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Apresentação Estamos num momento único em nossas vidas. Uma pandemia chegou no planeta para nos impor novas formas de ser e estar no mundo. A prioridade agora é sobreviver ao vírus Covid-19, que ameaça a todos, sem distinções de nenhuma natureza. Embora em 2020, ano do início da pandemia, já se estivesse reconhecendo que as contaminações pelo coranavírus estavam sendo mais frequentes nos lugares mais pobres - onde o acesso às políticas públicas de educação, de saneamento, de água potável e de saúde é mais precário – neste ano de 2021 já se constata que o vírus também atinge pessoas de todas as classes sociais quando o distanciamento social e o uso de máscaras não são observados como formas fundamentais de prevenção a essa terrível doença. Em 2011, foi publicado um documento do Banco Mundial para a Educação 2020 (THE WORLD BANK, 2011), em que o slogan “Aprendizagem para Todos” era o direcionador das políticas de reforma dos sistemas educacionais dos países. Segundo o documento, “A nova estratégia do Banco para 10 anos, procura alcançar este objectivo alargado de ‘Aprendizagem para Todos’, promovendo reformas nos sistemas de educação dos países e criando uma base global de conhecimento suficientemente forte para liderar estas reformas” (THE WORLD BANK, 2011, p. 1, grifos no original). Nesse intervalo de tempo entre a publicação desse documento, em 2011, e este ano de 2021, com a perplexidade diante da pandemia do novo coronavírus, houve outro evento que aconteceu em Incheon, na Coreia do Sul, em 2015, do qual originou-se a Declaração de Incheon, com a Agenda 2030, que trouxe os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Destaca-se, desse documento, o ODS4, que tem como princípio “Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos” (ONU, 2015, p. 23). Com o ODS4, a educação ocupa lugar de destaque para impulsionar o desenvolvimento do país e palavras e expressões como inclusão, equidade, qualidade e aprendizagem ao longo da vida constituem-se como as molas propulsoras das demais políticas que regem a vida das pessoas que se encontram no amplo espectro da diversidade, entre elas, as pessoas com deficiência. No entanto, se antes da pandemia já havia dúvidas sobre a efetividade dessas “boas” intenções de muitos países signatários desses tratados, nestes tempos de pandemia e, muitas vezes, de negação da ciência, esforços redobrados serão necessários para reconstruir o necessário para a efetividade e implementação dessas políticas. O futuro é incerto e, no caso brasileiro, neste momento, parece deveras sombrio dado o imenso número de vidas perdidas devido à pandemia e pelas condições materiais difíceis de um número crescente de famílias brasileiras. Demonstrando o quão difíceis têm sido essas condições, Antunes (2020) afirma: A questão crucial imediata desta era de trevas é a preservação da vida. Isso significa encontrar no presente as condições para estancar a crise pandêmica, com o apoio vital da ciência e, ao mesmo tempo, começar a desenhar um outro sistema de metabolismo verdadeiramente humano-