Horcrux

Page 1


Na atual sociedade bruxa, as Artes das Trevas são repudiadas pelos que se dizem de bom coração. Na minha opinião, cada um deveria ser livre para estudar o bem quisesse, pois somente assim teríamos a verdadeira “liberdade”. Durante os 28 anos da minha vida (o que muitos dizem ser pouco ainda para tratar de um assunto tão perverso) eu vi e senti a maldade dos bruxos na pele. Todas as trevas já percorreram pelo meu corpo, através das minhas veias, chegando à minha mente e quase me enlouquecendo. Posso dizer então que, eu possuo conhecimento suficiente para escrever este livro. Muitos irão reagir de forma agressiva a isto e muitos ficarão chocados por saber que domino tal arte, mas o que posso dizer? Cada um é dono de seu destino e cabe a cada um saber o que é melhor pra si. Boa leitura!

Camii Rosalie Lisboa


Horcrux é um termo mágico para chamar um objeto cuja parte da alma de uma pessoa habita. Os feitiços necessários para criar uma horcrux são proibidos pelo Ministério da Magia. O objetivo geral de uma horcrux é manter o dono da alma vivo, ou seja, imortal, ou pelo menos, com uma vida muito longa. Para entender melhor o que é uma horcrux, quando uma pessoa é ferida, independente do grau do ferimento, sua alma permanece intacta, saindo de seu corpo ilesa, caso a pessoa morra. Sendo assim, ao esconder parte desta alma num objeto, e fazendo todo o ritual para prendê-la no nosso universo (não se sabe para onde as almas vão depois que o bruxo falece), é possível recupera-la e permanecer vivo.

Assim como o corpo é o receptáculo da alma, o objeto cuja parte da alma é oculta passa a ser também, não podendo transferir a alma de um objeto à outro. Da mesma forma que o corpo, quando o objeto que oculta a alma é destruído, a alma é perdida, ela não volta para o corpo do bruxo, mesmo que ele esteja vivo.


O objeto a ocultar a alma pode ser qualquer coisa, até mesmo seres vivos (o que não é recomendado, dado a facilidade de perder a parte da alma). As horcruxes sentem a presença uma das outras, podendo se comunicar entre elas. Assim como, quando uma horcrux é destruída, a outra sabe. Falo de horcruxes no plural, pois é de conhecimento geral que

um bruxo já conseguiu dividir a alma em sete partes, desbancando a teoria de que um bruxo poderia fazer somente uma horcrux.

A morte é um grande mistério tanto para bruxos, quanto para trouxas. Há quem diz não teme-la e quem a teme até demais. Muitos


passam suas vidas tentando entende-la e pesquisando para descobrir se há algo depois dela.

Por enquanto, ainda não temos respostas concretas, por isso, muitos não querem que ela chegue. Então, buscam meios de enganá-la ou retarda-la ao máximo. O conhecido alquimista Nicolau Flamel desenvolveu a pedra filosofal justamente para manter-se vivo. Ele viveu, com sua esposa, mais de 600 anos, até decidir que ela era algo muito cobiçado e que deveria ser destruída. Nicolau Flamel guardou a pedra apenas para si, o que fez com que muitos tentasse roubá-la. Enquanto isso, outros buscavam outros meios de se tornar imortal.

O registro da primeira horcrux criada data em 1387, Idade Média, no Peru, na América do Sul. Herpo, o Sujo, era um bruxo perverso, que


adorava guerrear contra outros povos mágicos e não mágicos. Ele foi o primeiro criador de basilíscos. Ele era conhecido como a “Sombra da Morte”, pois por onde passava, deixava um rastro de destruição. Porém, devido a essa fama, Herpo era obrigado a viver em vigilância constante, pois muitos desejavam a sua morte.

Quando mais velho, ele viu seu povo passar por dificuldades. A comida era escassa e riqueza fora esbanjada em festas. Os outros povos não quiseram ajuda-los. E Herpo já estava velho demais para continuar saqueando. Ele sabia que quando morresse seu povo seria extinto. Então, passou a viver em busca da imortalidade e descobriu que conseguiria se continuasse matando. Depois de quase vinte anos, ele conseguiu dividir a sua alma.

A primeira coisa que o bruxo que deseja criar uma horcrux deve saber é que este é um caminho sem volta. Após finalizar o ritual, sua alma será repartida, o que pode levar o bruxo à uma espécie de loucura cruel. Sabemos que é considerado um dos piores tipos de magia pela comunidade bruxa do século XXI, que o processo envolve um objeto (que servirá de receptáculo para a alma), um assassinato, um feitiço e um ato


atroz. Sobre este ato é algo que deixou Horácio Slugohrn e Hermione Granger enjoados. O feitiço se chama “Inanimalia”, do latim, “sem alma”, e para realiza-lo, deve-se fazer três giros com a varinha, da direita para a esquerda, terminando com uma “chicotada” para cima. A mentalização é uma fogueira se apagando. Pronuncie o feitiço claramente ou faça não-

verbal. Estando ciente disso, eis os passos para repartir a alma e ocultá-la: 1) Tenha por perto o objeto que será usado como receptáculo da alma; 2) Procure uma vítima (quanto mais poderosa ela for, mais forte sua horcrux será), mate-a, não importa como, seja com a maldição da morte ou com outro método; 3) Execute o feitiço ao lado do cadáver. Lembre-se: quanto mais detalhado sua mentalização e mais perfeitamente a movimentação da varinha for, maiores serão as chances do feitiço dar certo; 4) Chegou a hora do ato atroz, canibalismo.

Para fazer uma horcrux é preciso comer a carne ou beber o sangue de sua vítima. Canibalismo tem, ao longo da história, sido associado com o ganho de força, poder ou saúde do morto. Seja para adquirir a força contra um inimigo morto, o poder metafórico de algum membro da comunidade ou uma simples prática medicinal para livrar o corpo de doenças, os humanos pensavam que consumir carne humana poderia


ajuda-los de alguma forma. Era relativamente comum até a chegada da medicina moderna. Mesmo quando os europeus criticavam o canibais nas Américas, eles comiam pedaços secos de tecido humano como remédio. No entanto, pelos padrões de hoje, falar de canibalismo pode facilmente gerar náuseas. Necromancia é a arte de usar os mortos para adquirir poder, e

era uma das razões pelas quais os bruxos eram temidos na Idade Média. Essencialmente, é isso que é uma horcrux; matar para ganhar poder e ir além, usando, literalmente, o cadáver, essa é uma das formas mais negras da magia. É por isso que se destaca: a criação de uma horcrux deve ser feita matando alguém, e então dividindo sua alma.

Mas Voldemort (famosos bruxo que criou sete horcruxes) nem sempre cometeu os assassinatos ele mesmo. Murta Elizabeth Warren foi


morta por um Basilísco e não diretamente por Lorde Voldemort. Porém, o Basilísco somente obedecia às ordens dele, logo, Tom Riddle (na época) foi o culpado. Como ele conseguiu obter pedaço do corpo dela, para fazer sua horcrux é um mistério, porém, eu, como estudiosa no assunto suponho que o Basilísco tenha arranhado sua presa no corpo de Murta, levando restos em seus dentes para Voldemort.

O feitiço necromante junto com o pedaço de carne humana que se consome é uma maneira de conectar almas.

Você

deve

ter

pensando

em

inúmeras

possibilidade

e

contrariedades em tudo o que leu até aqui, não é mesmo? Com certeza, se perguntou: Mas Voldemort consumiu o sangue de Harry Potter? A resposta é não, não consumiu. Então como Harry Potter poderia ser uma horcrux? A resposta mais plausível para essa questão é: Voldemort já estava

com sua alma tão desestabilizada que não precisaria do feitiço completo para que ele acontecesse. Então, com o feitiço de proteção lançado por Lilian Potter acertando Voldemort, sua alma, já instável teria sido lançada para fora de seu corpo e se instalando em Harry Potter, o único sobrevivente.


O desejo de Voldemort de ser imortal foi confiado, assim como Herpo, à terrível magia das horcruxes. Ele então dividiu sua alma em sete partes. Sendo que seis dessas partes foram ocultadas em horcruxes. O número sete fora escolhido por ser um número mágico muito poderoso,

segundo a Aritmancia. Dividir a alma desestabiliza-a. Imagine dividi-la em sete pedaços! Segundo Alvo Dumbledore (1996), “Voldemort ultrapassou o limite da maldade”. Mas por que Voldemort não criou uma pedra filosofal pra ele, se era tão poderoso? Simples. A ideia de depender de algo para sobreviver era

insuportável para ele. Desde criança, Tom gostava de ser independente. Voldemort era tão prepotente que ele jamais aceitaria colocar parte de sua alma em um objeto qualquer, por isso buscou as mais cobiçadas relíquias que o mundo bruxo já viu. - O diário de Tom Marvolo Riddle: o diário pertenceu ao pai de Voldemort e foi o primeiro objeto escolhido, não pelo valor, mas pela vingança. Seu pai foi sua primeira vítima para a criação de sua primeira horcrux. - O anel de Marvolo Gaunt: o anel pertenceu ao seu avô e além de seu valor inestimado, ele provava seu parentesco com Salazar Slytherin. - O medalhão de Slytherin: sendo ele o último descendente de Salazar Slytherin, Voldemort entedia que o medalhão era dele por natureza, algo que provava ainda mais sua linhagem nobre.


- A taça de Hufflepuff: depois de possuir as relíquias de Slytherin, Voldemort passou a buscar as relíquias dos outros fundadores de Hogwarts. O castelo sempre fora seu lar e ele se sentia dono de lá. - O diadema de Ravenclaw: pelo mesmo motivo da taça de Hufflepuff. - A cobra Nagini: Voldemort escolheu uma cobra como sua sexta horcrux porque as cobras são as representações de Slytherin, e porque também,

ele era um ofidioglota. - Harry Potter: a horcrux que ele não pretendia fazer.


Horcruxes são objetos poderosos e muito raros, sendo então, somente destruídos por objetos ou substâncias mais poderosas que elas, o que não se obtêm com facilidade. Por exemplo, o veneno do basilísco, o fogo maldito ou ainda, o remorso do assassino, sendo este último um processo doloroso o suficiente para matar o bruxo.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.