Festas & Eventos . Ano VII . N.º 11 . Fev. 2009

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ANO VII . NÚMERO 11

FEVEREIRO 2009

€ 4,50

Festas &

Eventos

\\ Gala dos Eventos \\ À mesa com... Hélio Loureiro \\ Destinos: Guimarães e Málaga

FEIRAS EVENTOS INCENTIVOS CONVENÇÕES CONGRESSOS

EVENTOS SUSTENTÁVEIS Entrevistas com: \\ Pedro Rocha dos Santos \\ Ray Bloom


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EDITORIAL

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Os tempos são de crise, bem nos dizem, e por isso mesmo decidimos mudar radicalmente o grafismo, a dimensão e a imagem da Festas & Eventos numa parceria com a Norma Design -, porque todos nós precisamos de um estímulo. E também porque sentíamos essa necessidade, de equiparar de algum modo forma e conteúdo.

O conjunto de articulistas, nacionais e estrangeiros, é notável. Quisemos sobretudo pensar fora da caixa, e promover perspectivas muito diferentes para um

Como não quisemos ficar apenas pelas palavras, pelo discurso oco, acordamos com a E.Value a compensação das emissões de CO2, resultantes da realização de todos os números da F&E em 2009, e apresentamos o respectivo selo, orgulhosamente, na capa. A seguir, será a vez do site da F&E sofrer uma profunda transmutação, respondendo aos crescentes desafios lançados pelo mercado e pelos nossos leitores. No fundo, este é o reflexo de um sector que se tem que tornar cada vez mais profissional, competitivo e exigente. Um horizonte para o qual devemos tender todos, imprensa, associações, organizadores, prestadores de serviços e clientes.

Apreciem a leitura da nova F&E, e até breve.

tema apaixonante: eventos verdes e sustentabilidade.

Administração, Redacção e Publicidade: Praça 9 de Abril, 192 - 4200-422 Porto \\ Tlf: 22 605 39 36 \\ Fax: 22 605 39 38 \\ info@festaseeventos.net \\ www.festaseeventos.net \\ Assinaturas: assinaturas@festaseeventos.net \\ Director: Rui Ochôa \\ Directora de Informação: Cláudia Coutinho de Sousa \\ Edição: Cláudia Coutinho de Sousa \\ Redacção: Andreia Joana Silva (estagiária), Cláudia Coutinho de Sousa, Jorge Alexandre (colab.), Sara Marques \\ Fotografia: (Coordenação) Rui Luís Romão, Alberto Mena, Feliciano Guimarães, Johan Humblet, Julian Bleecker, Michael Corrigan, Miguel Angel Toro, Minifoto \\ Colunistas: Ana Roque, Elling Hamso, Fernando Alvim, Francisco Serzedello, Isabel Amaral, Linda Pereira, Nuno Gustavo, Pedro Caldas, Pedro Cardoso, Regino Cruz \\ Design: Norma Design (www.normade-

sign.com) \\ Banco de Vectores: NeuBauBerlin \\ Banco de Imagens: ShutterShock \\ Director Comercial: Nuno Paulo \\ Impressão: Soctip \\ Distribuição: VASP \\ Tiragem: 8 mil exemplares \\ Periodicidade: Quadrimestral \\ Registo ICS: 124225 \\ Depósito Legal: 210978/04 \\ ISSN: 1645-7382

É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Festas & Eventos. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

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ÍNDICE 8 10 14 16 21 22 28 34 40 44 45 46 51 52 55 58 60 63 64 66 68 71 74 76 77 78 80 82 84 87 90 94 95 98 100 104 108 112 118 119

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Colunistas ROI é passado - Como sobreviver à recessão, por Elling Hamso Espaço APECATE Notícias Case study - Centro de Congressos do Estoril Grande Entrevista - Pedro Rocha dos Santos, Director do CCE De pequenino... por Regino Cruz Dossiê temático - Eventos sustentáveis Sustentabilidade aplicada aos eventos, por Pedro Caldas Congresso da APTP Feira do Empreendedor Cenários emblemáticos agregam valor a eventos, por Isabel Amaral Jornadas de Protocolo European Best Event Awards Gala dos Eventos Expoeventos As razões da gestão de eventos, por Francisco Serzedello Fórum AMFORHT Green Festival Boom Festival: entretenimento sustentável Para quê mudar, por Ana Roque Preocupações ambientais ao organizar eventos motorizados Verde que te quero verde Eco-impressão em tecidos Investir nas pessoas À mesa com... Hélio Loureiro EIBTM Notícias Meeting Industry Como fazer face à crise em 2009, por Nuno Gustavo e Linda Pereira Entrevista a Ray Bloom, Director da IMEX Tendências do mercado de eventos, por Pedro Cardoso Sugestão - Eu quero por força ir de burro Hotéis portugueses estão cada vez mais verdes Católica lança pós-graduação em eventos Uma ideia genial, por Fernando Alvim Destino Nacional: Guimarães Destino Internacional: Málaga Empresas Livros Directório

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COLUNISTAS

Ana Roque Trabalha há 15 anos na área da responsabilidade social das organizações. Fez o Master em Responsabilidade Social Corporativa, Contabilidade e Auditoria Social da Universidade de Barcelona, em 2005. Foi jornalista durante 5 anos. Trabalhou como voluntária na Amnistia Internacional, onde desempenhou funções de direcção na secção portuguesa. Em 1995 fundou a Sair da Casca, consultoria em comunicação da responsabilidade social, empresa que dirigiu até 2006. Em 2007 criou a Inspire - comunicação para o desenvolvimento sustentável.

Elling Hamso É um dos Parceiros do European Event ROI Institute. Passou parte da carreira como executivo na indústria de petróleo e gás da Noruega, tendo mais tarde desempenhado funções como consultor e director de uma agência de eventos. É membro do European Council of Meeting Professionals International (MPI) e foi considerada a 5ª pessoa mais influente da indústria de eventos do Reino Unido, pela revista Conference & Incentive Travel. É licenciado em gestão e pós‑graduado em Estratégias de Relacionamento Fornecedor/Consumidor.

Fernando Alvim Trabalhou nas Rádio Press, Energia, Nova Era e TSF no Porto até aos 24 anos, mas a partir dessa idade, decide sair da Estação de Campanhã em direcção a Lisboa, rumo à Rádio Comercial onde ficaria durante quatro anos. Pelo meio, apresenta o Top Rock na TVI e transfere-se depois para a SIC Radical. A par de tudo isto, dirige desde 1996 a revista 365 (www.revista365.com), organiza há 15 anos o Festival Termómetro (www.termometro-online.com) e edita dois livros: “No dia em que fugimos, tu não estavas em casa” e mais recentemente” 50 anos de carreira”. É autor do blog: esperobemquenao.blogspot.com.

Francisco Serzedello Em 1995 tornou-se sócio da Promojecto, onde esteve até 2002. Começou a colaborar com a Action Plan em 97. Entrou no projecto Full Eventos em 98 e trabalhou com a Boost. Em 2000, integrou a Action Plan, em plenas funções, como gestor de projectos, tendo assumido a direcção e tornando-se sócio em 2003. Esteve na génese da Associação dos Organizadores Profissionais de Eventos em 2004, onde foi membro da direcção. Em Setembro de 2007, ingressou na Desafio Global ativism como gestor de eventos.

Isabel Amaral Licenciada em Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e curso de Tradução do ISLA. Autora dos livros Imagem e Sucesso e Imagem e Internacionalização. Presidente da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo. Vice-Presidente da Organização Internacional de Cerimonial e Protocolo. Coordenadora do curso de pós‑graduação em Imagem, Protocolo e Organização de Eventos, do ISLA. Foi consultora das campanhas eleitorais para a Presidência da República do candidato Cavaco Silva.

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Linda Pereira Linda Pereira é Mestre em Educação para Adultos. É Directora Executiva da CPL Events, para além de desempenhar, actualmente, as funções de Presidente do Capítulo Ibérico da Internacional Association of Hispanic Meeting Professionals. É docente na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), no Mestrado em Gestão Estratégica de Eventos.

Nuno Gustavo É professor-adjunto da ESHTE, Membro da Comissão Coordenadora do Mestrado em Turismo - Coordenador Operacional do Mestrado em Gestão de Eventos, docente de várias disciplinas no domínio da gestão turística e de eventos. Do curriculum académico destaque para o Mestrado em Lazer e Desenvolvimento Local, pela Universidade de Coimbra.

Pedro Caldas Licenciado em Economia. Após seis anos a organizar eventos, gerir patrocínios e conceber planos de comunicação e de activação de marca para a Vodafone, desenvolveu a sua actividade em estratégia de marca durante um ano e foi docente. É o actual responsável pelo departamento de patrocínios e eventos da Vodafone Portugal.Foi responsável pela coordenação do patrocínio da Vodafone aos MTV Europe Music Awards, ao Rock in Rio, pelos eventos musicais que constituíram o projecto Vodafone Música 2007 e pelo evento de lançamento do iPhone.

Pedro Cardoso Formação em Gestão Hoteleira. Ocupou cargos de direcção no ex-Sheraton Porto, entre 1995 e 2001, e no Porto Convention Bureau. Actualmente é administrador da Silva Carvalho Catering e da The House of Events, Organização de Congressos e Eventos SA.

Regino Cruz Licenciado em Arquitectura e pós-graduado em Planeamento Urbano e Regional pela Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro. Fundou a REGINO CRUZ - Arquitectos e Consultores em 1990.As suas obras mereceram diversas distinções profissionais em Portugal e no mundo. Autor de diversos livros, tendo artigos publicados em revistas especializadas nacionais e estrangeiras, para além de inúmeras presenças em congressos, seminários e colóquios. Realizou e coordenou em Portugal e no Brasil mais de uma centena e meia de projectos de edifícios institucionais, complexos desportivos, turísticos, empreendimentos habitacionais e de reestruturação urbana.

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OPINIテグ

Elling Hamso

Parceiro do European Event ROI Institute

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ROI É PASSADO COMO SOBREVIVER À RECESSÃO Em situações de crise, os orçamentos são cortados. É o que se está a passar neste momento, e a indústria das reuniões e eventos não foge à regra. Mas esta é uma reacção que as empresas devem evitar. Numa altura em que a competição é tão feroz e a lealdade do cliente menos evidente, as acções de charme, os lançamentos de produto, as conferências são mais importantes do que nunca. O cancelamento de eventos de team-building, seminários para definição de estratégia, reuniões com a equipa de vendas, incentivos e formação do staff, quando os trabalhadores já se sentem inseguros em relação ao futuro, pode ser bastante contraproducente.

O melhor e mais inteligente a fazer é manter o staff motivado e ao seu lado, e cortar o orçamento nos eventos internos não ajuda a isso. Os directores não são estúpidos - por isso é que são directores. E, em tempos de recessão, tomam atitudes inteligentes. É dessa forma que mantêm os seus empregos. Se estes responsáveis tiverem a noção de que um evento vai dar lucro, ou de que aumentarem o

investimento num evento vai trazer muitos benefícios financeiros, porque razão cortariam no orçamento? Por nenhuma! No entanto, muitas das decisões são baseadas em estimativas e em planos, e os orçamentos são preparados para alcançar o sucesso. São construídas fábricas baseadas em estimativas de vendas para o futuro, são compradas empresas na expectativa de uma boa performance e com a confiança de que o staff vai fazer delas um sucesso. Mas então porque é que não aprovam os orçamentos para eventos? Porque não têm confiança em que possam gerar lucro. É tão simples quanto isto.

A METODOLOGIA ROI É A CURA Medir o retorno do investimento (ROI) depois do evento terminado não é a resposta. ROI é passado.

Em tempos de recessão e crise, perceber depois de um evento que este deu lucro, é tarde demais. Em vez disso, é necessário aplicar a metodologia ROI como uma ferramenta de planeamento, permitindo estabelecer objectivos e medir os resultados em todos os níveis. Esta é uma ferramenta poderosa para assegurar que os eventos alcancem todo o ROI possível, bem como para ajudar a saber quão grande necessita de ser o orçamento antes de atingir um ponto em que, por maior que seja o investimento, o retorno não aumenta de modo significativo. O primeiro passo - nível 4 na metodologia ROI (ver ilustração na página seguinte) - é desenvolver e explicar os objectivos de impacto do negócio; ou como o seu evento ou reunião vai afectar o essencial da organização. Vai aumentar as vendas e/ou reduzir custos? Estas são as duas únicas alternativas, a única forma de criar lucro.

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OPINIÃO . ROI é passado, como sobreviver à recessão, por Elling Hamso Uma vez isto assimilado, é necessário estabelecer objectivos em relação ao que os delegados têm que fazer depois da reunião - e não apenas o que devem pensar ou sentir - para aumentar as vendas ou reduzir os custos. Este é o nível 3. Depois, é importante estabelecer mais objectivos sobre o que os delegados devem reter/aprender no evento; que mudanças cognitivas têm que existir antes da mudança comportamental ser efectiva. Este é o nível 2. Aprender neste contexto é algo bastante amplo, porque estamos a falar de atitudes e valores, conhecer outras pessoas, partilha de informações e desenvolvimento de capacidades. Este nível 2 é também conhecido como educação, networking e motivação, ou informar, pôr em contacto e envolver. Finalmente, os objectivos de satisfação (nível 1), ou seja, satisfação com o acolhimento e com o conteúdo, a criação de um bom ambiente para a aprendizagem.

Concluindo, é necessário estabelecer objectivos em múltiplos níveis, logicamente articulados uns com os outros. O organizador de eventos é o médico. O organizador desenha a forma e o conteúdo de uma reunião para atingir o nível 3 - objectivos de aplicação prática. Sabe o que os participantes têm que fazer depois do evento para criar o impacto de negócio, mas como colocá‑los a fazer isso? Este é o trabalho do organizador das reuniões: desenhar a forma e o conteúdo, escolher o espaço, planear as actividades de networking com objectivos claros de aprendizagem, assegurar que são escolhidos os melhores oradores, com os temas mais importantes e capazes de envolver a audiência. O organizador sabe como comunicar usando os cinco sentidos, percebe o impacto da luz, som e mesmo da comida, para criar diferentes atmosferas para o networking e a aprendizagem.

ROI

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IMPACTO NO NEGÓCIO

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APLICAÇÕES

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APRENDIZAGEM

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SATISFAÇÃO E ACÇÕES PLANEADAS

Hoje em dia, e devido aos tempos conturbados em que vivemos, mesmo com todos os créditos já dados por um organizador de eventos, provavelmente é necessário apresentar junto com o orçamento um plano com a forma e conteúdo do evento. Se não tem experiência, procure quem tenha! Alguém que reúna o máximo de conhecimentos em termos de psicologia comportamental, sociologia, educação, design, som, luz, dinâmica de grupo, facilitação, tecnologia de networking, webcasting, reuniões virtuais, e muito mais. Resumindo, alguém que sabe como criar mudanças no comportamento através da experiência de uma reunião. Se achar que aplicar a metodologia ROI como uma ferramenta de planeamento lhe rouba muito tempo e é difícil, então consigo entender porque é que os seus orçamentos têm vindo a ser cortados. Como profissional de reuniões e eventos, isto é exactamente o que é necessário pôr em prática para qualquer evento, pequeno ou maior, de modo a atingir o melhor ROI possível. É nada mais nada menos do que uma questão de sobrevivência.

Sem um plano claro, com identificação de objectivos, e a forma de os atingir, poderá não conseguir a aprovação do orçamento. Consequentemente, não há evento, e pode mesmo perder o seu emprego.

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ESPAÇO APECAPE

Ana Barbosa

Presidente da Secção de Animação Turística da APECATE

AS EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA E AS ÁREAS PROTEGIDAS À data destas linhas, está em circuito legislativo a proposta de decreto-lei que substituirá o actual diploma que enquadra a actividade das empresas de Animação Turística (EAT). Embora esteja sujeita a alterações, dada a participação activa que a APECATE teve neste processo, podemos antecipar, como adquirido, um dos seus aspectos mais importantes: a criação de um balcão único para o licenciamento de todas as actividades de animação turística. Esta medida terá consequências muito positivas na actuação das EAT nas Áreas Protegidas (AP), hoje sujeita a licenças e taxas anuais, por AP e tipo de actividade.

Vejamos como Neste diploma alarga-se a noção de Turismo de Natureza às actividades que se desenvolvem em APs e em espaços naturais qualificados, desde que classificadas como tal pelo ICNB. Abre-se às empresas que operam nestes espaços a possibilidade de solicitarem esta classificação, que se pretende diferenciadora e com valor de mercado. Definem-se os seus requisitos, de que destacamos: a adesão formal das empresas a um Código de Conduta a publicar em Portaria, logo, com força de lei; e o seu envolvimento

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num projecto de conservação da natureza, autónomo ou em parceria com entidades públicas ou privadas. A adesão a esta classificação é livre no que respeita a actividades que têm lugar em espaços naturais não classificados como APs. No que respeita às que se realizam em APs será obrigatória. Mas admite-se uma excepção: o projecto de conservação ambiental não será exigido às EATs que se configurem como microempresas.

É uma grande mudança! Passando em branco todas as condições que garantirão o seu êxito - é o caso da publicação de instrumentos de ordenamento essenciais a todas as APs como são as Cartas de Desporto de Natureza - o que vai mudar na relação das EATs com as APs? Abolidas as licenças ambientais e respectivas taxas, haverá, sem dúvida, um maior afluxo de visitantes, que resultará num maior contributo para as economias locais. É um aspecto positivo porque, se há APs que registam índices de ocupação elevada, há outras abaixo do desejável.

A adesão ao Código de Conduta promoverá a exigência empresarial no que respeita ao conhecimento das APs e às boas práticas ambientais. As relações, hoje quase apenas administrativas, entre as EATs e os gestores das APs, transformar-se-ão em relações de natural parceria e efectiva cooperação. A responsabilidade social das microempresas de AT também sairá acrescida. Se fossem obrigadas a envolver‑se num projecto de conservação da natureza para poderem operar nas APs, o efeito desta nova imposição poderia ser o contrário do pretendido. A adesão voluntária permitirá planear com liberdade e tempo e, mais tarde ou mais cedo, há uma pergunta que os empresários terão que fazer a si próprios: se apenas existem produtos de turismo de natureza quando os valores naturais são salvaguardados, o bom negócio para ambas as partes - a Natureza e as EATs - não resultará do envolvimento em projectos de conservação que beneficiem em simultâneo os valores naturais e os negócios das empresas? As EAT costumam ser criativas, imaginativas, inovadoras. Esta questão não as ultrapassa nem lhes pode passar ao lado, só porque são empresas de pequena dimensão. Pelo contrário: é um desafio à sua medida.


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Maria Lemos

Organizadora de eventos, Sustainable Side Of The Street

EVENTOS SUSTENTÁVEIS - UMA PRÁTICA OBRIGATÓRIA NO FUTURO O Índice Dow Jones Mundial de Sustentabilidade (DJSI), que avalia o desempenho económico, ambiental e social de mais de 2500 empresas líderes em 57 sectores em todo o mundo, indica que empresas com uma política de responsabilidade social empresarial apresentaram sistematicamente um melhor desempenho nos últimos cinco anos, quando comparadas com outras em que esta política não é explícita. É assim cada vez mais visível a importância da responsabilidade social empresarial e da sustentabilidade. Apesar da recessão, e por causa dela. A sustentabilidade tem sido definida como um modo de actuar que vai de encontro às necessidades sentidas no tempo presente sem pôr em causa idênticas necessidades das gerações futuras. Assim, um evento sustentável deverá apresentar lucros, ter um impacto (negativo) mínimo no ambiente e um impacto (positivo) máximo na comunidade em que se insere. Deverá ser planificado criteriosamente tendo em conta fornecedores adequados, optimização de transportes, optimização do uso de tecnologia, encaminhamento de géneros não consumidos para instituições locais. Deverá sobretudo oferecer aos participantes um conteúdo rico - actualização

de conhecimento, possibilidade de socialização e diversão, melhor conhecimento das gentes e cultura da região onde o evento tem lugar. A grande questão está em saber planificar um evento sustentável que seja facilmente identificável como tal, dado que há neste momento mais de sessenta certificações em prática em todo o mundo. O Global Sustainable Tourism Criteria (GSTC), anunciado em Barcelona no passado dia 6 de Outubro, no congresso mundial da International Union for Conservation of Nature (IUCN), por Ted Turner, fundador e presidente da United Nations Foundation, é a importante novidade: indica como deve ser feito. O como fazer e o saber se os objectivos foram ou não alcançados compete à informação disponível para educação e aos indicadores de desempenho, complementos indispensáveis do GSTC. Para um evento ser sustentável, de acordo com o GSTC, deverá 1) demonstrar uma gestão sustentável - por exemplo, as pessoas que trabalham no evento deverão fazer um treino periódico no que diz respeito à gestão das práticas ambientais, socio-culturais, segurança no evento; 2) maximizar os benefícios económicos e sociais destinados às comunidades locais, minimizando os impactos negativos deverão ser requisitados serviços locais

e produtos de comércio justo; 3) maximizar os benefícios para o património cultural, minimizando os efeitos negativos - dar aos visitantes orientações e códigos de conduta para a utilização de zonas cultural ou historicamente sensíveis; 4) potenciar os benefícios para o ambiente, minimizando os efeitos negativos - fazendo conservação da biodiversidade, eco-sistemas e paisagem natural. Gostaria de citar o exemplo de um evento sustentável realizado nos EUA. O orçamento atribuído a este evento permitia que Al Gore fosse o principal orador. Este apresentou-se, sim, mas foi ‘teletransportado’*. A organização conseguiu assim uma menor pegada de carbono para o evento, menos custos sem prejuízo de qualidade, e o tão almejado efeito surpresa. Finalmente duas razões pelas quais, na minha opinião, os eventos sustentáveis não são uma moda mas sim uma tendência de mercado que veio para ficar: 1) oferecem uma redução de custos, sem prejuízo do conteúdo ou qualidade do produto final; 2) estão alinhados com o estado actual do mundo - recessão e alterações climáticas.

* www.musionmedia.co.uk

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NOTICIAS

PORQUE MUDÁMOS

Tipo de Letra EstaPro, por Dino dos Santos

O desafio estava identificado: era preciso alterar o grafismo da Festas & Eventos. Queríamos um designer do Porto, porque fica mais perto de casa. Um cujo atelier tivesse vista para o Douro, porque é sempre inspirador. Acima de tudo, um que gostasse de animais. Encontrámos o Marco Ferreira e a Normadesign.com. E a Haia, claro, uma Golden Retriever pachorrenta.

Comme il faut. O projecto de redesign da F&E parte de um interesse em materializar graficamente o posicionamento que a revista foi conquistando no mercado. Partiu-se de dois pressupostos vitais: uma leitura confortável e uma imagem actual, nesta ordem de importância. Analisando o percurso gráfico da revista, assim como o panorama internacional na área, em que as revistas deste tema frequentemente se perdem, ou em conteúdos literários excessivos, ou por outro lado em imagens bastante elaboradas, que tornam certas edições em referências gráficas que vivem demasiado disso mesmo, a Normadesign e a F&E concluíram que entre o “ 8 e o 80 há muitos números”. Assim, visando um objectivo mútuo de conseguir uma plataforma gráfica com traços artísticos q.b., mas nunca comprometendo uma excelente leitura dos conteúdos, optámos por uma solução que represente e afirme a seriedade e prestigio que é incontornável assumir.

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“Escolhemos um caminho um pouco mais afastado do percurso registado nos números anteriores, e na maior parte das edições da área internacional, assumindo um aspecto gráfico mais claro e transparente, mais userfriendly no sentido de assumir a edição impressa como uma peça de love brand, um objecto que se enquadra no paradigma da sustentabilidade e, de alguma forma, evite o fenómeno do “lê e deita fora”, destaca Marco Ferreira. Neste sentido, houve várias decisões gráficas que foram contribuindo para esta peça final. Uma das primeiras, a escolha da tipografia, que não deixa escapar a oportunidade para destacar o excelente trabalho do tipógrafo português Dino dos Santos, que desenhou o tipo de letra EstaPro, presente na quase totalidade da nova F&E. Outra das premissas que se tornou evidente foi a dos verdadeiros protagonistas presentes na revista: “as pessoas”. Nesse sentido, optou-se por dois factores: maior relevância e atenção às hierarquias das citações e, no sentido de tornar as imagens desses protagonistas mais intemporais e notáveis, apresentar os retratos a preto e branco. Foi objectivo traçado também que o formato da revista fosse alterado, “tanto por questões de economia de papel e consequente respeito ao paradigma ambiental que vivemos,

como de manuseamento da peça em situações de um estilo de vida mais articulado, nomeadamente a leitura em transportes públicos e situações sem mesa ou apoio”. Na face ou capa da revista o leitor poderá ainda contar nos próximos números com peças de significativo valor na área da ilustração, fotografia ou outras artes a definir, dado ser vontade da F&E apresentar uma face sempre inovadora e apelativa, no sentido de promover a cultura da imagem produzida em Portugal.

Esperamos que gostem.


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NOTICIAS

ESTÁDIO DO DRAGÃO RECEBE RACE OF CHAMPIONS TOYOTA ORGANIZA EVENTO COM ESCOLAS DO CENTRO No âmbito do projecto de biodiversidade “Um Toyota, uma árvore”, a Toyota realizou mais duas acções de plantação de árvores no passado mês de Dezembro, primeiro na Guarda, com 9 mil árvores, e depois em Pombal, com mais 10 mil. O evento contou com o envolvimento da comunidade escolar de cada um dos concelhos, e com o apoio das autarquias. A escolha recaiu na Guarda e no Pombal uma vez que foram locais recentemente abalados por grandes incêndios, refere a Toyota em comunicado. Esta iniciativa de responsabilidade social da marca foi lançada em 2005 e desde essa altura tem vindo a plantar árvores autóctones em zonas florestais públicas ardidas por cada automóvel vendido. Ao todo, desde que o projecto arrancou, já foram plantadas 58 mil árvores, numa área total de cerca de 66 hectares. As árvores plantadas este ano vão contribuir para um projecto mais alargado da marca, à escala europeia, que tem como objectivo plantar 1,2 milhões de árvores, até ao final do próximo ano, no âmbito da campanha Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

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Em 2008 os números da cobertura mediática deste evento foram significativos: 400 jornalistas, 1645 horas de transmissão televisiva, em 205 países. Em 2009 a Race of Champions chega ao Porto pela mão da GNI Events. O Estádio do Dragão garante, segundo a organização, uma espectacular panorâmica das provas, de todos os lugares do recinto. Para a construção da pista serão necessárias muitas horas de trabalho e muitas toneladas de material. Já foram anunciadas as presenças de Carlos Sainz e MassimoBiasion. Criada em 1988 pela International Media Productions, a Race of Champions é uma oportunidade para os pilotos correrem nos mesmos carros e em pistas paralelas. A premissa é simples: ao usar equipamento idêntico e correndo na mesma pista, os condutores podem demonstrar o que valem apenas pelo seu talento. O Estádio do Dragão acolhe o evento de 5 a 7 de Junho.

CURSO DE METODOLOGIA ROI EM PORTUGAL A Metodologia ROI (Return On Investment) é um instrumento de planeamento de eventos e de avaliação do sucesso dos mesmos, que vai mais além do que a satisfação dos partipantes com o hotel e o catering. Isto mesmo tentou demonstrar Elling Hamso, em Lisboa, no primeiro de dois cursos promovidos pelo European Event ROI Institute. 80% do sucesso dos eventos prende-se com a questão do claro estabelecimento de objectivos. O presidente do Instituto deu as ferramentas, elencou casos práticos e no final os participantes tiveram a oportunidade de pôr em prática os conceitos com a aplicação da metodologia a um evento. O próximo encontro está marcado para dia 10 de Julho. Mais informações em www.eventroi.org.

CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA REUTILIZA MATERIAIS As telas de publicidade dos eventos realizados no Centro de Congressos de Lisboa já têm outro destino que não o aterro. Isto porque a instituição decidiu reaproveitar os desperdícios para produção de 750 client kits. Personalizar e inovar são as palavras‑chave para a criação de um cinto/bolsa já entregue aos clientes, fornecedores e colaboradores do Centro de Congressos de Lisboa. A tela opaca contém 100%

de poliéster, coberto a PVC, e é resistente à água. A versatilidade deste material permite elaborar uma diversidade de acessórios como carteiras, sacos, capas de agendas, pastas de documentos, entre muitos outros. A empresa Bidinâmica foi o parceiro escolhido para transformar materiais promocionais desactualizados em peças únicas de eco-design.


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CAMPO DE GOLFE DO PRAIA D´EL REY A CAMINHO DA CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL

PREPARE-SE PARA A AVENTURA! Hamilton spins, fish tails, anacondas, big donuts e slides. Parece-lhe um palavreado estranho? Pois são tudo manobras feitas por um barco fora do normal, o Jet Boat, uma invenção do neozelandês Bill Hamilton, que chega pela primeira vez à Europa, e logo a Portugal. A experiência, apesar de realizada numa máquina segura, conduzida por pilotos profissionais, promete bastante adrenalina, e é uma proposta da Xtreme Jet Boat River Safari, cujo site pode consultar em www.xtremejet.pt. O Jet Boat é propulsionado por um potente jacto de água, que lhe permite deslocar-se mesmo contra as correntes mais fortes, tem capacidade para 11 passageiros, mais o piloto, e cada viagem dura cerca de 20 minutos, sendo uma excelente sugestão para, por exemplo, eventos de incentivo.

A Xtreme está sedeada no Porto, na marina do Freixo, pelo que a maior parte das viagens são feitas na região do Douro. Mas também é possível fazê-las noutros pontos do país, dada a enorme flexibilidade da estrutura. Querendo desde o início corresponder a preocupações ambientais, a Xtreme anula as emissões de carbono, adquirindo licenças que depois se traduzirão em apoios para projectos sociais na região onde está inserida. Estas viagens de Jet Boat, cujas imagens impressionam, de facto, venceram um programa BIM - Bolsa de Ideias e Meios (IAPMEI) e viram aprovada uma candidatura ao FINICIA, o que por si só é sinal de perseverança por parte dos promotores, liderados por Amadeu Alvim Peixe. A intenção da Xtreme é levar o Jet Boat um pouco por todo o continente europeu, através de franchisings.

O Campo de Golfe do Praia D´El Rey Golfe & Beach Resort inaugurou o Centro de Manutenção de Golfe, o que lhe permitiu estar mais perto do processo de certificação ambiental ISO 14001, que o tornará “o primeiro campo de golfe certificado da Região Oeste”. De acordo com Eduardo Silva, director do Campo, “este novo Centro assegura-nos que podemos lidar com a relva e outros resíduos de forma ambientalmente correcta. Até ao final de 2009 o Campo de Golfe será oficialmente certificado.” Entre as principais vertentes envolvidas no processo de certificação ambiental está a redução dos consumos de água, de energia, a criação de sistemas de recolha selectiva de resíduos que promovam a sua redução, reutilização e reciclagem e o uso de fertilizantes orgânicos. Para José Pampolim, vice-presidente do Grupo Beltico, esta certificação é “um reforço do compromisso do Grupo numa gestão ambientalmente sustentável. O sector do Golfe e o turismo em geral dependem cada vez mais do ambiente em que se inserem e por isso mesmo uma boa qualidade ambiental é um factor incontornável na sustentabilidade do sector.”

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CASE STUDY

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CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL

O primeiro green venue europeu O Centro de Congressos do Estoril (CCE) recebeu em Novembro de 2008 a certificação ambiental Green Seal, atribuída pela Green Globe International, tornando-se assim no primeiro Centro de Congressos verde da Europa. Esta certificação surge após um compromisso assinado com a Green Globe International, um organismo que ajuda empresas e organizações a melhorar a sustentabilidade económica, social e ambiental. Assim, em 2007, o CCE associou-se aos conceitos de Corporate Social Responsability e Corporate Environment Responsability, que envolvem uma nova visão do mundo empresarial e uma política de responsabilização das empresas, comprometendo-se a seguir uma série de princípios, valores e práticas “amigas do ambiente” em todas as suas operações.

Investimento de um milhão de euros A reestruturação do CCE, definida no Plano Estratégico Green Destination 2010, envolve um investimento de um milhão de euros e decorre em parceria com entidades locais de protecção do ambiente, energia e biodiversidade. A estratégia para a obtenção do selo Green Venue começou com a comercialização de eventos verdes, uma prática intensiva de tratamento de resíduos, e a preparação da caldeira de aquecimento para consumo de biodiesel.

Aquando da apresentação do projecto à imprensa, em Janeiro de 2008, Duarte Nobre Guedes, presidente da empresa municipal Desenvolvimento Turístico da Costa do Estoril (DTCE), explicou que a intenção é afirmar cada vez mais o Estoril como marca importante no mercado internacional do turismo de negócios. “Com o desenvolvimento da consciencialização ambiental em torno do aquecimento global, a sustentabilidade é uma ferramenta de marketing que passa a ser determinante para um destino turístico que queira vingar no futuro”.

Objectivo do CCE é manter-se na liderança Em entrevista à Festas & Eventos, Pedro Rocha dos Santos, Director de Business Development do CCE, explica que o objectivo do Centro de Congressos é continuar a ser protagonista “nesta área” e manter a certificação da Green Globe ou até subir de escalão. “Ao longo de dez anos, existe um processo de medição anual para avaliar o desenvolvimento de determinadas realidades que têm que ver com a nossa eficiência, e às quais será atribuída uma nota, positiva, esperamos nós. O objectivo é desenvolver um modelo que consiga a pouco e pouco aperfeiçoar-se e atingir maiores níveis de reconhecimento, até porque atrás de nós virão outros, que esperarão retirarnos esse protagonismo. Não queremos ser apenas um green venue, queremos manter-nos como protagonistas”, assegura o responsável.

Para continuar a cumprir os requisitos ambientais, o CCE tem uma série de projectos que visam diminuir o impacto da actividade do Centro no meio ambiente. “Existe a preocupação de criar um espaço mais eficiente do ponto de vista energético, do ponto de vista do tratamento de resíduos. Todos os lixos são separados, já o eram, mas agora são-no ainda mais”, explica o responsável. “Pelo facto de termos uma superfície grande de vidro à volta do CCE, não temos tanta necessidade de iluminação artificial como outros Centros de Congressos. Nesse aspecto também conseguimos obter uma nota muito acima daquilo que é a média internacional. Independentemente disso temos um projecto em cima da mesa com a substituição do sistema de iluminação actual, que são lâmpadas de halogéneo, por leds. Os valores de consumo descem para oito vezes menos. E temos também um projecto para a instalação, até 2010, de painéis fotovoltaicos, o que nos permitirá ser praticamente autónomos em termos de energia necessária para a nossa actividade”, adianta Pedro Rocha dos Santos. Só que os objectivos do CCE são ainda mais ambiciosos. “Também até 2010, queremos ter um edifício carbon neutral, ou zero carbono. Algo que à partida pode parecer inalcansável, mas que na prática implica apenas investimento”, garante o Director de Business Development.

Sara Marques, Cláudia Sousa e Rui Luís Romão

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GRANDE ENTREVISTA

Pedro Rocha dos Santos

Director de Business Development do Centro de Congressos do Estoril

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“ACHO QUE FOI UM TIRO NA MOUCHE”

É desta forma que Pedro Rocha dos Santos avalia a opção estratégica do Centro de Congressos do Estoril (CCE) de adoptar conceitos e práticas relacionadas com o turismo responsável, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social. Estivemos à conversa com Pedro Rocha dos Santos, o principal rosto do projecto do CCE, líder europeu neste contexto e principal protagonista dos chamados eventos verdes. Festas & Eventos: Quando se fala em eventos verdes em Portugal ainda faz sentido usar aquele ditado “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. O CCE está, de alguma forma, a romper com isso? Pedro Rocha dos Santos: Um dos objectivos desta aposta foi estratégico e nasceu da necessidade de reposicionamento do Centro de Congressos. O modelo que estava instituído, através da concessão da gestão do espaço a uma empresa privada, não contemplava aquilo que era o principal objectivo do investimento que a região fez

na criação desta infra-estrutura, e que era a captação de eventos internacionais. Apesar da taxa de ocupação alta, a tipologia dos eventos não era a pretendida. A região decidiu então resgatar o acordo que existia, assumir a gestão do CCE, e garantir que o modelo que se iria adoptar permitisse captar eventos internacionais. Numa fase inicial procuramos fazer uma prospecção exaustiva daquilo que eram tendências do mercado e para isso foram contactadas pessoas e entidades com altíssimo prestígio a nível internacional que coordenaram este novo projecto. E, de facto,

encontramos uma janela de oportunidade na área do turismo responsável, do corporate social responsability e do desenvolvimento sustentável da nossa actividade.

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GRANDE ENTREVISTA . Pedro Rocha dos Santos F&E: Temas que estão a ganhar espaço... PRS: Sim, as campanhas que se fizeram em torno da problemática do aquecimento global criaram uma nova sensibilidade no cidadão comum e nas empresas. E, no fundo, o que fizemos foi criar um modelo que fosse de encontro a essa realidade, modelo que no curto prazo implica um investimento e um esforço grande da nossa parte, assim como um trabalho de divulgação e comunicação. A designação turismo responsável começa a ter cada vez mais peso e todos os organismos a nível internacional se manifestam atentos nesse sentido. F&E: Diria que neste contexto económico difícil é mais fácil estes assuntos serem abordados? PRS: Sem dúvida. As crises acentuam a necessidade de mudança e de encontrarmos uma forma de desenvolvermos a nossa actividade, em todos os sectores, de uma forma mais justa, equilibrada, sustentável, respeitadora, tanto do ponto de vista ambiental, como do ponto de vista social. E é nesse aspecto que se baseia todo o projecto do CCE, integrado num outro, da própria região, pois uma coisa não faz sentido sem a outra.

O paradigma da sustentabilidade contempla a comunidade, a sociedade, a economia e o ambiente.

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F&E: Como decorreu o processo de implementação do projecto? Que tipo de contributos tiveram? PRS: Essencialmente foi lá fora que encontramos esse apoio, sobretudo na experiência de países onde já existia uma maior sensibilidade do ponto de vista ambiental. Importamos essas experiências e juntamos o nosso conhecimento, de modo a personalizarmos um modelo que pudesse servir para o Estoril. Acho que conseguimos criar um modelo exemplar, um casestudy de sucesso que tem sido mencionado internacionalmente pela dinâmica e abrangência, pelos mecanismos e compromissos criados internamente e pela integração desta realidade na comunidade. F&E: O caso do Centro de Congressos tem despertado curiosidade lá fora. Têm promovido este modelo que instituíram? PRS: Sem dúvida. Ao sermos pioneiros e ao fazermos uma aposta nesta nova realidade, tínhamos o objectivo de obter como contrapartida mais-valias em termos de notoriedade, para além, claro, do retorno comercial. Este desenvolvimento também nos permite captar eventos de empresas ou de associações de vários sectores, cujos clientes queiram desenvolver eventos com uma componente de responsabilidade ambiental mais afinada, que lhes permita depois, inclusivamente, passar essa imagem ao mercado. Todas as empresas, hoje em dia, se preocupam em ter uma imagem correcta e responsável do ponto de vista ambiental e social. No fundo, aquilo que nós oferecemos é o espaço e uma metodologia.

F&E: Quanto tempo demorou essa prospecção e implementação do projecto? PRS: Ao longo de 2007 estivemos em processo de pesquisa e de definição do modelo, e em 2008 decorreu o lançamento e o trabalho de construção dos alicerces do projecto. Já em 2008 traçámos metas muito ambiciosas e cumprimos todos os objectivos. F&E: O que vos granjeou o reconhecimento internacional. PRS: Não basta parecer, é preciso sê-lo. E neste caso é o selo da Green Globe International (sorrisos), que foi a entidade com quem trabalhamos nestes últimos dois anos, definindo, ao abrigo de um processo de certificação que a mesma implementa, metodologias que nos permitissem traçar uma evolução correcta e enquadrada, dentro daquilo que é uma certificação altamente reconhecida a nível internacional, o que nos permite afirmarmo-nos como um dos centros de congressos líderes a nível internacional neste desenvolvimento.


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A equipa é unida, percebeu com facilidade as mais-valias que poderíamos retirar da adopção e interiorização deste projecto.

PROJECTO DE UM EDIFÍCIO CARBONO ZERO F&E: Para quem não está tão familiarizado com estas questões, que tipo de acções foram e estão a ser implementadas no Centro de Congressos? PRS: Em relação àquilo que é a infra‑estrutura, existe a preocupação de criar um espaço mais eficiente do ponto de vista energético e do tratamento de resíduos. Há ainda o projecto de médio, longo prazo, de termos um edifício carbon neutral ou zero carbono. F&E: Energia e resíduos são os dois blocos fundamentais? PRS: Sim, um tem a ver com as necessidades de consumo do próprio edifício: energia e águas, e o outro com o resultado da nossa actividade. Em termos de resíduos é feito um registo diário, que depois é comparado com outros registos de outros centros de congressos do mundo inteiro. Posso adiantar que

obtivemos nota máxima em termos de separação de resíduos e tratamento de lixo. Em relação às alcatifas, que no nosso sector são uma componente que normalmente não é reutilizável, contratamos uma empresa que faz recolha de resíduos industriais. Os consumos também são medidos e neste item conseguimos obter uma nota muito acima daquilo que é a média internacional.

F&E: O facto de terem uma grande superfície vidrada, levanta problemas de equilíbrio térmico? PRS: A exposição ao sol do edifício, de facto, faz oscilar temperaturas, tal como a deslocação de pessoas ou a utilização de determinados espaços. No médio prazo vamos instalar uma série de sensores que permitem gerir os valores e compensá-los de uma forma automática, atingindo níveis de eficiência muito maiores. Por outro lado, a grande superfície vidrada permite-nos poupanças consideráveis na iluminação dos espaços. F&E: Para colocar tudo isto em marcha, foi preciso alterar rotinas. Como é que decorreu esse processo? PRS: As mudanças têm sempre uma resistência grande. A equipa que trabalha hoje no CCE é praticamente a mesma desde a abertura. As pessoas estavam habituadas a funcionar de determinada forma e esta realidade implicou mudanças de atitude, em termos profissionais e pessoais. Tem havido dentro da empresa, e de quem está à frente do projecto, a preocupação de sensibilizar, criando acções de formação específicas, e de passar claramente a mensagem de que isto é um projecto de todos.

F&E: E em relação aos organizadores de eventos? PRS: Criámos uma metodologia própria. Existem duas realidades, uma que é subscrita por uma norma criada pela British Standards, que é a 8901, que define um determinado número de princípios em relação à organização de eventos sustentáveis, e existe outra norma no mercado norte-americano. O que fizemos foi uma síntese das duas, retiramos de cada uma aquilo que fazia mais sentido para nós, de modo a que fosse facilmente entendível. Tivemos também o cuidado de contemplar o facto de que a organização de um green event não implica mais custos para a empresa. F&E: Essa deve ser de facto a primeira ideia, “É interessante, mas os custos...” PRS: Mas não vai custar absolutamente nada, vamos adoptar certos princípios no sentido de conter determinadas realidades... F&E: Ou seja, isso quer dizer que se vai gastar mais de um lado, mas também poupar noutros? PRS: Exactamente. Gasta-se mais numa realidade, poupa-se noutra. Na análise global que é feita no processo de medição, o objectivo é obtermos eventos menos impactantes e mais respeitadores nas componentes ambiental e social. www.festaseeventos.net


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GRANDE ENTREVISTA . Pedro Rocha dos Santos

AS REVOLUÇÕES CRIAM OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO F&E: Daquilo que conhece da realidade portuguesa, até que ponto existem empresas a prestarem serviços já com essa preocupação incorporada? PRS: O processo de certificação obriganos a um trabalho que é feito com os fornecedores, no sentido de garantir que todos os serviços que são prestados contemplem determinados princípios ambientais. Obviamente que em Portugal a oferta ainda é escassa. Mas, ou os nossos fornecedores mudam connosco, ou temos que procurar alternativas no mercado que se enquadrem no compromisso que assumimos. Todas as revoluções criam oportunidades de negócio, e quem se souber posicionar de acordo com essa nova realidade está a ganhar. F&E: Que tipo de acções se podem reflectir no resto da comunidade, em termos muito práticos? PRS: Isso fica um pouco ao critério do cliente. A intervenção social pode fazer parte da própria programação do evento e vai desde plantar árvores, a pintar uma escola ou a limpar as praias. Nós oferecemos um leque de programas possíveis e é o cliente que define ou personaliza um programa próprio. A responsabilidade social, por si só, pode ser uma mais-valia incorporada no evento, sem que o mesmo seja green. Criámos várias marcas próprias, vários níveis de certificação, que a empresa ao assumir determinados compromissos pode obter. Neste momento, existem cinco selos: Green Events, Corporate Social Responsability, Carbon Neutral, Evento Seguro e Wellness.

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F&E: As empresas não precisam de fazer tudo ao mesmo tempo, portanto. PRS: Exactamente.

TODOS OS EVENTOS SERÃO VERDES DAQUI A TRÊS ANOS F&E: Falou por diversas vezes na ligação a outras instituições da região... PRS: Não basta ter uma infra-estrutura correcta do ponto de vista ambiental e social, é preciso existir uma política mais alargada, que subscreva um projecto global, porque é essa a análise do destino que vai ser feita. Além da infra-estrutura, existe a realidade do alojamento e por isso é fundamental o envolvimento do sector hoteleiro. A compreensão, a aceitação e o assumir do compromisso de incutir nos espaços determinadas regras, que têm que ver com uma atitude mais responsável, criando sinergias com o nosso desenvolvimento, é fundamental. Nesse sentido, tem sido feito um trabalho de sensibilização por parte do CCE. F&E: E depois há também a componente do catering... PRS: Sim, claro. Para que seja considerado sustentável, 75% dos ingredientes têm que provir de uma distância nunca superior a 100 km. Mas voltando aos hotéis, tem havido por parte destes uma resposta positiva, a compreensão do processo. Inclusivamente, a aceitação de que se houver conversão a esta realidade e uma estratégia mais alargada que os inclua, pode ser muito bom para a região. É com satisfação que tenho visto, ao nível da própria associação de hoteleiros, que existem conversações com uma entidade certificadora.

No fundo, Economia, Sociedade, Ambiente, num projecto comum da própria região, que através de uma eventual certificação global possa

criar e projectar a realidade do Estoril, já não apenas com o Centro de Congressos, mas com a referência de um destino sustentável. Essa é pelo menos a minha visão, aquilo que eu gostaria de ver acontecer num futuro próximo. F&E: Foi notícia a primeira vez que se organizou um evento verde aqui no Centro de Congressos. Qual foi a impressão dessa primeira experiência? PRS: Houve uma conferência organizada pela Ecoprogresso, nossa parceira no serviço de compensação de CO2. A empresa fez questão de que o evento fosse cá no Estoril, e nós aproveitamos essa realidade para criarmos um caso, divulgarmos a metodologia, e entregarmos o primeiro certificado de um evento Carbon Zero. Tem havido uma série de contactos de empresas que pretendem desenvolver eventos dentro deste nosso enquadramento, mas sabemos que é um trabalho de médio prazo, não vamos obter resultados de imediato. O que queremos ser é os “profetas” de uma nova realidade que, mais tarde ou mais cedo, vai ser obrigatória. Aquilo que nós definimos como eventos verdes hoje em dia, daqui a três anos não se organizam de outra maneira.


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F&E: Acha que esse período é realista? PRS: Não acho, tenho a certeza. Infelizmente só fazemos as coisas por obrigação, mas a evolução é inevitável. F&E: No contexto europeu, são claramente líderes? PRS: Sim, claramente líderes. Acho que foi um tiro na mouche. Que outra coisa poderíamos fazer no Estoril que nos trouxesse este protagonismo num sector tão disputado? F&E: Os outros centros de congressos pedem-vos conselhos? PRS: Não, mas imagino que estarão a seguir com muita atenção tudo aquilo que temos feito...

12 PERGUNTAS A PEDRO ROCHA DOS SANTOS Idade: 53 anos Formação: Engenheiro mecânico Destino favorito de férias: Barcelona Cidade para viver: Barcelona Clube de Futebol: Sporting Desporto favorito: Desportos de neve e motociclismo Prato favorito: Tudo o que tenha arroz Livros que está a ler: Todos os que tenham a ver com a temática da sustentabilidade

Hobbies: Fotografia e mecânica Filme marcante: E tudo o vento levou Grupo favorito: Dire Straits Evento que mais gozo deu fazer: A Cimeira Ibero-Americana que vai decorrer em 2009 Prémio mais importante: Galardão atribuído pela AMFORHT, este ano, para o projecto mais inovador do turismo

Rui Luís Romão, Cláudia Coutinho de Sousa

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OPINIテグ

Regino Cruz Arquitecto

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DE PEQUENINO... Pela forma como são concebidos e pelo lugar onde ocorrem, os eventos podem consumir mais ou menos energia. Ora é este consumo que vem merecendo uma atenção acrescida, com o fito de se racionalizar o dispêndio de recursos, reduzir o gasto de consumíveis, utilizar produtos facilmente recicláveis, enfim, conseguir tornar este sector de actividade mais sustentável. Porém, muito para além dos gastos com os eventos em si, existe a necessidade de se enquadrar, dentro da óptica da sustentabilidade, a concepção dos edifícios que os albergam. Isto é, como reza o saber popular: - “De pequenino é que se torce o pepino.” Acredito que é à nascença - com a concepção dos primeiros esboços do projecto -, que se dita o futuro do edifício, pois é então que se elegem as soluções que permitirão - mais ou menos - a eficiência energética da construção; é então que se pondera a utilização de materiais - mais ou menos - recicláveis.

Esta postura tem acompanhado de forma constante a arquitectura que desenvolvo. Um misto de criatividade com técnica, possibilita soluções que, com o passar do tempo, se revelam de grande eficácia para o bom enquadramento energético do edifício, ou seja, que o tornam o menos “energívero” possível. O Pavilhão Atlântico, o Centro de Congressos do Estoril e o Centro de Congressos do Parque das Cidades, no Algarve, são disto exemplos interessantes.

No Pavilhão Atlântico a concepção inovadora do projecto possibilita poupar e racionalizar a energia em 50% dos consumos despendidos nos edifícios tradicionais - mais precisamente 36% de poupança no Inverno e 63% no Verão. Foi um dos sete edifícios escolhidos em toda a Europa, em 1996, pelo Projecto Thermie - Energy Comfort 2000, pela capacidade de reduzir ao mínimo os custos energéticos de manutenção. Para este óptimo resultado houve um largo conjunto

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OPINIÃO . De pequenino... por Regino Cruz de opções que se assumiram, umas muito simples, outras mais técnicas, entre as quais: \\ implantação do piso das arenas abaixo do solo; \\ iluminação natural e difusa nas Salas de Competição e Espectáculos; \\ protecção passiva (sombreamento) contra a incidência directa dos raios solares nas superfícies transparentes; \\ eficácia termo-higrométrica, em bancadas com plenum de insuflação inferior, o que permite climatizar apenas as zonas ocupadas. Isto é, o ar é insuflado ao nível inferior (por detrás das cadeiras) e, depois, sobe naturalmente até sair pelo topo da sala a temperaturas acima dos 30ºC; \\ recuperação, durante o Inverno, da energia térmica entre o ar de extracção e o ar de insuflação e, durante o Verão, o aproveitamento da energia térmica contida na água do rio Tejo, para o préarrefecimento do ar insuflado; e, por fim: \\ estrutura em elevação do edifício, que é formada por um conjunto de costelas em madeira lamelada colada. Lembro que esta estrutura é cinco vezes mais leve do que o seu equivalente em betão, sendo mais resistente ao fogo e aos efeitos sísmicos, com baixos custos de manutenção e boas características térmicas e acústicas. A decisão em especificar o lamelado colado para esta realização baseou-se não só na conotação temática da EXPO’98 (os

Centro de Congressos do Estoril

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Centro de Congressos do Parque das Cidades

navios dos descobrimentos portugueses...), mas também em fortes razões, quer de ordem técnica, quer de ordem ambiental, tendo presente que, em contraste com o petróleo ou o aço, a madeira é um recurso facilmente renovável na natureza! Outra realização, o Centro de Congressos do Estoril, demonstra também a preocupação com a sustentabilidade da construção. Como anteriormente escrevi, “Sintetizando, o que é este Centro de Congressos?: Um “cubo” de vidro, assumidamente transparente que envolve o salão de exposições, mas racionalmente projectado de acordo com a envolvente. Um auditório de planta elíptica, mas inserido propositadamente a poente do salão de exposições, que pela sua opacidade se transforma num absorvente natural da carga térmica do fim da tarde. Um corpo esguio e lateral, independente, destinado a escritórios e salas de reuniões para apoio aos congressos, mas com a fachada sul fechada à incidência dos raios solares… Uma cobertura, que tudo liga e intercepta, em curvatura branda, mas que nos trechos balançados projecta as necessárias sombras sobre as fachadas-cortina”. Também aqui, mais uma vez, se enaltece a madeira no plano arquitectónico, através dos ondulantes pórticos em lamelado colado que estruturam o salão de exposições. Na mesma linha de actuação, o projecto do Centro de Congressos do Parque das Cidades resulta de uma ponderação energética espelhada em medidas arquitectónicas passivas. A

título de exemplo: tirou-se partida da opacidade das fachadas viradas a sul e a poente, bem como do balanço majestoso do pórtico na entrada principal e das pérgulas, para criar o sombreamento mais conveniente; idealizou-se um pátio interior, arborizado, para a boa gestão da iluminação natural dos grandes espaços; assumiu-se o sistema de poupança de água por recuperação das águas pluviais recolhidas na cobertura… São três realizações contemporâneas que procuram demonstrar um incremento da sensibilidade quanto à eficiência energética das soluções técnicas, quanto ao desempenho dos novos produtos de carácter ecológico e quanto à racionalização dos recursos naturais. Creio firmemente que a arquitectura sustentável dependerá cada vez mais do design com elevada qualidade e do uso de materiais de construção provenientes de fontes renováveis. Os Centros de Congressos, tal como os Pavilhões Multiusos, são empreendimentos em crescente sofisticação que, para além da poupança racional do dia-a-dia dos eventos, assentam na eficácia da concepção dos edifícios em si, enquadrada em princípios de sustentabilidade ambiental. Desde o início do conceito gerador da arquitectura, estas ideias devem ser encaradas e defendidas.

No fim de contas, “é de pequenino…”


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DOSSIÊ TEMÁTICO

EVENTOS SUSTENTÁVEIS Se nos próximos cinco anos não tomarmos as medidas necessárias e não mudarmos os nossos hábitos, as alterações climáticas chegarão a um ponto irreversível, dizem os especialistas. É impossível ignorar o impacto que o sector dos eventos tem sobre o meio ambiente e por isso, hoje em dia, a questão dos eventos sustentáveis já ultrapassou o domínio da “tendência” e chegou à ordem do dia. O tempo está a contar... www.festaseeventos.net


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EVENTO SUSTENTÁVEL proposta de definição

Evento sustentável ou green event designa o conjunto de actividades que aplicam princípios de sustentabilidade à concepção, preparação e realização do evento, numa perspectiva de ciclo de vida. Esta é a definição proposta pelo Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), através da unidade do Centro para o Desenvolvimento Empresarial Sustentável (CenDES), num documento elaborado em 2006 por Ana Paula Duarte e Paulo Martins. Um evento sustentável inclui redução do consumo de recursos naturais, prevenção de danos no ambiente local e global, protecção da biodiversidade e da saúde humana, minimização da produção de resíduos, prevenção de impactes negativos na comunidade e integração de aspectos económicos, ambientais e sociais no planeamento e desenvolvimento da cidade. O primeiro exemplo à escala mundial de um evento sustentável foi o dos Jogos Olímpicos de Sydney. A Green Peace publicou mesmo o “Greenpeace’s Olympic Environmental Guidelines: A Guide to Sustainable Events” para que o exemplo da Austrália se mantivesse em próximas edições dos Jogos. Um outro marco no trajecto dos eventos sustentáveis foi o assumir, por parte da Presidência Austríaca da União Europeia (1º semestre de 2006), como objectivo claro, a adopção de critérios de sustentabilidade nos grandes eventos realizados no âmbito da UE. O Ministério do Ambiente Austríaco preparou mesmo um documento com 20 recomendações para a organização de eventos ambientalmente mais responsáveis.

EVENTOS VERDES SÃO UM BOM NEGÓCIO? Sim! Para Guy Bigwood, director de Sustentabilidade da MCI, uma das maiores empresas de eventos do mundo, existe de facto a ideia generalizada de que os eventos sustentáveis são mais dispendiosos, de modo que é importante olhar um evento numa perspectiva de ciclo de vida. Guy Bigwood, director de Sustentabilidade da MCI

“Esta visão revela que os eventos sustentáveis normalmente poupam dinheiro”. O responsável da MCI, e um dos directores do Green Meeting Industry Council, dá um exemplo muito prático. “Em alguns países, os papéis reciclados de boa qualidade são mais caros do que os não reciclados. No entanto, os organizadores de eventos sustentáveis repensaram o processo e, como resultado, não precisam de imprimir tanto (ou não imprimem nada)”. Ana Paula Duarte e Paulo Martins, do INETI, também são de

opinião de que os eventos sustentáveis não são mais caros. “O importante é haver um planeamento desde o início e, nesse caso, acredito num equilíbrio da balança”, diz Ana Paula Duarte, secundada desde logo por Paulo Martins. “É possível fazer muita coisa sem ter custos acrescidos, tem é que estar integrado na estratégia logo desde o início”. A questão dos custos está relacionada com a dos fornecedores. Lá fora lembre-se que Portugal continua algo atrasado em relação a estas matérias -, aumenta o leque de fornecedores sustentáveis. “Com o boom do aspecto green, o procurement é agora mais fácil e os preços tornaram-se mais competitivos”, realça Guy Bigwood. E o que sucede em Portugal? “Os

fornecedores queixam-se de que não há mercado, têm os produtos e não têm pedidos”, refere Ana Paula Duarte. Já os organizadores de eventos queixam‑se da falta de fornecedores e de consultoria na questão dos eventos verdes. Então, quem deve dar o primeiro passo? Os pedidos de consulta para um evento nunca ou raramente incluem, em Portugal, requisitos ambientais. Mas também lá fora quem está mais atrasado na questão dos eventos sustentáveis são, para Guy Bigwood, os clientes. Como curiosidade, refira-se que em Portugal existe o Plano Nacional de Compras Públicas Ecológicas e que, até 2010, metade da Administração Pública tem que incorporar critérios ambientais nas decisões de compra. À atenção dos fornecedores!

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DOSSIÊ TEMÁTICO . Evento Sustentável

Luís Rochartre, BCSD

Standards, BSI 8901, é uma das mais populares no sector e uma referência tanto para organizadores, como para espaços ou fornecedores. Também popular é a certificação da Green Globe, que aliás foi a adoptada pelo Centro de Congressos do Estoril (CCE). Os hotéis também estão a caminhar no sentido da certificação e da adopção de políticas ambientais muito definidas (ver reportagem na página 95).

CORPORATE SOCIAL

“O futuro vai ser

RESPONSABILITY

Limpo, Optimizado

FUTURO DOS

e Poupado, (Clean,

EVENTOS VERDES

O evento sustentável é um compromisso entre três critérios fundamentais: o ambiental, o económico, e o social. E estes três critérios devem estar bem presentes desde o planeamento até à avaliação pós-evento. “Devemos compatibilizar a questão dos resultados económicos com a diminuição dos impactos ambientais e a maximização dos impactos sociais”, explica Luís Rochartre, da BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. Para o secretário-geral desta organização, este é um modelo complexo porque se trata de equilibrar diferentes aspectos na mesma balança. “Tem que haver negociações, cedências”, refere. Em relação ao aspecto social, o Corporate Social Responsibility (CSR) é um termo que está na moda e as grandes empresas têm já uma política bem definida de responsabilidade social. Aplica-se no sector dos eventos através do investimento feito por exemplo numa comunidade, ou incluindo acções específicas dentro do próprio evento, como pintar uma escola.

CRISE PODE SER FAVORÁVEL? Para Luís Rochartre, da BCSD, esta conjuntura económica pode favorecer a implementação de modelos sustentáveis.

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Lean and Mean), ou seja, vamos ter que manter os nossos níveis de qualidade de vida, mas com um tipo de consumo completamente diferente... Acredito que esta é uma oportunidade para rever processos”. Guy Bigwood está bastante optimista em relação a 2009 e aos próximos anos. 2008 foi marcado pela adopção, por parte de muitas cadeias de hotéis e espaços, de programas sustentáveis. “E além do mais, esta curva económica descendente vai favorecer e motivar as pessoas e as organizações a serem mais eficientes, enveredando por políticas sustentáveis para os seus eventos”, refere. Ana Paula Duarte, do INETI, também acredita que a crise vai criar oportunidades. A certificação será exigida, e há alguns sistemas disponíveis no mercado dos eventos. A certificação da British

O responsável do MCI, Guy Bigwood, acredita que as negociações da ONU sobre as alterações climáticas, que se realiza este ano em Copenhaga, vão forçar os governos a ter limites de emissão de carbono. “Este sucessor do Protocolo de Quioto vai mudar a nossa indústria”, explica. “Educar os organizadores de eventos e fornecedores a criarem e comprarem de forma mais sustentável e efectiva”, refere Bigwood, “é um grande desafio”. Mas este apaixonado pelo tema dos green events acredita que daqui a 10 anos tudo vai estar diferente, assumindo-se a sustentabilidade como um critério standard da indústria. “Pessoalmente, tendo acabado de vir dos Himalaias, e visto os efeitos chocantes das alterações climatéricas, penso que todos temos que assumir as nossas responsabilidades na maneira como organizamos os nossos eventos e vivemos a nossa vida”, conclui. E em Portugal? João Saccheti, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Organização de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), em declarações à imprensa, dizia acreditar “que o sector verde dos eventos vai crescer e tornar-se norma pela força da legislação e fiscalização, pela inibição e exclusão dos principais concursos públicos e privados de todas as empresas sem certificado verde e pela força do exemplo e das boas práticas das maiores empresas”. A conferir nos próximos anos.


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10 ÁREAS DE ACTUAÇÃO DOS EVENTOS SUSTENTÁVEIS

O INETI - Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, pela mão de Ana Paula Duarte e Paulo Martins, elaborou um documento sobre eventos sustentáveis. Esse estudo elenca dez áreas de actuação no planeamento e execução de um evento sustentável, que recuperamos e sintetizamos para este dossiê. 1. MATERIAIS E RESÍDUOS Usados numa perspectiva de ciclo de vida. Prevenção, minimização, recolha, reciclagem e reutilização. Sistema de recolha de resíduos deve ser facilmente reconhecido e de fácil utilização por parte dos participantes do evento. Utilizar materiais reutilizáveis, recicláveis ou biodegradáveis, por exemplo nas embalagens, materiais de exposição, restauração e sinalização. Reduzir o consumo do papel. 2. ÁGUA E SANEAMENTO Utilização racional da água. Sensibilização dos participantes para o facto da água ser um recurso escasso. Servir a água em jarro, para evitar embalagens e transporte. Usar máquinas de refrigeração de água, porque permite a diminuição do consumo. 3. ENERGIA E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS A questão energia depende muito das instalações utilizadas. Usar a energia de forma consciente e eficiente: iluminação natural, equipamentos de elevada eficiência energética, lâmpadas de baixo consumo, ventilação natural, regulação do ar condicionado para a chamada “temperatura de conforto”. Controlar pontos de fuga do ar climatizado.

4. AQUISIÇÕES DE BENS E SERVIÇOS É necessário que critérios de sustentabilidade sejam incluídos nos procedimentos de aquisição. Possíveis acções: ter em atenção as linhas de orientação para o Rótulo Ecológico Europeu (green purchaising), adquirir sempre que possível produtos ecológicos ou de comércio justo, tornar transparentes os critérios de sustentabilidade para as consultas de fornecimento. Promover tecnologias de ponta ambientalmente adequadas. 5. TRANSPORTES E VIAGENS As opções de transporte devem ser hierarquizadas da seguinte forma: deslocações pedonais, transportes públicos, transportes colectivos providenciados pela organização, transportes individuais ambientalmente adequados. Devem ser disponibilizadas todas as informações referentes aos transportes públicos. 6. RESTAURAÇÃO fornecimento de bebidas e comida Utilizar alimentos e bebidas de produção local, evitar produtos importados que viajam longas distâncias, preferir produtos de agricultura biológica, fornecer produtos de comércio justo, oferecer variedade de alimentos para vegetarianos e respeitar requisitos de origem religiosa e cultural.

7. INSTALAÇÕES hotéis e local do evento Seleccionar instalações que permitam deslocações pedonais entre os vários locais. Prioridade máxima para instalações certificadas. Se não estiverem certificadas, saber da sua política ambiental. Reduzir as emissões de ruído. 8. DOCUMENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO A comunicação antes, durante e depois do evento possibilita a replicação das acções implementadas e a multiplicação dos seus impactes positivos. A organização deve aproveitar o evento para sensibilizar todos os envolvidos. 9. LEMBRANÇAS E MERCHANDISING Usar produtos regionais, úteis e duráveis, feitos com materiais reciclados ou naturais, como a cortiça, de comércio justo. 10. EVENTOS PARALELOS A realização destes eventos deve ser planeada de acordo com a mesma estratégia de sustentabilidade do evento principal. São oportunidades para promover a região através de actividades culturais e mostra de produtos regionais, de conhecer a cidade e respectiva população.

CUIDADO COM O GREENWASH O termo descreve as empresas que publicitam produtos e serviços ambientalmente responsáveis, quando na verdade se tratam de estratégias para aumentar os lucros, ou reduzir custos. Começou a ser usado pelo ambientalista Jay Westerveld, em 1986, como resposta a algumas práticas da indústria hoteleira que colocava placards nos quartos incitando à re-utilização de toalhas para “salvar o meio ambiente”, quando em muitas situações não se notava nenhum esforço sincero dos hotéis em contribuir para essa máxima. Ana Paula Duarte e Paulo Martins, do INETI, acreditam que “os consumidores não são parvos e percebem o que é greenwashing. Se for mentira, os cidadãos vão ter isso em atenção”. www.festaseeventos.net


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DOSSIÊ TEMÁTICO . Evento Sustentável QUINTA DO ROSEIRAL: UM BOM EXEMPLO

100R®

A Quinta do Roseiral optou pelo posicionamento de “empreendimento verde”, muito embora isso implique algumas dificuldades. “Os governantes falam muito no interesse e empenho na sustentabilidade, o facto é que em termos práticos tudo parecem fazer para limitar, atrasar e até impedir que empresas efectivamente se empenhem em trabalhar e investir significativamente em abono da sustentabilidade (basta ver as dificuldades e impedimentos que têm empresas como a nossa que querem investir por exemplo em produção de energia eléctrica de origem limpa - eólica ou fotovoltaica”, explica José Batalha, responsável pela unidade. Apesar dos custos significativos iniciais, foram adquiridos os equipamentos que permitiram mais eficiência energética em todo o espaço da quinta. Em termos de residuos, é feita a separação dos lixos para reciclagem, num Ecoponto próprio. Nos jardins há também a

A Sociedade Ponto Verde (SPV) criou o 100R®, um programa que certifica eventos, espectáculos e espaços comerciais, garantindo que os resíduos gerados nesses locais são encaminhados correctamente para reciclagem. Mário Raposo, do departamento de marketing do 100R®, explica que o primeiro evento deste género foi o Rock in Rio Lisboa 2008. “Nos cinco dias do festival, foi possível recolher 30 toneladas de resíduos, 27 de plástico e 3 de papel, depois encaminhados para a Valor Sul”. “Este programa está pensado para espaços fechados. Actuamos junto do organizador desde a fase de planeamento e no terreno, nos espaços de restauração”. A aposta da SPV tem sido nos grandes eventos, onde os resultados podem ter mais impacto. E a procura tem sido tanta que supera a actual capacidade de resposta da empresa.

preocupação da sustentabilidade, fazendo-se a “compostagem”, e utilizando deste modo uma elevada percentagem de adubagem de origem 100% biológica, minimizando a utilização de fosfatos. “Temos inclusive pomares, viveiros de plantas e hortas de ervas aromáticas de cultura 100% biológica”, refere o responsável, que indica ainda que é feita com regularidade a limpeza e desmatação da floresta. José Batalha não tem sentido que o compromisso ambiental da Quinta do Roseiral seja um factor-chave para que os clientes optem pelo seu espaço, “mas naturalmente que acredito que se sentirão bem ao saber que estão a optar por uma organização que demonstra na prática estas preocupações”. De referir que a Quinta do Roseiral tem a Certificação Internacional de Qualidade e Segurança Alimentar ISO 22000 e ainda a acreditação UKAS (The United Kingdom Accreditation Service).

CONSELHO EMPRESARIAL PARA O

Cláudia Coutinho de Sousa, Rui Luís Romão

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável é uma associação sem fins lucrativos, criada em 2001, com o objectivo de tornar os líderes empresariais em catalisadores de uma mudança rumo ao desenvolvimento sustentável, promovendo nas empresas a eco-eficiência, a inovação e a responsabilidade social. Luís Rochartre, secretário-geral da associação, em entrevista à Festas & Eventos, diz que há vantagens no facto das empresas optarem por um modelo de gestão sustentável. “Os próprios marketeers já identificaram um segmento de consumidores, os

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LOHAS (Lifestyle of Health and Sustainability), que nos Estados Unidos já ultrapassa os 45 milhões de pessoas”. Estas têm atenção a aspectos como a origem dos produtos, condições de fabricado, compram carros híbridos, para dar apenas alguns exemplos. Neste momento é trendy ter uma postura mais responsável, e o sector dos eventos não foge à regra. Este responsável acredita mesmo que a evolução para modelos mais sustentáveis pode ser rápida, “uma vez que se trata de um mercado muito competitivo, em que há grande necessidade de diferenciação”.

PARA CONSULTA www.greenmeetings.info www.meetingstrategiesworldwide.com www.lessconversationmoreaction.com www.bsi-global.com www.greenglobeint.com www.wearegreensavers.com www.bcsdportugal.org www.ineti.pt


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PRIMEIRO EVENTO VERDE CERTIFICADO EM PORTUGAL Gonçalo Cavalheiro, Director da Ecoprogresso

A Ecoprogresso organizou em 2008, no Centro de Congressos do Estoril, o primeiro evento verde certificado. A empresa opera, desde 2002, na área da gestão de carbono e alterações climáticas, e organizou justamente uma conferência intitulada “Num Clima em Mudança”. Gonçalo Cavalheiro, director da Ecoprogresso, revela que não foi difícil organizar um evento verde. “Escolhemos o CCE porque nos apercebemos da estrutura disponível para a construção de eventos verdes, e estávamos alinhados com o pensamento da instituição”. O facto do Centro de Congressos estar a poucos metros da linha de comboio e a walking distance do hotel, é uma mais-valia na organização deste tipo de evento. O CCE solicitou ainda à Ecoprogresso que demonstrasse o investimento na comunidade, “de modo que estamos a desenvolver um projecto sério em Belas, tornando mais verde uma aldeia”, explica este responsável. Finalmente, foi feita a compensação das emissões de CO2 e o cálculo da pegada de carbono, segundo a metodologia da própria empresa, libertando o evento de qualquer carga negativa. Perguntamos à Ecoprogresso quantas vezes foram procurados por organizadores de eventos para compensação das emissões de carbono dos seus eventos. A resposta: “Nenhuma!”. No entanto, “somos procurados pelos promotores”. Gonçalo Cavalheiro reconhece que

“... o sector está ainda por sensibilizar”. PUB

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OPINIテグ

Pedro Caldas

Responsテ。vel pelo departamento de patrocテュnios e eventos da Vodafone Portugal

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SUSTENTABILIDADE APLICADA AOS EVENTOS A durabilidade e manutenção dos recursos implica que todos, individualmente, observemos de forma coerente, e em todas as nossas acções, as mais elementares regras e preocupações ambientais, com o objectivo de tentar confirmar que é possível satisfazer as várias necessidades com que nos deparamos na nossa actividade diária, ao mesmo tempo que procuramos garantir que gerações futuras terão ao seu dispor os mesmos recursos para satisfazer as suas. Na última década temos assistido a um incremento na preocupação das empresas com o meio onde se inserem e com o impacto da sua actividade, mas ainda é reduzido o número daquelas que têm verdadeiras políticas e estratégias ambientais ou de responsabilidade social.

No campo da organização e gestão de eventos é sempre possível ter em atenção o tipo de recursos que se utiliza. Primeiro na concepção e criatividade do evento e, depois, na escolha das diversas componentes destinadas à sua implementação. Esta orientação pode e deve estar presente, à partida, no lado dos criativos de eventos, que podem, desde logo, pensar em estratégias baseadas numa componente forte de responsabilidade ambiental, ou em algum momento da estratégia, introduzir esta vertente. De seguida pode estar patente no desenho da implementação do evento pelos especialistas em produção, através da selecção de materiais e soluções sustentáveis e, por último, na consciência das empresas que investem em eventos, e dos seus responsáveis, ao fazerem a última validação dos vários componentes a utilizar e ao serem o motor da constante orientação das suas equipas, internas e externas, para o desenvolvimento de uma actividade com este tipo de preocupações. Há alguns bons e inspiradores exemplos de eventos sustentáveis, como os Jogos Olímpicos de Sydney ou o Fórum Barcelona em 2004 e, tendencialmente, as empresas optarão por investir em green events ao mesmo tempo que os organizadores de eventos passarão a ter uma maior preocupação com a redução do consumo dos recursos naturais, com o impacto no ambiente local onde realizam os seus eventos e com a minimização da produção de resíduos, entre outros.

Já vamos assistindo em Portugal a alguns casos de organizadores que, para além da actividade principal a que se destinam os eventos que produzem, implementam outras iniciativas acopladas com vista a minimizar os impactos que prevêem causar.

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OPINIÃO . Sustentabilidade aplicada aos eventos, por Pedro Caldas

Criam projectos ambientais assentes na utilização de energia solar, manuais de boas práticas ambientais para distribuir pelos seus fornecedores, organizam acções de educação ambiental, promovem a deslocação para o evento em transportes colectivos ou implementam programas carbono zero. E existem no mercado processos mais ou menos complexos para compensar os danos causados pela produção de um evento e muitos outros métodos surgirão no futuro, com a crescente consciencialização das gerações mais novas. Desde o primeiro instante da produção de um evento que é possível concretizar, em todas as decisões, um conjunto de filtros simples que permitem, sempre, minimizar alguns efeitos negativos causados pelo comportamento dos agentes envolvidos na implementação. Ou seja, é possível que cada participante num determinado evento adopte comportamentos e escolhas adequadas, contribuindo com uma pequena parcela para tornar o evento mais sustentável, ao mesmo tempo que é possível tomar medidas maiores, mais complexas e com resultados amplificados, para colmatar os danos mais significativos que se podem projectar.

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Apesar da crescente consciencialização, as opções sustentáveis ainda são em menor número, sendo difícil e, na maioria dos casos, mais caro produzir eventos com este tipo de orientação.

Há poucos produtos concebidos com materiais reciclados ou recicláveis ao dispor dos organizadores e produtores de eventos.

É mais simples e barato encontrar um produto diferenciador, por exemplo, mas mais poluente, do que outro com as mesmas características e que cumpra o mesmo objectivo, mas menos poluente. Muitas vezes nem se conhecem bem os materiais que são usados em alguns objectos, até porque, historicamente, o foco está mais no resultado final a concretizar com o evento e menos nos meios utilizados para o atingir. Há muito ainda por considerar na aplicação do conceito de sustentabilidade aos eventos e existe um mercado de informação e soluções neste campo que se encontra por desenvolver, para que quem tem a missão de juntar todas as peças para organizar um evento disponha, de forma quase intuitiva, de um conjunto de soluções que permitam diminuir de forma muito significativa o impacto nos recursos. As empresas que investem na organização de eventos podem impulsionar este movimento, ao preferirem organizar os seus próprios eventos verdes ou estarem, preferencialmente, ligadas a este tipo de eventos. Agora, só será possível ter mais e melhores iniciativas sustentáveis quando todos tivermos essa consciência, desde quem idealiza o evento a quem investe nele e a quem o produz. O mercado dos eventos em Portugal é vasto e muitos acontecimentos se organizam todos os anos, apesar de poucos serem os eventos verdadeiramente sustentáveis. Mas sente-se alguma evolução. Falta continuar a pensar verde, sempre, e ter ao dispor as ferramentas e serviços especializados que facilitem este comportamento.


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EVENTOS

CONGRESSO DA APTP “O PRIMEIRO DE MUITOS” O 1º Congresso da Associação de Profissionais do Turismo de Portugal (APTP) debateu “Novas Visões, Mais Oportunidades” para o sector. Tendo como pano de fundo a Ilha Terceira, nos Açores, o congresso, que se realizou de 21 a 23 de Novembro, contou com vários painéis de conferências, cujo objectivo foi dar a conhecer o estado dos recursos humanos no sector do Turismo, apresentando novas visões, focando casos específicos de sucesso, demonstrando não só o que está mal, mas também qual o caminho a seguir.

o governo dos Açores e a projecção de uma imagem forte e de grande qualidade deste destino”.

Agostinho Peixoto, presidente da APTP, referiu que a escolha dos Açores para a realização deste primeiro encontro teve em vista o início de colaborações com a Direcção Regional do Turismo dos Açores, bem como a “promoção do destino no âmbito da meeting industry, a constituição de uma task force com

Um dos temas fulcrais, e que atravessou quase todos os painéis, foi a necessidade emergente de se apostar na formação. Destacou-se contudo a grande rede de escolas de hotelaria e turismo, indicando que estas sofrem ainda de bastantes problemas.

Nuno Santos, a representar o Secretário de Estado do Turismo, destacou medidas como a adequação da oferta formativa, um novo modelo de gestão das escolas de hotelaria e turismo, e procurou incentivar à elaboração de projectos que respondam de forma eficaz aos problemas encontrados neste sector, a fim de se atribuir uma nova dimensão e dignificação aos profissionais de turismo.

No ultimo dia do congresso teve lugar a assembleia-geral da União Ibero-Americana de Profissionais de Turismo, na qual estiveram presentes os líderes das Associações Profissionais de Turismo da Argentina, Costa Rica, Espanha e Portugal. Esta assembleia juntou países que neste sector encontram as mesmas dificuldades e barreiras, e que juntos possuem um total de mais de 2 milhões de profissionais do Turismo. Com um balanço total “bastante positivo”, de acordo com Agostinho Peixoto, este congresso, que foi “o primeiro de muitos”, espera-se que traga dividendos, contribuindo para aumentar o número de viagens para os Açores, concluindo o presidente da APTP que, “mais do que um custo, este foi um investimento”. Andreia Joana Silva

TURISMO SUSTENTÁVEL NOS AÇORES

Um desafio multifacetado De acordo com Verónica Bettencourt, Delegada da Região do Turismo da Terceira, “apenas na ultima década, fruto da política de incentivos do governo regional, por um lado, e da iniciativa privada, por outro, a actividade turística ganhou dimensão e relevância económica, tendo sido o principal sector económico responsável pelo crescimento do produto e do emprego regionais.” A partir de 1996 foi reconhecido o Turismo como um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento económico açoreano, dando-se inicio a uma revolução turística na região a vários níveis: dormidas, transportes e diversificação de produtos. O projecto ESTRATUR - Estratégia de Desenvolvimento Turístico Sustentável para a Macaronésia - que está a ser desenvolvido em conjunto com os Açores, Madeira e Canárias, pretende incentivar a valorização do produto turístico destas ilhas. O projecto propõe-se apoiar melhorias na qualidade da oferta, fomentar o fluxo do turismo durante todo o ano e estimular a sua conexão vital com o património natural e cultural. Deste modo, os Açores colocam-se na linha da frente para liderarem um turismo cada vez mais responsável e atento.

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FEIRA DO EMPREENDEDOR

Empreendedorismo: um dos caminhos possíveis Em época de crise, de trabalho precário e da maior taxa de desemprego ao nível do pessoal qualificado, o empreendedorismo parece ser uma resposta válida. Foi este o mote para a Feira do Empreendedor, que se realizou no Centro de Congressos da Alfândega, no Porto, de 13 a 15 de Novembro, organizada pela ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários. Sob o lema “Vontade de Vencer”, o certame constituiu-se como uma exposição multi-sectorial, permitindo a mais de 100 empresas a apresentação dos seus produtos e/ou serviços. Reunindo entidades que pretendem promover e incentivar o empreendedorismo, e com um programa que contou com 21 conferências, ao longo

destes três dias, a feira tentou chegar a públicos diferentes. Num primeiro dia, orientada para o público empreendedor júnior, a feira ofereceu um conjunto de conferências que tiveram como objectivo dotar os mais jovens de ferramentas básicas na procura de emprego. Nos dias seguintes, com um programa já direccionado ao empreendedor sénior, foram salientadas temáticas como “Oportunidades e Criação de Empresas”, “Financiamentos e Apoios” e “Gestão, Emprego e Recursos Humanos”. Entre os expositores estiveram presentes associações empresariais, consultoras, estabelecimentos de

ensino, empresas de recursos humanos e formação profissional, institutos públicos de apoio ao investimento e à criação de emprego, autarquias e incubadoras de empresa. De destacar a presença ao longo dos três dias de muitos jovens. Licenciados, estudantes universitários ou do ensino secundário, empresários e jovens empreendedores de um modo geral, todos em busca de uma oportunidade, em tempos de crise, quando tantas portas lhes são fechadas, tomando gradual consciência de que esta crise tem que ser enfrentada através da criatividade e da aposta em novas ideias. Andreia Joana Silva

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OPINIテグ

Isabel Amaral

Presidente da Associaテァテ」o Portuguesa de Estudos de Protocolo

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CENÁRIOS EMBLEMÁTICOS AGREGAM VALOR A EVENTOS Análise dos cenários da assinatura do Tratado de Lisboa A cerimónia de assinatura do Tratado de Lisboa foi concebida de forma a poder ser assistida em directo por milhões de telespectadores em todo o mundo. Os dois cenários emblemáticos escolhidos foram o Mosteiro dos Jerónimos, para a assinatura, e o Museu dos Coches, para o almoço. Estes dois espaços são muito requisitados para eventos institucionais, públicos ou privados, pela riqueza arquitectónica e pelo peso histórico. O claustro dos Jerónimos, mandado construir pelo Rei D. Manuel I para celebrar os descobrimentos portugueses, é frequentemente cenário de cerimónias à luz do dia ou recepções ao fim da tarde. O Museu dos Coches é muito requisitado por empresas privadas para a organização de eventos nocturnos.

A ASSINATURA DO TRATADO DE LISBOA No dia 18 de Outubro de 2007, foi feito o anúncio pelo primeiro-ministro de Portugal de que fora acordado o texto do novo tratado para a União Europeia, que se chamaria Tratado de Lisboa, e que seria assinado no Mosteiro dos Jerónimos a 13 de Dezembro, ou seja,

os organizadores tiveram menos de 2 meses para conceber e organizar uma das mais importantes cerimónias alguma vez realizadas em Portugal.

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OPINIÃO . Cenários emblemáticos agregam valor a eventos, por Isabel Amaral Em primeiro lugar foi necessário decidir o tipo de cerimónia: solene e tradicional ou um modelo mais arrojado, moderno, imaginado para os milhares de pessoas que assistiriam pela televisão. Foi escolhido o segundo modelo, o que implicou a construção de um verdadeiro estúdio televisivo no claustro.

MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS Nos Jerónimos foi necessário cobrir o claustro com uma estrutura opaca, que permitisse um jogo de luzes eficaz. O palco com a mesa da assinatura ficou no mesmo canto onde, em 1985, se tinha assinado o Tratado de Adesão de Portugal, mas incorporou um ecrã de dez metros quadrados em leds. No canto oposto, foi construída uma estrutura para a imprensa e no piso superior do claustro foram montadas as cabines de tradução. Na véspera, tudo estava pronto para acolher a cerimónia. Decorado com um espectacular jogo de luzes azuis e detalhes em amarelo, em homenagem à bandeira europeia, o claustro coberto estava irreconhecível. O cenário azul e branco era ao mesmo tempo monástico e moderno, simples e requintado, confortável e digno. No dia 13 de Dezembro, de manhã, os chefes de Estado e de Governo dos 27 países da UE chegavam aos Jerónimos

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e eram recebidos pelo primeiro‑ministro e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros. Na hora prevista, José Sócrates dirigiu-se com os outros signatários para o claustro onde já estavam os restantes convidados. A cerimónia decorreu com pompa e circunstância. Começou com um momento musical, seguido dos discursos dos presidentes da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, e do Conselho Europeu. Quando o primeiro-ministro português iniciou o seu discurso, o jogo de luzes mudou de azul e amarelo para encarnado, amarelo e verde, ao mesmo tempo que a bandeira de Portugal era exibida no ecrã gigante. Terminados os discursos ouviu-se em voz off: “É o momento da assinatura do Tratado de Lisboa”. Ao som da música de Rodrigo Leão, foram chamados os 27 signatários.

O palco usou as mais modernas tecnologias, com um ecrã gigante a exibir as bandeiras dos 27 Estados, à medida que cada um dos líderes assinava o texto do novo Tratado e as naves a vestirem-se com as cores da bandeira ou imagens do país, num verdadeiro espectáculo de cor e luz. A própria mesa branca onde o Tratado ia sendo assinado era um ecrã, onde a imagem das respectivas bandeiras nacionais era projectada. Os mandatários dos 27 assinaram todos com canetas de prata individuais, com uma inscrição alusiva ao acto.

No final, estes foram encaminhados para um palanque, onde se fez a fotografia de família com o cenário imponente da porta sul do mosteiro. Terminada a sessão fotográfica, entraram para um moderno eléctrico de Belém, pintado com as cores da presidência portuguesa da UE e seguiram em direcção ao Museu dos Coches, onde almoçaram a convite do Presidente da República.

MUSEU DOS COCHES O almoço realizou-se numa mesa única com duas presidências ao centro, a primeira ocupada pelo Presidente da República e a segunda pelo primeiro‑ministro. A ementa foi composta por comida portuguesa: sopa de tomate, cataplana de peixe e marisco, encharcadas com ananás dos Açores. Os brindes foram feitos com vinho do Porto colheita de 1957 (ano de nascimento da UE) e ao café não faltaram os célebres Pastéis de Belém. A organização deste evento ganhou o Prémio Internacional de Protocolo da OICP para o melhor acto organizado em 2007. Os cenários emblemáticos agregam valor aos eventos e contribuem para se transmitir a mensagem que pretendemos. Monumentos históricos podem transformar-se em ambientes inovadores e sedutores, onde a tradição se alia à modernidade, graças às mais altas tecnologias, sem danificar um património valiosíssimo.


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EVENTOS

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JORNADAS DE PROTOCOLO O que esperar do protocolo?

Multiculturalidade e protocolo

Alguns casos específicos

Os novos desafios do protocolo num mundo em constante mudança, a necessidade de adaptação a um mundo globalizado e multicultural, o protocolo como ferramenta na estratégia global de comunicação foram alguns dos temas debatidos nas III Jornadas Internacionais de Protocolo, organizadas pela Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo (APEP), em Outubro. Mais de cem pessoas encheram a sala da Fundação Calouste Gulbenkian, num encontro de cariz científico onde houve a oportunidade de diálogo, discussão e troca de contactos e experiências.

Manuel Côrte-Real, antigo Chefe do Protocolo do Estado, recordou algumas particularidades decorrentes do exercício da Presidência Portuguesa da União Europeia, no segundo semestre de 2007. Um dos eventos mais importantes deste período foi a Cimeira UE-África. “o maior desafio em termos de organização, logística e protocolo”, referiu. A logística deste evento exigiu uma coordenação matemática. Por outro lado lidava-se com pessoas de muitas nacionalidades e culturas, o que tornava o trabalho ainda mais árduo.

Neste encontro ficaram a conhecerse as especificidades do protocolo de Marrocos, contando para isso com as contribuições de Redouare Adghoughi, conselheiro do embaixador de Marrocos em Portugal, e Tawfiq Rkibi, Presidente do Conselho Científico do ISLA Lisboa. Entre outras coisas ficou a perceber-se que o país está, há alguns anos, em fase de mudanças a nível interno, de profundo reformismo, num caminho de maior abertura ao Ocidente, obviamente com consequências no protocolo. Inês Blu Rodrigues abordou o protocolo asiático, afirmando que, muito embora “poucos indivíduos sejam a representação perfeita da sua sociedade”, é vital conhecer o mais possível as culturas com que lidamos, negociamos, etc.

Isabel Amaral, presidente da APEP, faz um balanço muito positivo do evento, “as comunicações dos oradores foram muito bem recebidas e a maioria dos participantes manifestou à organização o seu apreço pela elevada qualidade, actualidade e interesse dos temas abordados”. Em termos de divulgação do trabalho da Associação, a responsável refere que o objectivo foi cumprido, “com estas jornadas a APEP pretendia marcar um novo ciclo: em 2008 alterámos os estatutos, mudámos a Direcção e renovámos a imagem gráfica.” Para 2009 estão previstas mais iniciativas, sendo a “mais ambiciosa de todas” uma Jornada Luso-Espanhola, em parceria com a Asociación de Técnicos de Protocolo de Galicia com o patrocínio da Câmara Municipal do Porto (CMP), que decorrerá na Invicta a 29 de Abril.

A multiculturalidade foi de resto o tema abordado por Maria Teresa Otero, professora da Universidade de Sevilha. Este tema está na ordem do dia. Um estado nacional com uma única raça, religião e tradição já não corresponde à realidade actual. É imperioso rever a filosofia política que defina a nova teoria do estado: “multicultural, baseado na diversidade dos distintos grupos humanos que o compõem”. Estas mudanças socio-políticas vão reflectir-se nas cerimónias, através de um equilíbrio de forças dos grupos que as compõem. O papel do especialista em protocolo também tem sofrido alterações. Maria Esther Regueiro, membro do Conselho de Administração da Companhia de Radio-Televisão da Galiza, não tem dúvidas, “o protocolo hoje em dia tornou-se numa parte fundamental de qualquer estratégia de comunicação, seja do poder político, das organizações sociais ou das empresas. O profissional desta área deve ser sobretudo um bom gestor, com conhecimentos em disciplinas tão diferentes como a comunicação, o marketing e a produção”.

Fernando Braz de Oliveira, conselheiro militar do embaixador português junto da NATO, explicou aos participantes um pouco do funcionamento desta instituição em termos de protocolo e comunicação. Manuel Novais Cabral, Director Municipal dos Serviços da Presidência da CMP, abordou o tema do vinho do Porto enquanto elemento simbólico de representação nacional.

Cláudia Coutinho de Sousa

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EVENTOS

EUBEA FALAM PORTUGUÊS

Os trabalhos de três empresas portuguesas: Realizar, com a declaração das Novas 7 Maravilhas e o rebranding da Optimus; Action 4 ativism, com Vodafone Música e 7 Maravilhas EDP; e Desafio Global ativism, com “A New Cinderella is Born”, para a Dior, e “New TV Experience”, para a ZON, foram distinguidos pelos European Best Event Awards (EuBEA) de 2008, uma iniciativa da ADC - Agenzia della comunicazione. A cerimónia de entrega dos prémios aconteceu a 20 de Novembro, em Turim, e a Festas & Eventos, enquanto media partner e elemento do júri, esteve lá.

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A segunda edição dos EuBEA veio demonstrar que, face a empresas de Espanha, França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Polónia, Lituânia e Rússia, os outros países representados, em Portugal é possível realizar trabalhos de excelente qualidade. E, o que é um factor positivo extra em tempos como estes de crise, gerindo orçamentos bem mais reduzidos do que os praticados noutras paragens. Como tive já ocasião de expressar no blogue da Festas & Eventos, isto pode levar-nos a perguntar o que distingue os nossos organizadores de eventos dos congéneres europeus, e a resposta tentadora é “nada”! Mas claro que esta é uma simplificação arriscada, perigosa talvez, porque nem as empresas

distinguidas representam a maioria do nosso mercado, nem a média dos orçamentos, repita-se, é sequer comparável. Como recordava Tiago Canas Mendes, também ele jurado, em representação da APECATE, “Esse é um argumento a favor de Portugal, enquanto destino para eventos, porque há muitos anos que trabalhamos com [relativamente] poucos meios e muita imaginação. É algo a que estamos habituados. Não temos que nos adaptar a essa realidade por força das circunstâncias”. Para além da entrega dos prémios, esta segunda edição dos EuBEA apresentou uma novidade, o Expo Festival, um espaço de 4 mil metros quadrados pensado para aprender, exibir


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produtos e serviços, trocar experiências, realizar negócios. O local escolhido foi o Palasport Olimpico, uma infra-estrutura herdada pela cidade depois dos Jogos de Inverno, em 2006, e inseriu-se numa forte aposta da municipalidade em acolher este evento. De facto, tanto os poderes políticos quanto a indústria dos eventos se uniu para receber em Outubro a reunião do júri internacional, constituído por cerca de vinte pessoas, e depois o Expo Festival, afirmando que vêem neste sector um caminho para o desenvolvimento futuro de toda a região de Turim.

MAIS DE PERTO Para se ficar com uma ideia dos temas apresentados em workshops, seminários e mesas-redondas, referira-se um estudo financeiro sobre organizadores de eventos europeus, conduzido e apresentado pela consultora inglesa Brett Howell Associates, um debate com várias associações do sector, em representação de diversos países, o uso da comida como forma de comunicação, o impacto da recessão económica no sector dos eventos, a importância da avaliação do ROI (Return On Investment), o papel dos Convention Bureaux, o uso da criatividade e da tecnologia e os requisitos para produzir eventos verdes.

a distância entre o mais apoteótico sucesso e a mais negra das tragédias. Como quando uma estrutura que estava a ser construída em Barcelona colapsou a poucas semanas da abertura, obrigando a refazer todos os planos da cerimónia. Ou quando em Sydney um elevador encravou e, no momento em que voltou a subir, permitindo acender a chama olímpica, já só restavam mais 10 segundos de combustível no reservatório. Uma ínfima fracção de tempo que poderia ter resultado num fiasco tremendo. Afinal, que Jogos poderiam passar sem o acender da chama olímpica? E depois a experiência única de Pequim, onde os meios à disposição eram diferentes dos de qualquer país ocidental. Havia, por exemplo, destacamentos do Exército que treinaram 12 horas por dia, 7 dias por semana, meses a fio, até que tudo funcionasse com o extraordinário rigor a que pudemos assistir, ao vivo, na televisão ou na Internet. Grande mensagem do discurso de Ric Birch? O trabalho dos organizadores precisa de planeamento, tecnologias, muita imaginação, coragem....e paixão. Caso contrário, sem este último ingrediente, mais dificilmente um evento marcará aqueles que a ele assistirem. E esse é, afinal, o derradeiro desafio.

DIRECTO AO CORAÇÃO Ainda assim, uma das apresentações que mais terá ficado na memória de quem a ela pôde assistir foi a de Ric Birch, director, produtor e/ou autor das cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, Sydney, Turim (Inverno) e Pequim. As imagens, recordações e histórias foram-se sucedendo, mostrando o quão ténue é por vezes

Gonçalo Oliveira e Tiago Canas Mendes, ativism

REALIZAR Para Manuel Vaz, um dos principais rostos da empresa, o maior retorno que pode haver de uma participação nos EuBEA é o da crescente visibilidade da Realizar nos mercados internacionais. E em especial nos da Europa, “muitas vezes fechados à entrada de organizadores portugueses de eventos, que continuam a olhar com grande desconfiança”. Uma iniciativa como a das 7 Novas Maravilhas podia ter acontecido em qualquer parte do Mundo, mas foi feita em Portugal, “onde nunca se tinha produzido nada de semelhante. O facto de os EuBEA terem reconhecido isso, assim como o entusiasmo gerado em torno de uma ideia contagiante, deixa-nos naturalmente satisfeitos”.

ATIVISM “A importância da participação [nos EuBEA] tem sobretudo que ver com algo que todos procuramos na vida, enquanto indivíduos e enquanto organizações, que é o reconhecimento”, garante Pedro Rodrigues. Mas estes, por serem prémios europeus, “transcendem”, garante, “a simples lógica da empresa, para se tornarem numa missão quase patriótica, já que também defendemos as cores, e o know-how de Portugal, face aos restantes países”.

Paulo Pereira, Realizar

Rui Luís Romão

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EVENTOS

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Gala dos Eventos

E OS VENCEDORES SÃO... A Desafio Global ativism foi a grande vencedora da Gala dos Eventos, arrecadando sete estatuetas, incluindo a de Melhor Empresa Organizadora de Eventos. REACÇÕES Pedro Rodrigues Desafio Global ativism

Estamos muito contentes e orgulhosos. Acho que esta Gala é importante. Este é um mercado que está a evoluir, que está em crescimento, de modo que uma iniciativa que premeia os bons exemplos, acho que é bem-vinda. Joaquim Guerreiro Câmara Municipal de Loulé

A Macedo’s Pirotecnia venceu dois prémios, ambos respeitantes ao Fim-de-ano da Madeira 2007/2008, enquanto que Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, Realizar, Instituto de Informação em Franchising e Pavilhão Atlântico venceram um prémio cada. Mas o momento mais emotivo da noite foi o protagonizado por Helena Weinstein, Prémio Mérito de Carreira, visivelmente sensibilizada com a homenagem. Este prémio, segundo o júri, é o reconhecimento do trabalho como Organizadora Profissional de Congressos e como dirigente associativa, em Portugal e no estrangeiro. Já a Revelação do Ano no sector foi a Câmara Municipal de Loulé, uma autarquia que vem apostando com consistência em eventos, tendo sido a única autarquia a concorrer. O Grande Prémio Gala dos Eventos, atribuído pela primeira vez este ano, foi para o Estoril Open, organizado pela João Lagos Sports.

Relembre-se que o júri desta iniciativa conjunta da Expoeventos, APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos) e Festas & Eventos foi composto por João Sacchetti (João Lagos Sports, APECATE), Ana Trigo de Morais (Centro Cultural de Belém), António Silva e Sousa (Publihappening, Expoeventos, APECATE), Gonçalo Rebelo de Almeida (Hotéis Vila Galé), Nuno Pinto de Magalhães (Central de Cervejas), Pedro Cardoso (The House of Events), Hélio Loureiro (Solinca, Porto Palácio Hotel), José Faísca (Pavilhão Atlântico), Álvaro Covões (Everything is New) e Rui Ochôa (Festas & Eventos).

Este é o reconhecimento do trabalho da autarquia em prol da área cultural. Estamos muito satisfeitos e este é mais um incentivo para continuarmos a apostar em eventos de qualidade. Helena Weinstein Prémio Carreira

Foi uma grande surpresa, não estava nada à espera. Foram com certeza os meus colegas da APECATE que me propuseram para este prémio. Estou muito feliz, acho que foi um voto de confiança. Estou muito sensibilizada, ao fim de 25 anos receber este prémio é muito gratificante. João Frade

A cerimónia foi apresentada por um hilariante Fernando Alvim que conseguiu animar os presentes na Sala Fernando Pessa, do início ao fim do evento.

Estoril Open

Não estávamos à espera, mas perante o desfile de premiados e dos eventos que foram galardoados, mais nos sentimos honrados . É um estímulo grande porque o Estoril Open é uma batalha difícil e queremos todos os anos fazer ainda melhor. www.festaseeventos.net


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EVENTOS . Gala dos Eventos

VENCEDORES MELHOR PRODUÇÃO Audiovisual e Multimédia Desafio Global ativism - Gala Globos FM Animação Macedo’s Pirotecnia - Passagem de ano 2007/2008 Comunicação e Design Desafio Global ativism - “Ser EDP” Decoração Desafio Global ativism - Gala Globos FM Logística Macedo’s Pirotecnia - Passagem de ano 2007/2008 Desafio Global ativism

Helena Weinstein

Estoril Open

MELHOR EVENTO

Câmara Municipal de Loulé

Macedo’s Pirotecnia

Pavilhão Atlântico

Empresarial Desafio Global ativism - Sonae Circle Desportivo Sociedade Central de Cervejas e Bebidas Street Football Sócio-cultural Realizar - Novas 7 Maravilhas do Mundo Feira de Negócios IIF - Expofranchise: Feira de Oportunidades de Negócios Marca Desafio Global ativism - Dior: A New Cinderela is Born Motivação e Incentivo Desafio Global ativism - Os Bravos da Companhia

MELHOR ESPAÇO Pavilhão Atlântico

MELHOR EMPRESA ORGANIZADORA DE EVENTOS Desafio Global ativism

REVELAÇÃO DO ANO Câmara Municipal de Loulé

PRÉMIO CARREIRA Helena Weinstein

GRANDE PRÉMIO GALA DOS EVENTOS Realizar

Instituto de Informação e Franchising

Sociedade Central de Cervejas e Bebidas

Estoril Open Cláudia Coutinho de Sousa

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EVENTOS

4 MIL VISITAM A EXPOEVENTOS Em nova casa, a Expoeventos juntou nos três dias de feira o sector dos eventos e do turismo de negócios. Cerca de 60 expositores, de vários serviços e produtos atinentes à área, encheram a Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, na que foi a 5ª edição do certame. Para António Silva e Sousa, director da Expoeventos e da Publihappening, a mudança de local - do Centro de Congressos de Lisboa para o Pavilhão Atlântico - revelou-se positiva, tal como a alteração de data, de Setembro para Janeiro. “Foi a aposta correcta”, refere o responsável à Festas & Eventos. No final da feira, a organização estimava a presença de cerca de 4 mil visitantes, número que deixava António Silva e Sousa satisfeito. “Aumentámos o número de visitantes, apesar da chuva intensa, e do feedback que recolhemos junto dos expositores conseguimos perceber que estavam satisfeitos com os contactos estabelecidos”, adianta.

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Subordinada ao tema da qualificação, a Expoeventos contou com dois eventos paralelos de carácter formativo, que juntaram alguns dos grandes especialistas, nacionais e internacionais, da indústria. No primeiro dia, 29 de Janeiro, teve lugar o CTN - Congresso de Turismo de Negócios, que contou com cerca de 60 inscritos e onde se debateram matérias como a sustentabilidade, a formação ou o novo cliente. O Gest Seminário de Gestão de Eventos, no dia seguinte, abordou sobretudo as novas tendências do sector.

O programa ficou completo com a realização da Gala dos Eventos, uma iniciativa que premeia os melhores eventos de cada ano (ver reportagem na página 55).

Cláudia Coutinho de Sousa

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OPINIテグ

Francisco Serzedello

Gestor de eventos da Desafio Global ativism

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AS RAZÕES DA GESTÃO DE EVENTOS Quando me dirigiram o desafio de escrever este artigo, a primeira questão que me surgiu foi qual o tema que iria abordar. Queria que fosse algo que fizesse a diferença, que me permitisse passar alguma da minha experiência e aquela que é a minha visão. Ao longo do tempo, amigos, colegas e alunos, várias vezes me ouviram defender a linha de pensamento que tento resumir neste texto. A questão a que dedico estas linhas reside no porquê das empresas contratarem profissionais em gestão de eventos, sejam estes de carácter profissional ou pessoal. Não tendo qualquer dúvida sobre a extrema importância deste serviço, quando prestado por profissionais sérios e experientes, concentro-me apenas no porquê desta necessidade. Há uns anos (que não estão assim tão longe), fazer eventos prendia-se bastante com ter os contactos certos. Uma rede de comunicação mais limitada não nos permitia chegar

facilmente à informação e esta era muito mais hermética. Hoje, e desde a chegada de tecnologias como a World Wide Web, a informação passou a estar ao alcance de todos e muito mais disponível o acesso a soluções, fornecedores e clientes. Isto significa que não é por falta de informação ou dificuldade de acesso às soluções que os nossos clientes precisam de nós. Sabemos que as empresas de eventos não têm todos os serviços que prestam aos clientes. Esta é, sem dúvida, uma mais-valia na medida em que não tentam “impingir” serviços próprios. A sua responsabilidade reside na escolha criteriosa e adequada dos fornecedores certos dentro de cada área (catering, audiovisuais, entre outros) e na sua correcta coordenação, ao longo de todo o processo.

Isto significa que a razão pela qual as empresas de eventos são procuradas pelos clientes não se prenderá com a diversidade dos serviços prestados.

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OPINIÃO . As Razões da Gestão de Eventos, por Francisco Serzedello

É também um lugar comum que todos trabalhamos com vista à obtenção de mais-valias para as nossas empresas. Assim sendo, contratar o serviço de gestão de eventos tem custos. O mito de que, contratando um gestor de eventos, os clientes poderão reduzir custos, é um grande erro. Um gestor de eventos não vende produtos. Vende serviços, com garantias de sucesso. No entanto, é certo que um gestor de eventos tem ao seu dispor uma série de ferramentas que lhe permitem implementar diminuições substanciais em algumas das parcelas que constituem os custos de um evento (e que, num cenário ideal, permitem uma redução do valor total). Ainda assim, não me parece este o racional mais adequado para recorrer a este tipo de serviços. Até porque, em última análise, a remuneração do serviço terá de ser adequada à responsabilidade, grau de disponibilidade, experiência, leque de conhecimentos, amplitude de recursos e ferramentas necessárias para um bom desempenho deste papel. Logo, não será com o legítimo intuito de reduzir custos que as empresas nos chamam. Não conseguindo aqui desconstruir todos os mitos por detrás desta polémica, passo a explicar a minha visão. A momentaneidade dos eventos leva a uma aversão ao erro.

Um evento é um momento que não pode ser corrigido: ou é, ou não foi.

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O peso do erro ganha um valor desproporcional face ao erro em si, o que faz com que a gestão de eventos seja uma luta constante contra a possibilidade de erro, a sua previsão, prevenção e solução. Por isto, defendo que o que faz com que uma empresa/marca recorra a uma agência de eventos é a necessidade inultrapassável de que tudo corra bem. O que vendemos aos nossos clientes é confiança. Confiança na estratégia, no conceito, nas escolhas, na preparação, na gestão e na avaliação. Confiança de que tudo vai ser tratado da melhor forma e que mesmo que apareçam imponderáveis estes serão solucionados da melhor maneira possível. É este capital de confiança que criamos com os nossos clientes, que faz com que nos confiem as suas acções, os seus segredos, os seus eventos, mesmo quando estes podem ter um papel bastante importante nos seus percursos profissionais. Nunca nos devemos esquecer da responsabilidade que estas pessoas têm e que passa automática e acentuadamente para o gestor de eventos. No entanto, a confiança não é cega: tem que ser conquistada e alimentada. Demora a construir mas destrói-se num instante. A parte mais difícil na gestão de cliente recai na procura desta confiança e não deve ser descurada. Devemos investir na nossa experiência, na formação, nas ferramentas, nas equipas, nas relações com os parceiros, na procura de novas e melhores soluções, em melhores planos e métodos de avaliação, para que os nossos eventos sejam sempre um sucesso. O insucesso não é uma opção. Fazer tudo para que não aconteça é o papel dos gestores de eventos.

Como é natural, esta confiança depositada resulta numa maior responsabilização para o gestor de eventos. E é essa responsabilidade que nos faz gelar a barriga antes de um evento começar, sensação que só passa quando o evento acaba e nos sentimos tão mais leves. A certeza que demos o nosso melhor e a satisfação do cliente, convidados, colegas e parceiros são das melhores coisas que podemos levar para casa. Assim, é com orgulho que, quando me perguntam o que faço, respondo:

“Sou gestor de eventos. Faço eventos, vendo confiança.”


EVENTOS

Lisboa recebeu em Outubro o Fórum da AMFORHT - Associação Mundial para a Formação em Turismo e Hotelaria. O tema do evento: as alterações climatéricas e os desafios para a formação em turismo. Foram cinco dias de intensa actividade, com dezenas de apresentações, e perspectivas, sobre estas matérias, hoje, mais do que nunca, na ordem do dia. Universidades, institutos e escolas reflectiram na dupla questão do impacto das alterações climáticas

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FÓRUM DA AMFORHT DEBATE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS na actividade do turismo, e ainda na contribuição deste sector para o aquecimento global. Foram analisadas boas práticas nas empresas e nas políticas públicas de desenvolvimento do turismo, mas também delineados novos caminhos e soluções, nos quais a formação em turismo desempenha um papel importante.

Neste encontro, verdadeiramente transnacional, foi galardoado com um dos Prémios Personalidade o português Pedro Rocha dos Santos, responsável pelo projecto “Inovação do Turismo de Negócio e Marketing de Destino para o Centro de Congressos do Estoril e região envolvente”.

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EVENTOS

José Manuel Costa, presidente da GCI

GREENFEST LANÇA SEMENTE PARA A SUSTENTABILIDADE Foram cinco dias a brindar ao meio ambiente. Entre workshops, conferências e ideias para a sustentabilidade, o Centro de Congressos do Estoril recebeu a primeira edição do GreenFest. A organização faz um balanço positivo e deixa algumas dicas para eventos verdes. Durante cinco dias, entre 4 e 8 de Dezembro, o Centro de Congressos do Estoril abriu portas à sustentabilidade e recebeu a primeira edição do GreenFest, que reuniu empresas e público em geral, “num movimento para a mudança de mentalidades e de comportamentos em prol do desenvolvimento sustentável”. O consórcio GreenValues, composto pelo grupo GCI, My Change, Gingko - Wellness Centre e Centro de Congressos do Estoril, faz um balanço positivo desta primeira edição e já pensa em novo GreenFest para 2009.

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GREEN FESTIVAL Em entrevista à Festas & Eventos durante o GreenFest, José Manuel Costa, presidente da GCI, salientou a “necessidade de criar um fórum de discussão e de informação à volta da sustentabilidade e dos temas relacionados com o meio ambiente”, vontade que esteve na base da criação do GreenFest, um conceito que existe há quatro anos nos Estados Unidos e que chega agora a Portugal pelas mãos deste consórcio. “Neste momento temos um projecto com coisas e com mecânicas e temos de tornar os temas do meio ambiente e da sustentabilidade mais acessíveis.

Estas questões têm sido discutidas em fórum fechado e é preciso trazer esta discussão para um fórum aberto.

Estou seguro que, da mesma forma como sentimos a adesão para este ano, no próximo ano vamos ter uma adesão muito mais alargada”, destaca José Manuel Costa. O presidente da GCI acrescenta ainda que, “quando falamos de meio ambiente e de sustentabilidade, parece que é uma coisa cinzenta das ONG ou das entidades reguladoras. Se vivemos num mundo global e contribuímos para a degradação desse mundo, deixou de ser um problema unicamente das entidades reguladoras e das ONG. Todos nós, enquanto cidadãos, temos um papel a desempenhar, e é exactamente passar esta mensagem: “Qual é o papel enquanto indivíduos e colectivo que temos na relação com o mundo e com o meio ambiente?” A questão do meio ambiente é algo que tem de ser feito e construído de uma forma sustentável ao longo dos anos. Já contribuímos muito negativamente para o mundo onde vivemos. Agora temos de contribuir para reduzir os efeitos e alterar a nossa relação com o meio ambiente.”


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A organização deixa algumas ideias para a realização de iniciativas “amigas do ambiente”. José Manuel Costa salienta que “é importante considerar o uso de lâmpadas eco-eficientes e o local deverá beneficiar de luz natural, contemplando ecopontos. O uso de papel deve ser restrito às quantidades mínimas indispensáveis pela organização, que deve optar por papel reciclado.” O responsável sugere ainda que “a organização adquira VER (Verified Emitions Reductions), para neutralizar a emissão de carbono produzido pelo evento”.

“A oportunidade está nas renováveis” Num palco onde estiveram presentes cerca de 70 empresas, os dois primeiros dias foram dedicados ao público profissional, com a realização de workshops sobre temas como as alterações climáticas, gestão e optimização de emissões de CO2 (dióxido de carbono), mercado do carbono, energias renováveis, gestão de recursos finitos, preservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável. No dia inaugural, destaque para a conferência do antigo vice-chanceler alemão, Joschka Fischer. Este político considera que cabe à Europa liderar a transformação no sector energético, sendo que

o futuro está nas energias renováveis, e não na nuclear.

PROJECTO Antigo vice-chanceler alemão, Joschka Fischer.

Segundo Fischer, “o nuclear, como os combustíveis fósseis, não são a solução para resolver o problema energético, porque não está à vista uma solução para os resíduos radioactivos e porque, por questões de segurança, é uma tecnologia que não pode cair em mãos erradas.” Deste modo, Joschka Fischer afirma que “a oportunidade está nas renováveis. Temos energia eólica ilimitada, mas também estamos habituados a importar energia solar, na forma de recursos fósseis - petróleo e gás. Porque não produzir energia directamente a partir do sol?” “Não podemos ficar à espera dos Estados Unidos”, salienta ainda o antigo vice-chanceler alemão. “Se a Europa não fizer parte desta revolução verde perderá competitividade”, refere.

CONTINUA EM 2009 Nos dias 6, 7 e 8 de Dezembro, o GreenFest abriu as portas ao público em geral, e “foi nestes dias sobretudo um local de encontro inter-geracional, em que avós, pais, netos e filhos encontraram no tema da sustentabilidade um elemento de conexão”, como afirma Pedro Norton de Matos, da My Change. Fechado o pano do GreenFest 2008, a organização já tem em vista mais acções no âmbito desta parceria entre a GCI, My Change, Gingko e Centro de Congressos do Estoril, com um programa alargado no próximo ano que deverá incluir a realização de várias conferências e outras actividades, para além do já anunciado GreenFest 2009.

Jorge Alexandre

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REPORTAGEM 66

BOOM FESTIVAL ENTRETENIMENTO SUSTENTÁVEL Nascido em 1997, o Boom Festival sempre foi mais do que um simples festival de música. Assumindo a importância do entretenimento para dar novas soluções aos problemas das sociedades actuais - nomeadamente ao nível do ambiente -, a organização apostou, desde o início, na realização de um evento multidisciplinar (com música, artes performativas, multimédia, pintura, bioconstrução, teatro, cinema, conferências, workshops, instalações, etc), multicultural e com foco na sustentabilidade. www.festaseeventos.net


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Realizado numa área de 150 hectares da Herdade do Torrão, em Idanha-a‑Nova, este festival bienal tem uma forte projecção no estrangeiro (em alguns casos, até superior à atenção que lhe é dada em Portugal), por isso, não é de estranhar que o empenho do Boom na sustentabilidade tivesse sido premiado internacionalmente. Em 2008, recebeu o “The Greener Festival Award”, um prémio internacional atribuído por uma ONG britânica que distingue os festivais pelos seus esforços em promover eventos ambientalmente conscientes. A decisão foi de um júri internacional com base numa avaliação exaustiva da gestão do evento, planos de viagem e transporte, emissões de CO2 (e outros gases com efeito de estufa), comércio justo, gestão de resíduos e de águas, reciclagem e compostagem, reutilização de materiais e energia limpa. No total, trinta festivais de todo o mundo receberam o prémio, sendo apenas dois europeus. O Boom teve também direito a distinção maior. Foi um dos seis a receber o prémio de mérito “Outstanding Award”.

O que faz do Boom um festival verde? Tentar que o impacto no ambiente de sete dias festival - com mais de 20 mil festivaleiros de 80 países diferentes, 1200 elementos da organização e 800 músicos - seja o menor possível não é tarefa fácil, mas essa é a essência do Boom e o motivo da distinção internacional. A organização desenvolve projectos na área da sustentabilidade, ao nível da energia, do tratamento de resíduos e da água, em parceria com o Ecocentro IPEC (instituto brasileiro que tem convénios com a ONU ou o Banco do Brasil). O resultado é a utilização de tecnologias para saneamento e energia pioneiros a nível mundial com um objectivo muito claro: alcançar um festival carbon negative. E a redução da pegada ecológica vai desde os pequenos

pormenores aos grandes projectos. Veja-se o exemplo das medidas aplicadas na edição de 2008: Mais de 6 mil quilos de plástico, 9 mil de metal, 77 de papel e 37 mil quilos de madeira provenientes de outros eventos (Rock in Rio e do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora) foram reutilizados o que resultou na não emissão de 167,04 toneladas de CO2; Existiam sistemas de controle e tratamento biológico de todas as águas residuais (dos restaurantes, dos duches e cozinhas) do evento. As águas foram tratadas mediante a evapotranspiração, inserção de minerais e plantas aquáticas. 200 mil litros de água foram intencionalmente evaporados e 1 milhão e 200 mil litros foram armazenados num lago artificial para tratamento por plantas aquáticas; Todos os resíduos orgânicos foram compostados e reutilizados no enriquecimento do solo agrícola. 106,5 metros cúbicos de excrementos não precisaram de ser transferidos para a estação de tratamento de águas locais, uma vez que foram usadas casas de banho compostáveis, usando a metodologia de vermicompostagem (tratamento com minhocas). 42 mil quilos de lixo orgânico foram recolhidos dos 17 restaurantes do Boom e sofreram processo de compostagem; 20 mil cinzeiros portáteis foram entregues à entrada; Cerca de 3 mil pessoas usaram o Boom Bus,

reduzindo assim as emissões provenientes do transporte. Foram ainda criadas novas áreas de jardins em todo o recinto, numa tentativa de fomentar a consciencialização pela biodiversidade.

Música movida a óleo de cozinha “O seu óleo é música”: com esta campanha o festival conseguiu realizar mais um projecto inovador. O objectivo era recolher óleo usado nas 17 freguesias do concelho de Idanha-a-Nova e com ele alimentar os geradores. O óleo recolhido não foi suficiente, mas a organização comprou o que faltava (e usou também os resíduos dos restaurantes do festival) perfazendo os 45 mil litros necessários para alimentar os geradores na edição de 2008. Além desta fonte principal havia áreas com energia fotovoltaica, como a cozinha comunitária que tinha fogões e fornos solares. A organização garante que não foi gasta uma gota de combustíveis fósseis, poupando ao ambiente 117 toneladas de emissões de carbono.

Sara Marques

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OPINIテグ

Ana Roque Directora da Inspire

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“PARA QUÊ MUDAR” Um espectáculo da Inspire sobre a responsabilidade social das empresas (RSE) e o desenvolvimento sustentável (DS). Quatro actores, representando 19 personagens, dão a uma plateia, ao longo de 50 minutos, uma visão geral do que é a responsabilidade social das empresas.

Durante o espectáculo há risos, cenas verdadeiramente cómicas, mas no final é comum ouvir-se: “Eu revi-me, revi muitas das situações que se passaram na minha empresa”, “e fiquei finalmente a perceber as implicações das questões da sustentabilidade”. Era esse o objectivo quando começámos a pensar neste projecto. Enquanto empresa de consultoria de comunicação para o desenvolvimento sustentável preocupamo-nos com a criação de instrumentos de comunicação e de sensibilização inovadores e impactantes.

Tínhamo-nos dado conta de que, em todo o mundo, o teatro estava a ser cada vez mais utilizado para transmitir temas complexos, promover o diálogo, ajudar à mudança de comportamentos. Segundo a Unesco, que utiliza frequentemente esta metodologia, para além das mais-valias referidas, “o impacto deixado pela representação teatral apresenta ainda uma outra qualidade: a durabilidade. Facilmente esquecemos um discurso que ouvimos na rádio ou numa reunião. Em contrapartida, as personagens ou as situações dramatizadas, quando marcam um público, são comentadas muito tempo depois do espectáculo.”

E foi assim que decidimos criar esta peça para estimular a reflexão conjunta por parte das equipas envolvidas num projecto de sustentabilidade. Apostámos no trabalho de actor, procurámos a simplicidade no cenário, nos figurinos, no guarda-roupa e luzes, que permitisse, sem perder a componente espectáculo, a sua reprodução em quase qualquer espaço, em qualquer empresa. Durante o ano de 2008, o primeiro ano do espectáculo, cerca de mil quadros de empresas assistiram a esta representação, utilizada em contextos tão diferentes como debates, formações, workshops ou eventos como foi o caso do Fórum da Sustentabilidade promovido pela AIP ou o Seminário realizado pela APCER. E, para 2009, já há diversos espectáculos marcados.

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OPINIÃO . “Para quê Mudar”, por Ana Roque

VALORIZAR A INTERROGAÇÃO A responsabilidade social das empresas e a sustentabilidade são questões complexas. Na nossa experiência de trabalho constatámos que uma empresa que resolve iniciar uma estratégia desta natureza depara-se, muitas vezes, com dilemas e inúmeras dificuldades, relacionadas com mudanças de paradigma, adopção de novas formas de trabalhar e, naturalmente, resistência à mudança. Existem dificuldades, mas muitas vezes as pessoas não falam delas. No entanto, depois dos actores terem falado, já muitos conseguem fazê-lo. É essa uma das maiores mais-valias desta peça e, acreditamos, uma das principais razões do seu sucesso. À peça de teatro e à sua exploração damos o nome de Teatracção: uma peça de teatro e uma acção de formação, de reflexão, de construção da estratégia da empresa.

A peça aborda temáticas como as motivações das empresas, a construção de uma equipa, as partes interessadas, a relação com os colaboradores, com os fornecedores e com outras partes interessadas, os obstáculos, as oportunidades, os compromissos que a empresa pode ou não fazer e, naturalmente, a comunicação e a prestação de contas. Por isso mesmo, esta Teatracção está construída para se poder adaptar a vários contextos e a vários momentos que a empresa vive: o começo de um projecto - como meio de sensibilização ou de apoio à decisão por parte da gestão -, o início de um relatório, o seu lançamento... E pode, ainda, retratar o sector da empresa que compra a Teatracção, focando os seus desafios e problemáticas específicas com estudos de caso e boas práticas.

“Esta peça promove a comunicação que é necessária para poder falar sobre os temas da sustentabilidade.” António Neves de Carvalho, director do gabinete de ambiente e sustentabilidade da EDP

“Considero o guião desta peça muito rigoroso. Não escamoteia os problemas mas também não avança para nenhuma solução ‘pala-nos-olhos’.” Luís Paulo, director de qualidade e de sustentabilidade dos CTT

Aqui ficam alguns dos comentários recolhidos, sobre “Para quê Mudar”. “É um ponto de partida para uma reflexão serena.” António Carlos Almeida, director de recursos humanos

“A criatividade e o humor são formas interessantes de quebrar tensões e estabelecer a comunicação.” Margarida Martins, directora de desenvolvimento e estratégia da Jerónimo Martins

da Chamartin

“É uma acção meritória.” “Passa uma visão descomplexada de dilemas e de conflitos com que temos de lidar quando falamos de RSE e DS.” Cristina Costa, directora de ambiente da Unicer

“A questão da criação do relatório de RS, a questão do envolvimento dos departamentos foi um processo doloroso, com muitas situações idênticas às que aqui revimos.” Isabel Borgas, directora de comunicação, da Sonaecom

“Parabéns pelo conteúdo, é preciso rigor conceptual para o conseguir.” João Carvalho, director de desenvolvimento da OIKOS

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Francisco Balsemão, administrador executivo e coordenador do plano geral de sustentabilidade do grupo IMPRESA


REPORTAGEM

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PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS AO ORGANIZAR EVENTOS MOTORIZADOS É possível falar de eventos motorizados verdes? É difícil ter consciência ambiental ao organizar um evento deste tipo? E as marcas? Será que numa altura em que as questões ambientais têm tanto peso querem associar-se a provas motorizadas? Falamos com os maiores organizadores nacionais de eventos motorizados para obter a resposta a estas e outras perguntas.

Francisco Santos, director da Talento, empresa que organiza, entre outros, a etapa nacional do WTCC e o Grande Prémio Histórico do Porto, considera que “qualquer promotor tem a obrigação de conceber os seus eventos de forma a contrabalançar o impacto ambiental, mesmo que parcialmente”. Contudo, o responsável tece duras críticas ao automobilismo, afirmando que, “quando pretende içar a bandeira verde por motivos de imagem está tão somente a levantar um farrapo com algumas manchas verdes, já que na sua história a única vez em que houve participações verdes foi no automobilismo brasileiro com veículos movidos totalmente a álcool. Tudo o que o automobilismo mundial tem feito neste sentido resume-se, por enquanto, a esforços com resultados parciais,recorrendo a combustíveis com uma mistura de apenas 10 a 20% de combustíveis não-fósseis.”

PROJECTO INOVADOR NÃO SAIU DO PAPEL POR FALTA DE APOIOS O responsável da Talento, que em 1979 organizou no Brasil a primeira prova internacional que admitiu carros a álcool, o I Rali Internacional do Brasil, tem tentado implantar as suas ideias “verdes” em Portugal. “Em 2008, a Talento foi responsável pelo planeamento de toda a promoção nacional do WTCC, no Estoril. Pela primeira vez num evento de automobilismo internacional projectámos, em conjunto com parceiros, o resgate total das emissões de CO2. Calculámos todo o impacto ambiental causado pelos carros de competição, pelos elementos de organização e promoção e pelos veículos de transporte das equipas (das suas bases nos seus países de origem até ao Estoril e regresso) e planeámos o

seu resgate total. Faltou, infelizmente, calcular o que era demasiado discutível: as emissões provocadas pelo transporte do público espectador. Mas tivemos de ficar pelas boas intenções”, explica Francisco Santos. “O nosso projecto não avançou por total falta de apoios a todos os níveis: oficial e privado.” Terá sido pela imagem poluidora do automobilismo? “Justamente esse era um dos trunfos do projecto: mostrar que eventos de actividades notoriamente poluidoras podem redimir-se usando novas tecnologias”, explica.

1 RALI DAKAR = 5 MINUTOS NA PONTE VASCO DA GAMA “É claro que os eventos motorizados têm impacto no meio ambiente, mas muitas vezes é menor do que as pessoas pensam”, afirma José Carmona Santos, da João Lagos Sport, empresa que

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REPORTAGEM . Preocupações ambientais ao organizar eventos motorizadoS assegurou a organização portuguesa do Lisboa-Dakar e do Pax Rally. O responsável conta que “em 2006/07 os alunos finalistas de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior Técnico realizaram um estudo de carácter académico para avaliar o impacto ambiental do rali LisboaDakar e concluíram que uma edição da prova era responsável por emitir tanto dióxido de carbono como cinco minutos do tráfego diário da Ponte Vasco da Gama, em Lisboa. Aqueles carros andam 5 mil quilómetros na prova, mas estão parados a maior parte do ano. Quem anda de carro todos os dias, acaba por ser responsável por mais emissões.” José Carmona Santos frisa que o trabalho de investigação e inovação que as marcas fazem nesses carros também é muito importante. “A maioria já anda a diesel, o que é um passo mais próximo do biodiesel. No Dakar de 2008, a maioria das motos já cumpriam os mínimos suficientes para se considerar que eram movidas a biodiesel. Claro que, se todos os carros fossem absolutamente não poluentes, para nós seria fantástico, mas esta questão não depende de nós.” O que depende então? “A parte a trabalhar pela organização é sobretudo no que diz respeito ao público, nas deslocações, na recolha dos resíduos deixados no local. Tanto no Dakar como no Pax Rally tivemos um ponto de encontro até onde as pessoas foram, sendo depois transportadas de autocarro para o local da prova. Esta iniciativa reduz as emissões poluentes decorrentes do transporte individual, facilita a recolha dos lixos, porque se concentram todos no mesmo local, e traz ainda vantagens ao nível da segurança e comerciais, já que é possível concentrar também a publicidade. Foi contratada uma empresa para recolher os lixos no final de cada especial e fizeram-se também protocolos com

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as autarquias cujos territórios eram atravessados pela prova, para que fosse possível utilizar os serviços municipais na limpeza e recuperação de caminhos. Isso aconteceu no Dakar, mas também no Pax Rally.”

“MUDÁMOS O TRAÇADO DA PROVA POR CAUSA DE UM NINHO DE GRIFOS” “Temos uma parceria com o ICBN (Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade) desde o LisboaDakar de 2006. Quando temos o levantamento de todo o percurso, este é apresentado ao ICBN e, se necessário, fazemos acertos por causa de um ninho de águias ou um habitat de lontras”, explica o responsável da João Lagos Sports. “Aconteceu, por exemplo, numa especial do Pax Rally perto de Idanha-a-Nova, termos feito um desvio enorme por causa justamente de um ninho de grifos. Chamamos uma equipa de engenharia do exército para fazer uma ponte por onde passaram os carros. E também fazemos isso por causa de espécies vegetais”. “É claro que fica caro, mas também temos o apoio dos municípios, precisamente porque há maior sensibilidade ambiental”, garante.

“ORGANIZAR UM EVENTO VERDE É SEMPRE UMA MAIS‑VALIA” Organizar um evento verde “é sempre uma mais-valia para os patrocinadores e assim o ACP sente que há uma maior disponibilidade de apoios”, afirma Bárbara Araújo, directora de Comunicação Institucional do ACP, empresa que organiza várias provas de automobilismo, incluindo o Rally de Portugal. “O ACP organiza provas de rali e de todo-o-terreno que atravessam diferentes zonas do nosso território e do país vizinho [Espanha]. Ao definirmos o percurso temos sempre em conta as recomendações do ICNB, para além de estabelecermos contactos com as Câmaras Municipais e com os proprietários dos terrenos que atravessamos. A preocupação é minimizar os impactos ambientais e organizar as provas de modo a terem poucas consequências para o meio ambiente e implementar sistemas que as reduzam. Uma que temos sempre em consideração é a subsequente recolha de todo o lixo que os concorrentes e os espectadores eventualmente deixam nos locais onde passam as provas”, garante a responsável do ACP. “Um evento mais verde, ou mesmo totalmente verde, proporciona aos potenciais patrocinadores uma ligação a uma actividade que está de acordo com as suas directrizes de comunicação de marketing em favor do meio ambiente, a um custo muito mais baixo do que uma campanha de publicidade em media”, explica o responsável da Talento.


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HÁ EMPRESAS RELUTANTES EM ASSOCIAR‑SE A EVENTOS MOTORIZADOS? “Há marcas que, pela sua filosofia, não querem associar-se a eventos deste género. Nessas, nem apostamos. Mas as outras... penso que compreendem que somos uma empresa responsável”, explica José Carmona Santos, da João Lagos Sports. Para Francisco Santos, director da Talento, “este problema - real - só pode ser ultrapassado de duas formas: Tomar iniciativas de total resgate das emissões e divulgar exaustivamente essas soluções.”

UM EVENTO (QUASE) “CARBONO ZERO” A organização das corridas de Vila Real quer criar “o primeiro circuito verde de Portugal”. Para isso, em Abril de 2008 foram plantadas mil árvores, mais de cinco por cada um dos 180 pilotos que participaram na edição de Outubro de 2007. Para compensar as emissões de carbono da edição de Junho, os responsáveis colocaram à venda o «Dar à Luz», um pacote com uma lâmpada eficiente e uma árvore autóctone. Os resultados foram monitorizados pelo site www.carbonnus.com, que mostra que este foi (quase) um evento “carbono zero”.

Sara Marques PUB

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REPORTAGEM

“Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramos. O navio sobre o mar, o cavalo na montanha. Com sombra pela cintura, ela sonha na varanda, verde carne, trança verde, e olhos de fria prata. Verde que te quero verde. À luz da lua cigana, as coisas estão-na fitando sem ela poder fitá-las”. Romance Sonâmbulo, Federico Garcia Lorca

“O verde absoluto é, no reino dos homens a chamada burguesia, um elemento imóvel, satisfeito consigo próprio e limitado em todas as direcções”. Do espiritual na arte, Wassily Kandisnky

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VERDE QUE TE QUERO VERDE Verde é esperança? Raiva? Inveja? É a cor da natureza, do ambiente, ou dos venenos e produtos tóxicos? A Festas & Eventos falou com especialistas de diferentes áreas para perceber as várias dimensões da cor, nomeadamente do verde, e de que forma esta pode ser utilizada para transmitir a mensagem que desejamos.


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“Do ponto de vista semiótico, qualquer signo, seja verbal ou não verbal, tem um significado determinado pelo contexto de utilização. O mesmo se aplica à cor. O contexto social, económico, político, cultural, religioso, entre outros, influencia a atribuição de significação à cor e vai determinar se terá uma associação positiva ou negativa”, explicou à Festas & Eventos Jorge Marinho, especialista em Semiótica e professor na Universidade do Porto. “A primeira questão que colocamos como profissionais da comunicação é: quem é o nosso público-alvo. E é em função do público-alvo que estabelecemos a nossa mensagem, que pode inclusivamente ser de natureza cromática”, adiantou. O especialista recordou que o professor António Damásio, com o seu livro “O Erro de Descartes”, corrige a frase para “penso e sinto, logo existo”. “Esta afirmação ainda se aplica mais no caso das cores, já que além de terem uma componente física têm também uma forte componente emocional. Portanto, para perceber o impacto de uma cor num receptor, não podemos esquecer a vertente racional e o lado emocional”, explicou Jorge Marinho.

A COR NO DESIGN Falar do uso da cor - seja ela qual for - em design é uma tarefa hercúlea, já que é preciso ter sempre em conta os contextos de emissão e de recepção. “A visão das cores e das combinações cromáticas gera uma resposta de comportamento emocional e física de tal forma que a preferência ou repulsa por uma determinada cor pode revelar aspectos e tendências emotivas”, explicou à Festas & Eventos Joana Santos, professora da Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos. Por isso, adiantou a especialista, “é preciso definir a função dos espaços e analisar cuidadosamente o utilizador. É importante considerar se a actividade a desenvolver no espaço é monótona ou

exige grande concentração”. E até o clima influencia a selecção da cor. “Em regiões quentes devem usar-se tons de verde-claros ou azuis porque proporcionam uma sensação de frescura. Em regiões frias, ou em casas de banho e vestiários, o uso de cores quentes como amarelo, laranja e vermelho pode minimizar a sensação de frio”, explicou Joana Santos.

AS VÁRIAS DIMENSÕES E SIGNIFICADOS DO VERDE Segundo a socióloga e psicóloga alemã Eva Heller, no livro “A Psicologia das Cores”, a nível técnico, “o verde pode conter todas as cores: branco, preto, castanho ou vermelho, mas nunca deixa de ser verde, embora seja a cor que mais varia com a mudança da luz natural para a luz artificial.” “Também no seu simbolismo o verde é muito variável. Em si, nem é bom nem mau É a cor intermédia nas mais variadas dimensões: o vermelho é quente, o azul frio, e o verde é de temperatura agradável. O vermelho é activo, o azul é passivo, e o verde tranquilizador”, adianta a Eva Heller. “Como o verde é a cor mais neutra no seu simbolismo, o seu efeito é especialmente determinado pelas cores com que está conjugado. A combinação verde-azul domina nas combinações correspondentes a todas as qualidades positivas, aquelas que não permitem nenhum ruído, as que se baseiam numa combinação calma:

Eva Heller, em “A Psicologia das Cores”, aborda ainda os múltiplos significados do verde. Veja a seguir alguns exemplos: \\ VERDE NATURAL \Qualquer que seja o tom de verde, pode fazer-se uma associação com a Natureza \ Opõe-se a murcho, árido, sem vigor \\ VERDE FUNCIONAL \ Os semáforos, a indicação de saída de emergência costumam ser representados a verde \ “Dar luz verde” para avançar \\ VERDE POSITIVO \ É a cor da esperança, da vida, saúde e fertilidade \\ VERDE NEGATIVO \O verde dos pintores tornou-se na cor do veneno - desde a antiguidade que se conhecia o verde luminoso feito com limalhas de cobre tratadas com vinagre e misturadas com cola, gema de ovo ou óleo - um produto tóxico \ É uma cor desumana - um ser verde não pode ser humano \ Verdes são as criaturas de ficção moderna como por exemplo os extra-terrestres \ Quando o diabo aparece representado como figura humana fá-lo habitualmente vestido de verde. E os seres demoníacos têm olhos verdes \ É o oposto de maduro, precisa de tempo para crescer \ Em termos de sabor, é associado ao ácido ou amargo \ Representa raiva ou inveja

verde e azul são as principais cores do agradável e da tolerância”.

Sara Marques

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REPORTAGEM

Empresa especializada em impressões digitais, apresenta em Portugal uma solução inovadora e amiga do ambiente: uma impressora para têxteis que usa tintas com base de água. A partir de agora, já não é obrigatório usar lonas de PVC ou tintas à base de solventes, soluções bem mais poluentes do que estas agora propostas. A tecnologia vem do Canadá, do fabricante Gandinnovations, e materializou-se na AquaJet, uma impressora com mais de 3 metros de saída de boca, capaz de imprimir até 100 metros por hora. Outras vantagens, para além dos ganhos ambientais, prendem-se com a vivacidade das cores que este método permite e a enorme flexibilidade que apresenta. Isto, graças aos diferentes tipos de tecido que é possível utilizar, consoante o fim a que se destinam: blackout, decoração de paredes, de stands, em caixas de luz...

ECO-IMPRESSÃO EM F&E experimenta TECIDOS novo método Leonel Ribeiro, da +METRO, explica que para a decoração de interiores esta solução é a ideal. “Permite pequenas produções, coisas individualizadas, únicas. Antes havia a estamparia, só para as grandes quantidades. E agora, com a AquaJet, passa a existir uma resposta de qualidade industrial para baixas ou grandes tiragens”. As tintas usadas são outra das mais‑valias. “Não há cheiros, porque a base é de água, ao contrário das tintas solventes, ou mesmo das ecosolventes. Algumas empresas, como a JCDecaux, por exemplo, especialista em publicidade nos espaços públicos, já nem aceitam trabalhos impressos em tintas que não sejam aquosas”.

A Festas & Eventos entregou à +METRO a produção, na AquaJet, das telas em tecido que passam a decorar os stands da revista nas várias feiras em que participa, incorporando já a nova imagem. Estas telas foram usadas pela primeira vez na ExpoEventos 09. Numa altura em que o sector está cada vez mais desperto para as questões do ambiente e da ecologia, esta é uma inovação que pode ser aplicada nos mais diversos tipos de eventos.

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INVESTIR NAS PESSOAS A juntar aos vários prémios arrecadados em 2008, o Great Place to Work Institute considerou a ativism como a 27ª melhor empresa para trabalhar no nosso país, numa lista liderada pela Microsoft. Fomos saber porquê. A Great Place to Work Institute é uma empresa de consultoria de pesquisa e gestão, sedeada nos Estados Unidos, e com filiais por todo o mundo, que ouve os colaboradores e avalia líderes desde 1980. A lista das Melhores Empresas para Trabalhar é actualmente produzida em 40 países, incluindo Portugal. Actualmente com um universo de 225 colaboradores, distribuídos por nove agências, incluindo uma de eventos, a Desafio Global, o segredo do sucesso da ativism poderá estar num plano de comunicação interna bem definido, que privilegia o chamado “salário emocional”.

ATIVISM KIDS A ativism Kids tem como objectivo reforçar o laço, espírito de pertença e a proximidade colaborador-família. Consiste num convívio de Natal em que os colaboradores são convidados a trazer ao local de trabalho os filhos ou sobrinhos, a fim de comemorar esta época festiva. Pode realizar-se igualmente noutras épocas do ano, uma vez que o principal propósito é o de “humanizar” a relação entre a empresa e a família. É frequente e estimulado que os filhos venham ter com os pais ao local de trabalho, onde existem actividades infantis propositadamente

colocadas à disposição para os mais pequenos se sentirem em casa: Uma Abelha Maia mecânica, uma mesa de ping-pong, livros, etc.

ATIVISM NATAL SISTEMA ENCONTRO ANUAL DE COLABORADORES O sistema ativism organiza, desde há três anos, um encontro entre os mais de 200 colaboradores, a fim de realçar as conquistas alcançadas durante o ano, enaltecer os trabalhos realizados por cada agência e por cada equipa. Este encontro permite reforçar os laços de união, ao mesmo tempo que promove a clareza organizacional e a celebração entre todos. Esta reunião de colaboradores serve também para comunicar os objectivos para o ano de trabalho seguinte. O encontro anual realiza-se durante dois dias (dias semanais) e é organizado sob o máximo segredo, para que o local de realização, bem como o que vai acontecer seja uma surpresa.

MOTIVAÇÃO INTERNA De modo a manter os colaboradores motivados são organizadas frequentemente festas de convívio. Existem momentos de partilha de sucessos que potenciam o orgulho de todos os colaboradores, como é o caso de se tocar o sino quando se conquistam novos clientes ou projectos. Há também pausas durante o dia para convívio social, as happy-hours organizadas por cada uma das unidades de negócio ativism. A organização de acontecimentos extra-laborais, como actividades desportivas, é também frequente. “Máxima liberdade, máxima responsabilidade” é uma das principais filosofias do sistema ativism, através da qual se pretende dar uma voz activa aos colaboradores. Esta é muito acarinhada pela empresa e promovida directamente pela administração. Existe ainda a flexibilidade necessária para gestão dos horários laborais e necessidades pessoais sem recorrer a um rígido sistema de controlo (idas ao médico, tratamento de assuntos pessoais, acompanhamento da família, etc). Ingredientes para um Great Place to Work.

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CATERING

À MESA COM...

HÉLIO LOUREIRO Inauguramos aqui um novo espaço na F&E, dedicado à gastronomia. O desafio é muito simples, vamos pedir aos grandes chefs que concebam ementas em função de um tema lançado por nós. Grande atractivo: como não há cliente, a criatividade é o único limite. Para apreciar e, quem sabe, experimentar.

Convidado . Hélio Loureiro * Tema . Produtos biológicos Sinopse . Todos os ingredientes empregues para a confecção desta ementa são de origem biológica. Hoje parece ser moda o que antigamente era absolutamente normal, os produtos serem tratados sem químicos e de uma forma sustentada pela própria natureza. Mais do que criar um menu este é um conceito para alertar para a necessidade de proteger o nosso Planeta, chamando a atenção para o mundo que nos rodeia; dar tempo para a degustação; e valorizar os produtos biológicos, que estão disponíveis. Autenticidade e sabor são os elementos-chave. Local . Quinta no Douro, com vista para o rio e as vinhas Acontecimento . Jantar ao ar-livre, com início marcado para o pôr-do-sol Data . Algures em Setembro Elementos de decoração . Toalhas de linho, flores campestres, velas Acompanhamento musical . Quarteto de cordas ou piano e flauta Ementa Crepes crocantes de legumes e galinha sobre salada de rúcula e flores comestíveis (violetas e amores-perfeitos), vinagrete de limão e azeite Creme de abóbora e feijão verde Lombo de porco preto alentejano com castanhas, cebolinhas e toucinho fumado de Vinhais Queijo de ovelha terrincha ligeiramente gratinado sobre pão de centeio e fio de mel de urze do Barroso

Crepes crocantes de legumes e galinha sobre salada de rúcula e flores comestíveis (violetas e amores-perfeitos), vinagrete de limão e azeite

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Tarte quente de figos com gelado de baunilha 300 g de figos do Douro 40 g de açúcar 40 g de manteiga 150 g de farinha 1 gema de ovo 1 limão manteiga para untar canela q.b. açúcar em pó q.b. 200 g de gelado de baunilha 200 g de framboesas

Sobre a mesa coloca-se a farinha, faz-se uma cova e dentro acrescenta-se a gema de ovo, duas colheres de sopa de água, 40 g de manteiga e 40 g de açúcar. Amassa-se tudo muito bem e deixa-se repousar durante 2 horas. Unta-se o fundo de uma forma de tarte com manteiga. Estende-se a massa, com a ajuda do rolo, até ficar com 2 cm de espessura e forra-se a forma. Corte os figos em lâminas sobre o sentido do comprimento. Coloque sobre a forma forrada de massa os figos, dispondo-as em círculos, e salpique com 100 g de açúcar. Leve ao forno a 200ºC, durante 25 minutos. Leve ao lume 200 g de framboesa (que podem ser congeladas) com 200 g de açúcar. Deixe ferver durante 10 minutos, mexendo sempre. Retire do lume e deixe arrefecer um pouco. Passe pelo passe-vite e leve um pouco ao frigorífico. No prato de servir coloque um pouco de molho, uma fatia de tarte de figos e uma bola de gelado de baunilha. Polvilhe o prato com açúcar em pó e canela.

Vinhos do Douro, Branco e Tinto Vinho do Porto Vintage, colheita de 1963 Café biológico

Creme de abóbora e feijão verde

* Actualmente a chefiar a cozinha do Porto Palácio Congress Hotel & SPA, com uma brigada de cozinheiros de excelência que actuam em espaços prestigiados como o Palácio da Bolsa, a Feitoria Inglesa e nos banquetes que a Solinca Eventos e Catering realiza em Portugal e no estrangeiro, Hélio Loureiro é já uma figura incontornável no panorama gastronómico português. Do seu extenso currículo destaca-se a organização de vários eventos de grande prestígio, designadamente a apresentação de Sua Alteza Real o Príncipe das Beiras, D. Afonso, e o baptizado de D. Diniz (filhos dos Duques de Bragança), o jantar inaugural da Porto 2001 e os jantares de gala para a Presidência da República, bem como todas as refeições dos chefes de Estado durante a Cimeira Ibero-Americana de 1998. Foi eleito Chefe do Ano 2003 pela Academia Gastronómica Portuguesa. É, actualmente, o responsável gastronómico da Selecção Portuguesa de Futebol. Escreveu nove livros de cozinha, e apresenta na RTP N o programa semanal “Gostos e Sabores”. Colabora em várias publicações diárias e revistas da especialidade.

Queijo de ovelha terrincha ligeiramente gratinado sobre pão de centeio e fio de mel de urze do Barroso

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REPORTAGEM

EIBTM Paul Kennedy, director da Reed Travel Exhibitions

Recordes batidos Paul Kennedy, director da Reed Travel Exhibitions, confirmou que a edição de 2008 da EIBTM foi “a maior de sempre”. Os números, ainda por auditar, revelam que o evento atraiu um total recorde de hosted buyers, 3711, mais 12% do que no ano passado, 51 mil reuniões pré-agendadas e em termos de audiência total registou-se a entrada de 8 mil pessoas, mais 6% do que em 2007. “Estes números mostram que o mercado das reuniões é resistente e que a EIBTM mantém a reputação de ser um espaço propício ao negócio”, referiu Paul Kennedy, congratulando-se com a participação de expositores vindos de destinos longínquos como a Austrália, China, Índia, Tailândia e Américas.

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Estoril Pure Meetings com campanha original O Centro de Congressos do Estoril apresentou na EIBTM uma campanha de publicidade que deixou toda a gente a olhar para o chão. Pelo corredor principal da feira estavam colocados vários quadrados de cortiça que iam dar ao stand do Estoril, com o seguinte apelo: “reduce your footprint and survive” (reduza a sua pegada ecológica e sobreviva). A par disso, um figurante que carregava ao colo um dinossauro (que parecia quase verdadeiro), distribuía um flyer aos hosted buyers, convidando-os a estabelecer um compromisso verde para 2009. Aqueles que o faziam, recebiam um conjunto de bases de copos em cortiça, um produto bem português... e natural. Pedro Rocha dos Santos, director do Centro de Congressos do Estoril, deu conta de que a intenção desta iniciativa era marcar “uma presença diferenciadora e também sensibilizar o sector”. Com o dinossauro, a ideia foi estabelecer uma analogia entre o que aconteceu àqueles répteis, que se extinguiram devido a alterações climáticas, e o que pode acontecer à raça humana. “Quisemos alertar para a necessidade de reduzir a pegada ecológica”, referiu o responsável.

Porto Convention Bureau patrocina Hosted Buyers Lounge Desde 2005, uma das estratégias do Porto Convention Bureau na EIBTM passa pelo patrocínio de um dos Hosted Buyers Lounge disponíveis. É um espaço comercialmente neutro, onde os buyers aproveitam para trabalhar ou relaxar entre reuniões. Para Madalena Dinis, do Porto Convention Bureau a estratégia é “aumentar a notoriedade do Porto e divulgar o destino de uma forma subtil”. A decoração, com imagens da cidade e com elementos relacionados com o Porto e Norte de Portugal, e as acções preparadas pelos associados, fazem deste “um espaço experiencial” em que a instituição aposta fortemente. A pintora Catarina Pinto Leite esteve em permanência no Lounge a pintar com diversos tipos de vinho da região (tinto, verde e vinho do Porto). Além do interesse gerado por este tipo diferente de arte, o facto de poderem levar uma recordação para casa atraiu muitos visitantes.


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Christian Mutschlechner, director do Convention Bureau

Christian Mutschlechner, eleito Personalidade do Ano O prémio da EIBTM de Personalidade do Ano foi entregue ao actual director do Convention Bureau de Viena, que desempenha estas funções desde 1991. Christian Mutschlechner foi durante dois mandatos presidente da ICCA, na qual de resto mantém uma posição relevante. Foi também presidente da European Federation of Conference Towns, e tem dado o seu tempo, gratuitamente, a intervir nos fóruns da ICCA e na Escola de Verão da European Cities Marketing, isto para além de partilhar o caso de sucesso de Viena com outros destinos no Mundo. Christian Mutschlechner é ainda membro dos conselhos consultivos da Swiss Business School for Hotel and Tourism Management, da revista Events e do European Council for Destinations Marketing Association International.

Sector da MI preparado para os próximos desafios Foi apresentado na EIBTM o relatório anual sobre as Tendências da Indústria, compilado por Rob Davidson, da Universidade de Westminster. Eventos mais verdes, espaços com consciência ambiental, e empresas que demonstrem um apurado sentido de responsabilidade social são tendências claramente identificadas. O uso da tecnologia também não dá sinais de abrandar. As redes sociais estão a deixar a sua marca e os acessos wireless são cada vez mais requisitados. A China e o Médio Oriente são as regiões onde se espera o maior crescimento.

O relatório mostra ainda que no ano passado se assistiu à consolidação do sector, com a redução de empresas mais pequenas e o entendimento mais global da organização de reuniões e eventos. A adopção de melhores práticas através da partilha de experiências e informação teve um impacto positivo no sector. Os departamentos de procurement e de compras são cada vez mais valorizados na medida em que a indústria procura controlar custos.

Cláudia Coutinho de Sousa

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NOTÍCIAS . MEETING INDUSTRY

WTM ATENTA ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS

IMEX 2008

IMEX GREEN AWARDS PREMEIAM BOAS PRÁTICAS ECOLÓGICAS Durante a IMEX 2009, que decorrerá de 26 a 28 de Maio em Frankfurt, serão entregues os prémios anuais que reconhecem as boas práticas ecológicas no sector da meeting industry. Os IMEX Green Awards foram desenvolvidos para distinguir as organizações do sector que estão a fazer um esforço para minimizar o seu impacto ambiental e social. Os prémios consistem em três categorias ambientais: Green Meetings Award, IMEX Green Exhibitor Award e IMEX Green Supplier Award, bem como uma categoria que reconhece um contributo excepcional para um projecto comunitário: o Prémio Compromisso com a Comunidade. Os vencedores são escolhidos por um júri independente, constituído por representantes do sector e por peritos ambientais.

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A Word Travel Market (WTM) reuniu em Londres a indústria do turismo, naquela que é uma das principais feiras do sector. A edição de 2008, de 10 a 13 de Novembro, contou com um aumento de visitantes na ordem dos 12%. Ao todo, estiveram na feira mais de 50 mil pessoas. De registar também um aumento no número de expositores, num total de 5631. De acordo com Fiona Jeffery, directora da WTM, estes números demonstram que nos períodos difíceis, “é absolutamente necessário que os grandes e médios gestores se juntem, não apenas para realizarem

negócios e fazerem novos contactos, mas também para discutirem, debaterem e liderarem os desafios”. A WTM organizou ainda o Dia do Turismo Responsável, com o objectivo de “encorajar as companhias de viagens, hotéis e mesmo os destinos a tomar uma atitude e a mostrar aos consumidores que não podemos estar apenas preocupados com a sustentabilidade do planeta. Temos também que nos preocupar com as comunidades, tantas vezes afectadas pelo turismo de massas”, referiu a responsável pelo certame.

© Alberto Mena

FITUR 2009: BALANÇO POSITIVO Apesar da conjuntura económica internacional, na 29ª edição da FITUR notou-se um clima geral de confiança e esperança para os tempos que se avizinham. Ana Larrañaga, directora da Fitur, reforçou este sentimento referindo que “o turismo mantém-se forte, especialmente se comparado com o efeito de desaceleração económica que estão a experimentar outras indústrias”. Com mais de 13 mil empresas expositoras, provenientes de mais de 150

IFEMA

países, a FITUR é uma das maiores feiras do sector, permitindo a mais de 150 mil profissionais estabelecerem contactos institucionais e criarem redes de negócio. Mais lugares de estacionamento, novos serviços, melhores instalações e salas de conferências mais modernas, foram algumas das novidades que a FITUR proporcionou a todos os visitantes e expositores. O certame decorreu de 28 de Janeiro a 1 de Fevereiro, em Madrid.


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ACTB: OPTIMISMO PARA COMBATER O FANTASMA DA CRISE MAIS BTL, APESAR

Na primeira conferência de imprensa da feira, o ministro austríaco da Economia e do Trabalho, Reinhold Mitterlehner, anunciou ainda um investimento de quatro milhões de euros para a campanha de promoção: três milhões para o mercado interno e um milhão para os mercados próximos. Os responsáveis do turismo austríaco recomendam ainda alguma cautela aos operadores turísticos, mesmo em momento de crise. Ofertas especiais para cativar os turistas sim, dumping (descida exagerada dos preços), não.

DE TUDO Mais expositores (cerca de 900 entre expositores e co-expositores), um horário profissional mais alargado, mais eventos paralelos, foram as grandes novidades da BTL 2009. Iniciativas como a BTL Negócios, BTL Rural, Dia do Agente de Viagens e Semana Ibérica da Gastronomia realizaram-se pela primeira vez nesta edição do certame, marcado pelo espectro da crise, que aliás foi palavra recorrentemente proferida nas conversas entre expositores e visitantes. Javier Galiana, director-geral da FIL referiu que, “como é óbvio, não estamos imunes à actual conjuntura económica internacional, mas os indicadores da BTL demonstram um crescimento que tem uma ligação directa da adaptação das empresas a essa nova realidade”. O seminário da APTP (Associação dos Profissionais de Turismo) debateu durante a BTL as estratégias para combater a crise, sempre numa perspectiva positiva e de optimismo. “Já estamos cansados de ouvir falar em crise”, referiu Agostinho Peixoto, presidente da Associação, de modo que este fórum centrou-se sobretudo nas questões do empreendedorismo, uma das formas de combater a conjuntura actual. A 2ª Conferência Internacional foi dedicada ao tema “City Breaks, casos de sucesso, opções de futuro”. Os destinos convidados nesta edição da feira foram o Algarve (cujo stand integrou a feira Algarve Convida) e Macau. O Paraguai estreou-se na BTL, como País Convidado.

CULTURA EM DESTAQUE

A ACTB (Austrian and Central European Travel Business), organizada pela Áustria, Hungria, República Checa, Eslováquia, Eslovénia e Região do Danúbio (Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Roménia e Moldávia), decorreu de 25 a 27 de Janeiro, em Viena com um lema claro: afastar do sector do turismo o fantasma da crise. A crise e o impacto que a conjuntura económica possa ter no sector em 2009 e nos próximos anos não são tabu e foram, aliás, tema dos discursos de abertura, das conferências de imprensa e de conversas mais ou menos informais. Apesar da crise, a mensagem que os responsáveis do turismo austríaco tentam passar é de optimismo, suportado nas mais recentes estatísticas. Dados de Dezembro mostram que o turismo na Áustria bateu recordes, com aumentos de 4,7 por cento do número de chegadas e 4,2 por cento no número de dormidas. Alemanha, Áustria (mercado interno) e Holanda são os países de origem da maioria dos que viajam para a Áustria, o que explica que a aposta de futuro seja nos mercados próximos.

Na Áustria, este ano é marcado por dois grandes eventos: Linz 2009 Capital Europeia da Cultura e a comemoração dos 200 anos da morte do compositor Joseph Haydn. Estes dois eventos, como não podia deixar de ser, tiveram espaço de destaque na feira e na estratégia turística do país. A Hungria, que terá em 2010 a Capital Europeia da Cultura (Pecs) tenta também chamar visitantes através do turismo cultural e sugere aos operadores turísticos uma campanha especial: 3 noites pelo preço de duas para os visitantes que participem em algum evento cultural no país.

ACTB MUDA DE “CASA” A edição de 2009 da ACTB, a terceira, decorreu na Messe de Viena e contou com a participação de 592 expositores, em 327 stands, 763 compradores e 204 jornalistas de todo o mundo. Em 2010, o certame muda-se para o Austria Center, também em Viena, mas os responsáveis garantem que, não só a feira não terá de ser mais pequena por causa da mudança, como poderá mesmo crescer. Sara Marques

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OPINIÃO

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Linda Pereira

Directora executiva da CPL Events

COMO FAZER FACE À CRISE EM 2009 Perspectivas e antídotos para os meeting industry business’s www.festaseeventos.net

&


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Nuno Gustavo

Professor - adjunto da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

Houve quem o denominasse de furacão, outros de tsunami, a verdade é que o desconhecido “Subprime” entrou, em 2008, na gíria do mundo e fez soar o alarme para uma crise mundial sem precedentes, pelos menos se considerarmos a escala (global) e as repercussões na economia real e financeira. Lamentar uma crise desta dimensão só pode ter necessariamente um lado positivo: perceber que esta é sem dúvida uma oportunidade para INOVAR. É inegável que esta não será uma atitude proactiva e espontânea, bem pelo contrário, será forçada, fruto de um cenário contingencial peculiar, mas a essência da inovação também não é instintiva, é árdua, exige dedicação, uma forma metodizada de actuação e tem um objectivo específico. Para a meeting industry, mais do que um momento de ameaças, este é sem dúvida um momento de desafios e oportunidades. Mais do que pensar em tendências potencialmente negativas da procura, como a redução do número de eventos, há que pensar estrategicamente o negócio e fazer das potenciais ameaças oportunidades. Neste sentido, sistematizamos a presente reflexão em quatro linhas de acção estratégica, as quais devem ser tidas em conta pelas empresas com negócios na meeting industry:

Novos mercados Se este já era um negócio de escala global, o actual momento reforça esta tendência, consagrando novas oportunidades de negócio. Apesar do abrandamento global da economia e dos constrangimentos impostos pela derrocada dos mercados financeiros, nomeadamente no que concerne ao financiamento de eventos, a realidade é que algumas economias vivem uma situação muito diferente, como é o caso das economias do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). De acordo com a edição de 30 de Novembro do Financial Times, e em linha com as previsões de Novembro da OCDE (Economic Outlook, n.º 84), a economia indiana deverá ter em 2009 um crescimento de 7%, a chinesa de 6%, a russa de 3,5% e a brasileira de 2,9%. Se bem que moderadas face ao que era expectável, e contrariamente ao cenário dominante, em particular nos Estados Unidos e na Europa, estes países apresentam previsões de crescimento únicas, o que os transforma numa oportunidade de negócio ímpar. Atente-se, por exemplo, no segmento dos congressos associativos, em que os clientes estão a optar preferencialmente pelos destinos acima referidos para realizarem os seus congressos, não só com a certeza de aí poderem aumentarem

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OPINIÃO . Como fazer face à crise em 2009, por Linda Pereira e Nuno Gustavo os seus associados mas, também, porque os governos dos países em causa estão a apoiar financeiramente estes eventos, enquanto forma de investimento na formação e internacionalização dos respectivos mercados.

organização de eventos, apostando em conceitos como flexibilidade, fidelização e multiculturalidade, pois estas são as chaves para um capital humano criativo e à medida dos desafios do século XXI.

Factores de competição criatividade e recursos humanos

Core Business Produto - go green receitas auxiliares, Se algo irá necessariamente beneficiar com estes cenário de crise financeira risk-sharing e co- e económica é a “causa verde”, desde logo porque este argumento tem subja‑opetition cente um princípio de eficiência de

Simultaneamente, este cenário é uma oportunidade única para anteciparmos os efeitos negativos que a evolução tecnológica irá necessariamente acarretar para a meeting industry, quer através da eliminação de mercado, quer através da forma de gerir o negócio. A crescente democratização do uso da tecnologia e a sua integração na gestão de eventos, nomeadamente através da aplicação em events online registration systems, em CRM systems, em audiovisuais, em survey systems em events planning and management systems, etc. tornam-na, não num factor de competição, mas numa competência deste negócio. Assim, o presente momento assume-se como uma oportunidade única para repensar o valor do capital humano, pois é aqui que reside a competência core do futuro da meeting industry - a criatividade. Ou seja, é nas pessoas, na sua capacidade inovadora e criativa que está a rendibilidade superior sustentável das empresas de organização de eventos face à demais concorrência. Daí que, em períodos de abrandamento económico, a formação dos recursos humanos seja vital, senão mesmo a mais relevante medida a adoptar pelas empresas. A maximização deste capital único deverá ser ainda acompanhada por uma reinvenção das políticas de recursos humanos nas empresas de

Este é também o momento para repensar a estratégia da empresa, a qual deverá necessariamente ser focada no core business. Se por um lado, e tal como referido no ponto anterior, as empresas de eventos tendem a distinguir-se pela capacidade criativa, por outro, este é um negócio que requer uma rede de parceiros, a qual por sua vez exige uma filosofia de co-opetition. Daí que estratégias que permitam desenvolver modelos de negócio alicerçados no princípio das receitas marginais ou auxiliares sejam, provavelmente, as mais adequadas. Estas garantem às empresas de organização de eventos, por um lado, uma estrutura de activos e custos mais eficiente, sustentada na partilha do risco e focada no core business e, por outro, a criação de Meeting Management Programs, facultando ao cliente uma gestão à medida, integrada e global do evento.

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recursos, o que se traduz em redução de custos. Por outro lado, é também uma oportunidade de negócio, na medida em que este é um tema quotidiano, que desperta a atenção global, sendo desta forma um possível tema/conceito para muitos eventos.

Neste cenário de vulnerabilidade, felizmente, existem duas certezas: por um lado todos sabemos que “depois da tempestade vem a bonança”, por outro, não se pode impedir ninguém da ambição e da vontade de sonhar e acreditar o que, diga-se, é uma fantástica evidência para um negócio que cada vez mais tem no capital criativo, e consequentemente nas pessoas, o seu factor de competição.


ENTREVISTA

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Ray Bloom Director da IMEX

“A IMEX ESTE ANO VAI SER MUITO FORTE” Apesar da crise económica, Ray Bloom, director da IMEX, revela-se optimista para o sector da meeting industry. O responsável fala à Festas & Eventos das novidades do próximo certame, das tendências para os próximos anos e, como não podia deixar de ser, do destino Portugal. www.festaseeventos.net


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ENTREVISTA . Ray Bloom, Director da IMEX Festas & Eventos: Estamos em plena crise económica, como é que o sector da meeting industy está a encarar esta realidade menos positiva? Ray Bloom: Apesar da incerteza que se vive na economia à escala global, os nossos estudos e também o feedback que temos tido dos nossos expositores, compradores e pares, sugere que a meeting industry está a fazer o que faz melhor: ser resistente, positiva, cooperando na partilha de conhecimentos, boas práticas e experiências, de modo a maximizar todas as oportunidades de negócio. Para dar um exemplo, refiro apenas que nós nunca tivemos tanta procura por parte de hosted buyers como este ano. O mais recente estudo da IMEX mostra que a procura ainda está firme em muitos países, e que a situação não é assim tão sombria. 64% dos 125 inquiridos informa que os pedidos para 2009 estão em linha com os de 2008. Este aparente optimismo é suportado por um inquérito da ICCA (International Congress and Convention Association), que obteve cerca de 250 respostas, ou seja 30% dos seus membros. Apenas 8,5% dos inquiridos indicaram que sofreram uma quebra do negócio como resultado do ambiente económico, enquanto 44% refere que não houve impacto e 48% assinala um impacto mínimo em termos de negócio. F&E: A IMEX sente essa crise ou as empresas e instituições continuam a investir na feira? RB: As empresas precisam de manter o momentum e as estratégias de marketing para criarem as bases a partir das quais vão retirar vantagens quando o mercado melhorar. Dado o feedback positivo e os contactos gerados pela IMEX nos últimos seis anos, a edição de 2009 é muito forte, com mais expositores e hosted buyers. São esperados mais

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visitantes de mercados como a Índia, China, África do Sul, Médio-Oriente e Estados Unidos. Em termos de expositores, a procura por parte dos destinos tradicionais é robusta. Os novos mercados de Leste continuam em fase de expansão no certame, bem como os novos destinos. A procura por parte do sector hoteleiro é grande e muitos dos destinos dentro dos Estados Unidos procuram afirmarse e atrair o mercado internacional. F&E: Quantos hosted buyers são esperados? RB: Nos últimos dois anos fizemos um esforço considerável em, por um lado, aumentar a nossa rede de intermediários que convidam os hosted buyers de todo o mundo para assistirem à feira, por outro, trabalhar os mais importantes mercados europeus. Em 2009, estabelecemos novas parcerias com intermediários da Ásia, Estados Unidos, Austrália, Rússia, Chile, Dubai, Europa e África do Sul, e vamos também acolher novos grupos de compradores em parceria com Marriott Hotels, Capella Hotels, NH Hoteles, Al Rostamani e George P Johnson. Na edição passada mais de 3600 hosted buyers, de 58 mercados, estiveram na IMEX, distribuídos da seguinte forma: 12% associativos, 23% corporate e 64% do sector dos incentivos e agências. Em 2009 esperamos chegar aos 3700 hosted buyers. F&E: A IMEX organiza este ano mais uma vez os Green Awards. Como é que a indústria encara este prémio? RB: Os prémios têm crescido em termos de reputação de uma forma muito significativa nos últimos anos. Trabalhamos continuamente no sentido de promover as boas práticas na nossa indústria. E fazêmo-lo através de bons exemplos. Ainda agora, acabamos de completar a primeira auditoria green da feira e dos serviços que engloba.

F&E: Na vossa feira que tipo de iniciativas desenvolvem para diminuir o impacto ambiental? RB: No ano passado fomos os primeiros no sector a usar energia hidroeléctrica e 20 mil credenciais recicláveis. Outras práticas incluem o uso de biodiesel e sacos feitos a partir de materiais sustentáveis. Um enorme esforço em reduzir o lixo resultou na poupança de 34 toneladas de detritos durante a feira. Em 2009 vamos introduzir mais inovações, como o uso de fitas feitas de material 100% reciclável. Vamos encorajar os participantes a viajarem de comboio para Frankfurt. Estamos também cientes da importância do “pensar verde” para os próximos líderes desta indústria. 2008 marcou o arranque do primeiro Green Future Leaders Forum, em parceria com o Green Meetings Industry Council, em Vancouver. Este ano com mais 11 Future Leaders Forums, que vão acontecer em diferentes regiões do mundo, vamos espalhar ainda mais a mensagem da importância dos green meetings. Os últimos estudos que efectuámos (Global Warming and Business Tourism Survey - Setembro 2008) sugerem que há poucas dúvidas, entre os organizadores de conferências e incentivos, sobre a importância da responsabilidade ambiental. F&E: Na sua opinião, quais as tendências deste sector para os próximos anos? RB: O sector das reuniões e incentivos tem que responder com uma redução de custos e aumento da eficiência aos desafios da economia mundial. A última IMEX, e as pesquisas feitas pela indústria, mostram que estas respostas são em termos de ajustes e não de cortes. Os destinos e os espaços vão enfrentar maior competição e têm que trabalhar mais e promoverem-se ainda melhor para manterem a quota de clientes.


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Além destes desafios, a indústria cada vez mais reconhece a importância de envolver a classe política e fazê-la perceber os benefícios deste sector, quer economica, quer culturalmente. Tornar mais visível esta indústria junto dos políticos é uma tarefa também suportada pelo IMEX Politicians Forum. A batalha pelos talentos é um tópico quente, dada a falta de profissionais dispostos a seguir uma carreira no planeamento de reuniões, congressos e incentivos. Isto é parcialmente provocado pela pouca visibilidade da indústria e pela falta de oportunidades educacionais em muitas regiões do mundo. O MPI Future Leaders Forum pretende focar este assunto e encorajar os estudantes a considerarem uma carreira neste sector. A emergência de novas tecnologias também é um aspecto estimulante nesta indústria. Finalmente, o impacto ambiental da meeting industry tem vindo a mudar a forma como as coisas são organizadas. Os organizadores e os hotéis têm respondido com força à necessidade de demonstrarem as chamadas “credenciais verdes”, assim como as credenciais de responsabilidade social. Há uma grande vontade por parte das empresas de explorarem o conceito de CSR (Corporate Social Responsability).

8 PERGUNTAS A RAY BLOOM Destino preferido para férias Barbados Cidade para viver Brighton, Reino Unido Clube de futebol Brighton & Hove Albion Desporto favorito Futebol Prato favorito Mousse de chocolate

Livros que está a ler Parky: My Autobiography, a biografia de Sir Michael Parkinson [conhecido jornalista britânico] Hobbies Futebol, Cricket e a meeting industry Grupo de música The Beatles

F&E: Que novas regiões/países serão os destinos fortes do futuro? RB: Os chamados países BRIC, Brasil, Rússia, Índia e China, melhoraram o marketing e compreenderam de que forma podem responder às necessidades do mercado. E esta é uma tendência que não vai esmorecer. Muitos países da América Latina conseguiram diferenciar-se dos demais e gozam de cada vez maior popularidade. Muitos deles pelo facto de incorporarem na sua oferta programas com uma forte componente de responsabilidade social. Na Europa, muitos dos novos membros da União Europeia têm sido bem sucedidos na construção de uma boa reputação, pelo facto de comunicarem bem a magia dos seus monumentos, paisagens e edifícios que foram convertidos em espaços para eventos. F&E: Neste contexto, que lugar está reservado para a Europa e para Portugal? RB: Uma das maiores vantagens da Europa está nos transportes, e no facto de muitos dos fornecedores e operadores estarem no mercado há imensos anos. Além disso, a formação dos jovens talentos é muito forte na Europa, de modo que os padrões de serviço são bastante elevados. Portugal é um destino estabelecido, com excelentes infra-estruturas para reuniões e programas de incentivo. Com a sua história, os cenários fantásticos e o grande número de actividades que oferece, Portugal será sempre um destino popular, quer para o turismo de lazer, quer para o sector MICE. Isso será visível na força da presença portuguesa na IMEX, um dos maiores stands de destinos no certame.

Cláudia Coutinho de Sousa

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OPINIテグ

Pedro Cardoso

Director executivo da The House of Events

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TENDÊNCIAS DO MERCADO DE EVENTOS ADOPÇÃO DE MELHORES PRÁTICAS IV RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA CORPORATE SOCIAL RESPONSIBILITY (CSR) A pesquisa extensa que fizemos sobre este tema, pode ser sintetizada numa afirmação: A adopção e implementação de valores, princípios e boas práticas de negócio, é já, não apenas uma opção mais ou menos filosófica, mas uma necessidade incontornável de sobrevivência individual, das organizações e mesmo dos Estados.

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OPINIÃO . Tendências do mercado de eventos, Por Pedro Cardoso Julgo que não podemos continuar indiferentes a esta realidade; temos a responsabilidade individual e colectiva de adoptar uma atitude assertiva e contribuir de forma proactiva para uma mudança de mentalidades e cultura, em relação a uma questão vital para o nosso futuro. Foi aliás este o espírito e desafio que me foi lançado pela Festas & Eventos a que aderi, com a paixão com que agarramos projectos em que acreditamos.

Propomos, entre outras formas possíveis de intervenção de cidadania empresarial, a criação de fluxos de turismo de negócios, para regiões tradicionalmente mais carenciadas. Tal permitiria criar estímulo ao investimento, gerar oportunidades de negócio e combater o grave problema da desertificação, com a fixação de populações mais jovens e projectos inovadores.

Proponho assim como matriz ética empresarial, que comecemos por respeitar o alinhamento dos nossos negócios e estratégias de actuação, segundo os dez princípios universais definidos na declaração do Global Compact das Nações Unidas, que engloba as áreas dos direitos humanos, direito do trabalho, protecção ambiental e combate à corrupção.

Tal desígnio é viável com a deslocalização de eventos de tipologia e dimensão adequada, tal como congressos, apresentações de produto, programas de motivação e incentivo, fora de centros urbanos cada vez mais saturados, em espaços e ambientes menos sofisticados, quiçá mais originais e com melhor retorno de investimento.

A implementação de um programa de responsabilidade social é outra das acções e medidas que podemos adoptar. A título de exemplo, no âmbito do mercado de eventos, relevo a recuperação de património cultural, paisagístico e histórico, adesão ao programa carbono zero, com plantação de árvores para anular emissão CO2 nos eventos realizados, donativos a organizações de carácter social, participação em actividades e trabalhos comunitários, melhoria de eficiência energética e gestão de resíduos, selecção de produtos e serviços locais que respeitem os princípios enumerados.

O sector do turismo em Portugal é particularmente crítico e vulnerável, pelo elevado número de pessoas que emprega, pelo impacto ambiental resultante da pressão urbanística, pela carga de utilização excessiva em algumas regiões, e pela aparente permissividade a diferentes formas de corrupção. Tal como na história da galinha dos ovos de ouro, está em causa a perenidade do actual modelo, o que nos deve merecer uma atenção redobrada, focalizada no crescimento sustentado. O nosso contributo pode ser concretizado com algumas medidas, simples, mas de grande impacto a médio e longo prazo.

O futuro constrói-se, está nas nossas mãos fazer com que aconteça de forma socialmente responsável e sustentável, conto com o vosso apoio para a concretização deste objectivo universal. www.festaseeventos.net


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SUGESTÕES

EU QUERO POR FORÇA IR DE BURRO A sugestão que lhe propomos é no mínimo diferente... e que tal um passeio de burro? De Norte a Sul do país a oferta é surpreendentemente variada, em termos de duração, preço, mas também, e quem diria, do tipo de burros. Pode desfrutar destes passeios sozinho, em família, com amigos ou com colegas da empresa. E que tal como estratégia de team-building? De Miranda do Douro ao Algarve, basta uma breve pesquisa na Internet e sugestões não vão faltar. Os burros são animais dóceis e carinhosos e por isso facilmente se tornam bons companheiros de viagem. Partir à descoberta de uma região pode significar, quem sabe, descobrir aquela ideia que tanto ambicionávamos, conhecer melhor a equipa que viaja connosco ou até descobrirmo-nos a nós mesmos. Miguel Nóvoa, da AEPGA (Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino), diz-nos que esta ideia de proporcionar passeios de burro ao público é um dos novos usos associados ao burro de Miranda - no caso da AEPGA -, contribuindo fortemente não só para o desenvolvimento do turismo sustentável, mas também para um turismo rural e de natureza, no qual se dinamizam as áreas interiores do país, como o Nordeste Transmontano. Agregados a este desenvolvimento das regiões menos dinamizadas, estão também associados o alojamento, que frequentemente é proporcionado em turismo de habitação rural, e ainda a divulgação da gastronomia e do artesanato.

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No caso dos passeios de burro da AEPGA, parte-se à descoberta das aldeias do Planalto Mirandês, situadas no Parque Natural do Douro Internacional e Vale do Rio Sabor. Um dos objectivos da associação é preservar e proteger a raça autóctone do burro de Miranda, salvando um património genético, ecológico e cultural único no nosso país. Os programas são muito variados, podendo ir das poucas horas aos dois dias, incluindo refeições típicas regionais. São realizados em vários locais com diferentes percursos. Alguns têm até um certo grau de exigência física e de orientação, mas tudo isso está especificado no programa que escolher. Também no Algarve, uma das atracções turísticas são os passeios de burro por serranias, vales e rios. São disponibilizados por várias quintas e herdades desta região e permitem aos turistas desfrutar dos encantos do meio rural. Subir as serras de Monchique e Caldeirão e deliciar-se

com o magnífico cenário que só ali se encontra e que merece ser apreciado com toda a calma, é uma das possibilidades. Numa vertente mais lúdica, o Parque Mineiro Cova dos Mouros, em Alcoutim, é para as crianças uma verdadeira aventura, já que podem explorar as minas, o reconstruído castelo da idade do cobre e as reconstituições pré-históricas, tudo em cima de um burro. Podemos assumir estes passeios que progressivamente vamos encontrando por todo o país como um privilégio único, que nos possibilita o contacto directo, único e íntimo com um animal em vias de extinção e ao mesmo tempo com o ar livre e realmente puro que encontramos apenas nos meios rurais. Eis aqui a nossa sugestão, parta à aventura e arrisque-se a ficar rendido ao olhar meigo e dócil destes seus companheiros de viagem de quatro patas. Andreia Joana Silva


HOTELARIA

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HOTÉIS PORTUGUESES ESTÃO CADA VEZ MAIS VERDES

Tivoli Marina Vilamoura

A tendência crescente de implementação de medidas de redução do impacto das unidades hoteleiras portuguesas no ambiente e de compensação pelas emissões poluentes teve um boom nos últimos anos, a que não será alheio o número de certificações criadas recentemente. As unidades certificadas são cada vez mais e muitas acumulam mesmo várias certificações, acompanhando o panorama internacional. A Festas & Eventos falou com os responsáveis de alguns hotéis portugueses para saber o que estão a fazer para reduzir a pegada ecológica. Se os recursos são escassos, vamos produzir mais. Este é o lema do Grupo Pestana que ainda recentemente (em Janeiro de 2009) recebeu o Prémio Turismo de Portugal na categorial de Sustentabilidade Social pelo projecto de dessalinização do Alvor. O processo permite separar a água do sal e esta água é depois tratada e entra na rede de distribuição, sendo utilizada para rega de jardins, lavandarias, piscinas e lavagens de terraços das unidades hoteleiras do grupo. Além disso, o grupo tem desde 1992 em funcionamento dois campos de energia eólica (Paúl da Serra e Caniçal) que produzem 60% do consumo anual dos hotéis Pestana na ilha da Madeira. “A preservação da natureza, o respeito

pelo meio envolvente e a sensibilização de colaboradores e clientes, são premissas que estão na base da política ambiental do Grupo Pestana”, referem os responsáveis. Por isso, além do recurso a energias alternativas, desenvolvem projectos de preservação de espécies endémicas protegidas e em vias de extinção, bem como o incentivo, junto de clientes e colaboradores, de práticas de protecção do ambiente e recursos, nomeadamente através de acções de formação. Além disso, procedem à reciclagem de detritos e recolha de lixos tóxicos, poupança energética e de recursos como a água. Em 2007, três unidades do grupo Pestana Carlton Madeira, Pestana Village e Pestana Miramar - foram distinguidas com o TUI Environmental Champion Award pelas suas medidas de conservação e preservação da natureza e meio envolvente.

O primeiro hotel carbon free do país Em Setembro de 2007, o hotel Vila Park, situado em Vila Nova de Santo André (em plena Costa Vicentina), iniciou um programa de gestão voluntária de carbono. Depois de calculadas as emissões decorrentes do gás, electricidade e das duas viaturas de serviço, a unidade decidiu plantar 10228 árvores, dez vezes mais do que as 1333 necessárias para compensar as suas emissões, tornando-se no primeiro hotel Carbon Free do País. A iniciativa continuou e no ano de 2008 mais de 11588 árvores foram plantadas. E este empenho na protecção do ambiente não passou ao lado dos responsáveis do sector, por isso, o passaporte ambiental da unidade recebeu a Menção Honrosa da categoria Sustentabilidade Ambiental dos Prémios Turismo de Portugal 2008, entregues na BTL. Avelino Sousa, director do Vila Park considera que esta distinção é “o reconhecimento público de um dos hotéis mais amigos do

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HOTELARIA ambiente de Portugal, que desde 2007 tem vindo a conseguir atingir elevados standards de desempenho ambiental, conforme reconhecem as diversas certificações e galardões ambientais conseguidos”. O prémio surge no momento em que o hotel conseguiu também a certificação de Eco-Hotel, atribuída pela TÜV Rheinland. Em Fevereiro de 2007, o hotel tornouse no primeiro do país a ter a certificação ISO 14001. E em Julho do mesmo ano, conseguiu a certificação “Chave Verde”, atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa, que premeia as boas práticas ambientais e o desenvolvimento sustentável. O Vila Park aderiu ainda ao programa “Rolhinhas”, de reciclagem de rolhas de cortiça e plantou dez sobreiros no âmbito da campanha “Save Miguel”.

Unidade “verde” atrai sobretudo hóspedes amantes da Natureza O Hotel Jardim Atlântico, situado na zona Oeste da ilha da Madeira, assume-se claramente como um hotel ecológico, acumulando inclusive várias certificações e distinções a nível nacional e internacional. “Desde a abertura do hotel, em 1993, a filosofia verde esteve sempre presente. Começou por ter uma Etar biológica, um compostor orgânico e separação de resíduos nos estúdios e bungalows”, explicou à Festas & Eventos Celina Sousa, directora do hotel. Durante o ano de 2008 recebeu o certificado Biosphere (da UNESCO) e neste âmbito assinou um protocolo com a Direcção Regional de Florestas para, durante cinco anos, reflorestar o parque natural da Madeira, efectuar a recolha de sementes e plantação em viveiro, assim como a limpeza e sinalética de levadas e veredas antigas. “Cada 15 dias convidamos os hóspedes

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Hotel Jardim Atlântico

e a equipa Jardim Atlântico a participar numa actividade amiga do ambiente e já plantámos 3300 árvores”, explicou Celina Sousa, adiantando que estas iniciativas têm tido “muito sucesso”. “Os hóspedes são essencialmente amantes da Natureza, que chegam dos mais variados países europeus”, explicou a responsável. Por isso, até os pequenos pormenores fazem a diferença. A pensar no ambiente e também nas preferências dos hóspedes, o Centro Vital do hotel aposta em tratamentos e programas exclusivos à base de produtos naturais, como as dietas de fruta, a vinoterapia e a chocoterapia,

banhos de ervas aromáticas e até o inovador programa de reflexologia “barefoot walk” (literalmente caminho dos pés descalços). A responsável define a unidade como “um hotel modelo na Península Ibérica na sua filosofia e conceito saudável” e a prová-lo estão as várias certificações e distinções. A unidade conta com a certificção ISO 14001 desde 2002, bem como o Rótulo Ecológico Europeu desde 2004, tendo sido pioneiro a nível ibérico e ainda o primeiro a ser rotulado de Eco-Hotel. Em 2007 foi certificado com o Sistema LiderA Avaliação da Sustentabilidade, mais


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© Julian Bleecker

Pestana Palace

Projectos de sustentabilidade em Portugal e no Brasil

Barefoot Walk, Hotel Jardim Atlântico

uma vez pioneiro na Península Ibérica. Em 2008 foi novamente premiado com o Umweltchampion in Gold do maior operador turístico World of Tui, destacando-se em 4º lugar a nível mundial, cuja avaliação foi feita pelos seus hóspedes e check-list ambiental da Tui. Recebeu também o Ecotrophea 2008.

“Acreditamos que para desenvolver a actividade hoteleira com sucesso, é preciso criar valor ao nível da comunidade onde os nossos hotéis se inserem, tendo o cuidado de preservar o meio ambiente que nos rodeia”, afirma à Festas & Eventos Adriana Jacinto, directora de qualidade, ambiente e segurança dos Tivoli Hotels & Resorts. Por isso, adianta a responsável, o grupo ”desenvolve a sua actividade consciente da influência que esta tem sobre os três pilares da sustentabilidade - económico, social e ambiental”. Em 1999, foi iniciado o processo de implementação de sistemas integrados de qualidade e ambiente, a que posteriormente se associou a vertente da segurança. Em 2002, o Tivoli Carvoeiro (anterior Tivoli Almansor) foi o primeiro hotel em Portugal a obter a certificação ambiental. Desde então, o grupo congratula-se de ter já certificado mais dois hotéis.

“Ser ambientalmente responsáveis implica manter uma consciência atenta relativamente ao que está a acontecer e agir de forma a contrariar as tendências que representam um maior perigo para o futuro: o aquecimento global, as alterações climáticas e o consumo desequilibrado dos principais recursos do planeta”, adianta a responsável dos Tivoli Hotels & Resorts. A principal acção passa pela minimização dos impactes resultantes da actividade, nomeadamente no que respeita ao consumo de água e energia, produtos químicos (biodegradáveis) e produção de resíduos (recolha selectiva nos quartos, piscinas e áreas de serviço e resíduos perigosos resultantes de actividades de manutenção). Além disso, o grupo apoia projectos de plantação de árvores, limpezas de praias e apadrinha animais do zoo de Lagos. Todo este trabalho, realçam os responsáveis, resulta do envolvimento de colaboradores, fornecedores e hóspedes. Agora, assumem o compromisso de gerir as emissões com o objectivo de se tornarem carbon free. Além da redução das emissões associadas à actividade, há ainda dois projectos para compensar aquelas que é impossível reduzir: um deles em Portugal, em Sintra, outro no Brasil, na região do Rio Grande do Sul. Na Tapada de D. Fernando II, em Sintra, os Tivoli Hotels & Resorts vão contribuir para a implementação de uma nova floresta numa área de 20 hectares, composta por espécies autóctones que irão sequestrar carbono ao longo de 35 anos. Em Maquiné, Rio Grande do Sul, o projecto social tem como objectivo proporcionar uma alternativa de renda para 300 famílias rurais da região e a preservação dos 2,7 por cento restantes da Mata Atlântica na região. Sara Marques

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FORMAÇÃO

CATÓLICA LANÇA PÓS-GRADUAÇÃO EM EVENTOS

Raquel Rodrigues, Universidade Católica

A Universidade Católica, no âmbito da Escola de Gestão Empresarial, lança este ano, simultaneamente em Lisboa e no Porto, uma pós-graduação em Organização e Gestão de Eventos. Os objectivos desta formação passam por conferir uma visão integrada do universo dos eventos, desenvolver capacidades de liderança e de motivação, desenvolver uma visão estratégica de negócios, preparar e especializar os participantes em organização e gestão de eventos. O grande elemento diferenciador deste curso é o programa de estágios promovido pela Universidade e que resulta de parcerias com algumas empresas-âncora do sector. Aliás, em relação aos conteúdos programáticos houve um esforço para “ir de encontro às necessidades do mercado”, refere à Festas & Eventos Raquel Rodrigues, coordenadora do curso. Para além da componente generalista, com uma série de disciplinas que vão desde a Contabilidade de Eventos a Marketing

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e Relações Públicas, o curso está organizado também numa lógica de seminários, para os quais foram convidadas várias personalidades de referência do mercado dos eventos. O último trimestre do curso é dedicado à execução de um projecto de grupo, sendo que o vencedor verá esse projecto posto em prática com a intervenção de todos os alunos.

Cláudia Coutinho de Sousa


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OPINIテグ

Fernando Alvim Comunicador

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UMA IDEIA GENIAL Em Portugal toda a gente tem uma ideia para organizar qualquer coisa, mas a vontade em fazê-lo nem sempre é suficiente para a tornar real. Organizar um evento não é uma coisa simples e por vezes pode tornar-se um fiasco, mas mesmo assim, há sempre alguém que nos entra pelo café adentro e nos diz em tom inflamado “ Tive uma ideia genial!”. E a ideia genial é invariavelmente organizar qualquer coisa. Um amigo meu diz-me que qualquer ideia deve compreender uma série de factores que passam por surpreender os participantes. É exactamente como escrever o argumento para uma novela: se não existir uma trama, um conflito qualquer que nos faça ajeitar no sofá, não terá valido a pena. E num qualquer evento, se não existir um factor diferenciador que provoque a surpresa de todos os presentes, suspeito bem que vamos pelo mesmo caminho. Os casamentos encontram-se assim. Sem surpresa. E talvez por isso, começam a ser assustadoramente previsíveis. Primeiro, a cerimónia na igreja. Depois, a espera no exterior da mesma pelos noivos, enquanto a maioria fuma um cigarro. E chegados aqui, segue-se para uma quinta ou herdade, para aí ficarmos até ao final. E basicamente - que eu me lembre - é isto. No final da

noite, há um dj que passa o emblemático tema “follow the leader”, o noivo invariavelmente está bêbado e a noiva suspeita que a noite de núpcias não será igual ao que haviam vaticinado. E é isto. O casamento dura cinco anos e, no final deste período, há um que regressa a casa dos pais e outro que se junta com mais alguém, que jura a pés juntos, nunca ter tido nada durante o tempo que durou o casamento.

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OPINIÃO . Uma ideia genial, por Fernando Alvim

Ora, os casamentos padecem do mesmo problema do futebol, isto é: continuam a não aproveitar as novas tecnologias. E se no futebol se fala muito da possibilidade da criação de um quarto elemento, que possa estar atento aos lances mais duvidosos através das imagens, nos casamentos, as novas tecnologias podem ser usadas para o tornar mais dinãmico ou então e isso muitas vezes acontece - admite‑se desde logo um terceiro elemento de que ninguém suspeita. Mas isso faz-se ainda muito pouco. E isto porquê? Porque não nos sabemos organizar. Daí que não seja à toa que uma das expressões mais ouvidas no nosso léxico verbal seja precisamente:

“organizem-se!”

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E sendo assim, como pode um país organizar qualquer coisa, se ele próprio não se organiza? Pois claro que pode. E quando isso acontece, fazemos todos uma grande festa como quando queremos encontrar um papel muito importante no escritório e quase por milagre, o encontramos. E esta é a nossa sorte, a nossa grande fortuna, porque invariavelmente acabamos sempre por encontrar o que procuramos, mesmo que seja à rasquinha, como nos filmes do Macgyver em que a bomba é desactivada quando se preparava para mandar abaixo uma fábrica antiga e escura. E isto - esta coisa do à rasca - por incrível que pareça, pode ser bom. Porque é tanta a intensidade com que buscamos o que perseguimos, que acabamos não só por consegui-lo, como fazer de uma coisa que para outros seria normal, algo de absolutamente extraordinário.

Portugal continua a estudar para os exames na noite anterior e muitas das vezes, para surpresa de todos, acaba por tirar a melhor nota.

Porque aprendemos rápido e embora não tenhamos dormido toda a noite, vamos com a matéria fresca na ponta da língua e 3 cafés de um só tomo. E talvez por isso, não sei se outro sistema poderia funcionar no nosso país. Não creio. Porque na nossa desorganização nós encontramos a esferográfica que procurávamos, porque mesmo no limite do tempo conseguimos que ainda nos deixem entrar para entregar os papéis.

E por isso gosto tanto de Portugal, porque nenhum país do mundo se organiza, precisamente, não se organizando.


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DESTINO NACIONAL © Feliciano Guimarães

Relógio da Torre da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira

GUIMARÃES

BERÇO DA NACIONALIDADE A história de Portugal está indelevelmente ligada à desta cidade de gente com alma inquebrantável. Berço da nacionalidade, Guimarães, Património Mundial da UNESCO, tem neste símbolo o seu maior elemento diferenciador. Estivemos à conversa com algumas das principais instituições da cidade, que operam no sector dos eventos, de modo a conhecer as potencialidades da cidade nesta área.

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© Feliciano Guimarães

OLHAR PARA O FUTURO Para Paula Nogueira, Chefe de Divisão de Comunicação e Relações Públicas da Tempo Livre, empresa responsável pelo Multiusos de Guimarães, apesar do simbolismo histórico, a cidade está voltada para o futuro. “É uma cidade muito bairrista, mas que não fica agarrada ao passado”, refere. No entender desta responsável, Guimarães tem três grandes elementos diferenciadores: pessoas, equipamentos e atracções turísticas. “A cidade pode fornecer uma experiência integrada de evento muito enriquecedora”, garante. Mariana Lacerda, Directora Regional das Pousadas de Portugal, aponta também a riqueza, interesse patrimonial e cultural da cidade, e “as gentes vimaranenses, um povo muito orgulhoso das suas origens e da sua cidade”, como mais-valias quando se pensa em organizar um evento na região. Paula Nogueira assinala a animação cultural como mais um factor positivo. “A programação cultural e a vida nocturna são muito interessantes”, ideia partilhada por Mariana Lacerda. “A cidade ao longo do ano tem uma programação muito boa, ao nível da música, dança, espectáculo. Para além das iniciativas dos vários museus e do próprio Centro Cultural Vila Flor. É, no entanto, fundamental que esta agenda cultural existente seja ainda mais promovida, tanto em termos nacionais como internacionais”, adianta. Por outro lado, Mariana Lacerda considera que Guimarães está já dotada das infraestruturas necessárias, em termos de espaços para eventos e de hotéis de qualidade. Facto que já permitiu à cidade acolher grandes eventos como o Euro 2004 ou reuniões da Presidência Portuguesa da União Europeia, em 2007.

Teleférico Guimarães

FRAGILIDADES

MULTIUSOS DE GUIMARÃES

Os problemas de escoamento de trânsito são apontados por Paula Nogueira , do Multiusos, como uma das fragilidades da cidade. “Quando há eventos que movem muitas pessoas, o trânsito complica-se”, refere. Já Mariana Lacerda considera importante que abram mais hotéis, “mas de um modo sustentado. Caso contrário estão as diversas unidades a competir para o mesmo mercado e corre-se o risco de baixar preço para manter quota. Se não existir um acréscimo de visitantes, não teremos grande margem para crescimento em número de quartos”. A responsável das Pousadas admite ainda que, embora exista cooperação entre todos os players deste mercado dos eventos e turismo de negócios, essa é uma área onde ainda se pode melhorar.

“De 2001 até hoje, e por força da existência do Multiusos e do Centro Cultural de Vila Flor, Guimarães incrementou substancialmente a capacidade de atrair eventos, e hoje acolhe grandes competições desportivas internacionais, concertos, congressos, exposições, feiras e espectáculos de

grande qualidade, conferindo-lhe uma centralidade regional que até então não possuía”, refere Amadeu Portilha, Director Executivo da Tempo Livre, que gere o Multiusos e outras estruturas. Em sete anos de existência, o pavilhão acolheu cerca de 300 eventos diferentes e mais de um milhão e meio

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DESTINO NACIONAL . Guimarães de pessoas passaram por este espaço. Os próximos dois anos, apesar de tudo, avizinham-se bastante positivos. “Para 2009 a agenda está muito bem preenchida e já estamos a trabalhar na de 2010 com alguns eventos de grande dimensão que aqui serão realizados ”, informa o responsável. Em termos de política ambiental o Multiusos tem investido em soluções que potenciem a poupança nos consumos de energia, gás e água, através da implementação de regras internas de funcionamento e procurando parcerias especializadas nessas áreas. “Nos nossos eventos, por exemplo, alugamos tudo e os resíduos resultantes são seleccionados, triados e enviados para a reciclagem através da Ecoave, empresa responsável por essa área. Destaco, ainda, o esforço que estamos a fazer actualmente ao nível da implementação de um sistema informático avançado de gestão comercial, financeira e documental, que nos vai permitir, a curto prazo, não só ganhos importantes de eficácia e eficiência organizacional, mas igualmente poupanças muito significativas em papel e consumíveis”, conclui Amadeu Portilha.

CENTRO CULTURAL DE VILA FLOR O Centro Cultural Vila Flor é um espaço localizado em pleno coração histórico da cidade. Inaugurado em 2005, o edifício, projectado de raiz para a apresentação de espectáculos de índole cultural, foi também concebido de forma a acolher a realização dos mais diversos eventos. Equipado com dois auditórios, quatro salas de reuniões, uma área expositiva de 1000m2, restaurante, café concerto, parque de estacionamento e jardins, o Centro Cultural Vila Flor é um dos principais espaços de Guimarães para receber eventos.

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POUSADA DE SANTA MARINHA Nesta que é uma das principais unidades hoteleiras de Guimarães, há grande equilíbrio de forças entre a ocupação nacional e internacional. Em termos do mercado estrangeiro, destaque para o espanhol, inglês, alemão e francês. Mariana Lacerda salienta no entanto o crescimento do mercado brasileiro “que é já o 3º na Pousada”. Este espaço tem capacidade para eventos até 450 pessoas. Organizam-se todo o tipo de acontecimentos sociais, “mas também na óptica business, a Pousada de Santa Marinha tem excelentes condições para a organização de reuniões de empresas, conferências, colóquios ou mesmo congressos. Temos igualmente capacidade para servir refeições em simultâneo. Os nossos jardins, assim como o recinto da piscina são também por vezes aproveitados como espaços alternativos”, remata a responsável.

UNI-CIDADE A presença da Universidade do Minho em Guimarães faz-se com particular relevo através da Escola de Engenharia, com os seus mais de cinco mil alunos e 300 doutorados. Um dos programas mais interessantes, que espelha bem este esforço comum de entidades públicas e privadas, chama-se Campurbis. Pretende transfigurar por completo uma das áreas mais degradadas da cidade, a chamada Zona de Couros, onde desde a Idade Média até meados do século XX se concentrava uma importante indústria de curtumes. Neste espaço, vão ficar concentrados o Instituto de Design Aplicado, o Centro Ciência Viva, recentemente inaugurado, e o AvePark, um centro empresarial. Isto, a curta distância do Centro Cultural Vila Flor, de hotéis, restaurantes, pousada da juventude, estação da CP, biblioteca, etc.. A ligação entre património histórico e as novas tecnologias está bem presente em Guimarães, com iniciativas como o Ciência na Cidade, um conjunto de exposições em vários museus, onde arte e tecnologia se mostram e combinam. “A nós, Escola de Engenharia”, frisa António M. Cunha, presidente da instituição, “interessa-nos colocar acessível ao público o que de melhor a técnica permite, seja através da realidade virtual ou do acesso a internet sem fios de banda larga na cidade. Aliás, se pensarmos em encontros científicos, por exemplo, Guimarães tem das melhores condições do país para grupos até 500 pessoas”.

Cláudia Coutinho de Sousa Rui Luís Romão


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DESTINO INTERNACIONAL © Michael Corrigan

MÁLAGA O charme da costa e a magia das vilas de montanha. No mesmo voo em que seguia a nossa reportagem [da The Planner], viajava também um grupo da empresa JaguarLand Rover. Decidimos perguntar ao responsável comercial o porquê de terem escolhido o Sul de Espanha para uma acção de incentivo. “Pela relação qualidade/preço, o clima e a acessibilidade”, respondeu ele. Três critérios evidentes, mas também determinantes, que nem todas as regiões conseguem reunir. Málaga consegue! www.festaseeventos.net


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UMA CIDADE ENTRE

O ESPECTÁCULO DO

DOIS MUNDOS

FLAMENGO

As paisagens andaluzes e as suas pequenas vilas não são o nosso primeiro destino. Vamos directamente a Málaga. Basta uma primeira vista de olhos para perceber que a cidade é marcada pela mistura de duas culturas, a espanhola e a árabe, que convivem há séculos neste espaço. De resto, deixaram uma marca que perdura até aos dias de hoje: o Alcazaba, uma fortificação impressionante que se ergue no alto de uma colina e domina a vila com esplendor. Esta fortaleza dos governantes muçulmanos começou a ser edificada no século XI. Os jardins e fontanários criam uma ambiência de paz e são também um local magnífico para a organização de eventos. Se quiser fruir as influências árabes da cidade, pode alugar os banhos mágicos do El Hammam. Localizado numa das ruas estreitas da cidade velha, este sítio dispõe de uma decoração árabe onde pode aproveitar uma das tradicionais massagens, ou os banhos turco e árabe. Os grupos, a partir de 10 pessoas, podem usufruir deste espaço em qualquer altura. Se forem mais de 25, é possível reservar em exclusivo o El Hammam. As pétalas de rosas, velas aromáticas e a iluminação criam um ambiente de relaxamento, a fazer lembrar as Mil e Uma Noites.

O Castelo de Gibralfaro, um dos monumentos árabes melhor preservados, é um cenário fantástico para uma recepção. Perto, um teatro romano, recentemente restaurado, tem excelentes condições para, por exemplo, organizar uma apresentação de um produto, um show, ou até um espectáculo de flamengo. A localização, bem no coração da cidade, faz deste um local absolutamente incontornável.

© Miguel Angel Toro

A INSPIRAÇÃO DE PICASSO Em todos os sítios por onde passou o genial Picasso, a imagem do artista é invocada para atrair turistas. Mas Málaga é nem mais nem menos do que o local de nascimento do pai do cubismo. Poderá visitar a casa onde ele cresceu e o Museu Picasso, no Palacio de Buenavista. É possível reservar o museu para um grupo. Talvez o espírito de Picasso traga inspiração à sua reunião.

COMER COMO OS MALAGUENHOS Os grupos de incentivos que queiram comer como os Malaguenhos, têm que provar uma fritura na praia. Os vendedores apresentam um prato com vários tipos de peixes disponíveis. Primeiro escolhe, depois discute o preço. Como no resto da Espanha, em Málaga também se comem as famosas tapas. E existem basicamente em todo o lado. O azeite é muito usado, e em quase todas as receitas. E porque não organizar um programa em torno do azeite? Fica a sugestão.

© Johan Humblet

A praça de Touros, inaugurada em 1874 e capacidade para 11 mil lugares sentados, é hoje em dia, para além da sua função original da “festa brava”, um espaço para eventos grandiosos. A edição anual dos Incentive Awards, por exemplo, é organizada na totalidade nesta fantástica arena. A cidade tem venues muito interessantes, autênticas pérolas, como por exemplo o Palacio de Mondragón, um edifício do século XVI de influência mudéjar. Mas também a Casa del Gigante, um palácio da dinastia moura dos Nazari. O Convento de Santo Domingo, recentemente convertido num centro de congressos, é mais uma possibilidade em termos de eventos.

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DESTINO INTERNACIONAL . Málaga © Miguel Angel Toro

RONDA, A NÃO PERDER Esta vila, absolutamente adorável, tem origens celtas e está situada a 700 metros de altitude, detendo uma espectacular escarpa que divide as duas partes da vila. É possível desfrutar de uma vista espectacular a partir deste local. A pousada local (Parador) está instalada num belíssimo edifício histórico. Ronda é conhecida por ter os melhores vinhos da região, por isso, não deixe de dar uma escapadela a este destino.

AS VILAS BRANCAS São o verdadeiro coração da Andaluzia. Faltará sempre alguma coisa à sua viagem de incentivo se não as visitar. Deixamos duas sugestões. Uma é Arcos de la Frontera, situada no alto de uma colina, gozando de uma vista espectacular sobre as deslumbrantes paisagens da região. A outra, a localidade de Mijas, com uma costa de 12 km banhada pelo Mediterrâneo, foi desde sempre um refúgio de Verão dos espanhóis. As alternativas de divertimento são muitas nesta região e o sucesso de um evento totalmente garantido.

ALGUNS CONTACTOS EM MÁLAGA: Hotel Barceló Málaga: www.barcelomalaga.com Gran Mélia Don Pepe: www.granmelia-donpepe.com Don Carlos Leisure Resort & Spa: www.hoteldoncarlos.com Hotel Puente Romano: www.puenteromano.com Para mais informações, pode falar com Belén Perez-Gascon, do Costa del Sol Convention Bureau T. +34 952126272 E. belen.pgascon@visitcostadelsol.com W. www.visitcostadelsol.com

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The Planner


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EMPRESAS

ESTÁDIO DO DRAGÃO Festas & Eventos: Comecemos pelo princípio, pelo porquê desta aposta.

Os novos estádios portugueses, herdados em grande medida do Euro2004, são mais modernos, já se sabe, contemplando outras valências, e acolhendo muitos outros eventos para além do futebol. Quisemos por isso saber o que levou o Dragão a adoptar um Sistema de Gestão da Qualidade e Ambiente (SGQA), dando mais um passo na qualificação do espaço. Responde Gil Santos, director geral da PortoComercial.

Gil Santos: Para o Estádio do Dragão, a implementação de um SGQA foi um aumento qualitativo tendo em vista a constante evolução e acompanhamento do mercado. Para além da questão comercial, e ao fim de 3 anos de exploração do Estádio, era essencial avançar com novas ferramentas que permitissem optimizar o funcionamento, avaliando as metodologias já existentes e, caso se justificasse, alterando ou criando novas formas de agir. Face à responsabilidade perante milhões de utilizadores das instalações, era necessário garantir o cumprimento da legislação aplicável ao nosso sector de actividade, das quais se destacam as áreas das infra-estruturas, controlo de massas e aspectos ambientais. F&E: De que forma se traduz a implementação deste Sistema nas tarefas do dia-a-dia, em benefício do meio ambiente e dos recursos utilizados? Menor consumo de água, produção de menos resíduos, triagem desses resíduos?... GS: No primeiro ano, 2008, tivemos uma diminuição no consumo de água total de -10.283 m3*, houve também uma diminuição ao nível do consumo energético de -122 tep (tonelada equivalente petróleo). Verificou-se ainda um aumento da produção de resíduos recicláveis em 3,4%. F&E: Sentem que no contacto com os organizadores/promotores de eventos esta vossa opção é valorizada? Mais junto dos clientes portugueses ou estrangeiros?

GS: As preocupações ambientais são o tema de debate global e cada vez mais as empresas valorizam esta nossa opção. Estamos certos de que, na tomada de decisão, o facto de sermos um espaço que obedece às normas ambientais se traduz em valor acrescentado. Em relação à segunda questão, sentimos que esta opção é valorizada uniformemente quer por portugueses, quer por estrangeiros. Até porque trabalhamos com empresas que já estão certificadas. F&E: Para muita gente, quando se fala em eventos verdes ou mais amigos do ambiente isso é igual a custos mais elevados. A vossa experiência confirma esta ideia? Ou, pelo contrário, é possível encontrar um equilíbrio no modo de operar que controle os custos? GS: Como defensores de um desenvolvimento sustentável, pensamos a longo prazo. Desta forma, o investimento inicial vai traduzir-se num benefício ambiental e económico. Ambiental porque estamos a optimizar a utilização de recursos; económico porque essa optimização também se traduz em menos gastos. F&E: Referem em documentos vossos a preocupação com a responsabilidade social. Podem referir alguns exemplos de acções que tomam nesse campo? GS: Já realizamos várias acções de educação social como a entrega de panfletos no dia de jogo com alusão a boas práticas ambientais, decoração de colunas das galerias de sócios referindo boas práticas ambientais e envio do panfleto por e-mail a todos os sócios, que complementamos com acções de responsabilidade civil.

* Nota da redacção: Se considerarmos que uma habitação consome em média 230 m3 de água por ano, este valor de poupança representa o consumo de mais de 44 fogos, ao longo de 12 meses.

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PÊBÊ

BRINDES E STANDS MAIS AMIGOS DO AMBIENTE

Sendo uma das empresas que, no mercado português, têm já uma oferta mais responsável, do ponto de vista da sustentabilidade, quisemos ouvir o testemunho de Paulo Duarte de Almeida, director da PÊBÊ, sobre que soluções propõem e quais as dificuldades encontradas quando trabalham este segmento. Os brindes são um exemplo óbvio, quando se pretende falar de opções mais sustentáveis. Os produtos, de um modo geral, podem ser recicláveis e/ ou reciclados, reutilizáveis, biodegradáveis, orgânicos ou funcionar através de energias não-poluentes. Existem blocos de notas feitos a partir de papel reciclado, mas também lápis e canetas cujo corpo é do mesmo tipo de material, numa forma mais compacta para lhe conferir rigidez. Muito curiosos são os sacos, mochilas e pastas feitos em grande medida de PET, um plástico oriundo de garrafas de água recicladas. Mas há também calculadoras e relógios que funcionam a energia hidráulica, lanternas e carregadores de telemóvel com baterias solares. Ou ainda umas lanternas que funcionam à força de manivela. Mais recentemente, têm surgido no mercado têxteis de algodão orgânico, desde t-shirts até peças para bebé, pastas e mochilas. “Trabalhamos com marcas que seguem várias medidas de sustentabilidade, durante todas as fases de produção, para manter um estatuto credível junto do consumidor, de que se está de facto a usar material orgânico”, refere Paulo Duarte de Almeida. Esta certificação é feita não

Saco em algodão orgânico

Bloco de notas reciclado

Lanterna dínamo

só por uma entidade mundial, como pela própria União Europeia. Há uma nítida preocupação com o comércio justo, o que, de acordo com o espírito da responsabilidade social, contribui para a melhoria das condições de vida e de trabalho nos países produtores de algodão orgânico, na maioria bastante pobres, proibindo claramente o recurso a trabalho infantil.

Stands e estruturas Preocupações modulares Custos mais altos, prazos de entrega Neste capítulo, a PÊBÊ trabalha com uma das marcas líderes mundiais, a Skyline, que representa em exclusivo em Portugal desde 1999, assumindo a política dos três R: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. O conceito da Skyline é o de permitir a reutilização dos seus sistemas (mesmo depois de danificados podem ser arranjados e pintados), poupando nas matérias-primas, na energia, conservando os recursos do planeta e reduzindo a poluição do ar e da água. O segredo está, claro, na concepção e em processos mais eficientes. A Skyline não usa madeira nas suas estruturas, apenas aglomerados, não contribuindo assim para a desflorestação. E como são produtos mais leves, que ocupam menos espaço, permitem poupanças de energia e menores emissões de gases causadores do efeito de estufa, nomeadamente no transporte. A PÊBÊ dispõe também de algumas destas estruturas para aluguer.

mais alargados, podendo ir de 90 a 120 dias, justamente porque os armazenistas receiam investir em produtos ainda com baixa rotatividade, são claras preocupações, e entraves à expansão deste negócio. Para Paulo Duarte de Almeida, “este sector terá uma evolução lenta e gradual. As pessoas acabarão por seguir a tendência e, mais cedo ou mais tarde, haverá uma legião de clientes verdes”. “Por outro lado”, conclui, “estes produtos têm que ser muito bem defendidos junto dos clientes e com respeito, para que não se massifiquem da pior forma, com os fornecedores a deixarem de produzir artigos realmente BIO, adulterando o conceito”.

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EMPRESAS

CARBONOZERO® COMPENSA ONLINE EMISSÕES DE EVENTOS O combate às alterações climáticas passa pela redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE ou carbono). Nem só as empresas industriais contribuem para o aquecimento global. Existe uma responsabilidade que pode e deve ser assumida de forma voluntária também por outros sectores, como o dos eventos. Ser CarbonoZero® significa anular o seu efeito no clima. O conceito CarbonoZero® (www.carbono-zero.com) parte da quantificação de emissões de GEE associadas a diferentes actividades, permitindo a sua compensação através do co-financiamento de projectos que absorvem (floresta) ou evitam (tecnologia) carbono em quantidade equivalente. CarbonoZero® é uma marca registada e uma unidade de negócio da E.Value (www.evalue.pt), empresa de consultoria e desenvolvimento criada em 2004, com competências em engenharia e economia do ambiente, que opera nas áreas da economia do carbono, responsabilidade ambiental, economia e gestão da energia e mobilidade nas empresas. Desde 2005 a CarbonoZero® já se associou a cerca de 100 entidades, compensando um total de 20 mil toneladas de emissões de CO2. Muitas empresas, de diversos sectores de actividade, utilizam o conceito em função de diferentes objectivos: quantificar, reduzir e compensar emissões de actividades, produtos ou eventos, reforçar uma estratégia corporativa de alterações climáticas, ou mobilizar stakeholders internos e externos.

Aplicação online de cálculo de emissões de carbono

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A CarbonoZero® esteve envolvida em projectos de compensação das emissões de eventos como o Rock in Rio Lisboa|Madrid, DELTA Tejo 2008 e Cerimónia de Assinatura do Tratado de Lisboa. Para além destes, compensou também as emissões de seminários e congressos organizados pela LIPOR, Valorpneu ou Sociedade Ponto Verde. Constituindo um exemplo de inovação no mercado nacional, a CarbonoZero® foi a primeira infraestrutura do género a desenvolver calculadoras de emissões de carbono. Em finais de 2008 foi criada uma nova plataforma online onde os utilizadores podem quantificar e compensar emissões de uma forma fácil, rápida e economicamente vantajosa. Graças à experiência adquirida, a CarbonoZero® disponibiliza actualmente três calculadoras online de emissões: para empresas, eventos e publicações.

Os eventos mais de perto A ferramenta disponível no site da CarbonoZero® destina-se a eventos como conferências, seminários ou encontros de quadros de empresas que envolvam até 250 pessoas, e cujo público não se desloque de avião. Para calcular e compensar as emissões de um evento na plataforma CarbonoZero® online é necessária informação sobre as características do espaço onde se realiza, número de participantes, respectivas deslocações e estadias em hotel. Após o preenchimento do formulário online, o cliente CarbonoZero® tem a possibilidade de

conhecer as emissões associadas ao evento que está a organizar, bem como o custo da sua compensação. Caso decida ter um Evento CarbonoZero®, o promotor tem de imediato na sua área de cliente toda a documentação necessária à comunicação da acção: certificado CarbonoZero®, ficha técnica e normas gráficas de utilização da marca. Para quem organiza um evento, a preocupação com a redução de emissões está sobretudo relacionada com a forma como os participantes se deslocam, as características dos espaços utilizados - especialmente em termos de eficiência energética -, e o tipo e destino dos resíduos gerados, por exemplo, pelos suportes de comunicação ou pelos serviços de catering. Todas estas componentes podem ser optimizadas de forma a obter níveis mais baixos de emissões. A CarbonoZero® está a estabelecer um conjunto de parcerias com entidades que disponibilizam soluções para reduzir emissões associadas a diversas actividades, como os eventos. É o caso do 100R® (ver página 38), um novo serviço da Sociedade Ponto Verde que certifica eventos e espaços comerciais, garantindo que os resíduos de embalagens gerados nesses locais são devidamente encaminhados para reciclagem. Mais informação sobre estas soluções estará brevemente disponível na plataforma CarbonoZero®.


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EMPRESAS

EVENTOS ÚNICOS NO ZMAR Zmar é o primeiro eco-camping resort português, um parque de campismo de cinco estrelas com 81 hectares, localizado no Parque Natural do Sudoeste Alentejano, na Zambujeira do Mar, Odemira, e também um lugar diferente para acolher eventos. As preocupações ecológicas, com a sustentabilidade, fazem deste um local único para eventos corporativos, dirigidos a empresas que, inevitavelmente, estão cada vez mais atentas ao futuro das próximas gerações, às práticas sustentáveis e de responsabilidade social. Graças a uma tenda com capacidade para 400 pessoas sentadas, o Zmar pode acolher palestras, congressos e reuniões, dispõe de equipamentos audiovisuais, sala para refeições, cozinha e instalações sanitárias, serviços de catering, decoração, animação e tudo o resto para poder oferecer aos clientes projectos chave-na-mão.

Estando longe do rebuliço das grandes cidades, este é igualmente um lugar adequado a acções de team-building e incentivos, incluindo actividades ao ar-livre, pista de cordas, slide, BTT, caminhadas, piscinas - coberta e descoberta com ondas -, centro de bem-estar com ginásio, balneários, hidromassagem, banhos turcos, salas de massagem, centros médico e de lazer. Cada participante, se o desejar, e porque o alojamento está disponível, pode ainda fazer-se acompanhar pela família, para a qual existem programas paralelos.

Mais informações em www.zmar.eu

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Outros serviços e infra-estruturas A área de alojamento é constituída por uma zona de chalés e uma outra de caravanas. O parque abrirá com 50 chalés e um parque para 288 caravanas, o qual tem a particularidade de ter 48 já instaladas para aluguer. Relativamente aos chalés de madeira, serão todos iguais e estarão mobilados, podendo alojar seis pessoas. A madeira foi o material eleito porque permite conforto térmico, isolamento acústico, poupança energética, baixo teor de humidade, maior durabilidade, fácil manutenção, reduzido custo de conservação, reciclagem da matéria-prima. Em suma, tem elevado valor ecológico. Para as crianças existirá uma zona privilegiada com um parque infantil de cinco hectares, quinta pedagógica e observatório. Relativamente ao serviço de restauração é introduzido um novo conceito, em que no mesmo espaço estarão integrados restaurante, cozinha e supermercado. A abertura do Zmar está prevista para Maio deste ano.


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LIVROS MEETING ARCHITECTURE Autor: Maarten Vanneste Editora: Meeting Support Institute Número de páginas:157 Preço: 29 euros A meeting industry movimenta biliões de dólares, sobretudo no que respeita a tudo o que é exterior à reunião propriamente dita: destino, espaço, organização. É uma indústria forte e organizada, constituída por empresas de dimensão ou multinacionais que trabalham de forma profissional e que oferecem a base para que as reuniões tenham lugar. Para esta parte da indústria existem feiras, dúzias de revistas, cursos e formações, etc. Do outro lado, está o parente pobre, chamado conteúdo da reunião, ou substância da reunião, ou objectivos da reunião. Esta é a razão principal porque são organizadas reuniões. E para isto não há feiras, nem revistas e muito menos cursos. São centenas de empresas pequenas e milhares de profissionais nos bastidores A indústria é muito boa a organizar jantares maravilhosos e grandes eventos, mas tem pouco conhecimento sobre como facilitar processos tão importantes como aprender, networking ou motivação.

SIMPLE STEPS TO GREEN MEETINGS AND EVENTS Autor: Amy Spatrisano e Nancy Wilson, Número de páginas: 99 Preço: 43,41 euros Os eventos verdes são mais do que uma boa ideia, é um passo inteligente em termos de negócio. Além disso estão a revolucionar a natureza da organização de eventos. Amy Spatrisano e Nancy J. Wilson estão no pelotão da frente deste movimento. Mais do que um manifesto, o livro Simple Steps to Green Meetings and Events é uma filosofia, mas também um conjunto de soluções práticas para a organização com sucesso de eventos verdes.

ENVIRONMENTAL MARKETING MANAGEMENT: MEETING THE GREEN CHALLENGE Autor: Ken Peattie Editora: Trans-Atlantic Publications Número de páginas: 352 Preço: 35,90 euros Este livro fornece um estudo de como as preocupações ambientais afectam os princípios e a prática do marketing e do profissional de marketing. O autor examina os aspectos do marketing que podem ser aplicados no desenvolvimento e implementação de estratégias verdes.

A COMUNICAÇÃO COM SUCESSO Autor: Malcolm Peel Editora: Presença Número de páginas: 98 Preço: 8,23 euros Ter de falar para um público, por muito pequeno ou familiar que seja, pode deixar qualquer pessoa insegura. Quer se trate de intervir numa conferência alargada ou de falar numa reunião de colegas, terá sempre de enfrentar o medo de falhar, de “fazer má figura” ou de não conseguir formular correctamente as ideias que quer transmitir. Este livro ensina-o a lidar com todos esses receios e também a organizar correctamente o seu plano de actuação. Para isso, Malcolm Peel, que é ele próprio um orador experiente, revela alguns procedimentos muito simples que lhe garantem o sucesso e dizem respeito à preparação, ao conteúdo e estrutura da comunicação a fazer, à pesquisa de informação, à escolha de meios audiovisuais, a segredos para dominar os nervos, ou ainda à maneira de lidar com perguntas feitas por elementos do público.

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DIRECTÓRIO ANIMAÇÃO Distrito de Aveiro LIMITE DO SONHO Silvalde-Espinho Tel: 917 272 439 info@limitedosonho.com Distrito de Braga ASES NA MANGA Braga Tel.: 253 283 483 ases@asesnamanga.com AUDIOVELOSO Guimarães Tel: 253 418 428 geral@audioveloso.pt Distrito de Coimbra CANTIGAS DA RUA Coimbra Tel.: 223 321 005 cantigasdarua@cantigasdarua.com Distrito de Faro KOISAS K´ACONTECEM Vilamoura Tel: 289 388 080 kk@koisaskacontecem.pt Distrito de Lisboa CHAPITÔ ANIMAÇÕES Lisboa Tel: 218 855 550 mail@chapito.org H2N - EVENTS CONSULTING Paço de Arcos Tel: 214 583 437 geral@h2nevents.com LOUCOMOTIVO Lisboa Tel: 213 474 132 loucomotivo@loucomotivo.com ÓPERA BUFFA Lisboa Tel: 214 571 166 info@operabuffa.net PMP - PAULO MAGALHÃES PRODUÇÕES Lisboa Tel: 218 619 375 pmp@portugalmail.com

RITMOS URBANOS - PRODUÇÕES DE ESPECTÁCULOS Rua Francisco Gentil 6 Lj AB Telheiras Ramada Tel: 934802183 / 966550873 mircosatar@ritmosurbanos.com www.ritmosurbanos.com Ver páginas: 4 e 5

Distrito de Leiria

Distrito do Porto

RIPE - ARTISTAS E ESPECTÁCULOS Peniche Tel: 262 784 480 ripe.infoespectaculos@gmail.com

NOBRINDE Lavra Tel: 229 982 500 info@nobrinde.com

WINE SOLUTIONS Sintra Tel: 964 370 633 info@winesolutionsonline.com

BY THE MUSIC - PRODUÇÕES MUSICAIS Parede Tel: 214 574 466 bythemusic@mail.telepac.pt

Distrito do Porto ADEREÇO PRODUÇÕES Porto Tel: 225 322 720 geral@adereco.com CAPRICHO NACIONAL Rio Tinto Tel: 224 888 099 info@caprichonacional.com Distrito de Setúbal ANIMAGEST Almada Tel: 212 549 880 animagest@animagest.com.pt BUGA Quinta do Conde Tel.: 917 386 062 info@buga.com.pt ORDEM DA CAVALARIA DO SAGRADO PORTUGAL Setúbal Tel: 265 537 870 info@ocsp.pt RIR Costa de Caparica Tel: 212 972 181 info@rir.pt

CASINOS Distrito de Lisboa

MONTE LUNAI Murgueira Tel: 919 193 921 info@montelunai.com Distrito do Porto A. R. PRODUÇÕES V. N. de Gaia Tel: 961 202 828 geral@ar-producoes.com

CASINO SOLVERDE ESPINHO Espinho Tel: 227 335 500 casinoespinho@solverde.pt Distrito de Coimbra CASINO DA FIGUEIRA Figueira da Foz Tel: 233 408 400 comercial@casinofigueira.pt Distrito de Faro

Distrito de Santarém

CASINO DE VILAMOURA Vilamoura Tel: 289 310 000 casinovilamoura@solverde.pt

ZONA B Abrantes Tel: 241 371 981 zonab@zonab.net

HOTEL ALGARVE CASINO Praia da Rocha Tel: 282 402 000 hotelalgarve@solverde.pt

Distrito de Setúbal

Distrito de Lisboa

INTER - MÚSICA INTERNACIONAL Almada Tel: 212 745 759 inter-music@ip.pt

CASINO DE LISBOA Lisboa Tel: 218 929 000 info.casinolisboa@estoril-sol.com

TOCÁ RUFAR Aldeia de Paio Pires Tel: 212 269 090 tocarufar@tocarufar.com BRINDES E MERCHANDISING

ARTISTAS E ESPECTÁCULOS

Distrito de Braga

Distrito de Castelo Branco

ANC MARKETING Guimarães Tel: 253 559 190 anc.marketing@mail.telepac.pt

M-WAVE STAFF PRODUÇÕES Rua do Bonfim, Lt. B, r/c Dto. 6000-186 Castelo Branco Tel: 914 964 806 Fax: 272 323 339 mwaveproducoes@gmail.com www.onda-m.com Ver página: 115

Distrito de Aveiro

Distrito de Lisboa SWEDISH MATCH Cacém Tel: 214 279 100 marques.silva@swedishmatch.pt

CASINO DO ESTORIL Estoril Tel: 214 667 700 info.cestoril@estoril-sol.com Distrito do Porto CASINO DA PÓVOA DE VARZIM Póvoa de Varzim Tel: 252 690 870 reservas.cpovoa@estoril-sol.com Distrito de Vila Real CASINO DE CHAVES Chaves Tel: 276 309 600 hotelchotelcasinochaves@solverde.pt

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DIRECTÓRIO Madeira PESTANA CASINO PARK HOTEL Funchal Tel: 291 724 231 reservations@pestanacasinopark.com

CATERING Distrito de Braga ASCENSÃO QUINTAS Braga Tel: 914 504 583 geral@ascensaoquintas.pt MEMORIAL CATERING V. N. Famalicão Tel: 252 313 022 geral@memorialcatering.pt Distrito de Coimbra CARLOS FILENO Cernache Tel: 239 949 290 filenos@mail.telepac.pt Distrito de Lisboa CASA DO MARQUÊS Algés Tel: 214 118 152 casadomarques@casadomarques.pt CATERI Alcabideche Tel: 214 608 830 catering@cateri.pt CERGER Amadora Tel: 210420258 comercial@cerger.com COMPANHIA DOS PALADARES Sintra Tel: 219 677 510 geral@cpaladares.com GLOBAL CATERING Oeiras Tel: 219 243 299 geral@globalcatering.pt GOURMET CLUB Porto Salvo Tel: 214 217 419 gc@gourmetclub.com.pt SILVA CARVALHO CATERING Sintra Tel: 219 255 510 comercial@sccatering.pt MOJITO BAR CATERING Rua Manuel Pinhanços, 5, 2º C 2770-115 Paço d’Arcos Tel: 210 992 980 / 919 186 029 info@mojitobarcatering.com www.mojitobarcatering.com Ver página: 50

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MORGADIO REAL S. João da Talha Tel: 219550511 info@morgadioreal.com TUDO BOM BANQUETES Cacém Tel: 214 260 526 info@tudobom.pt Distrito do Porto CATT - SERVIÇOS & GESTÃO DE HOTELARIA Leça da Palmeira Tel: 229 951 617 jorge.ramalho@catt-sgh.com CRISTINA HENRIQUES - BANQUETES Porto Tel: 965 069 619 geral@agestial.pt HEITOR DE MELO - CATERING Porto Tel: 226 190 934 heitor@heitordemelo.pt NUMIAL CATERING Vermoim Tel: 229 407 411 info@numial-catering.com SOLINCA EVENTOS E CATERING Porto Tel: 226 086 636 solinca.eventos.catering@sonae.pt SUGESTÕES E OPÇÕES Moreira da Maia Tel: 229 408 280 catering@sugestoes-opcoes.pt TRÊS SÉCULOS V. N. de Gaia Tel: 223 742 800 general.office@tresseculos.pt VELOSO CATERING Pedrouços Tel: 936 025 174 info@velosocatering.com Distrito de Santarém CONDESTÁVEL DE LUÍS SUSPIRO Cartaxo Tel: 243 719 786 geral@condestaveldeluissuspiro.net Distrito de Viseu ENCONTRUS Carregal do Sal Tel: 232 960 202 mail@encontrus.com

Açores

Distrito de Lisboa

PRIMAZ S. Mateus da Calheta Tel: 295 206 410 primaz@primaz.com

CAMPO PEQUENO Lisboa Tel: 217 998 450 secretariado@campopequeno.com

Madeira

CASTELO DE S. JORGE Lisboa Tel: 218 800 620 castelodesaojorge@egeac.pt

TROPICAL CATERING Funchal Tel: 291 700 840 restaurante.tropical@clix.pt ESPAÇOS MULTIUSOS Distrito de Aveiro EUROPARQUE Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt Distrito de Braga AVEPARK - PARQUE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Caldas das Taipas Tel: 253 470 600 avepark@avepark.pt CENTRO CULTURAL VILA FLOR Guimarães Tel: 253 424 700 geral@aoficina.pt MULTIUSOS DE GUIMARÃES Guimarães Tel: 253 520 300 geral@tempolivre.pt Distrito de Coimbra CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULOS DA FIGUEIRA DA FOZ Figueira da Foz Tel: 233 407 200 geral@figueiraturismo.com Distrito de Faro FÁBRICA DO INGLÊS Silves Tel: 282 440 480 fabrica@mail.telepac.pt PORTIMÃO ARENA Portimão Tel: 282 410 440 geral@expoarade.pt Distrito de Leiria CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHA Caldas da Rainha Tel: 262 889 650 ccc.secretariado@cm-caldas-rainha.pt

CENTRO CULTURAL DE BELÉM Lisboa Tel: 213 612 697 dac@ccb.pt CINEMAS CITY Rua Embaixador Martins Janeira, 2D 1750-097 Lisboa Tel: 217 981 420 Fax: 217 543 447 www.cinemacity.pt Ver página: 63 COLISEU DE LISBOA Lisboa Tel: 213 240 580 marketing@coliseulisboa.com CONVENTO DO BEATO Lisboa Tel: 210 103 100 conventodobeato@cerealis.pt ESTÁDIO ALVALADE XXI Ed. Sede Visconde de Alvalade Rua Prof. Fernando da Fonseca 1600-616 Lisboa Tel: 217 516 522 Fax: 217 516 585 eventos.corporate@scp.pt www.scp.pt Ver páginas: 32 e 33 MUSEU DA CARRIS Lisboa Tel: 213 613 087 museu@carris.pt PAVILHÃO ATLÂNTICO Rossio dos Olivais, Lt. 2.13.01.A 1990-231 Lisboa Tel: 218 918 409 Fax: 218 918 413 info@pavilhaoatlantico.pt www.pavilhaoatlantico.pt Ver página: 13 PORTO DE LISBOA Lisboa Tel: 213 922 152 reserv.eventos@porto-de-lisboa.pt Distrito de Portalegre COLISEU JOSÉ RONDÃO ALMEIDA Elvas Tel: 268 639 740 geral@cm-elvas.pt


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Distrito do Porto

Açores

CAVES CÁLEM - SOGEVINUS FINE WINES Vila Nova de Gaia Tel: 223 746 660 turismo@sogevinus.com

AÇOR ARENA - PAVILHÃO MULTIUSOS Vila Franca do Campo Tel: 296 539 390 acorarena@acorarena.pt

CACE CULTURAL DO PORTO Porto Tel: 225 191 600 ccp.drn@iefp.pt

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO Angra do Heroísmo Tel: 295 206 120 cccah@mail.telepac.pt

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega Ed. da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 93 CINEMA BATALHA Porto Tel: 222 011 913 info@cinemabatalha.com COLISEU DO PORTO Porto Tel: 223 394 940 coliseu@coliseudoporto.pt ESTÁDIO DO DRAGÃO Via FCP, Estádio do Dragão, 3º Nasc. 4350-415 Porto Tel: 225 083 000 Fax: 225 083 099 portoestadio@fcporto.pt www.fcporto.pt Ver página: 117 FUNDAÇÃO DE SERRALVES CONGRESS CENTRE Porto Tel: 226 156 500 serralves@serralves.pt PALÁCIO DA BOLSA Porto Tel: 223 399 000 correio@cciporto.pt PALÁCIO DE CRISTAL Porto Tel: 225 430 360 palaciodecristal@mail.telepac.pt Distrito de Setúbal

Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Santo Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt ESTRUTURAS & ALUGUER DE MATERIAL AMG SERVICIOS Sevilha Tel: 0034 902 104 413 amg@amgservicios.com (Mobiliário, Design, Climatização, Iluminação)

DOME WORLD Alcoitão - Alcabideche Tel: 936 104 040 paulo.barros@domeworld.pt (Tendas e Estruturas) EUROPALCO Mem Martins Tel: 219 605 520 comercial@europalco.com (Palcos e tendas) EVIDÊNCIA DISPLAY Lisboa Tel: 214 603 620 geral@evidenciadisplay.com (Stands) NORMEX Venda do Pinheiro Tel: 219 667 850 info@normex.pt (Stands) PÊBÊ DESIGN Av. D. Nuno Álvares Pereira, 44A 2735-145 Cacém Tel: 219 188 720 Fax: 219 131 053 geral@pebe.pt www.pebe.pt Ver página: 27 (Stands e Design)

Distrito de Braga

POP COMMUNICATION GROUP Lisboa Tel: 218 650 400 popgroup@popgroup.pt (Stands e Design)

MODELSTAND Padim da Graça Tel: 253 300 320 geral@modelstand.pt (Stands)

SERIES Lisboa Tel: 213 583 470 series@series.com.pt (Design e Comunicação)

SPORMEX Braga Tel: 253 673 689 geral@spormex.pt (Stands) Distrito de Faro ALGARPALCOS Loulé Tel: 289 401 370 algarpalcos@algarpalcos.com (Palcos)

CONVENTO DA ARRÁBIDA Azeitão Tel: 212 180 520 arrabida@foriente.pt

EUROLOGISTIX Almancil Tel: 289 419 199 info@eurologistix.pt (Aluguer de material)

Distrito de Viseu

Distrito de Lisboa

EXPOVIS Viseu Tel: 232 422 018 geral@expovis.pt

ALUG’AQUI Chão de Meninos - Sintra Tel: 219 108 003 info@aaqui.com (Aluguer de material)

Distrito do Porto ALPALCO Madalena - Vila Nova de Gaia Tel: 227 129 258 info@alpalco.com (Palcos) AUDINOVA Leça da Palmeira Tel: 229 961 930 geral@audinova.pt (Aluguer de material) FERPALCO V. N. de Gaia Tel: 937 407 427 info@ferpalco.com (Palcos) SEABRAS EVENTOS Porto Tel: 225 505 579 info@seabras-eventos.com (Aluguer de material)

SERVICE PACK Rua de Santana, 276 4450-781 Leça da Palmeira Tel: 229 942 944 Fax: 229 942 946 geral@servicepack.pt www.servicepack.pt (Aluguer de material) Ver página: 111 Distrito de Setúbal ALUGOCLIMA Rua Qta. do Gato Bravo, 17 Parque Industrial Vale Flores 2810-069 Almada Tel: 212 549 550 Fax: 212 549 558 info@alugoclima.com www.alugoclima.com (Aluguer de material) Ver página: 31 ALUGSAN Palmela Tel: 212 338 900 lisboa@alugsan.com (Aluguer de material) Madeira SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt (Stands) FEIRAS, CONGRESSOS & INCENTIVOS Distrito de Aveiro CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE AVEIRO Aveiro Tel: 234 406 300 geral@cm-aveiro.pt EUROPARQUE Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt Distrito de Beja EXPO BEJA Av. Salgueiro Maia 7800 Beja Telefone: 284 315 602 Fax: 284 315 678 expobeja@gmail.telepac.pt www.expobeja.pt Ver página: 73 Distrito de Braga BESTEVENTS Braga Tel: 253 204 053 info@bestevents.pt

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DIRECTÓRIO CITEVE - CENTRO TECNOLÓGICO DA INDÚSTRIA TÊXTIL V. N. de Famalicão Tel: 252 300 300 citeve@citeve.pt PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE BRAGA Braga Tel: 253 208 230 peb@peb.pt Distrito de Bragança CENTRO EMPRESARIAL DE BRAGANÇA Bragança Tel: 273 304 630 nerba@nerba.pt Distrito de Castelo Branco CENTRO DE EXPOSIÇÕES NERCAB Castelo Branco Tel: 272 340 250 feiras@nercab.pt Distrito de Faro EXPOALGARVE - NERA Loulé Tel: 289 416 159 expoalgarve@nera.pt Distrito de Guarda NERGA - ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DA REGIÃO DA GUARDA Guarda Tel: 271 205 420 nerga@nerga.pt Distrito de Leiria BIG TIME Fátima Tel: 249 533 770 julio.santos@bigtime.pt EXPOESTE Caldas da Rainha Tel: 262 841 548 mail@expoeste.com EXPOSALÃO BATALHA Batalha Tel: 244 769 480 info@exposalao.pt Distrito de Lisboa AIMS PORTUGAL Lisboa Tel: 213 245 040 lisbon@aims-international.com

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AUDITÓRIO PROF. DR. ARMANDO SIMÕES SANTOS Lisboa Tel: 217 922 625 auditorio@fmd.ul.pt BANZAI Lisboa Tel: 213 420 543 carlasousa@banzai.pt CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA Lisboa Tel: 213 652 000 lisboacc@aip.pt CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL Estoril Tel: 214 647 575 info@estorilcongresscenter.com C. I. CONGRESSOS E INCENTIVOS Lisboa Tel: 219 246 342 cicongressos@mail.telepac.pt CWT EVENTS Lisboa Tel: 213 224 370 cwtevents@carlsonwagonlit.com.pt EUROCONGRESSOS Lisboa Tel: 218 472 577 info@eurocongressos.pt FIL - FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA Lisboa Tel: 218 921 500 fil@aip.pt ID - INTÉRPRETES DIRECTOS Lisboa Tel: 961 372 269 id@interpretesdirectos.com IDEIAS AO QUADRADO Lisboa Tel: 217 121 010 geral@ideiasaoquadrado.com INTESS Lisboa Tel: 218 882 506 intess@ip.pt LEADING - CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENT Linda-a-Velha Tel: 217 712 634 leading@leading.pt MESSE FRANKFURT - PORTUGAL Lisboa Tel: 217 939 140 info@portugal.messefrankfurt.com

MUNDI CONVENIUS Lisboa Tel: 213 155 135 info@mundiconvenius.pt SALA OCEÂNICA Oeiras Tel: 214 462 550 geral@oeirasviva.pt SFORI Lisboa Tel: 217 604 839 geral@sfori.com TEAM QUATRO Algés Tel: 214 111 300 info@teamquatro.com Distrito do Porto ACRÓPOLE Porto Tel: 226 199 680 geral@acropole-servicos.pt ANJE Porto Tel: 220 108 000 anje@anje.pt CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega Ed. da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 93 EXPONOR Leça da Palmeira Tel: 229 981 400 info@exponor.pt MANPOWER Porto Tel: 225 194 430 mbs.proft@manpower.pt SKYROS CONGRESSOS Porto Tel: 226 165 450 skyros@skyros-congressos.com THE HOUSE OF EVENTS Porto Tel: 228 348 940 info@the.pt Distrito de Santarém CNEMA - CENTRO NACIONAL DE EXPOSIÇÕES E MERCADO AGRÍCOLAS Santarém Tel: 243 300 300 centrodecongressos@cnema.pt

Distrito de Setúbal GRUPO ECOREX Corroios Tel: 212 548 200 info@ecorex.pt Distrito de Vila Real NERVIR - ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DA REGIÃO DE VILA REAL Vila Real Tel: 259 330 640 geral@nervir.pt Distrito de Viseu EXPOVIS Viseu Tel: 232 422 018 geral@expovis.pt Açores CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO Angra do Heroísmo Tel: 295 206 120 cccah@mail.telepac.pt Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Sto. Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt FLORES E DECORAÇÃO Distrito de Lisboa HORTO DO CAMPO GRANDE Lisboa Tel: 217 826 660 info@hortodocampogrande.com LIZ GARDEN Lisboa Tel: 218 429 960 encomendas@lizgarden.pt Distrito do Porto ALFLORA Perafita Tel: 229 965 820 info@alflora.com


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FOTOGRAFIA E VÍDEO Distrito de Aveiro CARLOS SANTOS S. João da Madeira Tel: 256 827 056 geral@carlossantos.pt Distrito de Braga FOTO SETE Braga Tel: 253 265 089 info@fotosete.com Distrito de Faro ANDRÉ MOTA - PRODUÇÕES Portimão Tel: 962 955 728 video@andremota.com Distrito de Leiria CARLOS PORTUGAL Marinha Grande Tel: 244 567 803 geral@carlosportugal.pt Distrito de Lisboa FABRICE ZIEGLER Lisboa Tel: 218 877 719 fabriceziegler@netcabo.pt FOTO SPORT Carnaxide Tel: 214 250 100 info@fotosport.pt MINIFOTO ESTÚDIO Rua Alexandre Ferreira, 49 A Lumiar 1750-010 Lisboa Tel: 217 567 330 Fax: 217 567 339 minifoto@netcabo.pt www.minifoto-estudio.com Ver página: 103 O NOSSO FILME Cascais Tel: 912 682 585 nossofilme@aeiou.pt www.nossofilme.com Ver página: 59 REPORTECH Lisboa Tel: 964 932 424 reportech@hotmail.com Distrito do Porto CITYLAB Marco de Canaveses Tel: 255 539 230 citylab@citylab.pt KYOSK FOTOGRÁFICO Porto Tel: 225 101 059 vitor.kyosk.fotografico@netc.pt

NVSTUDIO Porto Tel: 226 180 741 nvstudio@nvstudio.co.pt VISUALIZE Porto Tel: 225 419 243 info@visualize.pt

Distrito de Évora CONVENTO DO ESPINHEIRO HERITAGE HOTEL E SPA Évora Tel: 266 788 200 recepcao.conventodoespinheiro@ conventodoespinheiro.com

HOTEL CIDADELA Cascais Tel: 214 827 600 hotelcidadela@hotelcidadela.com HOTEL DOM PEDRO LISBOA Lisboa Tel: 213 896 600 lisboa.reservations@dompedro.com

Distrito de Aveiro

HOTEL DA CARTUXA Évora Tel: 266 739 300 comercial@hoteldacartuxa.com

GRANDE HOTEL DA CURIA Anadia Tel: 231 515 720 geral@grandehoteldacuria.com

HOTEL RURAL REFÚGIO DA VILA Portel Tel: 266 619 010 info@refugiodavila.com

PALACE HOTEL BUSSACO Luso Tel: 231 937 970 bussaco@almeidahotels.com

Distrito de Faro

HOTEL REAL VILLA ITÁLIA Cascais Tel: 291 724 257 swreservations@ granderealvillaitaliahotel.com

Distrito de Beja

HOTEL FARO Faro Tel: 289 830 830 comercial@hotelfaro.pt

HOTEL QUINTA DA MARINHA Cascais Tel: 214 860 100 sales@quintadamarinha.com

CLUBE DE CAMPO VILA GALÉ Beja Tel: 284 970 100 clubedecampo@vilagale.pt

HOTEL QUINTA DO LAGO Almancil Tel: 289 350 350 info@quintadolagohotel.com

HOTEL TRYP ORIENTE Lisboa Tel: 218 930 000 tryp.oriente@solmelia.com

Distrito de Braga

LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORT Portimão Tel: 282 420 200

HOTEL VILLA RICA Lisboa Tel: 210 043 000 villarica@villarica.pt

HOTÉIS E POUSADAS

AQUAFALLS SPA HOTEL Vieira do Minho Tel: 253 649 000 info@aquafalls.pt AXIS OFIR - BEACH RESORT HOTEL Ofir - Esposende Tel: 253 989 800 reservas@axisofir.com POUSADA DE GUIMARÃES SANTA MARINHA Guimarães Tel: 253 511 249 recepcao.stamarinha@pousadas.pt Distrito de Castelo Branco MELIÁ CONFORT D. MARIA Covilhã Tel: 275 310 000 tryp.dona.maria@solmelia.com

sales.lemeridien@starwoodhotels.com

RIA PARK RESORT HOTEL Almancil Tel: 289 359 800 info@riaparkhotels.com SHERATON ALGARVE HOTEL & RESORT Albufeira Tel: 289 500 100 pinecliffs.reservations@ luxurycollection.com Distrito de Leiria HOTEL REAL D`ÓBIDOS Óbidos Tel: 262 955 090 info@hotelrealdobidos.com

tryp.colina.castelo@solmeliaportugal.com

MARRIOTT PRAIA D’EL REY & BEACH RESORT Amoreira Tel: 262 905 100 info.pdr@marriott-pdr.com.pt

Distrito de Coimbra

Distrito de Lisboa

HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMAS Coimbra Tel: 239 802 380 comercial@quintadaslagrimas.pt

CAESAR PARK PENHA LONGA GOLF RESORT Sintra Tel: 219 249 011 resort@penhalonga.com

TRYP COLINA DO CASTELO Castelo Branco Tel: 272 349 280

MARIALVA PARK HOTEL Cantanhede Tel: 231 410 220 info@marialvaparkhotel.pt

HOTEL ESTORIL ÉDEN Estoril Tel: 214 667 600 geral@hotelestorileden.pt

CORINTHIA LISBOA HOTEL Lisboa Tel: 217 236 363 lisboa@corinthia.pt

LISBON MARRIOTT HOTEL Lisboa Tel: 217 235 551 claudia.ventura@marriotthotels.com

PALÁCIO ESTORIL Estoril Tel: 214 648 000 front-desk@palacioestorilhotel.com RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOA Lisboa Tel: 213 811 400 fsh.lisbon@fourseasons.com SHERATON LISBOA HOTEL E TOWERS Lisboa Tel: 213 120 000 sheraton.lisboa@sheraton.com VIP EXECUTIVE ART’S Av. D. João II, Lt. 1.1801C 1998-028 Lisboa Tel: 210 020 400 Fax: 210 020 401 hotelarts@viphotels.com www.viphotels.com Ver página: 99 Distrito do Porto BESSA HOTEL Porto Tel: 226 050 000 info@bessahotel.com

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DIRECTÓRIO HOTEL MELIÁ GAIA V. N. de Gaia Tel: 223 747 500 melia.gaia.porto@solmelia.com

MELIA CONFORT GRÃO VASCO Viseu Tel: 232 423 511 geral@hotelgraovasco.pt

PORTO PALÁCIO CONGRESS HOTEL Porto Tel: 226 086 600 portopalaciohotel@sonae.pt

Açores

SHERATON PORTO HOTEL E SPA Porto Tel: 220 404 000 sheraton.porto@sheraton.com TIARA PARK ATLANTIC PORTO Porto Tel: 226 072 500 reservas.porto@tiara-hotels.com VILA GALÉ PORTO Porto Tel: 225 191 800 galeporto@vilagale.pt Distrito de Santarém DOM GONÇALO HOTEL & SPA Fátima Tel: 249 539 330 mail@hoteldg.com

HOTEL AÇORES ATLÂNTICO Ponta Delgada Tel: 296302200 reservas@bensaude.pt HOTEL DO CARACOL Angra do Heroísmo Tel: 295402600 dep.reservas@hoteldocaracol.com

ALFASOM Amadora Tel: 214 967 000 info@alfasom.com

CROWNE PLAZA RESORT MADEIRA Funchal Tel: 291 717 600 crowne.plaza.md@mail.telepac.pt

PURO ÁUDIO Barcarena Tel: 214 343 123 office@puroaudio.com

Distrito de Castelo Branco

LIMPEZA

AXIS GOLF PONTE DE LIMA Ponte de Lima Tel: 258 900 250 reservas@axispontedelima.com

Distrito de Lisboa GRUPO CONFORLIMPA Lisboa Tel: 218 650 420 lisboa@conforlimpa.pt Distrito do Porto PORTOLIMPO Maia Tel:229 488 913 geral@portolimpo.com.pt LUZ, SOM E PIROTECNIA

Distrito do Porto AUDIOLUZ Serzedo Tel: 227 625 805 geral@audioluz.net LUZ E SOM Matosinhos Tel: 229 385 560 info@luzesom.pt

hotelmontebelo@visabeiraturismo.pt

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Distrito de Braga AUDIOVELOSO Guimarães Tel: 253 418 428 geral@audioveloso.pt MEGAFONE Sto. Tirso Tel: 252 850 771 megafone@megafone.com.pt

Distrito de Bragança

GRAU 5 Barroca Tel: 275 751 042 contacto@grau5.pt Distrito de Coimbra CAPITÃO DUREZA - DESPORTOS DE AVENTURA Figueira da Foz Tel: 239 918 148 info@capitaodureza.com Distrito de Évora

MACEDO’S PIROTECNIA Santão Tel: 255 483 999 pirotecnia@macedos.com.pt

RUSTITUR Évora Tel: 266 978 043 info@rustitur.com

Distrito de Setúbal

Distrito de Faro

BACK LIGHT Monte do Pereiro Lote 18 Passil Park 2890-182 Alcochete Tel: 212 349 740 Fax: 212 349 749 backlight@verylight.pt www.backlight.pt Ver página: 43

ZOOMARINE Albufeira Tel: 289 560 300 algarve@zoomarine.pt

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HOTEL MONTEBELO Viseu Tel: 232 420 000

DIVERLANHOSO Póvoa de Lanhoso Tel: 253 635 763 info@diverlanhoso.com.pt

SABOR DOURO E AVENTURA Torre de Moncorvo Tel: 279 258 270 sabordouro@mail.telepac.pt

Distrito de Viana do Castelo

Distrito de Viseu

Distrito de Braga

ELECTROAUDIO S. Domingos de Rana Tel: 214 531 223 info@electroaudio.net

THE CLIFF BAY Funchal Tel: 291 707 700 cliffbay@portobay.pt

VIDAGO PALACE HOTEL Vidago Tel: 276 990 900 vidagopalace@unicer.pt

DESAFIOS Sever do Vouga Tel: 234 556 619 informacoes@desafios-lda.pt

CHOUPANA HILLS RESORT E SPA Funchal Tel: 291 206 020 info@choupanahills.com

HOTEL CLUB D’AZEITÃO Azeitão Tel: 212 198 590 geral@hotelclubazeitao.com

FORTE DE S. FRANCISCO HOTEL Chaves Tel: 276 333 700

Distrito de Lisboa

Distrito de Aveiro

Madeira

Distrito de Setúbal

Distrito de Vila Real

SLC - SOUND LIGHT AND CREW Coimbra Tel: 239 722 255 info@slcrew.com

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS

AUDIOCOM Carcavelos Tel: 214 531 466 audiocom@netcabo.pt

HOTEL SAVOY Funchal Tel: 291213000 reservations@savoyresort.com

FLÔR DE SAL Viana do Castelo Tel: 258 800 100 reservas@hotelflordesal.com

Distrito de Coimbra

GRUPO LUSO PIROTECNIA Almada Tel.: 212 741 056 info@lusopirotecnia.com Distrito de Viana do Castelo DÊDÊ MÚSICA Arcos de Valdevez Tel: 258 513 342 dedemusica@gmail.com

Distrito de Lisboa EQUINÓCIO Lisboa Tel: 210 155 139 info@equinocio.com MANZ PRODUÇÕES Rua Rui Teles Palhinha, 3, 2º Esq. Porto Salvo 2744-015 Oeiras Tel: 214 269 710 Fax: 214 269 719 manz@manz.pt www,manz.pt Ver página: 57


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MEGACAMPO Lisboa Tel: 213 830 111 info@estratego.pt

TURISÁGUEDA Águeda Tel: 234 622 434 geral@turisagueda.pt

CPL EVENTS Estoril Tel: 214 643 390 events@cplevents.pt

STRESSLESS Lisboa Tel: 213 403 300 geral@stressless.pt

TALENTO Algés Tel: 214 135 380 talento@talento.pt

Distrito de Braga

Distrito de Faro

DESAFIO GLOBAL ATIVISM Rua Diogo de Couto, 1 B 2799-537 Linda-a-Velha Tel: 214 149 550 Fax: 214 149 560 geral@desafio-global.pt www.desafio-global.pt Ver páginas: 2 e 3

WECANSELL Rua Castilho, 23, 8ºA, Sala C 1050-069 Lisboa Tel: 213 523 161 Fax: 213 523 161 info@wecansell.pt www.wecansell.pt Ver página: 39

EDZ EVENTOS Lisboa Tel: 213 553 030 goliveira.edz@grupogci.net

Distrito do Porto

Distrito de Santarém

JUST PERFECT Loulé Tel: 289 401 374 eventos@justperfectevents.com

AVENTUR Torres Novas Tel: 962 748 550 geral@aventuralazer.com

KOISAS K´ACONTECEM Vilamoura Tel: 289 388 080 kk@koisaskacontecem.pt

ENERGY SPLASH Lisboa Tel: 213 304 140 info@energysplash.com

TEMPLAR Tomar Tel: 249 323 414 geral@templar.pt

PRIMEVENTS Albufeira Tel: 289 548 181 geral@primevents.pt

ESTRATEGO EVENTOS Lisboa Tel: 213 830 111 info@estratego.pt

Distrito de Setúbal

ZEBRA SAFARI Albufeira Tel: 289 583 300 joao.zebrasafari@armail.pt

GRUPO EVIDÊNCIA Lisboa Tel: 214 603 620 eventos@evidenciagrupo.com

Distrito de Leiria

HAPPENING Parede Tel: 214 580 401 info@happening.pt

Distrito do Porto ELEMENTO TERRA Porto Tel: 938 303 674 hugooliveira@elementoterra.com

ARRÁBIDA AVENTURAS Palmela Tel: 212 352 406 arrabidaventura@mail.telepac.pt Distrito de Viseu DESAFIOS CARAMULO Caramulo Tel: 232 868 017 geral@desafios-caramulo.pt Açores FUTURISMO Ponta Delgada Tel: 296 628 522 futurismo@mail.telepac.pt Madeira BALLOONVISION Funchal Tel: 291 282 700 balloonvision@netcabo.pt TERRAS DE AVENTURA Funchal Tel: 291 708 990 terrasdeaventura@mail.telepac.pt

LOJA DE EVENTOS Braga Tel: 253 204 053 info@lojadeventos.com

TRIVENTOS Leiria Tel: 244 811 000 geral@triventos.com Distrito de Lisboa ACTING OUT Paço de Arcos Tel: 214 544 355 actingout@actingout.pt ACTION PLAN Cascais Tel: 214 879 440 office@actionplan.pt B POSITIVO Estoril Tel: 214 689 668 geral@bpositivo.com BEONE Lisboa Tel: 213 406 200 geral@beone.pt

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Distrito de Aveiro TEMPOS E VENTOS Rua Almirante Cândido dos Reis, 90 Apartado 1532 3801-902 Aveiro Tel: 234 385 624 Fax: 234 385 624 cperestrelo@temposeventos.com www.temposeventos.com Ver página: 45

BUTTERFLY Lisboa Tel: 213 910 353 contacto@butterfly.com.pt CANTO MONIZ Lisboa Tel :213 430 240 francisco@cantomoniz.pt

KRIAEVENTOS Lisboa Tel: 217 955 424 ke@kriaeventos.pt LEMON Cascais Tel: 214 838 645 lemon@lemon.pt MERCADO DA CULTURA Oeiras Tel: 214 410 448 geral@mercadodacultura.pt PEDRO SALGADO Oeiras Tel: 214 461 020 geral@pedrosalgado.pt PRESTÍGIO EVENTOS Lisboa Tel: 213 839 600 geral@prestigio.pt PUBLIHAPPENING Rua Domingos José de Morais, Ed. Foz do Rio, 53, 2º Dto. 2685-046 Sacavém Tel: 219 422 334 Fax: 219 425 153 info@publihappening.com www.publihappening.pt Ver página: 54

ACRÓPOLE Porto Tel: 226 199 680 geral@acropole-servicos.pt ADEREÇO PRODUÇÕES Porto Tel: 225 322 720 geral@adereco.com ANA MARIA GONÇALVES ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Rua da Indústria, s/n - Mosteiró 4485-620 Vila do Conde Tel: 229 287 980 Fax: 229 284 891 amg.eventos@clix.pt Ver página: 49 PORTUGAL DELUXE Porto Tel: 220 107 558 info@portugaldeluxe.com REALIZAR Porto Tel: 225 074 530 mail@realizar.com Distrito de Setúbal CATERVENTOS Setúbal Tel: 265 182 723 caterventos@caterventos.com YOU ARE ONE Apartado 1070 2971-908 Sesimbra Tel: 917 386 060 Fax: 212 683 298 geral@youareone.com www.youareone.com Ver páginas: 107 Distrito de Viseu VISABEIRA TURISMO Viseu Tel: 232483111 visabeiraturismo@grupovisabeira.pt Açores PRIMAZ S. Mateus da Calheta Tel: 295 206 410 primaz@primaz.com www.festaseeventos.net


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DIRECTÓRIO Madeira

Distrito de Setúbal

SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt

QUINTA DA REGATEIRA Charneca da Caparica Tel: 212962365 info@imppacto.com

QUINTAS

QUINTA DE CATRALVOS Azeitão Tel: 212197610 geral@quintadecatralvos.com

Distrito de Braga PARQUE DA PENHA Guimarães Tel: 967 877 841 geral@parquedapenha.com.pt Distrito de Coimbra CONVENTO DE SANDELGAS Coimbra Tel: 239 951 000 clara.moura@conventodesandelgas.com

Distrito de Évora

SEGURANÇA Distrito de Lisboa 2045 - EMPRESA DE SEGURANÇA Malveira Tel.: 219663070 geral@2045sa.pt SECURITAS Linda-a-Velha Tel: 214154600 vigilancia.humana@mail.securitas.pt

HERDADE DO ESPORÃO Reguengos de Monsaraz Tel: 266509270 herdade@esporao.com Distrito de Lisboa QUINTA DA BELOURA - CENTRO HÍPICO Linhó - Sintra Tel: 219 234 158 eventos@beloura-centrohipico.com QUINTA DA REGALEIRA Sintra Tel: 219 106 650 regaleira@mail.telepac.pt QUINTA DO ROSEIRAL Ericeira Tel: 261 860 570 recepcao@quintadoroseiral.com Distrito de Portalegre

Distrito do Porto GRUPO 8 Porto Tel: 226 198 160 grupo8@grupo8.pt TRANSPORTES Distrito de Braga AERONORTE Braga Tel: 253 626 967 geral@aeronorte.pt

Distrito do Porto AIREVENTS - PRIVATE FLIGHTS Moreira da Maia Tel: 229 432 513 airevents@airevents.com.pt ANE TOURS Perafita Tel: 229 942 667 info@anetours.pt DOURO AZUL Porto Tel: 223 402 500 reservas@douroazul.com Distrito de Setúbal BARCO ÉVORA Setúbal Tel: 912 154 449 geral@barcoevora.com DRIVERTOURS Corroios Tel: 937 230 664 info@drivertours.com.pt VESTUÁRIO Distrito de Lisboa

MINIBUSES DO SUL Portimão Tel: 282 426 045 info@mbtravel.lda.pt

MARIA GONZAGA - GUARDA ROUPA Lisboa Tel: 213950163 gonzagamaria@clix.pt

TRANSOL - TRANSPORTES E TURISMO Portimão Tel: 282 450 460 rui.barata@transol.pt

Distrito do Porto

Distrito de Lisboa

CASA DOS LEMOS Porto Tel: 226 104 796 casadoslemos@iol.pt

CARRIS TUR Lisboa Tel: 213 613 000 luis.bergano@carristur.pt

Distrito de Santarém

FROTA AZUL - TRANSPORTES E TURISMO Odivelas Tel: 219380400 frota.azul@rodest.pt GOLD LIMOUSINES Alfragide Tlf: 919398004 goldlimousine@goldlimousine.pt

www.festaseeventos.net

WH - EXECUTIVE CAR SERVICE Lisboa Tel: 217276117 geral@wh-executiveservice.com

Distrito de Faro

MONTE DOS AROEIRAIS Fronteira Tel: 245 604 250 geral@aroeirais.com

CASA CADAVAL Muge Tel: 243588040 geral@casacadaval.pt

PLACE 2 PLACE - TRANSPORTES PERSO- NALIZADOS Lisboa Tel: 213 958 170 info@place2place.pt

REI DAS FARDAS Lisboa Tel: 213510630 geral@reidasfardas.pt VESTIMAGEM Lisboa Tel: 213933350 vestimagem@vestimagem.com Distrito do Porto PEDRO GUIMARÃES Porto Tel: 225107330 clientes@pedroguimaraes.com UNIFARDAS Maia Tel.: 229442280 unifardas@unifardas.pt

OUTROS SERVIÇOS Distrito de Lisboa TZIRANDA Lisboa Tel: 213 140 983 rgf@tziranda.com (Software) ECOPROGRESSO Lisboa Tel: 217 981 210 geral@ecoprogresso.pt (Ambiente) E.VALUE Lisboa Tel: 213 845 260 evalue@evalue.pt (Ambiente) Distrito do Porto +METRO Serzedo VNG Tel: 227 535 835 geral@maismetro.pt (Impressão Digital) NORMA DESIGN Porto Tel: 225 101 025 info@normadesign.com (Design de comunicação) SMARTWATT Porto Tel: 222 094 066 info@smartwatt.pt (Ambiente)


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