo! Você é um guarda e você me escolheu para... Woo... — Ulyssa suspirou. — Olha, estou muito orgulhosa, mas eu... — Eu não tenho vontade de acasalar. — declarou Kirill. — Ah, então eu tenho certeza que podemos chegar a algum tipo de acordo. — Ulyssa enviou-lhe o sorriso mais doce, deixando os cílios tremularem sobre os olhos. Era um olhar que ela guardara para ocasiões especiais como essas. Era um olhar que os homens não conseguiam resistir.
Kirill não se moveu, exceto para piscar, bem como não mostrou nenhum interesse masculino. — Ótimo! — ela resmungou. Rosnando, ela rolou os olhos para o céu. — Ouça. Deixe-me ser perfeitamente honesta. Eu não pertenço a este lugar. Eu não quero casar e varrer bolas de pelo para o resto dos meus dias. Como você pode ver, eu certamente posso tornar a vida de qualquer Var um inferno Eu não sou feita para ser uma... — Que lugar é este, o inferno? — Kirill interrompeu. — Como você vive neste lugar? — É tanto um lugar e um conceito. Homens pecadores vão para lá quando eles morrem e... Argh! Não importa! — Ulyssa acenou com a mão em direção a ele, em distração. — É ruim, muito ruim. É como ser queimado vivo e torturado, ao mesmo tempo, todos os dias, por toda a eternidade. Isso é o que seria ser casada para mim. Kirill fez uma careta, olhando-a como se ela fosse louca. Ulyssa continuou: — Então, se você gentilmente disser ao Rei Attor que não me viu e me apontar à direção da saída mais próxima, eu me vou com prazer daqui. Você nunca terá que colocar os olhos em mim outra vez. Como se de repente uma ideia o atingisse, ele suspirou. — Ninguém te disse? — Disse o quê? — a frustração dela era audível. — Como pode ser? — Kirill perguntou. O rosto dele suavizou, assim como sua voz. — Você não estava no harém? Eu pensei que eles fariam um anúncio. Taura geralmente se certifica que tudo no harém corra sem problemas. — Eu não conversei exatamente com as outras mulheres lá. — Ulyssa respondeu, lembrando como elas a evitavam como se ela fosse uma transportadora de praga. — Por que você pergunta?
— Eu realmente sinto muito em ter que lhe dizer isso, mas o Rei Attor está morto. Ele morreu há uma semana no campo de batalha. Fiquei com a impressão de que as meio-companheiras dele foram informadas disso. Ulyssa manteve seu rosto sereno. O Rei estava morto? — Se isso faz você se sentir melhor, ele morreu bravamente. — Kirill ofereceu. — O que me importa?
— Ulyssa encolheu os ombros. Sua
mente correu com perguntas e esquemas. Com a morte do Rei, o castelo poderia estar em um estado de agitação. Isso só poderia trabalhar a seu favor. Ou, tudo poderia estar bloqueado, e isso poderia trabalhar contra ela. — Attor era um idiota bárbaro. Desejolhe boa viagem. Depois que disse as palavras, ela queria levá-las de volta. O que havia sobre esse homem que a desarmava e a fazia pensar mais sobre sexo e menos sobre a sobrevivência? Os olhos de Kirill caíram, mas ela não percebeu. Quando ele olhou para ela novamente, seu rosto estava rígido. — Então, com quem é que uma garota tem que negociar para obter um pouco de liberdade por aqui?
— perguntou ela,
alegremente. — Eu. — respondeu ele. Ulyssa focou nele mais uma vez, atirando-lhe um sorriso brincalhão. Sua sobrancelha elevando-se em seu rosto, enquanto ela perguntava: — Ah, é? Por que você, querido? — Porque eu sou o filho mais velho de Attor e futuro Rei de Var. — as palavras de Kirill eram leves, mas mortais. Ulyssa
empalideceu
imediatamente,
pesarosa
por
seus
comentários espontâneos sobre o pai dele. Ela nunca os teria dito se soubesse.
Ela
ficou
parada,
sem
fala,
a
boca
ligeiramente
entreaberta. Seus olhos brilhavam com uma ameaça dourada e, por
um breve momento, ela pensou que ele iria se transformar e desintegrá-la. Para sua surpresa, Kirill virou e afastou-se dela na escuridão. No canto escuro, ela viu como uma porta se abriu para oferecer luz. Ela queria se chutar por não tê-la visto antes, a porta da frente à vista de todos e desbloqueada. O corpo bonito de Kirill encheu o quadro antes da porta se fechar mais uma vez. Ulyssa foi incitada para ação imediata, com medo que ele a trancasse lá dentro Quando chegou à porta, ela a encontrou aberta e olhou para o longo corredor. Kirill havia desaparecido e ela estava livre para partir.
Kirill invadiu os corredores do castelo, ansioso para se livrar da mulher insuportável em sua casa. Ele não tinha tempo para lidar com ela. Ele não queria lidar com ela, não hoje, nem nunca. Deixe-a ir. O que lhe importa se ela escapar? Seria uma das mulheres de Attor a menos para se preocupar. Na maioria dos dias, as mulheres de Attor eram livres para ir ao redor do castelo, embora não quisessem. No entanto, até que um novo Rei fosse oficialmente coroado, o castelo estava mantido sobre rigoroso bloqueio e chaves. Após sua coroação, caberia a ele decidir o destino das mulheres. A maioria delas já manifestara interesse em contrair matrimônio com os soldados Var. Era uma decisão inteligente e lógica, já que eles estariam atendendo e cuidando de sua própria casa. A maioria dos Vars optavam por uma companheira para viver, outros eram semiacoplados e ainda estavam muito felizes e contentes. As mulheres estariam abastecidas, cuidadas, algumas até mesmo amadas.
Kirill de repente parou. Espontaneamente, os olhos voltaramse para trás, olhando em direção a sua casa. Ele engoliu em seco. Não importa o quanto tentasse negar, ele queria a moça frustrante. Ulyssa. Gatos Sagrados! Ela era bonita, ardente, ousada. O seu cheiro agitava o seu sangue, fazendo com que ele desejasse atacar e saquear. Apenas uma vez ela mostrara seu medo, se bem que ele o tivesse detectado em outras épocas, um leve cheiro, que foi reprimido e bem escondido. Ele não podia culpá-la por temer a sua forma de pantera. Ele tinha feito tudo o que podia para assustá-la. Mas, quando viu sua fachada corajosa desmoronar e seu corpo tremer de forma mais feminina, ele não pode continuar. Ele queria, sem razão, confortá-la. A constatação o fez parar. A proximidade dela acelerava e provocava o seu sangue. Se fosse honesto consigo mesmo, seu corpo precisava dela, desejava-a mais do que tinha desejado qualquer outra em um tempo muito longo. Necessidade? Ele não precisava de ninguém. Ele não podia. Ele era o futuro Rei. Não tinha o pai dito que todos os Reis deviam permanecer sozinhos, não ligados a ninguém? “Ser governado por uma mulher é ser governado pela fraqueza.”, ele podia ouvir a voz rouca de seu pai claramente, as palavras de Attor renovavam-se em sua cabeça. — Eu não preciso dela. Preciso de liberação! — ele rosnou baixo sob seu fôlego, passando a percorrer os corredores mais uma vez. — Ela é nada além de uma estranha. Ela não é especial. Qualquer mulher vai me fazer sentir assim uma vez que suas coxas se abram e seu corpo seja macio. Eu não preciso de ninguém! — Kirill virou, olhando mais uma vez sobre seu ombro. — Eu não preciso de ninguém!
Ulyssa estava novamente perdida nos corredores do palácio. Era estranho, mas por mais de uma hora vagando, ela viu somente um guarda e ele tinha sido fácil de evitar. Ela balançou a cabeça. A segurança no palácio parecia estar faltando, isso era certo. Se ela estivesse no comando... espere. O que ela estava pensando? Ela não queria nada com esse lugar pagão. Ela franziu a testa, olhando para baixo pelos corredores sem fim com uma sensação de tédio, tentando lembrar se tinha visto antes um determinado padrão na parede. Os mosaicos começaram a parecerem-se e ela desenvolveu uma enxaqueca ao se concentrar sobre eles, enquanto tentava memorizar seus desenhos únicos. Não deu certo. Ela estava definitivamente perdida, não que tivesse sido encontrada, no início. Os pensamentos de Ulyssa se voltaram para o futuro Rei de Var. Ela deveria ter sabido que ele era da realeza. Sua própria natureza bárbara, radiando-se poderosamente para fora de sua forma graciosa. Ele era régio e forte. Havia uma inteligência aguda em seu olhar, um cuidado tenaz, uma reflexão tranquila. Ulyssa fora treinada para ler as pessoas.
Os shifters não eram diferentes dos
humanos, uma vez que estudasse os seus hábitos. Tudo o que ela precisava saber sobre seus inimigos estava em suas ações e expressões. O fato de que ele não tinha mostrado indignação perante as suas palavras contra seu pai falava muito. Este era um homem de se dar tempo ao tempo, esperando pacientemente o momento perfeito para atacar. Um homem de sangue quente a teria matado por tal calúnia, ou pelo menos a teria espancado a centímetros de tirar sua vida. Não o Príncipe Kirill. Ele era frio, calmo. Ele era uma força para se prevenir e era definitivamente o homem ideal para liderar a primitiva nação Var. Ela estava feliz que não ia estar lá tempo suficiente para ver seu governo.
Ulyssa parou de prestar atenção para onde estava indo, e um pequeno
sorriso
surgiu
em
seu
rosto.
O
Príncipe
Kirill
era
definitivamente uma das criaturas mais lindas que ela já tinha visto há muito tempo, e ela já tinha visto muitos. Seu corpo se aquecia e derretia apenas pensando sobre a maneira como ele se movia. Seus braços doíam por tocá-lo. Ela tinha acabado de apostar que ele era gracioso na cama. Que pena que não ia descobrir. Quase tão mal quanto ela queria testar sua habilidade como amante, ela queria testar sua habilidade como lutador. Com aqueles reflexos animais, apostava que ele seria um combatente digno, mesmo sem transformação. Ah, e as suas armas! Ela quase desmaiara de emoção ao vê-las. Seus dedos ainda coçavam, querendo tocar as muitas espadas do armário de armas. Ela conhecia alguns movimentos de defesa com uma espada, mas realmente queria
aprender
mais.
Nunca
havia
tempo
na
Agência
para
treinamento com armas arcaicas. Quase todas as espécies com que lidara utilizavam algum tipo de arma de fogo. Os que não usavam, não foram pegos por sua unidade. — Pare! Ulyssa piscou com o comando, surpresa, mas não com medo. Ela se virou para ver um grande guerreiro Var em pé na frente dela. O homem estava meio transformado, suas feições não estavam completamente de gato nem humanas. Ele vestia a túnica tipo medieval da guarda. A pele de tigre suave cobria-lhe o rosto e pescoço com laranja e preto, imitado pela pele em suas mãos. Sua voz era um tom grave, como se ilegível pelo início de um rugido. Ulyssa sorriu, olhando para frente procurando por uma atividade. Uma sobrancelha levantou-se ardilosamente sobre as suas feições. Havia apenas um deles e ela queria muito testar suas habilidades contra os Vars em uma luta justa. — Sim?
— Você não pode ficar perambulando pelos corredores! — disse o homem tigre. Ulyssa tentou esconder o sorriso. — Oh? E por quê? — Porque é proibido na noite da coroação. — outra voz respondeu. Um segundo Var estava atrás dela. Ulyssa congelou. Ela não tinha ouvido a sua aproximação. Não havia rosnado no seu tom, apenas uma tranquila autoridade. A escuridão na voz lhe deu calafrios. Lentamente, ela se virou. Diante dela havia um enorme guerreiro, talvez o maior Var que ela já tinha visto. Ela fez uma careta. Ele não seria tão fácil de se vencer. Mesmo sem a sua impressionante estrutura, ela detectava nele uma qualidade que gritava guerreiro militar. — Eu... Eu tenho permissão! — Ulyssa respondeu fracamente. Ela se odiou por gaguejar. — Permissão? — o guerreiro grande repetiu nenhuma dica escapando de seu rosto muito sério. Depois, virando-se para o homem tigre, ele ordenou: — Prossiga Navid. — Sim, Comandante Falke. — Navid, o tigre, respondeu. Ulyssa não se preocupou em assistir o guarda obedecer. Ele tinha se tornado a menor de suas preocupações. Falke virou-se para ela novamente questionando: — Permissão? — Sim. — Ulyssa mentiu, levantando a mandíbula. — Do Príncipe Kirill. A testa de Falke se ergueu, pedindo-lhe silenciosamente para continuar. — Ele me escolheu para sua mulher. — disse ela, observando o rosto do homem com cuidado. — Passei a noite passada em seu
quarto. Então, eu exijo que você deixe-me estar no meu caminho antes de incorrer a ira do futuro Rei. — Navid, volte aqui. — Falke inclinou-se para cheirá-la. Seus olhos mergulhados em seu vestuário. Após inalar longamente, ele concordou. — Meu irmão a escolheu como sua mulher. Pegue-a e torne-a preparada para ele, em seguida entregue-a na câmara do Príncipe Kirill. Ele era irmão de Kirill? Oh, inferno, agora eu realmente consegui! Grande feito, Ulyssa! O pensamento de Ulyssa tinha um breve aceno de pânico. — Isso não será necessário. — Ulyssa iniciou fracamente, engolindo os seus nervos. Ela olhou por cima do ombro de Navid. Seus braços grossos estavam cruzados sobre o peito, enquanto ele esperava por ela para dar cumprimento à ordem do Príncipe Falke. Voltando-se para o comandante, ela balançou a cabeça. — Eu... — Ulyssa fez a única coisa que ela podia pensar, ela saiu correndo. Passando o menor Navid, ela enganchou-lhe na garganta com o braço estendido. O homem caiu para trás. Com a velocidade da luz, Falke foi nela, atacando por trás e prendendo-a no chão. Seu rosto bateu no chão de pedra dura, deixando-a quase sem sentidos com o choque do impacto. Um leve gemido escapou-lhe dos lábios. — Se o meu irmão quer você, ele terá! Você veste sua roupa e você têm o seu cheiro. — disse Falke, indiferente por sua tentativa de fuga. Ela tentou lutar ao ouvir suas palavras, mas com uma única mão ele segurou-a presa ao chão. Um joelho implacável pressionado em sua parte inferior das costas, sufocando sua respiração. Ela ofegou, apenas para permanecer consciente. — Prossiga Navid. Eu cuido dela. É melhor que ela tenha falado a verdade, se tiver mentido, ela vai receber a ira do Rei. Navid curvou-se e saiu, olhando para ela como ela o fez. Ulyssa sabia que ele não aceitara de bom grado ser vencido por uma
mulher na frente de seu chefe. Ela não se importava. Era sua culpa por pensar que ela seria uma mulher complacente que seguiria ordens. Falke puxou-a para cima a partir do solo, com um salto rápido para o ar. Ulyssa tropeçou quando ele pousou sem esforço sobre os pés. Sem outra palavra, o Príncipe musculoso a atirou sobre seus ombros e correu pelo corredor. Tudo o que ela podia fazer era se segurar.
A coroação de Kirill foi curta, assim como todas as cerimônias de Var. Eles não encontraram nenhuma razão para retirar a legalidade de um evento e iam direto para a celebração. Enquanto o Sacerdote falava, seus olhos corriam sobre a multidão. A maioria das pessoas no interior do palácio real estava presente e fizeram um juramento de fidelidade ao novo Rei. A sala do banquete estava cheia, mas Ulyssa não estava lá. Ele se perguntou por que sentiu decepção
com
a
sua
ausência
e
por
que
pensava
nela
constantemente. A sala do banquete estava esplêndida, com um alto teto abobadado de vidro que deixava entrar a luz difusa dos três sóis. A música se derramava de instrumentos de cordas, tocando canções tradicionais de seu povo. Flores varriam as paredes em compridas guirlandas, suas fragrâncias adoçavam o salão. Dançarinas do harém de Attor ondulavam sobre as mesas, entretendo os homens com os seus movimentos sedutores. Seda e gaze agarravam-se aos seus corpos, fluindo como as ondas do oceano das suas carnes firmes. Kirill assistia seus movimentos distraído. Ele era agora responsável por cada alma na sala diante dele, e por muitas almas além dos muros do palácio na cidade de
Var; e mais além disso. Era um fardo pesado. Daquele momento em diante, toda a vida em Var era dependente dele. Toda boca que precisava ser alimentada seria sua para alimentar. Cada morte injusta seria sua para vingar. Cada briga, não importando quão pequena, seria sua para decidir. Era uma responsabilidade difícil, mas ele deveria suportar sozinho. O estômago de Kirill estava em nós ao pensar nisso. Não haveria ninguém para assumir o encargo de seus séculos de Reinado. Seus irmãos ajudariam, mas nunca conseguiriam entender. Ele só queria que tivesse sido mais preparado para a morte de seu pai, mas ninguém esperava que o indestrutível Attor caísse. Olhando ao redor da sala, Kirill estava feliz que a maioria das mulheres de seu pai tivesse escolhido companheiros. Uma vez que a decisão fora tomada, o Var não encontrava nenhuma razão para esperar. Eles estariam saindo do palácio naquela noite, após uma cerimônia rápida de casamento em massa. A atenção de Kirill foi capturada por um dos guardas, que veio a se curvar diante dele. Atrás dele estava uma fila de mulheres atraentes. Kirill escondeu seu leve sorriso. Uma mulher para aquecer sua cama e temperar o fogo em seus lombos era justamente o que ele precisava para relaxar e esquecer momentaneamente o seu fardo. Regiamente, ele acenou para o guarda, que, em seguida, fez sinal a mulher para ir à frente. Uma a uma, as criaturas encantadoras se curvaram diante dele. Em primeiro lugar, uma cabeça vermelha com brilhantes olhos verdes pegou sua atenção, seguida de uma sedutora mística com cabelo escuro como o espaço profundo. Seu olhar brilhava com travessuras. Kirill ficou em dúvida entre as duas, olhando para seus seios expostos e a curva de seus quadris. Ao escolher uma amante, ele sabia que não tinha que olhar para além das coisas simples. Por um momento, ele considerou pegar ambas. Com o stress que ele tinha estado ultimamente, não tinha certeza se poderia
proporcionar corretamente o prazer para ambas simultaneamente. No fim, ele escolheu a sedutora escura. Com uma elevação de sua mão, ele acenou para ela ir à frente. A mulher sorriu, aproximandose dele. Sem hesitar, Kirill perguntou: — Você esteve com o falecido Rei? — Não, meu senhor. — respondeu a mulher, humildemente. Kirill assentiu, satisfeito com sua voz sensual. Ela faria bem em satisfazer as necessidades de seu corpo. — Você quer ficar comigo na minha cama? — Sim, meu Rei. — não houve nenhuma hesitação em sua resposta. Seus lábios se separaram e ela lhe lançou um olhar de puro convite. — Muito bem! O resto pode ir. — disse Kirill. As mulheres se inclinaram, sua decepção evidente. Era uma grande honra ser escolhida como amante do Rei e se uma mulher pudesse agradá-lo o suficiente para ser uma amante, sua posição era quase tão vantajosa quanto ser uma esposa. No entanto, todos sabiam que os Reis Var normalmente não compartilhavam seu poder com uma Rainha. — Seu nome? — Kirill perguntou a mulher. —Linzi,
meu
senhor.
—
ela
murmurou.
Seus
olhos
mergulhados corajosamente sobre a forma dele. Kirill viu a atração dela por ele, uma atração que ela não tentou esconder. Instantaneamente, outro par de olhos brilhou em sua mente, olhos de fascinante azul escuro. Ele examinou o salão, procurando o cabelo vermelho dourado, cabelo que se destacaria na multidão. Seu corpo tremeu, querendo Ulyssa. O cheiro dela ainda estava em sua cabeça. Lembrar o som de sua voz tamborilou fogo em suas veias. O fascínio dela para ele era potente, mais potente que qualquer outro que tinha sentido. — Meu senhor? — Linzi perguntou, olhando por cima do ombro para o meio da multidão para ver o que ele olhava.
A atenção de Kirill focou-se mais uma vez no som de sua voz. Ele suspirou, escondendo o seu desapontamento em não ver Ulyssa. Ela provavelmente estaria muito distante agora. Era o certo. Ele não precisava do tipo de distração que uma mulher poderia se tornar, especialmente agora enquanto ele encaixava-se no papel de um Rei. Lentamente, ele se levantou da cadeira do trono, que comandava o salão. A multidão se abriu para deixá-lo passar, os olhos se voltaram para ele em respeito. As dançarinas exóticas saíram do seu caminho e se curvavam enquanto ele passava. Linzi seguiu-o mansamente atrás sem ter que ser ordenada. Uma vez que eles estavam fora da sala, Kirill se virou e deu à mulher um sorriso. Ele estendeu o braço para ela tomar. Ela o fez sem hesitação. Não havia timidez nela enquanto olhava para ele. Ela sabia bem o que ele queria dela. Não havia nenhuma modéstia em coisas sexuais para os Var. O sexo era tão natural como respirar. Embora Linzi não fosse Var por sangue, ela, como tantas outras, tinha adotado as maneiras dos Vars como as dela própria. Gentilmente, o Rei disse: — Venha, Linzi. Vamos para a cama.
As narinas de Ulyssa ardiam de raiva enquanto lutava contra suas restrições. Aquele idiota do Falke a tinha amarrado à cama de Kirill como uma espécie de presente de coroação. Seus pulsos estavam presos acima de sua cabeça e suas pernas frouxamente amarrados aos postes dos pés da cama, convenientemente mantidas abertas. Ela tinha realmente ficado surpresa quando ele não amarrou um laço grande e vermelho sobre os seus seios. Os nervos destes homens,
pensando
que
poderiam
simplesmente
fazer
quisessem com uma mulher onde e como eles queriam!
o
que
Ulyssa não sabia o que a deixava com mais raiva, o fato de que ela estava amarrada à cama, ou o fato de que Falke a fizera colocar um vestido. Ela fez uma careta, olhando para o conjunto sumário. Pouco mais de dois pedaços de material transparente, o vestido preto e prata tinham um curto pedaço na frente e um pedaço mais longo atrás, mantidos juntos por cordões em cruz nas laterais que corriam sobre seu quadril nu e os lados, finalmente o laço sobre um
ombro.
Com
um
puxão
de
um
cordão,
o
vestido
viria
completamente abaixo. Ulyssa sabia que era provavelmente a função exata que o Var tinha em mente quando tinham projetado a coisa horrível. Ouvindo um ruído, Ulyssa congelou. Uma porta fechou e um pequeno som veio do outro lado da porta do quarto. Retesando-se, ela olhou em direção ao som, puxando com força suas restrições num esforço renovado para ficar livre. Houve um estrondo seguido de uma risadinha muito feminina. De repente, a porta do quarto se abriu. Ela foi aberta com um empurrão duro, soando alto enquanto ela batia na parede. A mulher riu de novo, um som verdadeiramente repugnante para Ulyssa. As costas de Kirill estavam para ela. Uma coroa de metal estava em sua cabeça escura. Gemidos de prazer animalescos vinham dele enquanto ele beijava a mulher morena em seus braços. Ulyssa observava em atordoado e frustrado silêncio, enquanto as mãos de Kirill deslizavam sobre o corpo da sua amante. As palmas das mãos em concha sobre os seios, esfregando o polegar em círculos lentos sobre o mamilo. A mulher continuou rindo, até que isso era tudo que Ulyssa podia ouvir em seu cérebro entorpecido e o som irritou o inferno para fora dela. Um som baixo cresceu na parte de trás da garganta de Kirill para responder a risada irritante, trouxe Ulyssa para fora de seu transe. Os ruídos enviando arrepios por sua espinha. Uma inveja,
irracionalmente aquecida como o fogo aceso em seu sangue, enquanto observava-os juntos, especialmente uma vez que ela quase se incendiara por ele desde seu primeiro encontro. Sem pensar, ela rosnou: — Se você quiser usar a cama, então é melhor você me ajudar a sair dela primeiro. De onde isso veio? Ulyssa estava chocada com a sua explosão. Ela observou como Kirill parou na metade de um beijo. Seus lábios firmes recuaram da mulher e a mão dele caiu do seio para o lado. Ele virou os olhos confusos para olhar para ela. Ulyssa mexeu os dedos para ele na saudação, chamando a atenção para os pulsos acima da cabeça. Ela apertou os lábios, dando-lhe um torto sorriso zombeteiro. — Você? — a surpresa mulher ao lado dele disse. Seus olhos arregalados percorreram Ulyssa. De repente, ela se curvou baixo. — Perdoe-me, minha senhora. Não procurei uma introdução. Sou Linzi. Eu não sabia que o Rei já tinha uma primeira. Se soubesse teria ido pedir a sua permissão. Kirill franziu o cenho e abriu a boca para falar. As palavras de Linzi o pararam. — Sinto muito por tentá-lo, meu Senhor. Vou passar os requeridos trinta dias no exílio. Se desejar me ter, então, você sabe onde me encontrar. — Linzi curvou-se e correu da sala. Kirill nem sequer tentou impedi-la de sair. Uma expressão triste cruzou suas feições e seu olhar aquecido voltou-se para a cama. Vendo-a, uma carranca cresceu entre os olhos castanhonegros. Ulyssa encontrou seu olhar mortal. O desafio entre eles foi mais uma vez renovado.
Capítulo Quatro
— Que namoradinha fofa você tem aí!
— Ulyssa disse
secamente. — Agradável e submissa. Estou curiosa, ela tem de pedir permissão para se ajoelhar e lhe dar uma chupa... — O que você está fazendo aqui, Lyssa? — Kirill perguntou, cruzando os braços. Ele não tinha escrúpulos de ficar conferindo a forma dela ligada em sua cama. O interesse se acendeu dentro dele, enquanto descaradamente estudava a posição tentadora dela. — Uh, caso você esteja cego, eu realmente não tenho uma escolha, a não ser estar aqui neste momento! O bárbaro do seu irmão, Falke, amarrou-me aqui! — Ulyssa novamente mexeu os dedos para um efeito dramático, mas os olhos dele não estavam em suas mãos. Ela tentou manter as pernas juntas, mas não adiantou. Se ela fosse mais magra apenas um pouco mais, ele veria exatamente acima de sua saia. A umidade se acumulando entre suas coxas, fazendo-a mais do que pronta. — E por que ele teria feito isso? — Kirill perguntou, se aproximando ao lado da cama. Um sorriso lento e delicioso curvavalhe os lábios. Uma luz suave brilhava do closet, dando uma penumbra agradável para o quarto, lançando em suas peles uma suavidade romântica que parecia fora de lugar em sua batalha de vontades. — Eu não sei. — ela mentiu. Sua voz caiu e ela não conseguia se impedir de olhar para ele. — Hum. — Kirill estudou-a mais um momento antes de se encolher. — Faça como quiser. Eu sei que meu irmão não a teria
amarrado aí sem uma razão. Até que você esteja pronta para falar a verdade, eu serei forçado a deixá-la onde está. Kirill fez um movimento para sair. Ulyssa se retesou. — Ótimo! — ela gritou quando a mão dele tocou a porta. — Eu estava tentando escapar deste maldito palácio! Tenho certeza que você está bem consciente de que é um labirinto gigante, um guarda me parou, então o seu irmão apareceu do nada e... — Ulyssa suspirou, revirando os olhos. — E eu poderia ter dito a ele que me escolheu para ser sua mulher. Agora me solte! — Você disse o quê? — Kirill empalideceu ligeiramente. Seus olhos nos dela. — Deus! Você não precisa me olhar assim! Ok, então eu não sou o seu tipo. Você não tem que esfregar isso na minha cara. Eu não sou uma leprosa parva! — Ulyssa olhou para ele. Que diabos estava errado com ela para não ser sua amante? Ela era tão atraente como a prostituta que acabara de expulsar da sala com a sua presença. — Além disso, você teria sorte em dormir com uma mulher como eu, se pudesse lidar com isso! — Eu não escolhi você. — Kirill disse suavemente. Uma expressão estranha veio a ele. — Por que você disse isso? — Alôôô? Você está mesmo me ouvindo? Eu disse que estava tentando fugir. Eu pensei que me daria um passe livre da sala. — Ulyssa encolheu os ombros.
—Agora, eu lhe disse o que aconteceu.
Desata-me! Os lábios de Kirill se curvaram suavemente, mas ele a ignorou de qualquer modo. Lentamente caminhou até a lareira e colocou a coroa de aço sobre ela. Muito pensativo, ele correu um dedo levemente ao longo da borda de metal antes de se mover para ajeitar o comprido cabelo negro. — Você não entendeu o que fez? — Kirill perguntou.
— Não. — Ulyssa observou-o atentamente. Ele se virou para ela, seu olhar sombrio e triste. Sussurrando, ela perguntou: — O quê? — Você se declarou minha companheira! — disse Kirill. — Minha primeira cara metade para ser exato. Isso lhe confere poder em minha casa. Tudo o que precisaria é a minha declaração e você seria minha companheira, minha esposa. — O quê? — Ulyssa quase gritou enquanto começava a dar pinotes novamente. — Eu não vou ser a mulher de ninguém! Agora você me solte neste instante, seu pagão, selvagem, babaca! Que obsessão é essa da sua raça com o casamento, afinal? Por que não se junta à idade moderna, seu primitivo homem gato! Você não ouse pensar que... — Felizmente — Kirill sublinhou por meio de interrupção. — para o bem de ambos, eu nunca vou fazer tal declaração. Eu não vejo utilidade para uma mulher. E eu certamente não tenho desejo por alguém que tentaria me queimar vivo todos os dias. — O quê? Oooh! Eu disse que era como ser queimado vivo, como... Oh, não importa! — Ulyssa olhou ansiosamente para ele. — De qualquer forma, eu não tenho uso para uma mulher. — disse Kirill, escondendo o sorriso. — Ótimo! Então estamos de acordo. Desata-me e me aponte à saída mais próxima! — Ulyssa relaxou contra a cama. Seus braços doíam de seu constante puxar. Seus dedos latejavam por falta de sangue e seus pulsos estavam começando a pinicar por serem friccionados. — Eu temo que isso não seja mais possível. — Kirill virou-se para ela e fez o seu caminho através da sala para ficar acima dela. — Que diabos você está falando, como não é possível? — os olhos de Ulyssa se estreitaram, enquanto ela olhava para ele. Homem, mas ele era bonito. Se ele não fosse tão malditamente frustrante,
ela
tentaria
convencê-lo
a
deitar
em
cima
dela.
Formigações explodiram por toda sua pele. De repente, as restrições dela não pareciam uma coisa tão má. Seus nervos estendiam-se para ele, querendo-o. — Você já se declarou minha primeira cara-metade! — os olhos de Kirill se suavizaram enquanto ele olhava para ela embaixo. — Sim e daí? — ela exigiu, ficando rígida enquanto lutava para controlar seu desejo pelo Rei bárbaro. Seus lábios pressionados firmemente juntos. — Eu retiro isso. Eu não sou sua mulher. Vai, cuidado... Agora... Deixe-me... Ir! — Meu povo não aceita tomar de volta essas declarações, sobretudo no mesmo dia em que elas foram feitas. Fazê-lo seria desonrar a nós dois. Isso seria assumir, ou que você mentiu ou que eu usurpei você e depois neguei isso. De qualquer maneira, não é uma boa maneira de começar o meu Reinado... Com um escândalo. —
Diga
a
todos
que
eu
menti!
Você
não
vai
ser
menosprezado. Na verdade, você pode dizer que me baniu do palácio como
punição.
Isso
resolveria
os
nossos
problemas!
—
espontaneamente, os olhos dela começaram uma jornada sobre o seu corpo rígido. Ele era lindo com certeza. O olhar dela percorreu seus ombros largos, a cintura delgada, seus quadris com proporções perfeitas. Vendo a protuberância dura pressionando contra sua calça, sua boca ficou seca. Ela desejou que suas mãos estivessem livres para que pudesse abrir os cordões de seus quadris para ver melhor. Mas, como suas mãos estavam ocupadas, ela ficaria feliz em usar seus dentes, se ele estivesse apenas um passo mais perto. — Você vai ser desonrada. Os olhos de Ulyssa voaram ao encontro dele. As feições dele estavam revestidas com grande diversão. — Eu não ligo para o que as pessoas pensam de mim. Então que eu fique desonrada. — ela arregalou os olhos e declarou ironicamente: — Eu tenho certeza que vou superar isso.
— Ser desonrado em minha cultura significa encarar a prisão ou a morte. — os olhos de Kirill percorriam todo seu corpo, devorando sua forma como ela tinha feito com a dele. Seu olhar parou para olhar vagarosamente os seus seios. Ele propositalmente lambeu os lábios. — Se eu deixar você ir, será caçada. — Bem, oh terrível! Diga-me como vamos sair dessa confusão? — Só há duas maneiras que eu conheço. — respondeu ele. — O primeiro? — Morte. — Eu não suponho que você estaria disposto a morrer por mim, estaria, garanhão? — Ulyssa perguntou, com uma elevação da testa. — Não. — Kirill sorriu maliciosamente para ela, um sorriso verdadeiramente mau. Novamente, tremores percorreram-na, ele a examinou com o olhar. Ele era realmente muito atraente, apenas olhar para ele fazia sua mente vagar por coisas perversas. — E o segundo? — sua voz saiu num sussurro. O sorriso dele se alargou. O nervosismo de Ulyssa aumentou. — Qual é a segunda maneira? — Você tem que ficar aqui, na minha casa, e ser minha amante. Levou algum tempo para o choque de sua afirmação ousada passar. Ulyssa olhou para ele, esperando o riso que se seguiria a tal declaração. O riso não veio. Mesmo que seu corpo tenha reagido excitado ante a ideia de ser amante dele, sua mente se rebelava. Ela não pertenceria a homem algum. Ela não podia ser amante de ninguém. Suavemente, ele continuou: — Você vai ficar e seu corpo vai dar libertação ao meu. Kirill olhou a linda mulher amarrada à sua cama, esperando por sua reação a suas palavras. O rosto dela estava pálido, mas isso
não importava. Ele podia ver a descrença em todos os movimentos sutis de sua forma. Sua respiração capturada e detida. Seus dedos curvados em suaves punhos. Ele sabia que a declaração a irritaria. — Em troca, o meu vai lhe dar prazer. — ele sussurrou com confiança. Ele viu-a estremecer com as palavras. Gatos Sagrados! Ela era deslumbrante de se ver. Seu ponto de vista lhe concedia todo o caminho do quadril sedoso pela lateral até o arredondamento do seio, sabia que ela estava nua sob o vestido tradicional. Seu mamilo escuro pressionava-se contra o material transparente, delineado para a perfeição. A região mais escura entre as coxas dela chamou a sua atenção. Ele já sabia que ela o desejava. Ele podia sentir o cheiro dela enquanto este enchia sua cabeça. Sua boca se encheu de água, ansiosa para prová-la. Seus lábios se separaram um pouco, querendo provar o creme de sua pele, o sabor de sua essência. Ele queria inflamar as paixões que sentia chiar sob a superfície ardente dela e ao mesmo tempo, satisfazer suas próprias necessidades ardentes. Ele tinha ficado chocado ao encontrá-la amarrada como uma oferenda a um Rei. Ele não tinha dúvidas do que ela dissera para ir parar lá. Confiava em Falke, seu sempre obediente irmão, para acompanhar as antigas tradições à risca. Se esta mulher se declarara a mulher do futuro Rei, e, como ele suspeitava tinha tentado escapar enquanto Falke a preparava, seu irmão comandante poderia muito bem tê-la amarrado sem pensar duas vezes. Um desejo real em tais questões era sempre seguido. Ela era forte, tão frustrantemente difícil. Esses traços eram claros. Mas, sob o exterior teimoso, ele detectou uma vulnerabilidade que fizeram todas as fibras do seu ser masculino desejar protegê-la e mantê-la segura. Tinha estado lá em seus olhos quando ele a assustara em sua forma shifter. Ela não seria mais para ele do que uma meia-companheira, uma amante. Mas, possuí-la, seria uma honra digna de um Rei.
— Não! — Não!? — Suas sobrancelhas subiram de surpresa. O que ela quis dizer com não? — Exato! Não. Eu não vou ser sua amante! — Ulyssa disse. — Eu não quero ser! — É uma posição de grande honra! — ele respondeu. — Uh, ainda assim, não, obrigada! Eu vou passar. — Ulyssa presunçosamente sorriu para ele. — Você não está em posição de negociar. — Kirill nunca tomaria uma mulher que não o quisesse, mas ela tinha começado o jogo entre eles e, sinceramente, estava surpreso que ela dissera não a ele. Ele inclinou a cabeça e tomou uma respiração profunda. O desejo dela o encheu como um perfume doce e inebriante. — Além disso, seu corpo me diz que você gostaria muito de ser minha amante. A boca de Ulyssa caiu aberta, ela resmungou com ironia: — Boa tentativa, bárbaro! Se você fosse me violentar, já teria feito isso na noite passada. Agora, deixe-me ir antes que eu fique realmente zangada. — Talvez eu devesse perguntar gentilmente antes de você tomar sua decisão. — sua voz praticamente rosnou enquanto ele sorria como um menino prestes a testar uma nova espada. Lentamente, ele caminhou até o pé da cama, mantendo seus olhos escuros nos dela. Gradualmente, o olhar de Kirill deslizou por sobre o seu corpo, sobre os seios, cintura, passando pelos quadris, até que finalmente ele parou no ápice de suas coxas escondidas sob o vestido escuro. Seu corpo se curvou para frente enquanto ele se movia sobre a cama. Rastejando de quatro, ele veio por cima dela. Seus joelhos colocados entre as pernas frouxamente atadas e ele colocou as mãos na cama, do lado de fora de suas coxas.
Lentamente, ele olhou para ela, tomando o seu tempo enquanto estudava o corpo dela embaixo dele. Cabelos escuros derramados sobre os ombros e as costas. A luz da promessa filtrada em seu olhar penetrante. O coração de Ulyssa quase parou com o significado de sua expressão. Sua respiração saia ofegante. Pela primeira vez na vida ela não conseguia pensar em uma única coisa a dizer. Kirill lambeu os lábios enquanto seu dedo desenhava no joelho dela. Levemente, ele a tocou e ela tremeu. Seus olhos se arregalaram. Uma torrente de umidade se amontoou entre as coxas dela e a preparou para ele. Assistindo seu dedo como se fosse a tarefa mais importante do mundo, Kirill conduziu-o em círculos suaves na parte superior de sua coxa. As costas de sua mão ergueu a saia por centímetros agonizantemente
pequenos.
A
perna
dela
tremeu,
caindo
ligeiramente aberta em convite. O movimento fez com que a mão progredisse ao longo de sua pele. Kirill gemeu baixinho, inclinandose para escovar os seus lábios contra os joelhos levantados. Ele não a beijou, apenas permitiu que seus lábios descobrissem a textura da pele dela numa carícia breve. O corpo de Ulyssa se sacudiu violentamente, mostrando as profundezas de sua necessidade. Seu centro estava molhado, quente, quase queimando em antecipação. Suas mãos trabalharam contra os laços, lutando para ser livre. Os lábios dele acariciaram seu joelho outra vez e ela estremeceu novamente. Ondulações de prazer enviadas através dela com uma simples carícia. Suas costas arquearam-se, oferecendo-se em convite. Ela queria mais dele, muito mais. Kirill gemeu em aprovação à paixão dela. Ela estava tão puramente selvagem em suas respostas não domesticadas. Mesmo sabendo que uma parte dela lutava agitada contra ele, ela o queria. De repente, ele parou e puxou a mão para trás em um punho. Sentado entre as pernas dela, ele a estudou atentamente.
— O quê? — ela começou confusa. Suas pálpebras vibravam enquanto ela procurava por ele na escuridão. — Por que você parou? — Você pertenceu ao meu pai, Lyssa. — ele declarou simplesmente. Ulyssa ficou tensa. — Eu não pertenço a homem nenhum, especialmente não ao seu pai! Para sua surpresa, um sorriso brilhou em seu rosto com suas palavras. — Eu realmente sinto pena de qualquer homem que te ame com o coração, pois seria uma batalha exaustiva ganhar o seu. Ulyssa sentiu uma pontada imediata de lágrimas com as palavras, mas piscou-as de volta. Ela não se importava em saber por que a verdade a fazia sentir como se recebesse um chute duro no intestino. Ela sempre não dizia a mesma coisa? Mas, ouvir da boca dele parecia doloroso. A mão de Kirill alcançou mais uma vez a sua coxa, empurrando a saia mais para cima. Com voz baixa ele perguntou: — Você quer isso? — É apenas sexo, Kirill — ela respondeu ainda magoada com as palavras dele e cobrindo isso com seu jeito simples de falar. — Eu tive
minhas injeções
de
viagens intergalácticas e
não
posso
engravidar. Não temos nada para se preocupar. Ele parou, considerando as palavras dela. — O quê? Eu não posso chamá-lo de Kirill? Você realmente quer que eu grite Sua Alteza Real? — Ulyssa sorriu. Kirill veio para frente e roçou seus lábios contra os dela. Foi um beijo que ambos sentiram até a ponta dos pés. Sussurrando ele disse: — Não, na cama, você pode me chamar como quiser. Em público, é meu Senhor, meu Rei, ou Rei Kirill.
— Você sabe que eu não vou ficar aqui. — Ulyssa bateu o nariz brincando com o dele. — Você percebe que eu não posso permitir que você nos deixe ainda. — respondeu ele, esfregando as costas. — Eu não estava pedindo a sua permissão. — Ela elevou a língua para traçar o contorno dos lábios dele, tentando seduzi-lo à loucura. Ele tinha gosto de vinho, quente, delicioso. — Você não tem nenhum poder sobre mim. — Não posso permitir que você saia. — elevando sua língua, ele fez o mesmo com ela. Seus olhos escuros se abateram nos dela, azuis. — E eu tenho poder absoluto sobre a minha terra. — É visível que não podemos chegar a um acordo. — ela sussurrou. Seus cílios longos esvoaçavam sobre os olhos, enquanto as pontas de suas línguas se tocaram e emaranhavam-se em círculos lentos. Kirill chupou a pontinha da língua dela em sua boca e fechou os lábios em torno dela enquanto lentamente puxava para trás. — Hum, assim parece. Ulyssa gemeu incapaz de se retirar da sedução. O corpo dela vibrava com o fogo. Ela precisava dele para aliviar a dor que a proximidade dele atiçara. Abrindo os lábios, ela se empurrou para cima, pronta para reclamar a boca dele com a dela em um beijo ardente. Ele puxou para trás, como se tivesse antecipando seu movimento. Ele deixou o esboço de um lento sorriso na boca enquanto fazia uma pausa, deixando-a saber que ele estava no controle. Então, ansiosamente, ele eliminou a distância e deu a ela o que desejava. Sua língua mergulhou entre seus lábios, passando a barreira dos dentes dela para possuir e explorar enquanto sua boca se pressionava fortemente contra a dela. Ela o buscou igualmente, sem hesitação. Os dentes dela morderam levemente seu lábio
inferior, enquanto sugava-o para dentro de sua boca. Seus altos gemidos misturavam-se no quarto, ecoando nas paredes. — Mmm, seu sabor é doce! — disse ele em seu beijo. — Como frutas. — ele vagueou as mãos sobre os lados dela, tocando a pele através dos laços. Chegando ao lado de seus seios, o dedo escorregou sob o material estabelecendo-se em um globo macio. — Sua pele é como seda! — os beijos de Kirill moviam-se a partir de seus lábios, arrastando-se sobre seu queixo e garganta. Pequenos ruídos
animalescos
escapavam
dele
enquanto
a
devorava
suavemente. Em todo lugar que ele tocava acendia-se fogo na carne dela. Ela tinha estado com homens, mas nenhum tinha provocado tal resposta a tornando alegre e vertiginosa. — E tem gosto de creme de leite. — Ulyssa estremeceu de prazer feminino. Nunca tinha se sentido mais mulher do que quando ele falava com ela. De repente, ela não se importava de ser indefesa ao seu capricho. — Mmm frutas e creme. — as mãos de Kirill deslizaram para baixo nos quadris dela. A língua dele estalou em sua orelha e depois se sentou para assistir enquanto ele puxava-lhe a saia mais para a cintura. Suas pálpebras pesadas caíram sobre os olhos enquanto o pequeno trecho de cabelo era revelado a ele. — Eu quero te comer toda! O prazer explodiu quando a boca baixou sobre seu monte molhado. Instantaneamente, a sua longa língua encontrou-se com os lábios femininos, separando-os para que ele pudesse saborear profundamente. Ulyssa gritou. Suas mãos a seguraram com firmeza enquanto ele retiravalhe o creme do corpo. Os quadris dela se sacudiram e ela quase gozou contra ele. Sua risada baixa de prazer reverberava entre as coxas dela, vibrando contra ela. Os dentes roçaram a protuberância central do desejo dela. Ele lambeu sua abertura, apenas para sugar delicadamente. Ulyssa gritou. Kirill sugou mais forte, ordenhando um orgasmo de seu corpo. Luzes brilhantes explodiram sob as pálpebras
fechadas. Seus dentes morderam o lábio com força, quase tirando sangue enquanto o tremor a superava. Seu corpo ficou rígido enquanto ela se erguia da cama, esticando as amarras. Ela veio com força contra sua boca e ainda assim ele não parou, não permitindo que o tormento terminasse. Apenas quando ela ficou fraca e ofegante, implorando por misericórdia, ele recuou. A expressão de satisfação chegou a seus traços escuros. Sentou-se, retirando o cinto. Ulyssa lutava por controle, por lucidez. Os olhos dela devoravam-no,
tentando
focalizá-lo
enquanto
os
tremores
desapareciam. Logo, sua camisa estava desamarrada e saiu pela cabeça, revelando a perfeição bronzeada do seu peito macio. Ulyssa estava quase fraca demais para se mover, mas enquanto assistia a sedução lenta do desnudamento dele, ela encontrou-se pronta para mais. Só que desta vez, ela o queria enterrado
dentro
dela.
Os
olhos
dela
moveram-se
para
a
protuberância de sua excitação. Ao invés de revelá-la aos olhos curiosos, ele lhe desamarrou as pernas. Uma vez liberadas, ele gentilmente massageou o sangue de volta para seus tornozelos. Seus pés roçavam incansavelmente na cama enquanto ele a tocava. Suas pernas permaneceram abertas, esperando por ele. Vendo o olhar dela ainda fixo em sua ereção, Kirill perguntou em um tom escuro: — Você gostaria de vê-lo? Ulyssa assentiu. Ofegante, ela arquejou. — Sim. Ele sorriu e ficou ao lado da cama, antes de puxar os cordões ao longo de suas coxas. O material deslizou ao chão. Ele ficou orgulhoso, nu diante dela, deixando-a olhar o seu corpo era todo tendões e músculos. Nenhuma grama de gordura estragava seu corpo perfeito, liso.
Os olhos de Ulyssa se lançaram para sua excitação e ela engasgou com a surpresa agradável. Antes de qualquer coisa, o eixo liso era mais largo do que deveria ser pelo corpo esguio. Ela não tinha certeza se o tamanho enorme a animava ou apavorava. Não demorou muito para que seu entusiasmo levasse a melhor. Não admirava que ele não tivesse escrúpulos em se despir para ela. Com uma arma como essa, era uma maravilha que ele não andasse nu o tempo todo. — Mmm, venha aqui. — ela ronronou. Alcançando-o com o pé, ela correu os dedos ao longo de sua coxa. Seus movimentos eram refinados, esguio, gracioso, enquanto ele engatinhava sobre ela mais uma vez. Ela gostava de ver a graça dominadora de seus músculos à medida que ondulavam sobre a pele. Os dedos dele encontraram os laços e lentamente a separou da roupa, beijando-lhe a carne enquanto ele preguiçosamente a despia. Ela
se
contorcia
freneticamente
contra
ele,
esfregando-se
e
contorcendo-se descontroladamente em suas costas, quadris, ao longo de suas laterais, onde ela podia alcançar. Quando seus lábios se trancaram em um mamilo eriçado para sugá-lo suavemente, ela resmungou: — Ah, me solta! Eu devo estar fazendo algo errado, porque eu estou pegando fogo e você está calmo. Deixe-me solta e eu prometo fazer você perder o controle! — Não faça promessas que não pode cumprir. — disse ele contra seu seio, movendo-se para apertar o mamilo com a língua. — Que diabos isso significa? — ela exigiu, enrijecendo. Ela arregalou os olhos de horror, como se ele tivesse batido nela. Movendo a perna para o lado, tentou privá-lo de seu corpo. Seus olhos estavam úmidos e ela piscou para não chorar no desalento e constrangimento. Ela golpeou-o repetidamente ao longo de sua cintura com a coxa. Ele resmungou em desconforto, mas não paralisou o assalto de sua boca.
Kirill levantou-se se aproximando aos lábios dela. Sua perna prendia a dela para baixo, ela queimava por dentro ao sentir a espessura de sua excitação. Um braço obstruía o movimento de sua coxa prendendo-a de modo que ela não poderia voltar a atacar. De repente, ela tomou consciência do quão forte o homem-gato realmente era. Beijando-a até deixá-la completamente sem fôlego, ele se afastou. Contemplativo, ele afastou os cabelos dourados e perguntou baixinho: — O que aconteceu com a mulher confiante que se atreveu a desafiar um Rei? Sua garganta trabalhou nervosa, ela não conseguia se mover. Os olhos dele fitavam-na, confiante e seguro e tão controlado. Parecia para ela que ele não sentia paixão alguma. Entretanto, havia ternura nele também, e isso a deixava nervosa. Ela ignorou o seu lado mais suave, concentrando-se em estar indignada e magoada. — Saia! — ela resmungou. — Nós terminamos aqui. — Isso não é o que você deseja! — ele afirmou confiante. Ulyssa franziu o cenho. Maldição se ele não estava certo. — O nef que você bebeu que fez você sentir uma paixão descontrolada, dá-me o apoio de que preciso para ver o seu prazer em primeiro lugar. Ao fazer isso, eu vou aumentar o meu. — Kirill parou para beijá-la novamente para passar a língua em sua orelha. Mordiscando um lóbulo em seu percurso, ele continuou. — É por isso que eu não posso perder o controle. Não tem nada a ver com os seus muitos encantos. O nef controla a fera dentro de minha espécie. É por isso que nós o bebemos, para temperar-nos de volta. Ulyssa franziu a testa, desgostosa de sua vantagem injusta. Ela o queria tão frenético e necessitado como ela. Porém, a explicação dele consertou o seu orgulho ferido. — Se o meu consumo de nef lhe desagrada, Lyssa, não vou tomar antes de vir para você futuramente. — disse Kirill.
Ulyssa se retesou. Muito cuidadosamente para que não houvesse equívoco, ela disse: — Esta é à noite, Kirill. Não haverá futuro. Kirill moveu seus quadris para se posicionar entre os dela em um deslize gracioso. Ela estremeceu quando seu calor duro se aproximou de sua abertura delicada. Ela estava pronta para ele, muito pronta. Seu corpo liberara uma torrente de nata com sua proximidade. — Isso é um desafio? — ele perguntou, com um amplo sorriso nos lábios firmes. — Não. — ela disparou contente por sua voz ter saído rígida e segura. — É um faaaaaato! Kirill se impulsionou para frente enquanto ela falava, cortando suas palavras enquanto ele encaixava o seu eixo dentro dela. Os olhos dela se arregalaram de espanto enquanto os lábios dele encontraram o pulso em seu pescoço. Ele beliscou-lhe a pele, mantendo-a parada enquanto ele permitia que o corpo apertado dela se ajustasse a ele. Ulyssa não era uma virgem inexperiente, mas lágrimas de dor-prazer picaram-lhe os olhos. Seus lábios se entreabriram, ofegando de surpresa. Todos os argumentos lógicos a deixaram até tudo o que ela conseguia pensar era que ele era maior do que ela havia pensado. —
Você
está
machucada?
—
ele
perguntou
sua
voz
apaixonada, enquanto a mantinha imóvel. Seu tom era preocupado, mas seus lábios
não
pararam seu movimento
dolorosamente
torturante contra sua carne. Ela se atirou para frente, esquecendo tudo enquanto virava a boca para capturar a dele. Ela beijou-o com força longamente, gemendo de prazer. Ele rosnou em sua boca e ela respirou o som dele. Os quadris dela se moveram, estimulando-o a empurrar.
Para a surpresa dela, ele deslizou mais profundo ainda até que seus quadris estivessem assentados vigorosamente contra os dela. Cada fibra dentro dela sendo atingida por ele. Ela arqueou, pressionando sua barriga e seios ao se esfregar contra o calor dele. Ele se moveu, lentamente no início, enquanto trabalhava o seu corpo em um ritmo tântrico preciso contra ela. Ele facilitou para ela, movendo o seu eixo rígido em estocadas rasas até que ela se acostumasse ao seu tamanho. Fogo e tensão se agrupavam nos quadris dela, alimentando um crescimento febril. Seus gritos de prazer se juntaram aos grunhidos mais suaves dele, enquanto ela se contorcia por mais. Ela tentou enganchar a perna em torno dele. Com um rosnado, ele agarrou-a e jogou-lhe o joelho por cima de seu ombro, abrindo-a mais para ele. O ritmo de seus quadris crescia mais rápido, mais difícil, cavando dentro dela, balançando dentro e fora de seu calor em cursos longos, até que eles se empurravam um contra o outro na busca pela satisfação. Kirill
levantou.
Ela
observou
seus
músculos,
nadando
maravilhosamente eróticos debaixo de sua pele. Ele era talvez o homem mais bonito que já tinha visto, robusto e requintado. Seu cabelo escuro faziam cócegas em seus seios. Os braços tensos. Ela queria desesperadamente tocá-lo, mas suas amarras estavam muito apertadas. — Oh, meu Deus! Kirill! — Ulyssa gritou no quarto enquanto ela se aproximava do seu clímax duro. De repente, um tremor de terra soltou-se dentro da pele dela, ela balançou com a força dele. Todo o seu corpo ficou tenso, impotente contra as ondas da paixão. O grito de Kirill juntou-se ao dela, alto e violento enquanto ele também se enrijecia. Ele congelou como uma estátua gloriosa acima dela, seu corpo apertado, sua boca escancarada, as cordas de seu
pescoço esticadas. A passagem dela apertou-o, estimulando a liberação dele, ordenhando-lhe a semente do corpo. Enquanto os tremores diminuíam, Kirill caiu para frente. Seus cotovelos apoiaram o seu peso para que ele não esmagasse. Brincalhão, ele lambeu a bochecha dela antes de rolar para fora dela. Em segundos, ele tinha desamarrado as mãos dela e estava massageando a circulação de volta para elas. Ulyssa assistiu-o, fraca e admirada por sua força gentil. Ele não disse nada quando largou as mãos e puxou-a para seu peito. Segurou-a com ele, enrolado intimamente em torno do corpo nu dela. Ela
sentiu
o
duro
comprimento
dele
pressionado
protetoramente em sua pele. A cabeça aninhada sobre a curva do braço dele e as costas esticadas ao longo de sua estrutura forte. Os joelhos dele dobrados para as costas dela. Um braço forte caído sobre sua cintura e os dedos dele embrulhados possessivamente em torno de seu seio macio, sobre o seu coração. Ela nunca tinha sido protegida antes, nem mesmo quando era uma criança. Era uma sensação estranha, sobre a qual ela não queria pensar. Ulyssa sentiu o hálito de Kirill aprofundado no sono. Ela estremeceu, olhando para fora, sobre o quarto mal iluminado para a porta do armário. Ela sabia que a varanda estava lá, além da janela. Ela se perguntou se poderia usá-la para escapar. Ela nunca tinha dormido ao lado de um homem, uma vez que ela conseguisse o que queria dele. O coração dela batia violentamente contra a palma da mão quente dele, pulsando tão forte que a mantinha acordada. Mas, grande sexo ou não, ela nunca seria uma puta de Rei. Uma dor estranha crescia na boca do estômago. Ele era, de longe, o melhor amante que ela tinha tido.
Na manhã seguinte, Ulyssa roubou algumas roupas do armário de Kirill e escapuliu da casa dele bem antes do amanhecer. As salas do palácio estavam tranquilas enquanto percorria o caminho. Ela ainda estava perdida, mas a ideia de estar presa para sempre dentro do palácio como uma amante endureceu sua determinação de escapar. Ela não pertenceria a nenhum homem, mesmo que este homem fosse um Rei.
Capítulo Cinco
Kirill esticou os braços sobre a cabeça, arqueando suas costas contra o colchão. Com um meio sorriso se formando em seus lábios, ele suspirou de contentamento e estendeu a mão para puxar o calor do corpo feminino de volta para seus braços. Ele tinha dormido melhor do que tinha há muito tempo e os pesadelos que o atormentava desde a morte de seu pai tinham ido embora. Ele se sentia muito bem! Sua mão encontrou-se com a imensidão vazia dos lençóis fazendo com que o sorriso desaparecesse de suas feições. Franzindo a testa, um olho negro abriu para seguir sua mão. Ele rolou de lado para vasculhar o quarto por Ulyssa. Ela tinha ido embora. — Lyssa! — ele murmurou suavemente, sentando-se. Sua voz estava rouca de sono e ele limpou a garganta, somente para chamar mais alto. — Lyssa? O corpo de Kirill estava pronto para ela, como ficava evidente pela protuberância pesada sob o lençol. Um rosnado aumentou de forma constante em sua garganta enquanto ele saltava da cama. Ele checou freneticamente seu armário e varanda, então a sua casa. Ela realmente o tinha deixado. Coçando sua barriga nua, ele olhou para a sua ereção em desapontamento. O nó de estresse veio novamente até os ombros, traçando todo o caminho de sua espinha. Seus olhos se escureceram enquanto ele caminhava para dentro do armário. A última coisa que ele precisava era sua amante, uma mulher marcada pelo seu cheiro muito forte, vagando sozinha pelo palácio declarando-se livre. Kirill não tinha dúvidas que Ulyssa insistia em tentar deixá-lo. Tal
escândalo não seria bom para o seu Reinado. Os Vars orgulhavam-se de muitas coisas, não menos de serem capazes de agradar uma mulher na cama. Se um Rei, um homem de suposto grande poder e sabedoria ainda maior, não conseguia manter uma mulher feliz por mais do que uma noite... Bem, isso seria desastroso. Kirill não queria pensar nisso. Ele vestiu-se apressadamente com uma leve túnica e calças. Então deslizou botas de couro sobre seus pés. Elas chegaram até suas panturrilhas. Puxando os cordões da camisa apertando-os, saiu de casa. Uma vez no corredor, ele olhou em ambos os sentidos só para encontrá-las vazias. — Siren, encontre Lyssa. Uh, consiga Ulyssa. Ele só teve que esperar por um breve momento, antes do computador central do castelo responder com uma voz feminina sensual que exalava sedução. — Nenhum registro de nenhuma Ulyssa, meu Senhor. Kirill fez uma careta. Ele não tinha certeza de que haveria, mas não custava tentar. O DNA dela ainda não havia sido programado
no
computador
central
do
castelo,
por
isso
era
impossível rastrear sua exata localização eletronicamente. Ele começou a ir embora, só para parar. Voltando à sua casa, ele correu para seu quarto e vasculhou os lençóis. Ele encontrou um fio de cabelo loiro avermelhado no travesseiro e o pegou. Voltando à sala, ele pressionou uma série de peças no padrão circular da parede. As teclas não se moviam enquanto ele as tocava. Mas, quando ele terminou e puxou sua mão, o círculo central puxou para dentro da parede revelando uma tela. Pressionando um botão, ele colocou suavemente o cabelo de Ulyssa dentro da bandeja que deslizou para fora. Sorrindo, ele disse: — Siren, conheça Lyssa.
— Lyssa registrada, meu Senhor. — respondeu o computador em um tom que escorria mel e quase soava como zangada. — Liberação de segurança? Kirill pensou nisso e finalmente disse: — Dez. — Classe Prisioneiro, meu Senhor? Gostaria que eu avisasse aos guardas que ela não está em sua cela? — Ah, não, Siren, melhor fazer uma... Hum... Liberação oito. — Kirill fez uma pequena careta. Ela teria liberdade para vaguear no palácio, mas não poderia fazê-lo fora do edifício, sem ele ter sido notificado. — Muito bem, meu Senhor. Lyssa armazenada. — Agora, Siren, encontre Lyssa para mim. — declarou Kirill, novamente, pressionando um botão para recolher o computador e voltar à parede ao normal. — Lyssa está do lado de fora do gabinete real, meu Senhor, e não parece estar em movimento. Os sensores de porta estão pegando uma vibração. O bloqueio está sendo escolhido. Os guardas do palácio foram notificados e estão a caminho. Kirill saiu correndo na direção do escritório real antes de Siren ter acabado. A voz dela seguiu-o enquanto ele se movia pelo corredor. Ele franziu o cenho. Por que Ulyssa tentaria ir para lá? Seria possível que a mulher fosse uma espiã Draig? Depois do que o Rei Attor tinha feito para a família real Draig, ele não poderia culpá-los para tomar à defensiva. Mas, mesmo que ele entendesse, não podia permitir isso. Ele tinha o dever de proteger seu povo, mesmo que isso significasse lutar numa guerra que ele pessoalmente não acreditava. Se Ulyssa fosse uma espiã, os Draig definitivamente a tinham escolhido bem. Kirill não sabia por que se irritava em pensar que ela só tinha dormido com ele por disfarce, mas isso aconteceu. Ele não quis
aprofundar demais no sentimento. Ela era rara, isso era tudo, um mistério, uma diversão, uma boa parceira de cama. Bem, se ele fosse honesto consigo mesmo, ela era mais do que apenas boa de cama. Ela tinha sido fenomenal. Só de pensar nisso o fez correr mais rápido para encontrá-la. — Sua estúpida bola de pelos, cai fora! Kirill rapidamente reprimiu seu sorriso enquanto virava a esquina. Falke segurava Ulyssa firmemente com suas mãos para trás, enquanto ela continuava a jorrar palavrões para o grande comandante. Uma dúzia de soldados cercaram o par, parecendo confusos. — O quê? O pequeno gatinho assustado precisa de todos esses guerreiros para ajudá-lo? Não é possível cuidar de uma única menina por conta própria? — ela o provocava. Os olhos de Falke olharam por cima do ombro de Ulyssa a seu irmão. Ela empurrou para cima, chutando um dos guardas que assistia. Ele deu um passo para trás ao invés de tocá-la. Os homens olharam para o Rei em busca de orientação. Kirill sabia que eles não desejavam colocar a mão em sua amante sem permissão. Falke deu o que Kirill sabia ser a coisa mais próxima que ele tinha como um sorriso e assentiu com a cabeça em aprovação. Kirill fez uma careta. Confie em Falke para aprovar que uma mulher agisse como uma harpia. Os amplos olhos azuis de Ulyssa pousaram sobre ele e ele sentiu uma centelha de eletricidade disparar através de suas entranhas. Ela vestira novamente a sua roupa. Ele não gostava que ela as pegasse sem permissão, mas dane-se se ela não parecia sexy do mesmo jeito. Ela se sacudiu com força renovada. Falke apertou seu controle. Ela gritou de dor e imediatamente parou de lutar. — Kir... — ela começou, apenas para corrigir-se. — Meu Senhor, você se importaria de falar para este idiota me soltar!?
Os guardas engasgaram com seu tom duro. A respiração de Falke a pegou pelas costas. As sobrancelhas de Kirill se franziram juntas, enquanto ele olhava para ela em desagrado. Os olhos de Ulyssa se lançaram ao redor, nos homens. Ela engoliu visivelmente apenas para acrescentar: — Ah, por favor, sua realeza... Alteza... Senhor! Kirill suspirou e fingiu uma pose desinteressada, entediada. Seus braços cruzados sobre o peito olhando para baixo de seu nariz para ela. — Você deve perdoá-la. Minha pequena dama gosta de jogar. Os homens olharam para ele com expectativa. A boca de Ulyssa caiu aberta e ele se apressou para impedi-la de falar. — Ela queria muito ser caçada como minha presa. Eu não pude evitar satisfazer o seu capricho. — Kirill avançou para percorrer preguiçosamente as costas de seus dedos sobre seu rosto e para baixo em sua garganta. Os olhos dela se estreitaram em alerta justamente quando ele estava prestes a capturar-lhe um seio. Ele, de alguma forma, sabia que ela não veria com bons olhos ser agarrada em público. Uma parte dele desejava que sua mão continuasse, mas ele era sábio demais para pressionar a sua sorte. Ela estava ficando quieta. Ele não lhe daria motivo para começar a gritar. Kirill sentia os olhares de inveja dos guardas sobre eles. Ulyssa era uma mulher bonita e ousada o suficiente para disparar fogo no sangue de qualquer Var. Mas, o fato de que ela gostava de provocar o caçador dizia muito sobre sua selvageria entre os lençóis e isso os excitou também. O antigo predador neles, muito reprimido pelos respectivos códigos da sociedade, sempre flutuava sob a superfície à espera de uma desculpa para jogar. Era parte da razão pela qual eles bebiam nef, para acalmar a fera interior. — Eu deveria ter avisado a ela para ficar dentro da minha seção do palácio. — ele continuou, segurando o olhar dela por muito
tempo. Ele acenou com a mão para os guardas. — Vocês podem ir. Vou repreendê-la em privado. O coração de Ulyssa disparou no peito, mais por ver Kirill do que por ser capturada por seu irmão. Ela sentia sua proximidade e o queria novamente. Seu cabelo estava lindamente desgrenhado sobre seus ombros, fazendo-o parecer selvagem e incrivelmente sexy. Seus seios estavam muito ansiosos lembrando-a a sensação das tiras de seda roçando-os. Para sua vergonha, os mamilos ficaram rígidos contra seu top roubado. Ela olhou para baixo momentaneamente e, quando
olhou
para
cima,
Kirill
encarou
as
pequenas
pontas
traiçoeiras. Ela silenciosamente observou os guardas reverenciarem e deixá-la sozinha com Falke e Kirill. O poderoso Rei ainda fitava seus seios quando ela se virou para ele e limpou a garganta para chamar sua atenção. Seus olhos escuros brilharam aos dela, cintilando com uma promessa de ouro. O estômago dela vibrou e ela não conseguia se mover. Seu olhar disse que a queria. Os lábios dele se separaram, como se ele já pudesse prová-la. Havia posse em seus olhos, a possessividade sobre ela. Ela o sentia na própria cabeça, ouviu-lhe a voz baixa, um murmúrio tranquilo que ela não conseguia resistir. Tremendo, ela lutou novamente. — Diga ao imbecil de seu irmão para me deixar ir! Kirill assentiu para Falke que estava tudo certo. Falke soltou suas mãos. O cotovelo dela imediatamente se deslocou de volta para bater no tórax duro de seu captor. Ela gritou de dor, pegando o cotovelo no peito e aninhando-o. A respiração do comandante travou, mas ele não se dobrou como ela planejara. Se afastando deles, Ulyssa olhou acusadoramente enquanto esfregava o braço ferido. — Você tem sorte... — Siren, desbloqueie o escritório real, por favor! — Kirill interrompeu suavemente.
A porta destravou imediatamente e se abriu. Kirill entrou na sala real, ignorando a explosão de Ulyssa. Ela resmungou e invadiu logo atrás dele. Falke fechou a porta atrás dela e deixou-os sozinhos. Ela se perguntava se ele manteria guarda. O escritório real era muito parecido com o resto do palácio, com o mesmo lindo trabalho nas paredes e a mesma estrutura de castelo medieval. Uma grande lareira vazia estava ofuscada pela lateral ainda maior. Longas bandeiras estavam dependuradas em cada lado. Um longo tapete tecido em vermelho e azul repousava no chão. Seu padrão intrincado era talvez a mais linda que já tinha visto. Perto do tapete estavam grandes cadeiras, tão profundas que eles tinham quase de serem engolidos pelo conforto se fossem usálas. Na parede oposta havia uma longa mesa vazia de pedra e mais cadeiras,
um
sofá,
mais
tapetes
e
azulejos
com
desenhos
estampados. Ulyssa ignorou a beleza da sala imponente. Quando ela olhou para a mesa, Kirill estava encostado nela, com os braços cruzados sobre o peito. Um sorriso vagaroso arqueava sobre suas feições e ele não tinha nenhum escrúpulo em olhá-la com os olhos ardentes. — Como você ousa me tratar assim na frente de seus homens! — as palavras de Ulyssa saíram em um silvo e seus olhos se estreitaram como que atirando punhais.
— Eu não pertenço a
você e certamente não sou sua amante! E você realmente disse que eu gosto de ser sua presa? — Você é minha amante. — Kirill estava calmo, imóvel, aparentemente não afetado. — Eu não sou! — ela assobiou. — Eu não pertenço a homem nenhum! Especialmente não a algum Rei selvagem batendo no peito! Estou avisando Kirill, ou você me deixar ir ou eu...! — Independentemente do que você chama a si mesma, você tem que ficar aqui, como minha mulher. — Kirill suspirou. — Eu te marquei na noite passada. Todos os homens cheiram-me sobre você.
Sua posição em minha casa está sendo anunciada enquanto nós falamos. Falke verá isso, sendo a segurança do castelo seu dever. — Ouça — ela o interrompeu, levantando o dedo para ele para enfatizar seu ponto. — apenas porque tivemos um pouco de sexo bom, não significa que você me possui ou que eu vou cair ofegante em seus calcanhares. — Você realmente não tem escolha, Lyssa. Minha marca une você a mim. Vou ser capaz de encontrá-la se você fugir. — Kirill abaixou o queixo e deu-lhe um olhar significativo. — Não há como escapar. — Você ousou me marcar sem a minha permissão! Meu Deus, que tipo de pessoa é você? Porém, não é de admirar que você seja um tirano. Tal pai, tal filho, né? — Eu pedi a sua permissão. Eu perguntei se você queria que eu fosse seu amante, você disse que sim. Você me permitiu fazer amor com você, marcar você como minha. — Eu permiti que você me fodesse! — Ulyssa gritou no topo de seus pulmões, seus olhos selvagens. Ela se sentia presa. Os olhos dele se estreitaram em alerta ao seu tom e ela apertou os lábios juntos. Ela não tinha a intenção de dizer isso tão alto, mas ela se recusava a pedir desculpas. O silêncio se prolongou entre eles, cada um olhando para o outro, contemplando a posição do outro. — Você fala demais! — disse Kirill, finalmente, empurrandose para longe da mesa para ir para ela. Os lábios dele se curvaram em um lado. — Deixe-me colocar sua boca em uma tarefa melhor. Os olhos de Ulyssa automaticamente mergulharam até a protuberância entre as coxas dele. Ela não o entendia. Ele estava zangado, ela apostaria a vida dela que ele estava e ainda assim ele queria dormir com ela. Ela engoliu em seco, nervosamente, sabendo quão fácil seria dobrar-se a vontade dele e deixá-lo prosseguir. Piscando, ela endureceu suas costas e resolveu. Ela forçou um olhar de desinteresse para o rosto e colocou seu punho nos quadris.
— Não, obrigada! — Ulyssa enrijeceu. — Eu estou com pressa e preciso ir andando. — Onde é que você precisa ir? — ele perguntou. Quando ela não apresentou resposta, ele passou por ela e se estabeleceu em uma das confortáveis cadeiras. Ela revirou os olhos para o céu e fez uma careta antes de virar para segui-lo. — Isso não é da sua conta! — Ulyssa sentou-se diante dele, quase sendo engolida pelas dobras da cadeira. Ela lutou um pouco antes de desistir e relaxar no conforto do mesma. Inclinando a cabeça para o lado, ela pode ver o rosto dele claramente. Ele estava estudando a lareira estéril. — Tudo no meu Reino é da minha conta. — Kirill olhou-a. Suas feições caíram e ela pôde ver um olhar de desagrado vir dele, enquanto ele admitia. — Além disso, você estava aqui com meu pai. Por que você, de repente, precisa partir agora? — Argh! — ela irritou-se. Sentando na cadeira para encará-lo, ela rosnou: — Vamos ver se você entende. Eu não estava aqui com seu pai. Eu nunca dormi com seu pai. Eu não gosto de seu pai! — Ah, mas você estava no harém. — disse Kirill. — Eu chequei. As mulheres se lembram de você também. Elas disseram que você era mal-humorada. Ulyssa empalideceu como se tivesse sido esbofeteada. — Eu não me importo o que pensam de mim, as idiotas de sorriso afetado! — Ah, sim, eu me pergunto de onde elas tiraram essa impressão. — ele murmurou sarcasticamente. Ela não achou que ele era engraçado. — Eu só encontrei o Rei Attor uma vez. — Ulyssa fazia o seu melhor para ficar sensata e calma, mas a proximidade dele lhe distraia. Era quase como se ela pudesse sentir o cheiro dele em sua pele. Seus nervos se esticavam para estar com ele. Seu corpo implorou para que ela se entregasse a ele, para sentir o toque
incrível de suas mãos mais uma vez, antes dela partir. Com quanta pressa ela estava de qualquer modo? — E isso foi quando ele me sequestrou na floresta com um bando de guerreiros loiros idiotas. — Se o que diz é verdade, tenho certeza que meu pai tinha seus motivos. — Kirill disse. A boca dela se abriu, mas antes que pudesse responder, ele acrescentou: — O que traz você a Qurilixen? Por que você estava em nossa floresta? Ulyssa não respondeu prontamente. — Pelo que sei você deveria ser tratada como uma espiã. — Kirill sentou mais a frente imitando-lhe seu olhar duro e vazio. — Eu não sou. — a tensão crescia entre eles, crepitando através do ar como fogo elétrico. — Eu fui trazida para o harém cerca de uma semana atrás. Eu estava na floresta, acampando, cuidando da minha vida, tentando conseguir um resgate deste lugar maldito, quando ele me sequestrou. Agora, tudo que eu quero é voltar para o meu acampamento. Além disso, eu realmente não poderia me importar menos com que você e seus companheiros felinos estão fazendo. Seu planeta é de nenhum interesse para mim! Quero dizer, caso você não tenha notado, existem muitas mais galáxias com planetas muito mais interessantes lá fora. — O que não explica o que você está fazendo aqui! — ele murmurou, recusando-se a ser conduzido à ira. As pálpebras dele baixaram sobre seus olhos e ela teve a impressão de que ele mal ouvia as palavras dela. O olhar dele começou vagar pelos seios dela. Passando a ponta de sua língua no canto de sua boca. Os olhos de Ulyssa se mantiveram estáveis e ela não deu nenhuma dica. Usando todo o seu treinamento, ela mentiu: — Eu naufraguei. Estava à espera de ser resgatada quando seu pai me levou. Ele também levou o meu comunicador e eu gostaria de tê-lo de volta.
— Resgate? — ele perguntou. Seus lábios permaneceram separados e ela pode se lembrar da sensação deles em seu corpo. Ela tremeu. Ela tentou lutar contra ele, mas não conseguiu. — Isso é loucura! — ela pensou, tentando seu melhor para se concentrar. Ela desviou seus olhos dos dele para olhar ao redor da sala. Ela começou a suar e seus membros tremiam enquanto tentava acalmar seu pulso acelerado. Imagens a tomavam de assalto, fantasias que eram melhor permanecerem desconhecidas. Ela tinha que olhar para qualquer coisa, com exceção dele. Ela queria pular para o seu colo e beijar a confiança irritante de seus lábios. Ela queria fazer amor com ele ali mesmo na cadeira até que ele estivesse sob seu total controle. — Em três meses... — ela sussurrou, mal prestando atenção às suas palavras. Ela podia sentir o olhar dele se regulando dentro dela, perfurando-a, despindo-a. Ela se mexeu desconfortavelmente na cadeira, de repente querendo dar-lhe alguma coisa para olhar. O estômago dela se arrepiou e ela se tornou quente. A umidade se amontoava entre suas coxas. — Minha carona virá me buscar e eu vou estar fora deste planeta para sempre. — Mmmm. — ele respondeu como se degustasse vinhos finos. — Onde estão os destroços? — Eu caí de paraquedas. — seus olhos já não podiam deixar de se mover sobre ele. Ela fora desenhada para estar ao lado dele. Estava fora de seu controle. Antes que ela soubesse o que estava acontecendo, se levantou. Kirill sorriu para ela. Seus braços se acomodaram amplos e convidativos. Ela não conseguia resistir enquanto atravessava para ficar na frente dele. — Eu acredito que caiu após uma grande montanha vermelha ao norte. Você vai encontrar os destroços lá. — Isso seria terra Draig. — disse ele, pensativo.
Ulyssa encolheu os ombros. Ela já sabia disso. Com eles à beira da guerra, não haveria maneira dele confirmar a sua história, pelo menos não a tempo de fazer algo sobre isso. — Você diz que a ajuda está vindo? — as mãos de Kirill vieram à frente, as palmas das mãos viradas para cima. Ulyssa não parou para pensar. Ela se arrastou para o seu colo, abrangendo os quadris dele, com seus joelhos. Os dedos dela hesitaram antes de levantar o material sedoso que cobria o peito duro. A respiração dela saiu em uma golfada com o contato. As palavras dela foram carregadas por um ligeiro gemido. — Sim, em três meses. Estou indo para o acampamento até então. — Por que não fica aqui no palácio? É mais confortável do que a floresta. — Mas... — Ulyssa esticou suas mãos e depois tentou puxálas de volta. Ele agarrou os quadris dela e os apertou contra ele. — Vou fazer um trato com você, Lyssa. Você fica aqui e é minha amante até sua carona chegar. — os dedos de Kirill a apertaram e ele puxou os quadris dela mais perto. — Eu posso sentir que você me deseja. Nós já estivemos juntos e você tem que admitir que o sexo entre nós é ótimo. — Eu não quero ser sua amante! — ela tentou protestar. — Aceite este título, Lyssa. Aja feliz comigo, seja vista comigo, more em minha casa, seja submissa em público e em três meses, eu a deixarei ir. — Kirill agarrou-a, esfregando os quadris dela levemente ao longo de seu corpo rígido. Ela sentiu a tensão entre suas coxas enquanto ele esperava por uma resposta. — Você promete que, não importa o que aconteça você vai me libertar? — Ulyssa não conseguia acreditar que ela estava mesmo considerando
a
oferta
dele.
Este
homem
era
definitivamente
complicação maior do que ela precisava. Ela ficaria melhor na floresta.
— Sim. — Que garantia eu tenho que você vai honrar o que diz? A realeza é famosa por quebrar sua palavra o tempo todo. — ela não achava que isso era possível, mas ele se endureceu ainda mais. Seus olhos se estreitaram e seu rosto assumiu um tom sutil de vermelho. — Você se atreve a questionar a minha palavra de honra? — perguntou ele com os dentes cerrados. Ele agarrou-a quase dolorosamente e os quadris dela pararam de se mover. Ulyssa considerou-o por um momento. O que ela realmente tinha a perder? Passar três meses sendo comida por insetos alienígenas ou passar o tempo com um belo amante cercada por luxúria, sendo cuidada como uma princesa? Se ele mantivesse sua palavra ou não, ela partiria. — Então é um acordo. — disse Ulyssa. — Com a condição de devolver o meu comunicador. Foi um presente e eu não posso dar ao luxo de substituí-lo. — Feito. — Kirill concordou. — Em três meses, considerando que você tenha me contado a verdade e você esteja realmente sendo resgatada de um naufrágio, eu te dou minha palavra de honra que a deixarei partir. Quanto ao seu comunicador, vou perguntar. Se eu o encontrar, você vai tê-lo. — Feito. — Ulyssa disse com um sorriso. — Concordo. Um sorriso apareceu nas belas feições dele, iluminando-o com uma luz brincalhona. — O que é que dizem os seres humanos? Devemos nos beijar para selá-lo? — Concordar é o suficiente. — ela deu um pequeno gemido e inclinou-se para encontrar a sua boca com a dele. Assim que os lábios dela roçaram contra os dele, a porta do escritório se abriu. Ela endireitou-se e inclinou-se sobre a borda da cadeira. Ela fez uma careta para Falke, como se quisesse dizer: O que você está fazendo aqui? Vá embora!
Falke inclinou-se, dando-lhe um sorriso zombeteiro. — Minha Senhora. — Comandante. — disse Ulyssa, não se movendo do colo de Kirill. Ela sorriu. Bem, se Kirill queria que ela se declarasse sua amante, ele teria uma amante. — Você se importa? Estou tentando servir à virilidade do Rei e a sua presença é realmente uma distração para a minha concentração! Ela sentiu Kirill se endurecer debaixo de suas pernas, bem antes dele tremer com o riso contido. Falke olhou para ela, não demonstrando nenhuma emoção, nem mesmo choque. Ela estava secretamente impressionada, mas não deixaria seu novo arquiinimigo perceber. De repente, passar três meses tentando descobrir maneiras de irritar Falke teve algum apelo. — Muito bem, meu Rei. — disse Falke, mantendo seu olhar firme a frente. Ulyssa viu bem que ele detectou seu novo jogo e congratulou-se com ela no desafio de irritá-lo. — O Príncipe Olek e o Príncipe Zoran chegaram com uma pequena guarda Draig. Eles pedem uma audiência. — Leve-os para o salão e sirva-lhes refrescos. Encontre Reid e Quinn. — Kirill não se preocupou em olhar para seu irmão. Em vez disso, a mão dele brincou com os laços em cruz de Ulyssa, desatando-lhes apenas o suficiente para mergulhar o dedo sob a curva de seu seio. — Eu já estarei lá. Tudo o que ela podia fazer era não gemer alto enquanto os dedos de Kirill varriam todo o globo suave para o mamilo. Ele esfregou-os em pequenos círculos. Ela alcançou-lhe distraidamente a mão para detê-lo. — Muito bem, meu Senhor. — disse Falke. Curvou-se, apesar de que Kirill não podia vê-lo, e deixou a sala. Ulyssa inclinou-se para trás para olhar Kirill. As feições dele caíram em decepção enquanto ele olhava para a mão em cima dela, parando os dedos de explorar seu seio.
— Príncipes Olek e Zoran? — Ulyssa perguntou, morrendo de curiosidade. Ela sabia que eles eram Draig, mas queria saber o que estavam fazendo no palácio Var. — São inimigos de vocês? Kirill soltou uma risada, pequena e irrisória. — Eu gostaria de saber! Ela sentia uma tensão crescendo nele enquanto ele tirava a mão da camisa dela. Com grande facilidade, segurou-a pelos quadris e a ergueu de cima de seu corpo, plantando-a firmemente no chão. Cansado, ele se levantou. Por um momento, ele a observou, não dando nenhuma dica. Sua mão levantou e ele colocou as mãos em concha sobre o rosto dela. — Você deveria voltar para a minha casa. — disse por fim. Moveu-se para virar. — Ah, eu não posso! — respondeu Ulyssa. — Além disso, eu não deveria ir com você? Você sabe fazer uma aparição pública submissa ou algo assim. — Não para esta. As preocupações do Reino não lhe dizem respeito. — Kirill virou-se para se mover em direção à porta. — Se você quiser, eu vou apresentá-la aos meus irmãos mais tarde no jantar. Por agora, vá para minha casa. Ulyssa franziu a testa, não gostando como ele ordenou-lhe. — Eu não posso ir à sua casa, oh poderoso governante! Kirill suspirou, virando-se para olhar para ela. Antes
que
ele
pudesse
falar,
ela
acrescentou
apressadamente: — Eu não sei o caminho! Levei duas horas para passear até aqui. — Siren — Kirill anunciou. — envie Navid. — Oh, hum. — Ulyssa levantou a mão e balançou a cabeça. — O que é agora? — Eu meio que..., bem, eu o derrubei ao tentar escapar de Falke ontem. Eu não acho que ele ficaria muito feliz em ajudar-me.
— Ulyssa deu um sorriso encabulado e deu de ombros. — Ele estava no meu caminho. — Siren, cancele Navid. Envie-me Talure. — Kirill suspirou, balançando a cabeça. — Eu não sei no que eu me meti com você, mas tente se comportar enquanto eu estiver fora. Só prometa que vai tentar! — Você confia na palavra de uma humilde cativa? — ela brincou. A face dele se fechou. Ele não entendeu a piada. Preocupado com pensamentos de coisas mais horrendas que ela sequer poderia começar a adivinhar, ele simplesmente respondeu: — Pense em nosso acordo como desejar, Lyssa. Apenas, lembre-se que foi você quem reivindicou ser minha mulher; e não o contrário. Estou tentando fazer o melhor de nossa situação. Eu espero que você lembre do nosso acordo. Eu vou prendê-la à sua palavra. Ulyssa assistiu-o sair. Ela se moveu para segui-lo, mas quando ela abriu a porta um guarda, alto e magro ficou em seu caminho. Mesmo que o guerreiro louro-escuro fosse menor do que os outros Var que ela tinha visto, ele ainda era robusto e bonito. Esta raça não tem homens feios? Ela balançou a cabeça para o homem. — Talure? — Minha Senhora. — respondeu ele com uma reverência respeitosa. Ulyssa o viu aspirar o ar enquanto se inclinava em sua direção. Ela, de repente, se perguntou se ela cheirava mal. Todos os Vars tentavam cheirá-la, Falke, os guardas. A marcação de Kirill a tinha deixado um pouco picante? Quando Talure virou as costas para mostrar o caminho ao longo corredor, ela levantou a axila e inalou. Ela não podia sentir nenhum cheiro tão ofensivo. — Hum.
— Minha Senhora? — Talure perguntou, virando-se para olhar por cima do ombro enquanto ela estava abaixando o braço. As sobrancelhas dele se franziram no início de uma careta. Ulyssa se tingiu sutilmente de vermelho. Ela levantou a mão como se estivesse se esticando em uma tentativa lamentável para esconder o que ela estava fazendo. — Ah, eu não disse nada!
Capítulo Seis
Kirill sentou à cabeceira de uma longa mesa no salão principal, ouvindo pacientemente o príncipe Olek enquanto ele falava. Os cabelos castanho-claros do príncipe Draig repousavam-lhe nos ombros e tinham sido trançados das têmporas para baixo. Ele tinha olhos verdes-claros honesto que pareciam ver tudo ao seu redor e ainda assim não deixavam nada passar. Linhas de sorriso erguiam sua boca, como se ele risse frequentemente, mas não estava sorrindo agora. Olek era o embaixador Draig e, pelo que Kirill podia dizer, ele era um homem honesto que realmente queria a paz entre os dois Reinos. O irmão temperamental do príncipe, Zoran, por outro lado, lembrava muito Falke. Zoran olhou para eles com uma raiva mal escondida. Falke devolveu o olhar sombrio. Nenhum dos homens haviam feito um movimento de agressão, mas ambos pareciam prontos para atacar à menor provocação. Eles tinham a mesma estrutura robusta, uma estrutura que veio de décadas de guerra e de treinamento. Zoran era o capitão da Guarda Draig e sua presença exigia respeito. Ele era o mais difícil de todos os irmãos Draig e Kirill sabiam que ele não estaria satisfeito com o resultado de sua reunião de hoje. Zoran, como Falke, não se acovardavam, se fosse para a guerra. Quando Kirill olhou para os dois comandantes, ele sabia que nenhum deles iria se dobrar. A guerra seria uma opção sangrenta para ambas as casas. — Você sabe que eu não posso admitir algo de que eu não tenho conhecimento. — disse Kirill, finalmente, fazendo o seu melhor
para ser diplomático. Os Draig queriam respostas. Ele não podia culpá-los. Mas, o que eles queriam, não podia e não iria dar. — Se o Rei Attor ordenou os ataques à sua família, eu não sei nada sobre isso. Não temos registros desses eventos. Zoran ficou tenso. Olek apenas balançou a cabeça. Kirill estava quase certo de que seu pai tinha feito às coisas que o acusavam, mas recusou-se a dar voz das suas suspeitas aos Príncipes Draig. Fazer isso seria adicionar combustível ao fogo já travado entre os seus povos. — Posso assegurar — Kirill continuou. — que eu não compartilho a opinião de meu pai sobre os nossos Reinos. Como eu disse antes, é minha esperança que a Casa dos Draig e a Casa dos Vars possam encontrar a paz. Falke ficou tenso ao lado dele. Quinn chamou sua atenção e concordou com a cabeça em silêncio. Reid, que estava atrás deles, não se mexeu. Lentamente, Olek se levantou e estendeu a mão. — Vou passar as suas palavras para o meu pai. Também é minha esperança que possamos chegar a um entendimento. Foi à vez de Zoran ficar tenso. Sua mandíbula se flexionou enquanto ele também se levantava. Sua voz num rugido forte, declarou: — Há muita coisa a considerar, entretanto. —
Sim,
muito!
—
Falke
respondeu
num
tom
áspero
concordando. Kirill pegou a mão de Olek e apertou-a brevemente. Ambos suspiraram, sabendo que os comandantes haviam se enfrentado muitas vezes em batalha, por muitas décadas. Não importava o quanto eles desejassem, a paz não seria obtida de um dia para o outro. — E passe adiante os meus parabéns à sua família sobre a gravidez das Princesas. Vocês são realmente abençoados por
estarem todos os quatro com filhos, simultaneamente! — disse Kirill. Suas palavras eram mais um reconhecimento de que ele sabia o que acontecia na terra Draig do que felicitações para a família real. Servia para lembrar Zoran que eles não eram ignorantes dos assuntos Draig. — Que sua linhagem possa permanecer forte. — Assim como a sua! — Olek disse. Kirill pensou sobre Ulyssa. Por que ela aparecia em sua cabeça em tal momento? Ele podia sentir que ela não estava dizendo a ele toda a verdade, mas não acreditava que ela fosse uma espiã para os Draig. Fosse o que fosse que ela estava escondendo, ele poderia pensar em formas piores de extrair dela informações do que fazê-lo em sua cama. Olek curvou-se antes de girar para Zoran. Zoran acenou para um grupo de soldados Draig sentado nas proximidades. Os guardas shifter de dragão se ergueram e seguiram os Príncipes do salão. Falke seguiu atrás deles para acompanhá-los sem ter sido pedido. — O que você acha? — Reid perguntou quando estavam a sós. Ele sentou-se onde Olek tinha estado, pegou a jarra de cerveja Qurilixen da mesa e serviu-se de um copo. — Acho que eles são como nós. — disse Quinn. — Eles querem paz, mas eles não sabem como confiar em nós. Como podemos culpá-los? — Impossível. — disse Kirill. Houve um longo momento de silêncio. De repente, Reid sorriu. — Os rumores são verdadeiros, meu Rei? — Quais rumores? — Kirill piscou confuso. Reid riu, levando Quinn a fazer o mesmo. Resmungando, ele acrescentou: — E pare de me chamar de meu Rei! Parece zombeteiro vindo de você. — Os boatos, meu Senhor, são de que você tenha escolhido uma primeira cara-metade imediatamente após a sua coroação. —
disse Quinn. Seus pensativos olhos azuis brilhavam com muito divertimento. — Sim, meu Senhor; e que você a caçou nua pelos corredores. — acrescentou Reid, rindo mais forte. — Ah, parem de me chamar de meu Senhor, seus insolentes miseráveis! — Kirill murmurou, fingindo irritação. Ele sabia que sofreria alguma provocação bem-humorada deles. — É uma coisa boa que eu os favoreça ou eu os teria jogado nas masmorras! — E que ela gosta de fugir de você usando o seu traje real para que você possa rastreá-la. — acrescentou Quinn. — Oh, e sobre um... — Reid começou, somente para ser interrompido quando Kirill bateu na mesa. — Chega! — Kirill rosnou. Ele franziu a testa ao pensar no seu acordo com Ulyssa. — Sim, eu tenho uma amante. O nome dela é Lyssa. Vocês vão encontrá-la hoje à noite no jantar. — É verdade? Eu pensei que, certamente, os rumores eram falsos. — Reid engasgou com espanto. Inesperadamente, ele acenou com a cabeça em aprovação masculina. — Lyssa, você diz? Mas você não saiu daqui com Linzi depois da coroação? Kirill revirou os olhos. Reid tinha uma predileção para se deitar com várias mulheres e não se importava com quem soubesse disso. — Você vai trazê-la aqui, para o salão? — Quinn perguntou um pouco surpreso de que o Rei fosse conceder tal honra a uma mulher tão cedo. O Rei Attor nunca permitira que suas mulheres jantassem com ele no salão, não importasse quanto tempo elas o favorecessem. — Você está pensando em acasalar com ela? — Gatos Sagrados, Kirill! — Reid exclamou, horrorizado. — Por que você faria algo assim? Você enlouqueceu? — Eu lhe asseguro que estou completamente são. Eu não tenho nenhuma intenção de ter uma companheira. — a voz de Kirill
era severa. — Eu apenas pensei que seria prudente ter uma mulher na minha casa para cuidar de mim. — Mas, por que não aproveita o harém? Dessa forma, depois, você pode mandá-la embora. E por que pegar uma quando há tantas voluntárias? — Reid sacudiu a cabeça, atordoado. — Certamente você não quer dormir com uma única mulher. O que será dito de você, Kirill? Você é o Rei. Esperam que você tenha muitas. Você deveria estar levando uma dúzia de mulheres para sua cama de uma vez, só para provar a sua masculinidade! Você deseja que o nosso povo o veja como um fraco? Você não pode controlar mais de uma mulher, irmão? Kirill fez uma careta ao insulto de Reid para ele. Ele olhou, batendo o punho com força sobre a mesa. Os copos caíram com a força de seu golpe. — Bem, Reid, você parece ter muito tempo em suas mãos. Em vez de questionar meus talentos, por que não encontra algo de útil para fazer? Oh, eu sei. Por que você não cozinha para nós hoje à noite? Eu não quero arruinar minha reputação por trazer Lyssa para o salão. Reid fez uma careta. Kirill sabia que seu irmão considerava que cozinhar era trabalho de mulher. Chamá-lo para fazer isso era um castigo apropriado. Quinn, vendo o olhar de Reid, riu. — Nós vamos estar na sua casa às sete. Quinn informe Falke dos nossos planos. Espero os dois lá. — Kirill sorriu. — Porque você tem que me trazer para dentro disso? O que eu fiz? — Quinn fez beicinho, mas foi duramente pressionado para esconder seu sorriso. Kirill moveu-se para sair, só para virar. Sorrindo, ele disse: — Ah, e Reid? — O quê? — resmungou o irmão. — Não decepcione seu Rei. — Kirill sorriu. — É melhor você se apressar. Tenho apetite bastante real.
— Nós vamos ter sorte se ele não nos envenenar! — Quinn choramingou em seu tom mais triste. O sorriso no rosto desmentia suas palavras. Reid rosnou. Ele pegou um copo e atirou em Quinn. O irmão mais novo se abaixou, se afastando. O copo bateu no chão de pedra, fazendo um barulho terrível enquanto quebrava. — Vejo você à noite, irmão. — Quinn provocou, correndo da sala antes que Reid pudesse espancá-lo.
Ulyssa esticou seus braços acima da cabeça e bocejou. A banheira enorme estava cheia de fumegante água quente. Embora seu treinamento incluísse o conceito de um banho de água, ela nunca tinha realmente ficado de molho em um. Rapaz, o que ela tinha perdido! Ela estava considerando permanecer na banheira por três meses. Encontrando várias garrafas de sabonetes, levou algum tempo decidindo qual usar. Em um descontaminador, tudo o que tinha que fazer era apertar um único botão e pronto. Finalmente, escolhendo o cheiro mais perfumado, ela despejou uma grande quantidade de sabão roxo na cabeça e passou com a palma das suas mãos até que foi espalhado em seu cabelo. Um rastro de espuma jorrou sobre seu rosto e ela gritou em desespero, uma vez que correu em seus olhos. Curvando-se, ela prendeu a respiração e mergulhou o rosto para baixo d’água. Furiosamente, esfregou os olhos até que o ardor parasse. Ela sentou-se, engasgando e ofegando. Parte do seu cabelo estava
colada
a
suas
bochechas
e
ela
pegou
uma
toalha
dependurada para se secar. Não desejando sair, ela pegou a garrafa com o sabonete roxo e esguichou mais em sua mão. Ele se aglomerou entre seus dedos. Ulyssa congelou, olhando para a palma
da mão coberta com o grude. De repente, ela gritou com todas as forças de seus pulmões e levantou-se em terror. Horrorizada, ela pulou da banheira, tropeçando e gritando pelo caminho do banheiro.
Kirill caminhou lentamente pelo longo corredor, perdido em pensamentos profundos. As palavras de Reid ainda lhe martelavam. Ele sabia que seu irmão estava apenas dizendo o que ele próprio não queria admitir, que ter Ulyssa em sua casa poderia ser considerado como uma fraqueza de seu Reinado. O povo de Var estava acostumado ao Rei Attor e seu jeito. E, conquanto não houvesse nenhuma lei dizendo que Kirill não podia reivindicar uma mulher para si próprio, o fato de que ele trouxera Ulyssa tão rapidamente à sua casa poderia afetar a opinião pública sobre ele. Alguns já estavam cansados das suas decisões. Muitas das casas antigas, liderada por Lorde Myrddin, acreditavam que eles deveriam atacar os Draig e vingar a morte de Attor. O fato de que Kirill não o tivesse feito não agradava os que haviam apoiado lealmente Attor. Kirill não podia ignorar suas opiniões, uma vez que eram bem respeitados, homens poderosos dentro da comunidade de Var. — Que bagunça! — ele murmurou sob sua respiração. Ele pensara em enviar Ulyssa para viver no harém. Mas, o fato de que as pessoas acreditavam que ela fosse sua primeira carametade escolhida e sua amante, também significava que veria o banimento dela de sua cama como um sinal de indecisão. Os Vars se orgulhavam de serem decididos e confiantes. Ulyssa tinha dito que ela era dele, e então ele deveria mantê-la, pelo menos por três meses. Três meses era pouco tempo em seu mundo, mas ele só podia esperar para encontrar uma saída para sua situação até então. Três anos teriam servido melhor aos seus objetivos.
Ainda incomodado, ele fez o seu caminho pra casa. Cansado de seu encontro com os Draig, ele fechou a porta atrás dele. Um grito estridente ecoou no banheiro. Ele se sacudiu em alarme e se virou para o som de terror. Kirill congelou, os olhos arregalados quando viu a porta do banheiro. Ulyssa deslizava pelo chão de mármore sobre as costas nuas, deixando uma trilha de água com sabonete em seu rastro. Os braços e pernas dela se agitavam no ar, enquanto ela tentava parar. Ele teria pensado que era cômico, se não fosse o som de seu pânico. Crendo que ela estava sendo atacada, Kirill entrou em ação. Ele pulou do sofá, voando pelo ar para o espaço ao lado do corpo esparramado dela. Como reflexo, as garras afiadas cresceram de seus dedos e presas saíram de suas gengivas. Pronto para defendêla, ele cheirou o banheiro. Ele não pôde descobrir nenhum perigo. Na verdade, ele não conseguiu detectar nada. — O que é isso?
— ele perguntou em um grunhido.
Lentamente, ele retraiu suas garras e presas. Seus olhos brilhavam com interesse em ouro-verde, enquanto ele olhava para o chão. Seu corpo estava tenso, o seu sangue agitado, pronto para uma luta, para a ação de qualquer tipo. O estado elevado de seus sentidos facilmente se virou para a mulher nua debaixo dele, coberta de espuma de sabonete. Ele lambeu os lábios, observando a pequena trilha de bolha fazendo o seu caminho sobre a sua pele vindo de seu cabelo. Ulyssa gemeu e tentou se levantar. — Eu... Preciso de um médico! — O quê? — Kirill perguntou, inclinando-se para ouvi-la. Ele inalou, tentando detectar sangue e não cheirava nada a não ser a fragrância do sabonete misturado com o cheiro distinto de mulher. A agressão diminuiu e o desejo começou a tomar conta do seu corpo. — Eu preciso de um médico! — ela gritou em frustração, agitada. — Eu... Tem algo errado comigo. Eu estou... Derretendo!
As sobrancelhas de Kirill franziram-se juntas em confusão. Ele olhou para ela. Ela olhou bem para ele, mais do que bem. Ele escondeu um sorriso. — Esta palavra humana, derretendo. Não significa queimada? — ele perguntou, imaginando se ele não conseguiu entendê-la. A carne dela estava um tom mais escuro de vermelho pela água quente, como se ela tive ficado de molho por um longo tempo ou tivesse sido escaldada. Ele se inclinou para ajudá-la a se levantar, quando o que ele realmente queria fazer era rastejar em cima dela, prendendo a forma úmida abaixo dele. Com muito esforço, ele se conteve. Segurando o braço dela firmemente, ele puxou para cima. Os pés dela escorregaram enquanto ela lutava para se equilibrar. Ele a segurou diante dele. Imediatamente, seus olhos se moveram sobre o corpo
nu
dela,
primeiramente
sobre
seus
seios
molhados
e
ensaboados. Sua boca ficou seca. Trilhas loira e vermelha de cabelo molhado agarravam-lhe nos ombros, tocando embaixo, em torno das curvas laterais de seus seios. Seus mamilos estavam escuros, enrugados e duros, pontos orgulhosos sobre os globos cremosos. O olhar dele seguiu as trilhas de sabão para baixo sobre seu estômago plano para onde foram cativados pela estreita faixa de cabelo baixo entre suas belas coxas. Sua mente ficou em branco, incapaz de perceber qualquer coisa, a não ser a ideia de que o sabão o faria deslizar docemente para dentro de seu corpo apertado. Cada instinto primitivo dentro dele rugia a vida. Seu corpo reagia da única maneira que podia. Seu pênis cresceu com a força súbita do
desejo,
pressionando
e
latejando
contra
as
calças
apertadas. Se não fosse o nef, ele a teria jogado sobre sua cama e foderia com ela, estivesse ela pronta para ele ou não. — Não, não é queimando. Estou murchando! — disse Ulyssa em pânico, não vendo o desconforto súbito dele ou o fato de que ele a olhava como uma besta diante de uma refeição.
Os olhos obscuros de Kirill dispararam até os lábios trêmulos dela antes de olhar o rosto pálido. Os olhos dela estavam um pouco vermelhos, onde ela os tinha esfregado e o cabelo estava preso em alguns pontos do couro cabeludo. Ele levou um momento para compreender as palavras dela. Ela parecia cômica. Ele não pode se segurar, quando começou a rir. — Aqui! — uma Ulyssa em pânico exigiu. Ela estendeu as mãos para a inspeção de Kirill. — Não é engraçado. Olha! Eu acho que usaram ácidos ou algo assim. Estou definhando! Kirill olhou para os dedos dela enquanto ela os empurrava em seu rosto. Ele agarrou as mãos dela para puxá-las de volta para que ele pudesse ver. O corpo dela tremia violentamente. Ele podia sentir seu terror e isso provocou uma sensação de proteção estranha dentro dele. Olhando para as mãos dela, ele riu de novo. Os dedos e palmas das mãos estavam vermelhas do calor e enrugadas de muito tempo de permanência na água da banheira. Ulyssa o empurrou e tentou dar um passo atrás. Seus pés deslizaram sobre o piso ensaboado e ela acabou caindo para frente em seus braços. Kirill a pegou com um grunhido. — Estou feliz que você acha que a minha morte é tão engraçada, seu... Seu selvagem! — ela lutou contra ele, mas seus pés escorregavam e ela só acabou se empurrando para seus braços. Obtendo uma visão mais próxima do seu cabelo cheio de sabonete, Kirill não conseguia parar de rir. Os problemas de Var e Draig derretiam de sua mente. — Quanto sabonete você colocou em sua cabeça? Metade da garrafa? — Ah, foi o sabonete, não foi! Eu não deveria usar o roxo? Causa alguma coisa para os humanos? — seus grandes olhos azuis olharam para ele, suplicando-lhe ajuda. — É para se transformar? No que estou me transformando?
Kirill colocou seus braços ao redor da cintura dela e a puxou para mantê-la ainda mais próxima. Ulyssa engasgou e parou de respirar quando o fogo da excitação dele atingiu seu estômago. Ela fez um som fraco no fundo de sua garganta e ele pode sentir o cheiro da umidade instantânea do desejo dela por ele. — Você não está morrendo. — disse ele calmamente, suavemente. Seu olhar escuro mergulhado possessivamente na boca dela. — Você permaneceu na água por muito tempo. E o sabonete que você usou é para a pele, e não para o cabelo. Você nunca tomou um banho antes? — Descontaminadores. — suspirou como forma de explicação. Ela tremia de frio pela sua nudez, agora que o susto tinha passado. Kirill deu um sorriso sexy e disse: — Hum, bem, uma vez que você está despida e úmida, devo lhe ensinar como usar apropriadamente o banheiro. — Eu não quero voltar para lá! — disse ela em tom sério. Kirill se inclinou para acariciar a bochecha dela com leves beijinhos. — Mmmm. E quanto ao chuveiro? Eu gostaria muito de ter você me lavando e você precisa se enxaguar. —
Ei,
eu
não
sou
sua
empregada
doméstica!
—
ela
resmungou, tentando afastá-lo. Seu riso suave sobre sua situação a irritava. Um vermelho de embaraço iniciava em suas bochechas. — Ah, mas você é minha amante, Lyssa, por pelo menos três meses. E eu tenho necessidades que uma amante deve cuidar. — disse ele, um estalido baixo em sua garganta enquanto ele esfregava a sua ereção dura na barriga molhada dela. O sabão e a água encharcavam as roupas dele, colando o material em sua carne. — Eu concordei em ser... Subserviente... — Ulyssa encolheuse, mal capaz de dizer a palavra em voz alta. — em público, mas em particular você não tem nenhum poder sobre o que eu faço.
Kirill foi para trás e franziu o cenho. A mão dele moveu-se para os braços dela para mantê-la longe de seu corpo. Muito sério, ele declarou: — Eu sou o Rei! — Não demorou muito para o título subir para sua cabeça, não é? — ela zombou. Ulyssa
respirou
fundo,
tentando
retardar
seu
coração
acelerado. Ela tinha ficado verdadeiramente aterrorizada. Agora, apenas parecia tola e não a ajudava ser humilhada. Ela não se saia bem constrangida, por isso ela fez a coisa mais natural, ela começou uma discussão. Além disso, se esse homem pensava que ela bancaria a governanta e escrava aquecedora de cama por três meses, ele estava muito enganado. Deixando sua voz escapulir em um murmúrio abafado, ela propôs: — Eu te direi Vossa Alteza. Que tal eu me comportar e agir como submissa em público e você ser submisso a mim em particular? Eu acho que seria justo. As feições de Kirill se enrijeceram. Muito sério, ele afirmou: — Um homem não pode se curvar a uma mulher, Lyssa, e ainda chamar-se de homem. Ela tremia com o timbre baixo de suas palavras. A distância entre eles era uma agonia. Ela estava quente por ele. O estômago dela ardia com o desconforto de seu desejo. — Que tipo de absurdo é esse? — ela disparou. Colocando as mãos nos quadris, ela o encarou sem pensar em sua nudez. — É a lógica! — afirmou. — Um homem governado por uma mulher é governado pela fraqueza! — Então mulheres são fracas? — ela nunca iria admitir isso, mas ela pensava sobre ele toda a manhã, até que ela estava quase sem mente com o desejo. De repente, brincar de lavadeira não parecia tão terrível. De fato, isso daria a ela a chance de sentir o corpo rijo junto a ela, o que poderia ser honestamente agradável.
— Sim. — ele respondeu sem vacilar. A mão dele se ergueu para acariciar o rosto dela. Ela não se mexeu. Suavemente, ele continuou: — Elas são o sexo frágil. Devem ser governadas e protegidas. É por isso que seus corpos são mais suaves, mais leves que o do homem. Um homem que ousa amar uma mulher tem sua fraqueza neste amor uma vez que vai considerar a opinião dela sobre a dele. E, se o inimigo quiser atacá-lo, eles vão atacar o seu coração para chegar até ele. Eu sou um homem que deve liderar um Reino. Você acha que eu posso fazer isso se o meu povo achar que sou fraco? Eu não posso permitir fraqueza. Eu sou o maior poder Var em Qurilixen, logo abaixo de nossos Deuses. Então, veja você, um Rei nunca pode ser subserviente. Eu não posso me curvar diante de você, nem mesmo em privado. Ulyssa considerou sua lógica bárbara e continuou a fitá-lo. Ela detectou uma tristeza nele, uma solidão. Ela viu a tensão da posição dele em seus olhos e sentia muito por isso. — Os Reinos são tão fortes como os seus governantes. — Kirill disse. Então, parecendo relutante, ele acrescentou: — Eu não quero que você espere muito de nosso tempo juntos. Nada pode vir dele. Eu nunca serei capaz de me comprometer completamente com você. Ulyssa quase riu. — Você tem suas habilidades como amante em muita consideração, não é? Os ombros dele se levantaram e encolheram, como se ele tivesse apenas constatando um fato. — É bom saber que o Rei Var não tem problemas de autoestima. — dessa vez ela riu. — Não se preocupe Vossa Alteza Real. Acho que serei capaz de me livrar de você quando chegar a hora. — Lyssa. — ele começou em alerta para o tom insolente.
— Calma Alteza! — Ulyssa lambeu os lábios. Ela meio que gostava da atitude Eu-Homem-Eu-Rosno. Ela nunca iria colocar-se nesta posição por toda a sua vida, mas era puramente sexy em um amante. Forçando um beicinho brincalhão nos lábios, ela perguntou: — Então você não pode mesmo brincar? Que triste! — Brincar? — Kirill perguntou confuso. — Deixar o trabalho na porta, esse tipo de coisa. Você não me vê me preocupando sobre o meu trabalho. — Ah, mas seu trabalho não é governar meio planeta! — o olhar de Kirill se moveu sobre o rosto dela, observando. Ele olhou como se quisesse dizer mais, mas se conteve. Seus olhos se transformaram em ouro, mudando das suas profundezas escuras enquanto olhava intensamente para ela. Ulyssa sentiu seu corpo se excitar com mais do que apenas desejo. Ela não gostou. Ele havia afirmado. Nada viria disso. Ela não queria que nada viesse disto, queria? Ulyssa engoliu. Não, definitivamente não. Ela tinha um emprego, uma missão. Bem, ela teria uma missão uma vez que a agência a resgatasse da pedra bárbara de um planeta em que estava presa, nova missão, nova aventura. Os olhos dela mergulharam na boca dele e voltava para seus olhos. Ela suspirou. Esse deveria ser o seu problema. Ela estava entediada! É por isso que ela passara tantas horas contemplando Kirill! Ela não estava preocupada com ele. Ela estava preocupada com o tédio. Só porque o inatingível estava diante dela não significava que ela teria de lutar para obtê-lo. O que ela queria com um Rei de qualquer modo? Relaxando agora que ela tinha tudo planejado, Ulyssa deixou suas pálpebras caíram languidamente sobre os olhos. Ela deu um pequeno gemido sexy. Isso era apenas sexo. O Rei bárbaro era apenas outra aventura a ser tida. Inclinando-se para ele, ela apertou os lábios.
— Você está muito sério, você sabe disso, né? Você deve afrouxar um pouco. Relaxe! — E você está muito despida! — ele respondeu, deixando cair seu olhar sobre ela. Seus dedos deslizaram para baixo sobre a pele trêmula dela para fazer círculos em torno de um mamilo ereto. — Hum, e muito gelada. Ulyssa inspirou uma débil respiração. Com cada toque do seu dedo, ondas de choque entraram em erupção sob a pele dela, percorrendo-lhe o estômago tornando o corpo dela ainda mais pronto. — Fogo. — ele afirmou alto e a lareira ardeu. Seus lábios se separaram enquanto ele se inclinava para apertar a língua sobre um mamilo maduro. — Venha comigo para o chuveiro e se aqueça. Ulyssa ofegou. Os lábios de Kirill capturaram os lábios dela antes que ela pudesse responder. Suas palavras eram um comando e ela descobriu que realmente não se importava. Sua boca movia-se apaixonadamente contra a dela, imediatamente enfraquecendo-lhe os joelhos. Ela caiu para frente contra seu peito, gemendo de prazer com seu toque. Ela não tinha certeza de como ele fazia isso, mas era, absolutamente, o melhor beijo que ela já tinha experimentado. Havia algo sobre a confiança de seu movimento, refletindo a graça do corpo. Estava na maneira que ele provava, do jeito com que ele provocava e doava. Sua língua sondando e conquistando sua boca até que ela ficasse ofegante e fraca. Os braços dela em volta do pescoço dele puxaram-lhe o corpo apertado ao dela. Ela encharcavase no calor dele enquanto seus braços a erguiam do chão. Caminhando com o corpo esguio dela oscilando ao longo de seu corpo bem feito, ele a carregou para o banheiro. Interrompendo o beijo, ele disse com voz rouca: — Ligar chuveiro.
O chuveiro pulverizou água morna. Os dedos de Ulyssa moveram-se para trabalhar os laços em sua camisa. Kirill puxou para trás, deixando cair seus braços ao lado, com a insistência dela em despi-lo. Os olhos dele a queimavam, enquanto ele observava o corpo nu dela. Habilmente, ela puxou a camisa de seus ombros, parando para beijar e tocar a extensão de seu peito. Ele não tinha permitido a ela explorar a noite anterior e agora ela se coçava para sentir cada centímetro da carne quente suave, para descobrir se ele era tão delicioso quanto parecia. Ulyssa amou a maneira graciosa com que seus músculos se dobravam debaixo de sua pele bronzeada quando ele se movia. Seus olhos escuros perfuravam, observando-a, lutando para comandá-la. Ulyssa podia brincar, mas ela não era sua para controlar. Um sorriso contraiu nos lábios dela enquanto percebia que desejava o que ele disse ser impossível. Ela queria fazer dele seu escravo na cama. Ela queria que ele se curvasse a ela, mesmo que fosse apenas em particular. Voltando seu olhar sobre ele, ela andou em torno dele como se ele fosse a sua presa. Os olhos escuros de Kirill se estreitaram e suas narinas se inflaram como se pudesse perceber as intenções dela. Ulyssa tocou-lhe as costas, massageando seu pescoço, até os seus sedosos cabelos. Ela pressionou os seios em suas costas enquanto seus dedos percorriam seus braços fortes. Seu traseiro firme a atingiu no estômago, firme e esculpido embaixo da calça. Explorando-o completamente, ela finalmente fez seu caminho para desamarrar os cordões de seus quadris. Kirill
estava
ofegando
fortemente
pelo
tempo
que
ela
trabalhara para afrouxar o primeiro laço. Seu peito se movia enquanto ele lutava para respirar. As mãos dela mergulhavam ao longo do cruzamento dos cordões para o perfeito entalhe de suas nádegas. O toque dela curvava em torno de seu estômago liso,
separando o cós de sua pele, fazendo cócegas na área de seu umbigo. Ela deixou-o sentir as pontas geladas de seus seios em suas costas quentes, esfregando levemente ao longo de sua pele. Então, com um sorriso felino curvando suas feições, ela se afastou e foi para o chuveiro. Quando ela se virou, o olhar penetrante dele foi sobre ela. Ela estava de pé, segurando a porta aberta enquanto ele olhava. A água quente batia na pele dela, aquecendo-a ainda mais, lavando os restos de sabonete de sua pele. As calças de Kirill ainda estavam agarradas à sua ereção, onde ela as deixou. Ela esperou para ver o que ele faria. Lentamente, ele chutou fora uma bota e depois a outra, recusandose a tirar os olhos dela. Ulyssa deixou que a porta do chuveiro ficasse aberta enquanto ela movia a cabeça para o fluxo de água. Ela deixou o chuveiro lavar os cabelos, excitada pelo fato de que ele observava interessadamente. — Você é muito bonita! — ele afirmou. O tom não era quente, só uma questão de fato. Ele balançou a cabeça em aprovação. — E atrevida. — E você ainda está vestido. — ela assinalou com uma inclinação de sua cabeça. Ela colocou as mãos na cintura e deu a ele um sorriso insolente. As mãos dele se moveram a sua cintura. Com um toque de seus dedos, ele empurrou o cós largo pelo quadril, deixando deslizar para o chão. — Melhor? Ulyssa sentiu o sorriso congelar no rosto. Ela tentou manter a calma, mas o tamanho da ereção dele elevando-se parecia muito mais assustador na luz. Ela sentiu uma onda de pânico momentânea, mas logo a silenciou com uma risada gutural.
— Você tem medo de mim? — ele perguntou, parando a meio passo enquanto caminhava para ela. Um olhar de confusão passou por cima dele. Ele respirou profundamente. — Não. — ela mentiu, virando o rosto. Os olhos de Kirill se estreitaram, mas ele não disse nada. Ele deu mais um passo e parou. — Você deseja isso? Ulyssa franziu o cenho. É claro que ela queria! Ela tinha tornado isso óbvio, não tinha? O corpo dela tremia e percebeu que estava um pouco nervosa. A percepção a pegou de surpresa. Como ela poderia estar nervosa? Ela tinha estado com homens antes. Ela tinha estado com ele antes. E como no mundo ele estava detectando isto? — Mmmm. Se você continuar falando, Vossa Alteza, eu vou ter que começar sem você. — para provar seu ponto, ela colocou a mão no estômago e começou a descê-la na direção de seus quadris, deixando os dedos deslizarem na água sobre sua pele. Ela inclinou a cabeça para o lado e perversamente lambeu a boca. Kirill não adiou por mais tempo. Um rugido soou no fundo de sua garganta. Ele disparou para frente puxando-a para seus braços, nem mesmo pausando enquanto puxava a porta do box para fechar atrás dele. Sua forma nua se pressionou contra a dela, forçando as costas dela contra a parede do chuveiro. Ulyssa o sentia por todo seu corpo. A água deslizou entre eles, fazendo com que os músculos dele deslizassem sobre sua forma suave. Sua excitação grossa instalada entre o quadril dela, mais quente que a água. Ela gemia, agitando-se e esfregando seu corpo todo enquanto ele a mantinha presa. As mãos dele a exploravam, marcando-lhe a pele enquanto ele atrevidamente a tocava aonde ele desejava, os seios, quadris, ao redor de sua nádegas firmes e puxando-a para frente. Ele balançou os quadris contra os dela, rosnando em prazer enquanto a beijava.
— Ah! — ela ofegou, libertando-se para respirar. Kirill não parou. Seus lábios deslizaram sobre o seu queixo molhado para sua garganta, devorando-a com a boca. Ele beliscavalhe a pele só para acalmar a irritação com a sua longa língua. Lembrando que ela queria estar no controle, Ulyssa empurrou duro. Ele não se moveu. Um som forte de recusa rosnou para fora dos lábios dele enquanto ele continuava a beijá-la. — Eu quero... Eu quero... — Ulyssa tentava falar, mas os lábios dele estavam fazendo estragos em sua pele. As palmas das mãos em concha erguiam-lhe os seios para atender a sua boca. Ele sugou o mamilo duro, até que esse estivesse cercado pelo calor. Sons animalescos de posse vinham dele, vibrando contra ela. — Ahhh, Kirill, por favor! Eu quero tocar em você! Ulyssa percebeu que ela implorara, mas não conseguia evitar. A boca dele beijava-a tão perfeitamente. O corpo dele se sentia tão bem. Ela tremia em antecipação. Os lábios dela se afastaram dele e ele parou para encontrar os olhos dela. — E eu quero enterrar-me dentro de você! Antes que ela pudesse protestar, ele deslizou suas mãos para as nádegas dela e a ergueu do chão, deslizando as costas dela ao longo da parede. Kirill faria do seu jeito primeiro, não que isso a incomodasse nem um pouco. Ulyssa o agarrou pelo pescoço, segurando-o. Sem sequer pestanejar, ele mergulhou para frente, deslizando seu eixo ereto entre os lábios úmidos de sua abertura. Ele deixou a ponta bailar na entrada, provocando e testando-a. O corpo dela estava molhado, mais do que pronto. Ela o queria. Seus quadris se erguiam em oferenda e ele sorriu. Com tanto controle que deixava louca, ele se empurrou para dentro de sua abertura macia, preenchendo o corpo dela em pequenos e agonizantes centímetros. Ele observava o rosto dela bem de perto, capturando cada uma de suas reações. Os olhos dela
rolaram em seu rosto. Seus lábios se separaram, enquanto se engasgava com o ar. O chuveiro batia em seus corpos, acariciandoos como milhões de dedos, aumentando o prazer. Ulyssa quase desmaiou quando ele finalmente se prensou totalmente em seu corpo. Se enfiando até o cabo, ele pausou. Ela bateu com a coxa em protesto, Kirill deu uma gargalhada e lhe enviou um sorriso confiante. — É isso que você quer? — ele perguntou, com voz baixa e rouca. Seus dedos agarraram nas bochechas do traseiro dela, espalhando-as levemente. Segurando-a com facilidade, ele começou a se mover. Ele lambeu e provocou sua garganta enquanto puxava os quadris de volta somente para estocar em golpes rasos. — Sim! — Ulyssa chorou, além de preocupar-se que ele possuía todo o controle. Ele se sentiu muito bem, muito correto. — Sim! Oh, sim! Por favor, sim, mais. Dê-me mais, Kirill! Com essas palavras, ele deu a ela mais. Ele socou-se em sua passagem apertada, batendo com mais força contra seu núcleo. Ulyssa gritou com o prazer enlouquecedor. Suas costas batiam contra a parede do chuveiro, mas ela não se importava. Ela torcia seus dedos nos longos cabelos negros dele, gostando de como o comprimento molhado cobria a sua pele. Seus gemidos se juntaram aos dela enquanto ele se impulsionava duro, rápido e profundo dentro dela. Ulyssa envolveu suas pernas ao redor dele, incitando-o. Ela podia sentir os músculos fortes de seu traseiro embaixo dela. Ele impactou a si mesmo
dentro
dela com uma força violenta,
conquistando suas profundezas. A tensão aumentava dentro do núcleo dela. Ela estava perto, tão perto. Deslizando a mão entre seus corpos, ele beliscou seu clitóris com o dedo, esfregando-o em pequenos círculos. Instantaneamente, o corpo dela se contorceu. Ulyssa gritou. Kirill rosnou em aprovação. Moveu-se mais rápido,
mais duro, mais profundo, enfiando-se até que ele não tinha mais para dar. O corpo dela estremeceu ao redor de seu pênis rígido enquanto a grande força do orgasmo batia nela. Lágrimas brotaramlhe dos olhos com a pura intensidade do momento. Enquanto o canal dela se contraía sobre ele, Kirill se liberou. Ele gritou o som de um verdadeiro selvagem. Ele mergulhou uma última vez e lançou sua semente dentro dela. Eles ficaram congelados no tempo, suas costas desamparadas contra a parede. O corpo dele enterrado profundamente dentro dela. Lentamente, ele deixou-a deslizar para baixo, retirando-se ao mesmo tempo. Confiantemente, ele disse a ela: — Viu, não é tão ruim ser controlada por um homem! Ele moveu-se para beijá-la e ela recuou. — O que você disse? — Eu disse que você não se importou com o meu domínio sobre você. — ele afirmou de forma mais clara. Ele moveu-se para beijar seus lábios novamente, e novamente ela se empurrou para trás. — Você não me controla! — Ulyssa o empurrou com força. Ele foi pego desprevenido e seu pé escorregou. Ela passou por ele, para fora do chuveiro. Pegando uma toalha, ela envolveu-a com raiva sobre seu corpo. Os olhos dele estavam escuros em desafio. — Você precisa que eu te prove novamente quem controla quem? Eu percebi seu plano, Lyssa, mas nunca funcionaria. Você não me comanda! — Seu filho da puta! — ela sussurrou, segurando a toalha mais apertada contra o peito. Ele a tinha comido para lhe ensinar uma lição? Muito nervosa ela olhou para seu rosto. Ele pensou que iria dobrá-la à sua vontade? Ele pensou que ela era uma mulherzinha
simplista pronta para cair a seus pés? Bem, ela lhe mostraria quão séria ela era. Erguendo a mão, disse: — Eu não quero mais isso! Kirill congelou no meio do caminho, sentindo como se ela o tivesse chutado. Ele olhou para a mulher diante dele. Ele sabia que ela alcançara a satisfação e, ainda assim não parecia realizada. Na verdade, ela parecia lívida. Sabiamente, ele manteve a distância. — Você não quer dizer isso! — ele afirmou. Ele abaixou os olhos para o próprio corpo, forçando-a a fazer o mesmo. Seu pênis estava começando a se levantar de novo, se preparando para ela. — Eu posso sentir seu cheiro, você me quer de novo! — Eu não ligo para o que você cheira! — levantou o queixo e manteve os olhos longe da ereção dele. — Eu não quero mais isso! — É assim como você joga? — ele perguntou, pensando que poderia ser um jogo. — Não, eu estou falando muito sério, Vossa Alteza! — o título foi cuspido dos lábios dela. — Temos um acordo. — disse Kirill. Ele tentou manter seu nível de voz, mas estava difícil. — Você deve permanecer como minha amante por três meses. — Oh, eu sei o que eu concordei. — ela respondeu, com desdém. — E eu vou me comportar em público. Mas em privado, você não vai conseguir nada até que me implore por isso. Está na hora de você aprender um pouco de humildade, seu selvagem idiota! — Um Rei não implora! — gritou ele, perdendo a calma. Ele sabia que estava apenas repetindo as palavras de seu pai. Mas isso não as tornaria menos verdadeira. Seus olhos rodaram com paixões escuras. Seu corpo tenso tremeu. — Um Rei não pode implorar! — Então esta senhora já não agrada mais! — ela resmungou. Kirill levantou violentamente a mão para ela e ela se encolheu, recuando para trás como se ele quisesse bater nela. Os olhos dele arregalaram-se e ficou ferido por ela pensar uma coisa
dessas.
Dando
um
aceno,
curto
de
assentimento,
sussurrou
baixinho: — Será como você deseja Lyssa. Eu não vou tocar em você! Ulyssa o assistiu deixá-la sozinha no banheiro. Quando ele foi embora, ela correu para a porta e bateu nela fechando. No mesmo instante, ela caiu no chão fraca. Ela não sabia o que acontecera, mas sentiu-se marcada por ele e não gostava disso. De alguma forma, quando eles gozaram juntos, o muito selvagem Rei Var conseguira tocar sua alma. E a ideia disso aterrorizava-a.
Capítulo Sete
Ulyssa ficou amontoada no banheiro como um covarde por todos os cinco minutos. Em seguida,
tomou uma respiração
constante e assegurou a si mesma que estava no controle de suas emoções. A força de seu orgasmo a tinha tomado de surpresa, era isso. É por isso que ela ficara tão emocionada com Kirill. Mas, a força das palavras dele ainda a fustigava. Nenhum homem nunca a controlaria. O coração dela pulou no desafio que ele expusera. Se eles fossem deixados sozinhos o suficiente, eles passariam
todos
os
três
meses
fazendo
coisas
incrivelmente
pecaminosas por toda a casa dele, provavelmente até mesmo em todo o palácio. Ela era uma mulher confiante em seus apetites sexuais. Mas Sua Alteza Real queria brincar de dominação. Bem, nenhum homem a havia dominado antes e ela que se danasse se ele fosse o primeiro. Ela só teria que fazer da vida dele uma tortura até que ele não pudesse aguentar mais. Entrando ereta na sala, segurando a toalha regiamente em torno de seu corpo, ela ficou surpresa de verificar que a lareira tinha aquecido a sala a uma temperatura agradável. Ela olhou para o quarto e engoliu em seco. Kirill veio de dentro, segurando um vestido preto no braço. Ele parou seus olhos ainda escuros enquanto a olhava, porém eles encontravam-se velados agora. Ele estava vestido em seu traje usualmente escuro. As braçadeiras em torno de seu bíceps brilhavam a luz do fogo. Os olhos dela percorriam espontaneamente sobre o corpo dele, agora mais familiar a ela uma
vez que tinha tido a oportunidade de explorá-lo por si mesma. O corpo dela se aqueceu mesmo enquanto sua mente se rebelava. — Nós vamos à casa de Reid esta noite para jantar, para que você possa conhecer meus irmãos. — Kirill levantou o vestido para ela. — Você pode usar isso. — Não, obrigado, eu prefiro calças! — Lyssa. — começou ele, exasperado. Então, suspirando, sacudiu a cabeça.
— Você deve usar isso esta noite. Você é uma
mulher e esta é a tradição. — Sua tradição é uma porcaria! — ela murmurou, pisando duro no chão de mármore para pegar o vestido dele. Ela passou por ele para o quarto e fechou a porta atrás dela. Kirill suspirou e não se mexeu. A tensão estava de volta em seu corpo. Sua cabeça latejava com força renovada. Ele não sabia o que tinha feito para torná-la tão louca. Ele tinha explicado sua posição para ela. Ele não podia, não iria pedir-lhe para dormir com ele. Reis simplesmente não podiam pedir. Era simples. Então, com um encolher de ombros, ele presumiu que ela viesse. Se ela não o fizesse, ele apenas teria que fazer da vida dela uma tortura até que ela não aguentasse mais. Um sorriso desonesto surgiu em seu rosto. Ele tinha certeza de que poderia fazê-la tão quente para ele que rapidamente
esqueceria
as
suas
palavras
e
se
submeteria
novamente; e novamente, e novamente...
Trilhas desigualmente sinuosas, pequenas, conviviam com a grossa casaca de árvores colossais. Samambaias amarelas estranhas cresciam ao longo do solo vermelho de Qurilixen. Ulyssa as esmagou com os pés enquanto andava. A casa do Príncipe Reid era localizada profundamente dentro da floresta, ao norte do palácio, perto do que Ulyssa achava que
seria território Draig. Ela ficou surpresa ao ver que Kirill andava sozinho com ela. Não havia guardas reais por trás dele, nenhuma comitiva de soldados, só eles e a floresta aberta. O ar estava fresco e o céu, do que ela podia ver se espreitando através do abrigo de ramos acima, era de um azulesverdeado claro. As folhas verdes da folhagem do ambiente eram super largas devido ao calor excessivo e da umidade que recebiam. Ulyssa tinha visto os três sóis que espreitavam do céu nublado, dois amarelos, um azul, quando eles passaram através do caminho para o palácio da cidade de Var. A cidade em torno do palácio parecia ser uma grande pedra que rolara no campo a partir do portão da frente. As casas eram construídas com tijolos acinzentados, contrastando com a terra vermelha, com o mesmo lindo trabalho artesanal visto dentro do palácio, embora mais simples e retangulares em design. A partir do que ela poderia dizer, a cidade prosperou. Kirill explicou brevemente que a família real somente utilizava a entrada principal para cerimônias, geralmente quando liderava as tropas para a guerra. Caso contrário, era muito mais rápido apenas pegar a escada lateral para fora do palácio diretamente dentro da floresta. Quando Ulyssa perguntou sobre a segurança do palácio, ele apenas rugiu e dois leões da montanha muito grandes apareceram ao seu lado. Mesmo transformados em forma de gato, eles inclinaram suas cabeças antes de correr de volta a desaparecer entre as árvores. Ulyssa olhou em volta, imaginando quantos guerreiros Var observavam-nos. Talvez eles não estivessem tão sozinhos quanto ela havia pensado. — Nós não estamos sendo seguidos. — disse Kirill ao seu lado, sem nem olhar para ela. A cabeça dela se voltou para frente e eles continuaram em silêncio.
O ar estava surpreendentemente quente para essa hora da noite. Pássaros cantavam lindamente à distância. Barulhinhos de insetos vinham de todos os lados. Vários bichos da floresta
saiam
se
arrastando
com susto,
criaturas
estranhas que ela tinha olhado mais de perto quando estava acampada. De repente, lembrando-se do acampamento rústico, ela não estava com tanta pressa para partir do palácio. Além disso, ela estava se divertindo na busca de deixar Kirill de joelhos. Ela olhou para ele e sorriu. Ele ficou tenso, seus olhos se estreitaram em suspeita, enquanto eles se voltaram diretamente para ela. Ela não podia culpá-lo. Ela havia sido bastante fria com ele desde o chuveiro. — Mmm, é tão lindo aqui fora! — ela murmurou em seu tom mais abafado. Ela deixou seus cílios caírem sobre seus olhos azuis. — Seu planeta sempre parece assim? — Esta temporada é a mais longa. — respondeu ele, parecendo relaxar. — Mas há também um inverno curto. O impacto no lado Draig é pior, pois eles têm a maior extensão de montanha. — Por que vocês estão lutando contra os Draig? Porque eles são diferentes de vocês? — Ulyssa estava realmente curiosa. Ambos pareciam orgulhosos, raças fortes. Depois de descobrir as primeiras espécies de alienígenas, os seres humanos tinham posto de lado as suas
questões
inter-raciais
mesquinhas
e
eles
tornaram-se
simplesmente humanos. Isso tinha sido há séculos atrás. Poderia ser que simplesmente os Var e os Draig tivessem questões de raça primitiva? Parecia uma coisa boba para lutar, mas acontecia muitas vezes. Kirill abriu a boca para responder e depois hesitou. Ele parou de andar para virar para ela. — O quê? — Ulyssa perguntou. — Eu não tenho certeza de que você é confiável. — ele respondeu com sinceridade.
— Por quê? Por que eu me recuso a dormir com você novamente? — ela exigiu. — Ah, então você não mudou de ideia! Eu pensei que uma vez que você estava falando comigo de novo... — Seus olhos escuros procuraram os dela, antes dele dar de ombros. — Não há nenhuma razão para não ser civilizada. Então, o que está acontecendo com vocês e os Draig? O que vocês têm contra eles? — Na verdade, eu não tenho nada contra eles. A batalha que luto agora era guerra do meu pai. — Kirill hesitou. Ele não sabia o que o fazia confessar uma coisa dessas, mas ele se sentia melhor tendo dito em voz alta. Ele olhou para Ulyssa. Seus grandes olhos azuis olhando para ele, não julgando, não reprovando. Era raro que alguém olhasse para ele desta forma. Ele percebeu que ela era a única pessoa para quem poderia dizer tal coisa, pois era a única em torno dele que não tinha nenhum interesse na paz ou na guerra. — Escute, eu tenho de lhe dizer algo. — as mãos de Ulyssa mexeram-se nervosamente juntas antes dela as deixar cair de novo para os lados. — Eu não quis insultar o seu pai. Kirill apenas assentiu e ela não disse mais nada sobre isso. Eles caminharam em silêncio. Ele estendeu a mão para tocar-lhe o ombro e puxá-la para uma parada ao lado dele. — Tem certeza de que não mudaria de ideia? — ele perguntou. — Nós não somos obrigados a ir ao Reid imediatamente. Ulyssa se virou para ele, não precisando receber explicação do que ele queria dizer. O mesmo tinha passado em sua mente desde que ela declarara que não iria se submeter a ele novamente. Ela permaneceu forte. Habilmente manuseou seus seios enquanto caminhava novamente, e perguntou: — Você está pronto para pedir por isso, Vossa Alteza? — Você sabe que eu não vou! — enquanto ele falava, seu olhar era previsível nos seios dela.
— Então, eu estou receosa de estar faminta e desejosa de chegar à casa do seu irmão cedo. — ela deu-lhe um sorriso brilhante, piscando tão inocentemente quanto ela conseguia. Ulyssa apenas sorriu. O Rei de Var era de sangue quente, embora escondesse muito bem. Levaria pouco tempo antes que ele cedesse a ela. Seu sorriso se transformou em um sorriso cheio. O plano dela estava trabalhando muito mais rápido do que pensava que seria. A expressão de Kirill se escureceu. Ele olhou para ela com o canto do olho. Gatos Sagrados! Ela era bonita. O vestido preto abraçava o corpo esguio, puxando apertado e baixo em seus seios. O enlaçado em cruz trabalhava até o lado do vestido, expondo sugestões de carne. A saia se alargava em volta dos quadris até os joelhos. Nos pés, ela usava botas altas até a coxa que desapareciam debaixo da barra da saia. Kirill não queria nada mais do que seguir as botas com as mãos. Ele não fora enganado pelo seu jogo de inocência e ambos sabiam disso. Ele andou mais rápido. Sob a sua respiração, ele murmurou: — Por tudo o que é sagrado, você é uma mulher teimosa!
A casa de Reid fora construída acima do solo, nas árvores colossais da floresta. De primeiro, Ulyssa não a viu a partir do chão da floresta. Kirill liderou o caminho em silêncio mal-humorado, só para parar debaixo de uma grossa saliência de folhas perto de uma grande pedra mais saliente. Empurrando os ramos de lado, ele revelou uma estreita escadaria esculpida na pedra do lado da rocha. A rocha era pressionada rente ao tronco da árvore, que era muito mais amplo do que as antigas sequoias da Terra. — Depois que você. — ele disse calmamente. Ulyssa hesitou, olhando à volta do tronco.
— Eu lhe garanto, é perfeitamente seguro! Ulyssa estremeceu. Ele estava muito perto de suas costas. Ela podia sentir o seu calor, as cócegas de sua respiração em seu pescoço. Uma onda momentânea de tontura passou por cima dela, fazendo-a oscilar em seus pés. — Algo errado? — ele perguntou num tom baixo. Ela sentiu uma suave mão sobre seu quadril, deslizando para baixo, na parte superior da coxa, perigosamente perto da curva inferior do seu traseiro. O toque era leve, mas suficiente para lembrá-la como era bom sentir suas mãos contra sua carne. Cada nervo de seu corpo implorou por atenção. —
Não.
—
ela
sussurrou,
tentando
se
controlar.
Ela
cambaleou para frente, subindo ao redor dos degraus. Kirill andou atrás dela, aproveitando o balanço suave dos quadris dela enquanto ela se movia. Ele estava quase certo de que ela fazia isso para atormentar-lhe. Ele podia cheirar o desejo dela por ele, provocando os sentidos quase tão mal quanto a proximidade dela o fazia. Era um jogo perverso que eles jogavam, mas ele descobriu que gostava muito desta batalha de vontades. Ele não iria desistir em primeiro lugar, não podia desistir, mas seria uma grande coisa vê-la tentar fazê-lo. Eles subiram as escadas ao redor da base da árvore grossa. Quando estavam no meio do caminho chegaram a uma porta esculpida no tronco. Uma pequena janela estava montada na madeira, mas Ulyssa não podia ver através da cortina negra que pairava sobre ela no interior. Ela olhou curiosamente para Kirill. — Seu irmão vive em uma árvore? — ela tentou esconder sua diversão. Kirill chegou por trás dela e bateu na porta de entrada primorosamente trabalhada. — O Rei bate? — Ulyssa meditou, sussurrando por cima do ombro.
O rosto de Kirill estava muito próximo dela. Ele não se afastou quando a boca dela se virou para dele. Inclinando-se um pouco mais perto, de modo que quando ele falou sussurrou contra os lábios dela, ele ordenou: — Comporte-se, Lyssa! Um rugido soou do interior, seguido de risadas. Kirill deu uma leve cotovelada e a porta abriu-se silenciosamente. Ulyssa ofegou. No interior, a árvore era oca, o piso era de madeira polida com lindos desenhos arredondados naturalmente; e as paredes esculpidas como se fossem tábuas rústicas. O teto, também de madeira, em altos espirais revelando que a casa tinha pelo menos dois andares entalhados nele. Kirill tomou-a pelo braço e conduziu-a até dois degraus da pequena abertura frontal de um saguão de entrada para a sala principal. O nível superior era circular, exceto ao longo de dois lados planos que eram paredes que foram deixadas e salas esculpidas por trás delas. Uma porta intrincada foi esculpida em uma das paredes planas, conduzindo a um banheiro de um lado. A outra parede havia uma abertura com um bar e banquetas, revelando uma grande cozinha atrás dela. A luz era filtrada de fora em pequenos buracos no teto, refletindo em uma pequena cúpula de vidro e espelhos. No centro do primeiro andar era uma confortável sala de estar decorada com sofás e cadeiras vermelhas combinando, tapetes em tecido nos mesmos desenhos populares no palácio. Ulyssa instantaneamente reconheceu Falke enquanto ele se levantava da cadeira só para se curvar ao seu irmão. Do canto do olho, ela viu Kirill acenando. Falke se sentou. — Você conheceu Falke, nosso Comandante da Guarda Var. — disse Kirill, tomando o braço dela e conduzindo-a para dentro. Falke se ergueu novamente e assentiu bruscamente. Ulyssa deu um sorriso travesso. Ela não tinha esquecido seu inimigo estoico tão facilmente. — E aquele sobre o chão é Quinn.
Quinn acenou preguiçosamente e enviou-lhe um sorriso bonito do seu lugar, descansando no chão. Ele estava deitado de costas, o joelho dobrado com um pé preguiçosamente repousando por baixo dele. Um choque de cabelo colorido mais claro caía sobre os seus brilhantes olhos azuis. — Acredite ou não, ele é nosso embaixador. — Kirill virou-se para os dois homens. — Quinn apresento-lhe Lyssa. — Quinn? — Ulyssa sussurrou para Kirill, um pouco assustada com a ideia de estar numa sala cheia de Príncipes de Var. — Eu pensei que você tinha dito que nós estávamos visitando Reid? Quantos irmãos você tem? — Somente quatro. — disse Kirill, quase se desculpando. — Nosso pai era um homem muito ocupado. — acrescentou Falke, pondo-se em pé para a defesa de seu pai. — Ele não teve tempo para reprodução. Quinn sorriu e sentou-se. — Ah, não ligue para esses bárbaros de meus irmãos, minha Senhora. Eles tendem a esquecer que a cultura da Terra é diferente da nossa. Aqui é considerado um número baixo ter apenas cinco filhos. A maioria das famílias tem cerca de 10 a 15. — Poderia haver mais. — defendeu Falke. — O Rei Attor foi a muitos lugares. Quinn
sorriu,
mas
concordou
com
a
cabeça
sobre
a
possibilidade. — Quinze? — Ulyssa gemeu. — Eu acho que cinco é mais que suficiente. Sendo assim, de repente eu sinto muito por sua mãe. Falke e Kirill olharam para ela, confusos. — Você sabe ter cinco filhos. Estar grávida várias vezes. — ela explicou. — Nós não temos a mesma mãe. — Falke disse franzindo o cenho. — Nenhum de vocês? — ela perguntou.
— Bem, Jarek e Reid nasceram juntos. — disse Kirill. — Gêmeos. — esclareceu Quinn com um sorriso fácil. — Ah, certo, o harém. — Ulyssa disse. Ela deixou seus olhos abaixarem. Ela nunca seria parte de uma coisa dessas. Um marido com centenas de esposas? Espere. O que ela estava pensando? Ela não seria uma esposa para um marido. — Por tudo que é sagrado! — uma voz soou da área da cozinha seguido de um rugido de raiva e uma onda de fumaça negra. — Então me ajude, se não fosse o Rei ...! O resto do insulto foi abafado. Quinn e Kirill riram. Mesmo o lábio estoico de Falke mostrou um pouco de contração, embora ele tenha ficado rígido na cadeira. — Reid! — Kirill gritou. Ulyssa saltou de surpresa com o som e se virou para olhar para ele. Seu tom de voz grave não tinha suas características lúdicas. Ele piscou para ela. — É melhor que não seja o meu jantar! — Eu vou dizer o que você vai jantar... Dor real... — foi à resposta que Reid murmurou. Ouviu-se um som alto, seguido por uma série de estrondos. Reid saiu da cozinha, segurando duas bebidas. O Príncipe Reid era de feições escuras e se movia com a graça constante de seus irmãos. Músculos formavam seu corpo e ele os carregava orgulhosamente, como se esperasse que as mulheres desmaiassem a seus pés. Parando na frente de seu irmão, ele piscou em surpresa, enquanto examinava Ulyssa abertamente. Lentamente, ele entregou a duas taças a Kirill. Em seguida, com um sorriso diabólico curvando suas feições, ele disse: — Bem-vinda, minha Senhora! — Cai fora, Reid! — exigiu Falke, sua voz cheia de ameaça. — Eu posso sentir o seu feromônio daqui. Ela é a mulher do Rei! A cabeça de Reid se ergueu e Ulyssa teve a nítida impressão de que o olhar de convite masculino fora feito mais para irritar Kirill
do que para seduzi-la. Ela sentiu Kirill se endurecer ao lado dela. Uma mão se moveu possessivamente ao seu cotovelo, e ela simplesmente não pode se controlar, quando murmurou roucamente: — O prazer é meu, Príncipe Reid! Ulyssa ofereceu-lhe a mão, estreitando os olhos, desafiando-o a mantê-lo. Reid recuou surpreso e hesitou, obviamente, não esperando que ela respondesse de forma tão descuidada a ele. Ele olhou para Kirill e lentamente pegou a mão dela na sua. Manteve-a brevemente antes de soltar. Reid recuou. Embora seu sorriso evanescesse, seus olhos brilharam com curiosa malícia. Ulyssa virou-se para dar a Kirill um sorriso inocente. Os olhos dele procuraram o rosto dela e ela não deixou mostrar nada. O coração dela se acelerou quando detectou uma pitada de ciúme em seu olhar. — Então, eu acredito que há mais um? — ela perguntou. — Jarek está explorando as galáxias. — respondeu Quinn atrás das costas dela. Ulyssa
— Nós não o esperamos tão cedo.
quebrou
contato
com
os
olhos
se
virando.
Provocadoramente, ela disse: — Bem, parece que ele é o sortudo. — Minha Senhora? — Quinn perguntou. — Bem, pelo cheiro disso, nós vamos morrer de fome esta noite! Três dos irmãos começaram a rir, mesmo Falke. Reid revirou os olhos. —
Sim,
sim,
muito
engraçado,
minha
Senhora,
muito
engraçado!
A refeição preparada por Reid estava ruim. Não, era pior do que ruim. Era completamente intragável! O assado, ou o que tinha
sido um assado, estava queimado se assemelhando a uma pedra grande e preta. Felicidade foi os irmãos jogá-lo para fora da longa varanda esculpida no segundo andar da casa. O assado lançado bateu em uma árvore e, causando mais dano à casca do que a si mesmo, caiu no chão da floresta com um baque retumbante. O rico riso masculino inundou a floresta enquanto os pássaros grasnaram e voaram em protesto. Felizmente, Quinn tinha contrabandeado uma cesta do palácio quando viera. Ela estava cheia de carnes frias e um patê cremoso tipo queijo. Imergindo a carne no queijo, comeram na sala, descansando
relaxadamente,
enquanto
conversavam.
Ninguém
tratou Ulyssa como uma estranha, enquanto contavam histórias de sua infância crescendo no palácio. Ulyssa achou os Príncipes muito charmosos, até mesmo Falke embora ele mal sorrisse. Enquanto ela o observava, viu um movimento mais sutil de suas características, principalmente em seu olhar firme. Ele tinha mais emoção do que seus irmãos pareciam lhe dar crédito. Ao longo da noite, ela sentiu-se culpada por lhe dar um tempo difícil. Pelo que ela podia dizer, ele tinha bastante assédio de seus irmãos, tanto que ele não precisava disso da parte dela também. — Então Falke estava coberto de lama da cabeça aos pés. — disse Reid, rindo muito, enquanto ele contava outra de sua lista interminável de histórias de infância. Era óbvio que ele tinha sido o orgulhoso instigador em várias das incidências.
— A gente devia ter
o que? — Quinze a vinte anos. — Quinn respondeu. Ouvindo Kirill rir ao lado dela, ela espiou por debaixo de seus cílios para ele. Seu riso era rico e profundo. O mero som dele lhe dava arrepios. Era um Kirill que não era visto no palácio. Aqui, com sua família, ele estava quase sereno.
— De qualquer forma, ali estava Falke coberto de lama e os Embaixadores Lithorian estavam a caminho. Lembrem-se, ele tinha sido escolhido para ser o oficial de recepção quando eles chegassem. O Rei era muito rígido sobre o ponto de que eles deveriam ser agradados de qualquer forma. Bem, enquanto nós estávamos mergulhando Falke na lama, Quinn entrou no quarto e roubou todas as suas roupas.
— Reid riu mais forte. Com dificuldades para
respirar, ele disse: — A única coisa deixada para ele era um vestido que Quinn roubara do harém. — Eles acreditaram que era traje cerimonial. — Falke resmungou, tentando manter um rosto severo. — Eu tive que usar isso a cada ano dos dez anos que eles vieram para cá! Ulyssa estourava de tanto rir, imaginando o estoico Falke em um vestido. — Era a única coisa a fazer ou então eles poderiam ter parado de negociar com a gente. — disse Kirill. — O Rei teria colocado Falke no calabouço se isso acontecesse. — E o que eles negociavam? — Ulyssa perguntou. — Chocolate. — disse Reid rindo mais forte. — Chocolate? — Ulyssa repetiu incrédula. — O Rei Attor tinha um dente doce. — explicou Kirill, como se isso fizesse todo o sentido. Ulyssa escondeu sua tristeza. Um pai que trancaria o filho por arruinar um acordo comercial sobre chocolate? Ela gostava do Rei morto cada vez menos. Quão difícil deve ter sido para eles, crescendo com um homem tão emocionalmente vazio como pai. Ela imaginou que teria sido pior do que a sua infância sem pai. Colocando seu prato no chão, Ulyssa não pensava enquanto se recostava no sofá ao lado de Kirill. Ela deslizou seu corpo naturalmente pelo dele. Ela sentiu seu hálito antes do braço dele mover-se possessivamente sobre o ombro. O corpo firme dele embalou o dela a seu lado naturalmente e a ponta dos dedos
moviam-se sobre o braço dela, em uma carícia distraída. Ele cheirava tão bem. Deus a ajudasse, ela o queria. — Ah, queria ser tão jovem novamente! — Reid riu. — Isso não pode ter sido há muito tempo. — disse Ulyssa, estudando os irmãos. — Vocês parecem todos quase com trinta anos. Todos riram mais fortemente. —
Ah,
ter
trinta
anos
de
novo!
—
Reid
suspirou
dramaticamente. Ulyssa franziu a testa, puxando-se para trás para olhar Kirill. — Se ele está com mais de trinta e você é o mais velho, quantos anos você tem? — Noventa e oito! Os olhos de Ulyssa se arregalaram e ela esperou que ele dissesse que estava brincando. — Você está brincando, não é? — Ah, sim, ele é um jovem Rei, com certeza. — Falke disse. Ele ergueu a caneca, levando Reid e Quinn a fazerem o mesmo. — Mas, ele vai ser um grande homem. — Concordo! — disse Quinn, brindando. — Concordo! — Reid assentiu. — Já está tarde. Eu deveria levar você para casa. — disse Kirill, empurrando-se para cima do sofá. A declaração foi dita com uma intimidade que fez Ulyssa ficar nervosa. Casa. Ela realmente nunca tivera uma casa antes, nunca realmente ansiara por uma como as outras crianças no orfanato. Voltando. Isso significava uma noite de tentativas de abstrair-se de se entregar ao seu desejo por ele. Ver o lado mais suave da vida de Kirill não estava ajudando-a a resolver, nem estava à percepção sobre o jeito do pai dele. Isso explicava muito sobre o porquê ele era do jeito que era. Ulyssa fingiu um bocejo e se levantou. Lentamente, balançou a cabeça. Ela não gostou da ternura que penetrou em seu peito
quando pegou o braço oferecido de Kirill. Com calmas despedidas eles saíram. Quinn suspirou, enquanto a porta se fechava atrás do casal. Os três Príncipes sentaram-se em silêncio por um longo momento, seus rostos se desenhavam em pensamento. Cuidadosamente, o mais jovem Var murmurou: — Ela faz alguma coisa para ele. Ela o relaxa, equilibra-o. É quase estranho de se ver. — Eu notei isso também. — disse Reid, não exatamente sorrindo com o pensamento, mas nem carrancudo também. — É quase como se ele carregasse o cheiro dela também. Mas, como pode ser isso? Como pode uma mulher humana marcar a nossa espécie? Falke permaneceu quieto. Quinn deu de ombros, não sabendo a resposta. — Você viu a possessividade nele? — Reid perguntou. Todos os três voltaram seus olhares sérios para a porta, como se pudessem ainda ver o casal. — O que você acha que isso significa? — Quinn suspirou. Falke sentou mais a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos. Seu tom de voz baixo crepitava sobre a casa da árvore. — Eu acho que isso significa irmãos, que o nosso Rei só pode ter encontrado sua mulher. Se ele não for cuidadoso, ele vai tornar sua companheira a sua Rainha.
A floresta estava escura e com sombras da hora tardia, mas os sóis ainda forneciam bastante luz nebulosa para poder enxergar. Ulyssa chutava à toa na trilha com seus pés enquanto caminhavam. Ela tinha soltado o braço de Kirill para descer os degraus da frente e
não
tinha
tocado
nele
desde
então,
embora
o
quisesse
desesperadamente. — O que está pensando? — Kirill perguntou, capturando seus olhos suaves sobre ele. As mãos dele estavam unidas nas costas e ele caminhava facilmente ao seu lado. Ulyssa se recusou a dizer o que estava pensando, porque ela estava muito insegura sobre onde seus pensamentos a levariam. Assim, em vez disso, ela perguntou: — Você não tem medo de andar sozinho, sem guardas? Kirill riu. — Eu deveria ter? — Bem, eu quero dizer e se alguém enviar um assassino atrás de você? Ou quiser te sequestrar? Essas coisas acontecem à realeza o tempo todo. E sobre os Draig? Eles não são uma ameaça para você? — Ulyssa engoliu nervosamente, recusando-se a olhar para ele, embora ela sentisse os olhos dele estudando-a atentamente. — Você está preocupada com meu bem-estar? — as palavras eram suaves, sondando. Ela jurava que ele se aproximou de onde ela andava, mas não olhou para confirmar. Respirando fundo, ela mentiu. — Não realmente. Eu estava curiosa para saber por que você se arriscaria. Você pode ser emboscado. — Eu posso me defender! — respondeu ele, um pouco duro. — Não há nenhuma razão para que eu me esconda no palácio. Os Reis antes de mim não se esconderam e nem devo eu. — Eu não estou dizendo para se esconder. Eu só estou perguntando por que você não tem um guarda-costas andando com você, se não um guarda-costas, seu irmão, Falke. Tenho certeza que ele viria de volta com a gente, se lhe pedisse. — Você não acha que eu posso defendê-la? — perguntou ele, apertando sua mandíbula. Ele se virou para ela e sua mão agarrou em seu queixo, apertando-a enquanto a forçava a olhar para ele.
Seus olhos escuros brilhavam com raiva verde e dourada, e ela podia ver a ameaça de uma transformação nele. Uma sensação peculiar deslizou sobre a carne dela e ela estava certa de que garras cresciam em seu pescoço, perto de seu pulso. A voz dele temperou-se com um rugido e ele resmungou: — O que fiz para merecer tal conversa de desonra vinda de você? — O que? Desonra? Eu... ? — Fique tranquila. — ele sussurrou para ela. — Eu não preciso de Falke para proteger o que é meu. — O que é seu? — ela repetiu atordoada. Seu coração quase parou de bater em seu peito. Estaria ele afirmando ela como sua? Uma sensação estranha tomou conta dela no pensamento. — Sim, minha propriedade. — esclareceu ele, embora a declaração veio um pouco tarde demais. Oh, Ulyssa pensou com tristeza em crescente indignação, sua propriedade. “Eu vejo. Sua propriedade. Que cabeçudo bárbaro idiota! Vou mostrar-lhe a propriedade!” —
Que
diabos
você
quer
dizer?
—
Ulyssa
começou,
levantando a mão para empurrar o peito dele. — Shhh! — Kirill ordenou, virando a cabeça para longe dela. Seus olhos percorreram a floresta. — Silêncio! — Você não... Owph! Uma das mãos de Kirill disparou para frente para tapar a boca dela. A outra puxou a parte de trás da cabeça dela até que ela apertou na dobra rígida de seu peito. — Alguém está vindo! — disse Kirill sob sua respiração, diretamente em seu ouvido. Ela lutou contra a sua pressão. Ele ignorou seus protestos fracos enquanto cheirava o ar. — Ande atrás de mim e se comporte. Tão rapidamente quanto ele a liberou Kirill começou a andar, não observando para ver se ela o seguia. Ulyssa parou ofegante, e se
recusou a mover. Ela que se danasse, se andasse atrás dele em submissão. Ela cruzou os braços sobre o peito, inclinou a cabeça para o lado e ficou encarando-o. Kirill notou que ela não o seguia e de repente parou. Seus dedos levantaram e, sem se virar, ele fez sinal para ela vir para ele. Ela não se mexeu. Enquanto ele se virava para olhar para ela, Ulyssa quase riu ao ver a tensão em seu corpo. Os olhos dele brilhavam de raiva, mas ela estava muito irritada com as palavras dele para ligar. — Rei Kirill! O sorriso de Ulyssa caiu ao ouvir a voz. Ela piscou os olhos, levantando o queixo com orgulho. Ela não podia ver além de Kirill, mas ela o viu virar para o som. O corpo dele se endureceu mais e era como se ela pudesse sentir a tensão dele dentro de si. A repentina onda de estresse fez mal ao seu estômago e ela sentiu como se pudesse vomitar. — Meu Rei, é uma honra! — disse a mesma voz. Ulyssa deu um pequeno passo para o lado. O homem que se curvou para Kirill era menor em estatura, com cabelos grisalhos longos. Se Kirill tinha noventa e oito, ela poderia apenas imaginar quantos anos este homem tinha. Frios olhos verdes se viraram para ela. Ela enfrentou o olhar do homem corajosamente. Ulyssa considerou. Ela deu um passo mais para perto para ouvir melhor. Antes que percebesse o que estava fazendo, ela estava ao lado de Kirill. Ele não se moveu para aceitá-la. O velho Var olhou-a com curiosidade, como fez seu filho. Sob os seus olhares, ela fez a única coisa que podia pensar. Ela sorriu, estendeu a mão e disse: — Olá, eu sou Ulyssa Payne. Os homens apenas olharam para ela de forma estranha. — E você seria? — ela falou um pouco severa pelo silêncio rude dele.
— Lorde Myrddin, eu sei que você não teve a honra de conhecer a minha amante, Lyssa. — a mão de Kirill ondulou, dispensando-a e ele não se voltou para olhá-la.
— Lyssa, este é
Lorde Myrddin e seu filho, Mestre Andras. Andras era um homem mais alto que seu pai, com a cabeça cheia de ondas marrons. Porém, ele tinha os mesmos olhos verdes e frios de Myrddin. Nem o homem se moveu para acatar o pequeno arco de comprimento da cabeça dela, enquanto eles voltaram a olhar para Kirill. — Você foi ao Príncipe Reid? — Myrddin perguntou. — Ah, apenas para dar um passeio sobre a floresta. — Kirill mentiu. — Nós estamos muito desgostosos por saber de seu pai. — disse Myrddin, dobrando a cabeça enquanto ele baixava o nariz para Kirill. — Ele era um bom Rei. Homens como ele nunca serão substituídos. Parecia uma coisa estranha de dizer ao atual Rei. Ulyssa esperou em doce antecipação por Kirill apertar a garganta do homem e exigir respeito. Para sua surpresa, ele apenas assentiu com a declaração e nada disse. Ulyssa bufou levemente antes que ela pudesse se controlar e todos os olhos se voltaram para ela. — O que foi Lyssa? — Myrddin questionou. Não havia dúvida em seu tom duro. Ela tinha uma sensação de que ele sabia sobre ela antes do encontro deles. Ela também tinha a nítida impressão de que o encontro deles aqui não tinha sido uma completa coincidência. Os olhos dele a avaliaram enquanto ele perguntava: — Será que você teve a honra de conhecer o nosso Rei Attor? — Sim, brevemente. — ela respondeu, igualando o seu tom rude com o dele próprio. Ulyssa decidiu que ela não se importaria com a atitude do homem. Ela não conseguia imaginar o porquê Kirill abaixava a voz para ele. Uma necessidade desesperada de tirar o sorriso do rosto do homem bajulador a superou. Com uma voz tão
doce que escorria mel com sarcasmo, ela acrescentou: — Creio que foi no mesmo dia que ele morreu. Embora, seja difícil dizer uma vez que ele me sequestrou e me deixou inconsciente. — Entendo! — Myrddin rosnou. Sua boca rompeu, enquanto ele ordenava: — Andras, venha, estamos atrasados! — Meu Senhor. — Andras inclinou a cabeça para Kirill e moveu-se para seguir o exemplo de seu pai. Seu rosto nada transparecia. — Meu Senhor. — Myrddin assentiu para o Rei, murmurando. —
Lorde
Myrddin,
Mestre
Andras.
—
Kirill
respondeu
polidamente. Os homens passaram. Kirill não esperou eles saírem de sua vista, antes que começassem a caminhar contra a direção do palácio. — Quem eram eles? — Ulyssa perguntou quando estavam a sós. — Lorde Myrddin é um homem sábio e respeitado de Var. Ele é líder dos casarões antigos e sua família detém a maioria dos pântanos sombreados. — Kirill ainda não olhava para ela e Ulyssa percebeu que ele estava pálido. Rangendo os dentes, ele disse: — Ele e seus homens eram muito leais ao meu pai. Kirill andou mais rápido, espreitando por entre as árvores. Ulyssa correu para acompanhá-lo. — Ele não parece muito nobre e sábio para mim. — Gatos Sagrados, Lyssa! Você não pode simplesmente me obedecer? — Kirill parou. Seus olhos escuros se estreitaram nela com raiva. — Eu lhe disse para seguir atrás de mim e ainda assim fica ao meu lado como igual! Na maioria das vezes isso não importa, mas os caminhos dele são antigos e devemos respeitar isso. Você está realmente tentando nos causar mais problema? Se eu não soubesse eu pensaria que estava tentando ser a minha mulher! Apenas uma Rainha ousaria falar da maneira que você fez.
— Ei, amigo, eu não quero ser seu nada! — ela assobiou, igualando o tom abafado dele. Ele não estava gritando, mas tinha posto fora toda a raiva em seu rosto e voz. — Foi você quem que me pediu para ficar, eu queria partir. Só me deixe sair do nosso acordo e eu saio agora! Eu andarei para a floresta e você nunca vai me ver de novo. Kirill cortou a mão no ar para silenciá-la. — Peço-lhe para se comportar e, ainda assim você abre a boca! Você não pode nunca ficar quieta? — Você é um Rei. Você não tem que responder aos gostos dele. Como você pode deixá-lo falar assim com você? — Tenho que responder a todos neste Reino. — Kirill rosnou. — Você me deu sua palavra que iria se comportar por três meses, até que veio passear. Se você quer que eu honre a minha palavra para deixá-la ir, eu vou exigir que você honre a sua. — Você ainda não deveria deixá-lo falar como ele o fez. Se você não vai se defender... — Você ousa insultar-me ainda mais dizendo que eu preciso de você para me defender? — Argh! Você é tão... Tão argh! Quem liga se ele gostava mais de seu pai, Kirill? Eu tenho uma novidade para você. Você é o novo Rei e mais, seu pai era um idiota. Tenho pena que o tenha perdido e lamento que ele esteja morto, mas isso não muda os fatos. Olhe para sua infância, a infância de seu irmão... — Você é humana. Não tem jeito de você entender os nossos costumes. — ele interrompeu, chegando mais perto para vê-la melhor. Seu corpo estava tenso e ele se recusava a tocá-la. — Eu estou bem ciente que você não tem amor pelo meu pai, Lyssa, mas essas pessoas têm. E mais que isso, Attor lhes tem o respeito até mesmo em morte. Você não pode se desfazer de séculos de lealdade em uma semana. Eu sei que isso não importa em nada para você,
para os seus planos de sair daqui, mas é importante para mim, eu estarei preso aqui por séculos! —
Preso?
—
Ulyssa
ofegou
em
choque.
Ela
tremia
violentamente com a proximidade dele, como se ela pudesse sentir a raiva dele dentro de si, mas havia mais, uma ligeira ponta de medo que ele nunca admitiria, e provavelmente não sabia que tinha. As palavras dele ecoaram na cabeça dela como se ele tivesse gritado dentro dela ao invés de sussurrado com raiva diante dela. Ela ouviu o eco do rugido em seu cérebro e não era a sua frustração que ela sentia. Era a dele. Ela deu um passo para trás com medo, os olhos arregalados. Cada nervo dentro dela tentava empurrá-lo de seu corpo, não gostando da invasão. Sem ligar para nova condição dela, Kirill parou regiamente na frente
dela.
O
rugido
parou
enquanto
ele
olhava
para
ela.
Calmamente, e sem paixão, ele disse: — Eu devo insistir que você pare de caluniar o Rei Attor. Se você falar de novo, nosso acordo terminará e eu terei de punir você. — Você disse que estava preso aqui. — disse Ulyssa em vez de responder à sua ameaça. —
Eu
usei
a
palavra
humana
errada.
—
ele
negou
prontamente, mas de alguma forma ela sabia que ele estava mentindo, podia sentir que estava. — Sua linguagem é fácil de se confundir. De repente, ela não sentia nada. O silêncio em sua cabeça a deixou dormente. Ele tirou as suas emoções fora, bloqueou, engoliuas até que elas fossem ignoradas. Era como se ele a tivesse invadido e depois saído, levando parte dela com ele. Ela não conseguia explicar, nem mesmo queria tentar. — Quanto à sua insolência diante de Lorde Myrddin, vou condená-la a duas semanas de arrependimento. Você não pode deixar a minha casa até atingir este prazo.
Ulyssa ofegou. Ela observou em silêncio enquanto ele se afastava. Então, olhando ao redor a floresta sombreada, ela andou atrás dele.
Capítulo Oito
Kirill levou Ulyssa para casa sem dizer uma palavra e, para sua surpresa, deixou-a lá sozinha. Foi bom. De repente, ela sentiu como se tivesse muita coisa a descobrir. Uma parte pequena, contudo esmagadora de seu eu gritava para por tudo de lado, seu orgulho, sua teimosia e apenas agarrá-lo, permitisse ele ou não. Essa mesma parte lhe dizia para se submeter completamente, ceder para que ela pudesse ter o que queria. Ela ignorava esta pequena parte, pois não era de sua lógica que se tratava, mas de seu coração traiçoeiro. Ulyssa se recusou a tornar-se apaixonada por um Rei bárbaro.
A primeira semana de seu arrependimento ela passou com raiva. Ela ignorou Kirill. Ele a ignorou. Ela comia sozinha, banhava-se sozinha, sentava-se sozinha, olhando para a parede sozinha. Foi somente quando ela começou a conversar sozinha, que se sacudiu de seu estupor e começou a procurar por coisas para fazer. E, embora ela achasse pouco para fazer, seus pensamentos estavam ocupados. Há segunda semana pareceu ainda maior. A raiva de Kirill pareceu diminuir e ele começou a jantar com ela à noite. A primeira conversa foi empolada e curta, mas evoluiu gradualmente para tópicos inocentes sobre Qurilixen, tipo clima e alimentação. Ele tentou fazer-lhe perguntas pessoais, que ela habilmente evitou. As poucas histórias que ela tinha envolviam a Agência e esse pequeno detalhe não era algo que queria que ele soubesse.
Até o final do arrependimento dela, uma tensão inquieta se instalou na casa. Seus olhos se travavam e se seguravam um no outro por longos períodos antes de qualquer um deles pensar em desviar o olhar. Kirill andava pela sala, sem camisa, se recostando no batente da porta enquanto ele falava, sabendo que o tempo todo ela o observava. Ulyssa permitia que seu corpo pincelasse o dele quando passava por ele. Ou ela permitia várias concessões para mostrar a ele. Era um jogo e ambos sabiam disso, uma batalha de vontades para ver quem iria ceder primeiro. Até agora, ninguém se submetia. As duas semanas tinham sido de completa tortura, dormindo no sofá, sabendo que ela não tinha de fazer nada além de engatinhar em sua cama e se oferecer-se a ele. O orgulho teimoso a impedia de ir. O orgulho teimoso estava se tornando um desconforto duro nas horas
tardias
da
noite,
quando
ela
acordava
de
um
sonho
eroticamente carregado de Kirill e da magia que a sua língua poderia fazer em sua pele. Depois, ela tentou aliviar a tensão sexual de seu corpo por si mesma. Kirill tinha tropeçado sonolento no quarto, farejando o ar, enquanto ele passava para o banheiro. Era como se soubesse o que ela estava fazendo. Ela fechou os olhos e fingiu dormir. Ela não tentara isso de novo. Outra noção tinha sido filtrada em seus pensamentos, enquanto estava sozinha. Kirill tinha sido honesto com ela desde o início. Ele podia não sentir nada por ela, ou qualquer mulher. Ele queria apenas uma coisa dela, seu corpo. Ela respeitava-o pela honestidade, mas de repente isso se tornara uma realidade difícil de engolir e não sabia o porquê. Por que importava se Kirill se preocupasse com ela ou não? Ela realmente o queria? Será que queria mais dele do que uma apaixonada aventura, um incrível romance maravilhoso da carne? Ela queria o coração bárbaro dele? Ulyssa parou de andar pela extensão da casa dele. Seu mundo
girava
enquanto
sua
mente
foi
se
aproximando
do
pensamento. Ela virava-se em círculos, à procura de algo sólido para se agarrar. O sofá, a lareira brilhante, a sala de estar, tudo borrou e se listrou em sua visão. — Eu acho que o amo.
— murmurou com uma careta
confusa, antes mesmo que ela desmaiasse no chão.
Kirill olhou por cima da varanda do escritório real adjacente. Ele não podia voltar para casa, ainda não. Ele precisava ficar longe da mulher frustrante que já ocupava muitos de seus pensamentos nos últimos tempos. Ela era impulsiva, sem rodeios, imprudente, tudo que Attor havia prevenido aos seus filhos contra numa mulher. O vale abaixo se espalhava com árvores, os topos das quais se misturavam em uma planície suavemente ondulada. Suas folhas brilhavam de tal maneira que parecia campo de esmeralda. Ele amava esta terra, sua terra. E ele amava as pessoas que viviam nela. Kirill suspirou, sentindo o peso da sua carga dez vezes mais. Somente com Ulyssa ele sentia isso diminuir, menos a vez em que ela abrira sua boca muito grande na frente do Lorde Myrddin e seu filho. O nobre era um ancião muito respeitado e as palavras dela tinham
atraído
à
ira
dele.
Já
espalhando
rumores
de
sua
desconfiança sobre o novo Rei. Tinha sido o sobrinho do Senhor Myrddin, que ajudara a sequestrar Olena, a Princesa Draig. Por
causa
da
loucura
do
plano,
Brouse
e
seus
dois
companheiros foram mortos pelos Príncipes Draig nos pântanos sombreados. Lorde Myrddin tinha sido um dos conselheiros mais próximos à Attor e também era uma das poucas pessoas que Kirill tinha que se preocupar. O fato dele não ter vindo à Coroação também
sinalizava
que
ele
não
incondicional ao reinado do novo Rei.
estava
dando
o
seu
apoio
Kirill sabia que muitos dos anciãos queriam que ele atacasse os Draig, para matar a família real e vingar a morte de seu pai e, em menor grau, a morte de Brouse. Parte dele queria a mesma coisa. Era o seu pai, afinal, quem tinha caído à espada. Mas, Kirill era o Rei agora e tinha que olhar acima de suas próprias necessidades, seus próprios desejos. Ele tinha que fazer o que era certo para o seu povo. Kirill nunca tinha acreditado nas guerras de Attor. Ele acreditava que poderia haver paz entre os Var e os Draig. Ele não iria estragar aquela pequena chance de paz para vingar um homem que tinha provocado o início da batalha. Ele não arriscaria seu Reinado com uma mulher temperamental que o deixaria em poucos meses, não importando o quão sexy ele a achava, não importava o quanto seu corpo a queria nessas últimas semanas, não importava quantos pensamentos ela ocupasse em seu cérebro. Entrando no escritório real, ele começou a andar. — Siren, onde está Lyssa? — Lyssa está na sua casa, meu Senhor. — a voz do computador sensual respondeu como fez todas as vezes que ele perguntara. Ele perguntou ao computador várias vezes durante a manhã e a tarde, e sempre foi a mesma coisa. “Ela está em sua casa, meu Senhor”. Para a surpresa de Kirill, ela tinha honrado o seu decreto e não tinha deixado sua casa pelas completas duas semanas. Ele sabia que isso devia a estar matando, estar sendo mantida presa. — O que ela está fazendo? — Kirill perguntou, engolindo quase nervoso. — Ela não está se mexendo, meu Senhor. Executando verificação. — houve uma breve pausa, antes de Siren responder: — Bom estado de saúde. Ela parece estar dormindo, meu senhor. Kirill suspirou profundamente, deixando o escritório. Enquanto ele atravessava pela porta, ele ordenou.
— Siren, trava. — Sim, meu Senhor. — disse o computador. A porta se fechou atrás dele. Kirill começou a caminhar para casa, apenas para hesitar e parar. Um senso de determinação severa apoderou-se dele. Ele precisava trabalhar Ulyssa fora de seu sistema. Se tivesse que continuar negando a si mesmo enquanto esperava pela vinda dela, ele certamente surtaria. Virando-se, caminhou pelo corredor em direção ao harém. Algumas das mulheres ainda estavam lá. Certamente uma delas não seria tão avessa a satisfazer o novo Rei. Um cabelo dourado-avermelhado e olhos azuis escuros apareceu instantaneamente em sua mente. Ele era capaz de se lembrar em mínimos detalhes a sensação de sua pele, o sabor de seus lábios. Engolindo sobre o nó na garganta, ele soube que isso poderia levá-lo a loucura.
Ulyssa levantou a espada e girou em torno de sua cabeça. Ela não sabia a maneira correta de manejá-la, mas isso não importava. Ela precisava de exercício. Ela precisava desabafar. Ela precisava que Kirill voltasse para casa para que pudesse provar para si mesma que ela apenas queria dormir com ele, e não amá-lo. Foram duas semanas de tensão sexual que colocara o pensamento em sua cabeça. Ela tinha certeza disso! Depois de puxar o corpo do chão, ela passou a noite no sofá. Não que isso importasse. Pelo que sabia, Kirill não tinha voltado para casa. Ela se perguntava se ele passou a noite no harém, muitas vezes se perguntou se ele passou algum tempo no harém. Era uma loucura acreditar que um homem com tais apetites carnais negaria a si mesmo, especialmente com as insinuações sexuais que ela deixou cair para tentá-lo à loucura.
Ulyssa grunhiu, batendo mais forte fazendo assim com que a lâmina cantasse pelo ar. Ela se recusou a ficar com ciúmes. Seus pés arrastaram no chão enquanto ela se movia. Lentamente, se lembrou da sua linha de pensamento antes que ela desmaiasse. Na manhã seguinte, quando a lógica mais uma vez reinou sobre sua mente, ela achou que provavelmente só tinha bebido algumas das coisas de nef que
Kirill
mencionara.
É
por
isso
que
ela
sentia
tudo
apaixonadamente. Ulyssa tremeu com nojo, balançando a lâmina mortal uma e outra vez. Espontaneamente, a imagem de Linzi e Kirill em um abraço veio para ela e gritou com sua frustração. Só quando ela ofegou e ficou sem fôlego para respirar, parou. Seus braços caíram mole para os lados. Levantando a espada, ela se moveu para colocála de volta no armário de armas, onde a encontrou. Enquanto ela soltava, a porta se abriu e ela virou. Seu coração pulou em sua garganta enquanto esperava por Kirill. — Falke? — ela perguntou surpresa. — Minha Senhora. — Falke assentiu. Seus olhos moveram-se para olhar por cima do armário aberto. — Você sabe como usar essas armas? Levou um momento para Ulyssa superar o fato que Falke falou mais do que algumas sílabas para ela, antes que respondesse: — Ah, não, não realmente. Sei usar um pouco a faca de combate, mas nada com espadas. — a respiração de Ulyssa travou quando ela percebeu o que revelara. Falke ficou sem expressão. Como se isso não fosse grande coisa, ela disse: — Ah, era um treinamento de autodefesa que todos os órfãos tinham de tomar. — Órfãos? — ele perguntou. — Eu não estou familiarizado com essa palavra. — Aqueles que não têm pais. — Ulyssa foi além do mau pressentimento sobre sua situação. Ela tinha sido tirada da casa para meninas aos onze anos e foi transferida para a Agência para iniciar
seu treinamento. — Meus pais morreram em um acidente de transporte, quando eu tinha um mês de idade. Fui criada em um lar que acolhe crianças que não têm um lar ou família. — Hum. — ele meditou. — Você está procurando o seu irmão? — Não. Ele me mandou... — Para me checar. — ela completou. — Sim, e para ver se precisava de alguma coisa. Suas duas semanas terminaram. — Precisar de alguma coisa? Você quer dizer além de sair desta casa? — Ulyssa riu. Falke não se moveu de sua posição em frente à porta aberta. Ele assentiu a cabeça em aprovação. — Você não tentou escapar, por isso está livre para andar pelo palácio. Existe algum lugar especial que você gostaria que eu a levasse? — Só pra fora. — Ulyssa disse com um sorriso. Sentia-se quase tonta. Tinham se passado duas semanas desde que Kirill lhe dissera que ela tinha que ser castigada. Se ela saísse em público, ela iria quebrar o acordo sobre o comportamento e que ele seria forçado a
jogá-la
nas
prisões.
Duas
semanas
de
confinamento
fora
definitivamente melhor do que ser uma prisioneira. Até onde ela poderia dizer, barras douradas no palácio eram muito mais fáceis de escapar do que o ferro. — Fora. — Falke repetiu. Ele assentiu a cabeça lentamente. — Muito bem. Fora. Pegue a espada e vem. Vamos sair.
“Fora” consistia em um campo de prática vazio no pátio central do palácio. Quatro paredes cercavam o quintal gramado, bloqueando-o por todos os lados com uma passarela coberta de
mosaicos detalhados e em intrincados padrões. Falke parou primeiro para pegar sua própria arma, antes de conduzi-la até onde ele iria instruí-la. Ulyssa ficou muito impressionada com as habilidades de Falke. Ele era um professor paciente, um líder capaz, e um comandante rígido. Ela admirava as três qualidades. Parando em uma pose, ele colocou a lâmina diante dele e chamou-a de volta apenas para fazer uma pausa, enquanto esperava que ela copiasse o movimento. Ela obedeceu e ele repetiu o mesmo movimento várias vezes para que ela o seguisse. Eles trabalharam em silêncio até que ela o satisfizesse. Após cerca de uma hora, Falke virou para ela e ergueu a lâmina. — Agora, faça o que eu acabei de mostrar enquanto eu ataco. Ulyssa sorriu animada para tentar sua nova habilidade. Com um lado de sua espada, Falke efetuou lentamente os movimentos, acelerando lentamente a cada passo, até que ela conseguisse suportar o peso de seus golpes.
— Siren, encontre Lyssa. — declarou Kirill, olhando por cima da mesa até o teto com um suspiro cansado, enquanto ele esticava os músculos do pescoço. Ele esperou a resposta padrão. “Ela está em sua casa, meu Senhor.” Kirill estava cansado. Ele tinha ido para o harém, esperando drenar a tensão de seu corpo, mas nenhuma das mulheres o tocaria sem a permissão de sua primeira amante. Taura, a mãe de Falke, havia ordenado que as mulheres se mantivessem longe dele, lembrando-o daquele fato hierárquico. Estava tudo bem. Não tinha levado muito tempo para levá-lo a perceber de que ele não queria
mesmo ninguém, a não ser Ulyssa. O fato era difícil de admitir, até para si mesmo. Kirill voltou à cabeça para baixo, pronto para continuar a leitura de decretos antigos de seu pai, tão logo Siren lhe desse a resposta que desejava. Ele franziu o cenho, percebendo que o computador estava levando um longo tempo para responder. — Ela está lutando com o Príncipe Falke no pátio. — o tom de voz sensual do computador disse. — Muito obri... O quê? — Kirill fez uma careta. — Siren, repete! — Lyssa está no pátio lutando com o Príncipe Falke. Meus sensores detectam espadas, meu Senhor. Kirill sentiu seu estômago dar uma guinada para sua garganta. Ele tomou uma respiração profunda. Será que ela tinha tentado escapar dele? Será que seu irmão achou necessário dominála para ficar? Será que sua punição fez com que ela quisesse deixálo? E, por que agora depois de duas semanas? Kirill correu do escritório real. Falke era um grande guerreiro. Ulyssa não seria páreo para sua força e habilidade. Mais cedo, ele havia enviado Falke para verificá-la, não querendo ir para casa e encará-la ele mesmo. Poderia ter escolhido Falke ou Reid e ele não gostou da maneira como ela flertou com Reid, quando jantavam na casa da árvore. Kirill correu mais rápido. Ele não gostava da ideia dela deixálo. Durante o último par de semanas, tinha lhe dado algum conforto saber que ela estava em sua casa, esperando por ele. Bem, talvez não esperando por ele, mas dentro do seu alcance real era a mesma coisa. Seus jantares à noite eram um alívio para um dia difícil ajustando-se a seu papel como governante Var. Rodeando o canto para as passarelas cobertas que cercavam o pátio, ele desacelerou e andou em passo fácil. Sua respiração estava um pouco pesada, não por ter corrido a metade do
comprimento do castelo, mas por medo de Falke fazer algo para Ulyssa por dever. Quando se tratava da lei, Falke não se afastava da sua responsabilidade, não importa o quê. — Falke! — Kirill rugiu ao ver seu irmão atacando Ulyssa com uma espada. Foi um golpe cruel e por um momento Kirill congelou, esperando que a cabeça dela rolasse. Para sua surpresa, ela conteve o impacto, bloqueando-o com facilidade. Ulyssa piscou e cambaleou para trás. Falke se assegurou de que ela tinha terminado o seu contra-ataque, antes de deixar cair a sua guarda e virar-se para se curvar a seu irmão. — O que se passa aqui? — Kirill exigiu suas palavras mais duras do que pretendia. Ele não conseguia parar de olhar para Ulyssa. Seus olhos brilhavam com raiva dourada. A raiva era mais fácil do que o medo e ele acolheu com agrado. — Minha ordem foi para entretê-la. Virando-se para Ulyssa, Falke perguntou em tom sério: — Você está se divertindo? — Sim. — ela respondeu em um sussurro suave. Kirill sentiu seus olhos sobre ele e não pode resistir ao impulso de admirá-la. Um leve brilho de suor cobria-lhe o corpo, fazendo-a brilhar na luz do sol. Trilhas de seus cabelos estavam grudadas no rosto e pescoço, caindo de seu coque elegante. Ela era linda. Seu coração acelerou no peito. — Deixe-nos. — Kirill ordenou, olhando para trás a seu irmão. Uma enxurrada de desejo invadiu-a enquanto ele a observava e ele sentiu seu corpo dando um solavanco em resposta. Duas semanas foi um tempo muito longo para se manter longe dela. Falke inclinou-se para os dois e virou-se para ir embora. — Ei, Falke! — Ulyssa chamou atrás dele. O comandante voltou-se. — Obrigada! Ele curvou-se novamente, deixando um sorriso se insinuar no canto da boca, e saiu.
Quando eles ficaram a sós, Ulyssa virou os olhos arregalados para Kirill. Sua expressão caiu enquanto ela o estudava. — Deixe-me adivinhar, eu portar uma espada não é permitido pelas suas leis e eu o estou envergonhando novamente. Quantas semanas eu consegui desta vez? Três? Kirill não falou enquanto ela se movia para ele. Os olhos dela se encontraram ousadamente com os dele. Ele gostava do jeito que ela olhava para ele, simples, honesto. Agora que sabia que ela estava segura, ele relaxou. A mão dela se ergueu e a respiração dele se prendeu. Ao invés de tocá-lo, ela segurou a espada para ele tomar. Seus dedos roçaram os dela, enquanto ele pegava o punho. — Então, estou em apuros? — seus grandes olhos azuis voltaram-se para o chão. Ela está preocupada? Kirill estava atingido com o feito. — Não. — disse ele. — Então... — Ulyssa estava obviamente confusa. Ela afastouse e ele ergueu a mão para o rosto dela para pará-la. — Venha comigo, Lyssa. — Onde estamos indo? — Ulyssa olhou os olhos de Kirill, imaginando o que ele iria fazer. Ele sorriu levemente com a pergunta e o coração dela parou. Tinha ficado claro que ele ficara louco por Falke ensinar-lhe a lutar com espada. — Para um passeio. — respondeu ele, a mão deslizou do rosto dela ao seu pescoço. Os dedos enviavam calor a ela, acelerando seu pulso. — Você está me levando para o calabouço, não é? Kirill riu. Seus olhos caíram sobre os lábios dela e colocou a lâmina para o lado. — Você vai cortar minha cabeça? Um sorriso lento e predatório deslizou pelo canto da boca. Seus dedos apertaram a garganta dela. Ulyssa ficou tensa, pensando no brilho em seu olhar perigoso. Ela estremeceu assustada demais
para se mover. Sua proximidade causava estragos em seus sentidos. Ela o queria desesperadamente. Nada importava naquele momento, enquanto ela olhou profundamente em seus olhos escuros. —
Volte
comigo
para
minha
casa.
—
ele
sussurrou,
inclinando-se mais perto. As palavras soaram como um comando. Os cílios dela esvoaçavam sobre os olhos. — Peça-me. Os lábios dele roçaram os dela, mas ele não a beijou. Seus dedos roçavam pelo braço dela capturando-lhe a mão na sua. Ele andou para trás, puxando-a com ele. Então, chegando ao lado do pátio, ele se virou e levou-a para os longos salões do palácio. Ela o seguiu em silêncio, fascinada por ele. Os olhos dela percorriam o seu corpo, demorando-se mais onde os cordões se cruzavam sobre a carne de seus quadris. O dedo dela coçou para tocá-lo lá, para correr sob o material apertado para encontrar sua ereção esperando. Quando chegaram à sua casa, ele a deixou ir e moveu-se para pendurar a espada em seu lugar. Ela o observou quase em transe. Ele se moveu com finalidade furtiva e graça fluídica. De repente, ela balançou a cabeça, tentando trazer a si mesma de volta à realidade. — Eu vou tomar um banho. — Ulyssa andou cruzando a sala. Seus olhos escuros viraram-se afiados para ela, quente com desejo. A excitação dele era grande, pressionando inegavelmente contra a sua calça. Ele a queria. — Sozinha. O olhar dele se estreitou e seus olhos escuros ficaram com ela, torturado em sua paixão. Sua excitação era tão espessa que preenchia o ar entre eles. — Diga-me para ir com você. — Implore-me para que eu o permita. — ela respondeu, enfrentando o desafio nele. Se ele não ruísse naquele momento, nunca o faria. Seu queixo se levantou com orgulho e ela soube naquele instante, não importava o quanto o corpo dele queimasse,
ele não cederia. Ele nunca se curvaria a ela. Os membros dele tremeram e, com uma força de controle que ela nunca tinha visto em um homem, ele virou-se e caminhou lentamente para o quarto. Ulyssa teve de correr para o chuveiro para se afastar dele antes que ela cedesse aos seus desejos e suplicasse a ele para dormir com ela. — Chuveiro. — ela afirmou. Instantaneamente, a água pulverizou.
Ela
correu
para
dentro
do
chuveiro,
lavando-se
rapidamente em água morna. Então, parando, ela bateu o punho com força contra a parede de azulejo. Memórias de estar pressionada contra a superfície invadiram sua mente. Ela estava quente por ele. E, que se foda o orgulho dela, ela queria se render para ele. Mas, ela também se lembrou de suas palavras insensíveis. “Veja, não é tão ruim ser controlada por um homem. Você não se importou com o meu domínio sobre você.” Imaginou-o em seu quarto, liberando a tensão de seu corpo sem ela e a imagem levou-a louca. Jogar dominância era uma coisa, mas ela não o deixaria cometer o erro de fazê-la sua propriedade, uma escrava. Ela tinha muito orgulho para isso. Então o que fazer agora? — Argh! — ela gritou, batendo a mão contra o chuveiro mais e mais enquanto lutava contra o seu próprio corpo traiçoeiro. Caindo mole, ela sussurrou: — Chuveiro desligado. A água parou. Ela saiu, pegou uma toalha e, saindo pela porta, enrolou-a sobre sua pele úmida. Chegando à porta do quarto, ela parou. Ele não estava lá. Ela entrou e moveu-se para o armário. Através da janela retangular, o viu inclinar-se sobre as grades de pedra e ferro da varanda, olhando para fora à distância. Ela não pensou enquanto se movia para juntar-se a ele. Uma porta estreita do lado estava aberta e ela abaixou-se para passar. A pressa se aproximou dela, não muito diferente daquela primeira manhã acordando na casa com Kirill. Havia algo completamente mágico sobre a vista, algo que mexia com sua alma.
O ar frio atingiu sua pele, fazendo-a tremer. A varanda era elevada do chão, erguendo-se ao lado do palácio. O escuro céu azul esverdeado se descortinava diante deles, brilhando lindamente a distância.
Uma
exibição
majestosa
de
florestas
e
montanhas
estendia-se ao longo do horizonte, embalando um lago claro. A sua superfície vítrea refletia os três sóis. As árvores alinhadas na terra como uma pilha de esmeraldas descartadas. Suas folhas caiam em uma gentil sinfonia da natureza. Os olhos dela enquadraram as costas de Kirill. O corpo dele estava inclinado, apoiado no trilho. Seu cabelo longo e escuro deslizou para o lado, ondulando com o vento. Sua forma perfeita chamava por ela. Ele era mais bonito para ela do que a paisagem circundante e não conseguia desviar o olhar. Ulyssa deu um passo à frente, os pés descalços no sólido chão de pedra. Os dedos dela movimentaram-se à frente para tocar nas costas dele, assustando-o e fazendo-o se levantar. O cabelo dele caiu em seu rosto forte quando se virou. Alisando os fios sedosos que escondiam seu rosto, ela disse: — Apenas... Vamos chamar de uma trégua. Ele se enrijeceu visivelmente e assentiu com a cabeça uma vez. — Diga-me que você me deseja. — Ulyssa deixou sua mão no rosto dele, deixando seus dedos se emaranharem nos fios de seda de seu cabelo. — Isso é muito mais do que óbvio. — a voz dele estava baixa e o tom rico vibrou em cima dela, fazendo-a se aquecer para ele, apesar do frio com o vento. Seus mamilos coraram e se endureceram sob a toalha. O vento pegou a ponta do material, erguendo-o de lado expondo suas coxas. — Diga que me quer. — ela insistiu. — Eu a quero. — Kirill hesitou. Ela era tão adorável. Ele a queria. Ele a queria mais do que devia e não havia nada que pudesse
fazer sobre isso. A negação só fazia piorar o seu desejo. — Eu quero você, Lyssa! Eu quero fazer amor com você. Ulyssa deixou cair à toalha ao invés de responder. O vento capturou-a e levou-a consigo como um pássaro. Ela se lançou à frente e pressionou seus lábios aos dele. Um suave gemido escapou deles enquanto ela explorava a boca dele com a língua curiosa. As mãos de Kirill estavam em todos os lugares ao mesmo tempo, deslizando sobre sua carne, segurando em concha os globos macios de suas nádegas, puxando-lhe a parte inferior de suas costas para que ele pudesse esfregar sua excitação em seu corpo aquecido. Tinha sido muito tempo para esperar. Cada toque enviava um arrepio de desejo derretido através deles. Os dedos dela se arrastaram ao longo dos músculos duros do peito dele, descendo até a cintura. Ela liberou-lhe a faixa da cintura. O cinto caiu no chão de pedra antes de deslizar para fora com o vento para se encontrar com a toalha e nenhum deles notou ou se importou que este se fora. Ulyssa enfiou a mão nas calças dele para pegar-lhe a rígida ereção. Ela gemeu dentro da boca dele, puxando-se para trás para conseguir respirar. Um gemido de prazer de Kirill se juntou ao dela enquanto ela acariciava seu comprimento pesado em sua palma. Em seguida, empurrando as calças dele de seus quadris, ela sorriu enquanto a calça se juntava em torno dos tornozelos dele. Ulyssa quis provar tudo dele desde o primeiro momento em que colocara os olhos sobre ele. Arrastando-lhe beijos ao longo de sua mandíbula, ela mordiscou e lambeu seu caminho para o lóbulo da orelha. Com um leve empurrão em sua virilha, ela apoiou-o nas grades. Ela levantou a mão e corajosamente lambeu a palma enquanto encontrava o seu olhar escuro. Então, descendo, ela agarrou a ereção dele, deixando-o deslizar na palma úmida da mão dela. — Diga-me que você deseja isso. — ela exigiu dele. Ela o acariciou mais forte mais longo. Os quadris dele se sacudiram e sua
respiração ficou mais profunda. Ela o apertou, fazendo-o gritar. — Diga-me. — Eu quero isso. — ele murmurou, quase como se a admissão lhe causasse dor. — Mmmm, viu que não foi tão ruim, foi meu Senhor? — ela murmurou, lançando a sua língua para lamber os cantos dos lábios entreabertos dele. Por um breve momento, ele sugou os lábios dela, gemendo de prazer. A mão esquerda dela deixou-lhe a ereção pelo seu peito. Ela tirou-lhe a camisa, deslizando o material preto para expor a superfície plana e rígida de seu corpo. Ela beijou um mamilo e então o outro, sugando-os duramente. Kirill gemia em apreciação imediata. Ulyssa moveu-se ao longo da pele dele, esfregando as mãos espalmadas ao redor do traseiro dele e em seus lados, enquanto ela beijava um rastro quente e úmido de seu estômago até o seu umbigo. A camisa caiu enquanto ela fazia isso. As mãos dela encontraram a carne tensa de seu traseiro firme enquanto ela se ajoelhava diante dele. Vindo para os quadris nus, ela mordeu levemente a pele abaixo do umbigo. — Lyssa! — ele suspirou. Suas mãos estavam no cabelo molhado dela, empurrando e puxando, como se ele não conseguisse decidir o que ele queria dela. Ulyssa conduziu sua face ao longo do comprimento pulsante do pênis rígido dele, movendo-se para cima desde a base até a sua suave ponta arredondada. Os dedos dela apertaram-lhe a bunda enquanto a língua pincelava sobre a cabeça dele. Um rugido saiu da boca dele. Os músculos de seu estômago se apertaram e flexionaram enquanto ele segurava a cabeça dela e enfiava-se para frente entre a barreira de seus dentes. Kirill uivou de prazer enquanto ela sugava-o para dentro de sua boca. Os fios úmidos do cabelo quase seco dela chicoteavam-se nos ombros, envolvendo-se em torno de suas coxas. O trilho nas
costas segurou-o enquanto ela trabalhou com a sua boca na extensão dele. Olhando para baixo, ele soube, ao ver a boca dela em seu pênis, que era a cena de carga mais erótica que ele já tinha testemunhado. As mãos dela seguravam-no enquanto ela controlava os movimentos dos quadris dele. Ver foi demais, e Kirill tentou empurrá-la antes que o orgasmo o atingisse. Ulyssa sentiu o corpo dele se contraindo com a liberação um momento após as mãos dele tentarem puxá-la para fora. Os dedos dela agarraram a carne dele. Ela sugou-o mais forte, empurrando-o sobre a borda de libertação de seu clímax. As mãos dele desistiram de lutar quando ele gozou na boca dela, deixando-a ter sua essência quente. Somente quando o último de seus tremores se acalmou, ela se submeteu. Engolindo, ela olhou acima para ele através de seus cílios e moveu-se para ficar orgulhosamente diante dele. — Sinto muito! — ele disse, respirando forte. — Eu não queria... Eu não bebi o nef desde antes de nós... Desde a primeira vez que eu... — Não irá beber aquela coisa miserável novamente! — Ulyssa disse, de repente percebendo onde todos os Var conseguiam seu rígido controle. Quem inventou essa bebida deveria ter sido baleado em sua concepção. — Nós o bebemos por vocês! — disse ele, quase perdido. — Pelas mulheres. Então, nós não... Não ficamos muito selvagens para elas. Ulyssa pressionou seu corpo ao dele e começou a se esfregar. Roucamente, ela murmurou: — Você é meio animal, Kirill. Ser selvagem faz parte de sua natureza. Você não deveria lutar contra sua natureza, pelo menos não nisto, não conosco. Ulyssa descobriu o que significava essa atitude. Ele tivera de se esconder tanto de si mesmo, suprimir suas expectativas, seus
sonhos, seus desejos, por seu povo. Como ela poderia lhe pedir para fazer o mesmo por ela? Seus olhos brilharam com a promessa quente, e enquanto ele olhava para ela, sentiu instantaneamente a elevação do corpo dele contra sua carne. Para sua surpresa, ele estava pronto para ir de novo. — Mais!— ele rosnou, ordenando. Era como se uma barragem de controle se quebrasse dentro dele. — Eu quero mais! — Bom, porque eu estou pronta para dar-lhe mais, meu Senhor. Muito mais! — Ulyssa foi puxada para trás, gostando do brilho predatório do olhar escuro. A mandíbula dele se reduziu e um baixo rosnado começou a crepitar no fundo da garganta, como se ele fosse atacar. Lentamente, ela se moveu para a grade e colocou os cotovelos sobre a bancada, inclinando-se. Kirill chutou a calça de seus tornozelos e tocou na carne macia das suas nádegas oferecidas. Quase em transe, ele veio atrás dela. Seus dedos a tocaram e ele verificou que ela não tinha mentido. O corpo dela estava molhado, pronto para recebê-lo. Saber disso foi mais do que ele podia controlar. Kirill guiou seu pau para frente, provocando a abertura com a ponta enquanto a abria para aceitá-lo. Em seguida, agarrando ambos os lados do seu quadril, ele mergulhou para frente. Outro rugido saiu enquanto ele se deslizava no fundo do corpo firme, colocando-se ao máximo dentro dela. Ulyssa gritou de surpresa. Kirill não parou. Ele moveu seu quadril,
bombeando
e
balançando
rudemente
contra
ela.
Os
grunhidos primais da paixão deles se ampliaram. A bela cena dançou diante dos olhos dela. A distância da cabeça dela ao chão tornou-se pequena enquanto ele a empurrava para o lado de fora da grade da varanda. O perigo de sua posição só fez o coração dela bater mais rápido no peito.
— Oh, Kirill, bebê, sim! — Ulyssa sentiu as lágrimas arderem em suas bochechas e alegrou-se que o vento as secaria antes que ele as visse. Nunca havia se sentido tão desejada, tão querida, como ela se sentiu sob os movimentos selvagens do corpo dele. Com as palavras dela, os quadris dele se impulsionaram mais rápido, mais profundo, mais duro dentro de seu núcleo até que ele tocou mais fundo do que qualquer homem jamais o fizera. A tensão foi crescendo como um foguete se preparando para explodir no espaço profundo. — Oh, aí, aí, oooh exatamente aí! Oh, meu ... Kirill! Ulyssa gritou quando o orgasmo mais intenso que ela já sentira torturava-a da cabeça aos pés. A sua passagem quente apertou-se contra ele, e ele respondeu ao seu chamado com um dos seus próprios. Ele veio em longas ondas de calor dentro do corpo dela. Ele permaneceu enterrado nela, deixando a sua essência lavála por dentro, marcando-a como sua, colocando a sua reivindicação. Se não fosse por Kirill a segurar pela cintura, ela teria caído para fora da beirada da varanda e nem se importaria. Ulyssa levantou-se lentamente, caindo levemente para trás até que aconchegou-se ao peito dele. Ela ofegou para respirar, frágil e trêmula. Kirill beijou sua orelha, sugando-a entre os dentes. — Mais! — ele sussurrou. A palavra era marcada por um rosnado. Os olhos de Ulyssa se reviraram em surpresa. — Kirill, eu... Dê-me um segundo! — Mais! — ele rosnou mais alto. Antes que ela percebesse o que estava acontecendo, ela foi varrida para seus braços fortes. Seus lábios pressionados nos dela, apaixonados, fortes, exigentes, com um beijo que lhe roubou toda a razão. Quando os pulmões dela quase explodiam por falta de ar, ele a liberou. Ela estava fraca em seus braços. Kirill sorriu para ela, e repetiu mais suave: — Mais. Eu quero mais!
Ulyssa gemeu levemente. Sem quebrar os passos, Kirill a carregou à frente para a porta, e para o quarto. Ele a colocou sobre a cama ficou apenas o tempo suficiente para se despir completamente, e então se moveu para rastejar sobre ela com graça furtiva. Ela riu, amando o jogo dos seus músculos sob a carne bronzeada enquanto ele vinha sobre as pernas dela do final da cama. — Kirill, talvez nós... Seu rugido a cortou. Suas mãos empurraram as pernas abrindo-as. E, antes que seus lábios encontrassem o seu centro para molhá-lo para ele mais uma vez, ele resmungou: — Mais!
Ulyssa não podia se mover da cama. Seu corpo estava dolorido. Kirill acabou tendo mais, muito, muito mais. Na sétima vez, ela estava quase pronta para ir e encontrar algum nef para ele apenas para que lhe desse um descanso. No oitavo, ela estava pronta para forçar-lhe o nef goela abaixo. Felizmente, o nono parecia ser o limite dele e ele finalmente a deixara descansar. A força dele era uma coisa, mas a sua própria a surpreendeu. Justamente quando ela pensava que não poderia ir mais além, que seu corpo estava certamente esfolado, ele a aquecia novamente até o ponto dela ficar se contorcendo e pedindo para ele terminar. E terminar foi o que ele fez, até que ela veio com tanta força que pensou que todo o bárbaro planeta estava caindo aos pedaços. Sentindo a mão na coxa dela, ela olhou por cima. Kirill havia despertado
em
um
estado
de
espírito
brincalhão.
Ele
sorriu
expressivamente, enquanto as mãos roçavam-lhe debaixo das cobertas. Seus dedos encontraram um seio e ele torceu seu mamilo, rolando-o levemente. Ele não tinha demorado muito tempo para
descobrir
como
os
seios
dela
eram
sensíveis
e
usou
esse
conhecimento para seu proveito. — Mmmm. — ela gemeu, em protesto fraco. — Mais não, Kirill! Mais não! — Você está ferida? — ele perguntou, preocupado. — Sim. — ela gemeu. Entretanto, a maneira como ele brincava com o mamilo estava fazendo com que ela se esquecesse de si novamente. Com a velocidade da luz, ele atirou para cima as cobertas e caiu sobre ela. Os cobertores desceram repousando sobre os quadris dele enquanto ele esfregava sua ereção à abertura inchada dela. — Então me deixe acalmar você. — Eu posso ver porque o seu tipo precisa de tantas mulheres! —
ela
murmurou,
brincando.
Ela
alcançou-lhe
os
cabelos
desordenados colocando-os de lado para que ela pudesse ver seu rosto. Kirill se enrijeceu. Um olhar estranho passou por dele. — Agora, você deseja que eu tome outra mulher? — Você quer outra mulher? — ela perguntou, com cuidado. Seu coração parou de bater e ela estava certa de que quase morreu naquele momento. — Agora, eu quero você. — ele sussurrou após um silêncio, impetuoso beijou seus lábios. Seu corpo se enterrou à frente e ele fez amor com ela devagar, saboreando as suas paixões comuns. Quando ambos conheceram a sua liberação, ele se levantou da cama e pegou uma caixa do armário. Colocando em cima da cama sem comentários, ele saiu para tomar uma ducha. Ulyssa se sentou. Ela olhou para a caixa por um tempo antes de tirar fora a tampa. Dentro estavam um par de calças com cordões em cruz e uma camisa semelhante ao estilo de Kirill, porém feita para caber nela. Também havia um par de botas. Ela tremeu enquanto olhava para o presente e seu coração pulou em pequenas
batidas estranhas. Ent達o, seus olhos se reviraram e ela caiu, desmaiando novamente.
Capítulo Nove
A vida no palácio Var amadurecia em uma rotina constante para Ulyssa. Nas manhãs, ela gostava se exercitar com Falke ou dar um passeio no palácio, tentando aprender os caminhos ao seu redor. Kirill lhe ensinara alguns truques simples para aprender e, caso ela se perdesse, tudo o que tinha a fazer era perguntar a Siren como voltar para casa. Ela logo percebeu que o computador podia rastreála a qualquer momento, em qualquer lugar. Assim, se Kirill a quisesse, tudo o que tinha que fazer era pedir. Infelizmente, não era o mesmo para ela. Apesar de sentir-se como se ela fosse uma prisioneira, ele podia manter o controle, as coisas estavam muito bem entre eles. Às vezes, Quinn andava com ela, quando se esbarrava com ela nos corredores. Ela tinha a impressão de que Kirill o enviava para lhe fazer companhia, ou mais provavelmente para manter um olho nela e sondá-la por informações pessoais que ela nunca daria. Quinn nunca se importou e eles desfrutavam de uma amizade fácil. Ela achou o irmão mais novo bem-humorado, embora ele tivesse a mesma raia teimosa conhecida aos homens Var desta família. Era claro que ele, como seus irmãos, não colocava expectativas no amor ou em encontrar uma companheira. Sobretudo, ela e Quinn discutiam sobre o povo Var e sua grande história, a história dos Príncipes que tinham vivido. Ela ainda não conseguia entender que Kirill fosse velho o suficiente para ser seu avô. Mesmo com seu avançado conhecimento médico, os seres humanos raramente viviam além de cem anos. Mas, quando ela estava com Kirill, ela não via a
sua idade e isso não incomodava tanto quanto ela imaginava que incomodaria. Através de Quinn, aprendeu muito sobre as regras do Rei Attor. Ela podia não estar certa, mas era quase como se ele quisesse que ela entendesse Kirill, ensinando-a sobre seu passado. Muito tempo atrás há várias centenas de anos antes do nascimento de Kirill, antes de Attor tornar-se Rei, as coisas tinham sido diferentes para o povo Var. Era uma época selvagem, um tempo em que os Var deixavam suas emoções governarem suas cabeças e seus corações. Eles agiam precipitadamente, por instinto. Por razões completamente desconhecidas para Quinn, Attor mudara os caminhos dos Var. Ele era um bom Rei, alguém que trabalhava duro para seu povo. Ele encorajou o desapego emocional de modo que se uma meia-companheira morresse, poderia haver outras para tomar seu lugar. Foi Attor quem encorajou os homens a terem controle, a beberem nef, para provar seu valor e confiança com desprendimento e sem emoção. Ele ensinou, por exemplo, que provar a destreza no quarto mostrava valentia no campo de batalha, até que a força de um significasse a força no outro. Muitos dos mais velhos seguiram o exemplo do velho Rei e pegaram muitas meia-companheira, apesar de nenhum pegou tantas quanto o Rei. As companheiras eram um privilégio das classes mais baixas, comerciantes, agricultores, até mesmo caçadores e soldados com posições mais baixas, todos os homens que pudessem se dar ao luxo de manter muitas companheiras em um planeta tão estéril de mulheres. O pai de Attor tinha cometido à loucura de se casar com uma mulher a avó de Kirill. Ela morrera quando Attor nasceu e seu pai nunca se recuperara o suficiente para ter mais filhos. Embora ele levasse as mulheres para a sua cama, ele deixou Attor sem irmãos para ajudar a liderar a nação Var. Assim, quando Attor assumiu o trono, ele se tornou dependente de algumas casas nobres, como a do Lorde Myrddin.
Ulyssa lentamente raciocinou que, mesmo depois dele ter tido seus filhos, Attor deveria ter dependido fortemente dos nobres da velha casa e que era mais do que provável que Lorde Myrddin não estava feliz de estar fora do poder. Tendo Kirill como novo Rei, os nobres da casa antiga já não eram necessários, porque Kirill tinha seus irmãos. Era uma nova era para os Var, e, na política, os antigos raramente se ajustavam bem ao novo. Ulyssa suspeitava de que havia mais história sobre Attor do que Quinn sabia, mas duvidava de que ela teria a chance de descobrir por si mesma. O passado do Rei tinha sido enterrado com ele e isso era bom. Não importava o quanto Quinn cantasse louvores sobre seu pai como Rei, o fato é que ele era um péssimo pai, e como um homem ele era um pouco pior. Ulyssa olhou para cima de seu lugar na varanda, de onde ela assistiu a sutil mudança da cor no céu matizado do anoitecer enquanto isto marcava a hora tardia da noite. Ela duvidava de que ela iria se acostumar com o brilho do planeta, mas pelo menos Kirill aprendera que ela gostava das cortinas fechadas durante a noite. Era uma coisa pequena, mas ele nunca se esquecera de fazer isso, mesmo sem ser perguntado. Ulyssa suspirou, voltando para dentro da casa de Kirill. Ela estava no planeta um pouco mais de um mês e pelas últimas semanas as coisas tinham sido quase como um sonho. Ela estava ficando muito à vontade com ele e sabia que seria melhor se ela pudesse começar a colocar alguma distância entre eles. Apesar de seus corpos chegarem juntos muitas vezes, eles não falavam de nada íntimo além do contato físico. Uma parede invisível estava entre eles, impedindo a emoção de entrar em seu acordo. Ele não se curvava a ela, não implorava, mas nem ela o fazia. Eles mantiveram a trégua e não fizeram nenhuma exigência. Kirill saia durante o dia para ser Rei. Quando ele chegava em casa
eles
tinham
um
entendimento
silencioso
de
que
as
preocupações lá de fora não estaria entre eles. Bastava um olhar, um toque de sua mão, e ela se derretia em seus braços. Sem a ajuda do nef, ele era insaciável. Não importava, porque ela também era. Eles
não
falavam de
nada importante
e
faziam amor
constantemente no chuveiro, no sofá, diante da lareira, closet, cozinha, na mesa de jantar. Ele ainda conseguiu mantê-la na banheira com ele. Ulyssa sorriu pela memória do seu corpo cavalgando sobre o corpo dele ensaboado, sendo acariciada pela água e pelas mãos dele ao mesmo tempo. Suas brincadeiras até transbordavam para outras partes do castelo, mas sempre em privado. Quando ficaram a sós, ele era carinhoso, quase doce. Ele sorria mais. Ele ria e brincava. Ele a beijava livremente, sem pensar ou hesitar. Entretanto, nas poucas vezes em que eles tinham sido vistos em público, ele a tinha ignorado como se ela fosse uma serva, esperando pelo seu chamado. Seu olhar se endurecia e ele se tornara isolado, mal olhando para ela. Quando eles ficavam a sós novamente, os olhos dele se enterneciam um pouco e ele fingia que nada tinha acontecido. Ulyssa odiava admitir, mas a mudança nele a magoava profundamente. Era quase como se ele se envergonhasse dela. Algumas vezes, quando ela acordava pela manhã, pegava Kirill olhando para ela. Havia um olhar estranho em seus olhos, um olhar que pouco tinha a ver com o desejo físico. Nesses momentos, havia algo mais entre eles, algo que nenhum deles se preocupava em explorar. Ulyssa suspirou. Ela não queria pensar sobre isso agora também. Era tarde e estava perto da hora de Kirill voltar para casa. Decidindo que não queria esperar por ele, ela pegou um longo casaco do armário e foi pesquisar o que ele estava fazendo.
— Kirill? Kirill, você está ouvindo? — Sinto muito! — Kirill respondeu, sentando-se na cadeira de onde ele olhou distraidamente para a lareira da sala do Conselho dos Antigos. Ele se virou para olhar para seus irmãos. Reid tinha falado com
ele,
mas
agora
uma
carranca
desfigurava
seu
rosto.
Lentamente, Kirill acenou com a cabeça para ele continuar. — Eu disse — Reid continuou. — encontramos sinais de que tem
havido
movimento
nas
fronteiras
do
Norte.
Os
homens
encontraram pistas. — Draig? — Quinn perguntou de seu lugar no chão sobre um tapete vermelho. — Botas. É muito difícil ter certeza se elas são nossas ou deles, mas eu não mandei ninguém através dos pântanos. — a carranca de Reid se aprofundou. Seus olhos se estreitaram ao olhar para Kirill, que novamente se desviou da conversa. Kirill suspirou. Ele estava cansado de discutir sobre os Draig. Era tudo sobre o que tinham falado desde a morte de Attor. Agora, ele só queria ir para casa, para Ulyssa. — Os homens do Senhor Myrddin podem ter passado com um grupo de caça. — Falke concordou. Kirill assentiu. Tudo que Reid tinha dito até agora era meramente especulação e não valia a pena mandar as tropas para investigar. Ainda assim, Reid conhecia Outland melhor do que ninguém e se o seu instinto dizia que algo estava errado, algo poderia muito bem estar errado. — Ah, diabos! — Reid rosnou. Seus olhos brilharam com o amarelo enquanto ele encarava Kirill. Kirill piscou surpreso. — Eu sou seu irmão, então eu só vou dizer isso. Você precisa tirar essa mulher da sua cabeça, ela está afetando o seu dever para com seu Reino.
Ela o distrai como o nosso pai avisou que uma mulher o faria se você a deixasse chegar muito perto. — Você fala fora de sua vez, Reid. — Kirill advertiu em voz baixa. Reid se levantou para ficar mais alto do que o Rei. — Lembrar a sua posição para me silenciar não torna isso menos verdadeiro. A Senhora Ulyssa ocupa muito de sua mente. Kirill se enrijeceu, antes de caminhar graciosamente. Ele saíra de seu caminho para se assegurar que o seu afeto por Ulyssa não seria mostrado em público, mesmo que houvesse vezes em que ele não quisesse nada além do que tocá-la, beijá-la, puxá-la para o seu colo. Reid olhou ansiosamente para ele. Falke se levantou, mas sua expressão não revelava nada. Quinn sentou-se no chão, mas não olhou diretamente para nenhum deles. Além do crepitar do fogo, o antigo pavilhão do Conselho estava em silêncio. Com muito cuidado, Kirill respondeu: — Ulyssa é uma boa amante, mas nada além disso para mim. Se os meus pensamentos estão ocupados, eles não estão ocupados por ela. Agradeço a sua preocupação, irmão, mas não é necessária. Eu sei qual é o meu dever e eu vou cumpri-lo! Antes que Reid pudesse falar, Kirill virou-se e saiu da sala. A expressão do Rei estava apagada, mas seu corpo estava rígido e demonstrava sua raiva. — Muito bem, Reid! — murmurou Quinn do chão. — Muito diplomático de sua parte. — Estamos à beira da guerra e deseja diplomacia? — Reid perguntou. — Ainda há tempo para a paz! — disse Quinn. — Se houver guerra, que venha e eu vou lutar. Mas não desejo a guerra e a morte de pessoas que você acredita amar. E não condeno nosso irmão por
tentar encontrar algum tipo de paz e felicidade para nós. Já não bastam as vidas que foram perdidas com o nosso pai? — Ele não pode ser considerado fraco! — afirmou Falke. — Os Draig devem se perguntar por que não os atacamos. — Reid pôs as mãos nos quadris. — Deixe que se perguntem. — Quinn encolheu os ombros. —
Pode
ser
interpretado
como
fraqueza.
—
Falke
fundamentou. — Sim, e pode ser percebido como força. — Quinn retrucou. — Quando o momento para a ação vier, Kirill vai agir. Acredito nisso. — Como eu. — Reid admitiu relutante. — Mas, os rumores já crescem. Ele gasta muito tempo com ela. Ele já tem o seu corpo, o que mais ele quer? — Você fala como se estivesse com ciúmes! — Quinn ergueu a voz suavemente. — Não, irmãozinho, não com ciúmes. — Reid riu. — Nunca tive ciúmes destas coisas. Tenho pena dele! — Ela é um mistério, isso é verdade, mas ela não é... Fraqueza. — disse Falke. Quinn e Reid se viraram para ele em surpresa. Suas bocas quase caíram abertas com estas palavras. Falke encolheu os ombros grandes e sentou-se novamente na cadeira. — Como você disse, quando a hora para agir chegar para Kirill, ele vai agir. Não há nenhuma razão para duelar nesse meio tempo.
— Siren. — Ulyssa disse calmamente. — Você consegue abrir o gabinete real? — Sim, minha Senhora. — respondeu o computador. Ulyssa esperou. A porta permaneceu fechada. Revirando os olhos, ela afirmou:
— Siren, abra o gabinete real. A porta abriu e ela entrou. O local estava escuro. Ela vagou em direção à mesa. — Siren, acenda o fogo. — disse Ulyssa. O fogo ardeu à vida. Ela olhou ao redor, esperando que Kirill estivesse dormindo em sua mesa. Ela o pegara lá antes uma vez. — Siren, onde está o Rei? — Sinto muito. Esta informação não está disponível ao nível oito de segurança. — Siren respondeu. Nível oito? Ulyssa franziu o cenho. — Siren, o que é o nível oito de segurança? — Nível oito é o confinamento ao castelo, minha Senhora, e privilégios limitados. — Quem está no nível oito de segurança no palácio? — Ulyssa caminhou lentamente até a mesa, não realmente olhando para ela em sua concentração para ouvir a resposta do computador. — Me desculpe minha Senhora, você não está autorizada a acessar essa informação. Ulyssa cerrou os dentes juntos. Ela só teria de perguntar de outra maneira. — As mulheres do harém tem nível de segurança oito? — Não, minha Senhora. — Siren respondeu. Ulyssa relaxou. Pelo menos ela estava acima do nível de segurança do harém. Isso significava algo, pelo menos. — A maior parte do harém é do nível seis de segurança, minha senhora. O sorriso dela caiu. — Nível seis? Esclareça por favor. — Liberdade de deixar o palácio, minha Senhora, com privilégios limitados no castelo. Os dedos de Ulyssa deslizaram por cima da mesa de Kirill, parando para dedilhar iradamente sobre uma pilha de pastas. Sob a sua respiração, ela sussurrou:
— Eu estou em nível maior de segurança do que Attor manteve sua mulher? — Sim, minha Senhora. — respondeu o computador, fazendo Ulyssa fazer uma careta. — O que acontece se eu deixar o palácio, Siren? Se eu cair fora? — Os guardas serão alertados e você será levada para o nível de prisão e confinada. — Siren respondeu. — Lá você vai aguardar julgamento. — Estime quanto tempo até que os guardas me encontrem Siren, se eu fosse fugir. — Registros do passado indicam que os guardas poderiam rastrear uma mulher humana de dez minutos a duas horas. Qualquer coisa além de duas horas, é altamente improvável. De repente, Ulyssa franziu o cenho. Descendo, ela colocou seu dedo em um pedaço de papel dentro de uma das pastas e lentamente arrastou-o sobre a mesa. O emblema no canto chamou sua atenção em primeiro lugar. Era o símbolo da MAPH, Aliança Médica para o Planetário Saúde. Se não fosse por isso, ela não teria sido capaz de diferenciá-lo dos outros documentos. — O quê?
— ela sussurrou, antes de parar para olhar ao
redor. Ela manteve a boca fechada, não querendo acionar um alarme silencioso na Siren dizendo uma palavra errada. O MAPH era uma cobertura para a Máfia de Medicina, uma boa cobertura que a Agência vinha tentando destruir durante anos. Era a razão pela qual ela fora enviada para Qurilixen. Foi a sua missão e de repente percebeu que não havia terminado. Doc Aleksander podia estar morto, mas este era um documento que comprovava suas negociações com as pessoas de Var. Ulyssa engoliu em seco, olhando ao redor da câmara vazia novamente, perguntando se ela estava sendo gravada. Ela não pegou o papel de cima da mesa quando ela novamente fingiu dar
uma tapa no topo pedra lisa com a mão em um grande show de frustração. Lentamente, ela esfregou a parte de trás do seu pescoço, olhando para baixo para ver o papel. Ela tinha aprendido o suficiente da língua Var ao longo do último mês para perceber que era um acordo de comércio de algum tipo entre Var e a MAPH. Ela podia não estar cem por cento certa do que estava acontecendo, mas sabia que alguns dos ingredientes médicos listados no documento eram ilegais para o transporte fora de seus planetas nativos. Se empregado pela pessoa errada, seria genocídio em massa. Ulyssa podia apenas adivinhar qual raça o Rei Attor queria apagar dos livros da história com o seu pequeno pedido de armamento biológico. O papel estava na mesa de Kirill, de modo que era óbvio que ele sabia sobre isso. Será que isso significava que ele planejava continuar com o plano do seu pai? Isso explicaria por que ele não fizera um movimento contra os Draig quando todos à sua volta empurrava para a guerra. Ele poderia estar passando o tempo até o embarque da Máfia Médica chegar. Sem um antídoto, os Draig não teriam a menor chance. Dependendo da forma da arma, bastaria apenas uma gota no abastecimento de água ou uma rajada de vento muito forte. Ulyssa tinha visto imagens da devastação causada pela guerra biológica. A memória apenas foi suficiente para virar-lhe o estômago. Mesmo que os Draig descobrissem o que causara a praga, o antídoto nunca iria chegaria ao planeta em tempo. — Lyssa? Ulyssa ficou tensa ao ouvir a voz de Kirill. Ela engoliu em seco, nervosa, antes de colar uma expressão indiferente no rosto. Quando ela olhou para ele, os traços escuros, os olhos penetrantes, seu coração acelerou. Ela não queria acreditar que ele era capaz de um ato tão monstruoso. Mas, na verdade, ela não o conhecia realmente.
— Oh, oi! — ela respondeu, fazendo seu melhor para parecer normal. Interiormente, estava em choque. Ela abraçou o longo casaco ao seu corpo nu. Ela tinha desejado surpreendê-lo em seu escritório, mas repentinamente não se sentia com desejo. — O que está fazendo aqui? — ele perguntou. — Eu... Eu estava procurando por você. — Ulyssa respondeu suavemente. Ela tinha que conseguir este papel. Inclinando-se para trás, ela deixou o botão do casaco se abrir para revelar suas botas. Instantaneamente, os olhos dele se viraram para baixo antes de correr de volta para os dela. Para sua surpresa, ele se endureceu contra ela. Uma onda de pânico a percorreu. Siren tinha visto o que ela estava fazendo? O computador maldito o tinha advertido sobre isso? Foi por isso que de repente ele estava lá? — Por que vocês me têm no nível oito? — ela exigiu com uma careta, esperando encobrir seus rastros. — Foi antes de te conhecer. — ele respondeu com um encolher de ombros. — Eu não podia permitir que você deixasse o palácio. — Oh... — Ulyssa respondeu, mordendo o lábio. — Por que você estava me procurando? Você precisa de algo? — seu tom combinava com o duro olhar em seus olhos. Ulyssa decidiu que sua melhor opção de ação era distraí-lo da única maneira que ela podia pensar. Mas, mesmo enquanto ela o temia, seu corpo tornava-se animado com o jogo. Além disso, ele não sabia quem ela era realmente, para quem trabalhava. Com um pulinho, ela sentou-se à mesa e se moveu para recostar-se em seus braços. O casaco caiu aberto revelando seu corpo nu enquanto ela cruzava as pernas. Botas altas cobriam suas panturrilhas e joelhos, traçando seu caminho até as coxas. Sua mão atingiu a pilha de pastas e estas caíram em espiral até o chão. — Oh, oops!
Kirill assistiu Ulyssa mexer-se sedutoramente em sua mesa. O casaco escorregou de seus ombros, expondo-a mais. A suave luz alaranjada da fogueira pousava sobre sua pele, acariciando-a da maneira que ele desejava, e brilhava na superfície reluzente das botas. Seu corpo pulsou. Gatos Sagrados! Ela era bonita e arrojada. Somente Ulyssa se atreveria a entrar no escritório real do Rei vestindo tal traje malicioso. Ele não esperava vê-la. Na verdade, estava voltando para o escritório real para pensar sobre o que Reid havia dito. Ele estava preocupado com ela, mas isso significava alguma coisa? Então, ele a encontrou em seu escritório, olhando para sua mesa. Ele não poderia evitar as suspeitas que saltaram dentro dele com a descoberta. Sempre, quando ela falava, ele tinha a sensação de que lhe escondia muitas coisas. Ele ainda tinha que descobrir o que seria. Uma pessoa meramente náufraga, à espera de uma carona, não teria a necessidade de manter tantos segredos. Onde estava o resto da tripulação com quem ela estava? Era pouco provável que ela estivesse dirigindo sua própria embarcação no espaço profundo. O que estava fazendo perto do espaço Qurilixen? Não era como se estivessem em uma área de trafego intenso. Eles
estavam
na
borda
externa
do
quadrante
Y,
desconsiderado como uma raça primitiva. Era como os Var e os Draig preferiam. Era uma das poucas coisas em que eles tinham concordado no passado. Kirill inclinou a cabeça para o lado, considerando se ela tinha em mente deixar cair o casaco completamente para que ele pudesse ter uma visão melhor. A paixão enchia sua virilha, fazendo com que ele doesse com a necessidade. Ele a queria, sempre a quis. Reid estava certo, ela ocupava muitas das suas horas. Ele pensava em possuí-la, possuindo mais do que apenas seu corpo tentador. Ele queria possuir sua mente, sua alma, talvez até seu coração. Ele
queria saber quem era ela. Ele queria saber o que ela realmente estava fazendo em seu planeta, no palácio Var, em sua cama. Ele queria saber se significava algo para ela, além de um meio para encontrar liberação sexual. Ulyssa assistiu a uma mudança sutil de emoções atravessar seus
traços
sombrios,
raiva,
confusão,
paixão.
A
onda
dos
sentimentos dele tentou invadir o corpo dela, mas ela bloqueou-o. Seu longo cabelo negro captavam as luzes da lareira enquanto estes deslizavam graciosamente sobre os ombros para se misturarem com o preto da túnica dele. Seu corpo estava rígido com o poder. Seu olhar cintilava com ouro. Ele era perigoso e de repente ela o temia. As imagens gráficas de morte e destruição que a Agência havia mostrado a ela piscaram em sua mente. Ela não queria acreditar que Kirill poderia ser um louco capaz de acabar com uma raça inteira de pessoas, sem discriminação. Ela não queria acreditar que ele seria tão cruel, tão sem coração. Mas, o fato era que ela sabia que tipo de homem Attor tinha sido. Era provável que ele houvesse criado seu filho para ser da mesma forma, cruel, odioso, vingativo, mortal, e acima de tudo, enganoso. A primeira lição do treinamento de Ulyssa tinha sido não confiar em ninguém além de si mesma quando em uma missão. Odiando isso enquanto fazia, Kirill era sua nova missão. Ela não precisava falar com a sede para confirmar isso. Ela conhecia seu dever. Se Kirill estava de alguma forma ligado com a Máfia Médica, ela precisava saber isso. Se estivesse envolvido, ela teria que derrubá-lo, independentemente de como ela se sentia a respeito dele. Ao que parecia o pouco de suas férias acabaram. Deixando um sorriso maroto cruzar suas características, Ulyssa sentiu algo dentro dela mudando. Seu coração endurecendo, rompendo todos os sentimentos, até que ela era nada além de uma concha. Obrigou-se a vê-lo como uma missão e não um homem. Seria a única maneira de prosseguir com seu trabalho.
Kirill deu um passo à frente e hesitou. Seus olhos se movendo, estudando-a. — Há algo diferente em você. — Mm. — ela gemeu levemente, ignorando suas palavras. Suas mãos se ergueram para o coque em seu cabelo. Puxando a trava liberando a cabeleira loira avermelhada, ela a sacudiu, deixando os cachos derramarem em seus ombros. Fazendo-lhe um beicinho feminino, ela murmurou: — Eu fiz uma bagunça. Deixe-me pegar isso, meu Senhor. Ulyssa pulou da mesa. Não se preocupando em fechar a frente do casaco, ela deu um passo para ele antes de se virar bruscamente. Ela empurrou a perna para o lado, mostrando uma bota enquanto se inclinava para pegar um arquivo. Parando no meio do caminho, seu traseiro impulsionado no ar, ela correu os dedos para baixo sobre o material semelhante a vinil. Entre uma mecha de seu cabelo, ela olhou para ele com os olhos semicerrados e lambeu a boca. Kirill engoliu visivelmente. Suas mãos em punhos cerrados ao lado do seu corpo. Agarrando um arquivo, ela o colocou em sua mesa. Então, inclinando o quadril para o outro lado, ela repetiu o mesmo procedimento novamente, desta vez parando para chupar um dedo em sua boca enquanto olhava para ele. Ele respondeu o olhar com um rosnado baixo na parte funda de sua garganta. Ainda assim, ele não se moveu, quando ela colocou a segunda pasta sobre a mesa. Alcançando o último de sua confusão, ela abriu amplamente as pernas em linha reta e dobrou-se. Escondendo-o entre as dobras do fino casaco, ela pegou o acordo de comércio e empurrou-o na manga. Ela ficou levemente tensa quando Kirill se aproximou por trás dela. Ele atirou o casaco para o lado para expor suas costas e agarrou seus quadris com firmeza, empurrando-a para trás de encontro a sua ereção. Um gemido saiu-lhe quando ele esfregou o pênis nu ao longo da fenda do traseiro dela. Esse primeiro choque de
carne contra a carne quente reverberou através deles, unindo-os em uma maneira que seus corpos jamais poderiam. Ela sentiu-o dentro dela, em sua mente, tentando se conectar. Ulyssa escondeu seus pensamentos, concentrando-se na maneira como ele a fazia sentir. Ela se desequilibrou pela posição, mas a força da estrutura dele
a
manteve
estável.
Sua
excitação
estava
quente,
imediatamente, provocando ondas de desejo onde ele tocava. Umidade se agrupava entre as coxas dela, deixando-a tonta. Lentamente, ela se ergueu, permitindo o seu corpo se flexionar, acariciando e deslizando contra o seu pênis. Ela ajeitou o cabelo sobre os ombros para trás e se aninhou no peito dele. O rosto dele se transformou instantaneamente, se enterrando nas ondas macias para tomar uma respiração profunda. — Eu gosto do seu cheiro. — ele murmurou. — Frutas e creme. A pasta deslizou dos dedos dela e caiu no chão, espalhando papéis por toda parte. Kirill riu. — Pegue-as. — ele exigiu com voz rouca. Ulyssa se curvou e agarrou o papel mais próximo, sem se incomodar com o resto deles. Este se amassou na mão dela enquanto ela o apertava dentro do punho. Seus olhos rolaram com prazer enquanto o calor crescia dentro dela, se espalhando como fogo com o toque dele. Kirill esfregou-se ao longo do corpo dela, gemendo de prazer masculino. — Ahh! — ele ofegou. — Na mesa. Ulyssa levantou-se e chegou a colocar o papel no topo da pilha. Tudo, fora a sensação dele, o som de sua voz, saiu de sua mente. Antes que ela pudesse soltar, Kirill a virou para encará-lo. — Não, você! — ele rosnou ofegante. — Eu quero você na mesa.
Ele não deu a ela uma chance de cumprir, enquanto ele a ergueu e a colocou sobre a superfície dura e plana. Ele tinha retirado suas calças, mas ainda usava a camisa. Com um grunhido, ele encolheu os ombros e atirou-a de lado. Os olhos de Kirill cintilaram com uma promessa dourada. Um lento sorriso sedutor curvado em seu rosto. — Siren, grave-nos. Arquivo privativo, acesso somente ao Rei. — Sim, meu Senhor. — o computador respondeu. Ulyssa engasgou e se moveu para cobrir-se com o casaco. Ela ouviu o movimento enquanto quatro lentes de uma pequena câmera desciam e viravam para a mesa. Ela não podia deixar o computador gravá-la! — Relaxe! — ele sussurrou. Seus olhos estavam aquecidos com uma promessa verde-dourada. — Eu quero nos assistir mais tarde. Ulyssa engoliu, enquanto sentia algo que ela não reconheceu de pronto. Era nervosismo. A ideia a eletrizava mais do que ela imaginava e, contra seu melhor juízo, ela soltou o casaco. Este se abriu mais uma vez. Kirill tomou-se na mão enquanto a olhava, acariciando seus longos dedos sobre seu comprimento rígido. Em seguida, indo direto para ela, ele a puxou para a borda e mergulhou o seu pênis pronto em seu calor úmido. O corpo dele deslizou em seus sucos enquanto ele se enfiava até o cabo. Ulyssa engasgou com o ataque súbito, enquanto ele a enchia. Cada vez que eles que se uniam, era como um sentimento de choque a superasse e ela ficava surpresa que seu corpo ainda precisasse se esticar para receber-lhe. Kirill permaneceu parado por um breve momento, permitindoa se ajustar. As pernas dela balançando para fora do lado da mesa. Ela se apoiou com as mãos enquanto ele se movia. Ele retirou-se
apenas para empurrar duro em golpes longos, empurrando-se para dentro do seu centro quente. A mão dele deslizou para frente sobre a sua pele rolando um mamilo, apertando-o em um broto rígido. Ulyssa caiu para trás, correndo os dedos para seus próprios seios para ajudá-lo. As sensações explodiram a partir do toque de seus dedos misturados com os dele. Kirill grunhiu em uma primitiva aprovação. Sua mão voltou para controlá-la, enquanto ele se injetava em graciosos empurrões fortes dos seus quadris. O corpo dela se cerrava em torno dele, sua passagem apertando em volta dele enquanto ela se aproximava do limite de seus desejos. Seus gemidos misturavamse no escritório real, cada vez mais alto em cada mergulho torturante do seu pênis dentro dela. De repente, Ulyssa gritou. Seu corpo se enrijeceu em cima da mesa, arqueando belamente diante dele enquanto os tremores de libertação
tomavam
masculina e
conta
dela.
Kirill
grunhiu
dominação. A passagem dela se
em
aprovação
apertou quase
dolorosamente em volta dele, extraindo-lhe a semente do corpo enquanto seu orgasmo o tomava em vários rígidos empurrões. Um grito rasgou-lhe a garganta. Como resultado, Ulyssa murmurou incoerentemente. Kirill congelou, inclinando-se para melhor ouvi-la. — O quê? — ele perguntou um pouco áspero, rasgado por seu dever e seus sentimentos. Ulyssa piscou enquanto ele se retirava dela. Ofegante, ela respondeu: — O quê? Eu não disse nada. — Mmm. — suavizando um pouco, ele ergueu sua mão para tocar brevemente o rosto dela, antes de se virar para pegar sua camisa. — Siren, pare a gravação. Ulyssa puxou o casaco para seus braços, sentindo o papel dentro da manga. Um sentimento de culpa a oprimiu com o que ela
estava fazendo. Quando Kirill a tocou, ela esquecera tudo, menos ele. Ela sabia o seu dever, o que deveria fazer, mas pela primeira vez, ela estava em conflito sobre sua óbvia escolha. Atando as calças ao longo de seus quadris, Kirill se virou para ela. Ele suspirou, parecendo muito cansado. — Venha, Lyssa, vamos para casa.
Capítulo Dez
— Aqui. Ulyssa desviou o olhar da lareira, de onde ela tinha estado olhando por horas. Ela estava em tal reflexão profunda que nem ouviu Kirill voltar para casa. Olhando para ele, se perdeu em seus olhos escuros. Ela piscou, não ouvindo realmente o que ele tinha dito. Uma faísca acendeu nela, torturando-a ainda mais. Por um momento, ela desejou que não fosse uma agente e que ele não fosse um Rei do qual ela tinha suspeitas de horríveis intenções. O que aconteceria se ele fosse apenas um comum piloto espacial e ela, uma... O que era que as mulheres normais faziam? O que aconteceria se o dever não estivesse entre eles? Algo mudara entre eles naquela noite em que caminharam retornando do escritório. Nenhum dos dois falou. Eles não brigaram, não disseram nada importante enquanto faziam seu caminho de volta à casa de Kirill. Era como se um muro tivesse sido construído entre eles, cimentando-os separados. Após
encontrar
o
documento,
ela
propositalmente
se
distanciou dele, mas ela tinha uma estranha sensação de que ele estava fazendo o mesmo com ela. Eles não estiveram juntos desde então. Como ele não se mexeu, ela finalmente olhou para a mão oferecida. Nela estava seu comunicador. Seu coração acelerou levemente. Ela estava quase com medo de tocá-lo, como se segurálo a conectasse de volta com seu mundo, levando-a para ainda mais longe dele. A vontade de confessar se tornou forte. Ela abriu a boca, mas as palavras não saíram dela.
— Quando fizemos esse acordo. — Kirill murmurou. — Eu prometi encontrá-lo. Estava quebrado ou você o teria recebido de volta antes. Parece que algum dos guardas desmontou-o para consertar seu transmissor de música. Ulyssa rigidamente assentiu com a cabeça e arrebatou-lhe o objeto dos dedos antes que ela perdesse a coragem. — Uh, obrigada! — Eles disseram que você tinha uma arma, também. — Kirill olhou para ela em expectativa e sabia que ele queria que ela se explicasse. — Oh, sim. — ela deu de ombros, forçando indiferença. Ela gostaria muito de ter a arma de volta, mas não se atreveu a forçar a situação. — Meu tio me deu. Eu realmente não gosto de usá-la. Kirill assentiu. Quando ela não se mexeu para ligar o comunicador, ele franziu a testa. — Você não acha que você deve ligar para a sua carona para que eles saibam que você está bem? — Eu... Sim, com certeza. — Ulyssa engoliu nervosamente. Ela ligou o aparelho, esperando que falhasse como fizera na floresta. Para seu espanto, ele ligou prontamente. Ela olhou para Kirill. Ele olhou-a com curiosidade e não fez nenhum movimento para sair. Ela tentou sorrir e levantou-se do sofá. Caminhando ao redor da sala, apertou o botão e manteve pressionado. — Alô? — uma voz idosa doce perguntou do comunicador. — Oi, vovó! — Ulyssa hesitou. Ela olhou para Kirill. Ele não se moveu. Seus braços cruzados sobre o peito e as feições rígidas não lhe dava uma pista. — Posso falar com o tio Frank? — O quê? — a voz idosa falou, quase gritando. — Eu não posso te ouvir, fale! — Vovó, chame o tio Frank! — Ulyssa falou, elevando a voz. — É sua neta, Ulyssa!
— Ah, espera aí, eu vou chamar o Frank. Eu não consigo ouvi-la. — disse a voz idosa, antes de gritar: —Franklin! Ulyssa sabia que era um computador gerando uma cobertura de voz e que um operador da Agência realmente falava. Tomou cuidado de manter o dedo no botão para que o operador pudesse ouvir sua resposta o código dela, ela olhou novamente Kirill. Ulyssa mordeu o lábio, mais por ter que mentir para ele do que pelo pequeno
papel
que
estava
prestes
a
encenar,
e
explicou
suavemente: — Ela é um pouco senil e surda, e às vezes se esquece de quem eu sou. Meu tio Frank cuida dela em seu apartamento. Eu não sei por que ele permite que ela atenda ao telefone. Kirill assentiu com a cabeça em entendimento, mas não se mexeu. Ela virou-lhe as costas e parou, olhando para a porta da cozinha. Seu pé tamborilou de leve. — Uh, sim... Alô. — a voz autoritária de Franklin se arrastou. — Frank falando, quem é? — Tio Frank? Oi, sou eu. Ulyssa. —
Ulyssa?
—
Franklin
repetiu,
parecendo
acolhedor
e
carinhoso e não ele mesmo. — Está tudo bem? Nós estivemos tentando contato com você. Ficamos doentes de preocupação! Franklin e a Agência tinham alguma informação nova para ela. — Meu comunicador se quebrou, mas eu estou bem. Olha, sobre esta carona que você está enviando. Houve uma pequena mudança nas coordenadas. Eu ainda estou náufraga, mas encontrei um lugar para ficar. Estou digitando-o agora. — Enquanto Ulyssa permitia que Franklin soubesse que ela ainda estava no mesmo planeta, ela olhou para Kirill em expectativa. Ele gentilmente lhe deu as coordenadas e ela digitou-as no comunicador, acrescentando a palavra ativa para que ele soubesse que ela estava disfarçada e trabalhando em alguma coisa. — Você entendeu?
— Sim. — Franklin respondeu, concordando. — Onde é isso? — É um palácio. O Rei foi gentil o suficiente para me deixar ficar enquanto aguardo o resgate. — Ulyssa disse. A boca de Kirill se contorceu e ela pode apenas imaginar o que ele estava pensando. Ela corou e virou as costas para ele mais uma vez. De modo algum contaria a Franklin sobre essa parte do acordo! Ele não tinha que saber tudo. Querendo manter mais um pouco a farsa, ela passou um braço sobre a cintura dela e perguntou: — Como estão todos? Senti falta de vocês. Quais as novidades? — O plantio de rosas da sua tia Milly. Ela foi ao fornecedor que você recomendou, mas eles estavam todos sem sementes da raça espinhosa... Como você os chamava mesmo? — Os Alexis? — ela perguntou com muito cuidado. — É o cara! — Franklin confirmou. — Milly ficou muito decepcionada. Ela quer que você tente encontrá-lo antes de voltar. Odiamos pedir, mas ela tem aquela dissertação chegando. Doc Aleksander, Ulyssa pensou. Sua missão não havia acabado. Ulyssa mordeu o lábio. Franklin queria saber no que ela estava trabalhando e isso soava como se ele tivesse algo para ela. Espinhos. Isso só poderia significar que os dardos venenosos não tinham sido recuperados pela outra equipe. Doc devia ter trazido o veneno com ele quando tinha vindo para Qurilixen. Mas por que ele necessitaria dos dardos? Qual propósito teria Attor em obter um dardo que tornaria uma mulher alérgica ao toque de seu marido ou de seu amante? Mas, se os dardos estavam no planeta como Franklin, obviamente suspeitava, então... Oh, Deus, não! Com um fisgar súbito de medo apertando seu coração, Ulyssa conjecturou se as armas biológicas já estariam no planeta também. Ela engoliu em seco, nervosa e começou a suar.
Ela precisava se focar, concentrar. Se Nadja Aleksander, filha de Doc, fugiu dele e se juntou à Galaxy Noivas, era bem possível que ele tivesse vindo ao planeta simplesmente para recuperá-la. Era um tiro longo, mas fazia sentido. Nadja se casando com um Príncipe Draig tinha parecido um pouco estranho, mas ela tinha estado muito preocupada com o pai da mulher para pensar sobre isso. A Agência não conseguiu descobrir por que Doc tinha se preocupado em vir tão longe dentro do quadrante Y, mas assumiu que era pelo minério da mina Qurilixen. O minério era uma fonte de grande poder para naves espaciais de longa viagem e a inteligência deduziu que ele estava prestes a planejar algo grande que requeria viagens de longa distância. Era por isso que ela tinha sido enviada para detê-lo, antes que eles perdessem o rumo dele entre as galáxias. Mas, e se eles estivessem errados? E se Doc só tivesse vindo recuperar sua filha fugitiva e o encontro com Attor tivesse sido apenas um feliz pequeno lado do trabalho para ele? A
Agência
não
tinha
nenhuma
pista
sobre
o
acordo
acontecendo ali. Ela tinha esperado contra toda expectativa de que a Inteligência deles estivesse ciente do embarque, especialmente uma vez que Franklin tivesse parado o navio velho de Doc e o inspecionado por agentes infiltrados como autoridades do espaço porto. Quaisquer navios provenientes de seu caminho tinham sido escaneado e seu material biológico apreendido por sensores da Agência. Porém, e se eles não tivessem encontrado nada, porque a transferência já havia sido feita? E como ela poderia retransmitir essa mensagem para ele? — Eu vou tentar o meu melhor. — Ulyssa disse em resposta à procura dos dardos. Alguns dardos de vingança faltando eram os menores dos seus problemas. Ela carregava a esperança de que não era tão ruim quanto ela pensava. Mas, falando com Franklin, sabendo que ele tinha feito o seu trabalho, ela não tinha tanta certeza.
Agora cabia a ela. E se a praga biológica não pudesse ser contida? E se os Draig entrassem em pânico e um piloto infectado decolasse para o espaço profundo para procurar uma cura ou apenas para escapar do destino do planeta? Ele poderia ir a qualquer lugar. A praga poderia se espalhar para além de Qurilixen para outros espaços portos. Ela não era cientista. Tudo que ela sabia era que tinha sido forçada a memorizar seus nomes no caso de ela cruzar com eles. Seu departamento não lidava com esse tipo de coisa. Ela não tinha sido treinada para isso, realmente não. Ela não tinha nenhuma maneira de saber o que os ingredientes da lista poderiam fazer ou ainda com o que eles pareciam. Ela poderia estar procurando por um pequeno frasco ou uma caixa enorme. Impossibilitada de nomeá-los em voz alta no comunicador, ela não tinha nenhum jeito de dizer a Franklin o que ela estava enfrentando. — Tio Frank, espere um segundo. — Ulyssa virou. Ela olhou para Kirill. Ele não tinha se movido. Seu rosto estava estranhamente impassível. — Kirill, você se importa de eu ter um momento a sós? Ela virou-se, pensando que ele iria permitir a ela pelo menos isso. Ele não se moveu. Em vez disso, ele perguntou: — Por quê? Você tem algo a esconder? Ulyssa olhou para ele. Ela engoliu em seco, nervosamente. — Eu... Eu só quero um pouco de privacidade, isso é tudo. Você sabe coisas de família. — O que você está tentando esconder de mim? — Kirill pareceu desconfiado. Ela engoliu em seco. Ela viu suas narinas incendiarem-se levemente. Seus olhos filtrarem de ouro em suas profundezas escuras. Ele desconfiava dela? Será que ele percebeu que o papel que ela tinha pegado tinha sumido? Ela forçou sua mente a estar em branco de pensamento consciente, temerosa de que ele poderia realmente tentar sondar seus pensamentos. Ela o tinha sentido dentro dela antes e suspeitava que os Var poderiam ser
ligeiramente telepáticos sob as circunstâncias corretas. Um suspiro pesado veio de Franklin. O comunicador crepitou. Se ela não se apressasse, ela perderia o contato. — Franklin, você está aí? — Ulyssa perguntou, mantendo seu olho em Kirill. — Ulyssa? É melhor você se apressar. Nós temos um fluxo muito ruim vindo. — Franklin fez uma pausa e ela sabia que ele estava preocupado. — Estou prestes a perder o contato. Kirill não se moveu. Ele estava esperando por uma resposta. Ulyssa respirou fundo. —Tio Frank. Estou noiva! O rosto de Kirill empalideceu. Uma onda de dor cruzou suas feições. O olhar esfaqueou o coração dela, mas também lhe deu um senso tênue de esperança. — O quê?! — a voz de Franklin perdeu toda a suavidade. — É um casamento contratado. — Ulyssa se apressou, virando as costas. Ela não podia suportar ver a expressão de dor de Kirill. Sua garganta contraiu violentamente. Não importava. Ela tinha que fazer Franklin saber o que estava acontecendo e uma bomba como essa era justamente a única maneira de fazê-lo, a única maneira que ela pode pensar. — Eu não o encontrei, mas ele é um cientista, um biólogo em Ranoz. Pronto. Todas as pistas estariam nesta declaração. Houve uma pausa ligeira e Ulyssa sabia que Franklin estava colocando tudo isso junto. Contrato, local desconhecido, biológicos, Ranoz. Não demorou muito. — Você... Você tem certeza? — Franklin perguntou. — Eu quero dizer, é o que você quer? — Sim, os contratos estão bem assinados. — Ulyssa pausou. Ela olhou para Kirill. Seu rosto estava vermelho de raiva. — Tudo o que resta é o final... O transporte da noiva.
Ok, ela pensou, então essa última afirmação foi fraca. Mas Kirill parecia não estar prestando atenção. — Tudo bem, criança! — Franklin resmungou. Ela poderia dizer por seu tom que ele estava distraído com o que ela dissera a ele. Dizendo, por causa dos curiosos, ele acrescentou: — Se é isso o que você realmente quer, eu estou feliz por você. Vou transmitir essa nova informação que surgiu para o navio. Última vez eu ouvi, eles estavam à frente do cronograma. Deverão estar aí em cerca de três semanas se não antes. — Obrigada Frank! Mal posso esperar para estar em casa. — Sim, não posso esperar para ter você de volta sã e salva. — houve uma pausa e, em seguida, Franklin acrescentou: — Ah, e Ulyssa? — Sim? — Feliz aniversário! Um riso, pequeno silencioso saiu dela. Franklin era o único que sempre lembrava. — Adeus, Frank! — Tchau, criança! Ulyssa desligou o comunicador. Ela esperou imóvel, com muito medo de olhar para Kirill.
Kirill fez uma careta às costas de Ulyssa, mal ouvindo a última de suas palavras quando ela terminou sua comunicação. Ele sentiu como se tivesse sido chutado no intestino. Ela estava noiva! Não importava que o homem fosse um estranho para ela. Por que ela não lhe contara? Era esse o grande segredo que ela vinha mantendo dele? Algo estranho incomodava em seu cérebro sobre a conversa. Era algo no tom dela, uma vibração que ele pegou com sua
sensibilidade auditiva. Ele cheirou o ar, sentindo o cheiro dela, empurrando para trás o perfume exclusivo de seu corpo para cavar mais fundo o que estava acontecendo. O ciúme o deixou e ele sorriu amargamente. Ela estava mentindo. Ele não sabia o que ela estava fazendo, mas definitivamente ela não estava para se casar. O aperto sobre seu coração liberou uma fração e ele pode voltar a respirar. Mantendo sua voz severa, ele ordenou: — Venha aqui! — O quê? — os amplos olhos azuis de Ulyssa viraram-se para olhar para ele. Seus lábios tremeram e ela chupou-o entre seus dentes para pará-los. — Vem! — ele acenou. — Eu quero que você venha comigo. — Mas...— ela franziu o cenho. — Você não ouviu o que eu disse? Não ouviu? — O quê? Estar zangado porque você está noiva? — ele questionou. Ele forçou um tom leve em suas palavras, enquanto dava de ombros. Seu olhar escuro estava firme enquanto olhava diretamente para ela. — Por que deveria? Eu não conheço o homem. Você, obviamente, não sente nenhuma lealdade a ele por ter estado comigo. — Mas... Você não está? — suas feições caíram. Seus olhos moveram-se para o chão, mas não antes de percorrer para baixo sobre o corpo gracioso dele. Ela virou-lhe as costas, assim ele não poderia ver as lágrimas repentinas em seus olhos, a dor esmagandoa por dentro. Ele não tinha ciúmes nenhum. Ele não se importava. Nada entre eles importava para ele. Ela era apenas uma distração. Ela era... O coração de Ulyssa parou. Ela era uma prostituta do Rei. — Lyssa... — começou ele. — Gostaria de lembrar que você prometeu permanecer três meses na minha casa. Só porque a sua carona chega mais cedo, não significa que você pode sair de nosso acordo.
O estômago de Ulyssa se sacudiu. Ela não o ouviu sobre o estranho zumbido soando em seus ouvidos. Sua mão voou para a boca e ela correu para o banheiro. Vendo o banheiro, ela caiu de joelhos e vomitou no vaso de pedra. Kirill correu atrás dela, impotente enquanto a observava. A preocupação vincando sua testa. Sua mão chegou esticar para tocála, mas recuou, sem saber como dar-lhe conforto, sem saber se seria bem-vindo. Ele sabia que ela mentia, mas ele não sabia o porquê. Poderia ter sido apenas uma maneira de deixá-lo saber que ela não estava interessada. Tinha mostrado muitos dos seus sentimentos à última vez em que estiveram juntos no escritório? Ele se esforçara muito contra isso. Ele estava tentando deixá-la partir. Era a mentira, o modo de ela lhe dizer que não o queria? Lentamente, ele deu um passo para trás. Mas ele não conseguia fazer-se ir embora, não até que soubesse que ela estava bem. — Lyssa? — perguntou ele, a palavra um mero sussurro. — Não! — ela murmurou, ofegando enquanto o vômito diminuía. O coração dela não poderia tê-lo por perto neste momento. Ela sufocou as lágrimas sob o pretexto de estar ofegante. Suas palavras um sussurro trêmulo, quando ela disse: — Não veja isso! Basta... Vá embora! Eu vou ficar bem. Os seres humanos pegam esta gripe de estômago5, às vezes. Ela vai passar, mas é contagiosa. Apenas vá embora, meu Senhor. Eu não quero que você fique doente! Eu não sei como seu corpo vai reagir a esta doença. Eu sei do que preciso e eu posso cuidar de mim. — Você tem certeza? Posso enviar um médico. — ele ofereceu. Sua voz estava apertada, tensa com preocupação, mas ela não percebeu. Ela sentia-se muito miserável.
5
Gripe de Estômago (Gastroenterite): é uma infecção que atinge o sistema gastrointestinal ocasionando sinais e sintomas deste aparelho como as diarreias, cólicas intestinais e possivelmente vômitos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gastroenterite
— Sim, eu tenho certeza. — ela respondeu, puxando o fio da descarga de água, não queria olhar para o vômito. — Como... De onde isso veio? — Kirill ainda estava relutante em deixá-la. — Ela só acontece. Eu não tenho comido direito. Eu tenho estado... Preocupada. O meu corpo só precisa de descanso. — Ulyssa sentiu uma onda de náusea vindo novamente. Ouvir a voz dele era um verdadeiro inferno. Ela precisava que ele se fosse. Ondulando a mão levemente para trás dela, ela ordenou: — Vá. Saia! Eu não quero você me assistindo! — Siren. — Kirill disse, de modo que Ulyssa pudesse ouvi-lo. — Sim, meu Senhor. — o computador respondeu. — Se Lyssa precisar de mim, ela tem permissão para me chamar para ela ou vir me achar. — Sim, meu Senhor. — Siren disse. —
Eu
não
preciso
de
você!
—
Ulyssa
murmurou
amargamente. Ela se colocou sobre seus pés. Kirill assistiu-a tropeçar por sua casa. Ela nem sequer olhou para ele. —Tudo que eu preciso é dormir. É melhor você sair daqui. Isto pode ficar muito feio! Ulyssa sabia que estava mentindo. Ela não estava doente, com gripe, mas queria desesperadamente deitar-se e afundar-se em autopiedade. Ela queria se enrolar em uma pequena bola e dormir, para esquecer sua missão, para esquecer as armas biológicas e da Máfia Médica, mas acima de tudo ela queria esquecer o Rei Kirill.
— Siren, monitore a função vital de Lyssa. Avise-me se houver perigo para ela. — Kirill disse logo que saiu de casa. Era quase a hora de jantar e ele decidiu fazer uma aparição no salão de banquetes. Ele tinha estado fazendo suas refeições noturnas com Ulyssa e sabia que havia uma fonte de rumores sobre sua atenção
excessiva com sua amante. Ele estava devendo uma aparição pública e, agora, seria um momento tão bom quanto qualquer outro. Não tão bom como se ele pudesse voltar para casa. A sala do banquete estava cheia e Kirill parou para jogar conversa fora com os soldados enquanto ele traçava seu caminho para a ponta da mesa. Reid, Quinn e Falke já estavam sentados quando ele chegou e acenaram para ele em saudação. Antes mesmo que ele se sentasse em seu lugar, os servos trouxeram-lhe um prato de comida e uma taça de vinho. Kirill tomou o seu lugar entre os seus irmãos. Enquanto ele pegava sua taça, um silêncio tomou conta do salão. Kirill levantou o olhar. Taura estava sinalizando por silêncio. Linzi estava ao lado dela. Lentamente, as duas mulheres vieram para frente. — Meu Rei. — Taura disse, com uma reverência muito digna. Ela era uma mulher alta e imponente, com membros longos esbeltos, muito característico de sua herança Roane. Seu vestido de ouro brilhava enquanto ela andava. Seu longo cabelo castanho dourado brilhava em ondas pelas costas, imitado pelo avelã-dourado de seu olhos amendoados. Ela era uma mulher bonita e todos podiam ver instantaneamente porque Attor a tinha escolhido como sua primeira cara-metade. — Lady Taura, você nos agracia com sua presença. — respondeu Kirill, honrando-a. Todos tinham irritado Falke sobre sua mãe, mas a verdade era evidente, ela tinha sido uma mãe para todos eles, especialmente quando suas próprias mães de nascimento haviam morrido. — Meu Rei, Linzi lhe serviu o mês em exílio. Trago-lhe em frente a vós em busca de absolvição por sua má conduta. — Taura acenou para a escura mulher sedutora a seu lado. O olhar de Linzi timidamente encontrou os Príncipes antes de voltar para o chão. — Concedido. — respondeu Kirill. Ele sabia que seu exílio não foi culpa dela. Nenhum deles tinha qualquer maneira de saber que
Ulyssa havia se autoproclamado sua mulher. Ele se levantou e fez sinal para o seu lado. — Por favor, junte-se a mesa para que todos possam ver que você está absolvida. — Obrigada, meu Rei! — Linzi fez uma reverência. Taura conduziu-a
ao
redor
da
mesa.
Os
servos
avançaram
para
movimentarem os pratos dos Príncipes de acordo com a alteração. Taura sentou-se entre Kirill e Falke. Linzi tomou seu lugar ao outro lado de Kirill próxima a Quinn. Ela lançou ao Rei um pequeno sorriso e nada disse enquanto um prato de comida era posicionado diante dela. Ela comeu em silêncio. Kirill estudou Linzi pelo canto do olho. Ela era uma linda mulher, mas ele descobriu que não estava interessado. Voltando-se, ele comeu, ignorando a mulher enquanto pensava em Ulyssa em sua casa, sozinha e doente. Mais do que tudo ele queria voltar para confortá-la.
Ulyssa chorou até dormir, não os soluços miseráveis que ela sentia por dentro, mas as lágrimas silenciosas de alguém que prendera os seus sentimentos dentro de si. Quando acordou, a náusea de um coração partido se fora, mas um senso de dever desapaixonado a substituiu deixando-a entorpecida. Ela não tinha futuro com Kirill. Ela sabia desde o início. Era sua culpa por se permitir ficar tão confortável na casa dele. Sua família, algo que ela nunca havia tido, a atraíram. Claro, eles eram apenas irmãos, mas que haviam tomado ela...
Falke com seu
treinamento, Quinn por suas caminhadas e conversas, e Reid por sua casa acolhedora e compartilhar memórias da infância dos Príncipes Var. Suas memórias eram da escola e do orfanato. Sua infância foi um berço em meio a um longo corredor, cercado pelos berços de
outras crianças órfãs. Sua primeira lembrança feliz foi o dia de orgulho no qual ela finalmente conseguiu seu próprio quarto na Agência e não tinha que compartilhá-lo com uma centena de outras crianças, ou quando ela conseguiu tomar um banho de partículas e trocar-se em privacidade. Sua infância não permitia a modéstia, por um sentimento de propriedade. Ela tinha sido uma criança-número, 71.577. Na agência, ela tinha sido presenteada com um senso de propósito. Era um trabalho em que sua autoconfiança veio a calhar. Ela era uma sobrevivente. Isso é o que sua pasta dizia. Ulyssa Payne, sobrevivente. Ela ainda não estava certa do que significava exceto que ela era resistente e podia passar por qualquer coisa. Com a Agência, ela tinha que viajar. Ela começou a fazer a diferença. Ela não precisava compartilhar nada. O único inconveniente era que ainda era um número, Agente 596. — Eu posso superar qualquer coisa! — Ulyssa disse para si mesma, empurrando-se da cama com propósito renovado. — E eu posso passar por isso. Eu vou passar por isso. É apenas outra missão. Outro dia, outro crédito espacial em minha conta bancária. Ela foi ao armário para se trocar. Deslizando em sua calça e camisa, ela foi ao banheiro para limpar os dentes com o limpador manual de boca. Em seguida, puxou o cabelo para trás em um coque para tirá-lo do rosto. Satisfeita de como ela parecia pronta para trabalhar, ela disse: — Siren, diga-me onde encontrar o Rei Kirill. Ulyssa seguiu as direções de Siren pelos corredores do labirinto até que ela ouviu o alto murmúrio de uma multidão. Levou apenas um segundo para ela perceber que o salão estava reunido para o jantar. O tilintar dos talheres sobre os pratos era inconfundível. Ulyssa abrandou quando ela se aproximava da sala de portas
abertas. Ela nunca tinha ido a essa parte do castelo. Lentamente, ela veio para a fenda estreita que ficavam ao longo das laterais, entre a porta e a parede, onde ela podia ver dentro do salão sem ser vista. Procurando sobre o saguão de banquetes dos soldados, ela esticou o pescoço em busca de Kirill. Não demorou muito tempo para encontrá-lo no lugar de honra da mesa principal. Ela gelou, sua respiração presa na garganta. Incapaz de se mover, ela viu Kirill ao lado da mulher morena, Linzi. A rica risada dele soou sobre o salão sobre algo que ela disse, caindo sobre Ulyssa como uma nuvem de chuva para molhar ainda mais a sua alma. Os lábios de Ulyssa tremeram. Imaginava que haveria convite nos olhos escuros de Kirill, quando ele olhava para a mulher, a maneira como ele a olhava quando a queria. Kirill nunca a tinha levado para este saguão. Ele nunca tinha perguntado se gostaria de ir e lá estava ele sentado e rindo com outra mulher para todos verem. Era demais. Respirando pesadamente, ela cobriu a boca e forçou para baixo uma onda de náusea. Em público ele sempre agira com vergonha dela, como se ela fosse uma humilhação. Ulyssa olhou para seu corpo e pela primeira vez sentiu a opressão da dúvida feminina. Ela estava tão deformada? Ela estava feia? Gorda? Franzindo a testa, ela cutucou o arredondamento de sua ligeira barriga. Ela tinha sido negligente em seu treinamento, mas ela não tinha necessariamente comido mais. Não tinha ocorrido uma mudança tão grande, para fazer a diferença em sua aparência total. Talvez fosse o cabelo dela. Kirill frequentemente começava por isso. Talvez fosse uma cor estranha para sua espécie. Talvez ele pensasse que era feio. Ouvindo passos, ela pisou para trás e deslizou em uma fenda para se esconder. Dois guardas passaram, mas ela estava muito preocupada para ouvir o que eles disseram. Então, enquanto ela os observava, um virou para a parede e apertou os dedos ao padrão circular. Automaticamente, os olhos dela memorizaram a sequencia.
A parede se abriu e o guarda pressionou sua mão para a tela que apareceu, sem parar de conversar. Vagamente, ela ouviu a voz Siren dizer: — Trillon, fora de serviço. Os guardas continuaram conversando enquanto se afastavam, um mencionando que estava indo para casa. A parede se fechou. Olhando em volta, Ulyssa foi à frente sorrateiramente e pressionou a mesma sequencia. A parede se deslocou e abriu. Ela olhou ao redor antes de chegar ao computador. Ela estava familiarizada com o sistema. Era um velho servidor, mas ela poderia facilmente cortar se ela tivesse os códigos corretos. Digitando com fúria, ela evitou os protocolos de segurança básicos do computador, usando a porta traseira do programador. Então, encontrando seu nome em uma lista de segurança, ela simplesmente o deletou. Removia sua mão quando ouviu mais passos, ela correu de volta à sua fenda. A parede do computador não se fechou. Ela prendeu a respiração e viu como um guarda passou indo na mesma direção que os outros. Ele parou e olhou em volta, quando viu a parede aberta. Então, amaldiçoando seus companheiros Var por sua preguiça, ele chegou e apertou um botão. O muro se fechou e ele seguiu em frente. Ulyssa relaxou. Ela agarrava-se à letargia com a qual ela acordara. Dizendo-se que era uma coisa boa ter visto Kirill e Linzi juntos, ela queimou a imagem em sua mente. A manteria forte. Respirando fundo, e esperando que a reprogramação funcionasse, ela correu pelo corredor na mesma direção dos guardas. Após um minuto de procura, ela teve sorte e encontrou a porta da frente do palácio. Como Siren tinha sensores dentro do palácio, não havia guardas na entrada da frente. Respirando fundo, ela caminhou através do portão. Nenhum alarme soou. Ela estava livre. A cidade Var fora do palácio era um labirinto de ruas movimentadas de terra e
amplas casas retangulares, cujas paredes e fundações tinham sido construídas de tijolos queimados mantidos juntos por um morteiro. Muitas das casas eram de dois andares, com telhados planos. Os grandes projetos indicavam que a maioria da população Var era próspera. Ulyssa viu algumas pessoas caminhando no alto de suas casas. A maioria, nem sequer olhou de relance em sua direção enquanto ela passava. Não havia muitas janelas que ela pudesse ver, mas que lhe serviu de vantagem enquanto ela escapulia furtivamente do palácio. Algumas das casas tinham um pátio, onde ela podia ouvir o som de meninos brincando. Conjuntos de potes de barro ficavam nos degraus no lado de fora, alguns com flores e outras plantas nativas. As ruas estavam limpas e ordenadas. Lindos tapetes tecidos estavam pendurados fora no sol, secando suas linhas. Era um trabalho menos complicado do que azulejo no interior do palácio, mas a cidade era linda mesmo assim. Pensando no palácio Var, Ulyssa olhou para trás sobre seu ombro e suspirou. Ele permanecia alto, erguido contra o firmamento azul-esverdeado. As torres quadradas atingiam alto para dentro da abóbada celeste, comandando o céu sobre a cidade. Era magnífico. Seu olhar vagou automaticamente, tentando detectar qual parte teria sido a casa de Kirill. Percebendo que ela estava fazendo, ela enrijeceu, virou as costas e não olhou para ele novamente Ninguém a parou enquanto ela fez sua viagem para o norte, embora ela tenha recebido alguns olhares curiosos. Ela sabia que os Draig estavam ao norte de Var. Se ela tivesse alguma chance de encontrar as armas biológicas, seria com a ajuda da princesa Nadja. Com um plano se formando em seu cérebro, Ulyssa atingiu a floresta, surpresa por perceber que ela realmente tinha escapado tão facilmente.
Capítulo Onze
Kirill olhou para Falke, seus olhos escuros cansados, antes de virarem para ir para a parede do balcão. Eles estavam sozinhos no gabinete real. Apertando um botão, o muro caiu para o lado para mostrar a paisagem circundante. Ele respirou fundo, enquanto seu olhar automaticamente deslizou sobre a distância à procura de sua amante fugitiva. — Suponho que não haja notícias dela? — Kirill perguntou solenemente. Ele sabia a resposta. Tinha lido nas feições rijas de Falke. Ulyssa tinha partido definitivamente. Ela o deixara sem uma palavra. Se não fosse por Linzi lhe explicar o que era a gripe humana, ele teria pensado que algo terrível tinha acontecido com ela... Como se ela virasse pó. Embora totalmente desagradável, a gripe não soava tão trágico quanto Ulyssa fez parecer. — Sim, meu Senhor. — Falke respondeu. — A informação dela foi varrida do computador de segurança. Recarregarei o DNA dela, mas ela não está no palácio. — Kirill virou-se. Seus olhos avermelhados cruzaram-se por um momento com os de Falke e ele viu a crueza de sua dor. Ele não dormira na noite anterior, não tinha parado de andar e pesquisar a partir do momento que ele percebeu que ela o havia deixado. Ele tinha estado no salão de banquetes por muito tempo, fazendo um grande show de riso e conversas com Linzi e Taura. Os músicos
tinham sido
chamados para tocar. Vinho
tinha sido
derramado em abundância, enquanto eles não celebravam nada em particular. Kirill apreciou sua casa e seu povo, mas quando ele olhou
para o seu lado, ele não gostou do fato de que Ulyssa não estava ao lado dele, se divertindo também. Ele tinha ido para casa tarde da noite para descobrir o seu desaparecimento. A princípio, ele pensou que ela estava brincando. Então, quando ele não a encontrou escondendo-se dele, ele pediu a Siren para localizá-la. Uma dor surda se estabeleceu em seu peito, fazendo-o sentir-se fraco e indefeso. Ainda não tinha que deixá-lo. Do momento em que eles descobriram que o computador havia sido adulterado, várias horas se passaram desde sua possível fuga. — Ela... Ela falou alguma coisa para você? — Kirill perguntou a seu irmão. Ele sabia que ela tinha se afeiçoado a Falke... Embora ele tivesse certeza que não sabia o que causou tal amizade ímpar. Falke não era um homem que o povo tomou de ânimo leve. A expressão de Falke suavizou-se, revelando que ele sabia o quanto era difícil para o orgulhoso Rei lhe fazer essa pergunta. Sempre pronto para tomar conta, ele disse: — Vamos juntar a nossa inteligência. O que aconteceu ontem? — Eu devolvi o comunicador para ela. Ela ligou para o tio Frank. — Kirill respondeu. Ele rapidamente relatou toda a conversa, sabendo que Falke era confiável. Ele deixou as suas próprias reações a suas palavras, exceto para dizer: — Eu pude sentir que ela estava mentindo sobre o noivado. — É um código! — Falke afirmou categoricamente. Seus lábios se contraindo em uma linha dura. — Código? — Kirill perguntou. — Como você pode ter certeza? — Lady Ulyssa não tem tio ou avó. — Falke franziu o cenho. —
Ela
não
lhe
contou
nada
sobre
si
mesma?
Vocês
não
conversavam? O rosto moreno de Kirill empalideceu ligeiramente. Ela nunca tinha
compartilhado
nada
com
ele,
não
importando
o
quão
gentilmente ele perguntasse. Era como se ela não quisesse nada
pessoal entre eles. Ouvir que Falke sabia mais sobre sua vida pessoal do que ele, o irritou amargamente. — Peço desculpas! — Falke afirmou, levantando o queixo. — Não é meu direito questionar isso. A Senhora Ulyssa é uma órfã. Kirill franziu a testa, sem entender o termo. — É uma palavra da Terra para uma pessoa sem família. Seus pais morreram em um acidente de ônibus espacial. — Como você sabe que isso é verdade? — Kirill indagou, fazendo seu melhor para segurar a emoção. Mas a verdade era que ele estava preocupado... Apavorado. Ela tinha estado doente, quando a viu pela última vez, tão pálida e frágil. Ela tinha estado terrivelmente agitada e ele podia apenas imaginar o dano que se abateria sobre ela na floresta. — É a verdade. Eu teria detectado a mentira. — Falke pausou, esperando Kirill assentir para que ele continuasse. — Você disse que ela falou falsamente sobre o noivado justamente após pedir-lhe por privacidade. É fácil presumir um código de noivado para outra coisa. Duvido até que houve um naufrágio. Se alguém soubesse que havia uma possível guerra respirando entre os Var e os Draig, saberiam que nunca perguntaríamos para os Príncipes Draig sobre um naufrágio em suas terras. Nós não confiaríamos neles o suficiente para lhes acreditar de qualquer maneira. Kirill assentiu. — Eu sempre achei estranho que ela pudesse entender a língua Var, mas não falar. — E ela foi treinada em armas, embora não intensamente em espada ou uma faca. Suas reações são afiadas. — Falke assentiu em aprovação tácita da sua habilidade. — E ela é inteligente. — Kirill respondeu. Só de pensar nela fez seu estômago doer. Ele a queria de volta. Ele a queria em sua casa, esperando por ele, segura, saudável, então ele não precisaria se preocupar com ela. E ele a queria lá agora! Mantendo a sua voz
normal, ele continuou: — A mente dela é afiada. Eu só tenho que lhe dizer ou mostrar-lhe algo uma vez antes que ela entenda. Mas, a questão permanece quem é ela? Por que ela está aqui? — Uma espiã? — Falke ofereceu. — Uma assassina? — Se é uma assassina, ela já teria agido antes. — Kirill indeferiu. —
E
se...
—
Falke
pausou,
parecendo
um
pouco
desconfortável. — O quê? — E se os Draig a mandaram? E se ela foi enviada para te matar e falhou? — Falke limpou a garganta. — E se ela não tivesse conseguido concluir isso? — Eu posso não ter conhecido o passado dela, irmão, mas eu não senti assassinato nela. Ela não é uma assassina. Kirill virou as costas para Falke e inclinou a cabeça para a janela. Seus olhos vasculharam na distância. — Espiã? — Falke perguntou. Kirill sabia que Falke não queria desistir de suas suspeitas de que os Draig estavam atrás da presença dela, mas por algum motivo que ele não poderia nomear, ele simplesmente não conseguia ver. De repente, uma ideia lhe ocorreu. — Attor. Falke franziu o cenho. — Nosso pai a sequestrou na floresta, ou pelo menos ele poderia ter. Lyssa mencionou algo sobre guerreiros loiros. Poderia ter sido a guarda pessoal de Attor. Nos últimos anos, ele nunca ia a lugar algum sem eles. Encontre os leões da montanha e pergunte onde eles a encontraram. Pela primeira vez desde que soubera de sua partida, Kirill sentiu como se tivesse um plano de ação, pelo menos o início de um. Se ele pudesse encontrar o local de seu antigo acampamento, então talvez ele pudesse encontrá-la. Se ele a encontrasse, a arrastaria de
volta pelas raízes dos cabelos e a jogaria na prisão. Mesmo que tivesse de encadeá-la, ele teria certeza que ela nunca o deixaria de novo. Não importava o quanto ela protestasse, ele a faria ficar. Ele não tinha escolha. Ele simplesmente não podia viver sem ela.
Ulyssa estava cansada. Sua pele e suas roupas estavam cobertas de suor seco e lama. Não sabendo se Kirill tentaria ou não ir atrás dela, ela sabia que era melhor mascarar o cheiro dela com o cheiro da floresta. Se ele viesse, mais do que provavelmente seria por orgulho e não por falta dela. Ela pensou em Linzi e fez uma careta. Vários dias se passaram desde que ela sairá do palácio. Ela havia viajado a pé durante esse tempo, evitando os transeuntes enquanto tentava encontrar seu acampamento. Somente permitindose uma hora de sono em um momento, ela corria em direção às fronteiras do norte, até que as pernas ficassem como geleia e ela pudesse ver a grande montanha vermelha do palácio Draig à distância. Depois, virando para o leste, ela recuou lentamente para o acampamento perto de onde o navio da Galaxy Noivas havia desembarcado. De lá, ela foi capaz de navegar em direção ao seu antigo acampamento. Quando Ulyssa encontrou seu acampamento, o dispositivo de camuflagem estava desligado. Parecia que um animal selvagem havia mastigado através dos fios na parte traseira. Felizmente, a mochila ainda estava dentro da barraca desabada e ela foi capaz de salvar um pacote de composto mineral seco congelado. Tinha sabor de grama, mas depois de viver com um punhado de frutinhas desde que deixara o palácio, ela estava mais do que feliz em engolir as bolachas marrom-escuras. Puxando o comunicador de
reserva, ela programou para chamar a Agência. Não demorou muito para que a voz idosa feminina respondesse: — Alô? — Agente 596. — Informe. — falou o operador. — Ulyssa 596, codinome Gena, Qurilixen. — ela respondeu rapidamente, olhando ao redor, inquieta pela luz sombreada da floresta. — Estamos antecipando a sua chamada, caminho através de linha segura para o diretor. Ulyssa esperou enquanto uma série de cliques soou no comunicador. Ela vasculhou a bolsa com uma mão, não querendo ser pega sem uma arma novamente. — Ulyssa? Ulyssa soltou um longo suspiro. — Frank, estou aqui. Eu não posso falar muito, mas agora nós estamos seguros. Eu quero começar a me mover novamente, mas eu tinha que fazer você saber o que está acontecendo. — É verdade? Doc Aleksander armazenou armas biológicas neste planeta? — a voz de Franklin estava tensa. — Eu acho que sim. Encontrei um acordo comercial com o antigo Rei de Var, no Palácio de Var, onde eu estava... — ela fez uma pausa antes de afirmar diplomaticamente. — disfarçada. Eu não sei quanto ou onde está ou se é mesmo aqui, com certeza. — Porra! Isso não é muito para se seguir em frente, agente! Precisamos saber o que estamos enfrentando. — Franklin fez uma pausa e ela podia dizer que estava preocupado com ela. — Escuta, por que você não volta? Você não foi treinada para isso. Não há nada mais que possa fazer. — Eu não posso sair. Eu tenho um plano. Nadja Aleksander está casada com um Príncipe Draig, um rival dos Var. Eu vou fazer contato com ela, ver o que ela sabe. Eu estou com esperança de que
ela vá nos ajudar. — Ulyssa franziu a testa, olhando ao redor da floresta. Os pelos no pescoço em pé. Muito cuidadosamente e baixo, ela disse: — Para ser seguro, eu mandaria uma equipe de confinamento caso isso aconteça. Ninguém deve sair deste planeta vivo. — Agente... Caramba. Ulyssa escute-me. Se esta coisa vazar um médico não vai... Nós não podemos trazê-la de volta. — Eu sei Frank, eu sei. Se ele vazar, me deixe aqui para morrer com os outros. — Ulyssa engoliu nervosa com a perspectiva de morrer em Qurilixen. Se a arma fosse liberada, ela também não teria um antídoto. — Tenho uma equipe de especialistas a caminho. Eles devem estar aí em menos de uma semana. Eu quero que você se concentre em encontrar transporte para sair deste planeta. Não há nada mais que possa fazer. — Não, Frank, você está errado. Eu posso ao menos tentar. E se a arma for liberada antes deles chegarem aqui? — Você não precisa fazer isso. — Eu vou ficar. Não posso deixar essas pessoas morrerem. — Ulyssa declarou. Ela enrijeceu seus nervos e repetiu: — Eu vou ficar e vou encontrar esta arma. Você está errado. Salvar vidas inocentes é exatamente para o que fui treinada. — Mas... — Não, se ele vazar, certifique-se de explodir qualquer embarcação tentando sair... Inclusive uma na qual eu possa estar. O risco é grande demais para o resto da galáxia. Eu... Eu não sei contra o que nós estamos lutando. Além disso, ninguém deve sair inclusive eu. Eu poderia já estar contaminada. — Maldição! — Franklin somente jurou realizar o seu pedido, com uma longa sequencia de outras maldições. Ulyssa sorriu com isso, tendo uma estranha sensação de conforto ao saber que ele se sentia tão impotente quanto ela.
— Tudo bem, prossiga com o seu plano. E tenha cuidado! Isto é uma ordem! Uma pontada rolou pela coluna de Ulyssa e ela soube que não estava sozinha. Alcançando sua bolsa, ela buscou por uma arma. Mantendo o seu tom leve, ela disse distraidamente: — Tenho que ir, Frank. Desligando. — Agente... A voz de Franklin foi cortada quando ela apertou o botão, encerrando a transmissão. Sem se virar, ela chamou: — Eu sei que você está aí. Mostre-se. Uma risada suave foi sua resposta. Virando-se,
ela
viu
Falke.
Ele
balançou
a
cabeça
em
aprovação amigável, apesar de suas feições estarem veladas. — Eu me perguntei quanto tempo iria levar até você me sentir. Apesar da simpatia da sua voz, Ulyssa retirou a mão do saco e disparou um tiro de tranquilizante contra ele. A bala perfurou a túnica sobre o peito, afundando-se sob a pele. Falke olhou para baixo em choque com o que ela tinha feito, obviamente, não esperando que ela reagisse a ele de tal maneira. Ele piscou os olhos voltados a um branco leitoso. Ulyssa saltou para frente, olhando para os lados enquanto ela avançava para pegar Falke antes dele cair. Sentindo que ele tinha vindo sozinho, ela relaxou um pouco e recostou-o contra o tronco de uma árvore. Com um suspiro, ela transportou seu peso enorme e ajustouo da melhor forma que podia. Ele não se moveu e ela sabia que seus braços e pernas estavam como pesos mortos. Sua boca caiu amolecida e sua cabeça rolou para o lado. A única coisa que se movia eram seus olhos vidrados. Eles a olhavam furiosos, em descrença.
— Você não devia ter me seguido Falke. — Ulyssa disse baixinho, tentando ajustar-lhe os braços no que parecia ser uma posição confortável. Seu peito erguia-se em respirações rasas. Indo para a bolsa, ela pegou um descontaminador de viagem de mão e começou a executá-lo sobre seu corpo. Virando as costas para ele, ela rasgou sua camisa estilo Var e começou a tomar banho, executando o laser sobre a pele rapidamente. O mais discretamente que conseguiu, ela passou nas pernas e nos pés antes de vestir-se rapidamente com uma muda fresca de roupa. Elas estavam um pouco mofadas por estar sendo armazenadas ao ar livre, mas estavam muito mais confortáveis. Então, tirando um anel de sua bolsa, ela colocou-o em seu dedo. Fresca e limpa, ela enfiou o comunicador e uma arma em sua cintura antes de pegar uma garrafa pequena. Ela foi para Falke. Ele não se moveu, mas seus olhos viu sua aproximação. Ulyssa lambeu os lábios antes de se ajoelhar. —
Falke,
eu
sinto
muito
sobre
isso.
Mas
você
deve
compreender que eu não tenho escolha. Eu sei que é foda não poder se mover. Eu fui atingida com essa coisa maldita por quatro vezes e ainda sinto. Você ficará assim por algumas horas. — Retirando uma pequena pílula da garrafa, ela enrolou-o na manga da túnica dele. — Toma isso tão logo puder se mexer. Se você não fizer isso, você terá uma terrível dor de cabeça que vai durar dias. Eu provavelmente não deveria dar isso a você, mas eu estou contando que você me ouça e me deixe em paz. Falke não se moveu, exceto pelo aumento da elevação e queda de seu peito. Tomando um pulsador de seu pacote, ela o empurrou dentro do chão e ligou-o. A máquina com cúpula piscou. — Isso vai manter os animais longe até você se recuperar. Falke conseguiu piscar, mas foi só isso.
— Eu sinto muito realmente sobre tudo isso, Falke. Diga a Kirill que você não pode me encontrar. — sacudindo levemente a cabeça, ela se levantou. — Diga-lhe que desapareci. Sem saber exatamente por que, ela deixou-o assistir. Ela permaneceu ereta diante dele e girou o anel em seu dedo. Talvez se ele a visse se transformar, ele a ouvisse e ficasse fora de seu negócio. Ela resmungou desconfortavelmente enquanto mudava e se alongava. Seus membros se enfraqueceram e ela tremeu. Não importa quantas vezes ela se transformasse nunca se acostumava com isso. Seu cabelo louro-avermelhado cresceu e se preencheu com um tom castanho escuro, apagando todos os vestígios de ouro e vermelho. O nariz alongou ligeiramente. O azul de seus olhos se encheram
com
verde.
Seus
lábios
se
curvaram
e
afinaram,
desenhando em seus traços um beicinho permanente. A pele ao redor das maçãs do rosto inflaram, preenchendo seus traços com uma curvatura que ela normalmente não possuía, e um peso sutil foi adicionado ao seu estômago e pernas, suavizando sua forma escultural. Tomou uma respiração profunda enquanto a última das sensações de formigamento deixava suas pernas, ela ficou ereta. — Droga, eu odeio isso! — quando ela falou sua voz já não era a dela própria. Era mais alta e soou quase como um gemido. Apenas ouvi-la novamente fazia Ulyssa se encolher. Ela tivera que ouvi-la por um mês a bordo do navio Galaxy Noivas e ainda não se acostumara a usar a voz de “Gena”. Se ela não estivesse tão preocupada, teria amaldiçoado Franklin, mais uma vez por escolher o hediondo disfarce. Os olhos vítreos de Falke estavam ligeiramente arredondados e ele olhou para ela em uma mistura de horror e espanto. — Horrível, não é? — ela riu sem muito humor. Então, a nova face dela ficou séria, ela jogou para trás um pedaço de seu cabelo. — Eu realmente sinto muito sobre isso, Falke. Eu valorizava sua amizade, enquanto eu a tinha.
Com isso, Ulyssa o deixou desleixadamente contra a árvore. Largando em um salto, ela correu em direção ao palácio Draig. Seus seios grandes saltaram desconfortavelmente, a sensação de pesos de chumbo em seus pulmões. Ela segurou-os para mantê-los firmes. Em poucos minutos ela estava na vista da grande montanha.
O palácio Draig era uma coisa magnífica construída dentro da montanha. A partir do chão, por causa do ângulo, ela não podia ver janelas
ou
varandas.
Ele
só
parecia
uma
grande
montanha
dominando o vale circundante. Na noite em que Nadja matou seu pai em legítima defesa, Ulyssa havia distraído alguns dos guerreiros Draig em um bate-papo, falando sobre o palácio. Se não fosse por isso, ela não teria sabido que estava lá. Era realmente uma fortaleza impenetrável. Tomando o caminho mais longo através dos caminhos florestais, Ulyssa esperava evitar entrar em contato com qualquer um dos moradores. Era mais difícil se defender em seu corpo transmutado, e ela realmente não queria assustar uma raça primitiva transmutando-se de volta na frente deles. Ela sabia que eles tinham conhecimento da tecnologia, mas duvidava que eles tivessem entrado em contato com equipamentos sofisticados como seu anel de transmutação. Transformar era diferente do que uma transformação natural. Para quem não sabia, pareceria que seu rosto estava derretendo de sua cabeça. Ela já enviara raças primitivas em pânico antes com esse pequeno truque. Tomando um caminho que conduzia até uma pequena colina a um pátio erguido antes da entrada do palácio, Ulyssa olhou para a pequena aldeia no vale abaixo. Era muito diferente da cidade Var na aparência. As casas da aldeia eram de pedra e madeira, de modo que mesmo as famílias mais pobres pareciam ser prósperas. As ruas
de terra vermelha eram esculpidas com perfeição e a cidade parecia muito arrumada e planejada, em vez de ruas labirínticas de Var. Indo para a névoa suave dos sóis triplos, Ulyssa respirou para se acalmar, tentando estabilizar o seu coração acelerado. Ela podia ver alguns dos aldeões abaixo. Eles vestiam túnicas de linho claro e todos tinham cabelos compridos, seu estilo lembrava muito a Terra Medieval. Os olhando e à sua cidade, ela não achava que eles pareciam diferentes dos Var. Ela novamente se perguntou qual seria o problema entre as duas raças. Andando em linha reta na direção dos portões de ferro forjado que se erguia sobre o lado da montanha, marcando a entrada do castelo, Ulyssa sorriu para o guarda louro. Ele estava vestido como o resto de sua espécie, com uma túnica. Um cristal pendurado em seu pescoço grosso em um cordão de couro, significando que ele era solteiro. Ele tinha a feição bonita e orgulhosa, características de sua espécie. Sibilante como somente a voz de Gena poderia ser, ela ronronou: — Olá, bonito! O guarda pareceu momentaneamente desconfortável pelo seu olhar aberto e pigarreou. Ele examinou mais a distância para ver se ela estava sozinha. Então, avaliando-a e finalmente decidindo que ela não poderia significar-lhe qualquer perigo, ele acenou de volta. — Que negócio você tem no palácio? — Na verdade, isso é um pouco estranho. — Ulyssa esgueirou-se para o guarda e, lentamente, deslizou o dedo ao longo da manga dele. — Eu sou uma amiga da princesa Nadja e eu desejava solicitar uma audiência com ela, se eu puder. — Uh, eu sinto muito, mas ninguém é permitido entrar no palácio sem escolta real ou permissão. — o guarda olhou para seu braço, onde os dedos dela se arrastavam sobre seu bíceps em
círculos preguiçosos. Ele limpou a garganta. Para sua evidente decepção, ela retirou a mão. Rindo com sua voz estridente, ela deixou o peito saltar para chamar sua atenção. Ulyssa queria rir de verdade enquanto ele dirigia os olhos para baixo para as saliências monstruosas. Os homens eram tão previsíveis, não importando onde ela estivesse. Bem, todos, exceto Kirill. Ela não tinha sido capaz de prever ele em tudo. Imediatamente, sua mente ficou sóbria e ela se concentrou em seu trabalho. Ela não iria deixá-lo matar todas essas pessoas. — Mas, como eu posso conseguir uma escolta real se eu não puder obter primeiro uma audiência real? Viu o meu problema, doçura? — Ulyssa riu e piscou os cílios sobre os olhos verdes. — Então, você acha que você poderia pelo menos dizer a princesa Nadja que sua amiga Gena está aqui? O guarda considerou-a um momento mais. Pisando fora da entrada, ele olhou para o lado da montanha e deu um rosnado baixo. Ulyssa arquejou quando um homem pulou para o lado da montanha com facilidade aterrissando próximo a ela. — Eu tenho que acompanhá-la. — disse o guarda para o recém-chegado.
Ulyssa
engoliu
em
seco
quando
ele
ficou
possessivamente perto dela. — Guarde a entrada. O novo guarda olhou para ela antes de atirar um olhar ciumento ao seu amigo. Rigidamente, ele assentiu e tomou o seu novo cargo. Ao movimento do guarda loiro, Ulyssa seguiu-o para dentro do Palácio Draig. O castelo-montanha era tão pitoresco quanto ela esperaria que fosse. Amplas cúpulas permitiam luz no interior do caminho em túnel de rocha vermelha. Entrando por uma porta de espesso carvalho, eles chegaram a uma série de passagens. Os corredores eram limpos e decorados com pinturas e esculturas de bom gosto. Tapeçarias penduradas
nas paredes, ao
bandeiras com o emblema do dragão real.
lado
de
Eles caminharam em silêncio por algum tempo até Ulyssa ter certeza de que eles estavam profundamente na montanha. Parando em duas portas enormes, o guarda Draig empurrou-as abrindo-as e se afastou. — Você espera aqui. — ele disse calmamente. Os lábios dele tremeram e seus olhos percorreram o corpo dela de uma forma que foi pura dominação. Deixando os olhos permanecem em seus seios, ele lambeu os lábios. — Obrigada! — Ulyssa ronronou. O homem era bonito e normalmente ela teria considerado a oferta em seus olhos, mas enquanto ela olhava para ele sentiu-se fria, morta. A imagem de Kirill brilhou em sua mente. Não importava o quanto ela tentasse negar, ela sentia a falta dele terrivelmente. Não importava que ele fosse um tirano. Seu corpo sentia a falta dele, assim como seu coração. E ela se odiava por sentir-se desse jeito. O guarda a tinha levado para o salão principal comum do palácio. Tinha íngremes tetos arqueados com a cúpula central para luz. O chão de pedra vermelha estava imaculado e os pés dela ecoaram enquanto ela caminhou para dentro da sala grande. Linhas de mesas vazias se estendiam sobre o piso para o jantar. Bandeiras do brasão da família Draig cobriam as paredes com o símbolo prateado de um corajoso dragão tecido nele. Em comparação com os azulejos decorados do Var, o palácio Draig era muito bonito, mas simples. Após um curto período de tempo, ela ouviu a porta se abrir atrás dela. Ela se virou para ver Nadja entrar. As botas dela estalavam levemente no chão quando ela veio. Nadja era uma mulher bonita, tranquila e reservada por natureza. Ulyssa sabia que a grosseria de sua personagem Gena a tinha distanciado dela mais de uma vez, no navio Galaxy Noivas, a mulher tinha sido muito gentil para dizer qualquer coisa sobre isso. Na primeira vez, Ulyssa não tinha percebido quem ela era, até que viu a mulher amarrada à
cadeira por seu pai psicótico. Doc tinha ameaçado matá-la e ao bebê que ela carregava, se ela não prejudicasse a Princesa Olena, que ele também tinha raptado. Nadja se recusou e matou o próprio pai ao invés disso. Sim, Ulyssa pensou. Nadja Aleksander
era uma dama
verdadeira... Apesar do que seu pai tinha sido, e apesar do fato de que ela o matara. Os longos cabelos castanhos de Nadja estavam puxados para trás em um coque e ela usava um par de calças cinza de algodão flutuantes e uma camisa azul justa. Suas feições eram reservadas e tinham a cor perfeita de porcelana branca. A luz azul dos olhos estava confiante, mas refinada. Ao seu lado estava um homem, que Ulyssa adivinhou era seu marido, o Príncipe. A altura enorme do Príncipe complementava a estrutura delgada de Nadja. O olhar verde dele
olhou-a
mais
desconfiado
e
deu
um
passo
protetor
aproximando-se de sua noiva. Sua mão levantou para descansar em seu ombro, enquanto eles vinham para ficar diante da estranha em seu meio. O ato possessivo tomou Ulyssa de surpresa. Se ela não estava enganada, Nadja Aleksander tinha encontrado o amor em seu casamento. — Gena? — Nadja perguntou surpresa. Ela olhou para o marido em confusão. — O que você está fazendo aqui? Você não retornou a bordo do navio Galaxy Noivas? — Não é bem assim. — Ulyssa respondeu. Ela engoliu em seco, nervosamente.
— Ah, seria possível para nós conversarmos
sozinhas? O contato do Príncipe em sua esposa se estreitou levemente. — Olek, está tudo bem! — murmurou Nadja. — Eu tenho um pressentimento de que sei do que se trata. Olek assentiu lentamente. Os olhos dele se suavizaram e ele disse calmamente. — Eu vou estar do lado de fora se você precisar de mim.
Nadja sorriu para ele, seu olhar um tanto sonhador, enquanto ele se inclinava para lhe colocar um terno beijo nos lábios. Ulyssa desviou o olhar em desconforto. O ciúme subiu em seu coração por ver o casal tão carinhoso em público. Kirill nunca tinha olhado para ela tão abertamente. Ele nunca a beijara tão ternamente, tão publicamente. Não, em público ele a tratava como uma escrava. — Eu vou ficar bem. — Nadja respondeu, afastando-se. Ela apontou para uma mesa próxima para Ulyssa se sentar. Ulyssa afundou no banco, não percebendo como estava cansada até aquele momento. Ela não tinha comido uma refeição decente em todos os dias e correr por toda parte estava começando a cobrar seu preço. —
Está
tudo
bem,
Gena?
—
Nadja
perguntou
com
preocupação. — Aconteceu alguma coisa com você? Ulyssa balançou a cabeça e respirou fundo. A tontura diminuiu e ela se forçou a se concentrar. — Eu não sei como dizer isso, então vou apenas dizer. — Você quer que eu tente lhe encontrar um marido Draig? — Nadja ofereceu.
— Onde você estava escondida todo esse tempo? O
navio Galaxy Noivas se foi há muito tempo. — O quê? — Ulyssa ficou impactada em confusão, antes de lembrar o que a pervertida Gena tinha sido a bordo do navio. Ela balançou a cabeça em ligeira irritação. — Não, acredite em mim, um marido é realmente a última coisa que eu quero. Nadja franziu o cenho em óbvio descrédito. Ulyssa não podia culpá-la. — Ouça-me com muito cuidado, Nadja, por favor. Estou aqui para ajudá-la. Você e sua nova família estão em perigo. Nadja ouviu em silêncio enquanto Ulyssa falou sobre estar no palácio do Var e encontrar o documento. Depois que ela terminou, a mulher
sentou-se
princesa disse:
e
suspirou
profundamente.
Calmamente,
a
— Eu lhe agradeço Gena, por trazer isto a minha atenção. Vou falar sobre isso com meu marido e vamos cuidar disso. — Nadja levantou-se da mesa. — Não, espere! — Ulyssa exclamou. — Você... Você não acredita em mim? — Se os Var são nossos inimigos, não tenho dúvidas de que sonham em nos matar. — Nadja respondeu. — Na verdade, eles já tentaram e falharam. Comprometo-me averiguar o que você disse. — Não, essas coisas foram algo inteiramente diferente... O que eles tentaram antes não era nada comparado ao que eu estou falando. — Ulyssa insistiu. — Eles têm armas biológicas! Nadja riu. — Eu pesquisei minuciosamente a vegetação destes planetas. Como exatamente eles teriam conseguido o tipo de armas biológicas que você descreve? — Doc. — Ulyssa afirmou. Ela não queria ser tão contundente sobre o pai morto da mulher, sabendo que a memória estaria ainda fresca em sua mente. — Seu pai trouxe-as aqui e vendeu-as ao Rei Attor. Acredito que ele as armazenou em algum lugar deste planeta, mas eu não sei o que procurar. É por isso que eu preciso de sua ajuda. Por favor, me ajude! Diga-me onde... O que procurar! Nadja empalideceu ligeiramente. Sua voz em um sussurro, ela perguntou: — O que você sabe sobre o meu pai? Quem te mandou? A porta se abriu e Olek invadiu. Era como se ele pudesse sentir a angústia de sua esposa como sua própria. Vendo o rosto pálido de Nadja, marchou para frente. Nadja levantou-lhe a mão e fez sinal de que estava tudo bem. Ulyssa sentiu outra pontada de ciúme enquanto ela observava o casal amoroso. Um tremor correu por ela e não queria nada mais do que se enrolar em uma bola e chorar. O rosto de Kirill não a
deixava e tornava-se difícil se concentrar. Seu corpo sentia-se frágil e ela balançava levemente na cadeira. — Eu sei quem é seu pai, Nadja. — Ulyssa declarou em um fôlego antes que o Príncipe Olek a fizesse ser jogada fora do palácio como uma louca que entristecera sua esposa. — Eu sou uma agente secreta enviada aqui para detê-lo, só que você fez isso primeiro. Meu nome real é Ulyssa Payne. Nadja deixou-se soltar um engasgo enfraquecido e pegou a mão do marido. Sua boca se abriu, mas nenhum som saiu. — Eu não sou louca. Eu sei como eu agia no navio de Noivas Galaxy, mas isso não é como eu realmente sou! — Ulyssa afirmou. — Por favor, você tem que acreditar em mim! Eu tenho que encontrar a arma ou a população inteira Draig será eliminada e, possivelmente, uma boa porcentagem dos Var... Pelo menos aqueles que não receberem um antídoto. Com esta declaração, Olek se enrijeceu e empurrou a esposa para trás dele. — Você nos ameaça? — Não, eu vim para ajudar! — Ulyssa olhou ao redor do Príncipe para Nadja. A mulher estava pálida, agitada. — Aqui, veja! Eu vou provar isso. Tomando o anel, Ulyssa torceu-o no dedo. Seu corpo formigou, enquanto suas feições pareciam derreter do rosto. Uma dor aguda tomou conta dela enquanto se transformava, minando-a de imediato de sua energia. Ulyssa piscou, sentindo-se tonta. Quando a mudança terminou, ela olhou para o casal. A boca de Nadja estava aberta e olhava-a com admiração. — Gena? — Nadja sussurrou, espantada. — Veja. — Ulyssa disse. — Eu não sou Gena. Eu sou uma agente da Agência de Inteligência Humana. Por favor, Nadja... Você tem que ajudar...
Ulyssa balançou em seus pés, incapaz de se manter em pé. Seu mundo girou, embaçando em torno dela, enquanto ela caia para frente. Pouco antes de tudo ficar preto, ela viu o Príncipe Olek correr à frente para segurá-la.
Capítulo Doze
— Sabe, eu gosto muito mais deste visual em você. Ulyssa piscou, tentando sair fora do nevoeiro que nublava seu cérebro. Olhando para a cama ao lado dela, ela viu Nadja sorrir para ela. Havia uma fila de leitos vazios ao longo de uma parede atrás de Nadja. Eles levaram a um longo corredor onde Ulyssa podia ver três portas. De repente, ela percebeu que estava em uma enfermaria no palácio Draig. — O quê? — Ulyssa resmungou, sentindo-se fraca. — Seu rosto. — Nadja esclarecido. — Eu gosto mais dele sem a metamorfose. — Eu gosto de poder respirar sem o peso de duas naves espaciais em meu peito. Você nunca saberá o quão difícil foi mantêlo durante todo o mês no navio. — Ulyssa riu. Limpando a garganta, ela perguntou fracamente: — O que aconteceu comigo? O que estou fazendo aqui? — Você desmaiou. — Nadja respondeu. — O médico disse que estava desnutrida e muito provavelmente esgotada. Ele disse que parecia que tinha ficado sem comer por vários dias. Ulyssa fechou os olhos e assentiu com a cabeça. — Você disse que tinha sido sequestrada pelo Rei Attor. Você esteve presa por muito tempo? — Nadja perguntou. Ela estendeu uma mão suave para frente colocando para trás uma mecha do cabelo de Ulyssa. — Eles torturaram você? — Prisioneira? — Ulyssa resmungou. Seu rosto se iluminou na negação instantânea e ela teve uma vontade urgente de defender a
honra de Kirill. Justamente quando ela estava prestes a dizer que ele jamais prejudicaria ou torturaria alguém, parou. Ela não sabia se isso era exatamente a verdade ou não.
Então, ao invés disso, ficou
calada. — No palácio Var. — Nadja esclareceu em resposta à sua pergunta sussurrada. —
Eu
não
era
realmente
uma
prisioneira.
—
Ulyssa
respondeu, escolhendo cuidadosamente suas palavras. Sua cabeça estava um pouco tonta, e ela sentiu-se mal do estômago. — Foi mais como se estivesse infiltrada. Nadja assentiu com a cabeça entendendo. — O Rei Attor também estava recebendo sua atribuição? — Não, não... Eu só vi o Rei Attor uma vez quando ele me encontrou perto do meu acampamento. Antes disso, eu nunca tinha ouvido falar dele. Ele morreu e o Rei Kirill ficou encarregado do harém. — E este Kirill? — Nadja sondou. — Que tipo de homem ele é? — Ele é um Rei. — Ulyssa respondeu evasivamente. — Até que eu encontrasse esse documento, eu achava realmente que ele queria paz. Agora, eu sinceramente não sei sobre ele. — O que seu instinto diz sobre ele? — Eu... — Ulyssa tossiu enquanto ela tentava empurrar-se para fora da cama, mas acabou caindo sobre o colchão. Ela não podia responder a isso. Em sua linha de trabalho, ela se baseava em fatos e não em instintos. Quando olhou para Nadja, ela teve uma suspeita de que a mulher sabia de algo que não estava dizendo a ela. Desesperada para mudar de assunto, ela perguntou: — Você não está chateada sobre seu pai? Quero dizer, sobre eu vir buscá-lo? Nadja sacudiu a cabeça, embora seus olhos ficassem tristes. — Não, eu fiz as pazes com quem meu pai era. Minha família está aqui agora.
Nadja olhou para cima e Ulyssa ouviu uma voz do outro lado dela dizer: — Aqui, você deve estar com sede. Virando-se, ela viu as Princesas Morrigan e Olena em pé sobre ela, ouvindo a conversa. Morrigan estendeu-lhe um copo de água. Ulyssa lutou para se sentar e beber. Ela não se surpreendeu ao encontrar a Princesa Pia no final da cama a observá-la também. Atrás dela estava uma mesa de recepção próxima a várias filas de caixas de vidro com frascos de remédios. — Nadja nos contou quem você é. — Pia falou tranquilamente quando viu que ela tinha a atenção de Ulyssa. — E o que você está fazendo aqui. — Morrigan adicionou. Ulyssa assentiu com a cabeça e entregou o copo. Todas as Princesas eram lindas mulheres. Morrigan, que Ulyssa logo soube, havia se casado com o futuro Rei Draig, o Príncipe Ualan, tinha cabelos e olhos escuros. Ela era uma pessoa ponderada, com uma inteligência aguçada. Olena, casada com o príncipe Yusef, capitão das Outlands, tinha selvagens cabelos vermelho flamejantes suficientes para corresponder à sua personalidade despreocupada. Pia, uma loira calma com olhos castanhos, estava casada com o príncipe Zoran, o capitão dos exércitos Draig. — Então, o quão perto você chegou do Rei? — Pia questionou, antes
de
deduzir
logicamente.
—
Você
tinha
que
estar
profundamente disfarçada para descobrir as informações que tem. Imaginei profundo o suficiente para ser sua amante. Ulyssa endureceu e ficou na defensiva. Um pouco atrevida, ela retrucou: — Eu fiz o que tinha que fazer. É uma sorte para vocês que eu o tenha feito, ou então poderiam estar todos mortos. Você ainda pode morrer se eu não encontrar aquela arma.
Em vez do retorno da raiva que ela esperava para a eclosão, Ulyssa recebeu com um riso suave. Ela se enrijeceu e tentou se levantar. — Se você não vai levar isso a sério, eu vou cuidar disso eu mesma. — Ulyssa olhou em volta. — Por qual caminho é a porta? As Princesas olharam-na com o que parecia ser pena. — Foi tão ruim? Estar com o Rei Var? Ele machucou você? — Nadja perguntou. — Não, ele... Eu... — de repente, por razões que não conseguia compreender, Ulyssa chorou. Havia algo sobre a maneira como as mulheres estavam olhando para ela, com bondade, piedade, compaixão. Imediatamente, quatro pares de braços cercaram-na, confortando-a. — Ei, eu estava assim também no começo. — Morrigan disse. — Nós todas estávamos. — Olena acrescentou. Ulyssa fungou. — Como o quê? — Emocional. — Nadja respondeu. — Eu ainda sou por vezes, embora eu prometo que vou melhorar. — Eu não sou sentimental, apenas estressada. Não é como se eu me importasse com ele ou algo parecido. Eu não estou a... Amando. — Ulyssa cuspiu a palavra da sua boca com uma careta de desgosto. Os seus sentimentos eram assim tão óbvios? Bem, ela rejeitou seus sentimentos. Simples assim. Ela não se importava nenhum pouco com o Rei Kirill. Como ela poderia amar um homem que iria assassinar pessoas inocentes em uma guerra racial? Que diabos isso dizia sobre ela? Tudo bem, então ela não sabia que ele faria isso com certeza, mas soava melhor para o seu ego do que: “Eu não posso amar um homem que não me ama!” — O Rei e eu não estamos juntos. Como poderia estar? Ele é... Ele é um...
— Oh, eu sinto muito em ouvir isso! — Nadja colocou novamente para trás uma mecha do cabelo de Ulyssa. — Deve ser difícil enfrentar o fato de que você será mãe solteira. — Mãe solteira? — Ulyssa empalideceu e ela tinha certeza que ia desmaiar novamente. Em vez disso, ela começou a hiperventilar. — Ela não sabia! — Olena ofegou. — É por isso que você tem se sentido tão fraca e porque se transformar de volta foi tão doloroso. Seu corpo transformado não foi projetado para estar grávida. — explicou Nadja. — Mas, não se preocupe, o bebê está bem. Nós o verificamos. — Vocês estão... Todas... Grávidas... — Ulyssa ofegou entre as respirações. As Princesas assentiram. — E vocês... Acham que... Eu estou...? — O exame de sangue do bebê mostrou que é meio Var, então naturalmente presumimos que pertencia a... — Nadja fez uma pausa, olhando impotente para as outras. Novamente, Ulyssa teve a estranha sensação de que elas sabiam de algo que ela não sabia. — Quando você estava dormindo, você disse o nome dele muitas vezes, então nós supomos que ele era seu... — Amante. — Olena concluiu quando Nadja não terminou. — Ooooh! — Ulyssa pulou da cama e foi direto para o lixo para vomitar. Morrigan apressou-se para colocar um cobertor em torno da parte superior do seu corpo. Nadja foi para a caixa de vidro pegar algum medicamento. Ulyssa vacilou quando Nadja deu-lhe um remédio, mas logo os tremores em seu estômago pararam e ela sentiu como
se pudesse
respirar de
novo. Lentamente, elas
ajudaram-na no retorno para a cama. Enquanto Ulyssa deitava-se, ela sussurrou: — Ele não é meu amante. Ele não é nada para mim.
— Não! Eu proíbo isso! — Olek gritou para sua esposa.
—
Você não pode ir! E se for uma armadilha? Nós não sabemos se podemos confiar nela. Ulyssa observava a família real do lado de fora. Eles tinham vindo ao salão principal da ala médica onde ela foi apresentada ao resto da família real. Eles estavam fazendo um lanche rápido nas mesas mais baixas, embora ninguém parecesse interessado na comida. Empurrando seu prato longe intocado, Ulyssa suspirou. Ela escolheu sentar-se longe deles enquanto conversavam sobre o que fariam com as informações que ela lhes dera. Nadja
olhou
para
o
marido
e
sorriu
tristemente
em
compreensão. — Eu tenho que ir. Eu sou a única que sabe o que estamos procurando. Eu conheço as armadilhas do meu pai. Eu tenho que ir... Por nós, por nosso bebê. Além disso, eu acredito nela. — Então eu vou também. — Olek franziu o cenho. Ficou claro que ele não gostava da decisão de sua esposa. Ele virou-se para olhar para Ulyssa da curta distância. Ele não confiava nela, não completamente. Ela não podia culpá-lo. Ele amava muito sua esposa. Era óbvio que os Príncipes Draig tinham encontrado o amor. Ulyssa teve que desviar o olhar primeiro. — Eu irei. Eu conheço os pântanos sombreados melhor do que qualquer outro aqui! — afirmou Zoran. — Assim como eu vou! — afirmou Pia. Ela piscou para seu marido. Estava claro que ela tinha uma sede por aventura de qualquer tipo. — Tenho um pressentimento de que eu possa ser necessária. Zoran olhou tristemente para sua esposa, mas era óbvio que a decisão dela estava tomada. Ele lhe deu um aceno duro de cabeça, estilo militar.
— Eu não confio no Var para negociar honestamente conosco. Eles estarem nos conduzindo para os pântanos pode ser uma armadilha. — Os Var? — Ulyssa ofegou, chamando a atenção para si mesma. — Quem falou alguma coisa sobre os Var? Eles não sabem que eu estou aqui. Nós não temos de lhes dizer nada. Eles foram aqueles que trouxeram a arma para cá em primeiro lugar. O mesmo olhar estranho que ela usara na ala médica, passou pelo rosto de Nadja, o olhar de segredos. Ulyssa empalideceu dramaticamente. O que estava acontecendo aqui? O que eles não estavam dizendo a ela? — O Rei Attor foi quem trouxe a arma para o nosso planeta. O Rei Kirill veio aqui ao palácio com o Príncipe Falke para nos informar sobre sua existência e pedir a ajuda da Princesa Nadja para desarmá-la. Ele também veio atrás de você. — afirmou o Príncipe Ualan. — Ele espera a nossa decisão. Ulyssa empalideceu e sacudiu a cabeça. — Decisão para quê? Os quatro Príncipes a estudaram em silêncio, observando sua reação nervosa. — Decisão para o quê?
— Ulyssa exigiu, sacudindo
violentamente. — Sobre se devem ou não devolver minha propriedade para mim. Os olhos dos Príncipes viraram-se para a porta. Ulyssa congelou, recusando-se a se mover. Seu coração batia violentamente no peito, tentando escapar. Seus dedos agarraram o banco de madeira ao seu lado, raspando a superfície, como se ela pudesse destruí-lo. Se ela não o olhasse, ele desapareceria. Ele iria embora. Ela engoliu em seco, nervosamente. Um frio subiu atormentando sua espinha, enquanto ela sentia todos os olhos sobre ela, observando o que ela faria.
Uma mão segurou levemente no ombro dela, sem apertar ou ferir, apenas descansando, deixando-a sentir seu peso pressionando contra ela. Sua boca ficou seca. Um tremor familiar disparou através dela com o toque, alimentando seus nervos com fogo. Muito lentamente, ela olhou para a mão, reconhecendo-a. — Kirill! — ela sussurrou incapaz de desviar o olhar dos dedos longos. Ela tinha sentido muito a falta dele, seu corpo ansiava por ele ainda. Sua pele se arrepiou, lembrando o que ela sentia ao ser pressionada contra ele. Seu corpo aqueceu. Seus seios reagiram violentamente até que os mamilos levantassem-se em pontos eretos, tentando atrair a mão dele para baixo sobre eles. Ulyssa obrigou-se a lembrar-se dele ao lado de Linzi no salão. Ela não poderia, não seria uma prostituta do Rei, o pequeno segredo sujo que ele tinha que esconder do mundo. Com um empurrão raivoso, jogou o braço dele para longe e se levantou. Ela encontrou suas feições sombrias, prenunciando atitudes. Seus olhos marromescuros
brilhavam
uma
raiva
esverdeada
dentro
de
suas
profundezas. A linha firme de sua mandíbula apertada para baixo. Suas narinas infladas. Ele estava pálido. — Ualan. — a voz de Morrigan invadiu o transe de Ulyssa. — Ele não pode... — Shhh! — Ualan respondeu à mulher. — Nós temos a sua palavra de que ele não lhe fará mal. — O que você está fazendo aqui? — Ulyssa sussurrou, aterrorizada ao vê-lo e bem consciente de que eles estavam sendo observados. Kirill levou a mão a um bolso escondido de sua calça e puxou um pedaço de papel amassado. Os olhos de Ulyssa se mantiveram focados em seu olhar duro antes de contrair-se mais para olhar para sua mão. Era o acordo comercial que ela tinha encontrado em seu escritório. — Eu vim para trazer isso. Encontrei-o em seu casaco.
Ulyssa engoliu inquieta. Kirill olhou para a mesa antes de pisar à frente para agarrar o braço dela. Com um puxão firme, ele a arrastou pelo corredor até onde podiam ser vistos, mas não ouvidos. —
Você
sabe
mesmo
o
que
é
isso?
—
Kirill
exigiu
ardentemente, soltando-a. Fracamente, Ulyssa assentiu. — É o acordo comercial com a Máfia Médica para comprar armas biológicas. Um acordo feito entre a Máfia e seu povo. — Não, é um acordo feito entre a Máfia Médica e meu pai. Você não acha que eu teria gostado de vê-lo? Você não acha que eu poderia ter lidado com este assunto em meu próprio país? — Estava em sua mesa, Sua Alteza. Você sabia sobre isso! — Ulyssa acusou. — Não, era parte de uma pilha que eu ainda tinha que ler! Você realmente pensa tão pouco de mim, Lyssa, para acreditar que eu acabaria com uma raça inteira de pessoas? Gatos Sagrados, briallen! Você sabe o que poderia ter feito se eu não tivesse encontrado isso? Você poderia ter iniciado uma guerra entre os Var e os Draig! Eu não quero outra guerra! Eu não quero enviar o meu povo para a morte, porque somos diferentes dos Draig... Não melhores, nem piores apenas diferentes! Eu quero que o ódio pare. Eu quero que a morte pare. Eu não quero sangue em minhas mãos! — Kirill balançava o papel para ela enquanto falava. — Você acha que eles teriam confiado em mim depois disso? Eu teria cuidado disso... — Como posso confiar que você está dizendo a verdade? Você poderia estar aqui agora, apenas porque eu vim e arruinei seus planos! — Ulyssa silvou. — Eu vim porque eu achei isso. Vim porque esta pequena nota no canto revela quem a Princesa Nadja é. Que foi seu pai quem trouxe isso aqui, e que meu pai foi quem pagou por isso. Eu vim para acabar com isso! — Kirill fez uma careta, abaixando o braço para o
lado. — Eu quero paz! Eu quero que os preconceitos do meu pai e da velha geração terminem. Eu não quero conquistar mais terra, terra que o meu povo realmente não precisa! — Como eu ia saber? Eu... Era apenas a sua puta! — Ulyssa sussurrou. — Claramente, uma de muitas. Por que deveria haver algo entre nós, especialmente a confiança? — O que você quer dizer? Uma de muitas? — Oh, você sabe muito bem! Eu sei que você vai ao harém. — bufou Ulyssa em admissão. — Eu não me importo! Parabenizo-o por essas mulheres. Divirta-se, Alteza, em seu pequeno bordel! Estamos terminados. Acabados. Eu não quero nada com você! Kirill se enrijeceu com suas palavras aquecidas. Seus olhos se endureceram, tornando-se um branco vazio. — Muito bem! Como quiser minha Senhora! Ulyssa não sabia o que ele queria dizer com isso, mas seu tom morto a assustava mais do que sua raiva aquecida. De alguma forma ela duvidava que ele indo para deixar o assunto morrer por completo. Kirill se virou e foi embora. Ele não tinha outras mulheres, mas após o pequeno discurso dela, ele não estava nem um pouco disposto a dizer-lhe. Ele tinha estado tão preocupado. Ele queria ir ao local de seu acampamento para confrontá-la, para ver com seus próprios olhos que ela estava bem, mas Falke insistiu que ele fosse ao invés dele, de modo que ninguém no palácio suspeitasse de sua ausência. Quando Falke lhe contou que ouviu a conversa dela com o diretor da missão; e que depois ele a seguira para o palácio Draig, a preocupação de Kirill havia sido substituída pela raiva. Por não confiar nele, ela poderia tê-lo conduzido à beira da guerra. Se ele não tivesse vindo à frente como ele o fez, os Draig nunca teriam acreditado em sua inocência. Deixava-o doente pensar no que seu pai tinha estado planejando. Rasgou sua alma saber que Ulyssa achava que ele seria capaz do mesmo. Ele esperava que houvesse
mais entre eles, mais do que apenas sexo. Ele estava errado e isso estava lhe matando lentamente. Uma dor repousava sobre seu peito, piorando a cada batimento cardíaco, espremendo a vida dele, a respiração de seus pulmões. Ele endurecia-se para o que deveria fazer. Ele era um Rei e agiria como um. — Falke e eu viajaremos com vocês para os pântanos sombreados. Eu conheço a área que este papel relata muito bem. Não devemos demorar muito tempo para encontrar isso. — Kirill fez uma pausa e olhou para Ualan. — Como um teste de boa fé, eu deixo aqui meu irmão Quinn sob seus cuidados, peço que você envie Yusef ao meu palácio para o mesmo tratamento. Nós não temos nenhum motivo para confiar um no outro... — Como o inferno! — Olena gritou, pulando para seus pés. O escuro Yusef agarrou seu braço e puxou-a de volta para baixo ao lado dele. Ele acariciou o cabelo dela para trás e sussurrou em seu ouvido. — Eu lhes dou minha palavra que não vou prejudicar ninguém aqui, contato que os meus não sejam prejudicados! — declarou Kirill. —
Que
vale
tua
palavra
para
mim?
—
Olena
exigiu
veementemente. — Eu tenho visto em primeira mão o que sua espécie é capaz de fazer! — Princesa Olena, peço desculpas para as ações imprudente de alguns, mas eu não ordenei seu sequestro! — Kirill estava tenso. Ele sabia que a mulher apenas temia por seu marido. — Foi Attor... — começou ela. Yusef tomou-a e puxou-a contra o peito. Mais uma vez ele sussurrou para ela e ela se acalmou, aninhada em seus braços. Ulyssa adiantou-se para seu lado. Kirill olhou para ela. Ela estava pálida, doente, e tão bonita. Seus braços doíam para abraçála, do jeito que os Príncipes Draig seguravam suas esposas, mas, pela maneira que ela repeliu a mão dele de seu ombro, ele sabia que seu toque não seria bem acolhido.
— Se o seu marido ou qualquer Draig for ferido nisso... — Ulyssa pausou. Seus redondos olhos azuis encontraram os dele. Eles estavam
duros,
sem
vida,
e
combinavam
com
o
seu
olhar
perfeitamente. Muito cautelosamente, ela terminou: — Então, você executa o herdeiro dele com uma espada. Kirill sentiu como se tivesse sido chutado no estômago. Os olhos dele a percorreram em descrédito para onde a mão dela se posicionou em seu estômago. O prazer tentou assaltá-lo com suas palavras, mas enquanto entendia toda a sua declaração em conjunto, ele congelou. Ela se atrevia a usar o seu filho não nascido como garantia? Será que seu bebê significava tão pouco para ela? Será? Ele não conseguia respirar, não podia falar. — Mas isso também te mataria! — Morrigan ressaltou. — Se ele tiver que lamentar isso mais tarde, que seja!
—
Ulyssa olhou para todos eles, farta de suas brigas. Ela não sentia como se fosse morrer tão cedo, especialmente sentada esperando por eles agirem em conjunto. — Se não nos mexermos logo, é bem possível que todos nós morramos de qualquer jeito. — Ela está certa! — disse Nadja. — Eles não teriam planejado mantê-la armazenada por longo tempo. Se um animal pegar isso, ou uma criança... — Assim, podemos chegar a uma trégua temporária ou não? — Ulyssa exigiu. — Há algo mais em jogo do que algumas diferenças mesquinhas de um planeta. Se nós não pararmos isso aqui e agora, há uma possibilidade muito real de que ele possa se espalhar para outras partes dos quadrantes. Eu não vou ficar parada e assistir inocentes morrerem, porque nós todos não nos damos bem. Odeieme se desejar por dizer isso, mas odeie-me viva! — Meu senhor. — Falke, que assistia em silêncio, se aproximou. Kirill retirou os olhos de Ulyssa e ergueu a mão para silenciar seu irmão, enquanto forçava-se a se concentrar. Lentamente, ele
assentiu. Ele não gostava da posição em que ela o colocara. Mas, se eles não chegassem a um acordo, muitos Vars morreriam também. Não havia antídoto suficiente para curar todos. Odiava admitir, mas no final, seu pai tinha sido um louco. — Vai ser como ela diz. Se alguém for prejudicado, execute-o através dela.
Para chegar aos pântanos sombrios, eles primeiro tinham que arrastar-se por quilômetros de pântano. Os Draig proveram Ulyssa e seus dois companheiros Var com ceffyls, criaturas de aparência horrível com um chifre central projetando-se de seu crânio. Eles tinham os olhos de um réptil, o rosto e as patas de um besta de carga, e o corpo de um pequeno elefante. A traseira enorme dos animais se deslocava baixa, enquanto se arrastava pelos charcos, levando seus passageiros através das águas enlameadas. Os sibilantes ceffyls constituíam a maior parte da vida do grande pântano na baía. Sua pele grossa podia suportar a picada do givre venenoso que nadava livremente nesta parte do Reino. Quando Falke ajudou Ulyssa a montar, ele advertiu-a para manter as pernas fora da água. Ela obedeceu, segurando firmemente no chifre, suas pernas levantadas sobre a traseira da estranha criatura, sentada transversalmente. O grupo viajou em silêncio por cerca de uma hora. A luz difusa caiu sobre a floresta densa em uma névoa verde e macia que estranhamente misturou-se com os caminhos quentes do nevoeiro fumegante das proximidades. Pelo que Ulyssa poderia dizer, não havia muita diferença entre os pântanos e os charcos, exceto que os pântanos pareciam mortos de toda a vida.
O ar estava úmido nesta parte da floresta. Ramos de musgos caía das copas das árvores, imóveis em seu isolamento sem vento. Eles estavam em um lugar horrível. O cheiro podre da vida se decompondo de plantas e carcaças de animais mascaravam os mínimos traços simples de perfume. Até mesmo os insetos pareciam ter abandonado a área. Kirill não olhou para ela nenhuma vez durante sua viagem, mas manteve o olhar impassível para frente. Ulyssa nunca tinha sonhado em ser uma mãe e a gravidez não parecia real para ela. Ela sabia que a Agência nunca lhe permitiria manter e criar a criança. No entanto, feria-a saber que Kirill tão prontamente concordara em executá-la através dela. Ela dissera isso para chocá-lo, para feri-lo por ele não negou que tinha estado com outra mulher. Ela nunca pensou que ele iria concordar com isso. Doeu que ele não mostrou ter mais atenção ou consideração do que se ela tivesse anunciado que lhe apareceu uma nova sarda. O Príncipe Olek e até mesmo o estoico Príncipe Zoran pairavam protetores ao redor de suas esposas grávidas, esfregando-lhe as costas, guiando seus braços, beijando suas têmporas com calmos murmúrios de preocupação. Ulyssa fez uma careta enquanto olhava para frente, onde Kirill andava perto da dianteira do grupo, longe dela. O bater constante do animal debaixo dela a fez enjoar. Ela estava pronta para parar e descansar, mas nunca seria tão fraca para
reclamar.
Rangendo
os
dentes,
ela
olhou
para
frente,
concentrando-se em sentar-se reta. — Você sabia que carregava seu primeiro herdeiro e ainda assim partiu de qualquer maneira? Ulyssa sacudiu e voltou-se a olhar para Falke. Ela não tinha o ouvido
subir
ao
seu
lado.
Seus
olhos
tinham
se
conduzido
distraidamente para as costas de Kirill, tentando lembrar-se de odiálo. Olhando em volta, viu que ninguém ouvira as palavras dele.
— Eu só descobri hoje! — ela respondeu calmamente, deixando sua montaria ficar ligeiramente para trás de modo que não seria ouvida. — Se você soubesse, o teria deixado? Ulyssa virou-se para olhar para ele. Seus olhos não a estavam julgando. Ele parecia triste. Ela viu que ele não tinha nenhum sentimento ruim sobre ter ficado paralisado ao lado de uma árvore. Ele não mencionou isso, então nem ela. Sem titubear, ela disse: — Sim. Você mais do que qualquer um deve entender que eu devo fazer o meu dever. — Sim, eu, mais do que qualquer um, entendo isso. — Falke respondeu. Ele deu um olhar significativo para Kirill. — Mas ele não vai. Tudo o que ele vai entender é a sua traição. — Não importa Falke. Logo que esta missão estiver completa, eu vou partir. Se eu falhar, eu morro com o resto de vocês. Se eu tiver sucesso, a Agência irá me pegar. Vou desaparecer e nem mesmo o Rei de Var será capaz de me encontrar! — Você o privaria do seu filho? — desta vez, quando ele a olhou, ela viu uma mistura de incredulidade e horror. — Sim. Essa criança nunca deveria ter sido concebida. É contra a política da Agência eu tê-la. Eles me escolheram porque eu não tenho laços, nem compromissos além do dever. Minha injeção deve ter expirado ou estar com defeito. Quando eu voltar, eu terei sorte se tiver uma escolha no assunto. Muito provavelmente, eles vão me livrar dele sem sequer perguntar. Ou, se permitirem que ele nasça, eles vão levá-lo e encontrar local para ele. — Ulyssa engoliu em seco, pensando na tristeza intensa que escorria sobre ela com estas palavras. De repente, ela sentiu-se muito vazia e oca. Uma dor disparou sobre seu abdômen, cobrindo o coração em agonia. Ela queria gritar, mas o ar estava preso em seus pulmões.
Kirill, abruptamente virou-se para fitá-la. Seus traços escuros franziram-se em questionamento. Ulyssa sentiu como se ele a esfaqueasse com os olhos. Outro disparo de dor e ela virou-se para olhar Falke. Com seu rosto pálido, ela sussurrou: — Ajude-me!
Kirill passeou do lado de fora da tenda onde Ulyssa dormia. Ele xingou baixinho. Enquanto eles viajavam, ele tentou ao máximo não
olhar
para
a
mulher
que
atormentava
todos
os
seus
pensamentos. Mas então, quando uma sensação de dor e tristeza tão intensa o percorreu, ele se virou para dar-lhe conforto. Foi estranho, mas sentiu-a dentro dele. Seu grito agonizante ecoou em sua cabeça, fazendo um furo na lateral do seu crânio. Quando ele olhou atrás para ela, o rosto dela empalideceu e, virando-se para Falke, ela deslizou do seu ceffyl para dentro da água estagnada do brejo. Falke conseguiu agarrar o braço dela para que não afundasse. Kirill saltou de sua montaria somente para voar ruidosamente através do ar para a terra ao seu lado. — Nós acamparemos aqui. — foi tudo que ele disse aos espectadores maravilhados. Seus companheiros de viagem Draig não protestaram. Eles assistiram Kirill carregar uma Ulyssa inconsciente em seus braços para um terreno mais seco, antes de mover-se para que eles pudessem montar um acampamento. Agora, parando ao lado da tenda, ele virou-se para encarar seu irmão e perguntou: — O que você disse a ela? Falke ficou parado, mas não respondeu, não vacilando sob o tom ameaçador. Nadja veio da tenda.
Kirill enrijeceu e olhou para a mulher esbelta. Ela tremeu levemente diante dele, mas ele estava muito preocupado para notar. — Ela vai ficar bem! — Nadja disse. — Basta deixá-la descansar. Nadja tentou se afastar. Kirill estendeu a mão e agarrou o braço dela. Com o canto do olho, viu Olek se levantar. Ele imediatamente liberou a mulher. — O que há de errado com ela? — ele perguntou suas palavras mais duras do que ele pretendia. Ele se recusava a mostrar compaixão. Quando os olhos de Nadja procurou seu rosto, ela sorriu levemente, como se estivesse vendo através de sua fachada. — Estes episódios de pequenos desmaios são causados, mais ou menos, por baixo açúcar no sangue e uma tremenda quantidade de estresse. Eu até mesmo suspeito de que a AIH a tinha sob um forte controle de natalidade que não tinha expirado. De acordo com as leituras dos níveis de seu sangue, ela não deveria mesmo estar grávida. — Nadja baixou a voz. — Eu não sei muito sobre a forma de supressão de nascimento que a AIH usa em seus agentes, mas posso dizer-lhe que será uma gravidez difícil para ela. Ela ficará doente e fraca a maior parte do tempo. Ela deveria ficar descansando e controlando a sua dieta, não passeando sobre a floresta. Seja o que está
causando
seu
estresse,
se
isso
não
parar,
ela
pode
eventualmente perder a criança. Eu não disse nada a ela sobre isso, porque ela já tem o suficiente para se preocupar. — AIH? — Kirill perguntou. — Você não sabe? — Nadja foi pega de surpresa. Ela empalideceu e tentou afastar. — Não, espere, por favor, me diga! — Kirill deixou todo o tormento dentro dele evidenciar por seu rosto. A Princesa Nadja parecia ser a única disposta a dizer-lhe algo. Em um sussurro rouco, não conseguiu parar as palavras de escapar dele. — Por favor, eu imploro. Tenho que saber!
— AIH, Agência de Inteligência Humana. — Nadja fez uma pausa. — Meu Senhor, Ulyssa é uma agente do governo infiltrada enviada aqui para fazer o meu pai parar de vender estes tipos de armas. Ela está inserida mais profundamente do que a maioria dos homens que estão nas Forças Armadas da Federação. Eu não sei muito, mas eu sei que a maioria dos agentes AIH nunca deixa a Agência. Sinceramente, não acho que eles possam. — Como você sabe tudo isso? — Kirill perguntou. — Você não cresce sendo a filha de um chefe da Máfia, sem entender algumas coisas sobre o governo. — Nadja bateu em seu braço levemente. Suspirando, ela atravessou o acampamento com o marido. Uma ligeira comoção ao lado chamou a atenção de Kirill. Pia sussurrou irritadamente para Zoran antes de apontar Kirill. O Rei Var enrijeceu. Zoran rosnou para sua esposa, que apenas sorriu e piscou os cílios. Atacando o Rei Var, ele afirmou: — A Senhora Ulyssa está sob nossa proteção. Prejudique-a... Kirill rosnou. Zoran assentiu enquanto eles chegavam a um entendimento silencioso. Por um momento, eles mantiveram os olhos um no outro antes de Zoran voltar novamente para sua esposa. Seu grito ecoou sobre o parque de campismo, seguido de risadas do marido. Varrendo-a, Zoran carregou-a para sua tenda. Uma dura onda de inveja bateu em Kirill. Ele nunca tinha visto ou sentido tanta felicidade entre um homem e uma mulher como a que ele via nos Príncipes Draig e suas esposas. Seus olhos se voltaram para sua tenda, onde Ulyssa dormia. Era provável que ele nunca iria sentir tanta felicidade, enquanto ele vivesse. Talvez os Vars não tivessem sido feitos para amar. Attor parecia pensar assim. — Vem, irmão, deixe-a descansar. — disse Falke vindo das árvores. Kirill não tinha notado que ele saiu, enquanto falava com Nadja. Falke esticou os braços e bocejou ruidosamente. — Vem. Junte-se a mim perto do fogo.
Ulyssa gemeu, abrindo os olhos. O som do riso vinha disperso de todos ao seu redor. Sentando-se, viu o reflexo do fogo laranja na parede da barraca. Debaixo dela havia uma esteira acolchoada. Por um momento, ela piscou, tentando se orientar. O riso soou novamente, mais alto do que antes seguido por murmurar silencioso de uma conversa. Rastejando para a proteção da frente, ela empurrou-a de lado e olhou para fora. Para seu espanto, todos estavam reunidos em volta de uma fogueira. Com muito cuidado, ela se levantou, dando um passo cauteloso para frente. — Nós estamos mortos, não estamos? Eu estou presa no inferno. — Ulyssa assistiu todos os olhares se voltarem para ela. O riso morreu um pouco com suas palavras. Nadja e Pia estavam aninhadas nos braços de seus maridos. Falke e Kirill estavam em frente ao fogo. Kirill ficou parado quando a viu. — Vocês estão todos se dando bem, por isso ou estamos mortos ou eu dormi muito tempo. — Sua... — Zoran começou suas palavras duras. — Shhh! — Pia silenciou-o. Ela sorriu e levantou seu rosto para ela. Como se isso explicasse a falta de boas maneiras de Ulyssa, ela sussurrou: — Ela está grávida. Deixem-na em paz! Ulyssa
fez
uma
careta.
Kirill
enrijeceu.
Seus
olhos
mergulhados onde o seu filho crescia em seu estômago. — Como você se sente? — Nadja perguntou, ignorando educadamente a explosão rude de Ulyssa. Ela descansou a cabeça no ombro do marido e sorriu conscientemente. — Você nos deixou preocupados.
Ulyssa não respondeu, enquanto o olhar de Kirill capturava o dela. Não havia nenhuma malícia em seu olhar penetrante. Ele quase parecia que seu antigo ser, antes que o dever de ambos ficasse entre eles. Seu coração vibrou em seu peito. Ela engoliu em seco, nervosa. A boca dele um pouco curvada para cima levemente, muito linda a maneira que se franzia no canto. Ela conhecia bem aquele olhar. Ele a queria. — Você deve tentar comer, Ulyssa. — Pia afirmou tirando-a de seu transe. — Vai fazer você se sentir melhor. Ulyssa piscou os olhos, ainda sentindo as pálpebras pesadas enquanto olhava ao seu redor. Todos olharam para trás, seus olhares cheios de perguntas, piedade, compreensão. Ela assentiu com a cabeça,
ainda
sentindo
como
se
andasse
em
um
sonho.
O
movimento estava apenas na metade quando ela gradualmente se virou e mudou-se para a floresta, sem dizer outra palavra.
Capítulo Treze
Kirill disparou olhares pelo acampamento enquanto Ulyssa distanciava-se deles. Ele não sabia como isso acontecera, mas de alguma forma ter um propósito compartilhado tinha ajudado nas relações entre os Vars e os Draig. Ele ainda suspeitava de que estar fora do palácio e em terreno neutro também facilitou para que eles colocassem suas diferenças de lado. Até mesmo Falke e Zoran, inimigos de longa data, fizeram comentários civilizados um com os outro. Não era um tratado de paz assinado, mas era um começo, um bom começo. Falke franziu a testa e sinalizou com a mão que Kirill deveria seguir Ulyssa. — Desculpe-me! — disse Kirill, de pé para ir atrás dela. Ele não tinha certeza do que ele diria a ela quando estivessem sozinhos. Primeiramente, ainda estava zangado com ela por deixá-lo, por não confiar nele para ser um homem melhor, por questionar a sua honra, por pensar que ele poderia massacrar pessoas inocentes, não importando se fossem Draig ou não. Farejando o ar, não demorou muito para detectar o cheiro dela. Movendo-se para frente, viu o contorno do seu corpo na luz difusa da noite. Ela encostou-se ao tronco de uma árvore, olhando distraidamente para o chão. O rosto dela estava triste e rasgou o coração dele vê-la. — Lyssa? Ulyssa se virou. Os olhos grandes dela olharam para ele. Lentamente, ela afastou-se do tronco. Engolindo em seco, ela respondeu:
— Isso não muda nada. Antes que Kirill pudesse responder, as mãos de Ulyssa estavam em seu rosto, puxando sua boca para a dela. O primeiro toque no que parecia séculos explodiu através deles, rasgando-lhes a carne como um relâmpago. O gemido alto de Ulyssa se juntou ao dele, agonizando em seu tom. As mãos dela cavaram debaixo de sua roupa, puxando-as desesperadamente para livrá-lo delas. Quando
ele
ia
puxar
para
trás
e
falar,
ela
beijou-o
fortemente, empurrando sua língua em sua boca quase com desespero enquanto bebia do seu gosto. Seus dentes mordiscavam seus lábios enquanto ela o devorava no beijo. Ele não resistiu, voltando sua paixão com força plena, deixando-a tomar o que ela queria dele. — Apenas me beije, Kirill. — ela disse dentro de sua boca. — Eu não quero sentir nada, muito menos este medo e incerteza. Eu não quero morrer aqui. — Nós não vamos morrer! — ele respondeu com veemência. Ele voltou a olhar para seu rosto. Ela estava vulnerável, frágil enquanto olhava para ele. — Se der errado, há um antídoto. Vou fazer que você esteja entre aqueles que irão consegui-lo. Eu prometo! — Não, você não entende! Se algo der errado, meus patrões não vão deixar ninguém fora deste planeta vivo... Com antídoto ou não. Eles não podem se dar ao luxo de parar e fazer perguntas. Eles vão matar a todos nós. Se nós falharmos, nós estamos mortos. — Ulyssa moveu-se para beijá-lo novamente. Ele ainda a segurava, mas moveu a cabeça para trás para estudá-la. — Kirill... ? — Por que você ficou? Falke disse que você recebeu ordem de seu chefe para sair. — os olhos de Kirill sondavam-na. Ele esperou um longo momento por sua resposta.
— Fiquei porque é meu trabalho. Fui enviada aqui para parar Doc e tudo o que ele tinha planejado. Eu nunca desisti de uma missão. — Ulyssa tremeu violentamente, mas suas palavras eram serenas. — Eu não poderia partir apenas para assistir pessoas inocentes morrerem... Não se houvesse algo que eu pudesse fazer para deter isso. — Essa é a única razão? — ele perguntou. Mesmo que sua cabeça estivesse para trás, seus braços a seguravam firmemente contra seu corpo. — Que outra razão poderia haver? — ela sussurrou. Kirill gemeu um som gutural baixo como uma resposta, não conseguindo mais se segurar. Puxando as calças apertadas dela para fora de seus quadris, ele tirou-a de sua roupa, como se quisesse desesperadamente estar enterrado dentro dela. Ulyssa chutou as calças para fora de seus pés, ajudando-o enquanto se despia, ele puxava sua blusa. Alcançando sua cintura, ela libertou o rígido comprimento de sua excitação, ele engasgou de prazer enquanto ela acariciava o eixo liso. Kirill grunhiu, forçando as costas dela contra a árvore. Ansiosamente, ele levantou-a, abrindo-a para aceitá-lo. Ele tinha sentido tanto a sua falta. O perfume do desejo dela enchendo sua cabeça, chamando-o como uma droga. Ele era indefeso contra ela e já não parecia se importar. Não havia nenhum sentido em lutar contra o desejo deles. Sem a necessidade de testar a sua profundidade, ele mergulhou para frente. Seu corpo deslizou profundamente dentro do dela, conquistando-a. Ulyssa gritou, apressando-o sobre suas calças macias e com seus gemidos de prazer. Kirill respondeu ao seu chamado com um dos seus próprios. Grunhidos animalescos de prazer escaparam dele. Os quadris dele balançaram contra o dela, bombeando rápido e
profundamente, enquanto ele tentava marcá-la com seu toque. As costas de Ulyssa se esfregavam contra a casca da árvore, mas ela não se importava. Ela tinha sentido a falta dele, como se um pedaço de si mesma estivesse faltando. Suas mãos apertaram as bochechas do
traseiro
dela,
segurando-a
firme
enquanto
ele
a
enchia
completamente, deslizando no creme do corpo dela. Com o ritmo febril deles, não demorou muito para que o tremor do clímax tomasse aos dois. O corpo dela cerrou-se rígido, ordenhando a semente dele, enquanto ele vinha dentro dela. Ulyssa gemeu, inclinando-se para morder preguiçosamente em seu ombro. A palma de Kirill segurou em concha o rosto dela, incitando-a de volta a sua boca. Ele a beijou delicadamente, ainda enterrado nela, ainda tremendo, e ainda segurando-a firmemente. Neste momento de êxtase, nada mais importava. Ulyssa deixou-o beijá-la por um longo momento antes de recuar. Um olhar de dor atravessou suas feições, enquanto ela pedia: — Eu preciso que você me diga que não teve nada a ver com isso. — Você deveria conhecer a resposta por si mesma. Eu não deveria ter que lhe dizer. Por que você me deixou? — Kirill perguntou. — Foi por que você está grávida? — Eu parti... — Ulyssa respirou fundo, antes de começar de novo. — Eu parti por causa das armas biológicas. — Eu não acredito em você! — Kirill rosnou. Ele puxou o corpo do dela e atou suas calças. Ulyssa afastou-se da árvore e pegou sua roupa. Suas pernas tremiam, enquanto se vestia. Quando eles terminaram, ele declarou: — Eu posso sentir que você está mentindo para mim. Por favor, Lyssa, por uma vez, confie em mim. Pela primeira vez, me diga toda a verdade. — Eu saí porque era meu dever ir. Eu nunca naufraguei. Fui enviado pela Agência de Inteligência Humana para parar Doc
Aleksander. Eu me escondi a bordo do navio Galaxy Noivas com as outras noivas Draig, e quando ele desembarcou, eu fiz acampamento na floresta. Mas, antes que eu pudesse chegar até ele, Nadja matou Doc. Pensei que a minha missão estava terminada. Liguei para a agência para um resgate e descobri que eu ficaria presa aqui por algum tempo. — tom de voz de Ulyssa era duro, combinando com sua expressão. Kirill já havia descoberto a maior parte do quebra-cabeça, mas assentiu com a cabeça de qualquer maneira. — Eu não menti sobre Attor me sequestrar. Isso foi verdade. A noite que você me encontrou vagando pelos corredores, eu estava tentando fugir. — Ulyssa empurrou os fios rebeldes de fora do seu rosto e suspirou. Era bom estar dizendo a verdade. — Qualquer idiota podia ver que os Vars e os Draig estavam nas gargantas uns dos outros. Eu queria ficar fora disso. — Então, por que você concordou em ficar comigo? — ele perguntou. — O que você teria escolhido? Três meses em uma floresta sendo comida viva por insetos, ou três meses no colo da luxúria? — a resposta era honesta, mas não era toda a verdade. Nem mesmo arranhava a superfície de toda a verdade. Antes que ele pudesse examinar mais, ela disse: — Eu cruzei com o acordo de comércio por acaso aquela a noite em seu escritório. Eu pensei que você tinha algo a ver com isso, então eu esperei a minha oportunidade, e parti. — E você ainda acredita que eu sou capaz de tais coisas? — ele perguntou. — Não. — respondeu ela, sabendo que ela realmente nunca tivera. Ela tinha ficado confusa, principalmente por causa de como ela se sentia. Mas, não tinha sido o acordo comercial que a fizera fugir do palácio...
Na verdade não. Foi ver Linzi ao lado dele no
salão, diante de todo o seu povo... Uma posição que ele nunca
permitira
que
ela
tomasse.
Foi
saber
que
ele
poderia,
e
provavelmente, já tinha levado outras à sua cama. — E seu tio Frank?
— ele perguntou desnecessariamente
para ver se ela iria mentir para ele. — Meu diretor da missão. — disse Ulyssa. — Eu não tenho família. Fui criada em um lar para crianças que não têm família, chamado de orfanato. A mão de Kirill se ergueu como se fosse tocá-la, feliz que ela estava sendo honesta. Quando ela não se moveu, ele a deixou cair de volta para seu lado. — E o que você vai fazer agora? — Minha missão. — ela declarou simplesmente. — E se nós sobrevivermos a isso? — ele perguntou. — Então eu vou para a minha próxima missão. — ela respondeu. — E depois disso a próxima. É o que um agente, como eu, faz. — E o meu filho? — a expressão de Kirill se endureceu. — Você acha que eu vou deixar você partir com o meu herdeiro dentro de você? O bebê não merece um pai? Um lar? — Como o pai que você teve? — ela questionou. Foi um golpe baixo e ela sabia disso, mas as perguntas dele estavam apenas trazendo dor a ela, porque não queria pensar sobre as respostas. As feições morenas de Kirill ficaram vermelhas de raiva. Sua mandíbula se apertou e por um momento, ela pensou que ele bateria nela. Ela não iria culpá-lo. Parte dela desejava que ele batesse com tanta força nela que ela nunca mais acordasse. — Não se preocupe com o bebê, Kirill. A agência vai cuidar dele. — disse ela. Lágrimas ameaçavam os olhos dela com esta ideia, mas ela sabia que não lhe seria dada uma escolha. A Agência era sua vida inteira. Ela sabia disso ao se inscrever, sabia que estava dando um pedaço de si mesma, e não tinha feito tão cegamente. Pela primeira vez em sua vida, ela lamentou a decisão.
— O que você quer dizer? — ele exigiu veementemente, agarrando o braço dela. — Eu quero dizer que eles irão cuidar dele! — ela gritou. — Você mataria meu filho? — seu rosto drenou, deixando pálida sua feição morena. Ulyssa não suportava olhar para ele. A ferida em seus olhos rasgava-lhe os intestinos, fazendo-a sentir dor. Ela não o faria, mas a agência talvez o fizesse. — Não é... Não é realmente um bebê. — ela sussurrou próxima das lágrimas. Ela não podia pensar nisso como sendo real. Ela virou-lhe as costas, tentando esconder o que sentia. — É apenas um aglomerado de células agora. — Ele é meu filho, Lyssa. Nosso filho! — Eu posso tentar tê-lo... A criança lhe será enviada depois de seu nascimento. — ela sussurrou. — Mas, eu não posso fazer nenhuma promessa. A Agência pode vê-lo como uma ameaça à minha concentração. Eles o verão como um impedimento ao meu trabalho. — E você não acha que a criança merece uma mãe? — ele perguntou, ignorando a sua declaração sobre a Agência. Ele não estava nem aí com a Agência. Eles não tinham autoridade sobre o seu planeta. — Eu conheço as maneiras Var, Kirill. Ele teria uma mãe, apenas não seria eu! — Ulyssa correu de volta para o acampamento. As palavras pronunciadas em tom baixo dele a parou. — Eu nunca fui ao harém, Lyssa. Eu não estive com ninguém desde você. Eu sei que você não se importa, mas eu queria que você soubesse disso!
Ulyssa esperava os olhares de “eu sabia” de todos quando eles caminhavam de volta para o acampamento, mas todo mundo tinha se retirado para a noite, com exceção de Falke. O comandante apenas acenou para ela em saudação. Enquanto ela o observava, Falke facilmente transmutou para a forma de um grande tigre branco. Seus brilhantes olhos azuis piscaram para ela antes que ele levantasse sua roupa em sua boca e saísse para a floresta para dormir. Como havia apenas três barracas, ela imaginou que ele ia repousar nas árvores. Após Falke ter saído, Kirill ergueu a entrada da barraca. Ele olhou-a com cautela, como se esperasse que ela se recusasse a compartilhar sua tenda. Ela não disse nada quando roçou nele ao passar. Vindo por trás dela, Kirill retirou suas botas e puxou a camisa sobre
a
cabeça.
Rastejando
em
frente
com
a
sua
habitual
graciosidade líquida, ele ficou de quatro enquanto vinha sobre as pernas dela. Ele olhou para ela por um longo momento. Seu olhar escuro penetrando dentro do olhar dela. Lentamente, ela rolou de costas e ele se arrastou para frente sobre ela. Os olhos de Kirill foram para os lábios dela. Apoiado nos cotovelos flexionados, ele trouxe sua boca para a dela em um delicado beijo carinhoso. Ulyssa recebeu-o por vontade própria, não protestando. Eles não falaram enquanto Kirill fez amor com ela devagar, adorando o seu corpo com suas mãos e boca. E, quando eles finalmente encontraram a sua liberação a terra tremeu, Ulyssa adormeceu nos braços dele. Ela passou a noite inteira com Kirill ao seu lado. Na manhã seguinte, o acampamento acordou cedo. Eles não se falaram enquanto vestiam-se calmamente. Um clima sombrio vinha sobre o grupo, enquanto eles montavam e cavalgavam mais profundo para dentro dos pântanos.
Kirill viajou ao lado dela, sem falar. Ele não tinha certeza de que ele deveria dizer a ela se o fizesse. Ulyssa estava tão quieta quanto ele. Quanto
mais
eles
viajavam,
mais
escuro
os
pântanos
tornavam-se até que quase parecia ser noite. O cheiro estagnado só piorava. Kirill fez uma careta, puxando sua ceffyl para parar. Ele olhou ao redor dos pântanos, antes de apontar para cima em direção a uma inclinação rochosa ao lado do caminho que eles percorriam. Virando-se para Falke, ele concordou. Eles estavam em terras do Lorde Myrddin. Nem Falke nem Kirill ficaram surpresos ao descobrir que o nobre velho tinha algo a ver com o esconderijo do armamento biológico. Balançando para baixo de sua montaria, Kirill chamou a atenção dos outros. Imediatamente, eles seguiram seu exemplo e fizeram o mesmo. Puxando o papel do bolso, Kirill examinou. Um leve franzido marcou-lhe a testa enquanto ele novamente apontou para cima. Ninguém falou quando Kirill transmutou para a forma de pantera. Suas roupas caíram no chão, ao lado do papel. Pulando com suas patas poderosas, moveu-se de borda a borda, até a inclinação parar alcançando uma pequena caverna. Após um curto período de tempo, ele pôs a cabeça humana para o lado e desenrolou uma escada de corda para baixo sobre a borda. Ulyssa pegou as roupas de Kirill e acomodou-as sob sua camisa liberando os braços para a escalada. Sem esperar por comando, ela começou a subir a escada primeiro. Chegando ao topo, ela sentiu a mão de Kirill em seu braço, ajudando-a a entrar. Ela se ergueu, seus olhos procurando por ele à luz da caverna escura. Seus olhos imediatamente desceram sobre seu corpo nu. Com sua atenção, o dorso dele se contorceu e ele se excitou. Ela corou de vergonha por estar pensando em tais coisas neste momento. O olhar dela esvoaçou até o dele. Ele olhou para sua barriga saliente, onde ela escondeu suas roupas. A mão dele se
ergueu como se quisesse tocá-la e um olhar de saudade passeou por suas feições escuras. Ulyssa olhou para baixo, percebendo que parecia como se ela estivesse grávida de meses. Engolindo nervosamente, ela puxou a roupa para fora e entregou a ele, encontrando a mão dele à procura. Por um momento, ele levantou o braço. Mas, como a escada balançou, sinalizando que a próxima pessoa vinha juntar-se a eles, ele rapidamente entrou em sua roupa e não disse uma palavra. — Kirill, escute-me. — Ulyssa falou para suas costas viradas para ela. — Eu tenho algo para lhe dizer. Ele puxou os cordões de sua camisa e moveu-se para olhar para ela. Ulyssa olhou por cima do ombro. Uma mão ergueu-se do lado. — Eu nunca pensei que você tivesse algo a ver com isso... Não de verdade. Esta não é realmente a razão exata pela qual eu o deixei. Eu apenas queria que você soubesse isso, no caso de não conseguirmos... Um grunhido interrompeu-a enquanto Zoran soltava seu corpo para dentro da caverna. Ele olhou ao redor, parando brevemente para estudar o casal antes de virar para sinalizar para os outros que era seguro. Ulyssa apenas assentiu a cabeça para Kirill, incapaz de terminar enquanto o resto do grupo de viagem juntava-se a eles. — Deve estar por aqui. — Kirill declarou para o grupo quando todo mundo tinha subido. Ele virou-se, abrindo caminho por um túnel estreito. Ulyssa fez um movimento para segui-lo. Falke colocou a mão no braço dela e sacudiu a cabeça. Ele entrou em seguida, virando para o lado para caber. — Fique aqui. Guarde a entrada. — disse Zoran para Pia, entregando-lhe uma faca. Ele moveu-se atrás de Falke. Foi um tanto
apertado para os dois enormes comandantes e eles fizeram um progresso lento. — Eu estarei bem atrás de você. — Olek disse a sua esposa. Antes que Nadja pudesse entrar, Ulyssa deslizou no túnel atrás de Zoran. O túnel levava a uma grande caverna. Formações de cristal caiam do teto. Elas refletiam a luz de fora, causando manchas dançantes nas paredes como pequenos arco-íris. Pequenas enseadas e túneis espiralavam das paredes laterais. Kirill virou e marcou sua entrada com a raspagem de uma rocha. — Nossa! É lindo! — Nadja sussurrou, olhando ao redor. —
O
que
exatamente
estamos
procurando?
—
Ulyssa
perguntou a ela. Nadja
engoliu
quase
envergonhada,
enquanto
ela
desabotoava suas calças e se virava. Descendo-a, ela lhes mostrou uma tatuagem preta circulando seu quadril. — Terá este símbolo estampado nele. É a marca da Aliança Médica. Eu presumo que seja um caixote ou um recipiente de metal. — Espalhem-se. Não vão muito fundo nos túneis. Não quero perder ninguém. — Kirill ordenou. Ulyssa começou a se mover, mas seu braço serpenteou à frente agarrando-a. Com um duro aceno de cabeça, ele ordenou que ela o seguisse. Não querendo fazer uma cena, e um pouco desconcertada pela proximidade dele, ela obedeceu. Espalhando-se em todas as direções, eles vasculharam a caverna. Kirill pulou em uma borda, antes de se abaixar até puxá-la por trás dele. A mão de Ulyssa pousou no braço de Kirill, enquanto ela se equilibrava. Quando ela não a soltou, Kirill deu um sorriso tranquilizador e se inclinou para frente para cutucar o rosto com seu próprio silenciosamente, em um sinal de afeto. Alcançando a mão dela, ele a levou para frente. Ulyssa ficou espantada, olhando em
volta para ver se ele percebia que eles estavam à vista dos outros. Ele não pareceu se importar. Eles tinham procurado apenas por cerca de meia hora quando Falke chamou: — Creio que achei alguma coisa. Uma caixa marrom empoeirada com a logomarca da Aliança Médica queimada no topo estava posicionada em um canto escuro. Por um longo momento, todos olharam. Ulyssa ajoelhou-se para tocá-la. Kirill agarrou seu braço e puxou-a para trás. Ele olhou para Nadja. — Abra-a. — Nadja sussurrou. Falke inclinou-se para abrir a tampa, erguendo-a com suas mãos fortes. Kirill abraçou Ulyssa contra o peito. Ela piscou, olhando para seu rosto. O corpo dele estava tenso, mas sentia-se tão bem pressionado contra ela. Se ela viesse a morrer, não havia outro lugar em que ela gostaria de estar. A caixa estava cheia de grama e folhas. Falke franziu a testa e não tocou dentro. Ele olhou para Nadja. — Deve haver um recipiente no interior. — Nadja disse, assentindo para ele prosseguir. Falke estendeu sua mão para dentro. Ninguém respirava. Ulyssa agarrou firmemente a cintura de Kirill. Falke puxou para fora um frasco de vidro. Franzindo o cenho enquanto estudava o conteúdo, ele virou o frasco ao redor. — O que é isso? — Falke perguntou, enquanto um globo ocular flutuava em um lado. Nadja empalideceu ao vê-lo. Ela fechou os olhos por alguns instantes. — São restos humanos. — Eu não entendo. — Ulyssa disse, erguendo a cabeça do peito de Kirill. — É como eles conseguem passá-lo por biosscanners. Seus computadores descartam-no como resíduos biológicos ou materiais
de pesquisa. Além disso, quando eles fazem verificações no navio, quem em seu perfeito juízo iria abrir aquela coisa? A real arma está dentro. — Nadja franziu o cenho. — Não parece que ele tenha sido comprometido, mas nós deveríamos tirá-lo daqui para que isso não aconteça. — A Agência terá um laboratório seguro onde possa ser analisado. — Ulyssa sentia-se enjoada só de olhar para o frasco. — Devemos continuar procurando. Pode haver mais. — Não, não haverá. — Nadja disse. Quase envergonhada, ela sussurrou: — Dentro daquela jarra tem o suficiente para matar cinco planetas. Olek colocou seu braço em torno dela. — Tudo bem, vamos sair daqui. — Kirill acenou para Falke que recolocou o frasco na caixa. Zoran deu a volta para o outro lado e eles conseguiram leválo lentamente até a entrada frontal. Pia estava esperando por eles em seu posto. Vendo a caixa, ela assentiu solenemente. Demorou algum tempo, mas os homens conseguiram montar uma roldana para descer a caixa da gruta íngreme. E, enquanto eles deixaram os pântanos, ninguém falou.
Ulyssa suspirou, olhando ao redor da sala de estar de Kirill. Uma vez que o palácio dele era o mais próximo à caverna, e uma vez que a Agência estaria vindo para buscar Ulyssa naquele local, eles levaram a caixa para lá. Os Draig mandaram avisar em seu palácio que estava tudo bem. Não surpreendentemente, a família real Draig chegou naquela mesma noite. Kirill havia quartos de hóspedes preparados para eles e todos concordaram em se reunir pela manhã. O cabelo de Ulyssa ainda estava molhado do banho que tinha tomado. Para a decepção dela, Kirill não se juntou a ela, permitindo-
lhe ir primeiro. Virando-se para a porta do banheiro, ela o viu sair. Uma toalha estava enrolada na cintura dele e seu corpo brilhava com gotículas de água. Ele olhou para ela de novo. — Você contatou seu pessoal? Ulyssa ergueu o comunicador. — Eles estão entrando no quadrante Y. Devem estar aqui amanhã. Eu tenho que pedir que você permita que os nossos médicos verifiquem todos os que entraram em contato com aquela caixa. — Tudo bem. Somos favoráveis a uma segunda opinião. — Kirill assentiu com a cabeça e virou-se para ir para o quarto. — Kirill? — Ulyssa levantou-se do sofá e hesitou. Em voz alta, ela disse: — Fogo. Kirill ficou confuso enquanto a lareira acendia. Ulyssa puxou um pedaço de papel rasgado do sofá. Ela ergueu-o. Era o acordo comercial. Passando-o pelo fogo, ela jogou o papel nas chamas. — Eu tentarei ao máximo mantê-lo e ao seu povo fora disso. Sem qualquer prova, eles não serão capazes de fazer pressões intergalácticas. Eu sei que seu planeta está fora da zona de tratado, mas você realmente não quer este tipo de atenção. Você terá cada repórter espacial, pirata, curiosos batendo em sua porta da frente. — Ulyssa suspirou. — Meu placar de desempenho é impecável, o que vai ajudar. Vou ter que dizer-lhes sobre a participação do Rei Attor, mas vou tentar manter isso vago. Vou também dizer-lhes como foi honrado em me ajudar. Kirill assentiu. — Obrigado por proteger o meu povo! Ulyssa caminhou ao redor do sofá para se encontrar com ele. — Eu não estou fazendo isso apenas por eles. Estou fazendo isso porque devo a você. Desculpe-me, eu quase comecei uma guerra entre vocês e os Draig. Isso não era minha intenção!
— Na caverna, você disse que sabia que eu não tinha nada a ver com as armas. Porque então você partiu? — Kirill não a tocou. Seus olhos procuraram-lhe o rosto, necessitando saber. — Isso não importa agora. — Ulyssa bocejou, cansada. — Terminou. Amanhã, a Agência virá e me levará embora com eles. Tudo terminará. — Se não houvesse uma Agência, você iria querer ficar aqui? — Kirill deu um passo mais perto. A cabeça dela foi forçada para trás sobre seus ombros para olhar para ele. — Não há nenhum ponto em cogitar sobre tais coisas. Há uma agência e... — E se eu lhe pedisse para ficar? — o tom profundo de sua voz enviando arrepios por sua coluna. — Você ao menos tentaria? Ulyssa pensou em Linzi. Não, ela não ficaria. Ela nunca poderia
compartilhá-lo
com
outras
mulheres.
Mesmo
se
ela
acreditasse que ele não tinha tomado nenhuma após tê-la, sabia que, eventualmente, ele o faria. Era o jeito de seu povo e ele era o Rei. A própria ideia rasgava-lhe o coração e tornava difícil respirar. Se ele estivesse pedindo por ela e não apenas pelo bebê, ela poderia tê-lo considerado. — Não. — ela sussurrou. — Isso nunca iria funcionar. Você tem vergonha de mim e eu não posso viver assim. — Vergonha? O que significa essa palavra humana? — ele perguntou. — Ah, é uma difícil. — Ulyssa encolheu os ombros. — Realmente não importa. — Diga-me de qualquer maneira. — ele murmurou. — Você age de forma estranha comigo em público, como se estivesse embaraçado de ser visto comigo. — respondeu Ulyssa. — Você acha que eu ajo de forma estranha? Ela assentiu com a cabeça.
— Eu não quero. Você sabe que eu não posso ser... — ele franziu o cenho. — Em público, um Rei não pode... — Shhh! — ela sibilou. — Isso não importa. Não há nenhuma razão para pensar nisso. Estou indo embora amanhã e nenhuma discussão vai mudar isso. A luz em seus olhos desbotou um pouco com o comentário, mas ele assentiu. — Mas, nós ainda temos a noite de hoje. — ela continuou suave e delicada. Sua mão se ergueu ao pescoço dele, pronta para decorar cada centímetro dele. Ela se agarraria a memória na vida por vir. Correndo os dedos para baixo sobre os músculos rígidos do peito dele, ela sentiu-o tremer sob seu toque. A pele dele estava quente e suave. Os dedos dela pararam acima do ritmo constante de seu coração. Lentamente, os dedos dele chegaram até cobrir os dela. — Eu tenho algo para você. — ele disse. Ulyssa sorriu seus olhos viajando para baixo, para a saliência óbvia abaixo da toalha. Kirill riu. — Você pode ter isso também. — Então? — Espere aqui. — Kirill virou-se, desaparecendo na cozinha. Quando ele voltou, trazia uma pequena caixa. — Quando você falava no comunicador, Frank disse-lhe feliz aniversário. Pensei... Bem, provavelmente não é realmente o seu aniversário, mas aqui. Isto é para você. Ele encolheu os ombros levemente, entregando-lhe o pacote. Os dedos de Ulyssa tremiam enquanto ela tirava a tampa. Dentro havia um delicado colar de ouro e pérolas. Ela engasgou. — É lindo! Eu não sabia que você tinha oceanos aqui tais como nós temos na Terra. — Não temos. O colar é da Terra. Minha mãe trouxe com ela quando veio aqui. Eu pensei que talvez isso devesse pertencer à outra mulher da Terra. — Kirill fez uma pausa, franzindo as
sobrancelhas ligeiramente, enquanto os dedos tremiam. —Está tudo bem? Falke pensou que eu deveria dar-lhe uma espada, mas isso parecia mais adequado para uma mulher... — Eu adorei! — Ulyssa ofegou, atirando os braços ao redor de seu pescoço e beijando-o ruidosamente. Por dentro, ela chorava, eu te amo, Kirill. — É perfeito! — Então por que você parece... Triste? — Eu nunca tive um presente de aniversário antes. Bem, com exceção de um ano em que Frank me deu um dia de folga. — ela fungou. — Obrigada! Kirill sorriu satisfeito que ela gostou. Porém, a expressão dele ainda era ofuscada por uma profunda reflexão. — Agora. — ela murmurou, passando a mão para baixo para agarrar a toalha dele. Puxando-a livre de seus quadris, ela disse: — Sobre este outro presente. Kirill puxou-a para cima em seus braços. Ela agarrou a caixa em suas mãos enquanto ele a carregava para o quarto. Pegando o presente dela, ele pôs em cima da lareira ao lado de sua coroa. Então, lentamente, ele a despiu, tomando o seu tempo enquanto lambia e beijava toda a extensão dela. Sua boca levou-a a um estado febril, fazendo-a contorcer-se debaixo de seu toque. Ulyssa empurrou-o de costas, querendo ter seu momento para lhe dar o mesmo tratamento. Fixando-lhe os braços acima da cabeça, ela segurou-o, abrangendo sua cintura com as pernas. A umidade do corpo dela deslizava entre eles, enquanto ela se esfregava ao longo de seu estômago forte.
Os
dentes dela
mordiscaram o lóbulo da orelha dele, a chupando gentilmente entre seus lábios. Kirill gemeu, arqueando-se contra ela. Ele tentava alcançá-la pelos quadris e ela parou de beijá-lo. Sentando-se, ela agarrou as tiras laterais de sua camisa. O olhar dela preso no curioso olhar escuro dele, ela amarrou os pulsos dele juntos. Então, prendendo-lhe os braços para o alto da cama, ela
sorriu. Arranhando-o levemente com suas unhas descendo dos ombros até os braços, ela começou com a lenta tortura de sua boca em seu peito. Kirill gemia e se contorcia debaixo dela. A mão dela encontrou a sua excitação, acariciando-o levemente na palma da mão enquanto roçava os seios contra o seu calor. Ela sabia que se ele quisesse, ele poderia fugir, mas ele não o fez. Ela finalmente tinha tomado o controle completo sobre ele, mas a vitória era agridoce e o controle já não mais parecia importar. — Por favor, Lyssa! — ele implorou, arremetendo seus quadris. Ela ergueu o corpo para cima e guiou seu pênis rígido para sua
abertura.
Empalando-se
nele,
ela
gritou.
Ele
encheu-a
profundamente, completamente. Ela sentou nele, levantando-se para que ele pudesse assistir o corpo dela sobre o dele. Vagarosamente no início, ela montou-o, construindo o ritmo até que ambos estivessem empurrando e se esforçando por liberação. Grunhidos primitivos lhes escapavam enquanto
eles se
aproximavam de seu clímax. Ulyssa tocou os seus seios, apertandoos, beliscando os mamilos. Os olhos de Kirill fitavam-lhe as mãos, o corpo dela. Os gemidos de aprovação a estimulavam. Ela sabia que ele gostava de vê-la tocar-se e, enquanto o ritmo de seus corpos aumentava, ela deslizou os dedos por sua barriga para esfregar o delicado ponto de seu desejo. Imediatamente, o interior dela se contraiu enquanto ela gozava forte em cima dele. Os tremores transpassando-a fizeram com que ele encontrasse sua própria liberação. Seu grito juntou-se ao dela enquanto o corpo dela ordenhava-lhe a semente. Ulyssa desabou sobre seu peito. As difíceis respirações ofegantes de ambos misturavam quando ela virou seus lábios para os
dele.
Beijando-o
preguiçosamente,
momento nunca acabasse.
ela
queria
que
aquele
— Prometa-me. — ele sussurrou. Enrijecendo, ele puxou forte, rompendo as tiras para que ele pudesse envolver seus braços ao redor dela. — O quê? — Prometa-me que tentará salvar a vida do nosso filho! — Kirill engoliu. — Por favor, Lyssa, diga que vai tentar. Não deixe que eles matem o nosso filho! — Não posso prometer que vai funcionar, mas eu prometo tentar!
Capítulo Quatorze
Não houve tempo para conversas na manhã seguinte. Siren despertou-lhes de madrugada para informar que um navio de cientistas da Agência havia pousado. Eles estavam cobertos com roupas brancas de proteção completa, perfeitamente fechada, com capas plásticas. Kirill, de bom grado entregou a caixa com a logo da Máfia Médica a Dra. Elliot, a mulher no comando do grupo. Ele ficou muito aliviado ao ver a arma biológica deixando seu planeta. Franklin foi o primeiro a sair do segundo navio da Agência. Ele era muito mais jovem do que Kirill imaginou por sua voz. Seu curto cabelo castanho escuro estava cortado em estilo militar e ele andou com uma postura rígida, muito diferente da graciosidade líquida dos Var. Automaticamente, ele se aproximou de Ulyssa. Ela fez uma breve introdução entre os dois homens. Franklin assentiu com a cabeça, inclinando-se educadamente e dizendo todas as palavras certas. Depois, voltando-se para Ulyssa, ele convidou-a para uma conferência privada. Kirill ofereceu o uso do gabinete real, mas Franklin recusou, preferindo levar Ulyssa para seu navio. Isso tinha sido há duas horas atrás e ele ainda estava esperando que ela voltasse para fora. — O palácio está limpo, Vossa Alteza. — a morena Dra. Elliot disse para Kirill. Ela parou diante dele, o terno hermético substituído por um jaleco. Com quase uma centena de cientistas trabalhando, a equipe da Dra. Elliot tinha varrido o palácio com bastante rapidez. Ela segurava uma prancheta computadorizada e acenou ligeiramente para um grupo carregando equipamento. — Meus cientistas fizeram
uma varredura final do terreno e estão carregando o equipamento de volta para o nosso navio. — Obrigado, Doutora! — respondeu Kirill. Ele assentiu para ela da mesa do salão principal. O saguão tinha sido feito como sede provisória para a AIH e Kirill estava realmente triste de vê-los partir. Pois, quando eles fossem, isso significava que Ulyssa estaria partindo. Falke se aproximou. O comandante tomou um assento na mesa principal, onde Kirill estava sentado com Quinn e Reid. A Dra. Elliot olhou para os irmãos antes de tomar um passo à frente. Ela baixou a voz. — Vossa Alteza, eu peço permissão para permanecer em sua terra. Eu gostaria de explorar as grutas, onde a caixa foi encontrada e fazer alguns testes. — Houve um vazamento? — Kirill perguntou alarmado. A Dra. Elliot balançou a cabeça em negação. — Não, mas nunca é demais ter cautela. — A Dra. Elliot encontrou um pedaço de barro endurecido no caixote e analisou-o. Ela acredita que há algo estranho sobre nossos pântanos. Ela pretende fazer alguns testes. — Quinn informou adiantando-se. O rosto da mulher se contraiu e ela disparou a Quinn um olhar duro. Por um momento, ela pareceu como se quisesse cobertura do Príncipe embaixador. Este fato despertou o interesse de Kirill muito mais do que o pedido dela. Quando ele olhou para Quinn, o irmão dele não lhe deu mais nem uma pista. — Tudo o que, naturalmente, estaria em meu relatório, Vossa Alteza. A AIH também irá fazer uma varredura planetária. É apenas por precaução e somente com sua permissão, é claro. Vou montar um acampamento
com uma equipe de três. Você não será
incomodado por nós. Somos cientistas e não causaremos nenhum problema. Nós queremos analisar a caverna para nos certificar de
que retiramos todo o armamento biológico para fora do planeta que poderia ser perdido com a leitura. Certamente você pode ver a sabedoria nisso. Ao mesmo tempo, eu gostaria de fazer uma análise detalhada da terra. Se valer alguma coisa, meus resultados podem realmente beneficiar você e seu povo, tornando mais terra arável. — O que a sua Agência diz? — Kirill perguntou. — Eu não trabalho para a Agência. Fui contratada para este trabalho. O pessoal deles não poderia fazer isso aqui a tempo. — a Dra. Elliot fez uma pausa e encolheu os ombros. — No entanto, se você preferir ter espiões do governo passeando por seu Reino... — Escreva sua proposta, Doutora. — Kirill respondeu, reprimindo um sorriso com a ousadia dela. Ele estava secretamente feliz de que alguém estaria verificando a caverna para se certificar de que todas as coisas da Máfia tinham ido embora. Se ela queria brincar na lama do pântano, enquanto estava lá, o que lhe importava? Pensando bem, ele acrescentou maliciosamente: — Dê-a ao meu irmão, o Príncipe Quinn. Ele te dará sua aprovação e supervisionará o projeto. — Mas, Vossa Alteza... — a médica começou, engolindo. Ela olhou nervosamente ao redor da mesa. Lentamente, ela assentiu. — Obrigada! Quando eles ficaram a sós, Kirill disse a Quinn: — Aprove o projeto dela, se possível. Precisamos ter aquelas cavernas checadas e ela é a única especialista que eu conheço neste planeta. Além disso, ela tem um rosto honesto. Penso que podemos confiar nela. Quinn assentiu. Um olhar estranho passou pelo seu rosto. Kirill suspirou, desanimado, enquanto observava os cientistas continuar embalando seus pertences. Ulyssa ainda não havia voltado de sua reunião. Como se sentisse a sua dor, Reid perguntou a Kirill: — Já pediu a ela para ficar?
Kirill piscou surpreso, virando-se para estudar seu irmão. — Ulyssa. — Reid falou de imediato. — Você pediu para ela ficar? A voz de Kirill estava dura quando disse: — Eu ofereci. Ela se recusou. — Você implorou para ela ficar? — Quinn insistiu. Kirill engoliu. — O que diria Attor para essa pergunta? Um Rei nunca pode se curvar a uma mulher. Você sabe disso. Eu perguntei. Ela disse não. É o fim! — Depois de tudo que você aprendeu ainda dá ouvidos às bobagens de nosso pai? — Falke balançou a cabeça em descrença. — Você é realmente tão tolo? Detenha-a. Proíba-a de sair. Faça o que for preciso. — O que nosso povo diria? O que seria da minha reputação? — Kirill perguntou. Ele realmente não se preocupava com sua reputação por vaidade pessoal, mas sabia que tinha que ter cuidado pelo bem de seu Reinado. — Eles a amam. — Falke respondeu com um encolher de ombros. Diante disso, Kirill piscou em surpresa. — De alguma forma vazou, como ela altruisticamente colocou a própria vida em risco para salvar os Var e os Draig. — Falke sorriu para sua bebida. — Sua permanência seria boa para a paz. Tenho certeza que os Draig saberão em breve do seu altruísmo também. — A monogamia não é para mim, nem foi para o nosso pai. Mas, para você... — Reid deu de ombros. — Neste momento, nós não vamos lhe dizer que amoleceu. — Quinn sorriu. Kirill olhou para Reid.
— Não foi você quem me disse que eu estava para ser visto como fraco? — Este não é o Reinado do nosso pai. É seu! Você deve fazer o seu próprio destino. — Reid sorriu. — Além disso, a minha proeza irá mais do que compensar a falta da sua. — Tê-la ao seu lado não seria tão ruim. — Falke interrompeu. — Ela é boa com uma espada. Ela aprende rápido. Seu senso de dever é forte. — Ela tem uma boa aparência. — Reid moveu sua mão através do ar, para delinear o corpo de uma mulher. Apertando uma vez que alcançou ao traseiro invisível, ele acrescentou: — E realmente um belo e firme... Kirill olhou em alerta. Os irmãos riram. — Ela é firme. — disse Quinn. — E, além disso, você a ama. — Mas ela não me ama! — Kirill respondeu com um profundo suspiro. A admissão causou-lhe grande dor. — Como você pode ter certeza? — Falke perguntou. — Porque a mulher fala intencionalmente o que tem em mente e ela nunca disse uma vez que ela me amava. — Kirill se levantou. — Eu tenho o meu dever e ela tem o dela. Mesmo que ela desejasse, sua honra a levaria embora. Agora me deixem. É melhor não insistir nas escolhas que não podemos fazer.
— E sobre Nadja? — Franklin perguntou. — Ela não é uma ameaça. Ela ajudou na recuperação. — Ulyssa olhou ao redor da cabine metálica da nave espacial, enquanto Franklin terminava o interrogatório dela. Ela contou-lhe tudo o que ele precisava saber. Ao vê-lo assinar a tela do computador, em
seguida, apertar um botão para apresentar o seu relatório, ela sabia que sua missão estava finalmente, oficialmente concluída. Franklin suspirou. — Terminamos aqui? — ela perguntou suavemente. — Quase. — ele respondeu. Ele cruzou as mãos atrás da cabeça e inclinou-se para trás na cadeira. Seus olhos verdes escuro estudaram-na por um momento. — Os médicos me deram uma cópia de seus resultados de laboratório. — Oh! — Ulyssa sussurrou. Ela olhou para as mãos. — Importa-se de me dizer quem é o pai? — ele perguntou. — Rei Kirill. — ela respondeu sem hesitar. — Eu achei que fosse. Ele parecia muito possessivo com você. — Franklin assentiu. — Não, isso é apenas sua maneira Neandertal. — Ulyssa se obrigou a dar de ombros. — Ele gostaria de ter o bebê, no entanto. Eu tenho algum tempo de férias para mim depois desta missão. Gostaria de obter a permissão para ter o bebê e mandá-lo para ele. Franklin assentiu em silêncio. — O que este Rei significa para você? Ulyssa abriu a boca para mentir, mas Franklin viu direto através dela antes mesmo de começar a dizer as palavras. — Foi o que pensei. — Franklin suspirou e inclinou-se para frente para apoiar os braços sobre a mesa. — Eu vou ver o que posso fazer sobre a criança, mas não posso prometer nada. — Obrigada, Frank! — Ulyssa levantou-se e virou-se para ir. — Existe alguma coisa mais que você gostaria de dizer, Agente? — ele perguntou às suas costas. Ulyssa engoliu e meneou a cabeça. — Não. — Muito bem. O navio parte em uma hora. Fui informado que os cientistas terão terminado até então.
Ulyssa entrou no salão de banquetes em mosaico, parando para apreciar sua beleza. Ela ficou surpresa ao ver os Draig e os Vars sentados juntos à mesa, apreciando uma refeição tardia. Ela usava o uniforme preto apertado da Agência, parecendo estranhamente fora de lugar em relação ao conforto relaxante das duas famílias reais. Vendo-a, todos eles se levantaram. Ela fez sinal para que se sentassem e veio para a mesa. — Eu vim apenas para dizer adeus. — Ulyssa disse ao grupo como um todo. Ela não podia encontrar com o olhar escuro de Kirill, assim ao invés disso, olhou para todos os outros. — Minha embarcação está se preparando para decolar. As Princesas vieram para frente para dar-lhe abraços, Nadja a mais calorosa de todas. Os Príncipes Draig foram mais comedidos em suas despedidas, mas sorriram polidamente e desejaram-lhe boa viagem. Falke apertou a mão dela com firmeza. Reid sorriu e lhe deu uma reverência em arco, beijando-lhe as costas da mão. Quinn beijou levemente no rosto. Com seu coração vibrando, ela finalmente virou-se para olhar Kirill. Kirill limpou sua garganta, movendo-se para oferecer-lhe o braço. — Aqui, deixe-me acompanhá-la. Ulyssa tomou seu braço e deixou que ele a conduzisse para fora do salão. Quando eles ficaram a sós, ela disse: — Parece que todos estão se dando bem. Talvez você encontre a paz entre vocês ainda. — Sim, parece esperançoso. Estamos estruturando um tratado e um acordo de noivado. Tenho grandes esperanças de que tudo correrá bem. — Kirill assentiu solenemente.
— Acordo de Noivado? — Ulyssa perguntou. — É mais uma formalidade. Se um deles tiver uma filha, que é pouco provável, ela se casará com meu filho mais velho. — os olhos de Kirill instantaneamente moveram-se para baixo, para sua barriga. Ele ficou tenso sob a mão dela. — Eu falei com Franklin. Eu acho que há uma boa chance deles me deixarem te mandar a criança depois que tenha nascido. Eu... — Ulyssa engoliu em seco. Eles se aproximaram de onde a embarcação estava ancorada, ao lado da parede do palácio. Ela não estava dizendo nada que ela queria. Fechando os olhos, ela mordeu o lábio. Muito consciente de que alguns dos tripulantes do navio lhes assistiam, ela estendeu a mão. — Desejo-lhe a melhor sorte com o seu Reinado, Rei Kirill! Ele olhou para a mão dela e tomou-a na sua própria. Ele não a agitou, mas apenas segurou. Sua boca se abriu e por um breve instante, ela pensou ver dor em seus olhos. Levemente, ele abaixou a cabeça. — Boa sorte, Agente Ulyssa Payne! Ulyssa assentiu uma vez, virou-se sobre os calcanhares e se afastou. Enquanto o pequeno elevador a levava para dentro da nave, ela o observava incapaz de se mover. Então, quando o lado de metal bloqueou sua visão, ela sentiu uma lágrima deslizar pelo rosto. Deixar Kirill foi à coisa mais difícil que ela já tinha feito. Kirill não podia forçar-se a voltar para a sala de banquete e não queria ir para casa, que apenas o lembraria de Ulyssa e seu tempo juntos, então ao invés disso, ele foi ao escritório real. Sentando na cadeira diante do fogo, ele murmurou: — Siren, eu quero Lyssa. — Lamento! O DNA dela não consta mais no arquivo. Deseja que mostre os arquivos dela? — Siren, deixe-me ouvir Lyssa. Deixe-me vê-la. Traga-a aqui de volta! — ele sussurrou em agonia.
Sua mão tremia. As lágrimas enchiam-lhe os olhos, mas ele não as deixava cair. — Sim, meu Senhor. — Siren respondeu em seu tom abafado. — Gostaria que soasse o alerta para todos os guardas? Kirill gargalhou sombriamente, sem sentir o humor na situação. — Não, não envie os guardas. — Relaxe! — veio um sussurro que parecia inequivocamente como a sua própria voz. — Eu quero nos assistir mais tarde. Kirill pulou da cadeira, olhando através de seu escritório. Ninguém estava lá. Em vez disso, ele viu a projeção holográfica da vez que ele os gravara fazendo amor em cima da mesa. Ele assistiu por alguns momentos. — Siren, porque você está reproduzindo isso?
— Kirill
perguntou. Ele tentou desviar, mas seus olhos foram capturados pelo rosto de Ulyssa cheio de prazer enquanto sua forma holográfica a conduzia ao clímax. — Você pediu para ver e ouvir Ulyssa. Este é a única pasta nos arquivos acesso única do Rei, arquivo privado 10065. — Siren respondeu. — Gostaria que eu procurasse nos arquivos novamente? — Não. — Kirill sussurrou. Ele pisou para frente. Sua mão se ergueu, caindo sobre a bochecha dela como o ar. De repente, Ulyssa gritou. Seu corpo se enrijeceu em cima da mesa, arqueando lindamente diante dele enquanto os tremores de liberação tomavam conta dela. Kirill correu suas mãos pelo pescoço dela, como se ele pudesse senti-la. Ele ignorou seus grunhidos de aprovação e a dominação masculina gravada, enquanto um grito rasgava sua garganta holográfica. Ulyssa murmurou algo, mas era demasiado fraco para ele ouvir. Kirill congelou, inclinando-se para frente. — O quê? — sua forma holográfica exigiu. Tinha ele realmente parecido tão áspero quando falou com ela? Kirill fez uma careta.
— O quê? — ela respondeu-lhe. — Eu não falei nada! — Siren, reproduza os últimos dez segundos e amplie a fala de Lyssa. — Kirill engoliu, olhando para o rosto dela, se aproximando ao máximo, mesmo sabendo que as palavras estavam gravadas e não saindo realmente de sua garganta holográfica. — Deus me ajude! — Ulyssa sussurrou. — Eu estou apaixonada por você! — Repita! — Deus me ajude! — Ulyssa sussurrou. — Eu estou apaixonada por você! — Siren, repita! — Kirill exigiu mais uma vez, incapaz de acreditar no que ouvia. — Deus me ajude! — Ulyssa sussurrou. — Eu estou apaixonada por você! — Siren, todos atentos! Detenção para Lyssa! — Kirill gritou, correndo do escritório. Seu coração explodiu com sua confissão sussurrada. Por que ela não lhe tinha dito mais cedo? Se ela realmente o amava, então eles iriam encontrar uma maneira de ficar juntos. Ele percorreu os corredores, não se importando com quem o via. Colidindo em um servo, ele o sacudiu e gritou: — Ela me ama! O servo gritou de surpresa. Com o tumulto, a família real veio da sala do banquete. Eles assistiram a corrida do Rei, seguindo-o de imediato, para ver que confusão era tudo aquilo. Kirill quase tropeçou em seus pés para chegar ao outro lado do palácio. — Largue-me! Como você se atreve! Kirill sorriu. Dois de seus guardas tinham Ulyssa em suas garras. Ela lutava para se libertar, parecendo malditamente sexy em seu uniforme da Agência. Seus grandes olhos azuis voaram para ele. — Kirill! Diga a esses capangas para me largarem! Eu não estou roubando nada! É meu!
— Capangas fora. — ele ordenou, sorrindo de orelha a orelha. Os guardas soltaram-na e Ulyssa virou-se para empurrá-los afastando-os. Irritada, ela se virou para ele. — Acabei de voltar para pegar isso e eles tentaram me prender! Os olhos de Kirill moveram-se para baixo, para sua mão tremendo. O colar que ele lhe dera estava agarrado nela. Ele não parou em seu caminho, cruzando a passarela lateral. Capturando Ulyssa em seus braços, ele a puxou para seu peito. Ulyssa ofegou. Kirill a beijou profundamente antes que ela pudesse protestar. Ele não se importava que o vissem. Isto é o que ele queria... Ela era o que queria. O protesto de Ulyssa se transformou em um gemido. Ela enfraqueceu enquanto seus braços se enrolavam ao redor do pescoço dele. Quando ele se afastou, as pálpebras dela tinham caído preguiçosamente sobre seus olhos. — Todo mundo pode ver!— ela sussurrou. — Deixe-os ver. — a boca de Kirill desceu sobre a dela mais uma vez, beijando-a ruidosamente. Quando ele se afastou, declarou: — Eu te amo. Fique comigo. Minha vida é um inferno sem você. Não me deixe ser queimado vivo para o resto dos meus dias! Ulyssa piscou em surpresa. Ela empurrou para trás. O rosto dele desmoronou com sua rejeição. — Não, eu... Eu não posso. — os olhos de Ulyssa se umedeceram. — Eu tenho o meu trabalho e você tem... Linzi. — Linzi? — Kirill questionou. — É a razão pela qual parti. Eu vi você com ela no salão de banquetes. Eu não posso ser uma de cem, Kirill, eu simplesmente não consigo!
— Lyssa! — ele murmurou, tentando trazê-la de volta. — Você está certa. Você nunca poderá ser uma de cem, porque você é única. Eu só quero uma. Eu só quero você! Ulyssa chorou. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela ainda balançava a cabeça em negação. — Eu... Não posso! Por que você tem que tornar isso mais difícil para mim? Eles não vão me deixar ir. — Nós não podemos deixá-la ir, mas eu posso designá-la. Ulyssa piscou, voltando-se para Franklin. Ele se aproximou dela. Levemente, roçou-lhe o queixo com os nós dos dedos. Então, olhando para a realeza chocada que tinha seguido Kirill para fora, ele disse: — Eu acho que há muito a ser feito em Qurilixen. Kirill franziu o cenho. Franklin apenas sorriu para ele. — Se a Princesa Nadja está disposta, a Agência apreciaria mais informações sobre a Aliança Médica... Como eles trabalham como transportam, fornecedores, tudo. Sua identidade será mantida em segredo, é claro. Nadja engoliu nervosa, mas depois de olhar para o marido, ela assentiu com a cabeça. — O que for possível para ajudar os outros. Ulyssa olhou para Kirill, encontrando seus olhos escuros. Ele a viu estremecer. —
E...
—
Franklin
continuou,
suas
palavras
leves
e
despretensiosas. — se você concordar em permitir que a Dra. Elliot e sua equipe fiquem vou precisar de alguém para relatar suas descobertas para mim. Kirill balançou a cabeça em concordância. Franklin acenou com a cabeça e continuou: — E, depois de descobrir que um planeta inteiro poderia ter sido exterminado pela Aliança Médica, eu determinei que é melhor se
colocarmos alguém aqui permanentemente, só para manter um olho sobre o selvagem Rei Var. No caso de der em sua cabeça de experimentar e comprar produtos químicos no mercado negro como o pai. Ulyssa gritou, atirando os braços ao redor de Franklin. O homem endureceu de surpresa e não retornou o abraço. Ela o liberou. — Você quer dizer que... — Você agora é uma agente sob profundo disfarce. — ele respondeu. — Só eu sei como entrar em contato com você e você reporta apenas a mim. — Frank, eu... Obrigada! — Não me agradeça. Eu espero um relatório em cerca de... — Franklin olhou para o estômago dela. — sete e meio, oito meses. No entanto essas coisas levam tempo. Ulyssa assentiu com a cabeça, novamente murmurando: — Obrigada! — Cuide de si mesma, criança, e das sete vidas de vocês. — Eu vou! — Ulyssa sentia os olhos lacrimejando. — Vamos, vamos sair daqui! — Franklin gritou para a tripulação restante. Ele acenou com o braço, enquanto corria de volta para a nave. — Eu... Ah... Eu acho que estou ficando! — Ulyssa disse, voltando-se para Kirill. O coração dela bateu loucamente em seu peito. — Você quis dizer o que disse? Kirill colocou-se em um joelho diante dela. Alto, de modo que todos reunidos pudessem ouvi-lo, ele anunciou: — Eu me curvo a você, Lyssa, meu amor. Eu pertenço a você. Tudo que eu peço é que você fique comigo para sempre... Como minha Rainha! — Sem harém? — ela sussurrou, balançando. — Ninguém, a não ser você... Para sempre!
Ulyssa assentiu, ajoelhando-se para se juntar-se a ele no chão. Embrulhando os braços ao pescoço dele, beijou-o profundamente. Ela sentia que a tentativa de conexão que tentou crescer entre eles desde que se conheceram tinha ganho a centelha de vida. De repente, ela o sentiu em seu corpo, em sua cabeça. Ela ouviu os seus pensamentos, sentiu o desejo dele por ela e ele sentiu o dela por ele. Ofegando, ela se afastou. — O que aconteceu? — Estamos casados. Você é minha Rainha, minha propriedade. — Propriedade? — Ulyssa repetiu, magoada. — O quê? Essa não é a palavra certa? — Ah, hum, Kirill? — Kirill virou-se para Quinn. Quinn balançou a cabeça e sussurrou: — Essa era uma palavra de Attor e não é exatamente um elogio. Eu acho que você quer dizer que ela é sua briallen, sua mulher. — Não foi isso que eu disse? — Kirill virou-se para Ulyssa. Ele parecia tão inocentemente confuso, que ela riu. Ele sorriu, sem se importar, desde que ela estivesse feliz. — Todo esse tempo quando você me chamava de propriedade, você queria dizer sua mulher? — Ulyssa balançou a cabeça em espanto. — Não importa do que você me chamar Kirill... Propriedade, mulher, briallen. Eu pertenço a você, meu Rei, meu marido. Eu pertenço somente a você! — E eu a você, minha mais linda Rainha!
No próximo livro da série: Os Senhores de Var 2. O Príncipe Brincalhão
O movimento repentino dele chamou a sua atenção e ela percebeu que ele pisou em sua direção. Ele ergueu a mão, como se fosse tocá-la. Tori vacilou e deu um passo para trás. — Senhor... — Tori gaguejou. — Quero dizer, meu ... Ah? — Quinn. — ele informou com um sorriso jovial. — Sim, meu Quinn... Espere, não. — ela deu mais um passo para trás enquanto ele se movia agressivamente para frente. O olhar em seu rosto fez o coração dela palpitar de excitação. — Seu Quinn? — ele ponderou em voz baixa que enviou calafrios por sua espinha dorsal. — Você deseja que eu seja seu Quinn? — Pare! — ela ordenou, segurando a própria mão. Ele fez uma pausa em sua pergunta para chegar até ela e sorriu, esperando. Tori engoliu nervosa e distraída.
— Príncipe Quinn, Eu sou a Dra.
Elliot com ESC ... Bem, na verdade AIH, bem, não é realmente, tecnicamente, com AIH ou ESC exceto... Ela estava gaguejando? Tori tinha certeza de que parecia que ela estava balbuciando. Cientistas não balbuciavam. Isso não era apropriado. Sua carranca se aprofundou. Oh, por que ele continuava a lhe olhar assim? — Bem, Dra. Elliot não tecnicamente com a AIH ou ESC... — disse Quinn, baixando a mandíbula enquanto se inclinava para frente. — Eu estou com tesão e você é extremamente bonita! — Oh... Oh! Sério? — Tori engasgou, consternada. Ela balançou a cabeça em desaprovação.
— O quê? Você está realmente tão surpresa? Você realmente pode me culpar, Dra. Elliot? Você estava olhando muito atentamente para... — Quinn fez um movimento para baixo, agindo como se sua conversa fosse um tema diário. Tori ergueu a mão e balançou a cabeça freneticamente para detê-lo. Respirando fundo, ela centrou seus pensamentos e fez uma promessa silenciosa de nunca beber na véspera de uma grande missão novamente. Certamente era por isso que seu coração batia tão forte e porque seus membros tremiam. Engolindo, ela forçou a sua voz um tom calmo. — Existe alguém com quem eu poderia falar sobre obter a permissão para pesquisar os sistemas das cavernas onde as armas biológicas foram descobertas? A AIH solicitou que eu limpasse a área das cavernas e ao redor de todas as ameaças de contaminação. — alguém que não seja você, ela pensou, não se importando se ele visse a sua aversão pela luxúria dele. O sorriso de Quinn desvaneceu-se e para a surpresa dela, ele ficou sério. — Você acha que existe alguma coisa mais lá em cima? — Eu honestamente não sou certa. A arma recuperada parece estar intacta e contém química suficiente para exterminar, pelo menos, cinco planetas. Partir desse item de informação, eu diria que existia apenas uma, a menos que as cavernas estivessem sendo utilizadas como uma unidade de armazenamento de algum tipo, o que dado o clima político do seu Reino, não parece ser a hipótese. Pelo que entendi, seu pai estava em uma guerra com... — Tori parou, percebendo que ela poderia estar falando muito francamente. Por isso ela odiava estar em situações políticas. Fatos eram fatos e ela estava acostumada a estabelecê-los, independentemente de sua popularidade. Em seu trabalho, os fatos eram tudo o que importava. Na política, uma pessoa deveria dizer coisas diplomaticamente, torcendo as palavras em apenas uma frase direita. Era uma
habilidade que lhe faltava. Ela olhou para o Príncipe. Seu rosto não havia mudado. Ela engoliu em seco, nervosa. Ele moveu suavemente sua mão para ela continuar, não parecendo ofendido por suas palavras. Fracamente, Tori disse: — Minha verificação seria simplesmente uma sábia precaução para todos os interessados, especialmente o seu povo. Não lhe custará nada se essa é a sua preocupação. A AIH está cuidando do meu salário e dos outros cientistas. Quinn assentiu um movimento que ela esperou ser de concordância. — Minha equipe está fazendo testes através dos moradores do palácio e até agora todos apresentaram resultados negativos. Acredito que eles estão prestes a terminar. — Tori olhou para sua prancheta e fingiu fazer a varredura através dos dados. Este homem a enervava. Ela não conseguia se concentrar no que estava dizendo a ele. Estaria ela se repetindo? Ele estava mesmo ouvindo? Ela já tinha lhe contado sobre os testes nos habitantes do palácio? Ela pensou nisso, mas ela tinha dito isso? Porra, ele tinha os olhos azuis mais brilhantes que ela já tinha visto em sua vida. Com delicadeza, limpando a garganta, ela disse: — Mas, nós ainda gostaríamos de fazer uma varredura completa das cavernas. Não há nenhum ponto em deixarmos algo para trás. Quinn pareceu contemplar as palavras dela. Tori baixou a voz e se aproximou. Ele não se moveu, exceto os olhos azuis. Eles seguiram-na, mantendo-se fixos em seu rosto. Ficando animada, Tori esqueceu o nervosismo enquanto ela admitia em um sussurro secreto: — Houve também outra coisa. Tomei a liberdade de analisar a estranha lama escura na caixa da arma biológica. Eu acredito que é do seu pântano, porque eu encontrei alguns musgos frescos que me leva a crer que ele já não estava na caixa quando foi trazido para cá.
Enfim, havia um nível extremamente alto do que parece ser composto DTH12, que tenho certeza não é natural neste planeta em particular, sendo que o solo do seu pântano é classificado como GR13H e não TDH14. O que não faz sentido é que o DTH12 é encontrado principalmente na trilha de lama das lesmas amarelas do nordeste no planeta de Fluk em H... Quê? Você está rindo de mim? Quinn estava realmente rindo. Balançando a cabeça, ele disse: — Mulher, eu não tenho a menor ideia do que você acabou de dizer! Tori franziu o cenho. Ela deveria ter sabido. Sarcasticamente, ela balbuciou: — Sua lama é pura e eu gostaria de olhar para ela. Ok, talvez aquilo tenha parecido um pouco condescendente demais. Quinn fez uma careta, mas não apareceu muito ofendido. Sorte dela, porque ele era justamente o homem que ela teria de impressionar...