Arte e cultura parte 1

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIFEOB.

Reinaldo Rehder Benedetti MTB 50.557-SP

1.ed.

981.56:73 MARCONDES, Maria Célia de Campos, 1947- . M272u Arte e cultura em São João da Boa Vista / Maria Célia de Campos Marcondes. -- 1.ed.-- São João da Boa Vista : Unifeob, 2011. 432 p. : il., retrs. ; 30 cm Conteúdo: Artes plásticas (S.J.B.V.) de 1930 a 1982. Vida e obra de José Marcondes – artista plástico. Cinema, dança, escultura. música e teatro. Inclui: Histórico-documental dos artistas sanjoanenses. Bibliografia. 1. São João da Boa Vista (S.P.) - Artes plásticas - História I. Bienais e Exposições Nacionais e Internacionais II. UNIFEOB – (Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos). III. Título.

Carmen Lucia Troiani CRB 2.866/8ª Região


AGRADECIMENTOS

À Professora Carmen Lúcia Troiani – bibliotecária da UNIFEOB, que gentilmente realizou a catalogação do livro.

Aos fotógrafos Alfredo “Fritz” Nagib Filho, Kauê de Oliveira, Sérgio Xavier de Campos e Wenderson Maldonado.

Aos amigos: Sônia Maria Silva Quintaneiro e Antonio “Nino” Barbin pela cordialidade e presteza ao fazerem a revisão. À Neusa Maria Soares de Menezes pelo carinho e solicitude com que realizou a diagramação.

Às minhas afetuosas filhas, Thaís e Amarílis, que pacientemente apoiaram-me neste mister.

À Walkyria, minha querida mãe, que sempre está a me incentivar.



APOIO CULTURAL

ACADEMIA DE LETRAS DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA Presidente Francisco de Assis Carvalho Arten.

DEPARTAMENTO DE CULTURA E TURISMO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA Diretora Sônia Regina Pavani Binatti Peluque e Agente Administrativo Hélio Corrêa Fonseca Filho.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS - UNIFEOB Reitor José Roberto Junqueira.

SOCIEDADE ESPORTIVA SANJOANENSE -SES

Presidente Paulo Roberto Hoffman Silva.



PARCEIROS

Meus agradecimentos aos prezados amigos que viabilizaram a edição deste livro:

Alice Lúcio Merlin e família Ângela Bonfante e Geraldo Afonso Dezena da Silva Celina Maria Bastos Varzin e José Tarcísio Andrade Varzin Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB Claudia Vasconcellos e José Roberto Coimbra Tambasco Dilza Maria Nogueira Lopes e Alexandre Gallo Lopes Família Vanzela – Inês e Carlos Roberto. Fábio e Márcia Cristina Filomena Taramelli dos Santos Cecílio e José dos Santos Cecílio Filho Gyedre Palma Carneiro de Oliveira e Joaquim José Aceturi de Oliveira Helena de Lourdes Coimbra Tambasco e Antonio Tambasco Glória Filho Irmãos Blasi – Fersen, Fred e Willey Irmãos Galvani – Roberto, Rodolfo e Ronaldo José Carlos Colabardini Laert de Lima Teixeira Lenira Alcyone Esteves Silva Luci Aparecida Pereira Salomão e Paulo de Tarso Salomão Luiza Helena Milan Lise Ferreira e João Gilberto da Silva Ferreira Maria Helena Borges Ribeiro e Luiz Augusto Ribeiro - in memoriam Maria Inês de Castro e Assis e Davis Bruscagin de Assis Maria Inês Figueiredo Morandini e Dr. Arlindo Morandini - in memoriam Maria Tereza Cabral Tonizza Peres e Roberto Rossi Peres Marina Scarparo Caldo Cardillo e José Carlos de Paiva Cardillo Nelson Mancini Nicolau - Prefeito Municipal Óliver Simioni Paulo Teixeira – Deputado Federal Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista Raquel De Rosa Ceschin e Orlando Ceschin Filho Ricardo Simon Ciacco Rodrigo Augusto Ribeiro Sandra Regina Junqueira Franco e Mário Teixeira Franco Sergio Luis Caruzo Silvia Maria Souza Gaspar e Nelson R. Gaspar Walkyria Biazotti de Campos



Ao Bruno e Yasmin,

netos preciosos e alegria de meus dias, dedico esta obra.


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ÍNDICE I - INTRODUÇÃO

II-PRIMÓRDIOS DAS ARTES PLÁSTICAS EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA 1- Exposição Coletiva de 1932 2- Os Expositores 3- Pioneiros Eliseu Ferreira Attílio Baldocchi Araújo Lima Luiz Gualberto Alfredo Volpi 4- Passaram-se 50 anos...

III - TRAJETÓRIA DO PINTOR JOSÉ MARCONDES E AS ARTES PLÁSTICAS EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA 1950 / 2010 123456789101112131415-

Marcondes – um visionário. Individuais Coletivas em São João da Boa Vista O Nascer e o Crepúsculo dos Salões de Artes em São João da Boa Vista Bienais em São João da Boa Vista – uma curta realidade Salão Paulista de Belas Artes e os Sanjoanenses Participantes Na Imensidão de São Paulo Novos Trajetos Algumas no Exterior Leilões de Arte Algumas Obras em Acervos Promovendo Talentos Outro Lado do Artista São João da Boa Vista e os Artistas Plásticos Um Pouco de História

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IV - AS ARTES, SÃO JOÃO DA BOA VISTA - DO PASSADO AO PRESENTE 1- Alguma Palavras 2- Orgulhos Maiores.... -São Três as Mulheres: Guiomar Novaes Orides Fontela Patrícia Rehder Galvão – Pagu - Os Homens: Fernando Furlanetto Cláudio Richerme - Uma Família: Assad 456789101112-

Música, Divina Música Dança, Expressão do Ritmo Cinema, A Projeção dos Ídolos Foto, Arte de Fixar o Tempo Rádio e Televisão, Som e Imagem em Comunicação. Literatura, o Universo das Letras Museu, Preservação da História Teatro, Representando as Emoções Theatro Municipal, um Capítulo à Parte

V - MOVIMENTOS ARTÍSTICOS E CULTURAIS 123456789101112-

Sociedade de Cultura Artística Sociedade Cultural de Debates Papyrus Livraria Troféu Lição de Casa Extra Projeto Alpha Oficina Cultural Regional Guiomar Novaes Arquivo Municipal Matildes Lopes Salomão Semana do Artista Sanjoanense Semana Fernando Furlanetto Semana Guiomar Novaes Virada Cultural Paulista Amarte -Associação Amigos da Arte e da Cultura de São João da Boa Vista

13- Jantar Filosófico e Grupo EntreCantos

VI- CONCLUSÃO 12


PREFÁCIO

Maria Célia é uma apaixonada pelas artes e pelo seu companheiro: o pintor José Marcondes. Suas duas paixões

levaram-na a fazer um trabalho de fôlego: o primeiro levantamento sistemático sobre as vidas e as obras dos artistas de São João da Boa Vista.

Não se veja, porém, no livro, uma louvação gratuita. Marcondes tem talento e, além de trabalhador devotado ao

seu ofício, é um batalhador infatigável pela causa dos artistas.

Seus quadros são um registro fiel da paisagem que, de tão bonita, deu nome à cidade.

O livro de Maria Célia traça o perfil das figuras maiores e menores das artes e

da literatura sanjoanenses, todas, contudo, dotadas de valor e merecedoras de atenção pela contribuição dada à cultura da cidade.

É de se notar a variedade dos gêneros culturais em que os artistas e literatos

sanjoanenses estão presentes – indicador seguro de pendor e gosto, bem como das preocupações de seus habitantes pela cultura e pelas necessidades e problemas do país.

O livro de Maria Célia não é para ser lido apenas pelos sanjoanenses, mas por

todos aqueles que, compartilhando essas mesmas preocupações, compreendem a importância da cultura para a construção do país.

Plinio de Arruda Sampaio Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista

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Antonio Candido de Mello e Souza

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APRESENTAÇÃO

Graças à gentileza da estimada amiga Maria Célia, tive o privilégio de poder fazer leitura antecipada deste livro,

mais uma das suas múltiplas realizações.

Não se trata de pesquisa completa, profunda, como ela mesma diz, mas é contribuição de inegável valor para a

memória cultural de São João da Boa Vista.

Num País que não cultiva o hábito de registrar fatos presentes e passados, este livro constitui bem-vinda exce-

ção, fonte de consulta para quem, agora e no futuro, queira se informar sobre artes e artistas sanjoanenses ou tenha a intenção de aprofundar as pesquisas.

É natural que a Maria Célia, pelas ligações afetivas e longa convivência diária, tivesse centrado o foco do trabalho

no José Marcondes. Houve, porém, motivo mais forte ainda. É que, por mais de cinco décadas, ele tem desempenhado papel marcante nas artes plásticas da cidade, não apenas como magistral pintor de nossas paisagens, mas também como incentivador dos mais variados ramos artísticos.

Embora distante de São João, não perdi de vista a trajetória e a evolução artística do José Marcondes, desde

quando a Rosinha e eu dele recebemos, de presente de casamento, um dos seus primeiros quadros – antes do início de sua brilhante carreira. Pude acompanhar de perto, muitos anos depois, as duas exposições que ele fez em Brasília – na Câmara dos Deputados, por ocasião da Constituinte, e na sede do Tribunal Superior do Trabalho – e testemunhar o sucesso alcançado por seus quadros.

A Maria Célia nos leva também, pelas páginas deste livro, a fazer interessan-

te excursão pelas diversas artes e artistas sanjoanenses. Ainda que com pinceladas rápidas – já que falávamos de quadros –, ela passa pela música (Guiomar Novaes, Richerme e família Assad), pela literatura (Orides Fontela e Pagu), pela escultura (Furlanetto), pela pintura (vários artistas) e por outros meios de expressão artística. A ela, pois, os parabéns pela louvável iniciativa. Ary Ribeiro Jornalista e Advogado Brasília-DF, março de 2011

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INTRODUÇÃO Tempo e atemporalidade

Existo no tempo que me pulveriza, fragmenta-me. Recomponho, nesta dissolução, o mundo objetivo. Sou criatura.

Na atemporalidade unifico-me, integro-me. Engendro a subjetividade, que me constitui. Sou criador.

Maria Célia de Campos Marcondes

A ideia primeira deste trabalho foi dar um sentido, um destino ao vasto material sobre artes plásticas que José Marcondes veio acumulando e vivendo pela vida afora. Partiu-se do pressuposto que eles deveriam ser considerados, para que não se constituíssem, simplesmente, num amontoado de dados dispersos, que acabariam sendo destruídos e perdidos. Seria, pois, a história artística de José Marcondes, mas logo de início viu-se a grande dificuldade em levar adiante apenas esta variável, pois sua vida estava intrinsecamente unida não apenas à história do mundo pictórico, mas também às outras artes dentro de nossa cidade. Ligada, ainda, a uma dimensão maior, a das artes plásticas, pelo menos, no espaço estadual. Partiu-se, pois, para a elaboração de algo mais abrangente e com implicações maiores, transformando-se numa audaz tentativa de compilar não só a história das artes plásticas, mas também das artes em geral e da vida cultural em nossa cidade, isto dentro do contexto que surgiu com a pergunta: “São João da Boa Vista é uma cidade artística e cultural?” Ou refazendo a questão: “São João é terra de artistas?” “Ela tem um diferencial artístico-cultural?” “Existe nela uma vibração artística, um pulsar da arte, que não se contém e rompe-se em realizações?” Estes são questionamentos que se observam em vários segmentos de nossa sociedade, que rondam várias pessoas. Era necessário, no entanto, fazer um recorte histórico, uma limitação no tema e no tempo a serem considerados, realizar uma busca na distância do espaço e do tempo. Destarte, a linha que conduziu a elaboração do trabalho foram as artes plásticas que ficaram delimitadas praticamente à pintura. O período pesquisado, dentro dessa arte, foi da década de 1920 a 2010 e o espaço, São João da Boa Vista. Houve, no entanto, momentos em que se tornou necessário distanciar-se de nossa cidade para poder situá-la, num contexto maior, dentro das artes plásticas. Foi realizado ainda um pequeno “passeio” pelas outras artes e pela vida cultural de nossa terra durante todo século XX, até a primeira década deste século. No conjunto, são lembranças de acontecimentos, sementes de história que relembradas não correm o risco de ficarem perdidas nas trevas do tempo. Desse modo, o texto final tentou fornecer alguns elementos para responder à questão levantada, baseando-se em documentos, conversas, fotos, memórias. Foi resultado de uma tarefa ingente, visto que a trajetória percorrida ao longo de praticamente onze décadas, defrontou-se com múltiplas e diferentes categorias de obstáculos, inclusive lacuna nos documentos.

Maria Isabel Pereira levanta estas questões em “O Município”- 23/06/2004, p.3. Paulo Souto Mayor no “Correio”, 02/09/2006. Neusa Menezes no “Edição Extra” de 18 de novembro de 2007. Já Jonathas Mattos Jr. em seu livro “Ensaio Historiográfico Teatro Municipal e (...)”, de maneira implícita, também traz este questionamento.

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É claro que este escrito tendo, pois, como diretriz as artes plásticas de São João da Boa Vista, mais especificamente a pintura, não possui a pretensão de ter um caráter científico, nem o rigor das produções acadêmicas, tanto no desenvolvimento do tema como na procura de pontos diversos dessa história; é apenas um detalhe na vida sanjoanense, uma faceta que se busca retratar, fornecendo uma linha do tempo a essa arte, sendo que, realizá-lo constituiu um aconchego no seio intra-histórico, o repouso na rotina do cotidiano comunal. Dessa forma, procurou-se o passado, olhou-se o presente, pensando-se lançar sementes de futuro, objetivouse fazer com que uma pequenina parte da história de nossa cidade não fosse olvidada, acreditando que o espírito das histórias não pode morrer. Não se trata, como dito anteriormente, de uma história final, completa, de um assunto esgotado pela historiografia da arte sanjoanense, mas de um apanhado de elementos e dados que poderão ajudar outros pesquisadores; que possibilitarão um estudo mais abrangente com variáveis novas, aqui não relacionadas e que darão algum subsídio que não se quer definitivo, completo e nem sem erros, os quais se esperam sejam poucos e não substanciais. Como todo texto memorialístico é cheio de lembranças e expectativas, “uma viagem sem rumo certo, mas que passeia pelos meandros da alma contaminada pelas muitas histórias vividas”. Expectativas e lembranças, inclusive para mim que, há dez lustros, vivo, convivo e vivencio a vida com Marcondes, havendo, pois uma ligação pessoal, emocional, muitos laços afetivos envolvidos. A maior parte de minha vida tive as artes plásticas, principalmente da cidade, intimamente ligadas ao meu cotidiano. Ela, em nossa casa, era considerada como um parente vivo, próximo e querido. E, dessa maneira, fui, aos poucos, conhecendo, vivenciando e, porque não, até mesmo, ajudando a construir a história dessa arte, em São João da Boa Vista. Sou, ainda, ligada com paixão à literatura e à história, e assim como um amigo próximo chama sempre outro amigo, também, uma determinada arte chama outra arte e elas vêm umas com as outras, e acabei interagindo com a pintura o que alentou meu espírito, tornou presente a serenidade. No entanto, ao fazer este escrito, mais do que nunca a afirmação “O tempo, esse peregrino” pareceu-me verdadeira. A noção do tempo e seu passar, estiveram sempre, incrível e insistentemente presentes! É certo que faz parte de meu filosofar essa inquietação com o tempo, essa preocupação com a incapacidade de conhecer seu âmago, seus trâmites, sua verdadeira natureza, mas a elaboração desta monografia trouxe todas estas indagações de maneira tão candente, latente e forte, que ficaram mais prementes os questionamentos, para os quais não encontro resposta. Intrigou-me estar escrevendo sobre um tempo pretérito, uma época que já foi concreta, vivenciada inteiramente por seus personagens e agora era apenas uma história a ser contada. No entanto, foram vidas vivas, vividas, que se transmudaram em meras memórias, testemunhos, histórias a serem rememoradas. Pareceu-me tudo tão mais intensamente abstrato! Dessa maneira, neste trabalho, vi o tempo desfilar, desfiar, destecer sua trama. Ele retornava perante meus olhos: eram lugares, eventos, pessoas, situações, obras de arte. Tudo voltava a existir, tudo retornava, tudo ‘reacontecia’. No entanto, o tempo havia passado, as pessoas haviam morrido, a memória dos acontecimentos estava a diluir-se. Ao chegar à década de 1970, iniciava-se o período em que eu própria havia sido, também, protagonista e ele já era passado. Muitos já haviam nos deixado para sempre, haviam partido; os acontecimentos só existiam nas lembranças e em alguns documentos. Assim, a precariedade da vida e a efemeridade do tempo tornaram-se quase que tangíveis, visíveis, por que não, até, audíveis? Mas, tudo isso é apenas vã filosofia, são apenas “coisas” subjacentes ao “tempo, esse peregrino”. Concluo reafirmando que este texto não pretende ser a narração de uma história encerrada, melancolicamente cumprida de uma vez por todas, mas o histórico preservado somado a horas outras, perenemente construídas, perenemente acontecendo. Mais do que a simples evocação das figuras que aqui viveram é a presença imorredoura dos que ajudaram a fazer nossa história. É uma invocação dos antepassados, é a busca de pretéritos e esquecidos horizontes. É, acima de tudo, indagar pelas possibilidades criadoras da cultura sanjoanense. Maria Célia de Campos Marcondes Verão de 2011 Pereira, Maria Isabel. Jornal “O Município”, 23-6-2004, p 3. Nome do livro de Antônio “Nino” Barbin.

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II PRIMÓRDIOS DAS ARTES PLÁSTICAS EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA

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EXPOSIÇÃO 1932 O que define a obra de um artista não é a mão que a pintou, mas a forma pela qual estrutura suas partes, seus momentos, conferindo-lhe múltiplos sentidos, que vai configurar outros trabalhos seus e de seus discípulos. Uma grande obra é momento de uma linhagem.

José Arthur Giannotti

Uma manhã, Eliseu Ferreira bateu em nosso portão e adentrou em nossas vidas. Vinha cheio de histórias pretéritas, com o coração prenhe de lembranças de tempos vividos. Trazia, para nos ofertar, recordações, causos, acontecimentos. Tudo vivido, tudo presenciado por ele. Eram memórias de sua vida; eram lembranças da pintura daqui e de alhures que se emaranhavam, entrelaçavam e se entreteciam com as de São João da Boa Vista. Juntas, formavam uma parte da história das artes plásticas de nossa cidade. Eram lembranças por demais! Dizem que somos um campo aberto que, de tempo em tempo, necessita de um pousio para que atraiamos, exatamente, as sementes certas. Acredito que éramos esse campo aberto em repouso, e as sementes chegaram numa fria e luminosa manhã de abril de 1982. -Sabem quem sou? Foi perguntando, adentrando pelo ateliê e, ao mesmo tempo, respondendo: -Sou Eliseu Ferreira. E iniciou-se a semeadura. Iniciou-se o resgate. A partir de então, um intenso diálogo travou-se entre nós e durou várias décadas. Eliseu a contar-nos suas histórias cinquentenárias, nós a vivenciá-las em nossa imaginação. Isso nos alegrava e, paulatinamente, as histórias, os causos e seus personagens renasciam e se estendiam por diversas outras relembranças. Nós adorávamos, afagávamos e as sorvíamos delicadamente. Não existe nada que seja por acaso, que não tenha sua razão de ser. Essas lembranças transfiguraram-se em realidade quando, em setembro daquele mesmo ano, aconteceu uma exposição para comemorar o cinquentenário da “Primeira Exposição Coletiva de Pintura” acontecida em São João da Boa Vista. Desde então, a década de 30, com seus pintores, voltou a povoar nossa cidade. Mas, o que acontecia naquela década?

ANTECEDENTES A história, talvez, se inicie na década de 1920, quando João Dutra, (1893/1983) excelente retratista, pintor de paisagens e naturezas mortas, que conquistaria todas as glórias que um artista pode almejar e se tornaria um dos grandes nomes das artes plásticas no Brasil, veio fazer uma exposição em São João da Boa Vista e aqui deixaria algumas obras. Uma delas é o retrato do Padre José Valeriano de Souza, datado de 1922, que se encontra no Museu Pedagógico Armando de Salles Oliveira, e outra é uma paisagem com o Rio Piracicaba, adquirida pelo Capitão José Alexandre de Almeida e que, até hoje, pertence à família. “(...) de 1923 a 1930, 1 João Dutra organizou inúmeras exposições de pintura em cidades de nosso interior, entre as quais podemos citar: Campinas, Araraquara, Piracicaba, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Catanduva (...)”. João Dutra nasceu em Rio Claro/SP, pertenceu a uma família de famosos pintores, que se estabeleceu em Piracicaba/SP. Nessa época, década de 1920, era

Pe. José Valeriano - Obra de João Dutra Foto Fritz

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professor de desenho na famosa Escola Normal de Casa Branca 2 . Participou, inúmeras vezes, do Salão Paulista de Belas Artes e foi premiado nas edições de 1935; 38; 39; 47; 57; 63 e 70; sendo que em 1974, ganhou a Grande Medalha de Ouro, o prêmio maior desse Salão; além da Medalha de Honra, em 1979. Talvez, a exposição de João Dutra, em São João da Boa Vista, tenha sido a primeira mostra individual de artes plásticas da cidade. No entanto, a década decisiva para essa arte, em nossa urbe, será a de 1930. Lembremos, inicialmente, que os primeiros anos da década de 1930 foram marcados pela profunda crise de 1929. Esse fato fazia com que artistas paulistanos sofressem com a falta de serviços e encomendas de quadros. Dessa maneira, os amigos e pintores Orlando Tarquinio, Araújo Lima e Alfredo Volpi decidiram realizar uma exposição coletiva no Rio de Janeiro. 3 Prepararam as obras e, depois de tudo pronto, Volpi resolveu mudar o rumo da exposição. Escolheu Poços de Caldas/MG, cidade que atraía grande leva de turistas à procura de suas águas miraculosas e de seus famosos cassinos, sendo, pois, grande o número de visitantes ricos que a cidade acolhia. Consequentemente, rodava muito dinheiro e tornava-se, assim, um excelente lugar para exposições de obras de arte. De trem, saíram de São Paulo, rumo a essa importante estância hidromineral. A coletiva foi feita no “Cine Rex”, local charmoMargens do Rio Piracicaba - década de 1920 Acervo da Família José Alexandre de Almeida so, freqüentado pela elite e com o glamour e encantamento que o cinema propiciava. O evento teve grande repercussão na cidade, mas não venderam nada. Foi um completo fiasco econômico. Como Poços de Caldas era uma cidade com custo de vida muito caro, e, não querendo se dar por vencidos, vieram para São João da Boa Vista. Aqui, Volpi residiu por alguns meses e inebriado pelas belezas naturais da “Cidade dos Crepúsculos Maravilhosos”, o pintor encontrou inspiração para algumas de suas obras. Orlando Tarquinio, 4 depois de apenas algumas semanas em nossa cidade, voltou para São Paulo. Já, Araújo Lima ficou por aqui por mais de 15 anos. Em São João da Boa Vista, um menino pobre, de apenas 10 anos, passou a acompanhar esses pintores. Era ele Eliseu Ferreira que, a partir de então, terá toda sua vida ligada às artes pictóricas. Ficou servindo-os não só como carregador de suas tralhas, mas fazendo-lhes as refeições e tornando-se, ainda, aprendiz das artes plásticas. Contou-nos Eliseu, ainda, que a falta de dinheiro era tão grande que o pó de café, depois de usado, era colocado numa forma, posto no sol para secar e depois reutilizado. Narrou também que se tornou grande amigo de Volpi e, mais tarde, seu compadre. Há um fato curioso que Eliseu Ferreira sempre contava: Nenhum dos expositores vendeu quadros em Poços de Caldas, na exposição no Cine Rex, mas um ricaço de São Paulo gostou muito de uma das obras de Orlando Tarquinio, pediu seu endereço dizendo que iria até seu ateliê, no Bairro do Ipiranga, na capital paulista, para adquiri-la. O artista, não acreditou que isso aconteceria e diante de tantos reveses e dificuldades econômicas, passou tinta branca na obra e pintou uma natureza morta por cima. Por ironia do destino, algum tempo depois, já em São Paulo, o comprador apareceu em seu ateliê, mas não havia mais o quadro, e ele não se interessou por nenhum outro. Tarquinio, a quem a crítica considerava, “um artista integrado a seu meio”, tem ligações com nossa região, pois pintou um afresco na Santa Casa de Mococa e foi muito amigo de Virgínio Bonora, fotógrafo de Santa Cruz das Palmeiras, que tirou a foto deste afresco, foto esta, que se encontra no Museu de Mococa. O consagrado artista campineiro, Aldo Cardarelli frequentou o ateliê de Tarquinio. Na época desses acontecimentos, narrados acima, início da década de 1930, já existia aqui, em São João, um outro artista, Luiz Gualberto, que mantinha um ateliê de pintura, dava aulas particulares de Artes Plásticas e era professor de desenho no Ginásio do Estado. Havia, também, sido aluno do famoso pintor paulistano Campos Ayres. 24


Ainda, nos primeiros anos dessa década, Attílio Baldocchi, veio para São João, primeiro para decorar, com pintura tipo afresco, as salas de algumas mansões, e posteriormente tornou-se professor de desenho do Ginásio do Estado. Diante dos fatos narrados, pode-se dizer que os deuses agiam a favor de nossa terra e ela soube colher os frutos, os bens e por que não dizer a “Fortuna” 5 advindos. Não lhe fechou as portas, talvez soubesse que a “inconstante Fortuna” oferece-se, como um presente, a todo aquele que tiver ousadia para dobrá-la e vencê-la. Assim, “a década de 1930 tornou-se um período áureo para a pintura em nossa cidade, grandes nomes aqui vão viver, fazendo discípulos entre nossos conterrâneos, respirando o ar puro de nossa serra e encontrando inspiração na beleza dos seus crepúsculos maravilhosos, nos casarios e nas águas do Rio Jaguari” 6

A EXPOSIÇÃO Em 1932, o professor Luiz Gualberto fez uma mostra com os trabalhos de seus alunos e, dessa maneira, aconteceu a primeira “Exposição Collectiva de Pintura de São João da Boa Vista”. O convite trazia na capa: “Primeira Exposição Collectiva: dos discípulos do artista-pintor Luiz Gualberto Luiz Gualberto, Artista-Pintor, tem a honra de convidar V. Sª e Exma. Família, para assistirem à primeira exposição de pintura de seus discípulos, aberta das 13 horas às 22 horas, no salão sito à Praça da Matriz, 18. Contando com sua honrosa visita, antecipadamente agradece. São João da Boa Vista, 17 de dezembro de 1932 Tannia Meerson Gilmar P. S. Nóbrega Eliseu Ferreira Diniz Fernando Arrigucci Izauro Bulcão Josué ‘Aldo’ Blasi” Abrindo o convite, havia a relação dos expositores, suas obras e os respectivos valores. Eram 75 quadros a óleo cujos preços variavam de 25$000 a 400$000 réis. No final, havia uma “Observação: Tannia Meerson deixa de expor seus trabalhos, em virtude de se haver ausentado desta cidade.” No catálogo, no entanto, havia seu nome e constavam 15 obras suas, sem o preço. A contra-capa vinha assinada pelos expositores: Gilmar P. S. Nóbrega, Eliseu Ferreira Diniz, Fernando Arrigucci, Isauro Bulcão e Josué “Aldo” Blasi.

Fazenda Paradouro - Obra de Luíz Gualberto -Acervo do Museu Histórico Armando de Salles Oliveira

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O conhecido pintor Araújo Lima foi o padrinho do evento, expondo inclusive algumas obras e prestigiando a mostra; já, o alfaiate Antônio Rizzo foi o mecenas da exposição. O maior número de quadros, vinte e cinco, eram de Fernando Arrigucci, o artista mais novo era o adolescente Eliseu Ferreira. A imprensa se fez presente e nas páginas dos jornais “O Município” e “A Cidade de São João” 7 pôde-se ler sobre Eliseu Ferreira: “Um garoto aproveitável e que bem merece o auxílio de quem possa fazê-lo”. O professor Francisco Paschoal vai afirmar que o “índice” de Eliseu definia e individualizava “esthesias”. Discorria o mestre, ainda, que: “discípulos orientados por um mesmo professor conseguiram, entretanto, fugir da uniformidade técnica, e manter, bem acentuadas, as respectivas personalidades. Cada um seguiu o rumo que a concepção individual do belo lhe traçou na trajetória luminosa da Arte.” 8 Os textos dos jornais faziam, ainda que de maneira incipiente, análise crítica das obras: “Os quadros de Eliseu reproduzem, academicamente, - seguindo as lições de Gualberto, a vida caipira no campo, com seus estereótipos: casinha coberta de sapé, o varal estendido, a mulher tratando das galinhas, o homem arreando o cavalo, estradas da roça e as araucárias da serra poços-caldense direcionadas aos turistas de veraneio. Tem um domínio precoce em pintar o céu nebuloso e crepuscular, e o rio cristalino, numa palheta rica de cores.” Os textos adentrariam também à história quando afirmaram que “certo dia o professor Luiz Gualberto, em companhia de Araújo Lima, ambos secretariados por um velhote simpático – o Pintor da ‘Cultura’ – surgiram nesta cidade, sobraçando um punhado de preciosidades. Os dois pintores, que toda São João conhece e admira, expuseram na antiga sala de audições da Sociedade de Cultura Artística. Gente que gosta da arte espiou, curiosa, as telas e apertou as mãos dos artistas. Luiz Gualberto achou a cidade bonita e ficou por aqui. Araújo Lima também. Luiz Gualberto foi Luiz Gualberto e o mecenas Antônio Rizzo para o Ginásio local ensinar desenho à mocidade estudiosa. Araújo Lima ficou pintando outros quadros, inteiramente devotado à sua arte. Gualberto pôs anúncio no jornal: aceitava discípulos de pintura. Apareceram candidatos. E estudaram, e trabalharam silenciosamente, isoladamente, no recesso aquietado dos “studios”, no interior calmo do ateliê. E ontem, assim meio de surpresa, Luiz Gualberto convidou a imprensa para ver o que seus alunos já haviam feito. E a imprensa foi. E ficou de boca aberta! Sim, senhores, de boca aberta, apesar de, nos tempos atuais, ser impelida de mantê-las mais ou menos encerrada ...9 Quem entra, desprevenidamente, no Salão do prédio nº 18 da Praça da Matriz- esquina da Quintino Bocaiúva,10 onde se está realizando a exposição, sente-se logo empolgado por uma impressão agradabilíssima. Aquele conjunto de telas - e são para mais de setenta- causa-lhe essa deliciosa sensação que só a arte, nas suas manifestações mais puras ou mais felizes, é capaz de despertar. (...) E é assim que Gilmar, Eliseu, Fernando Arrigucci, Isauro e Aldo se apresentam a seus conterrâneos.” Dessa maneira, aconteceu, em 1932, a 1ª Exposição Coletiva de Pintura de São João da Boa Vista e torna-se importante ressaltar o pioneirismo da cidade, já que o famoso Salão Paulista de Belas Artes, de referência nacional, só irá acontecer a partir de 1934. Mas... quem eram os alunos de Luiz Gualberto? 26


Notas Referenciais EXPOSIÇÃO 1932 1 -Velloso, Carlos A. F. Os Artistas Dutra, oito gerações. São Paulo: Imprensa Oficial, 2000, p. 72. 2- João Horta “Tinhão” Noronha, dentista sanjoanense, foi aluno de João Dutra, quando estudante do curso ginasial, na Escola Tomás de Carvalho, em Casa Branca/SP. 3- Em 1928, Gonçalo de Athayde organizou uma exposição em Ribeirão Preto/SP com obras de Alfredo Volpi, Attílio Baldocchi, Orlando Tarquinio, João del Nero, Vicente Iarocca entre outros. 4- Orlando Tarquinio recebeu a pequena Medalha de Ouro no XVIII Salão Paulista de Belas Artes, em 1953. 5 - Fortuna é aqui tratada como conjunto de circunstâncias externas que age sobre nós e determina nossa vontade e ação. 6- Finazzi, Ana Lúcia. Jornal “O Município”, 1/5/1993, p.3. 7 - Jornal “A Cidade de São João”, 18 de dezembro de 1932. 8 - Lorette, Antonio C. R. Jornal “A Cidade de São João” – “Contra-Regra Nett”, 23 de setembro de 2000, p. 4. Reedição da notícia publicada em “A Cidade de São João” em 18/12/1932, p. 6. 9- Refere-se ele à censura da “Era Vargas”. 10- Hoje, Rua Guiomar Novaes.

Cartão de visita de Araújo Lima

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ERAM ELES...

Os alunos expositores eram:

GILMAR NÓBREGA São Paulo - 1919 São Paulo - 1968

Gilmar Paulo Nóbrega era filho de Gilberto Nóbrega,1 que foi gerente do Banco do Brasil em São João da Boa Vista de 1927 a 1934. Na década de 30, foi aluno de Luiz Gualberto e Araújo Lima e, ainda adolescente, participou da Exposição, com 18 quadros. Sobre sua participação, a imprensa publicou: 2“(...) contorno geográfico do mapa de São Paulo, com as cores paulistas. De um lado (...) a figura majestosa do Bandeirante, na continuação de sua finalidade histórica, de desbravador do sertão e de semeador de cidades, de outro lado o descendente do impávido varão, fuzil em punho, imponente na sua indumentária guerreira. Fincada no solo paulista, e desfraldada para além de seus limites, a bandeira nacional e auriverde pendão cingindo, num abraço fraternal, todo o Brasil”. E a legenda “Hoje, amanhã e sempre, tudo por São Paulo, tudo pelo Brasil! É uma alegoria de Gilmar Nóbrega, de um colorido fino, de uma concepção feliz”.

IZAURO BULCÃO

São José do Rio Pardo/SP,11 de dezembro de 1899 São Paulo, 23 de fevereiro de 1978 Vindo de São José do Rio Pardo, morou em São João da Boa Vista de 1926 a 1947. Aqui se estabeleceu como comerciante, proprietário da “Casa Bulcão - Papelaria com novidades e miudezas”, localizada na Rua Getúlio Vargas, 51. Era uma loja especializada em artigos escolares, livros, brinquedos, artigos e instrumentos musicais. Por ser excelente violinista, o senhor Joaquim de Souza, 3 locador do Theatro Municipal, convidou-o, logo que ele aqui chegou, para participar, como primeiro violino, da orquestra que tocava no “Theatro Municipal-Cine Variedade, Bar e Rotisseria”. Isso em tempos de cinema mudo. Paralelamente, ministrava aulas de violino, tendo sido seus alunos, entre outros: Olímpia “Ziza” Andrade, Olavo Silveira, Carlos Reis e José Almeida Carvalho. Trabalhava em conjunto com a pianista e professora de piano Alzira Kiellander. Izauro Bulcão foi casado com a professora Alice Nascimento Bulcão que, por algum tempo, assumiu a direção do Grupo Escolar Cel. Joaquim José. Tiveram uma única filha, de nome Ruth, falecida em 2010. Além da música, era aficionado pelas artes plásticas, dessa maneira foi estudar pintura com Luiz Gualberto e participou, com sete quadros, da “1ª Exposição Colectiva”. A imprensa assim se manifestou: 4“Artista do som, é agora também artista da cor. Seus quadros ‘Tardes Sertanejas’ e ‘Águas Mansas’ são índices expressivos da sensibilidade artística de Bulcão. Na angústia crepuscular da tarde sertaneja e das quietudes das águas mansas percebe-se diluída, nas cambiantes das cores, a alma inteira de seu autor.” Ao transferir residência para São Paulo, continuou dedicando-se à música e, através de concurso, foi aprovado para integrar a “Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo”, chegando a primeiro violino -“spala” . Entre muitas récitas das quais participou, consta da temporada de 1966, no próprio Theatro da capital paulista, tendo como maestro Leon Kaniefky e com solo de piano Fritz Jank. Estava presente, em uma das apresentações, o prefeito Faria Lima.

JOSUÉ “ALDO” BLASI

São João da Boa Vista - 10 de agosto de 1905 São João da Boa Vista - 13 de julho de 1978 Casado com D. Maria Rosa “Ica” Arrigucci Blasi, tiveram cinco filhos: Magali, Nilde, Fred, Fersen e Willye. Era comerciante, proprietário da conhecida “Casa Blasi” localizada na Praça Roque Fiori, pessoa muito inteligente e habilidosa, gostava de desenho, pintura, além de música clássica e ópera. 28


Pintou muito com Araújo Lima, Luiz Gualberto de quem foi aluno e com Attílio Baldocchi, de quem vai se tornar compadre. Colaborava com seus colegas com tintas, pincéis, telas, além de adquirir muitos dos seus quadros. Era um verdadeiro mecenas, um dos grandes mecenas de São João. A seu respeito a imprensa escreveu: 5 “Arte curiosa a de Josué “Aldo” Blasi. Sem contrastes fortes, sem emoções perigosas. Calma, tranqüila, delatando um espírito devotado à contemplação e ao êxtase de prolongados recolhimentos espirituais. Minucioso nas particularidades técnicas as telas transmitem a generosidade de sua alma (...)”. Foi homenageado em 1980, na “IV Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”.

FERNANDO ARRIGUCCI

São João da Boa Vista - 26 de maio de 1904 São João da Boa Vista - 30 de março de 1970 “A pintura são notas musicais transformadas em cores”.

Fernando Arrigucci

Fernando Arrigucci 6 estudou o curso primário na Escola do profº. Oscar Janson e no Grupo Escolar Joaquim José. Era um artista completo, pois além de pintor, também foi músico, poeta, trovador e contista. Sua vocação para a música revelou-se quando ainda menino e estudante de música com o famoso maestro Joaquim Lourenço de Azevedo Filho. Vai se tornar um exímio clarinetista na banda Santa Cecília, além de professor particular. Montou a “Orquestra Arrigucci”, com a qual tocou em muitos carnavais e bailes; fazia os arranjos musicais e escrevia a partitura para todos os instrumentos. Ainda como músico, compôs inúmeras valsas, choros, maxixes, dobrados, marchas, muitas executadas, até hoje, pela Banda Musical Dona Gabriela, como: “Nove de Julho”, “Bagunça”, “Fernando” “Alma de Artista”, esta última revelando que não puderam roubar-lhe a alma voltada para as artes. Sua paixão pela música fez com que traduzisse do italiano, livros sobre harmonia musical. Seu lado pintor ganhou força com as aulas do primeiro professor de desenho de São João da Boa Vista, Luiz Gualberto. Em pouco tempo, junto com seu Fernando Arrigucci e Araújo Lima - Pintores da década de 1930. cunhado Josué “Aldo” Blasi, integrou-se ao grupo de jovens pintores que saíam a campo, munidos de telas, tintas e talento. A fértil e apaixonante atividade pictórica do grupo, comandada por Gualberto, resultou na famosa exposição de 1932. Assim se manifestou a imprensa a seu respeito: 7 “Temperamento delicado de artista escolheu para expor um 29


gênero difícil de pintura. As suas cópias “Marabá” e o “Filósofo” de Batista da Costa revelam a sua profunda sensibilidade e “Moema” de Victor Meirelles, a confirma. “Reflexos” e “Barranco ao Sol” são expressões novas da sua capacidade emocional. Lindos!” Como exímio desenhista, ilustrou livros de autoria do Dr. Paulo Emílio de Oliveira e Dr. Raul de Azevedo, além de um diário da escritora Maria Leonor Alvarez Silva. Transitava ainda pela literatura e sua inspiração poética produziu contos e poemas. Tinha conhecimentos em taquigrafia, em código Morse, na língua Esperanto. Era professor de caligrafia na Escola de Comércio Municipal, dominando completamente as letras Góticas e Ronde, era ainda funcionário público do Centro de Saúde, além de hipnotizador, ajudando médicos e dentistas. Em 1969, Fernando Arrigucci participou do “I Salão de Artes de São João da Boa Vista – I SA-SAN”. Recebeu homenagem póstuma no “II Salão de Arte Sanjoanense –II SA-SAN” em 1971 e na “III Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”, em 1979. O Museu Histórico e Geográfico Dr. Armando de Salles Oliveira, possui obras de sua autoria. Uma grande homenagem que o poder público municipal prestou-lhe, em 1989, foi dar seu nome ao Espaço Cultural Municipal. Foi casado com Dona Ida Ignês Piagentini Arrigucci com quem teve cinco filhos: Ermelindo Adolfo, falecido precocemente; Ermelindo, médico; Ivone, professora; Tabajara, bancário e Neyde, professora. Seus filhos herdaram o talento do pai em pintura e desenho, sendo que Neyde e Tabajara são artistas plásticos atuantes e com grande produção. Há uma crítica à pintura de Fernando Arrigucci, escrita por Lorette, da qual trechos merecem ser reproduzidos: “Na primeira fase, Arrigucci explorou o seu lado aprendiz, absorvendo as lições impressionistas de seus mestres companheiros Luiz Gualberto, Araújo Lima e Attílio Baldocchi. São figuras rápidas, fixando as cores filtradas pela luz da manhã ou da tarde. São pequenos quadros, registrando as imagens, sem pré-ensaios, da periferia rarefeita da cidade. Nos anos 40, Arrigucci pesquisou a predominância das cores e as pinceladas. O amarelo predomina o campo, com o verde da vegetação, em mescla. O azul da sombra se acinzentando, tudo em pinceladas tracejadas, preenchendo, construtivamente, os vazios do suporte. O resultado é original, o que transforma a paisagem em uma massa iluminada pelo amarelo. Na transição dos anos 40 e 50, destacam-se as suas naturezas mortas. É uma produção de ateliê, (...) quando Arrigucci abria as janelas e deixava a luz entrar. Ela dava forma aos objetos, às frutas, mas o que ele buscava era a transparência. Nada melhor que o vidro. (...). Copos, moringas, garrafas ‘roubam a cena’, com seus contornos em branco puro. Arrigucci chegou a pintar naturezas mortas somente agrupando objetos de cristal. Até os óculos do auto-retrato querem dizer a sua preferência; há um foco cubista nesse quadro; o olho direito claramente exposto e o esquerdo velado pelos reflexos difusos da luz sobre a lente.”

HUGO ANDRADE Era sanjoanense, pintor e literato, foi, junto com Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” e Gilberto Nóbrega, um dos fundadores da Sociedade de Cultura Artística de São João da Boa Vista. Funcionário do Banco do Brasil e pintor diletante, foi aluno de Luiz Gualberto, porém não participou da 1ª “Colectiva”.

TÂNIA MEERSON Não foram encontrados dados sobre essa artista, mas, nos depoimentos de Eliseu Ferreira, ela era ativa partcipante.

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Notas Referenciais ERAM ELES...

1- Gilberto Nóbrega foi um dos fundadores da “Sociedade de Cultura Artística” e seu primeiro presidente. 2- Jornal “A Cidade de São João”, 18 de dezembro de 1932. 3- Joaquim de Souza era pai de Filhinha de Souza Marcondes, uma das primeiras organistas do coro da Matriz São João Batista, de São João da Boa Vista. 4- Jornal “A Cidade de São João”, 18/12/1932. 5- Idem. 6- Vieira, Clóvis. “O centenário de um artista sanjoanense”, jornal “O Município” - História; 29 de maio de 2004, - Finazzi, Ana Lúcia. “Fernando Arrigucci”, jornal “O Município”, Caderno Vi...Vendo, 7 de outubro de 1995, p.1, - Lorette, Antônio Carlos. “Fernando Arrigucci - Luz e Reflexo. Conversa com os familiares”. Caderno Vi...Vendo, jornal “O Município”, 07 de outubro de 1995, p. 5. 7- Jornal “A Cidade de São João” 18/12/1932.

Josué “Aldo” Blasi - 1925 Acervo da Willey Blasi

Trecho do Rio Jaguari - Obra de Fernando Arrigucci - 1940

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OS PIONEIROS São João da Boa Vista, neste início da década de 1930, além dos alunos e muitos diletantes da pintura, possuía também vários e bons artistas plásticos.

ELISEU FERREIRA DINIZ

São João da Boa Vista - 14 de janeiro de 1919 Mogi-Mirim/SP - 8 de setembro de 2000 “Fui o primeiro pintor de São João, mas não o melhor artista.”

Eliseu Ferreira Eliseu era um menino muito pobre que, aos dez/onze anos, começou a trabalhar no ateliê dos artistas Luiz Gualberto, Araújo Lima e Alfredo Volpi, que haviam se instalado em São João; fazia-lhes café, limpava os pincéis, carregava suas tralhas de pintura, observa-os na criação de suas obras, e, dessa maneira, seu interesse pelas artes pictóricas não tardou a aparecer. Logo eles tornaram-se seus mestres, amigos e protetores; aprendia rapidamente e passou a morar com eles. Seu grande mestre, no entanto, foi Araújo Lima, mas seu interesse pela pintura, sempre muito acentuado, fez com que continuasse a manter contato com todos eles, mesmo após terem-se mudado de São João da Boa Vista: Luiz Gualberto, para Poços de Caldas, Alfredo Volpi, para São Paulo e Araújo Lima, para o Rio de Janeiro. Através desses seus amigos pintores veio a conhecer Campos Ayres, que também será seu professor. “Com Araújo Lima, aprendeu a pintar florestas e árvores com flores. Com o Prof. Luiz Gualberto, caminhos, estradas, barrancos e casas. Com Campos Ayres, a mansidão de rios e vales. Desse aprendizado, conservou a técnica Casa Pequenina - Obra de Eliseu Ferreira - influência do Mestre Luiz Gualberto de pinceladas leves, finas e definidas de Campos Ayres que enobrecem seu trabalho até hoje.” Orientado pelo professor Luiz Gualberto, e com o apoio de Campos Ayres e Araújo Lima, participou da “Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista”, com 16 telas. Foi um sucesso, vendeu todas. As páginas do jornal O Município , da época, dizem que Eliseu Ferreira era “um garoto aproveitável e que bem merece o auxílio de quem possa fazê-lo.” Segundo Francisco Paschoal, o “índice” de Eliseu definia e individualizava “esthesias”. Morte noticiada no artigo “Morre o Último dos Pintores Pioneiros” no Jornal “A Cidade de São João”, 9 de setembro de 2000, p. 7. Lorette, Antonio Carlos. Jornal “A Cidade de São João”, 23 de setembro de 2000- Contra-Regra-Nett p. 4, reproduz algumas notícias daquele evento, que são aqui transcritas.

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O jornal noticiou ainda que “O sucesso da exposição de 32 foi repetido na exposição “Reminiscências” inaugurada a 17 de junho de 1933, organizada por Araújo Lima e seu aprendiz Eliseu Ferreira com cerca de 80 quadros, no mesmo espaço na esquina da Rua Quintino Bocaiúva, Praça João Pessoa, 18 – antiga sede da Associação dos Legionários. Essa exposição foi a demonstração do carinho de Eliseu e a personificação de seus mestres”. Ainda, segundo os jornais da época: “Eliseu, recém egresso do bando dos “mamadeiras”, já tem, não obstante, expressão artística, e nos seus quadros já se entrevêem as linhas gerais da sua sensibilidade e de sua técnica.” Do mestre impressionista, Araújo Lima, Eliseu aprendeu a soltar as pinceladas e tirar proveito das cores adversas para tratar das sombras, luminosidades e reflexos”. Mas, a vida em São João da Boa Vista, pouco podia oferecer a um menino pobre. Desta maneira, em 1938, entrou para o exército e seguiu carreira chegando a Sargento; ali fez vários desenhos representando as tropas. Em 1941, casou-se com Helena Mantovani com quem teve quatro filhos: Edemil, Ediane, Edna e Edgard. O casal foi morar em Campinas, passando ele a trabalhar na Companhia Telefônica. Em 1942, veio para Mogi-Mirim, onde ficou até 1949. Realizou algumas pinturas e passou a se dedicar ao comércio. Distanciou-se, ainda mais, da pintura devido à necessidade de sobrevivência e da dificuldade de viver da sua arte. No entanto, nunca se afastou completamente dela e sempre manteve contato com os pintores. Sua amizade com Alfredo Volpi, por exemplo, perpetuou-se por toda vida. Tornou-se seu compadre, participando da intimidade desse artista que dizia relacionar-se com poucas pessoas, tendo sido, inclusive, presenteado, com várias telas e gravuras do grande mestre. Em 1949, voltou com a família para Campinas, onde se estabeleceu por dois anos. Em 1951, mudou-se para Araras, e ali, no final dos anos 60, ele retomou a sua pintura. Nessa cidade realizou uma de suas obras primas “O Parque de Araras”, uma tela de grandes dimensões. Em 1967, ele e a família mudaram-se para Santos. Em 1974, na gestão de Blota Júnior como Secretário de Estado de Cultura de São Paulo, foi convidado a participar da comissão de artistas plásticos incumbidos de restaurar as obras de Cândido Portinari, que se encontravam no Museu da Cidade de Brodowiski/SP. No começo da década de 80, instalou-se definitivamente em Mogi Mirim e voltou a trabalhar intensamente com a pintura, sendo que a maior parte de suas obras Eliseu Ferreira - Acervo da Família concentra-se nesse período. Na análise de Lorette, “sua pintura continuou a recordar as lições do mestre Gualberto, com as paisagens de seu imaginário rural e estradas tortuosas, atravessando matas de belíssimo verdes e azuis”. Em 1982, junto com Attílio Baldocchi foi homenageado nas comemorações do Cinqüentenário da “1ª Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista”. Os dois eram os únicos remanescentes daquela época. Em 1984, expôs no “Espaço Cultural Banespa” em Mogi Mirim. A partir de 1986, passou a pintar e a expor com mais frequência e com muito destaque. Em 1991, participou da coletiva na “Galeria Arte e Espaço” de Araçatuba/SP. Em 1995, realizou uma exposição no “Espaço Ouro” do Banco do Brasil, em Mogi Mirim. Ainda em 1995, é homenageado no XIX Salão Sanjoanense de Artes Plásticas de São João da Boa Vista. Em 1997, a Papyrus Livraria homenageou-o, com uma individual, quando da inauguração do “Café Literário”. A cidade de Mogi Mirim, em abril de 2000, prestou uma homenagem ao querido artista. As organizadoras do evento, Caru Duprat e Márcia Gebara, deixaram escrito, no catálogo, a mensagem: 33


Praça Joaquim José com Theatro Municipal e a casa do Dr. Boa Vista - década de 1930 - Obra de Eliseu Ferreira - Acervo JMarcondes

“Conhecer Eliseu Ferreira é entrar em contato com a ‘sensibilidade’; seus quadros revelam sua trajetória, seu percurso pelas cidades paulistas. Ele diz que sua pintura é ‘clássica retratada’, como um documento, ‘um registro de uma coisa que já passou, um registro da história’. Porém, é muito mais do que isso, para um documento bastaria uma foto e, nas suas pinturas, encontramos o espírito do artista, um olhar sensível e uma mão adestrada que domina a harmonia das cores e se expressa nas pinceladas. Sua formação foi ‘acadêmica’, mas sua atitude perante a natureza é impressionista, ele pinta ao ar livre, ‘ao natural’, ‘não consigo trabalhar em locais fechados, gosto de estar em contato com aquilo que estou fazendo, percebendo todos os detalhes’, ele afirma. Para pintar o ‘Parque de Araras’ (1964), uma tela de 3 metros, ele a carregou no braço, e também mais dois cavaletes para sustentá-la e sua caixa de pintura. Posicionou-se diante da paisagem (...) e o que vemos é o parque (...) muito além de sua aparência. De atitude impressionista e com uma expressão essencialmente romântica, ‘uma perfeita comunhão entre os seus sentimentos e a natureza’, ele se emociona ao rever seus quadros e lembrar dos lugares que passou, e é essa mesma emoção que chega até nós através de suas pinturas, a emoção que sentiu ao pintá-las, que está em seus matizes e em suas pinceladas, nos dias de sol, nos dias de chuva, nas árvores floridas e nos caminhos, muitos caminhos, que nos levam a entrar em seus quadros e percorrer os mesmos lugares, podendo sentir a emoção do momento da criação. Outro traço de Eliseu e de sua pintura é a simplicidade, ‘é fácil pintar’, porque para ele é fácil se expressar, ele está consigo, assim como está com a natureza e, por não ter barreiras quando se coloca diante dela, em pouco tempo ele realiza uma pintura, que muitos demorariam uma eternidade. Conhecer Eliseu Ferreira e sua pintura é enriquecer a nossa alma.” Foi, ainda, jurado, por muitos anos, dos salões de Artes de São João da Boa Vista, de Mogi Mirim e de outras 34


cidades. Participou também de coletivas com pintores que hoje são reconhecidos mestres da pintura brasileira, como: Attílio Baldocchi, Clóvis Graciano, Durval Pereira, Alfredo Volpi, Nicola Petti, Aldo Cardarelli e outros.

Crepúsculo - Obra de Eliseu Ferreira Influência de Araújo Lima

Era um apaixonado colecionador das obras da primeira fase de seu compadre Volpi. Foi muito procurado para reconhecer e autenticar pinturas não assinadas de seus mestres Araújo Lima e Luiz Gualberto, e até mesmo de Volpi. Durante toda sua vida, manteve contato, tanto com seus primeiros mestres: Luiz Gualberto, Araújo Lima, Volpi, Atílio Baldocchi, Orlando Tarquinio, Campos Ayres, como também com os artistas que veio conhecendo pela vida. Assim, nunca se distanciou de Thomaz Perina, Aldo Cardarelli, José Marcondes, Ronaldo Noronha, Aldo Stoppa e de sua sobrinha Cecília Masson, entre muitos outros.

Caminho - Última obra de Eliseu Ferreira - participou da 2a. Bienal de São João da Boa Vista

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Eliseu Ferreira teve contato também com Mário de Andrade, que lhe dedicou uma poesia, a qual consta num folheto, pertencente ao acervo do artista plástico:

Eliseu Ferreira na década de 1990

PINTOR SANJOANENSE Mário de Andrade a Eliseu Ferreira

Eliseu Ferreira na Papyrus Livraria - década de 1990

Este menino prodígio É artista de verdade Pintor exímio e de pulso Apesar de pouca idade. Tem alma cheia de encanto Tão cheia de claridade, Que parece um diamante No custo e na raridade. O nosso amigo Limote Seu guia, pai e amigo Deve orgulhar-se também O amiguinho Eliseu Está preso pelo umbigo Da veia artística. Amém! Eliseu Ferreira com 14 anos Desenho de seu professor Luiz Gualberto Apelido de Araújo Lima.

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ATTÍLIO BALDOCCHI São Paulo - 22 de julho de 1901 São Paulo - 25 de julho de 1984

Attílio Baldocchi 1 fez seus estudos com os mestres César Colassuono, Giorgio Ziliani, Ernesto Friolli, Aladino Divani, além de Benjamim Parlagreco. Em 1928, Gonçalo de Athayde organizou uma exposição de pintura em Ribeirão Preto/SP com obras de Bernardino de Souza Pereira, Alfredo Volpi, José Perissinotto, Ângelo Simeone, Attílio Baldocchi, Orlando Tarquínio e outros. Foi nessa mostra coletiva que Baldocchi exibiu seus trabalhos pela primeira vez. Segundo depoimento de Eliseu Ferreira, Baldocchi veio a São João da Boa Vista, inicialmente em 1931, para decorar a mansão do Sr. Christiano Osório de Oliveira Filho “Bilu”. Aqui, conheceu dois grandes artistas: Araújo Lima, mestre do pincel e o professor Luiz Gualberto, titular da cadeira de desenho do antigo Ginásio do Estado, hoje Instituto de Educação Cel. Christiano Osório de Oliveira. Ainda segundo depoimento de Eliseu Ferreira, depois de terminada a decoração da residência do Sr. Bilu, Attílio Baldocchi regressou a São Paulo, voltando, porém, pouco tempo depois, para decorar a residência do Sr. Francisco Mancini, mas não chegaram a combinar o serviço. No entanto, Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” convidou-o para lecionar desenho no GiAttilio Baldocchi - 1983 násio do Estado, pois o professor Luiz Gualberto estava transferindo-se para Poços de Caldas a fim de lecionar no, então famoso, Colégio Souza Lima. Baldocchi aceitou o convite, aqui se estabeleceu por quase vinte anos e, durante muitos anos, morou na Avenida Tereziano Vallin. Tornou-se um conceituado professor, chegando a catedrático de desenho. Em 1933, realizou, com total sucesso, sua primeira individual na cidade, recebendo apoio de toda sociedade sanjoanense, inclusive de seus amigos Luiz Gualberto e Araújo Lima, segundo ainda depoimento de Eliseu Ferreira. No livro de presença dessa primeira exposição, na página 9, encontra-se o depoimento de Araújo Lima que corrobora a afirmação acima:

Arredores de São João - Igreja do Rosário - Obra de Attilio Baldocchi - Acervo da Família Blasi

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“Ao Mestre, Para o meu amigo artista, Attílio Baldocchi, parabéns e nos meus rachiticos pensamentos, só tenho a dizer o seguinte: és mestre artístico nos effeitos luminosos, chefe nos contrastes, imperador nas pinceladas pousadas com precisão, fazendo brotar na apreciação dos observadores o sentimento do bello. No desenho e colorido uma justa coroa de felicitações completando o meu sincero sentimento sobre as tuas obras de artista que incontestavelmente és.

Assinado: Araújo Lima, 20/09/1933”

Seguem várias assinaturas, inclusive de Palmyro Ferranti, Izauro Bulcão, Oscavo Ferreira de Andrade, Paulo de Andrade Corrêa, Dirce Lansac Palma, Maria Julieta Ferreira, Eunice Azevedo Aguiar, entre outros não identificados pela assinatura. Em 1934, participou do “I Salão Paulista de Belas Artes” , com a obra “Berço da Cidade de São João da Boa Vista”, que ganhou o Prêmio Prefeitura Municipal de São Paulo. Em 1935, realizou sua 2ª Exposição de Pintura. O convite trazia os seguintes dizeres:

Exposição de Pintura DO ARTISTA PINTOR Professor Attílio Baldocchi

Abrindo o convite, lia-se: “Exmo. Snr. Patrocinado pela Sociedade de Cultura Artística, Attílio Baldocchi inaugura amanhã, 20 do corrente, às 16 horas, a sua Exposição de Pintura, instalada na “Casa Avelino Barboza”, à Rua São João, 55. Para esse acto tem a subida honra de convidar V. Exa., cuja presença muito o desvanecerá. São João da Boa Vista, 19 de junho de 1935”

Na ata de abertura do livro de atas da Sociedade de Cultura Artística, p. 11, lia-se: “Em nome da Sociedade de Cultura Artística tenho a honra de abrir esta exposição do artista Attílio Baldocchi. Dizer o que tem ele feito pela arte em São João da Boa Vista é referir aos diversos aspectos da sua acção – como mestre incomparável no ginásio local, incentivador de vocações, companheiro, sempre pronto, para auxiliar todos esforços artísticos em nossa terra. Integrando-se em São João, Baldocchi hoje é nosso conterrâneo pelo amor que tem pela nossa cidade. Artista de verdade, possuindo dom auxiliado por uma técnica sadia, Baldocchi vem elevar, pela sua presença, o nível intelectual da pintura entre nós. A Sociedade de Cultura Artística orgulha-se de ter entre os seus cooperadores a figura relevante de Attílio Baldocchi – que lhe empresta mais brilho. Associamos assim à sua glória os nossos votos de felicidade pelo merecido sucesso desta exposição. São João da Boa Vista, 20 de junho de 1935. 38

Seguido de outras assinaturas: Palmyro Ferranti, Isauro Bulcão e mais duas ilegíveis. Em junho de 1939, realizou sua 3ª Exposição de Pintura.

Assinado: JJOliveira Neto”.


Na capa do Catálogo lia-se: “3ª Exposição de Pintura de ATÍLIO BALDOCCHI – SÃO JOÃO DA BOA VISTA – JUNHO DE 1939” Abrindo-se, lia: “CATÁLOGO DA 3ª EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE ATÍLIO BALDOCCHI”

Em seguida, havia a relação das obras expostas: - “Berço da Cidade de São João da Boa Vista” - Prêmio Prefeitura de São Paulo. - “Marmelos” - Menção Honrosa no Salão Oficial do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Esses dois quadros não estavam à venda. Em seguida, ele enumerava quarenta quadros com os preços que iam de 1$500$ (Hum mil e quinhentos réis) até 60$ 000 (sessenta mil réis). Predominavam as paisagens não só de São João como também de Santos, São Paulo, Águas da Prata, Caldas, Poços de Caldas. Havia também naturezas mortas e marinhas. Este parecer, transcrito abaixo, pela data, deve ter sido escrito no livro de visitas da 3ª exposição de Baldocchi: “Ao grande artista e particular amigo Attílio Baldocchi os meus sinceros parabéns. Baldocchi é apurado e refletido nos seus trabalhos -tem o coração na cabeça e consegue trazer para as telas essa limpidez de caráter que constitui sua personalidade. Não escala o céu pela ‘escada de Jacó’ , mas em trilhos de impecável paralelismo. É um talento pela força de seu caráter másculo e tranqüilo. Nos seus trabalhos percebe-se a alma do artista por detrás de um sonho bom e perfeito. Parece que deseja emendar a natureza naquilo que tem de falhas ou escuro. É paradoxal, mas certo: se Baldocchi fosse filósofo seria um revoltado – como artista faz a filosofia tranqüila de um poeta das cores. Faz bem a sua pintura ainda que essa plenitude que sentimos seja à custa de amarguras recalcadas do artista.

São João da Boa Vista, 29/6/1939 Assinado: Herculano de Almeida”

Há um depoimento do Dr. Joaquim José “Oliveira Neto”, sem data, sobre Attílio Baldocchi, possivelmente também escrito no livro de visitas de sua terceira exposição, que diz o seguinte: “Quando, há seis anos, Attílio Baldocchi, pediu-me para escrever algumas palavras sobre a sua exposição, lembrei-me o conselho do artista, da antiguidade, ao sapateiro metido a crítico: ‘Não passes do sapato’! Hoje, no entanto, a minha competência cresceu alguns milímetros, graças ao Mestre Baldocchi, pois deu-me várias lições, das quais se não tirei vantagens práticas, visto não ter vocação, pelo menos ganhei uns pequeninos conhecimentos que me permitiram dar mais valor aos verdadeiros artistas, e saber distinguir o joio do trigo...Todo mundo pode jogar bilhar, diz velho pensamento, mas uns colocam melhor as bolas, do que outros... No ‘Berço da Cidade de São João da Boa Vista’ há tanta poesia do passado, uma ressurreição prodigiosa em pleno 39


presente, que Baldocchi atinge as culminâncias do visionário – suprema ambição do criador de verdade. Tive ocasião de ver ‘Os Marmelos’ no Salão do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, e tive grande prazer ao sentir que era o mais belo quadro da sala, brilhando com essa auréola sobrenatural das obras primas. Não analiso porque não sou crítico; constato, apenas. E creio exprimir apenas o que os outros também sentem ao sair da exposição do Baldocchi:- quanto quadro lindo! E levando nos olhos aquelas fatias de beleza que o artista periodicamente oferece à nossa sede espiritual. ‘Tout passe, seul l’art résiste à l’éternité’.

Assinado: JJOliveira Neto”

Berço da Cidade de São João da Boa Vista - Bairro do Cubatão - Obra de Attilio Baldocchi - participou do Primeiro Salão Paulista de Belas Artes. 1934

“(...) Cubatão, berço pobre da cidade / Últimas casas, velhas, arruinadas, / Baldocchi recolhendo essa paisagem / nas tintas, de esperanças malogradas”.

Emílio Lansac Tôha - in “Todos Cantam sua Terra” - VII

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Chorinho - Obra de Attílio Baldocchi. No pandeiro, Antonio de Almeida Carvalho; no reco-reco, Lucila França; o gaiteiro à esquerda Francisco Peres Paschoal; o gaiteiro à direita, Enzo Peres Fontão; a moça, ao fundo, tocando chocalho, não foi identificada; no 1º violão, Edy Toledo Santos; 2º violão, Cecília França; no cavaquinho, Lais Aguiar e os gaiteiros, entre o violão e o cavaquinho: Dino Carvalho Noronha e Sebastião Tavares Lima. Acervo da Família do Artista.

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Laranjas - Obra de Attilio Baldocchi

Aqui em nossa cidade, Attílio Baldocchi conheceu e se casou com a sanjoanense Leonor Romera com quem teve três filhas: Patrícia, Sílvia e Vera. Fazia questão de afirmar que era paulistano de nascimento e sanjoanense de coração. Conviveu intensamente, na década de 30, com os artistas Araújo Lima, Luiz Gualberto, seus alunos e o então aprendiz Eliseu Ferreira. Um de seus belos quadros recebeu o nome de “Chorinho”, pintado na década de 30, retratava um conjunto musical formado por alunos do Ginásio do Estado. Esses “modelos vivos” posavam, para o artista, na sede “Sociedade de Cultura Artística”, 2 que naquele momento específico tornou-se o ateliê do artista. No pandeiro, retratou Antonio de Almeida Carvalho; no reco-reco, Lucila França; o gaiteiro à esquerda era Francisco Peres Paschoal; o gaiteiro à direita, Enzo Peres Fontão; a moça, ao fundo, que tocava o chocalho, não foi identificada; no 1º violão, Edy Toledo Santos; 2º violão, Cecília França; no cavaquinho, Laís Aguiar e os gaiteiros, entre o violão e o cavaquinho, eram Dino Carvalho Noronha e Sebastião Tavares Lima. No início dos anos 2000, José Marcondes faz uma releitura desse quadro e pinta “As Baldocchianas”. Attílio Baldocchi pintou muitas obras primas que retratando o Rio Jaguari-Mirim, os nossos crepúsculos, a Serra da Mantiqueira e a cidade. São obras de tendência acadêmica-impressionistas que influíram na formação de pintores sanjoanenses. No Museu de nossa cidade há obras suas: o retrato de Donana de Oliveira e do Cel. Joaquim José, ambos de 1945. Durante todo tempo em que morou em nossa cidade, Baldocchi lecionou no Ginásio do Estado, teve centenas de alunos, além de amigos que conservou por toda vida, como a família Blasi. Ele e sua esposa Dona Leonor vão se tornar compadres de Ica e Josué “Aldo” Blasi, e é, na casa deles, que se hospedavam, quando vinham a São João. Em 1949, ele e família mudaram-se para São Paulo, pois foi transferido para o famoso Instituto de Educação Caetano de Campos, sabidamente um dos mais antigos (fundado em 1846) e conhecidos pela excelência na qualidade de ensino, entre os colégios da rede pública paulista e quiçá, nacional. Nessa escola, coube-lhe, juntamente com outros mestres, organizar o “Curso de Especialização em Desenho Geral e Pedagógico”. Em sua nova residência, na Vila Mariana, instalou seu ateliê e produziu um rico acervo, onde, entre outras obras, havia muitas vistas de São João da Boa Vista. Continuou dedicando-se, de preferência, às paisagens, naturezas mortas 42


e cenas de gênero. Sempre conservou consigo a obra “Berço de São João da Boa Vista”, que representa o antigo e já extinto Bairro do Cubatão, 3 “era ali o famigerado bairro do meretrício, das desordens, das facadas, dos crimes de morte pavorosos, a que, pela noite adentro, as tranqüilas águas do Córrego São João assistiam impassíveis”. 4 Atílio Baldocchi, em 1964, aposentou-se do magistério público estadual, e o Instituto de Educação Cel. Bonifácio de Carvalho, em São Caetano do Sul, onde também lecionou, fez-lhe uma homenagem, que consta nesta declaração: “Os abaixo-assinados, professores efetivos do Instituto de Educação Cel. Bonifácio de Carvalho de São Caetano do Sul/SP, declaramos que, a 5 de novembro de 1964, por ter-se aposentado o Prof. Attílio Baldocchi, foi-lhe prestada, neste estabelecimento significativa homenagem de que participaram todos os alunos e professores. Nessa oportunidade, quisemos demonstrar ao ilustre mestre que, por longos anos, exerceu o magistério nessa Casa com rara dedicação e idealismo, a nossa amizade, admiração e reconhecimento. No propósito de documentar o fato firmamos a presente para que o nobre colega – cujo idealismo puro e devotada dedicação à causa do ensino constituem edificante exemplo para nós – tenha, nesta declaração uma perene manifestação do nosso apreço. E fazemo-lo na certeza que estamos interpretando o pensamento de todos – mestres, alunos, diretores e funcionários - todos os que diuturnamente trabalham nesta escola.

Assinado: Prof. Carmelo S. F. J. Crispino – Diretor São Caetano do Sul, 28 de abril de 1966.” Seguem-se dezenas de assinaturas.

Em 1969, realizou uma exposição no Instituto de Educação Caetano de Campos, Praça da República, 53, na cidade de São Paulo/SP. Há um parecer sobre essa exposição em folha de papel ofício timbrado e com as armas do Estado de São Paulo, que diz o seguinte: “São Paulo, 24 de outubro de 1969 Ao Professor Attílio Baldocchi, Meus cumprimentos pelos trabalhos expostos na exposição de pintura do Instituto, nos quais revela além de aprimorada sensibilidade artística, uma técnica plena de equilíbrio, de maturidade e de elevação espiritual.

Assinado: Yolanda de Paiva Marcucci”

Baldocchi foi homenageado em São João da Boa Vista, em 1969, no “I Salão de Artes Sanjoanense - I SA-SAN”; na “III Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”, em 1979, e, na “Exposição Comemorativa da Primeira Coletiva em São João da Boa Vista”, em 1982. Marcondes já tinha algum conhecimento da história da pintura de São João da Boa Vista através de Linda Mulher - Obra de Attilio Baldocchi Josué “Aldo” Blasi, Ruy Heros, Antônio Rizzo, Manuel Assumpção Ribeiro, Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” e Hugolino Michelazzo, inclusive já mantinha correspondência com Baldocchi, mas com Eliseu Ferreira fica sabendo detalhes dessa época e aos sábados, quando vinha de Santos, onde lecionava, começou a visitar o mestre Atíllio, em sua residência na Vila Mariana, em São Paulo, e travou, assim, amizade sincera com o artista. Em 1982, como dito anteriormente, Marcondes entusiasmado com o ressurgimento, através de Eliseu Ferreira, da história da pintura em São João da Boa Vista, que, por coincidência, completava 50 anos, teve a ideia de organizar uma exposição para comemorar

Margem do Rio da Prata - obra de Attilio Baldocchi

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os “Cinquenta Anos da Primeira Exposição Coletiva de Pintura”, realizada na cidade, onde Attílio Baldocchi, apesar de não ter participado dessa exposição, vai participar da comemorativa e ser homenageado, junto com Eliseu Ferreira, pois eram eles, na ocasião, os dois únicos pintores ainda vivos, daquela década. Baldocchi, ao vir a São João, passou a frequentar a residência de seu novo amigo e saíam para, juntos, pintarem os arredores da cidade. Em 1983, José Marcondes procurou a vereadora Maria Aparecida P. Mangeon Oliveira “Aparecidinha” para que entrasse com pedido de outorga do título de cidadão sanjoanense a Attílio Baldocchi. Marcondes foi convidado para ir até à Câmara Municipal e expor sobre a pessoa desse grande mestre e artista. Ele o fez com grande satisfação, levando inclusive o valioso currículo. Dessa maneira, por unanimidade, a Câmara aprovou a outorga. Em noite festiva e em sessão solene, acontecida em 10 de setembro de 1983, às 20 horas, Attílio Baldocchi recebeu o merecido título. Familiares, amigos, ex-alunos (as) e artistas estiveram presentes, numa festa de saudade e recordações, que foi noticiada não só pela imprensa, mas também pela acadêmica Odila de Oliveira Godoy. 5

Caminho da Roça - Obra de Attilio Baldocchi

Arredores de São João - Obra de Attilio Baldocchi - Acervo da Familia Oliveira

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Rio Jaguari- ao fundo a Empresa SANBRA - obra de AttĂ­lio Baldocchi - Acervo da Escola Cel. Christiano O. Oliveira

Lavradores - Obra de Attilio Baldocchi - Acervo da Escola Cel. Christiano O. Oliveira

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ANEXOS: Algumas correspondências de Baldocchi ao Marcondes. 1- Agradecendo ao convite para Exposição Individual de JMarcondes “São Paulo, 11 de dezembro de 1980 Prezado José Marcondes, Recebi o seu amável convite, agradeço-lhe a gentileza. Os meus votos para o pleno êxito da sua exposição. Muito me alegrou ver o seu nome no Catálogo do Salão Paulista, pois fiquei preocupado com o seu atraso. Gostei da composição de seu quadro por ser um assunto pouco comum. Bravo! Agora, meu caro colega, olhe para a frente com muito ânimo e não esmorecer! Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Abraços Attílio Baldocchi”

2- Agradecendo notícia no jornal local “São Paulo 26/4/1982 Meu caro Marcondes,

Acabo de ler sua admirável carta e o não menos admirável artigo no jornal ‘A Cidade’, deixando-me realmente surpreso com as referências expostas, meu bom amigo, não precisava chegar a tanto! Reviveu em mim, São João todo, povo admirável, que jamais esquecerei. O reconhecimento paga benefício com benefício; a gratidão não tem preço, guarda-se como uma chama acesa pelos bons amigos, que ilumina o espírito impalpável e acalenta a alma imortal, lembrando sempre o bem recebido. Nos dezoito anos, que vivi em São João, procurei, através da pintura, expressar o que achei mais belo, mais expressivo, mais condizente com o meio em que vivia, mesmo assim, fiz muito pouco, pois a beleza dessa cidade é incalculável. No magistério, como eu disse ao Dr. Oliveira Neto, o idealismo tomou conta de nós todos, não medíamos esforços para realizar o que havia de melhor para os jovens. Todos os professores realizaram com elevação e nobreza o problema educacional, pois uma preocupação dominante não era apenas a instrução, mas a formação da personalidade. Garoto- Desenho de Attilio Baldocchi - 1937 A prova que demonstrou esse fato Acervo da Família Marcondes foi quando elaboramos a peça ‘Branca de Neve’. Essa experiência veio demonstrar que estávamos certos no nosso caminho. Os jovens mostraram toda beleza de suas personalidades, pois o êxito foi tão grande que a peça foi repetida quatro vezes! Os alunos, hoje médicos, advogados, engenheiros, dentistas e nas outras carreiras, que o digam. Quanta coisa poderíamos dizer a respeito, daria para encher laudas de papel. Paro por aqui, meu caro, com um forte abraço e o meu agradecimento pelo que fez, abraço aos amigos. Attílio Baldocchi”

3- Após Exposição do “Cinquentenário da Primeira Coletiva de Artes Plásticas” “São Paulo, 9/12/82 Prezado colega José Marcondes, Acabo de receber o honroso convite da tua Sétima Exposição Individual de pintura, bravo! Meus parabéns. 46

O Engraxate- Desenho de Attilio Baldocchi - 1937 - Acervo da Família Marcondes


Lembro sempre a exposição coletiva que você organizou, podes crer, admirável! Soubeste escolher, muito bem, o ambiente, o belo, digamos belíssimo salão do Clube Recreativo, amplo, no qual, o espectador pode andar folgadamente. Os painéis bem montados, com as gambiarras muito bem iluminadas; sim senhor. És um mestre nesse campo, pois, em São Paulo e no Rio de Janeiro não se fazem melhores! As obras expostas ganharam toda a beleza que possuem, com a disposição que lhes deste. Sinto estar muito longe, meu bom amigo, gostaria de estar sempre presente a esses fatos de arte, para podê-los acompanhar em todo o seu desenvolvimento e exaltá-los como merecem. Isto faz despertar em mim muita saudade dos bons tempos de minha mocidade, nessa terra abençoada. Embora tendo ficando sozinho no campo da pintura, sentia dentro de mim a alma toda de São João, e a grande vontade, sim, essa força de “vontade” de fixá-la na tela; procurei fazê-lo e, muitas vezes, raspava a tela com a espátula, por não conseguir o que desejava; ficava, apenas, a vontade, sozinha, a espera de outra oportunidade, - e ela veio - quando pintei o Cubatão, ao qual, dei o título de “Berço da Cidade de São João da Boa Vista”, - tela premiada no Salão Paulista. Belos tempos! Como vês, meu caro colega, a saudade faz lembrar coisas que pareciam esquecidas. Sinto, como disse, estar muito longe, para podermos encontrar tanta beleza, que nos eleva e nos faz pintar. Faço votos que a beleza de São João te envolva plenamente e te faças criar as mais belas harmonias de cores, tendo como fundo a Serra de Poços. Desejo mais, o pleno êxito da tua exposição. Abraço aos velhos amigos. Em tempo: Quando voltares de Santos, isto é, das aulas da Faculdade, passa por aqui, é importante! Venhas. Recebeste a minha carta com o agradecimento à Comissão Organizadora? Abraços Attílio Baldocchi”

4- Ao receber a notícia da outorga de “Cidadão Sanjoanense” “São Paulo, 17/8/83 Prezado colega Marcondes, Surpreendido e emocionado, foi o que eu disse à nobre vereadora, que tanto fez para a realização do título. Essa notícia alvoroçou todo mundo! E agora, meu caro amigo, tenho ou devo aguardar o desfecho desse fato. Comuniquei à ilustre professora o dia 03/09/1983, mas deixei a decisão à Câmara dos Vereadores a escolha da data. É bom lembrar que no dia 06/09 devo estar em São Paulo, pois devo submeter-me a um eletrocardiograma no Hospital do Servidor. Para tanto peço alertar os senhores Vereadores para esse fato; pode ser data posterior ao dia 06/09, como quiserem, está bem? Gostaria que passasses por aqui; se não fosse muita amolação, para conversarmos antes da minha ida à essa terra abençoada! Por agora, um grande abraço, meu bom amigo, Attílio Baldocchi” Attilio Baldocchi e sua esposa Leonor com José e Maria Célia Marcondes - 1983

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5- Parecer sobre José Marcondes “São Paulo, 14/11/83 Prezado Marcondes, Junto vão as minhas observações a respeito da tua personalidade na arte. Espero serem de teu agrado. Continue estudando a natureza, pois ela será sempre a fonte para a pesquisa científica e artística. As novas tendências, até hoje, não me convenceram com os novos caminhos, traçados por elas. Até breve

Abraços, Attílio Baldocchi“

Parecer de Attílio Baldocchi sobre José Marcondes:

“A cidade de São João da Boa Vista é a fonte inspiradora da Arte, em todos os seus aspectos e modalidades. Nessa fonte inspiradora, surge o artista pintor, Prof. José Marcondes, com toda sua mocidade, rica em imaginação e talento. Personalidade irrequieta, pesquisadora observa tudo o que há de mais belo, para desenvolvê-lo nas suas idéias originais. A prova está nas duas telas que ele pintou, já expostas no Salão Paulista, ‘A casa onde nasci’, na qual focaliza não somente a casa, mas põe em evidência em primeiro plano, o forno, a lenha, ardendo em chamas. Belíssima imagem! A outra ‘Fogão na Cozinha’ pintado com muita originalidade; quadro este elogiado no Salão Paulista. A originalidade faz lembrar Malreaux ‘o espírito vivifica; o talento transpõe; o gênio transfigura’. O jovem Marcondes está a caminho na longa jornada da Arte, vivificando a natureza com a sua interpretação, transpondo-a com a simplicidade que lhe é tão natural, transformando-a numa obra de Arte. Os meus votos são para que o talento o acompanhe a criar novas obras de arte.

Attílio Baldocchi”

Exposições Coletivas Attílio Baldochi participou de inúmeras exposições oficiais do estado de São Paulo e do Brasil e ganhou dezenas de prêmios. Em 1928, participou da coletiva no “Salão da Sociedade “Muse Italiche” em São Paulo, quando recebeu Menção Honrosa, e Alfredo Volpi a Medalha de Ouro. Em 1934 participou do “I Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo e recebeu o Prêmio Prefeitura de São Paulo. Participou ele, ainda em 1935, do “II Salão Paulista de Belas Artes”; em 1936, do “III Salão Paulista”, e, em 1938, do “V Salão Paulista de Belas Artes”. Já em 1939, participou do “Salão Nacional de Belas Artes”, no Rio de Janeiro, onde recebeu a “Menção Honrosa” e, em 1941, o “Prêmio Hemisfério Ocidental”. Em 1940, participou do “VII Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo, que aconteceu no Salão de Arte Almeida Júnior. Ganhou, em 1940, o prêmio Medalha de Bronze no “Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul”. Participou novamente, em 1941, do “VIII Salão Paulista de Belas Artes”, São Paulo, quando recebeu Menção Honrosa. 1942- “IX Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo, na Galeria Prestes Maia. 1943- “X Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo, na Galeria Prestes Maia. 1960- “XXV Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo, na Galeria Prestes Maia, recebeu a Medalha de Bronze. 1966- “XXXI Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo. Prêmio Aquisição “Dr. Valentim Amaral”. 1968- Foi diretor do “XXXIII Salão Paulista de Belas Artes”. 1972- “XXXVII Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo. Pequena Medalha de Prata. 1974- “Salão Limeirense de Arte Contemporânea”, Limeira/SP. Medalha de Bronze. 1976- “XXIV Salão de Belas Artes de Piracicaba”/SP. 1976- “XLI Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo. Grande Medalha de Prata. 1979- “XXVII Salão de Belas Artes de Piracicaba”/SP. 1980- “XLIV Salão Paulista de Belas Artes”. 1981- “2º Salão Oficial da Academia Paulista de Belas Artes”, com as obras “Prelúdio nº 1” e “Manhã Brumosa”. 1982- “Museu Lasar Segall”, São Paulo, com as obras “Marinhas” e “Ribeirinha”. 1982- “Salão Comemorativo ao Cinqüentenário da Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista”. 48


No Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, em 1939, além de Menção Honrosa, recebeu o Prêmio Aquisição com a obra “Marmelos”, que passou a fazer parte do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Obra catalogada com o nome de “Natureza Morta”, no 7º Boletim do Anuário nº 7 do Museu Nacional de 1945, ao lado de grandes nomes como Pedro Alexandrino, Manoel Constantino e tantos outros. 6 Bibliografia PONTUAL, Roberto. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil. Rio da Janeiro: Civilização Brasileira, l969, p. 47. AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. 2a. edição revista e ampliada por André Seffrin. Curitiba: UFPR, 1997, p. 40. CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos. Brasília: MEC/INL, 19731980. XXIV SALÃO DE BELAS ARTES DE PIRACICABA. Prefeitura Municipal, 1976, p. 44. BRAGA, Theodoro. Artistas Pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo, 1942, p. 45. Pintores Contemporâneos de São Paulo. Américo Ribeiro dos Santos (apres.). s/editora, s/data. p. 8. ACQUARONE, Francisco. História das Artes no Brasil: atualizada por Leda Acquarone de Sá. Rio de Janeiro: Ed. Americana, 1980, p. 206. TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores Paisagistas. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 2002, p. 61. “<<http://pt.wikipedia.org/wikipedioa/Atilio Baldocchi>>” Categorias: Pintores de São Paulo | Paulistas da cidade de São Paulo - Ítalo-brasileiros.

Referências Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais: Exposições Coletivas, acessado 3 de julho de 2007. Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais: Biografia e obra de Atílio Baldocchi.

Casebre - Obra de Attilio Baldocchi - Acervo da Família Baldocchi

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Notas Referenciais ATTILIO BALDOCCHI 1- Obtido em “<<http://pt.wikipedia.org/wikipedioa/Atilio Baldocchi>>” . Categorias: Pintores de São Paulo, Paulistas da cidade de São Paulo, Ítalo-brasileiros. 2- Ficava na parte superior do Theatro Municipal. 3- O bairro do Cubatão localizava-se onde é hoje a Faculdade de Direito do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB. 4- Paschoal, Antonio Dias. “São João da Minha infância”, p. 89. 5- “Sistema Regional de Notícias”. 1 de setembro de 1983, p. 3. 6- Pública-Forma: MES -Museu Nacional de Belas Artes. “Declaro que foi adquirido para este Museu em outubro de 1939 o quadro

de Attílo Baldocchi intitulado “Natureza Morta” na importância de 3:000$000, escolhido dentre os trabalhos expostos no Salão de 1939, bem como declaro haver esse mesmo artista obtido um dos prêmios oferecidos pela Exposição Hemisfério Ocidental no Salão Nacional de Belas Artes de 1941. (a) Oswaldo Teixeira – Diretor do Museu Nacional de Belas Artes. (carimbo) Reconheço a firma supra de Oswaldo Teixeira. Em 21 de setembro de 1942.”

Rio Jaguari-Mirim - Obra de Attilio Baldocchi - Acervo da Escola Estadual Cel. Christiano Osório de Oliveira - 1935

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ARAÚJO LIMA

Porto/Portugal -28 de janeiro de 1883 Rio de Janeiro -1958

Virgínio Carvalho de Araújo Lima veio, em 1895, aos 12 anos de idade, para o Brasil, radicando-se com sua família, inicialmente no Estado de São Paulo e, mudando-se, nos primeiros anos da década de 20, para o Rio de Janeiro. Formou-se pela Escola Nacional de Belas Artes, da então Capital Federal, sendo discípulo de Alfredo Norfini e Oswaldo Teixeira e, desde então, passou a viver da pintura, dedicando-se às marinhas e às paisagens, pelas quais demonstrava preferência. Em 1903, participou do “I Salão da Primavera do Rio de Janeiro”, recebendo Medalha de Bronze. Participou, ainda, da “Exposição Comemorativa da Independência”, em 1922, com a obra “Dois Irmãos”, que lhe valeu uma “Menção Honrosa” do 2º Grau. Ainda naquele ano, figurou pela primeira vez, no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, recebendo também Menção Honrosa. No ano seguinte, janeiro de 1923, participou do “1º Salão da Primavera”, na mesma cidade. Ainda jovem, atraído pela fama dos cassinos de Poços de Caldas/MG, partiu em busca de aventuras e foi expor nessa cidade mineira, junto com os amigos de São Paulo: Alfredo Volpi e Orlando Tarquinio. Desiludido pelo insucesso, aportou em São João da Boa Vista, no início da década de 1930, e aqui viveu por muitos anos. Apaixonado pelas nossas paisagens, pintou-as intensamente, deu aulas de pintura e viveu sempre com poucos recursos; o que ganhava com a venda dos quadros e aulas mal dava para sua sobreAraújo LIma - obra de Oswaldo Teixeira vivência. Quantas vezes não trocou suas obras por comida, roupa, Acervo Família Marcondes bebida e charuto! Se os problemas econômicos eram grandes, maior ainda era seu espírito alegre, folgazão e boêmio, o que fez com que adquirisse, logo que aqui chegou, um vasto círculo de amigos que o admiravam não só pela sua obra, mas também pelo seu caráter boêmio, alegrando sempre a todos pela sua bondade, gentileza, além do caráter humano, ajudando os mais infelizes e repartindo com eles o pouco que possuía. Em 1934, Araújo Lima tomou parte no “I Salão Paulista de Belas Artes”, expondo as obras “Margem do Jaguari” e “Estrada da Prata”, que registravam a nossa região, além de paisagens do Rio Grande do Sul: “Estação Balneária” e “Rio São Leopoldo”. Criado no Rio de Janeiro, era inevitável o seu espírito carnavalesco movimentando e alegrando, por muitos anos, as Festas do Rei Momo em nossa cidade, o que o fazia ainda mais querido e popular. Eliseu Ferreira afirmou que ele tinha uma namorada em São João da Boa Vista, mas nunca se casou e que se saiba não deixou descendência. Segundo Walter Luhmann, 1 ele residiu no Hotel Central, onde fez outro grande amigo, Arnaldo Amorim, que era o proprietário daquele estabelecimento. Quando Araújo Lima conseguia dinheiro com a venda de seus quadros, corria logo a pagar a sua conta no hotel, e, quando não tinha dinheiro, o seu grande amigo Arnaldo deixava tudo por isso mesmo... Luhmann continua sua narrativa, reafirmando o que todos que o conheceram, diziam: “Araújo Lima era um apaixonado filatelista, não ligava muito para os bens materiais, era indefectível com um charuto Havana na boca, e uma boa “birita” no copinho. Mas, isso não lhe tirava o mérito de produzir excelentes obras de pintura, pois tendo cursado a Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e com uma produção intensa, tornou-se um excelente mestre na arte da pintura impressionista com paisagens, que aqui colheu nos arredores de São João”. Conta-nos, ainda, Luhmann que sua produção era enorme e suas telas de grande beleza, mas ele as vendia a preços ínfimos, apenas para poder sobreviver em período de crise, numa cidade interiorana, já que no Rio de Janeiro, ser-lhe-ia muito mais difícil viver. 51


Rio de Janeiro - 1930 - Obra de Araújo Lima - Acervo Família Merlin

No entanto, quando, mesmo a preços baixos, não conseguia vender suas obras, ele procurava o alfaiate italiano Antônio Rizzo, 2 que residia e tinha sua alfaiataria na Praça João Pessoa, atual Praça Armando de Salles Oliveira, e este mecenas sempre as comprava, “salvando-o”, assim, da situação precária em que vivia. Dessa maneira, o alfaiate tinha as paredes de sua casa e de sua loja “forradas” de obras do inesquecível artista. Araújo Lima possuía também o dom de ensinar, e, por isso, fez aqui em São João inúmeros prosélitos, tais como Fernando Arrigucci, Josué “Aldo” Blasi, Erasmo Pedragalli, Eliseu Ferreira, além dos pintores Attílio Baldocchi e Luiz Gualberto. Em 17 de junho de 1933, inaugurou uma exposição de pintura, que recebeu o nome de “Reminiscências”, organizada por ele e seu aprendiz Eliseu Ferreira. Foram expostos cerca de 80 quadros, na esquina da Rua Quintino Bocaiúva com a Praça João Pessoa, 3 nº 18, no mesmo local da primeira coletiva de Luiz Gualberto, acontecida no ano anterior. Segundo ainda Eliseu Ferreira, certa vez, Araújo Lima ganhou vinte contos de réis na loteria, o que lhe permitiu uma vida folgada por um certo tempo. Feliz, foi para o litoral paulista, em seguida viajou para Paraguai, Uruguai e Argentina, onde realizou algumas exposições, mandando cartões postais aos seus companheiros. Gastou todo o dinheiro, ficou numa situação problemática, e acabou escrevendo aos amigos sanjoanenses narrando sua dificuldade. Eles se cotizaram e mandaram dinheiro para que o artista boêmio pudesse voltar a São João. Em 1938, após longa ausência, tomou parte do “Salão Nacional de Belas Artes” do Rio de Janeiro com as obras “Corcovado-impressão do Silvestre” e “Ilhas - Gávea”, quando mereceu uma Medalha de Bronze. Quirino Campofiorito – na crônica sobre o Salão de 1938, ajuizou que “Araújo Lima há tanto afastado, retoma, seu lugar entre nós, com duas paisagens largamente pintadas”. 4 Araújo Lima voltou a participar, em 1939, do “VI Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo, e, neste mesmo ano, do Salão Nacional de Belas Artes, com a obra “Praia da Gávea”. “Limote”, seu apelido, depois dessa “excursão”, ao exterior, ainda viveu algum tempo em São João, mas nos primeiros anos da década de 1940, resolveu deixar, para sempre, seus amigos, a cidade que o acolheu e voltar para Rio de Janeiro. 52


Rio de Janeiro - Obra de Araújo Lima -

Foi encontrar nova acolhida, desta vez na casa de seu antigo mestre e amigo Oswaldo Teixeira e, no porão de sua residência, passou a residir. Começou a participar, mais amiúde do Salão Nacional de Belas Artes, expondo as seguintes obras: em 1940, “Paisagem”; em 1941, “Trecho da Estrada Velha de Petrópolis”; em 1942, “Estrada da Pedreira”; em 1943, “Estrada Velha da Tijuca”; e, em 1944, “Trecho de Paisagem Carioca”. Esteve, ainda, presente em 1940, na “Feira Mundial de Nova York”, USA, onde ganhou uma Menção Honrosa. Expôs a obra: “Estrada da Pedreira - Petrópolis” na Mostra “Paisagem Brasileira”, no Museu Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro, em fevereiro de 1944, realizada pelo Ministério de Educação e Cultura. Eliseu Ferreira continuou mantendo contato com ele e, em sua nova moradia, foi visitá-lo algumas vezes. Na última visita, encontrou-o muito doente, sem forças sequer para se levantar; tendo, amontoadas no chão, encostadas nas paredes, inúmeras obras suas. Narrou Eliseu que, nesse dia, Limote pediu-lhe que levasse os quadros embora, pois estava muito doente e sabia que iria morrer logo. Sem coragem para tomar essa atitude, deixou ali todas aquelas obras. Alguns meses depois, sabendo da morte do amigo, voltou até o local onde ele morava. Um serviçal permitiu sua entrada até ao porão, mas ali já não havia nenhum quadro e nada que lembrasse o artista falecido. Ninguém soube, ainda, informar-lhe o destino das obras

do mestre. Araújo Lima legou obras de alto valor iconográfico sobre as cidades do Rio de Janeiro e de São João da Boa Vista. Suas telas são, até hoje, muito procuradas por colecionadores. Em nossa cidade, várias famílias possuem obras de sua lavra, e no Museu Armando de Salles Oliveira há assinado por ele, o retrato do Padre Josué Silveira Mattos, datado de 1934. No entanto, apesar da qualidade de suas obras e de toda sua amizade com Oswaldo Teixeira, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, não possui nenhuma obra sua. Muitos dos dados acima foram colhidos também em conversas informais, mantidas durante muitos anos, não só com Eliseu Ferreira, mas também com Hugolino Michelazzo, Walter Luhmann, o alfaiate Antônio Rizzo e o Dr. Joaquim José “Oliveira Neto”. Bairro de São João - Obra de Araújo Lima - Acervo Família Pirajá

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Moça - Obra de Araújo Lima Acervo Família Marcondes

Rio de Janeiro - Obra de Araújo Lima Acervo Famlia Marcondes

Araújo Lima foi homenageado em

São João da Boa Vista no “I Salão de Arte Sanjoanense - I SA-SAN”, em 1969; na “III Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”, em 1979 e na “Exposição Comemorativa da Primeira Coletiva de São João da Boa Vista”, em 1982.

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Zepelin - Obra de Araújo Lima -

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Acervo Família Teixeira Franco


Lavadeira - Obra de Araújo Lima - Acervo Família Marcondes

Estrada da Pituva - Obra de Araújo Lima - Década de 1930 - Acervo Familia Blasi

Casebre - Obra de Araújo Lima -

Acervo da Família Blasi

Jogo na Esportiva - Obra de Araújo Lima - década de 1930 - Acervo SES

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ANEXO Referências Bibliográficas – Araújo Lima Referência a ele se encontra na “Gazeta Magazine”, de São Paulo, de 21 de dezembro de 1941, no trabalho de Martins D’Avares intitulado “Oswaldo Teixeira”. “Exposição da Paisagem Brasileira” - catálogo – fevereiro de 1944. Rio de Janeiro. Realizada pelo Ministério de Educação e Cultura, no Museu Nacional de Belas Artes. “Artistas e Pintores no Brasil” livro de Theodoro Braga – 1942. Em 1979, seu nome aparece ao lado do famoso Benedito Calixto num catálogo colorido do “Leilão Proposta de Todos os Tempos”, promovido pela “Tableau Artes Plásticas”, de São Paulo. “Artes Plásticas, Seu mercado, Seus Leilões”, 1985, Júlio Louzada, pp. 69, 70, 71. São Paulo/SP. No “Artes Plásticas - Brasil 89” encontram-se cinco registros de vendas em leilão de obras de Araújo Lima, no período 1986/87, sendo de maior lance a tela “Lagoa Rodrigo de Freitas”, em outubro de 1987. É citado, ainda, no livro “150 anos de Pintura no Brasil 1820/1971”: 6 “Virginio Carvalho de Araújo Lima, embora um pintor tradicional, elaborava bem seus quadros. A obra “Vista da Baía de Guanabara tomada de Santa Teresa”, 7 é obra que agrada e impressiona ao primeiro olhar, demonstrando as grandes virtudes do pincel de seu autor.” 8 Este mesmo quadro aparece, ainda no livro “5 Visões do Rio de Janeiro”, na Coleção Fadel. 9

Correspondência Araújo Lima para Eliseu Ferreira

“Rio de Janeiro, 4 de agosto de 1949 Caro Elizeu Ferreira, Saudações! Muito satisfeito fiquei em ver que agora já és um negociante. Parabéns! Pela tua carta, vejo que não sabes que estou já há três anos com reumatismo, sem poder andar e com pouca probabilidade de sarar. 56


Dito pelos médicos, só se vier uma descoberta nova. Enquanto a tua vinda ao Rio seria um bom passeio se estivesse bom, mas não posso sair, nem de automóvel, é uma pena! Mas aconselho-te a vires com algum amigo negociante, que costuma vir ao Rio e já conhece a cidade. Isto aqui é muito grande e agora um perigo sozinho, os automóveis, cada vez tem mais, precisam de uma grande prática; todos os dias há muitos atropelamentos. Não venhas só! Eu não posso andar contigo devido ao estado em que fiquei, e se estivesse bom era uma maravilha! Se vieres com alguém procura o Hotel Globo, na Rua dos Andradas que fica no centro da cidade. Não escolhas perto da estação, porque é longe e muito perigoso para ires jantar e almoçar. Eu aqui estou morando em casa de um amigo, sem poder fazer nada, por não ser casa minha e nada pago, ainda é o que me vale. Tudo caríssimo! Passeios de que deves procurar são ir ao alto do Pão de Açúcar, Corcovado, tudo de trem, automóvel é muito caro. Deves pegar a barca e ir a Ilha de Paquetá, tem lá bons restaurantes para comeres bons peixes. Ver o Jardim Zoológico, na Quinta da Boa Vista, tem bicho de todas as partes do mundo. Copacabana e Leme, que é outro Rio de Janeiro, tem mais coisas para ver, além de Petrópolis, perto de Teresópolis, etc. O Luiz Gualberto mora em Bragança Paulista/SP. escreva-lhe, pode ser que venha com você. Ele já tem vindo aqui ao Rio. O Baldocchi também tem vindo, de São João. Podem vir juntos. Quando me escrever, mande neste endereço – Araújo Lima - Rua Paulino Fernandes, 45 – Botafogo – Rio de Janeiro. Escreva-me e diz como vai seu pai. Sem mais por hoje receba um abraço do velho Araújo Lima”.

Notas Referenciais ARAÚJO LIMA 1- Luhmann, Walter e Finazzi, Ana Lúcia. “Araújo Lima – o pintor boêmio”. Jornal “O Município” – Caderno Vi...Vendo; 30/01/1993. p. 3. 2- Era tão grande a admiração de Antônio Rizzo à pintura que no jornal “Diário da Quermesse”, de 20 de junho de 1932, há em forma de sátira, o seguinte anúncio, feito pelos redatores: “Antonio Rizzo, Alfaiataria museu. Cortam-se quadros e pintam-se ternos

de roupas a estilo futurista (...) O Mecenas de São João da Boa Vista – Praça João Pessoa – Praça da Matriz”. 3- Praça da Matriz, hoje Praça Armando de Salles Oliveira. 4- Revista “Belas Artes”, nov/dez 1938, nº 43/44. 5- Vide em anexo as referências bibliográficas de Araújo Lima. 6- Gullar, Ferreira; Mello Jr. Donato; Ribeiro, Noemi; Faria, Rogério. “150 anos de Pintura no Brasil – 1820/1971”. Livro ilustrado pela coleção de Sérgio Fadel, Rio de Janeiro, Colorama, 1989, pp. 46/284/285. 7- Óleo sobre tela: 46X142 cm. Datado de 1922. 8- Faria, Rogério, obra citada, p. 46. 9-”Ipsis Gráfica e Editora” Rio de Janeiro: 2009, pp. 56/57.

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Oswaldo Teixeira do Amaral - o fundador Rio de Janeiro -11 de agosto de 1905 Rio de Janeiro -28 de maio de 1974

Uma breve biografia de Oswaldo Teixeira torna-se importante devido à grande influência que teve sobre Araújo Lima. Foi pintor, crítico de arte e historiador da arte brasileira. Considerado um grande e completo pintor figurativo, além de professor, foi responsável pela formação artística de um sem número de pintores e pelas atividades do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, durante os vários anos em que foi seu diretor. Era um excepcional desenhista e, segundo os críticos, poucos desenhavam, no Rio de Janeiro, como ele. Alternava ainda instantes de grande modernidade com outros de exacerbado academicismo. Essa alternância de estilos, porém, não o impediu de perseguir incessantemente o Belo e de mater uma individualidade própria, o que fazia “seus quadros tipicamente seus, e só seus”. Na antiga “Escola Nacional de Belas Artes”, foi aluno de Batista da Costa em pintura e de Rodolfo Chambelland, em desenho com modelo vivo. Fundou e dirigiu o “Museu Nacional de Belas Artes” durante 25 anos, de 1937 a 1961. No ”Salão Nacional de Belas Artes”, conquistou a Grande Medalha de Prata, em 1923; o “Prêmio Viagem à Europa”, em 1924; a Medalha de Ouro, em 1928 e a Grande Medalha de Honra, em 1938. Conquistou ainda as Grandes Medalhas nas mais importantes mostras brasileiras de sua época, afora a dos eventos internacionais de que participou, tendo sido o único pintor brasileiro a receber todas as honrarias possíveis em sua categoria e um dos mais premiados pintores nacionais. Foi membro da “Academia Brasileira de Belas Artes”, da “Academia de Artes do Rio de Janeiro” e ainda da “Academia Nacional de Belas Artes”, de Lisboa. Foi autor do retrato em tamanho natural do Presidente da República Getúlio Vargas, existente no Ministério da Fazenda e do Estudo de Oswaldo Teixeira - Acervo família Marcondes Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, exposto na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.

Outras Atividades Ligadas à Arte: – Fundador do Museu Nacional de Belas Artes. – Avaliador de Obras de Arte da Prefeitura do Distrito Federal, em 1946, por designação do Sr. Ministro da Educação e Saúde. – Restaurador de quadros do “Museu da Cidade, da Prefeitura do Distrito Federal”, até o ano de 1950. – Autor do Livro “Getúlio Vargas e a Arte no Brasil”. – Professor de Desenho e Pintura em seus Ateliês de Botafogo e Copacabana. – Membro da Comissão Julgadora da Cadeira de Modelagem e Desenho do “Instituto Lafaiette”, nos anos de 1927, 1932 e 1933. – Idealizador do Museu Salvador Dali, na Espanha. – Presidente do “Salão Nacional de Belas Artes”, durante nove anos. 4 Faria, Rogério. In “150 anos de Pintura no Brasil - 1820/1971”. Rio de Janeiro: Colorama, 1989, p. 48.

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LUIZ GUALBERTO

Bragança Paulista/SP - 20 de fevereiro de 1904 São Paulo/SP - 29 de novembro de 1963 Formou-se professor de desenho e estudou pintura com vários artistas de renome e dentre eles o famoso Campos Ayres. Em Bragança Paulista, realizou, com sessenta obras, entre paisagens, marinhas e naturezas mortas, sua primeira individual em julho de 1922, no “Salão Nobre do Centro Cathólico de Bragança”. Expôs ainda na cidade de São Paulo, em Jaú/SP e Campinas/SP. Em 1930, mudou-se para São João da Boa Vista a fim de lecionar desenho no antigo Ginásio do Estado e foi o primeiro professor dessa matéria na escola fundada pelo Prof. Hugo Sarmento. Aqui conheceu o mestre Araújo Lima de quem foi amigo, como também de Attílio Baldocchi. Homem amante das artes, principalmente da pintura, ele organizou de 17 a 30 de dezembro de 1932, a “Primeira Exposição Colectiva de Pintura”. Foi excelente pintor, ganhou muitos prêmios e medalhas, além de menções honrosas em importantes Salões, como, por exemplo, o Salão Paulista de Belas Artes. Retratou, de maneira poética, as paisagens sanjoanenses, seus rios, montanhas e crepúsculos, e aqui deixou inúmeros trabalhos de valor. Seus quadros, procurados até hoje, são valiosos para colecionadores. Em 1933, Gualberto deixou São João e foi residir em Poços de Caldas /MG para lecionar no Colégio Souza Lima. Para substituí-lo, foi convidado, Luiz Gualberto - Obra de Aldo Cardarelli Acervo da Família do Artista pelo então diretor do Ginásio, Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, o prof. Attílio Baldocchi. Luiz Gualberto foi homenageado em São João da Boa Vista no “I Salão de Arte Sanjoanense” “I SA-SAN”, em 1969; na “III Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”, em 1979, e, na “Exposição Comemorativa da Primeira Coletiva de São João da Boa Vista”, em 1982. Aldo Cardarelli, artista plástico da cidade de Campinas/SP, retratou seu colega Luiz Gualberto e, ao assinar a obra, deixou escrita na tela a mensagem: “Aqui tens tu, que sou eu também”. Essa obra participou da “Exposição em comemoração aos 50 anos da Primeira Coletiva de São João da Boa Vista”, em 1982. Colete Pujol, grande artista plástica paulistana, retratou-o também em 1954, num quadro intitulado “Pensativo – retrato do pintor Luiz Gualberto”, que se encontra na Pinacoteca do Estado, em São Paulo.

Fachada do antigo Ginásio do Estado de São João da Boa Vista

Patio interno do Ginásio, onde Luiz Gualberto foi professor

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Algumas premiações de Luiz Gualberto no Salão Paulista de Belas Artes:

1939 1952 1953 1956 1957 1958 1960 1963

– – – – – – – –

Menção Honrosa. Medalha de Bronze. Prêmio Aquisição. Prêmio Aquisição. Pequena Medalha de Prata. Prêmio Aquisição. Grande Medalha de Prata. Prêmio Aquisição.

Bairro do Rosário em São João da Boa Vista - Obra de Luiz Gualberto

Paisagem -Obra de Luiz Gualberto - Acervo Família Teixeira Franco

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Mulher - Obra de Luiz Gualberto Acervo Família Marcondes


Rio Jaguari-Mirim - Obra de Luiz Gualberto -

Ipê Amarelo- Obra de Luiz Gualberto

Acervo Família Blasi

Paisagem de Casa Branca - Obra de Luiz Gualberto -

Acervo Família Marcondes

Acervo Família Marcondes

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ALFREDO VOLPI

O Mestre em São João da Boa Vista Lucca/Itália - 14 de abril de 1896 São Paulo/SP - 28 de maio de 1986

Alfredo Volpi, conhecido como o mestre das “bandeirinhas”, chegou ao Brasil aos 18 meses de idade, ocasião em que sua família se fixou em São Paulo. Autodidata, trabalhou como encanador, marceneiro-entalhador e encadernador; em 1911 começou a trabalhar como decorador de paredes e pintor de interiores. Daí em diante, teve início um currículo que lhe rendeu inúmeros prêmios. Em 1914, pintou sua primeira paisagem. Tornou-se amigo de Orlando Tarquinio e, em 1918, juntos decoraram o Hospital Militar no Ipiranga. Com Francisco Rebolo Gonsales, Mário Zanini e Aldo Bonadei, entre outros do grupo Santa Helena, que se tornará uma referência na arte contemporânea brasileira, participou, em 1925, de uma exposição coletiva realizada no Palácio das Indústrias, em São Paulo. Em 1928, foi Medalha de Ouro no Salão da Sociedade de Belas Artes, “Muse Italiche”, em São Paulo. No início da década de 1930, as fortes consequências econômicas da crise de 1929 afetavam enormemente os artistas paulistanos. Com a finalidade de amainar as sérias dificuldades pelas quais estavam passando, os pintores e amigos Araújo Lima, Orlando Tarquinio e Alfredo Volpi decidiram realizar uma exposição coletiva. Esperançosos, no Recanto de São João - Obra Alfredo Volpi - Catálogo Dan Galeria de São Paulo “Exposição Volpi 89 anos” imenso movimento dos cassinos de Poços de Caldas, que atraía ricos turistas, escolheram essa cidade para realizarem a Mostra, porém o fracasso da exposição, quanto às vendas, levou-os a se deslocarem para São João da Boa Vista. Aqui, Volpi residiu por alguns meses, conheceu Eliseu Ferreira, que passou a acompanhá-lo, e tornou-se, ele também, “protetor” do menino, proteção essa que se transformará numa amizade tão forte que perdurou por toda vida, chegando a se tornarem compadres. No curto período em que aqui morou, Volpi também se inebriou com as belezas naturais da “Cidade dos Crepúsculos Maravilhosos” e encontrou inspiração para algumas de suas obras. Voltou, porém, para São Paulo e passou a dedicar-se à pintura, participando de inúmeras exposições, ganhando prêmios e, numa carreira ascendente dentro das artes plásticas, tornou-se um dos grandes expoentes da pintura brasileira. Embora Volpi 1 tenha começado a pintar antes da Semana de 22, só nos anos trinta descobriu o verdadeiro sentido da revolução modernista, ou seja, o retorno às fontes virgens não eruditas da expressão. A partir de então, juntando ainda sua experiência suburbana e proletária, desenvolveu uma trajetória que o levou a construir uma linguagem pictórica de alto grau de abstração, a partir de elementos populares como: fachadas de casas, bandeirinhas, mastros das festas de largo. No entanto, até 1940, sua obra ainda se caracterizou por paisagens de cunho realista, mostrando vistas de bairros pobres da capital paulista ou de cidades do interior bem como retratos e marinhas do litoral de Santos e Itanhaém/SP. A partir de 1950 2 suas paisagens foram diversificadas, influenciadas por viagens à Bahia, a Minas Gerais e à Itá62


lia, onde se impressionou com a arte gótica e com a pintura de Giotto. A partir de então, iniciou-se uma nova fase em sua pintura, que vai caracterizá-la e torná-la original. Nessa fase realizou diversos painéis, como na Igreja do Cristo Operário em São Paulo no ano de 1951; na Capela de Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, em 1959 e em navios da Companhia Nacional de Navegação Costeira, em 1962. Entre outros impor tantes Salões de Arte participou dos: II Salão Paulista de Belas Artes, em 1935, quando foi Medalha de Bronze; VII Salão Paulista de São João da Boa Vista - Obra Alfredo Volpi - Catálogo Dan Galeria, de São Paulo - “Exposição Volpi 89 anos”

Belas-Artes, em 1940; XLVII Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1941; I Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, em São Paulo, em 1941. Foi premiado em várias oportunidades, como em 1953 na II Bienal de São Paulo, quando foi acolhido como o melhor pintor brasileiro; esteve ainda nas Bienais de Veneza em 1952, 1954, 1962 e 1964. Integrou importantes exposições em cidades como Tóquio, Paris, Buenos Aires, Roma e Nova York. Em 1985, a Dan Galeria realizou a “Exposição Volpi- 89 anos”, 3 retrospectiva das obras mais características das diversas fases de sua produção artística. Nessa Mostra figuraram quadros pintados quando ele aqui morou, retratando nossa cidade. São eles “Recanto de São João” 18,5 X 20,0 cm. Óleo sobre madeira – Coleção particular e “São João da Boa Vista” 17,5 X 26,0 cm. Óleo sobre cartão - Coleção particular. Em seu aniversário de 90 anos, o Museu de Arte Moderna - MAM/SP fez a exposição “Volpi 90 Anos” e, em 1993, já numa homenagem póstuma, a Pinacoteca do Estado de São Paulo expôs: “Volpi - Projetos e Estudos em Retrospectiva: Décadas de 40-70”. É motivo de orgulho, para nossa cidade, ter abrigado, ainda que por pouco tempo, um dos artistas de maior expressão na pintura do século XX. Segundo seu compadre Eliseu Ferreira, ele nunca se esqueceu de São João da Boa Vista. Repetia sempre que nossa cidade havia lhe causado as melhores impressões e aqui tinha vivido momentos marcantes de sua vida. Qualquer pessoa que chegasse ao portão de sua casa, no bairro Cambuci, em São Paulo e se fizesse anunciar como sendo de São 63


João da Boa Vista, era prontamente recebida . Neste retrospecto é bom ressaltar que os críticos não se cansavam de elogiar sua arte, sua genialidade. Foi ele, sem dúvida, uma das mais importantes referências da arte brasileira do século passado.

Alfredo Volpi e Eliseu Ferreira - Acervo Família Ferreira

Vejamos o que nos diz Jacob Klintowitz: 4 “(...) Alfredo Volpi, decano da nossa arte, signo e símbolo da criação visual, concentra em si mesmo as nossas mais requintadas realidades. É a simplicidade com que ele, em tantos anos, inventou a sua arte, que demonstra como é natural a sua sabedoria pictórica (...). Em sua pintura tudo é simples, tudo é essencial. Mais de uma vez, o artista afirmou não pertencer a nenhum movimento artístico ou grupo. Para ele existe apenas a arte. Volpi é igual a si mesmo e, portanto, um homem único. Um artista único. Sábio e criança, como a natureza. Uma onda no oceano, sempre nova, sempre histórica, absolutamente sem igual e única. E o nosso olhar não se cansa de contemplar o espetáculo eterno da

constante renovação. Ele é um homem de sua tribo, de seu país e de seu tempo. Se o artista não é capaz de ter em si as questões de sua época, ele não comove ninguém e nem fertiliza a si mesmo. Volpi foi um laboratório vivo, permanente e de dedicação absoluta. É da união (...) da cor e da forma, em grau elevadíssimo de realização, que torna Volpi um pintor único e de primeira grandeza. Em seu desenho, o mundo se reduz ao essencial e, ao tornar-se estrutura, ele se amplia ao nível do simbólico. É essa simplicidade essencial, marca da sabedoria num artista, o que permite o alcance dessa arte. A cor em Volpi tem sempre essa atmosfera de magia encantadora. Ela acabou de ser inventada, nós a havíamos visto antes e ela pertence, como marca pessoal, àquele ser pintor e inventor. O percurso dessa cor é orgânico. Ela respira, ela tem a curva do movimento corporal e se estabelece com simplicidade e naturalidade.”

Notas Referenciais Alfredo Volpi 1- Gullar, F. 150 anos pintura Brasil. Rio de Janeiro: Colorama, 1989, p. 22. 2- Obtido em “<<http://pt.wikipedia.org/wikipedioa/Alfredo Volpi>>”. Categorias: Pintores de São Paulo, Paulistas da cidade de São Paulo Ítalo-brasileiros. 3- Abertura 11 de abril de 1985- encerramento 30 de abril de 1985. Local: Dan Galeria - Rua Estados Unidos, 1638 - São Paulo. 4- Jacob Klintowitz – Catálogo Galeria Dan - Volpi. A criação como Natureza. 64


PASSARAM-SE 50 ANOS... 1932/1982

“Quando rememoradas, todas histórias mantêm seu brilho e sua vida e através das gerações elas se renovam. Ao ser lembrada, a vida se repete, se renova. Aquilo que parece passado não estará morto; aquilo que é apenas memória, será semente venturosa.”

Estés, Clarissa.

Como já explanado em capítulos anteriores, Marcondes, em 1982, através de Eliseu Ferreira, ficou conhecendo particularidades da história da pintura em São João da Boa Vista nas décadas de 30/40. Essas recordações, depois de cinquenta anos, pareceram-lhe um grandioso presente e, curioso, foi à procura de mais detalhes. Percebeu, então, a importância em rememorar tempos e lugares que existiam apenas nas lembranças de alguns poucos sanjoanenses e apresentar às gerações mais novas os primeiros artistas que promoveram a cultura através das artes plásticas, em nossa cidade. 65


Dessa maneira, revigorado pelo desejo, pela esperança e emoção, naquele mesmo ano, idealizou e organizou uma Mostra de Pintura para comemorar os “50 anos da Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista”, onde Eliseu Ferreira participou como o único integrante ainda vivo, daquela exposição.

PRELIMINARES Não se pode omitir, porém, que essa Mostra só foi possível graças ao trabalho incansável de Marcondes, a receptividade do Diretor de Cultura Eugênio Ciacco Neto, de saudosa memória, do então prefeito João Tarifa Lorencini, do Dr. Cid Guy Michelazzo, presidente do Centro Recreativo Sanjoanense, além do trabalho intenso da Comissão Organizadora liderada pelo artista. A organização partiu, primeiramente, de conversas informais com representantes do poder público e direção do Centro Recreativo Sanjoanense, e, em seguida, deu-se a oficialização dos contatos. Em 10 de agosto de 1982, foi enviado um ofício ao Sr. Prefeito Municipal João Tarifa Lorencini: “Neste ano de 1982, comemora-se o cinquentenário da primeira Exposição de Artes Plásticas realizada em nossa cidade. Foi no ano de 1932, que o professor de desenho do antigo Ginásio apresentou, na Praça da Matriz, 18, a coletiva dos primeiros artistas sanjoanenses. Era ele o mestre Luiz Gualberto, que viera de Bragança Paulista para ser o pioneiro nas artes plásticas em nossa cidade. Por saber que, por motivo de força maior, o povo sanjoanense será, neste ano, privado dos festejos musicais da Semana Guiomar Novaes, venho com dois pedidos, ao amigo prefeito. Primeiro que não permita truncar, ao menos, a Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes. É sabido que, nas exposições anteriores, eu me dediquei intensamente para a realização e sucesso das mesmas, isso sem cobrar ou pedir a menor importância em pagamento. Tudo que fiz foi por amor à arte. Gostaria também que a Prefeitura Municipal, através do órgão competente, fizesse realizar, neste mês de agosto ou setembro, uma exposição de Artes Plásticas, para se comemorar o CINQUENTENÁRIO da primeira coletiva em nossa cidade. Para tal, ponho-me à inteira disposição. Aproveito para apresentar os meus protestos de elevada estima e consideração. Cordialmente, José Marcondes”

A resposta veio endereçada ao Marcondes, em 27 de agosto de 1982, através do ofício 79/82.

“Assunto: ‘Exposição Comemorativa de Artes Plásticas - Cinquentenário - 1932/1982’.

Atendendo ao seu prezado ofício de 10 de agosto de 1982, vimos com o presente confirmar nossa colaboração e empenho para a realização do evento, para o que solicitamos a gentileza de entrar em contato com o nosso Departamento de Educação e Cultura, na Rua Marechal Deodoro, 366, das 13 às 18 horas. Com os protestos de elevada consideração e apreço, subscrevemos Atenciosamente, Prof. Eugênio Ciacco Neto Diretor - Departamento de Educação e Cultura”

Concomitantemente, enviou-se um ofício ao Centro Recreativo Sanjoanense, pois era necessário um local nobre para a realização da Mostra. A resposta veio em 25 de agosto de 1982, diretamente ao artista: “Assunto: Cinqüentenário da 1ª Exposição de Artes Plásticas de São João da Boa Vista. O pedido que V.Sª. nos enviou, solicitando-nos a colaboração no sentido de se tornar efetiva a Exposição Coletiva de Artes Plásticas foi submetido à apreciação dos Senhores Membros da Diretoria em reunião realizada ontem e aprovada por unanimidade. Com nossos cumprimentos por esta tão significativa mostra de arte, homenageando antigos artistas de nossa cidade, apresentamos-lhe nossas Saudações cordiais” O ofício veio assinado pelo secretário, Prof. Hélio Ornellas Borges e pelo presidente, Dr. Cid Guy Cardoso Michelazzo. 66


A EXPOSIÇÃO Dessa maneira, tendo as parcerias necessárias, partiu-se para a realização efetiva da mesma e, em menos de quarenta dias, em 25 de setembro de 1982, no salão de festas do Centro Recreativo Sanjoanense, deu-se a abertura solene da “Exposição do Cinquentenário” , que ficou aberta até 30 de setembro. O convite teve os seguintes dizeres: “A Comissão Organizadora do SALÃO, que marca as comemorações do Cinquentenário da ‘Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas’ realizada em São João da Boa Vista, no ano de 1932, tem a honra de convidar V.Sª. e Exma. Família para a abertura da Mostra, que acontecerá no dia 25 de setembro de 1982, às 20 horas, no Centro Recreativo Sanjoanense. José Marcondes”

Foram expostas obras de todos os participantes da primeira exposição, gentilmente cedidas por colecionadores sanjoanenses e, para enriquecer ainda mais o evento, Marcondes trouxe cinquenta obras de quinze artistas pertencentes à Academia Paulista de Belas Artes, e convidou oito pintores sanjoanenses, num total de 80 obras expostas. O Catálogo, impresso para essa comemoração, nos dá muitos detalhes, um dos quais que a Comissão Organizadora foi subdividida em Coordenação Geral, que esteve a cargo do Prof. José Marcondes - artista plástico e membro da Academia Paulista de Belas Artes e do Prof. Eugênio Ciacco Neto - Diretor do Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal.

Rosaura Coelho, Carmen Coelho Pessanha, Vera Rizzo Tonizza, Leocentina Rizzo, Leonor Baldocchi, Maria Luiza Beraldo Michelazzo, Helena e Eliseu Ferreira, Maria Célia e José Marcondes, Joaquim José de Oliveira Neto, Attilio Baldocchi, NI, Tabajara Arrigucci. Abertura da “Exposição Cinquentenário”. 1982

Já a coordenação do Vernissage e Recepção teve como responsáveis as senhoras Carmen Silvia Coelho Pessanha; Eva Jordão Arrigucci; Iolanda Sottano Aguiar; Marci Rehder Coelho; Maria Célia de Campos Marcondes; Maria Luiza Beraldo Michelazzo e Sandra Regina Junqueira Franco. A colaboração foi da Prefeitura Municipal, através do Sr. João Tarifa Lorencini, Prefeito Municipal e do Centro Recreativo Sanjoanense, tendo como presidente o Dr. Cid Guy Cardoso Michelazzo. Houve o apoio da Academia Paulista de Belas Artes, através de seu presidente, o artista plástico Deusdedt Moraes Campanelli. O patrocínio deveu-se ao Prof. Sidney Estanislau Beraldo e Wagner Beraldo representantes da “Casa de Móvéis Beraldo”, ao Sr. Olímpio Guilherme Cabral do “Gran Beto Hotel”, ao Sr. Waldemar Belatto da “Casa das Tintas” e ao Dr. 67


Benedito Cardoso “Ito” Amorin, da “Gazeta de São João”. Pelo catálogo, ficamos sabendo, ainda, que várias homenagens foram prestadas, primeiramente aos artistas da década de 1930 e que ainda estavam vivos: Eliseu Ferreira, que participou da exposição de 32 e Prof. Attílio Baldocchi, que, na época, morava aqui na cidade; ambos compareceram com seus familiares. As homenagens póstumas foram aos artistas, também da década de 1930, Araújo Lima, Prof. Luiz Gualberto idealizador da primeira exposição e seus alunos Fernando Arrigucci, Josué “Aldo” Blasi, Izauro Bulcão e Gilmar Nóbrega. Liam-se no catálogo, os dizeres de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente no evento: O curador, professor José Marcondes, deixou escrito: “Aos ilustres artistas pioneiros que enalteceram São João da Boa Vista com suas participações na Primeira Exposição Coletiva de Artes, realizada em 1932, a minha homenagem. Ao descortino daqueles que souberam assimilar os ideais da Comissão Organizadora e contribuíram para a realidade deste Salão comemorativo ao CINQUENTENÁRIO daquela exposição, os meus agradecimentos.” “Uma série de homenagens marcam o reencontro e a memória das Artes em São João da Boa Vista proporcionando uma oportunidade às novas gerações de tomarem conhecimento da importância da pintura no panorama da Cultura Brasileira. João Tarifa Lorencini - Prefeito Municipal”

“Uma das mais significativas promoções no campo das artes reside na preocupação do Departamento de Educação e Cultura Municipal, que ao lado do artista plástico José Marcondes, promovem esta exposição, num tributo de reconhecimento ao passado e ao presente, e pela arte que tanto encanta - 1932/1982. Prof. Eugênio Ciacco Neto - Diretor do Departamento de Educação e Cultura”

“A Academia Paulista de Belas Artes associa-se às festividades pela comemoração do Cinquentenário da Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas realizada em São João da Boa Vista, em 1932, pelo saudoso mestre Luiz Gualberto. Está de parabéns, pois, a Comissão Organizadora, através do prof. Eugênio Ciacco Neto, representando o Departamento de Educação e Cultura, da Prefeitura Municipal, do artista plástico José Marcondes – coordenador geral e do Centro Recreativo Sanjoanense, quando apresentam ao público iniciativa altamente significativa, no campo das artes. O Prof. Luiz Gualberto foi pintor do mais alto nível. Premiadíssimo nos Salões Paulistas, onde conquistou desde menções honrosas, medalhas de bronze, de prata, até os prêmios de alta relevância. Está qualificado entre os melhores da época de Lopes Leão, Paulo do Valle Júnior, Orlando Tarquínio e tantos outros, que proclamaram essa verdade, como Attílio Baldocchi, Nicola Petti, em homenagem ao grande mestre.

ARTISTAS PARTICIPANTES

Deusdedt de Moraes Campanelli Presidente da Academia Paulista de Belas Artes”

Pela Academia Paulista de Belas Artes, cada um com três obras: Aldo Cardarelli e Olga Rizzi Coelho, de Campinas; Manoel Martho, de Piracicaba; Aldo Sttopa, de Poços de Caldas; Nicola Petti, de Rio Claro. Da cidade de São Paulo: Attílio Baldocchi; Deusdedt Moraes Campanelli; Francisco Cimino; José Rios Pinto; Luis Bruno da Silva; Miguel Barros, “O Mulato”; além de Antonio Carpentieri, italiano; Salvador Rodrigues Júnior, espanhol e Shokishi Takaki, japonês, todos os três radicados em São Paulo. De São João da Boa Vista participaram cada um com uma obra: Benedito Bernardes Soares; Geraldo Estevam; José Marcondes; Naoto Sakata; Neyde Arrigucci; Ronaldo Noronha; Simphoroso Alonso e Tabajara Arrigucci. Os artistas da década de 1930 tiveram expostos de três a cinco obras cada um: Attílio Baldocchi; Eliseu Ferreira Diniz; Luiz Gualberto; Araújo Lima; Fernando Arrigucci; Josué “Aldo” Blasi; Izauro Bulcão e Gilmar Nóbrega. “Associando-se ao evento que notabilizou tantos brasileiros na arte pictórica, não poderíamos deixar de colaborar, mesmo porque, de todos os matizes e nuances com que são formadas suas telas, nossa casa também reveste-se de colorido maior pela alegria de poder participar. A você que transmuda para a tela o fascínio magnético de um pôr-do-sol ou uma marinha, o nosso respeito e agradecimento. Olímpio Cabral e Waldemar Belatto - Apoio Cultural: Casa das Tintas” 68


DR. OLIVEIRA NETO DÁ SEU PARECER Texto de Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, que ficou fixado durante toda a exposição: “Há cinquenta anos, um grupo entusiasmado fez realizar a Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista. Ela foi organizada pelo primeiro professor de desenho do antigo Ginásio São João e seu nome era Luiz Gualberto. Muitas telas desse mestre ainda estão embelezando residências em nossa cidade. Os homens passam, mas as obras de arte ficam. Não só nas obras, mas nos discípulos. Muitos de seus alunos se tornaram bons pintores e, já na Primeira Exposição, encontramos Josué “Aldo” Blasi, Fernando Arrigucci, Gilmar Nóbrega, Izauro Bulcão e o jovem Eliseu Ferreira Diniz. Também compareceram com telas Araújo Lima que aqui residia e Attílio Baldocchi, que substituiu Luiz Gualberto na cadeira de desenho, quando ele se mudou para Poços de Caldas. A cidade era bem menor e, no entanto, possuía um Centro de Cultura Artística, onde semanalmente havia sessões lítero-musicais, com artistas não só locais como de São Paulo e de outros centros culturais. Aqui estiveram Guilherme de Almeida, Affonso Taunay, Altino Arantes, Villa-Lobos, Frutuoso Viana, Eunice Catunda, Galeão Coutinho, Pedro Toledo, Raul Casa de Caboclo - Arredores de São João - Obra de Luiz Gualberto - 1932 Laranjeiras, Nelson Omegna e tantos outros, fazendo conferências ou dando concertos. Sabemos por experiência que a Arte aproxima quando a tirania separa. Rodin dizia que a mais sublime missão do homem é compreender a arte, porque é o exercício do pensamento que faz entender o mundo. Mas precisa do público – o que falta em certas épocas infelizes, pois os poetas cantam para serem ouvidos e os pintores pintam para verem suas obras apreciadas. Em boa hora o Centro Recreativo Sanjoanense e a Prefeitura Municipal se associaram para patrocinar a exposição comemorativa do Cinqüentenário de Artes em São João da Boa Vista, coordenada pelo nosso grande pintor José Marcondes, e, também auxiliado pela Academia Paulista de Belas Artes. São merecedores de nossa gratidão.

Dr. Oliveira Neto 22/09/1982”.

A IMPRENSA E CORRESPONDÊNCIAS O Vernissage foi noticiado pela saudosa jornalista Odila de Oliveira Godoy, pertencente à Academia de Letras de São João da Boa Vista: 1 “O Centro Recreativo Sanjoanense se enfeitou de maneira elegante e fina para o grande acontecimento artístico do Cinqüentenário cuja curadoria e idéia foi do artista José Marcondes. Já a decoração ficou a cargo de Maria Célia de Campos Marcondes, Carmen Silva Pessanha, Sandra Regina Junqueira Franco, Yolanda Sottano Aguiar, Maria Luiza B. Michelazzo (...), apresentando um jardim de flores e bancos brancos em ferro batido. Um ambiente gostoso, alegre que serviu de moldura para as obras que se achavam expostas. Muito bom gosto. (...) A Prefeitura Municipal se fez representar por Eugênio Ciacco Neto – Diretor de Cultura; o destacamento Policial Militar pelo Sargento Maurício Betito; vários membros da Academia Paulista de Belas Artes estiveram presentes, entre eles seu presidente Deustecht Moraes Campanelli, Aldo Cardarelli, Antônio Carpentieri, Aldo Stoppa, Attílio Baldocchi, Francisco Cimino, José Rios Pinto, Luis Bruno da Silva, Manoel Martho, Miguel Barros, Nicola Petti, Salvador Rodrigues Júnior, Shokui Shai Takaki e Olga Rizzo Coelho; além dos membros da Academia de Letras de São João da Boa Vista: Mário Ferreira Balbão, Odila Godoy, Octávio Pereira Leite, Joaquim José de “Oliveira Neto”, Mons. Antonio David. Disse palavras saudosas a respeito, o Prof. Walter Teixeira Pinto. A sociedade sanjoanense se fez presente, senhoras e senhores elegantes prestigiaram a grande noite de abertura que ficará na lembrança daqueles que se interessam pelo belo. Delicado coquetel servido deu a tônica descontraída e gostosa. Ramalhetes de flores foram ofertados às senhoras dos expositores de 1932. Nuances, recordações, beleza, elegância e arte, para comemorar os 50 anos da primeira exposição Coletiva de 69


Artes Plásticas de São João da Boa Vista. Parabéns aos idealizadores e a todos que colaboraram de forma eficiente para o grande sucesso desse empreendimento maravilhoso! Um brinde!” Carta de Baldocchi ao Marcondes, em primeiro de outubro de 1982. “Prezado colega Marcondes, Hoje, somente hoje, pude avaliar o teu monumental trabalho na organização da “Comemoração do Cinqüentenário da Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista”. Os dias que eu passei em São João não me permitiram avaliar a extensão dessa Comemoração, pois, tive de atender e retribuir muitas amabilidades, com as amizades que aí deixei. Podes orgulhar-te dessa nobilíssima missão, a qual, enobrece a tua personalidade. Meus parabéns, meu caro colega, por essa magnífica realização. Agradeço toda a atenção e a distinção de que fui alvo, pela belíssima homenagem. Espero realizar o meu pensamento, que é o de irmos pintar juntos com o Eliseu. Abraço, meu bom colega,

Attílio Baldocchi Nota: vai junto o meu agradecimento à Comissão Organizadora do Salão; podes passá-la para o livro.”

“À Comissão Organizadora: A comemoração do Cinqüentenário da Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista, pela Comissão Organizadora, formada pelo artista pintor, Prof. José Marcondes, Prof. Eugênio Ciacco Neto, do Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal, com o patrocínio do Sr. João Tarifa Lorencini, DD. Prefeito Municipal e o Sr. Cid Guy Cardoso Michelazzo, Presidente do Centro Recreativo Sanjoanense. Comemoração essa, que veio despertar um período feliz da nossa mocidade. O Prof. Luiz Gualberto, artista pintor e seus discípulos entusiastas com a arte da pintura, ao lado deles o mestre Araújo Lima e o menino Eliseu Ferreira, iam pintar as paisagens, ou, no ateliê, pintar outros assuntos. Conheci-os todos em 1932, quando aqui cheguei. Hoje as telas estão expostas num dos belos e grandes salões do Centro Recreativo Sanjoanense. Que gesto nobre do povo de São João! Saibam, senhores, estamos todos presentes, para deixar à digníssima e maravilhosa Comissão Organizadora, o nosso preito de gratidão. Respeitosamente,

Attílio Baldocchi - 04/10/1982”

70 ANOS DA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO COLETIVA Em 2002, a primeira Exposição Coletiva comemorou 70 anos; os jornais da cidade lembraram tanto dela como das comemorações do Cinqüentenário: 2 “Há 70 anos, em 1932, São João da Boa Vista fazia sua primeira exposição coletiva de Artes Plásticas e, em 1982, portanto há 20 anos atrás, o pintor José Marcondes promoveu uma comemoração pelos 50 anos desse evento. Neste ano comemoram-se, pois, os 70 anos da “I Exposição Colectiva de Pintura. (...) São João que já teve, por vinte anos, Salões de Artes Plásticas e três Bienais de Artes Visuais, encontra-se hoje sem nenhum movimento dentro desta área, que já foi tradicional.” Outra notícia: “Em 1982, 3 foi realizada uma exposição para comemorar o Cinquentenário da Primeira Exposição Coletiva de São João da Boa Vista, reunindo obras de artistas da década de 30, artistas da Academia de Belas Artes de São Paulo e artistas sanjoanenses. Este resgate cultural foi um grande sucesso na época e, ainda hoje, ecoa como importante bandeira para a preservação e divulgação da arte em São João.”

Notas Referenciais Passaram-se 50 anos... 1- Godoy, Odila de Oliveira. Jornal “Opção”, 03 de outubro de 1982, p.3. 2- Fragmentos retirados do Jornal “Gazeta de São João”, 7 de setembro de 2002, p. 9. 3- Lorette, Antonio Carlos Rodrigues. Jornal “O Município” - 29/11/1997.

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III TRAJETÓRIA DO PINTOR

JOSÉ MARCONDES

E AS ARTES PLÁSTICAS EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA 1950 / 2010

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MARCONDES

- um visionário “O pensamento racional não pode resolver todos os problemas. Aprendamos a sonhar e, então, talvez, encontremos a verdade.”

Ana Clara Schenberg

Melancolia - Obra de José Marcondes -1963

José Marcondes está ligado às artes plásticas de São João da Boa Vista desde o início da década de 1960, quando expôs suas primeiras obras nas lojas da cidade. A partir de então, não mais parou de produzir, participar e movimentar a cidade no setor cultural e artístico; em outras palavras, não mais parou de trabalhar “a poética da vida”. As exposições individuais, realizadas por José Marcondes, na cidade e fora dela, foram muitas. No Centro Recreativo Sanjoanense realizou-as por dez anos consecutivos nas décadas de 1970/80 e, desde 1996, realiza-as, dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” na Papyrus Livraria. Expôs, também, em duas oportunidades em Brasília, além de várias vezes em São Paulo e cidades do interior. Sua atividade, porém, não se limitou às suas individuais, pois coordenou muitas exposições coletivas, foi curador de individuais de artistas vários, e além do mais criou o Salão de Artes Plásticas de São João da Boa Vista, que teve vinte edições - 1977 a 1996 e quando este se esgotou, conseguiu que o poder público aprovasse a Bienal que, infelizmente, teve apenas três edições -1998, 2000 e 2002. O que mais caracteriza José Marcondes, sem dúvida, além de sua excepcional capacidade de produção artística, é seu dinamismo em promover atividades não apenas dele, mas que congreguem outros artistas da cidade, da região e do estado. Em suas últimas curadorias, trouxe para as Mostras, além das artes visuais, a literatura. Sem dúvida, ninguém mais do que ele promoveu as artes plásticas e os artistas sanjoanenses, seja em coletivas, seja em mostras individuais. Com certeza, toda essa atividade que José Marcondes realiza, contribui não só para seu crescimento artístico, 73


Arredores de São João. Obra de José Marcondes. Veem-se o Sítio das Macaubeiras, a Chácara do Sr. Mário Zan e o antigo Abatedouro - Década de 1990 - Acervo Família Pazzianoto

como também da cidade e de sua população, que passa a ter oportunidade de conhecer, apreciar e analisar obras diversas, de vários artistas e tendências múltiplas, não só de São João, mas também da região e mesmo de todo Brasil. Porém, principalmente, ele contribui para a educação em arte e sabe-se que para isto só há um caminho: o da convivência com as obras de arte de maneira aberta e eclética. Apenas assim, conseguem-se afinar sensibilidades para as nuances e sutilezas de cada obra e sentir-se em comunhão com elas. Esta sua paixão pelas artes visuais e o pressuposto que é “pelas veredas não racionais da arte que o indivíduo aprende uma outra maneira de ‘sintonizar-se’ com o outro e com ele mesmo, numa relação particular que a vida cotidiana desconhece”, fazem com que ele não admita as extinções das coletivas de artes visuais e que São João continue hoje, sem rumo neste quesito. Esta situação, este vazio, provocam o guerreiro incansável, o batalhador contumaz que existe em sua personalidade e ele literalmente “briga” com os políticos locais em todas as ocasiões, em todos os lugares em que os encontre. É quando começa a falar e a repetir, incansavelmente, da lacuna que existe na cidade, da necessidade de supri-la e dos caminhos existentes. De certa maneira, está, implicitamente, a questionar-lhes quais as especificidades e responsabilidades do poder público quanto à produção artística e cultural. Em outras palavras, está a questionar-lhes qual a posição que esse poder deve assumir, sabendo-se que “as respostas devem orientar-se pela capacidade que o poder público tem em agregar todas as artes e estabelecer redes de capilaridade, por intermédio das quais o conhecimento, que a Arte produz, integre-se ao horizonte habitual da urbe”. Isto arrazoado, deve-se salientar ainda que, lugar de encontro e de comunhão, a arte irmana e humaniza, desvela e desvenda; é um objeto de consciência, que abre caminho para a auto-reflexão. Com ela há leituras e releituras não só da obra de arte, mas principalmente da apreensão do mundo, da realidade que se vive. Este fenômeno tem consequências muito vastas em cada um, nas mudanças sociais e deve, pois, ser considerado. “É toda nossa personalidade que está em jogo; e o sentimento despertado não é o sentimento de uma obra de arte, mas de um mundo, que se descortina em toda sua profundidade, no momento em que extraímos o objeto do seu contexto natural e o ligamos a um horizonte interior.” Toda esta teorização Marcondes conhece de maneira intuitiva, mas sabe colocá-la em prática. Ele é essencialmente prático e de ação! Na Baia - Década de 1980 Porém, acima de tudo, é um artista, não apenas porque produz obra de Obra de José Marcondes arte, ou porque faz auto historização e interpretação da realidade, mas porque sua alma é de artista, porque vive a arte, na arte e pela arte. Ele domina o ofício de pintar, tem segurança no desenho, imenso sentido da composição e da forma, possui ainda Menezes, T. B. Ulpiano. Arte e Pesquisa na Universidade, in Arte e Ciência. São Paulo: USP, Escola de Comunicação e Artes. 1977, p. 73. Idem. Idem.

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confiança na sua habilidade, que sabe fácil. Seu trabalho tem harmonização nas cores, nas formas, na luz e sombra. Mas como o artista e sua obra relacionam-se com o mundo? Sua temática é principalmente a paisagem. A paisagem rural do sul de Minas e de nossa cidade que está impregnada em suas retinas desde a mais tenra infância. São as várias dimensões e interpretações das cenas rurais; são os riachos que as cortam; é a magia da Serra da Mantiqueira; tudo numa profusão de cor, luz e sombra, onde, amiúde, predominam os tons azuis. Há ali a nostalgia de um mundo idealizado, um mundo pré-industrial, não urbano e que se expira. Talvez sejam nelas que sua vocação narrativa desponte com mais vigor. Parece estar a contar-nos as singelezas e simplicidades do existir; a narrar-nos sobre a natureza ora quase que ‘intocada’, ora na singularidade de sua apropriação pelo caboclo. De uma maneira ou de outra, está sempre a perpassar, a quem contempla, sensações de aconchego, poesia e harmonia. Com toda certeza, não é, e nunca foi, um pintor urbano, das coisas da cidade, das maravilhas da tecnologia e da máquina. Sua memória é atávica, sua idenAteliê do Artista - 1992 - Obra de José Marcondes tificação é com o modo simples e rude de se viver. Os objetos dos quais se apropria, para sua arte, são sempre rudimentares, provavelmente, em desuso. Já nas cidades, privilegia a poesia que enxerga em ruelas, casas antigas, casarios, telhados, muros velhos, fundos de antigos quintais. É como se quisesse alcançar o passado e encontrar histórias misteriosas, sabe-se lá de que funduras, de que origens! Outras vezes, parte para naturezas mortas e ali dá-se o mesmo fato: a procura do pretérito, seja no ambiente da cena, seja nos objetos que a compõem; no entanto as frutas, flores estão sempre viçosas. Santuário Nossa Senhora do Pepértuo Socorro - São João da Boa Vista Todas estas suas características podem levar a Obra de José Marcondes uma falsa interpretação: a de que se repete, mas cada quadro configura-lhe como um problema novo. Essa inquietação o conduz para soluções imprevistas, a novos olhares, outros recursos e as obras ressurgem renovadas, únicas, personalíssimas. A constante volta ao passado, não o faz um artista residual, incapaz de sair do pretérito, já que sua pintura é viva, intensa e sua atualidade vem da intrínseca força artística, que possui. Marcondes é um artista também de figuras humanas, as quais não são seres esbravejantes, enfurecidos, violentos, com solidões que invoquem dores, dramas, mas seres suaves, dóceis, generosos e, assim, trata os nus femininos com amorosa sensualidade. Parte, outras vezes, para as marinhas e não se sabe como consegue com tanta espontaneidade o movimento, o eterno fluxo e refluxo das águas, estejam elas em extrema mansidão, ou bravias, espumando, agitadas em praias, alto mar ou em rochedos. O azul, a espuma, o ir e vir do mar, Pescadores - Obra de José Marcondes a névoa d’água, tudo demonstra a confiança na habilidade 75


fácil e segura. Enveredou para a pintura abstrata, e esta é, via de regra, figurativa, com cores vibrantes, equilíbrio perfeito, harmonia poética, que evoca sensações confortáveis. Em suas obras, na sua maioria quase absoluta, não há denúncia social, não há solidão, grandes tristezas, não há fragmentos de amargura d’ alma. Há uma espiritualidade que paira além das crenças, das teorias, há um artista em paz, coerente, simples, que poeticamente transporta para a tela as belezas, que sua subjetividade enxerga. Existe, porém, coerência em seu trabalho e, por ela, se entrevêem os meandros de seu eu; a unidade que preside a tudo! É, pois, uma pessoa que se dedica intensamente à pintura, não parou sequer um minuto de exercer este ofício, ou de vivê-lo e vivenciá-lo. Na sua vida, em sua realidade, em seu cotidiano, tudo gira ao redor do mundo pictórico. Cansado - Obra de José Marcondes - Década de 1980

FLÓSCULOS

Catadora de Algas - Obra de José Marcondes Década de 1990 - Acervo Família Costa

Ademir Barbosa de Oliveira

Pintei com palavras meu poema; em exaltação à genialidade sensitiva do mestre pintor sanjoanense, José Marcondes. Adejar infrene, a retecer dores Álgidos acúleos de meus amores Poentos sonhos, quais direi vetustos Nédias serpentes, ferezos justos, ínfimas gotas, pálidas flores... Gineceu sublime, rosáceo carmim, Plangente petúnia, copioso jasmim, Algures distante, ó rosa venusta! A exalar aromas, que as outras adusta Ferindo de morte, o que resta de mim... Bandeiras do Divino - Obra de José Marcondes - Década de 2000

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Clareira - Obra de José Marcondes

Raízes - Obra de José Marcondes

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INDIVIDUAIS MARCONDES UM POUCO DE HISTÓRIA Em 1956, a bibliotecária Maria Leonor Alvarez Silva, juntamente com prof. Laércio de Azevedo, ambos do Ginásio do Estado, montaram, na parte superior do Theatro Municipal, na sala onde funcionava a “Sociedade de Cultura Artística”, uma exposição individual com desenhos do aluno José Marcondes, feitos a lápis de cor, tendo como suportes o papelão e a cartolina. Terminada a Mostra, todas as obras foram expostas nas paredes da Biblioteca do Ginásio e passaram a fazer parte de seu acervo. Desafortunadamente, o incêndio que destruiu o Ginásio, em agosto de 1957, queimou também a biblioteca e os desenhos que ali se encontravam. Entre 1957 e 1963, José Marcondes passou a expor nas vitrinas de uma agência de peças de automóvel e geladeiras 1 a convite do Sr. Jorge Murr, um de seus proprietários. Para essa ocasião, Willian Nemer, seu amigo e funcionário da loja, afastava os objetos expostos e abria, assim, espaço para a colocação de maneira bem visível de suas obras. Também a Loja Credi Norte-China 2 cedeu-lhe sua vitrina. Era essa pois, a maneira com que ele divulgava sua arte, ocasiões em que, grande número de pessoas passou a conhecer sua obra e a incentivar o jovem José Marcondes para que continuasse a desenvolver o dom artístico. Entretanto, vai, de fato, entrar mais intensamente no mundo artístico, no início da década de 1970, quando encontra, em Maria Célia, uma fã e grande incentivadora, que passa a propiciar-lhe o ambiente necessário para poder desenvolver sua arte.

UM ESPAÇO SE ABRE: CENTRO RECREATIVO SANJOANENSE

Primeira Exposição de José Marcondes - CRS - Centro Recreativo Sanjonense - 1976

“I EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES”

Em 1976, uma oportunidade vai marcar sua vida artística. Foi quando o casal de amigos Maurício José de Azevedo Oliveira, presidente do Centro Recreativo Sanjoanense e sua dinâmica esposa Maria Aparecida Pimentel Mangeon Oliveira “Aparecidinha”, convidou Marcondes para expor suas obras nos salões daquele Clube. Esse convite vai dar um novo e alentado rumo para sua carreira artística, pois passou ele a ter, por dez anos ininterruptos, um espaço para mostrar, todo mês de dezembro, ao sanjoanense, sua produção anual. Foram anos de muito trabalho e grandes realizações artísticas. Sua última exposição, no Recreativo, aconteceu em 1985, em sua décima edição.

04 a 13 de dezembro de 1976 Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, deixou registrado seu parecer: “Desde o tempo da ‘Sociedade de Cultura Artística’, de 1931 a 1950, não tivemos uma exposição de pintura do nível de JMarcondes. Lembrei-me de Attílio Baldocchi, Luiz Gualberto e Araújo Lima. E agora temos este moço, José Marcondes, que tem uma visão esplêndida de cores ligadas à inteligência de escolha de motivo. Felizmente, existe no povo de São João afinidade com a sua mensagem, pois o agrado foi total, todos desejando possuir os seus quadros, para a comunicação com a beleza que encerram. Vocação artística tão bela. Suas obras são motivos poéticos, na realidade poemas mudos, como a nossa velha estação.” 78


Ana Dalva Castro, Lúcia Lambert de Andrade, José, Maria Célia e a filha Thaís Marcondes e os diretores do CRS: Odila Oliveira Godoy, Thomás Acceturi, Neyde Michellazzo e Maria de Lourdes Godoy.

O radialista, jornalista e também membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, Fábio Noronha, leu uma crônica de sua autoria, no programa radiofônico, 3 que conduzia: “José Marcondes, esse jovem pintor sanjoanense, essencialmente modesto, em proporção ao seu legítimo gabarito artístico, está com uma exposição de quadros de sua lavra, montada nos salões do Centro Recreativo Sanjoanense, iniciada no dia 4, devendo encerrar-se no dia 13 próximo. Até o momento em que traçamos esta crônica, ainda não fomos lá, deixando para fazer isto no domingo, dia 12. Não é comodismo é falta de oportunidade. Não podemos assim tecer comentários acerca dessa ou aquela sua composição, com detalhes e críticas de leigos, que somos, mas pelas informações altamente credenciadas que nos chegam estamos sabendo e com muita satisfação, que suas obras vêm fazendo inusitado sucesso, com reputadíssima procura, o que não nos surpreende, porque conhecemos a imaginação criadora de José Marcondes, seu admirável talento. Dono de técnica segura, firmado no emprego exato das cores e na proporção dos ângulos, em tudo enfim que destaque um trabalho dessa sublime arte pictórica, José Marcondes se identifica, inelutavelmente, como pintor de alta categoria. Estudioso e dedicado à sua arte, ele haverá de prosseguir nesse ritmo vitorioso, enriquecendo mais e mais o seu patrimônio personal e também os fóruns culturais de São João da Boa Vista. Fiel à pintura clássica, Marcondes fixa nas telas aquilo que seus olhos vêem, e sua alma sente! E faz pela magia de seus pincéis, com que os outros participem de suas emoções, o que não acontece, via de regra, com os abstracionistas, cujas produções precisam, comumente, de legenda, para se fixar sabendo o que o ator pretende que elas signifiquem. Ser artista é realizar o belo à forma mais simples, para que todos compreendam o seu gênio e assimilem a sua inspiração. Não o estamos estimando por esses quadros, que ainda não vimos, claro, mas por aqueles que já tivemos o ensejo de contemplar. E se ele se consagra um artista pelo que cria e nos mostra, faz, ao mesmo tempo, com que cada um de nós seja um artista também por saber e poder admirá-lo. Forte expressionista, ele sabe nos encantar com que nos dá, com o que oferece à nossa percepção visual e aos nossos transportes anímicos...Por isso, só podemos lhe dar uma nota – a nota dez! Com louvor.”

“II EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES” dezembro de 1977

Dessa feita, a professora e também membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, Lucila Martarello Astolpho, deixou sua mensagem: “Numa tela com tintas e pincéis, Marcondes, num toque de artista, transcende a matéria.”

“III EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES”

dezembro de 1978 Odila de Oliveira Godoy e sua cunhada Maria de Lourdes Godoy estavam sempre presentes às exposições do Marcondes, ficavam ali admirando, ajudando a receber os visitantes, conversando, analisando. Odila, 4 membro também 79


da Academia de Letras de São João da Boa Vista, deixou registradas suas impressões nesta III edição: “A inspiração do verdadeiro artista se extravasa em esboços, cores, sombras e ritmos. As telas de José Marcondes projetam muito mais que essa poesia toda.”

“IV EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES” 15 a 23 de dezembro 1979

Nessa exposição, o amigo Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” manifesta-se, através da imprensa 5: “O PINTOR JOSÉ MARCONDES” “Na sua IV Exposição Individual de quadros a óleo, realizada de 15 a 23 de dezembro de 1979, o pintor José Marcondes mostrou que, com segurança e trabalho, vem aperfeiçoando cada vez mais a sua arte. O que impressiona mais no pintor sanjoanense é a variedade dos temas. Tanto nos retratos, como nas paisagens e marinhas consegue manter a mesma qualidade. Não foi sem razão que recebeu uma homenagem do presidente da Academia Paulista de Belas Artes que transcrevo para demonstração do valor do artista: ‘José Marcondes, marca a forma artística regional onde suas obras retratam por vezes referências de um mundo real, tendo como tema básico figuras, vegetações, e suas cores o que é imediatamente visível e ao mesmo tempo sugere ao iniciado -poeta ou pintor, sua autenticidade.’ Nós como sanjoanenses ficamos apaixonados pelas telas que nos revelam trechos que ignorávamos de nossa cidade, e que Marcondes descobriu para mostrar como são interessantes. Difícil, entre tantas obras, destacar as que mais nos parecem importantes. Mas pelo menos creio que se deva salientar o retrato da ‘Tia Maria’, uma velha que, como disse alguém, ‘parece falar’. É realmente um quadro belíssimo. Maria Célia C. Marcondes e Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” Nas quatro marinhas, o artista quis demonstrar a variedade infinita do mar, como o poeta Baudeleire, tão amante da pintura, versificou admiravelmente na sua poesia ‘O homem e o mar’, onde ele compara o homem com o mar, seu espelho, na variedade infinita das cores e do movimento. E é o que faz o pintor Marcondes, nas suas marinhas. Os críticos de pintura concordam todos que esta arte é tal qual a religião ou a magia, uma expressão de comunicação, básica ao entendimento do que olha. É o que acontece com as pinturas de Marcondes, fugindo ao modernismo que alcança poucos entendedores, são clássicas e o que nós desejamos, como diz Weidié, é que ‘a arte seja um ato, uma palavra, um fogo vivo, uma centelha que se transmite de homem a homem’. E o mestre Rodin escreveu que a arte é a mais sublime missão do homem, pois é o exercício do pensamento, que procura compreender o mundo e o fazer compreensível. É o que realiza, com habilidade e fervor, o nosso artista sanjoanense, José Marcondes, merecedor de todo nosso entusiasmo pelo que já fez e, espero, o muito que haverá de fazer.”

“V EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES” dezembro de 1980

Isabel Vaz de Lima escreveu-lhe: “Amigo Marcondes, grande e talentoso artista, que tanto tem promovido nossa cidade com sua arte, receba meu abraço carinhoso”.

“VI EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES” 6 a 12 de dezembro de 1981

Novamente Odila Godoy deu seu parecer sobre a arte de JMarcondes: 6 “Soubemos que o fisiocultor e artista JMarcondes tem um quadro seu no ‘Museu de Arte Primitivista de São José do Rio Preto – MAP’. O quadro foi solicitado pelo diretor do referido Museu, Prof. Romildo A. Sant’Anna. Esse Museu é 80


famoso no meio artístico, pois possui obras dos melhores artistas brasileiros do momento e do passado. Isso constitui um motivo de muito orgulho ao Marcondes e a todos nós. O quadro do Marcondes intitula-se “Quarto de vovó” e agora pertence ao acervo nº 293, livro nº 01, p. 21 mede 58X48 cm e figurou no XXIX Salão de Piracicaba, em agosto de 1981.(...) É ele uma pessoa que sempre se dedicou às artes e está vencendo dia a dia, galgando projeção e renome. Um brinde com muita alegria ao casal Maria Célia e José Marcondes.(...) Já que falamos em Marcondes, ele está com sua VI Exposição individual, no Recreativo, de 6 a 12 de dezembro.”

“VII EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES” 11 a 19 de dezembro de 1982

A imprensa noticiou o evento 7: “MARCONDES FAZ ARTE SOLITÁRIO” “Decididamente quem, com muita determinação, vem solitário fazendo arte em São João da Boa Vista é o pintor José Marcondes. Porque não basta a simples criação de obras, se elas ficam trancadas em ateliês destinados a um seleto público, que pode pagar para adquiri-las. Ao contrário, o Prof. Marcondes procura trazer para o público, importantes exposições de pintura. No ano passado, ele agitou por duas vezes os meios artísticos do município, com duas Mostras. Em setembro com a Exposição comemorativa aos cinqüenta anos da 1ª Exposição Coletiva de São João da Boa Vista, em 1932, e em dezembro com sua 7ª Exposição no Recreativo. Este ano, Marcondes promete uma agitação muito maior”.

“VIII EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES” dezembro de 1983

Mais uma vez, Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, que, ano a ano, vinha prestigiando o artista, em suas exposições, manifestou-se sobre a arte do pintor sanjoanense: “UMA EXPOSIÇÃO DE PINTURA” 8 “Nada mais importante para nossa cidade do que a revelação de um artista, ainda quando ele vai tornando-se cada vez mais perfeito nas suas apresentações. É o que acontece com José Marcondes: em todos os anos assistimos deslumbrados, ao progresso que faz nas suas pinturas. A variedade dos temas, todos tratados com técnica e com emoção, revelam o Mestre, que possui consciência da sua responsabilidade e se esforça por melhorar sempre. Nós ficamos orgulhosos de nosso pintor, deixando telas que também fixam, definitivamente e com grande beleza, paisagens e locais de São João da Boa Vista. A arte é uma espécie de pensamento por imagem, por isso a pintura de José Marcondes nos faz sentir profundamente as ideias que são convertidas em imagens. Alguém já disse que a arte revela, imortalizando o sentimento revelado. Mas, ela não pode existir sem público: os pintores pintam para seus quadros serem vistos. O sucesso de José Marcondes foi completo: todos os que tiveram a felicidade de irem à Exposição ficaram entusiasmados e tiveram aquele minuto de êxtase, que se dá à contemplação da beleza. Não quero salientar, entre os quadros, os que mais me entusiasmaram, pois visitando a Exposição, em cada uma delas mudava de opinião a respeito das melhores obras. O que verificava era a incrível facilidade que tem em superar o difícil como se fosse a coisa mais simples, que é a força do verdadeiro artista. José Marcondes tem a felicidade de ser um artista compreendido e amado pelos os que olham suas telas. Sua arte diz tudo que gostamos e sentimos. Por isso o sucesso da Exposição realizada no Centro Recreativo Sanjoanense foi para todos nós a consagração do pintor sanjoanense. Esperamos dele a continuidade no aperfeiçoamento, pois a vida é breve e longa a arte, mas ele possui a flama sagrada, que é chama do verdadeiro artista. Os antigos romanos diziam serem as pinturas poemas mudos! Que Marcondes continue a nos brindar com seus belos poemas, são os votos sinceros.” Em 5 de janeiro de 1984, o Rotary Club fez uma homenagem ao artista Marcondes e, na saudação oficial, Palmyro Ferranti 9 mencionou sua exposição em dezembro do ano anterior: “Especialmente convidado, está presente a esta reunião o Prof. José Marcondes, em companhia de sua excelen81


tíssima esposa Profª. Maria Célia. O motivo deste convite é para dizer-lhe de viva voz, do entusiasmo e do orgulho que seus conterrâneos estão possuídos, pelo que tem realizado no campo da difícil arte da pintura. Os que já se habituaram a visitar as suas exposições anuais notaram o grande desenvolvimento, que ele vem demonstrando, de uma exposição para outra. Já é conhecido, nos principais centros, pelas obras admiráveis que tem exposto e pelos prêmios que tem recebido. O Prof. Marcondes, com sua inteligência privilegiada, leva para as telas brancas e frias, verdadeiros poemas no dizer do nosso Oliveira Neto, num de seus artigos, sobre o jovem mestre. Os quadros de nosso pintor têm vida, as figuras são perfeitas, luz em abundância, cores apropriadas. Nota-se que atrás desses quadros existe um artista que vem crescendo rapidamente, e que será, num futuro bem próximo, um dos grandes deste país. Quem sabe se São João que já deu uma Guiomar Novaes, ainda possa dar um Portinari, na pessoa do nosso homenageado desta noite. Os prêmios que tem recebido, lá fora, foram dados por entidades e mestres altamente gabaritados, provando assim o valor de sua obra. A cada prêmio que recebe, ele cresce e nós sanjoanenses ficamos jubilosos. Confesso que sou jejuno e que pouco entendo da pintura, para analisar um pintor como o Prof. Marcondes, mas, confesso também, que os seus quadros, eu os entendo e os admiro, porque a sua pintura é compreensível e facilmente admirada. Daí a grandeza de sua obra. O artista é grande quando se faz entender e admirado por todos. Admirado quando se sente o que o artista realizou. O Prof. Marcondes tem este dom de agradar a todos. Receba as homenagens dos rotarianos, seus amigos e que sua carreira seja sempre em ascensão, são os nossos votos e as nossas esperanças. Que Deus ilumine e guarde os pintores e os poetas para que mostrem e cantem com alegria as maravilhas e perfeição de sua criação e de suas criaturas.”

“IX EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES”

8 a 16 de dezembro de 1984 O catálogo-convite da exposição trazia alguns pareceres, entre eles o do amigo João Batista Merlin: “O ano está por terminar e uma grande exposição não poderia deixar de acontecer, mostrando, pelo nosso maior expoente nas Artes Plásticas, uma síntese de todo o trabalho artístico desenvolvido em 1984. José Marcondes elevou nossa cidade ingressando na Academia Paulista de Belas Artes. Sabedores somos do êxito nas mostras realizadas em São Paulo, uma no Club Athlético Paulistano e outra na Galeria de Arte do Sesi, da Avenida Paulista. De sua temática usual, Marcondes mostra como sabe executar paisagens românticas de nossa região, sem ter que recorrer a temas clássicos. Tem conseguido equilíbrio tanto nas naturezas mortas como em reVernissage 1984 - Centro Recreativo Sanjoanense - CRS presentações figurativas de nomes populares de nossa vida social. Em suas marinhas dá uma idéia plástica de movimento e contra-movimento, infinito e finito. A atmosfera captada 82


nas tonalidades azul-violeta do horizonte, e no reflexo das barcas nas águas está registrada em seus quadros executados na tranqüilidade de seu ateliê, com base na inspiração e reflexão. Marcondes adquiriu uma linguagem própria, entre o acadêmico de suas origens e o impressionismo de hoje. Está sedimentado. Suas pinceladas transmitem ao expectador o essencial de sua arte”.

Donisete Camargo, Roseli e Sebastião Galdino, José e Maria Célia Marcondes, Sidney e Mila Beraldo, Nelson e Sônia Nicolau. CRS - 1985

Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, padrinho da exposição, na abertura pronunciou este discurso: “Senhoras e senhores, meu caro José Marcondes, Uma honra, como esta que você me dá, sendo padrinho do vernissage, não se pode recusar, mas é responsabilidade muito grande, pois me confere uma importância que estou longe de aceitar. O que aceito é, sim, que a arte aproxima os homens, quando tantos outros interesses os separam. A prova disso é estarmos aqui, eu como médico e mais ainda como professor, ao lado de meus amigos Flávio Augusto do Canto e Paulo Roberto Merlin, industriais, assim como de minha sobrinha Aparecidinha, nenhum deles, portanto, ligados à pintura. A arte não pode existir sem público e sem patrocinadores: os poetas cantam para serem ouvidos e os pintores pintam suas obras para serem vistas e apreciadas. Os nossos amigos Flávio Augusto do Canto e Paulo Roberto Merlin, que admiro como privilegiadas inteligências, dedicadas à criação de riquezas para todos, visto que o programa de planejamento fará de suas indústrias as maiores da região, dando emprego a milhares de conterrâneos, não se esquecendo porém, de protegerem um artista. Eles sabem que estão ligados, no amor ao trabalho, os mais variados tipos humanos e que a arte é o sentimento revelado. Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” e Prof. José Walter Tei Também sabemos que nunca os homens acharão mais beleza xeira Pinto. CRS em uma barra de ouro, do que num belo quadro. O currículo artístico de José Marcondes mostra o que realizou nestes últimos anos. Impressiona! Participa de diversos salões, recebe prêmios variados, acumula diplomas de Honra ao Mérito, expõe em São Paulo. Enfim, desenvolve atividades, que demonstram seu valor e dinamismo. As críticas favoráveis de tantos conhecedores atestam que conseguiu realizar-se plenamente. Eu acredito que venceu em sua carreira, superando o difícil desafio com aparente facilidade, mas com a silenciosa e solitária luta constante no auto-aperfeiçoamento. Agradeço muito a oportunidade de elogiar este admirável sanjoanense e meu prezado amigo. (...)” 83


“X EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE JMARCONDES” 01 a 8 de dezembro de 1985

A madrinha da exposição foi a amiga Lucila Martarello Astolpho, e o Prof. José Walter Teixeira Pinto fez uso da palavra enaltecendo o expositor.

Dr. Palmyro e Benedita “Bina” Ferranti, Zizico Marcondes, Norival Alberti, Maria Célia e José Marcondes - 1984

E O OCASO ACONTECEU... Esta foi a última exposição de Marcondes no Centro Recreativo Sanjoanense porque, em outubro de 1986, sua diretoria, através de uma funcionária, comunicou-lhe que as dependências do clube só poderiam ser usadas pelos sócios, e ele não o era. Dessa maneira, estava suspensa a autorização dada para que ele ali realizasse sua XI Exposição 10. As exposições de JMarcondes costumavam ser muito concorridas e visitadas. Era cada vez maior o número de sanjoanenses e de pessoas da região que iam ver e prestigiar o evento. Poder-se-ia dizer que, não oficialmente, constituía-se num importante e esperado evento cultural da cidade. O fato consumado, porém, naquele momento, era de que não poderia realizar a sua XI Exposição, no Centro Recreativo Sanjoanense. O que fazer? Foi quando o grande e saudoso amigo, João Batista Merlin, percebendo que Marcondes havia ficado desorientado, pegou para si a curadoria da exposição e, sendo um dos diretores do Palmeiras Futebol Clube, conseguiu que ali se realizasse a exposição, a qual fez questão de, ele mesmo, montá-la. No entanto, essa situação não esperada e criada em cima da hora, era muito penosa e causou ao Marcondes certa ansiedade; porém qual não foi sua surpresa, quando, no vernissage, viu chegarem, além dos usuais frequentadores do Recreativo, um grande número de amigos, colegas, companheiros, conhecidos e não conhecidos, enfim pessoas que admiravam a sua arte 11. A visitação, durante toda a Mostra, foi também muito grande. Essas presenças, para Marcondes, foram um verdadeiro presente, uma prova da aceitação e da apreciação de seu trabalho, mas, apesar de ter sido um sucesso, apesar da gentileza da diretoria do Palmeiras Futebol Clube em abrir suas portas e da delicadeza de alma do amigo João Merlin, nada disso conseguiu tirar o desalento, o desencanto em que ficou o artista que, não quis mais realizar suas já tradicionais exposições individuais, em São João da Boa Vista. 84


Mercedes B. Furlanetto, José Walter Teixeira Pinto, Joaquim José de “Oliveira Neto”, Aparecidinha Mangeon Oliveira, Amarilis, Maria Célia e José Marcondes - 1984

Thaís, Amarílis e Maria de Lourdes Marcondes, João Batista Merlin - CRS - 1984

Em pé, atrás: Alice Merlin, Marlene do Canto, Fãvio do Canto, Gastão Michelazzo, Cidinha Marcondes. Frente: Tereza Oliveira, Ma. Conceição Neves, Beloquinha e Ziza Andrade, Iola Oliveira. Sentados: Roberto Nemer, Thaís Marcondes, Marisa Nemer, Zenaide Mazutti, Tereza Blasi, Ida Arrigucci, Ida Marcondes, Amarilis Marcondes, Rita Dominicchelli. Abertura da Exposição no Centro Recreativo Sanjoanense - CRS - 1984

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UM NOVO ESPAÇO: PAPYRUS LIVRARIA

Graças ao empenho e insistência de Lúcia e Francisco de Assis Martins Bezerra, da Papyrus Livraria, Marcondes voltou, dez anos depois, em 1996, a fazer exposições individuais, desta feita em junho, no mês de aniversário da cidade. Foram quatorze as Mostras ali realizadas até 2010.

“1ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” junho de 1996

A primeira exposição de José Marcondes, na Papyrus Livraria, deu-se concomitantemente à implantação do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” e do lançamento do livro “Teia” de Orides Fontela, que, em noite de autógrafos, esteve presente juntamente com seu editor Luis Fernando Emediato. “A Papyrus Livraria 12 através de seu proprietário Francisco de Assis Bezerra, que já incentiva as artes e a cultura, criou, juntamente com Maria Célia Marcondes, então na presidência da Academia de Letras e contando ainda com o apoio do Departamento de Cultura da Prefeitura e da Delegacia Regional de Ensino 13 o projeto “Santo de Casa também faz Milagre.” “2ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dento do Projeto “Santo de Casa também faz Milagre”

Dia 13 de junho de 1997 A acadêmica e amiga Beatriz Virgínia Castilho Pinto, após a visita à exposição, escreveu o texto: “Como exprimir a sensação de beleza? Diante da pintura de Marcondes só encontro uma palavra ‘alumbramento’. Mas não no seu sentido de dicionário, como inspiração ou ilusão - e sim, conforme as raízes da palavra. Em sua origem latina, alumbramento remete à luz, alumiar, assim como sabe fazer este grande artista, que nos surpreende com sua luz ora sutil, ora explosiva, e rompendo sobre a tela com uma beleza indescritível. Por outro lado, alumbramento é também ‘sombra-umbra’, em latim.

José Marcondes, Francisco Bezerra, Fersen Blasi, Nege Além, Orides Fontela - 1996

Essa mesma sombra que, na pintura, paradoxalmente, define e delimita o que seja luz. Algumas de suas obras levam a sombra a uma outra dimensão, agora social, fazendo-a pesar sobre agrupamentos humanos - os desiludidos do Brasil atual. Nesse caso, o artista projetando a sombra sobre os exMaria Célia Marcondes, Luis Fernando Emediato e Luiz Antônio Spada cluídos, não faz senão iluminá-los: tira-os da sombra em que a - 1996 sociedade prefere escondê-los. Mas, sobretudo, alumbramento é a sensação que paira na visão deslumbrada do expectador. Caros Marcondes e Maria Célia, agradecemos por brindarem nossos olhos com tanta beleza, e por nos honrarem com sua amizade. Bia e Émerson.” 86


“3ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” junho de 1998

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“4ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 04 de Junho a 30 de julho de 1999 ta.

Tema: “Mirante, a Serra Azul de São João da Boa Vista” - comemoração aos 178 anos de São João da Boa VisCoordenação Maria Célia C. Marcondes.

Luiz e Maria Helena Ribeiro, Antonia Cabrelon Massucci, José Marcondes, Margarida Noronha Bastos - Papyrus Livraria

Apresentação, na abertura: Edison Nardoto – canto e Gilda Nardoto - teclado. Apoio Cultural: FAE - Faculdade de Administração e Economia de São João da Boa Vista. Dizeres catálogo: “No final deste milênio, ainda é possível ao maior degradante da natureza, o homem, contemplar o nascer do sol e o crepúsculo misterioso; repousar na sombra das matas restantes e beber água dos riachos, ainda não poluídos. No final deste milênio, ainda vemos o fantástico azul de nossa Serra da Mantiqueira. Que perdure para sempre! Maria Célia de Campos Marcondes” “São João da Boa Vista cresce com a divulgação de seu potencial artístico. A FAE quer unir-se aos expoentes desse segmento para colaborar nessa difusão. João Batista Ciacco Neto – Reitor FAE”

Inspirando-se no tema da exposição, Maria Célia escreveu: “Mirante, a Serra Azul de São João da Boa Vista”

“A Serra da Mantiqueira foi o tema escolhido por Marcondes, nesta sua ‘4ª Exposição Individual na Papyrus Livraria’, com a finalidade de homenagear São João da Boa Vista, no mês de seu aniversário. Inspirada em suas telas, e na beleza natural da Mantiqueira, fiz um texto, exaltando, desta feita, através das letras, as belezas desse local. A Serra da Mantiqueira é a moldura natural, que cinge nossa cidade e tão bem a caracteriza e individualiza. Perante tanta beleza, o pedacinho denominado ‘Mirante’ é o mais nosso. Lá do alto nos contempla altivo, imponente, belo, marcando, geração após geração, sua presença hospitaleira e amiga. A ‘Serra’ é sempre linda, majestosa em todos Mirante - Serra Azul de São João da Boa Vista - Obra de José Marcondes os momentos: na nascente, no poente; seja iluminada, seja nublada; quer resplandecente de luz, quer escura; circundada de nuvens ou completamente visível; com chuva ou com sol. Nas manhãs de inverno, esconde-se atrás de uma fria camada de bruma e parece vestida com diáfana 87


camisola branca. É, pois sempre, um espetáculo maravilhoso, aos nossos olhos. Minuto após minuto reveste-se de tons e cores diferentes para presentear a todos que têm olhos para vê-la, sensibilidade para senti-la, emoção para vivenciá-la. Vista, daqui de baixo, é uma muralha a nos proteger das intempéries da vida, dos temores ocultos, do medo existencial. É o colo da mãe que, silenciosamente, agasalha-nos. Vista, lá de cima, há um mundo que se descortina à nossa frente, causando-nos sensações paradoxais: grandiosidade, infinito, temporalidade, plenitude, pequenez, eternidade. Tudo se mistura num grande e inexplicável amálgama. Atemoriza e extasia-nos a grandiosidade de seu esplendor, o tão longínquo e azul horizonte. O que, lá do alto, se vislumbra é belo, magnificamente belo! As cidades tornam-se pequenas, minúsculas. A nossa São João lá está. Lá embaixo, à esquerda de quem olha de seu cume para o poente. Parece mais querida, mais nossa, frágil em suas dimensões diminutas. Uma pequena jóia incrustada na imensidão do mundo. Estranhas e conhecidas sensações despertam carinho, proteção, cuidados a tão frágil criatura! Lembro-me de certa feita, em que fomos ao Mirante. Era uma fria manhã de inverno. Ventava. Levávamos para espalhar, lá de cima, as cinzas do amigo, nadador e ator de teatro, Atílio Gallo Lopes. Um excursionista solitário chegou até nós e silenciosamente também participou do ritual. Escrevi, na época: ‘Atílio, viva livremente por esta serra, por estes vales, chegue até São João. A partir de agora, o mais alto do Mirante é o palco em que você passará a representar. Nós, lá de baixo, o aplaudiremos’. Assim é nossa Serra da Mantiqueira, o nosso Mirante. Não o reificamos, mas sim o elevamos à categoria de amigo, um forte e querido amigo! Tão belo espetáculo não passa incólume aos que têm o dom de criar. E, nesta simbiose de que é feita a vida dos artistas, Marcondes também sucumbiu, nunca conseguiu resistir aos seus encantos e nesses anos todos a tem retratado em suas várias e diferentes facetas, em horários vários, de diversos locais, em momentos distintos. Venho acompanhando, há mais de quatro décadas, sua trajetória artística, e hoje, ao vê-lo realizar uma exposição cujo tema é o nosso ‘Mirante’ ainda sinto admiração, ainda me emociono. O que se pode fazer? Sucumbi à sua pessoa, à sua arte. Sou sua fã primeira.”

“5ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 09 de junho de 2000 - Vernissage

Nessa quinta exposição, em comemoração ao aniversário do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre”, Marcondes optou em fazer uma coletiva com suas obras e de mais nove artistas, representando a região. Participaram, com ele, dessa sua “individual”: Antonieta Prézia, de Poços de Caldas; Benê Trevisan, de São José do Rio Pardo; Domingos Pistelli, de Casa Branca; Getúlio Cardozo, de Mococa; Lais Betty, de Mogi Mirim; Sadi Souza, de Águas da Prata; Suzana Carvalho, de Aguaí; Tebaldo Simionato, de Espírito Santo do Pinhal; Thomaz Perina, de Campinas.

“6ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES”

Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” junho de 2001

Sandra Junqueira Franco, Luci Salomão, Beatriz C. Pinto, Maria Célia Marcondes, Sônia Quintaneiro Papyrus Livraria

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“Comemorando o aniversário de São João da Boa Vista, a Papyrus mostra algumas “manchas” paisagísticas, dos arredores da cidade e outras obras de José Marcondes.” 15


“7ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 7 de junho a 3 de agosto de 2002

O catálogo trazia os dizeres: “Tradicionalmente em junho, comemorando o aniversário de São João da Boa Vista, convidamos o artista plástico José Marcondes, para expor algumas de suas obras.” O tema dessa Mostra foi “Marinhas” e a Exposição recebeu o nome:

“Marcondes, em canto do mar...”

Foi-lhe dedicado um poema:

MAR...MARCONDES

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Maria Célia de Campos Marcondes

Longe do mar é o seu viver. Suas raízes fincadas estão nas vertentes paulista e mineira da Serra da Mantiqueira. Por que, então, o mar tão presente, em seu eu? Que impulso irrefreável leva-o até ele? Você o traz no âmago de seu ser em um estranho, e inexplicável paradoxo! Assim, o movimento, a potência, o fluxo e refluxo, o azul, a imensidão, a beleza, a cor penetram, em seu imaginário. A ele, você se entrega, a ele você pertence. E o mar, de beleza indescritível, surge de seus pincéis. É a obra criada! É a marinha recriada!

Marinha - Obra de José Marcondes

“8ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES”

Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 13 de junho a 5 de julho de 2003 O catálogo trazia os dizeres: “Ao retratar São João e seus arredores, nesta tradicional festa comemorativa do aniversário da cidade, Marcondes evoca a vida simples e pacata de uma cidade interiorana, valorizada pelo seu talento e sensibilidade.” 17 89


“9ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” junho de 2004

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Jardim Antigo - Obra de José Marcondes

Parecer do colecionador italiano, Giorgio Allodi: “Ammirando il senso artístico impress nell’arte pittorica di José Marcondes, la memória si rifá, nei secoli, al suo grande concittadino di Arezzo, Francesco Petrarca, uno dei maggiori vati italiani, Che com la parola seppe esprimere cio Che Marcondes esprime com l’arte plastica e l’ anima sensibile”.

“10ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES”

Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 10 de junho a 6 de agosto de 2005 “Comemoração dos 10 anos de exposição do artista plástico José Marcondes na Papyrus Galeria. Tradicionalmente em junho, mês de aniversário de São João da Boa Vista, é que são expostos os trabalhos deste destacado artista.” 19 Francisco de Assis Martins Bezerra escreveu: 20 “MARCONDES, UMA PESSOA COMPROMETIDA” “Sempre gostei do mês de junho. Recordo-me de minha infância em Pesqueira, cidade do agreste pernambucano, aos pés da Serra da Borborema. Era época das chuvas, das floradas na serra e dos banhos de cachoeira. Era também época das tradicionais festas juninas com suas quadrilhas, pamonhas, canjicas, milho assado, fogueira e muita brincadeira na rua. Aparecidinha Mangeon Oliveira, Cidinha Marcondes Noronha, Neusa Menezes Papyrus Livraria

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Amarílis Marcondes, Lenira Esteves, Maria Cecília Malheiro, Cidinha Marcondes Noronha, Thaís Marcondes

Não existe nada tão autêntico e tão profundamente enraizado na alma de um povo como as festas juninas do nordeste. O compromisso pela preservação desse bem cultural faz com que os festejos, apesar do apelo turístico, se mantenham fiéis às suas tradições e adquiram, cada vez mais, uma importância singular no cenário cultural do país. São João da Boa Vista bem que poderia trilhar o mesmo caminho. Aqui tudo remete às festas juninas, desde o nome da cidade, aniversário e padroeiro. Falta apenas caprichar nos festejos, nas quadrilhas e comidas tradicionais. Recuperar antigas brincadeiras, os cartuchos, as músicas, o correio elegante e tantas outras esquecidas no tempo. E o que o Marcondes tem a ver com tudo isto? Muito! Neste mês de junho estamos comemorando os 10 anos de exposições do Marcondes, consecutivas e ininterruptas, em nossa Galeria de Artes, a qual, por sinal, foi idéia dele. Tradicionalmente o mês de junho lhe foi reservado, e não por acaso. Na festa de aniversário da cidade ele utilizou, muitas vezes, como tema da exposição, São João e arredores. Marcondes é a expressão mais bem elaborada do que podemos entender como comprometimento. Comprometimento com a nossa cultura, com sua arte, com sua terra e principalmente com a execução dos projetos com os quais se envolve. Marcondes não é de pular do barco, quando está afundando. Perfeccionista no seu trabalho, ele é puro envolvimento e dedicação. Vivemos em um mundo de muitos discursos, promessas vãs e de pouca ou nenhuma ação. Falta firmeza nos compromissos assumidos e visão de futuro. Oportunidades são perdidas pelo imediatismo provinciano. Marcondes acredita em seus sonhos e por eles luta e xinga, bravamente. Pioneiro de muitas mostras de artes, fica nervoso ao lembrar da extinção do Salão e das incertezas que cercam a nossa Bienal de Artes. Ele tem a alegria de viver. Parceiro de primeira hora nas nossas atividades culturais, apoiou a criação da PróCultura Incumbadora Cultural, participando de sua diretoria até hoje. Nestes 10 anos nos tornamos amigos, e o tenho como exemplo de luta. No nordeste anunciando a chuva que chega, o mandacaru floresce. Aqui quando junho chega, e naquele seu jeito especial de ver e observar, de quem não quer nada, Marcondes inicia sua montagem. Fico feliz. Teremos ainda muita chuva pela frente e muita esperança.”

“11ª Exposição Individual de José Marcondes”

Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 21 junho de 2006 Tema: Imagens Sobre o quadro exposto: “Família” (60x80 cm), Maria Célia escreveu: “Nesta obra, Marcondes traduz de maneira simplificada, mas ironicamente poética, a realidade social de uma família de excluídos. Apesar da tristeza da denúncia social, a obra é de grande beleza artística, ocasionando-nos um misto de emoções que se contradizem.” 91


Alegoria a São João Batita - Obra de José Marcondes

“12ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 15 de junho a 15 de julho de 2007 Tema: Paisaginhas Sanjoanenses.

“13ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” 13 de junho a 5 de julho de 2008

Tema: “Algumas Paisagens” A imprensa publicou: 22 “MARCONDES NA PAPYRUS” “Há treze anos que Marcondes realiza, no mês de junho, na Papyrus Livraria, uma Mostra Individual, dentro do Projeto Santo de Casa também faz Milagre. Espaço que já mostrou mais de 150 artistas de todos os níveis e tendências. É um lugar aberto às artes onde artistas sanjoanenses e da região têm mostrado suas obras (...). É um espaço que tem trazido uma gama muito grande de artistas. Graciosamente Francisco e Lúcia abrem as portas de sua excelente livraria para os artistas plásticos. Os quatro, Lúcia, Francisco, Marcondes e Maria Célia, durante todos esses anos, vêm lutando para manter vivo, não só o Projeto “Santo de Casa também faz Milagre” como também a galeria de artes, que, aliás, foi ideia do Marcondes. Sua primeira exposição inaugurou o espaço, e aconteceu em conjunto com a primeira edição do Projeto Santo de Casa. A homenageada foi nada menos que a poeta Orides Fontela que aqui lançava seu livro ‘Teia’. Estávamos em 1996. Daí para frente, não parou mais e, em todas estas exposições, acontecidas no mês de junho, na Papyrus, apresenta, de preferência, paisagens dos arredores de São João, em comemoração ao aniversário da cidade. 92


Grande incentivador das artes e da cultura em São João da Boa Vista, foi criador do Salão de Belas Artes e da Bienal, ambos em nossa cidade.” Marieta e Plinio de Arruda Sampaio estiveram presentes e deixaram a mensagem: “Marcondes tem cumplicidade com a ‘Serra’ e o domínio do azul. É uma pintura sem complicações e com muito sentimento. Sua arte é verdadeira. Seus amigos Marieta e Plínio” Ao Marcondes, nas artes plásticas, das plagas do Jaguari, o nosso artista maior, Barbin oferece uma trova: “Marcondes, as tuas telas são dons provindos do céu: -um festival de aquarelas, nos traços do teu pincel!”

“14ª EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE JOSÉ MARCONDES” Dentro do “Projeto Santo de Casa também faz Milagre” junho de 2009

Tema: “Sobrevivência”. O nome “Sobrevivência”, para a mostra, foi baseado em um quadro exposto que possuía este título. Marcondes justificou, ainda afirmando: ‘Sobrevivência’ existe, com certeza, dentro do projeto ‘Santo de Casa também faz Milagre’, que consegue sobreviver a todas as intempéries e dificuldades inerentes ao mundo artístico e cultural do Brasil e de São João.” O amigo e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, Antonio “Nino” Barbin, deixou uma trova de sua lavra, baseando-se no quadro “Curva do Caminho”: “São coisas que aconteceram... Ah! Vida cheia de espinho! -As ilusões que morreram Bem na “Curva do Caminho”... A poeta Lucelena Maia, membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, dedicou-lhe um poema - do seu livro - “Põe-te de pé, poeta!” -, baseado no quadro “Sobrevivência”:

Bóias-Frias Mãos calejadas repousam na enxada, Suor de bóia-fria é desolação... Olhos humildes, perdidos na estrada, Amanhecidos nas ruas da plantação. Alimentam-se de solidão, dificuldade, E da marmita que viu o dia nascer; Banham seus corpos no sol da tarde, Laboram searas, sem esmorecer. Adubam, plantam, colhem poeira, Comandam a vida ensacando grão; Da boléia do caminhão, recebem areia, Que lhes cobre a já cansada visão.

Sobrevivência - Obra de José Marcondes

Onde houver terra e trabalho Haverá música instrumental de peão. A esse trabalhador humilde e dedicado, Só o solo poderá garantir-lhe o pão.

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Recebeu Marcondes, ainda, algumas correspondências: “Querido Marcondes, É com grande alegria que recebo o convite de sua 14ª Individual! Desejo sucesso nesta e em todas as outras edições. Você é um grande artista, meu ídolo e amigo querido. Na abertura, vou estar fora da cidade, mas na próxima semana estarei lá para prestigiá-lo e maravilhar-me mais uma vez. Grande abraço para você e Maria Célia. Alfredo Nagib Filho ‘Fritz‘ , 18/06/2009” “Caro amigo Marcondes, Venho, por intermédio desta, desejar todo sucesso durante a sua 14ª Individual na Papyrus. Existem pessoas que conseguem passar a essência com um toque de excelência, e você é uma delas. Você é uma pessoa multidisciplinar que convive com o interdisciplinar e, por isto só, já o conduz para uma pessoa especial. A magia de sua mão, do seu pincel, do seu olhar e da sua oratória, acabam sendo componentes, que destacam não apenas o indivíduo físico, mas principalmente o artista. Espero que você tenha uma noite com muita energia vital e com a presença, em pensamento, deste amigo que muito o admira. Irei à sua exposição durante o dia. Grande abraço Sebastião Álvaro Galdino Diretor de Esporte da Prefeitura Municipal. 19/06/09”

FORA DE SÃO JOÃO Marcondes também realizou várias exposições individuais. Elas serão aqui nomeadas cronologicamente, dentre as várias cidades em que aconteceram. As exposições realizadas em Brasília, no entanto, estarão no final deste capítulo.

Tudo começou em 1984, quando realizou, com total sucesso:

“MARCONDES NO PAULISTANO”

Club Athlético Paulistano - Sala de Artes “Clóvis Graciano” Rua Honduras, 1.400 – Jardim América – São Paulo, Capital 4 a 11 de setembro de 1984

Foram várias as manifestações de apreço:

“Prezado Marcondes, Agradeço a gentileza do convite para sua Exposição Individual de Pintura no Club Athético Paulistano. Seu valor como pessoa e como artista é motivo de alegria e orgulho para nós, seus conterrâneos. Votos de sucesso Adélia Jorge Adib Nagib” - amiga

José e Maria Célia Marcondes,Sônia e José Luiz Olandesi - 1984

tória continua brilhante e promissora. Um grande abraço. 94

“Grande talento, artista nato! Beatriz Anna M. Winter” -visitante “Marcondes: só poderia ter sido este sucesso que foi sua primeira individual em São Paulo. Sua trajeAparecidinha e Maurício José Oliveira” - amigos

“Realmente fiquei impressionado por la seriedad de sus trabajos, com base de estudios sérios. Héctor Cardenas” - artista argentino - visitante


“Sr. Professor, Sempre apostamos na sua pessoa, interpretando os seus sentimentos de artista. Sentimentos expressos na beleza da natureza sanjoanense, onde o simples se torna majestoso. Possuímos, e com muita honra, em nossa residência e de sua lavra, uma tela retratando São Bento do Sapucaí,(...). Esta obra, dá a você o título de ‘Bandeirantes das Artes’, porque a região retratada foi o guia dos bandeirantes que partindo de Taubaté, descobriram o primeiro ouro na Vila Rica, hoje Ouro Preto. O Clube Paulistano se torna maior abrindo as portas para o seu valor e à sua simplicidade como pessoa humana e como artista. Você e Maria Célia conhecem-me como ninguém e sabem da autenticidade com minhas palavras, porque elas são brotadas de meu coração e não artificialmente. Continue, Marcondes, as luzes estão se abrindo no túnel ensejando-lhe expressão de cunho nacional. Aceite os cumprimentos da escola, que dirigimos, onde pulsa o coração de todos os sanjoanenses, extensivos à Maria Célia que é uma reserva moral, que lhe empurra para a frente, na defesa de seus sentimentos para que seus ideais se concretizem. Outrossim, valho-me da oportunidade para apresentar-lhe protestos de alta estima e elevada consideração.

José Walter Teixeira Pinto - Diretor do Instituto de Educação Cel. Christiano Osório de Oliveira 24 de setembro de 1984”

“Ao amigo Marcondes, voto de um futuro brilhante na carreira da ‘nossa arte’. Abraço. Matias de Oliveira Pinto” - violoncelista, visitante

“Caro Marcondes, a sua arte tem o poder de sensibilizar todos aqueles que se encontram identificados com a beleza de nossas paisagens e das nossas coisas bem brasileiras. Como é gostoso e gratificante descobrir que existe artista como você, distribuindo beleza e bom gosto com os seus pincéis, com suas cores, com seu talento. Parabéns! Continue pintando o Belo. Ruy Barbosa Parpinelli” - professor universitário, visitante

Roberto Nemer, José e Maria Célia Marcondes, Pedro, Mauricio Azevedo Oliveira, Nelson Nicolau, Lito Blasi, Jack Nemer e Mário Antunes. Club Athlético Paulistano - 1984

“Marcondes um grande artista, lembrando Castellani, mas com toda sua criatividade pessoal e poética. Belo espetáculo! Nair G. Aranha Lima” - colecionadora de obras de arte

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“Gostaríamos de ter a ‘luz’ das suas obras para poder expressar com fidelidade o que sentimos quando as vemos. Parabéns. Sonia e Nelson Mancini Nicolau” - Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento de São Paulo - amigos 95


“Boa pintura. Artista consciente de acordo com sua sensibilidade, livre de modismo! Tina Pedroso” - visitante e crítica de arte

“Realmente de bom nível cultural a exposição de Marcondes. Sua versatilidade, em temas, mostra bem como versa vários motivos. O paulistano sente-se honrado por contar com sua presença. Ubirajara Martins” - Secretário de Cultura do Club Athlético Paulistano

Um mês depois, a convite do artista plástico Adriano Colângelo, aconteceu:

“PINTURAS DE JOSÉ MARCONDES” Galeria de Artes do SESI Av. Paulista, 1.313 - São Paulo, Capital 8 a 18 de outubro de 1984 Curador: Adriano Colângelo

No catálogo havia a apresentação do artista, pelo curador: “A característica cultural de um país se distingue não somente por seus artistas urbanos, mas também por aqueles da província, para formar um organismo integrado, que dá uma fisionomia, uma identidade artística a um povo. Por sinal, no passado, temos, no Renascimento Italiano, não somente os gênios de Florença, Roma e Veneza, mas também aqueles de Padova, Verona, Lucca, e Pizza que contribuíram e muito, para a compreensão global daquela proposta estética, tão universal. Num país jovem, como o Brasil, temos, de um lado, o mosaico diversificado dos artistas urbanos e, de outro, aqueles do interior que são, apesar do indiscutível valor de alguns, um pouco divorciados das capitais, seja por Rosina Campos, Marisa e Olga Rocha Braga, Maria Célia Marcondes, Pedro da Rocha Braga e José Marcondes - SESI - 1984 timidez própria, como para um preconceito urbano, lamentavelmente errado, em relação a eles. José Marcondes, pintor da bela cidade paulista de São João da Boa Vista, é um caso interessante de um típico artista interiorano que, se de um lado desdenha qualquer proposta de vanguarda ou modernista, demonstra, por outro, dominar muito bem o exercício da pintura propriamente dita, com uma riqueza cromática e uma pureza poética, em sua temática, que evoca a paz doméstica ou as belezas naturais de sua terra. Parece-nos muito importante trazê-lo à Galeria de Artes do SESI não somente pelo seu valor autenticamente brasileiro, mas também para abrir um espaço para o artista interiorano, em São Paulo, e promover um intercâmbio e uma experiência, que serão salutares para todos, tentando, assim, integrar a cultura nacional, na sua emergência dentro de uma política de abertura, livre de qualquer preconceito ou barreira formal, que seja. Sem dúvida, acreditamos que o público visitante terá uma bela surpresa com o sanjoanense José Marcondes. Adriano Colângelo” - artista plástico, professor de História da Arte, diretor do Departamento de Cultura do SESI da Av. Paulista

estão

Alguns visitantes deixaram seus pareceres: “Marcondes, Você bem sabe que já o acompanho de longa data e o melhor testemunho são os quadros de sua autoria que enfeitando minha sala. Meus parabéns, pelos seus lindíssimos trabalhos. Francisco Amarante Mendes” – ‘Chico Marinheiro’ – amigo

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“Rosana e eu nos sentimos muito felizes e orgulhosos por temos um amigo como você. Particularmente para mim é uma emoção grande revê-lo, depois de tanto tempo, numa situação como esta, tão alegre e festiva. Parabéns pelos seus quadros, pelo seu dom e pela sua pessoa maravilhosa! Sinceramente, seu amigo e pupilo, Jorge Abbud.”

“Maria Célia e Marcondes, Que encontrem sempre em seu caminho a retribuição a toda beleza de suas ofertas. Para vocês o coração em gratidão de Cora Coralina, pela ‘Casa Velha da Ponte’ não me esquecerei de vocês. Todo o bem querer de

Maria Luisa Cartaxo” - neta da Cora Coralina

“Amigo Marcondes, Fiquei muito feliz em poder, no futuro, viver diretamente com você. Sem dúvida, terei quadros seus, em minha casa. Estaremos juntos. Marcello Nogueira” - amigo

“É difícil expressar como as belezas da natureza se fazem reinantes no meu interior. Você as expressa de maneira real e envolvente. Em matéria de expressão e domínio em tela, dou-lhe meus parabéns, e como a arte me traduz harmonia, que esta esteja contigo, até toda a eternidade. Muita felicidade. Continue assim.

Teresa Addiego Sportellin” - visitante

A Câmara Municipal de São João da Boa Vista enviou-lhe o Ofício: 5578/ 84, requerimento: 433/84, de 9 de outubro de 1984, dos vereadores Maria Aparecida Pimentel Mangeon Oliveira e José Carlos Matiello, onde o cumprimentam pela exposição individual no SESI.

A convite do amigo Eugênio Barbosa Filho, Agente Regional do Citibank, foi realizada:

“MARCONDES: ARTES PLÁSTICAS” City Bank C.F.I. S/A. Av. Regato, 150 - Vargem Grande do Sul/SP 14 e 15 de outubro de 1985 O “Agente Regional CITY BANK C.F.I. S/A, 24 procurando colaborar também, no campo artístico, mostrando os valores de nossa terra, sente-se honrado em mostrar, ao público, o artista sanjoanense, Profº José Marcondes. Sua principal característica é gravar em telas, as coisas de nossa região com uma apurada elaboração artística. Suas obras impressionistas possuem riquezas cromáticas lindas, mostrando uma firme consciência interior e poética. Cabe a nós, apresentar aqui a possibilidade de a todos os eventos culturais, participar em conjunto com essas manifestações. Eugênio Barbosa Filho- Agente Regional Citibank”

Entre outros: Dr. Fausto Ferraz, Wagner Cipola, Dino Noronha, Eugênio Barbosa, Maria de Lourdes e José Marcondes, Mario Franco, Maria Aparecida Marcondes Noronha - Exposição em Vargem Grande do Sul/SP - 1985

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No catálogo, o amigo João Batista Merlin, deixou impresso: “José Marcondes elevou nossa cidade ingressando na Academia Paulista de Belas Artes. Somos sabedores de seu êxito nas mostras realizadas em São Paulo, uma no Club Athlético Paulistano e outra na Galeria de Artes do Sesi, da Av. Paulista e agora aqui em Vargem Grande do Sul..(...). A ele nossos parabéns!” Ainda em 1985, Marcondes realiza: “INDIVIDUAL DE ARTES PLÁSTICAS DE JOSÉ MARCONDES” Hall de entrada da Caixa Econômica Estadual Águas da Prata/SP.

“MARCONDES EM GOIÂNIA” “Galeria de Artes Bauhaus” – Rua 9, 849 - Setor Oeste. Goiânia/GO 16 a 30 de setembro de 1987

José e Maria Célia Marcondes, Evanilda Almeida, Maria Abadia e Adilson Marcondes. Goiânia/GO - 1987

O consagrado artista plástico goiano, Omar Souto, deixou registrado seu parecer: “A arte continua viva, sincera e honesta, mas em poucos artistas. No trabalho de José Marcondes, registra-se esta realidade.” 25

“MOSTRA DE ARTES PLÁSTICAS JMARCONDES” 26 Jantar Dançante da Primavera e vendas das obras de José Marcondes Sociedade Recreativa e Esportiva Pinhalense - Espírito Santo do Pinhal/SP 22 de setembro de 1990 Curadora: Elza Maria Vergueiro Pedroso “EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL EM PROL DAS OBRAS ASSISTÊNCIAIS” 27 Sociedade Recreativa e Esportiva Pinhalense - Espírito Santo do Pinhal/SP 18 de maio de 1991 Curadoria: Luiza de Marilac Barros e Divino Filiponi Filho, pelo Hospital Francisco Rosas “MARCONDES – ÓLEOS” Associação Banco do Brasil – AABB/SP Estrada de Itapecerica, 1935, Bairro Santo Amaro -São Paulo - Capital 6 a 28 de abril de 1991 Oficina: dia 6, às 10 horas 98

Trecho do Rio da Prata - Obra de José Marcondes


“Estendida no sopé da Serra da Mantiqueira está São João da Boa Vista. Os seus casarios, a sua natureza e toda sua luz transfere-se para as telas de Marcondes. O artista reproduz tudo com extrema fidelidade e pureza. Os frutos, retratados com limpidez, nos chegam com uma clareza que nos leva a senti-los, a tocá-los. Suas paisagens são do mais puro impressionismo sem nada de falso, sem o visgo de muitos que constantemente vemos e logo esquecemos. A arte apresenta vários caminhos, várias vertentes. Cada artista escolhe o seu. Alguns preferem o experimento, a ousadia e o inventivo como maneira de se expor; outros preferem se aprofundar nas técnicas mais tradicionais, no conhecido, para se expressarem. Marcondes é um artista que escolheu este caminho e o trilha com dignidade e honestidade. Nas marinhas, nos frutos, no casario e nos nus, Marcondes prova a sua coerência. Por isto, repito que é um artista honesto, puro. Marcos B. de Oliveira” - Diretor de eventos artísticos da AABB

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Em 1991, realizou uma exposição beneficente em São Paulo, na residência da Senhora Walquiria Ermetice Silveira, cuja porcentagem da venda das obras destinou-se à creche que a anfitriã presidia. Ainda na capital paulista, em 1992, realizou uma individual na inauguração do “Restaurante Dona Lucinha”, localizado em Moema.

“MARCONDES, PINTURAS: RETROSPECTIVA INDIVIDUAL” Banco do Brasil S.A. Agência de São João da Boa Vista dezembro de 1994 Curadora: “Ângela Bonfante” Cabrelon da Silva “O Banco do Brasil, por esta filial, de São João da Boa Vista, sente-se honrado pela oportunidade de mostrar aos sanjoanenses o trabalho do grande artista JMarcondes. É ele um ser irrequieto e participativo, cuja vocação decisiva e impetuosa é a preocupação com a arte. Dedica-se à pesquisa e criação, mas contribui, sobretudo, para a preservação dos valores artístico-culturais de nossa terra. As obras apresentadas nesta exposição exibem a trajetória de um pintor fiel ao desenho, espontâneo nas pinceladas, arrojado na utilização das cores, propondo maravilhosas soluções tonais. A estrutura de sua composição lembra os princípios clássicos. Nota-se em seu trabalho uma emotividade aliada ao impressionismo; não busca nesta escola filiação, apenas o meio de expressão. A arte da pintura ao ar livre o leva a retratar com lirismo e paixão o que vê e sente, cumprindo o discreto papel de historiador, que cabe somente às pessoas altamente sensíveis. Ângela Bonfante”

Iola e seu pai Joaquim José de “Oliveira Neto”, Mauricio José Azevedo Oliveira, Flávio Augusto do Canto, José Marcondes, Álvaro Regis Lemos, Eliseu Germano. CRS - 1984

“MÃES” Auditório José Edgard S. Alonso – FAE – São João da Boa Vista. Reunião Ordinária da Academia de Letras de São João da Boa Vista, em comemoração ao Dia das Mães maio de 1995 “MOSTRA JMARCONDES” “Galeria Casarão”, por ocasião de sua inauguração -1995 Praça da Matriz, Espírito Santo do Pinhal/SP Curadora: Luiza de Marilac Barros

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Mãe em Azul - Obra de José Marcondes

“MARCONDES NO BAR NOSSO CLUBE” Bar do Centro Recreativo Sanjoanense – São João da Boa Vista - 1999 À convite dos proprietários Lucinha e Roberto Sodré “JMARCONDES” Tribunal Regional do Trabalho, 15ª Região, Campinas/SP 30 de maio a 22 de junho de 2000 A convite do Desembargador da Justiça do Trabalho, Dr. Paulo de Tarso Salomão. No catálogo da exposição, o anfitrião e amigo Paulo Salomão escreveu: “Em 1972, José Marcondes veio a Campinas como técnico de natação da Sociedade Esportiva Sanjoanense - SES e daqui, onde se realizou o Campeonato Estadual pela Federação Paulista de Natação, saiu campeão junto com sua equipe juvenil masculina. Retoma agora, décadas depois, como artista plástico já consagrado em dezenas de exposições oficiais e individuais. Em cada obra de Marcondes o brilho da cor e a eloqüência do claro e escuro fascinam o observador mais exigente. Seu trabalho é muito mais o resultado de uma visão de conjunto do que uma soma de vários detalhes colocados à frente.” 100


“Uma obra desse grande artista não é um ato gratuito, tornando possível reconhecer de imediato a linguagem plástica desse mestre por suas cores e pinceladas seguras. Cecília Mazon” - amiga e artista plástica 29

A Fundação de Ensino Octávio Bastos patrocinou o catálogo e deixou sua mensagem impressa: “Em seu trabalho de alquimista da pintura, José Marcondes destila formas, cores, tons e também valores para reter no presente aquilo que o tempo tenta apagar. Na certeza de que através do conhecimento da arte, estaremos mais perto de conhecer a natureza humana, a Fundação de Ensino Octávio Bastos cumpre sua missão de valorizar e apoiar as expressões culturais da cidade e da região.”

“JMARCONDES, PINTURAS” Galeria Engenho Central, Piracicaba/SP 6 de junho a 03 de julho de 2003 Artistas: Francisco Biojone, José Marcondes, Bernardo Caro e a curadora da exposição Cibele Cruz Curadoria: Ésio Antonio Pezzato - TRT - Campinas - 2000. A convite da Secretaria de Ação Cultural, dessa cidade, 46 obras foram expostas. O Curador Ésio Antonio Pezzato, diretor da “Galeria Engenho Central”, deixa impresso, no catálogo, seu parecer:

Walquiria B. Campos, Regina, Maria de Lourdes e Sérgio Xavier de Campos. Exposição no TRT Campinas - 2000

“A honra em receber, o tão premiado artista plástico de São João da Boa Vista José Marcondes, chega em momento ímpar, quando se comemoram os 50 anos do Salão de Belas Artes de Piracicaba. É um artista que prima pelo bom gosto. Sua arte pictórica, reconhecida além fronteira, retorna à nossa cidade. Em 1986, com a obra ‘Ingazeiro’, Marcondes recebe a Medalha de Prata, e depois disso vários outros prêmios aquisitivos, dentre os quais ‘Prêmio Prefeitura Municipal’ e ‘Prêmio Câmara Municipal’. Foi também, neste Salão, por cinco vezes Membro do Júri de Seleção e Premiação. Sua arte agora poderá extasiar, novamente, olhares piracicabanos. Recebê-lo é um prazer, pois além de pintor, é um grande amigo.” 101


“A ARTE DE JMARCONDES” Espaço Cultural do CIESP Av. Dr. Oscar Pirajá, São João da Boa Vista 25 a 29 de agosto de 2003 “EXPOSIÇÃO MARCONDES” Espaço Cultural do “Centro Livre de Arte e Cultura” – CLAC São João da Boa Vista agosto de 2004 “PAISAGENS DOS ARREDORES DE ANDRADAS” Saguão do Teatro Municipal “José Stivanin” - Andradas/MG 19 a 29 de fevereiro de 2008 Realização: Departamento de Cultura de Andradas

Pedra do Elefante - Estrada Andradas-Ibitiura/MG - Obra de José Marcondes

“José Marcondes, andradense, artista plástico de talento, portador de valioso currículo e uma infinidade de prêmios, traz na sua obra a força de uma arte equilibrada por tons e luzes, registrando a poesia de nossas paisagens e montanhas das Minas Gerais. Maria Inês Rodrigues de Moraes Leme” - Diretora de Cultura de Andradas/MG

LÁ EM BRASÍLIA

Marcondes realizou duas exposições em Brasília/DF.

“MARCONDES, NA ABERTURA DA CONSTITUINTE” Congresso Nacional, por ocasião da posse da Assembléia Nacional Constituinte Praça dos Três Poderes - Brasília/DF 02 a 06 de fevereiro de 1987 Comissão Organizadora: Rosinha Nemer Ribeiro, João Batista Merlin e Maria Célia de Campos Marcondes Apoio Cultural – Lamesa Comercial e Industrial Ltda. 102

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“A Diretoria da Lamesa Comercial e Industrial Ltda. sente-se honrada em poder colaborar no campo artístico, mostrando os valores de nossa terra. A cultura é uma de nossas preocupações.” 31 Abrindo o catálogo, lia-se:“À minha esposa Maria Célia, minhas filhas Thaís e Amarílis, dedico esta exposição.” 32 O número de visitantes foi enorme e muitos deputados 33 prestigiaram a Mostra, não apenas adquirindo obras, mas também estando presentes, elogiando e deixando pareceres: “Sem sombra de exagero, o magnífico trabalho do artista José Marcondes, cujo valor se denuncia à primeira vista de suas pinturas, vem prestar às nossas artes plásticas um inestimável acervo de obras executadas com perfeição e senso estético; tanto mais que revela o cuidado primoroso com o desenho e a sutileza no trato dos diversos matizes, dignos de todos os aplausos. Adhemar de Barros Filho” - Deputado Federal Constituinte

Ele deixou uma segunda mensagem: “O que mais chamou a nossa atenção, nas obras que o ilustre pintor expôs no recinto da Câmara dos Deputados, foi de início a abrangência: cenários naturais, urbanos, marinhas, nus e rostos. Dentre as pinturas, a luminosidade de uma marinha, ‘Espumas’ nos impressionou de tal forma, pela riqueza e profundidade das cores, que o resultado foi este: nos incluímos entre os seus admiradores. Aproveitamos o ensejo para enviar-lhe votos de constante progresso, ao lado da bela família que tanto o assiste. Adhemar de Barros Filho” - Deputado Federal Constituinte

O artista plástico José Marcondes - Exposição no Congresso Nacional em Brasília - 1987

“Ao amigo Marcondes – ‘Artista da Constituinte’ Todo o meu entusiasmo pela sua arte. Deus deu-lhe a sensibilidade para transmitir às suas telas, a beleza deste mundo. Meus cumprimentos. Francisco Amaral” - Deputado Federal Constituinte e padrinho da Mostra”

Alguns dias depois, de Campinas, ele envia a Marcondes a correspondência: “Campinas, 11 de março de 1987 Caríssimo Marcondes, Tenho em mãos seu cartão de 17 de fevereiro último agradecendo-me de ter sido seu patrono na exposição de pintura, na Câmara dos Deputados, por ocasião da instalação da Constituinte. Na verdade, honrado fui eu, por ter sido patrono de um artista da sua sensibilidade. Lamento que, na época, muito tumultuada, nem pude conviver um pouco com o senhor para um diálogo mais alentado, num encontro social mais agradável com o senhor e sua digníssima esposa. Creio que até fui indelicado, sequer lhe convidando para um encontro gastronômico. Desculpe-me por algumas falhas. Desejo que tenha em mim, sempre um amigo e admirador de suas qualidades de homem e de artista. Com um sincero abraço subscrevo-me, fraternalmente, Francisco Amaral” - Deputado Federal Constituinte

“Ano da Constituinte. Na semana da instalação da Assembléia Nacional Constituinte a Câmara dos Deputados proporcionou em sua galeria de artes a mostra individual do artista José Marcondes.

Lá estive e fiquei encantado com a beleza de seus quadros. Parabéns, grande pintor! Flory J.L. Fetterzann” - Secretário da Mesa dos Deputados 103


“Parabéns, Marcondes, ainda existe um raio de luz na arte que emana dos grandes mestres que são imortais. Não pare nunca!

Jerson Berlinke” - Desenhista da Câmara dos Deputados

“Ao presenciar a primeira exposição da Constituinte do pintor JMarcondes, espero que esta torne-se uma constante, durante os debates da mesma.

Luis Inácio ‘Lula’ da Silva” - Deputado Federal Constituinte

“Marcondes, A arte é a expressão do amor e da beleza que existe dentro de cada um. Você traduz nas ‘Lembranças’ saudade da ‘Velha Casa da Ponte’, quando um sorriso ‘Nu’ de ‘Adolescente’ firmava, já, dentro de si, suas ‘Raízes’. Carinhosamente,

Nércia Souza” - Funcionária da Câmara dos Deputados

Deputada Federal Benedita da Silva, Maria Célia com Thaís e Amarilis Marcondes - Congresso Nacional - Brasília - 1987.

“Marcondes é um pintor idealista e até mesmo ingênuo. Nota-se que os quadros comercialmente mais requisitados são menos numerosos em sua exposição. Obedece aos impulsos pessoais que o arrojam subjetivamente aos temas.

Roberto Cardoso Alves” - Deputado Federal Constituinte

“Tive uma grande surpresa ao ver esta exposição. Surpresa agradável, além de tudo. A pintura de JMarcondes é forte, expressiva, cheia de vigor de nossa natureza e como uma tremenda inspiração de vida. Gostei. E espero que seu nome vá crescendo para figurar em definitivo, entre os mais importantes em nossa galeria de Mestre.

Marcondes irá expor novamente em Brasília suas:

Sandra Cavalcante” - Deputada Federal Constituinte

“REMINISCÊNCIAS RURAIS” Tribunal Superior de Trabalho Praça dos Tribunais Superiores – Bloco D 14 a 18 de junho de 1999

A exposição foi inaugurada pelo Presidente do TST Ministro Wagner Pimenta. No catálogo, Ary Cícero Moraes Ribeiro, amigo e jornalista, escreveu: “Marcondes, uma apresentação: Esta é a segunda exposição que o artista plástico José Marcondes faz em Brasília. A primeira foi em 1987, na Câmara dos Deputados, por ocasião da Constituinte. Ele é um desses artistas plásticos que agradam pelas belas paisagens que seus quadros apresentam, da não menos bela região da divisa São Paulo/sul de Minas. Marcondes é dali mesmo. Nasceu em Andradas/MG e vive, desde a juventude, na vizinha cidade paulista de São João da Boa Vista. Montanhas, matas banhadas pela luz do sol, casa de fazenda ou ruas bucólicas fazem parte de suas obras, cuja evolução acompanho desde o início, vendo-o passar do puro classicismo para o impressionismo e agora, mais recentemente, excursionando pelo modernismo. É bom ter essa oportunidade de ver seus quadros novamente expostos em Brasília, desta vez no Espaço Cultural do edifício-sede do Tribunal Superior do Trabalho.”

“VERNISSAGE”

O jornal noticiou: 34 “O artista plástico José Marcondes abre a exposição amanhã às 18h30 no Espaço Cultural do Tribunal Superior do Trabalho. Além de mulheres, as pinturas de Marcondes mostram paisagens de São João da Boa Vista, cidade paulista na região da Mantiqueira divisa com Minas Gerais.” 104


“MINEIRICE NO TST” Mais notícias: 35 “As bonitas paisagens das montanhas do sul de Minas, na divisa de São Paulo, estão reproduzidas por uma ótica impressionista em algumas das pinturas que o artista plástico José Marcondes expõe a partir de amanhã até 18 deste mês no Espaço Cultural do Tribunal Superior do Trabalho.”

“COM SUCESSO” Uma outra notícia: 36 “Na semana passada, 14 a 18, o mineiro-paulista José Marcondes atraiu uma legião de admiradores no Espaço Cultural ao expor as suas belas paisagens do sul de Minas Gerais.” O artista recebeu diversas correspondências: “Brasília, 17 de junho de 1999 37 Prezado Sr. José Marcondes, O Cerimonial da Presidência do Tribunal Superior do Trabalho vem por meio deste expressar os agradecimentos por sua participação, como expositor, no Espaço Cultural deste Tribunal, no período de 14 a 18 de junho. Foi com satisfação que o Cerimonial viu serem vendidos todos os quadros na hora mesmo da abertura da exposição, numa eloqüente prova de quanto sua arte Ministro Wagner Pmenta, Presidente do TST, José Marcondes, Marta C. Rocha Braga, Tarcisio Leme. Brasília - TST - 1999 agradou a todos que tiveram a oportunidade de vê-la. O Tribunal compartilha deste êxito, pois o objetivo do Espaço Cultural é o de proporcionar ao artista plástico condições para mostrar suas obras e o de colocar a cultura ao alcance de ministros, servidores, advogados e todos que freqüentam nosso edifício-sede. Não posso deixar de registrar também que o sucesso de sua exposição começou pelo ‘folder’. Todos os que o receberam fizeram questão de elogiar sua confecção e desde logo a manifestar interesse pelos quadros nele apresentados. Espera o Cerimonial tê-lo de volta, um dia, com seus trabalhos. Parabéns. Atenciosamente, Miriam B. de Andrade Moser Oberg” - Chefe do Cerimonial da Presidência

Correspondência da Emigran, patrocinadora do catálogo:

“São João da Boa Vista, 02 de julho de 1999 Ao Sr. José Marcondes, Recebemos cópia do ofício que lhe foi enviado pelo Cerimonial da Presidência do TST. É para nós motivo de orgulho atestar o merecido sucesso de um amigo e artista de nossa cidade. Ficamos também envaidecidos por termos podido contribuir, ainda que de maneira simples, com o êxito de sua exposição. Congratulações, José Gilberto Sibin” - Diretor Executivo

ta: 38

O prefeito de São João da Boa Vista envia também correspondência ao artis-

“São João da Boa Vista, 23 de junho de 1999 - Ilmo. Sr. José Marcondes, Caro professor, artista e amigo,

Hora do Café - Obra de José Marcondes

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São João da Boa Vista sempre primou por gerar grandes artistas, seja no campo musical, no campo da literatura e também da pintura. Quem sabe seja a inspiração de nossos ‘Crepúsculos Maravilhosos’. Fiquei extremamente feliz e orgulhoso ao saber que você estava expondo seus trabalhos em tão nobre espaço no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília. Voltei no tempo e lembrei da época em que fui seu aluno de natação, quando aprendi muitos valores que até hoje são essenciais na minha vida. Sem dúvida, a qualidade de seus trabalhos é de altíssimo nível e merece muitas outras exposições, sempre levando o nome de nossa cidade aos quatro cantos de nosso país. Parabéns, Marcondes, pela exposição. Que sua carreira de artista dos pincéis seja repleta de muito mais êxito, o que nos trará muita satisfação. Cordialmente, Laert de Lima Teixeira” - Prefeito Municipal

Essas duas exposições em Brasília deveram-se à amizade do querido casal Rosinha Nemer Ribeiro e Ary Cícero de Moraes Ribeiro, a quem os agradecimentos são muito grandes. Ao se encerrar este capítulo, uma referência torna-se importante: no final da década de 1980, Luiza de Marilac Antunes de Barros surgiu na vida artística de José Marcondes. Tornou-se sua “marchand” e foi responsável por grande parte de seu sucesso artístico naquela década. Porém, acima de tudo, junto com seu marido Antônio de Pádua Barros, tornaram-se grandes e estimados amigos. Amizade esta que se mantém com muito carinho, até hoje.

Natureza Morta com flores e frutas - Obra de José Marcondes

Encantadas - Obra de José Marcondes

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ANEXOS

PÁSSAROS NASCENTES

“Era uma vez um passarinho. Todo preto, bem pretinho. Não fosse, é claro, o branco branco dos seus olhinhos. De resto era como disse: preto, bem pretinho. Não tinha manchas, não tinha listas. Era de manhã, em São João da Boa Vista. Não tinha ninho, nem amigos tinha não. O passarinho, Só tinha asas e o coração.

E ele voava, voava, voava como voa a hora. Era uma vez um passarinho. Preto, bem pretinho. Foi embora. Voou bastante, voou demais. Ninguém mais o viu. Não deixou carta, não deixou pistas. Era preto, bem pretinho. Como a noite, Em São João da Boa Vista.

E voava. As nuvens eram sua companhia. O céu, a sua casa. E a poesia era o seu pão. Comia, comia, comia, gordo de poesia, para que pudesse voar mais longe. Pois no horizonte ele queria ter o sol como conquista. Era de tarde, Em São João da Boa Vista.

Mauro Gomes A. Lima Para Thais e Amarílis de Campos Marcondes

Natureza Morta - Obra de José Marcondes

Pescados - Obra de José Marcondes

Mauro Gomes Aranha Lima, psiquiatra e poeta, várias vezes visitou a exposição de Marcondes no Clube Athlético Paulistano. Lá conheceu as meninas Thaís e Amarílis e dedicou-lhes o poema acima, que está em seu livro “As formas inconstantes” – Roswitha Kemp, 1986, p. 68.

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JEITO DE FLOR

Ademir Barbosa de Oliveira

Dedicado a Amarilis de Campos Marcondes, obra-prima do pintor JMarcondes, flor criança em botão, com perfume e jeito de rosa...

Amarílis Teu nome passeia Vestido de flor da cor do arco-iris Amarílis Da pele de pêssego Teu perfume de anjo Teu sorriso de criança É suspiro de orvalho Que desmaia de leve José Marcondes e as filhas Thaís e Amarilis - Club Athlético Paulistano - 1984

e feito luz de uma estrela nos jardins do meu dom...

José Marcondes com as filhas Thaís e Amarílis - Papyrus Livraria - 2009

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Notas Referenciais

INDIVIDUAIS

1- Praça da Catedral, 60, onde hoje está instalado o Banco Real/Santander. 2- Localizava-se na Rua Getúlio Vargas, 92, esquina com a Praça Roque Fiori, onde hoje funciona uma loja de produtos de comunicação e informática. 3- Crônica do Dia - Rádio Difusora ZYJ-6 - 10 de dezembro de 1976 - 6ª feira. 4- Godoy, Odila de Oliveira era professora, jornalista, escritora e membro da UBE - União Brasileira de Escritores e da Academia de Letras de São João da Boa Vista. 5- “Oliveira Neto”, Joaquim José de. “O Pintor José Marcondes”. Jornal “A Cidade de São João”, 9 de janeiro de 1980. 6- Godoy, Odila de Oliveira. Expo & Notícias. Jornal “Opção”, 6 de dezembro de 1981. 7- Jornal “Sistema Regional de Notícia”, 16 de janeiro de 1983. 8- “Oliveira Neto”, Joaquim José de. “Uma exposição de pintura”. Jornal “A Cidade de São João”, 31 de dezembro de 1983. 9- Dr. Palmyro Ferranti dentista, rotariano e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista. 10- O problema foi a desautorização, em cima da hora e não o fato de se cumprir o estatuto. Marcondes vai tornar-se associado, mas não quis mais ali expor. 11- Entre muitos outros, ali compareceram: a acadêmica Odila Godoy e sua cunhada Maria de Lourdes Godoy, Dr. Oliveira Neto, Maurício e Aparecidinha Oliveira, Roberto Balestrin, Dino e Cidinha Noronha, Mário Balbão, Conceição Oliveira Neves, Neyde Michelazzo, Cid e Iza Michelazzo. 12- Jornal “O Sabe Tudo” – São João da Boa Vista - ano 1, nº 11, pp. 5 e 6 - 2ª quinzena de junho de 1997: “Perfil: JMarcondes: Quem é Quem” - Diretor: José Geraldo Aliende Costa “Bolinha”. 13- Estas parcerias não têm continuidade; apenas a Academia de Letras fica por um tempo maior. Na realidade, a Papyrus Livraria acaba tocando sozinha o Projeto. José Marcondes e Luis Antônio Spada também participaram desta criação. 14- Não se encontrou nenhuma outra informação. 15- Dizeres no catálogo. 16- Tentativa de entender como alguém, tão mediterrâneo e mineiro, pode identificar-se tanto com o mar. 17- Dizeres no catálogo. 18- Não se encontrou nenhuma outra informação. 19- Dizeres no catálogo. 20- Proprietário da Papyrus Livraria, Gerente da Incubadora Cultural. Catálogo ano II, nº 10, junho de 2005. 21- A partir desse ano, a Papyrus passou a não mais imprimir catálogos. Eles passaram a ser feitos “virtualmente” e enviados via ‘e-mail’. Também não se encontraram mais informações sobre a Mostra. 22- Jornal “O Município”. 23- Vide, em “Anexo”, o poema “Pássaros Nascentes”. 24- Dizeres no catálogo da Exposição. 25- Jornal “O Popular”, 20/9/87, p. 35. 26- Em prol da “Associação Pinhalense de Amparo ao Menor” APAM. 27- Em prol do Hospital Francisco Rosas. 28- Associação Atlética Banco do Brasil de São Paulo, dizeres impressos no catálogo. 29- Dizeres impressos no catálogo. 30- Gerente da Divisão de Cultura de Andradas/MG mensagem impressa no Catálogo da Exposição e reproduzido no Jornal “Andradas – Hoje”. Regional, Sessão Cultura, p. 24 - fevereiro de 2008. 31- Dizeres na contra-capa do Catálogo. 32- Dizeres no Catálogo. 33- Em “Anexo” a relação dos deputados federais constituintes, que estiveram presentes. 34- “Correio Braziliense”, 13 de junho de 1999, p. 2- Caderno Dois – Gilberto Amaral – “Pinturas”. 35- “Correio Braziliense”, 14 de junho de 1999, p. 8 - Caderno Dois – Gilberto Amaral. 36- Jornal “TST–Atual” - Informativo do Tribunal Superior do Trabalho- Brasília - ano 4 – nº 36 – junho de 1999, p. 2. 37- Brasão da República, Poder Judiciário – Justiça do Trabalho – Tribunal Superior de Trabalho 07/99. 38- Laert de Lima Teixeira - Prefeito Municipal de São João da Boa Vista.

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Maria Célia em Ouro Preto - Obra de José Marcondes

Caminho de Luz - Obra de José Marcondes

Multidão - Obra de José Marcondes

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Seresta Baldocchiana - Releitura da obra “Chorinho” de Attilio Baldocchi - Obra de José Marcondes - Década de 2000

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EXPOSIÇÕES COLETIVAS Marcondes sempre teve uma atividade artística muito grande, tanto na produção como na exposição de suas obras. Dessa maneira, além das individuais, participou também de várias coletivas, tanto em nossa cidade, como no interior e capital de alguns estados brasileiros. Figurou também em algumas exposições no exterior.

AS COLETIVAS EM SÃO JOÃO Nossa cidade realizou sua primeira exposição coletiva de artes plásticas, em 1932. Após isso, apenas se têm notícias de outras coletivas no final do ano de 1955, quando o titular da cadeira de desenho do Ginásio do Estado, professor Laércio de Azevedo 1, realizou uma pequena exposição de desenhos a lápis de cor, com os melhores trabalhos dos seus alunos e algumas obras suas. Essa Mostra aconteceu no salão da Sociedade de Cultura Artística, que funcionava no piso superior do Theatro Municipal. Houve um júri que escolheu o desenho de José Marcondes como o melhor trabalho exposto. O prêmio consistiu em ter seu perfil retratado, a lápis de cor, pelo professor Laércio. Encerrada a exposição, a bibliotecária Maria Leonor Alvarez e Silva levou os melhores trabalhos para a biblioteca do Ginásio e lá ficaram expostos, 2 junto a outros, inclusive de José Marcondes; até que foram destruídos pelo incêndio que, de 5 para 6 de agosto de 1957, queimou completamente as instalações do antigo Colégio Estadual de São João. José Marcondes - desenho do Prof. Laércio de Azevedo - 1956

MAÍSA CHEGA A SÃO JOÃO... Em 1957, transferiu-se para nossa cidade, na cadeira de desenho do Colégio do Estado, a professora e artista plástica Maria Luiza “Maísa” Queiroz Barcellos que, nesse mesmo ano, no Salão da Sociedade da Cultura Artística, realizou, com seus alunos, uma exposição de desenho natural, decorativo e de imaginação. A imprensa local registrou: 3

“Exposição de Desenho na Cultura Artística

Realizou-se na Semana passada, nos salões da Cultura Artística, uma mostra de artes organizada pelo Colégio Estadual e Escola Normal local, sob a orientação da profª Maísa, onde foram expostos desenhos e trabalhos dos alunos daquele estabelecimento. À falta de maior número de trabalhos, destruídos que foram quase todos pelo incêndio que consumiu, com o Ginásio, havia pouco tempo, a Profª Maísa expôs vários trabalhos seus, procurando colaborar com a Mostra que encantou e agradou a todos (...).” Já em 1958, ela realizou com seus alunos nova exposição de desenho no prédio localizado na Praça Armando de Salles Oliveira, esquina com a Rua Adhemar de Barros. Todas essas Mostras foram, porém, apenas exposições de desenhos de alunos dos cursos Ginasial, Científico e Normal do Ginásio do Estado; não eram, na verdade, exposições de artes plásticas. Estas vão acontecer apenas no final da década de 1960, quando a professora Maria Luiza “Maísa” Barcellos organizou a primeira exposição, denominada “Salão de Arte Sanjoanense” - SA-SAN. Marcondes participou de quase todas as coletivas aqui nomeadas. 112


Entre outros, na primeira fila: João Batista Merlin; Profa. Zezé Lopes; Maria de Lourdes Godoy; Odila Godoy; Vera Siqueira; Heloisa Malheiros; Maísa Barcellos Amaral; Helena Amaral; Jordano Silveira e José Marcondes. Atrás: Américo Caselatto; Fernando Arrigucci e Oscar Pereira Leite. Primeiro Salão de Artes Sanjoanense - “I SA-SAN” - Exposição do IEE - 1969

O “I Salão de Arte Sanjoanense - I SA-SAN” aconteceu em junho de 1969, no Salão de Reuniões do Sindicato Rural, localizado na antiga Praça da Catedral, 96, gentilmente cedido pelo Sr. Francisco Malheiros. Contou com o apoio da Prefeitura Municipal, cujo prefeito era o Dr. Oscar Pirajá Martins Filho e do Instituto de Educação Cel. Christiano Osório de Oliveira, sendo a diretora a Profª Adélia Jorge Adib Nagib. Inicialmente, a professora Maísa pediu a seus alunos que fizessem uma pesquisa na cidade com o objetivo de levantar nomes de pessoas que produzissem obras de artes visuais, literatura e/ou artesanato. Na verdade, foi um levantamento das pessoas que davam, anonimamente, vida artística e cultural à cidade. Esse trabalho foi, sem dúvida, a primeira pesquisa deste gênero aqui realizada, quiçá a única. Para o evento foi produzido um catálogo impresso em mimeógrafo a álcool, 4 e logo no início há a fala da profª Maísa, no dia da inauguração do evento.

José Marcondes participa da I SA-SAN -1969

“ Senhoras e senhores, Tenho a grande alegria de lhes apresentar o I Salão de Arte Sanjoanense, fruto do trabalho de 113


dezenas e dezenas de artistas e intelectuais que nasceram, estudam, moram ou trabalham em São João da Boa Vista. A ideia inicial só pode ser concretizada graças a Deus e a boa gente. Sendo esta a primeira vez que se realiza um Salão de Arte, nesta cidade, peço permissão para fazer um resumido relato dos acontecimentos. A ideia inicial partiu de uma unidade de trabalho do ginásio pluri-curricular: ‘A Nossa Cidade Vive’. Uma boa maneira de mostrar que nossa cidade vive artisticamente seria, através de provas concretas, montar um Salão de Arte. Os alunos aprenderiam muito mais vendo do que ouvindo falar. Apresentamos a ideia do Salão de Arte à diretora Adélia e aos professores do Instituto de Educação. Foi aprovada com entusiasmo. No mês de abril, fomos, alguns professores e a Diretora do Instituto, em comissão, falar com o prefeito Oscar Pirajá Martins Filho. Pedimos apoio moral e material da Prefeitura, sem os quais seria quase impossível atingir o nosso objetivo. Recebemos integral apoio. Em fins de abril, mimeografamos 50 ofícios endereçados aos presidentes das entidades de classes, diretores das escolas e membros de nossa imprensa escrita e falada, convocando-os para participarem de uma reunião que pretendia, através desses elementos, colocar a cidade toda a par dos objetivos do Salão, suas modalidades, seu regulamento. Cada participante da reunião deveria fazer pesquisa no seu setor a fim de descobrir artistas em todos os recantos da cidade e da zona rural. Naquela reunião foram organizadas as equipes de propaganda, inscrição, seleção, montagem e decoração. Foi sugerida a realização de um fundo musical gravado em fita, com músicas sanjoanenses interpretadas por sanjoanenses. Foi aprovada a sigla SA-SAN e não haveria premiação. As comissões de seleção, portanto, também deveriam participar, pois foram escolhidos elementos de comprovada participação na vida artística e intelectual da cidade. Ainda em abril, os alunos das 2ªs, 3ªs e 4ªs séries do curso ginasial e 3º científico, passaram a confeccionar cerca de 500 faixas e cartazes alusivos ao Salão e suas modalidades, convidando o povo em geral a participar. Simultaneamente, a emissora local através dos programas de Odila Godoy e Fábio Noronha intensificaram a divulgação com notícias e entrevistas e os jornais da cidade noticiavam e propagavam através de artigos do Sr. Octávio Pereira Leite e das secções de Maria Leonor Alvarez Silva, Narciso de Oliveira Carvalho e Vera Martins. Após vinte dias de pesquisa, abrimos as inscrições que se estenderam até 7 de junho. O local das inscrições e da exposição foi gentilmente cedido pelos herdeiros do Sr. João Patrão, através de sua filha e genro Neide e Francisco Malheiros. Era um prédio amplo, central e de fácil acesso- excelente para o fim a que seria destinado. A Prefeitura se incumbiu de pintá-lo e realizar as adaptações necessárias. Durante o período das inscrições, percorremos os Grupos Escolares, as Escolas Secundárias da cidade e as duas Faculdades, explicando, nas salas de aulas, os objetivos do Salão, seu regulamento e suas modalidades. Convidamos por carta o Professor Attílio Baldocchi, atualmente lecionando em São Paulo, a participar das comissões de seleção de Desenho e Pintura. O Prof. Baldocchi exerceu durante 18 anos as atividades de professor de desenho do atual Instituto de Educação e é consagrado pintor, premiado em várias exposições, inclusive de São Paulo e Rio de Janeiro. Exerceu o ano passado, a função de diretor do XXXIII Salão Paulista de Belas Artes e atualmente é professor em três cadeiras do Curso Maria Luiza “Maisa” Barcellos Amaral de formação de professores de desenho no Instituto de Educação Caetano de Campos. Tivemos a enorme satisfação de vê-lo aceitar nosso convite. Como homenagem da cidade pelo seu alto valor artístico, associado ao seu grande valor intelectual e moral, o Prof. Baldocchi terá uma sala especial no Salão. Haverá também uma sala especial para os pintores já falecidos Araújo Lima e Luiz Gualberto que, no dizer do Prof. Baldocchi, foram ‘os precursores dos pintores sanjoanenses’. Deixaram aqui excelentes telas em que retratam principalmente toda beleza deste trecho da Mantiqueira e do Rio Jaguari. Finalizando minhas palavras, quero agradecer a todos os participantes das várias equipes de propaganda, planejamento, seleção, montagem e decoração, que trabalharam conosco nestes 45 dias. Obrigada ao Prefeito Oscar Pirajá Martins, que sendo um homem de visão, soube compreender o benefício intelectual que traz para o município um Salão de Arte, à Profª Adélia Jorge Adib, que não poupou esforços para a realização deste Salão. Obrigada à Câmara e ao seu presidente José Rubens Ceschin e a seu funcionário Fábio Noronha que nos ajudou no período das inscrições e se encarregou da gravação do fundo musical. Muito obrigada também às várias equipes de professores e alunos do Instituto de Educação que irão nos ajudar nestes 10 dias em que o Salão permanecerá aberto. Finalmente, agradeço a todos os participantes do Salão, artistas da forma, da tela e da pena, pela confiança que 114


José Marcondes, Américo Caselatto e Jordano Paulo da Silveira - I SA-SAN - 1969

tiveram em nós, entregando em nossas mãos o produto da sua sensibilidade, da sua arte e da sua inteligência.

Muito obrigada. É a cidade de São João da Boa Vista quem agradece. São João da Boa Vista, 24 de junho de 1969

A Ficha Técnica e relação dos artistas participantes encontram-se em “Anexos”.

Maria Luiza Barcellos do Amaral - Presidente da Comissão Organizadora”

O II Salão de Arte Sanjoanense –II SA-SAN aconteceu em 24 de junho de 1971, na Rua São João, 305, logo abaixo do Centro Recreativo Sanjoanense, prédio gentilmente cedido por Francisco Mancini. Foi aberto a trabalhos de Desenho, Pintura, Escultura, Música e Arte Decorativa. A realização foi da cadeira de Desenho, Artes Plásticas e Educação Musical do Instituto de Educação Cel. Christiano Osório de Oliveira, sob a coordenação das professoras Maria Luiza “Maísa” Barcellos do Amaral e Glorinha Aguiar. O diretor do Instituto de Educação era o Prof. José Walter Teixeira Pinto. Houve a colaboração da Prefeitura Municipal. Na abertura a Profª Maísa fez o seguinte pronunciamento: “Temos a grande alegria e orgulho de mostrar a vocês o II SA-SAN. Ele é o fruto do trabalho de artistas que nasceram, estudaram (ou estudam), trabalham e moram em São João da Boa Vista. Este salão, tal como o 1º partiu do Instituto de Educação e teve apoio da prefeitura. Ele é a concretização da planejada integração escola-comunidade, idealizada nestes dois anos pelos professores do Instituto de Educação. Podemos, com toda certeza, dizer que o Salão deste ano vai agradar a todos sanjoanenses e visitantes, pois está mais completo que o primeiro, realizado em 1969. Foi incluída a sessão de música popular e erudita, que vai agradar, entusiasmar e emocionar a todos. As fitas gravadas pela Profª Glorinha Aguiar dos Santos serão, após o encerramento do nosso Salão, doados ao Museu Municipal. A posteridade ficará sabendo o que os sanjoanenses fizeram, em música, até junho de 1971. O Salão deu-nos a oportunidade de conhecer de perto os valores artísticos da cidade, aproximando-os uns dos outros. Eles formam, agora, como que uma família, com seus membros irmanados no mesmo ideal. Os alunos do 2º colegial do Instituto de Educação serão os nossos monitores, pois tiveram oportunidade de conhecer, em aula prática dada neste local, os temas e as técnicas mais usadas em desenho, pintura e escultura. Obrigada ao prefeito Dr. Oscar Pirajá, e sua equipe, obrigada ao diretor Prof. José Walter Teixeira Pinto que pro115


curou facilitar o nosso trabalho, à nossa decoradora Profª Maria José ‘Zezé’ Lopes, aos senhores Prof. Attílio Baldocchi e Bruno Filisberti, que fizeram a seleção dos trabalhos. Obrigada aos alunos do Instituto de Educação, que nos ajudaram em tudo o que foi solicitado, a todos os que, direta ou indiretamente, deram um pouco de si para que fosse possível a realização deste salão e também aos artistas participantes. Mais uma vez é a cidade de São João da Boa Vista quem agradece. São João da Boa Vista, 24 de junho de 1971.” Foi prestada homenagem póstuma a Fernando Arrigucci, que havia participado do I SA-SAN e à poetisa Maria Conceição Salles Almeida, esposa de Francisco Roberto de Almeida Júnior, um dos fundadores da Academia de Letras de São João da Boa Vista. A ficha técnica e a relação dos artistas participantes encontram-se em “Anexos”.

ARTES PLÁSTICAS EM ASCENSÃO A partir da década de 1970, as coletivas tornam-se mais frequentes e, além da Exposição do Cinquentenário, dos vinte Salões de Artes Plásticas e das três Bienais que têm capítulos à parte, foram realizadas, entre outras, estas coletivas em São João da Boa Vista:

Entre outros: Cléa Florence Bassi; Simphoroso Alonso; José Marcondes; Ceperó; Lina Morano; Nakajima Twao; Benedito Bernardes Soares. Primeira Mostra de Artes Plásticas Regional de Cultura Paulistana - São João da Boa Vista - agosto de 1978

“Mostra de Artes Plásticas- Regional de Cultura Paulistana”

Av. D. Gertrudes, 390, antiga “Loja de Tintas” de Leonardo Maríngolo 26 de agosto a 7 de setembro de 1978 Realização: Delegacia Regional de Cultura de São Paulo Promoção: Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista Participação de artistas de São Paulo e de São João da Boa Vista Curadores: Carlos Alberto Florence, Delegado Regional de Cultura de São Paulo e José Marcondes Artistas de São Paulo: Pintura: Josefina Carvalho “Azteca”; César F. Perez “Ceperó”; Cyrano Saggin; Diva Bella; Edson Braga; Elisu Caetano; Henry Vitor; Humberto Gomes; Jane Blumberg; Jorge Caetano; Lina Morano; Luiza Hitata Pita; Dolores Sanches; Nakajima Twao; N. Bottion; Nestor Feres; Nicolla Petti; Nide e Salvador Rodrigues Jr. Escultura e Arte Decorativa: Olinda Dalma “Dal”; Jofe; Potigná; Richard Hideaki e Tostão. Artistas de São João da Boa Vista: Benedito Bernardes Soares; Cléa Áurea Florence Bassi; Dora Lúcia Lambert Santos; Gabriela de Oliveira; Geraldo Estevam Rodrigues; Guido Maran Sobrinho; José Marcondes; Nelson Mancini Nicolau; Ronaldo Noronha; Rosângela “Rô” Gonçalves; Simphoroso Alonso e Zé Chico. 116


Mensagem do prefeito Nelson Mancini Nicolau, no catálogo: “Ao ensejo da abertura desta Mostra de Artes Plásticas, reafirmamos a nossa disposição de incentivo e amparo às legítimas manifestações culturais e artísticas de nosso povo. Em curto espaço de tempo, criamos uma mentalidade nova e que pressupõe não apenas a realização de obras materiais, mas, sobretudo, as criações do espírito. Fiéis às tradições culturais de nossa gente, promovemos vários espetáculos culturais como a ‘Semana Guiomar Novaes’, ‘Exposição de Artes Plásticas e Artesanato da Semana Guiomar Novaes’, ‘Feira do Lazer’, espetáculos de teatros e de balé, etc. É através das Artes que a Cultura de um povo se afirma e se desenvolve dentro da dinâmica geral da sociedade. Este é um trabalho que deve ser assumido por todos, pois é necessário que reverta em benefício de todos, o progresso que o homem atingiu, através da arte e da ciência. Com esta Mostra demonstramos a nossa solidariedade e apoio à luta pela sobrevivência das artes visuais e pela total libertação do potencial criador do homem. Não só de pão material vive o homem, mas por igual do pão do espírito”. O artista plástico e técnico de arte, César F. Perez “Ceperó”, também deixa sua mensagem no catálogo: “O Movimento Paulista de Artes Plásticas e sua Mostra Itinerante em cidades do Estado apresentam artistas plásticos da capital com diversidade de gêneros e técnicas. Os valores novos e os artistas locais terão uma calorosa acolhida e estímulo, por parte dos artistas veteranos e experimentados. Esta Mostra de Artes harmoniza as mais variadas tendências artísticas, aliadas a técnicas equilibradas e a cromatismos visuais estéticos.”

“Acadêmicos de São Paulo em São João da Boa Vista” Centro Recreativo Sanjoanense 20 a 27 de outubro de 1979 Realização: Academia Paulista de Belas Artes Promoção: Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista Curadoria: José Marcondes

Esta exposição aconteceu graças a José Marcondes e à influência de Dr. Carlos Alberto Florence, muito amigo do presidente da Academia Paulista de Belas Artes. No convite lia-se: “A Academia Paulista de Belas Artes, sob o patrocínio e colaboração da Prefeitura de São João da Boa Vista, convida V.Sª. e Exma. Família para a abertura de sua exposição a realizar-se nos Salões da Sociedade Recreativa Sanjoanense, às 20:30 horas, do dia 20 de outubro de 1979.” Mensagem de Carlos Alberto Florence no catálogo: “Em muito nos apraz, tecer considerações, bem como a apresentação dos artistas pictóricos, que ilustram o quadro dos renomados pintores de nossa urbe. Reunidos em Academia, dão de si a própria beleza d’alma, com imagens imorredouras, transportando para a tela a realidade dimensional do mundo cristão. Muitas e muitas das vezes, autores temos visto, que exornam o incomensurável, na dedicação e labor de suas obras (...)”. Na contra-capa do catálogo havia a seguinte mensagem: “A Academia Paulista de Belas Artes, envaidecida, agradece a demonstração de carinho com que a plêiade de jovens intelectuais da administração Nelson Mancini Nicolau acolhe esta exposição cultural de Belas Artes. Deusdedit de Moraes Campanelli” - Presidente da Academia Paulista de Belas Artes

Artistas de São Paulo: Alberto Simão; Anna Lopes Pellizári; Ana Maria Berthet; Antonio Pacheco Ferraz; Arlindo Castellani Di Carli; Arnaldo Barbieri; Arthur Alves de Figueiredo; Azor Ferez; Beatriz Dutra; Benedito Luigi; Carlos Bueno Assumpção; Carlota Lopes de Oliveira; César F. Perez “Ceperó”; Deusdedit de Moraes Campanelli – presidente da Academia Paulista de Belas Artes; Diva Bella Pereira;

Igreja N. Sra. do Perpétuo Socorro na década de 1950. Desenho a lápis de cor de Benedito Bernardes Soares - 1970

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Durval Pereira; Eduardo Ostergren; Ernesto Lia; Francisco Cimino; Gerhard Hofmann; Heitor Carrillo; Helenice Shkair Karaoglan; Hilda Tognetti Zanlutti; José Lino Zechetto; José Rios Pinto; Jung Ok Shin; La Barros; Luiz Bruno da Silva; Miguel Barros; Milton Pereira; Nassin Feres; Nice Bittencourt G. Aldrovandi; Nicola Petti; Pedro Cella Júnior; Salvador Rodrigues Júnior; Sebastião Falsiano e Silvio Lemmi. Artistas de São João da Boa Vista: Benedito Bernardes Soares; Cléa Florence Bassi; José Marcondes; Maria de Azevedo Machado; Naoto Sakata; Ronaldo Noronha e Simphoroso Alonso. O Presidente da Academia Paulista de Belas Artes e artista plástico, Deusdedit de Moraes Campanelli, faz uma apreciação da obra de José Marcondes, onde diz que ela “marca a formação artística regional com uma pintura, que retrata, por vezes, referências de um mundo real, apresentando-a em técnica mista, tendo como tema básico figuras, vegetações e suas cores, o que é imediatamente visível e ao mesmo tempo sugere aos iniciados – poetas e pintores - sua autenticidade”.

“Artistas Plásticos Sanjoanenses - Uma coletiva”

Espaço Cultural “Fernando Arrigucci”, Rua Getúlio Vargas, 83 20 a 31 de julho de 1991 Realização: Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista - Departamento Municipal de Cultura O prefeito Municipal, Gastão Cardoso Michelazzo, deixou a seguinte mensagem no Catálogo: “No momento em que nossa cidade recebe cerca de oito mil atletas, por ocasião da realização da ‘35ª Edição dos Jogos Regionais da IV Região Esportiva do Estado de São Paulo’, estamos mostrando através do Departamento Municipal de Cultura uma Coletiva dos Artistas Plásticos Sanjoanenses. A importância dessa Mostra está em divulgar nossa cultura, apresentando o que São João tem de melhor nas artes. Essa atitude abre oportunidade para que os visitantes conheçam um pouco mais de nosso cotidiano. O respeito à liberdade de criação, o estímulo e o apoio às iniciativas culturais e à preservação de nossa arte sempre estiveram na pauta de nossa administração. Queremos com isso contribuir com todos os artistas sanjoanenses que, de uma forma ou de outra, têm trabalhado em prol de nossa cultura. Essa coletiva dos Artistas Plásticos Sanjoanenses é uma pequena, mas significativa Mostra, de nossa grande arte. Parabéns a todos que fazem da arte um trabalho sério.” Artistas participantes: Agnaldo Manóchio; Eliseu Ferreira; Fafá Noronha; Jaime da Cunha Sobrinho; José Marcondes; Neyde Arrigucci; Miguel Sguassábia Ferreira; Maércio Mazzi; Rô Gonçalves; Ronaldo Marin; Ronaldo Noronha; Simphoroso Alonso e Tabajara Arrigucci. No catálogo há um breve currículo de todos os participantes. A AMARTE - Associação dos Amigos da Arte e da Cultura de São João da Boa Vista, criada em 1986, entre suas inúmeras atividades artísticas e culturais, realizou também eventos relacionados às artes plásticas. Assim, foram organizados oito salões que receberam o nome “Novos Valores”; um salão denominado “Grandes Valores Sanjoanenses”, além da exposição “13 artistas – 13 obras, um só objetivo”. 5

JUSTIÇA FEDERAL FOMENTA A CULTURA Em 2003, foi organizada uma grande Mostra que uniu artes plásticas e literatura e que recebeu o nome de:

“LITERARTE”

Espaço Cultural Fernando Arrigucci, na Praça Rui Barbosa, 41, antigo Largo da Estação 22 de março a 6 de abril de 2003 Comissão Organizadora: Beatriz Virgínia Castilho Pinto, Maria Célia de Campos Marcondes, Maria José Gargantini Moreira, Neusa Maria Soares de Menezes e Sônia Maria da Silva Quintaneiro. Curador: José Marcondes. Evento da Justiça Federal de São João da Boa Vista, que recebeu de José Marcondes o nome de ”Literarte” e assim aconteceu a “1ª Mostra de Literatura e Artes Plásticas da Justiça Federal de São João da Boa Vista e Região”. 118

Capa de Agnaldo Manocchio


Sidney Beraldo, Laert de Lima Teixeira, Dr. Paulo Ricardo Arena Filho, Maria Célia e José Marcondes - LITERARTE - 2003

Tudo se iniciou em dezembro de 2002, quando, numa tarde chuvosa, veio fazer uma visita a José Marcondes e Maria Célia, o Meritíssimo Juiz Federal Dr. Paulo Ricardo Arena Filho, pessoa muito ligada às artes. O motivo da visita era convidar o casal para promover a realização de uma mostra de Artes Plásticas e Literatura, em que os participantes seriam artistas e escritores das dezessete cidades sob a jurisdição da Justiça Federal de São João da Boa Vista. A organização estaria a cargo do casal ali presente. O convite foi aceito e partiu-se para sua concretização. As cidades foram contatadas, através do Departamento de Cultura de cada uma delas, que escolheram e enviaram as obras e textos dos artistas plásticos e escritores. A Comissão deixou a mensagem no catálogo: “Esta exposição pretende mostrar trabalhos em pintura, escultura e literatura de alguns artistas de São João da Boa Vista e região. Dezesseis 6 atenderam ao convite da Comissão Organizadora, tornando possível a realização deste evento cultural. O nosso muito obrigado a todos que permitiram que esta Mostra fosse realizada.” O sr. Dr. Juiz Federal Paulo Arena, deixou no catálogo os dizeres: “A Justiça Federal de São João da Boa Vista, instalada em 11 de outubro de 2002 a abranger além da própria São João da Boa Vista as cidades de Aguai, Águas da Prata, Caconde, Casa Branca, Itobi, Itapira, Divinolândia, Estiva Gerbi, Espírito Santo do Pinhal, Mococa, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Tapiratiba, Vargem Grande do Sul, sente-se orgulhosa em poder promover um evento de tão alta significância. Objetivando mostrar-se presente, bem como integrar-se à comunidade de São João da Boa Vista e região, para melhor servir à cidadania e aos seus anseios de Justiça. A Justiça Federal local busca valorizar o que há de mais marcante para quem aqui chega: a sua cultura. Terra de músicos, intelectuais e artistas vários (pintores e escultores, entre outros) de renome nacional e internacional, São João da Boa Vista receberá pinturas, esculturas e textos literários advindos das cidades mencionadas, em evento inédito, ou seja, na ‘I Literarte’. Com a ‘I Literarte’ teremos a possibilidade única de estar em contato com a rica e vasta produção cultural e artística desta região, a reafirmar cada vez mais esse seu motriz, essa sua ligação umbelical com as artes. Quiçá, antes mesmo de ‘dar a cada um o que é seu’ esteja a Justiça Federal local a fazer ‘justiça’ com a história e tradição deste povo. Por fim, resta-nos agradecer, sinceramente, a todos aqueles que, de um modo ou de outro, contribuíram para a transformação de uma singela idéia em manifesta realidade – especialmente à dedicada e entusiasta ‘Comissão Organizadora’, sem a qual este evento jamais teria ocorrido.” Na abertura, apresentaram-se a cantora Neusa Menezes, acompanhada ao piano por Vânia Noronha e Ariel Sanches no violino, e a Orquestra de Violões “Afinando as Cordas”, tendo como maestro João Batista Rodrigues Júnior “João Brasileiro”.

Os jornais anunciaram: 119


Justiça Federal promove 1ª Mostra de Literatura e Artes Plásticas

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“O Fórum da Justiça Federal funciona em nossa cidade desde o mês de outubro quando foi inaugurado oficialmente com jurisdição em 18 municípios da região. O juiz federal titular é o Dr. Paulo Ricardo Arena Filho, que com o propósito de congregar a região através da cultura, organizou uma mostra de literatura e artes plásticas. O objetivo,

Orquestra de Violões “Afinando as Cordas” - Maestro João Brasileiro - Abertura da LITERARTE em 2003

segundo frisou Dr. Paulo Ricardo, é integrar os municípios sob jurisdição do fórum federal através da cultura, valorizando os artistas em suas diversas expressões e marcando com essa iniciativa em que a Justiça Federal também está presente, incentivando a cidadania e destacando os valores artísticos de cada comunidade. Para a realização deste projeto cultural, o juiz federal Dr. Paulo Ricardo convidou o professor José Marcondes para ser o curador da primeira Literarte Mostra de Literatura e Artes Plásticas da Justiça Federal. (...) Desde dezembro passado o Dr. Paulo Ricardo e o Profº José Marcondes trabalham neste projeto cultural, com uma comissão formada por Beatriz Virgínia Castilho Pinto, Maria Célia de Campos Marcondes, Maria José Gargantini Moreira, Neusa Maria Soares de Menezes e Sônia Maria Silva Quintaneiro. O resultado desse trabalho à comunidade dos dezessete municípios da jurisdição da Justiça Federal vai poder apreciar a partir de 22 de março de 2003.(...) e contará com a presença do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Desembargador Federal Márcio de Moraes. (...) São 63 participantes, sendo 27 escritores, 29 artistas plásticos e 7 escultores”. “Literarte reúne artistas da região” “Literarte reúne mais de 200 pessoas” 8 “O evento superou as expectativas do juiz da Justiça Federal Dr. Paulo Ricardo Arena Filho, um dos idealizadores da Mostra. ‘O balanço é o mais positivo possível. Estou aqui há pouco tempo, mas acredito que este montante de pessoas da ‘Literarte’ foi excelente, levando-se em conta ter sido realizada em uma noite de sábado, praticamente às 22 horas’, comentou o juiz, afirmando que a Justiça Federal se sentiu muito prestigiada pelo comparecimento em massa.(...) Na abertura do evento apresentaram-se os alunos do programa ‘Afinando as cordas’ regente João Brasileiro, da soprano Neusa Menezes, dos violinista Ariel Sanches e da pianista Vânia Noronha pelo CLAC e declamação “Palácio da Ventura” por Maria Célia de Campos Marcondes da Academia de Letras. (...) 120


A fita foi descerrada pelo deputado estadual Sidney Beraldo, prefeito Laert Teixeira, juiz federal Dr. Paulo Ricardo Arena e os organizadores Maria Célia e José Marcondes.” A relação dos artistas participantes encontra-se em “Anexo”. PREFEITO LAERT QUER MOVIMENTO ARTÍSTICO...

Ariel Sanches, Vânia Noronha e Neusa Menezes - LITERARTE - 2003

deli.

“IV Mostra Coletiva de Artes de São João da Boa Vista” Na gestão do prefeito Laert de Lima Teixeira, sendo diretora do Departamento de Cultura e Turismo Sônia Regina Pavani Binatti Peluque, foi realizada a IV Mostra Coletiva de Artes de São João da Boa Vista, de 20 a 29 de agosto. 9 Artistas participantes: Ângelo Molina; Anôr Falda; César Felix; Clac – Centro Livre de Arte e Cultura; Claudeir Donizetti da Costa; Edith Lara Além; J.R. Orlando; João Batista Fracari; Joaquim Mello; José Roberto da Silva; Kim Falda; Luciana Falda; Luis Wuinderlik Jr.; Maurício Matiello; Roberto Peres; Sérgio Faustino; Tânia Hess; Vânia Palomo e Vera Fe-

As “Mostras Coletivas de Artes” encerraram-se nesta quarta edição.

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SERRA DA PAULISTA EM EXPOSIÇÃO Em novembro de 2004, o Ateliê de Maria Zenaide Mazzutti programou uma exposição coletiva com trabalhos de seus alunos. Decidiu-se que o tema seria único e versaria sobre a cidade ou região. Vários locais foram sugeridos, como: praças, casarios históricos, ruas e paisagens. Antes porém da definição final, saíram a campo procurando o melhor local, mas quando depararam com a Serra da Paulista, ficaram encantados com a beleza da paisagem e instantaneamente houve consenso: seria ela o tema da coletiva. Começariam a visitar os sítios e fazendas daquela Serra fotografando tudo que achassem de pitoresco e belo, sempre à procura do melhor ângulo, da melhor paisagem, da melhor luz, pois as fotos serviriam de modelo para a futura obra. Foram sempre bem recebidos pelos moradores e proprietários que ainda contaram muitas histórias, muitos “causos”, tanto de suas fazendas, seus sítios, como de antigos moradores e acontecimentos pretéritos. Professora e alunos encantaram-se com tudo e várias foram as visitas à Serra. Nesta tarefa, muitas vezes afoita, os tombos eram comuns e não era difícil alguém voltar esfolado ou todo molhado. Terminada essa etapa e as fotos reveladas, era hora de selecionar, entre centenas, qual seria a escolhida para a produção do quadro. No total, os alunos e professora pintaram, durante alguns meses, cinquenta e seis obras a óleo sobre tela, tendo como tema a Serra da Paulista. A exposição teve decoração temática, para a qual a aluna Maria Anita Marcondes Oliveira forneceu quase todo o material como tachos, panelas de ferro, arados, enxada, cestos, balaios, palhas e latões de leite. Para contar a história da Serra da Paulista, a acadêmica Maria Célia de Campos Marcondes escreveu um texto, 11 o qual foi exposto num grande painel. Foi feito, ainda, um mural com as fotos que haviam sido tiradas. A exposição aconteceu no Espaço Cultural Fernando Arrigucci de 15 a 28 de outubro de 2005. No vernissage houve a presença de muitos moradores da Serra da Paulista, além de grande público. Participaram dessa exposição, a professora e curadora Maria Zenaide Mazzutti e seus alunos: Ana Paula M. T. Savoi; Ângela Moreira; Beatriz M. T. Savoi; Cátia Regina M. Ramalho; Célia A. Alencar; Cleverson G. Coimbra; Daniel M. Chiovetti; Gabriela R. Esteves; Gisela S. de Almeida; Lucimara Rosa; Maria Anita M. Oliveira; Maria do Rocio G. Costa; Marlene M. Rehder; Rosana Alvarez; Silas Eduardo D. Alves; Suely Ribeiro e Tânia Regina Garcez. 121


DR. HEITOR APROVA ARTES VISUAIS NO FÓRUM “I Mostra Coletiva de Artes Plásticas no Fórum de São João da Boa Vista” Fórum Plínio Barreto 21 de dezembro de 2007 a 22 de fevereiro de 2008 Curador: José Marcondes Montagem: José Roberto Zorzetto Artistas que participaram: Agnaldo Manóchio; Fafá Noronha; Lucas Lima; José Marcondes; Norberto Vilela, de São João da Boa Vista; Aldo Stoppa, de Poços de Caldas; Paulo de Carvalho, de Petrópolis; Eduardo Borges Araújo, de Piracicaba. Evento idealizado pelo Dr. Heitor Siqueira Pinheiro, Juiz Diretor do Fórum de São João da Boa Vista. No catálogo, Dr. Heitor deixou a seguinte mensagem: “É inegável a afinidade existente entre a Justiça e a Arte. Aqui, como relevante, convém destacar, por empréstimo, as palavras do artista Sérvulo Esmeraldo que, em tempo de exposição no Tribunal Regional do Trabalho do Ceará , lembrou ‘Justiça e Arte sempre trabalharam com justiça e têm essa familiaridade, pois não podem falsear, e a arte não pode ser falseada. Nem uma, nem a outra podem trabalhar com o falso, temos que trabalhar com a verdade. Estamos no mesmo corredor’. Aliás, sabe-se que a Justiça forneceu e ainda fornece grande espaço temático. Obras de arquitetura, de literatura e de pintura, exaustivamente, já foram forjadas e retratadas com esse ideal. No contexto, criações e inspirações como ‘Moisés e as Tábuas da Lei’, ‘A Expulsão do Paraíso’ e o ‘Juízo Final’ entre outras, já foram edificadas por artistas diversos. Por conta disso, cientes das responsabilidades desses profissionais, abrimos um espaço para os artistas plásticos da região. Assim, para que possam expor as suas artes, revelando mais humanismo, também no recinto desta Unidade Judiciária.

Heitor Siqueira Pinheiro” - Juiz Diretor do Fórum de São João da Boa Vista

A partir de então, as mostras de artes plásticas, agora porém individuais, passaram a ser uma constante no Fórum de nossa cidade.

VOLTAM AS ARTES PLÁSTICAS NA SEMANA GUIOMAR NOVAES! “Encontro de Tendências: Mostra de Artes em São João da Boa Vista”. Este evento aconteceu dentro da programação da “32ª Semana Guiomar Novaes”. Espaço Cultural Fernando Arrigucci – Praça Rui Barbosa, 41- Prédio da Estação da Estrada de Ferro 04 a 20 de setembro de 2009 Organização: Maria das Graças de Jesus da “Associação Paulista dos Amigos da Arte” - APAA, tendo como Diretora Executiva Isa Maria Stamato de Castro. Supervisão do sanjoanense: João Roberto Simões, da APAA. No catálogo da Exposição havia a mensagem: “A Exposição ‘Encontro de Tendências’ mostra o talento e a diversidade da produção cultural da cidade. E mostra como a cultura do Estado de São PauJosé Alfredo Jabur, José Marcondes, João Roberto Simões, José Lopes, João B. Scannapieco - 2009 lo é viva e cheia de energia. As modalidades artísticas presentes e sua diversidade tanto temática como de estilos demonstram essa força. A Secretaria de Estado da Cultura fica honrada em apoiar essa iniciativa em São João da Boa Vista, berço de tantos artistas importantes da história deste país e que mostra com esta exposição que continua a ser um celeiro de talentos para a cultura.

André L. Pompéia Sturn” Coordenador da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural UFDPC

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Participaram desta exposição, a convite da APAA, os artistas sanjoanenses: Artes Plásticas: Agnaldo Manóchio; Ângela Bonfante; David Ribeiro; Fafá Noronha; Gislaine Fonseca; João Batista Orlando Fracari; José Marcondes; Marici Tischer Vallin; Marta de Oliveira Valim; Nádia Frigo; Neyde Arrigucci; Renata Maniassi; Ricardo Ribeiro; Ronaldo Noronha; Rô Gonçalves; Tabajara Arrigucci; Thales Gasparini e Edson Elídio. Fotografia: Alfredo Nagib Filho “Fritz”; André Palhares; Clóvis Vieira; Gabriela Oliveira; João Olívio Sibin Júnior; José Alfredo Jabur; José Gilberto Sibin; Leandro Gullin; Leonardo Beraldo; Plínio Bruno Aiub; Sílvia Borges; Samantha Moreira e Wenderson Maldonado.

Esculturas: Pedro Beraldo; Simphoroso Alonso e Vânia Palomo.

Treze anos após o encerramento dos Salões de Artes de São João da Boa Vista, 1 2 aconteceu novamente dentro da Semana Guiomar Novaes, uma exposição de artes visuais. Dessa maneira, Maria das Graças de Jesus e João Roberto Simões, ambos da APAA, ao terem a feliz idéia de criar uma exposição de artes visuais com artistas sanjoanenses, durante a Semana Guiomar Novaes, sem que soubessem, retornaram com a “Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”. Ganhou nossa cidade! Ganhamos todos nós! Parabéns!!!

PAPYRUS LIVRARIA - grande incentivadora -

Essa Livraria vem realizando, desde sua fundação, inúmeras atividades artísticas e culturais. Para as exposições em artes plásticas, em 1996, foi criada por Lúcia e Francisco Martins Bezerra, e José Marcondes a “Galeria de Artes Papyrus” que, há quinze anos, vem realizando centenas de exposições individuais e algumas coletivas. A maioria das Mostras, nos primeiros dez anos, teve como curador José Marcondes. Nessa Galeria, teve-se a oportunidade de apreciar a produção artística em escultura, desenho, fotografias e artes plásticas de alguns sanjoanenses. Entre outros, podemos citar: Ângela Bonfante; Agnaldo Manóchio; Ângelo Molina (miniaturista); Antonio Carlos Lorette; Auribel Ayres de Souza; Carmen MaJosé Gifoni Rosa “Zézinho Só”, Maria Célia Marcondes, Clóvis Vieira - Papyrus Livraria galhães; Cássio de Almeida; Célia Maria Cassiano; Celina Pella; Edith Além; Edson Elídio Adão; Eliseu Ferreira; Fafá Noronha; Graciela Rodrigues; Grupo Projeto Fênix; João Batista Fracari; João Olívio Sibin Júnior; João Clério de Oliveira - in memoriam; José Bovo; José Marcondes; Maércio Mazzi; Maria Zenaide Mazzutti; Maísa Barcellos - in memoriam; Marcelo Peres; Maria Clara Gianelli; Marici Vallin; Milton Mazzarini; Nádia Frigo; Neyde Arrigucci; Norberto Chavari Vilela; Plinio Ayoub; Rô Gonçalves; Roberto Rossi Peres; Ronaldo Marin; Ronaldo Noronha; Rúbia Ribeiro; Shimphoroso Alonso; Sadi Souza; Samantha Moreira; Silvia Borges; Tabajara Arrigucci; Vânia Palomo e Vinícius Bonanome. Outros artistas, não sanjoanenses, 13 também marcaram presença na Papyrus Galeria, muitos com curadoria de José Marcondes. De todas, talvez a exposição mais importante realizada na Papyrus, com curadoria de Marcondes, foi “Artistas de um Pueblo Blanco Andaluz – Espanha em São João da Boa Vista/SP – Brasil”, quando dez artistas espanhóis, da cidade de Villanueva del Trabulco, vieram expor em nossa cidade, graças ao empenho do vice-cônsul espanhol, o artista plástico Bernardo Caro. A Mostra aconteceu de 7 a 29 de maio de 1999 e os artistas participantes foram, além de Bernardo Caro; Miguel Angel Navas; José Aguilerr; L. Ayllón; Montse Mateo; Jesus Puche; Eugenio Moreno; Juan José Mejias; Lucio Palomo e Emilio Moreno. No catálogo da exposição, há o texto: 14 “O andaluz Bernardo Caro, Vice-Cônsul da Espanha, no interior do estado de São Paulo e artista plástico de renome internacional, está expondo, algumas de suas obras, aqui em São João da Boa 123


Vista. Traz consigo mais nove artistas espanhóis de alto nível artístico. É uma oportunidade ímpar, que se abre aos sanjoanenses e, sobretudo, à comunidade espanhola, aqui radicada, em conhecer e admirar os trabalhos expostos, cujo tema é a Espanha. Muito nos honra, recebê-los.” No vernissage, o grupo de dança do Centro de Arte Flamenga de Campinas/SP, sob a direção de Lu Garcia, apresentou-se, assim como Maraísa Caçador em dança artística, Silvia Ferrante no canto, com música espanhola e Maria Bernardete Oliveira, na flauta. Na vitrina, houve exposição de fotografias de João Olívio Sibin Jr.: “Louca Barcelona de Gaudi”. A presença da comunidade espanhola de nossa cidade foi maciça. Agnaldo Manócchio, Márcia Gebara, M. Aparecida “Cidinha” Marcondes Noronha, Celi Manócchio - Papyrus Livraria

A Câmara Municipal de São João da Boa Vista enviou o Ofício: 183/99, datado de 18 de maio de 1999, de autoria de Antônio Fernandes Filho, Req. 00499, cumprimentando José Marcondes e Francisco de Assis Martins Bezerra, pela curadoria desta exposição. Desenvolveram, ainda, Francisco Bezerra e José Marcondes o projeto Panorama Papyrus de Arte Atual, que se iniciou em 1998 e tinha como objetivo fazer uma retrospectiva das exposições acontecidas durante o ano. As obras expostas faziam, a maioria, parte do acervo da livraria.

I Panorama Papyrus de Arte Atual

Aconteceu de 11 de dezembro de 1998 a 26 de fevereiro de 1999 e teve a curadoria de José Marcondes. A relação dos artistas participantes, desta “I Panorama” e das demais, encontra-se em “Anexos”. No catálogo há o texto: 15 “O Panorama Papyrus de Arte é uma mostra coletiva de artes, que reúne obras de artistas emergentes e consagrados, (...) atuando como reflexo do que acontece hoje, no mundo das artes. Este I Panorama vem consolidar o trabalho incansável da Papyrus Livraria dentro de um esforço contínuo de valorização dos nossos artistas.”

II Panorama Papyrus de Arte Atual

Aconteceu de 10 de dezembro de 1999 a 25 de fevereiro de 2000 Participaram 21 artistas da cidade e região, tendo José Marcondes como curador.

III Panorama Papyrus de Arte Atual

15 de dezembro de 2000 a fevereiro de 2001 Exposição composta exclusivamente por obras do acervo Papyrus, de dezenove artistas sanjoanenses. “Esta exposição mantém o seu caráter de espelho da arte regional”, refletindo o árduo e belo trabalho desenvolvido na região.

IV Panorama Papyrus de Arte Atual

Com curadoria de José Marcondes, aconteceu de 14 de dezembro de 2001 a 20 de fevereiro de 2002, com 16 artistas representando 12 cidades, incluindo São João. Consistiu em uma Mostra do acervo da Galeria Papyrus.

V Panorama Papyrus de Arte Atual

Aconteceu de 10 de janeiro de 2003 a 28 de fevereiro de 2003, também com curadoria de José Marcondes. No catálogo, lia-se: 16 “(...) São oito nomes expressivos de nossa arte, os quais, em exposições individuais ao longo do ano, estarão mostrando o potencial humano e o talento artístico de nossa região”. Os jornais anunciaram: 17 “Uma coletiva de trabalhos de arteiros de toda região se encontra na exposição ‘Panorama de Arte’, que a Papyrus Livraria promove há cinco anos consecutivos, com muito sucesso, e que vai até o final do mês de fevereiro. 124


Os arteiros, que trouxeram seus trabalhos, foram selecionados e terão, no decorrer do ano, direito a uma mostra individual, com início previsto para o mês de março. (...) São eles: Zenaide e Dehlmeyer, de Limeira; Fafá Noronha, Fausto Corazza, Milton Mazzarini e José Marcondes, de São João da Boa Vista; Cecília Mazon, de Campinas; Mary Moraes, Espírito Santo do Pinhal. Para você que gosta de apreciar está imperdível.”

VI Panorama Papyrus de Arte Atual

22 de dezembro de 2003 a 28 de fevereiro de 2004 “O VI Panorama Papyrus de Arte Atual mescla nomes de grande talento, mas sem participação freqüente em nosso circuito cultural, com nomes expressivos no mundo das artes na região. Isto só comprova o enorme potencial existente e a certeza de que ainda falta muito que fazer em produção e difusão cultural. Fiéis aos conceitos que nortearam sua criação, este Panorama continua buscando ser uma caixa de ressonância das criações e inquietações dos nossos artistas, atuando como um reflexo da arte atual.” 18

VII Panorama Papyrus de Arte Atual

dezembro de 2004 até janeiro de 2005 Exposição do acervo Papyrus

VIII Panorama Papyrus de Arte Atual

19 de dezembro de 2005 a fevereiro de 2006 Marcondes prestou homenagem a Guiomar Novaes com a obra “Sinfonia em Azul” , que foi reproduzida no “folder”. Foram, no total, oito as edições da coletiva “Panorama Papyrus de Arte Atual”, que tinha como finalidade incentivar e fomentar a produção das artes plásticas em âmbito regional; ser, ainda, um espaço aberto às exposições e constituir-se num local que refletisse a arte regional.

Outras Mostras

Guiomar Novaes - Sinfonia em Azul

De 30 de março a 30 de abril de 2000, com coordenadoria do artista Obra de José Marcondes plástico Getúlio Cardoso, foi realizada, em Mococa/SP, a primeira exposição denominada “Olhares sobre o Acervo – Mostra Itinerante de Artes Plásticas, com quarenta trabalhos de artistas da região, obras estas que compõem o acervo da Papyrus Livraria. Esta Mostra tinha como objetivo a divulgação do artista regional e abrir espaço para futuras exposições individuais”. Em outubro de 2001, José Marcondes, dentro do “Projeto Memória & Sociedade”, organizou uma exposição comemorativa aos “45 anos de Natação em São João da Boa Vista - 1956/2001”. Essa Mostra consistiu em fotos e objetos do acervo particular de José Marcondes e relacionados à natação da Sociedade Esportiva Sanjoanense.

Paulo e Luci Salomão, Alice Abreu, Alfredo “Fritz” Nagib, Lúcia Bezerra - Papyrus Livraria

Na verdade, o espaço, para exposições na Papyrus Livraria, é pequeno, mas enormes os corações e dinamismo de seus proprietários Lúcia e Francisco! Em resumo, estas foram as atividades da Papyrus Livraria ligadas às Artes Plásticas, tendo a maioria delas a chancela do artista José Marcondes. Não foram, porém, apenas estas as exposições coletivas que aconteceram em nossa cidade; muitas outras foram realizadas, principalmente após a década de 1970, quando essa arte teve grande ascensão em nossa terra. Foram elas promovidas, em geral, por escolas de pintura; porém, não foi possível ter acesso a todas, pois, felizmente, são muitas, prova inconteste do burburinho artístico de nossa cidade. 125


ANEXOS

EXPOSIÇÕES COLETIVAS I SALÃO DE ARTE SANJOANESE I SA-SAN - junho de 1969 Ficha Técnica: Comissão Organizadora: Maria Luiza “Maisa” Barcelos do Amaral e Fábio de Carvalho Noronha. Comissões de Seleção: Desenho, Pintura e Escultura: Attílio Baldocchi, Maria Luiza “Maisa” B. Amaral, Ronaldo Noronha e Simão Cara. Literatura: Maria Leonor Alvarez Silva, Francisco Roberto de Almeida Júnior, Emílio Lansac Tôha, Jordano Paulo da Silveira, Joaquim José de “Oliveira Neto”. Comissão de Propaganda: Hélio Fonseca, Maria Leonor Alvarez Silva, Odila de Oliveira Godoy, Fábio de Carvalho Noronha. 19 Decoração e Montagem: Maria José “Zezé” Lopes e Roberto Balestrin.

Artistas participantes: Desenho: Ana Maria Loyola Bueno “Danda”; Edésio Guimarães Neto; Gabriela de Oliveira Costa “Beloca”; Geny de Oliveira Azevedo; Jordano Paulo da Silveira; José Carlos Paiva; José Marcondes; Luis Silvestre Sibin; Maísa Barcelos do Amaral; Maria Angélica Rossi; Maria de Fátima Costa Cenzoni; Maria Luiza Amaral da Costa; Neyde Arrigucci; Rosaura Teixeira Coelho; Sônia Tereza Franco e Y. Westin Bittar. Pintura: Aírton José de O. Bueno; Alberto Carlos Araújo; Alcyra de Andrade Vilela “Cyra”; Alice Azevedo Barbosa; Alziro Rocha Resende; Américo Casellato; Antonia Brochado Simon; Antonio Domingos Filho; Benedita M. Corrêa; César Divino P. Chagas; Clarice do Amaral Carvalho; Dea V. Westin Bittar; Edalina M. de Andrade Ferreira; Eleonora Richerme de Azevedo; Erasmo Pedragalli; Fernando Arrigucci; Francisca Vasconcellos Pirajá; Francisco Sanches Gutierres; Gabriela Oliveira de Azevedo; Generosa Mancini da Silva; Geraldo Estevam Rodrigues; Geraldo Pradella; Haydéia Oliveira Azevedo; Heloísa Patrão Malheiros; Hideko Sakata; Joana Bianchi Salomão; João Batista Merlin; Joaquim de Campos Simião; Jorge Nicolau Neto; José Flávio Simoni; José Marcondes; Lourdes Rezende Nogueira; Lucila Vieira M. Bassi; Luiz Carlos V. da Silva; Maísa Barcelos do Amaral; Márcia Bernardes; Maria Aparecida O. Paschoal “Maricota”; Maria Conceição de Oliveira Andrade “Biloca”; Maria Conceição Salles de Almeida “Nina”; Maria Edith de Oliveira Westin; Maria Luiza Amaral J. Costa; Maria Luiza Azevedo Costa e Melo “Ziza Melo”; Maria Umbelina Costa Noronha “Bilica”; Maurício Matielo; Naoto Sakata; Norberto Chavari Vilela; Neyde Arrigucci; Onira Horne Ferreira; Osvaldo Quessa; Roberto de Almeida Júnior; Ronaldo Noronha; Sônia Teresa Franco; Suely Moreira de Magalhães; Vera Lúcia Cury Siqueira e Wânia Maniassi. Escultura e Modelagem: Antônio Claret C. Camargo; Antônio Domingos Filho; Fábio de Carvalho Noronha; Fábio de Oliveira Fontão; Fernando Mariotto; Geraldo Estevam Rodrigues; Lucila V. Marcondes Bassi; João Batista Dardes Esteves; João Batista Merlin; Mário Cardinal; Regina Amália C. Andrade Só; Simão Cara; Simphoroso Alonso e Wânia Maniassi. Literatura: Clóvis Vieira; Donato Antônio Salvego; Dulcelina Brás; Emílio Lansac Tôha; Fábio de Carvalho Noronha; Francisco Roberto de Almeida Júnior; Iracema de Castro Araújo; Ito Amorim; Jordano Paulo da Silveira; José Lopes – professor de violão; Lúcia Nogueira de Oliveira; Luis Carlos Pistelli; Maria Conceição S. Almeida “Nisalda”; Maria Leonor Alvarez Silva; Munir Moukarzel; Norma de Lourdes A. Guimarães; Octávio Pereira Leite; Odila de Oliveira Godoy; Osvaldo Cruz; Penha Dulce Ruy; Vera Lúcia Pires Martins e Wagner Castelaro Arcuri. Porcelana e Cerâmica: Alcyra de Andrade Vilela “Cyra”; Clarice do Amaral Carvalho; Lucila V. Marcondes Bassi; Maria Aparecida “Aparecidinha” Pimentel Mangeon Oliveira e Vera Silvia Ferranti Veiga. Arranjos Florais: Cybelle Marinho Ciacco; Generosa Mancine da Silva; Lourdes Rezende Nogueira; Maria Afonso Anselmo; Maria de Lourdes Godoy Azevedo; Maria Sibin Vallin e Sarah da Cruz Marques. 126


II SALÃO DE ARTE SANJOANENSE II SA-SAN - junho de 1971 Ficha Técnica: Coordenação Geral: Maria Luiza “Maísa” Barcelos do Amaral Comissões de Seleção: Desenho e Pintura: Attílio Baldocchi e Bruno Fillisberti. Musical e de Gravação: Glorinha Aguiar, tendo como locutor Mateus Valim Orrú. 20 Montagem e Decoração: Maria José ”Zezé” Lopes e Roberto Balestrin. O catálogo, dessa vez impresso em tipografia, teve a capa de Natalina de Jesus Guimarães, aluna do 2º Colegial E. Desenho e Pintura: Alcyra “Cyra” de Andrade Vilela; Aldo Stoppa; Alziro Rocha Rezende; Américo Casellato; Ana Laura Rossetti; Antônio Carlos Ardana; Antonio Cristiano Azevedo Costa; Antonio Domingos Filho; Antonio Roberto Rios Zaroni; Áurea Maria Fontão; Benedita Moraes Corrêa; Clóvis Vieira; Edésio Guimarães Gonçalves; Eduardo Abbud Filho; Geraldo Estevam Rodrigues; Hélio Ap. Rubbo; Hellier L. Leoncini Mazzi; Henrique Martarello; Horácio Pedragalli; Iélem Ortega Contini; Jane Mara Magalhães Bueno; João Batista Estevam Poveda; Joaquim de Campos Simião; Joaquim Lourenço Rezende; Joana Bianchi Salomão; Jordano Paulo da Silveira; Jorge Abudd; Jorge dos Reis Estevam; Jorge Nicolau Neto, José Antonio Carvalho Ronchi; José Antonio Cassiano; José Expedito Lucas Silva; José Flávio do Val Simoni; José Luiz Bovo; José Marcondes; José Renato C. Araújo; José Wilson de Souza; Josué “Aldo” Blasi; Leopoldo de Abreu Jr.; Luis Fernando Teles Claro; Luis de Freitas; Luis Silvestre Sibin; Márcio M. Azevedo, Maria Conceição Oliveira Andrade; Maria de Lourdes G. Rubbo; Maria Lélia Peres Furlanetto; Maria Luiza Barcelos do Amaral; Maria Neuza Meloze; Maurício Matiello; Maurício Lobo Filho; Naoto Sakata; Neyde Arrigucci; Norberto Chavari Vilela; Orlando Jorge Reis Silva; Otávio Gião; Pantaleão G. Stanziola; Roberto Luiz da Silva; Ronaldo Noronha; Sandra Márcia Francisco; Sérgio Fernado Bonilha; Vera Lúcia Cury Siqueira; Verle A. Shore e Yuriko Sakata. Escultura: Antonio Claret Estevam de Camargo; Augusto Alves Ferreira; Dirce Dias de Oliveira; Edna Panetto; Fausto de Oliveira Fontão; Fernando Furlanetto; João Aparecido Mattos; José Carlos Cabral; Luis Francisco Teles Claro; Luiz Latanza; Maria Lúcia C. Angerami; Osvaldo Ferrari; Paulo José Pinto Ancassuerdi; Regina Amália Andrade Só e Symphoroso Alonso.

Arte Decorativa: Alcyra “Cyra” de Andrade Vilela; Alice Peixoto Matielo; Alessandra Diego; Antonio Domingos Filho; Djanira Alonso; Edith Fontão Andrade; Edna Panetto; Edson Alves; Flourival dos Santos Filho; Geni Jorge Adib; Hélio Ap. Rubbo; Hilda Fregiani; José Gallego; José Renato Tonizza; José Wilson de Souza; Lina Rubbo Maineri; Lucila Vieira Marcondes Bassi; Lucy Demétrio; Marcos Untura; Maria Aparecida Campedelli; Maria de Lourdes Rubbo; Maria Inês Fregiani; Maria José de Souza; Maria Rita Cássia A. Rodrigues; Maurílio Lobo Filho; Odemira Peixoto de Oliveira; Paulo Sérgio S. Franco e Victor Rubens L. Marques. Músicas: Entre outras, foram apresentadas na abertura: 21 “Adeus” de Nascipe Murr, com Ziza Andrade no órgão, Veldo Westin e Emílio Casline no violino. “Ave-Maria” de Nascipe Murr, com Ziza Andrade, Veldo Westin e Emílio Casline, acompanhando Nazaré Nogueira no canto. “Meu São João” de Edivina Noronha com Ziza de Andrade, Bié Fontão no violão e voz junto com Nazaré Nogueira. “Pai João” de Edivina Noronha, com Bié Fontão no violão e voz, e mais as vozes de Ziza de Andrade e Nazaré Nogueira. “Soluça meu violão” de Edivina Noronha, com Bié Fontão no violão e voz de Nazaré Nogueira.

“LITERARTE” 22 de março a 6 de abril de 2003 Artistas participantes: São João da Boa Vista:

Literatura: Antonia Cabrelon; Antônio “Nino” Barbin; Christino Cardoso de Pádua; Francisco Arten; Iola Oliveira Azevedo; Jack Eleasar Nemer; Luis Antônio Spada; Maria Cecília Azevedo Malheiro; Maria Célia de Campos Marcondes; Nege Além; Neusa Menezes e Sônia M. Quintaneiro. 127


Artes Plásticas: Agnaldo Manócchio; Ângela Bonfante; Carmen Magalhães; Fafá Noronha; Gabriela Oliveira; Joaquim Mello; José Marcondes; Maércio Mazzi; Maurício Matiello; Nádia Frigo; Paulo Renan Mamede; Pedro Beraldo; Rô Gonçalves; Roberto Rossi Peres; Ronaldo Noronha; Samantha Moreira; Tabajara Arrigucci e Vânia Palomo. Aguaí: Literatura: Eunice A. Giraldi Lopes. Artes Plásticas: Flávia Mamede. - Águas da Prata: Literatura: Luiza Dezena da Silva. Artes Plásticas: Sadi Souza Barros. - Caconde: Literatura: Edgard Tortoreli Nogueira. Artes Plásticas: Ana A. Lelis. - Casa Branca: Literatura: Percival Bacci. Artes Plásticas: Paulo Fernandes. - Divinolândia: Literatura: Orlanda Maria Grespan de Faria. Artes Plásticas: Marcelo José Grespan. - Espírito Santo do Pinhal: Literatura: Antonio de Pádua Barros. Artes Plásticas: Tebaldo Simionato. - Itapira: Literatura: Irsemes Wiesel Benedick. Artes Plásticas: Penha Coradi e Olga Serra. Máscara - Obra de José Marcondes - Itobi: Literatura: André Luis Vasconcellos Cuchi. Artes Plásticas: Loop Stoltenborg e Maria Helena Franco Barbosa. - Mococa: Literatura: Getúlio Cardoso da Silva. Artes Plásticas: Magali Lazara Lima e Euclides Coimbra. - Mogi Guaçu: Literatura: José Maria Duprat. Artes Plásticas: Caru Duprat. - Mogi Mirim: Literatura: José Flávio Juliani Citelli. Artes Plásticas: Márcia Gebara. - São José do Rio Pardo: Literatura: Maria Olívia Garcia R. Arruda. Artes Plásticas: Ronaldo Bertacco e Benê Trevisan. - São Sebastião da Grama: Literatura: Orlando A. Zambuzzi. Artes Plásticas: Alexandre Rosas. - Tapiratiba: Literatura: André Luis Peres de Souza. Artes Plásticas: Maria Helena de Almeida. - Vargem Grande do Sul: Literatura: Dôra Avanzi Zarif. Artes Plásticas: Jack Ronc. Marinha - Obra de José Marcondes Apoio Cultural: “Corso”; “Maq Mecânica e Metais Ltda”; “Mira”; “Irmãos Galvani”; “Elfusa”; “Seletivo”; “Peres Moto-Honda”; “Mix Desing”; “OAB”; “Papyrus Livraria” e “Departamento de Cultura de São João da Boa Vista”. 128


SERRA DA PAULISTA EM EXPOSIÇÃO SERRA DA PAULISTA, UM SANTUÁRIO - texto exposto durante a Mostra Maria Célia de Campos Marcondes Academia de Letras de São João da Boa Vista A Serra da Mantiqueira, que emoldura São João da Boa Vista, ora apresenta-se feérica, plena de luz, majestosa, ora mostra-se nebulosa, diáfana, longínqua, mas sempre extremamente bela e azul, a quem tem olhos para vê-la. O nome local desta muralha, que se constitui em divisa natural entre São Paulo e Minas Gerais, é Serra da Paulista. A origem deste nome parece perdida nas brumas da história. Dizem alguns que, por ser a vertente paulista da Serra da Mantiqueira, recebe esta denominação para diferenciar da vertente mineira, voltada para as Minas Gerais. Porém, se é para nomear a localização geográfica, bastaria ser chamada Serra Paulista e não da Paulista, que indica posse, pertencimento. Pesquisando este fato foi dito que ali morava uma mulher, presumivelmente paulista, que era muito importante, famosa - mas não souberam dizer por que era importante, famosa, e passaram então a chamar de ‘Serra da Paulista’, querendo dizer Serra em que mora a paulista. Indo-se além, nas indagações sobre qual mulher ‘famosa’ que morou na Serra, soube-se que na região de São Roque da Fartura existiu uma de nome Carmem Maldonado, dinâmica, com participação ativa no povoado. Pelo menos uma vez por ano vinha a cavalo até São João, era muito alta, de físico volumoso. Mudou menina para lá, veio da Espanha, enviuvou cedo, possuía veia política e era muito respeitada, sendo consultada em casos de conflitos ou problemas. Possuía habilidade em conduzir os entreveros surgidos, sendo uma espécie de conselheira. Promovia festas religiosas e liderava a população do bairro. Mas qual a relação dela como sendo “a paulista” de onde se deriva a palavra da Paulista? Em conversas informais havidas com pessoas ligadas à história de São João, ninguém soube dizer mais nada sobre este fato. A Serra da Paulista sempre foi conhecida também pelo nome de Serra da Fartura, devido às terras férteis de que é possuidora, havendo inclusive em seu alto o Bairro São Roque da Fartura. Quanto à ocupação desse espaço, conta a história oral que primitivamente o “Mirante da Fartura” foi habitado pelos ‘Índios Caiapós’, os quais, com a chegada do homem branco, viram-se forçados a se retirar para as barrancas do Rio Pardo. O grande problema, porém, era que a Serra da Paulista, de modo geral, e São Roque da Fartura, em específico, apesar de possuírem terras férteis e clima invejável, eram locais de difícil acesso, ficando sua população, muita vezes, isolada. “Descer ou subir a montanha era empreitada difícil. No tempo das chuvas, então, as próprias carroças puxadas por oito burros bem alimentados, dormiam, às vezes, enterradas em profundos buracos de lama”. (História de São João; Salomão/Silva; p. 178).

Chuva na Serra da Paulista - Obra de José Marcondes - Acervo Família Oliveira

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A população ali segregada pela dificuldade de comunicação sofria imensos problemas, inclusive o de enterrar os mortos no tempo das chuvas. Dessa maneira, Padre Josué, no início do século XX, empenhou-se junto à Câmara Municipal de São João da Boa Vista, e conseguiu que fosse criado, para a população serrana, um cemitério no povoado de São Roque da Fartura. A Serra, no entanto, possuía incontáveis atrativos e potencialidades maravilhosas. Além do solo fértil e clima excelente, possuía magníficas águas correntes e cristalinas com inúmeras cachoeiras, ar puríssimo, matas exuberantes, fauna riquíssima, sem contar a grande beleza topográfica e visão panorâmica de uma boniteza estonteante. Era uma região possuidora de profundo encantamento e grandes potencialidades econômicas. Isto atraiu, para ali, a colônia espanhola, que começa a chegar no final do século XIX e, já na primeira metade do século XX, constituía mais de 90% dos moradores serranos, que se especializaram na produção da batata. A produtividade era um saco de semente para 20 sacos colhidos. Tudo isto sem adubo e sem inseticidas, o que, aliás, nem existiam. Colhiam duas safras de batata por ano: a da seca e a das águas. Além da produção da batata, praticavam também a agricultura de subsistência: milho, cebola, feijão, alho, verdura e um capão de café para o uso, além da criação de animais para a carne, leite e ovos. Era uma região de grande produtividade, literalmente uma região de ‘Fartura’. A produção era escoada através dos carros de boi e carroças puxadas por burros. O caminho carroçável era muito precário e em certos trechos não passava de uma simples trilha. A viagem do alto da Serra até São João podia demorar, conforme a época do ano, até 20 horas. Era uma epopéia. Vários trechos desse caminho receberam nomes próprios, entre eles: Serra do Deus me Livre, devido o perigo e dificuldade de ali trafegar; Serra do Padre, porque o Padre Valeriano tinha ali uma gleba de terra, onde viveu com sua mulher e seus sete filhos; Serra dos Arcuri, italianos que ali tinham propriedade. Várias grandes fazendas de café passaram a coexistir na Serra da Paulista, junto com os espanhóis batateiros: a Fazenda Fortaleza, Santa Tereza, Santa Inês, Rio Claro, entre outras. Os caminhos vieram melhorando aos poucos. Com o tempo, a prefeitura adotou para si a responsabilidade de cuidar da estrada da Paulista, para que o escoamento da riqueza aí produzida fosse menos dificultoso. A melhoria da estrada aconteceu, mas suas condições continuaram precárias por muito tempo, dificultando inclusive a ida diária das professoras para as escolas ali existentes. Com o passar dos anos, mais precisamente segunda metade do século XX, a ‘Paulista’ não era mais um pólo agrícola tão importante como fora. Junto com o terceiro milênio, veio a reativação da região, pode-se dizer que a tomamos de “assalto”. O progresso chegou representado pela estrada asfaltada. Tornou-se inclusive uma região com forte vocação turística. Esta nova realidade pode ser, ou não, uma bênção para a região. Almejamos que com ela não venha a degradação da Serra como um todo, que haja preservação paisagística, ausência de vandalismos e nada de degradação ambiental e cultural. É um sacrário e como tal deve ser encarada. Não se pode, não se deve profaná-la. Esta preocupação é necessária, pois onde o ser humano toca com visão mercantilista, via de regra, ele degrada, desarmoniza e polui.

PAPYRUS LIVRARIA Outros artistas, não sanjoanenses, também marcaram presença na Papyrus Galeria, muitos com curadoria de José Marcondes. Podem-se citar, entre outros: Flávia Mamede e Suzana Carvalho, de Aguaí/SP; Hilton Paulo Grecco, de Américo Brasiliense/SP; Ronaldo Bonner, de Araraquara/SP; Bernardo Caro, Cecília Mazon, Fausto Corazza, José Antônio Moretto, Tina Gonçalves, Thomaz Perina e Vera Ferro, de Campinas/SP; Domingos Pistelli e Elizabeth Bazilone, de Casa Branca/SP; Tebaldo Simionatto, Mari Moraes e Odair Rangel, de Espírito Santo do Pinhal/SP; Lais Betty e Marciel Oehlmeyer, de Limeira/SP; Getúlio Cardoso, de Mococa/SP; Eliseu Ferreira, Márcia Gebara e Janete Cunha Claro, de Mogi Mirim/SP; Paulo de Carvalho, de Petrópolis/RJ; Maria Cecília Neves e Eduardo Borges de Araújo, de Piracicaba/SP; Antonieta Prézia, Maria do Céu Diel, Dalmoni Lydijusse e Cláudio Guedes, de Poços de Caldas/MG; Benê Trevisan e Mauro José Divino, de São José do Rio Pardo/SP; 130


Carolina Berti, Cris Mazon, Dalma Cruvinel e Milena Sickler, de São Paulo/SP; José Ernesto Bologna, de Vargem Grande do Sul/SP; Além de Eduardo Mitidiere; Elza Antonieta Gomes; Luzia Oliveira; Marcelo Trentino; Neila Castro Lima; Patrícia Françoso; Rafael Cettanni; Reinaldo Pietro; Roberto Rosanti; Rogério Santos; Scarparo Maciel; Sérgio Faustino; Sérgio Moraes; Udi Reis e ainda o Grupo Poéticas Visuais.

I Panorama Papyrus de Arte Atual – dezembro de 1998/ fevereiro de 1999 Suzana Carvalho, de Aguaí; Sadi Souza, de Águas da Prata; Vera Ferro e Célia Cassiano, de Campinas; Domingos Pistelli, de Casa Branca; Tebaldo Simionato, de Espírito Santo do Pinhal; Lais Beti, Janete Claro e Cris Mazon, de Moji Mirim; Cláudio Guedes, Antonieta Prézia, Reynaldo Prieto e Odair Rangel, de Poços de Caldas; Carolina Berti, de São Paulo; Benê Trevisan, de São José do rio Pardo; Ângela Bonfante, Edith Além, Fafá Noronha; José Marcondes, Marcelo Peres, Maria Clara Gianelli, Marta Vallin, Nádia Frigo, Neyde Arrigucci, Ronaldo Noronha, Rúbia Ribeiro, Samantha Moreira, Silvia Borges, Simphoroso Alonso, Vânia Palomo e Tabajara Arrigucci, de São João da Boa Vista. II Panorama Papyrus de Arte Atual – dezembro de 1999/ fevereiro de 2000 Participantes: Hilton Greco, de Américo Brasiliense; Ronaldo Bonner Jr., de Araraquara; Cecília Mazon e Thomaz Perina, de Campinas; Domingos Pistelli, de Casa Branca; Tebaldo Simionato, Odair Rangel, de Espírito Santo do Pinhal; José Antonio Moretto, de Itapuí; Luzia Oliveira e Getúlio Cardozo, de Mococa; Paulo de Carvalho, de Petrópolis/RJ; Eduardo Borges de Araújo e Maria Cecília Neves, de Piracicaba; Maria do Céu Diel, Dalmoni Lydjusse e Cláudio Guedes, de Poços de Caldas; José Marcondes; Rogério Santos; Sérgio Moraes; Antonio Carlos Lorette e Sílvia Borges, de São João da Boa Vista. III Panorama Papyrus de Arte Atual – dezembro de 2000/fevereiro de 2001 No catálogo não há relação dos participantes. IV Panorama Papyrus de Arte Atual – dezembro de 2001/fevereiro de 2002 Participantes: Sadi Souza, de Águas da Prata; Hilton Greco, de Américo Brasiliense; Suzana Carvalho, de Aguaí; Ronaldo Bonner Júnior, de Araraquara; Vera Ferro, Thomaz Perina e Cecília Mazon, de Campinas; Domingos Pistelli, de Casa Branca; Tebaldo Simionato, Espírito Santo do Pinhal; Getúlio Cardozo da Silva, de Mococa; Janete Claro e Lais Bety, de Mogi Mirim; Maria Cecília Neves, de Piracicaba; Antonieta Prézia e Cláudio Guedes, de Poços de Caldas; Benê Trevisan, São José do Rio Pardo; José Marcondes, de São João da Boa Vista. V Panorama Papyrus de Arte Atual – janeiro de 2003/fevereiro de 2003 Participantes: Cecília Mazon, de Campinas; Mary Moraes, de Espírito Santo do Pinhal; Maria Zenaide e Dehlmeyer, de Limeira; Fafá Noronha; Fausto Corazza; Milton Mazzarini e José Marcondes, de São João da Boa Vista. VI Panorama Papyrus de Arte Atual – dezembro de 2003/fevereiro de 2004 Participantes: Flávia Mamede, de Aguaí; Getúlio Cardozo e Scarparo Maciel, de Mococa; Paulo Carvalho, de Petrópolis/RJ; Marta Valim; Rô Gonçalves; José Marcondes e Carmen Magalhães, de São João da Boa Vista. VII e VIII Panoramas Papyrus de Arte Atual - nos catálogos não há a relação dos participantes. 131


Notas Referenciais EXPOSIÇÕES COLETIVAS 1- Professor Laércio de Azevedo, homem culto, violinista e excelente retratista, vai ter grande influência na vida artística de José Marcondes, sendo seu primeiro grande incentivador. Fez, em óleo sobre tela, entre outros, o retrato do Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, que se encontra com a família, além do retrato do Cel. Christiano Osório de Oliveira, que se encontra na escola que leva seu nome. 2- Marcondes tinha vários desenhos seus expostos na biblioteca, além de alguns cadernos de desenho. 3- O jornal “O Município”, de 12 de outubro de 1957. 4- Hoje, este catálogo encontra-se quase que completamente apagado. 5- Detalhes de todas estas exposições encontram-se no capítulo “AMARTE”. 6- Somente Estiva Gerbi não atendeu ao convite. 7- Jornal “Gazeta de São João” – 15 de março de 2003, p. 9. 8- Jornal “O Município” - 26 de março de 2003, p. 1 - Geral p. 6 - Daniela Bertoldo. 9- No convite não consta o ano. 10- Não foi encontrado nenhum documento sobre as três primeiras Mostras. 11- O mesmo encontra-se no “Anexos”. 12- Há um capítulo dedicado aos Salões de Artes Plásticas de São João da Boa Vista. 13- A relação encontra-se em “Anexos”. 14- Maria Célia de Campos Marcondes – Catálogo da exposição. 15- “I Panorama Papyrus de Arte Atual” – catálogo. Sem autor. 16- Dizeres no Catálogo. 17- Jornal “O Município”, 15 de janeiro de 2003 - Vera Oliveira – Sociais. 18- Dizeres no catálogo. Sem autor. 19- Em 1971, foi criada em São João da Boa Vista a Academia de Letras. É interessante ressaltar que a maior parte dos responsáveis pelas diversas seções da I SA-SAN tornar-se-ão membros dessa Academia. A saber: Maria Luiza “Maísa” Barcelos do Amaral, Fábio de Carvalho Noronha, Maria Leonor Alvarez Silva, Francisco Roberto de Almeida Júnior, Emílio Lansac Tôha, Jordano Paulo da Silveira, Joaquim José de “Oliveira Neto”, Hélio Fonseca, Maria Leonor Alvarez Silva, Odila de Oliveira Godoy, além dos participantes Octávio Pereira Leite, Munir Moukarzel e Clóvis Vieira. 20- Conseguiu-se recuperar, e está gravado em CD, parte da apresentação musical da noite, como também a fala de Mateus Orrú. 21- Retirado de anotações de Nazaré Nogueira.

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O NASCER E O CREPÚSCULO DOS SALÕES DE ARTES PLÁSTICAS EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA Artistas, cientistas e filósofos surgem como uma espécie de “termômetros de seu tempo”.

Elza Ajzenberg UM POUCO DE HISTÓRIA Na Europa, em tempos idos, era costume o artista ou os artistas exporem, inicialmente, suas obras aos colegas, que constituíam um público qualificado e exigente. Essa mostra recebia o nome de “vernissage”, pois, só depois de receberem as críticas aos trabalhos expostos, os pintores iriam “envernizar” suas obras, ou seja, finalizá-las definitivamente. Ela acontecia, geralmente, em salões, daí este nome para a exposição e a denominação “vernissage”, para o dia da mostra, aos pares e críticos. O público, porém, só iria poder apreciar as obras, após esse ritual. No Brasil, entre os Salões Acadêmicos pioneiros e mais famosos estão o “Salão Nacional de Belas Artes”, no Rio de Janeiro, promovido pela Escola Nacional de Belas Artes e o “Salão Paulista de Belas Artes”, em São Paulo, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, cuja primeira exposição foi em 1934.1 Os Salões, em meados do século XX, tornaram-se muito comuns, e foram criados em muitas cidades do Brasil, tanto em capitais como interior, principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Era a maneira encontrada para que os artistas mostrassem suas obras após passarem pelo crivo de uma comissão julgadora. Algumas exposições, em cidades interioranas, tornaram-se longevas, tradicionais e respeitadas como, entre outras, o cinquentenário “Salão de Belas Artes de Piracicaba”, na sua 58ª edição, em 2010 e, sem interrupção, desde sua criação, em 1953. Considerado dos mais importantes do Brasil, graças não só à tradição de grandes pintores piracicabanos, como “os Dutra”, mas também a uma sociedade culta, que apóia as artes, haja vista que essa cidade realizou, em 2010, sua XXII Mostra “Almeida Júnior”, o XXXIX Salão de Arte Contemporânea - SAC. Isto só para ficar nas artes plásticas, pois celebrou também em 2010, o “37º Salão Internacional de Humor” e a “21ª Paixão de Cristo” em monumental teatralização sacra. Há de citarem-se, ainda, o Salão de Rio Claro/SP e o de Limeira/SP, além do “Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto”, em Santo André/SP, que já está quase comemorando quarenta edições e é considerado de excelência. Ribeirão Preto/SP também prima por seu salão, que, em 2010, realizou o “XIX Salão Brasileiro de Belas Artes”. O “Salão de Arte Contemporânea de Campinas” - SACC foi retomado depois de 19 anos de inatividade. Já Pernambuco tem também um tradicional Salão que está na sua 47ª edição e é promovido pela Fundação Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. Porém, a grande maioria dos Salões durou pouco tempo. Os motivos, para terem vida curta, seriam vários e complexos, desde estruturais até conjunturais. A análise desses motivos ocasionou várias discussões, tanto empíricas, como em meios acadêmicos, que é o que vai ocorrer com o projeto “Trópico na Pinacoteca”, 2 o qual realizou uma Mesa Redonda onde foi discutida a pertinência do modelo dos Salões como meio de incentivo à produção de artes plásticas. Levaram em consideração, primeiramente, que os Salões de Arte funcionam por meio de inscrições e premiações de obras enviadas e analisadas por um júri e que ganharam notoriedade na difusão da arte acadêmica. Lembraram que esses eventos passaram a ser questionados com o advento do modernismo e sua contestação é antiga. Já, que em 1863, o “Salão dos Recusados de Paris” evidenciou o antagonismo entre a arte oficial e as vontades de ruptura. No Brasil, o mesmo aconteceu em São Paulo e Rio de Janeiro, na década de 1930.3 Foi relevado, também, pelos organizadores da Mesa Redonda, o fato de que, hoje, no Brasil, dada à fragilidade das instituições públicas, o Salão continua representando uma oportunidade de carreira. A idéia dessa discussão consistiu em pensar soluções de adequação do formato do Salão para a realidade contemporânea, tentando responder às questões: 133


- “Quais são os motivos que continuam justificando sua existência? Que tipo de “premiação” poderia contemplar o reconhecimento do valor de uma jovem carreira artística? Será que sua periodicidade deve ser anual ou bienal?” Estas questões, logicamente, não puderam ser respondidas de maneira universal nem as soluções prescritas. Elas ficaram em aberto e, de acordo com a realidade local, devem ser solucionadas pelo poder público e por todos ligados às Artes Plásticas. Foram ainda consideradas, como ponto de importância, a representatividade e a legitimidade dos Salões, o que justificaria sua continuação, no formato considerado mais adequado para o momento histórico e espaço em que se vive. Concluiram que não seria desejável que simplesmente os Salões desaparecessem, pois seria subtrair um grande incentivo para os artistas e uma oportunidade do público, em fruir essa importante arte. O objetivo dos Salões é a análise, a contemplação e divulgação das Artes Plásticas, não o comércio de obras.

SÃO JOÃO GANHA SEU SALÃO Em 1977, numa tradicional sorveteria na Rua Dom Pedro II, o então prefeito municipal de nossa cidade, Nelson Mancini Nicolau, deu ao Marcondes, a auspiciosa notícia da criação da “Semana Guiomar Novaes”, para homenagear a ilustre pianista sanjoanense, internacionalmente reconhecida e aclamada como uma das maiores virtuoses do piano. Este tributo foi instituído para fazer parte das festividades de aniversário da cidade, ocorrido no mês de junho. 4 Sentados à mesa, falou-se de artes e cultura e, aproveitando o ensejo, o artista plástico teve a felicidade de propor ao prefeito um velho desejo: o de criar um “Salão de Artes” em nossa cidade e que poderia ser realizado como parte da Semana Guiomar Novaes. Nelson gostou da ideia e pediu-lhe que procurasse o professor Osmar Garcia, então Diretor de Cultura, Esportes e Turismo a fim de viabilizar tal evento. Foi dado todo apoio e graças a um trabalho de equipe pôde-se concretizar este sonho. 5 Assim, começou um movimento artístico, que não exigiu somente perspicácia e determinação para ganhar volume e credibilidade, pois eram valores que colocavam em jogo a força cultural de uma cidade, disposta a se impor no panorama pictórico do estado, quiçá do Brasil; era preciso, pois, estar acima do bairrismo. Dessa maneira, num cenário que tendo Marcondes como liderança, houve participação de pessoas que estavam em busca da linguagem universal, da profecia da arte, como anunciadora de novos tempos, participantes da construção da identidade cultural sanjoanense. Como Sêneca disse e Domênico de Masi referendou: “O ócio sem preocupações intelectuais é a morte, é a sepultura em vida”.

E ASSIM ACONTECEU... O primeiro evento, que passou a ser realizado anualmente, foi crescendo e melhorando a cada edição, ganhando notoriedade e respeito em todo estado e sul de Minas. No entanto, mostrou sinais de desgaste em meados da década de 1990 e encerrou-se em sua vigésima edição, em 1996. Vamos, pois, a eles: A “I Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”, ocorrida já em junho de 1977, teve como tema “A Valorização do Artista Sanjoanense”. Foram convidados artistas e artesãos da cidade, com destaque aos escultores Fernando e Giácomo Furlanetto, e ao primitivista Benedito Bernardes Soares, que apresentou desenhos sobre a cidade. José Marcondes foi o curador e teve como auxiliares, entre outras, a funcionária municipal Lúcia Helena de Almeida e Maria Célia Marcondes. A Mostra aconteceu na Praça da Catedral, 60, no espaço localizado ao lado do Teatro Municipal onde hoje funciona um Banco. Não foi confeccionado catálogo da exposição, mas todos os artistas participantes receberam certificados. A “II Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes” aconteceu no ano seguinte, junho de 1978, no mesmo local, com o mesmo curador e as mesmas auxiliares. Para essa exposição foram convidados os artistas de São João e da região. Dessa feita, para homenagear com mais ênfase e destaque o escultor Fernando Furlanetto, foi montada uma Mostra, em que, pela primeira vez, são expostos ao público, em sua totalidade, os modelos em gesso e algumas obras em mármore, além de documentos referentes ao escultor. O sucesso foi muito grande e despertou, além de interesse e curiosidade, o conhecimento das obras desse artista, que até pouco tempo atrás, era visto, já idoso, andando pela 134


Avenida D. Gertrudes. Em 1979, realizou-se, ainda em junho e dentro das comemorações de aniversário da cidade, a “III Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”. O evento foi realizado nas dependências do antigo Banco do Brasil, localizado na Rua Guiomar Novaes, 463, esquina com a Praça Armando de Salles Oliveira, espaço gentilmente cedido pelo seu proprietário, Sr. Luis Barbosa. Participaram trinta e sete artistas plásticos e quarenta e nove artesãos sanjoanenses, da região, da capital e do interior paulista. 6 Foram prestadas homenagens à acadêmica, desenhista e retratista Profª Maria Luisa “Maísa” Barcellos do Amaral; ao pintor Attílio Baldocchi; ao desenhista com máquina de escrever, o, também, acadêmico Jordano Paulo da Silveira. Houve ainda homenagem póstuma aos pioneiros da pintura sanjoanense Araújo Lima, prof. Luiz Gualberto, Fernando Arrigucci, como também aos irmãos escultores Giácomo e Fernando Furlaneto. A promoção foi da Prefeitura Municipal, da Secretaria de Estado da Cultura, MEC-Junart. O curador foi José Marcondes, a Comissão Organizadora esteve a cargo de Lúcia Helena de Almeida e Maria Célia de Campos Marcondes, além de Ronaldo Luis e Zezinho Ferreira, este na marcenaria. Era diretor de Esporte, Cultura e Turismo, o sr. Osmar Garcia e o prefeito Nelson M. Nicolau, que deixou uma mensagem no catálogo: Thaís C. Marcondes e Guiomar Novaes - fundo: Magdalena O. Azevedo - 1978 “Na abertura de mais uma exposição de Arte e Artesanato, reafirmamos que o progresso não se mede apenas pelo ritmo de produção de suas riquezas materiais, mas também pelo vigor e originalidade de suas contribuições no campo das Ciências, das Letras e das Artes (...).” A mensagem de Marcondes, ainda no catálogo, foi: “(...) Esta exposição é realizada graças à Prefeitura Municipal, aos esforços de alguns abnegados e aos próprios artistas e artesãos que se somam num grande entusiasmo e ânimo.” Em 1980, foi realizada a “IV Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes”, de 09 a 15 de junho, ainda na administração Nelson Mancini Nicolau. Foi homenageado Josué “Aldo” Blasi, pintor diletante, grande incentivador e mecenas desta arte na década de 1930. Foram homenageados, ainda, os artistas: Ettore Federighi, que viveu em São João, na década de 1970, e Bruno Filizberti, de Poços de Caldas/MG. Novamente foi homenageado o escultor Fernando Furlanetto, neste quinto ano de seu falecimento. No catálogo havia uma pequena biografia sua, e trazia, ainda, estas palavras: “Vários jornais lhe dedicaram diversas homenagens, mas muito o sensibilizou a reportagem e entrevista feitas pelo jornal ‘Correio Popular’ de Campinas, em 1972, com fotos, reportagem e crônica referentes ao artista e sua obra.” Homenagear, por quatro Salões consecutivos, Fernando Furlanetto, tinha finalidades: tornar o artista sempre lembrado, conhecido e reconhecido, mas principalmente sensibilizar o poder público e o sanjoanense sobre a necessidade de dar um destino aos modelos em gesso do escultor, os quais estavam se deteriorando em seu antigo ateliê e não deixar suas obras em mármore de Carrara e em bronze, localizadas principalmente no Cemitério, no descaso, sem os cuidados necessários, correndo-se o risco de perder um patrimônio cultural e artístico tão importante. O curador dessa Mostra foi o artista plástico José Marcondes, auxiliado por sua esposa e pela funcionária municipal Lúcia Helena de Almeida. A coordenação do artesanato foi do Departamento de Serviços de Promoção Social da Prefeitura Municipal. O local da exposição foi, novamente, o antigo prédio do Banco Brasil, gentilmente cedido por Luis Barbosa, localizado na Rua Guiomar Novaes, 463, esquina com a Praça Armando de Salles Oliveira. Participaram doze cidades, setenta artistas plásticos e quarenta e um artesãos. 7

SÓ ARTES PLÁSTICAS...

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Em 1981, no mesmo local, ou seja, antigo Banco do Brasil, realizou-se a “V Exposição de Artes da Semana Guiomar Novaes”, de 12 a 28 de junho. Nesse ano, o artesanato deixou de fazer parte da Mostra e foram instituídas as premiações, ou seja, houve a oficialização dos Prêmios Honoríficos: Medalhas de Ouro: grande e pequena; Medalhas de Prata: grande e pequena; Medalhas de Bronze e Menções Honrosas. 8 Aos moldes de um Salão, essa Mostra reuniu artistas de várias cidades do interior e da Capital de São Paulo. Há duzentas obras inscritas e cem aprovadas. A Comissão Organizadora esteve a cargo de Lúcia Helena de Almeida, José Ferreira, Maria Célia de Campos Marcondes, profª. Vera Elizabeth de Moraes Miranda e a Comissão Julgadora foi composta pelo professor Osmar Garcia, Vera Miranda e Lúcia Helena de Almeida. A curadoria coube a José Marcondes. Era Prefeito Municipal Nelson Mancini Nicolau. Salienta-se que, nesta, como nas exposições anteriores, o espaço era aberto para obras acadêmicas e contemporâneas. Em 1982, não houve a Semana Guiomar Novaes, pois o Prefeito Nelson M. Nicolau licenciou-se em abril para se candidatar a Deputado Estadual. Assumiu, o Presidente da Câmara, Sr. João Tarifa Lorencini, que, alegando contenção de despesas, não realizou a Semana Guiomar Novaes. José e Maria Célia Marcondes, Ney Ávila e Ana Maria Novaes, filha de Guiomar Novaes -1981 Houve, no entanto, de maneira tímida e sem premiações, a “VI Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”. Lúcia Helena Almeida, que passou a responder pelo setor da Cultura, ajudou na organização da Mostra. No entanto, em setembro daquele mesmo ano, foi realizado um grande Salão em que se comemorou o “Cinquentenário da Primeira Exposição Coletiva de Artes Plásticas de São João da Boa Vista”. Mostra essa, que tem todo um capítulo a ela dedicado. Em 1983, assumiu a prefeitura o sr. Sidney Estanislau Beraldo, a profª Vera Elizabeth Moraes Miranda passou a responder pelo setor de Cultura e o prof. Sebastião Álvaro Galdino era Diretor de Esporte, Cultura e Turismo. Naquele ano, aconteceu a “VII Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”, que homenageou Adriano Colângelo, italiano, professor da História da Arte, além de artista plástico, residente em São Paulo.9

NOVA DATA A partir de 1984, a Semana Guiomar Novaes e a Exposição de Artes Plásticas desvincularam-se das festividades da cidade e passaram a ser realizadas em setembro. Realizou-se, pois, neste ano, a “VIII Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”, de 01 a 08 de setembro, na administração do prefeito Sidney E. Beraldo, que deixou sua mensagem no catálogo: “A transmissão da beleza, a revelação do homem feita através da Arte, enriquece o espaço exterior com sua força de expressão e é missão que se dignifica, quando através dela, se promove esperança e se conquistam divisas.” Foram inscritas 140 obras e 102 aceitas pelo júri. Houve, nesse ano, os prêmios aquisitivos “Móveis Getúlio Vargas” e “Banco do Estado de São Paulo”. A Comissão de Seleção e Premiação foi composta por Ronaldo Noronha, Tabajara Arrigucci, Ronaldo Marin e José Marcondes, também curador da Mostra. O local da realização do evento continuou no antigo prédio do Banco do Brasil. O Diretor do Departamento de Esportes, Cultura e Turismo era Sebastião Álvaro Galdino e a responsável pelo setor de Cultura, profª Vera Miranda, tendo como auxiliar Donizetti Aparecido Leite Camargo. 136


“Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes” - 1985

Houve premiação solene no vernissage, com entrega de Medalhas de Ouro, Prata, Bronze e Menções Honrosas.10

Em 1985, realizou-se a “IX Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”, de 01 a 09 de setembro. O prefeito Sidney E. Beraldo deixou, no catálogo, a mensagem: “O cenário cultural de São João da Boa Vista tem sido enriquecido e valorizado pelos artistas plásticos, que no conjunto de suas obras expressam a profundidade do inesgotável pensamento criativo existente no íntimo de cada um.” Respondia pelo setor Municipal de Cultura, a Profª Vera Elisabeth Moraes Miranda, que deixou no catálogo os dizeres: “Somente as coisas incompletas é que são perfeitas, porque não satisfazem. Uma grande obra de arte é sempre incompleta: tem a perfeição de não satisfazer, isto é, de não cansar nunca”. O curador da Mostra, José Marcondes, também deixou sua mensagem: “A cada ano que passa, o nosso Salão vai-se firmando numa feliz e tradicional realidade, abrindo suas portas a todas as tendências e manifestações culturais e artísticas.(...) Hoje, artistas de todo estado e principalmente o público sanjoanense vibram com o acontecimento.” As obras inscritas foram 253 e as selecionadas 115. Grandes artistas participaram e, além dos selecionados, tivemos: Salvador Rodrigues Jr., Aldo Menegon Neto e Eduardo Ostergren, todos “hors concours”. A Comissão de Seleção e Premiação foi composta por Aldo Stoppa, de Poços de Caldas; Vera Ferro, de Mogi Mirim e João Batista Merlin, de São João da Boa Vista. Comissão Organizadora: Lúcia Helena Almeida; Rosely Prado Galdino; Vera E. Miranda; Maria Célia de Campos Marcondes; Rosana Floriano S. Garcia; Ronaldo Luís; Donizetti Aparecido L. Camargo. O local da exposição foi o Salão de Festas da Maçonaria, na Rua Prudente de Moraes. Foi prestada homenagem póstuma ao grande artista paulistano Arlindo Castellani de Carli, que em 1982 participou, em São João da Boa Vista, de uma Coletiva, realizada no Centro Recreativo Sanjoanense, em comemoração aos cinqüenta anos da 1ª Exposição Coletiva da cidade. Houve premiações com entrega solene, no dia da abertura, das Medalhas de Ouro, Prata, Bronze e Menções Honrosas. 11

DEZ ANOS! UMA GRANDE FESTIVIDADE! Em 1986, de 01 a 07 de setembro, foi realizada, novamente, no antigo Banco do Brasil, a “X Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”. A Comissão Organizadora foi composta por: Sebastião Álvaro Galdino, Diretor de Esporte, Cultura e Turismo, Lúcia Helena de Almeida, Vera E. Moraes Miranda, Rosana Floriano Garcia, Tabajara Arrigucci, Ronaldo Luís, Maria Célia de Campos Marcondes, João Batista Merlin, com curadoria de José Marcondes. A Comissão de Seleção e Premiação foi composta por Ronaldo Noronha, Simphoroso Alonso, Eliseu Ferreira Diniz, Maísa Barcellos, Terezinha Verlangieri Pizzocaro. Foram 240 artistas inscritos e 107 selecionados. 137


Para comemorar a décima edição da Exposição, o local do Salão foi pomposamente decorado por João Batista Merlin, que mostrou, mais uma vez, toda sua competência artística. Foi confeccionado um carimbo comemorativo aos “10 anos de Exposição”, e todas as obras aceitas receberam, em seu verso, tal marca. Serviu também de logotipo para a divulgação do Salão. A Comissão Organizadora deixou a seguinte mensagem, no catálogo: “Esperamos que esses dias de vida desta ‘X Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes’ consigam simular o universo fascinante em que a arte vive, proporcionando àqueles que a visitam, a vivência do espetáculo de suas cores, transportando-a, suavemente embalada pela técnica artística de cada obra, ao mundo das visões maravilhosas, que cada autor expressa através da força criadora da sua arte. Que o décimo aniversário desta exposição seja um importante marco histórico da vida artística e cultural de nosso povo e se transforme, através da exuberância das obras expostas, em molduras eternas, para o quadro vivíssimo de nossa saudade.” Foi prestada uma homenagem especial a Alfredo Volpi, nos seus 90 anos de vida, pois morou, ele, em São João, na década de 1930, quando retratou nossas paisagens. “A ele nossa homenagem e nossos agradecimentos pelos momentos de êxtase e de magia que sua arte nos faz conhecer”. Eram estes os dizeres do catálogo. Uma obra sua, cedida por seu compadre Eliseu Ferreira, também foi exposta. Foi prestada, ainda, uma homenagem póstuma ao grande artista da cidade de Campinas, Aldo Cardarelli: “A Comissão organizadora e artistas participantes da X Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes, deixam aqui registradas suas homenagens ao grande mestre do paisagismo, o artista plástico Prof. Aldo Cardarelli, que faleceu em Campinas aos 71 anos, no dia 15 de agosto de 1986.” Os premiados nessa edição foram solenemente nomeados e chamados, na cerimônia de abertura do evento, para receberem as medalhas a que faziam jus. 12 As Exposições de Artes Plásticas de São João da Boa Vista estavam em plena ascensão, talvez em seu apogeu! Eram reconhecidas nos meios artísticos mais importantes e tudo corroborava para isto. O prefeito Sidney E. Beraldo mandou um cartão, com as chancelas do Município a José Marcondes, agradecendolhe: “São João da Boa Vista, 19 de setembro de 1986. José Marcondes, Sirvo-me desta para agradecer a V.Sª. pelo seu inesgotável esforço nos trabalhos como membro da Comissão Organizadora da X Semana Guiomar Novaes, realizada em nosso município no período de 01 a 07 de setembro do corrente ano. Esperando contar sempre com sua colaboração, firmo-me . Cordialmente, Sidney E. Beraldo”.

Maria José “Zezé” Lopes, João Batista Merlin, Aparecidinha Mangeon Oliveira e José Marcondes - 1986

Em 1987, aconteceu, no antigo e suntuoso prédio do Banco do Brasil, a “XI Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”, 13 ainda na gestão do prefeito Sidney Beraldo, tendo como diretor de Cultura o Prof. Sebastião Álvaro Galdino. 138


O curador e presidente do júri foi José Marcondes, a comissão organizadora composta por Ana Paula Faustino; Claudia J. da Silva; Donizetti Aparecido Leite Camargo; Maria Célia de Campos Marcondes; Roseli Prado Galdino e Sandra Regina Junqueira Franco. O júri de Seleção e Premiação do Acadêmico foi composto por Aldo Stoppa, Nilo Siqueira, e do Contemporâneo foi Paulo Cheida Sans e Jaime Cunha Sobrinho. Na capa do catálogo, há o quadro “Camarões” de Aldo Stoppa, que foi Medalha de Ouro, em 1986. O homenageado foi o pintor piracicabano Alberto Thomazzi, falecido naquele ano. O renomado pintor Antônio Pacheco Ferraz, de Piracicaba, participou com uma obra e foi também homenageado, cabendo-lhe o Prêmio Especial. A solenidade de premiação aconteceu na abertura do evento. 1 4 Naquela época, havia em nossa cidade, uma organização Cultural chamada AMARTE (Associação dos Amigos da Arte e da Cultura de São João da Boa Vista), que fazia todo ano uma exposição de pintura intitulada “Novos Valores”, para estimular os iniciantes nas artes plásticas. Os cinco melhores trabalhos desse salão eram escolhidos para participarem, sem crivo do júri, da Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes. Nesse ano de 1987, foram selecionados: Carolina Malheiros, Tarcisa Marcon Brandão, Agnaldo Zimer do Valle, Chai Chim Ling, todos de São João da Boa Vista e Francisco do Valle, da cidade do Rio de Janeiro. Houve, no dia da abertura, uma manifestação de artistas sanjoanenses de tendência moderna e um ligado à arte acadêmica, contra a curadoria, e o destino que estavam tomando os Salões de São João da Boa Vista. Eram os vanguardistas agitando suas bandeiras, no limiar da ruptura, na fronteira com outros caminhos. Foi, inclusive, deixado, no livro de visitas, o protesto, o qual seria interessante deixar aqui registrado. 15 Esse ato poderia tornar-se um fato muito importante na história das artes plásticas de nossa cidade, pois, com décadas de distância, acontecia, aqui em São João da Boa Vista, um estranhamento entre artistas acadêmicos e os de tendência moderna, tal como havia acontecido nos anos de 1930 e 40 no Rio de Janeiro e São Paulo; em 1953 em Campinas 16 e, no século XIX, em Paris. Esperaram-se o desdobramento, a união da vanguarda, o manifesto transformado em ação. Infelizmente, o protesto ficou restrito a essa ocasião; os que protestaram não iniciaram nenhum movimento, nem se uniram para formar um grupo, uma escola com idéias e ações inovadoras, o que seria muito importante, pois estariam contribuindo para enriquecer as artes plásticas e o mundo cultural de São João da Boa Vista. O que vai haver, infelizmente, é um arrefecimento dessa arte em nossa cidade. Em 1988, aconteceu a “XII Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”. 17 A presidência do Júri coube a Neyde Arrigucci. A sessão contemporânea teve como jurados Paulo Cheida Sans e Marcos Rizolli, de Campinas; já o júri da sessão acadêmica coube a Manoel Martho, de Piracicaba e Tabajara Arrigucci, de São João da Boa Vista. A Comissão Organizadora foi composta por: Donizetti Aparecido Leite de Camargo, Roseli Prado Galdino, Maria Lúcia de Campos Angerami, Maria Célia de Campos Marcondes, Ana Paula Faustino Apolinário, Cláudia Jesus da Silva, José Ricardo Lourenço, Édson Elídio Adão. Dessa feita, Marcondes não foi convidado para participar da organização; ele sabia que esta atitude podia ser salutar: mudanças significam novos ares, novos momentos, possibilidade de rumos diferentes. No entanto, ficou preocupado; comparou este acontecimento a um filho, que se tornou adolescente e quer caminhar por si. É o desejável, mas causa sempre muita apreensão. O Diretor de Cultura era Sebastião Álvaro Galdino e o prefeito Sidney E. Beraldo, que deixou a mensagem impressa no catálogo: “O crescimento de ano para ano da Exposição de Artes Plásticas de São João da Boa Vista foi resultado de um trabalho sério por parte da administração e um eco como resposta através da sensibilidade dos artistas participantes. Desejamos êxito a todos eles.” A profª Maria Célia de Campos Marcondes, que fez a apresentação da noite, deixou uma mensagem na abertura do catálogo: “Os artistas, já dizia um poeta, sonham muito alto. Vivem num elevo tão puro que sonho e realidade se misturam. Um dia, José Marcondes sonhou alto: São João da Boa Vista teria um Salão Oficial de Belas Artes, que agregasse valores da pintura local, estadual e por que não nacional? Um Salão que despertaria e apuraria, no sanjoanense, o gosto pelas artes plásticas. Um local onde se teria oportunidade de conviver com as obras de arte. Graças à credibilidade, empenho e preocupação cultural dos prefeitos Nelson Mancini Nicolau e Sidney Estanislau Beraldo nossa cidade teve, não só a I Exposição de Arte e Artesanato, em 1977, junto com a Semana Guiomar Novaes, 139


porém outras vieram, onze no total. Mas... O desenrolar dos acontecimentos não foi simples ou fácil, contudo sempre gratificante. Ora era o espaço físico, ora eram os painéis, a falta de verbas suficientes, problemas de ordens várias, mas nessa luta havia Osmar Garcia, Vera Miranda, Lúcia Helena de Almeida, José Ferreira de Moraes e sua equipe, além de Marcondes. Posteriormente Donizetti Camargo e Sebastião Álvaro Galdino juntaram-se à equipe. Paulatinamente, o sonho do artista transformou-se em realidade. Hoje, esta 12ª Exposição, que ainda não se tornou um ‘Salão Oficial’ caminha por si, porém ainda há muitas conquistas a realizar, muitas lutas por fazê-la crescer, muito cuidado para que não fique estagnada: um local próprio, maior divulgação, continuidade no apoio oficial, têmpera dos organizadores. E o sonho continua: por que não uma pinacoteca permanente? Muito foi feito, muito há para fazer, sempre, porém, maior foram os incentivos recebidos, a vontade de vencer, transpor barreiras. No final e acima de tudo fica a Arte que flui e reflui imensa, naquele momento mágico de transformar a vida em arte, e a arte em vida.” As premiações aconteceram no dia da abertura oficial do evento. 18 Em 1989, realizou-se a “XIII Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes”, no Centro Recreativo Sanjoanense, na Rua Teófilo de Andrade, 373. Era prefeito Gastão Cardoso Michelazzo, que, em abril desse ano, desvinculou o Departamento de Esporte do Departamento de Cultura e Turismo. A primeira Diretora de Cultura e Turismo nomeada foi a professora de Educação Artística, Glorinha Aguiar, que deixou, juntamente com Donizetti Camargo, assessor de cultura, a mensagem no catálogo: “Parabéns a todos os artistas que enviaram suas obras de arte para a XIII Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes, contribuindo para o brilhantismo deste evento cultural em São João da Boa Vista. Aqui estão reunidos diferentes temas, diferentes autores, e estilos, além de várias cidades e tendências. Que esta Semana Guiomar Novaes provoque grandes emoções através das cores, formas, movimento, luzes, sombras, imagens, equilíbrio e harmonia. Que esta Semana Guiomar Novaes marque no Brasil, com muito sucesso, entusiasmo e participação, o décimo ano da morte da sanjoanense Guiomar Novaes, ‘a pianista do Século’ “. A Comissão Julgadora foi composta por Glorinha Aguiar, Caetano Ferrari, Roberto Figueiredo, Paulo Cheida Sans – professor de artes da Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUCCamp. Os prêmios foram entregues na noite da abertura do evento. 19 O Prêmio Especial, desse ano, coube ao artista Francisco Biojone, de Campinas - pintura contemporânea.

NOVOS TEMPOS SE ANUNCIAM... Hoje, depois de passados tantos anos, há possibilidade de uma análise mais imparcial e serena dos Salões e, aproveitando a distância de mais de duas décadas, pode-se dizer que, desde a X Exposição, ela vinha num crescer constante e estava numa fase de grande prestígio e sucesso. Talvez em seu apogeu. É bom ressaltar que, até então, as obras acadêmicas e contemporâneas eram julgadas, via de regra, por um júri único, mas constituído de pessoas ligadas tanto a uma área como a outra. As obras selecionadas e premiadas ficavam expostas no mesmo espaço, mas em alas distintas e havia premiações para as duas categorias. Isto arrazoado, esclarece-se que o prefeito Gastão Cardoso Michelazzo havia nomeado Maria Izabel Sibin Franco, como a nova Diretora do Departamento de Cultura e Turismo e houve, em meados desse ano de 1990, uma reunião na casa do artista plástico José Marcondes, onde estiveram presentes, além dele, a diretora de Cultura Maria Izabel, a artista plástica Cecília Mazon e a profª Maria Célia de Campos Marcondes. O assunto em pauta foi o Salão de Artes de nossa cidade, ocasião em que foi discutida a necessidade de se desvincular a mostra da arte “acadêmica”, da “contemporânea”, isso, devido ao substancial aumento do número de artistas e obras inscritas nas duas modalidades, resultado do trabalho sério e sempre aprimorado dos responsáveis por ele. Dessa maneira, resolveu-se que, a partir de então, haveria duas exposições, realizadas em épocas distintas. Outra necessidade que se impunha era que a Exposição de Artes Plásticas se desvinculasse da Semana Guiomar Novaes, pois os dois eventos haviam crescido muito e não era mais viável e oportuno realizá-los na mesma época. Dessa maneira, suas datas foram separadas e alterou-se, pois, a nomenclatura da Exposição. A Sessão Acadêmica foi denominada “Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica”, e a contemporânea “Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea”. Passaram elas, pois, já em 1990, a acontecer separadamente, com dois júris, duas exposições oficiais e separadas da Semana Guiomar Novaes. 140


Foi discutido ainda sobre a numeração que receberia este novo momento do Salão, ou seja, ele continuaria na sequência, ou começaria a contar como primeiro. Venceu a continuidade da numeração, sob a justificativa de que ocorria, apenas, uma atualização do Salão e não um rompimento, o que poderia legitimar uma nova contagem. Marcondes propôs, também, que fossem criados os Prêmios Aquisitivos “Prefeitura Municipal” e “Câmara Municipal” com a finalidade de formar acervo para uma futura Pinacoteca Municipal. Sua sugestão, porém, não foi levada à frente. Sugeriu também que se criassem os Prêmios Honoríficos “Araújo Lima”, “Attílio Baldocchi” e “Luiz Gualberto”, para a seção pintura e prêmio “Fernando Furlanetto”, para escultura. O que também não aconteceu.

AGORA SÃO DOIS SALÕES! Dessa maneira, o “XIV Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” 20 aconteceu de 14 a 20 de agosto de 1990, no “Espaço Cultural Fernando Arrigucci”, localizado na Rua Getúlio Vargas, 73, Centro. No catálogo havia a mensagem do Prefeito Municipal Gastão Cardoso Michelazzo: “O cenário cultural de São João da Boa Vista tem sido enriquecido e valorizado pelos artistas plásticos, que no conjunto de suas obras expressam a profundidade do inesgotável pensamento criativo existente no íntimo de cada um.” Maria Izabel Sibin Franco deixou também sua mensagem no catálogo: “A todos os artistas que enviaram suas obras de arte para o XIV Salão de Arte Contemporânea, nossos sinceros agradecimentos por contribuírem imensamente para o engrandecimento e brilhantismo de nosso Salão que se desponta no cenário nacional, elevando cada vez mais o nome da nossa querida São João da Boa Vista. Que no próximo Salão possamos estar todos juntos novamente”. Os jurados foram: Francisco Biojone, Emanuel Rubin e Geraldo Mayer Jürgensen, todos de Campinas. Já o “XIV Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica”, 21 foi realizado de 9 a 14 de novembro de 1990, no Centro Recreativo Sanjoanense. A Diretora de Cultura tem no pintor José Marcondes um consultor, mas ele e sua esposa não mais participam diretamente da organização. A Comissão Organizadora foi formada por: Maria Izabel Sibin Franco, Donizetti Camargo, Ana Paula Faustino Apolinário, Ana Lúcia Ricetti Roqueto, Izabel Cristina Barbosa Vieira. A mensagem do Prefeito Municipal e da Diretora de Cultura é a mesma do catálogo do Salão Contemporâneo. Os jurados da sessão acadêmica foram: Cecília Mazon e Eliseu Ferreira, de Mogi Mirim e João Batista Guilherme Costa, de São Paulo. Em 1991, realizou-se o “XV Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” de 18 a 25 de abril e o “XV Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica” a partir de 22 de novembro. Ambos no Centro Recreativo Sanjoanense. O Prefeito Gastão C. Michelazzo deixou, em ambos os catálogos, a mensagem: “O cenário Cultural de São João da Boa Vista tem sido enriquecido e valorizado pelos artistas plásticos, que no conjunto de suas obras expressam a profundidade do inesgotável pensamento criativo existente no íntimo de cada um.” Maria Izabel Sibin Franco, Diretora de Cultura, escreveu: “A boa semente está plantada, dependendo de, no futuro, receber o estímulo necessário de todos aqueles que, direta ou indiretamente, se preocupam com a formação de nosso povo e estejam interessados no cultivo dos melhores valores culturais de nosso país.” A Arte Acadêmica teve como júri: Neyde Arrigucci, de São João da Boa Vista, Nilo Siqueira, de Amparo e Aldo Stoppa, de Poços de Caldas. A Comissão Organizadora foi composta por: Maria Izabel Sibin Franco, Ana Paula Apolinário, Ana Lúcia Rissetti Roquetto, Isabel Cristina Barbosa Vieira e Donizetti Camargo. Foram 29 os artistas participantes. A solenidade de premiação aconteceu na abertura da mostra. 22 Já o “XV Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea”, de 18 a 25 de abril de 1991, também no Centro Recreativo Sanjoanense, teve no júri: Adriano Colângelo, Antonio Rodini, ambos de São Paulo e Thomaz Perina, de Campinas. A Comissão Organizadora foi a mesma da acadêmica. 141


A premiação, como de costume, aconteceu na solenidade de abertura.

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Em 1992, realizou-se o “XVI Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica”, 24 de 23 a 29 de outubro no Centro Recreativo Sanjoanense. Prefeito Gastão Cardoso Michelazzo, Diretora de Cultura Maria Izabel Sibin Franco. Teve na Comissão Julgadora: Cecília Mazon; Thomaz Perina e Eliseu Ferreira. A Comissão Organizadora esteve a cargo de Donizetti Aparecido L. de Camargo, Ana Paula Faustino, Isabel Cristina Vieira, Neusa Lenhame de Ica Blasi, Sandra J. Franco, Hermano Ramalho, NI, Sebastião Galdino, José Marcondes, Donizetti Camargo, Lima. Maria Célia Marcondes, Sidney e Mila Beraldo, Aparecidinha Mangeon Oliveira - 1987 Do “XVI Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” não se têm dados, apenas a relação dos que receberam a Medalha de Ouro. 25

O CREPÚSCULO A partir desse XVI Salão, começaram a surgir sinais de desgastes e dificuldades de ordens várias. Ele entrou numa fase descendente. “XVII Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea”. Realizado no Centro Recreativo Sanjoanense de 14 a 17 de abril de 1993. Mensagem do Prefeito Municipal Dr. Joaquim Simião: “A arte contemporânea retrata, de maneira sutil, os prazeres e dissabores do cotidiano, ressaltando com traços, linhas e cores, a visão pessoal e interiorizada de cada um sobre o mundo que o cerca. Ao poder público, cabe a tarefa de incentivar estes artistas e criar mostras, onde a magia da arte seja extensiva a todos.” A Diretora do Departamento de Cultura e Turismo Maria Aparecida Pimentel Mangeon Oliveira, deixou, também, sua mensagem: “No momento deste XVII Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea, o primeiro que tenho a honra de organizar, quero parabenizar os artistas premiados e participantes, bem como homenagear o público sanjoanense, que sempre se distinguiu pela sua sensibilidade. Nosso Departamento conquista novos espaços, revelando novos talentos, num trabalho de grande significado. Assume novos rumos, na realização de seu objetivo maior de divulgar a cultura, através de uma linguagem universal: o mundo das artes plásticas.” A Comissão Organizadora foi composta: por Maria Aparecida M. Oliveira, Donizetti de Camargo, Ana Paula Faustino Apolinário, Izabel Cristina Barbosa O. Vieira. A Comissão Julgadora foi composta por: Cecília Mazon, Dimas Garcia, Thomaz Perina. A premiação aconteceu na abertura do evento. 26 Em 1993, foi realizado o “XVII Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica”, de 20 a 27 de outubro, no Centro Recreativo Sanjoanense. Era Prefeito Municipal o Dr. Joaquim de Campos Simião e a Diretora de Cultura profª Maria Aparecida Pimentel 142


Mangeon Oliveira. A mensagem do prefeito nos disse: “Do traçado do lápis nasce a forma e em delicadas pinceladas a cor reflete a vida. Através de mãos hábeis o artista retrata o mundo. Com ele embarcamos em uma viagem onde os personagens retratados não pertencem mais ao nosso tempo – passam para o universo mágico da arte. Arte e realidade se mesclam neste Salão. Para a prefeitura é uma grande honra promover o XVII Salão de Artes. É através destas Mostras e do trabalho desses artistas que temos a grata satisfação de mergulhar neste universo”. Mensagem da Diretora de Cultura, Aparecidinha: “O gosto pela arte deve vir da compreensão do Belo e da Verdade. O XVII Salão de Arte Acadêmica quer consolidar essa proposta, com o objetivo de formar e informar à comunidade, através da Mostra de grandes artistas.” O curador do Salão, José Marcondes, deixou registrado: “Longe da pretensão de criar barreiras à participação de muitos artistas potencialmente talentosos, o júri de seleção procura ser criterioso e exigente na escolha das obras, objetivando um Salão de bom nível”. Comissão Julgadora: Janete Teruel, de Mogi Mirim; Luís Cláudio Morgilli, de Araraquara/SP ; Miguel Lopes Pallas, de São Paulo. Comissão Organizadora: Tânia Lavieri Gonçalves, Ana Paula Apolinário, Isabel Cristina Barbosa Vieira, Haydée Borges Eduardo, João Henrique de Souza, Donizetti de Camargo. Foram convidados os escultores Décio Valente e Rodopho Lazinho Gobbi. A entrega dos prêmios aconteceu na sessão de abertura. 27 O Salão, apesar de todo empenho despendido, dá grandes mostras de desgaste; o nível, porém, continua muito bom. Em 1994, realizou-se o “XVIII Salão Sanjoanense de Artes Plásticas”, de 23 a 30 de outubro. Uniram-se, novamente, a arte acadêmica e contemporânea em um único salão; o motivo declarado foi corte de verbas, pois dois salões davam muita despesa. Era prefeito o Dr. Joaquim Campos Simião, sua mensagem foi: “O talento e a arte podem se manifestar de diversas maneiras. Enquanto a arte acadêmica retrata o realismo sob a ótica do artista, nas formas imprecisas da arte contemporânea, as cores e formas se fundem criando um espectro de magia e emoção.(...)” A Diretora de Cultura Maria Aparecida P. Mangeon Oliveira escreveu: “As obras que integram o XVIII Salão de Artes Plásticas de São João da Boa Vista atestam que a arte brasileira, a cada dia, ganha independência, tornando-se um fato significativo, rico em símbolos e pormenores. É uma mostra de valores individuais que expressam, com vigor e sensibilidade, tradições visuais das mais diferentes origens, espelhando com reflexo e projeções o fascínio de nossa realidade”. A Comissão Organizadora foi formada por: Maria Aparecida P. M. Oliveira, Tânia Lavieri Gonçalves, Sônia Regina Pavani Binatti Pelluque, Luci Lemos Nassur, Isabel Cristina Oliveira Vieira, Haydée Borges Eduardo, João Henrique de Souza e Donizetti de Camargo. Foi prestada uma homenagem especial à artista plástica sanjoanense profª Neyde Arrigucci. Os artistas “Hors Concours” foram José Marcondes e Tabajara Arrigucci. A Comissão Julgadora da Arte Acadêmica ficou a cargo dos artistas: Alfredo Rocco, Luis Pinto da Silva, ambos da cidade de São Paulo e Eliseu Ferreira, de Mogi Mirim. A Comissão Julgadora Arte Contemporânea foi formada pelas artistas: Iracema Salgado; Cecília Mazon; Aparecida Francescato. A premiação de ambas categorias aconteceu na sessão festiva de abertura. 28 Em 1995, foi realizado o “XIX Salão Sanjoanense de Artes Plásticas”, de 22 a 29 de outubro, no Centro Recreativo Sanjoanense. Era prefeito Dr. Joaquim de Campos Simião, que deixou a mensagem: “A Cultura é o bálsamo do espírito. De cada cena retratada, subtrai-se do cotidiano a poesia que emana das cores e das formas. Estes artistas, com olhos mágicos, conseguem extrair beleza dos mais simples gestos, sensibilizando-nos e fazendo com que a mais dura realidade ganhe vida, ultrapassando as fronteiras do imaginário. 143


A eles nosso agradecimento, na realização do XIX Salão de Artes Plásticas.” A Diretora de Cultura Maria Aparecida P. M. Oliveira deixou por escrito: “Para mim e para minha equipe do Departamento de Cultura preparar este XIX Salão de Artes Plásticas foi um suceder de descobertas e sensações: quer em obras completamente intuitivas, que retratam o artista diante do mundo, quer nas essencialmente elaboradas, segundo critérios técnicos mais rígidos, o complexo universo das artes plásticas que nos coloca entre formas, planos, volumes, em completa harmonia de cores e abstrações. Conviver com esse universo nos proporcionou um tempo de reflexão e prazer”. Foi prestada uma homenagem especial ao artista Eliseu Ferreira. O Júri de Seleção e Premiação, para o Acadêmico e para o Contemporâneo, foi composto por: Aldo Stoppa, de Poços de Caldas; Cecília Mazon e Thomaz Perina, de Campinas; José Marcondes e Ronaldo Noronha, de São João da Boa Vista. Mesma comissão organizadora do salão anterior. A premiação aconteceu na noite festiva de abertura. 29 O jornal 30 noticiou o evento: “Todos os ‘arteiros’ da cidade e região estiveram prestigiando a abertura do XIX Salão de Artes Plásticas de São João da Boa Vista, no último domingo, no salão social de Centro Recreativo Sanjoanense, promovido pelo Departamento Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal. O evento teve como convidado especial e paraninfo, o artista plástico sanjoanense Eliseu Ferreira, o qual reside atualmente em Mogi Mirim e simpaticamente compareceu prestigiando a exposição. Na ocasião, Eliseu Ferreira concedeu entrevista exclusiva ao jornal ‘O Município’, a qual estará sendo publicada oportunamente. VI...Vendo conferiu o evento e registrou.”

O ÚLTIMO Em 1996, foi realizado o “XX Salão Sanjoanense de Artes Plásticas” de 1 a 5 de novembro no Centro Recreativo Sanjoanense. Prefeito Dr. Joaquim Campos Simião, Diretor de Cultura Décio Madruga. Foi prestada homenagem póstuma à artista Profª Maria Luiza “Maísa” Barcellos Amaral. A Comissão Organizadora foi formada por: Décio Madruga, Ana Laura Barcellos Amaral Zenun, Márcia Ramires Barbosa, Haydée Borges Eduardo, Isabel Cristina Oliveira Vieira, José Amândio Guedes, João Henrique de Souza e Úniver Cristiano Nogueira da Silva. O Júri de Seleção e Premiação teve como membros: Willian Faquiani, Paulo Tadeu, Thomaz Perina e Cecília Mazon, todos de Campinas. A entrega dos prêmios aconteceu na abertura do evento. 31 Em 1997, assumiu a prefeitura o Sr. Laert de Lima Teixeira, e a Profª Vânia Gonçalves Noronha foi designada Diretora de Cultura e Turismo. O prefeito resolveu não mais realizar as Exposições de Artes Plásticas. Sem os “Salões”, Marcondes iniciou uma luta para que São João passasse a ter outro tipo de Mostra de Artes. Mas... Isto é outro assunto!

UM COMENTÁRIO: Lorette publicou: 32 “Nos anos 70 e 80, as artes amadureciam em terras sanjoanenses. As exposições coletivas de pintura faziam parte do calendário anual, esperadas com grande expectativa pela população. Os artistas plásticos preparavam, ainda, suas mostras individuais selecionando os melhores quadros produzidos durante o ano e improvisando grandes espaços de clubes sociais da cidade. O preferido era o salão de bailes do Centro Recreativo Sanjoanense, que lotava nos vernissages, onde os assuntos sempre mesclavam o futuro cultural da cidade. O saldo era positivo com considerável freqüência. O fator determinante não estava na quantidade de exposições por ano, mas, sim na qualidade das Mostras.”

MUDANÇAS NAS DENOMINAÇÕES Os salões começaram a existir com o nome “Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes” por quatro edições: 1977/78/79/80. A partir de 1981, o artesanato desvinculou-se e passou a denominar-se “Exposição de Artes Plásticas da Semana 144


Guiomar Novaes”, por nove edições, até 1989, na XIII Exposição. Em 1990, desvinculou-se da Semana Guiomar Novaes e passou a haver duas exposições, a saber: “Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” e “Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica”, isso por quatro edições, até 1993. A partir de 1994, até 1996, ano da extinção dos Salões, chamou-se “Salão Sanjoanense de Artes Plásticas”.

VINTE SALÕES, VINTE E UM ARTISTAS HOMENAGEADOS Adriano Colângelo: 1983 Alberto Thomazzi: 1987 Aldo Cardarelli: 1986 Alfredo Volpi: 1986 Antônio Pacheco Ferraz: 1987 Araújo Lima: 1979 Arlindo Castellani Di Carlli: 1985 Attílio Baldocchi: 1979 Benedito Bernardes Soares: 1977 Bruno Filizberti: 1980 Eliseu Ferreira: 1995 Ettore Federighi: 1980 Fernando Arrigucci: 1979 Fernando Furlanetto: 1977, 1978, 1979, 1980 Francisco Biojone: 1989 Giácomo Furlanetto: 1977, 1979 Jordano Paulo da Siveira: 1979 Josué “Aldo” Blasi: 1980 Luiz Gualberto: 1979 Maria Luisa “Maísa” Barcellos Amaral: 1979, 1996 Neyde Arrigucci: 1994

Marlene do Canto, Alice Merlin, Maria Célia e José Marcondes, Estela Marcondes, Aparecidinha M. Oliveira, João Batista Merlin, Thaís e Maria de Lourdes Marcondes e Ana Maria Marques - CRS.

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Antiga Sede do PTB - Partido Trabalhista Brasileiro - Obra de José Marcondes -1983 Esta casa foi primeiramente residência do Cap. Bronze; depois salas de aula da Escola Joaquim José, sede do Grêmio Hélcio Mendes Coutinho da Escola de Comércio e também local de ensaio da Banda Dona Gabriela.

ANEXOS: “III Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes” 1979 Foram trinta e sete os artistas plásticos participantes. São eles: Aparecido Bovo, Beatriz Defácio Correa Leite, Benedito Bernardes Soares, Biloca Andrade, Benedito Matiello, Clarice do Amaral Carvalho, Cléa Florence Bassi, Dora Lúcia B. G. L. dos Santos, Dragale, Gilmário da Silva, Geraldo Estevam Rodrigues, Gabriela F. Pereira, Germinal Artesi, Jorge Luis Luciano, José Paulo, José Flávio do Val Simoni, José Marcondes, José Ronqui, Labarros, Levy Pinheiros, Lourenço Santos Filho, Ludovico Capozzi, Lourdes Capozzi, Maria Tereza Tito Noventa, Mariana J. Andrade, Marli Inês Salvatori, Maércio Leoncini Mazzi, Maria Luiza “Ziza” Costa e Mello, Nelson Mancini Nicolau, Naoto Sakata, Norberto Chavari Vilela, Roberto Assalin, Rodolfo Gobbi, Ronaldo Noronha, Rosângela Fontela e Simphoroso Alonso. Participaram, ainda, quarenta e nove artesãos, a saber: Benedicto Marcondes, Beca, Brígida Palmira, Kico, Conceição de Oliveira Alaião, Clarice do Amaral Carvalho, Clóvis Vieira, Cyra de Andrade Vilela, Cleide Salomão, Déia Bomtempo Alves, Dora Lúcia dos Santos, Dalva Maria Corrêa, Dirce Lombardi, Edla Aparecida Gomes, Elisabeth Alves, Edel Luis Caslini, Gabriel Domiciano, Guido Maram Sobrinho, Gláucia M. Capra, Elenice Borges, Ivette Corrêa Alves, Ilza Rodrigues Pinto, João Simões, Joanita Rodrigues Fontão, Júlia Badiali Anselmo, Lídia Cereja, Lázaro D. Couto, Márcia Tared, Marlene Almeida Martins, Marta Sakamoto, Maria José Zanetti, Maria Célia de Campos Marcondes, Maurício Domiciano, Maria José de Souza, Maria Anita Marcondes Oliveira, Maria da Glória Azevedo, Maria Conceição D. Nogueira, Margarida P. Gonçalves, Mary Elizabeth, Maria de Lourdes Combe, Maria Afonso Anselmo, Rosaly D. Alves, Vera Lúcia Cutolo, Zilda Ferreira Kielander, Zezé e Zequinha.

“IV Exposição de Arte e Artesanato da Semana Guiomar Novaes” 09 a 15 de junho de 1980 Artistas participantes: 146


Attílio Baldocchi; Antônio Gianelli; Anny; Alberto Abbá Polico; Ana Aparecida S. Pereira; André Luiz Gomes Amorim, Ana Maria Bueno Loyola “Danda”; Biloca Andrade; Benedito Carlos Trevisan; Benedito Bernardes Soares; Brás Sidney Gianelli; Cléa Florence Bassi; Dotyno; Dora Lúcia B.G.L. Santos; Denise Isabel M. Sibin; Dejanira Andrade Sandeville; Drausio Antonio M. Mendes; Dimas Planas Garcia; Ester; Edílson Hélio Barbosa; Fernado C. Penteado; Fernando Furlanetto; Fernanda S. Quintaneiro; Foto R. Gianelli; Fati; Francisco José Vicente; Gabriela Oliveira; Heitor dos Prazeres; José Marcondes; José Eduardo Lyrio; João Rozon; José Flávio do Val Simoni; Jucari; Luis Bruno da Silva; Labarros; Luis Cereja Filho; Lourdes B. Capozzi; Ludovico Capozzi; Maria Luiza Barcellos do Amaral; Maércio Mazzi; M.T. La Rocque; Maurício Chaim Pinto; Marinela Antackly Noronha; Marcos Geraldo Mendes; Mieko; Maria Alice Pinho Garcia; Mônica Penteado Florence; Maria Tereza Tito Noventa; Nair Lima; Nilce Helena Francisco; Paulo de Tarso Cheida Sans; Rodolfo Lazinho Gobbi; Ronaldo Noronha; Rosângela Fontela; Roberto A. Assalim; Rita de Cássia Oliveira; Rosana; Rodolfo Zimbardi; Simphoroso Alonso; Tais Siqueira; Somares; Susumo Harada; Vera Lúcia Cury Siqueira; Valdir Felix Sabino e Willian Christensen. Artesãos participantes: Arnaldo Maran; Ana Maria Bueno Loyola “Danda”; Amélia Regina Oliveira; Ângela Maria Oliveira; Ana Aparecida S. Pereira; Antônia Ciuche; Benedito de Oliveira Mendes; Carlos Eduardo B. Loyola; Darcy Teixeira A. Gomes; Dora Lúcia B. G .L. Santos; Dagmar Bruno Lombardi; Eduardo José L. Docema; Elizabeth Carlucci Sbardelini; Edel Luis Caslini; Elita Teixeira de Carvalho; Guido Maran Sobrinho; Helena Ruschel Lopes; Ivete F. Correa Alves; José dos Reis; José Roberto Novaes Vicente; Laerte Geraldo P. Biagiolli; Maria Angélica Y. David; Márcia Ribeiro Yared; Margarida P. Gonçalves; Maria Elizabeth de Souza; Maria Isabel Novaes V. Mota; Maria Odete C. Barros; Maria Beatriz A. Alves; Maybeth Alves; Osvaldo Cruz; Odila de Oliveira Godoy; Rosaly Davis Alves; Renato Tellini; Terezinha Julieta M. Gil; Tais Siqueira; Vera Lúcia Cury Siqueira; Zilda Ferreira Kiellander; Zilda Maria Jordão, além de representantes do Serviço Social do Comércio - Sesc de São Carlos e o Setor de Promoção Social de nossa cidade.

“V Exposição de Artes da Semana Guiomar Novaes” 12 a 28 de junho de 1981 Medalhas de Ouro: Grande - José Marcondes, de São João da Boa Vista, com a obra “Abandono” - pintura a óleo. Grande - Ronaldo Noronha, de São João da Boa Vista, com a obra “Retrato de minha Avó” - pintura a pastel. Grande - Rodolpho Lazinho Gobbi, de Espírito Santo do Pinhal, com a obra “Ferreiro” – escultura em madeira. Medalhas de Prata: Nilo Siqueira, de Amparo com a obra “Forno de Olaria” – pintura. Petras Medis, de Vargem Grande do Sul com a obra “Pica- Pau” - desenho. Reginaldo Cury, de Campinas, com a obra “Cozinha II” – pintura. Medalhas de Bronze: Alberto Tadeu Destro, de Araras, com a obra “Candéu” - pintura. Léo Arthur Barros, de São Paulo, com a obra “Galáxia” - tapeçaria. Susumu Harada, de Itapevi/SP, com a obra “Ouro Vade” - pintura. Prêmio Prefeitura Municipal: Attílio Baldocchi, de São Paulo, com as obras “Casa de Josefa” e “Arredores de São João”. Eliseu Ferreira, de Mogi Mirim, com as obras “Vista de São João” e “Caminho”. “VII Exposição de Artes da Semana Guiomar Novaes” 1983 Foi homenageado o artista plástico Prof. Adriano Colângelo, de São Paulo. “VIII Exposição de Artes da Semana Guiomar Novaes” 01 a 08 de setembro 1984 Medalhas de Ouro: Grande - Vera Ferro, de Mogi Mirim, com o conjunto de obra “Olimpíada I, II e III” - pintura contemporânea. Pequena - Susumo Harada, de Itapevi/SP com a obra “Pouso da Libélula I e II” – pintura contemporânea. 147


Medalhas de Prata: Grande – Neyde Arrigucci, de São João da Boa Vista, com a obra “Lembrando Papai” – pintura acadêmica. Pequena - Aldo Stoppa, de Poços de Caldas, com a obra “Paisagem de Poços de Caldas” – pintura acadêmica. Grande – Dárcio Lima, de São Paulo, com a obra “Para o Álbum de Família” – pintura contemporânea. Pequena - Cecília Mazon, de Mogi Mirim, com o conjunto de obra “Pião I, II e III” – pintura contemporânea. Medalhas de Bronze: Arsênio Frigo, de São José do Rio Pardo, com a obra “Balaio de Cebolas” – pintura acadêmica. Levy Pinheiro, de Casa Branca, com a obra “Caminho da Chácara” – pintura acadêmica. Menções Honrosas: Édison Élio Barbosa, de Poços de Caldas, com a obra “Estrada do Recanto” – pintura acadêmica. Maércio Leoncini Mazzi, de São João da Boa Vista, com a obra “Carimbo Marajoara” - pintura acadêmica. Olga Rizzo Coelho, de Campinas, com a obra “Flores” – pintura acadêmica. “IX Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes” 01 a 9 de setembro de 1985 Medalhas de Ouro: Grande - Alberto Thomazzi, de Piracicaba, com a obra “Porto das Monções” - pintura acadêmica. Pequena - Cecília Mazon, de Mogi Mirim, obra “Sem Título I, II, III”- pintura contemporânea. Medalhas de Prata: Grande – Tabajara Arrigucci, de São João da Boa Vista, obra “Arredores de São João” – pintura acadêmica. Pequena – Mário Marangoni Filho, de Mogi Mirim, obra “Praia Brava de Ubatuba” - pintura acadêmica. Medalhas de Bronze: Armando Ferreira Lima, de Campinas, obra “Jardim Carlos Gomes” - pintura acadêmica. Maria de Lourdes Arruda, de Piracicaba, obra “Rio Piracicaba” - pintura acadêmica. Leonardo Egydio Conti, de São Paulo, obra “Homem Comum” – pintura contemporânea. Menções Honrosas: Eliseu Ferreira, de Mogi Mirim, obra “Paisagem” – pintura acadêmica. Eurico de Aguiar, de Poços de Caldas, obra “O Congado” - pintura acadêmica. Benedito Costa, de Piracicaba, obra “Arremedo de Cigano” - pintura acadêmica. Neide Silva Cavalheiro, de Piracicaba, obra “Rua do Porto” – pintura acadêmica. Jany Ruck, de Campinas, obra “Retorno”. “X Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes” 01 a 07 de setembro de 1986 Medalhas de Ouro: Grande - Aldo Stoppa, de Poços de Caldas, obra “Camarões”- pintura acadêmica. Pequena - Neyde Arrigucci, de São João da Boa Vista, obra “Sede de Fazenda” - pintura acadêmica. Grande - Tabajara Arrigucci, de São João da Boa Vista, obra “Estrada São João–Andradas” – desenho acadêmico. Grande - Manoel Martho, de Piracicaba, obra “Minha Esposa” - escultura acadêmica. Pequena – Clara Lucon, de São Paulo, obra “Mulheres” - escultura acadêmica. Pequena - Louise Van Ackere, de Campinas, obra “Aparição, Aurora, Poente” - pintura contemporânea. Pequena – Orlikowski, de São Paulo, obra “Forno” – desenho acadêmico. Medalhas de Prata: Grande – Mário Marangoni, de Mogi Mirim, obra “Tempo de Crisântemos” - pintura acadêmica. Pequena – Maurito Ganzarolli, de Campinas, obra “Mangas e Cocos” - pintura acadêmica. Grande – Marilda S. Moraes, obra “Os Retirantes” - desenho acadêmico. Pequena – Eduardo Peres Gomieiro, de Campinas, obra “Arranjo” - desenho acadêmico. 148


Grande – Márcio Rover Lopes Nogueira, de São João da Boa Vista, obra “A Espera e Sedução” – pintura contemporânea. Pequena – Maggi Novaes, de São Paulo, obra “Estudo I” – pintura contemporânea.

Medalhas de Bronze: Maria Antonietta Prézia, de Poços de Caldas, obra “Crisântemos Rosas” - pintura acadêmica. Benedito Evangelista Costa, de Piracicaba, obra “Auto-Retrato” - pintura acadêmica. Célio Pavesi, de Santos, obra “Velhice” - pintura acadêmica. José Guilherme Paiva, de Ribeirão Preto, obra “Manhã Ensolarada” - pintura acadêmica. João Batista Francisco, de Poços de Caldas, obra “Igreja de São Benedito” - pintura acadêmica. Neide Silva Cavalheiro, de Piracicaba, obra “Vamos Plantar Flores” - escultura acadêmica. Gaspar Gonçalves Pereira, de Campinas obra “Sonhando” - escultura acadêmica. Maércio Mazzi, de São João da Boa Vista, obra “A Sagrada Ceia” – pintura contemporânea. Nêmesis Rossi Corsi, de Jundiaí, obra “Ninfa” - pintura contemporânea. Menções Honrosas: Márcia Campopiano, de São Paulo, obra “Quietude” - pintura acadêmica. Leônia da Cruz Lima, de Piracicaba, obra “Caminho da Mata” – pintura acadêmica. Salvador Rodrigues Jr., de São Paulo, obra “Rua de Paraty” – pintura acadêmica. Manoel Martho, de Piracicaba, obra “Casa do Aleijadinho” – pintura acadêmica. Armando Ferreira Lima, de Campinas, obra “Natureza Morta” – pintura acadêmica. Sônia Reis, de São Paulo, obra “Marinha” – pintura acadêmica. Marilena Moreira Queiroz, de Poços de Caldas, obra “Palafitas” – pintura acadêmica. José Valentim Postal, de Campinas, obra “Estrada de Fazenda Anhumas” – pintura acadêmica. Ronaldo Marin, de São João da Boa Vista, obra “Composição I” – pintura contemporânea. Lídia Lopes Torres, de Santo André, obra “O Mundo por uma Folha XV” – pintura contemporânea. Eduardo Peres Gomiero, de Campinas, obra “Amazônia-Fixação” – pintura contemporânea. Marcial Zilli, de São Paulo, obra “Um Ato de Amor” – pintura contemporânea. Vera Neheny Fontana, de São Paulo, obra “Ilusões” – pintura contemporânea. Houve ainda uma premiação extra denominada “Medalha Hipólito José da Costa” - patrono da Imprensa. Quem a recebeu foi Luis André de Souza Bernardes, de São Paulo, na categoria Desenho.

“XI Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes” 1987 Medalhas de Ouro: Grande - Manoel Martho, de Piracicaba, obra “Preparando Canjica” – pintura acadêmica. Pequena - Walter S. Veiga, de Santos, obra “Casario” – pintura acadêmica. Pequena - Aldo Menegon, de Piracicaba, obra “Pensamento” - escultura acadêmica. Pequena - Carlos de São Thiago Lopes, de São Paulo, obras “Panorama” e “Capela” - desenho acadêmico. Grande - Janete C. Teruel, de Mogi Mirim, obra “Crepúsculo II” – pintura contemporânea. Grande - Eduardo Pereira Bonfim, de Embu/SP, obra “Afeto Maternal” – escultura contemporânea. Medalhas de Prata: Grande – Gilberto Dutra, São Paulo, obra “São Bento do Sapucaí” – pintura acadêmica. Pequena – Olavo Pinto de Moraes, de São Paulo, obra “Auto-Retrato” - pintura acadêmica. Pequena – Neide Cavalheiro, de Piracicaba, obra “Guiomar Novaes” - escultura acadêmica. Grande – Lídia Lopes Torres, de Santo André, obra “Preconceito” – pintura contemporânea. Grande – Romeu Pauluci Buzon, de São João da Boa Vista, obra “Sem Título”, - escultura em madeira – contemporânea. Medalhas de Bronze: Ronaldo Lopes, de Itanhaém, obra “Praia da Concha” – pintura acadêmica. Ari Queiroz Barros, de São Paulo, obra “Anonas” – pintura acadêmica. Olavo Ferreira da Silva, de Piracicaba, obra “Portão do Engenho” - pintura acadêmica. Paulo de Barros, de Campinas, obra ”Santa Maria Mesquita” – pintura acadêmica. 149


Maria Cecília M. Silva, de Campinas, obra “Cebolas” – pintura acadêmica. Jorge Luiz Luciano, de São João da Boa Vista, obra “Sem Título” - pintura contemporânea.

Menções Honrosas: Gilberto Geraldo, de São Paulo, obra “Corvina e Cebolas Vermelhas” - pintura acadêmica. Alfeu Silva Barbosa, de Poços de Caldas, obra “Rua da Máquina” - pintura acadêmica. Pedro Sella Jr., de Ribeirão Preto, obra “Barraco” – pintura acadêmica. Catarina Gano, de Espírito Santo do Pinhal, obra “Peixes Secos” – pintura contemporânea. João G. Oliveira, de Piracicaba, obra “O Tempo da Vida” - pintura contemporânea. Luiz Ferrari Cintra, de São Paulo, obra “Sem Titulo I e II” – pintura contemporânea. Ícaro Speltri, de Campinas, obra “Palheta do Artista II” – pintura contemporânea. O renomado pintor Antônio Pacheco Ferraz, de Piracicaba, participou com uma obra e foi também homenageado, cabendo-lhe o Prêmio Especial.

“XII Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes” 1988 Medalhas de Ouro: Grande - Antonio Pacheco Ferraz, de Piracicaba, obras “Pau d’Alho” e “Salto de Piracicaba” - pintura acadêmica. Pequena – Gilberto Geraldo, de São Paulo, obra “Abacates com Metal” - pintura acadêmica. Pequena – Agnaldo Manóchio, de São João da Boa Vista, pelo conjunto de obra – desenho acadêmico. Pequena – Orestes de Azevedo Jr., de São Paulo, obra “Cavalo” – escultura acadêmica. Grande - Ana Francisca Souza Penteado, de Campinas, pelo conjunto de obra - pintura contemporânea. Pequena – Márcio Rover Nogueira, de São João da Boa Vista, obra “Água I e Água II” - pintura contemporânea. Grande - Nilo Ermel, de Espírito Santo do Pinhal, obras “Objeto I e II” e “Pedra II” - escultura contemporânea. Medalhas de Prata: Grande – Maurito Ganzarolli, de Campinas, obra “Ameixas” - pintura acadêmica. Pequena – Gilberto dos Anjos Evaristo, de São Paulo, obra “Estudo na Serra” - pintura acadêmica. Grande – Shimphoroso Alonso, de São João da Boa Vista, pelo conjunto de obra – desenho acadêmico. Grande – Maria Antonieta Prézia, de Poços de Caldas, obra “Estudo I, II e III” – pintura contemporânea. Pequena – Jerusa Helena Menali Castro, de Campinas, obra “Era 2002” - pintura contemporânea. Grande – José Marcondes, de São João da Boa Vista, obra “Estudo nº 1” – escultura contemporânea. Medalhas de Bronze: José Ferraz Pompeu, de Campinas, obra “Joaquim Egídio” – pintura acadêmica. Djalma Urban, de São Paulo, obra “Canto do Boi” – pintura acadêmica. Eugênio Nardin, de Piracicaba, obra “O Pamonheiro” – pintura acadêmica. Maria Rodrigues Veiga, de Piracicaba, obra “Comporta” - pintura acadêmica. Maria Cristina Backstron, de São João da Boa Vista, obra “Sítio Águas Claras” – desenho acadêmico. Antonio G. S. Ferreira, de São João da Boa Vista, obra “Sem Título” - desenho acadêmico. Shimphoroso Alonso, de São João da Boa Vista, obra “Cavalo Marinho” – escultura acadêmica. Úrsula Cheno, de São Paulo, obra “Caminho da Paz” - pintura contemporânea. Jaime da Cunha Sobrinho, de São João da Boa Vista, pelo conjunto de obra - pintura contemporânea. Rô Gonçalves, de São João da Boa Vista, obra “Série Deusas” - pintura contemporânea. Roberto Moreira, São Paulo, pelo conjunto da obra – escultura contemporânea. Menções Honrosas: Irene de Castro Conforti, de Campinas, obra “Natureza Morta” - pintura acadêmica. Olga Rizzo Coelho, de Campinas, obra “Marinha” - pintura acadêmica. Francelino Rodrigues, de Campinas, obra “Cebolas” – pintura acadêmica. Antônia Sampaio, de Campinas, obra “Nascente Artemis” – pintura acadêmica. Walter Manoel Fernandes, de Campinas, obra “Canto de Mar” – pintura acadêmica. Ana Maria Moreira Berto, de Campinas, obra “Estrada da Barra” – pintura acadêmica. 150


Therezinha Bellotto Málaga, de São Paulo, obra “Produtos da Vida” – pintura acadêmica. Tobias Antonio Bueno, de Campinas, pelo conjunto de obra – desenho acadêmico. Iara Pesotti, de São João da Boa Vista, obra “O Circo” - pintura contemporânea. Maria Isabel Ribeiro, de Campinas, obra “Composição III” - pintura contemporânea. Miguel Sguassábia Ferreira, de São João da Boa Vista, obra “As Banhistas” - pintura contemporânea. Célia Tambasco Gonçalves, de São Paulo, obra “Renascer” – escultura contemporânea.

“XIII Exposição de Artes Plásticas da Semana Guiomar Novaes” 1989 Medalhas de Ouro: Grande - Maria Antonieta Prézia, de Poços de Caldas, obra “Estudo I e II” - pintura contemporânea. Pequena - Eulina Pena, de Piracicaba, obra “Maçãs” - pintura acadêmica. Pequena - Márcio Rover Nogueira, de São João da Boa Vista, obra “Caçador” - pintura contemporânea. Medalhas de Prata: Grande – Maurito Ganzarolli, de Campinas, obra “Mangas” – pintura acadêmica. Pequena – Neyde Arrigucci, de São João da Boa Vista, obra “Compreensão e Ternura” - pintura acadêmica. Grande – Lídia Lopes Torres, de Santo André, obra “Os Anjos...” - pintura contemporânea. Pequena – Maria Luiza Parisi, de Poços de Caldas, obra “Interior II” - pintura contemporânea. Pequena – Célia Tambasco Gonçalves, de São Paulo, obra “Reflexos da Década” - escultura contemporânea. Medalhas de Bronze: João Gomes Martins, de Campinas, obra “Laranjas” – pintura acadêmica. Abigail Martins, de Campinas, obra “Cores e Formas” - pintura acadêmica. Simphoroso Alonso, de São João da Boa Vista, pelo conjunto de três obras – desenho acadêmico e bico de pena. José Carlos Nascimento, de São Paulo, obra “Ruínas I e II” - pintura contemporânea. Nilson de Barros Vaz, de Santana do Parnaíba/SP, obra “Capinzal I, II e III” - pintura contemporânea. Lídia Mendes, de Santo André, obra “Dimensão I e II” - pintura contemporânea. Astúrio Cacciolli, de Santo André, obra “No Mundo dos Pássaros II” - pintura contemporânea. Romeu Pauluci Buzon, de São João da Boa Vista, obra “O Dragão Verde” - escultura. Menções Honrosas: Evani Loureiro Fujiwara, de Piracicaba, obra “Flamboyant” - pintura acadêmica. Nelson Cabral, de Rio Claro, obra “Laranjas” – pintura acadêmica. Eloísa A. Del Nery Rizzo, de Piracicaba, obra “Caminho” – pintura acadêmica. Áurea A. Pitta Rocha, de Piracicaba, obra “Ponte do Mirante” – pintura acadêmica. Ângela C. Ferraz Arruda, de Piracicaba, obra “Vista do Rio” - pintura acadêmica. Prêmio Especial ao artista Francisco Biojone, de Campinas - pintura contemporânea.

“XIV Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” 14 a 20 de agosto de 1990 Medalhas de Ouro: Pequena – Armindo Leal Marques, de Brasília/DF, pelo conjunto de obras – pintura. Pequena – Heloisa Falcão, de São Paulo, obra “Caminhada” - escultura. Medalhas de Prata: Grande - Maria Clarice R. Pasquale, de Santo André, obra “Atelier” - pintura. Grande – Ângela Borrelli, de Santo André, obra “Transformação I e II” – escultura. Pequena – Maria Isabel Palomo Andrade, de Mogi Guaçu, obra “Série Interrupções” – pintura. Pequena – Orestes de Azevedo Jr., de São Paulo, obra “Maternidade II” – escultura. Medalhas de Bronze: José Ronaldo Gardon Gagliardo, de Campinas, obra “Paralela I, II e III” - pintura. 151


Willy Mário Munch, de Campinas, obra “Sem Título” – pintura. Armindo Leal Marques, de Brasília/DF - pintura Fabiana Bertolucci Ferreira, de São João da Boa Vista, obra “Simbiose” - pintura. José Antônio Drudi, de São João da Boa Vista, obras “Milongueiro” e “Tieta” - escultura. José Carlos dos Reis, de São João da Boa Vista, obra “Estudo I e II” - escultura.

“XIV Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica” 09 a 14 de novembro de 1990 Medalhas de Ouro: Grande - Tabajara Heliodoro, de Campinas, obra “Natureza Morta” - pintura. Pequena - Francelino Rodríguez Pereira, de Campinas, obra “Natureza Morta” - pintura. Grande - Simphoroso Alonso, com as obras “Guiomar Novaes”, “Giane” e “Garota” - desenho em bico de pena. Grande – Eraldo Carlos Lacerda, de Rio Claro, obras “Busto do Autor”, “Retirantes” e “Leito de Morte” - escultura. Medalhas de Prata: Grande - Fafá Noronha, de São João da Boa Vista, obra “Retrato” – pintura. Pequena – Sylvia Camargo Beer, de São Paulo, obra “Boiada IX” – pintura. Medalhas de Bronze: Odete Abdalla, de Campinas, obra “Sardinhas” – pintura. Nelson Cabral, de Rio Claro, obra “Mesa do Pintor” – pintura. Mitori Wakano, de Indaiatuba, obra “Crisântemos” – pintura. Menções Honrosas: Suzana Maria Carvalho, de Aguaí, obra “Flores” – pintura. Maércio Mazzi, de São João da Boa Vista, obras “Estação” e “Rio Jaguari” – pintura. “XV Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” 18 a 25 de abril de 1991 Medalhas de Ouro: Grande - João Bosco de Oliveira, de Campinas, obra “O Homem da Rua 666” - pintura. Pequena - Fernando Henrique Catani, de Campinas, pelo conjunto de obras – pintura. Medalhas de Prata: Grande – Maria Aparecida de Sousa Pinto, de Campinas, obra “Cenários” – pintura. Pequena – Getúlio Cardoso da Silva, de Mococa, pelo conjunto de obras - pintura. Medalhas de Bronze: João Jordão da Silva, de Campinas, obra “Abrasa” – pintura. Odete Cortez do Amaral, de Jacareí/SP, obra “Vitrais” – pintura. Menções Honrosas: Ângela Carvalho Dias, de Campinas, obra “Paisagem I, II e III” – pintura. Denise Isabel Miraglia Sibin, de São João da Boa Vista, obras “O Verde” e “Redescoberta” - pintura. Luis Ferrari de Ulhôa Cintra, de São Paulo, obra “Sem Título” – pintura. Mauro Zornoff Jr., de Araras, obra “Micro Organismos em Movimento” – pintura. Rita Maria Rosa Buck, de Campinas, obra “Mutações” – pintura. Sílvia Maria Bastos Junqueira, São João da Boa Vista, obra “Série – Mala II, III e IV” – pintura. José Antônio Drudi, de São João da Boa Vista, obras “As Bruxas”, “Cramunhão” e “Inspiração” – escultura. José Carlos dos Reis, de São João da Boa Vista, obra “Metade P” – escultura. 152


“XV Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica” 22 de novembro de 1991 Medalhas de Ouro: Grande - Caio Carvalho, de São José Rio Preto/SP, obras “Interior da Mata”, “O Tropeiro” e “Lagoa” - pintura. Pequena – Getúlio Pereira, de São José do Rio Pardo/SP, obra “O Contador de Histórias” – pintura. Grande - Marilda Beligni, de Amparo/SP, obra “Reflexo” – desenho. Pequena - Ana Lúcia Urbano Leal, de Amparo/SP, obra “Semíramis” - desenho. Grande – João Gomes, de Águas da Prata/SP, pelo conjunto de obra - escultura. Pequena - Lecy Lamenza Beltran, de São Paulo, pelo conjunto de obra - escultura. Medalhas de Prata: Grande – Antônia Mirtes Notton, de São Paulo, obra “Lectura” – pintura. Pequena – Leila Arcanjo Bertozzi, de Poços de Caldas/MG, obra “Natureza Morta” - pintura. Grande – Mayra de Mattos Moreno, de São Paulo, obra “Casa de Sienna” – desenho. Pequena – Denise Otero Store, de Piracicaba/SP, obra “Pensando na Vida” – desenho. Grande – Jaci de Sousa Dalcim, de Curitiba/PR, pelo conjunto de obra – escultura. Medalhas de Bronze: Virginia Helena Geraldi, de Poços de Caldas/MG, obra “Tiso” – pintura. Francelino Rodrigues Pereira, de Campinas/SP, obra “Mangas e Melões” – pintura. Munira Tereza da Costa Lago, de Poços de Caldas/MG, obra “Papagayo” – pintura. Evani Loureiro Fujiwara, de Piracicaba/SP, obra “Piquete” – pintura. Dirce Pelizáro, de Santo André/SP, obra “Harmonia” – pintura. Menções Honrosas: Abrahão Zarzur, de São Paulo, obra “Marinha” - pintura. Antônio da Conceição Moraes, de Embu/SP, obra “Naturaza Morta” – pintura. Ieda Xavier Siqueira, de Campinas/SP, obra “Violetas” – pintura. Maria Auxiliadora Perrota, de Santo André/SP, obra “Caminho” – pintura. Midori Wakano, de Indaiatuba/SP, obra “Flores” – pintura. Nelson Cabral, de Rio Claro/SP, obra “Natureza Morta” – pintura. Odete Abdalla, de Campinas/SP, obra “Flores” – pintura. Tereza Consoni, de São Paulo, obra “Pescador” – desenho. “XVI Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica” 23 a 29 de outubro de 1992

Não foram encontrados os catálogos nem do Salão Acadêmico, nem do Contemporâneo. Porém, as Medalhas de Ouro foram as seguintes:

Medalhas de Ouro - Acadêmica Francelino A. Rodrigues, de Campinas - pintura. Renata Cristina Nunes, de Piracicaba - pintura. Não houve Medalha de Ouro para escultura e desenho. “XVI Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” 1992 Medalhas de Ouro - Contemporânea: Flora Galdêncio - pintura. Letícia P. Musolino - pintura.

Pastando - obra de José Marcondes

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Elisa C. Bergami - desenho. Crispin Antonio Campos - desenho.

“XVII Salão Sanjoanense de Arte Contemporânea” 14 a 17 de abril de 1993 Medalhas de Ouro: Grande - Fernando H. Catani, de Campinas, obra “A Poesia e o Mundo não Cabem Aqui” - pintura. Pequena - Ademar Shimadukuro, São Paulo, obra “Sem Título I e II” - pintura. Medalhas de Prata: Grande - Sadi de Souza Barros, de Águas da Prata, obra “Uma Reunião na Beira das Águas” - pintura. Pequena - Luiz Ferrari Ulhôa Cintra, de São Paulo, obra “Sem Título I, II e III” – pintura. Grande - Maria Saharovsky, de São Paulo, obra “Sem Título I e II” – desenho. Pequena - Lius Yglesias Pardo, de São Paulo, obra “Áquila” – escultura. Medalhas de Bronze: João Jordão da Silva, de Campinas, obra “Coração, Sina Negra” – pintura. José Roberto Sechi, de Araras, obra “Glicosúria” - pintura. Luis Henrique Beust, de Mogi Mirim, obra “Gibis da Infância I e II” - pintura. Antônio Jorge da Silva, de Mococa, obra “Criação I, II e III” – desenho. Edson José Francisco, de Campinas, obra “Paulo, Zé Pedrinho, Zé Moraes” – desenho. Menções Honrosas: Adriana Dávoli, de Campinas, obra “Consoante, Dissoante e Hesitante” – pintura. Lídia Pinton Cipolo, de Campinas, obra “Cosmos II e III” – pintura. Sandra S. Salmen Raffoul, de Bauru/SP, obra “Planeta tem um Bilhão de Famintos” – pintura. “XVII Salão Sanjoanense de Arte Acadêmica” 20 a 27 de outubro de 1993 Medalha de Ouro: Pequena - Tebaldo Alberto Simionato, de Espírito Santo do Pinhal, pelo conjunto de obras - desenho. Medalhas de Prata: Pequena - Alfeu Silva Barbosa, de Campinas, obra “Miraí I” - pintura. Pequena – Luiz Cobeth Filho, de Piracicaba, obra “Esalq I e II” – desenho. Medalhas de Bronze: Eduardo Borges de Araújo, de Piracicaba, obra “Patrimônio Histórico” - pintura. Roberto Santos Alberto, de Campinas, obra “Solidão Sim” – desenho. Valdirene Pacheco, de São João da Boa Vista, obra “Expressão Sofrida” – escultura. Menções Honrosas: Beti Martin Soares, de São Paulo, obra “Café da Manhã” - pintura. Tebaldo Alberto Simionato, de Espírito Santo do Pinhal, obra “Velhos Conversando” - pintura. A. F. Cestari, de São Paulo, obra “Rancho ao Pé da Serra” – pintura. Florice Campo Verde, de São Paulo, obra “Crisântemos da Marisa” – pintura. “XVIII Salão Sanjoanense de Artes Plásticas” 23 a 30 de outubro de 1994 Arte Acadêmica: Nenhum artista recebeu a Medalha de Ouro nesta categoria. Medalhas de Prata: 154


Pequena - Oscar Henrique Ditt, de São Sebastião/SP, obra “Marinha VII”– pintura. Pequena - Maria José Spironello, de Piracicaba, obra “Retratando-se pelo Espelho” - desenho. Grande - Lecy Beltran, de São Paulo, conjunto de obras: “Lavadeira”, “Plantadora de Arroz” e “Jogador de Golfe” – escultura.

Medalhas de Bronze: Maria Alzira Ballestero de Paula, de Piracicaba, obra “Simplicidade” – pintura. Antonio Fernando Cestari, de São Paulo, obra “Vila Caiçara” – pintura. Denise Storer, de Piracicaba, obra “Recanto” – desenho. Maria Aparecida de Carvalho, de Campinas, obra “Amarras” - escultura. Menções Honrosas: Hermínia Gomes Bizeto, de Piracicaba, obra “Goiabas” – pintura. Maria José Spironello, de Piracicaba, obra “Rio Piracicaba” – pintura. Fátima Rosana Albertini de Souza, de Piracicaba, obra “Meu Rio” – pintura. Íris Jardim, de São Paulo, obra “Copos de Leite” – pintura. Marcelo R. Borges de Araújo, de Piracicaba, obra “Casa do Povoador” – pintura. Paulo Roberto Mattioli, de Araras, obra “Fazenda Mata Negra” – pintura. Antonio José da Silva “Tonzé”, de São José do Rio Pardo, obra “Manhã de Sol”, pintura. Jane Silveira de Oliveira, de São Paulo, obra “Pensamentos” - desenho. Maria Guida Davanzo, de Piracicaba, obra “Composição” - desenho. Arte Contemporânea: Medalhas de Ouro: Grande - Ângela Bonfante, de São João da Boa Vista, pelo conjunto de obras: “Gravidez Precoce”, “Abandono” e “Mortalidade Infantil” – pintura. Pequena - Samantha Moreira, de São João da Boa Vista, pelo conjunto de obras: “Lúmen”, “Nimbo-Auréola” e “Sede” - pintura. Medalhas de Prata: Grande – Marcelo Peres, de São João da Boa Vista, obra “Sem Título I, II e III” – pintura. Grande – Esterlita Cecília Rodrigues, de Itapevi/SP, obra “Natureza Morta” – desenho. Pequena – Cláudio Ashcar, de Campinas, obra “Interferência” – pintura. Pequena – Márcio Roberto Rodrigues, de Campinas, obra “Casario” – desenho. Medalhas de Bronze: Maurício Matiello, de São João da Boa Vista, obra “Brincando com Cores” – pintura. Etelvina Padron Corrêa Pinto, de Santos, pelo conjunto de obras “Pierrô entrando no Baile”, “Greve no Trenzinho da Fazenda” e “Carnaval de Subúrbio” - desenho. Menções Honrosas: Getúlio Cardoso da Silva, de Mococa, obras “Pássaros” e “Quarto” – pintura. Lídia Pinton Cipoli, de Campinas, obra “Dueto” – pintura. Adriana C. Machado, de Campinas, obras “Longe Demais” e “Harmonia I e II” – pintura. Marlene Diniz, de Souzas/SP, pelo conjunto de obras “Flor Pra Saber I”, “Flor De Saber II” e “Flor De Ser III” – pintura. Luzia Oliveira Silva, de Mococa, obras “Infância”, “Filósofa” e “Madrugada” - desenho. “XIX Salão Sanjoanense de Artes Plásticas” 22 a 29 de outubro de 1995 Medalhas de Ouro:

Grande - Eduardo Borges de Araújo, de Piracicaba, “Caminho da Roça” e “Sob o Silêncio do Tempo” – pintura acadêmica. Pequena - Palmiro Romani, de Piracicaba, obra “Casa do Povoador” – pintura acadêmica. Grande - Tebaldo A. Simionato, de Espírito Santo do Pinhal/SP, “Umbral da Eternidade” – desenho acadêmico. Grande - Ivanilza Baracho de Alencar “Izza”, de Campinas, obra “Sem Título I”- pintura contemporânea. Pequena - Marcelo Peres, de São João da Boa Vista, obra “Azul” - pintura contemporânea. Pequena - Mariza Zacura, de São Paulo, obra “Miss Grávida” - escultura contemporânea. 155


Medalhas de Prata: Grande – Maria José Spironello, de Piracicaba, obra “Material de Pintor” – pintura acadêmica. Pequena – Marcelo Romani, de Piracicaba, obra “Caminho à Primavera” – pintura acadêmica. Grande – Beatriz Stevens, de São Paulo, obra “Blue Jeans” – escultura acadêmica. Pequena – Edna Salton, de São Paulo, obra “Hera” – escultura acadêmica. Grande – Ana Palladini, de Mococa, obra “Sem Título II” – pintura contemporânea. Pequena – Maurício Matielo, de São João da Boa Vista, obra “Músicos em Inversão I e II” – pintura contemporânea. Grande - Carlos Augusto Nunes Camargo “Carusto”, de Campinas, obra “Tríplice União I” – escultura contemporânea. Pequena – Marly Gomes Michelazzo, de São João da Boa Vista, obra “Dança” – escultura contemporânea. Grande – Zica Bérgami, de São Paulo, obra “O Baile” – desenho contemporâneo. Pequena – Joaquim Pedro, de Souza/SP, obra “Sem Título III” – desenho contemporâneo. Medalhas de Bronze: Denise Otero Storer, de Piracicaba, obra “Na Beira do Rio” – pintura acadêmica. Pedro dos Santos Silva, de Poços de Caldas, obra “Pequena Fazenda” – pintura acadêmica. Vera Pavanelli, de Piracicaba, obra “Rio de Lágrimas” – pintura acadêmica. Domingos Pistelli, de Casa Branca, obra “Aposentados” – escultura acadêmica. Márcia Gebara, de Mogi Mirim, obra “Alva Subsistência I, II e III” – pintura contemporânea. Inêz Fernandez, de Campinas, obra “Encontro” – pintura contemporânea. Gilberto Amorim, de São João da Boa Vista, obra “Tirando a Rolha” – desenho contemporâneo. Menções Honrosas: Robson Neves, de Belo Horizonte/MG, obra “Carro de Boi” – pintura acadêmica. Tereza Ceripieri, de São Paulo, obra “Cachoeira” – pintura acadêmica. Maria Marilma Z. P. Martins, de São João da Boa Vista, obra “Natureza Morta II” – pintura acadêmica. Rosana Albertini, de Piracicaba, obra “Auto-Retrato pelo Espelho” – pintura acadêmica. Jane Silveira de Oliveira, de São Paulo, obra “Olhos Felinos” – desenho acadêmico. Sadi de Souza Barros, de Águas da Prata, obra “Bolhas de Sabão” – pintura contemporânea. José Roberto Sachi, de Araras/SP, obra “Edifício 271” - pintura contemporânea. Getúlio Cardozo da Silva, de Mococa, obra “Pedinte” – pintura contemporânea. José Antônio Drudi, de Espírito Santo do Pinhal, obra “Roda Gigante” – escultura contemporânea. Augusto Peregrino de Moura, de São João da Boa Vista, obra “Sem Título III” – desenho contemporâneo. Carlos Alberto Kenji Kajiwara, de São Paulo, obra “Sem Título II” – desenho contemporâneo. Rosa Vaz, de Mococa, obra “Vida VI, VII e VIII” – gravura contemporânea. “XX Salão Sanjoanense de Artes Plásticas” 01 a 5 de novembro de 1996 Medalhas de Ouro Arte Acadêmica: Wania Maniassi dos Santos Mattos, de São João da Boa Vista – pintura. Nádia Frigo Januário, de São João da Boa Vista – pintura. Zica Bérgami, de São Paulo – desenho. Chawa Marins Bolzan, de São Paulo – escultura. Claudete B. Rius, de São Paulo - escultura. Medalhas de Ouro Arte Contemporânea: José Belmiro dos Santos, de Curitiba – pintura. Téa Catarina Reichmann, de Curitiba - pintura. Margarida Andrade, de Casa Branca - escultura.

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O PINTOR JOSÉ MARCONDES

Maria Spinelli Machado - 18/12/1987

O mago, com mãos poderosas, pegou as montanhas majestosas, o sol com sua luz e cor, a cascata branca, reluzente, a água límpida e transparente, e também a delicada flor. Pegou a borboleta colorida a árvore ipê toda florida, a ave mais frágil e bela, as nuvens do infinito, o azul do céu mais bonito, e colocou tudo numa tela. Artista, mago da pintura, que retrata qualquer criatura, e dá vida ao inanimado. Põe mais cor em tudo que existe, faz alegre aquilo que é triste. Que o trabalho de suas mãos seja louvado! O pintor José Marcondes em seu ateliê

Brincadeira de Criança - Obra de José Marcondes

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Notas Referenciais O NASCER E O CREPÚSCULO DOS SALÕES DE ARTES PLÁSTICAS EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA 1- Salienta-se que em 1932, dois anos antes do primeiro Salão Paulista de Belas Artes, São João da Boa Vista já realizou sua “1ª Coletiva de Artes”, demonstrando seu pioneirismo. 2- Parceria entre a Pinacoteca do Estado de São Paulo e a revista eletrônica “Trópico Ual”, realizada em 29 de novembro de 2008, na Pinacoteca do Estado. 3- Detalhes dessa ruptura encontram-se no capítulo “História da Pintura no Brasil”. 4- Salienta-se que a pianista era viva e que esteve na cidade nas primeiras edições da “Semana” instituída para homenageá-la. 5- O Salão foi criado oficialmente pela lei NR 421 de 16/03/1987, que institui o “Salão Nacional de Artes Plásticas de São João da Boa Vista”. 6- O nome dos participantes encontra-se em “Anexos”. 7- Idem. 8- Idem. 9- Sobre esta Exposição não foi encontrado nenhum catálogo ou documento, os poucos dados, foram retirados de outros catálogos e/ ou jornais. 10- A relação dos premiados encontra-se em “Anexos”. 11- Idem. 12- Idem. 13- No Catálogo não consta a data. 14- Vide, em “Anexos”, os artistas premiados. 15- Ao se fazer este levantamento, sobre a história da pintura de São João da Boa Vista, a autora procurou o departamento responsável para pesquisar nos livros de visitas e de atas. Infelizmente, nada foi encontrado. 16- No item referente à II Bienal, há detalhes desse manifesto. 17- No Catálogo não consta nem o local da exposição, nem a data. 18- Vide, em “Anexos”, a relação dos premiados. 19- Idem. 20- Idem. 21- Idem. 22- Idem. 23- Idem. 24- Idem. 25- Idem. 26- Idem. 27- Idem. 28- Idem. 29- Idem. 30- Jornal “O Município” 28/10/1995; Caderno “VI...Vendo”. 31- Vide os premiados em “Anexos”. 32- Lorette, Antonio Carlos Rodrigues. Jornal “O Município”, Caderno “Vi...Vendo”, 20 de abril de 1996. p.5.

José dos Santos Cecílio, Luiza de Marilac, Maria Célia e Filomena Cecílio

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Artistas plásticos:Sadi Souza Barros e José Marcondes - 2009

Artistas: Carlos Alberto Araújo e José Marcondes com Regina Noronha e Márcia Xavier de Campos. Salão de Artes de Campinas, década de 1990.

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Resistência - Obra de José Marcondes - Acervo Família Ferreira

Fantasia Marítima - Obra de José Marcondes - Acervo Família Castro

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