Revista Costumes 19ª edição

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sumário

editorial

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015 está chegando ao fim, mas a Costumes trouxe nesta edição muitas dicas para você aproveitar ainda neste ano. Uma delas é como ter uma Ceia de Natal com muito sabor, mas sem peso na consciência. Para isso, quatro chefs trazem sugestões que aliam sabor, alimentos funcionais e substituições saudáveis. Ainda sobre o Natal e o espírito de solidariedade que a data faz renascer dentro de cada um, a Costumes conversou com quatro pessoas que doam um pouco de si e do seu tempo para transformar a vida do outro em uma experiência melhor.

de uma das praias mais lindas do Brasil, Jericoacoara. Ainda nessa edição, o chef André Mifano, em entrevista exclusiva, fala de sua nova fase e de seus planos para 2016. Tem ainda Mariana Ferrão, a embaixadora do bem-estar e os 80 anos de um dos maiores cartunistas do Brasil, Maurício de Sousa. Na seção Me acostumei com você, o humorista e vereador Paulo Diógenes revela suas muitas fases e faces ao longo de 30 anos de carreira. O fotógrafo Igor Barbosa nos apresenta um pouco da sua coleção de sorrisos.

Moda também é um dos nossos ‘costumes’ preferidos. Descobrimos que o Ceará revelou-se mais do que um celeiro de confecção têxtil. Aqui, produzimos moda autoral, que vem ganhando força e sendo valorizada pelos produtores e consumidores de todo o país. Esses são apenas alguns dos assuntos que você vai encontrar nesta última edição do ano. Desejamos um 2016 delicioso, com muito amor e saúde. Boa leitura! A Editora

E para começar 2016 com todo pique, que tal experimentar o Boxe fit, a modalidade que ajuda a emagrecer e a tonificar os músculos? Pensando no relaxamento do corpo e da mente, fomos atrás de saber os benefícios da Acroyoga para você. Veja ainda o que são Superalimentos e a importância deles para sua saúde. Você sabe fazer o aproveitamento integral dos alimentos? Aqui, mostramos como fazer um melhor uso das “sobras”. E falando dos sabores que o Ceará oferece, saiba um pouco mais sobre o Cantinho do Frango, descubra as muitas combinações de sucos naturais e se delicie com um roteiro gastronômico

EXPEDIENTE MERCADINHOS SÃO LUIZ Diretor Presidente: Severino Ramalho Neto Diretor Operacional: Fernando Ramalho Diretora Comercial e de Marketing: Joana Ramalho REVISTA COSTUMES Diretor Responsável: Nazareno Albuquerque Editora-Chefe: Isabella Purcaru Redação: Ádria Araújo, Valéria Dallegrave e Izakeline Ribeiro Fotografia: Davi Farias Revisão de Textos: Ana Luiza Martins Edição de Arte e Design: Art2 Design Tratamento de Imagens: Art2 Design Produção Gráfica: Carlos Araújo Comercial: comercial1@revistacostumes.com.br - (85) 98802 3773 e (85) 3261 5999 Direção de Arte da capa: Marcos Costa e AR. Neto Impressão: Gráfica Halley Tiragem: 20.000 exemplares A Revista Costumes é uma publicação quadrimestral, editorada pela NA Comunicação - www.revistacostumes.com.br

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COSTUME SAUDÁVEL

CAPA

Relaxe o corpo e a mente com a Acroyoga

Mariana Ferrão, a embaixadora do bem-estar

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SUPERALIMENTOS

CEIA DE NATAL

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Os benefícios que eles oferecem à saúde

ROTEIRO GASTRONÔMICO

As delícias gastronômicas de Jericoacoara

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HERÓIS DE TODOS OS DIAS

Pessoas que se doam para transformar a vida de outras em uma experiência melhor

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ME ACOSTUMEI COM VOCÊ

As fases e faces do precursor do humor cearense, Paulo Diógenes

Com sabor e sem peso na consciência

‘SÓ RIA’

Conheça o fotógrafo cearense que se dedica a colecionar sorrisos


Voz do consumidor

No meu carrinho “Gosto muito da variedade das bebidas, além das frutas e verduras, que são as melhores da cidade. Admiro muito a limpeza das lojas, a organização dos funcionários, além do atendimento, que é perfeito”. A dona de casa, Débora Gamito e a filha Natália

“Sempre venho fazer compras no São Luiz e quando tem edição nova da Costumes nos caixas é certeza eu levar. O que mais gosto são as receitas práticas que os clientes ensinam, além das matérias com chefs e nutricionistas”. Felipe Calvet, empresário

“A revista Costumes é de uma qualidade incomparável! Gosto muito das matérias sobre os restaurantes, das receitas dos chefs e de tudo o que aborda esse lado gourmet”.

“Gostei muito da matéria com a Fernanda Rodrigues, na última edição, falando sobre como conciliar a criação de sua filha com o trabalho. Também gosto das matérias que falam sobre exercícios e alimentação saudável”.

Cristina Vasconcelos Lima, galerista

Amanda Macedo, estudante de Nutrição

“Acho a revista muito bacana, com uma qualidade que não é vista em muitas outras revistas do Estado. Gosto muito de todas as receitas, e das matérias sobre saúde e beleza, são as melhores”.

“Adoro a revista Costumes, as receitas, a participação dos chefs daqui e de fora, as dicas de beleza, as matérias sobre atividades físicas, além das novidades que acontecem na cidade. O São Luiz está de parabéns pela qualidade da revista!”

“A Costumes é uma revista muito bem produzida, de excelente qualidade. Meus assuntos preferidos são os que abordam a cultura cearense. Os temas são atuais e prendem a nossa leitura”.

Socorro Neves, advogada

Juliana Rocha, fisioterapeuta

Germana Neves, advogada

“Entrei nesse mundo saudável há um ano e gosto sempre de comprar produtos nessa linha: farinha de arroz, barrinhas de cereal, massas sem glúten, e algumas frutas, como a tâmara, que não encontro em qualquer supermercado, somente aqui” Bárbara Nóbrega, designer de moda

“Sempre compro tudo o que é natural e saudável: as verduras, frutas, produtos do Costume Saudável e um picolé de frutas, que eu amo! O atendimento, então, nem se fala! Cristina é a melhor gerente que o São Luiz poderia ter, somos quase amigas” Katlia Costa, advogada


SUA RECEITA

SUA RECEITA

Ingredientes: Serve até quinze pessoas. Para a massa: 225g de farinha de trigo sem fermento 50g de cacau em pó 140g de manteiga sem sal 100g de açúcar 1 ovo Para o creme de maracujá: 200g de açúcar 22g de manteiga sem sal 4 gemas 4 ovos 150g de polpa de maracujá Para o merengue: 5 claras de ovo 300g de açúcar Modo de Preparo:

A representante de vendas Priscilla Costa, 30 anos, compartilha com os leitores da Costumes a receita de um prato que preparou para o marido, Jari Vieira. “Tive a ideia de fazer surpresa para meu esposo, e aprendi pesquisando na internet, achei um vídeo de um chef de Salvador ensinando. Na verdade eu cozinho pouco, apenas em ocasiões especiais. Não tenho tanta experiência e nem paciência para atividades culinárias, porém, no dia que fiz esse prato me senti muito feliz e realizada, por ter ficado como eu imaginava, apesar da pressa”, completa. O prato é um Filé de Sirigado Grelhado acompanhado de Risoto de limão Siciliano, em que podem ser feitas quantas porções o cozinheiro quiser, basta aumentar os ingredientes de acordo com quantidade de pessoas que vão desfrutar. “O grande segredo do sucesso é não se esquecer de usar a verdadeira manteiga e o queijo parmesão ralado grosso. O queijo se mistura no risoto e fica uma delícia!”, afirma Priscilla. Cliente da loja do Cocó há dez anos, a representante destaca o que mais a fideliza no supermercado. “Costumo encontrar tudo o que preciso. O 12 COSTUMES

Torta de Maracujá JARI VIEIRA

Filé de Sirigado Grelhado

que mais compro são alimentos para uma dieta saudável, e gosto de levar também alguns produtos diferenciados que só encontro aqui. Sou muito bem atendida, percebo a atenção dos funcionários em fazer com que tudo funcione bem e o cliente saia satisfeito. Fora o ambiente agradável e limpo, que eu adoro”, finaliza.

Ingredientes: Para 3 porções: 320g de arroz arbório 600g de filé fresco alto de Sirigado 2 limões sicilianos 2 tabletes de caldo de legumes 100g de queijo parmesão ralado grosso Manteiga 1 cebola 1 dente de alho Azeite/Sal/Pimenta-do-reino qb 1 taça de vinho branco seco Modo de preparo: Grelhe o peixe, tempere-o com sal, pimenta e reserve; doure a cebola no azeite com meio dente de alho; quando estiver bem refogado, acrescente o arroz e refogue mais um pouco; banhe com um pouco de vinho branco e deixe evaporar o álcool. Vá acrescentando caldo de legumes aos poucos, sem parar de mexer; quando o arroz estiver no ponto, leve o peixe ao forno preaquecido por cerca de oito minutos em 220 graus, para terminar o cozimento. Finalize o arroz com manteiga, queijo parmesão e suco de limão.

O confeiteiro Bruno Carvalho, 25 anos, faz sucesso com suas receitas e o segredo, segundo ele, é o uso de bons ingredientes e cozinhar com amor. Dentre suas preferidas está a Torta de Maracujá. “Comecei a cozinhar profissionalmente há pouco mais três anos, quando larguei a Faculdade de Direito no oitavo semestre para cursar Gastronomia, porém já cozinhava antes por hobby para amigos e familiares. Esse prato eu aprendi no decorrer da minha vida profissional. É uma sobremesa fácil de fazer, apesar das etapas, requer apenas muita calma, paciência e amor”, afirma. Mesmo considerando-se cliente do São Luiz há quinze anos, Bruno conta que desde a infância acompanhou sua mãe na loja da avenida Alberto Sá. “Ir ao São Luiz me remete a bons momentos da minha infância. Minha mãe sempre comprou lá, e quando cresci passei a ser cliente também. Gosto muito dos molhos, produtos importados, frutas, produtos que sempre uso no dia a dia e também no meu cotidiano profissional, produtos que só tem no São Luiz. Lá, sinto-me em casa, sou muito bem tratado e recebido”, finaliza.

Para a Massa: preaqueça o forno a 180 graus. Peneire a farinha e o cacau e misture com a manteiga sem sal. Depois agregue o açúcar e, por último, os ovos. Junte bem todos os ingredientes. Abra a massa entre dois plásticos-filme em, aproximadamente, 0,5cm e deixe-a descansar na geladeira por 1 hora. Coloque-a em uma fôrma com fundo removível e faça pequenos furos com o garfo em toda massa. Leve-a para assar por, aproximadamente, 20 minutos. Para o creme de maracujá: coloque todos os ingredientes em uma panela, em fogo baixo, e mexa com um fouet (batedor de ovos) até engrossar. Despeje esse creme sobre a massa já assada e fria. Para o Merengue: coloque, em banho-maria, as claras e o açúcar e mexa levemente até que o açúcar se dissolva. Verta a mistura ainda quente na batedeira e bata em velocidade média-alta até que esfrie, dobre de volume e vire um creme firme. Quando o creme de maracujá estiver frio, coloque o merengue em um saco de confeitar e faça pequenas bolinhas. COSTUMES 13


DE ONDE VEM?!

Por Ádria Araújo

Dá para ser saudável comendo

manteiga? CONHEÇA A MANTEIGA GHEE! SEM LACTOSE E SEM TOXINAS, É A OPÇÃO IDEAL PARA QUEM NÃO QUER DEIXAR DE LADO O ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL

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ara quem adora uma manteiga, mas não quer abrir mão de uma vida mais saudável, uma ótima opção é a manteiga ghee. “Ela é uma versão mais saudável da famosa manteiga da terra, porém, sem lactose e sem toxinas”, explica a nutricionista Danielle Lodetti. De propriedades emolientes, a manteiga ghee serve de base para diversas preparações medicinais e é considerada um ótimo conservante para todas as ervas que são adicionadas a ela. “A ghee contém vitamina A, o que a torna um excelente antioxidante, prevenindo contra o envelhecimento precoce e atuando no combate aos radicais livres. Além disso, ela tem poder anti-inflamatório, não contém corantes nem conservantes artificiais. Por não conter sal, nem toxinas, ela não aumenta a retenção de líquidos”, salienta. Segundo a nutricionista, na gastronomia ela é ótima para cozinhar, tem um sabor maravilhoso e tem um aroma refinado. Também possui alto nível de resistência ao calor e não queima facilmente. Por suportar altas temperaturas, não cria toxinas e nem altera o gosto dos alimentos. Sobre a quantidade no uso, a nutricionista alerta para que seja usada com moderação. “É importante lembrar que, mesmo sendo mais saudável, a manteiga ghee ainda é uma gordura. Logo, recomenda-se seu uso de forma moderada. Além disso, por ser mais saborosa que os outros óleos, uma pequena quantidade já é suficiente para ser utilizada em receitas”.

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DE ONDE VEM?!

Dá para fazer em casa

De onde vem?! Assim como a manteiga tradicional, a ghee é feita a partir do leite de vaca ou de búfala. “A diferença é que ela passa por um processo de clarificação e purificação, onde é feita a retirada de toda a lactose, sal ou qualquer toxina que possa fazer mal ao organismo. Por isso é considerada mais pura e benéfica do que a manteiga normal”, ressalta a nutricionista Ticiane Aragão. Segundo Ticiane, o processo de produção e as características são semelhantes aos da manteiga de garrafa

e ao samneh africano. De um modo geral, a manteiga ghee é, tradicionalmente, produzida ao aquecer manteiga fresca e de boa qualidade, sem sal e sem adição de nenhum produto químico, até que ela se torne um líquido transparente dourado e com perfume característico. “Durante esse processo, a lactose coagulada e outros sólidos do leite são removidos, podendo então ser consumido por pessoas que tenham intolerância à lactose. Após a filtragem das impurezas, transforma-se em um óleo puro e nutritivo”, informa.

As nutricionistas ensinam como fazer manteiga ghee em casa, de forma simples. Basta utilizar 500g de manteiga sem sal de boa qualidade. Coloque essa manteiga em uma panela, de preferência inox ou de vidro com fundo grosso, para não fritá-la, e leve ao fogo baixo. Ela irá derreter até começar a ferver. Observe que formará uma espuma que subirá e, em seguida, baixará. Com uma colher grande ou escumadeira, vá retirando toda a espuma branca que vai aparecendo. Quando não houver mais espuma e o líquido estiver totalmente amarelinho e transparente, aguarde alguns minutos e retire do fogo (formará uns cristais no fundo da panela, que é a lactose). Após esfriar, coe e coloque em um vidro. O processo dura em torno de uma hora e não é necessário armazenar o produto final em geladeira.

Manteiga X Margarina: qual a melhor escolha? Segundo Ticiane Aragão, a diferença está no tipo de gordura. A manteiga é de origem animal, feita da nata do leite. Já a margarina é de origem vegetal, feita a partir de óleos vegetais. Em termos nutricionais, as duas fornecem, aproximadamente, a mesma energia (entre 600 e 750kcal) e o mesmo teor de gordura (entre 70 a 80%). Manteiga: rica em gorduras saturadas e colesterol. Contém ácido butírico, que possui propriedades anti-inflamatórias e alimenta a flora intestinal boa, tendo um papel importante na manutenção da integridade da mucosa do intestino. Contém também vitamina A, que é antioxidante e facilitadora da digestão das proteínas. “Mas a gordura saturada da manteiga causa polêmica: alguns dizem que pode aumentar os riscos de doenças coronárias; outros afirmam que ela é uma importante protetora do coração. Estudos recentes contestam a má fama atribuída a esse tipo de gor16 COSTUMES

dura, que é encontrada em alimentos de origem animal como carnes, ovos e manteiga”, ressalta. Indicação: a manteiga comum é de fácil digestão, e pode fazer parte de uma dieta saudável, com moderação. Utilizada por pessoas saudáveis, ela não vai trazer problemas à saúde. “Mas não é recomendada no caso de pessoas com colesterol alto. A moderação sugere o uso de duas pontas de faca por dia, ou uma colher de sobremesa diária. Assim, quem está com a saúde

em dia vai se beneficiar das vitaminas que a manteiga proporciona”, afirma. Margarina: rica em gorduras insaturadas, a margarina é produto alimentício altamente processado, o que pode dificultar a metabolização do organismo. O principal ingrediente é o óleo vegetal juntamente com emulsificantes, corantes e vários ingredientes artificiais. O óleo vegetal é normalmente líquido à temperatura ambiente. É por isso que a margarina é, muitas vezes, hidrogenada, o que lhe confere uma consistência mais dura e prolonga sua vida de prateleira. Indicação: é mais indicada para o uso culinário, no preparo de bolos e massas, e algumas marcas acrescentam o fitoesterol - encontrado em alguns vegetais -, que ajudam a controlar o colesterol. A recomendação máxima de ingestão de margarina também é a mesma da manteiga: uma colher de sobremesa por dia.

Para experimentar em casa A Costumes convidou as chefs Cris Gutierrez, Mariana Matos e Fabiana Dominguez para executarem receitas usando a manteiga ghee. Aprenda com elas!

Cookies de banana com aveia e alfarroba Por Cris Gutierrez Ingredientes: 100g de farinha de arroz 35g de fécula de batata 25g de polvilho doce ou fécula de mandioca 20g de quinoa em flocos 20g de aveia em flocos 10g de alfarroba em pó 1 banana orgânica madura 2g de fermento químico 2g de goma xantana 1 ovo caipira 70g de manteiga ghee 1 colher de chá de extrato de baunilha 120g de açúcar mascavo 50g de gotas de chocolate meio amargo 1 pitada de flor de sal (opcional)

Modo de Preparo: Misture o açúcar com a manteiga e os ovos. Acrescente a banana amassada. Coloque as farinhas peneiradas e parte das gotas. Abra a massa e corte no formato dos biscoitos. Coloque-os na assadeira, decore-os com as gotas de chocolate restantes. Asse-os por cerca de 20 minutos a 190 graus. Deixe-os esfriar. Sobre a Chef Cris Gutierrez é especializada em cozinha natural e funcional. Professora de gastronomia em cursos livres, consultora domiciliar e empresarial e responsável por uma linha de produtos funcionais, sem glúten e sem lactose, comercializados sob encomenda. Pós-graduanda em gastronomia, formada em panificação, com diversos cursos de confeitaria e cozinha quente.

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DE ONDE VEM?!

Filé de salmão ao molho de ervas Por Mariana Matos Ingredientes: 300g de filé de salmão 1 maço de rúcula 1 alface americana 100g de tomate cereja 1 cebola roxa 2 colheres de manteiga ghee Ervas frescas ou secas (alecrim, tomilho, manjericão, coentro, hortelã, sálvia) 100ml de azeite 1 limão Sal, pimenta-do-reino a gosto

desejado, e coloque-os nos pratos que irá servir. Ao lado, coloque o mix de folhas verdes, com os tomates cerejas cortados ao meio e a cebola cortada em tiras bem finas. Tempere com um fio de azeite e limão. Para finalizar o prato, coloque duas colheres de ghee em uma frigideira e junte as ervas maceradas ou picadas. Deixe que ferva para que o sabor se espalhe por todo o ghee. Ponha sal e pimenta a gosto. Coloque por cima do salmão o molho ainda bem quente, de duas a três colheres. Sirva imediatamente.

Modo de preparo Corte os filés de salmão em dois pedaços, tempere com azeite, sal e pimenta-do-reino a gosto e reserve. Pique as ervas frescas, e se tiver um pilão pode macerar. Reserve. Em uma frigideira antiaderente, doure os filés de salmão até que atinjam o ponto

Sobre a Chef Mariana Matos é apaixonada por cozinha, por comida e por comer. Mãe do Bento. Formada em Gastronomia pela FANOR em 2013. Atualmente, atua no mercado de foodstylist, consultorias, personal chef e de encomendas.

Espaguete de abobrinha e tomates cerejas assadas com maionese de abacate Por Fabiana Dominguez Ingredientes: Espaguete: 4 abobrinhas pequenas cortadas em tirinhas bem fininhas 2 dentes de alho picados 2 colheres de sopa de ghee 1 colher de sopa de salsinha Tomates assados: 200g de tomate cereja 3 colheres de sopa de azeite 1 dente de alho picado 1 colher de chá de estragão Maionese de abacate: ¼ de abacate maduro ¼ de cebola 1 limão (suco) 3 colheres de sopa de ghee Gotas de tabasco Sal e Pimenta preta moída Amêndoas picantes: 4 colheres de sopa de amêndoas

1/4 de colher de café de páprica picante 1 colher de sopa de ghee Sal a gosto Pimenta moída Modo de preparo: Para o espaguete: aqueça a ghee em uma frigideira, doure o alho nela. Acrescente a abobrinha e refogue ligeiramente. Misture a salsa com o fogo desligado. Para os tomates assados: misture todos os ingredientes e leve-os ao forno médio por 40 minutos. Para as amêndoas: leve-as ao forno a 80 graus por 30 minutos. Para a maionese: bata tudo no liquidificador. Finalização: misture o espaguete de abobrinha com os tomates. Centralize no prato a abobrinha, por cima coloque um pouco da maionese. Salpique as amêndoas por cima.

Sobre a chef Fabiana Dominguez é de Porto Alegre, mas mora no Ceará há dez anos. Autodidata, Fabi comanda o restaurante L’assiette e possui uma linha de congelados orgânicos. Futuramente, vai abrir um restaurante numa linha mais vegetariana e orgânica.


SUANDO A CAMISA

Perca calorias com o

BOXE FIT

A MODALIDADE, QUE CHEGOU RECENTEMENTE À FORTALEZA, AJUDA A EMAGRECER E TONIFICAR O CORPO, E OS ALUNOS NÃO PRECISAM LUTAR Por Ádria Araújo á muitos anos, o Boxe era considerado apenas um esporte de combate para lutadores, que utilizavam os punhos, tanto para defesa quanto para o ataque. Hoje, este esporte está presente em muitas academias de ginástica e atrai homens e mulheres que buscam uma atividade física mais intensa. Atenção! Para aqueles que não querem praticar o Boxe profissional, surgiu a versão, digamos, mais divertida desta modalidade: o Boxe Fit, que utiliza a mesma metodologia de treinamento e os mesmos exercícios aeróbicos e funcionais, porém, não há combate. “O Boxe Fit é um treinamento de boxe para pessoas comuns, ou seja, que não buscam lutar como finalidade”, afirma a profissional de Educação Física, Artêmis Lima. Segundo a professora, a ideia de adicionar mais exercícios funcionais e aeróbicos nas aulas surgiu durante o seu treinamento. Agachamentos, pliometria (exercício que busca a máxima utilização dos músculos em movimentos rápidos e de explosão), abdominais, a

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Benefícios do Boxe Fit e áreas trabalhadas O Boxe Fit trabalha todos os grupos musculares: membros inferiores, superiores e tronco, além de trazer diversos benefícios para quem busca uma vida saudável, como: desenvolvimento da musculatura de pernas, braços e tronco; melhora do condicionamento físico, aumento da resistência, da força muscular, do equilíbrio, da coordenação, sem falar que alivia o estresse, a ansiedade, desenvolve o reflexo, a agilidade e melhora a autoconfiança. Para quem deseja perder os quilinhos indesejados, a aula também é uma ótima pedida, pois, em 50 a 60 minutos de duração, o praticante pode perder até 1.200kcal. Os movimentos específicos utilizados no treino são esquivas, socos, de-

fesas, exercícios aeróbicos e funcionais voltados para o fortalecimento muscular, o emagrecimento (que é exatamente o que difere o Box Fit do Boxe tradicional, que visa o combate). As recomendações para quem tem interesse de começar a praticar são poucas: “Estar com o equipamento correto, como luvas e bandagem, pois servem para a proteção do punho e, assim, evitar lesões; e fazer as aulas com moderação, sempre respeitando os limites do corpo, sendo acompanhada por um profissional”, finaliza.

SERVIÇO Central do Corpo Fitness Avenida Engenheiro Luis Vieira, 920 – Dunas Tel.: (85) 2181-1715

Mudanças no corpo e na mente com a prática da modalidade

A profissional de Educação Física Artêmis Lima ensina os movimentos do Boxe Fit à estudante Yasmim Nobre

utilização apenas da manopla (para que se possa aprender os golpes de maneira correta e evitar lesões) e nada de combate entre alunos, são apenas alguns dos diferenciais desta nova modalidade. “O Boxe para pessoas que não são atletas sempre existiu com a finalidade de emagrecimento, mas a ideia do Boxe Fit surgiu durante meu próprio treinamento. Sou atleta amadora e vi uma

oportunidade de ensinar o Boxe com uma intensidade menor do que a que pratico. Cada professor tem uma didática diferente e eu resolvi levar um pouco da minha realidade aos alunos, assim o encanto do esporte não se perde somente na busca do emagrecimento, mas a paixão pelo Boxe em si sempre surge para quem escolhe fazer, seja ele para atletas ou não atletas”, afirma.

Quando começou a praticar o Boxe Fit, a estudante de Psicologia Yasmim Nobre enfrentou algumas dificuldades. “Eu comecei a modalidade com alguns vícios trazidos do outro esporte que eu praticava, como por exemplo, ter a guarda muito aberta, mas consegui superar. Com o Boxe Fit eu notei que meus braços e meu abdômen estão mais trabalhados. Fora que ele trabalha a concentração e a atenção, fatores que são indispensáveis no cotidiano, além de deixar a pessoa mais calma por ajudar a desopilar”, afirma. Yasmim destaca o que a faz gostar ainda mais da modalidade. “A aula é ótima, eu gosto muito por ser superdinâmica e a professora é maravilhosa. Eu adorei a ideia da academia e estou amando fazer”, finaliza a estudante. COSTUMES 21


COSTUME SAUDÁVEL

Relaxe o corpo e a mente com a

Acroyoga PRATICADA POR MUITAS FAMOSAS, A MODALIDADE MISTURA ACROBACIAS E YOGA, COM MOVIMENTOS FEITOS POR ATÉ TRÊS PESSOAS

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Por Ádria Araújo

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Yoga é uma atividade, bastante disseminada, que trabalha o corpo e a mente através da meditação. Outra modalidade semelhante, que vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil e conquistando famosas como Daniele Suzuki, Gisele Bündchen, Grazi Massafera, Giovanna Antonelli, Preta Gil, é a Acroyoga, que mistura yoga e acrobacias. Surgida nos Estados Unidos e no Canadá, a Acroyoga se diferencia da Yoga tradicional, porque, a primeira reúne duas ou três pessoas para realizar um movimento, enquanto na segunda, os movimentos são realizados por apenas uma pessoa. “Na Yoga tradicional é você mesmo que se segura e a relação é somente com você. Já na Acroyoga, a relação é você e seu parceiro, você fica em cima dos pés ou das mãos de outra pessoa, ou segurando esse outro alguém. Ela trabalha a maneira como você trata os outros, a confiança que você tem no parceiro, como você trata sua frustração, como aceita seu limite e o limite dos outros, seja físico ou mental”, afirma a professora Fatima Ospitaleche. A aula tem duração de duas horas e é recomendada para qualquer pessoa que deseje relaxar, divertir-se e conhecer outras pessoas. Trabalha todas as áreas do corpo e precisa, no mínimo, de duas pessoas para fazer um movimento. “Os praticantes dividem-se em: base, voador e cuidador. A base é a pessoa que levanta a outra. O voador é quem faz o movimento e o cuidador é quem está segurando ou ajudando. Às vezes, ele só orienta como fazer”, informa a professora. Os benefícios da Acroyoga são muitos: exercitar a paciência, a aceitação, a comunicação, a interação, além de deixar o corpo alongado, flexível, saudável, tonificado, e trabalhar a respiração e ensinar o aluno a ter uma postura correta. “A prática da Acroyoga necessita que você faça força nas pernas, nos braços, no abdômen. É preciso ter muita paciência para aguentar esse treino e para continuar”, recomenda.

Professora Fátima Ospitaleche ensinando as posturas da Acroyoga às suas alunas

Quem fez e aprovou A recepcionista Alessandra Sousa é uma das adeptas da Acroyoga. Mesmo já tendo praticado Yoga, ela conta que teve um pouco de dificuldade ao fazer os movimentos da Acro na primeira vez que fez aula. “A sensação foi diferente, você não conhece o outro aluno que está com você e, na primeira vez, você já tem que ter confiança, apoiar seu corpo e confiar que ele segure. No começo eu tive dificuldades, mas fiz uma ou duas posturas completas, foi ótimo. Você tem que acreditar na sua capacidade de fazer cada movimento, às vezes pensa que não consegue, mas com a ajuda da professora, você alinha o corpo direitinho”, afirma. Para a jovem, a Acroyoga serve

como uma atividade física no seu dia a dia, além de relaxar, exercitar o corpo e a mente. Depois que começou a fazer, Alessandra notou alguns benefícios: “Melhora a postura, você aprende a respirar, sua coluna fica mais ereta, você fica mais tranquila e o corpo flexível. Apesar de ser pesada por trabalhar com o peso corporal, quando você termina, dá vontade de dormir de tão relaxada que fica”, finaliza.

SERVIÇO Ayo Zen Rua Vilebaldo Aguiar, 1035 – Cocó Tel.: (85) 3099-1774

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ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL

Por Ádria Araújo

O MUITAS PESSOAS CONSOMEM, MAS DESCONHECEM ESSE TERMO. DESCUBRA QUAIS SÃO ESSES ALIMENTOS E A QUANTIDADE DE BENEFÍCIOS QUE ELES OFERECEM À SAÚDE

Você conhece os

termo pode não ser muito conhecido e alguns destes alimentos até esquecidos no nosso cardápio diário. Mas, para quem não sabe, os Superalimentos são muito importantes para nossa saúde. Segundo a nutricionista Carla Laprovitera, os Superalimentos ou Superfoods fornecem uma enorme quantidade de nutrientes de uma forma natural, equilibrada e facilmente disponível para o organismo. Eles podem trazer muitos benefícios se forem inseridos em uma alimentação balanceada. A forma de consumo e a quantidade de cada alimento vão variar para cada um, mas tê-los presentes na alimentação contribui com a saúde e bem-estar de quem consome. “Os superalimentos ajudam o organismo a ‘funcionar melhor’, pela otimização do metabolismo. E quando seu corpo está nutrido, seu metabolismo consequentemente vai estar melhor, você terá mais disposição e o emagrecimento pode também ocorrer junto com a melhora de vários sintomas. Eles também contribuem para a saciedade, aumentam a energia física e mental, auxiliam na imunidade, no processo de desintoxicação e na capacidade do corpo de lidar melhor com os estresses ao longo do dia – isso tudo favorece o bem-estar”, complementa. Dentre os muitos alimentos considerados Superfoods, como a lentilha, a batata doce, a acelga, o abacate e outros, Carla recomenda cinco que não podem faltar no nosso dia a dia: abacate, cacau, beterraba, açafrão e biomassa de banana verde. “Esses são fáceis de serem incluídos na dieta levando em conta a nossa região, além de possuírem uma alta versatilidade na forma de consumo. São fontes de gorduras do bem, de antioxidantes e probióticos (que aumentam as bactérias boas no nosso intestino) contribuindo para a saciedade, a saúde intestinal e, assim, para a saúde de uma forma geral”, afirma.

Superali mentos?

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ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL

Superalimentos e seus benefícios

5. BIOMASSA DA BANANA VERDE

A nutricionista Carla Laprovitera indica nove Superalimentos importantes para nossa saúde, explicando seus benefícios e sugerindo a melhor forma de consumí-los

1. ABACATE

3. AÇAÍ

4. BETERRABA

Benefícios: o abacate possui um alto teor de nutrientes antioxidantes, tem ação anti-inflamatória, auxilia no controle da saciedade e melhora a ação da insulina, sendo interessante para quem precisa controlar a glicemia e para pessoas que buscam a perda de gordura corporal. Rico em “gorduras do bem”, ele auxilia na redução do “colesterol ruim” (LDL) e no aumento do “colesterol bom” (HDL).

Benefícios: tem alto poder antioxidante por ser rico em antocianinas, que confere também a coloração “arroxeada” ao alimento. Com um bom teor de ferro, é benéfico para diabéticos (a fruta não deve ser batida com xarope), pois auxilia no controle da glicemia e baixa os níveis de insulina, além de contribuir com a sensação de saciedade.

Sugestão de consumo: o segredo dessa fruta é a quantidade e a combinação certa de nutrientes (nada de açúcar no abacate!), ele é muito versátil e pode ser consumido em preparações salgadas (guacamole e até molhos); na salada ou com canela. É excelente se consumido antes de dormir, pois controla a produção de alguns hormônios e mesmo como pré-treino (uma sugestão é associá-lo com o cacau em pó).

Sugestão de consumo: o ideal é que seja consumido sem o xarope de guaraná e outros acompanhamentos, como leite condensado e leite em pó. Prefira o açaí puro com banana ou morango, por exemplo. Se sentir necessidade de adoçar, opte pelo mel de abelha ou pelo açúcar mascavo. Desde que dentro de uma alimentação balanceada, o açaí pode fazer parte do seu café da manhã, do pré-treino ou de um lanche da tarde no seu final de semana, por exemplo.

Benefícios: um alimento que fornece uma boa dose de energia, com poucas calorias e muitos nutrientes. É muito rica em ácido fólico e tem boa fonte de vitamina A, C, vitaminas do complexo B, zinco, magnésio, sódio e potássio. Contém alto teor de fibras (pectina), que ajuda a controlar a absorção de glicose e colesterol. Possui boa ação na redução da pressão arterial, é anti-inflamatória, auxilia no sistema imunológico, é rica no antioxidante chamado betaína (responsável por sua coloração), e auxilia na vasodilatação.

2. AÇAFRÃO Benefícios: essa raiz possui um ativo chamado Curcumina, que tem efeito anti-inflamatório, antioxidante, anticancerígeno, hepatoprotetor, auxilia na redução do colesterol e atua na melhora da digestão. Estudos mostram efeitos positivos em doenças como Diabetes, Alzheimer, Esclerose e Artrites.

Sugestão de consumo: é uma excelente opção de consumo antes de atividades físicas, pois melhora o desempenho – pode ser usada em forma de suco funcional com melancia ou maçã, por exemplo.

Benefícios: essa preparação à base de banana verde é rica em amido resistente, que auxilia no bom funcionamento do intestino, no controle do colesterol, no aumento da saciedade e na regulação do teor de açúcar no sangue. O consumo regular da biomassa de banana verde é excelente para a manutenção de uma boa flora intestinal, pois auxilia no aumento das bactérias “do bem”, presentes no nosso intestino, tornando-o mais saudável e, assim, melhorando a absorção de todos os nutrientes que consumimos. Dessa forma, contribui para uma alimentação saudável, no tratamento de constipação, no processo de emagrecimento e na alimentação de diabéticos ou resistentes à insulina. Sugestão de consumo: pode ser utilizada em várias preparações (em sucos, para engrossar molhos, fazer sobremesas, em sopas, pães, biscoitos) sendo, assim, bastante fácil enriquecer a alimentação com ela.

6. CACAU Benefícios: o cacau é muito rico em nutrientes e podemos extrair esses benefícios tanto da sua polpa (usada para fazer sucos), como da semente (de onde se fabrica o chocolate e a manteiga de cacau). É rico em magnésio, zinco e fibras alimentares, o que auxilia no bom funcionamento do metabolismo, na regulação do trânsito intestinal e na sensação de saciedade. É rico também em antioxidantes, principalmente os flavonoides, exerce efeito protetor cardiovascular, auxilia no aumento do “bom colesterol” (HDL), é anti-inflamatório e contribui para o controle do apetite. Sugestão de consumo: substitui o achocolatado, que tem poucos benefícios e muito açúcar.

Sugestão de consumo: pode ser incluído em preparações do almoço e jantar, seja para temperar um frango ou peixe e, por exemplo, no arroz ou até mesmo em sucos.

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ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL

7. MATCHÁ

8. MACA PERUANA

9. QUINOA

Benefícios: é considerado uma das mais puras formas de chá verde (Camellia Sinensis). O processo pelo qual as folhas são colhidas e preparadas garante que o matchá preserve mais nutrientes. Contém um poder antioxidante maior que o do chá verde, combate células cancerígenas, alivia o estresse, auxilia na memória e concentração. Apresenta menos cafeína, contribui para a melhora do metabolismo e a queima de gorduras.

Benefícios: nativa das Cordilheiras, a raiz de maca é o principal superfood dos Andes. É um alimento bastante nutritivo e auxilia na imunidade, na melhora do desempenho físico e mental e aumenta a produção de alguns hormônios. É considerada também um afrodisíaco natural, além de ser rica em fibras, o que contribui para a sensação de saciedade e para o trânsito intestinal.

Benefícios: é um alimento de alto teor nutricional, contendo um excelente balanço dos aminoácidos essenciais, sendo assim considerada uma proteína vegetal de alto valor biológico, ou seja, completa. A quinoa é rica em ferro, magnésio e riboflavina, e também possui fibras que contribuem para a sensação de saciedade e a perda de peso. Além disso, é um grão isento de glúten, sendo uma boa opção para quem não pode consumir outros tipos de grãos. Esse superalimento ainda é bastante fácil de preparar (semelhante ao arroz) e é muito versátil.

Sugestão de consumo: o matchá é ideal para ser consumido ao longo da manhã, para fornecer mais energia ou antes de uma atividade física (pode ser gelado, acompanhado de limão e gengibre). Vale ressaltar que é contraindicado para grávidas e alguns pacientes.

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Sugestão de consumo: pode ser introduzida na alimentação em diversos momentos, dependendo de cada planejamento – em sucos, vitaminas, iogurtes, misturada com frutas ou até mesmo em alguma preparação culinária, como adicioná-la à quinoa cozida ou a um mingau funcional.

Sugestão de consumo: pode ser encontrada em flocos e em grãos, é uma opção de acompanhamento no lugar do arroz, da batata, do macarrão e pode substituir a aveia em preparações de mingaus ou ser consumida junto com frutas e sucos.

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NUTRIÇÃO INFANTIL

Alimentação saudável para as

CRIANÇAS CONHEÇA ALGUMAS DICAS PRECIOSAS QUE,SE SEGUIDAS PELOS PAIS, IRÃO GARANTIR UMA ALIMENTAÇÃO SABOROSA E NUTRITIVA PARA ATRAIR O PALADAR INFANTIL

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Por Ádria Araújo

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ara dez entre dez mães uma das maiores preocupações é a alimentação dos filhos. O desejo de que eles comam bem vem junto com a certeza de que, assim, eles terão um crescimento saudável. Até os seis meses de idade, a alimentação não tem grandes segredos, já que as nutricionistas recomendam somente o leite materno. Dos seis meses em diante, as mães podem começar a introduzir outros alimentos à rotina alimentar dos filhos. Porém, esse primeiro passo (de grande importância para o desenvolvimento), às vezes, traz dificuldades, muitas delas acabam rejeitando alguns desses alimentos. Segundo a nutricionista infantil Alice Bastos, a oferta variada de alimentos saudáveis, com exposição de frutas e legumes para crianças nos primeiros anos de vida, está relacionada com a aceitação posterior desses alimentos. O que também pode ser um fator decisivo que dificulta a inserção de alimentos saudáveis na rotina das crianças é o consumo de alimentos industrializados, ricos em açúcar e gordura, por parte das pessoas que convivem diretamente com as crianças. Já aquelas famílias que têm um hábito alimentar mais saudável acabam transferindo para as suas crianças esse estilo de vida. “O ideal é incluir vegetais em preparações como: panquecas, purês, tortas, bolos, ou simplesmente associá-los a algum alimento que a criança mais goste, como por exemplo, cenoura e couve-flor bem raladas na farofa facilitam a aproximação. Transformar o contato com frutas e vegetais em algo lúdico, rotineiro e positivo, levar as crianças para a feira, ensinar o nome de cada um, comparar a origem de uma fruta ou legume com um alimento industrializado. Alimentar também é educar e, por isso,

o processo de educação nutricional é o melhor caminho para a transformação do hábito alimentar da criança”, complementa. Outra recomendação é a troca inteligente dos alimentos. “Os chocolates e biscoitos podem ser substituídos por aqueles nas versões mais saudáveis, com mais ingredientes ricos nutricionalmente e menos agregados artificiais, estes já podem ser encontrados facilmente no mercado. Outra grande estratégia para substituir os produtos industrializados é preparar e criar mais receitas em casa e atrair as crianças para essa tarefa, adicionando amor e diversão ao preparo, assim a troca ficará mais saborosa e mágica”, recomenda. De acordo com a nutricionista infantil Tatiara Monção, essa troca saudável é a melhor opção também para as crianças que estão acima do peso. Geralmente, a nutricionista não recomenda nenhuma dieta específica e não faz restrição de alimentos, com exceção daquelas que tenham alguma intolerância. “Eu aproveito o que a criança come habitualmente, faço substituições mais saudáveis e tento adaptar a alimentação dela, incluindo de uma maneira mais sutil as frutas e verduras, mas quando elas vão a aniversários, eu não restrinjo nada, refrigerante, bolo, eu sou mãe e entendo, criança não faz dieta. Só peço para que não deixem entrar esse tipo de alimento dentro de casa”, afirma. Para a nutricionista, a criatividade das mães é que deve prevalecer na hora de alimentar as crianças com uma alimentação saudável. “Fazer o prato colorido é sempre válido. Você não deve oferecer a uma criança a mesma salada que o adulto come, mas deve apresentá-la de uma maneira atraente. Usar tomates-cereja, porque são pequenininhos, ou até tomate mesmo em forma de flor, cenourinha ralada, entre outras. É quase certo eles comerem, pode ser que não de primeira, mas as mães não podem desistir”, ressalta.

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NUTRIÇÃO INFANTIL

Casos de Sucesso Tatiara conta, como exemplo, a história do seu paciente: uma criança de doze anos, que tinha o cardápio restrito e chegava até a não conhecer alguns alimentos comuns conhecidos, como milho, batata, laranja. “Foi aí que descobri que ela nunca tinha nem provado isso na vida. Sugeri ao pai que fosse introduzindo frutas orgânicas por serem mais docinhas e saudáveis, e hoje essa criança adora frutas”, relata. Outro caso da nutricionista é uma criança de sete anos com sobrepeso, que já conseguiu apresentar bons resultados logo no primeiro retorno. “Ele também não conhecia muitas frutas e eu fiz um acordo, para provar algumas, o que não gostasse, não consumia e o que gostasse, passaria a comer. Quando ele retornou, em poucos meses, havia emagrecido bastante”, conta satisfeita. Pacientes com intolerância, a nutricionista tem muitos. Um deles é o Saul, de 5 anos, filho da comerciante Helainny Vasconcelos, que tem intolerância à lactose. Até descobrir qual era a intolerância, a criança passou seis meses sofrendo com dores na barriga e vômitos. “Ano passado ele foi internado com muitas dores na barriga. Depois de nenhum médico descobrir o que ele tinha, fiz o exame que detectou que ele era intolerante à lactose, um

Como preparar uma lancheira nutritiva

Nutricionista infantil Tatiara Monção

“Para uma lancheira nutritiva, tente associar frutas junto ao lanche, geralmente as mais práticas e bem aceitas pelas crianças como banana, uva, gomos de tangerina. Alimentos verdadeiros, que contenham o máximo de nutrientes e o mínimo de agregados artificiais, como castanhas, sem adoçantes artificiais e sem excesso de açúcar mascarado na lista de ingredientes (xarope de glicose, de milho, açúcar invertido etc), preparações nutritivas elaboradas em casa como bolos, pães, biscoitos, tapioca, ovo de codorna, entre outros”, afirma Alice Bastos.

caso raro em sua idade. Então, encontrei a Tatiara em um grupo de mães e foi minha salvação”, conta Helainny. Ao levar o filho à nutricionista, Helainny aprendeu a lidar com a situação. “No início, a adaptação para o uso de produtos sem lactose foi difícil, pois a presença de leite nos alimentos que ele comia era evidente em sua maioria. Hoje é mais fácil, porque tem muita opção no mercado e fui aprendendo a fazer as substituições”, conta.

AS NUTRICIONISTAS ALICE BASTOS E TATIARA MONÇÃO ENSINAM ALGUMAS RECEITAS GOSTOSAS E SAUDÁVEIS QUE VÃO FAZER SUCESSO COM OS PEQUENOS

Bolo de chocolate

Bolinha de queijo saborosa

Smoothie de frutas vermelhas

Por Alice Bastos

Por Alice Bastos

Por Tatiara Monção

Ingredientes: 1 beterraba orgânica grande bem cozida 3 ovos caipiras ½ xícara de óleo de coco ½ xícara de açúcar Demerara ou açúcar de coco 2 xícaras de farinha de trigo integral ou farinha de grão de arroz 6 colheres de sopa de cacau 100% ½ xícara de leite de castanha ou qualquer leite vegetal 1 colher de chá de fermento químico 1 colher de café de bicarbonato

Ingredientes: 1 xícara de polvilho azedo 1 ovo caipira 1/2 xícara de queijo Cottage 1/2 xícara de queijo Minas ralado 3 colheres de sopa de azeite extravirgem 3 colheres de sopa de água 1 colher de café de sal marinho

Calda: 1 vidro de leite de coco 1/3 xícara de açúcar Demerara ½ xícara de cacau

Nutricionista infantil Alice Bastos

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Receitas saudáveis para seu filho!

Modo de preparo: Para o bolo: Liquidificar a beterraba com os ovos, o óleo e o açúcar. Em uma tigela, misturar a farinha, o chocolate, o fermento e o bicarbonato. Acrescentar o creme liquidificado às farinhas, mexer de baixo para cima, devagar, até incorporar todos os ingredientes e, por fim, adicionar o leite de castanha. Levar ao forno preaquecido na temperatura de 200°C por 30 minutos. Para a calda: adicionar todos os ingredientes em uma panela, misturar bem até engrossar. Furar o bolo ainda quente com um garfo e acrescentar a calda por cima. Pode finalizar com raspas de chocolate, cookies integrais picados, castanhas, morangos ou cacau em pó. Usar a imaginação para deixar seu bolo saboroso e nutritivo!

Ingredientes: 1 caixa de frutas vermelhas congeladas 1 iogurte natural Modo de preparo: Bata no liquidificador as frutas vermelhas congeladas com o iogurte natural e saboreie um smoothie delicioso!

Modo de preparo: Misturar bem todos os ingredientes e fazer bolinhas da massa com as mãos. Colocá-las para assar no forno a 200 ou 250 graus por 25 minutos.

SERVIÇO Alice Bastos Pátio Dom Luís, Torre 2 – Sala 908/911 Tel.: (85) 9 9121-4040 Tatiara Monção Complexo NutriSports Av. Barão de Studart, 1182 – Papicu Tel.: (85) 3047-3395

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As delícias gastronômicas de

ROTEIRO GASTRONÔMICO

QUE A PRAIA É PARADÍSIACA JÁ É CONSENSO. O QUE VOCÊ NÃO SABIA, ATÉ AGORA, É QUE JERICOACOARA OFERECE UM ROTEIRO GASTRONÔMICO DE DAR ÁGUA NA BOCA

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ROTEIRO GASTRONÔMICO Texto Valéria Dallegrave Fotos Sheyla Castelo Branco

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ão duas horas da manhã. A noite se espreguiça, sem forças para levantar as cortinas do dia. Quem ainda não se entregou ao sono é atraído pelo cheiro de pão recém-saído do forno que vem da Padaria Santo Antônio. Um cão late para o sapo que sai do terreno baldio e atravessa a rua de areia. Logo a conversa animada se dispersa no vento. O silêncio se preenche com a luz das estrelas, em um céu inimaginável para grandes cidades. Não há iluminação pública, os poucos pontos de luz vêm das casas, gerados por uma rede subterrânea. Sobre o Morro do Serrote pisca o pequeno vagalume do farol, movido à energia solar. Com os primeiros raios de sol, a agitação vai crescendo. A população local se desloca pelas ruas até o trabalho, muitos chegam em transportes que vêm de Jijoca (município do qual Jeri faz parte) ou vêm a pé de Mangue Seco (pequeno povoado a cinco quilômetros de distância). Os visitantes acordam já encantados pela magia de estar em uma das praias mais belas do mundo. A hora fresca do início da manhã pede atividades leves como aulas de yoga, pilates ou uma boa caminhada até a duna, que desperta com a carícia suave do sol. A principal alternativa para o café da manhã é a Padaria Central, que oferece pães e tapiocas. Entre outros cantinhos especiais a serem descobertos, há o Café Esporte Líria Gael, localizado na rua do Posto de Saúde, onde se pode também agendar uma aula de kitesurf. O sol levanta no céu e os bugueiros se preparam para levar os visitantes aos passeios: ou para a Lagoa do Paraíso, com passagem estratégica pela Árvore da Preguiça, ou para a praia de Tatajuba, com trecho opcional de canoa pelo rio Guriú, para observar cavalos marinhos. Mas, quem decide permanecer na praia, vai usufruir da beleza de um horizonte sem fim, e de um mar límpido com ondas suaves. Os amantes de esportes podem escolher entre praticarem kitesurf, windsurf, surf ou stand up paddle (sup), a depender das condições do vento e das ondas. Aqui quem man36 COSTUMES

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1/2/3. O Café Esporte Líria Gael tem jeitinho de casa da gente, e a acolhida carinhosa da dona, Tatiele Machado. 4. Quiosque, mesas e vista do Clube dos Ventos, que tem vista, conforto e atendimento especiais. 5/6. Frente do Fredíssimo e antepasto: Uma dica especial é o antepasto do Fredíssimo, que inclui legumes, tomate seco caseiro, creme de ricota com ervas, maionese caseira de camarão e outros molhos, além de um delicioso pão caseiro com azeite de oliva.

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da (não esqueça!) é a natureza, as ruas não calçadas já dão o recado. O indispensável, de qualquer forma, é tomar um longo e delicioso banho de mar e aproveitar a vista, relaxando em uma cadeira de praia confortável no Clube dos Ventos, onde o atendimento atencioso é um atrativo a mais. Na alta temporada, além dos pratos a la carte, há um excelente self service, que oferece pelo menos três tipos de carnes, massas, legumes e boa variedade de saladas. Quem gosta de um Prato Feito simples e bem em conta, deve percorrer a rua São Francisco, onde vai encontrar alguns restaurantes caseiros. Outras opções mais requintadas? Que tal o Restaurante Pimenta Verde, no comecinho do Beco Doce? O Pimenta Verde abre para almoço e jantar. E embora já tenha completado seis anos, passou por uma completa reforma nos últimos meses, com ampliação da cozinha e construção de mais banheiros. Também foram aperfeiçoados os sistemas de Reciclagem de Lixo e de Segurança no Trabalho. O cardápio inclui pratos variados, com camarão, risotos e ceviche. Um dos destaques é a caldeirada de frutos do mar. Como tira-gosto, há os licores caseiros de produção própria, vendidos no local. A tarde pede um breve descanso para recuperar as forças e enfrentar a caminhada até a Pedra Furada, ou subir a Duna do Pôr-do-Sol e contemplar o Astro-Rei a desaparecer no mar, em matizes de cores suaves e desenhos de nuvens, uma paisagem que não se repete jamais e rende fotos inesquecíveis para mostrar à família e amigos. Na volta da duna, uma parada para curtir a roda de capoeira e, depois, subindo pela rua principal, a pedida é um sanduíche, crepe ou tapioca na Casa de Pedra, ou no Maramor. Quem preferir adoçar o paladar pode saborear um sorvetinho em um dos bancos da praça enquanto a noite chega, trazendo no ar a música ao vivo de bares e restaurantes. Seguindo adiante, outro lanche delicioso é a torta de banana ou uma tapioca no Shopping da Tapioca, da Tia Angelita, que já vendeu tortas na praia anos atrás, e hoje conseguiu, a muito custo, construir sua tapiocaria. A noite é o melhor momento parade caminhar pelas ruazinhas de areia e desCOSTUMES 37


ROTEIRO GASTRONÔMICO cobrir agradáveis surpresas, como grafites artísticos nas paredes, flores, lojinhas diversas e artesãos expondo trabalhos nas ruas. Para o jantar, as possibilidades gastronômicas se multiplicam, com comida árabe (no Restaurante Káfila), sushi (no Origami), Na Casa Dela, Fredíssimo, Pescador, Blag Club, Tortuga etc. O charmoso Fredíssimo, do casal Nina Castelli e João Paulo Ribeiro, tem história. Já existia há 26 anos em Jericoacoara, quando era do pai de Nina, mas foi fechado. O casal reabriu o estabelecimento há um ano, nas margens da Lagoa do Paraíso, e depois acabou mudando para Jeri. A grande coincidência é que o espaço escolhido pelo casal é o mesmo no qual o restaurante do pai de Nina funcionava anos atrás. Os pratos vão pela linha gourmet e incluem saladas, massas, risotos, polentas e cuscuz, além da surpresa do prato do dia. De quebra, é possível nutrir não só o corpo, mas também a alma: os quadros que decoram as paredes são obras do João Paulo. O recém-aberto Pescador, rústico e ao mesmo tempo refinado, merece atenção especial. Outra atração é o Blag Club, em frente à pousada Mosquito Blue, com pizzas gourmet (uma deliciosa pizza vegetariana) e picanhas importadas. Para espichar a noite, quem sabe uma parada no Tortuga, onde a música ao vivo convida a uma conversa alto astral? Na animação da noite de Jeri, sempre há onde dançar depois disso tudo, como no forró do Restaurante Dona Amélia (quartas e sábados) ou no samba de primeira no Solar da Malhada (sextas-feiras). Em Jeri, o tempo passa sem que se perceba. No céu, a lua já está alta. São quase duas horas e, dos diversos pontos da vila, as pessoas tomam um rumo conhecido, tradicional e muito peculiar: há que se matar a fome da madrugada e aquecer o coração. Em frente à Padaria Santo Antônio, que é o lugar mais tradicional de Jeri, há 21 anos funcionando das duas às oito da manhã, as pessoas esperam até as portas se abrirem. A conversa animada segue como se ainda fosse dia. Um cão late para o sapo que sai do terreno baldio e atravessa a rua de areia. 38 COSTUMES

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7. O Restaurante Pimenta Verde vende licores de fabricação própria, de castanha de caju ou tamarindo. 8. Na Casa Dela, com cozinha regional e churrasqueira, traz uma decoração delicada e colorida, que chama a atenção pelo toque de romantismo.

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9. Os pãezinhos recheados da Padaria Santo Antônio (de calabresa, misto, queijo, coco, banana com canela, chocolate branco ou preto) dão água na boca só de lembrar.


REAPROVEITAMENTO INTELIGENTE

AS CASCAS, AS SEMENTES, OS TALOS ETC., SÃO ALGUMAS DAS “SOBRAS” DOS ALIMENTOS, DESCARTADAS TODOS OS DIAS. O QUE VOCÊ NÃO SABIA, ATÉ AGORA, É QUE ELAS RENDEM RECEITAS GOSTOSAS E NUTRITIVAS

Aprenda a usar 100% do seu

alimento 40 COSTUMES

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REAPROVEITAMENTO INTELIGENTE

Cascas de legumes em geral

Casca de Cebola

A casca da cebola é rica em quercitina, um poderoso flavonoide com poder antioxidante. A quercitina tem efeito anti-hipertensivo e atua na diminuição da inflamação na artrite reumatoide.

Nutricionista Andressa Fontes ensina como reaproveitar as sobras dos alimentos

Por Isabella Purcaru

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casca da banana, a semente da abóbora, os talos da couve-flor e do brócolis são algumas das “sobras” dos alimentos que acabam – quase que 100% das vezes –, no lixo, não é verdade? No entanto, essas partes dos alimentos que são descartadas, consideradas por nós sem aproveitamento, são na verdade fontes ricas de nutrientes, por vezes mais ricas do que as consumidas. Para desestigmatizar as cascas, sementes, talos e afins, a revista Costumes convidou a nutricionista Andressa Fontes, que listou alguns dos alimentos presentes no carrinho de compras dos brasileiros, mas que não são aproveitados integralmente.

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Faça em casa: leve as cascas de cebolas previamente higienizadas ao forno por 15 minutos. Macere-as e, em seguida, misture-as ao sal marinho. Utilize-as normalmente.

Casca de Banana Verde

A biomassa de banana verde é um tipo de purê feito com a fruta imatura. Nesse estágio, ela concentra amido resistente, que age no organismo da mesma maneira que as fibras com ação prebiótica, melhorando o trânsito intestinal, auxiliando na prevenção de doenças, como o câncer de intestino. Ela já é a queridinha dos que se preocupam com a alimentação, mas o que poucos sabem é que na preparação do purê podemos usar a casca também! Na casca, temos os mesmo benefícios e não altera a biomassa! E mais, ela é riquíssima em fibras, em vitaminas A, C, do Complexo B e possui bem mais cálcio e magnésio do que a polpa.

Semente de Abóbora

As sementes de abóbora são saudáveis e versáteis, e dão um toque especial em tudo. Ricas em triptofano, precursor da serotonina, ajudam a garantir uma noite de sono tranquila. Em sua composição, demos destaque para a vitamina E, o magnésio, o zinco e o ferro. São ricas também em proteínas e ômega 3, que têm ação anti-inflamatória e ajudam no controle do colesterol. Além de serem alcalinizantes para o pH do corpo, ajudando na prevenção de doenças. Faça em casa: É só aquecê-las em forno médio, por 15 a 20 minutos e adicioná-las em sopas, saladas, frutas, iogurtes.

As cascas de legumes, de uma maneira geral, são bem mais ricas em fibras do que as polpas. A presença das fibras regula o trânsito intestinal e também o tempo de digestão dos alimentos, favorecendo para que não haja pico de glicose na corrente sanguínea. A casca da batata doce é rica em antioxidantes, assim como a da berinjela, do amendoim e da uva. A casca de abóbora possui efeito antifúngico, segundo um estudo sul-coreano publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry dos Estados Unidos. Na pesquisa, descobriu-se que a casca da abóbora possui uma proteína chamada Pr-2, que combate o fungo causador de infecções vaginais, assaduras e outros problemas de saúde. Importante: apesar de nutritivas, nas cascas de alimentos não orgânicos é onde encontramos a maior carga de agrotóxicos. Sempre que possível, prefira os alimentos orgânicos. Faça em casa: corte a batatadoce crua em rodelas fininhas (não precisa descascar), salpique sal marinho com moderação e coloque em uma forma untada com óleo de coco. Deixe por 35min no forno e na metade do tempo vire. Dica: se fizer em grande quantidade, enquanto corta as rodelas, ponha a batata doce de molho na água com limão para evitar que escureça. Depois, escorra-as e seque-as com papeltoalha e coloque-as no forno.

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REAPROVEITAMENTO INTELIGENTE

Creme de abóbora com gengibre (com casca e sementes)

Gema de Ovo

Ingredientes: 1/3 de abóbora japonesa com casca, polpa e sementes, cortada em cubos ½ talo de salsão com as folhas 5g de azeite de oliva 1 cebola picada 2 dentes de alho 3cm de gengibre Sal e Água q.b.

Com a onda fitness, muitas pessoas consomem muitas claras e desprezam as gemas dos ovos, com medo do colesterol. O que elas não sabem é que o ovo aumenta o colesterol bom e diminui a produção do ruim. Além disso, o ovo é rico em colina, nutriente importante na regulação do cérebro. A gema é rica também em luteína e zeanxantina – antioxidantes que previnem, principalmente, a degeneração macular (pequena área da retina responsável pela visão de detalhes), e atuam também na hidratação da pele.

Modo de preparo: Refogar a cebola, o alho e o salsão com o azeite. Adicionar a abóbora, o gengibre e a água. Cozinhar por 30 minutos ou até amolecer a abóbora. Bater no liquidificador ou processador (adicionar mais água, se necessário) e servir com a nozmoscada.

Entrecasca da Melancia

A Entrecasca da Melancia é rica em citrulina, um aminoácido ligado ao metabolismo da arginina. Atua aumentando sua disponibilidade e contribuindo para a formação de óxido nítrico, um vaso dilatador que melhora a performance. Além disso, ela também é rica em: Vitamina A, B6 e C, além de potássio e fibras.

Suco de melancia com gengibre e manjericão Ingredientes: 2 fatias de melancia com sementes ½ colher de sopa de gengibre 1 folha de manjericão fresco Modo de preparo: Bater tudo no liquidificador e coar. Está pronto!

Talos de Couve-Flor e Brócolis

Os talos de brócolis e da couveflor apresentam as mesmas propriedades nutricionais da parte mais utilizada. Porém, por serem mais durinhos, muitas pessoas acabam retirando-os das preparações. Uma dica para não desperdiça-los é utilizá-los para fazer caldos de legumes. Aproveite todos os talinhos, aparas, cascas que não vai utilizar, cozinhe-os por 30 minutos. Você pode usar o caldo para preparar sopas, feijão, arroz etc. Para aproveitar as fibras também, triture as cascas com o caldo. Além de agregar mais sabor às preparações, adiciona-se também muitos nutrientes e fibras.

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Casca de Amendoim

A casca de amendoim, aquela roxinha, é riquíssima em antioxidantes. Você pode consumir o amendoim torrado com casca e tudo ou utilizála para preparar sua pasta de amendoim integral.

Casca de Abacaxi

Na casca do abacaxi é onde se encontra a maior concentração de bromelina (enzima digestiva). Bem higienizadas e de preferência orgânicas, as cascas podem ser introduzidas no suco ou preparadas na forma de chá.

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EMPREENDEDORISMO Por Isabella Purcaru

O

Empresário Caio Napoleão Braga comanda o restaurante Cantinho do Frango há 21 anos

CANTINHO DO FRANGO

Encontro certo da comida regional com a cultura cearense A COMIDA COM GOSTINHO DE CASA DA GENTE, A MÚSICA AMBIENTE COM VINIS A LA CARTE TOCADOS EM VITROLA, SÃO ALGUNS DOS ATRATIVOS QUE VOCÊ SÓ ENCONTRA NO CANTINHO DO FRANGO

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boca a boca, a comida com gostinho de casa da gente, a música ambiente com vinis a la carte tocados em vitrola, são alguns dos atrativos que transformou o Cantinho do Frango no ambiente certo para um happy hour com os amigos, um almoço ou jantar com a família ou mesmo um encontro a dois. À frente desse point de sucesso, está Caio Napoleão Braga Soares, 40 anos, que começou sua trajetória de empreendedorismo bem-sucedida há 21 anos. “Casei cedo e ,em 1994, para sustentar minha família, abri nesse mesmo endereço (Torres Câmara, 71), que na época era minha residência, uma galeteria que vendia frango, linguiça, paçoca e baião de dois. Nosso espaço para o público era pequeno, tinha em média quatro mesas. Praticamente 99% dos clientes compravam para levar para casa”, afirma ele. A ideia de abrir uma galeteria nasceu da oportunidade e de sua visão empreendedora. Em 1994, já existia na Torres Câmara três pontos de venda de frango assado e, aproveitando a procura do frango nessa área da cidade, Caio enxergou que havia demanda para o crescimento desse segmento no mercado. “O meu ponto foi o quarto a ser aberto. Depois abriram mais alguns nessa área e a rua ficou conhecida como a rua do frango. Ao longo do tempo, os concorrentes foram desistindo e nós continuando, incrementando, colocando novidades, sempre buscando ter um diferencial”, afirma Caio. Pouco a pouco, o Cantinho do Frango foi crescendo. A casa, que antes abrigava a família de Caio, foi sendo transformada em novos espaços para acomodar a clientela, que só crescia. “Eu aumentava todas as vezes que via que não tinha mais lugar para os clientes que chegavam sentar. A necessidade de ampliar partia da demanda e não o contrário”, afirma Caio. A casa, que tem capacidade hoje para 280 pessoas em quatro ambientes, estampa em suas paredes fotos de momentos marcantes com alguns

Carta de cachaças com mais de 300 rótulos

Cachaça gaúcha Weber Haus vem em estojo de couro e custa mil e quinhentos reais e noventa centavos

Espaço reservado ao acervo musical com vinis e fotos dos visitantes ilustres do estabelecimento A panelada da vovó Ieda foi eleita a melhor da cidade pela Veja Fortaleza 2015

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EMPREENDEDORISMO

E S C O L H AT R E S . C O M . B R

CULTURA CEARENSE

No Cantinho do Frango não é difícil encontrar músicos cearenses reunidos. Não por acaso, a casa guarda um ambiente repleto de LPs de todos os gêneros musicais. “Sempre gostei muito de música, de cinema e muito pelo incentivo do meu pai. Somado a isso, o estabelecimento também sempre recebeu muitos músicos. A ideia do vinil nasceu do desejo do meu cliente de assimilar a boa música cearense, valorizar essa regionalidade. Comecei com os LPs que eu compava dos meus amigos, mas hoje nem sei quantos tenho ao todo”, explica Caio. Desse amor pela música nasceu a ideia de oferecer aos clientes atrações e encontros musicais. Um deles é o Happy hour do vinil, que acontece toda sexta-feira com o Dj Alan Moraes, especialista em vinis. Já o Clube dos gatos, tem quase o mesmo tempo de existência do Cantinho e acontece duas vezes por mês. O encontro reúne um grupo de amigos boêmios que tocam e cantam. Newton Padilha e Flávio Torres e o violonista Zivaldo Maia comandam a roda e recebem convidados, como os compositores Fausto Nilo e Rodger Rogério. Outro projeto é o Encontros, em formato de pocket-show ,que resgata a música cearense.

CARDÁPIO REGIONAL

A comida do Cantinho é referência por ter o gostinho de comida feita em casa e por valorizar as receitas regionais. O frango desossado e a panelada são o carro-chefe da casa. “Muita gente vem de longe pra comer a panelada, que servimos de quinta a domingo. É uma receita da minha avó. No cardápio, leva o nome da autora: panelada da Vovó Ieda. O frango desossado já é tradição. Quando colocamos no cardápio – a pedido de um cliente gaúcho que já tinha visto em outro lugar por onde tinha viajado –, de cara não teve uma boa aceitação, mas depois que caiu no gosto do público se tornou uma das maiores procuras do cardápio”, conta o empresário. De tão procurada e elogiada, a panelada da Vovó Ieda foi eleita pela revista Veja Fortaleza 2015 a melhor da cidade. E o segredo para conquistar os paladares é seguir à risca a receita que está na família há mais de cinquenta anos. O preparo começa um dia antes. Depois de limpos e escaldados, mocotó, bucho e tripa de boi são refogados com cebola, alho, pimentão e pimenta-do-reino e, então, cozidos demoradamente em fogo baixo. Com um toque de cheiro-verde, a panelada da Vovó Ieda vai à mesa servida em panela de

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A panelada é o carro-chefe da casa, receita de sua avó Ieda

pedra, na companhia de pirão e arroz. A carta de cachaças da casa também tem admiradores, além de um Clube da cachaça, onde o cliente compra a garrafa e a guarda no estabelecimento. Com mais de 300 rótulos, a casa tem desde a mineira Germana e a cearense Cedro do Líbano, que custam em média R$ 5,00 a dose, até a Havana, de Minas Gerais, que custa R$ 49,50 a dose e, ainda, a gaúcha Weber

A NOVA MÁQUINA DE CAFÉ ESPRESSO E MULTIBEBIDAS D A 3 C O R A Ç Õ E S. . U M TO Q U E D E S A B O R .

Chef Alex Atala

Imagens ilustrativas

Haus, vendida somente na garrafa de 750 mililitros. Envelhecida por 12 anos, ela é guardada em um estojo de couro e custa R$ 1.590,00.

dos visitantes ilustres que estiveram no estabelecimento. Dentre eles, os cantores Nando Reis, Zeca Baleiro, Dominguinhos, Martinho da Vila, Fagner, bandas Nação Zumbi e Mundo Livre, a atriz Zezé Mota, entre outros. “Tem produtor que liga pro meu celular porque alguém indicou, perguntando se tem espaço, se o artista pode vir e eu procuro atender da melhor forma possível, para valer o reconhecimento da visita e da indicação”, conta Caio. Este ano, o Cantinho do Frango abriu a primeira franquia da marca, o Cantinho do Frango Sul. À frente da unidade estão os empresários Vicente Braga, Damião Tenório, Rodrigo e Rafael. “A ideia de abrir a franquia partiu deles, que eram nossos clientes e queriam investir no segmento gastronômico. Por gostarem da comida, do atendimento, acharam que seria uma boa aposta e realmente está sendo”, afirma Caio.

SUPORTE PARA COPO LONG DRINK

M Á Q U I N A A U T O M ÁT I C A

SERVIÇO

C O M PA R T I M E N T O D E CÁPSULAS USADAS

Cantinho do frango Rua Torres Câmara, 71 – Aldeota. Cantinho do frango Sul Rua Engenheiro Antônio Francisco Antero, 408 – Parque Manibura. Horário de funcionamento: Segunda a quinta: das 11h às 15h Sextas e sábados: das 11h às 22h Domingos: das 10h30 às 18h M U LT I B E B I D A S 19 SABORES

ESPRESSO PERFEITO


NOVOS CAMINHOS

A nova fase de

André Mifano EM SUA PRIMEIRA VISITA À FORTALEZA, DURANTE ENTREVISTA EXCLUSIVA À COSTUMES, O CHEF ANDRÉ MIFANO FALOU SOBRE A FORMAÇÃO DE COZINHEIROS E O ATUAL MOMENTO DA GASTRONOMIA BRASILEIRA, ALÉM DOS SEUS PLANOS PARA 2016

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NOVOS CAMINHOS Por Izakeline Ribeiro

“A

gastronomia vai salvar o mundo”. É nisso que acredita o chef André Mifano, um dos nomes atualmente em destaque na gastronomia brasileira, por apresentar uma cozinha criativa e saborosa. Ex-chef do Vito Restaurante, em São Paulo, Mifano se prepara para lançar um novo projeto em 2016 e, nesse meio tempo, grava a segunda temporada do The Taste Brasil, ao lado de Felipe Bronze e Claude Troisgros. Foram sete anos no comando do restaurante Vito, inicialmente com a proposta de que fosse um legítimo restô italiano. André Mifano orgulhava-se de importar 70% dos ingredientes utilizados. “Até que eu percebi que era um grande idiota por estar num país com tantas possibilidades. Foi aí que transformamos o Vito num restaurante brasileiro com sotaque italiano”, conta o chef, que pretende ir além. Agora, Mifano deixa a casa gastronômica para concentrar-se num projeto próprio, cuja ideia principal é trabalhar com produtos e produtores locais. A previsão para apresentá-lo ao público é abril de 2016. Informal no jeito de expor suas ideias e na cozinha no dia a dia, o chef acredita que os cozinheiros estão sob holofotes neste momento e isso é uma grande responsabilidade. “Nós temos que escolher sobre refletir essa luz para toda a cadeia alimentar e ver isso voltar para o nosso trabalho ou fazer apenas por nós mesmos. Todo mundo fala de gastronomia. Todo mundo quer ser cozinheiro. Nossa obrigação é ser relevante. É um momento da conexão, de religação”, destacou. Segundo o chef, é preciso pensar a culinária do Brasil como um todo e não como algo restrito aos estados ou regiões. “Quanto mais nos unirmos, seremos muito mais fortes. O passado vai salvar a gastronomia do futuro e por isso precisamos

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Novos caminhos André Mifano comandava o Restaurante Vito, desde 2008. Neste ano, decide abrir mão do comando da cozinha para investir num projeto próprio, no qual dará total atenção aos produtos e produtores locais. Abertura prevista para abril de 2016.

The Taste Brasil André Mifano apresenta o The Taste Brasil ao lado dos chefs Felipe Bronze e Claude Troisgros. O trio grava a segunda temporada que irá ao ar no primeiro semestre de 2016, no canal GNT. Na atração, os chefs são mentores de cozinheiros que precisam apresentar receitas completas em uma colher. Cada chef forma um time e tenta orientar seus participantes para que cheguem até a final.

No Ceará...

Chef André Mifano ensina suas receitas no evento Mesa ao Vivo Ceará 2015

olhar para a cozinha ancestral. Ela só precisava de fogo, água e algum alimento para ser preparado. Sim! Para alguém se alimentar, algo tem que morrer, seja vegetal ou animal. Nós precisamos atentar ‘para que esse ser viveu’ e não que ele está morrendo e isso faz parte da reeducação, que começa na cozinha”.

VALOR DO PROCESSO E INSPIRAÇÕES Mifano é categórico ao afirmar que o chef/cozinheiro não pode ter preguiça. Depende do profissio-

nal conhecer melhor de onde vem os ingredientes, colaborar com o acesso à informação dos produtores e até ter disposição para comprar mais caro. “Não dá para ficar só no discurso. É preciso agir. E, quem sabe, ajudar o produtor a crescer e progredir, gerando demanda e criando mercado. Só quem pode fazer isso é o cozinheiro”, ressaltou, lembrando que muitas vezes o consumidor final nem compreende todo o processo. No entanto, Mifano completa que o trabalho deve ser coerente para o chef e, assim, o público saberá reconhecer que degus-

tou um produto de qualidade, mesmo sem entender o que se passou até aquele prato chegar à mesa. Se cabe ao chef/cozinheiro fazer este trabalho, a formação é importante, mas há também outros fatores, segundo André, a serem levados em consideração: entrar numa faculdade de gastronomia, por exemplo. Porém, ele ressalta que mais importante é ter uma vontade que vem de dentro. “A pessoa deve gostar de comer, viver gastronomia, seja num jantar ou num filme. O mundo é a verdadeira escola do cozinheiro. Ele deve se conectar ao alimento. Saber a origem, como

foi criado e conhecer quem produz tal alimento. Você faz sua parte e outros vão te seguir”, conta o chef, que tem Alex Atala como mentor. “Alex entrou na minha vida como um provocador. Ele me faz ver e entender coisas que eu nunca teria visto sozinho. Ele foi um visionário e muito do que acontece na gastronomia brasileira, hoje, inclusive seu reconhecimento e valorização, é graças a ele”, comenta Mifano, ressaltando que em termos de cozinha, não segue nenhuma técnica do Atala, mas garante que a influência do chef do DOM é gigante.

A rápida passagem por Fortaleza, para participar do Mesa ao Vivo Ceará, permitiu que André fizesse apenas uma visita ao Mercado São Sebastião, onde ficou encantado com o artesanato e comprou um prato para montar sua receita de feijão da fazenda.

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SOLIDARIEDADE

Heróis de todos os dias Por Isabella Purcaru

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a correria do dia a dia, em meio a tantas atividades, acabamos nos esquecendo de olhar o próximo. Não enxergamos quem está ao nosso lado, não entendemos as súplicas de quem está passando fome ou sem teto. A solidariedade acaba não fazendo parte da lista de prioridades. Na contramão da maioria, a revista Costumes encontrou exemplos de pessoas que procuram dar um pouco de si e do seu tempo para transformar a vida do outro em uma experiência melhor.

A reciprocidade de Bianca e João Logo que o Nutricionista João Mapurunga e a Bianca Silva Sousa, de 12 anos, se conheceram foi “amor à primeira vista”. Filha única da dona de casa, Hozana Maria Souza e do balconista Agnaldo Souza de Freitas, Bianca nasceu com Amiotrofia Muscular Espinhal (Atrofia muscular progressiva e degenerativa). A doença foi descoberta antes de Bianca completar o primeiro ano de vida. Apesar das dificuldades financeiras que a família passa, ela tem toda a estrutura hospitalar que precisa em casa, com um quarto adaptado para suas necessidades. “A possibilidade de ela poder viver em casa é 54 COSTUMES

maravilhosa. Faz bem para ela e para nós”, diz Hosana. A mãe conta ainda que é nítida a mudança de comportamento da filha com a presença de João. “A Bianca fica eufórica com a visita dele. Do jeito deles, eles conversam, se fazem companhia e ela se distrai e se diverte.” João e Hozana se conheceram por acaso, quando a mãe de Bianca foi visitar uma das crianças também com amiotrofia, que estava internada no hospital, onde quando necessário, Bianca também se interna. Quando soube do caso de Bianca, João prometeu uma visita e assim a fez. Desde que se conheceram, em 2012, as

visitas de João à casa de Bianca são constantes e cheias de amor. Além do carinho e atenção, João faz questão de ajudar Bianca com itens de necessidade básica. “Sempre que posso faço campanhas para arrecadar fraldas e leite. Hoje, o governo se sensibilizou mais com essa questão do leite e a maioria das crianças já estão recebendo, mas ainda assim quando falta eu tento fazer campanhas”, afirma João, que além de Bianca ainda visita e apoia mais seis crianças. João afirma que apesar da vida agitada, ver o sorriso das crianças que ele tem oportunidade de ajudar de alguma forma é o que o gratifica.

Alan, o ‘samuzeiro’ de coração Alan Pontes é médico, cirurgião e, há quatro anos, é ‘samuzeiro’ de coração, como ele mesmo se intitula. Vestindo um macacão, que quando suado pesa mais de 2kg, chega a salvar de sete a oito pessoas por plantão, que dura em média 12 horas, em uma ambulância que nem sempre está nas melhores condições de uso. Alan conta que começou a trabalhar no Samu logo no início da carreira de médico, mas no começo era só mais uma atividade

que exercia. Ele se descobriu socorrista por amor quando percebeu sua forma de tratar e ver o doente. “Quando estamos sozinhos na ambulância e está só você e o paciente e o socorrista é a única esperança dele, que está vulnerável, precisando de apoio, você se dá conta da responsabilidade que tem nas mãos e nenhuma outra situação da medicina te proporciona isso. Hoje, sou um médico completamente diferente, minha experiência como socorris-

ta me fez aprimorar meu olhar, que hoje está mais sensível com o meu paciente”, afirma Alan. Apesar do amor pelo Samu, Alan afirma que já pensou em desistir. “O trabalho no Samu é muito gratificante, mas tem que ter amor pelo que faz. É um trabalho árduo, que não te dá benefícios trabalhistas. Recebemos como autônomo pela quantidade de plantões trabalhados. Até hoje tento ajustar os meus horários para que eu possa permanecer prestando serviço para o Samu. Pensei em desistir da minha residência de cirurgia geral para seguir carreira como socorrista, mas ao mesmo tempo eu estava me casando e meus pais me alertaram que só como socorrista eu não teria condições de dar uma vida confortável para a minha família”, conta Alan. Das recompensas que seu trabalho no Samu lhe proporciona, o médico diz que ter a oportunidade de atender aos seus ‘velhinhos’, como ele os batizou, é o que enche seu coração de alegria. “70% dos atendimentos diários do Samu são de pessoas da Terceira Idade e tenho certeza que as coisas boas que acontecem na minha vida são graças as orações deles. Quem entra como socorrista do Samu vai com a expectativa de adrenalina: sangue, bala, faca, mas o maior volume dos nossos atendimentos são mais clínicos. São justamente esses velhinhos.” O médico conta que o que mais o realiza no exercício de socorrista é ver o efeito do seu tratamento imediato. “Em um dia consigo ver o brilho nos olhos de um doente satisfeito umas dez vezes, são dez pacientes que eu trato, que salvo numa situação de urgência em um plantão”. Pra fazer isso em cirurgia teria que fazer dez cirurgias, eu não faço isso por dia. Sobre as suas frustrações, ele pontua as dificuldades do sistema de saúde. “Chegar naquele IJF e ver aquela quantidade de pacientes em macas. Aquele cheiro de urina, de sangue para todos os lados. Se eu não me indignar com isso, eu não terei escolhido a profissão certa.” COSTUMES 55


SOLIDARIEDADE

Experiência negativa também é motivação para ajudar

Profissionalismo para vencer as dificuldades Saulo do Nascimento, 23 anos, está no 5° semestre do curso de Educação Física e trabalha, com a supervisão de um educador físico formado, em uma academia no bairro Messejana. A psicóloga, cadeirante, Camila Caroline Muniz, 26 anos, faz aula todo início de tarde com Saulo. Até aí nenhuma novidade, não fosse o empenho de Saulo em propor para Caroline exercícios que a desafiem e a deixem preparada para uma vida com maior autonomia. “Procurei a academia em que Saulo trabalha por indicação. Confesso que achei que ia ser mais uma academia onde eu iria praticar musculação. Mas, quando cheguei já tive um atendimento diferenciado. Vi que o Saulo se preocupava realmente em saber o que eu queria, qual era meu objetivo. O Paulo, proprietário da academia, me ligou 56 COSTUMES

para conversar e saber tudo que eu almejava conquistar com os exercícios”, conta Caroline, paraplégica há 11 anos, por conta de um acidente. Hoje, existe uma troca mútua de possibilidades de exercícios entre os dois. “Se eu vejo algum vídeo, mando para o Saulo pra ver se ele consegue adaptar nas atividades que vamos praticar. Depois que comecei a me exercitar com ele, atividades como sair e voltar para a cadeira, vestir roupa e até dirigir eu faço com mais facilidade. A minha disposição no dia a dia é outra. E isso para mim é muito bom, pois consigo ter uma vida mais independente graças à dedicação do Saulo”, afirma a aluna. Saulo conta que se sentiu desafiado quando soube do caso de Caroline. “Paulo Câmpelo, dono da acade-

mia e Educador Físico, me apresentou a ela e perguntou se eu estava disposto a ir além de um treino convencional. Aceitei na hora. Pedi calma para Caroline, pois era a primeira vez que trabalharia com essa situação, mas me dedico todos os dias a pesquisar exercícios que valham para o cotidiano dela. Que facilitem sua locomoção e tornem seus movimentos cada vez mais independentes”, conta Saulo, que trabalha com a supervisão de Paulo. A convivência de Saulo com Caroline despertou nele o desejo de se especializar em exercícios adaptados. “Tem um professor que está à frente de um projeto, na Lagoa do Colosso, para remos adaptados. No próximo semestre, vou ter aula com ele e quero me oferecer pra ser voluntário”, conta Saulo.

O palestrante, Jorge Damasceno, 55 anos, apresenta-se em escolas, sem vergonha de falar do passado, para contar do devastamento que a sua experiência com as drogas ilícitas e o uso de álcool causaram em sua vida. A intenção de Jorge é desmotivar qualquer contato de consumo por parte das crianças e adolescentes que o assistem. Hoje, dando essas palestras, Jorge usa seu tempo para que outras pessoas não precisem passar pela experiência que ele viveu. “Sou um dependente químico em recuperação, usei droga durante 30 anos na minha vida e bebi durante 35 anos. Hoje, eu sou portador de uma doença chamada dependência química. Sou ainda, por que ela é progressiva, incurável e fatal. O meu sofrimento é o que me motiva a ajudar outras pessoas a não passarem por isso”, afirma ele. Filho de pais com uma situação financeira confortável, Jorge conta que conheceu o álcool aos 13 anos, em uma festa, com a intenção de sentir -se mais velho. Aos 15 anos, mudou-se para São Paulo para estudar. Lá, foi apresentado às drogas e, por consequência, não chegou a terminar o Ensino Médio. De volta a Fortaleza, o pai o incentivou a terminar os estudos. “Terminei o Ensino Médio no Supletivo e não cheguei a fazer faculdade e isso é a maior frustração que eu tenho na vida. Construí oito lojas pra mim, tive meu sucesso no mercado de trabalho, mas as drogas me tiraram essa conquista.” Casado por seis vezes, Jorge teve seis filhos com cinco das seis esposas com quem foi casado. “Não criei nenhum dos meus filhos. Abandonei todos. A Líbina, que é minha filha com a minha terceira esposa, foi quem me procurou na intenção de poder conviver com o pai que ela não teve. Hoje, casado com a mãe dela novamente, depois de 24 anos separados, Líbina é

a única dos filhos com que eu tenho algum contato”, conta Jorge. Jorge conta que o auge do seu pior momento foi quando perdeu tudo e virou morador de rua. “Nessa época, meu pai já tinha morrido e minhas irmãs escondiam a minha situação da minha mãe para que ela não sofresse. Cheguei a beijar o pé de um dono de um bar em troca de uma dose de cachaça. Fui preso, virei carroceiro, perdi todos os meus dentes, toda minha au-

toestima.” Jorge saiu das ruas graças à sua irmã, Margareth Damasceno, que o levou a uma clínica. “Fui resgatado pela minha irmã na casa de uma prostituta, que roubava para usar drogas comigo. Com 44 anos entrei em recuperação, tive algumas recaídas, mas eu as venço dia após dia. Hoje, trabalho com prevenção contra as drogas nas escolas, tenho uma família, Deus me presenteou com a volta da minha esposa e me deu o dom de viver novamente”. COSTUMES 57


ME ACOSTUMEI COM VOCÊ

PAULO DIÓGENES CONTA À COSTUMES A SUA TRAJETÓRIA DE SUCESSO COMO HUMORISTA E AS DIFICULDADES QUE ENFRENTOU NESSE PERCURSO Por Isabella Purcaru

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Paulo Diógenes

As fases e faces do precursor do humor cearense

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e volta ao palco após três anos afastado e prestes a completar três décadas de carreira, Paulo Osmar dos Santos Diógenes – mais conhecido como Paulo Diógenes –, retornou em grande estilo, em meados de setembro, com o espetáculo “Voltei – O retorno de Raimundinha”. Em entrevista à revista Costumes, ele revela por que se afastou dos palcos, fala de sua trajetória no humor, de sua superação das drogas e por que resolveu ingressar no mundo da política. Esse homem, que garante viver um dia de cada vez, fala como é superar o preconceito e ter fé para enfrentar as adversidades da vida.

O MENINO PAULO

Filho de pai cearense e mãe carioca, Paulo Diógenes nasceu no Rio de janeiro, mas foi criado, desde os cinco meses, no Ceará. Sua infância viveu em Russas e as férias passava em uma fazenda, em Jaguaribe. “Então nos mudamos para Russas, por que meu pai era funcionário do Banco do Brasil e foi transferido para lá. E foi no interior do Ceará que eu tive a possibilidade de criar brinquedos, de brincar na rua, de subir em árvores, de correr atrás de cavalo, de tirar leite da vaca pela manhã. Foi uma infância muito rica e isso me possibilitou a criatividade”, relembra Paulo. Irmão de mais seis filhos do casal, Paulo conta que sua grande compa-

nhia na infância foi sua irmã, Glória Diógenes, única irmã de pai e mãe. “A música Maninha, de Chico Buarque, representa muito da nossa infância e até hoje quando a escutamos, choramos. Glória é muito sensível, e como ela é mais velha que eu, sempre foi a minha referência. Somos muito apaixonados e muito apegados um pelo outro. Tanto que moramos no mesmo prédio em apartamentos separados.”

NASCIA UM ATOR E O HUMOR NO CEARÁ

O teatro foi sua grande paixão desde pequeno. “Eu ensaiava na semana e final de semana colocava um lençol como cortina entre um armador e outro da sala e me apresentava para as pessoas da rua.” No entanto, a cobrança em cima de Paulo por parte do pai o fez podar sempre esse gosto pelo teatro. “Esse lado artístico foi muito boicotado pelo meu pai, mas eu entendo, ele não queria carregar o fardo de ter um filho ator, que naquela época não tinha perspectiva de sucesso. Quando entrei no colégio, entrei no teatro da escola. Então minha vida toda foi relacionada ao teatro”, conta o humorista. A estreia no teatro aconteceu em 1979 com a peça de Walden Luiz, “O Padre e o Pobre”; até então só havia feito teatro no colégio. Depois da separação dos pais, Paulo foi para o Rio com a mãe, e lá despertou sua atenção para o humor. “No Rio, eu assisti ao “Dzi Croquettes”, foi o que mudou minha vida. Nesse espetáculo, homens vestidos de mulheres abalaram

as estruturas sexuais, quebraram tabus e mudaram a cena teatral brasileira e internacional. E quando eu vi, disse para mim mesmo que era isso que queria para a minha vida. Ainda no Rio, assisti também a “Mimosas... até certo ponto”, esse era encenado por transformistas. Foi um grande sucesso no Rio de Janeiro na década de 80. De volta a Fortaleza em 1985, Paulo se mostra inquieto com a experiência que vivenciou na cabeça. “Quando retornei a Fortaleza, voltei a trabalhar no Banco do Estado do Ceará (BEC). Nessa altura, eu já estava casado e era pai de dois filhos. Com aquela ânsia de mudança, pedi demissão no banco, terminei meu casamento e devolvi o apartamento que eu morava com a minha família para o meu pai. Tudo isso para seguir o meu sonho, que era ser ator. Desfiz tudo o que meu pai sempre almejou para mim, mas que não me fazia feliz. ” Sem ter onde morar, Paulo pediu para ficar na casa de um amigo, que cedeu um quarto de empregada na casa. No final de 1985, monta uma comédia e, a partir daí, seu desejo de se dedicar àquilo que lhe traria felicidade ganhou corpo. “Ana Rizzato, dona de uma casa noturna muito requintada de Fortaleza na época – o Casbar –, foi me assistir no Teatro Universitário. Nesse espetáculo, eu fazia uma mãe muito doida que levava a filha para o cabaré. Ela pediu-me que fosse encontrá-la e me ofereceu um espaço no Casbar para que eu me apresentasse. Eu já estava casado com a Neidinha, minha segunda esposa, que na peça fazia a mãe e eu a filha.” Na ânsia de que mais pessoas assis-

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a televisão fazer um programa para a campanha eleitoral do candidato ao governo, Paulo Lustosa, já na década de 90. “O diretor disse que eu tinha que limpar meu personagem. Comecei a tapar mais, colocar uma meia. Eu mesmo tinha o preconceito e as pessoas tinham também. E foi quando o meu pai começou a me respeitar, pois via a seriedade com o que eu tratava o meu trabalho”. Paulo afirma que é do cotidiano que tira inspiração para o seu show e que o final do palhaço (momento depois do show em que o humorista se descaracteriza e fico só de calção de palhaço) foi um divisor de águas. “Ali foi

Aos 36 anos, Paulo foi internado em uma clínica de reabilitação por vontade própria, depois de 10 anos usando, principalmente, cocaína e álcool. “Comecei com o álcool e a maconha. Quem pensa que esses não são porta de entrada para outras drogas está enganado, são sim! Passei para a cocaína e fiquei usando cocaína e álcool. No começo era muito bom. Eu era tímido e muito introvertido e a droga me deu a desinibição. A cocaína no começo é boa, mas tudo que ela lhe dá ela tira lá na frente. Só que você já está dependente”, relembra ele. Em 1999, com 52 kg, morando em um quarto, com um colchão no chão e uma TV de 14 polegadas – que segundo ele o traficante não queria comprar –, Paulo se viu sem perspectiva. “Eu tinha perdido tudo o que eu tinha conquistado. Meu carro era um Del Rey que valia R$ 5.000,00 e só de multas atrasadas não pagava o que o carro valia. No caminho para o Shopping Pizza, onde ia me apresentar, pedi que o taxista parasse em um hospital na Santos Dumont e lá mesmo o médico depois de eu dizer que estava há dias sem dormir e sem comer me internou”. Tatuada no braço a frase “Só por hoje” ela representa a certeza de que dia a dia ele vence essa batalha que,

“Quando comecei, não pensei que fosse ganhar, mas trabalhei para não perder. E o meu trabalho de anos recuperando pessoas que estavam no mundo das drogas resultou em votos. Fui votado em lugares que eu nunca coloquei o pé, mas sei que nesses lugares tem pessoas que recuperei, famílias que eu ajudei, uma vida que foi salva. Se não fosse pra ser, não ia ser, porque Deus sabe do coração de cada um. Hoje, tenho projetos maravilhosos aprovados, porque eu parei de fazer humor e fui me entregar ao que me deram”, conta Paulo.

FAMÍLIA

UM DIA DE CADA VEZ: A SUPERAÇÃO DAS DROGAS

A ORIGEM DA RAIMUNDINHA

No Rio de Janeiro começa a ‘gestação’ da Raimundinha. Em meados da década de 80, a Raimundinha não usava meia, as pernas eram cabeludas e no lugar dos seios eram duas bolas de espuma, com os cabelos do peito aparecendo. “Foi numa peça de teatro, em que eu vivia uma mãe, ainda sem nome, que queria fazer da filha crente uma “striper” que a personalidade da Raimundinha me surgiu. Essa mulher sem nome foi o embrião da Raimundinha. Daí em diante, foi um processo de amadurecimento. Foram cerca de 10 anos até chegar ao que ela é hoje”, conta Paulo. Segundo Paulo, a Raimundinha começou a se podar quando foi para

um divisor, dali para cá é a Raimundinha, daqui pra lá é o Paulo Diógenes. Tanto que eu nunca quis que me chamassem de Raimundinha, eu lutei muito para que me reconhecessem como Paulo Diógenes, que eu era ator e humorista. Eu não queria ficar estereotipado por um personagem.” A mulher escrachada, popular e que fala tudo de uma forma muito natural foi ganhando vida e conquistando cada vez mais espaço, não só local como nacional. Dentre os programas de TV onde Raimundinha se apresentou estão: Tudo é Possível (Record), Programa do Ratinho (SBT), Programa do Fábio Jr. (Record), Planeta Xuxa (Globo), Domingão do Faustão (Globo). Na TV local, o Beco do Riso e as Furonas, exibidos na TV Diário para todo o Brasil, foram os de maior destaque.

ACERVO PESSOAL

DIVULGAÇÃO

tissem ao espetáculo com o qual tinha ficado encantada, Ana começa a vender o show de Paulo. “Ela ligava para os amigos me oferecendo, e nessa época ainda não existia humor dentro dessa terra. Fui o precursor do humor no Ceará. Até então, o humor que o cearense conhecia era o que ele escutava na rádio, no programa ‘Nas garras da Patrulha’, que na época tinha um dos personagens interpretado por Tom Cavalcante, por isso essa resistência em aceitar esse formato de espetáculo.” Com a ajuda da empresária começou a se apresentar, com espontaneidade e improviso, em casas sofisticadas de Fortaleza, como no My Way, no Iate Clube, no Chopp Bar, no Shopping Aldeota e no Restaurante Tronco do Sapoti. “Quando comecei a me apresentar às quintas-feiras no Chopp Bar tinha no máximo três mesas ocupadas. Depois de um mês já não havia mais lugar para quem queria assistir.” Na década de 90, surge, no Festival Brega do Pirata Bar, o Lailtinho Brega e a Rocicléa, que foram os finalistas do concurso. Pouco tempo depois o Banco do Nordeste lança um Festival e quem ganha é o Falcão. Surge a primeira leva de humoristas do Ceará. “Foi no Chopp Bar o auge do humor cearense. Eu já estava lá me apresentando, o Tom Cavalcante também. Depois a Meirinha, a Rocicléa, o Lailtinho e o Falcão foram se apresentar lá. O movimento todo aconteceu ali”, afirma Paulo.

DIVULGAÇÃO

ME ACOSTUMEI COM VOCÊ

Tarcísio Rocha e Paulo Diógenes cuidam com muito amor da filha que carinhosamente chamam de Tatá

segundo ele, não tem cura. Depois de 28 dias internado em uma clínica em São Paulo, ele volta para Fortaleza para recomeçar. “O primeiro ano foi muito difícil. As pessoas que entram em recuperação acham que se estão há um mês sem usar drogas, já merecem tudo, mas não. Eu comecei a reconquistar minhas coisas depois de dez anos limpo”, recorda-se Paulo. Recuperado, Paulo decidiu que era hora de usar a sua experiência para tentar alertar outras pessoas, transmitir que apesar de difícil, sair do mundo das drogas não é impossível. “Depois de dez anos, eu abri pra todo mundo a minha dependência química por que eu achava que tinha que ser um exemplo pra mostrar às pessoas que existe recuperação, sim. Então, eu resolvi montar a clínica. Decidi dar de graça o que recebi de graça, de

Deus, que foi a minha recuperação. Para concretizar esse desejo, meu pai doou um espaço e eu montei a Fazenda Luz do Mundo. Eu pegava pessoas na rua e as levava para serem cuidadas e ajudadas”, afirma ele.

Durante a campanha Paulo conheceu seu atual marido, Tarcísio Rocha, com quem se casou em janeiro de 2014 em uma festa para 200 convidados. “A minha sexualidade nunca foi reprimida, mas eu não expunha. As minhas duas esposas sabiam, mas no fundo eu alimentava um sentimento de que eu tinha que dar satisfação à sociedade. Depois que fui eleito, não quis esconder minha sexualidade, queria mostrar pras pessoas que uma pessoa honesta e digna pode ser o que ela quiser ser”, conta o humorista. Com dois filhos biológicos, cada um de um relacionamento e uma filha do coração, filha biológica do seu atual marido, Paulo conta que eles lidam bem com sua opção sexual. “Sempre fui verdadeiro com eles. Eles aceitam maravilhosamente bem, vêm, dormem aqui uma vez por semana, gostam do Tarcísio, são loucos pela Tatá. Nossa família é igual a qualquer outra.”

PAULO DIÓGENES, VEREADOR A VOLTA DA RAIMUNDINHA Filho do político, Osmar Maia Diógenes, Paulo conviveu desde cedo com esse universo. E foi do pai e do atual prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio, que veio o convite para atuar na política. “Um dia recebo uma ligação do meu pai me falando que o Roberto Claudio estava perguntando se eu queria me candidatar a vereador. Eu nunca gostei de política e não aceitei de cara, mas fiquei pensando que aquilo poderia ter algum propósito, então aceitei”, afirma Paulo.

Após três anos longe dos palcos por conta da carreira política, Paulo voltou em um novo espetáculo, dando vida à Raimundinha, em meados do último setembro. Ele conta que a grande responsável pelo retorno de Raimundinha foi sua filha Tatá. “Desde que Tatá veio morar conosco, eu não tinha mais me vestido de Raimundinha. Um belo dia, ela chegou da escola dizendo que todos conheciam a Raimundinha, menos ela. Foi aí que resolvi trazer a escrachada de volta”, conta o humorista. COSTUMES 61


FOTOS GLOBO / ZÉ PAULO CARDEAL

CAPA

Mariana Ferrão a embaixadora do bem-estar

Por Ádria Araújo

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o ar todas as manhãs, de segunda a sexta, com o programa Bem-Estar, da Rede Globo, a jornalista e apresentadora Mariana Ferrão esmiúça temas relevantes à saúde. Mãe do Miguel e grávida do segundo filho, o João, previsto para nascer em fevereiro de 2016, a jornalista também é autora do livro ‘Os sucos da Mari’. Em entrevista exclusiva à revista Costumes, Mariana revela um pouco da sua rotina falando de beleza e como consegue conciliar sua vida profissional com a pessoal e, ainda, conta as principais mudanças em sua vida depois que começou a apresentar o ‘Bem-Estar’. 62 COSTUMES

Revista Costumes - Mariana, você trabalha com um programa que dá dicas diárias de saúde. O que mudou na sua vida quando começou a apresentar o Bem-Estar? Mariana Ferrão – Puxa! Tanta coisa mudou na minha vida! Acho que o mais importante foi acabar com uma “enxaqueca” que me atormentou por um tempo. Esse processo aconteceu por causa de dois programas que a gente fez ainda no primeiro ano de ‘Bem-Estar’: um sobre lactose e outro sobre medicamentos para dor de cabeça. Na época, um neurologista explicou que tomar muito remédio para dor de cabeça pode dar “efeito rebote”. Ou seja, você acha que está fazendo algo para a dor passar, mas acaba ficando com mais dor. Quando o programa acabou, ele recomendou que eu ficasse um mês sem medicamentos. Tentei e realmente melhorei demais! No outro programa, descobri que sou intolerante à lactose e passei a reduzir muito meu consumo de leite e derivados. Isso melhorou meu intestino e também as crises de enxaqueca. RC- Como você faz para conciliar as gravações do programa, dar palestras e ainda conseguir dar atenção à família? Você tem babá, como é a rotina do seu dia? MF - O que percebi com a maternidade foi que a gente realmente precisa de ajuda. Eu gostava muito da moça que me ajudava a cuidar da casa antes de o Miguel nascer. Quando a situação apertou, resolvi oferecer a ela um curso de babá e, a partir daí, ela passou a me ajudar a cuidar dele. De manhã, enquanto eu trabalho, ela fica com ele em casa, quando meu marido também tem que sair cedo. À tarde, ele vai para a escola. E eu não abro mão de pegá-lo todos os dias, dar jantar, banho e colocá-lo para dormir. De vez em quando, também apelo para o meu irmão, meu pai, minha madrasta e meus sogros. Eles têm me ajudado muito também. Não dá para conciliar tudo se a gente não tiver com quem contar. RC- Sobre seu livro: como surgiu a ideia de fazer um livro com especialidade de sucos saudáveis? Eles foram invenção sua? Você os experimentou antes de resolver compartilhar com os leitores? MF - A ideia surgiu depois que a gente fez um programa sobre sucos. Eu disse para a nutricionista que veio ao programa que sentia muita fome no café da manhã e ela me perguntou: por que você não faz um suco reforçado? Decidi testar e adorei! ComparCOSTUMES 63


CAPA tilhei a foto do meu primeiro suco no meu Instagram (@marianaferrao) e os meus seguidores gostaram. A partir de então, comecei a postar todos os dias um suco diferente. Cada vez mais gente me pedia as receitas e aí eu pensei: por que não escrever um livro para que todo mundo possa experimentar? Meu livro ‘Os Sucos da Mari’ está vendendo superbem e o mais legal é que todo mundo que experimenta as receitas me diz que adora. No livro, eu também conto um pouquinho da minha história.

RC- No período de gestação, você engordou muito? Quantos quilos? Foi difícil recuperar o corpo de antes? Como está sendo sua segunda gravidez? MF - 14 quilos na primeira. Bastantinho, né? Foi difícil recuperar, mas não tive pressa. Demorei seis meses para voltar ao meu peso, mas não fiz dieta maluca pra perder, até porque o mais importante para mim era manter uma alimentação saudável para conseguir amamentar tranquilamente. Eu amei amamentar! Estou morrendo de saudades! Nessa segunda gestação estou priorizando uma rotina e alimentação também saudáveis. Para essa fase da gestação, acho que o conselho mais precioso é comer de três em três horas, no máximo. Não dá para ficar de estômago vazio de jeito nenhum. Para o enjoo, carrego sempre uma garrafinha com água e lascas de gengibre.

RC- Qual desses sucos não pode faltar na sua rotina? E como pensou na receita de cada um? MF - Não tenho um suco específico, até porque a receita depende do que tenho à disposição na minha fruteira e na minha geladeira. RC- Você já é magra sem esforços, ou tem algum cuidado especial com o corpo? Faz exercícios? Quais e quantas vezes na semana? MF - Sem esforço? De jeito nenhum. Fui uma adolescente gordinha, que aprendeu a cuidar da alimentação só depois de fazer muita dieta maluca! Eu malho muito e tenho uma alimentação bastante regrada para conseguir manter o peso. RC- E quanto à alimentação, você busca ser mais saudável? Quais os alimentos que não podem faltar no seu cardápio do dia? Você se permite fugir um pouco? MF - Gosto mesmo de uma boa comidinha caseira. Arroz, feijão, uma abóbora no forno... huuuuum! Procuro dar preferência ao peixe, ao invés da carne vermelha, porque sinto a digestão mais leve. Claro que me permito fugir um pouco: tudo na vida precisa de equilíbrio! Não dá pra viver sem comer de vez em quando um docinho, uma feijoada, uma pizza ou tomar taça de vinho. RC- Você gosta de cozinhar? Qual receita instiga você a ir para a cozinha? MF - Adoro cozinhar, isso me relaxa. O que me leva a cozinhar é a vontade de preparar algo gostoso para as pessoas que eu amo. Mas curto muito fazer comida mexicana! Meu pai nasceu no México e eu adoro tudo o que tem lá! 64 COSTUMES

RC- Quais os cinco cuidados que não podem deixar de ter no seu dia? MF - Beber bastante água, passar protetor solar, lavar as mãos sempre, meditar e dançar.

“Fui uma adolescente gordinha, que aprendeu a cuidar da alimentação só depois de fazer muita dieta maluca! Eu malho muito e tenho uma alimentação bastante regrada para conseguir manter o peso.”

RC - Na parte de beleza, com a pele e o cabelo, quais são os seus cuidados? MF - O básico: protetor solar todos os dias, sabonete líquido para lavar o rosto duas vezes por dia e nunca dormir de maquiagem. No caso dos cabelos, confesso: cuidava muito mais antes de o Miguel nascer. Agora, ir ao salão para fazer uma hidratação virou uma missão quase impossível. Tenho preguiça e prefiro usar este tempo para outras coisas. RC - O que seus dois meninos trouxeram de melhor para sua vida? MF - Ser mãe é se descobrir. Descobrir que você é capaz de amar mais do que jamais imaginou! Descobrir que você pode gargalhar por pouco e que você tem muito mais paciência do que pensava. RC - Fora do trabalho, o que você mais gosta de fazer no dia a dia? MF - Nossa, eu gosto de tanta coisa: dançar, correr, olhar a lua, ler um bom livro, namorar, comer bem, brincar com meu filho em qualquer hora e em qualquer lugar.


NATAL SEM PESO NA CONSCIÊNCIA

Ceia de Natal

com sabor e sem peso na consciência QUATRO CHEFS DÃO AS DICAS PARA MANTER O SABOR DO NATAL COM SUBSTITUIÇÕES FUNCIONAIS E SAUDÁVEIS Por Izakeline Ribeiro

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hegou a época dos grandes banquetes. Mas, quem disse que a Ceia de Natal precisa trazer o tradicional peso na consciência pós-comilanças? Para celebrar o final do ano com delícias cheias de sabor e leveza, a revista Costumes convocou quatro chefs para preparar receitas especiais e leves para a ocasião. Há pratos que não podem faltar à mesa, mas com algumas substituições eles podem ficar mais leves. É o caso do Lombo Suíno preparado pelo professor de gastronomia da UFC, Leo Gondim. A sugestão do chef é associar comida saborosa e funcional a ingredientes regionais, como o mel e a castanha de caju. “É um prato regional e natalino. Mistura doce e salgado, característica de pratos festivos.” Além do lombo, não pode faltar o tradicional peru na Ceia de Natal. O chef executivo do Oásis Atlântico, Luciano Ferreira, concorda e preparou um Peito de peru recheado com nozes e funghi ao molho Califórnia. “O peru simboliza o Natal, as frutas, a nobreza da mesas fartas e o arroz funcional simboliza a nova tendência de comer bem com saúde”, conta o chef, que deixou o prato mais rico nutricionalmente, incluindo banana, gengibre, damasco, sementes de linhaça e arroz vermelho.

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Quem deseja apresentar um prato mais diversificado sem sair do tema pode contar com a dica da chef Danielle Gondim: o Filé-mignon suíno ao molho de laranja e damasco. “A carne suína é uma das mais saudáveis que existe, pois seu índice de gordura é baixo, além de ser saborosa e de fácil preparo. O diferencial do prato é o molho, que utiliza duas frutas de base: uma fresca e uma seca. Segundo a chef, as pessoas estão pedindo opções mais saudáveis. “Se formos analisar os ingredientes natalinos mais comuns, em sua grande maioria, são muito saudáveis. Só é necessário fazer as combinações corretas”, destaca. E por falar na qualidade dos ingredientes, que tal um bolo de frutas frescas especial para o Natal? Essa é a proposta do chef confeiteiro Ribamar Frota. “Por ser um produto de confeitaria, devido a grande quantidade de frutas, esse bolo tem redução de gordura (60%) e de açúcar comum (50%). “Hoje, mais do que nunca se fala em produtos isentos de agentes químicos, com menor teor de gorduras, e pela busca de produtos com valores funcionais. Na confeitaria, se torna um grande desafio pela característica de grande presença de açúcar e gorduras. Mas, é possível perceber uma grande movimentação dos profissionais em agradar o público que busca alimentos mais saudáveis e com sabor tão bom quanto os tradicionais”, afirma o chef.

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NATAL SEM PESO NA CONSCIÊNCIA

Perfil do chef:

Leo Gondim, 53 anos, é de Fortaleza e, atualmente, é professor efetivo do Curso de Gastronomia da UFC, além de ser colunista de gastronomia no jornal Diário do Nordeste. É graduado na Faculdade de Hotelaria do Grande Hotel Campos do Jordão, especialista em qualidade de alimentação e mestre em Educação Brasileira.

Lombo suíno em calda de mel de caju e cobertura crocante de castanha

Ingredientes:

01 lombo de 1,2 kg sal e pimenta a gosto 100g de cebola roxa ralada grossa 30g de alho picado 02 galhos de alecrim fresco 500ml de vinho branco seco 04 dentes de alho inteiros 250g de bacon em fatias 400ml de mel de caju 500g de xerém de castanha Modo de preparo: Marinar o lombo por 12h, com antecedência, com sal, pimenta, vinho, alecrim, cebola e alho picado. Assar em forno a 180° por 30 minutos, coberto com papel-alumínio. Retirar o papel e deixar mais 15 minutos coberto com o mel para dourar. Adicionar a cobertura de xerém de castanha e deixar mais 5 minutos no forno. Retirar, cortar o lombo em fatias bem finas e regar com o resto do coulis de caju (mel diluído), adicionado mais castanha. Passar mel em três cajus sem a castanha e formatar em forma de sino. Agregar folhinhas verdes para o arranjo e decorar o lombo.

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Perfil do chef:

Luciano Ferreira de Souza, 40 anos, nasceu em Aurora (CE) e, atualmente, é chef executivo do Hotel Oásis Atlântico, dá consultorias para restaurantes e faz jantares temáticos sob encomendas.

Peito de Peru recheado com nozes e funghi ao molho Califórnia Servido com arroz funcional

Ingredientes:

01 xícara de arroz vermelho 2 colheres de damasco 2 colheres de amêndoas 2 colheres de ameixa fresca 2 colheres de pêssego em calda 1 colher de alho picado 1 colher de cebola picada 1 xícara de vinho branco 1 maço de hortelã fresco 1 peito de peru limpo 2 maracujás 3 colheres de arroz branco 1 xícara de requeijão cremoso 2 colheres de queijo parmesão ralado 3 colheres de creme de leite 1 colher de semente de linhaça

Modo de preparo:

Rechear o peito de peru com nozes, arroz de funghi e requeijão, levar ao forno a 180°, por 25 minutos. Preparar o molho, reduzir a polpa de maracujá na assadeira em que foi assado o peru, acrescentar vinho branco, alho e cebola, açúcar, suco de limão, sal e pimenta a gosto. Para o Arroz vermelho, cozinhe o arroz em água, sal e azeite, refogue com a banana, a semente de linhaça, o damasco, o alho, a cebola, o gengibre ralado, e um leve toque de vinho. Decorar com gergelim.

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NATAL SEM PESO NA CONSCIÊNCIA

Perfil do chef:

Perfil do chef:

O fortalezense Ribamar Frota, 27 anos, é o chef Patissier na confeitaria Sweet Rio e chef executivo no restaurante Montanhas.Trabalhou em algumas padarias e confeitarias locais, foi professor do Senai Certrem por cinco anos, atuando nos cursos técnicos de confeitaria e padaria, além de ser sorveteiro.

Danielle Gondim Carlos, 34 anos, é de Fortaleza e, atualmente, é a chef executiva do grupo Geppo’s. Formada em gastronomia pela Universidade Vale do Itajaí. Já chefiou o Seara Praia Hotel, o Terraço Bistrô (SC), passando pelo Sofitel (RJ).

Filé-mignon suíno ao molho de laranja e damasco Servido com: arroz integral de castanhas e salada colorida de entrada Modo de preparo:

Ingredientes:

1 peça (aprox. 2kg) de filé-mignon suíno 200ml de vinho branco 50g de mel 500ml de suco de laranja natural

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100g de damasco seco Sal a gosto Pimenta a gosto moída na hora Alecrim fresco Fécula de mandioca a gosto 100g de manteiga

Limpar a peça de suíno inteira. Marinar a carne de um dia para o outro com o suco de laranja, o mel , o sal, a pimenta e o alecrim. No dia seguinte, retirar a carne da marinada, secar um pouco com papel e na manteiga dourar todos os lados. Reservar. Para o molho cortar o damasco em tiras bem finas, em meia colher de sopa de manteiga, dourar a cebola, depois acrescentar o damasco e deixar dourar também. Acrescentar, então, a marinada, deixar reduzir um pouco. Provar e, se necessitar, colocar um pouco de água. Acertar o sal e, por fim, engrossar com a fécula diluída em água, bem aos poucos. Para finalizar, na hora de servir, levar a carne ao forno a 180 graus, por aproximadamente 10 min. Retirar do forno e deixar a carne descansar por 5 min. Fatiar finalmente e arrumar a peça inteira na travessa. Colocar o molho por cima e decorar com raminhos de alecrim.

Bolo de frutas para o Natal

Ingredientes:

400g de farinha de trigo com fermento 80g de manteiga com sal 150g de ovos 150g de iogurte natural desnatado 120g de açúcar mascavo 150g de pêssego desidratado 150g de uvas passas 150g de maçã 150g de banana 150g abacaxi 50g de claras 100g de mel

Modo de preparo:

Bater o açúcar com a manteiga até formar um creme claro e fofo. Adicionar os ovos e deixar bater mais um pouco. Picar todas as frutas e juntar ao creme batido. Após misturar as frutas, adicionar o iogurte e, por último, a farinha. Untar a forma para bolo de sua preferência com manteiga e despejar a massa, assar por 30 minutos em forno preaquecido a 180° C. Depois de esfriar, desenformar e aplicar a cobertura. Para a cobertura, juntar as claras ao mel e aquecer em banho-maria. Ao tocar na mistura deve-se sentir um leve aumento na temperatura (morno). Cuidado para não cozinhar a clara! Retirar do banho-maria e bater em batedeira até formar picos firmes. Aplicar sobre o bolo. COSTUMES 71


PARADA OBRIGATÓRIA

Descubra novos sabores e muitas combinações nos

SUCOS NATURAIS

HEY JOE COMIDA & ARTE

Por Izakeline Ribeiro

SABOR E FRESCOR SOBRAM E A GENTE AGRADECE QUANDO ENCONTRA UM BOM SUCO NATURAL. E PARA LISTAR, NESTA EDIÇÃO, AS MELHORES OPÇÕES, NOSSA EQUIPE FOI A LANCHONETES TRADICIONAIS, NOVAS LOJAS E ATÉ EM UM FOOD TRUCK, QUE COLOCOU A BEBIDA ENTRE AS ESTRELAS DA LANCHONETE SOBRE RODAS. CONFIRA NOSSAS DICAS!

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Em funcionamento desde agosto de 2015, o Hey Joe Comida & Arte surgiu com a proposta de oferecer uma opção de alimentação mais saudável. Segundo o sócio Fabiano Pedon, servir sucos naturais foi uma derivação da proposta original. “Os sucos naturais são fontes riquíssimas de vitaminas e minerais, além de ajudar no transporte das fibras que estimulam o trabalho do intestino, auxiliam no funcionamento dos rins e favorecem a digestão”, afirmou. Para a produção dos sucos, todas as frutas são adquiridas de fornecedores regionais. “Não sabemos ao certo se todas são produzidas e cultivadas dentro do Estado, com exceção do cacau, que utilizamos a polpa da fruta, mas também é adquirida por um distribuidor regional. O cacau vem da Bahia, trazida por esse representante local”, conta Fabiano. No Hey Joe, todos os sucos são de 400ml e custam R$ 8,00. Como a ideia da marca é proporcionar novas experiências ao público, não há sucos tradicionais no menu. A pedida mais inusitada é o Cacau Joe, uma mistura da polpa do Cacau - que envolve a

semente da fruta - batida junto com o abacaxi. Ele tem uma consistência similar ao cupuaçu, mas com um aze dinho bem saboroso e envolvente. O suco mais pedido é o Tropical Joe, uma mistura que leva laranja, abacaxi e maracujá. Inovação nas misturas para provocar experiências sempre saborosas e saudáveis é, sem dúvida, o principal diferencial do Hey Joe.

SERVIÇO Por ser um food truck, a agenda do Hey Joe pode ser acompanhada semanalmente nas redes sociais. Instagram: @heyjoefoodtruck Facebook: @heyjoefoodtruck COSTUMES 73


PARADA OBRIGATÓRIA

SMOO JUICE BAR Do mesmo proprietário do tradicional Dor’s Burger, o Smoo Juice Bar surgiu com a proposta de servir sucos de frutas naturais, preparados na hora, com variadas e deliciosas misturas, além dos smoothies – um tipo de suco mais cremoso, servido bem gelado, que empresta seu nome ao empreendimento no diminutivo: Smoo. Em funcionamento desde o início de julho, o Smoo surgiu da ideia do empresário Dorivan Rocha, que já produzia sucos de frutas naturais em sua cadeia de lojas Dor’s, e foi acompanhando a expansão do segmento de Alimentação Saudável no mercado. “Vimos a necessidade e tendência de um mercado que busca saúde com sabor diferenciado”, comenta Dorivan. Os mais pedidos são os de Morango, Cajá, Maracujá e Abacaxi com hortelã, servidos nos tama-

nhos de 300ml e 500ml, a partir de R$ 4,50. Além dos tradicionais, vale provar os smothies funcionais: Wall, que leva morango, chá hibisco e linhaça Mango, que tem manga, iogurte e castanha de caju, e o Green Energy, que traz couve, salsinha, limão, gengibre, espinafre, chia e uma opção de fruta na mistura. A mistura mais pedida é o abacaxi. Outras opções são o Slim com Abacaxi, chá verde e gengibre On com Ameixa, mamão e linhaça e Play com uma opção de fruta, Whey protein e colágeno hidrolisado. Todos custam R$ 13,50 (500ml).

SERVIÇO Shopping Benfica: Das 10h às 22h. Delivery pelo site: www.smoojuicebar.com.br Das 16h a 1h da madrugada. Facebook: smoojuicebar Instagram: @smoojuicebar Telefone: (85) 3104.1010 74 COSTUMES

VERDE BAMBOO BISTRÔ

Em funcionamento desde 2010, o Verde Bamboo Bistrô é a melhor opção, na região Sul da cidade, para quem busca bons sucos de frutas tradicionais ou em combinações inusitadas. De acordo com a sócia-proprietária, Ofélia Amaral, desde a concepção da casa havia a certeza de querer trabalhar da forma mais saudável possível. “Nosso sucos são feitos com bastante fruta, o que lhes confere muito mais sabor. A resposta dos nossos clientes em tornar as quase 80 opções de bebidas um dos itens mais vendidos, faz crer que acertamos na opção”, comenta. Alguns dos sucos mais pedidos são: Morango (R$ 11,50), Uva (R$ 9,20), Tangerina (R$ 8,50), Abacaxi (R$ 7,20), Maracujá (R$ 7,80) e o tradicional de Laranja (R$ 6,20). No entanto, o mix também conquistou o público. O tradicional abacaxi/gengibre/hortelã (R$ 8,00) é muito pedido. Limão com capim santo e limão com manjericão (ambos R$ 6,80) têm caído no gosto dos clientes por serem extremamente refrescantes e porque remetem

NATURAL LEVE

um pouco ao sabor de um chá gelado. Morango com kiwi (R$ 13,60), para quem gosta de notas mais ácidas, é excelente pedida. “Destacamos também o Mix Vida (R$ 8,50), entre os Sucos Terapêuticos, cujo nome faz alusão à cor vermelha que mistura Melancia, beterraba e gengibre. Também presente na sessão dos terapêuticos não podemos deixar de fora o Mix da Contemplação (R$ 9,50) e o Mix do Bom Humor (R$ 10,20)”, conta Ofélia.

Comandado pelos sócios Lucas Lima, Italo Paulino e Julio Brizzi, o Natural Leve já atua em Fortaleza desde junho de 2004. “A nossa ideia surgiu da necessidade de apresentar aos clientes sucos realmente de qualidade e com todos os nutrientes presentes nas frutas. Com as polpas nunca conseguiríamos apresentar essa qualidade que gostaríamos”, conta o sócio Lucas Lima. Segundo ele, o fornecimento das frutas é diário. “Temos fornecedores direto da Ceasa e que trazem produtos sempre frescos e de qualidade. A grande maioria das frutas é produzida aqui no Ceará mesmo. De outros estados podemos citar o abacaxi, que vem do Espírito Santo ou da Paraíba, e a laranja que vem do Sergipe ou da Bahia”, diz. Lucas vai pessoalmente à Ceasa fazer essa seleção e conhecer os fornecedores. “Prezamos muito pela qualidade das frutas e verduras utilizadas no Natural Leve e só com esse contato direto conseguimos garantir isso”, completa.

Dos sucos tradicionais, os que mais saem são os de: Morango 500ml (R$ 13,10), Laranja 500ml (R$ 6,70) e Maracujá (R$ 6,00). Outros campeões de venda são os sucos de Uva Verde com Água de Coco (R$ 8,70) e Abacaxi com Hortelã (R$ 7,20). A marca acabou de lançar novos sucos especiais. Dentre eles, o Suco Verde (R$ 8,50), o Detox (R$ 10,90) e o Melancia com Gengibre (R$ 5,90). Os clientes já aprovaram!

SERVIÇO Rua Costa Barros, 2000 Lojas 01, 02 e 03 Rua Dr. Gilberto Studart, 155 Loja 05 Delivery Aldeota: 3224.4422 Cocó: 3034.4422 Facebook:@naturalleve Instagram: @naturalleve

SERVIÇO Rua Dr. Joaquim Frota, nº 327 Parque Manibura. Telefones: (85) 3271.2566 /99134.1188/ 99135.2002. De terça a quinta, das 16h às 22h/ De sexta a domingo, das 16h a meia-noite. Instagram: @verdebamboo_bistrô Facebook: Verde Bamboo Bistrô Site: www.verdebamboo.com COSTUMES 75


QUALIDADE ALIMENTAR Por Nívea Albuquerque

APRENDA A CONGELAR OS ALIMENTOS DE MANEIRA

PRÁTICA E SAUDÁVEL

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a correria do dia a dia é comum ‘esquecermos’ alguns alimentos na geladeira e, na hora de prepará-los, já não fornecem o melhor de suas propriedades nutritivas. Com o passar dos dias de armazenamento, mesmo em ambiente refrigerado, eles perdem boa parte dos nutrientes, vitaminas e sais minerais. Então, a melhor forma de manter estes alimentos em bom estado, para que em outro momento você possa prepará-los, é o congelamento. Esta técnica consiste em resfriar a baixas temperaturas como a do freezer (-18°), evitando que bactérias e micro-organismos se desenvolvam e, desta forma, estraguem os alimentos. Pode-se, assim, manter a qualidade nutricional e evitar o descarte da comida ainda não utilizada. Esse processo congela a parte líquida de legumes, vegetais, carnes, aves e peixes, que são responsáveis pela contaminação e apodrecimento dos alimentos.

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Evite congelar pedaços maiores que 2,5 kg, pois eles não congelam completamente no centro. Evite temperar a carne e congelar, pois o tempero pode modificar a consistência. 1.LACTICÍNIOS Ao congelá-los, lembre-se que o leite se expande ao congelar; evite acidentes colocando-o em sacos plásticos fechados. Descongele-o na geladeira ou em temperatura ambiente. Também pode ser congelado na caixa (embalagem original). Para evitar possíveis vazamentos, envolva a caixa em um saco plástico. Desta forma, o leite pode ser armazenado por até três meses. 2.QUEIJOS Os tipos mussarella, prata, parmesão e gouda são excelentes para congelar. O descongelamento deve ser lento (preferencialmente, na geladeira por 24 horas) para preservar aroma e sabor. Se desejar, descongele em temperatura ambiente por 6h. Monte porções pequenas em embalagens individuais dentro de em sacos ou filme plástico, podendo ficar até 3 meses. No caso do Requeijão, congelar na embalagem original. 3.CARNES As carnes magras podem ser congeladas por mais tempo, pois a gordura contida em alguns cortes favorecem a deteriorização das mesmas. Evite congelar pedaços maiores que 2,5 kg, pois eles não congelam completamente no centro. Evite temperar a carne e congelar, pois o tempero pode modificar a consistência. Embale a carne em sacos plásticos, retirando o ar. Descongele-a dentro da geladeira de um dia para o outro. Carne moída ou picadinha podem ir do freezer para a panela. 4.MANTEIGA Monte porções individuais e aproveite para saborizar algumas porções –

acrescente alho ou salsa – e tenha uma excelente manteiga saborizada para acompanhar torradas e executar algumas preparações. Ela tem seis meses de validade após congelamento. 5.PÃES Qualquer tipo de pão pode ser congelado. Antes de congelá-lo, certifique-se de que o alimento está fresco; você pode embalá-lo em sacos plásticos individuais. Descongele-o na geladeira ou na temperatura ambiente sem abrir a embalagem ou, se preferir, envolva o pão em papel-alumínio e leve-o ao forno. Pão francês pode ficar até três meses no freezer e pão de forma até seis meses. 6.CAMARÃO Congele crus ou em pratos prontos. Antes de congelar os crus, limpe-os bem e lave-os em água gelada. Enxugue-os em papel-absorvente e os embale em porções menores. Têm validade de quatro meses após congelamento. 7.AVES Congelar em pedaços de sua preferência ou inteiras, em embalagens plásticas sem ar. Têm validade de doze meses após congeladas. 8.SOBRAS DE FEIJÃO Se for consumir em até 15 dias, basta acondicioná-lo em potes e levar ao freezer. Se for ficar mais tempo no freezer ferva-o novamente e faça o resfriamento, colocando o pote em uma travessa de água gelada até amornar. Divida as porções, resfrie-as na geladeira por 2 horas e depois congele-as. Têm validade média de três meses.

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QUALIDADE ALIMENTAR Por Nívea Albuquerque

DICAS ÚTEIS Ao preparar pratos prontos para congelar, não cozinhe-os até o ponto de servir, pois no descongelamento (muitas vezes feito em micro-ondas) ocorrerá um processo de cozimento, podendo passar do ponto de preparo desejado. Os temperos dos pratos devem ser usados com moderação, pois durante o congelamento eles se acentuam em sabor. Prepare-os em pequenas porções, para que você use toda a porção descongelada de uma única vez. Alguns alimentos não reagem bem ao congelamento, mudam o sabor, a cor e a textura. Não se recomenda congelar presunto ou peito de peru, pois mudam suas características ficando “aguados”. Outros que também não são recomendáveis são as folhas verdes, o pepino, a maionese, a gelatina, e claras cozidas ou em neve.

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Aprenda a congelar os vegetais 1. Compre alimentos de qualidade; 2. Faça-lhes uma boa higienização; 3 Corte-os em cubos ou rodelas; 4. Faça-os emergir em uma panela com água fervente, com o auxílio de uma peneira ou escorredor de massa, deixando-os cozinhar por alguns minutos; 5. Aplique-lhes choque térmico com água gelada; 6. Acondicione-os em potes e leve-os ao freezer para congelar.

Descongelando corretamente os alimentos A maneira ideal de descongelar estes alimentos é levá-los à geladeira por 24h ou pelo menos 12h antes de consumi-los; Podemos descongelá-los em micro-ondas, respeitando o tempo de cada alimento (alguns aparelhos já trazem este tempo especificado); Em casos emergenciais, o descongelamento “forçado” pode ser feito emergindo o alimento em uma bacia com água, conservando-o ainda na embalagem (diminui as chances de contaminação e preserva seus nutrientes).

Qualquer tipo de pão pode ser congelado. Antes de congelá-lo, certifique-se de que o alimento está fresco; você pode embalá-lo em sacos plásticos individuais.

NÍVEA ALBUQUERQUE Nutricionista clínica, com experiência no manejo de pacientes com transtornos alimentares e obesidade. Apaixonada pela Ciência da Nutrição e Comportamento Alimentar, defensora da máxima que “comida boa é comida de verdade”. Integra o corpo clínico do Hospital Monte Klinikum, atendendo adolescentes e adultos e realizando Aconselhamento Nutricional.


NOSSOS SABORES

Comida do

Ceará

Nordeste: Baião de dois com carne de sol CINCO REGIÕES BRASILEIRAS, CINCO CHEFS E O RESULTADO DESSA SOMA É MUITO SABOR!

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Por Izakeline Ribeiro hefs brasileiros consagrados estão cada dia mais valorizando a comida brasileira a fim de legitimar nossos ingredientes, cultivar nossas práticas culinárias e hábitos à mesa, além de atender ao crescente interesse do consumidor por experiências gastronômicas. Tudo isso só mostra o atual momento de efervescência da nossa gastronomia. A pluralidade de sabores é a principal marca da nossa cozinha. Para ter um pouquinho de cada pedaço do Brasil em sua mesa, convocamos cinco chefs para ensinar receitas de cada uma das cinco regiões do Brasil.

Tem comida mais a cara do Ceará do que um bom baião de dois com carne de sol? Para apresentar este prato como um dos destaques do Nordeste, o chef Ivan Prado decidiu dar um toque pessoal à receita, que foi elaborada com arroz da Palmácea cremoso com feijão verde, carne de sol em baixa cura, cebola roxa crocante e mel de engenho. “O baião de dois e a carne de sol são pratos emblemáticos da culinária do sertão, tendo como ponto em comum a necessidade. O baião surgiu da falta de água, onde a pouca chuva fez com que o sertanejo cozinhasse primeiro a proteína, depois o feijão e, por final, o arroz para utilizar a mesma água. Já a carne de sol, ou melhor, a carne salgada, surgiu da necessidade de conservar a carne para períodos de grandes estiagens, onde havia perda do gado pela falta d’água e, então, a emigração em busca de água fez arranjar uma forma de conservar esta carne”, conta o chef. Apesar de não ter nascido no Ceará, este prato sempre esteve presente na infância do chef, que é neto e filho de nordestinos. “A comida nordestina sempre esteve presente no cardápio da casa deles, e o clássico era arroz com colorau, frango assado (porque tinham uma Avícula), baião de dois e carne Seca (Carne de sol) com queijo do sertão (queijo manteiga)”, lembra.

Ingredientes:

Para a Carne de sol: 600g de filé-mignon 6g de sal e pimenta-do-reino 6g de açúcar mascavo ou rapadura ralada 40ml de manteiga da terra Cebola Roxa crocante 200g de cebola cortada em tiras grossas 50ml de leite 100g de farinha de trigo 1 litro de óleo para fritura Para o Baião de Dois: 40ml de manteiga da terra 2 dentes de alho picados 1 cebola picada 200g de feijão verde cozido 300g de arroz branco cozido 2 pimentas de cheiro picadas 5 tomates, sem pele, sem semente e em cubinhos ½ maço de cebolinha picada ½ maço de coentro 150g de queijo coalho 20ml de melaço de cana (mel de engenho)

Modo de Preparo:

Para a carne de sol: tempere a carne com o sal, a pimenta-do-reino e o açúcar e reserve na geladeira por, pelo menos, 12h. Aqueça uma frigideira, junte a manteiga da terra e sele a carne. Reserve. Para o baião de dois: refogue na manteiga o alho, a cebola, a pimenta de cheiro e o feijão verde. Junte o arroz. Acrescente o tomate, a cebolinha e o coentro. Grelhe o queijo coalho e corte-o em cubinhos. Para a cebola crocante: corte a cebola e tempere-a com sal e pimenta, passe-a no leite e depois na farinha de trigo. Retire o excesso de farinha e frite-a em óleo bem quente. Para finalizar o prato, disponha o baião no centro do prato, com dois pedaços da carne de sol, a cebola crocante e, por fim, o mel de engenho.

Perfil do chef: Ivan de Andrade Prado Neto 30 anos, Santos-SP. Formado em Gastronomia pelo Centro Universitário SENAC São Paulo (2009), é Pró-chef pelo The Culinary Institute of America (2013). Desde 2011 é Chef e Consultor Gastronômico do SENAC\CE, desenvolve ações de qualificação nos segmentos de Gastronomia e Hotelaria. Pesquisador da gastronomia cearense é autor do “projeto “Saberes e Sabores do Ceará”. Prado.gastronomia@gmail.com Facebook: Ivan Prado Instagram: @Ivan_Prado

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NOSSOS SABORES

Goiás

Centro-Oeste: Ambrosia O prato tradicionalmente português foi o escolhido pela chef Manuela Weyne para apresentar a região Centro-Oeste. Segundo diz, alguns doces portugueses passaram a ser reproduzidos por aqui, e assim como a história do açúcar, confunde-se com a história de nosso País. Antigamente, era um doce fino, chique, de gala. Hoje, para a nossa geração, é uma receita simples, mas esse meio quilo de açúcar da receita valeu ouro. É também o mais antigo doce de Minas Gerais e muito popular em Goiás e Rio Grande do Sul. A ambrosia é feita à base de ovos batidos, cozidos em leite adoçicado e com um toque de canela. É considerado doce de colher ou doce de compota. “Quando penso em comidas típicas de Goiás, penso em felicidade, infância e histórias que me marcaram. É difícil escolher uma que marcou ou uma preferida. Mas claro, como uma legítima formiguinha, tinha que escolher um doce. Tinha um monte de coisa salgada e deliciosa, como as pamonhas, os pães de queijo, o jeito de preparar as carnes. Mas, o que eu gostava mesmo era de ficar à espera da Ambrosia de minha avó paterna Aélia.

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Demorava a tarde toda pra ficar pronta, então a espera contava e fazia parte do ritual. Pra completar, depois de quatro horas de espera vinha o ‘calma minha filha, não pode comer quente que faz mal’. É um doce que ajuda a trabalhar a ansiedade dos novos tempos. Uma cozinheira ansiosa feito eu escolher uma receita tão demorada! Que outra receita doce tem um preparo tão lento e delicado? A espera, a dedicação à comida, o tempo da feitura, também é uma coisa que mexe comigo. Acho que a escolha vem daí”, conta a chef.

Ingredientes:

3 litros de leite 10 cravos 3 paus de canela 7 ovos 500g de açúcar

Modo de preparo:

Colocar o leite e o açúcar para ferver em uma panela larga. Quando ferver, deixar no fogo baixo, acrescentar a canela e os cravos. Mexer até começar a engrossar e ficar na cor de doce de leite. Bater as claras até ponto de neve, acrescentar as gemas, continuar batendo e, em seguida, juntar aos poucos ao doce, sempre mexendo e virando até o ovo cozinhar e parar de levantar borbulha. Ainda em fogo baixo, mexer de vez em quando até dar o ponto do doce.

Perfil do chef: Manuela Weyne, 25 anos, Fortaleza-CE. Iniciou a carreira há três anos. Largou tudo pra viver esse mundo do doce, na companhia da sócia e mãe, que já estava no mercado desde 1999. Juntas, fundaram a Doceville, uma confeitaria e fábrica de doces, com ateliê de bolos decorados. manuweynesousa@gmail.com instagram: @doceville @manuelaweyne (85) 3046.7777

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NOSSOS SABORES

Minas Gerais

Sudeste: Feijão Tropeiro O feijão tropeiro teve origem a partir do século XVII, através dos homens que conduziam as tropas de gado de Minas Gerais para outros estados. A viagem era muito longa e esses tropeiros precisavam de um alimento que tivesse alta durabilidade e por isso passaram a misturar farinha no feijão, na mandioca e em outros ingredientes como a carne suína para que eles suportassem a viagem. Foi exatamente esse o prato escolhido pela mineira Carolina Piau. “Geralmente, escolho esse prato para representar a culinária mineira. Além do sabor incrível, ele tem grande aceitabilidade e ingredientes fáceis de se encontrar. Fazer esta receita é sempre uma alegria imensa, tenho a impressão de estar sentada em uma mesa enorme com toda a minha família ao redor num dia de domingo. É uma festa fazer esse prato, pois durante o preparo tem sempre alguém tentando mordiscar os ingredientes antes de ficarem prontos, além disso é muito comum que todos fiquem na cozinha ajudando e contando causos de família”,comenta a cozinheira. O feijão tropeiro está presente nas mesas mineiras de todas as classes sociais. Vale lembrar que de tão rico culturalmente, o prato está sendo avaliado para ser tombado como patrimônio histórico. “Para os mineiros que estão longe, cada garfada des-

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se prato remete a um tempo bom, a uma casa cheia, a um cheiro de roça, ainda que seja na capital”, comenta Carolina, exaltando a culinária mineira. Ela lembra ainda de outros pratos emblemáticos, como o famoso frango com quiabo e angu de milho, o tutu de feijão com galinhada, o pão de queijo com pernil e os incríveis doces e compotas com queijo Minas.

Ingredientes

150g de feijão jalo 200g de bacon picado 200g de linguiça suína picada 3 ovos 60g de farinha de mandioca branca e fina 3 folhas de couve 1 cebola picada Sal e pimenta-do-reino q.b 1 fio de azeite

Modo de preparo

Cozinhe o feijão na panela de pressão com um pouco de sal, até ficar al dente e reserve. Frite o bacon em uma panela até dourar e reserve. Utilize a gordura do bacon para fritar a linguiça e reserve. Doure a cebola na gordura do bacon, acrescente os ovos, mexendo para que se separem, depois o bacon, a linguiça e, por fim, o feijão. Ajuste o sal e a pimenta e reserve. Somente na hora de servir refogue com azeite a couve picada finamente. No fogo baixo, acrescente aos poucos a farinha na mistura do feijão e, no final, acrescente a couve.

Perfil do chef: Carolina Piau , 37 anos, Patos de Minas-MG. Faz bolos, doces personalizados e organiza confrarias de comida mineira. Advogada de profissão, sempre foi apaixonada pela gastronomia em geral. Possuía um restaurante em Belo Horizonte, e está morando em Fortaleza há dois anos, onde pretende dar seguimento ao seu trabalho.

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NOSSOS SABORES

Pará

Norte: Tacacá O tacacá é um prato típico da região amazônica brasileira, feito à base do tucupi (caldo amarelo extraído da mandioca brava) e da goma de tapioca, também extraída da mandioca. É mais comumente encontrado no Acre, no Pará, em Rondônia e Amapá. Segundo o pesquisador e escritor Luis da Câmara Cascudo, esse alimento é derivado de uma espécie de sopa chamada de Mani, pois sabe-se que fazia parte dos hábitos alimentares dos índios do Pará. Os ingredientes básicos da receita do tacacá são: tucupi, goma de tapioca, camarão seco salgado, jambu, chicória, sal, alho e pimenta de cheiro. De acordo com o chef Milton Vasques, o preparo do tacacá passa primeiro pela obtenção do tucupi, que envolve um demorado processo artesanal, depois pela goma, daí então começa o cozimento do tucupi, devidamente temperado com chicória, sal, alho e pimenta de cheiro. “É um prato que me remete à infância, sair de casa à tarde para tomar o tacacá era algo que eu fazia com meus avós. Tenho prazer em prepará-lo, pois me remete à cozinha de casa, ainda criança, quando ficavam os menores e os mais velhos à mesa descascando quilos de camarão seco para compor o tacacá, o cheiro de tucupi fervendo ao longe, um prato simples, com sabor particular”, conta Milton, que lembra bem de outras delícias da região Norte, como o tradicional Pato no Tucupí, o Pirarucu de Casaca, os doces de Cupuaçu e Bacuri, o Açaí, o bolinho de piracuí, a maniçoba, o arroz de jambu etc.

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Ingredientes:

300ml de tucupi 80g de camarão seco (médio) 20g de goma fresca 250ml de água 100g de folhas de jambu com o talo 1 unidade de folha de chicória 1 unidade de folha de alfavaca

Modo de Preparo:

Ferver o tucupi junto com a chicória e a alfavaca e, se necessário, adicionar uma colher de café de açúcar para regular a acidez do tucupi. Colocar os camarões de molho em água para retirar o excesso de sal e reservar. Colocar a goma fresca em uma panela com um copo de água, adicionar sal e pimenta-do-reino a gosto, e aquecer a água mexendo. À parte, dissolver uma colher de sopa de goma em um pouco de água, adicionar à panela e mexer até atingir o ponto de fita. Respeitando possíveis variações no preparo e apresentação do tacacá, pode-se sugerir a seguinte receita: a partir do caldo (tucupi) pronto, inicia-se a montagem do tacacá para ser servido. Em uma cuia, colocase uma porção do tucupi e, em seguida, acrescenta-se a goma de tapioca na sequência, adicionamse os ramos do jambu e depois os camarões secos. Finalmente, mais tucupi para completar a cuia.

Perfil do chef: O paraense Milton Vasques, 40 anos, atua em Fortaleza com consultorias e treinamentos, ministra aulas de culinária na loja La Mandolina Cozinha Experimental, e acaba de inaugurar um pequeno bistrô no Galpão Super8/Travessa da Imagem. Instagram: @miltonvasques091 Email: chefmiltonvasques@ gmail.com

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NOSSOS SABORES

Rio Grande do Sul

Sul: Cuca Gaúcha Sabemos que a região Sul do Brasil recebeu fortes influências europeias. Dentre essas contribuições destaca-se, segundo a professora Vivian Teixeira, a dos alemães. O café colonial é um delicioso exemplo dessa herança, que vai muito além dos traços físicos da população. A cuca, que é uma espécie de bolo finalizado com um crumble, é resultado da mistura da cultura de alemães e italianos, e considerada uma das mais tradicionais receitas da região sul, por isso foi escolhida por Vivian. Segundo ela, há muitas variações em sua elaboração. Na época do Brasil-colônia alguns itens eram escassos e havia a abundância de outros, o que acabava definindo a composição de cada cuca. Essa guloseima é um item fundamental na refeição de muitas famílias da região Sul. De acordo com a chef, criou-se festas, por exemplo, como a Festa da Colônia, em Gramado, que acontece na segunda quinzena de março onde, entre outros pratos típicos, são vendidas as cucas, o que atrai turistas em busca de experiências com a culinária local.

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Ingredientes:

2 gemas 80g açúcar 30g de manteiga em temperatura ambiente 75g de amido de milho 10g de fermento químico em pó 80ml de leite de vaca ½ cálice de Conhaque 1g de sal manteiga sem sal (para untar) 3 unidades de bananas nanicas maduras fatiadas Para o Crumble: 60g de açúcar 100g de farinha de trigo Canela em pó q.b 80g de manteiga sem sal

Modo de preparo:

Preaquecer o forno a 160°C. Utilizar uma fôrma de fundo removível, untada com manteiga e polvilhada com farinha. Para a massa: bater as gemas com o açúcar e a manteiga até formar um creme esbranquiçado. Desligar a batedeira, acrescentar a farinha, o amido de milho, intercaladamente com o leite e o conhaque, e por último, o fermento. Juntar, em seguida, as claras batidas em neve com uma pitada de sal, misturando delicadamente. Colocar metade dessa massa em uma forma, dispondo por cima metade das bananas em rodelas. Despejar o restante da massa por cima e cobrir tudo com o restante das rodelas de banana. Por cima das bananas, coloque a seguinte farofa: junte o açúcar, a farinha e a canela e misture bem. Em seguida, adicione a manteiga em pedacinhos, formando uma farofa (esfarelar com as mãos). Assar por cerca de 30min, ou até enfiar uma faca e ela sair limpa.

Perfil do chef: Vivian Teixeira, 32 anos, Fortaleza-CE. Graduada no curso superior de Tecnológo em Gastronomia do SENAC/SP, Campus, em Águas de São Pedro. É especialista em Gastronomia pela Fanor, com cursos em panificação básica e Fermentação Natural pela escola Levain, de Rogério Shimura. Teve passagens pela confeitaria do Grande Hotel São Pedro em Águas de São Pedro, assim como no restaurante Santa Grelha, do grupo Social Clube de Fortaleza. Atualmente, é docente no curso de graduação tecnológica em Gastronomia e na pós-graduação em Gastronomia da Fanor Devry/ Brasil, além de compor o corpo docente da L’ecole Brasil. Email: vteixeira3@fanor.edu.br

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ARTE E CULTURA

ANOS DE MAURÍCIO DE SOUSA Por Isabella Purcaru

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uem nunca ouviu falar na Mônica e sua turma? Difícil encontrar. Maurício de Sousa, um dos maiores cartunistas do Brasil, conquista o coração e estimula a leitura de crianças e adultos há quase sessenta anos. No auge dos seus 80 anos de vida, recém-completados, o filho do barbeiro Antônio Mauricio de Sousa e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa, conta que é dos 10 filhos que tira a inspiração para muitos dos seus personagens. A personagem de maior sucesso do cartunista, a briguenta gorducha, dentuça e baixinha, por exemplo, é inspirada em sua filha, Mônica de Sousa.

INSPIRAÇÃO

Maurício conta que crescer em um ambiente instrumentalizado de opções que despertam a criatividade foi que despertou sua vocação para o desenho. “Pais poetas, escritores, compositores, pintores (meu caso) nos cercam de um ambiente todo propício para seguirmos o caminho artístico. Nada como abrir os olhos num ambiente COSTUMES 91


ARTE E CULTURA com música, livros, desenhos, criatividade. Assim, aprendi a folhear livros desde bebê, a ver figuras desde sempre, a ler desde que me caíram nas mãos os primeiros gibis.” Sobre os personagens que o iconizaram no mundo dos gibis, Maurício afirma que seus dez filhos são sua maior inspiração. “A Mariangela virou a Maria Cebolinha. Era tal e qual, quando engatinhava pela casa. A Mônica é a própria. A Magali, também. Depois veio o Mauricio Spada que virou Professor Spada, que se transforma no temível Dr. Spam. As gêmeas Vanda e Valeria vêm em seguida (lançadas nas revistas da Mônica Jovem), a Marina é a própria desenhista, o Mauro é o Nimbus, o Mauricio Takeda é o Do Contra e o Marcelinho, que adora números, economiza e preza pela sustentabilidade. Todos meus filhos.

OS PERSONAGENS ENVELHECEM

Em agosto de 2008, os Estúdios Maurício de Sousa lançam em estilo mangá (quadrinhos japoneses) a Turma da Mônica Jovem. No primeiro ano, mais de um milhão e meio de exemplares dos quatro primeiros números da revista foram vendidos. Segundo Maurício, esse amadurecimento dos personagens veio de uma lacuna que se tinha entre os pré-adolescentes, leitores de 12 a 15 anos em média. “Percebi que estávamos perdendo leitores dessa faixa para os mangás. Como já havia uma curiosidade sobre como seriam os personagens na adolescência, tanto do público quanto nossa, resolvemos encarar o desafio. Deu certo. Hoje é a revista de quadrinhos de maior vendagem no ocidente”. Em 2013, na edição N° 50 da série, finalmente saiu o Casamento da Mônica com o Cebolinha. Com direito a Cascão de padrinho e, entre as madrinhas, a (ex-plus size) Magali. “Hoje, entre quadrinhos e tiras de jornais, suas criações chegam a cerca de 50 países. O autor já chegou a 1 bilhão de revistas publicadas. Ao longo dos seus quase sessenta anos de carreira, Maurício conseguiu um feito de poucos: reinventar-se. Há leitores antigos voltando a ler a turma da Mônica agora jovem. Há crianças

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Mônica e Maurício de Sousa: a filha serviu de inspiração para ilustrar o personagem principal do pai

que querem os dois mundos, há jovens curiosos que também procuram a turma jovem para conferirem se o comportamento dos personagens jovens está de acordo com seus mundos. Três faixas de público atraídos pela novidade. “A estreia da Mônica foi em 1963. Eu já havia lançado o Franjinha, o Bidu, o Cebolinha e o Cascão. Logo depois, veio a Magali e os outros personagens. A Mônica acaba de completar 50 anos e a responsabilidade aumenta junto aos nossos leitores das várias gerações. Como foi leitura de avós, pais, e agora filhos, essa marca demonstra que soubemos falar a linguagem de cada tempo, de cada época. Valeram, para isso:

nossos permanentes contatos com o leitores pelos diversos meios de comunicação”, afirma Maurício.

MENSAGENS ATRAVÉS DOS PERSONAGENS

Todos os seus personagens buscam passar alguma mensagem. Horácio, por exemplo, é aquele pequeno e tímido Tiranoussaurus Rex que, contrariando sua espécie, é vegetariano e avesso à violências. “Em primeiro lugar, procuramos levar às crianças historinhas criativas e com bom humor para um momento de diversão. Sei da responsabilidade de ser um interlocutor das crianças e da influência que meus quadrinhos têm sobre elas. Assim, sempre estamos procurando, através da Turma da Mônica, passar mensagens sobre direitos das crianças, saúde, contra a violência e sobre a inclusão social”.

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MAIS 80 ANOS

“Nesses sessenta anos de profissão, publicamos em cerca de 100 países. É um demonstrativo de que nosso produto atinge crianças de todas as culturas. Mas é preciso produzir mais animações para entrarmos com mais força diante dos concorrentes. É isso que estamos fazendo nesse momento. Um dos produtos que preparamos com força para o mercado internacional é a turminha da Mônica Toy. É para um público jovem e está fazendo sucesso no CartoonNetwork e em nosso canal no YouTube”, afirma Maurício, que revela seu grande projeto pós-80 anos: “Viver cada dia com um sonho para realizar, como tem sido sempre para mim”.

Rua Henriqueta Galeno, 596 | Dionísio Torres • (85) 3244.0807 Shopping Rio Mar | Piso L2 | Loja 2088 • (85) 3037.2024


CEARENSE POR ESCOLHA

DA CIDADE LUZ PARA A

Por Isabella Purcaru

ará, iniciou suas atividades com aulas de moto aquática e não demorou para que enxergasse um promissor mercado para o Flyboard. “Para que as pessoas pudessem conhecer, eu fiz uma promoção em sites de compras coletivas. Hoje, dou aulas na Lagoa do Colosso, na Beira-Mar e, às vezes, no Iate Clube, do qual sou sócio”, ressalta. Morando já há dois anos no Ceará, Gael afirma sentir falta apenas de três coisas da terra natal, além da família e amigos. “Sinto falta dos vinhos e dos queijos, que são os melhores do mundo. Outra coisa que sinto falta é do sentimento de segurança da minha cidade de origem. Apesar de eu nunca ter passado por nenhuma situação que deponha contra a segurança do Ceará, mas só o sentimento de eu não puder sair à rua a hora que eu quero, nem do jeito que eu quero, me faz sentir falta da liberdade que Paris proporciona”, afirma ele. O idioma português ele aprendeu na convivência com os brasileiros. “Em Paris, eu sempre tive amigos brasileiros; eles são fáceis de se fazer amizade. É um povo aberto, feliz. Aqui, fui muito bem recebido. Cheguei a fazer um curso de português ainda na França, mas aprendi a falar aqui, com a convivência.”, conta Gael.

TERRA DO SOL N O FRANCÊS GAEL DUHAUT ESCOLHEU O CEARÁ PARA MORAR, APROVEITOU AS BELEZAS NATURAIS PARA SEREM O PALCO DE SUA PRINCIPAL FONTE DE RENDA E IMPLANTOU UM NOVO ESPORTE, O FLYBOARD, QUE PERMITE FLUTUAR SOBRE A ÁGUA

Matheus Mattei, aluno de Gael praticando Flyboard na Lagoa do Colosso 94 COSTUMES

o primeiro semestre de 2015, exatamente 18.213 estrangeiros receberam autorização para trabalhar no Brasil, sendo 14.771 apenas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará, segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Conforme levantamento feito pelo Registro Nacional de Estrangeiros em 2014, mais de 1,7 milhão de imigrantes vivem no país sob o Estatuto do Estrangeiro. Os números só constatam a crescente procura de tantos estrangeiros que querem fincar suas raízes, para morar e trabalhar, no Brasil. Um deles é o francês Gael Duhaut, 30 anos, que depois de passar um Carnaval na terrinha rendeu-se aos encantos do nosso Estado e decidiu deixar sua cidade, Paris, para tentar fazer a vida em um lugar de clima estável e com bons ventos, o nosso Ceará. “Passei o Carnaval em uma casa de amigos na praia de Paracuru, e gostei muito do clima do Ceará. No outro ano resolvi comprar uma casa na mesma praia, porque pratico Kitesurf”, revela. No seu país de origem, Gael trabalhava em uma imobiliária. Insatisfeito com o clima frio de Paris, o francês pensou em deixar seu emprego e levar a família para trabalhar com algo que ele gostasse e que lhe permitisse aproveitar ao máximo o clima em Fortaleza. Trabalhar com esportes foi sua primeira opção. Para isso, avaliou o mercado e com uma visão positiva sobre o segmento resolveu investir em uma modalidade que ainda não existia em nossa cidade: o Flyboard. O esporte, que surgiu na França em 2011, garante adrenalina em muitas manobras radicais. Para executá-lo, usa-se um aparelho adaptado à turbina de uma moto aquática para “voar” sob as águas, podendo chegar até 10 metros acima do mar. O tempo de vir para o Brasil e conseguir permissão para morar e trabalhar aqui demorou um ano. Enquanto isso, Gael começou a investir em cursos e se especializar no Flyboard. Em 2013, quando se instalou finalmente no Ce-

“Em Paris eu sempre tive amigos brasileiros, eles são fáceis de se fazer amizade. É um povo aberto, feliz. Aqui fui muito bem recebido. Cheguei a fazer um curso de português ainda na França, mas aprendi a falar aqui, com a convivência.” COSTUMES 95


SÓ RIA

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FOTOS DO PROJETO SÓ RIA: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Por Isabella Pu

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SÓ RIA Por Isabella Purcaru

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om um fundo branco, um sorriso espontâneo e uma câmera na mão lá se vão mais de 500 fotos no Instagram do Projeto ‘Só ria’. O olhar por trás da lente é do fotógrafo, cearense e publicitário Igor Barbosa Oliveira de Araújo, 26 anos. A ‘coleção’ começou despretensiosa há pouco mais de dois anos. Ele conta que a ideia nunca foi colecionar sorrisos. Ao final das sessões, ele pedia pra fotografar a pessoa, com quem tinha trabalhado, sorrindo. Quase sempre a pessoa já aceitava o convite com a expressão feliz no rosto. “Em um momento, percebi que já tinha um número legal de fotos e como nunca tinha colecionado nada, enxerguei nessas fotos a oportunidade de começar algo que me deixava muito bem,” diz o fotógrafo. Segundo Igor, a alma do projeto vai além de pessoas sorrindo. “O ‘Só ria’ é muito maior do que simplesmente fotos. É uma nova maneira de enxergar as pessoas e, principalmente, o mundo. Como colecionador, quero aumentar ainda mais a quantidade de sorrisos e, quem sabe, um dia criar um jeito de mostrá-los para o maior número de pessoas.” São um pouco mais de 550 publicações no Instagram, mas Igor ressalta que apesar da quantidade ele está mais preocupado com a qualidade das fotos. “Não estou falando dos megapixels ou se eu fiz ou não com uma câmera profissional, mas sim do resultado final da foto, se ela consegue passar todo o conceito do projeto”, afirma ele. Publicadas em preto e branco e assinadas com o primeiro nome do fotografado, Igor quer passar o conceito de ‘somos todos iguais’, como ele mesmo define. “O branco é a cor de fundo escolhida para a foto e por ser neutro ele não interfere e nem deixa ter distinção de etnia, de classe, de idade ou de opção sexual. Publicar a foto em preto e branco harmoniza ainda com a minha intenção de nunca assinar as fotos com o segundo nome dos fotografados. Valorizar apenas o primeiro nome é conhecer as pessoas pelo que elas são e não pelo que representam”, explica. 98 COSTUMES

“Só Ria” ra o projeto a p s o is rr so sa registra Igor Barbo Fotógrafo

SORRISO: O ESPELHO DA ALMA O Instagram do projeto tem, hoje, um pouco mais de 6.500 seguidores e entre os sorrisos que figuram nas publicações, estão pessoas anônimas e personalidades conhecidas, como o ex-jogador e ídolo do futebol Zico, a miss Brasil Melissa Gurgel, os cantores Gabriel O Pensador, Wesley Safadão, Thiago Petit, o ex-governador do Ceará Cid Gomes, os apresentadores e jornalistas Fátima Bernardes e Lair Rennó, o humorista Tirulipa, entre outros. De todos os sorrisos que compõem o projeto, o fotógrafo conta que o da avó, Dona Nina, é o que mais lhe marcou. “Ela estava em um hospital, doente, na noite de Natal, e lá, próximo a meia-noite, conversando sobre qualquer assunto, ela deu uma gargalhada, não lembro direito porque eu tinha levado a câmera, mas não pensei duas vezes e fiz o registro”, conta enfatizando que todas as fotos têm sua história, umas, claro, bem interessantes e outras apenas o registro de alguém que passou em sua vida e, de alguma forma, marcou. Para ter a foto perfeita, Igor sempre faz uma sequência de fotos. “Têm pessoas que só de pararem na frente da câmera já começam a rir, outras precisam de uma piada e muitas outras simplesmente peço para dar o sorriso mais falso que possa fazer, e assim, por ser tão falso ela acaba dando um sorriso verdadeiro e é nesse momento que

o click acontece”. O retorno, ele conta que vem nos comentários das fotos, pelos olhos sensíveis dos amigos, que elogiam e conseguem entender que não é apenas a foto de alguém sorrindo, o feedback na maioria das vezes é positivo, pois apesar de parecer fácil a foto tem, sim, todo um significado por trás.

O VALOR POR TRÁS DO SORRISO

Com imagens impressas em grande escala ou adesivos autocolantes, o ‘Só ria’ saiu da plataforma digital e já ganhou as ruas de Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Nova York e Paris. As exposições contaram com fotos em forma de lambe-lambe pelas ruas. “Fora isso teve um evento, chamado Maloca, no Dragão do Mar, em Fortaleza, onde fizemos uma brincadeira com as pessoas. Selecionamos cerca de 120 fotos do projeto e espalhamos pelo local; as pessoas foram encontrando os amigos e fizeram algumas intervenções nas fotos, a repercussão foi ótima”, conta Igor. “Não gosto de limitar o projeto a um segmento, um local, mas penso em fazer uma exposição, como já venho praticando. Talvez com algum apoio seja mais fácil de concretizar. Quero espalhar esses sorrisos, contagiar outras pessoas. Colar uma foto do tamanho de um prédio em plena Dom Luís, acho que seria uma exposição bem a cara de todo o conceito do projeto. Espero que um dia aconteça”, planeja Igor. COSTUMES 99


PROJETO COSTUME SAUDÁVEL

Use sua cidade!

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Por Ádria Araújo

COM 27 MIL METROS QUADRADOS, A PRAÇA DA PAZ DOM HÉLDER CÂMARA OFERECE AOS SEUS FREQUENTADORES UMA AMPLA VARIEDADE DE AMBIENTES ESPORTIVOS QUE AGRADAM A TODOS OS PÚBLICOS 100 COSTUMES

á experimentou vivenciar a sua cidade? Aproveitar um circuito de bicicleta, ver um pôr-do-sol, jogar vôlei em uma quadra? Preocupado em incentivar hábitos saudáveis, o Mercadinhos São Luiz adotou em julho deste ano, a Praça da Paz Dom Hélder Câmara, antes conhecida como Praça 31 de Março, localizada na Avenida Dioguinho, no final da Avenida Santos Dumont. Com o apoio da Prefeitura de Fortaleza, o São Luiz é o responsável pela limpeza e jardinagem da praça e, desde a assinatura do termo de compromisso, vêm realizando diversos eventos no local. Para fortalecer ainda mais o seu lema, Costume Saudável, o São Luiz tem como objetivo transformar a praça em um ponto de referência para a prática de esportes. “Nós procurávamos um local para praticar o ‘Costume Saudável’, servindo como uma extensão do nosso evento, que acontece uma vez ao ano. Então, apareceu a oportunidade de adotar a praça e deixá-la bem a ‘nossa cara’, onde as pessoas possam trabalhar os hábitos saudáveis. Ela é uma praça muito extensa, com tudo o que um amante de atividade física pode encontrar e representa muito para nós, do São Luiz, além de contribuir para a cidade”, afirma a Diretora de Marketing Joana Ramalho. A praça possui 27 mil metros quadrados e oferece aos seus frequentadores uma ampla variedade de ambientes esportivos que agrada a todos os públicos: uma pista de skate, uma pista para corrida ou ciclismo, quatro quadras de vôlei de praia, duas quadras poliesportivas, dois campos de futebol de areia, locais para jogos de mesa, espiribol, além de quiosques de alimentação. O lugar também conta com uma estação do Costume Sustentável para recolhimento de material reciclável, com troca de resíduos por desconto na conta de energia, com um posto da Secretaria do Esporte e Lazer do Município (Secel) e com uma sala de atendimento ao Turista. Quanto à segurança do local, os frequentadores estão despreocupados, pois o policiamento está bem intensificado. A praça é a primeira da cidade a receber um posto fixo da Polícia Militar. Ao todo, são

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PROJETO COSTUME SAUDÁVEL

Adote você também!

seis policiais, além dos Guardas Municipais reforçando a segurança durante 24 horas. O espaço conta também com um posto do Corpo de Bombeiros, com salva-vidas e ambulância, monitorado por câmeras interligadas à Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança – (CIOPS). As obras de revitalização da praça foram executadas pela Setfor, com um investimento de R$ 5,4 milhões.

Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes: saiba como adotar. Para quem deseja adotar praças, parques, jardins, canteiros, áreas verdes ou demais espaços públicos, a Prefeitura disponibiliza o Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes, coordenado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente – SEUMA, em parceria com as Secretarias Regionais. O programa tem o objetivo de permitir que as pessoas ou empresas passem a cuidar das áreas verdes da nossa cidade. Qualquer pessoa física, entidade da sociedade civil, associação de moradores, sociedade amigos de

QUEM DESFRUTA DA PRAÇA

Depois que o Mercadinhos São Luiz adotou a praça, muitas pessoas passaram a usufruir dela cada vez mais. São pais passeando com os filhos, casais andando de bicicleta ou caminhando juntos, jovens fazendo manobras na pista de skate, pessoas treinando com amigos ou com seus personal trainers. Muitos eventos também já ocorreram na praça, impulsionando as pessoas a buscarem qualidade de vida. Uma das frequentadoras do ambiente desde a sua inauguração é a professora Mayra Holanda, que vai pelo menos três vezes por semana por morar próximo. “Costumo ir com meus filhos João e Artemis para praticar esportes, andar de skate, jogar bola no campo ou até mesmo para passear com o cachorro. Acho ótimo ir com minha família, não tenho queixa com a segurança e sempre vejo os funcionários cuidando das plantinhas. O local está bem melhor do que era”, conta. Além das pessoas que vão para passear ou andar de bicicleta, também há aquelas que gostam de aproveitar o espaço para fazer treinos e assessoria de corrida. A fisioterapeuta Juliana Pontes treinava na pracinha do Shopping RioMar, mas por conta da insegurança, passou a treinar na Dom Hélder. “Na semana eu treino na academia, mas como amo fazer atividade ao ar livre, no final de semana eu passei a treinar com um grupo na praça Dom Hélder. Eu fazia na pracinha do RioMar, mas uma vez um menino tentou nos assaltar e eu fiquei com medo. Quando inaugurou a Dom Hélder, fomos conhecer às 6h da manhã, fiquei com receio, porém quando vimos a estrutura e a segurança, optamos por 102 COSTUMES

bairros, centro comunitário, empresa e órgão de direito público ou privado, ou clubes de serviço podem adotar. Os interessados devem apresentar à Secretaria Regional uma Carta de Intenção, com informações do local de interesse da adoção e com toda documentação necessária. Às empresas ou pessoas físicas será concedido o direito de associar seus nomes ou de suas empresas a essa causa. Os locais adotados recebem placas com padrões da legislação municipal. Mais informações no site da Prefeitura.

Espaços adotados até dia 1 de outubro de 2015 1

Rua

42

Praça

1

Jardin

7

Canteiro

8

Área Verde

Fisioterapeuta Juliana Pontes treina diariamente na praça Dom Hélder

"A praça ficou um espetáculo. Ter à disposição da sociedade uma praça com pista para corrida, faixa para ciclista, quadra de areia e quadra poliesportiva é excelente" Rainier Alves, Educador Físico treinar sempre lá. Eu levo meu celular sem medo. Fora que, por ser perto da praia, no fim dos treinos a gente toma banho no mar”, conta. Dentre muitas assessorias de corrida, a Central do Corpo também se faz presente todas as semanas na praça, desde setembro. O profissional de Educação Física Rainier Alves, leva seu grupo de quinze pessoas e faz treinos funcionais voltados para corrida, com planos de acrescentar o treinamento funcional específico em dias alternados. “A praça ficou um espetáculo. Ter à disposição da sociedade uma praça com pista para corrida, faixa para ciclista, quadra de areia e quadra poliesportiva é excelente. As pessoas agora não têm mais desculpa para não fazerem atividade física na Praia do Futuro. Quanto à segurança, a sensação de estar protegidos agora é muito maior por aquela região”, finaliza.

Rua Agerson Tabosa foi a primeira a ser adotada

Primeira rua a ser adotada por uma pessoa física

Profissional de Educação Física Rainier Alves comanda a assessoria de treinamento funcional da academia Central do Corpo na praça

Além da Praça Dom Hélder, este ano também foi inaugurada a rua Agerson Tabosa, localizada no bairro da Água Fria. Essa rua é famosa por ser a primeira adotada por uma pessoa física, no caso a viúva do homenageado (professor Agerson Tabosa Pinto). A procuradora federal Maria Vital da Rocha é quem ficará encarregada da manutenção da via, sem incentivos fiscais. A procuradora já recuperou

passeios, instalou postes de iluminação e realizou a grafitagem do muro na lateral da rua, feita por artistas. A Prefeitura se responsabilizou pelo fornecimento de energia e já plantou novas árvores. O nome da rua foi uma homenagem ao professor Agerson, que era um dos frequentadores mais assíduos de um bar localizado lá, onde ele assistia aos jogos do Fortaleza com os amigos. Até então, a rua tinha o nome de Rua dos Tricolores. COSTUMES 103


cearense MODA CEARENSE

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Por Ádria Araújo

TRAVESSONI

Q

ue o Ceará é um dos celeiros em confecção têxtil, isso ninguém discute. Segundo dados do Sistema FIEC, o Estado é o 5º com maior produção de confecção têxtil no Brasil, dentre 23 estados, e ocupa o 6º lugar em exportação. Fato novo é que a moda cearense, de autoria de estilistas locais, vem ganhando força, destacando-se e sendo valorizada, tanto pelos produtores como pelos consumidores. Para a publisher e editora de Moda, Márcia Travessoni, a moda cearense não tem a completa visibilidade que merece. “Mesmo hoje, sendo representada e reconhecida nacionalmente por Lino Villaventura e pela Água de Coco, por Liana Thomaz, a moda cearense ainda não tem a visibilidade do seu tamanho, mas o Brasil precisa reconhecer que somos o primeiro polo produtor de calçados, somos o segundo polo de lingeries, somos um grande polo de confecção de moda praia, moda infantil, surfwear etc. Nenhum estado tem uma diversidade de segmentos na moda como o Ceará, e isso precisa ser reconhecido e mostrado”, afirma ela. Segundo Márcia, a valorização da moda local existe, e a prova disso é que o segmento de confecção tem grande destaque em nosso Estado. “Acredito que o cearense valoriza a moda autoral, por isso nosso mercado interno de confecção sempre foi forte, já passamos várias crises, mas continuamos com essa força. E temos uma nova geração de designers de moda cearenses supercriativos, inovadores, que surpreendem nos concursos, como David Lee e Cacau Francisco. Há

O FOTO FERNAND

CONHEÇA PROJETOS E EMPRESAS QUE OPTAM POR VALORIZAR A MODA DO NOSSO ESTADO

FOTO IGOR DANTAS

Invista na moda autoral

vessoni de Moda, Márcia Tra Publisher e Editora

também o movimento Babado Coletivo, que é um celeiro da nossa mais nova geração de criativos e empreendedores da moda local, e isso nos enche de orgulho”, ressalta. Márcia destaca também onde nosso artesanato ganha visibilidade. “Em trabalhos como os dos irmãos Campana que, em parceria com o mestre Espedito Seleiro, realizaram uma coleção linda de cadeiras e mesas. Existe um resgate da valorização de nossos artesãos nos trabalhos de Jô de Paula, que desenvolve bolsas e roupas em crochê e já fazem sucesso em todo o Brasil”. Pensando nessa busca da valorização da moda autoral, a Sinditêxtil lançou a campanha “Viva Moda Local” ou #VML, com objetivo de mobilizar a sociedade para o consumo da moda produzida no Brasil, através de ações que ganham as ruas e as redes sociais. O movimento, que surgiu também por ocasião dos 80 anos de fundação da Sinditêxtil, tem o apoio de diversas marcas locais, criadores de moda e design, imprensa, formadores de opinião, sindicatos, associados, além da cadeia industrial.

Rafa Eleutério faz fotos para campanha 365 dias de moda cearense no Japão

365 dias de Moda Cearense Outro projeto criado em busca da valorização da moda em nosso Estado é o @365diasdemodacearense, idealizado pela fotógrafa Rafa Eleutério. No Instagram, ela realiza um editorial de fotos usando roupas de marcas genuinamente cearenses, durante 365 dias. Sapatos e acessórios não precisam ser de marcas locais. O conceito do projeto começou há mais de um ano, durante uma viagem a Nova Iorque, mas só vai parar quando finalizar a contagem total. “Como sou fotógrafa de moda, acompanho de perto boa parte do processo criativo dos estilistas. Admirada com o carinho que eles colocavam em suas peças, comecei a me questionar porque eu fotografava marcas cearenses e, na maioria das vezes, estava usando marcas internacionais. Meu desejo de contribuir com o crescimento dessas pessoas tão engajadas em criar, fez-me ter a ideia. Não tenho interesse em ignorar o que é estrangeiro, sei do valor que é essa troca, mas a proposta do projeto é fazer um recorte temporal do que é criado aqui, pelos nossos conterrâneos, com muita dedicação”, afirma. Para Rafa, esse projeto trouxe uma bagagem vantajosa, tanto em sua vida profissional quanto pessoal. “O projeto foi também uma maneira que encontrei de me questionar sobre minha escolha profissional. Acredito que para o crescimento pessoal precisamos sempre estar nos questionando e fazendo escolhas conscientes. Tenho aprendido mais sobre o consumo e, principalmente, sobre um consumo consciente, que faz crescer a nossa economia local e, assim, gera novas possibilidades para quem vive aqui. Profissionalmente tudo tem ficado ainda mais integrado, já que além de fotografar, eu tenho vivido a moda local”, ressalta. Mesmo utilizando peças de nosso Estado, a fotógrafa conta que também enfrenta dificuldades na busca dessas roupas e destaca ainda que as peças são vendidas por diversos valores. “Encontrar peças atemporais tem sido o mais difícil, já que os criativos locais estão sempre ligados no que acontece no mundo da moda, encontrar tendências acaba sendo mais fácil. Assim como em todos os segmentos, na moda cearense consigo encontrar opções de diferentes valores. Desde um produto mais sofisticado e rebuscado, até um mais acessível e descolado. A ideia é buscar marcas com as quais você se identifique e que caibam no seu orçamento”, ressalta.

365 DIAS DE MODA CEARENSE

Instagram: @365diasdemodacearense

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MODA CEARENSE

Moda de confecção cearense

Lola Sciwinzki vende peças autorais cearenses na MT Store

Feirinha e loja de marcas autorais cearenses Criada pela designer de moda Lola Sciwinzki em julho do ano passado, a Mercado Transversal é uma feirinha que vende diversas peças autorais cearenses - além de boa gastronomia e que surgiu pelo desejo da designer em oferecer um espaço com valores mais acessíveis. “A ideia era fazer uma feirinha com o menor custo possível. Queríamos participar das feiras, mas além de valores exorbitantes, era difícil conseguir uma vaga sendo uma marca nova e ainda pequena. Eu pensava em uma feira com valores divididos entre todos, sem exploração e todo mundo trabalhando para o sucesso do evento. O meu objetivo mesmo era viver da DoraDoralina. Então, a feira nasceu, para termos um espaço pra trabalhar, divulgar nosso trabalho. Nunca passou pela minha cabeça que o evento cresceria tanto”, conta. 106 COSTUMES

Depois de muito sucesso com a feira, um ano depois Lola resolveu criar a MT Store, uma loja colaborativa ‘extensão da feirinha’, que vende artigos de moda, perfumaria, decoração, acessórios e artesanatos cearenses, com marcas como DoraDoralina, Riscos e Tons, Kawaii, Ilustradeiras, Calêndula, It’s Mine, OneSelf, Dalê, Tcn Masculino e Eullas. “A loja é uma consequência da feira. Era a loja que eu queria desde sempre. E a ideia de uma loja colaborativa casa perfeitamente com a minha ideia de que o coletivo é sempre mais forte. Ninguém faz nada sozinho. Juntos, podemos muito mais. Aos poucos, a proposta do evento vai sendo compreendida. Hoje, temos muitas marcas parceiras que não deixam de ir ao Mercado e que colaboram para que o evento seja um sucesso”, ressalta.

Segundo a designer, o segmento coletivo no mundo da moda e de feiras anda crescendo cada vez mais. “Podemos observar que, há um ano, tínhamos apenas uma loja colaborativa na cidade, agora temos várias. Sem falar nas feirinhas, que só crescem. Dá para participar de uma feira por semana. E esse é o melhor caminho, investir nas feiras, em eventos colaborativos e coletivos. O importante é entender que esse é um investimento em longo prazo, nada acontece de repente, tem que trabalhar muito, ter foco e persistência para ver sua marca reconhecida”, finaliza.

MT STORE

Rua Torres Câmara, 770 – Aldeota Tel.: 98807-5297 Instagram: @mercadotransversal

Diante de muitos nomes da moda local, duas jovens apostaram no segmento e decidiram criar a marca Les Alis. No início, a diretora de estilo e produção, Ticiana Machado, vendia confecções no varejo e, por receber muitas solicitações de representantes querendo distribuir a marca no atacado, convidou a empresária Deborah Bandeira para lançarem uma nova marca, voltada exclusivamente para vendas no atacado. “Eu tinha a experiência profissional nas áreas administrativa e financeira, e ela o know-how de produção. Depois do convite dela para nos unirmos, nasceu a Les Alis, uma marca que existe há cinco anos”, ressalta Deborah. Segundo a empresária, a Les Alis busca se reinventar nesse ramo para ser reconhecida como moda local. “Nós escolhemos criar roupas pensando em valorizar as características da mulher cearense e seu lifestyle. Pensamos no tecido adequado ao nosso clima, na cartela de cores que combinem com o nosso estilo, na modelagem perfeita e no design condizente com a mulher que idealizamos. Pesquisamos as tendências mundiais e adaptamos para o nosso estilo”, afirma. Um grande diferencial da empresa é não trabalhar seguindo lançamentos de coleções de marcas nacionais e mundiais. “Optamos por fugir do calendário oficial de lançamento de coleções. Esquecemos as estações e escolhemos trabalhar com o conhecido, fast fashion. Trabalhamos o ano inteiro com lançamentos mensais, o que nos deixa livres para criar coleções que viram desejos imediatos, mas com o nosso DNA cearense”, ressalta. “Nesses cinco anos, observei o movimento de mudança de conceito da moda cearense dos nossos consumidores que, em grande maioria, valorizava muito mais a moda vinda do Sul e Sudeste do que a nossa. Hoje, vejo como esse cenário mudou. As marcas locais ganharam muito mais visibilidade. Não existe mais o preconceito de antes, pelo contrário, existe uma valorização do que é nosso, da moda feita e pensada para a mulher cearense. Nossas confecções abastecem os lojistas de todo o NO e NE, fazendo do Ceará um importante centro de distribuição de confecção e nos colocando no cenário nacional como um centro dinâmico de moda”, finaliza.

Deborah Bandeira e Ticiana Machado comandam a loja de confecção cearense Les Alis

LES ALIS

Rua Marcondes Pereira, 1152 – Aldeota Tel.: (85) 3025-1783

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RETALHOS DO CARIRI Por Demontier Tenório

LONGEVIDADE

SAUDADES A nação romeira lembra, neste mês de dezembro, os 10 anos da morte do monsenhor Murilo de Sá Barreto. Foram 48 anos de serviços na área religiosa, que lhe valeram o título de “Vigário do Nordeste”, além de sua atuação como professor em Juazeiro do Norte, dando expressiva parcela de contribuição na educação de milhares de jovens. O sacerdote foi, ainda, um grande defensor das virtudes do Padre Cícero Romão Batista e das questões de interesse da terra fundada por este ícone da fé em Juazeiro.

ELEIÇÕES CHEGANDO Está chegando mais um ano de eleições municipais, o que vai movimentar os bastidores políticos, doravante, nas definições dos candidatos a prefeitos e vereadores. A princípio, as especulações apontam para oito nomes em Juazeiro do Norte, seis em Crato e uns quatro candidatos a prefeito em Barbalha. Nas disputas por vagas nas câmaras municipais deveremos ter algo em torno de 600 candidatos, com previsão de 250 em Juazeiro, cerca de 200 em Crato e mais 150 em Barbalha. Na hora do voto, opção é o que não vai faltar!

A ARTE EM COURO Com o seu ateliê instalado no Município de Nova Olinda, Espedito Seleiro tornou-se uma referência na confecção de artigos e acessórios em couro. São 75 anos e uma paciência de causar inveja, pois, como diz, “quanto mais demoro numa peça, mais gosto de fazê-la”, acrescentando que o artesanato ensina e tudo é feito à mão. Casado há 56 anos, o artista diz ser um apaixonado pela mulher e os seis filhos já criados pela atividade que abraçou. Recentemente, Espedito Seleiro foi homenageado dentro da I Mostra de Eventos do Senac Cariri, com uma exposição de peças produzidas pelo artesão no Cariri Garden Shopping, em Juazeiro.

JUAZEIRO VERTICAL Os que chegam a Juazeiro do Norte pela Avenida Padre Cícero têm uma perspectiva do quanto o processo de verticalização avança no Município. São edifícios empresariais, residenciais, clínicas e hospitais com muitos andares, cujas obras movimentam o setor da Construção Civil. A cidade possui uma das maiores densidades demográficas do Ceará, em virtude da sua pequena área territorial. Com isso, o caminho é a construção de prédios, aproveitando e valorizando o que ainda existe de terras no perímetro urbano.

NO TÚNEL DO TEMPO

Neste dia 21 de dezembro, o Monsenhor José Alves de Oliveira receberá uma série de homenagens por conta dos seus 80 anos de idade. Ele é filho de Lavras da Mangabeira, mas a maior parte de sua vida sacerdotal foi em Juazeiro do Norte, como Capelão do Socorro e, mais recentemente, como vigário fundador da Paróquia do Menino Jesus de Praga, no bairro Novo Juazeiro. Trata-se de um sacerdote bastante querido e identificado com a religiosidade popular que aflora no Município a partir das romarias.

MELANCOLIA O futebol do Cariri fecha a temporada 2015 sem ter o que comemorar. Barbalha e Crato não fizeram boas campanhas na segundona cearense. Este último passou longe de retornar à divisão de elite e, ainda por cima, quase era rebaixado para a terceira divisão estadual. No segundo semestre do ano, as decepções ficaram por conta de Icasa e Guarani, em Juazeiro. O primeiro terminou rebaixado para a Série D do futebol nacional, e o outro fez uma campanha melancólica na Série D do Brasileiro.

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Nesta edição, uma foto bem antiga da Rua Doutor João Pessoa no centro de Crato tendo, ao fundo, uma das torres da Igreja da Sé. Provavelmente, nos idos de 1935, por ocasião de um desfile cívico-militar tendo à frente a banda de música municipal, que é uma das mais antigas do Ceará. Muita coisa já mudou, mas o Crato ainda detém diversos prédios históricos com suas antigas arquiteturas. Em junho deste ano, os cratenses comemoraram 251 anos de emancipação política.

DEMONTIER TENÓRIO

Atual Diretor de Jornalismo e comentarista esportivo da Rádio Vale FM, Chefe de redação do site Miséria e Assessor de Imprensa da Secretaria de Turismo e Romarias de Juazeiro do Norte. Durante 10 anos foi repórter da sucursal do Diário do Nordeste no Cariri,após trabalhar como correspondente do jornal O POVO.

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VALE VISITAR Por Izakeline Ribeiro La Bella Itália

Um dos restaurantes italianos mais apreciados em Fortaleza, o La Bella Itália comemora 10 anos de atuação na Capital. Para marcar a data, o estabelecimento brinda seus clientes com um novo ambiente. Assinado pelo arquiteto Carlos Otávio, o espaço climatizado se apresenta com iluminação indireta, clima aconchegante, adega aberta para o salão. Agora, o chef Andrea Antonucci prepara um novo menu para agradar ainda mais clientes cearenses e turistas que visitam a cidade. Enquanto não saem os novos pratos, vale provar o espaguete de frutos do mar, o mais pedido da casa, ou o de vôngole.

SERVIÇO Avenida Almirante Barroso, 812 Praia de Iracema Contatos: (85) 3219.2166 Facebook: @labellaitalia.fortaleza

SERVIÇO Rua Padre Leopoldo Fernandes, 130 – Fátima Contatos: (85) 3051.1300. Funcionamento: De Quarta a Segunda, de 16h às 22h. (Não funciona às Terças) facebock: @graoegoma Instagram: @graoegoma

Grão & Goma Tapiocaria Inaugurada em 20 de Junho de 2015, a Grão & Goma Tapiocaria é um projeto do publicitário Adriano Matos e do profissional de Marketing Jonas Piancó, que abriram mão de suas carreiras em um grande grupo nacional e resolveram empreender em um projeto que trouxesse traços de simplicidade e referências afetivas. Lá, a tapioca é servida através do sistema “made for you”, onde o cliente tem a opção de montar o prato de acordo com seu paladar, seguindo os passos do cardápio, de forma dinâmica e prática. Destaque 110 COSTUMES

para as bases, normalmente servidas brancas (somente com a goma tradicional), são oferecidas também com algumas inserções, como: beterraba, bacon, cenoura, chocolate, amendoim etc. (São mais de 10 opções). Vale provar os Bastões de Goma&Queijo, Goma&Alho e Goma&Calabresa, que são servidos com molho. Para quem não quer sair da dieta, as Cestinhas de Tapioca & Salada são supercharmosas, servidas na tapioca desidratada. Para acompanhar, refrigerantes, cervejas, sucos e cafés.

Doce Gula Confeitaria

Tradicional no bairro Cidade dos Funcionários, depois de 23 anos a Doce Gula Confeitaria abriu sua segunda loja, agora na Aldeota. Comandada pela confeiteira Silvia Helena Vasconcelos, a marca oferece os melhores sabores de infância, seja nos salgados ou doces. Coxinha, bolo de chocolate, taças de gelados e tortas são apenas algumas das maravilhas servidas na nova casa, que tem uma decoração delicada com inspiração no estilo das confeitarias francesas. Além do espaço climatizado, uma área externa bem ventilada no fundo da loja é ideal para reunir amigos ou fazer pequenos eventos.

SERVIÇO Loja 1: Rua Leonardo Mota, 1500 Aldeota Contato: (85) 3224.6616 Loja 2: Av. Oliveira Paiva, 1580 Contatos: (85) 3271.2030/3271.2680

IZAKELINE RIBEIRO

Jornalista de gastronomia, especialista em Marketing e editora do Sabores da Cidade, gosta de comer de tudo. As boas experiências ela compartilha no site, as ruins só conta pessoalmente. Também é colaboradora da revista Processo de fabricação dos nacional Prazeres da Mesa.

picolés de frutas 100% naturais COSTUMES 111


A SEU DISPOR

NOVIDADES SÃO LUIZ

Orgulho de querer bem

Mercadinhos São Luiz é eleita a melhor empresa para trabalhar no Ceará

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ferecer um bom atendimento e ter amor pelo que faz é um dos lemas das pessoas que fazem a equipe do Mercadinhos São Luiz. Não é a toa que este ano o supermercado foi premiado em primeiro lugar como a Melhor Empresa para Trabalhar no Ceará – GPTW. Um bom exemplo de quem trabalha com amor é o da gerente de atendimento, Cristina Ferreira. Trabalhando no São Luiz há cinco anos, ela saiu da loja da avenida Virgílio Távora no ano passado e, atualmente, distribui sua simpatia na loja do Shopping RioMar. Mesmo sem ter experiência no ramo de supermercado, Cristina agarrou essa oportunidade e mostrou que, com interesse em trabalhar, dá para se aprender tudo. “Eu já havia trabalhado com concessionária, mas com supermercado nunca. Na época que eu entrei, estava trabalhando em uma empresa que prestava serviço para o São Luiz e, no lançamento da revista Costumes, eu fazia uma degustação das receitas que as chefs executavam. Então, os diretores me viram e me convidaram para uma entrevista. Desde esse dia, nunca tive dificuldade alguma em trabalhar lá, parecia até que eu já tinha trabalhado com isso e, no primeiro dia, já me informaram que estavam satisfeitos com o meu atendimento”, conta. Para Cristina, as vantagens de trabalhar como gerente de atendimento são as de nunca ter uma rotina, conhecer novas pessoas e fazer amigos. “Eu adoro gente, gosto muito de conversar e meu trabalho me dá essa oportunidade. Não me vejo fazendo outra coisa. Fora que já fiz muita amizade aqui dentro e considero meus clientes como amigos, são como da minha família. É um amor tão grande pelo que faço, que cada pessoa a gente vai cativando e sente até falta quando não aparece. Já cheguei até a ligar para clientes perguntando por 112 COSTUMES

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A artista Dulcinéia Lucena não abre mão do atendimento da gerente Cristina Ferreira, da loja no Shopping RioMar

“Aqui é lugar de gente feliz, todo mundo se trata bem. Na época em que entrei, eu tinha acabado de perder minha mãe e depois perdi meu pai, então, foi uma família que eu encontrei aqui, fui muito bem amparada.” que eles estavam demorando em aparecer”, ressalta. Emocionada, ela conta ainda o que significa para ela trabalhar no Mercadinhos São Luiz. “É motivo de orgulho e felicidade. Aqui é lugar de gente feliz, todo mundo se trata bem. Na época em que entrei, eu tinha acabado de perder minha mãe e depois perdi meu pai, então, foi uma família que eu encontrei aqui, fui muito bem amparada. E é uma empresa muito aberta, que nos dá a oportunidade de crescer, de nos aprimorar”, ressalta. Uma das muitas clientes que Cristina cativou com seu trabalho e com quem mantém uma relação de amizade é a bancária aposentada e artis-

ta plástica, Dulcinéia Lucena. Cliente desde a primeira loja, Dulcinéia vai todo dia à loja do Shopping RioMar para comprar o ‘básico’, mas o que mais a fideliza é o atendimento dos funcionários e, principalmente, o da gerente de atendimento. “O São Luiz é um supermercado muito convidativo, não só pelo valor, mas pela tradição que tem e por todas as maravilhas que oferece e, além disso, a Cristina completou. Ela é uma pessoa carismática, simpática, acessível, como um imã, que atrai as pessoas. Ela cativa mesmo e tem me feito muitas gentilezas, que não sei como pagar, só rezando por ela”, finaliza.

ste ano, o Mercadinhos São Luiz tem muitos motivos para comemorar. Um deles é a premiação do GPTW. Na edição cearense do prêmio, a empresa tirou o primeiro lugar como a Melhor Empresa para Trabalhar, na categoria Grandes Empresas. No ranking nacional o São Luiz foi eleito a 37ª Melhor Empresa para Trabalhar, também na categoria Grandes Empresas, sendo o primeiro supermercado da lista. Outro motivo de comemoração é o prêmio do GPTW NO VAREJO 2015, promovido pela revista No Varejo, em sua segunda edição, ocupando a sétima

posição entre empresas de todo o país, a única empresa do Ceará a figurar na lista das dez melhores. Na ocasião também foram premiadas 40 empresas consideradas as melhores empresas do setor varejista com as melhores práticas de gestão de pessoas. Além desses prêmios, o Mercadinhos São Luiz também ganhou o prêmio Destaque Empresarial Comércio no setor de Supermercados, oferecido pela PPE – Promoções e Eventos, em sua 26ª edição. O prêmio foi concedido ao diretor da empresa, Fernando Ramalho, pelas mãos do titular da Secretaria Estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Josbertini Clementino.

MERCADINHOS SÃO LUIZ REALIZA O EVENTO “DE CERVEJEIRO PARA CERVEJEIROS” Em novembro, o São Luiz promoveu um evento direcionado aos apreciadores de cerveja, “De Cervejeiro para Cervejeiros” com a presença do melhor cervejeiro do Brasil, Gabriel Di Martino, também Mestre Cervejeiro prodígio da Vila St. Galler, produtora da cerveja Therezópolis. O especialista realizou uma palestra, seguida de degustação de cervejas especiais da Therezópolis e de aperitivos na loja do Shopping RioMar. No Mercadinhos São Luiz, o segmento de cervejas especiais vem crescendo. É tanto que, hoje, as lojas possuem mais de 300 rótulos de cervejas nacionais e importadas, de diferentes tipos. A empresa busca investir na variedade dos produtos desse segmento e na formação dos colaboradores sobre o assunto, além das diversas ações promovidas para os apreciadores da bebida.

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CHECK-OUT Por Nazareno Albuquerque

ORÓS E MARIANA, EM DOIS TEMPOS Matutando: retornemos 60 anos no tempo. 60 anos. Sobrecarregada pelas chuvas intensas, a barragem do Orós, em construção, ameaça romper. Pronta ação do Estado e colaboração nacional para reduzir os efeitos calamitosos do que seria uma tragédia no Ceará, destruindo várias cidades abaixo da barragem. A engenharia e o Estado eficientes, ou resilientes, reduziram e controlaram a calamidade. 60 anos depois, com Ibama, engenharia muito mais sofisticada, controles climáticos, tecnologias e o ca-

DIAS DE MEDO

E agora é a morte que mexe com os humanos de todo o planeta, num sagrado fim de semana. Enternecidos, muitos se perguntam o porquê dos eventos de Paris. Não busquemos respostas. Apenas observemos. Porque nosso destino já não nos pertence. Quando ainda jovem, meus pais sonhavam com meu futuro. Hoje, os pais temem pelo futuro de seus filhos. Não há futuro, na verdade. Há fragmentos de sonhos, desejos, aspirações animais da maternidade, mas a segurança de viver aproxima-se do sobreviver. Fragmentos de bombas, granadas, estilhaços a tentarem mutilar nossas vidas pelo medo, e daí pela infelicidade. O Islã de hoje é o ódio de ontem aos judeus na Europa. Aquietemo-nos, e nos postemos a pensar no sentido da Violência, do “medo ambiente” que nos cerca, invade nossas casas, consome nosso Amor.

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cete, uma barragem ameaçada desmonta aos olhares do Estado, destrói cidades e mata pessoas. E polui, impacta a natureza em um imenso desastre ambiental. Há 60 anos, com o mesmo poder destruidor, o rompimento da barragem de Orós foi controlada em uma saga histórica, sem vítimas. A natureza e as cidades sem grandes impactos. 60 anos depois, o desastre anunciado, em Minas, reflete a falência dos governos e a indiferença dos homens. Somos todos cretinos. Desculpe: fabricamos e elegemos.

ÁGUA DE CÔCO MARCA TERRENO NA EUROPA Quando vejo uma marca cearense ocupar toda uma ilha de uma das maiores lojas da Europa (El Corte Inglês) fortalece meu orgulho e crença na nossa capacidade criativa e empreendedora. Não se trata de ufanismo, mas de uma vaidosa e confortadora resposta a esses pessimistas de carteirada política. Vejo por trás dessa imagem as mãos habilidosas das nossas bordadeiras, das nossas empacotadoras, faturistas, modeladoras, gráficos, têxteis e toda uma cadeia produtiva que por inovar e enfrentar desafios do mercado alcança seus objetivos. Parabéns aos empreendedores, e a nós, seus conterrâneos, por fazermos os bumbuns das espanholas e portuguesas ficarem mais bonitos. (A foto é minha, e recente. Não é merchandising).

SE ESSA RUA FOSSE MINHA Requalificar o Centro de Fortaleza? Taí na foto uma experiência, aliás recorrente em várias cidades do mundo. Ruas transformadas em galerias, passeios, lojas de conveniência e cobertas, com moderna iluminação. Isto é requalificar, e ponto.

NAZARENO ALBUQUERQUE

Jornalista, integra o Núcleo de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO, comentarista de Economia da AM do Povo/CBN e consultor de planejamento mercadológico da NA Comunicação, além de ser o Diretor Responsável pela Revista Costumes



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