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V MOVIMENTOS ARTÍSTICOS E CULTURAIS
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MOVIMENTOS ARTÍSTICOS E CULTURAIS “Sociedade Alemã, tão concorrida, Sociedade Italiana, que alegria, nos seus dias de festa! Amanhecia aos acordes da valsa - despedida.”
Emilio Lansac Tôha OS PRIMEIROS Segundo Martins, houve em nossa cidade: a “Sociedade Italiana Conte Di Torino”, que teve, numa de suas diretorias, Antônio Furlanetto como presidente; a “Sociedade Italiana Príncipe di Napoli”, que também desempenhou importante papel na vida cultural da cidade, além do “Club Germânia - Sociedade Alemã”, que teve como um dos diretores Oscar Janson. Houve também a “Sociedade Beneficente Hespanhola”, que tinha sua sede localizada na esquina da praça da Igreja do Rosário, na rua Capitão Teco, 154. Um de seus presidentes foi Luiz Almenara. Existiam ainda o “Grêmio Dramático”; o “Club Luiz Gama” e o “Club da Lavoura”.
José Osório informa que as associações tinham, em seu quadro, o cargo de orador oficial, que era considerado, a princípio, altamente honroso e ocupado pelos melhores oradores de então e que com o tempo tornou-se um cargo meramente decorativo.
“Sociedade Beneficente Hespanhola” - Obra de José Marcondes - década de 1970
SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA A ideia da criação da Sociedade de Cultura Artística, é do final da década de 1920, “essa instituição é fruto do idealismo e esforço de um grupo de pessoas que, acompanhando a evolução da cidade (...), sentiu ausência de uma associação que lutasse pelas coisas do espírito. O movimento para sua criação surgiu naturalmente, como imperativo do próprio desenvolvimento de São João e da sua cultura geral. Assim, a 20 de janeiro de 1930, era solenemente empossada a primeira diretoria da ‘Sociedade de Cultura Artística’ sob a presidência de Gilberto Nóbrega, então gerente da agência local do Banco do Brasil.(...) Como o próprio nome está a indicar, a ‘Cultura’ como era carinhosamente chamada, cuidaria somente da parte artística, mas acabou por se tornar também concorrido centro literário. Transformou-se, pois, em uma sociedade cultural lítero-musical, que durante muitos anos realizou, com sucesso, inúmeros eventos onde pianistas, violinistas, declamadores, conferencistas, figuras de marcante relevo no cenário da inteligência nacional aqui vieram, sempre recebidas com grande carinho e levando as melhores impressões da cidade. Dessa maneira, aqui estiveram personalidades da estirpe de Altino Arantes, Martins, Antônio Gomes. Almanaques de 1901 e 1910, pp. 41 e 51, respectivamente. Azevedo, José Osório Oliveira. História Administrativa e Política de São João da Boa Vista. Álbum de São João da Boa Vista – 1891/1950.
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da Academia Paulista de Letras; Afonso Taunay, grande historiador; o poeta André Carneiro; o escritor Caruso Neto, que deu a São João da Boa Vista o cognome de “A Cidade dos Crepúsculos Maravilhosos”; Dinorah de Carvalho, pianista e compositora ; o intelectual Eurípedes Formiga; Eunice Catunda; Fritz Yank; Frank Smith; Frutuoso Viana, pianista e compositor de música clássica; Galeão Coutinho; Guilherme de Almeida, príncipe dos poetas brasileiros, que discorreu sobre o ‘Jardim Antigo e o Jardim Moderno’; Heitor Fenício; Hugo Duarte de Andrade; o escritor José Geraldo Vieira, autor do romance ‘A Quadragésima Porta’; a escritora Maria José Dupret, autora do livro “Éramos Seis”; a inteligência do intelectual e brilhante orador Nelson Omegna, que segundo Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, um dos melhores que já ouviu; Nestor Rangel Pestana, que doou a São Paulo um teatro que leva seu nome; Pedro de Toledo, interventor do estado de São Paulo; Orlando Fagnanni; Raul Laranjeiras; Sérgio Millet, crítico do jornal “O Estado de São Paulo”; Silveira Bueno; Túlio de Lemos; Villa-Lobos e sua música encantada, e muitos outros que por aqui passaram sempre deixando suas impressões no livro de visitas da Sociedade de Cultura Artística“, livro esse que hoje pertence ao acervo do Museu Armando de Salles Oliveira, doado pelo Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”. Dante Alighieri Vita escreveu : “É na Cultura Artística que o bom gosto e a inteligência sanjoanense se reúnem (...) a vida intelectual e artística é intensa na Cultura, onde de permeio ao jornal, ao café e ao livro se articula a conversa saborosa e inteligente entre pessoas cultas e amáveis”. Por muitos anos, Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” foi o grande baluarte da Sociedade de Cultura Artística.
OS PROFESSORES O “Clube dos Professores” foi fundado em 1950, visando ao desenvolvimento das atividades intelectuais, literárias e ao intercâmbio com os professores da capital e interior do estado de São Paulo. Tinha na presidência local o reverendo e professor Osmar Teixeira Serra. Era propósito do clube promover reuniões com debate de temas literários, sociais e educativos. Não se têm notícias sobre a duração desse clube.
SOCIEDADE CULTURAL DE DEBATES A revista “Poliantéia” , em sua primeira página, oferece informações importantes sobre esta “Sociedade’”, que, fundada em 1951, tinha dois objetivos principais: a realização de conferências literárias seguidas de debates e, no encerramento, uma sessão lítero-musical. Pode-se dizer que a literatura, a música, o jornalismo e o teatro constituíram “suas largas avenidas de serviço. Nasceu do idealismo nobre, sadio e culto do Revmo. Padre Paulo Haroldo Ribeiro, vigário cooperador da paróquia (...) com apoio entusiasta de membros da Ação Católica, dos amantes das letras e das artes e com apoio moral do vigário Revmo. Cônego Antônio David. Foi sempre prestigiada pela Igreja, pelas autoridades e pelas elites intelectuais e sociais. Assim foi vencendo as dificuldades, chegando a se impor como padrão da nossa cultura e elemento propulsor Sociedade Cultural de Debates. Não identificado, Joaquim José Oliveira Neto, Pe. Haroldo Ribeiro, Francisco Roberto de Almeida Jr., João Batista A. Barbosa, não identificado. Década de 1950 (Diimprescindível na construção do progresso vulgação) da terra sanjoanense.” Como não dispunha de sede própria, realizava seus trabalhos no salão da “Cultura Artística”, na parte superior do Thetaro Municipal e em 1958 já havia realizado setenta sessões culturais e artísticas, tendo ocupado a sua tribuna os Dinorah de Carvalho, residente em São Paulo, foi professora de piano de Marly Evangeline E. Camargo, que compôs à sua mestra a música “Dinorah”. Álbum São João da Boa Vista -1891/1950. Idem. “Poliantéia” da Sociedade Cultural de Debates – ano 1; nº 1 Gráfica “A Cidade de São João”, 1957. Redatores: Francisco Roberto de Almeida Jr.; Octávio Pereira Leite; Manuel Gouvêa Jr.; Virgílio Marcondes de Castro e Wolgran Junqueira Ferreira. Capa do artista plástico Lucien.
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Sociedade Cultural de Debates - Hoje, Sala de Múltiplo Uso “Dilo Gianelli” do Theatro Municipal - Década de 1950.
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mais ilustres relatores, nomes acatados nos meios literários, na magistratura, nas cátedras universitárias, no clero, e nos parlamentos, a par de reconhecidos valores culturais de nosso meio social, que se faziam ouvir em magníficas conferências versando temas de interesse atual. “Tem realizado, na cidade, um trabalho de verdadeira garimpagem descobrindo e trazendo ao conhecimento do público verdadeiros talentos e vocações artísticas que por falta de oportunidade e de estímulo permaneciam ignorados e desconhecidos”. Formou, ainda, um auditório sempre exigente o que redundou no aprimoramento intelectual da própria população e do nível das apresentações. A Sociedade Cultural de Debates fundou o Teatro-Escola , idealizado e dirigido inicialmente por Francisco Roberto de Almeida Jr. e depois por Palmyro Ferranti. Realizou vários espetáculos, levando à cena “peças de elevado conteúdo moral. Chegou a ter mais de 200 associados, possuía um piano de cauda , uma biblioteca com cerca de 3.000 volumes, com os mais diversos tipos de literatura e poesia, além de jornais e revistas editados no Brasil e exterior. Ali se reuniam todas as noites, intelectuais para conversarem e, muitas vezes, declamavam, cantavam e tocavam diversos instrumentos. Na década de 1950, teve uma diretoria assim composta: presidente, Joaquim José de “Oliveira Neto”; vice-presidente, Nascipe Atalla Murr. Faziam parte ainda da diretoria: Profº Hélio Ornellas Borges; Jordano Paulo da Silveira; Jurandy Teixeira Mendes; Joaquim José de Andrade Jr. e Osmar Teixeira Serra10.”
PAPYRUS LIVRARIA - UM ESPAÇO PARA AS ARTES A Papyrus Livraria, a partir da década de 1990, abriu-se com participação livre para a realização de encontros artísticos e culturais diversos. Sua condição era a de que os próprios interessados se organizassem nas áreas de sua identificação. Criou-se, em junho de 1996, o projeto “Santo de Casa também faz Milagre” que se tornou o carro chefe da Papyrus e visou resgatar, estimular e promover a cultura local nas mais diversas áreas como: literatura, artes plásticas, música e teatro. Teve, para sua criação, a participação da Academia de Letras, além de José Marcondes, Luiz Antônio Spada, entre outros. Nessa ocasião houve a primeira exposição individual de José Marcondes e o lançamento do livro “Teia” de Orides Fontela, que esteve presente. Já, em 17 de outubro de 1997, foram criados dois espaços dentro da livraria: o “Café Literário” e a “Galeria de Artes”. No “Café” aconteceriam encontros, trocas de ideias, debates que ficaram à disposição dos organizadores, a “Galeria” seria o espaço das exposições de artes plásticas. A inauguração foi festivamente realizada com várias atividades artísticas: “Exposição Individual de Eliseu Ferreira”, apresentação do “Quinteto de Cordas Villa Lobos”, composto por três violinistas: Seir Piagi Dias, Alexandre Rodrigues Sebrain, Rafael Braga Sisti, e dois violoncelistas: Marcelo A. Chagas Leite e Rosa Maria Villa. Nessa noite aconteceu ainda a apresentação da cantora sanjoanense Silvia Ferrante e do Grupo Teatral dirigido por João Soromenho com alguns fragmentos da peça Sofia Mantovani, Edna com seus pais Helena e Eliseu Ferreira e José Marcondes. 1997 “Anima”11 com os atores Agnes Matizonkas e Daniel Salvi Lopes. “(...) Esta é uma noite de semeadura, pois temos, a partir de agora, um espaço para longas e apaixonantes conversas literárias; um espaço para que músicos, de todas as tendências, se apresentem em eventos, que sonhamos lindos.(...) Espaço ainda para os artistas plásticos. Que as sementes germinem e que tenhamos aqui um polo artístico e cultural, com vida intensa, borbulhante de realizações, magia e encantamento”.12 Sempre acompanhado de sua esposa Lúcia Elena Figueiredo Bezerra, o proprietário da da Papyrus Livraria, Francisco de Assis Martins Bezerra nomeou alguns encontros: “Um Café para Sócrates”, “Um Café para Orides”, “Café Ver detalhes do “Teatro Escola” no capítulo referente ao Teatro. Hoje se encontra no foyer do Theatro Municipal. 10 Álbum de São João da Boa Vista – 1891/1950. 11 Contendo poemas de Orides Fontela e Dora Avanci. 12 Palavras de Maria Célia de Campos Marcondes, na abertura da noite.
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Teatro”, “Café Literário”, “Café Internet” e “Café Ecológico”, este com a coordenação dos ambientalistas do Grupo Curupira. Uns aconteceram com sucesso, outros ficaram à espera de interessados, que não apareceram. Em outra ocasião foi inaugurada a “Galeria de Sanjoanenses Ilustres”, idealizada por José Marcondes, que consistia em fotos de personalidades ligadas às várias artes e à cultura. Assim têm-se: Guiomar Novaes, Patrícia Rehder Galvão “Pagu”, Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, Nascipe Atalla Murr, Maestro João de Mello “João Menino”, Anésia Martins Mattos, Luiz Gualberto, Araújo Lima, Attílio Baldocchi, Antônio Dias Paschoal, Fernando Furlanetto, Orides Fontela, Jaçanã Altair e Fernando Arrigucci. Tornou-se a livraria, ainda, um espaço aberto para todo tipo de eventos culturais e artísticos, como lançamento de livros, apresentações musicais, reuniões de grupos organizados, exposições de artes plásticas e até para performances teatrais como, entre outros, os “Momentos Natalinos”, acontecidos em 1997, resgatando o espírito de Natal. Tributo à Música Popular Brasileira - MPB
Francisco de Assis Martins Bezerra, da Papyrus Livraria
Este projeto da Papyrus Livraria foi coordenado por Delso Alencar Laranjeiras e com a participação de grupos musicais ou intérpretes individuais. Primeiramente havia a apresentação da vida e obra de grandes nomes da nossa música popular, depois a apresentação de suas composições. O projeto servia como instrumento de pesquisa e de estudo para os artistas participantes e, também como divulgador de nossa música, principalmente para o público mais jovem. Iniciado em 1999, serviu para o aprimoramento musical de diversos grupos. Mais recentemente, houve apresentações mensais do “Grupo Samba de Roda” composto pelo Nei; Sorriso; Tomé e Marreta, que realizaram pesquisas muito interessantes, em especial sobre Adoniran Barbosa e Geraldo Filme. Com este último, foi montado um repertório especial, que utilizou em suas apresentações profissionais e serviu para tornar mais conhecida a obra desse grande sambista paulista e sanjoanense. Procultura A Procultura Incubadora Cultural, com chancela da Papyrus Livraria, criada em agosto de 1999, tem como objetivo ensinar ao artista viver de sua própria arte, tem a credencial de ser a primeira incubadora cultural do país, formando empreendedores culturais, aliando, dessa maneira, a cultura à economia de mercado. É pioneira também na aplicação de apoio psicológico aos seus membros, denominados incubados, com metodologia própria desenvolvida pela psicóloga Lúcia Elena Figueiredo Bezerra. Parte do princípio de que só pela profissionalização das atividades culturais, com foco no mercado, será possível a estruturação de uma autêntica indústria cultural nacional, capaz de preservar a nossa identidade cultural, tão ameaçada neste mundo globalizado em que se vive. Sua primeira diretoria teve Luiz Antônio Spada como presidente, e o atual é Francisco de Assis Martins Bezerra. Ponto de Cultura A partir de 2010, a Procultura passa a atuar como Ponto de Cultura, programa desenvolvido pelo Ministério da Cultura e com apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Os “Pontos de Cultura” identificam as diversas expressões culturais existentes no país, recebem apoio financeiro para registrarem esta produção cultural e se integrarem com os demais pontos, constituindo-se uma Teia Cultural. É uma forma democrática de permitir a livre expressão das manifestações culturais. Aplicando sua metodologia de profissionalização das atividades culturais, a Incubadora Cultural atua nas diversas cadeias produtivas, aliando a cultura com o mundo dos negócios. É fator de desenvolvimento econômico e social, fazendo da cultura instrumento de participação política. Lúcia Elena Figueiredo Bezerra, da Papyrus Livraria
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TROFÉU LIÇÃO DE CASA EXTRA
O jornal “Edição Extra” instituiu, em 2006, o “Troféu Lição de Casa Extra” com a finalidade de homenagear os professores, pois “constituem uma classe merecedora do reconhecimento: caminham com o tempo, comungam com seus alunos, despertam-lhes sabedoria, estendem-lhes suas mãos, iniciam o diálogo e os encaminham para a aventura da vida. Carregam na bagagem o ensinamento e nada os faz desistir de seus sonhos. Semeiam um pouco de paz e muito de Deus.” Em 2010, realizou-se o “V Troféu Lição de Casa Extra” que já laureou sessenta mestres, entre aposentados e ativos, com mais de quinze anos de carreira. Indicados pelas escolas e selecionados por um júri, recebem as homenagens em noite de gala. “Em comum têm uma história de amor, carinho e dedicação aos seus alunos. Mais do que ensinar foram mestres em educação. Colocaram o coração acima do dever, não passaram pela história, mas fizeram parte dela.” João Baptista e Maria José Scannapieco, ladeados pelos jornalistas do Jornal “Edição Extra”, Consuelo e José Geraldo “Bolinha” Aliende Costa. 2010
PROJETO ALPHA Organização não governamental, sem fins lucrativos, coordenado por Osmar Garcia. Fundado em outubro de 2000, vem se destacando por desenvolver importantes ações junto à comunidade, mobilizando os mais diversos segmentos da sociedade civil com atividades em diversas áreas, inclusive da cultura e da arte. Tem como finalidade reverter a exclusão social, contribuir para a convivência familiar e social saudável e na formação integral do Homem. Desse modo, através de suas atividades, incentiva, reconhece e promove talentos locais. As principais ações do Alpha na área cultural são: -Festival Nacional de Música Popular Brasileira – só composições inéditas. -Mostra Coletiva de Artes – música, artes plásticas, teatro e fotografia – destinada a novos talentos locais. -Feira de Integração Cultural – núcleo de Dança, destinado a academias, clubes, associações, igrejas e grupos independentes. -Shows Musicais – MPB – espaço destinado a intérpretes locais e regionais. -Mostra Regional de Dança – com finalidade de interação, integração, aperfeiçoamento técnico e competição. -Tardes de Lazer Semanais – espaço aberto para participação da comunidade, nas atividades de desenho, pintura e música. -Apoio e incentivo às produções independentes.
OFICINA CULTURAL REGIONAL GUIOMAR NOVAES
Casa Rosa - Sede da Oficina Cultural Guiomar Novaes Foto deJosé Marcondes
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A “Oficina Cultural Regional Guiomar Novaes” de nossa cidade faz parte das “Oficinas Culturais do Estado de São Paulo”, ligada à Secretária da Cultura do Estado que existem há aproximadamente duas décadas. Possui quinze unidades já instaladas no interior do estado de São Paulo e seis na Capital, tendo como objetivo a valorização das artes. São instaladas em municípios que atendem e são reconhecidas pela equanimidade de representações das diversas artes. As “Oficinas Culturais” têm o compromisso de disseminar os vários saberes artísticos, tendo como objetivo o intercâmbio de ideias, a formação estética, a formação de público e a inclusão social. A oficina de São João recebe a denominação “Oficina Regional Guiomar Novaes” em homenagem à pianista sanjoanense. Inaugurada em
2005, atinge dezoito cidades da região de São João da Boa Vista. As atividades desenvolvidas atendem ao público regional e completam as demais ações culturais desenvolvidas por outras entidades. Oferece oficinas em danças, teatro, artes plásticas, fotografia, música, arte, educação e gestão cultural, entre outros.13 Teve como diretora Mônica Tranjan Real e atualmente está na direção de Carlos Augusto Castilho.
ARQUIVO MUNICIPAL “Matildes Rezende Lopes Salomão”
Matildes Rezende Lopes Salomão Historiadora
São João possui o “Arquivo Municipal Público e Histórico Matildes Rezende Lopes Salomão” 14 de grande importância para a história da cidade. Sua primeira comissão foi definida mediante portaria do Prefeito Laert de Lima Teixeira, em 2000. O grupo, formado por pessoas de notório saber histórico, foi responsável pela inclusão dos primeiros documentos no acervo da instituição, tendo na presidência o Profº João Baptista Scannapieco. O Arquivo é uma repartição pública subordinada ao Departamento Municipal de Cultura e Turismo, dirigido por Sônia Regina Pavani Binatti Peluque. Atualmente, 17 mil documentos compõem o acervo, os principais deles relacionados à administração pública municipal. Todavia, há também outros importantes legados, desde peças particulares doadas ao Arquivo, assim como documentos oriundos de outras esferas
públicas. Os itens mais consultados são: “Índice Geral do Registro de Estrangeiros”, que armazena os depoimentos dos estrangeiros residentes em São João da Boa Vista entre 1939 e 1942 e, também, o Título de Eleitor da Historiadora Matildes Rezende Lopes Salomão. Documento que pertence ao Arquivo Histórico. 1957 “Cadastro de Títulos Eleitorais”, muito utilizado pelos eleitores para comprovarem situação empregatícia. Durante dez anos, até 2010, a alma do Arquivo Municipal foi o acadêmico João Baptista Scannapieco, e após seu pedido de afastamento, a presidência passou a Hediene Zara.
SEMANA DO ARTISTA SANJOANENSE
Em 1984, sendo Prefeito Municipal Sidney E. Beraldo,15 foi criada a “Semana do Artista Sanjoanense” 16 com o objetivo de incentivar e descobrir talentos locais. Nesta “Semana”, artistas das diversas áreas apresentavam-se. Na música, por exemplo, ia-se da popular brasileira à erudita, passando pelo rock, pela sertaneja, além dos corais. Os grupos de dança tinham sua “noite”, como também a literatura, a ginástica rítmica e o teatro. Durou alguns anos, a última notícia que se teve foi da VII Edição, em dezembro de 1990, sendo prefeito Gastão C. Michelazzo e diretora de cultura Maria Izabel Sibin Franco e, no final do catálogo impresso para este evento, há a notícia: “dia 15 de dezembro de 1990 descerramento da placa denominativa do Fonteatro ‘Emílio Caslini’ na Praça Cel. Joaquim José”. Para se ter uma idéia do que constituía este evento, passa-se a programação da “II SEMANA DO ARTISTA SANJOANENSE” de 15 a 22 de dezembro de 1985: Dia 15, recital de piano com Claudio Richerme no Cine Ouro Branco. Dia 16, “MÚSICA POPULAR BRASILEIRA” na Praça Joaquim José com os grupos: “Grupo Terra Nova” formado por 13 Catálogo da “Oficina Cultural Guiomar Novaes” 14 Historiadora e co-autora do livro “História de São João da Boa Vista”- 1976. 15 O Departamento de Cultura e Turismo ainda era vinculado ao Esporte. Foram diretores, nessa época, Vera Miranda e Donizetti Aparecido de Camargo. 16 A “Semana do Artista Sanjoanense” foi criada pela Lei NR 422 de 16/03/1984.
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José Carlos e Pedro Lago, violão e viola; “Regional Velha Guarda”, Joaquim Batista Oliveira, Maurício Antonio de Jesus, Santos Tobias, José Rapadura e Renato dos Santos, violão, cavaquinho e pandeiro; “Cana Trio” José de Paula, Antonio Paulo Ferrante e Gilberto Oliveira com piano, bateria, sax e flauta e o “Grupo Assad” Jorge Assad, bandolin e violão, Eliana Germinari, bandolin e violão, Ica Assad, vocal. Dia 17, “GRUPO DE ROCK” na Praça Joaquim José: “Setor Primário” José Damasceno Jr., vocal. Ivan de Souza, Mauricio Bertelli, Marcio Custódio e Antonio C. Silva, com teclado, guitarra baixo e bateria; “Setor Antares” Pedrinho Bernardes, Toco, entre outros; “Impressão Digital” e “Bambinos de Menguele”, com João Ciacco, entre outros. Dia 18, no Centro Recreativo Sanjoanense houve “Ginástica Rítmica e Dança” da SES com coreografia de Maria Cristina Todescato de Jesuz Pereira; Grupo II com coreografia de Cristina H. Anfe e Souza e Edith O. Azevedo. Dia 19, houve no Recreativo a apresentação da “PEÇA DE TEATRO”: “Descaminhos” com “Grupo Temeis”. Dia 20, foi a noite do “RECITAL DE MÚSICA ERUDITA” na Igreja Nossa Senhora Aparecida, com o “Trio Pagu” – música de Câmera com José Domingos Giffoni Rosa “Zézinho Só”, vocal, João Batista Simon Ciacco, piano, Ildeberto Peretti flauta transversal, da Escola Sanjoanense de Educação Artística. Dia 21, “MÚSICA SERTANEJA” “Rincão Sanjoanense”, apresentação Lázaro Procópio com os grupos: Juarez e Serginho, entre outros, na Praça Joaquim José. Dia 22 foi a noite da “Cantata de Natal Príncipe da Paz” com o “Conjunto Vozes de Louvor”, participação do “Grupo de Teatro da Prefeitura Municipal” e narração de Davis Sanches Ortiz, na Praça Joaquim José. A “IV SEMANA DO ARTISTA SANJOANENSE” foi de 05 a 13 de dezembro de 1987. Dia 05 – “FESTIVAL DE ROCK” na Praça. Cel. Joaquim José, apresentaram-se os grupos: “Água Viva”; “Setor 4”; e “Fator RH”. Dia 06 – “FESTIVAL DE GINÁSTICA RÍTMICA E DANÇA” no Centro de Integração Comunitária (CIC) com “Academia Regional das Artes” coreografia de Zeza Freitas; “Estetic’s Academia de Ginástica e Dança” coreografia de Áurea Fontão Alvarenga; “Academia Bujin-Do-Kan” coreografia de Danilo Floriano; “Ginástica Rítmica do CIC”, coreografia de Claudia Jesus da Silva; “Ginástica Rítmica do CIC”, coreografia de Roseli Prado Galdino; “Ginástica Rítmica do CIC”, coreografia de Alda Paiva; “Ginástica Rítmica do Palmeiras Futebol Clube”, coreografia de Sandra Nogueira Medeiros Chuqui; “Alda Paiva”, coreografia de Roseli Prado Galdino; “Oficina de Arte”, coreografia de Clóvis Vieira; “Ginástica Rítmica do CSU DER/Vila Brasil”, coreografia de Lúcia Helena de Almeida; “Ginástica Rítmica CSU Santo Antônio”, coreografia de Lúcia Helena de Almeida e “Sociedade Esportiva Sanjoanense”, coreografia de Cristina Anfe. Dia 07, “ABERTURA DA EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS” no Centro Recreativo Sanjoanense com os seguintes artistas: Antônio Gabriel da Silva Ferreira; Hellier Luís Leoncini Mazzi; Joana Bianchi Salomão; Marcos Antônio Batista; Maria Beatriz de Azevedo Alves; Maria Cristina Backstrom; Maria Lúcia de Campos Angerami; Niuriédes Dias; Ofélia dos Santos Rezende; Sadi Souza Barros; Sinforoso Alonso; Ademir Barbosa de Oliveira; Jaime da Cunha Sobrinho. Dia 08, “MADRIGAL SÃO JOÃO” E “RECITAL DE CANTO LÍRICO” na Igreja Nossa Senhora Aparecida, quando apresentaram-se as sopranos Célia Cortez e Neusa Menezes com a pianista Regina Westin; o tenor Zezinho Só e o pianista João Batista Simon Ciacco. Dia 09 “NOITE SERTANEJA” na Praça Cel. Joaquim José com os músicos: Irmãos Leal; Moreno e MoreniMadrigal São João - Regente Célia Cortez - Semana do Artista Sanjoanense - Igreja nho; João Luis e Daniel; Canário e Cerrado; Cambuí e N. S. Aparecida - 1987 - Homens: Leandro, Dante, Mauro, Menezes, Jamil, Josemar, Jaime. Mulheres: Noêmia, Regina, Rejane, Arlene, Neusa Menezes, Lourdes, Neusa Barreral; Grilo e Canhotinho; Bom Sucesso e MontaSimon, Ma. Angélica, Neusa Borges. nhês; Almirante e Jaraí; Manoel Orlando e sua sanfona; Grupo de Catira. Dia 10 “ESCOLA SANJOANENSE DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA” no Cine Ouro Branco com o pianista Rosivaldo Mena Peres e música popular com Vânia Noronha, Luís Henrique de Lima, José Roberto Marcos Vidal. Dia 11 “NOITE DA POESIA” no Auditório da UNIFAE, com os poetas: Antônio Marcelino de Oliveira, Gustavo R. de Lima Santos, José Domingos G. Rosa, Yeda Maria Almeida de Barros, Marcos Silva, Márcio Aparecido Joaquim, Maria 372
Célia Marcondes, Vera Lúcia Cury Siqueira, Gilberto Brandão Marcon e Sebastião Álvaro Galdino. Dia 12, “NOITE DA SERESTA”, na Praça Cel. Joaquim José. Dia 13, “TEATRO INFANTIL - PLUFT - O FANTASMINHA” no Cine Ouro Branco, com a Academia Regional de Artes, direção de Ronaldo Marin, com os atores: Iremeyre Rojas, Stela Delaroli, Maria Rita, Pagani, Luiz Paulo, Paulo Cesar, Joel Félix, Alex Moreira. Dia 13 “TEATRO ADULTO “A AURORA DA MINHA VIDA” no Cine Ouro Branco, com o Grupo de Teatro da Prefeitura Municipal – atores: Maria A. A. Rodrigues, Roseli Prado Galdino, Cláudia Jesus, Cláudia Ribeiro, José Ricardo Lourenço, Geraldo L. Souza Jr., José Carlos dos Reis, José Paschoal de Souza. A “V SEMANA DO ARTISTA SANJOANENSE” foi de 11 a 17 de julho de 1988. Dia 11 – “ABERTURA DA EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS” - Centro Recreativo Sanjoanense - CRS. Dia 12: “RECITAL DE CANTO LÍRICO” - Igreja Nossa Senhora Aparecida. Dia 13: “NOITE DA POESIA LOCAL” - Sociedade Esportiva Sanjoanense - SES. Dia 14: “NOITE SERTANEJA” - Praça Cel. Joaquim José. Dia 16: “NOITE DO SAMBA” - Praça Cel. Joaquim José. Dia 17: “NOITE DO ROCK” - Praça Cel. Joaquim José. Dia 18: “FESTIVAL DE GINÁSTICA RÍTMICA E DANÇA” - Centro de Integração Comunitária - CIC. A “VI SEMANA DO ARTISTA SANJOANENSE” aconteceu de 03 a 09 de julho de 1989. No dia 03, apresentou-se no Centro Cultural Pagu, a “ESCOLA SANJOANENSE DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA” com números de flauta doce, piano, violão erudito e música popular, com os artistas: Adriana Jacinto, Mariângela Ribeiro, Cecília Bertolucci Ruiz, Jaqueline Rodrigues, Neusa Menezes, Vânia Noronha, José Roberto Vidal, Lucimara Daroz, Maria Cristina Mourão, Rita de Cássia Almeida, Rosana Sargaço, Luiz Henrique de Lima, Reinaldo O. da Silva, Júlio Cesar Oliveira. Dia 04, recital de canto lírico na Igreja Nossa Senhora Aparecida com os solistas Neusa Menezes, Neusa Simon, Josemar Barbosa, Jamil Cury, Wildes Bruscato, João Deboni e a apresentação do “MADRIGAL SÃO JOÃO”, regido pela maestrina Miriam Pipano. Em seguida apresentou-se o pianista Milerri Pigozzo Fracari. Dia 05, na Praça Joaquim José, aconteceu a “NOITE SERTANEJA” com o grupo “Movimento Sertanejo”. Dia 06, aconteceu o “FESTIVAL DE GINÁSTICA RÍTMICA” no Centro de Integração Comunitária - CIC. Dia 07, no Centro Cultural Pagu, foi a “NOITE DA POESIA” com o grupo “Ossos do Ofício” e participação especial de Zezinho Só. Dia 08, na praça Cel. Joaquim José, foi a “NOITE DO ROCK” com os grupos “Filhos da Mãe”; “Banda Optus”; “Luzes do Blackout”, Cantores líricos: Wildes Bruscato, baixo ; Josemar Barbosa, tenor; Jamil Cury, barítono e João “Blingagem”, “Pré-Social”, e “AP-3”. Deboni, tenor - 1989 Dia 09, foi aberta a “III EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS”, no Centro Recreativo Sanjoanense, com os seguintes participantes: Ademir Barbosa de Oliveira; Adriano Leocárdio Jacomini; Ana Carmen L. S. Corbelli Aguiar; Ângelo Vieira Filho, Antônio Carlos Pereira; Antônio Gabriel Ferreira; Aríete Nogueira; Carlos Alberto Santana; Carmen Magalhães Del´Agli; Célia S. Rossi; Delvegue dos Santos Gullin; Denise Sibin; Edson Silvestre; Francisco Tadeu Bargas; Iara Pessutti; Isabel Cristina Calório; Isaura Pessutto; Jaime da Cunha Sobrinho; João Batista Fracari; Jorge Luiz Luciano; José Carlos dos Reis; José Roberto Orlando; Luiz Antônio P. Dionísio; Maércio Mazzi; Marcelo Bertoldo Motta; Márcio Rover L. Nogueira; Marcos César Gaspar; Maria Aparecida R. Lancelloti; Maria Bernadetti Giometti; Maria Cecília M.N.Pacheco; Maria Cristina Backstron; Maria Gil Ferraz dos Santos; Maria Isabel Palomo Andrade; Maria Madalena B. Barbin; Mariângela Leocárdio Jacomini; Mauro P. Rosa; Niuriédes Dias; Rinaldo de Faria; Rita Gomes; Rita Yasbeck; Roberto Pereira da Silveira; Rodrigo Pancini Pereira; Rosa Maria Nalli; Rosiane Sérgio; Rubens E. Marciano; Sadi Souza Barros; Sandra Ap. dos Santos Castilho; Sandra Regina S. Gocks; Sérgio Aparecido Rodrigues; Sílvia Bastos Junqueira; Soraya Corrêa de Mello; Suzeley Costa Colozza Lúcio; Terezinha Pazini; Valdomiro Antônio da Silva; Walmir Oliveira Silva e Yeda Maria Almeida de Barros.
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SEMANA FERNANDO FURLANETTO FURLANETTO No velho barracão, lá na Avenida, Um gênio trabalhava, lentamente: Era um labor glorioso, diferente, Criador de emoções, poesia e vida. Quem vai ao cemitério se enternece Ante a beleza em túmulos plasmada, Que as mãos de Furlanetto, — a mente eivada De sonhos, — esculpiu, como uma prece.
Não mais veremos obras semelhantes, De quem floriu enlevo, em toda parte, — Fagulhas de primores, cintilantes; E no esplendor da inspiração mais pura Vibrando o coração no amor à Arte Cristalizou milagres na escultura.
Emílio Lansac Tôha
Em 06 de março de 1997, para homenagear o grande escultor sanjoanense, o Departamento de Cultura de São João da Boa Vista realizou, no “foyer” do Theatro Municipal, de nossa cidade, a exposição “Centenário Fernando Furlanetto 1897-1997” com curadoria do historiador e pesquisador Antonio Carlos Rodrigues Lorette, sendo Prefeito Municipal Laert de Lima Teixeira e Diretora de Cultura Vânia Gonçalves Noronha. Este evento deu ensejo à criação, por lei,17 da “Semana Fernando Furlanetto”. Dessa maneira, sempre com artistas convidados pela curadoria, aconteceu a primeira em 1998 e trouxe à nossa cidade segmentos da arte contemporânea. Com curadoria da artista plástica sanjoanense, Samantha Moreira, e tendo como espaço de exposição o inacabado Theatro Municipal, apresentaram suas obras: Benê Trevisan; Fernando de Bittencourt; Mauro Restiffe; Rogério Gomes; Samantha Moreira; Sylvia Furegatti; Tonico Lemos e Vânia Mignone. Em 1999, ainda no Theatro Municipal e com curadoria do fotógrafo II Semana “Fernando Furlanetto” no Theatro Municipal - Curadoria de Alfredo “Fritz” Nagib - 1999 -Foto Alfredo Nagib Filho “Fritz”, aconteceu a Fritz “II Semana Fernando Furlanetto”. Tendo como tema “Fotografia”, as obras expostas, inclusive algumas instalações, trabalharam com imagem, luz e forma, que não passavam necessariamente pelo uso da máquina fotográfica. Disse Fritz: “É indispensável agasalhar os que querem, que precisam percorrer o caminho da criação”.18 Participantes: Alfredo Nagib Filho “Fritz”; Ana Maria Tavares; André Feliciano; Arnaldo Pappalardo; Cássio Vasconcelos; Clóvis Vieira; Edgard de Souza; Egberto Nogueira; Gabriela Oliveira; João Olívio Sibin Júnior; José de Paiva Filho; Luix de Oliveira; Maria de Lourdes Germano; Mauro Restiffe; Melissa Klitzke; Michael Mathias Moreira; Miguel Rio Branco; Paula Trope; Rafael Assef; Regina Silveira; Ricardo Rodrigues; Ronaldo Marin; Rosângela Rennó; Rubens Mano; Thomas Farkas e Vik Muniz. Todas as exposições da “Semana Fernando Furlanetto”, a partir da terceira, vão acontecer no Espaço Cultural “Fernando Arrigucci” localizado na antiga Estação Ferroviária, na Praça Rui Barbosa. 17 Lei NR 026 - 13/05/1997- Instituiu a “Semana Fernando Furlanetto”. 18 Fritz –Catálogo do evento.
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Na terceira “Semana”, em 2000, com curadoria da artista plástica Fafá Noronha, aconteceram os instantes de “... Ir e vir. Buscar, retroceder, transgredir. Expor-se, enclausurar-se. Momentos de tensão, angústia ou puro êxtase”.19 Participaram do evento: Alfredo Nagib Filho “Fritz”; André Feliciano; Albano Afonso; Daniel Acosta; Edson Elídio; Leda Catunda; Lúcia Koch; José de Paiva; Marcelo Peres; Marepe; Maria Germano; Maricy Vallim; Mário Ramiro; Mauro Restiffe; Patrícia Civitanes; Pazé; Samantha Moreira; Sandra Cinto; Sérgio Romagnolo e Wagner M. Tavares. Em 2001, tendo como Prefeito Laert Lima Teixeira e Diretora de Cultura Mônica Trajan Real Orru, teve lugar a “IV Semana Fernando Furlanetto” com curadoria da escultora Vânia Palomo. Participaram: Adelina Rios; Agnaldo Manócchio; Alfi Vivern; Alfredo Nagib Filho “Fritz”; Antônio Ap. Bergamasco; Arlene F. Em primeiro plano obra de José de Paiva - “III Semana Fernando Furlanetto” - 2000 Espaço Cultural Fernando Arrigucci - Foto Fritz Machado; Áurea Céu; Cristina Roese; Cássia Almeida; Denise Barros; Gabriela Oliveira; Glória Melchert; Guita Lerner; Helena Donzeli; Henrique Radomsky; Israel Kislansky; João Olívio Sibin Júnior; José Carlos dos Reis; José Luiz Rodrigo Simon; Leya Terranova; Lineu Borges de Macedo; Marcello Mello; Margarita Farré; Maria Bonomi; Maria Célia B. Brüchert; Maria Goretti; Marilda Godoy; Marina Richter; Marly Gomes Michelazzo; Marly Salum; Mary Andery; Paulo Cazzaro; R. Camargo Andrade; Pedro Henrique Rossi Beraldo; Silvia Helena Melges; Sérgio Faustino; Simphoroso Alonso; Solange Pizzato; Vânia Palomo; Vera Richter e Yole Travassos. Houve “workshop” com Orita Prat Real, Gi Real e Carlos Maurício Prata Real, além de palestras com Mário G. Borges; Vera Ferro e Antônio Carlos Lorette. Roese20 deixou sua mensagem: “É com carinho e respeito que ‘esculpo’ estas palavras dedicadas àquele que presenteou São João com o talento de suas mãos e com fina percepção de vida, transformando matérias brutas em formas vivas de arte.” A versão “2002 – V Semana” teve como curador o desenhista de renome nacional Maurício de Souza, criador, entre outras personagens, de “Mônica” e “Cebolinha”. Em 2003, a “VI Semana Fernando Furlanetto” denominou-se “A Casa Onírica” e registrou que “na cidade dos sonhos onde desemboca a estrada perdida há uma casa em chamas (...)”.21 A curadoria coube a Juliana Monaschesi e os artistas convidados foram: André Santangelo; Caio Reisewitz; Domitilia Coelho; Fabiano Marques; Fafá Noronha; Gabriela Oliveira; Graziela Kunsch; Gustavo Rezende; Martha Lacerda; Odires Mlászho; Paulo D’Alessandro; Raquel Garbelotti; Rochelle Costi e Sylvia Furegatti. Em 2004, houve a “VII Semana”, o curador foi Ricardo Courell. Em 2005, assume como Prefeito Municipal Nelson Mancini Nicolau, que nomeia Sônia Regina Pavani Binatti Peluque, Diretora de Cultura. Na “VIII Semana Furlanetto - 2005”, o curador foi o historiador sanjoanense Antonio Carlos Rodrigues Lorette. Em 2006 e 2007 não aconteceram as exposições da “Semana Fernando Furlanetto”. Já em abril de 2008 tem-se a IX e última Semana com curadoria de Cristiano Censoni e produção de Renata Maniassi; Eduardo Pirajá e Leonardo Beraldo. Teve como tema “O Individuo Exposto”. Participaram os seguintes artistas: Kboco, grafite; Ana Nitzan, foto-instalação; Dado Motta, intervenção em nankin; Eduardo Menezes, video-instalação; Octávio Araújo, telas; Vitché, grafite e escultura; Antônio Carlos da Fontoura, vídeo; Fritz Nagib, fotografia; Enio Sérgio, “Museu Imagens do Inconsciente” - telas; Kika Goldstein, telas; Titi Freak, grafite; Ângela Bonfante, tela; Thiago Navas, tela; Zezão, instalação; Jana Joana, grafite; Antônio Carlos Lorette, instalação. Seria desejável que se retomasse este importante evento transformando-o em bienal22 e que a “Semana” fosse dedicada principalmente à escultura, fazendo assim jus à homenagem que se presta a Fernando Furlanetto. 19 20 21 22
Noronha, Fafá. Catálogo Evento. Roese, Cristina. Catálogo do Evento. Monachesi, Juliana. Catálogo da Evento. Em um ano aconteceria a “Bienal de Artes Plásticas” e no outro a “Semana Fernando Furlanetto”.
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Samantha Moreira - La Vida, 2007 – Fotografia - dimensões variáveis Curadora da “I Semana Fernando Furlanetto” - 1998
Bailarina com Flores. Escultura - Obra de Vânia Palomo Curadora da “IV Semana Fernando Furlamentto” - 2001
Casario - Fafá Noronha - Aquarela - 1997 Curadora da “III Semana Fernando Furlanetto” - 2000
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SEMANA GUIOMAR NOVAES
Em 1977, o país vivia a ditadura, época em que as manifestações culturais, artísticas e políticas eram coibidas e cercadas de todas as formas. Na contra corrente, um grupo de sanjoanenses quis homenagear, ainda em vida, a pianista sanjoanense Guiomar Novaes. Para tanto, Rageh Jorge Adib23, líder do grupo, em meados de 1976, procurou, em São Paulo, o também sanjoanense Manoel Blasi Gonçalves “Lito Blasi”, assessor do senhor Max Feffer, Secretário de Estado de Cultura, Ciência e Tecnologia, propondo convênio entre esta Secretaria e a Prefeitura de nossa cidade, para que se instaurasse a “Semana Guiomar Novaes”, evento musical, dedicado à pianista sanjoanense, a ser realizado anualmente nos meses de junho dentro da programação de aniversário da cidade. Os contatos com a grande pianista foram realizados e o convênio necessário firmou-se entre o poder público Municipal24 e Estadual. Aconteceu, assim, naquele longínquo junho de 1977, a “I Semana Guiomar Novaes”. A homenageada foi recepcionada pela população e autoridades. Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” e Lito Blasi descerraram, nas dependências do Museu Histórico Pedagógico Armando de Salles Oliveira, uma placa em que se comemorava o evento, homenageavase Guiomar Novaes e citava o nome das pessoas responsáveis pelo grande acontecimento. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo enviou voto de louvor às autoridades municipais e à imprensa sanjoanense. 25“Não sei, no momento, de mais justa e oportuna homenagem à ‘ArXXXI Semana Guiomar Novaes - 2008 - Foto de Oséias Barboza de Souza tista do Século’, como a denominou um poeta santista”. Houve também momentos de protesto, 26 um deles foi quando um assessor municipal, dentro do espírito de contestação da época e contra a efervescência da ditadura militar, achou que a “Semana” deveria ter também um cunho político e não apenas artístico. Dessa maneira, trouxe, à revelia da Comissão Organizadora, o então polêmico teatrólogo Plínio Marcos, para fazer uma palestra na FAE. Os jornais da capital chegaram a dar um pequeno destaque. Em outra ocasião, veio apresentar-se o Balé Stagium, que tinha também uma posição abertamente contra a censura da Ditadura de 1964. Segundo Nicolau:“Eventos que ao invés de escandalizar a cidade, foram muito bem assimilados”.27 Foi um tempo pioneiro, pois a cidade não possuía estrutura hoteleira e de restaurante suficientes. Assim, muitas vezes, a Comissão solicitava aos amigos que fizessem o jantar dos músicos na própria residência, o que aconteceu com Rageh e Salma Adib, com a saudosa Maria Magdalena Oliveira Azevedo, com Dona Eleonora e Dr. Paulo Emílio Oliveira Azevedo, pais de Cláudio Richerme, entre tantos outros. “As pessoas ligadas à arte, em nossa cidade, apostaram o que tinham para que a Semana desse certo”, afirmou Lito Blasi. Os clubes e o cinema da cidade colaboravam. Espetáculos, conferências e cursos aconteceram no Cine Ouro Branco, na Sociedade Esportiva Sanjoanense, Igreja Nossa Senhora Aparecida, Perpétuo Socorro, no Palmeiras Futebol Clube, no Centro Recreativo Sanjoanense, no auditório da FAE, no Centro Cultural Pagu, no Centro de Integração Comunitária – CIC, onde Hermeto Paschoal, entre outros, apresentou-se. Paralelamente, em algumas “Semanas” aconteceram “atividades de formação” onde eram oferecidas aulas, oficinas, cursos musicais, princípio de harmonia, técnica e interpretação pianísticas, palestras, encontro de Música Eletrônica, “Master Class de Piano” este com Victor Tchouchkov, pianista búlgaro. Músicos e professores de escol ministraram os cursos, inclusive, em um dos anos, os integrantes do Zimbo Trio. Em 1991, houve a “regionalização” da Semana Guiomar Novaes com eventos também em Itu/SP, São José do Rio Preto/SP e cidade de São Paulo. Já em 2001, na “XXIV Semana”, aconteceu o “I Concurso de Piano para Jovens Talentos” sendo uma “forma de trazer, para a cidade natal de Guiomar Novaes, mais uma safra de futuros pianistas”.28 Em 2002, a “XXV Semana Guio23 24 25 26 27 28
Depoimento de Manoel Blasi Gonçalves “Lito Blasi”, por telefone, em 18/11/2010. Criada oficialmente pela Lei NR 06 de 30/03/77. Requerimento nº 1.016/77. Assinado por Ivan Espíndola de Ávila. Depoimento de Manoel Blasi Gonçalves –“Lito Blasi”, por telefone, em 18/11/2010. Nicolau, Nelson M. Catálogo da “XXVIII Semana Guiomar Novaes”. Mendonça, Marcos. Catálogo 2001- “XXIV Semana Guiomar Novaes”.
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mar Novaes” aconteceu no Theatro Municipal e houve, paralelamente, a oficina “A Música Popular Brasileira no Século XX” com Zuza Homem de Mello e os vencedores do “II Concurso de Piano” foram Eum Young Lee e Luis Guilherme Pozzi. Desde que instituída, até nos dias atuais, muitos e bons espetáculos artísticos e culturais vêm desfilando pelo palco da “Semana”. No entanto, apesar dos aplausos merecidos, para muitos analistas o que sempre faltou e ainda falta na “Semana Guiomar Novaes” é uma identidade, uma proposta, um direcionamento, pois eventos dos mais díspares e ecléticos acontecem nesta Semana. Para os críticos, ela deveria ser de música erudita, em consonância com a homenageada, e eventos que não se enquadrassem nesta proposta aconteceriam em outras datas. Porém, os responsáveis têm como objetivo mesclar o popular, o erudito, dança e teatro. Justificam o ecletismo afirmando “desejar ampliar o público, e formar novas plateias e com isso democratizar ainda mais a cultura”,29 “democratizar o acesso aos bens culturais”.30 Este posicionamento, apesar de defensável, não convence aos críticos que almejam uma identidade mais erudita, pois já há espetáculos que contemplam as outras formas. Hoje a “Semana” tem um ar profissional, grandes nomes, estrutura oficial de eventos da Secretaria de Estado de Cultura, status de segundo maior evento cultural do Estado de São Paulo. “Prova inequívoca de que a boa semente germina e quando cultivada pela sociedade, cresce a planta Maria José, flauta e Toninho Carrasqueira, piano - XXXI Semana Guiomar Noe vêm os frutos.” 31 vaes - Theatro Municipal - 2008 - Foto Fritz Todos os anos, Cláudio Richerme, nosso pianista maior, apresenta-se para o deleite dos sanjoanenses. Já estiveram na “Semana” entre inúmeros outros músicos: o conceituado pianista Arthur Moreira Lima com a Orquestra de Câmera de Curitiba; Wagner Tiso; Egberto Gismonti; o famoso pianista Nelson Freire; Zimbo Trio; Caio Pagano; Amaral Vieira -Trio de Câmara “Mozart” de São Paulo; “Quarteto de Cordas Municipal”- fundado na década de 1930, por Mário de Andrade; LudoMusical da cidade de São Paulo com músicas da Idade Média, Renascentista e Barroco; Orquestra Sinfônica de Campinas com regência de Benito Juarez; Sivuca; Johnny Alf; Oswaldinho do Acordeão; Victor Tchouchkov - pianista búlgaro; Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP com regência, em duas ocasiões, de Eleazar de Carvalho e outras vezes com Diogo Pacheco; solo de piano com Antônio Guedes Barbosa; Jazz Sinfônica, regentes: Cyro Pereira e Nelson Ayres; Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, regente João Maurício Galindo, solo de violoncelo com Antônio Lauro Del Claro, em outra ocasião com regência de Luiz Marchetti; Quarteto em Cy; Ballet Stagium; Toquinho; Orquestra Sinfônica de Americana; Miúcha; Coral Vozes de São Paulo com “Uma Noite na Ópera”, regência de Dálete Alécio; Dino Vicente, teclado computadorizado; Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, regente Roberto Farias; Tom da Terra, regente Tasso Bangel; “O Tango e o Piano”, com o “Grupo Buenos Aires Tango”; Orquestra Sinfônica de Santo André, com regência de Flávio Florence; Ópera de Bonecos, com a peça “A Flauta Mágica” de Mozart, com direção Walter Neiva; Cia. Strombolli; “Grupo Nosso Choro”; Bossa Nova e Piano com Claudete Soares e Júlio César Figueiredo; Altamiro Carrilho e sua Banda; Francis Hime; Traditional Jazz Band; Maria José e Toninho Carrasqueira, piano e flauta; Clayber de Souza - harmônica; Tato Andreata – piano clássico e popular; Mônica Salmaso, cantora e Benjamim Taubkin, piano MPB; Jane Duboc; Big Band do Conservatório Musical de Tatuí; Bachianas Chamber Orchestra, regência João Carlos Martins; Orquestra Paulista de Pianista Cláudio Richerme - XXXI Semana Guiomar NovaViola Caipira; Alaíde Costa; várias peças de teatro infantil como: “Pedro e o es - Theatro Municipal - 2008 - Foto Fritz Lobo”, “João e Maria” e “Beterrabas, Segredos e Pataquadas”; o Balé Quebra-Nozes; Grupo de Dança Quartier Latin; Maria Alcina e Banda MPB; Ópera Estúdio da Universidade Livre de Música ULM, com “Il Barbieri di Siviglia”; Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, regente Abel Rocha, solistas Cláudio Richerme e André Mehmari; pianista Eudóxia de Barros; Show Beatles Songs; Cia. de Dança Cisne Negro com Dany Bittencourt e Itzik Galili; Lê Cirque Magique, infantil; Guinga e Paula Santoro, MPB; Isaías e seus Chorões, MPB; Camerata Municipal de Sopro de São João da Boa Vista; A Boa Música Brasileira com Maria Cecília Moita Carmen Garcia; 50 anos de Bossa Nova; Passoca canta Adoniram Barbosa – Marco Antônio Vilalba; Cenas de “Madame Butterfly”; Pedro e Domitilia, teatro comédia de Ênio Gonçalves; Quartenaglia, violões; Grupo Divina Dança de São Paulo; Demônios da Garoa; Elisa Fukuda, violinista e Vera Astrachan, pianista; As Pagus, com Christiane Tricerri, texto e direção; Orquestra Jazz Sinfônica de São 29 Nicolau, Nelson M. Catálogo da “XXIX Semana Guiomar Novaes”. 30 Alves, Adilson Monteiro Secretário de Estado da Cultura. Catálogo “XIV Semana Guiomar Novaes” -1991. 31 Nicolau, Nelson. Catálogo da “XXX Semana Guiomar Novaes”.
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João da Boa Vista, com regência de Agenor Ribeiro Netto; Coral Vozes de São Paulo, com “Uma noite na ópera “, regente Dálete Alécio e com a Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos, regente Emiliano Patarra; Orquestra Lyra Latina, de salsa; Trivial Jazz; o sanjoanense Ariel Sanches, violinista; Cogumelo Atômico; Banda Bate Lata; Os melhores do Circo. Foram estas apresentações, entre centenas de outras, que, nesses 33 anos de existência, vêm dando vida e energia à Semana Guiomar Novaes.
VIRADA CULTURAL PAULISTA A Virada Cultural Paulista realizada pelo Sesc, em parceria com a Prefeitura de São João da Boa Vista, começou em 2008 em nossa cidade, e tornou-se prioridade do Governo do Estado de São Paulo “para estimular, através de parcerias, a circulação da cultura de qualidade, possibilitando que o público tenha acesso ao que se produz.”32 É o maior evento cultural do interior de São Paulo, com apresentações de espetáculos de teatro, dança e música, intervenções urbanas, cinema e exposições durante 24 horas ininterruptas.
Catálogo da primeira “Semana Guiomar Novaes” - Criado por Joaquim Mello - 1977
32 Sturn, André- Secretaria de Estado da Cultura. Catálogo “XXXII Semana Guiomar Novaes”.
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AMARTE
A Associação dos Amigos da Arte e Cultura de São João da Boa Vista - AMARTE foi muito ativa nas décadas de 1980/1990, mas, falar da AMARTE é lembrar de João Batista Merlin; dessa maneira, inicia-se este capítulo rendendo, através de sua biografia, uma homenagem a ele.
JOÃO BATISTA MERLIN
São João da Boa Vista - 10 de agosto de 1950 São João da Boa Vista - 30 de setembro de 1991
A ideia inicial de se criar, em nossa cidade, uma associação que agregasse pessoas ligadas à arte, cultura, memória e restauração, veio do amigo João Batista Merlin. Era ele sanjoanense e sempre, desde adolescente, ainda estudante secundário, procurava conviver principalmente com pessoas ligadas ao mundo artístico e cultural de nossa terra. Estudou engenharia em Brasília. Foi trabalhar, depois de formado, no Rio de Janeiro e, nessas duas cidades, esteve também sempre ligado aos que compartilhavam de seu gosto pelo mundo das artes e da cultura. Ao voltar a São João da Boa Vista, em meados da década de 1980, de imediato, por apresentação de José Marcondes, foi convidado, pelo então Prefeito Municipal Sidney Estanislau Beraldo, para integrar a equipe de estudos e elaboração do projeto de restauro do Theatro Municipal. Equipe esta comandada pelo arquiteto Joaquim Mello, composta, ainda, pelo engenheiro da prefeitura Nilson Zenum, pelo artista plástico José Marcondes e pela, então formanda em arquitetura, Ana Laura Barcellos do Amaral. De imediato, se integrou à equipe mostrando-se sempre muito participativo e acima de tudo apaixonando-se, também, pela importante atividade. Trouxe, para contribuir e somar, sua larga experiência em restaurações, pois já havia trabalhado na equipe de restauro do Palácio do Catete, Theatro Municipal, Biblioteca e Museu Nacional, todos do Rio de Janeiro. Dessa maneira, preocupado com a elaboração desse projeto, valeu-se de suas amizades e convidou, da “Cidade Maravilhosa”, especialistas na área de João Batista Merlin e Dr. Joaquim José de Olveira restauração de teatro. Neto, no Rio de Janeiro - 1987 - Foto J. Marcondes Assim, tivemos, aqui em São João, os engenheiros: Carlos Lafayete Barcellos que, além de diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, era especialista em projeto de mecânica e iluminação cênica e predial; Heitor Palmeiras, especialista em engenharia de palco; Igor Srenewski, especialista em acústica. Organizou ainda uma visita aos teatros do Rio de Janeiro, levando sanjoanenses envolvidos no restauro de nosso teatro. Era Merlin um detalhista, que além de grande vivência, tinha, assim como os outros da equipe, consciência da importância e responsabilidade do que se estava fazendo em São João. Paralelamente estava também com vistas voltadas à Catedral prevendo uma futura restauração, pois se encontrava ela em estado precário, comprometida em sua estrutura, inclusive a torre e as doze importantes colunas de sustentação da nave. Temia ele ainda que a Catedral passasse apenas por uma reforma, podendo perder suas características, seu valor histórico e suas obras de arte. Nessa empreitada valeu, mais uma vez, entre outros, a participação de Flávio Augusto do Canto, Paulo Roberto Merlin e dos irmãos Sibin. Quanto à Catedral, ele não a via apenas como patrimônio cultural a ser restaurado, pois há uma faceta de sua personalidade que se deve salientar: era João Batista Merlin devoto de São João Batista, seu padroeiro, além de ser também o padroeiro da cidade e da catedral, mas deve se ressaltar ainda que nosso homenageado possuía grande atração 380
e admiração pelos ritos, símbolos, músicas e peças da arte sacra. Toda esta mística vai fazer com que, além da preocupação com a conservação e restauro, agora também, da Catedral, com a qual vai se envolver inteiramente, criasse ainda o Museu de Arte Sacra. 1 Ao se falar de João Merlin não se pode ainda esquecer que, entre as inúmeras atividades culturais e artísticas em que esteve envolvido, está também a responsabilidade em mandar restaurar as quatro esculturas representando as Estações do Ano, 2 as quais foram destruídas, decapitadas por vândalos, enquanto ficavam ao lado da fonte, na Praça Armando de Salles Oliveira. Eram elas motivo de apreensão por parte de pessoas preocupadas com o patrimônio, que pediam insistentemente fossem recolhidas, o que só vai ocorrer, quando em lastimável estado. 3 Conseguiu João Merlin a autorização para levá-las ao Rio de Janeiro. Lá, seu amigo particular, o escultor, professor da Faculdade de Belas Artes e restaurador Joaquim 4 , natural de Portugal, fez um belo trabalho. Elas, porém, só voltam a São João depois da partida desse grande baluarte. Hoje, garbosamente, mas talvez sem a proteção necessária, estão no foyer do Theatro Municipal. No entanto, não bastavam, para Merlin, suas atividades profissionais e essas importantes participações na conservação e construção da história da arte e da cultura de São João Boa Vista. Sua ânsia em viver era tão grande que mantinha estrita convivência, independente da classe social a que pertencessem, com todos que tivessem alguma ligação com esse “seu” mundo, no qual ele circulava com tanta desenvoltura, liderança e conhecimento! Toda essa sua ação era associada a uma personalidade alegre, extrovertida, franca, simpática e agitadíssima; a um coração muito sensível e a um rosto sempre sorridente. Estavam prontas, pois, as condições necessárias para angariar legiões de fiéis amigos e alguns desafetos, mas deixemos estes de lado. Concomitantemente a tudo isto, como se por si só não bastasse, um dia, veio com a idéia de unir, agregar numa associação, as personalidades ligadas Entrega das estátuas, no Rio de Janeiro, para o esà vida cultural e artística da cidade. cultor e restaurador Joaquim. A discussão primeira deu-se na casa de Maria Célia e José Marcondes, 5 estava presente também o casal Aparecidinha e Maurício José de Azevedo Oliveira. Valeu, outra vez, sua experiência adquirida em Brasília e Rio de Janeiro. Apresentou o “Estatuto dos Amigos da Ópera de Brasília”, à qual pertenceu quando estudante na capital federal e, assim, as linhas mestras de uma futura associação, que receberia o nome de AMARTE, 6 foram discutidas e traçadas naquela noite. Começaram os convites, sempre aceitos de imediato, mas antes de entrar na narração do que ela foi e representou para São João da Boa Vista é ainda preciso finalizar a narrativa sobre esse grande líder chamado João Batista Merlin. Finalizar parece ser o termo, infelizmente correto, pois sua vida foi interrompida em 30 de setembro de 1991 e deixou um grande vácuo no mundo das artes e da cultura em nossa cidade. Finalizar parece, no entanto, ser também um termo incorreto, pois a semente que semeou caiu em terra fértil, sedenta e em necessário pousio. Na verdade, veio ele juntar, somar sua história, à história de seus amigos, à história de nossa cidade. Enriqueceu-a! Deixou, pois, uma grande herança: seus ensinamentos, sua maneira de fazer, de realizar e assim a cidade não o esquece. Aqueles que tiveram o privilégio de com ele conviver estão sempre a recordá-lo e, para que sua memória não fosse olvidada, foram realizados belos eventos culturais. O primeiro, em 30 de novembro de 1991, com coordenação da AMARTE, junto com Museu de Arte Sacra e o Curato da Catedral. Constou de uma retrospectiva sobre a vida de João Batista Merlin. O segundo evento foi em 29 de agosto de 1992, no auditório do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP, depois num evento no Centro Recreativo Sanjoanense, em 16 de agosto de 1997, quando numa noite inesquecível, que se denominou “Lembrando Merlin”, foram apresentadas músicas de seu agrado. A primeira parte foi a realização de um antigo sonho seu: fazer um concerto só com “Ave-Marias”, indo das clássicas até as da música popular brasileira. A segunda parte foi entremeada de músicas clássicas e clássicas ligeiras, inclusive “Berceuse” da ópera “Jocelin” de Godard, cantada por Neusa Menezes. Em 2005 e em 2008, realizou-se o espetáculo “Padre Vieira, o Arquiteto dos Sonhos e João Merlin, o Engenheiro das Paixões”, quando se lembrou da figura ímpar do grande orador luso-brasileiro e prestou-se homenagem ao sanjoanense ilustre! Merlin, nossa gratidão. Nossa amizade! 381
ESTÁTUAS RARAS ESTÃO SENDO DESTRUÍDAS “Até bem pouco tempo, todas elas estavam lá na Praça Armando de Salles Oliveira. Eram quatro esculturas em mármore de Carrara, de valor inestimável representando as estações do ano, trazidas pelo prefeito Henrique Cabral de Vasconcellos, quando remodelou aquela praça. Compradas de um fazendeiro de Campinas, foram localizadas, num anúncio de jornal, por Fernando Furlanetto, que intercedeu junto ao prefeito para adquirilas. O escultor sanjoanense ficou apaixonado pelas obras. Pesquisou, na ocasião, e descobriu que se originavam de Veneza. 7 A primeira estátua a ser destruída, questão de sete anos atrás, foi a Primavera. Era representada por uma figura feminina, em trajes de camponesa, carregando flores. Em seguida, destruíram a outra figura feminina, uma moça semi-nua, representando o Verão. Do Outono sobrou somente meio corpo. Era representado por uma figura masculina, um homem robusto, carregando um cesto de frutas nos ombros. Seu dorso foi destruído recentemente. Na Praça Armando de Salles Oliveira, somente uma estátua ainda permanece, é a que representa o Inverno, um velho encolhido, semi-nu, aparentando cansaço. Está sujo de spray preto e teme-se que não resista à ação dos vândalos. São João da Boa Vista perde, desta forma, um patrimônio artístico inestimável.(...) Muito embora as autoridades venham sendo constantemente alertadas, por apaixonados por estas obras de grande valor artístico, como José Marcondes e Yvone Palhares, entre outros, de que é necessário retirá-las e procurar uma solução para a sua conservação, nada tem sido feito. Resta ainda o Inverno, a única estátua remanescente, que solitária, resiste à espera da ação de vândalos.
Maria Célia de Campos Marcondes - 1981” 8
AMARTE:
E a imprensa publicou a primeira notícia do que seria a AMARTE.
“ELEITA A PRIMEIRA DIRETORIA DA AMAC”
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“Em reunião realizada no último sábado, a Associação dos Amigos da Arte e da Cultura de São João da Boa Vista – AMAC- elegeu a sua primeira Diretoria, através de voto secreto. Estiveram presentes na reunião 24 pessoas e foi eleito para presidente, com 23 votos, o Dr. João Batista Merlin. Os outros cargos foram preenchidos por Iolanda “Iola” Oliveira -vice-presidente; Maria Aparecida “Aparecidinha” Pimentel Mangeon Oliveira - secretária e Neusa Maria Soares de Menezes - tesoureira.” Estes dados têm, apenas, interesse como curiosidade, pois apesar do nome da entidade continuar o mesmo, a sigla mudou para AMARTE e a Diretoria constituída não é a publicada. Em 5 de agosto de 1986, seu estatuto foi registrado sob nº 09.169. Já a escolha do logotipo demorou um pouco mais e, em agosto de 1988, foram abertas as inscrições, para a sua escolha, sendo Agnaldo Manóchio o vencedor. Os objetivos da AMARTE eram não só agregar a arte, a cultura, a memória e a restauração em São João da Boa Vista mas ser, ainda, um elemento de ação. Dessa maneira, realizou inúmeras atividades, sempre com entrada gratuita, que passam a ser aqui enunciadas. 1- Exposição: “Projeto de Restauração do Theatro Municipal” Foyer do Theatro Municipal de São João da Boa Vista - 12 de abril de 1986 Uma das primeiras atividades da AMARTE, quando ainda embrião, foi organizar, com direção de João Batista Merlin, uma exposição com fotos antigas e as então atuais do Theatro Municipal, assim como todo o projeto de restauração, que havia acabado de ser elaborado. A finalidade era sensibilizar o sanjoanense e o governador André Franco Montoro, que visitava a cidade, da necessidade de se restaurar esse tão importante patrimônio histórico. A imprensa noticiou: 10 “AMARTE, e sua luta em prol da restauração do Theatro Municipal de São João da Boa Vista. O governador Montoro, às 11 horas, fará uma rápida visita ao Theatro Municipal de nossa cidade, que foi constru382
ído em 1913 e adquirido pela atual administração com o objetivo de conservá-lo como patrimônio histórico-cultural. No saguão, haverá uma exposição de fotos antigas do Theatro e do projeto de restauração. Na oportunidade, o Prefeito Beraldo vai solicitar ao Governador a liberação de recursos para o andamento das obras de restauração que se encontram em fase inicial. Estarão presentes, à solenidade, representantes da AMARTE.” 2- Palestra: “Vida e Obra de Cândido Portinari” Por João Cândido Portinari – filho do artista Auditório da FAE em 20 de abril de 1986 3- Palestra: “História da Arte por Adriano Colângelo” Auditório da FAE em 28 de junho de 1986 Organização: João Batista Merlin, Iola de Oliveira, José e Maria Célia Marcondes. Cinquenta e três pessoas assinaram a lista de presença. 4- Lançamento livro: “Só Sonhos” de Christino Cardoso de Pádua Rua Guiomar Novaes, 463 – antigo Banco do Brasil em 01 de novembro de 1986 “Christino 11 é poeta moderno, quer dizer, é contemporâneo de si mesmo. Dispensa a rima e a métrica, conservando o ritmo, que nasce da própria poesia; não é antigo, recorrendo a um parnasianismo já defunto; não é póstumo desejando um futurismo descabelado, repleto de existencialismos ocos, é ele mesmo, afirmando otimista “Quando meu mundo cair/ Hei de sorrir”. É poeta múltiplo de inúmeros momentos de poesia, versando também inúmeros temas, sem ficar malhando sem parar na bigorna... É capaz, ainda, destas felizes imagens “...O apito do trem/ arrepia a estação. /o apito do trem faz um buraco na Noite”. Milton Duarte Segurado das Academias de Letras de SJBVista, Campinense e Caldense. 5- Noite de Homenagem e outorga do título de “Sócio Honorário”: Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto” Centro Recreativo Sanjoanense em 11 de dezembro de 1986 Parte lítero-musical: Neusa Menezes e Jamil José Cury - cantores e Márcia Mouro Zan - pianista, apresentaram: “Música Proibida” de S. Gastaldon; “Agnus Dei” de George Bizet; “Caro mio Bem” de Giuseppe Giordani e “O Cessate di Piagarmi” de A. Scarlatti. Houve também a participação do pianista/concertista Cláudio Richerme com apresentação de “Fogos de Artifício” de Debussy e “Festa no Sertão” de Villa-Lobos. Poemas de Carlos Drummond de Andrade, Marilita Posoli, Vinícius de Moraes e Manuel Bandeira, com declamação do ator carioca, Almir Telles. Saudação protocolar feita por Maria Célia de Campos Marcondes, em nome da AMARTE, em homenagem ao Dr. Oliveira Neto: “A arte é sonho, a arte é realidade, é vida, emoção e um incessante crescer. É um mundo de magia e de encanto. O que dizer de quem fez da vida uma arte e da arte a vida? -Muito! Muito, há o que dizer! E são tantos os caminhos para se iniciar esta jornada, que talvez o mais lógico seja... Começar pelo começo. Nasceu Joaquim José de “Oliveira Neto”, em 16 de dezembro de 1904, na nossa cidade de São João da Boa Vista e aqui iniciou seus estudos. Formou-se em Medicina pela Escola da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Foi chefe do Centro de Saúde de nossa cidade. Porém, sempre se destacou pela sua formação humanística que transpira, até hoje, em cada ato seu. Consegue Dr. Oliveira Neto dar um toque pessoal, filosófico a tudo! Até mesJosé de “Oliveira Neto”, retratado mo, dos mais áridos e cotidianos acontecimentos, ele sempre extrai uma lição, um Joaquim por Laércio de Azevedo - Acervo da Família dito, ou então ilustra-o com um fato que vem, muitas vezes, do mais recôndito de sua Oliveira 383
prodigiosa memória. Conversar com Dr. Oliveira Neto, ouvi-lo é ter-se uma aula, ocasião em que aprendemos não só o assunto em pauta, que varia ao infinito, mas, principalmente uma lição de humanismo. Sua áurea cresce e nos envolve. Saímos com sensação de grandeza, de que algo nos foi incorporado não apenas intelectualmente, mas, também, espiritualmente. Este sentimento deve ser comum a todos, pois está sempre rodeado de amigos. Já faz muitos anos que é considerado uma importante fonte de pesquisa, para os alunos, em seus trabalhos escolares. É notável seu relacionamento com eles. Parece ser sua sina a transmissão do saber: Frequentador das artes e da cultura, com elas convive e a elas procura conduzir a sociedade sanjoanense. Neste momento, alguns poderão pensar que esta última afirmação pecaria pela extensão e pela pretensão. Isto, porém, não acontece e analisemos o porquê. Primeiro, como diretor e professor do antigo Ginásio de Estado, sempre procurou dar aos seus alunos o gosto pela cultura e pela arte. Teve preocupação na aquisição de bons professores e, assim sendo, grandes nomes por ali passaram: Dr. Emílio Lansac Tôha, Francisco Dias Paschoal, Anésia Martins Mattos, Nascip Murr, Dr. Santos Lansac, Roque Fiori, Augusto de Freitas, Hugo Sarmento, Atillio Baldocchi, Luiz Gualberto, entre tantos outros. Depois como colaborador, durante anos, dos jornais ‘A Cidade de São João’ e ‘O Município’, sempre repassando, através de seus escritos, uma parte de seus conhecimentos. Também como um dos fundadores e professor da Faculdade de Administração de Empresas de São João da Boa Vista – FAE. Como membro atuante da Academia de Letras de São João da Boa Vista. Como diretor e professor da Escola de Enfermagem de nossa cidade. Como fundador e Diretor do Museu Armando de Salles Oliveira. Como organizador da biblioteca do Centro Recreativo Sanjoanense, além de grande colaborador desse clube. Como delegado e orador do Centro das Indústrias de São Paulo - CIESP, conseguindo benefícios para a cidade, no setor energético e de telefonia. Como proprietário do prédio do Theatro Municipal percebeu que algo importante estava em suas mãos. Era o dono de um passado e de um futuro. Passado representado pela importância histórica e arquitetônica do prédio. Futuro, porque aquele local poderia transformar-se num reduto de arte e cultura. Um teatro em funcionamento em São João da Boa Vista daria à cidade um potencial artístico muito grande. Não hesitou e ele, hoje, já está tombado pelo patrimônio histórico do Estado de São Paulo e em fase de restauração. Foi, ainda, Dr. Oliveira Neto, um dos idealizadores, fundadores e membro dos mais ativos, da ‘Sociedade de Cultura Artística’. Aqui... temos muito a falar e por isso o deixei por último. Era uma sociedade lítero-musical e durante anos realizou sessões onde aconteciam conferências, declamações, números de música. Tornaram-se verdadeiros sucessos semanais. ‘Nomes de expressão nacional aqui estiveram, 12 sempre deixando suas impressões no livro de visitas da ‘Sociedade de Cultura Artística’. A arte não caminha solitária. Abre-se uma fresta, e ela logo, em todas suas formas, terá penetrado, dominando e resplandecendo o ambiente. Sendo assim, a ‘Sociedade de Cultura Artística’ saiu de sua finalidade primeva. Não permaneceu, pois, apenas lítero-musical. As artes plásticas foram incorporadas e estimuladas. Pintores aqui surgiram, por aqui passaram e deixaram, junto com suas obras, a amizade sincera de um Araújo Lima, Atílio Baldocchi e Luiz Gualberto. Dr. Oliveira Neto, o tempo passa e como disse o poeta, Tomás Antonio Gonzaga ‘para nós, o tempo que passa é tempo que morre’. A ‘Cultura Artística’ passou, como o tempo que passa, mas seu eco permanece vivo em todos aqueles que têm o privilégio de ter acesso à arte e à cultura. Foi uma semente que não morreu e quem sabe, hoje, germina com o nome de AMARTE. Quão extensa é sua ‘folha de serviço’ em prol do saber e neste mister não esteve sozinho. Teve sempre ao seu lado Celisa, alma gêmea, companheira que compartilhava de seu amor às artes fossem elas a música, o canto, a literatura - vem-me à lembrança, em detalhes, sua palestra, no Rotary, sobre Eça de Queiroz e a mim dedicada -, o balé, o teatro a poesia ou a pintura! Dr. Oliveira Neto, um dia a AMARTE teve a feliz idéia de homenageá-lo. Acredite, homenageados somos nós por tê-lo ao nosso lado, no nosso convívio, na nossa amizade. Abraço, admiração!” 6- Homenagem: Cláudio Richerme, pianista e conterrâneo Sociedade Esportiva Sanjoanense em 21 de março de 1987 Através do catálogo soube-se que a abertura do evento foi realizada pela presidente da AMARTE, Maria Aparecida Mangeon Oliveira. A saudação protocolar ao “talentoso e vibrante” homenageado foi prestada por Lucila Martarello Astopho. Em seguida Cláudio Richerme presenteou a todos interpretando músicas de Chopin, Ravel, além de Cirandas e Ciclo Brasileiro de Villa-Lobos. O encerramento de sessão coube ao presidente da Esportiva, Manoel Clineu Junqueira. 384
7-Noite Musical: “Uma Noite Em Canto” com a cantora-soprano Eliaci Macedo de Souza Soares e o pianista Sérgio Magnani de Belo Horizonte. 13 Igreja Nossa Senhora Aparecida em 24 de julho de 1987 “(...) Eliaci 14 é sanjoanense filha de Anor e Dinorah Macedo de Souza. Iniciou seus estudos de canto em nossa terra com Míriam Pipano. É cantora concursada pelo Palácio das Artes de Belo Horizonte, onde tem atuado frequentemente nas grandes montagens da Fundação Clóvis Salgado. Como solista, já cantou ‘La Bohême’, ‘Madame Butterfly’, ‘Traviata’, ‘Turandot’, ‘Romeu e Julieta’, ‘Fausto’, ‘Sóror Angélica’, ‘Carmen’, ‘Flauta Mágica’, ‘Bodas de Fígaro’, ‘Morcego’, ‘Missa de Santa Cecília’, de Gounod e ‘Cantata 140’, de Bach. Gravou três discos de música barroca mineira como soprano solista, tendo participado também do Coral selecionado para cantar na reinauguração do órgão da cidade de Mariana, sob a regência do maestro Michel Corboz. Em 1985, sob a regência do Maestro Pino Onnis, cantou a ópera ‘La Bohême’, de Puccini, encarnando a personagem principal Miriam, na temporada oficial de ópera em Salvador/BA, no Teatro Castro Alves. Em 1986, participou das comemorações oficiais do sesquicentenário de Carlos Gomes, cantando trechos de ‘Il Guarani’. Em continuação, à série de eventos programados para o ano de 1987, a AMARTE, com muito orgulho, traz, para os aplausos do público de São João da Boa Vista e região, a grande soprano sanjoanense Eliaci Macedo de Souza Soares que, acompanhada ao piano por Sérgio Magnani, brinda nossa comunidade com sua magistral voz.” 8- Exposição: “Arte e Cultura Sanjoanenses em São Paulo” Galeria do Sesi, Avenida Paulista São Paulo, de 19 a 31 de outubro de 1987 Detalhes desse evento estão no capítulo “Coletivas São Paulo” 9- Noite de Homenagem e outorga do título de “Sócias Honorárias”: “Sarah Salomão e Maria José ‘Zezé’ Lopes” Centro Recreativo Sanjoanense em 11 de dezembro de 1987 Nesta solenidade receberam o título de “Sócias Honorárias” em reconhecimento à dedicação e estímulo destas mestras na formação educacional da juventude sanjoanense. Trabalho do qual resultou a existência de grandes expoentes em vários campos de atividades, graças aos ensinamentos e visão maior de vida que lhes foram proporcionados, por estas educadoras. A saudação protocolar foi feita por Maria Célia de Campos Marcondes: “Em qualquer terra em que os homens amem. Em qualquer tempo onde os homens sonhem. - Na vida.” Menotti Del Picchia É com imensa satisfação que a AMARTE presta esta homenagem a Maria José -’Zezé’ Lopes e Sarah Salomão, personalidades singulares e queridas. Nomes intimamente ligados à história da educação e da cultura sanjoanenses. Perguntei a mim mesma: qual a força, a energia, que as moveram durante todos esses anos? Analisei-as, pesquisei, perguntei sobre elas e a conclusão foi simples, como simples são as coisas belas da vida. -Amor, dedicação salpicados de sonhos! Vocês fizeram do Instituto de Educação, da Escola de Admissão ao Ginásio e principalmente do Externato Santo Agostinho o campo de ação, a extensão das suas existências. Por vocês passaram várias gerações. ‘Era a vida que palpitava, cantava, chorava e clamava: ora imersa na treva, ora imersa na aurora’. Construir seres humanos, levar essas criaturinhas latentes de potencialidades através do tempo e do espaço e num imenso clamor de liberdade, iniciá-las na mais fascinante e perigosa das aventuras ousadas pelo homem: O SABER, o lampejo divino do SaEntrega de título de “Sócias Honorárias: Zezé Lopes e Sarah Salomão”: Mário Luiz Serra, Lindalva ber. Era essa a meta a que se propunham. Mattos, Neyde Corbelli, NI, Francisco Maríngolo, NI, João Batista Merlin, Mercedes Beozzo Furlanetto, Zezé Lopes e Sarah Salomão - 1987
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Sarah e Zezé, amigas indissociáveis, sabem vocês e sabemos nós que fazer florir sonhos nesse árduo mister é uma missão das mais difíceis e, como educadoras, mansamente vocês fizeram da arte de ensinar uma obra-prima. Conseguiram, inclusive, levar o ‘Externato’ sempre em frente, resistindo a todos os percalços e como uma rocha continuasse em pé. Aos colegas, companheiros de jornada, foram sempre ‘as amigas’. Há um traço que sempre as marcou: foi a hospitalidade com que recebiam os novos professores que chegavam à cidade. Seu lar e seus corações estavam-lhes sempre abertos. Foram tantos que por vocês passaram, mas... só para lembrar alguns num momento de saudade: professor Mozart, professora Josefina, Delma Mangile, Maria Helena Torezan, entre muitos outros. Sarah e Zezé, vocês semearam sonhos e amor, e ninguém na vida, sonha e ama impunemente. Na chácara, entre as jabuticabeiras, pitangas, goiabas, flores, pássaros e amigos mil, onde nunca há solidão, vocês devem ter mais viva a sensação da obra que realizaram e mais belo, ainda, o sentimento de que colhem amigos em cada canto de suas vidas! Carinho e admiração de todos nós”. Houve a apresentação da Academia Regional de Artes, sob o comando de Zeza Freitas e Ronaldo Marin e do Coral Vozes sob a regência de Wildes Bruscato. 10- Lançamento de disco: Pianista: Cláudio Richerme – 2º disco, com obras de Villa-Lobos e Ravel Sociedade Esportiva Sanjoanense em 26 de março de 1988
Imá Merlin Carvalho. Mauricio Oliveira, Alice e João Batista Merlin, Aparecidinha Mangeon Oliveira, Cláudio Richerme, Manoel Clineu Junqueira, Maria Isabel Sibin, Flávio e Marlene do Canto. 1988.
11- Lançamento de livro: “Lance Final” de Iolanda “Iola” Oliveira Azevedo Salão da Piscina do Centro Recreativo Sanjoanense em 06 de maio de 1988 12- Lançamento de livro: “Pedaços de mim” de Ademir Barbosa de Oliveira Palmeiras Futebol Clube em 15 de julho de 1988 386
A imprensa noticiou:
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“Foi lançado o livro do poeta Ademir, que há muitos anos publica seus trabalhos nas
páginas deste jornal.(...). O recinto da Noite de Autógrafos foi pequeno para abrigar os admiradores do poeta, que é funcionário do Banespa. Todas as poesias publicadas fazem parte do arquivo desse jornal, que um dia ele quis fazer parte como uma de suas engrenagens. Sobre Ademir, Oliveira Neto diz que ‘sabe fazer pérolas de lágrimas’. Aparecidinha afirma ‘sua mensagem, ora de pessimismo byroniano, ora de puro lirismo, é a mensagem do amor’. Barbin fala que o poeta ‘concebe seus versos ora com o vigor de um corcel fogoso, ora com a sutileza de uma borboleta pousada na flor.” Já Clóvis Vieira fez uma entrevista com o poeta e afirma que: 16 “O início foi difícil, (...). Voz grave, cavernosa, como que vinda dos tempos d’antanho, da era romântica brasileira. Na verdade, não era bem uma entrevista o que acontecia, mas antes, um bate papo entre dois velhos amigos, que fizeram juntos o ginasial. Mas, mesmo assim, Ademir não libertou seu jeito sério de poeta que dá entrevista. Enquanto conversávamos, folheio o livro (...) dividido em nove itens, em que o poeta se pronuncia diante da vida. ‘Pedaços de mim’ conta sua fase romântica; ‘No silêncio das horas’ reúne poemas da fase filosófica, esotérica’. O fascínio que ele curte pela morte está expresso no capítulo ‘Tributo a Edgard Allan Poe’, a quem ele chama de ‘anjo da morte’. Depois vem ‘Erótica Mente’, onde o ctorpo da mulher é o tema. ‘Libertas Qüae será Tamen’ fala da sua insatisfação com o ‘sistema atual’. Ademir reúne dois poemas folclóricos regionais sob o título ‘Lendas’, enquanto que ‘São João do Eu Menino’ é a sua saudação à cidade natal. Somente com os poemas dedicados aos amigos, parentes e pessoas em geral, ele comporia um livro à parte, mas escolheu uns poucos sob o título ‘Poemas Circunstanciais’. Finalmente, ‘Meus Amores’ encerra a obra numa homenagem à sua ‘quadra-cósmica’ como ele diz: a mulher e três filhos. Para mostrar seu lirismo às pessoas, Ademir precisou experimentar um pouco da dureza da realidade.” 13- Lançamento de livro: “Síntese Catártica” de Hélio Peres Paschoal Filho Palmeiras Futebol Clube em 29 de julho de 1988 “Síntese Catártica – Uma Crítica 17 A AMARTE, dando seqüência aos eventos programados para este ano de 1988 – (...) – realiza, hoje o lançamento do livro e a noite de autógrafos do poeta sanjoanense Hélio Peres Paschoal Filho. Hélio é um jovem, mas traduz em sua poesia a nostalgia de quem muito viveu muito vagou pela vida, indagou e, aflito, procurou respostas. É a poesia dolente de quem experimentou o amargo e a tristeza da vida e cuja cadência maior é nostalgia, angústia, pessimismo e a busca de um sentido. A certa altura diz : ‘E eu vivo agora por não ter outra opção’, e depois completa: ‘de mim sobrou apenas o que ocasionalmente sobra - um vago errante... um corpo inerte à espera de um abutre.’ A morte é, também, uma constante nos poemas de Hélio que a encara com certa intimidade, falando como companheira inexorável, e dessa maneira aceita-a: ‘olha ainda uma vez, espia sobre tua cova! Estar morto e esquecido, putrefato, vencido e esgotado’. Ou ainda: ‘sou um jovem morto. Na plenitude da juventude dos meus 20 anos. Estou morto’. Em contra partida canta a vida boêmia: bares, mulheres, amores perdidos, tudo sempre pontilhado, salpicado de muita melancolia, pessimismo, angústia e certa desilusão. O que mais impressiona nisso tudo é que Hélio é muito jovem, e uma pergunta sempre surge: de onde vem essa melancolia tão profunda, essa tristeza, essa saudade atávica? Porém, quem procurar o angustiado poeta encontrará o jovem e alegre Helinho; quem procurar o macambúzio autor de ‘Síntese Catártica’ encontrará um moço cheio de vida e otimismo. Assim é Hélio Paschoal, um paradoxo entre sua vida e sua arte e... assim é a AMARTE, sempre procurando incentivar, projetar e valorizar a todos aqueles que vivem a arte e a cultura. MCélia Campos Marcondes”. 14- Teatro: “Além do Purgatório” com Grupo “Ossos do Ofício” - Teatro Amador Texto e direção de Marcos Silva. Coordenação Dulcídio Brás Jr. Sociedade Esportiva Sanjoanense, 31 de agosto de 1988 O catálogo do evento traz a mensagem: “(...) Como tem sido amplamente divulgado, a AMARTE se propõe a promover eventos de cultura e arte em nossa cidade, e essa proposta tem nos trazido muita satisfação, pois o contato direto com a arte alimenta nosso espírito. No caso de ‘Ossos do Ofício’ o prazer em promovê-los é duplicado porque, além de podermos levar arte de bom nível para os sanjoanenses, todo o espetáculo foi escrito, montado e dirigido também por sanjoanenses. Não podemos deixar de citar ainda que o grupo é constituído por jovens estudantes com idade entre 17 e 20 anos. Essa baixa média de idade confrontada com a competência artística dos seus elementos nos deixa entusiasmados, pois é mais uma prova viva de que a arte se renova a cada dia e por isso é eterna. Esperamos, por fim, que o humor inteligente de ‘Além do Purgatório’ possa nos proporcionar momentos de alegria, entretenimento e reflexões a respeito das relações sociais. Sarah Salomão - presidente da AMARTE “
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15-Exposição Individual de Pintura: Agnaldo Manócchio Casa do Advogado - Rua Teófilo de Andrade, 385, de 21 a 23 de outubro de 1988 No catálogo há: 18 “Agnaldo Manócchio, jovem desenhista, já desponta no cenário da arte em ‘bico de pena’ com grande talento, haja vista sua participação em vários salões oficiais do estado, inclusive no 50º Salão Paulista de Belas Artes. Seu trabalho é bem projetado, limpo e com bons cortes. O vazio deixado propositalmente em todas suas obras é para provocar no expectador a sua criatividade. Sinto-me lisonjeado em ter lançado este artista e, agora, poder apresentá-lo em sua primeira individual com organização da AMARTE. José Marcondes - membro da AMARTE”
16- Noite Musical: “Recital de Flauta Transversal e Piano” com Ildeberto Chagas Peretti – flauta e Maria Tereza Gonzaga –piano Igreja São Benedito em 29 de outubro de 1988
A imprensa divulgou: 19 “São João da Boa Vista é, sem dúvida, um berço de muitos artistas que vêm se destacando em vários setores como música, literatura, artes plásticas, etc. A AMARTE vem mais uma vez provar que isso é verdade, abrindo espaço para o jovem flautista sanjoanense, Ildeberto Peretti. Apesar de sua pouca idade, ele possui uma técnica aprimorada que aliada ao seu talento e à sua sensibilidade musical o fazem um instrumentista de primeira linha. Iniciou seus estudos aqui mesmo em São João da Boa Vista com o professor Vitório Piochi e depois de aperfeiçoar-se em Campinas, Conservatório Carlos Gomes, e em Tatuí, formou-se bacharel pela Faculdade de Música São Judas Tadeu, onde foi aluno do excelente professor João Dias Carrasqueira. Atualmente apresenta-se com freqüência em várias cidades como solista e camerista; ocupa, ainda, o lugar de primeiro flautista da ‘Orquestra Jovem do Estado de São Paulo’. Seu repertório é bastante extenso, englobando obras do barroco ao contemporâneo (...). Ildeberto Chagas Peretti estará se apresentando como solista aqui em São João da Boa Vista acompanhado pela pianista Maria Tereza Gonzaga. No programa teremos J. S. Bach, R. Schumann, G. Fauré, O. Lacerda, F. Poulenc, C.Chaminade, numa combinação de muito bom gosto de composições, que vão desde o barroco até peças mais recentes, já do nosso século. Esta versatilidade em seu repertório ratifica seu domínio sobre o instrumento, o que lhe permite executar peças de épocas e estilos diferentes. Quem estiver presente terá oportunidade de apreciar, nota por nota, a sensibilidade do nosso jovem conterrâneo flautista.”
Maria Célia e José Marcondes, João Batista Merlin, Jack Nemer e José Roberto Andrade - Arte e Cultura Sanjoanenses em São Paulo - Galeria do Sesi, Avenida Paulista, São Paulo, de 19 a 31 de outubro de 1987.
17- Lançamento do livro: “Sorriso Fixo” de Christino Cardoso de Pádua Palmeiras Futebol Clube em 04 de novembro de 1988 388
Houve pareceres sobre sua poesia: “Christino 20 é um poeta conciso nas idéias, brinca com as palavras usando-as com precisão. Consegue, com facilidade e clareza, transmitir sua mensagem, assim como o sentimento que o envolva. Onivaldo Horne Ferreira”.
“(...) mesmo cercado pelo materialismo e insensibilidade da conjuntura atual, não se deixa abater pelo desalento, e consegue através de suas construções poéticas fazer-nos viajantes de nossas quimeras, conduzindo-nos para um mar de emoções. José Rosa Costa”. 18- Exposição coletiva de pintura: “Treze Artistas – Treze Obras. Um Só Objetivo” Centro Recreativo Sanjoanense de 3 a 10 de dezembro de 1988 O convite trazia dizeres do Dr. Joaquim José de “Oliveira Neto”, presidente do Rotary Club: “Em comemoração ao seu Jubileu de Ouro -1939/1989 - o Rotary Club de São João da Boa Vista sente-se honrado em promover a exposição ‘13 artistas – 13 obras. Um só objetivo’. A finalidade dessa exposição é angariar fundos para a campanha POLIO - PLUS do Rotary Internacional que visa à erradicação da Paralisia Infantil no mundo, até o ano de 2005 e mais a vacinação contra seis outras doenças contagiosas.” Já, Sarah Salomão, presidente da AMARTE, escreveu: “A AMARTE sente-se honrada em apoiar e organizar esse evento artístico juntando-se ao Rotary Club nessa sua benemérita e louvável campanha, ocasião em que artistas sanjoanenses doam obras para serem vendidas: Agnaldo Manóchio, Benedito Bernardes Soares, Eliseu Ferreira, José Marcondes, Ronaldo Noronha, Tabajara Arrigucci, Simphoroso Alonso, Márcio Rover Nogueira, Ronaldo Marin, Maércio Mazzi, Rô Gonçalves, Neyde Arrigucci, Iara Pessuti.” As obras doadas foram todas vendidas e a renda revertida para a campanha do Rotary Internacional, para erradicação da poliomielite. 19- Noite Musical: “Orquestra Sinfônica de Rio Claro” com 44 músicos sob regência de Pedro Cameron Coral Jovem da Matriz de São João Batista de Rio Claro com 60 componentes e regência da Irmã Hermínia Maria Zago Repertório com músicas natalinas de Bach, Beethoven, Mozart, I. Berlin, P. Cameron, E. C. Costa e outros clássicos, assim como músicas folclóricas Cine Ouro Branco em 20 de dezembro de 1988 Realização AMARTE e Rotary Club Centro “A estreia da Orquestra Sinfônica de Rio Claro 21 deu-se em 17 de dezembro de 1983, naquela cidade, no IV Concerto do Advento da Igreja Matriz de São João Batista, sob a regência de seu fundador, o maestro Pedro Cameron. Inicialmente constituída de cordas, posteriormente desenvolvendo-se a nível de instrumentos até a formação da Sinfônica de Rio Claro, que há cinco anos vem se apresentando em concertos por várias cidades com grande êxito e repercussão. Devido ao empenho e entusiasmo de seus componentes, a Orquestra prossegue conquistando novos espaços e revelando novos talentos, num trabalho de grande significado cultural. Em 1988, contando com o apoio da Brastemp, as atividades da Sinfônica assumem novos rumos, na realização de seu objetivo maior de divulgar a cultura através de uma linguagem universal: a música. O Coral 22 jovem começou suas atividades em 1979, num grupo de 25 jovens que se propunham a animar a liturgia da Igreja Matriz de São João Batista, numa iniciativa da Irmã Hermínia Zago. Em 1984, a convite da Sinfônica de Rio Claro, orquestra e coral se apresentam juntos pela primeira vez nos Concertos do Advento, num casamento perfeito que se prolonga até hoje. Caracterizado pela vontade e entusiasmo de jovens que buscam incessantemente transmitir sua mensagem através do cultivo da arte musical, o Coral vem se apresentando ao longo dos anos por diversas cidades do estado com extraordinário êxito, conquistando cada vez mais o devido reconhecimento pela qualidade de seu trabalho.” 20- Noite Lítero-Musical: “Poesia, Canto e Violão” com apresentação de Badi Assad Sociedade Esportiva Sanjoanense em 22 de março de 1989 “Badi Assad 23 é filha de Jorge e Ica Assad e irmã dos violonistas Sérgio e Odair, que formam o famoso ‘Duo Assad’ de renome internacional. A Música é uma herança familiar. Fez parte de um conjunto regional junto com seu pai no bandolim e sua mãe no canto, apresentando-se em diversos locais de São Paulo. Como cantora foi vencedora de Festivais de Música Popular Brasileira, em São João da Boa Vista e conquistou o prêmio de melhor atriz interpretando a peça teatral ‘Morte e Vida Severina’. Foi atuante como bailarina e coreógrafa assistente no corpo de balé ‘Quorus’. Participou por dois anos consecutivos na ‘Semana Guiomar Novaes’. 389
Em 1983, Badi venceu o concurso de ‘Jovens Instrumentistas’ realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e ingressou, nessa mesma universidade, em 1985, na classe de Turíbio Santos. Em 1986, integrou a ‘Orquestra de Violões’ do Rio de Janeiro, e iniciou sua participação no ‘Duo Romantique’, ao lado da violinista belga Françoise E. Dennis, já tendo se apresentado em Bruxelas, Luxemburgo, Holanda, Jerusalém, Telavive e Polônia. Em 1987, foi finalista do ‘Concurso Internacional de Violão Villa Lobos’, sendo laureada com o prêmio de melhor atuação brasileira. Atuou, em São Paulo, como violonista, bailarina e cantora numa performance solo chamada ‘Antagonismus’. Foi selecionada para representar o Brasil no Concurso Internacional de Guitarra Clássica, no Chile.” 21- Noite Musical: Madrigal São João sob regência e piano de Miriam Pipano, solo do barítono Jamil Cury e sopranos Neusa Menezes e Neusa Simon Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 14 de abril de 1989 O grupo “Madrigal” era composto pelas sopranos: Elani Mendes Marun, Lourdes Deboni, Neusa Menezes, Neusa Simon, Neusa Borges, Maria Angélica de Souza e Valéria Rodrigues. Contraltos: Arlene Panzeri, Eva Fracari, Maria Christina Sturari, Noemia Gallate, Lucimara Daroz, Regina Westin, Rejane Cortez. Tenores: Jaime Spletsttoser, Josemar Barbosa. Baixos: Antonio Dante Panzeri, João Batista Queiróz, Hélio Gatti Martins, Jamil José Cury e José Menezes. O evento dividido em três partes, com organização de Neusa Menezes, apresentou músicas de Schubert, Mozart, Goudart, L. Bard, A. Bixio, Rodgers, J. Kern, M. Rodrigues, M. Tupinambá, Raquel Peluso, A. Nepomuceno, Pestalozza, F. Lehar, Villa-Lobos, entre outros. Nesta data prestou-se também uma singela homenagem ao pianista Cláudio Richerme, recém chegado de uma tournée aos Estados Unidos. 22- Noite Literária: “Noite de Trovas” com palestra de Sebas Sundfeld da União Brasileira de Trovadores – UBT. Seção Tambaú/SP Centro Cultural Pagu, em 14 de junho de 1989 – “200 anos da Tomada da Bastilha” Inúmero público esteve presente ao evento, além dos trovadores sanjoanenses: Antônio “Nino” Barbin, Fábio Noronha; Paulo Braga; João Batista Sguassábia e Ademir Barbosa. Foi este o primeiro evento sob a presidência de Maria Célia de Campos Marcondes, que assumiu após o afastamento de Sarah Salomão. 23- Noite Musical: “Projeto Corais Unidos” sob regência de Wildes Antônio Bruscato Sociedade Esportiva Sanjoanense em 19 de agosto de 1989 Apresentação de vinte e três músicas pelos Corais de Mogi Guaçu, Espírito Santo do Pinhal e São João da Boa Vista, criados e regidos por Wildes Bruscato. A imprensa presente registrou: 24 “No final os três corais, oitenta vozes, se uniram e fizeram apresentações belíssimas que emocionaram a plateia, que atenta saboreava todas as variações entoadas, sob a batuta do regente.” 24- Palestra: “Como compreender os adolescentes” com o psicanalista Dr. Antonio Luis Serpa Pessanha Centro Recreativo Sanjoanense, em agosto de 1989 25- Leilão de Arte: Com o leiloeiro oficial João Micelli Filho Centro Recreativo Sanjoanense, em 25 e 26 de agosto de 1989 Parte da renda foi revertida para as obras de restauração da Igreja Catedral. A imprensa noticiou: 25 (...) “Um dos destaques a serem leiloados são os tapetes persas, paquistaneses e belgas, objetos de adorno e esculturas de bronze e metal dourado, além de outras peças raras. Para o leilão de quadros, artistas plásticos de São João e região colaboraram doando obras para a Igreja Catedral. Haverá obras de Simphoroso Alonso, Márcio R. Nogueira, Jaime da Cunha Sobrinho, Miguel Sguassábia, Agnaldo Manóchio, Neyde Arrigucci, Maércio Mazzi, Ronaldo Marin, José Marcondes, Rô Gonçalves, Ronaldo Noronha. Artistas da região: Nilo Siqueira, Aldo Stoppa, Eliseu Ferreira. Destaque ainda para quadros de artistas com projeção nacional e internacional como: Volpi, Mecatti, Portinari, Sandra Tucci, Teruz, Clodomiro Amazonas, entre outros.” (...) 390
26- Homenagem: “Hugo Gambeta Sarmento, professor e educador” setembro de 1989 Nas comemorações dos cem anos de nascimento de seu patrono, a Escola de Comércio convidou a AMARTE para participar com apoio cultural e compor a Comissão Julgadora e de Premiação do concurso de poesias. Participaram desta atividade os amartistas: Ademir Barbosa de Oliveira, Antônio Marcelino de Oliveira, Antônio “Nino” Barbin, Christino Cardoso de Pádua, João Ruiz, Maria Aparecida Mangeon Oliveira, Maria Célia C. Marcondes, Sandra Regina Junqueira Franco e Yeda Maria Barros. 27- Concurso: “Campanha Contra o Fumo” setembro de 1989 Participação da AMARTE no evento promovido pelo “ERSA- 54” no “Programa Nacional de Combate ao Fumo”, como júri de seleção dos melhores trabalhos do “2º Concurso de Frases e Desenhos contra o Fumo”. A AMARTE fez-se representar através de José Marcondes. 28- Noite Lítero-Musical: 26 “Nos Tempos de Antanho” - Modinhas e Poemas Centro Recreativo Sanjoanense, em 13 de outubro de 1989 “A AMARTE 27 sente-se honrada em mostrar novamente ao público sanjoanense o canto lírico da nossa soprano Neusa Menezes que vem numa visível ascendência nessa arte. Ele será acompanhada ao piano pela pianista e professora Vânia Gonçalves Noronha, já bastante conhecida nos meios culturais de nossa cidade. Entremeando as músicas estará se apresentando, pela primeira vez em nossa cidade, o declamador e ator teatral Mário Serra que é formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Trabalhou como jornalista na ‘Última Hora’, ‘Jornal da Tarde’, ‘Notícias Populares’ e ‘O Estado de São Paulo’. Foi produtor de televisão em programas das extintas TV Excelsior, Tupi e Paulista, assim como na Cultura. Teve passagem pelas revistas ‘Status’ e ‘Playboy’. Atualmente é professor de inglês em cursos universitários”. 29- Noite Musical: “Show Feito a Mão” 28 Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 10 de novembro de 1989 30- II Leilão de Artes: Leiloeiro: Celso Lagos Centro Recreativo Sanjoanense 23, 24 e 25 de novembro de 1989 Apoio Cultural: AMARTE. Parte da renda foi revertida em prol das obras de restauração da Igreja Catedral. 31- Noite de Homenagem e Outorga de Título de Sócio Honorário: Vera Gomes Lourenço e Roberto Balestrin em reconhecimento à dedicação ao Teatro Sanjoanense Noite Lítero Musical com apresentação do SKALA TRIO Centro Recreativo Sanjoanense, em 01 dezembro de 1989 O catálogo 29 trazia as seguintes palavras: “(...) Vera Gomes sempre amou o teatro e a ele dedicou parte de sua vida, primeiramente em São Paulo, quando estudante universitária, e depois em nossa cidade, onde participou e dirigiu centenas de peças ao lado dos saudosos René Marcos Pozzi e Alcides Soares, fundadores do ‘Grêmio Artístico Municipal de Amadores’ – GAMA. Vera Gomes fundou, ainda, o ‘Teatro Estudantil Secundário Sanjoanense’ - TESS, onde muitos jovens se revelaram excelentes artistas, como Atíllio Gallo Lopes. Falar em Teatro sanjoanense é falar, também, em Vera Gomes Lourenço. Roberto Balestrin foi um dos pioneiros do teatro em nossa cidade. Pessoa sempre ligada à arte de representar, 391
participou dos principais movimentos culturais ocorridos em nossa cidade nos últimos 60 anos. Além do teatro, a música também ocupa espaço na vida de Roberto Balestrin, pois como compositor ele nos lega inúmeras obras. Como parte das homenagens, a AMARTE, cuja presidente é Maria Célia Marcondes e diretor executivo João Batista Merlin, programaram a apresentação do Skala Trio. 30 As declamações ficaram a cargo dos professores Mário Serra, de Campinas que declamou ‘Palco Iluminado’ de sua autoria e Antonio Marcelino de Oliveira declamou ‘O Livro e a América’, de Castro Alves. O Skala Trio, da cidade de Campinas, existe desde janeiro de 1984 e é formado por três músicos conceituados que vêm se dedicando ao cultivo da música erudita internacional e brasileira, incluindo um repertório já gravado de Carlos Gomes e Villa-Lobos. A pianista é Joseida Frizarini formada pelo Conservatório Carlos Gomes de Campinas, entre muitos outros estudos de especialização, fez Canto Orfeônico e Educação Artística na PUCCampinas. No contrabaixo, Evaldo Décio Reis Maia, que teve sua formação musical na Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, já participou da Orquestra da Universidade Estadual de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e hoje faz parte da Orquestra Sinfônica de Campinas. O violinista José de Andrade Neto é sanjonense, iniciou seus estudos aqui na cidade, aos oito anos com o Prof. Reinaldo Aleixo e, em seguida estudou com os professores Lázaro Luis de Souza, Acácio Mendes e Nilson Dimárzi, formou-se em violino pelo Conservatório Carlos Gomes de Campinas. Participou da Orquestra jovens violinistas de Campinas, sob a regência de Luiz Di Túlio, que mais tarde passou a ser a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, da qual, José de Andrade, integra a ala dos violinos”. A irmã de Roberto Balestrin, senhora Ofélia Balestrin, enviou a seguinte correspondência datada de 4/12/89: “Aos prezados amigos José Marcondes e Maria Célia o meu agradecimento pela magnífica homenagem prestada a meu mano Roberto. A alegria que vocês proporcionaram a ele, foi para mim muito gratificante. Que Deus lhes pague.
Da amiga Ofélia Balestrin”
32- Exposição Individual de Pintura: “Sadi e suas Obras” Centro Recreativo Sanjoanense, 11/12 e 13 de maio de 1990 “Flores, 31 pássaros, águas límpidas, montanhas e o sol em forma de arco-íris. Nesse mundo puro e encantado das obras de Sadi, vivem as baianas negras e o folclore brasileiro. A revoada das araras ou das garças mostra a beleza das cores empregadas pelo pintor naif, Sadi de Souza Barros. Sua vida é cercada do belo, como também a casa, onde reside, em Águas da Prata, que é um verdadeiro jardim. Este mundo de paz reflete-se em sua obra. MCélia Marcondes”. Outro parecer 32 sobre o trabalho deste talentoso artista diz: “Suas obras são todas instintivas, cria com talento quadros, onde interpreta nosso maravilhoso Brasil, como só ele sabe. Marius, Louis”. 33- Noite Musical: “Banda Modalis” – Instrumentos históricos Igreja São Benedito em 7 de julho de 1990 Graças a contatos da amartista Heloisa Bruscato, a Banda Modalis veio a nossa cidade. Os instrumentos históricos apresentados foram: Viola da Gamba - Alba Lijó; Flauta Doce - Alexsander Amaral e Carlos Rosa; Espineta e Cravo - Patrícia Gatti; Alaúde - Yara Rodrigues Nunes; Canto - Cecília Valentin. Houve ainda narração de Raquel Z. Silva e bonecos por Bernardo Stern. 33 No catálogo, a apresentação: 34 “Banda Modalis é um grupo de música popular da renascença. Utiliza instrumentos históricos e propõe uma releitura da música popular antiga, tendo como elementos de integração textos referentes à época e teatros de fantoches. Nesse momento, a Banda Modalis está apresentando o espetáculo ‘Desvarios de Dom Quixote’, onde conta, através de um narrador e dos fantoches, as aventuras de Gaiferos e Melisenda. Ele é cavaleiro do exército de Carlos Magno; ela, arrebatada pelo inimigo, é refém em um castelo mouro. Dom Quixote surge para ajudar os amantes, mas promove uma desastrosa intervenção. Diz o narrador: ‘sessenta mil maravilhas há neste teatro, e este é um espetáculo dos melhores do mundo. Para ver e para ouvir. Uma incrível história e muita música.(...) João Batista Merlin – diretor executivo e Maria Célia de Campos Marcondes –Presidente.” Francisco Arten 35 analisa o evento: “A Banda Modalis, do grupo de música popular renascentista propõe uma releitura da música popular antiga, apresentou-se com muito sucesso na Igreja de São Benedito. Aproveito o sucesso da apresentação, para também falar do trabalho maravilhoso que vem sendo desenvolvido pela professora Maria Célia de Campos Marcondes, na presidência da AMARTE. As promoções, o dinamismo, o carinho com que a professora Maria Célia dirige a Associação enriquecem a 392
nossa cidade. É emocionante acompanhar o esforço e o sucesso obtido pela AMARTE em seus propósitos de incentivar a arte e a cultura em nosso município.” 34- Noite Musical: “La Bohème” de Puccini – Vídeo comentado 36 por Jaime Spletsttoser Auditório da UNIFAE, em 01 de setembro de 1990 “A feliz ideia de se criar o “Ópera Class Vídeo Club”, pelos sanjoanenses Jamil José Cury, barítono e Jaime Splettstoser, tenor, é que torna possível esta inédita apresentação em nossa cidade. Parabéns, a eles!”
Maria Célia de Campos Marcondes - Presidente da AMARTE”
35- Noite Musical: “Tangolero” Centro Recreativo Sanjoanense em setembro de 1990 A imprensa noticiou: 37 “Em noite mais que perfeita, os 25 anos de construção da nova sede do Centro Recreativo Sanjoanense foram comemorados de forma inesquecível. Decoração deslumbrante e consagradora a cargo de João Batista Merlin e sua equipe. Música perfeita com o ‘Trio Além da Imaginação’, um show memorável com os componentes do ‘Tangolero’ e o melhor da nossa sociedade. Receberam visitantes de São Paulo, Bauru, Campinas, Caldas, Ribeirão Preto cidades de Santa Catarina, entre outras localidades”. (...) Foram feitas sinceras homenagens a João Batista Merlin, que tanto vem fazendo pela restauração da Igreja Catedral, de São João da Boa Vista. Os agradecimentos foram ainda à família Westin que intercedeu em prol da vinda do grupo Tangolero. 36- Noite Musical: “Orquestra Sinfônica de Rio Claro“ com 34 componentes sob regência de Pedro Cameron Centro Recreativo Sanjoanense, em 6 de outubro de 1990 Segundo o catálogo: 38 “Cinco anos são passados e a AMARTE, vem cumprindo seus objetivos de difundir, promover, enaltecer a Arte, em suas mais variadas manifestações. Hoje, mais uma vez, aqui estamos com um espetáculo de rara beleza e emotividade. É a AMARTE que caminha em busca dos grandes momentos. Maria Célia de Campos Marcondes - Presidente, João Batista Merlin - Diretor Executivo.”
“Zezé” Lopes, João Batista Merlin, Prefeito Gastão Michelazzo e sua esposa Marli, e Sarah Salomão
A imprensa escreveu: 39 (...) A orquestra exibiu-se com repertório bastante variado, com músicas de Ary Barroso, Lamartine Babo, Osvaldo Montenegro e clássicos como Mozart, Haydn, Strauss e Ravel. O público seleto aplaudiu demoradamente a exibição daquela orquestra. Essa foi uma promoção da AMARTE, que teve o apoio de empresas comerciais e industriais de São João. Como se 393
sabe, a AMARTE não tem fonte de renda. Suas realizações contam sempre com o apoio da gente sanjoanense que tem nela sua entidade cultural maior. Foi cobrado de todos os expectadores a quantia simbólica de 100 cruzeiros. A renda integral foi destinada às obras de restauração da nossa Catedral. ‘A Orquestra Sinfônica de Rio Claro’ é composta em sua grande maioria por jovens de até 25 anos. Todavia, fazem parte dela músicos de dez, doze e até sessenta anos. Há uma exímia violinista, que se exibe ao lado de sua neta, violoncelista de 20 anos. Maria Célia de Campos Marcondes, presidente da AMARTE estava exultante e afirmou que ‘foi altamente positiva para a cultura sanjoanense esta apresentação da Orquestra Sinfônica de Rio Claro. Esperamos poder proporcionar à comunidade de nossa terra outras manifestações culturais, como essa”. 37- Noite de Homenagem e outorga de título de “Sócio Honorário”: “Maestro José Júlio Mourão e Prof. Hélio D’Ornellas Borges” em reconhecimento à relevante contribuição no campo da Educação, Arte e Cultura em nossa terra Noite lítero Musical 40 Centro Recreativo Sanjoanense, em 8 de dezembro de 1990 “A AMARTE 41 encerra este ano, consciente de ter prestado sua colaboração à cultura sanjoanense. Desta feita, prazerosamente, homenageia os ilustres cidadãos que tanto fizeram em prol do ensino e da música de nossa terra: Professor Hélio D’Ornellas Borges e Maestro José Júlio Mourão. Maria Célia de Campos Marcondes – presidente AMARTE.” “José Júlio Mourão, 42 de descendência portuguesa, nasceu em São João da Boa Vista em 28 de setembro de 1904. (...) Iniciou seus estudos em uma escola localizada onde hoje é o Asilo São Vicente de Paula. De lá foi para o Banda Dona Gabriela, que se apresentou em homenagem ao Maestro Mourão Grupo Escolar Joaquim José, marco dos estudos de todos 1a. fileira: José Silva, Cléser Gião, Mário “Alfaiate”, Guilô Ceviteli, NI, NI, José os sanjoanenses da época. Começou a estudar música aos Quero e NI. 2a. fileira: Francis Lee Paiva, NI, Márcio Pereira. 1990 treze anos, com o Maestro Joaquim Azevedo Filho e o primeiro instrumento que tocou foi o trombone mas, em seguida, dedicou-se também ao bombardino. A data de 1º de janeiro de 1918 marca sua primeira apresentação em público, na Praça Joaquim José. Desde então, nunca mais deixou de tocar, tendo passado pela ‘Banda do Padre Josué’, pomposamente chamada de ‘Sociedade Musical Internacional’, onde, com ele tocaram seus amigos: os irmãos Palmyro e Paulo Ferranti, Acácio e Antonio Mendes, Bilu Carcereiro, Emílio Piocchi, entre outros. Em outubro de 1938, por insistência de Dona Beloca de Oliveira Costa, fundou e passou a reger a “Corporação Musical Dona Gabriela”. Sua paixão pela música fez com que participasse de inúmeras Orquestras, que se apresentavam na cidade e região (...). Participou da Orquestra Sinfônica de São João, com Nascipe Murr e José Telles e criou, com letra de Ademaro Prézia, um hino para concorrer no concurso, que escolheu o Hino de São João da Boa Vista. José Júlio Mourão representa uma vida dedicada à cultura musical, formando e influenciando talentos das novas gerações. Hélio D’Ornellas Borges 43 nasceu em 6 de março de 1917, em São Paulo (...), licenciou-se em Ciências Naturais, pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade de São Paulo - USP. (...) Iniciou sua atividade docente em outubro de 1940, na Escola Normal de Piracicaba e, como professor efetivo, no então Colégio Estadual de São João da Boa Vista, hoje EEPSG ‘Cel. Christiano Osório de Oliveira’ (...). É cidadão sanjoanense, membro do Rotary Club de nossa cidade, do qual foi presidente, em 1953. Foi sócio correspondente da União Nacional de Escritores, e, durante alguns anos, pertenceu à diretoria da ‘Sociedade de Cultura Artística’ de nossa cidade. Colaborou na implantação da Semana Guiomar Novaes, juntamente com os companheiros do Rotary. É profundo conhecedor de música clássica, tendo transmitido esse entusiasmo para seu neto Leonardo e para diversos amigos e alunos. Organizou e fundou, junto com o professor Simão Cara, a fábrica de giz ‘Multicromo’ (...). Acima de tudo, como coroamento de sua vida, Professor Hélio é aquele professor a quem inúmeras gerações de sanjoanenses devem sua formação científica. É o esposo, pai, avô, cidadão amado por seus familiares e respeitado pela comunidade.” 394
A Imprensa noticiou: “(...) Os homenageados 44 Maestro José Júlio Mourão e o Professor Hélio D’Ornellas Borges receberam o título de Sócio Honorário da AMARTE, pelos relevantes serviços que desenvolveram ao longo dos anos em prol da música e do ensino em nossa terra. Uma linda festa... muita emoção tomou conta dos presentes por ocasião das palavras dos homenageados. A Banda Dona Gabriela se apresentou sob a regência do Tenente Santos Mazzi Filho que no final passou a batuta ao Maestro Mourão que deu um show de beleza, leveza e maestria. O neto do professor Hélio, Leonardo, fez uma apresentação ao piano que encantou a todos. Houve declamação de poesias pelo professor Mário Luis Serra, da cidade de Campinas e, finalizando, os cantores líricos, também de Campinas, mostraram a beleza de suas vozes. Maria Célia de Campos Marcondes, presidente da AMARTE e João Batista Merlin, diretor executivo, mereceram aqueles aplausos, não só pelo brilhantismo desta festa em especial, mas pela dedicação a todas as realizações que a AMARTE promoveu durante sua gestão. Um grande abraço nosso.” Pareceres: Francisco Arten: “Reconhecimento”. 45 “Estivemos participando da homenagem prestada pela AMARTE ao Maestro José Júlio Mourão e ao prof. Hélio D´Ornellas Borges. Prestamos também nosso reconhecimento aos dois homenageados por tudo o que fizeram pela arte e cultura em nossa cidade. Justa homenagem. Na oportunidade expressamos também nosso reconhecimento pelo trabalho prestado pela presidente da AMARTE, Professora Maria Célia de Campos Marcondes, que se prepara para deixar a direção da entidade. Cumpriu um mandato dinâmico e rico. Procurou levar a arte a toda camada, realizou diversas promoções, todas com êxito e esmero em sua organização. Em todas elas notamos a preocupação em difundir a arte e a cultura; em abrir as portas da AMARTE para o povo. Jamais confundiu, no entanto, popular ou popularesco. A arte que oferece sempre foi de alto nível, estivemos por exemplo no último sábado no Centro Recreativo Sanjoanense, na Noite de Homenagem, quando foram homenageados o Maestro Mourão e o Professor Hélio. Havia gente de toda camada social e a noite foi rica em atrações. Assim nossas homenagens à também dinâmica presidente da AMARTE. O reconhecimento do poder legislativo pelo trabalho que realizou e a torcida para que continue trabalhando pela arte e cultura da cidade.” Este foi o último evento da AMARTE na gestão da presidente Maria Célia; a presidência passou para Maria Aparecida Pimentel Mangeon Oliveira. 38- Palestra: “Rumos da Arte e Cultura, neste final de século“ Museu de Arte Sacra, em 10 de março de 1991 Palestra proferida pela Drª Ecyla Castanheira Brandão e Solange de Sampaio Godoy, a primeira Diretora do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro e a segunda Coordenadora Técnica. Estiveram presentes e também ligados ao Museu a arquiteta Cândida Bastos e o artista plástico Luis Carlos Antonielli. 39- Noite Musical: “Academia Antiqua São Paulo” Igreja São Benedito, em 04 de maio de 1991
João Batista Merlin e Solange Godoy - MAS - 1991
No catálogo os dizeres: 46 “Em noite de música e emoção, a AMARTE , com o apoio cultural da Lamesa, tem a satisfação de oferecer-lhes arte, na interpretação de peças barrocas, pela ‘Academia Antiqua São Paulo’. É ela um conjunto formado com o objetivo de uma maior integração entre jovens musicistas, interessados em recriar a música histórica, não muito difundida no panorama brasileiro atual. Nascido em 1988, é integrado por César Villavicencio Grossmann e Rogério Laurenti, flauta transversal e doce; Natália Chahin, flauta doce; Fernanda Sala Barrios, soprano; Washington Carvalho, celo e Marcos Holler, cravo. A atuação artística do grupo é elogiada pelos profissionais da área (...) e tem se estendido por importantes recitais de música antiga em eventos locais privilegiados tais como: Theatro Municipal de São Paulo; Igreja Santa Efigênia; Igreja Anglicana; Sétima Semana de Arte da Faculdade Santa Marcelina; Quintas Musicais na Biblioteca Mário de Andrade; Conservatório Musical Carlos Gomes, de Campinas/SP; II Encontro de Música Antiga de Curitiba/PR (...). Por tudo isso e, também pela seriedade com que se dedicam à pesquisa e interpretação, a ‘Academia Antiqua São Paulo’ merece nosso aplauso e admiração. Aparecidinha Mangeon Oliveira - presidente da AMARTE”. 395
Ainda no catálogo: 47 “A AMARTE, entidade de direito privado, fundada por um grupo de entusiastas da Arte e da Cultura, em 18/04/1986, tem por finalidade difundir estas manifestações, apresentando concertos, recitais, palestras ‘vernissages’ e exposições, apresentações de obras literárias, visando incentivar e dinamizar a criatividade no campo artístico-cultural, bem como preservar a Memória da Comunidade Sanjoanense. Fiel aos seus objetivos, ela tem apoiado o trabalho de artistas sanjoanenses e de outras cidades, promovendo suas obras e apresentando e estimulando o aparecimento de novos valores. O empreendimento dessa atividade artístico-cultural teria sido muito difícil, sem a compreensão e colaboração de parte do empresariado e do comércio de nossa cidade e região, que passou a ter o compromisso e transformar a riqueza e devolvê-la à Comunidade, em forma de conhecimento, ideias e cultura. Da mesma forma, o trabalho, a presença, a preocupação dos Amartistas, para com o sucesso de nossos eventos, têm sido uma constante. Caminhamos, assim, coesos e firmes, à conquista de nossos ideais. João Batista Merlin - diretor executivo. Aparecidinha Mangeon Oliveira - presidente”.
40- Palestra: “A Forma na História da Arte” com Adriano Colângelo Museu de Arte Sacra de São João da Boa Vista, em 31 de agosto de 1991 Apoio cultural: Gran Beto Hotel, Lamesa e Petinatti Armarinhos 41- Concerto Musical: Pianista Millerri Pigoso Fracari e Conjunto Alternativo Cine Ouro Branco, 09 de outubro de 1991 Com o objetivo de despertar valores artísticos entre a juventude e dentro da programação da Semana da Criança, a AMARTE promoveu o concerto pianístico com Millerri P. Fracari, de apenas 13 anos de idade. Interpretou ele: “Balada pour Adeline”, de Sanneville e O. Toussaint e “Marcha Turca”, de Mozart entre outros. Na segunda parte, apresentou-se o “Conjunto Alternativo” com: Vânia Noronha, piano; Victório Piocchi, flauta transversal; José Roberto Vidal, contrabaixo e Giórgio Bariola, violoncelo. 42- Noite de Homenagem: João Batista Merlin - Uma Vida para a Arte Museu de Arte Sacra de São da Boa Vista, 23 de novembro de 1991 Retrospectiva sobre a vida de João Batista Merlin “que tanto realizou pela arte e cultura de nossa cidade, região e grandes centros do país”. Nesta oportunidade entregou-se à família o “Diploma de Sócio Honorário e Benemérito da AMARTE” e uma placa comemorativa a ser fixada no próprio Museu de Arte Sacra. Aconteceu ainda a exposição do artista plástico Luís Carlos Antonelli, com obras inspiradas nos motivos de flores, folhas e plantas da chácara de Merlin. Evento coordenado pela presidente Maria Aparecida Mangeon de Oliveira. 43- Palestra, Exposição de Artes Plásticas e Noite Musical: 70 Anos da Semana de Arte Moderna de 1922 Salão Nobre da Escola de Comércio Prof. Hugo Sarmento, 10 de abril de 1992 À convite da Profa. Miriam Pipano, Márcio José Lauria, diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do Rio Pardo, fez uma palestra sobre a tão importante “Semana de Arte”. Paralelamente houve a exposição das obras dos artistas plásticos: Agnaldo Manócchio, José Marcondes, Maérzio Mazzi, Miguel Sguassábia, Rô Gonçalves, Ronaldo Marin, Sadi Souza e Simphoroso Alonso. Apresentação musical foi de Vânia Noronha, piano; Victório Piocchi, flauta e Neusa Menezes, canto. Miriam Pipano, Valquiria Campos, Vera Ferreira, Aparecidinha Oliveira, Ma. Inês Assis, Vânia Noronha, Ma.Célia Marcondes, Maércio Mazzi, Simphoroso Alonso, Neusa Menezes e Victório Piocchi. 1992
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44- Noite Musical: “Coral Zíper na Boca” da Universidade de Campinas – UNICAMP - sob Regência da sanjoanense Maestrina Vivian Lis Ferreira Nogueira Dias Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 6 de junho de 1992 Músicas de Flávio Venturini, Ary Barrosa, Lamartine Babo, Johnny Alf, além de compositores clássicos, “negro spirituals” e música barrosa. 45– Noite Musical: “Quinteto Brassil” Anfiteatro do Recinto de Exposições José Rui de Lima Azevedo, em 6 de julho de 1992
Agnaldo e Cely Manócchio, Vivian L. F. Nogueira Dias e Aparecidinha M. Oliveira - “Gazeta de S. João” - 1992
Quinteto de metais com professores da Universidade Federal da Paraíba, tendo entre seus integrantes o trompetista sanjoanense Anor Luciano Jr. 46- Noite de Homenagem: “AMARTE Lembra Merlin” evento musical Auditório João Batista Merlin – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – CIESP, em 29 de agosto de 1992 Em homenagem ao amigo querido, falecido em 30 de setembro de 1991, a AMARTE fez uma noite em sua homenagem, com coordenação da presidente Maria Aparecida Mangeon Oliveira e apresentação de Badi Assad, violão e canto; José Domingos Giffoni Rosa “Zezinho Só”, canto; Vânia Noronha, teclado; Giorgio Bariolla, violoncelo; Neusa Menezes e Jamil Cury, canto. 47 - Lançamento de Livro: “A Cartedral de São João da Boa Vista - História” - Jonathas “Jotinha” Mattos Júnior Auditório João Batista Merlin – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – CIESP, em 24 de outubro de 1992 O livro consta de uma série de artigos publicados na imprensa sobre a reforma da Catedral, além da história desta igreja desde seu primórdio. Evento com participação do Museu de Arte Sacra e Paróquia da Catedral. 48 - Noite de Homenagem e Outorga do Título de “Sócio Honorário”: Geraldo Estevam Rodrigues – artista plástico e Rivadávia de Andrade “Nenê” Marcondes – poeta, em reconhecimento à relevante contribuição no campo das artes e cultura em nossa terra Centro Recreativo Sanjoanense, em 29 de novembro de 1992 49- Exposição Coletiva de Pintura “Grandes Valores” - abertura da Exposição - Noite Lítero-Musical Centro Recreativo Sanjoanense, de 29 de novembro a 6 de dezembro de 1992 Foram, na realidade, duas atividades num só evento: A “Noite de Homenagem” e a “Exposição de Pintura” com os principais nomes das Artes Plásticas de São João da Boa Vista. A abertura da noite foi realizada pela presidente Aparecidinha, sendo que a amartista Maria Célia Marcondes fez a saudação protocolar e leu a biografia dos homenageados Geraldo Estevam Rodrigues e Nenê Marcondes. A parte musical esteve a cargo de Vânia Noronha, piano e Victório Piocchi, saxofone; apresentou-se também o grupo de chorinho “Vale Tudo” com Jorge Assad e Luiz Cláudio Bueno “Liminha”, no bandolim; Baltazar e Lima no violão e Luis Cláudio, no cavaquinho. Houve ainda a apresentação do “Balé Marinsky”, de Zeza Freitas, além das trovas primorosas de Antônio “Nino” Barbin. O evento foi finalizado com o “Coral Vozes de São João”, sob a regência de Wildes A. Bruscato. No catálogo do evento encontram-se dizeres sobre cada um dos artistas expositores, feitos por várias pessoas. Há também a mensagem da presidência: “Pelo reconhecimento, expressão e sensibilidade desses Grandes Valores Sanjoanenses, a AMARTE, não Victório Piocchi- saxofonista, flautista e poderia deixar de realizar essa coletiva, símbolo de pujança artística sanjoanense. Maria clarinetista. No piano, Vânia Noronha.
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Aparecida Mangeon Oliveira - presidente.”
Sobre Marcondes, há o parecer do grande mestre, o artista plástico e crítico, Thomaz Perina: “José Marcondes, pintor figurativo por opção, amparado por um sólido talento e notável domínio técnico. Tem, na sua pintura acadêmica, uma composição rigorosamente equilibrada e um refinado jogo de luzes. Em suas experiências abstratas, traz uma profunda simbiose com a figurativa. Em ambas, o gosto pelas cores e o desdobramento de volumes, tudo amarrado numa estrutura equilibrada e fartamente colorida. É possuidor de um agudo senso estético.” Participaram os artistas: Agnaldo Manóchio; Benedito Bernardes Soares; Fafá Noronha; José Marcondes; Maércio Mazzi; Miguel Sguassábia; Neyde Arrigucci; Rô Gonçalves; Ronaldo Marin; Ronaldo Noronha; Sadi de Souza Barros; Simphoroso Alonso e Tabajara Arrigucci. A imprensa noticiou: 48 “Dia 29 de novembro, domingo à noite, a AMARTE encerrou seu ano de atividades da melhor maneira possível, com a “Exposição Grandes Valores” e uma homenagem especial aos artistas Rivadávia Marcondes, poeta e Geraldo Estevam Rodrigues, artista plástico, que receberam o diploma de ‘Sócio Honorário’ da AMARTE.” (...) 50- Noite Musical: “Coral da Cultura Inglesa” 49 sob regência de Martha Herr 50 Centro Recreativo Sanjoanense, em 23 de outubro de 1993 “O Coral da Cultura Inglesa 51 de São Paulo foi formado em 1981, pelo regente Celso T. Delneri, com assistência da pianista Maria José Carrasqueira. Posteriormente foi regido por Celso Antunes, Juan Serrano e Graham Griffths. O Coral já se apresentou em inúmeros concertos, nas mais importantes salas de São Paulo, incluindo o MASP, Teatro de Cultura Artística, Teatro Municipal, (...) além do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Campinas, Londrina , Tatuí e outras cidades do interior de São Paulo.” 51- Noite de Homenagem e Outorga do Título de Sócio Honorário: Palmyro Ferranti e Munir Moukarzel Centro Recreativo Sanjoanense, em 28 de novembro de 1993 Sob a presidência de Sadi Souza Barros, a AMARTE, em reconhecimento à relevante contribuição à cultura de nossa cidade, homenageou duas personalidades de destaque em nossa terra: o odontólogo Dr. Palmyro Ferranti e o advogado Dr. Munir Moukarzel, ambos membros da Academia de Letras de São João da Boa Vista. Na ocasião houve a apresentação da “Academia Regional de Artes” de Zeza Freitas com coreografia teatral e dois números de balé. Silvia Ferrante encantou a todos com a sua bela interpretação musical e a parte literária esteve a cargo do acadêmico Antônio Marcelino de Oliveira. Aparecidinha apresentou o evento e Neyde Corbelli saudou os homenageados. 52- Evento Literário: “Poesia no Muro” junho de 1994 Em comemoração aos 173 anos de São João da Boa Vista foi realizado pela AMARTE um “Mural de Poesia” quando foram escritos poemas em vários muros da cidade. Autores: Ademir Barbosa; Antônio “Nino” Barbin; Christino Cardoso de Pádua; Clóvis Vieira; Divino Costa; Gilberto Brandão Marcon; Hélio Peres Paschoal Filho e Yeda Maria Almeida Barros “Chu”.
53- Exposição:
“São João Vive - Viva São João!” SESC Pompéia, São Paulo. Dias: 11, 12, 18,19, 24, 25 e 26 de junho de 1994
Músicas, painéis fotográficos, livros, pinturas e comidas, o que havia de mais característico em São João foi ali apresentado, com sucesso. Participaram os artistas plásticos: Sadi de Souza Barros, que fez a capa do catálogo; mais Agnaldo Manóchio; Ângela Bonfante; José Marcondes; Maércio Mazzi; Neyde Arrigucci; Rô Gonçalves; Ronaldo Noronha e Samantha Moreira. 398
54- Exposição de Pintura: AMARTE vai à Escola Escola Estadual Cel. Christiano Osório de Oliveira “Instituto de Educação”, em 22 de agosto de 1994 Participaram: Agnaldo Manócchio; Alziro dos Reis; Ângela Bonfante; Benedito Bernardes Soares; Fafá Noronha; Geraldo Estevam; José Marcondes; Lucinda Noronha; Maísa Barcellos; Márcia Só; Maria Cecília Brás Noronha; Maércio Mazzi; Miguel Sguassábia; Marcelo Peres; Neyde Arrigucci; Rô Gonçalves; Ronaldo Marin; Ronaldo Noronha; Sadi Souza; Sônia Estevam; Tabajara Arrigucci e Valdirene Pacheco. Foram 22 artistas e 22 obras. Esta exposição foi levada, ainda no mês de agosto, para a Escola de Comércio Hugo Sarmento, Escola Estadual Domingos Teodoro de Oliveira e Padre Josué Silveira de Mattos. Instituto de Educação: Maércio Mazzi, Sônia Estevam Abdal e seu pai Geraldo Estevam, e Yvone Flamínio - 1994
55- Noite de Homenagem: “Lembrando Merlin” - Noite Lítero Musical, em homenagem ao saudoso e querido amigo João Batista Merlin Centro Recreativo Sanjoanense, em 16 de agosto de 1996
Comissão Organizadora: Neusa Menezes, Vânia Noronha, Maestro Estevão Eduardo Ferreira; José Marcondes. Coordenação Geral e Idealizadora: Maria Célia de Campos Marcondes. A primeira parte do programa constou de músicas sacras com ênfase em “Ave Marias”, pois era sonho do Merlin realizar uma noite só com elas. 52 Na segunda parte houve um texto, sobre João Batista Merlin, de autoria de Lucila Martarello Astolpho e lido por Wildes Bruscato, além da parte musical. 53 Teve-se a participação do “Coral Madrigal Ellohin” composto de 26 coralistas regidos pelo Maestro Estevão Eduardo Ferreira, o “Grupo Unidos pela Música” com Jayro e Eliana Simionato; Amélia e Hermano Ramalho, Heloisa Bruscato, Lourdes Deboni e Maria Angélica Souza. “Vocal Quatro em Um” com João Deboni Filho, Jamil José Cury, Josemar do Prado Barbosa e Wildes Antonio Bruscato. O “Trio Cantabile” com Neusa Menezes, Silvia Ferrante e Fafá Noronha. Cantores solos: Domitila B. Beltrame; 54 Édison Nardoto; Iremílio Casline; João e Lourdes Deboni; Jamil Cury; José Domingues Gifoni Rosa “Zezinho Só”; Neusa Menezes, Neusa Simon. No instrumental tivemos: piano, Vânia Noronha; violino, Seir Piagi Dias; violoncelo, Marcelo A. Chagas; bandolin, Mário Beltrame; violão, Jayro Simionato e Oswaldo Roberto; Lembrando Merlin - CRS - Édison Nardoto -Tenor - 1996 teclado, Gilda Nardoto; trompetes, Felipe Carneiro e Francis Lee Paiva; sax-tenor, Leonardo Gomes Filho; sax-alto, Moisés de Souza; caixinha, Eliseu Dionísio; percussão, Henrique Bruno Borges. O cenário esteve a cargo de Antonio Carlos Lorette, Edson Elídio Adão e José Marcondes. No catálogo, os amigos deixaram estas mensagens: “Merlin, um amigo que se fez presente em nossas vidas. Lembramos com saudade de você, do seu jeito peculiar de ser, de viver e sentir. Você continua nos amigos que semeou, na Catedral, no Theatro Municipal, no Museu de Arte Sacra, na AMARTE. Hoje é uma noite especial, que lhe oferecemos, querido amigo! Maria Célia e José Marcondes”. “Se a morte parte os grilhões frágeis do corpo, é impotente para dissolver as algemas inquebrantáveis da amizade. Sarah Salomão e Zezé Lopes”. “Apressado, engraçado, moleque... a tua beleza era graciosa. Caridoso, amigo, devoto... nos encantava. Competente, crítico detalhista, persistente por toda tua vida. Foi tanto... mas não tanto quanto Lembrando Merlin - CRS - Neusa Menezes, Silvia Ferrante, Fafá Noronha e anjos. 1996 399
a tua disponibilidade para com os teus. Obrigada. Isabel e Gilberto Sibin”. “Na chácara, seus pássaros, suas flores. No teatro, seus planos, seu projeto. No museu, sua arte, suas relíquias. Em nós, sua amizade, sua presença... sua saudade... Aparecidinha e Maurício Azevedo Oliveira”. “Vimos brotar, em Brasília, o espírito empreendedor e artístico de Merlin, desde a ornamentação que fazia para casamentos até a participação nas obras de conclusão do Teatro Nacional – de onde alçou voos para a especialização em recuperação de palácios e edifícios históricos. Era uma chama imensa, que a morte tão cedo apagou, deixando um triste vazio em nossos corações. Rosinha e Ary Ribeiro, sanjoanenses, moradores em Brasília”. “João Merlin foi, antes de tudo, um mago... Um mágico ao cativar amigos, para ajudá-lo a tornar sonhos em realidade. E, em sua simplicidade, ao buscar concretizar seus sonhos, mostrou a todos que conviveram com ele que o importante é lutar pelo sonho. Marcos Bueno - Castor“. 56- Evento Musical: Noite de Seresta Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 16 de agosto de 1997 Foram apresentadas vinte e cinco serestas 55 com os grupos: Grupo de Seresta “Entre Amigos” composto por Diva C. Closel; Maria do Carmo S. Quirino; Maria Helena Kuhlmann; Mário Jacinto; Yolanda N. Zucheto e tendo como instrumentistas Alcides Zucheto, no acordeão; Antônio Amâncio da Noite de Seresta - Antônio “Nino” Barbin, Adi Balestero, João Batista Silva “Canhoto”, no violão Ferreira, Antônio Gimenez e Benedito “Lula” Vasconcellos. 1997 baixo; Cláudia S. Oliveira, no bandolim; Iremeyre Rochas Vidal, no violão e Maria Bernadete S. Oliveira na flauta transversal. Grupo de Seresta “Unidos pela Música”, composto por Deonel Jayro Simionato, violão. Cantores: Eliana Simionato; Heloísa Bruscato; Maria Angélica de Souza; Noite de Seresta - Wildes Bruscato e Agnes Matizonkas - 1997 Amélia e Hermano Ramalho. “Grupo Vale Tudo” formado por Luis Cláudio S. Bueno “Liminha”, bandolim; Júlio Manoel de Lima “Lima”, cavaquinho e violão; José de Lima Pereira “Baltazar”, violão sete cordas; Domingos Agatão “Gatão”, percussão. “Grupo os Parceiros de Lula”, composto por Lula Vasconcelos, acordeão; Antonio Gimenez, violino; Adi Balestero Tarifa, violão; Antonio “Nino” Barbin, canto; João Batista Ferreira, percussão. “Coral da Universidade da Terceira Idade” da UNIFEOB: Maestro Estevão Eduardo Ferreira; Amélia Ramalho; Diva C. Clozel; Ivete Fiorin Bassi; Lizeti Galvani Bittar; Maria Helena Kuhlmann; Marize Ap. S. Liparini; Marlena A. Bonfim e Neusa Simon. Cantores solistas: Anor Luciano “Nino Matofino”; Édison Nardoto; João Batista Ferreira; Domitila Beltrame; Wildes Bruscato; Ica Assad; Salvador Cláudio Vella; Mário Teixeira Franco e Silvia Ferrante. Instrumentistas: Mário Beltrame, no bandolim; Oswaldo Roberto, no violão; Seir Piage Dias e Antonio Gimenez, no violino e Gilda M. Nardoto, no teclado. Figurantes: Agnes Matizonkas da Cunha e Daniel Salvi Cautela Lopes. Declamação: Ézio Pezzato, de Piracicaba. Cenário: Antonio Noite de Seresta - Grupo “Unidos pela Música”: Ma. Angélica Souza, Carlos R. Lorette; Edson Elídio Adão e José Marcondes. Comissão Imá Merlin, Jairo Simionato, Hermano e Amélia Ramalho, Heloísa Organizadora: Heloísa Bruscato – presidente da AMARTE; Marcos Bruscato, Eliana Simionato. 1997 400
“Castor” Bueno, pela Sociedade Esportiva Sanjoanense; Gilda Magalhães Nardoto e José Marcondes. Coordenação geral de Maria Célia de Campos Marcondes. 57- Palestra: “Viagens pelo Mundo” com Dr. Francisco de Sales Siqueira Fernandes, do Colégio Pio XII, de Campinas Auditório da Unimed, Rua Ernesto de Oliveira, 735, em 13 setembro de 1997
58- Noite Musical:
“Coral Vozes da Esperança“ Da cidade de Santos/SP sob regência de Maria da Gloria Negreiro dos Anjos Velloso “Glorinha Velloso”. Evento realizado em parceria com a Academia de Letras de São João da Boa Vista Centro Recreativo Sanjoanense em novembro de 1997 Coordenação da amartista Maria Inês Prado. Numa noite inesquecível houve, entre outras, a apresentação de boleros, músicas italianas e natalinas, além do “O Fantasma da Ópera”. 59- Evento Musical: “Noite do Bolero” Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 23 de outubro de 1998 Organização da presidente da AMARTE, Heloísa Bruscato. Na abertura da noite, Barbin afirmou que “aquela era uma noite especial, em que se pretendia cultuar o bolero; ritmo vindo do século passado, das noites quentes da Andaluzia e que depois aportou, com espanhóis cheios de musicalidade, em Cuba”. Afirmou, também, que “o bolero faz pairar no ar uma cadência ritmada de bongô, complementada por maracas, e o compasso quaternário vai, num crescendo harmonizando sons sensuais, irresistível aos casais que se enlaçam e saem dançando de rosto colado, murmurando coisas do coração. O bolero é, pois, assim: música, ritmo, paixão, coreografia, envolvimento, passionalidade e poesia”. Noite do Bolero - SES - 1998 Conclamou, ainda, a todos para que “cerrassem os olhos, apurassem os ouvidos, voltassem no tempo e ouvissem, noite afora, algumas amostras pinçadas desse universo maravilhoso, que se chama Bolero”. Apresentaram-se: Jayro Simionato e o “Grupo Unidos pela Música”; o “Coral Forense”, regido por Wildes Bruscato; Jamil Cury; Delvo Pereira; José Henrique Gião; Fredinho Rosas; Nana Bruscato; Décio Madruga; Benedito Augusto Coste; Givanildo Marcondes e Carmela Cirto; “Grupo Vale Tudo”. MAIS EVENTOS DA AMARTE - SALÃO DE ARTES “NOVOS VALORES” Durante todo este período de existência da AMARTE, ela ainda promoveu, anualmente, o “Salão de Artes Novos Valores”, onde um júri selecionava a melhor obra da Mostra e o artista participava, como convidado, do Salão de Belas Artes de São João da Boa Vista, ou seja, ele não passava pelo crivo do Júri de Seleção e Premiação. Alguns desses vencedores não interromperam suas produções, são eles: Ângela Bonfante; Agnaldo Manóchio; Carmen Magalhães; Fafá Noronha e Samantha Moreira. Carmen Magalhães - Exposição na Galeria CLAC - 2008
60- I Salão de Artes: “Novos Valores” Rua Guiomar Novaes, 463 - prédio do antigo Banco do Brasil, de 9 a 12 de outubro de 1986 O objetivo de se realizar esse tipo de evento, segundo os dizeres do catálogo e assinado por José Marcondes, 56 era “estabelecer intercâmbio entre os novos artistas da cidade e do interior nas várias tendências e formas de expressão, 401
proporcionando aos mesmos, um ponto de partida para atingirem futuramente os grandes Salões”. Houve participantes de São João da Boa Vista, Poços de Caldas, Santos, Vargem Grande do Sul, São Paulo, Andradas, Rio de Janeiro, Piracicaba, Mogi Mirim e Espírito Santo do Pinhal. Foram registradas 581 assinaturas no livro de presenças. 61- II Salão de Artes:
“Novos Valores”
Rua Guiomar Novaes, 463 - antiga sede do Banco do Brasil, gentilmente cedida pelo Sr. Luiz Barbosa. De 19 a 24 de junho de 1987 Foram expostas 127 obras com artistas de 19 cidades e 602 visitantes assinaram o livro. Curadoria: José Marcondes, João Batista Merlin. Comissão Organizadora: Maria José Lopes, Maria Célia de Campos Marcondes, Sandra Regina Junqueira Franco, Antonio Carlos Rodrigues Lorette. 62- III Salão de Artes:
“Novos Valores”
Palmeiras Futebol Clube, com abertura em 21 de julho de 1988 Neste Salão foram escolhidos para participar da “XII Exposição de Artes da Semana Guiomar Novaes”, sem passar pelo júri de seleção, Flávia de Almeida Noronha Carioca “Fafá Noronha”; Gilberto Nascimento Perroni; Sadi de Souza e Gregório Pasquini. Houve 463 assinaturas e a presidente era Aparecidinha M. Oliveira. 63- IV Salão de Artes:
“Novos Valores”
Espaço Cultural Fernando Arrigucci, Rua Getúlio Vargas, 83, de 23 a 30 de junho de 1989 A AMARTE, para esse ano, instituíu o prêmio Eliseu Ferreira a ser conferido ao melhor trabalho do Salão. Participaram cento e vinte artistas de treze cidades: Aguaí; Casa Branca; Espírito Santo do Pinhal; Jacutinga/MG; Mococa; Mogi Guaçu; Mogi Mirim; Monte Mor; Santa Cruz das Palmeiras; São João da Boa Vista; São José do Rio Pardo; São Paulo e Vargem Grande do Sul. Os curadores foram Agnaldo Manóchio e José Marcondes. Houve 700 assinaturas, no livro de presenças. 64- V Salão de Artes:
“Novos Valores”
Centro Recreativo Sanjoanense, de 21 a 24 de junho 1990 Participação de nove cidades: Aguaí; Águas da Prata; Campinas; Guaranésia/MG; Mococa; Mogi Mirim; São João da Boa Vista; São Paulo e Vargem Grande do Sul. A presidente da AMARTE, Maria Célia de Campos Marcondes, deixou registrado no catálogo da exposição: “A AMARTE sente-se honrada em realizar seu “V Salão de Artes – Novos Valores”, congratula-se com os artistas selecionados e agradece a todos aqueles que tornaram possível a realização deste evento”. Esse ano houve Comissão de Seleção formada por Rô Gonçalves, Maria Cecília M.R. da Silva e Cecília Mazon. Foram escolhidos para participarem da “XIV Semana Guiomar Novaes”: Carmen Magalhães, de São João da Boa Vista e José Roberto Orlando, de São Paulo. 65- VI Salão de Artes: “Novos Valores” Centro Recreativo Sanjoanense, de 28 de junho a 4 julho de 1991 Participaram artistas de 11 cidades: Águas da Prata; Aguaí, Amparo; Casa Branca; Espírito Santo do Pinhal; Itapuí; Mococa; São João da Boa Vista; São Paulo; Serra Negra e Vargem Grande do Sul. Entre outros tivemos a presença de: Domingos Pistelli, de Casa Branca; Getúlio Cardoso da Silva e Luis Antonio Maciel, de Mococa; Afonso Celso “Teco” Navarro; Denize Miracca Sibin, José Rubens Blasi, Samantha Moreira; Sérgio Serrano Cabral Neto e Ângela Regina Cabrelon da Silva “Ângela Bonfante”, de São João da Boa Vista, sendo esta a premiada do Salão. As mensagens deixadas no catálogo são as seguintes: “Viver sem arte seria o esvaziamento do ser. Ela nos motiva, nos impulsiona, nos dá o equilíbrio necessário ao nosso dia a dia. Parabéns Novos Valores. Merlin – Diretor Executivo da AMARTE”. “(...) artistas de diferentes cidades, mas todos com o mesmo ideal: mostrar o belo, recriando-o e dando-lhe o vigor da própria personalidade.
Maria Aparecida P. Mangeon Oliveira - Presidente AMARTE”.
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Vista Geral do VI Salão de Artes “Novos Valores” da AMARTE - Centro Recreativo Sanoanense - 1991. No palco, a pianista Márcia Mouro Zan e a cantora lírica Neusa Menezes.
“(...) Novo Valor é todo aquele que trilha o caminho da arte, onde a busca do criar é e deve ser inerente ao artista. Gostaria de saudar nosso convidado especial Domingos Pistelli (...) um verdadeiro arsenal de estudos, esboços e trabalhos de um grande artista que, na sua juventude de setenta anos, concordou em participar dos Novos Valores, dando uma verdadeira aula de humildade, quando disse: ‘Novos Valores, somos a vida toda’.
Rô Gonçalves Diretora de Arte da AMARTE”.
“Este Salão é uma oportunidade de os artistas exporem seus trabalhos, de pôr a prova o seu talento. Este é o desejo de todo aquele que se lança nessa fascinante viagem que é a arte. A AMARTE já deu esta oportunidade a mim e a muitos outros viajantes. A vocês, que agora se unem a nós, sejam bem-vindos.
Agnaldo Manóchio vice-presidente da AMARTE”.
“A função da arte é criar a beleza, mas ela não é ornamento dispensável e sim uma necessidade fundamental do ser humano. (...)
Simphoroso Alonso Diretor Secretário da AMARTE”.
“Não nos importamos nem com os “modismos”, e nem com os tradicionais, mas com os Novos Valores (...) esta exposição é uma riqueza cromática (...) e pessoas desejosas em trilhar o arco-iris da vida pictórica.
José Marcondes - Curador do Evento”.
“Parabenizo a AMARTE (...) que, através deste Salão, cria novas oportunidades e acima de tudo revela novos talentos.
Maria Izabel Sibin Franco - Diretora de Cultura de São João da Boa Vista”.
66- VII Salão de Artes “Novos Valores” 57 Foyer do Teatro Municipal de São João da Boa Vista, de 27 a 30 de setembro 1994 Houve cerca de cem novos talentos participando. Entre eles Thales Milani Gaspari, que vai cursar a Universidade de São Paulo – USP e teve o certificado de participação da AMARTE como um dos elementos de seu currículo. No vernissage comemorou-se o aniversário do então presidente Maércio Mazzi, dia 28 e da Vice-Presidente Aparecidinha Mangeon Oliveira, dia 29. 67 – VIII Salão de Artes: “Novos Valores” Foyer do Theatro Municipal De 20 a 26 de março de 1998, presidente Heloisa Machado Bruscato com Curadoria de Maércio Mazzi Houve cerca de 50 trabalhos expostos. Entre outros, participaram: Ciça Noronha, Lila Fontela e Giorgio C. Meletti.
Aparecidinha, Paulo e Bernadete Giometi, Maércio Mazzi, Elenice Abreu e Maurício Oliveira - 1998
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PRESIDÊNCIAS 1- Biênio 1986/87 - Iolanda Gabriela de Oliveira Azevedo “Iola” e após seu afastamento, Maria Aparecida “Aparecidinha” P. Mangeon Oliveira. 2- Biênio 88/89/90 – Sarah Salomão, se afastou em junho de 1989 e Maria Célia de Campos Marcondes, Diretora Secretária, assumiu e a pedido ficou até 1990. A imprensa publicou: “Tomou 58 posse no dia 1º de julho de 1989, em reunião ordinária na Casa do Advogado, a nova presidente da AMARTE, Profª Maria Célia de Campos Marcondes, que com o apoio de todos os amartistas, pretende dinamizar, ainda mais, esta Associação.” “A diretoria da AMARTE 59 que esteve sob a presidência da Maria Célia de Campos Marcondes, nesse último ano e meio e que realizou inúmeros eventos com muito sucesso e muita seriedade, encerrou seu mandato neste final de ano. Enviamos a toda diretoria nosso abraço e cumprimentos pelo muito que acrescentou em favor da cultura e da arte em nossa cidade.” 3- Biênio: 91/92: Maria Aparecida “Aparecidinha” Pimentel Mangeon Oliveira. 4- Biênio: 92/93: Agnaldo Manócchio, que renunciou sendo aclamado Sadi Souza Barros. 5- Biênio: 94/95: Maércio Aparecido Leoncini Mazzi. Não houve eleição para o biênio 96/97; a AMARTE ficou inativa até que em 24 de março de 1997, em uma reunião ordinária, o presidente Maércio Mazzi explicou aos presentes que “a paralização das atividades devia-se principalmente à sua ida à Europa, para curso de especialização na Itália. Considerou a necessidade da retomada das reuniões e a eleição de uma nova diretoria.” 60 6- Biênio: 1997/98. Presidente: Heloisa Bruscato. Foi esta a última eleição e a AMARTE encerrou suas atividades.
ALGUMAS INFORMAÇÕES A imprensa noticiou: “A AMARTE 61 vem a público congratular-se com a Diocese de São João da Boa Vista pela inauguração, em 7 de março de 1987, do Museu de Arte Sacra de São João da Boa Vista. Tal iniciativa de João Batista Merlin é um marco na história da arte e da cultura sanjoanense, pelo imenso valor histórico cultural e religioso do patrimônio resgatado e restaurado. A partir desta data, a nossa cidade poderá conviver com este patrimônio, apreciando e valorizando suas origens. Maria Aparecida Pimentel Mangeon Oliveira. Presidente.”
AMARTE: Ela trabalha pela cultura sanjoanense
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“Uma associação recente, mas que já possui uma presença concreta e de grande importância no setor da arte e cultura em nossa cidade: a AMARTE. É por esse motivo, e por tudo que ela vem realizando, que vamos conhecer o porquê de sua existência e quais os seus objetivos”. A AMARTE foi ganhando corpo até que teve os seus estatutos aprovados em reunião no dia 4 de maio de 1986. A seguir ganhou personalidade jurídica. Eram seus objetivos: Promover a divulgação da arte e da cultura em São João da Boa Vista, apresentando espetáculos, concertos, recitais, exposições de artes plásticas e artes visuais. Incentivar os entusiastas da arte e da cultura para que transmitam suas idéias, conhecimentos e experiências à comunidade. Dinamizar a criatividade nos campos artísticos e culturais e preservar a memória histórica, cultural e folclórica da comunidade. Estimular a apresentação de novos valores dentro de todos os ramos da arte e da cultura. A AMARTE foi aberta a todas as pessoas que tivessem interesse em participar e colaborar. As reuniões aconteciam aos sábados na Av. Oscar Pirajá Martins, 144, às 18 horas, Amartistas reunidos na residência de João Batista Merlin: Rosinha e Ary Ribeiro, Zézinho Só, Merlin, Grô, Lorette, Vera Castilho, Cecília Paschoal e residência de João Batista Merlin. Castor Bueno. 1986.
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Jo達o Batista Merlin
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ANEXOS A AMARTE inspirou os poemas:
ABRAÇANDO A ARTE Vamos fazer da AMARTE Porta voz da cultura Vamos elevar a arte, Remédio que tudo cura.
Maria Inês Araújo Prado
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Vamos abrir espaço Para “novos valores” Vamos envolver num abraço Palavras, sons e cores. Seja o amartista O maior incentivador Da capacidade criativa Que nos deu o criador.
REALIDADE E IMAGINAÇÃO
Ademir Barbosa de Oliveira
“Ao Marcondes, Merlin, Aparecidinha, Francisco Maríngolo e muitos outros que fazem desta o horizonte da arte.” 64
Sinto-a como se fosse uma paisagem longínqua que vejo embaçada em minhas retinas marejadas. Uma nuvem distante que passa indiferente muito longe de minha vidraça E gineceus em metamorfose desfilam portentosos, trazendo segredos... Guerreiros com suas adagas de espinho me perfuram a alma enquanto adormeço. E liquens de imaginação profunda tateiam soberbos, meu espírito. Orvalhos de amarga ufania. Sinto-a como sombra evanescente e fugidia, doce imagem transtornada, porém toda lenígera, tecendo com gestos fugazes a maciez dos cabelos, de quem dorme. Depois, os lírios se adentram à relva Num mimetismo cor de tempestade. Morfeu se despede delével do meu corpo ainda em letargia, trazendo-me de volta à solidão, Da mais profunda Saudade. 406
Notas Referenciais AMARTE 1- Veja detalhes no capítulo “Museus”. 2- Ver texto, sobre elas, no final do capítulo. 3- Foram levadas para o pátio da prefeitura, na Avenida João Osório, 230 hoje Sabesp. 4- Infelizmente, ficou na memória apenas o prenome do restaurador. 5- Rua Irmãs Westin, 392, Jardim Santo André. 6- AMARTE – Associação dos Amigos da Arte e da Cultura de São João da Boa Vista. 7- Depoimento de Furlanetto a José Marcondes. Há quem conteste esta versão e diga que as estátuas são obras do escultor Papaiz da cidade de Campinas/SP. 8- Jornal “Opção”, 18/10/1981. 9- Jornal “Gazeta de São João”, 26 de fevereiro de 1986. 10- Jornal “Gazeta de São João”, 12 de abril de 1986. 11- Catálogo – Convite do evento. 12- Os nomes foram declinados, por ocasião da homenagem ao Dr. Oliveira Neto e, para que não houvesse repetição de dados, eles encontram-se em Literatura no capítolo “Movimentos Culturais e Artísticos”. 13- No catálogo consta como pianista Eliana Fajioli, porém quem se apresentou foi Sérgio Magnani. 14- Jornal “O Município” 18 de julho de 1987 e Catálogo do evento. Ela cantou peças de Brahms, Strauss, Santo Líquido, Eril Satie, Puccini, Verdi, Vicente Lima, Alberto Costa e Villa Lobos. 15- Jornal “Gazeta de São João”, 20 de julho de 1988. 16- Jornal “O Município”, 9 de julho de 1988. “Pedaços de Mim - 150 páginas de lirismo”. 17- Marcondes, Maria Célia de Campos. Jornal “O Município”, 06 de agosto de 1988. 18- Catálogo da Exposição. 19- Jornal “Gazeta de São João”, 26/10/1988 e Catálogo do evento. 20- Catálogo-Convite. 21- Catálogo do evento. 22- Idem. 23- Jornal “Gazeta de São João” 22 de abril de 1989 e catálogo do evento. 24- “O Município”, 26 de agosto de 1989. 25- Jornal “Gazeta de São João”, 19 de agosto de 1989. 26- Poemas apresentados: “Poema em Linha Reta”, de Fernando Pessoa; “Cântico Negro”, de José Régio; Fragmentos de “Hamlet” e do “Discurso de Marco Antonio”, de Shakespeare; “Maldição”, de Augusto dos Anjos; “Ode Pastoral”, de Fernando Pessoa; “Soneto,” de Camões; “Retrato de Itabira”, de Carlos Drummond de Andrade e “Lira nº 13”, de Tomás Antônio Gonzaga. Músicas apresentadas: “Último Adeus”, modinha imperial, coletânea de Mário de Andrade; “Teu Nome”, de Francisco Mignone; “Trovas”, de Alberto Nepomuceno; “A viagem”, de Souza Lima; “Conselhos” e “Quem Sabe”, de Antônio Carlos Gomes; “Quebra Côco, Menina!”, de Camargo Guarnieri; “Marília de Dirceu”, de Thomás Antônio Gonzaga, com música de Marcos Portugal; “Modinha” e “Bachianas nº 5 - Cantilena”, de Villa-Lobos. 27- Catálogo do evento. 28- Infelizmente, não foi encontrado nenhum detalhe deste evento. 29- Catálogo de evento e Jornal “Cidade de São João”, 6 de dezembro de 1989. 30- Skala Trio apresentou: “Amor Zíngaro”, de Franz Lehar; “Lenda do Beijo”, de Sotulo Vert; “Hino ao Sol”, de Korsakoff; “O Toreador e a Andaluza”, de Rubinstein; “Lora D’Amor”, de E. Kalman; “Fantasia Húngara”, de F.Lichnewsky; “O Canto do Cisne Negro” e “Prelúdio da Bachiana nº 4”, de Villa-Lobos; “Dança Espanhola nº 5”, de E. Granados e “Malagueña”, de E. Lecuona. 31- Marcondes, Maria Celia de Campos, presidente da AMARTE. Catálogo da Exposição. 32- Marius, Louis, pintor e professor de Belas Artes. 33- Todos eles são estudiosos e pesquisadores de música, possuindo vasto currículo. 34- Catálogo do Evento. 35- Jornal “O Município”, 14 de julho de 1990. 36- Vídeo da coleção de Ivaldo Gatto. Orquestra Sinfônica do Metropolitan Opera de New York. Regente James Levine. Produção Franco Zeffirelli. 37- “A Cidade de São João”, 22 de setembro de 1990, p.3. 38- Catálogo do evento. 407
39- Jornal “O Município”, Visual, 13 de outubro de 1990, p. 7. 40- A programação contou com a Banda Dona Gabriela, regida pelo Tenente Santos Mazzi Filho com músicas de Glenn Müller, Verdi, Ravel e Schubert, esta última regida pelo homenageado, Maestro Mourão. Poemas de Manuel Bandeira e José Régio, declamados por Mário Luiz Serra, da cidade de Campinas. Apresentou-se, ainda, o “Grupo Lírico de Campinas”, com os cantores Eduardo Grecco, Andréa Prestes, Alcides Ladislau Acosta, Wilson R. B. Lentini e Suzel Alves Cabral. No piano contou-se com Suzel Alves Cabral e Márcia Mouro Zan. As músicas apresentadas foram de Mozart, Bizet, Tosti, Guastavino, Waldemar Henrique, Turina, Villa-Lobos, A. Nepomuceno e Jerome Kern. Leonardo, neto do homenageado, Prof. Hélio, também se apresentou tocando piano. 41- Catálogo do evento. 42- Idem. 43- Idem. 44- Jornal “O Município”, Vi...Vendo, 15 de dezembro de 1990, p. 7. 45- Jornal “O Município”, 15 de dezembro de 1990 – Coluna do Legislativo. 46- Dizeres no Catálogo. O Grupo apresentou, entre outras, músicas de Purcell, Telemann, Clèrambault e Bach. 47- Idem. 48- Vieira, Clóvis. “Gazeta de São João”, Suplemento, 05 de dezembro de 1992. 49- Músicas apresentadas: de Haydn, Henrique Curitiba, Caetano Veloso, Z. Kodály, Brahms, R. Tompson, T. Morley, Bach, Paulo Maron, Mozart, Bernstein, além de músicas do folclore brasileiro, norte americano e do cancioneiro de Upsala. Fazia parte do coral a cantora Amarílis Prado Sardenberg, prima de José Marcondes. 50- Martha Herr é concertista de intensa atividade em Música de Câmara, Concertos, Oratórios e Música Contemporânea, é professora de canto do Instituto de Artes da UNESP. Participa de espetáculos de óperas realizados nos EUA, Brasil e Europa. 51- Catálogo do evento. 52- Músicas apresentadas: Ave-Marias de Schubert; de Bach e Gounod e de J. Tescari. Além, das Ave-Marias dos brasileiros: Elpídio Santos e Pádua Muniz; Vicente Paiva; Jayme Redondo; Erotides de Campos e Jonas Neves. Apresentou-se, também as Ave-Marias dos sanjoanenses Nascipe Atalla Murr e de Emílio Caslini. Na primeira teve-se ainda: “Laudate Pueri Dominum”, anônimo; “Largo”, de Hendel; “Ária da 4ª Corda”, de Bach; “Lullaby”, acalanto da ópera “Jocelyn”, de Godard; “Panis Angélicus” - Missa Solene, de César Franck e “Coro dos Escravos Hebreus”, da ópera “Nabuco”, de Giuseppe Verdi. 53- “Guitarra Romana”, de Eldo Di Lázzaro; “La Strada del Bosco”, de Nisa, Bixio e Rusconi; “Quem Sabe”, de Carlos Gomes; “Acalanto”, do sanjoanense René Marcos Pozzi; “Caro Mio Bem”, de G. Giordani, “Toreador” e “Habanera”, da ópera “Carmen” de Bizet; “La Donna é Móbile”, de Verdi; “Marcha Turca”, de Beethoven; “Minha São João”, da sanjoanense Edivina Noronha; “Canção de Solveig, de Grieg; e, para finalizar, a entrada majestosa, ao som da “Marcha Triunfal” da ópera Aída, de trinta jovens da Escola Pe. Josué Silveira Mattos, carregando estandartes sacros pertencentes ao Museu de Arte Sacra, do qual Merlin foi idealizador, fundador e primeiro diretor. 54- Cantora e trovadora da cidade de São Paulo. 55- “Saudade do Matão”, de Antenógenes Silva, Jorge Gallatti e Raul Torres; “Nancy”, de Bruno Aresi; “É Tão Bom te Amar”, de Nando Cordel; “Deusa da Minha Rua”, de Newton Teixeira e Jorge Farah; “O Velho Realejo”, de Custódio Mesquita e Sady Cabral; “Noite Cheia de Estrelas”, de Cândido Neves; “Prelúdio nº 1”, de Luis Vieira; “Um Novo Sol”, de Laert Santos e Arcilino Tavares; “A Volta do Boêmio”, de Adelino Moreira; “Lua Branca”, de Chiquinha Gonzaga; “Eu Sonhei que Tu Estavas tão Linda”, de Lamartine Babo e Francisco Matoso; “É a Ti Flor do Céu”, de José Siqueira; “Guacyra”, de Heckel Tavares e Joraci Camargo; “Boa Noite Amor”, de José Maria de Abreu e Francisco Matoso; “Meu Sabiá”, de Lamartine Babo e Bonfiglio de Oliveira; “Branca”, de Zequinha de Abreu; “Pierrô”, de Joubert de Carvalho e Pascoal Carlos Magno; “Sonhos Azuis”, de João de Barros ‘Braguinha’, Carlos Albero Ferreira e Alberto Ribeiro; “Rimpianto”, Serenata de Toselli; “Onde está Você”, de Oscar Castro Neves e Luversi Fiorini; “Chão de Estrelas”, de Silvio Caldas e Oreste Barbosa; “Só Tu não Pensas em Mim”, de domínio público; “Castigo”, de Dolores Duran; “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barros; “Luar do Sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense. 56- Catálogo da exposição. 57- Estes dados foram passados por telefone, dia 3 de setembro de 2009, às 11 horas e 30 minutos por Maércio Mazzi, pois não se achou o catálogo da exposição. 58- Jornal “O Município” Visual, 08/07/1989. 59- Jornal “O Município” Vi...Vendo, 05/01/1991. p. 7. 60- Livro de Atas nº 2, p. 41- verso. 61- Jornal “A Cidade de São João”, 7 de março de 1987. 62- Jornal “O Município”, 28 de maio de 1988. 63- Poema lido na Reunião Ordinária de 14 de junho de 1997. Livro Atas nº 2, p. 46. 64- Barbosa, Ademir, “Gazeta de São João”, 19 de julho de 1986. 408
JANTAR FILOSÓFICO e GRUPO ENTRECANTOS Em fins da década de 1990, começou a se reunir uma vez por mês, um grupo de pessoas para um jantar, porém sua história iniciou-se bem antes! POR ACASO... UM “JANTAR FILOSÓFICO” As raízes estão fincadas numa atividade acadêmica, quando a direção de uma escola convocou seus professores para “Aulas de Filosofia” a serem ministradas semanalmente pelo professor-doutor José Luis Braga, que vinha da cidade de Araraquara/SP. Infelizmente, a duração dessa atividade foi curta, mas um grupo propôs ao mestre a continuação das “Conversas Filosóficas” em uma residência. A aceitação foi imediata. Como os encontros eram no final da tarde e ele disponibilizou-se graciosamente para a empreitada, houve-se por bem fazer um “jantarzinho” como encerramento da atividade e os encontros receberam, pois, o nome de “Jantar Filosófico”. Assim aconteceu por um ano, até que o professor não mais voltou a lecionar em nossa terra. Ficamos órfãs. O que fazer? Onde encontrar outra pessoa com seu gabarito? A questão foi solucionada com uma gambiarra. Como não conhecíamos ninguém com disponibilidade, por que não, cada pessoa do grupo preparar uma fala e apresentá-la aos demais? Pensado, dito e feito! Ana Maria Salomão e Suia Legaspe em “A magia de Orides Assim, iniciaram-se os encontros mensais. As reuniões aconteceram, Fontela” - 2003 sistematicamente, de julho de 1998 a dezembro de 2005, num total de 63 encontros. O ocaso também aconteceu e, depois desta data, foram realizados apenas mais dois eventos: um em 2006 e outro em 2008. Desde então, estão a hibernar. Mas tudo isto é pura balela, porque na verdade o que motivou essas pessoas comuns foi o fato de crerem que “a terra está nua e a realidade é uma fera solta” (Estés). Acreditarem, ainda, que para a sobrevivência não se deve deixar a utopia morrer, mas criar momentos em que a ilusão brinca com a poesia, com a música, filosofia, em suma, com as artes. Assim inventou-se, de novo, um velho estratagema de vida. Com ele o Grupo do “Jantar Filosófico” fez o possível e tentou até o impossível, fez o que acreditava e até o que parecia inacreditável. E ELES FORAM MUITOS No primeiro encontro chegou “O Príncipe” tecendo suas maquiavélicas considerações sobre o poder, sobre a inconstante “virtú” e a favorável fortuna – a quem, sem dúvida, tiver ousadia para dobrá-la e vencê-la. Depois foi a vez das doçuras da “História da Música”; 2 em outra ocasião conheceu-se o “Encantamento do Jazz” 3 e a até mesmo a “Magia da Ópera” 4 foi vivenciada. Em noites inesquecíveis passeou-se, ora pela “Filosofia Oriental”, 5 ora pela “Yoga”. 6 Conheceu-se a “Fascinante Psicologia”, 7 partiu-se para o significado de “Catalonia” 8 e tentou-se desvendar o porquê do “Stress 9 Ocidental”. Seguindo por estas veredas chegou-se até o difícil caminho da “Aceitação e do Perdão”, 10 não sem antes, passar pelo ‘absurdo’ “Mito de Sísifo”.11 1
Mário Franco, Ledi Guimarães, Maria Luisa Amaral, Jaime Splettstoser, Luci Salomão, Sandra Franco, José B. Menezes, Maria Cecília Azevedo, Luiz Antônio Spada. Sentadas: Marlene Abbá e Ma. Tereza do Val Simoni.
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INTELECTUAIS SÃO REMEMORADOS Os literatos com grande desenvoltura e tais quais aconchegantes e queridos amigos, tornaram-se figuras frequentes nos jantares, sendo que alguns deles, de tão íntimos, sempre retornavam. Por lá passaram, com suas idiossincrasias e beleza literária, Manuel Bandeira 12 exortando sua preocupação com a morte, Saramago 13 com outras preocupações, mas nenhuma com as vírgulas, parágrafos e pontuações. Murilo Rubião chegou acompanhado por Kafka 14 e ensinaram a desvendar, a desvelar o realismo fantástico, e este ainda explanou, “Diante da lei”, sobre a insensatez, a imprudência que existe na acomodação, quando da construção de seu próprio tempo, de sua própria história. Já Clarice Lispector 15 deixou todos estupefatos ao contar sobre o “Crime do Professor de Matemática”. Inacreditável! “Sob o véu diáfano da fantasia e mostrando a nudez forte da verdade”, surgiu Machado de Assis, falando de “Causa Secreta”. 16 Já Guimarães Rosa 17 veio acompanhado do “cavalinho pedrês”, não sem antes passar pelas “Veredas“ e narrar epopéias do “Grande Sertão”. Chegou, numa fria noite de inverno, Euclides da Cunha 18 contando sobre “Terra, Homem e Guerra”. Causou comoção quando fez todos “visualizarem” a vitória final dos legalistas: “cinco mil soldados rugindo raivosamente à frente de um velho, dois homens feitos e uma criança”. Marguerite Yucenar 19 contou histórias de seu distante mundo e Orides Fontela, 20 amiga de longa data, esteve várias vezes presente aos jantares. Em um deles trouxe seu gato e, em um outro, no Teatro de Tábuas, chegou com “O Tempo Pingando dos Olhos”. Outros literatos, apesar de pouco conhecidos ou até ilustres “Escritores Desconhecidos” 21 por lá também passaram levados não à força da ‘spada’, mas “Dentro do Olho Dentro”. 22 Uma noite, para o jantar, Freud 23 chegou com seus totens, tabus, id, ego, superego deixando todos alucinados. Para confundir ainda mais, eis senão que, em outra noite, apareceu Sartre, 24 afirmando que o “homem nasceu condenado a ser livre e que a existência precede a essência”. Para completar a confusão que se criou, Jacques Lacan 25 veio dizendo que “somos frutos do desejo do outro”. Gilberto Freire 26 não deixou por menos, apresentou-se, em memorável noite, não apenas sua “Casa Grande”, mas também a “Senzala” e Karl Marx 27 em contrapartida fez, sobre o “Partido Comunista”, seu famoso “Manifesto”. DIVERSIDADES Entre tantos e infinitos assuntos o “Café” teve, não os seus “quinze minutos de fama”, mas três momentos de glória: “Sua importância atual na região da Média Mogiana”, 28 as “Antigas fazendas de café de São João e região” 29 e a “Política Nacional do Café com Leite”.30 Em momentos de descontração passeou-se pela “Ilha Sicília”, 31 pela “Esplendorosa Paris”, 32 conheceu-se “Berlin antes e depois da queda do Muro”, 33 chegou-se, até às Minas Gerais e em Figueira - Carmo da Cachoeira, num jantar vegetariano e sem álcool, mesmo assim inebriante, conheceu-se, “Trigueirinho e sua filosofia”. 34 Procurou-se desvelar o sentido de nosso mundo e assim os “Símbolos, Significados e Significantes” 35 povoaram a realidade e imaginação de todos que ali estavam. Em meio a tantos assuntos densos buscouse ainda a “Identidade Feminina” 36 através de seus infinitos e milenares interditos e nesta mesma noite discutiu-se também a concretude ou fluidez do “ponto G”. Em outro momento, chegou-se aos novos espaços conquistados pela Mulher Idosa, 37 através de seu caminhar, seu olhar e finalmente o desvelar de outras possibilidades. Em momento de completo desatino, com trinta anos de atraso, um dos participantes quis ensinar a um bando de idosos “Como programar-se e Emerson Pinto, Sandra Franco, José Marcondes, Luiz Antônio Spada, Roberto e Ma. para uma aposentadoria tranquila” 38 e, para equili- Bia José Moreira. 410
brar o insucesso do tema, em outra ocasião e com grande sucesso, discorreu sobre “Deus Baco - as maravilhas e delícias do vinho”, 39 em todas as idades, sem dúvida! Na zona rural, com as “Festas Juninas”, 40 as antigas, típicas e quase esquecidas tradições foram reativadas, rememoradas e revividas: crenças, ritos, rezas, terços, mastros, fogueiras, comidas, roupas e músicas, tudo aconteceu no mês dos santos Antônio, João e Pedro. O mestre Araújo Lima e seus colegas Luiz Gualberto, Eliseu Ferreira e Attílo Baldocchi chegaram num início de primavera e tendo as credenciais de “Pioneiros das Artes Plásticas em São João” 41 rememoraram suas epopéias acontecidas na década de 1930. A “Poesia” 42 propiciou uma noite de encantamento, quando cada um pôde, “magistralmente”, declamar e apresentar a sua preferida. Mas a vida não é feita só de arte; dessa maneira ficou-se, em um jantar, conhecendo o “Novo Código Civil”, 43 em outro a “Importância da Vacinação” 44 e até as várias inter-faces da “Propaganda na TV”, 45 tiveram sua vez! Pianistas renomados 46 deleitaram a todos tocando em prosaico teclado e percebeu-se que aquele simples instrumento não lhes tirava a grandiosidade de concertistas. - ARTISTAS, NÓS? SIM, “SONHAR É POSSÍVEL”. Em um dos jantares, em forma de teatro, “Meninos, eu juro que vi!” o bravo guerreiro “I Juca Pirama” 47 desfilar suas desditas, numa fria noite de inverno. Juro que também, nesta mesma noite, ouvi o “Canto do Pajé”. Mas... A partir desse jantar a apresentação teatral começou a se tornar uma pequena obsessão. Perceberam-se as infindáveis possibilidades que ela oferecia! Dessa maneira, não houve escolha e, em algumas ocasiões, saiu-se da teoria e brincou-se de teatro. Assim... Em uma noite, início de inverno, numa sala, à guisa de teatro, sonharam-se atores, atrizes, cantores, músicos, declamadores e vestidos a caráter subiram a um palco improvisado e tiveram certeza que “Sonhar é Possível!“. 48 O ponto alto desse espetáculo, o mais memorável, o que ficou indelevelmente registrado na mente de cada Ma. Angélica Souza, Sandra Franco, Amélia Ramalho, Ma. José Moreira e Luci um dos participantes, foi o Afonso, ou melhor, dizendo Salomão. Junho de 2002. foi “O pobre Alphonsus”, que terminou com redundante gargalhada de todos. Todavia, não se pode esquecer que as “galinhas d’angola” também fizeram sucesso e acabaram transformando a noite em uma grande “Festa de Arromba”. Imbuídos de mundo teatral, ouviu-se a história do teatro em nossa cidade, 49 assistiu-se a uma peça com jovens atores sanjoanenses. 50 Ainda com a veia teatral altíssima, realizou-se, numa garagem, em grande estilo, o primeiro e inesquecível “Auto de Natal”, 51 com todas as figuras do presépio, suas roupas, cantos e falas apropriadas.Em outra ocasião, cada um falou sobre “ O Natal que não esqueço”. 52 Anos depois, os “Reis Magos” 53 com belíssimas falas e cantos chegaram até os jardins, salas e mezaninos de uma casa exótica. Todos, vestidos a caráter, eram espectadores e atores! NO THEATRO MUNICIPAL
Neusa Menezes, Ma. Célia Marcondes, Júlio César Huertas, Helena Buzon, Sandra Franco e Ulrich Schrader. 2006
Entretanto, sala, garagem, casa exótica convertidas em palco de teatro eram pouco para tantas possibilidades, tantos projetos, sonhos, utopias, desvarios, como quer que se chamem as ilusões e excentricidades que formam a vida dos sonhadores! Eram necessários palcos verdadeiros e partiu-se primeiramente para o Teatro de Tábuas e depois, grande glória, chegou-se ao Theatro Municipal. Para esta “trupe de atores” foi dado o nome de “Grupo EntreCantos”, que veio a ser o braço externo do “Jantar Filosófico”. Numa noite com participação de barítono alemão, declamadoras sanjoanenses e concertista uruguaio, no Theatro Municipal, realizou-se “Tributo a Guiomar Novaes”. 54 Tempos depois “Missa Thereza” 55 teve também sua noite de sucesso, esplendor e magia. 411
Nesse mundo do teatro, em que a paixão e união do grupo foram mais intensas, momentos mágicos existiram. Foram três. Quatro no máximo, pois é certo que a magia não está aí disponível, às mãos. Não que “os jantares”, não se constituíssem, por si só, em momentos especiais, mas ‘especial’ é diferente de ‘mágico’. Uma das magias foi ser coadjuvante de um matrimônio: 56 todo ele muito diferente, especial, excêntrico. Talvez o local... Os noivos... A hora... A cerimônia... Toda a expectativa no preparo... Tudo se revelou, transmudou-se numa grande magia, num vasto campo de significados e símbolos. Outros momentos foram os Autos de Natal. O da garagem... O da casa e finalmente os dois realizados no Theatro Municipal. Neles, o anjo anunciou à Maria que ela seria mãe. Uma das vezes, ela adentrou o Theatro com barriga “iluminada por dentro”, acompanhada por São José. Já a segunda vez, foi uma jovem, em final de gestação, e seu marido que representaram Maria e José. Menino Jesus, nas duas ocasiões, foram bebês com poucos dias Natália Ferraz, Mariana Franco e Jairo Ferraz, 2002 de vida e coincidentemente meninas! Reis Magos, “vindos do leste”, pomposamente entraram pelo Theatro carregando Ouro, Mirra e Incenso. Cada um teve seu canto e ao chegarem frente à manjedoura deixaram seus presentes! Depois, foi a vez de muitos, muitos pastores, pastoras, pastorzinhos, carregando suas oferendas, chegarem até a estrebaria e ali as depositaram. Ao lado das três figuras sacras e dezenas de querubins, o burro e a vaca completavam o quadro. Um narrador foi contando a história e música, muita música coroou o espetáculo! PADRE VIEIRA Outro momento de magia! 57 Padre Vieira tornou-se verdadeira fixação: três encenações só em teatros. Com elas, diriam alguns, conseguiu-se alto índice de realização, outros falariam de excentricidade e os mais racionais diriam de alucinação. Nessas noites apenas o inusitado aconteceu: Padre Vieira utilizou-se novamente do púlpito e fez seus memoráveis e sempre atuais sermões: Falou com ênfase sobre o amor lembrando que ele “é sempre menino não chega a ser velho, pois o tempo gastao, digere-o”. Corroborou sua afirmação dizendo que “corrói o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera!”. No entanto, esclareceu que “o amor verdadeiro não busca fim, causa e nem fruto. Amo, porque amo, e amo para amar”. Sempre atento a tudo que acontecia ao seu redor pregou sobre os “Ladrões” e concluiu que “o roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres” e, em outro momento, explicou “o quão terrível é a palavra Non”, que “não tem direito nem avesso; por qualquer lado que a tome é sempre non”. Defensor dos índios manifestou-se no Sermão de Ubiraci Costa Pinto, José B. Menezes, Luiz Antônio Spada e Jairo Ferraz - Teatro de Tábuas - 2003 Santo Antônio aos Peixes dizendo que “só eles, entre todos os animais, não se domam, nem se domesticam”. A certa altura de sua fala “exaltou os peixes a viverem, o mais possível, longe dos homens” e concluiu que “quanto mais se busca Deus, tanto mais se deve fugir dos homens”. Para defender os negros escravos questionou se “eles não eram filhos do mesmo Adão e da mesma Eva e se as almas dos negros não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo”. Afirmou que não podia entender “que Deus, que criou estes homens tanto à sua imagem e semelhança, como os demais, os predestinassem para o inferno nesta vida”. 412
OS FIGURANTES Nestas noites, não só Padre Vieira fez seus sermões, como toda uma teatralização foi montada em três direções: Sermão do Mandato, onde coube a parte religiosa, Sermão de Santo Antônio em defesa dos índios com música, dança e poemas referentes a eles, e o mesmo aconteceu no Sermão de Nossa Senhora do Rosário, em que defende os negros escravos. Assim, Nagô, rei africano, teve um funeral digno de sua realeza. Castro Alves e Gonçalves Dias declamaram fragmentos de seus poemas. Padres e freiras foram consagrados; irmandades religiosas foram resgatadas, e até um ateu, conseguiu-se, nessa noite, transformá-lo em padre pregador. Uma imensa procissão com padres, freiras, irmandades, senhores, senhoras, sinhás, escravos e índios iniciou o espetáculo adentrando o Theatro, pela platéia, levando andor, estandartes, cruz, terços, rosários. Momentos houve em que negros escravos jogaram Capoeira; índios can- Marina e José Carlos Cardillo, e Paulo de Tarso Salomão - 2003 taram “Nozani-ná” e bailaram a “Dança dos Aimorés”. Padres e freiras, em contrição, cantaram ladainhas e músicas gregorianas. Conseguiu-se, através da magia, unir num mesmo espetáculo, “Pe. Vieira, o arquiteto dos sonhos e João Merlin, o engenheiro das paixões”, pois se acreditou que eles não estavam mortos, apenas “acordaram do breve sonho da vida!” A LIDA Chegar a estes momentos foi resultado de muitos meses de labuta! Batinas, estolas, sobrepelizes, hábitos de religiosas, vestes condignas para Reis Magos, “barriga iluminada” de Maria, túnicas e mais túnicas, asas de anjos, cocares, colares, tangas indígenas, túnicas e turbantes africanos foram confeccionados, assim como estandartes, fitas de congregações religiosas, véus, andores e santos. Ensaios! Reuniões! Ensaios... Tudo sempre regado com muitos petiscos e ares de festa. Ganharam-se uns quilinhos a mais – é certo! No entanto, o que mais se ganhou foi VIDA! Finalmente, na eterna utopia de que um “novo mundo é possível” conseguiram-se, com os “Autos de Natal” e “Pe. Vieira”, agregar, num mesmo palco, os mais diferentes entre os diferentes, promovendo uma imensa confraternização e congraçamento etário, racial, de gênero, de crença e credos. Em todos estes anos de Jantar Filosófico e Grupo EntreCantos conheceram-se o labor, o cansaço, a magia e até o conflito. Nada, porém, mudou o sonho e acima de tudo alimentou-se o poema. Continua a paixão pela vida e pelo outro. Esta paixão não pode se extinguir, apenas está a hibernar!
Letícia Souza, Ubiraci Costa Pinto, Leandro Gullin e Lisete Galvani - “I Juca Pirama” - 2003
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Notas Referenciais
JANTAR FILOSÓFICO
1- “O Príncipe” de Maquiavel apresentação MCélia Marcondes e Beatriz Camarinha Pinto, julho de 1998, residência Maria Célia e José Marcondes. 2- História da Música, apresentação Neusa Menezes, agosto de 1998, residência Maria Célia e José Marcondes. 3- Jazz, apresentação Dr. Roberto Moreira, dezembro de 1999, residência Maria José e Roberto Moreira. 4- Vídeos/Óperas, apresentação e comentários Jaime Splettstoser, outubro 2005, residência Jaime Splettstoser. 5- Filosofia Oriental, apresentação Sônia Quintaneiro, novembro de 1998, residência MRita e Lourenço Dell Guerra, em Espírito Santo do Pinhal. 6- Yoga, Teoria e Prática, apresentação Sônia Quintaneiro, setembro de 2000, residência Sandra e Mário Franco. 7- Fascinante Psicologia, apresentação Miriam e Armando Pinto e Silva Júnior, residência Ana Maria e Claúdio Ribeiro, em Espírito Santo do Pinhal, outubro de 1999. 8- Catalonia, apresentação Marlene Abbá, dezembro de 2001, residência Bia e Émerson Pinto. 9- Stress, apresentação Sônia Quintaneiro, abril de 1999, residência Sandra e Mário Franco. 10- Aceitação e Perdão, apresentação Marina Cardillo e Antonio de Pádua Barros, fevereiro 2000, residência Bia e Émerson Pinto. 11- Mito de Sísifo, apresentação Marlene Abbá, setembro 2003, residência Maria Cecília Malheiro. 12- Manuel Bandeira, apresentação Bia Castilho Pinto, março de 1999, residência Maria Célia e José Marcondes. 13- José Saramago, a primeira vez todos comentaram sobre ele em outubro de 1998, residência Maria Célia e José Marcondes; a segunda vez foi apresentação Luiz Antônio Spada, em abril de 2001, residência Bia e Émerson Pinto. 14- Murilo Rubião e Kafka, apresentação Luiz Antônio Spada, junho de 1999, residência Maria José e Roberto Moreira. 15- Clarice Lispector, apresentação Maria José Moreira em duas ocasiões, setembro de 1999. residência Maria Rita e Lourenço Dell Guerra, em Espírito Santo do Pinhal e novembro de 2001, na residência Maria Cecília Malheiro. 16- Machado de Assis, apresentação Luiz Antônio Spada e Sônia Quintaneiro, julho de 2002, Sítio Rio Verde - Caldas/MG, de Mário e Sandra Franco. 17- Guimarães Rosa, apresentação Bia Castilho Pinto, junho de 2000, residência Sônia Quintaneiro. 18- Euclides da Cunha – Os Sertões, apresentação Maria Célia Marcondes e José Menezes, junho 2002, residência Imá e João Carvalho. 19- Marguerite Yucenar, por Maria Cecília Malheiro, fevereiro de 2002, residência Maria José e Roberto Moreira. 20- Orides Fontela teve três “jantares”. No primeiro, “Um olhar sob Orides” em outubro de 2002, a apresentação foi de Neusa Menezes, em sua própria residência; depois foi com Ana Maria Salomão e Suia Legaspe em abril de 2003, residência de Neusa e José Menezes e finalmente no Teatro de Tábuas, quando Sandra Junqueira Franco e Helena Buzon apresentaram a peça teatral “O tempo Pingando dos Olhos” de Maria Célia Marcondes, em agosto de 2004. 21- Escritores Desconhecidos, apresentação Luiz Antônio Spada, residência Maria Cecília Malheiro, agosto de 2001. 22- Dentro do olho Dentro – romance de Altair Martins, apresentação de Luiz Antônio Spada, residência Maria Cecília Malheiro, novembro de 2002. 23- Freud, apresentação Maria Rita Del Guerra, setembro de 1998, residência Maria Célia e José Marcondes. 24- Sartre, apresentação Maria Célia Marcondes, março de 2000, residência Sandra e Mário Franco. 25- Lacan, apresentação Mariana Junqueira Franco, residência Maria Célia e José Marcondes, fevereiro de 2003. 26- Gilberto Freire, apresentação Maria Inês D’Avila Ribeiro, residência Sônia Quintaneiro, julho de 2000. 27- Karl Marx, apresentação Maria Célia Marcondes, residência Adriano Casarotto, setembro de 2004. 28- A importância, na atualidade, do café na região da Média Mogiana, apresentação Lourenço Del Guerra, residência Maria Célia e José Marcondes, abril de 2000. 29- Antigas Fazendas de Café em São João e região, apresentação Antônio Carlos Lorette, residência Marina e José Carlos CardilloPoços de Caldas/MG, novembro de 2003. 30- Política Nacional do Café com Leite, apresentação Maria Célia Marcondes, residência Mirian e Armando Pinto Silva – Pinhal, maio de 2000. 31- Ilha Sicília, impressões de viagem, com apresentação de “slides”, Gilda e Édison Nardoto, residência Maria José e Roberto Moreira, agosto de 2000. 32- Paris, impressões de viagem, apresentação Sandra Junqueira Franco, residência Sônia Quintaneiro, abril de 2000. 33- Berlin, antes e depois da queda do muro, vivência Maria Imaculada “Imá” Merlin de Carvalho, residência de Édison e Gilda Nardoto, maio de 2002. 34- Trigueirinho-Figueira, apresentação de João Batista Carvalho, José Benedito Paes de Menezes e Edson, residência Imá e João Carvalho, maio de 2005. 35- Simbologia, apresentação Jairo Ferraz, em sua própria residência, fevereiro 2005. 36- Identidade Feminina, apresentação Marina Cardillo e Mariana Junqueira Franco, residência Nazareth “Ledi” Guimarães, abril de 414
2005. 37- Mulher Idosa apresentação dados gerais da dissertação de mestrado de Maria Célia Marcondes, residência Maria Célia e José Marcondes, maio de 2001. 38- Aposentadoria tranquila, apresentação Adriano Casarotto, residência Maria Inês Ávila Ribeiro, agosto de 2003. 39- Baco, Deus do Vinho, apresentação Adriano Casarotto, residência Sônia Quintaneiro, novembro de 2004. 40- Festas Juninas, apresentação de todos, Sítio Rio Verde, Caldas/MG, realização de Sandra e Mário Teixeira Franco, junho de 2001/ 02 e 03. 41- Pioneiros das Artes Plásticas em São João da Boa Vista, apresentação de José Marcondes, residência Maria Inês Ávilla Ribeiro, setembro de 2002. 42- Poesia e sua magia, apresentado por todos, residência Maria Célia e José Marcondes, julho de 2001. 43- Novo Código Civil, apresentação Dr. José Carlos Cardillo, residência Luci e Paulo Salomão, março de 2003. 44- A importância da vacinação, apresentação Drª. Luiza Lize Ferreira, residência Marina e José Carlos Cardillo – Poços de Caldas/ MG, maio de 2004. 45- A Propaganda na TV, apresentação de Eduardo Soares Paes de Menezes, residência Luci e Paulo Salomão, junho de 2004. 46- Momento musical com Júlio César Huertas, Cláudio Richerme e Zezinho Só, residência Maria Célia e José Marcondes, janeiro de 2006. 47- Apresentação teatralizada do poema “I Juca Pirama” de Gonçalves Dias com Ubiraci Costa Pinto, Leandro Gullin, Lizete Galvani e Letícia Souza. Análise do poema por Bia Camarinha Pinto. Música “Canto do Pajé” de Villa Lobos com Neusa Menezes, residência Jaime Splesttoser, em maio de 2003. 48- Sonhar é possível, apresentação livre de todos os componentes, residência MCélia e JMarcondes, junho de 2002. 49- História do teatro em São João da Boa Vista, apresentação Paulo de Tarso Salomão, Sítio Rio Verde – Caldas/MG, de Sandra e Mário Franco, junho de 2001. 50- Peça de teatro “Rede.com” com atores do Teatro de Tábuas sob a direção de Jorge Luis Brás, Teatro de Tábuas, setembro de 2001. 51- Foram três os Autos de Natal, com participação de todos, dezembro de 2002, residência Bia e Émerson Pinto. Em 2004 e 2005, no Theatro Municipal. 52- Em 2003, depoimento de cada um sobre “O Natal que não esqueço”, residência Neusa e José Menezes. 53- “Chegada dos Reis Magos a Belém”, baseado em texto de Rubem Alves, apresentação lítero-musical teatralizado com participação de todos, residência Jairo Ferraz, dezembro de 2005. 54- Tributo a Guiomar Novaes com Júlio César Huertas pianista e Ulrich Schrader barítono. Declamação de Sandra J. Franco, Helena Buzon, Maria Célia Marcondes e Neusa Menezes, Teatro Municipal, 25 de janeiro de 2006. 55- Missa Tereza peça clássica do compositor Joseph Haydn, com a Camerata Ars Musicalis. Rita de Arruda Sampaio, soprano, Teatro Municipal, novembro de 2005. 56- Matrimônio Mariana Franco e Pedro Okabayashi, com participação de todos, Sítio Rio Verde – Caldas/MG, de Sandra e Mário Franco, junho de 2004. 57- Padre Vieira primeira apresentação Teatro de Tábuas (inflável - no palacete Rosinha/Bilu) em outubro de 2003 e duas vezes no Theatro Municipal, em setembro de 2005 e outubro de 2008. Os eventos tiveram coordenação geral de Maria Célia de Campos Marcondes.
Eduardo Menezes, Adriano Casarotto, Antônio Carlos Lorette, Mana Batista e Ledi Magalhães. 2004
Neusa Menezes, Hediene Zara, Iremilo Caslini, Ma. Célia Marcondes, Junior Almeida, Anderson, José B. Menezes - “Chegada dos Reis Magos a Belém” - 2005.
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CONCLUSÃO “A arte é necessária porque a vida não é suficiente”
Ferreira Gullar
Com esta amostragem, pinceladas de histórias de artistas, suas obras e eventos, pretendeu-se relembrar, e até mesmo tornar conhecidos, fatos vividos neste generoso palco chamado São João da Boa Vista. Pretendeu-se que eles não ficassem esquecidos nas dobras do tempo, no amarelado dos jornais, na memória das pessoas. Concluiu-se que há subsídios importantes para acreditar que nossa cidade possui, de fato, “alma de artista”, que é “celeiro da arte e da cultura”, orgulho dos que aqui nascem e dos que aqui vivem. Podem, eles, sem dúvida, clamar:33 “sanjoanenses, abram os olhos, agucem o pensamento, afinem os ouvidos: esta cidade é um palco, uma pauta, uma tela em branco, uma coreografia. É uma fala de personagem, uma cena muda, um fraseado musical, uma pincelada precisa, um passo de dança”. Evidenciou-se também que os movimentos artísticos e culturais, via de regra, são iniciativas de particulares: artistas e/ou diletantes. Notou-se, ainda, que há uma carência importante de associações, organizações, grupos e/ou movimentos que agreguem, de maneira mais ampla e permanente, os diferentes movimentos artísticos e culturais da cidade. É uma lacuna que, sem dúvida, compromete a continuidade das iniciativas e dificulta a formação de “escolas”. Esta afirmação leva a pensar que é indispensável, imprescindível, que o poder público ou mesmo privado alinhave toda estas potencialidades, todas as realizações esparsas e transformem-nas no “mundo artístico sanjoanense”, na dimensão que a cidade merece. Outro fato evidenciado foi o grande número de apreciadores e frequentadores desses eventos. Na verdade, “nós nos acostumamos rapidamente aos eventos artísticos, às Semanas de Arte, às Viradas Culturais, ao Cineclube, à Banda na praça, aos livros lançados por escritores de todas as letras. A cidade não perdoa: ela se anuncia ninho de talentos e mostra esse parir constante e impune, para o deleite de todos.”34 Chegou-se também a uma feliz constatação: São João é terra de mecenas, pois, durante todo o período levantado, sua presença sempre surgiu, “apadrinhando” os acontecimentos. Este fato é de suma importância, pois, sabe-se, inclusive através da história, que os grandes centros artístico-culturais só existiram graças, não apenas aos artistas, mas também aos mecenas. É necessário, nestas linhas finais, reafirmar que, com certeza absoluta, há lacunas, omissões, falhas e até incorreções neste amplo e abrangente relato. Todos, porém, involuntários. Torna-se, ainda, importante agradecer não só aos que colaboraram com a realização desta obra, mas de maneira especial aos amigos Neusa Menezes e Antonio “Nino”Barbin, que pacientemente ajudaram na finalização do livro, assim como aos mecenas, que tornaram viável a realização deste empreendimento. Para finalizar, a autora declara que esta obra é um testemunho de amor e de gratidão à cidade que a acolheu, com carinho, há mais de 40 anos. Gratidão e ternura de uma jovem forasteira, que aqui cravou suas raízes, seu coração repleto de sonhos e esperanças, que aqui se casou, viu nascer suas filhas e netos e que hoje, ao iniciar da velhice, busca apaixonadamente pela história desta terra: - tempo e pessoas pretéritas, que tornam presente o passado restaurado. Tempo e pessoas, que hoje escrevem o destino da “Cidade dos Crepúsculos Maravilhosos”. 33 34
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Vieira, Clóvis; Revista “Atua”, julho 2011. Idem
R. Racticlif - Bairro do Pratinha - D辿cada de 1920 Acervo A. C. Lorette
S達o Jo達o da Boa Vista Ontem e Hoje
Vista Central - 2010 - Foto Jo達o Marcos Madruga
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A AUTORA Maria Célia de Campos Marcondes, eis um nome que dispensaria apresentação, ao menos aqui pela nossa urbe, tal sua projeção em nossa cultura, em nossa arte, por coincidência os alvos de sua notável obra ora lançada. Falar de Maria Célia, essa mariliense adotada por São João da Boa Vista, não é tarefa das mais fáceis, mesmo para mim, que sou seu amigo e admirador de tantos anos. Esta, a sua formação profissional: professora graduada em Ciências Sociais pela PUCCAMP de Campinas/SP; em Geografia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guaxupé/MG; em Pedagogia pela Fundação de Ensino Octávio Bastos de nossa cidade; pós-graduada em Instrumentalização Didático Pedagógica pelo Instituto Maria Imaculada de Mogi-Guaçu/SP e Mestre em Educação pela Universidade Bandeirantes de São Paulo/SP. Eu poderia concentrar meu sucinto comentário lastreando-me em alguns (dos muitos) atributos pessoais seus, entre os quais destaco sua cultura de literata, extraordinária criatividade, versatilidade, competência intelectual, enfatizando que, atrelada ao seu poder de criação, está a disposição férrea de colocar todos os projetos em prática. Dessa perfeita comunhão de predicados, surgiram os inúmeros e importantes eventos, que, sempre ao lado do companheiríssimo esposo, o artista plástico José Marcondes (também capaz, criativo e participativo), foram concretizados. Citá-los na integra é quase impossível, tal a sua quantidade. Maria Célia, além de tudo, tem a capacidade de agregar, de escolher bem as suas equipes. E ela a todos contagia com seu dinamismo, com suas propostas, resultando daí uma fortíssima confraria de competentes e dedicados colaboradores. Posso atestar bem isso (embora me considere mais dedicado do que competente), pois fui primeiro secretário em dois mandatos de diretorias presididas por ela em nossa Academia de Letras de São João da Boa Vista, além de acompanhá-la em diversas outras empreitadas. A presente obra “Arte e Cultura – São João da Boa Vista” é uma espécie de corolário de toda essa atividade. Um trabalho persistente, fiel, minucioso, sério, que lega às gerações pósteras um perfeito estudo destes temas, livro que se constitui num instrumento precioso de consultas a todos que se dispuserem a aprender, a folheá-lo com a atenção, o interesse e o carinho que ele merece.
Antônio “Nino” Barbin Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista
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MURAL
Beatriz Virgínia Camarinha Castilho Pinto, Iolanda “Iola” Costa Oliveira, Maria José Gargantini Moreira da Silva e Maria Célia de Campos Marcondes. Academia de Letras de São João da Boa Vista. Centro Recreativo Sanjoanense. Década de 1997
Agnes Matizonkas e Daniel Salvi. Momentos Natalinos. Papyrus Livraria. 1997
Vedionil, João Sérgio, Nege, Marcondes, Teófilo, Barbin, Edwald, José Rosa, Falconi, Frigini, Spada, Pádua, Eurico, Sérgio, Arten. Celina, Maria Inês, Clineida, Carmen, Cacília, Gilda, Maria Célia, Maria José, Sônia, Scannapieco. Academia de Letras. Confraternização natalina. 2006
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Jairo Ferraz, Rodrigo Falconi, Paulo de Tarso Salomão, Emerson Pinto e Anor de Souza Filho. Evento “Chegada dos Reis Magos a Belém”. Jantar Filosófico. 2005
Iola Oliveira e Antônio “Nino” Barbin. Lançamento do livro “O Tempo, esse Peregrino”. Papyrus Livraria. 1998
Andrea e Fernando Soares Paes de Menezes. Auto de Natal. Jantar Filosófico. 2002
José e Maria Célia Marcondes, Alice Merlin, Pe. Claudemir Canela “Pe. Mil”, Neusa Menezes, Neiva Cunha e Jaime Splettstoser Jr. Inaguração do Museu de Arte Sacra - MAS. 2009
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Maria Cecília Malheiro, Ledi Guimarães, Mana Batista, Mariana Franco, Luci Salomão, José Marcondes, Marina Cardillo - ao fundo os reis magos: Édison Nardoto e José Menezes. Jantar Filosófico - Auto de Natal - 2002
Maestro Estevão Eduardo Ferreira e cantores do Coral Elohin. Evento “Lembrando Merlin”. Centro Recreativo Sanjoanense- 1996
Pianista Sarah Ramos e Maestro Estevão Eduardo Ferreira. Coral Elohin. Foyer do Theatro Municipal - Década de 2000
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Banda Dona Gabriela: Mário “Alfaite” Pereira; Nilo Cavalcanti; Basilidio Lopes Campos “Bilu Carcereiro” e Fernando Arrigucci. Acervo Yvone Palhares - Década de 1960
Maria Imaculada “Imá” e João Batista Carvalho. Jantar Filosófico - 2000
Mario Teixeira Franco; Yvonne Palhares e Neusa Menezes. Lançamento do livro Budapeste, Paris, São João, de Pierre Falkasfalvy - SES - 2002
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Primeira fila: o tenor Édison Nardoto e a pinista Miriam Pipano. Segunda fila: Dalva Malheiros. NI, Gilda Magalhães Nardoto e Glorinha Aguiar. Evento da Academia de Letras. Centro Recreativo Sanjoanense - CRS. Década de 1990
Célia Bertoldo - Violonista - 2011
Silvia Ferrante, Júlio Lima, José Gifone Rosa “Zézinho Só” e Cláudio Richerme. Jantar Filosófico. 2006
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Padres: Iremilio Caslini, Mário Texeira Franco, João Batista Carvalho e Fernando Soares Paes de Menezes. Evento ”Pe. Vieira, Arquiteto dos Sonhos; João Merlin, Engenheiro das Paixões”. Grupo EntreCantos. Theatro Municipal. 2005
José Donisete Henrique - Evento ”Pe. Vieira, Arquiteto dos Sonhos; João Merlin, Engenheiro das Paixões”. Grupo EntreCantos. Theatro Municipal. 2005
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Pedro Okabayashi, Heleno Montanhani, José Carlos Germine. Evento “Pe. Vieira, Arquiteto dos Sonhos; João Merlin, Engenheiro das Paixões”. Grupo EntreCantos. Theatro Municipal. 2008
Atrás: Alessandra J. Franco, João e Rosa Junqueira, NI, NI, Lola Krauze Cabral. Frente: Luci Salomão, Mariana Franco e Pedro Okabayashi, e Hermano Ramalho - Teatro de Tábuas. Evento “O Tempo Pingando dos Olhos”. 2001
Componentes da Orquestra de Violões “Afinando as Cordas”, que tem como regente o Maestro João Brasileiro. Década de 2000
Júlio Lima, Baltazar, Luís Cláudio Bueno, Silvia Ferrante e Luís Carlos Pistelli. Momentos Natalino. Papyrus Livraria. 1997
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José Benedito Paes de Menezes, Édison Nardoto, Mário Teixeira Franco. Auto de Natal. Jantar Filosófico. 2002
Lauro B. Borges, Antônio “Nino” Barbin, Jamil Cury, Heleno Montanhani, Antônio Luiz Magalhães e Pedro Okabayashi. Sermões do Pe. Vieira - Theatro Municipal. 2008
Transporte da obra “Mantiqueira” de José Marcondes, que encontra-se José Benedito Paes de Menezes, Luíz Antônio Spada, Jairo Ferraz, Ubiracy Costa Pinto e Pedro Ferraz. Sermões do Pe. Vieira. Jantar Filosófico. Teatro de Tábuas. 2003 na Catedral de São João da Boa Vista.
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Artistas plásticos: Ronaldo Lopes, Luís Garcia Jorge, José Marcondes, Clóvis Pescio, Eduardo Borges de Araújo. Corpo de jurados do Salão de Piracicaba. 2011
Vânia Palomo Artista Plástica
Luís Carlos Pistelli. Cantor, instrumentista e compositor
Antônio de Pádua Barros, Luiza de Marilac A. Barros, Yvone Rocha Palhares e Eduardo Barros. Academia de Letras de São João da Boa Vista. 2009
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Márcio Pereira e Henrique Borges. Momentos Natalinos. Papyrus Livraria. 1997
“Luthier” Edel Luís Caslini
Luiz Cláudio Bueno, Silvia Ferrante e Júlio Manoel Lima. Evento “Chegada dos Reis Magos a Belém”. Jantar Filosófico. 2005
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Irmãs Beloquinha e Ziza Andrade. Centro Recreativo Sanjoanense - CRS. 1984
Casa em que nasceu Pagu - antes do imóvel “Móveis Balestrin”. Foto Borges. Início da década de 1960.
Rui Barbosa em visita a São João da Boa Vista. Centro Recreativo Sanjoanense - CRS - 1911 - Acervo A. C. Lorette
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Banda Sociedade Internacional Musical - Maestro Joaquim Lourenço de Azevedo Filho - 1918
Lucila Martarello - Declamadora Década de 1940
Aninha Guimarães - Cantora
Márcio Pereira - Pianista Luciana Guimarães - Cantora
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Flávia Jorge - Cantora
Júnior Almeida - Cantor
Marcella Marin - Atriz
Semíramis Lins - Bailarina
Giovana Lancelotti - Atriz
Seir Piage - Violinista
Priscila Rehder - Cantora
Ariel Sanches - Violinista
Inauguração do Museu Histórico Armando de Salles Oliveira: Em ´pé Hélio Corrêa Fonseca, José Teixeira, Oswaldo Paiva Oliveira. Orador Dr. Paulo Emílio Oliveira Azevedo, NI, Dr. Alfredo Vallim, Mauricio Azevedo Oliveira, Dr. Oscar Pirajá Martins Filho. 1970
João B. Scannapieco, Mons. Denisard Coelho, José Marcondes e o quadro restaurado de Pe. Josué Mattos.
José Marcondes e sua família: esposa Maria Célia, genro Vinicio, filha Thais, neta Yasmin, filha Amarílis, genro Eduardo e neto Bruno. 2008
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