Paróquia Santa Maria – Demarchi – São Bernardo do Campo
Edição 6 | Abril e Maio de 2015
Amados irmãos! Expediente A revista THEOTÓKOS é uma publicação bimestral da Paróquia Santa Maria e produzida pela Pastoral da Comunicação Rua Albino Demarchi, 1233 - Demarchi São Bernardo do Campo – SP – Tel.: (11) 4347-7999 Endereço para correspondência: Rua João Morassi, n° 40 – Demarchi – São Bernardo do Campo - SP Pároco Padre Gonise Portugal da Rocha Jornalista responsável Lígia Valezi da Silva (Mtb 72617) Projeto gráfico e diagramação Nathália Araújo e Thaís Araújo Revisão Taíse Palombo Comercial / Financeiro Ana Maria dos Reis e Celia Beghini Barrionuevo Impressão MM Produções Gráficas Tiragem 2.000 exemplares Colaboraram com esta edição: Pastoral do Dízimo e Catequese Infantil Horário das Missas Paróquia Santa Maria Domingos: 7h, 10h e 18h Segundas, quintas e sextas-feiras: 19h Sábados: 15h Capelas Imaculado Coração de Maria e Nossa Senhora de Fátima Domingos: 8h30 Terças-feiras: 19h Comunidade Vila das Valsas Sábados: 19h30 Expediente da Secretaria Terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h Sábado, das 8h às 11h www.paroquiasantamariasbc.com.br santamariademarchi@gmail.com
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Na família Sagrada de Jesus, São José era um varão perfeito, modelado pelo Espírito Santo para ter proporção com Nossa Senhora. Pode-se imaginar a que píncaro, a que altura São José deve ter chegado para estar em proporção com Nossa Senhora! É algo imenso, inimaginável. É sumamente provável que São José também tenha sido confirmado em graça. Então, assim sendo, na humilde casa de Nazaré, pode-se dizer que, a cada momento que se passava, as três pessoas dessa Família Sagrada cresciam em graça e santidade diante de Deus e dos homens. São José deve ter falecido antes do início da vida pública de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o padroeiro da boa morte, porque tudo leva a crer que tenha sido assistido em sua agonia por Nossa Senhora e pelo Divino Redentor. Nos instantes finais de sua vida, Jesus e Maria o ajudaram a elevar sua alma à perfeição para a qual ele fora criado. Não era a perfeição de Nossa Senhora, era uma perfeição menor. Mas era a perfeição enorme para a qual ele tinha sido chamado. Quando seu olhar embaçado já se ia apagando para a vida, São José contemplou Aquela que era sua esposa e Aquele que juridicamente era seu filho. E, certamente, Ele extasiou-se com a ascensão contínua em santidade de Nossa Senhora e de Seu Divino Filho. E ao vê-Los subir assim nas vias da santificação, ele admirou e amou essa ascensão. E foi por admirar e amar o aumento da santidade de Maria e de Jesus que Ele também, por sua vez, subia sem cessar na sua própria santidade. Esta tríplice ascensão contínua na casa de Nazaré, constituiu o encanto do Criador e dos homens. Jesus, Maria, José: três perfeições que chegaram todas ao pináculo a que cada uma devia chegar; três auges que se amavam e se intercompreendiam intensamente; três perfeições altíssimas, admiráveis, desiguais, realizando uma harmonia de desigualdades como jamais houve na face da Terra. Entretanto, a hierarquia posta por Deus entre estas três sublimes desigualdades era de uma ordem admiravelmente inversa: Aquele que era o chefe da Casa no plano humano era o menor na ordem sobrenatural; o Menino, que deveria prestar obediência aos pais, era Deus.
Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco
“Quando chegou a plenitude dos tempos, mandou o seu Filho, nascido de mulher… para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4,4-5). Olá, amigo(a) da revista Theotókos! Vamos tratar neste artigo sobre a figura de Nossa Senhora que se expressa em diversos títulos em nossa história e em nossa devoção. Constantemente na história da salvação, Deus manifesta o seu amor de Pai junto a seu povo. O amor é revelado por meio de uma eleição: uma jovem é separada para que por meio dela o Filho de Deus pudesse assumir e redimir a humanidade. Maria é a Mulher do sim. O sim dado ao Amor. A obediência dada por amor. A entrega dada no amor. Desta maneira, Maria tem uma grande importância na história da salvação e na vida de muitos cristãos e sua figura é tradicionalmente reconhecida na Igreja Católica. Maria na Sagrada Escritura (de modo particular no Novo Testamento) é representada toda em função de Cristo e não por si mesma. Mas sua importância consiste justamente na estreiteza de seus laços com Cristo. A figura de Maria foi de suma importância para o Concílio Vaticano II: o Papa João XXIII abriu o Concílio na festa da Maternidade Divina de Maria (11 de outubro de 1962) e o Papa Paulo VI o concluiu na vigília da Imaculada Conceição (07 de dezembro de 1965). Ela aparece de modo particular no Capítulo VIII do documento sobre a Igreja, Lumen Gentium, que em seu conteúdo apresenta a doutrina clássica em termos modernos: Maria, a Mãe de Deus é protótipo (modelo) de Igreja, é vista como pessoa que se oferece livre e conscientemente à graça de Deus. A devoção mariana aparece como incentivo à fé e ao amor de Jesus. Paulo VI, ao escrever a encíclica Marialis Cultus, articula a questão da cultura e da enculturação do culto devido a Maria. Ela é a mulher que soube viver no seu contexto e inserir-se no mistério de Cristo, porque foi uma mulher que acreditou naquilo que o Senhor lhe disse. Justamente por essa devoção, Maria, sendo a mesma, é “lida” pelas culturas dos povos conforme suas identidades e aproximações. Isto é, a Mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, a Virgem Maria, é uma só pessoa, não existem 50, 100 ou mil Nossas Senhoras. Os títulos que damos a Maria significam o carinho e o amor que variam de pessoa para pessoa, de povo para povo, de região para região. Os muitos títulos de Nossa Senhora referem-se a momentos importantes de sua vida, a locais onde ela apareceu ou às nossas necessidades. Seguindo uma linha, do seu
nascimento até a sua ressurreição, temos, por exemplo: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Anunciação, Nossa Senhora de Belém, Nossa Senhora do Desterro, Nossa Senhora de Nazaré, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Boa Morte, Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora da Glória… Olhando nossas necessidades: Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora dos Pobres, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora do Bom Conselho, Nossa Senhora da Ajuda, Nossa Senhora Medianeira, Nossa Senhora dos Enfermos, Nossa Senhora da Saúde. Outras vezes Maria recebe o título, segundo os locais de suas aparições: Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Luján, Nossa Senhora de Montserrat, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora do Carmo, Destacamos o título de Santa Maria, Maria é uma mulher comum, e também uma mulher com uma vocação extraordinária. Chamada a ser a mãe do Messias aprendeu seguir Jesus através das lutas habituais que também nós enfrentamos. O mundo cristão conheceu Maria falando sobre Jesus e nos incentivando a conhecê-lo melhor. Santa Maria, com esta invocação, entramos em atitude contemplativa, estamos como que “olhando” sua doce e forte figura e nos tornando plenos de suas riquezas espirituais. Nasce, dessa admiração, a vontade de imitá-la e o desejo de fomentar em nós os dons de Deus para que empreendamos e continuemos a nossa caminhada do dia a dia como caminhada de santidade. De modo conclusivo percebemos que com este ou aquele título nós queremos honrar a Mãe de Deus e nossa, imitar as suas virtudes, atender aos seus pedidos, ouvir a sua mensagem de amor. Que este mês de maio possa ajudar-nos a imitar as atitudes de Maria em nosso quotidiano. Deus te abençoe, pela intercessão de Santa Maria!
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Guilherme de Melo Sanches Diácono
Ecedite Oliveira Novaes é zelador de profissão e ministro da Eucaristia, membro da Pastoral do Dízimo e participante do Terço dos Homens às sextas feiras, tudo por vocação e gratidão a Deus, por todas as bênçãos recebidas. E olha que não foram poucas, como ele mesmo diz: “Muito temos recebido de Deus”. Pai da Beatriz Caires Novaes, de sete anos e Bruno Caires Novaes, 16 anos (cerimoniário na Paróquia Santa Maria), e esposo de Verônica Silva Caires Novaes, Ecedite nos traz uma história inspiradora e rica em perseverança, fé e força. “Não tinha o hábito de participar das Santas Missas, mas num dia a convite de um amigo fui para a Missa, num domingo de manhã, presidida pelo padre emérito José Aguirre. Não entendi nada devido ao idioma carregado do padre e sua dificuldade com o português, mas a mensagem central ficou em meu coração, tanto que, no domingo seguinte fui sozinho para a missa, impactado pelo amor de Deus. Desde então, meu compromisso com a fé e com a igreja foram aumentando e confirmando que ‘aquele que tem compromisso com Deus, Deus tem compromisso com ele’, desde então nunca mais faltei às missas aos domingos”, relata Ecedite. Era 27 de setembro de 2007, quando nascia a pequena e já guerreira Beatriz; fruto de uma gestação saudável e tranquila até então, mas veio ao mundo prematura, para também nos ensinar o real valor da perseverança. Nascida de seis meses, Beatriz ficou na incubadora por dois meses. Dias antes de ter alta, a pequena Beatriz teve descolamento
da retina nos dois olhos, necessitando passar por uma cirurgia de emergência antes de deixar o hospital. Foi uma correria intensa na época, mas estávamos com Deus, e isso já era o bastante. Havíamos feito uma promessa quando ela completou um ano e três meses, porque ela estava quase desenganada pelos médicos e na mesma ocasião os médicos estavam nos preparando para o pior. Foi então que Verônica fez uma promessa, que se Deus restabelecesse a saúde de Beatriz iriam batizá-la na igreja do Sagrado Coração de Jesus no estado da Bahia, conhecida também como ‘Gruta da Mangabeira’. Desde criança Verônica tinha o costume de ir todos os anos em romaria para esta igreja, foi então que tiveram a certeza através da fé de que o milagre aconteceria, e declararam em oração: Jesus é maior. Jesus é o médico dos médicos. Nós vamos vencer! A partir daí o quadro da Beatriz foi evoluindo, ela foi se recuperando aos poucos. Dias depois pedimos uma autorização aos médicos para levá-la para a Bahia, e cumprir então nossa promessa. Em 2009, partimos em viagem, no carro, além da família foram mais duas sobrinhas, Verônica Bettecourt e Gina, num total de cinco ocupantes, a viagem de ida foi tranquila e sem nenhum incidente, chegamos à Bahia em segurança, passamos um mês lá e batizamos a Beatriz, conforme prometido. Um dia antes da viagem de volta, Verônica estava inquieta por alguma razão, dirigiu-se então ao altarzinho que sua mãe tinha em casa e, em oração pediu a proteção
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de Nossa Senhora durante o retorno para São para outro hospital por uma viatura do Samu, Paulo, ao entrar no carro, Verônica consciente que é como uma mini UTI com acompanhae espontaneamente, cede um ‘espaço’ para mento médico. Nesta hora perdi o chão, saí e fui ter uma conversa com Deus, dizendo: Nossa Senhora ao seu lado. No dia 07 de fevereiro, durante o trajeto “Pai, já passamos por tanta coisa desde o de volta para São Paulo, a viagem seguia tran- nascimento dessa menina, deixa ela comigo, quila até às 17h. Ao fazer uma ultrapassagem me deixa criar minha filha”. Voltei e o mesmo em uma carreta, passamos por um buraco, o médico veio me dizer que ela estava se recupneu estourou, esbarramos na carreta e o au- perando, estava saindo do risco de morte, mas tomóvel foi direto para uma ribanceira. O car- que mesmo assim ela deveria ser transferida ro descia quase que voando, numa altura de para um acompanhamento mais detalhado, mais de 20 metros. Numa fração de segundos pois, devido à crise de vômito, era provável que seu pulmão estivesse com antes do carro tocar o chão, alguma sujeira. Após quatro Ecedite ouviu uma voz dizen“Pai, já passamos dias de internação, foi identido: “Me vale Nossa Senhora”. Era sua esposa mais uma por tanta coisa desde ficado através de exames que seu pulmão estava limpo e ela vez clamando por proteção. o nascimento dessa foi para casa como se nada Ao atingir o chão, o carro menina, deixa ela tivesse acontecido. capotou por três vezes e caiu comigo, me deixa “Beatriz é um milagre dentro de uma vala, perdeu a em nossas vidas, já passou velocidade para capotar mais criar minha filha”. por situações e momentos em vezes, ficando com os quatro pneus para cima. Não havia espaço para abrir que se não fosse a ação de Deus e o amor as portas, mas Verônica conseguiu quebrar os do Pai, ela não estaria aqui hoje. Já foi desenvidros. Em seguida, todos se retiraram do car- ganada por alguns médicos, mas nunca pela ro e Ecedite foi o último a sair. Beatriz estava nossa fé! Temos pedido a Deus para que a numa situação preocupante porque ela havia Beatriz, com a ajuda do seu tratamento, consise deslocado por dentro do carro. E para con- ga andar, dar seus primeiros passos. Tenho fé firmar a ação de Deus, o terço que estava no que em breve ela estará andando e para glória de Deus estarei testemunhando mais um milacarro caiu sobre os pés de Verônica. Fomos socorridos e, devido ao ferimen- gre”, completa Verônica. “Entregar tudo nas mãos de Deus é to da Beatriz, antes mesmo do resgate chegar, ela foi conduzida junto com Verônica por um o principio para que possamos experimentar motorista que passava pelo local para o pronto e tomar posse de suas bênçãos, Ele é Todo socorro mais próximo e os outros passageiros Poderoso, Ele nunca nos abandonou e nunca nos abandonará. A oração constante nos ficaram aguardando o resgate. Após passar por exames, não foi en- aproxima de Deus. Quando entregamos noscontrada nenhuma fratura na Beatriz. Mesmo sos problemas para Jesus, Ele sabe o que com ossos frágeis, ela ficou apenas quatro fazer antes mesmo de pedirmos, Ele veio para horas na observação e todos foram liberados nos salvar! Vivo uma vida de entrega e espeem seguida sem nenhuma gravidade. Retor- rança de que Deus está sempre pronto a nos abençoar”, finaliza Ecedite. namos para São Paulo no dia seguinte. Dias depois disso, Beatriz teve uma convulsão e foi levada às pressas para o pronto socorro. Chegando lá, o médico disse que não havia o que ser feito na Unidade Básica Cláudio Brandão de Saúde, pois seu estado era muito grave e Membro da Pastoral da inspirava cuidados e que o local não dispunha Comunicação de equipamentos. Então ela foi transferida
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1) Algumas passagens da Bíblia citam que Jesus tinha irmãos. Maria e José tiveram outros filhos? Em nenhuma passagem da Bíblia, ninguém é chamado de “filho de Maria”, a não ser Jesus. E, ainda, de ninguém Maria é chamada “Mãe”, a não ser de Jesus. Em Mc 6,3 é dito: “o filho de Maria” (com artigo, dando ideia de unicidade). A expressão grega implica que Ele era seu único filho. O Evangelho nunca diz “a mãe de Jesus com seus filhos”, embora isso fosse natural, especialmente em Mc 3,31 e At 1,14, se ela tivesse outros filhos. 2) Por que, em alguns momentos, Jesus se refere a sua mãe como ‘mulher’? Cito Santo Agostinho para explicar melhor: “Isso significa: Minha mãe, ela mesma, a quem chamais de feliz (bem-aventurado), é feliz porque guarda a palavra de Deus. Não é feliz somente porque nela a Palavra “se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). É feliz porque guardou essa mesma palavra de Deus, por quem foi feita e que nela se fez carne. Logo, que as pessoas não se alegrem por sua posteridade temporal, mas sim, exultem pelo espírito com que estão unidas a Deus.” (Comentário do Evangelho de João X, 3., in Agostinho, Santo, A Virgem Maria - Cem textos Marianos com comentários, Paulus, 3a. ed.) Ou seja, nessa passagem Cristo ensina uma determinada verdade, a da posteridade espiritual, que se aplica também e muito apropriadamente a Maria. Cristo se opõe à ideia arraigada nos judeus de que era a posteridade temporal que importava, por causa da lei. O trecho então não representa de maneira nenhuma desprezo por Maria Santíssima, o que Cristo nunca poderia fazer: mas ao contrário é a afirmação da superioridade da graça em relação à lei. 3) Com quem Maria foi viver após a morte de José e Jesus? Que idade teria Nossa Senhora quando terminou seus dias na terra? Há um texto antigo que diz: “Dois anos depois de Cristo ter vencido a morte e subido ao céu, Maria começou a chorar no refúgio de seu quarto”, ou seja, Maria passou a viver seus últimos dias. O texto passa a contar esses últimos dias, inclusive sua assunção ao céu. Se Maria concebeu Jesus aos 14 anos, deu à luz aos 15 (idade normal naquele tempo na Ásia Menor para casar) e Jesus morreu em torno dos 33 anos, Maria teria 50 anos ao morrer. Sabe-se que era a idade média de vida das mulheres naquele tempo e naquela região. Há uma tradição, que vem dos primeiros tempos da Igreja, que conta que, chegado o momento do trânsito de Maria, Jesus teria vindo buscá-la, acompanhado dos Arcanjos Miguel e Gabriel. O Arcanjo Miguel foi o anjo vencedor de Lúcifer no paraíso terrestre (Ap 12,79) e o vencedor do dragão de sete cabeças, que quis devorar o filho da mulher revestida de sol (Ap 12,3-5). No passamento de Maria, hora mais de triunfo e vitória do que de morte, retorna, na piedade popular, o grande Arcanjo, como que para rearrumar o paraíso perdido e introduzir nele, agora celestial, a humanidade inteira, representada em Maria Imaculada, virgem, esposa e mãe, Mãe de Deus. Retorna Miguel, o protetor da Igreja
contra Satanás, para acompanhar na entrada da glória aquela que é o protótipo da comunidade cristã redimida e santificada. 4) Por que José aceitou ser pai adotivo de Jesus, considerando que Maria ficou grávida antes do casamento? Foi o próprio Deus quem escolheu José para ser pai adotivo de Jesus. Ele queria que o menino tivesse uma referência de família, aqui na terra. E uma referência que tivesse como reflexo o Pai Eterno. Mas José não foi escolhido somente por isto. Ele tinha todas as qualidades para ser o pai de Jesus: homem temente a Deus, honesto, trabalhador, digno, carinhoso. Assumiu a situação mesmo antes de compreendê-la realmente, porque amava Maria com respeito e sentimento de proteção. O pai é aquele que influencia na formação do caráter dos filhos. Sabemos que há pais descompromissados, que abandonam mulher e filhos, sem contribuir com o seu amor, com o seu bom exemplo, com a sua responsabilidade.
5) Em uma passagem, Jesus está dentro de algum local e as pessoas dizem que a mãe e os irmãos dele ficaram do lado de fora. Jesus questiona: “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?” Por que Jesus parece ignorar seus familiares? Logo, o que Jesus está fazendo é escandalizar os judeus ao seu redor, dizendo que o que passa a valer é a conversão, é fazer a vontade de Deus, obedecendo os mandamentos e não mais apenas os laços sanguíneos. A “nova” família de Jesus é formada por aqueles que fazem a vontade de Deus que está no céu. O novo povo de Deus está baseado, portanto, na fé. Nesse viés, Maria Santíssima passa a ser honrada não tanto por ter dado a carne ao Salvador, mas por tê-lo concebido na obediência: “Faça-se em mim segundo a Tua vontade” (Lucas 1, 38). Comenta Santo Agostinho: “O Senhor indica assim, o parentesco espiritual que o liga ao povo por ele redimido. Conta como irmão e irmã a todos os homens e a todas as mulheres que se tornam santos, por serem seus co-herdeiros na herança celestial. Sua mãe é a Igreja inteira, pois, pela graça de Deus, ela dá à luz os seus membros que são os fiéis. Além do mais, sua mãe é ainda toda alma piedosa que cumpre a vontade de seu Pai e cuja fecundíssima caridade manifesta-se naqueles que ela gera para Ele, até que o próprio Cristo seja neles formado. (Gl 4,19). Portanto, Maria ao fazer a vontade de Deus é, corporalmente, só a mãe de Cristo; mas, espiritualmente, é também a sua mãe e irmã.” e ainda: “Logo, isso acontece com Maria, visto que ela sempre está a fazer a vontade do Pai.(...)” (Agostinho, Santo, A Virgem Maria - Cem textos Marianos com comentários, Paulus, 3a. ed., Pág. 54).
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Pe. Gonise Portugal da Rocha Pároco
Mês de maio, mês de festa para nossa paróquia, mês mariano, quando celebramos também o dia das mães. Trago pra vocês a vida de uma mãe santa que nos traz um belíssimo testemunho, vejamos: “SANTA GIANNA BERETTA MOLLA” nasceu em Magenta, cidade perto de Milão, em 4 de outubro de 1922. Gianna era a décima de 13 filhos e foi educada por pais piedosos que a ensinaram que a vida era um grande presente de Deus para ser abraçada com graça. Consequentemente, ela tinha uma forte esperança na Providência Divina e estava confiante no poder das preces. Como adolescente e como adulta, foi membro da Sociedade São Vicente de Paulo e voluntária para trabalhar com os pobres e os idosos. Ao mesmo tempo, ela diligentemente estudou e conseguiu se formar em medicina e cirurgia na Universidade de Pávia, em 1949. No ano seguinte ela abriu uma clínica em Mesero, perto de sua terra natal. Ela se especializou em pediatria, na Universidade de Milão, em 1952, dando especial atenção às mães, às crianças, aos idosos e aos pobres. Gianna via a medicina como um meio de servir ao Criador, assim ela aumentou seu generoso serviço para a Ação Católica. Mas em oposição à maioria dos santos, Gianna exibia uma verdadeira alegria para viver. Ela amava esquiar e praticava trekking nas montanhas (caminhada em trilhas). Alguns pensavam que tão boa cristã iria entrar para um convento, mas após várias reflexões ela viu que sua vocação era para o matrimônio, cooperando com Deus em “formar uma verdadeira família cristã”. Em 24 de setembro de 1955, ela casou-se com Pietro Molla, na Basílica de São Martinho, em Magenta, e tornou-se uma feliz esposa. Gianna não era uma santa comum. Ela alegremente abraçou o casamento e balanceou as suas obrigações como mulher de carreira, esposa e mãe. Em novembro de 1956, ela se tornou mãe de Pierluigi; em dezembro de 1957,
de Mariolina, e em julho de 1959, de Laura. Em setembro de 1961, no segundo mês de gravidez, ela descobriu que tinha um fibroma no útero. Era necessária uma cirurgia. Como médica, ela estava perfeitamente consciente dos riscos de continuar a sua gravidez, mas pediu ao cirurgião para salvar o filho que carregava e deixou a si própria nas mãos de Deus. Gianna passou os sete meses seguintes na alegria de seus afazeres de mãe e médica, contudo preocupada que o bebê em seu útero pudesse nascer com problemas. Para prevenir isso, orou muito a Deus. Alguns dias antes da criança nascer, embora confiante na Divina Providência, estava decidida a dar sua vida para salvar a criança. “Se você precisar decidir entre mim e a criança, escolha a criança”, insistiu ao seu médico. Assim, Gianna Emanuela nasceu na manhã de 21 de abril de 1962. Apesar de todos os esforços para salvá-la, Santa Gianna veio a falecer uma semana depois, com horríveis dores. Mas ela sempre dizia: “Jesus, Jesus, eu te amo, eu te amo” e faleceu exclamando esta frase, no dia 28 de abril, hoje a data dedicada à sua memória. Ela tinha apenas 39 anos de idade. Seu funeral foi ocasião de grande tristeza, fé e oração. Ela foi beatificada em 24 de abril de 1994 e canonizada em 16 de maio de 2004, pelo Papa São João Paulo II. Parabéns a todas as mães de nossa paróquia, que Santa Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe, interceda por cada uma de vocês. Um abraço fraterno deste vosso irmão em Cristo.
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Diácono Everson Neves Mendes (Paróquia São João Batista – Rudge Ramos)
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Com a finalidade de agradecer e louvar a Deus Pai e Maria nossa Mãe, o Grupo de Oração do Terço dos Homens Imaculado Coração de Maria, da nossa Paróquia marcou sua presença no VII Encontro Nacional, na cidade de Aparecida-SP. É uma data muito importante para o Movimento Terço dos Homens, se reúnem grupos de oração de norte a sul, leste a oeste de nosso país para o tão comemorado dia que se realiza anualmente. O objetivo principal desta peregrinação não se tratou apenas de uma viagem turística que também é interessante, mas de uma demonstração de muita fé e devoção a Padroeira do Brasil, a Romaria para o santuário nos dá nesta ocasião a oportunidade para demonstrar a fraternidade cristã que está dentro de nós e marcar momentos de amizade e convivência em nossa vida. Todo ano, milhares de pessoas se dirigem ao Santuário de Aparecida, e a cada Encontro Nacional esse número aumenta mais, neste ano foram 43 mil homens de várias regiões brasileiras, que em demonstração de muita fé deixaram seus lugares de origem e viajaram em caravanas sem se importar com a distância, pois sabiam que o que mais importava era marcar a sua presença. Para que os objetivos de uma Romaria fossem realizados é preciso levar em conta os seus vários momentos: partida, percurso, ritos e comportamento ao longo do caminho, a chegada ao lugar sagrado, acompanhar a programação e a volta. Cada momento tem o seu significado e torna mais ou menos rica a Romaria. Podemos afirmar com toda certeza, que tudo fizemos para que este acontecimento pudesse trazer mais alegria aos corações dos peregrinos, ir ao encontro com Deus e à comunhão com Ele é um motivo essencial tanto da Romaria para o Santuário como o caminho que percorremos ao longo da vida para estarmos ao lado de Deus nosso Pai. O inicio da viagem do “Terço dos Homens do Imaculado Coração de Maria”, partiu da Praça Natale
Morassi, Terra Nova II, e percebia-se em cada peregrino uma verdadeira animação impulsionada de um forte sentimento religioso, todos tinham um propósito que era agradecer as graças alcançadas pela intercessão de Nossa Senhora, ou talvez cumprir alguma promessa feita por gratidão em razão de um desejo, de uma aspiração pessoal ou de melhoras na saúde. Os acompanhantes dos “Homens do Terço”, parentes e amigos, puderam aproveitar muito esta peregrinação a Aparecida, atrações não faltavam e um dos pontos mais fortes entre tantos era a imagem de Nossa Senhora Aparecida que encanta e emociona as pessoas tanto lá no seu Santuário como por todo o Brasil, onde quer que haja uma reprodução da mesma. Todos os fiéis querem se aproximar da imagem para rezar, agradecer e fazer as suas ofertas em vários gestos de devoção. As motivações para ir à Basílica de Aparecida podem ser variadas: a devoção, a fé ou a sua procura, cada pessoa leva o seu motivo, embora o partilhe com muitos outros. Podem distinguir-se diversas formas de peregrinação: a pessoal, a que se faz em família, em grupo de amigos ou comunidades, e multidões em determinadas ocasiões como datas comemorativas, como em nosso caso “Encontro Nacional do Terço dos Homens”, cada característica tem a sua particularidade, manifestar o seu reconhecimento em adoração, abrindo seu coração cheio de confiança e humildade. O encontro, a confraternização e a comunhão entre os peregrinos não podem faltar nunca, pois permite conhecer cada vez mais a grande família que é a Igreja.
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Sergio Monteiro Gomes Ministro extraordinário da Comunhão
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