Paróquia Santa Maria – Demarchi – São Bernardo do Campo
Edição 13 | Junho e Julho de 2016
Coração de Jesus, paciente e misericordioso Expediente A revista THEOTÓKOS é uma publicação bimestral da Paróquia Santa Maria e produzida pela Pastoral da Comunicação Rua Albino Demarchi, 1233 - Demarchi São Bernardo do Campo – SP Tel.: (11) 4347-7999 Endereço para correspondência: Rua João Morassi, n° 40 – Demarchi – São Bernardo do Campo - SP Pároco Padre Gonise Portugal da Rocha Jornalista responsável Lígia Valezi da Silva (Mtb 72617) Revisão Giovanna Roggi Projeto gráfico e diagramação Nathália Araújo e Thaís Araújo Impressão Smart Projetos e Computação Gráfica KWG Gráfica e Editora Tiragem 1.250 exemplares Colaborou com esta edição: Maria Eduarda Ferreira da Silva (Anuncie Aqui) Horário das Missas Paróquia Santa Maria Domingos: 7h, 10h e 18h Segundas, quintas e sextas-feiras: 19h Sábados: 15h Capelas Imaculado Coração de Maria e Nossa Senhora de Fátima Domingos: 8h30 Terças-feiras: 19h Comunidade Vila das Valsas Sábados: 19h30 Expediente da Secretaria Terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h Sábado, das 8h às 11h www.paroquiasantamariasbc.com.br santamariademarchi@gmail.com
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Queridos irmãos e irmãs, junho é o mês de dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, tempo forte de oração e devoção. É um tempo favorável para aprofundarmos nossa espiritualidade e aumentar o nosso amor por Jesus. Este título nos traz à mente uma exclamação de Santa Margarida Maria: “Esse divino Coração é todo doçura, humildade e paciência”. “Paciente” (do latim, patiens, “aquele que sofre”) é um qualificativo muito adequado ao Coração misericordioso de Jesus, disposto a todos os sofrimentos pela nossa salvação. Contemplamos aqui um Coração cujo afeto se mede pela sua disposição de sofrer. Não seria demasiado afirmar que o valor de um homem, ou de uma mulher, é proporcional à sua capacidade de superar, com ânimo e resignação, os insucessos e dificuldades que a Providência permite em seu caminho – especialmente quando se vê alvo de incompreensões da parte das pessoas que lhe são mais próximas. Temos, então, ante nosso olhar o Divino Mestre como modelo de paciência. Ser paciente significa, por exemplo, saber suportar os defeitos do próximo, responder com amabilidade as suas manifestações de mau gênio, e tantos outros atos de virtude do mesmo tipo. Se imitarmos, neste ponto, nosso Salvador, faremos jus à sua amizade, conforme escreveu Santa Margarida Maria: “Tereis de vos mostrar mansos, suportando com paciência as grosserias, manias e amolações do próximo, sem vos deixar inquietar pelas contrariedades que ocasionem. Pelo contrário, fazei de boa vontade os serviços que puderdes, porque este é o modo de ganhar a amizade e a graça do Sagrado Coração de Jesus”. Exatamente assim procede Nosso Senhor com cada um de nós. Se agirmos do mesmo modo para com os outros, crescerá em nós a confiança em sua predisposição de nos perdoar sempre, não só uma vez, mas todas as vezes que d’Ele nos aproximarmos arrependidos. Façamos, portanto, um esforço diário para adquirirmos em nós os mesmos sentimentos do Sagrado Coração de Jesus!
Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco
A sexta-feira e o sábado após o segundo domingo depois de Pentecostes são datas em que a Igreja celebra, respectivamente, a solenidade do Sagrado Coração de Jesus e a memória do Imaculado Coração de Maria. As duas celebrações estão intimamente ligadas no Calendário Litúrgico, como também estão os corações de Jesus e Maria, uma vez que Maria conservou e meditou cuidadosamente em seu coração os mistérios da vida de seu Filho (cf. Lc 2,19). As raízes de ambas as devoções têm sua origem na Sagrada Escritura, porém, foi no século XVII que alcançaram maior destaque. A moderna devoção ao Sagrado Coração de Jesus, tal qual hoje conhecemos, originou-se das revelações particulares a Santa Margarida Maria Alacoque, uma monja da Ordem da Visitação, em Paray-le-Monial, na França. As experiências místicas tiveram início em 1673, quando se encontrava em oração diante do Santíssimo Sacramento. A partir daí, Jesus manifestou-se a ela por mais dois anos, sempre na primeira sexta-feira do mês. A inspiração da imagem do Sagrado Coração de Jesus que tanto se difundiu, surgiu em 1675, quando Jesus manifestou-se com o peito aberto e, apontando com o dedo seu Coração, exclamou: “Eis o Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”. Por esta razão a devoção ao Coração de Jesus tem uma forte característica de reparação, sendo rapidamente acolhida pelos fiéis e alimentando o carisma de várias congregações religiosas. É importante ressaltar que a devoção ao Coração de Jesus surgiu como resposta ao rigorismo da heresia jansenista, que apregoava ser insuficiente o sacrifício de Jesus na cruz, pois difundia a doutrina da predestinação, em que alguns estariam destinados à salvação, enquanto outros à condenação. Contra esta visão pessimista sobre o homem, da rejeitada doutrina jansenista, brota a devoção ao Coração de Jesus, do qual jorraram “sangue e água” (Jo 19, 34), símbolos dos sacramentos da Eucaristia e Batismo, que nos comu-
nicam o amor apaixonado de Deus pela humanidade. Uma vez que Jesus é “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), não hesitemos em nos aproximar daquele cujo “jugo é suave e o fardo é leve” (Mt 11, 30). Unido ao Sagrado Coração de Jesus está o Imaculado Coração de Maria. Assim afirmava São João Eudes, grande propagador da devoção ao Imaculado Coração de Maria, também situado na França do século XVII. Em seus escritos, não separava os dois corações de seus projetos litúrgicos. No entanto, a memória do Coração Imaculado de Maria já foi celebrada em 22 de agosto, próximo à Assunção de Maria (celebrada em 20 de agosto). Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, as duas celebrações estão cronologicamente unidas: no dia imediato à solenidade do Coração de Jesus celebra-se a memória do Imaculado Coração de Maria. Contribuíram especialmente para a extensão desta devoção as aparições de Fátima, na qual Nossa Senhora diz a célebre afirmação, em meio aos grandes conflitos do século XX: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. Grande impulso a esta devoção mariana foi dado pelo Papa Pio XII, que em 1942 consagrou toda a humanidade ao Coração de Maria, no intuito de pedir paz ao mundo, que enfrentava os horrores da Segunda Guerra Mundial. Assim, ao celebrarmos o Sagrado Coração de Jesus renovemos nossa fé em Deus que “amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16), e sigamos proclamando bem-aventurada (cf. Lc 1,48), aquela que acolheu em seu Imaculado Coração, Aquele a quem os céus não puderam conter!
REVISTA THEOTÓKOS - 03 -
Rudnei Sertorio Seminarista
Dia 26 de julho, comemoramos o dia de São Joaquim e Sant’Ana, conhecidos como os avós de Jesus. Na Bíblia não há menções sobre eles, mas conforme conta a história/tradição, no século I a.C., Joaquim e sua esposa Ana moravam na cidade de Nazaré e pediam a Deus que enviasse-lhes uma criança, pois já eram de idade avançada e não tinham filhos. Atendendo suas orações, o Senhor enviou um anjo para comunicar que Ana estava grávida e assim deu a luz à uma menina que recebeu o nome de Maria, que vem a ser, posteriormente, a mãe de Deus. Segundo escritos apócrifos, São Joaquim e Sant’Ana foram os primeiros educadores de Maria. Devido à sua história, Sant’Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas, e também, das pessoas que desejam ter filhos. Não se sabe ao certo a data de nascimento nem o falecimento desses santos, por isso, a data na qual celebramos suas memórias sofreu alterações durante os tempos, porém, no século VI, o papa Paulo VI instituiu que dia 26 de julho seria o dia destinado aos avós de Jesus. E é exatamente por receberem este título que são considerados os padroeiros dos avós e que, consequente, comemoramos o dia dos avós nesta data. Acredita-se, também, que a intenção por trás desta comemoração é educar os mais novos a respeito da importância dos anciãos de nossas famílias. Com isso, cabe aqui uma reflexão às crianças e aos jovens: como tratamos nossos avós? Será que os
respeitamos, ouvindo suas histórias de vida e seus ensinamentos, ou não temos paciência de ouvi-los, achando que são pessoas arcaicas que não têm nada a nos oferecer? Aprendi, a partir da convivência com os meus avós, que é preciso ouvir os mais idosos, pois eles já passaram por diversas situações que não imaginamos como seria possível alguém superar tais problemas e dificuldades. Essas experiências são histórias riquíssimas que podem nos ensinar a como enfrentar os desafios diários, além de fazer com que conheçamos a origem de nossas famílias. E as comidas de vó? Acredito que cada um guarda o aroma da comida da vó ou do vô, aquela comida única que mais ninguém consegue fazer igual e que seu sabor e aroma ficam guardadas em nossas memórias, assim como o jeito próprio de nos acolher. Por fim, aprendi que os avós, quando partem, são nossos intercessores particulares, sempre nos acompanhando em nossa jornada. A todos os avós, Feliz Dia dos Avós! Que Deus vos abençoe!
REVISTA THEOTÓKOS - 04 -
Giovanna Roggi Pastoral da Comunicação
“Não tenhais medo de ser santos”. Foram essas as palavras que São João Paulo II proclamou aos que estavam presentes na Jornada Mundial da Juventude de 1989, em Santiago de Compostela, na Espanha, e este é o grande chamado de Deus para cada um de nós. O evangelista São Mateus nos narra em seu Evangelho “Portanto, sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo” (Mt 5,48). Neste ano Santo da Misericórdia temos de maneira especial que nos recordar deste lindo convite que recebemos de Deus. Em julho de 2016 haverá mais uma edição da Jornada Mundial da Juventude, desta vez em Cracóvia, na Polônia, país de origem de São João Paulo II e Santa Faustina Kowalska, duas referências que nos auxiliam nesta longa caminhada da busca pela santidade. Os dois santos são os patronos da Jornada Mundial da Juventude. Nada mais justo e propício, por serem dois santos que souberam viver, aceitar e levar a misericórdia de Deus em todos os lugares que passaram durante suas vidas, e que até hoje nos ensinam e nos levam a buscar a misericórdia de Deus como o auxílio e a força que nos impulsionam a continuar essa incessante busca pela santidade e pelo céu! São João Paulo II foi um exemplo de cristão, servo e pastor para todos. Não tem como não olhar a vida deste homem santo e não entender o que é, e como viver a misericórdia. Quero te recordar de uma pequena parte da vida de São João Paulo II, que particularmente me faz entender o que é ser cristão e me direciona a viver a misericórdia e a caridade. Em 1981, o então papa João Paulo II sofreu um atentado na Praça São Pedro, em Roma. Um homem turco chamado Mehmet Ali Agca disparou tiros à queima roupa contra o pontífice. Uma bala atravessou o abdômen e outra quase acertou o coração. Você deve estar se perguntando: Mas onde está a misericórdia? E a caridade? A misericórdia e a caridade estão na maneira de viver deste santo. É muito provável que a maioria de nós não quisesse se-
quer ouvir falar o nome deste turco, porém São João Paulo II foi visitá-lo na prisão em 1983 para perdoá-lo. “O amor me explicou tudo”, disse São João Paulo II. Santa Faustina viveu apenas 33 anos (1905 – 1938), sendo 13 de vida religiosa. Ao longo de toda a sua trajetória, Santa Faustina escreveu um diário, onde registrava desde suas experiências como criança a suas experiências místicas com Jesus. Foi para Santa Faustina que Jesus apareceu e pediu que fosse pintada a famosa imagem que temos hoje de Jesus Misericordioso, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. “Ofereço aos homens um vaso, com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia. Esse vaso é a imagem com a inscrição Jezu, ufam tobie – Jesus, eu confio em Vós”. (Diário de Santa Faustina, 327). Recebemos uma fonte inesgotável para nossa conversão diária, para nos fortalecer na luta diária contra a correria do mundo de hoje, contra nossos pecados, contra nossa tendência a querer desistir de tudo. Que possamos sempre nos lembrar de que a misericórdia de Deus nos alcança e nos fortalece, assim como o próprio Jesus revelou a Santa Faustina: “A conversão e a perseverança são uma graça da Minha misericórdia” (Diário de Santa Faustina, 1577). Que a exemplo destes dois grandes santos de nossa Igreja, patronos da JMJ 2016, possamos perseverar e buscar viver as belezas da misericórdia, da caridade e da alegria que nos vêm de Deus! São João Paulo II e Santa Faustina Kowalska roguem por nós!
REVISTA THEOTÓKOS - 05 -
Lucas Faria Ministro extraordinário da Comunhão e da Palavra
Tudo começou na Polônia, quando para obter uma vitória certa, alguns piedosos poloneses organizaram em seu país aquilo a que chamaram de Cerco de Jericó. O santo padre deveria ir à Polônia em 8 de maio de 1979 para o 91º aniversário do martírio de Santo Estanislau, bispo de Cracóvia. Em fins de novembro de 1978, sete semanas depois do conclave que havia elegido João Paulo II, a Santíssima Virgem deu uma mensagem na qual dizia: “Para a preparação da primeira peregrinação do papa à sua pátria, deve-se organizar na primeira semana de maio, em Jasna Gora, um Congresso de Rosário: sete dias e seis noites de rosários consecutivos, diante do Santíssimo Sacramento exposto”. O Cerco de Jericó consiste num incessante “assalto” de rosários, durante sete dias e seis noites, rezados diante do Santíssimo Sacramento exposto. Hoje, em várias partes do mundo, estão sendo realizados Cercos de Jericó. É Nossa Senhora quem ensina que se organizem os rosários permanentes e os Cercos de Jericó, se queremos ter a certeza da vitória! Por que fazer o Cerco de Jericó “Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias” (Hb 11, 30) O Cerco de Jericó é um combate de sete dias e sete noites de oração, de preferência diante de Jesus. No livro de Josué, capítulo 6, o povo de Israel viu-se diante das grandes muralhas de Jericó que os impediam de prosseguir a caminhada. Obedecendo a voz de Deus, Josué, sucessor de Moisés e líder do povo, convidou os israelitas a orarem durante sete dias e sete noites rodeando as muralhas da cidade, tendo à frente a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus que caminha com seu povo. Josué e os israelitas acreditaram na promessa divina de que no sétimo dia, durante a sétima volta, as muralhas cairiam e eles alcançariam a vitória, coisa que de fato aconteceu porque o Senhor é fiel e cumpre suas promessas! Quantas muralhas precisam ser derrubadas pelo poder de Deus em nossa vida e em nossa sociedade? Somente a força de Deus poderá operar tantas graças necessárias.
de todas as amarras do maligno e do pecado que impedem de caminhar na santidade e na justiça”. Em nossa paróquia, o Cerco de Jericó tem como estrutura sete dias consecutivos de orações. Em cada dia é abordado um tema especifico e são realizadas orações em nome de Jesus para que sejam quebradas todas as muralhas que se levantam contra Deus e seus filhos. As orações são realizadas dentro da liturgia da missa finalizando com a benção do Santíssimo. Nas celebrações é marcante a espiritualidade da Renovação Carismática Católica, que faz orações de cura e libertação, uso dos carismas e efusão do Espírito Santo. No primeiro dia, o sacerdote dá uma volta em torno da assembleia com o Santíssimo Sacramento. No segundo, duas voltas, e assim sucessivamente até chegar ao sétimo dia, quando o sacerdote dá sete voltas em trono da assembleia com o Santíssimo, conforme a vitória de Israel sobre Jericó, em Josué 6. Na ocasião, as muralhas de Jericó caem após grande clamor do povo e Deus concede a vitória ao seu povo amado. A força do Cerco de Jericó está no fato da Igreja se levantar em oração diante do Pai por Jesus Cristo, seu Filho. Durante o Cerco é de suma importância estar em unidade, ser um só coração e uma só alma diante de Deus. Outro aspecto que deve estar sempre presente é o poder da oração. Quando o Cerco está acontecendo, devemos clamar o poder de Deus. Jesus prometeu: ‘’Pedi e recebereis’’ (Mt 7,7). Em outra passagem, Jesus disse: ‘’O que pedirdes ao Pai em meu nome ele vos dará’’ (Jo 16,23). Portanto, fica a dica de celebrar a vitória de Deus no Cerco de Jericó em nossa vida, unidade e oração perseverante e constante. Aguardamos você para o Cerco de Jericó deste ano, que terá início em 25 de julho. Um abraço fraterno, Fontes: cleofas.com.br e livro “Orações de todos os tempo da Igreja” (Editora Cléofas)
Cerco de Jericó na Paróquia Santa Maria O Cerco de Jericó na paróquia teve seu início em 2014, ano em que o padre Gonise foi nomeado como pároco desta comunidade pelo bispo Dom Nelson. O primeiro ano do Cerco teve como tema a família. Em sete dias consecutivos, os fiéis clamaram o poder de Deus sobre as necessidades da família. Em 2015, o tema foi: “Buscai as coisas do alto, onde Jesus, com seu poder, libertou seu povo REVISTA THEOTÓKOS - 06 -
Mario Dias Coordenador do Grupo de Oração Santa Maria
O que é festa junina? Quermesse? Quadrilha? Fogueira? Santo Antônio? São João? São Pedro? As respostas destas perguntas e outras curiosidades desta festa serão abordadas no decorrer deste artigo. A festa junina se originou em países católicos da Europa para homenagear São João. No princípio, a festa era chamada de “joanina”, e foi trazida ao Brasil pelos portugueses durante o período colonial e logo foi modificada para “junina”. As festas juninas brasileiras são comemoradas de duas formas distintas, dependendo da região. Na região Nordeste, ganha uma grande expressão. Lá o mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Por ser uma região onde a seca é problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas que mantêm a agricultura. Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos, principalmente as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). Já na região Sudeste, ocorre as tradicionais quermesses, que são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas, brincadeiras e jogos para animar os visitantes. Comidas típicas também fazem parte da festa. Como junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados são feitos deste alimento. Pamonha, curau, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho, entre outros. Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio: arroz doce, bolo de amendoim, cocada, pé-de-moleque, quentão e muito mais. Essa festa tem seus costumes e tradições. A dança da quadrilha tem seu nome originado de uma dança de salão francesa para quatro pares, a “quadrille”. Para a prática da dança é importante a presença de um “marcador”, pois é ele quem determina as figurações diversas que os participantes em pares de número variável devem desenvolver. No nordeste brasileiro, é utilizado o forró, o baião, o xote, o reisado, o samba de coco e as cantigas típicas das festas juninas. As fogueiras, de origem europeia, fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Os fogos de artifício, segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista. Além disso, é comum neste mês as crianças soltarem bombas, conhecidas por nomes como “traque”, “rojão”, “cobrinha”, “treme-terra”, “bufa-de-vei”, “chuvinha”, e a tradicional “biribinha”.
Os balões serviam para avisar que a festa iria começar. Hoje em dia os balões estão proibidos por lei, devido ao risco de incêndios e mortes. Arraial é o local onde ocorre a maioria dos festejos juninos, decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro ou bambu. Nos arraias acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e casamentos matutos. O mastro de São João é erguido durante a festa junina para celebrar os três santos ligados à essa festa. No mês de junho celebramos três santos: Santo Antônio (dia 13/06), nascido em Lisboa, cujo nome de batismo era Fernando de Bulhões, de família abastada, mas abdicou de toda riqueza para ingressar na ordem dos franciscanos. Possuía grande conhecimento da Bíblia e impressionava intelectuais e pessoas comuns. Morreu em 13 de junho de 1231, sendo canonizado no ano seguinte pelo nome de Santo Antônio. Considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o pãozinho de Santo Antônio. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca faltem, e as mulheres que querem casar devem comer o pão. São João (dia 24/06) foi um profeta que anunciou a vinda de Jesus Cristo. Filho de Zacarias e de Isabel, parente de Maria, mãe de Jesus. João foi o responsável pelo batizado de Jesus Cristo no rio Jordão. Logo depois foi preso por censurar o rei Herodes. São Pedro (dia 29/06) era um pescador, irmão de André. Foi chamado por Jesus Cristo para se tornar um “pescador de homens”. Segundo as escrituras, Jesus teria lhe entregue as chaves dos céus. Conta-se que São Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo no dia 29 de junho, para não se igualar a Jesus, após tê-lo negado três vezes. Sua crucificação aconteceu em Roma, na Itália, a mando de Nero. Que possamos festejar com muita alegria esse tempo de festa e de alegria pedindo a intercessão desses grandes santos para que sejamos fiéis ao Senhor e à sua Palavra. Santo Antônio, São João e São Pedro, roguem por nós!
REVISTA THEOTÓKOS - 07 -
Paulo Henrique Ramos Ministério de Música