Instintos selvagens

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INSTINTOS SELVAGENS Tudo sobre lobisomens

Por Aubrey Vernon Jackson


Sumário

Introdução .......................................................................................................... 4

A Origem ............................................................................................................ 4 Transformação e Lua Cheia - Um relato pessoal ............................................... 4

Hierarquia ........................................................................................................... 6 Lobisomens e a Lei ............................................................................................ 7

Lobiosmens Pela Visão dos Trouxas ................................................................. 7 Poderes e fraquezas ........................................................................................... 8

Anatomia Lycan ................................................................................................. 10 Instintos Selvagens: Curiosidades ..................................................................... 11

Bônus: Híbridos ................................................................................................. 11

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Introdução

O lobisomem é encontrado no mundo inteiro, embora se acredite que tenha se originado na Grécia. O significado do nome seria do latim lupus (lobo) + homo (homem), lupuhomo, ou lobisomem, que significa simplesmente homem-lobo.

Neste livro aprenderemos mais afundo sobre esta condição incompreendida, que muitas vezes causa medo e preconceito àqueles que não entendem quê: Um lobiosmem não é uma criatura, mas uma pessoa sob uma condição que lhe foi imposta e, condição esta, impossível de ser revertida. A Origem

Lobisomens são errôneamente chamados de criaturas, feras e bestas. Às vezes são chamados de seres, mas convenhamos, seres somos todos nós humanos.

Sua origem é muito antiga, pois os primeiros registros encontrados sobre licantropia foram na Mitologia Grega. Segundo a Mitologia, quem criou o primeiro lobisomem foi Zeus, o Deus mais poderoso de todos os deuses mitológicos. O homem azarão escolhido para ser o primeiro homem lobo da história foi Licaão, o rei de Arcádia (região da Grécia). O que o levou a essa transformação foram seus atos desaprovados pelos deuses, pois Licaão violava a lei da hospitalidade, sacrificando como oferenda quase todos os visitantes de seu reino. E, furioso, Zeus se disfarçou de visitante e foi até a antiga cidade. Como esperado, o rei também tentou executar o deus de todos os deuses e como castigo, Zeus transformou o rei e quase todos seus filhos, que eram tão cruéis quanto o pai, em uma espécie de lobo. Assim como as bruxas, os lobisomens foram perseguidos pelos Trouxas. E assim como os Mestiços e Nascido-Trouxas, os lobisomens também foram e são perseguidos por outros bruxos, movidos pelo preconceito e medo.

A perseguição dos Trouxas para com os lobisomens foi realizada até o século XVIII. Depois desse período, vários estudiosos começaram a estudar e a recriar histórias associadas à licantropia, dando origem a muitas outras crenças sobre sua origem. Transformação e Lua Cheia - Um realto pessoal

Ainda me lembro do dia em que fui mordida. Eu era ainda mais jovem, algo em torno dos dezesseis anos. Eu estava numa festa nos terrenos da escola onde estudava. Eu estava me 4


divertindo, com amigos e professores quando tudo aconteceu.

Uma das professoras que tive, a qual não irei revelar o nome, era licantropa e transformou-se com o surgimento da lua cheia. Nós não sabíamos sobre a condição dela e ela não parecia preocupada em estar sob o céu em noite de lua cheia, rodeada por alunos e colegas de profissão. Quando se transformou, ela nos atacou e numa tentativa de fugir, acabei sendo derrubada e sentir a dor dos dentes daquele lobisomem em minha pele.

Lembro com exatidão da sensação que era sentir o sangue escorrendo de minha perna direita, fazendo com que eu me arrepiasse por inteira. Eu havia entrado em choque por um tempo que pareceu longo demais. Eu escutava as pessoas ao me redor desesperadas, gritando, falando, movendo-se para cá e para lá. Alguém havia afastado o lobisomem dali, alguém tentava me ajudar, falar comigo... Era tudo tão lento e confuso, até que de repente tudo veio de uma só vez: os calafrios e a dor incessante, como se meu interior estivesse em chamas; minhas entranhas contraindo em brasas. A dor era tão forte que eu começava a gritar e me contorcer em choros. Eu havia me jogado no gramado e entrelaçava os dedos nas gramas, fechando os olhos sem mais ver o sangue escorrendo e tingindo o verde. O cheiro de ferro misturado aos meus próprios gritos ensurdecedores se acabaram quando eu desmaiei.

Quando acordei, parecia que eu tinha dormido por dias, semanas. Eu me sentia confusa e extremamente cansada. Mas bastou uma rápida olhada ao meu redor que descobri que eu estava na Ala Hospitalar de Ilvermorny. Não havia se passado muito mais que algumas longas horas. Naquele momento, porém, minha perna não sangrava e não havia dor alguma em qualquer parte de meu corpo; apenas o frio da febre. Eu respirei fundo e engoli o choro que vinha com o medo, com o desespero e confusão que habitavam em mim, quando vi meus amigos chegando para me visitar.

Quanto mais próxima estava a Lua Cheia, mais eu sentia raiva dentro de mim, vontade de

libertar minha fera interior. Eu possuía os sentidos aguçados, ótimos reflexos e pensamentos impróprios, obscuros e maliciosos durante o dia. E quando eu estava dormindo, era atormentada com pesadelos de flashs do dia em que fui atacada. Eu acordava suada, me contorcendo de dor. Meu corpo doía até os ossos e meus sentidos estavam mais aguçados que nunca. Eu estava ficando ensandecida. Escutava meus próprios batimentos cardíacos - e os dos outros; vozes ao longe, sentia cheiros estranhos que não conseguia descobrir de onde vinham. Era como se algo muito forte estivesse crescendo dentro de mim, como se lutasse por espaço, por libertação. 5


Eu estava aterrorizada.

Mas meu terror não tinha importância para a natureza. Eu havia sido mordida, DNA licantropo corria em minhas veias e a lua cobrava seu preço por conceder-me poderes e habilidades que eu não pedi.

Quando o dia da lua cheia enfim chegou, eu estava nos terrenos da escola. Eu lembro que me joguei no chão em frente ao castelo. Minha boca abria e fechava em gritos aterrorizantes. Havia alguma resistência em mim, a fera escapava, lutava e era puxada de volta para dentro. Eu estava com medo, não queria me transformar, mas também não era como se eu pudesse impedir a transformação. Meus ossos doíam brutalmente, eu aprendia o peculiar jogo da osteomorfose. Membro a membro, os sentia como se fossem corroer, até que me deitei de lado no chão, respirando ofegante enquanto minhas unhas cresciam, transformando-se em garras, e a visão noturna me tomava de vez.

Eu escutava tudo absurdamente alto, cada pequeno animal na floresta da propriedade em que me encontrava. Respirações, batimentos, sangue. Era tudo tão vivo quanto a minha fome, tudo tão insano quanto os barulhos que faziam minha cabeça doer. Mas então tudo cessou. O silêncio pairava absoluto naqueles terrenos, como se tudo não significasse coisa alguma. Porém, logo tudo voltou a fluir; mas com mais delicadeza, eu tinha a concentração de um predador em busca da primeira presa.

A brisa me trouxera vários aromas de uma só vez, os pelos de minhas orelhas se eriçaram e meu focinho molhado farejava o ar em busca de algum sangue fresco. Antes de saltar rumo a noite desconhecida em sua forma lupina, ergui minha cabeça para a lua, minha eterna amante, e uivei, um uivo de quem finalmente estava livre. Hierarquia

Há muito tempo existe uma hierarquia que determina as várias posições em que um lobisomem pode ser classificado. Ao contrário do que alguns pensam, lobisomens não podem mudar sua forma lupina e quando classificam-os por essa suposta mudança, cometem, então, um grande equívoco. As únicas camadas existentes de fato dentro da "sociedade licantropa", são compostas pelos Alfas, Betas e Ômegas.

A camada mais alta da hierarquia dos lobisomens é a Alfa. Sabe-se que a única forma de um lobisomem tornar-se um alfa é matando um lobisomem que já é alfa. Sendo assim, é 6


extremamente díficil encontrar um Alfa. Eles são os mais fortes, rápidos e inteligentes dos lobisomens e por isso raramente serão mortos por um Beta ou Ômega. Os Alfas são líderes de uma alcateia; capazes de controlar os membros de sua alcateia até mesmo atráves de um simples rugido. Os Betas compõe a segunda camada de classificação dos lobisomens. Eles também possuem força, agilidade e inteligência animal. São leais aos Alfas e tidos como guerreiros dentro da alcateia a qual pertencem. Seus olhos variam entre amarelos e azuis, enquanto os dos Alfas são sempre vermelhos, em sua forma lupina.

Já os Ômegas compõe a terceira e menor posição dos licantropos. Eles são solitários, por simplesmente não desejarem se unir a alguma alcateia ou por terem sido expulsos de alguma. Os ômegas não possuem lealdade a qualquer lobisomem e agem de forma impulsiva, muitas vezes egoístas. Dizem que em sua forma humana são mais arrogantes que os alfas e mais espertos que os betas. Lobisomens e a Lei

Perante a Lei, lobisomens são vistos como feras. E pela visão da Lei, todos lobisomens devem ser registrados no Registro de Lobisomens, que é parte da Divisão de Feras do Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas. O Registro mantém os dados de todos os Lobisomens Registrados, para que tenham acompanhamento médico e policial. Quando esta lei de registro entrou em atuação, foi como se o Ministéiro da Magia dissesse "Sim, lobisomens são feras, não passam de criaturas perigosas e devem ser tratadas como tal". E até mesmo catalogaram os licantropos.

Os licantropos foram classificados como XXXXX, ou seja, impossíveis de treinar ou domesticar. De certa forma, é honroso receber tal classificação, visto que lobisomens também são homens e como homens, têm o direito de liberdade.

De qualquer forma, a Lei só serviu para propagar ainda mais o preconceito para com os licantropos. É como se reconhecessem que de fato são criaturas, quando na verdade não são. Esquecem-se que lobisomem também significa homem e não apenas lobo.

Mas, felizmente, existe uma parte da Divisão de Seres do Departamento para Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas, que chama-se Serviços de Apoio aos Lobisomens e oferece ajuda àqueles que sofrem da doença incurável que é a licantropia. 7


Sensatamente, a licantropia também pode ser chamada de condição. Lobisomens Pela Visão dos Trouxas

Se na visão dos bruxos preconceituosos ou, respeitosamente, tradicionais, os lobisomens são vistos como feras, imagine só como são vistos pelos Trouxas.

Na sociedade Trouxa há várias lendas sobre como surgiram os lobisomens. Muitas delas completamente insanas, como a de que o primeiro lobisomem surgiu após um homem fazer pacto com o Diabo.

Outras parecem apenas ridículas de tão sem sentido... Como a de que o sétimo filho homem após seis filhas meninas, é lobisomem. Há também um "ritual" para se transformar em lobisomem, que não sabe-se de onde surgiu, mas que veio dos Trouxas. O criador do ritual afirma que aquele que deseja transformar-se em lobisomem deve olhar para a Lua Cheia fixamente e repetir dez vezes a seguinte frase, no seguinte idioma: "By the light of the moon and our piercing howes, we are furtuer transformed into cunning beasts. From the circle of life to the evolution of man, I shall be reawakened as one with the land".

O ritual é falso, não funciona.

No entanto, lobisomens no mundo Trouxa são raros, mas não inexistentes. Um lobisomem pode morder e passar a licantropia para outra pessoa mesmo se essa outra pessoa for um Trouxa. Não há restrições para a licantropia. No entanto, lobisomens bruxos evitam o mundo não-mágico, pois é muito mais perigoso para eles.

O principal caso de licantropia no mundo Trouxa ocorreu na região da atual Alemanha, em que um fazendeiro chamado Peter Stummp, foi condenado após matar quase 20 pessoas. Capturado e sob forte tortura, ele teria confessado os crimes e afirmado ter realizado um pacto com o Diabo em busca de poderes, inclusive o de transformação. Depois da confissão, ele foi condenado e executado cruelmente como lobisomem.

O caso, claramente, não é verdadeiro da parte de Stummp pelo menos. Ele provavelmente sofria de alguma doença (mental) ou na melhor das hipóteses, de fato era um lobisomem e inventou a história do pacto para não ter de falar sobre outros de sua espécie. 8


Atualmente há inúmeras histórias sobre lobisomens, romances criados por Trouxas. Alguns Trouxas vêem a licantropia como um mistério sedutor. Outros fazem dos lobisomens os vilões de suas histórias. E há os estudiosos, que buscam incansávelmente comprovar suas teorias acerca da licantropia. Poderes e Fraquezas

Força: Lobisomens possuem garras e presas poderosas. Movidos pela força que têm, podem usar suas garras e presas para matar, quebrar e ferir seres vivos e coisas.

Agilidade e reflexo: A agilidade de um lobisomem é melhor que a de uma pessoa comum até mesmo em sua forma humana. O licantropo é capaz de realizar, por exemplo, saltos incríveis. E com seu reflexo acontece o mesmo. Velocidade: Um lobisomem pode se mover bem mais rápido que um humano e que vários animais. É capaz de percorrer uma longa distância em questão de segundos. Resistência: Não se cansam facilmente.

Sentidos: Todo lobisomem, seja em sua forma lupina ou não, tem seus sentidos melhorados, sendo capaz de enxergar no escuro, ver algo a longa distância, escutar e sentir cheiros distantes. Regeneração: Lobisomens podem regenerar qualquer dano pequeno em questão de segundos e alguns maiores, em poucas horas.

Fraquezas: Por terem seus sentidos mais aguçados, os lobisomens são afetados por sons, luzes e cheiros em excesso, o que não lhes causa morte ou sequer ferimentos, mas podem faze-los recuar ou ficarem confusos e assim vulneráveis. A arma letal ao lobisomem é a prata. Em sua forma humana, um licantropo tem sua pele queimada se entra em contato direto com prata. Apesar de não ser uma arma contra os lobisomens exatamente, a Poção de Acônito e a Poção Mata-Cão os deixam fracos. Anatomia Lycan

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Outros fatores são: 

Geralmente eles vivem cerca de 250 anos.

Não estão exclusos de doenças, apesar de que pelo fator de regeneração acelerada, dificilmente chegaram ao ponto de morrerem por alguma doença.

Seu envelhecimento é mais lento que o de um humano e fisicamente envelhecem apenas 1 para cada 5 anos.

Maldição ou dom, em toda lua cheia o lobisomem se transforma e se a transformação não ocorrer, ele pode ficar doente e fraco em sua forma humana e, quando na forma lupina de novo, ficará muito mais descontrolado e irado. 10


Instintos Selvagens: Curiosidades

O licantropo em sua forma lupina torna-se sentimental. Por tal fato, principalmente se o lobisomem em questão for "novato", irá se sentir ainda mais tentado à ir atrás daqueles que ama. Ficará confuso, amedrontado e buscará por seu amor. Desta forma, sabe-se que muitos lobisomens já mataram ou feriram seus próprios entes queridos, sentindo aquela súbita e incontrolavel vontade de estar junto à eles, de uma forma tão única e próxima que o desejo de serem um só, o lobisomem e seu ente querido, torna-se insano.

A transformação só ocorre se o lobisomem morder alguém. Arranhões e outros danos apenas fazem com que a pessoa afetada sinta vontade de comer carne crua ou mal-passada nas noites de lua cheia, podendo também, em alguns casos, ficar mais forte e/ou brava e ter seus sentidos intensificados. Nas noites de Lua Cheia, antes da transformação ocorrer, os lobisomens podem perder parte do controle que possuem sobre si mesmos e assim ficam bravos facilmente, sentem uma fome absurda. Não controlam suas presas e garras que dependendo do temperamento do licantropo, podem aparecer ou não. Podem rosnar e sentir coceiras pelo corpo, como se quisessem "trocar de pele", se transformarem. Lobisomens são ligados ao carnal. Além de terem a temperatura do corpo elevada quase sempre, sentem-se muito necessitados de sexo. Bônus: Híbridos

É nomeado híbrido todos aqueles que são criados a partir de duas espécies sobrenaturais diferentes. Um tipo famoso e poderoso de híbrido são os metade-lobisomem, metade-vampiro.

Devido ao fato de que lobisomens e vampiros são inimigos declarados, os híbridos desses dois são extremamente raros. Mas, os que existem são privilegiados pelo poder de andar na luz do sol, mesmo sendo em parte vampiro e de não se transformarem obrigatóriamente. Sim, um híbrido pode transformar-se em lobisomem quando bem entender, desde que fora da luz solar, sem afetar sua natureza e saúde. -> Poderes e habilidades:  

Controle de Transformação: Híbridos tem a capacidade de se transformarem por vontade própria, diferente dos lobisomens, que só se transformam em Lua Cheia e obrigatóriamente.

Força: Um híbrido é mais forte que um lobisomem e/ou um vampiro, devido a herança que tem de ambas as forças. 11


   

Detecção de Mentiras: Devido à sua herança de Lobisomem, um híbrido é capaz de sentir se você está mentindo, pelo batimento de seu coração e leitura corporal e facial. Imortalidade: Assim como os vampiros, os híbridos são imortais.

Mordida: Um híbrido também pode matar um vampiro através de sua mordida.

Resistência ao Sol: Híbridos podem andar sob a luz solar sem o uso de qualquer feitiço, poção ou objeto mágico de proteção.

Além desses poderes, há todos os outros em comum entre vampiros e lobisomens. Mas, no entanto, um híbrido não é mais capaz de transformar alguém em lobisomem nem em vampiro. Sua mordida torna-se apenas fatal aos vampiros e, dependendo da gravidade, também aos humanos.

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Notas finais e agradecimentos

Agradeço ao meu incrível marido, Christopher Jackson, que sempre me apoia, inspira-me e encoraja-me. Outras pessoas que também me dão forças emocionais, certeza e segurança, são meus filhos Kit, Mackenzie e Elijah.

À minha amiga Katherine Bennet, minha tia Lyra e minha prima Ruby, também deixo aqui o meu grande uivo de agradecimento. Sem vocês as coisas não teriam graça. -Este livro foi criado baseado em meus estudos pessoais e experiências próprias. Todas informações aqui compartilhadas são verdadeiras.

*Um livro criado para o RPG de magia Norway One World*

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