Festas & Eventos . Ano VIII . N.º 14 . Fev 2010

Page 1

ANO VIII . NÚMERO 14

FEVEREIRO 2010

€ 4,50

Festas &

Eventos

\\ TECNOLOGIA E EVENTOS

FEIRAS EVENTOS INCENTIVOS CONVENÇÕES CONGRESSOS

\\ Entrevista com António Câmara \\ Criar o buzz nas redes sociais \\ À mesa com... Rui Paula \\ Destinos: Coimbra e Vilnius



3

www.festaseeventos.net


4

EDITORIAL Ano novo, o oitavo no percurso da Festas&Eventos, equivale a dizer vida nova, feita de esperanças que se renovam. Mas também de gestos que se repetem, como é o caso da nossa parceria com a E.Value, através da marca Carbono Zero, que nos permitirá compensar as emissões de gases com efeito de estufa que resultam de fazermos a revista. O tema principal desta edição, tecnologia e eventos, suscita contributos muito diversificados sobre o assunto. Novidades, tendências, valores seguros, nada escapa à atenção dos especialistas que ouvimos. Para nós, a grande conclusão é a de que as tecnologias, se utilizadas correctamente, podem de facto ajudar o organizador de eventos mas que, sem conteúdos, a forma de nada vale. Concorda? Para a grande entrevista, o primeiro nome que nos ocorreu foi o que mantivemos: António Câmara, a figura mais mediática da YDreams, empresa tecnológica portuguesa que olha para o mundo como um mercado à disposição de todos, com soluções que revolucionam o modo como interagimos com a realidade, algo com evidentes reflexos no sector dos eventos.

Para o case study desta edição escolhemos um evento da Samsung, produzido pela Desafio Global ativism, em que a estrela principal é uma mesa de sonho. Veja porquê. Apostados em ter um inquérito que, em cada edição, vá auscultando o mercado, optámos por perguntar a organizadores, fornecedores e gestores de espaços que uso fazem das redes sociais. As respostas mostram que o sector está atento ao fenómeno, mas ainda há muito por fazer. Por isso, mostramos também uma reportagem com alguns exemplos de como os eventos se promovem através da Internet – afinal, em 2009, quatro milhões de portugueses ligaram-se à grande rede, e a geração Y é uma vedeta. Por ter uma opção de trabalho claramente marcada pelo diálogo entre tradição e modernidade, que nos pareceu casar bem com o resto da revista, convidámos o Chef Rui Paula, homem intrinsecamente ligado ao Douro, para se sentar connosco à mesa. A ementa e o local escolhidos para um evento imaginário, sem cliente, são de fazer água na boca. Várias reportagens dão a conhecer iniciativas em que, de alguma forma,

a Festas&Eventos está envolvida, e têm relevo para os eventos e a meeting industry. As nossas BTL, ExpoEventos, este ano em formato de road-show, com etapas no Algarve e Porto, e Gala dos Eventos, cujas inscrições já abriram, com muitas novidades. Lá por fora, European Best Event Awards (EuBea), IMEX, EIBTM, ACTB, congresso da EFAPCO, Christmasworld, Best of Events e Heavent. Não perca ainda o consultório de protocolo, a notícia do investimento da ETIC na formação de profissionais para o sector dos eventos, as sugestões de leituras e, claro, os dois destinos: Coimbra e Vilnius.

Fica o encontro marcado consigo para a ExpoEventos. Até lá, votos de uma boa leitura.

Administração, Redacção e Publicidade: Praça 9 de Abril, 192 - 4200-422 Porto \\ Tlf: 22 605 39 36 \\ Fax: 22 605 39 38 \\ info@festaseeventos.net \\ www.festaseeventos.net \\ Assinaturas: assinaturas@festaseeventos.net \\ Director: Rui Ochôa \\Directora de Informação: Cláudia Coutinho de Sousa: claudia@festaseeventos.net \\ Edição: Cláudia Coutinho de Sousa \\ Redacção: Cláudia Coutinho de Sousa, Jorge Alexandre (colaborador), Maria João Leite, Maria Pereira (colaboradora), Rui Luís Romão (colaborador), Sara Marques\\ Fotografia: (Coordenação) Rui Luís Romão \\ Colunistas: Diogo Assis, Gavin Eccles, Isabel Amaral, João Pestana Dias, Luís Rasquilha, Marina Lebernegg, Miguel Neves, Nelson Olim, Pedro Cardoso, Pimentel Furtado \\ Design: Norma Design (www.normadesign.com) \\ Director Comercial: Rui Ochôa: rui@festaseeventos.net \\ Página de Internet: Nuno Paulo \\ Secretariado de redacção: Ana Almendra \\ Impressão: Fernandes & Terceiro \\ Distribuição: VASP – Distribuidores de Publicações \\ Tiragem: 8 mil exemplares \\ Periodicidade: Quadrimestral \\ Registo ICS: 124225 \\ Depósito Legal: 210978/04 \\ ISSN: 1645-7382

É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Festas & Eventos. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

www.festaseeventos.net


ÍNDICE 6 8 12 14 18 26 30 42 46 48 52 55 64 68 72 74 78 82 92 94 96 100 102 104 106 110 116 120 122 123

18

5

Colunistas Tecnologia & eventos, por Marina Lebernegg Espaço APECATE Notícias Grande entrevista: António Câmara, fundador da Ydreams A importância das novas tecnologias nos eventos, por João Pestana Dias Dossiê temático: Tecnologia e eventos As novas tecnologias ao serviço do protocolo, por Isabel Amaral Case study: Mesa de sonho Eventos para as novas gerações, por Miguel Neves Inquérito: Que uso faz das redes sociais? @Eventos: Criar o buzz nas redes sociais Give me interactive kicks, por Luís Rasquilha Assistência médica em eventos, a revolução tecnológica, por Nelson Olim À mesa com...Rui Paula Prolongar e potenciar o evento através das redes sociais, por Miguel Assis Espaço Sustentabilidade Eventos Quando a música clássica desceu às ruas de Hamburgo BTO ou uma nova forma de chegar ao público A legislação de SCI e a sua aplicação à realização de eventos, por Pimentel Furtado Consultório de protocolo Mudar a atitude, por Pedro Cardoso ETIC aposta nos eventos Quem é o próximo?, por Gavin Eccles Destino nacional: Coimbra Destino internacional: Vilnius Empresas Livros Directório

30

55 www.festaseeventos.net


6

COLUNISTAS

Diogo Assis Formado em Gestão Hoteleira e Turismo, trabalhou no departamento comercial e de marketing de algumas das principais cadeias hoteleiras do país, assim como no Intercontinental Hyde Park, em Londres. Em Novembro de 2002 decidiu lançar-se numa nova experiência e co-fundar a TLC. O objectivo era o de tornar esta empresa o DMC líder em Portugal.

Gavin Eccles Conta com mais de 15 anos de experiência na gestão estratégica e de marketing nos sectores da aviação, hotelaria e turismo. Trabalhou com clientes como a American Airlines, bmi International, Gulf Air, Qantas, United Airlines, Meridien, Marriott e Visit London. Foi durante muito tempo responsável de marketing da British Airways. É professor de turismo e marketing em diversas universidades em Portugal e no Reino Unido. É regularmente convidado para palestras sobre a indústria do turismo.

Isabel Amaral Licenciada em Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e curso de Tradução do ISLA. Autora dos livros Imagem e Sucesso e Imagem e Internacionalização. Presidente da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo. Vice-presidente da Organização Internacional de Cerimonial e Protocolo. Coordenadora do curso de pós‑graduação em Imagem, Protocolo e Organização de Eventos, do ISLA. Foi consultora das campanhas eleitorais para a Presidência da República do candidato Cavaco Silva.

João Pestana Dias Trabalhou cinco anos como jornalista na rádio com Francisco José Viegas e José Carlos Malato. Mais tarde ingressou na Wintherthur Seguros mantendo uma actividade profissional ligada à moda.Em 1995 abre o Amália Clube de Fado em Cascais, apadrinhado por Amália Rodrigues. Em 1997 é convidado para fazer televisão na SIC, como cantor/actor. Funda a Fadus Special Events em 1998.É sócio da International Special Event Society e foi Learning Event Chair do EO(Entrepeneurs Organization).

Luís Rasquilha Managing partner/senior vice president da AYR Consulting, Trends & Innovation (a scienceofthetime.com company), assessor da Administração da Multipublicações; administrador da United Media. Professor convidado em diversas escolas de Executivos, empresas de formação e universidades em Portugal, Brasil, Bélgica e França. Formação em Empreendedorismo e Gestão da Inovação, Gestão, Marketing e Comunicação.

www.festaseeventos.net


7

Marina Lebernegg Formação em Publicidade & Relações Públicas. Gestora de eventos na Desafio Global ativism e palestrante convidada do Mestrado de Gestão Estratégica em Eventos da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril.

Miguel Neves Profissional de conferências e eventos está neste momento em Londres a finalizar um mestrado na Universidade de Westminster. Em Maio de 2009, venceu o prémio IMEX- MPI Foundation Student Scholarship Award. Desde Julho de 2008 trabalha para a empresa SYNAXIS Meetings & Events. Participou no curso de Planeamento Estratégico & Gestão de Congressos e Eventos orientado por Linda Pereira (CPL). Foi orador na 14ª Conferênca da IAHMP, em Denver.

Nelson Olim É responsável pela MedFirst, empresa de consultoria na área da emergência médica e protecção civil. É chefe do Centro de Simulação Médica da Marinha. Participou em missões humanitárias em Timor-Leste e em Banda Aceh, Indonésia, no seguimento do tsunami que abalou o sudoeste asiático. Participou em diversos cursos de traumatologia em Israel. É um dos autores do livro “Medicina de Emergência: dos princípios à organização”.

Pedro Cardoso Formado em Gestão Hoteleira, foi Director de Front-Office / Alojamento na abertura do ex-Sheraton Porto em 1986 e Director de Marketing e Vendas até 1995. Quadro co-fundador e director-executivo do Porto Convention Bureau até final de 2001. Co-fundador e administrador-executivo da Sugestões&Opções e do Grupo QRM, de 2002 a 2008. Fundador, em 2002, administrador e principal accionista da The House of Events. Consultor de Hotelaria e Turismo, e ex-docente na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Orador convidado em seminários e congressos do sector.

Pimentel Furtado Coronel de Cavalaria, José Pimentel Furtado é licenciado em Ciências Militares. Desempenhou diversas funções na área de Segurança, entre as quais Comandante de diversas Unidades da Polícia do Exército, assessor para a formação da Polícia Militar das Forças Armadas Angolanas e a de Staff Security Manager do Quartel-General da NATO em Oeiras. Foi responsável pela organização da segurança de dezenas de eventos oficiais, e nesta função ampliou a sua experiência de organização da segurança de eventos internacionais. Actualmente dedica-se à consultoria, ensino superior e formação técnica.

www.festaseeventos.net


8

OPINIテグ

Marina Lebernegg

Gestora de eventos da Desafio Global Ativism

www.festaseeventos.net


9

TECNOLOGIA & EVENTOS Até há um passado não muito longínquo, éramos convidados para o encontro de colaboradores onde chegávamos e rapidamente identificávamos a porta por onde devíamos entrar devido às inúmeras bandeirolas sinalizando o espaço. Entrávamos, e simpáticas meninas sorriam-nos e escreviam o nosso nome numa folha de papel. A sala estava decorada com enormes telas penduradas, sentávamo-nos e o nosso presidente dáva-nos as boas-vindas usando um microfone gigantesco, que nos fazia pensar se tínhamos entrado num estúdio de rádio. Víamos a sua imagem projectada num ecrã 4x3, ao lado outro igual com um powerpoint interminável cheio de letrinhas pequeninas e gráficos irritantes. E a isto chamávamos eventos fantásticos… De repente tudo mudou, ou pelo menos gosto de acreditar que sim, e que eventos como o descrito acima sejam coisa do passado mesmo, pelo menos na área dos eventos empresariais. Hoje em dia, com o desenvolvimento tecnológico e a exigência inerente à evolução do mercado, os eventos tornaramse verdadeiras produções em que tecnologia é, sem dúvida, a palavra de ordem. E ainda bem…

Hoje, chegamos ao local do evento e temos o edifício completamente projectado com a imagem do edifício da nossa sede, entramos e temos plasmas que nos cumprimentam à chegada, hospedeiras que nos sorriem enquanto lêem o código de barras impresso no nosso badge, peixes que fogem dos nossos pés à medida que nos deslocamos, mini-robots que nos perseguem e nos encaminham para a zona de coffee-break, salas de reunião que cheiram a limão, presidentes que

nos fazem apresentações em ecrãs invisíveis, ou que até nem estão lá, mas que o vemos em holograma, colunas de som quase invisíveis de tão pequenas que são, jogos de luz com o nosso logótipo. Até votamos e damos a nossa opinião através de pequenos aparelhos e não com o tradicional braço levantado. E quando nos é apresentado o efeito das alterações climatéricas na nossa empresa até nos borrifam de água… Falam das viagens de incentivo e um forte cheiro a mar invade a sala. Entregam-nos as apresentações

www.festaseeventos.net


10

OPINIÃO . Tecnologia & eventos, por Maria Lebberneg

em pens depois de um espectáculo interactivo em que a força das nossas palmas faz girar um moinho que surge em palco miraculosamente… Pois… É esta a realidade hoje em dia, os eventos são produções complexas! A função de um gestor de eventos não se pode alienar das tecnologias ao nosso serviço, a nossa tarefa tornou‑se muito mais exigente, e a tecnologia uma ferramenta imprescindível num universo em que a busca pela novidade é incessante, e em que o que é novidade agora, passa a antiguidade assim que é utilizado pela primeira vez. Mas esta ferramenta não tem só a componente da inovação. A sua rápida evolução e desenvolvimento traz-nos uma ferramenta preciosa que é a facilitação e simplificação desse processo complexo chamado “montagens”, a possibilidade de cada vez mais termos espaços clean, sem a confusa amálgama de fios e verdadeiros monos, procedimentos tradicionalmente complexos mais céleres. As tecnologias wireless que têm vindo a ser desenvolvidas, por exemplo, permitem-nos reduzir em larga escala as confusões de fios que tantas vezes nos obrigam a verdadeiros projectos de engenharia para as ocultar. O desenvolvimento na área da projecção vídeo tem-nos permitido ter projecções cada vez mais perfeitas, sem termos de criar estruturas megalómanas para a colocação dos projectores, e até já os podemos ter próximo dos participantes sem que estes pensem que estão no meio de uma pista de aterragem. Os recursos que as novas tecnologias põem ao dispor do gestor de eventos é ilimitado, mas trazem também algumas armadilhas, pois a sua aplicação prende-se com a capacidade de aproveitamento dessa mesma tecnologia. E esta capacidade depende de muitas variáveis. Uma delas é o conhecimento/domínio da tecnologia disponível.

www.festaseeventos.net

De que nos serve ter um processador de vídeo altamente inovador, o único no mercado, que tem capacidades fantásticas, se depois não o sabemos utilizar? E isto é uma realidade no nosso país. O conhecimento e formação infelizmente não são, muitas vezes, prioridade. A sede pela inovação, e por utilizar algo que mais ninguém utilizou, torna-se por vezes uma inimiga, pois busca-se a novidade, mas não se aposta no conhecimento da mesma. Quantos de vós não esteve já em reuniões de apresentação de equipamentos/ferramentas absolutamente inovadoras em que os vossos interlocutores não vos sabem dar certezas sobre determinadas potencialidades? Outra variável é a sensibilização dos nossos clientes para as ditas novas tecnologias. Utilizando novamente o exemplo da projecção vídeo, muitas vezes acontece o próprio cliente pedir uma determinada projecção vídeo que ouviu falar que era muito inovadora, que permite ter fundos dinâmicos e imensas janelas abertas ao mesmo tempo, e mesmo depois de ser elucidado relativamente às potencialidades da mesma, entrega-nos, uma hora antes do evento, um powerpoint no formato tradicional do 4x3 e ainda cheio das tais letrinhas e gráficos irritantes.

A tecnologia é uma ferramenta preciosa, mas que precisa de muita dedicação, pois exige conhecimento, e só se torna realmente uma aliada se existir um domínio sobre a mesma que permita a sua utilização máxima. Caso contrário estamos a pagar um restaurante de luxo, e a comer apenas o couvert… Mas só pãozinho e manteiga…


11

www.festaseeventos.net


12

ESPAÇO APECATE . Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos

António Silva e Sousa

Cláudia Caetano

TECNOLOGIA PARA

NOVAS

EVENTOS, MÁGICA

TECNOLOGIAS

E LIBERTADORA,

FIZERAM O SECTOR

E GESTÃO DA

DA ANIMAÇÃO

COMUNICAÇÃO E

TURÍSTICA CRESCER

Director-Geral da Publihappening e da ExpoEventos.

Directora de Marketing e Comunicação da Equinócio Lda (empresa de animação turística associada da APECATE )

DOS AFECTOS A tecnologia liberta, também nos eventos. Há duas componentes indispensáveis num evento: pessoas e um espaço, seja ele qual for –, até pode ser um espaço aéreo e móvel, como é o caso de um evento em que os convidados se deslocam em balões. O catering é uma das componentes mais importantes dos eventos, mas não é indispensável. A animação também não é indispensável, a decoração idem e por aí fora… E a tecnologia? Ela não é indispensável nos eventos e, no limite, nem sequer para os organizar mas, quando necessária, é uma “ferramenta mágica e libertadora”. Nos eventos a luz, quando utilizada e bem gerida, não só dá vida, como cria um clima apropriado à “quadrimensionalidade” dos mesmos. Dos tradicionais projectores e focos de luz, suspensos de grades ou tripés, complementados por sistemas de sonorização dignos, mas limitados, à actualidade, o organizador de eventos tem agora ao dispor uma variedade imensa de soluções e fornecedores na área dos audiovisuais e das novas tecnologias que permitem, antes de pensar em orçamento, pensar em conceitos, ideias, eficiência energética, talento criativo, entre outros. Por exemplo, hoje “pintam-se paredes” com luz, coreografam-se efeitos e

www.festaseeventos.net

formas com robótica, projectam-se imagens aleatórias no chão que se pisa ou em formas volumétricas, varrem-se os céus com canhões de luz, telecomandam-se zeppelins sobre as nossas cabeças, miniaturizam-se imagens que cabem na palma da mão, “holografam‑se” logótipos, creditam‑se participantes com sistemas biométricos, comunica-se em tempo real através de sistemas hoje pioneiros, amanhã obsoletos, produzem-se em poucas horas e projectam-se de seguida apresentações que, há bem poucos anos, poderiam ser consideradas dignas de serem produzidas pelos estúdios tecnologicamente mais avançados de Hollywood, editam-se newsletters ou reportagens online em tempo real e, finalmente, pesquisa-se na net e uma nova tecnologia surge, para ser utilizada hoje ainda. Resultado: a tecnologia ao dispor do organizador de eventos, liberta-nos tempo, por um lado, e cria o clima adequado, por outro, para que todos – promotores, organizadores e participantes – possam usufruir daquilo que mais diferencia a “arte” dos eventos: a gestão da comunicação e dos afectos, entre aqueles que são mesmo indispensáveis nos mesmos – as pessoas, no espaço físico seleccionado.

No final do milénio passado, estava num seminário de Marketing a ouvir uma palestra (um pouco lunática, pensei na altura) que falava da Internet como a grande revolução tecnológica, com forte impacto no tecido empresarial a curto prazo. Nem três anos depois, no último ano do milénio, já estava a acontecer. As empresas de Animação Turística ganharam muito com esta revolução tecnológica, mais do que as indústrias e serviços tradicionais. Muitos dos nossos potenciais clientes estão na Internet desde o seu inicio… Talvez por sermos um sector arrojado e procurado por um público de espírito jovem e de mente mais aberta. O sector da Animação Turística era caracterizado (e ainda o é) por microempresas. Em 2001 existiam 19 empresas com alvará emitido. A internet ofereceu-lhes a possibilidade de uma evolução mais rápida com a redução dos custos de comunicação e vendas. Através de um website a empresa de animação turística consegue estar 24 horas por dia, 365 dias por ano, disponível para comunicar e vender ao seu cliente. Promove desta forma os seus produtos e serviços através de um acesso simples, rápido e com custos muito baixos (físicos e humanos). Os emails permitem hoje uma


13

Salvador Sequeira Administrador da Audiomeios

CONHECER PARA COMPRAR BEM

comunicação quase imediata, o envio de documentação na hora, um contacto permanente e personalizado escrito com os vários públicos. E apresenta ainda a vantagem de comunicarmos de forma mais ecológica, dispensando viagens, suportes físicos e toneladas de papel. Com um portátil, consegue-se trabalhar em qualquer parte e com um telemóvel estar disponível a qualquer momento. E com um i-Phone consigo publicar na hora, com imagem e texto, um convite, um destaque, uma actividade, numa comunidade online como o Facebook ou o Twitter que unem voluntariamente os meus potenciais clientes e permitem uma interactividade imediata com os mesmos. Através de um anúncio publicado no Google, por exemplo, consigo segmentar o público-alvo do mesmo, definir o investimento diário, medir de forma exacta o impacto e retorno da minha publicidade. Em suma, as novas tecnologias fomentaram um crescimento acelerado do sector, com inúmeras empresas emergentes (em finais de 2008 eram já 496 empresas com alvará emitido) permitindo que de forma mais rápida, económica, eficaz e até ecológica novas empresas se implementassem no mercado português.

Em relação às novas tecnologias aplicadas ao sector dos eventos as evoluções têm sido profundas e a vários níveis. Na área do audiovisual a tecnologia não pára de evoluir, todas as marcas pretendem ser os líderes da inovação e essa competetividade faz sair para o mercado produtos e soluções que se vão ultrapassando a si mesmos em termos de funcionalidade, design, consumos e operacionalidade. Quem não acompanhar esta evolução contínua ficará desactualizado a curto prazo tal a rapidez da mesma. Este acompanhamento da evolução tecnológica deve manter atentos, não só os que oferecem as soluções audiovisuais, mas também quem as procura. Só quem conhecer um pouco do que existe no mercado poderá “comprar bem” nesse mesmo mercado. Julgo que neste compromisso entre o aproveitamento de novas tecnologias e a utilização das mesmas no timing certo se encontra o equilíbrio entre uma solução audiovisual adequada a um evento e o orçamento do mesmo. Sem querer entrar em explicações demasiado técnicas, sentimos que as áreas que mais evoluíram nos últimos tempos são, sem dúvida, as áreas da iluminação e da imagem, sendo que as tecnologias wireless e a utilização de audiovisual como decoração e cenários são já certezas deste sector. Em termos de imagem sem dúvida que o sinal digital de alta definição veio melhorar bastante o panorama existente, onde as projecções em 4x3

de powerpoint e vídeos dominavam as apresentações em Portugal. Neste momento as apresentações multimédia são feitas com uma qualidade muito satisfatória e em projecções de formato panorâmico, muito mais apelativas visualmente para quem assiste. Os conteúdos surgem em janelas dinâmicas que podem estar a ser apresentadas em simultâneo sobre fundos muitas vezes também eles dinâmicos. Em termos de iluminação a grande revolução é o aparecimento da tecnologia em LED, pois além de ter reduzido em muito os consumos eléctricos por evento (acompanhando a preocupação global sobre consumos eléctricos e as emissões de CO2 para a atmosfera) são também produtos de alta durabilidade, o que os torna bastante apelativos e muito fortes na relação qualidade/preço. O live streaming dos eventos para a Internet de forma a poderem ser acompanhados em qualquer parte do globo, é também uma tendência cada vez mais utilizada, sendo que também poderá ser uma característica marcante para os eventos nos próximos tempos.

www.festaseeventos.net


14

NOTÍCIAS

APEP ANUNCIA

OPC IBÉRICOS QUEREM CRIAR

PROGRAMA PARA 2010

PLATAFORMA CONJUNTA

A APEP – Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo preparou para 2010 um programa de eventos destinado aos associados e ao público em geral. Entre essas iniciativas contam‑se as V Jornadas Internacionais de Protocolo, o 2º Fórum LusoEspanhol de Protocolo e um Encontro Internacional sobre Protocolo e Organização de Eventos. Este encontro terá lugar em Coimbra, no próximo dia 23 de Março, e vai reunir especialistas nacionais e estrangeiros em cerimonial, protocolo e organização de eventos. Conta com o patrocínio da Câmara Municipal de Coimbra. Para já estão confirmadas as presenças dos seguintes oradores: Embaixador Manuel Côrte-Real, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Inês Blu Rodrigues, International School of Protocol de Bruxelas, Javier Carnicer, Cortes de Aragão, Thomas Sladko, Ministério dos Assuntos Exteriores da Áustria, Pedro Rodrigues, Desafio Global ativism e João Sacchetti, APECATE. O segundo Fórum Luso-Espanhol de Protocolo vai realizar-se na Faculdade de Ciências Sociais e Comunicação da Universidade de Vigo, em Pontevedra, entre 19 e 20 do próximo mês de Maio. Integrado no X Curso de Comunicação e Protocolo daquela faculdade, o Fórum é uma organização conjunta da APEP e da Associaciòn de Tecnicos de Protocolo y Relaciones Publicas de Galicia, com o alto patrocínio da Universidade de Vigo. As V Jornadas de Protocolo Internacional vão decorrer em Lisboa,em Novembro, e tal como no ano passado, a organização é em conjunto com o ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração.

É necessário criar uma plataforma ibérica para a organização de congressos. Foi este o principal ponto de acordo entre os participantes da XII Reunião Ibérica de Empresas OPC (Organizadores Profissionais de Congressos), que decorreu no passado mês de Dezembro, no Estoril. Helena Weinstein, presidente da secção de Congressos da APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, e Chon Durán, presidente da Federação Espanhola de OPC, partilham a visão de que é necessário existir uma colaboração mais próxima entre as empresas associadas às duas instituições com o objectivo de gerar negócio. Helena Weinstein avança que “seria importante fazer uma campanha de marketing a dar a conhecer aos clientes o que é possível fazer, mas para isso é necessário termos uma plataforma.” A responsável da APECATE afirma que “é necessário fazer com os congressos o que estão a fazer com o futebol, se não vamos perdê-los para outros países”, fazendo um paralelismo com

www.festaseeventos.net

a candidatura ibérica ao Mundial de Futebol de 2018 ou 2022. A responsável espanhola comunga da mesma opinião e salienta que, “entre Portugal e Espanha existe apenas a divisão territorial. Podemos juntarmo‑nos e unir forças”. “Uma campanha publicitária pode ser feita no Porto e vendida em Madrid, mas para fazer congressos é preciso sempre apoio mútuo e o trabalho vai ter sempre mais qualidade se nos apoiarmos num OPC local”, destaca Chon Durán, acrescentando ainda, “a técnica já temos, mas muitas vezes o nosso trabalho reside nos detalhes, por isso é necessário apoio local”. Reunido o consenso quanto à necessidade de uma união luso-espanhola, os participantes da XII Reunião Ibérica de Empresas OPC mostraram-se também de acordo no que se refere às potencialidades da Internet como uma das principais ferramentas a ter em conta para a divulgação das entidades junto dos clientes. Jorge Alexandre

CHECK-IN ONLINE: INVENÇÃO DA DÉCADA Os turistas de negócios votaram o check-in online como a invenção da década, logo seguida pelo Wi-Fi, camas planas, notebooks e o Eurostar. Este é o resultado de um inquérito realizado junto dos turistas na última Business Travel & Meetings Show, que decorreu em Londres, a 9 e 10 de Fevereiro. Além disso, os inquiridos foram convidados a elencar as futuras inovações que consideram importantes para

melhorar as viagens de negócios. No topo da lista está: rapidez, rapidez, rapidez. Rapidez no controlo de segurança, no check in e nos processos de imigração. Isto seguido da invenção de um silenciador de crianças, aviões supersónicos, viagens carbono zero e Wi-Fi nos aviões. Mais de 80% dos participantes no inquérito não querem o uso do telemóvel a bordo.


15

CONGRESSO DA APTP RUMA AO ALENTEJO O Alentejo é o destino escolhido para o 3º Congresso da APTP - Associação dos Profissionais de Turismo de Portugal. Évora e Estremoz vão receber os trabalhos desta iniciativa que vai decorrer de 15 a 17 de Outubro. A escolha do destino deveu-se a duas razões fundamentais, por um lado a vontade manifesta da Entidade Regional de Turismo do Alentejo em receber o evento, “algo que nos encheu de orgulho e que mostra a importância do Congresso da APTP”, refere Agostinho Peixoto, presidente da associação. Por outro lado, e segundo o responsável, “é o reconhecimento de um território que se esforça muito por melhorar a oferta turística”. Esta opinião é partilhada

pelo director do congresso, João Carvalho, que sublinhou que o Alentejo foi a primeira escolha para a organização do evento, “acreditamos que o turismo é o ouro negro do Alentejo”. Ceia da Silva, presidente do Turismo do Alentejo, durante a apresentação do evento na BTL, estava naturalmente satisfeito com a escolha do destino e comprometeu-se a apoiar totalmente a iniciativa. O responsável revelou ainda que a instituição está a preparar para 2010 uma série de iniciativas dirigidas aos profissionais do turismo. Esta 3ª edição está subordinada ao tema “Criar valor, Promover a mudança” e, mais uma vez, o enfoque estará todo no capital humano. “Temos

a preocupação de dotar as empresas de profissionais altamente qualificados, formados e com visão, criando valor nos destinos turísticos”, referiu Agostinho Peixoto, que dá conta da vontade de dar visibilidade a todos os perfis de profissionais de turismo. A meta para esta edição é ter entre 250 e 300 congressistas, “temos vindo sempre a subir, nos Açores foram 190 e no Douro 220, temos motivos para optimismo”, conclui Agostinho Peixoto. A Festas&Eventos é media partner deste evento.

Cláudia Coutinho de Sousa

AFTERWORK BUSINESS LOUNGE TAMBÉM NO ALGARVE

PROLIGHT+SOUND A Prolight+Sound é uma feira profissional – uma das maiores do mundo -, dedicada aos segmentos de tecnologia, iluminação e palcos para eventos e para o entretenimento. Nos 23 mil metros quadrados do Hall 11 da Feira de Frankfurt, os visitantes podem encontrar produtos e serviços nas seguintes categorias: teatro, estúdio, espectáculos e iluminação de palco e suportes técnicos. Paralelamente à feira decorre o Congresso Media Systems, no Portalhaus, um espaço novo, com várias salas e capacidade para receber congressos até 800 pessoas. A Prolight+Sound e a Media Systems realizam-se de 24 a 27 de Março.

É o próximo passo do projecto Afterwork Business Lounge: rumar ao Algarve. O evento vai realizar-se na região ainda no primeiro semestre do ano. E há já uma parceria confirmada. O evento vai realizar-se no Hilton Vilamoura As Cascatas Golf Resort & Spa. “Não há nenhum evento no Algarve que junte decisores para conversarem, partilharem experiências, alavancarem novos negócios, e vimos aqui uma oportunidade”, refere Nuno Nobre, director da Wecansell Branding & Event Marketing, empresa organizadora. A estratégia de expansão do Afterwork Business Lounge passa também pela Madeira. Em Lisboa o evento realiza-se agora num novo espaço: o Executive Club Sky Lounge do Corinthia Hotel Lisbon. Na base da decisão de mudança de cenário esteve a procura de maior selectividade, “no Corinthia encontramos um espaço exclusivo, que nos permite seleccionar ainda melhor os participantes no

evento, e que são decisores middle & top management”, destaca o responsável. Estão previstas mais quatro iniciativas na capital, a primeira já em Maio. No Porto, o evento realiza-se no Porto Palácio Hotel, e as datas já estão fixadas, 29 de Abril e 28 de Outubro. Este evento é profissional, informal e exclusivo, sendo que o objectivo é, segundo Nuno Nobre, “gerar um ambiente em que os decisores, de qualquer sector de actividade, partilhem experiências, descubram parcerias e gerem negócio”. Apesar de gratuito, todos os participantes são seleccionados. Além disso, como explica o responsável, em cada evento procura criar-se um ambiente confortável para os presentes, “não há aproximações directas ou agressivas, não há panfletos ou papeladas”.

Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


16

NOTÍCIAS

EXPOEVENTOS 2010 VAI SER ROAD-SHOW A ExpoEventos 2010 vai assumir o formato de road-show, decorrendo em duas cidades: Porto e Vilamoura. Os locais e as datas estão escolhidos, Tivoli Marina Vilamoura, 22 e 23 de Abril, e Sheraton Porto Hotel & Spa, 31 de Maio e 1 de Junho. Ambas as etapas do road-show ExpoEventos 2010 contarão com um programa preenchido, incluindo a VI edição do Gest – Seminário de Gestão e Organização de Eventos, bem como animação permanente. Na base desta mudança estratégica em termos de formato está, segundo António Silva e Sousa, da Publihappening, empresa responsável pelo evento, desde logo a questão da crise económica. “O clima económico levou-nos primeiro a adiar o anúncio da edição de 2010 e depois a considerar que não existiam condições que assegurassem o sucesso de uma edição nacional, com as características habituais”, comenta o responsável, que aproveita para lembrar que o sector dos eventos, e sobretudo dos eventos empresariais sofreu muito com a quebra dos orçamentos de comunicação e com o cancelamento de eventos e congressos. “Apesar de ser uma das actividades económicas que mais empregos criam no nosso país, a oferta no sector dos eventos é constituída por uma multiplicidade de empresas de reduzida dimensão, completamente descapitalizadas com a crise, às quais se juntam algumas de maior dimensão, como os espaços e sobretudo o sector hoteleiro, também estas a desinvestirem e em quebra vertiginosa de receitas da meeting industry, desde finais de 2008”, conclui António Silva e Sousa. Por outro lado, esta

www.festaseeventos.net

deslocalização do evento e a divisão em dois corresponde a uma pretensão de levar o evento a outras zonas do país, “o Norte, e o Porto em particular, e o Algarve despertaram mais tarde do que a grande Lisboa para a importância extrema de apostar no turismo de negócios e eventos, mas presentemente estão a implementar estratégias nessas áreas, para as quais as etapas do road-show poderão constituir um bom contributo”, refere o director da Publihappening. E o que podemos esperar em termos de novidades para o evento? “O formato adoptado, a localização fora de Lisboa, a realização em hotéis de grande referência – Tivoli Marina Vilamoura e Sheraton Porto Hotel & Spa, são por si medidas muito inovadoras, porque diferentes do que tem acontecido. A realização de certames da ExpoEventos em hotéis era já uma vontade antiga, porque, afinal, uma grande fatia dos eventos e dos acontecimentos sociais de todo o tipo de eventos tem lugar em salas e centros de congressos acoplados a hotéis, ao que se acrescenta a componente da estadia dos participantes e a restauração, cada vez mais especializada”, responde António Silva e Sousa. Este formato em road-show, diz a organização, vai permitir praticar valores de participação mais económicos. As datas foram escolhidas de modo a não coincidirem com feiras e certames congéneres noutros países, permitindo a presença de mais expositores. Além disso, a Publihappening pretende fazer deste um evento “verde”, com pegada ambiental nula, apoiando‑se em parceiros locais, segundo um método já aplicado em outros eventos da empresa.

GEST REGRESSA O seminário anual sobre eventos vai realizar-se em ambas as cidades e conta com a colaboração da APECATE (Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos) e da revista Festas&Eventos. “Os seminários que vamos promover serão certamente momentos de grande informação, reflexão, debate, conhecimento das novas tendências e do já tradicional networking associativo”, conclui o responsável. Cláudia Coutinho de Sousa


17

3ª GALA DOS EVENTOS Em paralelo com a ExpoEventos Norte-Show, vai decorrer no Sheraton Porto Hotel & Spa a 3ª edição da gala dos Eventos. A mudança para o Porto “é uma forma de contemplar uma realidade que tem sido o carácter efectivamente nacional da Gala, com a participação de muitas candidaturas de entidades de todos os pontos do país”, comenta António Silva e Sousa, director-geral da Expoeventos. A realização a Norte não é a única novidade: categorias diferentes, prémios pensados para organizadores e fornecedores, uma categoria que contempla as preocupações com a sustentabilidade... Eis as principais mudanças. Em causa continuam critérios como criatividade, produção, conceito e impacto, sempre em busca daqueles que mais se destacaram nos eventos organizados por empresas portuguesas, entre 1 de Novembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2009. A Gala dos Eventos é uma iniciativa conjunta da ExpoEventos, Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE) e revista Festas&Eventos. Todas as informações em www.galadoseventos.com.

Confira as categorias: MELHOR EVENTO

. Evento Empresarial . Evento Desportivo . Evento Cultural . Feira de Negócios . Evento de Marca . Evento de Motivação e Incentivo . Congresso . Evento Público (exclusivamente destinado a instituições públicas e empresas ligadas ao Estado/Autarquias)

MELHOR PRODUÇÃO

. Catering . Audiovisual e Multimédia . Performance Artística . Comunicação/Design . Decoração . Estruturas e Logística

MELHOR ESPAÇO PARA EVENTOS

SUSTENTABILIDADE EM EVENTOS

. Prémio destinado a Produtos, Serviços, Eventos e Espaços que se distinguiram pela sua vertente de responsabilidade social e protecção do ambiente.

OUTROS PRÉMIOS

. Melhor Empresa Organizadora de Eventos (a eleger pelo Júri de entre todas as candidatas); . Empresa Revelação do Ano (proposta pela APECATE ao Júri); . Prémio Mérito Carreira (proposto pela Festas&Eventos ao Júri, premiando uma personalidade que contribuiu ao longo da carreira para o desenvolvimento do sector dos eventos em Portugal); . Grande Prémio Gala dos Eventos (proposto pela ExpoEventos ao Júri, e entregue à iniciativa - evento ou serviço - que mais se destacou no último ano).

. Hotel . Centro de Congressos . Multiusos . Outros

www.festaseeventos.net


18

GRANDE ENTREVISTA

Ant贸nio C芒mara Fundador da YDreams

www.festaseeventos.net


19

I DREAM Quis ser tenista profissional, viveu e estudou nos Estados Unidos, é professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, reflecte sobre o papel das universidades, dos empreendedores, das cidades que se querem criativas e, ironicamente, passa bem sem um telemóvel. Conversa com António Câmara, fundador da YDreams, empresa tecnológica portuguesa que desenvolve soluções globais de realidade aumentada, audience entertainment e computação química, com pistas para entendermos o que significam e de que modo podem ser aplicadas aos eventos. O que é a realidade aumentada? “Enquanto que na realidade virtual temos que recriar o mundo, através de imagens sintéticas, na realidade aumentada utilizamos o mundo como base e sobrepomos-lhe informação, ajustada a esse mundo”, explica António Câmara. Difícil? Peguemos no exemplo de um jogo de corridas de automóveis. Em realidade virtual é necessário construir tudo: o modelo 3D da pista, o modelo dos carros, os modelos de simulação. Um trabalho imenso para desenvolver um jogo que permite conduzir um carro, em competição com outros. A carga de computação gráfica é imensa e o grau de realismo é menor do que se se recorrer à realidade aumentada. Neste caso, usam-se as imagens da transmissão televisiva, por exemplo, e faz-se correr um carro virtual contra os carros reais, em tempo real, usando as imagens reais. Para além do maior realismo, o trabalho de desenvolvimento é muito menor, porque se está a usar uma realidade em vez de uma realidade construída. Interessante...

Festas&Eventos: Quais as áreas em que a YDreams está neste momento focada? António Câmara: Em relação aos eventos há duas áreas que são relevantes, a primeira é a da realidade aumentada, área em que fomos pioneiros. Temos uma plataforma de realidade aumentada que essencialmente revoluciona a forma de interagir com os computadores. A nossa filosofia foi sempre a de que podemos entrar no computador e mexer nos objectos que lá estão. Ao longo dos anos, criámos vários projectos, muitos deles relacionados com eventos para grandes marcas mundiais, desde a Coca-Cola à Microsoft, utilizando esse tipo de tecnologia.

www.festaseeventos.net


20

GRANDE ENTREVISTA . António Câmara F&E: Outra das áreas é a do audience entertainment. AC: Sim. A tecnologia da realidade aumentada é transversal e horizontal, pode ser aplicada em vários mercados, entre eles o dos eventos. Entretanto, decidimos focar-nos numa categoria específica que é o audience entertainment para cinemas e estádios. A ideia foi testada em primeiro lugar em São Paulo. F&E: E em que consiste? AC: Antes do filme ou do jogo começar, existe uma animação da assistência. Uma animação sponsorizada, através de jogos que se jogam num ecrã. Estivemos há pouco tempo em Lyon, num evento público subsidiado pela Orange, com 20 mil pessoas. Isto significa que se tratou do evento interactivo com maior número de participantes da história. Esperamos bater esse número em breve porque estamos a discutir acordos para os estádios de futebol e de futebol americano. Esta componente de audience entertainment tem um enorme potencial nestes locais. O audience entertainment utiliza também parte da tecnologia da realidade aumentada. As pessoas vêem-se no ecrã, brincam com ele, através do processamento de imagem, transformando-se cada uma delas naquilo a que o fundador da Brand Experience Lab chamou “um joystick humano”. F&E: Que estratégia adoptaram para colocar estes produtos? AC: O que estamos a fazer em relação a estas duas áreas é internacionalizar o mais possível. Toda a parte tecnológica da realidade aumentada está a ser sedeada nos Estados Unidos, porque é lá que vai ser feito o marketing e vendas. Aqui em Portugal o que fazemos é o desenvolvimento e outra coisa muito importante que são os projectos experimentais, que permitem testar a tecnologia. Temos

www.festaseeventos.net

olhado sempre para Portugal como um laboratório e tido sempre a sorte de encontrar as pessoas, entidades, quer públicas, quer privadas, que financiam o desenvolvimento destes projectos. Isso constitui depois a base para nos expandirmos um pouco pelo mundo inteiro. F&E: Como é que chegaram a estas áreas de investigação? AC: Tudo se baseia na realidade aumentada, e esta deriva da realidade virtual. Assim, começámos em 1993 na Universidade [Nova] com o laboratório da realidade virtual. Na altura era um dos poucos laboratórios do género no mundo, e desenvolvemos vários algoritmos fundamentais para sobrevoar terrenos de larga dimensão. Algo que fizemos para a Expo 98, onde era possível voar sobre o país inteiro, e está presente hoje por exemplo no Google Earth e no Microsoft Virtual Earth. F&E: Na altura em que estavam a trabalhar sobre a realidade virtual aperceberam-se do que vinha a seguir? AC: Em 98/99, várias das pessoas que estão na YDreams estiveram no MIT (Massachusetts Institute of Technology) Media Lab a acompanhar desenvolvimentos de realidade aumentada distintos. Nessa altura contactámos com pessoas que estavam a trabalhar em realidade aumentada sobre vídeo e televisão. Havia uma aplicação chamada hyper suplement: eu estava a ver a televisão, olhava para os brincos da actriz, queria comprálos, apontava e comprava os brincos. Portanto já havia essa percepção no final dos anos 90 de que um dia seria possível entrar no ecrã de televisão e fazer acções como essas de compra. Nos últimos dez anos o que aconteceu foi que houve um desenvolvimento crescente da realidade aumentada. Há cerca de 600 patentes de realidade aumentada no mundo, 300 foram concedidas nos dois últimos anos.

F&E: O que justifica esse crescimento exponencial? AC: Por duas razões. A primeira é porque todos os telemóveis têm câmaras. De repente passaram a existir biliões de câmaras neste mundo, e com uma câmara e um telemóvel eu posso, em princípio, ter realidade aumentada, porque com a câmara posso sobrepor informação sobre aquilo que vejo a cada momento - e há inúmeras empresas neste momento a olharem para a parte móvel. A outra componente da realidade aumentada tem que ver com a televisão porque esta vai ser cada vez mais baseada na Internet, e isso vai permitir a interacção. O modelo linear típico dos canais vai desaparecer. Há muitas pessoas hoje em dia que começam a abandonar a televisão e pura e simplesmente colocam Internet no seu televisor da sala. Nós estamos posicionados aí, estamos a fazer as aplicações para a televisão, e não só. Imaginemos uma sala de aula. Um professor vai poder ter uma apresentação em que pode mexer, interagir, e pode colocar os alunos a fazer o mesmo. Como eles já fazem em casa com a Wii ou com a PlayStation. E agora vai ser de uma forma colectiva e portanto a sala de aula vai ser um espaço em que a experiência pode ser incrivelmente rica. F&E: Também na área dos eventos as pessoas já não querem ser meros espectadores, querem intervir. AC: É a geração dos videojogos e esta geração tem duas características. Uma é o grau de exigência imenso em relação às aplicações em computador. Os padrões deles são os videojogos e estes são as aplicações informáticas que têm maior qualidade. E por outro lado são pessoas que se habituaram a interagir desde o princípio. Estão à espera que a imagem responda de alguma forma, não estão simplesmente a olhar para uma imagem estática.


21

que estamos a distribuir também pelo mundo inteiro, apesar de ainda numa fase experimental. No princípio, as grandes marcas queriam ter um tapete interactivo excepcional, mas a partir de certa altura já existiam tantas empresas a fazer isso no mundo que o que fazia sentido para uma empresa como a nossa era criar uma ferramenta, a que chamámos “Architek”, para que toneladas de outras pessoas o pudessem fazer. E nós entretanto passamos para outro patamar. F&E: Que condições foi necessário reunir para que uma empresa como a YDreams surgisse em Portugal?

F&E: Será expectável que, numa primeira fase, estas tecnologias como a realidade aumentada fiquem disponíveis só para eventos de grandes marcas? AC: O que se passa na tecnologia é o seguinte - e há várias análises que mostram isso-, quando uma tecnologia surge é sempre vendida através de projectos à medida e esses são para grandes eventos, subsidiados por grandes marcas. A partir de uma certa altura, quando o mercado começa a amadurecer, começam a surgir as ferramentas que permitem a qualquer pessoa, a um preço muito baixo, desenvolver software para um mercado muito mais abrangente do que o desses tais eventos produzidos pelas grandes marcas. É o que se chama “product off the shelve” [retirar o produto da prateleira]. E é o que está a acontecer na realidade aumentada. A YDreams quer ter um desses produtos e concorrer nesse mercado. Para a área dos eventos, por exemplo, temos já uma ferramenta desse tipo, o”Architek”,

AC: Antes de criarmos a empresa, tínhamos um grupo que trabalhou junto pelo menos dez anos, na Universidade. Nos anos 90 éramos o grupo mais original na área em que trabalhávamos, que era a da informação geográfica. O que estávamos a fazer nos anos 90 é hoje o estado da arte, dez anos depois. O que as pessoas hoje em dia fazem com o Google Earth nós fazíamos há dez anos na Universidade. E é curioso que quando a YDreams surgiu não se desenvolveu nessa área. Embora continuemos a trabalhar em informação geográfica, vimos que as tecnologias que tínhamos desenvolvido faziam mais sentido em outras áreas, como a publicidade, a cultura, que pagavam o desenvolvimento. Nestas áreas existe uma enorme abertura para a novidade. F&E: Mas tradicionalmente, em Portugal, as universidades e as empresas não estão muito ligadas... AC: Vivi muitos anos nos Estados Unidos e vi muitos dos meus colegas criarem empresas e transformarem‑se em enormes sucessos. Percebi que se continuasse na vida de professor universitário ficaria sempre limitado. Hoje em dia há abertura e há protocolos, mas é uma situação

completamente diferente da que se vive, por exemplo, nos Estados Unidos, em que a relação é muito mais íntima. Sobretudo percebi que a única forma de ultrapassar este abismo é a universidade transformar-se em indústria. Foi isso que aconteceu nos EUA. As novas grandes empresas foram todas criadas a partir da universidade. Não é a relação do MIT com a General Electric que mudou o mundo, é no MIT ter nascido o tipo que criou a Hewlett Packard, ou em Stanford terem nascido os tipos que criaram o Google. Essas é que são as grandes transformações. E é o que está a acontecer aqui, com 60 anos de atraso. F&E: Mas partilha dessa ideia de que as coisas por cá mudaram nos últimos anos, em termos de capacidade para investigar? AC: Portugal investiu nos últimos 20 anos em dezenas das melhores bolsas de mestrado e doutoramento. Isso significa que hoje em dia temos dezenas de milhares de pessoas mais bem preparadas do que alguma vez tivemos. E algumas dessas pessoas resolveram, felizmente, começar a criar empresas. As condições para investigar em Portugal melhoraram muito, estamos na União Europeia, temos acesso a dinheiros internacionais. Vivemos num mundo global e numa Europa que tem financiamentos para a investigação. Nunca tive problema nenhum em ir buscar dinheiro para investigação. Tive dificuldade em que fosse pago a tempo [risos], a mesma coisa que se passa com o sector público em geral. F&E: Esta actual crise económica, de que modo afectou os processos de investigação e desenvolvimento? AC: Acho que a crise económica afectou tudo: o Estado, o sector privado, e em última análise a investigação,também. Há sinais de recuperação, mas 2010 vai ser um ano muito duro.

www.festaseeventos.net


22

GRANDE ENTREVISTA . António Câmara F&E: Neste momento, é difícil encontrar colaboradores com qualificações, e para as áreas que pretendem? AC: Não, há imensas pessoas felizmente interessadas em trabalhar na empresa e disponíveis. F&E: Já é possível antecipar o que está para além destas realidades todas de que temos estado a falar? AC: Neste momento estamos focados em ter a melhor plataforma do mundo em realidade aumentada. E estamos concentrados também numa área para nós estratégica que é a das superfícies interactivas: o papel, o plástico. O caminho das superfícies interactivas está muito ligado à nanotecnologia, e esses desenvolvimentos vão-nos permitir fazer algo de verdadeiramente impensável. Vamos ter animações em papel, sem computador, e isso vai ser possível através de computação química. F&E: Há uma questão que se discute muito no universo dos eventos, a sustentabilidade. Como é que as novas tecnologias podem limitar os impactos negativos por exemplo das deslocações de grupos? AC: Com as novas televisões vai haver um desenvolvimento finalmente gigantesco em termos de videoconferências. As próximas televisões vão ter, todas elas, o hardware e o software que vão permitir videoconferências fantásticas em todo o mundo. Depois a outra questão em que as tecnologias podem ter um papel, porque os custos são muito menores, tem a ver com a componente dos processos de desenvolvimento e de implementação. Isso a nível de software já é evidente. Se tivermos a infra-estrutura física, através de software, podemos gerir conteúdos em qualquer parte do globo. Aí acho que há um papel imenso a desempenhar pelas superfícies interactivas. Nesta área, em última análise,

www.festaseeventos.net

daqui a três ou quatro anos não vamos precisar sequer de projectores, bastará imprimir numa superfície aquilo que vai ser a animação ao longo da noite. F&E: Isso permite criar todo um cenário em mudança constante... AC: Completamente... Muito mais barato e com custos energéticos muito menores. Estamos a imaginar por exemplo em vez dos tapetes interactivos em que são precisos 30 projectores num tapete do aeroporto, não ter nenhum projector. Ter computação química em 30 metros. Algo que é substituível, uma película que tiramos e retiramos, como se se tratasse de um tapete de vídeo. E isso é uma redução de custos imensa.

F&E: Alguma vez sentiram dificuldades, por serem uma empresa portuguesa? AC: Quando chegamos aos EUA, ninguém sabe onde fica Portugal. Não somos prejudicados, o problema é que não somos beneficiados, como são empresas que vêm da Suécia, Finlândia, Japão ou Coreia, países com uma imagem forte em termos tecnológicos. Nós não temos imagem nenhuma. Há um dado muito interessante, num inquérito, em que se perguntou aos CEO das empresas internacionais qual era a principal indústria de Portugal, 70% deles referiram-se à pesca. A grande influência da imagem de Portugal no exterior vem dos [escassos] filmes de Hollywood. Para os mais velhos através de um filme em que o Spencer Tracy era um pescador português, o Capitão Coragem, e para os mais novos o Mystic Pizza [comédia romântica que retrata a história de três jovens portuguesas, empregadas numa pizzaria], em que entra a Julia Roberts... Nós é que temos que construir a nossa imagem!


23

F&E: É um entusiasta do conceito de cidade criativa... AC: Tirei o mestrado em planeamento urbano e tenho acompanhado sempre as políticas de desenvolvimento das cidades. O nosso primeiro escritório nos EUA foi em Austin, Texas. Quando lá cheguei convidei o presidente da Câmara, que é conselheiro do presidente Obama para a política das cidades, e outros representantes da autarquia para virem a Lisboa. Ficaram maravilhados, porque em termos físicos Lisboa está a anos-luz de Austin ou de qualquer cidade americana. A localização física de Lisboa é imbatível. O que Austin tem em relação a Lisboa são 70 concertos de música ao vivo, uma indústria de cinema que garante 600 milhões, o Southwest que garante mais 400 milhões, uma universidade com 50 mil pessoas, com um campus atractivo, três mil empresas de

high-tech, 50 estúdios de videojogos, todo um ambiente criativo, desenhado para transformar a cidade num local onde as pessoas se divertem.

muito giras a acontecer, como a Lx Factory, mas tem que ser algo mais profundo. F&E: E como pode ser feito isso?

F&E: Impressionante, de facto. AC: É fantástico viver lá e as pessoas não querem mudar. Tem os melhores cafés, restaurantes, livrarias, tem todo o tipo de infra-estruturas que transformam a cidade num espaço incrivelmente pujante e vibrante. Em Lisboa, embora tenhamos melhorado imenso, não temos isso. Nem em Lisboa, nem em nenhuma cidade portuguesa. Passamos à noite pelos centros da cidades e as baixas estão completamente desertas. Há uma falta de energia e de vibração imensa. Tudo é incrivelmente quadrado e cinzento, e o conceito de divertimento não existe. Acho que há uma necessidade de criar e de transformar a cidade. Há coisas

AC: Em Austin simplesmente mudaram a política e a filosofia da cidade e o efeito foi gigantesco. Transformaram-se em algo que atrai verdadeiramente o talento. Há outro exemplo muito curioso que vem de uma experiência que tive em Bruxelas há poucos anos. Discutia-se a criação de um MIT Europeu - European Institute of Technology. O vice-presidente da Siemens para a Investigação fez uma apresentação muito gira sobre empreendedorismo nas cidades. Pegou na fotografia de um miúdo americano de 15 anos a vender limonada na rua, como há aliás milhões deles, e comparou o que teria acontecido na Alemanha se um miúdo de 15 anos PUB

www.festaseeventos.net


24

GRANDE ENTREVISTA . António Câmara

10 PERGUNTAS A ANTÓNIO CÂMARA fosse vender limonada para a rua. Em primeiro lugar tinha os vizinhos a protestarem, por ocupar o passeio sem licença, em segundo havia uma denúncia ao fisco a dizer que havia ali um miúdo a ganhar dinheiro que não estava colectado e não pagava impostos. Em terceiro havia uma queixa à ASAE por falta de condições de higiene. Para além de dizerem que violava as leis do trabalho. Ou seja, um miúdo alemão nunca aprenderá a ser empreendedor cedo. O problema na Europa nunca foi a invenção, o problema da Europa é que nunca percebeu a nova economia. Todas as grandes empresas da web são americanas, não há uma única europeia. Até o Skype foi prontamente comprado por uma empresa americana. Temos uma situação na Europa terrível que tem que ver com a falta de percepção do que é a economia de hoje. Há duas variáveis importantíssimas, o empreendedorismo – convém que seja absorvido pelos jovens o mais cedo possível –, e o ambiente de diversão. Se me dessem a escolher entre estudar na melhor universidade europeia ou na número 50 nos EUA, escolhia a americana. Simplesmente porque aquilo lá é divertido, aqui é uma vida de seca. F&E: O divertimento e os eventos também estão relacionados... AC: O divertimento é importantíssimo! No final do dia as pessoas querem é divertir-se e isso cabe às cidades. Um caso em Portugal que percebeu isso claramente foi Óbidos. E percebeu que não é preciso grandes investimentos para o fazer. Nós temos sempre essa ideia de que para resolver um problema são precisas toneladas de dinheiro.

Figura da Ciência que mais admira? Richard Feynman. Era um físico fantástico, um rebelde, teve uma influência imensa. Em termos nacionais, o António Damásio é o que tem mais impacto. E do desporto? O Eusébio. Em termos internacionais, o Roger Federer e o Rod Laver. O futuro inventa-se? Completamente. O que se vai passar daqui a dez anos está a ser inventado agora. Quando está acordado com o que costuma sonhar? Sonho sempre que estou numa praia fantástica [risos]! Pensa melhor em inglês ou em português? Depende. Em termos técnicos penso melhor em inglês. E depois tudo o resto penso em português. Consegue imaginar o seu avatar? Seria muito mais novo [risos], muito mais rápido e teria conseguido aquilo que eu não consegui que foi estar nos 30 melhores do mundo em ténis. Tem conta em alguma rede social? Tenho em várias, mas apenas para perceber como é que aquilo funciona. Não tenho tempo para as manter. No início resistiu ao uso do telemóvel, e agora? Também. Em 15 chamadas por dia, tenho 14 que eram perfeitamente evitáveis. E tenho imensas saudades do tempo em que não era interrompido. Acho que houve uma aceleração na vida por causa do telemóvel e devido aos emails. Por mim, passo muito bem sem eles e, quando chego ao fim de semana, desligo-os. Trabalho que o deixou mais orgulhoso? O trabalho que nós desenvolvemos para o Sistema Nacional de Informação Geográfica foi notável. Estávamos anos à frente de toda a gente. Evento marcante a que tenha assistido? O jogo do Benfica no 5-1 ao Real Madrid.

F&E: E temos também uma boa desculpa para não fazer as coisas, que é dizer que não temos escala, não temos dimensão. AC: Lisboa tem escala mais do que suficiente para ser uma cidade completamente diferente do que é.

F&E: E também era importante que não estivesse tudo em Lisboa, não lhe parece? AC: As melhores coisas que se estão a passar em Portugal não são em Lisboa. O que se está a passar no resto do país é muito mais encorajante. Rui Luís Romão

www.festaseeventos.net


25

www.festaseeventos.net


26

OPINIテグ

Joテ」o Pestana Dias Director-geral da Fadus

www.festaseeventos.net


27

A IMPORTÂNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS NOS EVENTOS * LISTEN TO YOUR EYES! Numa actividade como a nossa, onde o core business é “contar histórias” e “vender sonhos” a quem já viu tudo e a quem não se surpreende facilmente, as novas tecnologias assumem um papel único, no sentido de aproximar o imaginário da realidade, permitindo-nos ter uma maior liberdade criativa. As novas tecnologias são assim uma base importantíssima no conceito criativo de um evento. A tecnologia é verdadeiramente uma nova linguagem, um novo e fantástico suporte de comunicação e além disso gera curiosidade e provoca a interactividade.

Já Confúcio, esse filósofo, teórico político e crisis manager chinês dizia que: “O que oiço esqueço, o que vejo recordo, o que faço compreendo!” A tecnologia aproxima assim o produto do consumidor final e permite-nos estar com a “cabeça nas nuvens e os pés no chão”. Aproxima-nos da essência das coisas. Através do olfacto, audição, paladar, tacto e visão, os cinco sentidos

que formam aquilo a que chamamos inteligência. Conseguimos uma ponte para o mundo das percepções, onde não sabemos quando termina a realidade e começa a fantasia. Quando utilizados em conjunto, estes cinco sentidos contam o enredo de uma história, em que o espectador é também protagonista e experimenta as sensações por dentro.

www.festaseeventos.net


28

OPINIÃO . A importância das novas tecnologias nos eventos, por João Pestana Dias Por isso, qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinta da magia. Listen to Your Eyes! É a experiência que conta. É ela que “comanda a alma” do espectador, sendo que a razão leva a conclusões e a emoção à decisão. Estudos recentes revelam que, cada vez mais, os critérios racionais de gestão têm de se complementar com os emocionais. As empresas têm que basear a sua estratégia cada vez mais em valores emocionais, seja a nível interno (valor emocional da organização) ou a nível externo (valor emocional da marca). As novas tecnologias são um veículo nuclear para “transportar” esses valores emocionais. A tecnologia tem permitido a muitas empresas alcançarem uma vantagem competitiva substancial. Alguns dos protagonistas da revolução tecnológica, que interferem directamente na área dos eventos são: 1. O mundo da realidade virtual. A deslumbrante animação 3D e o uso prático que tem ao dar vida a objectos e ideias. 2. Nova geração de projectores de vídeo com uma maior e incomparável potência e definição, fundamentais em qualquer apresentação corporativa. 3. As inúmeras aplicações da tecnologia LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) geram uma interactividade única e potenciam o relacionamento produto/cliente. 4. Tecnologia LED (Light Emitting Diode), talvez a maior revolução tecnológica do último século, que já está a influenciar decisivamente o séc. XXI.

www.festaseeventos.net

Os LED surgiram em 1962, a partir de estudos sobre a electromuniscência e arseneto de gálio. Desenvolveu-se então o primeiro LED com luz visível no espectro sensível ao olho humano, embora só em 1993 um cientista japonês tenha descoberto os LED azuis, o único tom das cores primárias que faltava (vermelho, verde e azul/ RGB).

Os LED não só estão a mudar radicalmente, a nível pessoal, a nossa utilização da luz, como têm sido revolucionários na área dos eventos. Ainda há pouco anos os eventos musicais contavam com uma boa luz, nada mais. Hoje ninguém dispensa um écra de LED como suporte de comunicação ou mesmo como peça decorativa. O alto brilho que possuem, juntamente com o reduzido consumo de energia aliado a uma vida útil duradoura, confere aos LED o estatuto de nova tecnologia revolucionária. No entanto, estas tecnologias de nada servem, se não existirem conteúdos de excelência. Serão como a tinta sem o pintor, o carro sem o piloto, o piano sem o pianista. É a parte humana que lhes dá o toque mágico! Quase tudo é possível quando conjugamos a criatividade assente na ciência com a capacidade inspirada na filosofia de nos deixarmos surpreender. Existe assim a necessidade de conhecermos de uma forma aprofundada todas as capacidades que a tecnologia coloca ao nosso dispôr para que depois consigamos fazer combinações saudáveis entre conceitos criativos e tecnológicos. Sendo assim é o passado que nos permite

com imaginação desenhar o futuro, porque a história é a mesma, embora seja contada de formas diferentes. A tecnologia funciona um pouco como uma máquina do tempo. Através da imaginação e criatividade dos conteúdos, ela permite-nos dar saltos ao futuro e essa visão do amanhã pode significar uma vantagem competitiva hoje. A tecnologia é pois um sonho de olhos abertos, escrito nas páginas em branco da nossa imaginação. O ser humano pode não ser nada, mas terá sempre todos os sonhos do mundo e a tecnologia é a projecção desses sonhos. O advento das novas tecnologias associadas aos eventos de um estonteante e notável espectáculo que nos invade a alma.

As novas tecnologias são a paixão do séc. XXI!



30

DOSSIÊ TEMÁTICO

TECNOLOGIA E EVENTOS É um casamento aparentemente perfeito! Que melhor sector para pôr em prática inovações tecnológicas do que o dos eventos? Para percebermos esta relação estivemos à conversa com Nuno Ferreira, da Alfasom, e Pedro Magalhães, da Europalco, duas das principais empresas fornecedoras de audiovisuais e estruturas do país. Numa segunda parte deste dossiê propomos que conheça melhor alguns produtos e serviços, de diferentes âmbitos e áreas, que destacamos por serem inovadores, recentes no mercado, ou por representarem uma tendência. www.festaseeventos.net


31

EVENTOS CHAPA

“Podemos dizer que os clientes estão mais exigentes, negoceiam mais os preços, mas não deixaram de investir nesta área”

CRISE? QUAL CRISE?

CINCO?

A crise económica não afectou o desenvolvimento de novos produtos audiovisuais, diz Nuno Ferreira, gestor de projectos da Alfasom. Aliás, refere, “têm surgido novos equipamentos exactamente pela necessidade que o mercado sentiu de competir com a concorrência e, consequentemente, de motivar as empresas a investirem em novas tecnologias, de forma a fazer frente aos desafios propostos por uma nova geração de clientes mais esclarecida e exigente”. Pedro Magalhães, da Europalco, é da mesma opinião, dando conta de que a crise não foi sentida, tendo o mercado apresentado bastantes novidades. O responsável afirma que o investimento, por parte dos organizadores de eventos e clientes, aumentou e a procura de novas tecnologias foi uma constante ao longo do último ano. “Podemos dizer que os clientes estão mais exigentes, negoceiam mais os preços, mas não deixaram de investir nesta área”, adianta. Já Nuno Ferreira admite que os eventos empresariais sofreram cortes drásticos ao nível do aluguer de equipamentos audiovisuais, o que despoletou “um recuo em termos de investimento material, agora equacionado de acordo com as necessidades do mercado”. E se os avanços tecnológicos não sofreram marcha‑atrás, o responsável acredita que “as empresas audiovisuais têm de mostrar o seu verdadeiro valor aproximando-se das últimas tecnologias, dentro do parâmetro racional que se traduz pela máxima de que qualquer investimento deverá implicar sempre um retorno. O mesmo argumento será válido na abordagem ao cliente, aliciando-o a apostar na diferença e na qualidade: plantar hoje, para colher amanhã”.

“Na maioria dos eventos ainda utilizamos o molde tradicional: com a projecção simples, a iluminação básica para os oradores e a isenção total de um fundo cénico que dê suporte ao evento”, refere Nuno Ferreira. Isto será porquê? Falta de orçamento? Pedro Magalhães acredita que “tecnologicamente somos tão bons como os melhores da Europa, agora o que não temos em Portugal são eventos com os orçamentos que outros têm”. Nuno Ferreira considera que se está a atravessar uma fase que “nos coloca entre algum atraso e em linha face aos avanços que se fazem sentir nos restantes países europeus, principalmente ao nível dos novos conceitos cénicos que as produtoras pretendem cada vez mais arrojados”. E existem algumas produtoras, “poucas” segundo o responsável, que já apostam em eventos diferenciadores. “Finalmente começam a aparecer mais ideias, as produtoras sentem a necessidade de trazer inovação para os seus eventos”, enaltece o gestor de projectos da Alfasom, alertando no entanto para o facto de algumas dessas ideias não serem tecnicamente exequíveis. E os organizadores estão informados sobre as soluções que têm à disposição? Pedro Magalhães é peremptório: “não conhecem”. E muitas vezes o responsável da Europalco depara-se com a situação de enviarem o catálogo de produtos e de receberem a seguinte resposta: “não sabia que vocês tinham isto, ou que havia esta solução”. Pedro Magalhães é da opinião que os organizadores deviam ser mais proactivos e pesquisarem o que está disponível no mercado. Nuno Ferreira regista que os organizadores ainda estão muito dependentes do fornecedor na escolha de soluções a aplicar. As produtoras mais bem organizadas tiram melhor partido dos seus fornecedores especializados.

www.festaseeventos.net


32

DOSSIÊ TEMÁTICO . Tecnologia e eventos

O QUE MUDOU NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS? Nuno Ferreira aponta as soluções que mudaram o mercado nos últimos anos, em termos de vídeo, iluminação e som.

Vídeo: . As projecções de vídeo com janelas múltiplas, recriando um ambiente interactivo através de vários cenários diferentes; . A utilização de ecrãs tácteis para poder registar uma maior interactividade aplicada, por exemplo, nas apresentações de uma larga variedade de gráficos em tempo real; . A continuação da utilização dos ecrãs LEDwall em grandes eventos;

E O QUE ESTÁ PARA VIR? Num exercício de antecipação, Nuno Ferreira traça o que podemos esperar em termos audiovisuais para os eventos do futuro.

Vídeo: . Tecnologia de captação e projecção de conteúdos em HD e em 3D; . Gravação de vídeo e áudio em unidades de armazenamento tais como os cartões memory stick utilizados nas máquinas fotográficas digitais; . Utilização recorrente de projecções no formato 16:9 deixando de lado o formato 4:3; . Projecções de vídeo em grande formato;

. Utilização de ecrãs de LED, mais concebidos para cenário com servidores media Catalyst, a fornecer variados efeitos visuais.

Iluminação: . Moving Head de LED com a capacidade de gerar feixes de luz uniformes;

Som: . A confirmação dos sistemas Line Array como a solução para algumas tipologias de eventos; . O triunfo das mesas de áudio digitais sobre as analógicas, pois contêm recursos fundamentais para a optimização dos sistemas de som e das fontes, sem recorrer a equipamentos periféricos; . Distribuição e processamento de áudio baseado em sistemas de fibra-óptica que transporta sinais AES/EBU;

. O elemento preponderante vai passar a ser o vídeo, seja através das mega-projecções, ou dos recursos LED com grande impacto visual; . Utilização de gráficos animados em 3D, em ecrãs tácteis interactivos de grande dimensão;

Iluminação: . A iluminação está cada vez mais centrada na tecnologia LED, devido à sua longevidade e ao baixo consumo de energia; . Moving Head com projector de vídeo incluído procurando a versatilidade de projectar imagens e/ou iluminação em grandes superfícies;

Som: . Desenvolvimento de conteúdos para podermos elaborar projectos de sistemas de som surround em eventos; . Consolidação no que diz respeito à tecnologia de transmissão sem fios, digital, como é o caso dos microfones emissores de mão e lapela tão utilizados nos eventos. É urgente o desenvolvimento deste recurso devido ao facto da largura de banda que é utilizada na transmissão de sinais wireless estar sobrelotada. A grande vantagem é a imunidade a interferências RF e uma grande largura de banda sintonizável em cada sistema sem fios digital. Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


33

SINALÉTICA: DE ESTÁTICA A DINÂMICA A sinalética também está a mudar. Já lá vai o tempo em que se imprimia uma folha de papel e estava feita a sinalética para um congresso ou evento. Esse método ainda existe, claro, mas a complementá-lo há soluções digitais disponíveis. Como é o caso da DDS, Digital Dynamic Signage, uma tecnologia da Bindopor, para o sector da meeting industry. Em traços largos este sistema de sinaléctica digital permite a divulgação de conteúdos activos, desde um texto informativo, até animações gráficas, vídeo ou outros conteúdos multimédia, destinados à informação e promoção de produtos e serviços. A partir de um sistema standalone ou de vários elementos em rede é possível comunicar informação e outros contéudos, de forma individualizada ou em tempo real. Para usar a DDS o cliente só necessita de ter um computador e uma ligação à Internet. “O backoffice é muito intuitivo e é possível programar as actualizações no tempo”, explica José Costa Rodrigues,

director-geral da Bindopor, detentora do produto. Pode programar-se um terminal a milhares de quilómetros de distância, inclusive. “Percebendo que o digital tomava conta das nossas vidas, começámos a pensar na forma como a sinalética podia passar de estática a dinâmica”, conta-nos o responsável. Dois anos de desenvolvimento do produto depois surge a DDS. A grande vantagem do digital é a de que “além da componente informativa típica da sinaléctica, é hoje possível comunicar de forma mais assertiva com os clientes e promover produtos e serviços”, recorrendo a todas as possibilidades do multimédia. Se alguns dos principais clientes da empresa são hotéis, atenta ao mercado, e a pensar também nos organizadores de eventos e de congressos, a Bindopor está a preparar um pacote em que a DDS fique disponível para aluguer.

Cláudia Coutinho de Sousa

PUB

www.festaseeventos.net


34

DOSSIÊ TEMÁTICO . Tecnologia e eventos

O FIM DO “NÃO TOCAR” A apresentação de um produto não precisa de ser banal ou desinteressante. Porque não fazê-lo à moda de Hollywood, como no filme “Relatório Minoritário”, sem os actuais teclados ou ratos de computadores? Um qualquer vidro ou display poderá proporcionar uma experiência diferente. Esta é apenas uma das soluções interactivas da marca Displax, que a empresa portuguesa Edigma sugere. “A Edigma tem no seu catálogo soluções interactivas como ecrãs de grande formato, LCD, montras e chãos interactivos, que complementados com conteúdos multimédia, proporcionam aos seus utilizadores uma experiência multissensorial e imersiva memorável com as marcas ou empresas que utilizam estas

www.festaseeventos.net


35

DAR LUZ ÀS PALAVRAS soluções”, explicou Luís Gachineiro, Marketing Manager da empresa, acrescentando que as tecnologias Displax permitem exibir diversos tipos de informação como catálogos, jogos pedagógicos ou aplicações multimédia. “A interacção com os visitantes é feita ou pelo toque com as mãos nos ecrãs interactivos ou através da detecção do movimento corporal, no caso do Displax Moovit, o chão interactivo. Isto vem contrariar o que acontece actualmente em algumas situações, como os LCD com o aviso ‘Não Tocar’”, adiantou. Estas soluções, que prometem arrasar em qualquer evento, podem ser vendidas ou alugadas. (www.edigma.com)

Nem todos entendem os graffiti como uma forma de arte, há quem os veja até como um acto de vandalismo. Mas esta ferramenta idealizada pelo designer francês Aissa Logerot pode mudar um pouco esta ideia, podendo ser uma forma original de fazer uma apresentação em público. Trata-se de um spray de LED, com o qual pode escrever ou desenhar com luz em vez de tinta e com diversas cores e níveis de brilho. Quando a luz fraquejar, basta agitar a lata para a bateria se auto-recarregar. Uma ideia original e divertida que pode dar mais luz aos eventos. (www.aissologerot.com)

MJL

Maria João Leite

www.festaseeventos.net


36

DOSSIÊ TEMÁTICO . Tecnologia e eventos

IMAGENS NO AR Esqueça as telas fixas, as paredes brancas ou os tecidos para a projecção de imagens. Agora pode fazê-lo no nevoeiro, segundo uma proposta da FogScreen. Com simples água da torneira e tecnologia digital é criada uma fina camada de nevoeiro (que não molha), que vai servir de painel para a projecção. O resultado é curioso, já que as imagens ficam a flutuar literalmente no ar. Pode ser uma forma de atrair as atenções durante uma feira ou uma inauguração. (www.fogscreen.com)

MJL PUB

www.festaseeventos.net


37

EVENTOS ONLINE Um computador ligado à Internet e um telefone. Estes são os únicos elementos necessários para a realização de um evento online. A plataforma da Cisco WebEx, representada pela Neea Consulting, tem uma série de aplicações que permite realizar uma reunião ou conferência, sem deslocações e menos custos. “Todos os participantes podem reunir a partir de qualquer local no mundo em reuniões verdadeiramente interactivas, juntando voz, vídeo e conteúdos de forma simples e muito eficiente”, explicou à Festas&Eventos Carlos Tavares, managing partner da Neea Consulting. A tecnologia WebEx permite a realização de reuniões corporativas de duas a dez pessoas, acções de formação online com 50 ou 100 participantes e eventos online com capacidade até 3000 pessoas. “A plataforma de eventos da WebEx – o Event Center – permite organizar de forma prática eventos online de pequena, média e grande dimensão, com diversas configurações, onde as tarefas administrativas de registo de participantes, envio de emails de lembrete, pagamento online integrado (opcional) e formulários de follow-up são todas geridas online e de forma automatizada, simplificando o trabalho dos gestores de eventos”, acrescenta. A plataforma WebEx Event Center fica disponível em quatro dias úteis e a partir daí os clientes podem agendar os seus eventos.

GERIR INFORMAÇÃO Miguel Botelho Moniz, um dos responsáveis da Tziranda, explica que esta é uma empresa dedicada às tecnologias, com capacidade de desenvolvimento interno de diferentes produtos, parte dos quais destinado ao sector dos eventos. No fundo, “muito do que está aqui em causa é gestão de informação”, nomeadamente estatísticas. Saber quem entrou numa feira, por exemplo. Que stands visitou, a que palestras assistiu. Quanto tempo esteve na feira, se voltou a entrar. Esta recolha de dados pode ser complementada por inquéritos, sondando as opiniões dos participantes sobre os mais variados aspectos da organização. Existe também uma componente muito importante, online, com a criação de microsites do próprio evento, para receber inscrições, comentários, abstracts de conferências, disponibilizar programas, etc. As soluções da Tziranda permitem ainda identificar pessoas, podendo inclusivamente fotografá-las, e gerir fluxos. Um código de entrada numa feira ou seminário pode ser facilmente enviado por email ou sms. De resto, os telemóveis tendem a ser cada vez mais o equipamento de interface entre os organizadores e os respectivos públicos, com um SMS de boas-vindas, a agenda do dia... Por outro lado, garante Miguel Botelho Moniz, existem algumas limitações. Como é, no caso do

bluetooth, o facto de não estar sempre ligado, o que impede desde logo a comunicação com os aparelhos. “Nem todos os organizadores estão sensibilizados para a importância de recolher e tratar informações e por isso para o uso das tecnologias que permitem fazê-lo”, garante Miguel Botelho Moniz. Em termos de futuro, o recurso à chamada RFID (identificação por rádio frequência) é um dos caminhos possíveis, “embora os custos ainda sejam elevados”.

A vantagem é que basta que as pessoas circulem para que a informação seja recolhida por sensores, como sucede quando passamos na Via Verde. Uma alternativa poderá ser a NFC (Near Field Communication), que é na mesma um sinal de rádio mas no próprio telemóvel.

Rui Luís Romão

http://www.neeaconsulting.com/ produto/event_center Maria João Leite

www.festaseeventos.net


38

DOSSIÊ TEMÁTICO . Tecnologia e eventos

SPOTME O PONTO DE ENCONTRO PARA EVENTOS Se costuma marcar presença em grandes eventos, é provável que já lhe tenha acontecido andar a saltar de stand em stand à procura de pessoas com quem pretende encontrar-se e esse esforço ter-se mostrado infrutífero. O Spotme vem dar resposta a esse problema e apresenta-se como uma solução talhada à medida das exigências dos tempos modernos. Na altura de efectuar o check-in no evento, em vez de lhe ser entregue um welcome pack carregadinho de papelada, recebe um aparelho que cabe na palma da mão, o Spotme, e é esse gadget que vai ser o seu melhor amigo

www.festaseeventos.net

nas horas ou nos dias seguintes, até ao final do evento. Mas comecemos pelo princípio. A ideia original do Spotme, quando a empresa foi criada, no ano 2001, era puramente networking, como explicou Carl Langley, responsável de vendas da entidade, em entrevista à Festas&Eventos durante a passagem por Portugal no passado mês de Janeiro. Hoje, quase uma década depois, o Spotme evoluiu para um aparelho que, para além de lhe permitir encontrar facilmente outras pessoas que estão no mesmo espaço, dá-lhe a possibilidade de participar em votações

em tempo real, trocar cartões-‑de‑visita, preencher questionários, enviar mensagens para outros utilizadores, etc. Actualmente, o Spotme está disponível em nove línguas, incluindo a portuguesa. Carl Langley garante que o sistema é seguro e não há possibilidade de falhas, dado que a rede sem fios sobre a qual trabalha o Spotme é montada no local pela empresa e é independente de ligações exteriores, como a Internet. E, no caso de perder o seu aparelho durante o evento ou, se por algum motivo, o sistema for abaixo, as informações ficam sempre armazenadas no servidor.


39

DENTRO DO ‘GADGET’ Uma das funcionalidades mais interessantes do Spotme, e que também proporciona alguns momentos de diversão aos utilizadores, é a troca de cartões. Basta encostar o seu Spotme a outro e o seu cartão-de-visita virtual é automaticamente transferido para o aparelho do outro utilizador e vice-versa. O facto de ser necessário aproximar os Spotme para esta troca de cartões leva a que tenha de existir uma aproximação física entre os utilizadores, como se tratasse de uma verdadeira troca de ‘business cards’. Afinal, o objectivo é estabelecer contactos e não criar distância. O Spotme é apenas o ponto de partida. O radar do Spotme permite-lhe ver quem se encontra perto de si, num raio de 10 a 15 metros, mas se a pessoa que pretende encontrar no evento não estiver dentro dessa distância, porque está, por exemplo, no outro canto do recinto, tem sempre a hipótese de lhe enviar uma mensagem, tal e qual como faria com uma mensagem escrita no seu telemóvel. As funcionalidades de comunicação que o Spotme oferece não se limitam à relação entre os delegados que atendem ao evento. Se existir alguma alteração no programa previsto ou mudança na ordem de trabalhos de alguma conferência, por exemplo, a organização

pode facilmente avisar os participantes através de uma mensagem. E já enquanto espectador de uma conferência, imagine a hipótese de enviar as suas questões ao orador através do Spotme. No final, preencha o questionário enviado para o seu Spotme pelos organizadores, para avaliar a qualidade das apresentações a que assistiu. Neste aparelho podem ainda caber informações gerais sobre a região onde decorre o evento, mapas, plantas do recinto, informações meteorológicas, etc.. As possibilidades são inúmeras. E no final do evento? Após devolver o seu Spotme, o conteúdo fica gravado num site seguro e vai receber instruções de login via email. Convenhamos que é bastante mais prático do que chegar ao final de um evento com os bolsos cheios de cartões-de-visita que já não sabe bem a quem pertencem e com resmas de papel que, muito provavelmente, vão acabar num caixote do lixo. A redução da quantidade de papel utilizada é também uma das vantagens que os organizadores de eventos têm ao tornarem-se adeptos do Spotme. Imagine a quantidade de papel que é possível poupar em eventos de grande dimensão carregando toda a informação para dentro de uma pequena máquina que pode levar consigo para qualquer lado.

MAIS OFERTA Carl Langley salienta que já se encontra em estudo uma nova versão do Spotme, onde vamos poder contar com uma componente de vídeo. Certo é que, enquanto a empresa vai melhorando a sua oferta, começam também a aparecer concorrentes no mercado, como é o caso do Follow Me. Aqui não estamos na presença de um aparelho, mas sim de um software concebido para funcionar em smartphones, como o iPhone. Uma das vantagens é não precisar de andar com outro aparelho, mas, por outro lado, convém certificar‑se de que carregou a bateria do telemóvel antes de sair de casa. Jorge Alexandre

PUB

www.festaseeventos.net


40

DOSSIÊ TEMÁTICO . Tecnologia e eventos

MODULBOX OU O “CUBO MÁGICO”

MUDAR SEM SAIR DO LUGAR Há muito em que pensar quando se organiza um evento, entre outras coisas, a disposição do material necessário no espaço, como mesas, cadeiras ou até objectos decorativos. A easyRAUM Pro é umsoftware que permite criar e visualizar a três dimensões o espaço do evento, alterando a disposição do mobiliário. Para os organizadores de eventos, feiras e exposições ou gestores de espaço, esta é uma forma prática de visualizar antecipadamente como vai ficar o local do evento e de apresentar ao cliente o espaço com layouts profissionais. www.easyraum.de MJL

www.festaseeventos.net

A Outros Mercadus lançou em Portugal o Modulbox, um sistema cúbico desdobrável, que, entre outras, pode ter as seguintes funções: stand para feiras, exposições em espaços públicos, quiosques, road-show móvel, palcos, catering móvel, bares temporários, pavilhões e até unidades de habitação móvel. A versatilidade e a facilidade de transporte são duas mais-valias deste equipamento, para além da possibilidade de reutilização e da poupança. Segundo a Outros Mercadus “as poupanças do Modulbox em Portugal rondarão os 20% face a outros dispositivos de exposição tradicionais tais como os contentores”. Isto porque é necessária menos mão-de-obra (uma ou duas pessoas são suficientes), o espaço de ocupação é reduzido, pelo que o transporte do equipamento sai facilitado, e em termos de decoração, o Modulbox não exige grande investimento. Por outro lado, a questão da arrumação dos cubos, todos com uma medida igual – 2450mm x 2450mm x 2800mm - e de linhas direitas (e que se desdobram de várias formas), permite ganhos de espaço numa área onde a logística é muito relevante. Dependendo das necessidades, o Modulbox pode ser combinado com outros módulos iguais, possibilitando a criação de uma superfície activa que pode ir de 5 até 500 m2. Assente num módulo básico de uma construção de aço e alumínio, cujas medidas exteriores são de 2,45 m de comprimento e largura e de 2,80 m de altura, o Modulbox tem as aberturas da estrutura equipadas com elementos de parede fechados ou aptos para serem abertos. Estes componentes - tecto convertível, plataforma acessível e porta - alargam a área de superfície, assim como a área de apresentação, podendo

chegar aos cinco cubos ligados em comprimento ou seis, no máximo, se for montado um segundo piso. Um Modulbox completamente aberto oferece uma área de superfície de 50m², áreas de apresentação em quatro elementos com porta de 32m², assim como 22m² nos tectos convertíveis. Os tectos e o chão podem ser abertos, formando uma superfície protegida e mais confortável, quando o equipamento se encontra no exterior. Em termos de valores, o Modulbox existe em sistema de aluguer, que, segundo a empresa, pode variar entre os 390 euros a 1500 euros por dia. A Outros Mercadus também tem ao dispor soluções em termos de materiais e superfícies, bem como serviços de logística, personalização e manutenção. A montagem final do projecto acordado realiza-se nas oficinas da empresa, no Porto, antes da instalação definitiva no local desejado. Uma das vantagens deste dispositivo, segundo a Outros Mercadus, é que “a estética possibilita que as pessoas se aproximem da acção sem terem a sensação de que estão a caminhar para a compra directa ou indirecta de um produto e serviço”. Isto significa que o produto pode ser trabalhado do ponto de vista do design e da comunicação, “É um sistema all-in-one, de comunicação marca-a-marca (brandto-brand), com a possibilidade de ser emocional, ou seja, de atrair a atenção e as sensações dos consumidores”, reforça a empresa. O Modulbox é especialmente dirigido a agências de publicidade, agências de meios e empresas organizadoras de eventos.

CCS


41

QUAL É O CHEIRO DO SEU EVENTO? O assunto foi estudado em relação a restaurantes e a espaços comerciais, mas será que transpondo para os eventos não se passará a mesma coisa? O cheiro influencia o comportamento do consumidor. E a percepção que se tem de um evento, também influenciará? Diversos estudos mostraram já o efeito do odor no comportamento humano e em particular no comportamento do consumidor. Numa experiência levada a cabo num restaurante foram colocados, em salas separadas, os aromas de limão e de lavanda e comparados com um outro espaço sem qualquer aroma. Os resultados mostraram que a lavanda - mas não o limão -, aumentava o tempo de permanência dos clientes, e consequentemente o valor da conta. O motivo: a lavanda produz um efeito relaxante nas pessoas e um cliente descontraído prolonga a refeição e tem mais apetência a consumir. Numa outra experiência foi testado o uso de cheiros calmantes numa fila de espera. A conclusão a que se chegou foi a de que a percepção do tempo de espera em grupos expostos a odores

e à música era menor. Ao mesmo tempo, estes dois elementos, o odor e a música, reduziam o nível de irritação dos indivíduos. Além disso, o estudo demonstrou que este grupo exposto ficava mais disponível para avaliar positivamente o serviço. E em relação aos eventos? O cheiro poderá influenciar a percepção que temos dele? Filipa Couto é a responsável de uma empresa de aromatização de espaços, a Aysensi, e não tem dúvidas de que os cheiros influenciam a percepção de um evento, e por consequência da imagem de uma empresa ou marca, na medida em que “contribuem para fornecer uma experiência emocional ao cliente”. Além disso, o cheiro marca muitas vezes a primeira impressão que temos das organizações. Hoje em dia além de se reconhecerem os poderes sugestivos do olfacto, a capacidade de produzirem sensações e informação, conhece-se também a forma de actuar e os efeitos dos aromas. Por isso, este é um elemento que pode ser utilizado a favor das marcas. A Aysensi, que existe há dois anos e

meio, comercializa e aplica aromas, bem como faz consultoria nesta área. E o mercado já está mais ou menos desperto para esta dimensão do marketing e daí a procura já muito simpática por incorporar na identidade de um evento esta solução. “Aromatizamos stands de feiras, espaços onde se vão realizar eventos, mas também desenvolvemos folhetos com aromas, bem como brindes e merchandising”, explica a responsável. Os próprios equipamentos de disseminação dos odores podem ser personalizados. Em termos de espaços, os equipamentos cobrem pequenas e grandes superfícies, “já aromatizámos um pavilhão da Exponor”, conta a directora da Aysensi. É possível colocar qualquer tipo de cheiro, a opção é do cliente, que pode contar com a consultadoria da Aysensi nesta decisão. Também é possível produzir um mau-cheiro, se solicitado. “As pessoas ficam muito surpreendidas com o resultado”, conta Filipa Couto. Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


42

OPINIテグ

Isabel Amaral

Presidente da Associaテァテ」o Portuguesa de Estudos de Protocolo

www.festaseeventos.net


43

AS NOVAS TECNOLOGIAS AO SERVIÇO DO PROTOCOLO Numa sociedade em que as novas tecnologias dominam, não surpreende que o protocolo se socorra delas para melhor atingir os seus objectivos. Do que se trata é de encenar o poder – e não pelo simples gosto da encenação, mas pela necessidade de afirmar, de modo a que todos o entendam, a autoridade e o prestígio desse poder. Para isso, torna-se indispensável recorrer às novas tecnologias, que permitem melhor adaptar os actos e as cerimónias protocolares aos tempos e modos vigentes. A utilização do auricular, por exemplo, dispensa a presença de um intérprete ao lado de uma determinada personalidade, que, sem essa presença, melhor exibe a sua importância. Os telepontos são fundamentais para que os discursos não se eternizem e quanto

mais invisíveis mais eficazes. A cerimónia de Assinatura do Tratado de Lisboa em Dezembro de 2007 provou que as novas tecnologias conseguem incorporar os aspectos tradicionais (bandeiras, mesa de assinatura, púlpitos, etc.) e transformar uma

cerimónia protocolar num espectáculo imaginado para os milhares de pessoas que a ela assistiriam pela televisão. A linguagem cénica foi magistralmente utilizada para transmitir a mensagem de um Portugal secular mas que continua a dar novos mundos ao

www.festaseeventos.net


44

OPINIÃO . As novas tecnologias ao serviço do protocolo, por Isabel Amaral

mundo e novos rumos à Europa. Também na recente cerimónia de entrada em vigor do Tratado de Lisboa, em 1 de Dezembro de 2009, foram usadas as mais modernas tecnologias para produzir um evento protocolar de cunho moderno e inovador. O espectáculo de luz e som, as projecções no palco, o ritmo das actuações e dos discursos, não seriam possíveis há alguns anos. As novas tecnologias são também utilizadas pelos técnicos de protocolo antes, durante e após um evento. É sabido que uma das dores de cabeça do protocolo é o ordenamento e a colocação de pessoas e símbolos.

Há alguns anos as listas de participantes eram dactilografadas e os planos de mesa eram feitos manualmente e, em cima do acontecimento, riscava-se o plano e alteravam-se os nomes.

www.festaseeventos.net

Hoje todo o trabalho de ordenamento pode ser feito com grande rapidez e eficiência, usando programas informáticos diversos. Os computadores são um precioso aliado de quem trabalha em protocolo e até podem servir para fins tão inesperados como uma iluminação de emergência, permitindo continuar a trabalhar quando se dá um apagão na véspera de um evento. Para indicar o lugar aos convidados nos jantares de gala, é hoje possível substituir o tradicional tripé com um plano de mesas impresso, por ecrãs LCD onde esse plano é projectado, o que permite alterações de última hora sem que seja necessário imprimir de novo todo o plano quando recebemos a informação de que alguns convidados não compareceram. As comunicações entre a acreditação e a equipa de protocolo também são facilitadas pelos modernos meios de telecomunicação e é fácil saber quem acaba de dar entrada no recinto, quando todos os outros convidados já se encontram sentados à mesa, evitando proceder a uma substituição rápida na mesa principal. Existem, por outro lado, programas informáticos comerciais que ajudam a distribuir os convidados pelas mesas e permitem conceber e imprimir todos os documentos gráficos como convites, listas de confirmações, planos de sala e de mesas, cartões de mão e de mesa. Alguns técnicos de protocolo criaram programas para uso próprio que permitem fazer o ensaio protocolar das cerimónias. Basta ter como fundo o cenário em três dimensões onde vai decorrer o evento e pode-se fazer o percurso dos intervenientes na cerimónia, assim facilitando o trabalho e a participação de todos. As novas tecnologias resolvem por isso velhos problemas: como fazer um ordenamento sistemático dos participantes, como indicar o lugar aos convidados, como fazer um plano de sala que possa ser mudado à última da hora? Um caso prático da utilização destas novas tecnologias aplica-se

às fotografias de família. É mais fácil fazer um esquema cromático e numerado e colocar apenas números ordenados no chão, numa sequência linear da esquerda para a direita, em vez de colocar cartões com o nome das pessoas ou dos países, que apenas podiam ser ocupados pelos próprios ou tinham de ser retirados. Se à última hora faltar alguém, muda-se o plano no computador e basta dar a indicação à equipa de protocolo para adiantar um número e assim se resolve com facilidade o problema das pessoas que decidem ir embora antes da fotografia. Vivemos rodeados de novas tecnologias mas só podemos incorporá-las nas cerimónias se estas não forem por isso desvirtuadas. Não se pode roubar protagonismo aos actores principais, sejam eles os líderes políticos ou os empresários.

As novas tecnologias devem potenciar a mensagem que queremos transmitir, depurando a linguagem cénica e tornando as cerimónias mais breves e mais adaptadas aos novos tempos.


45

www.festaseeventos.net


46

CASE STUDY

MESA DE SONHO Para o lançamento da nova linha de electrodomésticos 2009 – 2010 da Samsung, a Desafio Global ativism desenvolveu o conceito “Time to Imagine”.

www.festaseeventos.net


47

O espaço escolhido foi a Cordoaria Nacional e aí a equipa da agência de eventos criou uma envolvente que apelava à imaginação e ao estímulo dos sentidos dos 150 convidados, situação que se enquadrava no objectivo do evento: surpreender ao mesmo tempo que se comunicavam os conceitos ecologia, design, tecnologia e performance. Foram criadas duas áreas, uma zona lounge de exposição dos produtos e uma outra destinada ao jantar. Esta

última foi a estrela da noite, com um conceito desenvolvido de raiz: uma “Dream Table”, uma mesa palco, com 50 metros de comprimento e 2,50 metros de largura, sobre um tapete de relva natural. Esta mesa aparentava uma extrema simplicidade, mas acabou por surpreender os convidados quando, após a chegada destes, se apresentou totalmente coberta por uma projecção. Durante o jantar foram também projectados vários conteúdos conceptuais com forte ligação à marca,

tornando o jantar numa experiência única, de elevada dinâmica. Mas as surpresas não se ficaram por aqui. Mais do que uma mesa com projecção total, esta tornou-se um palco por onde passaram bailarinos que faziam piruetas, andavam em patins em linha, e também uma cantora que interpretou vários medleys. A mesa foi concebida de origem para criar este efeito e nela foram utilizados 20 projectores. As imagens falam por si.

www.festaseeventos.net


48

OPINIテグ

Miguel Neves

Profissional de conferテェncias e eventos

www.festaseeventos.net


49

EVENTOS PARA AS NOVAS GERAÇÕES As empresas devem constantemente adaptar os seus produtos e serviços para satisfazer e sempre que possível superar as expectativas dos clientes. O sector dos eventos certamente que não foge a essa regra, e no que toca a eventos cujo objectivo é a aprendizagem ou a reestruturação empresarial, o papel das empresas do sector é ainda mais importante. Para que os eventos atinjam os seus objectivos é preciso que sejam minuciosamente definidos e só depois os criados conforme o seu público-alvo. Com a força laboral em constante mutação, o público-alvo dos eventos é um alvo em movimento. De acordo com os catedráticos Rob Davidson e Mady Keup, neste momento temos pela primeira vez na história quatro gerações distintas a trabalhar em simultâneo. Estas quatro gerações podem ser divididas da seguinte forma (de acordo com a data de nascimento):

Tradicionalistas (1925 – 1942), Baby Boomers (1943 – 1960), Geração X (1961 – 1976) e Geração Y (1977 – 1995). De modo geral, a geração Baby Boomer ocupa neste momento os altos quadros das empresas, com alguns tradicionalistas ainda à mistura. No entanto este quadro esta rapidamente a mudar. A Geração Y, que só recentemente entrou no mercado de trabalho,

tem como características principais: cidadãos do mundo com estilo de vida independente e sem estrutura fixa, procura de feedback constante e gratificação instantânea, informação on-demand, preferência por estruturas participativas em detrimento das estruturas hierárquicas, aprendizagem visual e facilidade na utilização e aprendizagem de novas tecnologias.

www.festaseeventos.net


50

OPINIÃO . Eventos para as novas gerações, por Miguel Neves

Tendo as características da geração Y em mente é fácil perceber que eventos, conferências, congressos, etc. em ambiente fechado, com palestras longas, apresentações com escrita pequena, tabelas complexas e sem interacção dos participantes (as quais infelizmente ainda são muito comuns) não serão nunca memoráveis e por isso rapidamente são esquecidas. As novas gerações procuram exactamente o oposto: conferências interactivas que promovem a participação, estimulação visual, comunicação em blocos curtos e que chegue ao público-alvo por vários canais diferentes, estimulação dos cinco sentidos, informação nova que não seja facilmente obtida online. São estes eventos que vão superar as expectativas das novas gerações e criar as experiências marcantes que ficam na memória dos participantes. Muito do que as novas gerações procuram em eventos pode ser desenvolvido através das novas tecnologias, em especial a Internet e as comunicações móveis. Os acontecimentos e experiências memoráveis não ocorrem online, mas a Internet pode trazer benefícios muito importantes para as conferências.

www.festaseeventos.net

A presença na Internet permite que um evento com uma duração anual de três dias tenha uma presença constante durante o ano inteiro. Esta presença permite não só publicitar e criar interesse na conferência mas também receber comentários ou propostas, continuar interacções entre utilizadores ou disponibilizar material referente à conferência em vários formatos. Conjuntamente com sites específicos dos eventos, cada vez mais são utilizadas também as redes sociais como o Facebook, Linkedin ou o Twitter. Cada rede social tem características próprias que podem beneficiar os eventos das mais variadas maneiras. O Facebook permite facilmente disponibilizar fotos e vídeos de eventos, criar conversas e jogar jogos, enquanto que o Linkedin tem uma apresentação mais sóbria e tem os seus pontos fortes na localização de recursos humanos e o estabelecimento de contactos profissionais. O Twitter tem um formato um pouco diferente já que é mais uma fonte de informação do que um site de Internet, o que faz com que tenha talvez o maior potencial de impacto durante os eventos. Quando bem utilizado o Twitter permite ter um canal aberto para comunicação entre a organização

e os participantes de cada evento bem como todo o público em geral que tenha interesse no mesmo. A organização tem assim uma avaliação constante do evento, podendo resolver problemas que possam surgir de forma rápida ou até mudar a agenda do evento consoante os comentários. Para os participantes o Twitter dá uma voz que por ser pública e disponível para todos tem um impacto acrescido. A criação de novos eventos dedicados às novas gerações é um processo fascinante. A meu ver só temos a ganhar com eventos cada vez mais estimulantes e interactivos.

As novas tecnologias e as redes sociais dão uma voz cada vez maior aos participantes nos eventos. O mais importante é que todos estes elementos promovem trocas de ideias, conhecimentos e contactos, antes, durante e depois do evento entre os participantes mesmo que estes sejam, em alguns casos, participantes virtuais. Mais ainda, os eventos motivam os participantes através de experiências inesquecíveis e por isso estou confiante de que os eventos continuarão a ser importantes para as gerações futuras.


CRIE O AMBIENTE DE SUCESSO PARA OS SEUS EVENTOS A Multiarco Rent é líder no aluguer de equipamentos de ar condicionado para os mais diversos tipos de eventos e necessidades de climatização temporária. Criada em 1991, alia uma vasta experiência na área da climatização a uma equipa de técnicos credenciados pela Agência Portuguesa do Ambiente e detém o Alvará de Construção na Categoria de Instalações Eléctricas e Mecânicas.

ALUGUER DE EQUIPAMENTOS Um serviço especificamente criado para responder às necessidades de climatização temporárias da organização de festas, espectáculos, congressos, eventos desportivos, exposições, etc. Operando em todo o país e ao longo de todo o ano, a Multiarco Rent tem capacidade para criar o melhor ambiente, em função das características dos espaços e dos eventos. Períodos de aluguer de apenas um dia até vários meses.

INSTALAMOS EM: Tendas de todos os tipos Domes Edifícios Históricos e outros Pavilhões Contentores monobloco Stands

Rua Reinaldo Ferreira, 38 – A/B 1700-324 Lisboa . Portugal T. (+351) 218 483 740 . (+351) 218 477 075 F. (+351) 218 472 991 . info@multiarco.pt www.multiarco.pt


52

INQUÉRITO

QUE USO FAZ DAS REDES SOCIAIS? Foi o que procurou saber um inquérito Festas&Eventos realizado junto de representantes de empresas de organização de eventos, espaços e fornecedores para eventos. Quisemos saber o impacto das redes nos eventos, qual a sua eficácia a promovê-los, e quais as principais redes usadas. Os resultados mostram que o sector está atento ao fenómeno, muito embora haja ainda um longo caminho a percorrer. Para a realização do estudo foram enviados por email 60 inquéritos anónimos. Menos de metade foram respondidos, ao todo 25. Foram solicitadas respostas a oito perguntas, sete de escolha múltipla e uma de resposta aberta. A primeira pergunta, de resposta múltipla, pretendia saber que redes sociais usam os inquiridos. Das 24 respostas dadas, 23 apontam o Facebook como rede de eleição, 14 pessoas usam o Linkedin e nove o Twitter. Cinco são adeptas do hi5 e cinco usam outras redes. E a empresa usa alguma rede? 66,7% dos inquiridos responde que sim,

www.festaseeventos.net

enquanto que 33,3% admite que não. Em termos de redes usadas, o Facebook volta a prevalecer, seguido do Twitter, Linkedin e outras redes. Quisemos saber a importância das redes para o trabalho dos inquiridos. Mais de 70% considera importante (54,2%) ou muito importante (16,7%). Pouco importante é a resposta de 20,8% e nada importante, 8,3%. E para que são usadas as redes? As respostas mais dadas foram o networking e promoção de eventos. Mais de 25% admite que usa as redes só para uso pessoal. Mais de 20% dos inquiridos considera que as redes sociais têm pouco ou nenhum impacto na promoção dos

eventos, 40% acha que varia consoante o público-alvo do evento, enquanto que 32% pensa que as redes complementam bem os outros meios mais tradicionais. Dois dos inquiridos consideram que as redes são muito eficazes (8%). Quais são, então, as vantagens do seu uso no sector dos eventos? Duas respostas prevalecem: comunicar sem custos e chegar a alguns públicos que estão afastados dos media tradicionais. Finalmente, procuramos saber se os inquiridos já teriam criado uma conta para um evento numa rede social e qual foi o resultado. Nove pessoas responderam a esta pergunta, das quais cinco revelaram nunca o ter feito. Das quatro


53

1. Que redes sociais usa? Twitter

37.5%

Facebook

95.8%

Linkedin

58.3%

hi5

20.8%

Outras

20.8%

2. A empresa onde trabalha tem conta em alguma rede social? Sim

66.7%

Não

33.3%

3. Se sim, em qual? Twitter

52.9%

Facebook

64.7%

Linkedin

35.3%

hi5

17.6%

Outras

35.3%

4. Qual a importância das redes sociais para o seu trabalho? Muito importante

16.7%

Importante

54.2%

Pouco importante

20.8%

Nada importante

8.3%

5. Usa as redes para? Promover eventos

69.6%

Networking

73.9%

Recolha de informação

60.9%

Só para uso pessoal

26.1%

6. Qual a eficácia das redes sociais para promover eventos? São muito eficazes

8.0%

Complementam bem os outros meios mais tradicionais

32.0%

Depende do público-alvo

40.0%

Ainda têm pouco impacto

16.0%

Não têm nenhum impacto

4.0%

7. Quais são as principais vantagens das redes sociais para o sector dos eventos Comunicar sem custos

76.0%

Chegar mais facilmente à comunicação social

12.0%

Chegar a alguns públicos que estão afastados dos media tradicionais (ex. jovens)

76.0%

Conhecer melhor públicos-alvo

64.0%

restantes, as respostas dividem-se entre fraco, excelente, impactante e interessante no sentido da criação de buzz à volta do evento. Apesar de hoje em dia quase todas as pessoas terem uma conta numa rede social, seja ela qual for, ainda há um caminho a percorrer no que toca ao seu uso profissional. Comunicar

sem custos e chegar a públicos já tão arredados dos meios tradicionais, parecem ser dois bons motivos para a adesão a este fenómeno por parte das empresas ligadas ao sector dos eventos. E as pessoas parecem, de facto, atentas a ele, como comprova este inquérito, embora se denote ainda algum cepticismo. E o sector dos eventos, que se

afirma na sua essência como moderno e vanguardista, já exibe alguns bons exemplos do que é um uso correcto destas ferramentas (ver reportagem sobre redes sociais na página 55). É que o futuro dos eventos também pode passar por aqui. Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net



REPORTAGEM

55

@EVENTOS Criar o buzz nas redes sociais Em 2009 quatro milhões de portugueses acederam à Internet e as redes sociais como Facebook, hi5, YouTube, surgem no top10 dos Sites mais visitados e nos quais os internautas nacionais passam mais tempo, segundo dados da Marktest. Com um público-alvo tão vasto, estará o sector dos eventos a aproveitar as potencialidades das redes sociais? E quais as vantagens e desvantagens do uso destas ferramentas? Falámos com alguns especialistas e mostramos-lhe alguns exemplos do uso das redes sociais na dinamização de eventos nacionais e internacionais www.festaseeventos.net


56

REPORTAGEM . @Eventos: Criar o buzz nas redes sociais

“Todos os dias a audiência dos social media cresce e, tendo em conta que o potencial de crescimento é directamente proporcional ao número de acessos à Internet, ainda estamos no princípio”, explica Rodrigo Moita de Deus, director-executivo da empresa de marketing Next Power.

“Estas novas

“As redes sociais

ferramentas abrem

sempre existiram,

novas possibilidades

mas a sua vertente

e obrigam ao

online amplificou

desenvolvimento

os mecanismos

de novas técnicas.

anteriormente

Como estamos no

existentes, sobretudo

princípio há muito

por desintermediar as

mais fracassos

restrições geográficas e

do que sucessos.

de escala”

Simplesmente damos menos pelos fracassos. Mas estamos a aprender. Todos”

www.festaseeventos.net

explica Armando Alves, web strategist da empresa de marketing interactivo Fullsix Portugal. E esta amplificação desenvolveu-se em todas as vertentes. O especialista explica que “do tradicional número de Dunbar [teoria segundo a qual o número de indivíduos com os quais podemos estabelecer uma relação não ultrapassa os 150] passamos para os sites de redes sociais, onde o círculo social aumenta para além daquelas pessoas com quem temos uma relação em 1º grau e passamos a englobar pessoas, celebridades e marcas que desejamos ou temos interesse em conhecer”. “O processo de adopção pelas pessoas e empresas foi gradual, desde os tempos iniciais de chats e redes de encontros, até às mais modernas redes de nicho ou redes sociais genéricas como o Facebook. À medida que estes sites

evoluíram, também o modo como os usamos se alterou, o que conduz a um ciclo de aperfeiçoamento contínuo”, explica o web strategist. E dá como exemplo o Twitter, “criado inicialmente para uma difusão através de SMS de status do utilizador, acabou por sofrer uma mutação em virtude do tipo de aplicações e microsintaxe criadas pelos seus próprios utilizadores”. Armando Alves considera que “ainda há muito que explorar”. “Muitas aplicações que não foram imaginadas pelos criadores destes serviços web e que serão desenvolvidas em função do feedback dos utilizadores. Em particular, o crescimento enorme do uso destas plataformas em dispositivos móveis irá dar a conhecer novos casos de uso e muitas novas oportunidades, como por exemplo os serviços associados à geolocalização”, adianta.


57

PAPEL DAS REDES Ignite Portugal e TEDxEdges Consiste num conjunto de eventos abertos à participação de todos que giram em torno de apresentações de cinco minutos sobre temas como inovação e criatividade. Em 2009 realizaram-se três eventos Ignite, dois em Lisboa e um no Porto. E para 2010 já estão agendados eventos em Lisboa, Porto e Coimbra. A divulgação foi maioritariamente feita através da Internet, quer em blogs, quer em redes sociais. O TEDx é um programa de eventos locais, e organizados de forma independente, que reúne pessoas para dividir uma experiência tendo como base o lema “ideias que merecem ser espalhadas”. O evento português, sob o nome TEDxEdges, realizou-se em Setembro de 2009 na Fundação Luso-Americana. Grande parte da promoção foi feita através de blogs e redes sociais como o Twitter, Facebook, Second Life, etc.

SOCIAIS NA ORGANIZAÇÃO E PROMOÇÃO DE EVENTOS Para Rodrigo Moita de Deus, as redes sociais podem ter “um papel fundamental na organização e promoção de um evento ou simplesmente funcionar como ferramenta complementar. Tudo depende do nosso público e da forma como nos organizamos”. E explica: “Se temos uma audiência fidelizada um Twitter é tão eficaz – e mais barato - como um SMS. Se temos uma audiência dispersa temos de pensar numa mecânica. Num ângulo que leve à propagação do evento”.

“Nos social media é o público que decide o que quer promover, quando quer promover e como quer promover. Eles têm o poder. Nós só fornecemos os conteúdos”

afirma o responsável da Next Power. E deixa um aviso: “É tarde demais para ignorar quer a audiência potencial destes novos media quer a sua capacidade de segmentação”. Armando Alves considera que no que diz respeito aos eventos, “o papel principal” das redes sociais reside no aspecto promocional. “Existindo um segmento de mercado a que esse evento pode chegar, se o evento for interessante para os mesmos, estão cumpridas as premissas-base para que essa promoção possa ocorrer. A criação de micro‑conteúdos que possam ser partilhados em torno desse evento-base é o próximo passo, tornando fácil aos utilizadores/clientes interessados em divulgá-lo para o seu ciclo próximo”. Mas o web strategist considera que, no que diz respeito aos eventos, as redes sociais podem ter um papel importante noutros aspectos: “O relacional, pelo apoio que a web social pode dar em serviço ao cliente (informações sobre o evento, condições comerciais, etc.) e organizacional, pelo potencial que estas plataformas colaborativas podem trazer à própria organização do evento (wikis, blog do evento, twitterwall, etc.). PUB

www.festaseeventos.net


58

REPORTAGEM . @Eventos: Criar o buzz nas redes sociais

E COMO TÊM ESSAS POTENCIALIDADES SIDO USADAS EM PORTUGAL? “Tenho visto exemplos extraordinários por parte dos organizadores portugueses”, afirma o responsável da Next Power. “Portugal é o terceiro país europeu com maior penetração de redes sociais e os empresários nacionais estão conscientes dessa realidade. Para além do mais o social media oferece uma alternativa de comunicação com um baixo custo por contacto. E como a necessidade obriga ao engenho não será de estranhar esta nossa apetência pelo meio”, adianta. Já Armando Alves considera que ainda “existe desconfiança” em relação aos resultados que podem ser obtidos, mas “não desconfiança do potencial que as redes sociais encerram”. “Apesar da penetração de redes sociais em Portugal rondar os 70%, a verdade é que muitos destes utilizadores têm um grau de utilização elementar (publicação de fotos e vídeos), com pouca propensão para a criação de conteúdo e participação em iniciativas colaborativas”, explica. “As próprias marcas, com base num estudo recente Fullsix/Netsonda, têm uma presença diminuta no Facebook, com apenas 14% dos utilizadores portugueses a serem fãs de marcas (em contraponto com cerca de 45% em Espanha, segundo dados do IAB)”. Por isso considera que, “neste momento, o maior esforço tem que vir das próprias marcas, ao criar iniciativas duradouras, que não se limitem apenas à divulgação comercial, privilegiando igualmente os aspectos conversacionais e a relação com os actuais e potenciais clientes, usando as redes sociais como canal”.

www.festaseeventos.net

ADEQUAR A REDE AO EVENTO E AO PÚBLICO Questionado sobre qual será a melhor rede social para a divulgação de um evento, Rodrigo Moita de Deus responde que “tudo depende do público. Sabemos quem são? Onde estão? A divulgação é para ser feita em massa?”

“Cada rede, cada social media, tem características únicas e públicos muito específicos”, explica. “Se quero promover uma festa para adolescentes estarei no hi5. Se quero divulgar um evento para quadros médios e superiores estarei no Linkedin. Esta capacidade de segmentação, esta eficácia da comunicação, é a característica dos social media que mais atrai as empresas às redes”, adianta. Também o web strategist da Fullsix afirma que “depende do tipo de evento”. “Mas centrando-se apenas na divulgação, creio que o Facebook, até por uma questão de dimensão (mais de um milhão de utilizadores em Portugal) seja a mais útil”. Mas também afirma que “não devemos olhar de forma cega, temos de ver onde estão os nossos clientes-alvo”. E dá exemplos: “Podemos usar o Twitter de

forma bastante eficiente para serviço ao cliente, tirando partido da sua maior utilização em dispositivos móveis (por exemplo, para dar indicações do local do evento a convidados que se perderam)”. Armando Alves realça ainda “um serviço web muito pouco utilizado em Portugal, mas de extrema utilidade: o upcoming.org”, [uma espécie de calendário de eventos].


59

Grammys: “We’re all fans” “Somos todos fãs” é o nome da campanha publicitária da entrega dos Grammy Awards 2010 que dedicou uma grande atenção à Internet e às redes sociais. Há poucos meios que mobilizem mais público do que a música e desta vez a organização quis que o público fosse mais do que apenas espectador e interagisse directamente com os artistas. A edição de 2010 dos Grammy Awards contava por isso com um site renovado e presença no Twitter, Facebook, MySpace e YouTube onde a colaboração dos fãs era essencial. No site há uma plataforma multimédia relacionada com os artistas criada inteiramente pelos utilizadores. E até a campanha televisiva é feita de excertos de imitações e vídeos de fãs dos nomeados. Momentos da cerimónia foram ainda transmitidos em streaming para as diversas redes sociais. Mais do que ver, os fãs podiam decidir. Uma votação online colocada semanas antes do evento perguntava aos fãs qual a música que os Bon Jovi deveriam cantar na cerimónia. Depois de “participar” no alinhamento, qual o fã que tem coragem de não ver a cerimónia? Outra ferramenta inovadora no site foi o FanBuzz Visualizer, uma aplicação que permite avaliar qual o artista com mais buzz na internet, cruzando comentários nos canais, conversas em chats, menções ao nomeados, etc. tudo em tempo real. E esta atenção dada às redes sociais foi tal que a organização decidiu também fazer um seminário com especialistas nos media sociais, para avaliar qual o impacto destes meios na música.

E É POSSÍVEL PROMOVER UM EVENTO RECORRENDO APENAS À INTERNET? Armando Alves não hesita: “É perfeitamente possível. Do convite à promoção, podemos dinamizar um evento dessa forma”. “Na área de TMT (Telecomunicações, Média e Tecnologias da Informação) são vários os exemplos de iniciativas promovidas usando sobretudo os serviços de web social. Não apenas redes sociais, mas também blogs, wikis e partilha online. Recentemente, o Ignite Portugal e a TEDxEdges (ver caixa), angariaram grande parte dos seus participantes através do word‑of‑mouse [trocadilho com a expressão word-of-mouth]. Na área business-to-business, também são organizados workshops e seminários com base em grupos criados em redes profissionais como o Startracker e Linkedin”, explica. Para Armando Alves “esta forma de organização é mais ágil, imediata, transparente e menos onerosa”. Mas também há desvantagens e “surgem sobretudo pela falta de pessoas qualificadas, com o empenho e know-how necessário para operarem de forma eficaz nestas novas plataformas”. Também Rodrigo Moita de Deus considera que “as redes sociais têm já uma dimensão crítica que lhes permite criar fenómenos de comunicação. Sejam campanhas políticas, sejam eventos”. No entanto, defende que “a comunicação nos oferece um conjunto de diferentes ferramentas e seria um desperdício não as usar e articular todas”. “Não faz sentido comunicar de uma forma no online e de outra forma no offline”, afirma. Sara Marques www.festaseeventos.net


60

REPORTAGEM . @Eventos: Criar o buzz nas redes sociais

O buzz das 7 Maravilhas Naturais de Portugal na Internet A eleição é só em Setembro de 2010, mas já muito se fala da eleição das “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. A página do Facebook conta já com mais de dez mil fãs que têm colocado fotos, comentado as candidaturas apresentadas e sugerido locais que consideram merecer integrar a lista de candidatos. Esta presença nas redes sociais faz parte da estratégia de promoção online do evento. Rodrigo Moita de Deus explica que é a Nextpower que cria “as estratégias de comunicação online e colabora na sua implementação. Sendo que neste caso a estratégia é desenvolvida articuladamente com o offline”. Além do Facebook, há ainda um site oficial do evento (www.7maravilhas.sapo.pt) e também não foi esquecida a presença no Twitter, assegurada pelo comissário do evento, António Vitorino (http://twitter.com/naturalmente7), um blog e ainda uma página no hi5. “As 7 Maravilhas da Natureza são um extraordinário desafio. Seja pelo sucesso que outras edições alcançaram, seja pela capacidade de inovação que este concurso sempre demonstrou. Temos uma maravilhosa matéria prima. Uma matéria‑prima que envolve as pessoas e promove a participação e o debate sobre a temática do ambiente”, afirma Rodrigo Moita de Deus. “O que temos de fazer? Oferecer esse espaço de discussão. Garantir que os cidadãos, estejam onde estiverem, vejam as 7 Maravilhas também como um espaço de participação. Um palco para a partilha de conhecimentos, mensagens e preocupações. São os cidadãos que vão desenvolver este projecto. Nós só damos a ajuda inicial. Talvez por isso julgamos que as 7 Maravilhas têm o potencial para gerar uma das maiores comunidades portuguesas nas redes sociais”, adianta. E essa participação, que já é notória, será decisiva na fase final de selecção. Um painel de 77 especialistas escolheu 77 de uma de 323 candidatos. De seguida, um outro painel de notáveis escolherá os 21 finalistas, que depois serão então submetidos ao voto dos portugueses no site oficial. Para já, mesmo sem poder decisivo, os cibernautas têm estado activos na defesa daquela que para si é a maravilha de Portugal. Está por isso criado o buzz pretendido.

www.festaseeventos.net


61

PUB

www.festaseeventos.net


62

REPORTAGEM . @Eventos: Criar o buzz nas redes sociais

Rede social vence prémio EIBTM Numa indústria ainda considerada por muitos como conservadora, como é a da meetings industry, é um sinal positivo o facto de o prémio de Tecnologia da EIBTM ter reconhecido a importância das redes sociais como uma tendência do sector. O Pathable incorporou aquilo que pode ser o futuro das reuniões. Trata-se de uma rede social e comunidade online privada para conferências e eventos, conforme explica à Festas&Eventos Jordan Schwartz, líder do projecto.

“As pessoas vão a conferências para conhecer outras pessoas, mas isso é algo que não é fácil de fazer, muitas vezes estamos numa sala a pensar com quem devemos falar, quem é mais interessante para nós, o Pathable facilita a vida dos participantes nos eventos” E de que forma? Antes do evento os participantes são convidados a aderir à ferramenta, que é disponibilizada no site oficial, e aí podem publicar o seu perfil, fotos, conta do Twitter, interesses. Podem iniciar conversas com outros participantes, descobrir interesses comuns, marcar encontros, recomendar pessoas. Podem ainda inscrever-se em sessões educacionais e fazer uma agenda de reuniões. Desta forma, quando chegam ao evento, já contactaram com algumas pessoas, já podem atribuir rostos a nomes. E toda a informação pode ser consultada a partir do telemóvel. No fundo, segundo o responsável, os participantes “podem retirar muito mais do evento e como a comunidade se mantém activa, é possível transformar um evento de três ou quatro dias numa comunidade de um ano”. O Pathable pode ser patrocinado com publicidade e personalizado à medida de cada evento. A reacção do mercado tem sido boa, “a meetings industry é o terreno natural para implementar as redes sociais, porque tem tudo a ver com networking” diz Jordan Schwartz, “e alguns participantes comentam connosco que é um alívio ter uma ferramenta que lhes facilite a vida”. Mais informações em www.pathable.com. Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


63

www.festaseeventos.net


64

OPINIテグ

Luテュs Rasquilha

Vice-presidente da AYR Consulting

www.festaseeventos.net


65

GIVE ME INTERACTIVE KICKS Como a tecnologia está a moldar as nossas vidas, as nossas marcas, os nossos eventos. Estamos no meio de uma revolução que já mudou a forma como vemos o mundo e a realidade à nossa volta. Entrámos na verdadeira dependência da tecnologia e dos media social – blogs, redes sociais, web-sites dinâmicos e interactivos, são ferramentas incontornáveis na vida das pessoas que produzem voluntariamente e de forma regular elevadas quantidades de informação relevante. São criados quatro mil blogs por dia na região de Lisboa e Vale do Tejo; o Twitter cresce 700% ao ano; o Facebook ultrapassou o hi5 em pouco mais de três anos desde a sua criação; teclamos a nossa vida a cada cinco minutos nos i-Phones e diferentes PDA; jogamos online com players virtuais do outro lado do mundo; protegemos o MSN como se fosse a nossa conta à ordem. Estamos na era dos verdadeiros media social onde tudo se encontra através de um simples click. Passámos do World Wide Web para o What We Want. Os mercados estão diferentes, as pessoas estão diferentes. E as marcas? Estarão as marcas preparadas para esta

nova e bela realidade? Estão os nossos marketeers conscientes deste incontornável mundo novo que vai para além da simples histeria “tecnófila” de interacção e conectividade? Identificámos três grandes trends que podem dar pistas para o futuro deste novo mundo tecnológico ao serviço das marcas e eventos.

1. More Connections, Less Wires “ Today, after waiting to get home to go to the bathroom, my six year old neighbor popped out and literally scared the shit out of me. FML #7842488 (23) I agree, your life sucks (870) - you totally deserved it (108) On 02/03/2010 at 8:48am - health - by Scaredshitless - Sent from a mobile version Today, I found out that I’m not actually pregnant. I’ve apparently been having a hysterical pregnancy because I want a child so badly. I don’t know which was worse, the look of relief on my husband’s face or having to send a mass email to inform my family and friends. FML #7841341 (42) I agree, your life sucks (970) - you totally deserved it (365) On 02/03/2010 at 6:58am - misc - by sadface - Sent from a mobile version Today, I went to a dress up party. The theme was pirates and prostitutes. At the door I was handed a voucher that said: ‘Thank you for dressing up. Collect your free drink at the bar.’ I didn’t dress up. FML #7839912 (37) I agree, your life sucks (172) - you totally deserved it (1165) On 02/03/2010 at 3:42am - misc - by notaprossie (woman) - South Africa (Gauteng) “

Pessoas de todo o mundo têm aderido ao site http://www.fmylife.com para expressar o quão “*&#”!»/* é a sua vida. Muita gente considera as histórias publicadas no site como merecedoras de verdadeira pena e ainda os que as publicam como merecedores das suas histórias tristes. Estamos a falar de um site verdadeiramente super-inovador? Na verdade, não. Mas trata-se antes da boa e velha diversão – à custa dos demais-, e uma excelente representação moderna de uma ideia que há não muitos anos atrás era

www.festaseeventos.net


66

OPINIÃO . Give me interactive kicks, por Luís Rasquilha

simplesmente mirabolante: o surgimento das redes sociais na web e como se vai intensificar e expandir ainda mais em 2010 e 2011. O fenómeno do Crowdsorcing assume verdadeiro peso através desta tendência, tendo sido uma das primeiras expressões deste fenómeno o www.ipodlounge.com onde adeptos dos i-Pod partilhavam as suas experiências e dificuldades na utilização e exploração daquele gadget.

É uma outra faceta de sites como o www.fmylife.com e www.ipodlounge.com, ou de movimentos como o Carrotmob, que nos permite colaborar com outros na geração de conhecimento e na acção sobre problemas, oportunidades e sentimentos comuns a muitos – da advocacia do ambiente ao uso de aplicações de um iPhone, aos detalhes das nossas vidas pessoais. É claramente uma tendência mundial com diversas formas de tangibilização diferentes. Da completa dependência da conexão (inicialmente Infolust) até à i-technology em que cada um define as suas formas de conexão.

www.festaseeventos.net

2. The transparency of life – 24/7/366 Esta é a tendência com maior potencial de crescimento em 2010 e 2011. O desejo, a necessidade e a realidade de podermos estar conectados permanentemente e em qualquer lugar agora acopla-se e estende-se à capacidade de obter, ter e partilhar informação: onde estamos, que recursos podemos ter disponíveis e, sobretudo, o que podemos saber mais – sobre onde estamos, sobre com quem estamos, sobre para onde podemos ir e com quem, e ao detalhe. O Google Maps e o Google Earth dão-nos a possibilidade de nos posicionarmos num mapa, e o Google Goggles liga-nos ao que queremos saber sobre onde nos queremos posicionar. Até o YouTube já permite saber onde os vídeos que lá se encontram foram filmados. E agora chega-nos o Layar, uma aplicação premiada desenvolvida para o Google Android Phone, e que transforma o que seria uma câmara de telemóvel numa verdadeira fonte de informação conectada, fruto da capacidade que tem de sobrepor informação relativa à imagem que se está a capturar sobre a mesma imagem, em tempo real. Uma outra aplicação fantástica – ainda em protótipo – é o Windows of the World, com o qual basta posicionar o ecrã em frente, por exemplo, a um prédio, para podermos obter informação detalhada sobre ele: a sua história, o quão amigo do ambiente ele é, quem nele vive ou trabalha (ou quem nele já viveu ou trabalhou), etc. Ponhamo-la em frente a uma pessoa e teremos informação interessante daquela pessoa (segundo o Hyves), quem são os seus amigos (segundo o Facebook), o seu currículo profissional (segundo o Linkedin), etc.

3. Sane Recession O FMI diz que ainda podemos contar com dez anos de cortes de postos de trabalho e aumentos de impostos. O investidor George Soros diz que a visão optimista que emana da economia americana tem mais a ver com o facto de que “os lucros enormes dos bancos em 2009 se devem a ‘prendas do governo’ e mais nada”. Em suma, não há ainda sinais concretos de que a recessão tenha terminado nem na Europa nem na América, e o Financial Times pergunta ‘onde estão aqueles sinais tão promissores de há 1 ano que a economia estava a recuperar?’ A Europa e a América ainda se consideram como a ‘parte mais desenvolvida do mundo’, mas com as dívidas que hoje têm já não podem pensar que são os líderes da economia mundial como um dia já o foram. Os participantes nas “Olimpíadas dos Desempregados, com provas como “Arremesso de telemóvel à distância”, “Põe a culpa no chefe” e a “Corrida do despedimento”, estão a usar a sátira a uma situação má como forma de melhor poderem aguentar os tempos difíceis até encontrarem novos empregos. Segundo Wojtek Szumovski, isto funciona como uma terapia de grupo para ajudar a remover a falta de estima normalmente associada ao desemprego, numa sociedade onde a capacidade de trabalho de cada um define, em larga medida, o seu valor. E se parece uma atitude um pouco exagerada, ela indica, na mesma medida, uma grande capacidade de lidar com circunstâncias adversas e mesmo rir delas – o que chamamos de “Resistência Criativa”, e cada marca, organização e ser humano que saibam como exercêla terão uma vida menos difícil (e até muito mais fácil) em 2010 e 2011.


67

www.festaseeventos.net


68

OPINIÃO

Nelson Olim

Director Médico da Med First – Soluções Globais na Emergência

www.festaseeventos.net


69

ASSISTÊNCIA MÉDICA EM EVENTOS A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA Longe vão os tempos em que o conceito de assistência médica a um evento resumia-se a uma ambulância estrategicamente estacionada à porta. Em vez de um serviço de assistência médica, os produtores e organizadores de eventos estavam, muitas vezes sem saber, a contratar um meio de evacuação, com pouca ou nenhuma capacidade de intervenção no local. A tecnologia evoluiu, a medicina evoluiu e a oferta de serviços acompanhou a evolução. A emergência médica moderna está assente em três grandes pilares: competência técnica dos operacionais, meios tecnológicos de intervenção no local e capacidade de evacuação diferenciada.

www.festaseeventos.net


70

OPINIÃO . Assistência médica em eventos, por Nelson Olim

MAIS EFICIÊNCIA, MENOS VISIBILIDADE Como é que isto tudo se tornou possível ? Um exemplo prático deste novo conceito pode ser demonstrado numa situação de paragem cárdio-respiratória (PCR). Através de um sistema de comunicação auricular é dado o alerta para o dispositivo montado no terreno. Uma equipa de emergência médica, constituída por um médico, com competência em emergência médica, e um enfermeiro com formação em emergência pré-hospitalar, abordará a vítima e tentará determinar as causas prováveis e potencialmente reversíveis de PCR. Utilizando os mais recentes protocolos de Suporte Básico de Vida iniciarão as manobras necessárias para assegurar a ventilação e a circulação. Simultaneamente iniciam os preparativos para disponibilizar Suporte Avançado de Vida. A via aérea é assegurada, inicia-se a monitorização não invasiva dos sinais vitais, uma linha venosa será estabelecida para a administração de fármacos, um desfibrilhador está a postos para a eventual necessidade de desfibrilhação. Cada minuto conta, e em vez de se perder tempo precioso a mobilizar a vítima, uma pequena unidade de cuidados intensivos está montada no local. O desfecho deste cenário é decidido com a capacidade instalada, sem recurso a terceiros. Havendo algum sinal de recuperação, uma ambulância medicalizada servirá de meio de evacuação para um hospital, previamente identificado, com o grau de diferenciação necessário ao tratamento deste tipo de situações. Parece complexo, mas é apenas a replicação, ao nível privado, de um sistema de emergência médica tipo INEM.

www.festaseeventos.net

Comunicações auriculares, mãos‑livres asseguram a discrição necessária para que uma equipa médica descaracterizada seja virtualmente “invisível” no meio dos convidados. Monitores desfibrilhadores de pequenas dimensões permitem avaliar os sinais vitais (frequência cardíaca, pressão arterial, saturação de oxigénio, temperatura, etc.) de forma fidedigna e enviar esses dados para uma central de emergência. Daí, esses dados podem ser enviados para o hospital que irá receber a vítima. Os eléctrodos usados para a monitorização (colados sobre o peito), permitem simultaneamente a desfibrilhação (choque eléctrico) e o “pacing externo” (fazer de pacemaker). Pequenos ventiladores portáteis assumem o controlo sobre a ventilação, libertando a equipa médica para outras funções. Seringas infusoras automáticas permitem a administração rigorosa de fármacos que de outra forma não poderiam ser administrados em ambiente pré-hospitalar. Tendas rapidamente insufláveis permitem a criação de Postos Médicos de triagem, salas de reanimação, salas de tratamento, enfermarias de campanha, etc., etc. Ambulâncias medicalizadas (com ventiladores e monitores), helicópteros e até aviões-ambulância com equipas especializadas, asseguram que o tratamento que se iniciou no local não seja interrompido durante o transporte para a unidade hospitalar de destino. A revolução tecnológica e os novos serviços de emergência médica vieram para ficar e estão disponíveis a um

custo relativamente baixo. Para quem procura qualidade num evento, seja ele grande ou pequeno, VIP ou popular, o leque de opções é enorme e as possibilidades virtualmente infinitas.

Uma festa numa quinta isolada no meio do Alentejo não tem hoje de ser diferente de um congresso partidário num hotel de Lisboa ou Porto, nem os participantes de um evento merecem menos cuidados do que os participantes de outro. Claro está que os dispositivos de emergência montados para assistência médica a um evento devem ser calculados e adaptados de acordo com o tipo de evento, os riscos associados, a população-alvo, etc., mas, em qualquer das situações, um dispositivo moderno, será sempre um dispositivo tecnologicamente evoluído, com pessoal especialmente treinado e com meios de evacuação diferenciados.


71

“ Transformamos sentimentos em imagens...â€? Reportagens de eventos sociais, festas empresariais, congressos, moda, books, foto de produto, trabalhos de estĂşdio, casamentos, baptizados.

www.minifoto-estudio.com | minifoto@netcabo.pt | 21 756 73 30 | 96 794 73 41 | 96 697 33 88 | Rua Alexandre Ferreira, 49 A | Lumiar | 1750 - 010 Lisboa www.festaseeventos.net


72

CATERING

À MESA COM...

RUI PAULA Numa edição tão voltada para as novas tecnologias, achámos que fazia sentido escolher alguém que faz da cozinha um permanente diálogo entre tradição e modernidade. Rui Paula, nome intimamente ligado à região do Douro, começou a construir um percurso sólido na restauração em Alijó, com o Cêpa Torta, onde se manteve 15 anos. Em 2007 abriu o DOC, na Folgosa (Armamar), com o sucesso assinalável que se lhe reconhece, e agora é a vez do DOP, no Porto, no Palácio das Artes, muito próximo do Palácio da Bolsa. A juntar a tudo isto, Rui Paula oferece-nos mais duas áreas de negócio, o catering e os passeios de barco no rio Douro. Esta oferta está de resto reunida num novo site, acessível em www.ruipaula.com.

Convidado: Rui Paula* Tema: Tradição e modernidade Sinopse: Reinvenção do conceito de show cooking, literalmente a bordo de uma plataforma flutuante. Toda a cozinha está instalada no local e à medida que os alimentos vão sendo confeccionados são servidos logo ali. O Chef e o enólogo oferecem uma breve explicação antes de cada prato. Local: Albufeira da barragem da Aguieira. Acontecimento: Jantar empresarial para um grupo restrito de 30 convidados. Data: Primavera. Música: Chill out. Iluminação: Velas. Ementa Terrina de foie gras em Vinho do Porto (acompanha com um colheita tardia) Asas de pintada com vieiras (acompanha com um Branco do Douro) Cherne com espuma de batata aromatizada com trufa preta e espargos crocantes (acompanha com um Branco do Alentejo) Carré de cordeiro com puré de queijo de cabra (acompanha com um Tinto do Douro) Trilogia de degustação (Soufflé de limão, Zabaglione de Vinho do Porto e gelado de amêndoa torrada (acompanha com um Tawny 20 anos)

www.festaseeventos.net


73

* Foi distinguido com o “Garfo de Ouro” do anuário “Boa Cama Boa Mesa”, editado pelo jornal Expresso, e atribuído a apenas dez restaurantes do país. Ganhou o prémio Melhor Carta de Vinhos Regional, atribuído pela Prime Drinks e Revista dos Vinhos. Desde 2001 já arrecadou duas medalhas de prata e quatro medalhas de ouro no concurso “Gastronomia com Vinho do Porto”, promovido pelo Instituto do Vinho do Porto e Inter Magazine. Em 2008, com a chancela da editora Quidnovi, editou o livro “Rui Paula, uma Cozinha no Douro” e venceu em Paris, de entre 102 países e mais de seis mil obras a concurso, o 1º prémio na categoria de Melhor Primeira Obra Gastronómica dos Gourmand World Cookbook Awards. Esta obra conquistou ainda um 3º lugar na categoria de Melhor Fotografia. O restaurante DOC, que abriu em Abril de 2007, fazendo dele um ponto de encontro incontornável em toda a Região Demarcada do Douro, recebeu em 2008 o prémio “Novo Projecto Privado”, atribuído pelo Turismo de Portugal, numa iniciativa que distingue projectos turísticos “de excelência”. Cherne com espuma de batata aromatizada com trufa preta e espargos verdes crocantes Para 4 pessoas 800g de tranches de cherne com pele 5cl de azeite 400g de batata cozida com pele Água de cozer as batatas q.b. 2 trufas pretas bem picadas 2 colheres de sopa de natas Azeite de trufa branca q.b. Sal q.b. Pimenta preta q.b. 100g de espargos verdes 100g de tomate pelado inteiro Orégãos secos q.b. 50g de broa de milho 50g de cebola picada Ervas picadas frescas (salsa, tomilho, cerefólio)

Temperar o peixe com sal e pimenta e corar num sauté com azeite bem quente, passar para uma travessa de inox e reservar. Para a espuma da batata: cozer as batatas em água abundante durante 40 minutos, escorrer e reservar a água, pelar a batata e esmagar no passe‑vite. Num tacho colocar a trufa picada com o azeite de trufa puxar um pouco em lume brando, adicionar a batata esmagada, juntar um pouco de caldo de cozer a batata, mexer até ter uma textura aveludada, adicionar as natas e rectificar de sal e pimenta. Passar para um sifão com duas cargas.

Cortar o tomate ao meio, temperar de sal, pimenta, orégãos e azeite numa travessa, reservar. Para o crocante dos espargos: cozer os espargos em água e sal, durante cinco minutos, esfriar em água e gelo e reservar. Puxar a cebola picada em azeite, adicionar as ervas picadas e a broa. Deixar cozinhar três minutos. Saltear os espargos em azeite, sal e pimenta, colocá-los numa travessa, por cima destes o crocante, e reservar. Colocar todas as preparações anteriores em forno forte durante sete minutos.

www.festaseeventos.net


74

OPINIテグ

Diogo Assis Director da TLC

www.festaseeventos.net


PROLONGAR E POTENCIAR O EVENTO ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS Pode pensar que as redes sociais são apenas uma moda, mas Marta Kagan, guru em social media e marketing online, acredita que são mais do que uma tendência, mas uma mudança fundamental e estrutural na forma como comunicamos. Um inquérito da Meetings & Conventions, realizado em Abril de 2009, mostra que 73% dos inquiridos já usou redes sociais ou planeia usá-las para comunicar as suas reuniões e eventos. No mesmo inquérito, mas de 2007, 94% dos inquiridos nunca tinha usado as redes para tarefas relacionadas com eventos. Se isto não é uma evidência suficientemente clara, basta lembrar o que aconteceu nas presidenciais americanas, em que o presidente Obama usou com sucesso as redes sociais na sua estratégia de comunicação. O crescimento destes sites é espantoso e um estudo recente de uma operadora de telecomunicações do Reino Unido, a O2, mostrou que 74% dos inquiridos usam o Facebook, 66% o Linkedin

e 56% o Twitter. 36% daqueles que usaram as redes sociais no planeamento de eventos lançaram também um blog para fins de marketing. O mesmo estudo mostra que as pequenas e médias empresas do Reino Unido enviam três milhões de posts, por dia, para o Twitter. O cenário está a mudar e a forma de comunicar com o consumidor precisa de acompanhar essa tendência. Com tantos membros da Geração Y (nascidos entre 1977-1995) influentes a ocuparem cargos de decisão, precisamos de comunicar de forma a criar relações, em vez de simplesmente publicitar os nossos serviços.

Então, de que forma as redes sociais podem beneficiar a indústria dos eventos? . Promover a marca através de uma estratégia de comunicação integrada, de forma a atingir com mais eficácia o público-alvo. Não é possível apostar num só canal ou media . Comunicar com participantes em todas as etapas do evento . Comunicar com os participantes: antes, durante e pós-evento . Comunicar com personalidade

www.festaseeventos.net

75


76

OPINIÃO . Prolongar e potenciar o evento, por Diogo Assis Usadas de forma inteligente, e é necessário avaliar o tempo despendido versus o retorno mensurável, estas ferramentas reforçam a comunicação, fomentando relações a longo termo. Isto não elimina a necessidade das pessoas se encontrarem e estarem frente a frente, mas potencia esses mesmos encontros. Métodos analíticos permitem conhecer os comportamentos dos utilizadores e o facto de estes sites encorajarem o diálogo possibilita obter feedback, por vezes de forma quase imediata. No entanto, também há desvantagens em tudo isto. Os sites das redes sociais são totalmente abertos e têm como característica a velocidade, por vezes alucinante. Pode encontrar amigos e “inimigos” a consultarem o seu site e, se alguma coisa corre mal, então o dano em termos de reputação pode levar algum tempo a recuperar. O mundo em que vivemos preocupa-se pouco com a difamação e com a acuidade das declarações.

O que é mais vital nisto tudo é o conteúdo. É fundamental que, ao comunicar, quer com o cliente, quer com os participantes, seja sucinto e apresente conteúdo relevante, ou então as suas mensagens serão consideradas SPAM.

www.festaseeventos.net

Vivemos numa era digital em que as gerações X (nascidos entre 1961–1976) e Y absorvem a informação em curtas mensagens. Há quem lhe chame conversa de elevador.

Entra no terceiro andar e quer ir para o rés-do-chão, e alguém lhe pergunta o que é que faz. É esse o tempo de que dispõe para impressionar a outra pessoa. Mais de 80 palavras e já a perdeu. Pense agora nos textos e na nova forma de comunicar em poucos caracteres. Significa que necessita de mensagens sucintas, se quer ser compreendido. Marta Kagan defende que as redes sociais são, na essência, pessoas plataformas de comunicação online. Não haverá aqui um campo de mal-entendidos, quando se cruzam diferentes fronteiras culturais e linguísticas? Vivemos num mundo cada vez mais litigante, fazendo aumentar a necessidade de registos, seja em papel ou electrónicos, que possam ser auditados, e onde se fixem em detalhe todas as etapas de planeamento. Isto obriga-nos a considerar a necessidade de guardar não só as palavras escritas, mas também as conversas, permitindo esclarecer, sempre que for preciso, quais as tarefas e responsabilidades de cada um e de todos os envolvidos nesse planeamento. Afinal, o sucesso de um evento deve-se, em parte, à atenção que um conjunto de profissionais talentosos dedica aos mínimos detalhes.

É necessário criar um ambiente onde as pessoas encontrem informação válida, e que isso se traduza num “following”, ajudando à manutenção e lealdade do cliente. As redes sociais são baseadas na interacção pessoal e para fornecedores de serviços, como os DMC, são um casamento perfeito. Estamos inseridos numa indústria onde as pessoas compram pessoas e um valor positivo do contacto pessoal é injectar personalidade na marca. Apela às emoções, quando muitas vezes somos julgados simplesmente pela bitola da política de compras. Mas, se não conseguir manter um conteúdo interessante e sedutor, não se surpreenda que essa relação acabe em divórcio. As redes sociais permitem-lhe começar a avaliar os indivíduos e os clientes, conhecer o seu valor. E se se considerar que a geração de hoje é mais móvel, e não quer ter só um emprego na vida, estas ferramentas são úteis para manter o contacto. Muitos head hunters usam o Linkedin para procurar talentos. A indústria MICE foi fundada por talentos individuais com personalidade, mas hoje isso só não basta. Temos de comunicar personalidade e talento numa miríade de plataformas e de modos que façam a experiência valer a pena.

Uma coisa as redes sociais não podem replicar: o prazer de uma boa refeição acompanhada com um bom vinho. Claro que, entre cada prato, pode twittar o resultado...


77

www.festaseeventos.net


ESPAÇO SUSTENTABILIDADE 78

GREEN EVENTS: UMA TENDÊNCIA DE MERCADO Os eventos são cada vez mais encarados como meios de comunicação privilegiados entre uma determinada entidade e o seu público-alvo. Quer passe pela organização de um seminário, um torneio de golfe, uma conferência de imprensa ou um jantar de beneficência, a imagem que é transmitida a todos os envolvidos obedece a uma atenção pormenorizada a todos os detalhes que a compõem. No actual contexto mundial, e dada a crescente consciencialização ambiental da sociedade, as preocupações ambientais tidas na sua organização não são excepção. A incorporação de critérios ambientais, com o objectivo de minimizar os impactos ambientais decorrentes da organização de um evento, constitui a definição dos ditos green events. A concepção deste tipo de eventos passa por uma estreita colaboração com fornecedores, desde a sua fase de planeamento, até às decisões de aquisição de bens e serviços. A tendência de incorporação de critérios ambientais na organização de eventos tem vindo a ganhar relevância, inclusive no contexto nacional. São exemplos os festivais de música Rock in Rio Lisboa, Sudoeste TMN e Delta Tejo, que promoveram diversas iniciativas ambientais, como a reciclagem de resíduos no recinto, a quantificação e compensação de emissões de gases com efeito de estufa, bem como a sensibilização ambiental dos seus espectadores, entre outras iniciativas específicas desenvolvidas por cada um dos eventos. A nível internacional, há que evidenciar o esforço desenvolvido pelos organizadores da última Cimeira do Clima em Copenhaga (COP15); destacam-se os cuidados tidos em matéria de desempenho energético do

www.festaseeventos.net

edifício onde decorreram os trabalhos e dos equipamentos utilizados, e os critérios adoptados na selecção dos alimentos que compuseram as ementas. Os benefícios associados à organização dos green events vão para além dos estritamente ambientais. Estes, são eventos mais eficientes no consumo de energia e de recursos, podendo, por esta via, induzir ganhos financeiros, para além da sua potencial capitalização como veículo de (re)afirmação de um perfil corporativo de responsabilidade social. Com efeito, a integração de critérios ambientais nas diversas fases de organização de um evento resulta numa oportunidade de alinhar, de forma coerente e consistente, uma acção externa (e/ou interna) de comunicação com a política ambiental e imagem corporativa da entidade promotora. Sendo certo que a organização de eventos poderá obedecer a uma complexa logística e à integração de um infindável conjunto de pormenores que permitem tornar o evento único, a integração de critérios ambientais pode e deve ser encarado como um elemento diferenciador. Aliás, a organização de green events é mais simples do que parece, já existindo hoje uma enorme variedade de opções, desde as mais básicas às mais complexas. O que é, de facto, importante é dar início ao processo, aproveitando-se a experiência ganha em cada evento para ir incorporando, gradualmente, cada vez mais procedimentos ambientais, que permitam crescentes reduções de impactes ambientais e novas oportunidades de comunicação.

Ana Rovisco (E-Value)

© Ramon Roura

ENCONTROS AMIGOS DO AMBIENTE É cada vez maior a preocupação das empresas com a preservação do meio ambiente. Algumas não se ficam pelas pequenas (mas importantes) práticas do dia-a-dia. E é para essas que o Penha Longa Hotel, Spa & Golf Resort, situado na região de Sintra, lançou um pacote de “Reuniões Verdes”, que oferece um espaço para reuniões que respeita regras ecológicas. As salas para reunião estão preparadas com diversos detalhes ecológicos como blocos de apontamentos, canetas e flip chart feitos com material reciclado. Estão previstos dois coffee-breaks com biscoitos caseiros e um almoço com produtos biológicos, se for essa a opção do cliente. Além disso, o Penha Longa Hotel, Spa & Golf Resort tem disponíveis várias actividades ecológicas, como a plantação de espécies importantes para a região e a observação de aves, ambas a decorrerem no Parque Natural de Sintra-Cascais. Há também actividades


79

ALMOFADAS “VERDES”

personalizadas que permitem o trabalho junto de organizações de cariz social, como a Ajuda de Berço, Terra dos Sonhos e Aldeia SOS Bicesse. Estas são formas de ser amigo do ambiente, de contribuir para uma sociedade melhor e de desenvolver as capacidades de trabalhar em equipa. Estas propostas estão inseridas num programa de sustentabilidade criado pelo hotel de cinco estrelas. A política ecológica também é interna, já que existe mesmo uma equipa que planeia acções que visam fomentar a consciência ecológica dos funcionários. A reciclagem, a separação do lixo, o aquecimento da piscina exterior através de painéis de energia solar e a utilização de produtos amigos do ambiente na manutenção dos campos de golfe são algumas das medidas implementadas pelo hotel.

Maria João Leite

Quando chega a altura de pensar nas lembranças a distribuir no final de um evento há que ter ideias originais e, de preferência, mais amigas do ambiente. Dentro destes requisitos enquadra-se a almofada Ricoxete, que é feita com algodão e caroços de cereja, materiais reciclados e recicláveis. O produto já existia, mas José Miguel Amorim decidiu comercializá-lo em larga escala há três anos. “A ideia surgiu porque percebi que era um bom produto com inúmeras potencialidades”, explicou à Festas&Eventos. A almofada tem diversas aplicações, como o alívio de vários tipos de dores e a substituição do tradicional saco de água quente. Mas tem outras vantagens: é “extremamente económico” e “biológico”. “[As almofadas] estão de acordo com as preocupações actuais de sustentabilidade e ecologia. Ou seja, são 100 por cento fabricadas à mão em Portugal. De fácil, rápida e prática utilização. Altamente económicas, durando uma vida e podendo ser utilizadas por pessoas de quaisquer idades”, sublinhou José Miguel Amorim. O produto é fabricado pelos reclusos dos estabelecimentos prisionais de Sintra e de Tires, cuja colaboração

“tem sido fantástica”. “É impressionante as coisas de que somos capazes quando acreditamos num projecto”, afirmou o responsável. A receptividade ao produto tem sido “óptima” e a empresa já está em conversações para a sua comercialização no Brasil e na Alemanha. Por ser praticamente uma novidade, José Miguel Amorim lembra que a oferta do produto em eventos pode ser uma “mais-valia” e refere que este foi também pensado de maneira a que “possa integrar a imagem de uma empresa ou evento”. A almofada já foi mesmo utilizada como lembrança em eventos além-fronteiras. “A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento para a Região de Lisboa e Vale do Tejo pediu-me 500 almofadas Ricoxete para serem entregues em Bruxelas a parceiros da União Europeia (UE), a propósito de uma reunião subordinada ao tema regiões da UE. Foi um sucesso”, referiu. A almofada Ricoxete custa 27 euros. Mais informações em: www.ricoxete.com

Maria João Leite

www.festaseeventos.net


80

www.festaseeventos.net


81

www.festaseeventos.net


82

EVENTOS

IMEX 2010: NEGÓCIOS, NEGÓCIOS, NEGÓCIOS Uma das principais inovações para a IMEX 2010 é o site www.imex-frankfurt.com. Nos três meses anteriores ao início da feira, em Maio, o site recebe mais de 70 mil visitas, pelo que este ano vai ser ainda mais fácil marcar reuniões, anuncia a organização. Além disso, uma parceria com a i-Meet, uma rede social profissional para pessoas da área dos eventos, vai permitir aos hosted-buyers contactarem uns com os outros e partilharem ideias num ambiente próprio e privado que funcionará pré e pós-feira. O site é sempre uma preocupação da IMEX, que viu o seu trabalho reconhecido pela UFI (Associação da Indústria de Feiras) que colocou a plataforma numa shortlist para “Melhor aplicação web para expositores”, em 2009. Em relação ao programa educacional, os seminários vão dividir-se em três grandes áreas: ambiente, inovação e liderança. Os convites (wild-cards) deste ano foram dados ao Uganda, ao Hof Conference and Cultural Centre (Islândia) e à vila alpina de Morzine, na França. Em termos do espaço da feira, a organização dá conta de que a procura tem sido muito forte em termos dos destinos asiáticos, com Macau, Sri Lanka e Índia a aumentarem o seu espaço. O stand do Turismo de Espanha vai provavelmente tornar-se o segundo maior da feira, com 800 metros quadrados. Também o turismo checo, o do Luxemburgo, a Carat Tours, Liberty International e Discovery Jordan expandiram a sua presença. O registo de visitantes e hosted‑ ‑buyers está em pleno funcionamento, para saber mais visite www. imex-frankfurt.com. O ano passado a feira recebeu, entre hosted-buyers e visitantes, 8.902 profissionais. O certame realiza-se, como sempre, em Frankfurt, de 25 a 27 de Maio. A Festas&Eventos é media partner para Portugal do evento.

www.festaseeventos.net

Relatório extensivo sobre o sector

IMEX ruma à América

A IMEX, em colaboração com a ICCA (International Congress and Convention Association) e a Fast Future, uma empresa de estudos de opinão, vai lançar o Meetings & Conventions 2020, um relatório sobre o futuro dos eventos, espaços e destinos para eventos. O estudo vai explorar as tendências que podem marcar a indústria na próxima década e serão, aliás, alvo de uma série de seminários e workshops durante a próxima edição da IMEX.

Las Vegas, um dos principais destinos do mundo de congressos e eventos, é o local escolhido para a primeira edição da IMEX América. Apoiada na experiência dos organizadores da feira de Frankfurt, este certame vai contar com um forte programa de hosted-buyers, provenientes dos quatro cantos do mundo. “A IMEX América vai disponibilizar um programa em grande escala dirigido aos hosted-buyers, que beneficiarão da viagem e estadia gratuita para virem fazer negócios à feira. Na primeira edição esperamos receber 1500 compradores”, refere Ray Bloom, director da IMEX. Está a ser ainda preparado um programa educacional à medida das necessidades do mercado mundial. A feira vai decorrer de 11 a 13 de Outubro de 2011, no Sands Expo Convention Center, no Venetian/Palazzo. Mais informações em www.imexamerica.com


83

EIBTM DÁ O MOTE PARA 2010 Dezembro é mês de EIBTM. Os profissionais dos eventos e da meeting industry rumaram a Barcelona para três dias de negócio, contactos e formação, naquela que é uma das mais importantes feiras do sector. E um dos momentos mais aguardados todos os anos é a apresentação do relatório sobre as tendências da indústria, da autoria de Rob Davidson, professor de turismo de negócios na Universidade de Westminster, em Londres. As duas principais conclusões são que a economia dá sinais de recuperação, ainda que de uma forma lenta, e que o sector está mais desperto para as novas soluções tecnológicas, até como uma forma de controlar custos. O responsável comenta sobre o relatório: “num ambiente tão desafiante, os vencedores em 2010 vão ser os fornecedores que oferecerem um valor e um serviço excepcionais e os destinos que conseguirem diversificar o seu negócio”. Rob Davidson acredita que quanto mais a indústria der mostras de que não compromete a qualidade, mais rápida e facilmente recupera da crise. A confiança para 2010 é moderada, mas o número de viagens de negócios deverá aumentar no segundo semestre do ano.

Expositores portugueses satisfeitos A generalidade dos expositores ouvidos pela Festas&Eventos faz um balanço muito positivo da feira. Maria da Graça Luís, do Turismo da Madeira, referiu que a EIBTM correu bem para a Madeira, “não se pode dizer que a feira foi excelente, mas foi boa, há muitos bons contactos”. Também para Carlos Jardim, da Panorama, o balanço foi positivo, pois “num ano de crise apareceu gente, e de boa qualidade, de modo que foi uma das melhores EIBTM onde estivemos presente”. “Foi uma feira com uma energia muito positiva em relação a 2010, as pessoas estão mais optimistas. Para nós foi uma boa feira, tivemos muitas reuniões”, conta‑nos Diogo Assis, da TLC. Alguns expositores criticaram o sistema de reuniões criado pela organização do certame, nomeadamente a obrigatoriedade na marcação de reuniões por parte dos hosted‑buyers, o que significa uma agenda muito preenchida para os expositores, muitas vezes com reuniões pouco interessantes. Confrontada pela Festas&Eventos com esta crítica, Mandy Torrens, responsável da feira, refere que “todas as reuniões são requisitadas por hosted-buyers, o

que assegura que estão genuinamente interessados em reunirem-se com o expositor, para discutirem negócios. Em alguns casos, o sistema pode incluir reuniões com buyers que só pretendam recolher informação de um determinado expositor, o que significa que nem sempre estas reuniões acabam em negócio”. O sistema de reuniões, conforme explica a directora do certame, começa a funcionar seis semanas antes da feira, com a oportunidade para os expositores de contactarem grupos específicos de buyers através de um espaço dedicado aos expositores no site oficial da EIBTM. Na agenda diária, os expositores podem bloquear horários em que não estejam livres para a marcação de reuniões. “É essencial os expositores serem o mais proactivos possível antes da EIBTM e contactarem os hosted‑buyers com quem têm reuniões pré-marcadas”, recomenda Mandy Torrens, que considera que esta é a atitude que conduz ao sucesso do sistema de reuniões. A responsável convida os expositores a darem um feedback à organização sobre o que pode ser melhorado em relação a esta matéria.

“EIBTM é um barómetro para 2010” “Estamos já a receber pedidos de requisição de espaço para a próxima edição”, revela Mandy Torrens, visivelmente satisfeita pela forma como decorreu o certame. O ano ficou marcado pelo recorde de hosted‑buyers e de reuniões agendadas. O programa educativo foi capaz de reunir mais de três mil profissionais do sector, mais 15% do que o anterior máximo. “Conseguimos aumentar o número de seminários em espanhol, ao todo foram dez sessões, o que representou um impacto positivo no número de visitantes deste país”, refere a responsável. Já o programa associativo atraiu profissionais de 24 países, incluindo da Rússia, Israel, Estados Unidos, Suécia, Chile e China. Do contacto com os expositores, Mandy Torrens conclui que o ambiente foi muito positivo,“a atmosfera em redor da feira sublinhou a enorme quantidade de negócio gerado no evento”. E num ano tão difícil para o sector, poderá a EIBTM ser um bom barómetro para 2010? “Claro que sim. Com estas condições económicas o sector ficou ainda mais alerta para a importância de justificar o retorno do investimento”, acredita a responsável da Reed Travel Exhibitions. O sucesso da EIBTM prova, para Mandy Torrens, a capacidade de resistência da meeting industry e “a importância que o sector confere ao nosso evento, escolhendo a feira para levar a cabo negócios e fazer novos contactos”.

Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


84

EVENTOS

HEAVENT, I’M IN HEAVENT... O que distingue uma feira dedicada aos eventos organizada em França de outras que se fazem um pouco por todo o continente, seja em Portugal, Espanha, Itália ou Alemanha? Bom, em França o champanhe abunda em todos os stands, a toda a hora. A partir das dez da manhã qualquer um sem um flûte na mão parece de algum modo deslocado. Mas deixemos o humor para falar de um assunto sério, a renovada Heavent. Trata-se de uma feira profissional onde centenas de empresas, entre espaços, organizadores e fornecedores, se mostram. A última edição aconteceu entre 8 e 10 de Dezembro, no Hall 5 do parque de exposições da Porte de Versailles, em Paris. Eis alguns destaques. Desde logo, o stand da Geome, ele próprio um motivo de atracção, graças às formas futuristas. Só que o melhor estava

reservado para o interior: um sistema de controlo de apresentações, apenas com o uso dos braços. O princípio é bastante simples. Graças a sensores, os movimentos do apresentador são identificados, permitindo-lhe gerir tudo o que se passa no ambiente que está a ser projectado. Significa que pode arrastar objectos, abrir janelas, passar de um tema a outro. O futuro desta solução passará, garante a Geome, pela possibilidade de gerir tudo isto apenas com o uso de dois dedos, tornando muito mais precisa a resposta do sistema de sensores. Tecnicamente sofisticado, o Crystal Group mostrava cortinas de água, capazes de desenhar, e não projectar, as coisas mais surpreendentes: uma palmeira, um logo, um nome. Realmente diferente. No exterior, atenções viradas para a C17sfx que mostrava uma máquina

capaz de esculpir em espuma objectos com formas razoavelmente complexas. Esculturas que ascendem nos céus como qualquer balão e podem representar um logo, o da sua empresa, por exemplo. Ah, e ainda é possível juntar algumas cores, embora o mais visto fosse o branco. Pode parecer uma pura acrobacia, mas atrai seguramente as atenções. Para além da área de exposição, a Heavent organizou uma série de debates (e como os nossos amigos franceses adoram falar!), dissecando o impacto das redes sociais, a eco‑responsabilidade, as estratégias de comunicação, a criatividade e as novas tecnologias, ou a eficácia dos eventos e a medição do ROI.

Rui Luís Romão

BTL COM 70 MIL VISITANTES A Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) encerrou as portas com um total de 70 mil visitantes, informou a organização em comunicado, destacando em relação ao ano anterior “um crescimento fortíssimo no contingente profissional estrangeiro”. No período dedicado só a profissionais, estiveram presentes 900 visitantes internacionais, um crescimento superior a 50%, face ao ano anterior. “Presentes na BTL estiveram 45 países estrangeiros, uma centena de jornalistas internacionais e mais de 110 compradores estrangeiros convidados pela Organização (hosted-buyers), oriundos de 20 países”, destacou Fátima Vila Maior, Directora da Área

www.festaseeventos.net

de Feiras da FIL. A BTL concentrou cerca de um milhar de empresas que durante cinco dias apresentaram a sua oferta a profissionais e público. Para Fátima Vila Maior, “a inteligente exploração das potencialidades do certame, aliada à dinâmica e criatividade dos expositores, ajudou a BTL a reforçar a sua vocação de plataforma de negócios mas também de grande festa do sector turístico”. A organização destaca também a criação da área Termal e SPA, bem recebida por profissionais e não profissionais, assim como a III Conferência Internacional “Saúde e Bem-Estar: Novas Oportunidades para Portugal”.

Rip Curl Pro Search vence Prémio do Turismo de Portugal O evento Rip Curl Pro Search venceu na categoria “Eventos” nos Prémios do Turismo de Portugal, entregues durante a BTL. Trata-se de uma etapa do Campeonato do Mundo de Surf, realizada em 2009 na Praia dos Tubos, em Peniche. O evento representou um investimento de 1 milhão e 400 mil euros e foi organizado em parceria pela Câmara Municipal de Peniche e pela Rip Surf - Artigos de Desporto. Lembre-se que a edição deste ano dos Prémio Turismo de Portugal obteve um recorde na categoria “Eventos”, com 60 candidaturas ao todo.


85

BOE SURPREENDE

Na cerimónia, o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, destacou este evento como um “exemplo de uma boa parceria público/ privada”, bem como a sua importância para a promoção externa de Portugal, “durante o evento tivemos seis milhões de pageviews”, referiu. Uma nova edição já está confirmada, de 7 a 18 de Outubro. “Não há volta a dar, com este prémio, o Turismo de Portugal tem de continuar a apoiar”, rematou o autarca em jeito de brincadeira, provocando a gargalhada geral na sala. As Festas de Lisboa e o Vodafone Rally de Portugal receberam menções honrosas. Foram ainda finalistas nesta categoria a Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, o Serralves em Festa e o Festival de Ópera de Óbidos.

Logo à entrada da Westfalenhallen, onde decorreu a Best of Events (BOE) um carro-dj portátil – a primeira discoteca móvel do mundo, segundo o simpático condutor/dj (www.art-acting.com)percorria o corredor, animando os visitantes e posando para as fotos. Mais à frente, um robot muito parecido com o R2-D2 da Guerra das Estrelas entregava publicidade de uma empresa de eventos. Catchy, sem dúvida. No stand da Neumann & Müller as apresentações da empresa num ecrã gigante eram controladas por simples movimentos de braços (www.neumannmueller.com), a fazer lembrar Tom Cruise em Relatório Minoritário, enquanto que no espaço da On the Rock (www.ontherock.de) as projecções eram feitas numas cortinas de nevoeiro (fogscreen). No stand da Phase7 (www.phase7.de) uma jovem bailarina dançava e quase em tempo real os seus movimentos eram projectados num videowall, num quadro de luz espectacular. Estes são apenas alguns exemplos de produtos e serviços presentes, entre os mais de 400 expositores distribuídos por três pavilhões (cada um mais ou menos do tamanho do do Centro de Congressos de Lisboa). Mas havia muitos mais.Um produto interessante para eventos, sobretudo outdoor, é o SofaBOX, (www.sofabox. de). O conceito é simples, trata-se de uma mala que, ao abrir, se transforma num sofá. Muito fácil e com um design interessante. Além disso pode ser personalizado para cada evento. A GB Medien System (www.gb-mediensysteme.de) apresentou na BOE o G+B i-nteraktiv®, um iPod para eventos. O lema é: participantes activos em vez de passivos. No capítulo das estruturas, a Contour mostrou o seu Skyliner, www. skyliner.tv, um enorme tecto móvel para eventos outdoor. A Interactive

Media Solutions (www.im-solutions. com) trouxe a Dortmund uma série de sistemas de projecção interactivas, com aplicações no solo, em parede, num bar. E foi sem dúvida um dos stands mais concorridos. Os jogos e os simuladores parecem estar na moda, com várias empresas a apresentarem os seus produtos neste âmbito do entretenimento electrónico para eventos. Circo, casinos portáteis, grupos de música, mágicos, sistemas sanitários, hotéis, pirotecnia, catering, mobiliário, enfim... Tudo o que podemos imaginar que seja necessário ou uma mais-valia para um evento, encontrávamos aqui. Stands maiores, gigantescos mesmo, como os da Party Rent ou da De Boer, contrastavam com o Mister Ice Cream, que fazia do simples acto de servir um gelado uma verdadeira festa, ou com o stand Marzipan Creative, onde podíamos encontrar dezenas de aplicações de maçapão, ou ainda a arte de dois pirógrafos que faziam retratos em 84 segundos (www.pyrografie.de). Uma palavra chega para descrever quase todos os stands: criatividade. No exterior da feira, camiões para eventos - um deles transformado num avião insuflável -, palcos, tendas, domes, mais jogos e simuladores completavam a oferta, sempre com muita animação. Mas a principal nota a registar foi o elevado número de visitantes. Os três pavilhões estavam, de facto, repletos de pessoas. Ao todo a feira recebeu 9100 visitantes. A próxima edição da Best of Events já está marcada: 19 e 20 de Janeiro, em Dortmund. Talvez não fosse má ideia visitar.

Cláudia Coutinho de Sousa, Dortmund

www.festaseeventos.net


86

EVENTOS

ACTB PROCURA

“Ainda não temos os números finais de 2009

REINVENTAR-SE

mas estamos optimistas. Para este ano,

A maior novidade prende-se com a mudança de estratégia no calendário de realização da feira que promove os destinos da Áustria, Hungria, Eslováquia, Eslovénia e República Checa: a partir de agora, a ACTB acontecerá apenas de dois em dois anos. Desta forma, privilegia-se a qualidade em vez da quantidade. Mantém-se o enfoque nas vendas, afinando os critérios de selecção tanto para expositores como para buyers, explica Petra Stolba, responsável máxima do Austrian National Tourist Office (ANTO). Numa rápida entrevista à Festas&Eventos, Stolba faz um balanço positivo de 2009, no que diz respeito ao segmento MICE. “Viena continua a ser um destino muito forte, e a Áustria de um modo geral impõe-se pelos bons acessos, infra-estruturas e forte imagem em termos culturais [este ano e o próximo são dedicados ao compositor e maestro Gustav Mahler, assinalando em 2010 os 150 anos do nascimento e em 2011 os 100 da morte]”.

www.festaseeventos.net

os eventos já confirmados prometem um crescimento simpático”. A estratégia de promoção austríaca para este segmento do turismo de negócios e da meeting industry está bem assente, garante Petra Stolba, passando “pela presença em feiras, elaborando publicações especializadas, sempre em articulação com os convention bureaux das diferentes regiões. De resto, o MICE é tão importante para nós que criámos uma divisão especial no ANTO que só se encarrega deste tipo de turismo”.

OUTRAS CURIOSIDADES Na conferência conjunta, envolvendo representantes dos seis países que se mostram na ACTB, ficaram patentes as diferenças em termos de impacto que a crise teve no turismo: se o ministro checo para o Desenvolvimento

Regional falava em menos 15% de receitas face a 2008, e a Áustria se ficava pelos -2%, já o responsável pelo Turismo Esloveno anunciava, com orgulho, valores em tudo idênticos aos do exercício anterior. Bojan Meden foi de resto um orador empolgado, frisando que o seu país é cada vez mais reconhecido como um destino “verde”, num território ocupado em grande medida por florestas bem preservadas. A Eslovénia acaba de organizar a primeira feira dirigida à meeting industry, a Conventa. E nem a equipa de futebol, que estará presente no Mundial da África do Sul, deixará de servir de bandeira para promover aquele destino internacionalmente. Promessa de Meden.

Rui Luís Romão, Viena* * O jornalista viajou a convite da organização


87

SUSTENTABILIDADE EM FOCO NO CONGRESSO DA EFAPCO O que é que se pode esperar do congresso dos organizadores profissionais de congressos (OPC)? Desde logo boa organização e bons conteúdos. E de facto foi o que aconteceu, o 4ª Congresso da EFAPCO (Federação Europeia das Associações de Organizadores Profissionais de Congressos), subordinado ao tema geral da sustentabilidade e competitividade, teve o mérito de trazer à discussão alguns assuntos importantes para o sector. Se, num clima económico desfavorável, temas como este da sustentabilidade podem parecer (verdades) inconvenientes ou contraproducentes, a EFAPCO procurou, no entanto, dar um sinal da sua relevância. “Já tínhamos decidido pelos temas da sustentabilidade e competitividade há cerca de um ano e meio, e estávamos mesmo no início da crise, e achamos que ainda assim era muito importante debatê-los”, explica Nicolas Le Brun, presidente da EFAPCO em entrevista à Festas&Eventos durante o congresso. E abordar a sustentabilidade numa múltipla perspectiva, diz o responsável, “não só a questão do ambiente, mas também do ponto de vista económico, e do da responsabilidade social”. Sustentabilidade sempre relacionada com a competitividade, “porque os organizadores profissionais de congressos , os seus fornecedores e clientes têm responsabilidades comerciais e financeiras”, diz Le Brun. “Está tudo a mudar”, declara

Helena Weinstein, vice-presidente da EFAPCO e presidente da Secção de Congressos da APECATE, “e o organizador profissional de congressos tem que passar esta mensagem aos clientes e fazê-los perceber que ser sustentável não é mais caro”. Sobre este tema da sustentabilidade, o congresso contou, por exemplo, com as contribuições de Jan-Christoph Napierski, responsável pela organização sustentável da Cimeira de Copenhaga sobre alterações climáticas, e, através de video-conferência com David Stubbs, Chefe de Sustentabilidade dos Jogos Olímpicos de Londres.

1995, é vital. O painel sobre este tema foi, sem dúvida, um dos mais interessantes da jornada. Como interessante foi também o exercício de projectar como será a indústria em 2020, marcada provavelmente pela evolução tecnológica constante, pela comunicação personalizada, pela mudança nas necessidades em termos de conteúdos, para citar apenas alguns dos cenários traçados.

ASSUNTO DO DIA:

PRÓXIMO DESTINO?

REDES SOCIAIS

LISBOA?

A EFAPCO deu o exemplo criando uma rede social para este congresso. O balanço não foi muito positivo, houve falta de inputs por parte dos participantes, no entanto as redes sociais são um tópico importante neste momento. “Há alguns clientes que estão muito predispostos a apostar nas redes, outros estão muito preocupados e reticentes”, considera Nicolas Le Brun, que refere que o organizador de congressos, no seu papel de conselheiro, porque o faz também em relação a todos os outros aspectos (segurança, comunicação, logística), deve estar o mais bem informado possível sobre estas matérias. Além das redes sociais foi dado bastante enfoque ao tema da Geração Y. Num cenário em que convivem no sector quatro gerações diferentes, conhecer a Y, aquela que engloba pessoas nascidas entre 1977 e

Mais de 180 delegados marcaram presença no Square, em Bruxelas, para este congresso da EFAPCO, um recorde de assistência que a organização enaltece, “é um sinal positivo, as pessoas têm consciência de que precisam de partilhar conhecimentos e actualizarse”, diz o presidente. De Portugal estiveram cinco delegados, conforme revela Helena Weinstein. Depois de Bruxelas, Nicolas Le Brun expressa um desejo, “a minha vontade é que o próximo congresso da EFAPCO, em 2012, seja em Portugal”. Questionada sobre este assunto, Helena Weinstein prefere não revelar muito, “estamos a estudar o assunto, ainda não posso dar novidades, mas seria, de facto, muito bom para o nosso trade”. Cláudia Coutinho de Sousa, Bruxelas * *A jornalista viajou a convite da organização

www.festaseeventos.net


88

EVENTOS

CHRISTMASWORLD O MUNDO DO NATAL

A única empresa

Tendências de design

EM FRANKFURT

portuguesa

para 2010

Pense em Natal. Agora pense em tudo o que precisa para a decoração em tempo de festa (Natal e não só). Tudo aquilo em que pensou estava na Christmasworld, que decorreu entre 29 de Janeiro e 2 de Fevereiro na Messe de Frankfurt. E se o termo “tudo” lhe pareceu exagerado, atente na dimensão da feira: 974 expositores (mais nove do que no ano anterior), de 36 países, distribuídos por 52 quilómetros quadrados. Nos stands era possível encontrar artigos para decoração festiva, sobretudo para o Natal, ou não fosse o evento que dá nome à feira: desde árvores de Natal e respectivos enfeites, artigos decorativos, iluminações, presentes, artigos de festa, flores, fogo-de‑artifício, fitas, embrulhos, velas e fragrâncias. Destaque para um piso dedicado exclusivamente à área da iluminação com produtos para casa e jardim, mas também para ruas, centros comerciais e fachadas de edifícios. A edição deste ano da apresentação “The Spirit of Celebration” foi dedicada a Itália, mais concretamente ao Carnaval de Veneza. Na Galeria 1 estavam recriações das fachadas de edifícios venezianos, figurantes com roupas e mascaras típicas e, como não podia deixar de ser, a típica gôndola e o simpático gondoleiro que convidava os visitantes a subirem a bordo para uma fotografia. E quem tivesse mais sorte ainda poderia ganhar uma viagem à verdadeira Veneza.

A Devica, uma empresa de cerâmica de Viana do Castelo, era o único expositor português presente na feira. Os proprietários são alemães e há oito anos que fazem questão de participar na Christmasworld. Walter Dreisewerd, um dos sócios, disse à Festas & Eventos que “este ano até havia mais visitantes na feira” [dado que o balanço final da organização confirmou], mas claro que nem sempre isso se reflecte em negócios. Os custos associados, sobretudo os de expedição dos produtos e a eterna questão do preço dos hotéis em Frankfurt foram algumas das preocupações expressas pelo responsável da empresa no que diz respeito a um regresso no próximo ano. Ao terceiro dia de feira, perguntamos-lhe como estava a correr. Respondeu-nos com um cauteloso: “Está a correr bem, mas no final se verá se valeu a pena”. As preocupações com os custos eram visíveis, quer em expositores, quer em visitantes. Claro que havia excepções como o responsável da Jasaco, uma empresa de flores belga que, ao ouvir falar de crise, sorriu e respondeu: “Crise? Com o que nós vendemos aqui? Há 17 anos que vimos e o nosso stand cresce todos os anos. Os compradores vêm cada vez mais e fazemos muitos negócios”. Mas outros não eram tão optimistas e mesmo do lado de quem comprava se notava a preocupação. Talvez isso explique o porquê de o pavilhão onde estavam os expositores asiáticos ser o mais movimentado da feira.

Redesenhar o tradicional é a palavra de ordem para o Natal de 2010. Anjos, animais e figuras de contos de fadas que fazem parte do imaginário natalício surgem com designs inovadores. A nível de cores, o lilás permanece como uma das mais fortes tendências no que diz respeito a árvores de Natal e artigos decorativos, mas o azul e o castanho também ganham mais força nesta época festiva. Um stand a não perder era o “Trend Show”. Os designers da agência bora. herke compuseram quatro apresentações com as cores, materiais e designs que vão marcar o ano:

www.festaseeventos.net

“Autêntico”: É a mistura do novo com o reciclado e sem esquecer aqueles objectos coleccionados com carinho: o recycling chic”. Materiais naturais como madeira não tratada, algodão e vidro são combinados com padrões florais, malhas e desenhos manuais, reforçando uma relação de proximidade e familiaridade entre as pessoas presentes na celebração. O cinza quente, o verde peridot, azul petróleo, alabastro e o branco linho natural são as cores mais representativas. . “Excêntrico”: Objectos de diferentes culturas, épocas distintas e vários movimentos artísticos misturam‑se. Ideal para eventos com glamour, esta tendência apresenta decoração ornamental, peles de animais, veludo, penas e contas. As cores são o bronze, bordeaux, vermelho ruby, verde azeitona, âmbar e um azul-esverdeado profundo.


89

Em 2011 edições em Frankfurt e no Dubai

“Gráfico”: Desportivo e elegante, este estilo brinca com os padrões geométricos em diferentes tons de branco e preto aveludado, com alguns toques de ouro e prata. Superfícies metalizadas e muito brilhantes apresentam riscas, grelhas e formas abstractas com uma grande componente de ilusão de óptica.

“Optimista”: Materiais como o plástico, borracha e alumínio surgem trabalhados através de técnicas artesanais. A paleta é colorida com tons vivos de mocha, salmão, vermelho escuro, esmeralda, amarelo canário e água‑marinha. O objectivo é transformar qualquer ocasião numa festa.

Em 2011, o Christmasworld será também exportado para o Dubai com o nome de Festivalworld Middle East. A designação “Festivalworld” permite assim a realização da feira num mercado muito receptivo ao sector da decoração festiva, porque nos Emirados Árabes Unidos se realizam muitos eventos, mas onde o Natal não é o evento mais celebrado. A Messe de Frankfurt anunciou ainda as edições do Médio Oriente da Paperworld e Playworld que, tal como a Festivalworld, terão lugar de 7 a 9 de Março, no Dubai Trade Center. Em Frankfurt, a Paperworld e a Christmasworld decorrerão entre 29 de Janeiro e 1 de Fevereiro. Sara Marques, Frankfurt * *A jornalista viajou a convite da organização PUB

www.festaseeventos.net


90

EVENTOS

DESAFIO GLOBAL E ACTION 4 ATIVISM VENCEM PRÉMIOS EUROPEUS DE EVENTOS Se era expectável que o número de candidaturas aos European Best Event Awards 2009 (EuBea) fosse mais baixo, e de facto foi - menos 30% do que no ano anterior -, para Salvatore Sagone, director do certame, há motivos para sorrir. “É preciso ter em consideração que estes eventos se realizaram durante o pior período desta crise, de Julho de 2008 a Junho de 2009”, e por isso, no entender do responsável, as 142 candidaturas confirmam que os EuBea mantêm uma excelente reputação na Europa e que cada vez mais agências querem estar associadas

www.festaseeventos.net

à iniciativa. Os European Best Event Awards atraíram 68 candidaturas de Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Suécia e Bélgica. A Festas&Eventos é membro do júri desta iniciativa. Quem teve razões para sorrir foram a Desafio Global e a Action 4 ativism, que arrecadaram um prémio cada em categorias técnicas. A agência de eventos ganhou o prémio de Best Staging / Set Design (Melhor cenário/ design) pelo evento “Fidelidade Mundial Gala”, enquanto que a Action 4 venceu na categoria de Best Press Notoriety/ Return (Melhor retorno mediático) com a acção “El Precio lo Pones tú”, desenvolvida para a Worten em Espanha. A Gala Globos FM, produzida pela Desafio Global para o jantar de mediadores da Fidelidade Mundial, teve lugar na Praça de Touros do Campo Pequeno. Para este projecto foi criada uma sala completamente branca onde mesas e cadeiras transparentes mudavam de cor, ao ritmo dos ambientes musicais, através de um sistema de LED colocado debaixo de cada mesa. “El Precio lo pones tú” foi um evento desenvolvido pela Action 4 ativism para a Worten para o lançamento oficial da marca no mercado espanhol. A Action 4 ativism concebeu e implementou a abertura das nove lojas da marca. Entre as 8h e as 10h, os primeiros 100 clientes de cada loja tiveram a oportunidade de escolher o preço a pagar pelos artigos que levaram consigo. No final da cerimónia, realizada no passado mês de Novembro, em Milão,

Marina Lebernegg estava orgulhosa com mais um prémio (é o terceiro ano consecutivo em que a Desafio Global vence prémios), sobretudo num ano particularmente complicado, o que “só prova a continuação do nosso bom trabalho, com maus momentos económicos ou não, o nosso trabalho não é alterado, e isso é muito importante, mantermos a forma de estar no mercado”. Neste projecto vencedor, a gestora de eventos da Desafio Global destaca a componente de inovação em termos tecnológicos, na construção das


91

mesas, na iluminação. “Foi usada tecnologia que nunca tinha sido usada em Portugal, nomeadamente em termos de wireless”, refere. Para este evento, dirigido a 600 colaboradores da Fidelidade Mundial, o orçamento situou‑se entre os 200 mil e 300 mil euros. Já Tânia Jardim, da Action 4 ativism, destaca a importância deste prémio EuBea, sobretudo pelo facto de uma agência portuguesa ganhar por um evento realizado em Espanha. Mas não só. “Tendo em conta o tempo recorde em que montámos um projecto

desta envergadura, basicamente duas semanas, é um motivo de muito orgulho este prémio”, afirma Tânia Jardim. O maior desafio foi, desde logo, a intenção do cliente em colocar o evento sob os holofotes dos media espanhóis, e o objectivo foi, de resto, conseguido. Em termos de logística, o que poderia parecer complicado trabalhar noutro país -, não constituiu um problema, “desde o início que sabíamos que íamos ter a colaboração dos directores das nove lojas, fizemos a logística toda a partir de Portugal, briefamos todos os directores, em conjunto com a equipa de marketing da Worten Portugal e Espanha, e depois a implementação no terreno foi de facto fácil”, conta a responsável. O orçamento para este projecto situou-se na categoria 50 mil a 100 mil euros. Tânia Jardim e Nuno Rodrigues (Worten)

Tânia Jardim e Marina Lebernegg

Cláudia Coutinho de Sousa Rui Luís Romão, Milão

www.festaseeventos.net


92

REPORTAGEM

QUANDO A MÚSICA CLÁSSICA DESCEU ÀS RUAS DE HAMBURGO A arte às vezes é como a beleza. Exige sacrifícios. Foi exactamente isso que pensou a maestrina da Orquestra Filarmónica de Hamburgo quando lhe pediram para subir ao topo dos 132 metros da torre da igreja de São Miguel. A ela, que tem vertigens. Mas valia a pena porque ia conduzir, naquele dia, a maior orquestra do mundo – ou melhor, a mais dispersa geograficamente. www.festaseeventos.net


93

Uma ideia e poucos recursos

No dia 2 de Março de 2009 a cidade de Hamburgo foi transformada numa orquestra gigante, num esforço de dar a conhecer esta instituição da cidade de forma mais eficaz do que com a colagem dos tradicionais cartazes. Os 100 músicos ocuparam as suas posições normais na configuração da orquestra, só que em vez de uma sala de espectáculos estavam na cidade – nem o jornal “der Spiegel” escapou à invasão musical, que ocupou sex shops, estações de metro, túneis, estádios de futebol – e tocaram todo o dia, violinos, pianos, violoncelos e flautas no meio da rua, ao frio. Foi “o maior concerto do mundo” e teve tanto impacto que a agência alemã que “inventou” o conceito, a Jung von Matt/ Relations acabou por vencer o prémio para o melhor evento europeu de 2009. Um prémio que recompensou uma grande ideia, com um baixo orçamento e que acabou por chegar a milhões de pessoas em todo o mundo. O segredo está na originalidade. E algum talento em pô-la em prática.

Sem sofrimento, não há processo criativo. Mas às vezes é mesmo uma questão de sorte. “Às vezes as melhores ideias estão mesmo à nossa frente, mas não as vemos imediatamente” diz Joachim Kortlepel, da Jung von Matt/ Relations que revelou à Festas&Eventos que de repente surgiu esta ideia, porque o mapa de Hamburgo estava aberto à frente dos responsáveis criativos da agência. E o formato da própria orquestra também ajudou. Mas foi preciso muito planeamento para trazer à rua as dez mil pessoas que saíram de casa de casacos, gorros e luvas para assistir à performance. “Era um projecto pro bono. Simplesmente não tínhamos orçamento. Quando isso acontece temos que contar apenas com uma grande ideia e com motivação”, diz Kortlepel que contou com menos de 50 mil euros para organizar o maior concerto do mundo. Uma prova de que não são precisos milhões de euros para captar a atenção, numa sociedade em que a publicidade e o marketing são tão comuns que deixaram de se destacar. É preciso é uma grande ideia.

Só podíamos rezar A música nas ruas de Hamburgo não é propriamente uma novidade. Mas não é todos os dias que uma orquestra inteira sai à rua, nem mesmo na Veneza alemã. A logística podia ter sido um pesadelo. Não havia segurança. Não havia espaços fechados. “Tivemos que falar com toda a gente. Um a um. E mais do que uma vez. E rezar para que tudo corresse bem”, diz Kortlepel. Todo o concerto foi transmitido na Internet, numa espécie de mosaico com todas as secções da orquestra e a (amedrontada e congelada) maestrina no centro. Os músicos seguiam a maestrina na televisão. É que era preciso tocar como numa sala de espectáculos, apesar dos

quilómetros que separavam algumas das secções da orquestra. O evento foi capa da imprensa e abriu telejornais em toda a Alemanha, catapultando a orquestra e a agência para uma fama que dificilmente teria com outdoors cinzentos e filmes publicitários institucionais soporíferos.

Da rua para a orquestra Mas será que o evento deu resultado? Segundo Kortlepel nunca a orquestra de Hamburgo esteve tão in. “Os concertos seguintes estavam esgotados. Tivemos uma cobertura mundial gigantesca”. Kortlepel diz que a receita para o sucesso de um evento cultural é fazer com que a “cultura seja vendida de uma forma surpreendente e pouco convencional” e que se “aproxime das pessoas” em vez de estar fechada atrás de sete chaves em casas de ópera fabulosas, mas muitas vezes inacessíveis ao público em geral. “ É preciso estar perto das pessoas para as convencer, apelar ao sentimento”. Kortlepel dá a entender que a música não pode ser inatingível se quer atrair mais público e trouxe a orquestra à rua para provar isso mesmo. “Se a Montanha não vai a Maomé, vai Maomé à Montanha” foi o que orientou esta ideia da Jung von Matt/ Relations, que foi a segunda mais beneficiada. Joachim Kortlepel não quis revelar muito, mas foi adiantando que a agência está a colher os frutos. “Estamos a receber pedidos e a ser sondados” para tentar replicar o conceito. Talvez um dia o S. Carlos saia às ruas de Lisboa.

Maria Pereira

www.festaseeventos.net


94

REPORTAGEM

BTO OU UMA NOVA FORMA DE CHEGAR AO PÚBLICO Em apenas três meses a equipa da Buy Tourism Online (BTO) idealizou e realizou o melhor evento, na categoria de feira, de acordo com o júri dos European Best Event Awards 2009.

O evento, com um conceito diferente e inovador, juntou três momentos num só na Stazione Leopolda, uma antiga estação da primeira metade do século XIX de Florença, em Itália. A BTO – assim se chama também o certame – tinha como missão analisar a compra e venda de produtos e serviços online. E foi na abertura a todos os players do sector do turismo que esteve o sucesso deste certame, que se realiza, anualmente, desde 2008. A BTO arrancou com o Fórum Travel 2.0 & Technology, que indicou o actual estado da compra online de produtos e serviços turísticos. Seguiu-se um encontro onde especialistas

www.festaseeventos.net

propuseram sinergias entre o online e a indústria de congressos e feiras. Para complementar estas iniciativas, a BTO contou com pequenos espaços de formação e com o Travel 2.0 & Technology Workshop, que teve a colaboração da Associação Europeia dos Operadores Turísticos. “A Buy Tourism Online não é mais uma feira, mas um evento com um formato completamente diferente. São três os momentos: informação (a conferência), formação (as salas de formação) e negócios (o workshop). O mais importante é a formação. A ideia foi pensada para ser um momento social onde as empresas Web deveriam

informar os potenciais clientes (desde hotéis de luxo e cadeias de hotéis até pequenos proprietários individuais). No mundo da Web 2.0 temos de ter pessoas prontas para desafiar o mundo das redes sociais e para participar na ‘discussão’”, explicou à Festas&Eventos Giancarlo Carniani, coordenador do evento. O principal objectivo da iniciativa era fazer passar informações importantes sobre o turismo online e Web 2.0, de forma a esclarecer os potenciais clientes na hora de escolher os seus investimentos. “A maioria dos profissionais do sector do turismo (hotéis, agências de viagens, aluguer


95

de carros, etc.) ainda sentem o ‘dilema’ quando escolhem como investir o seu dinheiro na Web. Eles têm medo de ter conselhos errados ou ter dificuldade em medir o retorno do investimento”, referiu Giancarlo Carniani. Por isso, a BTO convidou todos os oradores que pudessem orientar e mostrar as novas tendências aos seus clientes.

Chegar a todos A Internet é um factor importante neste sector, já que, segundo o responsável, “actualmente em Itália cerca de 35-40% das reservas de viagens são feitas online e um estudo da BTO mostra que 85 por cento das pessoas escolhe o seu destino online e depois talvez marque numa agência de viagens”. Por isso, foi também fundamental ter, pela primeira vez, especialistas a explicar a Web 2.0 aos directores das empresas. “Se viajar pela Europa e for a um evento como Phocuswright ou Eye for Travel encontra muito bons eventos dirigidos para pessoas que ‘já sabem’, enquanto a Buy Tourism Online é concebida para abrir este mundo a qualquer um. A primeira edição teve 70% de participação de profissionais de hotelaria (de grandes cadeias de hotéis a pequenos proprietários independentes) mas também bed&breakfast, agro-turismo e até parques de campismo. Nós queríamos falar para toda a gente e conseguimos”, sublinhou Giancarlo Carniani. Em 2008, a BTO contou com a presença de 2400 participantes, tendo aumentado para 3000 o número de pessoas na edição do ano passado. A organização melhorou a fórmula e aumentou o número de oradores internacionais, passando dos 25 da primeira edição para 45. Além disso, a BTO contou com uma enorme cobertura mediática.

O local ideal

Novas ideias

A Stazione Leopolda foi o local escolhido pela BTO para a realização da feira, uma escolha fácil e acertada, segundo Giancarlo Carniani. A antiga estação ferroviária acolhe desde o início dos anos 90 eventos culturais, bem como reuniões, feiras e congressos. Além de ser “um lugar único em Florença”, apresentava as melhores condições para a montagem de um evento de tecnologia. Tem o tamanho ideal (entre 2000 e 4000 pessoas), indo totalmente de encontro às necessidades da organização. “Uma sondagem nas primeira e segunda edições mostrou que foi uma boa escolha. As pessoas avaliaram a localização do evento, atribuindo 9.5 numa escala de 10”, afirmou o coordenador. A organização teve algumas preocupações com o som, já que se realizaram vários eventos em simultâneo e era preciso estar atento para que não houvesse problemas de comunicação entre os participantes. Além disso, o grande desafio foi o Jantar e o Baile de Gala. “Concebemos o buffet como se estivessemos a caminhar nas ruas de Florença. Foi um grande sucesso”, acrescentou.

O mundo cibernético está em constante mudança e por isso Giancarlo Carniani acredita que este sector tem um futuro promissor. As fórmulas do sucesso das duas edições da BTO podem ser sempre melhoradas, mas para isso é preciso estar atento às novidades. “Somos muito afortunados por ter um evento direccionado para a Internet e a Web dá-nos sempre notícias, software, tecnologias, ideias… Todos os anos tudo muda e há sempre alguém que está a preparar alguma coisa que vai mudar o mercado. A nossa finalidade é encontrar essas pessoas e tê-las em palco”, frisou o coordenador da BTO. O evento premiado pelo júri dos European Best Event Awards 2009, cujo orçamento rondou os 300 mil e os 400 mil euros, foi criado em três meses, desde o conceito à sua realização. Por isso, o galardão foi tão importante para a equipa. “Tive um staff incrível a trabalhar no projecto e no layout da Stazione Leopolda. Ter ganho este prémio significa para todo o nosso staff uma óptima maneira de ver reconhecido o nosso trabalho e esforço.” Maria João Leite

www.festaseeventos.net


96

OPINIテグ

Pimentel Furtado

Coronel de Cavalaria, especialista em seguranテァa e gestテ」o de crises

www.festaseeventos.net


97

A LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E A SUA APLICAÇÃO À REALIZAÇÃO DE EVENTOS Até à entrada em vigor do decreto-lei 220/2008, e da portaria 1532/2008, a legislação relativa à segurança contra incêndios (SCI) encontrava-se dispersa por diversos diplomas, verificando-se a existência de lacunas e de incoerências entre os diversos textos. O novo regime jurídico da SCI, aprovado pelo decreto-lei 220/08 e o novo regulamento técnico de segurança contra incêndios em edifícios, aprovado pela portaria 1532/08, vieram consolidar a legislação dispersa, conferindo-lhe coerência e sistematização, procedendo a algumas actualizações e acréscimos, necessários em consequência do continuado progresso das técnicas construtivas e das tecnologias de SCI, bem como da realidade social, que, para o caso que nos interessa, viu surgir nos últimos anos uma indústria de eventos, ainda não contemplada na legislação anterior.

Iremos fazer aqui uma abordagem sucinta, em virtude da extensão e complexidade da portaria 1532/2008, da aplicação da nova legislação de SCI à realização de eventos.

TIPO DE RECINTO De uma forma geral, os eventos realizam‑se em espaços delimitados, cobertos ou não, podendo conter zero, um ou vários edifícios e equipamentos. Estes espaços são designados por recintos. Existem três tipos genéricos de recintos destinados à realização de eventos:

. Recintos fixos (estádios, pavilhões, teatros, auditórios, centros de congressos, etc.) construídos com carácter permanente, com o propósito de albergar as actividades a que se destinam; . Recintos improvisados, os que têm características construtivas ou adaptações precárias, sendo montados temporariamente para um evento, de raiz ou através da adaptação de um outro tipo de recinto permanente; . Recintos itinerantes, aqueles que podem fazer-se instalar e deslocar, podendo ter equipamentos de diversão igualmente com características amovíveis.

www.festaseeventos.net


98

OPINIÃO . A legislação de SCI e a sua aplicação à realização de eventos, por Pimentel Furtado

CATEGORIAS DE RISCO

DELEGADO DE SEGURANÇA

Todos os edifícios e recintos de espectáculos, reunião pública, desporto e lazer, são classificados em quatro categorias de risco (de 1 a 4, do mais seguro para o mais arriscado), atendendo à altura, ao número de pessoas a que se destinam (efectivo) e à existência de pisos abaixo do solo. A tabela 1 sintetiza os critérios de definição das categorias de risco para os espaços destinados à realização de eventos, dentro de edifícios e ao ar livre.

Sendo o produtor do evento o responsável directo pela SCI, poderá delegar a sua autoridade num delegado de segurança, que passará a agir em sua representação, assegurando todos os aspectos relacionados com esta função, incluindo a direcção do posto de segurança e das equipas de segurança, bem como a realização das acções de formação e treino.

Categoria

O posto de segurança destina-se a centralizar toda a informação de SCI e os meios principais de recepção e difusão de alarmes e de transmissão do alerta em caso de incêndio, bem como a coordenar os meios operacionais e logísticos em caso de emergência. Está localizado de forma a ter visibilidade sobre a totalidade do palco e dispor de acesso franco ao exterior do recinto.

Em edifícios

Ao ar livre

Altura

Nº pisos abaixo do solo

Efectivo

Efectivo

1ª - ≤ 9 m 2ª - ≤ 28 m 3ª - ≤ 28 m 4ª - > 28 m Tabela 1 – Categorias de risco

- 0 - ≤ 1 - ≤ 2 - > 2

- ≤ 100 - ≤ 1.000 - ≤ 5.000 - >5.000

≤ 1.000 ≤ 15.000 ≤ 40.000 > 40.000 -

EQUIPAS DE SEGURANÇA

MEDIDAS DE AUTOPROTECÇÃO É com base na categoria de risco do recinto que se definem quais as medidas de autoprotecção que devem ser adoptadas durante a realização do evento. A tabela 2 dá-nos a indicação dessas medidas: Medidas de autoprotecção Categoria de risco

Procedimentos de prevenção X Plano de prevenção X Procedimentos de emergência X Plano de Emergência Interno Plano de evacuação X X Sensibilização e formação X Simulacros X Registos de segurança X X

POSTO DE SEGURANÇA

As equipas de segurança podem ser constituídas por trabalhadores, voluntários ou colaboradores externos, devidamente seleccionados, que para esse efeito recebem a formação adequada, especialmente nas tarefas relativas à prevenção e resposta à eclosão de incêndios. Durante o evento, o número mínimo de elementos das equipas de SCI no recinto são os referidos na tabela 3:

3ª e 4ª Organização de SCI Categoria de risco X

X X X X X

Delegado de segurança X Posto de segurança

X X

X X

X X

Nº mínimo elementos equipas SCI

3

6

10

2

Tabela 3 – Organização mínima de SCI em função dos níveis de risco

Tabela 2 – Medidas de autoprotecção a adoptar

FORMAÇÃO, TREINO E SIMULACROS

Para que se possam executar as medidas definidas para a prevenção e para a resposta de emergência aos incêndios, todos os envolvidos na realização do evento, independentemente da sua relação laboral com o produtor (empregados, voluntários, subcontratados, etc.) têm que ter a devida formação e treino. O teor e intensidade desta formação irá variar com as funções de cada um, mas todos deverão saber o que fazer para evitar a eclosão de incêndios no âmbito das suas tarefas e funções e o que fazer caso ocorra um incêndio, mesmo que seja apenas abandonar o recinto. Para garantir o nível de eficácia dos planos de emergência e de evacuação, serão realizados simulacros periodicamente.

www.festaseeventos.net

OUTROS REQUISITOS Existem muitos outros requisitos necessários para o cumprimento da legislação de SCI, mas os aqui referidos são os que mais directamente tocam as responsabilidades do produtor do evento. Como regra geral, poderemos dizer que se o recinto estiver habilitado com as necessárias licenças de utilização e de funcionamento, existe uma garantia mínima de que todos os requisitos construtivos e técnicos da SCI foram já cumpridos, pois esta é uma das condições para que as câmaras municipais emitam as licenças.

FISCALIZAÇÃO

Finalmente, importa referir que a fiscalização do cumprimento da legislação relativa à SCI é da responsabilidade da ANPC (Autoridade Nacional de Protecção Civil), dos municípios e da ASAE (relativamente aos equipamentos).


99

www.festaseeventos.net


100

LEITOR

CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO Nesta secção da revista, as especialistas de protocolo e autoras do blog http://protocolopt.blogspot.com, Cristina Marques Fernandes e Susana de Salazar Casanova procuram responder a algumas perguntas dos leitores, colocadas através do site www.festaseeventos.net. Por vezes, dada a minha actividade profissional, tenho de organizar algumas conferências. Deparo-me sempre com uma dificuldade: o que oferecer aos oradores? Será possível darem-me algumas pistas sobre este assunto? PR, Vila Nova de Cerveira De facto, o anfitrião deve sempre oferecer um presente a cada orador que convida para o seu evento. A selecção do presente é um factor que acarreta algumas dificuldades uma vez que, na maioria das situações, não se conhece de antemão quem se vai presentear, o respectivo gosto e, frequentemente, o orçamento é reduzido. Deixamos algumas considerações: a) O ponto de partida é o orçamento que a organização tem disponível, tendo em conta que o presente deve perdurar na memória do presenteado de forma positiva e, na medida do possível, primando por alguma originalidade. b) Defina o objectivo que pretende alcançar. Apenas agradecimento pela participação no evento ou também compensação financeira? (nem sempre os oradores recebem uma retribuição por este tipo de trabalho). c) Os patrocinadores do evento disponibilizam habitualmente algumas ofertas. Certifique-se de que o presente que escolhe não é idêntico. d) Consulte a lista de presentes

www.festaseeventos.net

oferecidos em eventos anteriores, principalmente se já convidou a mesma pessoa. e) O valor do presente deverá estar na directa proporção do estatuto profissional e/ou social do orador. f) O peso e o tamanho do presente, no caso do convidado ser estrangeiro, são questões pertinentes. g) Algumas sugestões: livros, canetas de boa qualidade, peças de porcelana ou cristal de pequena dimensão são, habitualmente, um valor seguro. Poderá recorrer às lojas dos museus e dos palácios, promovendo assim o nosso país e a nossa cultura. Dependendo do orador, os vinhos poderão ser uma boa opção, nomeadamente vinhos regionais, como Porto, Moscatel de Setúbal, Carcavelos, Favaios ou um vinho de qualidade produzido em região determinada (VQPRD). h) São de evitar objectos cortantes e todo o tipo de presentes de cariz pessoal como perfumes, jóias, lenços, artigos de toilette, entre outros. i) Atente à cultura e país de origem do seu convidado: a mexicanos não ofereça prata, a italianos artigos de couro ou design sofisticado, a franceses vinhos ou champanhe, a suíços chocolates, a muçulmanos bebidas alcoólicas, a africanos artesanato de madeira, a japoneses qualquer objecto em número de quatro. j) O presente deve ser acompanhado

de um pequeno cartão agradecendo a presença no evento e o contributo para o sucesso do mesmo. l) Preste especial atenção à qualidade do embrulho e, com oradores internacionais, atente ainda à simbologia das cores. m) Defina com antecedência quem vai entregar e em que momento será entregue o presente, para evitar embaraços. Pode parecer uma pergunta descabida, mas vamos receber num evento da nossa instituição um convidado internacional. É de mau tom marcar‑lhe um voo low-cost? SE, Porto A pergunta não tem nada de descabido: o tema está na ordem do dia. A actual conjuntura económica e social privilegia um consumo responsável e consciente. De qualquer forma, e no sentido de evitar ferir susceptibilidades, avalie previamente: a) O estatuto profissional/social do seu convidado. b) Os seus respectivos hábitos de viagem (se é passageiro habitual de companhias low-cost e se viaja em classe económica ou executiva). c) Proceda a um estudo comparativo de preços no sentido de aferir se há efectivamente uma significativa diferença de preços para aquele percurso. d) Certifique-se da razoabilidade dos horários e da localização dos aeroportos.


101

Além disto, garanta que alguém recebe no aeroporto o seu convidado e o acompanha durante a estadia, como mandam as regras do bom anfitrião (sobre as quais nos permitimos aconselhar-lhe a leitura de vários textos em http://protocolopt.blogspot.com). Interesso-me muito pelos temas relacionados com os eventos “verdes”. Gostaria de saber a vossa opinião sobre o assunto e também de saber de que forma o protocolo se adapta a estes novos conceitos? DC – Porto Devemos apostar na aplicação dos conceitos de sustentabilidade na produção de eventos, como factor diferenciador. O termo Green Event é a expressão utilizada para designar um evento sustentável, que abrange uma série de princípios de sustentabilidade

aplicados na concepção, planeamento e realização do evento. Algumas medidas simples: . Planificar, programar, prever; . Reduzir o mais possível o consumo de recursos naturais; . Prever danos ambientais; . Poupar água e electricidade; . Minimizar a produção de resíduos; . Recorrer à substituição de materiais - utilizar estruturas modulares reaproveitáveis; . Neutralizar a emissão de carbono durante o evento - por exemplo, ao calcular a quantidade de poluentes lançados na atmosfera, compensar essa emissão plantando árvores; . Equacionar oferecer brindes confeccionados com materiais que não afectem negativamente o meio ambiente, ou que sejam produzidos por comunidades carenciadas;

. Reciclar o material utilizado; . Evitar impactos prejudiciais sobre as comunidades locais; . Prever poluição atmosférica e sonora; . Informar os diversos públicos sobre a preocupação com a preservação ambiental e com a responsabilidade social. Estas medidas podem ser aplicadas nas seguintes áreas de actuação: . Material e resíduos; . Água, saneamento e energia; . Aquisição de bens e serviços; . Transportes, viagens, alojamentos e catering; . Lembranças e merchandising; . Acções de comunicação e distribuição de documentação. O Protocolo, enquanto instrumento de comunicação que acompanha os progressos sociais, tem que inevitavelmente seguir estas tendências, nomeadamente na gestão de eventos.

PUB

www.festaseeventos.net


102

OPINIテグ

Pedro Cardoso

Director-executivo da The House of Events

www.festaseeventos.net


103

MUDAR A ATITUDE Ao longo das últimas edições da F&E procurei manter uma linha editorial coerente, centrada nas tendências de mercado, que reflectiam as minhas percepções como gestor, numa perspectiva generalista sobre a evolução do sector. Com este artigo, pretendo iniciar um novo ciclo, de intervenção e partilha de inquietudes, fruto da mudança de estado de espírito que advém da situação de crise económica e social que estamos a viver. É inevitável que haja uma mudança de atitudes, na procura de soluções de sustentabilidade.

O fenómeno da globalização e aumento de conectividade tem enormes implicações na percepção que criamos de Portugal nos mercados, como acabámos de constatar com a recente conotação de “país em morte lenta”. Este efeito pode ser devastador para o turismo e tem que ser invertido a todo o custo com programas e acções objectivas. O sector do turismo em geral, e a meeting industry em particular, perspectivam-se como um dos sectores em que Portugal pode conquistar mais vantagens competitivas, desde que todos os intervenientes assumam a sua quota-parte de responsabilidades e tenham plena consciência de que se não lideramos o nosso próprio destino, ficaremos à mercê do que outros decidirem por nós… De entre os muitos factores críticos de sucesso, caberá aos empresários e gestores, implementar programas de controlo de gestão e inovação tecnológica das empresas, programas de responsabilidade social corporativa, formação contínua para quadros e fomentar o rigor, competência e ética empresarial. Em relação à tutela, destacaria a profissionalização dos organismos responsáveis e a implementação de programas de desenvolvimento e

modernização do sector - incentivos à criação de microempresas e auto‑emprego, “democratização” do capital de risco, códigos e regras de certificação, programas de estágio para jovens à procura do 1º emprego - para citar apenas algumas das medidas que considero prioritárias. Os países e empresas de futuro devem ser um exemplo de boa governação a todos os níveis, garantir a sustentabilidade, promover a educação, justiça social e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos seus concidadãos e colaboradores. Numa indústria fragmentada com o turismo, em que países e destinos concorrem para quotas de mercado muito pequenas, elementos intangíveis como a autenticidade do acolhimento, facilidade de comunicação e qualidade serviço, são dos poucos que permitem a diferenciação. A nossa capacidade de atrair e fidelizar oportunidades de negócio e clientes, depende muito da inovação e criatividade, mas acima de tudo da qualidade dos nossos recursos humanos; um país com pessoas mais bem formadas e felizes, fará, com certeza, toda a diferença.

www.festaseeventos.net


104

FORMAÇÃO

ETIC APOSTA NOS EVENTOS A actuar na área das indústrias criativas, a Escola Técnica de Imagem e Comunicação (ETIC), de Lisboa, investe, desde há vários anos, no domínio da produção e gestão de espectáculos e eventos. E a aposta é para continuar, segundo a directora, Manuela Carlos, por um lado porque são cursos muito procurados, por outro, porque o mercado exige cada vez mais especialização. A ETIC surgiu em 1991 com cursos profissionais nas áreas de vídeo, fotografia, design e multimédia. Com a evolução do mercado foram surgindo novas áreas, nomeadamente a de produção e gestão de eventos. O público-alvo destes cursos, como nos conta Manuela Carlos, são jovens que terminam o 12º ano e não querem seguir para a faculdade, mas também pessoas já no mercado de trabalho, e que procuram formação, especialização ou actualização de conhecimentos. Estão disponíveis dois cursos de produção de eventos, um de iniciação e outro de especialização e ambos são muito procurados, “há muita gente interessada na área, é um mundo atraente para os jovens”, comenta a responsável. Sendo uma escola iminentemente prática, há a

www.festaseeventos.net

preocupação de ter docentes conhecedores do mercado de trabalho e com experiência neste sector. A escola tem disponível ainda um gabinete de estágios que procura encaminhar os alunos para o mercado, e há já várias empresas de eventos que procuram este serviço, conforme refere Manuela Carlos. O mercado dos eventos está em constante inovação e movimento, e por isso há a preocupação da escola se adaptar a esta realidade e à evolução constante, pelo que estes cursos estão também eles em constante reformulação. A interacção entre as várias áreas do saber aqui leccionadas é, para Manuela Carlos, também uma mais-valia para os alunos, “para além de um contexto enriquecedor, ganham aqui contactos valiosos para a vida profissional, e podem ainda organizar eventos em conjunto”.

A ETIC é a escola oficial do Rock in Rio, já desde a primeira edição do evento, e este ano não vai ser diferente. “A ideia é inserir os alunos nos eventos, dar-lhes trabalhos reais”, afirma a directora, que revela que na edição passada participaram 130 alunos no evento. Em Setembro foram inauguradas novas instalações que incluem um espaço multiusos, o Pavilhão Atmosferas, que recebe eventos da escola, inclusive os organizados pelos próprios alunos, mas também pode ser alugado a terceiros. Brevemente vai ser aberto um novo espaço, um pouco mais pequeno, com um palco, onde também poderão ser feitos eventos. Para já não está equacionado a ETIC abrir instalações em outras cidades do país. Cláudia Coutinho de Sousa


105

www.festaseeventos.net


106

OPINIテグ

Gavin Eccles

Professor de turismo e marketing

www.festaseeventos.net

ツゥ Associaテァテ」o da Hotelaria de Portugal


107

QUEM É O PRÓXIMO? A questão-chave na indústria da aviação é hoje muito simples: quem é o próximo? O próximo a quê?, podemos perguntar. A cair na bancarrota, e mais? Quem é que acreditaria que, depois da crise resultante do 11 de Setembro, a indústria da aviação cresceria 36% entre 2002 e 2007 – sendo que alguns dos principais indicadores em 2002 previam que as pessoas nunca voltariam a voar? Então o que é que provocou este crescimento exponencial durante a primeira metade da década, e o que é que esteve na origem do colapso em 2008 e 2009? Bem, primeiro, a questão do crescimento é muito simples. Houve uma maior procura, uma vez que os negócios floresceram devido a todas aquelas razões que são a causa para a corrente crise: taxas de juro e impostos baixos, crédito totalmente disponível, etc. Quando os negócios correm bem, os barómetros mostram que a aviação também. Claro, o papel das companhias aéreas não é o de transportar as pessoas para férias (já voltaremos a isto), mas ajudar a economia e o comércio internacionais. E as pessoas de facto usavam o avião para se deslocarem, e aos seus produtos, pelo mundo. O segundo motivo para o crescimento teve que ver, como é evidente, com a redução das tarifas aéreas. As companhias low-cost trouxeram um novo

modelo à aviação: pagar só por aquilo de que se precisa. Mais competição significa preços mais baixos, que por sua vez encorajam mais pessoas a viajar… O advento das low-cost ficou inicialmente marcado pela procura de mercados diferentes dos das transportadoras tradicionais. Companhias como a British Airways, Lufthansa e United estavam concentradas em desenvolver os melhores produtos para os clientes da classe executiva e a lutar para preencher as filas da frente dos seus aviões. O modelo das low-cost era diferente, e na Europa, em particular, o crescimento assentava em três segmentos principais: viagens de lazer para city-breaks e/ou férias de praia e sol; capacidade para oferecer voos frequentes e baratos para quem queira

ter uma segunda casa no estrangeiro, em áreas como o Algarve ou Sul de Espanha; viagens para imigrantes que precisem de se deslocar através do continente em busca de trabalho, sobretudo em movimentos oriundos do Leste (polacos que trabalham na Alemanha e Reino Unido, etc.). No entanto o modelo das low-cost está a mudar e hoje companhias como a Easy Jet e GermanWings preenchem pelo menos metade dos seus aviões com o que poderíamos chamar de turistas de negócios. Estes trabalham para empresas que procuram reduzir os custos que têm com viagens – e que por isso colocam os seus colaboradores em voos low-cost. E com isto finalizamos a parte do período de crescimento. Então depois o que correu mal? Por que

www.festaseeventos.net


108

OPINIÃO . Quem é o próximo?, por Gavin Eccles é que a indústria da aviação enfrenta tantos riscos de sobrevivência? Por duas razões fundamentais: o colapso das viagens de negócios e o preço dos combustíveis. As companhias internacionais, que faziam dinheiro com a frente do avião (como sublinhado acima), vêem agora esses lugares vazios, e de maneira a ocupá-los têm que reduzir a tarifa tão significativamente que aquele que foi o “Santo Graal” em termos de negócio junto do passageiro corporate é coisa do passado. Perderam a galinha dos ovos de ouro e por isso perderam o seu negócio. E como têm muitos custos associados ao combustível, o aumento do preço significa uma quebra do dinheiro que podem cobrar aos passageiros, o que significa queda dos lucros, e em muitos casos, perder efectivamente dinheiro. Costuma-se dizer que por vezes a companhia aérea poupa dinheiro por não voar. Em outras palavras, perde menos dinheiro com um avião parado, do que a voar com muitos custos e nenhum lucro. Um fenómeno estranho. Os aviões parados perdem menos dinheiro do que aqueles que voam com tarifas reduzidas. Por estranho que pareça, a indústria automóvel não é assim tão diferente. A GM chegou à conclusão de que o encerramento das fábricas e a paragem na produção de automóveis podia ajudá-los a não perder tanto dinheiro, em vez de fabricarem carros que não são vendidos. Uma indústria em crise, portanto. Quem é que acreditaria nisso quando começaram os primeiros voos? Algumas pessoas devem lembrar-se da famosa frase dos Irmãos Wright, “… anteriormente as pessoas achavam incrível imaginar o que seria voar; hoje, é bastante mais difícil imaginar um mundo em que isso não seja possível”. Que irónico! Então o que significa tudo isto para o futuro, e a sua ligação com os negócios e a meeting industry? Duas notas. Primeiro, o crescimento das low-cost está a tornar-se forte. A Ryanair e a easyJet tiveram um 2009 complicado, mas continuam a ter lucro

www.festaseeventos.net

e a sobreviver. O desafio é convencer as empresas de que colocar os seus executivos em voos low-cost não é um pecado capital, mas sim uma boa maneira de poupar dinheiro. Com preços baixos, talvez nunca tenha sido tão fácil viajar. Talvez seja mesmo mais barato viajar do que usar um sistema de video-conferência. É uma ideia interessante: dizia-se que a vídeoconferência ia matar a indústria da aviação, mas pode acontecer que as low-cost ajudem a reduzir a ameaça da vídeoconferência, já que nunca foi tão importante estar frente a frente e reunir. E se eu me posso reunir por um preço tão baixo, então por que usar a máquina?… A reacção das companhias tradicionais é de consolidação e de estabelecimento de parcerias. A ligação entre a British Airways e a Iberia é para assegurar que ambas sobrevivam. E obviamente que a Lufthansa permitiu que a Swiss e Austrian Airlines permanecessem vivas ao adquiri-las. O mesmo pode ser dito em relação à aquisição da companhia holandesa KLM pela Air France. Estes três grandes grupos europeus estão a juntar-se com os seus congéneres internacionais, formando alianças como a Star, OneWorld e SKYteam. O raciocínio aqui é de que, estando juntos, podem ajudar o turista. Nós fornecemos uma plataforma global e ligamo-lo a si e ao seu negócio ao mundo. A SKYteam está a levar a cabo neste momento uma campanha de marketing onde apresenta os benefícios para os negócios da rede de rotas de que dispõe. Se quiser fazer negócios, a SKYteam ajuda-o a chegar a todo o mundo. Portanto as low-cost podem ajudar a meeting industry dando-lhe os meios para que as pessoas viajem barato, enquanto que as companhias tradicionais oferecem os meios para que as pessoas viajem com mais condições. O velho debate surge de novo: volume versus valor. As low-cost promovem o volume de negócios, as tradicionais posicionam-se para gerar valor para o negócio. A chave para a meeting industry é simples – as pessoas

viajaram sempre em negócios, está no nosso sangue. O desafio é saber como o fenómeno das low-cost , vai crescer e o quão disponível está o sector para trabalhar com as low-cost para suportar o crescimento. A ideia é posicionar o destino nos pontos de intercepção da rede de ligações aéreas que resulta das várias alianças de companhias – nós estamos no meio e você conecta-se ao resto do mundo através de nós. Qualquer que seja a abordagem é razoável afirmar que a aviação vai sobreviver – em que formato é o que não sabemos. Alguns dos principais analistas prevêem que as três maiores alianças continuem a crescer (e na verdade as três estão bastante bem consolidadas). A easyJet e a Ryanair também vão sobreviver. A questão é fazer com que os executivos pensem nas low-cost como o seu novo meio de transporte – voar já não é considerado um luxo, mas uma forma de ir do ponto A para o ponto B. E para a meeting industry isso só pode significar que há um grande potencial para mais pessoas viajarem e viajarem mais frequentemente. O Santo Graal das viagens executivas está a desaparecer. Tal como uma vez disse a Rainha-Mãe, em resposta à pergunta: Como era governar a Índia?, “Foi bom enquanto durou”.

Para aqueles executivos habituados a beber champanhe em 1ª classe às 6h da manhã, o conselho é que aproveitem agora, porque não vai durar muito mais.


109

www.festaseeventos.net


110

DESTINO NACIONAL

COIMBRA DOS AMORES E DOS CONTRASTES www.festaseeventos.net


111

Coimbra não tem só mais encanto na hora da despedida. Tem-no também na forma como recebe os seus visitantes e no que lhes oferece. A “Cidade dos Estudantes” tem a tradição da Academia, a história de Pedro e Inês e um património histórico de relevo. É um distrito de contrastes na paisagem e, entre praias e serras, há a arte dos sabores. A região tem muita potencialidade para o sector dos eventos e turismo de negócios. E até os U2 vão lá actuar em Outubro… “EM FRANCO DESENVOLVIMENTO” Situado no centro do país, o distrito de Coimbra tem um património natural variado. Afinal, são 17 os concelhos que o compõem: Mira, Cantanhede, Figueira da Foz (estes têm as praias em comum), Arganil, Coimbra, Condeixa‑a-Nova, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Montemoro-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares, de onde se destacam as serras e os rios. Em Coimbra pode celebrar o amor de Pedro e Inês, eternizado no Jardim da Quinta das Lágrimas, ouvir o fado, sentir o Mondego e levar os miúdos ao Portugal dos Pequenitos. Que dizer de um evento que permita uma visita às ruínas de Conímbriga e ao Castelo de Montemor-o-Velho? Quem passa na região pode ainda desfrutar das praias solarengas, caminhar pelas serras da Lousã e do Açor e provar a gastronomia, que engloba os enchidos, peixe, chanfana, cabrito assado, pastéis de Tentúgal e os vinhos do Dão e da Bairrada. É um distrito de tradições, mas também aberto à modernidade.

As boas acessibilidades, o património histórico e a diversidade da região são factores que tornam o distrito de Coimbra e o Centro do país mais competitivos e atractivos. “A diversidade, a dinâmica empresarial, as excelentes acessibilidades, os equipamentos de uso turístico disponíveis e os espaços públicos qualificados, associados à centralidade territorial regional, são as principais vantagens da região Centro de Portugal e do Pólo de Marca Turística de Coimbra (PMTC); seja para acolher eventos, turismo de negócios e incentivos, ou outro segmento de actividade”, diz Pedro Machado, presidente da Entidade Regional do Turismo Centro de Portugal (TCP), estrutura que serve de suporte às áreas regionais de turismo. Mas há outras mais-valias, como a segurança, o acolhimento caloroso ou a relação qualidade/preço dos serviços, “atributos de excelência e de competitividade da Marca Centro de Portugal”. Segundo Maria Moreira, directora de Marketing do Lágrimas Hotels & Emotions, grupo no qual se integra a Quinta das Lágrimas, “Coimbra está em franco desenvolvimento”. A responsável considera a riqueza

histórica da cidade, a localização e as boas acessibilidades os principais motivos para que cada vez mais pessoas procurem Coimbra para a realização de eventos. “No entanto, apresenta-se ainda como um destino relativamente ‘barato’ em relação a outras grandes cidades. Daí o aumento da procura deste destino para ponto de encontro de empresas que vêm um pouco de todo o país”, reconhece. Para Luís Maricato, sócio-gerente da empresa Caminhos d’Água, que actua, entre outras, na área da animação turística, “o Centro de Portugal tem uma particularidade única: em menos de 200 quilómetros passamos do ponto mais alto do país à costa marítima” e pelo meio há uma variedade da paisagem que é o ponto mais forte do distrito. O responsável lembra ainda que a capital do distrito, Coimbra, acolhe “a mais antiga Universidade Portuguesa e a quarta mais antiga da Europa”.

www.festaseeventos.net


112

DESTINO NACIONAL . Coimbra

FRAQUEZAS Uma das dificuldades da região Centro, de acordo com Pedro Machado, “prende-se com o facto das decisões de fundo, com efeitos regionais, estarem demasiado dependentes do poder central”. E exemplifica com as linhas orientadoras do Plano Estratégico Nacional para o Turismo – PENT, que “define o Touring Cultural e o Turismo de Natureza como os principais produtos estratégicos para o Centro de Portugal, não considerando a dimensão tangível e intangível e a realidade multi-produtos do território”. Por isso, o presidente da TCP frisa que é necessário “dar voz a quem conhece, vive e constrói no terreno, o presente e o futuro”. Na mesma linha está Luís Maricato, para quem a região precisa “ser mais conhecida nos meios de decisão das empresas, que maioritariamente se situam em Lisboa e Porto”. Já Maria Moreira alerta que Coimbra é uma “cidade virada um pouco para si mesma”, apesar da localização privilegiada. Uma maior componente cultural poderia ser a chave para a abertura da cidade ao país. Mas faltam locais para eventos ligados à cultura, sublinha a directora de Marketing do Lágrimas Hotels & Emotions. Terá o distrito capacidade para acolher grandes eventos? Luís Maricato refere que falta capacidade “de atrair ainda mais públicos” e “de receber eventos com mil ou mais pessoas”. “Fazem falta centros de congressos para grandes eventos. Locais para mais de 500 pessoas são escassos. E alojamento no interior do distrito com esta capacidade é um pesadelo logístico...”, revela o responsável da Caminhos d’Água. Para Pedro Machado também faltam “espaços para grandes eventos com capacidade de alojamento”. “As quatro principais cidades regionais - Aveiro, Coimbra, Viseu e Castelo Branco congregam o maior número de espaços disponíveis, distribuídos entre auditórios, centros de congressos, instalações desportivas, unidades hoteleiras, ou

www.festaseeventos.net

equipamentos municipais. Do mesmo modo, faltam eventos diferenciadores com alcance nacional e internacional”, acrescenta. Mas 2010 leva a Coimbra os U2, cuja dimensão e força promocional são evidentes. “Os U2 promovem internacionalmente a cidade de Coimbra, e o Centro de Portugal, com maior eficácia do que qualquer campanha promocional realizada”, lembra. O principal mercado da TCP é o nacional, “que é responsável por mais de 70% das dormidas”, segundo Pedro Machado. A promoção externa actua em vários mercados europeus e sul-americanos, dos quais se salienta o mercado espanhol, “com excelentes indicadores de procura”, e os mercados emergentes, como o francês e o italiano. Também Maria Moreira realça os mercados português, espanhol e brasileiro como os mercados privilegiados para a Quinta das Lágrimas.

BONS ACESSOS Coimbra destaca-se por ter uma localização privilegiada. A centralidade é uma das vantagens, aliada às boas acessibilidades. Ambas “possibilitam dinâmicas turísticas várias”, refere Pedro Machado. “A proximidade do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, os eixos rodoviários estruturantes para Espanha em perfil de auto-estrada (A1/A28, A25 e A30), a futura ligação transfronteiriça Extremadura/Beira-Interior, os Portos de Aveiro e da Figueira da Foz aproximam o Centro de Portugal dos múltiplos mercados, e permitem a dinamização dos fluxos de visita pelo território”, afirma. Tal como Maria Moreira, Luís Maricato acrescenta os acessos ferroviários. Contudo, o sócio-gerente da Caminhos d’Água adianta que “faz falta um aeroporto regional para atrair outros públicos...”

MAIS CAMAS E SERVIÇOS DE QUALIDADE A realização de eventos está a par do alojamento na facturação da Quinta das Lágrimas. O hotel realiza casamentos, jantares e reuniões de empresas, “O facto da Quinta das Lágrimas receber diversas empresas como cliente, permite uma maior divulgação da cidade a possíveis investidores. Dá a conhecer o destino, as infra-estruturas e as condições para investimentos de empresas”, explica Maria Moreira. Mas será que o distrito tem capacidade hoteleira suficiente? A responsável considera que existem agora mais unidades de qualidade e um maior número de camas disponíveis, o que “aumenta a concorrência de qualidade” e, consequentemente, a melhoria do serviço ao cliente. Maria Moreira diz mesmo que “a médio prazo Coimbra será um pólo alternativo a grandes cidades como Lisboa e Porto por este factor”. Também Pedro Machado considera que na região Centro existem actualmente unidades de alojamento modernas “com serviços complementares de elevada qualidade”, lembrando a inauguração em 2009 de duas unidades cinco estrelas: o Montebelo Aguieira Lake Resort & Spa, em Mortágua, e o Hotel Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo. Estes


113

e outros espaços “demonstram a atractividade e a capacidade do Centro de Portugal na captação de novos investimentos assentes na oferta de espaços e produtos inovadores”. A TCP criou mesmo um Centro de Apoio ao Investimento no Turismo, que “funciona como um interlocutor entre os empresários e os organismos estatais”. Tem uma linha de apoio ao investimento ITUR (808 203 054), que está disponível diariamente. Contudo, “apesar da evidente dinâmica positiva, são necessários mais equipamentos hoteleiros de qualidade e com capacidade para receber grandes organizações”, reconhece o presidente da TCP. Em termos de projectos para o futuro, o responsável aponta, entre outros, a “implementação do Convention Bureau, do Welcome Center de Viseu e a criação de uma rede de postos de turismo”.

“LIMITE É A IMAGINAÇÃO” Entre as mais-valias e as fraquezas da região, a diversidade é bastante o que proporciona muitas possibilidades de incentivos. “A região possui hoje em dia um conjunto de oferta qualificada e segmentada com elevado poder de atracção”, frisa Pedro Machado. Como a variedade em termos territoriais é muita, existe uma oferta diversificada que pode ir desde actividades desportivas e radicais, como passeios todo‑o‑terreno, caminhadas e descidas de rio, a sugestões associadas ao enoturismo e bem-estar. “Podemos criar incentivos à medida, adequados ao perfil de cada grupo, ou organização. Agimos no campo das experiências pelo que o único limite é a imaginação”, sublinhou o presidente da TCP. E Luís Maricato confirma. “A principal mais-valia da Caminhos d’Água é a adequação das actividades que propõe ao que o cliente pretende”, conta, revelando que na região os locais mais solicitados para actividades de team building ou de lazer puro são Penacova e Lousã. “A descida do Mondego em Canoa com team building é das actividades mais procuradas no Verão. Coimbra é também um dos destinos que nos solicitam, permitindo estabelecer circuitos aproveitando a magnífica envolvente ao rio Mondego e Parque Verde”, recorda.

UMA CIDADE MAGNIFICENT Os U2 vão actuar em Coimbra em dose dupla. E esta escolha não foi feita ao acaso. “É uma zona central, fica entre dois dos maiores centros urbanos do país, tornando-se um óptimo lugar para receber estes fãs”, referiu Álvaro Ramos, da produtora Ritmos&Blues, que avaliou vários locais segundo certos parâmetros, como as acessibilidades, disponibilidade do estádio, qualidade das infra-estruturas e capacidade hoteleira. Coimbra cumpriu os requisitos. “Oferece as infra‑estruturas necessárias” para acolher os milhares de fãs, que poderão aproveitar para desfrutar da “beleza inegável” da cidade. Coimbra foi a que “apresentou menos fraquezas”, apesar de “só ter capacidade para um artista de grande mobilização de massas”. “Para outro tipo de eventos falta público com poder de compra”, adiantou Álvaro Ramos. Os U2 actuam nos dias 2 e 3 de Outubro no Estádio Municipal de Coimbra.

www.festaseeventos.net


114

DESTINO NACIONAL . Coimbra

ALGUNS LOCAIS ARTICULAÇÃO E DINÂMICA A articulação entre todas as entidades que operam na região é “fundamental” para que se possa afirmar a marca Centro de Portugal de modo competitivo, de acordo com Pedro Machado. “O envolvimento activo dos diversos stakeholders é um princípio corporativo da Turismo Centro de Portugal, uma vez que o desempenho dos indicadores turísticos regionais se relaciona com o sucesso das empresas e organizações que operam no sector. Esta articulação processa-se em dois patamares: nas acções desenvolvidas directamente no terreno – acções promocionais diversas – e na participação em grupos de trabalho técnicos com responsabilidade na gestão do território”, explicou. Para Maria Moreira, a região de Turismo do Centro é uma das mais “dinâmicas”, quer na articulação de todos os players como na promoção da região em Portugal e no estrangeiro. “São frequentes as acções de promoção no mercado espanhol que, estando tão próximo de nós, é de facto um mercado muito importante”, frisou.

www.festaseeventos.net

Já Luís Maricato considera as câmaras municipais “o elo mais fraco da cadeia”. “Se há câmaras com uma grande dinâmica e ansiosas por ter ocupação hoteleira nos seus concelhos, outras há que até às suas empresas municipais ou departamentos de turismo criam uma teia burocrática que não permite desenvolver determinado tipo de actividades. Temos a clara percepção de que, nos dias de hoje, a rápida tomada de decisão dos gestores de empresas exige da parte de todos os actores uma capacidade de resposta também ela rápida. Para a Caminhos d’Água é perfeitamente evidente a influência que a rapidez de resposta tem no sucesso da conquista de clientes”, explica. Luís Maricato vai mais longe e fala de “falta de visão”, defendendo a necessidade de inovação: “O medo da mudança é, quanto a nós, a principal fraqueza da sociedade portuguesa e caberá a todos nós contribuir para alterar esse espírito tão tipicamente português. Até parece que não descendemos de quem deu ‘novos mundos ao mundo’...”

PARA CONGRESSOS E REUNIÕES . Centro de Congressos e Actividades Sociais - Hosp. da Univ. de Coimbra . Auditório da Reitoria da Univ. de Coimbra . Auditório Bissaya Barreto - Campus do Conhecimento e da Cidadania . Grande Auditório do Centro de Artes e Espec. da Figueira da Foz . Cine-Teatro Municipal Messias - Mealhada . Centro de Eventos Valle de Canas - Coimbra . Comfort inn Almedina - Coimbra . Hotel Tivoli Coimbra . Tryp Coimbra . Hotel D. Inês

Maria João Leite


115

www.festaseeventos.net


116

DESTINO INTERNACIONAL

VILNIUS

A SURPREENDENTE VERSÃO BARROCA

Vilnius é a cidade barroca mais setentrional da Europa. Mesmo as nuvens que cobrem a cidade são barrocas, se acreditarmos no escritor polaco Czeslav Milosz. Mas outras correntes como o gótico, o renascimento, o romantismo e o classicismo, deixaram também as suas marcas na capital da Lituânia. Vilnus é uma mistura entre a estética e a modernidade de Paris, Londres, Bruxelas e Roma. www.festaseeventos.net


117

Vilnius é um museu ao ar livre que expõe as influências culturais da Europa Ocidental e Oriental. A cidade é um caso à parte no contexto europeu e báltico. Aqui encontramos a maior cidade antiga da Europa Central e Oriental, classificada património da Unesco, desde 1994, onde o visitante se pode perder nas ruas estreitas, reveladoras da passagem dos séculos e dos estilos culturais.

Os vários quarteirões da cidade são separados por espaços verdes que podem ser contemplados idealmente do topo do castelo de Gediminas. Daqui pode aproveitar uma vista panorâmica sobre a cidade de 360º. Os locais espirituais não faltam em Vilnius, a cidade abarca, apesar de numerosas ocupações e guerras devastadoras, mais catedrais e igrejas do que qualquer outra cidade de leste.

www.festaseeventos.net


118

DESTINO INTERNACIONAL . Vilnius

Incentivos em Vilnius A atracção de Vilnius reside quer na cidade em si, quer nas florestas e lagos que a rodeiam e que constituem um local maravilhoso para um programa de incentivos. Com um grupo de 15 pessoas pode, por exemplo, viajar num balão de ar quente em redor do centro pitoresco. É um grupo muito grande? Nesse caso uma caça ao tesouro nas ruelas da baixa poderá assumir contornos de uma verdadeira expedição que vai ser ainda mais divertida se for feita a bordo das viaturas típicas: os Zapai. A velocidade não o assusta? Então tem de se deixar surpreender pelo centro de karting Michael Schumacher, um radical circuito de 620 metros, que vai elevar a adrenaliana ao máximo. Mas as actividades tranquilas também são possíveis, pode rumar a Norte a bordo de um comboio histórico a vapor, que aliás é possível alugar para um grupo exclusivo. Pode ainda programar um ataque de Tadas Blinda (Robin dos Bosques lituano) durante o trajecto. Experimente ainda o verdadeiro artesanato local. Imagine levar uma peça feita por si.

www.festaseeventos.net

Dança e música A Lituânia é também o único país da Europa onde pode disparar uma kalachnikov num incentivo. Este decorre num campo de treino soviético onde se formavam agentes secretos do KGB e soldados do Exército Vermelho. Depois de ter experimentado dar uns tiros, pode reunir-se na Igreja de Santa Catarina para um atelier musical. Arkady Gostesman é um dos artistas de jazz mais conhecidos da Lituânia e as suas composições situam-se entre o jazz moderno e a música clássica até contemporânea. Com um grupo de 40 pessoas pode experimentar tocar diversos instrumentos.

Vilnius e a região em que se insere possuí uma série de festivais de música, dança e teatro. Os lituanos dão ainda muito valor às suas tradições e folclore locais. Estas tradições têm três vertentes: a herança católica, a cultura agrária, e a época medieval do antigo Grão-Ducado da Lituânia, do tempo em que o país tocava as duas costas, a do Mar Báltico e do Mar Negro, e do qual Vilnius era o centro político.


119

No castelo de Trakai O castelo de Trakai data do século XVI - hoje em dia funciona como museu -, localiza-se a 25 km de Vilnius, numa ilha do lago Galve. O caminho para lá pode ser feito de canoa. Lá dentro o cenário é majestoso. É possível alugar o castelo e este é um espaço fantástico para jantares com espectáculos medievais, em que os bailarinos usam roupas da época, e há cavalos e trovadores. Os convidados também se podem vestir a rigor. No lago Galve é possível organizar uma panóplia de actividades marítimas. E no Inverno, quando o lago está gelado pode organizar partidas de hóquei no gelo. E depois disso o sítio a conferir é o Restaurante The Round Table Club, que aliás tem uma vista fantástica para o castelo. Não deixe de passar na antiga biblioteca inglesa do restaurante. E que tal fazer um safari de jeep para descobrir as florestas da região. O Parque Regional de Labanoro é o maior da Lituânia e é verdadeiramente uma maravilha.

Em Vilnius os prazeres culinários são abundantes. E a escolha de restaurantes é vasta. Por isso, delicie-se. The Planner (www.theplanner.be)

www.festaseeventos.net


120

EMPRESAS

EVENT SERVICES INFORMÁTICA PARA EVENTOS E CONGRESSOS O “Kioske de Certificados”, é este o nome com que foi baptizado, é um dos ex-libris da Event Services. Foi pensado e desenvolvido internamente, como de resto acontece com todas as soluções desta empresa, especializada em soluções informáticas para eventos e congressos, capaz de responder a solicitações em qualquer ponto do país. Personalização e mobilidade, eis duas ideias essenciais para Carlos Ferreira e Ricardo Teixeira, enquanto responsáveis pelo projecto. www.festaseeventos.net


121

EVENTGEST

O que faz, afinal, o Kioske? Pois bem, imprime diversos certificados, de presença, de orador, um para cada curso em que participou. Basta para isso que apresente o código de barras que recebe quando se inscreve no congresso ou seminário – e tudo isso é feito online, claro. Mas há mais, este Kioske permite ainda receber novas inscrições, de última hora, no próprio local do evento. E ainda responder a questionários que a organização entenda colocar aos diversos públicos. Este aspecto do online é importante, de acordo com a Event Services, e distintiva da solução que oferecem, face a outros produtos do mercado. Todos os sistemas estão integrados, em verdadeira comunicação. Quer dizer que quando alguém se inscreve, por exemplo, os seus dados estão a ser efectivamente carregados numa base de dados – o organizador não recebe um mail com as informações e depois tem que ter alguém a colocá-las num ficheiro informático. O mesmo se passa com as inscrições no local. A partir do momento em que a pessoa é admitida, todos os pontos têm acesso à informação. Significa que quando chegar,

passados 5 minutos, à entrada para um workshop o sistema vai reconhecê-lo como estando inscrito – ao contrário de outras soluções, em que o hardware tem que ser recolhido para actualizar dados. O mesmo sucede noutros casos, como com as listas de convidados. O sistema está permanentemente actualizado, e permite importar ou exportar diferentes listagens, consoante as necessidades. É possível, por hipótese, saber em tempo real quantas pessoas estão naquele evento, seja ele qual for – e desde que tenha controlo de acessos, bem entendido. Uma outra aposta prende-se com a possibilidade de usar um sistema de RFID, identificação por rádio frequência, semelhante à Via Verde. Deste modo, obtém-se um registo das pessoas que circulam nos vários espaços de um evento, sem necessidade de as controlar através do código de barras do crachá – o método mais vulgar. Esta solução implicou um forte investimento por parte da Event Services, porque os custos da tecnologia são elevados, mas está, como se disse, disponível.

Na raiz de tudo isto está um software capaz de interligar todas as ferramentas tecnológicas disponíveis, desde a Internet, impressão automática de certificados, gestão de abstracts, controlo de acessos online, etc. Esta plataforma, EventGest, foi apresentada na primeira versão em 2004. De então para cá foi sendo continuamente aperfeiçoada, em função das necessidades dos organizadores e dos públicos. Os eventos são avaliados pelos programas científicos e pela qualidade dos serviços prestados, e é justamente aqui que a Event Services actua, libertando os organizadores para tarefas mais criativas e facilitando a vida dos participantes. Para sistematizar ideias, aqui ficam os serviços propostos: secretariado, crachás personalizados, controlo de acessos, Kioske de certificados, lotes (é possível atribuir um lote de inscrições / serviços pré-definido, ficando a indústria, de uma forma autónoma, com a liberdade de inscrever e anular inscrições até uma determinada data, bastando para isso aceder a uma área própria online), gestão de abstracts (submissão efectuada online, assim como o acesso do júri, permitindo definir uma série de parâmetros, máximo de abstracts por congressista, nota mínima para aprovação, etc.), sessões (configura todas as sessões do evento e informa os intervenientes dos detalhes, data, hora, local), CD com as apresentações, website do evento, formulários (podem ser ajustados à medida de cada evento). Para mais informações consulte: www.eventgest.com

www.festaseeventos.net


122

LIVROS SECRETS OF EFFECTIVE MEETINGS & EVENTS Autor: Steve de Witt Editora: Barranco Concept Número de páginas: 256 Preço: 35 euros Escrito por um organizador de eventos para organizadores de eventos, este livro foca muitos temas importantes para quem lida com eventos. Quer seja um organizador experiente, ou se está ainda a dar os primeiros passos na profissão, este é uma espécie de manual de sobrevivência nesta indústria tão competitiva. Este livro apresenta uma série de novos e atractivos formatos de reuniões, congressos, processos de networking.

THE DEFINITIVE BOOK OF BODY LANGUAGE Autor: Allan e Barbara Peace Editora: Bantam Número de páginas: 400 Preço: 12 euros The Definitive Book of Body Language oferece uma perspectiva interessante da maneira como as pessoas usam a linguagem corporal para comunicar. Ao contrário de muitos livros, este enfatiza o facto de que os clusters de comportamentos comunicam muito mais do que um gesto visto isoladamente. Este livro dá ainda dicas para usar a linguagem corporal de uma forma positiva. Estas e outras dicas fazem deste livro um recurso importante para quem quer ganhar um maior conhecimento sobre a comunicação não-verbal.

RELAÇÕES PÚBLICAS SEM CROQUETE Autor: Renato Póvoas Editora: Gestão Plus Número de páginas: 168 Preço: 13,98 euros Não desperdice mais nenhum euro nas tradicionais campanhas publicitárias e aposte na criatividade e transparência das relações das Relações Públicas, que são sinónimo de vendas e sucesso. Não tenha medo de arriscar. Inove. Só assim conseguirá vencer e ser o número 1! As Relações Públicas têm assumido um papel preponderante no mundo das organizações. Sem a espectacularidade de outras áreas, as RP gozam actualmente de maior projecção no contexto empresarial, fruto dos resultados obtidos. Porém, existe ainda um longo caminho a percorrer no esclarecimento público desta disciplina e na exploração de novos ângulos de abordagem. Este livro, perante o complexo e dinâmico paradigma de comunicação actual, pretende retratar esta realidade de forma pragmática e revelar técnicas para chegar eficazmente aos consumidores.

PR 2.0: NEW MEDIA, NEW TOOLS, NEW AUDIENCES Autor: Deirdre Breakenridge Editora: FT Press Número de páginas: 304 Disponível online em: http://proquest.safaribooksonline.com/9780137145553?tocview=true No mundo da Web 2.0, os métodos tradicionais de comunicação não são suficientes para chegar às audiências, e ainda menos convencê-las. Mas aqui vão as boas notícias: ferramentas poderosas oferecem-lhe oportunidades jamais tidas de diálogo com toda a gente que lhe interessa. Neste livro, Deirdre Breakenridge ajuda-o a dominar estas ferramentas e a maximizar o seu uso no trabalho de relações públicas.

www.festaseeventos.net


123

DIRECTÓRIO ANIMAÇÃO Distrito de Braga ASES NA MANGA Braga Tel.: 253 283 483 ases@asesnamanga.com Distrito de Lisboa FADUS – ANIMAÇÃO E ESPECTÁCULOS Estoril Tel: 214 662 550 geral@fadus.pt PMP – PAULO MAGALHÃES PRODUÇÕES Lisboa Tel: 218 619 375 pmp@portugalmail.com RITMOS URBANOS Ramada Tel: 934 802 183 mircosatar@ritmosurbanos.com Distrito do Porto ADEREÇO PRODUÇÕES Porto Tel: 225 322 720 geral@adereco.com Distrito de Setúbal ANIMAGEST Almada Tel: 212 549 880 animagest@animagest.com.pt TOCÁ RUFAR Aldeia de Paio Pires Tel: 212 269 090 tocarufar@tocarufar.com ARTISTAS E ESPECTÁCULOS Distrito de Lisboa MÚSICA NO CORAÇÃO Lisboa Tel: 210 105 700 musicanocoracao@musicanocoracao.pt EVERYTHING IS NEW Lisboa Tel: 213 933 770 geral@everythingisnew.pt RITMOS & BLUES Paço d’Arcos Tel: 214 694 050 info@ritmoseblues.pt CATERING Distrito de Braga MEMORIAL CATERING V. N. Famalicão Tel: 252 313 022 geral@memorialcatering.pt Distrito de Coimbra CARLOS FILENO Cernache Tel: 239 949 290 filenos@mail.telepac.pt Distrito de Lisboa

COMPANHIA DOS PALADARES Sintra Tel: 219 677 510 geral@cpaladares.com

Distrito de Faro

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega Edificío da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 11

SILVA CARVALHO CATERING Sintra Tel: 219 255 510 comercial@sccatering.pt

FÁBRICA DO INGLÊS Silves Tel: 282 440 480 fabrica@mail.telepac.pt

COLISEU DO PORTO Porto Tel: 223 394 940 coliseu@coliseudoporto.pt

MOJITO BAR CATERING Paço d’Arcos Tel: 210 992 980 info@mojitobarcatering.com

PORTIMÃO ARENA Caldeira do Moinho 8500 - 726 Portimão Tel: 282 410 440 Fax: 282 410 445 geral@portimaoturis.pt www.portimaoarena.com Ver página: 63

ESTÁDIO DO DRAGÃO Porto Tel: 225 083 000 portoestadio@fcporto.pt

EVOEVENTS Lisboa Tel: 218 929 043 evo@evolucaogastronomica.com

Distrito do Porto CRISTINA HENRIQUES - BANQUETES Porto Tel: 965 069 619 geral@agestial.pt NUMIAL CATERING Vermoim Tel: 229 407 411 info@numial-catering.com SOLINCA EVENTOS E CATERING Porto Tel: 226 086 636 solinca.eventos.catering@sonae.pt TRÊS SÉCULOS V. N. de Gaia Tel: 223 742 800 general.office@tresseculos.pt Distrito de Santarém CONDESTÁVEL DE LUÍS SUSPIRO Cartaxo Tel: 243 719 786 geral@condestaveldeluissuspiro.net

Distrito de Coimbra CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULOS DA FIGUEIRA DA FOZ Figueira da Foz Tel: 233 407 200 geral@figueiraturismo.com

Distrito de Leiria CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHA Caldas da Rainha Tel: 262 889 650 ccc.secretariado@cm-caldas-rainha.pt

MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIA Porto Tel: 223 401 900 larcher@tnsj.pt

Distrito de Lisboa

Distrito de Setúbal

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE LISBOA Rua Portas de Santo Antão, 89 1169-022 Lisboa Tel: 213 224 050 Fax: 213 224 051 sm@acl.org.pt www.acl.org.pt Ver página: 23

CONVENTO DA ARRÁBIDA Azeitão Tel: 212 180 520 arrabida@foriente.pt

CAMPO PEQUENO Lisboa Tel: 217 998 450 secretariado@campopequeno.com

Distrito de Viseu

CASTELO DE S. JORGE Lisboa Tel: 218 800 620 castelodesaojorge@egeac.pt

ENCONTRUS Carregal do Sal Tel: 232 960 202 mail@encontrus.com

CENTRO CULTURAL DE BELÉM Lisboa Tel: 213 612 697 dac@ccb.pt

Açores

COLISEU DE LISBOA Lisboa Tel: 213 240 580 marketing@coliseulisboa.com

PRIMAZ S. Mateus da Calheta Tel: 295 206 410 primaz@primaz.com Madeira TROPICAL CATERING Funchal Tel: 291 700 840 restaurante.tropical@clix.pt ESPAÇOS MULTIUSOS Distrito de Aveiro EUROPARQUE Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt Distrito de Braga

CASA DO MARQUÊS Algés Tel: 214 118 152 casadomarques@casadomarques.pt

AVEPARK – PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Caldas das Taipas Tel: 253 470 600 avepark@avepark.pt

CATERI Alcabideche Tel: 214 608 830 catering@cateri.pt

MULTIUSOS DE GUIMARÃES Guimarães Tel: 253 520 300 geral@tempolivre.pt

FUNDAÇÃO DE SERRALVES CONGRESS CENTRE Porto Tel: 226 156 500 serralves@serralves.pt

CONVENTO DO BEATO Lisboa Tel: 210 103 100 conventodobeato@cerealis.pt ESTÁDIO ALVALADE XXI Lisboa Tel: 217 516 522 Fax: 217 516 585 eventos.corporate@scp.pt www.scp.pt Ver páginas: 80 e 81 MUSEU DA CARRIS Lisboa Tel: 213 613 087 museu@carris.pt PAVILHÃO ATLÂNTICO Lisboa Tel: 218 918 409 info@pavilhaoatlantico.pt Distrito do Porto CAVES CÁLEM – SOGEVINUS FINE WINES Vila Nova de Gaia Tel: 223 746 660 turismo@sogevinus.com

Distrito de Viseu EXPOVIS Viseu Tel: 232 422 018 geral@expovis.pt Açores AÇOR ARENA - PAVILHÃO MULTIUSOS Vila Franca do Campo Tel: 296 539 390 acorarena@acorarena.pt CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO Angra do Heroísmo Tel: 295 206 120 cccah@mail.telepac.pt PORTAS DO MAR Ponta Delgada Telefone: 296 281 500 associacaoportasdomar@gmail.com Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Santo Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt ESTRUTURAS & ALUGUER DE MATERIAL AMG SERVICIOS Sevilha Tel: +34 902 104 413 amg@amgservicios.com (Mobiliário, Design, Climatização, Iluminação) Distrito de Braga MODELSTAND Padim da Graça Tel: 253 300 320 geral@modelstand.pt (Stands)

www.festaseeventos.net


124

DIRECTÓRIO SPORMEX Braga Tel: 253 673 689 geral@spormex.pt (Stands) Distrito de Faro ALGARPALCOS Loulé Tel: 289 401 370 algarpalcos@algarpalcos.com (Palcos)

Distrito de Setúbal ALUGOCLIMA Rua dos Laminadores, 15 Foros da Catrapona, PIS II 2840-586 Aldeia de Paio Pires Tel: 212 549 550 Fax: 212 549 558 info@alugoclima.com www.alugoclima.com (Aluguer de material) Ver página: 67 Madeira

EUROLOGISTIX Almancil Tel: 289 419 199 info@eurologistix.pt (Aluguer de material)

SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt (Stands)

Distrito de Lisboa

FEIRAS, CONGRESSOS & INCENTIVOS

ALUG’AQUI Chão de Meninos - Sintra Tel: 219 108 003 info@aaqui.com (Aluguer de material)

DISTRITO DE AVEIRO Europarque Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt

DOME WORLD Alcabideche Tel: 936 104 040 paulo.barros@domeworld.pt (Domes)

Distrito de Beja

EUROPALCO Mem Martins Tel: 219 605 520 comercial@europalco.com (Palcos e tendas) EVIDÊNCIA DISPLAY Lisboa Tel: 214 603 620 geral@evidenciadisplay.com (Stands) MULTIARCO Rua Reinaldo Ferreira, nº38 - A/B 1700-324 Lisboa Tel: 218 483 740 / 218 477 075 info@multiarco.pt www.multiarco.pt (ar condicionado) Ver página: 51 PÊBÊ DESIGN Cacém Tel: 219 188 720 geral@pebe.pt (Stands e Design) POP COMMUNICATION GROUP Lisboa Tel: 218 650 400 popgroup@popgroup.pt (Stands e Design) SERIES Lisboa Tel: 213 583 470 series@series.com.pt (Design e Comunicação) Distrito do Porto AUDINOVA Leça da Palmeira Tel: 229 961 930 geral@audinova.pt (Aluguer de material) SEABRAS EVENTOS Porto Tel: 225 505 579 info@seabras-eventos.com (Aluguer de Material) SERVICE PACK Rua de Santana, 276 4450 - 781 Leça da Palmeira Tel: 229 942 944 geral@servicepack.pt www.servicepack.pt (Aluguer de material) Ver página: 25

EXPO BEJA Av. Salgueiro Maia 7800 Beja Telefone: 284 315 602 Fax: 284 315 678 expobeja@mail.telepac.pt www.expobeja.pt Ver página: 89 Distrito de Braga BESTEVENTS Braga Tel: 253 204 053 info@bestevents.pt

AUDITÓRIO PROF. DR. ARMANDO SIMÕES SANTOS Lisboa Tel: 217 922 625 auditorio@fmd.ul.pt B+ Estoril Tel: 214 689 668 geral@bpositivo.com

Distrito do Porto ABREU Porto Tel: 222 043 570 dmcportugal.porto@abreu.pt ACRÓPOLE Porto Tel: 226 199 680 geral@acropole-servicos.pt

CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA Lisboa Tel: 213 652 000 lisboacc@aip.pt

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega, Ed. da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 11

CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL Estoril Tel: 214 647 575 info@estorilcongresscenter.com

EXPONOR Leça da Palmeira Tel: 229 981 400 info@exponor.pt

C. I. CONGRESSOS E INCENTIVOS Lisboa Tel: 219 246 342 cicongressos@mail.telepac.pt

HOSPEDEIRAS DE PORTUGAL Porto Tel: 225 320 280 porto@hospedeiras-portugal.pt

CITUR TRAVEL DMC Linda-a-Velha Tel: 217 712 610 lisbon@citur.pt

SKYROS CONGRESSOS Porto Tel: 226 165 450 skyros@skyros-congressos.com

CWT EVENTS Lisboa Tel: 213 224 370 cwtevents@carlsonwagonlit.com.pt

THE HOUSE OF EVENTS Porto Tel: 228 348 940 info@the.pt

EUROCONGRESSOS Lisboa Tel: 218 472 577 info@eurocongressos.pt

Distrito de Santarém CNEMA - CENTRO NACIONAL DE EXPOSIÇÕES E MERCADO AGRÍCOLAS Santarém Tel: 243 300 300 centrodecongressos@cnema.pt

CITEVE - CENTRO TECNOLÓGICO DA INDÚSTRIA TÊXTIL V. N. de Famalicão Tel: 252 300 300 citeve@citeve.pt

FIL - FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA Lisboa Tel: 218 921 500 fil@aip.pt

PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE BRAGA Braga Tel: 253 208 230 peb@peb.pt

GEOTUR Lisboa Tel: 218 422 700 incoming@geotur.com

GRUPO ECOREX Corroios Tel: 212 548 200 info@ecorex.pt

Distrito de Faro

ID - INTÉRPRETES DIRECTOS Lisboa Tel: 961 372 269 id@interpretesdirectos.com

Distrito de Viseu

ALGARVE TOURS Faro Tel: 189 890 200 comercial@algarve-tours.pt CENTRO DE CONGRESSOS DO ARADE Encosta do Arade, Parchal 8400 Lagoa Tel: 282 498 577 Fax: 282 498 578 clientes@algarvecc.com www.pavilhao-arade.com Ver página: 63 CLASS TRAVEL Portimão Tel: 282 414 522 / 282 415 414 classtravel@mail.telepac.pt EXPOSÉ VIAGENS Albufeira Tel: 289 501 835 geral@exposeviagens.com.pt Distrito de Leiria BIG TIME Fátima Tel: 249 533 770 julio.santos@bigtime.pt EXPOSALÃO BATALHA Batalha Tel: 244 769 480 info@exposalao.pt Distrito de Lisboa ABREU Linda-a-Velha Tel: 214 156 100 dmcportugal.lisbon@abreu.pt

www.festaseeventos.net

AIMS PORTUGAL Lisboa Tel: 213 245 040 lisbon@aims-international.com

LEADING - CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENT Linda-a-Velha Tel: 217 712 634 leading@leading.pt MESSE FRANKFURT - PORTUGAL Lisboa Tel: 217 939 140 info@portugal.messefrankfurt.com MUNDI CONVENIUS Lisboa Tel: 213 155 135 info@mundiconvenius.pt SALA OCEÂNICA Oeiras Tel: 214 462 550 geral@oeirasviva.pt SFORI Lisboa Tel: 217 604 839 geral@sfori.com TEAM QUATRO Algés Tel: 214 111 300 info@teamquatro.com TLC Lisboa Tel: 213 213 060 lisbon@tlc-pt.com

Distrito de Setúbal

EXPOVIS Viseu Tel: 232 422 018 geral@expovis.pt Açores CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO Angra do Heroísmo Tel: 295 206 120 cccah@mail.telepac.pt TURANGRA Angra do Heroismo Tel: 295 204 040 congressoa@turangra.com Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Sto. Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt FOTOGRAFIA E VÍDEO Distrito de Lisboa FABRICE ZIEGLER Lisboa Tel: 218 877 719 fabriceziegler@netcabo.pt


125

MINIFOTO ESTÚDIO Rua Alexandre Ferreira, 49 A - Lumiar 1750-010 Lisboa Tel: 217 567 330 Fax: 217 567 339 minifoto@netcabo.pt www.minifoto-estudio.com Ver página: 71

SHERATON ALGARVE HOTEL & RESORT Albufeira Tel: 289 500 100 pinecliffs.reservations@luxurycollection.com

FLÔR DE SAL Viana do Castelo Tel: 258 800 100 reservas@hotelflordesal.com

TIVOLI MARINA VILAMOURA Vilamoura Tel: 289 303 330 paula.santos@tivolihotels.com

Distrito de Vila Real

RXF - AUDIOVISUAIS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO Rua Cipriano dos Santos, 3 2710 - 735 Sintra Tel: 210 189 366 Fax: 219 146 125 geral@rxf.pt www.rxf.pt Ver página: 36

Distrito de Leiria

FORTE DE S. FRANCISCO HOTEL Chaves Tel: 276 333 700 webmaster@forte-s-francisco-hoteis.pt

MARRIOTT PRAIA D’EL REY & BEACH RESORT Amoreira Tel: 262 905 100 info.pdr@marriott-pdr.com.pt

VIDAGO PALACE HOTEL Vidago Tel: 276 990 900 vidagopalace@unicer.pt

Distrito de Lisboa

Distrito de Viseu

Distrito de Aveiro

CORINTHIA LISBOA HOTEL Lisboa Tel: 217 236 363 lisboa@corinthia.pt

AQUAPURA DOURO VALLEY Lamego Tel: 254 660 600 aquapuradouro@aquapuradouro.com

DIGITAL FRAME Rua das Colectividades 54, s. 5.1 a 5.4 4430-625 Vila Nova de Gaia Tel: 227 870 175 Fax: 227 870 175 info@digitalframe.pt www.digitalframe.pt Ver página: 45

GRANDE HOTEL DA CURIA Anadia Tel: 231 515 720 geral@grandehoteldacuria.com

HOTEL DOM PEDRO LISBOA Lisboa Tel: 213 896 600 lisboa.reservations@dompedro.com

HOTEL MONTEBELO Viseu Tel: 232 420 000 hotelmontebelo@visabeiraturismo.pt

MACEDO’S PIROTECNIA Santão Tel: 255 483 999 pirotecnia@macedos.com.pt

PALACE HOTEL BUSSACO Luso Tel: 231 937 970 bussaco@almeidahotels.com

HOTEL REAL VILLA ITÁLIA Cascais Tel: 291 724 257 swreservations@granderealvillaitaliahotel.com

MELIA CONFORT GRÃO VASCO Viseu Tel: 232 423 511 geral@hotelgraovasco.pt

Distrito de Setúbal

Distrito de Beja

HOTEL VILLA RICA Lisboa Tel: 210 043 000 villarica@villarica.pt

Açores

Distrito do Porto CITYLAB Marco de Canaveses Tel: 255 539 230 citylab@citylab.pt NVSTUDIO Porto Tel: 226 180 741 nvstudio@nvstudio.co.pt HOTÉIS E POUSADAS

CLUBE DE CAMPO VILA GALÉ Beja Tel: 284 970 100 clubedecampo@vilagale.pt Distrito de Braga AQUAFALLS SPA HOTEL Vieira do Minho Tel: 253 649 000 info@aquafalls.pt AXIS OFIR - BEACH RESORT HOTEL Ofir - Esposende Tel: 253 989 800 reservas@axisofir.com POUSADA DE GUIMARÃES - SANTA MARINHA Guimarães Tel: 253 511 249 recepcao.stamarinha@pousadas.pt Distrito de Castelo Branco MELIÁ CONFORT D. MARIA Covilhã Tel: 275 310 000 tryp.dona.maria@solmelia.com

LISBON MARRIOTT HOTEL Lisboa Tel: 217 235 551 claudia.ventura@marriotthotels.com HOTEL CASCAIS MIRAGE Cascais Tel: 210 060 601 idalina.elias@cascaismirage.com PALÁCIO ESTORIL Estoril Tel: 214 648 000 front-desk@palacioestorilhotel.com RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOA Lisboa Tel: 213 811 400 fsh.lisbon@fourseasons.com SHERATON LISBOA HOTEL E TOWERS Lisboa Tel: 213 120 000 sheraton.lisboa@sheraton.com

HOTEL AÇORES ATLÂNTICO Ponta Delgada Tel: 296302200 reservas@bensaude.pt HOTEL DO CARACOL Angra do Heroísmo Tel: 295402600 dep.reservas@hoteldocaracol.com Madeira CROWNE PLAZA RESORT MADEIRA Funchal Tel: 291 717 600 crowne.plaza.md@mail.telepac.pt HOTEL SAVOY Funchal Tel: 291213000 reservations@savoyresort.com THE VINE HOTEL Funchal Tel: 291 009 000 info@hotelthevine.com

AUDIOVELOSO Guimarães Tel: 253 418 428 geral@audioveloso.pt

Distrito do Porto

Distrito de Coimbra

Distrito de Évora

PORTO PALÁCIO CONGRESS HOTEL Porto Tel: 226 086 600 portopalaciohotel@sonae.pt

SLC - SOUND LIGHT AND CREW Coimbra Tel: 239 722 255 info@slcrew.com

CONVENTO DO ESPINHEIRO HERITAGE HOTEL E SPA Évora Tel: 266 788 200

SHERATON PORTO HOTEL & SPA Porto Tel: 220 404 000 sheraton.porto@sheraton.com

Distrito de Lisboa

Distrito de Coimbra HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMAS Coimbra Tel: 239 802 380 comercial@quintadaslagrimas.pt

recepcao.conventodoespinheiro@conventodoespinheiro.com

HOTEL DA CARTUXA Évora Tel: 266 739 300 comercial@hoteldacartuxa.com Distrito de Faro HOTEL FARO Faro Tel: 289 830 830 comercial@hotelfaro.pt LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORT Portimão Tel: 282 420 200 sales.lemeridien@starwoodhotels.com

AUDIOLUZ Serzedo Tel: 227 625 805 geral@audioluz.net

BACK LIGHT Alcochete Tel: 212 349 740 backlight@verylight.pt ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS Distrito de Aveiro DESAFIOS Sever do Vouga Tel: 234 556 619 informacoes@desafios-lda.pt MARGENS Águeda Tel: 234 648 571 margens@margens.pt Distrito de Braga DIVERLANHOSO Póvoa de Lanhoso Tel: 253 635 763 info@diverlanhoso.com.pt Distrito de Castelo Branco GRAU 5 Barroca Tel: 275 751 042 contacto@grau5.pt

AUDIOVISUAIS E PIROTECNIA VIP EXECUTIVE ART’S Av. D. João II, Lt. 1.1801C 1998-028 Lisboa Tel: 210 020 400 Fax: 210 020 401 hotelarts@viphotels.com www.viphotels.com Ver página: 105

TRYP COLINA DO CASTELO Castelo Branco Tel: 272 349 280 tryp.colina.castelo@solmeliaportugal.com

Distrito do Porto

TIARA PARK ATLANTIC PORTO Porto Tel: 226 072 500 reservas.porto@tiara-hotels.com Distrito de Santarém DOM GONÇALO HOTEL & SPA Fátima Tel: 249 539 330 mail@hoteldg.com Distrito de Viana do Castelo AXIS GOLF PONTE DE LIMA Ponte de Lima Tel: 258 900 250 reservas@axispontedelima.com

Distrito de Braga

ALFASOM Amadora Tel: 214 967 000 info@alfasom.com AUDIOMEIOS Núcleo Empresarial II Rua da Bica, Arm. I 2665-608 Venda do Pinheiro Tel: 219 663 843 geral@audiomeios.pt www.audiomeios.pt Ver página: 33 ELECTROAUDIO S. Domingos de Rana Tel: 214 531 223 info@electroaudio.net

Distrito de Coimbra CAPITÃO DUREZA - DESPORTOS DE AVENTURA Figueira da Foz Tel: 239 918 148 info@capitaodureza.com CAMINHOS D’ÁGUA - LAZER ACTIVO Coimbra Tel: 969 049 470 info@caminhosdagua.com Distrito de Évora TURAVENTUR Évora Tel: 266 743 134 turaventur@turaventur.com RUSTITUR Évora Tel: 266 978 043 info@rustitur.com Distrito de Faro ZOOMARINE Albufeira Tel: 289 560 300 algarve@zoomarine.pt Distrito de Lisboa EQUINÓCIO Lisboa Tel: 210 155 139 info@equinocio.com

www.festaseeventos.net


126

DIRECTÓRIO TALENTO Algés Tel: 214 135 380 talento@talento.pt

ESTRATEGO EVENTOS Lisboa Tel: 213 830 111 info@estratego.pt

Distrito do Porto

GENIUS Y MEIOS Lisboa Tel: 213 239 202 mail@geniusymeios.pt

ELEMENTO TERRA Porto Tel: 938 303 674 hugooliveira@elementoterra.com Distrito de Santarém AVENTUR Torres Novas Tel: 962 748 550 geral@aventuralazer.com Distrito de Setúbal ARRÁBIDA AVENTURAS Palmela Tel: 212 352 406 arrabidaventura@mail.telepac.pt Distrito de Viseu DESAFIOS CARAMULO Caramulo Tel: 232 868 017 geral@desafios-caramulo.pt Açores FUTURISMO Ponta Delgada Tel: 296 628 522 futurismo@mail.telepac.pt Madeira BALLOONVISION Funchal Tel: 291 282 700 balloonvision@netcabo.pt TERRAS DE AVENTURA Funchal Tel: 291 708 990 terrasdeaventura@mail.telepac.pt ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Distrito de Aveiro TEMPOS E VENTOS Rua Almirante Cândido dos Reis, 90 Apartado 1532 3801-902 Aveiro Tel: 234 385 624 Fax: 234 385 624 cperestrelo@temposeventos.com www.temposeventos.com Ver página: 61 Distrito de Faro JUST PERFECT Loulé Tel: 289 401 374 eventos@justperfectevents.com ZEBRA SAFARI Albufeira Tel: 289 583 300 joao.zebrasafari@armail.pt Distrito de Leiria TRIVENTOS Leiria Tel: 244 811 000 geral@triventos.com Distrito de Lisboa ACTING OUT Paço de Arcos Tel: 214 544 355 actingout@actingout.pt BEONE Lisboa Tel: 213 406 200 geral@beone.pt DESAFIO GLOBAL ATIVISM Rua Diogo de Couto, 1 B 2799-537 Linda-a-Velha Tel: 214 149 550 Fax: 214 149 560 geral@desafio-global.pt www.desafio-global.pt Ver páginas: 2 e 3

www.festaseeventos.net

GRUPO EVIDÊNCIA Lisboa Tel: 214 603 620 eventos@evidenciagrupo.com KRIAEVENTOS Lisboa Tel: 217 955 424 ke@kriaeventos.pt MERCADO DA CULTURA Oeiras Tel: 214 410 448 geral@mercadodacultura.pt PEDRO SALGADO Oeiras Tel: 214 461 020 geral@pedrosalgado.pt PUBLIHAPPENING Sacavém Tel: 219 422 334 info@publihappening.com TOX’INN – PROMOÇÃO E EVENTOS Av. Brasil, 1, 6º 1749-008 Lisboa Tel: 217 923 735 Fax: 217 923 825 toxinn.lisboa@toxinn.com www.toxinn.com Ver página: 39 WECANSELL Lisboa Tel: 213 523 161 info@wecansell.pt Distrito do Porto ADEREÇO PRODUÇÕES Porto Tel: 225 322 720 geral@adereco.com ANA MARIA GONÇALVES - ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Vila do Conde Tel: 229 287 980 amg.eventos@clix.pt PORTUGAL DELUXE Porto Tel: 220 107 558 info@portugaldeluxe.com REALIZAR Porto Tel: 225 074 530 mail@realizar.com Distrito de Setúbal YOU ARE ONE Rua dos Laminadores, 15, Pis II 2840-586 Aldeia de Paio Pires Tel: 917 386 060 Fax: 212 683 298 geral@youareone.com www.youareone.com Ver página: 57 Açores PRIMAZ S. Mateus da Calheta Tel: 295 206 410 primaz@primaz.com Madeira SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt

Distrito de Coimbra CONVENTO DE SANDELGAS Coimbra Tel: 239 951 000 clara.moura@conventodesandelgas.com Distrito de Évora HERDADE DO ESPORÃO Reguengos de Monsaraz Tel: 266509270 herdade@esporao.com Distrito de Lisboa QUINTA DA REGALEIRA Sintra Tel: 219 106 650 regaleira@mail.telepac.pt QUINTA DO ROSEIRAL Ericeira Tel: 261 860 570 geral@quintadoroseiral.com PLAZA RIBEIRO TELLES - CENTRO DE EVENTOS Vila Franca de Xira Tel: 263 288 559 mrtelles@plazaribeirotelles.com Distrito do Porto CASA DOS LEMOS Porto Tel: 226 104 796 casadoslemos@iol.pt Distrito de Santarém VALE D’ALGARES Vila Chã de Ourique Tel: 243 709 321 sandro.castelhano@quatroancoras.com Distrito de Setúbal QUINTA DA REGATEIRA Charneca da Caparica Tel: 212962365 info@imppacto.com SEGURANÇA Distrito de Lisboa 2045 - EMPRESA DE SEGURANÇA Malveira Tel.: 219663070 geral@2045sa.pt SECURITAS Linda-a-Velha Tel: 214154600 vigilancia.humana@mail.securitas.pt Distrito do Porto GRUPO 8 Porto Tel: 226 198 160 grupo8@grupo8.pt TRANSPORTES Distrito de Braga AERONORTE Braga Tel: 253 626 967 geral@aeronorte.pt Distrito de Faro TRANSOL - TRANSPORTES E TURISMO Portimão Tel: 282 450 460 rui.barata@transol.pt Distrito de Lisboa

QUINTAS

FROTA AZUL - TRANSPORTES E TURISMO Odivelas Tel: 219380400 frota.azul@rodest.pt

Distrito de Braga

Distrito do Porto

PARQUE DA PENHA Guimarães Tel: 967 877 841 geral@parquedapenha.com.pt

AIREVENTS - PRIVATE FLIGHTS Moreira da Maia Tel: 229 432 513 airevents@airevents.com.pt

ANE TOURS Perafita Tel: 229 942 667 info@anetours.pt DOURO AZUL Porto Tel: 223 402 500 reservas@douroazul.com Distrito de Setúbal BARCO ÉVORA Setúbal Tel: 912 154 449 geral@barcoevora.com OUTROS SERVIÇOS Distrito de Braga EDIGMA Centro de Negócios Empresariais Parque Ind. Adaúfe, Lt. C3 4710-167 Braga Tel: 707 309 131 edigma@edigma.com www.edigma.com Ver página: 29 Distrito de Lisboa JOSÉ PIMENTEL FURTADO - CONSULTOR DE SEGURANÇA Lisboa Tel: 917 726 269 josepfurtado@sapo.pt Ver página: 101 E.VALUE Lisboa Tel: 213 845 260 evalue@evalue.pt (Ambiente) MEDFIRST – SOLUÇÕES GLOBAIS NA EMERGÊNCIA Paço de Arcos Tel: 216 002 732 eventos@medfirst.pt (Emergência Médica) TZIRANDA Lisboa Tel: 213 140 983 rgf@tziranda.com (Software) Distrito do Porto +METRO Serzedo VNG Tel: 227 535 835 geral@maismetro.pt (Impressão Digital) ESTAÇÃO LIVRE – COMUNICAÇÃO Porto Tel: 226 053 936 info@elc.pt www.elc.pt (Comunicação e edições) Ver página: 54 EVENT SERVICES Rua António Correia de Carvalho, 88 Lj. 36 4400-023 V.N.Gaia Tel: 220 932 947 Fax: 220 932 947 info@eventservices.pt www.eventgest.com Ver páginas: 77, 120 e 121 NORMA DESIGN Porto Tel: 919 611 350 info@normadesign.com (Design de comunicação) Ver página: contracapa SMARTWATT Porto Tel: 222 094 066 info@smartwatt.pt (Ambiente) Distrito de Setúbal HELPED-PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Rua Soldado Luís, 1 A 2855-154 Corroios Tel: 707 452 452 Fax: 212 970 085 geral@helped.pt www.helped.pt Ver página: 99




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.