editorial
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echamos 2014 com a certeza do dever cumprido. Este ano, solidificamos a nossa premissa de disseminar a ideia de bem-estar, tanto do corpo quanto da mente. Prova disso é o sucesso da II Semana Costume Saudável. Reconhecidamente, nossa capa não poderia ser outra, senão a linda e gente como a gente, Daniele Suzuki. Ela, que foi uma das estrelas da II Semana, revela, em entrevista exclusiva, como faz para conciliar a prática de exercícios físicos e alimentação com as atividades do dia a dia. E ainda fala seus segredinhos de beleza. A cobertura completa de tudo que rolou durante o evento, que contou com as presenças de Bela Gil e do Ironman, Santiago Ascenço, você encontra nas páginas desta edição. Tem compromisso para hoje? E que tal ir de bike? Confira a matéria que mostra como nossa cidade começa a se estruturar e receber investimentos para facilitar a vida daqueles que preferem usufruir de bicicleta do sagrado direito de ir e vir. E para quem quer suar a camisa, a Walking Dance mostra que se exercitar na esteira pode ser muito divertido! Você sabe de onde vem a Chia? Fomos atrás da origem desse grão e ainda trouxemos algumas receitas para você experimentar em casa. E para completar esse menu hiper saudável, Mariana Marques vai ensinar a você como fazer a biomassa de banana
verde e ainda apresentar três receitas de dar água na boca! Férias chegando e nada melhor do que ter tempo para desfrutar de um roteiro de paletas mexicanas, a novidade gourmet que chegou arrancando suspiros. O caranguejo é outro disputadíssimo item que não poderia ficar de fora desta edição. A Costumes conta de onde vem a tradição das Quintas do Caranguejo e dá um roteiro para você saborear essa iguaria. Esta edição está recheada de presenças ilustres. Os empresários Mana e Manoel Holanda nos brindam com sua história de amor e empreendedorismo. Dora Andrade conta na seção ‘Me acostumei com você’ tudo sobre o dia a dia e o reconhecido sucesso da Edisca. E ainda para compartilhar com você, a comemoração do Centenário das Casas Parente, a primeira loja de magazine do Ceará. Para fechar esta edição, o jornalista Nazareno Albuquerque nos enche a alma com um texto de reflexão sobre as belezas pelas quais passamos indiferentes e sobre a nossa conscientização ecológica, que fica cada vez mais perdida no tempo. Agradecemos imensamente a sua companhia e nos encontramos na próxima edição com muitos mais bons costumes para você! A Editora
EXPEDIENTE MERCADINHOS SÃO LUIZ Diretor Presidente: Severino Ramalho Neto Diretor Operacional: Fernando Ramalho Diretora Comercial e de Marketing: Joana Ramalho REVISTA COSTUMES Diretor Responsável: Nazareno Albuquerque Editora Chefe: Isabella Purcaru Redação: Ádria Araújo, Isabel Albuquerque e Izakeline Ribeiro Fotografia: Davi Farias Revisão de Textos: Ana Luiza Martins Edição de Arte e Design: Ícaro Guerra Tratamento de imagens: Ícaro Guerra Produção Gráfica: Carlos Araújo Comercial: Natália Pessoa comercial1@revistacostumes.com.br - (85)8802 3773 e (85)3261 05999 Direção de Arte da capa: Marcos Costa e Paulo Jeyson Impressão: Gráfica Halley Tiragem: 20.000 exemplares A Revista Costumes é uma publicação trimestral, editorada pela NA Comunicação - www.revistacostumes.com.br Exemplares: Rua Monsenhor Bruno, 417 - 1º andar, sala 302 Sugestões de pauta: isabella@revistacostumes.com.br
LJUPCO SMOKOVSKI / SHUTTERSTOCK
sumário 30 VÁ DE BIKE!
Esporte ou meio de transporte?! Que tal os dois?
40 BIOMASSA DE BANANA VERDE
64 PARADA OBRIGATÓRIA
47 DANIELE SUZUKI
70 EMPREENDE DORISMO
Preparamos um menu completo para você se deliciar.
Um roteiro para você se render ao sabor das paletas mexicanas.
Descubra como ela faz para manter o corpo e a mente sã.
Mana e Manuel Holanda e sua trajetória de amor e coragem.
77 NOITE FELIZ
Quatro chefs ensinam as mais doces iguarias para a sua Ceia de Natal
50 IRON MANS
Os triatletas mostram o seu lado homem de ferro.
104 VINIL VOLTA À MODA
Conheça história de fãs dos bolachões pretos e ainda lugares para desfrutar desse som.
Voz do consumidor
“Eu sempre leio as matérias relacionadas à culinária, receitas e restaurantes novos. E gosto também das matérias de exercícios físicos”. Daniela Kárita, empresária
“A Revista Costumes é maravilhosa, bem diversificada, retrata muitos assuntos interessantes. Eu gosto da apresentação dos produtos que vendem no São Luiz e das receitas que os clientes fazem”. Tânia Albuquerque, corretora
“É uma revista muito diversificada, aborda tudo de mais interessante, matérias boas de ler. Gosto muito dos temas relacionados à saúde, alimentação infantil. Adoraria ver matérias sobre alimentos orgânicos, explicando a diferença e os benefícios que eles trazem à saúde.”
“Prefiro ler sempre as matérias voltadas para produtos novos, para crianças, para pessoas que fazem dietas e locais que inauguraram em Fortaleza.”
Rejane Vasconcelos, do lar
Ana Karla Adjafre, comerciante
“O que mais gosto na Costumes são as matérias relacionadas a vida saudável, as receitas com produtos lights e diets e as matérias sobre esportes”. Sâmara Melca Brito de Faria, estudante de Direito
“Eu gosto da Costumes como um todo. Das matérias sobre cultura, das referências que são feitas a lugares, produtos e restaurantes. É uma revista sempre atualizada com o que há de interessante para se fazer aqui em Fortaleza. Da última edição, gostei da matéria sobre o Marcos Lessa, um cearense com um futuro próspero.” Rosana Severo, psicóloga
No meu carrinho
“Eu moro pertinho e toda semana venho comprar peixe, verduras, frutas, pão, requeijão sem lactose. Compro muitos produtos sem lactose e sem glúten, porque minha irmã e minha mãe são intolerantes e aqui eu encontro tudo”.
“No Mercadinhos São Luiz a diversidade de produtos é muito grande, principalmente na parte diet e light. Eu venho de três em três dias e sempre compro esses produtos, além de queijo, iogurte, verduras”.
Bárbara de Sousa Rodrigues, advogada
Anna Karolina, estudante de Nutrição
“A gente se mudou para o Eusébio, então eu passei a comprar na loja do Cambeba. Minha seção preferida é a Costume Saudável, onde encontro tudo para manter o equilíbrio da minha alimentação. Também compro muito cereais em geral e a parte dos congelados”. Lucivania Castelo, estudante
“Gosto de comprar aqui todo dia, venho no mínimo duas vezes. Estou levando agora água mineral e frango para comer no almoço. Sempre levo comida pronta”.
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Washington Joaquim Nogueira, comerciante
“Gosto muito do atendimento e do mix de produtos, que é muito variado. Como moro aqui perto, toda semana compro carne, frutas, material de limpeza.”
Lucas Fernandes Benigno Xavier, fotógrafo
“Geralmente compro frutas e verduras, pães, bananas. A loja do Cambeba é caminho de casa, quase todo dia passo aqui e compro algo que está faltando”.
Ailton Lima, securitário
NOVIDADES SÃO LUIZ
Semana Costume Saudável no Cariri Após o grande sucesso da Semana Costume Saudável em Fortaleza, o Mercadinhos São Luiz promove e convida os seus clientes de Juazeiro e do Crato para a 1ª Semana Costume Saudável Cariri, que será realizada no dia 08 de Novembro de 2014, na loja de Juazeiro localizada no Cariri Shopping. A programação irá se dividir em palestras e laboratórios com nutricionistas, e mais um Talk Show com Ingrid Machado, formada em Educação Física, Personal Trainer, empresária e menos de 10% de gordura corporal. As inscrições iniciam a partir do dia 13 de Outubro nas lojas dos Mercadinhos em Juazeiro e no Crato.
São Luiz inaugura mais duas lojas em Fortaleza
O jeito Mercadinho de respeitar o meio ambiente O Mercadinhos São Luiz inaugura o primeiro Posto de Coleta de Resíduos Costume Sustentável, em parceria com a Coelce. No posto, os clientes podem levar seu lixo que será coletado, e conforme o peso e o tipo de cada resíduo, o cliente terá descontos na sua próxima conta de energia. Para os interessados em se cadastrarem é preciso CPF ou CNPJ e a conta de energia. Produtos como papel branco, papelão, revistas, cadernos sem arame, livros, potes e garrafas de vidro, garrafas de refrigerante de plástico, embalagens de detergente, água sanitária, latas de cer14 COSTUMES
veja e refrigerante, bateria de carro e moto, chumbo, óleos de cozinha, pilhas, baterias, dentre outros, serão recebidos no posto de coleta. O posto já está funcionando em um prédio vizinho à loja da Oliveira Paiva, na avenida Ulisses Bezerra, nº 1300 – Cidade dos Funcionários.
Ainda no final deste ano, o Mercadinhos São Luiz inaugura mais duas lojas em Fortaleza, uma no Shopping RioMar e outra na avenida Santos Dumont. A primeira será inaugurada no dia 29 de outubro, com aproximadamente 1.000 m² e 120 funcionários, além de apresentar um conceito ainda mais diferenciado, com uma variedade maior de produtos.. Já a outra loja, da Santos Dumont, ao lado do Hospital São Mateus, será inaugurada em novembro, com média de 1.200 m² e cerca de 140 funcionários, em um terreno de 4.000 m². Uma loja que também trará um mix de produtos diferenciado, espaço de padaria e comida pronta, e até estacionamento subterrâneo, dando mais comodidade aos clientes. Além dessas duas, as lojas da Virgílio Távora, do Shopping Benfica e avenida Barão de Studart estão passando por reformas para melhor atendê-los.
SUA RECEITA
O jeito Mercadinho de atender bem Apaixonada por culinária desde a infância, a empresária Nazaré França, 42 anos, já tem afinidade com o fogão desde os 10 anos. Sua mãe preparava pratos especiais para reunir a família e Nazaré sempre assumia o compromisso de fazer os bolos e doces. “Ficava, e fico até hoje, encantada com os aromas e sabores. Dei aula de confeitaria durante alguns anos e resolvi assumir de vez minha paixão pela gastronomia, abrindo minha doceria e cafeteria, Porto Glacê, no Lago Jacarey”, revela. Para a Costumes, Nazaré optou por fazer a receita da Cuca de Banana, um prato que aprendeu nas suas pesquisas e que serve aos seus amigos, à família e também comercializa na Porto Glacê. A empresária é cliente do Mercadinhos São Luiz há 20 anos e faz suas compras diariamente na loja do Cambeba. “Sinto-me em casa no São Luiz. Lá tenho a certeza de estar comprando produtos de qualidade, verduras e frutas fresquinhas, carnes e frios. Também posso desfrutar do conforto e do excelente atendimento oferecido.”
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Cuca de Banana
Ingredientes 3 xícaras de farinha de trigo com fermento 2 xícaras de açúcar refinado 1 xícara de leite 4 ovos 1 xícara de manteiga 6 bananas prata Canela, leite condensado e açúcar a gosto Modo de preparo Bata os ovos e o leite no liquidificador. Corte as bananas em fatias. Faça uma farofa com a farinha de trigo, a manteiga e o açúcar. Unte uma forma redonda média de aro removível. Cubra a base da forma com papel manteiga e unte e polvilhe novamente. Espalhe 1/3 da farofa na forma, distribua as bananas sobre a mesma, polvilhe canela e espalhe um pouco de leite condensado. Cubra com a farofa, reservando um pouco dela para a finalização. Coloque a mistura de leite com ovos e finalize com o restante da farofa. Asse em forno médio, pré-aquecido (180 graus). Retire do forno, desenforme e polvilhe açúcar e canela.
SUA RECEITA
O jeito Mercadinho de ser atencioso A terapeuta ocupacional Carolina Carvalho, 37 anos, foi convidada pela Costumes para compartilhar a receita que mais gosta de fazer. A escolha foi a do Bacalhau ao Forno, uma opção de almoço que gosta sempre de servir à sua família e aos amigos. Com experiência na cozinha, Carolina conta que esta paixão é hereditária: com sua mãe, Arlene Mosca, aprendeu a cozinhar aos 16 anos de idade, revelando sua preferência de sabores. Cliente assídua do Mercadinhos São Luiz há 15 anos, a terapeuta tem o hábito de comprar na loja do Cambeba. “Eu sempre compro tudo no São Luiz, porque todos os produtos são de ótima qualidade, além dos funcionários, que são muito atenciosos e educados, acabam cativando. Não compro em nenhum outro supermercado”, finaliza.
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Bacalhau ao Forno
Ingredientes 800g de lombo de bacalhau dessalgado 1 vidro de azeitona preta 1 azeite de oliva de 500ml 4 batatas inglesas 2 cebolas médias 1 cabeça de alho 3 ovos Modo de fazer Coloque o lombo de bacalhau imerso em água fria para retirar o excesso de sal e deixe por cinco minutos. Cozinhe as batatas e os ovos. Em um refratário, coloque o bacalhau, as cebolas, 15 azeitonas, o alho cortado em rodelinhas e a batata, também cortada e cozida. Despeje o azeite por cima do bacalhau e dos ingredientes até que estes fiquem submersos. Então, coloque no forno por 1 hora até dourar as batatas e o bacalhau. Depois, é só colocar os ovos por cima cortados em rodelas.
Chia DE ONDE VEM?!
A pequena grande notável
FOMOS ATRÁS DA ORIGEM DO GRÃO E AINDA TROUXEMOS ALGUMAS RECEITAS PARA VOCÊ TESTAR EM CASA Por Izakeline Ribeiro Foto Davi Farias
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equena em tamanho, mas grande em propriedades. Aos poucos, a chia foi conquistando os que buscam funcionalidade nos alimentos. A Sálvia Hispânica, mais conhecida como semente de chia, tem origem no México e Colômbia. É o que conta Lana Lobo, responsável técnica na empresa Celeiro, fornecedora de chia para o Mercadinhos São Luiz. Segundo ela, as flores de chia ficam amarelas ao final do verão e é neste momento que as sementes são colhidas. “Passam por processo de higienização e seleção e, em seguida, são embaladas e distribuí das aos consumidores. Não passam por processo de torrefação nem refrigeração”, explica Lana.
Segundo ele, a chia pode ser incluída em dietas pobres em fibras e Ômega 3. Daniel explica que ela deve ser encaixada na dieta de acordo com as necessidades de cada indivíduo. “O consumo demasiado pode causar problemas renais devido ao excesso de cálcio e de gorduras que, apesar de benéficas, possuem calorias e podem levar à obesidade”, diz.
O nutricionista Daniel Coimbra ressalta que a maior parte da chia vem de fora, principalmente do México, mas estados como o Mato Grosso, já começaram o plantio da sálvia hispânica. “Por ser cultivada em clima propício, tem qualidade semelhante à semente vinda de fora”, destaca. A grande quantidade de fibras, proteínas, sais minerais e ômega 3 coloca a chia entre os grãos “queridinhos” na mesa de quem não abre mão de alimentos funcionais. “Por causa da alta concentração de fibras, possui efeito mucilaginoso (absorve bastante água). O consumo regular associado à uma dieta equilibrada, traz a sensação de saciedade. É importante beber bastante água para que seus efeitos sejam positivos”, ressalta Lana. Daniel Coimbra destaca ainda a alta concentração de ácidos graxos e ômega 3. “Estas gorduras benéficas são antiinflamatórias, melhorando processos
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fisiológicos. A chia também é rica em cálcio, mineral importante na constituição óssea, na contração muscular, além de ajudar na queima de gordura. As fibras solúveis são capazes de formar um gel no sistema digestivo, eliminando toxinas e ajudando a reduzir o colesterol sanguíneo”, afirma o nutricionista.
Celeiro A Celeiro começou sua história em 2003, a partir dos conhecimentos em alimentação saudável, adquiridos por seus fundadores. Durante sua trajetória, a empresa tem primado pela evolução contínua, através da modernização de equipamentos, capacitação de pessoas e novos sistemas de informação. A marca dos produtos Celeiro é a Ceifeiro, para os alimentos integrais, e Ceifeiro Fitness que é a nova linha de suplementos para atletas. COSTUMES 21
DE ONDE VEM?!
Pão caseiro integral com chia A Jornalista Kerla Alencar começou a fazer pães em casa depois de alguns cursos. Com a insistência dos amigos veio a primeira venda e hoje ela se divide entre o jornalismo e a Pequena Padaria Caseira, onde cria suas receitas. Para esta edição, Kerla desenvolveu uma receita exclusiva. Segundo ela, o pão caseiro integral com chia é uma receita fácil de executar, pois não exige muita sova, e rende um pão nutritivo e saboroso. “A chia é o componente que dá textura ao pão. Além disso, ela o enriquece nutricionalmente complementando as funções dos demais ingredientes. Pode servir também para finalizar a apresentação do pão”, destaca Kerla, afirmando que inseriu a chia em receitas devido à demanda dos clientes. “Eu leio muito sobre alimentação e o destaque que a chia vinha ganhando me chamou a atenção. Além disso, alguns clientes que já consumiam meus pães 100% integrais e sem leite ou derivados começaram a sugerir o acréscimo de alguns grãos e sementes, como a chia. Testei, eles gostaram, eu também, e os ingredientes entraram em várias receitas desde então”.
Ingredientes
520g de farinha de trigo integral 5g de fermento biológico seco 1 colher de sopa de açúcar mascavo 3 colheres de sopa de chia 1 colher de chá de sal 1 copo de iogurte natural (com ou sem lactose) 240ml de água 2 colheres sopa de óleo de canola 22 COSTUMES
Por Kerla Alencar
Tabule de quinoa-real com chia Por Bia Leitão
A personal chef e consultora em gastronomia, Bia Leitão, escolheu apresentar uma salada, na qual a chia pudesse se destacar. “Eu simplesmente adoro Tabule. Uma receita de salada árabe que além de super refrescante é uma opção de refeição muito leve. Resolvi dar uma turbinada na receita trocando o tradicional trigo pela quinoa-real e finalizando com as sementes de chia cruas. “A chia é um super alimento. Do arremate final para a construção de um prato saboroso, leve e muito nutritivo, além de conferir uma textura crocante na hora de degustar o prato”, diz Bia.
Modo de preparo:
Junte os ingredientes secos numa tigela (com exceção do sal) e misture-os. Acrescente o sal, misture novamente. Abra um círculo no meio da farinha e acrescente os ingredientes líquidos. Misture-os. Sove a massa por alguns minutos, até sentir que ela está menos úmida e que pode ser moldada. Molde os pãezinhos, decore-os com mais chia, e coloque-os numa forma para bolo inglês, untada com óleo e enfarinhada. Deixe descansar por 30 minutos. Asse a 180 graus por cerca de meia hora).
SERVIÇO
Serviço:
Pequena Padaria Caseira Contatos: (85) 8766.2490 e 9151.7919
A chef escolheu o tabule numa tentativa de inserir alimentos complexos e nutritivos em um preparo simples, leve e pouco calórico. “Muitas vezes as pessoas confundem um alimento pouco calórico com um que seja ‘pobre’ nutricionalmente. Esse tabule foi criado para provar que pode-se ter uma refei-
ção completa e complexa usando a criatividade na hora de inserir ‘super’ ingredientes como a quinoa-real e a semente de chia”, afirma a chef.
Ingredientes:
1 xícara (chá) de quinoa-real 1 tomate picado em cubos ½ pepino picado em cubos 1 cebola branca picada 2 dentes de alho picados Raspas de 1 limão Suco de 1 limão 1/3 de maço de hortelã picadinha 2 xícaras (chá) de água 1 e ½ colheres de sopa de chia Sal e pimenta a gosto
Modo de preparo:
Cozinhe a quinoa numa panela com a água. Leve ao fogo com um pouco de sal por 25 a 30 minutos ou até a água secar. Depois de fria misture todos os ingredientes (a cebola, o alho, o pepino, o tomate e a hortelã) e tempere com o azeite, o sal, o limão e a pimenta-do-reino. Deixe a salada na geladeira até pouco antes de servir. Finalize com a chia e um pouco de hortelã picada. Esse prato pode ser consumido como uma salada ou como acompanhamento de outros elementos como uma coalhada seca, homus, babaganoush e pão sírio.
SERVIÇO Bia Leitão Contatos: (85) 8671.3222 e 99246084
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DE ONDE VEM?!
Bolo de macaxeira com coco e chia Por Germana Padilha
Germana Padilha é especializada na produção de comidas para intolerantes ou alérgicos a algum tipo de alimento. Sua meta diária é encontrar produtos que substituam combinações clássicas para que seus clientes tenham acesso a produtos saborosos, apesar das restrições. Por isso, ela sugere um bolo sem glúten, sem lactose, sem soja e sem ovo. “A chia está nesta receita em forma de farinha para substituição do ovo”, explica a chef. “Como escolhi fazer um bolo sem glúten, sem lactose, sem soja e sem ovo, vê-se que diversos nutrientes estão ausentes. Assim substituí os ingredientes tradicionais por produtos nutritivos. A chia é rica em ômega 3, ômega 6, vitaminas do complexo B e minerais, além de diversos benefícios”, diz Germana. 24 COSTUMES
Ingredientes
250g de macaxeira 150g de queijo sem lactose 200g de açúcar 2 colheres de sopa de farinha de chia + 6 colheres de sopa de água misturada e descansada por 10 minutos 100g de leite de coco 70g de leite sem lactose 70g de óleo de girassol 50g de coco ralado 5g de fermento químico em pó
Modo de Preparo
Colocar todos os ingredientes numa vasilha, misturar com uma colher e colocar em forma untada para assar. Untar a forma com óleo de girassol e farinha de arroz. Assar em forno a 170 graus até dourar
SERVIÇO Ceia Alimentos Especiais Contatos: (85) 86818681 e (85)96770190
SUANDO A CAMISA
Dê adeus às gordurinhas com a
WALKING DANCE NOVIDADE EM FORTALEZA, ESTA ATIVIDADE QUE VEM CONQUISTANDO MAIS ADEPTOS, PERMITE QUE VOCÊ FAÇA COREOGRAFIAS DE DANÇA NA ESTEIRA, QUEBRANDO OS PARÂMETROS DE QUE ESTA PRÁTICA NÃO POSSA SER MAIS DIVERTIDA
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SUANDO A CAMISA Por Ádria Araújo Foto Davi Farias
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alking Dance é o nome da atividade que promete tirar muita gente da monotonia. Recém-chegada na capital, é ideal para quem gosta de fazer esteira, mas está cansado de caminhar ou correr durante um tempo que parece não passar. Neste caso, a modalidade chega para animar a sua rotina de exercícios. Lançada pela bailarina Helô Gouveia e idealizada pela empresa Body Tech, a Walking Dance é uma modalidade que traz passos de dança coreografados em cima da esteira ergométrica, com o objetivo de deixar a atividade mais divertida e prazerosa. “Caminhar na esteira todos os dias é uma atividade cansativa, e correr nela acaba sendo doloroso. A Helô viu essa oportunidade de trazer a atividade aeróbica para cima da esteira”, conta o educador físico Flávio Jean Prado, da academia GreenLife. Inicialmente, foram feitas análises de biomecânica e cardiorrespiratória. Na biomecânica foi detectado que a atividade tem mais impacto que uma caminhada comum na esteira e menos impacto que uma corrida leve, sendo considerada por isso uma atividade de baixo impacto. Na cardiorrespiratória foi comprovado que esta nova modalidade faz com que o coração trabalhe mais, acelerando o metabolismo e aumentando mais a queima calórica.
BENEFÍCIOS E RESTRIÇÕES DA WALKING DANCE
Segundo informações do educa dor físico Flávio Je an , a Wa lkin g Dan ce traba lha articulações sem causar impacto, proporciona uma grande queima calórica – em 40 a 60 minutos de aula pode-se gastar entre 500 a 700 calorias -, fortalece a musculatura, traz equilíbrio, melhora a qualidade do sono e a autoestima, alivia o estresse, dentre outros.
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Educador físico, Flávio Jean, demonstra à Márcia dos Santos as coreografias da Walking Dance: a dança em cima da esteira
A Walking Dance trabalha articulações sem causar impacto e proporciona uma grande queima calórica. Em 40 a 60 minutos de aula podese gastar entre 500 a 700 calorias A atividade é indicada para crianças a partir de doze anos de idade até pessoas da Terceira Idade, que tenham condições físicas de fazerem caminhada ou correrem na esteira. Ela é contraindicada para gestantes, pessoas que tenham osteoporose, artrite – principalmente nos membros inferiores – e para quem tem labirintite não controlada. Walking Dance usa movimentos básicos de flexão, saltos, extensão, giros, agachamentos e contagens, através
dos quais são trabalhados todos os grupos musculares em coreografias com músicas pré-selecionadas de acordo com o interesse dos alunos, que escolhem ritmos como pop, axé, forró, pagode, salsa e até o famoso “arrocha”. “Quando a gente entra com a música, são passados os passos mais básicos, com marcação, marcha, pequenos giros e saltos, que trabalham tanto os membros inferiores quanto os superiores”, afirma Flávio.
RECOMENDAÇÕES PARA COMEÇAR A PRATICAR
Para quem deseja começar a praticar Walking Dance, a recomendação dada por Flávio Jean é, como primeiro passo, trazer o laudo médico afirmando estar em condições de fazer atividade física, sem os problemas que causam restrições, usar um tênis apropriado e roupas adequadas para a prática de atividade física.
SERVIÇO Green Life Academia Avenida Godofredo Maciel, 597 – Maraponga. Tel.: (85) 3289-3777
LASSEDESIGNEN / SHUTTERSTOCK
VIDA SAUDÁVEL
bike! VÁ DE
ESPORTE OU MEIO DE TRANSPORTE? OS DOIS! O CICLISMO OFERECE AS DUAS POSSIBILIDADES. EM FORTALEZA, SEUS PRATICANTES CONTAM COM 75KM DE CICLOVIA E 11KM DE CICLOFAIXA, SEGUNDO A SECRETARIA MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E SERVIÇOS PÚBLICOS
VIDA SAUDÁVEL
Por Izakeline Ribeiro Foto Davi Farias
A
pesar da pouca infraestrutura cicloviária, ciclistas cearenses assumem a bicicleta como meio de transporte para irem ao trabalho ou praticarem outras atividades que vão além do esporte. Rodrigo Sales, corretor de imóveis e administrador de estacionamentos, pratica ciclismo há mais de 10 anos. No entanto, o apreço pela bicicleta começou ainda na infância. “Desde os meus 10 anos de idade pratico ciclismo, pois naquela época, eu ia para o colégio, curso de inglês, aulas de esporte, sempre usando a bike como meio de transporte. Nessa época, pratiquei vários esportes, como: natação, skate, futebol, saltos ornamentais, voo livre, dentre outros, indo sempre na minha bike”, conta ele. Para Rodrigo, além de trazer grandes benefícios à saúde, o esporte proporciona maior disposição ao longo do dia e colabora para o conhecimento e convívio com novas pessoas. “Hoje, com a internet e estes celulares inteligentes, nossos filhos estão ficando cada vez mais isolados. No meu caso, que gosto de competir, ainda tem o aprendizado nas derrotas e vitórias em competições, aprendendo a superar limites e vencer os medos. Por isso, o ciclismo é favorável para pessoas de qualquer idade. O bom é que o esporte traz experiências que podem ser levadas para o âmbito da família, do trabalho e para o resto da vida”, declara ele, que se reúne com um grupo de amigos para pedalar três vezes por semana sempre na Beira-Mar, e aos domingos, quando não está lá, pratica em Maranguape.
MEIO DE TRANSPORTE
Além da bike para a prática do esporte, Rodrigo tem uma bicicleta própria para ir ao trabalho. Segundo ele, é uma bike híbrida, que concilia o pedal com um motor elétrico alimentado por bateria. “A grande vantagem des-
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O arquiteto e empresário, Paulo Angelim, diariamente, utiliza a bicicleta como um meio de transporte urbano que lhe proporciona agilidade, conforto e prazer
rança desta experiência”, conta Paulo.
O corretor de imóveis, Rodrigo Sales, se reúne com o grupo de amigos para pedalar na Beira Mar ta bike é que o motor só funciona se estivermos a pedalar, caso contrário o motor não funciona, e com esta ajuda do motor elétrico, conseguimos chegar ao trabalho sem ficarmos suados e nem cansados. Mas, não deixa de ser exercício”, explica ele, que usa esta bicicleta nos bairros Aldeota, Meireles e, às vezes, no Centro. Para ele, a grande vantagem é não ficar parado nos congestionamentos, chegando mais rápido ao seu destino. Em contrapartida diz: “O grande problema que enfrento na cidade é a falta de ciclovias no trajeto, disputando as vias com carros e ônibus e, lamentavelmente, nossa sociedade não tem cultura de respeitar os mais fracos, ciclistas e pedestres. Por isso, presenciamos tantos acidentes bem como a audácia
Integrantes do projeto Viva Fortaleza, idealizado por Paulo Angelim, resgatam a cidade ao utilizarem a bicicleta como meio de transporte
de motoristas, dirigindo seus veículos dentro das ciclofaixas”, reclama. O arquiteto e empresário, Paulo Angelim, usa a bicicleta como meio de transporte urbano diariamente. Somente quando a viagem ultrapassa 15km, ele troca pelo carro. Paulo concorda que a cidade ainda não está preparada para proporcionar segurança a quem pedala. “Está caminhando, e no rumo certo, mas ainda lentamente. Por outro lado, para quem quer adotar esta prática, digo que é perfeitamente viável e sugiro pegar dicas com ciclistas mais experientes. Existe até um aplicativo gratuito para smartphones, que roda também nos desktops, pela internet, chamado Na Garupa, que ajuda o ciclista a encontrar outros ciclistas que querem fazer o mesmo percurso, aumentando a segu-
Tem bicicletário no Mercadinhos São Luiz Com o objetivo de oferecer mais comodidade para quem prefere usar bicicletas ao fazer suas compras, o Mercadinhos São Luiz atendeu à solicitação de um cliente e instalou um bicicletário na loja da Av. Virgílio Távora. A iniciativa chegará também às outras lojas.
E por falar em segurança, ele destaca que, como qualquer outra prática esportiva, deve ser precedida de acompanhamento médico. “Outra providência importante é a adequação da bicicleta ao ciclista e ao tipo de uso, para evitar lesões futuras. Além disso, equipamentos de segurança, como capacete, roupas claras, luzes de alerta, por exemplo. Outro ponto importante é respeitar as leis de trânsito, pedalar defensivamente e em grupo, pois é mais seguro”, destaca o empresário, que só via o estresse aumentar no trânsito quando utilizava veículo automotor. “Eu sou muito estressado, inquieto por natureza. E na condição de motorista, isto se potencializava, além de contribuir para o caos da mobilidade urbana, colocando mais um carro na rua. Foi quando um amigo de pedalada esportiva, Alfredo Montenegro, apresentou-me uma bicicleta elétrica, tipo pedal assistido, ou seja, sem acelerador. Aí foi paixão no primeiro instante que a montei. Eu já vinha me envolvendo muito com as questões urbanísticas da cidade e a decisão de sair do ativismo de sofá e ganhar as ruas foi natural. Até hoje, graças a Deus, a bicicleta só me trouxe agilidade, conforto, prazer e a sensação de que estou fazendo a minha parte para melhorar a cidade”, comenta. COSTUMES 33
VIDA SAUDÁVEL Paulo revela que também foi inspirado pelo amigo Lucas Landim a perceber que a bicicleta humaniza a cidade. “Realmente, quando pedalamos pela cidade, nos apropriamos dela por uma outra perspectiva. Temos a possibilidade de interagirmos mais com gente. E eu adoro gente. Conversar, trocar experiências, impressões, medos, sonhos. O ato de pedalar pela cidade proporciona o fenômeno do encontro furtivo, inesperado. E isso enriquece a vida. Tem muita gente apenas “morando” em Fortaleza. Quem pedala, vive a cidade. Hoje, eu vivo em uma outra Fortaleza, que não conseguia experimentar dentro de um carro fechado, hermético. A rua é meu palco para a celebração do que a cidade melhor pode nos proporcionar: o encontro”, declara com entusiasmo.
VIVA FORTALEZA
Paulo idealizou o projeto Viva Fortaleza. É um movimento que inspira as pessoas a caminharem mais e pedalarem mais, ocupando as ruas, vivendo a cidade, e por tabela, resgatando a cidade para os cidadãos que a amam e querem o seu bem. “As pessoas foram se recolhendo, enclausurando-se atrás de muros, depois em condomínios e, agora, em carros blindados. Viva Fortaleza não é uma organização, é apenas um grito para acordar as pessoas, fazê-las perceber que precisam voltar a ganhar as ruas, sob o risco de deixarmos a cidade morrer aos nossos pés”, afirma. Para o empresário, consciência, coragem, hábito, espaços públicos qualificados, como praças e passeios transitáveis e acessíveis são fundamentais para que os fortalezenses estejam mais nas ruas. “Um pouco de cada. Veja o caso da Beira-Mar. As pessoas querem o espaço público. Aquele é um dos exemplos em nossa cidade de como o espaço público pode induzir este fenômeno. Além disso, a ocupação imobiliária precisa proporcionar o uso do espaço nos térreos para a implantação de comércios e serviços. Isso anima as ruas e passeios”, sugere Paulo.
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Bicicletas compartilhadas A Prefeitura de Fortaleza lançou, em setembro, o edital para a implantação do sistema de bicicletas compartilhadas. Com previsão para funcionar a partir de outubro, o serviço estará disponível por meio de cadastro em sistema, mediante o pagamento de uma taxa, de acordo com a necessidade do usuário. O sistema será integrado ao Bilhete Único, tendo esses passageiros, após permuta entre meios de transporte, isenção de valores. O usuário terá acesso às bicicletas presentes nas estações de compartilhamento por um período de uso de uma hora, devendo serem entregues em uma das estações nesse período. Ao todo, serão no mínimo 40 estações. Diferentemente do sistema presente em outras cidades do País, o daqui será todo interligado, possibilitando que o usuário possa entregar a bicicleta em qualquer estação, mesmo havendo sistemas com patrocinadores diferentes. Ciclofaixas a serem entregues até o final do ano: Rua Carlos Vasconcelos Rua Rui Barbosa Rua Padre Anchieta Rua José Cândido Rua Deputado Moreira da Rocha
Ciclofaixa de Lazer Outra novidade para os ciclistas de Fortaleza são as vias exclusivas da “Ciclofaixa de Lazer”. O projeto das ações do Plano de Ações Imediatas de Transportes e Trânsito (PAITT), terá parcialmente interditadas com cerca de três mil cones, as vias do Parque do Cocó ao Passeio Público, passando pela avenida Beira-Mar. O itinerário para o tráfego de bicicleta estará disponível nas manhãs de domingo. No percurso de 12 km há tendas para aluguel de bicicletas, oficina de reparos – SOS Bike – e atendimento médico, além de agentes e orientadores de trânsito, policiais e monitores nos cruzamentos.
Benefícios do ciclismo O educador físico Rafael Leitão destaca que o ciclismo é o esporte que vem ganhando mais adeptos em Fortaleza. A maior oferta de equipamentos e os benefícios da atividade estão atraindo cada vez mais pessoas. Socialização, redução de peso e baixo índice de lesão são as principais vantagens apontadas pelo educador físico. “Diferente da corrida, o ciclismo tem pouco impacto nas articulações e, desta forma, a pessoa pode treinar por mais tempo. Além de gerar massa muscular nas pernas, também trabalha os membros superiores e gasta muita energia por ser um movimento repetitivo”, afirma. Segundo ele, em uma hora de atividade o praticante perde a partir de 600kcal.
Benefícios do ciclismo: 1. Socialização 2. Condicionamento físico 3. Redução de peso 4. Fortalecimento da musculatura dos membros inferiores 5. Baixo índice de lesão 6. Melhora na vascularização
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ENTREVISTA DIVULGAÇÃO
MARCIO ATALLA
e sua filosofia de vida saudável EM ENTREVISTA EXCLUSIVA À REVISTA COSTUMES, O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA MARCIO ATALLA, DO QUADRO “MEDIDA CERTA”, DO FANTÁSTICO, OFERECE DICAS A QUEM DESEJA DAR O PONTAPÉ INICIAL PARA TER UMA VIDA SAUDÁVEL Por Ádria Araújo
C
onhecido por auxiliar no emagrecimento de famosos no quadro “Medida Certa” do Fantástico – Renata Ceribelli, Zeca Camargo, Ronaldo, Fabio Porchat, Preta Gil, Cesar Menoti e Gaby Amarantos -, o professor de Educação Física com especialização em Treinamento de Alto Rendimento e Pós-Graduação em Nutrição pela USP, Marcio Atalla, conta que exercitar o corpo está na sua rotina desde cedo. “Ainda pequeno, eu era obrigado a nadar todos os dias às 7 horas da manhã, com chuva ou sol.” O incentivo para tanta disposição vem do pai e do avô, que jogavam futebol, ensinando que o esporte fazia muito bem à saúde, seja ele qual for. “Isso de acordar cedo todo dia para nadar cria o hábito da atividade física d=esde novo. E como meu pai e avô jogavam, para mim era muito natural o exercício físico, e eu gostava muito. Então, decidi que essa seria minha profissão”, conta. 36 COSTUMES
“Na verdade as duas coisas andam muito juntas. É importante saber alimentar-se quando se quer cuidar da saúde e estar bem fisicamente para praticar os esportes.” Para complementar sua formação em Educação Física, Marcio decidiu associar o útil ao agradável com a pós-graduação em Nutrição, buscando entender, não só o lado do exercício físico, como também a melhor forma de alimentação para otimizar os resultados. Na verdade as duas coisas andam muito juntas. É importante saber alimentar-se quando se quer cuidar da saúde e estar bem fisicamente para praticar os esportes. Além disso, eu queria
passar o meu conhecimento para o público, e quanto mais estudo e pesquiso, melhor preparado estou para fazer o que me proponho: levar informação de responsabilidade para ajudar às pessoas a terem saúde”, relata.
MÉTODO MARCIO ATALLA EM BUSCA DA VIDA SAUDÁVEL
Marcio Atalla defende uma filosofia de vida saudável baseada em um programa que, em três meses, é possível comer de forma inteligente e fazer atividades físicas regularmente. “Em três meses dá para oferecer ao corpo um novo estilo de vida, novos hábitos e, nesse período, vê-lo se adaptar e gostar do que é proposto”, conta. Quanto à alimentação, o profissional ressalta que não acredita em dietas restritivas e que o equilíbrio é a chave para obter êxito. Para ele, a alimentação tem que ser como um prazer e não como uma compulsão. “Eu defendo que vale tudo, mas o bom senso e o equilíbrio são fundamentais. Dieta é o caminho para o insucesso, para talvez até criar questões e relações com a comida pouco saudáveis. Restrição gera compulsão”, fala. Segundo ele, não existe nenhum alimento que emagreça ou engorde: o segredo está na equação da quantidade consumida, que pode estar equivocada. “Acho que se as pessoas pensarem em comer aquele velho arroz com feijão, bife e salada, já estão indo por um bom caminho: nutrição de qualidade com baixo custo”, complementa. Para quem deseja ter uma vida saudável, Marcio cita as dicas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, segundo ele, funcionam muito bem. “Evitar comer gordura saturada, sal e açúcar, ingerir mais fibras e manter-se hidratado. Quanto às atividades físicas, cumprir 150 minutos de exercício aeróbio durante a semana, divididos preferencialmente em 5 dias, e mais 2 sessões de atividades de força, como ginástica e musculação, pelo menos 2 vezes na semana”. COSTUMES 37
QUALIDADE ALIMENTAR por Nívea Albuquerque
Um degustar de ideias
A
s pessoas perderam, ao longo do tempo, o hábito de se reunirem em torno da mesa durante as refeições. E pressionadas pelo cotidiano apressado esqueceram que os momentos à mesa são férteis para se conversar, conhecer, reconhecer, sentir, resolver conflitos e até para filosofar. Quantos de nós atendem ao telefone, assistem TV, usam smartphones e tablets, resolvem problemas e trabalham durante as refeições? Quantas famílias preservam o hábito de comerem juntos ao menos uma vez ao dia? Uma vez na semana? No mês? As redes sociais não são capazes de transmitir olhares, expressões faciais nem compensar a maravilha que é dividir uma boa conversa à mesa. Toda esta provocação é para desligarmos a TV, os smartphones e tablets, e nos reunirmos à mesa para conversarmos sobre o dia a dia, ou melhor, sobre qualquer coisa só para começar. Nesta edição, as frases que escolhi são petiscos para facilitar a conversa, como se fossem os salgadinhos na festa de aniversário, como um tira-gosto no churrasco entre amigos. Para estreia desta degustação de ideias refrescantes sobre Nutrição e Gastronomia, temos como prato “principal” o saudoso Rubem Alves (1933-2014). Teólogo, educador, tradutor e escritor brasileiro que, de maneira simples, clara e direta, empresta-nos suas percepções sobre o delicioso universo da comida. Teremos também deliciosos “acompanhamentos”.
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“O prazer da comida é o único que, desfrutado com moderação, não acaba por cansar.” Anthelme Brillat-Savarin, gastrônomo “Se você quiser obter mais prazer da comida, você não precisa comer mais sorvete. Basta respirar, relaxar, apreciar, desestressar e o corpo vai naturalmente obter o prazer que procura.” Marc David, Institute of the Psichology of Eating “Nutrição não tem a ver apenas com comida. Ela inclui todas as formas com as quais alimentamos as nossas necessidades. Além de comer, de que forma mais você se alimenta?”The institute for the Psychology of Eating “A relação com a comida é talvez a relação mais essencial que existe na natureza humana depois da ingestão de água e da respiração (...)e por isso mesmo, é talvez a maior fonte de prazer que a humanidade dispõe” Henrique Carneiro, professor de História da Alimentação “Somos uma cultura em busca da dieta perfeita, e como prova disso há uma porção de pessoas infelizes e inseguras por aí... Precisamos repensar, retomar uma abordagem simples, uma dieta que seja fisiológica e psicologicamente saudável.” Trecho extraído do livro “a tirania das dietas”, Louise Foxcroft “Precisamos resgatar e valorizar a culinária, planejar as nossas refeições, trocar receitas com amigos e envolver a família na elaboração das receitas”. Isso pode até implicar dedicação de mais tempo, mas o ganho em saúde e na convivência é extremamente significativo.” Patrícia Jaime, coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde
“O paladar é uma extensão da inteligência.” Antonin Carême, chef francês
“Uma grande refeição é uma verdadeira celebração: envolve aspectos sensuais, sexuais e teatralidade.” Stanley Tucci, ator norteamericano
“Os mais preciosos ingredientes de uma refeição são as pessoas que a compartilham. Kathy Lette, escritora australiana
“Penso que Deus deve ter sido um artista brincalhão para inventar coisas tão incríveis para se comer. Penso mais, que foi gracioso. Deu-nos as coisas incompletas, cruas. deixando-nos o prazer de inventar a culinária.” Rubem Alves
“Respeite o seu jantar: enalteça-o, desfrute-o adequadamente. Você será mais feliz várias horas por semana, várias semanas por ano e vários anos na vida.” Willian Makepeace Thackeray, escritor inglês
“As mulheres têm medo do que a comida pode fazer aos seus corpos. Perderam o prazer de comer quando estão com fome e o prazer de parar quando estão satisfeitas. Essa é a nova norma. Normal é uma atitude relaxada com a comida.” Susie Orbach, psicoterapeuta
“Ninguém pode ser sábio de estômago vazio.” George Eliot, escritor inglês “Não vivemos em ordem para uma VIDA SAUDÁVEL, devemos estar saudáveis para vivermos de modo rico, variado e termos uma vida significativa.” G. Hernes, Eating to your hearts delight
“Pimentas são frutinhas coloridas que têm poder para provocar incêndios na boca. Pois há ideias que se assemelham às pimentas: elas podem provocar incêndios nos pensamentos. (…) Mas, para se provocar um incêndio, não é preciso fogo. Basta uma única brasa. Um único pensamento-pimenta…” Rubem Alves
“O mais indispensável ingrediente da boa culinária doméstica: amor pelas pessoas que vão comer.” Sophia Loren, atriz italiana
“Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?...” Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer, músicos
“Não quero faca, nem queijo. Quero a fome.” Adélia Prado, escritora
“Minha língua está sorrindo.” Menina de quatro anos, depois de tomar sorvete de chocolate
“A comida não é a simples ingestão de uma dieta normocalórica, com correta distribuição de carboidratos, proteínas (de origem animal ou vegetal em proporções adequadas) e gorduras, boas quantidades de vitaminas e minerais, cientificamente programadas e posteriormente controladas mediante exatas doses hematológicas e urinárias. Tem ademais um significado, um sentido e um lugar em cada um de nós e em todas as idades da vida. Comida nutre, acompanha e nos fala de receber, de amor e de cuidados.” Cohen GN, médico francês “A maior rede social do mundo é a cozinha (...) bilhões de pessoas comem todos os dias e a gastronomia tem um poder social fantástico, é absolutamente democrática.” Ferran Adría, chefe de cozinha catalão
NÍVEA ALBUQUERQUE Nutricionista clínica, com experiência no manejo de pacientes com transtornos alimentares e obesidade. Apaixonada pela Ciência da Nutrição e Comportamento Alimentar, defensora da máxima que “comida boa é comida de verdade”. Integra o corpo clínico do Hospital MonteKlinikum, atendendo adolescentes e adultos e realizando Aconselhamento Nutricional. COSTUMES 39
COZINHA SAUDÁVEL
DEGUSTE UM MENU COMPLETO PREPARADO COM A
biomassa de
banana verde Por Izakeline Ribeiro
UM NOVO INGREDIENTE VEM CONQUISTANDO CHEFS E NUTRICIONISTAS NO QUESITO ALIMENTOS FUNCIONAIS: A BIOMASSA DE BANANA VERDE, JÁ PRESENTE EM MENUS QUE AGRADAM AOS MAIS DIFERENTES PALADARES, CONFERINDO TEXTURA E CREMOSIDADE AOS PRATOS. ALÉM DE SER UM IMPORTANTE ALIADO NA REDUÇÃO DE PESO. PARA ALÉRGICOS AO GLÚTEN E À LACTOSE, É MAIS UM INGREDIENTE PARA DEIXAR A COMIDA MAIS SABOROSA
CINCO BENEFÍCIOS A Nutricionista Fabiana Fontes enumera cinco benefícios para você incluir a biomassa na sua alimentação, mas ressalta que o consumo diário deve ser de, no máximo, 2 colheres.
1
A banana verde quando cozida apresenta alta concentração de amido resistente, similar a da fibra alimentar. Esse amido não é digerido pelo intestino delgado, podendo ser fermentado no intestino grosso. Desta forma, serve de alimento para as bactérias benéficas do nosso intestino. Atuando na saúde intestinal e também em casos de constipação, diarreia, e na prevenção de câncer de intestino, além de melhora do sistema imunológico.
2
Como é um alimento de baixo índice glicêmico (velocidade de açúcar do alimento na sua corrente sanguínea), ajuda no controle de glicemia sanguínea, no caso de diabetes e no controle de peso.
3
Por ser rica em amido resistente, também promove saciedade ajudando em dietas com restrição calórica, fazendo com que o indivíduo sinta-se mais saciado ao incluir a biomassa nas suas preparações.
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O amido resistente, contido na biomassa, também ajuda na redução do colesterol, pela ação dos sais biliares e diminuição da sua produção pelo fígado, atuando na prevenção de riscos cardiovasculares.
5
Ela é rica em vitaminas A, B1, B2, e minerais como fósforo, magnésio, sódio e potássio. Dessa forma, pode enriquecer as preparações na qual for utilizada.
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PREPARANDO A BIOMASSA O preparo de biomassa é simples e dá para fazer em casa.
Ingredientes
500g de banana verde Água o suficiente para cobrir as bananas na panela.
Modo de preparo
Coloque as bananas com a casca em uma panela de pressão, cubra-as com água e deixe cozinhar por 20 minutos. Logo que inicie o processo da pressão, desligue a panela e deixe as bananas esfriarem um pouco. No liquidificador, bata as bananas já sem as cascas e ainda mornas com a água da preparação até formar uma pasta. Guarde esta pasta na geladeira ou congele-a em pequenas porções.
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COZINHA SAUDÁVEL
Pasta de banana verde com nachos alternativos
Ingredientes
300g de peito de frango cortado em filés 300ml de suco de laranja 1cm de gengibre picado 2 colheres de sopa de Biomassa de banana verde 1 colher de sobremesa de açúcar mascavo 1 colher de sopa de azeite Sal e pimenta a gosto
Por Liliane Pereira
A chef Liliane Pereira usou a biomassa pela primeira vez a convite da Revista Costumes e depois de vários testes, preparou uma entrada ou petisco para quem pretende fugir do glúten e da lactose. Liliane ressalta que não há contraindicação e os benefícios são inúmeros. “Serve para equilibrar glicemia e colesterol. Por atuar no bom funcionamento do intestino, ajuda a melhorar a permeabilidade intestinal, favorecendo assim nossa imunidade”, afirma. Para deixar a receita ainda mais funcional, a chef não adicionou glúten nem lactose, tornando o prato uma boa opção para quem tem intolerância alimentar. “Ela tem baixa caloria uma vez que por ser verde a banana, o açúcar ainda não se formou”, diz Liliane.
Ingredientes
200g de biomassa 50ml de azeite extravirgem 1 colher de sopa de chimichury 1 colher de sopa de páprica picante 1 colher de sopa de salsinha fresca picada 1 dente de alho ralado cru sal grosso moído a gosto 3 colheres de sopa de suco de limão
Modo de preparo
Com a biomassa ainda quente, bata o azeite extravirgem para emulsificar a pasta. Coloque em um recipiente a biomassa e adicione todos os ingredientes. Misture-os e sirva com torradinhas de pastel (massa de pastel assada no forno).
Modo de preparo
Frango ao molho de laranja
Por Fabiana Dominguez
Especializada na cozinha clássica francesa, a chef Fabiana Dominguez viu na biomassa um excelente produto para auxiliá-la na produção de pratos mais leves, porém sem perder a textura mais agradável ao paladar. Desde o início do ano, a chef criou uma nova linha de produtos, além do bistrô francês L’Assiette: os congelados Fabi Organic Gourmet. “Utilizo a biomassa para fazer molhos, risotos e bolos. Ela funciona como um espessante, portanto pode substituir o creme de leite, farinha ou manteiga”, conta a chef. Para Fabiana, a principal vantagem do ingrediente está em possuir alta concentração de amido resistente, que está diretamente relacionado aos mecanismos de controle do índice glicêmico, da saciedade, do controle dos níveis de colesterol, na adequação do hábito intestinal, além de ser útil na prevenção do câncer intestinal.
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Tempere o frango com sal e pimenta. Aqueça o azeite e grelhe o frango. Retire o frango da frigideira e mantenha-o quente. Refogue o gengibre na mesma frigideira do frango e acrescente o açúcar mascavo e o suco de laranja. Deixe reduzir um pouco e acrescente a biomassa. Deixe o molho dar uma encorpada. Torre de legumes
Ingredientes
1/2 abobrinha italiana 1/2 berinjela 1 tomate 1/2 cebola Folhas de manjericão ou ervas finas Sal, azeite e pimenta moída na hora.
Modo de preparo
Corte todos os legumes em rodelas de 1cm mais ou menos. Tempere os legumes com sal e pimenta e as ervas. Intercale uma rodela de berinjela, uma de abobrinha, uma de cebola e uma de tomate. Repita o processo uma vez, até formar uma torre. Umedeça-a com fio de azeite e leve-a ao forno até os legumes ficarem cozidos.
Montagem
Fatie o peito de frango e coloque o molho por cima ou em uma molheira à parte. Sirva com a torre de legumes.
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COZINHA SAUDÁVEL
Mousse funcional de chocolate com coco
Por Cris Gutierrez
Especialista na produção de produtos sem glúten e sem lactose, a chef Cris Gutierrez já tem uma história longa com a biomassa, que segundo ela, é um coringa na cozinha funcional. Tanto que a chef a utiliza nos mais diversos preparos. “Escolhi preparar a mousse porque é uma receita deliciosa, ótima para aquele dia em que a gente quer caprichar no menu ou receber amigos, e pode ser feita em menos tempo”, conta Cris. Ela diz que a biomassa se mistura aos outros ingredientes para deixar toda a receita mais saudável e funcional, sem comprometer o sabor e agregando textura. A inspiração para o preparo veio do desejo de mostrar que uma sobremesa muito conhecida e que carrega aquela lembrança de ser mais calórica, pode se transformar em uma opção funcional e saudável, sem perder o sabor.
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Ingredientes
200g de chocolate amargo ou meio amargo 150ml de leite de coco caseiro 40g de biomassa de banana verde 2 ovos caipiras ou orgânicos 40g de açúcar Demerara
Modo de preparo
Derreta o chocolate em banho-maria e misture-o com o leite de coco e a biomassa até obter um creme homogêneo e espesso. Reserve-o. Bata os ovos com o açúcar em banho-maria até amornar. Leve a mistura para a batedeira e bata até ficar firme. Misture ao chocolate, divida em ramekins e leve à geladeira por duas horas. Prontinho! Fica super aerado e delicioso!
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SEMANA COSTUME SAUDÁVEL CAPA
EM RECENTE VISITA A FORTALEZA, A CONVITE DO MERCADINHOS SÃO LUIZ PARA SER A MUSA INSPIRADORA DA 2ª SEMANA COSTUME SAUDÁVEL, DANIELE CONTOU À REVISTA COSTUMES COMO MANTÉM UM ESTILO DE VIDA PAUTADO EM SAÚDE E BEM-ESTAR
SEGREDOS PARA UMA VIDA SAUDÁVEL
SEMANA COSTUME SAUDÁVEL CAPA Por Ádria Araújo
A
mante da vida saudável, ela é também bailarina, faz Capoeira e ainda encontra tempo para praticar Yoga e Surf. No auge dos seus 37 anos, é assim que a atriz e apresentadora Daniele Suzuki mantém em forma um corpo de dar inveja. Formada bailarina clássica pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, exercitar o corpo sempre fez parte da sua rotina. “O balé está presente em minha vida desde os quatro anos de idade. Parei aos 19 anos para investir na carreira de atriz.” Seu primeiro comercial foi aos 10 anos, e com 18 iniciou sua carreira de atriz profissional. Na Rede Globo, seu primeiro trabalho pôde ser visto na novela “Uga Uga”, no ano 2000. De lá para cá acumulou seis novelas, três seriados, seis filmes, dois musicais, além de participações em outras novelas, séries, programas especiais da TV Globo, reality shows e outros projetos. Além de atriz, Daniele também se destaca como apresentadora. Ao total, ela já apresentou oito programas de televisão. No canal fechado da Globo, o Multishow, Daniele já apresentou o programa “Mandou Bem”, “Tribos”, “Vamos Rachar?” e, atualmente, apresenta o programa “Pé no Chão”, na mesma emissora. Sobre as dificuldades já enfrentadas em sua carreira, Daniele afirma que todas serviram como aprendizado. “Ainda enfrento dificuldades em atuar e penso que será assim a vida toda, pois estou em constante aprendizado. As dificuldades me fazem crescer e amadurecer”, enfatiza. Atuando, também na telinha da Rede Globo, em “Malhação” como a professora de atividades aquáticas, Roberta, – dez anos depois de interpretar a estudante Miyuki -, a atriz relata que, quando não está gravando, dedica-se a trabalhar em outros projetos como novos programas, projetos sociais, e também está escrevendo dois livros. Mesmo com filho pequeno, Kauai, de três 48 COSTUMES
“Não sou radical, às vezes me libero para comer besteiras, mas na maior parte do tempo gosto sim, de ter uma alimentação saudável, com muita água, principalmente.”
DANIELE SUZUKI E SUA PAIXÃO POR HOT YOGA A Bikram Yoga, ou Hot Yoga, é uma atividade que conquistou mais recentemente o interesse de Daniele Suzuki. Criada pelo guru indiano Bikram Choudhury, esta aula acontece em uma sala aquecida entre 40° a 42° e dura geralmente uma hora e meia. Existente há cerca de 40 anos, esta yoga na sala quente vem ganhando mais adeptos a cada dia. Além de trabalhar o corpo e relaxar a mente, a atividade possibilita queimar, em média, 900 calorias (estatística baseada em uma pessoa de 60 quilos).
Atriz Daniele Suzuki foi a musa convidada pelos Mercadinhos São Luiz para a II Semana Costume Saudável
SEGREDOS DE SUA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Na fase de preparação para interpretar a personagem Roberta, a atriz revelou que já emagreceu alguns quilos devido ao aumento do ritmo de atividades, e por buscar uma melhoria na alimentação. São atitudes como: substituir o pão pela tapioca, cortar o carboidrato depois de 18h, comer carne ou frango, salada e quinoa nas refeições, lanchar tapioca com suco e, às vezes, até dormir com fome. “Não sou radical, às vezes me libero para comer besteiras, mas na maior parte do tempo gosto sim, de ter uma alimentação saudável, com muita água, principalmente”, relata.
Criada pelo guru indiano Bikram Choudhury, esta aula acontece em uma sala aquecida e dura geralmente uma hora e meia anos, Daniele não para o seu ritmo de trabalho e dedica sempre uma boa parte do seu tempo disponível a ele. “Curto muito meu filho, pois com certeza esse é o meu maior projeto e vou investir nele a vida toda, mas também não paro o trabalho”, conta.
ROTINA SAUDÁVEL
Quando engravidou de Kauai, a atriz engordou 19 kg, já eliminados em parte, após dois anos, ao parar de amamentar. “Foi quando consegui retomar os exercícios e equilibrar todos os hormônios da gravidez”, complementa. Para ajudar a perdê-los, Daniele recorre – além da drenagem linfática e massagem modeladora – à prática assídua de Capoeira, Surf e, recentemente, tem se encan-
Outros alimentos saudáveis presentes em sua rotina são a banana, a água de coco, a abobrinha, folhas e arroz. Ela conta que carne de porco, bacon, ova de peixe, foie gras e fígado não entram no seu cardápio.
tado com a Bikram Yoga, também conhecida como Hot Yoga. “Descobri há pouco tempo e estou completamente apaixonada por essa atividade na sala quente”, ressalta. Por conta de sua gravidez, Daniele precisou deixar de lado um regime alimentar que havia decidido seguir: o Vegetarianismo. “Tornei-me vegetariana pelos animais mesmo, pela forma desequilibrada de produção e matança, mas depois da anemia que tive na gravidez, eu tive que voltar a comer carne. Diminui bastante a quantidade consumida, mas não parei completamente. Isso requer uma reeducação alimentar”, conta.
Daniele Suzuki em talk show com a Diretora Comercial e de Marketing do São Luiz, Joana Ramalho, conta sobre sua vida relacionada a costumes saudáveis
Defensora do estilo de vida saudável, recentemente ganhou dois títulos: Madrinha do Dia Internacional do Rim e Madrinha da Campanha Nacional “Saúde, o Seio da Questão”. Para ela, manter ritmo saudável é como um objetivo de vida: é preciso cuidar do corpo para ter uma vida mais feliz e intensa. “Você tem que decidir ser assim e seu organismo rapidamente se adapta, mas sua mente é que controla tudo. Acredito que o corpo é a extensão da alma, então uma mente em equilíbrio busca o equilíbrio do corpo também, e quando isso é feito de dentro para fora, os resultados são muito melhores”, finaliza. COSTUMES 49
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SEMANA COSTUME SAUDÁVEL IRONMANS
Triatletas mostram o seu lado
Homem de Ferro EM ENTREVISTA À REVISTA COSTUMES, QUATRO IRONMANS RELATAM SUAS HISTÓRIAS DE VIDA E DE SUPERAÇÃO (RELACIONADA À MODALIDADE) E SUAS EXPERIÊNCIAS, SUAS DIFICULDADES, E COMO FAZEM PARA CONCILIAR UM ESPORTE QUE SOBRECARREGA TANTO O CORPO E A MENTE, COM A VIDA PESSOAL
Ironman cearense Zé Filho
Por Ádria Araújo
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dealizado pelo comandante da marinha americana John Collins e sua esposa, o Ironman é uma prova em que, dentre suas modalidades, acontece o Triathlon de longas distâncias. Este desafia atletas a percorrerem 3,8km de natação, 180,2km de ciclismo e 42,2km de corrida, com tempos de execução que podem variar entre 8 a 17 horas de prova, dependendo da condição física do atleta. Dos 30 eventos que acontecem por ano para definir quem disputará o Mundial no Havaí, dois acontecerão no Brasil. O primeiro será realizado em novembro, aqui na terrinha, e o outro em maio de 2015, em Florianópolis.
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SEMANA COSTUME SAUDÁVEL IRONMANS FERNANDA PARADIZO
Zé Filho: um dos pioneiros do Ironman em Fortaleza
Com orientações e experiências adquiridas pelo acompanhamento com o campeão mundial do circuito de Triathlon, Leandro Macedo, Zé Filho passou muitos anos de sua vida totalmente dedicados ao esporte. “Hoje, estou mais relaxado, já vivi fases em que o Triathlon tinha uma importância muito grande na minha vida, então tive que sacrificar algumas outras coisas. Atualmente, o que busco é o equilíbrio do esporte com minha vida social e minha família”, confessa.
Triatleta, Santiago Ascenço, carrega inúmeros títulos em Triathlons, Duathlons e Campeonatos Brasileiros
Santiago Ascenço: segundo colocado no Ironman Brasil
Seu primeiro título internacional veio aos 15 anos, quando ganhou o Campeonato Pan-Americano na República Dominicana, na categoria infantojuvenil. Aos 17 anos, quando decidiu profissionalizar-se, já era considerado um dos 10 principais triatletas do país. Em 2012, foi eleito o segundo colocado no Ironman Brasil, firmando-se como um dos maiores atletas do país. Além destes, o triatleta carre52 COSTUMES
“Por ser uma prova muito longa, quem pratica acaba tendo a capacidade de lidar com as dificuldades.”
ga em sua história inúmeros títulos de campeão em Triathlons, Campeonatos Brasileiros e Duathlons. Santiago fala das dificuldades enfrentadas por um atleta para equilibrar o esporte – principalmente quem se dedica completamente - com a vida fora dele. “Por ser uma prova muito longa, quem pratica acaba tendo a capacidade de lidar com dificuldades, porque durante a prova tem momentos que você está bem, e às vezes nem tanto, então acaba levando isso para a vida.
Estas experiências trouxeram-lhe muitos prêmios. Zé Filho venceu, além de Campeonatos Cearenses, os do Norte e Nordeste, estando entre os 10 melhores triatletas do Brasil. “Esse foi o período que migrei para o Ironman. Meu melhor tempo foi uma prova de 9 horas, 51 minutos e 47 segundos”. O triatleta também carrega outros títulos, como o de ser o único brasileiro que completou cinco vezes a maior prova de Mountain Bike do mundo, a Cape Epic; o de fazer duas vezes a prova RAAM (Race Across America), em que atravessou os Estados Unidos pedalando na trilha 800km e conseguiu ganhar, batendo o recorde mundial em 7 dias, 7 horas e 55 segundos. “Foram situações que só consegui fazer pela experiência que o Triathlon e o Ironman me deram”, revela.
Além do treino bem puxado, você tem que conciliar sua vida com a família, amigos e isso não é fácil”, conta. Seu treino dura em média 30 horas por semana, o que inclui natação, corrida e ciclismo durante o ano inteiro; porém, os três meses que antecedem o IronMan requerem treinos mais intensos. Com a vida completamente ligada ao esporte, quando não está treinando, Santiago comanda uma assessoria esportiva que oferece tratamentos personalizados e acompanhamento médico para quem deseja entrar no mundo esportivo. “O meu dia a dia gira em torno do Triathlon e o meu período de descanso é dedicado à assessoria. Quando não treino, estou dando orientação aos alunos, conversando”, revela. Mesmo com esta rotina atribulada, o atleta gosta de sair com os amigos e filhos para lugares tranquilos. “Um cinema, programas menos agitados, nada de baladas, porque meu dia é bem puxado”, completa.
FOTOS DIVULGAÇÃO
C
onvidado da II Semana Costume Saudável, o triatleta goiano Santiago Ascenço contou um pouco sobre sua relação com o mundo do Triathlon. Com 13 anos de idade, Santiago adentrou neste universo quando começou a praticar natação por recomendação médica para diminuir as crises de bronquite. Sua primeira prova de Ironman foi em 2009. “Assisti uma prova do campeonato goiano e depois vi que era possível, a partir daí comecei a treinar e nunca mais parei, isso há 20 anos”, conta.
U
m dos precursores do Ironman em Fortaleza e um dos poucos cearenses a participarem da prova no Havaí, o administrador de empresas e triatleta Zé Filho tem o esporte como um estilo de vida, presente em sua rotina desde os 18 anos de idade. “Fiz o primeiro Triathlon de Fortaleza e, ao longo desses 30 anos, fiz 16 provas de Ironman. Comecei fazendo Sprint Triathlon, Distância Olimpíca, depois migrei para o Ironman. Quando comecei a fazer o Triathlon, o Ironman estava surgindo no Havaí”, conta.
Triatleta Zé Filho foi um dos primeiros cearenses a disputar um Ironman e a participar da prova no Havaí
Para Zé Filho, ser um Ironman requer muita dedicação, principalmente por ser uma modalidade que exige muito, tanto do praticante, quanto das pessoas que o rodeiam. “Se alguém se propõe a fazer um Ironman tem que ter determinação, porque há muitos momentos da prova em que a parte física não aguenta mais. Nos treinos você nada, pedala e corre o dia todo, e quando chega em casa quer dormir cedo; as horas que você tiver livre em casa não vai ter disposição; é como diz um amigo meu: não dá para servir a dois senhores”, conta. COSTUMES 53
SEMANA COSTUME SAUDÁVEL IRONMANS
A paixão pelo ciclismo fez o atleta tatuar nas costas o símbolo de sua superação mas sempre tive apoio na minha espiritualidade, no amor de meus filhos, Pedro e Clara, nos amigos, na família e isso tudo me deu força. Quem me visitava no hospital para dar forças, saía de lá mais forte”, revela. Em agosto de 1998, Paulo decidiu voltar à prática de esportes. Comprou uma bicicleta adaptada com dois acentos, chamada Tandem. Com o apoio da família e dos amigos, o atleta voltou a pedalar diariamente e o sonho de participar do Ironman reacendeu-lhe. “Foi difícil encontrar alguém que acreditasse na minha ideia e, na época, não existia deficiente visual que tivesse feito o Ironman”, complementa.
Mesmo com deficiência visual, o triatleta Paulo Cardoso treina corrida para o Ironman com seu personal trainer, Plauto Holanda
Sua primeira tentativa foi em 2002, em Florianópolis, mas o resultado não foi como esperado. No final de 2003, o atleta já estava nadando, havia feito duas meias maratonas e,
Paulo Cardoso: o amor pelo esporte além da deficiência visual
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om amor pelo esporte e uma história de superação, o triatleta cearense e estudante de Educação Física Paulo Cardoso é exemplo de que força de vontade leva à realização de qualquer sonho. Apaixonado por esportes, o atleta praticava voo livre, além de surfar e velejar, mas quem conquistou seu coração foi o ciclismo. “O ciclismo desde sempre 54 COSTUMES
foi forte para mim. As minhas primeiras bicicletas eram bem simples, eu mesmo as ajeitava, mas minha vontade de competir começou em meados de 1994. Em 1995, eu andava com um grupo de ciclistas, participava de campeonatos, comecei a competir mesmo e, no ano seguinte, comprei minha primeira Mountain Bike. Em 1997, no meio do ano eu me acidentei”, conta.
O acidente em 1997 marcou sua vida. A perda de 100% de sua visão e olfato o fez pensar que seu sonho não poderia mais ser alcançado. “Foi muito difícil ficar cego de repente e não saber como fazer para viver assim, mas eu não tinha opção, eu tive que lidar com isso. A linha para você entrar em uma depressão profunda ou realmente continuar a caminhar é muito tênue,
durante seus treinos de natação, oamigo Carlos Chaves ofereceu-se para ser seu guia em mais uma prova. Mesmo com problemas como: o peso do guia, a adaptação às modalidades e às lesões sofridas nos treinos, a prova foi realizada. Com boa experiência de provas com distâncias menores, Paulo carrega em sua história – além do Ironman – muitos títulos de campeão em Triathlon Olímpico, Sprint Triathlon, Aquathlon, Ciclismo Paraolímpico, em Campeonatos Cearenses e no Brasileiro de Ciclismo, Velódromo e participações internacionais nos Jogos Pan-Americanos e dois mundiais de ciclismo na Itália e no Canadá. Acompanhado do personal Plauto Holanda nas três modalidades, o atleta disputará, ainda esse ano, a prova de Ironman em Fortaleza. Paulo pedala em sua bicicleta, adaptada com dois acentos, com o apoio do seu personal, Plauto Holanda
“Foi muito difícil ficar cego de repente e não saber como fazer para viver assim, mas eu não tinha opção, eu tive que lidar com isso.” COSTUMES 55
SEMANA COSTUME SAUDÁVEL IRONMANS
Emerson Damasceno: triatleta que superou a deficiência física para viver o esporte
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esando 110kg na época, o advogado e triatleta cearense, Emerson Damasceno, adentrou no mundo do Triathlon em 2006, quando decidiu buscar qualidade de vida. Realizando várias provas em alguns meses, Emerson emagreceu 30kg para fazer, em 2007, sua primeira prova de Ironman, em Florianópolis, que durou 12 horas. “O triathlon me ensinou muita coisa, eu percebi que estava caminhando para a morte com o peso que eu estava, ainda muito novo, com 34 anos. Ele me ensinou a ter disciplina e nunca desistir diante de um obstáculo”, conta. Depois de muitos anos afastado, por problemas familiares, Emerson decidiu voltar ao Triathlon, em 2013. Muito empenhado nos treinos, o advogado não esperava que um acontecimento que mudaria sua vida estava para acontecer: um atropelamento durante um treino o deixou paraplégico. “Pode parecer estranho para algumas pessoas, mas isso nunca me abateu. O meu aprendizado com o triathlon, de não desistir ante um grande desafio, me fez ver que isso é apenas mais uma pequena pedra no meio do caminho. E eu tenho uma família linda, três filhos amorosos que cuidaram de mim nas primeiras semanas e uma esposa que é uma guerreira, o amor da minha vida. Minha esposa e meus filhos, hoje, são minhas pernas”, complementa.
Advogado e triatleta cearense, Emerson Damasceno, encontra forças para superar a deficiência física em sua família, sua esposa Beatriz e seus filhos Vinícius e Sarah Damasceno 56 COSTUMES
Dois meses após o repouso necessário, Emerson voltou a nadar com uma boia atada entre as pernas. Em pouco tempo, ele já nadava 3.000 metros em pouco mais de uma hora. “A natação sempre foi o meu melhor esporte”, confessa. Emerson estará presente na prova do Ironman de Fortaleza, porém como incentivador de outros atletas que
Após o acidente que o fez perder os movimentos das pernas, Emerson faz fisioterapia e está retomando as atividades aos poucos estarão disputando. Para disputar novamente, ele teria que ir na categoria especial para deficientes, mas pretende voltar a treinar no ano que vem, para o ciclismo com uma bicicleta chamada Hand-Bike e a corrida com uma cadeira de rodas especial. “Estarei no Ironman de 2014 como torcedor pelos meus amigos e companheiros que vão fazer a prova e treinaram comigo. Vou me sentir realizado por cada um que cruzar a linha de chegada. É uma conquista inesquecível, até hoje eu me emociono lembrando da minha chegada em Florianópolis, em 2007”, conta emocionado. Antes do acidente que marcou sua vida, Emerson ganhou alguns troféus, dentre eles o de terceiro lugar no Cabra da Peste, uma prova que acontece no Ceará equivalendo a um meio Ironman, além do Mundial de Longa
“O meu aprendizado com o triathlon, de não desistir ante um grande desafio, me fez ver que isso é apenas mais uma pequena pedra no meio do caminho.”
Distância de Triathlon da França. “O grande troféu para mim é finalizar a prova. Num Ironman ou Triathlon de longa distância, o seu adversário é você mesmo. Terminar a prova é ganhar o seu troféu. Mesmo que você não seja o campeão, você se superou”, relata. COSTUMES 57
SEMANA COSTUME SAUDÁVEL
Qualidade de vida para o corpo e para a mente Para o final de semana, o Mercadinhos São Luiz preparou uma variedade de palestras e laboratórios para estimular nos participantes a adoção de um estilo de vida mais saudável. No sábado, foi apresentada pelo estudante de Nutrição, César Kaczam, a palestra “Vegetarianismo – Mitos e Verdades”. César explicou que as pessoas podem viver bem e saudáveis ao optarem por ser vegetarianas, e mostrou alimentos consumidos por este público. No mesmo segmento, a chef Bia Penaforte fez uma receita vegetariana bem prática: o Penne ao Molho Pesto de Espinafre, ideal para um almoço em família.
Academia Central do Corpo apresenta o diferenciado Ballet Fitness na 2ª Semana Costume Saudável
Um universo de possibilidades
saudáveis O QUE É TER VIDA SAUDÁVEL? É TER O CORPO EM FORMA? UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL? PRATICAR EXERCÍCIO FÍSICO? NÓS RESPONDEMOS: É TUDO ISSO! É O EQUILÍBRIO DE TUDO QUE FAZ BEM PRA VOCÊ E DEIXA O CORPO, A SAÚDE E A MENTE SÃOS
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Triatleta goiano, Santiago Ascenço
Por Ádria Araújo
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ara mostrar as possibilidades de conseguir uma vida saudável em meio a um cotidiano corrido, a II Semana Costume Saudável foi preparada com todo carinho para você. Nesta segunda edição, que aconteceu no Centro de Eventos, foram quatro dias de muitas informações com palestras, laboratórios, minicursos e atividades físicas. O evento apoiou o ICC (Instituto do Câncer do Ceará), para quem a renda foi 100% revertida e contou com a participação do Instituto Frutal, além do patrocínio da Granja Regina e Nesfit, da Nestlé.
No primeiro dia, a abertura foi feita pela chef Bela Gil – capa da nossa edição anterior e eleita Embaixadora da Alimentação Saudável pela Frutal -, que participou da Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, ministrando uma palestra sobre a inserção da alimentação saudável em sua vida e sobre a importância da culinária natural com foco no meio ambiente. No segundo dia, as atividades da II Semana ficaram sob o comando do professor de Yoga Lucas Carvalho, que deu um aulão no Aterro da Praia de Iracema, reunindo cerca de 100 pessoas. O Jiu Jitsu foi outra opção de atividade física para praticar durante o evento
O evento também contou com a presença do triatleta Santiago Ascenço, com a palestra “Planejamento, Superação e Vitória”, que revelou um pouco de sua vida com relação ao esporte. Dando continuidade à programação, os Ironmans da Under Time Team falaram sobre como conciliam sua vida com o Triathlon, uma modalidade que requer muita dedicação por parte de quem a pratica. Para finalizar as palestras, a nutricionista Juliana Barros falou sobre Alimentação Detox e, em seguida, comandou o laboratório com muitas receitinhas saudáveis. Para terminar o sábado, o fisioterapeuta Paulo Andrade falou sobre “Os ganhos da fisioterapia na prática esportiva”, e mostrou quais cuidados as pessoas devem ter com o corpo durante as atividades físicas. Marcaram presença nos laboratórios a nutricionista Daniele Lodetti, com a oficina de receitas práticas e saudáveis para o seu dia a dia; a nutricionista infantil Alice Bastos, que ensinou como as mamães devem inserir alimentos saudáveis na dieta alimentar de seus filhos e trouxe receitas divertidas como o Bolo da Floresta, o Suco do Shrek e o Patê da Peppa para as crianças; além da chef Cris Gutierrez, que mostrou uma receita simples e fácil de pizza sem glúten e sem lactose, ideal para servir em casa. COSTUMES 59
SEMANA COSTUME SAUDÁVEL Atriz Daniele Suzuki em bate-papo sobre seus costumes saudáveis com a Diretora Comercial dos Mercadinhos São Luiz, Joana Ramalho
Nutricionista Juliana Barros ensina receitas saudáveis no laboratório
Daniele Suzuki dá a sua receita de vida saudável No domingo, pela manhã, o evento recebeu o nutricionista Valden Capistrano, ministrando a palestra sobre Nutrição Esportiva, a sua especialidade; em seguida, a nutricionista Fabiana Fontes falou um pouco sobre o glúten e sua inclusão na vida alimentar das pessoas, recomendando moderação para quem não tem intolerância e sua total retirada para os intolerantes ou para quem tem a doença celíaca, apresentando juntamente com a chef Lina Leite, receitas de bolo sem glúten e sem lactose e pão de queijo de batata doce.
Stand do ICC, para o qual a renda do evento foi 100% revertida
Chef Bia Penaforte monta uma receita vegetariana 60 COSTUMES
Na hora do almoço, toda a atenção dos participantes foi dedicada à atriz global Daniele Suzuki, que participou de um talk show contando um pouco sobre o que é costume saudável para ela. Falou sobre sua vida como profissional da televisão e como faz para conciliar seu tempo com o filho Kauai e seus esportes preferidos, a Yoga, o Surf e o Balé. “Costume saudável para mim é um estado de espírito de como você decide viver sua vida. Eu optei por sempre ter uma vida saudável. Desde criança fui condicionada dessa forma através do esporte, fiz balé a vida toda. E depois percebi que isso me fazia muito bem”, conta. Para Daniele, a iniciativa do Mercadinhos São Luiz em fazer um evento voltado para pessoas que bus-
onde apresentou a receita de um bolo funcional e, logo após, a chef Rosana Brum, juntamente com Anelisa Barreira - @dicasdanisa – apresentaram a oficina “Gastronomia Saudável”, encerrando a programação.
cam um estilo de vida mais saudável é extraordinária. “Acho extremamente necessário, porque vemos muita porcaria na prateleira e temos que saber que existem muitas novidades em produtos deste segmento para se criar esse hábito de ter uma alimentação saudável. A educação alimentar vem muito de onde podemos conseguir estes produtos”, finaliza. Dando continuidade às palestras, a nutricionista Ana Cristina Wolf apresentou o tema “Dieta do DNA: Seu gen, sua vida”, explicando como as pessoas podem fazer uma dieta de acordo com o que seu organismo necessita. Em seguida, a nutricionista Daniele Lodetti explicou como as pessoas podem prevenir e controlar a celulite através da alimentação, com o tema “Alimentação e Celulite”. Para finalizar as palestras, Mariana Marques - @deustavendo – contou suas experiências de busca por uma vida mais saudável. No laboratório também houve as oficinas do chef Paulo Turziani, que mostrou como fazer receitas saudáveis com massas integrais, preparando na hora duas opções de prato, um quente e um frio; depois foi a vez da nutricionista Andressa Fontes, com o tema “Doces com baixo teor de gordura”,
Pratique qualidade de vida Aterro da Praia de Iracema recebe cerca de 100 pessoas para aulão de yoga com professor Lucas Carvalho
Chef Bela Gil em palestra sobre a importância da culinária natural para as pessoas e para o meio ambiente
Durante os dois dias de evento, 45 expositores puderam apresentar seus novos produtos e serviços. Um deles foi a Granja Regina, que ofereceu a degustação da sua Linha Costume Saudável, exclusiva do Mercadinhos São Luiz, com filés de peito de frango com teor de sódio abaixo do permitido e temperados com alho e cebola, promovendo também cursos sobre montagem de mesa para jantar e arte com caixa de ovos. Teve ainda a participação do chef Fernando Barroso ensinando receitas, dentre outros. Além das palestras e oficinas, os participantes puderam escolher as atividades disponíveis em dois espaços do Centro de Eventos, onde praticaram Balé Fitness, Aula Funcional, Kangoo Jump, Hip Hop, Crossfit, Zumba, Muay Thai, Ladies Camp, Mat Pilates, Yoga, Jiu Jitsu, Aula de Ritmos, Move e Pilates Fitness. COSTUMES 61
COSTUME SAUDÁVEL Por Mariana Marques
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empre houve e sempre haverá o alimento ou a receita da vez. Muita gente vê isso com olhos enviesados, como se fosse uma coisa ruim. Eu sempre vejo isso de maneira positiva. Dia desses, passeando por aí, vi uma coisa comum nos blogs gringos de comida natural; era uma nova roupagem do suco verde: o Green Smoothie, ou, na minha tradução livre, a Vitamina Verde. Diferente do suco verde, a vitamina verde é cremosa, espessa, quase uma comida, e não uma bebida. A nutricionista Mirella Freire, de quem sou fã e tive o prazer de receber pra me ajudar a escrever a coluna este mês, lembra que uma das vantagens dessa consistência mais cremosa é a saciedade! Bom demais, né? Uma receita padrão traz hortaliças diversas, gengibre, e frutas mais consistentes como o abacate, a banana, ou o mamão. Diferente do suco verde, que podia até ser coado, a vitamina verde deve ser batida e imediatamente consumida, para aproveitar 100% dos nutrientes e fibras contidas na receita.
Agora é a vez dos Green Smoothie
Eu diria que me apaixonei de cara pela ideia porque, enquanto no suco verde o astro é o limão, aqui é a banana, a fruta que me salva de quase tudo: um ótimo pré-treino, um ótimo ingrediente para receitas veganas (substitui o ovo), uma ótima fonte de energia, uma fruta perfeita para carregar por aí, e pode ser consumida in natura, congelada, batida como sorvete, quente com canela, cozida, assada e por aí vai. Ela é o máximo e, em torno dela, apresento aqui a minha versão da vitamina verde. Lembrando que sempre devemos ter uma fruta central (banana, abacate ou mamão), mais uma fruta de sua escolha, hortaliças, ervas, raízes (normalmente o gengibre), gelo (importante!) e escolher que líquido vamos usar. Minha sugestão aqui é a
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água de coco, mas pode ser o leite, um leite vegetal como o de amêndoas, ou água mineral. Sobre minha receita, nossa “nutri” analisou ingrediente por ingrediente. A banana, dentre outros nutrientes, como vitaminas e minerais, é fonte de pectina, uma fibra solúvel que age como espessante. O morango faz parte da família das “berries” ou “frutas vermelhas”, que são ricas em antocianina, um poderoso antioxidante. Além disso, o morango é também portador de um alto teor de vitamina C e ácido fólico, este último importante para gestantes ou mulheres que pretendem engravidar. Também tem efeito laxativo, diurético e poucas calorias. O espinafre e outros vegetais folhosos são muito eficientes quando o assunto é detoxificação hepática, fornecendo nutrientes imprescindíveis para ajudar o fígado a “se livrar” do que não interessa. Mirella também é fã do hortelã, por suas propriedades digestivas e anti-helmínticas. O gengibre, além de dar um toque especial a qualquer receita, tem ação termogênica, ou seja, estimula o corpo a queimar calorias. Por fim, ela esclarece que a água de côco é o melhor repositor de líquidos natural, tem ação diurética, é fonte de minerais como magnésio, tem pouquíssimas calorias e, geralmente, quando utilizadas nos Smoothies, funciona muito bem como um adoçante natural.
Vitamina Verde da Mariana Para a fruta central, escolhi, é claro, a banana (1 unidade bem madurinha) Para dar um sabor especial, morangos fresquinhos (7 unidades) Para a hortaliça, o espinafre (você vai usar uma xícara das folhas) Para a erva, o hortelã (uma colher de sopa cheia de folhas) Gengibre a gosto (ponho 1 rodela fininha) Gelo (4 pedrinhas) Água de coco (200 ml)
MARIANA MARQUES é publicitária e nasceu em Fortaleza em 1982. Gosta do dia e do mar. Acredita em alimentação saudável com liberdade e arrisca algumas receitas simples na cozinha. Escreve também em marianamesmo. com.br. Se você quer trocar uma ideia com ela, visite seu perfil @deustavendo no Instagram. COSTUMES 63
PARADA OBRIGATÓRIA
Paletas Mexicanas
Pablo Rocha conheceu o jeito mexicano de fazer paletas no Sul do Brasil e se encantou pela ideia inovadora. "Com o surgimento das paletas, oferecemos uma opção de sorvete gourmet no palito. O elemento motivador foi a possibilidade da inovação e os conceitos mexicanos de um produto baseados em frutas puras, sem adição de conservantes ou corantes", comenta Alberto Mistrello, diretor de Marketing do empreendimento. Em setembro, a Monterrey do Brasil completou um ano de mercado, com uma capacidade produtiva que chega a 100.000 paletas/dia e a meta é fechar 2014 vendendo 1,5 milhões
de paletas. "Nosso mestre sorveteiro Alfredo Soares, conseguiu desenvolver um processo produtivo que replica a metodologia artesanal de fazer paletas em escala industrial. Os produtos saem como se tivessem sido feitos à mão, um por um. Só utilizamos frutas frescas, que quando vão ser transformadas em picolés, chegam em nossa fábrica direto do produtor. As frutas são nesse momento processadas no mesmo dia, sem conservantes e sem corantes. Nossos recheios de doces caseiros são fabricados com o mesmo carinho das cozinheiras mais habilidosas, o que dá um sabor mágico ao produto final", explica Alberto. No total, são 17 sabores divididos em três categorias: de Frutas (Manga,
Açaí, Goiaba, Morango, Kiwi e Maracujá); Cremosos (Iogurte com Amora, Iogurte com Damasco, Paçoca de amendoim, Nozes, Coco Cremoso e Mousse de Maracujá) e os Recheados (Doce de leite com doce de Leite, Coco com Brigadeiro, Chocolate com Brigadeiro, Morango com Leite Condensado e Açaí com Banana).
SERVIÇO Monterrey do Brasil Como pontos de venda, a marca decidiu apostar em shoppings e hoje está presente nos seguintes: Iguatemi, Aldeota, Via Sul, Parangaba, North Fortaleza, North Jóquei e North Maracanaú.
SABORES NATURAIS, RECHEIOS INCRÍVEIS E AQUELA VONTADE DE “QUERO MAIS!” AO FINAL. ESTAS SÃO ALGUMAS DAS CARACTERÍSTICAS DAS PALETAS MEXICANAS, QUE ESTÃO CONQUISTANDO OS CEARENSES. COMO ACONTECEU COM OUTRAS MODAS GOURMETS POR AQUI, AS PALETERIAS CHEGARAM AO MESMO TEMPO. O MAIS IMPORTANTE É QUE HOJE TEM PALETA EM VARIADOS PONTOS IMPORTANTES DE FORTALEZA
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SHUTTERSTOCK/JAG_CZ
RENDA-SE AO SABOR DAS
Monterrey do Brasil
Por Izakeline Ribeiro
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PARADA OBRIGATÓRIA
La Paleta Inaugurada em agosto, aqui em Fortaleza, a La Paleta surgiu em uma viagem de família para Florianópolis em janeiro deste ano. “Nos apaixonamos de cara pelas paletas e decidimos criar uma marca própria que tivesse a ver com toda mistura de sabores do produto. E já estamos no mês de outubro inaugurando a primeira franquia da marca em Brasília”, informa Estephania Teixeira, diretora administrativa da marca, que conta ainda com os sócios João Alberto Teixeira e Carlos Eduardo Mourão. Para fazer as paletas, Estephania revela que semanalmente abastece o estoque das frutas que são utilizadas, sempre frescas e nunca expostas ao processo de congelamento, pois este interfere na concentração de vitaminas e no sabor das frutas. “Nossa água passa por um processo de filtragem que elimina até 90% de impurezas. E nossos funcionários colaboram muito também para manter esta qualidade na produção”, explica. A diretora conta ainda que a La Paleta preserva o modo de produção artesanal do México e não utiliza conservantes ou corantes. “Os insumos são de alta qualidade, o que enriquece também o sabor da paleta”, completa. Atualmente, os sabores mais vendidos são o de Leite ninho trufado, Requeijão com goiabada e Morango com leite condensado.
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SERVIÇO La Paleta Rua Crisanto Moreira da Rocha, 421 - Cambeba.
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El Mustache Paleteria Mexicana Leonardo Melo e a esposa Priscilla Coelho conheceram as paletas mexicanas na fonte. Em 2013, durante uma viagem de férias, o casal se encantou com a proposta. “Achamos o produto inovador. Ao pesquisarmos o mercado no Brasil, vimos que haviam poucos concorrentes e todos estavam no eixo Sul e Sudeste. Daí então, em 2014, resolvemos empreender neste segmento e montar uma fábrica no Cea rá”, conta Leonardo, que lançou a El Mustache em maio de 2014. Segundo Leonardo, sua paleteria se destaca por fabricar a legítima paleta mexicana, exatamente como é feita no México.
“Lá as paletas são tradicionais e fabricadas de forma artesanal, sem adição de conservantes, nem saborizantes e sem gordura vegetal. As paletas mexicanas, diferentes do nosso picolé brasileiro, são bem maiores, com 123g, enquanto o picolé no Brasil possui apenas 60g em média. Além do tamanho, um grande diferencial das paletas é a sua cremosidade e textura, pois adicionamos o creme de leite deixando o produto mais cremoso. No caso das paletas de frutas, a matéria-prima é 100% natural e com pedaços de frutas”, explica o diretor comercial da marca, que vende por delivery em alguns restaurantes e que, em breve, abrirá duas lojas.
Ele conta que 80% das vendas são de paletas recheadas, e que o maior sucesso neste formato são as paletas recheadas com doce de leite, ou morango com leite condensado ou ainda chocolate belga com morango. Garante também que os preços são bem acessíveis: as paletas frutadas saem a R$ 6,00; as cremosas, a R$ 7,00; as recheadas, a R$ 8,00 e as premium, a R$ 9,00.
SERVIÇO El Mustache Paleteria Mexicana Delivery pelos telefones: (85) 870764369/2181-4881 e Whatsapp (85) 8199-8693
Buena Paleta
vesse capacitação para produzir.
Don Paletas
Os amigos Leonardo Pimenta Gontijo e Davi Emannuel Vieira Rios estavam em busca de um novo negócio para investirem. Depois de várias reuniões, Leonardo lembrou de uma vontade pessoal de fazer picolés. Depois da aceitação da ideia por parte de Davi, a dupla iniciou as pesquisas e estudos sobre o mercado em Fortaleza. “Vimos a necessidade de trazer uma proposta diferente. Foi quando descobrimos as Paletas Mexicanas na internet e nos apaixonamos antes mesmo de as provar” conta Leonardo. Depois de definido o segmento, Leonardo viajou para São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Balneário Camboriú, para fazer contatos, tanto com fabricantes dos equipamentos, como com quem ti-
“Hoje, Temos um mix de sabores bem diversificado, sendo a Buena Paleta no Brasil a segunda paleteria com o maior mix de sabores. Os sabores recheados e cremosos são os principais, correspondendo a 80% das vendas. Temos paletas de R$ 6,00 a R$ 10,00. O campeão de vendas é o sabor Morango com Leite Condensado. O Maracujá com Leite condensado, Kit Kat, Brownie e Coco com Brigadeiro também seguem entre os mais pedidos”, diz Leonardo.
Diogo e Felipe Araripe, e Nádia Cysne começaram as atividades da Don Paletas ainda em março, com a montagem da fábrica. Em junho, as paletas já estavam aparecendo pelo Instagram. “A ideia surgiu quando eu e meu noivo (Diogo Araripe) provamos uma paleta em Salvador na volta do Carnaval (Fevereiro/2014). Achamos o sabor sensacional e imaginei que com a combinação do nosso clima, super combinava”, conta Nádia. Entre os sabores mais pedidos estão os recheados (morango com brigadeiro, morango com leite condensado, chocolate com brigadeiro, banana com brigadeiro, doce de leite com doce de leite), que custam R$ 8,00 e os recheados premium (cream cheese com goiabada) que custam R$ 10,00. “Estamos sentindo uma aceitação incrível! Muitos dos nossos clientes nos dão feedbacks legais ou sugestões. Temos um atendimento personalizado, o que traz a fidelidade dos nossos clientes. Temos clientes que pedem toda semana, e achamos isso o máximo”, comemora Nádia.
SERVIÇO Buena Paleta Av. Senador Virgílio Távora, 665 - Lj 3 - Tel: (85)2181-6686.
Atualmente, a marca conta com 11 distribuidores, entre restaurantes, padarias e supermercados e, até o fim do ano, contará com um quiosque no Shopping Del Paseo.
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SERVIÇO
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Don Paletas Contato/Delivery: donpaletasce@ gmail.com / Tel.: (85) 8877.4862
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PARADA OBRIGATÓRIA
El Paleto Durante uma viagem de trabalho para São Paulo, o empresário Gutemberg Costa conheceu as paletas e percebeu nelas uma boa oportunidade de negócio para trazer a Fortaleza. Em atividade há três meses, a El Paleto produz picolés de 120g, com sabores naturais e sem o uso de corantes e aditivos. “Começamos pela seleção da matéria-prima por fornecedores idôneos. As paletas são feitas à base de polpas e frutas naturais, e os sabores especiais sem adição de corante e aromas. O processo do qual constitui a fabricação é por batelada em uma faixa de congelamento -20 a -30 °C. Após o congelamento, os sabores são embalados e armazenados em câmeras frias sob a temperatura de -25 a 30°C”, explica Gutemberg. Ressalta que nesse processo os manipuladores são treinados e acompa-
nhados por um analista de qualidade, que revisa as caldas por meio de análise sensorial e físico-química em laboratório próprio. Com os resultados aprovados, as caldas são liberadas para a fabricação das paletas. Segundo ele, os sabores mais procurados são o de Chocolate Belga, Doce de Leite, Morango com Leite Condensado, Coco, Pistache, Iogurte com Frutas Vermelhas, Castanha, Kiwi, Morango e Abacaxi. Os preços variam de acordo com cada estilo: naturais (R$ 4,00); recheados (R$ 6,90); cremosos ao leite (R$ 4,50); especiais (R$ 6,90) e lights (R$ 4,50)
SERVIÇO El Paleto Alguns pontos de venda: Bassi Boutique de Paes, Aldeia do Sabor, e Padaria Quinta dos Lagos.
EMPREENDEDORISMO
PROTAGONISTAS DE UMA HISTÓRIA DE AMOR QUE JÁ DURA 50 ANOS, MANA E MANOEL HOLANDA SÃO TAMBÉM PARCEIROS NOS NEGÓCIOS. À FRENTE DO MAIOR SHOPPING DE ATACADO DO NORTE/ NORDESTE, O MARAPONGA MART MODA, O CASAL É EXEMPLO DE UNIÃO E COMPANHEIRISMO Texto Isabella Purcaru Foto Davi Farias
C MANA E MANOEL HOLANDA: UMA TRAJETÓRIA DE
AMOR E CORAGEM
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om a delicadeza e a finesse inerentes a uma dama, fomos recebidos com um sorriso largo e a simpatia de quem sabe recepcionar. A bandeja, ela mesma fez questão de conduzir. Esta é Teresinha Leite Varela Holanda, ou simplesmente Mana, como é conhecida. Ao lado do seu esposo, Manoel Silva Holanda, são sinônimo de parceria no sentido mais completo da palavra. Proprietários do Maraponga Mart Moda, o maior shopping atacadista do Norte/Nordeste, o casal divide a casa e o trabalho e comemoram, como poucos, 50 anos de um casamento feliz.
PING PONG
NA INTIMIDADE
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O melhor lugar do mundo? Guaramiranga, sem dúvidas! Outro lugar seria Paris.
Um restaurante? Nas raras vezes que saímos de casa gostamos de frequentar o Medit e o Murano. O segredo para a longevidade do casamento? Um admirar o outro e sempre surpreender com elogios.
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O segredo do sucesso nos negócios? Primeiro é ter coragem, depois ter um parceiro que te apoie e fazer o que se gosta.
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Um estilista? Por encomenda quem assina é Verônica Rodrigues. Prêt-à-Porter é Lino Villaventura.
Manoel conta que a história deles foi além do amor à primeira vista. “As nossas mães eram vizinhas, e muito amigas, e para o aniversário da Mana resolveram, para manter a pompa da festa de 15 anos, colocar os convidados jovens no salão do apartamento de uma e os adultos no salão do apartamento da outra. Eu, ainda no Rio, soube pelo meu primo dessa festa e das ‘sapequices’ da Mana, e mesmo sem conhecê-la, disse a ele que com ela me casaria ”, afirma Manoel. De volta a Fortaleza, depois de sete anos morando no Rio onde trabalhava nas farmácias do irmão, no bairro COSTUMES 71
EMPREENDEDORISMO do Flamengo, o destino tratou de ser caprichoso. “O meu voo chegou antes do previsto e me desencontrei dos meus irmãos que já haviam saído para me buscar. Logo que cheguei à casa da minha mãe, quem eu encontro? Aquela pequena menina, cheia de atitude, que veio me recepcionar e me avisar que meus irmãos já estavam no aeroporto à minha espera”. Desde então não se desgrudaram mais. Foram três anos de namoro, até que Mana completasse 18 anos e tivesse a permissão dos pais para casar. Deste amor, nasceram Alexandre, Daniele e Cid. “Três empreendedores, cada um em segmentos diferentes, mas muito bem-sucedidos”, afirma Mana com orgulho.
“Logo que cheguei à casa da minha mãe, quem eu encontro? Aquela pequena menina, cheia de atitude, que veio me recepcionar...” Manoel Holanda
COMEÇA UMA TRAJETÓRIA DE SUCESSO
Logo que se casaram, Manoel resolveu abrir sua própria loja de móveis, a Holanda Arte, a primeira no Ceará a trabalhar com móveis requintados. A rua General Sampaio foi o endereço da loja matriz , que ficou conhecida como ‘um quilômetro de loja’, pela criatividade de Tarcísio Tavares. Mais tarde, já com dois endereços – General Sampaio e Santos Dumont – a empresa ainda dispunha, no Bairro da Maraponga, de uma fábrica onde, aos sábados, o casal fazia questão de receber os clientes com um delicado coquetel. Segundo Mana, os ‘maridos’ adoravam poder levar as esposas para se entreterem comprando móveis enquanto os filhos interagiam no belo jardim. Eles, por sua vez, reuniam-se acompanhados de boas doses de whisky. “Na segunda-feira, era comum os maridos reverem suas contas, pois as esposas tinham se entusiasmado com a compra dos móveis em exposição”, afirma Manoel. Apesar do sucesso, Mana se deu conta de que em algum momento o negócio teria de mudar; por se tratar de um bem durável, o mercado acabaria desaquecendo. Foi quando tiveram a ideia de fechar a fábrica. “Era hora de vender todo o maquinário. Mas para quem? Foi quando surgiu um comprador de Curitiba interessado. Mesmo sem conhecê-lo, fechamos negócio.
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Ele chegou com as carretas para levar as máquinas e prometeu o pagamento para até 90 dias. Fomos crucificados, pois os amigos e familiares nos cobravam por confiarmos em um desconhecido”, recorda Mana. Passados 30 dias, o dinheiro estava na conta e o comprador de Curitiba agradecido pela confiança que nele foi depositada. Manoel recorda que, no ápice da Holanda Arte, eram 326 funcionários. Hoje, a marca permanece, mas sob o comando da Decoradora Dulce Silveira, que foi funcionária do casal e acabou assumindo o comando da marca, em seu próprio empreendimento. Além dela, nomes como Jacaúna, Zé Augusto, Fátima Nóbrega, tiveram uma história de sucesso, após a experiência de trabalharem com Mana e Manoel.
NOVOS CAMINHOS
A mudança na trajetória empresarial veio em 1981, quando o antigo espaço da fábrica de móveis foi alugado ao Governo Estadual, para promover uma feira de moda. Nascia o Festival de Moda de Fortaleza (FMF). “O então Secretário de Indústria e Comércio, Firmo Fernandes de Castro levou ao Governador Vírgílio Távora, à época, a intenção de promover o
FMF A FMF foi o palco que revelou um dos mais renomados estilistas brasileiros, Lino Villaventura, que teve seu talento apresentado para o Brasil durante a feira. “Nós convidamos o Lino e ele prontamente aceitou. O vestido de escama de peixe que ele levou para expor no stand foi uma das grandes sensações da feira. A jornalista Cristina Franco, que cobria o evento, fez um link ao vivo mostrando o vestido, depois disso ele deslanchou”, lembra Mana. Pelo carinho, Mana fez questão de eleger e batizar um lugar dentro do Maraponga Mart Moda para homenagear Lino: o lounge Lino Villaventura, com 1.100m², hoje um dos palcos dos principais desfiles do Shopping. COSTUMES 73
EMPREENDEDORISMO pólo de confecção do Ceará. Fomos procurados por eles e logo arregaçamos as mangas. Reformamos todo o espaço e organizamos tudo. Ficamos responsáveis pelo evento e o Governo deu o apoio com a mídia nacional”. Manoel enfatiza ainda que depois da feira, em quatro anos – 1981 a 1985 – o setor de Confecção saltou de 10.000 para 60.000 empregos. Em 1990, era chegada a hora de tornar a feira anual e permanente. Nesse mesmo ano nascia o Maraponga Mart Moda, com 42 lojas. Hoje, o MMModa tem mais de 320 lojas distribuídas em 43.000m² e é responsável por antecipar tendências e impulsionar as vendas do setor em todo o Estado. Além da FMF, o shopping ainda promove o Ceará Summer Fashion (CSF), que acontece há 30 anos. Em 2012, o Maraponga lançou o Bazar Moda do Bem, que oferece peças com até 70% de desconto, cuja renda é destinada a uma Instituição Beneficente. Parceiros no amor e nos negócios, os empresários Manoel e Maana Holanda contam sua história de amor e trajetória de sucesso
Outro destaque no ramo empreendedor é o Projeto UP. Em parceria com o Sebrae, o projeto reúne pequenos fabricantes para conhecerem de perto a realidade do comércio. “Durante seis meses, eles ocupam lojas para ver como é o comportamento do público, as dificuldades do mercado e os desafios de ter uma loja”, revela Saulo Varela, Diretor Financeiro do Shopping.
MMMODA EM NÚMEROS 80% 20% Segundo Saulo, das marcas presentes no shopping
são cearenses e os restantes são de fabricantes de São Paulo, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Dessas marcas cearenses, Mana conta que algumas começaram pequenas dentro do Maraponga Mart Moda e hoje são fortes e consolidadas no mercado. “Nomes como Handara, London, Diah, Famel, Dipe, Kokid hoje são conhecidas e com endereços 74 COSTUMES
espalhados pela cidade,” afirma ela. Marcas que vieram de fora também buscaram no shopping a oportunidade de ganhar o mercado cearense. É o caso da Momô Brasil, que logo ao chegar no Ceará procurou outros shoppings para abrir sua filial, mas teve seus pedidos negados. “Ela procurou alguns shoppings da cidade e não obteve sucesso em um deles, que disse até que eles não se enquadravam no perfil. Hoje, encontramos a Momô Brasil em quase todas as multimarcas dos shoppings cearenses”, afirma Mana.
1.200
Por dia, são pessoas circulando pelo Maraponga Mart Moda, movimentando em
1.600 1.000
média peças. Para atender a essa demanda são aproximadamente empregos diretos, entre vendedores de loja, supervisores, gerentes e modelos corpo de prova, além de mais de
5.000
empregos indiretos.
FIM DE ANO DOCES DE NATAL
Um
Natal SHUTTERSTOCK/ELENA SCHWEITZER
bem doce para você!
76 COSTUMES
ATIRE O PRIMEIRO ENFEITE DE NATAL QUEM NUNCA ESPEROU ANSIOSAMENTE PELA HORA DA SOBREMESA? PENSANDO NOS APAIXONADOS POR DOCES, CONVIDAMOS QUATROS CHEFS QUE CRIARAM RECEITAS ESPECIAIS PARA O FINAL FELIZ DA CEIA NATALINA Por Izakeline Ribeiro Fotos Davi Farias COSTUMES 77
FIM DE ANO DOCES DE NATAL
Torta Brownie De tão apreciado pelos cearenses, o brownie já faz parte do menu oficial das confeitarias de Fortaleza. Não tem quem resista à guloseima. Seja para um lanche com café ou para uma sobremesa com sorvete. É dele que vem a inspiração da chef confeiteira Roberta Weyne para a Torta Brownie. “A receita foi escolhida pela facilidade na execução, pelo sabor maravilhoso e que agrada diversos paladares”, comenta a chef. Para o preparo, algumas dicas são preciosas, como observar atentamente o tempo indicado e a temperatura do forno, para que o brownie fique no ponto certo, sem perder a umidade e textura. Cortar ao meio o brownie apenas quando o mesmo estiver completamente frio”, destaca. Cearense, neta de francesa e em contato com a culinária desde pequena, idealizou em 2007 a Le Brun. Foram anos de cursos, estudos, sonhos e viagens pelo mundo, pesquisando minuciosamente e buscando cada detalhe do universo gourmet. Atuando desde 2011 em eventos diversos, Roberta é inspirada pela técnica francesa e aplica-a nos ingredientes regionais, aliando o clássico e o inovador.
SHUTTERSTOCK/ELENA SCHWEITZER
Ingredientes
Para o Brownie 150g de farinha de trigo 200g de açúcar 150g de manteiga sem sal 200g de chocolate meio amargo picado 2 colheres de chocolate em pó 1 colher (café) de essência de baunilha 1 colher (café) de bicarbonato de sódio 3 ovos 78 COSTUMES
Torta de Coco com Morango
Por Roberta Weyne 200g de chocolate meio amargo 100ml de creme de leite
Modo de Preparo
Derreta em banho-maria a manteiga e o chocolate juntos, acrescente a baunilha, misture até ficar um creme liso e reserve. Em outro recipiente, bata bem os ovos com o açúcar. Junte-os ao creme de chocolate. Na sequência, acrescente a farinha, o chocolate em pó, o bicarbonato e a castanha. Leve para assar em forma redonda. Para a ganache: Derreta o chocolate no micro-ondas ou em banho-maria e acrescente o creme de leite. Misture os dois ingredientes até ficarem homogêneos.
SERVIÇO Le Brun Chocolates Rua Monsenhor Bruno, 854 Aldeota. (85) 3099.2529/8899.2529
A confeiteira Cristiane Cherubim buscou um produto regional para apresentar sua receita exclusiva nesta edição da Revista Costumes. “Procurei desenvolver uma receita de fácil preparo e que tivesse um ingrediente regional, que foi o coco. Pensei em buscar a simplicidade com toque de elegância e que tivesse as cores que representam o Natal”, conta Cristiana. Quer coisa melhor para unir do que um doce? “Nesta época de festas o doce transmite os melhores sentimentos, família reunida, abraços apertados e troca de carinho”, ressalta a confeiteira. Para dar tudo certo com a receita, Cristiane dá dicas infalíveis: separar os ingredientes antes de começar a receita e usá-los sempre em temperatura ambiente. A paixão pela Gastronomia veio na infância, quando a confeiteira acompanhava a avó italiana em alguns preparos. “Hoje, minha produção é bem voltada para confeitaria de bolos tradicionais com toque gourmet e tortas finas. Estou formando parceria com meu irmão, desenvolvendo alguns itens salgados, muitas novidades virão”, adianta.
Por Cristiane Cherubim
Modo de preparo
Bater os ovos, o açúcar e a manteiga até virar um creme. Aos poucos, acrescentar a farinha e o leite. Colocar em forno pré-aquecido a 180°c. Para o creme de coco, levar ao fogo o leite condensado, o leite, o creme de leite, o leite de coco e o coco ralado. Quando levantar fervura, acrescentar o amido e a gema passados pela peneira. Deixar encorpar mais um pouco e desligar. Em uma forma de fundo falso, colocar uma camada de massa, os morangos nas laterais da forma, depois o creme de coco e finalizar com a última camada de massa.
SERVIÇO Cristiane Cherubim Encomendas: (85) 8921.1473
Ingredientes
Massa do bolo 4 ovos 1 xícara de manteiga 3 xícaras de açúcar 3 xícaras de farinha de trigo com fermento 1 ½ xícara de leite Creme de coco 1 lata de leite condensado 2 xícaras de leite ½ xícara de leite de coco ½ caixa de creme de leite 1 gema 2 colheres de sopa de amido de milho Coco ralado a gosto COSTUMES 79
FIM DE ANO DOCES DE NATAL
Rabanadas Há quem pense que o Natal é sempre igual e que todo ano é a mesma coisa. Para Manuela Weyne, a data comemorativa ganhou novo significado há dois anos, quando mudou de profissão para abraçar a Gastronomia. “Além de ser uma época para celebrar amor, união e paz, hoje o Natal também é a época do ano em que mais me dedico ao trabalho dentro da cozinha”, comenta a confeiteira. Aliados ao sentimento, Manuela também mostra que sabores tradicionais podem ganhar cara nova. Tanto que resolveu preparar as tradicionais rabanadas com um toque pessoal. “Tudo que lembra a infância me comove. Quando eu era pequena, não existia essa variedade de doces e receitas que existem hoje. Os lanches eram feitos em casa, com ingredientes simples e se fazia da cozinha um lugar muito especial. No meio disso tudo, lembro das rabanadas de minhas avós Aélia e Ceiça”, conta, revelando que depois de diversos cursos em Paris voltou ao Brasil e, junto com a mãe, que já era doceira, abriu a Doceville Patisserie.
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Ingredientes:
Para a rabanada: 400ml de leite 395g de leite condensado 4 unidades de pão francês 3 ovos canela em pó a gosto açúcar a gosto manteiga com sal óleo Para o brigadeiro de banana: 2 bananas prata 395g de leite condensado 1 colher de manteiga extra com sal
Modo de preparo:
Para a rabanada: Corte os pães amanhecidos em fatias grossas. 80 COSTUMES
Por Manuela Weyne Misture o leite e o leite condensado. Bata os ovos. Passe bem as fatias de pão na mistura do leite e, em seguida, nos ovos batidos. Esquente em uma frigideira o óleo com a manteiga em proporções iguais e frite de ambos os lados até ficar dourado. Passe-as no açúcar com canela. Para o brigadeiro: Bata no liquidificador o leite condensado com 1 banana, pulsando apenas para misturá-los um pouco. Leve ao fogo essa mistura com a manteiga. Mexa bem até começar a desgrudar da panela.
SERVIÇO Doceville Patisserie Rua Joaquim Siqueira, 64 - Aldeota - Fortaleza Telefone: 3046.7777
Rocambole meio amargo com brigadeiro de damasco e nozes
Por Fernanda Luna
Poucos ingredientes, praticidade e custo acessível foram fatores que influenciaram a chef confeiteira Fernanda Luna na escolha dessa receita. A inspiração veio da avó, D. Dária, que adora pão de ló e damasco. Para a receita sair perfeita, a chef dá algumas dicas. Segundo diz, é importante assar a massa no forno a 180°C para que não resseque, e assar lentamente até sentir que virou uma esponja ao toque. O pão de ló pode ser feito branco, apenas retirando o chocolate da receita. Nesse caso, sugere-se trocar o recheio por um ganache meio amargo e morangos. O brigadeiro pode ser feito do sabor de sua preferência, o damasco pode ser substituído por passas ou ameixa e as nozes por castanha ou avelã. Fernanda Luna é chef na Tortaria por Fernanda Luna. Localizada da zona Sul da cidade, recentemente abriu a lojinha, assim chamada carinhosamente pelos clientes, para consumo no local. O espaço é aconchegante, com aroma de bolo quentinho e com cozinha à vista.
Ingredientes
Pão de ló 3 claras 3 gemas 40g de açúcar 20g de farinha de trigo (sem fermento e peneirada) 10g chocolate em pó ½ colher de sopa de fermento em pó Brigadeiro 395g leite condensado 200g creme de leite 100g chocolate branco 250g damasco picado 100g nozes picados
Modo de Preparo
Para o pão de Ló: Coloque em uma batedeira as claras e bata até ficarem em ponto de neve. Com a batedeira ligada, adicione as gemas e o açúcar e bata até formar uma mistura fofa. Desligue a batedeira e acrescente, peneirando, a farinha de trigo já misturada com o chocolate em pó e o fermento e mexa tudo delicadamente. Unte uma forma (45cm x 30cm cm de preferência de fundo falso) com manteiga e farinha. Leve pra assar a 180°C por cerca de 40min. Para o brigadeiro: Leve ao fogo médio o creme de leite, o leite condensado e o chocolate branco ralado. Mexa até soltar da panela em ponto de brigadeiro.
SERVIÇO Tortaria por Fernanda Luna Rua Dr. Ernesto Monteiro, 1009 -Fortaleza - Ce - Telefone: (85) 3273.1742 | 8543.4558
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FIM DE ANO DRINKS
UMA
TAÇA de charme e sabor RECEBER OS AMIGOS EM CASA PODE SER UMA BOA OPORTUNIDADE PARA IR ALÉM DA TRADICIONAL CERVEJA GELADA. QUE TAL TRANSFORMAR AS MUITAS RECEPÇÕES E CONFRATERNIZAÇÕES QUE O FIM DO ANO PROPORCIONA EM UMA ARENA DE DEGUSTAÇÃO DE DRINKS?
SHUTTERSTOCK/CRISTI LUCACI
Por Izakeline Ribeiro
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FIM DE ANO DRINKS
Drinks ousados e atrativos estão no cardápio do Deck5. Além de criações inusitadas, a Casa trouxe releituras de drinques tradicionais, como a Margarita, que ganhou uma versão com morango e frozen. Lucas Farias, chefe de bar do estabelecimento, lembra que a origem da Margarita, bebida baseada em Tequila, é mexicana. “Tequila é uma cidade perto de Guadalajara, onde estão as principais destilarias dessa bebida, feita a partir de agave azul (que nada tem a ver com o cactus saguaro - símbolo de quase tudo que vem do México -, presente, inclusive, em muitas taças de Margaritas)”, conta. Lucas ressalta que no Deck5 a bebida ganhou um toque cearense. “Por ser um clima tão quente, ela leva gelo
SHUTTERSTOCK/ S_PHOTO
Red Hot
e é batida no liquidificador e adicionada a sabores de frutas, como por exemplo limão e morango”, diz. Segundo Lucas, a aparência do drink é o que chama primeiro a atenção dos clientes, por ser frozen e vir em uma taça extremamente grande. Tanto que é uma das bebidas mais pedidas.
Ingredientes
Gelo 50ml de Tequila 20ml de Cointreau ou Curaçau 60ml de suco de limão 5 morangos
Modo de preparo
Em um liquidificador, coloque todos os ingredientes e bata-os por 30 segundos.
Moscow Mule E que tal combinar cerveja, vodka e gengibre? Esta é a proposta do Moscow Mule do Moleskine Gastrobar. Criado nos Estados Unidos em 1950, o drink é uma das referências do Moleskine. ”O Moscow Mule se tornou um produto-chave para a Casa, deu-lhe referência e identidade e, hoje, está entre os três mais pedidos”, conta o sócio Felipe Lima. Na execução do drink, o barman Tom Vieira buscou equilibrar o frescor da cerveja com o gosto forte da vodka. Ao colocar limão e gengibre, quase chega
Moleskine Gastrobar
a eliminar o gosto do álcool na bebida, apesar da mesma ser composta por duas doses de vodka. “Primeiramente, o que mais chama a atenção do público é a maneira com a qual o drinque é servido. A belíssima caneca de cobre consegue manter o drinque gelado e refrescante por um longo período. Depois da apresentação, a combinação exótica e inusitada certamente é o que mais atrai”, afirma Felipe. No Moleskine, as melhores pedidas para harmonizar o drinque são Pork Ribs, Bife Ancho, Carpaccio e Ceviche.
Ingredientes
50ml vodka 4 colheres de sopa de suco de limão 4 cubos de gelo picados Cerveja de gengibre, para completar 1 fatia de limão
Modo de Preparo
Misture na coqueteleira a vodka, o suco de limão, o gelo e a cerveja de gengibre. Despeje em um copo, de preferência de cobre.
Buddy’s Bar
Uma das mais recentes casas de Fortaleza, o Buddy’s Bar é uma boa opção para quem mora na região sul de Fortaleza. É de lá que vem nossa primeira sugestão. Que tal combinar pimenta com cachaça? Esta é a proposta do Red Hot.
Segundo Allan, os petiscos com picanha suína, camarão ou mesmo bolinhas de ovo com carne (as eggballs) são uma boa pedida para acompanhar o drink.
A ideia do drink veio de uma busca do bartender Ramon Alencar junto aos sócios da Casa de ofercer uma bebida diferente das que já eram encontradas em bares. “O maior atrativo do drink é a mistura do morango com a pimenta”, ressalta Allan Guimaraes, sócio e administrador do bar. E a aposta deu tão certo que hoje o Red Hot é o mais pedido da casa. “O que mais chama a atenção é a forma como ele se apresenta para o público. Vem decorado com uma pimenta na borda do copo e é uma forma de despertar o paladar do cliente”, explica Allan.
6 morangos 60ml de vodka 1 colher pequena de pimenta (em pedaços pequenos /picados) 2 colheres pequenas de açúcar 7 pedras de gelo 1 pimenta grande
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Deck5
FOTOS DIVULGAÇÃO
Margarita Frozen
Ingredientes
Modo de fazer
Machuque o morango com a pimenta e o açúcar, quando estiver bem machucado, acrescente a vodka e o gelo. Bata e depois coloque no copo, decorando no final com a pimenta. COSTUMES 85
FIM DE ANO DRINKS
Fuji Lounge
Long Island Ice Tea
O serviço de sushis especiais pede bebidas à altura para acompanhar. Nesta linha, o Fuji Lounge está sempre em busca de novas combinações. E como casa oriental, o saquê não poderia ficar de fora do menu. Pensando nisso, o bartender Edvaldo Oliveira desenvolveu o caipilé com saquê. “Juntamos o saquê, que harmoniza muito bem com o sushi, e o picolé, que lhe dá frescor. Os ingredientes frescos e a apresentação deixam os clientes encantados”, afirma o bartender.
Um dos primeiros pubs de Fortaleza, o Sherlock’s apresenta desde o início uma seleção de drinks inspirados em clássicos internacionais. Para os nossos leitores, a proprietária Karla Leite apresenta o Long Island Ice Tea. “O drink tem origem na cidade de Long Island, NY, EUA. É uma mistura de vários drinks, tornando-se uma bebida de sabor suave e intenso. Uma curiosidade é que celebridades como Marylin Monroe a bebiam como se estivessem tomando chá, mas com bastante teor alcóolico”, conta Karla.
Um dos drinks mais pedidos, o caipilé de saquê é ideal para harmonizar com o Ceviche de frutos do Mar, Sushis e Sashimis em geral.
A apresentação e a mistura de drinks e sabores é o que deixa a bebida ainda mais atrativa. “O público adora. Principalmente, aos fins de semana por ser uma bebida forte de sabor suave e agradável”, comenta a proprietária do pub. De acordo com Karla, as melhores harmonizações para o drink são frutos do mar, como o Seafood Platter, peixe em tempurá de cerveja, anéis de lula, camarão empanado e kanni kama em tempurá.
Ingredientes
01 Picolé de uva 75ml de Saquê 100g de maça verde Gelo Açúcar ou adoçante a gosto
Modo de Preparo
Pique a maçã verde, sem casca e coloque na coqueteleira. Depois adicione-lhe seis cubos de gelo, o saquê e o açúcar, feche a tampa da coqueteleira e agite-a até misturar tudo. Despeje o drink em um copo e, por último, acrescente o picolé ao servir.
Sherlock’s Pub FOTOS DAVI FARIAS
Caipilé com Saquê
Ingredientes
1/4 de dose de gin 1/4 de dose de vodka 1/4 de dose de rum 1/4 de dose de triple sec 1/4 de dose de tequila suco de meio limão completar com Coca Cola
Modo de preparo
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Bate na coqueteleira todos os ingredientes com gelo. Para decorar: rodelas de limão dentro do copo.
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SHUTTERSTOCK/WANDEE007
FÉRIAS
Você sabe de onde vem a tradição da
QUINTA DO CARANGUEJO Por Izakeline Ribeiro
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e forma inusitada começou uma das principais tradições gastronômicas cearenses. E quem conta esta história é Francisco Quirino Lourenço, 57 anos, mais conhecido como Chico do Caranguejo. Quando criança, Francisco Quirino já acompanhava o pai, João Lourenço, nas andanças pela cidade para vender caranguejos. “Eu tinha 10 anos e cheguei a vender caranguejo até dentro de ônibus. Naquela época, o crustáceo era comida de pobre”, conta Francisco, que hoje é o proprietário da barraca Chico do Caranguejo, uma das primeiras que povoaram a Praia do Futuro, como também de mais outros três estabelecimentos que levam seu nome na marca.
CURIOSIDADES Uma velha lenda indígena diz que o caranguejo era um belo príncipe “Tremembé”. Lupã era entregue à luxúria até que a Deusa do Amor o fez apaixonarse por uma linda índia chamada Yaramey. A índia, ao presenciar a infidelidade de seu príncipe, preferiu morrer a sofrer tal dor. Ela subiu no mais alto galho de uma grande Risophora, à margem do rio, e atirou-se na lama do manguezal. O belo príncipe arrependeu-se de todo sofrimento que lhe causara e pediu à Deusa do Amor que lhe desse os meios para procurar Yaramey. A Deusa, atendendo ao seu pedido, transformou Lupã no primeiro caranguejo do Delta e ele passou a viver somente da lembrança de sua amada, alimentando-se das folhas da Risophora e cavando buracos na lama, numa busca incessante, com o único objetivo de reencontrar o seu grande amor. Para nunca esquecer a imagem nua daquele lindo corpo de sua eterna paixão, Lupã resolveu tatuá-lo em sua própria carapaça.
Além de vender nos ônibus, os caranguejos que vinham de Aracati (os melhores da época), também eram vendidos em feiras livres. Até que, aos poucos, o crustáceo começou a ganhar ares de sofisticação. Segundo Francisco, isto aconteceu quando, há 45 anos, um misto de barraca e restaurante chamado Chez Pierre começou a vender caranguejo. “Ali, o caranguejo começou a deixar de ser comida de pobre”, brinca Francisco, lembrando que o crustáceo passou a ser servido com as patas raspadas. Francisco lembra que logo os caranguejos de Aracati acabaram por conta da falta de preservação das fêmeas. Foi então que, junto com o pai, ele viajou para Piauí e Maranhão em busca dos crustáceos. “Quando a gente começou a comprar lá, falei para o pessoal não pegar fêmeas. Esta é a forma de podermos preservar a espécie”, diz o empresário, lembrando que no início desta busca as estradas ainda nem eram asfaltadas e as dificuldades de transporte eram inúmeras. No entanto, o negócio só crescia. Além do lucro com as feiras, a família já contava com uma kombi para transportar os caranguejos a outros lugares. Atualmente, Francisco distribui caranguejo para 196 estabelecimentos. 88 COSTUMES
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FÉRIAS DIVULGAÇÃO
É DE LEI: CARANGUEJO NA QUINTA-FEIRA…
Bem! Essa história começou quando Francisco comprou a barraca na Praia do Futuro para servir de depósito. O futuro empresário pagava um vigia para ficar no período da noite, imaginando que poderia aparecer alguém querendo comer caranguejo. “Se aparecesse alguém o próprio vigia cozinhava o caranguejo e servia. Colocamos umas mesinhas e tinha bebidas comuns como refrigerante e cerveja”, conta. O tempo passou e ninguém aparecia, até que um casal parou por curiosidade e perguntou se podia reservar uns caranguejos para amigos que estariam na cidade na quinta-feira seguinte. Reserva feita. “Eles vieram e depois passaram a vir todas as quintas-feiras, sempre chamando outros amigos e, assim, a barraca começou a crescer. Antes, os caranguejos só chegavam no domingo. Por conta desta procura crescente, o crustáceo passou a chegar também às quintas-feiras. Atualmente, os dias de chegada são quintas e sábados”, conta garantindo que ainda tem bastante caranguejo na região e os amantes do crustáceo não precisam se preocupar com seu fim.
ONDE IR ÀS QUINTAS Chico do Caranguejo Avenida Zezé Diogo, 4930, Praia do Futuro. (85) 3262.0108 CrocoBeach Av. Zezé Diogo, 3125, Praia do Futuro. (85) 3521.9610
Além da coleta consciente, desde janeiro deste ano, Francisco segue as normas estabelecidas para o transporte correto do caranguejo, que deve ser feito em caixas com camadas de espuma. “Nós tínhamos uma perda muito grande. Com esse novo formato de transporte, a perda passou de 40% para 15%”, conta Francisco que até hoje come caranguejo como se fosse a primeira vez. “Nunca ouvi falar que alguém enjoasse de caranguejo”, diz. A receita do sucesso? O empresário entrega sem exitar. “O caldo de cheiro verde, tomate, pimenta-de-cheiro e leite de coco não é segredo pra ninguém”, brinca.
Vojniló Praia Avenida Zezé Diogo, 2771, Praia do Futuro. (85) 32346094 Itapariká Avenida Zezé Diogo, 6801 – Praia do Futuro. (85) 3265.3213 Terra do Sol Av. Zezé Diogo, 5295 – Praia do Futuro. (85) 3265.4223
Somente na barraca de praia, às quintas-feiras, Francisco serve 2 mil unidades de caranguejo. O serviço é acompanhado de show de forró pé-de-serra e shows de humor. O espaço com capacidade para 800 pessoas fica lotado. O formato se repete em várias outras barracas de praia no mesmo dia da semana. Opções não faltam para apreciar a iguaria no melhor estilo cearense. 90 COSTUMES
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12 unidades de pimentaIngredientes PARA APRECIAR EM CASA de-cheiro (sem sementes), 2 litros de leite de coco
CARANGUEJO AO MOLHO DE LEITE DE 3 COCO maços de coentro, 5 2 litros de água Por1kg Bernard Twardy dentes de alho e 3 maços de de cebola roxa cebolinha. Corte o restante 5kg de tomate dos insumos em brunoise 300g de pimentão verde e reserve-os. Aqueça uma 300g de pimentão vermelho panela com o azeite e 100g de pimentão amarelo refogue os insumos. Adicione 12 unidades de pimenta-deo leite de coco e a água. cheiro Coloque sal e deixe abrir 100ml de azeite fervura. Adicione o restante 5 maços de coentro do coentro e da cebolinha. 5 dentes de alho Deixe ferver para apurar 5 maços de cebolinha o sabor. Com os insumos restantes, prepare um mix e Modo de Preparo reserve. Coloque uma porção Liquidifique 500g de cebola de caranguejos cozidos em roxa, 300g de tomate, 150g um recipiente, cubra-os com de pimentão verde, 200g molho, adicione um pouco de pimentão vermelho, do mix de insumos e sirva-os. 50g de pimentão amarelo,
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CENTENÁRIO PARENTE
QUATRO GERAÇÕES CONSTROEM
100 ANOS
DE HISTÓRIA
CONHEÇA A EMPRESA FAMILIAR PIONEIRA NO COMÉRCIO DE FORTALEZA, QUE PASSOU DE UMA GERAÇÃO A OUTRA, BUSCANDO SEMPRE TRAZER NOVOS CONCEITOS PARA MANTER O SUCESSO DURANTE UM SÉCULO FOTOS ACERVO PESSOAL
Texto Ádria Araújo
E
ra uma vez... Um empreendedor visionário e 200 contos de réis. Assim começa a história de uma das empresas que impulsionou o comércio cearense na segunda década do século XX. Fundada em junho de 1914, por Inácio Parente, a antiga Casa Parente – hoje apenas Parente – completa neste ano 100 anos de existência. O primeiro endereço da Casa Parente foi no antigo casarão Gradvohl – onde depois foi construído o edifício Excelsior –, transferindo-se para a rua Barão do Rio Branco, no Centro de Fortaleza, onde se firmou. Após o afastamento do pai devido a problemas de saúde, Inácio Parente Filho comprou a parte do resto da família e assumiu o comando da loja, transformando-a em uma magazine de cinco andares, conhecida por ser a primeira loja vertical da cidade, pioneira também em importação de perfumes – a primeira a importar o perfume Vetiver, da Guerlain, no Brasil. Em meio a uma concorrência desleal de lojas nacionais, a Parente fazia sucesso com seus artigos das mais variadas sessões, entre elas confecção, perfumes, malas, miudezas, bicicletas e outros segmentos.
A quarta geração da família que hoje comanda as lojas Parente: os irmãos Gina, Milla, Lívio e Lanna, com sua mãe Isabel Parente 92 COSTUMES
Além de fortalecer a Parente no mercado cearense, o empresário Inácio Parente também solidificou seu
Inácio Parente Filho
CENTENÁRIO PARENTE nome pelo pioneirismo no ramo comercial da cidade. Dentre os cargos que ele ocupou está o de Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza. O empreendedor também fundou as primeiras Cooperativas de Crédito, agência de viagem, fast food e loja de disco. “Meu avô era muito vanguardista no comércio e trouxe muitos negócios para Fortaleza. Era do sangue dele ser muito empreendedor”, revela Lívio Parente, atual Gestor Comercial da Parente. Atualmente, a empresa está no comando da quarta geração da família (os netos de Inácio: Lívio, Milla, Lanna e Gina), e apresenta um conceito diferenciado com formato mais moderno, e foco apenas na venda de perfumaria e lingerie, sejam produtos importados de fornecedores oficiais ou produtos nacionais. “Comecei a trabalhar quando iniciamos a transição para o modelo que trabalhamos hoje. Mudamos o visual da loja, a forma de comunicação, o planejamento, mudamos o foco e a forma de sermos percebidos pelos clientes”, conta Lívio.
100 ANOS DE CREDIBILIDADE E PRODUTOS DE QUALIDADE
Construir um século de história da empresa para a família é exemplo de vitória e motivo de muita comemoração, principalmente pelas adaptações de modernização que a empresa teve que passar. “Sempre estivemos nos modernizando. Passamos por dificuldades, mas conseguimos saná-las para crescermos”, ressalta Lívio. E afirma que foram muitos os segredos para resistir às intempéries e alcançar este centenário, destacando que os fatores determinantes para o sucesso da empresa são os valores passados, o amor com que todas as pessoas trabalham, repassando este sentimento para os clientes e, principalmente, o respeito dispensado a fornecedores e colaboradores. Quanto ao passado, Lívio acredita que o sucesso se deu por conta da visão de mercado do seu avô, repassada de geração para geração. “Temos muito planejamento estratégico, sabemos onde queremos chegar e tomamos as decisões voltadas para aquele alvo. Isso é planejamento, visão estratégica do mercado, que o meu avô também tinha, era um grande empreendedor”, ressalta. Com uma média de 12.000 clientes por mês, as lojas Parente totalizam 8 lojas, presentes nos Shoppings Aldeota, Center Um, Benfica, Parangaba, Iguatemi, como também na Av. Padre Antônio Tomás (com venda de artigos para casa), além de duas outras filiais que serão inauguradas – no Shopping Riomar e no North Shopping Jóquei –, com conceitos ainda mais modernos.
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FOTOS ACERVO PESSOAL
Sudbrack ROBERTA
A chef Ro b Sudbrack erta re segredos vela os d no mund o sucesso o gourme t
SHUTTERSTOCK/MADLEN
MESA AO VIVO CEARÁ
Texto Izakeline Ribeiro Fotos Davi Farias
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talentosa carioca, Roberta Sudbrack foi a primeira chef de cozinha na história do Palácio da Alvorada. Hoje, ela comanda a casa que leva seu nome e que figura entre as melhores do mundo. Em visita a Fortaleza para participar da 5ª edição do Mesa ao Vivo Ceará, a chef nos recebeu e contou um pouco da sua trajetória, do seu estilo e revelou os ingredientes que fazem brilhar a sua cozinha. Dentre eles, está a jaca, uma fruta farta nas serras cearenses, que é o seu mais recente objeto de estudo. Revista Costumes - Como você define o seu modo de cozinhar? O que inspira o seu trabalho? Roberta Sudbrack - Encaro a culinária como parte das experiências humanas e, como tal, ela se aproxima das demais artes dentro de uma perspectiva de que, todas elas se voltam para instigar os sentidos e provocar sensações emocionais nas pessoas. Gosto de olhar a gastronomia sob essa perspectiva reflexiva e cultural, que interliga a arte culinária a vários processos do conhecimento humano. Acredito que essa conexão é fundamental não só para seus alicerces, mas, sobretudo, para voos mais ousados. Essa personalidade bem brasileira da minha culinária, não impede a atração que tenho por outras culturas e que faz com que a minha cozinha seja, ao mesmo tempo, local e global e, portanto, reflita essas impressões das minhas descobertas gastronômicas pelo Brasil e mundo afora. Com isso, vou juntando as referências da literatura, da moda, das artes plásticas, da música e da dança, que estão sempre de alguma maneira presentes em minhas criações porque me inspiram e me influenciam. Essa feliz relação entre arte, comida e seus plenos significados, o caminho que escolhi para fazer minha culinária das mãos, do tempo e do fogo. RC - Seu trabalho está baseado na valorização de ingredientes brasileiros. Você acredita que esse movimento pela valorização do que é nosso está se fortalecendo no Brasil? Você já sente que profissionais e consumidores estão compreendendo seu propósito? Roberta - Sem dúvida! Há muito a ser feito ainda, mas o caminho já está sendo trilhado.
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RC - Chuchu e quiabo são alguns dos ingredientes que você fez brilhar na sua cozinha. Que outros ingredientes você tem pesquisado e colocado em suas criações? Roberta - Como o maxixe, o quiabo, e o chuchu, citaria fruta-pão e jaca (os últimos objetos de estudos) e tantos outros que costumo chamar de ingredientes culturais, ou seja, aqueles que são nossos, não porque nasceram necessariamente e naturalmente em nossas terras, mas porque foram incorporados, ao longo do tempo, aos nossos gostos e ao nosso cotidiano culinário. Tento trabalhar com o objetivo de trazer à tona a personalidade oculta de cada um, que tem tantos significados, por intermédio da linguagem da alta gastronomia, que é uma linguagem universal, porque considero que esses diálogos são fundamentais, para que outras culturas reconheçam a nossa identidade gastronômica. RC - Nós sabemos que vida de cozinheiro não é fácil. Você até já brincou muito com o questionamento “Quer ser cozinheiro?” nas redes sociais. Que conselhos você dá a quem pensa em seguir carreira na cozinha? Roberta - Penso que o Chef é alguém que vai emprestar uma singularidade, uma assinatura na forma de trabalhar um ingrediente e um produto de maneira única e que o identificará, não só como líder, mas principalmente como o autor daquela cozinha. Nesse sentido é alguém que introduz a ideia de “arte” na culinária e expressa uma identidade. Mesmo que sua culinária não seja típica ou regional, às técnicas e a linguagem gastronômica aplicada pelos Chefs ajudam-nos a olharmos e sentirmos aquele ingrediente ou produto de maneira particular e a partir daí compreender outros usos e possibilidades e, nesse sentido, o chef é, ao mesmo tempo, fonte e condutor de referências gustativas, emoção e expressão. É uma posição que demanda muitas responsabilidades, comprometimentos, conhecimento e vivências...Não nasce da noite para o dia, é preciso ter vocação pra cozinha e determinação para construir um caminho consistente e uma credibilidade sólida. A conclusão de um curso de gastronomia é apenas um começo. Um caminho de reconhecimento duradouro é mais lon98 COSTUMES
Penso que o Chef é alguém que vai emprestar uma singularidade, uma assinatura na forma de trabalhar um ingrediente e um produto de maneira única. go que o imediatismo de hoje e impõe mais sacrifícios do que as luzes na ribalta deixam enxergar e, às vezes, enganar. RC - Como você vê a nova safra de profissionais formados em gastronomia? Roberta - Recebo, às vezes, estagiários com essa visão, para mim, equivocada do efêmero da fama instantânea; não raro não sabem se posicionar dentro da cozinha e muito menos seguir o fluxo daquele espaço. Não sabem fazer um ‘sauce bernaise’ a mão, não aguentam o dia a dia de uma cozinha, as altas temperaturas, os vestuários apertados, o trabalho duro. Chegam hoje achando que vão estar no jornal amanhã ou que já são um Troigros. Sonhar, ambicionar uma carreira bem sucedida é natural e desejável, mas é preciso saber que isso é uma construção diária. Acredito que para se fazer um trabalho verdadeiro, seja em que área for, é preciso desprendimento, doação, convicção de que aquilo é a coisa mais importante do mundo; qualquer distração desse foco pode ser fatal para se cair em uma atmosfera de deslumbramento e achar que isso vai ser sua vida real. Mas não vai. RC - Qual a importância de participar de eventos de gastronomia pelo Brasil para você? Roberta - Os eventos chamam a atenção para o tema da comida, e mostram como ela é um elemento importante de identidade cultural e serve para unir as pessoas. Tem a importância de possibilitar trocas e saberes nesse grande celeiro de diversidade que é o Brasil e acho que ajudam a criar uma cultura culinária consistente porque as pessoas passam a olhar a comida para além do fisiologismo, e sim como uma experiência sensorial.
SHUTTERSTOCK/KARISSAA
MESA AO VIVO CEARÁ
MESA AO VIVO CEARÁ Com o tema “Um Mundo em Nosso Quintal”, a 5ª edição do Mesa ao Vivo Ceará reuniu profissionais, curiosos e entusiastas da gastronomia no Senac Ceará no início do mês de agosto. Em parceria com a revista Prazeres da Mesa, a instituição promoveu um encontro de nomes de peso das cozinhas cearense e nacional, para oficinas, palestras, sessões de degustação, exposição de restaurantes e visitas técnicas. Além da Chef Roberta Sudbrack, Carlos Bertolazzi (Zena Caffé, em São Paulo), chef e sócio do Zena Caffè, nos Jardins e Itaim e, mais recentemente, do Per Paolo, com quatro unidades na capital paulista também marcou presença no evento. O chef preparou para a plateia o Creme de Batata com Cogumelos Crocantes de Bottarga de Ovo Caipira. Mais do que apresentar a receita, o chef destacou sua proposta de inspirar e gerar novas ideias. A chef do Aconchego Carioca (Rio de Janeiro), Katia Barbosa escolheu preparar um Nhoque de Feijão Verde com Palha de Carne Seca para a plateia lotada. A ideia da chef era mostrar um novo uso para o feijão verde, que é tão comum por aqui. “Se podemos utilizar um produto que já conhecemos bem será mais fácil encontrar suas melhores possibilidades”, afirmou. Quem se destacou durante o evento foi a chef Lia Quinderé. A confeiteira não poupou ousadia ao combinar acerola, rapadura preta, mel de engenho e caldo de cana em receita criada exclusivamente para o Mesa ao Vivo Ceará. Ao saber do tema, a chef decidiu procurar no quintal de infância as melhores memórias e, de lá, veio a inspiração para um dos pratos mais bonitos do reality show da gastronomia cearense. Processo de fabricação dos picolés de frutas 100% naturais COSTUMES 99
ME ACOSTUMEI COM VOCÊ
COM A VIDA E A DANÇA ENTRELAÇADAS DESDE OS 10 ANOS DE IDADE, A BAILARINA E COREÓGRAFA CEARENSE DORA ANDRADE FEZ DA SUA ARTE UMA GRANDE ALIADA NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO, DA INCLUSÃO SOCIAL E DA CIDADANIA EM ÁREAS DE RISCO DE FORTALEZA Por Isabel Albuquerque Fotos Davi Farias
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ora Andrade, nascida em Fortaleza, ensaiou os primeiros passos no balé com o mestre, Hugo Bianchi. Enveredou pelas expressões contemporâneas da dança e, há 23 anos, sua arte e íntimas necessidade de transformar vidas e resgatar a dignidade humana se misturam e se confundem. Ao sentir a vulnerabilidade de famílias desfavorecidas, Dora criou “de forma acidental” a Escola de Dança e Integração Social para Crianças e Adolescentes (Edisca). “A ideia era dar oportunidades a pessoas das comunidades carentes de se desenvolverem, por que ali existe um capital social fantástico”, sintetiza a idealizadora. Desde então, a bailarina dedica-se integralmente à instituição, que já beneficiou 1.941 crianças, com média de permanência de quase cinco anos. Ela coordena as atividades, assina as coreografias em parceria com o irmão e também bailarino, Gilano Andrade, e orienta o processo de seleção. A escola mudou, e continua transformando a vida de crianças e famílias carentes de Fortaleza.
A BAILARINA QUE TRANSFORMA VIDAS
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ME ACOSTUMEI COM VOCÊ
O CAMINHO PARA TRANSFORMAR
Antes da Edisca, Dora foi proprietária de escolas de dança convencionais, em Fortaleza e Sobral, e sempre esteve engajada em diversos projetos sociais, dentre eles, o projeto com idosos e mulheres indigentes. Nesta época, começou a ministrar oficinas temporárias em comunidades pobres e convidou algumas meninas a fazerem aulas na sua academia uma vez por semana, com um dia inteiramente dedicado a elas. Faltaram recursos para o crescimento do projeto e a bailarina recorreu ao Governo do Estado, propondo ao então governador Ciro Gomes, liberação de recursos para expansão de sua iniciativa social. Com este apoio, Dora pôde vivenciar a aceitação e a procura significativa pelas aulas de dança, o
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que a fez fechar suas academias privadas e se dedicar inteiramente ao trabalho com as crianças carentes. Com o apoio de sua família, também ligada às artes — é filha de um advogado e de uma artista plástica —, Dora, uma das irmãs e um pequeno grupo de bailarinos fundaram a ONG Edisca. A primeira sede, instalada na Praia de Iracema, atendeu, inicialmente, uma turma de 50 crianças do Morro Santa Terezinha, apontado como uma área de grande risco social. O trabalho de inclusão logo se estendeu. Hoje, sua nova sede, inaugurada há 14 anos, no bairro Água Fria, é frequentada por cerca de 300 crianças e adolescentes com idades entre sete e dezenove anos, das comunidades da Praia do Futuro, Mucuripe, Morro Santa Terezinha, Dendê e adjacências, Bom
Jardim e Jangurussu. Além de aulas de dança, elas participam de programas de nutrição — 220 refeições são servidas aos alunos, por dia —, e de saúde, que inclui atendimento médico, psicológico e ambulatorial, e têm acompanhamento de assiduidade às aulas, recebem reforço escolar e aulas de inglês, além de vale-transporte e fardamento. A nova sede dispõe de duas salas de dança, construídas com especificações internacionais, além de um teatro com capacidade para 250 espectadores. O ambiente é completado com mais salas de aulas para reforço do ensino formal, uma biblioteca com cinco mil títulos, um laboratório de informática com capacidade para 18 computadores – atualmente sem uso por falta de verba para a troca dos equipamentos já sucateados – e um refeitório, todos espaços multiuso.
Mesmo diante dos desafios, a Edisca beneficia e envolve as famílias de suas crianças em sua missão, em especial as mães e as mulheres que delas cuidam
PRINCIPAIS ESPETÁCULOS DA EDISCA
PARA MANTER FUNCIONANDO
O orçamento anual da escola é de R$ 1,2 milhão e a sua capacidade plena é de 400 alunos. No entanto, dificuldades, principalmente de ordem financeira, impedem o preenchimento total das vagas. A crise econômica mundial fez migrar as ajudas internacionais e muitas empresas nacionais colaboradoras da escola criaram suas próprias fundações, instituições também do Terceiro Setor, ganhando isenções e benefícios fiscais, o que agravou a situação. A escola mantém-se com recursos privados e públicos, além de parcerias. Segundo a fundadora, os gastos mais pesados são com alimentação, transporte e pessoal — atualmente, a instituição tem 23 funcionários e cinco prestadores de serviços. E acrescenta que pelas leis de incentivo fiscal ainda é muito difícil captar recursos. “Existe um abismo entre o Terceiro Setor, a classe artística e os empresários”, desabafa. Para ela, a melhor maneira de diversificar a matriz de sustentabilidade da instituição e atenuar os impactos da redução do financiamento público é incentivar o cidadão comum, e também os empresários, a doarem do próprio bolso. “Não importa a quantia, a cultura de doar é uma prática comum lá fora e precisamos implementá-la aqui.” Mesmo diante dos desafios, a Edisca beneficia e envolve as famílias de suas crianças em sua missão, em especial as mães e as mulheres que delas cuidam. Em 2013, o programa “A vida é feminina”, desenvolvido pela instituição, foi agraciado com o prêmio ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), na categoria Igualdade entre Gêneros. A ação discute sobre educação familiar, direitos humanos, alfabetiza, promove troca de conhecimentos e formação em várias áreas, como Corte e Costura e Beleza, para que essas mulheres possam empreender e construir seus próprios negócios. A mão de obra é, inclusive, aproveitada na produção dos espetáculos, na confecção de figurinos, por exemplo.
JANGURUSSU (1995) Coreografia de Dora Andrade. Trata da vida das famílias que faziam do lixo sua sobrevivência. Recebeu prêmio Funarte de melhor coreografia de 1996. FOTOS DIVULGAÇÃO
Bailarina e coreógrafa Dora Andrade fundou a Edisca para dar oportunidade a crianças carentes de realizarem o sonho de serem profissionais do balé
KOI-GUERA (1997) Coreografia de Dora Andrade. Em tupi significa “o que será morto”. Fala do etnocídio indígena. MOBILIS (2003) Coreografia de Dora Andrade e Gilano Andrade. Investiga as relações entre o real e o virtual, e coloca em questão o modo de percepção do mundo.
SAGRADA (2010) Coreografia de Dora Andrade e Gilano Andrade. Trata da vida, tendo a água como representação, meio e essência, de tudo o que há na Terra.
SERVIÇO EDISCA Rua Desembargador Feliciano de Ataíde, 2309, Água Fria Telefone (85) 3278-1515 e-mail: edisca@edisca.org.br COSTUMES 103
O Vinil
CURIOSIDADES O disco mais raro e mais caro do Brasil foi Paêbirú, gravado por Lula Cortês e Zé Ramalho, em 1974, que já custou mais de 4 mil reais DIVULGAÇÃO
SHUTTERSTOCK/FERENC CEGLEDI
COMPORTAMENTO
VOLTA À MODA Por Ádria Araújo
Hoje, mesmo com as inúmeras e modernas formas de se escutar música, o disco de vinil e as velhas vitrolas voltaram à cena e já encorpam um substancial público de admiradores. Os fãs do bolachão justificam seu amor ao vinil por considerarem essa mídia de uma qualidade sonora ímpar, através da qual podem ser perfeitamente percebidos os instrumentos tocados em cada música. A Revista Costumes conversou com alguns desses admiradores, que contaram um pouco de suas histórias de amor pelos vinis. Uma delas é a de Pinheiro Bahia, proprietário do Bar do Vinil, que considera o LP um marco histórico que, hoje, está sendo retomado por pessoas que vivenciaram as décadas do seu auge, mas também a nova geração. “Eu sinto que as pessoas sentem a necessidade de uma boa música. Não é desprezando os novos estilos, mas eu sei que as pessoas gostam de ouvir o que passou. Os mais antigos querem resgatar, os jovens querem escutar e os mais novos que não conhecem e não nasceram nessa época, querem conhecer e entender o que é”, conta. 104 COSTUMES
Em 1902, o Brasil foi o primeiro país do mundo a produzir discos com faixas dos dois lados SHUTTERSTOCK/KLDY
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ambém chamado de disco de Bolachão, Long Play ou LP, o vinil surgiu em 1948 para reprodução musical através de um toca-discos, sendo substituído no final da década de 80 e início da década de 90, pelos Compact Disc ou CD`s. No Brasil, o LP começou a ser substituído em 1992.
45% das pessoas que compram vinis atualmente não possuem toca-discos Nos Estados Unidos e Europa nunca deixou de existir produção de vinil
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Bar do Vinil leva músicas de LP a todas as gerações Falar de vinil e não falar do Bar do Vinil, na Parangaba, é deixar de lado uma grande tradição. Com 20 anos de estrada, o bar foi fundado pelos proprietários Socorro - mais conhecida como Pequena - e Pinheiro Bahia, para mostrarem ao público que é possível juntar uma boa música do passado, com um drink especial e um tira-gosto apetitoso.
Frequentadora do Bar do Vinil, Cristiane Carvalho sempre escolhe os discos do Luiz Caldas para ouvir nas sextas e sábados
“Com o advento do CD, do MP3 e de outras mídias, o Bar do Vinil veio para resgatar o que ficou no passado, porque muitas pessoas sentem a necessidade de ouvir discos feitos em épocas atrás. E há muitos que nem têm esse conhecimento; os jovens de hoje não conhecem nem uma radiola, quando vêm, ficam entusiasmados com o braço, a agulha”, conta Pinheiro Bahia.
Quatro mil amores Com a música presente em sua casa, seja pelo hábito de cantar de sua mãe e tias, seja por escutar no rádio ou ainda pelo interesse por discos, o colecionador Calé Alencar relembra com emoção dos momentos em que se vestia para ir ao centro da cidade e apreciar aquele mundo musical. Depois de levar alguns LP’s para casa, ouvia-os por diversas vezes até aprender as canções. “A partir desta vivência, fui crescendo e convivendo com discos e com o hábito de guardá-los com muito cuidado, protegendo-os do
solo, para não empenarem e guardando-os nas capas, para não arranharem. Na adolescência, fui comprando os meus e não parei mais. Até hoje saio para garimpar nos sebos e adquirir discos de vinil”, conta. Em sua coleção existe uma média de quatro mil discos, muitos deles raros, como o compacto do Fagner com o Ney Matogrosso, o disco de Tom Jobim com Frank Sinatra, o primeiro disco do João Gilberto, o compacto censurado do Vandré, o disco do Festival de Música Aqui no Canto, primeiro vinil independente lançado no Ceará, a coleção de discos de bolso do Pasquim e o álbum duplo Massafei-
ra Livre. “Esse vem a ser o primeiro disco do qual participei como compositor e intérprete”, afirma. Calé dispõe de três toca-discos, usando geralmente um Marantz (amplificador) com agulha de cristal. Também possui em seu acervo discos compactos, duplos e simples, de muitos estilos e épocas diferentes, que vão da década de 1950 a 1990. Todos são “garimpagem” do seu interesse por algum artista ou estilo musical. “Tenho com eles uma relação de muito carinho, muito cuidado e zelo. Alguns lembram épocas, outros lembram situações que lembram canções, alguns lembram pessoas especiais”, completa.
O Bar do Vinil oferece ao público de todas as idades, uma variação de gênero bem considerável, com opções para todos os gostos, que vão do rock nacional e internacional ao brega, do pop à música baiana. Com mais de 10 mil vinis em seu acervo, Pinheiro tem um imenso amor por este mundo do disco na agulha. “Temos outros filhos, mas entre nós não tivemos nenhum, então os LPs são como nossos filhos, todos eles são demais para mim”, conta. O prazer de atender bem e trabalhar com o que ama se reflete na assiduidade dos seus clientes. Depois que conheceu o Bar do Vinil através de um amigo vizinho, a estudante de jornalismo Cristiane Carvalho passou a frequentá-lo. Apaixonada pelo disco do Luiz Caldas, Cristiane também dança, canta, ouve e curte as músicas mais pedidas do Olodum, do Timbalada, e de cantores como Sara Jane, Odair José, Diana, Solano, Raimundo Soldado, Alípio Martins, dentre outros.
Calé Alencar criou o hábito de colecionar discos a partir de sua vivência com a música desde a infância
DIVULGAÇÃO
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Colecionador Pinheiro Bahia transmite seu amor pelos vinis ao fundar com sua esposa o tradicional Bar do Vinil, na Parangaba
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SHUTTERSTOCK/TOMERTU
COMPORTAMENTO
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COMPORTAMENTO Djs Mrs e Evel arrasam nas pick-ups com vinis de repertórios diversificados
Vinis tocam nas pick-ups noite afora
Admiração pelo vinil faz vendedor ambulante ter sua própria loja no Centro
Famosas por arrasarem nas pick-ups, a publicitária Maira Sales (DJ Mrs) e a produtora Eveltana Freitas (Dj Evel) se juntaram para levar o clima das Tertúlias e Discotecas noite afora. Tudo começou quando Maira mostrou sua coleção de vinis a Evel, que ficou apaixonada pelas raridades. Mais tarde, ao conversarem com a proprietária do Plataforma Music Bar, Lia Pedrosa, as duas lançaram a proposta de realizar uma noite do vinil, chamada “Tertúlia” termo utilizado nas décadas de 70 e 80 para as festas dançantes que aconteciam em suas residências, com luz negra. Logo depois, levaram a mesma ideia ao Café Vitrola do Benfica, conquistando logo o interesse da proprietária, Adriele Buriti, que estava querendo um projeto parecido e fechou uma temporada às quintas-feiras.
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Nas décadas de 80 e 90, Maira já havia tocado com vinil e fita cassete em diversas festas de adolescentes em São Paulo, adquirindo mais experiência e cada vez mais se apaixonado por este ramo. “Eu colocava anúncio na revista, vendendo a ideia: ‘Faça uma discoteca na sua festa’ e chovia de telefonemas e contratações. Tinha fins de semana que tínhamos 4 festas no mesmo dia. Quando descobriam que eu tinha o último lançamento do Michael Jackson ou da Madonna, pediam para as mães fecharem conosco. Fiz discoteca para o João Paulo, filho da Regina Duarte, em Alfaville. Foi a cliente mais generosa que já trabalhei, e me tratou como uma rainha”, conta.
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Com o repertório bem diversificado, a dupla toca todos os gêneros: MPB, músicas de discotecas, rock e blues, nacionais e internacionais. “Temos repertório infantil, samba e música brega. Tocamos todos os estilos no vasto universo das décadas de 60 a 90”, comenta Eveltana.
Proprietário da Botija Discos, Leontino Eugênio traz a paixão pela música repassada por seus pais
Loja nascida por uma paixão musical vinda de família Antes de tornar comercial a sua loja, Botija Discos, há 26 anos, o proprietário Leontino Eugênio trabalhava como desenhista de móveis e tinha o hobby de colecionar vinis na garagem de sua casa. “As pessoas começaram a vir, compravam, vendiam e a loja foi crescendo. No começo eu vendia vinil, depois comecei a vender só CD. Depois, com a desvalorização do CD por conta da pirataria, gravações na internet, houve a chance de eu voltar a vender vinil; então, larguei meu emprego, ficando só com a loja”, conta. Seu elo com a música sempre foi muito forte por conta dos pais, que sempre tiveram relações com este universo. Além de seu pai ter muito vinil na época e sua mãe tocar bandolim, ele também tocou bateria por um tempo. “Toda a minha família toca algum instrumento e eu cresci com aquilo, era natural essa paixão. A loja foi uma paixão musical, cada disco lembra momentos da minha vida”, conta.
Na Botija Discos – que compra e vende LP - há gêneros como rock, jazz, MPB, chorinho, blues e rock progressivo. Dentre eles, Leontino ressalta os mais vendidos. “O rock clássico como Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, vendem muito, mas MPB também vende bem, como Chico Buarque, Caetano”. Os valores variam de R$ 2,00 os mais simples, aos mais caros de R$ 50,00 ou R$ 60,00. “Os discos mais marcantes que tenho são Sgt. Pepper’s, do Beatles, de 67,00; e The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, de 73,00. Os mais raros sempre vendo logo”, conta.
Trabalhando no segmento desde 1989, o empresário Cosme Silva, proprietário da Disco Mania, viveu toda sua vida dedicada a essa paixão pelo vinil, vendendo discos no sebo, na Guilherme Rocha e depois abrindo sua própria loja, na Galeria Pedro Jorge. “Eu era vendedor ambulante, trabalhava com meu irmão mais velho, e na época, onde eu guardava os vinis lá em caixas, estava ocupando muito espaço. Então eu aluguei uma sala aqui na galeria em cima e depois fiquei com esse espaço embaixo”, conta. Há alguns anos, Cosme possuía em sua loja em torno de 30 mil vinis, mas devido à introdução do CD, vendeu boa parte a um amigo, decidindo depois voltar a vendê-los novamente. “Devido à procura dos jovens, que não conheciam o vinil, eu voltei a vender. Eles estão descobrindo e se interessando cada vez mais”, relata. Dentre muitos gêneros vendidos – em torno de 100 por mês -, o preferido do público em geral, é o rock. “Beatles,
Elvis Presley, Pink Floyd são os mais procurados. Há também discos raros do Fagner – Canteiros por exemplo, – e de Roberto Carlos, lançados em 85, assim como discos a partir de R$ 1,00, ou eruditos, que não têm muito valor comercial, as pessoas compram mais para decoração”, complementa. Segundo Cosme, a sonorização do vinil é bem diferenciada, com particularidades que o CD não tem, por ter passado por processo digital. “Tem um disco que a gente escuta a batida do berimbau e quando foi gravado em CD não dava para ouvir essa batida”, finaliza.
SERVIÇO Bar do Vinil Tel.: (85)8938-2412 Botija Discos Tel.: (85) 3227-0990 / 8527-2292 Café Vitrola Tel.: (85) 3055-3397 Disco Mania Tel.: (85) 3221-4022 DJ’s Maíra e Evel Tel.: (85) 3063-0546 / 9937-2776 / 8888-5681
Cosme Silva, da loja Disco Mania, no Centro, vende discos a partir de R$ 1,00
Deste seu amor pelos vinis, Leontino conta que o manuseio é o mais difícil e requer muito cuidado. Quando compra o vinil, retira a capa, limpa a poeira ou até lava com água e sabão, e depois coloca um saco nas capas para mantê-los, um por um, semanalmente. “Apesar de ser mais trabalhoso, o som é bem melhor, vale a pena, para quem gosta de uma boa música”, finaliza.
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EU CONFIO
SAIBA DE ONDE VEM O SEU ALIMENTO ATRAVÉS DO
á pensou na possibilidade de estar comprando um alimento e através do QR Code saber onde ele foi plantado e cultivado, além de conhecer todo o caminho que ele percorreu até chegar ali, pronto para o seu consumo? Pois o seu desejo virou realidade. O Mercadinhos São Luiz acaba de implantar o programa “Eu Confio”. Nele a empresa PariPassu desenvolve um mecanismo de rastreabilidade nos produtos do horti frutti do Mercadinhos.
DAVI FARIAS
QR CODE J
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O programa funciona assim: cada caixa dos produtos traz uma etiqueta com código de rastreamento, em que os consumidores podem consultar pelo QR Code ou por este código no site do São Luiz -, informações sobre a história do produto e imagens de sua origem e distribuidor, e o caminho percorrido pelo mesmo até chegar às gôndolas do supermercado. “Todos os nossos fornecedores estão orientados sobre o programa para que todos os produtos sejam rastreados. Mensalmente, a PariPassu faz uma análise desses produtos para saber se eles estão adequados para consumo conforme a legislação”, afirma a Gerente de Qualidade Vancy Maia. O sistema permite ao consumidor visualizar, diretamente no ponto de venda, as imagens e a descrição do local de produção do alimento que ele está adquirindo e dos demais elos da cadeia por onde o produto passou. Os códigos de rastreamento podem ser consultados diretamente pelo site da PariPassu (www.paripassuaplicativos.com.br) ou com Tablets e Smartphones com leitura dos QR Codes. Com as informações disponíveis e 110 COSTUMES
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tendo como acompanhar tão precisamente a produção dos alimentos consumidos, os clientes podem ter mais confiança no que estão levando para casa. A interação entre supermercado e cliente traz benefícios para ambos os lados: tanto o São Luiz tem um maior controle da gestão e qualidade das fontes de origem que fornecem seus produtos, quanto o consumidor pode sentir-se mais seguro ao saber que o alimento que está adquirindo tem suas informações de procedência garantidas. O programa “Eu Confio” já está em funcionamento nas 10 lojas do Mercadinhos São Luiz e nas lojas de Juazeiro do Norte e Crato.
Conheça a Paripassu
A Paripassu é voltada para o desenvolvimento da cadeia produtiva de alimentos perecíveis, e desenvolve soluções que atendem a todos os elos desta cadeia, desde o produtor, passando pelos distribuidores, até chegar aos supermercados, permitindo a organização e o maior controle dessas atividades. O objetivo da PariPassu é trazer mais transparência nas relações existentes dentro da cadeia produtiva de alimentos e aproximar o consumidor do produtor no campo.
VALE VISITAR Por Izakeline Ribeiro Fuji Sushi Lounge
Quer experimentar sushis especiais e drinques exclusivos num ambiente sofisticado e com boa música? Então você já pode ir para o Fuji Sushi Lounge. Para comer sem medo de acabar, o combinado de sushis pode ser a melhor opção. A escolha mais certa é apostar no pedido Especial. São 40 peças distribuídas em porções exclusivas, criadas por sushimen da casa. Entre as bebidas, a caipirosca de morango com picolé de kiwi é um espetáculo e ainda há uma boa seleção de espumantes.
SERVIÇO
Gelateria Trevo
Poderia ser só mais uma gelateria de Fortaleza. No entanto, a Trevo tem conquistado os moradores da região sul de Fortaleza e de outros pontos da cidade. Oferecendo sorvetes preparados com bases italianas e processos que dão o status de gelato ao produto da casa, a gelateria está caindo no gosto do público com a Taça da Felicidade, que serve até quatro pessoas. A taça de vidro é decorada por fora com creme de avelã ou brigadeiro e confeitos. No interior, brownie e três sabores de sorvete são cobertos por chantilly e calda. O ambiente pequeno tem decoração inspirada nas tradicionais fazendas do interior do Estado, com um toque de sofisticação e requinte.
SERVIÇO Gelateria Trevo Av. Pedro Lazar, 732 - Cambeba Telefone: (85) 3241.0429 112 COSTUMES
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Fuji Sushi Lounge Rua Leonardo Mota, 774 Aldeota Telefone: (85) 3261.5067
IZAKELINE RIBEIRO
Jornalista de gastronomia, especialista em Marketing e editora do Sabores da Cidade, gosta de comer de tudo. As boas experiências ela compartilha no site, as ruins só conta pessoalmente. Também é colaboradora da revista nacional Prazeres da Mesa.
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BAIÃO CULTURAL Por Gigi Borges
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Poeta de todos nós. #soquenao ara muitos, ele não passa de um mendigo ou de alguém que há muito já perdeu a noção do que é a realidade. Já para outros, ele continuará sendo o poeta de todos nós. O poeta Mário Gomes, um andarilho do centro histórico de Fortaleza, é sim, patrimônio cultural de nossa cidade. Suas conversas ao vento, postura curvada e elegância desalinhada deixam os que não o conhecem, curiosos por saberem o que o levou à loucura (!?). Mas será loucura mesmo ou uma experiência assumida de sua própria poesia?
Quem nunca... Pulou muro para pegar fruta no quintal alheio? Pois é, quem morou em casa com quintal sabe bem do que estou falando. Apesar do quintal da minha casa ter vários tipos de árvores frutíferas, as da vizinha eram bem mais saborosas. Todo fim de tarde minhas primas iam brincar comigo e meu irmão em nossa casa. E vocês sabem, se não tiver traquinagem, não é brincadeira de criança. Nessas malinagens, é que herdei nos meus joelhos e canelas, várias cicatrizes das vezes que as puladas de muro não deram certo.
Mário Gomes nasceu em Fortaleza, em 23 de julho de 1947, é autor de oito livros e tem duas biografias editadas. Levantando a bandeira da liberdade, se descobriu poeta aos 18 anos e assumia como profissão a vagabundagem. E foi assim, de forma livre, que ele fez suas poesias, entre viagens e histórias de torturas em manicômios onde ficou internado. O álcool talvez tenha sido a maneira que o poeta encontrou de manter-se sóbrio diante dessas experiências reais. Aliás, realidade pra quê? Ela pode aprisionar ou inspirar os artistas. Não há caminho certo para a arte. Um das vertentes preferidas do nosso poeta maluco é o Surrealismo, que está muito presente em suas obras, como em “Metamorfose”: "Ontem, Ao meio-dia, Comi um prato de lagartas Passei a tarde defecando borboletas”. Esse homem, que representa nossa Fortaleza Poética, merece nosso Muito Obrigado por resignificar os nossos espaços. Viva Mário Gomes!
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As obras e Mário Gomes 5 Lamentos do Ego (1981) 5 Emoção poética (1983) 5 Resquícios de uma Paisagem da Vida (1988) 5 Devaneios e Lamentações (1991)
5 Aprendizes da Morte, em parceria com Márcio Catunda e Cristiane Marinho (1998) 5 Além do infinito (1998) 5 Terno de Poesia (1997)
Sem contar da raiva de minha mãe. Era ela mesmo que acompanhava tudo isso, e dizia: - “Ah é, caiu?! Quem mandou você se danar nos muros ‘alhêi’? Pois agora vai apanhar pra aprender”. E tome peia! E depois merthiolate na ferida. Era um horror aquela dor. Nenhuma criança que viveu isso esquece! Mas, juro por Deus, minha infância foi e continuará sendo a melhor fase que poderia viver.
Av. Santos Dumont, 1957 (Arquivo IBGE) - Uma das avenidas mais movimentadas hoje em dia, com o registro de 1957. Ela seria sede de vários empreendimentos de sucesso a partir da década de 70, como o Shopping Center Um e Lojas Camelo Magazine.
Lambe-lambe
Ieeei!
As lojas Camelo eram lojas de departamentos completíssimas e muito famosas, que vendiam desde perfumes a eletrodomésticos.
-“Mulher, bora ali no parque porque quero oferecer uma música pro Manelzim. Quero ver se dessa vez ele não me pede em namoro”. - “Ei Zilda, tu gostou do meu corte de cabelo? Pedi pra Maria cortar todo estaqueado.”
Cuma? - “Ei mulher, bora virar bunda canastra ali no açude?” Pois é, isso aí é o mesmo que dar salto ou cambalhotas no ar antes de cair n’água.
Tem coisa melhor não... Do que comer um alfinim depois do almoço. Hummm! Muito comum no interior do Ceará, a iguaria é derivada do mel da rapadura. Algumas crianças da ‘capitá’ conhecem como puxa-puxa.
GIGI BORGES Jornalista, Diretora da Gigi Borges Assessoria de Comunicação e, sobretudo, apaixonada por arte e cultura. Aquariana com ascendente em escorpião, tudo lhe parece encantador quando diz respeito ao outro e a descobertas.
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FOTOS DEMONTIER TENÓRIO
RETALHOS DO CARIRI Por Demontier Tenório
Quando for ao Cariri vá ao Balneário Termas do Caldas
O
lugar que já serviu de paragens para o descanso de Lampião e seu bando e também para os retiros espirituais do Padre Ibiapina, recebe, atualmente, quase 250 mil pessoas por ano. O Balneário Termas do Caldas ocupa uma área de 76.000m² no pé da Serra do Araripe, a uma distância de 12 quilômetros até o centro de Barbalha, município localizado no Sul do Ceará. Durante certas épocas, a temperatura chega a 10° madrugada adentro, um clima garantido pela vegetação da Floresta Nacional onde habita o pássaro Soldadinho do Araripe. Uma dádiva da natureza que, para alguns, constitui-se um pedacinho da Europa no Sertão do Ceará, com direi-
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to a muitas árvores, flores e jardins. Por lá, ainda está o Bebedouro de Lampião, onde o Rei do Cangaço costumava arrear os cavalos e pernoitar com seu bando após um bom banho. Há quase 60 anos já era um local preferido e admirado pelo Padre Ibiapina nas suas andanças. Os que tinham fé no sacerdote a ele recorriam, rogando-lhe curas. O conselho era unânime: tomar banho nas águas “cálidas” das fontes e grutas ou beber destas quando os fiéis passaram a dar testemunhos de curas de doenças, principalmente dermatológicas e intestinais. Logo surgiu a fama de serem águas medicinais abençoadas pelo Padre Ibiapina, ideia que ainda hoje persiste. Orientações parecidas eram dadas pelos médicos barbalhenses Pio Sampaio
e Leão Sampaio e muitos pacientes “desenganados” recolhiam água das fontes na madrugada para tomarem banho ou beber delas. Na Fonte do Bom Jesus, por exemplo, foi afixada uma placa na qual o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) aponta suas águas como as mais leves do Norte do País, classificadas como “minerais hipo-termais” e enquadradas em tipos de águas medicinais”. Recomenda até sua ingestão na própria fonte. Não demorou muito e o lugar ganhou uma capela, chamada Capela de Bom Jesus dos Aflitos, que se tornou o padroeiro do povoado.Hoje, o lugar é o Distrito do Caldas, com cerca de 3 mil habitantes. Suas fontes jorram 24 h por entre as pedras e o bosque oferece lugares de descanso
aos banhistas, sejam nas redes armadas entre árvores ou na própria grama. São Oitis, Frei Jorge, Canafista, Jambo, Ingá, Gito, Pitomba, Louro, Ipê, Podói, Murici Verdadeiro e muitas outras árvores garantem ao lugar um ar puro e saudável. Em março de 2015, o Balneário do Caldas completa 40 anos de sua inauguração. É uma empresa do tipo Sociedade Anônima, com 82% de ações do Município; 6,8% do Estado; 0,6% da EMBRATUR (Empresa Brasileira de Turismo) e o restante de 1.400 sócios. Em quatro décadas, teve um crescimento significativo e já conta com duas piscinas de adultos, três para crianças com parques aquáticos, duas fontes de banhos jorrando 24 h, três bicas, uma quadra de futsal, outra de vôlei de areia, dois campos de futebol Society, 28 equipamentos em dois parques infantis, estacionamento para 107 ônibus, pontos de apoio para piqueniques, lanchonetes e cinco restaurantes, cujos cardápios principais são o baião de dois com queijo ou pequi, farofa, peixe e galinha caipira. O complexo possui ainda o Hotel das Fontes com 30 apartamentos, 09 chalés e, no Distrito, muitas casas de veraneio, normalmente alugadas para temporadas e fins de semana. Além da festa do padroeiro no mês de agosto, com liturgias e shows artísticos, há outra tradição do lugar: o CarnaCaldas, com muitas atrações durante o carnaval. Toda essa estrutura tem a direção de João Bosco Sá Cavalcante, que fez do balneário praticamente sua casa, e há cinco anos garante a diversão dos banhistas a cada semana. Para ele, nada melhor que o cheiro agradável da vegetação nativa e exuberante em meio a uma temperatura amena, com o canto dos pássaros, o sopro do vento e o balanço das árvores numa sinfonia rejuvenescedora, garantindo tranquilidade. Como diz Bosco Sá, “tudo muito bem cuidado para a mais perfeita e harmoniosa integração entre a natureza e o homem nesse espaço bucólico de acolhimento generoso que surpreende os visitantes.”
Capela de Bom Jesus dos Aflitos, no Balneário Termas do Caldas, na Serra do Araripe
DEMONTIER TENÓRIO
Placas indicam locais a serem visitados no Balneário Termas do Caldas
Atual Diretor de Jornalismo e comentarista esportivo da Rádio Vale FM, Chefe de redação do site Miséria e Assessor de Imprensa da Secretaria de Turismo e Romarias de Juazeiro do Norte. Durante 10 anos foi repórter da sucursal do Diário do Nordeste no Cariri,após trabalhar como correspondente do jornal O POVO.
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A DERMATOLOGISTA CELINA ALBUQUERQUE EXPLICA OS MITOS E VERDADES SOBRE O QUERIDINHO DAS MULHERES QUE BUSCAM UM CUIDADO ESPECIAL PARA SUA PELE: O BEPANTOL
Q
ual mulher antenada nas novidades do universo da beleza nunca ouviu falar do poder de hidratação do Bepantol, da marca Bayer, seja na versão líquida ou em creme? Este produto eficaz e milagroso, queridinho da blogueira Julia Petit, da atriz Camila Rodrigues e da apresentadora Gloria Maria, conquistou mulheres de todas as idades, por seus diversos benefícios, inclusive pelo preço bem acessível.
“Na pele, se o objetivo é hidratar, a pomada é mais eficaz e funciona muito bem. Porém, se o objetivo é o de regeneração, assim como após a depilação, em queimaduras, ou para acalmá-la após barbear-se, pode-se usar o Bepantol solução, que seca mais rapidamente”, informa a dermatologista Drª Celina Albuquerque.
O QUERIDINHO DA VEZ!
mas não deve ser considerado com tanta eficácia se usado isoladamente. CABELOS Para ter os fios hidratados e macios, a dermatologista indica o Bepantol Solução para potencializar o efeito de condicionadores ou máscaras. “O correto é misturá-lo somente na hora de usar, porque se juntar o produto com shampoo, condicionador ou máscara, corre-se o risco de mudar sua composição original”, revela. Se desejar, o produto pode ser borrifado nos fios, funcionando como um leave-in.
Texto Ádria Araújo
Segundo o fabricante, o Bepantol é recomendado na prevenção e tratamento da dermatite de fraldas, fissuras de pele e mucosas, ferimentos leves e até escaras. O produto na versão pomada contém em sua fórmula a Lanolina - que serve como um bom hidratante, emoliente e oclusivo -, e o óleo de amêndoas, hidratante e oclusivo também, que ajudam a manter a hidratação natural da pele.
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MITOS E VERDADES DO BEPANTOL DAVI FARIAS
SHUTTERSTOCK/SUBBOTINA ANNA
BELEZA
A dermatologista Drª Celina Albuquerque
ACNES E OLHEIRAS Conforme a recomendação da Drª Celina, o Bepantol não deve ser utilizado como secativo de acne, podendo até piorar as lesões, pois a fórmula, por ser densa, pode contribuir na obstrução das glândulas sebáceas. Quanto à área das olheiras, o produto pode proporcionar um efeito de hidratação, mas é desaconselhado o seu uso por ser uma região mais sensível. DEPILAÇÃO Após a depilação, o Bepantol também funciona para diminuir a irritação da área que foi depilada – seja a laser, ou cera -, e consequentemente prevenir o seu escurecimento, porém não possui efeito clareador.
LÁBIOS Para a região dos lábios, o produto na versão pomada e, mais recentemente, o Regenerador Labial também têm a função de hidratante e tratam as fissuras labiais. “Podem ser utilizados ao longo do dia, quando necessário, e sempre à noite, ao deitar”, orienta Drª Celina. ESTRIAS Segundo a dermatologista, as estrias são formadas pelo estiramento da pele além de certo ponto, como “cicatrizes”. Para melhorar o aspecto de regiões que apresentam estrias, há no mercado diversas opções de cremes eficazes que hidratam a pele. O Bepantol pode auxiliar nos tratamentos contra cicatrizes, hidratando a área,
UNHAS Nas unhas, o Bepantol ajuda na hidratação, evitando o destacamento das pontas, porém sem comprovação de que cause um fortalecimento. “Pode-se embeber algodão em bepantol solução ou pomada e deixar por 3 a 5 minutos”, recomenda Drª Celina. CÍLIOS E SOBRANCELHAS Quanto aos cílios, a dermatologista desaconselha seu uso, a fim de evitar irritações nesta região. Já sobre o crescimento das sobrancelhas, Drª Celina conta que não há comprovação científica de que essa informação seja verdadeira.
SERVIÇO Centro de Cirurgia Plástica e Dermatologia Av. Santos Dumont, 5753, Papicu – Salas 903/904 - Torre Saúde Telefone: (85)3265-7040
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GÔNDOLA
FOTOS DAVI FARIAS
A SEU DISPOR
O jeito Mercadinhos de ser carinhoso
“Sempre tive muita vontade de trabalhar com pessoas. Eu era operadora, mas buscava aprender em outros setores. Então, esperei minha filha, Letícia, ficar maior e mais independente. Quando estava fazendo 17 anos que trabalhava no São Luiz, fui promovida para fiscal de frente de loja; aí sim, eu tive mais disponibilidade para desempenhar minha função, e me dedicar totalmente ao Mercadinho, como eu queria”, revela a funcionária. Diariamente, Lêda cumpre o seu papel de atender os clientes quando necessário, auxiliando os outros colaboradores. “Eu chego, cumprimento 120 COSTUMES
todo mundo e fico na frente da loja. Busco sempre fazer diferente, tento ser paciente, mesmo quando eles chegam irritados, cansados do trabalho, de engarrafamentos, tento ser o mais flexível para atendê-los da melhor forma possível e satisfazê-los”, conta. Para Lêda, é lisonjeiro trabalhar neste setor ou em qualquer outro do Mercadinhos São Luiz. Ela divide as horas do seu dia com a filha: pela manhã, dedica-se à Letícia e à tarde juntando com a noite, ao expediente no supermercado. “Acho que você não passa 20 anos em uma empresa só porque precisa trabalhar. Quando você fica nela, é porque gosta, é uma vida. Para mim é como se fosse minha família, faz parte de mim, significa tudo”, expressa com felicidade. Uma das clientes que se sentiu cativada pelo jeito carinhoso e simples de Lêda, foi a funcionária pública Telma Gomes, que diariamente faz suas compras na loja do Shopping Benfica. “A Lêda tem um jeitinho que agrada, muito simples; tanto ela quanto os outros funcionários daqui sempre me atendem muito bem; se eu procuro algum produto e não acho, eles pegam para mim e deixam no próprio caixa. Eu saio muito satisfeita com esse acolhimento de todos eles”, revela.
Linha de pães
Quer uma alimentação com mais benefícios? Experimente a linha LACFREE da Verde Campo. Produtos de baixa caloria com reduzido teor de sódio, feitos em processo semiartesanal com leite de qualidade. E o melhor: sem adição de açúcar e sem glúten.
A Schär oferece a linha mais completa e saborosa de pães sem glúten e sem lactose. Os produtos são desenvolvidos com ingredientes diferenciados, possuem alto teor de fibras e calorias controladas. Não contém conservantes artificiais e são embalados em câmara de atmosfera protetora, o que proporciona um longo prazo de validade, sem congelamento ou refrigeração. Nas versões Mini-Baguette, Ciabatta e pães de forma Blanco e Rústico (integral), são opções ideais para todos os dias, do café da manhã ao jantar.
FOTOS DIVULGAÇÃO
É
com seu jeito delicado e receptivo que a fiscal de frente de loja do Mercadinhos São Luiz do Shopping Benfica, Eleneide Rocha do Nascimento, mais conhecida como Lêda, atende seus clientes há 20 anos. Dentro do Mercadinhos ela começou trabalhando como operadora de caixa, na extinta loja do Montese. Em sua trajetória, já passou também pela loja da Praia de Iracema, pela da Oliveira Paiva, até ser transferida para a loja do Benfica, onde desempenha sua função atual.
Zero lactose
Telma G Merca omes, clien te dinhos São Lu dos iz
DAG – L’oreal Paris
s cliente e seus d n te a s a, 20 ano e Roch Eleneid a presteza há it u com m
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CHECK-OUT Por Nazareno Albuquerque
O ipê da torres câmara
A
caminho do trabalho, ocupado com o trânsito, a impaciência das ruas, o celular, o rádio com notícias que já sabemos quais são, dependendo da sintonia, passei durante meses indiferente a este Ipê. Assim como muitos da cidade: os ocupados, os insensíveis, os demolidores, os caçadores imobiliários, mais de olho no terreno em frente que no dourado das flores. Penitenciei-me diante da minhacegueira urbana. Ao não percebê-lo, fiquei me perguntando quantas outras belezas que Deus me coloca para amenizar os tormentos do co-tidiano urbano passam indiferente diante dos meus olhos. Paisagens desenhadas ora pelo homem, ora pela Natureza, vão ficando invisíveis pelo nosso caminho nessa cidade pouco afeita a jardins, parques, pássaros, fontes e obras de arte. Fortaleza acaba de perder centenas de quaresmeiras lilases e cor de rosa que florescem por inteiro na primavera. São Paulo tem aos milhares nas suas calçadas, e nelas abrigam-se os sabiás e pintassilgos dando vida a aridez paulistana. As nossas foram degoladas sumariamente para dar mais conforto ao meu carro que, penhoradamente agradece ao engenheiro de trânsito, enquanto minha sensibilidade boba amaldiçoa e lamenta. Foi em um domingo, do último setembro, que o descobri, numa calçada apertada e imprópria para pedestres da rua Torres Câmara. Não era um sinal amarelo disposto a interromper por instantes meu passeio dominical. Estava carregado de um amarelo dourado incrível, com galhos atravessados na rua a saudar motoristas e poucos
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pedestres que, como eu, se comovem com estas “besteiras”. As flores do Ipê como que sorriam para mim, e fiquei ali parado durante alguns minutos a contemplá-lo, pois afinal era domingo. Um domingo com a beleza florida de uma encosta de serra, de mata sobrevivente. Certamente um dia urbano com jeito de roça molhada ou talvez uma imagem do que chamamos paraíso. Estamos agendados, eu e o Ipê, para um novo encontro na próxima primavera. Segui confiante em revê-lo, lindo, florido e sobrevivente de mais um “arrojado” projeto imobiliário ou de um binário.
NAZARENO ALBUQUERQUE
Jornalista, integra o Núcleo de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO, comentarista de Economia da AM do Povo/CBN e consultor de planejamento mercadológico da NA Comunicação, além de ser o Diretor Responsável pela Revista Costumes