Festas & Eventos . Ano VIII . N.º 16 . Out 2010

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ANO VIII . NÚMERO 16

OUTUBRO 2010

€ 5,00

Festas &

Eventos

\\ CONGRESSOS E O FUTURO \\ Entrevista com Helena Weinstein \\ Novos centros de congressos \\ Video mapping \\ Eventos em universidades e hotéis \\ À mesa com... Carlos Gonçalves \\ Destinos: Viseu e Namíbia

FEIRAS EVENTOS INCENTIVOS CONVENÇÕES CONGRESSOS



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EDITORIAL A organização de congressos pode parecer à partida um tema menos apetecível, mais próximo de métodos ortodoxos, menos variado, um pouco sensaborão até. Puro engano. Ao longo das próximas páginas vai encontrar artigos de opinião, entre‑ vistas, reportagens, notícias e suges‑ tões que despertam toda a atenção. Conversamos com uma mulher que há muito aprendemos a admirar, Helena Weinstein, OPC, presidente da Assembleia‑Geral da APECATE e vice‑presidente da EFAPCO. Temos que destacar, inevitavelmente, o contributo do incansável Maarten Vanneste, responsável pelo conceito de uma nova disciplina e profissão, a Meeting Architecture. Trazemos de volta a eterna questão dos espaços para eventos, em particular daqueles que permitem acolher um número assinalável de participantes, sem esquecer os que serão porventura menos óbvios, como é o caso das universidades. Apesar de tudo, conseguimos referenciar um conjunto de projectos que pelo país estão em fase disso mesmo, de projecto, ou já de construção. Não quisemos esquecer o papel tantas vezes ingrato do apresentador de uma cerimónia, ou de uma entrega de prémios, entrevistando Fernando

Alvim. Uma luta de palavras impla‑ cável, na constante tentativa de tirar nabos da púcara. Quantas vezes não tivemos que nos expor perante uma plateia, falando em público? E quantos de nós se sentiram desconfortáveis nessa situação? Para nos ajudar, consultamos especialistas nas áreas da imagem, do coaching e das apresentações em público, que nos deram uma série de dicas bem úteis. O video mapping é uma técnica que tem permitido trabalhos interessantes em eventos. Quisemos saber o que é, como se usa e quais as possibilidades de evolução que apresenta. Uma coisa é certa, quando bem utilizada, permite efeitos verdadeiramente impactantes. Destacamos a realização do I Encontro Nacional de Estudantes de Organização e Gestão de Eventos. Uma ideia de Hugo Soares, à qual nos associamos com o mesmo entusiasmo com que ele olha para o fenómeno dos eventos. Por fim, prometemos estar atentos à evolução das economias, e ao impacto que terão no nosso sector. Acompanhe‑nos aqui e em www.festaseeeventos.net.

Boa leitura, e até breve.

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ÍNDICE 6 8 12 14 18 26 30 34 40 43 46 48 51 56 60 64 68 72 76 80 84 88 92 96 100 102 106 108 114 120 124 127

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Colunistas Como criar uma forte relação entre o cliente e a agência?, por Diogo Assis Espaço APECATE Notícias Dossiê temático: Congressos Mudança no comportamento da procura, por Gonçalo Garcia Partilhar conhecimentos globais com a comunidade local, por Miguel Neves Grande entrevista: Helena Weinstein Organização de congressos e reuniões, um modelo de gestão?, por Pedro Cardoso Novos centros de congressos Centro de Congressos de Valência eleito o melhor do mundo Hotéis apostam nos eventos Eventos em universidades Um potencial imenso a explorar, por João Paulo Oliveira Meeting Architecture, por Maarten Vanneste Controlo de entradas num congresso, por Pimentel Furtado Quer ser o próximo Steve Jobs? Fernando Alvim, O apresentador Grupos de media investem nos eventos Criatividade em eventos, por Pedro Figueiredo Notícias Meeting Industry Eventos It´s a kind of magic, por Jorge Padinha Sustentabilidade Consultório de protocolo Video mapping À mesa com... Carlos Gonçalves Formação Destino nacional: Viseu Destino internacional: Namíbia Empresas Directório

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COLUNISTAS

Diogo Assis Formado em Gestão Hoteleira e Turismo, trabalhou no departamento comercial e de marketing de algumas das princi‑ pais cadeias hoteleiras do país, assim como no Intercontinental Hyde Park, em Londres. Em Novembro de 2002 decidiu lançar‑se numa nova experiência e co‑fundar a TLC. O objectivo era o de tornar esta empresa o DMC líder em Portugal.

Gonçalo Garcia Enquanto consultor da ILM, tem assumido diversos papéis no âmbito da organização, planeamento, coordenação e execução de análises de mercado e viabilidade económica e financeira de projectos turísticos. Tem igualmente desempe‑ nhado funções ao nível da estruturação de negócios turísticos para investidores privados, bancos, fundos de investi‑ mento e promotores imobiliários. Participou ainda em processos de negociação com operadores hoteleiros, dos quais se destacam: Intercontinental, Crowne Plaza, Holiday Inn Express, Hilton, Ritz‑Carlton, Four Seasons, Banyan Tree, Corinthia e Wyndham.

João Paulo Oliveira Tem formação superior em Direcção e Gestão Hoteleira. Desempenhou cargos comerciais no grupo Karena Hotels e no Hotel Meridien. Foi director comercial do Hotel dos Templários, subdirector do Hotel da Costa da Caparica, brand manager do Lisboa Convention Bureau e director adjunto para a Promoção no Turismo de Lisboa Visitors & Convention Bureau. Desde 2005, é managing partner da Leading e co‑fundador da Ambity.

Jorge Padinha Tem já uma vasta experiência na área do entretenimento, nomeadamente na sua vertente comercial, iniciando a sua carreira profissional na MTV, onde ocupou o cargo de Head of Ad Sales & Sponsorship, responsável pela criação e comercialização de conceitos 360º para as marcas que anunciavam no canal. Ao fim de quatro anos nesta empresa, transitou para a Fox International Channels, onde, actualmente, ocupa o cargo de Multimedia Sales Director de todos os canais Fox e National Geographic.

Maarten Vanneste Em 2005 ganhou o prémio IMEX Academy pelo “assinalável trabalho na promoção de mudanças e no encorajamento aos mais altos padrões de qualidade na meeting industry”. Presidente e CEO da Abbit Meeting Support, empresa belga que começou por prestar serviços na área dos audiovisuais mas rapidamente se reconverteu passando a dar apoio aos promotores de congressos, reuniões e conferências. Consultor, autor, orador, tem desenvolvido um reconhecido esforço para o reconhecimento de uma nova disciplina, a que corresponde um amplo olhar sobre a organização de eventos, a Meeting Architecture.

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Miguel Neves Profissional de conferências e eventos está neste momento em Londres a finalizar um mestrado na Universidade de Westminster. Em Maio de 2009 venceu o prémio IMEX – MPI Foundation Student Scholarship Award. Desde Julho de 2008 trabalha para a empresa SYNAXIS Meeting & Events. Participou no curso de Planeamento Estratégico & Gestão de Congressos e Eventos orientado por Linda Pereira (CPL). Foi orador na 14ª Conferência da IAHMP, em Denver.

Pedro Figueiredo Docente na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, onde coordena a Pós-Graduação em Design de Eventos e a Pós-Graduação em Design Management. As suas áreas de docência são a Gestão do Design, o Marketing, a Comunicação de Marketing, o Branding, o Visual Merchandising e os Eventos. É mestre em Comunicação e Imagem (IADE), efectuou a Formação de Executivos em Comunicação e Eventos (INP) e é actualmente doutorando em Ciências Empresariais – Marketing e Estratégia (FEP).

Pedro Cardoso Formado em Gestão Hoteleira, foi director de Front‑Office /Alojamento na abertura do ex‑Sheraton Porto em 1986 e director de Marketing e Vendas até 1995. Quadro co‑fundador e director‑executivo da Sugestões&Opções e do Grupo QRM, de 2002 a 2008. Fundador, em 2002, administrador e principal accionista da The House of Events. Consultor de Hotelaria e Turismo, e ex‑docente na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Orador convidado em seminários e congressos do sector.

Pimentel Furtado Coronel de Cavalaria, José Pimentel Furtado é licenciado em Ciências Militares. Desempenhou diversas funções na área de Segurança, entre as quais Comandante de diversas Unidades da Polícia do Exército, assessor para a formação da Polícia Militar das Forças Armadas Angolanas e a de Staff Security Manager do Quartel‑General da NATO em Oeiras. Foi respon‑ sável pela organização da segurança de dezenas de eventos oficiais, e nesta função ampliou a sua experiência de organização da segurança de eventos internacionais. Actualmente dedica‑se à consultoria, ensino superior e formação técnica.

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OPINIテグ

Diogo Assis Director da TLC

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COMO CRIAR UMA FORTE RELAÇÃO ENTRE O CLIENTE E A AGÊNCIA? Antigamente, o casamento era para toda a vida, mas quando analisamos as estatísticas actuais comprovamos que é necessário fazer um esforço constante para que uma relação desta magnitude funcione. Existe a mesma preocupação no sector empresarial. Assim, o que é necessário para que exista uma boa relação entre o cliente e a agência? Actualmente, as relações centram‑se muito no presente. Os sucessos anteriores e o histórico não são suficientes para garantir o próximo evento. Hoje em dia, somos avaliados sobretudo pela nossa proposta recente e não pelo êxito do último projecto com o cliente. A palavra lealdade parece já não estar tão bem definida no vocabulário actual. Assim, qual é a melhor forma de planear e garantir que a relação pode ser definida de forma a satisfazer o ambiente empresa‑ rial dos nossos dias?

Vendas e consciencialização – existe uma diferença Nós, tal como muitos outros, começamos a verificar que a abordagem comercial tradicional de viagens de negócios com reuniões presenciais é cada vez mais difícil de alcançar com sucesso, e retorno do investimento e do tempo. Existem várias razões para tal, desde equipas mais pequenas com pouco tempo para receberem fornecedores, até ao surgimento do estatuto

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OPINIÃO . Como criar uma forte relação entre o cliente e a agência?, por Diogo Assis de fornecedor preferencial que impede a visita de novos fornecedores. No entanto, existe uma questão mais profunda e que está muito ligada às gerações X e Y e de como lidar com elas. A recente Convenção 2020 ‑ O Futuro das Exposições, Reuniões e Eventos tem uma abordagem inte‑ ressante quando coloca a questão: “Como podemos satisfazer uma base de clientes com pouca capacidade de concentração, que espera estar sempre informada e ser sempre consultada, que quer obter bons preços, que não tem medo de perguntar ‘porquê’ e que não permite falhas?”. Também refere que existem actualmente cinco gera‑ ções na força de trabalho. As gerações X e Y perfazem cerca de 70% da popu‑ lação global ‑ da qual a Geração Y, por si só, contabiliza 2,1 mil milhões. Diria mesmo que as gerações mais novas se sentem desconfortáveis com as reuniões presenciais, preferindo a intimidade da tecnologia para esta‑ belecer comunicações. Assim, a nossa relação necessita de seduzir as aspi‑ rações de um público‑alvo diverso e, surpreendentemente, só um formato já não satisfaz todos os destinatários. O ponto central é criar uma conscien‑ cialização que seja cativante ‑ dada a falta de capacidade de concentração que constitui a norma nos dias de hoje ‑, relevante e utilize um espectro abrangente de canais de comunicação e que inclua as plataformas dos meios de comunicação social – as redes sociais. Actualmente, aquilo que interessa é que o cliente se lembre do seu nome. É necessário alcançar um equilíbrio cuidado, dado que ao dar muito pode estrangular uma relação emergente e, se der pouco, pode significar que o cliente se vai interessar por outro possível fornecedor. Por isso, é algo que exige um grande esforço de ambas as partes. Actualmente, temos de tentar obter feedback para garantir que aquilo que transmitimos vale a pena e que é visto como valioso por parte do cliente. Por vezes, parece uma estrada de sentido único.

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O projecto ‑ trabalhar em parceria A relação mais intensa ocorre durante o planeamento e a execução do evento, onde a interacção é constante com a equipa operacional e menos com a equipa comercial. Assim sendo, é vital que a equipa operacional compreenda bem os princípios de gestão de clientes, dos quais o principal é gerir as expec‑ tativas dos mesmos. Deparamo‑nos demasiadas vezes, desde o início, com falta de clareza de ambos os lados e isto pode dar origem a situações confusas e à perda de confiança em relações futuras. Como indústria, temos tendência para recusar contratos (os hotéis e as companhias aéreas foram sempre a excepção à regra) com medo de “porem em perigo o negócio”. Esta não é uma boa prática empresarial e é mesmo importante ser claro à partida, dado o curto espaço de tempo para realizar os eventos nos dias de hoje. Não se trata apenas de sermos claros sobre o que está incluído e qual o preço; trata‑se também de colocar questões do foro legal para evitar possíveis conflitos no futuro. John Hooker da JHCP colocou recentemente a questão do álcool na fase de planeamento de eventos (http://meetingsreview.com/ news/2010/09/03/Cheers_for_ nothing) e explica que devemos ser absolutamente claros sobre as respon‑ sabilidades de cada um, para garantir que a relação não termina abrupta‑ mente. Temos de colaborar na nossa relação comercial trabalhando para atingir objectivos acordados mutu‑ amente, o que vai ajudar a definir as fundações para uma relação comercial próspera porque esse é, certamente, o objectivo. Possivelmente, uma parceria é mais sólida do que uma relação no que diz respeito aos negócios porque implica que já se passou o teste e as classificações de aceitação para seguir para o próximo patamar.

Então o que é necessário para que exista uma boa relação? Uma boa parceria (nascida da relação) beneficia ambas as partes, é clara e transparente, comunica com a outra parte de uma forma eficaz e adequada; motiva a sua equipa a querer traba‑ lhar com o cliente e oferece soluções lucrativas, responsáveis, sustentáveis e que acrescentam valor. Não se pode basear apenas na personalidade de uma pessoa, mas sobretudo no ADN da equipa. As pessoas ainda compram pessoas, mas só depois de garantirem que os pressupostos de boas práticas existem. Isto faz parte do ritual de sedução actual e isso significa tempo, e tempo é dinheiro. Por isso, talvez tenhamos de ser mais selectivos nas nossas escolhas (e isso pode signi‑ ficar recusar maus negócios) e então, sim, a relação poderá durar mais do que apenas até ao próximo evento, tornando‑se no parceiro de escolha preferencial. Oferece certamente uma nova perspectiva sobre o speed dating.


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ESPAÇO APECATE . Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos

Maria José Teixeira

Presidente da Secção de Congressos da APECATE

O QUE É UM SERVIÇO? É extremamente difícil definir um produto puro ou um serviço puro. Um produto puro implica que o consumidor obtenha somente benefícios do produto, sem nenhum valor agregado pelo serviço, da mesma forma que um serviço puro assume que não há um elemento “produto” no serviço que o consumidor recebe. A dicotomia produto/serviço é um espectro que está a mudar com o tempo dentro das empresas, que tendem a mudar os seus comportamentos. Um bom exemplo desta dicotomia é a organização de congressos e/ou de eventos. O que, de facto, vendemos é a forma como as pessoas se sentem acolhidas, a comida que lhes reco‑ mendamos ou o espectáculo que lhes preparamos – tudo isto está misturado na cabeça do consumidor quando escolhe uma empresa para organizar o seu congresso e /ou o seu evento. Ainda mais controversa do que a dicotomia bens/serviços é a questão

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da classificação de serviços. A classifi‑ cação tem uma tradição científica, por exemplo a tabela periódica de química. No entanto, no sector dos serviços as classificações que surgiram até agora não são um bom termo de comparação com esse ponto de referência, já que comparam “isto” com “aquilo”. Todos os produtos, sejam eles bens ou serviços, apresentam um pacote de benefícios para o consumidor. Assim, a nossa mente enquanto consumi‑ dores personifica esses benefícios. Por exemplo, quando compramos um detergente para a máquina da roupa, o conceito de benefício poderia ser

simplesmente limpar, no entanto, queremos as roupas limpas e perfu‑ madas e, por isso, compramos o produto que nos parece poder atingir esses dois objectivos: limpeza e perfume. Já quando, enquanto consumidores, compramos um serviço, compramos uma experiência criada pela prestação desse serviço. Os benefícios desse serviço podem provir de várias fontes simulta‑ neamente, o venue, o hotel, o jantar, etc. Então, temos de dividir as nossas empresas de serviços em duas partes: uma visível e a outra invisível para o consumidor. As partes invisíveis: o trabalho de planificação, a contratação


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de serviços, etc., afectam a parte visível da organização que, por sua vez, é divida em duas partes: o ambiente físico inanimado onde o congresso ou evento acontece, e a equipa de contacto que, na verdade, presta esse serviço. Assim como os consumidores fazem parte do processo de prestação de serviços, as pessoas de contacto também são parte da experiência. Ao contrário dos bens, as pessoas de contacto não são objectos inanimados e, sendo humanos, apresentam variações que não podem ser controladas pelo processo do serviço. Os sentimentos e emoções das pessoas de contacto são aparentes para o consumidor e podem afectar a experiência do serviço, para o melhor ou para o pior. Uma das diferenças mais enfatizadas entre bens e serviços é a impossi‑ bilidade de controlar a qualidade do serviço antes que ele chegue ao consumidor. A prestação de um serviço acontece em tempo real e os consu‑ midores já estão envolvidos. Nós, enquanto organizadores de congressos e eventos, se algo correr mal, não podemos pedir ao cliente que saia e volte a entrar, e recomeçar tudo como se nada tivesse acontecido. É minha convicção de que, por defi‑ nição, é impossível um serviço alcançar 100% de qualidade quando a medição é feita em tempo real. Também é verdade que nem sempre os nossos consumidores cumprem as regras, os seus comportamentos podem resultar em exigências à equipa de contacto que escapam aos procedimentos e práticas adoptados como padrão. Quando somos confrontados com consumidores‑problema, temos a grande oportunidade de avaliar a nossa capacidade de adaptabilidade e de ajustar comportamentos, bem como a dos nossos colaboradores. Não é acon‑ selhável que a equipa de prestação de serviços adopte “roteiros de actuação” sem prestar atenção ao cliente que tem à sua frente. Se o fizer tem mais proba‑ bilidade de cometer erros e menos de satisfazer as suas necessidades.

Na sua forma mais básica, a satisfação do cliente é criada pela comparação das suas expectativas com as suas percepções do processo de prestação de serviços. Numa época de crescentes pressões competitivas, as empresas podem ser tentadas a prometer de mais. Se a empresa faz promessas que não pode cumprir, aumenta inicialmente as expectativas do cliente e, em seguida, diminui a sua satisfação quando essas promessas não são cumpridas. Isto é tão mais preocupante quanto a nossa actividade de prestadores de serviços não é imediatamente tangível, ou seja, se um cliente vai a uma loja de perfumes pode experimentar a fragrância e decidir se compra ou não. Em contraste, os serviços são abstractos. Por isso uma das nossas missões é torná‑lo mais concreto. Por exemplo, mostrando o registo do desempenho da empresa ou apresen‑ tando testemunhos reais. Temos de ter o cuidado de não confundir avaliação da qualidade do serviço com a avaliação da satisfação do cliente. A satisfação do cliente é uma avaliação passageira, específica para um momento, (por exemplo a acredi‑ tação), enquanto que a qualidade do serviço é uma atitude formada por uma avaliação global de médio e longo prazo do nosso desempenho. A maioria das empresas prestadoras de serviços fornece mais do que um serviço. O cliente/consumidor vai seguramente fazer a si próprio três perguntas antes de decidir por uma ou outra empresa: informações sobre a empresa, a experiência que a empresa

tem no mercado e a credibilidade que esta lhe oferece. Para as empresas de serviços como as nossas, a publicidade positiva, boca‑a‑boca, gerada por clientes satisfeitos, é a nossa melhor arma. Os clientes satisfeitos fazem comentários com os amigos, colegas de trabalho, o que por sua vez traz novos clientes. Estas fontes pessoais de informação são mais importantes para clientes de serviços, devido à intangibilidade e à percepção de risco aumentado asso‑ ciado à compra, como já tive oportuni‑ dade de referir. Horace Walpole escreveu: “Na ciência os erros precedem sempre a verdade.” Temos de ter muito cuidado com os erros, mas também estes fazem parte do nosso dia‑a‑dia. O segredo é saber identificá‑los e corrigi‑los sem que o cliente tenha tempo de notar.

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NOTÍCIAS

EXPOQUINTAS: APOSTA NO SEGMENTO CORPORATE Divulgar as quintas e outros espaços como locais de referência para a realização de eventos, criar oportuni‑ dades de negócio e promover o sector e as suas actividades são os grandes objectivos da segunda edição da ExpoQuintas – Exposição de Quintas e Espaços para Eventos, que se vai realizar de 12 a 14 de Novembro, no Auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. De acordo com José Orge, presidente da APEQE – Associação Portuguesa dos Espaços e Quintas para Eventos, é importante “ter um certame específico do sector, proporcionando visibilidade e posicionando as quintas e espaços num mercado de oferta qualificada para eventos”. Até ao fecho da edição, estão confir‑ madas as presenças de cerca de 30 expositores, o que corresponde a cerca de 40 quintas/espaços, segundo a APEQE. O certame vai contar com várias actividades e momentos, que passam pela “apresentação e degustação de produtos, animação,

workshop a definir e implementação de medidas de responsabilidade social e de preocupação ambiental, sensibilizando todos os intervenientes para medidas adequadas”, revela José Orge, subli‑ nhando o “propósito de integração do projecto ExpoQuintas na rede Oxigénio como ‘Evento Verde’”. O responsável adianta que o certame conta ainda com uma “Área Exclusiva, destinada a empresas com serviços e actividades complementares aos eventos”. Esta segunda edição da ExpoQuintas vai tentar chegar a todos os possíveis clientes, sejam eles empresas ou parti‑ culares. E o facto de as quintas, como espaços para eventos, serem muitas vezes associadas a casamentos e a outros eventos familiares, não impede o investimento na “área do corporate”. Pelo contrário, elas reúnem condições de resposta e de intervenção nessa área. “Há capacidade para essa abrangência de prestação de serviços, no âmbito dos eventos empresariais. Essa capacidade vai sendo resultado também de uma necessidade de diversificação, dessa

tradicional área de negócio, que ainda é o casamento”, afirma José Orge. E acrescenta: “A progressiva penetrabili‑ dade nos eventos empresariais deve ser ponderada por um lado pela adequação e áreas generosas (potenciadoras de acti‑ vidades) dos nossos espaços, e por outro pela qualidade da oferta de serviços, da própria gastronomia, alicerçada na garantia de uma plena privacidade exis‑ tente com enquadramentos e envolvi‑ mentos genericamente aprazíveis. Mais do que sentir que podemos chegar a esse sector, convictamente entendemos que já lá se chegou...” A APEQE espera aumentar o número de visitantes relativamente à primeira edição, tendo em conta a boa centra‑ lidade do Auditório de Medicina Dentária, onde se realiza o evento, e a qualidade das quintas e espaços repre‑ sentados. O evento é produzido pela Publihappening. Mais informação em www.expoquintas.pt.

Maria João Leite

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KRIAEVENTOS COM NOVA IMAGEM A empresa Kriaeventos está a celebrar dez anos de actividade e para assinalar a data lançou uma nova imagem, um logótipo e um site. É com uma estra‑ tégia de comunicação mais moderna e com uma mensagem mais assertiva que a Kriaeventos pretende reforçar o posicionamento no mercado nas suas três principais áreas de negócio: congressos, eventos corporativos e acções promocionais. A empresa de eventos, sedeada em Lisboa, apostou nas redes sociais, como o Facebook, e lançou um website mais atractivo e de fácil utilização (www.kriaeventos.pt), de forma a

“mostrar um novo rosto e uma nova linguagem corporativa ‘Eventos Inside The Box’”, explica a Kriaeventos. No novo sítio da empresa na internet é possível conhecer os campos de acção da Kriaeventos – actividades moti‑ vacionais e outdoor, congressos e convenções, lançamento de produtos, roadshows e acções promocionais e responsabilidade social e ambiental –, bem como os serviços que presta na área da animação, gestão de espaços, decoração, catering, design, audio‑ visuais e multimédia, stands e ceno‑ grafia, hospedeiras, apresentadores e entertainers, e espectáculos.

Tendo em conta os objectivos de comuni‑ cação dos seus clientes, a Kriaeventos pensa “Out of the Box” e realiza “Inside the Box” de cada cliente, actuando sempre de forma responsável e ecológica. Corria o ano 2000, quando três jovens sonharam dar vida a novas ideias. Dez anos depois, a Kriaeventos conta com uma equipa de 11 profissionais dispostos a concretizar projectos, apostando nos pormenores, pois são estes, segundo a empresa, “que tornam um evento único e especial”.

APECATE CONDECORADA A Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos foi condecorada com a medalha de prata de mérito turístico pela Secretaria de Estado do Turismo e o Turismo de Portugal, numa cerimónia realizada na Figueira da Foz, no âmbito do Dia Mundial do Turismo. Esta distinção premeia sobretudo o trabalho desenvolvido em prol do sector em geral e da Animação Turística em particular. A APECATE foi representada por João Sacchetti, António Pedro Marques Vidal e Elsa Gavinho.Também a New 7 Wonders Portugal recebeu a mesma medalha de mérito turístico. © Turismo Centro Portugal

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NOTÍCIAS

V JORNADAS DA APEP DEDICADAS À INOVAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Protocolo e Inovação na Organização de Eventos é o tema das V Jornadas Internacionais de Protocolo da APEP ‑ Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo. O encontro, que marca o 5º aniversário da APEP, tem, segundo Isabel Amaral, presidente da asso‑ ciação, “um programa de grande quali‑ dade, sendo provavelmente o melhor de sempre”. Os temas para reflexão e discussão vão centrar‑se no poder do protocolo, inovação e novas tendências no proto‑ colo e nos eventos. Como convidados,

a iniciativa conta com Carlos Fuente, fundador da Organización Internacional de Cerimonial y Protocolo (OICP), Pedro Rodrigues, da Desafio Global ativism, Maria Teresa Otero, professora da Universidade de Sevilha, Gilbert Monod de Froideville, director da International School of Protocol and Diplomacy de Haia, Manuel de Novaes Cabral, director da Presidência da Câmara Municipal do Porto, João Sacchetti, da Lagos Sports, Gloria Campos, da Escuela Internacional de Protocolo e Fernando

Ramos, professor da Universidade de Vigo. A conferência de encerramento vai ficar a cargo do Embaixador Manuel Côrte‑Real, antigo chefe de protocolo do Estado. As V Jornadas de Protocolo vão ter lugar no Auditório do Museu da Música, no próximo dia 10 de Novembro, e contam com o patro‑ cínio do Metropolitano de Lisboa. A Festas&Eventos é, desde a primeira hora, a media partner do evento.

CONGRESSO ATLAS NO ESTORIL É um congresso dedicado aos congressos. Nos países ditos desenvolvidos o retorno do segmento do turismo de negócios representa um terço ou um quarto do volume total de turismo. Por isso é importante que académicos e investigadores discutam o sector. O Congresso de Turismo de Negócios da ATLAS é, todos os anos, um fórum internacional para partilha de conhecimentos e investigação. Este ano o evento realiza‑se no Estoril e conta como keynote speakers com Jonathan Cohen e Seen Jokobsem, ambos envolvidos no Copenhagen Sustainable Meetings Protocol, um dossiê que surgiu no âmbito da Cimeira da ONU sobre Alterações Climatéricas e que é uma referência em termos de organização de eventos sustentáveis. Rob Davidson, um dos especia‑ listas mundiais em turismo de

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negócios, professor da Universidade de Westminster, lidera o comité científico do evento que conta ainda com Sonia Mileva, da Universidade de Sofia, Enrico Zuffi, do Convention Bureau de Genéva, Jorge Ferraz, José Sancho de Sousa e Silva e Nuno Gustavo, da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), e Linda Pereira, da CPL Events. A organização está a cargo da CPL Events. O público‑alvo são os professores de eventos e turismo de negócios, inves‑ tigadores, estudantes e profissionais deste mercado. Para Nuno Gustavo, professor da ESHTE, este é um evento muito impor‑ tante para a região, “a notoriedade do destino, o significado do turismo de negócios para a região e a partici‑ pação da ESHTE no comité científico do evento, a qual se justifica pela sua

oferta formativa neste âmbito especí‑ fico ‑ mestrado em turismo, ramo de especialização em gestão estratégica de eventos ‑, foram factores decisivos para a captação do evento. O Congresso ATLAS decorre de 14 a 17 de Novembro, no Centro de Congressos do Estoril, com o apoio à divulgação da Festas&Eventos. Mais informações em http://www.7btconference.cplevents.pt A Atlas, Associação para a Educação em Turismo e Lazer, existe desde 1991 para desenvolver iniciativas forma‑ tivas transnacionais sobre estes temas. Tem membros em 70 países, promove intercâmbios de estudantes e apoia projectos de investigação. Cláudia Coutinho de Sousa


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DOSSIÊ TEMÁTICO

© Bloom Up

CONGRESSOS: NO PELOTÃO DA FRENTE www.festaseeventos.net


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Por grande parte das 128 páginas desta edição da Festas&Eventos vamos conhecer uma multitude de perspectivas sobre o sector dos congressos. Neste dossiê temático fomos ouvir os organizadores. Conversámos com quatro empresas, de dimensões e percursos muito diferentes, porque o mercado é feito disso mesmo. Dois organizadores profissionais de congressos (OPC) e duas responsáveis de empresas de eventos, que também organizam congressos. Quisemos saber as suas reflexões sobre esta área. Ouvimos também o ponto de vista do cliente e desafiámos uma empresa de recursos criativos a olhar para os congressos. O assunto, obviamente, não se esgota nas páginas seguintes. PORTUGAL NA MODA À pergunta sobre as mais‑valias que Portugal tem para receber congressos, Linda Pereira, da CPL Events, responde com outra pergunta: “O que é que Portugal não tem?”. Para esta profissional o país tem “venues fabulosos, legislação tolerante no uso dos mesmos, profissionalismo, bons preços, bons hotéis, um aeroporto [Portela] com localização excelente, clima, gastronomia e hospitali‑ dade”. Pedro Cardoso, da The House of Events, destaca três factores: a acessibilidade, a notoriedade e o preço. “Portugal está na moda, temos organizado grandes eventos, temos uma história e cultura universais, além

FALTA DE ESPAÇOS disso temos acessibilidade e somos um dos destinos mais competitivos em termos de preço”, adianta o respon‑ sável. Hotéis e centros de congressos com capacidade para acolher eventos de diferentes dimensões, e profis‑ sionais capazes de dar respostas de elevado nível, são mais‑valias apon‑ tadas por Paula Ribeiro, da Bloom Up, empresa que venceu na categoria de Melhor Congresso, na última edição da Gala dos Eventos. Vanessa Pinto de Campos, da KriaEventos, aponta ainda a beleza, a gastronomia, a segurança, a facilidade linguística e de comunicação e a hospitalidade.

No reverso da medalha, a falta de espaços para congressos de grandes dimensões é apontada como uma grande fragilidade, “por exemplo para grupos superiores a 500 pessoas existe uma lacuna quanto à proximi‑ dade entre as unidades hoteleiras e os grandes centros de congressos”, aponta Vanessa Campos, que gostava que aparecessem espaços mais inova‑ dores e modernos. Paula Ribeiro, da Bloom Up, pensa que o que poderia dar força à área “seria a criação de novos espaços, que diversificassem a oferta, especialmente em termos de eventos de elevada dimensão, onde não existe uma grande variedade, como é o caso

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DOSSIÊ TEMÁTICO

IMPACTO DA CRISE

© KriaEventos

da região Centro e do Alentejo.” “A forma de planeamento dos centros de congressos não tem sido inteligente”, refere Pedro Cardoso que explica que, em eventos de média e grande dimensão, não há walking distance ou num percurso curto de autocarro, como alojar mil ou duas mil pessoas. Portanto a localização dos centros de congresso não é a melhor, segundo o director da The House of Events, que aponta também a forma de fazer negócio em Portugal, as imposições e as restrições e o pouco apoio das enti‑ dades públicas como pontos negativos. O rol de queixas da responsável da CPL Events é extenso: “Péssimo marketing, pior comunicação, falta de espaços de dimensão maior e de fornecedores que

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falem a língua do sector, uma atitude muito ‘marroquina’ em relação a orça‑ mentos, falta de atitude de parcerias, um péssimo conhecimento do sector pelos políticos e instituições.” E turismo de congressos é em Lisboa, o resto é paisagem? No entender da directora da CPL Events existem condi‑ ções nos outros destinos, mas estes precisam de mais apoio, “o poder que é dado a Lisboa é desmesurado e não existe visão para o resto do país”. Para Pedro Cardoso já foi mais assim, mas hoje em dia o Porto é uma alternativa, tal como outras regiões, até porque “há uma saturação das capitais e à medida que as infra‑estruturas vão aparecendo, a tendência é para descentralizar”.

“O que mudou com a crise foi a atitude”, responde sem hesitar Pedro Cardoso, que admite que a forma de planear e executar os eventos mudou. Mudou também a política de alguns players, sobretudo da indústria farma‑ cêutica, “houve uma auto‑regulação para evitar gastos sumptuosos e pouco éticos e avaliar o retorno do inves‑ timento”, refere. Nada vai ser como antes, acredita o responsável da THE. Já Linda Pereira não concorda que tenha existido uma espécie de adeus ao luxo, “basta ver os eventos da EDP”, afirma. No entanto passou a haver mais rigor, “acabou o brincar às festas e começaram a fazer‑se as coisas com objectivos, pressupostos, com medida e análise”, adianta a responsável da CPL Events que refere que “a percepção social sobre o despesismo é que tem actuado sobre escolhas e opções”. Vanessa Campos, da KriaEventos, aponta três aspectos em que se mani‑ festou a crise: “Os hotéis mais procu‑ rados para o alojamento dos congres‑ sistas passaram a ser os de quatro estrelas; os acompanhantes passaram a ser em número mais reduzido e a usufruir de programas menos ambi‑ ciosos; e as animações complementares e os programas sociais passaram a ser menos exigentes e de produção mais barata.” Paula Ribeiro revela que um dos sinais da crise é a maior nego‑ ciação dos valores e corte em alguns elementos do evento.


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OS CONGRESSOS TÊM QUE SER ABORRECIDOS? É legítimo pensar que o esquema destes eventos pode estar ultrapassado... basta talvez olhar para a plateia de alguns congressos. Para a directora da Bloom Up os congressos não têm que ser cinzentos, “muito pelo contrário”. Os suportes gráficos, os momentos de convívio, as acções de comunicação, as formas de apresentação, a expo‑ sição comercial e os audiovisuais são elementos onde se pode apostar para tornar um congresso mais atraente. Os congressos são tão mais interessantes quanto melhor fluir a comunicação entre os congressistas, explica Vanessa Campos que refere que, “independen‑ temente da especificidade dos conte‑ údos, a escolha do espaço, a decoração, o programa social, comunicação e a

própria exposição de conteúdos podem e devem tornar os congressos mais apelativos e dinâmicos orientados para mensagens e acções inovadoras e modernas de forma a alcançar assertiva‑ mente estes públicos”. Linda Pereira não tem grandes dúvidas, “os congressos são os eventos mais interessantes”, diz. A profissional acha que a criatividade é fenomenal nesta área, até a escolha de oradores é criteriosa. Os congressos não têm que ser aborrecidos, diz Pedro Cardoso, um profissional cada vez mais alerta para as questões da meeting architecture (ver artigo de opinião da página 60). A tecnologia pode ter um papel impor‑ tante para tornar os congressos menos cinzentos e aborrecidos. “É importante

que as tecnologias ajudem a estimular o networking, a motivação e a educação e conhecimento”, refere o responsável. Vanessa Campos, da KriaEventos, é da opinião de que ainda há muito caminho a percorrer no domínio das tecnolo‑ gias, mas que se tem assistido a cres‑ cente oferta em termos de software de gestão de congressos, alternativas de comunicação online e offline, inovação nos audiovisuais e plataformas de comunicação interactivas e inovadoras. Paula Ribeiro, da Bloom Up, destaca a evolução em termos da logística das inscrições, acreditação, emissão de certificados, controlo de presenças e recepção de trabalhos científicos.

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DOSSIÊ TEMÁTICO

UM UNIVERSO NO FEMININO Não há grandes dúvidas, muitos dos organizadores profissionais de congressos são mulheres. Talvez pelo facto de estes eventos exigirem grande atenção ao detalhe e capaci‑ dade de organização, características normalmente associadas ao sexo feminino. Linda Pereira concorda e refere que a maioria dos profissio‑ nais são mesmo mulheres acima dos 47 anos. “É um trabalho que requer muito multi‑tasking, muitos eventos a serem desenvolvidos ao mesmo tempo, muitos detalhes, gestão de egos, agendas e sensibilidades, visão e inteligência emocional”, descreve. Pedro Cardoso, da The House of Events, empresa também constituída quase só por mulheres, concorda que o universo dos congressos seja feito mais no feminino, isto porque o trabalho exige método, disciplina, coerência e consistência, “é quase um trabalho de filigrana, de crochê”, exemplifica.

© Bloom Up

O FUTURO? A certeza é de que os congressos não vão acabar. A actualização e partilha de conhecimentos vai continuar a ser necessária e os congressos virtuais não são uma solução totalmente eficaz. Mas as novas gerações vão ajudar a moldar o rosto destes eventos: experiências, interactividade, networking e um enfoque nos conteúdos e na medição do retorno de investimento. E se em muitos rankings Portugal está inva‑ riavelmente na cauda da tabela, no turismo de negócios temos motivos para estar optimistas. Em 2009 Portugal era o 17º destino mundial de © Bloom Up

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congressos, à frente de países como a Dinamarca ou a Bélgica. Ao todo, no ano passado, foram realizados 168 congressos e reuniões no nosso país. Em termos de cidades, Lisboa partilha o 8º lugar com Amesterdão, ultrapassando, por exemplo, cidades como Madrid, Praga ou Londres. Na capital portu‑ guesa foram realizados 98 congressos. Estes são dados da ICCA, International Congress and Convention Association, a mais importante associação do sector, que elaborou esta lista com base em 8,294 eventos. Dados que dão alguma confiança. Ao menos nisso. Cláudia Coutinho de Sousa

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DOSSIÊ TEMÁTICO

© THE

O PONTO DE VISTA DO CLIENTE Pedro Cantista é médico, foi presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, e nessa condição trouxe para Portugal (e para o Porto), em 2008, o Congresso Mundial de Hidrologia Médica. “Fizemos uma candidatura que tinha como pontos fortes, entre outros, o programa científico, o comité organizador, um destino com todas as condições e o suporte de um bom organizador profissional de congressos”, conta Pedro Cantista. E quais os critérios na escolha do OPC? No caso em concreto havia um conhecimento prévio, mas o médico – envolvido em congressos há mais de 30 anos – destaca um requisito fundamental: o curriculum (ou portfólio). Um OPC, para Pedro Cantista, tem que ter rigor organizativo – um congresso envolve imensas tarefas que têm que ser cumpridas a tempo e horas ‑, rigor orçamental, profissionais competentes e com experiência, ter um bom webmaster. Isto para enunciar somente alguns aspectos. No entender do clínico,

é impossível organizar um congresso de dimensão internacional sem a presença de uma empresa organiza‑ dora de congressos. “Os bons OPC contam‑se pelos dedos de uma mão”, acredita Pedro Cantista, que já passou por uma péssima experiência com uma empresa organizadora, “dessa vez eu próprio refiz a organização”. “Passei um mau bocado”, confessa o médico, orgulhoso no entanto pelo facto do “seu” Congresso Mundial de Hidrologia Médica ter sido considerado o melhor de sempre (e já vai em 37 edições).

AREJAR O QUE PODE SER BOLORENTO Desafiámos a Nixfuste, empresa de recursos criativos, a olhar para um congresso, e todos nós já estivemos num, e rein‑ ventá‑lo. Originalidade e pertinência são ingredientes básicos, segundo Frederico Ferreira, director criativo. E tudo pode sofrer intervenção, desde o modo como as pessoas se inscrevem, à forma de comunicar do congresso, ao espaço onde decorre... Tudo! “É possível arejar uma coisa que pode ser bolorenta, e às vezes um bocadinho de cor é o suficiente”, lembra o responsável. E é possível actuar, por exemplo, sobre um congresso de Oncologia? Tudo é passível de ser reinventado, acredita Rita Rocha, directora de marketing, “pode actuar‑se por exemplo na forma de apresentação dos conteúdos”. Aqui as novas tecnologias podem ter um papel importante, conforme nos explica Frederico Ferreira: “Uma das situações em que temos pensado é pôr em prática a utilização das novas tecnologias tácteis. Por exemplo, com um Ipad os participantes poderem receber uma selecção de conteúdos interactivos com aqueles que estão a ser apresentados no palco.” A realidade aumentada é outra possibilidade de futuro, “Imagine ver o orador com os gráficos à sua escala em tempo real.”Mas para Frederico Ferreira a tecnologia não deve ser show off, “se é para ser utilizada é para ser estruturante, ajudar a passar a mensagem de forma mais efectiva e clara”. Não há barreiras à criatividade, diz a empresa, “as pessoas têm sentimentos, emoções e é com isso que temos de trabalhar. Tudo o resto são ferramentas, passíveis de serem utilizadas”. Claro que há o receio de mudar, “a mudança produz medo”, mas “a natureza evolui e tem que haver aqui uma evolução e tem que ser no sentido da eficácia. Quantas pessoas já se aperceberam de que são sempre as mesmas pastinhas, os mesmos espaços?”, questiona Frederico Ferreira.

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OPINIテグ

Gonテァalo Garcia

Analista Senior da ILM Advisory

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MUDANÇA NO COMPORTAMENTO DA PROCURA De acordo com o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), o turismo de negócios é um dos produtos estratégicos para o crescimento e a expansão do sector turístico português. O turismo de negócios diz respeito a todas as viagens cujo motivo principal da deslocação é o de assistir e/ou participar numa reunião, englobando assim todas as despesas que estão associadas a eventos ligados ao segmento meeting industry ‑ deslocação, alojamento, refeições, acreditações, transfers, programas complementares, entre outras. Neste contexto, e numa perspectiva da componente da oferta, entende‑se que turismo de negócios abrange todas as actividades organizadas de modo a dar resposta às motivações do turista que se desloca e pernoita por motivos profis‑ sionais. Os eventos, e em concreto os congressos e as conferências, enquanto forma de turismo de negócios repre‑ sentam uma contribuição significa‑ tiva para a performance turística do segmento meeting industry. A organização de congressos e confe‑ rências são normalmente caracte‑ rizadas por um elevado número de

participantes, envolvendo uma logís‑ tica complexa ao seu desenvolvimento. Por esta razão, há regiões que apre‑ sentam natural apetência para captar a organização desta tipologia de eventos, nomeadamente Lisboa e Porto. Em todo o caso, o Algarve começa a despontar para a organização de eventos – nomeadamente congressos e confe‑ rências ‑, não sendo porém um destino primário para esta tipologia de eventos. Condições estruturantes como dimensão de espaços para acolher eventos com a capacidade preten‑ dida, oferta de alojamento qualificado

em quantidade suficiente, oferta de restauração, actividades culturais e lúdicas (enquanto complemento do programa), bem como a proxi‑ midade destes elementos aliada à facilidade de transporte e mobilidade na região, apresentam‑se como as principais condicionantes à organi‑ zação de eventos. Os factores apre‑ sentados constituem as principais barreiras à organização de congressos e conferências de visibilidade inter‑ nacional, sendo que, no panorama da oferta turística nacional, os destinos com a capacidade para responder

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OPINIÃO . Mudança no comportamento da procura, por Gonçalo Garcia

positivamente àquelas características são reduzidos. Reconhece‑se porém que, dada a exposição e o fluxo de pessoas que estes eventos produzem, estes traduzem‑se claramente numa mais‑valia para a região, apresentando‑se como um factor dinamizador da economia local. É por esta razão que se têm vindo a desenvolver esforços regionais com o intuito de garantir condições para acolher aquela tipologia de eventos.

A título de exemplo, o caso do Algarve no panorama da organização de grandes eventos tem obtido sucesso na captação de congressos organizados por organismos públicos, demonstrando deste modo a apetência daquela região para acolher eventos de grande dimensão.

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Mas não sendo caso único, também a Região Autónoma dos Açores tem vindo a desenvolver um programa de incentivos a grupos, onde parte dos custos da organização do congresso ou conferência é comparticipada. Esta medida tem como objectivo colocar os Açores na rota dos grandes eventos, combatendo simultaneamente a noção de insularidade do arquipélago. Porém, e atendendo às tendências mundiais, verifica‑se que o segmento de meeting industry apresenta uma orientação de mudança. Tendo sido em grande medida provocada pela recente crise financeira, da qual os sectores económicos se ressentiram de forma transversal, verifica‑se actualmente a tendência para as empresas (principais consumidoras do produto meeting industry, enquanto consumidor final ou organizador) cortarem nos orçamentos disponíveis para este tipo de actividade. Esta realidade tem reflexo imediato na dimensão dos grupos e na duração dos eventos, verificando‑se uma redução significativa de ambos os indica‑ dores. De acordo com uma iniciativa realizada pela ILM, em parceria com a Associação de Turismo do Algarve, com o intuito de caracterizar o segmento meeting industry do Algarve, verificou‑se que a principal motivação / tipologia de eventos realizados foi a das reuniões e dos incentivos. Embora não seja correcto assumir este exemplo como demonstrativo da realidade nacional, a verdade é que os resultados obtidos naquela iniciativa foram de encontro às tendências mundiais. Assim, no panorama dos grandes eventos – congressos e conferências –, verifica‑se uma mudança no compor‑ tamento da procura, preterindo aqueles em detrimento de eventos de menor dimensão e mais personalizados. Esta realidade possibilita a Portugal

posicionar‑se num patamar de maior competitividade, na medida em que a oferta para eventos de pequena e média dimensão é mais homogénea em todo o país. No contexto dos grandes eventos, apenas algumas regiões nacionais têm a capacidade de competir com destinos internacionais, facto que condiciona a competitividade do país.

Concluindo, e quando se fala em eventos no âmbito do turismo de negócios ou meeting industry, é importante termos a noção da capacidade dinamizadora de um grande evento em formato de congresso ou conferência, assim como dos impactos que este proporcionará à região que o acolhe. No entanto, é igualmente importante ter a noção de que o segmento não se esgota com as conferências e os congressos, existindo um largo leque de opções de eventos, mais adaptados às tendências mundiais, realidade de procura e oferta nacional, potenciando deste modo a competitividade nacional no contexto do turismo de negócios.


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OPINIÃO

Miguel Neves

Director de Operações para a Europa da Synaxis ‑ Meetings & Events

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PARTILHAR CONHECIMENTOS GLOBAIS COM A COMUNIDADE LOCAL Participei recentemente na conferência MPI (Meeting Professionals International) World Education Congress em Vancouver na qual tive o prazer de ver um dos meus oradores preferidos, Paul Bridle. Paul Bridle é um orador que se dedica a ajudar empresas a melhorar a performance dos seus colaboradores e por consequência da empresa. Nesta ocasião, o Paul falou sobre o princípio 80‑20, também conhecido como a lei de Pareto, que sugere que 80% das consequências advêm de 20% das causas. Este princípio tem como base uma observação do italiano Vilfredo Pareto, em 1906, sobre o facto de 20% da população italiana ser proprietária de 80% do país. Mais recentemente esta relação matemática tem sido frequentemente referida em gestão empresarial e um exemplo comum é o de 80% das vendas virem de 20% dos clientes. www.festaseeventos.net


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OPINIÃO . Partilhar conhecimentos globais com a comunidade local, por Miguel Neves Nesta sessão, Paul Bridle sugeriu uma relação diferente, a ideia de que em termos de eventos 80% dos factores são dados adquiridos, e são somente 20% dos factores os que diferenciam os eventos uns dos outros. Ou seja, 80% dos componentes de cada evento fazem parte das expectativas dos partici‑ pantes, e portanto restam somente 20% para os gestores de eventos poderem diferenciar as suas iniciativas. Nos tempos correntes, de orçamentos apertados e canais de comunicação saturados, estes 20% tornam‑se ainda mais importantes. A meu ver este conceito traduz‑se facilmente para a produção de congressos da seguinte maneira. Todos os participantes esperam que o congresso se realize num centro de congressos ou hotel adequados, esperam que haja comida aceitável e oradores que conhecem os assuntos. Todos estes componentes fazem parte do modelo básico que conhecemos como um congresso, e portanto fazem parte dos 80%. Se este modelo básico tiver falhas, os participantes dificilmente terão uma boa impressão do congresso, afinal de contas as suas expectativas eram mais altas do que a realidade. Assumindo que o modelo básico, os 80%, foi executado dentro das expec‑ tativas dos participantes, podemos então tentar superar as expectativas com os restantes 20%. Neste capítulo temos muitas escolhas ao nosso dispor, podendo optar por simplesmente melhorar a qualidade dos compo‑ nentes básicos. A comida de qualidade superior é sempre uma boa escolha, mas podemos também optar por meios audiovisuais que trazem algo de novo, de modo a superar as expectativas. O toque pessoal de um telefonema ou de uma carta de agradecimento depois do congresso pode também ser muito importante, e ter o efeito de elevar a experiência pessoal de cada parti‑ cipante. Muitos congressos contam com o apoio de entidades públicas e, por vezes, é permitida a realização de jantares de gala ou cocktails em

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locais normalmente fechados ao público. Dando como exemplo de novo o congresso MPI World Education Congress em Vancouver, a festa de abertura teve a honra de usar o “caldeirão olímpico” e de acender a chama olímpica pela primeira vez. Isto fica certamente na memória dos parti‑ cipantes e, sem dúvida, eleva o grau de satisfação dos mesmos. Algumas das iniciativas que neste momento ganham mais projecção estão ligadas à sustentabilidade. Por exemplo limpar uma mata ou replantar uma floresta têm um efeito terapêutico. É uma boa acção que beneficia a comu‑ nidade local e que tem também um efeito motivante e de team‑building para os participantes. Mas, apesar de ter certamente efeitos positivos para a comunidade local, em termos práticos as consequências desta acção são mínimas. Levando em conta o conceito moderno de sustentabilidade, que envolve o meio ambiente, os recursos humanos e o crescimento financeiro, podemos optar por oferecer aos parti‑ cipantes de congressos a oportunidade de contribuir para qualquer dos três. Em termos financeiros é importante contribuir activamente para a economia local, principalmente em congressos internacionais, usando fornecedores e produtos locais. Mais ainda, cola‑ borar com empresas locais pode ter a vantagem de partilhar conhecimento com estes fornecedores que podem não ser tão experientes e, por isso, certa‑ mente beneficiarão desta parceria. Com o objectivo de beneficiar a comunidade local em termos sociais proponho ir ainda mais longe e dou como exemplo um projecto conce‑ bido por mim e executado com a ajuda de várias partes. No dia que antecedeu o arranque MPI World Education Congress 2010 realizou‑se o primeiro “Community Knowledge Programmme”, que teve como pala‑ vras de ordem ‑ partilhar conheci‑ mentos globais com a comunidade local. Durante três horas, quatro oradores, que viajaram até Vancouver

para participar no congresso da MPI, doaram o seu tempo e partilharam os seus conhecimentos com um grupo de trinta estudantes universitários da área de gestão de eventos. David Bancroft‑Turner partilhou os seus conceitos de inteligência política e de saber lidar com diferentes personali‑ dades, Fiona Pelham e Andrew Walker deram a conhecer os novos standards de sustentabilidade em eventos (BS 8901 e ISO 20121), e Ruud Janssen falou sobre o futuro da tecnologia dentro e fora dos eventos. A meu ver mais ainda do que plantar uma árvore, o que é sem duvida uma acção positiva, este tipo de iniciativas pode ser altamente benéfico para a comunidade local. A acção foi um sucesso para os alunos que benefi‑ ciaram da presença de vários peritos, e para os peritos que sentiram que ajudaram os alunos locais a melhor entender o mundo dos eventos, e não só. Todos os oradores mostraram a sua disponibilidade para repetir esta iniciativa e, com a ajuda da MPI, ela será realizada em paralelo com todos os seus congressos de grande dimensão. Esta acção teve claramente um efeito motivante para todos os participantes, mas mais do que isso contribui positi‑ vamente para a imagem da associação MPI e, quem sabe, ajudou até a anga‑ riar futuros membros. É claro que este tipo de iniciativa não seria possível sem a ajuda das universidades e entidades locais, e a colaboração com as mesmas terá sempre de ser bem desenvolvida. No futuro gostaria de abrir este tipo de iniciativa a organizações de caridade e a outras que poderiam também benefi‑ ciar da partilha do conhecimento que os oradores, e quem sabe os participantes, trazem para os congressos.


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GRANDE ENTREVISTA

Helena Weinstein

Presidente da Assembleia‑Geral da APECATE

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“MUDAR A MENTALIDADE” Num sector dominado por mulheres, como é o dos congressos, fomos conhecer uma muito especial, que contribuiu decisivamente para a consolidação do sector no nosso país. Directa, frontal, sem papas na língua, foi um dos primeiros Organizadores Profissionais de Congressos (OPC) em Portugal. Chama‑se Helena Weinstein, é presidente da Assembleia‑Geral da APECATE e foi distinguida com o Prémio Personalidade da Gala dos Eventos, em 2008. A nossa conversa correu rápida, sem percebermos que tinham passado, num estalar de dedos, duas horas inteiras. Claro que o cenário também ajudou, o terraço do Bairro Alto Hotel, com uma perspectiva arrebatadora sobre Lisboa e o Tejo. Como é que se tornou organizadora profissional de congressos? Foi um percurso longo. Os meus estudos foram divididos entre Portugal, França e Inglaterra… Mas tinha alguma ligação a estes dois últimos países? Não, penso que minha Mãe tinha uma visão muito avançada para a época. Achava que devíamos alargar os nossos horizontes, ter contacto com outras culturas. Fui por isso fazer um ano em França, que equivalia cá ao terceiro ano do liceu, e em Inglaterra

estive a fazer uma especialização em secretariado internacional. Casei‑me com 17 anos, logo não houve tempo para muita coisa [risos]. Depois tive uma filha, vivi três anos em África, voltei, e tive mais duas filhas. E trabalhava em quê nessa altura? Enquanto elas eram pequenas não trabalhei, fazia de vez em quando uns trabalhos ‑ é engraçado, sempre ligados a congressos. O meu pai era médico e, às vezes, amigos dele faziam congressos e eu achava graça estar ali como hospedeira, ou na recepção…

Portanto, o contacto com os médicos é já antigo. Mas era uma coisa espo‑ rádica. Quando as minhas filhas já estavam mais crescidas comecei a trabalhar com um médico e fisiotera‑ peuta que tinha um consultório com tantos papéis que mal conseguia ver os doentes [risos]. Um dia falou com o meu pai e disse que precisava de alguém que lhe organizasse o consul‑ tório. Eu, como estava à procura de um part‑time, decidi ir trabalhar com ele. Essa foi a minha primeira experi‑ ência de organização, digamos assim [risos]. Mais tarde ele esteve envolvido

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GRANDE ENTREVISTA . Helena Weinstein num congresso, e eu ajudei‑o nesse trabalho. Chega então o 25 de Abril e nessa altura fui para o Brasil. Como foi essa experiência? Chegamos lá com uma mão à frente e outra atrás, para dizê‑lo em bom português. Empreguei‑me numa grande empresa e por lá estive três anos. Quando voltámos abri um restaurante, o Pé Descalço, perto da Assembleia da República. Era um restaurante super descontraído, mas dois anos mais tarde decidi vendê‑lo. Deu‑me imenso gozo lançá‑lo, pô‑lo a funcionar, mas depois era todos os dias a mesma coisa. Entretanto o meu marido formou, com mais duas pessoas, uma empresa de feiras, exposições e congressos, a Certame. A vertente maior era a de feiras, mais tarde desenvolveu‑se também a de construção de stands e havia, ainda, a valência de congressos. O departa‑ mento de congressos ficou sob minha responsabilidade e dai para cá nunca mais parei. Isto foi em 1982. Quais foram as maiores dificuldades nessa altura? Nesse tempo éramos a única empresa que fazia feiras, exposições e congressos, além da FIL. A FIL alugava o espaço, mas também apoiava na organização. No princípio fazíamos congressos nacionais, mas o depar‑ tamento deu um grande pulo quando um dia nos perguntaram se fazíamos congressos informatizados. E faziam? Só tínhamos um desgraçado de um computador [risos]. Mas como éramos donos da Inforpor, a feira de informá‑ tica, tínhamos a vantagem de poder acompanhar as novidades e reforçar a tecnologia dentro da empresa. O meu marido respondeu que sim e, no dia seguinte, estava eu num avião para a Suécia para comprar um software. Daí para a frente tornamo‑nos parceiros da Congrex, o único software que na altura administrava congressos.

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Foi um grande desafio esse congresso? Desde 1986, até hoje, foi o congresso [Rehabilitation International] mais complicado em termos de logística. Como os congressistas eram muitos deles pessoas com incapacidades várias, nomeadamente físicas, tivemos que ter tradução simultânea em nove línguas, tudo escrito em braille, dez salas simultâneas com diversas confe‑ rências, disponibilizar cadeiras de rodas. Houve mesmo a situação de um orador japonês que tinha um problema na traqueia e só podia falar deitado numa maca. Contratámos bombeiros para acompanharem os cegos. Enfim, foram à volta de duas mil pessoas e 180 na organização ‑ a quem foi preciso dar formação. Tivemos que pedir aos hotéis que eliminassem as barreiras arqui‑ tectónicas por causa dos deficientes motores, pedir à Carris autocarros adaptados. Obviamente que estávamos a trabalhar para o Governo e isso tinha algum peso. Que outros momentos da sua carreira destacaria, além desse? Acho que o momento mais marcante foi mesmo esse congresso. Fiz vários, e muito diferentes, mas nunca nenhum tão intenso. Para se perceber o salto tecnológico, nesse mesmo ano tinha feito um congresso de esteticismo com uma máquina de escrever e um pequeno computador, onde cada disquete tinha espaço para guardar umas 30 páginas de texto. Deu‑me mais trabalho do que com o outro, em que usámos software. Isso foi uma revolução. O software veio facilitar tudo.

“O cliente português ainda trabalha à base dos amadores”

Agora é mais fácil organizar congressos ou, pelo contrário, é cada vez mais exigente? Desde o momento em que se é profis‑ sional, que se saiba o que se está a fazer e que existam as ferramentas informá‑ ticas necessárias, acaba por se tornar fácil. Não é dizer que se faz tudo numas folhinhas do Excell, como às vezes se ouve, porque aí o risco de haver falhas é muito grande, e aumenta em função do tamanho e complexidade do congresso. Considera que há muitas empresas dessas, que vão improvisando? Sim, há muita gente que ainda não tem o software de que precisa. E o que noto é que as associações profissionais, quando vão para um país, querem saber qual o tipo de ferramentas que o OPC tem. O cliente internacional está agora muitíssimo mais exigente. Também por isso deveriam existir mais parcerias entre empresas. Não é preciso ser uma parceria para toda a vida, pode ser feita evento a evento. Mas as parcerias são muito impor‑ tantes. Um OPC não pode ter uma estrutura muito pesada. Penso que o português tem muitas vezes esta tentação de querer ganhar tudo, e de não querer repartir nada com ninguém. Ora bem, esse é um dos maiores erros que podemos cometer. Um OPC não pode ser especialista em tudo, é muito mais um coordenador geral. Mas tem que ser suficientemente profissional para saber organizar as suas equipas cada vez que tem um evento. Contam‑se pelos dedos de uma mão os bons OPC aqui em Portugal? Contam. Não mais do que isso. Uma mão e meia.


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Isso é porque o mercado não suporta mais empresas dessas? Acho que não é isso. O cliente portu‑ guês ainda trabalha muito à base dos amadores. E o que acaba por acontecer é que o congresso vai ter problemas, vai correr mal. Estou a pensar em congressos médicos nacionais e não internacionais. Se o congresso não corre tão bem, no ano seguinte procuram outro organizador. E a secre‑ tária e o médico vão fazer umas coisas. Acho que o cliente ainda não se aper‑ cebeu de que o facto de contratar um OPC lhe vai permitir poupar dinheiro. Acham que conseguem organizar eles próprios o evento? Acham que sabem fazer tudo. Eu estou convencida de que a maior parte dos congressos feitos por aí são comple‑ tamente descontrolados. Os laborató‑ rios estão agora a dizer chega. Já não querem os médicos em hotéis de cinco estrelas, já não podem levar a família... e isto acontece a nível europeu.

Isso resulta da crise económica? Não, isto foi antes da crise. Quem provocou a situação foi a Itália ‑ era um descalabro! Não tenho a certeza, mas julgo que foram os próprios laborató‑ rios a impor regras. Estavam fartos das exigências que os médicos faziam para assistir aos congressos.

CONCORRÊNCIA DESLEAL Acha que há concorrência desleal entre os OPC? Acho que há alguma concorrência desleal entre OPC e gente que se diz OPC. Reparem, acho muito bem que uma agência de viagens tenha um departamento que só faz congressos, que tem know‑how, acho perfeito. São tão OPC como eu, só com a diferença de que têm por trás uma agência de viagens. Mas há também aquelas que dizem que sabem, e tudo o que querem

é vender quartos e viagens. Havia algumas que nem sabiam o que eram os abstract! Apesar de tudo, hoje em dia há uma maior destrinça, porque o cliente começa a saber o que quer. E as associações internacionais já só querem trabalhar com OPC. Os 10 ou 15 bons OPC em Portugal são mesmo bons? Considero que sim, porque estão muito actualizados e conhecem muito bem o funcionamento do mercado. Um ou dois estão já internacionalizados. Concorda com a ideia de que é preciso reinventar o modelo dos congressos? Se me disser que é preciso mudar a parte lúdica do congresso, digo que sim. O congressista quer ter cada vez mais uma experiência do destino. Acho que aquela coisa de o levar para um jantar sentado a ver um show está completamente ultrapassada. O congressista médio tem interesse em descobrir mais sobre o destino onde está? Muito mais. E cada vez mais. Há uma corrente massificadora, nos hotéis e restaurantes, por exemplo, em que é tudo igual, tanto faz estar em Lisboa, Paris ou Nova Iorque. Isso é péssimo. Os hotéis são todos iguais, sobretudo se formos para as cadeias americanas. E a verdade é que o americano quer mesmo isso. Mas o que é preciso é utilizarmos as poten‑ cialidades locais, mostrar o que temos de diferente. Acho que esse é o grande desafio, mostrar ao congressista as diferenças culturais da cidade em que ele está uns dias. Nesse capítulo, Portugal tem argumentos? Tem muitas mais‑valias. Por alguma razão Lisboa está em oitavo lugar no ranking da ICCA [International Congress and Convention Association].

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GRANDE ENTREVISTA . Helena Weinstein

“Não devia haver exclusividade” Há muitas queixas da falta de espaços para congressos? Sim, há. Quando fiz um congresso ali na [antiga] FIL, para cinco mil pessoas, tive que construir três salas, o que ficou obviamente muito caro. Pensar por exemplo em receber um congresso HIV, que atrai entre 16 mil e 20 mil pessoas, não temos qualquer hipótese. Por outro lado, é preciso pensar muito bem em termos dos equipamentos a construir, e não fazer o mesmo que fizemos para o futebol, com estádios que estão completamente vazios. Podemos apostar nos congressos médios? Sim, porque os mega‑congressos contam‑se pelos dedos das duas mãos. Os médios, para cinco mil, seis mil pessoas, ainda aguentamos. Que comentário lhe merece o facto de alguns espaços terem catering e audiovisuais exclusivos? Não gosto, acho que não devia haver. O cliente deveria ter a possibilidade de contratar o fornecedor que entender. Chegou a ter alguma dificuldade com essas questões? Já, por exemplo em relação aos audio‑ visuais. O meu cliente internacional queria que fosse o seu fornecedor holandês e a FIL queria que fosse o respectivo concessionário. Quem fez o trabalho foi mesmo o fornecedor holandês. E não me venham dizer, “só queremos coisas de qualidade”. Nessa altura, se acham que o cliente não está a trazer um catering de qualidade, têm que conversar com ele. Não é impedi‑lo de levar o catering que quiser.

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Essas situações de monopólio conduzem, muitas vezes, ao efeito contrário, serviço de menor qualidade... E preços mais altos. E há ainda outra coisa: a concorrência desleal dos venues com o OPC. Muitas vezes os venues oferecem imediatamente a organização ao cliente. Acho isso errado, deviam limitar‑se a alugar o espaço. O CCB não faz isso, nem o Estoril, mas a FIL / Centro Congressos de Lisboa oferece muitas vezes a organização do congresso. Considero isso completamente errado. Nós somos clientes deles e estão a concorrer connosco. O mesmo se passa com os convention bureaux. Estes podem facilitar várias coisas, mas não devem nunca fazer o papel do OPC. Têm que ser equidistantes. Completamente! Têm que captar, mostrar o destino, informar sobre os serviços disponíveis. Não têm que se substituir ao OPC. Penso que as coisas melhoraram um bocadinho, mas mesmo assim ainda há umas tentações.

“Sinto‑me sempre a empurrar com a barriga” Esteve sempre ligada ao associa‑ tivismo, como é que vê estes movi‑ mentos em Portugal? Em geral o português é muito mau para se juntar em associações. A filosofia é: vai para uma associação, paga a quota e agora os outros que façam. Não contribui, e uma associação só funciona se toda a gente contribuir para o crescimento da mesma. Há uma maneira em que funciona, quando a quota é tão alta que se pode contratar um profissional para fazer o trabalho. Mas mesmo assim todos têm que cola‑ borar, tem que haver inputs por parte dos associados. Acho que devia haver muito mais colaboração, os associados deviam organizar‑se, por exemplo, para ir buscar soluções lá fora, quando não as temos cá, deviam fazer treino,


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formação conjunta. Isso é a função de uma associação. E também, claro, a de ir aplainando as dificuldades que o sector tem junto das autoridades. Só com o input de toda a gente é possível fazer alguma coisa. Sinto‑me sempre a empurrar com a barriga, mas depois se me encostar para trás não está lá ninguém, ou está pouca gente. Há então um caminho longo a percorrer. Um caminho muito longo, e principal‑ mente uma mentalidade a alterar. O português tem aquela mentalidade do secretismo, de não querer dizer como as coisas se fazem. Acho que quanto mais profissionais souberem fazer as coisas bem feitas, melhor para o mercado. Se sei uma coisa que é impor‑ tante para os outros OPC, tenho que a comunicar, porque é uma maneira de não estragar o mercado. E nós o mercado internacional não o enga‑ namos ‑ podemos enganar o portu‑ guês, mas o internacional não.

Enquanto observadora atenta que é, considera que as feiras de turismo têm viabilidade? Considero que as feiras em geral têm os dias contados. Agora com o mercado aberto, global, vão subsistir apenas as duas ou três mais importantes, as melhores, as outras são feiras de vaidades. O mercado não comporta tanta feira. Se fosse às feiras todas de turismo que há no mundo, não estava nunca no escritório. E a BTL? Para os OPC não tem interesse nenhum, os nossos clientes não estão lá. As que contam são a IMEX, a EIBTM... Sim, nem sequer a Confex, na Inglaterra, nos interessa. Vamos receber o Congresso da EFAPCO (Federação Europeia das Associações de Organizadores Profissionais de Congressos), associação da qual é vice‑presidente. Quais as novidades que pode adiantar? Que vai ser no Estoril, por ser um destino green. Em 2012 até pode haver outra tendência, mas neste momento é esta. Por outro lado, em termos de conteúdos, vamos usar o mesmo conceito do último congresso da associação na Bélgica. Vamos procurar encontrar temas globais e actuais. Em relação à organização, é a APECATE que a vai assumir? Vai ser um OPC membro da APECATE a assumir a organização do congresso, sim. Haverá algum tipo de concurso? Vamos apresentar um caderno de encargos aos membros da APECATE, e quem der melhores condições ganha.

10 PERGUNTAS Destino favorito Algarve / Baviera Cidade para viver Cascais Bebida favorita Vinho branco Clube do coração Benfica Se não tivesse trabalhado nos congressos, o que gostaria de ter sido Teria tido uma profissão em que não houvesse rotina Povo mais complicado com quem trabalhar Gregos E o mais fácil Ingleses Hobbies Jardinagem, ler Congresso mais interessante que organizou Rehabilitation International Se lhe dessem a escolher, qual gostaria de organizar HIV Figura que gostaria de conhecer D. Manuel I Livro preferido O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago

Cláudia Coutinho de Sousa Rui Luís Romão

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OPINIテグ

Pedro Cardoso

Director executivo da The House of Events

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ORGANIZAÇÃO DE CONGRESSOS E REUNIÕES, UM MODELO DE GESTÃO? Quando pensamos nas melhores práticas, na organização desta tipologia de eventos, podemos considerar o sector em geral e muitos projectos em particular, como verdadeiros modelos de gestão, aplicáveis a empresas e mesmo governos, em quase todas as áreas e competências. Desde logo, na fase de concepção (R&D), na definição de objectivos e conteúdos (Marketing), durante o planeamento (Produção, Finanças e Vendas), no programa operacional (Logística, Recursos Humanos e Tecnologia de Informação), até à conclusão do projecto, com o retorno de investimento. Este segmento de negócio é um motor de desenvolvimento da economia, esti‑ mula a competitividade, gera emprego, potencia o investimento e a distri‑ buição de riqueza. A evolução do sector aponta ainda novos caminhos, no sentido de alargar o actual âmbito de actuação, um paradigma centrado na “hospitali‑ dade” para um novo modelo em que o desenvolvimento de conteúdos passa a ocupar um lugar de relevo. Um dos principais mentores do conceito Meeting Architecture, Maarten Vanneste, defende a necessi‑ dade de integrar objectivos específicos nas áreas da educação, networking e motivação, como condição sine qua non para assegurar a perenidade da meeting industry.

Tenho acompanhado esta “escola” que considero tratar‑se de um contributo fundamental, diria mesmo visionário, para revolucionar a indústria e, como tal, representa um modelo de gestão inovador, aplicável a outros sectores de actividade. No momento em que assistimos a uma escalada da dívida pública em Portugal, e noutros países, e ao crescente descré‑ dito das instituições que supostamente nos governam, questiono‑me sobre a atitude que individualmente devemos assumir para assegurar um futuro socialmente sustentável nesta área. Na minha opinião, só com uma cidadania pró‑activa será possível mudar o actual estado de sítio, com uma atitude assertiva, intervindo em fóruns próprios, no sector público e/ ou privado; recrutar e contratar os mais competentes, educar e motivar equipas, estabelecer objectivos mensuráveis, traçar planos, atri‑ buir responsabilidades, controlar a execução dos projectos e, finalmente, avaliar resultados. Tal como acontece na organização de congressos e reuniões, não podemos

aceitar desculpas para a falta de planeamento, atrasos na execução ou défice orçamental; a informação está disponível, os instrumentos de gestão também, não há margem para erros. A palavra de ordem é evolução e, como temos visto, não são necessariamente as maiores empresas ou organizações que lideram o futuro, mas as que têm uma visão e se adaptam.

Dito isto, nem tudo são rosas na organização de congressos e reuniões! Há muito por fazer, e o grande desafio é fazer melhor.

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REPORTAGEM

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NOVOS CENTROS DE CONGRESSOS “Faltam espaços para congressos em Lisboa, sobretudo para grandes congressos”. A queixa é recorrente e tem vindo a ser expressa por vários responsáveis do sector. Mas não é um “problema” exclusivo da capital. As mesmas queixas são ouvidas no Porto ou no Algarve. Para ajudar o sector, o Governo lançou um fundo de captação de congressos com uma dotação inicial de um milhão de euros para três anos, destinado a captar congressos com mais de mil participantes. O objectivo é conseguir trazer mais 50 a 100 mil novos congressistas. Fizemos um levantamento de projectos que estão em marcha de norte a sul do país. www.festaseeventos.net


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REPORTAGEM . Novos centros de congressos

OEIRAS VALLEY CONVENTION CENTER ‑ E LISBOA ALI TÃO PERTO Enquanto que em Lisboa se estuda, no processo de revisão do PDM (Plano Director Municipal), a construção do novo centro de congressos, em Oeiras, a dez quilómetros dali, está já em fase de construção uma nova valência: o Oeiras Valley Convention Center. O futuro centro de congressos, loca‑ lizado na Quinta da Fonte, em Paço de Arcos, será o segundo maior da região de Lisboa. Um investimento que ronda os 30 milhões de euros, a infra‑estrutura terá uma área de implantação de 12 mil m2 e uma área de intervenção de 21 mil m2. O centro de congressos terá uma lotação de 2400 lugares sentados, dispostos por salas polivalentes subdivisíveis com as capacidades de 1000, 600, 400 lugares e seis salas de 50 a 100 lugares cada, dependendo do layout pretendido. Contará ainda com uma área de exposi‑ ções de 8 mil m2 e cerca de 900 lugares de estacionamento. A gestão vai ser da responsabilidade da AITECOEIRAS (Associação para a Internacionalização, Tecnologias, Promoção e Desenvolvimento Empresarial de Oeiras) e a obra está a cargo da Oeirasexpo, SA (detida a 49% pela Câmara Municipal de Oeiras), sendo o consórcio responsável pela cons‑ trução liderado pela Edivisa. A conclusão da obra está prevista para o final de 2011 e, contactada pela Festas&Eventos, a AITECOEIRAS garante que os prazos estão a ser cumpridos. No lançamento da primeira pedra, em Maio de 2010, o presidente da direcção da AITECOEIRAS, Luís Todo Bom, afirmou que este será o “melhor e mais moderno centro de congressos da Área Metropolitana de Lisboa”, permitindo a “realização de congressos nacionais e internacionais, até três mil partici‑ pantes, com todas as facilidades que se www.festaseeventos.net

exigem a congressos de grande dimensão – sessões simultâneas, catering com eficiência e rapidez, feiras temáticas e mostras de produtos e serviços asso‑ ciadas ao respectivo congresso”. “O Oeiras Valley Convention Center” competirá, na atracção dos grandes congressos internacionais, com todos os centros de congressos ibéricos, situando ‘Oeiras Valley’ nos roteiros internacionais do conhecimento e da inovação”, disse ainda o responsável. Numa lógica integrada com o novo sector do turismo de negócios, esta obra pretende melhorar o nível de atracção económica do município, proporcionando a Oeiras e às empresas aqui sedeadas uma nova dinâmica. As feiras e exposições a realizar neste centro serão predominantemente temáticas, com prioridade para as áreas de desenvolvimento subja‑ centes ao conceito de Oeiras Valley, nos domínios das Novas Tecnologias, Inovação, Ambiente, Energia, Empreendedorismo e Exportações.

PALÁCIO DE CRISTAL ‑ POLÉMICA INSTALADA NO PORTO O Palácio de Cristal é uma das infra‑estruturas mais conhecidas da cidade do Porto e tornou‑se numa das mais polémicas. Em Junho de 2009, a Câmara Municipal do Porto aprovou a remodelação do Palácio de Cristal, através da modernização do Pavilhão Rosa Mota e acrescentando um anexo, nos jardins, que permitirá realizar congressos até sete mil pessoas. O futuro pavilhão multiusos será gerido, nos próximos 25 anos, por uma empresa constituída pela Empresa Municipal Porto Lazer (20%) e por privados (80%), num consórcio que reúne a Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Parque Expo e o Pavilhão Atlântico.


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“A obra decorrerá em 2010 e 2011, portanto, admitimos que em 2012 possa estar em funcionamento”, afirmou na altura da aprovação, o vereador da Cultura, Turismo e Lazer, Gonçalo Gonçalves. Mas a obra, longe de ser consensual, gerou um debate na opinião pública portuense, levando a que um movi‑ mento de cidadãos lançasse uma recolha de assinaturas a pedir um referendo sobre o tema. Os autores da petição, o Movimento em Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal, garantem que o projecto põe em causa um dos mais emblemáticos espaços verdes da cidade, com mais de cinco décadas. O arquitecto responsável pelo projecto, o mesmo que desenhou o Pavilhão Rosa Mota, alterou entretanto a localização da nova infra‑estrutura para outra parte do Palácio de Cristal, o que, contudo, não satisfez ainda os opositores ao projecto, que imsistem no referendo. Contestada foi também a vertente económica do projecto, já que dos 19 milhões de euros necessários, dez milhões serão suportados pela autarquia através de um emprés‑ timo bancário, seis milhões provirão do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) e apenas três

milhões de euros serão pagos pelo consórcio adjudicatário. A Festas&Eventos contactou a Câmara Municipal do Porto para saber em que situação se encontra o projecto, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter qualquer resposta.

CONVENTO DE SÃO FRANCISCO TRANSFORMADO EM CENTRO DE CONVENÇÕES DE COIMBRA A Câmara Municipal de Coimbra assinou em Agosto um contrato para a recuperação e adaptação do Convento de São Francisco a centro de conven‑ ções. A obra, que deverá estar pronta até final de 2012, envolve um inves‑ timento superior a 24,3 milhões de euros, comparticipado em parte por fundos do QREN. O edifício do século XVII será assim adaptado a um centro de congressos com 1200 lugares, tornando‑se na maior sala do concelho, e contará ainda outros espaços, designadamente salas de espec‑ táculos, numa área total de 27 mil m2. A gestão ficará a cargo da Empresa Municipal de Turismo. “Os trabalhos terão início após o visto do Tribunal de Contas, que deverá acontecer até Novembro”, afirmou o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, citado pela agência Lusa, após a forma‑ lização do contrato para a execução da obra com a empresa MRG ‑ Engenharia e Construção, de Seia.

PONTE DE LIMA APROVA CONCURSO DE CONCEPÇÃO PARA CENTRO DE CONGRESSOS A Câmara Municipal de Ponte de Lima aprovou no final de Agosto a reali‑ zação de um concurso de concepção de um Centro de Congressos e Espectáculos para o concelho. Segundo a autarquia, a construção será uma das prioridades para fomentar o conhecimento e actividade empre‑ sarial, mobilizando diversos agentes sociais locais, mas sobretudo atraindo importantes investimentos externos. O novo equipamento terá capaci‑ dade para a realização de encon‑ tros empresariais e iniciativas que envolvem a concentração de grande número de pessoas, sendo por isso um factor de atracção e de fixação de novos públicos. O projecto ainda se encontra numa fase de lançamento, mas a Câmara Municipal, contactada pela Festas&Eventos, revela alguns detalhes. A infra‑estrutura deverá ter capacidade para 600 pessoas, e o financiamento deverá ser do QREN. A autarquia aponta 2012 ou 2013 como data provável de início da construção.

Sara Marques

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REPORTAGEM

CENTRO DE CONGRESSOS DE VALÊNCIA ELEITO O MELHOR DO MUNDO A Associação Internacional de Centros de Congressos (AIPC) atribuiu ao Centro de Congressos de Valência a distinção de “Melhor Centro de Convenções do Mundo”. Este prémio refere‑se a 2010 e o espaço reconhecido foi eleito entre 27 finalistas, entre os quais constava o Centro de Congressos de Lisboa.

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Os critérios para a atribuição do prémio são baseados numa análise porme‑ norizada dos dados de satisfação dos clientes pela Faculdade de Ciência, Política e Economia da Universidade de Bruxelas, uma entidade independente. Esta análise cobre tópicos como as faci‑ lidades do espaço, o modelo de gestão, relação com o cliente, catering e tecno‑ logia. “Este é um processo extenso, mas que assegura uma revisão exaustiva dos espaços em competição”, comenta Edgar Hirt, presidente da AIPC, “para se ter uma ideia, contaram‑se mais de mil comen‑ tários e opiniões de clientes dos espaços submetidos aos prémios deste ano”. O Prémio AIPC Apex existe desde 2000. A Associação congrega 166 centros de congressos, de 53 países, juntando 650 profissionais do sector.

PORQUÊ O MELHOR DO MUNDO? O Palácio de Congressos de Valência conta com 12 anos de actividade. Durante este período já recebeu 1900 eventos, por onde passaram 1,3 milhões de pessoas, gerando um impacto econó‑ mico de mais de 600 milhões de euros, ou seja, 20 vezes mais do que o custo de construção do espaço. Em 2007, o recinto recebeu um reconhecimento europeu em termos de gestão, o Selo da Excelência Europeia 400+. Tem ainda o Sistema Integrado de Qualidade ISO 9001 e ISO 14001, e o UNE 216301:2007 de Sistemas de Gestão Energética. O Palácio de Congressos de Valência segue o modelo EFQM de Excelência

(www.efqm.org), em termos de política de gestão – em Portugal seis empresas de várias áreas usam‑no. Este modelo é orientado para a sustentabilidade. Em termos de espaços disponíveis, o recinto conta com três auditórios, salas de reunião, salões multiusos, sala VIP, área de exposição/foyer, área de acreditação, guarda‑roupa, camarins, recepção e parque de estacionamento. Oferece ainda recursos humanos, técnicos, promoção, de sinalética, cozinha e decoração. O Palácio de Congressos de Valência tem um programa ambiental, chamado Projecto Eco, que procura aliar a eficácia em termos de operação com o respeito e preservação do meio‑ambiente. Cláudia Coutinho de Sousa

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REPORTAGEM

Corinthia Hotel Lisbon

HOTÉIS EXEMPLO DE APOSTA NOS EVENTOS

Uma boa parte dos congressos realizados no nosso país tem como cenário os hotéis. Estes espaços são actores principais na meeting industry e há cada vez mais unidades especificamente direccionadas para o sector. Fomos conhecer três exemplos: Corinthia Hotel Lisbon, Vip Executive Art’s e Porto Palácio Congress Hotel & SPA. www.festaseeventos.net


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LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA Corinthia Hotel Lisbon

O Vip Executive Art’s tem uma localização privilegiada, no Parque das Nações, muito perto da FIL e do Pavilhão Atlântico. O hotel dispõe de oito salas de reunião/eventos com capacidades que oscilam entre os 30 e os 220 lugares e áreas entre os 39m2 e os 255m2. “Temos ainda um belíssimo auditório com capacidade para 165 pessoas e possuímos também um estacionamento com 540 lugares, o que é certamente uma mais‑valia”, diz Rui Fajardo. Sobretudo numa cidade como Lisboa, conclui‑se.

Corinthia Hotel Lisbon

AS VANTAGENS Algumas parecem óbvias, a falta em termos de espaços para eventos exige alternativas e os hotéis colocaram‑se na linha da frente. Por outro lado, existe a possibilidade de alojar os congressistas no mesmo espaço do evento. Este facto é “crucial para o organizador de eventos”, conforme explica Susana Martins, directora de Vendas e Marketing do Corinthia Hotel Lisbon. Para além desta comodidade, a responsável aponta “o tipo de serviço e o apoio que os hotéis proporcionam ao cliente, quer seja ao organizador, quer seja aos conferencistas, como sendo também uma vantagem compe‑ titiva”. Rui Fajardo, director‑geral do Hotel Vip Executive Art’s, garante que a maior vantagem é “a facilidade com que o organizador articula as diversas

E AS DESVANTAGENS? vertentes operacionais do evento, recorrendo a apenas um interlocutor. Isto possibilita uma maior fluidez do processo organizacional e a mini‑ mização do desperdício de tempo e esforço”. Miguel Velez, director‑geral para a Hotelaria da Sonae Turismo, afirma que os hotéis são espaços privi‑ legiados para a realização de eventos, “uma vez que conciliam a vantagem dos horários alargados com a oferta de espaços para reuniões e encontros. A aliar a tudo isto, as possibilidades de alojamento, coffee‑break, refeições e demais condições de logística para diferentes tipos de iniciativa, os hotéis constituem uma resposta chave‑na‑mão para quem procura um espaço que reúna o máximo de soluções integradas”.

A desvantagem passa, no entender de Rui Fajardo, pela limitação de espaço, “a não ser que a génese da unidade resida especificamente neste segmento. Quando assim é, o investimento e o modelo de negócio já são desenvolvidos de forma a contemplar as particula‑ ridades do sector”. Susana Martins, do Corinthia, concorda: “A grande desvantagem prende‑se com questões de capacidade em termos de dimensão dos espaços para receber grandes congressos.” Miguel Velez, da Sonae Turismo, não vê qualquer desvantagem, “só se for não termos disponibilidade numa data específica por já termos uma reserva de outro grupo”.

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REPORTAGEM

INVESTIR NUM CENTRO DE CONGRESSOS O Centro de Congressos do Porto Palácio disponibiliza um total de 11 salas, com diferentes dimensões, sendo que a maior tem capacidade para receber 600 pessoas. Está dotado das mais recentes tecnologias de comunicação, acústica e imagem, assim como de duas cabines de tradução simultânea. Dispõe de três foyers, internet sem fios em todas as áreas e salas, e dois parques de esta‑ cionamento .Miguel Velez destaca ainda outras valências que compõe a oferta global, nomeadamente “os cinco restaurantes com conceitos gastronómicos distintos e nomes de Chefs consagrados associados ‑ aliam‑se a estes um bar panorâmico com vista de 360º sobre a cidade, SPA, espaço infantil, cabeleireiro e health club, para garantir que o cliente dispõe de quase tudo o que precisa, sem sair do hotel”.

Porto Palácio Congress Hotel & SPA

UM CINCO ESTRELAS VOCACIONADO PARA OS EVENTOS

Vip Executive Art’s

A IMPORTÂNCIA DOS EVENTOS Rui Fajardo afirma que os congressos e os eventos são de “vital importância” e que representam uma parte significativa no negócio do hotel. O responsável do Vip Executive Art’s adianta que, actualmente, os eventos representam “aproxima‑ damente 30% da nossa actividade”. “Há muito que a preocupação das unidades hoteleiras reside na diversificação dos segmentos de mercados, e nós não somos diferentes. No entanto, e tendo em conta as características da nossa unidade, os segmentos de negócios e eventos assumem a posição cimeira”, revela. O peso dos eventos na facturação do Corinthia é ainda mais significativa: 50% do total. E para Susana Martins este segmento dos negócios tem depois impacto por exemplo no turismo de lazer, “muitas vezes um cliente que nos visita em negócios volta em lazer porque não só gostou do nosso serviço mas também porque fica o desejo de conhecer melhor o nosso país”. Também Miguel Velez, director‑geral para a Hotelaria da Sonae Turismo, confirma que a grande aposta está nos clientes corporate, na organização de eventos e conferências. “O Porto Palácio investiu nesse segmento e hoje reconhece que o retorno que o turismo de negócios traz à unidade, e mesmo à própria cidade do Porto, é inegável.” Embora não avançando com números, o responsável diz que os eventos são “um peso‑pesado” na factu‑ ração do hotel. Cláudia Coutinho de Sousa

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O Corinthia Hotel Lisbon oferece vários espaços para a realização de diversos tipos de eventos, diz‑nos Susana Martins. O Centro de Conferências é um espaço com 3 mil m2 e uma entrada exclusiva do exte‑ rior, reúne no mesmo piso 15 salas devidamente equipadas e com dife‑ rentes capacidades. Todas as salas são servidas por luz natural, cada vez mais uma preocupação para os orga‑ nizadores de eventos. O Executive Club Sky Lounge localiza‑se no 24º piso do hotel, um espaço com características especiais, uma vez que dispõe de duas salas preparadas para reuniões de board, almoços e jantares especiais, bem como de um lounge que se adapta à realização de cocktails, lançamento de produtos e outros eventos mais exclusivos. O Terrace Lounge, no jardim do hotel, acolhe também os mais variados eventos, desde lançamentos de carros, cocktails, festas de aniver‑ sário e passagens de modelos.


REPORTAGEM

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EVENTOS EM UNIVERSIDADES

Instituto Superior de Engenharia do Porto

As universidades descobriram o potencial dos eventos e estão a apostar nesta valência. Fomos conhecer três alternativas e as mais‑valias que estas estruturas apresentam para o sector. A conclusão é a de que são espaços a ter em conta. www.festaseeventos.net


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REPORTAGEM

Auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa

AUDITÓRIO DA FACULDADE DE MEDICINA DENTÁRIA DE LISBOA Quando se pensa em espaços em universidades, provavelmente o do Auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, está no top of the mind. “É um espaço com uma arqui‑ tectura moderna e funcional para a realização de eventos, para além de ter um número de lugares pouco dispo‑ nível em salas na cidade de Lisboa (700), tem espaço para recepção de participantes, serviço de refeições ou exposição”, explica Isabel Tadeu, responsável pela estrutura. O audi‑ tório está vocacionado sobretudo para receber seminários, congressos, confe‑ rências e encontros de empresas.

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Auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa

Não há nenhum tipo de exclusividade no espaço, explica a responsável, “os orga‑ nizadores podem trazer os seus forne‑ cedores. Um organizador de eventos por norma sabe as empresas com que gosta de trabalhar, daí a nossa opção. No entanto temos capacidade para dar apoio técnico, caso seja necessário”. Esta aposta nos eventos por parte da Faculdade de Medicina Dentária tem que ver com o facto de estes represen‑ tarem uma fonte de receitas próprias, mas também, como adianta Isabel Tadeu, “são uma forma de contribuir para o ‘derrubar de muros’ entre a Universidade e a comunidade exte‑ rior em que esta se insere”. E que mais‑valias podem ter as universi‑ dades para receber eventos? Para além de quadros qualificados, no caso da Universidade de Lisboa, “é a sua locali‑ zação, no centro da cidade, servida por uma boa rede de transportes e perto de alguns serviços essenciais para a reali‑ zação de eventos, como hotéis e serviços de saúde”, conclui Isabel Tadeu

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO PORTO O Centro de Congressos é consti‑ tuído por dois auditórios: um com 450 lugares, o outro com 188; um salão nobre, sala de reuniões, sala de eventos, para além de algumas áreas que podem ser destinadas a secre‑ tariado e recepção. Fora do período escolar é possível alocar ao evento outras salas do Instituto. O Centro de Congressos disponibiliza uma série de serviços, do catering aos audiovisuais, passando pela tradução, e a preferência vai sempre para os fornecedores da estrutura, conforme explica Barros de Oliveira, vice‑presidente da instituição.


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Instituto Superior Técnico de Lisboa

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE LISBOA Ainda assim, não há exclusividade. A maior parte dos eventos realizados no espaço são de cariz universitário, no entanto estão abertos a outros eventos. A aposta nesta vertente radica na necessi‑ dade das entidades encontrarem formas de receita alternativas ao orçamento, “o nosso core‑business não são os eventos, mas entendemos que tínhamos um espaço que podíamos rentabilizar”, adianta Barros de Oliveira. As grandes vantagens de usar espaços da Universidade são, no entender do responsável, a integração dos serviços e a flexibilidade.

O Centro de Congressos existe há quase 20 anos e sempre direccionado a eventos internos e externos. Portanto, isto dos eventos tem sido uma aposta de há muito tempo, sobretudo naqueles eventos de carácter científico e técnico. A disponibilização do espaço a empresas é avaliado caso a caso. As solicitações externas, cerca de 20% das marcações totais, são sobretudo para eventos internacionais. O Centro de Congressos do IST está aberto mesmo fora do período escolar e tem como mais‑valia, segundo Fátima Rodrigues, a sua coordenadora, o facto de a estrutura estar localizada bem no centro da cidade, servida de transportes e com várias unidades hoteleiras nas

proximidades. Além disso, como está muito perto da Gulbenkian, por vezes há troca de sinergias entre os dois espaços. Com três salas de formação, um audi‑ tório para 300 pessoas, salas de apoio, totalmente equipadas por serviços audiovisuais e internet wireless, o Centro de Congressos já recebeu eventos com 600 pessoas. Não há exclusividade de fornecedores, com excepção dos audiovisuais do auditório. Dispõe de acessibilidade total para pessoas com dificuldades de mobilidade. Como mais‑valia das universidades para receber eventos, Fátima Rodrigues destaca a credibilidade. “As universi‑ dades têm por si só uma carga de reco‑ nhecimento, estão ligadas à inovação e na charneira da tecnologia, e isso traz credibilidade ao próprio evento”. Cláudia Coutinho de Sousa www.festaseeventos.net


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OPINIテグ

Joテ」o Paulo Oliveira Managing Partner da Leading


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UM POTENCIAL IMENSO A EXPLORAR Numa altura em que o sector dos congressos assume em Portugal crescente importância, ocorre‑me fazer uma breve reflexão sobre os últimos dez anos, aqueles que acompanhei de perto e nos quais o nosso país consolidou a sua posição no panorama internacional. À falta de outros indicadores, utili‑ zemos aqueles que são produzidos anualmente pela ICCA. Troco o ques‑ tionável rigor dos números pela pers‑ pectiva geral que nos transmitem. É mais do que suficiente para podermos tirar algumas conclusões. A base de dados da ICCA, actualizada pela última vez a 20 de Setembro, revela números interessantes:

6.046 congressos e reuniões de carácter associativo com potencial para serem realizados em Portugal, 7.616 association meeting planners para impactar com informação sobre o nosso fantástico país, 9.338 meeting profiles cuja rotação obrigará, a que com mais ou menos esforço, se venham a realizar em Portugal. Se confrontarmos estes números com o posicionamento do nosso país nos últimos dez anos, a primeira reflexão, e encaro‑a como uma verdadeira oportunidade, é a de que existe um potencial imenso por explorar. Senão vejamos: Entre 2000 e 2009, Portugal duplica o número de congressos realizados no país, segundo os critérios da ICCA, passando de 82 para 168 eventos. Entretanto, a Turquia, um destino relativamente novo no segmento MI, passa de 37 para 118 eventos em igual período. Mais do que o número de eventos é também a sua

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OPINIÃO . Um potencial imenso a explorar, por João Paulo Oliveira dimensão que revela a aposta que alguns países estão a fazer neste sector. Uma vez mais referimos a Turquia enquanto concorrente directo de Portugal. Istambul nos últimos dez anos passou de 9.268 para 75.768 participantes em congressos internacionais. Lisboa, o mais importante destino nacional, subiu em igual período de 20.561 para 36.983, com um rele‑ vante resultado em 2003 de 65,943 participantes. Nº total de congressos realizados em algumas cidades europeias concorrentes de Lisboa Ano Lisboa Barcelona

Viena

Praga Istambul

2000 45

56

63

43

29

2010 98

135

160

86

80

Fonte: ICCA Statistics Report ‑ The International Association Meetings Market 2000‑2009

É inquestionável que Lisboa vem tendo uma performance acima da média, e que este facto, felizmente, arrasta também Portugal. O que faltou então para que os resultados deste produto tivessem tido outra expressão? O que será urgente fazer para que este produto possa ter outro impacto no turismo nacional? Relativamente à cidade de Lisboa é imprescindível arrancar com a cons‑ trução de novos espaços para a reali‑ zação de congressos. Não é novidade. É apenas mais uma achega para que esta questão continue presente. Desconhecemos o ponto de situação do projecto de um novo centro de congressos previsto para o IPO, sabemos da ambição do grupo CS em construir em Benfica o maior centro de congressos do país (anuncia‑se uma capacidade para dez mil pessoas??) e foi lançada a primeira pedra do Centro de Congressos da Quinta da Fonte em Oeiras. A realidade é que nada saiu do papel nos últimos dez anos, e que Lisboa difi‑ cilmente conseguirá fazer melhor sem uma oferta diferenciada, em qualidade e dimensão. De igual modo, e a nível nacional, é preciso preciso resolver as lacunas de alguns importantes destinos. O fantástico Centro de Congressos da Alfândega no Porto não pode estar só, se tivermos como pretensão projectar

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a cidade para outro patamar a nível internacional. E o Porto merece outro patamar a nível internacional. Nos Açores, é fundamental o apare‑ cimento de um verdadeiro centro de congressos que permita a captação de eventos com dimensão para atenuar a sazonalidade, alavancar as ocupações hoteleiras e dar ao destino uma noto‑ riedade diferente. E o Algarve? Bom, aqui a situação é no mínimo caricata. O maior destino português em termos de capaci‑ dade hoteleira, é aquele que face à sua dimensão mais mal servido está de equipamentos. Com excepção do Centro de Congressos do Arade, nada de novo e relevante foi feito nos últimos dez anos. Aguarda‑se com curiosidade, e saúda‑se vivamente, o projecto CS São Rafael Atlantic naquele que será o maior centro de congressos privado do país. Aliás, o grupo CS, a confirmarem‑se os investimentos anteriormente citados, será a médio prazo o maior investidor privado no produto MI. É o contraponto ao modelo espanhol onde existem 140 centros de congressos de titularidade pública e a maioria perde dinheiro. A este propósito, acredito que a tendência a nível mundial será para o aparecimento de modelos em que os custos de construção e de operação sejam suportados por parcerias público‑privadas.

Segunda reflexão: a oferta de espaços para a realização de congressos deve ser diferenciadora, estruturante e dimensionada à realidade de cada destino, o que nem sempre aconteceu num passado recente. Por último, não podemos deixar de reflectir sobre dois dos aspectos que marcaram pela positiva, o que foi feito nos últimos dez anos. Primeiro, o Turismo de Portugal ganhou uma maior consciência sobre a importância dos congressos (leia‑se produto MI), criou dois instrumentos interessantes para o sector (o Fundo de Captação e a Linha de Apoio à Construção de novos centros de congressos) e aplica na promoção do produto MI uma fatia importante do seu orçamento. Segundo, os Convention Bureaux de Lisboa, Porto e Estoril, enquanto braços para a operacionalização no terreno das estratégias de promoção, fazem um trabalho esforçado e capaz de aglutinar os privados que operam no sector. Em jeito de conclusão, reconheço que um percurso de dez anos se prestava a muito mais considerações. Algumas de tão gastas fazem com que me fique por aqui. Prefiro ganhar ânimo para voltar em breve e falar do que vão ser os próximos dez anos do sector de congressos em Portugal …. entusiasmantes, acreditem.


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OPINIテグ

Maarten Vanneste

Presidente e CEO da Abbit Meeting Support

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MEETING ARCHITECTURE As pessoas que nos pagam as contas, que no fundo detêm esta indústria, não são parte dela. Elas não vêm às nossas feiras nem são membros das nossas associações. Talvez por isso é que um “lugar à mesa” está fora do alcance da maioria dos organizadores de eventos ligados à meeting industry. Habitualmente, não estamos presentes quando os objectivos são discutidos ‑ se são discutidos. A maioria dos promotores considera este um terreno seu, e que o organizador está lá para tratar de questões de logística. Isto é algo que pode mudar, ao mudarmos de perspectiva. Alguns dos nossos organizadores seniores podem um dia tornar‑se meeting archi‑ tects, responsáveis pelos conteúdos e objectivos de cada evento, num papel complementar ao do organizador. Talvez o meeting architect seja o repre‑ sentante da nossa indústria à mesa, quando se começa a discutir a estra‑ tégia para um determinado encontro, reunião, congresso ou seminário. Mas o que é a Meeting Architecture, afinal? Uma futura disciplina de estudo e de trabalho. E é aqui que começa uma pequena controvérsia. Será que preci‑ samos de uma nova profissão? Onde é que isto deixa o organizador? Temos a certeza de que podemos e queremos lançar este debate? Bastante material para uma boa discussão...

Podemos definir Meeting Architecture como a disciplina em torno da gestão dos objectivos de um evento, dispostos em quatro fases:

1) Identificar os objectivos (mensuráveis e por escrito); 2) Elaborar o design do evento com base nestes objectivos; 3) Executar o evento de acordo com o design elaborado; 4) Avaliar os resultados, em função dos objectivos estabelecidos. No fundo, pretende‑se optimizar os processos, as alterações de comportamento dos participantes, etc. A Meeting Architecture introduz novas oportunidades, profissionalizando o trabalho em torno das questões pelas quais as pessoas se encontram e se reúnem. Apesar de alguns organizadores dizerem que isso é o que eles fazem, uma esmagadora maioria considera que não tem verdadeira influência no processo, ou tem‑na de um modo limitado. Reclamar que a Meeting Architecture é suficientemente importante, grande e complexa para criar uma nova disciplina é o tema de fundo deste artigo. Sue Tinnish, uma amiga americana do MPI (Meeting Professionals International), mandou‑me em Março de 2007 um documento com quatro páginas, a primeira tentativa para estabelecer um currículo em Meeting Architecture. Em 2008, graças

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OPINIÃO . Meeting Architecture, por Maarten Vanneste ao contributo de diversas pessoas, esse currículo passou a ocupar 12 páginas. Contempla desde a facili‑ tação da aprendizagem até questões de tecnologia, passando pelo controlo de grandes grupos, inclui conheci‑ mentos de outras ciências, dos recursos humanos ao desenvolvimento das organizações, da psicologia social à neurociência. O meeting architect tem que entender o impacto da adrenalina no processo de aprendizagem, para citar apenas um exemplo. Dezenas de áreas de conhecimento, centenas ou mesmo milhares de ferra‑ mentas à disposição, isto é suficiente‑ mente complexo para ocupar os estu‑ dantes durante um ano ou dois. Por outro lado, todos os organizadores, gestores de espaços e outros fornecedores benefi‑ ciarão se aplicarem os conhecimentos oriundos da Meeting Architecture.

A Meeting Architecture é suficientemente

calhamaços que qualquer estudante considerará... grandes! Maior é o potencial do impacto positivo na nossa indústria. O meeting architect ajudará o cliente ‑ que pode ser muito competente no seu trabalho, mas é normalmente muito mau a conceber o design de eventos ‑, a atingir determi‑ nados objectivos. Do lado dos conte‑ údos, quanto muito, o cliente pode ter algum apoio do departamento de marketing, só que mais uma vez eles são profissionais de marketing, e não especialistas em eventos. Um outro impacto positivo é o de obter um ROI (Return On Investment) mais elevado. O crescente conhecimento em torno da Meeting Architecture, novas ferramentas e uma linguagem comum vão permitir melhorar os processos de aprendizagem, aumentar o networking e fazer crescer a motivação dos parti‑ cipantes em encontros. Isto conduz ao aumento do ROI e por consequência a uma indústria mais bem sucedida, estável e próspera.

grande para se tornar

A Meeting Architecture

uma profissão?

é importante para si?

É grande de dois modos, no tamanho do currículo e, mais importante, no impacto potencial para a indústria. É preciso escrever ainda muitos livros. Uma edição que considero exemplar da quantidade de matéria a estudar é o AIF Handbook of Group Facilitation, com as suas 700 páginas ‑ claro que qualquer futuro meeting architect terá estudado e experimentado a facilitação. Imagino por isso que, quando todos os livros de que precisamos estiverem publicados, teremos uma série de

Sem dúvida, na medida em que gerará mais conhecimento, novas pesquisas e ferramentas que o ajudarão no seu trabalho. O discurso mudará de “efici‑ ência” (diminuição de custos) para “efectividade” (produzir efeitos). Isso permite‑lhe aumentar o impacto junto dos seus clientes, tornando‑se naquela pessoa que numa equipa é capaz de fazer a diferença.

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Ainda não vimos nada! Temos muito trabalho pela frente: reunir informação, convidar pessoas de áreas próximas ou complemen‑ tares à nossa e dar‑lhes espaço. Vamos ajudá‑las a identificar pontos‑chave nas suas disciplinas que se possam aplicar aos eventos, e traduzi‑los para a nossa linguagem e terminologia. Espero que nesta altura concorde com a afirmação de que a Meeting Architecture é importante, grande e complexa o suficiente para torná‑la numa nova disciplina. Espero que possa apreciar o valor de um projecto tão ambicioso, para a indústria e para si. Acredito firmemente que estamos a assistir ao nascimento da próxima grande revolução no sector, que o marcará nos dez ou 20 anos que se seguem. Nós, enquanto indústria, devemos abraçar esta oportunidade e assumir a Meeting Architecture. Vamos garantir que os meeting architects vão para as mesmas escolas onde estão actualmente os futuros organizadores de eventos. Se começarmos já, em breve tudo isto terá tomado forma.

Saiba mais em www.meetingarchitecture.org Compre o livro em www.meetingsupport.org Faça parte do grupo no Linkedin: Meeting Architecture Marque no seu calendário: O conselho consultivo do Projecto Meeting Architecture vai apresentar os resultados de uma reunião de trabalho durante a EIBTM, em Barcelona. O objectivo é dar a conhecer um plano de negócios para tornar a Meeting Architecture uma disciplina de estudo.


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OPINIテグ

Pimentel Furtado

Coronel de Cavalaria, especialista em seguranテァa e gestテ」o de crises

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CONTROLO DE ENTRADAS NUM CONGRESSO REQUISITOS MÍNIMOS: SEGURANÇA E CONFORTO Os congressos pertencem ao conjunto de eventos em que, definitivamente, tem que ser efectuado o controlo de entradas. Este controlo de entradas tem por objectivo garantir que só têm acesso ao congresso as pessoas devidamente autorizadas. Sendo indispensável que seja eficaz, o controlo de acessos de um congresso tem também que ser executado de forma a não constituir uma fonte de incómodo para os congressistas, nomeadamente por causa do tempo de espera excessivo para fazer o check‑in. Existem regras e procedimentos que, se devidamente atendidos, evitarão que os congressistas se acumulem em longas filas, por intermináveis minutos, até conseguirem ingressar no recinto, então já exaustos, aborrecidos e com uma péssima imagem da organização.

Primeira regra, separar as entradas dos congressistas das do staff. Este procedimento é fundamental para a boa gestão dos acessos em todo o tipo de eventos, por razões de funcio‑ nalidade, de comodidade e de segu‑ rança. Misturar público e staff nos

mesmos acessos, é comprar uma fonte de potenciais problemas, desde o incómodo provocado aos congres‑ sistas pelos elementos do staff, que têm perante o evento uma atitude diferente da do público, ao incómodo provocado aos elementos do staff

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OPINIÃO . Controlo de entradas num Congresso, por Pimentel Furtado pelos congressistas, que os não deixam trabalhar à vontade. A interferência causada no ritmo e intensidade dos trabalhos do staff, o potencial para a ocorrência de acidentes, principal‑ mente quando os elementos do staff têm que circular com equipamentos, viaturas, ferramentas ou alimentos, e a maior dificuldade em controlar quem entra, são razões de peso para cumprir a preceito esta regra. Segunda regra, é necessário saber quantos congressistas vamos ter, quanto tempo em média demora o check‑in individual e qual o período de tempo máximo admissível para a espera, desde o momento de chegada ao recinto, até ao momento da conclusão do check‑in. Terceiro, é necessário saber, ou pelo menos ter uma ideia, da velocidade a que irão chegar os congressistas. Esta velocidade de chegada depende forte‑ mente do tipo de transporte utilizado. Vêm em autocarros fretados para o efeito, ou vêm nos seus automóveis? Vêm de transporte público? De metro, de comboio ou de autocarro? É porque, consoante o tipo de transporte utilizado, irão chegando dispersos ao longo do tempo, ou em grupos de maior ou menor dimensão, que causarão nos pontos de ingresso momentos de desocupação total e outros de acumulação excessiva de público. Uma sugestão que fazemos é a de que em congressos que reúnem muitos participantes internacionais, dormindo em hotéis especialmente alocados, se aproveite a viagem dos autocarros entre os hotéis e o recinto do congresso, para fazer o check‑in. Quarto, precisamos de saber se há congressistas, individuais ou em grupo, com necessidades especiais de acesso, e quais são essas necessidades. A título de exemplo, estamos a falar de altas entidades com exigências de segurança rigorosa, eventualmente acompanhados pela família ou pelo seu staff pessoal, estamos a falar de congressistas com deficiência, sendo então necessário saber que tipo de

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deficiência, pois teremos que disponibilizar os meios adequados a que o acesso se faça sem dificuldades e que, em caso de emergência, sejam evacuados do recinto sem se exporem a perigos excessivos (estes dois requisitos são de cumprimento legalmente obrigatório), estamos a falar de grupos de crianças ou de idosos, e todo um conjunto de outras situações que a nossa imaginação, ou a realidade, nos possam apresentar. Quinto, com a informação reunida para resposta às questões anteriores, pode‑ remos dimensionar os espaços destinados à área de check‑in, a sua localização, o número de pontos de acesso, quantos recepcionistas em cada ponto e outras neces‑ sidades adicionais, como a existência de equipamentos especiais para deficientes ou a instalação de um bar, a existência de uns aperitivos, ou a exibição de filmes ou qualquer outro tipo de entretenimento, destinado a manter as pessoas distraídas, se previrmos que não temos maneira de evitar um certo “tempo excessivo” de espera. Por tempo excessivo, considere‑se aqui 15 a 20 minutos, período a partir do qual as pessoas começam a ficar impacientes se não houver algo que as ocupe. Para calcular o tempo de espera médio do público, temos que saber quantos congressistas irão estar presentes e qual o tempo médio do check‑in individual. Assim, se tivermos mil congressistas e o tempo médio de check‑in por cada for de 20 segundos, precisaremos de 1.000 x 20 = 20.000 s para fazer o check‑in de todos eles. Como não desejamos que demorem mais de 15 minutos a entrar, teremos que o tempo de entrada, expresso em segundos, será 15 x 60 s = 900 s o que exige que tenhamos um total de 20.000 / 900 = 22,2 recepcionistas distribuídos pelos pontos de check‑in. Como no mundo real não há 0,2 recepcionistas, teremos que arredondar 22,2 para 23. Não tente arredondar o número de recepcionistas por defeito, porque se os congressistas demorarem menos tempo do que o previsto a entrar no recinto, ninguém dará por isso, mas se demorarem mais, todos os presentes irão reparar e comentar. No limite, tal pode contribuir para criar um mau ambiente inicial no congresso, situação que é de todo de evitar. Não se esqueça de que muito provavelmente a maior parte dos congressistas tomarão o primeiro contacto directo com o congresso no momento do check‑in. Apresentar uma imagem de desorganização, de confusão e de incompetência na organização desse primeiro momento talvez não seja a melhor estratégia. Igualmente grave, ou talvez pior, é se no meio da desorganização é concedido acesso a alguém que o não deveria ter, situação que poderá causar desde simples embaraços a problemas muito sérios, incluindo o boicote do congresso. Esperamos, com estes conselhos, ter contribuído para um melhor entendimento de alguns dos cuidados a ter na organização do check‑in e do controlo de acessos de um congresso.


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“ Transformamos sentimentos em imagens...” Reportagens de eventos sociais, festas empresariais, congressos, moda, books, foto de produto, trabalhos de estúdio, casamentos, baptizados.

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REPORTAGEM

QUER SER O PRÓXIMO STEVE JOBS? www.festaseeventos.net


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Ainda se recorda da última apresentação a que assistiu? E daquele orador que conseguiu captar a sua atenção do início ao fim e marcá‑lo de alguma forma? É verdade que muitos têm que falar em público, mas nem todos sabem fazê‑lo. Os que sabem, usam esta ferramenta para construir um sucesso profissional, mas não só. Para os que não sabem, nem tudo está perdido. A Festas&Eventos falou com dois especialistas e deixa‑lhe algumas orientações sobre como fazer uma boa apresentação. USAR OU NÃO UM POWERPOINT “Em primeiro lugar nunca aceitar falar de temas que não se domina. Por mais investigação que faça, ninguém consegue transmitir entusiasmo por uma matéria que até aí nunca o inte‑ ressou. Se o público detectar esse desin‑ teresse, também se vai desinteressar”, explica Isabel Amaral, especialista em Protocolo e Imagem Empresarial e responsável por acções de executive coaching em Portugal e no estrangeiro. “Depois, preparar cuidadosamente a intervenção e, quando terminar de a escrever, deve treinar em frente do computador ou do espelho”, adianta. A especialista considera que “a maior qualidade de um orador é a paixão. Gostar de partilhar experiências ou conheci‑ mentos é uma qualidade essencial para se ser um bom orador. Não basta dominar um tema, nem ter escrito um livro genial, para se poder falar em público”. E avisa que “um discurso bem escrito não chega. As palavras são apenas parte da comunicação”. “Um mau orador

consegue destruir um bom discurso. Não interessa tanto o que ele diz mas a forma como o diz. Mais importante do que as palavras é por isso o tom de voz, a maneira como olha para o público, a forma de vestir, a própria aparência, a maneira como se move no palco, em suma, a comunicação não verbal.” Para Filip Muyllaert, director da revista belga The Planner.be, orador interna‑ cional e formador na área, “um bom orador é alguém que consegue – por vezes mesmo sem usar um Powerpoint ou Keynote – ter um verdadeiro impacto na audiência”. “Se a audiência ainda se recordar da apresentação daí por algumas semanas, significa que foi uma boa apresentação. E para isso não basta que o conteúdo seja memorável, também é importante a forma como é apresentado.” E dá um exemplo: “Muitos oradores, embora saibam muito sobre um determinado tópico, falam de forma tão abstracta que se torna demasiado aborrecido ouvi‑los.”

“As pessoas estão ali para o ouvir a si e não para verem slides”, responde Isabel Amaral. “Mas se não conseguir falar sem esse apoio, tem de o saber dominar”, avisa. E explica que “maus oradores são todos os que lêem o que está escrito no powerpoint como se o público fosse analfabeto. Mau orador é aquele que prolonga demasiadamente a parte teórica da sua intervenção”. “No dia da apresentação, deve falar com paixão, mover‑se com à vontade e nunca perder o contacto com a assis‑ tência.” E seguir algumas regras: “Para uma boa apresentação, devemos seguir a regra do 10, 20, 30. Ou seja 10 slides, para uma intervenção de 20 minutos, com pouco texto e letra tamanho 30 pelo menos. Ao fim de 20 minutos faça uma pausa para interagir com o público. Retome depois a parte teórica. E termine com uma frase inspiradora.” Filip Muyllaert reconhece que “o powerpoint, com ou sem vídeo, é uma ferramenta interessante para manter a atenção do público, mas há muitos oradores que o usam de forma errada”. E explica: “Se os slides estiverem cheios de texto, a audiência vai ler os slides em vez de ouvir o orador, até porque consegue ler mais rápido do que o orador fala.”

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REPORTAGEM . Quer ser o próximo Steve Jobs?

TRUQUES DOS ESPECIALISTAS DEVE COMEÇAR‑SE UMA APRESENTAÇÃO COM UMA PIADA? “90% dos oradores tem alguma espécie de medo de falar em público. Por isso, se começar a apresentação com uma piada e a audiência não se rir, sentir‑se‑ão uns tolos, o que, obviamente não é uma boa forma de aumentar a confiança antes da apresentação”, explica Filip Muyllaert. “Outro risco, e sobretudo se se trata de uma audiência multicultural, é o de que alguns não compreendam a piada.” Mas o especialista considera que, “se estiver atento aos riscos, uma piada pode ser uma boa forma de quebrar o gelo”.

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“Para superar a timidez existem muitos truques”, explica Isabel Amaral. “O melhor é pensar que se o convidaram para falar é porque tem algo interes‑ sante para dizer e que se aquelas pessoas pagaram para o ouvir, não estão ali para sofrer e estão ansiosas por serem cativadas pela sua intervenção”. A especialista adianta que “mesmo os oradores muito experientes sofrem de medo do palco mas dominam‑no. Os primeiros segundos são sempre aterrorizantes”. “Para a falta de prática só existe um truque: adquirir prática. Como é óbvio, quem fala pela primeira vez em público comete muitos erros. Mas, se tiver humildade, vai aceitar as críticas e aprender com cada nova experiência. Outro truque é preparar a apresentação cuidadosamente. Treinar em casa, com a família a assistir e a criticar, por exemplo. Ou, melhor ainda, gravar a intervenção e ser imparcial na sua análise”, adianta. “Antes de mais, é preciso enfrentar o medo: admitir que está a enfrentar um desafio e falar sobre isso, porque o isolamento, o estar sozinho em frente a um público, é uma grande parte deste medo”, explica Filip Muyllaert. E aconselha: “Fale sobre isso, alivia a pressão.” “Em segundo lugar, deve saber a apresen‑ tação de trás para a frente, o que irá aumentar a confiança”, explica.“E finalmente, interaja com a audiência. O que nos traz de volta ao isolamento, ao sentimento de que está ali sozinho, com todos os olhos postos em si, com a pressão toda em cima. Interaja com a audiência, estabeleça uma ligação, coloque questões, vire as atenções para o público. Sentir‑se‑á mais confor‑ tável, assim como o público. Além disso, terá uma apresentação mais dinâmica”, revela.

TODOS PODEM APRENDER EVENTUALMENTE A SER BONS ORADORES? “Para se ser um grande orador é necessário ter algumas qualidades inatas: carisma, simpatia, interesse pelos outros. Para se ser um bom orador basta de facto aprender algumas técnicas e truques”, garante Isabel Amaral. “Conheço pessoas muito inte‑ ligentes que me dizem que só conse‑ guem falar para grupos pequenos. Falar para dez ou 500 pessoas é diferente, mas consegue‑se aprender a falar para qualquer público, recorrendo a várias técnicas”, garante.


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A IMAGEM É FUNDAMENTAL

“Um aspecto muito importante é a voz. Pode aprender‑se a colocar a voz, a dar um ritmo diferente às frases mas há pessoas que não conseguem mudar o tom de voz. Uma voz irritante de falsete é fatal”, avisa. “Outras têm uma voz excelente, mas uma péssima atitude. Conheço um orador com uma voz excelente, mas que tem dificul‑ dades de relacionamento com o público passando uma imagem de arrogância e sobranceria através da sua linguagem corporal”, conta.

PARA UMA BOA

OS REIS DA

APRESENTAÇÃO

ORATÓRIA

“Segundo o estudo de um psicólogo norte‑americano, para haver uma comunicação eficaz temos de dominar três componentes: a verbal, a visual e a vocal. As palavras contam apenas 7% enquanto a aparência conta 55%. A terceira fatia, 38%, é dada pelo tom de voz e pelo modo como transmitimos a mensagem, explica Isabel Amaral. “Ou seja a imagem é fundamental. Um orador alto e bem parecido capta logo a nossa atenção.” Mas se não encaixa neste modelo não se preocupe. A especialista garante que também “há grandes comunicadores baixos e pouco atraentes”. “Quando não se é alto, é preciso aprender a entrar no palco como se o fosse: com os ombros direitos, a cabeça a tentar tocar no tecto, mas sem empinar o nariz. Se o orador tiver boa voz e bons modos tem a atenção inicial do público garantida.” “Procurar saber como é o cenário do evento para usar roupas adequadas para a ocasião” é outro dos segredos. “Um bom orador usa roupas claras para se destacar num cenário escuro, roupas de tons neutros para contrariar um cenário muito colorido e até pode escolher as cores de acordo com o logótipo da empresa”, explica. E “convém não usar gravatas da cor da concorrência”.

“Steve Jobs é o primeiro nome que me vem à cabeça. Tem um estilo próprio”, revela Isabel Amaral quando questio‑ nada sobre exemplos de bons oradores. “Outro grande orador, que recorre muito ao teleponto, mas com uma maestria total, é o presidente Obama.” “Um bom orador é aquele que sabe contar uma história conseguindo manter, do princípio até ao fim, o público ansioso por saber como termina”, explica. Para Filip Muyllaert “a maioria dos políticos não tem as melhores capacidades de orador” e “a lista de maus exemplos é demasiado longa”. No lado positivo, o especialista destaca “as características de pessoas como Steve Jobs, John Chambers e Seth Godin” e afirma que “sem sombra de dúvida, as suas capacidades de oradores tiveram um papel importante no sucesso profissional”. Sara Marques

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ENTREVISTA

Fernando Alvim Comunicador

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APRESENTADOR VERDADEIRO Como é que alguém nascido em Mafamude, Vila Nova de Gaia, a 3 de Maio de 1974, pode transformar‑se num dos apresentadores de rádio e televisão mais famosos do país? Fernando Alvim prova que é possível. Começou na extinta Rádio Prisma, em Rio Tinto, Gondomar, passando depois pela Rádio Press, Nova Era, Rádio Comercial e finalmente Antena 3, onde apresenta a Prova Oral. Na televisão, estreou‑se na TVI, a que se seguiu o CNL, SIC Radical e agora a RTP2, com o 5 Para a Meia‑Noite. Escreveu livros, edita a revista 365, criou a televisão online Speaky TV, foi o mestre de cerimónias das duas últimas edições da Gala dos Eventos. Não admira, por isso, que a página de Alvim na Wikipédia dificilmente esteja actualizada. Estivemos à conversa com ele por causa dessa coisa de ser apresentador de eventos. Quando é que soubeste que um dos teus desígnios é apresentar eventos? Tive um sinal, uma aparição de Nossa Senhora de Fátima, ou alguém muito parecido, que me revelou este desígnio. Recordo‑me como se fosse ontem, apareceu envolta numa nuvem de fumo e disse‑me: “Jovem rapaz, serás apresentador de eventos!”, e num ápice esfumegou‑se. Espero que depois desta revelação não me tranquem num quarto o resto da vida.

Há algum tipo de evento em que te sintas mais à vontade? Sim, prémios. Adoro cerimónias de prémios. Do mesmo modo que o Cristiano Ronaldo está para o futebol, a Paula Rego para a pintura e a Maria de Lurdes Modesto para a culinária, eu quero estar para as galas de prémios. Quero ser O apresentador. Gosto porque é o tipo de cerimónia onde podemos improvisar, onde há sempre algo que acontece, com as muitas pessoas que vão ao palco. E é dessa interacção

que eu gosto, de aproveitar o melhor das pessoas e o meu melhor. Fazer de todos aqueles momentos algo divertido, e que todos percebam que foi feito de forma espontânea. Não escrevo uma linha, não tenho qualquer guião, apenas um alinhamento. Sou eu, sem corda. E não imaginam como isso é excitante.

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ENTREVISTA . Fernando Alvim

Não me interessa nada estar a gozar uma pessoa se ela não se estiver a rir com isso Qual é, no teu entender, a qualidade essencial de um bom apresentador? Ouvir os outros, estar com uma atitude activa perante o que lhe dizem, com o que acontece, perceber as palmas, conquistar a audiência, mas nunca impingir. O apresentador não pode nunca obrigar as pessoas a rirem‑se, porque ninguém se ri à força. Tem de partir delas essa vontade. O apresen‑ tador tem que ser um sugestor, e de preferência que sugira divertimento. Mas tem que também ser certeiro, mostrar‑se actualizado, ler muito, todos os dias, e não só para o dia daquele evento. Apresentar eventos é como fazer disciplinas na faculdade, não é bom método estudar só para o teste. Para quem não está tão familiarizado com estas questões, quantos dias de trabalho implica a apresentação de uma cerimónia de entrega de prémios, por exemplo? No meu caso, uma vida. Porque é sempre dela que me sirvo na apre‑ sentação de cada um deles. É exacta‑ mente o que disse anteriormente, cinco minutos antes de uma qualquer gala não faço a mínima ideia do que irei dizer a seguir, mas em cima do palco a minha vida, tudo o que li, tudo o que procurei, toda a alimentação que dei ao meu cérebro, acaba por me ajudar imenso.

Achas que os portugueses têm sentido de humor? Sim. E o nível de humor pode nada ter a ver com classes sociais. Veja‑se aquele programa “Liga dos últimos” e analise‑se sociologicamente tudo aquilo. Há pessoas que, sem terem a 4ª classe, têm mais e muito melhor sentido de humor do que muitas pessoas com cursos superiores. O Zé do Poste tem mais graça do que o Lobo Antunes. E olhem que eu sou fã do escritor. No teu entender, quais são os limites para o humor, se é que existem? O bom senso. Tenho uma regra que é esta (podem apontar se quiserem): não gosto de rir de, gosto de rir com. Não me interessa nada estar a gozar uma pessoa se ela não se estiver a rir com isso. O embaraço de alguém só me é confortável se isso lhe provocar riso. Por isso, com uma plateia, com uma cerimónia, tudo isso tem que ser levado em conta.

O apresentador não é o mais importante (mesmo que possa ser o mais conhecido), mas é a forma de ele fazer todos os outros brilharem, tanto ou mais do que ele, que poderá fazer dele o melhor da noite.

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Perante uma plateia que não reage, que se mantém gelada, qual é o recurso de emergência que se pode usar? Nunca forçar. Quando muito, fazermos o harakiri, imolarmo‑nos, gozarmos connosco próprios ou (e aqui tem que haver cuidado) gozarmos com a situação. Mostrar ao público o fracasso, o quanto nos estamos a sentir infe‑ lizes. Não há nada mais triste do que vermos alguém a tentar ter graça, e não o conseguir. Neste caso, brincar com isso pode ser sinónimo de inteligência e dar a volta por cima. Acima de tudo, é essencial perceber quando estamos a ter ou não graça. Se não tivermos isso, podemos rapidamente cair numa atitude absolutamente autista. Lembras‑te de algum evento que recu‑ sarias apresentar, e porquê? Sim, desde que não me sentisse à vontade, diria que não. Quero pensar que não sou uma prostituta de rua que aceita tudo. A ser, que seja de luxo, que não vai com todos, caramba! De resto, eu vendo animação e sou contratado por pessoas que, mesmo querendo uma cerimónia que tenha alguma sobrie‑ dade, não dispensam que esta seja descontraída. E é aí que eu entro. E é por isso que eu sou o melhor, já vos disse. Se tivesses que convencer alguém a contratar‑te para uma apre‑ sentação, que frase usarias para convencer essa pessoa? Tenho uma arma no bolso e está apon‑ tada às suas zonas erógenas. É verdade que já te ofereceram meio milhão de euros para apresentares uma cerimónia? Não, mas tenho muita pena.


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REPORTAGEM

GRUPOS DE MEDIA INVESTEM NA CRIAÇÃO DE EMPRESAS DE EVENTOS Os grupos de media portugueses estão cada vez mais a apostar na área dos eventos. Económica, Media Capital, Impresa, Cofina, Renascença são alguns dos que avançaram com a criação de uma empresa que assegure os eventos dos meios do grupo, mas não só. www.festaseeventos.net


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ENTREVISTA A MÓNICA BALSEMÃO, DIRECTORA‑GERAL DA ACTING OUT, AGÊNCIA DE EVENTOS DO GRUPO IMPRESA Não precisar de subcontratar para produzir as grandes galas televisivas, conferências, reuniões de empresas, e ao mesmo tempo apostar numa área em crescimento são as razões desta opção. Para preparar as conferências do grupo, a Económica SGPS criou a Económico Conferências. Esta unidade organiza conferências e eventos com a chancela das marcas Diário Económico e Weekend Económico, numa clara articulação com os media do grupo. A Media Capital apostou na criação da Media Capital Entertainment, Lda., cuja actividade engloba a promoção e produção de espectáculos e eventos, agenciamento e gestão de direitos musicais, entre outros. Em Março de 2008, a Impresa criou a Acting Out, em parceria com uma

empresa espanhola especializada na área dos eventos, a Elsinor. A ActingOut produz desde eventos como os Globos de Ouro, às conferências do jornal Expresso. No Grupo Renascença, que agora é r/com, nasceu a Genius y Meios, uma empresa que promove a criação de projectos de eventos, espectáculos e propostas de formação no âmbito da comunicação. Já em 2010, a Cofina resolveu também entrar no meio com a criação da Cofina Eventos e Comunicação, apostando no desenvolvimento de soluções de comu‑ nicação multimédia, com projectos em quatro grandes domínios: Eventos e Conferências, Intelligence Reports, PR & Soluções Media, e Formação.

Porquê a aposta do grupo na área dos eventos? O Grupo Impresa analisa constan‑ temente o mercado e encontrou na produção e criação de eventos uma oportunidade para a diversificação das suas áreas de actuação. O surgimento da Acting Out veio responder a duas neces‑ sidades. Por um lado, a uma necessi‑ dade interna de produção de eventos. Por outro, a uma necessidade que observamos noutras empresas portu‑ guesas, dos mais variados quadrantes. Qual a importância dos eventos no sector dos media? A Impresa possui um vasto portfólio de marcas, que possuem uma grande noto‑ riedade e que contactam com o leitor ou espectador de várias formas. A criação de um evento, como forma de complementar esse contacto é fundamental.

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REPORTAGEM . Grupos de media apostam na criação de empresas de eventos

Temos vários exemplos. Os Globos de Ouro são a festa do ano e são um evento da Caras e da SIC. Além de aumen‑ tarem a notoriedade dessas marcas, de contribuírem para um crescimento de audiências e de vendas, permitem por exemplo à Caras ter conteúdos exclu‑ sivos para as suas páginas. Noutra perspectiva, as conferências organizadas pelo Expresso permitem debater temas que interessam edito‑ rialmente ao jornal. Ou ainda os eventos da Exame, como as Melhores Empresas para Trabalhar, uma forma da revista premiar o que de melhor se faz em Portugal nessa matéria. Em termos genéricos, num evento, a vivência e o contacto com a marca é diferente. A presença do público‑alvo de uma marca num evento torna a comunicação mais directa e, sobre‑ tudo, mais pessoal. Num evento, a possibilidade de marcar a diferença, de inovar, de despertar uma panóplia de diferentes emoções e experiências é muito mais vasta. Quais as vantagens de a empresa estar ligada a um grupo de media? O facto da Acting Out pertencer a um grupo de comunicação social garante uma divulgação mais mediática dos seus eventos, além da possibilidade de desenvolvimento de parcerias com as várias marcas fortes do Grupo. Estar também num grupo como a Impresa é mais uma das garantias da originalidade e da criatividade das nossas propostas. A Acting Out assegura todos os eventos do Grupo? Sim. Fora do Grupo, que tipo de clientes procuram a empresa? De quase todos os quadrantes.

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Porquê a parceria com uma empresa espanhola? Isso tem permitido à Acting Out captar clientes estrangeiros e/ou organizar eventos no exterior? Em 2008, fizemos uma pesquisa de mercado e achámos que seria interes‑ sante a associação a uma empresa com know‑how na criação de eventos. A Elsinor detém 40% da Acting Out e a Impresa possui 20% da Elsinor. Quantos eventos já organizaram? Desde que iniciou a sua actividade, a Acting Out organizou quase 100 eventos, de vários tipos. O nosso portfólio é variado e vai desde a orga‑ nização da Gala dos Globos de Ouro, um evento CARAS/SIC, a entrega do Prémio Pessoa, ao encontro anual do Banif, aos Prémios Mercúrio...

Que tipo de eventos organizam? A Acting Out orgulha‑se de ser uma empresa “chave‑mão”, organizando todo o tipo de eventos, internos e para empresas externas. Neste último ano, tem crescido consideravelmente a nossa aposta na área das conferências. Em todos os eventos que organiza, a ActingOut quer distinguir‑se pela flexi‑ bilidade e o arrojo das suas propostas. Produzimos eventos sem limites, acções que desafiam a imaginação, criando novos conceitos e ideias, conteúdos únicos e personalizados à medida de cada necessidade, garantindo sempre momentos que marcam.

Sara Marques


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OPINIÃO

Pedro Figueiredo

Coordenador da Pós‑Graduação em Design de Eventos da ESAD

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CRIATIVIDADE EM EVENTOS: DESCONSTRUIR MITOS E EDIFICAR PRÁTICAS “Nada é mais nocivo à criatividade do que o furor da inspiração.” Umberto Eco

A criatividade é, hoje em dia, uma disciplina academicamente reconhecida e alvo de múltiplas investigações aplicadas. No caso dos eventos, é recorrentemente apontada como factor crítico ao sucesso das experiências projectadas. Apesar deste reconhecimento, subsistem ainda alguns preconceitos em relação ao tema, pois a criatividade parece continuar a ser, em muitas situações, interpretada à luz de mitos que importa desconstruir para que os eventos se efectivem como práticas criativas conscientes. Definir criatividade não é tarefa desprovida de conflitos, podendo mesmo revelar‑se um empreen‑ dimento aporético. As diferentes investigações desenvolvidas, sobretudo a partir da década de 50 do século passado, têm‑na evidenciado, como sintetiza Morais (2000), como um

terreno conceptual que, embora fértil, não deixa simultaneamente de ser débil. Não obstante, é possível identi‑ ficar algumas tendências, sendo neste âmbito que autores como Los Ángeles (1996) ou Ricarte (1998) apontam três grandes orientações de investigação: a criatividade como característica pessoal,

como produto e como processo, sendo no âmbito da primeira que aportam alguns dos preconceitos que interessa, desde já, desmistificar. É, pois, neste sentido que revisitamos Katz e Luecke (2003). Segundo estes investigadores, é frequente identi‑ ficar‑se um conjunto de equívocos

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OPINIÃO . Criatividade em eventos: desconstruir mitos e edificar práticas, por Pedro Figueiredo que determinam a dificuldade de gerir a criatividade, a saber: [1] a criativi‑ dade está intrinsecamente ligada à inteligência; [2] a criatividade é mais forte nos jovens; [3] a criatividade está reservada a um grupo restrito: aqueles que são brilhantes e estão dispostos a correr riscos; [4] a criatividade é um acto solitário; e [5] a criatividade não pode ser gerida. Acrescem a estes equívocos alguns mitos que contri‑ buem erradamente para a projecção da criatividade num plano inalcançável ao comum dos mortais. De entre eles, destacam‑se o mito da criação perfeita, que edifica a ideia de que as grandes obras nascem já acabadas nas mentes dos génios; o mito do génio nato, que, no seguimento do anterior, institui o pressuposto de que há indivíduos que nascem com aptidões criativas extra‑ ordinárias; e o mito da Eureka1, que postula o encontro inusitado com uma ideia/solução sem esforço ou prepa‑ ração. Não nos esqueçamos, aliás, que na Antiguidade Clássica floresceu o entendimento da criatividade humana como um estado místico de recepção de mensagens divinas. Convém, como facilmente se compreende, que sejamos efectivamente capazes de nos distan‑ ciar destas efabulações e encontrar um sentido para o tema. A criatividade deve ser compreendida, antes de mais, como uma capacidade que distingue o ser humano de outros animais. É, na sua génese, a faculdade humana capaz de produzir resultados novos que solucionam problemas (Los Ángeles, 1996), pelo que incor‑ pora um processo metodológico de resolução destes (Ricarte, 1998).

Torna‑se, assim, pertinente recuperar o entendimento da criatividade como produto e como processo, procurando enquadrá‑la no contexto que aqui nos importa: os eventos. Se é certo que a concepção e operacio‑ nalização de eventos depende do uso que cada indivíduo que nele parti‑ cipa faz da sua criatividade, assunto que retomaremos no final do texto, é fundamental que encaremos os eventos, independentemente da sua tipologia, como produtos criativos, isto é, como soluções encontradas para um fim inicialmente equacionado, que, para o serem, dependem inevi‑ tavelmente de processos também eles criativos. Por outras palavras, numa relação agência‑cliente, o evento será a solução criativa encontrada pela agência a fim de resolver o problema de comunicação do seu cliente. É do senso comum que há soluções melhores do que outras, razão que nos leva vulgar‑ mente a considerar que determinado evento é mais criativo do que outro, quando, de facto, deveríamos classi‑ ficá‑los não em função da criatividade, mas em função da inovação, até porque, enquanto consumidores de eventos, ignoramos os processos criativos que lhes foram subjacentes. Quanto a estes últimos, importa ainda mencionar que se estruturam inevitavelmente em diferentes etapas sequenciais, mas sobretudo que às diferentes etapas corresponde a possibilidade de utili‑ zação de múltiplas técnicas criativas. Van Leeuwen e Terhürne (2009), por exemplo, identificam 51 técnicas, cujo domínio deve ser, na nossa opinião, transversal aos profissionais de eventos.

Em súmula, quatro considerações. [1] Os eventos são, simultaneamente, produtos e processos criativos. Se preferirmos, são macroprocessos, uma vez que englobam diversos processos criativos. [2] A criatividade desenvolve‑se. Estimula‑se. Obedece a métodos e processos, e o seu sucesso ‑ a inovação ‑ depende do conhecimento efectivo das técnicas de criatividade disponíveis para a consecução de cada etapa do processo. É, aliás, já tempo de pôr fim ao despotismo do brainstor‑ ming. [3] Sendo os eventos processos criativos resultantes da multidiscipli‑ naridade, é inconsciente imputar‑se a responsabilidade pela criatividade apenas aos profissionais cujas activi‑ dades são tradicionalmente apelidadas de criativas. [4] Uma vez que a criativi‑ dade humana depende, como defende Amabile (1998), do cruzamento de conhecimento e de competências de pensamento criativo, mas também de motivação, a gestão ou coordenação de eventos tem de ser encarada como um processo de liderança criativa. Coordenar eventos é ser‑se capaz de promover holisticamente a criatividade consciente e responsável. A concre‑ tização dos eventos, tal como ideali‑ zados pelos chamados criativos, em experiências singulares e memoráveis pode, em muitos casos, depender de decisões criativas momentâneas de um electricista, de um técnico de som ou de uma hospedeira. Em função do pendor entrópico que caracteriza os eventos, geri‑los é, por isso, gerir a criatividade e para a criatividade.

1. A palavra “Eureka” é usada, hoje em dia, para celebrar uma descoberta. Significa “encontrei” e reza a história que Arquimedes terá descoberto, durante o banho, que o volume de qualquer corpo pode ser calculado medindo o volume de água movida quando o corpo é submerso na água. Tal descoberta fê‑lo sair de casa entusiasticamente e correr nu pelas ruas de Siracusa gritando Eureka!.

Referências: Amabile, T. (1998). How to Kill Creativity. Harvard Business Review, 77‑87 Katz, R. & Luecke, R. (2003). Managing Creativity and Innovation – Pratical Strategies to Encourage Creativity. Harvard: Harvard Business Press Los Ángeles, J. (1996). Creatividad Publicitaria – Concepto, Estrategias y Valoración. Navarra: EUN Morais, M. (2000). (In)definições de criatividade ou uma dupla ansiedade a gerir. Cadernos de Criatividade, 1, 5‑20 Ricarte, J. (1998). Creatividad y Communication Persuasiva. Barcelona: UAB Van Leeuwen, M. & Terhürne (2009). Innovation by Creativity – Fifty‑one tools on how to solve problems creatively. Cornwall: Ecademy Press

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NOTÍCIAS . MEETING INDUSTRY

MELIÃ BRAGA: NOVO ESPAÇO PARA CONGRESSOS O primeiro hotel de cinco estrelas da cidade de Braga, o Meliã Braga Hotel & SPA foi inaugurado oficialmente em Setembro. Isto significa que a região passa também a dispor de um Centro de Conferências com 1100 m2, capaz de acolher 700 pessoas. Composto por um salão, foyer e quatro salas de geometria variável, equipadas com tecnologia audiovisual, este novo espaço pode receber congressos, reuniões e incen‑ tivos. Todas as salas são insonorizadas e dispõem de internet wireless. A Sala Minho tem luz natural. Além disso, tem disponível um business center devidamente equipado e ao dispor dos clientes 24 horas por dia. A nova unidade hoteleira foi o resul‑ tado de um investimento de 20 milhões de euros. Trata‑se do sexto hotel

a surgir em Portugal com a chan‑ cela “Meliã”, criando mais de cem postos de trabalho. Está localizado junto à Rotunda da Universidade e ao Centro de Investigação Ibérico de Nanotecnologia. O Meliã Braga dispõe de 127 quartos standard, 32

comunicantes, dois para deficientes, dez suites executivas, uma suite presidencial e dez apartamentos com kitchenette para estadias longas. Conta ainda com um SPA de 800 m2.

festa de Natal ou de aniversário ou um cocktail, aproveitando até a vista privilegiada para o Atlântico a partir do terraço‑esplanada. Além disso, a empresa pode proporcionar aos seus funcionários, parceiros ou clientes uma visita que começa na nascente do rio Douro e termina nos quentes mares tropicais, com a garantia de que todos os visitantes, miúdos e graúdos, saem encantados. Entre outros serviços propostos pelo Sea Life Porto destacam‑se as acções de promoção/sampling, as acções

de charme (através dos bilhetes pré‑pagos, dos packages Passe Anual Sea Life ou de produtos únicos de merchandising que a empresa pode oferecer aos seus clientes, colabo‑ radores ou parceiros), os processos de recrutamento e outras acções de produção, como fotografia, vídeo e campanhas publicitárias que podem ter como cenário o fundo do mar. O Sea Life Porto propõe às empresas que se redescubram out of the box, deixando borbulhar as ideias num espaço fora da rotina.

EVENTOS NO “FUNDO DO OCEANO” O Sea Life Porto abriu as portas às empresas que procuram locais diferentes para as suas iniciativas e eventos, sejam elas uma simples festa de empresa ou o lançamento de um produto. São vários os serviços que o aquário portuense tem para oferecer, aproveitando os diversos espaços e cenários que nos transportam para o mundo subaquático, permitindo o contacto com mais de cinco mil criaturas marinhas, de 100 espécies diferentes. É neste ambiente original que uma empresa pode realizar a sua

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REUNIÕES ENTRE O CAMPO E O MAR Seja para lazer, encontros sociais ou para reuniões de negócios ou de incentivos, o hotel The Oitavos, que abriu portas no passado dia 1 de Setembro, apresenta soluções a ter em conta. Situado na Costa do Estoril, o hotel de cinco estrelas está cuida‑ dosamente integrado na paisagem – entre o oceano Atlântico e as dunas e pinheiros‑mansos do campo de golfe Oitavos Dunes –, revela um design contemporâneo, além dos 142 quartos com vista privilegiada. Os eventos e a meeting industry são duas das apostas do hotel, que pretende que estes sectores tenham um peso significativo na facturação. Por isso, para as empresas que optem por locais mais tranquilos para realizarem os seus encontros de negócios ou sociais, o The Oitavos disponibiliza vários espaços versáteis, um centro de conferências e um ball room com capacidade para grupos de até 300 pessoas, cinco salas de reuniões adicionais, com capaci‑ dade para acolherem entre dez a 150 pessoas, e ainda uma entrada dedicada, para que os participantes dos eventos não

se cruzem com os hóspedes. A escolha do evento é selectiva e só são aceites solicitações que se encaixem no perfil do hotel, que tem como mercados priori‑ tários Portugal, Espanha, Reino Unido, Alemanha, Escandinávia e Benelux. O The Oitavos, que reforça a oferta da Quinta da Marinha Original, apresenta ainda como mais‑valias o campo de golfe Oitavos Dunes, concebido por

Arthur Hills e que se encontra no 88º lugar do ranking Top 100 dos melhores campos do mundo da Golfe Magazine, um centro hípico, um SPA com dez salas de tratamento, uma piscina inte‑ rior de água salgada aquecida, espaços exteriores bem cuidados e várias zonas de restauração, bares e sala de chá.

NEGÓCIOS NO ALGARVE Para quem procura um local para reuniões de negócios ou para eventos fora dos grandes centros urbanos, o Monte da Quinta Resort disponibi‑ liza um Centro de Conferências e um Business Club que complementam o moderno empreendimento turístico situado na Quinta do Lago. Localizado a apenas 20 quilómetros do Aeroporto Internacional de Faro, em pleno Parque Natural da Rio Formosa, o Centro de Conferências do Monte da Quinta Resort é constituído por nove espaços para eventos tão distintos como reuniões ou banquetes: Foyer Ocean Lounge, Ria Formosa (o conjunto de

três salas), Gaivota, Flamingo e Delfim, Breakout Quinta, Breakout Lago e Breakout Quinta e Lago. Todas as salas estão equipadas com ecrãs (excepto os breakouts), sistema de som e sistema de projecção de vídeo com capacidade para vários tipos de fontes de sinal. O empreendimento disponibiliza ainda ecrãs LCD para a mesa da presidência, permitindo o visionamento das imagens em projecção. O Monte da Quinta Business Club apresenta um ambiente requintado, tendo como cenário a atmosfera exclu‑ siva da Quinta do Lago. A sala para as reuniões ou eventos é versátil e está

equipada com tecnologia Wi‑Fi e meios audiovisuais. Entre outros serviços (bar, restau‑ rantes, SPA, ginásios, piscinas e um espaço próprio para crianças), o empreendimento apresenta ainda duas soluções para as reuniões mais longas que obriguem os participantes a permanecer no resort: o Monte da Quinta Suites (um empreendimento composto por 132 suites, de um, dois e três quartos) e o Monte da Quinta Club (empreendimento composto por vivendas e moradias em banda, com tipologias que variam entre o T2 e o T5).

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NOTÍCIAS . MEETING INDUSTRY

POKEN: UM CARTÃO DE VISITA VIRTUAL É uma mistura de cartão de visita e rede social. O conceito do produto é mesmo esse, conforme explica a empresa fornecedora, “o Poken não só substitui o tradicional cartão de visita como oferece a possibilidade de trocar mais do que o nome, telefone e endereço”. É um dois‑em‑um com a possibilidade de associar os perfis das redes sociais ao cartão e actualizar a informação permanentemente. A forma de funcio‑ namento é simples: no fundo trata‑se de uma espécie de pendrive, onde são inseridas as informações, que depois de colocadas em contacto umas com as outras, se conectam e trocam dados. Para a indústria dos eventos o Poken tem algumas características interes‑ santes, como por exemplo a possibili‑ dade de personalização com a imagem do evento ou logótipo da marca. Oferece também oportunidades de comunicação pós‑evento, através de uma plataforma online dedicada ao evento, que permite actualizar a infor‑ mação de forma simples e acessível (tem a possibilidade de incluir banners de patrocinadores). Para os responsáveis desta tecno‑ logia, apesar de a meeting industry ser algo lenta na introdução das novas tecnologias, está receptiva a ideias, sempre que estas acrescentem valor ao evento. “Se o networking é um dos (se não o principal) motivo para as pessoas participarem em eventos, um produto que melhore essa experiência

é interessante”, refere a empresa que comercializa o Poken. Para os responsáveis do Poken o futuro dos eventos está de alguma forma ligado ao aparecimento de produtos e serviços com conceitos semelhantes a este, “a indústria dos eventos está a adoptar produtos como o Poken para facilitar a experiência em três áreas: networking, gestão de identidades e transferência de ficheiros digitais, e há produtos, físicos ou aplicações móveis, que resolvem os problemas nestas áreas”.

Em relação à gestão de participantes, o Poken permite por exemplo efec‑ tuar registo nas conferências, eventos sociais, perceber que stands foram visitados pelo participante. Ou seja incorpora um sistema de localização que ajuda depois na avaliação do evento. Em breve será ainda possível fazer o down‑ load virtual das apresentações, vídeos e fotos para o Poken. Mais informações em www.poken.com. Cláudia Coutinho de Sousa

MEETING APPS PROMETE REVOLUCIONAR A INDÚSTRIA DAS REUNIÕES MeetingsApps.com é um novo portal desenhado para permitir aos orga‑ nizadores de reuniões e congressos localizarem de forma rápida as aplicações para iPhone e iPad relacio‑ nadas com a indústria dos eventos. A CEO da Invenia, empresa criadora deste portal, Kirsten Strand, acredita

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que a tecnologia smart phone vai revolucionar a meeting industry. “Ao utilizar aplicações específicas, os organizadores podem aceder a informação e ferramentas na ponta dos dedos. Conhecimento é poder”, afirma a responsável. A tecnologia MeetingsApps.com conta com centenas

de aplicações de eventos e reuniões, identificadas e categorizadas, pelo que o processo de procura é, segundo a empresa, bastante fácil. Este novo portal conta com o apoio da IMEX, uma das principais feiras do sector. Consulte esta nova ferramenta em www.MeetingApps.com.


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EVENTOS

EIBTM: GRANDES EXPECTATIVAS NUM ANO AINDA DIFÍCIL É uma das principais feiras do sector do turismo de negócios e, num ano ainda particularmente difícil, as expectativas da organização são as melhores. Em entrevista à Festas&Eventos, Graeme Barnett, director da EIBTM, rejeita a hipótese de desinvestimento na feira por parte dos expositores, devido à crise económica. Pelo contrário, afirma,

“estamos entusiasmados com a resposta dada pelos expositores, 80% do espaço de feira já está reservado.” Para o responsável é um sinal de que a indústria está optimista e que os expo‑ sitores reconhecem a importância do evento. Além de alguns regressos, como do Marriott International, e de alguns novos expositores – 20 para já ‑, há vários outros, mais de 40, que decidiram

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aumentar a sua área de exibição. No que diz respeito ao contingente português, o responsável anuncia que o Turismo de Portugal vai ter “uma grande presença na feira, com um stand de 453,25 m2”. Stand que pode candidatar‑se aos Prémios de Melhor Stand da EIBTM, que este ano acon‑ tecem pela primeira vez. Há várias categorias a concurso, inclusivamente um prémio votado pelos hosted buyers presentes na feira. Ainda no plano das novidades, refira‑se que pela primeira vez a EIBTM vai criar um “The Green Room”, um espaço de seminários dedicado à sustentabilidade e aos eventos verdes, um tema na ordem do dia. A tecnologia vai estar, como já é habitual, em destaque com o evento “Technology Hours”, desta vez num espaço diferente, instalado de raiz no recinto da exposição. Isto para além da “The Technology Village”, onde são apresentadas as principais inovações e os mais recentes produtos e serviços tecnológicos à disposição dos organi‑ zadores de eventos.


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O QUE ESPERAR? No ano passado, a EIBTM recebeu 8170 pessoas, das quais 3827 eram hosted buyers e 3710 visitantes profissionais, para além de VIP e imprensa. Foram marcadas mais de 54 mil reuniões, enquanto que o programa educacional recebeu quase quatro mil pessoas (um aumento de 15%). Este ano a organi‑ zação espera cerca de 3300 empresas a expor, oriundas de mais de 90 países. Estão a ser preparadas 40 sessões educacionais gratuitas cobrindo o espectro de temas mais importantes para o sector. O programa de hosted buyers continua em marcha, sendo estes compradores convidados alvo de um grande escrutínio pela orga‑ nização da EIBTM. É avaliado o peso

em termos de decisão, a influência e o orçamento para eventos. São prove‑ nientes de mercados‑chave na Europa, mas também do Brasil, Rússia, Índia, Estados Unidos e Canadá. Um dos momentos sempre aguardados durante o certame é a apresentação do relatório sobre as tendências da indústria, da autoria de Rob Davidson, especialista em turismo de negócios. Este relatório revela as tendências‑chave identificadas durante os últimos 12 meses na meeting industry, e aponta possíveis estratégias para o futuro. Para conferir no primeiro dia do evento, que se realiza entre 30 de Novembro e 2 de Dezembro, na Fira Gran Via, em Barcelona. Cláudia Coutinho de Sousa

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EVENTOS

PRESENÇA RECORDE NOS EUBEA Foram 13 os eventos inscritos por empresas portuguesas nos European Best Event Awards, número que representa um recorde de participação das entidades nacionais. Nove eventos são da Desafio Global ativism, três da Action 4 ativism e um da Big Time. A Realizar concorreu aos prémios com quatro eventos, mas com candi‑ daturas, por uma questão de estra‑ tégia, atribuídas à Realizar UK. Numa nota à redacção da Festas&Eventos a empresa diz que se candidatou como Realizar Worlwide Events. “A Realizar Worldwide Events é candidata aos European Best Event Awards 2010, nas categorias de Celebration Events, Public Events, Cultural Events e Low Budget Events. Assumindo a actividade internacional e as grandes produções, a Realizar Worldwide Events encontra‑se presente em Portugal (Realizar Portugal), Espanha (Realizar España), Reino Unido (Realizar United Kingdom ) e Benelux (Realizar Benelux).”

Três anos a receber prémios As empresas portuguesas têm tido um sucesso assinalável nos EuBea. O filme deste sucesso começa em 2007. Eventos criados e produzidos para a EDP, Ministério da Economia e Inovação, SIC e Vodafone permitiram à Action4 ativism e à Desafio Global ativism a distinção internacional com o Prémio Especial País Revelação. Em 2008, a Action 4, a Desafio Global e a Realizar viram consagrados em Itália os seus eventos. A Action4 venceu na categoria Evento Musical, com a Vodafone Música; a Desafio Global arre‑ cadou o primeiro prémio de Lançamento Produto/Serviço, com o evento “A New Cinderella is Born”, para a marca Dior; enquanto que a Realizar triunfou em duas categorias, Técnica Media Mix, com o rebranding da Optimus e Melhor Evento Cultural, com a “Cerimónia de Declaração das 7 Maravilhas”. O ano passado, a Desafio Global arre‑ cadou o prémio de Melhor Cenário/

Design pelo evento “Fidelidade Mundial Gala”, realizado no Campo Pequeno. A Action 4 venceu o prémio Melhor Notoriedade com a acção “El Precio lo Pones tú”, desenvolvida para a Worten.

Noventa e um eventos em competição São mais 25 eventos do que o ano passado, um sinal muito interessante de que os prémios mantêm a reputação de serem um barómetro europeu do sector. Os países representados são: Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Suécia, Holanda e Reino Unido. Lembre‑se que a Festas&Eventos está representada no júri da competição. A cerimónia de entrega dos prémios está agendada para dia 15 de Novembro, em Milão.

FITUR MEETINGS & EVENTS: ALARGAR HORIZONTES Com o intuito de adaptar o formato a um dos mais dinâmicos mercados da indústria do turismo, o das viagens de negócios, a feira espanhola FITUR Congresos mudou o nome para FITUR Meetings & Events, acompanhado pela legenda Salão de Turismo de Negócios. Com esta nova designação, a feira pretende abranger todos os segmentos do sector das viagens de negócios, que inclui reuniões, incentivos, congressos ou exposições. De modo a tornar a próxima edição da FITUR ainda mais competitiva, o

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modelo apresenta algumas alterações, entre as quais a concentração num único dia – 18 de Janeiro de 2011 – de fornecedores espanhóis e compradores internacionais, acção que antecede, à semelhança de anos anteriores, a FITUR – Feira Internacional de Turismo. Durante o evento, que vai decorrer das 9h às 17h, os partici‑ pantes podem ter acesso no mesmo dia aos representantes de mercados consolidados bem como aos potenciais clientes de áreas emergentes. Além disso, aumenta para 23 o número de

encontros profissionais estabelecidos para cada comprador. A FITUR – Feira Internacional de Turismo, que decorre de 19 a 23 de Janeiro de 2011, em Madrid, está reco‑ nhecida como ponto de encontro dos profissionais do turismo, sendo uma forma de potenciar o desenvolvimento do negócio turístico e de definir novas estratégias para o sector. De referir ainda que as inscrições para a participação no evento já estão abertas, devendo ser efectuado um pré‑registo em www.fitur.ifema.es.


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PORTO E NORTE, DESTAQUES NA BTL 2011 O Porto e Norte de Portugal é o Destino Nacional Convidado para a BTL 2011 – Feira Internacional de Turismo, que se vai realizar de 23 a 27 de Fevereiro, no Parque das Nações, em Lisboa, promovida pela Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial/Feira Internacional de Lisboa (AIP‑CE/FIL). A 23º edição do certame, que visa apresentar aos seus visitantes o que de melhor se faz no sector e quais as ofertas disponíveis, conta ainda com a Tailândia como Destino Internacional Convidado. O Porto e Norte é um destino que muito tem crescido no sector turístico, resul‑ tado também de várias acções promo‑ cionais, às quais se junta a participação do Turismo do Porto e Norte de Portugal na BTL. A região vai estar em destaque no certame, aproveitando para mostrar

o melhor da oferta turística e todo o património reconhecido e classificado, bem como a diversidade de oferta. Por seu lado, a Tailândia é o Destino Internacional Convidado, assinalando os 500 anos de relações históricas e diplomáticas entre Portugal e este país asiático. Os visitantes vão ser convidados a conhecer as maravilhas daquele país. “Todos os anos viajam para a Tailândia cerca de 25 mil portu‑ gueses. A procura deste destino tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos, não só pela excelente relação preço/qualidade mas porque a Tailândia tem uma transversal oferta turística que vai ao encontro do interesse de vários públicos”, refere em comunicado Fátima Vila Maior, directora de Área de Feiras da FIL.

Dinamizar o mercado interno O Turismo de Portugal celebrou um acordo com a Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial (AIP‑CE), em Julho, que reforça as sinergias entre ambas as entidades relativamente à dinamização nacional e promoção internacional de Portugal como destino turístico na próxima edição da BTL. Esta aposta visa dinamizar o mercado interno e optimizar a promoção da oferta turística portu‑ guesa nos mercados externos. De forma a fortalecer a promoção e venda do destino Portugal, a comissão organizadora da BTL 2011 conta com a participação das Marcas Turísticas Regionais. Uma das novidades anunciadas pela AIP‑CE é a de que, nos dias abertos ao público, as empresas expositoras vão apresentar aos visitantes ofertas promocionais. Ainda no âmbito da BTL, vão ser entre‑ gues os Prémios Turismo de Portugal. Na última edição, na qual estiveram representados 45 países, a BTL foi visi‑ tada por 70 mil pessoas e cerca de mil empresas. Estiveram presentes cerca de 100 jornalistas internacionais e mais de 1400 profissionais estrangeiros, dos quais 110 eram hosted buyers, oriundos de 20 países.

IMEX AMERICA: AINDA SEM PORTUGUESES São muitos os pedidos de informação, mas ainda não há expositores portugueses inscritos na primeira edição da IMEX América. Isto mesmo foi confirmado à Festas&Eventos por fonte da organização. A um ano do certame, sabe‑se já que o conteúdo formativo vai estar a cargo do MPI (Meeting Professionals International). Além disso a organização promete ter o maior programa de hosted buyers jamais feito na América do Norte. Ao todo estão previstos dois mil compradores, dos Estados Unidos e do resto do mundo.

O evento realiza‑se em Las Vegas, de 11 a 13 de Outubro de 2011. www.festaseeventos.net


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OPINIテグ

Jorge Padinha Director da Fox Portugal

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IT’S A KIND OF MAGIC “SENHORAS E SENHORES: DAVID COPPERFIELD E LUÍS DE MATOS” Esta é a fórmula certa para termos um evento repleto de magia e onde todos os artifícios utilizados levam ao efeito desejado: entreter e prender as nossas audiências, trazendo‑as, uma e outra vez, sempre confiantes no que vão receber em troca. Contudo, o mundo dos eventos não é feito de Houdinis (embora alguns tenham habilidades que em tudo são ilusões...), mas sim realizado com muito trabalho e preparação prévia. Nos dias que correm, temos consumi‑ dores muito mais exigentes e atentos. Aqueles “profissionais” do saco e da caneta, capazes de enfrentar uma fila de uma hora se for preciso para saírem de lá com um exemplar, seja uma caneta, saco ou monofolhas (muitas de preferência) que demonstre que participaram num evento, são cada vez mais raros, o que leva a que tudo aquilo que tenha como objectivo o consumo, mas sem ser de uma forma imposta e artificial, seja cada vez mais complicado de atingir.

É facílimo organizar um “evento” que chame pessoas, pois o difícil não é chamá‑las. Qualquer tenda numa rua movimentada que tenha música e promotores a distribuírem brindes chama o transeunte do momento. Todos nós paramos num acidente, agora isso não quer dizer que quei‑ ramos fazer parte dele, e o mesmo se passa num evento. Não é só chamá‑los, é mantê‑los interessados e, ideal‑ mente, fazê‑los voltar. Vejamos os exemplos dos festivais de Verão, cada vez são mais as marcas que

apostam neste segmento de mercado, com produções mais elaboradas, e certamente dispendiosas, contudo, contamos pelos dedos de uma mão aquelas de que nos recordamos. Não só da sua presença, mas também da forma como lá estavam. Ter um animador aos berros, acom‑ panhado por música igualmente sonante, não é sinónimo de sucesso, algumas vezes passa‑se exactamente o contrário, a penalização pelo ruído que fazem e pela oferta não acompanhar toda a excitação com que é promovida.

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OPINIÃO . A Kind of Magic (?), por Jorge Padinha

Então onde está a magia de um evento bem sucedido? É a música? É o local? É a marca? É a animação? São os promo‑ tores? São as ofertas? Não! É a soma de tudo isto.

Não existindo uma fórmula aritmética que defina o factor de sucesso de um evento antes do mesmo ser realizado, como se tenta fazer na música e na formatação de algumas rádios, com o sucesso que (cada vez menos!) conhecemos, existem factores que logo no inicio nos ajudam a perceber o caminho que queremos levar e como chegar aos resultados pretendidos.

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Existem alguns factores que é funda‑ mental considerar aquando do plana‑ mento do nosso evento: . O primeiro e o mais importante de todos é claramente perceber a quem se dirige, quem é o alvo com quem queremos falar e se o que temos para lhes “vender” é apropriado, ou se a forma como o estamos a fazer é adequada. Não é só a promessa. É saber se quem a recebe tem essa necessidade e, não a tendo, a nossa função é criá‑la. . Em segundo lugar, é fundamental perceber quais são as ferramentas que temos ao nosso dispor e se são adequadas à missão a que nos propomos, ou se pelo contrário ficam aquém das nossas necessidades. De que vale ter uma sala perfeita se não cabem metade das coisas que lá temos para meter? . Em terceiro lugar, o planeamento é fundamental para que tudo corra como previsto e não existam acidentes de percurso, para isto é imprescindivel que se tenha uma equipa preparada e focada em todas as necessidades, porque nem mesmo um one‑man show vive sem uma equipa de back up. . Last but not least, podemos ter o melhor espectáculo do mundo, mas se ninguém souber que ele vai existir é o mesmo que fazermos uma festa para nós e os amigos. E por muito que tenhamos uma excelente relação com os nossos clientes, estes não estão disponíveis para pagar o nosso convívio. Assim, é importante que a comunicação de qualquer evento exista e, acima de tudo, seja clara. Se não é como ter os mágicos no início citados a tirar coelhos da cartola para uma audiência de dois.

Como diria Freddie Mercury

“One Dream, One Soul, One Prize, One Goal, One Golden Glace of What Should Be, It’s a Kind of Magic”


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SUSTENTABILIDADE

OS EVENTOS PODEM MUDAR O MUNDO

Guy Bigwood

No âmbito do Green Festival, e no dia dedicado ao turismo, o Centro de Congressos do Estoril (CCE) e o Green Meetings Industry Council (GMIC) promoveram um seminário sobre a sustentabilidade na indústria dos congressos ou eventos. E, de facto, foi possível juntar numa manhã de formação alguns dos principais oradores nacionais e internacionais destas matérias. Desde logo Guy Bigwood, presidente do GMIC e director de sustentabilidade do MCI, e uma das mais influentes personalidades do sector. Para este profissional, os eventos têm a capacidade de mudar o mundo, e o facto é que os organizadores de eventos estão cada vez mais a incorporar a sustentabilidade e a responsabilidade social na gestão dos seus eventos e da sua organização. Como acelerar esta

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mudança de paradigma da meeting industry? No entender do especialista através da certificação, medindo tudo, reportando progressos e inovando. Como case‑study, Bigwood apresentou as medidas que fizeram do COP 15 (Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climatéricas), em Copenhaga, um evento sustentável, ajudando a modificar aquele destino. Maaike Fleur, responsável de projecto do GRI (Global Reporting Iniciative), apresentou as directrizes desta organização apostada em reportar a sustentabilidade. As empresas querem comunicar as suas actividades e a GRI fornece, justamente, uma framework para o fazerem. No próximo ano serão apresentadas as guidelines para o sector da meeting industry. Fiona Pelham, directora de sustentabilidade da Sustainable Events, partilhou a


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Joana Garoupa

Maaike Fleur

Dale Hudson

Fiona Pelhman

Pedro Norton de Matos

certificação ISO 20121, uma versão melhorada da BS8901. No fundo, esta certificação, específica para o sector MI, define uma forma de trabalhar, um processo de gestão. Estão envol‑ vidos 30 países, dos quais não faz parte Portugal. Manfred Koblmueller, do Instituto Austríaco de Ecologia, mostrou um curioso caso de estudo sobre o Centro de Congressos de Alpbach, uma estrutura situada nas montanhas do Tirol. Outro caso de estudo apresentado foi o da IMEX, pela mão da sua directora de respon‑ sabilidade social e empresarial, Dale Hudson. São várias as medidas que todos os anos se implementam na feira. Os badges, sacos e alcatifa são recicláveis; 20% dos autocarros são movidos a biodiesel, há descontos para os visitantes que viajem de comboio, para citar alguns exemplos. Estas

mesmas medidas vão ser implemen‑ tadas na IMEX America, que se realiza no próximo ano, em Las Vegas. Em termos de oradores nacionais, o seminário contou com a presença de Pedro Norton de Matos, da Gingko, entidade co‑responsável pelo Green Fest, e que reflectiu sobre a cons‑ ciência ambiental, as pressões das novas gerações e sobre o facto de a green economy ser uma realidade. Um assunto também abordado foi o facto do processo de fazer produtos verdes poder ter igualmente impactos no ambiente. Joana Garoupa, da Siemens Portugal, forneceu a perspectiva do cliente. “A sustentabilidade é uma oportunidade de negócio”, refere a responsável, que apresentou o que tem sido feito nesta matéria pela empresa. Existe, mesmo, um código de conduta para fornecedores, inclusive em relação

aos eventos. No entanto, conforme explica Joana Garoupa, ainda é difícil controlar certos procedimentos. “A Siemens é um cliente de eventos e a falta de fornecedores é um problema para nós”. À atenção do sector. Já Pedro Rocha dos Santos, director do Centro de Congressos do Estoril, revelou a ambição da estrutura a curto prazo: ser neutral em termos das emissões de carbono, objectivo explicado por Sérgio Santos, da e)Mission, empresa parceira. Para o responsável do CCE a visão foi a certa e o negócio tem confir‑ mado a estratégia desenvolvida em torno da sustentabilidade. Cerca de 90 pessoas estiveram presentes neste seminário, moderado por Linda Pereira da CPL Events. A Festas&Eventos foi media partner da iniciativa. Cláudia Coutinho de Sousa

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SUSTENTABILIDADE

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS E CAMPANHAS DE BAIXO CARBONO: STEP BY STEP. Para as empresas, comunicar consiste na transmissão de informação que permite dar a conhecer ao mercado produtos, serviços e/ou mensa‑ gens corporativas. E são diversos os formatos de comunicação, quer se opte pela organização/patrocínio de eventos, como seminários ou concertos, ou pelo lançamento de campanhas publicitárias. Comunicar é também afirmar uma atitude, e os seus destinatários estão cada vez mais atentos, não só ao objecto comunicado, mas também à forma como é comuni‑ cado. A integração dos vectores ambiente e sustentabilidade tem, assim, uma importância crescente na comunicação. A Caixa Geral de Depósitos (CGD), sendo o maior banco nacional, com uma forte presença também na socie‑ dade portuguesa, promove anualmente um número significativo de acções de comunicação, entre as quais eventos e campanhas. De forma consequente e coerente com a sua Estratégia de Sustentabilidade e Programa Caixa Carbono Zero, a CGD elaborou um conjunto de guias práticos de compras de baixo carbono dedicados, especi‑ ficamente, à organização de eventos e à organização de campanhas e suportes de comunicação. Estes guias pretendem sensibilizar e informar todos os envolvidos nos processos de planeamento e organização de eventos, designadamente os seus colaboradores, para o impacte das suas decisões no ambiente e, em particular nas emissões de carbono. Apresentam também um conjunto de recomendações práticas

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para a minimização desses impactes, identificando alternativas com melhor desempenho (energético e ambiental), em cada uma das principais categorias de bens e serviços a contratar. O Guia Prático de Baixo Carbono: Organização de Eventos, por exemplo, aborda aspectos como a selecção do local de realização do evento, serviços de catering, produção e montagem de stands e materiais de apoio e promo‑ cionais, entre outros temas. O Guia Prático de Baixo Carbono: Campanhas e Suportes de Comunicação foca as categorias televisão e cinema, áudio, SMS e WEB (correio electró‑ nico, banners, micro‑sites), mupis e outdoors, produção e montagem de stands e materiais de apoio. Em cada documento é também apresentada uma lista dos selos, rótulos e certificações ambientais com relevância para cada uma das áreas em foco.

literacia ambiental e do carbono junto de um conjunto alargado de stakehol‑ ders, incluindo fornecedores, clientes e a sociedade em geral. Este é um compro‑ misso patente no Programa Caixa Carbono Zero, que concretiza a estratégia do Grupo CGD para as alterações climá‑ ticas. Assumida ao mais alto nível da gestão e transversal a toda a actividade do Banco, trata‑se de uma iniciativa única no sector financeiro português.

Os guias encontram‑se disponíveis para consulta no website da CGD (www.cgd.pt).

do Prémio Cidadania

A divulgação pública desta informação de suporte pela Caixa está em linha com o seu objectivo de promover a

O Programa Caixa Carbono Zero, recebeu, em 2010, o Prémio Iniciativa na categoria Ambiente ‑ distinção atribuída no âmbito das Empresas e Organizações, que visa distinguir a melhor iniciativa nacional desenvolvida na área do ambiente. E‑Value


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LEITOR

CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO É já uma rubrica indispensável na Festas&Eventos. Com a ajuda de Susana de Salazar Casanova e Cristina Fernandes, autoras do blog http://protocolopt.blogspot.com, procuramos responder a algumas dúvidas de protocolo e imagem enviadas pelos leitores.

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É correcto e frequente aplicar o tratamento de “Excelência” ao cargo de Ministro, tratamento este que dispensa a utilização do termo Senhor/ Senhora, pelo que a frase deveria ser “Inaugurada por S. Exa. a Ministra da Cultura, Dr.ª Gabriela Canavilhas”. Na questão da colocação de bandeiras, é mais correcto ordenar (no caso de três) por Município‑Bandeira de Portugal‑União Europeia ou por União Europeia‑Bandeira de Portugal‑Munícipio?

Numa conferência/seminário/etc. como deverá estar estruturada a questão do moderador da mesa? É correcto existir sempre uma pessoa na mesa para terminar painéis, moderar os oradores nas suas apresentações e mesmo alertá‑los em relação ao tempo de exposição, etc.? Ou pode haver uma pessoa externa à organi‑ zação a fazê‑lo, ou mesmo ninguém? Sim, é aconselhável que exista alguém que desempenhe as funções de mode‑ rador – acima de tudo porque trans‑ mite uma imagem de planeamento e organização. O papel do moderador detém, fundamentalmente, um cariz de organização (fazer cumprir o programa/cronograma, definir as regras quanto aos procedimentos…) e um papel social (dar as boas‑vindas, criar e manter um ambiente agradável, estimular a discussão, assegurar a participação equilibrada dos partici‑ pantes, evitar ou resolver desenten‑ dimentos, prestar informações sobre

Isto é correcto: “Inaugurada por S. Exa. a Sra. Ministra da Cultura, Dra. Gabriela Canavilhas”?

o desenrolar do evento, anunciar, apresentar, agradecer…). O moderador poderá ser alguém que tenha partici‑ pado da Comissão Organizadora, ou alguém que seja convidado especial‑ mente para esse papel (por exemplo, uma personalidade da área da comu‑ nicação, frequentemente um jorna‑ lista). Em qualquer dos casos, terá que conhecer a fundo toda a dinâmica do evento. O papel de moderador deve ser desempenhado de forma eficiente sob pena de comprometer todo o desen‑ rolar do evento.

A pergunta que envia é bastante perti‑ nente e é uma dúvida frequente: que lugar deve ocupar a bandeira da União Europeia? A resposta é que ambas as colocações que sugere podem ser apli‑ cadas. O Decreto‑Lei n.º 150/87 (leia‑se o seguinte post sobre o tema http:// protocolopt.blogspot.com/2010/06/ bandeira‑nacional.html), que dispõe sobre o uso da bandeira nacional, não faz qualquer menção ao uso da bandeira da União Europeia. Em 2007 contactou‑se a Comissão Europeia questionando sobre o local de colocação deste símbolo, quando usado com outras bandeiras em cada Estado‑membro. A resposta foi escla‑ recedora mencionando que não existia nenhuma regulamentação a nível comunitário que determinasse o local


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que a bandeira deve ocupar, excepto no Dia da Europa e nos edifícios das instituições europeias. Reproduz‑se a resposta: “Relativamente a todas as suas perguntas, informamos que não existem disposições específicas a nível comunitário que regulem o uso da bandeira europeia. Em termos práticos, isto significa que a bandeira europeia pode ser usada dentro dos limites fixados pela legislação nacional em matéria de bandeiras. Com os melhores cumprimentos, Paul Leunen, Commission européenne, Secrétariat général ‑ E1 Institutional Issues”. Em protocolo, quando não existe uma norma escrita considera‑se a tradição e o costume. Se consultarmos a página da Presidência da República Portugesa ou do Governo pode observar‑se que, com frequência, a bandeira da União Europeia ocupa o segundo lugar, ou seja, o lugar à direita da bandeira nacional: União Europeia (2)‑Bandeira Nacional (1)‑Bandeira do Munícipio (3). Como indicação final deixa‑se a nota de que, actualmente, a bandeira da União Europeia é usada em todos os Estados‑membros, sendo a República Francesa o Estado que lhe dá um maior protagonismo em termos de uso, suge‑ rindo‑se a leitura deste post: “Nova técnica de colocação de bandeiras” publicado aqui: http://protocolopt. blogspot.com/2007/11/nova‑tcnica‑de ‑colocao‑de‑bandeiras.html.

Como referir delicadamente num convite que os lugares estão sujeitos a lotação? Num convite é possível mencionar ao convidado esta informação. A forma de o fazer dependerá do tipo de convite e do evento em questão: formal, informal ou particular. A indicação da disponibilidade de lugares pode aparecer associada, por exemplo, ao pedido de resposta ao convite ou surgir numa frase de forma isolada. Assim, deixam‑se as seguintes sugestões: “A disponibilidade de lugares está sujeita a confirmação”, “Disponibilidade de lugares mediante confirmação”, “É obrigatória a confir‑ mação de lugares” ou “A confirmação de presença e de lugar é obrigatória”.

Numa sessão solene em que esteja, presentes o governador civil, o presidente da Câmara, o duque de Bragança e o bispo da Diocese, qual a ordem por que devem usar da palavra? A família real portuguesa e as entidades eclesiásticas não estão consideradas na Lista das Precedências Oficiais vigente, pelo que as precedências que a ambos são atribuídas são determinadas pelos critérios de tradição e cortesia. Em nosso entender, uma das ordena‑ ções possíveis poderia ser: Em primeiro lugar: duque de Bragança A seguir: governador civil Segue‑se: bispo da Diocese Encerra a ordem do discurso: presi‑ dente da Câmara.

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REPORTAGEM

Dub Video Connection, Turismo dos Açores, Estação do Rossio, Lisboa

VIDEO MAPPING

A explicação desta técnica é relativamente simples. Trata‑se de adaptar a projecção vídeo aos moldes de arquitectura, ou seja, moldar a imagem projectada a um sólido em três dimensões ‑ um edifício, por exemplo. Mas o mais interessante é o que se consegue fazer a partir daqui. www.festaseeventos.net


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Um dos primeiros exemplos do uso do video mapping em eventos de que nos lembramos é o da inauguração, há cerca de dois anos, no Palácio Sottomayor, em Lisboa, do espaço Premium de um Banco. O trabalho foi realizado pela Tavolanostra, e o director criativo, Kevin Barardo, explica em que consistiu. “Fizemos o mapeamento de toda a superfície do Palácio, identificando arestas, colunas, janelas, portas, varandas, todo o relevo e recorte do edifício. A partir daí, concebemos uma história em imagens que procurava estabelecer um diálogo entre o conceito de antigo e moderno. No fundo era esse o desafio do nosso cliente, criar pontes entre um espaço que nos remete para o passado, mas olhando a partir daí para o futuro. Claro que a projecção tirava partido dessas telas a três dimensões que eram as fachadas do prédio, e depois havia

ainda a interacção dessas imagens com a coreografia de uma série de animadores, que apareciam justamente nas janelas ou nas varandas, e tornavam ainda mais envolvente o resultado final”. A Dub Video Connection tem vários trabalhos nesta área, nomeada‑ mente para o Turismo dos Açores. Perguntamos ao seu director, João Carrilho, que custos pode ter uma solução destas. “O valor é directamente proporcional à área a projectar. Pode ir desde 50 mil euros para uma estação do Rossio, ou apenas 30 euros para projectar numa caixa de sapatos, isto na parte técnica. Nos conteúdos, temos a produção em si, sujeita ao briefing, e toda a tecnologia mapping, de abor‑ dagem ao edifício ou objecto. Aqui a técnica é um conjunto de factores que levam a que o suposto manual de instruções seja abordado de várias maneiras, dependendo do caso”.

Olhando para quem tem a missão de projectar os conteúdos, e apenas isso, perguntamos a Miguel Fonseca, responsável pela área de Grande Imagem da Alfasom, qual o elemento técnico mais condicionante numa acção destas. “Podemos dizer que quanto maior for a resolução da imagem a projectar, melhor. Naturalmente isso dependerá também da superfície a projectar, mas aí podemos resolver a questão juntando projectores, na quantidade neces‑ sária. Este período é interessante porque assistimos à democratização do formato HD, o que quer dizer que tanto do lado do software como do do hardware encontramos cada vez mais soluções no mercado que aceitam e trabalham em alta definição”. Ora, isto traduz‑se muito simplesmente em imagens de melhor qualidade, com mais definição e recorte.

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REPORTAGEM

Dub Video Connection, Audi Lounge, Portugal Fashion, Porto

Uma outra limitação pode resultar da luz envolvente. Kevin Barardo diz mesmo que a noite é o território ideal. João Carrilho alerta para o inimigo que é a luz pública. “O melhor é apagá‑la, pois quanto mais escuro estiver maior será o efeito, e menos potência precisamos das máquinas. Por isso, é crucial”. Já Miguel Fonseca diz que tudo depende dos conteúdos, da informação que se queira projectar, e que é vital saber adaptar as imagens ao momento em que vão ser projectadas. Seja como for, “a luz que existe à volta de um edifício, por exemplo, pode ter um impacto de até 50% no efeito obtido”. Pode o video mapping usar‑se em projecções tanto no exterior como no interior? João Carrilho lembra que nas projecções no interior costuma ser mais fácil controlar o blackout. Kevin Barardo faz apenas uma ressalva, a questão da tridimensionalidade. “Só podemos falar em video mapping se por detrás da projecção estiver de facto o mapeamento de uma superfície

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Dub Video Connection, Optimus Secret Shows, Coliseu dos Recreios, Lisboa

tridimensional. Caso contrário, para mim pelo menos, teremos uma projecção simples, e nada mais”. O director da Dub Video Connection garante que os organizadores de eventos já vão conhecendo esta técnica, mas considera que “ainda não estão devidamente articulados com os clientes para transmitirem a ideia. O organizador muitas vezes não tem noção de todos os detalhes necessários à venda deste produto”. Uma coisa é certa, no entender de João Carrilho, “Quem o fizer agora estará na crista da onda, e é de aproveitar enquanto o fenómeno é relativamente fresco”. Para Kevin Barardo, director criativo da Tavolanostra, o segredo está em encontrar o equilíbrio entre a técnica, o suporte e os conteúdos. “Por vezes os clientes pedem‑nos algo que viram. Cabe‑nos a nós ajudá‑los nessa decisão, avaliando se em cada caso faz sentido, ou não, usar o video mapping”. Podemos dizer que esta técnica, muitas vezes empregue por artistas

plásticos, abre excelentes possibili‑ dades no campo da criatividade. A imaginação pode conceber soluções incríveis, com um impacto imenso sobre o público ‑ e os clientes, já agora. Por vezes, o desconhecimento leva a entusiasmos e desilusões, como quando se quer pensar em projecções sobre superfícies enormes, e depois se percebe que o orçamento não chega nem para metade. Mas as coisas, como noutras áreas, continuam a evoluir. Os programas informáticos e os equipa‑ mentos tendem a ficar melhores e mais baratos, permitindo que estas soluções se apliquem também a eventos de pequena e média dimensão. Rui Luís Romão

Contactos úteis: www.tavolanostra.com www.dubvideo.net www.alfasom.com www.nixfuste.pt


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CATERING

À MESA COM...

Convidado: Carlos Gonçalves *

CARLOS GONÇALVES

Sinopse: A ideia, desta vez, foi a de transplantar para o contexto de um congresso a ementa que tão bem repre‑ sentou Portugal no Challenge da WACS, permitindo mostrar a convidados nacio‑ nais e estrangeiros a criatividade de uma ementa sujeita às condições particulares de uma grande competição internacional

Chamou‑nos a atenção a vitória que obteve, em Abril de 2009, na semi‑final da Europa do Sul e Mediterrâneo do Global Chefs Challenge, uma prova com a chancela da World Association of Chefs Societies (WACS), alcançando 96,65 pontos em 100 possíveis, a pontuação mais elevada de todas as semi‑finais. O jovem Chef Carlos Gonçalves – ainda não tem 30 anos –, treinado por Paulo Pinto e assistido por Celso Padeiro, todos da equipa do Grande Real Villa Itália Hotel & SPA, em Cascais, traz‑nos agora essa ementa vencedora. É mais um dos nossos exercícios sem cliente, onde a criatividade positivamente não tem limites.

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Tema: Ementa de competição

Local: Sala de banquetes do Grande Real Villa Itália Hotel & SPA, com uma deslumbrante vista para o oceano Acontecimento: Jantar para 150 pessoas Data: Primavera Ementa Entradas Creme de frango, timbale de legumes salteados, peito de frango fumado, emulsão de coentros e gengibre, almôndega de frango com soja Vegetariano Salada de portobellos e maçã verde, geleia de romesco, trigo ligado com queijo da ilha como um risotto, ovo de codorniz a vapor Prato principal Robalo corado com picadinho de tomate e amêijoas à Bulhão Pato, puré de aipo, batata roxa, flan de ervilhas e crocante balsâmico Sobremesas Biscuit de agrião com ganache de chocolate Valrhona, parfait de chocolate branco e maracujá, sorbet de pepino, azeite e iogurte, geleia de morango e menta e macarron de cacau


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Salada de portobellos e maçã verde, geleia de romesco, trigo ligado com queijo da ilha como um risotto, ovo de codorniz a vapor Para 12 pessoas

Confecção:

24 espargos 8 Portobellos 30g de pinhões tostados 5 folhas de manjericão 10 dentes de alho ½ pimento vermelho ½ cebola 2 tomates chucha 25g de amêndoa 25g de avelã 2 maçãs verdes 4 echalotas 60g de manteiga 200g de queijo parmesão ralado 30g de Queijo de S. Jorge 12 ovos de codorniz Flor de sal preta q.b. 200g de trigo 4g de agar‑agar Vinagreta q.b. Óleo de abóbora q.b. Óleo trufa q.b.

Assar os cogumelos Portobello no forno, a 180ºC durante 20 minutos, temperados com azeite, sal, pimenta moída, alhos esmagados e ervas. Cortar os cogumelos e maçã verde em brunesa (pequenos cubos), adicionar pinhões tostados, mangericão fresco picado, vinagreta e temperar de sal e pimenta (enformar num aro). Descascar os espargos verdes e aparar o tamanho. Com as cascas e pontas, fazer um caldo de legumes. Para a geleia de romesco, colocar num tabuleiro 1 cebola pequena, ½ pimento vermelho, 2 dentes de alho, miolo de avelã e amêndoa. Temperar de azeite, sal e pimenta e assar no forno a 160º C. Juntar um pouco de caldo de legumes e triturar, juntar o agar‑agar (por cada 100ml, 1g de agar) e ferver durante 5 minutos, mexendo sempre. A seguir, enformar.

* Carlos Manuel Alves Gonçalves nasceu em Setembro de 1982. Estudou na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, e tem ainda formação em gastronomia molecular. Trabalhou nos hotéis Ritz Four Seasons, Ceaser Park Penha Longa (actual Ritz‑Carlton), Four Seasons Provence, em Terre Blanche (França), e no restaurante Bica do Sapato, em Lisboa. Trabalha desde Janeiro de 2007 no Grande Real Villa Itália Hotel & SPA, onde exerce as funções de sub‑Chef Executivo de Cozinha. Integra as equipas olímpicas de culinária desde 2003, tendo compe‑ tido em festivais e concursos gastronó‑ micos em Portugal, Alemanha, Escócia, Luxemburgo, Eslovénia, Chipre, Chile e Canadá. Participou na realização do livro Cozinha Saudável, editado pela DECO. Voltando à participação em provas culinárias, Carlos Gonçalves costuma explicar que o mais difícil é “conseguir elaborar um menu vencedor, reunir o melhor sabor e técnica. E depois, é claro, executá‑lo de forma exemplar”. Para se preparar, e à semelhança de qualquer atleta de alta competição, este jovem Chef treina intensamente, cozinhando todos os dias, se possível.

Demolhar o trigo durante 24 horas, antes de o cozer. Picar 4 echalotas, refogar com manteiga, juntar o trigo e ligar com manteiga e queijo da ilha ralado. Temperar de sal e pimenta. Escalfar os ovos de codorniz e temperar com flor de sal e óleo de trufa (pouco, dado que é muito forte). Cozer os espargos al dente e saltear com manteiga e caldo de legumes. Temperar. Com o parmesão ralado, polvilhar sobre um selipate (pode substituir por papel vegetal) liso e levar ao forno até ficar crocante. Empratar como na foto ou ao seu gosto.

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FORMAÇÃO

MBA EM GESTÃO DE EVENTOS É o segundo ano de vida deste MBA Executivo em Marketing e Gestão de Eventos da Escola de Gestão & Negócios de Lisboa, da Universidade Autónoma. António Pereira Dias, coordenador do curso, não tem dúvidas, a mais‑valia deste MBA é a qualidade dos professores. Fomos conhecer melhor o projecto. Experiência em lidar com eventos e uma forte bagagem teórica foram os critérios de escolha dos professores deste MBA, conforme nos explica António Pereira Dias, “não podíamos ter docentes sem curriculum académico ou sem saberem na prática o que são os eventos”. E, de facto, o responsável acredita que um dos aspectos mais interessantes do curso é a componente prática que lhe foi inculcada desde o início.

DISCIPLINAS Marketing de eventos

Gestão de públicos nos grandes eventos

Ivo Pimentel

Roberta Medina (Rock in Rio Lisboa)

Planeamento estratégico

Gestão de marcas de eventos

Cristina Moura (Butterfly / APECATE)

Ivo Pimentel

Gestão de projectos e orçamentação

Estratégia de comunicação

Marina Vanzeller (AIP)

Mariana Vitorino (Porter Novelli)

Ferramentas de gestão de projectos

Comunicação e Imagem

Mário Feliciano

Patrícia Gallo (RTP)

Tipologia e caracterização de eventos

Relações públicas e assessoria de media

António Pereira Dias (SDreams)

Tiago Franco (IPSIS)

Negociação

Estratégia de vendas para eventos

João Gomes (Deloitte)

João Mourinha (BrandKey)

Angariação e gestão de patrocínios

Merchandising

Vanessa Romeu (SIC)

Bruno Dias Nogueira (CGD)

Segurança e logística em eventos

Gestão de espaços de eventos

Nuno Sardinha (SCSports / RDP África)

Pedro Moreira (EGEAC)

Protocolos

Animação dos eventos

Manuel Silva Pereira (APEP)

Luísa Sousa Otto (Ludicom)

Gestão de parcerias e fornecedores

Inovação na organização de eventos

André Macedo (CGD)

Renata Amaral (Prestígio)

Gestão de recursos humanos

Interactividade e novas tecnologias

José Bencaleiro (Human Capital)

André Lapa (Ag. para Modernização Administrativa)

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Para além das diversas disciplinas que fazem parte do conteúdo programático (ver caixa), há seminários com convi‑ dados especiais e no final um trabalho de projecto de um evento. O facto de se tratar de um MBA Executivo pode ser uma vantagem, no entender de António Pereira Dias, “dá créditos para mestrado e é uma mais‑valia académica”. Por outro lado, é mais caro e mais limitativo na escolha de professores, explica. Quando foi criado, este MBA tinha primeiramente como público‑alvo os gestores de eventos e outros profis‑ sionais ligados ao sector. A primeira edição do curso contou, no entanto, com um misto de alunos já inseridos no mercado, e de pessoas de áreas completamente diferentes e que nunca tinham lidado com estas matérias. O balanço da primeira edição foi posi‑ tivo, “o feedback dos alunos foi muito bom”, conta António Pereira Dias, pelo que as expectativas para o segundo ano são as melhores. O quadro de profes‑ sores foi reforçado, e foram intro‑ duzidas novas disciplinas que vão de encontro às tendências de um mercado “cada vez mais exigente”. “Os eventos são cada vez mais complexos, mais profissionais, e por outro lado, é mais difícil recolher patrocínios”, explica o responsável, defendendo que nestes tempos de crise é necessário que haja especialização em nichos de negócio. O MBA Executivo em Marketing e Gestão de Eventos arranca no final de Novembro. Os membros da APECATE beneficiam de condições especiais no acesso ao curso. Cláudia Coutinho de Sousa


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FORMAÇÃO

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ENEOGE: I ENCONTRO DE ESTUDANTES DE EVENTOS

Hugo Soares

É uma iniciativa inédita que pretende juntar no mesmo espaço os estudantes de eventos do país. A ideia surgiu pela mão de Hugo Soares, professor e um apaixonado dos eventos. Do pensamento à acção, está aí o I Encontro Nacional de Estudantes de Organização e Gestão de Eventos (ENEOGE).

Com um conteúdo programático que acolhe nomes como Pedro Rodrigues, da Desafio Global ativism, Isabel Amaral, da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo, Pedro Figueiredo, da Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, João Sacchetti, da Lagos Sports, e Fernando Alvim, apresentador de televisão, o ENEOGE conta ainda com o apoio da APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos). Fomos conversar com Hugo Soares, responsável pela iniciativa.

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FORMAÇÃO

Como surgiu a ideia deste encontro? Esta ideia pairava na minha cabeça há imenso tempo. Já organizo o Encontro Nacional de Estudantes de Marketing e Comunicação há três anos, e sempre tive a intenção de juntar os estudantes de organização de eventos. O facto de não haver nenhuma iniciativa em Portugal que permitisse aos estudantes da área estarem em contacto, fez com que esta ideia tomasse rapidamente forma. Quais são os principais objectivos desta primeira edição? É, sem dúvida, juntar o máximo de alunos e proporcionar um dia de formação num contexto diferente. Gostava muito que este fosse o dia em que os estudantes da área começassem a trabalhar o seu futuro. O objectivo é conhecer e conviver com colegas de outras escolas e futuros profissio‑ nais da área, partilhar experiências e discutir temáticas entre eles e com oradores de referência. Qual vai ser a dinâmica desta iniciativa? O evento vai ser composto por duas partes distintas. Em primeiro lugar, os alunos vão ter a oportunidade de assistir a conferências, e posterior‑ mente vão ser feitas actividades que permitam que os alunos conheçam os colegas das várias escolas e troquem contactos e experiências.

Em termos do número de estudantes presentes, qual é o objectivo? Não gosto muito de falar de números, no entanto o espaço que escolhi para receber o evento tem capacidade para 700 alunos. Sou ambicioso e só ficava mesmo satisfeito se conseguisse que a lotação esgotasse, mas vou ficar satis‑ feito independentemente do número de participantes. O trabalho está a ser bem feito e as perspectivas são muito positivas. Os participantes que marcarem presença terão com certeza um evento que irá enriquecer o seu currículo e sobretudo a sua rede de contactos. Que critério presidiu à escolha dos oradores? Mais do que nomes que trouxessem notoriedade ao evento, a preocupação principal é garantir bons formadores que consigam passar a mensagem da melhor maneira possível. Penso que neste caso, e com os oradores confir‑ mados até agora, essas duas compo‑ nentes estão a ser cumpridas. Quais os temas que pretendem abarcar? O objectivo será sempre conseguir que o evento tenha temáticas o mais abran‑ gentes possíveis. Tive a preocupação de garantir repre‑ sentantes da agência de eventos, da produtora de eventos, do protocolo, do design e de alguém que, ao longo do tempon venha realizando eventos “fora da caixa” ou fora do habitual.

Qual o acolhimento que esta iniciativa tem tido nos alunos e profissionais? Tem tido um acolhimento muito positivo por parte dos alunos, quer do ensino profissional, quer do ensino superior, e mais surpreendente do que isso é a quantidade de mensagens que tenho recebido no Facebook, de estudantes ligados a outras áreas mas que gostam muito de organização de eventos, querendo saber se podem participar. A página do ENEOGE no Facebook tem sido bastante visitada e cresce de dia para dia. O site do evento também tem sido um sucesso e recebe críticas muito positivas por parte de alunos das mais variadas escolas. Gostava de realçar as manifestações de encorajamento e de felicitação que tenho recebido de vários profissionais da área que são o combustível ideal para quem anda nesta área por paixão.

Este fórum decorre a 5 de Novembro no Auditório da Faculdade de Medicina Dentária. A Festas&Eventos apoia o evento. Cláudia Coutinho de Sousa

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DESTINO NACIONAL

VISEU ENTRE A PUREZA E O REQUINTE Não há outro distrito em Portugal igual a este… Afinal, é o único que não faz fronteira nem com o mar, nem com Espanha. Mas não é só por este factor geográfico que se destaca a região de Viseu, que é vasta em recursos naturais e culturais e rica em equipamentos modernos e sofisticados para a prática de turismo de lazer e de negócios. www.festaseeventos.net


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As curvas que deslizam pelas encostas das serras levam os visitantes por uma viagem inesquecível ao que de mais puro existe. É natureza em estado puro a que se encontra pelas serras do Caramulo, da Gralheira ou do Montemuro, uma paisagem granítica e agreste, de beleza incomparável. Pelo caminho, aldeias perdidas no tempo, que carregam história e a simpatia das gentes que lá moram. Mas o distrito de Viseu também tem modernidade, equipamentos avançados e sofisti‑ cados, unidades hoteleiras de requinte, respostas para quem procura viajar em lazer ou em negócios, artesanato, gastronomia rica, vinhos, centros termais e espaços para os mais variados tipos de desporto, dos radicais ao golfe. São 24 os municípios que compõem o distrito de Viseu: Armamar, Carregal do Sal, Castro Daire, Cinfães, Lamego, Mangualde, Moimenta da Beira, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Penedono, Resende, Santa Comba Dão, São João da Pesqueira, São Pedro do Sul, Sátão, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela. Ou seja, 24 motivos para apostar nesta região!

“ALTERNATIVA AO LITORAL E ÀS PRAIAS” Factores como a localização, a segu‑ rança, o património e a relação quali‑ dade‑preço da oferta turística podem marcar toda a diferença na escolha de uma região para eventos profissionais ou apenas para lazer. “A região Viseu Dão‑Lafões dispõe de uma localização estratégica no coração de Portugal com excelentes vias de comunicação e com acesso rápido ao aeroporto Francisco Sá Carneiro [cerca de uma hora de distância]. Trata‑se de um destino turístico com a melhor capacidade hoteleira da região Centro cujos pólos mais importantes são Viseu, São Pedro do Sul e Tondela”, refere à Festas&Eventos o responsável pelo pólo de Viseu/Dão‑Lafões da Turismo Centro de Portugal. Adriano Azevedo garante que a região “dispõe de equi‑ pamentos na área da cultura, desporto e animação dos mais qualificados do país, sendo assim altamente competi‑ tiva no domínio do turismo de negócios e eventos”. Além disso, “os produtos turísticos de saúde e bem‑estar, natu‑ reza e património constituem factores de diferenciação positiva pelo facto da região dispor destes recursos endógenos com a máxima expressão nacional”. Também na opinião do presidente da Comissão Executiva da Visabeira Turismo, os factores referidos fazem muitas vezes a diferença e “deter‑ minam a escolha de local” para a reali‑ zação de um evento. De acordo com José Arimateia, além de Viseu ser “uma região segura”, tem um património monumental singular. “Em todo o distrito há particularidades próprias de cada município o que por si só constitui um excelente desafio descobrir”, refere o responsável da Visabeira Turismo,

acrescentando: “A oferta hoteleira contribui para que Viseu seja cada vez mais um destino procurado, quer no turismo de lazer, quer no de negócios. A gastronomia é outro factor de atrac‑ tividade, com destaque para as carnes e os famosos vinhos do Dão.” José Arimateia realça ainda a rede viária que é “muito boa” – destaque para a A25 e a A24, faltando ainda a ligação por auto‑estrada a Coimbra “que constitui uma velha aspiração” –, a proximi‑ dade com Espanha – “também somos visitados por muitos espanhóis que optam por esta região para esca‑ padas de fim‑de‑semana, para férias alternativas ao litoral e à praia” – e a tradicional hospitalidade beirã: “As pessoas desta região sabem e gostam de receber quem nos visita. Todos estes factores são por si só potenciadores de uma excelente atractividade que, feliz‑ mente, tem sido correspondida.” Para António Tavares, do Bioparque, espaço localizado em Carvalhais, São Pedro do Sul, dedicado a actividades relacionadas com a Natureza, esta é uma região “muito rica a nível histó‑ rico”. O responsável destaca o Mosteiro de São Cristóvão de Lafões (fundado no século XII), o Castro da Cárcoda (com ruínas de um povoado muito antigo na serra da Arada) e a Aldeia da Pena (situada a norte de São Pedro do Sul, num profundo vale da serra da Gralheira), como alguns dos atractivos para os mais curiosos. “Quem nos visita sente por toda a parte o chama‑ mento da História”, frisa. Além disso, a região de Viseu tem bons acessos e “oferece excelentes condições de aloja‑ mento, alimentação e visitas”.

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DESTINO NACIONAL . Viseu

ACTIVIDADES NA

“AS MESMAS

CIDADE E NO CAMPO

OPORTUNIDADES…”

Independentemente do tipo de evento ou actividade, como congressos, seminários, workshops ou torneios desportivos, a região está bem servida de espaços, embora os municípios com equipamentos de maior dimensão estejam localizados em Viseu, São Pedro do Sul, Tondela e Nelas, de acordo com o responsável do pólo de Turismo Viseu/Dão‑Lafões. E com tão bons motivos para empresas e parti‑ culares apostarem na realização de eventos, no turismo de negócios e em viagens de lazer, é necessário saber se a região está bem servida em termos de capacidade hoteleira… “É o único território no Centro que dispõe de cinco unidades cinco estrelas, onde se inclui um resort na Aguieira de valia igual à dos melhores no país. A região dispõe ainda de muitas unidades de quatro estrelas e da maior rede de casas de turismo em espaço rural a nível nacional”, sublinha Adriano Azevedo. E muitos dos empreendimentos que existem na região pertencem ao Grupo Visabeira. “As nossas unidades estão sempre abertas para acolher todo o tipo de iniciativas, quer como base das mesmas quer como reta‑ guarda de alguns dos acontecimentos. Anualmente acolhemos muitos congressos e reuniões nos nossos hotéis, alguns dos quais de cariz internacional”, afirma o presidente da Comissão Executiva da Visabeira Turismo. Como exemplos da oferta da empresa, destaque para a cadeia Montebelo Hotels & Resorts, composta por quatro hotéis de cinco estrelas e um de quatro estrelas, o Hotel Palácio dos Melos, o Hotel Princípe Perfeito, o Hotel Casa da Ínsua, o Montebelo Aguieira Lake Resort & SPA, o Montebelo Golfe, o Hípico Montebelo, o Complexo Desportivo Princípe Perfeito, com o Radical Park, e o Palácio do Gelo Shopping. Viseu apresenta‑se assim como uma região

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que reúne “todas as condições para a realização de incentivos, quer indoor quer outdoor”, frisa José Arimateia. Já o Bioparque contribui como “parceiro natural” para o desenvolvi‑ mento do sector. Afinal, a região tem motivos mais do que suficientes – “uma paisagem natural de luxo” – para que não se perca a oportunidade de estar em contacto com a Natureza. “A região possui uma vasta oferta de salas de reuniões para o efeito, o que concede ao Bioparque a oferta da componente natural, o sentir a Natureza; desde os passeios pedestres que permitem um desfrutar da enorme variedade de espécies e plantas, passando pela magnífica experiência que é viver e conhecer a montanha”, afirma António Tavares, frisando que “é cada vez mais imprescindível associar a componente natural ao turismo de negócios, de forma a contribuir para um equilí‑ brio físico e mental dos envolventes”. António Tavares alerta ainda que “todo e qualquer incentivo terá de ser no seguimento da preservação da Natureza que o nosso concelho detém”.

Mas há pontos a melhorar para tornar a região de Viseu ainda mais compe‑ titiva… “Este território necessita que o poder central lhe dê as mesmas oportunidades que dá a outros destinos no país. Precisa cumulativamente que parte do espaço público seja devida‑ mente requalificada em termos de mobilidade, sinalética, animação, recuperação de Património Histórico, de tal forma que o turista sinta que existe uma verdadeira cultura turís‑ tica por parte da população e dos players do sector”, explica Adriano Azevedo. No plano das acessibilidades, o responsável considera o comboio um “veículo determinante no presente e no futuro” e frisa ser “necessário investir na Linha da Beira”. Além disso, refere ser preciso “criar uma plataforma rodoviária mais eficaz entre Mangualde‑Viseu e Santa Comba Dão‑Tondela”. Na mesma linha de pensamento segue José Arimateia, para quem o facto de Viseu não ser servida pelo comboio pode eventualmente penalizar a região. “Existe a Linha da Beira Alta que liga a


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Linha do Norte a Espanha. Contudo, no limite, opera o serviço Intercidades. Mas são poucas as composições que diaria‑ mente cruzam a região e nem sequer há ligação a Viseu. O comboio é hoje em dia um meio de transporte muito utilizado e se Viseu tivesse essa valência certamente seríamos mais procurados”, refere o presidente da Comissão Executiva da Visabeira Turismo. Ainda assim, com tudo o que há a ser melhorado, António Tavares, do Bioparque, considera que esta é uma região competitiva. Aliás, essas fraquezas fazem com que a região seja mais competitiva, mostrando as outras vantagens do território. “Saliento a importância de valorizar e dinamizar o pequeno latifundiário. As ‘empresas’ caseiras do fabrico do queijo, da broa, do pão com sabor único, do vinho, são de certa forma o chamariz e a melhor publicidade da nossa região. Esta deve ser a base do nosso turismo. Muitos dos nossos percursos pedestres/rotas assentam nos hábitos das nossas povoações. São as coisas simples do dia‑a‑dia que trazem visitantes, pessoas que necessitam e buscam uma quebra na rotina, um aprofundar de conhecimentos e sabores ancestrais. Como poderíamos ignorar ou não impulsionar toda esta simplicidade que tanta riqueza traz à nossa região?”, questiona o responsável do Bioparque. Também para António Tavares, chegar de comboio seria uma “bela forma” de dar início a uma visita à região: “Manifesto a mais‑valia da reacti‑ vação da Linha do Vouga, devolvendo à magnífica paisagem que temos a visita do comboio.”

RELAXAR EM SÃO PEDRO DO SUL Graças à qualidade da água, cujas propriedades terapêuticas são reconhe‑ cidas, a região de Viseu conta com seis estâncias termais. Aliás, as Termas de São Pedro do Sul são das mais procuradas no país. Este centro turístico alia a saúde ao bem‑estar e ao desporto, beneficiando do facto de estar inserido numa região repleta de recursos naturais e culturais. “A principal atracção turística da região são as Termas de S. Pedro do Sul pelas qualidades terapêuticas das suas águas”, explica à Festas&Eventos Adriano Azevedo, que é também respon‑ sável pela Termalistur – Termas de São Pedro do Sul E.E.M., que salienta ainda outras atracções turísticas que complementam a actividade do centro termal: “O concelho apresenta o património natural do Maciço da Gralheira (serras da Arada, S. Macário e Freita) com a dinâmica das suas gentes, promovendo activi‑ dades turísticas únicas, realçando‑se as aldeias típicas (Pena, Covas do Monte, Fujaco e Nodar) e o Parque Florestal do Pisão (Bioparque) com a diversidade na oferta de actividades pedagógicas, de lazer e aventura. A diversidade da oferta turística, com a localização da mesma aliada à relação qualidade‑preço, torna‑a um pólo turístico com grande expansão.” Além de toda a potencialidade turística, as Termas de São Pedro do Sul são ainda geradoras de emprego, “não só ao nível da hotelaria e restauração como também na própria empresa municipal que gere o centro termal”. “São o grande pólo de desenvolvimento turístico da região”, frisa o responsável, salientando que o centro tem promovido eventos “que dinamizam o sector turístico”, como o 11º Congresso da European SPA Association, em Maio de 2006, “evento que foi pela primeira vez organizado em Portugal, através da Associação de Termas de Portugal”. www.festaseeventos.net


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DESTINO NACIONAL . Viseu

EMPENHO E COOPERAÇÃO A relação entre todos os opera‑ dores deste sector é essencial para o desenvolvimento de Viseu. “Penso que estamos todos empenhados em desenvolver e alavancar a região”, diz José Arimateia, da Visabeira Turismo. E acrescenta: “A relação com as entidades oficiais assenta numa base de mútua colaboração, sendo chamados a participar e integrar as diversas iniciativas, nomeadamente as promovidas pelas diversas autar‑ quias da região. Somos igualmente membros integrantes de algumas instituições de que é exemplo a Agência Regional de Promoção Turística Centro Portugal. A relação com os operadores do sector, quer internos quer externos, é profissional e de confiança, o mesmo se passando com os promotores das mais variadas iniciativas que sabem, de antemão, que a Visabeira Turismo é um bom parceiro, empenhado em contribuir

para o engrandecimento e fortalecimento dos diversos negócios e iniciativas.” Também António Tavares considera importante esta colaboração entre todos os que têm como objectivo criar “um produto/pacote turístico que envolvesse todos os atractivos da nossa região, desde a oferta termal, gastro‑ nómica, patrimonial, natural, etc.”. “A região e os seus divulgadores estariam assim a reforçar e a dinamizar todos os recursos turísticos que podemos e temos para oferecer. Muitos conhecem o benefício das nossas termas, vamos então mostrar o que mais podem combinar com o pacote termal, como as experiências naturais e gastro‑ nómicas da região”, exemplifica o responsável do Bioparque. A permanente colaboração entre as instituições públicas e privadas é “obrigatória” nos dias de hoje, segundo Adriano Azevedo. Contudo, “existe

ainda muito caminho a percorrer para potenciarmos mais a organização de novos eventos, congressos, rotas e outras actividades que sejam transver‑ sais ao território”, considera o respon‑ sável pelo pólo de Viseu/Dão‑Lafões da Turismo Centro de Portugal, que aposta na conquista de visitantes brasileiros e europeus, lançando espe‑ cial atenção aos mercados espanhol, inglês, francês, italiano e dos Países Baixos. A melhoria da articulação entre os diversos organismos públicos e privados é uma das metas para o futuro. Outros projectos passam ainda pela “concretização do Wellcome Center de Viseu, associando a si uma rede de postos de informação turística mais moderna” e pela promoção de “pacotes turísticos e rotas suficiente‑ mente convidativas para os turistas”, revela Adriano Azevedo. Maria João Leite

VISEU TEM UMA DAS MAIORES POUSADAS DE PORTUGAL É no antigo Hospital de São Teotónio que funciona a Pousada de Viseu, uma das maiores unidades das Pousadas de Portugal. O hotel, um edifício impo‑ nente localizado bem no centro da cidade, conta com 84 quartos e suites, ginásio, piscinas interior e exterior, dois restaurantes, um SPA. Além do lazer, os eventos são uma aposta da pousada, que tem três salas poliva‑ lentes e um business centre.

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DESTINO INTERNACIONAL

WINDHOEK

A porta de entrada na Arca de Noé

Com dois milhões de habitantes e uma superfície territorial superior à da Grã‑Bretanha e da França juntas, a Namíbia é um verdadeiro diamante africano, um país cheio de contrastes e único em termos de flora e fauna. Viajar até à Namíbia é uma jornada ao início da Criação... até à terra da Arca de Noé.

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SOSSUSVLEI: O DESERTO Um percurso de 45 minutos do aero‑ porto (que fica a 1650 metros do nível do mar) leva‑nos até Windhoek. Graças às excelentes infra‑estruturas, a capital é um dos principais destinos para reuniões e congressos no país. Os hotéis da cadeia The Safaris Hotel Group são um bom exemplo disso. O The Safari Court Hotel é um hotel de quatro estrelas com 234 quartos e grande capacidade para receber eventos. O Hotel Safari, com três estrelas, 192 quartos, detém um salão que pode acolher 2400 pessoas em anfiteatro. Existe ainda o Centro de Congressos NamPower, mesmo no centro da cidade, com um auditório para 600 convidados. Já fora da cidade, é possível encontrar o Windhoek Country Club Resort, fundado em 1995. Dispõe de 152 quartos e um auditório para 800 pessoas.

TOUR A KATUTURA

VERMELHO

Katutura é a localidade mais conhe‑ cida de Windhoek. Traduz‑se por “o local onde nunca quereremos viver”, referindo‑se a 1959, durante o regime de apartheid sul‑africano, em que os namibianos negros eram forçados a viver aqui. Então, mais de 100 mil almas viviam em Katutura, um terço da população da capital. Os principais grupos étnicos estão representados, incluindo os Ovambo, Nama, Herero e Damara. Este facto é suficientemente interessante para uma paragem em Katutura. Não deixe de visitar a “Penduka”, uma iniciativa das mulheres locais, uma espécie de oásis para quem gosta de artesanato. Mas acima de tudo, mostra como a popu‑ lação consegue contrariar a pobreza através de iniciativas conjuntas.

De todas as noites nos quatro cantos do mundo, as noites na Namíbia são as mais marcantes, talvez também pelo céu repleto de estrelas. A obser‑ vação das estrelas é um incentivo por si só, mas faça tudo para estar fresco e preparado na manhã seguinte para desfrutar de Sossusvlei. O deserto namibiano é geralmente considerado um dos mais antigos do planeta. A imensa paisagem de infinitos grãos de areia estende‑se de norte a sul da costa atlântica do país. Sossusvlei é uma bacia de areia em pleno deserto e fica a uma distância muito curta de Deadvlei, um lago sem água, onde 500 velhas e silenciosas árvores testemunham o avançar das dunas de areia. Estas dunas são as catedrais do deserto, e na Namíbia podem chegar aos 300 metros, consti‑ tuindo‑se como as maiores do mundo.

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DESTINO INTERNACIONAL . Windhoek

VIAGEM DE BALÃO

NOITES EM

SOBRE UM MAR DE

CASTELOS DE AREIA

A BORDO DO CESSNA

A área em torno de Sossusvlei tem vários alojamentos disponíveis. Um dos mais impressionantes é o “Le Mirage Desert Lodge & Spa”, cujo SPA dá para a formação rochoso do Namib. Os grupos podem, se preten‑ derem, jantar no Sesriem Canyon, um desfiladeiro no rio Tsauchab, a 25 quilómetros do hotel, que já foi cenário de vários filmes. Em suma, um espaço único para almoçar à luz das velas e das estrelas. A poucos quilómetros deste local, há ainda Sossus Dune Lodge, com 45 quartos.

A 1500 metros de altura dispõe da visão ideal da obra‑prima da natureza, moldada durante milhões de anos pelo vento e a água, numa paleta de cores que vão do vermelho ao dourado. Os grupos de incentivos viajam muitas vezes a bordo de Cessnas desde a região de Sossusvlei até Swakopmund, na costa. Este voo panorâmico, com um piloto e quatro passageiros por avião, percorre paisagens de cortar a respiração.

DUNAS Uma excelente opção para apreciar a área em torno de Sossusvlei é uma viagem de balão ao amanhecer. E por vezes os balões voam tão baixo que é possível ver os “toktokkie”, escaravelhos pretos, com longas e rápidas patas, a vaguear pelas areias. Este mágico evento de percorrer o deserto de balão termina num pequeno‑almoço inesquecível.

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PARQUE NACIONAL DE ETOSHA

JANTAR NA LUA

SWAKOPMUND: CAPITAL DA AVENTURA A atmosfera da costa da Namíbia é muito diferente da do deserto. Desde logo as temperaturas são mais baixas, com a influência da corrente de Benguela, proveniente dos mares da Antárctica. De modo que não são raros os dias com algum nevoeiro. Swakopmund é a base de operações para os incentivos de aventura. As dunas são um verdadeiro “must”, com a possibi‑ lidade de realizar uma série de activi‑ dades radicais, desde as moto 4 ao surf na areia, entre muitas outras. Uma tour no deserto é altamente recomendável.

A meia hora de Swakopmund, um local muito especial revela‑se excelente para cocktails únicos e jantares para grupos de mais de 180 pessoas. O nome deste local diz tudo: “Paisagem lunar” ‑ e realmente mais parece que estamos na superfície da lua. Imagine um evento num cenário destes... O primeiro europeu a navegar nas águas de Walvis Bay foi o português Bartolomeu Dias, em 1487. Hoje, uma viagem de barco neste mar é uma actividade ideal de incentivo, espe‑ cialmente a bordo do “Flipper”, com o Capitão Johnny, um grande contador de histórias que anima os convidados de forma única. Esteja particularmente atento aos animais marinhos com que se vai cruzar. A região dispõe de diversos hotéis, ideais para grupos de incentivo pequenos e médios. A The Planner recomenda o Rössmund Lodge e o Rössmund Golf Course.

A acrescentar ao fabuloso mosaico de culturas e paisagens, a Namíbia oferece também uma espectacular fauna: elefantes, chitas, chacais, flamingos, girafas, leões, zebras, babuínos, e muitos outros. A maioria destes animais vivem como reis no Parque Nacional de Etosha, um dos mais interessantes parques de África. Aqui vivem centenas e centenas de espécies, inclusivamente espécies protegidas. Há várias alternativas de alojamento nesta região, contemplando incentivos neste fantástico local.

O PERFUME DOS HIMBA De todas as tribos da Namíbia, os Himba, com o seu tradicional estilo de vida, são os que apelam mais à imaginação. Na quase inacessível região de Kaoko, vivem uma existência nómada. Uma das parti‑ cularidades desta tribo é que quando as raparigas se tornam mulheres deixam de se lavar. Para darem um brilho à pele, as mulheres untam‑se com uma mistura de manteiga e areia vermelha... o perfume dos Himba. The Planner

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EMPRESAS

MESSE FRANKFURT EM PORTUGUÊS A Kamotta Representações assegura em Portugal, desde 1998, a representação da Messe Frankfurt, entidade que todos os anos organiza mais de cem feiras espalhadas pelo mundo. Para além do papel óbvio de divulgar as feiras, quer junto de expositores, quer de visitantes profissionais, quer ainda da imprensa nacional, a Kamotta procura acompanhar as empresas que expõem ao longo do processo de inscrição, destacando a importância e cuidado que devem ter na imagem com que se apresentam nos diferentes certames. Dadas as características da nossa indústria e as feiras que a Messe Frankfurt tem para oferecer, são sobre‑ tudo dois os sectores que se revestem de particular importância para a actividade da Kamotta. O sector têxtil e o dos artigos para o lar. A Heimtextil constitui a maior feira internacional de têxteis lar e para a hotelaria. Pouca gente o saberá, mas Portugal destaca‑se nesta feira pela qualidade dos artigos, maioritariamente nos sectores cama e banho. A Ambiente, que conta com mais de 4300 expositores internacio‑ nais é particularmente relevante para o sector mesa & cozinha. É nesta feira que estão empresas como Vista Alegre, Spal, Cutipol, Silampos e Costa Nova. Curiosamente, estes são sectores que há cinco, seis, dez anos sofreram

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graves crises, com muitas empresas a fechar. As que que sobraram foram as mais capazes, que se souberam reinventar, que actuam num mercado global, com marcas próprias e eficazes redes de distribuição. E para essas as feiras assumem‑se como ferramentas incontornáveis de trabalho, de contacto. Os grandes organizadores de feiras, defende a Kamotta, também souberam adaptar‑se a novas necessidades, oferecendo numerosos serviços e plataformas que apoiam tanto o expositor como o visitante. Mostras de tendências, fóruns de inovação, concursos abertos a estudantes, guias especiais e blogues são apenas alguns exemplos. Ninguém tem dúvida. Os negócios fazem‑se cara a cara e as feiras profissionais são (e foram‑no em

Frankfurt durante mais de 800 anos) o local onde procura e oferta se ajustam. Nos últimos anos tem‑se assistido a uma concentração em poucas mas impor‑ tantes feiras. Isto resultará sobretudo da avaliação do retorno do investimento, porque ninguém pode hoje dar‑se ao luxo de participar num certame qualquer se não retirar daí dividendos.

Por tudo isto, a Kamotta acredita que a Messe Frankfurt continuará presente no nosso mercado, apostando no serviço que presta localmente através da sua representante.

Para mais informações contacte KAMOTTA Campo Pequeno, 2 ‑ 6D 1000‑078 Lisboa Tel: 217 939 140 Fax: 217 939 144 cristina.motta@portugal.messefrankfurt.com

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DIRECTÓRIO ANIMAÇÃO Distrito de Braga ASES NA MANGA Braga Tel.: 253 283 483 ases@asesnamanga.com Distrito de Lisboa FADUS – ANIMAÇÃO E ESPECTÁCULOS Estoril Tel: 214 662 550 geral@fadus.pt PMP – PAULO MAGALHÃES PRODUÇÕES Lisboa Tel: 218 619 375 pmp@portugalmail.com RITMOS URBANOS Ramada Tel: 934 802 183 mircosatar@ritmosurbanos.com Distrito do Porto ADEREÇO PRODUÇÕES Porto Tel: 225 322 720 geral@adereco.com Distrito de Setúbal ANIMAGEST Almada Tel: 212 549 880 animagest@animagest.com.pt TOCÁ RUFAR Aldeia de Paio Pires Tel: 212 269 090 tocarufar@tocarufar.com ARTISTAS E ESPECTÁCULOS Distrito de Lisboa MÚSICA NO CORAÇÃO Lisboa Tel: 210 105 700 musicanocoracao@musicanocoracao.pt EVERYTHING IS NEW Lisboa Tel: 213 933 770 geral@everythingisnew.pt RITMOS & BLUES Paço d’Arcos Tel: 214 694 050 info@ritmoseblues.pt CATERING Distrito de Braga MEMORIAL CATERING V. N. Famalicão Tel: 252 313 022 geral@memorialcatering.pt Distrito de Coimbra CARLOS FILENO Cernache Tel: 239 949 290 filenos@mail.telepac.pt Distrito de Lisboa

COMPANHIA DOS PALADARES Sintra Tel: 219 677 510 geral@cpaladares.com

Distrito de Faro

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega Edificío da Alfândega 4050‑430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 11

SILVA CARVALHO CATERING Sintra Tel: 219 255 510 comercial@sccatering.pt

FÁBRICA DO INGLÊS Silves Tel: 282 440 480 fabrica@mail.telepac.pt

COLISEU DO PORTO Porto Tel: 223 394 940 coliseu@coliseudoporto.pt

MOJITO BAR CATERING Paço d’Arcos Tel: 210 992 980 info@mojitobarcatering.com

PORTIMÃO ARENA Portimão Tel: 282 410 440 geral@portimaoturis.pt

Distrito do Porto

Distrito de Leiria

CRISTINA HENRIQUES ‑ BANQUETES Porto Tel: 965 069 619 geral@agestial.pt

CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHA Caldas da Rainha Tel: 262 889 650 ccc.secretariado@cm‑caldas‑rainha.pt

ESTÁDIO DO DRAGÃO Via Futebol Clube do Porto, Estádio do Dragão, 3º Nasc. 4350‑415 Porto Tel: 225 083 000 Fax: 225 083 399 portoestadio@fcporto.pt www.fcporto.pt Ver página: 113

EVOEVENTS Lisboa Tel: 218 929 043 evo@evolucaogastronomica.com

NUMIAL CATERING Vermoim Tel: 229 407 411 info@numial‑catering.com SOLINCA EVENTOS E CATERING Porto Tel: 226 086 636 solinca.eventos.catering@sonae.pt TRÊS SÉCULOS V. N. de Gaia Tel: 223 742 800 general.office@tresseculos.pt Distrito de Santarém CONDESTÁVEL DE LUÍS SUSPIRO Cartaxo Tel: 243 719 786 geral@condestaveldeluissuspiro.net Distrito de Viseu ENCONTRUS Carregal do Sal Tel: 232 960 202 mail@encontrus.com

Distrito de Coimbra CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULOS DA FIGUEIRA DA FOZ Figueira da Foz Tel: 233 407 200 geral@figueiraturismo.com

Distrito de Lisboa

FUNDAÇÃO DE SERRALVES CONGRESS CENTRE Porto Tel: 226 156 500 serralves@serralves.pt

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE LISBOA Rua Portas de Santo Antão, 89 1169‑022 Lisboa Tel: 213 224 050 Fax: 213 224 051 sm@acl.org.pt www.acl.org.pt Ver páginas: 33

MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIA Praça da Batalha 4000‑102 Porto Tel: 223 401 900 Fax: 222 088 303 larcher@tnsj.pt www.tnsj.pt Ver página: 25

CAMPO PEQUENO Lisboa Tel: 217 998 450 secretariado@campopequeno.com

Distrito de Setúbal

CASTELO DE S. JORGE Lisboa Tel: 218 800 620 castelodesaojorge@egeac.pt CENTRO CULTURAL DE BELÉM Lisboa Tel: 213 612 697 dac@ccb.pt

Açores

COLISEU DE LISBOA Lisboa Tel: 213 240 580 marketing@coliseulisboa.com

PRIMAZ S. Mateus da Calheta Tel: 295 206 410 primaz@primaz.com

CONVENTO DO BEATO Lisboa Tel: 210 103 100 conventodobeato@cerealis.pt

Madeira

ESTÁDIO ALVALADE XXI Lisboa Tel: 217 516 522 Fax: 217 516 585 eventos.corporate@scp.pt www.scp.pt Ver páginas: 54 e 55

TROPICAL CATERING Funchal Tel: 291 700 840 restaurante.tropical@clix.pt ESPAÇOS MULTIUSOS Distrito de Aveiro EUROPARQUE Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt Distrito de Braga

CASA DO MARQUÊS Algés Tel: 214 118 152 casadomarques@casadomarques.pt

AVEPARK – PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Caldas das Taipas Tel: 253 470 600 avepark@avepark.pt

CATERI Alcabideche Tel: 214 608 830 catering@cateri.pt

MULTIUSOS DE GUIMARÃES Guimarães Tel: 253 520 300 geral@tempolivre.pt

MUSEU DA CARRIS Lisboa Tel: 213 613 087 museu@carris.pt PAVILHÃO ATLÂNTICO Lisboa Tel: 218 918 409 info@pavilhaoatlantico.pt Distrito do Porto CAVES CÁLEM – SOGEVINUS FINE WINES Vila Nova de Gaia Tel: 223 746 660 turismo@sogevinus.com

CONVENTO DA ARRÁBIDA Azeitão Tel: 212 180 520 arrabida@foriente.pt Distrito de Viseu EXPOVIS Viseu Tel: 232 422 018 geral@expovis.pt Açores AÇOR ARENA ‑ PAVILHÃO MULTIUSOS Vila Franca do Campo Tel: 296 539 390 acorarena@acorarena.pt CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO Angra do Heroísmo Tel: 295 206 120 cccah@mail.telepac.pt PORTAS DO MAR Ponta Delgada Telefone: 296 281 500 associacaoportasdomar@gmail.com Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Santo Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt ESTRUTURAS & ALUGUER DE MATERIAL AMG SERVICIOS Sevilha Tel: +34 902 104 413 amg@amgservicios.com (Mobiliário, Design, Climatização, Iluminação)

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DIRECTÓRIO Distrito de Braga MODELSTAND Padim da Graça Tel: 253 300 320 geral@modelstand.pt (Stands) SPORMEX Braga Tel: 253 673 689 geral@spormex.pt (Stands) Distrito de Faro ALGARPALCOS Loulé Tel: 289 401 370 algarpalcos@algarpalcos.com (Palcos) EUROLOGISTIX Almancil Tel: 289 419 199 info@eurologistix.pt (Aluguer de material) Distrito de Lisboa ALUG’AQUI Chão de Meninos ‑ Sintra Tel: 219 108 003 info@aaqui.com (Aluguer de material) EURODOME Fernão Ferro – Seixal Tel: 917 224 866 domesportugal@gmail.com (Tendas e estruturas) EUROPALCO Mem Martins Tel: 219 605 520 comercial@europalco.com (Palcos e tendas) EVIDÊNCIA DISPLAY Lisboa Tel: 214 603 620 geral@evidenciadisplay.com (Stands) MULTIARCO Rua Reinaldo Ferreira, nº38 ‑ A/B 1700‑324 Lisboa Tel: 218 483 740 / 218 477 075 info@multiarco.pt www.multiarco.pt (ar condicionado) Ver página: 109 PÊBÊ DESIGN Sintra Tel: 219 188 720 Fax: 219 131 053 geral@pebe.pt www.pebe.pt www.ptsky.info (Stands e Design) Ver página: 79 POP COMMUNICATION GROUP Lisboa Tel: 218 650 400 popgroup@popgroup.pt (Stands e Design) SERIES Lisboa Tel: 213 583 470 series@series.com.pt (Design e Comunicação) Distrito do Porto AUDINOVA Leça da Palmeira Tel: 229 961 930 geral@audinova.pt (Aluguer de material) SEABRAS EVENTOS Porto Tel: 225 505 579 info@seabras‑eventos.com (Aluguer de Material)

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SERVICE PACK Rua de Santana, 276 4450 ‑ 781 Leça da Palmeira Tel: 229 942 944 geral@servicepack.pt www.servicepack.pt (Aluguer de material) Ver página: 75 Distrito de Setúbal ALUGOCLIMA Rua dos Laminadores, 15 Foros da Catrapona, PIS II 2840‑586 Aldeia de Paio Pires Tel: 212 549 550 Fax: 212 549 558 info@alugoclima.com www.alugoclima.com (Aluguer de material) Ver página: 99 Madeira SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt (Stands) FEIRAS, CONGRESSOS & INCENTIVOS DISTRITO DE AVEIRO Europarque Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt Distrito de Beja EXPO BEJA Av. Salgueiro Maia 7800 Beja Telefone: 284 315 602 Fax: 284 315 678 expobeja@mail.telepac.pt www.expobeja.pt Ver página: 21 Distrito de Braga BESTEVENTS Braga Tel: 253 204 053 info@bestevents.pt CITEVE ‑ CENTRO TECNOLÓGICO DA INDÚSTRIA TÊXTIL V. N. de Famalicão Tel: 252 300 300 citeve@citeve.pt PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE BRAGA Braga Tel: 253 208 230 peb@peb.pt Distrito de Faro ALGARVE TOURS Faro Tel: 189 890 200 comercial@algarve‑tours.pt

Distrito de Lisboa ABREU Linda‑a‑Velha Tel: 214 156 100 dmcportugal.lisbon@abreu.pt

ABREU Porto Tel: 222 043 570 dmcportugal.porto@abreu.pt

AUDITÓRIO PROF. DR. ARMANDO SIMÕES SANTOS Lisboa Tel: 217 922 625 auditorio@fmd.ul.pt

ACRÓPOLE Porto Tel: 226 199 680 geral@acropole‑servicos.pt

B+ Estoril Tel: 214 689 668 geral@bpositivo.com BLOOM UP Lisboa Tel: 214 689 668 bloom@bloom.pt CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA Lisboa Tel: 213 652 000 lisboacc@aip.pt CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL Av. Amaral 2765‑192 Estoril Tel: 214 647 575 Fax: 214 647 576 info@estorilcc.com www. estorilcc.com Ver contracapa

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega, Ed. da Alfândega 4050‑430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 11 EXPONOR Leça da Palmeira Tel: 229 981 400 info@exponor.pt HOSPEDEIRAS DE PORTUGAL Porto Tel: 225 320 280 porto@hospedeiras‑portugal.pt SKYROS CONGRESSOS Porto Tel: 226 165 450 skyros@skyros‑congressos.com

C. I. CONGRESSOS E INCENTIVOS Lisboa Tel: 219 246 342 cicongressos@mail.telepac.pt

THE HOUSE OF EVENTS Porto Tel: 228 348 940 info@the.pt

CITUR TRAVEL DMC Linda‑a‑Velha Tel: 217 712 610 lisbon@citur.pt

Distrito de Santarém

CWT EVENTS Lisboa Tel: 213 224 370 cwtevents@carlsonwagonlit.com.pt

CNEMA ‑ CENTRO NACIONAL DE EXPOSIÇÕES E MERCADO AGRÍCOLAS Santarém Tel: 243 300 300 centrodecongressos@cnema.pt Distrito de Setúbal

FIL ‑ FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA Lisboa Tel: 218 921 500 fil@aip.pt

GRUPO ECOREX Corroios Tel: 212 548 200 info@ecorex.pt

GEOTUR Lisboa Tel: 218 422 700 incoming@geotur.com

Distrito de Viseu

ID ‑ INTÉRPRETES DIRECTOS Lisboa Tel: 961 372 269 id@interpretesdirectos.com LEADING ‑ CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENT Linda‑a‑Velha Tel: 217 712 634 leading@leading.pt

CLASS TRAVEL Portimão Tel: 282 414 522 / 282 415 414 classtravel@mail.telepac.pt

MESSE FRANKFURT ‑ PORTUGAL Lisboa Tel: 217 939 140 info@portugal.messefrankfurt.com

EXPOSÉ VIAGENS Albufeira Tel: 289 501 835 geral@exposeviagens.com.pt

MUNDI CONVENIUS Lisboa Tel: 213 155 135 info@mundiconvenius.pt

Distrito de Leiria

SALA OCEÂNICA Oeiras Tel: 214 462 550 geral@oeirasviva.pt

EXPOSALÃO BATALHA Batalha Tel: 244 769 480 info@exposalao.pt

Distrito do Porto

AIMS PORTUGAL Lisboa Tel: 213 245 040 lisbon@aims‑international.com

CENTRO DE CONGRESSOS DO ARADE Lagoa Tel: 282 498 577 clientes@algarvecc.com

BIG TIME Fátima Tel: 249 533 770 julio.santos@bigtime.pt

TLC Lisboa Tel: 213 213 060 lisbon@tlc‑pt.com

SFORI Lisboa Tel: 217 604 839 geral@sfori.com TEAM QUATRO Algés Tel: 214 111 300 info@teamquatro.com

EXPOVIS Viseu Tel: 232 422 018 geral@expovis.pt Açores CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO Angra do Heroísmo Tel: 295 206 120 cccah@mail.telepac.pt TURANGRA Angra do Heroismo Tel: 295 204 040 congressoa@turangra.com Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Sto. Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt FOTOGRAFIA E VÍDEO Distrito de Lisboa FABRICE ZIEGLER Lisboa Tel: 218 877 719 fabriceziegler@netcabo.pt


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MINIFOTO ESTÚDIO Rua Alexandre Ferreira, 49 A ‑ Lumiar 1750‑010 Lisboa Tel: 217 567 330 Fax: 217 567 339 minifoto@netcabo.pt www.minifoto‑estudio.com Ver página: 67 Distrito do Porto CITYLAB Marco de Canaveses Tel: 255 539 230 citylab@citylab.pt

SHERATON ALGARVE HOTEL & RESORT Albufeira Tel: 289 500 100 pinecliffs.reservations@luxurycollection.com TIVOLI MARINA VILAMOURA Vilamoura Tel: 289 303 330 paula.santos@tivolihotels.com Distrito de Leiria MARRIOTT PRAIA D’EL REY & BEACH RESORT Amoreira Tel: 262 905 100 info.pdr@marriott‑pdr.com.pt

Distrito de Vila Real

Distrito do Porto

FORTE DE S. FRANCISCO HOTEL Chaves Tel: 276 333 700 webmaster@forte‑s‑francisco‑hoteis.pt

AUDIOLUZ Serzedo Tel: 227 625 805 geral@audioluz.net

VIDAGO PALACE HOTEL Vidago Tel: 276 990 900 vidagopalace@unicer.pt

DIGITAL FRAME Vila Nova de Gaia Tel: 227 870 175 info@digitalframe.pt

Distrito de Viseu

MACEDO’S PIROTECNIA Rua Padre José Pereira dos Santos, 182 4615‑454 Lixa Tel: 255 483 999 Fax: 255494673 pirotecnia@macedos.com.pt www.macedos.com.pt

Distrito de Lisboa

AQUAPURA DOURO VALLEY Lamego Tel: 254 660 600 aquapuradouro@aquapuradouro.com

Distrito de Aveiro

CORINTHIA LISBOA HOTEL Lisboa Tel: 217 236 363 lisboa@corinthia.pt

HOTEL MONTEBELO Viseu Tel: 232 420 000 hotelmontebelo@visabeiraturismo.pt

GRANDE HOTEL DA CURIA Anadia Tel: 231 515 720 geral@grandehoteldacuria.com

HOTEL DOM PEDRO LISBOA Lisboa Tel: 213 896 600 lisboa.reservations@dompedro.com

MELIA CONFORT GRÃO VASCO Viseu Tel: 232 423 511 geral@hotelgraovasco.pt

PALACE HOTEL BUSSACO Luso Tel: 231 937 970 bussaco@almeidahotels.com

HOTEL REAL VILLA ITÁLIA Cascais Tel: 291 724 257 swreservations@granderealvillaitaliahotel.com

Açores

Distrito de Beja

HOTEL VILLA RICA Lisboa Tel: 210 043 000 villarica@villarica.pt

NVSTUDIO Porto Tel: 226 180 741 nvstudio@nvstudio.co.pt HOTÉIS E POUSADAS

CLUBE DE CAMPO VILA GALÉ Beja Tel: 284 970 100 clubedecampo@vilagale.pt Distrito de Braga AQUAFALLS SPA HOTEL Vieira do Minho Tel: 253 649 000 info@aquafalls.pt AXIS OFIR ‑ BEACH RESORT HOTEL Ofir ‑ Esposende Tel: 253 989 800 reservas@axisofir.com POUSADA DE GUIMARÃES ‑ SANTA MARINHA Guimarães Tel: 253 511 249 recepcao.stamarinha@pousadas.pt Distrito de Castelo Branco MELIÁ CONFORT D. MARIA Covilhã Tel: 275 310 000 tryp.dona.maria@solmelia.com TRYP COLINA DO CASTELO Castelo Branco Tel: 272 349 280 tryp.colina.castelo@solmeliaportugal.com

LISBON MARRIOTT HOTEL Lisboa Tel: 217 235 551 claudia.ventura@marriotthotels.com PALÁCIO ESTORIL Estoril Tel: 214 648 000 front‑desk@palacioestorilhotel.com RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOA Lisboa Tel: 213 811 400 fsh.lisbon@fourseasons.com SHERATON LISBOA HOTEL E TOWERS Lisboa Tel: 213 120 000 sheraton.lisboa@sheraton.com

HOTEL AÇORES ATLÂNTICO Ponta Delgada Tel: 296302200 reservas@bensaude.pt HOTEL DO CARACOL Angra do Heroísmo Tel: 295402600 dep.reservas@hoteldocaracol.com Madeira CROWNE PLAZA RESORT MADEIRA Funchal Tel: 291 717 600 crowne.plaza.md@mail.telepac.pt HOTEL SAVOY Funchal Tel: 291213000 reservations@savoyresort.com THE VINE HOTEL Funchal Tel: 291 009 000 info@hotelthevine.com AUDIOVISUAIS E PIROTECNIA

VIP EXECUTIVE ART’S Av. D. João II, Lt. 1.1801C 1998‑028 Lisboa Tel: 210 020 400 Fax: 210 020 401 hotelarts@viphotels.com www.viphotels.com Ver página: 119

Distrito de Braga AUDIOVELOSO Guimarães Tel: 253 418 428 geral@audioveloso.pt

Distrito do Porto

Distrito de Coimbra

PORTO PALÁCIO CONGRESS HOTEL & SPA Porto Tel: 226 086 600 portopalaciohotel@sonae.pt

SLC ‑ SOUND LIGHT AND CREW Coimbra Tel: 239 722 255 info@slcrew.com Distrito de Lisboa

Distrito de Évora

SHERATON PORTO HOTEL & SPA Porto Tel: 220 404 000 sheraton.porto@sheraton.com

CONVENTO DO ESPINHEIRO HERITAGE HOTEL E SPA Évora Tel: 266 788 200

TIARA PARK ATLANTIC PORTO Porto Tel: 226 072 500 reservas.porto@tiara‑hotels.com

Distrito de Coimbra HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMAS Coimbra Tel: 239 802 380 comercial@quintadaslagrimas.pt

recepcao.conventodoespinheiro@conventodoespinheiro.com

HOTEL DA CARTUXA Évora Tel: 266 739 300 comercial@hoteldacartuxa.com Distrito de Faro HOTEL FARO Faro Tel: 289 830 830 comercial@hotelfaro.pt LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORT Portimão Tel: 282 420 200 sales.lemeridien@starwoodhotels.com

ALFASOM Amadora Tel: 214 967 000 info@alfasom.com

Distrito de Santarém

AUDIOMEIOS Venda do Pinheiro Tel: 219 663 843 geral@audiomeios.pt

DOM GONÇALO HOTEL & SPA Fátima Tel: 249 539 330 mail@hoteldg.com

ELECTROAUDIO S. Domingos de Rana Tel: 214 531 223 info@electroaudio.net

Distrito de Viana do Castelo

RXF ‑ AUDIOVISUAIS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO Rua Cipriano dos Santos, 3 2710 ‑ 735 Sintra Tel: 210 189 366 Fax: 219 146 125 geral@rxf.pt www.rxf.pt Ver página: 63

AXIS GOLF PONTE DE LIMA Ponte de Lima Tel: 258 900 250 reservas@axispontedelima.com FLÔR DE SAL Viana do Castelo Tel: 258 800 100 reservas@hotelflordesal.com

Distrito de Setúbal BACK LIGHT Alcochete Tel: 212 349 740 backlight@verylight.pt ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS Distrito de Aveiro DESAFIOS Sever do Vouga Tel: 234 556 619 informacoes@desafios‑lda.pt MARGENS Águeda Tel: 234 648 571 margens@margens.pt Distrito de Braga DIVERLANHOSO Póvoa de Lanhoso Tel: 253 635 763 info@diverlanhoso.com.pt Distrito de Castelo Branco GRAU 5 Barroca Tel: 275 751 042 contacto@grau5.pt Distrito de Coimbra CAPITÃO DUREZA ‑ DESPORTOS DE AVENTURA Figueira da Foz Tel: 239 918 148 info@capitaodureza.com CAMINHOS D’ÁGUA ‑ LAZER ACTIVO Coimbra Tel: 969 049 470 info@caminhosdagua.com Distrito de Évora TURAVENTUR Évora Tel: 266 743 134 turaventur@turaventur.com RUSTITUR Évora Tel: 266 978 043 info@rustitur.com Distrito de Faro ZOOMARINE Albufeira Tel: 289 560 300 algarve@zoomarine.pt Distrito de Lisboa EQUINÓCIO Lisboa Tel: 210 155 139 info@equinocio.com TALENTO Algés Tel: 214 135 380 talento@talento.pt Distrito do Porto ELEMENTO TERRA Porto Tel: 938 303 674 hugooliveira@elementoterra.com

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DIRECTÓRIO Distrito de Santarém AVENTUR Torres Novas Tel: 962 748 550 geral@aventuralazer.com Distrito de Setúbal ARRÁBIDA AVENTURAS Palmela Tel: 212 352 406 arrabidaventura@mail.telepac.pt Distrito de Viseu DESAFIOS CARAMULO Caramulo Tel: 232 868 017 geral@desafios‑caramulo.pt Açores FUTURISMO Ponta Delgada Tel: 296 628 522 futurismo@mail.telepac.pt Madeira TERRAS DE AVENTURA Funchal Tel: 291 708 990 terrasdeaventura@mail.telepac.pt ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Distrito de Aveiro TEMPOS E VENTOS Rua Almirante Cândido dos Reis, 90 Apartado 1532 3801‑902 Aveiro Tel: 234 385 624 Fax: 234 385 624 cperestrelo@temposeventos.com www.temposeventos.com Ver página: 103 Distrito de Coimbra TAVOLANOSTRA Ed. Tavolanostra Rua Condessa de Canas, 9 3300 Arganil Tel: 235 203 029 Fax: 235 203 034 geral@tavolanostra.com www.tavolanostra.com Ver página: 105 Distrito de Faro JUST PERFECT Loulé Tel: 289 401 374 eventos@justperfectevents.com ZEBRA SAFARI Albufeira Tel: 289 583 300 joao.zebrasafari@armail.pt Distrito de Lisboa ACTING OUT Paço de Arcos Tel: 214 544 355 actingout@actingout.pt BEONE Lisboa Tel: 213 406 200 geral@beone.pt BUG EVENTS Rua Soares de Passos, 12A 1300‑537 Lisboa Tel: 213 611 116/7 Fax: 213 611 118 aboutbug@bug.pt www.bug.pt Ver página: 87 CANTO MONIZ Rua da Misericórdia, 12 a 20, 5º, esc. 16 1200‑273 Lisboa Tel: 213 430 240 Fax: 213 430 239 diana.martin@cantomoniz.pt www.cantomoniz.pt Ver página: 83

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DESAFIO GLOBAL ATIVISM Rua Diogo de Couto, 1 B 2799‑537 Linda‑a‑Velha Tel: 214 149 550 Fax: 214 149 560 geral@desafio‑global.pt www.desafio‑global.pt Ver páginas: 2 e 3 GENIUS Y MEIOS Lisboa Tel: 213 239 202 mail@geniusymeios.pt GRUPO EVIDÊNCIA Lisboa Tel: 214 603 620 eventos@evidenciagrupo.com KRIAEVENTOS Av. Elias Garcia, 172, 1.º Dto. 1050‑103 Lisboa Tel: 217 955 424 Fax: 217 966 385 ke@kriaeventos.pt www.kriaeventos.pt Ver página: 42 LINEUP Av. João Crisóstomo, 30, 1º Esq. 1050‑127 Lisboa Tel: 213 303 734 Fax: 213 303 733 info@lineup.pt www.lineup.pt Ver página: 89 MERCADO DA CULTURA Oeiras Tel: 214 410 448 geral@mercadodacultura.pt PEDRO SALGADO Oeiras Tel: 214 461 020 geral@pedrosalgado.pt PUBLIHAPPENING Ed. Foz do Rio, Rua Domingos José de Morais, 53‑2D/55‑2E 2685‑046 Sacavém Tel: 219 422 334 Fax: 219 425 153 info@publihappening.com www.publihappening.pt Ver página: 110 TOX’INN – PROMOÇÃO E EVENTOS Lisboa Tel: 217 923 735 toxinn.lisboa@toxinn.com WECANSELL Lisboa Tel: 213 523 161 info@wecansell.pt

QUINTAS Distrito de Braga PARQUE DA PENHA Guimarães Tel: 967 877 841 geral@parquedapenha.com.pt Distrito de Coimbra CONVENTO DE SANDELGAS Coimbra Tel: 239 951 000 clara.moura@conventodesandelgas.com Distrito de Évora HERDADE DO ESPORÃO Reguengos de Monsaraz Tel: 266509270 herdade@esporao.com Distrito de Lisboa QUINTA DA REGALEIRA Sintra Tel: 219 106 650 regaleira@mail.telepac.pt QUINTA DO ROSEIRAL Ericeira Tel: 261 860 570 geral@quintadoroseiral.com PLAZA RIBEIRO TELLES ‑ CENTRO DE EVENTOS Vila Franca de Xira Tel: 263 288 559 mrtelles@plazaribeirotelles.com Distrito do Porto CASA DOS LEMOS Porto Tel: 226 104 796 casadoslemos@iol.pt Distrito de Santarém VALE D’ALGARES Vila Chã de Ourique Tel: 243 709 321 sandro.castelhano@quatroancoras.com Distrito de Setúbal QUINTA DA REGATEIRA Charneca da Caparica Tel: 212962365 info@imppacto.com SEGURANÇA

Distrito do Porto ADEREÇO PRODUÇÕES Porto Tel: 225 322 720 geral@adereco.com REALIZAR Porto Tel: 225 074 530 mail@realizar.com SUCESSOS Q.B S. Mamede de Infesa Tel: 913 830 227 producoes@sucessosqb.com

Distrito de Lisboa 2045 ‑ EMPRESA DE SEGURANÇA Malveira Tel.: 219663070 geral@2045sa.pt Distrito do Porto GRUPO 8 Porto Tel: 226 198 160 grupo8@grupo8.pt TRANSPORTES

Distrito de Setúbal

Distrito de Faro

YOU ARE ONE Aldeia de Paio Pires Tel: 917 386 060 geral@youareone.com

TRANSOL ‑ TRANSPORTES E TURISMO Portimão Tel: 282 450 460 rui.barata@transol.pt

Açores

Distrito de Lisboa

PRIMAZ S. Mateus da Calheta Tel: 295 206 410 primaz@primaz.com

FROTA AZUL ‑ TRANSPORTES E TURISMO Odivelas Tel: 219380400 frota.azul@rodest.pt

Madeira

Distrito do Porto

SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt

AIREVENTS ‑ PRIVATE FLIGHTS Moreira da Maia Tel: 229 432 513 airevents@airevents.com.pt

ANE TOURS Perafita Tel: 229 942 667 info@anetours.pt DOURO AZUL Porto Tel: 223 402 500 reservas@douroazul.com Distrito de Setúbal BARCO ÉVORA Setúbal Tel: 912 154 449 geral@barcoevora.com OUTROS SERVIÇOS Distrito de Braga EDIGMA Braga Tel: 707 309 131 edigma@edigma.com Distrito de Lisboa JOSÉ PIMENTEL FURTADO ‑ CONSULTOR DE SEGURANÇA Lisboa Tel: 917 726 269 josepfurtado@sapo.pt E.VALUE Rua do Salitre, 136, 2º 1250‑204 Lisboa Tel: 213 845 260 Fax:213 845 269 evalue@evalue.pt www.evalue.pt (Ambiente) Ver página: 98 MEDFIRST – SOLUÇÕES GLOBAIS NA EMERGÊNCIA Paço de Arcos Tel: 216 002 732 eventos@medfirst.pt (Emergência Médica) PUBLIACÇÃO Quinta da Perdigueira ‑ Lagoa ‑ Camarões 2715‑251 Almargem do Bispo Tel: 210 106 295 Fax: 210 106 296 geral@publiaccao.com www.publiaccao.com (Publicidade e road‑shows) Ver página: 101 RESTART Rua da Quinta do Almargem, 10 1300‑490 Lisboa Tel: 213 609 450 Fax: 213 609 459 info@restart.pt www.restart.pt (Escola) Ver página: 23 TZIRANDA Lisboa Tel: 213 140 983 rgf@tziranda.com (Software) Distrito do Porto ESTAÇÃO LIVRE – COMUNICAÇÃO Porto Tel: 226 053 936 info@elc.pt www.elc.pt (Comunicação e edições) Ver página: 126 EVENT SERVICES Rua António Correia de Carvalho, 88 Lj. 36 4400‑023 V.N.Gaia Tel: 220 932 947 Fax: 220 932 947 info@eventservices.pt www.eventgest.com Ver página: 59 NORMA DESIGN Porto Tel: 919 611 350 info@normadesign.com (Design de comunicação) Ver página: 131 SMARTWATT Porto Tel: 222 094 066 info@smartwatt.pt (Ambiente)




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