Olimpíadas | A história completa dos jogos de 1896 a 2014

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OLIMPÍADAS A HISTÓRIA COMPLETA DOS JOGOS DE 1896 A 2014

ORLANDO DUARTE





ORLANDO DUARTE

OLIMPÍADAS A HISTÓRIA COMPLETA DOS JOGOS DE 1896 A 2014


PatrocĂ­nio


Apresentação As Olimpíadas são, por excelência, o maior evento mundial e agregador do multiculturalismo. O Brasil e a cidade do Rio de Janeiro terão a missão de, em 2016, acolher aquela que, esperamos, será a maior competição de todos os tempos. E o Grupo NotreDame Intermédica tem a honra de participar através do patrocínio desta obra de inegável interesse histórico, esportivo e cultural. Nossos atletas brasileiros têm demonstrado cada vez mais capacidade e foco em obter maiores resultados, direcionando as atenções para uma diversidade cada vez maior de esportes. Isso aumenta a confiança de milhares de jovens que, por este Brasil tão imenso, dedicam-se para ultrapassar seus próprios limites e se tornarem vencedores, seja superando os desafios diretamente relacionados ao esporte ou a qualquer outro aspecto presente em suas vidas, inspirando, além de familiares e amigos, toda a população. Orientado pela missão de tornar as pessoas felizes e saudáveis através da prestação de serviços de saúde comprometidos com a excelência, o Grupo NotreDame Intermédica desenvolve de forma pioneira, desde 1982, programas de gestão integral e de prevenção de doenças e promoção da saúde. Nesse sentido, contribui orgulhosamente para a criação e a consolidação de uma cultura de saúde diferenciada e condição decisiva em todo e qualquer esforço competitivo brasileiro no cenário esportivo mundial. Acreditamos que o Brasil tem no esporte a inspiração para um futuro melhor, aliando qualidade de vida e uma postura saudável perante a vida. Desta forma, apresentamos esta obra que, certamente, o deixará encantado com as suas várias curiosidades.

Grupo NotreDame Intermédica


Detalhe de estátua da Antiguidade Clássica, representando o lançamento do disco

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Sumário

Dedicatória ......................................................................9 Os Jogos Olímpicos na primeira pessoa .............................11 Como tudo começou ........................................................13 Coubertin e as Olimpíadas da Modernidade....................15 Gente do Esporte para dirigir o esporte -

Presidentes do COI e do COB .........................................17 Tribunal de Arbitragem do Esporte.................................20 Símbolos Olímpicos.........................................................20 Amadorismo e profissionalismo nos Jogos .........................25 Igualdade de direitos no esporte .......................................26 A luta contra o doping ....................................................30 Boicotes aos Jogos Olímpicos ............................................32 Brasil no palco mundial dos esportes ................................34 Futebol Olímpico ............................................................37 Olímpiadas de Verão, Inverno e Paralímpicos ..................39 Jogos Olímpicos ..............................................................42 Brasil Olímpico - Rio de Janeiro 2016 ..........................194 Potências Olímpicas......................................................197 As medalhas brasileiras .................................................204 Ficha técnica ................................................................217



Dedicatória Dedicado a Adhemar Ferreira da Silva, primeiro bicampeão olímpico brasileiro e recordista nacional.

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Os Jogos Olímpicos na primeira pessoa Mesmo tendo estado presente em 10 edições das Olimpíadas não posso afirmar que vi inteiramente a competição. São muitas provas simultâneas e, enquanto jornalista, tive que fazer uma seleção para a cobertura que estava realizando. Inevitáveis foram os eventos de abertura e de encerramento dos certames, onde testemunhei a grandiosidade da festa e da celebração do espírito olímpico! Desde 1968 sempre me animei em acompanhar pessoalmente a participação dos muitos brasileiros e brasileiras que honraram nossa bandeira em diferentes modalidades: atletismo, basquetebol, voleibol, natação, judô, boxe, hipismo, ginástica, futebol, entre outras. Por outro lado não tive oportunidade de ver luta olímpica, remo, iatismo, levantamento de peso, tiro, ciclismo, saltos ornamentais, nado sincronizado e outras modalidades esportivas. Mesmo assim emocionei-me com momentos maravilhosos de Oscar fazendo muitas cestas e o “dream team” dando show pelos Estados Unidos. Minha alegria pelos resultados do Aurélio Miguel, no judô, foi imensa, tal como Rogério Sampaio foi inesquecível. Lembro perfeitamente a vitória de Joaquim Cruz, no Coliseum de Los Angeles, e a primeira conquista do voleibol masculino em Barcelona, nessa que foi a primeira medalha do Brasil em um esporte coletivo nos Jogos Olímpicos. Foram muitas as emoções que vivi e que testemunhei nas minhas coberturas. Ao longo destes anos não foi só a competição que foi crescendo: a tecnologia também evoluiu bastante e, hoje, as televisões fazem transmissões incríveis que são acompanhadas numa escala mundial, num dos eventos mais televisionados. E nem sempre tudo é puramente esporte! Exemplo disso foi, em Moscou, a questão do boicote que gerou vários problemas, resolvidos no estilo brasileiro do “jeitinho”. Num outro plano, foi muito duro, lamentável e inesquecível, em Munique, ver aqueles terroristas do Setembro Negro matarem os atletas de Israel. Os Jogos Olímpicos são baseados na fraternidade, internacionalismo, igualdade de valores humanitários e são a cara de uma cultura de paz e de convivência saudável entre povos. Este evento movimenta milhões de pessoas em todo o mundo através da mídia e tem que ser exemplar! Por isso foi maravilhoso ver a Alemanha sob uma só bandeira, tal como a Coréia, que desfilaram na Abertura numa única comitiva. É isso que queremos: sem racismo, sem regimes que querem fazer propaganda do êxito dos seus atletas! Os Jogos têm reunido governantes, gente dos diversos regimes políticos, jovens dedicados a bem representar o seu país! O que pretendo com este livro é destacar fatos importantes das Olimpíadas e que contribuiram para a mudança social no mundo, como as mulheres terem conquistado a sua merecida posição, os negros serem integrados e respeitados, os esportistas com necessidades especiais conquistarem uma competição própria e a questão do doping, uma mancha na história do esporte. Aqui conto a História Olímpica e celebro a sua existência porque acredito em seus valores. Deixo o convite para que me acompanhe nesta narrativa!

Orlando Duarte

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Detalhe de um vaso de cerâmica grego da Antiguidade Clássica onde foram retratados atletas olímpicos

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Como tudo começou Em 2016, o Rio de Janeiro irá acolher a 28ª edição dos Jogos Olímpicos da era Moderna, mas remontam a 2500 a.C., os primeiros relatos de eventos semelhantes. Foi precisamente na Grécia Antiga que nasceram os Jogos Olímpicos, como forma de homenagearem seus deuses, mais concretamente Zeus, pai do Olimpo. Mas é em 776 a.C. que temos o primeiro formato organizado e mais similar à competicão atual. Os Jogos Olímpicos da Antiguidade representaram uma solenidade que não teve, nem tem paralelo no mundo! Atletas de diferentes cidades-estado gregas reuniam-se na cidade de Olímpia, que passou a ser o centro das atenções do mundo clássico, e disputavam diversas modalidades esportivas como corrida, luta, boxe, corrida de cavalos e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, lançamento de dardo e de disco). Os vencedores ganhavam a conhecida coroa de louros e eram recebidos em suas cidades como verdadeiros heróis. As Olimpíadas tornaram-se tão importantes na cultura helênica, que tanto valorizava a “mens sana in corpore sano” (mente sã em corpo são), que foi estabelecida a “trégua sagrada” por ocasião das competições. Numa época em que muitas das cidades-estado eram inimigas e constantemente brigavam por poder, esta trégua demonstra bem o caráter pertinente desta competição. Durante um mês toda a atividade guerreira era suspensa, nenhuma arma podia entrar na cidade, os atletas recebiam salvos-condutos para poderem participar nos Jogos e, de repente, Olímpia tornou-se a cidade aonde todos queriam ir. Era um ritual visitar o local, as construções ricas foram surgindo, embelezadas por esculturas maravilhosas, a cidade floresceu e, ainda hoje, é daí que sai a chama olímpica para os Jogos da Modernidade. Convém lembrar que não eram unicamente os esportes a serem celebrados: as Olimpíadas eram um evento extremamente religioso, filosófico e cultural onde eram aceites todos os cidadãos do mundo helênico (convém lembrar que mulheres, escravos e bárbaros não tinham a categoria de cidadãos, então sua presença era interditada). Porém o período áureo durou apenas durante o séc. V a.C., vários eventos ocorreram colocando em risco a continuidade do evento quadrianual, inclusive entre 80 e 78 a.C., Olímpia deixou de ser a sede, passando a competição para Roma, que na época dominava militarmente grande parte da Europa. Mas o desfecho final foi em 392 d.C., altura em que os Jogos Olímpicos e todas as manifestações religiosas politeístas foram proibidas pelo Imperador Romano Teodósio I, que se convertera ao cristianismo. Seguiu-se a Idade Média e o obscurantismo intelectual acabou por sepultar esta que era a maior celebração de fraternidade do mundo clássico. Foram necessários 1500 anos para que se fizesse justiça ao espírito olímpico e este ressurgisse e se reinventasse!

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Retrato de Pierre Coubertin, o fundador das Olimpíadas da Modernidade

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Coubertin e as olimpíadas da modernidade Chegados que estamos a um mundo novo, pós-revolução industrial, com novos paradigmas culturais com muita agitação política na Europa, encontramos um personagem maravilhoso que fez questão de trazer de volta os Jogos Olímpicos: o Barão Pierre Coubertin. Nascido a 1º de Janeiro de 1863, em Paris, Coubertin é filho do pintor Charles Louis de Freddy e herdeiro de uma fortuna gigantesca, pedagogo e historiador, cedo se apaixonou pela ideia de reavivar os Jogos Olímpicos, pois a grande emoção da época era o levantamento arqueológico da cidade de Olímpia, que guardava esse pedaço adormecido da história da Antiguidade. “O importante na vida não é o triunfo mas o combate, a luta. Não é preciso ser vencedor se a luta foi justa e desportiva”, afirmava Coubertin em Londres, em 1908, quase que resumindo o seu próprio trajeto para conseguir realizar aquilo a que se tinha proposto: fazer acontecer os Jogos Olímpicos da Modernidade e que foi uma tarefa quase hercúlea! Desde cedo interessado em esportes, Coubertin praticou várias modalidades como equitação, remo, esgrima, tênis e natação. Esta paixão levou-o a realizar uma viagem a Inglaterra, em 1883, e ao visitar alguns colégios ficou fascinado com a forma como os esportes tinham destaque no sistema educacional. Regressado a França propôs-se a implementar o mesmo modelo, numa caminhada difícil, mas que gerou frutos: em 1891 o Barão assumiu a direção da União das Sociedades Francesas de Esportes Atléticos (US-FSA) e, um ano mais tarde, anunciava na prestigiada Universidade Sorbonne: “eu desejo que o renascimento do atletismo no mundo tenha por conclusão necessária o restabelecimento dos Jogos Olímpicos”. E foi dessa forma que a 16 de junho de 1894 foi inaugurado o Congresso para o Restabelecimento dos Jogos Olímpicos, no qual os dois mil representantes de 12 países votaram unanimemente na data e no local: Atenas, 1896. Estava dado o tiro de partida para a realização dos primeiros Jogos Olímpicos da Modernidade. Seguiu-se a tramitação de criação de uma entidade que organizasse todo o evento, foi dessa forma que nasceu o COI – Comitê Olímpico Internacional, formado por 14 membros e que teve como primeiro presidente o grego Dimitrios Bikelas, delegado da Sociedade Pan -Helênica de Ginástica. Pierre de Coubertin assumiu a secretaria-geral. Mas nem tudo foi fácil, principalmente o financiamento do evento, pois a necessidade de obras em Atenas eram incomportáveis para os cofres gregos e foi através de mecenas privados, como o banqueiro George Averoff, venda de selos comemorativos e subscrição pública que foi possível arrecadar verbas para a realização das Olimpíadas. Questionado sobre sua motivação, Coubertin respondia assim: “porque eu restabeleci os Jogos Olímpicos? Para enobrecer e fortalecer os esportes. Assegurar independência e firmeza para conseguir assim a força educativa das competições no mundo moderno”. Podemos afirmar que conseguiu que seus objetivos se realizassem, pois os Jogos Olímpicos são a maior festa planetária e promovem valores humanos essenciais, mas isso não impediu que Coubertin morresse, em 1937, na cidade de Lausanne, Suiça, praticamente falido. Como homenagem, e a seu pedido, seu coração foi retirado e transportado para Olímpia, onde foi enterrado sob uma estátua edificada em sua homenagem.

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Histórica fotografia do I Comitê Olímpico Internacional. Da esquerda para a direita, em pé: Gebhardt, Guth-Jarkovsky, Kemeny, Balck; sentados: Coubertin, Vikelas e Butovsky

Retrato do Visconde do Rio Branco, primeiro representante brasileiro do COI

Jacques Rogge, presidente do COI, cumprimenta o ex-presidente da FIFA João Havelange, na 122ª reunião do COI, em Vancouver, Canadá, em 2010

Discurso de Thomas Bach ao ser anunciado como o 9º presidente do COI, em Setembro de 2013, na Argentina.

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Gente do esporte para dirigir o esporte presidentes do COI e do COB COI – Comitê Olímpico Internacional Fundado pelo francês Pierre de Coubertin a 23 de Junho de 1894, por ocasião do Congresso Internacional de Paris, na Sorbonne, como vimos no início deste livro, o COI é uma organização não-governamental e que tem a responsabilidade de organizar os Jogos Olímpicos e promover a sua realização a cada quatro anos. Atualmente o financiamento desta estrutura é obtido através de publicidade e comercialização de artigos comemorativos dos Jogos, bem como da venda dos direitos de transmissão do evento. A responsabilidade do COI é a de administrar e legislar sobre os Jogos, bem como gerir as marcas registradas e direitos autorais, entre outras propriedades relacionadas com as Olimpíadas, como a Bandeira, o Lema e Hino Olímpicos. O COI também tem a responsabilidade de decidir onde se realizarão os Jogos Olímpicos. Para tal as cidades interessadas deverão entregar uma candidatura aos Comitês Olímpicos Nacionais e, após esta primeira decisão, a proposta segue para o COI, que tem a palavra final, através de uma votação dos delegados representantes dos países membros. Desde a sua fundação, o COI tem uma responsabilidade muito grande e que move, cada vez mais, diferentes interesses para os países que pretendem sedear a competição, devido ao elevado potencial econômico agregado à realização de um evento com a magnitude atual. Assim, a escolha do presidente do COI é repleta de simbolismo. Apesar do empenho de Coubertin, o barão não foi o primeiro presidente do COI. Na época (1894) foi decidido que o presidente seria sempre o representante do país que iria promover as próximas olimpíadas. No caso a Grécia acolheria, em 1896, a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Modernidade, então tomou posse, como primeiro presidente, Dimítrios Vikélas, que cumpriu dois anos de mandato. Nos 29 anos seguintes a regra foi modificada e o Barão de Coubertin assumiu os rumos do COI. De acordo com a Carta Olímpica, que rege estatutariamente o COI, o presidente é eleito por escrutínio secreto por um período de 8 anos, podendo renovar o seu mandato só uma vez e por um máximo de 4 anos. Todos os membros do COI têm que se retirar ao completarem 81 anos de idade.

Ficaram para a história mundial os seguintes nomes: 1894 – 1896 1896 – 1925 1925 – 1942 1942 – 1952 1952 – 1972 1972 – 1980 1980 – 2001 2001 – 2013 2013 –

Dimítrios Vikélas (grego) Pierre de Coubertin (francês) Henri de Baillet-Latour (belga) Sigfrid Edström (sueco) Avery Brundage (norte-americano) Lord Killanin (irlandês) Juan Antonio Samaranch (espanhol) Jacques Rogge (belga) Thomas Bach (alemão)

COB – Comitê Olímpico Brasileiro Em 1913 Coubertin convida o então embaixador do Brasil em Berna, Raul Paranhos do Rio Branco, para integrar o COI. Este convite reconhecia o potencial esportivo brasileiro e dava o pontapé de saída para a participação do Brasil no Movimento Olímpico Internacional.

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Após uma intensa campanha pública, era fundado o Comitê Olímpico Nacional (CON) a 8 de Junho de 1914, na sede da Federação Brasileira das Sociedades de Remo e por iniciativa da Liga Metropolitana de Sports Atléticos. Nessa mesma ocasião nasceu também a Federação Brasileira de Sports (FBS), que dois anos depois foi rebatizada de Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Caberia ao CON organizar a participação dos esportistas brasileiros nas edições dos Jogos Olímpicos. Vale lembrar, porém, que naquela época o COI não tinha a exigência de que cada país tivesse o seu Comitê para que os atletas fossem autorizados a participar nas competições. O Brasil foi um dos pioneiros a criar este tipo de estrutura, o que acelerou o movimento de organização em torno do esporte no país. Porém estava lançada a confusão entre o CON e a CBD, tendo este último assumido maior protagonismo. Contudo a Grande Guerra (1914 – 1918) acabou por interromper todas as movimentações do CON e inclusive do COI. Uma sucessão de eventos, que incluía a indefinição administrativa entre CON e CBD, levou à reestruturação do CON, o que acabou por suceder apenas em 1935, por iniciativa dos ministros Raul Paranhos do Rio Branco, Arnaldo Guinle e José Ferreira Santos. Este momento é marcado pela institucionalização das entidades esportivas e a consequente disputa pela representação das modalidades, o que acaba sendo sanado e as entidades (COB e CBD) chegam a acordo, permitindo a participação de 94 atletas nos Jogos Olímpicos de 1936, inscritos pelo COB, tornando-se esta a representante oficial do país junto do COI, aos Comitês Olímpicos Nacionais e às Federações Internacionais Esportivas.

Desde a sua fundação, sete pessoas, entre elas esportistas consagrados e medalhados, presidiram aos destinos do COB: 1914 – 1924 1924 – 1947 1947 – 1950 1950 – 1963 1963 – 1990 1990 – 1995 1995 -

Fernando Meira de Almeida Antonio Prado Jr. Arnaldo Guinle José Ferreira dos Santos Sylvio de Magalhães Padilha André Gustavo Richer Carlos Arthur Nuzman

Gerindo o esporte: os esportistas O COI – Comitê Olímpico Internacional adota, há já algum tempo, uma política com a qual estamos de acordo: gente que participou na vida olímpica integra os seus quadros administrativos. Os comitês nacionais também não fogem a essa regra. Para ilustrar esta afirmação gostaria de listar alguns nomes que fizeram história na gestão olímpica:

Yuri Titov

Ginasta russo, com 9 medalhas olímpicas, foi durante 20 anos Presidente da Federação Internacional de Ginástica e ajudou a inserir a ginástica rítmica no calendário olímpico.

Anton Geesink

O único judoca não japonês portador do décimo Dan até à data de seu falecimento, holandês, fez parte do COI.

Vera Cáslavská

Esta ginasta tcheca, com 22 títulos mundiais e o feito inédito de conquistar medalhas de ouro em todos os eventos olímpicos individuais (individual geral, solo, trave, barras assimétricas e salto), após a queda do comunismo foi finalmente reconhecida na sua luta em prol da liberdade e eleita presidente do Comitê Olímpico Checo e tornou-se membro do COI.

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Pál Schmitt

Esgrimista exímio e com 2 medalhas de ouro, Pál Schmitt foi chefe de protocolo do COI e chegou a Presidente da Hungria em 2010, depois de ter passado pelo Parlamento Europeu.

Valeriy Borzov

O ucraniano e corredor medalhado (sob a bandeira da ex-União Soviética), tornou-se Presidente da Federação Ucraniana de Atletismo após a independência de seu país, em 1991, bem como do Comitê Olímpico Ucraniano e membro do COI. Foi ministro para a Juventude e Esporte do seu país.

Thomas Bach

O alemão e esgrimista é atualmente presidente do COI e fez parte do Comitê Olímpico Alemão.

João Havelange

O brasileiro, nadador e jogador de pólo olímpico, destacou-se como presidente da FIFA e foi membro do COI entre 1963 e 2011.

Princesa Margarida

Com largos anos de experiência em hipismo internacional, a irmã da rainha de Inglaterra, foi presidente da Federação Equestre de seu país por 8 anos.

Alberto II do Mônaco

Destacou-se em diversas modalidades esportivas e apoiou sempre as equipes do Mônaco participantes nos Jogos Olímpicos de Inverno, desde 1985 que é membro do COI.

Sylvio de Magalhães Padilha

Apesar de ter abandonado as competições em 1948, este corredor brasileiro teve uma participação indiscutível na vida do esporte do país. Foi presidente do COB e vice-presidente do COI. Recebeu várias condecorações, entre elas o título de “Presidente de Honra do Comitê Olímpico Brasileiro”.

Sergei Bubka

Ucraniano e medalhista de salto de vara, que teve uma carreira esportiva maravilhosa, foi Presidente do Comitê Olímpico Ucraniano e membro do COI. Em 2013 candidatou-se à presidência do COI, tendo sido derrotado por Thomas Bach.

Carlos Arthur Nuzman

Jogador de vôlei brasileiro, presidou à Confederação Brasileira de Voleibol e é, atualmente, presidente do COB.

André Gustavo Richer

Veterano do remo, o brasileiro assumiu a presidência do COB e foi membro do COI.

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Tribunal de Arbitragem do Esporte O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) é um órgão independente, criado em 1984 para julgar questões dos esportes e regular disputas entre partes que não estejam no mesmo país, como atletas, clubes, federações esportivas, comitês olímpicos e o COI. A sua sede é em Lousanne (Suiça), com representações em Sidney e Nova Iorque, bem como se faz representar nas cidades que acolhem os Jogos Olímpicos. Aquando da sua fundação, pelo então presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, era um departamento do COI, porém (em 1994) a Suprema Corte da Suiça recebeu uma queixa contra a TAS, questionando a imparcialidade desta em relação a assuntos do COI. A Corte então estabeleceu que a TAS era um tribunal com poderes legítimos, porém recomendou que se tornasse mais independente do COI, originando a separação dos dois órgãos. Mais de 300 casos são julgados por ano, sendo que os casos de doping são em maior número, embora as questões com jogadores de futebol não estejam muito atrás. Reconhecida por 125 países que assinaram a Convenção Internacional de Arbitragem, suas decisões são finais, mas em casos excepcionais da violação de procedimentos jurídicos, cabe recurso ao ITAS – Tribunal Internacional do Esporte, o qual salvaguarda a independência do TAS e os direitos das partes.

Símbolos olímpicos Os ideiais olímpicos encontram sua representação máxima em diversos símbolos que atualmente são facilmente reconhecíveis: a bandeira, a chama, o juramento e o hino olímpico. A expressão latina “citius, altius, fortius” (“o mais rápido, o mais alto, o mais forte”) serve de lema ao ideal olímpico.

A Bandeira Os cinco aros, nas cores azul, amarela, preta, verde e vermelha, interligados sobre um fundo branco representam a união dos cinco continentes habitados e as cores comuns às bandeiras dos países participantes. Tradicionalmente a bandeira olímpica é passada pelo prefeito da cidade sede atual, para o prefeito da cidade que acolherá a próxima competição, durante a cerimónia de encerramento. Mas existem algumas curiosidades nesta tradição que vale a pena recordar. A primeira bandeira foi apresentada pelo COI nos Jogos Olímpicos de 1920 na Antuérpia (Bélgica), contudo, no final dos Jogos, a bandeira não foi encontrada e uma nova teve que ser produzida para a Olimpíada seguinte. Só em 1997 é que o misterioso desaparecimento foi esclarecido: o norte-americano Hal Haig Prieste, bronze nos saltos ornamentais de 1920, confessou ter subido no mastro onde a bandeira estava hasteada e a levado como recordação. Em 2000, numa cerimômia especial realizada em Sydney, a bandeira de Antuérpia, como ficou conhecida, foi devolvida ao COI e está hoje exposta no Museu Olímpico de Lausanne (Suiça).

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Cerimônia de entrega da Bandeira Olímpica à cidade de Barcelona, com a Infanta Elena içando a bandeira

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Yoshinori Sakai, sobrevivente de Hiroshima e portador da tocha olímpica, faz a subida emocionante para a pira olímpica, na abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964

Seguiram-se os Jogos de 1924, em Paris, agora com uma nova bandeira que continuou a ser utilizada até aos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. Paralelamente com esta bandeira de Paris, foi apresentada a bandeira de Oslo, que foi entregue ao COI pelo prefeito da cidade norueguesa durante os Jogos de Inverno de 1952. Esta bandeira começou a ser passada para a próxima cidade sede dos Jogos Olímpicos de Inverno. A atual bandeira olímpica foi apresentada nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, levando com ela o nome da cidade. Desde então a tradição de passagem permanece.

A Chama Um dos símbolos mais intensos e antigos da competição é a Chama Olímpica, que diretamente evoca a lenda de Prometeu, que roubou o fogo de Zeus para o entregar aos mortais. Durante a celebração dos Jogos na Antiguidade Clássica, em Olímpia, era mantido um fogo que ardia enquanto durassem as competições e que celebrava a conquista de Prometeu. Essa chama foi reproduzida pelos Jogos Olímpicos da Modernidade na competição de 1924 (Amsterdã) e fez a ponte entre o passado e a atualidade. Mas foi nos Jogos de 1936, em Berlim, que a chama passou a ser acesa em Olímpia, na Grécia, no templo de Zeus, onde os jogos da Antiguidade eram celebrados. Como forma de promover a ideologia nazista, Carl Diem planejou a cerimónia do transporte da Chama Olímpica desde Olímpia até ao estádio onde se realizavam os Jogos de Berlim. Foram necessários 3.000 atletas para cumprir este percurso e foi o corredor Fritz Schilgen que acendeu a chama no estádio no dia 1º de Agosto. A partir daí este evento passou a fazer parte do ritual dos Jogos Olímpicos, porém sofreu adaptações em algumas edições por questões geográficas: viajou de barco em 1948 (atravessando o Canal da Mancha),

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Juramento Olímpico, protagonizado por Georges Andre a 4 de Maio de 1924, em Paris

voou em 1952 para chegar a Helsique e, em 1976, a tecnologia fez um verdadeiro show, pois o fogo foi transformado em um impulso elétrico, via satélite, indo de Atenas até ao Canadá. Ao longo das edições foram utilizados cavalos, camelos, pirogas e até o Concorde, famoso avião supersônico, até que em 2000 a tocha foi transportada debaixo de água por mergulhadores na Grande Barreira de Coral. Também o ritual de acendimento da Pira Olímpica, nas cerimónias de abertura dos Jogos Olímpicos, tornou-se num evento dentro do próprio evento! Um dos mais emblemáticos e comoventes foi em 1964, quando o jovem Yohimori Sakai acendeu a pira, ele que nascera no dia 6 de agosto de 1944, precisamente na hora em que a bomba atômica atingiu Hiroshima, representando nesse ato o renascimento do Japão. Em todos os momentos, a chegada da chama à Cerimonia de Abertura dos Jogos Olímpicos é um momento único e altamente carregado de simbolismo. Aquela chama leva consigo a história de todos os atletas que participaram nas competições, desde a Antiguidade Clássica, e representa a vitória dos homens sobre os deuses.

O Juramento Olímpico Em nome de todos os competidores, prometo que participaremos nestes Jogos Olímpicos, respeitando e seguindo as regras que os regem, comprometendo-nos a um desporto sem doping e sem drogas, com o espírito verdadeiro do desportivismo, para glória do desporto e honra das nossas equipes. São estas as palavras atuais ditas desde 1920, tendo sido escritas por Coubertin e vocalizadas, pela primeira vez, pelo atleta belga Victor Boin. O texto inicial mantinha o espírito do atual, porém alguns termos foram adicionados ao longos dos anos, como a palavra doping denuncia. Esta é uma promessa solene feita por um atleta do país anfitrião e que representa todos os atletas participantes. O texto deverá ser dito segurando a Bandeira Olímpica e sempre na Cerimônia de Abertura.

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Em Sapporo, em 1972 foi pronunciado por Fumio Asaki o primeiro juramento realizado por um árbitro e que, atualmente, tem o atual texto: Em nome de todos os juízes e oficiais, eu prometo que iremos arbitrar nestes Jogos Olímpicos com completa imparcialidade, respeitando as regras que os regulam, no verdadeiro espírito esportivo.

O Hino Olimpíco Cantata em coral composta em 1896 pelo grego Spyridon Samaras e com letra do poeta romano Kostís Palamásem, o Hino Olímpico foi adotado pelo COI em 1958 e executado na Cerimónia de Abertura de cada edição, enquanto a bandeira é hasteada, bem como na Cerimónia de Encerramento, quando a bandeira é arreada. Originalmente cantado em grego, ao longo da história o Hino acabou sendo traduzido para o idioma do país anfitrião, com exceção para as edições de 2000, 2008 e 2012 (Sydney, Pequim e Londres, respetivamente) em que voltou à língua original. Ainda não se sabe como será na edição de 2016, onde o idioma é a língua portuguesa, mas vale deixar registradas as palavras com compõem o Hino em nosso idioma:

Ó arcaico espírito imortal, imaculado pai da beleza, da grandeza e da veracidade, desça, se faça presente e faça brilhar aqui e mais além, na Glória de sua Terra e Céu. Na corrida, na luta e no arremesso, faça brilhar o ímpeto das nobres competições, modelando com aço e dignidade o corpo, coroando-o com a imperecível rama do louro. Campos, montanhas e mares se vão contigo tal como um alvi-rubro magno templo, para o qual se conduz aqui como seu peregrino, ó! Arcaico espírito imortal, cada nação.

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Amadorismo e profissionalismo nos jogos Em 1912 o índio americano Jim Thorpe foi vencedor de duas medalhas de ouro, porém foi o grande protagonista de um caso que fez história: o COI retirou suas medalhas por, alegadamente, Thorpe ter sido remunerado pela sua participação num time americano de beisebol. Isso violava, na época, o princípio defendido por Coubertin de que os trabalhadores não podiam participar, alegando que só os que não recebiam dinheiro para viver é que podiam praticar um “esporte puro”. Este era claramente um conceito com raízes na Inglaterra vitoriana do séc. XIX: era um meio de evitar que as classes trabalhadores competissem contra a aristocracia. Assim estava subentendido que os mais pobres não poderiam abrir mão de seu trabalho remunerado para poderem participar em competições amadoras, como eram o Jogos Olímpicos.

Jim Thorpe celebrando mais uma vitória e um dos protagonistas olímpicos de amadorismo vs profissionalismo

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Contudo a descrição de “amadorismo” variava de década para década e de esporte para esporte. Na década de 20, por exemplo, os britânicos acusaram os norte-americanos de driblarem as regras, ao atribuirem bolsas de estudo universitárias para atletas. No final da década de 30 os professores de educação física e diretores de recreação eram considerados profissionais, logo não podiam competir em Olimpíadas. Os casos de amadorismo vs profissionalismo foram vários ao longo do séc. XX. Em 1932, o finlandês Paavo Nurmi, um dos maiores nomes do atletismo mundial, foi barrado em Los Angeles. Alegadamente Nurmi havia, anos atrás, recebido ajudas de custo para praticar esportes. Também o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva sentiu na pele esta questão: uma casa que lhe fora oferecida por conta de seus feitos esportivos, teve que ser declinada, após ameaças do COI. Em Munique, Mark Spitz subiu ao pódio para receber mais uma de suas sete medalhas, calçando um tênis de marca. Também foi ameaçado de punição! O tempo foi derrubando essa questão elitista. A divisão do mundo em dois blocos, aquando da Guerra Fria, foi um dos principais fatores, pois era prática da ex-URSS driblar as regras e financiar o esporte. Finalmente o COI, em 1981, resolve deixar essa decisão, de quem pode ou não participar, para federações internacionais de cada esporte, até que, em 1988, em Seul, cai por terra a questão e o COI libera a participação a todos os esportistas, independentemente de seu amadorismo ou profissionalismo. O Movimento Olímpico aceitou que é muito difícil competir sem apoios, particulares ou oficiais. Muitos atletas, porém, viram negada a sua participação nesta festa esportiva. Pelé, por exemplo, nunca foi olímpico por esta questão.

Racismo

Igualdade de direitos

Ninguém pode ser diferenciado pela cor de sua pele. Negros, brancos, amarelos e vermelhos nasceram e vivem no mesmo planeta, nenhum deles é superior. Hoje todos temos essa verdade como incontornável, porém, como é sabido, nem sempre assim foi. Depois do triste episódio de St. Louis em 1904, no qual atletas negros participaram pela primeira vez, (enquanto eram feitas exposições paralelas, chamadas de “Dias Antropológicos” para apresentacão de raças consideradas “menores” na época), Pierre de Coubertin ficou extremamente irritado e e proferiu a frase: “O negro, o vermelho e o amarelo ainda aprenderão a correr, a saltar e a arremessar muito melhor do que o branco!”. A sua previsão estava mais do que certa e foi visionária. Pouco mais de 3 décadas depois das palavras de Coubertin, chegava a vez dos Jogos Olímpicos acontecerem em Berlim (1936). Em pleno clima de semitismo e segregação racial, escondido por Hitler e seus generais de propaganda, que temiam um boicote americano, Jesse Owens, afro-americano, calou os nazistas e seus seguidores ao conquistar 4 medalhas de ouro no atletismo, provando que a origem étnica não significa nada. Owens tornou-se um símbolo e foi líder do movimento norte-americano de defesa dos direitos civis, abrindo um caminho difícil mas glorioso para todos aqueles que por conta de sua cor de pele viram muitas vezes seus direitos negados.

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Para a história: conquista de mais um ouro para Jesse Owens em 1936, irritando profundamente a propaganda nazista

Grandes nomes, mulheres e homens passaram pelas competições olímpicas, provando que a força de vontade e o suor não têm raça. Hoje seleções como a Alemanha, Holanda, Inglaterra, Itália, entre muitos outros, têm atletas negros defendendo as cores das suas bandeiras. Ainda assim o preconceito ainda existe, exemplo disso foram os dois casos que ocorreram na última competição de 2012, em que a atleta grega Voula Papachristou foi expulsa da delegação do seu país, após ter postado comentários racistas nas redes sociais. Já o Brasil, apesar de nossa habitual tolerância, também se viu envolvido num caso semelhante: após ter sido eliminada da competição, a judoca Rafaela Silva foi insultada através das redes sociais. Casos como estes, como vemos, ainda são recorrentes, infelizmente, e cabe a nós, amantes dos esportes e da humanidade, zelar para que não se repitam

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Gênero Por estranho que possa parecer, Pierre de Coubertin não via com bons olhos a participação de mulheres na competição. Esta era a opinião generalizada no final do século XIX. Foi só em 1900 que 19 atletas do sexo feminino puderam competir em golfe e tênis e, na edição seguinte, em St. Louis, só 6 participaram em tiro com arco. Felizmente em 1908 o número voltou a aumentar e 43 mulheres representaram seus países em Londres. Ao longo das edições a participação das mulheres nos esportes foi crescendo timidamente: em 1952 o número de competições cresceu para 25 e foram disputadas por 518 atletas. O envolvimento das atletas nos Jogos Olímpicos continuou a crescer e, em 1968, a barreirista mexicana Enriqueta Basilio de Sotela tornou-se a primeira mulher a acender a tocha olímpica, num ano em que já participaram 784 atletas. Mas foi na década de 70, durante os 8 anos de presidência do COI de Lord Killanin, que se deram os grandes desenvolvimentos no programa olímpico feminino, e que permitiu a chegada dos anos 80 e um crescimento sem precedentes nos esportes femininos, bem como a eleição das primeiras mulheres para membros do COI (a finlandesa Pirio Haggman e venezuelana Flor Isava-Fonseca). A primeira mulher campeã olímpica foi a tenista Charlotte Cooper, inglesa, em 1900. E é bom relembrar que a gaúcha Maria Lenk foi a representante brasileira em 1932, embora não tenha passado das eliminatórias, representou todas as mulheres da América do Sul. Porém as atletas brasileiras só chegaram ao ouro em Atlanta (1996) no vôlei de praia. Mas orgulhosamente podemos dizer que nossa comitiva em Pequim tinha 50% de mulheres! A inclusão das mulheres nos Jogos Olímpicos foi sendo feita gradualmente e como resultado da conscientização delas próprias em relação ao seu papel na sociedade, papel esse que se alterou bastante ao longo do séc. XX. Se por um lado as mulheres buscavam a igualdade de direitos e o direito ao voto na sociedade civil, essa luta também se verificou no esporte onde, porém, o seu papel não era visto com bons olhos devido às diferenças físicas. Contudo, hoje, as mulheres são praticamente 50% dos atletas em competição e desde 1991 que o COI exige igualdade total nos esportes: se há prova masculina, também tem que existir prova feminina. Na Carta Olímpica de 1994 o COI recomenda a todos os comitês olímpicos e federações, que as mulheres tenha funções executivas em seus órgãos institucionais. Finalmente as mulheres atingiram o seu status, tendo dado provas suficientes de suas capacidades esportivas.

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A tenista britânica Charlotte Cooper, vencedora da medalha de ouro em 1900, e primeira mulher a competir nas olimpíadas

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A luta contra o doping Em todos os tempos, infelizmente, atletas utilizaram o doping como forma de obterem melhores rendimentos esportivos. Puro engano, pois o uso de drogas prejudica a saúde e cabe ao COI e a todos os dirigentes esportivos trabalharem para que as competições sejam as mais limpas possíveis. Atento ao aumento dos escândalos de doping, o COI criou a Agência Mundial Antidoping (AMA), na cidade suíça de Lausanne em 1999, contando com o apoio de organizações intergovernamentais, governos e diversos órgãos internacionais. Todos os atletas, treinadores, instrutores, oficiais e todo o pessoal médico e paramédico trabalhando com atletas estão submetidos aos exames da AMA e sob o seu código. Apesar de, atualmente, apenas metade do orçamento da AMA ser da responsabilidade do COI, a intenção da Confederação é simples: proteger a saúde dos atletas, defender a ética médica e esportiva, bem como preservar a igualdade de chances para todos e em todas as competições. A realidade é que existem muitos empresários interessados nos grandes atletas. Estes significam dinheiro e por seus resultados vale qualquer coisa. Aí surge o doping com a conivência de médicos, laboratórios e atletas. O espanhol Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do COI e já falecido, disse de forma muito clara: “O doping não é um efeito para uma resposta esportiva, mas é um perigo para a saúde dos atletas. Constitui uma maneira de enganar a todos e nós não podemos aceitar. Aparentemente o desejo de vitória a todo o preço incita muitos a usarem meios ilegais. Os meios de exames estão melhorando e isso é útil para todos. Nós, em 1968, assumimos a responsabilidade de lutar contra a utilização de produtos dopantes. Devemos continuar a fazê-lo plenamente com a colaboração de todos. Nós já ganhamos muitas batalhas, não a guerra. A droga é nossa inimiga”. A palavra doping começou a ser comum desde a década de 50. O uso de esteroides e anabolizantes era uma prática desregrada e com implicações nos rendimentos esportivos dos atletas, pois estes medicamentos atuam sobre o tecido muscular e alteram o metabolismo do corpo, gerando maior produção de testosterona, hormônio masculino natural, levando a que o corpo produza mais energia e mais força.

Placa indicando o local da realização dos testes anti-doping, nas Olimpíadas de Inverno de Innsbruck, 1976

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Ben Johnson, o canadense que logo após essa vitória seria acusado de doping, perdendo suas medalhas

Os esportes em que o uso era mais comum eram o atletismo e halterofilismo, como forma de aumentar a musculatura e a resistência, porém noutras modalidades o uso descontrolado destas substâncias era prática habitual. Em 1999, por exemplo, o médico Dietrich Hannemann admitiu o uso em suas atletas da equipe de natação da Alemanha Oriental. Em declarações afirmou que usou os esteroides anabolizantes em 109 nadadoras entre 1977 e 1989. A realidade é que isso arruinou com a saúde de todas elas. Mas o caso mais mediático foi em Seul, em 1988, com o velocista canadense Ben Johnson. Tendo batido o recorde mundial dos 100 metros, no próprio dia foi submetido a exames e foi constatada a presença do anabolizante estanozolol em seu organismo. Como consequência a sua medalha de ouro foi cassada, bem como o seu recorde. Ben Johnson acabou sendo banido das competições por reincidência do uso de drogas. Já 10 anos depois, em 1998, Florence Griffith-Joyner, velocista e recordista mundial dos 100 metros e 200 metros, vencedora de 3 medalhas de ouro em Seul, morreu com um infarto fulminante com apenas 38 anos. Apesar de nunca ter tido exames positivos, o seu desempenho esportivo sempre foi olhado com suspeita, tendo terminado de forma trágica por excesso de substâncias dopantes. Existem dezenas de histórias ao longo das competições e foi finalmente em 1968 que o COI impôs os exames nos Jogos. Em 667 testes, 1 revelou-se positivo. Foi o atleta sueco de pentatlo moderno Hans-Gunnar Lilienwal, que acusou uso de álcool! Em Munique, 4 anos depois, foram realizados 2079 testes e 7 registros positivos de doping. Em 1976 dos 786 testes, 11 revelaram o uso de substâncias proibidas. Los Angeles teve 12 casos, Seul 10 positivos, 5 em Barcelona e 2 em Atlanta. Apenas Moscou (1980) não teve um único teste positivo. Em Sydney (2000) a AMA apertou o cerco e começaram os exames de urina e de sangue. 10 foram positivos. Mas a pior edição foi a de Atenas, com 25 casos de doping confirmados! Pequim não ficou atrás e registrou 21 situações. Em Londres ficaram pelo caminho 15 atletas, sendo que a brasileira Kissya Cataldo, atleta de remo, acabou sendo suspensa por também acusar positivo o seu exame de doping. Hoje o COI tem uma lista de substâncias médicas proibidas e médicos e atletas têm que conhecê-las. Se, porém, o atleta necessita de algum tratamento que inclua qualquer uma delas, o médico deverá reportar a situação ao Comitê de Saúde. Lembramos que a ética esportiva e a igualdade de oportunidades entre atletas é uma das máximas dos Jogos Olímpicos.

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7 de setembro de 1972: multidão assiste ao memorial aos atletas assassinados, no estádio olímpico de Munique

Boicotes aos jogos olímpicos A face mais trágica dos Jogos Olímpicos não é um boicote, mas um atentado terrorista. Foi em Munique (1972) que o grupo palestino “Setembro Negro” entrou na Vila Olímpica assassinando 2 atletas israelenses e tomando 9 como reféns. No dia seguinte a polícia alemã tentou capturar os terroristas, acabando por terminar com a morte de 18 pessoas, entre atletas, terroristas e um policial. Foi um dos episódios mais negros que existem na história dos Jogos Olímpicos e, após o sucedido, coube a Avery Brundage, presidente do COI, dizer a célebre frase: “the games must go on” (“os Jogos devem continuar”). Apesar de também não ser um boicote, temos que relembrar que, em 1936, Hitler se recusou a reconhecer a vitória do atleta norte-americano negro Jesse Owens, ganhador de 4 medalhas de ouro. Mas os problemas políticos mundiais tiveram, várias vezes, os Jogos Olímpicos como mesa de negociações, ou como arma de arremesso. Em 1920 foi o próprio COI que não aceitou a participação da Alemanha, que despoletara a I Guerra mundial (1914 – 1918). Também, em 1948, em Londres, foi vetada a participação à Alemanha e ao Japão, pelo mesmo motivo, só que pela II Guerra Mundial (1939 – 1945). Já na edição de 1952, em Helsinque, a Alemanha já pôde competir, embora a equipe da Alemanha Oriental (parte da ex-URSS) não tenha tido a mesma sorte. A China, nesse ano, não participou devido ao seu envolvimento na Guerra da Coréia. Para cada desistência de participação nos Jogos em 1956, em Melbourne, há explicação: Egito, Iraque e Líbano estavam envolvidos na questão do Canal do Suez; Holanda e Espanha estavam em protesto pela invasão da Hungria pela URSS; a China Comunista estava em briga com Taiwan, a China Nacionalista.

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Policial serena a multidão na Olimpíada de Munique, logo após o sequestro e assassinato de onze membros da equipe israelense

Até ao final da Guerra Fria ocorreram vários boicotes às olimpíadas por questões políticas. Em 1968 nova polêmica após o convite do COI à África do Sul, em pleno regime de “apartheid”, para participar nos Jogos Olímpicos. A reação da URSS, de 20 países africanos e dos atletas negros dos Estados Unidos fez com que o COI retirasse o convite. Os Jogos de Montreal (1976) também foram boicotados pelos países do Sul de África, devido a um giro da seleção neozelandesa de rúgbi pela África do Sul do “apartheid”. O Estados Unidos protagonizaram os maior boicote de sempre aos Jogos. Foi aquando da realização dos Jogos em Moscou (1980), em que a invasão do Afeganistão, por tropas russas, levou a que, juntamente com os americanos, mais de 62 países não marcassem presença no evento. Em contraponto os soviéticos, por sua vez, recusaram-se a participar na edição de 1984, em Los Angeles, alegando falta de segurança. Seul consegue a proeza de ter o maior número de participantes, porém a Coréia do Norte, em briga com a Coréia do Sul e com o COI, não quis participar nessa competição. Cuba, Albânia, Etiópia e Nicarágua, por questões políticas também não participaram. Violência, fanatismo e naturalmente política sempre foram as bases dos boicotes mas, felizmente, em 1992 Barcelona conseguiu o feito de ter presentes todos os países convidados. Já os Jogos de Pequim estiveram sob ameaça de vários países da União Europeia não participarem, por conta do conflito entre China e Tibete e a violação dos direitos humanos.

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Brasil no palco mundial dos esportes Em toda a história dos Jogos, o Brasil acumula 30 participações nos Jogos de Verão, 7 nos de Inverno (tendo sido a primeira aparição em 1992) e 12 nas Paralimpíadas (primeira participação em 1972). A primeira participação do Brasil em competições olímpicas foi em 1920, nos Jogos de Verão na Antuérpia, onde o país se fez representar com 21 atletas em 5 esportes: saltos ornamentais, natação, pólo aquático, remo e tiro esportivo. Dessa primeira participação trouxe o seu primeiro ouro olímpico, feito de Guilherme Paraense que venceu na pistola rápida de 25m. Porém foram necessárias mais de 3 décadas para o feito se repetir. Só em 1952 é que Adhemar Ferreira da Silva volta a trazer para casa o ouro, na modalidade de salto triplo de atletismo. Desde então o Brasil nunca mais deixou de conquistar medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos! Com um total de 438 medalhas, 108 obtidas nos Jogos Olímpicos de Verão e 230 nos Jogos Paralímpicos, o Brasil é o país mais medalhado da América do Sul e o 4º das Américas, apenas ficando atrás dos Estados Unidos, Canadá e Cuba. O Brasil também fará história nos Jogos Olímpicos: será o primeiro país da América do Sul a receber uma edição da competição, feito que ocorrerá com o Rio 2016. Apesar de estar em franco crescimento no rendimento olímpico, as participações nos Jogos tiveram alguns episódios curiosos, como a não participação em 1928, devido à ausência de financiamento, derivada da crise bolsista mundial, sem contar que em 1924 só esteve presente nas provas de Atletismo, pois a CDB, que na época coordenava o movimento olímpico no Brasil, não conseguiu verbas, tendo apenas a Federação Paulista de Atletismo conseguido enviar a sua delegação a Paris! E, espante-se, só em 1932 é que as mulheres brasileiras tiveram sua primeira representante: a nadadora Maria Lenk. Los Angeles, em 1932, foi, aliás, um dos maiores fracassos do Brasil em participação olímpica. Sem fundos para a participação nessa edição, o Presidente do país, Getúlio Vargas, optou por dar 56 mil sacas de café aos atletas, como forma de obterem financiamento e influiu a Companhia Nacional de Navegação Costeira a destinar o cargueiro Itaquicê para a viagem dos atletas e do café, que iria ser vendido ao longo do caminho, nas paradas dos portos. 375 pessoas embarcaram no navio, sendo que apenas 82 eram atletas, sendo os restantes familiares, amigos e 12 jornalistas credenciados. A história desta viagem foi ganhando contorno de tragicomédia ao longo da navegação: quando o Itaquicê chegou ao Panamá para cruzar o Canal, uma taxa de 1 dólar era cobrada a cada pessoa. Sem tal montante, e após aviso ao governo brasileiro, o Comandante do navio teve uma ideia: como os navios militares estavam isentos de tal taxa, resolveu colocar dois canhões para enganar os ianques, que administravam o Canal do Panamá. Não obteve sucesso e o navio teve que parar. Quando finalmente o dinheiro chegou e navio e comitiva atravessaram o Panamá, já na chegada a Los Angeles, em San Pedro, outro problema: nova taxa de 2 dólares para que cada pessoa pudesse desembarcar. Então a delegação de 375 pessoas contou os trocos e conseguiu levantar verba para que 66 atletas conseguissem desembarcar, entre elas a nadadora Maria Lenk! O 67º foi o marújo Adalberto Cardoso, que abandonara o navio por sua conta e chegou a Los Angeles pegando caronas e andando a pé! Quando chegou ao Coliseum só teve tempo de vestir o equipamento e correr os 10.000m! Infelizmente ficou em último lugar, mas ficou conhecido como o “Iron Man”, pois demonstrou garra ao correr sozinho e descalço, tendo ficado para a história como o primeiro atleta a ter feito isso! A participação brasileira de 1932 foi desastrosa e se pensa que ficou por aqui ainda se vai surpreender: na chegada ao Brasil do Itaquicê, a Revolução Constitucionalista estava em andamento! No navio estavam 32 paulistas que, na chegada ao Rio de Janeiro, se depararam com a situação. 9 deles resolveram tomar outro barco, aportando em Ilhabela (SP). Escalaram durante 8 horas, a pé, a Serra do Mar, dormiram num casebre na berma da estrada e pegaram uma carona em um caminhão, conseguindo chegar a Caçapava (SP), a 117 kms de São Paulo! Finalmente, já com um salvo-conduto especial, conseguiram pegar um trem, tendo finalmente

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Equipe brasileira de pólo aquático, que perdeu para a Suécia nos quartos de final, por 7 a 3, em Antuérpia, 1920

chegado à cidade! A participação olímpica do Brasil em 1932 foi verdadeiramente uma aventura, digna de um filme! Mas se acha que o que acabou de ler beira o ridículo, a edição de 1936, em Berlim, não ficou muito atrás em causos para a comitiva brasileira. Ou devo empregar o plural? É que o Brasil fez o feito de levar duas comitivas a Berlim! Uma das comitivas foi formada pela CBD e outra pelo COB. Explicando, o COB foi fundado em 1936 e era reconhecido pelo COI, já a CBD tinha sido o órgão responsável, até então, pela organização do Brasil nos Jogos, e tinha o apoio do governo brasileiro. Nesta querela entre instituições, ambas levaram as suas delegações até Berlim tendo, inclusive viajado juntas no mesmo navio! Na chegada a delegação do COB rumou à vila olímpica, enquanto que a outra acabou pernoitando na Estação Ferroviária, até que finalmente um acordo foi firmado entre as delegações e unificou o Brasil numa única comitiva. A partir de então o COB é o único órgão responsável por organizar e levar os atletas aos Jogos Olímpicos. Apesar de todos os contratempos e situações diversas que foram ocorrendo ao longos de quase 100 anos de participação em Jogos Olímpicos, o Brasil demonstra cada vez mais foco, determinação e rendimento em sua presença. Exemplo desse espírito são as muitas medalhas já conquistadas e a excelente participação nas mais recentes edições do Jogos. Apesar de nos de Inverno o Brasil ter uma participação reconhecidamente esforçada, mas sem conquistas, a Paralimpíada é um dos palcos dos melhores desempenhos esportistas: 7ª posição no quadro geral de medalhas, o Brasil é um dos países mais fortes na competição, o que muitos nos orgulha pela inclusão e demonstração de superação de nossos atletas! O fato de o Rio de Janeiro ser a sede dos próximos Jogos Olímpicos permitirá a participação de mais atletas brasileiros, dado que o país anfitrião tem a chance de competir em todas as modalidades, sem depender de qualificação para poder estar presente. Isso significa que portas se abrem a novos atletas e times, como por exemplo no badminton, onde pela primeira vez atletas brasileiros irão disputar a modalidade! Para além de facilitar o acesso a novos atletas, isso permite que a modalidade tenha maior exposição e ganhe adeptos e esportistas. O Brasil, mundialmente reconhecido por sua ginga no futebol, assume cada vez mais sua predisposição para todos os esportes, e ganha reconhecimento internacional cada vez maior. .

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Adhemar Ferreira da Silva, um dos grandes atletas olímpicos brasileiros

A atleta paralímpica Terezinha Guilhermina e seu guia Guilherme Soares fazendo pose no pódio de Londres 2012, já envergando a medalha de ouro

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Maria Lenk, primeira atleta feminina brasileira a participar em competições olímpicas


Futebol olímpico Sem dúvida o esporte mais popular do mundo é o futebol, e também em número de participantes. O Brasil é o maior dos gigantes da bola no gramado, porém, em matéria de futebol olímpico, conseguimos pouco e nossa primeira participação foi apenas em 1952, sendo que a modalidade existe nos Jogos Olímpicos desde 1900. Curiosamente o futebol brasileiro participa de competições internacionais muito antes disso, como por exemplo, a Copa do Mundo de 1930. Mas comecemos por falar do percurso do esporte dentro da história dos Jogos Olímpicos. No início, em 1896, o futebol apareceu nos Jogos apenas como esporte de demonstração, sem vínculo competitivo. Foi na Paris de 1900 que o futebol entra no calendário das modalidades olímpicas devendo-se mais a uma promoção do esporte, pois apenas 3 países disputaram a competição. A Grã-Bretanha, com a sua equipe da Upton Park Football Club foi campeã, jogando apenas uma vez, onde bateu a França, que jogava com uma equipe da Union des Societés Françaises de Sports Athlétiques. Em terceiro lugar, e último, ficou a Bélgica. Mas este foi o início de tudo para o futebol olímpico. É na década de 20 que a competição ganha mais importância, depois de um tímido início. Com uma final dos Jogos de 1920 muito mediática, em que a Tchecoslováquia saiu do campo durante o jogo, em protesto contra o árbitro John Lewis e o clima militarizado dentro do estádio na Antuérpia. As competições seguintes de 1924 e 1928 ganharam novo fôlego com a entrada do Uruguai e Argentina nas disputas. Até 1930, ano da realização da primeira Copa do Mundo, a disputa futebolística nos Jogos era considerada um campeonato mundial, mas, com a introdução de um campeonato mundial específico para a modalidade, apenas as seleções amadoras é que eram admitidas nas competições olímpicas. A vantagem ficou claramente do lado dos países do Leste Europeu, pois estes países mantinham um “amadorismo de fachada”, colocando jogadores profissionais nos Jogos Olímpicos, derrotando facilmente países ocidentais que participavam com equipes amadoras.

A volta olímpica da seleção de futebol uruguaia, vencedora do ouro na competição de 1924

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Com a introdução da Copa do Mundo, e a controvérsia entre amadorismo e profissionalismo, a edição dos Jogos de 1932, realizados em Los Angeles, acabou por não ter o futebol em seu calendário de competições. Esta situação também se explica pelo desinteresse norte-americano em relação ao futebol, bem como pela conjuntura econômica da época, que inviabilizou a participação de vários atletas em muitas modalidades. Contudo o futebol olímpico é, até hoje, o torneio mundial mais imprevisível, com medalhas conquistadas por países como o Japão (bronze em 1968), Gana (bronze em 1992), Nigéria (ouro em 1996 e prata em 2008), Camarões (ouro em 2000) e Coréia do Sul (bronze em 2012). Enquanto isso o Brasil, maior ganhador de Copas do Mundo, nunca conquistou uma medalha de ouro, tendo 3 medalhas de prata e 2 de bronze. A Alemanha, grande potência do futebol internacional, apenas tem em sua história uma medalha de bronze, ganha em 1988, e ainda como Alemanha Ocidental. Por causa do formato das olimpíadas, vários países fortes historicamente no futebol têm participações modestas, mas apenas em 1984 é que o COI resolveu implementar mudanças de forma a estimular o interesse pelo esporte, decidindo admitir jogadores profissionais nas competições. Como a FIFA não queria ver seu próprio campeonato prejudicado, juntamente com o COI celebraram um acordo em que jogadores que não tivessem participado em Copas do Mundo, pudessem participar em Olimpíadas. Uma nova alteração aconteceu em 1992, em que o COI definiu que os participantes devem ter menos de 23 anos e até 3 jogadores de qualquer idade no time. Esse formato abriu novas portas e chamou maiores atenções para o esporte. Relembrando, também, que só em 1996, em Atlanta, é que o torneio feminino de futebol foi introduzido nos Jogos. A jornada brasileira no futebol olímpico começou nos jogos de Helsinque, em 1952, com uma participação modesta em que ficamos na 5ª posição. Nas edições seguintes o cenário foi piorando: 1960 – 6º lugar; 1964 – 9º lugar; 1968 – 10º lugar; 1972 – 13º lugar. Só em 1976, em Montreal, é que o Brasil mostrou um pouco mais de seu gênio em campo e classificou-se em 4º. A edição de Moscou não contou com o futebol canarinho, precisamente por oposição às exigências do COI em relação a não participação de profissionais. Finalmente os Jogos de 1984 e 1988 matam a sede de medalhas para os futebolistas e fãs brasileiros: prata nas duas edições! Porém grande balde de água fria veio ao não conseguir classificar-se para Barcelona – 1992 o que também aconteceu em 2004! Arrancou o bronze em 1996 e 2008, fica-se pelo 7º lugar em 2000 e, finalmente, chega à prata na edição de Londres, em 2012, em uma disputa com o México, onde o Brasil sofreu o gol mais rápido da história das Olimpíadas, no mítico estádio de Wembley, perdendo por 2 a 1. Em contraponto, a seleção feminina brasileira tem dado cartas nas Olimpíadas. Em 1996 e em 2000 a equipe ficou em 4º lugar, Mas em 2004, em Atenas, liderada por Renê Simões, a seleção conquistou a medalha de prata, o mesmo sucedendo em 2008, em ambas as disputas perdendo para as norte-americanas. A imprensa e dirigentes de futebol colocaram as suas atenções no futebol feminino que nunca tivera campeonatos organizados e tem jogadoras que apenas competem na seleção! Infelizmente em Londres - 2012 as atletas foram eliminadas nas quartas-de-final pelas japonesas.

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Olimpíadas de Verão, Inverno e Paralímpicos Na abertura desta parte do livro, onde falarei de todas as edições dos Jogos Olímpicos da Modernidade, é importante salientar que muito se modificou na competição desde 1896. Se tudo começou com um certo amadorismo e com poucos esportes representados, hoje temos um evento altamente profissional e com um leque muito vasto de modalidades. Também, no decorrer das décadas, o COI percebeu a necessidade de adaptação e inclusão, originando assim três eventos: os Jogos Olímpicos de Verão, os de Inverno e os Paralímpicos.

Jogos Olímpicos de Verão Considerados os herdeiros da Antiguidade Clássica, os Jogos Olímpicos tiveram diversos altos e baixos desde que começaram em 1896. Importa ressaltar, que são o maior acontecimento esportivo do planeta e que apenas um acontecimento, por duas vezes, conseguiu cancelar o evento: a guerra. Infelizmente as competições de 1916, 1940 e 1944 não aconteceram devido à I Guerra Mundial e à II Guerra Mundial. As modalidades esportivas também foram-se alterando ao longo das edições: começaram com 9 esportes e, em 2016 teremos 28!

Jogos Olímpicos de Inverno A primeira competição de caráter mundial a reunir esportes de inverno foi a “Semana Internacional de Esportes de Inverno”, disputadas no gelo e na neve, realizada em 1924, na cidade francesa de Chamonix. O sucesso foi tal que o COI decidiu dar o status olímpico àquela competição, que passaria a acontecer regularmente, de 4 em 4 anos, mas em locais que permitissem a realização das modalidades esportivas de frio. Inicialmente o mesmo país acolhia as edições dos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, o que aconteceu até 1936, ano em que a Alemanha foi anfitriã e em que Berlim sediou os Jogos de Verão e Garmisch-Partenkirchen os de Inverno. Devido à II Guerra Mundial e ao cancelamento de duas edições dos Jogos Olímpicos, tanto de Verão como de Inverno, os Jogos de neve passaram a ser realizados por países diferentes, embora acontecessem no mesmo ano. Foi bem mais tarde, em 1986, que o COI resolveu fazer alterações à forma como funcionava esta competição: optou por intercalar os Jogos Olímpicos de Verão com os de Inverno, sendo as edições sempre realizadas em anos pares, o que fez com que a edição de Inverno de Albertville (1992) fosse sucedida pelos Jogos de Lillehammer (1994), mantendo-se a regra da realização a cada 4 anos. A primeira participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno foi em Albertville (1992), onde 7 atletas disputaram a competição de esqui alpino.

Jogos Paralímpicos O pai desta competição foi o neurologista alemão Ludwig Guttman que, por conta da sua origem judia, se viu obrigado ao exílio na Inglaterra em 1939, fugindo do regime nazista. Chefiou o Centro Nacional de Traumatismo durante a II Guerra Mundial e tinha como principal missão reabilitar os soldados. Até essa altura não existia preocupação política nessa área, mesmo para os cidadãos civis, e Guttman desenvolveu uma nova filosofia de tratamento que aliava esporte e trabalho. Entusiasmado com os frutos de seu trabalho, o médico promoveu um evento esportivo exclusivo para portadores de deficiência, exatamente no dia em que se iniciavam os Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. O evento passou a ser anual até que, em 1952, se internacionalizou, com a participação de 4 atletas dos Países Baixos. O movimento seguiu de forma rápida e, em 1960, saíram da Inglaterra para concretizarem o evento em Roma, Itália, sede dos Jogos Olímpicos de Verão. Guttman mais uma vez tentava unir os Jogos Olímpicos com a competição para deficientes. O evento retornou a Inglaterra no ano seguinte, mas em 1964 seguiu para Tóquio, onde se realizavam os Jogos Olímpicos. Apesar dos esforços, em 1968, a Cidade do México desistiu de acolher a edição

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Disputada partida de basquete entre Estados Unidos e Holanda em Stoke Mandeville

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Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, 1924, em que atletas franceses fazem o juramento

devido à falta de acessibilidades e de financiamento, passando as Paralimpíadas para Tel Aviv, em Israel, e na edição seguinte, para Heidelberg, também na Alemanha, mas não em Munique, como eram os Jogos de Verão. A imprensa começou a utilizar o nome “Paralimpíadas”, como contração da preposição “para” (ao lado de ou junto a) e a palavra “olímpico”. Seu significado é que os Jogos Paralímpicos são paralelos aos Jogos Olímpicos e ilustra como os dois movimentos existem lado a lado. Porém esse nome só se tornou oficial em 1984, em Los Angeles. O sucesso foi tal que em 1976 já 40 países estavam representados na competição, mas apenas em 1992, em Barcelona, é que os comitês organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralimpícos trabalharam efetivamente em conjunto, desenvolvendo ações que estavam planejadas desde 1989, altura em que foi fundado o Comitê Paralímpico Internacional. Atenas, em 2004, introduziu o novo lema: “Espírito em Movimento” e são atualmente 28 modalidades que compõem o programa, 25 já foram disputadas, em 2016 estrearão mais duas e a última ainda não tem previsão.

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Os Jogos Olímpicos de 1896 a 2014

Verão 1896 - Atenas .................................... 44

Verão 1960 - Roma ...................................... 86

Verão 1900 – Paris ...................................... 47

Paralímpicos 1960 – Roma ......................... 88

Verão 1904 – St. Louis ................................. 49

Inverno 1960 – Squaw Valley ...................... 90

Verão 1908 - Londres ................................... 51

Verão 1964 – Tóquio .................................... 92

Verão 1912 – Estocolmo................................ 53

Paralímpicos 1964 – Tóquio ......................... 94

Verão 1920 - Antuérpia ............................... 55

Inverno -1964 – Innsbruck ......................... 96

Verão 1924 - Paris ....................................... 58

Verão 1968 – Cidade do México ................... 98

Inverno 1924 - Chamonix .......................... 60

Paralímpicos 1968 – Tel Aviv ...................... 100

Verão 1928 – Amsterdam ............................ 62

Inverno 1968 – Grenoble ............................. 102

Inverno 1928 – St. Moritz .......................... 64

Verão 1972 – Munique ................................ 104

Verão 1932 – Los Angeles ............................. 66

Paralímpicos 1972 – Heidelberg ................... 106

Inverno 1932 – Lake Placid ......................... 68

Inverno 1972 – Sapporo............................... 108

Verão 1936 – Berlim ................................... 70

Verão 1976 – Montreal ................................ 110

Inverno 1936 – Garmisch-Partenkirchen ........ 72

Paralímpicos 1976 – Toronto ....................... 112

Verão 1948 – Londres .................................. 74

Inverno 1976 – Innsbuck ............................. 114

Inverno 1948 – St. Moritz - Chamonix ....... 76

Inverno 1976 – Örnsköldsvik ...................... 116

Verão 1952 - Helsinque ................................ 78

Verão 1980 – Moscou .................................. 118

Inverno 1952 – Oslo .................................... 80

Paralímpicos 1980 – Arnhem (Holanda) ..... 120

Verão 1956 - Melbourne............................... 82

Inverno 1980 – Lake Placid ........................ 122

Inverno 1956 – Cortina d’Ampezzo ............. 84

Paralímpicos de Inverno 1980 –

HISTÓRIA OLÍMPICA 42


Geilo (Noruega) ........................................... 124

Inverno 1998 – Nagano................................ 158

Verão 1984 – Los Angeles ............................. 126

Paralímpicos de Inverno 1998 – Nagano ........ 160

Paralímpicos 1984 –

Verão 2000 – Sidney ..................................... 162

Stoke Mandeville e Nova Iorque ..................... 128

Paralímpicos 2000 – Sidney .......................... 164

Inverno 1984 – Sarajevo ............................. 130

Inverno 2002 – Salt Lake City ..................... 166

Paralímpicos de Inverno 1984 – Innsbruck ... 132

Paralímpicos de Inverno 2002

Verão 1988 – Seul ........................................ 134

– Salt Lake City ........................................... 168

Paralímpicos 1988 – Seul ............................. 136

Verão 2004 – Atenas .................................... 170

Inverno 1988 – Calgary............................... 138

Paralímpicos 2004 – Atenas .......................... 172

Paralímpicos de Inverno 1988 – Innsbruck ... 140

Inverno 2006 – Turim.................................. 174

Verão 1992 – Barcelona ................................ 142

Paralímpicos de Inverno 2006 – Turim .......... 176

Paralímpicos 1992 – Barcelona ..................... 144

Verão 2008 – Pequim ................................... 178

Inverno 1992 – Albertville........................... 146

Paralímpicos 2008 – Pequim ......................... 180

Paralímpicos de Inverno 1992 –

Inverno 2010 – Vancouver ............................. 182

Tignes-Albertville........................................ 148

Paralímpicos de Inverno 2010

Inverno 1994 – Lilehammer ......................... 150

– Vancouver.................................................. 184

Paralímpicos de Inverno 1994

Verão 2012 – Londres .................................. 186

– Lillehammer ............................................. 152

Paralímpicos 2012 – Londres......................... 188

Verão 1996 – Atlanta.................................... 154

Inverno 2014 – Sóchi ................................... 190

Paralímpicos 1996 – Atlanta ......................... 156

Paralímpicos Inverno 2014 – Sóchi ................ 192

HISTÓRIA OLÍMPICA 43


Jogos Olímpicos de Verão 1896 - Atenas Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

14 9 43 241 (241 homens) 6 de Abril 15 de Abril

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Grécia Estados Unidos Alemanha

OURO 10 11 6

PRATA 18 7 5

BRONZE 19 2 2

TOTAL 47 20 13

} BRASIL: não participou Depois de mais de 1500 anos os Jogos Olímpicos regressaram à Grécia. Pierre de Coubertin teve a preserverança e a habilidade logística para conseguir realizar o evento, apesar de não ter qualquer tipo de apoio financeiro do governo grego. O dinheiro obtido através da venda de selos e medalhas pelo comitê organizador, bem como a doação de 920 mil dracmas pelo milionário grego Georgios Averoff, permitiu a reconstrução do estádio Panathenaic, construído originalmente em 330 a.C., e que acolheu a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Foi na Antiguidade clássica que os Jogos de 1896 se inspiraram, tendo muitas referências como o próprio programa olímpico, que se baseava nos esportes da Antiguidade. Os organizadores foram, no entanto, um pouco mais além e inventaram uma nova corrida, inspirada num evento lendário: a Maratona. Esta corrida comemora o feito de um soldado que, em 490 a.C., correu da cidade de Maratona até Atenas para anunciar que os persas haviam sido derrotados (a distância aproximada era de 34,5 kms).

HISTÓRIA OLÍMPICA 44


Na tarde de 6 de abril, o Rei George I da Grécia declarou aberta a olimpíada, onde competiriam 241 atletas de 14 países. As maiores delegações eram a grega, alemã e francesa. Nessa edição não existiam medalhas para os segundos e terceiros classificados. Os vencedores ganhavam uma medalha prateada e um ramo de oliveira, símbolo de paz.

Medalha da I Olimpíada da Modernidade

Visão geral do estádio Panathenaic na Cerimônia de Abertura

HISTÓRIA OLÍMPICA 45


Competidores de esgrima se digladiam perante a assistência

Atleta faz sua demonstração em ginástica artística

ATLETA DE DESTAQUE Louis Spiridon

Grego, pastor de ovelhas e vencedor da primeira edição maratona.

VOCÊ SABIA? P O palco da primeira Olimpíada da Era Moderna foi o Estádio Panathenaic. A

base do estádio era composta por uma estrutura de mármore, feita no séc. IV a.C.

P Nesta primeira edição dos Jogos da Era Modernidade os esportes disputados fo-

ram: atletismo, halterofilismo, esgrima, tiro, tênis, ciclismo, luta greco-romana e natação. As provas de natação foram realizadas em mar aberto, frio e agitado. As provas de remo acabaram por ser canceladas por conta das más condições do mar.

P A maratona teve um episódio que vale recordar. Louis Spiridon foi o vencedor e

virou herói. A explicação para a sua vitalidade era baseada na necessidade: Spiridon corria diariamente 28 quilómetros, não por uma questão esportiva, mas porque necessitava transportar água da aldeia onde vivia até Atenas. Por ter vencido a maratona ganhou vários presentes: um barbeiro que prometeu cuidar da sua barba a vida toda e um restaurante que ofereceu refeições diárias. Questionado pelo rei sobre o que ele queria a sua resposta foi humilde: só queria uma carroça para o seu trabalho. Claro que ganhou a carroça.

P Um outro Spiridon – Spiridon Belokas – fez a mesma prova e chegou em segun-

do lugar, mas acabou sendo desclassificado. Foi descoberto que durante a prova, em vários trechos, ele usou uma carruagem!

P O americano James Connolly foi o primeiro campeão olímpico em 1527 anos,

ao conquistar a primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Ele venceu na prova de salto triplo e ainda levou a prata no salto em distância e bronze no salto em altura.

HISTÓRIA OLÍMPICA 46


Jogos Olímpicos de Verão 1900 – Paris Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

24 20 95 997 (22 mulheres) 14 de Maio 28 de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS França Estados Unidos Grã-Bretanha

OURO 27 19 15

PRATA 39 14 8

BRONZE 37 14 9

TOTAL 103 47 32

} BRASIL: não participou Depois do sucesso dos Jogos de 1896, muitas pessoas apoiaram a proposta de que Atenas deveria se tornar a sede permanente dos Jogos Olímpicos. O Barão Pierre de Coubertin, o fundador do movimento olímpico moderno e o presidente do COI, rejeitou a ideia e insistiu que os Jogos de 1900 deveriam ser disputados em Paris como parte da Feira Mundial de Paris. Coubertin deu a justificativa de que com a Feira, as Olimpíadas se tornariam mais conhecidas, mas seu plano saiu pela culatra. Os organizadores da exposição tomaram controle das competições e relegaram Coubertin a um menor papel. Eles espalharam os eventos por cinco meses e deram tão pouca ênfase aos Jogos Olímpicos que muitos atletas morreram sem saber que tinham participado de uma Olimpíada. Os Jogos de 1900 incluíram alguns eventos pela primeira e única vez, como o salto em altura e salto em distância no Hipismo, e a natação com obstáculos, onde os doze participantes escalavam um poste, passavam por uma fileira de barcos e nadavam por baixo de outra fila de barcos. A maioria dos vencedores de 1900 não receberam medalhas, mas troféus e copas. Profissionais tiveram permissão para competir na esgrima e quando Albert Ayat, francês,

HISTÓRIA OLÍMPICA 47


Cabo de guerra, um dos esportes disputados em Paris

A equipe de polo aquático irlandesa faz pose para a fotografia

venceu nas espadas para amadores e profissionais, ele foi premiado com 3.000 francos franceses. Os jogos de 1900 foram encerrados de maneira desonrosa em 28 de outubro de 1900, sem uma cerimônia de encerramento.

ATLETA DE DESTAQUE Alvin Kraenzlein

Norte-americano, venceu 4 medalhas de ouro nas provas de 60m, 110m e 200m com barreiras e salto em distância.

VOCÊ SABIA? P Entre 1900 e 1920 o esporte cabo de guerra foi modalidade olímpica. P A primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro na história dos Jogos Olímpicos foi a tenista britânica Charlotte Cooper.

P O americano Myer Prinstein não disputou as finais do salto em distância depois

de terminar a fase de classificação em primeiro. Como a final aconteceu num domingo, o atleta se recusou a participar por motivos religiosos. Na final, após ver a sua marca pessoal ser superada em 1 cm pelo seu compatriota e rival Alvin Kraenzlein, explodiu de raiva e deu-lhe um soco no rosto!

P Curiosamente o norte-americano Alvin Kraenzlein venceu os 60 metros, os 110

metros com barreiras, os 200 metros com barreiras e o salto em distância. O seu recorde de 4 medalhas em modalidades individuais persiste até hoje em provas de atletismo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 48


Jogos Olímpicos de Verão 1904 – St. Louis Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

12 18 91 651 (6 mulheres) 1º de Julho 23 de Novembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Estados Unidos Alemanha Cuba

OURO 76 4 4

PRATA 78 4 2

BRONZE 77 5 3

TOTAL 231 13 9

} BRASIL: não participou Para recompensar os EUA pelo seu apoio entusiasmado aos jogos de 1896 e 1900, o COI escolheu a cidade de Chicago para sediar os jogos de 1904. Entretanto, St. Louis iria realizar uma feira mundial nesse mesmo ano: a “Exibição de Compras do Louisiana” e, os organizadores dessa feira, ameaçaram sediar também uma competição internacional de esportes. Perante esta situação, o presidente dos EUA, Theodore Roosevelt apoiou St. Louis para ser a cidade anfitriã dos Jogos e o COI votou pela mudança de local dos jogos. Esta acabou sendo uma decisão infeliz, pois os organizadores de St. Louis repetiram os piores erros dos jogos de 1900. As competições olímpicas espalhadas por quatro meses e meio, se perderam no caos da feira mundial. O Barão de Coubertin nem sequer compareceu e jurou que esta seria a última competição a acontecer em paralelo com uma feira. Muitos atletas de fora da América do Norte também não participaram. Menos da metade dos países que haviam estado nos jogos de 1900, marcaram presença nos jogos de St. Louis. Dos 91 eventos que foram considerados partes do programa olímpico, apenas 42 tinham atletas que não eram dos Estados Unidos da América.

HISTÓRIA OLÍMPICA 49


Visão da Exposição de St. Louis

Atleta olímpico em competição sob os olhares atentos da assistência

ATLETA DE DESTAQUE Archik Hahn

Norte-americano, foi o primeiro ganhador dos 100m e 200m em St. Louis.

VOCÊ SABIA? P Quatro modalidades foram incluídas no programa de Jogos de St. Louis: boxe, decatlo, luta livre e dumbbells (modalidade do levantamento de peso).

P O norte-americano Thomas Hicks foi favorecido pela desclassificação do com-

patriota Fred Lorz na maratona e ficou com a medalha de ouro. Lorz chegou em primeiro, mas foi punido, pois cumpriu boa parte de trajeto de carro.

P Archei Hahn, apelidado de “Meteoro de Milwaukee”, foi o campeão dos 60 metros, 100 metros e 200 metros. Na última prova o norte-americano alcançou o recorde olímpico de 21s6, marca superada somente 28 anos depois!

HISTÓRIA OLÍMPICA 50


Jogos Olímpicos de Verão 1908 - Londres Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

22 24 110 2008 (37 mulheres) 27 de Abril 31 de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Grã-Bretanha Estados Unidos Suécia

OURO 56 23 8

PRATA 51 12 6

BRONZE 39 12 11

TOTAL 146 47 25

} BRASIL: não participou Roma ganhara o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 1908. Mas quando o Vesúvio entrou em erupção no ano de 1906, o governo italiano decidiu que seus limitados recursos financeiros eram necessários para reconstruir a cidade de Nápoles, inviabilizando qualquer outro investimento. Os Jogos Olímpicos foram então realocados para a cidade de Londres. Em dez meses, os britânicos construíram um novo estádio em Shepherd Bush’s que incluía uma pista de atletismo, outra de ciclismo, um campo de futebol, uma piscina e uma plataforma para ginástica e luta. Coube ao rei Eduardo VII fazer a abertura oficial. Pela primeira vez, durante a Cerimônia de Abertura, os atletas entraram no estádio divididos por país, como a maioria das nações mandou times nacionais selecionados. O nível da competição foi forte. As modalidades de natação registraram cinco recordes mundiais nos seis eventos realizados durante os jogos. As provas foram bem organizadas e os britânicos produziram o primeiro resumo oficial compreensivo dos Jogos Olímpicos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 51


Ginastas fazem o aquecimento para a competição

Espetacular demonstração de salto sincronizado

ATLETA DE DESTAQUE Dorando Pietri

Italiano, venceu a maratona, acabando por ser desclassificado por ter desmaiado antes de cruzar a linha de chegada.

VOCÊ SABIA? P Foi somente a partir desta edição que os atletas passaram a desfilar de forma or-

ganizada na cerimônia de abertura. Antes os atletas entravam e saíam do estádio sem qualquer cerimonial.

P Estas foram as Olimpíadas mais longas da história. Tiveram início em 27 de Abril e terminaram a 31 de Outubro.

P Austrália e Nova Zelândia foram representadas por uma única delegação, sob o nome de “Australásia”.

P Foi em Londres que Pierre de Coubertin proferiu a famosa frase: “o mais importante nos Jogos Olímpicos não é vencer, e sim competir”.

HISTÓRIA OLÍMPICA 52


Jogos Olímpicos de Verão 1912 – Estocolmo Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

28 14 102 2407 (48 mulheres) 5 de Maio 27 de Julho

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Estados Unidos Suécia Grã-Bretanha

OURO 26 24 10

PRATA 19 24 15

BRONZE 19 17 16

TOTAL 64 65 41

} BRASIL: não participou Realizadas em Estocolmo, na Suécia, as Olimpíadas de 1912 foram um verdadeiro modelo de eficiência e definiram o padrão de organização para as décadas seguintes. Os suecos introduziram o uso do sistema de marcações automático de tempo para as provas de pista do atletismo e de um sistema de comunicação público. Coube ao rei Gustavo I abrir a Cerimônia dos Jogos que, pela primeira vez, tiveram a participação de atletas dos cinco continentes. Depois da campanha do Barão de Coubertin, o pentatlo moderno foi adicionado ao programa Olímpico. Eventos femininos na natação e nos saltos ornamentais também foram acrescentados ao programa. A Suécia não permitiu as competições de boxe no seu território. Após os Jogos o COI decidiu limitar o poder dos países-sede de decidir o programa Olímpico.

HISTÓRIA OLÍMPICA 53


Cerimônia de Abertura onde, pela primeira vez, os cinco continentes estiveram representados

ATLETA DE DESTAQUE Jim Thorpe

Norte-americano, venceu o decatlo e pentatlo, mas teve que devolver suas medalhas olímpicas por ser considerado atleta profissional.

VOCÊ SABIA? P O índio-americano Jim Thorpe torna-se campeão olímpico do pentatlo e decatlo

em 1912 e é recebido em apoteose nos Estados Unidos, porém, como Thorpe também jogava beisebol e era remunerado por tal, foi considerado atleta profissional e o COI exigiu a devolução de suas medalhas (os Jogos Olímpicos só admitiam atletas amadores). Teve uma carreia brilhante em grandes times americanos de beisebol e inclusive foi o primeiro presidente da Associação de Profissionais de Futebol Americano. Em 1950 foi reconhecido como “o maior atleta da primeira metade do século”, 3 anos antes de sua morte. Só em 1982 é que o COI reconheceu seu erro e devolveu suas medalhas a seus filhos. A história do índio Thorpe foi imortalizada no cinema e coube a Burt Lancaster representar seu papel.

P O português Francisco Lázaro era um dos grandes favoritos ao ouro na maratona, porém acabou por se sentir mal durante o percurso, vindo a falecer poucas horas depois. Foi o primeiro atleta olímpico a morrer, precisamente na primeira vez que Portugal participava nos Jogos.

P Em 1912 a Rússia dominava a Finlândia, então os atletas finlandeses que venceram provas era homenageados com a bandeira russa. Apesar de Estocolmo ser uma cidade independente nada pôde ser feito contra isso.

P Estocolmo marcou também a primeira aparição das mulheres na competição de natação.

HISTÓRIA OLÍMPICA 54


Jogos Olímpicos de Verão 1920 - Antuérpia Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

29 24 154 2626 (65 mulheres) 20 de Abril 12 de Setembro

QUADRO DE MEDALHAS PAÍS 1 Estados Unidos 2 Suécia 3 Grã-Bretanha 11 Brasil

OURO 41 19 16 1

PRATA 27 20 15 1

BRONZE 27 25 13 1

TOTAL 95 64 44 3

Depois de um interregno de 8 anos, devido à I Guerra Mundial, os Jogos de 1920 foram concedidos para a cidade da Antuérpia, na Bélgica, substituindo Budapeste, na Hungria, em honra à população belga que tanto sofreu durante a guerra. Entretanto, mesmo a sua apresentação sendo espartana, o país-sede foi admirado pelos seus nobres esforços. Como as nações agressoras da guerra (Alemanha, Áustria, Hungria, Bulgária e Turquia) foram proibidas de participar dos Jogos, apesar da objeção do Barão de Coubertin, também isso levou a que a Olimpíada fosse transferida de Budapeste para Antuérpia, em Abril de 1919. A Cerimônia de Abertura, conduzida pelo Rei Alberto I, foi memorável pela introdução da Bandeira Olímpica e pela primeira apresentação do Juramento dos Atletas, feito pelo belga Victor Boin. O mesmo atleta que ganhou duas medalhas no pólo aquático (prata em Londres, 1908, e bronze em Estocolmo, 1912 e ganharia mais uma medalha na Antuérpia: o bronze na esgrima - espada por equipes).

HISTÓRIA OLÍMPICA 55


ATLETA DE DESTAQUE Nedo Nali

Italiano e esgrimista, conquistou 5 medalhas de ouro em espada, sabre e florete.

BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil finalmente participou de sua primeira Olimpíada na Antuérpia. Enviou 21 atletas para participar em 5 esportes: saltos ornamentais, natação, pólo aquático, remo e tiro esportivo. O grande destaque, sem dúvida, foi Guilherme Paraense que ganhou a primeira medalha de ouro do Brasil na pistola rápida de 25m. No total o Brasil ganhou três medalhas. Além do ouro de Paraense, Afrânio da Costa ganhou a prata na pistola livre de 50m e a equipe do Brasil ganhou o bronze na pistola livre de 50m.

Porta-bandeira do Brasil: Afrânio da Costa (Tiro) Afrânio da Costa, à esquerda, conquistou a medalha de prata para o Brasil

A equipe brasileira de tiro, vencedora do bronze olímpico

HISTÓRIA OLÍMPICA 56


Atletas aguardam o tiro de partida para mais um evento de natação

A primeira Bandeira Olímpica sendo hasteada na Cerimônia de Abertura

VOCÊ SABIA? P A frase olímpica “Citius, Altius e Fortius” (“o mais rápido, o mais alto e o mais

forte”), apesar de ter sido aprovada pelo COI em 1897, só é utilizada oficialmente nesta edição. A cerimônia de Abertura dos Jogos foi também a primeira com o hasteamento da bandeira com os cinco anéis representando todos os continentes do planeta. Foi também a primeira vez que um competidor fez o Juramento Olímpico e que foram soltas pombas brancas, simbolizando a paz entre os povos.

P Antuérpia teve vários problemas em diversas situações: a cidade, ainda em re-

construção após a I Guerra Mundial, não teve como garantir a hospedagem dos atletas, que acabaram por ficar em casas de famílias que os receberam. Outra situação foi a competição de pólo aquático entre a Bélgica e a Inglaterra, em que os torcedores não gostaram da derrota belga e acabaram por invadir a piscina. Muitos jogadores foram parar no hospital.

P A peteca (jogo típico brasileiro com origem nos índios Tupi) atraiu as atenções

na Antuérpia. Os atletas brasileiros levaram consigo petecas a título de recreação, o que gerou curiosidade de outros atletas. José Maria Castelo Branco, chefe da delegação brasileira, viu-se momentaneamente embaraçado pelos insistentes pedidos de esclarecimentos em relação às regras da peteca, principalmente por parte dos finladeses, que ficaram interessados na nova atividade esportiva. Convém recordar que a peteca só teve regras definidas a partir de 1973!

P A primeira medalha de ouro, a primeira de prata e a primeira de bronze do Brasil aconteceram nesta edição dos Jogos e no mesmo esporte: o tiro.

P As conquistas faladas acima só foram possíveis graças à colaboração dos Estados

Unidos. As duas comitivas viajaram juntas no mesmo navio e a amizade foi feita. No percurso da viagem Paraense perdeu o seu revólver que caiu no mar, bem como a munição. Foi com uma arma emprestada pelos americanos que Paraense venceu a medalha de ouro para o Brasil, sendo que o atirador americano ficou com a prata. Coisas da solidariedade esportiva.

P E foi nesta edição que o sueco Oscar Swahn foi o atleta mais velho a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos. Com 72 anos ele ganhou a medalha de prata na competição de tiro.

P O esgrimista italiano Nedo Nadi foi o autor de uma das maiores performances da

história dos Jogos. Venceu no florete e no sabre individual e levou a Itália à vitória por equipes no florete, no sabre e na espada, chegando ao recorde de 5 medalhas na esgrima em uma mesma edição dos Jogos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 57


Jogos Olímpicos de Verão 1924 - Paris Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

44 19 126 3089 (135 mulheres) 4 de Maio 27 de Julho

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Estados Unidos França Finlândia Brasil

OURO 45 14 14 0

PRATA 27 15 13 0

BRONZE 27 12 10 0

TOTAL 99 41 37 0

Para o grande alívio do Barão de Coubertin, que estava prestes a se aposentar em 1925, os Jogos Olímpicos de 1924 foram para Paris, dando aos franceses uma chance de se redimirem pela desastrosa Olimpíada de 1900. Em 1924, foi introduzido o ritual de levantar três bandeiras na Cerimônia de Encerramento: a bandeira Olímpica, a bandeira do país-sede e do país anfitrião dos próximos Jogos Olímpicos. Demonstrações violentas aconteceram durante as competições de boxe e rugby, bem como disputas durante o torneio de esgrima que se tornaram verdadeiros duelos. Os franceses estavam particularmente irritados com americanos devido à recente crítica do governo dos EUA sobre a ocupação do vale do Ruhr pela França. Durante um jogo de rugby entre França e os EUA, um estudante americano de artes levou uma bengalada de um furioso francês irritado pela torcida em voz alta do americano. Entretanto, no geral os Jogos foram bem organizados e correram tranquilamente. O número de nações participantes saltou de 29 para 44, sinalizando a aceitação universal das Olimpíadas como um grande evento, assim como a presença de 1000 jornalistas na cidade.

HISTÓRIA OLÍMPICA 58


ATLETA DE DESTAQUE Paavo Nurmi

“Finlandês Voador”, ganhou 8 medalhas de ouro e 1 de prata, nas provas de atletismo.

BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou de sua segunda Olimpíada em Paris, levando 12 atletas. Mas diferentemente da Antuérpia, o país não trouxe nenhuma medalha de Paris. O melhor resultado obtido foi um 5º lugar por Enrico de Freitas no salto com vara.

Porta-bandeiras do Brasil: Alfredo Gomes (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P Por questões metereológicas Paris quase não acolheu os Jogos Olímpicos! Em 1923

choveu tanto que o rio Sena transbordou e as placas publicitárias sairam boiando, detonando o marketing esportivo, que começava a dar seus primeiros passos.

P Foi na edição dos Jogos de Paris que surgiram os primeiros cambistas. Os ingressos chegaram a ser vendidos por um preço 5 vezes superior ao de bilheteria.

P Muita gente fala em “gol olímpico” sem saber a origem dessa expressão. O lance que

originou esse nome aconteceu na competição de Paris, quando num jogo amistoso os campeões olímpicos uruguaios defrontavam a Argentina. Na cobrança de um escanteio, o ponta esquerda argentino Onzari, fez um gol direto. Como foi um gol contra os olímpicos e um lance difícil, o mesmo acabou sendo apelidadode “gol olímpico”.

P Jack Kelly, remador dos Estados Unidos, vencedor das medalhas de ouro nas provas de

single skulls e double skulls, em 1920 e 1924, pai de Grace Kelly, futura princesa do Mônaco, não pôde participar, na Inglaterra, da Regata de Henley. Jack Kelly não foi aceito, pois no regulamento da competição era impedida a participação a empregados braçais ou assalariados. Kelly, que na época era pedreiro, acabou se tornando um próspero empresário.

P O príncipe havaiano Duke Paoa Kahanamoku que fora um sucesso nos Jogos de Antuérpia, ao bater dois recordes olímpicos e um mundial na natação, era ansiosamente aguardado em Paris. Porém Johnny Weismuller roubou todo o protagonismo e tornouse o primeiro homem a colocar a marca dos 100 metros abaixo de um minuto, venceu 5 medalhas de ouro e foi bronze no pólo aquático. Weismuller também participou na edição de 1928 e depois seguiu carreira de ator como o Tarzan das telas de cinema.

P O norte-americano William Hubbard tornou-se o primeiro negro a vencer uma medalha de ouro em um evento individual, ao vencer o salto em distância.

P Pela primeira vez os atletas foram acomodados numa Vila Olímpica construída especialmente para os Jogos. As cabanas eram feitas de madeira.

P Depois dos Jogos de Paris, a dificuldade de se definir se os tenistas participantes

eram ou não profissionais, levou à retirada do esporte do programa olímpico. A modalidade foi reintegrada, como exibição, nos Jogos de Los Angeles (1984) e desde os Jogos de Seul, em 1988, voltou a valer medalhas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 59


Jogos Olímpicos de Inverno 1924 – Chamonix Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

16 9 16 258 (11 mulheres) 25 de Janeiro 5 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Finlândia Áustria

OURO 4 4 2

PRATA 7 4 1

BRONZE 6 3 0

TOTAL 17 11 3

} BRASIL: não participou Os Jogos Olímpicos de Inverno surgiram após a bem sucedida experiência da “Semana Internacional dos Esportes de Inverno”. A cidade francesa de Chamonix foi a escolhida para sediar a primeira edição da verdadeira Olimpíada de Inverno. 16 países tiveram a honra de participar dos I Jogos: Áustria, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Hungria, Itália, Iugoslávia, Letônia, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça e Tchecoslováquia. Nove esportes foram disputados em Chamonix: biathlon, bobsled, combinado nórdico, curling, esqui cross-country, hóquei no gelo, patinação artística, patinação de velocidade e salto de esqui. No quadro de medalhas, a disputa foi dura entre os países nórdicos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 60


ATLETA DE DESTAQUE Charles Jewtraw

Norte-americano e patinador de velocidade no gelo, foi o primeiro campeão nas Olimpíadas de Inverno.

VOCÊ SABIA? P Um dos principais nomes da modalidade de patinagem no gelo foi o finlandês

Clas Thunberg: faturou três medalhas de ouro, nos 1.500m, 5.000m e no allaround (competição em todas as distâncias).

P O Canadá destruiu seus adversários do hóquei no gelo masculino: o ouro (a única medalha que o Canadá faturou na França) veio com 122 gols marcados e apenas três sofridos.

P Foi a primeira participação da patinadora norueguesa Sonja Henie em Jogos

Olímpicos. Na ocasião, a lendária atleta olímpica tinha apenas 11 anos, a mais jovem atleta a disputar uma competição nos Jogos Olímpicos de Inverno.

A estrela da patinação artistica, Sonja Henie, com apenas 11 anos

Os ingleses em plena preparação para o evento de curling

HISTÓRIA OLÍMPICA 61


Jogos Olímpicos de Verão 1928 – Amsterdã Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

46 16 109 2883 (277 mulheres) 17 de Maio 12 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Estados Unidos Alemanha Finlândia

OURO 22 11 8

PRATA 18 9 8

BRONZE 16 17 9

TOTAL 56 37 25

} BRASIL: não participou A Olimpíada de Amsterdã foi, com exceção do torneio de boxe, a olimpíada disputada com maior tranquilidade, contrapondo os 20 anos de incerteza econômica e de guerra passados. Talvez o melhor exemplo dessa tranquilidade seja o do remador Henry Pearce, australiano, que no meio das quartas de final, parou o barco para deixar uma família de patos cruzarem o seu caminho. Pearce acabou por vencer e na final, levou a medalha de ouro. Na Cerimônia de Abertura, a delegação da Grécia abriu a Parada das Nações e a delegação da Holanda encerrou o desfile, e desde então, a Grécia abre a Parada e o país-sede a encerra. Atletas de 28 diferentes nações ganharam medalhas de ouro em Amsterdã, um recorde que iria durar 40 anos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 62


A multidão observa o salto de Elizabeth Becker Pinkston, americana que arrebatou o ouro na modalidade

O número de atletas do sexo feminino mais que dobrou devido à permissão delas para competirem na ginástica e no atletismo. Foi com grande relutância que a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) e o COI aceitaram a disputa de corrida por mulheres. Quando diversas atletas caíram de exaustão no final da prova dos 800 m, antifeministas atacaram tais “feitos de resistência” das mulheres. O novo presidente do COI, Henri de Baillet-Latour, sugeriu que todos os esportes femininos fossem excluídos do programa Olímpico. A IAAF baniu todas as provas femininas acima dos 200 m e apenas em Roma, 1960, o atletismo feminino voltaria a ter uma corrida com a distância maior que a meia volta. Em Amsterdã foi a primeira vez que uma marca famosa de bebidas apareceu como patrocinador dos Jogos Olímpicos.

ATLETA DE DESTAQUE Johnny Weismuller

Norte-americano e nadador conquistou, nos Jogos de 1924 e 1928, 5 medalhas de ouro e 1 de bronze. Interpretou, depois, Tarzan nas telas de cinema.

VOCÊ SABIA? P Os Jogos Olímpicos de Amesterdã marcaram a introdução da Pira Olímpica dentro do estádio, que tem seu fogo aceso na Cerimônia de Abertura e só é extinto na Cerimônia de Encerramento.

P Longe dos Jogos desde 1912, os alemães voltaram a disputar a maior competição do planeta nessa edição.

P Desde que o Brasil começou a participar nos Jogos Olímpicos, em 1920, os Jogos

de Amsterdã foram os únicos que não contaram com uma delegação do país por problemas econômicos.

P Quem chefiou a delegação dos Estados Unidos foi o General MacArthur, que mais

tarde foi um dos heróis da II Guerra Mundial e que disse “valeu a pena atravessar o Atlântico para ver esse duelo”, referindo-se à corrida disputada entre Nurmi e Ritola (ambos finlandeses), onde este último corria sob a bandeira dos Estados Unidos e foi derrotado por Nurmi.

HISTÓRIA OLÍMPICA 63


Jogos Olímpicos de Inverno 1928 – St. Moritz Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

25 8 14 464 (26 mulheres) 11 de Fevereiro 19 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Estados Unidos Suécia

OURO 6 2 2

PRATA 4 2 2

BRONZE 5 2 1

TOTAL 15 6 5

} BRASIL: não participou Com o sucesso de Chamonix, em 1924, o COI decidiu continuar de vez com a ideia de uma Olimpíada de Inverno. Sem condições de receber os Jogos, a Holanda desistiu de organizar e, com isso, a Suíça teve a oportunidade de sediar a competição multiesportiva. St. Moritz era, oficialmente, a 2ª edição dos Jogos Olímpicos, porém, esta era a primeira vez que o nome “Jogos Olímpicos de Inverno’” era utilizado. Houve também a fusão com os Jogos Nórdicos - considerado o precursor da Olimpíada de Inverno. Em St. Moritz, tivemos a aparição de oito esportes no programa: bobsled, combinado nórdico, esqui cross country, hóquei no gelo, patinação artística, patinação de

HISTÓRIA OLÍMPICA 64


As montanhas enquadram a pista de hóquei no gelo onde canadenses e suíços disputam as meias-finais

velocidade, saltos de esqui e skeleton. 25 países estiveram presentes com pelo menos um atleta, 9 desses países eram estreantes, com destaque para a Argentina, a primeira participação sul-americana em Jogos de Inverno. E por pouco, não faturaram medalha no skeleton: 4° lugar por equipes. No quadro de medalhas, novamente a Noruega dominou e vinha se consolidando como potência dos esportes de inverno.

ATLETA DE DESTAQUE Sonja Henie

Norueguesa, a patinadora artística venceu a sua primeira medalha de ouro. Paralelamente era atriz de cinema.

VOCÊ SABIA? P A corrida cross country de 50 km ocorreu em condições meteorológicas bem es-

tranhas. No início da competição, a temperatura era 0 °C, e ao final, a temperatura chegou a marcar 25 °C. O sueco Per Erik Hedlund foi o vencedor, com 13 minutos de diferença para os outros esquiadores.

P Clas Thunberg voltou com tudo: os dois ouros conquistados pela Finlândia em

St. Moritz foram dele, na patinação de velocidade: nos 500m (empatado com o norueguês Bernt Evensen) e nos 1500m.

P Foi em 1928 que Sonja Henie começou o seu domínio na patinação artística femini-

na: aos 15 anos de idade, ela conquistou o seu primeiro ouro olímpico. O recorde de Sonja como o atleta mais jovem a faturar ouro em Olimpíadas de Inverno durou 74 anos (mais precisamente, até 2002).

P Com classificação garantida para a fase final após o título em 1924, o time de hó-

quei do Canadá continuou avassalador: em três jogos, 38 gols marcados, nenhum contra, e o bicampeonato olímpico na modalidade. Novamente, a única medalha conquistada pelos canadenses veio daí.

HISTÓRIA OLÍMPICA 65


Jogos Olímpicos de Verão 1932 – Los Angeles Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

37 16 117 1332 (126 mulheres) 30 de Julho 14 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Estados Unidos Itália França Brasil

OURO 41 12 10 0

PRATA 32 12 5 0

BRONZE 30 12 4 0

TOTAL 103 36 19 0

Devido aos Jogos Olímpicos de 1932 terem sido realizados no meio da Grande Depressão e na remota cidade de Los Angeles, o número de atletas participantes dos Jogos caiu para metade, se comparado com o número que participou em Amsterdã quatro anos antes. Muitos dos eventos atraíram pouquíssimos atletas e o torneio de futebol teve de ser cancelado completamente. Entretanto, o nível de competitividade foi muito alto e 18 recordes mundiais foram quebrados ou igualados. O público também bateu recordes de assistência, a começar com os 100 mil espectadores na Cerimônia de Abertura. Os Jogos de 1932 foram os primeiros a dar lucro, que ficou em cerca de um milhão de dólares. As Olimpíadas de 1932 foram os primeiros Jogos a durar apenas 16 dias. A partir de então passaram a durar entre 15 e 18 dias. Entre 1900 e 1928, nenhuma edição durou menos que 79 dias. A marcação de tempo automática foi introduzida nos eventos do atletismo, assim como

HISTÓRIA OLÍMPICA 66


o photo-finish. Pela primeira vez, os resultados de uma prova foram modificados depois do resultado oficial por causa de uma revisão do filme. Originalmente o norte-americano Jack Keller, ganhou a medalha de bronze dos 110m com barreiras. Quando saíram os resultados revisados, Keller foi entregar a medalha ao britânico Donald Finley. Nos interesses da boa vontade internacional, o governo dos EUA suspendeu a proibição contra bebidas alcoólicas (famosa Lei Seca), para permitir que franceses, italianos e outros atletas pudessem importar e beber vinho.

ATLETA DE DESTAQUE Babe Didrikson

Norte-americano, venceu 3 provas no atletismo, depois de ser golfista com 17 títulos “master”.

BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 67 atletas (1 mulher apenas). Inicialmente estava prevista a participação de 82 atletas, mas como as autoridades fronteiriças de San Pedro, cobravam 1 dólar por pessoa para desembarcar, a organização brasileira então pagou apenas o desembarque dos atletas que eles achavam que podiam ganhar medalhas. Nessa decisão estava inclusa a nadadora Maria Lenk (a primeira mulher sul americana a competir na Olimpíada) e 15 atletas ficaram no barco que levou a delegação brasileira. A seleção de pólo aquático ainda foi desqualificada da competição, após ter agredido os árbitros após o jogo contra a Alemanha. O país não trouxe nenhuma medalha de Los Angeles.

Porta-bandeiras do Brasil: Lúcio de Castro (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P Disputado nos Jogos Olímpicos desde Paris (1900), o futebol foi excluídos do programa de Los Angeles, voltando na edição seguinte para não deixar mais os Jogos.

P Os atletas Paavo Nurmi, finlandês, e Jules Ladoumègue, francês, registrados

como profissionais não puderam participar das competições e foram mandados de volta para seus países.

P O Japão brilhou na natação olímpica de 1932. Apenas perdeu uma prova, que foi a de 400

metros livres que, curiosamente, foi vencida por Clarence “Buster” Crabbe, dos Estados Unidos, que mais tarde vestiu a pele de Tarzan e Flash Gordon nas telas de cinema.

P Esta edição dos Jogos Olímpicos recebeu a primeira participação da velocista polonesa Stanislawa Walasiewicz (naturalizada americana em 1947, tendo adotado o nome Stella Walsh Olson) que ficou para a história do esporte mundial por causa da questão da identidade de gênero. A polonesa acumulou prêmios aos longo de sua carreira esportiva, estabelecendo 11 recordes mundiais! Já retirada das competições, em 1960 na cidade americana de Cleveland onde residia, Stella foi atingida mortalmente por uma bala perdida no decorrer de um assalto ao supermercado onde se encontrava fazendo compras. O exame de autópsia revelou ser uma surpresa: a medalhada atleta era hermafrodita. O caso de Stanislawa ou Stella é sempre lembrado como uma das razões pelas quais o COI tem graduamente evitado a determinação de testes de gêneros de sexo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 67


Jogos Olímpicos de Inverno 1932 – Lake Placid Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

17 7 14 252 (21 mulheres) 4 de Fevereiro 15 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Estados Unidos Noruega Canadá

OURO 6 3 1

PRATA 4 4 1

BRONZE 2 3 5

TOTAL 12 10 7

} BRASIL: não participou A pequena vila de Lake Placid, limítrofe ao Canadá, foi o local escolhido para sediar a terceira edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. Foi a primeira vez (em quatro oportunidades) em que os Estados Unidos sediaram o maior evento multiesportivo de inverno do mundo. Além de Lake Placid, Bear Mountain, Yosemite Valley, Denver, Minneapolis, Lake Tahoe, Duluth e Montreal (Canadá) tinham a pretensão de sediar a disputa. Franklin Roosevelt, então governador do Estado de Nova Iorque (aonde se localiza Lake Placid) foi quem deu a partida nos Jogos Olímpicos. Pela primeira vez (provavelmente por sediar a competição), os Estados Unidos terminaram os Jogos Olímpicos de Inverno como líderes no quadro de medalhas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 68


Início da corrida de 10.000 m de velocidade

ATLETA DE DESTAQUE Hubert Stevens

Norte-americano, vencedor de 2 ouros e 1 prata no bobsled.

VOCÊ SABIA? P Na época, Lake Placid era uma cidade com uma população inferior a 4.000 pessoas. Diante de grandes obstáculos para levantar dinheiro no meio de uma crise financeira, Godfrey Dewey, presidente do Comitê Organizador, doou um terreno pertencente à sua família para a construção da pista de bobsled.

P Pela primeira vez uma atleta mulher foi porta-bandeira na Cerimônia de Abertu-

ra: Mollie Phillips, atleta da patinação artística teve a honra de carregar a bandeira da Grã-Bretanha, seu país, no entanto, saiu sem medalhas ao final da competição.

P Pela primeira vez, também, o hóquei no gelo foi disputado em local coberto. E o Canadá conquistou o tricampeonato da modalidade.

P Eddie Eagan foi o primeiro atleta a conquistar ouros tanto na Olimpíada de In-

verno, quanto na de Verão. Em 1920, na Olimpíada de Antuérpia (Verão), Eagan levou o título dos meio-pesados no boxe. E em Lake Placid, o atleta fez parte da equipe norte-americana de bobsled.

HISTÓRIA OLÍMPICA 69


Jogos Olímpicos de Verão 1936 – Berlim Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

49 21 129 3963 (331 mulheres) 1º de Agosto 16 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Alemanha Estados Unidos Hungria Brasil

OURO 33 24 10 0

PRATA 26 20 1 0

BRONZE 30 12 5 0

TOTAL 89 56 16 0

Em 1931, quando a alemã Berlim foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos, poucas pessoas suspeitavam que dois anos depois Adolf Hitler e os Nazistas estariam no poder. Vários grupos judeus pediram o boicote aos Jogos e, nos EUA, a proposta de boicote quase foi aprovada. Uma Olimpíada dos Trabalhadores estava prevista para acontecer em Barcelona, mas foi cancelada devido ao começo da Guerra Civil espanhola no dia anterior ao do começo da competição. Os Jogos de 1936 são mais conhecidos pelo fracasso da tentativa de Hitler de provar a superioridade da raça ariana. No fim das Olimpíadas, o herói dos Jogos, mesmo entre os alemães, acabou sendo o neto de escravos: o norte-americano Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Durante a competição de salto em distância, o alemão Luz Long foi publicamente amigável com Owens, mesmo na frente dos nazistas. Também foram os primeiros Jogos com filme oficial: “Olympia”, mesmo sendo filmado com a intenção de ser propaganda nazista, o filme acabou por celebrar o espírito humano.

HISTÓRIA OLÍMPICA 70


A transmissão televisiva estreava em Berlim, com 8 horas diárias dedicadas aos Jogos.

ATLETA DE DESTAQUE Jesse Owens

Norte-americano, velocista, estabeleceu 5 recordes mundiais e derrubou o arianismo de Hitler.

BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS. O Brasil participou dos Jogos de Berlim com 73 atletas (sendo 67 homens e 6 mulheres) em nove modalidades: atletismo, basquetebol, ciclismo, esgrima, iatismo, natação, pentatlo moderno, remo e tiro esportivo. O Brasil não ganhou nenhuma medalha nos Jogos de 1936.

Porta-bandeiras do Brasil: Sylvio de Magalhães Padilha (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P O fabricante da tocha olímpica de 1936 foi a Krupp, indústria bélica que fornecia

armas ao ditador Hitler. Não deixa de ser um contra-senso que um símbolo de união tenha sido desenvolvido por esse tipo de fabricante.

P Os Jogos Olímpicos de Berlim foram os primeiros transmitidos pela televisão em

circuito interno. 25 televisores foram instalados em teatros da cidade, permitindo que o público pudesse assistir às competições.

P Foram vendidos 4,5 milhões de ingressos nos Jogos de 1936. P O basquetebol surgiu, pela primeira vez, nos Jogos Olímpicos, em 1936. Infeliz-

mente não teve muito sucesso, pois os jogos aconteceram numa quadra de tênis de piso de saibro e ao ar livre. Alguns embates foram arruinados pela chuva. 21 equipes participaram, inclusive o Brasil, que ficou em nono lugar, ficando os Estados Unidos com o ouro.

P Uma curiosidade desta edição dos Jogos foi o maratonista Sohn Kee-Chung, coreano, mas que subiu ao primeiro lugar do pódio ao som do hino japonês. O nome verdadeiro do corredor era Kitei Son e isso sucedeu porque a Coreia se encontrava sob domínio militar e político do Japão desde 1910.

HISTÓRIA OLÍMPICA 71


Jogos Olímpicos de Inverno 1936 – Garmisch-Partenkirchen Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

28 8 17 646 (80 mulheres) 6 de Fevereiro 16 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Alemanha Suécia

OURO 7 3 2

PRATA 5 3 3

BRONZE 3 0 3

TOTAL 15 6 7

} BRASIL: não participou Com a recepção de Adolf Hitler, os Jogos Olímpicos de Inverno de 1936 foram realizados na cidade de Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha. Essa edição recebeu forte propaganda por parte do seu führer, característica típica do governo nazista, e os Jogos tiveram maior notoriedade em relação às edições anteriores. 1936 também marcou a estreia do esqui alpino no programa olímpico de inverno. Além deste, bobsled, esqui nórdico, hóquei no gelo e as patinações artística e em velocidade também estiveram no programa, além de outras duas modalidades de demonstração: patrulha militar e a insólita estocagem de gelo. No quadro de medalhas, a liderança retornou para as mãos da Noruega. Restou a Hitler ver a Alemanha ficar com a 2ª colocação.

HISTÓRIA OLÍMPICA 72


ATLETA DE DESTAQUE Ivar Ballangrud

Norueguês e patinador de velocidade, conquistou nesta edição 3 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P A Grã-Bretanha surpreendeu a todos ao vencer o Canadá na disputa pelo ouro

no hóquei no gelo. O que provavelmente ajudou os britânicos nessa conquista foi o fato de que vários jogadores britânicos viviam no Canadá e conviviam de perto com o melhor hóquei do mundo.

P Sonja Henie faturou sua terceira medalha de ouro olímpica consecutiva na pati-

nação artística feminina. Depois dos Jogos, ela tornou-se profissional e percorreu o mundo com espetaculares shows no gelo, alcançando grande popularidade, especialmente nos Estados Unidos.

P Pela primeira vez, os Jogos Olímpicos de Inverno tiveram o fogo simbólico olímpi-

co. Não houve revezamento, apenas uma pira acesa no Estádio Olímpico de Esqui.

A holandesa Gratia Schimmelpenninck van der Oije em plena ação durante o evento de slalom

HISTÓRIA OLÍMPICA 73


Jogos Olímpicos de Verão 1948 – Londres Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

59 18 136 4104 (390 mulheres) 29 de Julho 14 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Estados Unidos Suécia França Brasil

OURO 38 16 10 0

PRATA 27 11 6 0

BRONZE 19 17 13 1

TOTAL 84 44 29 1

O Comitê Olímpico Britânico pegou a tarefa de organizar os primeiros Jogos Olímpicos em doze anos. Por Londres ainda estar em reconstrução após a II Guerra Mundial, as finanças foram limitadas e os atletas foram alojados em barracas do exército e dormitórios escolares remodelados. As nações agressoras da II Guerra, Alemanha e Japão, foram banidas dos Jogos, mas um recorde de 59 países tomou parte da competição. Nesta edição foi também feita uma justa homenagem ao pai dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, Coubertin, que falecera em 1937. A primeira deserção política em Jogos Olímpicos aconteceu quando Marie Provaznikova, presidente da Comissão Técnica da equipe de ginástica da Tchecoslováquia, se recusou a voltar para o país comunista. Os Jogos de 1948 foram os primeiros a serem mostrados na televisão, apesar de poucas pessoas na Grã-Bretanha possuírem televisores em casa na época.

HISTÓRIA OLÍMPICA 74


Duelo de esgrima emocionante entre Rene Bougnol (à esquerda) e o seu conterrâneo francês Christian d’Oriola.

ATLETA DE DESTAQUE Fanny Blankers-Koen

Holandesa, com 30 anos de idade e 2 filhos, ganhou 4 medalhas de ouro no atletismo.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou nos Jogos de Londres com 70 atletas (11 mulheres) em 11 modalidades: atletismo, basquetebol, boxe, esgrima, hipismo, iatismo, natação, pentatlo moderno, remo e saltos ornamentais. O melhor resultado foi com o basquetebol masculino, que conseguiu a medalha de bronze, após bater o México por 52 a 47 na decisão do terceiro lugar.

Porta-bandeiras do Brasil: Sylvio de Magalhães Padilha (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P Depois da tocha olímpica de 1936 ter sido produzida por uma empresa de

armamento, a de Londres teve como inspiração as lâmpadas gregas e romanas. A ideia foi do arqueólogo Ralph Lavers que teve como mote o retorno ao ideal olímpico de pacificação.

P Foi somente a partir dessa edição que as provas de natação começaram a ser realizadas em piscinas.

P Foram introduzidos os blocos para facilitar a saída dos competidores de atletismo nas provas de velocidade.

P Com o fim da II Guerra Mundial, foi a primeira participação de países do bloco

comunista em Jogos Olímpicos e, também, o primeiro boicote. Alguns países como Ceilão, Colômbia, Guatemala, Líbano, Panamá, Porto Rico, Síria e Venezuela foram representados pela primeira vez. Por outro lado não houve participação de atletas do Japão, da União Soviética e da Alemanha.

HISTÓRIA OLÍMPICA 75


Jogos Olímpicos de Inverno 1948 – St. Moritz Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

28 9 22 669 (77 mulheres) 30 de Janeiro 8 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 1 3

PAÍS Noruega Suécia Suiça

OURO 4 4 3

PRATA 3 3 4

BRONZE 3 3 3

TOTAL 10 10 10

} BRASIL: não participou Por conta dos transtornos gerados pela II Guerra Mundial, assim como os Jogos Olímpicos de Verão, as Olimpíadas de Inverno tiveram um hiato de 12 anos em relação à edição anterior. Depois de Garmisch-Partenkirchen, as disputas retornaram ao lugar de origem: St. Moritz, na Suíça. Além disso, era a primeira vez em que os Jogos de Inverno não aconteceriam no mesmo país-sede dos Jogos de Verão do ano (no caso, a britânica Londres). Pesou a favor de St. Moritz, o pouco dano que a Suíça teve com a guerra e, ainda, a estrutura de competições que já existiam na cidade, tudo estava pronto para uma nova competição, 20 anos depois da primeira oportunidade. No quadro de medalhas, um empate triplo: 10 para Noruega, Suécia e Suíça. E pela única vez na história, tivemos um empate na liderança do quadro: Noruega e Suécia.

HISTÓRIA OLÍMPICA 76


O voo do patinador Dick Button com um cenário maravilhoso

ATLETA DE DESTAQUE Barbara Ann Scott

Canadense e patinadora, ganhou a medalha de ouro depois de uma performance cheia de graça e habilidade técnica.

VOCÊ SABIA? P Apesar de 22 medalhas de ouro estarem em jogo, apenas o esquiador alpino fran-

cês Henri Oreiller e o esquiador nórdico Martin Lundström, da Suécia, ganharam mais do que uma medalha de ouro (ambos faturaram 2 ouros).

P O skeleton voltou ao programa dos Jogos Olímpicos após ficar de fora em 1932

e 1936. Mas foi aí a sua última aparição - voltaria novamente ao programa em 2002, nos jogos de Salt Lake City (EUA).

HISTÓRIA OLÍMPICA 77


Jogos Olímpicos de Verão 1952 - Helsinque Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

69 17 149 4955 (519 mulheres) 19 de Julho 3 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 24

PAÍS Estados Unidos União Soviética Hungria Brasil

OURO 40 22 16 1

PRATA 19 30 10 0

BRONZE 17 19 16 2

TOTAL 76 71 42 3

Os Jogos de Helsinque começaram dramaticamente quando o finlandês Paavo Nurmi, então com 55 anos, entrou no estádio Olímpico carregando a tocha e a entregando para Hannes Kolehmainen, com 62 anos na época, que acendeu a Pira Olímpica. Os atletas de 69 países juntaram-se no campo do estádio e se apertaram na tentativa de ver essas duas lendas Olímpicas. Pareceu apropriado que os mais importantes fatos dos Jogos de Helsinque fossem de outro corredor de provas de longa distância, Emil Zatopek, tchecoslovaco. Ele havia vencido os 10.000m e 5000m nos Jogos de Londres, em 1948 e em 1952, venceu os 10.000m. Quatro dias depois, venceu os 5.000. A vitória na maratona três dias depois o tornou um mito, pois até hoje ninguém repetiu o seu feito. Os Jogos de Helsinque foram tão bem organizados e os fãs tão entusiasmados, que alguns observadores sugeriram que as Olimpíadas fossem sempre organizadas na Escandinávia.

HISTÓRIA OLÍMPICA 78


Atletas lutam numa demonstração física impressionante

ATLETA DE DESTAQUE Emil Zátopek

Tchecoslovaco, ganhou 3 medalhas de ouro nos 5.000m, 10.000m e na maratona.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 97 atletas (5 mulheres) em 14 esportes: atletismo, boxe, basquetebol, saltos ornamentais, hipismo, esgrima, futebol, pentatlo moderno, remo, iatismo, tiro esportivo, natação, polo aquático e levantamento de peso. Nessa Olimpíada o país voltou a ganhar uma medalha de ouro, depois de 32 anos, e também viu o surgimento da primeira lenda Olímpica: Adhemar Ferreira da Silva. O filho de um ferroviário com uma empregada doméstica saltou 16,22 metros, quebrando o próprio recorde mundial no salto triplo. O Brasil ganhou ainda duas outras medalhas, ambas de bronze: José Telles da Conceição (salto em altura) e Tetsuo Okamoto (1.500m nado livre).

Porta-bandeiras do Brasil: Mario Jorge da Fonseca Hermes (Basquetebol)

VOCÊ SABIA? P União Soviética e Israel participam, pela primeira vez, em edições dos Jogos

Olímpicos, porém, com o clima de Guerra Fria a atingir o mundo, a URSS fez questão de não misturar os seus atletas com os dos países opositores. Construiu um vila exclusiva onde também foram acolhidos tchecos e húngaros.

P Foram criadas moedas comemorativas para os Jogos de Helsinque. P Emil Zátopek, da extinta Tchecoslováquia, ficou para a história olímpica com o

apelido de “Locomotiva de Praga” ou “Locomotiva Humana”. O sexto filho de uma família extremamente pobre foi estrela dos Jogos. Curiosamente ele nunca havia feito uma maratona, mas resolveu acompanhar os preferidos, acabando por vencer. Zátopek era casado com a atleta tcheca Dana Zátopková, que também venceu, em Helsinque o ouro no lançamento do dardo, apenas uma hora após a vitória do marido nos 5.000 metros.

HISTÓRIA OLÍMPICA 79


Jogos Olímpicos de Inverno 1952 – Oslo Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

30 8 22 694 (109 mulheres) 14 de Fevereiro 25 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Estados Unidos Finlândia

OURO 7 4 3

PRATA 3 6 4

BRONZE 6 1 2

TOTAL 16 11 9

} BRASIL: não participou Considerada a “casa oficial do esqui alpino”, a Noruega teve sua primeira oportunidade de sediar uma Olimpíada de Inverno pela primeira vez em 1952, sendo a capital Oslo a representante. Os noruegueses superaram Lake Placid e Cortina D’Ampezzo na concorrência. O esqui alpino, por sua vez, acabou sendo realizado em Norefjell, a cerca de 113 km da capital norueguesa. E, se em outros países os noruegueses vinham ficando na liderança do quadro de medalhas, em 1952 não foi diferente: 7 ouros, 3 pratas e 6 bronzes, seguidos de perto pelos Estados Unidos.

ATLETA DE DESTAQUE Hjalmar Andersen

Norueguês e patinador de velocidade, foi o melhor atleta em Oslo, faturando 3 medalhas de ouro.


VOCÊ SABIA? P Os computadores foram usados pela primeira vez na patinação artística, para o cálculo das pontuações atribuídas pelos diferentes juízes para os programas obrigatórios e livres. Isso permitiu que a pontuação de um atleta pudesse ser dada imediatamente.

P O patinador artístico norte-americano Richard “Dick” Button precisava apenas

executar um programa seguro para manter o seu título olímpico. Em vez disso, ele preferiu tentar um loop triplo, embora nenhum patinador tivesse executado essa manobra antes. Ele conseguiu fazer o seu salto inovador perfeitamente, os nove juízes concederam-lhe as melhores notas, e ele faturou sua segunda medalha de ouro.

Pequeno perante a paisagem, o tchecoslovaco Vlastimil Melich faz seu salto durante as competições

HISTÓRIA OLÍMPICA 81


Jogos Olímpicos de Verão 1956 - Melbourne Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

72 19 145 3314 (376 mulheres) 22 de Novembro 8 de Dezembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 24

PAÍS União Soviética Estados Unidos Austrália Brasil

OURO 37 32 13 1

PRATA 29 25 8 0

BRONZE 32 17 14 0

TOTAL 98 74 35 1

Melbourne ganhou o direito de sediar os Jogos de 1956 com a diferença de um voto sobre Buenos Aires. Os Jogos de Melbourne foram os primeiros a serem realizados no hemisfério sul, por isso foram realizados em Novembro/Dezembro. Os Jogos de 1956 foram atingidos por dois boicotes, mas registraram um momento interessante e de esperança: as Alemanhas Oriental e Ocidental combinaram as suas equipes para disputar os Jogos. Fato que se repetiria em Roma e Tóquio. Para contra-atacar a tensão desses jogos, uma novidade foi incluída na Cerimônia de Encerramento. Até 1956, os atletas marchavam por países, igual à Cerimônia de Abertura. Mas, graças à sugestão de um jovem australiano chamado John Ian Wang, os atletas passaram a entrar no estádio juntos, como símbolo de união global. Quando os jogos retornaram para a Austrália, 44 anos depois, uma busca foi iniciada por Wang e foi descoberto que ele era dono de um restaurante de comida chinesa em Bucareste, na Romênia. Ele foi levado para Sydney e homenageado na Cerimônia de Encerramento dos Jogos de 2000. Outro fato curioso ocorrido nesta edição foi o fato de as competições olímpicas de hipismo não terem ocorrido na Austrália, mas sim em Estocolmo. Havia uma quarentena equina em vigor na Austrália, que inviabilizou o transporte dos cavalos para a Olimpíada de Melbourne.

HISTÓRIA OLÍMPICA 82


ATLETA DE DESTAQUE Dawn Fraser

Australiana, ganhadora de um total de 8 medalhas (4 de ouro e 4 de prata) na natação.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 44 atletas (1 mulher) em 11 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, ciclismo, iatismo, levantamento de peso, natação, pentatlo moderno, remo, saltos ornamentais e tiro esportivo. Em Melbourne, Adhemar Ferreira da Silva repetiu o feito e foi medalha de ouro no salto triplo, a única do país nos jogos.

Porta-bandeiras do Brasil: Wilson Bombarda (basquetebol)

VOCÊ SABIA? P Nas olimpíadas desse ano um namoro entre atletas quase provocou um incidente

diplomático! Uma atleta tcheca e um norte-americano protagonizaram o causo e em pleno auge da Guerra Fria!

P O COI conseguiu uma importante vitória política nos Jogos de Melbourne: levou

as duas Alemanhas (Ocidental e Oriental) como uma só delegação, competindo sob uma bandeira preta, vermelha e amarela, com os Aros Olímpicos.

P A intervenção soviética na Hungria provocou inúmeros protestos de países oci-

dentais, como a Espanha, Suiça e Holanda, que não enviaram delegações à Austrália. Egito, Líbano e Iraque também não participaram, em protesto contra a intervenção franco-britânica na questão do Canal do Suez. Por fim, a China não esteve presente por causa da intervenção bélica de Taiwan.

P Houve inovações nestes Jogos: na esgrima foi introduzido o florete elétrico e na natação o placar digital semi-automático.

Para a história ficou a união das duas alemanhas nas competições olímpicas, apesar da Guerra Fria

Flagrado enquanto descansava, o brasileiro José Telles da Conceição, competidor do salto em altura

HISTÓRIA OLÍMPICA 83


Jogos Olímpicos de Inverno 1956 – Cortina d’Ampezzo Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

32 8 24 821 (134 mulheres) 26 de Janeiro 5 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS União Soviética Áustria Finlândia

OURO 7 4 3

PRATA 3 3 3

BRONZE 6 4 1

TOTAL 16 11 7

} BRASIL: não participou Pela primeira vez os Jogos de Inverno eram transmitidos ao vivo pela TV. Na patinação artística, o domínio foi dos Estados Unidos. No feminino, Tenley Albright liderou a dobradinha, sendo seguida por Carol Heiss. Já no masculino, o pódio foi norte-americano, com Hayes Alan Jenkins conquistando o ouro, Ronnie Robertson a prata e David Jenkins o bronze. Essa foi a última vez em que a competição não ocorreu em um ginásio fechado. No downhill, a aniversariante suíça Madeleine Berthod levou a medalha de ouro. No masculino, o austríaco Toni Sailer venceu com uma diferença de mais de três segundos para o segundo colocado. Sailer também foi o primeiro no slalom, e no slalom gigante, com direito à maior margem de vitória da história dos Jogos: 6,2 segundos. O austríaco foi o primeiro atleta do esqui alpino a vencer em três eventos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 84


ATLETA DE DESTAQUE Tenley Albright

Norte-americana e patinadora artística fez uma bela performance e levou o ouro olímpico.

VOCÊ SABIA? P Os Jogos marcaram a estreia da equipe soviética em Jogos de Inverno. Apesar

de novatos, eles conseguiram o primeiro lugar no quadro de medalhas com sete ouros, três a mais que a Áustria, segundo lugar.

P Toni Sailer, da Áustria, conquistou todas as três medalhas distribuídas nos eventos

masculinos, tornando-se o primeiro esquiador alpino a conseguir o feito em Jogos Olímpicos. Jean-Claude Killy viria a repetir o feito nos Jogos Olímpicos de 1968.

Ataque fulminante da equipe do Canadá perante o goleiro americano

HISTÓRIA OLÍMPICA 85


Jogos Olímpicos de Verão 1960 - Roma Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

83 19 150 5338 (611 mulheres) 25 de Agosto 11 de Setembro

QUADRO DE MEDALHAS PAÍS 1 União Soviética 2 Estados Unidos 3 Itália 39 Brasil

OURO 43 34 13 0

PRATA 29 21 10 0

BRONZE 31 16 13 2

TOTAL 103 71 36 2

Cinquenta e quatro anos depois da Itália ter que desistir de sediar os Jogos de 1908, devido à erupção do Monte Vesúvio, Roma finalmente teve a chance de organizar uma Olimpíada. A organização aproveitou lugares históricos da capital italiana e, por exemplo, a luta olímpica foi realizada na Basílica de Constantino, onde também eram realizadas lutas 2000 anos antes. Outros locais históricos escolhidos foram as Termas de Caracala (ginástica) e o Arco de Constantino (chegada da maratona). Até o Papa foi espectador, assistindo da janela na sua residência de Verão, as semifinais da canoagem. O etíope Abebe Bikila tornou-se o primeiro negro africano a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, ao vencer de maneira sensacional a maratona no último dia dos Jogos. Soldado da guarda pessoal do Imperador Haile Selassie, Bikila ganhou a mais dura e desgastante prova olímpica correndo descalço pelas ruas romanas sob um calor de quase 30° e quebrando o recorde mundial da modalidade ao cruzar a linha de chegada, localizada exatamente no Arco de Constantino, símbolo do poder romano e italiano que invadiu e conquistou a Etiópia, seu país natal, na época do governo do ditador fascista Benito Mussolini, o que deu a seu feito a dimensão heróica e dramática que o transformaria numa lenda e no exemplo para todos os atletas africanos, que a partir desta década começarão a dominar todas as provas de longa distância do atletismo mundial.

HISTÓRIA OLÍMPICA 86


ATLETA DE DESTAQUE Wilma Rudolph

Norte-americana, vencedora de 3 medalhas de ouro nos 100m, 200m e 4x100m no atletismo. Teve uma infância difícil, tendo vencido a escarlatina e pneumonia, e chegado a perder os movimentos da perna esquerda.

BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 72 atletas, em 14 esportes: atletismo, basquete, boxe, ciclismo, futebol, hipismo, iatismo, levantamento de peso, natação, pentatlo moderno, pólo aquático, remo, saltos ornamentais e tiro esportivo. Em Roma, o país conquistou duas medalhas de bronze: Manuel dos Santos nos 100m livres (Natação) e a equipe de basquete masculino, após terminar em 3º lugar no Grupo Final dos Jogos.

Porta-bandeiras do Brasil: Adhemar Ferreira da Silva (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P O pugilista Cassius Marcellus Clay, mais tarde conhecido como Muhammad Ali, ganhou status internacional após conquistar a medalha de ouro no boxe, na categoria pesado, derrotando o tricampeão europeu Zbigniew Pietrzykowoski.

P Os Jogos de Roma foram os últimos em que a África do Sul participou, antes

de ser afastada da competição. Esta decisão do COI durou 32 anos e teve como motivo o regime racista vigente no país.

P Os Jogos foram transmitidos ao vivo por mais de 100 canais de televisão, em VT para 18 países europeus e com um atraso para os Estados Unidos e Japão.

Servindo de meta, o Arco de Constantino recebe Abebe Bikila, atleta etíope, que bate o recorde mundial de maratona, com a particularidade de correr descalço

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Jogos Paralímpicos 1960 – Roma Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

23 8 57 400 (n.d. mulheres) 18 de Setembro 25 de Setembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS OURO Itália 29 Grã-Bretanha 20 Alemanha Ocidental 15

PRATA 28 15 6

BRONZE 23 20 9

TOTAL 80 55 30

} BRASIL: não participou Ainda com o nome de “Olimpíadas dos Portadores de Deficiência”, a primeira competição conjugada com o COI ocorreu em Roma, com abertura oficial do ministro italiano para a Saúde Pública, Camillo Giardina, no Estádio Acqua Acetosa. Assistiram cinco mil pessoas ao evento. Somente anos depois, em 1984, é que o COI decretou que Roma seria considerada a sede oficial dos I Jogos Paralímpicos da história. Para tal contribuiu o fato da capital italiana ter sediado, no mesmo ano, os Jogos Olímpicos de Verão. A realização das duas edições no mesmo ano e na mesma cidade viria a se tornar uma regra. Para Guttman, pai dos Jogos Paralímpicos, o objetivo havia sido cumprido: “os competidores e o público entenderam o significado dos Jogos de Roma como um novo padrão de reintegração de pessoas lesionadas na sociedade e no mundo esportivo”. A única deficiência física presente nos Jogos foi a lesão na medula espinhal e as modalidades em disputa foram: tiro com arco, atletismo, dardos, sinuca, natação, tênis de mesa, basquetebol em cadeira de rodas e esgrima em cadeira de rodas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 88


A equipe italiana faz pose para a foto na Vila Olímpica

ATLETA DE DESTAQUE Margaret Harriman

Original da então Rodésia (hoje Zimbabué), a arqueira e nadadora, conseguiu o feito de levar 5 medalhas, sendo 2 de ouro, para o seu país, o único país africano a estar presente nesta competição.

VOCÊ SABIA? P Nesta primeira edição dos Jogos as instalações esportivas não estavam

adaptadas e muitos cadeirantes tiveram problemas de locomoção e acesso na Vila Olímpica.

P A Itália foi a grande vencedora e, no final, a competição foi elogiada

pelo Papa João XXIII, que recebeu os competidores numa audiência fechada.

HISTÓRIA OLÍMPICA 89


Jogos Olímpicos de Inverno 1960 – Squaw Valley Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

30 8 27 665 (144 mulheres) 18 de Fevereiro 28 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS OURO União Soviética 7 Estados Unidos 3 Equipe Alemã Unida 4

PRATA 5 4 3

BRONZE 9 3 1

TOTAL 21 10 8

} BRASIL: não participou Quando Squaw Valley entrou na corrida para ser sede dos Jogos de Inverno, em 1955, a estância ainda nem existia, mas em 1960 tudo estava a postos para receber a edição dos Jogos Olímpicos de Inverno e os mais de 600 atletas. As mulheres estrearam-se na patinagem de velocidade e no biatlo. Pela primeira e única vez o bobsled não fez parte dos Jogos, porque a organização considerou que os custos para a construção da pista eram elevados demais. A União Soviética dominou por completo os Jogos, apesar dos Estados Unidos terem ameaçado, em 1957, não darem vistos aos atletas de países comunistas. O COI ameaçou os Estados Unidos em retirar os Jogos de Squaw Valley, acabando por encerrar a discussão.

HISTÓRIA OLÍMPICA 90


Visão geral sobre o pavilhão onde decorria mais uma prova de patinação artística

ATLETA DE DESTAQUE Lidiva Skoblikova

Russa e patinadora de velocidade competiu pela primeira vez em 1960, bateu o recorde mundial nos 3.000m e conquistou 2 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P A África do Sul participou dos Jogos Olímpicos de Inverno pela primeira vez. P Atletas da Alemanha Oriental e da Alemanha Ocidental competiram com uma única delegação, conhecida como Equipe Alemã Unida.

P As Olimpíadas de Inverno foram disputadas novamente na América do Norte após 28 anos.

P Pela primeira foi construída uma Vila Olímpica para os atletas que iriam disputar os Jogos Olímpicos de Inverno, bem como foi utilizada refrigeração artificial nas competições.

HISTÓRIA OLÍMPICA 91


Jogos Olímpicos de Verão 1964 – Tóquio Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

93 21 163 5151 (678 mulheres) 10 de Outubro 24 de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS PAÍS 1 União Soviética 2 Estados Unidos 3 Japão 35 Brasil

OURO 30 36 16 0

PRATA 31 26 5 0

BRONZE 35 28 8 1

TOTAL 96 90 29 1

Os Jogos de Tóquio foram os primeiros a serem disputados na Ásia. Os japoneses demonstraram a sua bem sucedida reconstrução após a II Guerra Mundial escolhendo como o último carregador da Tocha Olímpica Yoshinori Sakai, que nasceu em Hiroshima no dia em que a cidade foi arrasada pela bomba atômica. A África do Sul foi banida das competições esportivas por causa do regime de apartheid estabelecido no país. Em 1962, a Indonésia sediara os Jogos Asiáticos em Jacarta. Quando recusou a entrada de atletas de Israel e Taiwan, o COI suspendeu o comitê olímpico indonésio até ele concordar com as regras da entidade. Então a Indonésia decidiu não disputar os Jogos Olímpicos, assim como a Coréia do Norte.

HISTÓRIA OLÍMPICA 92


ATLETA DE DESTAQUE Abebe Bikila

Etíope, primeiro africano a ganhar uma medalha de ouro. Foi na prova da maratona em 1960, onde quebou o recorde mundial, repetindo o feito em 1964.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 61 atletas, em 11 esportes: atletismo, basquete, boxe, futebol, hipismo, iatismo, judô, natação, pentatlo moderno, pólo aquático e vôlei. Em Tóquio, o Brasil conquistou apenas uma medalha de bronze. A seleção brasileira de basquetebol, após perder nas semifinais da União Soviética (por 47 a 53), venceu Porto Rico na decisão do 3º lugar (76 a 60) e ficou com o bronze.

Porta-bandeiras do Brasil: Vlamir Marques (Basquetebol)

VOCÊ SABIA? P Esta edição dos Jogos foi a primeira a ser transmitida via satélite pela televisão. P O condutor da tocha Yoshinori Sakai foi escolhido por ter nascido em 6 de Agosto de 1945, dia da explosão da bomba atômica em Hiroshima, em homenagem às vítimas e como pedido de paz no mundo.

P Dois novos esportes foram incluídos no programa olímpico: judô (masculino) e

voleibol (masculino e feminino). O voleibol passa a ser o primeiro esporte coletivo a ter participação feminina na história dos Jogos Olímpicos.

P A ginasta ucraniana Larissa Latynina participou em três edições dos Jogos Olí-

picos (Melbourne – 1956, Roma – 1960 e Tóquio – 1964), sempre representando a antiga União Soviética, e ficou na história como a maior medalhista olímpica, tendo conquistado 18 medalhas: 9 de ouro, 5 de prata e 4 de bronze. A sua marca só foi derrubada em 2012 pelo nadador norte-americano Michael Phelps.

P O primeiro prêmio de Fair Play do COI foi concedido a dois suecos, Lars GunCelebração das atletas anfitriãs após conquistarem a medalha de ouro em mais uma competição

nar Kall e Stig Lennart Kall, que abriram mão das chances de vencer uma regata da vela para ajudar outros competidores cujo barco tinha afundado.

P É conhecido o código de ética japonês, mas ficou para a história um incidente triste: um judoca japonês cometeu suicídio após ser derrotado em uma luta.

HISTÓRIA OLÍMPICA 93


Jogos Paralímpicos 1964 – Tóquio Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

21 9 144 375 (68 mulheres) 3 de Novembro 12 de Novembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Estados Unidos Grã-Bretanha Itália

OURO 50 18 14

PRATA 41 23 15

BRONZE 32 20 16

TOTAL 123 61 45

} BRASIL: não participou Com uma Cerimônia de Abertura solene, no Estádio Oda, e conduzida pelo príncipe Akihito e pela princesa Michiko, os problemas ocorridos na edição anterior, de acessibilidade, foram resolvidos em Tóquio. O aumento de recursos através de patrocínios de grandes empresas japonesas foi vital e resultou numa exposição mediática muito maior, apesar do número de participantes ter sido inferior à de Roma. A corrida em cadeira de rodas de 60m rasos foi a grande novidade entre as modalidades dos Jogos de Tóquio, sendo que as restantes competições se mantiveram inalteradas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 94


A equipe britânica na Cerimônia de Abertura de mais uma Paralimpíada

ATLETA DE DESTAQUE Roberto Marson

Italiano e multi esportista (natação, atletismo, basquete e esgrima em cadeira de rodas) conquistou um total de 26 medalhas em sua carreira, 16 de ouro, tendo feito sua primeira aparição nos Jogos em 1964.

VOCÊ SABIA? P Foi no Japão que pela primeira vez foram disputadas provas por atletas em cadeiras de rodas coloridas, acabando por se tornarem campeãs de audiência nas Paralimpíadas seguintes.

P Embora a maior delegação tenha sido a da Grã-Bretanha, com 70 atletas, a equipe dos

Estados Unidos, segunda maior, acabou levando o maior número de medalhas: o dobro!

HISTÓRIA OLÍMPICA 95


Jogos Olímpicos de Inverno 1964 – Innsbruck Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

36 10 34 1091 (199 mulheres) 29 de Janeiro 9 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS União Soviética Noruega Áustria

OURO 11 3 4

PRATA 8 6 5

BRONZE 6 6 3

TOTAL 25 15 12

} BRASIL: não participou Por pouco que os Jogos de Innsbruck não aconteciam. A falta de neve ameaçou a competição e o exército austríaco teve que ser mobilizado para escavar mais de 20.000 blocos de gelo da montanha e transportá-los para as pistas. Para além disso ainda levaram 40.000 metros cúbicos de neve para a pista de esqui alpino! Mas ainda outras duas situações afetaram bastante atletas e organizadores: pouco antes dos Jogos dois atletas morreram nos treinos de preparação: Ross Milne e Kazimierz Kay-Skrzypeski; e, tragicamente, toda a equipe de americana de patinagem artística faleceu na queda do avião onde viajava. Apesar de tudo isto, os Jogos ocorreram dentro da normalidade, com mais de 1.000 atletas participando em 6 esportes.

HISTÓRIA OLÍMPICA 96


Soldados austríacos carregando neve para as pistas de esqui

ATLETA DE DESTAQUE Klavdiya Boyarskikh

Esquiadora soviética, foi 3 vezes campeã olímpica na sua modalidade: esqui cross-country.

VOCÊ SABIA? P Lidia Skoblikova ganhou todos os eventos de velocidade, um feito que nenhum homem havia conseguido e que só Eric Heiden conseguiu em 1980.

P O italiano Eugenio Monti, piloto de bobsled, deu provas de companheirismo ao

ajudar os britânicos Tony Nash e Robin Dixon a conquistarem o ouro, ao emprestar-lhes equipamento. Monti ficou com o bronze, mas foi prestigiado com a medalha Pierre de Coubertin.

P Pela primeira vez a Cerimônia de Encerramento foi num local diferente da Cerimônia de Abertura.

HISTÓRIA OLÍMPICA 97


Jogos Olímpicos de Verão 1968 – Cidade do México Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

112 20 172 5516 (678 mulheres) 12 de Outubro 27 de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS PAÍS 1 Estados Unidos 2 União Soviética 3 Japão 35 Brasil

OURO 45 29 11 0

PRATA 28 32 7 1

BRONZE 34 30 7 2

TOTAL 107 91 25 3

A escolha da Cidade do México para sediar as Olimpíadas de 1968 foi bastante controversa devido à elevada altitude da cidade - 2.300m acima do nível do mar - o que significava que o ar continha 30% de oxigênio a menos. O ar rarefeito teve um efeito desastroso para muitos atletas que competiram nos eventos de resistência. O tempo do vencedor dos 5.000m foi o mais lento em 16 anos e nos 3.000m com obstáculos e nos 10.000m foram os mais lentos em 20 anos. O detentor do recorde mundial na época, o australiano Ron Clarke, desmaiou após completar os 10.000m em 6º lugar e ficou inconsciente por 10 minutos. Por outro lado, a altitude levou a recordes mundiais em todas as provas de atletismo de 400m ou menos no masculino, incluindo os revezamentos, salto em distância e o salto triplo. A Olimpíada do México foi a primeira a ter teste de gênero para mulheres. A imagem mais marcante desta Olimpíada e que se tornou um ícone fotográfico dos anos 60, foi proporcionada pelos dois atletas negros norte-americanos Tommie Smith e John Carlos, ouro e bronze nos 200 metros rasos, que após receberem suas medalhas no pódio, levantaram seus braços esticados com as mãos cobertas por luvas negras e punhos fechados (saudação “black power” do partido revolucionário Panteras Negras), em protesto pela segregação racial e apoio aos movimentos negros em seu país, e abaixaram a cabeça enquanto seu hino nacional tocava no estádio. Após seu ato, transmitido ao vivo pela televisão para o mundo todo, os dois foram expulsos da delegação americana e da Vila Olímpica.

HISTÓRIA OLÍMPICA 98


Em meio de sua braçada para o ouro nos 400 m, a nadadora Debbie Meyer

ATLETA DE DESTAQUE Bob Beamon

Norte-americano que estabeleceu o recorde de 8,90m no salto, marca que durou 23 anos.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 76 atletas, em 13 esportes: atletismo, basquete, boxe, esgrima, futebol, hipismo, iatismo, levantamento de peso, natação, pólo aquático, remo, tiro esportivo e vôlei. Na Cidade do México o Brasil conquistou três medalhas: uma de prata com Nelson Prudêncio no salto triplo e bronze com Servílio de Oliveira (boxe – categoria de peso mosca) e Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes (iatismo - Flying Dutchman).

Porta-bandeiras do Brasil: João Gonçalves Filho (Natação) P Foi instituído o exame anti-doping para o campeão de cada modalidade olímpica. P Os atletas dos Estados Unidos: Tommie Smith e John Carlos, ganhado-

res de ouro e bronze respetivamente, no México, foram expulsos dos Jogos por questões políticas e raciais. Quando subiram ao pódio para receberem suas medalhas os dois afro-americanos ergueram os punhos fechados e com luvas pretas, numa homenagem ao movimento “Panteras Negras”, que na época lutava pelos direitos civis dos afro-americanos. Este foi um marco histórico, porém acabou sendo uma condenação para os dois atletas, que foram expulsos pelo COI, viram suas medalhas retiradas pelo governo americano e perderam empregos e amigos, que tiveram receio de represálias.

P O revezamento da Tocha Olímpica seguiu o percurso que Cristóvão Colombo traçou para chegar à América, saindo da Espanha no séc. XV.

HISTÓRIA OLÍMPICA 99


Jogos Paralímpicos 1968 – Tel Aviv Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

29 10 181 750 (n.d. mulheres) 4 de Novembro 13 de Novembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Estados Unidos Grã-Bretanha Israel

OURO 33 29 18

PRATA 27 20 21

BRONZE 39 20 23

TOTAL 99 69 62

} BRASIL: não participou Israel preparou a cidade de Tel Aviv em tempo recorde para receber os Jogos Paralímpicos, depois da Cidade do México, apenas 2 anos antes da abertura oficial, anunciar que não possuía condições técnicas para realizar a competição. Ludwig Guttman, presidente do Comitê Organizador não desanimou e negociou com Israel, o que se revelou uma ótima oportunidade para o país, pois também se comemoravam as duas décadas da independência israelense. A abertura aconteceu em grande estilo no Centro Esportivo da Universidade Hebraica, em Jerusalém e o público duplicou em relação à edição de Tóquio: 10 mil pessoas fizeram a festa. Os israelenses vibraram com o terceiro lugar no lugar do ranking de medalhas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 100


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Detalhe da Cerimônia de Abertura onde 2 atletas fazem as honras de representar seu país, a Etiópia

ATLETA DE DESTAQUE Carol Bryant

Inglesa e multi-esportista (atletismo, natação, tênis de mesa e esgrima), conquistou 17 medalhas em todas as suas participações nos Jogos, 6 em Tel Aviv, 3 de ouro.

VOCÊ SABIA? P Foram batidos 20 recordes mundiais e 3 deles foram quebrados em um mesmo dia e pela mesma nadadora: a australiana Lorraine Dodd, de 24 anos.

P Primeira disputa do lawn bowls, um tipo de bocha sobre grama. P O basquete passou a ter a participação de equipes femininas e os 100m rasos entraram no calendário de provas de atletismo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 101


Jogos Olímpicos de Inverno 1968 – Grenoble Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

37 10 35 1158 (211 mulheres) 6 de Fevereiro 18 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega União Soviética França

OURO 6 5 4

PRATA 6 5 3

BRONZE 2 3 2

TOTAL 14 13 9

} BRASIL: não participou Os Jogos de 1968, oficialmente conhecidos como X Jogos Olímpicos de Inverno, aconteceram na cidade francesa de Grenoble. 37 países estiveram presentes e a Noruega arrebatou o maior número de medalhas, vencendo pela primeira vez a União Soviética, desde a sua entrada em 1956. Esta edição marcou a autorização do COI para que a Alemanha Ocidental e a Oriental competissem separadamente, bem como foram realizados os primeiros testes anti-doping aos atletas. A extensa cobertura da cadeia televisiva americana, ABC, fez nascer uma estrela entre as adolescentes americanas: a patinadora Peggy Fleming, que foi a única norte-americana a conquistar uma medalha de ouro para o seu país nesta edição.

HISTÓRIA OLÍMPICA 102


Cenário da Cerimônia de Abertura

ATLETA DE DESTAQUE Jean-Claude Killy

Francês e esquiador alpino, foi o melhor atleta em competição, vencendo 3 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P Esta foi a primeira Olimpíada a adotar uma mascote, apesar de não ter sido reconhecida oficialmente. Schuss, a mascote, era a representação de um esquiador estilizado.

P Em Grenoble foram introduzidos, também pela primeira vez, os testes de gênero aos esportistas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 103


Jogos Olímpicos de Verão 1972 – Munique Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

121 23 195 7134 (1059 mulheres) 22 de Agosto 11 de Setembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 41

PAÍS União Soviética Estados Unidos Alemanha Oriental Brasil

OURO 50 33 20 0

PRATA 27 31 23 0

BRONZE 22 30 23 2

TOTAL 99 94 66 2

Os Jogos de Munique foram os maiores até então, marcando recordes em todos os âmbitos, com 195 eventos e 7174 atletas de 121 nações. Eles deveriam estar lá para celebrar a paz, pelo menos foi isso que aconteceu nos primeiros dez dias, até o fatídico Massacre de Munique. Após o atentado, houve uma pausa de 34 horas nos eventos, que foram retomados por ordem do COI, mas, naturalmente, todos os outros detalhes dos Jogos de Munique perderam em importância por causa das mortes. O grande nome de Munique e um dos maiores de todos os Jogos Olímpicos foi o do nadador norte-americano Mark Spitz. Campeão olímpico de 7 provas da natação, Spitz também quebrou o recorde mundial de todas elas, numa façanha sem paralelos no mundo do esporte. Além disso, duas de suas medalhas e recordes foram conquistados na piscina no mesmo dia e com apenas uma hora de diferença entre elas. O feito de Spitz, que assombrou o mundo, transformou-o num alvo preferencial do terrorismo por ser judeu e ele foi retirado às pressas da cidade após o ataque à Vila Olímpica e enviado de volta aos Estados Unidos. Sua façanha o transformou num dos maiores nomes da natação mundial de todos os tempos e somente veio a ser superada nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, pelo também norte-americano Michael Phelps, que ganhou 8 medalhas de ouro.

HISTÓRIA OLÍMPICA 104


Vencedora de 3 medalhas de ouro, a ginasta Olga Korbut, da União Soviética, impressiona em mais uma apresentação

ATLETA DE DESTAQUE Mark Spitz

Norte-americano que disputou 7 provas de natação e venceu todas com novos recordes mundiais.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 81 atletas, em 13 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, ciclismo, futebol, hipismo, iatismo, judô, levantamento de peso, natação, remo, tiro esportivo e voleibol. Em Munique o Brasil conquistou duas medalhas de bronze: Chiaki Ishii no judô e Nelson Prudêncio no salto triplo.

Porta-bandeiras do Brasil: Luiz Claudio Menon (Basquetebol)

VOCÊ SABIA? P Os 10 primeiros dias de Jogos foram, talvez, os mais festivos da história. Na

manhã de 5 de Setembro, porém, 8 terroristas palestinos, representando o grupo “Setembro Negro”, invadiram a Vila Olímpica, fazendo reféns e assassinando 11 membros da delegação israelense. Os Jogos foram interrompidos por 34 horas e uma multidão foi ao estádio olímpico homenagear as vítimas. Por toda a cidade de Munique as bandeiras foram hasteadas a meia haste. Os Jogos prosseguiram por determinação do presidente do COI, Avery Brundage, com a famosa frase “os Jogos devem continuar!”.

P O tiro com arco foi reintroduzido ao programa depois de uma ausência de 52 anos. P A primeira medalha de ouro a ser entregue para Uganda foi ao atleta John Akii

-Bua, vencedor nos 400 metros barreiras, com um tempo recorde: 47,82 segundos! Porém, na competição seguinte, de 1976, Akii-Bua não pode defrontar Edwin Moses, que se tornou o novo medalhista e ficou vários anos invicto, porque a Uganda foi um dos países africanos a boicotar essa edição dos Jogos Olímpicos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 105


Jogos Paralímpicos 1972 – Heidelberg Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

43 10 187 984 (n.d. mulheres) 2 de Agosto 11 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 31

PAÍS Alemanha Estados Unidos Grã-Bretanha Brasil

OURO 28 17 16 0

PRATA 12 27 15 0

BRONZE 22 30 21 0

TOTAL 62 74 52 0

Os IV Jogos Paralímpicos de Verão tiveram a sua sede em outra cidade que não a dos Jogos Olímpicos de Verão. Heidelberg, cidade que na época fazia parte da Alemanha Ocidental, acolheu a edição porque a Vila Olímpica de Munique não estava adaptada para cadeirantes. Com um número recorde de participantes, várias disputas foram emocionantes, como o basquete em cadeiras de rodas, em que os Estados Unidos tiveram sua revanche contra Israel, que havia vencido em 1968. Apenas um ponto de diferença no placar deu a vitória aos americanos. Depois do encerramento dos Jogos, foram criados subcomitês para cada modalidade olímpica, que até aquele momento era da responsabilidade do Comitê Internacional de Stoke Mandeville. Assim foram revistas regras e criados novos critérios de classificação, tanto para as competições em cadeiras de rodas, quanto para as modalidades futuramente incluídas no calendário paralímpico.

HISTÓRIA OLÍMPICA 106


ATLETA DE DESTAQUE Marijke Ruiter

Holandesa e nadadora, conquistou 10 ouros em suas participações olímpicas, 3 em Heidelberg.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS A primeira participação do Brasil nos Jogos Paralímpicos foi tímida: entre 1000 atletas, o país levou 20 atletas masculinos e participou em 4 modalidades: atletismo, basquete, natação e tiro com arco. Apesar de não ter vencido nenhuma medalha, a participação foi importante pela experiência e a vontade de continuar em estar presente nesta festa do esporte.

VOCÊ SABIA? P Para além de toda uma infraestrutura preparada para acolher os Jogos, Heidelberg também programou uma intensa agenda cultural e social, como forma de promover a interação entre paratletas, dirigentes e treinadores. A experiência foi tão bem sucedida que se repetiu em edições futuras.

P Um dos destaques foi a África do Sul que conquistou 41 medalhas, sendo 16 de ouro. P Os deficientes visuais também poderam competir nesta edição, em 100m rasos e goalball.

P As competições passaram a ter os resultados aferidos por um avançado sistema

de cronometragem e também pelo toque eletrônico. O holandês Van der Bender estreou o toque.

HISTÓRIA OLÍMPICA 107


Jogos Olímpicos de Inverno 1972 – Sapporo Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

35 10 35 1006 (205 mulheres) 3 de Fevereiro 13 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS União Soviética Alemanha Oriental Suiça

OURO 8 4 4

PRATA 5 3 3

BRONZE 3 7 3

TOTAL 16 14 10

} BRASIL: não participou A cidade de Sapporo já deveria ter acolhido os Jogos de Inverno em 1940, porém, devido à invasão da China, o Japão abdicou dos Jogos e a edição cancelada devido à II Guerra Mundial. Na preparação para os Jogos de 1972, os japoneses construíram todas as instalações e, durante um ano, fizeram todos os testes para terem a certeza de que nada iria falhar. Três dias antes da abertura dos Jogos, a controvérsia entre amadorismo e profissionalismo estalou, com o presidente do COI ameaçando desclassificar 40 esquiadores, que haviam recebido patrocínios. O Canadá recusou-se a enviar sua equipe de hóquei no gelo, em protesto pelo fato de os atletas da União Soviética não terem as mesmas regras, no que tocava ao amadorismo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 108


Patinadores dançam no gelo durante a Cerimônia de Abertura

ATLETA DE DESTAQUE Ard Schenk

Holandês e patinador de velocidade, foi considerado um dos melhores do mundo, ao ter vencido em Sapporo 3 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P Antes desta edição dos Jogos, os japoneses nunca haviam conquistado medalhas de ouro.

P A Espanha também se estreou nesta competição, conquistando uma medalha de ouro no slalom.

P Curiosamente esta foi a última edição dos Jogos em que um esquiador ganhou

a medalha de ouro utilizando esquis de madeira. Os atletas passariam a utilizar esquis sintéticos de fibra de vidro.

HISTÓRIA OLÍMPICA 109


Jogos Olímpicos de Verão 1976 – Montreal Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

92 23 198 6084 (1260 mulheres) 17 de Julho 1º de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 36

PAÍS União Soviética Estados Unidos Alemanha Oriental Brasil

OURO 49 34 40 0

PRATA 41 35 25 0

BRONZE 35 25 25 2

TOTAL 125 94 90 2

Como resultado de um pífio planejamento e de corrupção, os Jogos Olímpicos de 1976 ficaram incrivelmente acima do orçamento. Apesar do desastre financeiro, os Jogos foram bem organizados e ocorreram sem nenhum susto. Contudo, os Jogos de 1976 sofreram boicote devido a seleção de Rugby da Nova Zelândia ter jogado na África do Sul, que havia sido banida devido ao apartheid e ao problema entre a República Popular da China e Taiwan em relação a quem seria o representante legal da China na Olimpíada. Pela primeira vez organizando um evento olímpico, o Canadá terminou a competição sem obter nenhuma medalha de ouro.

HISTÓRIA OLÍMPICA 110


ATLETA DE DESTAQUE Nadia Comaneci

Romena e ginasta, com apenas 14 anos recebeu a primeira nota 10 dos jurados, tendo vencido 12 medalhas em 2 olimpíadas.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 79 atletas, em 12 esportes: atletismo, boxe, esgrima, futebol, iatismo, judô, levantamento de peso, natação, remo, saltos ornamentais, tiro esportivo e voleibol. Em Montreal, o Brasil ganhou duas medalhas de bronze: com João Carlos de Oliveira (o “João do Pulo”) no salto triplo e com a dupla Reinaldo Conrad/Peter Ficker na classe Flying Dutchman, no iatismo.

Porta-bandeiras do Brasil: João Carlos de Oliveira (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P Com 53.500 habitantes, Bermudas tornou-se o país de menor população a ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos de Verão. O autor da façanha foi o pugilista peso pesado Clarence Hill, que conquistou o bronze.

P A participação feminina aumenta a cada edição. Em Montréal as mulheres competiram pela primeira vez no basquetebol, handebol e remo.

P O hóquei sobre grama foi disputado pela primeira vez em grama artificial. P Michel Le Duc foi uma das figuras mediáticas desta edição, apesar de não ser esportista. A sua invasão de campo, completamente nú, deixou todo o mundo boquiaberto, inclusive a Rainha Elizabeth II que se encontrava no estádio.

Em perseguição do ouro no salto em barreiras, Guy Drot acabou vencedor

HISTÓRIA OLÍMPICA 111


Jogos Paralímpicos 1976 – Toronto Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

40 13 447 1657 (253 mulheres) 4 de Agosto 12 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 31

PAÍS Estados Unidos Holanda Israel Brasil

OURO 66 45 40 0

PRATA 44 25 13 1

BRONZE 45 14 16 0

TOTAL 155 84 69 1

Toronto acolheu a mais expressiva participação de atletas e de audiência até então, pois os jogos foram, pela primeira vez, transmitidos ao vivo pelas emissoras de televisão. O Comitê organizador inovou e evitou os erros cometidos nas edições anteriores: os alojamentos foram adaptados corretamente para os diferentes tipos de deficiência e não houve qualquer problema em relação à acessibilidade dos atletas. Os grandes destaques em Toronto foram os nadadores holandeses, que venceram praticamente todas as provas nas piscinas, conquistando 36 medalhas de ouro. Outro atleta de destaque foi o canadense Arnie Boldt que, com apenas 18 anos atingiu as marcas de 1,86m no salto em altura e 2,96m no salto em distância, performances sensacionais que lhe renderam um lugar de honra no Encerramento dos Jogos. O cadeirante David Kiley dos Estados Unidos também brilhou, batendo 3 recordes mundiais nos 1500m, 100m rasos e 800m.

HISTÓRIA OLÍMPICA 112


Harold Rhoades em pleno movimento do lançamento do disco

ATLETA DE DESTAQUE Uri Bergman

Israelense e jogador de polo aquático e nadador, obteve 12 medalhas nos Jogos Paralímpicos. Sua melhor participação foi em Toronto, onde conquistou 6 medalhas de ouro.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS Em sua segunda participação, o Brasil finalmente estreou o pódio com o bronze de Luiz Carlos Costa e Robson Sampaio Almeida na prova dupla de lawn bowls. O Brasil competiu nas seguintes modalidades: atletismo, basquetebol, dartchery, lawn bowls, levantamento de peso, sinuca, natação, tênis de mesa e tiro.

VOCÊ SABIA? P As inovações em Toronto também incluíram a oficialização do goalball como modalidade paralímpica, as provas de tiro com rifle e as de 200, 400, 800 e 1500m no atletismo para cadeirantes.

P Os norte-americanos, com a participação de David Kiley, pela terceira vez enfrentaram a equipe israelense na final do basquete em cadeira de rodas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 113


Jogos Olímpicos de Inverno 1976 – Innsbuck Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

37 10 37 1123 (231 mulheres) 4 de Fevereiro 15 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS União Soviética Alemanha Oriental Estados Unidos

OURO 13 7 3

PRATA 6 5 3

BRONZE 8 7 4

TOTAL 27 19 10

} BRASIL: não participou A cidade de Denver, nos Estados Unidos, deveria ter sido a sede da XII edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, entretanto, apenas 2 anos após a escolha, a cidade desistiu de sediar os Jogos devido ao aumento dos custos e ao impacto ambiental na região. De imediato a cidade de Utah, também nos Estados Unidos, se prontificou a receber a competição, mas o COI rejeitou a oferta, escolhendo Innsbruck, em Fevereiro de 1973, pois a cidade austríaca já havia sido sede em 1964, tendo condições para realizar mais uma Olimpíada de Inverno. A modalidade de dança no gelo fez a sua estreia nos Jogos, bem como a tecnologia de novos equipamentos dos atletas (esquis, capacetes e apetrechos aerodinâmicos) fizeram sucesso na competição.

HISTÓRIA OLÍMPICA 114


O ex-campeão de Fórmula 1, Jackie Stewart – que trabalhava para a TV ABC – checa o novo capacete aerodinâmico da Elisabeth Demleitner, da Alemanha Oriental

ATLETA DE DESTAQUE Tatyana Averina

Russa e patinadora de velocidade, foi a atleta mais medalhada, com 2 ouros e 2 bronzes, colaborando para vitória absoluta da União Soviética nos Jogos.

VOCÊ SABIA? P Os Jogos de 76 marcaram o fim da participação da República da China (Taiwan)

sob a bandeira da China. Após o reconhecimento internacional da República Popular da China como governo legítimo, o país acabou participando como China Taipei, com outra bandeira e hino.

P Nesta competição Andorra e San Marino fizeram a sua primeira participação nos Jogos Olímpicos de Inverno.

HISTÓRIA OLÍMPICA 115


Jogos Paralímpicos de Inverno 1976 – Örnsköldsvik Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

16 2 2 250 (n/d mulheres) 21 de Fevereiro 28 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Alemanha Ocidental Suiça Finlândia

OURO 10 10 8

PRATA 12 1 7

BRONZE 6 1 7

TOTAL 28 12 22

} BRASIL: não participou Os Jogos Paralímpicos de Inverno de 1976 foram os primeiros da história Olímpica e tiveram lugar na cidade sueca de Örnsköldsvik. As deficiências aceites na competição foram deficiência visual e amputação, tendo participado apenas 16 países e 250 atletas em somente duas competições: esqui alpino e esqui cross country. O esporte de demonstração foi a corrida de trenó. Alguns atletas foram pioneiros na utilização de próteses e muitos equipamentos foram inovadores, pois a sua adaptação às modalidades permitiu que paratletas pudessem competir.

HISTÓRIA OLÍMPICA 116


ATLETA DE DESTAQUE Sepp Zwicknagl

Austríaco, foi pioneiro nos esportes para deficientes. Amputado de ambas as pernas, o seu trabalho e empenho em esquiar com próteses, permitiu que outros atletas pudessem competir nos Jogos Paralímpicos de Inverno.

VOCÊ SABIA? P A Suécia, país anfitrião, ficou no 5º lugar do quadro geral, com 6 ouros e 20 medalhas. P A Alemanha, que foi a grande campeã, levou uma comitiva de 32 atletas, entre eles 5 mulheres. Petra Merkott e Annemie Schneider destacaram-se, levando 3 medalhas de ouro cada uma no esqui alpino.

HISTÓRIA OLÍMPICA 117


Jogos Olímpicos de Verão 1980 – Moscou Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

80 23 203 5179 (1115 mulheres) 19 de Julho 3 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 17

PAÍS União Soviética Alemanha Oriental Bulgária Brasil

OURO 80 47 8 2

PRATA 69 37 16 0

BRONZE 46 42 17 2

TOTAL 195 126 41 4

Os Jogos Olímpicos de Moscou foram atingidos pelo maior boicote da história olímpica, após a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas em 1979, os EUA e seus aliados boicotaram os Jogos, entretanto, países como Grã-Bretanha, Austrália e Itália permitiram que seus atletas competissem se assim quisessem. Os EUA ameaçaram a revogação dos passaportes daqueles que tentassem competir em Moscou. No fim, 65 países não compareceram aos Jogos. Alguns esportes foram severamente atingidos pelo boicote: iatismo, hipismo, hóquei na grama e a natação masculina. Com a ausência das potências ocidentais, a torcida soviética passou a vaiar os atletas da Polônia e Alemanha Oriental. Um dos momentos de maior emoção foi na cerimônia de encerramento quando o urso Misha, mascote dos Jogos, apareceu chorando.

HISTÓRIA OLÍMPICA 118


União soviética apresenta seus símbolos na Cerimônia de Abertura

ATLETA DE DESTAQUE Teofilo Stevenson

Cubano e pugilista dos pesados venceu o ouro em 1972, 1976 e 1980.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 106 atletas, em 14 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, ciclismo, ginástica, iatismo, judô, levantamento de peso, natação, remo, saltos ornamentais, tiro com arco, tiro esportivo e voleibol. Em Moscou, o Brasil ganhou quatro medalhas: ouro com Lars Bjorkstrom/Alexandre Welter no iatismo (classe tornado) e com Marcos Soares/Eduardo Penido no iatismo (classe 470) e dois bronzes com João Carlos de Oliveira no salto triplo e no revezamento 4x200m livres na natação.

Porta-bandeiras do Brasil: João Carlos de Oliveira (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P Pela primeira vez na história os Jogos Olímpicos foram realizados em um país do bloco comunista.

P Em plena Guerra Fria, os russos não deixariam passar a oportunidade de sublimar

seus símbolos. A tocha olímpica recebeu uma estrela vermelha e tinha diversos detalhes dourados, símbolo de poder.

P Na prova do dois sem do remo, as equipes medalha de ouro e medalha de pra-

ta eram formadas por gêmeos idênticos. Bernd e Jorg Landvoigt, da Alemanha Oriental, ficaram em primeiro e Yuri e Nikolai Pimenov, da Rússia, em segundo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 119


Jogos Paralímpicos 1980 – Arnhem Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

43 13 489 1973 (n/d mulheres) 21 de Junho 30 de Junho

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Estados Unidos Polônia Alemanha Ocidental Brasil

OURO 75 75 68 0

PRATA 66 50 48 0

BRONZE 54 52 46 0

TOTAL 71 177 162 0

Na preparação da sexta Paralimpíada houve controvérsia relativamente à participação da equipe da África do Sul. Na Holanda a opinião pública e o governo eram contra a inclusão por conta do Apartheid e muita pressão foi feita no COI para que o país não participasse nos Jogos. O Parlamento holandês acabou por vetar a África do Sul da competição, embora a discussão em torno do assunto tenha sido negativa, acabou por trazer protagonismo para os esportes praticados por atletas com deficiência e abriu o debate sobre a questão. Os holandeses também conseguiram capitalizar bastante a competição através da forma como obtiveram financiamento: criaram um fundo que servia para patrocinar os esportistas e que tem sido o suporte do movimento paralímpico desde 1980. Em Arnhem os atletas foram divididos em 4 categorias: amputados, paralisia cerebral, deficientes visuais e cadeiras de rodas. Pela primeira vez os competidores de paralisia cerebral puderam participar nos Jogos e, somando mais uma conquista: o voleibol foi incorporado como nova modalidade.

HISTÓRIA OLÍMPICA 120


ATLETA DE DESTAQUE Trischa Zorn

Norte-americana e nadadora, teve a sua primeiroa presença nos Jogos em 1980. Em toda a sua carreira olímpica conquistou 55 medalhas, sendo 41 de ouro. Em 1980 arrebatou 7 ouros.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS O Brasil participou, pela terceira vez, nos Jogos Paralímpicos. Desta vez, em Arnhem, na Holanda, apenas competiu em basquetebol em cadeira de rodas e com um nadador, tendo apenas 14 atletas em sua comitiva. Não obteve nenhuma medalha.

VOCÊ SABIA? P A primeira ausência da África do Sul nos Jogos Paralímpicos ocorreram em Arnhem e o país só voltou a competir em 1992.

P Os Estados Unidos, que haviam boicotado os Jogos Olímpicos de Verão, em Moscou, participaram nesta Paralímpiada.

HISTÓRIA OLÍMPICA 121


Jogos Olímpicos de Inverno 1980 – Lake Placid Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

37 10 38 1072 (232 mulheres) 14 de Fevereiro 23 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS União Soviética Alemanha Oriental Estados Unidos

OURO 10 9 6

PRATA 6 7 4

BRONZE 6 7 2

TOTAL 22 23 12

} BRASIL: não participou A edição de 1980 dos Jogos Olímpicos de Inverno foi marcada pela candidatura de apenas 2 cidades: Lake Placid e a conjunta de Vancouver-Garibadi, no Canadá. Ainda assim esta última acabou desistindo, deixando a escolha facilitada para o COI. Um dos maiores destaques desta competição foi a equipe masculina de hóquei no gelo, dos Estados Unidos. A equipe, composta majoritariamente por jogadores jovens de colegial, não era candidata a nenhum título, nem mesmo estava previsto que conseguisse passar a fase de grupos. Mas, inacreditavelmente, os jovens americanos derrotaram os grandes favoritos: a União Soviética! Por 4 a 3 a medalha de ouro, que em 3 edições consecutiva tinha ficado nas mãos dos russos, passou para os americanos. O fato foi tão noticiado, ainda para mais em época de Guerra Fria, que inclusive um filme foi feito sobre o feito, chamado “Milagre” e lançado em 2004.

HISTÓRIA OLÍMPICA 122


Norte-Americanos celebram a conquista do ouro no hóquei no gelo, depois de derrotarem a Finlândia e, dois dias antes, terem batido os russos, num confronto épico

ATLETA DE DESTAQUE Eric Heiden

Norte-americano, o patinador bateu 4 recordes olímpicos e 1 mundial nesta edição, ganhando 5 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P Pela primeira vez foi utilizada neve artificial numa competição olímpica. P Hanni Wenzel ganhou a prova feminina de slalom gigante, tornando o Liechtenstein o menor país do mundo a ter um campeão olímpico.

HISTÓRIA OLÍMPICA 123


Jogos Paralímpicos de Inverno 1980 – Geilo (Noruega) Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

18 3 63 229 (70 mulheres) 1º de Fevereiro 7 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Finlândia Áustria

OURO 23 15 6

PRATA 21 7 10

BRONZE 10 12 6

TOTAL 54 34 22

} BRASIL: não participou A Noruega foi o país que acolheu a 2ª edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno, na cidade de Geilo. Após o sucesso da edição anterior, o aumento de participantes foi de 40%, o que sem dúvida foi uma excelente notícia para o mundo dos esportes! A corrida de trenó passou a integrar o calendário das competições e mais um esporte de demonstração foi integrado: a corrida de trenó downhill. Mas a novidade maior foi a ampliação dos atletas autorizados a participar: qualquer atleta com deficiência física poderia competir.

HISTÓRIA OLÍMPICA 124


ATLETA DE DESTAQUE Britt Miaasund Oejen

Norueguesa venceu e brilhou em todas as três competições de trenó em sua classe, tendo vencido 3 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P A maior delegação foi a alemã, que tinha 38 atletas, contra 37 da Noruega. P A Noruega, contudo, teve a maior representação feminina, juntamente com os

Estados Unidos: 10 mulheres em cada uma das delegações competiram em Geilo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 125


Jogos Olímpicos de Verão 1984 – Los Angeles Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

140 25 221 6829 (1566 mulheres) 28 de Julho 12 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 19

PAÍS Estados Unidos Romênia Alemanha Oriental Brasil

OURO 83 20 17 1

PRATA 61 16 19 5

BRONZE 30 17 23 2

TOTAL 174 53 59 8

Após o ataque terrorista de 1972 e o desastre financeiro de 1976, apenas Los Angeles havia se candidatado para sediar os Jogos de 1984. Como estes foram os primeiros desde 1896 a serem realizados sem financiamento governamental, os organizadores dependeram bastante das instalações já existentes e do patrocínio de grandes corporações. Apesar de várias críticas, os Jogos de Los Angeles se tornaram o modelo para as futuras Olimpíadas, após ter sido revelado que ela deu lucro de 223 milhões de dólares. Com as Olimpíadas sendo realizadas nos EUA, apenas 4 anos após o boicote aos Jogos de 1980, em Moscou, não foi surpresa o revide do bloco soviético em forma de boicote. Dessa vez apenas 14 países ficaram de fora dos Jogos, mas esses países haviam sido responsáveis por 58% das medalhas de ouro dos Jogos de 1976. Os esportes mais atingidos foram o levantamento de peso, a luta olímpica, a ginástica, handebol, pentatlo moderno e o atletismo feminino. Apesar do boicote, um recorde de 140 países participaram da Olimpíada e boas vibrações tomaram conta da Cerimônia de Abertura, tanto que os atletas dançavam espontaneamente, o que normalmente só acontece na Cerimônia de Encerramento.

HISTÓRIA OLÍMPICA 126


ATLETA DE DESTAQUE Carl Lewis

Norte-americano, velocista e que arrebatou várias medalhas, sendo que 9 de ouro nas suas participações em olimpíadas.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 147 atletas, em 17 esportes: atletismo, basquetebol, ciclismo, futebol, ginástica, ginástica rítmica desportiva, hipismo, iatismo, judô, natação, polo aquático, remo, saltos ornamentais, tiro com arco, tiro esportivo e vôlei. Em Los Angeles, o Brasil ganhou 8 medalhas: ouro com Joaquim Cruz, nos 800m; prata com Douglas Vieira (judô até 95 kg), Daniel Adler, Torben Grael e Ronaldo Camargo (iatismo - Classe Soling), Ricardo Prado (natação - 400m medley), vôlei masculino e futebol masculino; bronze: Luis Onmura (judô até 71 kg) e Walter Carmona (judô até 86 kg) .

Porta-bandeiras do Brasil: Eduardo Souza Ramos (Iatismo)

VOCÊ SABIA? P Uma situação inusitada ocorreu nos 400 metros livres na natação. Pela primeira

vez os 8 melhores tempos nas eliminatórias disputavam a final A, brigando pelas medalhas. Do 9º ao 16º colocado competiam numa final B. Pela única vez na história, o vencedor da final B, o alemão ocidental Thomas Fahrner, obteve um tempo melhor do que o do vencedor da final A.

P 66 anos depois de os médicos afirmarem que as mulheres que corriam acima dos

800 metros ficariam velhas mais cedo, a maratona feminina foi introduzida no programa dos Jogos Olímpicos de Los Angeles.

P O Brasil conseguiu nessa edição a então melhor participação de sua história, com um total inédito de 8 medalhas. O grande nome foi o meio-fundista Joaquim Cruz, campeão olímpico dos 800 metros rasos, derrotando num sprint espetacular o até então imbatível Sebastian Coe, da Grã-Bretanha.

P O ex-recordista de salto triplo João Carlos de Oliveira acabou por ir a esta edição

dos Jogos por conta de um encontro comigo. Perguntei-lhe se estaria em Los Angeles e a sua resposta “Não, ninguém me convidou” deixou-me surpreso. Tentei resolver este assunto e falei com Luis de Barros (da empresa Stella Barros que negociava os pacotes turísticos para os Jogos) que automaticamente me respondeu que “João é nosso convidado”. Felizmente João Carlos de Oliveira chegou a Los Angeles e foi atração de toda a imprensa mundial.

P Carl Lewis, ainda hoje é reconhecido como um dos melhores atletas de todos

Joan Benoit, norteamericana, ficaria para a história como a primeira mulher a vencer a prova de maratona

os tempos. O seu pai foi um dos seus maiores mentores e treinadores, o Sr. Bill. Quando este faleceu Carl Lewis fez questão que a medalha de ouro obtida em 1984 fosse no caixão junto de seu pai, afirmando “se não fosse ele eu não teria conseguido o que consegui”.

P A China, hoje uma gigante potência esportiva, estreou-se nos Jogos Olímpicos de

1984. Os chineses chegaram e conquistaram 32 medalhas, ficando em quarto lugar.

HISTÓRIA OLÍMPICA 127


Jogos Paralímpicos 1984 – Stoke Mandeville e Nova Iorque Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

45 (EUA) / 41 (GBR) 15 (EUA) / 10 (GBR) 300 (EUA) / 603 (GBR) 1800 (n/d mulheres) EUA / 1100 (n/d mulheres) GBR 17 de Junho (EUA) / 22 de Julho (GBR) 13 de Junho (EUA) / 1º de Agosto (GBR)

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 24

PAÍS Estados Unidos Grã-Bretanha Canadá Brasil

OURO 137 107 87 7

PRATA 131 112 82 17

BRONZE 129 112 69 4

TOTAL 397 331 238 28

Os Jogos de 1984 ficaram para a história como “os de último minuto”. Inicialmente a Universidade de Illinois (Estados Unidos da América) iria receber a edição, mas problemas de financiamento levaram a que a organização desistisse apenas 3 meses antes da data de abertura. Como a não realização da sétima Paralímpiada seria um enorme retrocesso para o esporte, duas cidades se disponibilizaram de imediato para organizar os jogos: Long Island, em Nova Iorque; e a cidade onde tudo começou: Stoke Mandeville, na Grã-Bretanha. Assim as competições foram divididas entre continentes: em Stoke Mandeville foram disputadas as provas para deficiências na medula espinal, em cadeiras de rodas, e os restantes em Nova Iorque.

HISTÓRIA OLÍMPICA 128


Neroli Fairhall, da Nova Zelândia, em plena ação

ATLETA DE DESTAQUE Mike Kenny

Britânico e um dos nadadores mais medalhados em Paralímpiadas, conquistou 6 medalhas nesta edição, sendo que 5 foram de ouro.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS A quarta participação do Brasil obteve excelentes resultados, se comparada com anos anteriores. Pela primeira vez a comitiva brasileira, composta por 29 atletas, traz a primeira medalha de ouro, conquistada por Márcia Malsar, no atletismo. Após ela vieram mais 6 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P Tal como nos Jogos Olímpicos de Verão de 1984, a União Soviética e outros países do bloco comunista, exceto a China, Alemanha de Lest, Hungria, Polônia e Juguslávia boicotaram os Jogos Paralímpicos.

P Esta foi a última edição em que os Jogos Paralímpicos ocorreram em cidades diferentes das dos Jogos Olímpicos de Verão.

HISTÓRIA OLÍMPICA 129


Jogos Olímpicos de Inverno 1984 – Sarajevo Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

49 10 39 1272 (274 mulheres) 8 de Fevereiro 19 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS União Soviética Alemanha Oriental Estados Unidos

OURO 6 9 4

PRATA 10 9 4

BRONZE 9 6 0

TOTAL 25 24 8

} BRASIL: não participou A cidade Sarajevo foi a primeira cidade comunista a receber os Jogos Olímpicos de Inverno. Nada poderia fazer prever que 8 anos depois a Iugoslávia estaria em cenário de guerra, dado que o evento ocorreu de forma absolutamente tranquila e pacífica. O único contratempo foi apenas uma tempestade de neve que atrasou os eventos de esqui alpino. O recorde de participações foi batido, tanto por países, quanto por atletas. Egito, Mônaco, Porto Rico, Senegal e Ilhas Virgens marcaram as suas primeiras presenças nos Jogos de Inverno. Também pela primeira vez o esqui adaptado foi introduzido como esporte de demonstração.

HISTÓRIA OLÍMPICA 130


Adrenalina pura nas descidas de luge

ATLETA DE DESTAQUE Marja-Liisa Kirveniemi

Finlandesa e esquiadora de cross country foi a maior figura dos Jogos ao vencer 3 ouros e 1 bronze nas competições.

VOCÊ SABIA? P A alemã-oriental Katarina Witt, vencedora na patinação artística, recebeu 35 mil cartas de amor!

P Por erro a bandeira olímpica foi hasteada de ponta cabeça. P A corrida de 20 km de esqui alpino teve a primeira competição feminina. P Lamine Guève, senegalês, foi o primeiro africano negro e esquiador a completar os Jogos Olímpicos de Inverno.

HISTÓRIA OLÍMPICA 131


Jogos Paralímpicos de Inverno 1984 – Innsbruck Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

22 3 107 419 (94 mulheres) 14 de Janeiro 20 de Janeiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Áustria Finlândia Noruega

OURO 34 19 15

PRATA 19 9 13

BRONZE 17 6 13

TOTAL 70 34 41

} BRASIL: não participou Pela primeira vez o ICC (sigla para Comitê de Coordenação Internacional de Organizações Mundial de Esportes para Deficientes) organizou os Jogos Paralímpicos de Inverno. A instituição havia sido formada em 1982, na Suiça, e acabou por, mais tarde, dar lugar ao Comitê Paralímpico Internacional. Innsbruck abriu as competições a todos os atletas com qualquer tipo de paralisia cerebral, que puderam competir com deficientes visuais, amputados, portadores de lesões medulares e outros. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Sarajevo, que ocorreram logo após, tiveram o esporte de demonstração paralímpico em seu calendário, onde participaram 30 atletas masculinos de esqui three-track no slalom gigante.

HISTÓRIA OLÍMPICA 132


ATLETA DE DESTAQUE Reinhld Moelles

Alemã e esquiadora ganhou 4 medalhas (3 ouros e 1 prata) das 34 medalhas conquistadas pela Alemanha Ocidental.

VOCÊ SABIA? P A Áustria teve a maior delegação, para além do maior número de medalhas: 59 atletas, sendo 17 mulheres.

P Espanha e Polônia participaram pela primeira vez na competição.

HISTÓRIA OLÍMPICA 133


Jogos Olímpicos de Verão 1988 – Seul Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

159 27 237 8391 (2194 mulheres) 17 de Setembro 2 de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 24

PAÍS União Soviética Alemanha Oriental Estados Unidos Brasil

OURO 55 37 36 1

PRATA 31 35 31 2

BRONZE 46 30 27 3

TOTAL 132 102 94 6

Os Jogos de 1988 foram disputados em Seul, na Coréia do Sul, uma nação que se tornou democrática para receber o mundo durante as Olimpíadas. Coréia do Norte, Cuba, Nicarágua, Madagascar e Etiópia boicotaram os Jogos, Albânia e Seychelles também não compareceram, mas, apesar disso, novos recordes foram estabelecidos: o número de nações participantes (159), o numero de nações que ganharam medalhas (52) e o número de nações que ganharam medalhas de ouro (31). As Olimpíadas começaram de maneira dramática na Cerimônia de Abertura quando a tocha Olímpica entrou no estádio: era o coreano Sohn Kee-chung, vencedor da maratona dos Jogos de Berlim em 1936. Sohn foi forçado a usar um nome japonês devido à ocupação da Coréia pelo Japão na época. Na edição de Seul os casos de doping fizeram várias manchetes nos jornais, com destaque para o velocista canadense Ben Johnson, que acabou perdendo sua medalha de ouro.

HISTÓRIA OLÍMPICA 134


Time brasileiro posa antes da final, onde ficou com a medalha de prata

ATLETA DE DESTAQUE Greg Louganis

Norte-americano e ginasta, brilhou nos saltos ornamentais, foi campeão mundial 5 vezes.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 171 atletas, em 21 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica, hipismo, iatismo, judô, levantamento de peso, luta olímpica, nado sincronizado, natação, remo, saltos ornamentais, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo e voleibol. Em Seul, o Brasil ganhou 6 medalhas: ouro com Aurélio Miguel (judô até 95 kg); prata com Joaquim Cruz (atletismo - 800m) e o futebol masculino; bronze: Robson Caetano (atletismo - 200m), Lars Grael/Clinio Freitas (iatismo - classe tornado) e Torben Grael/Nelson Falcão (iatismo - classe star).

Porta-bandeiras do Brasil: Walter Carmona (Judô)

VOCÊ SABIA? P Pela primeira vez as vencedoras das três medalhas da prova de adestramento do hipismo foram mulheres.

P O tênis e tênis de mesa foram incorporados no calendário de provas olímpicas. P A esgrimista sueca Fencer Kerstin Palm tornou-se a primeira mulher a participar de 7 edições dos Jogos Olímpicos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 135


Jogos Paralímpicos 1988 – Seul Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

61 18 732 3057 (n/d mulheres) 15 de Setembro 24 de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 25

PAÍS Estados Unidos Alemanha Ocidental Grã-Bretanha Brasil

OURO 91 76 65 4

PRATA 90 66 65 9

BRONZE 91 51 53 15

TOTAL 272 193 183 28

Os Jogos Paralímpicos de Verão de Seul foram os primeiros em 24 anos a acontecerem na mesma cidade que os Jogos Olímpicos de Verão. Foi também, na Coréia do Sul que, pela primeira vez, o termo “Paralímpico” se tornou oficialmente reconhecido pelo COI. Os Jogos de Seul foram, ao mesmo tempo, os maiores e melhor sucedidos da história. Permitiram a uma nova geração de atletas paralímpicos a oportunidade de competirem em instalações bem projetadas e adequadas às competições e esportistas, o que contribuiu bastante para a difusão do evento, bem como para elevar os padrões para futuras organizações. O tênis em cadeira de rodas foi modalidade de exibição, mas as medalhas contaram para o quadro final da competição. Mais uma vez os norte-americanos ficaram na liderança.

ATLETA DE DESTAQUE Claudia Hengst

Alemã e nadadora, competiu pela Alemanha Ocidental e, após a queda do Muro de

HISTÓRIA OLÍMPICA 136


Craig Blanchette liderando a corrida de 1500 m

Berlim, pela Alemanha. Tem um total de 25 medalhas, 13 de ouro, e a sua subida ao pódio começou em Seul.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS Em 1988 o Brasil conquistou 28 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Seul: 4 de ouro, 9 de prata e 15 de bronze. Na classificação geral voltou como 25º colocado entre 65 países participantes. Em Seul, o atleta Luís Cláudio Pereira ganhou 3 medalhas de ouro no atletismo (lançamento de disco, dardo e peso), estabelecendo 3 recordes: 2 mundiais e um paralímpico, no disco. A outra medalha de ouro foi da nadadora Graciana Alves.

VOCÊ SABIA? P A União Soviética fez a sua estreia nos Jogos Paralímpicos de Verão. Primeira e

última participação, pois o desmembramento da União ocorreu antes da edição seguinte, em 1992. Ainda assim conquistou 56 medalhas, sendo 21 de ouro.

HISTÓRIA OLÍMPICA 137


Jogos Olímpicos de Inverno 1988 – Calgary Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

57 10 46 1423 (301 mulheres) 13 de Fevereiro 28 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS União Soviética Alemanha Oriental Suiça

OURO 11 9 5

PRATA 9 10 5

BRONZE 9 6 5

TOTAL 27 25 15

} BRASIL: não participou Calgary, no Canadá, recebeu mais um grande evento esportivo e que quebrou recordes de participação e, inclusive, de valores para os direitos de transmissão televisivos. Pela última vez os Jogos Olímpicos de Inverno e Paralímpicos de Inverno aconteceram em cidades diferentes. Calgary também marca por ter tido os primeiros Jogos Olímpicos de Inverno sem cigarros e o fato de os atletas terem stands próximos dos espectadores, o que aproximou as pessoas dos Jogos. Alguns eventos foram inclusos no programa dos Jogos: slalom super-G, combinado nórdico (que estava fora desde 1948), equipes em esqui alpino e salto de esqui.

HISTÓRIA OLÍMPICA 138


A icônica equipe de bobsled jamaicana, que serviu de inspiração para um filme

ATLETA DE DESTAQUE Yvonne van Gennip

Holandesa e uma das melhores mulheres em patinação de velocidade, venceu em Calgary com 3 medalhas de ouro.

VOCÊ SABIA? P Um dos fatos marcantes dos Jogos de Calgary aconteceu logo no primeiro dia de

competições. O norte-americano Dan Jansen, pouco antes de disputar as provas de patinação de velocidade, recebeu a notícia que sua irmã mais velha tinha morrido. Abalado, Jansen acabou caindo em ambas as provas, os 500m e 1.000 m, de que participou.

P A alemã-oriental Christa Luding Rothenburger foi ouro nos 1.000 m e a prata

nos 500 m da patinação velocidade. Sete meses depois, Christa competiu nos Jogos Olímpicos de Verão, em Seul, e obteve a prata no ciclismo, prova de velocidade.

P Um das estrelas em Calgary foi o finlandês Matti Nykänen. Vencedor do salto de

esqui (90 m) em Saravejo, Nykänen foi o primeiro homem a ganhar as duas provas de salto de esqui (70 e 90 metros) em uma mesma edição dos Jogos. Na montanha de 90 m, ele voou 118,5 m, no salto mais longo já realizado nas Olimpíadas de Inverno até aquele momento.

P A Jamaica classificou uma equipe para a prova do quartelo do bobsled. O esforço jamaicano inspirou a realização do filme “Jamaica abaixo de zero”, que fez um inesperado sucesso nos cinemas brasileiros. Além disso, a participação da Jamaica fez com que outros países de clima quente também disputassem posteriormente os Jogos Olímpicos de Inverno.

HISTÓRIA OLÍMPICA 139


Jogos Paralímpicos de Inverno 1988 – Innsbruck Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

22 4 96 377 (77 mulheres) 17 de Janeiro 25 de Janeiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Áustria Alemanha Ocidental

OURO 25 20 9

PRATA 21 10 11

BRONZE 14 14 10

TOTAL 60 44 30

} BRASIL: não participou Innsbruck acolheu, pela segunda vez consecutiva, a edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Calgary, no Canadá, deveria ser a cidade anfitriã dado que, de acordo com o protocolo, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno deveriam ocorrer sempre na mesma cidade. Porém, problemas na organização de Calgary impediram que os Jogos Paralímpicos acontecessem no continente americano, voltando a Áustria a acolher mais uma edição. Não se verificaram alterações em relação a 1984: a classificação funcional manteve-se a mesma. A novidade foi a introdução do esqui sentado como nova modalidade, tanto no esqui alpino, quanto no esqui nórdico.

HISTÓRIA OLÍMPICA 140


ATLETA DE DESTAQUE Kunt Lundstroem

Norueguês, competiu no esqui cross country e na corrida de trenó, ambos Gr-II, para paraplégicos, vencendo sempre medalha de ouro.

VOCÊ SABIA? P A Rainha Sílvia, da Suécia, fez questão de marcar presença nos Jogos Paralímpicos de Inverno, como forma de reforçar a importância dos mesmo.

P A maior delegação a participar foi a anfitriã, que levou 52 atletas, sendo 15 mulheres.

HISTÓRIA OLÍMPICA 141


Jogos Olímpicos de Verão 1992 – Barcelona Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

169 29 257 9356 (2704 mulheres) 25 de Julho 9 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 25

PAÍS OURO CEI (ex-União Soviética) 45 Estados Unidos 37 Alemanha 33 Brasil 2

PRATA 38 34 21 1

BRONZE 29 37 28 0

TOTAL 112 108 82 3

Nos anos que se seguiram às Olimpíadas de 1988, o mundo passou por enormes mudanças políticas. O Apartheid foi extinto na África do Sul, permitindo que a nação disputasse os Jogos pela primeira vez desde 1960. O Muro de Berlim caiu, fazendo com que as alemanhas se reunificassem, assim como os dois iemens. O comunismo entrou em colapso na União Soviética, e o país se dividiu em 15 nações independentes. Em Barcelona, equipes independentes da Estônia e Letônia retornaram às Olimpíadas depois de 56 anos e a Lituânia depois 64 anos. As demais repúblicas soviéticas competiram como “Equipe Unificada”, aqui no Brasil conhecida como CEI (Comunidade dos Estados Independentes), e no pódio de eventos individuais os atletas da Equipe Unificada tinham a bandeira de seu país hasteada e era tocado o hino dele. Pela primeira vez, desde 1972, todas as nações estiveram presentes. A exceção foi a Iugoslávia, que devido ao ataque contra a Croácia e a Bósnia Herzegovina, foi banida dos esportes coletivos, mas os atletas iugoslavos nos esportes individuais competiram como “Participantes Olímpicos Independentes”

HISTÓRIA OLÍMPICA 142


ATLETA DE DESTAQUE Vitaly Scherbo

Bielorusso, concorrendo pela União Soviética, foi um ginasta brilhante e que conquistou 12 títulos mundiais, num total de 23 medalhas.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 182 atletas, em 23 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica, ginástica rítmica desportiva, handebol, hipismo, iatismo, judô, levantamento de peso, luta olímpica, nado sincronizado, natação, remo, saltos ornamentais, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo e voleibol. Em Barcelona, o Brasil ganhou 3 medalhas: ouro com Rogério Sampaio (judô até 65 kg) e o voleibol masculino e prata com Gustavo Borges (natação - 100m livres).

Porta-bandeiras do Brasil: Aurélio Miguel (Judô)

VOCÊ SABIA? P Na última volta da final dos 10.000 metros, a etíope Derartu Tulu liderava tran-

quilamente rumo à vitória. Na linha de chegada, esperou sua oponente Elana Meyer, uma sul-africana branca. Deram as mãos e iniciaram mais uma volta, simbolizando a esperança para uma nova África.

P Andreas Keller, alemão medalha de ouro no hóquei sobre grama, fez parte da

terceira geração de uma família a ganhar medalhas nos Jogos. Seu avô, Erwin, conquistou a prata em 1936 e seu pai, Carsten, o ouro em 1972.

P Na final do oito masculino, o Canadá derrotou a Romênia por menos de 30 cm, na decisão mais equilibrada da história do remo olímpico.

P O basquete permitiu a entrada de profissionais na competição masculina, possi-

bilitando aos Estados Unidos convocarem todas as estrelas da NBA. O “dream team” de Magic Jonhson, Michael Jordan e Larry Bird, entre muitos outros craques. Em 8 partidas conseguiu a impressionante média de 117 pontos por jogo, tudo isto sem solicitar um tempo técnico em toda a competição!

P C om o fim da URSS a comitiva que participou nesta edição dos Jogos foi

O voo do lendário Michael Jordan na competição final contra a Croácia, onde os norte-americanos conquistaram o ouro

apelidada de “Unificada”. Armênia, Azerbeijão, Bielorrússia, Casaquistão, Geórgia, Moldávia, Rússia, Tadjiquestão, Turcomenia, Ucrânia, Uzbequistão e Quirquizia foram os países representados. Outros países da ex-URSS como a Letónia, Estónia e Lituânia não aderiram à “Unificada” e participaram como a CEI – Comunidade dos Estados Independentes, tendo sido patrocinados pelo milionário norte-americano, dono da CNN, Ted Turner.

HISTÓRIA OLÍMPICA 143


Jogos Paralímpicos 1992 – Barcelona Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

83 16 431 3001 (700 mulheres) 3 de Setembro 14 de Setembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 32

PAÍS Estados Unidos Alemanha Grã-Bretanha Brasil

OURO 75 61 40 3

PRATA 52 51 47 0

BRONZE 48 59 41 4

TOTAL 175 171 128 7

Barcelona foi a maior apresentação do esporte paralímpico. O Comitê Organizador espanhol optou por reduzir o número de atletas participantes, ao impor regras severas (como forma de elevar as performances dos atletas) e, paralelamente, dando maior credibilidade ao evento. Apesar da controvérsia, a medida teve efeitos positivos. Na Cerimônia de Abertura estiveram presentes 65 mil pessoas, um número impressionante, e ainda uma cobertura televisiva gigantesca, que chegou a 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

ATLETA DE DESTAQUE Trischa Zorn

Norte-americana, nadadora deficiente visual, conquistou um fantástico número de 10 medalhas de ouro e 2 medalhas de prata.

HISTÓRIA OLÍMPICA 144


Arnold Bouldt, canadense, no salto que lhe traria a medalha de ouro

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS Em Barcelona foram conquistadas apenas sete medalhas pelos atletas brasileiros: 3 de ouro e 4 de bronze, porém, mais 2 recordes mundiais foram atingidos. Um deles com Suely Guimarães, no disco; o outro com Luís Cláudio Pereira, no peso. A terceira medalha de ouro foi conquistada por Ádria Santos, no atletismo. Em Barcelona, diante de 92 países, o Brasil terminou na 32ª posição da tabela geral.

VOCÊ SABIA? P Nesta edição foram batidos 279 recordes mundiais e conquistadas 431 medalhas. P A maratona em cadeira de rodas teve um final apoteótico no Estádio Olímpico, onde 65 mil pessoas saudaram a vitória de Heinz Frei, da Suiça, que completou a competição em 1h30.

P O nigeriano Ajibola Adeove, 100m corrida amputados, ganhou o ouro com 10,72s. Se tivesse competido nos Jogos Olímpicos de Verão teria ficado em quarto lugar.

HISTÓRIA OLÍMPICA 145


Jogos Olímpicos de Inverno 1992 – Albertville Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

64 12 57 1801 (488 mulheres) 8 de Fevereiro 23 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Alemanha Equipe Unificada Noruega Brasil

OURO 10 9 9 0

PRATA 10 6 6 0

BRONZE 6 8 5 0

TOTAL 26 23 20 0

A primeira Olimpíada de Inverno a ocorrer após o fim da União Soviética em 1992, resultou num recorde de 1801 atletas em competição. Pela terceira vez a França sediou os Jogos, mas desta feita em Albertville. Apesar do processo de reunificação da Alemanha já estar decorrendo, os atletas da antiga Alemanha Oriental agruparam-se com a comitiva de atletas de ex-países comunistas, denominada Equipe Unificada, acabando sendo os segundos no quadro geral da classificação. Em Albertville, apenas algumas modalidades foram disputadas lá. As cidades vizinhas de Courchevel, La Plagne, lês Arcs, Les Menuires, Les Saisies, Méribel, Pralognan -la-Vanoise, Tignes e Val d’Isère também receberam diferentes competições dos Jogos Olímpicos de Inverno. Quatro eventos do esqui estilo livre, o curling e o esqui de velocidade foram de demonstração. Foi a última Olimpíada a ter uma pista outdoor de patinação de velocidade em pista curta.

HISTÓRIA OLÍMPICA 146


Panorâmica em pleno salto de um esquiador durante as provas

ATLETA DE DESTAQUE Ljubov Jegorova

Russa e esquiadora de cross-country, heroína em seu país, venceu 5 medalhas, sendo 3 de ouro e 2 de prata.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO Pela primeira vez o Brasil participa com 7 atletas nos Jogos Olímpicos de Inverno, todos de esqui alpino. Apesar de um início bastante tímido, a sua entrada nos esportes de frio, reflete a vontade de o Brasil pretender ser mais forte nos esportes em geral.

Porta-bandeiras do Brasil: Hans Egger (Esqui Alpino)

VOCÊ SABIA? P Argélia, Bermuda, Brasil, Croácia, Eslovênia, Honduras, Irlanda e Suazilândia fazem a sua primeira participação Olímpica nos Jogos de Inverno.

P Os esquiadores masculinos noruegueses ganharam todas as medalhas de esqui cross-country.

P Foi no salto de esqui que Toni Nieminen, de 16 anos, se tornou o mais novo medalhista nos Jogos Olímpicos de Inverno.

P No dia da final de esqui de velocidade, o atleta Nicolas Bochatav, suiço, morreu ao colidir com um trator oculto por um desnível da pista, aquando do seu treino.

HISTÓRIA OLÍMPICA 147


Jogos Paralímpicos de Inverno 1992 – Tignes-Albertville Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

24 4 79 365 (77 mulheres) 25 de Março 1º de Abril

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Estados Unidos Alemanha Equipe Unificada Brasil

OURO 20 12 10 0

PRATA 16 17 8 0

BRONZE 9 9 3 0

TOTAL 46 38 21 0

A edição de Albertville, como ficaram mais conhecidos os Jogos Paralímpicos de Inverno de 1992, recebeu apenas competições de esqui alpino e nórdico, devido à falta de inscrições e de locais apropriados para as competições de esportes de gelo. Contudo os Jogos de Inverno (Olimpíada e Paralimpíada) voltaram a reunir-se no mesmo país, neste caso a França. O biatlo, como modalidade do esqui nórdico, foi introduzido como modalidade de demonstração para deficientes visuais, bem como o esqui nórdico e alpino para deficientes mentais.

HISTÓRIA OLÍMPICA 148


O Presidente francês, François Miterrand, e a primeira-dama assistem à Cerimônia de Abertura, na cidade de Tignes

ATLETA DE DESTAQUE Gerd Schoenfelder

Alemã e esquiadora, venceu três ouros, fazendo uma brilhante participação nos Jogos de 1992.

VOCÊ SABIA? P A Cerimônia de Abertura foi conduzinda pelo então Presidente francês, François Mitterrand.

P A pira olímpica foi acesa pelo esquiador francês Luc Sabatier e o Juramento foi feito por outro conterrâneo, o esquiador Ludovic Rey-Robert.

P Pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de Inverno, os atletas foram acomodados em uma Vila Paralímpica e não em hotéis.

HISTÓRIA OLÍMPICA 149


Jogos Olímpicos de Inverno 1994 – Lilehammer Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

67 12 61 1737 (522 mulheres) 12 de Fevereiro 27 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Rússia Noruega Alemanha Brasil

OURO 11 10 9 0

PRATA 8 11 7 0

BRONZE 4 5 8 0

TOTAL 23 26 24 0

Em 1986 o COI votou pela separação dos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, que eram disputados sempre no mesmo ano desde 1924. A edição de Lilehammer foi a primeira a acontecer de forma alternada com os Jogos Olímpicos de Verão, fazendo com que de dois em dois anos uma Olimpíada ocorra. Para acerto de calendário, a distância entre os últimos Jogos Olímpicos de Inverno foi apenas de 2 anos. Os Jogos de 1994 aconteceram pela segunda vez na Noruega e a segunda edição dos Jogos Olímpicos de Inverno a acontecer num país nórdico, após os Jogos de Inverno de Oslo, em 1952. 14 países estrearam-se nesta competição, sendo que 9 eram países vindos da ex-União Soviética. Estes Jogos ficaram marcados pela introdução de regras mais apertadas, o que reduziu o número de participantes, principalmente os atletas de países de clima mais quente. Isso teve a intenção de aumentar os requesitos mínimos de competição e o desempenho dos atletas em competição.

HISTÓRIA OLÍMPICA 150


Canadenses e suecos cumprimentando-se após o final do jogo, em que a Suécia foi a surpreendente vencedora conquistando o ouro

ATLETA DE DESTAQUE Johann Olav Koss

Norueguês e patinador de velocidade ainda é considerado um dos melhores na história, tendo conquistado 3 medalhas de ouro em Lillehammer.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO A segunda participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno contou apenas com um atleta: Christian Lothar Munder, que competiu em downhill masculino, no esqui alpino e que terminou na 50ª posição da prova.

Porta-bandeiras do Brasil: Christian Lothar Munder (Esqui Alpino)

VOCÊ SABIA? P Um dos fatos que acabou despertando grande interesse em relação aos Jogos de

Lillehamer, foi o ataque sofrido pela patinadora Nancy Kerrigan. No dia 6 de Janeiro, pouco antes do Campeonato Norte-Americano de patinação artística, que definiria os representantes dos Estados Unidos para a Olimpíada, uma pessoa atingiu o joelho de Nancy com uma barra de ferro. Sem a sua presença, a principal adversária, Tonya Harding venceu o campeonato e classificou-se para os Jogos. Uma semana depois, três homens foram presos e descobriu-se que o mandante tinha sido Jeff Gillooly, ex-marido de Tonya. Ele acabou confessando a sua culpa e acusou a exmulher de ter dado autorização para o ataque. Tonya, no entanto, negou a história. No dia 25 de Fevereiro, recuperada, Nancy Kerrigan participou dos Jogos e conquistou a medalha de prata, enquanto Tonya Harding conseguiu somente o oitavo lugar. O ouro ficou com a campeã mundial de 1993, a ucraniana Oksana Baiul.

P Apesar dos Jogos terem ocorrido durante a guerra na Bósnia, a equipe de 4 homens

de bobsleigh da Bosnia Herzegovina foi composta por 1 croata, 2 bósnios e 1 sérvio. Este foi o melhor exemplo do espírito olímpico, mesmo em épocas difíceis.

HISTÓRIA OLÍMPICA 151


Jogos Paralímpicos de Inverno 1994 – Lillehammer Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

31 5 133 471 (90 mulheres) 10 de Março 19 de Março

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Alemanha Estados Unidos

OURO 29 25 24

PRATA 22 21 12

BRONZE 13 18 7

TOTAL 64 64 43

} BRASIL: não participou Em 1989 havia sido criado o Comitê Paralímpico Internacional (CPI) e a edição de Lillehammer, na Noruega, já contou com a organização deste órgão, o que marca um novo momento para o Movimento Paralímpico. Cinco esportes estiveram em competição: esqui alpino, corrida de trenó, esqui nórdico (biatlo e cross country) e hóquei no gelo, que acabou por se estrear nesta edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno.

ATLETA DE DESTAQUE Ragnhild Myklebust

Norueguesa e esquiadora no esqui alpino, após a edição anterior continuou a arrebatar conquistas, desta vez ganhou 5 medalhas de ouro, 2 de prata e 3 bronzes.

HISTÓRIA OLÍMPICA 152


Ludovic Rey-Robert, da França, captado em ação no decorrer da prova de slalom masculino

VOCÊ SABIA? P Na nova modalidade de hóquei, a Suécia derrotou a Noruega num jogo emocionante que acabou por morte súbita.

P O logotipo que representou os Jogos foi um sol estilizado caracterizando o brilho interior do ser humano.

HISTÓRIA OLÍMPICA 153


Jogos Olímpicos de Verão 1996 – Atlanta Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

197 31 271 10318 (3512 mulheres) 19 de Julho 4 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 25

PAÍS Estados Unidos Alemanha Rússia Brasil

OURO 44 20 26 3

PRATA 32 18 21 3

BRONZE 25 27 16 9

TOTAL 101 65 63 15

Muitos observadores achavam que a Olimpíada do Centenário fosse para Atenas, sede da primeira Olimpíada da era moderna. Porém, o COI votou a favor de Atlanta (51 votos a 35). A Cerimônia de Abertura foi marcada pela inovação na Parada das Nações que, ao invés de saírem de um túnel, saíram do topo do estádio e desceram até a pista de atletismo, aonde cada um dos 10.317 atletas de 197 nações foram honrados como heróis. O ponto alto foi o acendimento da Pira Olímpica pelo lutador Muhammad Ali, medalha de ouro nos pesos pesados em Roma 1960. Infelizmente, assim que os Jogos começaram, tornou-se claro a falta de organização da competição. O sistema de transporte estava lotado e caótico, o sistema computadorizado de resultados era primitivo e constantemente falhava, os voluntários foram pessimamente treinados e o excesso da exploração comercial em volta dos locais de competição foi incrível, especialmente em volta do Parque Olímpico. Foi no Parque, que aconteceu a explosão da bomba, que na manhã de 27 de julho, matou uma pessoa e ferindo 110.

HISTÓRIA OLÍMPICA 154


A primeira medalha de ouro para as mulheres esportistas brasileiras, alcançada no vôlei de praia com a dupla Jacqueline Silva Cruz e Sandra Pires Tavares

ATLETA DE DESTAQUE Amy Van Dyken

Norte-americana e nadadora arrecadou 6 medalhas de ouros em Jogos Olímpicos. Em criança foi aconselhada a nadar por questões de saúde, para fortalecer seus pulmões.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 221 atletas, em 18 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo, futebol, handebol, hipismo, iatismo, judô, levantamento de peso, natação, remo, tênis, tênis de mesa, tiro esportivo e voleibol, voleibol de praia. Em Atlanta, o Brasil ganhou o recorde de 15 medalhas: ouro com Sandra Pires/Jacqueline (voleibol de praia), Marcelo Ferreira/Torben Grael (iatismo - classe star) e Robert Scheidt (iatismo - classe laser); prata com o basquetebol feminino, Gustavo Borges (natação - 200m livres) e Adriana Samuel/Mônica (voleibol de praia) e bronze com futebol masculino, voleibol feminino, atletismo revezamento 4x100m masculino, Henrique Guimarães (judô - 65 kg), Aurélio Miguel (judô 95 kg), Fernando Scherer (natação 50m livres), Gustavo Borges (natação 100m livres) e Lars Grael/Kiko Pelicano (iatismo - classe tornado).

Porta-bandeiras do Brasil: Joaquim Cruz (Atletismo)

VOCÊ SABIA? P Pela primeira vez na história olímpica, todas as 197 nações reconhecidas pelo COI foram representadas em uma edição dos Jogos.

P Atletas de 79 países diferentes ganharam medalhas e 53 nações conquistaram o ouro olímpico.

P O velejador austráico Hubert Raudaschl tornou-se o primeiro homem a competir em 9 Jogos Olímpicos. Antes de começar sua trajetória, em 1964, ele já havia sido reserva em 1960.

P Na segunda fase do torneio de lutas, categoria pesado, Elmadi Jabrailov, do Caza-

quistão, encarou Lucman Jabrailov, da Moldávia. Os dois eram irmãos, naturais da Chechênia, mas escolheram não representar a Rússia por causa da guerra de seu país contra os russos. Elmadi venceu o encontro por 10 a 8.

P O Brasil pela primeira vez em uma edição dos Jogos Olímpicos conquistou medalha por uma mulher, e logo uma de ouro com o voleibol de praia.

HISTÓRIA OLÍMPICA 155


Jogos Paralímpicos 1996 – Atlanta Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

104 19 508 3259 (790 mulheres) 20 de Agosto 29 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS PAÍS 1 Estados Unidos 2 Austrália 3 Alemanha 37 Brasil

OURO 46 42 40 2

PRATA 46 27 58 6

BRONZE 65 27 51 13

TOTAL 157 106 149 21

A cada competição os níveis de participação e performance aumentaram tremendamente. O COI, em conjunto com o Comitê organizador, desenvolveu um sistema para assegurar um crescimento dinâmico e rentável em cada um dos esportes, baseando-se em qualidade, quantidade e universalidade. Basicamente o sistema tinha como objetivo o mais alto nível de competição, com o maior número de eventos. Também foi implantado um mecanismo que permitiu a inclusão de delegações que de outra forma dificilmente conseguiriam participar. Rúgbi em cadeira de rodas, vela e raquetebol entraram na competição como jogos de demonstração. O número de espectadores também aumentou consideravelmente: 388.373 pessoas assistiram pessoalmente às competições, 2.088 jornalistas credenciados, incluindo 114 fotógrafos. Mas uma grande conquista foi que, pela primeira vez, uma Paralímpiada conseguiu atrair patrocinadores de todo o mundo. Paralelamente decorreu um congresso paralímpico, focado na discussão sobre política, economia e desenvolvimento para pessoas com deficiência, que trouxe pessoas de todo o mundo e movimentos cívicos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 156


Daniel Nicholson (EUA) e o brasileiro Santos disputam a bola durante o jogo, em que os norte-americanos venceram por 4 a 1

ATLETA DE DESTAQUE Louise Sauvage

Australiana e atleta de corrida de cadeira de rodas, conquistou 4 ouros em Atlanta e 1 ouro, mas nos Jogos Olímpicos de Verão.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS Na edição de Atlanta, nos Estados Unidos, a comitiva brasileira de 58 atletas acabou conquistando 21 medalhas, uma boa média. Foram 2 de ouro, 6 de prata e 13 de bronze. Antonio Tenório, no judô e José Afonso Medeiros, na natação, conquistaram os ouros. Na classificação geral ficou em 37º lugar entre 103 países.

VOCÊ SABIA? P 4.500 pessoas participaram nos Jogos Paralímpicos de Atlanta, entre atletas e membros de delegações. As acomodações foram 8.000 e 12.000 voluntários foram recrutados para ajudar com a logística do evento.

P Uma Pirâmide Cultural foi apresentada nos Jogos, com trabalhos de artistas com deficiências de várias áreas criativas, e que tinha como intenção demonstrar o paralelismo entre a excelência nos esportes e nas artes.

HISTÓRIA OLÍMPICA 157


Jogos Olímpicos de Inverno 1998 – Nagano Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

72 14 72 2176 (787 mulheres) 7 de Fevereiro 22 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Alemanha Noruega Rússia Brasil

OURO 12 10 9 0

PRATA 9 10 6 0

BRONZE 8 5 3 0

TOTAL 29 25 18 0

Nagano, no Japão, acolheu a XVIII edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, com um recorde de países participantes e atletas. O evento teve alguns contratempos do clima, como tempestades de neve, chuva e até um pequeno tremor de terra durante a competição, que provocaram inúmeros atrasos. Os reagendamentos foram tantos que a organização teve que fazer várias opções de última hora para que todas as modalidades pudessem ter lugar. Apesar disso vários atletas, em diferentes modalidades, fizeram o seu melhor na competição e, mais uma vez, demonstraram ter verdadeiro espírito olímpico.

ATLETA DE DESTAQUE Larisa Lazutina

Russa e esquiadora de cross-country foi a atleta de maior destaque em Nagano. Venceu 5 medalhas: 3 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze.

HISTÓRIA OLÍMPICA 158


Cerimônia de Abertura com o habitual desfile das delegações

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO A participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno voltou a contar apenas com um atleta em representação do país. Marcelo Apovian, esquiador alpino, competiu em super G masculino e classificou-se em 37º lugar.

Porta-bandeiras do Brasil: Marcelo Apovian

VOCÊ SABIA? P Na Olimpíada de Nagano, o canadense Ross Rebagliati, vencedor do slalom gi-

gante do snowbording, teve seu exame antidoping positivo. O exame de doping do COI indicou a presença de 17,8 gramas de maconha no organismo do atleta.

P Pela primeira vez o torneio de hóquei no gelo masculino foi aberto à participação de profissionais. No calendário entrou também a prova feminina da modalidade.

P Também o curling e o snowboard foram integrados no calendário dos Jogos Olímpicos de Inverno.

HISTÓRIA OLÍMPICA 159


Jogos Paralímpicos de Inverno 1998 – Nagano Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

31 5 34 561 (121 mulheres) 5 de Março 14 de Março

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Noruega Alemanha Estados Unidos

OURO 18 14 13

PRATA 9 17 8

BRONZE 13 13 13

TOTAL 40 40 34

} BRASIL: não participou Nagano, no Japão, acolheu as primeiras Paralimpíadas de Inverno realizadas fora da Europa. Isso permitiu um avanço na integração dos atletas do Movimento Paralímpico, bem como abriu portas a novos atletas. A edição de Nagano ganhou em audiência, em participação e em midiatismo. Cinco esportes foram disputados em 1998: biatlhon, esqui alpino, hóquei, corrida de trenó e esqui nórdico. Mais uma vez todas as categorias puderam participar, sem limitações.

ATLETA DE DESTAQUE Reinhild Möller

Alemã e esquiadora, é a única a ter 19 medalhas Paralímpicas no esqui alpino, bem como 4 medalhas em atletismo. Nagano foi a sua última participação em Jogos Paralímpicos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 160


Em ação durante a prova de biatlo, a ucraniana Tamara Kulynych

VOCÊ SABIA? P Entre funcionários, treinadores e atletas os Jogos de 1998 reuniram mais de 1.000 pessoas.

P As atenções do mundo despertaram e os Jogos Paralímpicos de Inverno tive-

ram mais de 150 mil espectadores, 1.500 mil jornalistas e 7 milhões de acessos no site do evento.

P O Japão levou a maior delegação, com 67 mulheres, sendo 14 mulheres. Ficou na 4ª posição do ranking, o que comprova que sediar uma Paralimpíada pode ajudar o desempenho dos atletas de um país.

HISTÓRIA OLÍMPICA 161


Jogos Olímpicos de Verão 2000 – Sidney Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

199 34 300 10651 (4069 mulheres) 15 de Setembro 1º de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 52

PAÍS Estados Unidos Rússia China Brasil

OURO 40 32 28 0

PRATA 24 28 16 6

BRONZE 33 28 15 6

TOTAL 97 88 59 12

As Olimpíadas de Sydney foram as maiores até então, com 10.651 atletas participando em 300 eventos. Triathlon, taekwondo e o salto ornamental sincronizado fizeram sua estreia em Olimpíadas. Mulheres participaram pela primeira vez no levantamento de peso, polo aquático e pentatlo moderno e 80 nações ganharam medalhas nos Jogos! Em Sydney, finalmente, o COI apertou o cerco contra o doping. A ginasta Andreea Raducan, romena, perdeu a sua medalha de ouro no individual geral, por causa de pílulas que o médico da equipe deu para ela, que continham uma substância ilegal. Na Cerimônia de Abertura, a Pira Olímpica foi acesa pela descendente de aborígenes Cathy Freeman, num simbólico “mea culpa” dos australianos pela dominação e quase extinção da raça indígena que habitava a Austrália antes da chegada dos brancos. Dias depois, Freeman ganharia a medalha de ouro nos 400 metros rasos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 162


Tiago Camilo no movimento que derrubaria Gil Offer, israelense, e que o levaria ao ouro olímpico

ATLETA DE DESTAQUE Ian Thorpe

Australiano e nadador, arrecadou 3 ouros e 2 pratas em Sydney.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 198 atletas, em 24 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica artística, ginástica rítmica desportiva, handebol, hipismo, iatismo, judô, levantamento de peso, nado sincronizado, natação, remo, saltos ornamentais, taekwondo, tênis, tênis de mesa, triatlo, voleibol e voleibol de praia. Em Sydney, o Brasil ganhou doze medalhas: prata com Zé Marco/Ricardo (voleibol de praia), Adriana Behar/Shelda (voleibol de praia), Tiago Camilo (judô - 73kg), Carlos Honorato (judô - 90kg), Robert Scheidt (iatismo - classe laser) e atletismo 4x100m e bronze com voleibo feminino, Adriana Samuel/Sandra Pires (voleibol de praia), basquetebol feminino, Torben Grael/Marcelo Ferreira (iatismo - classe tornado), natação 4x100m livres e a equipe de hipismo (saltos).

Porta-bandeiras do Brasil: Sandra Pires (voleibol de praia)

VOCÊ SABIA? P As delegações de Coréia do Sul e Coréia do Norte desfilaram na Cerimônia de Abertura sob a mesma bandeira.

P Alguns países conquistaram medalhas inéditas em Sydney: a Colômbia conseguiu

o seu primeiro ouro, com a levantadora de peso Maria Isabel Urrutia, de 35 anos, na categoria entre 69 e 75 kg. A primeira medalha conquistada pelo Vietnã desde que começou a participar nos Jogos Olímpicos, em 1952, foi de Hieu Ngan Tran, no taekwondo, prata na categoria feminina entre 49 e 57 kg. O Sri Lanka também ganhou a sua primeira medalha no feminino, com Susanthika Jayasinghe, bronze nos 200 metros, atletismo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 163


Jogos Paralímpicos 2000 – Sidney Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

122 18 561 3881 (990 mulheres) 22 de Outubro 31 de Outubro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 24

PAÍS Austrália Grã-Bretanha Canadá Brasil

OURO 63 41 38 6

PRATA 39 43 33 10

BRONZE 47 47 25 6

TOTAL 149 131 96 22

Os Jogos Paralímpicos de Sydney foram excelentes do ponto de vista organizacional: 1,2 milhões de ingressos foram vendidos e cerca de 2.300 jornalistas estavam na cidade para cobrir os Jogos. A competição também estabeleceu um novo precedente em webcasting através de serviço de streaming on-line, assim, usuários em 103 países puderam ter a chance de acompanhar os Jogos via internet em tempo real. No âmbito competitivo, o país anfitrião, roubou o show com um total de 149 medalhas, incluindo 63 medalhas de ouro. Grã-Bretanha manteve o ritmo, terminando em segundo lugar no quadro de medalhas, com 131 medalhas, seguidos pelo Canadá, Espanha e Estados Unidos, que depois de tantas edições, acabaram fora do 1° lugar, e de quebra, despencando no quadro de medalhas. As performances esportistas foram de padrão elevadíssimo: mais de 300 recordes mundiais foram batidos!

HISTÓRIA OLÍMPICA 164


O céu riscado pela passagem do avião da RAAF, enquanto fogos iluminam a ponte do porto de Sydney, na Cerimônia de Encerramento dos Jogos

ATLETA DE DESTAQUE Tanni Grey-Thompson

Britânica, coroou sua ilustre carreira ao ganhar quatro medalhas de ouro nos 100m, 200m, 400m e 800m em cadeira de rodas, no atletismo.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS O Brasil teve um desempenho superior na edição dos Jogos Paralímpicos de 2000. Subiu para 24º lugar (entre 122 países), com 22 medalhas: 6 de ouro, 10 de prata e 6 de bronze. Um dos maiores destaques do Brasil foi a natação conseguindo muitas medalhas sendo elas conquistadas em 9 modalidades. No atletismo o Brasil também teve um fenômeno: Ádria Santos, o maior nome do esporte paralímpico nacional, conquistou o ouro na prova de 100 metros e prata nas de 200 metros e 400 metros. No total, a atleta, que é cega, tem 4 ouros e 7 pratas na carreira. Diante de todos os fatos percebe-se que o esporte para deficientes não é um problema, e sim, uma lição de vida.

VOCÊ SABIA? P Os Jogos Paralímpicos foram abertos em 22 de outubro, com uma explosão de

cores e de festa, como os atletas alinhados nas fileiras da frente e campo de jogo no Estádio Austrália. A atleta Louise Sauvage acendeu a mini tocha, que por sua vez, acendeu a grande tocha para abrir os Jogos. A cerimônia de encerramento, realizada em 31 de outubro, contou com música ao vivo e mostrou os feitos de todos os atletas paraolímpicos.

P Na estreia do rugby em cadeira de rodas nos Jogos Paraolímpicos, os Estados Unidos superaram a Austrália, 32-21, na disputa da medalha de ouro.

HISTÓRIA OLÍMPICA 165


Jogos Olímpicos de Inverno 2002 – Salt Lake City Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

77 15 78 2399 (886 mulheres) 8 de Fevereiro 24 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Noruega Alemanha Estados Unidos Brasil

OURO 13 12 10 0

PRATA 5 16 13 0

BRONZE 7 8 11 0

TOTAL 25 36 34 0

Salt Lake City foi a cidade mais populosa a receber os Jogos Olímpicos de Inverno até então. Com números cada vez maiores de países e atletas, os Jogos foram, porém, manchados por vários escândalos: o primeiro pela alegada compra de votos para a eleição de Salt Lake como sede anfitriã da competição; o segundo foi já no decorrer dos jogos, na prova de patinação artística, em que houve manipulação dos resultados, envolvendo russos e franceses. A polêmica continuou devido ao excesso de segurança, resultante do receio gerando após os atentados de 11 de Setembro de 2001, ainda bastante fresco na memória dos americanos, bem como a utilização, na Cerimônia de Abertura, de uma bandeira americana que havia sido resgatada do ‘ground zero’ das Torres Gêmeas, em Nova Iorque, o que, para muitos países, contrariava o espírito olímpico.

HISTÓRIA OLÍMPICA 166


Impressionante imagem de Samppa Lajunen no salto do nórdico combinado

ATLETA DE DESTAQUE Ole Einar Bjorndalen

Norueguês e atleta de biatlo, venceu 4 medalhas de ouro em Salt Lake City. Foi a única pessoa a vencer numa Olimpíada todas as provas individuais do seu esporte.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO Com 10 atletas na competição de Salt Lake City, o Brasil teve uma participação extremamente modesta, porém mais forte do que nas duas edições anteriores. Competiu em esqui alpino, bobsleigh, esqui cross-country e luge. Não obteve nenhuma medalha.

Porta-bandeiras do Brasil: Mirella Arnhold (esqui alpino)

VOCÊ SABIA? P Pela primeira vez os Jogos Olímpicos foram conduzidos pelo Presidente Jacques Rogge, que havia assumido o COI no ano anterior.

P Ole Einar Bjorndalen, da Noruega, e Samppa Laiunen, da Finlândia, ficaram para

a história como os primeiros a conquistarem todas as medalhas de ouro possíveis em uma mesma edição dos Jogos, em suas modalidades.

P Países como a Austrália e China conquistaram, em Salt Lake City, as primeiras medalhas de ouro dos Jogos Olímpicos de Inverno.

HISTÓRIA OLÍMPICA 167


Jogos Paralímpicos de Inverno 2002 – Salt Lake City Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

36 4 26 416 (n/d mulheres) 9 de Março 18 de Março

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Alemanha Estados Unidos Noruega

OURO 17 10 10

PRATA 1 22 3

BRONZE 15 11 6

TOTAL 33 43 19

} BRASIL: não participou A VIII edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno teve lugar na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos, e foi um sucesso! O evento teve tudo preparado para recepcionar os atletas: locais de competição, estruturas de credenciamento, transportes e informações estavam, 100% operacionais após os Jogos Olímpicos de Inverno, e permitiram que tudo decorresse sem incidentes. Salt Lake City recebeu novas participações: Andorra, Chile, China, Croácia, Grécia e Hungria. Os esportes em competição foram o esqui alpino, hóquei e esqui nórdico (biatlhon e cross-country).

HISTÓRIA OLÍMPICA 168


Atleta dando entrevista aos jornalistas que cobriam a competição

ATLETA DE DESTAQUE Martin Braxenthaler

Alemão e atleta de esqui alpino foi um dos grandes destaques: conquistou 4 medalhas de ouro em Salta Lake City.

VOCÊ SABIA? P A tocha olímpica foi carregada por Eric Weihenmever e por seu cão-guia. Eric foi o primeiro cego a chegar ao topo do Everest.

P O número de ingressos previstos não foi suficiente para a demanda e teve que ser aumentado para 250 mil unidades.

P 800 jornalistas foram credenciados e 30 emissoras televisionaram os Jogos em emissão planetária.

HISTÓRIA OLÍMPICA 169


Jogos Olímpicos de Verão 2004 – Atenas Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

201 34 301 10625 (4329 mulheres) 13 de Agosto 29 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 16

PAÍS Estados Unidos Rússia China Brasil

OURO 36 27 32 5

PRATA 39 27 17 2

BRONZE 27 38 14 3

TOTAL 102 92 63 10

Em 2004, os Jogos Olímpicos retornaram para a Grécia, o lar dos Jogos Olímpicos antigos e modernos. O arremesso de peso masculino e feminino foi disputado no antigo estádio, em Olímpia. O trajeto da maratona seguiu o mesmo traçado da maratona de 1896, começando na cidade de Maratona e terminando Estádio Panathenaico, em Atenas. Os eventos de tiro com arco também foram sediados no Estádio Panatenaico. Após um período de dúvidas em relação à capacidade da Grécia de realizar os Jogos, causadas pelo atraso nas obras de construção e reforma dos locais de competição, Atenas contou com uma grande popularidade. 3,9 bilhões de pessoas em todo o mundo acompanharam as competições por mais de trezentos canais de televisão, um recorde na história olímpica.

HISTÓRIA OLÍMPICA 170


ATLETA DE DESTAQUE Petria Thomas

Australiana e nadadora, levou para casa 3 medalhas de ouro, tendo batido um recorde olímpico.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 243 atletas, em 26 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica artística, ginástica rítmica desportiva, handebol, hipismo, iatismo, judô, luta, nado sincronizado, natação, pentatlo moderno, remo, saltos ornamentais, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro esportivo, triatlo, voleibo e voleibol de praia. Em Atenas, o Brasil ganhou dez medalhas: ouro com Robert Scheidt (iatismo - classe laser), voleibol masculino, Rodrigo Pessoa (hipismo - saltos individual), Ricardo/ Emanuel (voleibol de praia) e Torben Grael/Marcelo Ferreira (iatismo - classe star); prata com futebol feminino e Adriana Behar/Shelda (voleibol de praia) e bronze com Flávio Canto (judô - 81kg), Leandro Guilheiro (judô - 73kg) e Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo - maratona).

Porta-bandeiras do Brasil: Torben Grael (Iatismo)

VOCÊ SABIA? P O nadador norte-americano Michael Phelps foi o grande destaque dos Jogos, com 6 medalhas de ouro. Ele não conseguiu igualar a marca de 7 ouros de Mark Spitz em Munique, 1972, mas obteve um pódio a mais do que seu compatriota alcançara 32 anos antes.

Robert Scheidt celebra com sua equipe, após vencer o ouro para o Brasil na classe laser

P A Argentina, que não ganhava uma medalha de ouro Olímpica desde 1952, ven-

ceu, no mesmo dia, as finais das competições masculinas de futebol e basquete, quebrando o jejum de 52 anos.

P O Brasil obteve seu maior número de medalhas de ouro em uma edição dos Jogos, totalizando 5. O feito poderia ter sido ainda maior, não fosse o caso seguinte.

P O brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima seguia na frente da maratona com uma

boa vantagem quando, sem que ninguém esperasse, um espectador invadiu a prova agarrando Vanderlei e tentando derrubá-lo. Apesar do apoio por parte do público, o brasileiro perdeu posição para o italiano Baldini, chegando ao estádio olímpico em terceiro lugar sob uma enorme ovação. O COI reconheceu o esportivismo e deu um prêmio a Vanderlei. O homem que provocou esta situação foi Cornelius Horan, um ex-padre irlandês, que anteriormente já havia invadido a pista do Grande Prêmio da Grã-Bretanha de Formula 1, com a frase “Leia a Bíblia, ela está sempre certa”.

HISTÓRIA OLÍMPICA 171


Jogos Paralímpicos 2004 – Atenas Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

135 19 518 3808 (1165 mulheres) 23 de Setembro 4 de outubro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 14

PAÍS China Grã-Bretanha Canadá Brasil

OURO 63 35 28 14

PRATA 46 30 19 12

BRONZE 32 29 25 7

TOTAL 141 94 72 33

A 12ª edição dos Jogos Paralímpicos ocorreu em Atenas, mesmo local dos Jogos Olímpicos. 3.808 atletas entre 11 e 66 anos disputaram os mais de 500 eventos realizados na cidade. O número de atletas (e eventos) caiu graças a determinação do Comitê Paralímpico em excluir a categoria de atletas com “deficiência de aprendizado”, supostamente por dificuldades de testes e classificações na categoria, e também, por serem atletas praticamente saudáveis, o que é uma vantagem em relação aos atletas com outros tipos de deficiência. No âmbito competitivo, a China finalmente descobriu as Paralímpiadas e, pela primeira vez, venceu a disputa levando para o país 63 ouros, 46 pratas e 32 bronzes, 141 medalhas no total. Um total de 304 recordes mundiais e 448 recordes paralímpicos foram batidos em Atenas! Outro recorde foi o de audiências: estima-se que cerca de mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo tenham assistido à Cerimônia de Abertura através da televisão. Muitas competições tiveram seus ingressos esgotados e a previsão de venda de 400.000, acabou resultado em 850.000 ingressos vendidos no total! Na Cerimônia de Encerramento foram apresentados o novo logotipo do CPI e a nova bandeira, que foi entregue ao vice-prefeito de Pequim.

HISTÓRIA OLÍMPICA 172


ATLETA DE DESTAQUE Mayumi Narita

Japonês e nadador fez um feito: conquistou 7 medalhas de ouro e 1 de bronze.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS O Brasil deu um salto em seu desempenho. Depois de nas últimas edições ter tido desempenhos apenas razoáveis, a delegação brasileira veio de Atenas com um ótimo 14° lugar na bagagem, com 14 ouros, 12 pratas e 7 bronzes, 33 medalhas ao todo. Vários atletas se destacaram nesta edição dos Jogos: Clodoaldo Silva se evidenciou na natação, levando 6 medalhas de ouro e 2 de prata, quebrando 4 recordes mundiais, 5 paralímpicos e 11 parapan-americanos. Antônio Delfino, 200m T46 e 400m T46, ganhou 2 medalhas de ouro, bem como Antônio Tenório (judô até 100kgs), André Garcia (atletismo – 200m T13), Ádria Santos (Atletismo – 100m T11) e Fabiana Sugimori (Natação – 50m livre S11) conquistaram, cada um, 1 medalha de ouro. Em 2004 foi também realizado o primeiro torneio de futebol 5 (deficiente visual) e vencido pelo Brasil, que derrotou a Argentina na final por 3 a 2. A nossa seleção foi a única invicta na competição, marcando 14 gols.

VOCÊ SABIA? P A Cerimônia de Abertura homenageou os atletas paralímpicos, apelando para a energia de elementos universais e valendo-se da força para a vida.

P Enquanto que a nadadora japonesa Mayumi Narita levava para casa 7 medalhas

de ouro e uma medalha de bronze, consolidando sua trajetória, a nadadora norte-Americana Trischa Zorn fechava sua carreira com a medalha de bronze, sendo essa a sua 51ª primeira medalha paralímpica na história.

P O canadense Chantal Peticlerc levou para casa cinco medalhas de ouro nos 100m, 200m, 400m, 800m e 1.500m, na categoria cadeirantes, estabelecendo três novos recordes mundiais. João Silva dribla Lucas Rodrguez da Argentina, na final de Futebol que daria o ouro ao Brasil

HISTÓRIA OLÍMPICA 173


Jogos Olímpicos de Inverno 2006 – Turim Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

80 15 84 2508 (960 mulheres) 10 de Fevereiro 26 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Alemanha Estados Unidos Áustria Brasil

OURO 11 9 9 0

PRATA 12 9 7 0

BRONZE 6 7 7 0

TOTAL 29 25 23 0

Os XX Jogos Olímpicos de Inverno regressaram a Itália pela 3ª vez, desta feita à cidade Turim, que havia sido escolhida em 1999 pelo COI. Pela primeira vez a cobertura dos Jogos foi disponibilizada para celulares e a televisão transmitiu em todos os continentes os Jogos Olímpicos de Inverno. A internet registrou aproximadamente 700 milhões de visitas, o que demonstra o crescente interesse na competição. Albânia, Madagáscar e Etiópia levaram suas comitivas pela primeira vez aos jogos de frio. Turim também foi marcado pelo severo controle antidoping: 1219 atletas foram testados!

ATLETA DE DESTAQUE Ahn Hyun-Soo

Russo, após naturalização, o então coreano conquistou 3 medalhas de ouro em Turim, competindo pela Coréia do Sul. Após desentendimentos com a federação de patinação de seu país, mudou de nacionalidade em 2013, passando a competir pela Rússia.


O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO Pela primeira vez o Brasil conseguiu figurar no top 10 de uma modalidade nos Jogos Olímpicos de Inverno, façanha obtida pela snowboarder Isabel Clark. A atleta carioca, na prova de boardercross, superou rivais de países com maior tradição na modalidade e conseguiu faturar o 9º lugar, o que teve um gostinho a ouro para o Brasil, que sempre tivera participações extremamente modestas. Para Turim o Brasil conseguira classificar-se para 5 modalidades: snowboard, esqui alpino, esqui cross country, bobsled e luge, porém um acidente em 2005 do atleta Renato Mizoguchi inviabilizou a presença brasileira no luge, acabando por só competir em 4 modalidades e com 12 atletas.

Porta-bandeiras do Brasil: Isabel Clark Ribeiro (Snowboarding)

VOCÊ SABIA? P Nesta edição dos Jogos mais de 6.500 jornalistas de rádio e televisão fizeram a

cobertura, levando ao ar mais de 1.000 horas de transmissão ao vivo, através de 94 emissoras.

P O Canadá, considerado o país do curling, conquistou, finalmente, a sua primeira medalha de ouro nos Jogos de Inverno.

P A final de hóquei foi emocionante, ao colocar na disputa dois países nórdicos pela

primeira vez: Suécia e Finlândia, ambos favoritos ao ouro, após terem derrotado os russos e os tchecos nas semifinais. O ouro ficou para a Suécia.

Isabel Clark Ribeiro competindo em snowboard, onde conquistou a 9ª posição

HISTÓRIA OLÍMPICA 175


Jogos Paralímpicos de Inverno 2006 – Turim Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

38 5 58 474 (101 mulheres) 12 de Março 21 de Março

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Rússia Alemanha Ucrânia

OURO 13 8 7

PRATA 13 5 9

BRONZE 7 5 5

TOTAL 33 18 18

} BRASIL: não participou Turim, na Itália, recebeu a IX edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno. 474 atletas competiram em 58 eventos, de 5 esportes, que neste ano incluiu o curling em cadeiras de rodas no Programa dos Jogos. México e Mongólia foram dois dos países estreantes na competição e duas Vilas Paralímpicas foram construídas para albergar os atletas, uma em Turim e outra em Sestriere. A Ucrânia foi a grande surpresa da paralimpíada de Inverno, ao conquistar 7 ouros.

ATLETA DE DESTAQUE Olena Iurkovska

Ucraniana, esquiadora de cross country e biatleta, levou a melhor nas medalhas individuais, ao conquistar 4 ouros, 1 prata e 1 bronze.


O sueco Rolf Johansson faz um lançamento durante a prova de curlin, disputada com a Grã-Bretanha

VOCÊ SABIA? P Apesar do aumento de delegações a Estônia e Holanda não competiram nesta edição.

P A cobertura de imprensa bateu recordes com 1.037 veículos de informação presentes.

P O utro recorde foi a venda de ingressos: 162 mil pessoas assistiram aos Jogos de Turim, tendo esgotado as finais de hóquei e curling, bem como a Cerimônia de Abertura.

P Todos os 242 testes antidoping deram resultado negativo, o que demonstra o espírito olímpico de todos os atletas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 177


Jogos Olímpicos de Verão 2008 – Pequim Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

204 34 302 10942 (4637 mulheres) 8 de Agosto 24 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 22

PAÍS China Estados Unidos Rússia Brasil

OURO 51 36 23 3

PRATA 21 38 21 4

BRONZE 28 36 29 8

TOTAL 100 110 73 15

Na sua tentativa de levar as Olimpíadas para a nação mais populosa do mundo, o COI enfrentou o problema de que o governo chinês era um dos mais repressivos do mundo. Apesar de apenas 5% da população chinesa fazer parte do PCC (Partido Comunista Chinês), o Partido controlava toda a mídia e punia os dissidentes que defendiam a liberdade de expressão e a democracia. Os líderes do PCC prometeram ao COI que eles seriam mais abertos, mas assim que assinaram o contrato para sediar os Jogos, o governo pegou ainda mais pesado com os seus inimigos do que antes. Apesar do COI parecer sem forças para reagir, as entidades de direitos humanos usaram o revezamento da Tocha Olímpica para protestar contra os métodos repressivos chineses e muitos comentaristas estrangeiros achavam erroneamente que a China estava se abrindo para o mundo, mas na verdade a meta primária do governo era impressionar os chineses, mostrando que eles poderiam dar um grande espetáculo, ganhar muitas medalhas de ouro e provar que os lideres das nações mais importantes do mundo reconheciam o PCC como o legítimo governo chinês.

HISTÓRIA OLÍMPICA 178


ATLETA DE DESTAQUE Michael Phelps

Norte-americano e nadador conquistou o maior número de medalhas em uma única competição: 8 ouros.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS O Brasil participou com 277 atletas, em 28 esportes: atletismo, basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica artística, ginástica rítmica desportiva, handebol, hipismo, iatismo, judô, levantamento de peso, luta, nado sincronizado, natação, pentatlo moderno, remo, saltos ornamentais, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triathlon, voleibol e voleibol de praia. O Brasil ganhou 15 medalhas: ouro com Cesar Cielo (natação - 50m livres), Maurren Maggi (atletismo - salto em distância) e voleibol feminino; prata com futebol feminino, voleibol masculino, Robert Scheidt/Bruno Prada (iatismo - classe star) e Marcio/Fábio Luiz (voleibol de praia) e bronze com Flávio Canto (judô - 81kg), Leandro Guilheiro (judô - 73kg), Ketleyn Quadros (judô - 57 kg), Cesar Cielo (natação - 100m livres), Fernanda Oliveira/Isabel Swan (iatismo - classo 470 F), Ricardo/Emanuel (voleibol de praia), Natalia Falavigna (taekwondo - 67kg) e futebol masculino.

Porta-bandeiras do Brasil: Robert Scheidt (Iatismo)

VOCÊ SABIA? Emocionada, Maurren Maggi, beija o pódio durante a cerimônia que lhe colocaria a medalha de ouro ao peito

P O jamaicano Usain Bolt assombrou o mundo com sua velocidade. Com seu jeito irreverente e passadas largas, o corredor levou a medalha de ouro em três provas de atletismo. De quebra ainda se tornou o primeiro atleta na história dos Jogos Olímpicos a quebrar 3 recordes mundiais em uma só edição.

P Sob a batuta de Messi, a seleção argentina de futebol sagrou-se campeã olímpica, ao bater na final a Nigéria, por 1 a 0, gol de Dí Maria.

P A seleção brasileira de voleibol feminino conquistou a medalha de ouro pela primeira vez na história, ao bater os Estados Unidos na final. José Roberto Guimarães conseguiu um recorde pessoal: tornou-se o primeiro técnico da história ao ser campeão olímpico de voleibol tanto quanto com a seleção masculina, em 1992, quanto com a feminina.

P A tocha olímpica apresentada em Pequim foi inspirada nas formas de um perga-

minho, como forma de simbolizar o passado e o futuro. O futuro revelava-se em duas peças removíveis: um queimador e, abaixo, um cartucho de propano em estado líquido. O sistema era acionado por uma vávula que liberava o gás do cartucho, que era trocado pelos portadores da tocha.

P Existem coisas curiosas e também lamentáveis nos Jogos Olímpicos. A campeã

olímpica brasileira Fabiana Murer é um dos exemplos do que não foi bom. No início da competição do salto com vara, Fabiana deu por falta de seu equipamento e, apesar de visivelmente irritada com o sucedido, utilizou uma vara emprestada, porém não conseguiu superar a marca de 4,65 metros, quase nada para quem já alcançara 4,80 metros! Prova de que a quebra da concentração tem consequências no desempenho esportivo. No dia seguinte a vara de Fabiana acabou aparecendo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 179


Jogos Paralímpicos 2008 – Pequim Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

146 20 472 3951 (1383 mulheres) 6 de Setembro 17 de Setembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 9

PAÍS China Grã-Bretanha Estados Unidos Brasil

OURO 89 42 36 16

PRATA 70 29 35 14

BRONZE 52 31 28 17

TOTAL 211 102 99 47

Os Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 bateram recordes de audiência, presença e participação. Mais atletas e países competiram do que nunca e os Jogos foram vistos pela maioria das pessoas, quer como espectadores em locais de competição, na televisão ou na internet. 3.951 atletas de 146 países participaram de mais essa festa do desporto dedicado aos atletas com algum tipo de deficiência. Além do recorde de países, 5 competiram pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos: Burundi, Gabão, Geórgia, Haiti e Montenegro. Foram batidos 279 recordes mundiais e 339 paraolímpicos. Na natação, realizada no Cubo d’Água, a competição masculina viu 124 recordes paralímpicos serem quebrados e 83 mundiais. Pelo lado das mulheres, foram 83 paralímpicos e 55 mundiais. No âmbito competitivo, a China levou o “bicampeonato” no quadro de medalhas, mostrando que sua evolução esportiva não se restringia apenas aos atletas saudáveis. Foram 89 ouros, 70 pratas e 52 bronzes, 211 medalhas ao todo, gigante diferença em relação a Grã-Bretanha, 2ª colocada com 42 ouros, 29 pratas e 31 bronzes, 102 medalhas ao todo.

HISTÓRIA OLÍMPICA 180


ATLETA DE DESTAQUE Daniel Dias

Brasileiro e nadador, foi o grande destaque de Pequim, ao conquistar 9 medalhas, incluindo 4 de ouro, mais do que qualquer outro atleta nos Jogos.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS O Brasil teve muitos motivos para celebrar em Pequim! Pela primeira vez em sua história atingiu o top 10 do quadro de medalhas, ficando na nona posição, com 47 medalhas ao todo, sendo 16 de ouro. Destaque para Daniel Dias que conquistou 4 ouros, na natação; André Brasil também com 3 ouros (natação – 50m livre S10, 100m livre S10, 400m livre S10 e 100m borboleta S10); Lucas Prado com 3 ouros (atletismo – 100m rasos T11, 200m rasos T11 e 400m rasos T11); a dupla Dirceu Pinto e Eliseu Santos com 1 ouro em duplas de bocha, Dirceu Pinto, novamente, na individual de bocha, trouxe 1 ouro; Antonio Tenório, no Judô até 100kgs, e Terezinha Guilhermina, no atletismo – 200m rasos, também trouxeram, cada um deles, uma medalha de ouro. O futebol de 5 também foi campeão, pela segunda vez consecutiva.

VOCÊ SABIA? P O Ninho do Pássaro recebeu 90.000 pessoas para acompanhar a espetacular Ceri-

mônia de Abertura que envolveu as contribuições de 4.813 artistas. O tricampeão paralímpico no salto em altura e Embaixador paralímpico Hou Bin acendeu a tocha ao escalar uma corda no teto, usando nada mais que a força em seus braços.

P A paratleta canadense Chantal Petitclerc manteve-se imbatível levando 5 medalhas de ouro em todas as distâncias de 100m até 1.500 m do atletismo com cadeira de rodas.

P Natalie du Toit, da África do Sul foi igualmente impressionante ao ganhar 5 me-

dalhas de ouro nas cinco provas de natação que disputou. Na cerimónia de encerramento, du Toit foi agraciada com o Prêmio Whand Youn Dai, em reconhecimento do seu papel exemplar na prática do lema Paralímpico: “Espírito em Movimento”.

Gilhermina Terezinha competindo nos 200m T11, onde arrancou o merecido ouro

HISTÓRIA OLÍMPICA 181


Jogos Olímpicos de Inverno 2010 – Vancouver Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

82 15 86 2566 (1044 mulheres) 12 de Fevereiro 28 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Canadá Alemanha Estados Unidos Brasil

OURO 14 10 9 0

PRATA 7 13 15 0

BRONZE 5 7 13 0

TOTAL 26 30 37 0

Vancouver, no Canadá, foi a cidade escolhida para acolher a XXI edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. Apesar de tudo, a escolha da cidade acabou se tornando bastante polêmica, tendo os custos sido questionados pela população canadense e inclusive, várias manifestações ocorrido em protesto à realização dos Jogos Olímpicos de Inverno em Vancouver. Outra polêmica foi também a retirada do salto de esqui feminino do quadro de modalidades, tendo o COI alegado que a modalidade ainda não estava suficientemente desenvolvida, o que gerou acusações de que o COI estaria fazendo descriminação de gênero nas Olimpíadas de Inverno. A organização estava com vários problemas já no início dos Jogos e a eles se somou a pandemia de H1N1, que obrigou à vacinação de todos os atletas, bem como à montagem de uma equipe para controle de qualquer situação que viesse a levantar suspeitas da doença. Porém, tudo correu bem, não se verificando nenhum caso. Ainda outro incidente ensombrou Vancouver: durante uma sessão de treinamento o piloto de luge, Nodar Kumaritashivili, georgiano, morreu devido a ferimentos causados após um acidente na última curva do percurso. O atleta perdeu o controle e saiu da pista na curva, chocando contra um pilar de suporte de aço.

HISTÓRIA OLÍMPICA 182


A graciosidade da sul-coreana Yu-na Kim, em competição no Pacific Coliseum

ATLETA DE DESTAQUE Marit Bjorgen

Esquiadora e norueguesa conquistou 3 medalhas de ouro em Vancouver, saindo como a maior medalhista dos Jogos de Inverno de 2010.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO O Brasil garantiu a participação de 5 atletas em 3 modalidades: esqui alpino, esqui cross country e snowboard. Apesar dos atletas brasileiros terem tido maiores apoios por parte do COB, a participação brasileira foi discreta e sem apontamentos relevantes, embora de na comparação com os resultados nacionais, os atletas terem melhorado bastante seu rendimento esportivo.

Porta-bandeiras do Brasil: Isabel Clark Ribeiro (Snowboarding)

VOCÊ SABIA? P A equipe norte-americana de bobsleigh conquistou o ouro na prova de equipes após 62 anos sem medalhas na modalidade.

P Dois países conquistaram suas primeiras medalhas de ouros nos Jogos Olímpicos de Inverno: Eslovênia e Bielorrússia.

P Na patinação artística, individual, a sul-coreana Kim Yu-Na conquistou a primeira

medalha de ouro para o seu país na modalidade e, de cara, estabelecendo um novo recorde mundial.

HISTÓRIA OLÍMPICA 183


Jogos Paralímpicos de Inverno 2010 – Vancouver Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

44 5 64 502 (121 mulheres) 12 de Março 21 de Março

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3

PAÍS Alemanha Rússia Canadá

OURO 13 12 10

PRATA 5 16 5

BRONZE 6 10 4

TOTAL 24 38 19

} BRASIL: não participou Os Jogos Paralímpicos Inverno de Vancouver, no Canadá, foram, reconhecidamente, os melhores realizados até então. Com excelentes condições e um número elevado de atletas, os esportes disputados tiveram performances muito boas. O esqui alpino super combinado foi também adicionado ao calendário oficial de provas. Argentina, Bósnia-Herzegovina, Romênia e Sérvia foram os países debutantes, elevando a conta para 44 nações participantes. Vancouver e Whistler viram ser erguidas duas Vilas Paralímpicas para albergar atletas, treinadores e funcionários, num total de 1.350 pessoas.

HISTÓRIA OLÍMPICA 184


A defesa nipónica enfrenta o ataque do canadense Billy Bridges, que acabou não conseguindo bater a equipe anfitriã

ATLETA DE DESTAQUE Verena Bentele

Alemã e atleta de esqui, conquistou 5 ouros em Vancouver, completando um total de 16 medalhas em Jogos Paralímpicos de Inverno, sendo 12 ouro.

VOCÊ SABIA? P Os Jogos de Vancouver bateram recordes de bilheteria, vendendo 230 mil ingressos. P A competição que mais atraiu as atenções foi o hóquei, pois é o esporte mais

popular do Canadá, porém a equipe de casa perdeu nas semi-finais para o Japão, ficando com o bronze.

P 1.200 jornalistas credenciados, mais um recorde alcançado em Vancouver. 22 países

transmitiram os jogos, que tiveram uma audiência total de 1,5 bilhão de espectadores.

HISTÓRIA OLÍMPICA 185


Jogos Olímpicos de Verão 2012 – Londres Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

204 34 302 10520 (4656 mulheres) 27 de Julho 12 de Agosto

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 22

PAÍS Estados Unidos China Grã-Bretanha Brasil

OURO 46 38 29 3

PRATA 29 27 17 5

BRONZE 29 23 19 9

TOTAL 104 88 65 17

Regressando a Londres pela terceira vez na história dos Jogos Olímpicos da Modernidade, 2012 foi um ano de celebração de mais um evento esportivo. Com um custo total de 6,9 milhões de libras, a organização foi impecável. Alguns atletas deixaram seus nomes para a história, foi o caso do nadador Michael Phelps, que alcançou a marca de 22 pódios, ultrapassando a ginasta soviética Larissa Latynina, detentora de 18. Também o jamaicano Usain Bolt gravou o seu nome como o maior velocista. Outros atletas também protagonizaram lances de grande comoção em Londres. Foi o caso do sul-africano Oscar Pistorius, que se tornou o primeiro atleta biamputado a participar dos Jogos Olímpicos ao correr a prova dos 400m rasos e do revezamento 4x400m. Além dele, duas atletas da Arábia Saudita tornaram-se as primeiras mulheres do país a disputar a competição - Brunei e Catar também enviaram atletas do sexo feminino pela primeira vez na história dos Jogos.

HISTÓRIA OLÍMPICA 186


ATLETA DE DESTAQUE Usain Bolt

Jamaicano e velocista conquista a sua 6ª medalha de ouro nesta edição, quebrando seu próprio recorde olímpico.

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS Londres 2012 foi a 30ª participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Verão. 252 atletas, sendo 122 mulheres, formaram a delegação que representou o país na Grã-Bretanha. Apesar do número de atletas ser inferior à dos Jogos de 2008, o esporte nacional foi extremamente bem representado, tendo que se referir o regresso do Brasil à competição de basquetebol masculino. Jaqueline Ferreira regressa ao levantamento de peso feminino, bem como pela primeira vez duas equipes completas no tênis de mesa marcaram presença nos Jogos, tal como na esgrima em todas as armas o Brasil marca presença. 10 atletas estabeleceram o recorde da delegação do pugilismo, bem como no judô todas as 14 categorias têm atletas de nosso país. Renato Rezende foi o primeiro brasileiro a competir no ciclismo BMX olímpico. E, ainda, se apenas um atleta havia estado presente em 2008 na ginástica, desta feita o Brasil contou com 3 atletas. Ana Luiza Ferrão acaba com a ausência de 20 anos no tiro. Apesar de na avaliação de medalhas de ouro esta não ter sido a melhor participação do Brasil (Atenas, em 2004, teve maior número de ouros), no cálculo geral de medalhas o Brasil teve a melhor prestação de sua história, acima do que era esperado pelo COB.

Porta-bandeiras do Brasil: Rodrigo Pessoa (Hipismo)

VOCÊ SABIA? P O futebol brasileiro estava de parabéns com a entrada de Cristiane para como maior artilheira dos Jogos, ao marcar o seu 11º gol na competição.

Prova de bicicleta de montanha, com Elisabeth Osl (austríaca) passando debaixo daponte, por onde pedala Rie Katayama (japonesa)

P A pugilista brasileira Adriana Araújo conquistou a 100ª medalha brasileira em Olimpíadas.

P Para garantir a segurança durante as Olimpíadas, o governo britânico instalou mísseis em prédios residenciais na área leste de Londres.

P Foi em Londres, na quarta olimpíada de sua carreira, que o nadador norte-america-

no Michael Phelps anunciou a sua retirada. Considerado um dos maiores atletas de todos os tempos, conquistou o maior número de medalhas de ouro em uma única edição, quebrou 37 recordes mundiais e detem o recorde de medalhas olímpicas. Mas você quer saber como é sua dieta? No café da manhã são 3 sanduiches de ovo frito com queijo, alface, tomate, cebola frita e maionese, acrescenta uma tijela de cereais, 3 fatias de torradas com açucar e 3 panquecas de chocolate. Ao almoço meio quilo de macarrão, 2 sanduiches de queijo com presunto e um copo de bebida energética com mil calorias. Ao jantar Phelps toma novamente a mesma bebida energética, a mesma quantidade de macarrão e uma pizza! Assim se explica sua energia?

P A sede dos Jogos Olímpicos foi também disputada pelo Rio de Janeiro, porém Londres acabou saindo vencedora, tendo o Rio de Janeiro lutado pela edição de 2016, que acabou conquistando.

HISTÓRIA OLÍMPICA 187


Jogos Paralímpicos 2012 – Londres Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

164 20 503 4237(1501 mulheres) 29 de Agosto 9 de Setembro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 7

PAÍS China Rússia Grã Bretanha Brasil

OURO 95 36 34 21

PRATA 71 38 43 14

BRONZE 65 28 43 8

TOTAL 231 102 120 43

Os Jogos Paralímpicos de Londres entraram para a história como a edição com participação recorde de atletas e países. Foram 4.237 competidores de 164 nações de todo o mundo, que disputaram 20 esportes e mais 9 modalidades específicas. Outro destaque dos Jogos foi a grande quantidade de quebra de recordes mundiais. Foram nada menos que 199 marcas superadas, contra “apenas” 39 dos Jogos Olímpicos de Verão. Um dos grandes personagens da competição foi o sul-africano Oscar Pistorius que, ainda em Londres, tornou-se o primeiro biamputado a participar de uma edição dos Jogos Olímpicos tradicionais. Na Paralimpíada, ele conquistou a medalha de ouro nos 400m rasos da classe T44 e ficou com a prata nos 200m da mesma categoria, sendo superado pelo brasileiro Alan Fonteles, que ganhou alguns dias de fama após superar Pistorius com uma arrancada espetacular. Quem também brilhou em Londres foi o italiano Alessandro Zanardi. O ex-piloto de Fórmula 1 e Fórmula Indy, que perdeu as duas pernas em um acidente em uma prova automobilística, terminou os Jogos com três medalhas – 2 e ouro e 1 de prata – no ciclismo, modalidade que ele passou a se dedicar em 2007.

HISTÓRIA OLÍMPICA 188


ATLETA DE DESTAQUE Oscar Pistorius

Sul-africano e atleta, tornou-se o primeiro biamputado a participar tanto nos Jogos Olímpicos, comos nos Jogos Paralímpicos.

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS A participação do Brasil em Londres foi além da expectativa. A delegação fez com que o país chegasse ao 7º lugar no quadro geral de medalhas, subindo duas posições em relação aos Jogos de Pequim, em 2008. Foram 21 medalhas de ouro, 14 de prata e oito de bronze, totalizando, assim, 43 subidas ao pódio. O grande destaque da delegação brasileira foi o nadador Daniel Dias. O porta-bandeira do país na Cerimônia de Abertura “voou” nas águas e conquistou nada menos que 6 medalhas de ouro, vencendo todas as provas individuais em que participou em Londres. Daniel subiu ao lugar mais alto do pódio nos 100m livre, 50m borboleta, 200m livre, 50m livre e 50m costas da classe S5, além dos 100m peito da categoria SB4. André Brasil, também na natação, conquistou 5 medalhas de ouro. Terezinha Guilhermina voltou a brilhar em Londres, conquistando 2 ouros no atletismo. Alan Fonteles deu que falar ao roubar o ouro a Oscar Pistorius, ganhando 1 medalha de ouro nos 200m T44. No futebol 5, o Brasil ganhou pela 3ª vez consecutiva. O Brasil prepara-se para ser uma das maiores potências em competições, o que muito nos deve orgulhar, pois demonstra a capacidade de nossos atletas e o esforço que foi realizado na última década para criar melhores condições para a prática de esportes.

VOCÊ SABIA? P Um dos medalhistas brasileiros em atletismo, Yohansson Nascimento, logo após suas conquistas fez algo que chamou a atenção: pediu a sua namorada em casamento.

P Pela primeira vez os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos tiveram o mesmo logotipo.

P Os Jogos Paralímpicos de Londres foram os primeiros desde Sydney em 2000, nos quais os atletas portadores de deficiências mentais estavam autorizados a competir, depois de uma decisão do CPI em 2008, que autorizou o retorno deles aos Jogos. Três esportes atletismo, natação e tênis de mesa tiveram provas para deficientes mentais.

Orgulho brasileiro com Alan Fonteles que roubou o ouro a Oscar Pistorius nos 200m T4

HISTÓRIA OLÍMPICA 189


Jogos Olímpicos de Inverno 2014 – Sóchi Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

88 15 98 2871 (n/d mulheres) 7 de Fevereiro 23 de Fevereiro

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Rússia Noruega Canadá Brasil

OURO 13 11 10 0

PRATA 11 5 10 0

BRONZE 9 10 5 0

TOTAL 33 26 25 0

Pela segunda vez a Rússia foi anfitriã de uma Olimpíada, com estreia para a edição de Inverno. A última havia sido 1980, ainda em plena época de Guerra Fria de ex-União Soviética. Desta vez Vladimir Putin, chefe de estado russo, não olhou a custos para mostrar a força de seu país. Com uma derrapagem orçamental gigantesca e debaixo de protestos mundiais por causa de polêmica relacionada com políticas homofóbicas por parte da Rússia, Sóchi ainda teve escândalos de corrupção e índices de poluição alarmantes. Os Jogos tiveram dois locais de eventos: Sóchi (esportes de gelo) e Clareira Vermelha (esportes de neve), a cerca de 40 kms de distância, e as competições foram inebriantes nesta que foi a maior competição olímpica de Inverno de todos os tempos.

ATLETA DE DESTAQUE Viktor Ahn

O patinador de velocidade, vencedor de 3 ouros e 1 bronze, foi um dos mais mediáticos atletas, pois em 2006 vencera 4 medalhas esquiando pela Coréia do Sul. Em Sóchi, Ahn participou sob a bandeira russa.


A austríaca Ina Meschik e a canadense Marianne Leeson em prova, nos quartos de final de snownboard

O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS Pela sétima vez o Brasil participou nas competições olímpicas de Inverno, com 13 atletas em 7 esportes. O objetivo do Comitê Olímpico Brasileiro, que era o de aumentar o número de participantes, foi atingido, pois mais 3 atletas estiveram presentes em relação à competição anterior. Isadora Williams estreou a participação brasileira na patinação artística.

Porta-bandeiras do Brasil: Jaqueline Mourão

VOCÊ SABIA? P Sóchi foi a primeira cidade subtropical a receber os Jogos de Inverno. Esta é conhecida como destino de verão por causa de seu clima moderado.

P Foi batido o recorde de países participantes: de 82 para 88! Países estreantes: Dominica, Malta, Paraguai, Timor-Leste, Togo, Tonga e Zimbabué.

P Thomas Bach, presidente do COI, estreou-se numa competição olímpica como dirigente. P As redes sociais foram também um marco destes Jogos Olímpicos: 2,2 milhões de pessoas começaram seguindo o Movimento Olímpico nas redes.

HISTÓRIA OLÍMPICA 191


Jogos Paralímpicos Inverno 2014 – Sóchi Países participantes Esportes Eventos Atletas participantes Data de início Data de encerramento

45 5 72 575 (n/d mulheres) 7 de Março 16 de Março

QUADRO DE MEDALHAS 1 2 3 ...

PAÍS Rússia Alemanha Canadá Brasil

OURO 30 9 7 0

PRATA 28 5 2 0

BRONZE 22 1 7 0

TOTAL 80 15 16 0

Sóchi acolheu a 11ª edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno, naquele que se tornou o maior evento até ao momento. A intervenção militar russa na Criméia marcou esta edição, pois levou a que Estados Unidos e Grã-Bretanha não enviassem suas delegações governamentais a Sóchi, tendo inclusive havido tentativa de boicote na participação esportiva, bem como demonstrações de protesto por parte da delegação ucraniana. Apesar de tudo o espírito olímpico e esportivo permaneceu e uma brilhante competição teve lugar em Sóchi. O snowboard fez sua estreia nos Jogos Paralímpicos de Inverno.

ATLETA DE DESTAQUE Declan Farmer

O norte-americano hoquista, de apenas 16 anos, foi crucial para a vitória da medalha de ouro da equipe americana e conquistou os corações da opinião pública.


Um navio quebra-gelo gigante entra em arena, trazendo a soprano russa Maria Guleghina, durante a Cerimônia de Abertura

O BRASIL NOS JOGOS PARALÍMPICOS Estreia absoluta do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno, com dois atletas: Fernando Aranha Rocha, no esqui cross-country, e o snowboarder André Cintra Pereira. Apesar de serem participações modestas, o Comitê Paralímpico Brasileiro demonstra vontade e intenção de aumentar o número de participantes em demais competições.

VOCÊ SABIA? P Apesar da desconfiança em relação à acessibilidade em Sóchi, os russos conseguiram preparar uma excelente infraestrutura para acolher os atletas paralímpicos.

P Pela primeira vez a tocha olímpica chegou ao espaço, à montanha mais alta da Europa (Montes Elbrus), às profundezas do lago Baikal (Sibéria) e ao Pólo Norte.

HISTÓRIA OLÍMPICA 193


Brasil Olímpico – Rio de Janeiro 2016 O Brasil passa por um grande momento em sua história esportiva. Em 2014 acolhemos a Copa do Mundo de Futebol e, em 2016, o maior evento planetário do mundo: a XXXI edição dos Jogos Olímpicos de Verão e a XV Paralímpiada de Verão. Ou, como se sintetiza: Rio 2016. Uma das aspirações brasileiras é a de figurar no top 10 de países, bem como a de demonstrar que, apesar de todas as críticas, o país tem capacidade e empenho para ser a sede de todos estes eventos. O Rio 2016 será uma grande festa e uma verdadeira celebração do espírito Olímpico pois, pela primeira vez, os Jogos serão realizados na América do Sul. Ademais, o fato do Brasil ser o país-sede, terá garantida participação em todas as modalidades dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o que abrirá o leque de possibilidades aos atletas brasileiros e servirá de encorajamento a gerações futuras, que verão novas portas se abrirem no plano esportivo.

RIO 2016 – JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO Países participantes Esportes Atletas participantes Data de início Data de encerramento

204 (estimado) 28 10500 (estimado) 5 de Agosto 21 de Agosto

Sob o lema “Viva sua Paixão”, o Estádio do Maracanã irá presenciar a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, após a escolha em Copenhague, na Dinamarca, em 2009, do Brasil como país-sede. Aguarda-se um número recorde de atletas, bem como a introdução de 2 novas modalidades no programa de competições: rugby sevens e golfe. Mais de 100 mil pessoas estão envolvidas diretamente na organização, sendo 70 mil voluntários. O impacto na cidade e no país será algo de grandioso e sem precedentes.

RIO 2016 – JOGOS PARALÍMPICOS DE VERÃO Países participantes Esportes Atletas participantes Data de início Data de encerramento

174 (estimado) 22 4200 (estimado) 7 de Setembro 18 de Setembro

A realização das XV Paralimpíadas de Verão, no Rio de Janeiro, será a coroação de uma trajetória de vitórias e, principalmente para o Brasil, a grande oportunidade para que novos desafios e oportunidades se abram para atletas e para a comunidade em geral, que terá que refletir

HISTÓRIA OLÍMPICA 194


cada vez mais sobre a inclusão. O maior legado do Rio 2016 será precisamente essa mudança de mentalidade e as acessibilidades que serão criadas na cidade.

RIO 2016 – ONDE E O QUÊ De forma a poder acolher os Jogos Olímpicos, a cidade do Rio de Janeiro precisou investir em obras de infraestruturas que permitissem a realização dos Jogos. Assim, a cidade foi dividida em zonas e bairros, que terão diferentes equipamentos que acolherão variados tipos de modalidades.

ZONA: BARRA Golfe Reserva Marapendi: golfe. Parque Olímpico do Rio:

Arena Olímpica do Rio: ginástica artística, rítmica e trampolim; basquetebol em cadeira de rodas. n Centro Aquático Maria Lenk: nado sincronizado e saltos ornamentais. n Centro Olímpico de Tênis: tênis; futebol 5 e tênis em cadeira de rodas. n Estádio Olímpico de Desportes Aquáticos: natação e pólo aquático; natação paralímpica. n Hall Olímpico 1: basquetebol; basquetebol em cadeira de rodas e rugby em cadeira de rodas. n Hall Olímpico 2: judô e luta olímpica; judô paralímpico e bocha. n Hall Olímpico 3: esgrima e taekwondo; voleibol sentado. n Hall Olímpico 4: handebol; goalball. n Velódromo Olímpico do Rio: ciclismo de pista; paraciclismo de pista. n

Rio Centro:

Pavilhão 2: levantamento de peso; halterofilismo. Pavilhão 3: tênis de mesa; tênis de mesa paralímpico. n Pavilhão 4: badminton. n Pavilhão 6: boxe. n n

BAIRRO: CAMORIM

International Broadcast Center: área não-esportiva Vila Olímpica do Rio: área não-esportiva para hospedagem dos atletas Vila da Mídia: área não-esportiva

BAIRRO: JACAREPAGUÁ

Praia Olímpica: área não-esportiva para lazer dos atletas estrangeiros Rua Carioca: área não-esportiva

ZONA: DEODORO Deodoro:

Arena de Deodoro: basquetebol e pentatlo moderno; esgrima em cadeira de rodas. Arena de Rugby e Pentatlo Moderno: pentatlo moderno e rugby; futebol de 7. n Centro Aquático de Pentatlo Moderno: pentatlo moderno. n Centro Nacional de Hipismo: hipismo; hipismo paralímpico. n n

HISTÓRIA OLÍMPICA 195


Centro Nacional de Tiro Esportivo: tiro esportivo; tiro esportivo paralímpico. n Centro Olímpico de Hóquei: hóquei sobre grama. n

Parque Radical do Rio:

Centro Olímpico de BMX: ciclismo BMX. n Estádio Olímpico de Canoagem Slalom: canoagem slalom. n Parque Olímpico de Mountain Bike: ciclismo mountain bike. n

ZONA: MARACANÃ

Pavilhão Cidade Olímpica: área não-esportiva Estádio Olímpico João Havelange: atletismo; atletismo paralímpico Sambódromo: atletismo e tiro com arco; tiro com arco paralímpico. Estádio do Maracanã: futebol. Ginásio do Maracañazinho: voleibol. Parque Aquático Julio De Lamare: pólo aquático.

ZONA: COPACABANA

Estádio de Copacabana: voleibol de praia. Forte de Copacabana: maratona aquática e triathlon; paratriathlon. Lagoa Rodrigo de Freitas: canoagem de velocidade e remo; paracanoagem e remo paralímpico. Marina da Glória: iatismo; iatismo paralímpico. Parque do Flamengo: atletismo e ciclismo de estrada; atletismo paralímpico e paraciclismo de Estrada.

As partidas preliminares de futebol ocorrerão em outras cidades para além do Rio de Janeiro: Salvador (Arena Fonte Nova), Brasília (Estádio Nacional de Brasília), Belo Horizonte (Estádio Mineirão) e São Paulo (Estádio do Morumbi).

HISTÓRIA OLÍMPICA 196


Potências Olímpicas Depois de mais de 100 anos de disputas, os Jogos Olímpicos já têm as suas potências claramente identificadas. Na frente da corrida estão os Estados Unidos, com um total de 2550 medalhas, entre Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno. Mas você sabia que apenas cinco países participaram em todas as ediições dos Jogos Olímpicos da Era Moderna? São eles a Grécia, Grã-Bretanha, Suiça, França e Austrália. De forma a facilitarmos a leitura, resolvemos compilar um quadro, por ordem decrescente de total de medalhas obtidas. Reparará que assinalamos com um asterisco Comitês Olímpicos Nacionais que não existem mais. O caso mais pertinente é o da União Soviética, que se desintegrou em 1991, após a Queda do Muro de Berlim, mas que ainda mantem o segundo lugar em número de medalhas! O Brasil ocupa o 34º, com 108 medalhas conquistadas, mas assumindo claramente sua vontade de subir na tabela e de ser um dos países mais fortes nas olimpíadas! 80 países participantes nunca obtiveram medalhas, organizamos os mesmos por número de participações nas edições, estes números são referentes aos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, não contemplando os Paralímpicos.

#

PAÍS TODOS COMBINADOS

JOGOS

OURO

PRATA

BRONZE

TOTAL

49

5.768

5.733

6.077

17.578

1

ESTADOS UNIDOS

48

1.072

860

749

2.681

2

UNIÃO SOVIÉTICA*

18

473

376

355

1.204

3

GRÃ-BRETANHA

49

246

276

284

806

4

ALEMANHA

26

252

260

270

782

5

FRANÇA

49

233

254

293

780

6

ITÁLIA

48

235

200

228

663

7

SUÉCIA

48

193

204

230

627

8

CHINA

19

213

166

147

526

9

RÚSSIA

11

182

162

177

521

10

ALEMANHA ORIENTAL*

11

192

165

162

519

11

HUNGRIA

47

167

146

169

482

12

AUSTRÁLIA

43

143

156

181

480

13

NORUEGA

46

174

160

143

477

14

FINLÂNDIA

46

143

146

174

463

15

CANADÁ

47

121

154

173

448

16

JAPÃO

41

140

143

160

443

17

PAÍSES BAIXOS

45

114

123

139

376

18

SUÍÇA

49

97

113

113

323

19

ÁUSTRIA

48

77

111

116

304

20

ROMÊNIA

40

88

94

120

302

HISTÓRIA OLÍMPICA 197


#

PAÍS

JOGOS

OURO

PRATA

BRONZE

TOTAL

21

COREIA DO SUL

33

107

99

90

296

22

POLÔNIA

42

70

89

132

291

23

ALEMANHA OCIDENTAL*

11

67

82

94

243

24

BULGÁRIA

38

52

87

81

220

25

CUBA

19

72

67

69

208

26

DINAMARCA

39

43

69

68

180

27

TCHECOSLOVÁQUIA*

32

51

57

60

168

28

BÉLGICA

45

38

53

54

145

29

EQUIPA ALEMÃ UNIDA*

6

36

60

41

137

30

EQUIPA UNIFICADA*

2

54

44

37

135

31

ESPANHA

41

38

59

36

133

32

UCRÂNIA

11

35

28

59

122

33

GRÉCIA

45

30

42

38

110

34

BRASIL

28

23

30

55

108

35

NOVA ZELÂNDIA

37

42

19

39

100

36

BIELORRÚSSIA

11

18

28

45

91

37

TURQUIA

37

39

25

24

88

38

IUGOSLÁVIA*

30

26

32

29

87

39

QUÊNIA

16

25

32

29

86

40

ÁFRICA DO SUL

24

23

26

27

76

41

ARGENTINA

41

18

24

28

70

42

REPÚBLICA TCHECA

11

21

24

23

68

43

JAMAICA

23

17

30

20

67

44

MÉXICO

30

13

21

28

62

45

IRÃ

25

15

24

25

60

46

CAZAQUISTÃO

11

17

20

22

59

47

COREIA DO NORTE

17

14

13

22

49

48

ETIÓPIA

14

21

7

17

45

49

ESTÔNIA

20

13

11

16

40

50

CROÁCIA

13

10

13

11

34

51

ESLOVÊNIA

13

6

10

18

34

52

ESLOVÁQUIA

11

9

11

9

29

53

IRLANDA

26

9

8

11

28

54

INDONÉSIA

14

6

10

11

27

HISTÓRIA OLÍMPICA 198


#

PAÍS

JOGOS

OURO

PRATA

BRONZE

TOTAL

55

ÍNDIA

32

9

6

11

26

56

EGITO

22

7

9

10

26

57

AZERBAIJÃO

10

6

5

15

26

58

LETÔNIA

20

3

15

8

26

59

GEÓRGIA

11

6

5

14

25

60

MONGÓLIA

25

2

9

13

24

61

TAILÂNDIA

18

7

6

11

24

62

NIGÉRIA

15

3

8

12

23

63

PORTUGAL

29

6

5

11

22

64

MARROCOS

19

6

5

11

22

65

LITUÂNIA

16

6

5

10

21

66

UZBEQUISTÃO

11

6

5

10

21

67

TAIPÉ CHINÊS

24

2

7

12

21

68

COLÔMBIA

19

2

6

11

19

69

TRINIDADE E TOBAGO

19

2

5

11

18

70

EQUIPA MISTA*

3

8

5

4

17

71

ARGÉLIA

15

5

2

8

15

72

CHILE

38

2

7

4

13

73

BAHAMAS

15

5

2

5

12

74

AUSTRALÁSIA*

2

3

4

5

12

75

VENEZUELA

21

2

2

8

12

76

ARMÊNIA

11

1

2

9

12

77

PAQUISTÃO

18

3

3

4

10

78

TUNÍSIA

13

3

3

4

10

79

URUGUAI

21

2

2

6

10

80

SÉRVIA E MONTENEGRO*

6

2

4

3

9

81

LIECHTENSTEIN

34

2

2

5

9

82

FILIPINAS

24

0

2

7

9

83

ZIMBABWE

13

3

4

1

8

84

IMPÉRIO RUSSO*

3

1

4

3

8

85

PORTO RICO

23

0

2

6

8

86

UGANDA

14

2

3

2

7

87

SÉRVIA

5

1

2

4

7

88

ISRAEL

21

1

1

5

7

HISTÓRIA OLÍMPICA 199


#

PAÍS

JOGOS

OURO

PRATA

BRONZE

TOTAL

89

MOLDÁVIA

11

0

2

7

7

90

MALÁSIA

12

0

3

3

6

91

REPÚBLICA DOMINICANA

13

3

2

1

6

92

CAMARÕES

14

3

1

1

5

93

LUXEMBURGO

30

1

3

0

4

94

PERU

19

1

3

0

4

95

COSTA RICA

20

1

1

2

4

96

NAMÍBIA

6

0

4

0

4

97

ISLÂNDIA

36

0

2

2

4

98

LÍBANO

32

0

2

2

4

99

CINGAPURA

15

0

2

2

4

100

GANA

14

0

1

3

4

101

BOÊMIA*

3

0

1

3

4

102

CATAR

8

0

0

4

4

103

HONG KONG

19

1

1

1

3

104

SÍRIA

12

1

1

1

3

105

PANAMÁ

16

1

0

2

3

106

TADJIQUISTÃO

9

0

1

3

3

107

QUIRGUISTÃO

11

0

1

2

3

108

ARÁBIA SAUDITA

10

0

1

2

3

109

PARTICIPANTES INDEPENDENTES*

1

0

1

2

3

110

EQUADOR

13

1

1

0

2

111

SURINAME

11

1

0

1

2

112

MOÇAMBIQUE

8

1

0

1

2

113

VIETNÃ

14

0

2

0

2

114

TANZÂNIA

12

0

2

0

2

115

HAITI

14

0

1

1

2

116

ZÂMBIA

12

0

1

1

2

117

SRI LANKA

8

0

1

1

2

118

AFEGANISTÃO

13

0

0

2

2

119

KUWAIT

12

0

0

2

2

120

FED. DAS ÍNDIAS OCIDENTAIS*

1

0

0

2

2

121

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

8

1

0

0

1

122

GRANADA

8

1

0

0

1

HISTÓRIA OLÍMPICA 200


#

PAÍS

JOGOS

OURO

PRATA

BRONZE

TOTAL

123

BURUNDI

5

1

0

0

1

124

CHIPRE

19

0

1

0

1

125

ILHAS VIRGENS AMERICANAS

18

0

1

0

1

126

SENEGAL

18

0

1

0

1

127

ANTILHAS HOLANDESAS

15

0

1

0

1

128

GUATEMALA

14

0

1

0

1

129

COSTA DO MARFIM

12

0

1

0

1

130

PARAGUAI

12

0

1

0

1

131

SUDÃO

11

0

1

0

1

132

BOTSUANA

9

0

1

0

1

133

GABÃO

9

0

1

0

1

134

TONGA

9

0

1

0

1

135

MONTENEGRO

4

0

1

0

1

136

BERMUDAS

24

0

0

1

1

137

GUIANA

16

0

0

1

1

138

IRAQUE

13

0

0

1

1

139

BARBADOS

11

0

0

1

1

140

NÍGER

11

0

0

1

1

141

REPÚBLICA DA MACEDÔNIA

10

0

0

1

1

142

TOGO

10

0

0

1

1

143

BAHREIN

8

0

0

1

1

144

MAURÍCIAS

8

0

0

1

1

145

DJIBUTI

7

0

0

1

1

146

ERITREIA

4

0

0

1

1

147

MÔNACO

28

0

0

0

0

148

SAN MARINO

22

0

0

0

0

149

ANDORRA

21

0

0

0

0

150

BOLÍVIA

18

0

0

0

0

151

FIJI

16

0

0

0

0

152

MALTA

16

0

0

0

0

153

MIANMAR

16

0

0

0

0

154

NEPAL

16

0

0

0

0

155

BÓSNIA E HERZEGOVINA

12

0

0

0

0

156

MADAGÁSCAR

12

0

0

0

0

HISTÓRIA OLÍMPICA 201


#

PAÍS

JOGOS

OURO

PRATA

BRONZE

TOTAL

157

MALI

12

0

0

0

0

158

BELIZE

11

0

0

0

0

159

CHADE

11

0

0

0

0

160

CONGO

11

0

0

0

0

161

HONDURAS

11

0

0

0

0

162

ILHAS CAYMAN

11

0

0

0

0

163

LIBÉRIA

11

0

0

0

0

164

NICARÁGUA

11

0

0

0

0

165

ALBÂNIA

10

0

0

0

0

166

BENIM

10

0

0

0

0

167

EL SALVADOR

10

0

0

0

0

168

GUINÉ

10

0

0

0

0

169

ILHAS VIRGENS BRITÂNICAS

10

0

0

0

0

170

LESOTO

10

0

0

0

0

171

SERRA LEOA

10

0

0

0

0

172

SUAZILÂNDIA

10

0

0

0

0

173

ANTÍGUA E BARBUDA

9

0

0

0

0

174

JORDÂNIA

9

0

0

0

0

175

LÍBIA

9

0

0

0

0

176

MALAWI

9

0

0

0

0

177

PAPUA-NOVA GUINÉ

9

0

0

0

0

178

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA

9

0

0

0

0

179

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

9

0

0

0

0

180

ANGOLA

8

0

0

0

0

181

BANGLADESH

8

0

0

0

0

182

BURKINA FASO

8

0

0

0

0

183

BUTÃO

8

0

0

0

0

184

CAMBOJA

8

0

0

0

0

185

GÂMBIA

8

0

0

0

0

186

GUAM

8

0

0

0

0

187

GUINÉ EQUATORIAL

8

0

0

0

0

188

ILHAS SALOMÃO

8

0

0

0

0

189

LAOS

8

0

0

0

0

HISTÓRIA OLÍMPICA 202


#

PAÍS

JOGOS

OURO

PRATA

BRONZE

TOTAL

190

MAURITÂNIA

8

0

0

0

0

191

OMÃ

8

0

0

0

0

192

RUANDA

8

0

0

0

0

193

SAMOA

8

0

0

0

0

194

SAMOA AMERICANA

8

0

0

0

0

195

SEYCHELLES

8

0

0

0

0

196

SOMÁLIA

8

0

0

0

0

197

ARUBA

7

0

0

0

0

198

ILHAS COOK

7

0

0

0

0

199

MALDIVAS

7

0

0

0

0

200

SÃO VICENTE E GRANADINAS

7

0

0

0

0

201

VANUATU

7

0

0

0

0

202

DOMINICA

6

0

0

0

0

203

IÊMEN

6

0

0

0

0

204

CABO VERDE

5

0

0

0

0

205

COMORES

5

0

0

0

0

206

GUINÉ-BISSAU

5

0

0

0

0

207

NAURU

5

0

0

0

0

208

PALESTINA

5

0

0

0

0

209

SANTA LÚCIA

5

0

0

0

0

210

SÃO CRISTÓVÃO E NEVIS

5

0

0

0

0

211

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

5

0

0

0

0

212

TURCOMENISTÃO

5

0

0

0

0

213

BRUNEI

4

0

0

0

0

214

MICRONÉSIA

4

0

0

0

0

215

PALAU

4

0

0

0

0

216

TIMOR-LESTE

4

0

0

0

0

217

KIRIBATI

3

0

0

0

0

218

REPÚBLICA DA CHINA*

3

0

0

0

0

219

IÉMEN DO NORTE*

2

0

0

0

0

220

ILHAS MARSHALL

2

0

0

0

0

221

TUVALU

2

0

0

0

0

222

IÉMEN DO SUL*

1

0

0

0

0

HISTÓRIA OLÍMPICA 203


As medalhas Brasileiras JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO

1920

BRONZE

Atletismo – Salto em Altura José Telles da Conceição

OURO

Tiro – Pistola Rápida Guilherme Paraense PRATA

Tiro – Pistola Livre Afrânio da Costa

Natação – 1500m Livres Tetsuo Okamoto

1956 OURO

BRONZE

Tiro – Pistola Livre (equipes) Afrânio da Costa Guilherme Paraense Sebastião Wolf Dario Barbosa Fernando Soledade

1948 BRONZE

Basquetebol Masculino (equipes) Alberto Marson Alexandre Gemignani Alfredo Rodrigues da Mota Affonso de Azevedo Évora João Francisco Brás Luís Benvenuti Marcus Vinícius Dias Massinet Sorcineli Nilton Pacheco de Oliveira Ruy de Freitas Zenny de Azevedo

1952 OURO

Atletismo – Salto Triplo Adhemar Ferreira da Silva

HISTÓRIA OLÍMPICA 204

Atletismo – Salto Triplo Adhemar Ferreira da Silva

1960 BRONZE

Basquetebol Masculino (equipes) Amaury Passos Antônio Salvador Sucar Carlos Massoni Carmo de Souza Edson Bispo dos Santos Fernando Pereira Freitas Jatyr Schall Moyses Blas Waldemar Blatkauskas Waldyr Boccardo Wlamir Marques Zenny de Azevedo Natação – 100m Livres Manuel dos Santos Júnior

1964 BRONZE

Basquetebol Masculino (equipes) Amaury Passos Antônio Salvador Sucar

Carlos Massoni Carmo de Souza Edson Bispo dos Santos Friedrich Wilhelm Braun Jatyr Schall José Edvar Simões Sérgio Toledo Machado Ubiratan Victor Mirshawka Wlamir Marques

1968 PRATA

Atletismo – Salto Triplo Nelson Prudêncio BRONZE

Boxe – Peso Mosca Servílio de Oliveira Iatismo – Flying Dutchman Reinaldo Conrad Burkhard Cordes

1972 BRONZE

Atletismo – Salto Triplo Nelson Prudêncio Judô – Meio-Pesado (até 93 kg) Chiaki Ishii

1976 BRONZE

Atletismo – Salto Triplo João Carlos de Oliveira


Iatismo – Flying Dutchman Reinaldo Conrad Peter Ficker

1980 OURO

Iatismo – Classe Tornado Lars Björkström Alexandre Welter Iatismo – Classe 470 Marcos Soares Eduardo Penido BRONZE

Atletismo – Salto Triplo João Carlos de Oliveira Natação – Revezamento 4x200m Livres Masculino Cyro Delgado Jorge Fernandes Djan Madruga Marcus Mattioli

1984 OURO

Atletismo – 800m Rasos Joaquim Cruz PRATA

Gilmar João Leithardt Neto Luís Henrique Dias Luiz Carlos Winck Mauro Galvão Milton Cruz Paulo Santos Pinga Ronaldo Silvio Paiva Iatismo – Classe Soling Daniel Adler Torben Grael Ronaldo Camargo Voleibol Masculino (equipes) Amauri Ribeiro Antônio Carlos Ribeiro Bernard Raizman Bernardo Rezende Domingos Lampariello Fernando Ávila José Montanaro Marcus Vinícius Freire Renan Dal Zotto Rui Nascimento William Silva Xandó de Oliveira Neto BRONZE

Judô – Peso Leve Luiz Onmura Judô – Peso Médio Walter Carmona

Judô – Meio-Pesado Douglas Vieira

1988

Natação – 400m Medley Ricardo Prado

OURO

Futebol Masculino (equipes) Ademir André Luiz Ferreira Antonio José Gil Augilmar Oliveira David Cortes da Silva Dunga Francisco Vidal

PRATA

Judô – Meio-Pesado Aurélio Miguel Atletismo – 800m Rasos Joaquim Cruz Futebol Masculino (equipes) Ademir Aloísio André Cruz

Batista Bebeto Careca Cláudio Taffarel Edmar Geovani Silva João Paulo Jorge Luís Andrade Jorginho Luiz Carlos Winck Mazinho Milton Neto Romário Zé Carlos BRONZE

Atletismo – 200m Rasos Róbson Caetano Iatismo – Classe Tornado Lars Grael Clinio Freitas Iatismo – Classe Star Torben Grael Nelson Falcão

1992 OURO

Voleibol Masculino (equipes) Amauri Carlão Douglas Giovane Janelson Jorge Edson Marcelo Negrão Maurício Pampa Paulão Talmo Tande Judô – até 65kg Rogério Sampaio PRATA

Natação – 100m Livre Gustavo Borges

HISTÓRIA OLÍMPICA 205


1996 OURO

Vela – Classe Laser Robert Scheidt Vela – Classe Star Marcelo Ferreira Torben Grael Voleibol de Praia Feminino (equipes) Jacqueline Silva Sandra Pires PRATA

Voleibol de Praia Feminino (equipes) Adriana Samuel Mônica Rodrigues Natação – 200m Livre Masculino Gustavo Borges Basquetebol Feminino (equipes) Adriana dos Santos Alessandra Oliveira Cíntia Santos Cláudia Maria Pastor Hortência Marcari Janeth Arcain Leila Sobral Maria Angélica Silva Maria Paula da Silva Marta Sobral Roseli Gustavo Silvia Santos Luz BRONZE

Voleibol Feminino (equipes) Ana Flávia Sanglard Ana Moser Ana Paula Connelly Ericleia Bodziak Fernanda Venturini Leila Barros Hélia Souza Hilma Caldeira Ida Álvares Márcia Fu Sandra Suruagy

HISTÓRIA OLÍMPICA 206

Virna Dias Natação – 50m Livres Masculino Fernando Scherer Natação – 100m Livre Masculino Gustavo Borges Judô – até 95 kg Masculino Aurélio Miguel Judô – até 65 kg Masculino Henrique Guimarães Hipismo – Saltos por equipe Álvaro de Miranda Neto André Johannpeter Luiz Felipe de Azevedo Rodrigo Pessoa Futebol Masculino (equipes) Aldair Amaral André Luiz Bebeto Danrlei Dida Flávio Conceição Juninho Luizão Marcelinho Paulista Narciso Rivaldo Roberto Carlos Ronaldo Ronaldo Guiaro Sávio Zé Elias Zé Maria Atletismo – Revezamento 4x100m Masculino André Domingos Arnaldo da Silva Édson Ribeiro Robson Caetano Vela – Classe Tornado Kiko Pelicano Lars Grael

2000 PRATA

Atletismo – 4x100m Rasos Masculino André Domingos Claudinei Quirino Edson Ribeiro Vicente Lenílson Judô – Peso Leve Masculino Tiago Camilo Judô – Peso Médio Masculino Carlos Honorato Vela – Classe Laser Robert Scheidt Voleibol de praia masculino Ricardo Zé Marco Voleibol de Praia Feminino Adriana Behar Shelda BRONZE

Basquete Feminino Adriana Aparecida Santos Adrianinha Alessandra Oliveira Cíntia Tuiú Claudinha Helen Cristina Luz Janeth Arcain Kelly Santos Lilian Cristina Gonçalves Marta Sobral Silvinha Zaine Hipismo – Saltos equipe Álvaro de Miranda Neto André Johannpeter Luiz Felipe de Azevedo Rodrigo Pessoa Natação – 4x100 livre Masculino Carlos Jayme Edvaldo Valério


Fernando Scherer Gustavo Borges Vela – Classe Star Marcelo Ferreira Torben Grael Voleibol Feminino Elisangela Oliveira Érika Coimbra Hélia Souza Janina Conceição Karin Rodrigues Kátia Kelly Fraga Leila Barros Raquel Silva Ricarda Lima Virna Dias Walewska Oliveira Voleibol de Praia Feminino Adriana Samuel Sandra Pires

2004

Voleibol de Praia Masculino Emanuel Rego Ricardo Santos PRATA

Futebol Feminino Aline Pellegrino Andreia dos Santos Andreia Suntaque Cristiane Souza Silva Daniela Alves Lima Delma Gonçalves Elaine Estrela Moura Grazielle Nascimento Juliana Cabral Kelly Pereira da Silva Marlisa Wahlbrink Marta Vieira da Silva Miraildes Maciel Mota Mônica Angélica de Paula Renata Costa Rosana dos Santos Augusto Roseli de Belo Tânia Pereira Ribeiro Voleibol de Praia Feminino Adriana Behar Shelda

OURO

Hipismo – Saltos individual Rodrigo Pessoa

BRONZE

Atletismo – Maratona Masculino Vanderlei Cordeiro de Lima

Vela – Classe Laser Masculino Robert Scheidt

Judô – até 73 kg Masculino Leandro Guilheiro

Vela – Classe Star Masculino Marcelo Ferreira Torben Grael

Judô – até 81 kg Masculino Flávio Canto

Voleibol Masculino Anderson Rodrigues André Heller André Nascimento Dante Amaral Gilberto Godoy Filho Giovane Gávio Gustavo Endres Maurício Lima Nalbert Bitencourt Ricardo Garcia Rodrigo Santana Sérgio Santos

Fabiana de Oliveira Hélia Souza Jaqueline Carvalho Marianne Steinbrecher Paula Pequeno Sheila Castro Thaísa Menezes Valeska Menezes Walewska Oliveira Welissa Gonzaga PRATA

Futebol Feminino Andréia Rosa Andréia Suntaque Bárbara Barbosa Cristiane Rozeira Daniela Alves Érika Santos Ester Santos Fabiana Simões Formiga Francielle Alberto Marta Silva Maurine Gonçalves Maycon Pretinha Renata Costa Rosana Augusto Simone Jatobá Tânia Maranhão Vela – Classe Star Masculino Bruno Prada Robert Scheidt

Natação – 50m Masculino César Cielo

Voleibol Masculino Anderson Rodrigues André Heller André Nascimento Bruno Rezende Dante Amaral Giba Gustavo Endres Marcelo Elgarten Murilo Endres Rodrigo Santana Samuel Fuchs Sérgio Dutra Santos

Voleibol Feminino Carolina Alburquerque Fabiana Claudino

Voleibol de Praia Masculino Fábio Luiz Magalhães Márcio Araújo

2008 OURO

Atletismo – Salto em Distância Feminino Maurren Maggi

HISTÓRIA OLÍMPICA 207


BRONZE

Judô – até 57 kg Feminino Ketleyn Quadros Judô – até 73 kg Masculino Leandro Guilheiro Judô – até 81 kg Masculino Tiago Camilo Natação – 100m Livre Masculino César Cielo Taekwondo - +67 kg Feminino Natália Falavigna Vela – 470 Feminino Fernanda Oliveira Isabel Swan Voleibolde Praia Masculino Emanuel Rego Ricardo Santos Futebol Masculino Alex Silva Alexandre Pato Anderson Breno Diego Diego Alves Hernanes Ilsinho Jô Lucas Marcelo Rafael Sóbis Rafinha Ramires Renan Ronaldinho Gaúcho Thiago Neves Thiago Silva

2012 OURO

Ginástica – Argolas Masculino Arthur Zanetti

HISTÓRIA OLÍMPICA 208

Judô – até 48 kg Feminino Sarah Menezes Voleibol Feminino Adenízia Camila Brait Dani Lins Fabi Fabiana Fernanda Garay Fernandinha Jaqueline Natália Paula Pequeno Sheila Tandara Thaísa Menezes PRATA

Boxe – Peso Médio Masculino Esquiva Falcão Futebol Masculino Alex Sandro Alexandre Pato Bruno Uvini Danilo Gabriel Ganso Hulk Juan Leandro Damião Lucas Marcelo Neto Neymar Oscar Rafael Rômulo Sandro Thiago Silva Natação – 400m Medley Masculino Thiago Pereira Voleibol Masculino Bruninho Dante Amaral

Giba Leandro Vissotto Lucão Murilo Ricardinho Rodrigão Serginho Sidão Thiago Alves Wallace Voleibol de Praia Masculino Alison Cerutti Emanuel Rego BRONZE

Voleibol de Praia Feminino Juliana Silva Larissa França Boxe – Peso Leve Feminino Adriana Araújo Boxe – Meio-Pesado Masculino Yamaguchi Falcão Judô – até 60 kg Masculino Felipe Kitadai Judô – até 78 kg Feminino Mayra Aguiar Judô – acima 100 kg Masculino Rafael Silva Natação – 50m Livres Masculino César Cielo Pentatlo Moderno Feminino Yane Marques Vela – Classe Star Masculino Bruno Prada Robert Scheidt


JOGOS PARALÍMPICOS DE VERÃO

1976

Atletismo – Lançamento de Disco 1C Amintas Piedade

BRONZE

Atletismo – 800m Rasos B2 Anelise Hermany

PRATA

Lawn Bowls – Classe 2, 3, 4, 5, 6 Luiz Carlos da Costa Robson Sampaio Almeida

Atletismo – Lançamento de Disco 1C Luiz Cláudio Pereira

1984

Atletismo – Pentatlo 1C Luiz Cláudio Pereira

OURO

Atletismo – Salto em Distânia B2 Anelise Hermany

Atletismo – 200m rasos C6 Márcia Malsar Atletismo – Lançamento de Dardo 1C Amintas Piedade Atletismo – Lançamento de Dardo 1C Luiz Cláudio Pereira Atletismo – Arremesso de Peso 1C Amintas Piedade Atletismo – Arremesso de Peso 1C Luiz Cláudio Pereira

Atletismo – Slalom 1B Miracema Ferraz

Natação – 100m Livre C5 M. Amorim

1988 OURO

Atletismo – Arremesso de Peso 1C Luiz Cláudio Pereira

Natação – 4x50m Medley C5 M. Amorim

Atletismo – Lançamento de Dardo 1C Luiz Cláudio Pereira

Natação – 100m Costas C6 Maria Jussara Mattos

Atletismo – Lançamento de Disco 1C Luiz Cláudio Pereira

Natação – 100m Costas C5 M. Amorim Natação – 100m Livre C6 Maria Jussara Mattos

Natação – 4x50m Medley 6 Maria Jussara Mattos

Natação – 100m Peito C5 M. Amorim

Atletismo – 1000m Cross Country C6 Márcia Malsar

Atletismo – 100m Rasos C3 Jorge Graciano (Parré)

Atletismo – Slalom 1C Amintas Piedade

Atletismo – Arremesso de Peso 1ª Miracema Ferraz

PRATA

Atletismo – 60m Rasos C6 Márcia Malsar

Natação – 100m Rasos em CR 1A Miracema Ferraz

Atletismo – 100m Rasos B2 Anelise Hermany

Natação – 200m Rasos em CR 1A Miracema Ferraz

Atletismo – 800m Rasos em CR 1A Miracema Ferraz

Natação – 400m Rasos em CR 1A Miracema Ferraz

Natação – 100m Livre C6 Graciana Moreira Alves PRATA

Atletismo – 100m Rasos B2 Ádria Rocha Santos Atletismo – 400m Rasos B2 Anelise Hermany Atletismo – 400m Rasos B1 César Antônio Goalberto Atletismo – Lançamento de Dardo C6 Cláudio Nunes Silva Atletismo – 400m Rasos Elmo Ribeiro

HISTÓRIA OLÍMPICA 209


Atletismo – Pentantlo Luiz Cláudio Pereira

1992

Atletismo – 100m Rasos C6 Márcia Malsar

OURO

Natação – 100m Borboleta C6 Maria Jussara Mattos BRONZE

Atletismo – 400m Rasos B2 Anelise Hermany Atletismo – Maratona B1 Carlos Sestrem

Atletismo – 100m Rasos B2 Ádria Rocha Santos Atletismo – Arremesso de Peso THW4 Luiz Cláudio Pereira Atletismo – Lançamento de Disco THW7 Suely Guimarães BRONZE

Natação – 25m Costas 1C Fábio Ricci

Natação – 50m Borboleta S3, S4 Eduardo Wanderley

Natação – 25m Peito 1C Fábio Ricci

Natação – 50m Costas S3 Genezi Alves de Andrade

Natação – 100m Livre 1C Fábio Ricci

Natação – 200m Medley SM5 Ivanildo Vasconcelos

Natação – 100m Peito C6 Graciana Moreira Alves

Atletismo – Club C6 Sebastião da Costa Neto

Natação – 100m Borboleta C6 Graciana Moreira Alves

1996

Atletismo – 100m Rasos em Cadeira de Rodas Iranilson Oliveira

OURO

Judô – até 60 Kg Jaime Oliveira Judô – até 65 kg Júlio Silva Natação – 100m Borboleta L6 Leandro Ramos Santos Judô – acima de 95 kg Leonel Cunha Filho Natação 100m Livre C6 Maria Jussara Mattos Atletismo – Arremesso de Peso C6 Sebastião da Costa Neto

HISTÓRIA OLÍMPICA 210

Atletismo – Arremesso de Peso F52 Josias Lima BRONZE

Natação – 50m Livre S2 Adriano Galvão Pereira Natação – 100m Livre S2 Adriano Galvão Pereira Natação – 50m Livre S6 Adriano Lima Atletismo – Lançamento de Disco F36 Anderson Lopes Atletismo – 100m Rasos T37 Douglas Amador Atletismo – Salto em Distância F34-37 Douglas Amador Natação – 100m Livre S3 Genezi Alves de Andrade

Judô – até 86 kg Antônio Tenório da Silva

Natação – 200m Livre S3 Genezi Alves de Andrade

Natação – 50m Borboleta S7 José Afonso Medeiros (Caco)

Natação – 200m Medley SM7 Gledson Soares

PRATA

Natação – 150m Medley SM3 Genezi Alves de Andrade

Natação – 100m Peito SB4 Ivanildo Vasconcelos

Atletismo – 100m Rasos T10 Ádria Santos

Atletismo – Lançamento de Disco F55-57 Suely Guimarães

Atletismo – 200m Rasos T10 Ádria Santos Atletismo – 400m Rasos T10 Ádria Santos Atletismo – 200m Rasos T37 Douglas Amador

Atletismo – 100m Rasos T11 Maria José Alves (Zezé) Atletismo – 200m Rasos T11 Maria José Alves (Zezé)


2000

Natação – 100m Livre S6 Adriano Lima

OURO

Natação – 100m Livre S4 Clodoaldo Silva

Natação – 50m Livre S11 Fabiana Sugimori Atletismo – 100m Rasos T12 Ádria Rocha Santos Atletismo – 200m Rasos T11 Ádria Rocha Santos

Natação – 50m Livre S9 Mauro Brasil Natação – 50m Borboleta S6 Luis Silva BRONZE

Judô – até 90 kg Antônio Tenório da Silva Atletismo – Arremesso de Peso F58 Roseane Ferreira dos Santos (Rosinha) Atletismo – Lançamento de Disco F58 Roseane Ferreira dos Santos (Rosinha) PRATA

Natação – Revezamento 4x50m Livre Adriano Lima Clodoaldo Silva Joon Sok Seo Luís Silva Natação – Revezamento 4x50m Medley Adriano Lima Clodoaldo Silva Francisco Avelino Luis Silva Atletismo – 400m Rasos T11 Ádria Rocha Santos Atletismo – 100m Rasos T13 André Garcia Atletismo – 200m Rasos T13 André Garcia

Atletismo – Lançamento de Disco F37 Anderson Lopes Natação – 50m Livre S4 Clodoaldo Silva Natação – 50m Livre S10 Danilo Glasser Natação – 150m Medley SM3 Genezi Alves de Andrade Natação – Revezamento 4x100m Livre Adriano Lima Danilo Glasser Fabiano Machado Mauro Brasil Futebol de 7 Adriano Biggi da Costa Douglas Amador Fábio Ferreira Jean Adriano Rodrigues João Aires Pereira Luciano Rocha Márcio Lopes Marcos William da Silva Moisés Tamiozzo Marcos dos Santos Ferreira Romildo Chiavelli

2004

Atletismo – 100m Rasos T11 Ádria Rocha Santos Atletismo – 200m Rasos T46 Antônio Delfino Atletismo – 400m Rasos T46 Antônio Delfino Atletismo – Lançamento de Disco F56 Suely Guimarães Futebol de 5 Andreonni Fabrizius Anderson Dias Fábio Vasconcelos Damião Robson João Batista Marcos Felipe Mizael Conrado Nilson Pereira Sandro Gomes Severino Gabriel Judô – até 100 kg Antônio Tenório da Silva Natação – 50m Livre S4 Clodoaldo Silva Natação – 200m Livre S4 Clodoaldo Silva Natação – 100m Livre S4 Clodoaldo Silva Natação – 50m Borboleta S4 Clodoaldo Silva Natação – 150m Medley SM4 Clodoaldo Silva Natação – Revezamento 4x50m Medley Adriano Lima Clodoaldo Silva Francisco Avelino Luis Silva

OURO

Atletismo – 400m Rasos T46 Antônio Delfino

Atletismo – 200m Rasos T13 André Garcia

Natação – 50m Livre S11 Fabiana Sugimori

HISTÓRIA OLÍMPICA 211


PRATA

Atletismo – 100m Rasos T13 André Garcia Atletismo – 400m Rasos T12 Ádria Rocha Santos Atletismo – 200m Rasos T11 Ádria Rocha Santos Atletismo – 5000m Rasos T12 Odair Ferreira dos Santos Atletismo – 1500m Rasos T12 Odair Ferreira dos Santos Atletismo – 800m Rasos T13 Gilson dos Anjos Futebol de 7 Marcos William da Silva Adriano Biggi da Costa Fabiano Bruzzi Flávio Dino Jean Adriano Rodrigues José Carlos Monteiro Leandro Marinho Luciano Rocha Marcos dos Santos Ferreira Moisés Tamiozzo Peterson Rocha Renato da Rocha

Atletismo – 100m Peito SB4 Francisco Avelino

Ricardo Alves Sandro Soares Severino Gabriel

Atletismo – 200m Rasos T12 Maria José Alves (Zezé)

Judô – B1 Antônio Tenório da Silva

Atletismo – 100m Rasos T12 Maria José Alves (Zezé)

Natação – 100m Borboleta S10 André Brasil Esteves

Atletismo – 800m Rasos T12 Odair Ferreira dos Santos

Natação – 100m Livre S10 André Brasil Esteves

Atletismo – 5000m Rasos T46 Ozivam Bonfim

Natação – 50m Livre S10 André Brasil Esteves

Atletismo – 400m Rasos T12 Terezinha Guilhermina

Natação – 400m Livre S10 André Brasil Esteves

Judô – até 57 kg Daniele Bernardes Silva

Natação – 100m Livre S5 Daniel Dias

BRONZE

2008

Natação – 50m Costas S5 Daniel Dias

OURO

Natação – 200m Livre S5 Daniel Dias

Atletismo – 100m Rasos T11 Lucas Prado Atletismo – 200m Rasos T11 Lucas Prado

PRATA

Atletismo – 400m Rasos T11 Lucas Prado

Judô – até 73 kg Eduardo Paes Amaral

Atletismo – 200m Rasos T11 Terezinha Guilhermina

Judô – até 48 kg Karla Cardoso

Bocha – BC4 Dirceu Pinto

Natação – 50m Costas S4 Edênia Garcia

Bocha – BC4 Dupla Dirceu Pinto Eliseu Santos

Natação – 100m Nado Peito SB4 Ivanildo Vasconcelos Natação – 4x50m Livre Adriano Lima Clodoaldo Silva Joon Sok Seo Luis Silva

HISTÓRIA OLÍMPICA 212

Natação – 200m Medley SM5 Daniel Dias

Futebol de 5 Andreonni Fabrizius Damião Robson Fábio Vasconcelos Jefferson Gonçalves João batista Marcos Felipe Mizael Conrado

Tênis de Mesa – Equipe Luiz Algacir da Silva Welder Camargo Knaf Atletismo – Revezamento 200m T44-46 Alan Fonteles André Luiz Oliveira Claudemir Santos Yahansson Ferreira Atletismo – Lançamento de Dardo F37 Shirlene Coelho Atletismo – 100m Rasos T11 Terezinha Guilhermina Atletismo – Maratona T46 Tito Alves de Sena


Judô – até 48 kg Karla Cardoso

Atletismo – 400m Rasos T11 Terezinha Guilhermina

Atletismo – 200m Rasos T11 Felipe Gomes

Judô – mais de 70 kg Deanne Almeida

Judô – até 48 kg Michele Ferreira

Natação – 200m Medley SM10 André Brasil Esteves

Judô – até 57 kg Danielle Bernardes Silva

Atletismo – Lançamento de Dardo F37/38 Shirlene Coelho

Natação – 50m Borboleta S5 Daniel Dias

Hipismo – Adestramento Grade lb Marcos Fernandes Alves

Natação – 100m Peito SB4 Daniel Dias

Hipismo – Adestramento Grade lb Marcos Fernandes Alves

Natação – 50m Livre S5 Daniel Dias Natação – 100m Livre S10 Phelipe Rodrigues Natação – 50m Livre S10 Phelipe Rodrigues Natação – Revezamento 4x50m Medley Clodoaldo Silva Daniel Dias Ivanildo Vasconcelos Luis Silva BRONZE

Atletismo – 1500m T12 Odair Ferreira dos Santos Bocha – BC4 Eliseu Santos Atletismo – 200m Rasos T11 Ádria Rocha Santos

Atletismo – Maratona T46 Tino Sena Bocha – Pares Mistos BC4 Dirceu Pinto Eliseu Santos Bocha – Individual Mista BC2 Maciel Souza

Natação – 50m Livre S4 Edênia Garcia

Bocha – Individual Mista BC4 Dirceu Pinto

Natação – 50m Livre S11 Fabiana Sugimori

Esgrima em Cadeiras de Rodas – Individual B Jovane Silva Guissone

Natação – 50m Borboleta S7 Verônica Almeida Natação – Revezamento 4x50m Livre Adriano Lima Clodoaldo Silva Daniel Dias Joon Sok Seo Remos – Dupla Mista Elton Santana Josiene Lima

2012

Futebol de 5 Cássio Lopes dos Reis Daniel Dantas da Silva Emerson de Carvalho Fábio Luiz Vasconcelos Gledson da Paixão Barros Jeferson Gonçalves Marcos José Felipe Raimundo Mendes Ricardo Steinmetz Alves Severino Gabriel da Silva Natação – 50m Livre S5 Daniel Dias Natação – 50m Livre S10 André Brasil

OURO

Atletismo – 800m Rasos T12 Odair Ferreira dos Santos

Atletismo – 100m Rasos T11 Terezinha Guilhermina

Natação – 200m Livre S5 Daniel Dias

Atletismo – 200m Rasos T11 Jerusa Santos

Atletismo – 200m Rasos T44 Alan Oliveira

Natação – 100m Borboleta S10 André Brasil

Atletismo – 10.000m T12 Odair Ferreira dos Santos

Atletismo – 200m Rasos T46 Yohansson Nascimento

Natação – 100m Costas S5 Daniel Dias

Atletismo – 200m Rasos T46 Yohansson Ferreira

Atletismo – 200m Rasos T11 Terezinha Guilhermina

Natação – 50m Costas S5 Daniel Dias

HISTÓRIA OLÍMPICA 213


Natação – 100m Livre S10 André Brasil

Atletismo – 1500m T11 Odair Santos

Natação – 50m Borboleta S5 Daniel Dias

Atletismo – Lançamento de Dardo F57/58 Claudiney Batista dos Santos

Natação – 100m Livre S5 Daniel Dias PRATA

Atletismo – 100m Rasos T11 Gerusa Geber Santos Atletismo – 100m Rasos T11 Lucas Prado Atletismo – 200m Rasos T11 Daniel Silva Atletismo – 200m Rasos T11 Gerusa Geber Santos Atletismo – 400m Rasos T11 Lucas Prado Atletismo – 400m T46 Yohansson Nascimento

HISTÓRIA OLÍMPICA 214

Goalboll – Masculino Alexander Celente Filippe Santos Silvestre José Roberto Oliveira Leandro Moreno da Silva Leomon Moreno da Silva Romário Marques Judô – até 57 kg Lúcia da Silva Teixeira Natação – 100m Livre S10 Phelipe Andrews Rodriges Natação – 100m Costas S10 André Brasil Natação – 100m Medley SM10 André Brasil

Natação – 50m Costas S4 Edenia Garcia BRONZE

Atletismo – 100m Rasos T11 Felipe Gomes Atletismo – 100m Rasos T11 Jhúlia Santos Atletismo – Lançamento de Disco F40 Jonathan de Souza Santos Bocha – Individual Mista BC4 Eliseu Santos Judô – até 100 kg Antônio Tenório Judô – até 52 kg Michele Ferreira Judô – até 63 kg Daniele Bernardes Milan Natação – 50m Borboleta S5 Joana Maria Silva


HISTÓRIA OLÍMPICA 215


Olimpíadas - A história completa dos Jogos de 1896 a 2014. Abook - Editora, São Paulo, 2014 218 p.

Autor: Orlando Duarte ISBN 978-85-86664-34-2 1. Jornalismo; 2. Editoração e imprensa documentária e educativa.

Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos direitos reservados à Abook - Editora.

HISTÓRIA OLÍMPICA 216


Ficha técnica Editor: ALBERTO DE C. ALVES Produção Executiva: ABOOK – EDITORA Autoria e Coordenação Geral: ORLANDO DUARTE Coordenação de Produção: DINA FARIA E RODRIGO PADIN Execução: NEOÂNIMA Edição de Texto: DINA FARIA Revisão de Texto: CARLOS REY PEREZ Pesquisa Iconográfica: DINA FARIA E RODRIGO PADIN Assessoria Contábil: BETH CECONI Assessoria Jurídica: CESNIK, QUINTINO & SALINAS ADVOGADOS Direção de Arte e Projeto Gráfico: ANTONIO WERNECK Fotografia: GETTY IMAGES , SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE, ORLANDO DUARTE, DIVULGAÇÃO Tratamento de Imagens, Pré-Impressão & Produção Gráfica: ESTÚDIO MATIZ – MAURÍLIO GARCIA DE ARAÚJO Impressão: SANTA EDWIGES – ARTES GRÁFICAS Agradecimentos: Alberto deC. Alves, Antônio Werneck, Beth Ceconi, Conceição Duarte, Dina Faria, Gabriel Stefano, Luciana Raposo, Luiz Pettena, Margarida Hospodarsky, Marisa Leal dos Santos, Maurílio Garcia de Araújo, Orlando Duarte, Paula Costa, Paulo Barbante, Rodrigo Padin, Tarcisio Moreira um projeto

realização

apoio institucional

apoio cultural

HISTÓRIA OLÍMPICA 217






Em 2016 o Brasil receberá a maior festa da humanidade: os Jogos Olímpicos. Este livro é o testemunho de Orlando

Duarte,

jornalista, que acompanhou 10 edições deste grandioso evento, e que aqui fala das 306 edições, entre Jogos de Verão, Inverno e Paralímpicos. Nele encontrará tudo o que precisa saber sobre as Olimpíadas, desde a Antiguidade Clássica, até a atualidade. Uma obra completa e atualizada, essencial para quem ama esportes!


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