HYPATIA Alexandria. Março de 415.
Tanto a ciência como a tecnologia não foram, nem são, espaços de ´conversa´ entre teólogos, mas um episôdio histórico marcou a humanidade: a vida e a morte da matemática e filósofa egípcia Hypatia. Formada no ideal científico e filosófico da Acadenia ateniense, ela teve o incentivo de Plotino, que a levou a estudar Matemática, Lógica e Direito, em vez das Ciências naturais. Pela lógica e o irracionalismo teológico que a envolviam, decidiu viver como filósofa e astrônoma desenvolvendo teorias e ensinando, mas não deixando de opinar nas questões políticas do seu tempo... Não permitindo que as guerras ´santas´ entre judeus, árabes e cristãos a manipulassem, viveu como ´farol´ a iluminar a liberdade de pensamento. Hipátia (Hipácia; em grego: Υπατία) nasceu em Alexandria, entre 350 e 370, na era turbulenta dos extremismos religiosos.
Ao defender o governador Orestes, seu antigo discípulo na Biblioteca de Alexandria, ela – Hypatia – se opôs ao bispo Cirilo, que o era pela destruição do Templo de Serapis e a demolição da Biblioteca e por exarcebar os ódios místicos – e, assim, diante de um criminoso religioso (depois feito ´santo´ e ´doutor´ da Igreja), a filósofa e cientista foi barbaramente assassinada numa tarde de Março de 415 e o corpo mutilado arrastado pela cidade..., em nome de “deus”!, segundo o relato do escolástico Sócrates de Constantinópola.
Lembrar a história de Hypatia é lembrar que a Mulher só existe fora das teologias, ou seja, na conquista do próprio espaço como Cidadã. Obs.: Quem não conhece a história de Hypatia, pode assistir o filme “Alexandria” [no original “Ágora”], do espanhol Alejandro Amenábar, de 2009, sendo a filósofa interpretada por Rachel Weisz.
BARCELLOS, Jo達o Escritor & Conferencista