Revista Theotokos 09

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Paróquia Santa Maria – Demarchi – São Bernardo do Campo

Edição 9 | Outubro e Novembro de 2015


Somos cidadãos do céu!

Expediente A revista THEOTÓKOS é uma publicação bimestral da Paróquia Santa Maria e produzida pela Pastoral da Comunicação Rua Albino Demarchi, 1233 - Demarchi São Bernardo do Campo – SP – Tel.: (11) 4347-7999 Endereço para correspondência: Rua João Morassi, n° 40 – Demarchi – São Bernardo do Campo - SP Pároco Padre Gonise Portugal da Rocha Jornalista responsável Lígia Valezi da Silva (Mtb 72617) Projeto gráfico e diagramação Nathália Araújo e Thaís Araújo Revisão Giovanna Roggi Comercial / Financeiro Celia Beghini Barrionuevo Impressão MM Produções Gráficas Tiragem 2.000 exemplares Colaborou com esta edição: Pastoral do Dízimo e Anna Karlla do Nascimento Pedro (Anuncie Aqui) Horário das Missas Paróquia Santa Maria Domingos: 7h, 10h e 18h Segundas, quintas e sextas-feiras: 19h Sábados: 15h Capelas Imaculado Coração de Maria e Nossa Senhora de Fátima Domingos: 8h30 Terças-feiras: 19h Comunidade Vila das Valsas Sábados: 19h30 Expediente da Secretaria Terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h Sábado, das 8h às 11h www.paroquiasantamariasbc.com.br santamariademarchi@gmail.com : santamariademarchi

Irmãos e irmãs, o dia solene de todos os Santos e Santas de Deus é o dia em que renovamos e professamos, com particular sentido e alegria, a nossa fé, dizendo: “Creio na Igreja Santa”! Na verdade, a santidade é uma característica presente, desde o início, na consciência dos primeiros cristãos, que se chamavam simplesmente “os santos” (cf. At 9, 13.32.41; Rom 8, 27; 1 Cor 6, 1), pois tinham a certeza de que a Igreja é obra do Deus Santo! Mas cabe-nos perguntar: em que sentido a Igreja é santa, se vemos que Ela, no seu caminho, ao longo dos séculos, enfrentou tantos momentos obscuros? Como pode ser santa uma Igreja feita de seres humanos pecadores? Para responder a esta pergunta, escutemos o Apóstolo Paulo quando nos diz que “Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para a santificar” (Ef. 5, 25-26). E isto significa que a Igreja é santa, porque procede de Deus que é santo, de Deus que lhe é fiel e não abandona a sua Igreja ao poder da morte e do mal (cf. Mt16, 18). É santa, porque Jesus Cristo, o Santo de Deus (cf. Mc 1, 24), se une a Ela de modo indissolúvel (cf. Mt 28, 20); é santa, porque se deixa guiar pelo Espírito Santo que purifica, transforma e renova. Na história da Igreja houve aqueles que afirmavam: a Igreja é só a Igreja dos puros, daqueles que são totalmente coerentes, e os outros devem ser afastados. Isto é uma heresia! A Igreja, que é santa, não rejeita os pecadores; ela chama todos a deixar-se abraçar pela misericórdia, ternura e perdão do Pai, que oferece a todos a possibilidade de encontrá-Lo e caminhar rumo à santidade. “Mas padre, sou um pecador, cometi grandes pecados, como posso sentir-me parte da Igreja?”. Amado irmão, querida irmã, é precisamente isto que o Senhor deseja, que tu lhe digas: “Senhor, eis-me aqui com os meus pecados!”. Algum de vós está aqui sem os próprios pecados? Ninguém! Nenhum de nós! A Igreja oferece a todos a possibilidade de percorrer o caminho da santidade, que é a vereda do cristão: faz-nos encontrar Jesus Cristo nos Sacramentos, especialmente na Confissão e na Eucaristia. Então, interroguemo-nos: deixamo-nos santificar? Somos uma Igreja que chama e recebe de braços abertos os pecadores, que incute coragem e esperança, ou somos uma Igreja fechada em si mesma? Uma última pergunta: o que posso fazer eu, que me sinto débil, frágil, pecador? Deus te diz: não tenhas medo da santidade, não tenhas medo de apostar alto, de te deixares amar e purificar por Deus, não tenhas receio de te deixares guiar pelo Espírito Santo. Deixemo-nos contagiar pela santidade de Deus. Cada cristão é chamado à santidade (cf LG, 39-42); e a santidade não consiste antes de tudo em fazer coisas extraordinárias, mas em deixar Deus agir. Há uma frase célebre do escritor francês Léon Bloy. Nos últimos momentos da sua vida, ele dizia: “Só existe uma tristeza na vida, a de não ser santo”. Queremos ser santos? O Senhor espera-nos de braços abertos para nos acompanhar ao longo deste caminho da santidade! Vamos adiante, com alegria!

Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco


O ¹Cântico das Criaturas , recitado por Francisco de Assis, é a expressão mais clara do homem salvo e reconciliado com todas as coisas. Este cântico, chamado também de Cântico do Irmão Sol, é a obra mais célebre de São Francisco de Assis. Foi composto em um momento de enfermidade pelo qual o santo passava às vésperas da sua morte. Exprime com uma tal profundidade e entusiasmo o sentido de pertencer à Criação de Deus. Francisco deseja pronunciar o louvor do Altíssimo. Ele, ao cantar ao Senhor Altíssimo, confraterniza-se com as criaturas, com os próprios elementos materiais. Toda a criação aparece a seus olhos como uma imensa sinfonia de amor, como espetáculo eloquente e louvável que revela Jesus Cristo, o irmão “primogênito de muitas criaturas”. Chamava todas as criaturas pelo nome de irmão e irmã, intuindo-lhes o segredo de modo admirável e superior a qualquer outro homem porque tinha conquistado a liberdade da glória reservada aos filhos. São Francisco tinha uma amizade com todas as criaturas, amizade esta que lembra nosso estado de inocência primitiva. Pela piedade, sentia grandíssima atração para com as criaturas. São Francisco instaura uma relação nova com a criação. Não quer possui-las ou dominá-las, mas chama-as pelo nome, convidando-as a render louvores a Deus, que as revestiu de beleza e de bondade. Põe-se livremente a seu serviço por amor do Senhor que as Criou e nelas se revela. A encíclica do Papa Francisco é lançada em um momento importante para a vida humana. O Papa chama a todos à responsabilidade, a cooperar na restauração de nossa Casa Comum que é o Planeta. O nome da encíclica (Laudato Si’) foi inspirada na invocação de São Francisco de Assis quando, no leito da morte, louva ao Senhor por todas as Criaturas, chamando-o de Cântico das Criaturas. No Cântico, recordamos que toda a criação é nossa irmã e nosso irmão. O pontífice nos chama atenção para o clamor da irmã Terra, que clama contra o mal (2) . Mal esse que é ressaltado, cometido por nós. É interessante que o Papa coloca as dores e o clamor dos pobres e abandonados no mesmo nível que as dores da Terra, que também é explorada, saqueada e devastada (2). Tudo que está ao nosso redor não nos é indiferente. Por isso, o Papa Francisco, quando escreve a encíclica, não a escreve apenas aos Cristãos Católicos, mas a todos que habitam o planeta. A Igreja entra em diálogo com todos, independentemente da crença religiosa, nação e raça. Francisco escreve acima de tudo a todos os moradores dessa Casa Comum. O Pontífice utiliza como fontes os documentos da Doutrina Social da Igreja de seus antecessores: São João XXIII, Beato Papa Paulo VI e São João Paulo II. Por que o Papa nos chama atenção hoje para a problemática do meio ambiente? É porque hoje se torna clara e evidente que a crise, pela qual o planeta passa na atualidade, é consequência dramática

da atividade descontrolada do ser humano como já afirmava o Beato Papa Paulo VI (4). Por isso, é preciso uma mudança radical no comportamento da humanidade. É preciso, urgentemente, uma mudança de mentalidade com referência à nossa casa comum, que cada um assuma a responsabilidade junto àquilo que acontece com a criação. A destruição do ambiente humano é um fato muito grave, porque, por um lado, Deus confiou o mundo ao ser humano e, por outro, a própria vida humana é um dom que deve ser protegido das várias formas de degradação (5). Somos convocados a uma mudança radical de vida (5). É preciso quebrar paradigmas, principalmente em uma cultura consumista. De um modo geral, o Papa Francisco ajuda a percebermos que nesse modo de produção e consumo que se vive, onde, estabelecemos nosso estilo de vida, não podemos identificar o planeta como Casa Comum como objeto de exploração. Vários fatores levam a destruição dessa Casa Comum. Entre eles, está a estrutura econômica mundial, a política neoliberal, uma vez que a degradação da natureza está ligada à cultura que molda a convivência humana (6). Entre as várias denúncias que o Papa Francisco faz, ele propõe um desafio: a busca de um desenvolvimento sustentável e integral (13). Por isso, esta carta encíclica é inserida no Magistério Social da Igreja. A Carta é constituída de seis capítulos e a conclusão é composta com duas orações. Celebrando São Francisco de Assis, somos convidados a refletir nossa relação com todas as criaturas. Francisco de Assis continua sendo irmão menor de todas elas. Caríssimos Irmãos e Irmãs, que nesse mês, deixemo-nos interpelar por esse clamor que não espera. Para isso, precisamos de atitudes rápidas e inadiáveis para reconduzir a todos à compreensão de Casa Comum. Um desafio que não é fácil, mas é preciso que seja enfrentado urgentemente. “Deus Onipotente [...] ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita” (Oração pela nossa terra). A exemplo de Francisco de Assis e do Papa Francisco ousemos viver o Evangelho. ¹ Cf. Verbete Canto, cântico. Dicionário Franciscano. Petrópolis, RJ: Vozes e CEFEPAL, 1993. ² A numeração em parêntese refere-se ao número do parágrafo da Carta Encíclica.

REVISTA THEOTÓKOS - 03 -

Frei Alessandro Rodrigues Ordem dos Frades Menores Conventuais


Em nossa paróquia, como também em todas as Igrejas, a Pastoral Familiar mostra a família como o “centro” da vida, com base nas atuais diretrizes da Ação Evangelizadora, contribuindo para a família ser de fato um lugar da realização humana na santificação da experiência de paternidade, maternidade e filiação, mostrar o quanto ela é importante para o desenvolvimento das pessoas e da sociedade nos dias atuais, agindo com fé e educação contínua, refletida nos ensinamentos do magistério sempre à luz do Evangelho. As principais ações da Pastoral Familiar são: • Preparar o casal para a vida matrimonial; • Resgatar valores perdidos para a vida familiar como diálogo e entendimento; • Acolher toda e qualquer realidade familiar; • Despertar a família para o papel educador; • Trabalhar para o crescimento da espiritualidade familiar. Essa pastoral é um setor muito importante da nossa Igreja e é formada por equipes de casais que buscam promover o respeito e a dignidade das pessoas. Além disso, por meio das ações pastorais buscam realizar uma evangelização atualizada e correta da família diante da realidade social. Estes agentes pastorais estarão em contato mais direto com as famílias acompanhando, orientando, buscando novas esperanças e soluções para os problemas enfrentados, acolhendo com amor e simplicidade, oferecendo ajuda e apoios necessários para uma boa formação antes e depois do casamento para todas as famílias, mesmo aquelas que se encontram em segunda união, desestruturadas e incompletas. São as equipes paroquiais da Pastoral Familiar que servindo a Igreja assumem a missão evangelizadora enfrentando grandes desafios com um programa de vida correto e verdadeiro, visando defender três grandes e importantes setores da sociedade: • A dignidade da pessoa humana; • O sacramento do matrimônio; • A inviolabilidade da vida e da família.

Toda família é uma fonte de vida, e a Pastoral Familiar é o esforço da Igreja de conscientizar a todos sobre a importância de viver em família com base no amor cristão, e nesta ação Evangelizadora, contribuir para o desenvolvimento das pessoas e da sociedade, vivendo em forte unidade de harmonia e solidariedade. É no espírito familiar que a nossa pastoral convida a todos os irmãos e irmãs para os encontros das quintas-feiras após a Missa das 19h em nossa matriz paroquial. A Família é o valor maior que temos na vida, nosso maior patrimônio e fortaleza, é a vida e alegria que nos impulsiona e nos dá esperança em busca da felicidade completa. Não desista nunca da família porque nada pode superar o verdadeiro amor, nada é melhor do que amar e ser amado. COMISSÃO DA PASTORAL FAMILIAR ARI E FÁTIMA (matriz paroquial) FÁBIO E JULIANA (matriz paroquial) DICO E LUZIA (capela Imaculado Coração de Maria) SILVANO E GISELE (capela Nossa Senhora das Graças) ALBERTO E CRISTINA (capela Imaculado Coração de Maria) ESTEBAN E MARIA DAS GRAÇAS (matriz paroquial)

REVISTA THEOTÓKOS - 04 -

Sérgio Monteiro Gomes Ministro extraordinário da Comunhão e membro da Pastoral da Comunicação


A Ordem é o sacramento, graças ao qual, a missão confiada por Jesus Cristo a seus apóstolos continua a ser executada na Igreja até o fim dos tempos. É, portanto, o sacramento do mistério apostólico. Comporta três graus: o diaconato, o presbiterado e o episcopado. Por que o nome é sacramento da Ordem? A palavra ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam. “Ordenatio” (ordenação) designa a integração num “ordo” (ordem). Na Igreja, há corpos constituídos que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura, chama, desde os tempos primitivos de “taxeis” (em grego – pronuncia-se “tacseis”) de “ordines” (em latim). Por exemplo, a liturgia fala do “ordo episcoporum” (ordem dos bispos), do “ordo diaconorum” (ordem dos diáconos). Outros grupos recebem também este nome de “ordo”, como por exemplo, os catecúmenos, as virgens, os esposos e as viúvas. A integração em um desses corpos da Igreja era feita por um rito chamado “ordinatio”, ato religioso e litúrgico que constituía numa consagração, numa benção ou num sacramento. Hoje, a palavra “ordinatio” é reservada ao ato sacramental que integra na ordem dos bispos, presbíteros e diáconos, e que transcende uma simples eleição, designação, delegação ou instituição pela comunidade, pois confere um dom do Espírito Santo que permite exercer um “poder sagrado” (sacra potestas) que só pode vir do próprio Cristo, por meio de sua Igreja. Os três graus do sacramento da Ordem O ministério eclesiástico, divinamente instituído, é exercido em diversas ordens pelos que desde a antiguidade são chamados de bispos, presbíteros e diáconos. A doutrina católica expressa na liturgia, no magistério e na prática constante da Igreja, reconhece que existem dois graus de participação ministerial no sacerdócio de Cristo: o episcopado e o presbiterado. O diaconato se destina a ajudá-los e a servi-los. A ordenação episcopal Entre aqueles vários ministérios, que desde os primeiros tempos são exercidos na Igreja, conforme atesta a Tradição, o lugar principal é ocupado pelo múnus daqueles que, constituídos no episcopado, conservam a semente apostólica por uma sucessão que vem ininterrupta desde o começo. Para desempenhar sua missão, “os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com especial efusão do Espírito Santo, que desceu sobre eles. E eles mesmos transmitiram a seus colaboradores, mediante a imposição das mãos, este dom espiritual que chegou até nós pela sagração episcopal”.

consagração e missão, por meio dos apóstolos, de quem são sucessores. Os bispos transmitiram legitimamente o múnus de seu ministério em grau diverso a pessoas diversas na Igreja. O múnus de seu ministério foi por sua vez confiado em grau subordinado aos presbíteros, para que – constituídos na ordem do presbiterado com o fito de cumprir a missão apostólica transmitida por Cristo – fossem os colaboradores da ordem episcopal. O ofício dos presbíteros, por estar ligado à ordem episcopal, participa da autoridade com que o próprio Cristo constrói, santifica e rege seu corpo. Por isso, o sacerdócio dos presbíteros, supondo os sacramentos de iniciação cristã, é conferido por meio daquele sacramento peculiar mediante o qual os presbíteros, pela unção do Espírito Santo, são assinalados com um caráter especial e assim configurados com Cristo sacerdote, de forma a poderem agir em nome de Cristo, cabeça em pessoa. Ordenação dos diáconos “para o serviço” No grau inferior da hierarquia encontram-se os diáconos. São-lhes impostas as mãos “não para o sacerdócio, mas para o serviço”. Para a ordenação ao diaconato, só o bispo impõe as mãos significando assim que o diácono está especialmente ligado ao bispo nas tarefas de sua “diaconia”. Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. São marcados pelo sacramento da Ordem com um sinal (caráter) que ninguém poderá apagar e que os configura a Cristo, que se fez “diácono”, isto é, servidor de todos. Cabe aos diáconos, entre outros serviços, assistir o bispo e os padres na celebração dos divinos mistérios, sobretudo a Eucaristia, distribui a Comunhão, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir os funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade. O rito essencial do sacramento da Ordem consta, para os três graus, da imposição das mãos pelo bispo sobre a cabeça do ordinando e da oração consagratória específica, que pede a Deus a efusão do Espírito Santo e de seus dons apropriados ao ministério para o qual o candidato é ordenado. Este sacramento torna a pessoa semelhante a Cristo por meio de uma graça especial do Espírito Santo, para servir de instrumento de Cristo em favor de sua Igreja. Como no caso do Batismo e da Confirmação, esta participação na função de Cristo é concedida uma vez por todas. O sacramento da Ordem também confere um caráter espiritual indelével e não pode ser reiterado nem conferido temporariamente. Fonte: Catecismo da Igreja Católica

A ordenação dos presbíteros Cristo, a quem o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo 10,36), fez os bispos participantes de sua REVISTA THEOTÓKOS - 05 -

Leonora Robbi Coelho Ministra extraordinária da Comunhão e membro da Pastoral do Batismo


REVISTA THEOTテ適OS - 06 -


REVISTA THEOTテ適OS - 07 -


Eu me chamo Maria de Lourdes Ribeiro, sou intercessora na Paróquia Santa Maria e participo do coral e do grupo de oração. Casei-me em 29 de setembro de 1979. Permaneci casada por 25 anos, tive dois filhos: o Ricardo e o Rafael. Na semana de comemorar as Bodas de Prata meu esposo pediu a separação, pois a traição entrou em nosso lar. Eu nunca pensei que passaria por esta experiência, pois aprendi com meus pais que casamento era para a vida toda. Meu esposo nunca gostou de diálogo. Quando ele me chamou para conversarmos ao lado dos nossos filhos foi para dizer que iria embora. Ali terminou a conversa, lá se desfazia mais uma família. Fiquei sem chão com dois adolescentes, um tranquilo, o outro rebelde. O caçula se envolveu com pessoas erradas, passava noites fora de casa e chegava pela manhã. Tinha muitas amizades, saía de moto, carro, ia para baladas, música, funk. Por mais que nós conversássemos, não adiantava. A luta só estava começando. O menino era lindo, educado, fez catequese, crisma. Eu já não sabia mais o que fazer, já não conhecia mais o meu filho. E então, o que eu mais temia aconteceu: a droga também entrou em meu lar. Houve muitas noites traiçoeiras, esperando meu filho chegar. Ia ao quarto dele, a cama arrumada, o quarto vazio. A minha solução era pedir ajuda a Nossa Senhora. Com o terço nas mãos e muitas vezes chorando, pedia para ela trazê-lo para casa. Este meu filho ficou dez anos perdido nesta vida desregrada. Meu filho mais velho estava trabalhando fora de casa. O Rafael e eu ficávamos em casa, e as coisas só piorando. De repente o caçula passou 30 dias fora de casa sem falar onde estava. E eu com o terço na mão pedia socorro para Nossa Senhora. O que eu mais temia aconteceu: meu filho foi preso. O desespero tomou conta de mim. Agora era Deus e eu. Parei toda minha vida para visitar meu filho no interior de São Paulo. Pegava dois ônibus e um táxi para chegar ao local. Preparava a comida para almoçar com ele. Saía com as sacolas nos ombros, passando calor, frio, fome, chuva. Ficava sentada das 8h às 21h, ou seja, o dia todo. A luta era grande para um soldado pequeno. Com o terço na mão eu rezava e pensava em Romanos 8,28 “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”. E assim se passaram quatro anos.

Meu filho mais velho ficou doente, com dor de cabeça. Socorri meu filho para o hospital. Foi diagnosticado meningite. Após quatro dias ele faleceu. E eu pensava ‘E agora, Meu Deus? Um filho preso e o outro no velório’. Sentia-me como Nossa Senhora aos pés de Jesus morto. Mesmo vivendo tudo isso, eu providenciei uma roupa bem bonita para o meu filho, o caixão, as frases das coroas, papéis, velório, tudo. Eu rezei e cantei para o meu filho. Ali estava o meu companheiro, aquele que me ajudava, que me levava na rodoviária para visitar o outro filho preso. Mais uma vez eu estava sozinha com o coração ferido. A tristeza tomou conta de mim. Eu não podia enfraquecer e pensava em Isaías 35,4 “Dizei àqueles que têm o coração perturbado: ‘Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus!’”. E Deus me dava força e coragem porque o outro filho estava a minha espera. Pedi a Deus que colocasse uma moça de fé na vida do meu filho. E Deus me atendeu. Ela também me ajudou a carregar parte desta cruz. Hoje, eles estão de casamento marcado e agradeço a Deus por isso. Passados quatro meses do falecimento do Ricardo, a minha mãe também veio a falecer. O meu coração estava machucado, ferido como o de Nossa Senhora das Dores, mas nos momentos de minha fraqueza, Deus me revestia de força e paz. Esta é a minha história, minha vida. Agradeço a Deus as orações dos amigos de comunidade. A equipe de intercessão, o grupo de oração, coral e demais amigos. Agradeço a Deus por tantos anjos que me ajudaram. Hoje, posso dizer com toda certeza: Tudo posso naquele que me fortalece. Hoje, meu filho Rafael, para honra e glória de Nosso Senhor Jesus Cristo, está convertido. Aquilo que parecia impossível Aquilo que parecia não ter saída Aquilo que parecia ser minha morte, mas Jesus mudou minha sorte Sou um milagre, estou aqui!

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Testemunho relatado a Lテュgia Valezi da Silva Membro da Pastoral da Comunicaテァテ」o e catequista de adolescentes e jovens

REVISTA THEOTテ適OS - 09 -


O que fazer quando a imagem de um santo ou terço quebram? É pecado jogar fora? Se não der para consertar, o costume é de queimá-lo ou enterrá-lo. Não por qualquer qualidade ontológica desses objetos, mas por respeito aos mesmos, dado que receberam a bênção de um sacerdote. E mesmo sem a bênção, só pelo fato de servirem a um fim altíssimo, qual seja o de nos elevar a Deus, faz com que mereçam a mais profunda consideração de nossa parte. Não sendo possível queimar o folheto religioso, os santinhos ou enterrar a imagem quebrada, pode-se colocá-los no lixo, mas o bom senso pede que os envolvamos em um saco plástico, para que evitem o contato com outros materiais. Além disso, é bom destrui-los por completo antes de se desfazer dos mesmos. O que fazer com os ramos obtidos no Domingo de Ramos? Os ramos bentos no domingo de Ramos devem ser guardados com respeito e colocados em algum lugar descente do lar. Servem para proteger os cristãos contra raios e incêndios e para afugentar o demônio. E alguns países fazem-se com eles cruzes pequenas que se cravam nos vinhedos, olivais, hortas e sementeiras, para preservá-los das pestes e saraivadas miúdas. Efetivamente, podem-se usar para todos estes fins, uma vez que são objetos bentos e, como tais, veículos de celestial proteção, bem como indica a liturgia no cerimonial da benção: “Deus eterno e todo-poderoso, abençoai estes ramos, para que, seguindo com alegria o Cristo, nosso Rei, cheguemos por ele à eterna Jerusalém. Por Cristo, nosso Senhor. Amém”. Correntes que chegam por e-mail ou WhatsApp são reais? Algo ruim pode acontecer se não cumprimos o que é proposto? As conhecidas “correntes de oração” – em que as pessoas pedem que se propague a devoção a um santo, sob a pena de maldição e desgraças – saíram dos bancos das igrejas e estão nos meios eletrônicos. Ainda que se admita, benevolamente, que essa iniciativa possa ter nascido com boa intenção – a de fazer crescer o amor a determinado santo – o que se encontra em boa parte dessas correntes é uma realidade chamada superstição.

Superstição vem do latim superstitio, que quer dizer: remanescente, algo que sobrou. O mundo antigo foi evangelizado pelo Cristianismo, mas, infelizmente, em muitos lugares, ficaram resquícios da antiga religião, do paganismo. A superstição é isto: restos de mentalidade pagã na vida de pessoas já convertidas. O Catecismo da Igreja Católica diz que esse pecado contra a virtude da religião acontece quando se atribui “eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que elas exigem”. Quando, por exemplo, um fiel, ao invés de converter-se e abandonar o pecado, acredita que vai se salvar porque usa o escapulário do Carmo, está pondo sua esperança na “materialidade” desta devoção, ao invés de assumir as “disposições interiores” que ela exige. Do mesmo modo, quando se encontra, no banco de uma igreja, papéis lançando maldições caso cópias daquela oração não forem feitas e distribuídas em várias igrejas, não se deve temer. Esses tipos de ameaça certamente não têm lugar na verdadeira religião cristã. Os santos não precisam desse tipo de propaganda negativa para terem sua fama espalhada entre as pessoas. É claro que é importante propagar a devoção e o amor aos santos, pois desse modo, eles podem ser conhecidos e invocados pelas pessoas, além de atuar como suas benfeitoras, do Céu, onde se encontram. Entretanto, essa propaganda não deve ser feita de modo supersticioso. As orações que fazemos devem comportar uma disposição em fazer a vontade de Deus. Quando Jesus nos ensinou a rezar, Ele disse: “seja feita a Vossa vontade”, isto é, a divina, não a nossa. Numa dessas correntes de oração dedicadas a São Judas Tadeu, encontrava-se a seguinte absurdidade: “Eu quero, eu posso, eu faço, eu consigo”. O verdadeiro Cristianismo não é assim. Para que nossas orações sejam atendidas, é preciso que as conformemos à vontade de Deus; que o nosso coração deseje tão somente aquilo que Ele, desde toda a eternidade, quer nos conceder.

REVISTA THEOTÓKOS - 10 -

Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco


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