Ficção em polpa carnuda – vol. 1; Eliéser Baco

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Ficção em polpa carnuda

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Eliéser Baco

Ficção em polpa carnuda Volume 1

Alternativa Books São Paulo 2016


Copyright©2016 Eliéser Baco Todos os direitos reservados.

ISBN: 978-85-68125-02-1 (coleção completa) ISBN: 978-85-68125-03-8 (volume 1)

Editor: Neto Bach Foto de capa: EM Comunicação Modelo: Ju Oliveira Projeto e Preparação: EM Comunicação Revisão: Alternativa Books Editoração eletrônica: Alternativa Books

alternativa books Rua Francisco Escobar, 116 – Imirim 02541-010 – São Paulo/SP Telefones: (11) 2236-2420 / 99590-7330 e-mail: editorial@alternativabooks.com.br


Dedicatória

Aos fios desencapados dessa sociedade. Às condutoras de eletricidade transitória hostil e de boas coxas. Ao cimento errante de tua queixa moribunda. À sagaz auditora de literatura midiática, de papel bom, de mistério carnudo. Aos abraços perdidos no níquel do momento. Aos poetas do caos que se preocupam com a opinião do poema tresloucado, no asfalto anil.



Gar, o humanoide


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001 – Decepcionante foi a primeira palavra que ecoou no meu rosto. Eles já haviam saído. Ela, principalmente. Fiquei no alto do prédio olhando os burburinhos em ritmo de duas ou três pessoas de cada vez. Meus coldres e as armas. As algemas e as cordas. Capturar essa mulher parece versão atual dos Contos das Névoas, livro curto que li certa vez a respeito de teorias de paranormalidade. Sim, bobagem. Que vende e encanta. Os parafusos do meu braço estão firmes. A queda foi longa e dolorosa, mas, nada como ter o corpo revestido de algo melhor do que só músculos e pele com banhas. Meus ossos, diferentes dos humanos reais, suportaram bem o solavanco que tentou me destruir. Acima de mim, nuvens carregadas e muito escuras. A lua sumida desde quatro dias atrás. Não consegui achar um livro que procuro há tempos em sebos e sites paralelos. Guardo mapas e alguns bilhetes escritos por informantes e saio, antes que a chuva forte me trave compartimentos e peças. Não é fácil se endireitar sozinho. Os parceiros e parceiras estão no interior do estado, cada um com sua tentativa própria de cumprir ordens. E a missão é definitivamente isolada. Ninguém pode saber ainda, segundo meu chefe, desse serviço fora do eixo da corporação. Faço, pois, o chefe é muito meu camarada. Me ajuda e dispensa. Me ajusta e colabora para minha segunda pele: meus serviços freelancers. São Paulo não é fácil. Por isso nem perguntei a razão dessa divisão de pequenos trabalhos extra durante a noite e parte da madrugada. Ele me dispensa da idiotice de outros afazeres. Quem eu busco tem fama, na ruína social, de capturar e se deleitar com corpos para um objetivo ainda não compreendido de todo. Reza a lenda, e essa é bem urbana, que o faz para manter a intensidade de seus movimentos como se fosse ainda criatura recente neste impávido colosso chamado Ruína Brasil. 8


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002 – É dia. Meio da tarde. Trem do metrô sentido Sé. Cheio para o horário. Sexta-feira. Zumbis tecnológicos em tarde ensolarada, dia que começou com 15 graus de temperatura. Digo zumbis tecnológicos para as pessoas enfurnadas em joguinhos em seus celulares etc. Os fingidos, dormindo de mentirinha para não ceder lugar a quem precisa. Os nobres que aqui não existem. Selvagens segurando bolsas contra o perigo de roubo! Olhando feio para ganhar um centímetro de pé e mãos nos ferros gelados. Não sou cronista metroferroviário, não se preocupe. Estou averiguando um informe. Descerei na Estação Tatuapé. Seguirei por avenida tumultuada até certo ponto. Uma criança chora por querer um celular de presente no Dia das Crianças. Ameaça não ir mais à escola. Eu olho o reflexo de meu sorriso no vidro e paro de ranger os olhos. Esqueço-me que eles não estão preparados para criações como eu. É antevéspera das eleições. Meu alvo atacará, segundo o informe, três candidatos irrelevantes. De sábado para domingo. Durante a calada, sim, dela. Meus desenhos sempre acompanham minhas anotações. Saí mais cedo do meu emprego. Sou digitador e criador de conteúdo. Digito as verborragias de meu chefe, Sr. Robenstein. Ele escreve em papel um texto qualquer que encontra na mente e me envia pela manhã. Eu digito e subo para a página da rede social. O conteúdo que escrevo no momento é só um teste para outros trabalhos que virão. Escrevo o horóscopo sarcástico da fanpage. Não sou bom. Mas tento ser criativo. Obviamente um androide não conhece astros. Nem simbologia ou metodologia, ou mitologia, muito menos tagarelaria, mas sirvo. E o trabalho serve de escape para minhas ocupações ‘perseguitórias’. Existe essa palavra? Não quero procurar agora no meu banco de dados. Gasto de energia 9


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desnecessária. Deixo tudo anotado para quando for pego por entidade capacitada a me deter e enviar para Washington DC. Um dia meu nome ecoará em outros rostos, faces e caras. E meus desenhos serão conduzidos ao museu do universo. Sim, pois sim. 003 – Os motoqueiros e suas caronas. Todos sem capacetes. Jovens errantes na capital que é o deleite. No estado que é o deleite. País que afrouxa rédeas para os fora-da-lei. Políticos ou não. Estou em cima do telhado de uma casa. Uma informante me deu esse endereço como sendo de uma amiga da mulher que procuro. Nada como não ter cansaço ou sono. Eu só finjo que tenho. E vamos nós! Ela está ao telefone. Venta forte aqui. Ela pede orientações sobre empréstimos bancários. Tá na merda. Ouço ela dizer: 7,5% ao mês? Mas é juros de agiota! Desliga. Nervosinha. Sexta-feira, noite gostosa, ela sozinha em casa. Liga para outro banco e depois para um homem que já li a respeito. Um tal de Insone de Prata. Sim, as neuroses humanas, sendo aproveitadas ao máximo. Se for quem eu tô pensando, é um cara que chantageia pessoas. Passou a ouvir conversas de madrugada e a anotar dados. Depois ouviu segredos e fotografou deslizes. Passou a agir assim depois que leu um livro sobre um vilão com comportamento similar. A beira do abismo das gentes. São Paulo, fábrica de loucos. Brasil, Estação Corrupta do metrô do mundo. Aqui, os direitos humanos protegem assassinos. Estes são protegidos também por leis retrógradas. Paíseco bom demais para mentirosos. Baderneiros de ocasião. Lar de fujões de todos os lugares e de todas as causas. A lua continua sumida. O vento dá trégua. Eu quero somente terminar logo aqui, antes que eu caia. Na gargalhada! Meus rejun10


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tes e peças. Minhas baterias e acertos. Alguns utensílios que uso são sul-coreanos. Funcionam bem demais. E amanhã de tarde chega minha nova parceira. Trabalhará, oficialmente, como digitadora. E terá, da mesma forma que eu, uma lista de trabalhos extras. São Paulo é grande demais mesmo para um humanoide como eu. Acostumado com pilantragem em forma de país. A mulher desliga o fone e passeia pela cozinha. E vai ler o horóscopo publicado de manhã. 004 – São sete da manhã na Estação Paulista da Linha Amarela. São Paulo, corrosão de minha vida. Minha terra tem parafusos onde ruge o azul motor. Proliferação de risos no vagão. Conversas sobre votos e a balada da noite anterior. Percebo um homem, ancião, me seguindo desde que cheguei na estação da linha vermelha. Linha 3. Ele está acompanhado de uma adolescente. E um outro homem bem mais jovem parece segui-los. Ela, muito jovem para ser a tal que procuro. Filha? Sobrinha? Prima, irmã? Nem procurarei saber. Minha missão agora é outra. Preciso chegar no local marcado. Pegar as peças de meu maquinário interno. Depois ir receber minha parceira. Uma jovem mulher se maquia ao meu lado. Fico observando a vaidade feminina em tempos pré-caos. Roupa quase toda preta. Deve ter minha altura. 1,80m fácil. Ela nota meu olhar que range. Tênis roxo bonito. Coxas fortes. Toda mulher é bonita até provar o contrário. Até faltar o dinheiro, motivos de tantas guerras, inclusive conjugais, extraconjugais. Por falar em dinheiro, amanhã é dia de votação no país inteiro. Votarei conforme minha falta de humanidade contemporânea. Voto secreto inclusive para humanoides. Se o povo soubesse da importância dos deputados federais e estaduais na organização política, votaria 11


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em palhaços semianalfabetos? Sim! Povo brasileiro é tudo, menos inteligente a esse ponto. Em sua maioria, claro. Um humanoide, amigo meu, quer um sindicato da nossa categoria para votar explosões em Brasília. Acredita o tal, de nome Rax, que a saída para esse, dito país, é a divisão em cinco países unidos à Federação Brasil. Sonhar é bom. Ouço a rádio CBN antes de me encaminhar ao vento. 07:16 da manhã. Primavera com temperatura de outono, vento de inverno e sonho de verão. Humanoides ou não. 005 – São 22:37. Deu tudo certo com as peças de reposição. Obrigado por perguntar. Incrível como os tempos avançam. Minha pele é verdadeira, meu cérebro e o coração também. Os chips e o maquinário revestem partes importantes para ajudar nos impactos. Tudo é caro para os humanoides. Minha nova parceira chegou. Ela já sabe de minha fama antiga e a recente. Disse a ela para forjarmos juntos uma fama futura, já que se preocupam tanto com meus percalços. O que gostei nela é o que me disse a respeito das missões: “Façamos o que tiver que ser feito. Averiguar e dar resultados.” Gostei. Aproveitei e a coloquei a par dos últimos dias. Não fiz relatório. Só quis me precaver para estar apto a interceptar quem procuramos antes que tire os 3 candidatos de circulação. E conseguir descobrir como faz o que tem feito. Se existe algo a respeito de DNA e genética nessa busca dela por corpos e sacio dos mesmos. Existe algum estudo recente sobre líquidos dos corpos ajudar em algo? Suor, saliva, sêmen. Minha parceira disse que os arquivos dela estão mais avançados que os meus. Que os chips em breve terão velocidade dobrada. Armazenamento e execução dos sinais dos satélites. Ela não sabe muito bem o que tenho em mente. E como ela mesmo 12


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disse: “o que importa é o resultado”. Minha fama de tarado interplanetário procede. Por humanoides e humanas. Pedi para testarmos as execuções de atividades físicas ao extremo. Ela pode precisar seduzir algum suspeito ou futuro informante. Passamos duas horas cronometradas nos testes de nossos parafusos. Eu no sofá, inicialmente, com as pernas bem abertas, largado, arreganhado. Ela ora ajoelhada a me olhar fixamente enquanto degustava, ora sentada sobre mim, ou em pé, na pressão dos corpos. O encaixe foi ótimo. Ela suou e xingou. Não precisou pedir. Gosto de pegar forte de vários jeitos. Testar e aprovar, sempre. 006 – O final de semana surpreendeu. O sábado aborreceu, o domingo foi sucateado por lixos e mais lixos nas ruas das eleições. Votei. Minha parceira justificou o voto na mesma escola que fui. Caçamos no sábado à noite. Difícil caçar fora das regras. Sem envolver polícia e órgãos públicos. Delimitamos idades, partidos e saúde dos candidatos. Resultado zero. Nenhum sumiu. E nem pudemos avisá-los. Somos “out of class”, como resmungaria um humanoide amigo meu, residido em Bruxelas. Meu sensor vasculhou edifícios. Os de minha parceira, ruas inteiras. Eis a diferença tecnológica que nos conduz. Mas ela é gente fina. Não é dessas que chega querendo mostrar serviço sendo arrogante. O princípio de tudo é o ajuste inicial da dupla. Começamos bem, no cappuccino, no sofá, no chão e na busca pela sequestradora tarada. Confessei a ela que se enquadrarmos a sequestradora não irei resistir, terei que usar suas qualidades sexuais. Ouvi seu gemido doce perguntando: “Posso ver? Pesquisas científicas da cópula interplanetária”. Respondi que iria pensar a respeito e sorri. Essa é das minhas. Presente do redator (?) e 13


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de meu chefe, Sr. Robenstein. Ele reclamou que escrevi poucos horóscopos, que estou atrasado, que tiveram que repetir alguns de anos atrás. Ou eu caço com qualidade ou escrevo com qualidade. Ele compreendeu minha manifestação e disse que tinha um pequeno trabalho extra pra mim: espancar um cartorário. Recusei-me de pronto. Na verdade, queria que minha parceira o fizesse. Ela não só recusou como disse querer me ver em ação. O chefe só me olhou rindo e girando duas vezes sua cadeira-presidente-importada-vermelha-com-porta-copo. Eu, sempre de bota preta e jeans. Minha parceira de tênis preto, para facilitar a corrida, jeans rasgado, camiseta e jaqueta de couro. Digitadores humanoides conectados de modo tecnológico e febril. 007 – Terça-feira, dia 7. Teremos segundo turno nas eleições presidenciais. Hoje, nenhuma novidade no andamento dos trilhos e dos trens. Estou digitando aqui, desde às oito da matina, horóscopo pra semana inteira. Que beleza! Enquanto isso, em São Paulo, capital, os bancários terminam greve de sete dias. Tem sindicato que mostra sua força. E ainda fizeram prometer repúdio ao assédio moral. Que máximo! Já pratiquei assédio sexual. Consegui convencer meu chefe a abortar a ordem de espancamento do cartorário. Ele disse que pedirá ao envolvido na confusão que ele mesmo suje as mãos na questão. Nada melhor que sujar-se na vingança requerida. Se virar moda, esse país pega fogo. Minha parceira: lembrei-me agora que ainda não contei o nome dela; veio trabalhar hoje muito bem vestida. Perfume italiano, segundo meu sensor. Veio de botinha curta, marrom. Bom gosto. Ela é magra, mas na região da cintura, de repente se forma a tendência física que dá forma ao seu belo bumbum pequeno e 14


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firme. Suas pernas são longas e delineadas. Chamei-a ao corredor e a mandei tirar as botas e as meias. Obedeceu-me. Pés macios e delicados. Unhas pintadas de cor de vinho. Ficou linda a combinação de tom de pele com todo seu conjunto físico e intelectual. Gosto dela, de atitude. Fiquei de conferir se passou hidratante no corpo todo na hora do almoço, no último andar. Ela é durona, mas gosta dessa brincadeira fetichista. Disse que aprenderá muito comigo. Precisamos fazer mais do que os humanos, eles fazem tão pouco. Ela só riu e concordou. Testar limites das peças e parafusos, emendou. Papagaia cibernética linda! Entregou-me dois recortes de jornais. De Belo Horizonte e Sampa. Um mendigo sumiu no sábado e outro no domingo. Apareceram segunda-feira, cada qual na cidade do outro. De banho tomado, falando nada com nada e dizendo terem sido usados sexualmente por mulher deslumbrante. Encarei-a. Rangi olhos. 008 – A paixão cega, não é mesmo? Por aqui onde estou, elevador do trabalho, fim do expediente, colegas de trabalho falam com força e agressividade sobre seus times de futebol, suas escolas de samba e seus programas de televisão preferidos. Querem impressionar Nin, minha parceira. Olham para seu corpo e falam mais alto, dão risada, se tocam rispidamente e indicam onde querem que o outro olhe. Praticamente uma dança do acasalamento, só que estúpida. Ela percebe os arrojos e seus sensores e chips devem estar neste momento conjecturando, analisando, enraizando e dando novas frequências a seu aprendizado sobre estes exemplares da espécie. De tudo que já viu ou presenciou, e mesmo que tenha praticado, nunca diga nunca ao fato de se surpreender com tais tipos. Ela envia uma mensagem intrassensorial para 15


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mim. Somos permitidos até três por dia. Por demandar sobrecarga para o nosso sistema e radiação perigosa aos nossos órgãos humanos. Além disso, a radiação alcança todos os humanos também. Ainda tem mais um detalhe antes que eu esqueça: outro humanoide, contrário aos nossos interesses pode interceptar a frequência e saber que algo se move por ali. A respeito do teor do que enviou Nin: “Com tantas possibilidades de acesso a estilos e tendências, que razão os desencoraja a buscar melhoria em seus modos de operar e interagir?” Seco, respondi em voz alta, não fazendo sentido aos três pulhas: — Merda na cabeça! — Olho para ela. Ela ri. Tudo muito rápido e cortante os afazeres todos nas metrópoles mundiais. Na literatura, em certos blogs e nos rascunhos de alguns pensamentos existe teor, substância, porém, a vestimenta e a maquiagem induzem a ignorâncias de algum tipo, muitas vezes. Quando saímos do edifício em direção da rua onde o mendigo apareceu, Nin estava compenetrada no estudo comportamental de séculos atrás. Conferiu suas baterias, na palma de sua mão, bem cuidada e bela. 009 – Temperatura quente na rua Quintino Bocaiuva. Todos os passos dos que restam nas calçadas sujas da sociedade. Imprensa e polícia. Direitos humanos e sexo sujo na bocarra do dia. Enlameados do que sobrou da máquina que gera espetáculos, políticos ou não. Nin só observa. Sua coleta de dados é interessante. Suas mãos quietas. Seus olhos suecos, pés irlandeses e pernas alemãs. Sua longevidade programada. Seu ardor em desvendar o ser que abocanha lixo e dependência química. O lixo industrial que corrói o planeta. Eu sou um lixo industrial. Refeito pela metade capacitada e articuladora de um engenheiro que visava 16


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reaproveitar matéria inorgânica para lucro diante do início dos fins destes tempos. Sou uma visão do que virá. Criatura que colhe hoje e não planta amanhã. Nin é a segunda evolução desse aspecto. Da Coréia do Sul para todos os lugares possíveis! Não precisamos perguntar nada a ninguém durante o dia. Colhemos informações com gravadores elaborados. Na madrugada, sim, podemos voltar e fazer escoriações e questionários. Entrando rápido e saindo com ou sem capturas. Interessante o caminhar dela sob o sol quente dessa semana, sem previsão de chuva na santa Sabesp de nosso santo banho. O zumzumzum nas ruas indica confusão na entrega da “mercadoria sexual”, conhecida como mendigo paulistano, deixado em BH perto da rodoviária da cidade. O mineiro e seu sotaque na Sampa de todos os sexos e muitas discriminações. Deram banho, comida e uma mulher sedenta a lhe usar por horas. Drogado para suportar as sentadas fortes e durar mais tempo. Ri sem alguns dentes. Foi amarrado. O outro ficou numa sala ao lado da dele. Viu apenas mais uma pessoa junto da tarada sequestradora. Testes pré-caos? Tara pós-industrial? Loucura fetichista bizarra? Nin e sua boca pedindo para me sugar em algum prédio abandonado. (Continua no Volume 2)

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