Ano 08 | Março de 2010 | N° 79 distribuição gratuita
Jornal Mensal de Educação
Colunistas Esther Cristina Pereira
Escolas preocupadas com a Gripe A
O mundo e o umbigo Pág. 05 Teo Pereira Neto
As onze regras que não são de Bill Gates Pág. 13
As escolas já intensificaram as ações de prevenção contra o vírus da Gripe A. Representantes das redes municipal, estadual e particulares estiveram reunidos para discutir formas de combater a doença, que no ano passado causou 49 mortes no estado. Este ano, até o final de março, já foram confirmados 524 casos, com sete mortes. páginas 4, 5 e 6
Jacir J. Venturi
O amor é lindo, mas dói Pág. 14
José Gomercindo
Novos livros
Praticamente todas as escolas já disponibilizaram álcool gel para os seus alunos.
Confira na página 11 o lançamento de novos livros na área de educação. Um deles é o intitulado “Cenários futuros para a Educação”, de Álvaro Chrispino, da Editora FGV. A obra oferece uma valiosa ferramenta para a avaliação e tomada de decisão em políticas de ensino médio no Brasil.
Paraná, grande fornecedor de livros didáticos
O Paraná tem conseguido se destacar na produção e comercialização de material didático para todo o Brasil. Estão localizadas no estado, principalmente em Curitiba, algumas das mais importantes editoras que disputam esse mercado, que só tem crescido nos últimos anos. páginas 7 e 8
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Redes de ensino se reúnem para discutir modelos de prevenção
Gripe A volta a assustar escolas Nos últimos dias as redes municipal, estadual e particular de ensino do Paraná realizaram uma série de reuniões para discutir um assunto que, desde o ano passado, não saiu de foco, embora tenha diminuído de intensidade: a Gripe A. No inverno de 2009 o vírus foi o responsável pela morte de centenas de pessoas e, com a proximidade dos dias frios, aumenta o nível de preocupação com a doença.
Nas instituições de ensino isso não é diferente. A preocupação cresce por parte dos alunos. Pelo menos até agora, não têm direito à vacina gratuita, por estarem fora das faixas etárias para receber a dose, estipuladas pelo governo federal. A saída, definida nessas reuniões, é que as instituições de ensino orientem os pais a comprarem a vacina para os filhos de laboratórios credenciados. Mas o produto ainda não está disponível para comercialização e não há um preço definido. Tenha uma ótima leitura.
Helio Marques Editor
helio@nota10.com.br
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capa Escolas voltam a se preocupar com a Gripe A
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Desde que o verão terminou e o outono começou a trazer dias com temperaturas mais amenas as pessoas voltaram a se preocupar com a Gripe A (H1N1), que no ano passado trouxe e provocou muito medo. Nas escolas a preocupação também está de volta, tanto que representantes das redes municipal, estadual e particular se reuniram para discutir formas de prevenção ao vírus. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) divulgou um comunicado aos chefes dos Núcleos Regionais de Educação (NRE), solicitando reforço na divulgação das orientações sobre o combate ao vírus da Gripe A (H1N1). De acordo com a superintendente de Educação, Alayde Digiovanni, o objetivo é o de aumentar os cuidados para evitar problemas de saúde. O comunicado alerta que todas as salas de aula devem ter cartazes informando os cuidados necessários para o enfrentamento da doença. “Os
ambientes devem ser mantidos arejados e não se pode compartilhar o uso de copos e garrafas. Além disso, deve-se assegurar a limpeza constante de torneiras, bebedouros, maçanetas e válvulas, a oferta de sabonetes e toalhas descartáveis nos banheiros”, diz o documento. Caso algum aluno apresente sintomas de gripe, a principal função do cuidador da gripe, pessoa designada para atender e orientar os alunos, é informar à família e avisar os agentes de saúde locais. Ele deve alertar o responsável pelo aluno para a necessidade de levar o aluno a um posto de saúde. “Os cuidadores da gripe não devem e não podem diagnosticar a gripe. Isto cabe aos profissionais da saúde”, ressalta a assessora de gabinete, Solange Maria Rodrigues da Cunha, responsável pelo contato junto à Secretaria da Saúde
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Na rede estadual as orientações já começaram com esclarecimentos e palestras.
(Sesa). A família ainda deve informar à escola o resultado da consulta. Cada escola deve ter uma pessoa em cada turno para assumir as responsabilidades como cuidador. Ela pode ser qualquer pessoa escolhida pela comunidade escolar. “Pode ser
Cuidados também nas redes municipal e particular Nas redes municipal e particular de Curitiba os cuidados também estão sendo tomados. Em março uma reunião discutiu o assunto, em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe). “Esse evento é determinante porque, além dar mais segurança a todos os que estudam e trabalham nas nossas escolas, também dá às nossas equipes mais respaldo para repassar as orientações aos pais, em caso de suspeita de gripe”, afirma Ademar Batista Pereira, presidente do Sinepe. Em caso de suspeita, a escola chama os responsáveis, comunica o
fato e orienta para que o aluno seja avaliado por médico. Apenas este pode dizer se a criança tem condição de ser acompanhada em casa ou, então, precisa de outro tipo de atendimento. O período de isolamento de crianças com até 12 anos é de duas semanas. Para a professora Odiléa Moreira, que atua na secretaria da préescola Alegria de Aprender, no bairro Taboão, os encontros realizados para discutir o assunto foram oportunidades para checar se o estabelecimento de ensino está agindo de forma correta com as prevenções. “Começamos o ano do mesmo modo como
fizemos em 2009: janelas abertas, álcool gel à disposição e a recomendação de lavar as mãos constantemente”, disse Odiléa. Segundo a médica do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Marion Burger, a Secretaria tem feito o acompanhamento e monitoramento semanal da Gripe A. “Esse monitoramento nos ajuda a antecipar medidas e ações caso haja alguma manifestação do vírus Influenza”, ressalta. Ela ainda diz que até março deste ano não houve nenhum registro de casos de Gripe A na capital.
um representante da APMF, professor ou funcionário, desde esteja comprometido com as ações de prevenção à gripe”, informa. Nas escolas em que os cuidadores da gripe deixaram a função, os diretores automaticamente ficaram responsáveis em repassar as informações aos novos cuidadores escolhidos.
Já são 524 casos confirmados este ano Embora o inverno ainda nem tenha começado, a Secretaria de Estado da Saúde já confirmou 524 casos da Gripe A no Paraná até o dia 29 de março. Destes pacientes sete morreram. Houve ainda o registro de 573 suspeitas da doença, que deram negativo. De todos os casos deste ano, 71% acometeram mulheres e 29% homens. O maior número de casos foi registrado em Londrina, com 122 contágios. Em seguida aparecem Maringá, com 113, e Curitiba e região metropolitana, com 91.
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Veja como está a situação desde o surgimento da pandemia Divulgação
Cuidados básicos evitam proliferação do vírus
O simples ato de lavar as mãos ajuda a prevenir contágio do vírus da Gripe A.
O vírus H1N1, responsável pela proliferação da nova gripe, pode ser transmitido por duas formas básicas: a direta e a indireta. Ao tomar cuidados básicos de higiene, a população pode evitar que a doença se alastre. Na contaminação direta, uma pessoa infectada transmite o vírus para outra saudável. Isso pode ocorrer ao espirrar ou tossir, já que gotículas líquidas com o H1N1 podem atingir um indivíduo que esteja próximo. Essa é uma das formas mais comuns de dissemi-
nação da doença, principalmente em locais com grande concentração populacional. A nova gripe também pode se espalhar por contaminação indireta. Nesse caso, uma pessoa não-infectada toca em superfícies que foram contaminadas por um paciente com o vírus e coloca a mão em contato com qualquer tipo de mucosa, seja ela oral, nasal ou conjuntiva (da área dos olhos).
ALGUNS CUIDADOS BÁSICOS: • Lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão; • Evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; • Não compartilhar objetos de uso pessoal; • Cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar; • Manter os ambientes arejados, com portas e janelas abertas; • Conversar com outras pessoas mantendo certa distância – o vírus pode ser projetado de um a dois metros, podendo chegar a quatro metros, dependendo do caso; • Limpar frequentemente superfícies como portas, mesas, telefones e maçanetas; • Quando não existir a possibilidade da lavagem das mãos, o álcool 70%, líquido ou gel, com registro na Anvisa, pode ser usado como alternativa eficaz desde que as mãos estejam secas e sem sujeira aparente.
Desde o início da pandemia de gripe, em abril do ano passado, Curitiba notificou 18.950 casos da doença. Desse total, 16.118 eram moradores da cidade, dos quais 49 apresentaram complicações e morreram. As unidades de atendimento da Secretaria Municipal da Saúde em Curitiba têm registrado cerca de 350 consultas semanais motivadas por quadros gripais. Esse número é baixo quando considerados os casos registrados em 2009, que chegaram a ultrapassar 5 mil apenas na semana 26 de julho a 1.º de agosto. Gripe A é uma infecção causada por um novo vírus da gripe e que se caracteriza por febre superior a 38 graus centígrados,
acompanhada por tosse ou dor de garganta. Dependendo da gravidade dos sintomas ou da condição do paciente (gestantes, crianças menores de 2 anos ou pessoas com doenças crônicas), há necessidade de hospitalização e exame laboratorial. A amostra para análise, coletada somente de quem está internado, é retirada da região nasofaríngea. Pacientes que não apresentam complicações ou risco são tratados de acordo com prescrição médica e submetidos a internamento domiciliar por uma semana. O objetivo desse cuidado é o monitoramento da evolução do quadro clínico e também evitar que o vírus se propague.
Novas regras para fornecimento do medicamento Tamiflu Pacientes sob suspeita de estarem com gripe A e tiverem indicação de tratamento ambulatorial não precisam mais da Ficha de Notificação para retirar o antiviral Oseltamivir - comercialmente conhecido como Tamiflu - das farmácias dos centros municipais de urgências médicas (CMUM). Os médicos que os acompanham necessitam somente preencher e assinar as duas vias do novo Formulário de Dispensação do medicamento e emitir receita simplificada com orien-
tações para o paciente. A Ficha de Notificação do Ministério da Saúde passa a ser obrigatória somente para os pacientes hospitalizados. “Estamos simplificando o fluxo de atendimento para facilitar a rotina tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde e mantendo o rigoroso acompanhamento da evolução da doença em nossa cidade”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, médico Moacir Gerolomo.
Calendário prevê mais férias em julho Este ano as escolas do Paraná, tanto públicas quanto privadas, adotaram um calendário diferenciado ao utilizados em anos anteriores em relação às férias do meio do ano. “Foram deixados 30 dias de férias entre julho e agosto, quando o inverno é mais intenso e quando podem surgir mais casos da gripe”, explica Solange Maria Rodrigues da Cunha, responsável pelo contato junto à Secretaria da Saúde (Sesa).
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Saquinho de cânfora no pescoço
Profissionais da saúde, índios, gestantes e crianças até 2 anos já foram vacinados.
NÃO PROTEGE
Amarrar um saquinho com cânfora no pescoço é uma velha crença, que tem sido adotada por algumas pessoas para se proteger contra a nova gripe. Este hábito, segundo a médica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, Ângela Maron, não oferece nenhuma proteção efetiva contra o vírus H1N1, conforme sugerem e-mails que têm circulado pela internet. “Esta medida costumava ser utilizada durante a gripe espanhola. Naquela época, vigorava a teoria miasmática, pela qual se acreditava que a transmissão dos chamados miasmas (ar corrompido) ocorria em função do mau cheiro, e a cânfora, por possuir um aroma melhor, combatia a transmissão”, explica. De acordo com os e-mails que têm circulado na rede, o hábito era adotado durante a gripe espanho-
la no começo do século passado (1918), por profissionais de saúde que lidavam diretamente com os doentes. Na época, médicos e enfermeiros costumavam usar um saquinho de gaze com pedras de cânfora, acreditando que isso serviria como medida preventiva. “Esta é uma ideia antiga, já superada por estudos científicos, e que não corresponde à realidade. A proteção efetiva contra a doença só se dará de fato pela vacina”, completa Ângela. Há alguns sites recomendáveis para se obter informações seguras sobre a gripe A: www.who.int www.opas.org.br www.saude.gov.br www.novagripe.pr.gov.br www.saude.pr.gov.br
Valdecir Galor
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Confira o calendário da vacina Os trabalhadores ligados diretamente a pacientes com sintomas da gripe, como médicos e enfermeiros, já foram vacinados de 8 a 19 de março, assim como a população indígena. De 22 de março a 2 de abril, foi a vez de gestantes (mulheres que engravidarem após esta data poderão ser vacinadas nas demais etapas da campanha), doentes crônicos (idosos com doenças crônicas serão vacinados em data diferente, durante a campanha anual de vacinação contra a gripe sazonal) e crianças de seis meses a menores de dois anos. Em abril, de 5 a 23, será a vez da população que tem entre 20 e 29 anos. As pessoas com mais de 60 anos irão tomar a dose de 24 de abril a 7 de maio. E de 10 a 21 de maio, as pessoas que têm entre 30 e 39 anos.
palavra do especialista educação
infantil
Esther Cristina Pereira Psicopedagoga Diretora da Escola Atuação Contatos: cris@escolaatuacao.com.br (41) 3274-6262
O mundo e o umbigo Vivemos hoje a era da individualidade e do egoísmo exacerbado. Hoje, tudo está extremamente fácil. Nossos problemas são resolvidos com um clicar de tecla, com um piscar de olhos. Por exemplo: se nosso carro estraga, chamamos o seguro; se ficamos doentes, usamos o plano de saúde; se ficamos sem carro, o táxi está na porta; se temos fome, alimento há em qualquer esquina. Tudo se resolve com dinheiro, aliás, com pouco dinheiro. Portanto, estamos vivendo uma era do umbigo e o que gira em torno dele. Lenine compôs, em parceria com Bráulio Tavares, uma canção que expressa, de forma veemente, esse “poder” do umbigo. A letra diz: Umbigo meu nome é umbigo Gosto muito de conversar comigo Umbigo meu nome é espelho Não dou ouvidos nem peço conselhos Umbigo meu nome é certeza
Só é real o que convém à realeza Umbigo meu nome é verdade Sou o dono do mundo e o rei da cidade... ...Eu sou mais eu! Dê cá um close no narciso Umbigo meu nome é umbigo Me peça tudo, só não peça para ter juízo Umbigo meu nome é umbigo Não sei de nada além de mim: o amor é cego Umbigo meu nome é umbigo Vivo na sombra e água fresca do meu ego Eu vou andando, e quem quiser que acerte o passo Faça o que eu digo, e eu me concentro no que faço Se um dia o mundo pegar fogo eu salto antes E dou adeus a seis bilhões de figurantes... Dou o exemplo desta canção pois a letra retrata esse pseudopoder que acreditamos ter. Estamos educando crianças para um futuro incerto, instável e preocupante. Muitos não percebem o outro como parte integrante do mesmo planeta, por que seus pais não conseguem ensinar a dividir e respeitar a comunidade que vive, pois já vêm de uma educação falha com relação a esta conduta. Ao fazer uma avaliação tento men-
surar onde concebemos que o mundo é nosso umbigo e, obrigatoriamente, deve girar em torno de nós. Não temos o mundo ao nosso dispor, apesar de muita gente achar isso. É preciso que percebamos que somos um todo, feito de pequenos átomos, que formam uma molécula, que é como uma grande sociedade. Se formos inteligentes e capazes de usar o senso e a observação, podemos refletir e perceber que os átomos poderiam ser tudo que nos cercam, nosso trabalho, nossa família, amigos, vizinhos, a escola dos filhos, o clube, as pessoas que nos ajudam a termos uma vida saudável física e emocionalmente. E que a molécula gerada com estes itens, a união de tudo, formaria a vida que levamos. Os conceitos que cada um defende, os exemplos que damos, os caminhos que trilhamos e, finalmente, o que deixamos como resposta e herança para as pessoas que nos seguem. Como diz Lenine em sua música, muitos acreditam que podem sair ilesos: Se um dia o mundo pegar fogo eu salto antes/E dou adeus a seis bilhões de figurantes... Mas é necessário que não fujamos. Fiquemos para apagar o incêndio. E você, que papel vai fazer nesta história?
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O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fechou, em 2009, a compra de 114,8 milhões de livros didáticos a serem usados por 36,6 milhões de estudantes da educação básica pública a partir deste ano. No total, o investimento será de R$ 622,3 milhões. Como grande fornecedor de material didático para o país, o Paraná surge como expoente no setor, tanto na distribuição para a rede pública quanto para a particular. O governo federal tem intensificado a distribuição de obras didáticas a estudantes da rede pública de ensino. Desde a metade da década de 90, a aquisição de livro didático pelo governo se dá por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Editoras e autores têm se preocupado com isso. A fim de garantir o padrão exigido pelo MEC, essas esferas de produção de material didático chegam a transformar concepções de ensino e adaptá-las de acordo com a realidade do local no qual o material será aplicado. O Paraná tem se destacado e hoje figura como um dos principais nichos de distribuição em nível nacional. As editoras paranaenses se fazem presentes em praticamente todos os estados brasileiros e atuam diretamente na distribuição para a rede particular ou também para a rede pública de ensino, vinculados ao PNLD ou também na produção de material próprio (sistemas apostilados, etc). De acordo com a diretora da Editora Dom Bosco, Cristiane Pizzatto, não é só a distribuição do material que é feita. É dado também um suporte extra às instituições particulares que recebem. “Nosso foco é a assessoria pedagógica. Por meio do Programa de Aperfeiçoamento Didático (PAD), fazemos consultorias bimestrais presenciais nas instituições parceiras, capacitação de professores, jornadas pedagógicas etc”, afirma. A Editora Opet também trabalha na mesma linha. “Além do fornecimento, nos atentamos para a adequação do nosso material ao processo de ensino na escola. Dispomos de uma assessoria aos professores 24 horas no nosso portal, além dos cursos de aperfeiçoamento direcionados a eles”, destaca o diretor geral da editora, Maurício Nunes. Ambas as empresas não têm participação no PNLD. Seguindo a mesma linha de assessoramento e também a de produção de livros
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Paraná, grande fornecedor de livros didáticos
No Paraná os livros didáticos são escritos por professores da rede estadual.
didáticos, outra representante paranaense é a Editora Positivo. Segundo o editor editorial, professor Joseph Razouk Júnior, a empresa atua em dois segmentos diferentes: um deles são as coleções de livros para planos governamentais (PNLD, por exemplo) e mercado; e outro são os sistemas de ensino, tanto para escolas particulares, quanto para escolas públicas municipais. “Os livros do governo tem características próprias, como por exemplo, os de língua estrangeira para o ensino médio serem consumíveis, sendo que para o mercado de escolas particulares de ensino médio que utilizam coleções, a prática é de livros não consumíveis”, explica. Entende-se por “consumível” o livro no qual o aluno pode escrever nele e por “não-consumível” aquele no qual o aluno não pode escrever nada, até mesmo porque ele será usado por outros estudantes, nos anos seguintes, de acordo com Joseph. Cristiane Pizzatto diz que a visibilidade que o Paraná tem conseguido nessa área se dá, em boa parte, devido à assessoria pedagógica. “Por conta desse processo pedagógico bem acompanhado, nossas escolas crescem”, afirma. Já para Maurício Nunes, é a consultoria pró-ativa que faz a diferença. “O Paraná, como fornecedor de soluções em educação às instituições de ensino, é referência”, destaca. Joseph Razouk Júnior diz que as
editoras do eixo Rio de Janeiro-São Paulo ficaram muito tempo detendo a distribuição de livros em âmbito nacional. “Nos últimos dez anos o Paraná vem sendo reconhecido como celeiro de produção de livros didáticos. A valorização de autores locais, a migração de autores desses estados para o Paraná e o investimento de grupos educacionais na linha editorial, contribuiu para deixá-lo numa ótima posição nesse mercado”, afirma. O mercado de livros e material didático representa uma quantia signi-
ficativa na lucratividade dos grupos que os produzem. No caso do Grupo Dom Bosco, a editora representa 50% da lucratividade. Já no Grupo Opet, a editora é uma das três unidades da empresa. Maurício Nunes não divulgou números, mas diz que “é a unidade mais positiva, rentável e em expansão”, ressalta. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale), José de Nicola, as escolas particulares, além dos livros tradicionais, também adotam materiais didáticos diferenciados, como os sistemas apostilados. “Os livros são superiores aos sistemas apostilados”, declara. Ele ainda diz que há uma diferença entre os livros destinados às escolas públicas e os destinados às particulares. “Os livros que o governo compra passam por rigorosas avaliações feitas por universidades federais, enquanto os das escolas particulares não passam por essas avaliações”, salienta. Para ele, essa diferença cria um paradoxo que, segundo ele, é positivo no Brasil. “Alunos de escolas públicas estudam com livros melhores do que os de escolas particulares, justamente devido a essa rigorosa avaliação feita pelas universidades”, comenta. Além disso, deixa o Brasil em posição de destaque no setor de compra de livros. “Os programas do governo federal, de compra de livros didáticos, é um dos maiores do mundo, sem dúvida”, diz.
PR lidera ranking de pedidos de livros ao FNDE O Paraná foi o estado que mais selecionou obras didáticas para trabalhar em suas escolas nos próximos três anos, de 2010 a 2012. Cerca de cem mil escolas públicas de ensino fundamental escolheram os livros didáticos este ano em todo o país. O número representa 81% das 122 mil instituições que oferecem turmas do primeiro ao quinto ano. Quinze estados conseguiram índices acima dessa média, com destaque para o Paraná, onde 93% dos colégios fizeram a seleção. Pela primeira vez, a escolha dos livros didáticos do ensino fundamental foi feita exclusivamente por meio da página do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na internet. “A participação foi recorde e esse resultado mostra o compromisso dos professores com a escolha dos melhores livros para seus alunos”, afirma Rafael Torino, diretor de ações educacionais do Fundo.
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Conheça as variantes do PNLD Programa Nacional do Livro Didático O mais antigo dos programas voltados à distribuição de obras didáticas aos alunos da rede pública de ensino teve início com outra denominação, em 1929. É voltado para o ensino fundamental público, incluindo as classes de alfabetização infantil. A partir de 2001, ampliou sua área de atuação e começou a atender, gradativamente, com livros didáticos em braile, alunos portadores de deficiência visual presentes nas salas de aula do ensino regular das escolas públicas. Em 2004 passou a atender estudantes portadores de necessidades especiais das escolas de educação especial públicas, comunitárias e filantrópicas, com livros didáticos de língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia e dicionários.
atendeu 1,3 milhão de alunos da 1.ª série do ensino médio de 5.392 escolas das regiões Norte e Nordeste, que receberam, até o início de 2005, 2,7 milhões de livros das disciplinas de português e de matemática. Em 2005, as demais séries e regiões brasileiras também foram atendidas com livros de português e matemática. Todas as escolas beneficiadas estão cadastradas no censo escolar realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/ MEC). Em 2006, 7,2 milhões de volumes foram adquiridos para serem utilizados em 2007, por 6,9 milhões de alunos Em 2007, foi feita a escolha dos livros didáticos de história e química, usados em 2008, ano em que as disciplinas de geografia e física foram incluídas para serem utilizadas em 2009, o que completou a universalização do atendimento do ensino médio.
Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) Foi implantado em 2004. Prevê a universalização de livros didáticos para os alunos do ensino médio público de todo o país. Inicialmente,
Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA)
Foi criado em 2007 para distribuição, em nível de doação, de obras didáticas às entidades parceiras, alfabetização e escolarização de pessoas com idade de 15 anos ou mais. Entidades parceiras são os estados, Distrito Federal, municípios, entidades da sociedade civil organizada e instituições de ensino superior que estabelecem parceria com o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), na execução das ações do Programa Brasil Alfabetizado. Os objetivos do programa são os de cumprir o Plano Nacional de Educação, que determina o fim do analfabetismo e o progressivo atendimento a jovens e adultos no primeiro segmento de Educação de Jovens e Adultos até 2011. Além disso, promover ações de inclusão social, a fim de ampliar as oportunidades educacionais para jovens e adultos a partir dos 15 anos que não tiveram acesso ou permanência na educação básica; e estabelecer um programa nacional de fornecimento de livro didático adequado ao público da alfabetização de jovens e adultos como um recurso básico, no processo de ensino e aprendizagem.
Governo federal possui vários programas; no Paraná há três projetos O governo federal possui atualmente três programas voltados ao livro didático: o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) e o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA). Todos têm como objetivo fornecer obras didáticas de qualidade, gratuitamente, às escolas das redes federal, estaduais e municipais e às entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado. Os alunos do 1.º e 2.º ano do ensino fundamental recebem livros consumíveis (sem necessidade de devolução) de alfabetização matemática e linguística. Há também a distribuição de obras reutilizáveis de ciências, história, geografia, matemática e língua portuguesa. A partir de 2011, cada estudante do 6.º ao 9.º ano receberá livros consumíveis de língua estrangeira (inglês ou espanhol). Para o ensino médio, a distribuição abrange livros reutilizáveis de língua portuguesa, matemática, história, geografia, biologia, química e física. A partir de 2012, será feito o envio de livros consumíveis de língua estrangeira (inglês ou espanhol), filosofia e sociologia. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) executa diretamente os programas, não havendo repasse de recursos para as aquisições de livros, que são realizadas de forma centralizada. Segundo José De Nicola, presidente da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale), o mercado editorial está centrado praticamente no governo federal.
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Jairo Marçal, coordenador pedagógico da Seed. “É o maior comprador”, destaca. Em 2009, o governo federal investiu R$ 577,6 milhões na compra de livros didáticos para a educação básica e R$ 112,8 milhões na distribuição dessas obras para todo o país, por meio de pagamento à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Só para os livros a serem usados por alunos do 1.º ao 5.º ano em 2010 foram R$ 427,6 milhões de investimento em aquisição e R$ 85,8 milhões em distribuição. Livros de reposição foram comprados e distribuídos para estudantes do 6.º ao 9.º ano do ensino fundamental (R$ 80 milhões) e das três séries do ensino médio (R$ 97 milhões).
De acordo com o coordenador pedagógico da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed), Jairo Marçal, em termos de publicação a secretaria tem trabalhado com três projetos atualmente: 3.ª edição do Livro Didático Público, para o ensino médio (todas as disciplinas curriculares); 1.ª edição do Livro Didático Público, para ensino fundamental (disciplinas de artes, ensino religioso, educação física, língua estrangeira moderna - inglês) e Antologia de Textos Filosóficos, em processo de impressão. “O Departamento de Ensino Médio acreditou que os professores da rede pública seriam capazes de produzir livros de apoio teórico e didático contemplando as doze disciplinas de tradição curricular”, comenta. Segundo ele, os livros passaram por revisão. Foram selecionados professores das disciplinas de tradição curricular no ensino médio, num total de 62 docentes, procedentes dos 32 núcleos regionais de Educação, que trabalham em regime de dedicação integral (40 horas semanais), assessorados pelos professores do Departamento de Ensino Médio e por consultores de Instituições de Ensino Superior. “A coordenação do Livro Didático Público (LDP), juntamente com as equipes de disciplinares do Departamento de Educação Básica (DEB) da Secretaria de Estado da Educação, professores-autores, professores de instituições de ensino superior e demais professores da rede pública do Paraná, trabalharam na revisão dos livros didáticos públicos a fim de se garantir melhoria na qualidade do material”, salienta.
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LEIgislativo notícias dos projetos que podem virar lei Pais e filhos no cinema
Andréa Marques
O Projeto de Lei 6815/10, em tramitação na Câmara dos Deputados, permite que crianças e adolescentes assistam a filmes e peças teatrais considerados inadequados para sua faixa etária, desde que estejam acompanhadas dos pais ou responsáveis. A proposta, de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8.069/90).
Editora adjunta do Jornal Nota 10
Cobranças na aviação
Contato: andrea@nota10.com.br
A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 6960/10, do Poder Executivo, que dá garantias a passageiros prejudicados por cancelamentos do voo, impedimentos ao embarque por overbooking ou atrasos superiores a duas horas. Pelo projeto, as companhias serão obrigadas a oferecer ao usuário a possibilidade de embarque no primeiro voo da própria empresa ou de outra companhia aérea; uso de meio de transporte alternativo para o mesmo destino e reembolso pelo valor do bilhete pago em até sete dias.
Jornal Nota 10 | Março de 2010
Jalecos proibidos
Os deputados aprovaram no dia 16 de março, a redação final do Projeto de Lei n.º 410/09, do deputado Ney Leprevost (PP), que proíbe que profissionais da área de saúde usem jalecos, aventais ou outro tipo de vestimenta de proteção individual de trabalho em ambientes públicos que servem refeições, como bares e restaurantes. A restrição não será exigida em estabelecimentos localizados no interior de hospitais e clínicas médicas. A proposição segue agora para sanção ou veto do governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB).
Medicamentos em braile
Um projeto apresentado na Assembleia Legislativa do Paraná pelo deputado Edson Praczyk (PRB) obriga as farmácias e as drogarias do estado a manterem a disposição do público, para consulta, lista de medicamentos genéricos em braile. Para ser votada pelos deputados, em Plenário, a proposição precisa primeiramente ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para verificação da constitucionalidade e legalidade da matéria, e demais comissões permanentes da Casa, como a de Saúde.
Controle de animais
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, no dia 31 de março, projeto do deputado Affonso Camargo (PSDBPR), que estabelece uma política nacional de controle de natalidade para cães e gatos domésticos. Pela proposta, a reprodução desses animais será controlada por meio de esterilização cirúrgica, ficando proibida a prática de outros procedimentos veterinários. O projeto também recomenda atendimento prioritário aos animais provenientes de comunidades de baixa renda.
Licença-maternidade
“Licença-maternidade de seis meses: Agora é a vez da empresa”. Esse é o slogan da campanha que o Senado Federal lançou no início deste mês de abril, para incentivar a adesão das empresas à licença-maternidade de seis meses. A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) dividem a autoria do projeto que originou a Lei 11.770/08, responsável pela criação do Programa Empresa Cidadã, garantidor de incentivo fiscal ao empregador que conceder a prorrogação da licença-maternidade por mais 60 dias.
literatura
Gestão de grupos comunitários - As bases da comunicação ecológica
Sustentabilidade XXI - Educar e inovar sob uma nova consciência
Jerome Liss Summus Editorial
Rodrigo Costa da Rocha Loures Editora Gente
Nesta obra, o psiquiatra americano Jerome Liss revela os métodos fundamentais para criar e desenvolver uma comunicação democrática entre as pessoas. Trata-se de um guia prático que ensina, passo a passo, a exercer a crítica construtiva, resolver conflitos, facilitar o diálogo, desenvolver projetos de interesse pessoal e social e cooperar com outros grupos. “A comunicação ecológica pode ser aplicada a todos os aspectos da vida humana, incluindo família, escola, trabalho e amizades, além de servir como referência para grupos comunitários”, explica o autor.
O livro mostra como direcionar ciência e tecnologia para fins públicos, evitando danos sociais e ambientais pela falta de compreensão sistêmica sobre os efeitos de longo prazo. A visão do autor se baseia em profundo estudo empírico e na aplicação prática em sua empresa, a Nutrimental, líder nacional em barras de cereais. A obra visa também suscitar reflexão e diálogo a respeito do desafio de se oferecer uma educação empresarial responsável e promover o valor da inovação sustentável como caminhos em favor do bem-estar da vida humana no planeta, afirma o autor.
Os cenários futuros para a educação Alvaro Chrispino Editora FGV Este livro oferece uma valiosa ferramenta para a avaliação e tomada de decisão em políticas de ensino médio no Brasil. Com vasta experiência na área, Alvaro Chrispino propõe um sistema inovador de ordenação de diferentes cenários para alcançar aquele desejado. Com base em pesquisas e entrevistas a outros especialistas, o autor faz um levantamento dos indicadores do ensino médio e suas projeções. A partir desses dados, apresenta quatro cenários: um atual, dois intermediários e um desejado. O leitor pode acompanhar a aplicação técnica do desenvolvimento dos cenários por meio do exemplo hipotético do Colégio Estadual Júlio Verne.
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vitrine
Jornal Nota 10 | Marรงo de 2010
palavra do especialista
Jornal Nota 10 | Março de 2010
As onze regras que não são de Bill Gates “Não existe maneira certa de fazer uma coisa que é errada”.
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mundo
corporativo
Ken Blanchard, conferencista (EUA) Circula na internet um texto com o sugestivo título “AS ONZE REGRAS DE BILL GATES PARA SE TER SUCESSO”, que faria parte do discurso de Gates em uma universidade norte-americana. Mas as regras não são de autoria dele, o nome do texto original é “ALGUMAS REGRAS QUE AS CRIANÇAS NÃO APRENDERÃO NA ESCOLA”, que integra Dumbing Down our Kids, um livro voltado a universitários, escrito pelo educador Charles Sykes. Na imprensa o texto apareceu pela primeira vez em setembro de 1996, no jornal San Diego Union Tribune. Na realidade, as regras são catorze, porém apenas as onze primeiras ficaram mais conhecidas: 1 - A vida não é fácil, acostume-se com isso. 2 - O mundo não está preocupado com a sua autoestima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele, antes de apenas sentir-se bem com você mesmo. 3 - Você não ganhará 40 mil dólares por ano logo que sair da escola. E não será vice-presidente de uma empresa antes que tenha conseguido comprar um carro com telefone. 4 - Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá
pena de você. 5 – Trabalhar fritando hambúrguer não é algo que esteja abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso, eles chamam de oportunidade. 6 - Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente os erros, aprenda com eles. 7 - Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “antiquados”. Então antes de salvar as florestas tropicais, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto. 8 - Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não tem a menor semelhança com nada na vida real. 9 - A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre verão livre, e poucos colegas estarão interessados em lhe ajudar a “se achar”. Faça isso em seu próprio tempo. 10 - Televisão e videogames não são a vida real. As pessoas, na vida real, têm que deixar o barzinho e ir trabalhar. 11 – Saiba lidar com os nerds. É possível que você venha a trabalhar para um deles.
Teo Pereira Neto Executivo do Grupo Educacional Opet. Contatos: teodoro@opet.com.br (41) 3021-4848
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palavra do especialista
Jornal Nota 10 | Março de 2010
ensino &
O amor é lindo, mas dói Amar intensamente implica em sofrimento intenso, pois “todo o amor vivo é um amor em conflitos”. O amor é um sentimento extasiante, mas, como o parto, dói. O poema de Adélia Prado corrobora: “O amor é a coisa mais alegre./ O amor é a coisa mais triste./ O amor é a coisa que eu mais quero...” Numa relação a dois, amar não é o único verbo a ser conjugado: eu amo, tu me amas. Passada a fase da paixão – que sempre tem data de validade –, há outros verbos a serem conjugados: perdoar, tolerar, dialogar, valorizar... O escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962) se faz oportuno: “Sai sempre ganhando quem sabe amar e perdoar; não quem tudo sabe e tudo julga”. O que compromete uma relação adulta e duradoura é a indiferença, a falta de diálogo e não as discordâncias. A dois, à medida que envelhecemos – e amar é desejar envelhecer juntos – desfaz-se a paixão, a libido fenece (e para fazer rima e blague: a lei da gravidade prevalece), há de preponderar primordialmente o companheirismo e o diálogo. O amor por si só não garante uma boa con-
vivência. O grande desafio é a coabitação: túmulo do amor para aqueles que praticam exercícios de afastamento e momentos de enlevo e crescimento para outros que se propõem à prática dos exercícios de aproximação. O escritor e filósofo Rubem Alves, com a sabedoria de uma existência vivida intensamente em uma palestra fez uma pertinente analogia: a relação a dois não deve ser como uma partida de tênis e sim de frescobol. Nesse, cada um com sua raquete lança a bola para que o outro a receba e a devolva da forma mais ajeitada possível. Há sinergia e ambos buscam o equilíbrio. No tênis, ao contrário, prevalece o antagonismo, a competição. Os parceiros do frescobol praticam a empatia, uma palavra condizente quando se analisa a sua etimologia grega: en (dentro) + pathos (sentimentos). Destarte, empatia significa: dentro do sentimento do outro. Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus é um título de um best-seller. Nessa
educação
metáfora reside a etiologia das diferenças tanto biológicas (que bom!) quanto psíquicas e são essas que afetam os relacionamentos. Gosto de aforismos, pois uma ou duas linhas podem conter mais sabedoria que dezenas de páginas de um livro e é por isso que eles sobrevivem aos séculos. Em meio a tantos, um deles mitiga aquela impotência quando os homens querem mais racionalidade na convivência com a cônjuge: “as mulheres foram feitas para serem amadas e não compreendidas”, frase de Oscar Wilde (1854-1900). Amá-las, com gestos e palavras é o segredo. Se quiser compreendê-las, empregue mais utilmente o seu tempo em desvendar os enigmas da esfinge ou o problema da quadratura do círculo ou o último teorema de Fermat! A distância entre o coração e o cérebro pode ser longa, mas aí cabe a indagação que provém da sabedoria popular: você quer ser feliz ou ter razão?
Jacir J. Venturi Diretor de escola, foi professor da UFPR e da PUCPR e autor do livro Da Sabedoria Clássica à Popular. Contato: jacirventuri@geometria analitica.com.br
Jornal Nota 10 | Março de 2010
rápidas
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Piso salarial O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu, durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), em Brasília, a criação de uma mesa permanente de negociação entre parlamentares, governadores, prefeitos e centrais sindicais e órgãos representativos, para fazer avançar a lei do piso. A Lei 11.738, de 16/07/2008, instituiu o piso nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, mas ainda não é cumprida por todos os prefeitos e governadores.
Uniformes mais baratos Estados, municípios e o Distrito Federal terão, a partir deste ano, uma nova alternativa para comprar uniformes escolares para os alunos de suas redes de ensino. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) lançou no final de março, edital de pregão eletrônico para registro de preços de diversas peças do vestuário escolar, como camisetas, calças, saias, bermudas e agasalhos, além de meias, bonés e tênis.
INFORME PUBLICITÁRIO Associação Paranaense de Administradores Escolares - Apade Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº. 7.527/81
Professores do Paraná – Achatamento Salarial continua. O assunto “salário” dos Professores das Redes Públicas Municipais, Estaduais e Federal tornou-se uma vergonha nacional. Nem o mísero Piso Nacional emplacou, ferido por ações de ADIN (e o Paraná entre os signatários). O nosso Estado e os seus 399 Municípios não fogem à regra nacional. Para compreender melhor a desastrosa situação, basta informar que o salário inicial dos Professores efetivos do Paraná, hoje, é R$ 516,57. Esse é, sem sombra de dúvida, o principal fator da má qualidade do ensino público. Não é necessário informar, por ser uma questão óbvia, que com professor desmotivado, nada vai ajudar à melhoria do ensino. Essa situação se agrava com vários e notórios fatores: falta de segurança física da comunidade escolar; violência provocada pelas drogas; impunidade dos agressores; falta de um plano digno de atendimento à saúde, nos moldes do saudoso IPE, dentre tantos outros. É oportuno demonstrar que, ao invés de reajustar salários do Pessoal da Educação, tem sido promovido um desastroso achatamento dos já minguados vencimentos dos mestres. Eis a demonstração: Tabela Salarial – Lei Complementar 7/76: A diferença entre o salário inicial da Professora NORMALISTA e o do Professor de Licenciatura Plena era de 82,50%. Situação que permaneceu por 20 anos aproximadamente. Tabela Salarial – Lei Complementar 77/96 – Governo Lerner, a diferença de 82,50% caiu para 52,08%. Tabela Salarial – Lei Complementar 103/04 – Governo Requião – a diferença de 82,50% caiu para 42,85%. Além disso, mais duas observações importantíssimas: Primeira: O salário base (piso), num determinado momento da Lei Complementar 7/76, era exatamente igual a três Salários Mínimos. Hoje, como vimos acima, é R$ 516,57. Apenas R$ 6,57 acima de Salário Mínimo
coluna da apade
R. Des. Ermelino de Leão, 15, Cjs, 81 e 82 - Fone: (41) 3323.6493 CEP: 80.410-230 - Curitiba / Paraná Nacional, sem considerar o Regional. Segunda: Foram criados níveis superiores aos da Licenciatura Plena, como PF-6 e PG-7 da LC 77/96 , hoje transformados nos Níveis I e II, respectivamente, pela LC 103/2004. Mas: 01) Os aposentados não foram contemplados; 02) Os da ativa, sim, porém, não atingiram o índice dos 82,50% acima enfocado. Essas artimanhas oficiais foram demonstradas ao Governador/Secretários/Deputados, através de ofícios protocolados nas respectivas instâncias administrativas. Então, para corrigir, minimamente, os salários é preciso aplicar ao atual Nível I o índice de 39,65%, recuperando, assim, apenas o achatamento dos 82,50%, acima demonstrado. A APADE encaminhou ao Governador Roberto Requião uma proposta, nos moldes da prática adotada por outros Poderes (Legislativo e Judiciário), que definem vencimentos, aplicando percentuais decrescentes, a partir do teto. Assim: N-III = 100%; N-II = 85% do N-III; N-I = 75% do N-III. Para os Níveis Especiais (NE-III, NE-II, NE-I, todos em extinção) manter os índices do LC 103/04, isto é, 85%, 75% e 70% sobre o novo valor do N-I. A APADE aguarda audiência com o Governador, para demonstrar e discutir mais uma vez as propostas. Só para refrescar: Os salários dos funcionários do executivo, judiciário e legislativo, sem contar o Ministério Público, para cargos que exigem formação acadêmica, variam de 5 a 45 vezes o valor fixado para os professores. Candidatos a Governador: O que pensam sobre tudo isso? Queremos ouvi-los.
Expediente Jornal Nota 10: Jornal Nota 10 – Um veículo da Nota 10 Publicações. Circulação: Distribuição gratuita em escolas públicas e particulares do Paraná, sempre a partir do dia 10 de cada mês. Redação: R. Duílio Calderari, 122, Hugo Lange - CEP 80.040-250. Telefone/Fax: (41)3233-7533. E-mail: nota10@nota10.com.br Editor e jornalista responsável: Helio Marques - MTb 2524. Revisão: Andréa Maria de Carvalho Marques. Colaboração: Douglas Luz. Diagramação: Marcos Mariano.