Nota da Autora Antiguidade mágica Mesopotâmia O Egito Antigo A Grécia Antiga A Roma Antiga
1ª Edição 2002
Caro leitor,
A idealização deste livro partiu do princípio de que é tão necessário manter a compreensão do mundo mágico em relação ao não-mágico, num momento de tanta instabilidade. Devo dizer, com propriedade, que a chave para o medo é a ignorância, e a chave para a ignorância é a falta de estudo. Portanto, “Entre a História” é um livro com apresentação de textos documentativos, fotos, citações aprofundadas e curiosidades que muitos de vocês se recusam a lembrar ou levar em consideração, montando o mundo a seu ver e baseado em opiniões infundadas. A confecção deste livro demandou tempo, pesquisa, elaboração de conceitos e situações adequadas para manter a didática responsável pelo interesse. As perguntas que encontrarão no meio do livro, servem para norteá-los a elaborar respostas ou novos questionamentos. Peço que leiam com atenção e levantem questões relevantes sobre o assunto, podendo vir discutir comigo sempre que necessários, já que temos todas as ferramentas para tal. Não é um livro fechado, impossível de ser alterado; muito pelo contrário, a cada novo fato e crítica de demais doutores da História da Magia, professores, estudantes e leigos, a reformulação com certeza poderá ser feita. Desejo a vocês, leitores deste trabalho, um bom estudo, uma boa caminhada por entre as páginas deste livro e, acima de tudo, seja bem-vindo ao mundo da História. Cuide bem das palavras aqui escritas, elas são de todos nós.
Com as expectativas altas,
Nora Dahl Hansdottir
As primeiras comunidades bruxas se deram após anos e anos de desenvolvimento cerebral e mágico dos seres humanos. A potencialização começou quando os neandertais se deram conta de que, para começar a ter resultados, a matéria-prima deveria ser usada de forma a ser colocada no fogo. Outra forma de potencializar sua existência, era através do manuseio e coleta de plantas, junto da criação de criaturas mágicas e animais, o que facilitou o processo para que esses seres humanos parassem de andar de um lado a outro em busca de alimento e recursos, tornandoos “sedentários”, ou seja, fazendo com que parassem num lugar e se estabilizassem por lá. Poucos eram os “sem magia”, portanto, os bruxos eram a classe dominante. Nessa época, ainda não existia a separação entre mágicos vs. não mágicos; esta, que só passou a existir anos depois, porque os “sem magia” eram considerados detentores de doenças, azar e marginalizados. Anos depois, a coexistência conseguiu ser contemplada, porém, nem sempre de forma pacífica e harmoniosa. Nas duas comunidades, foi possível encontrar conflitos internos e externos, o que sempre causava baixas gigantescas em ambos os lados, podendo ser conhecida por “política primitiva”. A Antiguidade (Idade Antiga), é compreendida a partir do “início” de registros escritos até a queda do Império Romano. É o período dividido em Oriental e Ocidental/Clássica, sendo a primeira: mesopotâmia, hebreus, fenícios, persas e egípcios, e a segunda: gregos e romanos.
Localizada entre dois rios importantes (Tigre e Eufrates), a região mesopotâmica foi o palco e berço da civilização, além de guerras e conquistas entre bruxos e trouxas. Dentro dessa região, que era extremamente favorável para o avanço das comunidades, existiam os assírios, sumérios e acádios. Os assírios, eram um grupo grande composto por, majoritariamente, trouxas. Agressivos e grosseiros, tinham como única lei, o código de Hamurabi (“Olho por olho, dente por dente”), o que era compreensível, visto que por toda a característica guerreira do povo, a justiça era feita de forma a pagar pelos crimes na mesma proporção que foram cometidos. Os acádios, por outro lado, formavam um grupo nômade e predominantemente bruxo. Dificilmente eram derrotados, mesmos sendo mais amenos do que os assírios em questões de características: não eram grosseiros ou agressivos, mas eram guerreiros e táticos, que tinham como principal objetivo, difundir a cultura para as próximas gerações. Os sumérios eram um grupo misto, que não conseguiam se manter sozinhos, devido à grande quantidade de conflitos internos e políticos. Os assírios viram uma oportunidade de atacar e tomar as terras, expandindo seu território; porém, os acádios se juntaram com os sumérios para evitar o avanço assírio. Com o intenso poder de fogo de duas comunidades contra uma, conseguiram dominar a região da Mesopotâmia por um breve período de tempo, quando os acádios romperam a aliança devido à instabilidade suméria e criaram um poder centralizado, avançando pelo deserto com sua população e refinando hábitos de outros povos, como por exemplo, a escrita e a língua.
O povo acádio, no fim, também demonstrou instabilidade política e tiveram seu domínio interrompido por povos asiáticos.
O Egito Antigo, como nomeado por historiadores, foi um dos locais com maior capacidade intelectual, mágica e tecnológica, tornando-o extremamente poderoso para a época, por volta de 3100 a.C. Atribuem à esta sociedade, a criação e desenvolvimento da escrita, porém, diferentemente da Mesopotâmia com a cuneiforme, eram em forma de “desenho”, estas então, denominadas de hieróglifos. Duas características importantes do Egito podem ser atribuídas às construções magníficas, como as pirâmides e esfinges, e ao Vale do Nilo, onde a maior parte da população vivia por ser uma área extremamente fértil para agricultura e pecuária, tornando mais fácil a sobrevivência dos que ali residiam. Foi por isso que Heródoto, no século V a.C., descreveu “O Egito é uma dádiva do Nilo”, por terem conseguido erguer a civilização às margens do rio. A sociedade egípcia era dividida como uma pirâmide social, em que na base ficavam os escravos e o topo era dos faraós. Nessa mesma época, houve a chamada “Era dos Faraós”, onde seu início foi marcado pelo nascimento de Ptá, o primeiro ser humano mágico a demonstrar seus poderes sem medo diante de todos; cada um que veio dessa linhagem, deveria mostrar sua magia, e assim seria um faraó. Cada faraó era considerado um “deus” ou que estivesse tão próximo deles, que mereciam todo o poder e luxo que os
“mortais”/trouxas poderiam oferecer. Uma demonstração de magia era suficiente para que ficassem a seus pés. Dentre os mais conhecidos, podemos citar Tutancâmon, Ramsés II e Cleópatra. As atitudes mais conhecidas dos faraós para lidar com seus opositores, está a transfiguração de animais e partes do próprio corpo, transmutação de líquidos, conversas e encantamento de cobras e serpentes, e o uso de misturas mágicas (poções) para curar suas enfermidades e potencializar sua magia, visto que eram muito ligados à vida após a morte, com a questão da mumificação.
Civilização antiga, sendo datada de 2000 a.C., formada após a migração de outros povos indo-europeus, formada por polis (cidade-estado), que eram muito utilizadas na organização política dessa sociedade que tanto esteve a ensinar para todos do mundo, até os dias de hoje, por se tratar de filósofos que deram o pontapé inicial para muito do que sabemos, como por exemplo, Platão, Sócrates e Aristóteles. Assim como a maioria das sociedades da época, tinham a religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Portanto, é correto dizer que boa parte da sociedade grega era composta por trouxas e, assim como na egípcia, os possuidores da Magia e que poderiam manifestá-la eram os considerados deuses criadores de todo o Universo. De acordo com esse povo, estes viviam no Monte Olimpo, que não poderia ser acessado por meros mortais. Outra característica importante, é sobre a forma como eram retratados que leva mesmo a perceber que todos eram realmente bruxos: todos eram com formas humanas, e com muitos sentimentos para ser expressados, como bondade, raiva, alegria. Além disso, os gregos criavam e contavam situações de combate entre deuses e criaturas mágicas para ensinar lições às pessoas. As polis mais citadas e conhecidas, são citadas como sendo Atenas e Esparta.
Há uma lenda que consiste em contar como Roma foi criada, que diz que Rômulo e Remo, seus fundadores, foram criados por uma loba, logo que nasceram. É uma região que se encontra banhada pelo mar Mediterrâneo, e existindo até hoje, na Itália. Houve uma mudança significativa no governo romano, passando de monarquia para república e, então, para Império. Não é segredo algum que o Império Romano foi o maior que se tem notícias, desde então, dominando parte das atuais Ásia, África e Europa. Durante todos esses governos que passaram pelas mãos de diversas pessoas, sempre havia uma intriga diferente, sendo elas rebeliões, imperadores loucos e invasões de bárbaros. A situação chegou a ser tão crítica, que ruiu o Império aos poucos, deixando-o aos pedaços. A situação cultural foi muito influenciada pela grega, em que adotaram os deuses e modificaram seus nomes, tornando, por exemplo, Afrodite em Vênus, Zeus em Júpiter, entre outros.