2009-12-Dezembro-2009

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Distribuição gratuita

impresso

UTFPR terá novo câmpus em Curitiba Página 4

Acesso terá nova sede no Boqueirão

Jornal Mensal de Educação

N.º 77 Dezembro de 2009

Aprender mais cedo

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Escola Técnica Tibagi prepara jovens para o mercado

Ano 8

Órgãos responsáveis divergem quanto à implantação do novo ensino fundamental de 9 anos. Psicólogos e pedagogos ressaltam a importância de se manter as brincadeiras e respeitar os limites de aprendizagem de cada criança. Os pais apostam na proposta pedagógica adotada pelas escolas, a

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fim de que seus filhos não sejam cobrados além do que devem. Páginas 8 e 9

Vizivali recadastra 30 mil professores Página 13

Nossos Colunistas Esther Cristina Pereira

A escola paga “micos” por conta do que faz Pág. 5

Jacir J. Venturi

Drogas: Luz, mais luz! Pág. 7

Teo Pereira Neto

Marketing sem olho de vidro Pág. 10




Ensino Superior

Jornal Nota 10 | dezembro 2009

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UTFPR terá novo câmpus em Curitiba A nova unidade será na Avenida Silva Jardim, onde hoje funciona um quartel do Exército A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) terá um novo câmpus em Curitiba. O reitor da instituição, Carlos Eduardo Cantarelli, assinou no dia 10 o Termo de Compromisso de Compra e Venda da área do 5.º Batalhão de Suprimento (5.º BSup), localizado na Avenida Silva Jardim, esquina com a Rua João Negrão, próximo à Estação Rodoferroviária. Além do reitor da UTFPR assinaram o documento o comandante da 5.ª Região Mi-

litar e 5.ª Divisão de Exército, general de divisão Alberto Márcio Ferraz Sant’ana e o superintendente do Patrimônio da União no Estado do Paraná, Dinarte Antonio Vaz. De acordo com o termo, o 5.º BSup liberará a área para a universidade iniciar as obras em até dois anos, contados a partir da disponibilização do último aporte financeiro, que deve acontecer em 2010. O terreno foi avaliado em R$ 20,3 milhões pela Caixa Econômica Federal, que considerou a área de 15,65 mil

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A construção do novo câmpus será no atual prédio d0 5.º Batalhão de Suprimento (5.º BSup).

metros quadrados e as reformas já existentes. O câmpus Curitiba possui 25 mil metros quadrados de área total e 48 mil metros quadrados de área construída. Já o câmpus Ecoville possui um terreno de 58 mil metros quadrados e está em fase de construção, com um bloco já concluído. A negociação para a aquisição da área do Exército é fei-

ta desde o final de 2008, e uma vez concretizada, a reitoria, juntamente com o câmpus Curitiba e a comunidade interna, elaborará um plano diretor para a ocupação de todo o conjunto de áreas pertencentes à instituição na capital, do qual fazem parte a sede da reitoria e do câmpus Curitiba, situados à Avenida Sete de Setembro; o Bloco V e o Barra-

cão (garagem), também na Avenida Silva Jardim; o câmpus Ecoville e o novo terreno. A UTFPR possui câmpus em mais dez cidades do interior do estado: Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa e Toledo.


Palavra do Especialista

Educação Infantil

A escola paga “micos” por conta do que faz

Esther Cristina Pereira Psicopedagoga e diretora da Escola Atuação. Contatos: cris@escolaatuacao.com.br (41) 3274-6262

Temos por filosofia nas escolas a primordial função de educar, ensinar, orientar pedagogicamente e educacionalmente dentro de princípios que consideramos universais. Em nossos objetivos como escola, lidamos com os aprendizes de maneira íntegra, levamos as crianças a projetos de solidariedade, honestidade, justiça, da verdade, da humildade, enfim, mesmo com todo o processo pedagógico, ensinamos por meio de exemplos e projetos os conceitos mais importantes que o ser humano deve levar para a sua vida. Tudo para que a mesma seja regrada, dentro do correto, dentro do desejado, dentro do que podemos conceituar como primordial para conviver em sociedade e ser feliz. Mas na escola pagamos uns micos, como dizem nossas crianças e adolescentes, pois organizamos nossos processos,

ensinamentos, ações, condutas e atitudes corretas, mas quando o assunto é a sociedade em geral e a classe política, por exemplo, nossos alunos veem o oposto do que ensinamos. Vejam alguns exemplos para que possamos juntos avaliar o quão nosso trabalho se perde, por conta de políticos ignorantes, algumas famílias descomprometidas e uma sociedade que, em boa parte, é individualista e arrogante. - Ensinamos a reciclar, mas onde está a reciclagem das famílias e das empresas? - Ensinamos as leis de trânsito, mas nosso aluno vê o pai, a mãe, os avós, o policial, todos usando o celular na direção, passando sinal fechado, xingando o motorista da frente ; - Ensinamos nossos alunos a falarem a verdade, sempre, ser verdadeiro para colher a

verdade, quando nossa mídia conta os horrores das mentiras dos políticos brasileiros, dinheiro por fora para conseguir resultados rápidos. - Ensinamos o respeito ao professor, o mentor intelectual do aluno, nosso filho, quando a mídia, a família, a sociedade, cometem a insignificância de não valorizar este ser humano; - Ensinamos a não mexer nas coisas alheias, uma das nossas condutas mais severas, mas a mídia reforça, nossos políticos podem mexer levar dinheiro publico para fora do país que nada acontece. Onde está o exemplo? Por que eles podem? - Ensinamos o não preconceito, o aceitar as diferenças, as inclusões, dar valor ao ser humano da maneira que ele é, mas o que vemos na mídia, o que nossas crianças veem são políticos exalando preconceito e mediocri-

dade em suas atitudes. Vale ressaltar, a escola paga mico, sim, todos os dias. Quem sabe, por este motivo a escola tenha passado a ser tão chata e não prazerosa, pois ela tem ainda ensinado os valores que temos trazido de tantas gerações, que são as que norteiam a vida de valor, a vida que realmente deve ser ensinada. Quem sabe por isso nosso aluno não queira mais estudar, pois estudar não leva a nada, aprender conceitos básicos de conduta é desnecessário, pois em nosso país tudo pode. Pensemos juntos: onde iremos parar? Que tal se assumirmos um papel de referencial e mudar o foco das mídias brasileiras, pois assim iremos valorizar pequenas ações, as colocando em evidência. Quem sabe possamos ter outros exemplos para nossa juventude.


Ensino Médio

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Concurso desafia estudante de Curitiba Revista internacional lança desafio a fim de se conhecer o mundo em toda sua diversidade Ganhar prêmios como destaque em sala de aula sempre foi uma constante para Bárbara Chimentão, 15 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio do Colégio Madalena Sofia, em Curitiba. Mas, este ano a menina teve uma surpresa ao chegar até à terceira fase do desafio National Geographic 2009 – Viagem do Conhecimento, promovido pela revista mundial pelo segundo ano consecutivo no Brasil. No ano passado, Bárbara já havia se interessado pelo concurso, mas não participou. Ficou sabendo por meio do seu professor de geografia, Luciano Stangue. Assim que a National Geographic anunciou que faria novamente o concurso esano,

a aluna já se inscreveu e começou a preparação para os testes. Juntamente com seus colegas de turma, fez a primeira fase, aplicada na própria escola em que estuda. A avaliação abrangia as matérias de geografia e história. Apenas ela e mais um colega passaram para a segunda fase. Na segunda fase, concorreu com alunos de outras escolas de Curitiba, conseguindo se classificar para a terceira fase, sendo a única representante do estado do Paraná. Ela e mais 19 alunos de todo o Brasil foram para São Paulo fazer o teste, que também contemplava as disciplinas de geografia e história, em 20 questões objetivas, além de uma redação. Deixaram para trás

mais de 270 mil participantes. Dessa fase sairiam os três candidatos para a fase mundial, mas Bárbara não se classificou. Ela conta que não esperava que fosse chegar tão longe. “Foi muito inesperado. Eu não esperava ir tão longe assim, chegar até essa terceira fase já foi muito bom”, afirma. A preparação para os testes era por meio de livros, apostilas, documentários, que a estudante buscava por conta própria. “O meu professor de geografia sempre incentivava e dava algumas dicas de quais temas podiam ser abordados ”, comenta. Apesar de estudar para os testes, Bárbara arranjava tempo para outras atividades. A

menina, que gosta de passear com seu cachorro, ainda fazia curso de informática. Diz que adora ver filmes e viajar; e estudar não é problema, uma vez que sua matéria favorita no colégio é história. “Geografia eu também gosto e passei a me dedicar mais por causa do concurso”, diz. O National Geographic 2009 – Viagem do Conhecimento foi criado a fim de revelar o planeta em toda sua diversidade natural, social e cultural, para que se possa descobrir, explorar, desbravar, investigar e conhecer o mundo. Estudantes e professores estiveram envolvidos em um concurso que buscou conhecer o que os jovens aprenderam e como apli-

Bárbara não esperava chegar tão longe no concurso.

cam os conhecimentos de geografia para compreender a realidade cotidiana, em conexão com áreas e temas como história, cultura, meio ambiente, sustentabilidade, viagens e turismo.


Palavra do Especialista

Educação & Ensino

Drogas: Luz, mais luz!

Jacir J. Venturi Professor e diretor de escola e autor do livro Da Sabedoria Clássica à Popular. Contato: jacirventuri@geometria analitica.com.br

Iniciamos este texto com uma metáfora: em 1833, Goethe, o maior literato alemão, já em seu leito de morte, pronunciou suas derradeiras palavras: Lich, mehr licht! Luz, mais luz! Uma frase instigante, não apenas sob o aspecto histórico, mas, antes de tudo, sob um aspecto simbólico e atitudinal. Não há problema que se resolva, sem que projetemos alguma ou muita luz sobre ele. A droga ilícita é um limbo sombrio, enrustido, silente, mas com efeitos devastadores. Deve ser tratada como um problema policial, sim, mas também como um problema social e de saúde pública, a exemplo do câncer, álcool, tabaco, Aids, gripe A, e com intensa participação da comunidade científica e civil, da mídia e das escolas. Na década de 70 , o câncer era uma palavra maldita e impronunciável, e hoje o tema circu-

la abertamente em qualquer ambiente, facilitando a prevenção e o diagnóstico. Nos anos 80, “ser aidético era sinônimo de pederasta” (homossexual). Um conhecido meu, colecionador de namoradas, fazia chiste: “se eu morrer de Aids, divulgue que eu era hemofílico”. A hemofilia era a única justificativa ante a homossexualidade. Projetava-se uma pandemia, e, no entanto, o vírus navega em uma curva decrescente, com queda de 17% nos últimos 8 anos. Analogamente, embora não eivado de preconceito, o surto da gripe A se amainou quando todos os holofotes foram lançados sobre o problema e pela mudança de hábitos da população. Há 20 anos, começaram as medidas antitabagistas por causa dos malefícios à saúde, à estética pessoal, ao fumante passivo. Paulatinamente, desconstruiu-se o glamour.

Ou, numa apropriada síntese da revista Veja: “No apogeu, era símbolo das mais instintivas ambições humanas: a riqueza, o poder, a beleza. No caso, virou câncer, dor e morte”. Mais um exemplo de que, no início do banimento do cigarro, o fogo gerou muito calor (embates), e na sequência muita luz. Atualmente, não há fumante que não se autopuna, e o seu remorso é maior que o prazer de suas baforadas. O tabaco é um vício poderoso. Deixá-lo % dizem % é mais difícil do que livrar-se do álcool, maconha ou cocaína. Dados recentes da Senad (Secretaria Nacional sobre Drogas) indicam que cerca de 12% da população brasileira tem algum tipo de dependência em álcool ou outras drogas e que geram comportamentos de risco ou violência. Não se trata de advogar a total abstinência da bebida, pois todos sabem % evidentemente com tem-

perança % dos benefícios da descontração e alegria de alguns copos de cerveja na companhia dos amigos ou do vinho na presença de quem se ama. O crack provoca dependência quase instantânea, e seus efeitos são devastadores à saúde física, mental e moral. É apavorante o aumento no número de apreensões no Paraná: 1.110% nos últimos quatro anos. Percorreu-se, e ainda se percorre, um espinhoso caminho na busca da redução dos danos causados pelo câncer, tabaco, Aids, gripe A e pelos preconceitos. Maior é o desafio no combate inclemente às drogas ilícitas, ao glamour e aos excessos da bebida. Cada problema com sua peculiaridade, sua fita métrica. É imprescindível a intensa participação do governo, da comunidade científica e civil, da mídia e das escolas.

Geral Leitura

Inscrição

Cursos

Em 2010, um grupo de nove instituições públicas de ensino superior, selecionadas pelo Ministério da Educação (MEC), vai abrir cursos sobre mediação de leitura. Poderão participar da formação professores das redes públicas de educação básica de todas as séries, especialmente de turmas de jovens e adultos. Os cursos de extensão, a distância, serão ministrados em polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). A carga horária é de 90 h, com duração média de três meses. A primeira parte da qualificação prepara os professores para trabalhar com as ferramentas da educação a distância. Depois eles vão estudar temas como linguagem e cultura, leitura de linguagens verbais e não verbais, textos literários e como trabalhar a leitura com distintos públicos – crianças, jovens, adultos e idosos.

De 12 de janeiro a 12 de abril de 2010, autores e titulares dos direitos autorais de obras didáticas voltadas para o ensino médio poderão fazer sua pré-inscrição no Programa Nacional do Livro Didático 2012. Pela primeira vez, os alunos do ensino médio público receberão livros de filosofia, sociologia e língua estrangeira moderna – inglês ou espanhol. Para aprimorar o aprendizado da língua estrangeira e a pronúncia do idioma, além da obra impressa, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), enviará aos estudantes um CD em áudio. Para efetuar o cadastramento é preciso acessar o sítio do FNDE (www.fnde.gov.br). A inscrição definitiva e a entrega dos livros para avaliação será realizada de 3 a 7 de maio, na cidade de São Paulo, em horário e local a serem agendados.

O Ministério da Educação (MEC), em parceria com 15 universidades federais, de 15 estados, oferece 3.210 vagas em curso de especialização em educação infantil, presencial e gratuito. As vagas são destinadas a profissionais de escolas – professores, coordenadores, diretores de creches – e préescolas das redes pública e privada (filantrópica, comunitária ou confessional) que mantenha convênio com o poder público, e também a equipes de educação infantil dos sistemas de ensino. As inscrições devem ser feitas no site da Plataforma Freire no endereço (http://freire.mec.gov.br/ index-static) até o dia 30 de janeiro de 2010. Após essa data, as secretarias de educação têm prazo até 28 de fevereiro para validá-las. As aulas estão previstas para começar no primeiro semestre do próximo ano.

Comemoração do Dia do Diretor de Escola A Associação Paranaense de Administradores Escolares (Apade) reuniu um grupo de diretores de escolas da rede estadual do Paraná, no dia 11 de novembro, para comemorar o Dia do Diretor de Escola. Na ocasião foram feitas algumas explanações, dentre elas a do presidente, professor Izaías Ogliari, sobre questões salariais. Em seguida houve confraternização em comemoração à data, transcorrida no dia 12.


Capa

Novo ensino fun é discutido por e pais e mudará Órgãos responsáveis divergem quanto

Para o pai de João Gabriel, apoio e incentivo por parte da família é essencial para o desenvolvimento da criança.

Como fazer uma criança aprender, mas sem tirá-la do seu ambiente de brincadeiras? Essa é uma pergunta que os profissionais da área de ensino e familiares têm discutido desde que a entrada de crianças com 5 anos de idade, no novo sistema de ensino de 9 anos, foi permitida para as que completassem 6 anos no decorrer do ano letivo. Muitas escolas já se adequaram ao novo sistema de ensino. O problema é que algumas se limitam a impor às crianças de 6 anos os mesmos conteúdos que antes ensinavam às crianças de 7. As brincadeiras, comuns à idade, ficam em segundo plano. Segundo a psicóloga e pedagoga da Escola Terra Firme, Paula Fabiana Araújo Coelho, é necessário se respeitar o limite de cada criança e o seu ritmo de aprendizado, sem

pressioná-la a se adaptar a um sistema de ensino ao qual ela não está amadurecida o suficiente para enfrentar. “O lúdico faz toda a diferença no aprendizado da criança”, res-

salta. A psicóloga comenta sobre os cuidados que são tomados para que a criança não se sinta pressionada. “Os projetos na escola possibilitam a cria-

ção por parte dos alunos, respeitando seu ritmo de aprendizado. Tem-se o cuidado para não forçar o processo de aprendizado”, comenta. Caso curioso é o do aluno João Gabriel, de 5 anos e meio e que está no jardim III, que já lê e escreve bem segundo relato da psicóloga. “Ele até já nos enviou e-mails com histórias”, conta. O pai de João Gabriel, Élcio Di Trento, diz que a inserção da criança com 5 anos de idade no primeiro ano do ensino fundamental vai ser positiva dependendo da proposta pedagógica que a escola adotar. “O incentivo e apoio da família também são fundamentais. Se não há pressão, a criança tem a oportunidade de descobrir sozinha suas limitações e buscar conhecimento por conta própria”, salienta o pai do garoto.

Já Maria Augusta Brofman Beltrão, mãe da aluna Natália, que tem 6 anos de idade e está no primeiro ano do ensino fundamental, diz que a filha não teve problemas com o aprendizado ao longo desse primeiro ano. “A evolução dela se deu de forma natural. O lado criança da Natália não foi perdido e eu não percebi nenhum tipo de pressão por parte da escola em relação aos conteúdos passados”, ressalta. Ambos os pais estão de acordo quando dizem que é viável que a criança entre com 5 anos no primeiro ano do ensino fundamental desde que a escola trabalhe de maneira adequada, respeitando o ritmo de aprendizado dela. A psicóloga ainda diz que é contra pular etapas no ensino. “Quando crianças com diferença de idade de até seis meses são comparadas, percebe-

Atividades devem ser compatíveis com a idade A diretora de ensino da Educação Infantil do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), Raquel Adriano de Camargo, comenta que a escola deve proporcionar à criança atividades compatíveis com a idade dela. “A educação infantil é a base para a criança aprender noções temporais, cognitivas, afetivas, motoras, etc.”, diz. De acordo com ela, é por isso que se deve respeitar as limitações que a criança possua, assim ela tem a possibilidade de continuar com as brincadeiras, com as

atividades lúdicas próprias da sua faixa etária. Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, em 2007, com a obrigatoriedade do ensino em 9 anos, a rede de ensino já ofertava o novo sistema e matriculou, em 2006, 15.349 crianças no primeiro ano. Em 2008, o número de matrículas aumentou para 18.657. Todas as 172 escolas da rede municipal já se encontram nesse modelo, envolvendo 105 mil alunos.

Ainda de acordo com informações da assessoria temse que a implantação do ensino fundamental de 9 anos na capital começou em 1999, com a oferta do novo sistema nas escolas da rede municipal, por ocasião da implantação da Organização do Ensino em Ciclos. Foi acrescentado, no início do ensino fundamental, um ano de escolaridade para as crianças que completavam 6 anos no ano letivo em curso, período denominado de etapa inicial. A matrícula nesse período, no

entanto, não era obrigatória, pois a Lei de Diretrizes Básicas (LDB) previa oito anos de escolaridade obrigatória. A assessoria ainda informou que o Conselho Municipal de Educação deliberou sobre a questão indicando que a criança deve ter 6 anos completos até o início do ano letivo e excepcionalmente, existindo vaga e concordância dos pais, a matrícula de crianças que completam 6 anos durante o decorrer do ano letivo, poderá acontecer.


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ndamental especialistas á em 2011 à implantação de sistema se diferença de aprendizado entre elas”. Desenvolvimento - A professora e coordenadora de estágio em educação infantil da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Daniele Marques Vieira, destaca que a criança de 6 anos de idade vem de uma demanda de desenvolvimento em múltiplas linguagens. “O desenvolvimento da criança tem que ser pleno de acordo com a sua faixa etária. Ela necessita de trocas com o meio, com outras pessoas e se o processo de ensino não é respeitado, provavelmente terá consequências lá na frente”, ressalta. Daniele ainda comenta que

com a implantação do material didático para o ensino da criança faz com que ela perca a exploração de mundo inerente à idade. “O primeiro ano é composto por mais atividades lúdicas, jogos, etc. Deveria se atentar mais a isso do que ao processo de mecanização do ensino”. A professora fala dos cuidados que os profissionais que atuarão com as turmas de primeiro ano têm que ter para conduzir as atividades com os alunos. “O profissional necessita saber como se deu o processo de aprendizagem na educação infantil para que consiga trabalhar dentro das limitações da faixa etária”, salienta.

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Propostas distintas rondam o novo ensino fundamental O Ministério da Educação (MEC) enviará um projeto de lei para o Congresso Nacional que propõe uma data de corte única para o ingresso no ensino fundamental de 9 anos. Em reunião realizada no último dia 9 com conselheiros de educação de todos os estados, representantes da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do MEC, propuseram que apenas crianças com 6 anos completos até o dia 31 de março do ano letivo em curso possam ingressar no novo ensino fundamental. Segundo a secretária da Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, o projeto de lei se fez necessário porque muitos estados adotaram datas diferentes para o

ingresso no ensino fundamental de 9 anos. “Estados como Mato Grosso e São Paulo adotaram o meio do ano letivo como data de corte, enquanto no Paraná todas as crianças que completam 6 anos até o fim do ano podem ingressar no novo ensino fundamental”, comenta. Maria do Pilar prevê que, se a proposta for aprovada no ano que vem, entrará em vigor a partir de 2011. “Teremos uma regra de transição para caso de estados como o do Paraná. Ninguém vai ser prejudicado. Os alunos que já estão matriculados no ensino fundamental continuarão normalmente. Não se admite voltar para trás”, ressalta. Outro projeto - Paralelamente à proposta do MEC há o Projeto de Lei do Senado (PLS) 414/08, do senador

Flávio Arns (PSDB-PR), aprovado no último dia 8, que estabelece que o ensino fundamental obrigatório terá início a partir dos 5 anos de idade. O relator da proposta, que modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), foi o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS). De acordo com a Agência Senado, Zambiasi em seu voto favorável esclarece que o projeto destina-se a adaptar a LDB à nova redação do artigo 208, inciso IV, da Constituição, segundo o qual - de acordo com emenda aprovada em 2006 - a educação infantil, em creche e pré-escola, será oferecida a crianças até 5 anos de idade. A partir desse momento, elas já poderão ingressar no ensino fundamental.

Atendimento às crianças A presidente do Conselho Municipal de Educação, Everly Romilde Marques Canto, diz que a preocupação era em atender essas crianças o mais rápido possível. “A única coisa que realmente fazemos questão é a de que as escolas, que recebam essas crianças que completarão 6 anos no decorrer do ano letivo, tenham uma proposta adequada para atendê-las, respeitando suas limitações”, destaca. Everly diz que se a medida for revogada não surtirá efeito no acompanhamento desses alunos. “Já cuidamos dessa situação bem antes da medida voltar a ser discutida, então não estamos preocupa-

dos com a decisão porque essas crianças já contam com as matrículas encaminhadas”, salienta. “Damos atenção a esse assunto há um bom tempo”. No Paraná, atualmente, o direito de ingresso aos 6 anos incompletos está assegurado por meio de decisão liminar da justiça. De acordo com Raquel Adriano, se a liminar for revogada nenhuma das duas categorias (educação infantil e ensino fundamental) sairão perdendo. “A criança teria um ganho pedagógico, o que lhe asseguraria mais um ano de aprendizado e o ensino fundamental a teria por oito anos ainda”, ressalta.

Maria Augusta diz que a criança não deve ser pressionada a aprender, o desenvolvimento tem de ser natural.


Palavra do Especialista

Mundo Corporativo

Marketing sem olho de vidro

Teo Pereira Neto Executivo do Grupo Educacional Opet. Contatos: teodoro@opet.com.br (41) 3021-4848

Vitrine

Não veja o Marketing apenas como departamento, mas como postura, comportamento estratégico da instituição de ensino e responsabilidade de todo mundo — direção, professores e colaboradores. Na educação trabalham-se os conceitos básicos do marketing com estratégias menos mercantilistas, pois o aluno confia seu futuro — como cidadão e profissional — à instituição de ensino, numa parceria para a vida toda. Isto não conflita com o fato de que a educação deve ter qualidade, ser inovadora, antenada. E que precisa apresentar adequado retorno econômico-financeiro. O marketing trabalha com os 4 P’s. Há quem prefira mais P’s, porém se estes quatro forem bem feitos, estaremos no caminho certo: Produto,

Preço, Praça [localização, infraestrutura] e Promotion, que não é só Propaganda. Neste último P o Marketing atua em várias frentes, analisando cenários, mapeando a concorrência, definindo posicionamento, pesquisando a satisfação de pais e alunos, monitorando a evasão, estabelecendo estratégias de fidelização, fortalecendo a marca, criando campanhas de comunicação etc. Há ainda um quinto P, Pessoas. Sem investimento no capital humano — professores, colaboradores e gestores — todo o trabalho (e os outros P’s) estará perdido. E qual o P mais importante? Uma mesa equilibrada tem base firme, pés do mesmo tamanho. Se um pé está curto não adianta aumentar o outro para compensar. Reforçar mais um P

não irá compensar a deficiência de outro. Os P’s precisam ser tratados juntos, alinhados. Não invista demais em propaganda se os outros fatores não estiverem resolvidos. É preciso, antes, arrumar a casa. Estes 5 P’s bem trabalhados ajudam na captação e manutenção de alunos, pois a melhor estratégica é atuar nas duas pontas: com boa retenção o nível de satisfação facilita a captação. Alunos e pais satisfeitos geram novos alunos indicados por eles. Retendo e fidelizando, o aluno se torna multiplicador, é “propaganda” de baixo custo e com mais credibilidade. O aluno [e ex-aluno] é referência para amigos, colegas e familiares. E é preciso criar uma cultura organizacional com o Marketing se integrando, participando, comparti-

lhando, convivendo com todas as áreas da instituição. Ao permear e ter interface com tudo o que ocorre, o Marketing deve agir sem medo de apontar o que precisa ser mudado. Tem que rastrear dificuldades, ter iniciativa, propor soluções. Desenvolver visão aguçada e não ter “olho de vidro”, aquele olho estético ou decorativo que nada vê, nada enxerga, está ali apenas para preencher espaço. Precisa estar atento ao mercado, ver tendências, o que há de novo, as profissões que estão surgindo, o que a concorrência está trazendo de novidades. Trabalhando institucionalmente o ano todo, interna e externamente, não seremos surpreendidos: períodos de campanhas de captação são tempos de colher e não de plantar!


INFORME PUBLICITÁRIO


Ensino

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Ettibagi prepara jovens para o mercado Projetos capacitam estudantes que se encontram em risco social O mercado de trabalho está mais receptivo a jovens que conseguem uma capacitação profissional técnica e, a partir dessa iniciativa das empresas em receber esses adolescentes, projetos que envolvem a inclusão social têm recebido atenção de grandes empresas parceiras, além de se tornarem referência na sociedade na qual estão inseridos. Este é o caso do Instituto Tibagi de Escolas Técnicas (Ettibagi), fundado no ano de 2003 por uma iniciativa soci-

Édio Furlanetto, diretor do Ettibagi.

al da empresa Tibagi Engenharia. É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, que possui o seu foco em projetos que desenvolvam a formação humanística e profissionalizante de jovens em risco social (renda, escolaridade, moradia, etc.). De acordo com o supervisor pedagógico e também diretor do instituto, Édio Furlanetto, a preocupação é com a inserção dos jovens no mercado de trabalho. “Além da promoção humana, visamos a formação de um profissional com habilidades adequadas às necessidades desse mercado”, comenta. Para isso, o instituto possui o Programa Adolescente Aprendiz, que capacita os alunos na área de Eletroeletrônica e em outras, conforme a demanda do mercado. Dois projetos fazem parte do programa: o Menor Aprendiz, para adolescentes entre 14 e 16 anos; e o Maior Aprendiz, que atende a faixa etária dos 18 aos 23 anos. “Com o curso, esses jovens, em risco social, estarão aptos a ingressarem no comércio, indústria,

manufatura e manutenção de bens que necessitem os conhecimentos básicos dos circuitos e processos de aplicação do material elétrico, eletrônico e de informática”, salienta Édio. Além disso, o programa também é constituído de três etapas. A primeira delas é o núcleo básico no qual prepara o aluno para o mercado de trabalho, desenvolvendo competências básicas e atitudes de respeito, solidariedade e convivência social. A segunda é o núcleo profissionalizante, no qual permite a qualificação profissional na área eletroeletrônica e domínio de conhecimentos necessários para o exercício profissional e, por fim, a terceira etapa é o acompanhamento por uma assistente social, em que proporciona ao aprendiz experiências das tarefas assimiladas no cargo para o qual foi contratado. A assistente social do Ettibagi, Eliane Caviquioli, fala da importância desse acompanhamento e da mediação do desenvolvimento tanto do jovem quanto dos pais.

Uma das turmas de alunos da Escola Técnica Tibagi.

“É importante retomar o papel dos pais, por meio do resgate de valores, fazendo com que eles se tornem parceiros no desenvolvimento do aluno”, destaca. Os estudantes que participam dos projetos afirmam que a oportunidade que é ofertada a eles é de grande ajuda até mesmo na vida de suas famílias. Josiane Weise de Souza, de 17 anos e que sonha em ser psicóloga, diz que

o curso contribui muito para sua formação. “Além do estudo, há a possibilidade de um emprego e uma possível efetivação em seguida”, comenta. O aluno Jason Vinícius Pereira, de 16 anos, também almeja uma possível efetivação no emprego. “Com o curso eu tenho um piso para subir no mercado de trabalho, e quem sabe, fazer uma faculdade de Engenharia Mecânica”, ressalta.

Acesso constrói nova sede no Boqueirão para o “Oitavão” A preparação para o mercado de trabalho tem exigido muito estudo e dedicação por parte dos alunos. Conseguir uma vaga nos institutos públicos federais e estaduais de ensino, com nível superior ou não, está cada vez mais concorrido. Pensando nisso, o colégio Acesso começará 2010 com novidades em sua proposta pedagógica e em sua estrutura. Uma dessas novidades será o “Oitavão”, um projeto em que os alunos aprende-

rão o conteúdo referente à 8.ª série do ensino fundamental e contarão com aulas especiais de revisão dos conteúdos aprendidos de 5.ª à 7.ª séries. Com esse novo sistema, os alunos se prepararão melhor para conquistarem uma vaga no ensino médio de instituições como a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Colégio Estadual do Paraná (CEP), o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e o Colégio da Polícia Militar.

Um dos diretores do Colégio Acesso, o professor Pedro Adriano Brandalize, diz que esse novo sistema pedagógico auxilia e melhora a base do aluno para o ensino médio. “Além de fazer a 8.ª série, ele já se prepara para os futuros exames de seleção e não perde os conteúdos que aprendeu durante o ensino fundamental”, comenta. “Assim oferecemos uma 8.ª série de qualidade, agregando as revisões dos conteúdos aprendidos, preparando nossos alunos para os

exames de seleção que venham a fazer”, ressalta. As aulas serão nos turnos matutino e vespertino, das 7h15 às 12h30 e das 13h às 18 horas, de segunda à sexta-feira, com revisões aos sábados, quinzenalmente. O Oitavão funcionará na nova sede, que será inaugurada em breve, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n.º 7780, no bairro Boqueirão, próximo ao Terminal do Carmo. A nova sede possuirá 2.250 metros quadrados de

área construída e uma estrutura que oferecerá aos alunos um melhor ambiente de aprendizado. Além das salas de aulas, contará com equipamentos multimídia, quadra poliesportiva, biblioteca, salas de estudo e de arte, laboratórios de ciências e informática, praça de alimentação e áreas de recreação e lazer. O novo prédio abrigará turmas de 5.ª, 6.ª, 7.ª e 8.ª séries, além do 1.º e 2.º anos do ensino médio.


Graduação

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Vizivali recadastra 30 mil professores Prazo foi encerrado dia 7 e dados poderão ser utilizados para matrícula em curso de complementação A Faculdade Vizinhança Vale do Iguaçu (Vizivali) efetuou o recadastramento de 29.657 professores que concluíram o Programa de Capacitação para Docentes, oferecido pela instituição e pela empresa Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino (Iesde). O balanço final surpreendeu os responsáveis pelo recadastramento, que se en-

cerrou no último dia 7. Os dados obtidos servirão para registro dos professores e inscrição no curso de complementação da carga horária necessária para validação dos diplomas, que será ofertado pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR). O diretor da Vizivali, professor Paulo Fernando Diel, disse que o resultado foi melhor do que

o esperado. “Estimávamos uns 25 mil novos cadastros, mas ultrapassamos a meta. Se for considerar que dos 35 mil que fizeram o curso, quatro mil desistiram, ficamos com 31 mil, então se tem um balanço muito positivo nesse período de recadastramento”, ressalta. A partir desses novos dados, o IFPR analisará a situa-

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Entrega de documentos Paulo Fernando Diel informou que a entrega de documentos ainda está sendo feita de acordo com o calendário disponível no site da instituição e vai até o próximo dia 18. Após essa data, a partir do dia 22, o atendimento às cidades que tiverem reincidentes será feito novamente e se estenderá até o dia 8 de janeiro. Diel diz que é necessário que as cidades respeitem o

calendário de entrega dos documentos. “Os que não conseguiram retirar seus documentos na data marcada poderão retirá-los após o dia 22 deste mês, tanto pessoalmente quanto por meio dos procuradores”, enfatiza o diretor. Ele recomenda que quando a retirada for feita por meio de procuração o documento seja especificado por turma para facilitar o atendimento.

ção dos recadastrados e fará a organização da logística para o processo de complementação do programa de capacitação e planejar a distribuição dos polos pelos municípi-

os do Paraná. A previsão é de que as aulas comecem em março de 2010 e os diplomas deverão ser expedidos ao longo do segundo semestre do ano que vem.

Alunos não desistem do curso de Jornalismo Muito se discutiu sobre os rumos do jornalismo após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a não obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Pensava-se que ocorreria uma queda significativa na procura pelo curso, que aumentaria o número de desistências, mas não foi o que se observou nas instituições de ensino. A coordenadora do curso de jornalismo das Faculdades Integradas do Brasil, Maura Martins, diz que a instituição teve pouquíssimas desistências durante o semestre em decorrência da perda da obrigatoriedade do diploma. “Foi mantida uma porcentagem normal de desistências por semestre, de acordo com mudanças de cidade e de escolhas de novos cursos”, afirma. De acordo com ela, não foi possível sentir efetivamente o impacto da decisão do STF. “O fato tende a valorizar mais os diplomas dos jornalistas formados, pois passam a concorrer com os que não têm formação”, acredita.

Segundo a coordenadora do curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Mônica Fort, também não se observou uma queda significativa na procura pelo curso. “Queda houve, mas nada que causasse espanto ou impacto direto no curso”, salienta. A coordenadora ainda comenta que dos alunos que trancaram o curso ao longo do semestre, apenas dois justificaram como sendo com base na decisão do STF. “Um dos alunos fazia as faculdades de Jornalismo e Relações Internacionais. Com a decisão pela não obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, ele optou por se dedicar ao outro curso”, destaca. Mônica defende a formação acadêmica no curso de jornalismo. “A formação superior é imprescindível, tanto no jornalismo como em qualquer outra área do conhecimento”, enfatiza. Ela diz estar na torcida para que essa decisão seja revogada. “A ex-

pectativa para a volta da obrigatoriedade do diploma é grande, espero que dê tudo certo”, ressalta. Frente Parlamentar – No último dia 7 o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) e a

A formação superior é imprescindível, tanto no jornalismo como em qualquer outra área do conhecimento Mônica Fort

Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lançaram, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, uma Frente Parlamentar em defesa do diploma para os jornalistas. De acordo com o diretorpresidente do Sindijor-PR, Márcio de Oliveira Rodrigues,

a Frente é um agrupamento de parlamentares que darão base política à luta dos profissionais, que tentam, via emenda constitucional, restabelecer o requisito da formação superior específica para o exercício da profissão. “Essa união servirá para que seja feita pressão nos deputados federais, que são os que votam as emendas constitucionais. Ao todo 250 deputados e senadores já aderiram às frentes parlamentares”, comenta. Esteve presente também o jornalista e presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade. Andrade acompanhou toda a mobilização dos jornalistas no país durante o julgamento do STF e agora coordena as ações de convencimento de deputados federais e senadores pela aprovação das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que tramitam na Câmara (386/2009) e no Senado (33/2009). Rodrigues acredita que ambas já conseguiram ultrapassar o primeiro obstáculo, que era o de se chegar à discussão nas Comis-

Mônica Fort.

sões de Constituição e Justiça (CCJs). No último dia 2, a CCJ do Senado se manifestou, com placar de 20 votos a 2, pela constitucionalidade da emenda, que torna novamente obrigatória a formação para os profissionais em atividades próprias da atividade jornalística. Além disso, assegura a atuação dos colaboradores de outras áreas, que podem se manifestar nos meios de comunicação, sobre suas áreas atuação com críticas e comentários.


Literatura

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Educação e competências Pontos e contrapontos

Programa Bebelendo – uma intervenção precoce de leitura

Joan Rué e Maria Isabel de Almeida

Rita de Cássia Tussi e Tania M. K. Rösing

Summus Editorial

Global Editora

Elaborado em três etapas diferentes e complementares, o livro integra a série Pontos e Contrapontos, cuja proposta é promover um debate acadêmico e científico sobre temas educacionais candentes. Ao longo da obra, o educador espanhol e a educadora brasileira estabelecem um diálogo que, além de defender uma visão sobre o conceito de competências na educação, tem como propósito lançar novas luzes sobre esse debate, permitindo vislumbrar perspectivas inovadoras para melhorar a qualidade do ensino brasileiro, favorecendo o pensamento complexo das próximas gerações.

A obra, lançada na 13.ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, é resultado de um estudo investigativo na linha de pesquisa Leitura e Formação de Leitor, demonstrando a importância do processo de formação de leitores com a participação de adultos mediadores como pai, mãe e cuidadores. As autoras propõem ações de estímulo ao aprimoramento do desempenho dos bebês como futuros leitores, preparando as gestantes, desenvolvendo o gosto pela leitura literária, a partir dos 6 meses de gestação. Para desenvolver comportamentos precoces de leitura, as sugestões envolvem gestantes e bebês de 0 a 12 meses, de 12 a 24 meses e de 24 a 36 meses. Crianças com dificuldades visuais e auditivas também foram contempladas no projeto.

Será mesmo que você nasceu para ser empregado?

Espelhos Quebrados

Mariá Giuliese

Edna Uip

Editora Gente

De modo criativo e dinâmico, é oferecido ao leitor um material imprescindível para uma boa reflexão a respeito da forma como as pessoas se relacionam com seu trabalho, mostrando como o mundo corporativo e as suas relações estão caracterizadas na atualidade, além de trazer uma nova proposta de interação entre a atividade profissional e as empresas. ”Será mesmo que você nasceu para ser empregado? - O mal estar no mundo corporativo” é fruto de estudos, pesquisas e anos de experiência da autora com profissionais em transição de carreira, oferecendo uma oportunidade única para revisar caminhos e valores, promovendo mudanças e transformações em sua vida pessoal e profissional.

Sá Editora

Apesar de ser uma obra de ficção, a autora reúne todas as sutilezas captadas e guardadas durantes anos de escrita, revelando organicamente cada uma de suas personagens. Em linguagem fácil e dinâmica, ela permite uma interação integral e verdadeira entre personagens e leitor, que ora identifica-se, ora repudia as atitudes descritas na obra, ao reconhecê-las como sendo suas, mas até aquele momento inconsciente. Mesmo não sendo um livro de psicologia, Espelhos Quebrados vai fundo na alma humana, e possibilita uma verdadeira avalanche de emoções, a partir da conscientização do leitor de suas virtudes.

Agenda

Sesi inscreve para Prêmio de Qualidade na Educação Estão abertas as inscrições para o prêmio Sesi (PSQE), voltado para instituições de ensino fundamental e médio de todo o país. A premiação pretende incentivar ações de melhoria da educação básica do Brasil a partir da escola. As inscrições seguem até 14 de fevereiro do próximo ano e devem ser feitas pelo site www.sesi.org.br/ premioeducacao. Nesta edição o prêmio traz algumas mudanças. Um delas é a divisão em três categorias de participação: escolas públicas, privadas e unidades de ensino da Rede Sesi de Educação. A outra é a soma de mais um critério de avaliação: o resultado de aprendizagem, responsável por medir o desempenho dos alunos na escola. Os outros pontos avaliados serão a prática pedagógica, gestão escolar e o ambiente corporativo. O prêmio Sesi de Qualidade na Educação tem a parceria da Unesco e do movimento Todos pela Educação. Segundo a coordenação do prêmio em Pernambuco, serão aplicadas pesquisas para medir o cumprimento dos critérios de avaliação. Após esse levantamento, avaliadores vão visitar as instituições de ensino e produzir relatório que será julgado por especialistas na área de educação. A lista dos vencedores será divulgada em outubro de 2010, em Brasília. A premiação inclui o certificado do PSQE, prêmios de R$ 5 mil a R$ 20 mil, além de experiência em educação no exterior.


Artigo de opinião

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Na comunhão do Natal Chegamos ao último mês do ano, chegamos ao mês em que as casas se tornam coloridas e iluminadas transformando em alegria nossa visão cansada pela agitação de um ano inteiro. Irremediavelmente, passamos a desejar e a cobiçar por esse mês, pois ele representa a beleza de uma conquista, a beleza de um instante especial. Estamos bem perto do Natal! É normal que nos façamos felizes por saber que reuniremos nossas famílias, que trocaremos experiências e fatos acontecidos por todo esse ano que termina. E os presentes? Eles impulsionam os mais jovens a esperar pela visita de Papai Noel. Mas e nossa realidade? Ela tem de ficar escondida? Não! Ela deve se juntar e estar presente durante a ceia e a participação de todos junto a fartura alcançada em seus lares. Devemos agradecer a Deus por sua bondade, por sua presença e por tudo que possamos ter alcançado. Não nos esqueçamos de ressaltar, de enaltecer o nosso direito em nos fazermos filhos do Criador. Não nos esqueçamos de lembrar Jesus Cristo no exato momento de seu nascimento. Temos em nossas mesas vinho, carnes, sucos, refrigerantes e muita alegria, mas ainda falta! Falta modificarmos nossos desejos e nossos objetivos mais sinceros. Devemos acreditar na santificação desse instante maravilhoso, devemos nos fazer participantes no maior de todos os nascimentos, pois através dele passamos a ter o direito de comemorarmos o Natal. Devemos compartilhar nossas alegrias ao invés de passarmos a dar ênfase à gula, ao excesso de bebida e nos afastarmos do real princípio do dia de Natal. Não serão os presentes comprados em lojas, não serão as roupas novas que ves-

timos ou o desejo de alcançar o coração de outro através de uma alegria momentânea que representará a legitimidade desse dia. O que Deus nos deu é muito maior e muito mais profundo e verdadeiro! Na comunhão do Natal devemos viver a manjedoura e toda a luta de Maria e José para que Jesus conseguisse vir a Terra completando seu primeiro estágio em Sua Via Crucis. Apesar de seu nascimento, apesar das poucas acomodações lá nasceu o Filho de Deus. Façamo-nos aproximados a esse ensinamento, abdiquemos o luxo, a soberba em nos colocar maiores que somos, afastemos de nós as más lembranças e as brigas que nos afastam uns dos outros e contemporizemos o amor como a forma mais verdadeira e aproximada de Deus. A eles o desejo de aprimoramento espiritual, de proximidade com a luz divina e a aceitação de sua nova estada. Aos presentes, um instante de reflexão, de um olhar de perdão e a aceitação de que devemos compartilhar nossa oração com muitos irmãos que não terão uma mesa farta ou que não sentirão a falta de um ente querido. O Natal é muito mais... que apenas comermos em excesso! Ele é a le-

gitimidade da existência do Criador que sacrificou a Seu próprio filho para o rompimento de nossa morte. Somos vivos e estaremos sempre vivos graças ao nascimento de Jesus. Nossas vidas não podem ser direcionadas ao ostracismo comportacional por não nos lembrarmos de algo tão importante e verdadeiro. O Natal é a representação da vida, do surgimento e da origem do maior amor que um dia esse mundo foi capaz de viver. Devemos praticá-lo quando abraçarmos nossos filhos e os ensinar que Deus é nosso maior Papai Noel! Que o presente a que Ele nos confiou esta estampado na santificada cruz e na representação de nossos direitos e liberdade. Devemos ensiná-los e aprender que serão nossas atitudes, nossa compreensão e o respeito para com a vida que nos fará mais humanos e atenuaremos nosso sofrimento ao nos despojarmos de nossa massa corpórea. A vida só começa quando aprendemos a ter uma relação justa com a morte! Ao não aceitarmos isso, nos faremos muito distantes do nascimento de Cristo. Todo nascimento tem um princípio, uma necessidade, uma origem! Um Feliz Natal! Onde possamos buscar uma igualdade entre raças, credos e desejos, onde possamos compartilhar os sofrimentos de nossos antepassados enaltecendo suas existências e visualizando os que sofrem. Que sejamos melhores a cada novo Natal. Que Deus possa habitar verdadeiramente as nossas casas. Que Jesus Cristo esteja entre nós!

Eder Roberto Dias Autor do livro O amor sempre vence publicado pela Editora Gente. ederoamor semprevence@bol.com.br

Desmatamento A Amazônia brasileira perdeu durante setembro 400 quilômetros quadrados de floresta, o que representa uma redução de 31,8% em relação ao desmatamento registrado no mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Inpe explicou que o desaparecimento de selvas, fruto fundamentalmente da ação do ser humano, também foi menor em setembro que em agosto passado, quando uma área de 498 quilômetros quadrados foi desflorestada.

Gestação Mais de 40 anos após sua primeira publicação, fotos impressionantes de uma gestação vista “por dentro” foram retocadas digitalmente para a quinta edição do livro “A Child is Born” (“Nasce uma criança”, em tradução livre), do sueco Lennart Nilsson. A série foi realizada originalmente

para a revista americana Life, em 1965, e registra as várias etapas de uma gravidez - da fertilização até os últimos instantes do bebê dentro do útero. As imagens foram feitas com câmeras convencionais adaptadas com lentes macro ou com o uso de um endoscópio.

Audição Um estudo realizado pelo Worcestershire Royal Hospital, da Inglaterra, alerta que andar de carro conversível pode ser uma ameaça aos ouvidos. A exposição prolongada ao barulho do motor, da estrada, do vento e do trânsito eleva muito o risco de problemas. Os resultados, baseados nos níveis de barulho do lado direito e do lado esquerdo do motorista, enquanto dirigia com a capota aberta e em diferentes velocidades, mostraram que, em uma velocidade entre 80 e 112 km/h, o ruído atingiu 88 e 90 decibéis - um nível maior do que os 85 decibéis considerados como limite para o risco de perda de audição.

Obesidade Estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), identificou que aproximadamente 50% dos adolescentes obesos atendidos pelo Grupo de Estudos da Obesidade (GEO) do Departamento de Biociências, no Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (Cepe) da Universidade, apresentam algum grau de

esteatose hepática não alcoólica (NAFLD), o que significa acúmulo de gordura no fígado. Essa doença tem sido considerada como o novo marcador da síndrome metabólica, caracterizada por aumento das chances de desenvolvimento de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares associadas à obesidade e à morte precoce. Fontes: Terra e G1.

EXPEDIENTE: Jornal Nota 10 – Um veículo da Nota 10 Publicações. Circulação: Distribuição gratuita em escolas públicas e particulares do Paraná, sempre a partir do dia 10 de cada mês. Redação: R. Desembargador Westphalen, 824 - sala 4 – CEP 80.230-100. Telefone/Fax: (41)3233-7533. E-mail: nota10@nota10.com.br Editor e jornalista responsável: Helio Marques MTb 2524. Revisão: Andréa Maria de Carvalho Marques. Colaboração: Bruna Carneiro e Douglas Luz. Diagramação: Simone Tatarem.



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