Cat 01 a 120 1951 1960

Page 1

-~

A CRUZAIJA DO SECULO XX

Ninguém a cende uma con•

deio e a põe em lugar ocul· lo ou debaixo do alqueire, mas

Na ldad<" Média. os cn11..ados derramaram :-eu :-;anguc para libertar das mãos dos infié is o Se1>ulcro de N. $. Jesús Cristo. e instituir um Reino Cristà(J nn Terra Santa. Hoje. corre de novo o snngue dos filhos da Igreja, na Hungri.-.11 e na Polônia, como na T<:hccoslovi1quia <: n(l China. Para que? Pa·r a lib<.· rtar a Cristandade: do jus;o do a n ti-Cristo comunis ta. t- rc:-tmir;.tr no mundo o Reino de Cristo. Mns <1 qu\'..· é o Reino de Cristo. ideal stiprcmo dos c:,tólko:-t, e. pois~ meta constante tlc•st,, folha'! E' o Que pn>t·un1mos definir na enumera· <;ão d<· prirztipio~. mttrco 1mnimw de nossa atividtldc.

sôbre um candieiro, poto que os que entram vejam o luz.. Os teus othos são o candeio cio teu corpo. Se os teus olhos forern simples, todo o teu corpo

será luminoso; se, porém, fo.

O REINO DE CRISTO

rem maus, o teu corpo seró te•

') A Igreja Católica foi fundada por N. $ . Je. slls Cl'ist«> para p erpetuar entre os homens oi:; benefícios dn RcdCl'liÇáO. Sua finalidade se identifica. poi:-., c.:om a dc1 própria Redenção: expiai· os pecado$ dos ho1ncns pelos méritos in· finltarncnte preciosos do Horncm-Dcus; restituir assim a De u:-. a glória extrínseca que o pecado Lhe havia roubado; e abrir aos homens as portas do Cêu. Esta finalidade se ret11iia tôda no plano sobrcnahwal, e com ordem à vida eterna. Ela transcende absolutamente tudo q1,ianto i: mcl'~•mcntc natural, tcncno, J>Cl'4.!eívcl. r"oi o que N. S, Jesús Cristo itíirmou, quan· d o dis:;c a Póndo Pilatos ··meu Reino ní10 i:

nebro~o. Vê, pois, que o lut que está em ti não sejo tre· vos. Se, pois. o teu corpo fôr luminoso, sem ter potte olgu· ma em trevos, será inteiromen•

d~stc mundo". (Joflc,. 18-36). : i\ vida l<-J'rena se dií<: 1·cncia. as:,irn. e pl'o-

Ctmd~uncnte. d~ vida e lc1'na. M·c\s estas dtws

como uma candeio d e brilhon. te

vidas na<i c:onslàtucm doi:-i: planos absolutamente 1:-.01:l.do~ um d<. outro. Hú nos desígnios da Pro•

vidê ncfo uma rcl;.1,1,;[10 intima entre a vida ter· rcn::, e ;:, vida eterna. A vid;;l t c rrc n;:i é o c;:;;\ mi ~ nho. tl vida ctcrn:, é o í:m. O Reino d e Cl'is· lo não é déstc rnundo, mas C nêstc mundo que: 1.>~l :'t o c:uninho p<·lo qual d1c~al'cmo:-: atê êJc.

luz.

Seio lu(o~ XI, 33 o 36

Asshn como a Es~ola Milit;;.r ê o c:.11ni11ho p~i-a •• carreh·;t das :1nnas, ou <> noviciado é n <·:uninho p.a rn o definitivo in~rcsso numa Or• d ;,:iu Rclis;ios;:1. assim ;1 t e-rr,1 i! o c:~11ninho par:., o Céu. Ternos un·Ha :J1m;., imol'l;:11, crc:1.d:.1 {1 ima. gf.:n"I e semelluinc.;a de Deus. F.:-:tc.-1 ah-ri.J é: crca· tia com un, t esouro de aplid<'lt!!<- ª'"lur:.is pru-3 e, h<'n'I. cnriqucddas pelo b3tismo com o dom incslimavel da v id;1 SC.>bren3tl.11'<tl da gr;;1~a. Cumprc•n<'ls. durante ~ vida, dc:-:cnvolvc r até :1 .su::1 plc nitud<· t·::.l~-ts nplidô<'.':-. p:w~-. o bem,, Co m h:.to. nos..~::, semelhança. eom Deus, que c·ra c m algum :-;e1)tido ai11da incompleta e meramente potc-ndal. torn;, .. sc plc:n~1 e ;,1lu~-tl, A scmclhar1c;a é ~1 for\lc do amor. Tornan ... do-nos pJcn(lmente semelhantes a Deu:;, SO· m(1s capa..:c$ de: O am:11· plcnarner\tc. e de atrair sóbre nús •- .Plenitude de S('U :m10r. '(

N.º 1

Janeiro I 9 5 I 1 1

1

/, 1

f'icamos, Hssim. p,·cparado~ pan, a contem plação de Deus face •.t f;)ce, 1.: p~ra aquele. eterno alo de amor. plcn~mcnt<· foliz, p~ra o qual somos chamados no Céu. A vida terrena é. pois. urn 1)ovidado cm que preparamos no:-::sa al ma. pnra seu vcrda· ociro destino, que C ver ;1 Deu~ í:"tc:c a face, e :unal 0 por tõda él eternidade:. 4

.. Aprc~entando <t mesma vt·l'd:,de cm out.ros tê tmos. podemos dizer que Deu~ é infinHa-llh:ntc pui-o, infinitamente Jt1sto, in!init;;1mcntc ro1·tc. infinitamente bom. Pant O ain;;1rino:-t, devemos amar a ptu-c z<1, a justiça. ;1 Co1·lalein. ~l bondade, Se nao a1namos :• virtude. C<.ll'nO po· demos ~unar a l>cus quê ê o Bem por cxc<.-lc:n· eia? De oufro ]ado. sendo Deus o S1.1mo Bem, como pode amar o mul'! Sendo a semelhança a fonte do amor, co1uo pode .tlc amar a que m e totalmente dissemelhante d e le, a quem ê consciente e voluntariamentt• injusto, covarde, impuro. mâu? Deu:-; d eve ser ~1don1do e :-.ervido sobretudo em espírito e cm verdade (Joào 4,2:.>). Assiin, cumptc que scj<.11nus puros. justos, íortes. bon:-;. no mais intimo d e no~sa :1lma. M as se nossa alma é boa, tõdas ns noss~1;,; a<:ôcs o devem sei· necessariamente, poi~ que a f,rvore boa não pode produz.ir scnfto bons frutos (Mat. 7. 17• 18). Assim, é absolutamcnt-e necessário. pat'a que conquistcrnos o Céu. nüo :iÓ que cm nosso i1)tcrior ame mos o bcrn e dete:-:temos o 1nal, mas q\ie por no:--sas ri<;Õ-0$ pratiquemos o bem e evitemos o m;;tl, ,, Mas a vida tcrrcn:1 ê tntiÍS do ('JUC o c;;1mi· nho da eterna ben'H1ver\Lurança. O que farc· mos no Céu? Contempl;!J"cmos Deus r;itc a facc 1 à luz. da glória, que C ;l pcrfcit;ào da graçn, e O amaremos inteit'a,nente e setl\ fim. 01'a, o homem j!t go::.a da vida sobrenatural ncsttt terrn, pelo Bat.i~mo. A Fé ê uma sement e da visão bc:.,tific:1. O ~unor d e Deus. que ê lc pl'atka crcsc<.'ndo n;,:i. virtude e evitando o mal. jâ é o p1·6prio amor sobrc1wtu1·m eom que êlc adú· n iri, <l De us no Céu. O Hcinú de Deus :--<' rc:tliza nà $ua ple ni · l udc 110 o utro mundo, M;.~s p:.u·a lodos nós éle 1.;omcc;a a se 1·calii~11· <·m estado ne,·minativo já nêste mundo. Tt1I como cm um noviciado jâ se p1·atica ::i vida rc:1 l,gio~n. cmbor::1 cm c.;$tado prem1ratõrio; e .cm uma escol:.t militar um jovem se prepara para o Exérçito . .. vivendo a próprio vida mi litar. E a Sant:1 Js,t·cja Católica já é néstc mun , do uma imagem, e: t·n:.is do que ist.o, uma verdadeira antccip::ição do Céu. Por isto. ludo quanto os Santos Evange· lhos no.s dizem do Reino dos Céus pode co.rn tôda. a propriedade e cxtttidão ser aplicado à Igreja C;:1tólica. f1 Fé que ela nos ensi na a cad3 u1mt das virtudes que· cl3 nos inculca. ;, E' êste o ~entido <lil fcst" de Cristo R ei. Rei Celeste antes d<: LUdo. Mâs Rei cujo govér · 110 jit se exerce néstc mundo. E' Rei que m pos..-;ue de direito a :i.utoridade suprema e plena. O Hei legisla, dirige e julga. Sua realeza $<: torna efetiva quando os subditos 1·econhe .. cem seus direitos. e obedecem a suas lei.s . Ora, Jcsús Cristo possuc sôbre nós todos os dfreilos. t lc J)l'OmuJgou leis. dirige o mundo e jul,gará os homens, Cabe-nos tornai' efetivo o Rei • no dt! Cristo obedcc(l'ndo :- suas leis. .~, J:::-.tc rei n ado é um fato individual. cnquan tu considc1·ado m, obcdiênda que cada alma fiel presto a N. S. J csús Cri~lo. Com efeito, o

Rcinndo d e Cristo se cxc:r·cc sõb•·c- as almas; <:. poh:., :1 ~tlma de cuda um de nós é uma par·

cc•la do campo de jurisdição de Cri:,;to·Rei. O Reinado de C risto :;crá um fato socia l se a::; sodc.d<1dcs humanas L he prestal'Cn"I obcdiê1,cia. Podc·sc dh·:e r, poi~. que o Reino d e Cris10 :-:e toro,~ eíclivo na tcna, cm seu sentido inclíviducil e social, qmmdo os homens no ín .. timo de su;, alma como em suas ac;ües, e as so· c.:ic.:dades cm sua:,; instif,uiçÕe$, leis. costumes man iícstn(,:ôcs cultura is e artísli<.·.ts, :-e con!or: nHun coin a Lei de Cristo. ·h Po1· mais co11cret.a. brilhante e tangível que seja a realidade terl'cna do Reino de Cris· lt1 no século XIII, por e xemplo - é preciso nüo esquecer que êste: Hcino não é scnito pre· m,rac;ão e proêmio. Nn sua plenitude. o Reino de Deus se l'calizal'á no Céu : uo mc-u Reino nào ê dl'stc mundo . .. ". (João. 18..36). ORDEM, HARMONIA. PAZ. PERFEIÇÃO

A o,·dtr'r'I. (l paz. a harmonia, são caracle· ristica.s essenciais de tôda a alma bem for• mada, de tõda a sociedade hmnana bcrn cons· tituida. ~~m cel'to sentido, são valores que se con rundcm <·om ::-. própria. noçfto de perfeição. ú

~ Todo o sêr lem um fim próprio, e uma natureza adcqu::,da f1 obtenção dê:.:tc Cim. Assim. tH'na peç,1 de r e lógio tem fim próprio, e, por SlHI forma e composição. é adequada à l'ea~ liza(·ào dêstc fim. ~

A ordem é a di spo:;ição das coisas, segundo

sua nahH"cza. Assim, mn reló,:.io está em ord e m qu.:mdo t.ódas as suas peças estão ord e nadas segundo a natureza e o fim que lhes ê próprio. Diz-se Ctuc hã ordem no universo sid él'al porque todos os corpos celestes estão ordcnrido:;: ~egundo sua naturcz~ e fim. U Existe h~1rmoni;1 quando a:,; rc13çõc~ c nti-c dois sê l'cs silo confonncs í1 n;,tul'eza e o fim de cada qual. A hannonfa é o operar das coi::-as u ma:-. t~11, rela(.·ão :'1:-: out.J·as. segundo a Or· dein. {" A (H'dcm engendra ;,i tnmquilidadc. A l ranq tii lida clc da ordem ê a paz. Nf,o é quillQu.:r h ·i:i.nquilidad<" que merece: $.Cr chamada paz mas apcna:-t :i que resulta da ordcrn. A paz d«-. <:onsciênc:ia ê u lt·anquBid:~dc da consciênd:, l''Cl.a: não pode conrundir-sc com o letargo d~1 conscié nci;;1 f.:m botada. O bem estar orgâni · co produz lima scnsa(ão de paz que n~o pode ;,;c1· eoníuo<l id~) (·01n ~ iné1·da do estado de ('(Hn.:1.

'/. Quando urn sêr esü, inteiramente disposto segundo sua natureza, cstã em estado d e pcl'fcição. Assim um,-1 pessoa com grande capacidade d ó estudo, grande desejo de est udar, posta c m urna Universidade cm que haja todos os meios p~ar fazer o~ estudos que deseja, está posta. do Ponto de vis ta dos estudos 1 cm condiçúcs pca·rei1as. -e: Quando as atividades de um sê r são inteiramente con formes à sua n a tureza, e t en-

dem inteiramente para seu fim .. estas a t ivida· des são, de a lgurn modo, perfeitas. Assim, a trajetória dos astros é perfeita, porque corresponde inteil'amcnte à natur eza e ao fim de cada qual. )·, Qu:.mdo as condições em que um sér se cn .. ,·onti·a !>âo perfeitas. suas operações o são

t~mbém. e êle t <mderá necessariamente para o :-:cu rim. c·om o máximo da constância. do vjgor ,c ontinuo no ó,º póg.)

-

_____..

1


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.