Paróquia Santa Maria – Demarchi – São Bernardo do Campo
Edição 11 | Fevereiro e Março de 2016
O que significa hoje viver e celebrar a Páscoa?
Expediente A revista THEOTÓKOS é uma publicação bimestral da Paróquia Santa Maria e produzida pela Pastoral da Comunicação Rua Albino Demarchi, 1233 - Demarchi São Bernardo do Campo – SP – Tel.: (11) 4347-7999 Endereço para correspondência: Rua João Morassi, n° 40 – Demarchi – São Bernardo do Campo - SP Pároco Padre Gonise Portugal da Rocha Jornalista responsável Lígia Valezi da Silva (Mtb 72617) Revisão Giovanna Roggi Projeto gráfico e diagramação Nathália Araújo e Thaís Araújo Impressão MM Produções Gráficas Tiragem 2.000 exemplares Colaborou com esta edição: Pastoral do Dízimo e Júlia Assis de Oliveira (Anuncie Aqui) Horário das Missas Paróquia Santa Maria Domingos: 7h, 10h e 18h Segundas, quintas e sextas-feiras: 19h Sábados: 15h Capelas Imaculado Coração de Maria e Nossa Senhora de Fátima Domingos: 8h30 Terças-feiras: 19h Comunidade Vila das Valsas Sábados: 19h30 Expediente da Secretaria Terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h Sábado, das 8h às 11h
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Irmãos e irmãs, nossa sociedade vive na contramão da Páscoa. A incerteza de um futuro melhor, a falta de cuidado com o meio ambiente, o medo gerado pela violência diária, a intolerância crescente entre pessoas e religiões, o desrespeito pelo próximo, a degradação e a desvalorização da vida desde o seu início até o seu declínio, e tantas outras situações presentes em nossa realidade, confirmam que vivemos valorizando mais a morte do que a vida. Páscoa significa passagem! Jesus ressuscitou e está vivo entre nós. Creia! Sua palavra está cheia de vida e de esperança. Vivo entre nós, age em nossa história, em nossa vida, em nossa família, sempre que acreditamos e confiamos na sua presença. Como cristãos inseridos na sociedade, somos chamados a levar, a anunciar e a viver seu Evangelho. Neste tempo, em especial, em que celebramos a vida, é imprescindível que cultivemos a esperança de podermos construir uma nova realidade baseada na justiça, na fraternidade e na paz. Se nossos olhos estão voltados para Jesus, se acolhemos sua palavra, nossa vida deve dar testemunho disso. Precisamos nos envolver mais com as situações sociais que maltratam nosso próximo. “Eu vim para servir” (cf Mc 10,45). Queremos servir ou ser servidos? Como celebrar a vida sem estar comprometido com a mudança? Jesus nos chama a mudança em todo momento: mudança de atitude, de posicionamento, da forma de pensar, de agir. Como celebrar a vida quando tantos ainda não vivem dignamente? Como falar de esperança para aqueles que se encontram em situações desesperadoras? Precisamos ser agentes de transformação. Porém, antes, necessitamos ser transformados, contagiados pela alegria de Jesus presente em nosso meio. É Ele que nos move e nos fortalece diante das dúvidas e dificuldades. O Papa Francisco, na homilia no Santuário Nacional (JMJ), nos convida a “Deixar-se surpreender por Deus… mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende”. Na Páscoa, aguardamos, em vigília, a ressurreição de Cristo. Devemos permitir que esta ressurreição aconteça em nossa vida, possibilitando que o Cristo Ressuscitado realize em nós pessoas renovadas, capazes de, pouco a pouco, deixar-nos transformar. Se formos agentes de transformação enquanto família, em nosso trabalho, em nossa comunidade, já estaremos dando testemunho de Cristo, que veio ao mundo para que tivéssemos vida e vida em abundância (João 10:10), bem como vida eterna (João 3:16) “Se alguém está em Cristo, uma nova Criatura é, as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,17). Mais do que nunca, viver a Páscoa hoje é renovar-se! Desfazer-se de velhos conceitos e preconceitos, compreender novas realidades, acolher as diferenças, aproximar-se do excluído, ser fermento, ser sal, ser luz. Viver a Páscoa hoje é levantar-se da comodidade em que vivemos para participar da construção de uma nova sociedade. “Buscar como Igreja uma sociedade justa, fraterna, solidária e pacífica” (cartaz CF 2015), proporcionando vida digna para todos. Viver a Páscoa hoje é levar a grande novidade que nos move: Jesus ressuscitou e está no meio de nós! Quando isto for realidade, a Páscoa acontecerá em cada um de nós e em nossa sociedade e então cantaremos: VAI SER TÃO BONITO SE OUVIR A CANÇÃO, CANTADA, DE NOVO. NO OLHAR DO HOMEM A CERTEZA DO IRMÃO, REINADO DO POVO. (Quando o dia da paz renascer).
Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco
“Casa comum, nossa responsabilidade” é o tema escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016. A ideia da ação é provocar um debate sobre a questão do saneamento básico no Brasil e encontrar soluções para problemas que envolvem toda a sociedade brasileira. A escolha do lema da campanha foi baseada em Amós 5,24, que diz: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. A Campanha da Fraternidade, promovida pela Igreja Católica, é coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e acontece todos os anos, sempre no período da quaresma. Em 2016, a campanha será ecumênica, ou seja, terá a participação das igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), que é composto pelas igrejas: Católica Apostólica Romana; Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Episcopal Anglicana do Brasil; Presbiteriana Unida do Brasil; e Sirian Ortodoxo de Antioquia. Além dessas, outras três organizações participaram da comissão da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), Visão Mundial e Aliança de Batistas do Brasil. As igrejas que integram o CONIC assumem como missão expressar em gestos e ações o mandato evangélico da unidade, que diz: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21). Seria importante mencio-
nar também a contribuição da Misereor dos católicos da Alemanha para a CF 2016, que desde uma perspectiva de fé, significa também assumir a responsabilidade comum pelo futuro da Terra. O objetivo do tema da Campanha da Fraternidade “Casa comum, nossa responsabilidade” é acima de tudo oferecer opções de discussão sobre o saneamento básico pelo poder público, pela sociedade e na sala de aula, incentivando a troca de informações e experiências entre alunos e professores. É importante lembrar que atualmente enfrentamos sérios problemas com o abastecimento de água. O debate pode, inclusive, estimular e informar sobre o consumo consciente. Entre várias importantes fontes que marcaram o ano de 2015 e estiveram preocupadas com as mudanças climáticas precisamos mencionar duas: “Peregrinação por justiça e paz”, do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) que destaca a necessidade urgente da superação desse modelo de desenvolvimento que está baseado no consumo e na ganância; e a Encíclica do Papa Francisco, “Laudato Sì” sobre o cuidado da casa comum. O objetivo geral da campanha é “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa casa comum”. Os oito objetivos específicos da CF mostram a preocupação com o saneamento básico no Brasil: a) Unir Igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico; b) Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico; c) Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água; d) Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico; e) Acompanhar a elaboração e a excussão dos Planos Municipais de Saneamento Básico; f) Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço conjunto; g) Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública como obrigação do Estado; h) Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas. De fato, as noventa páginas do texto-Base da CF 2016 são realmente uma enciclopédia sobre saneamento básico.
Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco
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Nosso testemunho não é decorrente de um milagre, promessa, ou “troca” com Deus, mas sim do quanto que a fé e confiança nos sinais de Deus e Sua coerência para com as provações que aplica a Seus filhos, pode ser importante, objetiva, consoladora e proporcionar as graças que almejamos. Somos Luzia e Giovani, pais de duas filhas, membros da comunidade Santa Maria desde outubro de 2005, quando aqui chegamos vindos de Toledo, no Paraná. Nossa filha mais velha, Louise, é coroinha na paróquia, instituída na primeira turma de acólitos. Entretanto, a protagonista de nosso testemunho é a Gabriela. Ela é a nossa segunda filha, teve todo o pré-natal sem nenhuma ocorrência anormal, nasceu no dia 29 de janeiro de 2009. Alguns dias após o nascimento, foi diagnosticada com uma moderada icterícia (popular amarelão), mas nada grave. Com dois ou três dias de banho de luz, ela estava em casa e tudo seguia bem. Os sinais, a percepção, apesar das ilusões da ciência Nosso desafio de fé e confiança teve início em agosto de 2009, quando a Gabriela estava entre os cinco e seis meses de vida. Meu esposo começou a observar e questionar algumas posturas de nossa filha. Ela apresentava uma constante falta de sustentação da cabeça e ficavam com a boca aberta, como se a musculatura do pescoço e do maxilar não cumprissem bem suas respectivas funções. Como sempre acompanhei nossas filhas nas consultas periódicas ao pediatra, o Giovani orientou-me a questionar estas duas observações. Apesar disso, nas três ou quatro consultas que a Gabriela fez nos meses seguintes, a resposta era sempre de que estava tudo bem e normal. No retorno de uma destas consultas, lá pelo nono mês, meu esposo pediu que eu marcasse um retorno breve com a pediatra para que ele pudesse participar, visto que a Gabriela apresentava evolução positiva, mas uma pequena defasagem era evidente. Chegado o dia da consulta e vencida pela insistência de meu esposo, a pediatra indicou o encaminhamento a um neurologista para que avançássemos na pesquisa. Marcamos imediatamente a primeira consulta e realizamos alguns exames. Como o laudo de tomografia não indicava anormalidades, meu esposo questionou as afirmações do médico:
- Ainda não me sinto satisfeito (com os resultados), qual seria o próximo passo? - Estranho. Você é o primeiro pai que não fica satisfeito com um exame cujo resultado aponta que está tudo bem com sua filha! - Eu vejo claramente que não está. Como posso sossegar, se meu coração me diz que há algo diferente? - Cada criança tem seu tempo, nenhuma é igual a outra. Neurologicamente sua filha é normal. Só vejo outro caminho, alguma patologia muscular, e para isto, o próximo passo seria encaminhar a um especialista neuromuscular e, provavelmente ele precisará de um laudo de uma biópsia muscular, um exame bastante invasivo para uma criança da idade da Gabriela. Você quer partir para este caminho? - Se este é o próximo passo, vamos em frente! Eu prefiro pecar pelo excesso agora, a ter lá na frente o peso da omissão sobre minha consciência! Com isso, partimos para dois novos desafios: conseguir uma clínica para fazer a biópsia com a cobertura do plano de saúde e localizar a especialista neuromuscular, indicada pelo outro médico. Após pesquisas, descobrimos que ela não estava mais realizando atendimentos por problemas de saúde. Tudo isto acontecia em meio a um turbilhão de viagens de trabalho nacionais e internacionais de meu esposo, e suas pesadas tarefas do curso de engenharia, que consumiam muito seu tempo. Consequentemente, em certos momentos, isso me causava a sensação de desamparo e sobrecarga na busca de resultados. A busca, a fé, a confiança e a perseverança Com bastante pesquisa e paciência encontramos a médica que, curada de sua doença, voltava a clinicar e fazer suas atividades de pesquisa. Também encontramos a clínica que faria a biópsia muscular sob custeio do plano de saúde. No dia marcado para a biópsia, fomos chamados a uma sala, onde fomos recepcionados por um funcionário que nos questionou: - O que os levou a pedir este exame para ela? Sabem que este exame é bastante invasivo? Ele consiste em abrirmos um corte no ombro dela e extrair algu-
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mas amostras de músculo para análises laboratoriais. Meu esposo contou ao médico toda a história da Gabriela. Mas ele disse: - Poderia apostar meu diploma que sua filha não tem nada de anormal, mas vejo que você está bastante convicto do que quer fazer! - Qual a sua especialidade? - Sou o chefe da cadeira de estudos de Patologia Neuromuscular da Universidade Federal de São Paulo. - E eu apenas um pai bastante preocupado por não encontrar explicação clara e objetiva do que minha filha tem. Apesar de consultar tantos especialistas, sinto que algo está errado e não quero e não posso me acomodar e esperar o que o futuro nos dirá! Foi um exame bastante traumático para todos nós. A Gabriela sofreu bastante, não por dor, visto que a anestesia foi feita, mas psicologicamente, dado a situação e a demora no procedimento. Entretanto, a todo momento, tínhamos muita fé, e confiança de estar fazendo o certo, de seguirmos o que nos parecia mais correto para o bem de nossa filha. Passados os 15 dias previstos para a análise e a emissão do laudo, o médico ligou e disse que eles haviam traçado uma nova linha de pesquisa e que seriam necessários mais sete dias para sair o resultado. Após esse período, o médico tornou a ligar e nos chamou para retirarmos o laudo. O diagnóstico, a verdade, a luz Quando chegamos no laboratório, o médico parabenizou a percepção de meu esposo e confirmou que a Gabriela era portadora de uma miopatia congênita, patologia decorrente de uma pequena falha na formação muscular. O caso da Gabriela era extremamente raro, tanto que ainda não poderiam classificar um nome à patologia, que tinha características benignas. Se fosse maligna, a Gabi não estaria mais conosco, pois poderia haver um colapso cardíaco ou respiratório. O médico convidou meu esposo a visitar o laboratório. Lá ele viu as lâminas analisadas pelo microscópio. Apenas na oitava lâmina foi encontrada uma anomalia no agrupamento das células, ela apresentava um mosaico diferente das anteriores. Era perceptível que os núcleos de alguns grupos de células que formavam o tecido, se atraíam e ficavam bastante próximos. Com o laudo em mãos, seguimos para a consulta com a especialista neuromuscular. Após horas de avaliação, a médica informou que a Gabi é portadora de uma doença muito rara, mas que ela terá uma evolução muito tranquila e poderá ter uma vida normal. Informou que não haveria remédios e que o tratamento seriam sessões de fisioterapia e terapias ocupacionais, que reforçariam as atividades evolutivas de uma criança normal. Isto nos deixou ainda muito mais confiantes de que nosso futuro seria de uma família completa e feliz. Passadas algumas semanas, uma nova provação nos foi dada: a Gabi teve uma convulsão febril enquanto dormia. O mais estranho é que a temperatura corporal dela era muito baixa para os padrões deste tipo de con-
vulsão. Dada esta peculiaridade, ela foi transferida para um hospital mais estruturado, onde ficou internada por alguns dias, até que alguns exames foram feitos e ela se recuperou das reações da medicação anticonvulsiva. Consultamos novamente a especialista, que esclareceu que a convulsão poderia se repetir em caso de febres altas. Poucas semanas depois, logo depois de um banho, ela teve uma convulsão com 37,7° e antes que fizéssemos a medicação ela novamente entrou em convulsão e, partimos desesperados cortando um trânsito intenso, para o hospital. Após alguns dias de internação, ela foi para casa. Essa situação foi muito traumática, pois nenhum médico ou especialista tinha uma explicação clara do porquê ela convulsionava com uma febre tão baixa. Como a convulsão poderia acontecer com febre baixa, passamos tempos muito difíceis, pois tínhamos que nos revezar em monitorá-la 24h por dia. Isto foi assim até que meu esposo conseguiu encontrar um aparelho que, instalado na Gabi, nos alertaria a qualquer sinal de febre baixa. Entretanto, mais uma vez abençoados com a graça de Deus, da mesma forma que estas convulsões vieram, elas se foram. Pela primeira vez, além da confiança que sempre tivemos e temos em Deus, nos vimos tentando fazer algo além da confiança nas ações dEle. Realizamos uma novena, pedindo a Deus que tivesse misericórdia de nós e nos agraciasse com a libertação daquela nova provação. Numa ocasião, ela teve uma febre superior a 39° e não convulsionou. Confiantes que Deus nos tinha atendido, arriscamos não mais medicá-la para a convulsão, porque os medicamentos a prejudicavam muito. A graça Hoje em dia a Gabi leva uma vida de excelente saúde, mantém suas terapias, os sinais que ela tem da miopatia são bem discretos e em todas as atividades nas quais ela não precisa contar com muita força ou rápida reação muscular, ela apresenta resultados acima da média. A Gabi é uma criança feliz, ativa e com o diferencial de ser muitíssimo amorosa, carinhosa e, assim como todos nós da família, ciente de que Deus é seu Pastor e que, confiante nEle, nada lhe faltará. Confiamos em Deus e até aqui Ele tem nos ajudado! E com certeza continuará, pois sempre confiaremos nEle e faremos nossa parte. Luzia e Giovani Membros da Paróquia Santa Maria
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Com certeza você ouviu falar, em 2013, a respeito da Jornada Mundial da Juventude, evento que trouxe o Papa Francisco ao Brasil e reuniu milhares de pessoas na cidade do Rio de Janeiro. Mas, você sabe mais sobre isso, como por exemplo, como surgiu, qual será a próxima cidade a sedia-la e como faz para participar? Neste artigo você descobrirá a respostas dessas perguntas e outras curiosidades. Em 1984, no domingo de ramos, o papa João Paulo II resolveu organizar um encontro com os jovens, na praça São Pedro (Vaticano) que contou com a presença de aproximadamente 300 mil jovens. No ano seguinte, devido à grande participação dos jovens nesse encontro e à declaração da ONU de que 1985 seria o ano Internacional da Juventude, o papa decidiu criar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Assim, a primeira JMJ foi realizada na cidade do Vaticano e ocorre a cada dois ou três anos, buscando cada ano ser em um local diferente. Ao todo, o evento já passou por treze cidades diferentes, entre elas Buenos Aires (1987), Paris (1997), Madrid (2011) e Rio de Janeiro (2013). A próxima edição da JMJ ocorrerá este ano em Cracóvia, Polônia, entre os dias 25 de julho e 1° de agosto. A escolha da cidade representa uma homenagem ao padroeiro do evento (Papa João Paulo II), por ser sua terra Natal. Quem for à Jornada, participará de catequeses nas línguas do mundo, missa de abertura,
via sacra, vigília e demais eventos que a organização proporcionará. Além de participar de uma experiência religiosa inesquecível, e da oportunidade de conhecer pessoas do mundo inteiro, o peregrino poderá desfrutar de alguns pontos turísticos da bela cidade. Um deles é a Praça do Mercado, considerado a maior praça medieval da Europa e é patrimônio mundial da UNESCO. O outro é o centro mundial de devoção à Divina Misericórdia, local onde Santa Faustina Kowalska viveu e morreu. Além disso, poderá conhecer locais que fizeram parte da juventude do papa João Paulo II antes dele se tornar padre e posteriormente bispo de Roma. Para participar da JMJ é preciso fazer a inscrição no site oficial do evento (www.krakow2016.com) e seguir as instruções. Se você ficou com vontade de ir à JMJ 2016, mas já passou dos vinte e poucos anos, não se sinta constrangido em fazer parte dessa experiência que não tem como objetivo reunir apenas jovens católicos de diversas nacionalidades, mas sim, reunir católicos de diversas nacionalidades que mantêm o espírito jovem e estão dispostos a serem agentes de transformação e exemplos vivos de que, juntos, em união, é possível viver os ensinamentos de Deus em um mundo que tenta se esquecer de Deus. Como nos disse São João Paulo II, em sua carta aos jovens, “Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida no nosso tempo (...). Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo (...). Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos”.
Giovanna Roggi Membro da Pastoral da Comunicação
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Amados Irmãos, o Jubileu da Misericórdia foi convocado pelo Papa Francisco para ser vivido intensamente em cada Igreja particular, de forma a permitir que todos possam encontrar a misericórdia de Deus Pai por meio da atuante missão da Igreja. O sinal mais evidente deste cuidado pastoral foi a abertura das portas santas em cada diocese. Estas portas, análogas às Portas das Basílicas papais em Roma, permitirão que aqueles que não possam ir a Roma também realizem a sua peregrinação jubilar. O ordinário do lugar será o responsável por estabelecer em qual igreja abrir a porta da misericórdia, que deverá ser aberta em toda diocese e Eparquia do mundo. Além da porta da misericórdia escolhida pela diocese, os ordinários diocesanos poderão dispor a abertura de ulteriores portas da misericórdia também junto aos santuários de particular importância, frequentados pelos fiéis na respectiva diocese. É importante que a possibilidade extraordinária de indulgência jubilar seja dada a conhecer aos fiéis, precisamente como uma oportunidade fora do comum e, portanto, vivida como momento particularmente forte para um caminho de conversão. Isto acontecerá também por meio da justa valorização deste especial sinal que é a porta da misericórdia. Em nossa Diocese de Santo André, Dom Pedro, nosso bispo, estabeleceu cinco portas santas, conforme descrito abaixo. Abertura das portas da misericórdia Após o início solene do Ano Santo – marcado pela abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 8 de dezembro do ano passado – todas as Igrejas particulares (dioceses) abriram suas próprias portas da misericórdia em comunhão com a Igreja de Roma dentro da celebração eucarística do terceiro domingo do Advento (domingo Gaudete),que ocorreu em 13 de dezembro de 2015. O papa, de fato, abriu a porta santa da Catedral de Roma, ou seja, a Basílica de São João de Latrão. Com a aprovação da congregação para o culto divino e a disciplina dos sacramentos foi predisposto um rito especial de abertura das portas santas, contido no livro “Celebrar a Misericórdia”, o primeiro de uma série de subsídios pastorais para o Jubileu da Misericórdia. A série de volumes, entre os quais o que contém o rito, estão publicados em sete línguas (italiano, inglês, espanhol, português, francês, alemão e polonês). Mais informações estão disponíveis no site oficial do Jubileu www.im.va. Igrejas jubilares Cada uma das quatro basílicas papais em Roma (São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo fora-dos-muros) tem uma porta santa. Estas são igrejas jubilares onde é possível dirigir-se em peregrinação para obter a indulgência, observando as condições estabelecidas. Tradicionalmente, também são igrejas jubilares as basílicas da Terra Santa. No restante do mundo, foram consideradas igrejas jubilares as igrejas e os eventuais santuários em que o ordinário local dispôs que fosse aberta uma porta da misericórdia. No caso de Roma, às quatro Basílicas papais, somam-se três outras igrejas que formam o tradicional
itinerário das “sete igrejas”, ou seja, São Lourenço fora-dos-muros, Santa Cruz em Jerusalém e São Sebastião fora-dos-muros. O jubileu é uma oportunidade para redescobrir este itinerário penitencial deixado aos romanos por São Felipe Neri. A Diocese de Roma também possui muitas outras igrejas e santuários importantes, meta de peregrinação, e durante o Ano Santo também serão igrejas jubilares, onde se poderá obter a indulgência. Entre estes está o santuário do Divino Amor e a Igreja de Santo Spirito in Sassia, conhecida como “Santuário da Divina Misericórdia”. Uma vez passada a porta santa ou a porta da misericórdia - ou que seja verificada uma das três circunstâncias nas quais o Papa Francisco concedeu que se possa receber a indulgência (por exemplo: para os doentes, os presos e todos que realizem em primeira pessoa uma obra de misericórdia), além das usuais condições que requerem um coração bem disposto para que a graça possa dar frutos esperados - os fieis deverão deter-se em oração para cumprir os últimos atos pedidos: a profissão de fé e a oração pelo papa e segundo as suas intenções. Esta última poderá ser ao menos um Pai Nosso, mas também outras. Em particular, em consideração do espírito próprio deste Ano Santo, sugere-se a recitação da bonita oração do Papa Francisco pelo jubileu e de concluir o momento de oração com uma invocação ao Senhor Jesus Misericordioso. Portas santas da Diocese de Santo André Catedral Nossa Senhora do Carmo Praça do Carmo, s/n° - Centro – Santo André (11) 4436-7988 | www.catedraldocarmo.org.br Brasílica Menor Nossa Senhora da Boa Viagem Praça da Matriz, s/n° - Centro – São Bernardo do Campo (11) 4330-5227 | www.pnsbv.com.br Santuário Nossa Senhora Aparecida Rua Xavier de Toledo, 190 – Paulicéia – São Bernardo do Campo (11) 4361-9040 | www.santuarioaparecida.org Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe Estrada do Morro Grande, 870 – Riacho Grande – São Bernardo do Campo (11) 4397-6500 | www.miliciadaimaculada.org.br Santuário Senhor do Bonfim Rua Oratório, 1458 – Parque das Nações – Santo André (11) 4472-8444 | www.paroquiasenhordobonfim.net
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Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco
Para a Igreja, o matrimônio é indissolúvel: “Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (Mc 10,9). Por essa razão, no final do ano passado, houve muita controvérsia em razão do documento do Papa Francisco acerca da nulidade do matrimônio. Ouviu-se dizer que a Igreja estava permitindo o divórcio, e não é nada disso, as normas da Igreja a respeito desse sacramento continuam as mesmas. Para que o sacramento do matrimônio seja realizado, observemos o que consta no Catecismo da Igreja Católica e no Código de Direito Canônico: Catecismo: 1625. Os protagonistas da aliança matrimonial são um homem e uma mulher batizados, livres para contrair Matrimônio e que livremente exprimem o seu consentimento. «Ser livre» quer dizer: - não ser constrangido; - não estar impedido por nenhuma lei natural nem eclesiástica. 1626. A Igreja considera a permuta dos consentimentos entre os esposos como o elemento indispensável que constitui o Matrimônio. Se faltar o consentimento, não há Matrimônio. 1627. O consentimento consiste num ato humano pelo qual os esposos se dão e se recebem mutuamente: Eu recebo-te por minha esposa. Eu recebo-te por meu esposo. Este consentimento, que une os esposos entre si, tem a sua consumação no fato de os dois se tornarem uma só carne. 1628. O consentimento deve ser um ato da vontade de cada um dos contraentes, livre de violência ou de grave temor externo. Nenhum poder humano pode substituir-se a este consentimento. Faltando esta liberdade, o matrimônio é inválido. Código de Direito Canônico: Cân. 1055 § 1. O pacto matrimonial, pela qual o homem e mulher constituem entre si o consórcio de toda a vida, por sua índole natural ordenado ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, entre batizados foi por Cristo Senhor elevado à dignidade de sacramento. § 2. Portanto, entre batizados não pode haver contrato matrimonial válido que não seja por isso mesmo sacramento. Cân. 1056 As propriedades essenciais do matrimônio são a unidade e a indissolubilidade que, no matrimônio cristão, recebem firmeza especial em virtude do sacramento.
qual um homem e uma mulher, por aliança irrevogável, se entregam e se recebem mutuamente para constituir matrimônio. Observando os dois documentos da Igreja, podemos afirmar que quando, por alguma razão, não houve um consentimento livre, ou houve o consentimento que foi baseado em falsas informações, ou seja, um dos noivos omite do outro alguma informação relevante que induz a erro de avaliação, a Igreja declara que o sacramento não existiu. Veja bem a diferença, o matrimônio não é anulado, o sacramento não é desfeito, para Igreja ele não existiu. Mesmo que o padre tenha feito as orações, os padrinhos , os convidados rezaram pelo casal, foram na festa, houve lua de mel, mas se não houve um consentimento livre de dúvida o sacramento não existiu, Deus não uniu. Para que a Igreja possa decidir a questão, um processo é aberto, juntam-se documentos, provas e tudo isso vai para um tribunal eclesiástico, que vai julgar o caso, vai ouvir testemunhas, os cônjuges e tudo que for necessário para tomada de decisão. Além disso, o processo era julgado por dois tribunais e o custo não era pouco. O que o papa fez foi modificar todo o trâmite desse processo, tornou os procedimentos mais rápidos, diminuiu os custos e abrirá novos tribunais, não será mais feito em dois tribunais, agora só um. Tudo isso para que a pessoa tenha uma resposta rápida. A intenção do papa não é incentivar ou favorecer a nulidade do matrimônio e nem diminuir o rigor das decisões, mas, simplesmente, acelerar o processo para que a pessoa não tenha que esperar por muitos anos para ter uma decisão. Nas palavras do papa: “Não seja longamente oprimido pelas trevas da dúvida”. A nulidade do matrimônio não é um fato novo dentro da Igreja, mas é desconhecido da maioria dos católicos. Muitas pessoas que se separam, podem na verdade, terem participado de um sacramento que não existiu. São inúmeras as razões que podem levar um matrimônio a ser declarado nulo, só não podemos elencá-las, pois cada caso é um caso e só a Igreja, assistida pelo Espírito Santo, que poderá definir a questão. Caso a pessoa esteja vivendo em segunda união e tenha dúvida da validade de seu matrimônio, é importante que ela procure seu pároco que poderá orientá-la, caso haja indício de nulidade, de como iniciar o processo. Muitas vezes, a pessoa está se privando de uma participação plena da vida da Igreja e teria toda condição de fazê-lo.
Cân. 1057 § 1. É o consentimento das partes legitimamente manifestado entre pessoas juridicamente hábeis que faz o matrimônio; esse consentimento não pode ser suprido por nenhum poder humano. § 2. O consentimento matrimonial é o ato de vontade pelo REVISTA THEOTÓKOS - 10 -
Guido Evaristo Roggi Ministro extraordinário da Comunhão e catequista de adolescentes e jovens
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