Festas & Eventos . Ano VII . N.º 13 . Out. 2009

Page 1

ANO VII . NÚMERO 13

OUTUBRO 2009

€ 4,50

Festas &

Eventos

\\ ESPAÇOS PARA EVENTOS

FEIRAS EVENTOS INCENTIVOS CONVENÇÕES CONGRESSOS

\\ Entrevista com Álvaro Covões \\ Estarão os eventos preparados para a gripe A? \\ À mesa com... José Avillez \\ Destinos: Douro e Singapura

© Alexandre Duret-Lutz



3

www.festaseeventos.net


EDITORIAL

4

Os espaços para eventos suscitam, por si só, uma série de questões interessantes. Nesta edição da Festas&Eventos procuramos olhar para eles de um modo menos ortodoxo, recorrendo aos conhecimentos da arquitectura e cenografia ou da psicologia. Isto sem esquecer outros contributos com enfoques na segurança, no uso dos espaços, ou no modo como outros fornecedores entram na equação do aluguer desses mesmos espaços. Deixamos ainda algumas sugestões de locais que são novidade ou contêm neles argumentos suficientemente originais para justificarem que os experimentem. A propósito de um guia editado pelo Turismo de Portugal, que infelizmente poucos parecem ainda ter visto, apresentamos o desafio de organizar eventos em sítios históricos. E como podem ser belos! A grande entrevista deste mês de Outubro segue o percurso de um dos mais importantes e carismáticos promotores musicais do país: Álvaro Covões. Uma conversa registada à mesa do Solar dos Presuntos, sem papas na língua. Num país que vive permanentemente na escassez de dados e estatísticas, quisemos saber de que forma os orçamentos deste ano tinham sofrido com a crise. Não perca por isso os resultados, até mesmo para avaliar se, no seu caso, está em linha com o resto do mercado.

Iniciamos nesta edição o que iremos concluir em Fevereiro de 2010, um retrato de Angola enquanto possível destino para as empresas e profissionais portugueses dos eventos e da meeting industry. Uma ideia, essa da lusofonia, que está também presente nas escolhas do Chef José Avillez para o nosso “À mesa com...” Em época que se avizinha de gripe, deixamos alguns conselhos e alertas, apesar da variante H1N1 não se apresentar como particularmente ameaçadora. Registamos o facto de a Direcção-Geral da Saúde, apesar de várias insistências, não nos ter enviado em tempo útil o seu contributo para esta reflexão. Em jeito de case-study, escolhemos o lançamento em Portugal do Fiat 500 Cabrio, concebido e realizado pela Action Plan, que apresenta uma tendência cada vez mais nítida, que é a de olhar para os eventos numa perspectiva de 360º. Para além de tudo isto, há muitos outros temas e cronistas que vale a pena visitar nas 132 páginas que constituem o miolo desta Festas&Eventos.

Assim, é tempo de lhe desejar uma boa leitura. Até breve.

Administração, Redacção e Publicidade: Praça 9 de Abril, 192 - 4200-422 Porto \\ Tlf: 22 605 39 36 \\ Fax: 22 605 39 38 \\ info@festaseeventos.net \\ www.festaseeventos.net \\ Assinaturas: assinaturas@festaseeventos.net \\ Director: Rui Ochôa \\Directora de Informação: Cláudia Coutinho de Sousa: claudia@festaseeventos.net \\ Edição: Cláudia Coutinho de Sousa \\ Redacção: Cláudia Coutinho de Sousa, Jorge Alexandre (colaborador), Rui Luís Romão (colaborador), Sara Marques \\ Fotografia: (Coordenação) Rui Luís Romão \\ Colunistas: Fernando Alvim, Filipe Gil, João Martins Vieira, Lucio Magri, Maria João Custódio, Maria Manuel Simões, Miguel Neves, Nuno Gustavo, Pedro Cardoso, Pedro Figueiredo, Pedro Rodrigues, Pimentel Furtado \\ Design: Norma Design (www.normadesign.com) \\ Director Comercial: Rui Ochôa: rui@festaseeventos.net \\ Página de Internet: Nuno Paulo \\ Secretariado de redacção: Ana Almendra \\ Impressão: Offsetmais \\ Distribuição: VASP – Distribuidores de Publicações \\ Tiragem: 8 mil exemplares \\ Periodicidade: Quadrimestral \\ Registo ICS: 124225 \\ Depósito Legal: 210978/04 \\ ISSN: 1645-7382

É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Festas & Eventos. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

www.festaseeventos.net


ÍNDICE 6 8 12 14 18 26 30 34 38 42 45 46 47 48 49 52 56 59 62 72 80 84 86 90 92 95 100 103 106 108 110 114 120 124 130 131

18

5

Colunistas Conteúdos para eventos, por Filipe Gil Espaço APECATE Notícias Grande entrevista: Álvaro Covões, director da Everything is New Eventos corporate: oportunidades e negócios em Angola, por Maria Manuel Simões Especial Angola: Vêm aí os eventos? À mesa com... José Avillez Viva Portugal!, por Fernando Alvim Estarão os eventos preparados para a gripe A? Red Bull Air Race: Muito mais do que uma corrida Balanço positivo da Expo’Cascais European Best Event Awards mantêm reputação Heavent reúne o sector Case-study: Lançamento do Fiat 500 Cabrio O ovo e as galinhas, por Pedro Figueiredo Espaço Sustentabilidade Dossiê temático: Espaços para eventos Espaços efémeros, por Lucio Magri Posso trazer o meu fornecedor?, por Pedro Rodrigues Quantas pessoas do público cabem no espaço de um evento?, por Pimentel Furtado Estudo: Orçamentos diminuíram drasticamente Golfe e eventos, por Nuno Gustavo Consultório de protocolo À grande e à americana, por Miguel Neves Notícias meeting industry Turismo e eventos: Uma relação win-win, por Maria João Custódio Restart: Mudança de instalações e novo nome Ainda sabemos comunicar?, por Pedro Cardoso Mostra de trabalhos da ESAD Novas oportunidades para a meetings industry, por João Martins Vieira Destino nacional: Douro Destino internacional: Singapura Empresas Livros Directório

59 114 www.festaseeventos.net


6

COLUNISTAS

Fernando Alvim Trabalhou nas Rádio Press, Energia, Nova Era e TSF no Porto até aos 24 anos, mas a partir dessa idade decide sair da Estação de Campanhã em direcção a Lisboa, rumo à Rádio Comercial onde ficaria durante quatro anos. Pelo meio, apresenta o Top Rock na TVI e transfere-se depois para a SIC Radical. A par de tudo isto, dirige desde 1996 a revista 365 (revista365.com), organiza há vários anos o Festival Termómetro (www.termometro-online.com) e edita dois livros. É autor do blog esperobemquenao.blogspot.com

Filipe Gil Licenciado em Ciências da Comunicação, estagiou como copywriter na MKT, mas preferiu o jornalismo como profissão. Escreveu no Briefing, Diário Digital e Jornal de Negócios. Fez uma pausa no jornalismo e trabalhou em assessoria no Grupo GCI. Foi editor do jornal Construir e teve uma experiência internacional como editor de conteúdos da TV Data, em Amesterdão. Regressa e assume a direcção do jornal Construir onde cria uma revista (Traço) e um anuário de Arquitectura (Yearbook). É coordenador editorial da AnagramA, serviço de custom publishing da PURE ativism.

João Martins Vieira Licenciado em Economia e mestre em Gestão Estratégica e Desenvolvimento do Turismo. Dirigiu empresas ligadas ao transporte aéreo, hotelaria e agências de viagem na Europa, América e África. É professor na Universidade Lusófona, de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo e de Planeamento e Organização de Eventos, e autor, entre outros, do livro Planeamento e Ordenamento Territorial do Turismo. É presidente da Secção de Turismo da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Lucio Magri Doutorado em Arquitectura de Interiores pelo Politécnico de Milão, é docente na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, onde coordena a Pós-Graduação em Design de Eventos. Lecciona Fundamentos do Design nas Licenciaturas em Artes e em Design e Design de Eventos, Oficina de Eventos I – Conceito, Oficina de Eventos II – Espaços Efémeros na Pós-Graduação em Design de Eventos.

Maria João Custódio Maria João Custódio é investigadora na Universidade do Algarve onde, de acordo com a sua formação académica, tem desenvolvido actividade de investigação e desenvolvimento no domínio científico da Gestão e Marketing, com aplicação à área do turismo. É mestre em Gestão e Desenvolvimento em Turismo, possui publicações científicas internacionais no domínio da gestão e turismo e é reviewer da revista Tourism Management. Recebeu dois prémios de investigação na área do turismo.

Maria Manuel Simões Licenciada em Gestão de Marketing, pelo Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM), e bacharel em Comunicação e Relações Públicas, pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Iniciou a sua actividade, em 1996, desempenhando funções de assistente de marketing na empresa Logistic Consult Gmbh, em Estugarda (Alemanha). Gestora de eventos desportivos e culturais há mais de 10 anos. Docente-convidada da Cadeira de Gestão de Eventos, no ISLA. Co-autora do livro Marketing e Comunicação Política, editado em Junho de 2009.

www.festaseeventos.net


7

Miguel Neves Profissional de conferências e de eventos. Está neste momento em Londres a finalizar um mestrado na Universidade de Westminster. Em Maio, venceu o prémio IMEX- MPI Foundation Student Scholarship Award. Desde Julho de 2008 trabalha para a empresa SYNAXIS Meetings & Events. Participou no curso de Planeamento Estratégico & Gestão de Congressos e Eventos orientado por Linda Pereira (CPL) e recebeu o seu certificado de CDMP. No próximo mês de Dezembro estará presente em Denver para uma comunicação na 14º conferência da IAHMP.

Nuno Gustavo Professor-adjunto da ESHTE, membro da Comissão Coordenadora do Mestrado em Turismo – coordenador operacional do Mestrado em Gestão de Eventos, docente de várias disciplinas no domínio da gestão turística e de eventos. Do curriculum académico destaque para o mestrado em Lazer e Desenvolvimento Local, pela Universidade de Coimbra.

Pedro Cardoso Formado em Gestão Hoteleira, foi director de Front-Office / Alojamento na abertura do ex-Sheraton Porto em 1986 e director de Marketing e Vendas até 1995. Quadro co-fundador e director executivo do Porto Convention Bureau até final de 2001. Co-fundador e administrador executivo da Sugestões&Opções e do Grupo QRM, de 2002 a 2008. Fundador, em 2002, administrador e principal accionista da The House of Events. Consultor de Hotelaria e Turismo, ex-docente na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Orador convidado em seminários e congressos do sector.

Pedro Figueiredo Docente na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, onde coordena a Pós-Graduação em Design de Eventos e a Pós-Graduação em Design Management. As suas áreas de docência são a Gestão do Design, o Marketing, a Comunicação de Marketing, o Branding, o Visual Merchandising e os Eventos. É mestre em Comunicação e Imagem (IADE), efectuou a Formação de Executivos em Comunicação e Eventos (INP) e é actualmente doutorando em Ciências Empresariais – Marketing e Estratégia (FEP).

Pedro Rodrigues Coordenador de eventos da Desafio Global ativism. Prémio de “Melhor Empresa de Eventos” em 2003, 2004, 2005, 2006 e 2008 da Meios & Publicidade, ”Melhor Agência de Eventos” na Gala dos Eventos 2007 e 2008 e mais seis prémios de categorias específicas. “Melhor Apresentação de Produto, Prémio Especial do Público e Grande Prémio do Júri” nos Premios EventoPlus 2008. 1º Prémio na categoria de Lançamento de Produto e 2º Prémio em Melhor Produção Audiovisual nos Best Event Awards 2008. Docente do Mestrado em Gestão Estratégica de Eventos da ESHTE.

Pimentel Furtado Coronel de Cavalaria, José Pimentel Furtado é licenciado em Ciências Militares. Desempenhou diversas funções na área de segurança, entre as quais Comandante de diversas Unidades da Polícia do Exército, assessor para a formação da Polícia Militar das Forças Armadas Angolanas e a de Staff Security Manager do Quartel-General da NATO em Oeiras. Foi responsável pela organização da segurança de dezenas de eventos oficiais, e nesta função ampliou a sua experiência de organização da segurança de eventos internacionais. Actualmente dedica-se à consultoria, ensino superior e formação técnica.

www.festaseeventos.net


8

OPINIテグ

Filipe Gil

Coordenador editorial da AnagramA - serviテァo de custom publishing da PURE ativism

www.festaseeventos.net

ツゥ Hugo Gamboa


9

CONTEÚDOS PARA EVENTOS Todos os eventos têm a pretensão de quererem ficar na memória pela positiva de quem neles participa. Seja a empresa que os organiza ou quem neles intervém. Os bons profissionais da área fazem disso o lema diário do seu negócio. Contudo, e no meio da precisão e minúcia na organização de um evento, conferência, seminário ou workshop, existe uma mais-valia que pode ser acrescida e que ainda poucos utilizam: conteúdos para eventos! Conteúdos escritos que informem e comuniquem com o público-alvo, direccionados para um determinado acontecimento que funcionem como um valor acrescentado, potenciando o sucesso da realização do evento para lá da memória colectiva e funcionando como uma força documental do êxito alcançado. Como exemplo prático podemos imaginar um congresso sobre um tema específico com palestras de profissionais conceituados. Neste caso uma newsletter electrónica veiculada regularmente várias semanas antes do evento, elaborada com a eficácia do marketing no seu planeamento estratégico, é um instrumento que per si contribuirá para fazer crescer o interesse pelo evento. E, no caso de

este depender de inscrições, servirá também para relembrar a importância de nele estar presente e causar, junto do interessado, uma maior apetência para uma inscrição mais prematura. Tudo isto elaborado através de informação seleccionada e rigorosa de conteúdos escritos, vídeo e áudio, dando um preview do que irá acontecer.

No caso de ser um evento institucional em que exista a preocupação do efeito surpresa junto dos convidados, e no caso de pouca informação poder ser revelada, os conteúdos podem assumir a forma de uma publicação, um livro, um catálogo, ou seja, um produto

www.festaseeventos.net


OPINIÃO . Conteúdos para eventos, por Filipe Gil 10

com uma lógica editorial e com ritmo de leitura, graficamente irrepreensível que inclua a colaboração de alguns dos intervenientes do evento e que documente o acontecimento para o futuro. Outro exemplo de produção de conteúdos é para o género de evento que tenha uma forte componente de relações públicas e o interesse em passar a mensagem e respectivas conclusões para os meios de comunicação social e público em geral. Neste caso várias “ferramentas” de conteúdos podem ser utilizadas, aquelas que anteriormente foram referidas, mas também a criação de uma espécie de jornal diário que cubra os dias do acontecimento.

No fundo é criar uma

Concluindo, os

fonte de comunicação

conteúdos são uma

própria para o

potente ferramenta

congresso, com uma

para institucionalizar

lógica jornalística –

a importância de um

quer nos textos como

evento.

nas imagens –, que não só potencia o aspecto institucional e informativo do evento como comunica em primeira-mão, junto dos intervenientes e órgãos de comunicação social, os conteúdos sobre o próprio congresso.

Contudo, e apesar dos exemplos indicados, estes não devem ser pensados apenas nos seus meios tradicionais já que os blogues e as redes sociais estão aí e ao alcance de todos como das melhores ferramentas de comunicação de que há memória. Se estes “novos meios” vieram para ficar é o que menos importa, importa sim aproveitá-los para comunicar, com toda a autorização de quem os assina. Plataformas como o Twitter, Facebook, MySpace, Flickr, Delicious, YouTube ou Vimeo são sobretudo formas de expressão e comunicação que falam ao ouvido do público-alvo de uma marca e instituição. Pensar e colocar todo este tipo de conteúdos ao serviço de um evento irá revelar-se mais decisivo do que muitos pensam na criação de um buzz positivo pré e pós evento.

E como todos sabem, o sucesso de um evento é o passaporte para a realização do próximo.

www.festaseeventos.net


11

www.festaseeventos.net


12

ESPAÇO APECATE . Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos

António Marques Vidal Vogal da Direcção da APECATE

A UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS NA ANIMAÇÃO TURÍSTICA Os espaços são um dos itens mais importantes para o desenvolvimento das actividades das empresas de Animação Turística. Paralelamente ao programa, à qualidade e à segurança, a escolha criteriosa dos espaços é condição essencial do seu êxito. As tendências actuais do mercado do chamado outdoor no Norte da Europa apontam em dois sentidos: para a criação ou manipulação de espaços, como é o caso dos Parques Aventura; e para a recriação indoor de situações específicas dos espaços naturais, como sejam muros de escalada, pavilhões para manobras de cordas, campos de tiro, pistas de ski de neve e, mais recentemente, planos de água para canoagem de águas bravas e rafting. O que motivou estas tendências? A resposta mais comum é que era necessário libertar estas actividades da sua sazonalidade, ultrapassando as condicionantes do clima. Mas existem claramente outras razões importantes, como a tentativa de criar espaços adequados a diferentes motivações e níveis de prática, a massificação das

www.festaseeventos.net

actividades e do próprio sonho de experimentar tudo o que é conotado com a noção de aventura. Por último, a vantagem que advém do facto de, nestes espaços, os problemas de segurança poderem ser controlados de uma forma mais simples, tanto na perspectiva do organizador como do utilizador.

Em Portugal, a construção de espaços indoor é, também, uma tendência, já ilustrada por alguns projectos interessantes.

No entanto, dadas as nossas excelentes condições atmosféricas e, também, a disponibilidade de espaços naturais, esta tendência ainda não se revelou como uma prioridade. Por outro lado – e este aspecto é fundamental -, o facto de as actividades se desenvolverem no espaço natural é, sem dúvida, um forte argumento motivacional e preferencial para o cliente nacional e estrangeiro. A utilização dos espaços naturais, levanta-nos, no entanto, várias questões que no âmbito desta curta intervenção nos permite apenas equacionar para desenvolvimento futuro: as licenças ou autorizações de utilização e respectivos custos; e a definição de uma política que responsabilize quem os gere e quem os utiliza pela conservação e preservação da qualidade que, apesar de tantas agressões já havidas, ainda podemos orgulhar-nos de oferecer.


13

Alexandre Barbosa

Administrador-delegado da Atlântico, S.A.

O IMPERATIVO DA PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO DE ESPAÇOS Nunca os espaços tiveram uma posição tão central, e por vezes decisiva, na indústria dos eventos e dos espectáculos. A crescente exigência por parte dos clientes e públicos (nacionais e internacionais) tem vindo a colocar cada vez mais desafios de mudança e desenvolvimento sustentável aos espaços e à sua gestão. Em tempos em que a exigência qualitativa passa também por critérios de racionalidade económica, em que tantas vezes o imperativo dos clientes é o da maior “diferenciação” ou “inovação” com menor investimento, é necessário que os espaços sejam flexíveis e adaptáveis, modernos e bem estruturados, fáceis de operar e eficientes, seguros e responsáveis. Em suma, pede-se máxima relação qualidade-preço a espaços com identidade forte mas elevada agilidade. É por isso altura de os espaços acompanharem – ou mesmo anteciparem – a exigência dos tempos, mediante a adopção de modelos de gestão modernos, rentáveis e profissionais. Aos gestores/ operadores de espaços cabe criar condições para a máxima satisfação dos seus clientes, ajudando a concretizar a sua ambição criativa, com vista a proporcionar experiências memoráveis e eficazes momentos de

comunicação aos seus públicos-alvo. Cabe-lhes ainda a responsabilidade de promover a valorização dos equipamentos, sensíveis à realidade das suas áreas envolventes e ao potencial turístico das cidades ou regiões onde operam. Face ao papel crucial que desempenham na indústria, os espaços terão assim que ver profissionalizada a sua gestão à imagem das melhores práticas internacionais – melhor organização, recursos mais qualificados, gestão mais eficiente do custo total de realização de cada evento, melhor capacidade de resposta a imprevistos, maior poder de atracção e de activação das marcas no espaço, estrito cumprimento de normas e disposições de segurança e emergência, com uma qualidade fiável e superior (oferecendo um padrão de serviço elevado e consistente, resultante da contínua optimização de práticas operacionais). Aos proprietários de espaços cabe, no sentido de garantir a melhor rentabilização dos seus activos, a decisão de optar por uma gestão própria ou pela colaboração com entidades

especializadas na operação de espaços. Estas últimas poderão aplicar modelos de gestão comprovadamente bem sucedidos, tirando partido de efeitos de escala e de rede que, de outra forma, não estariam acessíveis. Este tipo de colaboração, porque é disso que se trata, pode assumir diversas formas – seja no âmbito da concepção de um novo espaço ou da modernização e exploração de um espaço existente –, desde a prestação de serviços especializados, como a gestão comercial ou da bilhética, até à operação e gestão integrada do espaço. A profissionalização da gestão de espaços e a boa integração destes nas suas geografias é um passo necessário para modernizar a nossa indústria de eventos, transformando os espaços em plataformas com maior poder de atracção de investimento nacional e internacional em eventos/ espectáculos e melhor capacidade de potenciar a criatividade dos organizadores/ promotores na concretização de eventos impactantes.

www.festaseeventos.net


14

NOTÍCIAS

BOE O MELHOR DOS EVENTOS EM DORTMUND Dortmund foi a cidade escolhida para receber a “Best of Events”, uma feira de negócios dedicada ao live marketing e aos serviços para eventos. Mobiliário, catering, tecnologia, mas também hotéis, espaços, destinos, empresas organizadoras de eventos, são alguns dos sectores representados no certame que, até ao fecho deste número, contava já com 200 expositores, de vários pontos da Europa.

www.festaseeventos.net

A edição do ano passado, que se chamava ainda “World of Events”, e que se realizou em Wiesbaden, atraiu mais de 8500 visitantes e 430 expositores, números tão significativos que obrigaram a organização a mudar de local, “O argumento mais forte para mudarmos para Dortmund foi a organização dos 9 pavilhões, a oportunidade de poder continuar a crescer, e o facto da cidade estar inserida numa região muito atractiva, o Ruhr”, refere Beate Nöhre, da CC Corporate

Communications, empresa organizadora. Além disso, o Ruhr será, em 2010, Capital Europeia da Cultura, tendo como um dos principais objectivos promover as indústrias criativas, onde se insere a indústria dos eventos. A Festas&Eventos é, pela primeira vez, media partner deste evento e estará presente no certame. Aponte na agenda, 20 e 21 de Janeiro, Dortmund. Mais informações em www.boe-messe.com.


15

ASSOCIAÇÃO DAS ARENAS EUROPEIAS ACREDITA QUE 2010 VAI SER POSITIVO Os membros da Associação das Arenas Europeias (EAA) concordaram que os efeitos da crise económica foram, em geral, menos agressivos do que antecipavam, apesar da quebra mais evidente no segmento corporate. Quem o diz é Linda Bull, directora desta associação que se reuniu no início do mês de Outubro no Pavilhão Atlântico.

“As expectativas relativas ao próximo ano são globalmente mais positivas”,

refere a responsável à Festas&Eventos. Linda Bull identifica ainda alguns dos maiores desafios da indústria, que passam por “investimentos na renovação de algumas arenas mais antigas, pela capacidade de angariação de eventos e de responder eficazmente às ambições das marcas que pretendem patrocinar as arenas, ou mesmo pela oferta de uma experiência mais rica para os públicos/ visitantes.” A reunião abordou ainda tópicos como os esforços de benchmarking a desenvolver entre membros da associação, a importância dos planos de emergência e contingência ou oportunidades de colaboração estratégica entre arenas. Foram analisados ainda alguns casos de sucesso, entre os quais o Pavilhão Atlântico.

A Associação das Arenas Europeias é uma organização que reúne 29 arenas de 21 países europeus. Alexandre Barbosa, administrador‑delegado da Atlântico, S.A. no final do encontro revelava-se muito satisfeito pela escolha do Atlântico para receber esta reunião, “É um enorme motivo de orgulho fazer do Pavilhão Atlântico o anfitrião do encontro de onde sairá a receita vencedora para um evento perfeito”. Cláudia Coutinho de Sousa

PUB

www.festaseeventos.net


16

NOTÍCIAS

WDESIGN APRESENTA A

MULTIUSOS DE

WEVENTOS

GUIMARÃES DEBATE OPORTUNIDADES PARA O SECTOR Elling Hamso, parceiro do European Event ROI Institute, vai ser o orador principal de um seminário sobre feiras e eventos. Num clima de crise e recessão, assume talvez ainda mais pertinência reflectir sobre a indústria das feiras. Como contrariar a tendência do mercado e transformar ameaças em oportunidades? São estas algumas das questões que serão debatidas no seminário, num clima positivo de partilha de experiências e de networking. Além de Elling Hamso estão, até esta altura, confirmadas as seguintes presenças: Teresa Ruão, Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, Susana Gonçalves, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, Pedro Quelhas de Brito, Escola de Gestão do Porto,Jorge Cruz, Parque de Exposições de Braga, Amadeu Portilha, director da Tempo Livre, José

elling hamso

Bastos, director do Centro Cultural Vila Flor, António Brito, Exhibitions&Events e Luís Rasquilha, consultor. As sessões de abertura e de encerramento vão contar com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, António Magalhães. O seminário, organizado pela Tempo Livre, empresa gestora do Multiusos de Guimarães, tem como parceiros a Universidade do Minho, a revista Festas&Eventos e a Câmara Municipal de Guimarães, e destina-se a gestores de espaços, organizadores de exposições, feiras e eventos, técnicos de comunicação e relações públicas, docentes e estudantes universitários

A Wdesign, empresa especializada em design de comunicação, mas com vários trabalhos na área dos eventos, lançou recentemente a Weventos. O novo operador anuncia os seguintes serviços e produtos: gestão de congressos; lançamento de produtos; suportes de comunicação; relações públicas e assessoria de imprensa; sistemas de som; reportagem fotográfica e vídeo; animações; catering; iluminação; pirotecnia; decoração; body/face painting; hospedeiras; dj’s; artistas circenses; mágicos; dança; músicos. A empresa detém um estúdio de gravação próprio. O maior cartão de visita da empresa é o Sky Lounge Vip Moments (jantares suspensos), que decorreu em Agosto, em Vilamoura.

O encontro realiza-se a 17 de Novembro, no Multiusos de Guimarães.

APEP ORGANIZA IV JORNADAS INTERNACIONAIS DE PROTOCOLO “Criatividade e Protocolo” é o tema principal das Jornadas de Protocolo, organizadas como habitualmente pela Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo. O encontro está marcado para 17 de Novembro, nas instalações de Lisboa do ISLA (Instituto Superior de Línguas e Administração). Ao longo desta jornada de trabalho estão previstas duas mesas-redondas, sendo a primeira sobre “Protocolo e Eventos” e a segunda sobre “Comunicação e Segurança”, ambas seguidas de debate

www.festaseeventos.net

e casos práticos. Além das personalidades ligadas ao protocolo, foram convidados oradores especialistas em segurança, comunicação mediática e organização de eventos. De realçar a confirmação da presença de Pedro Rodrigues, da Desafio Global ativism, que vai abordar os desafios actuais dos eventos corporativos. A inaugurar os trabalhos, destaque para a conferência sobre criatividade em eventos institucionais, proferida pelo Embaixador

Manuel Côrte-Real. O Presidente da OICP - Organizacion Internacional de Ceremonial y Protocolo, Coronel Jorge Salvati, fecha o evento, que marca também a abertura da 17ª edição da pós-graduação em Imagem, Protocolo e Organização de Eventos do ISLA. Pelo segundo ano consecutivo, a Festas&Eventos é media partner desta iniciativa. Mais informações e inscrições no site www.apep-protocolo.com.


17

www.festaseeventos.net


18

GRANDE ENTREVISTA

Álvaro Covões

Director da Everything is New

www.festaseeventos.net


19

“HOJE EM DIA TEMOS QUE ENTRAR NA CABEÇA DAS PESSOAS” Foi à mesa de um restaurante lisboeta, o Solar dos Presuntos, num ambiente descontraído, que estivemos à conversa com Álvaro Covões, director da Everything is New, uma das principais promotoras de espectáculos do país. Aqui toda a gente o conhece e cumprimenta. É da casa. Com uma personalidade forte, opinativa, interventiva, Álvaro Covões não se furta a nenhuma questão e revela-nos as suas impressões sobre o sector.

www.festaseeventos.net


20

GRANDE ENTREVISTA . Álvaro Covões Festas&Eventos: Estamos a sair da crise? Álvaro Covões: Sempre que tenho ouvido falar em crise, e isto é um discurso quase bloquista, penso que esta é uma “crise dos ricos”, do sistema financeiro, especialmente dos bancos e por má gestão dos próprios. Isto levou a uma crise internacional, que atingiu fundamentalmente as grandes empresas. O cidadão comum, enquanto mantiver o seu emprego, não está em crise, pelo contrário, até tem mais poder de compra. F&E: E em relação aos bens culturais? As pessoas continuam a ir a espectáculos? AC: Os bens culturais são cada vez mais bens de primeira necessidade. Para uma determinada faixa da população já entrou no cabaz de necessidades básicas. Um cidadão do século XXI procura um enriquecimento e uma valorização profissional, mas também, e às vezes muito mais, uma ocupação dos tempos livres e, no fundo, aproveitar a vida. Os espectáculos são como que uma terapia de grupo. Ninguém vai a um espectáculo para sair de lá chateado. F&E: Mas notou-se uma quebra ao nível dos espectadores? AC: Sente-se que não há uma euforia, mas não posso dizer que tenha havido quebra. As pessoas não vão deixar de ir ver uma boa exposição, um bom espectáculo, só porque estamos em crise. Deixam de ir se estiverem desempregadas. F&E: Este ano as marcas apostaram menos nos espectáculos? AC: É público que as grandes empresas cortaram 20 a 25% dos seus orçamentos de marketing, o que significa que cortaram nos patrocínios e na publicidade nos media. F&E: Mas espera que volte tudo a ser como era? AC: Acho que vai voltar a ser como era. www.festaseeventos.net

F&E: Não acha que pode haver o argumento de que se foi possível fazer eventos com menos investimento, poderá continuar a ser assim no futuro? AC: Há estudos que comprovam que sempre que há uma crise as marcas que menos investem são as que vão pagar a factura no futuro. Porque é que as marcas investem muito em música e no futebol? Porque querem estar no top of the mind de toda a gente. Pensemos em casos concretos. A Trinaranjus já foi uma grande marca, ultimamente temos ouvido falar de Trinaranjus? Não! Os miúdos já não conhecem Trinaranjus. E a indústria do café? Comete um erro crasso que vai ser um case-study no futuro. São muito bons no ponto de venda, nos supermercados e nos restaurantes, mas depois esquecem-se do resto. Hoje qualquer jovem quando tem sono bebe Red Bull. Significa que eles [indústria do café] andam a dormir, e isto vai ter repercussões no futuro, ao nível do consumo. F&E: Red Bull é uma marca que também está muito ligada aos eventos... AC: Não é só por estar ligada aos eventos, mas porque não desinvestiu, e este é um caso muito claro de uma marca que se concentrou nos novos consumidores. O café desligou-se deles, o que é um erro. E em Portugal bebe-se café a sério. Um jovem agora pede um Red Bull e isso no final do dia é o mais importante. Por exemplo em relação à cerveja, toda a gente consome

Sagres ou Super Bock, não as marcas que fazem menos publicidade e que têm menos notoriedade. Porquê? Não estão no top of the mind. É evidente que se não gostarmos da marca isso não interessa, mas quando os produtos são bons, a publicidade é importantíssima. Acho que as marcas vão voltar, têm que voltar. Com uma crise global, a única hipótese que têm é aumentar o consumo, e para isso têm que fazer publicidade.

“FOI UM TRABALHO DE FORMIGUINHA” F&E: Referiu que ninguém vai a um espectáculo para sair de lá chateado. Nesse sentido até se pode estabelecer um certo paralelismo com o futebol. O mundo dos eventos tem alguma coisa a aprender com o mundo do futebol? Na forma de trabalhar as marcas, o merchandising? AC: Acho que os espectáculos, em algumas vertentes, estão mais desenvolvidos do que o futebol. Se perguntarmos onde se vendem bilhetes para o Sporting ou para o Benfica, se calhar há muitas pessoas que não sabem responder, mas se perguntarmos onde é que se vendem bilhetes para um espectáculo, quase todas sabem. Isso significa que, ao nível da distribuição, os espectáculos trabalham melhor. Agora, o futebol tem uma vantagem, tem publicidade gratuita, é sempre primeira página de jornais e não precisa de investir tanto em marketing.


21

Em termos de investimento publicitário, penso que coincidiu no tempo o investimento das marcas nas duas áreas. Houve marcas que começaram a apostar primeiro no futebol e outras na música. E hoje há marcas que apostam em ambas, até porque são as áreas que movimentam mais pessoas. F&E: Foram as marcas que perceberam a oportunidade ou os promotores é que foram à procura das marcas? AC: Foram duas situações diferentes. Enquanto que no futebol surgiu uma empresa intermediária, a Olivedesportos, que levou as marcas para o futebol, no caso dos espectáculos foram os próprios promotores a vender o seu produto junto das marcas. Não foi fácil, porque na época, quando as marcas começaram a dar os primeiros passos em relação à música, a música e as organizações eram muito mal vistas,

tal como o teatro. Hoje as pessoas já não pensam assim. Mas na altura as marcas olhavam para a música como uma coisa meio estranha, sempre com um ar muito desconfiado. Portanto, foi um trabalho de formiguinha. F&E: Hoje em dia o grau de profissionalização é muito maior... AC: Pois, isso também melhora com a continuidade, com a regularidade dos eventos. Estou convencido de que em Portugal temos uma grande capacidade organizativa, mesmo ao nível do próprio Estado, estou a pensar no Centro Cultural de Belém, no Pavilhão Atlântico, no Teatro de São João, estas estruturas têm equipas de produção fabulosas. Ao nível da produção e organização, trabalhamos muito acima da média da Europa. Ainda recentemente estive no festival de Reading, em Londres, e reparei no pormenor

de uma máquina multibanco colocada em cima da terra. Nós temos o cuidado de a pôr dentro de um contentor. E o caso dos estádios de futebol? Temos estádios muito bem organizados, tanto ao nível comercial, como de estrutura. São verdadeiras empresas, com áreas de marketing, espaços corporate, etc. Aí, eu diria que eles estão muito mais à frente do que os espectáculos. A grande vantagem das marcas em relação aos espectáculos é que estes são universais, atingem 100% da população. Há estudos que dizem que 66% dos espectadores do futebol são homens. Considerando que metade da população é feminina, para algumas marcas não será propriamente o ideal.

PUB

www.festaseeventos.net


22

GRANDE ENTREVISTA . Álvaro Covões

F&E: E agora aparece uma nova “crise”, a questão da gripe A. Em que é que isso pode influenciar por exemplo a ida a um espectáculo. AC: Penso que há um bocadinho de desinformação sobre isso. Cheguei a ver escrito que os festivais ao ar livre eram os principais focos de transmissão da infecção. E um centro comercial, não é? O contacto humano, a aproximação das pessoas é tão grande quanto num festival. Estive agora num festival com 100 mil pessoas e ninguém estava preocupado com isso. É um problema, mas acho que se está, felizmente, a concluir que este foco não é tão grave como se pensava. Não podemos deixar de viver. Sinto que ultimamente se aborda superficialmente os problemas. Há uns anos falou-se em alterar a lei do álcool, e a primeira coisa que veio à baila foi: vão acabar os patrocinadores dos festivais. Qualquer pessoa que faça um levantamento da actividade do entretenimento, não só cultural, em Portugal, vai chegar à conclusão de que, sobretudo no interior, 80% das iniciativas ou são apoiadas pela adega cooperativa,

www.festaseeventos.net

ou pela cervejeira. A indústria do álcool é um grande motor, faz parte, não é proibido. Mas na altura lá vieram pegar com os festivais.

“TENHO UM DOS MELHORES EMPREGOS DO MUNDO” F&E: Tem o melhor emprego do mundo? Ou um dos que dá mais dores de cabeça? AC: O melhor emprego do mundo é ser milionário e estar numa ilha a dar instruções ao promotor (risos). Tirando esse, é um dos melhores. F&E: Como é que alguém se torna promotor de espectáculos? AC: No meu caso foi mais fácil do que os outros, porque já sou a quarta geração de gente ligada ao meio. Mas quando era pequenino diziam-me que tinha que ter outro tipo de vida.

F&E: Seria expectável que um dos interesses da sua actividade fosse estar próximo das grandes estrelas da música, mas a sua atitude é quase a antítese disto, é afastar-se um pouco... AC: Sim, não tenho a atitude de pedir para tirar a fotografia, ou como os brasileiros dizem: “ser puxa-saco”. Primeiro por timidez, mas acima de tudo por respeito pelo artista. A vida de um artista não é fácil. Como salvo raras excepções não é ele que decide nada, estou mais focalizado nas pessoas que decidem. F&E: Houve algum artista que gostou particularmente de conhecer? AC: Houve um. Estava em Vilar de Mouros e dizem-me que o Robert Plant [Led Zepellin] queria falar comigo. Fiquei logo assustado, o que é que teria acontecido? Mas ele só queria conhecer o promotor. Simplicíssimo, esteve a contar-me as histórias todas. Gosto também muito dos brasileiros, são quase sempre cinco estrelas.


23

“NÃO EXISTE UM CIRCUITO CULTURAL DE CARTAZES EM PORTUGAL” F&E: É possível trazer um artista a Portugal do qual não goste, por um interesse puramente comercial? AC: Claro, trabalhamos para o público, não trabalhamos para nós. Mas temos o papel na Everything is New de criar novos públicos, apostar em artistas. Quando me perguntam se não há espectáculos a mais, eu respondo que não. A estatística de 2007, que saiu há poucos meses, é assustadora. Não chega aos 10 milhões de espectadores o público de cinema, teatro, música. Isto significa que cada português foi uma única vez a um espectáculo; 3,7 milhões foram a espectáculos de música ligeira, ou seja, grosso modo, 1 em cada 3 portugueses, foi uma única vez a um espectáculo de música e, destes, 2 milhões foram com convite. Só 1,7 milhões compraram o bilhete. É um indicador de que há um caminho muito grande a percorrer. F&E: A Everything is New surge pela vontade de ter um projecto novo? AC: Sim e o nosso objectivo é muito claro, criar públicos, mercados, desenvolvimento, hábitos, inovar e acreditar. F&E: Alguma vez se arrependeu de a ter criado? AC: Não! Tenho a sorte de estar no terceiro grande projecto profissional. Todos foram completamente absorventes, e pude inovar, arriscar, criar.

F&E: Qual é o aspecto mais complicado ao organizar um espectáculo? AC: Cada caso é um caso. Comparando com o resto da Europa, a nossa situação é a seguinte: temos os mesmo custos de produção, bilhetes mais baratos e ainda temos que fazer mais publicidade. No Norte da Europa um espectáculo esgota na primeira semana normalmente, e se não esgotar é porque vai ter problemas. Nós temos que fazer um investimento muito maior em publicidade. Como é que se consegue fazer isto tudo? Essa talvez seja a tarefa mais difícil. E por isso esta é uma actividade que respeito cada vez mais. F&E: E esta é uma actividade de alto risco, porque nunca se sabe como é que o espectáculo vai correr... AC: Pois, um espectáculo é hoje às 10h da noite. A partir dessa hora não há mais nada que se possa fazer. F&E: Isso dá suores frios? AC: É uma questão de hábito. Se fosse uma ciência exacta toda a gente queria fazer espectáculos. No mundo inteiro são só as empresas especializadas que fazem os espectáculos. F&E: Que medida é que o governo podia tomar que ajudasse o mundo dos espectáculos? AC: Nós só precisamos que as populações tenham um bom nível de vida.

AC: A mais importante nem depende do governo, mas das autarquias. Não existe um circuito cultural de cartazes em Portugal. Em Londres, Paris ou Madrid vêem-se cartazes de espectáculos por todo o lado, aqui não. Existe uma lei para a política, o que é uma coisa extraordinária, qualquer partido só tem que avisar a autarquia de que vai colocar um outdoor, mas para os espectáculos não existe esse circuito. Cada vez mais na Europa as pessoas viajam também para ver um espectáculo. Para os AC/DC, 50% dos bilhetes foram vendidos fora do distrito de Lisboa. Os grandes espectáculos são importantes factores de atracção de turistas e é uma actividade que deveria ser acarinhada pelas autarquias.

“FALTA UM LOCAL DE EVENTOS AO AR LIVRE” F&E: Em termos de espaços para eventos, estamos bem servidos? AC: Não temos um local de eventos ao ar livre no país, e isto é falta de uma política global do turismo. É tudo improvisado: o Parque da Bela Vista, o Passeio Marítimo de Algés, e ainda se dão ao luxo de dizer que vão acabar com o Parque da Bela Vista. Acho isto uma coisa extraordinária, pois é desconhecer aquilo que traz as pessoas às cidades. F&E: Está envolvido num projecto para a Zona Portuária de Lisboa. Em que pé está esse projecto? AC: Foi semi-atropelado pela crise. Trata-se de um projecto de três salas de espectáculos e está pendente de apoio financeiro.

F&E: No vosso sector de actividade há alguma questão fiscal, burocrática que pudesse ser alterada?

www.festaseeventos.net


24

GRANDE ENTREVISTA . Álvaro Covões F&E: Com a componente de ar livre? AC: Não, indoor. São salas de eventos, mais do que salas de espectáculos. A sala maior tem a capacidade para 6500 pessoas em pé, 3200 sentado, e 3000 em catering. A grande vantagem é que é tudo no mesmo edifício, o que permite pensar em vários tipos de iniciativas. O projecto está aprovado, vamos ver agora se isto arranca.

“HOJE TEMOS QUE ENTRAR NA CABEÇA DAS PESSOAS” F&E: O Rock in Rio trouxe realmente alguma coisa de novo para o mercado, ou teve oportunidades que os outros não tiveram?

AC: Acho que qualquer iniciativa, desde que corra bem, traz sempre coisas positivas para o mercado. E não há dúvida de que o Rock in Rio trouxe. Pelo menos chamou a atenção a mais marcas de que vale a pena apostarem na música. F&E: Mas tiveram outro tipo de apoio? AC: Isso são politiquices. Cada um tem aquilo que tem, e eles conseguiram determinado tipo de apoios, e ainda bem. Agora eles, de facto, vêm com um projecto que tem um historial muito grande no Rio de Janeiro. F&E: Como imagina o mercado dos espectáculos daqui a cinco anos? AC: Nos anos 40 do século passado só se ouvia ópera. Não sei até quando vai durar esta opção por ouvir rock e por este tipo de espectáculos. Um dia há-de evoluir, ou se calhar vai ser eterno...

F&E: Consegue vislumbrar o que é que virá à frente? AC: Não, é muito difícil. Cada vez mais a música está intimamente ligada com a moda. O ano passado a moda foram os anos 80, a música a mesma coisa. Muitas vezes a própria música dita a moda. E depois há outra questão importante: antigamente bastava-nos saber aquilo que tocava na rádio, hoje em dia temos que entrar na cabeça das pessoas para percebermos o que é que estão a ouvir. Cada um faz a sua rádio na Internet, tem milhares de músicas no Ipod. Todos os dias vou ao MySpace pesquisar. Isto permite um conhecimento como nunca se viu.

Cláudia Coutinho de Sousa Rui Luís Romão

10 PERGUNTAS A ÁLVARO COVÕES O que é que lhe tira o sono? Não sei, talvez uma grande preocupação em termos pessoais. Temos um ritmo de trabalho tão alucinante que, quando encostamos a cabeça à almofada, adormecemos imediatamente.

Lembra-se do primeiro disco que comprou? É difícil. Talvez o single do Bob Dylan, Hurricane. Trabalha mais durante a noite, ou de dia?

Qual é o melhor público do país? Acho que é muito heterógeneo. O público português é bom, caloroso, quente. Tem alguma superstição? Sou supersticioso, mas não tenho nenhuma superstição em particular. O que é que comprou com o primeiro ordenado? Uma máquina fotográfica. Comecei a trabalhar muito novo. Como a minha família está ligada ao Coliseu, aos 14 anos fui trabalhar para o bar, não por necessidade, mas porque queria juntar dinheiro. www.festaseeventos.net

Gosto mais da noite, para já por uma razão familiar, a família sempre viveu mais à noite. Mas acima de tudo porque à noite os telefones não tocam e é o único período de concentração que podemos ter. Qual é o artista que lhe falta trazer a Portugal? (Risos) Isso era entregar o ouro ao bandido! Todos os que são bons e que as pessoas querem ver.

Já teve a tentação de ir para outras áreas da música? Clássica, por exemplo? Sim, e é uma área de que eu gosto muito até, e em que se devia apostar mais. Nunca pensou em enveredar por uma carreira política? Já estive na política. Fui presidente da Associação de Estudantes, participei voluntariamente em três campanhas. Conseguiria imaginar-me com uma presença mais dedicada se a actividade fosse mais respeitada. A maior parte das pessoas não quer vir para a política para não ser enxovalhada. Nunca teve a tentação de passar para o outro lado, enquanto artista? Zero! (risos) Adorava saber cantar, mas não consigo.


25

www.festaseeventos.net


26

OPINIテグ

Maria Manuel Simテオes

Gestora de eventos desportivos e culturais

www.festaseeventos.net


27

ANGOLA

EVENTOS CORPORATE

OPORTUNIDADES E NEGÓCIOS O sector dos eventos é um exemplo extraordinário da dinâmica da actividade empresarial. As empresas têm cada vez mais necessidade de se dar a conhecer mundialmente e isso motiva a organização de acções de promoção, com fortes estratégias de marketing e de comunicação. Angola vive actualmente numa fase de reabilitação e modernização acelerada, facto que aumenta o interesse das empresas internacionais pelo mercado angolano, em praticamente todas as áreas de negócio, construindo-se, assim, oportunidades em todos os sectores de actividade. A aposta na criação e no desenvolvimento de infra-estruturas em Angola é uma realidade. A dinâmica de investimento é agora evidente não só em Luanda como, também, nas restantes regiões e províncias do país. As oportunidades de negócio geradas pelo seu crescimento económico têm sido aproveitadas por empresas nos mais diversos sectores, nomeadamente nos

sectores tecnológico, agro-alimentar, comunicações, hotelaria, restauração, construção civil, entre outros. Face ao entusiástico desenvolvimento do país, o aumento das exportações suscitou o interesse de muitas empresas sedeadas na Europa, África, América do Sul e Ásia. Perante a crise dos mercados internacionais, o mercado angolano ganha vantagem e representa uma

perspectiva de negócio eficaz, captando a atenção de grandes empresários que pretendem internacionalizar os seus produtos e serviços. O mercado angolano abre-se agora ao mundo, permitindo a “entrada“ de empresas estrangeiras para alavancar os negócios e promover o desenvolvimento do país. Os eventos de grande relevância em Angola, como por exemplo o www.festaseeventos.net


28

OPINIÃO . Eventos Corporate, por Maria Manuel Simões Campeonato Africano das Nações (CAN), constituem “momentos” preciosos para as empresas que estão em fase de crescimento e afirmação. O CAN é um dos eventos desportivos mais mediáticos do mundo, constituindo, por si só, uma excelente oportunidade para promover o país e a visibilidade das empresas associadas ao evento. A associação das marcas ao evento constituirá um desafio e uma responsabilidade para promotores e parceiros. A mediatização do evento permitirá ainda a promoção turística e cultural do país.

EVENTOS CORPORATE Utilizados como ferramenta do marketing, os eventos corporativos visam motivar, estimular e envolver o seu público, de forma a interessar e cativar o sector empresarial no qual pretendem actuar. A aposta nesta ferramenta passa pela organização de convenções, congressos, conferências, workshops, feiras empresariais, entre outros acontecimentos que visam integrar e divulgar produtos e serviços.

O crescimento das exigências dos clientes no mercado angolano obriga à formação e especialização de profissionais direccionados para a área de actuação de determinada empresa. www.festaseeventos.net

Assim, os eventos corporativos para além de serem um meio de divulgação e promoção de produto(s) e serviço(s) são, também, plataformas de desenvolvimento do conhecimento real das empresas. Especialistas e profissionais obtêm qualificação e promovem a experimentação. A oferta de formação específica, nos mais variados sectores de actividade, permite aos jovens do país o acesso a uma qualificação que possibilitará a integração nos quadros superiores das empresas que vão recrutar profissionais. Angola tem recebido inúmeros eventos que visam a integração de “novas empresas” no seu mercado competitivo e exigente. Alguns dos eventos corporativos visam essencialmente aliciar o investimento estrangeiro. A Feira Internacional de Luanda (FILDA) é um dos eventos que simbolizam esta aposta empresarial e visa promover parcerias entre empresas, permitindo a troca de experiências entre expositores, investidores e visitantes. Este ano, o evento contou com mais de 600 empresas, mais 130 do que em 2008. A representação de países estrangeiros na FILDA tem tido um crescimento significativo. Este sucesso reflecte o potencial de um país em progressivo crescimento e desenvolvimento económico e empresarial. Apesar de muitas, e grandes empresas (bem conhecidas dos portugueses), como a EFACEC, BPI, Teixeira Duarte, Central de Cervejas, Century 21, Cutipol, Cunha Vaz & Associados, CME, LPM, Deloitte, Ernst & Young, entre outras, já terem representação em Angola, os entraves burocráticos e institucionais continuam a exigir ponderação na decisão de implementação das empresas neste mercado em forte ascensão económica, pois a economia paralela e os riscos de corrupção continuam a ser uma realidade em África.

As empresas que pretendem estabelecer-se, ou fazer-se representar no país, devem estar preparadas para enfrentar alguns contratempos e informar-se acerca das “regras” relacionadas com a cedência de capital social e com as quotas para a contratação de quadros angolanos. O mercado angolano desperta para uma nova realidade, as empresas nacionais e estrangeiras actuam com expectativa e entusiasmo, adivinha‑se o progresso, formam-se pessoas, criam-se postos de trabalho e incentiva-se o fluxo de investimentos. É deste mercado da África subsariana que muito se fala… as suas especificidades representam um desafio interessante para as empresas que querem expandir o seu negócio!


MARCA 100% PORTUGUESA A Eurodome é uma empresa criativa, independente, que integra um variado leque de soluções e conhecimentos técnicos para o desenvolvimento de conceitos estruturados e decorativos, garantindo o seu sucesso. Pretende representar uma filosofia de controvérsia positiva que procura as faces paralelas de uma mesma realidade de modo a criar um novo prisma. Não procura completar a forma, mas quebrar o conteúdo, de modo a conjugá-lo e aplicá-lo em novos contextos. A Eurodome é o apoio certo para a sua empresa. Projectamos a área exterior do seu evento e desenhamos o interior. Provoque um impacto positivo no seu evento! Com os melhores técnicos e com os melhores materiais temos ao seu dispor os seguintes serviços: Fabrico, venda e aluguer de Domes I Electricidade do evento I Aluguer de estrados I Mobiliário I Conceitos em licra

NOVIDADES As Cápsulas Geodésicas permitem um melhor aproveitamento do espaço e de todas as suas potencialidades. Adaptam-se a diferentes contextos e a vários formatos e estilos. + Eficiência + Espaço

O NOSSO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO A Eurodome apresenta um novo sistema de refrigeração por microparticulas pressurizadas de água, 100 % amigo do ambiente! Pode ser usado ao ar livre bem como em interiores!! Não pinga nem molha ... e funciona apenas com uma tomada 220 V. Veja demonstração no nosso site www.youtube.com/eurodomes e contacte-nos. CONTACTOS Eurodome Lda. I R. Dom Dinis Lote - 442 I 2865 - 011 Fernão Ferro - Seixal Tel. : (+ 351) 91 722 4866 I (+351) 91 8667747 Email: info@eurodome.org l eurodomes@gmail.com WWW.EURODOME.PT WWW.EURODOME.ORG


30

REPORTAGEM

ESPECIAL ANGOLA

VÊM AÍ OS EVENTOS? Em 2010 Angola acolhe o Campeonato Africano das Nações (CAN) em futebol, cuja cerimónia de abertura está marcada para 10 de Janeiro. Este é um momento importante na história do país, em termos de organização de grandes eventos, e as marcas e empresas portuguesas não estão desatentas ao acordar deste gigante africano, depois de mais de 25 anos de guerra civil, finalmente interrompidos por um cessar-fogo assinado em Abril de 2002. Começamos aqui um especial dedicado a Angola, que se concluirá na próxima edição de Fevereiro, e em que procuraremos tomar o pulso a este país, frequentemente apontado como terra de oportunidades. Os diamantes e em especial o petróleo dominam a economia nacional angolana, sendo responsáveis por uma parte considerável das receitas. Desde 2002, o governo lançou um programa de reconstrução das infra-estruturas, severamente destruídas ou abandonadas durante o período do conflito armado – a construção civil e as obras públicas crescem vigorosamente -, e ainda uma estratégia de redução da pobreza. Outros sectores como a agricultura recuperam mais lentamente, no caso desta também porque se impunha fazer primeiro um intenso trabalho de desminagem dos terrenos. Com um PIB de 53,929 biliões de

www.festaseeventos.net

dólares, para uma população superior a 15 milhões, Angola ocupava em 2006 o 77º posto no ranking da OCDE. Como principais parceiros comerciais, para além de Portugal, encontram-se a China, Brasil, África do Sul, EUA, Bélgica, Alemanha, França e Espanha. Por força da crise mundial, estima-se que Angola perca 23 pontos percentuais no crescimento do PIB, passando dos 15,8 positivos registados em 2008 para os 7,2 negativos este ano. Mas nem tudo são más notícias. Com a explosão das trocas comerciais com a China, o continente africano de um modo geral tornou-se menos dependente dos países ricos, que entraram

em recessão. Ora, só a economia chinesa deverá crescer este ano cerca de seis por cento, e continuará a precisar das matérias-primas que se encontram em países como Angola.

SBSR CHEGOU A LUANDA Os eventos constituem uma forma de assegurar uma grande proximidade com os consumidores, é um facto. Consegue-se activar as marcas, obtém‑se exposição mediática, potencia-se uma relação duradoura


31

e envolvente com os consumidores. A Unicer, ciente disto, apostou principalmente nas áreas da música e do desporto. Foi assim que organizou quatro edições do Super Bock Super Rock (SBSR) em Luanda, constituindo uma referência na actividade musical do país. “O conceito estava já construído em Portugal e foi muito positivo fazê-lo chegar aos angolanos que apreciam fortemente o convívio, a música e a festa” explica Joana Queiroz Ribeiro, directora de Pessoas e Comunicação da empresa. Em relação ao desporto, a Unicer desenvolveu parcerias com as federações angolanas de futebol e basquetebol, assegurando uma presença contínua junto das selecções e consequentemente próxima dos angolanos. Mas mesmo quando os conceitos estão bem afinados, uma mudança de país obriga a certas cautelas. As diferenças existem, e devem ser ponderadas. Voltemos a Joana Queiroz Ribeiro,

“A frequência de grandes eventos em Angola é substancialmente menor face à registada em Portugal. Por isso, o consumidor angolano está muito mais receptivo e disponível a novos formatos e a novos conceitos. É um consumidor que, pela sua cultura, tem um espírito mais festivo e mais alegre do que o dos portugueses. A música é um elemento fundamental em qualquer evento e os espectáculos desportivos são muito vibrantes”. No caso da Unicer, existem parceiros portugueses com os quais costuma trabalhar e que, “pela experiência ou conhecimento que têm das nossas marcas e da nossa forma de trabalhar, nos acompanham sempre que é necessário implementar determinado tipo de evento, nomeadamente na área da música e do desporto”. No entanto, com o forte crescimento económico dos últimos anos, a rede empresarial em Angola aumentou e surgem cada

vez mais fornecedores qualificados e com competências em diferentes áreas. “Consideramos, por isso”, garante Joana Queiroz Ribeiro, “que, de uma forma geral, Angola está bem equipada, o que permite assegurar a implementação de um evento de qualidade”. Os parceiros locais são já indispensáveis e têm ainda uma vantagem: conhecem o consumidor angolano e o terreno. Assim sendo, para a Unicer, Angola é uma oportunidade de negócio, um país onde tem uma forte actividade comercial e uma rede de parceiros muito significativa. Com o CAN será prioritário estar ao lado da selecção anfitriã, que patrocinam. “Em concreto, a cerveja Cristal será ponta-de-lança junto do consumidor para que Angola e os angolanos brilhem intensamente e este período seja um momento de festa e convívio para todos”, remata Joana Queiroz Ribeiro.

PUB

www.festaseeventos.net


32

REPORTAGEM . Especial Angola

ACORDO AEP /FIL A internacionalização e a busca de novos mercados está inscrita no plano estratégico da Exponor. Já realizaram por isso feiras em Cabo Verde, Moçambique e Brasil. Neste último caso existe mesmo, desde 1999, uma subsidiária em São Paulo, a Exponor Brasil, que tem realizado feiras de forma ininterrupta há 10 anos. Daí que, quando decidiram organizar certames em Angola, já tinham uma vasta experiência em diferentes países do espaço lusófono. Surge assim com naturalidade, em Fevereiro deste ano, e depois de vários contactos exploratórios, um contrato de cooperação entre a AEP – Associação Empresarial de Portugal e a Feira Internacional de Luanda (FIL) para a organização conjunta de feiras na capital angolana. “Coube à Exponor – Feira Internacional do Porto, a representada da AEP dedicada a feiras e congressos, a operacionalização deste protocolo que previa a concepção e desenvolvimento de novas feiras em Angola, incluindo organização, logística, promoção e divulgação”, adianta José Carlos Coutinho, director-geral da Exponor. Entre outras facilidades, a FIL garante o apoio logístico e operacional no acompanhamento das actividades de desalfandegamento, e outras, “críticas para a entrada de produtos e empresas estrangeiras em Angola, bem como a tramitação e obtenção dos vistos que sejam necessários para a presença em feiras”. À FIL cabe a comercialização das novas feiras no mercado africano, enquanto que a Europa fica sob a alçada da Exponor. O restante mercado internacional será gerido conjuntamente, “de acordo com os planos traçados por uma equipa de coordenação, entretanto criada”. A execução de planos de promoção e divulgação de feiras e a dinamização de acções paralelas serão concertadas entre ambas as entidades. “O contrato, que tem a duração de três anos, abre também a possibilidade da Feira de Luanda vir a co-organizar

www.festaseeventos.net

feiras em Portugal”, afirma José Carlos Coutinho. A primeira feira resultante deste acordo, a Exporthome Angola, aconteceu entre 30 de Julho e 2 de Agosto deste ano, contando com 83 expositores e mais de 10 mil visitantes profissionais, tendo constituído a maior representação da fileira do mobiliário e da decoração portuguesa no estrangeiro. Ainda este ano, entre 19 e 22 de Novembro, a Exponor vai promover na FIL as réplicas africanas de três outros formatos do seu portefólio, reunindo num só certame produtores de máquinas-ferramenta e acessórios para a indústria (EMAF Angola), de máquinas para trabalhar madeira (FIMAP Angola) e de produtos eléctricos e electrónicos (SIEEL Angola).

necessários no sentido do estabelecimento de contratos de agenciamento ou outras parcerias com vista a um investimento continuado no mercado angolano”. Isto “prova que a acção destas feiras não se esgota no momento da sua realização, antes tem efeitos duradouros no tecido empresarial português e angolano, com a consequente geração de riqueza e criação de emprego”. Esta parceria com a Feira Internacional de Luanda abre as portas para outro tipo de colaborações. Por exemplo, a FIL contará com a colaboração da AEP e da Exponor na construção do novo parque de feiras e exposições, projecto da ordem dos 220 milhões de euros que deverá arrancar já no próximo ano, e que os promotores querem que venha a ser o maior recinto de feiras do continente africano.

“Em 2010 contamos avançar com mais três feiras, mas o calendário ainda não está fechado”. Para o director-geral da Exponor, “A vantagem evidente deste acordo é ajudar as empresas portuguesas a vencer o período difícil que estamos a atravessar, estimulando as exportações, ao mesmo tempo que as fidelizamos à Exponor. Na óptica angolana, esta é uma oportunidade para tomar contacto com feiras de cariz profissional, permitindo aos comerciantes locais e público em geral conhecer novos produtos e soluções, a preços competitivos”. Passados pouco mais de dois meses do encerramento da primeira feira, José Carlos Coutinho garante que, “para além da satisfação dos expositores com o avultado volume de vendas realizado durante o certame, temos notícia de que mais de uma dúzia de empresas portuguesas expositoras na feira já despoletaram os mecanismos

Rui Luís Romão

Nome oficial: República de Angola Capital: Luanda Províncias: 18 Presidente: José Eduardo dos Santos Regime político: Democracia multipartidária de sistema semi-presidencial População: +15 milhões Superfície: 1.246.700 Km2 Moeda: Kwanza (Kz) Hora: GMT+1 (a mesma de Lisboa) Indicativo telefónico: 244 Companhias aéreas que voam para Angola: TAAG, TAP, Air France, Brussels Airlines, Aeroflot, South African Airways, Air Gabon, Air Namibia, Lufthansa, British Airways e Ethiopian Airways.


33

www.festaseeventos.net


34

CATERING

À MESA COM...

JOSÉ AVILLEZ O nosso exercício de criação gastronómica, sem necessidade de cliente, faz em Outubro apelo à imaginação de José Avillez.Apenas acabado de entrar na casa dos trinta anos, é reconhecido como um dos mais importantes chefs nacionais (cabe-lhe neste momento dirigir a cozinha do

Convidado: José Avillez* Tema: As viagens portuguesas Sinopse: Um olhar sobre o que foram as nossas viagens, quem influenciámos, quem nos influenciou. A um grupo de convidados portugueses e estrangeiros será servido este menu para que, degustando-o, possa viajar por África, Brasil, Índia, Japão... Local: Junto ao Padrão dos Descobrimentos, numa mesa suspensa por uma grua, com vista sobre a cidade de Lisboa.

Tavares), mas também enquanto empresário.

Acontecimento: Celebramos um encontro político internacional com um jantar de gala.

É ele quem supervisiona o Avillez Catering, o

Data: Fim do Verão.

take‑away JA em Casa e o restaurante de almoços JA à Mesa. O seu trabalho distingue-se por uma simplicidade aparente, onde se contém, graças à técnica e intuição, uma enorme riqueza de

Elementos de decoração: Deixamos que a cor dos pratos e as luzes de Lisboa sejam a nossa decoração.

Ementa

sabores e combinações. Entre outros, recebeu

Tártaro de carapau com gengibre e molho de soja

os prémios Chef d’Avenir, em 2005, atribuído

Moqueca de camarão

pela Academia Internacional de Gastronomia, e Chef do Ano de 2008 – A Arte da Cozinha, da Academia Portuguesa de Gastronomia. www.festaseeventos.net

Cordeiro de leite assado com especiarias Toucinho do céu com canela e cremoso de maracujá


35

Tártaro de carapau com gengibre e molho de soja Para 4 pessoas 6 unidades de carapaus bem frescos 15g de gengibre 1 colher de sopa de molho de soja 50 g de alho francês (só parte branca) Sumo de limão q.b. Sal marinho q.b. Pimenta preta de moinho q.b.

Com a ajuda de uma faca bem afiada retire os filetes e a pele aos carapaus. Com uma pinça retire as espinhas e pique o carapau em cubinhos pequenos. Corte o alho francês em juliana muito fina e descasque e pique o gengibre. Misture tudo e tempere com sal, pimenta, sumo de limão e molho de soja. Sirva de imediado.

* “Perfeccionista, audaz e exigente” é assim que quem o conhece bem define José Avillez. Licenciou-se em Comunicação Empresarial com uma tese dedicada à gastronomia portuguesa, sob a orientação de Maria de Lurdes Modesto, uma assumida mentora. Entretanto, tinha realizado um estágio na cozinha de Antoine Westerman, na Fortaleza do Guincho. Mais tarde, trabalhou um ano com José Bento nos Santos como responsável gastronómico da Quinta do Monte d’Oiro. Viajou para Paris onde recebeu formação na escola Alain Ducasse e realizou um estágio na cozinha de Eric Frechon, no Hotel Bristol (três estrelas Michelin). Em 2004 abriu o restaurante 100 Maneiras, prémio Restaurante Revelação do Ano da Revista de Vinhos. Durante um ano desempenhou a função de consultor gastronómico no Hotel Albatroz. Em 2006 lançou Um Chef em sua casa, o primeiro livro, e um dos mais vendidos em Portugal sobre cozinha, mais tarde editado também no Brasil. No ano seguinte abriu ao público em Cascais, sua terra natal, a Lifestyle Cooking, oferecendo, para além dos cursos de cozinha e do Avillez Catering, o serviço de take-away. Ainda em 2007 publicou Petiscar com estilo, o segundo livro, e em Julho partiu para Roses, perto de Barcelona, para estagiar na cozinha de Ferran Adrià, do El Bulli, considerado o melhor restaurante do mundo, seguramente o mais influente e mediático. Em 2008 aceita o convite para Chef do restaurante Tavares, verdadeiro emblema histórico da cidade de Lisboa, um trabalho reconhecido com o prémio de Melhor Restaurante do Ano, atribuído pela Revista de Vinhos. www.festaseeventos.net


36

www.festaseeventos.net


37

www.festaseeventos.net


38

OPINIテグ

Fernando Alvim Comunicador

www.festaseeventos.net


39

VIVA PORTUGAL! Agora que tanto se fala do TGV e do facto do nosso primeiro‑ministro ter como melhor amigo o seu congénere espanhol, José Luis Zapatero, é justo aqui afirmar que temos muito a aprender com a nossa vizinha Espanha. Não é que Portugal não tenha provado nestes últimos anos que até sabe organizar umas coisas – sabe sim –, mas Espanha é uma outra história.

Fazendo uma analogia com os arquipélagos portugueses, Espanha é a Madeira e Portugal são os Açores.

E isso deve-se a uma coisa: à forma como entendem o marketing. E não tenho dúvidas que se portugueses e espanhóis combinassem trocar de território só durante um fim-de‑semana, os espanhóis davam cabo disto num instantinho, enquanto nós, possivelmente, nem sequer mexíamos nos móveis. Espanha é tradicionalmente um país mais irrequieto e talvez por isso se compreenda que a noite também o seja. Espanha tem uma noite de arromba, Portugal tem uma noite mais ou menos. Esperem, nem tudo é mau, Espanha tem rádios bem piores que as nossas e o chocolate espanhol é francamente mau.

Mas há uma coisa que nos distingue, Espanha vende-se como ninguém, tem uma auto-estima fora do normal e é muito raro vermos um espanhol a falar mal do seu próprio país.

www.festaseeventos.net


40

OPINIÃO . Viva Portugal, por Fernando Alvim

É óbvio que falam mal entre eles, e falam muito mal como decerto adivinham, mas aproximando-se um turista ou algo do género, começam logo a esbracejar e a abanar a anca enquanto gritam “Eh viva la España!” Ou uma coisa assim. Eu já vi isto, ouçam. Estava um espanhol a dizer que Madrid isto e Barcelona aquilo, que a mãe do Zapatero não era de boas famílias e avistando um turista sueco que lhe perguntava como se ia para o EL Corte Inglês em Badajoz começou logo aos berros “Eh viva la España!”. Pronto, isto não é verdade, mas podia ter sido. Por isso, o que Portugal tem que fazer é blackout em relação ao exterior (como fazem os clubes de futebol antes dos jogos grandes) podendo continuar com a sua língua viperina em relação a si próprio, apenas cá dentro. Aí tudo bem.

www.festaseeventos.net

E depois faltam músicas, não pode haver eventos em Portugal sem músicas e já tivemos dois eventos que não as tinham. Eu não estou a falar de concertos, estou a falar de hinos que se identifiquem com os eventos. Olhem o tema Barcelona para os Jogos Olímpicos da cidade, que juntava Montserrat Caballé e Freddie Mercury, olhem o naranjito no Espanha 82, olhem para quem vai ali a passar. Pois cá está, Portugal tem que ter temas orelhudos destes que ponham toda a gente a cantar, aqui e lá fora, e que muitos anos depois alguém escreva sobre eles.

A Portugal é isto que falta, temas para bandas sonoras intensas que digam “Viva Portugal”.


41

www.festaseeventos.net


42

REPORTAGEM

ESTARÃO OS EVENTOS PREPARADOS PARA A GRIPE A? A Gripe A tem estado, nos últimos meses, na ordem do dia, mas agora que já entrámos no “tempo frio”, é hora de perguntar: estará o sector dos eventos preparado para uma eventual epidemia? O vírus H1N1 e a Gripe A já não são termos estranhos para os portugueses, dada a constante mediatização que tem sido feita à volta de uma possível epidemia. Que estamos na presença de uma pandemia é já uma certeza, dada a distribuição geográfica bastante alargada que a Gripe A atingiu em todo o mundo. Mas o receio de alguns é de que a Gripe A chegue a atingir uma fase epidémica no nosso país, infectando simultaneamente um número elevado de pessoas. Até ao momento, o cenário não passa ainda disso mesmo, mas, à medida que nos aproximamos do Inverno, é pertinente perguntar se, no caso de uma epidemia de gripe realmente chegar a Portugal, o sector dos eventos está preparado. Nelson Olim, director médico da MedFirst, acredita que “atendendo à forma como esta gripe tem vindo a propagar-se, e tomando em consideração as características deste vírus, que se revelaram mais benignas do que o inicialmente previsto, o impacto da Gripe A sobre a realização de eventos será marginal.” Na visão do responsável

PLANEAMENTO E ANÁLISE DE RISCO “o impacto maior será provavelmente nas próprias produtoras de eventos, que poderão ver-se privadas de pessoal chave para a organização, gestão e acompanhamento dos eventos produzidos.”

No que se refere a medidas que podem vir a ser tomadas face ao desenvolvimento da doença, Nelson Olim afirma que “caberá a cada produtora analisar o risco associado” e “tomar as medidas necessárias para minimizar esse risco”, acrescentando que “mais do que fornecer ambulâncias ou equipas médicas, um serviço de apoio médico a um evento engloba planeamento e análise de risco”.

“Ninguém tem dúvidas de que um evento, num espaço fechado, mal ventilado, com uma densidade de público elevada, sem espaços de isolamento e sem apoio médico adequado, é uma potencial Flu Party [festa da gripe]”.

www.festaseeventos.net


43

EVENTOS MAIS SEGUROS

Quanto à MedFirst, a consultora de emergência média e apoio médico a eventos tem já um plano activado, de forma a conseguir gerir o pessoal da melhor forma possível. “Estamos a funcionar numa lógica de Business Continuity, de forma a garantir resposta adequada aos nossos clientes”, salienta o director médico da empresa. A nível externo, o planeamento da MedFirst passou também a contemplar áreas de isolamento para posterior evacuação de casos suspeitos. No parecer de Nelson Olim, “o público praticamente não notará a diferença nos dispositivos montados, uma vez que as chamadas medidas de precaução são integralmente cumpridas pelos nossos profissionais, independentemente da Gripe A ou de qualquer outra doença infecciosa que esteja a circular.”

Certo é que a possibilidade de uma epidemia deve estar presente no trabalho de todos os organizadores e, deste modo, é importante que estes profissionais saibam como podem tornar os seus eventos mais seguros. O director médico da MedFirst destaca que “o segredo reside no planeamento adequado do evento e do dispositivo médico associado”. Na visão de Nelson Olim “há opções que se fazem durante o planeamento que podem aumentar ou diminuir a segurança. A própria selecção dos espaços, da hora do dia, da temperatura da sala, etc. Tudo isto contribui de forma positiva ou negativa para a segurança”. Ainda com a segurança como pano de fundo, o mesmo responsável chama a atenção para “aspectos que são muitas vezes descurados do ponto de vista da segurança médica, mesmo para eventos de aparente reduzida dimensão.” Nelson Olim mostra-se bastante crítico quanto a esta temática, afirmando que, “infelizmente, a maioria das produtoras de eventos não considera a assistência médica um serviço essencial. Quando, por obrigação legal, têm de providenciar algum tipo de serviço para o cliente, optam muitas vezes pelo mais simples e mais barato do mercado. A assistência médica ainda não é considerada parte integrante de um qualquer evento de qualidade. A própria qualidade da assistência médica é relegada para segundo plano. Não deixa de ser paradoxal que se percam dias a escolher um catering,

mas escolhe-se a assistência médica pelo valor mais baixo do mercado. Um cliente pode morrer com uma simples obstrução da via aérea, pode morrer em fibrilhação ventricular porque não foi contratado suporte avançado de vida... mas o caviar era Beluga. Parece haver uma falsa noção dos custos de um serviço médico com qualidade. 1000 euros pagam uma assistência médica por um médico, um enfermeiro, dois socorristas e uma ambulância durante várias horas... Não valerá a pena pensar nisto da próxima vez que se organizar um evento?”

E SE CHEGAR A EPIDEMIA? Se Portugal for realmente afectado por uma epidemia de Gripe A, existem no país empresas e instituições suficientes para responder às necessidades do sector dos eventos? “Estamos em crer que haverá um processo de auto-regulação do mercado dos eventos”, avança Nelson Olim, salientando também que “havendo produtoras a trabalhar e público a participar, a assistência médica, se for devidamente qualificada, não será, com certeza, um problema. Mas o responsável da MedFirst deixa também a questão: “Se uma faixa importante da população estiver afectada, sendo portanto o próprio público-alvo que está afectado, vale a pena fazer o evento? Jorge Alexandre

www.festaseeventos.net


44

www.festaseeventos.net


EVENTOS

45

RED BULL AIR RACE: MUITO MAIS DO QUE UMA CORRIDA Ao receber pela terceira vez consecutiva a Red Bull Air Race, Porto e Gaia tinham um desafio importante: manter vivo o interesse em relação ao evento. E segundo o presidente da Câmara do Porto o objectivo foi alcançado, uma vez que a etapa portuguesa voltou a atrair mais de meio milhão de pessoas. Para Rui Rio o retorno de um evento desta escala para a cidade é muito superior ao investimento que a Câmara faz, pelo que o interesse é que o evento regresse no próximo ano. A Red Bull Air Race é mais do que uma corrida de aviões, é, para muitos, um verdadeiro evento social, uma oportunidade para aparecer e para ser visto. Na margem sul do Douro, assistir ao evento num dos lounges poderia chegar aos 1000 euros pelos dois dias. No Porto, a zona Vip, situada no Edifício da Alfândega, com confortáveis sofás e comida e bebida à discrição, recebeu centenas de pessoas, cujo interesse no evento ia muito além da corrida propriamente dita.

UM EVENTO MAIS

“É extremamente

SUSTENTÁVEL

emocionante e ao

Deslocar um evento desta dimensão de um país para o outro é uma tarefa, no mínimo, titânica. Apesar de toda a prática e das estruturas serem desmontáveis, o processo de transportar 15 pilotos, aviões, equipas, os 400 elementos da organização internacional e as 400 toneladas de material, é um constante desafio. Desafios que podem prender-se, por exemplo, com a pirataria do Índico ou com as exigências alfandegárias dos portos e aeroportos. No fundo, importa transportar tudo de uma forma eficaz, segura, menos dispendiosa e mais amiga do ambiente.

mesmo tempo um grande desafio encontrar a melhor e mais criativa forma de coordenar toda esta complexa e massiva operação”, afirma Christof Reichl, o director de logística da Red Bull Air Race. Sempre que possível, é utilizado o transporte marítimo e o comboio, em vez dos habituais camiões. Stefan Brauneis, coordenador da logística, regista que a Red Bull Air Race está constantemente à procura de formas de reduzir as emissões poluentes, tendo o objectivo futuro de atingir um nível de carbono zero – dando assim o seu contributo para o combate ao aquecimento global do planeta.

www.festaseeventos.net


EVENTOS 46

BALANÇO POSITIVO DA EXPO’CASCAIS A organização da Expo’Cascais faz um balanço positivo da iniciativa que juntou no início do mês de Setembro uma centena de empresas da região de Cascais, naquela que foi uma feira mostra de actividades e serviços do concelho. Mais de 3500 visitantes acorreram ao Centro de Congressos do Estoril durante os três dias do certame que, para além da vertente expositiva, contou com umas jornadas empresariais, subordinadas ao tema inovação, e com uma forte componente de animação. Também organizadores de eventos e empresas prestadoras de serviços para eventos marcaram presença neste certame que cumpriu em 2009 a primeira edição.

“Sobretudo num ano em que a conjuntura foi tão difícil, a Associação Empresarial do Concelho de Cascais considerou que tinha como função social passar uma imagem positiva aos comerciantes e empresários do concelho e apostar num projecto estruturante”, refere António Silva e Sousa, da Publihappening, empresa responsável pelo conceito e organização executiva. Além disso, o responsável destaca o sucesso no envolvimento das forças vivas da região nesta iniciativa. Cumprido foi também o objectivo de tornar este um “Green Event”. Os Prémios “Expo’Cascais 09” distinguiram os melhores stands nas vertentes “Melhor Stand”, “Inovação” e “Ecologia e Sustentabilidade”. Os vencedores foram respectivamente a AllianzMedilima, PMP – Eventos e EMAC – Empresa de Ambiente de Cascais.

Lembre-se que a Expo’Cascais é uma iniciativa da Associação Empresarial do Concelho de Cascais, e conta com o apoio da Câmara Municipal.

Cláudia Coutinho de Sousa

PUB

www.festaseeventos.net


47

EUROPEAN BEST EVENT AWARDS MANTÊM REPUTAÇÃO Apesar do ambiente económico desfavorável que se vive, a 6ª edição dos European Best Event Awards (EuBEA) ultrapassou todas as expectativas. Quem o diz é Salvatore Sagone, director da ADC, empresa italiana responsável pelo evento, satisfeito pelas 142 candidaturas apresentadas, tanto aos prémios europeus como aos prémios italianos. Muito embora este número signifique que houve uma quebra em 30% nas candidaturas a concurso, comparando com o ano anterior, o responsável destaca que “é preciso ter em consideração que estes eventos se realizaram durante o pior período desta crise, de Julho de 2008 a Junho de 2009” e por isso no seu entender as 142 candidaturas confirmam que os EuBEA mantêm uma excelente reputação na Europa e que cada vez mais agências querem estar associadas à iniciativa.

Os European Best Event Awards atraíram 68 candidaturas de Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanhã, Suiça, Dinamarca, Suécia e Bélgica. Os eventos portugueses a concurso são da Desafio Global ativism e da Action 4 ativism. Durante a votação os principais critérios do júri foram a criatividade, a inovação tecnológica e a qualidade de cada

evento em comparação com o orçamento. O júri, do qual faz parte a revista Festas&Eventos, considerou igualmente a forma como o evento se enquadrou na estratégia de comunicação da empresa, nos valores da marca e no media mix.

A cerimónia de entrega de prémios está marcada para 26 de Novembro, numa gala que se realiza no Atahotel Expo Fiera in Pero, em Milão. www.festaseeventos.net


48

EVENTOS

HEAVENT REÚNE O SECTOR EM DEZEMBRO Os expositores e visitantes pediram e a Heavent ouviu-os, anunciando que a edição de 2009 vai decorrer no Hall 5 da Porte de Versailles, em Paris. “Este novo espaço vai permitir desenhar uma cenografia excepcional, dando à feira todo um novo formato”, refere Romuald Gadrat, presidente da Heavent. Desde 2001 que este certame reúne quem desenha, cria e organiza eventos, feiras e congressos. E é já um hábito encontrarem-se na Heavent os principais decisores, líderes de opinião e profissionais dos eventos. Este ano, para além da mudança de espaço, uma das principais novidades é a área dedicada à sustentabilidade – Heavent Green –, com o objectivo de descobrir novos conceitos e apresentar as empresas comprometidas com a eco-responsabilidade.

www.festaseeventos.net

Participam no certame mais de 500 empresas de som, luz, vídeo, efeitos especiais, decoração, mobiliário, estruturas, hotéis, venues, agências de espectáculos e animação, destinos, entre muitos outros, que aproveitam a ocasião para apresentar os seus novos produtos. Em 2008, visitaram a Heavent 16 mil pessoas, do sector corporate, associativo, agências, organizadores de eventos e congressos. A feira decorre na Porte de Versailles, Paris, de 8 a 10 de Dezembro. Todas as informações no sítio oficial do evento: www.heavent-expo.com. A Festas&Eventos é media partner desta iniciativa.


CASE STUDY

49

À DESCOBERTA DO 5º ELEMENTO A ocasião era duplamente festiva. A Fiat celebrava oito décadas de presença em Portugal, e chegava ao mercado um novo modelo cheio de carisma. Era por isso necessário - afirma Sérgio Martins, director de Relações Externas e Comunicação da marca -, “criar um evento inesquecível, num local surpreendente, com animação inesperada, suficientemente forte para cativar o público e o interesse dos media, numa organização exemplar e, claro, oferecer a Portugal uma oportunidade ímpar a nível mundial, sermos os únicos a receber o mais recente modelo da marca, o 500 Cabrio, numa edição limitada e exclusiva, comemorativa dos 80 anos da Fiat no nosso país”. www.festaseeventos.net


50

CASE STUDY

Para concretizar esta ideia foi contratada a Action Plan. Em traços gerais, as primeiras três semanas foram passadas a criar um conceito, algo que reflectisse e respeitasse os valores da marca, um trabalho que se fez em absoluta parceria, até ao que viria a ser o resultado final, orientado para um universo de públicos bem definido: potenciais clientes – sobretudo jovens -, proprietários de 500 e rede de concessionários. Partindo do facto de este ser um Cabrio, surgiu a ideia de cool, na perspectiva de fresco, mas também de um estilo muito próprio, vincado. E como já havia quatro elementos na família 500, dois a gasolina, um diesel e o Abarth, este era, obviamente, o 5º. Estava assim encontrado o leitmotiv para o conjunto de acções que se iniciou com uma série de teasers e culminou com uma festa no Campo Pequeno para três mil convidados. Numa primeira fase, que decorreu ao longo de cinco fins-de-semana, na região de Lisboa e no Algarve, cerca de 60 promotoras e animadores, transportados por uma frota de Fiat 500, percorreram praias, ginásios, bares e discotecas, distribuindo convites na forma de gelado, onde estavam inseridos os códigos para aceder ao site da Fiat e aí confirmar a presença na grande festa exclusiva do 500. O evento principal chegou finalmente no dia 20 de Junho, e a ele associou-se a SIC, numa transmissão que quis também anunciar a chegada do Verão. Tudo a ver com a ideia de um cabriolet, liberdade de movimentos, sol e bom tempo.

www.festaseeventos.net

GRANDE AZÁFAMA As montagens começaram, para a Action Plan, na sexta-feira anterior, às 3h da manhã, assim que terminou uma tourada, sendo necessário limpar todo o recinto da arena, de modo a poder depois transformá-lo no palco mais importante do evento. Para que tudo acontecesse, trabalharam mais de 200 pessoas ligadas à produção, incluindo aqui todas as áreas, dos técnicos de som e luz até à segurança.

A tarde de sábado começou por animar-se com a concentração de 500, seguindo-se a emissão da SIC e, mais tarde, a festa do 500 Cabrio, onde estiveram diversos VIP, com destaque para Luís Figo. A animação foi uma constante, logo desde o momento da acreditação. No espaço “Deixa a tua marca”, duas paredes gigantes, os participantes eram convidados a escrever com tinta invisível uma mensagem. Mais tarde, todas elas foram tornadas visíveis graças à projecção de luz negra. Para além das zonas VIP, havia espaços comuns com bares, animadores e promotoras, ajudando a criar o clima de festa pretendido.

“LIFE BRAND EXPERIENCES” A Action Plan, nas palavras de Artur Lemos, um dos seus responsáveis, revolucionou o conceito do serviço que presta. Na prática, garante, “deixámos de ser um organizador de eventos para passarmos a desenvolver conceitos e estratégias para os nossos clientes, para os seus produtos e marcas”. Aquilo a que chamaram “Life brand experiences”. O lançamento do Fiat 500 Cabrio é exemplo disso mesmo. O cliente sabia que queria fazer algo diferente, tocar determinados públicos. A partir daí foi preciso conceber uma história, uma estratégia, e embrulhá-la, levando até aos consumidores diversas experiências, associando­‑as aos valores da marca Fiat e do produto 500.


51

O espectáculo

ALGUMAS

maior, que serviu

CURIOSIDADES

para revelar o novo

. Foram efectuados mais de 15 mil contactos directos na fase de teaser.

modelo, foi alvo de

. Na festa principal estiveram três mil pessoas, esgotando a capacidade da arena do Campo Pequeno, depois de montadas todas as estruturas e cumpridas as normas de segurança.

mais de dois meses de aturada preparação, sobretudo por razões

. Este foi o único grande evento Fiat, na Europa, para lançar o 500 Cabrio.

de segurança. Era preciso que o carro fosse suspenso e depois aparecesse, saído de uma caixa simbolizando um cubo de gelo, ao mesmo tempo que se desenrolavam as performances dos animadores. Daí a preocupação acrescida para que tudo corresse sem falhas, porque se sabia que qualquer percalço poderia ter sérias consequências. Foi então que, após a meia-noite, o Campo Pequeno se transformou pela primeira vez numa discoteca, com a presença de alguns dos melhores DJ nacionais.

No final, todos levaram uma lembrança com a marca 500. Voltando às palavras de Sérgio Martins, “Em vez de dizer que a marca é isto ou aquilo, optamos por ‘dar vida’ aos nossos valores de marca, convidando as pessoas a participar”. Arrivederci a tutti!

. Uma das grandes dores de cabeça da organização terá sido... com as licenças municipais. Licenças para tudo e mais alguma coisa, com muita burocracia à mistura, e, em alguns casos, uma demora inexplicável na sua atribuição, ou não. . O trabalho de produção foi contínuo, desde as 3h da madrugada de 19 de Junho até às 20h do dia 21, mas no total, desde a concepção até ao fechar das portas do Campo Pequeno, esta acção prolongou-se por três meses.

www.festaseeventos.net


52

OPINIテグ

Pedro Figueiredo

Coordenador da Pテウs-Graduaテァテ」o em Design de Eventos da ESAD

www.festaseeventos.net


53

O OVO E AS GALINHAS Evento, do latim eventu-, significa acontecimento. Nascimentos, aniversários e casamentos são, entre muitos outros, alguns dos eventos que povoam a vida do homem comum e que fazem com que, regra geral, os associemos a momentos especiais que gostamos de experienciar e recordar, combatendo desta forma o carácter efémero que lhes é inerente. Tal como na vida do homem comum, também a história da humanidade, alicerçada em homens ora mais ora menos comuns, é ab ovo* repleta de eventos. Remonta à Grécia Antiga aquele que podemos considerar o evento dos eventos, os Jogos Olímpicos. Por sua vez, no Império Romano, sob a égide da política do panem et circenses*, criavam-se grandes espaços públicos para a realização de jogos, corridas de bigas e combates de gladiadores, garantindo diversão à plebe e, desta forma, o acautelamento de revoltas sociais. Os eventos existem desde a Antiguidade, em súmula, ab æterno*. Já na contemporaneidade, e particularmente na última década, os eventos, entendidos doravante como ferramentas de comunicação usadas pelas empresas/marcas para estreitarem e solidificarem relações com os seus diversos públicos, têm ganho ab ovo: lat., desde o ovo, desde o início panem et circenses: lat., pão e circo ab æterno: lat., desde sempre, desde toda a eternidade

particular relevância, em alguns casos maior do que as canónicas ferramentas da comunicação de marketing. No caso português, impulsionado, por exemplo, pela realização da Expo’98 ou do Euro’2004, que parecem ter atestado a capacidade do país para o desenvolvimento de mega-eventos, tem-se assistido à proliferação de agências, assim como de ofertas de formação que procuram munir o sector de profissionais qualificados. Apesar do sector nacional de eventos contar já com agências com reconhecimento internacional, o cenário é, não obstante, ainda nebuloso. Os eventos são, como faz questão de acautelar João Sacchetti, “ciência nova”, e como ciência nova que são carecem ainda de devidas sistematizações científicas. Não sendo um cenário exclusivo do nosso país – avalie-se, por exemplo, os parcos estudos e a escassa literatura existente – o caminho parece ter sido trilhado, neste âmbito, pelo decalque de teorias provenientes de outras áreas.

Cientificamente, os eventos estão, por isso, in ovo* e, à falta de referências, quot homines tot sententiæ*. Kotler 1 situa nos anos 50 do século passado o despertar do interesse empresarial pelos eventos, tendo‑se assistido, em algumas grandes empresas, à nomeação de indivíduos encarregues de “instrumentos in ovo: lat., no ovo, em embrião quot homines tot sententiæ: lat., cada cabeça sua sentença

1. Philip Kotler foi um reconhecido professor universitário e consultor de marketing em grandes multinacionais. Publicou uma extensa obra sobre marketing, dedicandose, hoje em dia, à dinamização de seminários, em todo o mundo, sobre os últimos desenvolvimentos do marketing.

www.festaseeventos.net


54

OPINIÃO . O ovo e as galinhas, por Pedro Figueiredo de promoção com que ninguém se importava” 2. Estávamos em plena época da confirmação e sistematização do marketing e com a proliferação da “caixa mágica” a publicidade afirmou‑se como a galinha dos ovos de ouro dos planos de comunicação. Aliás, basta que consultemos a bibliografia existente ou os programas das instituições de ensino para que facilmente constatemos que a publicidade, as relações públicas, a força de vendas, o merchandising e as promoções, o patrocínio e o mecenato e o marketing directo são as galinhas no poleiro da comunicação de marketing.

Os eventos, quando referenciados, são entendidos como sub-ferramentas, ao serviço das relações públicas, imersos nas águas do protocolo, ou remetidos, noutros casos, tão‑somente para a animação turística, que, refira‑se, tem contribuído para a sua valorização e dinamização.

Neste contexto, é curioso verificar o desgaste de algumas dessas galinhas e a afirmação do chamado marketing de eventos. No primeiro caso, facilmente se percebe que o consumidor, entre outros públicos organizacionais, está mais informado, exigente, mas sobretudo cansado de fórmulas gastas e, em alguns casos, intrusivas. Prefere experiências impactantes e memoráveis, o derradeiro objectivo de um evento. Quanto ao segundo caso, a situação é, do ponto de vista científico, inquietante, sobretudo quando se assiste ao esforço de qualificação de profissionais para o sector. É um facto que, ao longo dos últimos anos, o marketing se tem segmentado. Marketing desportivo, marketing farmacêutico e marketing de moda são disso exemplo. Reconhecemos que as particularidades destes sectores e das suas ofertas instigam à adopção de estratégias específicas. A problemática reside, contudo, e em particular no contexto dos eventos, no facto de as propostas teóricas existentes acrescentarem pouco valor, pois resultam de meras reproduções de modelos e metodologias generalistas, como se de etiquetas de aviário se tratassem. A necessidade de planeamento estratégico é indiscutível e, em algumas situações, o desenvolvimento dos eventos ancorados na concepção de uma marca-evento também. Só que, revista a literatura, constata-se que as propostas teóricas/metodológicas denotam, ainda presas aos 4 Ps do marketing 3, a perturbante imposição de mixs de abordagem, preferencialmente em inglês para assegurar a credibilidade da nomenclatura, que não respondem às idiossincrasias dos eventos. E assim se definem variáveis controláveis que parecem tanto dar para comprimidos, peças de vestuário ou eventos…

Singular é também o facto de os eventos, por nós aqui advogados como ferramentas de comunicação de marketing, fazerem uso de outras ferramentas de comunicação de marketing, nomeadamente a publicidade, as relações públicas, a força de vendas, o merchandising, o patrocínio ou o marketing directo. Neste âmbito, algumas interrogações se nos afiguram.

Fará, então, igualmente sentido marketing de relações públicas ou marketing de publicidade? Residirá a resposta no facto de os eventos não serem uma ferramenta de comunicação como as restantes já mencionadas? Ou serão os eventos o ovo das galinhas? Uma coisa parece-nos evidente, impossibile idem esse ac non esse* ou, como dizem nuestros hermanos, no hai zorra com dos rabos*.

2. Kotler, P. (1990), apud GIACAGLIA, M. C. (2006),

3. Os 4 Ps do marketing, ou mix de marketing, são ‘produto’,

impossibile idem esse ac non es: lat., impossível que a

Eventos, S. Paulo: Thompson, 1.ª ed., p. XV

‘preço’, ‘comunicação’ e ‘distribuição’ – do inglês, ‘product’,

mesma coisa seja e não seja

‘price’, ‘promotion’ and ‘placement’ – e constituem um

no hai zorra com dos rabos: cast., não há raposa com dois

conjunto de variáveis controláveis que têm norteado, nas

rabos (ditado espanhol que significa que a mesma coisa

últimas décadas, as abordagens de marketing.

não pode ser ao mesmo tempo verdade e mentira)

www.festaseeventos.net


55

www.festaseeventos.net


56

ESPAÇO SUSTENTABILIDADE

GREEN PROJECT AWARDS DISTINGUE PROJECTOS PORTUGUESES A Ecopilhas (com o Mega Pilhão), a Entrajuda (com o Banco de Bens Doados) e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, com os designados transístores de papel, foram os grandes vencedores da segunda edição dos Green Project Awards 09, respectivamente nas categorias de “Comunicação”, “Projecto” e “Investigação & Desenvolvimento”. O ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, e o ministro de Estado e das Finanças e da Economia e Inovação, Fernando Teixeira dos Santos, que entregaram os prémios aos vencedores, enalteceram a importância de iniciativas como os Green Project Awards na promoção de boas práticas em Portugal. “É de destacar que muitos projectos hoje reconhecidos no Green Project Awards estão ligados à temática dos resíduos, onde Portugal tem registado uma grande evolução”, frisou Nunes Correia. Teixeira dos Santos reforçou, por sua vez, a aposta do Governo nas energias renováveis, nas fontes de energias alternativas e na eficiência energética como forma de Portugal reduzir a sua dependência externa e continuar numa posição cimeira na Europa no que diz respeito a esta matéria. A 2ª edição do Green Project Awards, uma iniciativa do Grupo GCI co-organizada com a Agência Portuguesa do Ambiente e a Quercus, contou com 127 candidaturas a concurso. No total foram 20 os projectos finalistas avaliados pelo júri. A cerimónia decorreu na Culturgest, a 16 de Setembro.

www.festaseeventos.net

E O GREEN FESTIVAL CELEBRA A SUSTENTABILIDADE A segunda edição do Green Festival regressou ao Centro de Congressos do Estoril, mantendo o figurino: espaço expositivo e conferências. A zona de exposição e actividades configurouse como uma mostra interactiva das melhores práticas que estão a ser desenvolvidas na área da sustentabilidade, contando com uma feira de artesanato sustentável, o “swap market” – onde se puderam trocar toda uma série de artigos por outros à escolha, como roupa, pequenos móveis, objectos e aparelhos – um mercado biológico, baptismo de mergulho, workshops de plantas aromáticas e de culinária saudável, experiências de bem-estar – workshops de yoga, plantas medicinais, entre outros. Uma zona de sensibilização, especialmente dirigida às crianças, abordou temas relacionados com a sustentabilidade. Os assuntos mais pertinentes da actualidade no que respeita ao tema do desenvolvimento sustentável, foram debatidos por vários especialistas nacionais e internacionais. A organização do Green Festival é da responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais, Grupo Gingko e Grupo GCI, com a colaboração do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD). O evento realizou‑se de 18 a 25 de Setembro.

TAP LANÇA AGIR ECO A TAP lançou recentemente o Agir Eco, um programa que permite, ao adquirir online um bilhete, optar por compensar as emissões de dióxido de carbono (CO2) da viagem. Na página de compra, ao escolher o itinerário, o utilizador é informado do total de emissões de CO2 que a viagem produz e do montante necessário para as compensar. Esse montante será depois adicionado ao total da reserva. As emissões de CO2 são medidas através de uma metodologia da Organização Internacional da Aviação Civil. Ao optar pela compensação, o utilizador está a investir num projecto de energias renováveis/eficiência energética certificado pelas Nações Unidas, anuncia a TAP no seu site.


57

“ Transformamos sentimentos em imagens...â€? Reportagens de eventos sociais, festas empresariais, congressos, moda, books, foto de produto, trabalhos de estĂşdio, casamentos, baptizados.

www.minifoto-estudio.com | minifoto@netcabo.pt | 21 756 73 30 | 96 794 73 41 | 96 697 33 88 | Rua Alexandre Ferreira, 49 A | Lumiar | 1750 - 010 Lisboa www.festaseeventos.net


58

www.festaseeventos.net


DOSSIÊ TEMÁTICO

59

ESPAÇOS PARA EVENTOS Neste dossiê temos artigos de opinião, sugestões e referências a espaços em edifícios históricos. Para nos ajudar a reflectir sobre a questão do uso dos espaços para eventos convocámos ainda o contributo do arquitecto e cenógrafo João Mendes Ribeiro e da psicóloga Gabriela Moita. O primeiro licenciou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e tem atelier em Coimbra, de onde é natural. Integrou a representação portuguesa na Bienal de Veneza de Arquitectura, em 2004 e 2006, na 11.ª Quadrienal de Cenografia e Arquitectura de Praga, em 2007 e na 7.ª Bienal de Arquitectura de São Paulo, também em 2007. A segunda licenciou-se em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Doutorou-se em Ciências Biomédicas, no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, no Porto. Parece-lhe estranha a nossa escolha? Venha daí, sem preconceitos. Comecemos por uma questão óbvia, a de saber por que razão eventos realizados em espaços diferentes podem conduzir a reacções dos que neles participam radicalmente opostas. Na opinião do arquitecto e cenógrafo João Mendes Ribeiro, “as características do espaço são determinantes na concepção do evento e, consequentemente, na percepção que o público tem do mesmo”. No entanto, “esta relação não se pode reduzir a um tipo puramente físico, pelo contrário, possui uma dimensão psicofisiológica que

engloba factores como o afastamento ou participação dos espectadores. Estas relações constituem uma função natural do evento e são, em larga medida, determinadas pela organização do espaço do acontecimento”. E aqui impõe-se uma nota, a de que, por João Mendes Ribeiro ter uma actividade relevante na área do teatro, muitas das suas reflexões acabarem por referir-se a esta disciplina das artes do palco, sem contudo diminuir o interesse que possam ter, quando transpostas para o universo dos eventos. Mas voltemos ao tipo de relação que se impõe entre pessoas, determinado necessariamente pela opção dos organizadores ao escolherem o lugar para um evento. Essas relações podem ser definidas em termos de “proximidade ou distanciamento, ou ainda de formalidade e informalidade”. Assumindo que “o envolvimento do público num evento caracteriza a passagem de uma atitude contemplativa para uma postura integrativa”, João Mendes Ribeiro prefere os eventos informais, onde os participantes podem ter um papel mais ou menos activo, pelo menos em determinados momentos.

“Participação que poderá ser não só solicitada como esperada e desejável, tornando mais próxima e individualizada a comunicação”. O espaço cénico para um evento resulta, no entender de João Mendes Ribeiro, do “encontro entre o lugar físico (edificado ou não) e os pressupostos conceptuais do criativo que organiza esse mesmo espaço, a partir da interpretação que faz daquilo que lhe é pedido”. Isto implica perceber a singularidade de cada lugar, reflectir sobre ele, o que passa em boa medida “pelo domínio expressivo da imagem, pelo uso criativo das conquistas tecnológicas e, sobretudo, pela sensibilidade em relação ao espaço edificado envolvente”. De resto, as novas tecnologias,

www.festaseeventos.net


60

DOSSIÊ TEMÁTICO . Espaços para eventos nomeadamente de som e imagem, permitem criar “um enredo de sinais e símbolos para os participantes”, podendo introduzir nos eventos “vários níveis de leitura”, o que faz deles “acontecimentos inequivocamente contemporâneos”. E vai mais longe, ao afirmar que a utilização da tecnologia “ultrapassa a condição de simples recurso” para interferir de modo “evidente” na construção estética de objectos cénicos. O tema da reciclagem ou reutilização de materiais não poderia estar ausente deste testemunho, devendo aliás constituir uma preocupação dominante. Nesse sentido, Ribeiro defende o recurso a estruturas cénicas “flexíveis e mutáveis”, capazes de responder a diferentes acontecimentos. Assumindo que prefere trabalhar em espaços informais e não convencionais, João Mendes Ribeiro recorda que na rua, ou noutros lugares públicos exteriores, “a presença de sinais físicos específicos e de elementos simbólicos, como adereços ou dispositivos cénicos, são imprescindíveis à caracterização do espaço. De resto, na criação dos dispositivos cénicos para um evento pode explorar-se o confronto entre transitório e permanente. “O tempo de um acontecimento dita o uso de um espaço transitório, em oposição à construção permanente, característica da arquitectura. O lugar do evento, efémero, pode alterar ou reinventar a arquitectura preexistente”, conclui o arquitecto e cenógrafo.

O OLHAR DA PSICÓLOGA Gabriela Moita começa por distinguir dois espaços que se conjugam e complementam: “o lugar e o local do evento, sendo que o primeiro pode ser a cidade, por exemplo, e o segundo um centro de congressos”. Logo aqui

se percebe que a opção pela cidade ou pelo campo introduz um contexto bem diverso. “Se a cidade é sinónimo de dispersão, o campo pode funcionar como espaço de concentração”, onde é mais fácil mantermo-nos focados, estabelecer ligações entre as pessoas. “O próprio caminho para chegar ao local do evento, e o modo como o fazemos, envolve uma narrativa”. Os espaços podem promover a socialização ou, pelo contrário, desincentivá-la. Pensemos na mesa, lugar de encontro por excelência. “O simples facto de se usarem mesas redondas ou corridas altera por completo as dinâmicas de diálogo”, sendo a primeira opção mais inclusiva e a segunda menos. De resto, a forma mais conotada com a convivência será porventura o círculo, por tudo o que implica em termos de protecção, de acolhimento e até de recolhimento. Curiosamente, Gabriela Moita acredita que quanto mais a relação que se estabelece com o público se aproxima da do “nível da amizade, mais forte essa ligação é”. Quer dizer, as empresas com grandes meios podem proporcionar às pessoas, aos participantes, experiências únicas, que elas nunca imaginaram possíveis, mas essa enorme distância entre aquela experiência e o quotidiano implica também “uma distância maior”, em termos de afectividade, entre quem acolhe e quem frequenta o evento. O que significa igualmente que “a ruptura, a quebra de laços é neste caso mais fácil”. Assim, “a ligação mais forte advirá de experiências que qualquer um dos nossos amigos ou familiares nos poderia proporcionar”. O maior desafio para um organizador de eventos será porventura o de envolver os participantes pelo maior número de sentidos possível, tornando deste modo a comunicação mais completa, rica, intensa, eficaz. “A emoção é o que nos move”. Entendido isto, percebe-se que “é o prazer que nos

leva a querer repetir uma experiência”. Voltemos a um exemplo claro, o das acções de incentivo, ou team-building, onde o que liga as pessoas “é o risco”. Aqui importa que o espaço isole de alguma forma os intervenientes do que é o quotidiano, os transporte para uma outra dimensão, onde vão ser postos à prova. Nestas circunstâncias nem as palavras são às vezes necessárias, mesmo porque surge aqui um ingrediente novo, que é o do contacto físico. Na perspectiva do comportamento, é interessante pensarmos, frisa Gabriela Moita, como é possível levar as pessoas a consumir “algo de que não gostam, não apreciam fisicamente, mas ao qual associam outro tipo de experiências positivas”, valores: estatuto social, pertença a um grupo, etc. É o que se passa frequentemente com os jovens em relação ao tabaco e ao álcool. Mas voltemos aos nossos espaços. “É difícil”, garante Gabriela Moita, “generalizar a reacção das pessoas a elementos como a luz, as cores, as texturas, os cheiros”. Há sempre excepções, e importa estar atento a isso. A sugestão será, “na medida do possível, contemplar diversos espaços e ambientes”, uns mais luminosos, outros mais escuros, uns mais amplos, outros mais intimistas, e assim por diante. Isso aumentará a resposta a diferentes necessidades, o que promove igualmente “o nível de conforto”. Para se perceber melhor, podemos pensar que uma pessoa se sentirá extremamente segura por ter uma grande parede atrás de si e outra não, de todo. De um modo geral, todos nós gostamos de saber que ultrapassámos os nossos limites, vencemos um obstáculo. “Tudo o que é transformador marca de um modo profundo”, recorda Gabriela Moita. Resta conseguir criar as condições físicas para permitir isso durante o evento, e o promotor estará seguramente mais perto de atingir os seus objectivos. Rui Luís Romão

www.festaseeventos.net


CRIE O AMBIENTE DE SUCESSO PARA OS SEUS EVENTOS A Multiarco Rent é líder no aluguer de equipamentos de ar condicionado para os mais diversos tipos de eventos e necessidades de climatização temporária. Criada em 1991, alia uma vasta experiência na área da climatização a uma equipa de técnicos credenciados pela Agência Portuguesa do Ambiente e detém o Alvará de Construção na Categoria de Instalações Eléctricas e Mecânicas. ALUGUER DE EQUIPAMENTOS Um serviço especificamente criado para responder às necessidades de climatização temporárias da organização de festas, espectáculos, congressos, eventos desportivos, exposições, etc. Operando em todo o país e ao longo de todo o ano, a Multiarco Rent tem capacidade para criar o melhor ambiente, em função das características dos espaços e dos eventos. Períodos de aluguer de apenas um dia até vários meses.

FAZEMOS INSTALAÇÃO EM: Tendas de todos os tipos Domes Edifícios Históricos e outros Pavilhões Contentores monobloco Stands

Rua Reinaldo Ferreira, 38 – A/B 1700-324 Lisboa . Portugal T. (+351) 218 483 740 . (+351) 218 477 075 F. (+351) 218 472 991 . info@multiarco.pt www.multiarco.pt


62

OPINIテグ

Lucio Magri

Coordenador da Pテウs-Graduaテァテ」o em Design de Eventos da ESAD

www.festaseeventos.net


63

ESPAÇOS EFÉMEROS: INTERVENÇÕES E INTERFERÊNCIAS 27 Dezembro 1932. O Radio City Music Hall, o maior teatro coberto do mundo, abre pela primeira vez as portas ao público. Roxy (Samuel Lionel Rothafel) conseguiu concretizar o seu sonho: reproduzir artificialmente num ambiente fechado um dos eventos mais fascinantes da natureza: o pôr-do- sol.

O teatro inteiro é projectado pensando neste fim: a boca de cena prolonga-se em semi-círculos concêntricos em direcção à plateia, a tenda do palco é confeccionada com tecido sintético capaz de reflectir a luz, que brilha nos arcos dourados do tecto e reverbera no veludo vermelho das cadeiras. Tudo deve concorrer para que o resultado seja o mais verdadeiro possível: o equipamento de climatização não é usado exclusivamente para o conforto

térmico, mas transforma-se num elemento que reforça o efeito geral: a temperatura torna-se mais fria e, depois de ter considerado a possibilidade de utilizar gases alucinogénicos, é injectado ozono no ar para estimular a plateia 1. 1. Para uma história mais detalhada sobre o Rockfeller Center ver: KOOLHAAS, Rem (1978), Delirious New York: A Retroactive Manifesto for Manhattan, Londres: Oxford University Press

Um dos elementos indispensáveis para o sucesso de um evento é o projecto do espaço onde este irá decorrer: um projecto que se encontra no limiar incerto da cenografia teatral e da installation art. Além de determinar o aspecto formal do evento, é necessário atender ao seu carácter funcional, definir as fronteiras, criar percursos físicos, visuais e sonoros, difundir informações, propagar mensagens, favorecer interacções com o ambiente envolvente, estudando as possíveis articulações volumétricas e espaciais. Esta série de componentes, quando bem projectadas, cria um conjunto capaz de transformar cada evento num momento único e irrepetível que poderá proporcionar a criação de novos laços entre a entidade promotora e os seus convidados.

www.festaseeventos.net


64

OPINIÃO . Espaços efémeros: intervenções e interferências, por Lucio Magri

“Assim, um acontecimento de sucesso não é um espectáculo auto‑referencial mas, pelo contrário, um convite.” 2 Do ponto de vista espacial poderíamos dizer que o evento surge como uma interferência na linha temporal do lugar, modificando por um curto prazo as suas características físicas. Portanto, quando temos que enfrentar um projecto desta natureza, deparamo‑nos com uma relação invulgar com o tempo: de um lado o aspecto efémero das componentes espaciais, do outro a tentativa de deixar uma marca indelével na memória dos visitantes.

“É interessante ver como a duração de um espectáculo ultrapassa o momento do evento e está sujeita a modificações contínuas que provocam adições ou subtracções na memória de cada espectador.” 3 2. BLOKLAND, Tessa (2007), Happening: design for events, Basileia: Birkhäuser

© Villa Eugénie

Adaptando uma série de componentes, que não são só físicas, mas também psicológicas, o projecto deve resultar numa instalação cenográfica que deverá ser percorrida, experimentada, utilizada por multidões, sendo estas últimas os actores principais da nossa coreografia. Neste sentido, e a título de exemplo, é particularmente interessante o projecto da Villa Eugénie 4 para o desfile da colecção Outono-Inverno da Hugo Boss Orange em Barcelona: as 18 mil cadeiras da Plaza de Toros foram iluminadas com um igual número de leds brancos, as bancadas ficaram vazias e foram usadas como tela para a projecção de imagens e vídeos especificamente elaborados pelo light designer Ignace d’Haese. Os convidados ficaram no centro da arena, abraçados por uma passarela circular: a anástrofe é total, espectáculo e espectadores contrapõem-se. Esta inversão da ordem natural cria desde logo um efeito a nível subconsciente que, no caso específico, assume também um valor directamente proporcional ao significado atribuído ao lugar (para um habitante da Península Ibérica a Praça de Touros tem, certamente, um significado diferente daquele conferido por um japonês). A esses valores subconscientes que, como vimos, podem ser de natureza cultural, juntam-se os que o cérebro atribui ao espaço envolvente depois

3. RONCONI, Luca, La mappa dell’azione. Una Conversazione, in: Lotus, N.º 122, Nov. 2004, Milão: Editoriale Lotus srl

www.festaseeventos.net

4. Empresa belga de organização de eventos (www.villaeugenie.com)

de analisadas as informações provenientes dos nossos receptores: luz, cores, texturas, cheiros e sons representam as variáveis possíveis de intervenção para criar os efeitos espaciais necessários à consecução do principal objectivo: permitir que o evento ultrapasse, na memória do convidado, o seu carácter temporário. O projecto de um espaço efémero proporciona a possibilidade de discutir aspectos construtivos específicos e questões necessárias à realização física dos ambientes, procurando encontrar em cada elemento a solução mais adequada à escolha entre o “construir” e o “montar”, sem esquecer a componente itinerante de alguns eventos que implica flexibilidade na organização das partes. Imperativo é enfrentar também os problemas relativos às conexões entre o espaço exterior e o interior: as entradas são o cartão de visita, os lugares onde se forma a primeira impressão, onde se criam as expectativas: quantas vezes já decidiu mudar de restaurante depois de ter dado só uma vista de olhos espreitando pela porta principal? Partindo da idealização do happening instantâneo para chegar ao projecto de uma exposição, passando pelos eventos corporate, desportivos ou de moda, o projecto do espaço é fundamental para poder gerar e transmitir ideias e sensações marcantes e apropriadas para satisfazer vínculos, programas, e necessidades de comunicação.


65

www.festaseeventos.net


66

DOSSIÊ TEMÁTICO . Espaços para eventos

DOZE EXEMPLOS

Para além dos mais óbvios, há uma série de outros espaços para eventos no nosso país que, consoante a tipologia, a dimensão, ou o conceito, podem receber com toda a dignidade as mais diversas iniciativas. Fomos à procura e encontrámos vários. Por serem originais, recentes, com um conceito interessante ou por estarem apenas agora a apostar neste segmento, seleccionámos os seguintes espaços.

MUSEU DO ORIENTE O Museu do Oriente, antigo Armazém do Bacalhau, oferece condições interessantes para acolher eventos, e essa é uma aposta cada vez mais forte da Fundação do Oriente. Desde logo detém um Centro de Reuniões, com um foyer e seis salas, equipado com soluções de som, imagem e serviço de tradução simultânea. As salas, todas baptizadas com nomes de cidades no Oriente, são polivalentes e podem assumir diferentes configurações. Destaque para a Sala Macau que, com acesso directo a um amplo terraço voltado para o Tejo, é uma das mais requisitadas para eventos. Para além de receber congressos, seminários, reuniões, o auditório

recebe regularmente concertos, sessões de cinema, teatro e dança. Tem capacidade para 355 lugares. A grande particularidade deste espaço é a possibilidade de conciliar o evento com a oferta cultural do Museu. Assim, os convidados poderão desfrutar de visitas guiadas às exposições. Em termos de outros serviços prestados pelo Museu do Oriente, de referir que o catering está concessionado a uma empresa, e por isso é exclusivo.

www.museudooriente.pt centro.reunioes@foriente.pt Telefone: 213 585 294 Concelho: Lisboa

FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES O Museu das Comunicações está localizado num edifício dos anos 40, na zona de Santos. Para além das áreas museológicas, dispõe de um auditório e de salas de reuniões, prepararados para receber eventos. Em relação ao auditório, este tem capacidade para 160 pessoas e está equipado com infra‑estruturas tecnológicas, dispondo de uma régie e duas cabines de tradução simultânea. As restantes salas – mais pequenas - são de capacidades variáveis e estão também dotadas de equipamento audiovisual. De

www.festaseeventos.net

referir, igualmente, o Átrio da Casa do Futuro, um espaço amplo, que recebe até 80 pessoas, com a possibilidade de transformação em diferentes layouts. Destaquem-se ainda a Sala dos Azulejos, com serviço de refeições com capacidade para 60 pessoas sentadas, e o pátio descoberto.

www.fpc.pt info@fpc.pt Telefone: 213 935 000 Concelho: Lisboa


67

PALÁCIO DE EXPOSIÇÕES TAPADA DA AJUDA

© Vitor Antunes

Sem prestação de serviços, e só em regime de aluguer de espaço, o Palácio de Exposições Tapada da Ajuda, em Lisboa, é um edifício histórico, gerido pelo Instituto Superior de Agronomia. Mandado construir em 1881 pelo rei D. Luís, é da autoria do arquitecto Pedro de Ávila. Trata-se de um edifício imponente, de estrutura em ferro e vidro, completamente vazio, rodeado por extensos jardins e com uma vista privilegiada sobre o Tejo. É utilizado

para eventos sociais e culturais, quer do Instituto, quer de terceiros. A capacidade é de 1000 pessoas e dispõe de estacionamento próprio. Especialmente interessante é organizar eventos nocturnos neste espaço.

www.espacosdatapada.com espacosdatapada@isa.utl.pt Telefone: 213 653 553 Concelho: Lisboa

CENTRO DE EVENTOS PLAZA RIBEIRO TELLES A 20 minutos de Lisboa, em Vila Franca de Xira, o Centro de Eventos Plaza Ribeiro Telles conjuga o ambiente tradicional ribatejano com condições modernas para a realização de todo o tipo de eventos. Espaço é o que não falta no Plaza Ribeiro Telles. Para além do salão, com mais de 600 m2, e das várias salas de trabalho/reuniões, dispõe de extensos e bem arranjados espaços exteriores, onde é possível, por exemplo, realizar as mais variadas actividades de dinâmica de grupo. Há ainda a possibilidade de pernoitar no Plaza Ribeiro Telles já que dispõe de

alguns quartos pensados para esse efeito. O serviço inclui aluguer do espaço e equipamento audiovisual, recepcionista, total assistência no decorrer do evento e aconselhamento em áreas complementares como catering, decoração, animação, babysitter ou serviço de hospedeiras. Amplo espaço para estacionamento.

www.plazaribeirotelles.com mrtelles@plazaribeirotelles.com Telefone: 263 288 559 Concelho: Vila Franca de Xira

www.festaseeventos.net


68

DOSSIÊ TEMÁTICO . Espaços para eventos

MK2

© Ricardo Quaresma

À partida pode parecer um espaço menos evidente para receber um evento, mas é só uma questão de lhe dar uma oportunidade. Nesta loja de soluções para DJ e produtores, localizada num prédio antigo na rua das Flores, no Chiado, o limite é a imaginação. “Se quiserem transformar este espaço numa praia, estão à vontade”, conta-nos Homero Bettencourt, um dos gerentes da MK2. Em apenas duas

horas, a loja “desaparece” e o espaço pode ser trabalhado conforme o desejo do organizador de evento ou da marca. A MK2 fornece o serviço de som – ou não estivéssemos a falar de uma loja para DJ – plasmas e computadores. www.mk2.pt geral@mk2.pt Telefone: 213 150 379 Concelho: Lisboa

© Ricardo Quaresma

AEROPORTO DE LISBOA Talvez ninguém imagine a quantidade de eventos que todas as semanas se realizam no Aeroporto de Lisboa. Mas o facto é que desde o aluguer de uma simples sala a eventos que podem durar um mês, a ocupação dos espaços do aeroporto é muito significativa e esta é por isso uma área de negócio cada vez mais importante. Lembre-se que por aqui passam regularmente super estrelas da música, do desporto, da moda, e que têm que ser recebidas em condições, até porque o aeroporto dá uma primeira imagem do que é o país. A estrutura dispõe de um auditório para 90 pessoas, um Business

www.festaseeventos.net

Center, várias salas e um lounge. Especialmente populares são os eventos de acolhimento e as reuniões de negócios. As empresas optam muito por este espaço para, por exemplo, eventos de convívio antes do embarque, para recepção de convidados e conferências de imprensa. É possível solicitar assistência VIP no evento. Não há exclusividade em termos de serviço de catering.

www.abclisbon.com mjmartins@ana.pt Telefone: 218 445 351 Concelho: Lisboa


69

PONTO DE FUGA A Ponto de Fuga é a responsável pelos eventos da Quinta da Serra, um espaço relativamente recente – opera desde final de 2008 –, onde se realizam eventos particulares e empresariais, muito embora esteja mais vocacionada para estes últimos. A quinta dispõe de 4,5 hectares, portanto muito espaço para a realização de acções de team-building (existe um circuito de BTT e há a facilidade de montar equipamento de slide e escalada). Há ainda uma piscina exterior, um salão

LX FACTORY Antiga Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense e Gráfica Mirandela, a LX Factory ocupou, em 2007, aquele que foi um dos mais importantes complexos fabris de Lisboa, em Alcântara. Numa área de 23 mil m2, dezenas de empresas, sobretudo ligadas às indústrias criativas, dão vida a um espaço no mínimo peculiar. Além de albergar as referidas empresas, este espaço tem sido palco de diversos eventos em várias áreas, sobretudo ligados à publicidade, moda e comunicação, facto que tem criado uma dinâmica interessante em termos de visitantes. Para além de um restaurante – a antiga cantina da fábrica -, onde se realizam eventos de menor dimensão, o complexo dispõe de um pavilhão de quase 2000 m2, baptizado Sala das Colunas, bastante polivalente,

para 150 pessoas com pé direito duplo e duas mezzanines laterais e uma sala de reuniões. Tudo isto envolvido pela verdadeira paisagem ribatejana. Refira-se que toda a propriedade tem iluminação eléctrica, pelo que é possível realizar eventos à noite, usando todas as potencialidades do espaço. www.pontodefuga-eventos.com anavs@pontodefuga-eventos.com Telefone: 263 487 037 Concelho: Azambuja

e que tem sido muito utilizado para concertos, desfiles de moda, eventos de marca. A capacidade total é de 3500 pessoas. A Faktory é outra das salas, tem capacidade para, aproximadamente, 500 pessoas em ambiente festa nocturna/cocktails, para 100 sentadas em plateia no piso 1 e para 70 em jantar sentado, também no piso 1. Estes dois espaços são geridos pela NCS – Som, Produção e Vídeo. Nas instalações da LX Factory está ainda a discoteca Lollypop, um espaço direccionado para as marcas, e a Livraria Ler Devagar, sobretudo para eventos de índole cultural.

www.lxfactory.com lfactory@mainside.pt Telefone: 213 143 399 Concelho: Lisboa

www.festaseeventos.net


70

DOSSIÊ TEMÁTICO . Espaços para eventos

KIDZANIA “Quando fizer um evento, não alugue um espaço… alugue uma cidade inteira!”, eis o lema da KidZania, o lugar onde tudo foi construído à escala das crianças, mas que pode transformar-se num cenário bem sério… ou não. Depende apenas daquilo que lá quiser fazer: lançamento de produtos, programas de motivação, festas temáticas, conferências. O evento é seu, mas saiba que tem disponíveis seis espaços principais, teatro, estádio, discoteca, estúdio de televisão – completamente equipado, de onde até podem ser feitos directos -, praça central e sala de estar. Todos eles podem ser alugados autonomamente, de acordo com o tipo

de evento e o número de convidados. Se procura algo em grande, e não estamos a brincar, então opte pela cidade inteira. São 6.500 m2, suficientes para acolher mais de mil convidados. Impressionante, no que poderia parecer uma coisa só para miúdos. Está ainda disponível todo o acompanhamento na preparação e realização de cada evento, desde o planeamento e preparação do espaço ao catering, material audiovisual, técnico, ou animação. www.kidzania.pt info@kidzania.pt Telefone: 211 545 530 Concelho: Amadora

POUSADA DO FREIXO A mais recente Pousada de Portugal é também a maior. a do Freixo. Com cinco salas para reuniões e eventos, com vista para o Douro, é mais um espaço a ter em conta na cidade do Porto. A maior das salas é a Douro, com 270 m2 e capacidade para 320 pessoas em plateia. A D. Jerónimo tem capacidade para 200 pessoas, a Visconde de Azurara e Visconde Velado, têm cada uma capacidade para 60. Há ainda a sala Cavaleiro de Malta especialmente

www.festaseeventos.net

destinada a pequenas reuniões. Todas as salas, à excepção da Visconde de Azurara, têm luz natural. A Pousada dispõe de 87 quartos, dos quais 10 são suites, restaurante, espaço exterior, bar, coffee-shop, piscina exterior e um SPA com piscina, sauna e banho turco. www.pousadas.pt guest@pousadas.pt Telefone: 225 311 000 Concelho: Porto


71

MITPENHA Inaugurado em Julho de 2009, o mitPenha é um espaço capaz de acolher acções de formação, apresentação de produtos, congressos e seminários. A curta distância do Porto, com ligação por auto-estrada, encostado a Guimarães, cidade Património da Humanidade e Capital Europeia da Cultura em 2012, dispõe de três salas totalmente equipadas que podem ser usadas de modo isolado ou em simultâneo, ocupando uma área total de 1.024 m2. Tem ainda um hall com 122 m2 e um deck com 550 m2, este com uma vista soberba de montanha, sobre a Penha.

Os participantes nos eventos têm à disposição no mitPenha um infantário, para que não tenham que se preocupar com o lugar onde vão deixar os mais pequenos. Uma cozinha moderna serve este espaço. De notar que o catering é próprio e exclusivo. No capítulo do estacionamento, há lugar para 250 automóveis e quatro autocarros. www.penharealizar.com geral@penharealizar.pt Telefone: 917 600 889 Concelho: Guimarães

PORTIMÃO ARENA E CENTRO DE CONGRESSOS DO ARADE Algarve. O mesmo destino, dois palcos para eventos! Para todo o tipo de eventos o Portimão Arena é o maior espaço do Algarve para congressos, reuniões e grandes eventos. Trata-se de uma infra-estrutura moderna com uma multifuncionalidade que lhe permite atender aos mais diversificados requisitos e expectativas. Pode desenhar-se em diversos formatos e com capacidade para acolher até 6000 pessoas em plateia e até 3500 pessoas em banquete. Os seus 10 mil m2 de espaço exterior reforçam a capacidade de acolher sem limitações todo o tipo de eventos.

O Centro de Congressos do Arade é a mais recente infra-estrutura para acolhimento de eventos no Algarve. Vocacionado para congressos e reuniões até mil participantes, espectáculos, exposições, festas e apresentações de produtos, cumpre os mais elevados requisitos técnicos para este tipo de eventos. Ao seu dispor tem todos os serviços necessários para a realização de qualquer iniciativa. www.pavilhao-arade.com clientes@algarvecc.com Telefone: 282 498 577 Concelho: Portimão

www.festaseeventos.net


72

OPINIテグ

Pedro Rodrigues

Coordenador de eventos da Desafio Global ativism

www.festaseeventos.net


73

POSSO TRAZER O MEU FORNECEDOR? O espaço para um evento é o ponto da partida da equação, ou mix, de construção de um evento. Podemos ter catering, animação, audiovisuais, decoração, staff, cenografia, mas tudo começa no local onde decorre o evento e nas oportunidades, e limitações, que o espaço oferece. Digam o que disserem, a realidade é que Portugal é altamente deficitário em termos de locais para eventos. E essa falta de locais e soluções retira‑nos competitividade a nível mundial e a nível local. Por falta de espaços com as condições mínimas, vemo-nos obrigados a usar uma parte substancial do orçamento de um evento na criação de condições, desde a climatização ao blackout, passando pela decoração, instalação de wc´s, construção de bancadas, colocação de alcatifas, geradores, etc. Isto em especial quando falamos nos eventos “interessantes”, nomeadamente em grupos de média / grande dimensão, dos 300 aos 1000 participantes ou mais. Basta fazermos um simples exercício. Que locais temos em Lisboa e no Porto que comportem um almoço

para 500 pessoas com os requisitos enumerados? Climatização, blackout, isolamento acústico, potência eléctrica, wc´s em quantidade adequada e, para finalizar, um local que não implique grandes necessidades de decoração? Quantas soluções temos? 10? 5? 3? A mim ocorre-me apenas uma solução em Lisboa e uma no Porto. Mas não devíamos ter 20 soluções??? Tenho o sonho, há vários anos, de que as várias entidades do sector, desde a Secretaria de Estado do Turismo às Câmaras Municipais, passando pelos Convention Bureaux, entendessem que a maior vantagem competitiva que poderiam dar a Portugal, na área dos eventos e da meeting industry, seria criarem condições para que surgissem mais espaços para eventos.

É triste pensarmos, no caso de Lisboa, na quantidade de pavilhões da zona ribeirinha que poderiam, e deveriam, ser transformados em locais para eventos. Agora a tal “questão” de fundo. As concessões de serviços em alguns dos principais espaços de eventos em Portugal. A maior parte dos principais espaços para eventos em Portugal tem serviços concessionados em

www.festaseeventos.net


74

OPINIÃO . Posso trazer o meu fornecedor?, por Pedro Rodrigues áreas estratégicas como o catering e os audiovisuais. Em alguns casos apenas um destes serviços e, em outros casos, ambos. Existem, por outro lado, espaços em que os serviços referidos são da escolha e responsabilidade do organizador do evento. Se aprofundarmos cada um destes modelos, podemos referir-nos aos locais com concessões enquanto espaços onde é evocada a qualidade do serviço e a salvaguarda do cliente como razão para essas mesmas concessões. E porquê? Porque sendo sempre as mesmas empresas a trabalhar no local estas adquirem um conhecimento do espaço e um know-how detalhado das soluções possíveis. Por outro lado, estes mesmos concessionários dispõem habitualmente no local de armazéns e cozinhas de apoio que agilizam o serviço que prestam. Mas será que só existem prós? É óbvio que, ao argumento da tal salvaguarda do cliente, pode ser contraposto o argumento do negócio gerado pela intermediação na venda dos serviços que os espaços fazem. O que na grande maioria dos casos aumenta o preço final ao cliente. Existe ainda a questão de um organizador de eventos ser obrigado a trabalhar com um fornecedor que não seria a sua primeira escolha e, em muitos casos, nem a última escolha. Fornecedor esse que nem sempre dispõe de materiais e soluções à altura das realidades actuais do mercado, situação que pode ser um factor de condicionamento da qualidade final e do custo do evento. Também não é benéfico para o profissional de eventos o facto de a relação com os fornecedores concessionados não ser directa, e muitas vezes ser mediada pelo local do evento.

www.festaseeventos.net

Já no que diz respeito aos locais sem concessões, julgo que “total liberdade versus total responsabilidade” talvez seja a frase que melhor define esta realidade. Podemos, nestes casos, contratar os fornecedores que entendermos – excepção feita em alguns casos a áreas de segurança, como o rigging –, mas a responsabilidade pela adequação do fornecedor ao local, e a prestação do mesmo, passam a ser da inteira responsabilidade do organizador de eventos. Esta liberdade permite utilizar os fornecedores mais adequados ao orçamento e sofisticação técnica do evento. E neste caso, apenas temos prós? Não é linear. Basta pensarmos no esforço e, em alguns casos, no risco de alguns fornecedores de catering e de audiovisuais, menos experientes, chegarem a um destes locais e verem‑se na contingência de, no espaço de horas, terem que montar equipamentos, cozinhas, etc. para que o evento seja um sucesso.

Existem alternativas a estes dois modelos? Sim. Um exemplo disso é o modelo misto da Alfândega do Porto que apresenta “fornecedores preferenciais”. Deste modelo para os anteriores existem várias diferenças. É, por exemplo, apontado um conjunto de fornecedores autorizados (em média três a cinco) a prestar serviços na área de catering e de audiovisuais neste local. Estes são, na teoria e na prática, os melhores fornecedores disponíveis na sua área, na região onde se insere o espaço. Curiosamente, pelo posicionamento de cada um deles, oferecem serviços com preços e soluções distintas permitindo uma adequação ao perfil e orçamento do evento. O facto de o organizador de eventos poder consultar mais do que um destes fornecedores para o seu evento é também muito importante. Ao que acresce a vantagem de o gestor de eventos se relacionar directamente com o fornecedor em toda a fase de proposta e implementação do evento

O modelo que melhor serve os organizadores de eventos é o modelo dos espaços sem concessões, ao contrário do modelo de concessões que serve melhor os interesses dos espaços? Fica a reflexão. Estará a virtude no meio?


DOSSIÊ TEMÁTICO . Espaços para eventos

75

“NÃO TOCAR” ORGANIZAR EVENTOS EM ESPAÇOS HISTÓRICOS A propósito da publicação pelo Turismo de Portugal do Guia Técnico de Monumentos e Museus, uma ferramenta útil para quem quer organizar um evento nestes espaços, tentámos perceber quais são os espaços acessíveis e as vantagens e dificuldades em utilizá-los. Fomos ainda conhecer melhor dois espaços: o Edifício da Alfândega e o Convento de São Bento da Vitória. www.festaseeventos.net


76

DOSSIÊ TEMÁTICO . Espaços para eventos Vamos começar pela conclusão. Há alguns requisitos fundamentais para se organizar um evento num espaço cuja função principal está muito longe de ser a de receber eventos: uma boa dose de imaginação, muito bom‑senso e uma grande capacidade de correr riscos. Desde logo porque são espaços que guardam espólios normalmente valiosos e fragéis, têm um horário de abertura ao público a cumprir, e, para além disso, são deficitários em termos de processos e hábitos de receber eventos. “As placas e plaquinhas a dizer ‘não mexer’, ‘não tocar’, ‘frágil’, assustam os gestores de eventos e os clientes. Esta situação agrava-se quando os gestores de alguns espaços estão formatados, e com razão, para dramatizar ainda mais estas mensagens”, conta-nos Gonçalo Oliveira, gestor de eventos da Desafio Global ativism, empresa que venceu um prémio europeu justamente com um evento realizado no Museu dos Coches para a Dior. Para além do stress normal, característico de organizar um evento, há outras preocupações que importa ter

www.festaseeventos.net

em conta, refere Gonçalo Oliveira “a temperatura da luz para não danificar as pinturas, a direcção dos raios de luz para não incidir directamente nos objectos, a cor da luz para não aquecer o espaço ou o volume do som para não se partir nada”. Mas para o responsável da Desafio Global a maior dificuldade são mesmo os horários, “Os eventos não podem ser montados nem ensaiados de véspera, já que no dia seguinte estes edifícios abrem portas para receber turistas que pagam bilhete para ver o espaço original, e não as colunas de truss, luzes, projectores etc.” No fundo, para além de uma planificação ainda mais detalhada, é necessário ter a capacidade de correr riscos. Mas estes edifícios históricos têm a mais-valia de acrescentar valor ao evento, considera o gestor de eventos da Desafio Global ativism, “especialmente se basearmos os conceitos cenográficos e conceptuais no seu espaço, e dar vida a um local histórico, recriando-o, pode impressionar muito o convidado”. Uma outra vantagem é o menor investimento em decoração. Para o evento “A New Cinderella is

Born”, que marcou o lançamento do perfume “Midnight Poison” da Dior, a equipa da Desafio Global teve apenas duas horas para as montagens, devido aos constrangimentos de horários do Museu dos Coches. Este evento, um jantar para a imprensa, clientes e líderes de opinião, podia ter dado origem a vários títulos de filmes, refere Gonçalo Oliveira, “‘missão secreta’, ‘missão impossível’ ou mesmo ‘missão kamikaze’... mas com um final feliz”. Isto porque nas duas horas de montagem foi necessário colocar uma mesa única para 150 pessoas, telas de projecção, luzes, som e instalar a cozinha. Para que nada falhasse, tudo foi ensaiado, durante semanas, num armazém com uma equipa de 160 pessoas. O Museu dos Coches foi “o cenário perfeito com dois séculos de história, já que o tema era a reinvenção da Cinderela e o museu parecia a garagem do príncipe”, diz Gonçalo Oliveira, que acredita que mais instituições deviam apostar nos eventos porque são geradores de notoriedade, prestígio, beneficiando o património.


77

MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIA O Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, foi mandado construir pelos monges da antiga Congregação Beneditina Portuguesa, nos finais do século XVI, como ponto de apoio para os religiosos que viajavam pelo país. Durante a Guerra Peninsular, em 1808, o Mosteiro é reconvertido em Hospital Militar e, em 1835, após a expulsão das Ordens Religiosas, é transformado em Tribunal Militar, Casa de Reclusão e Aquartelamento de Infantaria 31 e Engenharia. É no ano de 1985 que o IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico) decide proceder ao restauro do Mosteiro, o que permitiu a instalação neste espaço da Orquestra Nacional do Porto e do Arquivo Distrital. Em 2007, o Estado atribuiu ao Teatro Nacional de São João (TNSJ) parte significativa do edifício – ala nascente, parte da ala sul e Claustro Nobre, espaços que, para além dos espectáculos da programação do Teatro Nacional São João, podem receber concertos, jantares de gala, eventos corporativos, entre outros.

Como se trata de um edifício histórico, Monumento Nacional, há preocupações a ter em conta, qualquer que seja a sua utilização, de modo a salvaguardar o património. No entanto há algumas vantagens inequívocas para a realização de eventos, desde logo a localização, bem no centro histórico do Porto. Por outro lado há um argumento fortíssimo: o cenário, uns claustros deslumbrantes com capacidade para 500 pessoas. Em termos de outras condições, o espaço está equipado com material audiovisual e há uma sala específica para a recepção do serviço de catering. Não existe qualquer vínculo com fornecedores, a escolha é do próprio cliente. A gestão é da responsabilidade do TNSJ que cede o espaço do Mosteiro, quando este não está a ser ocupado pela programação, sendo uma forma de angariar receitas que permitam contribuir para suportar os elevados custos de manutenção do espaço. O Mosteiro já recebeu por exemplo festivais como o FITEI e o FIMP.

Informação sobre o espaço Hall de entrada Claustro Nobre Sala de Apoio I Sala de Apoio II Sala de Apoio III WC (Homens, Senhoras e Deficientes) Capacidade do Claustro Plateia / Concerto 320 pessoas Jantar sentado 500 pessoas Jantar volante / outras iniciativas 700 pessoas Equipamento disponível Cadeiras, equipamento de luz, maquinaria e piano.

www.festaseeventos.net


78

DOSSIÊ TEMÁTICO . Espaços para eventos

No Guia Técnico - Museus e Monumentos, que pode ser consultado no sítio online do Turismo de Portugal, www.turismodeportugal.pt, está disponível uma lista de espaços culturais aptos a receber eventos. Este guia é o resultado de uma parceria entre o Turismo de Portugal, o IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, o IMC - Instituto dos Museus e da Conservação e a APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens. Na primeira edição estão contemplados 24 museus, monumentos e palácios localizados nas regiões Norte, Centro e Lisboa.

EDIFÍCIO DA ALFÂNDEGA Requalificado para receber eventos Contrariamente a muitos dos edifícios históricos, em que a componente dos eventos é um complemento da actividade principal, o Edifício da Alfândega foi requalificado a pensar num em concreto: a Cimeira Ibero-Americana de 1998. Construído em 1869, na zona de Miragaia, segundo projecto do arquitecto francês Jean Colson, o edifício operou como Alfândega até aos anos 80 do século XX. Nessa altura, por imperativos de ordem comercial, os serviços mudaram para a periferia da cidade. Sofreu então trabalhos de restauro, em grande parte da responsabilidade do arquitecto Eduardo Souto Moura. Mais tarde, em 1998, o Edifício da Alfândega foi objecto de grandes investimentos em infra-estruturas e modernos equipamentos para receber a VIII Cimeira Ibero-Americana. Após o seu termo, facilmente se entendeu que o novo espaço oferecia condições interessantes para a realização de eventos, pelo que desde então essa é uma aposta prioritária. É desta

www.festaseeventos.net

capacidade para acolher eventos que surge o Centro de Congressos que, actualmente, recebe cerca de 150 iniciativas por ano, uma forma também de gerar receitas para manter o Museu dos Transportes e Comunicações que funciona no mesmo complexo. O Centro de Congressos disponibiliza espaços multifuncionais de grande versatilidade: sete salas (de 80 a 300 lugares), três das quais equipadas com cabinas de tradução. A Sala do Arquivo é talvez o exemplo máximo da flexibilidade do Centro. Tem capacidade para mil pessoas e é polivalente – permite a realização de congressos, seminários, apresentações de produtos, mas também banquetes, concertos e espectáculos. De acordo com os seus responsáveis, o facto de funcionarem num edifício histórico nunca foi um entrave ao acolhimento de eventos. Bem pelo contrário. Bastou apenas aprender a retirar o melhor partido daquele espaço, potenciando as suas características únicas. Cláudia Coutinho de Sousa

Norte: Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, Braga; Museu de Alberto Sampaio, Guimarães; Paço dos Duques de Bragança, Guimarães; Museu Nacional Soares dos Reis, Porto. Centro: Mosteiro de Alcobaça, Alcobaça; Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Batalha; Museu Monográfico de Conímbriga, Condeixa-a-Nova; Convento de Cristo, Tomar. Lisboa: Palácio Nacional de Mafra, Mafra; Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa; Panteão Nacional / Igreja de Santa Engrácia, Lisboa; Torre de Belém, Lisboa; Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa; Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa; Museu Nacional do Azulejo, Lisboa; Museu Nacional dos Coches, Lisboa; Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Lisboa; Museu de Artes Decorativas Portuguesas Fundação Ricardo Espírito Santo, Lisboa; Museu Nacional do Teatro, Lisboa; Museu Nacional do Traje, Lisboa; Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, Lisboa; Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa; Palácio Nacional de Queluz, Sintra Palácio Nacional de Sintra,Sintra.


79

www.festaseeventos.net


80

OPINIテグ

Pimentel Furtado

Coronel de Cavalaria, especialista em seguranテァa e gestテ」o de crises

www.festaseeventos.net


81

QUANTAS PESSOAS DO PÚBLICO CABEM, AFINAL, NO ESPAÇO DE UM EVENTO? Um dos problemas de segurança recorrentes na realização de eventos tem a ver com a determinação do efectivo máximo de público que um determinado espaço pode acolher. Quantas pessoas do público cabem, afinal, no espaço de um evento? Sendo este problema complexo, dependendo de parâmetros diversos, como a estrutura do recinto, o tipo de evento ou os equipamentos utilizados na produção, vamos fazer uma apresentação sucinta dos principais factores a ter em conta na determinação do efectivo máximo de público num evento. ÁREA DISPONÍVEL Evidentemente que a área do recinto é o factor fundamental para definir o efectivo máximo de público. Porém, nem toda a área de um recinto se encontra disponível para o público. Apenas aquela que lhe é acessível conta para efeito dos nossos cálculos. A esta área, há ainda que subtrair a área total das zonas destinadas à circulação. Temos agora a real dimensão da área disponível para acomodar o público. O público pode ser acomodado de várias formas, sendo que umas exigem mais espaço para o mesmo número de pessoas do que outras, ou seja, a mesma área terá diferentes capacidades máximas adequadas, de acordo com a modalidade escolhida. Basicamente existem três modalidades de arrumação do público, sendo que cada uma delas pode ter diversas variações.

O número máximo permitido por lei, para cada modalidade, é: Em pé Bancada corrida Cadeiras

3 pessoas por m2 2 pessoas por metro linear de bancada número de lugares sentados (o art.º 53º da portaria 1532 regulamenta as diferentes maneiras como as cadeiras poderão ser dispostas).

Evidentemente que no mesmo recinto podemos ter a combinação das diferentes modalidades, e suas variações, em simultâneo.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA Outro factor a ter em consideração na determinação do efectivo máximo de público é o número e a largura das saídas de emergência do recinto. O número mínimo de saídas de emergência depende do efectivo de público que se pretende que o recinto receba. O art. 54º da portaria 1532 define esse número mínimo: Número mínimo de saídas de recintos cobertos em função do efectivo Efectivo de público 1 a 50 51 a 1.500 1.501 a 3.000 Mais de 3.000

Número mínimo de saídas 1 1 por 500 pessoas ou fracção, mais 1 1 por 500 pessoas ou fracção Mínimo de 6

www.festaseeventos.net


82

OPINIÃO . Quantas pessoas do público cabem, afinal, no espaço de um evento?, por Pimentel Furtado Número mínimo de saídas de recintos ao ar livre em função do efectivo Efectivo de público 1 a 150 151 a 4.500 4.501 a 9.000 Mais de 9.000

Número mínimo de saídas 1 1 por 1.500 pessoas ou fracção, mais 1 1 por 1.500 pessoas ou fracção Mínimo de 6

Tão importante como o número de saídas de emergência são as suas larguras mínimas, pois são estas que condicionam o número de pessoas que conseguem fugir através de cada saída, em caso de emergência. Estas larguras das saídas de emergência são medidas em Unidades de Passagem (UP). A UP é a unidade utilizada na avaliação da largura necessária à passagem de pessoas no decurso de uma evacuação. A correspondência em unidades métricas, é a seguinte: . 1 UP = 0,9 m . 2 UP = 1,4 m . N UP = N × 0,6 m (para N ≥ 3).

O art. 56º da portaria 1532 define o número mínimo de UP de um recinto: Número mínimo de unidades de passagem em recintos cobertos Efectivo de público 1 a 50 51 a 500 Mais de 500

Número mínimo de UP 1 1 por 100 pessoas ou fracção, mais 1 1 por 100 pessoas ou fracção

Número mínimo de unidades de passagem em recintos ao ar livre Efectivo de público 1 a 150 151 a 1.500 Mais de 1.500

Número mínimo de UP 1 1 por 300 pessoas ou fracção, mais 1 1 por 300 pessoas ou fracção

O número de saídas e o número de UP tem que ser satisfeito em simultâneo, não sendo suficiente o cumprimento de apenas um dos critérios.

TEMPO DE ENTRADA Estudos práticos levados a cabo em Inglaterra, levaram à conclusão de que não se deve fazer esperar o público mais do que 1 hora em filas de entrada. Assim sendo, a largura das entradas, o sistema e o número de postos de controlo de títulos de ingresso devem ser dimensionados de acordo com a quantidade de público esperado e com o tempo médio que demora a verificar cada título. Uma coisa é certa, jamais deverá haver ingressos no recinto sem que haja um qualquer sistema de controlo, a fim de evitar que sejam admitidas mais pessoas do que o número máximo aceitável (a história da indústria dos eventos está repleta de acidentes gravíssimos devido ao ingresso de público em excesso nos recintos).

TEMPO DE SAÍDA Os mesmos estudos conduziram também à conclusão de que, seja qual for o sector do recinto, qualquer pessoa não deverá demorar mais de 8 minutos até se encontrar integrada no fluxo das vias de saída, sob pena de algumas se começarem a sentir perdidas, confusas ou irritadas, podendo esta situação levar à ocorrência de incidentes graves.

www.festaseeventos.net

Pelas mesmas razões, após a integração no fluxo das vias de saída, não deverá demorar mais de 7 minutos a estar no exterior do recinto. Assim como as entradas devem ser dimensionadas de acordo com o efectivo de público esperado e o tempo médio de controlo de cada ingresso, as saídas devem ser dimensionadas de acordo com o efectivo de público esperado e os tempos acima referidos. A gestão de entradas e saídas pode ser complexa, obrigando, por exemplo, à manutenção de diferentes tipos de entradas e saídas (público, artistas, staff, veículos de socorro, etc.), mas nada obsta a que, no fim do evento, todas as entradas de público sejam transformadas em saídas, ou que sejam utilizadas as saídas de emergência, desde que tudo seja feito de forma controlada e segura.

QUANTAS PESSOAS DO PÚBLICO CABEM, AFINAL, NO ESPAÇO DE UM EVENTO? Após terem sido feitos todos os cálculos anteriormente referidos para o recinto, o efectivo máximo de público admissível será o menor valor dos quatro valores calculados. Só assim se poderá garantir que os quatro critérios são cumpridos, bem como a primeira condição de segurança do evento: adequação do efectivo de público ao espaço do evento.


83

www.festaseeventos.net


84

ESTUDO

ORÇAMENTOS DIMINUÍRAM DRASTICAMENTE É a conclusão de um inquérito da Festas&Eventos realizado junto das principais empresas de organização de eventos do país. Quisemos saber em que estão a cortar, se o volume de facturação sofreu uma quebra acentuada e as expectativas para o último trimestre de 2009. Para a realização deste pequeno estudo foram enviados 35 inquéritos para um conjunto seleccionado de contactos de empresas organizadoras de eventos. Quinze empresas responderam ao inquérito. Foram solicitadas respostas a sete perguntas, seis de escolha múltipla e uma de resposta aberta. A primeira pergunta pretendia aferir de que forma os orçamentos dos clientes para a a realização de eventos foram afectados num ano de crise como este. A resposta mais dada, por 53,3% dos inquiridos, foi a de que os orçamentos diminuíram drasticamente. 26,7% considera que diminuíram ligeiramente, 13,3% que se mantiveram iguais e, finalmente, 6,7% dos inquiridos responde que aumentaram.

www.festaseeventos.net

A segunda pergunta, de carácter aberto, foi respondida apenas por oito dos inquiridos e pretendia saber em que itens os clientes investiam menos. Os brindes, animação, decoração, cenografia são os aspectos mais referidos, mas surgem respostas no sentido de que os clientes tendem a querer cortar em tudo, exigindo, no entanto, a qualidade de sempre. Sendo assim, então em que cortam os organizadores

de eventos para fazer face a orçamentos menores? 53,3% afirma que não cortam em nada, mas procuram, isso sim, apresentar soluções mais criativas; 33,3% admite que corta nas margens de lucro, enquanto que pouco mais de 13% opta por fornecedores mais baratos. Nenhum dos inquiridos respondeu que cortava no número de trabalhadores adstritos a cada projecto. E neste contexto de esmagamento


85

Os orçamentos dos seus clientes para a realização de eventos:

E a sua empresa, em que itens corta para fazer face a orçamentos menores?

Neste ambiente de crise, há lugar para questões como a sustentabilidade ou os eventos verdes? Os clientes consideram relevantes estas questões?

Diminuíram drasticamente Diminuíram ligeiramente Mantiveram-se iguais Aumentaram

Em nada. Apresentamos soluções mais criativas Nas margens Fornecedores, optando por mais baratos No número de colaboradores de cada projecto

Por vezes Sim Não, de todo

53,30% 26,70% 13,30% 6,70%

Com esta crise, tem organizado menos eventos?

Quais as suas expectativas para o último trimestre deste ano?

Sim, nota-se uma quebra Não, temos organizado os mesmos Não, temos organizado mais

Vai assistir-se a uma ligeira retoma A situação vai manter-se a mesma A tendência é para piorar

80,00% 13,30% 6,70%

dos orçamentos realizam-se mais ou menos eventos? 80% das respostas mostram que se notou uma quebra no número de eventos. Neste ambiente de crise é possível pensar em questões como a sustentabilidade ou os eventos verdes? Os clientes consideram relevantes estas questões? A resposta mais dada, por 50% da amostra, é a de que essas questões são suscitadas algumas vezes. Já 26% da amostra diz taxativamente que são relevantes, enquanto que 20% regista que os clientes não estão preocupados com a sustentabilidade, ou em tornar os seus eventos mais verdes.

53,30% 33,30% 13,30% 0,00%

53,30% 26,70% 20,00%

Espera que a sua empresa, em 2009 (e face a 2008), vá facturar:

73,30% 26,70% 0,00%

As expectativas para o último trimestre de 2009 são positivas. Mais de 70% dos respondentes acredita que vai assistir‑se a uma ligeira retoma. Nenhum dos inquiridos acredita que a tendência é para piorar; 26% é menos optimista e considera que a situação vai manter-se igual. Então o que é que se pode esperar em termos de facturação para este ano, e em comparação com 2008? Mais de 50% espera que a empresa facture menos do que no ano passado. As restantes respostas dividemse, 20% acha que vai facturar mais e 26% crê que a facturação será igual.

Menos O mesmo Mais

53,30% 26,70% 20,00%

Apesar das expectativas positivas para o próximo trimestre, o facto é que este clima de crise económica afectou de uma forma significativa e palpável as empresas de organização de eventos, quer no corte dos orçamentos dos clientes, quer no número de eventos, como se conclui por esta amostra. Por outro lado aquela que parecia uma tendência importante, a dos eventos verdes, parece continuar viva no sector, contrariamente ao que se poderia pensar. Optimismo parece ser o sentimento dominante face ao futuro.

Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


86

OPINIテグ

Nuno Gustavo

Professor-adjunto da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

www.festaseeventos.net


87

GOLFE E EVENTOS, REPENSAR OS ESPAÇOS E OS CONCEITOS O GOLFE

UMA NOVA VISÃO DE

O ESTADO DA ARTE

FUTURO

Para a maioria dos jogadores de golfe o “19.º buraco” deveria ser o mais aliciante de qualquer partida de golfe, não porque haja alguma exigência ou distinção técnica a ele associada, mas porque este, contrariamente aos restantes 18 buracos, distingue-se como um momento privilegiado de convívio e networking, à margem de qualquer destreza desportiva. Ao definir-se como um momento ímpar de convívio e confraternização (após) o jogo, o “19.º buraco” confere ao golfe um carisma único. A par da dimensão majestosa dos seus campos, espaços reconhecidamente únicos, foi no seio desta simbiose única desporto/evento social que o golfe construiu e alicerçou a sua identidade, projectando-se enquanto uma prática ímpar. A comprovar a crescente notoriedade e reconhecimento do golfe está, desde logo, a sua crescente projecção internacional, à qual o fenómeno turístico já não consegue actualmente ficar indiferente.

Em Portugal, a sua importância estratégica foi recentemente reconhecida no Plano Estratégico Nacional para o Turismo, o qual preconiza o golfe como um dos dez produtos prioritários de aposta.

Nos últimos anos, no contexto nacional, temos assistido à proliferação de campos e clubes de golfe, os quais são, sem dúvida, essenciais para a consolidação e afirmação da prática, não só porque sem oferta será impossível desenvolver o golfe, mas desde logo porque o jogador de golfe não gosta de jogar sucessivamente no mesmo campo. Naturalmente esta situação tem conduzido à multiplicação de torneios, facto que, perversamente, tem desvirtuado o referido binómio génese do golfe. Em causa não está a relevância destes eventos, bem pelo contrário, estes são um garante importante da génese e da sustentabilidade da actividade. Essencialmente questiona-se a condição que tem prevalecido como factor de competição entre estes eventos - os famosos sorteios e prémios (associados ao gross, ao net, ao drive mais longo, etc.), ao invés de uma aposta na diferenciação pelo melhor “19.º buraco” (melhor programa social associado à competição).

www.festaseeventos.net


88

OPINIÃO . Golfe e eventos, repensar os espaços e os conceitos, por Nuno Gustavo Ao estabelecerem como factor de competição os variadíssimos prémios atribuídos por diferentes patrocinadores, os clubes de golfe tendem a transformar e reduzir o golfe a um mero evento desportivo, desvirtuando e corroendo a génese garante da sustentabilidade da actividade -binómio -desporto/evento-. Por outro lado, os patrocinadores de eventos desportivos assistem, cada vez mais, a cerimónias de distribuição de prémios com assistência reduzida dos convidados/competidores, começando a pôr em causa as contrapartidas que recebem do investimento que fazem nos diferentes torneios que, de evento social, só têm o nome. Assim sendo, se por um lado os torneios são uma importante fonte de receita para a sustentabilidade da grande maioria dos campos de golfe nacionais, por outro, não havendo patrocinadores, não há torneios. Deste modo torna-se urgente reequacionar este modelo de competição, não só para a sustentabilidade dos clubes, principais entidades gestoras dos espaços de golfe, como para a própria imagem da modalidade. A aposta na dimensão de evento social do golfe, nomeadamente através da realização de torneios sociais, deve ser o vector normativo para o futuro dos campos e dos clubes. Para tal será essencial uma visão de futuro do golfe alicerçada em eventos pré, on going e post jogo e/ou evento (torneio). Esta opção estratégica não só será o garante do posicionamento diferenciado do golfe no contexto das restantes práticas desportivas, como ainda permitirá a realização das desejáveis e necessárias receitas adicionais, essenciais para a viabilidade económica dos campos e clubes. Essencial neste processo será o redesenho dos espaços e dos conceitos associados aos campos de golfe, tendo por base uma filosofia multiactividade, capacitando os campos de infra-estruturas e equipamentos que garantam a singularidade do golfe.

www.festaseeventos.net

O CASO DO GOLFE DO MONTADO O Campo Golfe do Montado foi inaugurado em 1996, tendo sido alvo de uma profunda remodelação em 2006. A par da remodelação operada no campo, no sentido de lhe conferir características técnicas/desportivas/ paisagísticas distintivas, criaram‑se ainda várias infra-estruturas, nomeadamente uma hoteleira, a qual comporta no seu projecto vários equipamentos de lazer (piscinas, Spa, salas de reuniões, salas de jogos, etc.) Simultaneamente tem sido realizada uma aposta nos torneios, onde a componente social é um aspecto central em detrimento dos prémios e possíveis sorteios associados. Assim, impera nestes torneios um modelo de evento social, dominado pelo convívio e uma oferta de actividades integrada e variada (jantares, passeios de barco, ateliers vários, etc.).

Os torneios passam a ser eventos onde o jogo de golfe é apenas uma peça de um puzzle, onde amigos e famílias podem conviver. Deste modo, “chavões” negativos associados ao golfe, como as “viúvas do golfe”, sucumbem, uma vez que a actividade é pensada de uma forma integrada para todos os membros da família e para o convívio das mesmas, passando o golfe a ser o elo central de ligação. Com o aumento das audiências, para os patrocinadores deste tipo de torneios este voltará a ser um investimento com retorno garantido, pois os seus convidados, competidores ou acompanhantes terão para além da saudável actividade desportiva a convivência social antes e após torneio no “19º Buraco”.


89

www.festaseeventos.net


90

LEITOR

CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO Neste espaço, dedicado ao protocolo, Cristina Marques Fernandes e Susana de Salazar Casanova, autoras do blog http://protocolopt.blogspot.com, respondem a algumas perguntas dos leitores, colocadas através do site www.festaseeventos.net.

Estou a começar uma etapa como gestora de eventos, gostaria de perguntar que guarda-roupa devo usar nos eventos? SA - Loures Aparentemente, parece injusto: o profissional não pode ser julgado pela sua imagem em detrimento do seu comportamento ou do seu desempenho. Só que a imagem projectada é, grande parte das vezes, também um reflexo desse comportamento e desse desempenho! O estilo é uma espécie da “nossa assinatura”. Saber o que vestir, para cada momento do dia, de acordo com o nosso estilo pessoal é valorizador. E como tudo comunica, a nossa imagem é responsável por uma série de mensagens. Entendemos que a imagem que projectamos deve transmitir sobriedade e credibilidade, mesmo na indústria dos eventos. Seja rigorosa na escolha das cores, dos padrões, das peças e dos formatos mais favorecedores do seu biótipo. A cor da peça de vestuário deverá criar harmonia entre o tom de pele, a cor dos olhos e do cabelo. O uso de peças de vestuário com padrões deve ser bastante cuidadoso, uma vez que usados indevidamente podem ter um

www.festaseeventos.net

efeito contrário, como por exemplo criar volume na zona errada do corpo. Alguns conselhos a ter em linha de conta: - Adeque o traje à hora do dia, ao local e ao âmbito do evento; normalmente, o staff de um evento define uma cor padrão no âmbito do evento; - Os básicos, seriam, no seu caso, os seguintes: um casaco comprido de bom corte, um trench-coat, blazers, malhas compridas, túnicas, calças, camisas, t-shirts lisas; peças que se coordenem entre si e suportem o uso frequente dentro de cores básicas: preto, cinzento, azul, branco, bege e castanho; opte por tecidos de qualidade que não se amarrotem excessivamente; - Prefira as calças, dado que permitem maior mobilidade e conforto; as pretas são um básico versátil que poderá trabalhar em função dos acessórios que utilizar; os jeans, tão úteis como “perigosos”, inegavelmente confortáveis e viciantes. Apesar de muito versáteis, também de acordo com a conjugação com outras peças e acessórios, são

delatores da idade e de “imperfeições” físicas e não são adequados a todas as circunstâncias. Preferencialmente, devemos optar por modelos básicos e clássicos, adequados à nossa compleição corporal. - Para eventos corporativos, os trajes de calças e blazer são os mais adequados; prefira os blazers com forro e peças de riscas com cair em linha recta. As golas e os bolsos devem assentar naturalmente; - Evite peças com grandes decotes, saias demasiadamente curtas e todos os acessórios que façam recair a atenção sobre si de forma errada; - Use roupas femininas, mas não sensuais; perfeitas no cair, com adequados comprimentos e linhas de ombros bem definidas; - Quanto aos sapatos/botas, os rasos são confortáveis, os compensados poderão ser muito descontraídos e os stilettos são desconfortáveis; ténis e sapatos de vela só para eventos outdoor; chinelos, nunca.


91

Gostaria de saber que cuidados específicos devemos ter num evento no que respeita à participação de pessoas com deficiências. AP - Braga Como não refere uma deficiência em particular, abordaremos genericamente a questão. Entendemos que, em vários aspectos, a vida quotidiana é actualmente mais simples para as pessoas portadoras de deficiências, em parte devido à legislação, mas, fundamentalmente, devido ao trabalho desenvolvido pelas inúmeras associações. É fundamental ter presente o conceito “igualdade de oportunidades” que, também nos eventos, deve ser tido em conta. Considerando que os portadores de deficiências devem poder participar nos eventos, este ponto não pode ser descuidado, nomeadamente em eventos abertos, nos quais muitas vezes desconhecemos quem será o público presente. Sendo o protocolo um elemento integrador, tem um papel preponderante no acautelar das condições para receber estes convidados. a) Assim, deixamos algumas notas de âmbito geral: - Devem ser oferecidos os serviços de hospedeiras para acompanhamento total; - Evitar gerar situações incómodas e inflexíveis no acolhimento de pessoas com deficiências: receber, encaminhar e tratar com naturalidade estes convidados, devendo não demonstrar que são recebidos com tratamento diferenciado face aos demais; - Acautelar antecipadamente um espaço confortável e de fácil acesso para estes participantes; - Questionar sempre antes de ajudar deliberadamente e ser cauteloso nos contactos físicos, porque podem causar constrangimento;

- Respeitar a privacidade de cada indivíduo e abster-se de fazer perguntas curiosas relacionadas com a deficiência; b) Algumas indicações de actuação face a pessoas com deficiência motora: - Não ignorar durante uma conversa a pessoa que está na cadeira de rodas, embora não seja necessário que se incline sobre ela para comunicar; - Atentar à localização destes convidados para se evitar que a sua mobilidade se efectue com dificuldade, factor a considerar nomeadamente quando se planeia o seating; - Reservar espaços para deficientes que devem ser amplos, de fácil acesso, perto do local de entrada e saída, ou de elevadores, bem como das portas de emergência; considerar a localização e as condições dos wc’s; - Não utilizar a cadeira de rodas como um espaço de armazenamento, esse espaço é da pessoa com deficiência; c) Algumas indicações de actuação face a pessoas cegas: - Não recear usar as palavras cego e cegueira; - Procurar não substituir as palavras: “veja” ou “olhe” por expressões como “ouça” ou “apalpe” (no sentido de “ver por apalpação”); - É importante que nos revelemos quando nos dirigimos a uma pessoa cega e que o informemos de que nos vamos retirar/ausentar; - São de evitar expressões de piedade e quaisquer considerações sentimentais acerca da cegueira, ou de espanto por uma pessoa com deficiência visual executar muitas das tarefas normais do dia-a-dia;

- Ao ajudar uma pessoa cega dê-lhe o braço para que este o agarre “como um guia” ou então questione-a sobre a melhor forma de a auxiliar; - Ajude a pessoa cega a entrar e a sair dos autocarros que procedem ao transporte no âmbito dos eventos, colocando a sua mão no corrimão, por exemplo, e apenas na medida necessária; - Informe sobre a aproximação de degraus, um erro de cálculo pode levar a um acidente; - É determinante ser rigoroso ao indicar a esquerda ou a direita. Um erro desta natureza pode causar grandes dificuldades; - Por regra a pessoa cega precisa de ajuda ao atravessar uma rua. É importante que, sempre que possível, o façamos caminhando a direito. A forma adequada, e primordial, de apresentarmos a nossa disponibilidade é questionando: “precisa de ajuda?”; - Não grite a uma pessoa cega como forma de assinalar um perigo, salvo se for uma situação em que esta não consiga detectar com o auxílio da bengala; - Evite a superprotecção bem como poupar trabalho a uma pessoa cega. De uma maneira geral, tal situação irá gerar sentimentos de dependência e algum mal estar, podendo até marginalizá-la; - Consideração final: cada pessoa é única, tem os seus gostos e formas de orientação, pelo que não devem ser consideradas todas iguais ou dependentes.

www.festaseeventos.net


92

OPINIテグ

Miguel Neves

Vencedor do prテゥmio IMEX- MPI Foundation Student Scholarship Award

www.festaseeventos.net


93

À GRANDE E À AMERICANA Embora tenha tido muita sorte em ter sido criado num ambiente internacional, trabalhar e viver parte do ano nos Estados Unidos faz-me olhar para os americanos de uma maneira bem diferente. O cliente de conferências americano é talvez o expoente máximo de várias vertentes decididamente americanas. É fácil esquecer que, após 10 ou 12 horas fechado em salas de conferência, mesmo o mais calmo dos clientes pode tornar-se numa bomba-relógio. Se este mesmo cliente tiver à sua disposição o conforto que tanto anseia, certamente ficará grato a quem proporcionar tal serviço. Os Estados Unidos devem grande parte do seu poderio económico ao facto de 300 milhões de habitantes partilharem a mesma língua, cultura e hábitos. Existem nos Estados Unidos pelo menos vinte cidades com tamanho igual ou superior a Lisboa. Cidades como Pittsburgh, Cincinnati, Tampa, Minneapolis ou Columbus não têm uma projecção internacional, no entanto todas elas acolhem milhares de conferências por ano. Não estou com isto a sugerir transformar Lisboa em Pittsburgh, isso seria uma perda para toda a humanidade, sugiro no entanto que, compreendendo as preferências e os pequenos hábitos dos americanos, podemos oferecer melhores serviços ao tão cobiçado cliente de conferências americano.

É importante lembrar que a América foi um país concebido para receber, é um país onde imigrantes chegam para lutar por uma vida melhor. A América é um país criado para impressionar, com avenidas largas, imensos recursos naturais e todo o tipo de excessos. O modo de vida americano é um grito de guerra contra as limitações europeias. Os produtos americanos são feitos para durar, infelizmente sem ter em conta os recursos naturais necessários para os produzir, desde as porções de comida enormes, aos veículos todo‑o‑terreno citadinos com motorizações exageradas. Com a possível excepção de Nova Iorque, os americanos não prescindem dos seus automóveis, mesmo que existam

transportes públicos de porta a porta. As auto-estradas de até quinze faixas penetram as cidades em todas a direcções criando filas intermináveis e poluição q.b.

Talvez por força do capitalismo, para muitos as oito horas de trabalho são uma miragem e acordar cedo é a norma. www.festaseeventos.net


94

OPINIÃO . À Grande e à americana, por Miguel Neves

Muitos dos americanos em cargos médios ou superiores vivem verdadeiramente para o seu trabalho, frequentemente mudando a sua residência milhares de quilómetros consoante o emprego. Esta força laboral compõe o elevado numero de viajantes de negócios que atravessam os céus regularmente; a mobilidade americana foi pioneira e é de certa maneira invejada pela Europa. O sistema económico americano também tem nuances interessantes que todo o americano encara, erradamente, como norma global. Por exemplo, o preço publicitado em menus, cartazes e anúncios não inclui o imposto. A razão disso é que a percentagem de imposto varia de estado para estado (de 0% a 10,25%). Em serviços de catering os preços acrescentam uma taxa de serviço que pode chegar a acrescentar 25% ao valor final. A todos estes valores é sempre necessário acrescentar a gratificação. Aqui os americanos são generosos e montantes entre 15% a 20% são a norma. No entanto, há um detalhe importante,

a lei de trabalho americana permite um ordenado mínimo especial para empregos que têm como norma na sua função receber gratificações na ordem dos $2-$5 em lugar dos $7-$10 gerais. O consumidor paga, mas em troca recebe um serviço de alto nível em que o cliente tem sempre razão. A troca de produtos, mesmo que não sejam defeituosos, é feita rapidamente e sem constrangimento. Se um produto ou serviço não preenche as expectativas, como por exemplo uma demora excessiva de serviço em restaurante, a falha será muitas vezes remediada com a oferta do mesmo produto gratuitamente ou outra oferta semelhante. Para os mais cépticos toda esta qualidade de serviço pode ser explicada pelas gratuitidades elevadas e pelo receio de qualquer empresa ser processada por um cliente insatisfeito, no entanto o resultado é certamente

www.festaseeventos.net

reconfortante para o consumidor. Em termos de conferências e eventos há pequenos detalhes que acho curiosos. Por norma é servida água com gelo gratuitamente com a refeição. Para muitos americanos comprar água engarrafada é estranho e a água da torneira ou filtrada serve perfeitamente. O gelo (em abundância) também é importante, não só na água, mas em qualquer bebida. O ar-condicionado é absolutamente crucial para o cliente americano. Um hotel sem ar-condicionado é uma pensão. A temperatura ideal fica no limite do conforto, certamente dois graus abaixo da do cliente europeu, talvez 70 ºF. Observar as diferenças entre um cliente europeu e americano alimenta a minha curiosidade.

Não penso que seja possivel antecipar todos os desejos de clientes, nem o que para cada cliente é a norma, mas acredito que ao conhecer cada vez melhor o perfil de cada tipo de cliente e nacionalidade poderei oferecer um serviço cada vez melhor.


NOTÍCIAS . MEETING INDUSTRY

95

ANTEVISÃO EIBTM ENFOQUE NA TECNOLOGIA Num ano atípico, em que muito se falou de crise e de economia, expectativas renovadas para mais uma edição da EIBTM, uma das principais feiras europeias no sector da meeting industry. Em grande destaque este ano está a tecnologia. Na “Technology Hour”, sessões que decorrem diariamente, serão debatidos assuntos como a criatividade, inovação, geração Y, o impacto das redes sociais e o o futuro da tecnologia na meeting industry (mais informações em www.eibtm.com/techhour). Com um alinhamento de convidados composto por grandes especialistas internacionais, os constantes desenvolvimentos tecnológicos, os novos produtos e serviços, as tendências, serão abordados durante os três dias do evento. As sessões decorrerão às 13 horas locais, de 1 a 3 de Dezembro, na Fira Gran Via, em Barcelona. A primeira sessão vai centrar-se nos novos produtos tecnológicos que não afectam os orçamentos. O painel de convidados vai mostrar como construir uma lista de compras de novas ferramentas tecnológicas que podem ser

usadas em eventos no futuro. A Geração Y – os membros mais novos da meeting industry – e a sua importância na indústria será o tema privilegiado para a segunda sessão. Como é que esta geração quer que a tecnologia seja usada? As tecnologias vão motivá-los a participar em conferências e eventos? O email entrará tão em desuso como o pombo correio ou o código morse? Respostas para conferir a 2 de Dezembro. A última das sessões vai tratar um dos temas quentes, a relação entre o sector e as redes sociais. Como não podia deixar de ser, as intervenções vão poder ser seguidas no twitter na hashtag: #eibtm09.

Não é necessário reservar lugar nestes seminários, basta aparecer.

Registe-se e poupe 20 euros A organização da EIBTM aconselha todos quantos queiram visitar a exposição a registarem-se online, “Quanto mais cedo o visitante se registar, mais tempo tem para preparar a sua agenda de compromissos na feira, para além de ser vantajoso em termos de entrada gratuita e de desconto nos voos e hotéis em Barcelona”, refere Mandy Torrens, directora da EIBTM. Mais de 3300 expositores, representando 92 países, 30 sessões educacionais e 5 eventos de networking, são alguns dos números do certame que no ano passado recebeu 8100 visitantes auditados. A Festas&Eventos é media partner deste evento. Acompanhe-o pelo twitter @festaseeventos.

www.festaseeventos.net


96

NOTÍCIAS . MEETING INDUSTRY

EIBTM: PORTUGAL MANTÉM A MESMA PARTICIPAÇÃO A nova directora da EIBTM, Mandy Torrens, esteve à conversa com a Festas&Eventos sobre a próxima edição do certame, que decorre em Barcelona de 1 a 3 de Dezembro. A responsável acredita que a feira vai contribuir positivamente para que 2009 termine com um ambiente de optimismo. Festas&Eventos: O que é que podemos esperar da próxima edição da EIBTM. Quais são os grandes tópicos para este ano? Mandy Torrens: O que os expositores, hosted buyers e visitantes podem esperar da EIBTM 2009 é justamente aquilo que conferiu ao evento o seu sucesso e reputação: um espaço onde se podem fazer os melhores negócios, estabelecer bons contactos e desfrutar de um excelente programa educacional. Este ano, para permitir mais oportunidades de networking nos stands, a feira vai expandir o seu horário na quarta‑feira, dia 2 de Dezembro, em uma hora. Esta hora extra permite igualmente aos hosted buyers, para além dos compromissos que já têm previamente marcados, aproveitarem para visitar livremente a exposição e estabelecerem novos contactos. No que toca ao programa educacional, este foi desenhado para servir os três tipos de mercados: associações, corporate e agências, e contempla um rol muito diversificado de seminários, workshops e conferências, conduzidos pelos melhores profissionais da indústria, e que abordam as questões mais pertinentes que se colocam ao mercado. Assuntos como o CSR (Responsabilidade Social),

www.festaseeventos.net

contratação de hotéis, negociação, tecnologia, geração Y, ROI (retorno do investimento), dinâmica de equipas ou direcção estratégica de reuniões, vão estar em discussão. Os participantes nas sessões educacionais querem saber como manter, desenvolver e atrair negócios, e é exactamente isso que vamos tratar de responder. Destaco, ainda, a apresentação do relatório EIBTM sobre as tendências da indústria. F&E: Em relação à crise económica, e pelo feedback que tem tido dos expositores e dos hosted buyers, pensa que o pior já passou? MT: Não há dúvida de que o ambiente foi muito complicado para toda a gente que trabalha nesta indústria. Agora é cada vez mais importante maximizar e justificar o retorno dos investimentos. A meetings industry é resistente, e a EIBTM oferece um fórum que vai contribuir para que 2009 termine de uma forma optimista e com grande vigor.

F&E No que se refere ao contingente português, como variou o número de expositores, diminuiu? MT: Portugal mantém uma presença idêntica à do ano passado. F&E: Que mensagem gostaria de deixar aos profissionais portugueses? MT: A EIBTM é o evento líder no mercado dos congressos e incentivos. É aqui que a indústria se encontra para fazer negócios, estabelecer contactos e conhecer as novas tendências. No limite, é um espaço que oferece retorno do investimento e por isso é um evento, sem dúvida, a visitar.

Cláudia Coutinho de Sousa


97

IMEX 2010 JÁ EM PREPARAÇÃO O último inquérito realizado pela IMEX traz boas notícias ao sector dos congressos e das reuniões. Isto porque a maioria dos inquiridos revela-se optimista, respondendo à crise com um misto de criatividade, proactividade e consciência de custos. O painel de entrevistados, composto por representantes das associações, clientes e destinos, aponta uma mudança de cenário para esta indústria que é, hoje, mais eficaz e eficiente, com compradores com objectivos mais claros. Este inquérito mostra que o volume de negócios está a aguentar-se, mesmo apesar do refreamento económico

Edição de 2009 gera 1,42 mil milhões de euros em negócios Através do feedback de mais de mil hosted buyers, compilado no Relatório Pós-Feira que todos os anos a IMEX publica, é possível concluir que o montante médio de encomendas por comprador ultrapassou os 240 mil euros. Nos próximos nove meses, este valor deverá subir para os 348 mil. O relatório sugere que a IMEX 2009 gerou mais de 254 milhões de euros em

negócios durante o evento e 1,15 mil milhões de euros nos meses seguintes, perfazendo um total de 1,42 mil milhões de euros. A próxima edição da IMEX está já em pleno andamento. Frankfurt recebe esta feira de 25 a 27 de Maio. Pelo segundo ano consecutivo, a Festas&Eventos é media partner do evento.

WORLD TRAVEL MARKET COMEMORA 30 ANOS Em 1980, Margaret Tatcher era primeira-ministra de Inglaterra e os Abba estavam nos tops. No mesmo ano, surgia a World Travel Market (WTM), uma das principais feiras de turismo do mundo. A organização revelou alguns factos curiosos sobre o evento. Sabia que a WTM já foi inaugurada por seis membros da realeza, quatro ministros britânicos, sete personalidades da indústria, quatro exploradores, uma cantora de ópera, dois presidentes da Câmara de Londres e uma Miss Mundo? Em 1985 a segurança do evento teve que ser redobrada com a presença da Princesa Diana na abertura oficial. Outro facto curioso prende‑se com as inúmeras celebridades que

já passaram pela WTM. A saber: Michael Douglas, Richard Branson, Sven‑Goran Eriksson, Steve Redgrave, para lembrar alguns.A WTM já recebeu também diversos animais. O mais famoso foi um papagaio, trazido pela delegação da Índia. Até aqui tudo normal, o problema foi quando o papagaio se soltou e voou para o tecto do pavilhão. A tarefa de o apanhar foi titânica e de sucesso nulo. O fugidio papagaio acabou por regressar ao stand por livre e expontânea vontade... mas só ao final do dia. O entretenimento tem sido uma aposta dos organizadores. Fique a saber que o famosíssimo Andrew Lloyd Webber já testou na WTM uma cena de um dos seus musicais, enquanto que o espectáculo River Dance já integrou várias vezes a feira.

Os números destes 29 anos do evento são impressionantes: 11 mil conferências, meio milhão de expositores de 198 países, 972 mil participantes . Tudo organizado por uma equipa de 30 pessoas. Este ano a WTM decorre de 9 a 12 de Novembro, no ExCel Londres.

www.festaseeventos.net


98

NOTÍCIAS . MEETING INDUSTRY © Feliciano Guimarães

Depois dos Açores, o Douro foi a região escolhida para receber o 2º Congresso da APTP – Associação Portuguesa dos Profissionais de Turismo. “Inovar para competir” é o tema geral deste encontro, que decorre de 13 a 15 de Novembro, e que conta com um leque de especialistas de várias áreas.

PROFISSIONAIS DO TURISMO REÚNEM‑SE NO DOURO Para além da questão da inovação como factor de competitividade, serão discutidos projectos de referência no turismo, com estudos de caso e de boas práticas de recrutamento e gestão de recursos humanos, procurando também identificar o que de novo se tem feito em termos de produtos e

serviços. O ensino e a formação são assuntos que vão estar em debate. Do programa paralelo constam uma série de visitas a espaços na região. A Festas&Eventos é media partner do 2º Congresso da APTP.

BTL 2010 APOSTA NO TURISMO DE SAÚDE E NOS CITY-BREAKS A África do Sul é um dos destinos convidados da Bolsa de Turismo de Lisboa 2010. No ano em que o país recebe o Campeonato do Mundo de Futebol, é uma oportunidade de os portugueses ficarem a conhecer melhor este destino. Também de África, vem o Botswana, mais uma estreia no certame. Mas há outras novidades para a próxima edição da maior feira de turismo nacional, por exemplo a aposta na promoção do turismo de saúde e bem‑estar e nos city-breaks, dois segmentos emergentes no sector do turismo.

www.festaseeventos.net

A feira realiza-se de 13 a 17 de Janeiro, na FIL, em Lisboa. Os primeiros três dias são dedicados aos profissionais, no fim-de-semana as portas abrem-se para todo o público. Mais informações em www.btl.fil.pt. A Festas&Eventos estará presente na BTL com um stand. Visite-nos!


99

www.festaseeventos.net


100

OPINIテグ

Maria Joテ」o Custテウdio

Investigadora na Universidade do Algarve

www.festaseeventos.net


101

TURISMO E EVENTOS: UMA RELAÇÃO WIN-WIN

A relação entre o turismo e o sector dos eventos é já conhecida e estudada pela literatura. O turismo, com uma representação a nível mundial de cerca de 903 milhões de chegadas internacionais e 625 biliões de euros de receitas internacionais (UNWTO, 2008), constitui o quarto sector exportador a nível mundial, com características muito próprias que o distinguem perfeitamente de qualquer outro sector. Desde logo a sua intangibilidade, a impossibilidade de deslocar o seu consumo para fora do local onde é fornecido, bem como o facto de o seu usufruto não esgotar, pelo menos no curto prazo, o recurso. Tal como o turismo, também os eventos apresentam características que lhes são muito próprias, sendo com frequência eles próprios um factor de atracção turística em simultâneo com a desejável adesão da população residente.

Dos vários impactos desta indústria destaque para o seu potencial efeito multiplicador sobre a economia, um dos mais estudados e conhecidos e muitas vezes apresentado como justificativo para os investimentos efectuados. Mas o retorno dos eventos, positivo ou negativo, é muito mais do que os impactos directos que gera. O potencial de criação de imagens, a capacidade de gerar sentimentos e emoções sobre quem participa neles, a própria dinâmica empresarial que permite desenvolver, onde cada organização é uma oportunidade de gerar criatividade, espírito de equipa e capacidade de resolver problemas no momento, pode ser um factor extremamente importante na aplicação de conceitos tão debatidos como o empreendedorismo e a inovação. De facto, a organização e concepção de eventos é uma oportunidade única de colocar em prática estes dois conceitos.

A dimensão e potenciais impactos gerados são objecto de múltiplas considerações na bibliografia. É possível sistematizar a referência a mega-eventos, minor events e hallmark events, entre outros.

www.festaseeventos.net


102

OPINIÃO . Turismo e eventos: uma relação win-win, por Maria João Custódio Autores como Vanhove e Witt inter alia (1987) referem relativamente aos mega-eventos a sua capacidade/ necessidade de atrair publicidade a nível internacional. Hall (1997) aponta os mega-eventos como “mega” em virtude da sua dimensão, grau de investimento público, segmentação e mercados-alvo, efeitos políticos, extensão da cobertura televisiva, construção de facilities e impactos económicos e sociais na comunidade anfitriã. Sobre os minor events, refira‑se os meetings, parties, celebrações, cerimónias, finais desportivas e outros eventos comunitários e sociais (Van der Wagen, 2001) de menor abrangência em termos de extensão dos seus impactos imediatos. De acordo com Bowdin et al. (2002: 17) o termo hallmark events refere-se a eventos que se tornaram tão ligados com o espírito da cidade, região ou país que se tornaram indissociáveis do nome do local. São exemplos o Carnaval do Rio de Janeiro, os Festivais de Edimburgo, o Festival de Jazz de Antibes Juan les Pins ou, no Algarve, a Concentração Internacional de Motos de Faro. Mas o que dizer então do festival Rock in Rio? Não será esta uma forma de exportação do destino, da sua cultura e da imagem de uma cidade? Não dissemos anteriormente que o turismo não é deslocalizável? O seu consumo não o é, mas a sua imagem é de facto exportável através de diversas fontes de informação.

www.festaseeventos.net

Sendo esta edição da revista Festas&Eventos também dedicada a Angola, importa realçar que o sector dos eventos afigura-se como extremamente importante para a divulgação da imagem de Portugal, da nossa capacidade organizativa, com potenciais impactos económicos no médio prazo. Apesar da ainda incipiente quota de mercado de África em termos turísticos, 3% em termos de chegadas internacionais totais mundiais, muito longe dos 55,6% do gigante Europa (UNWTO, 2008), não será a organização de eventos neste País culturalmente próximo de Portugal, o qual segundo dados da UNWTO conheceu um crescimento entre 2006 e 2007 de 60% em termos de chegadas internacionais, uma oportunidade de dinamização de boas práticas, de projecção da imagem de Portugal, de partilha e dinamização de raízes culturais?

Bibliografia de suporte:

Bowdin, G., I. McDonnell, J. O´Toole e A. Willam (2002) Hospitality, Leisure and Tourism Events Management, Oxford, Butterworth Heinemann.

Hall, C. (1992) Hallmark Tourist Events: Impacts, Management and Planning, London, Behaven Press. United Nations World Tourism Organization (2008), Tourism Highlight, consultado a 14-09-2009 e disponível em http://www.unwto.org/facts/eng/highlights.htm, Madrid, UNWTO.

Van Der Wagen, L. (2001) Event Management in Leisure and Tourism, New York, Addison Wesley Longman.

Vanhove, D. e S. Witts (1987) Report of the English – Speaking Group on the Conference Theme, Revenue de

Veja-se o caso da África do Sul, já hoje o principal país receptor de turismo em África com 20% das chegadas internacionais neste continente (UNWTO, 2008), e que entendeu o potencial dos eventos, sendo previsível o seu crescimento com a organização do FIFA World Cup em 2010, cujo legado importa acompanhar. Nesta equação, que se acredita positiva, uma palavra final para o desempenho junto dos media, essencial para o sucesso do evento e do destino anfitrião. Enquanto a promoção do destino é desenhada para transmitir uma mensagem ao potencial visitante (imagem induzida), tal não ocorre com a cobertura pelos media (imagem orgânica) presentes em larga escala na cobertura de grandes eventos. Em resultado, a organização de eventos com integração na cultura e vivências do destino que o acolhe é de todo essencial para o usufruto de experiências autênticas e para a transmissão de imagens coesas e positivas.

Tourisme, 4, 10-12.


FORMAÇÃO

103

© Rodrigo Filipe

RESTART

MUDANÇA DE INSTALAÇÕES E NOVO NOME

Resultado da grande procura e da vontade em melhorar a oferta existente, a Restart mudou-se de armas e bagagens para um novo edifício, maior e com mais condições para os alunos. Além disso, assume-se definitivamente como uma instituição de formação profissional, passando de Escola a Instituto de Criatividade, Artes e Novas Tecnologias. www.festaseeventos.net


104

FORMAÇÃO © Rodrigo Filipe

© Rodrigo Filipe

Especializada nas áreas da imagem, som, interactividade e eventos, a Restart tem sido responsável por, nos últimos seis anos, dar ao mercado dos eventos alguns dos seus principais técnicos. “O nosso êxito tem que ver com a colocação no mercado de trabalho, temos uma política de estágios muito forte”, explica Vítor Hugo, director técnico da instituição. O corpo docente é formado exclusivamente por formadores inseridos no mercado, adianta o responsável e justamente devido a essa prerrogativa “não há nenhum formador a tempo inteiro”. A formação da Restart está ainda certificada pelo ISO 2001, diz-nos. Mais de 60% dos alunos que frequentam a Restart têm formação universitária – no mínimo têm que ter o 12º ano -, vêm de todo o país, inclusivamente das ilhas, e há mesmo estudantes estrangeiros.

No ano passado, a escola recebeu mais de 450 alunos e mais 500 participantes em workshops pontuais. Foi Vítor Hugo, director técnico da Restart, que nos fez a visita guiada ao novo complexo da instituição, em Alcântara. O espaço é constituído por um auditório – com capacidade para receber diversos tipos de eventos, nesta primeira fase para uso interno, mas depois para eventual aluguer -, átrio de exposições, mediateca, cafetaria, salas multimédia, sala teórica, estúdio de vídeo, régie de vídeo e estúdio de som com sala de captação. Tudo “com equipamento de fazer inveja a muitas editoras”, conta o responsável. A escola está ainda servida por banda larga.

Para 2010, a Restart disponibiliza os seguintes cursos: realização; geral audiovisuais; câmara e iluminação para audiovisuais; produção e marketing audiovisual; interpretação cinema e televisão; cenografia e design cénico; animação e grafismo 2D/3D; produção e marketing new media; produção e marketing de eventos; técnico de espectáculos; fotografia; design gráfico e new media; artes digitais e new media; criatividade publicitária; criação e gestão de marcas; som; produção e marketing musical e criação e composição musical. Os cursos têm em média 250 horas de aulas e são realizados nos mais diversos horários. Além disso, durante o ano, decorrem vários workshops nas áreas dos eventos, audiovisuais, som, imagem, new media e música.

Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


105

www.festaseeventos.net


106

OPINIテグ

Pedro Cardoso

Director executivo da The House of Events

www.festaseeventos.net


107

AINDA SABEMOS COMUNICAR? Retomo um dos temas abordados no último artigo da Festas&Eventos, de grande actualidade, que exerce sobre mim algum fascínio, pela verdadeira revolução que está a criar na comunicação e no relacionamento. Refiro-me, em concreto, à inovação tecnológica, às mudanças de valores sociais, aos novos padrões de consumidores e ao impacto que os meios de comunicação assumem na sociedade e no desenvolvimento do negócio das empresas. De facto, a alteração radical dos códigos de comunicação, resultantes do aumento exponencial dos novos canais digitais de que são exemplo os blogs, YouTube, LinkedIn, Facebook, Twitter, RSS está a condicionar de modo inexorável a forma como processamos a informação, desenvolvemos percepções do meio-ambiente económico-social e político e, em última instância, altera matrizes comportamentais. Vivemos cada vez mais ocupados e famintos de tempo, em contraponto com a necessidade de sermos cada vez mais selectivos, face a uma miríade de conteúdos tendencialmente infinitos. À semelhança do que já acontece em alguns media, a publicação e difusão de conteúdos é dominada pela celeridade

sem aparente preocupação de qualidade ou rigor. Vive-se mais o instantâneo e o efémero, em detrimento do real. Esta situação terá forçosamente impacto na condução dos negócios, na medida em que perspectiva a pesquisa de conteúdos em formatos mais compactos e a necessidade de gerar conteúdos muito mais específicos, no limite, para o universo de um único utilizador. É sem dúvida um desafio hercúleo, que vai por à prova gestores e marketeers e criar oportunidades de negócio em nichos de mercado insuspeitos, através da engenharia de pequenas séries de produtos capazes de satisfazer os “novos”consumidores. Ao nível dos segmentos de mercado da meeting industry, tenho a firme convicção de que, aliada a esta tendência de aumento da procura de experiências positivas de grande intensidade, num curto espaço de tempo iremos também assistir ao crescimento em volume, o que, a prazo, pode vir

a condicionar um posicionamento adequado do país enquanto destino receptor de eventos. Esta nova realidade implica, a médio e longo prazo, a inevitável escassez de alguns dos nossos recursos turísticos e o aumento da disparidade de preços entre a oferta de produtos e soluções indiferenciados, de base low-cost, versus produtos muito especializados para nichos de grande sofisticação. No futuro, os novos paradigmas do luxo terão mais a ver com a percepção de exclusividade, a qualidade dos espaços e dos serviços, entendida num sentido lato (integração ambiental, adequação ao uso da arquitectura e design, qualidade do acolhimento). Factores críticos de sucesso que deveriam merecer muito mais atenção por parte de investidores, responsáveis de planeamento e, no fundo, por cada um de nós, como principais interessados no crescimento sustentado deste negócio.

www.festaseeventos.net


108

FORMAÇÃO

MOSTRA DE TRABALHOS DA PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DE EVENTOS A 1ª edição da pós-graduação em Design de Eventos, promovida pela Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos (ESAD) terminou com uma mostra de trabalhos dos alunos. Estes desenvolveram, durante a componente curricular, projectos para três eventos, um corporate, um cultural e, finalmente, um evento de marca. Estava em causa conceber os dossiês do evento, patrocínio e de imprensa.

“O Natal já não é o

Para o “Lançamento

que era”,

da Absolut Chocolat”,

tratou-se do projecto de um acontecimento corporate, sobre o Natal, para o qual os alunos criaram propostas para um evento destinado aos colaboradores da ESAD. O objectivo era o desenvolvimento de um conceito inovador para um evento desta natureza. No caso do evento “Rewind.Play. Forward”, os alunos projectaram, no âmbito da parceria com o Fantasporto, um evento cultural que, centrado no presente, procurasse revisitar as 29 edições do festival, equacionando, simultaneamente, o seu futuro. Tendo como local a ESAD, os alunos desenvolveram, para além dos referidos dossiês, todo o projecto gráfico destinado à comunicação do e no evento, destacando-se a concepção de uma instalação que procurou sistematizar o conceito do mesmo.

www.festaseeventos.net

um evento de marca, foram elaboradas propostas de comunicação e o projecto de ambientes. A concepção do evento instigou os alunos ao desenvolvimento de pesquisa sobre a marca e sobre os eventos por esta já realizados, assim como a selecção de espaços adequados ao desenvolvimento das experiências de marca. A mostra, que esteve patente ao público durante o mês de Setembro, contemplou ainda a exposição das peças de comunicação concebidas pela turma para a Lomo Férias 09, uma actividade

em contexto real de trabalho desenvolvida no âmbito de uma parceria circunstancial com esta entidade. A 1ª edição da pós-graduação em Design de Eventos contou com a parceria de entidades como a APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos), Fantasporto, Super Bock, Plano B e revista Festas&Eventos. As candidaturas à 2ª edição estão abertas. A ESAD está ainda a ultimar negociações com a Desafio Global – ativism para o estabelecimento de um protocolo de colaboração que permitirá a integração na pós-graduação, sob a forma de estudos de caso, dos projectos realizados por esta agência, assim como o desenvolvimento de um projecto anual coordenado pelos criativos da ativism.


109

www.festaseeventos.net


110

OPINIテグ

Joテ」o Martins Vieira Presidente da Secテァテ」o de Turismo da Sociedade de Geografia de Lisboa

www.festaseeventos.net


111

O MEETINGS TOURISM

E AS NOVAS OPORTUNIDADES PARA A MEETINGS INDUSTRY A crise nos mercados tradicionais e os impulsos para um empreendedorismo mais audaz, levam os empresários da meetings industry a procurarem novos mercados onde esperam lucros excepcionais. Trata-se de uma decisão tão certa quanto arriscada, sobretudo quando sobre eles existe pouca informação. Neste artigo defende-se a importância do meetings tourism e da meetings industry num quadro de lançamento de novos destinos turísticos e considerando o novo paradigma do turismo. O MEETINGS TOURISM E A MEETINGS INDUSTRY: UMA RELAÇÃO VITAL

Muitos destinos turísticos emergentes têm uma imagem de fronteira onde quase nunca são cumpridas as regras consuetudinariamente associadas a valores éticos. Porém, essa imagem, que não potencia o seu desenvolvimento com a qualidade considerada compatível com os padrões mais elevados no mundo actual, pode melhorar se forem tomadas algumas decisões estratégicas. A mudança dessa imagem passa pela elaboração e execução de um processo de planeamento estratégico que

contemple objectivos audazes, com resultados a curto e médio prazos. E que inclua a utilização de instrumentos já testados, com efeitos identificáveis, avaliáveis e relativamente aos quais são já conhecidos os remédios necessários para minimizar os efeitos negativos que sempre surgem em qualquer processo de desenvolvimento. De entre eles, o turismo é talvez o mais importante. Porém, para lançar o desenvolvimento do turismo num novo destino não basta a construção de equipamentos turísticos e hoteleiros

www.festaseeventos.net


112

OPINIÃO . O meetings tourism e as novas oportunidades para a meetings industry, por João Martins Vieira ou injectar significativos recursos financeiros. É necessário que sejam implementadas medidas para captar e sustentar fluxos turísticos significativos e que essas medidas não sejam avulsas mas integradas no chamado place marketing. De entre elas destacamos a realização de eventos com efeitos estruturantes no turismo, isto é, integrados no meetings tourism e ao serviço do seu objectivo primordial: contribuir para o desenvolvimento sustentável e sustentado dos destinos turísticos através da criação de valor.

dando aos participantes a possibilidade de conhecerem o destino turístico em causa e de consumirem produtos e serviços locais, isto é, de viverem a sua circunstância. Trata-se de uma tarefa que só pode ser levada a cabo por profissionais experientes, uma exigência que é tanto mais crucial quanto menos desenvolvido estiver o turismo nesses destinos e quanto menos preparada estiver neles a meetings industry.

grandes eventos realizados em poucos dias começaram também a ser substituídos por eventos realizados mais perto das origens dos fluxos turísticos, com menor dimensão – e maior qualidade -, em que a interactividade entre os participantes é maior e em que é possível a sua relação com a comunidade de acolhimento do evento (a verdadeira razão de ser do meetings tourism).

O MEETINGS

O MEETINGS

CONCLUSÃO

TOURISM E A

TOURISM E O NOVO

RECUPERAÇÃO

PARADIGMA PARA O

DE DESTINOS

TURISMO

TURÍSTICOS A organização de eventos é uma actividade tão variada quanto o leque de possíveis motivações para que as pessoas se encontrem umas com as outras. Não obstante essa diversidade de motivações, encontramos na actividade dos protagonistas da meetings industry características comuns. Sobretudo no caso de eventos com efeitos estruturantes, uma delas é a ligação ao turismo, quer nas motivações dos participantes, quer nos equipamentos utilizados, quer sobretudo nos efeitos que geram nos locais onde se realizam. Por isso as cidades e os países competem com determinação entre si, procurando captar a realização desses eventos. Esses efeitos traduzem-se na dinamização do turismo através das receitas geradas, na criação de emprego e na promoção do destino turístico e serão tanto maiores quanto maior for a sua turistificação. Ou seja, não basta realizar eventos, é preciso fazê-lo

www.festaseeventos.net

Quando a procura de serviços turísticos aumentava todos os anos a taxas de dois dígitos, o importante era aumentar a capacidade de acolhimento de turistas para não se perder uma oportunidade de negócio. Essa procura levou à abertura de destinos turísticos que concorriam entre si utilizando argumentos como a novidade e o preço. Os eventos – sobretudo os mega-eventos - eram então uma boa oportunidade para desenvolver o turismo e para atenuar os efeitos da sua forte sazonalidade. Porém, nos últimos anos o turismo sofreu profundas alterações. De facto, o turismo passou a crescer apenas a taxas semelhantes às taxas de crescimento médio da economia mundial, a nova geração de turistas procura agora a satisfação de novas – e fortes - emoções e o desenvolvimento do turismo faz-se segundo um novo padrão de ocupação de tempos livres (férias repartidas e mais activas), respeitando e interagindo com as comunidades de acolhimento. Os

A realização frequente de eventos estruturantes em destinos turísticos emergentes é crucial para que esses destinos alcancem rapidamente e de forma sustentada um elevado padrão de desenvolvimento. Porém esse objectivo só é alcançado se existir uma íntima colaboração entre os empresários do turismo e da meetings industry e se, uns e outros, souberem ler com cautela as características da envolvente política, económica, cultural, ambiental e social desses destinos.


113

www.festaseeventos.net


114

DESTINO NACIONAL

DOURO PAISAGEM NATURAL E HUMANA

Já todos o sabíamos, mas a Organização Mundial de Turismo tratou de reconhecer publicamente o Douro como Destino de Excelência. O Douro está, de facto, na moda! Os investimentos multiplicam-se e os eventos e o turismo de negócio começam a ganhar cada vez mais peso na região. Fomos explorar este destino com a preciosa ajuda de quem o conhece melhor. Venha connosco! www.festaseeventos.net


115

Além do património natural, o curso da História encarregou-se de dotar a região do Douro de castelos, como os de Longroiva, Marialva ou Penedono, de igrejas, como a de Armamar, de Cinfães ou de São João da Pesqueira, de tradições, como o Carnazal de Lazarim, e de aldeias típicas, erguidas em xisto e granito, criando um cenário único. A dimensão humana deste território é também ela extraordinária, com gentes hospitaleiras, generosas, orgulhosas de si e da sua terra.

DESTINO DE EXCELÊNCIA

A MAIS ANTIGA REGIÃO DEMARCADA DO MUNDO A Natureza fez das suas nesta região. Deu-lhe um rio navegável, repleto de recantos mágicos e sedutores, juntou‑lhe montes e vales de um verde de cortar a respiração e moldou gentes esforçadas e tenazes que a desafiaram, transformando-a. Séculos e séculos de trabalho e esforço dos homens moldaram uma natureza que parecia indomável e construiram os socalcos que fazem desta uma paisagem única e deslumbrante, Património da Humanidade, onde se produz um dos

melhores vinhos do mundo, o vinho do Porto. O Marquês de Pombal reconheceria todo este esforço, no século XVIII, transformando o Vale do Douro na primeira Região Demarcada do mundo. Para os amantes do turismo de natureza, o Douro, que engloba 19 concelhos, oferece condições únicas para actividades mais radicais, para simples passeios de bicicleta ou caminhadas, mas também para desportos náuticos. Os rios Balsemão, Paiva, Bestança, Távora e Varosa são excelentes para a prática da canoagem, rafting ou canyoning. Para actividades de team-building as hipóteses são quase inesgotáveis. E, imagine, no programa social de um congresso constar uma viagem de comboio entre Pocinho e Barca D’Alva. Inesquecível!

A região do Douro obteve nota máxima em sete das categorias contempladas pelo Sistema de Medição de Excelência nos Destinos. A saber: “segurança”, “saúde e bem-estar”, “alimentação e bebidas”, “transporte”, “ambiente e paisagem”, “vinhas” e “cultura e património”. Além disso, alcançou um desempenho elevado na categoria de “arqueologia” e “informações e acolhimento”, e médio em “alojamento” e “serviços de apoio”. Como nota negativa, a região obtém um desempenho fraco no que toca à “governação”, “marketing e vendas” e “circuitos turísticos”. Este documento fornece assim as pistas no sentido de ser melhorada a oferta existente. E para os agentes locais quais são as grandes potencialidades do Douro para receber eventos e turismo de negócios? António Martinho, presidente da Turismo do Douro, acredita que uma das mais-valias da região é a riqueza paisagística e cultural, “Há espaços magníficos e únicos para encontros de negócios e eventos, do Alto Douro Vinhateiro e da sua componente imaterial ligada à carga histórica da produção do vinho do Porto, a Foz Côa, ao Parque Natural do Alvão e ao Parque Natural do Douro Internacional”. Esta opinião é partilhada por Sofia

www.festaseeventos.net


116

DESTINO NACIONAL . Douro Brandão, directora de Vendas & Marketing do Aquapura Douro Valley, uma das principais unidades hoteleiras de luxo na região, e com vocação também para o segmento MI (meeting industry). A responsável aponta como mais-valia as experiências únicas que o Douro oferece, nomeadamente ao nível da gastronomia, dos vinhos e da natureza. “No fundo é uma região que permite às pessoas concentrarem-se no trabalho, sem grandes distracções, mas também ter momentos de lazer e descompressão”, refere Sofia Brandão. Segundo António Martinho, da Turismo do Douro, esta oferta turística é, de facto, bastante diversificada, e passa por enoturismos, pelo turismo rural, cruzeiros fluviais ou actividades em espaços naturais. António Martinho destaca ainda que o Douro “tem uma oferta hoteleira acima da média, segundo indicadores da Brandia Central”.

A IMPORTÂNCIA DO

MAIS CAMAS Mas será que existe capacidade hoteleira suficiente? Não se correrá o risco de investir em empreendimentos de topo e descurar uma oferta intermédia? António Martinho reconhece que o Douro foi durante muito tempo entendido como um destino de luxo, e daí a oferta muito acima da média existente na região. Aliás o segmento do luxo continua a ser uma aposta. “Há grupos imobiliários fortes a investir, porque o retorno é óptimo”, e não é negativa essa opção, pelo contrário, “é bem-vinda e necessária, contribui para o desenvolvimento e notoriedade da região”. No entanto, no entender do presidente da Turismo do Douro, a região tem que estar apta a acolher todo o tipo de públicos. Para o Chef Rui Paula, do Doc, restaurante que em 2008 recebeu o prémio “Novo Projecto Privado” nos Prémios Turismo de Portugal, há ainda falta

www.festaseeventos.net

AERÓDROMO de hotéis, “Em certas alturas do ano não se arranja uma cama no Douro”. Esta opinião é semelhante à de Isilda Couto, do operador turístico Cenários D’Ouro, “Existem alojamentos de excelente qualidade, quer ao nível de hotéis, quer em termos de Turismo no Espaço Rural. Seriam, contudo, necessárias mais camas de forma a concentrar os grupos num só espaço hoteleiro”. Há, portanto, espaço para crescer e estão cinco investimentos em curso, segundo a Turismo do Douro, que vão permitir duplicar o alojamento. Nas palavras de António Martinho, “Se queremos receber mais visitantes, mais turistas, duplicando o número de dormidas em quatro anos, chegando ao meio milhão por ano, como é nosso objectivo, precisamos de mais alojamento, mais investimento na região. Infelizmente, ainda há burocracias que só criam problemas...”

O Douro já não é uma região isolada, afirma o presidente da Turismo do Douro. Existem infra-estruturas que permitem, rapidamente, chegar ao Porto e a Lisboa, mas também à vizinha Espanha. Isilda Couto destaca igualmente a facilidade de acessos que já existem e que encurtam as distâncias. Além disso, como salienta o Chef Rui Paula, com a construção do túnel do Marão vão ainda ficar melhores. Opinião contrária tem a responsável do Aquapura Douro Valley, afirmando que a região se mantém longe dos centros urbanos e por isso nem sempre é fácil atrair eventos. Daí a necessídade, no entender de Sofia Brandão, “de um


117

FRAGILIDADES aeródromo melhor em Vila Real, pois temos perdido grupos por não ser possível aterrarem jactos com alguma capacidade”. Este é também um ponto fundamental para António Martinho, “precisamos de apoio claro e sem hesitações para se construir um aeródromo que receba voos charter”. Isto porque já existe a necessidade por parte de turistas e visitante de aterrarem directamente no Douro. O presidente da Turismo do Douro apela para que se ponham de parte “os bairrismos doentios e aposte na melhor solução, também no que diz respeito à acessibilidade aérea”.

A região exibe ainda algumas limitações para o segmento da meeting industry, desde logo não existe um centro de congressos na região ou um espaço para eventos de grande dimensão. Mas isso parece não preocupar muito os agentes que operam no Douro. Sofia Brandão, do Aquapura Douro Valley, e Isilda Couto, do Cenários D’Ouro, não vêem grande necessidade na sua criação, “O tipo de turismo que prefere o Douro não procura esses espaços, pelo que não vemos a sua necessidade”, refere Sofia Brandão. Isilda Couto afina pelo mesmo diapasão, “Poderão faltar espaços para mega-eventos, no entanto, essa não é a característica do Douro.” Por outro lado, com criatividade tudo se faz, ainda que estes espaços não existam. Exemplo disso foi o Douro Film Harvest, uma mostra de cinema internacional que decorreu em Setembro na região. António Martinho aponta para a necessidade de uma aposta mais significativa

no segmento da meeting industry. Para que isso se concretize, “falta investimento orientado e uma resposta mais rápida aos investidores, em tempo útil. Com uma procura muito sazonal, falta a capacidade de fixar quem nos visita, sobretudo com uma oferta cultural variada, que é algo em que a Turismo do Douro está a apostar, com a realização de eventos, com um programa para as Aldeias Vinhateiras, por exemplo”. Todos concordam que é importante apostar na qualificação dos recursos humanos. Ainda no capítulo das fragilidades, o Chef Rui Paula levanta a questão da falta de marinas e de sinaléctica. No que diz respeito a esta última lacuna, segundo a Turismo do Douro, ela vai ser suprida, uma vez que existe um projecto que vai arrancar para melhorar a sinalização na região. O presidente desta entidade aponta igualmente a necessidade de melhorar as ligações internas na região.

www.festaseeventos.net


118

DESTINO NACIONAL . Douro

ESFORÇO CONCERTADO

MISSÃO DOURO

E existe articulação entre as diversas entidades que operam na região? Segundo António Martinho essa vontade existe, mas “é preciso concertar estas vontades, para remarmos numa mesma direcção, sem dispersar objectivos”. Na opinião de Isilda Couto, da Cenários D’Ouro, é necessário fazer uma promoção conjunta, focalizada e contínua da região, “capaz de captar novos mercados e fidelizar os actuais clientes, bem como desenvolver produtos e serviços atractivos de forma a garantir maior satisfação do cliente e reduzir a sazonalidade”. Para o Chef Rui Paula o Douro está no bom caminho, mas ainda é necessário melhorar as parcerias, aproveitar as sinergias. “Ainda não se sabe muito bem trabalhar em rede”, comenta. Sofia Brandão realça a tentativa de criar essas parcerias entre as instituições e o sector privado, “Nem sempre se consegue, mas nos últimos anos a promoção da região tem vindo a ser identificada por todos como prioridade. Desta forma tem aumentado a cooperação”. Tudo a bem do Douro.

A Estrutura de Missão para a Região Demarcada do Douro está na dependência do Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, e tem como missão “dinamizar acções para o desenvolvimento integrado da Região do Douro e promover a articulação entre as entidades da administração central e local com competências na região, bem como estimular a participação e a iniciativa da sociedade civil”. No fundo, trata-se de um guarda‑chuva, um “centro racionalizador” da acção pública dos concelhos abrangidos pela Região Demarcada do Douro, constituindo-se como plataforma para a articulação entre entidades, municípios e acompanhamento de projectos estruturantes para a região. A Missão tem ainda a incumbência de, em colaboração com o Instituto de Turismo de Portugal, executar o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro. Em termos de Promoção e Animação Turística, entre 2009 e 2011, decorrem ou vão decorrer 30 projectos, mais de 80 iniciativas, que correspondem a um investimento de 7,5 milhões de euros. As grandes áreas temáticas prendem-se com o marketing e a promoção turística, festivais e concertos, congressos internacionais e estudos operacionais, eventos culturais e exposições.

Cláudia Coutinho de Sousa

www.festaseeventos.net


119

www.festaseeventos.net


120

DESTINO INTERNACIONAL

SINGAPURA ONDE O IMPENSÁVEL GANHA FORMA

O maior cordão humano da história, com 4,2 Km, formado por 9234 estudantes. O mais extenso dominó humano do mundo, com 303 621 pessoas. Uma fila de 11 967 bailarinas... E muitos outros recordes. Isto prova o grau de mobilização dos singapurianos, um dinamismo que contamina, evidentemente, o mercado dos eventos. www.festaseeventos.net


121

UMA IMAGINAÇÃO SEM LIMITES Vários outros recordes do mundo foram estabelecidos nesta antiga colónia britânica, independente desde 1965. A Great Singapore Duck Race (Grande Corrida de Patos de Singapura), por exemplo, em que 123 mil pequenos patinhos de plástico são lançados ao rio, um espectáculo verdadeiramente magnífico.

Aqui tudo é possível... e isto está inscrito nos genes desta metrópole em efeverscência. Em particular quando se trata de organizar um evento corporativo. A quase totalidade dos edifícios é susceptível de ser alugada ou de acolher grupos. A cidade está claramente alinhada com as manifestações relacionadas com os negócios e eventos profissionais,

detendo, inclusivamente, um estimulante programa, o “BE In Singapore Incentive Scheme” para enquadrar e apoiar ainda melhor os projectos de grande dimensão. Neste domínio, a imaginação não conhece limites. Faça o seu director descer de rappel desde a Suntec City, uma das principais salas de congressos e de eventos local.

www.festaseeventos.net


122

DESTINO INTERNACIONAL . Singapura

O ARQUIPÉLAGO Singapura não é só uma metrópole fervilhante, é uma república composta por uma ilha principal (a cidade de Singapura) e 63 ilhéus, a maior parte deles desabitado. O país é, portanto, um dos mais pequenos do mundo, mas a sua densidade populacional é a mais forte, excluindo o Mónaco talvez. O dinamismo de Singapura é sobretudo devido aos 6430 habitantes por quilómetro quadrado Quanto às pequenas ilhas desabitadas, imagine atravessar de barco e organizar numa delas um barbecue, ou uma pequena festa. Mas regressemos à cidade para a conhecer melhor. Comece por aprender alguns termos de Singlish, o inglês oriental. Ou, se preferir, um inglês onde se inclui a expressão “lah”, quando se trata de insistir em relação a alguma coisa. Como vê, é muito simples. Já está pronto para perguntar pelo caminho, por exemplo para ir à Galeria Municipal de Singapura. Aqui vai encontrar um retrato sucinto do que foi a história do país.

DESCUBRA RAPIDAMENTE A METRÓPOLE Prefere o real ao virtual? Então apanhe um Hippo bus e parta à descoberta. Não terá olhos suficientes para ver tudo, nem ouvidos para escutar as anedotas contadas pelo guia. Há também pequenos cruzeiros que percorrem o rio desde a Ponte Anderson à Ponte Kim Seng, do outro lado da cidade. Singapura é uma cidade propícia para festas. Porque não festejar aqui o Natal ou o Ano Novo? Ou conferir os inúmeros festivais que aqui acontecem? Sem esquecer as compras.

www.festaseeventos.net

A CIDADE E A PRAIA? Singapura é a porta de entrada da Ásia. Esta não é uma afirmação vã, acredite. Quem pretender organizar um cruzeiro às magníficas baías inabitadas, ou apanhar o Expresso do Oriente, ou ainda viajar até às praias e locais exóticos na Malásia, Hong Kong e Tailândia, tem o melhor e mais eficaz hub em Singapura. Perfeita também para um incentivo que conjugue espaços urbanos com uma costa prazenteira. Mais de 80 companhias aéreas asseguram em cada semana 4 mil voos entre 180 cidades e o Aeroporto Internacional de Changi. Além disso, tudo aqui é impecável. Sabia que Singapura é um dos destinos mais seguros do planeta? Mesmo a metereologia não desperta grandes inquietações, o tempo é estável e as temperaturas flutuam todo o ano entre os 25 e os 30 graus. Em Singapura é tudo possível para organizar o seu evento, mesmo cobrir as ruas de bandeiras, banners ou sinais luminosos para desejar as boas-vindas aos seus convidados.

SINGAPURA EM QUINTA VELOCIDADE Graças ao metro Mass Rapid Transit, o deslocamento de um sítio para o outro não leva mais do que meia‑hora. Aproveite para conhecer toda a cidade, nomeadamente “Little India”, um bairro autêntico, uma verdadeira explosão de cores e odores; a Rua Árabe, um espaço que representa sublimemente o melhor da cultura da Malásia, o país vizinho; a “Chinatown”, o nome diz tudo, aqui encontra todo o tipo de artigos chineses; a Rua Orchard, onde se situam os centros comerciais e lojas mais selectas da cidade; e o “Riverside”, o quarteirão financeiro e de negócios mas também o centro artístico de Singapura.


123

SINGAPURA

SENTOSA,

DESVENDA OS SEUS

EXCELENTE PARA

SEGREDOS

INCENTIVOS

A variedade de possibilidades que existe em Singapura é uma garantia de sucesso para o evento. Um dos locais mais especiais é a Ponte Cavenagh, construída em 1869, e ainda bem preservada. É possível alugá-la para um grupo até 150 pessoas. Pode também levar o seu grupo a percorrer a “Chinatown” e provar as especialidades locais. Passe igualmente pela Esplanada, o centro artístico da cidade, onde pode organizar um cocktail. Deste local é possível apreciar as praias e a riviera. E imperdível é também uma passagem na Fountain of Wealth, a maior fonte do mundo. Um outro espaço panorâmico é o The

Equinox, um complexo de cinco bares e restaurantes, situado no Swissotel The Stamford. O 16º andar da Biblioteca Nacional, com uma decoração moderna e apurada, é interessante para cocktails. E porque não dar um pulo a Sentosa Island? Aqui a proposta é almoçar, ou jantar, num teleférico, a 70 metros do solo. Numa metrópole marítima é natural que muito eventos se façam perto do mar. As hipóteses são inúmeras. E que tal fazer uma reunião no Zoo? Pode começar por um pequeno-almoço na selva, com os orangotangos e as cobras, ou então um almoço na companhia dos leões.

Nesta ilha tropical é possível realizar uma série de actividades lúdicas que vão deixar os seus colaboradores ou clientes espantados. Se procura adrenalina pura, então o Parque Temático da Universal Studios e o Parque Aventura MegaZip são os seus destinos. Finalmente, para um evento onde se pretende uma forte conotação visual, por exemplo para o lançamento de um produto, reserve o teatro multimédia 360º do Museu Experimental Marítimo. Os seus convidados vão ficar impressionados. The Planner (www.theplanner.be)

www.festaseeventos.net


124

EMPRESAS

DOMES MADE IN PORTUGAL Estas estruturas geodésicas foram aclamadas pelo American Institute of Architects como “a mais forte, mais leve e mais eficiente” que se conhece, aguentando cargas de vento até 120Km/h e uma carga de neve de 40Kg/m2. Ou seja, os domes são leves e estruturalmente muito fortes. Mas para se perceber toda a sua eficácia é necessário olhar para outras questões, como o transporte. Só para termos uma ideia, uma tenda de 25 metros de diâmetro e 12 metros de altura cabe num espaço de nove metros cúbicos, capacidade ao alcance de uma Ford Transit, por exemplo – o que tem também benefícios ao nível das emissões, porque não exige veículos tão poluentes para a movimentar. A Eurodome apresenta-se como a única empresa a fabricar integralmente estas estruturas em Portugal, para além de as comercializar e alugar. Cria ainda conceitos de áreas para marcas, e tem agora um produto exclusivo mundial, porque foi desenvolvido internamente, uma tenda do tipo cápsula que pode ser montada numa base rectangular sem perder o design que os domes apresentam. Esta empresa, com sede no Seixal, surge pela necessidade de oferecer ao mercado soluções diferentes da tenda tradicional. Depois da experiência de trabalharem com a única empresa voltada para a exportação, que era americana, acharam que podiam fazer melhor, e sobretudo ter uma fábrica baseada na Europa, o que permitiria oferecer qualidade a preços mais competitivos. Começaram por alugar domes para países como Itália e Grécia, e só depois se lançaram em Portugal.

www.festaseeventos.net

A principal tecnologia aplicada aos domes é...a matemática. Claro que o fabrico da estrutura e das coberturas possuem cortes a laser, a fim de obter um produto alinhado milimetricamente e sem rugas. De resto, o frame dos domes pode ser fabricado em madeira, ferro ou plástico, é a geometria que lhe dá a forma e confere resistência. As tendas da Eurodome são feitas em materiais que podem ser reciclados / reutilizados, desde os parafusos aos ferros e coberturas. Estas são impermeáveis e usam telas M2 anti-fogo. Este ano, a novidade foi o lançamento em Portugal de um sistema de refrigeração de micro-partículas de água pressurizadas, uma solução totalmente amiga do ambiente. Daqui a dois anos, resultado de uma parceria com um laboratório austríaco, esperam

apresentar novas coberturas com tecnologia fotovoltaica, permitindo produzir energia própria para a iluminação do espaço, tornando assim os domes mais eficiente do ponto de vista energético. A equipa Eurodome é habitualmente constituída por cinco pessoas mas, em certos eventos, e porque promovem soluções integradas, chave-na-mão, podem chegar a um total de 120. Os principais clientes são as autarquias e as empresas, nomeadamente para a apresentação de novos produtos, uma vez que os domes permitem dar um destaque diferente ao que é mostrado ao público. Mais informações em www.eurodome.pt


Dias que merecem perfeição.

Christmas Cocktail Festeje o Natal da sua empresa desde

27,50 €

por pessoa!

Aperitivos: Porto tónico Porto branco seco Sangria de espumante Sumo de laranja natural Aguas com e sem gás Sabores: Rolinhos de presunto com bolinha de melão em espeto de bambu Mousse de sapateira sobre pão branco Tártaro de salmão fumado com tostinhas Mousse de queijo roquefort com miolo de nozes

Dezembro não tarda… e com o Natal a chegar, é tempo de preparar uma festa especial e de reunir colaboradores e parceiros em momentos perfeitos. A Solinca Eventos e Catering dá-lhe uma ajuda e apresenta-lhe seis opções para que possa escolher a melhor festa de Natal para a sua empresa e celebrar a quadra natalícia com sensações únicas. Entregue-se à magia do Natal e escolha entre os sabores tradicionais do “Menu Festivo”, do “Menu Harmonia” ou das opções de buffets natalícios. Recrie uma típica Ceia de Natal ou experimente um menu mais arrojado e criativo: o menu “Criatividade” permite-lhe escolher os sabores certos para cada momento da degustação, com o toque inconfundível do Chef Hélio Loureiro e uma pitada de nouvelle cuisine. Ofereça aos mais pequenos um lanche de Natal com tudo o que mais gostam: mini pizzas, mini cachorros, gelatinas de Natal, pipocas, chocolate quente e outras tantas delícias. Como o Natal se celebra “em casa” e uma empresa é como uma grande família, a Solinca Eventos e Catering convida-o a desfrutar de um requintado “Christmas Cocktail”, ao final da tarde, no conforto das instalações da sua empresa ou em qualquer outro local. A receita é simples: comece por um aperitivo conjugado com entradas deliciosas passadas em bandeja. Depois, junte um aconchegante creme aveludado temperado com aromas únicos. Termine com uma variedade de surpreendentes sobremesas e deixe fluir o espírito do Natal. Consulte mais detalhes sobre estas sugestões em www.solincaeventosecatering.com.pt

Sonhos de bacalhau Folhadinhos de chouriço Crocante de pistachos e galinha Bolinhas panadas de alheira de caça Shots mornos de: Creme de espargos verdes com natas Creme de abóbora com pistachos Sobremesas: Mini rabanadas de vinho do porto Colherzinhas com leite-creme queimado Bolinhos de abóbora Mini sonhos Tostinhas de queijo da serra Quadradinhos de bolo de nozes com ovos moles

Contacte a Solinca Eventos e Catering: organize a festa, mas deixe o trabalho connosco! Av. Boavista 1277, Edifício WTC, piso -3 sala 214, 4100-130 Porto Portugal - solinca.eventos.catering@sonae.pt - tl. +351 226 086 636 - fx. 226 086 608


126

EMPRESAS

QUINTA DO ROSEIRAL A IMPORTÂNCIA DO DETALHE O projecto é familiar, mas extremamente profissional, explica José Batalha Dias, referindo-se à Quinta do Roseiral, o espaço para eventos que gere na Ericeira, perto da praia de Ribeira D’Ilhas, a menos de meia-hora de distância de Lisboa, agora que a nova A21 faz a ligação à A8. A verdade é que os números não enganam: propriedade com 21 hectares, extensamente arborizada e ajardinada, quatro mil metros quadrados de área coberta no edifício principal, quatro zonas de estacionamento para mais de 1500 viaturas, quatro anos de obras antes de abrir ao público, investimento total até ao momento superior a dez milhões de euros, 35 pessoas na equipa principal de colaboradores, podendo chegar às 350 no pico de um grande evento. Tudo isto é acompanhado por uma quase obsessão pelo detalhe, pelo pormenor. “O nosso empenho é tão grande que as pessoas chegam a voltar atrás só para se despedirem do

www.festaseeventos.net

empregado que as serviu à refeição, por exemplo. E claro que isso nos enche a todos de orgulho. Também é por isso que escolhemos cuidadosamente os nossos colaboradores e vamos buscá-los onde eles estiverem. Só os melhores nos interessam”, garante José Batalha Dias. A atenção ao detalhe vê-se também no catering próprio, exclusivo, preparado em modernas instalações, onde existem todas as condições de higiene e segurança alimentar, já vistoriadas e aprovadas pela ASAE. O cuidado foi ao ponto de instalar um sistema de ar condicionado próprio, de modo a manter uma temperatura ambiente mais baixa, dificultando assim o desenvolvimento de microorganismos indesejáveis. Ou nas equipas de limpeza em permanência durante os eventos. Ou nas 46 decorações diferentes de que dispõem, permitindo inúmeras combinações. Ou nas animações realmente profissionais. Ou nos dois geradores próprios, para que nunca falhe a energia. Ou na captação de água, devidamente tratada e analisada, que reforça o serviço da companhia. Ou nas bocas de incêndio que existem espalhadas pela propriedade, facilitando o trabalho dos bombeiros no caso de um fogo florestal. Ou na limpeza das matas. Ou no facto de aceitarem apenas um evento de cada vez, apesar de terem espaço para acolher vários em simultâneo.


127

SUSTENTABILIDADE Para além da firme intenção de começar a produzir energia na Quinta, graças à força do vento, algo que só ainda não começou a fazer por causa das complexas burocracias, José Batalha Dias concentra-se em dois outros projectos marcados pela ideia de sustentabilidade. Um prende-se com a Fundação Roseiral, destinada a ajudar crianças desfavorecidas um pouco por todo o mundo, sempre que forem identificadas necessidades e for possível dar essa ajuda. O outro prende-se com o estabelecimento de uma Quinta do Roseiral em África. Os contactos decorrem neste momento e José Batalha Dias espera poder arrancar em 2010 com este novo desafio.

Saiba mais em www.quintadoroseiral.com

www.festaseeventos.net


128

EMPRESAS

DIGITAL FRAME “Surgimos como uma empresa ligada à área do vídeo, e é aí que realmente somos bons. Mas a empresa cresceu e possuímos hoje a mais recente tecnologia nas áreas não apenas do vídeo, mas também do som e da luz, temos as soluções integradas para cada caso, com os nossos produtores, realizadores, criativos e técnicos. Possuímos equipamento próprio, e a propósito disso orgulhamo-nos de ser uma das produtoras melhor equipadas”. A afirmação convicta é de Jorge Figueiredo, um dos rostos da produtora Digital Frame, criada com este nome em 2003, embora muitos dos seus profissionais tenham mais de dez anos de experiência no sector. Sedeados muito perto do Porto, em Vila Nova de Gaia, assumem-se como empresa nacional, vocacionada na área dos audiovisuais e multimédia – para os mais diversos eventos conferências, congressos e espectáculos, transmissão em directos para a web, écrãs gigantes, telas, projectores, plasmas, aluguer de equipamento de som, luz, sem esquecer a realização de vídeos promocionais, institucionais, publicidade, fotografia, 3D e o design gráfico. “Isto porque queremos que também os nossos conteúdos sejam de qualidade. Ou seja, não nos basta termos os meios, é necessário que depois tudo seja pensado, planeado, cuidado ao pormenor”, destaca Jorge Figueiredo.

www.festaseeventos.net

A equipa permanente – que pode ser reforçada sempre que for necessário - é de dez pessoas, quase todas com formação superior, e algumas com mestrado. “Esta nossa área é muito exigente do ponto de vista dos investimentos. Aqui, reinvestimos tudo o que podemos em material, para garantir a melhor tecnologia possível. Mas isso só faz sentido com as pessoas, os técnicos certos. Também é verdade que há muita gente com boa formação, só que o tipo de trabalho que fazemos, os eventos, de um modo geral, não se coadunam com a falta de vocação. Daí a escolha ser mais complexa, não nos basta ter os melhores equipamentos, temos de ter os melhores profissionais.”, lembra o gestor da Digital Frame.

Capacidade de adaptação é outra das qualidades que se procuram. “Conseguimos ser competitivos, e a verdade é que somos escolhidos. Nem esta crise nos afectou muito, sinal de que os clientes confiam em nós. Seja como for – garante Jorge Figueiredo -, temos que nos adaptar continuamente. Analisar o dia de hoje, mas olhar bem para a frente. Porque ainda queremos estar cá daqui a 30 ou 40 anos!”. Saiba mais sobre os produtos e serviços desta empresa, associada da APECATE, em www.digitalframe.pt


129

www.festaseeventos.net


130

LIVROS IMAGEM E INTERNACIONALIZAÇÃO Autor: Isabel Amaral Editora: Verbo Número de páginas: 247 Preço: € 20,99 “Como é que se cumprimenta um inglês? O que é que se diz a um árabe? Como é que se discute com um russo? Quanto tempo se olha para um chinês? O que significa a pontualidade nos Estados Unidos? E em Angola? Nos negócios, como na vida, uma boa imagem é, hoje, condição de sucesso. Aquém e, também, além fronteiras. Sobretudo nestes tempos de globalização. Mas, para isso, torna-se indispensável conhecer e respeitar as normas de códigos muitas vezes não escritos, cuja ignorância pode deitar a perder toda uma estratégia de internacionalização. Este livro recolhe a informação essencial (sobre usos e costumes, regras e interditos, modos e tabus) para ajudar os leitores a perceber as diferenças que separam povos e nações, culturas e continentes – desde África do Sul até à Venezuela, sem esquecer o mundo alargado da internet.”

PLANEAMENTO E ORDENAMENTO TERRITORIAL DO TURISMO Autor: João Martins Vieira Editora: Verbo Número de páginas: 264 Preço: € 26,99 “O Turismo é considerado em Portugal um sector de relevância estratégica para o desenvolvimento nacional, começando o tema a estar na primeira linha das preocupações dos responsáveis pelo turismo, pelo território e pelo governo em geral. Este livro tem por objectivo estudar a importância do planeamento estratégico do desenvolvimento turístico sustentável e do ordenamento territorial do turismo, para se alcançar o sucesso do seu desenvolvimento, esclarecendo os respectivos conceitos, delimitando os campos de intervenção dos actores e dar-lhe a necessária perspectiva estratégica. Coloca-se assim à disposição dos técnicos de turismo e de planeamento, bem como dos autarcas e também dos estudantes, um conjunto de conhecimentos que permitem uma actuação tecnicamente mais correcta e politicamente mais responsável.”

MARKETING DE FEIRAS: MANUAL DO EXPOSITOR Autor: Márcia Viegas Editora: Edições Sílabo Número de páginas: 132 Preço: €14,47 “As feiras são um instrumento privilegiado de promoção de serviços e produtos, mas a participação pode ser contraproducente se a sua preparação não for cuidadosamente planeada. De um modo simples, claro e pedagógico esta obra apresenta os aspectos-chave para garantir uma participação com sucesso e rentabilizar os recursos investidos. É apresentado e discutido o processo de criar e gerir a participação numa feira. Desde a programação à implementação, seguimento e análise final são muitas as orientações práticas fornecidas. Este livro é um guião prático para a acção e um precioso auxiliar para garantir que os investimentos feitos em feiras e salões se possam traduzir em vendas crescentes e numa carteira de clientes alargada e remuneradora.”

GESTÃO DE MARKETING DE EVENTOS DESPORTIVOS Autores: Bruno Madeira, Joaquim Caetano, Luís Rasquilha e Rolando Santos Editora: Plátano Preço: €15,75 “Trata-se de um trabalho didáctico. Com a garantia dos imperativos teóricos e metodológicos, também imperativamente crítico, fornece uma panóplia de elementos que anunciam dinâmica e, não menos importante, realização ou sucesso.”

www.festaseeventos.net


131

DIRECTÓRIO ANIMAÇÃO

Distrito do Porto

Distrito de Braga

A. R. PRODUÇÕES V. N. de Gaia Tel: 961 202 828 geral@ar-producoes.com

ASES NA MANGA Braga Tel: 253 283 483 ases@asesnamanga.com

Distrito de Setúbal

AUDIOVELOSO Guimarães Tel: 253 418 428 geral@audioveloso.pt

INTER - MÚSICA INTERNACIONAL Almada Tel: 212 745 759 inter-music@ip.pt

Distrito de Coimbra

CATERING

CANTIGAS DA RUA Coimbra Tel: 223 321 005 cantigasdarua@cantigasdarua.com

Distrito de Braga

Distrito de Faro KOISAS K´ACONTECEM Vilamoura Tel: 289 388 080 kk@koisaskacontecem.pt Distrito de Lisboa CHAPITÔ ANIMAÇÕES Lisboa Tel: 218 855 550 mail@chapito.org PMP – PAULO MAGALHÃES PRODUÇÕES Lisboa Tel: 218 619 375 pmp@portugalmail.com RITMOS URBANOS Ramada Tel: 934 802 183 mircosatar@ritmosurbanos.com

MEMORIAL CATERING V. N. Famalicão Tel: 252 313 022 geral@memorialcatering.pt Distrito de Coimbra CARLOS FILENO Cernache Tel: 239 949 290 filenos@mail.telepac.pt Distrito de Lisboa CASA DO MARQUÊS Algés Tel: 214 118 152 casadomarques@casadomarques.pt CATERI Alcabideche Tel: 214 608 830 catering@cateri.pt

Distrito do Porto

COMPANHIA DOS PALADARES Sintra Tel: 219 677 510 geral@cpaladares.com

ADEREÇO PRODUÇÕES Porto Tel: 225 322 720 geral@adereco.com

EVOEVENTS Lisboa Tel: 218 929 043 evo@evolucaogastronomica.com

Distrito de Setúbal

GLOBAL CATERING Oeiras Tel: 219 243 299 geral@globalcatering.pt

ANIMAGEST Almada Tel: 212 549 880 animagest@animagest.com.pt BUGA Quinta do Conde Tel.: 917 386 062 info@buga.com.pt TOCÁ RUFAR Aldeia de Paio Pires Tel: 212 269 090 tocarufar@tocarufar.com ARTISTAS E ESPECTÁCULOS Distrito de Lisboa MUSICA NO CORAÇÃO Lisboa Tel: 210 105 700 musicanocoracao@musicanocoracao.pt EVERYTHING IS NEW Lisboa Tel: 213 933 770 geral@everythingisnew.pt RITMOS & BLUES Paço d’Arcos Tel: 214 694 050 info@ritmoseblues.pt

GOURMET CLUB Porto Salvo Tel: 214 217 419 gc@gourmetclub.com.pt SILVA CARVALHO CATERING Sintra Tel: 219 255 510 comercial@sccatering.pt MOJITO BAR CATERING Paço d’Arcos Tel: 210 992 980 info@mojitobarcatering.com Distrito do Porto NUMIAL CATERING Vermoim Tel: 229 407 411 info@numial-catering.com SOLINCA EVENTOS E CATERING Av. da Boavista, 1277 Ed. WTC, Piso -3, s. 214 4100-130 Porto Tel: 226 086 636 Fax: 226 086 608 solinca.eventos.catering@sonae.pt www.solincaeventosecatering.com.pt Ver página: 125 SUGESTÕES E OPÇÕES Moreira da Maia Tel: 229 408 280 catering@sugestoes-opcoes.pt

TRÊS SÉCULOS V. N. de Gaia Tel: 223 742 800 general.office@tresseculos.pt Distrito de Santarém CONDESTÁVEL DE LUÍS SUSPIRO Cartaxo Tel: 243 719 786 geral@condestaveldeluissuspiro.net Distrito de Viseu ENCONTRUS Carregal do Sal Tel: 232 960 202 mail@encontrus.com Açores PRIMAZ S. Mateus da Calheta Tel: 295 206 410 primaz@primaz.com Madeira TROPICAL CATERING Funchal Tel: 291 700 840 restaurante.tropical@clix.pt ESPAÇOS MULTIUSOS Distrito de Aveiro EUROPARQUE Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt Distrito de Braga CENTRO CULTURAL VILA FLOR Guimarães Tel: 253 424 700 geral@aoficina.pt MULTIUSOS DE GUIMARÃES Guimarães Tel: 253 520 300 geral@tempolivre.pt

CENTRO CULTURAL DE BELÉM Lisboa Tel: 213 612 697 dac@ccb.pt COLISEU DE LISBOA Lisboa Tel: 213 240 580 marketing@coliseulisboa.com CONVENTO DO BEATO Lisboa Tel: 210 103 100 conventodobeato@cerealis.pt ESTÁDIO ALVALADE XXI Lisboa Tel: 217 516 522 Fax: 217 516 585 eventos.corporate@scp.pt www.scp.pt Ver páginas: 36 e 37 PAVILHÃO ATLÂNTICO Rossio dos Olivais, Lt. 2.13.01.A 1990-231 Lisboa Tel: 218 918 409 Fax: 218 918 413 info@pavilhaoatlantico.pt www.pavilhaoatlantico.pt Ver página: 55 Distrito do Porto CAVES CÁLEM – SOGEVINUS FINE WINES Vila Nova de Gaia Tel: 223 746 660 turismo@sogevinus.com CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega Edificío da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 33 COLISEU DO PORTO Porto Tel: 223 394 940 coliseu@coliseudoporto.pt

Distrito de Coimbra

ESTÁDIO DO DRAGÃO Porto Tel: 225 083 000 portoestadio@fcporto.pt

CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULOS DA FIGUEIRA DA FOZ Figueira da Foz Tel: 233 407 200 geral@figueiraturismo.com

FUNDAÇÃO DE SERRALVES CONGRESS CENTRE Porto Tel: 226 156 500 serralves@serralves.pt

Distrito de Faro

MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIA Praça da Batalha 4000-102 Porto Tel: 223 401 900 Fax: 222 088 303 larcher@tnsj.pt www.tnsj.pt Ver página: 65

CENTRO DE CONGRESSOS DO ARADE Encosta do Arade, Parchal 8400 Lagoa Tel: 282 498 577 Fax: 282 498 578 clientes@algarvecc.com www.pavilhao-arade.com Ver página: 79 Distrito de Leiria CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHA Caldas da Rainha Tel: 262 889 650 ccc.secretariado@cm-caldas-rainha.pt Distrito de Lisboa CAMPO PEQUENO Lisboa Tel: 217 998 450 secretariado@campopequeno.com CASTELO DE S. JORGE Lisboa Tel: 218 800 620 castelodesaojorge@egeac.pt

Distrito de Setúbal CONVENTO DA ARRÁBIDA Azeitão Tel: 212 180 520 arrabida@foriente.pt Distrito de Viseu EXPOVIS Viseu Tel: 232 422 018 geral@expovis.pt Açores AÇOR ARENA - PAVILHÃO MULTIUSOS Vila Franca do Campo Tel: 296 539 390 acorarena@acorarena.pt

www.festaseeventos.net


132

DIRECTÓRIO Madeira

Distrito do Porto

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Santo Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com

SERVICE PACK Leça da Palmeira Tel: 229 942 944 geral@servicepack.pt (Aluguer de material)

MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt

Distrito de Setúbal

ESTRUTURAS & ALUGUER DE MATERIAL Distrito de Braga MODELSTAND Padim da Graça Tel: 253 300 320 geral@modelstand.pt (Stands) SPORMEX Braga Tel: 253 673 689 geral@spormex.pt (Stands)

ALUGOCLIMA Rua dos Laminadores, 15 Foros da Catrapona - PIS II 2840-586 Aldeia de Paio Pires Tel: 212 549 550 Fax: 212 549 558 info@alugoclima.com www.alugoclima.com (Aluguer de material) Ver página: 25 Madeira SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt (Stands) FEIRAS, CONGRESSOS & INCENTIVOS

Distrito de Faro ALGARPALCOS Loulé Tel: 289 401 370 algarpalcos@algarpalcos.com (Palcos) EUROLOGISTIX Almancil Tel: 289 419 199 info@eurologistix.pt (Aluguer de material) Distrito de Lisboa ALUG’AQUI Chão de Meninos - Sintra Tel: 219 108 003 info@aaqui.com (Aluguer de material) EURODOME Rua D. Dinis, Lt. 442 2865-011 Fernão Ferro - Seixal Tel: 917 224 866 domesportugal@gmail.com www.eurodome.pt (Tendas e estruturas) Ver páginas: 29 e 124 EUROPALCO Mem Martins Tel: 219 605 520 comercial@europalco.com (Palcos e tendas) EVIDÊNCIA DISPLAY Lisboa Tel: 214 603 620 geral@evidenciadisplay.com (Stands) MULTIARCO Rua Reinaldo Ferreira, nº38 - A/B 1700-324 Lisboa Tel: 218 483 740 / 218 477 075 info@multiarco.pt www.multiarco.pt (Ar condicionado) Ver página: 61 PÊBÊ DESIGN Cacém Tel: 219 188 720 geral@pebe.pt (Stands e Design) POP COMMUNICATION GROUP Lisboa Tel: 218 650 400 popgroup@popgroup.pt (Stands e Design) SERIES Lisboa Tel: 213 583 470 series@series.com.pt (Design e Comunicação)

www.festaseeventos.net

Distrito de Aveiro EUROPARQUE Sta. Maria da Feira Tel: 256 370 200 info@europarque.pt Distrito de Beja EXPO BEJA Av. Salgueiro Maia 7800 Beja Telefone: 284 315 602 Fax: 284 315 678 expobeja@gmail.telepac.pt www.expobeja.pt Ver página: 21 Distrito de Braga BESTEVENTS Braga Tel: 253 204 053 info@bestevents.pt CITEVE - CENTRO TECNOLÓGICO DA INDÚSTRIA TÊXTIL V. N. de Famalicão Tel: 252 300 300 citeve@citeve.pt PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE BRAGA Braga Tel: 253 208 230 peb@peb.pt QUALITY TOURS – DMC Guimarães Tel: 253 527 144 geral@qualitytours.pt

AIMS PORTUGAL Lisboa Tel: 213 245 040 lisbon@aims-international.com AUDITÓRIO PROF. DR. ARMANDO SIMÕES SANTOS Lisboa Tel: 217 922 625 auditorio@fmd.ul.pt B+ Estoril Tel: 214 689 668 geral@bpositivo.com CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA Lisboa Tel: 213 652 000 lisboacc@aip.pt CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL Estoril Tel: 214 647 575 info@estorilcongresscenter.com C. I. CONGRESSOS E INCENTIVOS Lisboa Tel: 219 246 342 cicongressos@mail.telepac.pt CITUR TRAVEL DMC Linda-a-Velha Tel: 217 712 610 lisbon@citur.pt CWT EVENTS Lisboa Tel: 213 224 370 cwtevents@carlsonwagonlit.com.pt EUROCONGRESSOS Lisboa Tel: 218 472 577 info@eurocongressos.pt FIL - FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA Lisboa Tel: 218 921 500 fil@aip.pt GEOTUR Lisboa Tel: 218 422 700 incoming@geotur.com LEADING - CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENT Linda-a-Velha Tel: 217 712 634 leading@leading.pt MEETING POINT Linda-a-Velha Tel: 214 159 900 meetingpoint@netcabo.pt

Distrito de Faro

MESSE FRANKFURT - PORTUGAL Lisboa Tel: 217 939 140 info@portugal.messefrankfurt.com

ALGARVE TOURS Faro Tel: 289 890 200 comercial@algarve-tours.pt

MILTOURS Lisboa Tel: 213 920 369 dmc@miltours.pt

CLASS TRAVEL Portimão Tel: 282 414 522 / 282 415 414 classtravel@mail.telepac.pt

MUNDI CONVENIUS Lisboa Tel: 213 155 135 info@mundiconvenius.pt

Distrito de Leiria

PORTUGAL TRAVEL TEAM Lisboa Tel: 218 161 600 ptt.lisbon@portugal-travelteam.pt

BIG TIME Fátima Tel: 249 533 770 julio.santos@bigtime.pt EXPOSALÃO BATALHA Batalha Tel: 244 769 480 info@exposalao.pt Distrito de Lisboa ABREU Linda-a-Velha Tel: 214 156 000 dmcportugal.lisbon@abreu.pt

TEAM QUATRO Algés Tel: 214 111 300 info@teamquatro.com TLC Lisboa Tel: 213 213 060 lisbon@tlc-pt.com Distrito do Porto ABREU Porto Tel: 222 043 570 dmcportugal.porto@abreu.pt ACRÓPOLE Porto Tel: 226 199 680 geral@acropole-servicos.pt CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGA Rua Nova da Alfândega, Ed. da Alfândega 4050-430 Porto Tel: 223 403 000 Fax: 223 403 099 cce@amtc.pt www.amtc.pt Ver página: 33 EXPONOR Leça da Palmeira Tel: 229 981 400 info@exponor.pt HOSPEDEIRAS DE PORTUGAL Porto Tel: 225 320 280 porto@hospedeiras-portugal.pt SKYROS CONGRESSOS Porto Tel: 226 165 450 skyros@skyros-congressos.com THE HOUSE OF EVENTS Porto Tel: 228 348 940 info@the.pt Distrito de Santarém CNEMA - CENTRO NACIONAL DE EXPOSIÇÕES E MERCADO AGRÍCOLAS Santarém Tel: 243 300 300 centrodecongressos@cnema.pt Açores CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO Angra do Heroísmo Tel: 295 206 120 cccah@mail.telepac.pt TURANGRA Angra do Heroismo Tel: 295 204 040 congressoa@turangra.com Madeira CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DO PORTO SANTO Porto Sto. Tel: 291 980 600 sdps@netmadeira.com MADEIRA TECNOPOLO Funchal Tel: 291 720 000 admin@madeiratecnopolo.pt FLORES E DECORAÇÃO

SALA OCEÂNICA Oeiras Tel: 214 462 550 geral@oeirasviva.pt SFORI Lisboa Tel: 217 604 839 geral@sfori.com TA DMC Lisboa Tel: 218 925 400 lisboa@topatlantico.pt

Distrito de Lisboa LIZ GARDEN Lisboa Tel: 218 429 960 encomendas@lizgarden.pt Distrito do Porto ALFLORA Perafita Tel: 229 965 820 info@alflora.com


133

FOTOGRAFIA E VÍDEO Distrito de Lisboa FABRICE ZIEGLER Lisboa Tel: 218 877 719 fabriceziegler@netcabo.pt MINIFOTO ESTÚDIO Rua Alexandre Ferreira, 49 A - Lumiar 1750-010 Lisboa Tel: 217 567 330 Fax: 217 567 339 minifoto@netcabo.pt www.minifoto-estudio.com Ver página: 57 Distrito do Porto CITYLAB Marco de Canaveses Tel: 255 539 230 citylab@citylab.pt KYOSK FOTOGRÁFICO Porto Tel: 225 101 059 vitor.kyosk.fotografico@netc.pt

HOTEL RURAL REFÚGIO DA VILA Portel Tel: 266 619 010 info@refugiodavila.com

Distrito do Porto

THE VINE HOTEL Funchal Tel: 291 009 000 info@hotelthevine.com

Distrito de Faro

BESSA HOTEL Porto Tel: 226 050 000 info@bessahotel.com

HOTEL FARO Faro Tel: 289 830 830 comercial@hotelfaro.pt

HOTEL MELIÁ GAIA V. N. de Gaia Tel: 223 747 500 melia.gaia.porto@solmelia.com

LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORT Portimão Tel: 282 420 200 sales.lemeridien@starwoodhotels.com

PORTO PALÁCIO CONGRESS HOTEL & SPA Porto Tel: 226 086 600 portopalaciohotel@sonae.pt

PESTANA D. JOÃO VILLAGE Alvor Tel: 282 400 700 domjoao@pestana.com

SHERATON PORTO HOTEL E SPA Porto Tel: 220 404 000 sheraton.porto@sheraton.com

ALFASOM Amadora Tel: 214 967 000 info@alfasom.com

SHERATON ALGARVE HOTEL & RESORT Albufeira Tel: 289 500 100 pinecliffs.reservations@luxurycollection.com

TIARA PARK ATLANTIC PORTO Porto Tel: 226 072 500 reservas.porto@tiara-hotels.com

ELECTROAUDIO S. Domingos de Rana Tel: 214 531 223 info@electroaudio.net

LUZ, SOM E PIROTECNIA Distrito de Braga AUDIOVELOSO Rua do Sardoal, 125, Costa 4810-546 Guimarães Tel: 253 418 428 geral@audioveloso.pt Distrito de Lisboa

Distrito de Leiria

Distrito de Santarém

Distrito do Porto

NVSTUDIO Porto Tel: 226 180 741 nvstudio@nvstudio.co.pt

HOTEL REAL D`ÓBIDOS Óbidos Tel: 262 955 090 info@hotelrealdobidos.com

DOM GONÇALO HOTEL & SPA Fátima Tel: 249 539 330 mail@hoteldg.com

HOTÉIS E POUSADAS

MARRIOTT PRAIA D’EL REY & BEACH RESORT Amoreira Tel: 262 905 100 info.pdr@marriott-pdr.com.pt

Distrito de Setúbal

DIGITAL FRAME Rua das Colectividades 54, s. 5.1 a 5.4 4430-625 Vila Nova de Gaia Tel: 227 870 175 Fax: 227 870 175 info@digitalframe.pt www.digitalframe.pt Ver páginas: 46 e 128

Distrito de Aveiro GRANDE HOTEL DA CURIA Anadia Tel: 231 515 720 geral@grandehoteldacuria.com PALACE HOTEL BUSSACO Luso Tel: 231 937 970 bussaco@almeidahotels.com Distrito de Beja CLUBE DE CAMPO VILA GALÉ Beja Tel: 284 970 100 clubedecampo@vilagale.pt Distrito de Braga AQUAFALLS SPA HOTEL Vieira do Minho Tel: 253 649 000 info@aquafalls.pt AXIS OFIR - BEACH RESORT HOTEL Ofir - Esposende Tel: 253 989 800 reservas@axisofir.com HOTEL GUIMARÃES Guimarães Tel: 253 424 800 comercial@hotel-guimaraes.com POUSADA DE GUIMARÃES - SANTA MARINHA Guimarães Tel: 253 511 249 recepcao.stamarinha@pousadas.pt Distrito de Castelo Branco MELIÁ CONFORT D. MARIA Covilhã Tel: 275 310 000 tryp.dona.maria@solmelia.com

Distrito de Lisboa CAESAR PARK PENHA LONGA GOLF RESORT Sintra Tel: 219 249 011 resort@penhalonga.com CORINTHIA LISBOA HOTEL Lisboa Tel: 217 236 363 lisboa@corinthia.pt HOTEL DOM PEDRO LISBOA Lisboa Tel: 213 896 600 lisboa.reservations@dompedro.com HOTEL REAL VILLA ITÁLIA Cascais Tel: 291 724 257 swreservations@granderealvillaitaliahotel.com HOTEL QUINTA DA MARINHA Cascais Tel: 214 860 100 sales@quintadamarinha.com LISBON MARRIOTT HOTEL Lisboa Tel: 217 235 551 claudia.ventura@marriotthotels.com HOTEL CASCAIS MIRAGE Cascais Tel: 210 060 601 idalina.elias@cascaismirage.com PALÁCIO ESTORIL Estoril Tel: 214 648 000 front-desk@palacioestorilhotel.com

HOTEL CLUB D’AZEITÃO Azeitão Tel: 212 198 590 geral@hotelclubazeitao.com Distrito de Viana do Castelo AXIS GOLF PONTE DE LIMA Ponte de Lima Tel: 258 900 250 reservas@axispontedelima.com FLÔR DE SAL Viana do Castelo Tel: 258 800 100 reservas@hotelflordesal.com Distrito de Vila Real VIDAGO PALACE HOTEL Vidago Tel: 276 990 900 vidagopalace@unicer.pt Distrito de Viseu AQUAPURA DOURO VALLEY Lamego Tel: 254 660 600 aquapuradouro@aquapuradouro.com HOTEL MONTEBELO Viseu Tel: 232 420 000 hotelmontebelo@visabeiraturismo.pt Açores HOTEL AÇORES ATLÂNTICO Ponta Delgada Tel: 296 302 200 reservas@bensaude.pt Madeira

MACEDO’S PIROTECNIA Santão Tel: 255 483 999 pirotecnia@macedos.com.pt Distrito de Setúbal BACK LIGHT Alcochete Tel: 212 349 740 backlight@verylight.pt GRUPO LUSO PIROTECNIA Almada Tel.: 212 741 056 info@lusopirotecnia.com ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS Distrito de Aveiro DESAFIOS Sever do Vouga Tel: 234 556 619 informacoes@desafios-lda.pt MARGENS Águeda Tel: 234 648 571 margens@margens.pt Distrito de Braga DIVERLANHOSO Póvoa de Lanhoso Tel: 253 635 763 info@diverlanhoso.com.pt Distrito de Bragança SABOR DOURO E AVENTURA Torre de Moncorvo Tel: 279 258 270 sabordouro@mail.telepac.pt

RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOA Lisboa Tel: 213 811 400 fsh.lisbon@fourseasons.com

CHOUPANA HILLS RESORT E SPA Funchal Tel: 291 206 020 info@choupanahills.com

Distrito de Coimbra

SHERATON LISBOA HOTEL E TOWERS Lisboa Tel: 213 120 000 sheraton.lisboa@sheraton.com

CROWNE PLAZA RESORT MADEIRA Funchal Tel: 291 717 600 crowne.plaza.md@mail.telepac.pt

HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMAS Coimbra Tel: 239 802 380 comercial@quintadaslagrimas.pt

THE WESTIN CAMPO REAL Turcifal - Torres Vedras Tel: 261 960 900 reservations.camporeal@westin.com

HOTEL SAVOY Funchal Tel: 291213000 reservations@savoyresort.com

CAPITÃO DUREZA - DESPORTOS DE AVENTURA Figueira da Foz Tel: 239 918 148 info@capitaodureza.com

Distrito de Évora

VIP EXECUTIVE ART’S Av. D. João II, Lt. 1.1801C 1998-028 Lisboa Tel: 210 020 400 Fax: 210 020 401 hotelarts@viphotels.com www.viphotels.com Ver página: 89

THE CLIFF BAY Funchal Tel: 291 707 700 cliffbay@portobay.pt

Distrito de Évora

TRYP COLINA DO CASTELO Castelo Branco Tel: 272 349 280 tryp.colina.castelo@solmeliaportugal.com

HOTEL DA CARTUXA Évora Tel: 266 739 300 comercial@hoteldacartuxa.com

Distrito de Castelo Branco GRAU 5 Barroca Tel: 275 751 042 contacto@grau5.pt Distrito de Coimbra

TURAVENTUR Évora Tel: 266 743 134 turaventur@turaventur.com

www.festaseeventos.net


134

DIRECTÓRIO RUSTITUR Évora Tel: 266 978 043 info@rustitur.com Distrito de Faro ZOOMARINE Albufeira Tel: 289 560 300 algarve@zoomarine.pt Distrito de Lisboa EQUINÓCIO Lisboa Tel: 210 155 139 info@equinocio.com

ZEBRA SAFARI Albufeira Tel: 289 583 300 joao.zebrasafari@armail.pt Distrito de Lisboa ACTING OUT Paço de Arcos Tel: 214 544 355 actingout@actingout.pt BEONE Lisboa Tel: 213 406 200 geral@beone.pt

MANZ PRODUÇÕES Oeiras Tel: 214 269 710 Fax: 214 269 719 manz@manz.pt

DESAFIO GLOBAL ATIVISM Rua Diogo de Couto, 1 B 2799-537 Linda-a-Velha Tel: 214 149 550 Fax: 214 149 560 geral@desafioglobal.ativism.pt www.desafioglobal.ativism.pt Ver páginas: 2 e 3

TALENTO Algés Tel: 214 135 380 talento@talento.pt

EDZ EVENTOS Lisboa Tel: 213 553 030 goliveira.edz@grupogci.net

Distrito do Porto

MERCADO DA CULTURA Oeiras Tel: 214 410 448 geral@mercadodacultura.pt

ELEMENTO TERRA Porto Tel: 938 303 674 hugooliveira@elementoterra.com Distrito de Santarém AVENTUR Torres Novas Tel: 962 748 550 geral@aventuralazer.com TEMPLAR Tomar Tel: 249 323 414 geral@templar.pt Distrito de Setúbal ARRÁBIDA AVENTURAS Palmela Tel: 212 352 406 arrabidaventura@mail.telepac.pt Distrito de Viseu DESAFIOS CARAMULO Caramulo Tel: 232 868 017 geral@desafios-caramulo.pt Açores FUTURISMO Ponta Delgada Tel: 296 628 522 futurismo@mail.telepac.pt Madeira TERRAS DE AVENTURA Funchal Tel: 291 708 990 terrasdeaventura@mail.telepac.pt ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Distrito de Aveiro

PUBLIHAPPENING Rua Domingos José de Morais, Ed. Foz do Rio, 53, 2º Dto. 2685-046 Sacavém Tel: 219 422 334 Fax: 219 425 153 info@publihappening.com www.publihappening.pt Ver página: 44

HERDADE DO ESPORÃO Reguengos de Monsaraz Tel: 266 509 270 herdade@esporao.com Distrito de Lisboa QUINTA DO ROSEIRAL Estrada de Sto. Isidoro 2655 Ericeira Tel: 261 860 570 Fax: 261 860 578 geral@quintadoroseiral.com www.quintadoroseiral.com Ver páginas: 126 e 127 Distrito do Porto CASA DOS LEMOS Porto Tel: 226 104 796 casadoslemos@iol.pt Distrito de Santarém CASA CADAVAL Muge Tel: 243 588 040 geral@casacadaval.pt VALE D’ALGARES Vila Chã de Ourique Tel: 243 709 321 sandro.castelhano@quatroancoras.com

QUINTA DE CATRALVOS Azeitão Tel: 212 197 610 geral@quintadecatralvos.com

Distrito do Porto

TRANSPORTES

GLOBALFUN Porto Tel: 229 389 516 info_fun@globalfun.com.pt

Distrito de Braga

PORTUGAL DELUXE Porto Tel: 220 107 558 info@portugaldeluxe.com REALIZAR Porto Tel: 225 074 530 mail@realizar.com Distrito de Setúbal YOU ARE ONE Aldeia de Paio Pires Tel: 963 389 750 geral@youareone.com

SIRAM Funchal Tel: 291 230 350 siram@siram.pt

www.festaseeventos.net

Distrito de Évora

WECANSELL Lisboa Tel: 213 523 161 info@wecansell.pt

Distrito de Braga

JUST PERFECT Loulé Tel: 289 401 374 eventos@justperfectevents.com

CONVENTO DE SANDELGAS Coimbra Tel: 239 951 000 clara.moura@conventodesandelgas.com

QUINTA DA REGATEIRA Charneca da Caparica Tel: 212 962 365 info@imppacto.com

Distrito de Viseu

Distrito de Faro

Distrito de Coimbra

TOX’INN – PROMOÇÃO E EVENTOS Av. Brasil, 1, 6º 1749-008 Lisboa Tel: 217 923 735 Fax: 217 923 825 toxinn.lisboa@toxinn.com www.toxinn.com Ver página: 15

TEMPOS E VENTOS Rua Almirante Cândido dos Reis, 90 Apartado 1532 3801-902 Aveiro Tel: 234 385 624 Fax: 234 385 624 cperestrelo@temposeventos.com www.temposeventos.com Ver página: 31

LOJA DE EVENTOS Braga Tel: 253 204 053 info@lojadeventos.com

QUINTAS

VISABEIRA TURISMO Viseu Tel: 232 483 111 visabeiraturismo@grupovisabeira.pt Madeira

Distrito de Setúbal

AERONORTE Braga Tel: 253 626 967 geral@aeronorte.pt Distrito de Faro MINIBUSES DO SUL Portimão Tel: 282 426 045 info@mbtravel.lda.pt TRANSOL - TRANSPORTES E TURISMO Portimão Tel: 282 450 460 rui.barata@transol.pt Distrito de Lisboa FROTA AZUL - TRANSPORTES E TURISMO Odivelas Tel: 219 380 400 frota.azul@rodest.pt PLACE 2 PLACE - TRANSPORTES PERSO NALIZADOS Lisboa Tel: 213 958 170 info@place2place.pt WH - EXECUTIVE CAR SERVICE Lisboa Tel: 217 276 117 geral@wh-executiveservice.com Distrito do Porto AIREVENTS - PRIVATE FLIGHTS Moreira da Maia Tel: 229 432 513 airevents@airevents.com.pt

ANE TOURS Perafita Tel: 229 942 667 info@anetours.pt DOURO AZUL Porto Tel: 223 402 500 reservas@douroazul.com Distrito de Setúbal BARCO ÉVORA Setúbal Tel: 912 154 449 geral@barcoevora.com DRIVERTOURS Corroios Tel: 937 230 664 info@drivertours.com.pt OUTROS SERVIÇOS Distrito de Lisboa TZIRANDA Lisboa Tel: 213 140 983 rgf@tziranda.com (Software) ECOPROGRESSO Lisboa Tel: 217 981 210 geral@ecoprogresso.pt (Ambiente) E.VALUE Lisboa Tel: 213 845 260 evalue@evalue.pt (Ambiente) MEDFIRST - SOLUÇÕES GLOBAIS NA EMERGÊNCIA Estrada de Paço de Arcos, 9 - Piso 2/G 2770 - 280 Paço de Arcos Tel: 216 002 732 Fax: 216 002 733 eventos@medfirst.pt www.medfirst.pt Ver página: 129 Distrito do Porto +METRO Serzedo VNG Tel: 227 535 835 geral@maismetro.pt (Impressão Digital) ESTAÇÃO LIVRE – COMUNICAÇÃO Porto Tel: 226 053 936 info@elc.pt (Comunicação e edições) Ver página: 83 NORMA DESIGN Porto Tel: 919 611 350 info@normadesign.com (Design de comunicação) Ver página: 136 SMARTWATT Porto Tel: 222 094 066 info@smartwatt.pt (Ambiente)




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.