110 receber certificação de escolaridade via terminalidade específica, mas uma certificação igual à dos demais alunos, após a conclusão do Ensino Fundamental.
Sujeito 2 O Sujeito 2 é o primeiro filho de uma prole de 4 irmãos; nasceu em 1984, e frequentava, no momento de desenvolvimento da pesquisa, uma Classe Especial de uma escola municipal de ensino regular, na cidade de Cascavel-PR, em processo de alfabetização. Aos três anos de idade, a família mudou-se para Cascavel para ser iniciado com ele “trabalho formal em escola especializada”. Embora não contenha assinatura da assistente social e nem data, na primeira anamnese elaborada pela APAE – Cascavel, a partir de entrevista com a mãe (em 1987), pôde-se constatar “cliente proveniente de uma família com bom nível sócio-econômico cultural, cooperando satisfatoriamente na sua evolução”, demonstrando que o Sujeito 2 sempre recebeu estimulação adequada, com “bom nível de socialização e independização devido a estimulação recebida pelos familiares”; a família desenvolvia passeios e viagens. Como o Sujeito 2 encontrava-se em processo de alfabetização e auxiliava o pai numa pequena empresa da família, a partir de agosto de 2003, a professora da Classe Especial passou a desenvolver um programa especial, em que procurava articular as questões do trabalho na empresa com o processo ensinoaprendizagem – especialmente as questões da alfabetização – de forma que tornasse esse processo mais significativo e contextualizado, e contribuindo para sua alfabetização. Com relação ao conhecimento de que o Sujeito 2 tinha Síndrome de Down, segundo anamnese elaborada em 1994 na APAE de Cascavel, a assistente social que entrevistou a mãe afirmou que “ao nascer a família foi informada por meio de exame de cariótipo (trissomia do 21). O geneticista orientou alguns exercícios de estimulação. Foi um choque quando souberam que PR42 era Síndrome de Down, mas não abalou o vínculo entre pai e mãe”. Quando o Sujeito 2 entrou na APAE, passou por avaliação com seis profissionais técnicos e apenas três deles assinaram e dataram seus laudos diagnósticos, o que dificultou sobremaneira a análise da documentação. Os que se identificaram e assinaram os laudos foram a médica pediatra, a fisioterapeuta e a psicóloga. Quanto ao DNPM, no relatório do neurologista, consta que ele “andou com 2 anos e 6 meses. Começou as primeiras palavras com 1 a 6 meses. Já come sozinho” e que, na área da linguagem “fala palavras-frase”. Fonoaudiologia: a fonoaudióloga procedeu à avaliação quando o Sujeito 2 estava com três anos e afirma que ele balbuciou com “mais ou menos oito meses” e disse as primeiras palavras com significado com “mais ou menos 2 anos”. Disse que a mãe o compreendia mais por meio de gestos e que sua compreensão por outras pessoas era “difícil, pois emite somente alguns vocábulos”, mas era capaz de compreender “algumas pequenas ordens apesar de teimoso”. Era capaz de olhar os lábios de quem falava e já tinha utilizado, bastante, gestos e mímicas, mas, naquele momento (aos 3 anos), havia 42
Probando – “o avaliado” – expressão da psicologia, atualmente em desuso.