A VERDADE EM IMAGENS

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A VERDADE EM IMAGENS

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A VERDADE EM IMAGENS

Gaspard NÉSOMET

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A VERDADE EM IMAGENS. © 2009 Gaspard NESOMET © 2009 BEAUDET Editions Texto e imagens depositados Traduzido do francês ISBN : 978-2-9531947-2-2 em língua francesa Todos os direitos de reprodução, de tradução e de adaptação reservados para todos os países.

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O autor especifica que: - todos os fatos históricos mencionados na obra são verificáveis, - todos os lugares indicados existem, - as descrições de monumentos, das obras de arte, de documentos, podem ser comprovadas, - as imagens mostradas foram realizadas com o software ©2008 NASA World Wind, e estas imagens são, à escala da Terra, de uma extrema precisão. Numa palavra, a obra apresenta : “A VERDADE EM IMAGENS.”

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OS DOIS IRMテグS Parte I

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I.

U

ma noite de verão, enquanto que a tempestade retumba, que o calor é muito forte e a atmosfera é pesada, um jovem homem não encontra o descanso. De pé, levantando as mãos para o céu, ele então ora intensamente para os raios. ― LUZ! Ó LUZ! LUZ! ORIGEM DE TODA EXISTÊNCIA! Chamo-te! O homem sobre a Terra aspira a Luz! Luz! Se existes, mostra-te ! Podes envolver-te de silêncio e de noite, eu não vou parar de te invocar! Misteriosa onipotência! Tu que submetes a Criação inteira a uma constante evolução, não podes me deixar chamar-te em vão ! Fostes tu que depositaste em mim a necessidade de saber e compreender ! É uma promessa, o cumprimento de uma profecia, então ouve o meu chamado! De repente, profunda e retumbante, surgiu uma voz no barulho do trovão: ― QUEM É VOCÊ QUE TEM A AUDÁCIA DE EXIGIR? ― … De onde vem esta voz…??? ― QUEM É VOCÊ!?? pergunta novamente a voz de forma forte e insistente. ― Eu sou… um homem! Ó Voz, por que me deixas andar no escuro? Mostra-me a Luz!! ― Por que exiges a Luz ? E o que chamas de “Luz”? ― Chamo de “Luz” esta força original que me criou. Este poder que constantemente nos impulsiona para novas mudanças 11


através de uma misteriosa energia, essa força que nos atravessa constantemente, obrigando-nos a viver, a avançar neste caminho desconhecido, que todos temos de seguir cegamente! ― O que te torna tão inquieto sobre esta Terra? ― A incompreensão da razão da minha existência. Deixame saber a finalidade da minha vida, a meta para a qual se dirige a minha atividade! Diga-me por que eu nasci ? Diga-me, Deus existe? ― Homem, foste tu que teceste o véu que encobriu este objetivo. Liberta-o e a clareza far-se-á em você ! ― Para conseguir isso, é preciso que me libertes dos laços que me mantém aprisionado ao meu cérebro. Porque ele me impede de apreender o que está além! A sua influência me obriga a vaguear cegamente ! ― Tu és consciente daquilo que aspiras? ― Se fico livre das limitações do meu cérebro, eu encontrar-me-ei frente à Verdade ! ― O que podes assimilar com a sensibilidade de tua alma é sempre a Verdade, se teus conhecimentos intelectuais não a transformarem numa caricatura. Como tu és neste momento, por instantes, é te dado, inconscientemente, provar intuitivamente a Verdade. ― « Por instantes e inconscientemente ». Mas queria poder experimentar constantemente e em plena consciência ! ― Então submete o trabalho do teu cérebro às exigências da tua alma! O que vês é apenas o fruto do teu querer! Ouve no fundo de ti mesmo e ficarás livre ! O teu cérebro é apenas um instrumento que te permite caminhar na Terra, que te permite uma melhor compreensão, classificar, ordenar. O teu cérebro, ou a tua inteligência, tem de ser um direcionador através da tua vida terrena. Mas a força motriz é tua alma que a dá : tua intuição! Assim, homem, equipado na Terra com a tua intuição que dirige e tua inteligência que executa, poderás caminhar conscientemente. Mas cuidado para que o cérebro nunca tome a supremacia, porque então esta pura inteligência dada ao homem torna-se-á este 12


intelecto hiper-desenvolvido, que te esconderá para sempre á Verdade. Entendeste bem, homem? ― Ó Voz, inclino-me diante de teu conhecimento e de tua sabedoria. E reconheço meu pecado de orgulho, em querer exigir de Deus um sinal, uma prova! ― Agora vai e caminhe conscientemente! ― Ó Voz, não me deixe só! Eu te suplico, não me rejeites! Permita-me receber uma ajuda a fim de reconhecer Deus e Sua Vontade. Sinto no fundo da minha alma, que Deus me trará uma prova da Sua Existência. ― É a tua intuição que insiste ou a tua curiosidade intelectual? ― Sinto que o Criador de todas as coisas, que manifesta Sua presença ao nosso redor, a cada dia, a cada hora, em tudo o que Ele criou, nas montanhas, nos mares e nos pássaros, numa simples gota de água ou em uma folha caída de uma árvore; que o Criador não abandonará os homens no último momento, num caminho terreno completamente às escuras, que Ele apontará também um dia a prova da Sua existência, em uma demonstração simples e clara. Peço-te, ó Voz, ajuda-me nesta viagem de reconhecimento ! ― Tua oração está atendida. EU TE ESCUTO! FALA! ― Ó Voz, posso saber de onde vens? E como aparecestes? ― Eu estava lá! Antes que implorasses por mim! Nunca deixei de existir. Apenas a tua falta de abertura não te permitia entender-me. Sou a Voz que fala de eternidade a eternidade! Sou a expressão da tua alma, da tua voz interior. Sou o complemento da tua investigação. A minha voz não se apagará enquanto procurares sinceramente e continuares humildemente aberto à ela ! Eu sou a Voz…! EU TE ESCUTO! HOMEM ! FALA ! ordenou novamente a voz com insistência. Qual é a causa profunda que assedia a tua alma e todo o teu ser? ― Pergunto-me há muito tempo:

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“Podemos comprovar a existência de Deus através da lógica da inteligência terrena?”

― Tudo ao teu redor na Terra … não é para ti já uma comprovação visível da existência de Deus? ― Sim ... minha intuição sente isso como se não precisasse de mais provas , diante da própria evidência. Mas a minha inteligência, sujeita ao espaço e ao tempo, por conseguinte limitada à esta Terra, só é capaz de reconhecer as coisas de sua mesma natureza, muito limitadas. E, em sua capacidade de compreensão, ela não chega a compreender aquilo que se encontra além, como a existência de Deus. A minha inteligência tem uma necessidade urgente de provas tangíveis, lógicas, para ser convencida. ― Tu desejas saber se a lógica da tua inteligência de homem te permite comprovar a existência de Deus! ― Sim! Se a Criação é a obra de Deus e repousa em uma lógica perfeita, estabelecida de acordo com as leis bem definidas pelo Criador da obra, a própria existência deste Criador também deve poder ser comprovada logicamente. ― Que hipótese inicial tens para comprovar? ― Eu ??... Nenhuma. ― Ha, ha, ha! E desejas comprovar a existência de Deus! Será muito necessário que antes admitas algo como hipótese inicial, a hipótese fundadora da tua comprovação. ― Que queres dizer ??? ― Que Deus existe ! Por que como comprovar e reconhecer algo que tu não aceitas automaticamente como possível, ou mesmo que negas ? A comprovação para aqui. ― Sim, é verdade… Devo admitir, mesmo aceitando que Deus realmente possa existir. ― Bem simplesmente ! Queres demonstrar que DEUS EXISTE! Tens só uma hipótese inicial a formular. E tens em duas palavras ! ― Deus existe?! diz o jovem hesitando. ― Deus existe! afirmou então a Voz. 14


Por fim, o jovem afirmou também : DEUS EXISTE ― Pronto, a tua comprovação começou ! Compreende bem isso: muitos acreditam que Deus não existe porque estão condicionados a este pensamento, sem ir mais longe. Será que pensaram um dia sequer que Deus pudesse existir, pensamento que lhes permitiria começar a sua própria comprovação interior? E se sim, será que se ocuparam tempo suficiente com este pensamento, para que tomasse forma e, em seguida, permitesse-lhes avançar no caminho do reconhecimento ? Não se trata aqui de crer cegamente que “Deus existe”, sem compreender; mas também não de rejeitar tudo, sem examinar ! Trata-se de perguntar a si mesmo, sinceramente, pelo menos uma vez: “Deus existe? ”, a fim de permitir que este pensamento siga assim naturalmente o seu próprio curso. Porque à qualquer pergunta feita, uma resposta será dada ! Ainda é necessário perguntar a si mesmo sinceramente … ― “Deus existe”. Não posso, contudo, fazer nada com esta hipótese, esta afirmação! ― A resposta também se encontra em ti… ― Não posso fazer nenhuma conexão, nenhuma aproximação com outra coisa… ― Aquilo é verdadeiro. ― Eu preciso de outra hipótese inicial para a minha comprovação. ― Tocas aí em algo essencial no teu caminho! Qualquer elemento só pode ser considerado e reconhecido em conexão a um outro elemento. Não diferentemente ! O mundo que vês ao redor de ti foi criado assim. A própria origem de toda a Criação repousa nesse princípio. Tudo foi criado ou formado em função de outra coisa que já existia anteriormente. Com um só elemento tomado separadamente nada pode ser construído; mas com dois elementos, tudo é possível ! Porque podes então ligá-los entre si … 15


Um elemento tem sempre o seu complemento, não esqueça disso jamais! No teu corpo, o movimento de uma das tuas pernas leva ao movimento da outra, o ato de inspirar leva ao ato de expirar… Uma criança é concebida com dois elementos complementares, do contrário… não há criança ! A tua busca responde também a esta lei! A minha Voz é uma relação direta com a tua busca. Se a tua busca parar, a minha voz apagar-se-á naturalmente. ― “Deus existe… ”, “Deus existe… ”. Qual poderia ser a segunda hipótese? Essa deve, necessariamente, ter uma relação com a palavra DEUS… ― Sobre esta Terra, quem se refere a Deus? Quem fala de Deus? ― Muitos homens, que rezam para Ele, que Lhe imploram… ― Quem disse claramente, distintamente, a sua relação com Deus? ― Na história da humanidade, mensageiros ou profetas anunciaram a Palavra de Deus, falaram de Deus. ― Homem, não pensas pelo menos em uma pessoa que marcou o seu tempo, tão fortemente que a maior parte da história da humanidade foi fixada desde a sua própria existência? ― 2011 depois de Cristo ? … Jesus Cristo! ― Jesus é o único a ter dito claramente… ― “Sou o Filho de Deus”! ― Com a palavra “FILHO”, tu não podes ter melhor equivalência a DEUS. ― JESUS É O FILHO DE DEUS… Que referência a Deus! ― Uma grande parte da humanidade baseia-se nas Suas Palavras, na Sua Vida. E tu, qual é por conseguinte a tua crença? ― Na minha investigação, já li a Sua história nos Evangelhos. Senti resquícios de Verdade, mas há coisas que não compreendo. E eu duvido. ― Sobretudo não tenhas medo desta dúvida! É mesmo um bom sinal em qualquer investigação sincera da Verdade. Porque duvidar, é também examinar! Não deves aderir à coisas que não 16


compreendes! A fé cega só conduz aos dogmas. Ora só uma total compreensão levar-te-á à convicção libertadora! ― Eu sinto no meu íntimo a Verdade nas Palavras de Jesus. Mas sinto também que uma parte da Verdade foi deformada ou mal interpretada. Se tivesse estado presente à Sua época para ouvi-lo, eu teria sido convencido da objetividade das Suas Palavras, porque viriam da Sua própria boca… ― É melhor beber na fonte do que no córrego! ― Por conseguinte não estou totalmente convencido da veracidade dos escritos, da forma como chegaram até aos nossos dias. E foram ditas tantas coisas no que se refere a Jesus. Também a respeito de Maria, sua mãe, e ainda hoje sobre Maria Madalena. ― Não importa! Nada de fé cega! O mais importante agora para ti é a seguinte pergunta: Você aceita a existência de Jesus e aceita o fato Dele ter dito : “SOU O FILHO DE DEUS”? ― Sim! Devo aceitar isso. Tudo à nossa volta atesta a sua passagem pela Terra: todas as nossas igrejas, todas as cruzes na beira da estrada em memória a Ele. Tudo isso é real e está baseado em fatos passados. ― Além dos elementos terrenos, tens de admitir, como tua primeira hipótese, que Jesus é o Filho de Deus. Em especial porque não inventas coisa alguma aqui, isso está escrito na Bíblia há quase 2000 anos! ― Eu o admito. Aí está por conseguinte a minha segunda hipótese: JESUS É O FILHO DE DEUS ― Aí está o segundo degrau escalado! Numa comprovação, não se trata de compreender tudo, imediatamente! Trata-se no início de se fazer boas perguntas e em seguida de formular as boas hipóteses e, por conseguinte, de aceitar a possibilidade de…! A total compreensão necessária para a convicção só virá mais tarde, quando tiverdes uma visão global da comprovação. 17


Um matemático sério fundará as suas teorias, aceitando a possibilidade de… Ele se fecha a uma realidade, porque não a vê ou não a compreende na sua limitação do momento, não a encontrando jamais. As maiores descobertas foram realizadas porque alguém admitiu um dia, sem necessariamente tê-lo compreendido imediatamente, a própria existência do objeto descoberto. Além do fato de aceitares tuas duas primeiras hipóteses como possíveis, deve abrir-te automaticamente para uma terceira ... e assim por diante. Dá-me de novo as tuas primeiras hipóteses! ― Tenho uma hipótese que devo considerar, pois está escrito na Bíblia, que é: JESUS É O FILHO DE DEUS Tenho outra hipótese, que não posso rejeitar, que devo considerar de fato como verdadeira, dado que é o próprio objeto da demonstração, que é: DEUS EXISTE ― Aí está! O caminho foi longo para chegar lá! Mas também te permitiu, nesse meio tempo amadurecer e, assim, reconhecer o caminho necessário para atingir teus objetivos. O caminho deve ser trilhado passo a passo, sem pular um só degrau, uma só etapa, para possibilitar finalmente uma compreensão completa. Nenhuma lacuna deve surgir. Se não compreendes um degrau, tens que parar nele e não sair dali até a total compreensão, o que é sinônimo de convicção. Aí está por conseguinte as duas primeiras hipóteses. Fazem parte do fundamento da tua comprovação. Como demonstrar que Deus existe, se não O consideras? O que observas com estas duas hipóteses? ― Constato que se referem uma à outra. ― Sim, mas não exatamente! ― Ah, sim, começo a compreender ! Quando digo: “DEUS EXISTE”, Deus pode muito bem existir por si só! Não há nenhuma 18


referência a Jesus nesta frase. “Deus existe”, é tudo! Não tem necessidade de referir-se à outra coisa, para existir. Em contrapartida Jesus não pode existir sem Deus! Pois ele se refere diretamente a Ele, dizendo: “Sou o Filho de Deus! ” Ele é o Filho de Deus e apenas de Deus, nessa Sua afirmação. Posso, por conseguinte marcar a correspondência seguinte:

JESUS É O FILHO DE DEUS equivale a dizer que DEUS EXISTE

JESUS, O FILHO DE DEUS ⇒ DEUS EXISTE

― Começas a compreender o que é uma comprovação lógica. ― Uma comprovação matemática! Sobre a existência de Deus! ― Exatamente! Não é aquilo que desejavas, homem? E como tu a percebes, como em toda comprovação, certas equivalências só podem ir em uma direção. Mas, em outros casos, podem ir reciprocamente nos dois sentidos. Continua tua busca! Até o fim da tua comprovação! ― Não posso satisfazer-me com esta equivalência para afirmar que Deus existe. Essa demonstração não demonstra nada ! ― E por quê? ― Esta relação é válida só para aquele que já está convencido! Para quem, então, não tem necessidade de comprovação! ― Sim, esta relação é uma relação binária, entre Jesus e Deus. Não prova nada àquele que não está interiormente convencido.

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― Necessito, todavia, de outra equivalência, do contrário não progredirei! Necessito de uma terceira hipótese inicial, para trabalhar. ― Tu deves agora estabelecer solidamente tua comprovação! Encontrar tua fundamentação. Encontrar a terceira hipótese, libertadora... Para ajudar-te, uma pergunta: como Jesus podia provar perante os homens que Ele era o Filho de Deus? ― Pelos Seus Atos… Pela Sua Palavra… ― Sim, é exatamente isso. Aqueles que estavam espiritualmente abertos à Sua Palavra podiam dessa forma reconhecê-Lo. Pois existe uma grande relação nisso. As pessoas se referiam à Sua Palavra. Jesus era reconhecido pelas Suas palavras e pelos Seus atos. Mas não falo destas pessoas. ― Das pessoas que queriam ter outra prova além de Suas Palavras!? ― Exatamente! Das pessoas que lhe questionaram, em sua desconfiança e presunção, sem haver examinado objetivamente e reconhecido uma só de Suas palavras, para a pergunta seguinte: “Jesus, és tu realmente o Filho de Deus?”. A Sua resposta foi … ― “Eu O sou.” ― Que mais Ele podia ter dito!? E aqueles homens O trataram em seguida de blasfemador… ― Estes homens queriam ter outras provas, provas terrenas, um pouco como eu mesmo desejo hoje; ter uma prova terrena e tangível. ― Sim! A diferença é que tu procuras sinceramente e te será permitido reconhecer, se permanecerdes humilde e sincero. Mas aquelas pessoas só reagiam para defender o seu próprio poder terreno da época e não queriam reconhecer sinceramente a Verdade trazida por Jesus. Jesus lhes era incômodo. Sim, por que querer crucificar, assassinar alguém justamente porque afirma ser ele “o Filho de Deus”? Não há nenhuma lógica nisso! Tanto mais devido ao fato das profecias de suas Escrituras Sagradas anunciarem claramente a Sua vinda. Cada pessoa tem o seu livre-arbítrio, ou seja, a sua capacidade de livre decisão de 20


reconhecer ou não reconhecer. Muitos não quiseram reconhecer na época. E como seria hoje? A livre decisão do ser humano está aí ... ― Diante daquelas pessoas, Jesus não podia provar nada, senão dizer: « Eu O sou ». ― Ele se calou depois disso ... E agora eu te afirmo alto e forte : “Jesus é o Filho de Deus!” Qual é a tua reação? ― Não tenho plena convicção. Você pode me repetir isso dez vezes, cem vezes. Não estou convencido. Ainda que eu tenha de admitir esta hipótese como verdadeira para a minha comprovação. ― Por que tu não estás convencido? ― Porque me falta a experiência da Sua Palavra. Não tenho uma compreensão total e clara da Sua Palavra e, por conseguinte, uma convicção absoluta. “Jesus é o Filho de Deus”: é ainda demasiado abstrato. Não posso estabelecer a relação clara entre Jesus e Deus, necessária a minha compreensão. ― Tu desejas algo concreto. A referência a Deus é demasiado abstrata. ― Sim, esta palavra, esta noção foi tão desonrada. Esta imagem de uma cara barbuda… Este personagem, cujo Nome é utilizado por muitos em sua linguagem, sem saber quem é realmente Deus, se Ele existe realmente… “Deus existe”, desejo comprovar para mim mesmo, mas será que um dia eu saberei como Ele é, onde Ele se encontra, o que Ele faz??? Creio… que não! ― Isso será realmente impossível para o homem saber. Porque o homem se encontra dentro da Criação, ele é uma criatura. Nunca poderá se tornar o autor da obra da Criação, o Criador, o Mestre, Deus… ― Então Deus é… indefinível! Jesus não podia provar que era o Filho de Deus. Não podia trazer uma prova terrenamente tangível sobre uma realidade intangível e indefinível! ― Sim! Só a intuição do homem, a sua origem espiritual podia fazer-lhe sentir a Verdade a este respeito, e ainda só pressentir, nunca assimilar plenamente! Contente-te, portanto, 21


de agora em diante, em dizer que “Deus existe” ou que “Deus é”! Isso, porém, não deve te impedir de prosseguir na comprovação. ― Se nenhuma outra equivalência pode ser estabelecida a partir de Deus, para encontrar a minha terceira hipótese, devo referir-me a um outro elemento, totalmente diferente, que tenha certamente uma relação com Jesus. Deve ser um elemento complementar a Jesus. ― Escreve, pois, a tua equivalência. ― Ela poderia ser escrita assim: JESUS, O FILHO DE DEUS ⇒ ?????????

― Esta não é uma equivalência! Falta um termo! ― Sim, sim. Estou procurando ... "Jesus é o Filho de Deus." JESUS = Filho de Deus já foi aceito. Portanto, eu posso também estabelecer a relação de forma mais simples:

FILHO DE DEUS ⇒ ?????????

― Quais elementos possuis na tua relação? ― FILHO DE DEUS. Ou seja, a palavra FILHO e a palavra DEUS. Como já foi dito, Deus não pode ser mais definido. Não posso escrever DEUS = qualquer coisa. DEUS = DEUS. Ponto! Em contrapartida, com a palavra FILHO, é diferente… ― Que significa para você a palavra “FILHO”? ― FILHO faz referência ao PAI. Como se Deus fosse o Pai de Jesus. ― Sim. Simbolicamente está correto. Daí vem as numerosas referências ao Pai contidas na Palavra de Jesus ou 22


mesmo na Sua Oração dada aos homens: « PAI NOSSO QUE ESTÁS NO CÉU ». Ora, um FILHO tem só um PAI. Mas um PAI pode ter… ― Vários FILHOS! ― Aí atingistes o alvo. A simplicidade, que mesmo uma criança pode entender! "Tornai-vos como as crianças", disse Jesus. Não há necessidade fazer grandes estudos para compreender e reconhecer! Agora uma simples dedução, por favor! ― Posso estabelecer uma equivalência muito simples, completando por “FILHO DE…” na outra parte:

FILHO DE DEUS ⇒

FILHO DE ?????

― A Verdade repousa nas coisas simples! O próprio fundamento de uma boa comprovação é a simplicidade, como 1 + 1 = 2! É na simplicidade que repousa a Verdade. A tua equivalência é simples, por conseguinte, é justo considerá-la! ― Contudo, não posso escrever :

FILHO DE DEUS ⇔ FILHO DE DEUS

Porque daí ficarei girando em círculo ! É como a cobra que morde a sua cauda ! É ridículo ! Não posso concluir que haja só uma coisa: “FILHO de DEUS” não pode se referir só a UM OUTRO “ FILHO DE… ”! ― A tua hipótese está no caminho certo! Mas atenção! Não podes, contudo, inventar este outro “FILHO DE… ”. Não te esqueças : numa comprovação, nada deve ser inventado.

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― Vou procurar na Bíblia, se o Filho de Deus não se refere em algum momento a um outro “ Filho de …”! ― Aí está uma sábia conclusão. Deixo-te para que realizes este exame necessário. Chama-me de novo quando tiverdes encontrado alguma coisa…

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II

A

lguns dias mais tarde ...

― Ó Voz! Ó Voz! Percorri todos os Evangelhos ! E encontrei a qual "FILHO DE" Jesus se refere, e isto em diversos locais! ― Quais são as referências? ― Há muitas! Evangelho segundo Mateus : "Como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem." 24.37 "Em verdade vos digo, quando o Filho do Homem, na regeneração de todas as coisas, se assentar no trono da sua glória ..." 19.28 "O Filho do Homem enviará seus anjos, e eles arrancarão do seu reino todos os escândalos e todos que cometem iniqüidade” 13.41 “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, com todos os anjos, então se assentará no trono da sua glória. ” 25.31 “Digo-vos em verdade, que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem. ” 10.23 Evangelho segundo João : “Trabalhem, não para a comida que apodrece, mas para a que subsiste, para a comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o marcou com o Seu selo. ” 6.27 25


“Quando tiveres elevado o Filho do Homem, então reconhecereis o que eu sou, e que não faço nada de eu mesmo, mas que falo segundo o que o Pai me ensinou. ” 8.28 Evangelho segundo Marcos: “O Filho de…” ― Alto! Para aí! Tu não vais ler-me a Bíblia inteira ! Isso é amplamente suficiente para a tua comprovação! Dá-me a tua equivalência, homem! ― Aí está a equivalência:

O FILHO DE DEUS se refere AO FILHO DO HOMEM ou O FILHO de DEUS ⇒ O FILHO DO HOMEM

Há ainda numerosas passagens! Eu nunca tinha observado estas referências “ao Filho do Homem”. O mais notável é que Jesus fala unicamente do “FILHO de DEUS” e do “FILHO do HOMEM”! Nenhuma menção de outros “Filhos …”, sai de sua boca! ― Sim, a denominação “Filho do Homem” é citada cerca de 80 vezes nos evangelhos. É, por conseguinte, uma denominação muito importante. Qual é a tua conclusão? ― Se Jesus falava cada vez realmente dele, porque empregaria os dois termos “Filho de Deus” e “Filho do Homem” para designar-se, se um só era suficiente? ― Sim! Jaime, é Jaime! Não é Paulo. ― Além disso, o termo “Filho do Homem” aparece somente com Jesus, que fala dele, como se o Filho do Homem fosse o seu complemento necessário. Antes, ninguém mais além dele empregou verdadeiramente este termo. ― Ele só foi utilizado muito pouco pelos Profetas. 26


― Além disso, Jesus falou sempre do Filho do Homem para o futuro. ― Como se o Filho do Homem devesse vir! ― E Jesus fala sempre do FILHO do HOMEM… na terceira pessoa! ― Aí tu atingiste o alvo! Jesus nunca se identificou formalmente como Filho do Homem. Ele nunca disse: “Eu, o Filho do Homem, eu… etc.… ”, ao contrário da afirmação “Eu sou o Filho de Deus”. Ele disse: “Quando o Filho do Homem vier, etc.” O que significa? ― Que existiria uma segunda pessoa, além de Jesus!? ― Exprime claramente a tua descoberta, a fim de fixá-la na tua consciência. ― Existe um outro FILHO… que se chama FILHO DO HOMEM… que não é portanto JESUS, o Filho de DEUS… que corresponde à uma pessoa precisa… que virá após Jesus… Estou surpreendido com a idéia de pensar que os homens e as igrejas não pensaram nisso antes ! ― Como tu, até agora! Muitas pessoas, e mesmo os discípulos de Jesus, pensaram que Jesus se designava igualmente pelo termo: Filho do Homem. E este pensamento é agora tão dominante, que certos tradutores da Bíblia, na sua incompreensão, utilizaram aqui ou ali este termo, como designando Jesus. Mas apesar destes erros, isto não te impede de considerar essa hipótese e de continuar a tua comprovação, pois o termo existe! Não o inventaste! Retoma então todas as tuas hipóteses! ― Então tenho: DEUS EXISTE JESUS, O FILHO DE DEUS O FILHO DO HOMEM ― Simplifique ainda as tuas relações. Tu tens 3, dispõe-nas numa forma mais simples, como num triângulo. ― Aí está: 27


DEUS

O FILHO DE DEUS

O FILHO DO HOMEM

Isto se assemelha à uma árvore genealógica… Um Pai com os seus dois Filhos! ― Quando fazem o sinal de cruz, que dizem os cristãos? ― “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito-Santo”. ― O que equivaleria na lógica: O PAI

O FILHO

O ESPIRITO SANTO

― É a Trindade de Deus! O Filho do Homem poderia, por conseguinte, também ser denominado com o termo “o Espírito-Santo”! Ora, na Bíblia, eu realmente encontrei a seguinte referência: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. ” João 14.26 O Espírito-Santo é o Filho do Homem! Que o Pai enviará um dia em nome de Jesus! ― Deus é para sempre inapreensível. Deves satisfazer-te que “Deus existe”! E isso, tu compreendeste. Mas “o FILHO de DEUS” e “o FILHO do HOMEM” podem ser plenamente compreendidos! São dois seres tangíveis! DOIS IRMÃOS! Retoma o teu triângulo e dá-me agora o significado das tuas equivalências. ― De acordo com o que já vimos, eu poderia marcar as equivalências da seguinta maneira: 28


DEUS

O FILHO DE DEUS

O FILHO DO HOMEM

A equivalência só é recíproca na base do triângulo, ou seja entre o Filho de Deus e o Filho do Homem. O Filho de Deus indica a Deus. O Filho do Homem, como irmão do Filho de Deus, é, por conseguinte também um Filho de Deus e indica igualmente a Deus. Poder-se-ia fazer a seguinte relação:

O FILHO DO HOMEM

O FILHO DO HOMEM ⇒ é também um Filho de Deus

Irmão de Jesus, o Filho de Deus

Deus não indica a ninguém, porque Deus É. Em contrapartida o Filho de Deus e o Filho do Homem indicam reciprocamente um ao outro, como os dois Filhos de Deus.

O FILHO DE DEUS

O FILHO DO HOMEM

― Perfeito! Eis a equivalência recíproca que tu devias descobrir! Aqui estão os dois Filhos divinos, inseparáveis, representados sobre o frontão de uma catedral cristã, a Catedral de Strasburg: No ensino cristão, só se fala de um Filho de Deus. Por que então estes dois personagens sobre o frontão da Catedral? Será que os construtores sabiam que existiam dois Filhos?

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Vemos em cima, de pé, Jesus, o Filho de Deus que tem na sua mão esquerda a Terra com Amor, e levantando a mão direita como para anunciar Aquele que virá: O Filho do Homem! Sentado no seu trono, com a coroa de Rei na cabeça, e a espada da Justiça na mão. Esta representação não seria suficiente, por si só, para reconhecer a existência do Filho do Homem? ― Ohhh! É incrível! ― É como se os dois Filhos não pudessem existir um sem o outro, como se fossem ao mesmo tempo UM e no entanto DOIS, como irmãos gêmeos, um representando o Amor de Deus e o outro representando a Justiça de Deus. E Amor e Justiça são DOIS, mas ao mesmo tempo UM. É por isso que um indica ao outro, e viceversa, para a eternidade. E é também por isso que a partir de agora o teu trabalho deve consistir em estabelecer numerosas equivalências recíprocas entre o Filho de Deus e o Filho do Homem, porque não poderás fazê-lo diferentemente para avançar na tua comprovação. Para atingir isso, retoma então a última equivalência! ― De acordo! Aí está a equivalência recíproca a partir da qual vou trabalhar agora:

JESUS, O FILHO DE DEUS

⇔ O FILHO DO HOMEM

― Mas há um grande problema na tua equivalência, disse a voz seriamente! O jovem homem olhou outra vez para sua equivalência e exclamou de repente: ― Oh! Falta um termo! 30


JESUS, O FILHO DE DEUS ⇔ ???, O FILHO DO HOMEM ― Tu não conheces o Filho do Homem???? disse a voz, bem admirada. ― Mas… até agora, nem sabia que ele existia! ― Tu não podes terminar a tua comprovação, se deixas pontos de interrogação na tua equação! No meu humilde modo de ver, tentaria identificar rapidamente o FILHO DO HOMEM, como ocorreu com o FILHO DE DEUS, porque o que segue é realmente muito entristecedor: O FILHO DE DEUS = JESUS e O FILHO DO HOMEM

= ????? (tu não sabes QUEM Ele é)

― Mas que devo fazer?!!! exclamou o jovem homem confuso. Não perderei um só segundo para procurá-Lo! ― Para procurá-Lo?! ― Terminaste a tua demonstração matemática? ― Não… ― Estás convencido que “DEUS EXISTE”? ― Não… ― O Filho de Deus já veio à Terra? ― Sim… Está escrito na Bíblia! ― Ele foi identificado? ― Sim, certamente. Foi Jesus… quem disse “Eu sou o Filho de Deus”. Está escrito na Bíblia. ― O Filho do Homem deve vir à Terra? 31


― Sim. O Filho do Homem também deve vir! Isto repousa na lógica da minha demonstração. ― O Filho do Homem já veio à Terra? ― Mas… Não sei! ― Por conseguinte, tu não identificaste QUEM é o Filho do Homem! Tu possuis totalmente a tua liberdade de decisão! Mas tens aqui apenas duas escolhas! Não mais! O jovem homem deu um grande suspiro: ― Sim... ou seja, eu procuro o Filho do Homem e defino QUEM Ele é. Ou não O procuro, e a minha demonstração matemática para aqui nesta constatação: JESUS O FILHO DE DEUS

?????

O FILHO DO HOMEM

A voz parecia muito divertida: ― No teu lugar, eu não conseguiria dormir esta noite… Quanto ao jovem, ele quase tinha lágrimas nos olhos. ― Mas como devo fazer? ― Quem procura acha! ― Mas é como procurar uma agulha num paiol! ― Desejas saber QUEM é o Filho do Homem? O jovem respondeu a esta pergunta, com uma dor nostálgica em seu coração. ― SIM, desejo! Sim, porque isso é hoje o objetivo principal da minha existência humana nesta Terra. Que vou fazer amanhã, se permaneço sobre esta equivalência que não foi resolvida, neste malogro. Jamais poderei aceitá-lo, até o fim dos meus dias. ― Então utiliza a tua intuição e a tua inteligência até ao extremo! ― Devo encontrar… Devo encontrar. Não vou permanecer nesta constatação! Após um pequeno momento de reflexão, o jovem prosseguiu:

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― A partir das passagens da Bíblia, posso deduzir as seguintes equivalências: Jesus fala do Filho do Homem para o futuro equivale a dizer que o Filho do Homem deve vir depois do Filho de Deus Jesus nasceu terrenamente em Belém equivale a dizer que o Filho do Homem deve nascer terrenamente em algum lugar na Terra Jesus disse: “EU SOU O FILHO DE DEUS” equivale a dizer que o Filho do Homem deve dizer terrenamente: “EU SOU O FILHO DO HOMEM” ― Bravo! Estas são deduções simples e rápidas! Aí está uma demonstração construtiva! Uma dedução que leva a outra, como sobre um platô! O jovem continuou, retomando a confiança : ― Agora devo considerar duas outras hipóteses no meu raciocínio: 1) Ou o Filho do Homem já veio à Terra. 2) Ou o Filho do Homem ainda está por vir. ― É uma lógica perfeitamente… lógica! ― Eu mal consigo crer na primeira hipótese, porque se o Filho do Homem já veio sobre a Terra, a humanidade O teria reconhecido, existiria um traço visível da sua passagem, como com Jesus, que marcou visivelmente a história até os nossos dias. Contemos apenas as numerosas igrejas para sua glória. Em contrapartida, para o Filho do Homem… nada?! Nenhum vestígio

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visível da sua vinda? Nenhuma catedral, nenhuma capela? Será que Ele não foi reconhecido por ninguém ? ― Homem! Não te esqueças que há apenas uma hora, não tinhas sequer a idéia da Sua existência. Tu não podes agora acusar a humanidade inteira de não ter feito nada por Ele! ― Sim, é verdade… ― Jesus avisou, por várias vezes, sobre o fato de termos de ser vigilantes e despertos para reconhecer o Filho do Homem, quando Ele viesse: “É por isso que deveis estar preparados, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis. ” (Mt 24-44). É também o que diz a parábola das virgens sábias e das virgens tolas (Mt 25 1-13), concluindo com estas palavras : “Velai! Pois não sabeis nem o dia nem a hora. ” Ou ainda: “Quando, porém vier o Filho do Homem, achará fé na Terra?” (Luc 18-8). E o que diz a tua segunda hipótese? ― A segunda hipótese: “O Filho do Homem ainda está por vir”, o que, evidentemente, é completamente possível. Mas se ela for certa, a minha demonstração termina automaticamente aqui. Pois se eu não tiver nenhum elemento complementar em relação ao Filho do Homem, a não ser o fato “que Ele virá um dia… ”, não poderei, por conseguinte, identificar QUEM é Ele prosseguindo com a minha comprovação. Posso, certamente, esperar a Sua vinda, e demonstrar depois, quando Ele estiver aqui. Mas quando? Se daqui a 200 anos ou 2.000 anos… Não posso rejeitar esta hipótese, mas somente deixá-la de lado, não podendo fazer nada hoje com ela. ― O que é que vais fazer então? ― Não posso, portanto, parar nesse caminho tão bom! Devo imperativamente examinar a primeira hipótese! E só me resta uma coisa a fazer : Procurá-Lo terrenamente!

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― Mas como é que tu vais fazer ?! Interrogou-lhe a Voz, duvidando. ― Não sei de forma alguma! … Certamente por meio de investigações meticulosas e metódicas. ― Meticulosas? … Metódicas? … repetiu a voz, ainda mais em dúvida. Vais talvez consultar a lista telefônica, para ver se achas : “O Sr. X, o FILHO do HOMEM, tel.: ...” ― É claro que não! A Voz ria com gosto : ― Ou vais, talvez, telefonar a todos os habitantes da Terra para lhes perguntar : “O senhor disse algum dia: EU SOU, O FILHO DO HOMEM”? O jovem lhe respondeu, com um tom sério: ― Procurar o Filho do Homem é um trabalho sério, que cada ser humano deveria fazer com seriedade. Eu me deixarei guiar pela minha intuição para encontrá-Lo! ― Vejo aqui toda a tua determinação, homem! concluiu a Voz. Vejo que tomaste uma firme decisão! Eu vou te deixar então com a tua investigação. Seja sincero, alegre e cheio de coragem e quando encontrares o Filho do Homem, chama por mim ! Mas cuidado, eu torno a te avisar ! Não esqueças nunca as Palavras de Jesus sobre os falsos profetas, que podes encontrar igualmente no teu caminho: “Vários falsos profetas se elevarão, e seduzirão muita gente. ” (Mt 24.11: A destruição de Jerusalém e a vinda do Filho do Homem. Exortação à vigilância).

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III.

Alguns meses mais tarde … ― VOZ, ó Voz, chamo-te! ― Estou aqui ! Homem! Estou te ouvindo! O jovem falou então bem rápido, como se estivesse com pressa: ― Isto demorou muito tempo! Primeiro as investigações na internet, onde está escrito tudo, e também o seu inverso, sobre o termo “Filho do Homem”. O que traz mais confusão do que convicção. Em seguida as minhas investigações através de algumas viagens, me trouxeram muitas surpresas e decepções, mas também perseverança, coragem, lucidez e exames irrestritos. Tive de examinar tudo, mesmo as coisas mais absurdas! Encontrei até mesmo, por três vezes, pessoas que diziam ser “o FILHO DO HOMEM”. Sim, tive de experimentar alguns falsos profetas, que foram postos no meu caminho. Mas eu estava procurando apenas um Filho do Homem, não dez, e procurava o verdadeiro, não o falso! Então duvidei de mim mesmo e da minha capacidade de discernimento. Falhei e quase fui à deriva, mas me agarrei a minha fé, na minha vontade de encontrar. E em seguida outras pessoas quiseram me prejudicar, quiseram também me levar em direção às coisas mais terrenas, que seriam mais razoáveis do que a procura pelo Filho do Homem, ou quiseram me fazer olhar a lua, como se não quisessem que eu encontrasse. 36


Até mesmo chorei, quando fui um dia ver um homem da fé e simplesmente lhe perguntei: “Procuro o Filho do Homem, o que o senhor me aconselha? ”, e ele me respondeu, surpreendido: “Não investiges o mistério da fé… Reza e serás perdoado”. É incrível! Ele não havia compreendido nada ! E eu disse a mim mesmo que iria encontrar o Filho do Homem antes dele. Continuei ainda assim a procurar infatigavelmente a Verdade. Examinar objetivamente, não foi simples. Investiguei minuciosamente. O meu caminho foi difícil, mas, no entanto feliz, porque uma pequena voz me dizia, no fundo da minha alma: “Tu encontrarás, tu encontrarás… ”, “Deixa-te guiar”, “Quem procura, acha… ”, até o dia em que senti que atingi o objetivo. Retorno hoje para ti, ó Voz, porque encontrei! Encontrei um homem que corresponde exatamente ao objeto da minha procura. Um homem que expõe claramente o seu ensinamento, encaixandose plenamente às Palavras de Jesus. Eu não tenho ainda uma convicção absoluta a respeito desta pessoa, eu ainda não amadureci nem me aprofundei muito em seu livro - pois ela escreveu um livro! - mas sinto, de acordo com a sua obra, que esta pessoa é alguém fora do comum. E devo, por conseguinte, examinar agora a minha equivalência! Porque o mais importante, é que esta pessoa me permita terminar enfim a minha equivalência, suspensa há alguns meses… Porque tenho um nome para pôr no lugar dos pontos de interrogação : JESUS O FILHO DE DEUS

????? O FILHO DO HOMEM

Esta pessoa até disse, ela mesma em seu livro: EU O SOU, O FILHO DO HOMEM, ANUNCIADO POR JESUS!

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“ Eu O sou, o Filho do Homem, enviado por Deus, fui prometido à humanidade pelo próprio Filho de Deus, Jesus. » ― Bom ! Muito bom! Felicitações! Examina, pois, sem demora, a tua hipótese! Porque se ela for justa, tu poderás assim continuar a tua comprovação até o fim! Mas antes, desejo recordarte outra vez sobre algumas regras de uma comprovação construtiva, para que não te percas no caminho: Uma comprovação é um raciocínio que se apoia na lógica. Permitas estabelecer verdades a partir de fatos estabelecidos ou admitidos previamente. É o que já fizeste com as tuas primeiras hipóteses e que tu compreendeste muito bem! Quando comprovas uma coisa, podes, a seguir, utilizá-la para outra comprovação, e assim seguir até chegares finalmente ao que querias inicialmente comprovar: no teu caso, a existência de DEUS! Se a comprovação for bem sucedida, podes então finalizála com as quatro pequenas letras mágicas… IAFC. ― “Isto aqui foi comprovado”! ― Espero que possas um dia colocá-las sobre a tua folha! Na Criação e na Terra, é possível comprovar tudo. Mesmo a existência de Deus! Mas é necessário permanecer na simplicidade, ter uma inteligência clara, uma intuição apurada e reconhecer as Leis fundamentais da Criação. Prossigamos com as regras de uma boa comprovação: a comprovação deve estabelecer a existência dos fatos nos quais ela repousa, como tu acabaste de estabelecer anteriormente o fato de que: “o Filho de Deus e o Filho do Homem são duas pessoas diferentes”. Isto repousa nas próprias Palavras de Jesus, as quais devemos considerar aqui como verdadeiras , porque é a hipótese ou o postulado de partida, é o próprio fundamento da comprovação: está escrito na Bíblia, por conseguinte, só pode ser verdade! Tu não podes pô-lo em dúvida. Tens de provar em seguida em tua comprovação, que o que está escrito na Bíblia… é realmente verdadeiro! Como toda explicação digna deste nome, uma comprovação deve ser estabelecida a partir de elementos fundamentados, de provas verificáveis desde o início, ou seja, que deves construir a tua comprovação em torno de coisas, elementos, idéias que sabes que 38


são verdadeiras, existentes, verificáveis, publicadas: tu nuncas inventarás nada numa comprovação! O termo “o Filho do Homem”, não o inventaste: ele está realmente escrito na Bíblia, mais de 80 vezes. “Belém”, não o inventaste: esta cidade existe realmente e é citada na Bíblia como o lugar de nascimento de Jesus. Jesus disse: “Eu sou o Filho de Deus”, não o inventaste, etc. Se a tua demonstração repousa sobre esta lógica sem falha, então a conclusão final mostrará, ela mesma, claramente a Verdade. A Verdade será tão clara, que as hipóteses de partida, inicialmente aceitas, carecendo do melhor porque não eram verificadas ou verificáveis, serão automaticamente evidentes e verdadeiras, porque não pode ser diferente! Em outros termos: Isto aqui foi comprovado! Ou ainda: “a venda cai e a fé se torna convicção!”. ― Mas se alguém tentar provar que a minha demonstração não funciona? Que não corresponde à Verdade ? ― Provar o contrário? Haverá sempre alguém que se meterá a querer provar o contrário. Ou pior, a negar, ou mesmo atacar uma comprovação, numa falta total de objetividade. Uma comprovação que agrada a um, pode, necessariamente, não agradar a outro. Mas seria necessário também que aquele que duvida tenha a coragem de demonstrar o contrário da comprovação, ou seja, que prove “o absurdo”! Seria necessário que ele comprovasse, por exemplo, que Jesus não disse: “Eu sou o Filho de Deus”… Absurdo, não é? Já que ele disse isso! Está escrito na Bíblia! Etc. Querendo demonstrar o contrário, ele corre o risco de passar muito mais tempo que tu comprovando a Verdade. Ou então esta pessoa nega todo o conjunto, não querendo examinar ou demonstrar nada. Isso acontece frequentemente e não podes fazer nada. Cada um é livre nas suas escolhas. Simplesmente não é para ela. Tenho ainda algo muito importante para te dizer, que não se refere à lógica de uma demonstração construtiva como tal, a lei das probabilidades, muito utilizada na matemática. Estabelecendo conexões, de um elemento em relação a outro, podes também calcular a probabilidade dessa conexão estudada poder realmente existir. As probabilidades matematicamente estabelecidas te serão 39


de grande ajuda, porque são uma fonte que leva à convicção. Tu deverás certamente utilizá-las um dia. Mas em primeiro lugar, antes de revelar o Nome do Filho do Homem, tomaste informações suficientes a respeito deste homem, para estudar a fundo a validade da tua hipótese? ― Sim, penso ter todas as informacões necessárias, principalmente sobre o desenrolar da sua vida, da mesma maneira como a Bíblia nos informa amplamente sobre a vida de Jesus. Tenho igualmente o seu livro e outros escritos que se referem a ele e que me permitirão examinar objetivamente. ― Bem! Estas informações são importantes, porque para verificar a tua hipótese, vai ser necessário que tu continues a estabelecer equivalências claras e lógicas entre o FILHO de DEUS e o FILHO do HOMEM. O FILHO DE DEUS

O FILHO DO HOMEM

....

....

....

....

etc. E para este objetivo, deves poder dispor de todos os fatos terrenamente verificáveis em torno da vida dos dois, bem como de todos os escritos que se referem a eles. Tu deves agora comprovar que a pessoa que encontraste é realmente o Filho do Homem, anunciado por Jesus! Se esse for o caso, a tua comprovação continuará de forma lógica até o seu término. Se não for o caso, a falta de lógica deverá aparecer logo e tu pararás… Deverás entender o porquê, examinando a tua falha e procurando de novo infatigavelmente. Agora, ao trabalho! Verifica, examina! Porque só isso te conduzirá à convicção! Em frente! Para te ajudar a começar, te farei uma pequena pergunta: onde nasceu Jesus? 40


― Nasceu em Belém, como todos o sabem! Isso é relembrado no mundo inteiro durante o período de Natal. ― Esta noite mágica de Natal… mágica para as crianças, mas igualmente para os pais. Esta noite quando os pastores e ReisMagos vieram se prostar no estábulo, noite quando uma estrela apareceu no céu… ― Sempre que olho o presépio de Natal, digo a mim mesmo que teria gostado de assistir a este acontecimento. Sonho, como uma criança, com os três Reis-Magos que procuraram e reconheceram a Criança Jesus como o Filho de Deus. ― Como tu neste momento, que procuras reconhecer o Filho do Homem! Um novo mago! “Rei-Mago dos tempos modernos”! ― Quando eu era criança - penso que eu não sou a única criança a quem isso aconteceu - sempre me identifiquei com os Reis-Magos quando minha mãe, a cada Natal, tirava as estatuetas de barro da caixa de papelão, desembrulhava-as cuidadosamente de seu papel ou de seu algodão protetor, para coloca-las no presépio. O presépio ia sendo povoado, como por encanto, com todas essas pequenas peças. Isso permaneceu profundamente arraigado na minha memória. ― Pensas que isso realmente aconteceu assim? Como no presépio da tua infância? ― Sim, eu quero acreditar nisso, como uma criança acredita quando ela contempla, maravilhada, o presépio e o pinheiro iluminados. E assim como eu o sinto, a maior parte dos homens da Terra tem também o desejo de crê-lo e espera isso nesta noite de Natal. Esta noite é tão grandiosa e magnífica! Creio nisso, pois está tão arraigado na tradição popular, que há algo real em tudo isso. E está tão vivo na minha alma de criança… ― Segundo a tua opinião como é que os Reis-Magos encontraram o lugar exato do nascimento de Jesus? ― Segundo a Bíblia, eles seguiram a estrela que brilhava sobre Belém. Em Jerusalém, eles perguntaram também ao rei Herodes.

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― Sim, no fim da viagem. Mas a viagem foi muito mais longa! Eles vinham de países longínquos. Vinham do Oriente. Como puderam, a alguns quilômetros dali, encontrar o lugar exato? ― Eles receberam uma grande inspiração… ― Sim, exatamente! Mas isto não explica tudo! Tu mesmo também tens incontestavelmente inspiração na tua comprovação, porque outros estariam ainda procurando sua primeira hipótese! De fato os Reis-Magos, assim como você, usaram deduções lógicas, até mesmo matemáticas… ― Mas como eles fizeram para encontrar? Do lugar aonde viviam, na sua condição de vida da época, com a limitação terrestre ligada ao seu espaço de vida? ― Eles não tinham de fato nem a televisão, nem o rádio, nem a internet para ver mais longe! ― Ou para ouvir as informações! E ficar sabendo pela televisão a notícia que o Filho de Deus tinha nascido durante a noite… ― Não, eles não tinham este tipo de anúncio. Qual era então o meio tangível para se abrir a uma realidade terrena mais distante e, portanto, ao nascimento de Jesus em Belém? ―???? Ehh, eu não faço nem idéia! ― Quais são as provas tangíveis que aparecem a cada noite, na frente de cada homem, onde quer que esteja na Terra? Levantando um pouco a cabeça… ―... As estrelas??? ― AS ESTRELAS!!! A astronomia! A astrologia! A arte real, na sua mais nobre expressão! ― Eles olharam e examinaram as estrelas… ― As mesmas aqui ou lá adiante… UNIVERSAIS. Eles poderiam assim estabelecer as conexaões necessárias à sua comprovação. Eles reconheceram as provas tangíveis de uma realidade longínqua, mas universal, e excedendo as fronteiras do seu próprio reino. Numa comprovação lógica, de estrela a estrela, de relação a relação, de equivalência a equivalência, de traço a traço sobre o seu pergaminho, ajudados pelos seus instrumentos de medição, procuraram reconhecer a existência de Deus e da Sua Vontade! 42


Eles reconheceram claramente na experiência vivida a prova terrena que procuravam, palpável diante deles, nas estrelas. E eles partiram convencidos, na direção indicada, ao encontro de Deus, ou melhor, do Seu Filho Jesus. ― Ouahhh! Um verdadeiro conto de Natal! ― Um conto que tu estás vivendo agora de forma plena! ― Vou então fazer a mesma coisa! Levantar a cabeça! Olhar as estrelas! Depressa, vou sair para comprar um telescópio! ― Ehh! Não tão depressa! E por quê? ― Para reconhecer esta realidade longínqua… ― Já não encontraste a cidade natal do Filho do Homem? perguntou a Voz, surpresa. ― Sim, certamente que a encontrei… ― E tu não tens já um certo número de hipóteses iniciais, que constituem vários fatos e provas da vida do Filho do Homem? ― Sim, é verdade… Contrariamente à época dos ReisMagos, o Filho do Homem não é agora um bebê recém-nascido. Eu já tenho toda Sua vida diante de mim. A realidade longínqua, eu a conheço. Vou então fazer o contrário! Demonstrar que esta realidade é bem verdadeira! ― Exatamente! Prove que o que encontraste é verdadeiro. E para isso, procede nas tuas observações de forma inversa aos Reis-Magos. Observe na direção oposta! ― O que dizes? Na direção oposta? ― Com os meios atuais, te será muito mais fácil observar do alto, da direção oposta! Não olhe da Terra para o céu, mas… ― Do céu para a Terra! exclamou o jovem. Observar a Terra, vista de cima… é claro! ― Se queres ter uma prova tangível e terrena da existência do Filho do Homem, como irás fazer, se não te elevares um pouco acima de tuas condições humanas do momento, que te obrigam a ficar preso ao chão, no lugar onde habitas, como os Reis-Magos o experimentaram? Olha através do olho que vê longe, bem longe, e assim poderás reconhecer mais facilmente todas as conexões entre o Filho de Deus e o Filho do Homem, sobretudo as que são grandes e dificilmente visíveis daqui de baixo. E farás exatamente como os Reis-Magos fizeram… mas somente em sentido oposto. 43


― Será preciso ter mapas detalhados e mapas mundi para trabalhar! Vou rapidamente comprá-los! ― Esqueçe os mapas! Os mapas já são de outro século… Eles infelizmente falsificam os dados porque tentam representar em plano 2D (2 dimensões) uma realidade que é na verdade curva, em 3 dimensões (o globo terrestre). Daí os grandes problemas ligados às projeções utilizadas, como as de Mercator, que dilatam consideravelmente as zonas próximas dos pólos, considerando que todos os meridianos sejam paralelos, o que é totalmente falso. Olha um pouco o continente Antártico ou mesmo a Groenlândia: são bem maiores neste mapa!

Os mapas em 2D não são, portanto, suficientemente fiéis. Eles certamente são bons para indicações rodoviárias, por exemplo, mas não para procurar o Filho do Homem! O teu trabalho deve ser extremamente preciso. E mesmo que exista em qualquer trabalho algumas incertezas (sobre as medidas e sobre o suporte utilizado), elas devem ser as mínimas possíveis. ― Ser-me-ia necessário, por isso, trabalhar diretamente sobre o globo terrestre. ― Sim! E uma grande parte do trabalho já foi realizada para te ajudar! Utiliza os instrumentos de tua época! Podes aproveitar plenamente as riquezas desta Terra, sem mesmo te deslocares. Os instrumentos, qualquer que sejam, encontram-se aí para te ajudar. A seguir tudo depende de como serão utilizados: quer para o bem, quer para o mal. Tudo nos é sempre dado de 44


ambas as formas, para a nossa eterna necessidade de conhecimento. ― Vou utilizar um "software" adequado, que representa o globo terrestre com todas as fotografias de satélites! ― Por meio dele a Terra já está totalmente fotografada, cartografada, de modo que uma árvore, na outra extremidade do mundo, é reconhecível de muito, muito longe. ― Se bem que também é um “site” estrategicamente militar … continuou o jovem com um tom sério. ― Mas o Filho do Homem deve ser igualmente reconhecível! concluiu a Voz, de forma grave e séria. ― Por onde devo começar? Estou pronto! disse o jovem, agora apressado. ― Por onde que quiseres! O essencial é começar. ― Os Reis-Magos dirigiram-se para a cidade de Belém à sua procura. Então vou começar pela cidade natal do Filho do Homem. Esta cidade se chama Bischofswerda. Ela está na região de… ― Para ! Devagar … Comece devagar… Não me dês todos os detalhes. Que importa qual o país ou a região em que se encontra esta cidade! O importante numa comprovação é o elemento principal dela, no momento em que o elemento aparece, não os dados que o rodeiam. Senão corres o risco de te perderes rapidamente nos detalhes, e de não reconheceres o fio condutor da comprovação. Uma coisa de cada vez… ― O Filho do Homem nasceu em Bischofswerda. ― Isto é simples. ― O Filho de Deus nasceu em Belém. ― Perfeito! Esta é uma relação simples a estabelecer, por favor ! ― Aqui está a relação: Filho de Deus Belém

Filho do Homem Bischofswerda

Interessante… As duas cidades começam pela mesma letra… 45


― Procura ainda outras equivalências. Deves a partir de agora, como já te disse, procurar todas as equivalências entre o Filho de Deus e o Filho do Homem, pois não esqueças que um indica sempre ao outro, reciprocamente: O FILHO DE DEUS

O FILHO DO HOMEM

― Lendo os escritos, notei precisamente uma equivalência muito interessante dada pelo próprio Filho do Homem: O que o lago de Genesaré foi para Jesus, é para mim o lago de Garda.

― Muito, muito bonita equivalência. Não é nem difícil de procurá-las: os dois Filhos te dão de graça. ― A equivalência está, por conseguinte, aqui: Filho de Deus, Lago de Genesaré

Filho do Homem, Lago de Garda

Interessante, os lagos também começam pela mesma letra… ― Que significam estes dois lagos para eles? ― O lago de Genesaré, chamado também Mar da Galiléia, foi para Jesus o lago de todos os Seus milagres: a pesca miraculosa, a tempestade apaziguada, etc. Jesus foi batizado por João Batista no Jordão, próximo ao Lago. Jesus escolheu a maior parte dos seus discípulos à beira do lago (eles eram pescadores). Jesus pregou sobre o monte das Beatitudes acima do lago, etc. Este lago foi para Ele um importante lugar de realizações, muito mais importante que Nazaré, a cidade da sua infância. ― Muito bem! Sabes muitas coisas sobre o lago de Jesus. ― A releitura dos Evangelhos por ocasião da minha investigação do termo “FILHO do HOMEM” me ajudaram muito! 46


― E para o lago de Garda? ― O Filho do Homem fez várias viagens ao lago de Garda e disse a este respeito: “Estas viagens não são viagens de passeio ou de lazer. A cada vez se realiza, ao mesmo tempo, uma importante realização e um grande acontecimento cósmico que não posso falar aos seres humanos porque não o compreenderiam”. ― Tens outras referências? Outras equivalências a estabelecer entre os dois Filhos? ― Uma outra referência para o Filho do Homem é o lugar onde Ele habitou no Tirol: Vomperberg, também chamada de Sagrada Montanha. Neste lugar Ele escreveu o Seu livro e houve também muitas realizações. Numerosas pessoas vieram até Ele e O reconheceram. E isto me fez pensar na relação que há entre Jesus e a Sagrada Jerusalém. Porque durante a Sua missão Jesus foi a Jerusalém, durante a Festa de Páscoa, e muitos O reconheceram como o Filho de Deus. Grandes feitos produziram-se e certamente deviam ainda se realizar, se Ele não tivesse sido preso. Poderia assim considerar e escrever facilmente isto: Filho de Deus, a Sagrada Jerusalém

Filho do Homem, a Sagrada Montanha

― Note que tens aqui outra equivalência, de um lado a Terra Sagrada de Israel, e do outro a Terra Sagrada do Tirol! Terra Sagrada de Israel

Terra Sagrada do Tirol

― Ah sim, não o tinha observado! ― Esta expressão, no entanto, é dada ao Tirol há séculos. É uma coisa completamente notável, porque nenhum outro país, e, nenhuma outra parte do país está ligada com o termo “Sagrado” na Europa! ― Tenho, por conseguinte, as seguintes correspondências: 47


FILHO DE DEUS

FILHO DO HOMEM

BELÉM

BISCHOFSWERDA

SAGRADA JERUSALÉM

SAGRADA MONTANHA

LAGO DE GENESARÉ

LAGO DE GARDA

― Com isto já podes examinar de forma ampla. Não te resta nada mais do que verificar estas correspondências… com fotografias de satélites como prova! O jovem teve a idéia de traçar uma linha que passa pelos três lugares, sobre a fotografia aérea de Israel e observou: ― Interessante… Os lugares estão alinhados sobre o globo… ― Olhe para o Filho do Homem, antes de tirar qualquer conclusão. Mas não esqueças que o mais importante é a aproximação de um com o outro. O jovem examinou a Europa, começou a traçar uma linha e exclamou então fortemente : ― Esses três lugares estão alinhados perfeitamente! E à escala da Europa, isso é mesmo muito notável! É necessário que eu calcule de qualquer jeito a probabilidade! ― Eis que chegas às probabilidades! ― Escuta, ó Voz! Qual é a probabilidade que esses três lugares estejam alinhados sobre a Europa? Esta probabilidade é certamente mínima? O lago de Garda é pequeno à escala da Europa… Eu calculo uma probabilidade, às incertezas de medida aproximada, de… Uma possibilidade entre 1.500!

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― E à direita do Filho de Deus? ― À escala de uma região, o lago de Genesaré é bem maior. Estabeleço a probabilidade para que os três lugares sejam alinhados: 1 possibilidade entre 60 ― Põe agora as duas em pé uma ao lado do outra, a fim de melhor examiná-las. ― Eis aqui as duas paralelas, com uma escala evidentemente diferente para as duas vistas aéreas. Tenho os dois lugares de nascimento em cima, os dois lagos em baixo e entre os dois, os dois lugares santos (Sagrada Jerusalém e Sagrada Montanha). Ora, o que é notável, é que as duas cidades de nascimento começam por um B, e os dois lagos por um G! ― Podes assim também calcular a probabilidade. ― A probabilidade ligada às letras é aqui bem simples para se calcular. Ela se estabelece em função da probabilidade de encontrar uma letra num alfabeto de 26 letras, primeiro de encontrar dois B e depois de encontrar dois G. O meu cálculo resulta em: uma possibilidade entre 200 aproximadamente. ― Qual é agora a probabilidade que reside neste esquema único? ― Logicamente, é a relação completa entre as 2 direitas, ou seja, o acúmulo das probabilidades previamente estabelecidas, ou seja, uma probabilidade de: 1 / 1.500 x 1 / 60 x 1 / 200 = 1 / 18.000.000 1 possibilidade entre… 18 milhões! Abalador, o jovem ficou silencioso por um longo tempo à frente deste número… de repente, a Voz quebrou o silêncio interrogando-o: ― Tu já apostate na loteria? ― Algumas vezes, mas rapidamente parei porque compreendi que não há nenhuma possibilidade verdadeira de ganhar. 51


― De fato, só tens uma possibilidade entre 14 milhões de acertar os seis números corretamente. ― 1 possibilidade entre 14 milhões… ― Sim! É por isso que hoje estou feliz de te anunciar que vens simbolicamente ganhar… o grande prêmio! ― Não é possível… Nao acredito nisso … diz então o jovem, completamente atordoado. ― Tu procuras provar a ligação estreita entre o Filho do Homem e o Filho de Deus. Os números dizem que tens apenas uma possibilidade entre 18 milhões, para que a pessoa identificada seja efetivamente o Filho do Homem anunciado por Jesus. Qual é agora a tua convicção? ― Bom, é inacreditável, realmente inacreditável… mas para a convicção absoluta… tenho ainda necessidade de… isto vai muito depressa… ― Demasiado rápido! … Continua as tuas equivalências. À escala da humanidade, podes talvez, na verdade, encontrar cem pessoas que poderiam corresponder a todos os teus critérios: duas linhas perfeitas, dois B para as cidades de nascimento, dois G para dois lagos importantes, etc., mas entre essas cem pessoas, ainda é necessário também que pelo menos uma tenha pronunciado um dia a seguinte afirmação: “Eu O sou, o Filho do Homem”. E isso, não é muito comum … sinceramente, creio que tu encontraste… Mas, está bem, de acordo! De acordo… nada de fé cega! A tua demonstração não está terminada! Examina ainda a vida do Filho do Homem. Examina… ― Preciso absolutamente examinar mais de perto a minha hipótese! E como os Reis-Magos o fizeram, só tenho uma coisa a fazer: ir até o local, a Bischofswerda! A cidade natal do Filho do Homem. ― Aí está uma sábia decisão! Boa viagem, novo mago! Chama-me quando chegares lá.

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IV.

E

aí está, o jovem viajou, tal como um Rei-Mago, para a cidade natal do Filho do Homem: Bischofswerda. Tal era doravante a hipótese a considerar para a comprovação! Uma possibilidade entre 18 milhões, contudo… Bischofswerda parecia uma cidade tranquila e pequena, para onde o sol da manhã levava sua alegria. Quando o jovem chegou à praça central da cidade, sentiu um estranho bem-estar, como se esta cidade respirasse bem-aventurança.

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O jovem deu a volta na praça quadrada, decidindo então chamar pela Voz sem demora. Ah! A Voz! Ela era para ele como o seu anjo da guarda ! Sem a Voz, certamente nunca teria ido a Bischofswerda, em todo caso não para procurar a Verdade sobre o Filho do Homem. ― VOZ, ó Voz, eu te chamo! ― Estou aqui! Homem! Eu estou te ouvindo! ― Estou na praça de Bischofswerda! E estou pronto para procurar os indícios necessários à continuação da minha comprovação. O mais importante é procurar agora onde se encontra exatamente a casa natal do Filho do Homem. ― Bom! Como vais fazer? ― Vejo a prefeitura à minha frente. Eu vou imediatamente lá perguntar. ― Pensas que isso seja realmente útil? ― Sim, se quero ter as informações necessárias. O prefeito deve ter certamente todos os registros em dia. Com o nome civil do Filho do Homem, terei assim facilmente a informação. ― Sim, certamente… Os Reis-Magos, como tu desejas fazê-lo hoje, perguntaram igualmente à autoridade da época, ao rei Herodes em Jerusalém. E o que aconteceu então? ― O Evangelho de São Mateus nos ensina que Herodes, ouvindo a notícia pelos Reis-Magos, quis ter informações exatas sobre a criança. Não as obtendo por fim e se sentindo até mesmo traído, mandou assassinar todas as crianças recém-nascidas de Belém e dos arredores… ― Todas as crianças com menos de dois anos! Os ReisMagos não deviam ter ido ver Herodes! As vidas de dezenas de crianças teriam sido salvas assim. E o resto da história? ― José e Maria, com o menino Jesus, tiveram de fugir para o Egito durante algum tempo. Quanto aos Reis-Magos, eles partiram discretamente para o seu país. ― A fuga para o Egito foi também uma consequência inevitável da indiscrição dos Reis-Magos. Além disso, na sua precipitação, eles se esqueceram do essencial de sua missão, que não era vir adorar o menino por apenas uma noite, trazendo 54


presentes, mas sim protegê-lo durante toda sua vida, com o poder terreno que tinham na época. ― Eles teriam, de alguma maneira,… falhado em sua missão? ― Sim, exatamente. Pois seria lógico reconhecer nas estrelas uma realidade longínqua, viajar longamente em sua direção, encontrar o local indicado e oferecer-lhe presentes, adorálo por uma noite… e partir logo em seguida? ― Não… Não é lógico… Se realmente estavam convencidos, deviam ter “adorado” Jesus por toda a vida. Pensavam talvez encontrar outra coisa, não um bebê. O jovem meditou por alguns segundos e disse… ― Mas por que não propuseram a José e Maria para que partissem com eles? Ele meditou por mais alguns segundos e se decidiu por fim: ― Não serve de nada que eu vá à prefeitura! Vou me deixar guiar pela minha intuição, para encontrar a boa direção a seguir. E encontrar sozinho a primeira pista da minha busca. O jovem procurou atentamente da esquerda para a direita em direção da praça, depois se voltou e, levantando um pouco a cabeça, exclamou: ― Oh! Um anjo de ouro! É magnífico! Por que ele se prostra à minha frente? ― Não na tua frente! O jovem olhou então à direita, do outro lado da rua que dava para a praça. ― Ele se prostra à frente de um sol de ouro! ― O Sol! Iluminando o globo terrestre! O anjo se prostra na frente de seu Senhor. Havia pastores e Reis-Magos em Belém, mas também muitos anjos para anunciar a vinda de Jesus! ― Quando era criança, um anjo também estava no presépio de Natal. ― Porque não seria igual em Bischofswerda? Para anunciar Aquele que deve vir, o Sol brilhante sobre a Terra. Mas também para velar o viajante sincero, à procura do Filho do Homem. 55


― O anjo parece mostrar com sua mão esquerda uma direção a seguir… O jovem voltou-se então para a direção indicada. ― A torre da igreja de Bischofswerda! Li num dos escritos que o Filho do Homem foi batizado nesta igreja. Vou imediatamente visitá-la! ― Em cada cidade, mesmo na mais pequena, sempre há uma igreja, uma capela, um templo, uma catedral… E qualquer que seja a religião, é a casa de Deus! Tu procuras reconhecer a existência de Deus. É bem natural que o teu caminho te leve, não para a prefeitura, mas para a casa de Deus! O jovem atravessou rapidamente a praça quadrada e foi até a entrada da igreja. ― Que linda entrada! Com Jesus… ou talvez o Filho do Homem nos acolhendo! ― “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Eis o que está escrito acima da porta. “Eu sou o Caminho…” Olha ! Traçado no chão, sobre a pavimentação. Até parece uma chave, como se devessemos abrir uma porta secreta para este caminho da Verdade. O jovem entrou na igreja. ― Esta igreja é realmente magnífica! Ali, no coro, estou vendo as pias batismais, o lugar do batismo! ― O coro de uma igreja, é como o Santo dos Santos. Tu deves encontrar tua pista neste lugar. ― Não vejo nada em particular. ― O Santo dos Santos sempre fica escondido atrás de uma cortina… O jovem observou duas aberturas, uma de cada lado do coro, com cortinas que as escondiam. Ele entrou por detrás de uma cortina, onde havia uma pequena sala vazia, mas na qual numa parte da parede se encontrava um imenso quadro. 56


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― Olha esta pintura! É totalmente surpreendente! É a primeira vez na minha vida que vejo uma pintura de igreja que representa Jesus abençoando a multidão ao Seu redor. Ora, esta multidão está vestida com… roupas da nossa época contemporânea! ― Se são roupas de agora, então não é Jesus. ― É o Filho do Homem! ― Tu admiras na verdade uma representação feita aqui das pessoas da cidade de Bischofswerda, no momento em que o quadro foi pintado, por volta do meio do século XIX. ― Mas é precisamente nessa época que o Filho do Homem nasceu, exatamente em 1875! ― Olha à direita do quadro, o médico da época, com uma mão duvidosa na sua barba branca, como se ele duvidasse da identidade do Filho do Homem. Outras pessoas, ao contrário, prostam-se de joelhos na frente Dele, reconhecendo-O e rogandoLhe. Este quadro é realmente profético. O pintor foi inspirado, como se tivesse pressentido que qualquer coisa ia se realizar na sua cidade. ― E, entretanto, o Filho do Homem nasceu na indiferença geral. Em Belém, foi a mesma coisa, há 2000 anos: exceto por alguns pastores que se abriram a este acontecimento, na sua simplicidade; os Reis-Magos e outros poucos ficaram realmente conscientes do que se realizou tão perto deles… ― O Filho do Homem não deve ter nascido muito longe desta realidade… Vou olhar na foto do satélite. O jovem saiu da pequena sala e sentou-se sobre um banco da igreja. Tirou da sua bolsa a fotografia e examinou-a atentamente por alguns minutos, especialmente a igreja e todas as casas circunjacentes. ― Muito interessante! Posso construir um triângulo ao redor da igreja, graças à disposição das ruas e das casas que a cercam: em baixo à esquerda, partindo da praça central, e em cima com uma casa em ângulo reto perfeito, como o cume da pirâmide. 59


― Como se chamam as ruas que te permitem construir esta pirâmide? O jovem saiu da igreja, foi verificar todas as placas de sinalização e retornou rapidamente. ― A pirâmide é formada pela rua da igreja do lado esquerdo, pela ruela da igreja do lado direito e pela praça da igreja à sua base! ― Lógico… ― O coro da igreja é exatamente o centro da pirâmide! ― O Santo dos Santos fica sempre no centro! Como a câmara do Rei na Grande Pirâmide de Gizé! ― A Grande Pirâmide? Na Grande Pirâmide do Egito, dois lugares são simbolicamente importantes: a câmara do Rei ao centro, mas também a ponta. Ora a ponta está faltando. A Grande Pirâmide termina numa plataforma.

O jovem olha a pirâmide sobre a fotografia aérea de Bischofswerda: ― Na ponta da pirâmide… Uma casa… É esquisito que os construtores não terminassem esta imensa pirâmide, em Gizé. Deve haver uma explicação para isso… outra além da falta repentina das pedras!

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― Sim. A explicação é que a pedra que falta é a pedra Daquele que deve vir! O dia que Ele vier e for reconhecido pela humanidade, o incompleto terminará, o imperfeito tornar-se-á perfeito! Certos estudiosos da piramidologia chamam esta pedra angular de piramidon ou a pedra do Rei da Criação! O jovem saiu precipitadamente da igreja e se pôs a correr para a casa que forma a ponta da pirâmide descoberta, para a pedra angular, para o piramidon. A pirâmide encontrada, ela… era bela e estava bem terminada! A casa da ponta era um albergue: a hospedaria Gambrinus. O jovem aproximou-se então do albergue e leu uma pequena placa, como se vê frequentemente sobre os muros, quando andamos pelas ruas de uma cidade, indicando aos viajantes e aos transeuntes o que aconteceu nestes lugares. O jovem exclamou: ― Ohhh! A casa natal do Filho do Homem!!!

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V.

O

jovem ficou em silêncio por alguns longos minutos… no topo de sua pirâmide… e depois interpelou de repente a Voz, num tom convencido, quase solene. ― Voz, ó Voz! Eu devo doravante, a partir deste lugar, desenvolver até ao fim a minha comprovação. Deste ponto, a partir desta casa, de relatório em relatório, demonstrarei a Verdade como ela é, por inteiro! ― Que fé! Sim, tu conseguirás. Porque inconstestavelmente tudo o que encontraste até agora te mostra simbolicamente o caminho a seguir. A tua fé te permite caminhar naturalmente através de um mundo totalmente novo para ti : Este mundo é o mundo do simbolismo ! Ele é bem real e visível em torno de nós, mas poucas pessoas o percebem realmente. Seria suficiente, no entanto, tirar os fios que sempre estiveram presentes, prontos para serem assimilados, para reconhecer, nos seus efeitos, uma Verdade até então misteriosa. Por exemplo, olha outra vez a fotografia aérea e tira outro fio, depois ainda outro. E pouco a pouco tu progredirás assim neste mundo. ― Vejamos… Vejamos … A pirâmide do Filho do Homem. Com o Seu lugar de nascimento no topo e o coro da igreja, o lugar do Seu batismo ao centro… ― Que te indica o mundo do simbolismo? Examina bem a fotografia. ― Esta pirâmide está firmemente assentada. Não está atravessada. A casa Gambrinus, com o seu ângulo reto, indica exatamente… o Norte! 62


― Bravo! Não somente a casa, mas também o quarto natal no primeiro andar, que faz o ângulo da casa! ― Uau! É realmente impressionante! Isto deve realmente dizer alguma coisa. ― Já o fato seguinte: se a casa indica para o Norte, indica, portanto, também para o Sul, ou mais exatamente o eixo vertical norte-sul. ― O eixo da pirâmide é perfeitamente vertical. Acabo de verificar isso na fotografia. À escala da cidade, considero a probabilidade para ter algo assim na vertical de 1/360. ― Que achas de tudo isso? ― Desta casa devo considerar, incontestavelmente, dois elementos importantes, a fim de prosseguir o meu caminho: Este eixo vertical Norte-sul perfeito e as duas diagonais, ou duas inclinações a 45°, da pirâmide descoberta. ― Estás a montar aqui um verdadeiro jogo de construção! Ou um puzzle no qual cada peça é importante. No início, uma peça tomada separadamente não significa muito, mas pouco a pouco a imagem do puzzle se revela e a Verdade é finalmente descoberta. ― É também como uma investigação de detetive, onde devo encontrar todos os indícios necessários para a solução do caso! ― E numa investigação é necessário que não se tenha nenhuma conclusão precipitada! O investigador não deve dizer: “Este indício não conduz a nada”, “Isto é falso”, ou “Este indício não tem nenhum valor”. Tudo é importante no mundo do simbolismo, nada é insignificante. É preciso simplesmente reconhecer as verdadeiras relações entre dois elementos isolados e trabalhar com eles. Se tu te deixares guiar humildemente no teu caminho, poderás percorrer assim um caminho magnífico, repleto de surpresas e de experiências vivenciais, um caminho que te conduzirá muito longe no reconhecimento da Verdade. De relação a relação, tu constróis então qualquer coisa, sem saber exatamente para onde conduz o caminho. Sempre que for possível, tu podes calcular a probabilidade de uma relação 63


encontrada, como já tens feito. Isso permite fazer a triagem do que é insignificante e do que pertence ao teu caminho. ― Uma probabilidade de 1/100 já é interessante em si. ― Sim! Deves realmente considerá-la. Porque é como se tivesses um saco cheio de 100 bolas, e que fosses obrigado a escolher, às cegas, da primeira vez, a única bola vencedora. Tens apenas uma possibilidade entre cem! Por isso não é uma vitória de antemão. Tens apenas uma pequena possibilidade de encontrar a certa. Mas, sobretudo, o que é interessante, significativo e mesmo convincente no teu trabalho, é finalmente a soma de todas as probabilidades encontradas, o acúmulo de todas as tuas descobertas. Pensa apenas na soma das tuas três primeiras equivalências, as quais, sozinhas, conduziram a uma probabilidade já muito impressionante. ― Não tenho, no entanto, uma consciência real do que me dissestes. ― Continua a tua investigação sem demora! A consciência só te advirá pouco a pouco, durante o teu caminho, através de tua experiência vivencial. ― Qual seria então o próximo indício da minha investigação? ― Estás na frente da casa natal, a casa do início da vida do Filho do Homem… ― Eu poderia ir… à casa do fim da Sua vida. ― Sim. Porque há uma estreita relação a descobrir entre os dois fatos. O nascimento e a morte são dois fatos importantes na vida de um homem sobre a Terra, os quais devem ser plenamente considerados, porque um depende automaticamente do outro. Ora, os homens geralmente não têm o hábito de dar a devida consideração para estes dois fatos objetivos na sua vida. Eles negligenciam assim frequentemente o objetivo da própria existência terrena. Para o Filho do Homem, assim como para o Filho de Deus, o nascimento e a morte terrena estão igualmente ligados entre si. ― O Filho do Homem morreu numa pequena aldeia, a uns cinquenta quilômetros daqui… Com estas palavras, o jovem retornou para o seu carro. 64


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VI.

O

jovem tinha um coração de criança. Para ele, tudo devia estar naturalmente no seu lugar. O lugar de falecimento do Filho do Homem devia seguramente se encontrar num lugar específico e estar em relação perfeita com todo o resto e especialmente com o lugar de nascimento Bischofswerda. Essa era a partir de agora a sua hipótese. Ele devia verificá-la. O jovem foi, por conseguinte, a Kipsdorf. Ele tinha uma foto da época da casa procurada. Chegando à cidadezinha, interrogou um transeunte com a foto na mão. Este reconheceu facilmente a casa e indicou-lhe uma pequena estrada que subia pela colina logo em frente, do outro lado do rio. E procurando minuciosamente o jovem não teve muitas dificuldades para reconhecer rapidamente a casa. Sem esperar, ele chamou pela Voz! ― VOZ, ó Voz, eu te chamo! ― Estou aqui! Homem! Estou te ouvindo! ― Estou justamente em frente à casa onde o Filho do Homem morreu. O jovem homem deu então um grande suspiro e disse após alguns segundos : ― Estou pronto para procurar as relações invisíveis do mundo do simbolismo. ― Que bom que tu entras no jogo, querendo explorar este mundo maravilhoso! Procede da mesma maneira que anteriormente. Descobre todas as relações, tendo sempre o olhar direcionado ora para longe, ora para perto. 67


O jovem tirou da bolsa o computador portátil. “Quando se procura o Filho do Homem é necessário utilizar os instrumentos do seu tempo”, tal era o ensinamento da Voz. Ele olhou então a foto de satélite da região com o "software". Traçou naturalmente a relação invisível até então: um segmento entre Bischofswerda e Kipsdorf. ― Eis a relação entre nascimento e falecimento. ― Que observas agora? ― O segmento está em diagonal… ― Mais exatamente… ― O segmento parece estar a 45 graus… ― Perfeitamente! ― Mas… se este segmento tem uma inclinação de 45 graus… só pode ser… o prolongamento da pirâmide encontrada em Bischofswerda! ― Logicamente… O jovem, muito excitado, traçou rapidamente esta pirâmide, que acabara de emergir da areia do mundo do simbolismo. Então ele exclamou: ― É realmente impressionante! ― É perfeito! ― Escuta, ó Voz! Qual é a probabilidade que repousa sobre este esquema? Deve ser mínima. O jovem tomou alguns momentos para calcular a probabilidade: ― À escala de uma região, considero-a 1 em 500. Posso, assim, sobrepor perfeitamente as 2 pirâmides encontradas: a pequena pirâmide de Bischofswerda com esta pirâmide bem maior. Esta segunda pirâmide, com cerca de 35,5 Km de altura aproximadamente, ainda é aquela do Filho do Homem, com o seu nascimento no topo e com o seu falecimento na base! ― O fim deve juntar-se ao início… Explora ainda o teu mapa.

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― Vou agora olhar se a inclinação a 45° chega exatamente sobre a casa de Kipsdorf. De acordo com a lógica, isso também deveria ter uma correspondência perfeita! O jovem explorou o mapa, aproximando-o com a função “zoom” de seu "software", continuou a traçar as linhas e disse então, examinando a vista aérea sobre a cidadezinha: ― Não está certo… A inclinação perfeita a 45° se encontra a 275 metros a leste da casa. O ângulo esquerdo da pirâmide está ligeiramente deslocado. É verdade que para esta escala, essa diferença é muito insignificante. Mas em todo o caso estou desiludido. Por que esta pequena imperfeição? Contudo, eu sinto que tudo deveria estar perfeitamente localizado! ― Tudo está perfeitamente localizado! Se não compreendes qualquer coisa é porque talvez não tenha encontrado tudo. Pode estar faltando elementos ou as peças no teu quebracabeça. Examina outra vez a foto para que compreendas antes de concluir apressadamente ou antes de ficar desiludido! Em toda e qualquer investigação nunca deves ficar desiludido, deves compreender. A decepção é sempre proporcional à incompreensão. ― Sim, é verdade. 275 metros… 275 metros… Por que esta diferença? Qual seria a explicação para isso? ― Se tens 275 metros de diferença aqui, deves também ter automaticamente 275 metros de diferença em outro lugar… ― Em BISCHOFSWERDA ! ― Sim. E então? ― Posso traçar outra linha inclinada a 45°, externa à primeira, que parte desta vez da casa de Kipsdorf. Esta linha inclinada será então paralela à primeira. Assim poderei examinar em direção oposta, e ver aonde chega esta segunda inclinação no topo, em Bischofswerda. Lá, esta inclinação deve, evidentemente, encontrar-se a 275 metros da primeira. ― É geometria elementar! Aquela que uma criança pode compreender e realizar na escola. Basta ter uma folha de papel, um lápis, uma régua e um compasso! As paralelas, os ângulos retos, os ângulos de 45°, os triângulos isósceles retângulos… Realmente 71


elementar! E, no entanto, é pura geometria: a Geometria Sagrada! A Criação inteira está baseada nela… ― Depressa, vou olhar em Bischofswerda! De acordo com esta geometria, aí está uma outra pirâmide, cuja ponta está a 275 metros ao Norte do albergue Gambrinus, na sua vertical. Este ponto se encontra ao Norte da cidade… Não chego a distinguir onde se situa exatamente. Talvez um parque. Vou aproximar um pouco mais a fotografia. Aí está! Há muita vegetação, árvores, grama… e passeios retilíneos. É realmente um parque… ? ― Da mesma maneira que a igreja; isto se encontra em cada cidade e em cada vilarejo! ― Um cemitério!? Esta linha perpendicular que provém do local de seu falecimento, será que ela atinge o cemitério de Bischofswerda? O jovem foi rapidamente ao seu carro para encontrar o trecho de um escrito relativo à vida do Filho do Homem e o leu em alta e compreensível voz, como para se convencer melhor de sua descoberta: “O 11/12/1941: Enterro do seu corpo terreno no antigo cemitério de Bischofswerda. A cerimônia, celebrada por um pastor, ocorreu na capela do cemitério, na presença de 200 pessoas. O lugar no cemitério foi escolhido por um dos seus discípulos.” Com estas palavras, o jovem se atirou no automóvel e partiu.

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VII.

H

á apenas 50 quilômetros entre Bischofswerda e Kipsdorf, em linha reta. Mas o retorno do jovem para Bischofswerda parecia não ter fim. Pensamentos circulavam continuadamente dentro da sua cabeça. Ele tinha dificuldade de compreender o que estava acontecendo, especialmente este novo caminho que lhe mostrava agora o mundo do simbolismo, que às vezes era insuspeito e estranho, difícil de entender com a razão ou o raciocínio humano. Este caminho era, no entanto, maravilhoso e lhe trazia muita alegria. A alegria de procurar a Verdade. A alegria de viver. De forma simples. O jovem partiu precipitadamente de Kipsdorf, pois devia verificar o que havia intuído profundamente e que surgira subitamente ao ler o trecho do livro. Durante o percurso, ele dizia incessantemente: “Seria isso possível?”. Ele pensou então na sua primeira probabilidade encontrada, a de 1 chance entre 18 milhões e em todas as outras coincidências que estava descobrindo aqui. “O cemitério de Bischofswerda é grande na fotografia aérea. Deve ter pelo menos 10.000 m2. Enquanto que um túmulo tem mais ou menos 4…” O jovem encontrava-se outra vez na praça de Bischofswerda. Passou na frente do Anjo de ouro, parou por um instante à frente dele. Parou na frente do Sol de ouro, depois atravessou a praça quadrada. Ele entrou na rua da igreja, passou na 75


frente do albergue Gambrinus. Restavam-lhe apenas cerca de 275 metros a percorrer, antes de terminar na frente de uma grade, em ferro forjado… a grade do cemitério. Aliviado, o seu primeiro pensamento foi: “É mesmo um cemitério”. O jovem abriu a porta da grade, e se dirigiu para o ponto indicado na fotografia aérea, passou na frente da capela do cemitério e a contornou pelo lado Norte. No fim daquele caminho ele virou à esquerda. Continuou indo para o Norte. Então, depois de 50 metros, ele parou. Ele estava a mais ou menos 10 metros do lugar indicado. O jovem procurou… procurou… Depois procurou ainda mais longe no cemitério… E não encontrou nada! Cansado, sentou-se numa pedra, no topo da pirâmide… e em silêncio… orou.

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VIII.

A

pós longos minutos…

― VOZ, ó Voz, chamo-te! ― Estou aqui! Homem! Estou te ouvindo! ― Estou no cemitério de Bischofswerda. Não encontrei o túmulo. Nenhuma lápide com o nome do Filho do Homem. ― Homem! Examinaste suficientemente todos os documentos, testemunhando a vida do Filho do Homem? E da sua morte? ― Está escrito que o Filho do Homem foi enterrado neste cemitério. ― Sim, está certo! ― Talvez eu não tenha procurado o suficiente … ― De nada serve procurar por mais tempo! A tua hipótese atual é que o Filho do Homem tenha sido enterrado exatamente no lugar onde te encontras. Não é? Para que queres procurar ainda mais? Ou a tua hipótese está certa, ou errada. ― O meu raciocínio era, no entanto, bem lógico. Com o túmulo neste lugar, a relação era perfeita. ― A relação é perfeita! ― E também tive esta grande intuição ao ler lá o meu documento! Como se isso não pudesse ser de outra forma, como se 77


fosse a própria evidência, pois se trata do Filho do Homem. Será que a minha intuição me enganou? ― Não! A intuição é sempre verdadeira, pois ela vem da Verdade! ― Então por que não encontrei nada?! ― Fiz-te uma pergunta um pouco antes: Examinastes bem todos os teus documentos? O jovem tirou um dos documentos de sua bolsa e procurou. Alguns minutos depois, ele exclamou: ― Seu corpo foi transferido em 1949 para a Montanha Sagrada! ― Eis aí uma explicação! ― Desde 1949 que o seu túmulo não se encontra mais no cemitério. Isso quer dizer que a minha hipótese… O jovem viu um jardineiro, regando as flores num passeio paralelo. Aproximou-se dele e fez-lhe a pergunta. “Não conheço o lugar deste túmulo antigo”, respondeu o jardineiro. “Sou novo na manutenção do cemitério. Mas informe-se com o sacristão. Ele deve conhecer a resposta”. O jardineiro indicou o caminho a seguir para chegar ao local. O jovem bateu à porta. Depois de muitos longos minutos um velho homem, que tinha dificuldades para ficar de pé, abriu. O sacristão! Quando o jovem homem pronunciou o nome do Filho do Homem, os olhos do sacristão brilharam… Ele respondeu com uma voz rouca: “ Sei exatamente onde se encontra o lugar deste antigo túmulo. Eu assisti ao enterro já faz muito tempo. Mas infelizmente estou incapacitado de acompanhálo até ele. Estou gravemente doente. Você poderia, talvez, pedir ao pastor hoje à noite. Há um culto religioso na capela”. À noite, o jovem entrou na capela do cemitério, aonde foi feito o enterro do Filho Homem e, muito comovido, assistiu à missa. O pastor era um homem grande, impressionante pelo seu porte, mas irradiava e inspirava confiança. Quando o jovem o questionou, ele tinha realmente o ar de estar feliz por poder ajudar o estrangeiro. Ambos saíram da capela deste cemitério de 10.000 m2 e contornaram a capela pelo lado Norte. O jovem estava trêmulo… 78


Era a direção correta. No fim do passeio, viraram à esquerda em direção ao Norte, e no outro passeio, depois de 50 metros… o pastor parou, mostrou com a sua mão um lugar, e disse então: “É aqui”.

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IX.

O

jovem permaneceu ainda por muito tempo no cemitério, depois da partida do pastor… “O túmulo estava bem ali. A minha intuição estava certa. A linha chega de fato até o túmulo… Ele é realmente o Filho do Homem...” O jovem estava feliz. Ele sentia o paradoxo da situação: estava num cemitério, onde geralmente as pessoas choram pelos seus mortos. Estava em frente ao lugar do antigo túmulo do Filho do Homem, onde os Seus discípulos choraram por Ele. E ele tinha um grande sorriso interior! Uma alegria vinda do coração, porque ele sentia a orientação do Céu. Porque sentia também que o Filho do Homem não estava morto, mas continuava bem vivo e até mesmo bem próximo dele. Bem próximo do seu coração. É certo que uma outra pessoa estava ali, enterrada naquele lugar já há alguns anos. É certo que desde 1949 o corpo do Filho do Homem tinha sido transferido para a Montanha Sagrada, mas isto pouco lhe importava, de 1941 a 1949 o antigo túmulo tinha sido realmente ali! E a sua experiência vivencial foi imensa. Realmente indescritível! A convicção se aproximava… O jovem continuou silencioso um bom momento. Depois olhou e estudou ainda a fotografia aérea, traçou outra vez traços e círculos. A noite começava a cair sobre o cemitério, quando invocou então a Voz: ― Ó Voz, eu te chamo! ― Estou aqui! Homem! ― Ainda estou no cemitério de Bischofswerda. É o fim que se liga ao início, num ciclo perfeito. Todos os lugares do início e do fim da Sua vida estão simbolicamente ligados uns aos outros. ― Também deve se dar a mesma coisa com o Filho de Deus. 80


― Sim! Vendo isto e estudando ainda a fotografia, eu realmente senti isso. Na lógica da reciprocidade entre os dois Filhos, o verdadeiro túmulo de Jesus poderia se encontrar em Belém, o lugar onde Ele nasceu, assim como o verdadeiro túmulo do Filho do Homem se encontra em Bischofswerda. ― Por que é que dizes túmulos “verdadeiros”, existem “falsos”? ― Eu vou te dar um exemplo: referente a Jesus, eu não consigo acreditar que o seu túmulo se localize exatamente sobre o Gólgota, na igreja do Santo Sepulcro, igreja que é considerada como “o Santo dos Santos” por numerosos cristãos que particularmente a veneram. Trata-se realmente do santuário edificado em torno do lugar onde Cristo supostamente foi crucificado, o Gólgota. Mas será ali o lugar onde ele teria sido enterrado, o sepúlcro ou túmulo de Jesus? Isso são suposições que mantém um dogma, nada mais. Cientistas, arqueólogos e até mesmo religiosos procuram atualmente o verdadeiro túmulo de Jesus, que pensam de fato ter localizado ao sul de Jerusalém. ― Qual é a tua convicção a este respeito? ― Não tenho convicção específica, apenas penso com a lógica: o túmulo, no qual o corpo de Jesus tinha sido depositado, foi encontrado vazio. O corpo terreno não desapareceu no ar! Os discípulos de Jesus podiam ter pego o seu corpo e tê-lo transferido rapidamente para Belém, situada a 8 Km de Jerusalém! Eles podem ter escolhido o lugar do túmulo em Belém, sua cidade natal! Da mesma maneira como aconteceu com o Filho do Homem! E aqui os fatos podem ser provados, os Seus discípulos escolheram de forma natural o lugar do Seu túmulo no cemitério de Bischofswerda, pelas mesmas razões. Isto é, portanto, uma equivalência lógica… ― Vou me passar agora pelo “advogado do diabo”! E se o lugar do túmulo tivesse sido escolhido exatamente neste lugar, para que tudo isso desse certo?! ― Não! Impossível! Os discípulos do Filho do Homem tinham certamente outra coisa para fazer, do que ficar realizando estes cálculos bobos. Eles tinham acabado de perder o Mestre… Eu penso que eles foram guiados por uma mão invisível para escolher 81


o lugar, ou será que ouviram uma voz? Não foi você mesma que me guiou, para reconhecer todo este caminho e chegar, assim, exatamente a este lugar? Além disso, ainda acabei de explorar e estudar o mapa: outros lugares estão sobre o eixo vertical da pirâmide e estes lugares não foram de jeito nenhum escolhidos deliberadamente por uma vontade humana! ― Boa resposta para o advogado! Apenas um intelecto hiperdesenvolvido pode levantar este tipo de argumentos sem fundamento, porque para ele as coincidências devem sempre se explicar de forma humana. E se não há explicação, ele vai dizer: “Foi simplesmente por acaso”. Mas acasos demais já não são acasos ! É a Vontade de Deus! Mostra-me os outros lugares, que, “por acaso”, encontrar-se-iam no eixo norte-sul. ― Olhe então em primeiro lugar para o túmulo… em seguida para o coro da capela do cemitério, onde foi depositado o caixão por ocasião da inumação… também para o quarto natal no albergue Gambrinus… mas igualmente para o coro da igreja do batismo e as fontes batismais … todos estão sobre este mesmo eixo! Estes quatro lugares importantes na vida terrena do Filho do Homem encontram-se exatamente sobre o eixo norte-sul! A probabilidade de uma tal linha perfeita é de: 1/250.000 ! E o eixo norte-sul atravessa perfeitamente o coro da capela, que se encontra a leste. ― O coro da igreja de Bischofswerda encontra-se igualmente a leste, como geralmente todos os coros das igrejas: em direção a Deus, ao Sol nascente ! Tens aqui vários “feitos” completamente notáveis. Encontraste o significado para isso tudo? ― Não, não completamente. As minhas descobertas são ainda muito recentes. Mas deve haver uma explicação clara para todas essas descobertas. O que é importante, a meu ver, é este eixo vertical norte-sul encontrado e também as duas diagonais de 45° que formam a pirâmide, dirigindo-se para baixo. ― E qual é a relação com Jesus em tudo isto? ― A relação também deve ser perfeita. Mas ainda deve ser descoberta. Com estas palavras, o jovem saiu do cemitério. 82


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X.

O

jovem estava de regresso ao seu país. Uma grande nostalgia se apossava agora do coração. As experiências vividas em Bischofswerda tocaram-no fundo e a leitura do Livro do Filho do Homem abalava também a sua alma. Ele continuava com mais ardor ainda as investigações através do seu "software", de suas fotografias e de seus mapas. Ele não havia terminado a sua demonstração. Faltava-lhe colocar ainda as quatro pequenas letras mágicas sobre a sua folha. Mas ele estava feliz, pois tinha um objetivo na sua vida: a procura da Verdade. É como se este objetivo fosse a procura por um tesouro. Um tesouro misterioso, ao qual todos os tesouros desta Terra não podiam se igualar. Durante uma noite, cheio de saudade, com os pensamentos voltados para o tesouro escondido, o jovem chamou pela Voz, a sua guia: ― VOZ, ó Voz, eu te chamo! ― Estou aqui! Homem! Estou te ouvindo! ― Estou na minha casa. E estou com uma grande dor no coração! ― O que é que tu tens, homem? ― Relendo os escritos que se referem à vida do Filho do Homem, fiz outra comparação entre Ele e o Seu irmão, Jesus. E fiquei triste. Porque na Sagrada Jerusalém, a história terminou mal. Jesus foi preso no Monte das Oliveiras e foi morto sobre o Gólgota. Ora, em correspondência a Jesus, o Filho do Homem também foi preso na Montanha Sagrada! Acabo de lê-lo. 85


― Sim. ― É inacreditável!!! Os homens procederam da mesma maneira com os dois Filhos. É verdade que não crucificaram o Filho do Homem. Nos dias de hoje, não há mais fogueiras nas praças públicas, ou cruzes de tortura… Mas simbolicamente, foi feita a mesma coisa! Inacreditável! E tão desolador e entristecedor … ― Como foi que isso aconteceu? ― Foi por ocasião da segunda guerra mundial. Quando os nazis anexaram a Áustria em 12 de março de 1938, eles também logo tomaram posse da Montanha Sagrada (Vomperberg) e prenderam o Filho do Homem! ― Ele lhes incomodava, da mesma maneira como Jesus incomodava os poderes da sua época. ― Sim. Em seguida, o Filho do Homem foi obrigado a ficar na prisão e, depois em residência vigiada pela Gestapo; pelo resto de sua vida. ― Felizmente Ele escapou do pior… ― No entanto, Ele teve um fim de vida difícil e morreu prematuramente, em 6 de dezembro de 1941, sem que ninguém ou quase ninguém o soubesse, no momento mais atormentado da guerra e de seus horrores. ― Certos historiadores dizem que este 6 de dezembro foi o momento decisivo da guerra. No dia seguinte, houve o ataque de Pearl Harbor e, alguns dias mais tarde, a entrada dos Estados Unidos na guerra. ― O Filho do Homem tinha então 66 anos, exatamente o dobro da idade de Jesus quando ocorreu sua morte. ― Explica-me ainda a tua dor, se puderes? ― É o fato do Filho do Homem ter morrido, que não me deixa nenhum repouso! Pois como é possível que Ele tenha deixado a Terra, sem que ninguém ou quase ninguém o soubesse? Apenas algumas centenas de pessoas O reconheceram na Sua época. E atualmente, talvez apenas alguns milhares, no máximo! Mas é a humanidade inteira que deveria reconhecê-Lo! A humanidade não ouviu o Seu chamado? Será que a humanidade está assim tão adormecida? Seu livro, portanto, já existe há quase 86


80 anos. É o Filho do Homem! É o Irmão de Jesus! É um Filho de Deus! Tenho igualmente um grande desgosto no meu interior, porque é como se eu tivesse chegado atrasado sobre esta Terra para reconhecê-Lo enquanto estava vivo. Os Reis-Magos chegaram a tempo ao presépio, e não três meses, ou três anos mais tarde. Eu estou 80 anos de atrasado… ― Não fiques com esses pensamentos, eles te fazem cismar inutilmente! Não te esquecas que o tempo é imóvel, imutável, que ele é o mesmo ontem, hoje e também amanhã. Viva o tempo presente! Sem te preocupares com o passado, nem mesmo com o futuro. Os fatos do passado podem te ajudar a reconhecer a Verdade, mas não devem te obstruir. É hoje que buscas a Verdade. E se te é permitido reconhecer hoje, então o Filho do Homem não está assim tão longe, Ele se encontra até mesmo muito próximo de ti, sempre onipresente, intemporal, como o é também Jesus após 2000 anos. Lembra-te do teu sentimento feliz, quando estavas no cemitério de Bischofswerda? ― Sim, eu me lembro. Era como se o tempo tivesse parado… Após alguns segundos de silêncio… ― Obrigado, ó Voz. Por um lado estou triste e, por outro, sinto ter renascido na humanidade, como se os tempos se encontrassem agora para uma transformação nova e geral. O Filho do Homem disse isto: “Os seres humanos do futuro não compreenderão como é que os seres humanos da época presente não puderam me reconhecer”. Vendo que os homens, infelizmente, não O reconheceriam enquanto vivo, Ele, porém, deixou uma grande mensagem de esperança quando disse que a humanidade do futuro poderá finalmente reconhecê-Lo, ou seja… a nossa humanidade de hoje! ― Já te foi permitido ler o Seu livro, 80 anos após a Sua partida da Terra, porque pessoas fiéis e convictas continuaram a retransmiti-lo. Tu podes, por conseguinte, agradecer ao Céu por te ser concedida a graça de poder chegar ao reconhecimento agora. Procura estar sempre atento ao presente, tu poderás assim 87


reconhecer o teu tempo e também poderás ajudar o teu próximo um dia. Serás então sempre feliz, neste objetivo. ― Após a minha inesquecível viagem, devo também terminar a minha comprovação e, para tanto, devo continuar fazendo a comparação com Jesus, através da seguinte relação: O FILHO DE DEUS

O FILHO DO HOMEM

― Verificaste onde se posicionava exatamente Belém em relação a Bischofswerda sobre a Terra e reconheceste a relação invisível existente entre as duas cidades? BELÉM

BISCHOFSWERDA

― Não. Não exatamente. O jovem examinou a Terra vista do Céu, ligando Bischofswerda a Belém. Então ele exclamou fortemente: ― Mas… olha, ó Voz! A inclinação parece ser de 45°. A pirâmide de Bischofswerda! O jovem levou alguns minutos para construi-la e disse: ― Aí está outra vez a pirâmide, a superfície está refeita! É FORMIDÁVEL! ― É realmente bonita esta pirâmide! Desde o ponto de partida, desde o albergue Gambrinus, tu não paraste de prolongá-la para baixo. ― A prolongação é perfeita. À esta escala a probabilidade de que Belém esteja sobre a inclinação da pirâmide é de 1/1000! Tenho aqui uma relação muito, muito interessante com os dois lugares de nascimento. ― Qual é a explicação? ― Tem-se a impressão que o Filho do Homem corresponde à vertical, especialmente com o eixo norte-sul encontrado em

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Bischofswerda, que se prolonga para baixo, e que o Filho de Deus corresponde então ao eixo horizontal. ― Na lógica do teu esquema, poderias traçar aqui outra coisa além de uma pirâmide. ― Um quadrado? … Com outra pirâmide ao contrário… ― Você encontrou! Um grande passo foi alcançado aqui! Não olhe a pirâmide com os olhos terrenos, como se olha uma árvore onde só se vê o tronco e as folhas, sem nunca pensar nas raizes com as quais se extrai a vida. Com o olhar do espírito deves visualizar então duas pirâmides. Uma é visível, em pé, palpável, a que encontraste com os dois lugares de nascimento. A outra, porém, é invisível, invertida, talvez imaginária… e, no entanto, bem real. Porque ela forma a compensação espiritual necessária à que emerge da areia do mundo do simbolismo. E é a pirâmide invisível e invertida que é a mais importante! Porque sem ela a outra pirâmide não teria uma base e não poderia ser construída. E, no entanto, ninguém a adivinhava. É aquilo que os antigos iniciados do Egito quiseram representar com a Grande Pirâmide de Gizé. Os viajantes passam na frente dela negligenciando as intenções de Amor universal, que fê-la ser construída, e a esfinge enigmática olha para eles pensando: “enquanto o homem não se exergar a si mesmo, e não pensar que ele é espírito antes de ser inteligência e corpo, como poderia ele compreender a pirâmide?” O jovem decidiu traçar sem tardar esta pirâmide invisível, criando assim a compensação necessária ao seu esquema. ― Aí está. Tenho um eixo vertical e um eixo horizontal do mesmo comprimento, inscritos num quadrado. ― Dois eixos idênticos. O eixo vertical significa a Justiça de Deus, representada pelo Filho do Homem, e o eixo horizontal o Amor de Deus, representado pelo Filho de Deus. E como já foi dito, Amor e Justiça são DOIS (como os dois eixos) e ao mesmo tempo UM, porque estes se juntam ao CENTRO… Aí está a relação importante que deve ser compreendida entre os dois Filhos. ― Isso representa uma cruz… 89


― Muito bem! Aí está o termo que eu queria que tu pronunciaste. Uma CRUZ, com braços iguais. Uma cruz que está inserida num quadrado. Mas esta cruz também pode estar inserida num outro elemento importante… Com um centro e um eixo, ou um diâmetro, também se pode criar na geometria sagrada, um… ― CÍRCULO! O jovem se apressou a estudar o seu esquema e disse então: ― Isto não está bem perfeito. Há uma pequena diferença entre os dois eixos, aproximadamente 15 quilômetros. A esta escala essa diferença é mínima, mas o círculo não pode ser perfeito. De acordo com a lógica posso, em contrapartida, desenhar não um círculo, mas um anel, de 15 quilômetros de espessura, com dois círculos concêntricos. ― Um ANEL! … isto não te faz lembrar de nada? ― Não… Não vejo… Por enquanto, não formei nenhum anel na minha investigação. ― Não observaste uma pequena diferença na tua investigação, que te permitiria traçar outro anel? ― A pequena diferença observada à Kipsdorf?! … O jovem não esperou pela resposta e deu um zoom na fotografia a fim de verificar se, por acaso…, a relação dos 275 metros encontrados naquela ocasião e destes 15 Km encontrados agora, seriam idênticos. Para tanto, ele realizou, nesta hipótese, o mesmo esquema e o comparou colocando um ao lado do outro. ― É genial! Olha! E as relações, entre a espessura dos dois anéis encontrados e o comprimento dos braços das duas cruzes centrais correspondentes são idênticos! A probabilidade é aqui de 1 para 1000 possibilidades. Mas que querem dizer estes dois anéis enigmáticos? ― O mistério do anel começa a ser revelado… Deixo-te na tua procura sobre o anel. Chama-me quando avançares nesta investigação.

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XI.

Alguns meses mais tarde… ― Ó Voz. É extraordinário, SIM, É EX-TRA-OR-DI-NÁRIO!!! Toda a vida do Filho do Homem é única. SIM, ÚNICA! E a vida do Filho de Deus também! Não sei por onde começar, entre tantas correspondências numerosas e evidentes que existem entre as duas personalidades! E nem te falo das probabilidades! É alucinante! É sobrenatural! É milagroso! ― Que entusiasmo! Mostra então o que encontraste! ― Eu me pergunto, porque é que ninguém antes de mim conseguiu, aparentemente, encontrar todas essas correspondências. Isso me parece, no entanto, tão simples. ― Sem orientação é impossível encontrar. E também sem humildade! Foi-te permitido encontrar e reconhecer a Verdade, porque tu procuras sinceramente, com a seriedade e o rigor de um bom procurador. Mas não te esqueças que não podes nem te surpreender, nem acusar os outros do fato de, aparentemente, não terem encontrado nada antes de ti. Tu também eras tão ignorante e inconsciente quanto eles, e não faz muito tempo assim! Agora, diga-me! Encontraste algum significado para a descoberta deste anel? ― SIM! Este anel é o anel da Cruz da Verdade! É o anel da Cruz do Santo Graal! 93


― A Cruz! Formada, logicamente, pelo eixo vertical que passa por Bischofswerda e pelo horizontal que passa por Belém. ― Sim, uma Cruz como os braços iguais como já foi encontrada, mas com 12 pontas! E esta Cruz eu não a inventei! Nada deve ser inventado numa comprovação, não é? O Filho do Homem, Ele mesmo, apresentou-a para humanidade dizendo: “Esta Cruz não é um símbolo, não é um sinal, mas é a própria Verdade viva!”... “Naturalmente, a Cruz luminosa de Ouro.” ... “É a Cruz que Deus deu à Terra em cumprimento das Suas Promessas…” ― “Que Deus deu à Terra como cumprimento das Suas promessas.”... Com braços iguais esta Cruz não é, por conseguinte, a cruz da crucificação… ― Não tem nada a ver! Numerosos cristãos consideram a cruz latina (cujo braço inferior é mais longo que os outros), como a cruz do Redentor e a única Cruz certa. É um dos símbolos do cristianismo e até mesmo o emblema do catolicismo. Chamam-na às vezes de cruz cristã ou cruz da Paixão. Por exemplo, o cristianismo oriental tem por emblema a cruz de Jerusalém. E esta tem os braços iguais! O Filho de Deus e o Filho do Homem formam um anel. Portanto, é possível formar logicamente uma Cruz de braços iguais no interior, a Cruz da Verdade com as suas 12 pontas. Se considerarmos esta hipótese, esta Cruz não tem nada a ver com aquela do Gólgota que, era a princípio, apenas um meio da época para assassinar um prisioneiro na praça pública, nada mais! O Filho do Homem diz que esta Cruz de braços iguais com 12 pontas não é um sinal ou um símbolo da Verdade, mas a propria Verdade! O fato de descobrir esta Cruz sobre a Terra, na frente dos nossos olhos, e que ela representaria a própria Verdade, dificilmente se deixa conceber com a razão humana, mas, no entanto, devemos admitir a hipótese que isto esteja certo para prosseguir com a comprovação. ― Totalmente exato! Mostra-me então a Cruz que encontraste. 94


― Sim, vou mostrá-la a ti tal como o Filho do Homem a deu. Mas que coisa incrível, ela existe também em numerosas igrejas cristãs, nunca tinha observado isso antes na minha procura. E o que é ainda mais incrível, é que se pode encontrá-la na Natureza! Eis a Cruz da Verdade! A Cruz do Santo Graal, posta sobre a Terra! (página 99) Eis ainda a fotografia de uma Cruz, dada pelo próprio Filho do Homem. Ora, esta Cruz é ligeiramente convexa, como se ela pudesse ser “colada” a uma esfera! Ou à Terra… Ora, a Cruz posta sobre a Terra é também convexa! A redondeza da Terra naturalmente torna esta Cruz convexa, quando ela se projeta sobre a Terra, tomando assim esta forma. Eis ainda a Cruz sobre uma construção, na época do Filho do Homem (sobre a Montanha Sagrada).

E eis a Cruz de braços iguais, com 12 pontas e 1 anel (aqui a capa de uma revista publicada pelo Filho do Homem em 1937).

Como se pode observar, a Cruz da Verdade não tem nada a ver com esta cruz latina dos Cristãos católicos. E mesmo a cruz de Jerusalém dos Cristãos do Oriente de braços iguais, não é como a Cruz da Verdade. 95


Ora, a Cruz de braços iguais é representada igualmente em numerosas igrejas cristãs, especialmente sobre seus pilares ou sobre suas paredes laterais: Aqui uma linda Cruz, presente sobre todas as paredes da igreja de Santo Georgenberg (Áustria). Ou ainda esta magnífica cruz, observada no vitral da frente da igreja de Meaulne (França). Mesmo na capela do cemitério de Bischofswerda, há também uma Cruz de braços iguais no teto, exatamente acima do altar, onde o Filho do Homem ficou para ser enterrado! Na procura do Graal, um grande número de pessoas intuiu a Verdade que repousa na Cruz de braços iguais, como na cruz celta, ou ainda na cruz cátare, a cruz dos cavaleiros da ordem do templo, a cruz occitana, a cruz da região do centro dos Pirineus e de Toulouse (França). Estas últimas têm todas um ponto em comum: os braços iguais e 12 pontas! Ora, qual é a cruz que nós podemos descobrir na natureza? Na natureza, onde tudo é equilíbrio, encontramos cruzes equilibradas! Ou seja, Cruzes da Verdade, de braços iguais! É possível encontrá-la, por exemplo, sobre os frutos do eucalipto. A abertura do fruto é produzida pelo centro, pelas forças de pressão que interagem sobre a matéria de acordo com uma lógica muito natural, formando assim a Cruz, no equilíbrio. Podemos encontrar uma bonita Cruz de braços iguais dentro de uma papoula, ou ainda na quiastolite, chamada de “pedra da cruz”, pois ela tem inclusões de pigmentos carbônicos que desenham uma cruz característica no corte. A formação desta Cruz tem o seu fundamento nas Leis da Natureza. Ora, estas Leis da Natureza não repousam no fundamento das relaçoes que há entre o Filho de Deus e o Filho do Homem? Se estas Cruzes se formam naturalmente, sem a intervenção do homem, é porque elas correspondem realmente às Leis naturais, não humanas, às Leis que poderíamos qualificar como “vindas de Deus”. Não há cruzes latinas na natureza! Porque esta cruz é desnatural. São os homens que a adotaram como símbolo, depois de terem martirizado arbitrariamente Jesus em uma cruz. Na natureza, há apenas Cruzes da Verdade… 96


O estaurolite, minério opaco, apresenta-se frequentemente sob a forma de cruz. Os cristais de estaurolite são considerados talismãs. Na Bretanha, afirma-se que caem do Céu. São chamados “pedras das fadas”. Realmente, a forma específica deste minério deve-se à estrutura atômica do cristal. Descobri ainda numerosas relações entre o Filho de Deus e o Filho do Homem. ― As relações parecem infinitas… ― Sim, são! Posso expor-te dezenas de imagens muito interessantes, que são assim como peças de um quebra-cabeça para a minha construção. Estas imagens dão uma vista global impressionante da Verdade. Continuei igualmente a calcular as probabilidades, especialmente lá onde era possível defini-las com suficiente confiabilidade. Estas probabilidades podem ainda ser aprimoradas, mas já dão um bom resumo do caráter excepcional das relações encontradas. Tenho agora inúmeras imagens e estou convencido de que posso encontrar outras. Tenho a impressão que não há fim… de tão PERFEITO que é! Mas desejo agora te apresentar a relação que me levou à vivência, à total convicção! Esta relação é excepcional! Para mim, é como se esta tivesse sido a chave indispensável, que me permite concluir e finalizar definitivamente a minha comprovação. ― Tens agora a convicção? ― Sim, estou plenamente convicto! ― A venda caiu dos teus olhos e tua fé se tornou convicção!

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EPÍLOGO: “O QUE ERA NECESSÁRIO DEMONSTRAR! ”

Q

― ual é a relação que te convenceu? ― Vou te explicar. Reconsiderei a primeira relação encontrada no início do meu trabalho, relação já impressionante por si só com a sua probabilidade de 1/18 milhões e – devo te confessar – que ela sozinha já era suficiente para levar à convicção. Nesta relação tínhamos de um lado a linha do Filho do Homem e do outro a linha do Filho de Deus. Ora, estas duas linhas podem ser prolongadas e se juntam assim num ponto situado lá na Sibéria. (página 103) Eis agora a Cruz de braços iguais com suas 12 pontas. Atenção! O que é importante aqui é o ponto de intersecção, a relação das duas linhas dos Filhos de Deus. (página 104) Porque a partir deste ponto de intersecção eu posso ligar todas as pontas da Cruz entre elas, por dois! Olha como é bonito! A probabilidade é aqui muito pequena, porque à escala da Terra existem apenas alguns pontos que permitem isso, entre os quais os dois pontos seguintes: o ponto situado na Sibéria (intersecção das linhas do Filho de Deus e do Filho do Homem), e o ponto complementar, simétrico em relação ao centro da Cruz, situado no Sul. A probabilidade calculada é de: 1/150.000. ― Uma possibilidade em 150.000 ! Homem, depois de tudo que me mostraste, qual é para ti a conclusão da tua comprovação? ― Fiz-me a seguinte pergunta a respeito do Filho do Homem:

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“Qual é a probabilidade que um só homem sobre a Terra possa acumular em relação à sua própria vida e em relação à vida de Jesus tantas relações, tantas equivalências, tantas “coincidências”, que permitam chegar à construção da Cruz da Verdade sobre a Terra?” Acumulei naturalmente todas as probabilidades das relações encontradas, que têm uma relação com essa Cruz. A probabilidade final calculada é então:

1/1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 (30 zeros após do 1) Nem sei como se deve pronunciar este número, de tão astronômico que ele é! E então compreendi que não valia a pena contar os zeros… pois não descobri apenas numerosas relações excepcionais, mas também porque tomei intencionalmente medidas incertas, bastante abrangentes para calcular as minhas probabilidades, de modo que é realmente tão perfeito, que não há mesmo mais incerteza… os zeros poderiam ir se acrescentando… ao infinito! NÃO HÁ, PORTANTO, NENHUMA PROBABILIDADE! A PROBABILIDADE NÃO PODE MESMO CALCULADA, DE TÃO PERFEITO QUE É.

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SER


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Ora, somos cerca de 6 bilhões de pessoas sobre a Terra (6.000.000.000 = apenas 9 zeros depois do 6!) Para mim não há um só ser humano que possa corresponder a este número astronômico (30 zeros depois do 1), e mesmo se houvesse 1000 vezes mais pessoas sobre a Terra, ainda assim não haveria nenhum homem… Nenhuma pessoa sobre a Terra pode dizer, segundo a probabilidade encontrada, que não seja o Filho do Homem o de Bischofswerda. Este é o ÚNICO, o SOBREHUMANO, o DIVINO! Se não há nenhuma probabilidade, é porque o Filho do Homem de Bischofswerda é realmente o Filho do Homem anunciado por Jesus. Nenhuma pessoa pode corresponder à probabilidade

o Filho do Homem encontrado é o FILHO DO HOMEM anunciado por Jesus

O FILHO DO HOMEM Ora, se o Filho do Homem de Bischofswerda é realmente o FILHO do HOMEM, a Sua Palavra escrita no fim do Seu livro: “Eu O sou, o Filho do Homem enviado por Deus, que fora prometido pelo próprio Filho de Deus, Jesus, à humanidade”. é, portanto, verdadeira. Não é possível pô-la em dúvida! Sendo esta Palavra verdadeira, equivale a dizer que o Filho de Deus é realmente Jesus! Pois o Filho do Homem afirma-o: “Eu O sou, o Filho do Homem, enviado por Deus, que fora prometido pelo próprio Filho de Deus, Jesus, à humanidade”. 105

o Filho de DEUS é Jesus


O FILHO DE DEUS Jesus

O FILHO DO HOMEM

O Filho de Deus é Jesus ou Jesus é o Filho de Deus ! JESUS = O FILHO DE DEUS Equivale de fato a dizer que... DEUS EXISTE. Jesus é o filho de DEUS ⇒ Deus EXISTE

DEUS

JESUS

O FILHO DO HOMEM

O FILHO DE DEUS

DEUS EXISTE !

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― Acabas de demonstrar que Deus existe! Porque todas as tuas hipóteses e os teus postulados de partida, inicialmente aceitos sem provas, foram plenamente provados e comprovados! E terminando as tuas equivalências, podes até mesmo demonstrar ainda a Trindade de Deus! ― Sim, posso realmente terminar o triângulo! Porque quando o Filho do Homem escreveu nesta mesma frase: “Eu O sou, o Filho do Homem enviado por Deus, que fora prometido pelo próprio Filho de Deus, Jesus, à humanidade”. Ele se refere, certamente, a Jesus, mas também a Deus, dizendo: “enviado por Deus”. Podemos, por conseguinte, dizer: “O Filho do Homem é o enviado por Deus”. Ou a seguinte equivalência: Se “o Filho do Homem é o enviado por Deus”, equivale de fato a dizer que “Deus existe”!

O Filho do Homem é o enviado por Deus

pois :

Deus EXISTE

DEUS

JESUS

O FILHO DO HOMEM

O FILHO DE DEUS

Termino, portanto, o triângulo e demonstro ainda, desta vez pelo Filho do Homem, que Deus existe! ― Acabas de demonstrar duplamente que Deus existe, graças aos Seus dois Filhos que formam a base do triângulo! Graças à equivalência eterna que existe entre os dois Irmãos! Estás agora inteiramente convencido de que Deus existe e que Ele está sempre próximo de nós, quando procuramos a Sua presença? 107


― Estou! ― Estás convencido que a tua demonstração é perfeita, do início até o fim? ― Sim, certamente! Mas isto não é o mais importante! O mais importante para mim foi a experiência vivida e que tive ao longo de toda a minha investigação e do meu caminho. É essa experiência que me permitiu adquirir a convicção de que Deus existe. Ajudaste-me a fazer as boas perguntas, assim considerei todas as hipóteses iniciais e então fui conduzido sobre um caminho maravilhoso. E a convicção apareceu… na experiência vivida nesse caminho! Estou convencido! E não quero convencer mais ninguém. Tu me ensinaste: nada de fé cega! Cada um é capaz de examinar objetivamente esta demonstração, até mesmo de refazer o trabalho do início até o fim, se ele o desejar, e de verificar tudo para chegar à sua própria convicção. Compreendi que a convicção é individual… Aquele que quiser encontrar a convicção deve, ele mesmo, percorrer também o seu próprio caminho de reconhecimento. ― O teu caminho foi longo, mas exemplar, pois tua alma de criança e a tua simplicidade te permitiram reconhecer e também chegar à convicção que pertence a ti, a partir de agora. Sim, isto é realmente o essencial! ― Ó Voz, estou convencido! E desejo agora estabelecer a minha equivalência deixada sem definição já há muito tempo, porque sem isso eu teria a impressão de não ter terminado plenamente a minha comprovação! O jovem pegou uma folha de papel e escreveu então a equivalência dizendo com clareza e solenidade: ― A equivalência não definida era: JESUS O FILHO DE DEUS

?????

O FILHO DO HOMEM

é finalmente completada com o nome… ABDRUSCHIN! 108


JESUS O FILHO DE DEUS

ABDRUSCHIN O FILHO DO HOMEM

E eis a Trindade : DEUS

JESUS

ABDRUSCHIN

O FILHO DE DEUS

O FILHO DO HOMEM

― ABDRUSCHIN, o Filho do Homem! ― Anunciado por JESUS, o Filho de Deus, e enviado pelo próprio Deus! No fim do seu Livro, editado em 1931, ele declarou claramente na Palavra Final de seu livro: “Abdruschin concluiu agora sua Mensagem para a humanidade. Nele surgiu então, depois da conclusão, o Filho do Homem enviado por Deus: IMANUEL que fora prometido pelo próprio Filho de Deus, Jesus, à humanidade, para o Juízo e para a libertação, depois que velhos profetas já a Ele haviam se referido. Ele traz os Sinais da Sua elevada Missão: a Cruz viva da Verdade, irradiando Dele, e sobre Ele a Pomba Divina, como o Filho de Deus os haviam trazido. Humanidade, desperta do sono de teu espírito!” ― ABDRUSCHIN - O FILHO DO HOMEM IMANUEL! Continue agora o teu caminho dentro do ensinamento Dele!

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Vou, por conseguinte, deixar-te, porque se a minha voz te ajudou a tomar consciência, se ela foi o teu guia por um tempo, teu verdadeiro mestre não é a minha voz, é o Filho do Homem, o Rei da Criação! Deixo-te, portanto, mas não te esqueças de uma coisa: examina sempre tudo objetivamente! Fica continuadamente atento! E permaneça livre no teu caminho! Ouve a tua voz interior, a tua intuição, ela te guiará continuamente. ― Obrigado, ó Voz, por tua orientação; não sei como te agradecer. ― Não me agradeças. Agradeça a Deus, de Quem sou um humilde servo. Agradece a teu Criador, que te permite agora reconhecer a Sua Vontade através do Ensinamento dado pelo Seu Filho, o Filho do Homem, e assim caminhar sobre esta Terra conscientemente. Não é mais como no tempo de Jesus, onde o ensino se fazia oralmente. Porque graças ao Seu Livro, escrito e deixado aos homens, podes agora continuar o teu caminho sem dificuldade no Ensinamento do Filho do Homem! Porque Ele outorga, em toda simplicidade, uma imagem clara do funcionamento da Criação na sua auto-atividade, que porta a Vontade de Deus e permite ao ser humano reconhecer distintamente os caminhos que são bons para ele. Receberás neste Ensinamento as respostas para todas as questões existenciais que tu fizeste no início do teu caminho, perguntas que fizeram surgir a minha voz… E que agora irão desaparecer… estando a minha missão realizada… ― Ó Voz! Eu te prometo avançar na Vontade de Deus! Ó Voz… é magnífico… estou feliz!

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N

uma noite de verão, em que a tempestade retumbava, um jovem põe-se de joelhos, em gratidão e adoração diante de seu Criador, na consciência dos Seus dois Filhos, que vieram à Terra trazendo a Palavra do Altíssimo. Numa grande paz interior, pegou então com suas mãos o bonito Livro, com capa preta e letras douradas, onde está escrito:

ABDRUSCHIN « Na Luz da Verdade »

Ele abre então o Livro do Filho do Homem… Raios e trovões dividem a escuridão e o silêncio da noite… O jovem encontrou seu Tesouro.

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A VERDADE EM IMAGENS Maio 2009 traduzido do francês

Para ler a segunda parte da historia :

O Mistério do Anel Internet : www.laveriteenimages.fr

BEAUDET Editions 204 Promenade de la Digue - F 26110 NYONS Fax : 00-33-(0)4-83-07-60-12 email : beaudet.editions@orange.fr

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Achevé d'imprimer à Mérignac par COPY-MEDIA 23, Rue Francisco Ferrer - 33 700 MERIGNAC www.copy-media.net

Dépôt légal : 2ème trimestre 2009 pour la version française

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