Corpo Na Arte

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Organização Enéias Farias Tavares Gisela Reis Biancalana Mariane Magno

Santa Maria, Maio de 2013



SantaMaria, Maria,Marรงo Maio de Santa de2013 2013


ficha catalogrรกfica


Kathrin Rosenfield, Sara Lopes, Daniel Tércio, Enéias Farias Tavares, Mariane Magno, Arthur Belloni, Gisela Reis Biancalana, Gilberto Icle, Luciana Paludo, Cibele Sastre, Elcio Rossini, Marcelo de Andrade Pereira, Cassiano Sydow Quilici

Organização Enéias Farias Tavares Gisela Reis Biancalana Mariane Magno




Apresentação

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Enéias Farias Tavares, Gisela Reis Biancalana, Mariane Magno

Tragédia, Expressão Corporal e Musical

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Kathrin Rosenfield

Corporificando a Palavra

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Sara Lopes

Relíquias, Relicários e Ressurreição: Pistas para a Performance Contemporânea

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Daniel Tércio

A Unidade Corpo/Mente nos Livros Iluminados de William Blake

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Enéias Farias Tavares

O Movimento Poético: Corpo da Consciência Paradoxal Mariane Magno

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O Corpo e as Coisas:

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A Dissolução da Fronteira entre o Vivo e o Não Vivo na Cena Contemporânea Arthur Belloni

A Inserção do Conhecimento Artístico no Corpo Performativo

168

Gisela Reis Biancalana

Estudos da Presença nas Artes do Corpo: Memória, Percepção, Soma

190

Gilberto Icle, Luciana Paludo, Cibele Sastre

Tarefas: Uma Outra Perspectiva para o Conceito de Coreografia

210

Elcio Rossini

A Espacialidade dos Afetos em Pina Bausch

230

Marcelo de Andrade Pereira

Askhesis: Elementos para uma Genealogia da Noção de Exercício

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Cassiano Sydow Quilici

Sobre os Autores

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No ocidente, os discursos sobre o corpo perpassaram a história da filosofia, da política, das ciências e da arte. O dualismo corpo/mente, criação grega e judaico-cristã, privilegiou o segundo. O homem ocidental aprendeu a pensar, a analisar, a conceituar, a teorizar. Neste longo, fragmentado e irregular aprendizado, o corpo ficou de certo modo apagado, esquecido, relegado ao segundo plano. Na poesia, a forma física tornou-se o elemento primordial da relação amorosa, sendo desejada, louvada, engrandecida. Desde a descrição do efeito da beleza de Helena sobre os troianos por Homero até a fascinação provocada em Dante pela beleza da criança/jovem Beatriz, o olhar literário aprendeu a expressar a fascinação corporal de poetas, cantadores e escritores. Todavia, esse se constituía de uma forma física louvada em palavras, frases, discursos... formulações que resultaram mais em uma forma imaginária ideal do que em um elogio ao corpo. Nesse sentido, o corpo cênico, ainda nos gregos, mesmo que tratado como forma una de palavra e gesto, ideia e imagem, música e dança, submetia sua expressividade ao dizer do texto. O corpo não passava de uma representação. É neste tema, que se insere o ator-criador e o ator-performer no teatro e na dança moderna e contemporânea, ao evidenciarem a importância da presença corporal, sua expressividade singular e seu discurso vivo. Enquanto a poesia fez dançar as palavras no ocidente, o teatro e as artes da cena libertaram-se do textocentrismo, passando pela fragmentação da consciência, ampliando o sentido de “texto” e criando novos paradigmas. Assim, fizeram dançar a própria materialidade humana. Neste livro, que encerra onze Discursos do Corpo na Arte, os autores apresentam um caleidoscópio reflexivo dos vários saberes que permeiam as práticas e as percepções corporais de pensadores, poetas e artistas. Neles, o leitor encontrará perspectivas múltiplas que ora aproximam o corpo da história, ora da arte, ora da reflexão metafísica. 11


Em um primeiro momento, questionamos o modo de organizar – reunir, ordenar, dar sentido – a uma reflexão muito mais vasta do que a divisão em seções permitiria. Assim, no lugar de uma acomodação em seções possíveis – “o corpo na antiguidade”, “o corpo nas artes literárias” ou “o corpo e a prática do ator”, entre tantas outras –, optarmos por uma organização histórica que integrasse as várias visões e vivências no que concerne ao corpo na arte e na cultura, partindo da antiguidade clássica, passando pelos contexto europeu e chegando aos problemas e compreensões próprios à contemporaneidade. No primeiro texto, Kathrin Rosenfield retorna o problema das práticas corporais ao contexto da antiguidade clássica, analisando a importância do gesto cênico, da impressão vocal e da imagem física para a tragédia ateniense de Sófocles, demonstrando o quanto a percepção corporal joga fachos de luz nas obscuras e dúbias frases das personagens gregas. Em sua reflexão, são os erros, as falhas e os não coincidentes silêncios do texto que revigoram o interesse na recriação hipotética dos espetáculos dionisíacos, desde Nietzsche e o seu Nascimento

da Tragédia. Rosenfield utiliza algumas falas de Édipo Rei e o contraste entre os dois protagonistas trágicos de Antígona como base para a sua análise histórica e estética do drama grego. Sara Lopes, unindo o pensar e o sentir, concretiza a palavra e devolve-lhe seu corpo. Por essa construção psicofísica, desvia das funções utilitárias – abstratas – da voz e propõe um caminho material para sua elaboração poética, fundindo criativamente imaginação, sensação, corpo e pensamento. O percurso proposto pela autora tem sua singularidade na construção dos caminhos do som vocal, pela identificação, reconhecimento e experimentação dos seus componentes, sejam eles dotados de um sentido semântico ou não. Pelos caminhos musicais que levam à construção da materialidade vocal, Lopes nomeia certos componentes e assim propõe o exercício da fala poética. 12


Daniel Tércio aproxima em sua discussão imagens corporais da Lisboa quinhentista e jesuítica, performances da

década

de

1970,

espetáculos

cênicos

e

instalações

contemporâneas, num movimento textual no mínimo improvável. Seu objetivo é refletir sobre o efeito de práticas corporais aparentemente díspares, como automutilação de mártires – algumas preservadas justamente pelos relicários – e performances contemporâneas em que o sofrimento do corpo é apresentado com propósitos estéticos. Como Tércio argumenta, ambos recuperam, em diferentes contextos, com diferentes propósitos, algo da centralidade do corpo em seu momento presente, quando efeito artístico se mistura a sofrimento físico. Discutindo o problema da unidade corpo/mente no romantismo inglês, Enéias Farias Tavares apresenta uma reflexão

Apresentação

sobre a arte de um poeta e pintor que articulou sua prática a fim de fragilizar o dualismo proposto pela ancestral Ut Pictura Poesis. Em seus livros iluminados, William Blake propôs uma união entre poesia e pintura, união que articulava uma imagem integral e compósita da forma humana como modelo metafísico e artístico, “corroendo” a acepção comum de que o homem teria “um corpo distinto de sua alma”. Para tanto, Tavares discute como o artista inglês energiza sua arte de traços e letras, fazendo-os expressar uma singular dança entre imagens e palavras corporais. Por sua vez, insere-se na discussão sobre a misteriosa unidade corpo/mente na contemporaneidade a reflexão de Mariane Magno sobre o paradoxo da consciência (corpo e alma). Ao tratar do movimento poético do corpo criador como pensamento, a autora apresenta uma dinâmica paradoxal da consciência, utilizando certo pensamento de Gil – corpo adentro – para abrir lacunas em noções como “organicidade”, “verticalidade”, “sagrado” e “atenção interior” no trabalho do artista cênico. Trata-se das relações obscuras que emergem do corpo quando experienciado como território do inconsciente criador, seja em dança, em teatro, em linguagens híbridas ou 13


em laboratórios. Seu objetivo é gerar lacunas que permitam o movimento do pensamento sobre o corpo treinado como potência criadora em si e sobre si mesmo. Arthur Belloni, no texto seguinte, inicia seu discurso apresentando o trabalho do ator na sua expressão dramática. O autor nos conduz por diferentes visões, tempos e espaços, entre eles as evoluções do trabalho cênico na visão de Sartre em O

Imaginário; o modelo escultural em Nietzsche que se desdobra no modelo figural de Lyotard; as transformações da “cena” sofridas também pelo trabalho do ator desde o século 19. Belloni apresenta, ainda, o Teatro Pós-Dramático, o qual evidencia, em cena, a contínua morte do corpo. Neste percurso, algumas fronteiras foram criadas e outras tantas – total ou parcialmente – dissolvidas, entre elas a que separava o corpo na arte e na vida. Gisela Biancalana analisa o renovado interesse nas práticas corporais pelas artes do século 20, valorização cujos reflexos resultam neste e em tantos outros livros sobre o tema. A autora usa Delsarte – e sua distinção entre três tipos essenciais de movimento: de oposição, de paralelismo e de sucessão – para pensar a reflexão sobre si mesmo por parte do performer. Ao revisitar os trabalhos de Stanislavski, Meyerhold, Grotoviski e Barba, Biancalana discute a interpretação e o agir, a imaginação e a superobjetivação, a disciplina técnica e a improvisação, o treinamento do ator e a individualidade do artista. Tal progressão propõe uma discussão sobre o papel dos procedimentos laboratoriais na contemporaneidade, em especial aqueles focados na arte dos performers cênicos. No texto seguinte, a intersecção das vozes e das experiências de Gilberto Icle, Luciana Paludo e Cibele Sastre, registra relatos pessoais e reflexões analíticas sobre as artes da cena, chamadas pelos autores de “artes da presença”. Essas conectariam

diferentes

tempos,

experiências,

memórias

e

percepções, todas reunidas pela ideia de Educação Somática. Tal reflexão plural propõe a desafiadora presença do corpo e do intelecto no presente, evitando as recorrências do passado ou as 14


projeções do futuro, constituindo-se como um simples “ser” na cena e na vida. Para Icle, Paludo e Sastre, é menos separar as três instâncias temporais e mais valorizar a noção de “continuidade”, justamente o que desperta a mente do artista (ator, bailarino ou performer) para a sua concentrada presença física e mental. Elcio Rossini apresenta a noção – conceito e procedimento – de “tarefa” a partir de Anna Halprin. Em seu texto, Rossini propõe o pensamento da coreógrafa como uma modalidade e também como uma estratégia para improvisação. Há nas tarefas de Halprin, a dialética, o limite e a abertura, cujas polaridades estabelecem um espaço de criação, questionando assim o limite da fronteira arte e vida. Além disso, a noção de tarefa permite novas compreensões sobre as questões do corpo, da coreografia, da performance e da arte contemporânea.

Apresentação

A discussão avança com uma análise da obra e da arte de Pina Bausch, escrita por Marcelo de Andrade Pereira, focando naquilo que o autor denomina de “espacialidade dos afetos”. Fazendo coabitar dois eixos que parecem paradoxais, um material outro subjetivo, Pereira interpreta a obra da encenadora alemã como precursora de uma arte que evidencia a presença tanto dos corpos físicos quanto das afetividades individuais. Nos termos de Pereira, a obra de Bausch “distorce” e “excede” os limites comumente associados à mimese do movimento e as fronteiras entre as artes. Trata-se de uma dança-teatro – “não é nem teatro e nem dança” – que objetiva evocar em cena os sentimentos, as experiências e os corpos dos indivíduos bailarinos, presentificados em cena por seus movimentos, por suas vozes, por seus gestos, por suas diferentes origens, experiências, afetos. Encerramos este primeiro volume integrando o movimento cíclico, presente no corpo, na vida e na arte. Rastreando e aproximando a prática mental e corporal da “Askhesis” no contexto greco-latino, Cassiano Sydow Quilici discute, a partir de um diálogo entre Foucault e Hadot, os “cuidados de si” que perpassaram a história ocidental. Primeiramente, há o contraste entre o “exercício” 15


grego que busca um aprimoramento do eu corporal em relação à “ascese” cristã que apregoa dicotomicamente o afastamento do corpo e o aprimoramento da alma. A partir dessa discussão, Quilici articula a importância de diferentes tipos de “ascese” para o trabalho corporal do artista cênico, em especial no contexto da arte performática. Por essa via, revisitamos a história do Ocidente, da antiguidade até a contemporaneidade e de volta à sua relação ancestral, refletindo sobre o corpo cujas compreensões mudam em diferentes discursos e expressões artísticas. Em Discursos do Corpo na Arte, os diferentes autores discutem sobre os limites e as complexidades da compreensão racional quando o tema proposto é o corpo, seja ele nas artes ou nas ciências. São investigações singulares, preocupações teóricas e gestos analíticos, experiências estéticas que mantêm, todavia, um sentido comum: compreender a importância – a partir da sua potência viva – tanto da materialidade psicofísica quanto da percepção estética nas reflexões produzidas sobre o passado e o presente no corpo.

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17

Apresentação


Arthur Belloni possui Doutorado e Mestrado em Artes (Área de concentração Artes Cênicas), ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). É graduado em Artes Cênicas (habilitação em Direção Teatral) pela ECA/USP. Docente do Depto. de Artes Cênicas do Centro de Artes e Letras (CAL) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Integrante do Grupo de Investigação do Desempenho Espetacular (GIDE). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Teatro Performativo e Direção/Operação Teatral. Recentemente, deu início a sua pesquisa de Pós-Doutoramento no âmbito do Universidade do Minho- Portugal. Cassiano Sydow Quilici é professor livre-docente na área de Teorias do Teatro e da Performance pelo Instituto de Artes da UNICAMP. Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (1981), mestrado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas pela Universidade Estadual de Campinas (1992) e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002). Atualmente é professor da Universidade Estadual de Campinas e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Teatro, atuando principalmente nos seguintes temas: pedagogia do ator e da performance, Antonin Artaud, diálogos entre artes cênicas e culturas orientais. 256


Cibele Sastre é bacharel e mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, doutoranda em Educação pela mesma universidade, professora adjunta na Universidade Luterana do Brasil no curso de Licenciatura em Dança. É especialista em Consciência Corporal – Dança e CMA – Analista de Movimento certificada pelo Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies em Nova York através de Bolsa Virtuose do Ministério da Cultura. Bailarina, coreógrafa, diretora do Grupo de Risco, integrante do Coletivo de Dança da Sala 209 e do Arteria – artistas de dança em colaboração.

Daniel Tércio estudou Filosofia (UL), Artes Plásticas (ESBAL) e História da Arte (UNL). Foi bolsista do serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian durante o biénio 1994/95. Em 1997, concluiu o Doutoramento em Motricidade Humana-Dança na FMH.

Publicou a obra “Dança e Azulejaria no Teatro do

Mundo”. Para além de numerosos artigos publicados em Portugal e no estrangeiro, é autor de obras de ficção e tem participado em projetos performativos e de formação artística, numa perspectiva transdisciplinar. Atualmente, é Professor Associado na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa.

257


Elcio Gimenez Rossini é doutor em Poéticas Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS. Possui PósDoutorado em Museologia Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação UFMG. Atualmente, é professor adjunto do Departamento de Artes Cênicas da UFSM. Artista plástico, diretor teatral e cenógrafo, explora em seus trabalhos diferentes meios e procedimentos para tratar o tempo e as relações entre forma e ação. Enéias Farias Tavares é professor adjunto no Departamento de Letras Clássicas e Linguística do curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria. Tem desenvolvido pesquisa sobre literaturas grecolatinas, poesia romântica e unidade corpo/mente na arte ocidental. Sua tese de doutorado, “‘As Portas da Percepção’: Texto e Imagem nos Livros Iluminados de William Blake”, pesquisou a produção e a interpretação da poesia e da pintura do artista inglês. Atualmente, prepara uma tradução comentada de Matrimônio de Céu e Inferno. Ao lado de Mariane Magno, coordena o Grupo de Pesquisa “Corpo, Imagem e Imaginação”. Gisela Reis Biancalana é professora adjunta do Departamento de Artes Cênicas; membro permanente e coordenadora substituta do Programa de Pós Graduação em Artes Visuais; coordenadora do Curso de Bacharelado em Dança vinculados ao Centro de Artes e Letras da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM. Líder do Grupo de Pesquisas Performances: arte e cultura junto ao CNPQ. 258


Gilberto Icle é graduado em Teatro, Mestre e Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul onde é professor no Programa de Pós-graduação em Educação, no qual coordena o GETEPE-Grupo de estudos em educação, teatro e performance e, ligado a esse, a UTA-Usina do Trabalho do Ator, grupo de investigação e produção de espetáculos. É editor-chefe da Revista Brasileira de Estudos da Presença (www.seer.ufrgs.br/ presenca) e autor de diversos artigos no Brasil e exterior, além dos livros Teatro e Construção de Conhecimento, pela Editora Mercado Aberto; O ator como xamã, pela Editora Perspectiva; e, Pedagogia Teatral como cuidado de si, pela Hucitec. Kathrin Rosenfield possui graduação em Letras pela Université de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1981), mestrado em Antropologia Histórica pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (1981) e doutorado em Ciência da Literatura pela Universidade de Salzburg (19 84). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É autora dos livros Antígona de Sófocles (Topbooks, 2006), Desenveredando Rosa (Topbooks, 2006) e Estética (Zahar, 2006).

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Luciana Paludo é bacharel e licenciada em Dança pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e Fundação Teatro Guaíra; especialista em Linguagem e Comunicação pela Universidade de Cruz Alta; mestre em Artes Visuais e doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instituição na qual é Professora do Curso de Licenciatura em Dança. É bailarina e diretora do Mimese Cia de dança-coisa e atuante no Coletivo de Dança da Sala 209, em Porto Alegre.

Marcelo de Andrade Pereira é graduado e mestre em Filosofia; é mestre e doutor em educação. Atua como professor na Universidade Federal de Santa Maria. Está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSM, na linha de pesquisa Educação e Artes. Conta com várias publicações nas áreas de educação e artes, entre elas vale destacar: Usina do Trabalho do Ator: (des)caminhos da criação, publicado pela Revista Brasileira de Estudos da Presença; Performance e Educação: relações, significados e contextos de investigação, pelo periódico Educação em Revista. 260


Mariane Magno, atriz, diretora, bailarina e trapezista, é docente do DAC - UFSM e atua nos cursos Bacharelados em Artes Cênicas Interpretação e Direção. No doutorado A imaginação do ator, um voo indizível - Artes UNICAMP investigou certos processos empíricos da imaginação do ator, trabalhada como ordenadora da presença cênica - ator, tempo e espaço-. O trabalho resultante do processo criativo denominado não-ator gerou um outro olhar sobre a encenação, denominado não-direção. Coordena o Laboratório de Estudos Rítmicos LESRIT- UFSM que conta com a co-orientação do Prof. Dr. Gilmar Goulart do Departamento de Música. Lidera com o Prof. Dr. Enéias Tavares o Grupo de Pesquisa Corpo, Imagem e Imaginação CAL-UFSM. Pesquisa, no trabalho do ator, o corpo treinado e sensível como território do inconsciente criador; e no trabalho do diretor a ‘não-direção’. Sara Lopes, atriz e vocalista, residente em Campinas desde 1971, tornou-se docente da Unicamp em 1987. Atuou junto à graduação e pós-graduação a partir de 1998, especializando-se no trabalho vocal do ator, área em que desenvolveu seu mestrado, doutorado e livre-docência. 261


Organização do Livro Enéias Farias Tavares Gisela Reis Biancalana Mariane Magno

Textos Kathrin Rosenfield Sara Lopes Daniel Tércio Enéias Farias Tavares Mariane Magno Arthur Belloni Gisela Reis Biancalana Gilberto Icle Luciana Paludo Cibele Sastre Elcio Rossini Marcelo de Andrade Pereira Cassiano Sydow Quilici

Projeto Editorial e Edição de Imagens Natalia Lassance


Espaรงo reservado para a


p. 08. Composition of Heads and Hands. Auguste Rodin. Digital. Disponível em: ht tp://de-lusionsofgrandeur.org/#Composition-of-Heads-andHands-from-Burghers-of-Calais p. 17. Antígona, de Sófocles. Direção de Luciano Alabarse. Foto de Flávio Wild. p. 35. Echo of a Screan. David Alfaro Siqueiros. Digital. Disponível em: http://www.wikipaintings.org/en/david-alfaro-siqueiros/echo-of-ascream-1937 p. 50. As 11 mil virgens santas. Relicários na capela lateral da Igreja de São Roque, Lisboa. Foto de Daniel Tércio. p. 68. Jerusalém, Lâmina 24. William Blake. Digital. Disponível em: http://www.blakearchive.org/exist/blake/archive/object.q?objectid =jerusalem.e.illbk.25&java=no p. 114. Exercício n. 2. Direção: Mariane Magno. Atuação: Clarissa Moser. Fotografia: Alice Dalgalarrondo.


p. 146. Quad, de Samuel Beckett, Artsaha! 2006. Foto de Molly Fitzpatrick. Digital. Disponível em: http://www.dasplatforms.com/superpaper/beckett-and-the-visual-arts/ p. 170. Tempo Encarnado: Minha Velha. Performance de Tatiana Barrios Vinadé. Foto de Gisela Reis Biancalana. p. 192. Um corpo bem de perto. Concepção e interpretação de Luciana Paludo. Foto de Laércio Sulczinski. p. 212. Figuras e Fantasmas. Performance criada a partir da tarefa de vestir roupas e objetos de várias maneiras e ficar em exposição. Autor: Elcio Rossini. Foto de Juliermis Messias de Araú. p. 232. Nelken, Pina Bausch. Foto de John Ross. Digital. Disponível em: http://www.ballet.co.uk /magazines/yr_09/jul09/obituar y_pina _ bausch_0609.htm#bigpic p. 246. Um corpo bem de perto. Composição e interpretação de Luciana Paludo. Foto de Antonio Carlos Cardoso.




O LIVRO DISCURSOS DO CORPO NA ARTE FOI COMPOSTO COM A TIPOGRAFIA ALTE HAAS GROTESK, POR NATALIA LASSANCE, E IMPRESSO EM PAPEL OFFSET 120G, PELA EDITORA DA UFSM, EM MAIO DE 2013.




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