Theotokos 15

Page 1

Paróquia Santa Maria – Demarchi – São Bernardo do Campo

Edição 15 | Outubro e Novembro de 2016


O que fazer para alcançar a santidade Expediente A revista THEOTÓKOS é uma publicação bimestral da Paróquia Santa Maria e produzida pela Pastoral da Comunicação Rua Albino Demarchi, 1233 - Demarchi São Bernardo do Campo – SP – Tel.: (11) 4347-7999 Endereço para correspondência: Rua João Morassi, n° 40 – Demarchi – São Bernardo do Campo - SP Pároco Padre Gonise Portugal da Rocha Jornalista responsável Lígia Valezi da Silva (Mtb 72617) Revisão Giovanna Roggi Projeto gráfico e diagramação Nathália Araújo e Thaís Araújo Impressão Smart Projetos e Computação Gráfica KWG Gráfica e Editora Tiragem 1.250 exemplares Colaborou com esta edição: Pastoral do Dízimo Horário das Missas Paróquia Santa Maria Domingos: 7h, 10h e 18h Segundas, quintas e sextas-feiras: 19h Sábados: 15h Capelas Imaculado Coração de Maria e Nossa Senhora de Fátima Domingos: 8h30 Terças-feiras: 19h Comunidade Vila das Valsas Sábados: 19h30 Expediente da Secretaria Segunda a sexta, das 8h às 18h Sábado, das 8h às 12h e das 13h às 16h

www.paroquiasantamariasbc.com.br santamariademarchi@gmail.com

: santamariademarchi

Queridos irmãos, no mês de novembro a Igreja Católica celebra a solenidade de todos os santos e santas. Para uma vida de santidade é necessário o contato diário com a santa Palavra de Deus, pois ela nos exorta, ilumina e fortalece na luta contra o pecado. Na tentação do deserto, quando o demônio investiu contra Jesus para tentar vencêlo, Ele o afastou três vezes, com as palavras da Escritura. É uma grande lição para nós: afastar a tentação que nos leva ao pecado, lançando no rosto do tentador a Palavra de Deus. Muitas são as sendas da santidade: o sofrimento oferecido a Deus pela nossa santificação e a dos outros nos leva à santidade. São Francisco de Sales dizia que as melhores penitências não são aquelas que nós escolhemos para cumprir, mas aquelas que Deus permite que nos atinjam no caminhar da vida. Essas devemos aceitar com resignação. Dizia o santo que não é o doente que prescreve o medicamento, mas o médico. Uma vida de trabalho honesto, responsável, incorrupto é outro caminho de santidade. O trabalho é a sentinela da virtude. O mau trabalhador nunca será um bom cristão e um santo. Desde que o pecado entrou no mundo, Deus introduziu nele o trabalho, não como castigo, mas como meio de redenção. Para os leigos, a família é um caminho especial para se viver a santidade. O pai se santifica quando luta pelo sustento do lar, pela educação integral dos filhos; pela fidelidade permanente e total à esposa, quando cumpre perfeitamente seu papel de pai. A mãe, da mesma forma. Como disse São João Paulo II, a família é o “Santuário da Vida”, a “domus ecclesiae” (igreja doméstica), onde se aprende o caminho da virtude, da fé, de Deus e da santidade. Os pais são os primeiros catequistas, diz a Igreja. É no lar que se moldam os santos. Quem não conheceu a Deus no colo da mãe, poderá ser mais tarde um ateu. O caminho mais excelente de santificação é a devoção à Virgem Maria – fazer tudo por Maria, com Maria, em Maria e para Maria – como nos ensinou S. Luiz de Montfort no seu belo “Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Santíssima”. Santo Agostinho disse que Maria é a “forma Dei”; a fôrma onde Deus gera santos. Buscar a santidade sem o auxílio da Virgem Maria é um caminho doloroso, mas com ela é “caminho suave, rápido e seguro”, diz São Luiz de Montfort. Sem a ajuda da Virgem Maria muitos desistiram na caminhada da santidade.

Trechos de um artigo do professor Felipe Aquino selecionados pelo padre Gonise para este editorial


A liturgia da Igreja celebra os principais mistérios da vida de Cristo no decorrer do Ano Litúrgico. Este começa no 1º domingo do Advento, e encerra-se na Solenidade de Cristo Rei. A palavra advento vem do latim adventus, e significa vinda. Assim, o tempo do Advento prepara-nos para “reconhecermos o tempo em que somos visitados” por Deus (Lc 19,44). Este tempo está em íntima unidade com o Natal e a Epifania, a manifestação do Senhor em nossa história concreta. O Advento possui uma dupla característica: a celebração da primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, e a alegre expectativa de aguardá-lo uma segunda vez. Por isso, é dividido em dois momentos: o primeiro, que vai até o dia 16 de dezembro, com textos bíblicos de ordem escatológica e com apelo à coversão; o segundo, que vai até o dia 24 de dezembro, mais alegre, pois se aproxima o Natal, festa do Emanuel, visto que, “Deus está conosco” (Mt 1,23). Os personagens principais do Advento são Isaías, João Batista e a Mãe de Jesus, como diz o Prefácio do Advento II: “Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela Virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por São João Batista”. Apesar do Advento e Quaresma possuírem semelhanças, como a finalidade de preparação para algo maior e a cor litúrgica roxa, são naturamente distintos. A Quaresma tem forte apelo à conversão, enquanto o Advento, mesmo sem excluir o chamado à conversão, é mais festivo e de alegre expectativa. Por isso, alguns liturgistas sugerem o uso da cor violeta no Advento para fazer essa diferenciação. Não podemos esquecer que o Mistério Pascal é o centro da vida

cristã, enquanto a Encarnação, preparado pelo Advento, vem em segundo lugar. No entanto, todos os tempos do Ano Litúrgico estão interligados, assim como num organismo, um membro depende do outro. No Advento, recomenda-se que os instrumentos musicais e a ornamentação do altar sejam moderados, para não antecipar a grande alegria do Natal. Porém, no 3º Domingo, o Gaudete, (alegrai-vos), esta recomendação se atenua, por isso, opcionalmente, a cor litúrgica pode ser o róseo, porque se aproxima o nascimento do menino Jesus. A coroa do Advento, por sua vez, é um elemento pedagógico, que se originou na piedade popular. Os livros litúrgicos não a mencionam, porém, adentrou na liturgia com grande aceitação. Como não existem orientações litúrgicas sobre a Coroa, as cores das velas podem ser todas brancas ou coloridas. O mais importante é perceber que, com o progressivo acender das suas quatro luzes, domingo após domingo, até a solenidade do Natal, faz-se memória das várias etapas da história da Salvação antes de Cristo e símbolo da luz profética que ia iluminando a noite da expectativa, até o surgimento do Sol de justiça, Jesus Cristo (Lc 1,78). Que a Palavra de Deus, as Novenas de Natal, a Campanha para a Evangelização e a confissão sacramental, ajudem-nos a receber “a luz verdadeira que ilumina todo homem” (Jo 1,9).

REVISTA THEOTÓKOS - 03 -

Rudnei Sertorio Seminarista


Quando escutamos falar em política, nossa primeira reação é dizer: “não quero nem saber! Não tenho nada a ver com isso”. Aí é que nos enganamos. A política tem tudo a ver conosco, e isso pode ser verificado no nosso dia a dia, principalmente hoje que atravessamos uma grande crise política. Se reclamamos de falta de escola de atendimento médico, falta de emprego, aumento da inflação, aumento da criminalidade, tudo isso está ligado à política, seja municipal, estadual ou federal, independente do partido. Nós que escolhemos nossos representantes: vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes. Todos dependem de nossos votos. Então, se queremos mudar alguma coisa em nosso país, devemos querer saber de política para podermos escolher nossos representantes de maneira diferente do que fazemos hoje. Não podemos escolher o candidato esperando algum benefício em troca. De modo geral, salvo exceções, vemos a política como algo que pode me ajudar em alguma dificuldade particular que eu venha a ter, por exemplo: arrumar uma vaga na escola, uma consulta médica, uma internação, um remédio, o acerto de uma reforma, qualquer coisa desse tipo, estabelecemos como uma troca: espero receber alguma coisa, então voto em alguém. Por isso, que nessa época, normalmente, vemos um milhão de promessas que nunca serão cumpridas. Então o que significa mudar esse modo de ver a política? Seria votar em alguém não porque ele me fez ou prometeu que vai fazer algo por mim ou pelo grupo que participo, mas votar em alguém que vai fazer algo pela comunidade pela cidade, pelo país. O político tem de fazer por todos, e o que ele faz não é nenhum favor, é obrigação. É função dele nos representar e buscar o que seja melhor para todos, pois ele é eleito não para cuidar só dos que o elegeram, mas, uma vez eleito, deve olhar por todos. É bom deixar claro que não podemos generalizar. Como em todas as funções, temos

bons e maus, e com certeza temos políticos com boas intenções, pessoas que realmente querem o bem da coletividade. Por isso, é fundamental a participação da Igreja no processo político. Obviamente a Igreja não pode ter partido e muito menos indicar em quem devemos votar. A função desta é a de esclarecer aos fieis sobre a importância da participação do processo político de pessoas que sejam do bem, que tenham realmente um sentimento de cristão de fazer o que seja melhor pelo povo. Ver no outro não um voto, mas sim um irmão, um filho de Deus que deve ter sua dignidade respeitada. A Igreja deve orientar e motivar os fiéis a exercerem sua cidadania de forma eficiente, pois para que eu seja um bom cristão tenho necessariamente que ser um bom cidadão. O próprio Papa Francisco exprime essa necessidade quando questionado num encontro com jovens estudantes jesuítas em 2013: “Envolver-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós cristãos não podemos brincar de Pilatos, lavar-nos as mãos. Devemos envolver-nos na política, porque a política é uma das formas mais altas da caridade, porque procura o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar em política. Você me dirá: Não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre! A política é demasiadamente suja, mas é suja porque os cristãos não se envolveram com o espírito evangélico. É fácil dizer: culpa daquilo… Mas eu, o que faço? Trabalhar para o bem comum é dever do cristão”. O que o papa quis dizer é que se queremos mudança, essa mudança deve começar em nós. Enquanto não pensarmos no coletivo, o mau político estará pensando só nele. Não podemos nos contentar com as migalhas que querem nos dar quando temos o direito de comer todo o pão.

REVISTA THEOTÓKOS - 04 -

Guido Evaristo Roggi Ministro extraordinário da Comunhão


Canonização é o termo usado pela Igreja Católica para o processo em que se proclama um beato como santo. Trata-se de um processo que inclui diversas fases, que vão desde a investigação da vida do candidato a santo até a constatação de milagres realizados por sua intercessão. Basicamente, é preciso solicitar a abertura da causa, nomear um responsável para acompanhar o processo, investigar a fama de santidade do candidato, comprovar um milagre realizado após a morte do candidato a santo, beatificar o candidato, comprovar um segundo milagre, desta vez realizado após a beatificação, para enfim proclamar o candidato santo, que é a canonização propriamente dita. O Vaticano anunciou no dia 13 de maio de 2016, que a canonização de Madre Teresa de Calcutá seria celebrada em 4 de setembro, por volta das 10h30 de Roma, sob a presidência do Papa Francisco na Praça de São Pedro. Em dezembro de 2015 foi anunciado que o papa aprovou um milagre atribuído à intercessão da Beata Teresa de Calcutá, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1979. A Congregação para a Causa dos Santos (Santa Sé) concluiu em julho de 2015 as investigações sobre a cura miraculosa de um homem brasileiro, de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro, que se

curou de uma forma tida como inexplicável. Ganxhe Bojaxhiu, a Madre Teresa, nasceu em Skopje (Macedônia), pequena cidade com cerca de 20 mil habitantes, então sob domínio otomano, em 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria albanesa, no sul da antiga Jugoslávia. A 25 de dezembro de 1928 partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda, onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria, para abraçar a vida religiosa com o ideal de ser missionária na Índia. Acabou depois por embarcar rumo a Bengala, passando por Calcutá até Dajeerling, numa casa da Congregação fundada pela missionária Mary Ward, onde escolheu o nome de Teresa. Madre Teresa absorveu o estilo de vida bengali e, posteriormente, transmitiu-o às suas religiosas, quando fundou as Missionárias da Caridade. O seu trabalho nas ruas de Calcutá centrou-se nos pobres da cidade que morriam todas as noites, vestida com um sari branco, debruado de azul, a imagem com que o mundo se habituou a vê-la. Rapidamente as Missionárias da Caridade chegaram a milhares de religiosas em 95 países. Quando visitou a Índia, em 1964, Paulo VI recebeu pessoalmente Madre Teresa e 22 anos depois João Paulo II incluiu, no programa da viagem apostólica àquele país, uma visita à «Nirmal Hidray» - a “Casa do Coração Puro” – fundada pela religiosa e conhecida, em Calcutá, como a “Casa do Moribundo”. A santa esteve três vezes em Portugal, a acompanhar os primeiros passos da Congregação das Missionárias da Caridade. A religiosa faleceu em 5 de setembro de 1997, na casa geral da congregação que fundou, em Calcutá, aos 87 anos de idade. Foi beatificada por João Paulo II a 19 de outubro de 2003, depois de o papa polaco ter autorizado que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após a morte exigidos pela lei canônica. A canonização, ato reservado ao papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal (os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

Everson Neves Mendes Diácono

REVISTA THEOTÓKOS - 05 -


Desde o antigo testamento, vemos a importância dos músicos em uma batalha. Eles eram postos diante dos guerreiros para abrir o caminho, preparar a guerra, por assim dizer... mas também eram os músicos a receber os primeiros ferimentos, os primeiros a serem atacados pelo exército inimigo. Assim ainda acontece com aqueles que servem nos ministérios de música, porém, grande parte só vê a beleza que é cantar, tocar e estar diante do povo. Grande ilusão... As guerras espirituais e os desafios de um músico católico são imensos. Precisamos sempre estar atentos às vontades e aos desígnios de Deus para a nossa missão. Há muito tempo, ouvi em uma pregação que não podemos ser ministros de música, isso é muito fácil, basta cantar e/ou tocar bem (o que é imprescindível), mas precisamos ser ministros do louvor e da adoração... e isso é o difícil! Precisamos levar o povo a rezar, a se elevar a Deus! A música é secundária, ela é instrumento, é meio, e não o fim de estarmos à frente. Numa missa, por exemplo, qual a função da música? É levar o povo a se emocionar? É levar o povo a chorar? É levar o povo a cantar alto e mais alto? NÃO!!! A função da música na missa é levar o povo a vivenciar e experenciar Jesus Palavra, Jesus Eucaristia. Por isso a necessidade de se entender o mínimo de liturgia e depois buscar mais e mais aprender sobre a música litúrgica, liturgia e música têm de caminhar juntas. Portanto, a equipe de liturgia não pode chegar de última hora e pedir alguma música. Os músicos nem sempre estarão preparados para executá-la. Num grupo de oração, os músicos têm de estar em sintonia com o animador e com o pregador. A hora da pregação não

é momento do passeio e da água, tem de ouvir quais os direcionamentos da palavra, do Espírito Santo naquele momento. E para tudo isso... estudo!!! Preparação!!! Aprendizado!!! Fazer o melhor para Deus, para os irmãos! Gosta de cantar, faça aula de canto! Gosta de tocar um instrumento, estude! O melhor Àquele que nos deu o dom! Em um livro do padre Zezinho, grande ícone para a música católica, ele nos alerta sobre vários aspectos que deixamos a desejar. Um deles é o volume dos instrumentos e microfones. Será que estamos regulando em função do povo ou em função dos músicos? O povo precisa se sentir bem, estamos em um lugar Sagrado, a Igreja é lugar de encontro com o Divino e não para sairmos com dor de cabeça e de ouvido! O silêncio faz parte da liturgia! Os espaços não precisam ser sempre preenchidos por um solo de guitarra e/ou de teclado. No documento 43 da CNBB, muitas orientações nos são dadas com respeito à música litúrgica. Precisamos estudá-lo! Enfim, ser ministro do louvor e da adoração nos exige ser e fazer o melhor. Cantar e tocar bem não é para “se aparecer”, é para adorar de forma mais digna ao nosso Senhor!!! Fontes: Documento 43 da CNBB e Livro “Chamados a Cantar a Fé”, padre Zezinho, scj

REVISTA THEOTÓKOS - 06 -

Taíse Palombo Ministério de Música


Praticamente em todos os dias de nosso calendário, lembramos-nos de algum santo, homens e mulheres que doaram a vida a serviço de Deus. Porém, nem todos são tão conhecidos como São Francisco de Assis, Santo Expedito e Santo Agostinho. Isso não quer dizer que sejam menos importantes. As-

sim, a fim de tornar essas pessoas de Deus conhecidas, a partir desta edição, iniciaremos essa seção que trará as histórias desses santos que foram esquecidos pelas culturas populares. Conheça a seguir a história de São Brebéuf e companheiros e São Martinho de Lima.

João de Brébeuf nasceu na França no ano de 1593 e ingressou-se na comunidade Jesuíta ao completar 29 anos. Em 1625, com a missão de catequizar os índios algonquinos, São Brébeuf partiu para o Canadá juntamente com um grupo de missionários. Chegando na região dos grandes lagos (nos confins entre os Estados Unidos e o Canadá), enfrentaram dificuldades referentes à língua, ao clima e às tribos indígenas guerreiras, que provavelmente não aceitavam a presença dos missionários com facilidade. Por conta dessa última dificuldade, a missão era considerada perigosa, porém, isso não foi motivo para os jesuítas desistirem, preferindo assim, arriscar a vida por Jesus. Em sua missão, Brebéuf chegou a batizar cerca de sete mil índios e mesmo vivendo em extrema pobreza, deu testemunho de alegria, de esperança e

de paciência cristã, conseguindo assim o respeito e admiração por parte dos indígenas. Porém, em 1649, os Iroqueses (uma tribo adversária) invadiu a missão na qual se encontrava João Brebéuf e este foi torturado e martirizado juntamente com seus companheiros. A coragem de João foi tanta que impressionou os índios de tal modo que eles arrancaram-lhe o coração com a finalidade de comê-lo e herdar sua força.

Martinho de Lima nasceu no Peru no ano de 1579, era filho de um cavalheiro espanhol e de uma ex-escrava negra; e por ser negro, foi rejeitado pelo pai e pelos parentes, tendo em sua certidão de batismo a frase “pai ignorado”. Com oito anos, tornou-se aprendiz de barbeiro-cirurgião, porém, sentiu o chamado para seguir a vocação religiosa. Entretanto, não foi fácil ser aceito no seminário devido ao fato de ser negro. Só conseguiu seguir entrar no seminário como oblato (leigo que se oferece para servir em uma ordem religiosa) num convento dos dominicanos. Martinho era o responsável pelos trabalhos mais humildes e exercia a função de barbeiro e de enfermeiro dos seus irmãos. Era grande conhecedor de ervas e remédios e por isso, socorria todos os doentes pobres da região, em especial, os negros como ele. Segundo o que diz as tradições, Matinho de Lima recebeu diversos dons como o dom de estar em vários lugares ao mesmo tempo e o dom da cura. Após contrair uma grave febre, aos sessenta

anos, Martinho, um homem cheio do Espírito Santo e de obras no amor, faleceu. A marca deixada por ele foi uma vida inteira dedicada aos desamparados e o colégio – fundado em Lima com a ajuda de esmolas recebidas – que era só para ensinar crianças pobres.

Oração: Deus todo-poderoso, que destes aos mártires Santos João de Brébeuf e companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Oração: Ó Senhor Deus, que exaltais os humildes e em sua pequenez deixais brilhar Vossa grandeza e Vosso poder, fazei que, pela intercessão de São Martinho, possam os enfermos e os moribundos alcançar a saúde e o consolo, e que o testemunho de sua fé e de seu amor por Vós ilumine o último dia de nossa vida. Amém. Fonte: Site do Santuário Nacional Aparecida

REVISTA THEOTÓKOS - 07 -

Giovanna Roggi Pastoral da Comunicação



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.