Jornal - agosto - 2010

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Ano 08 | Agosto de 2010 | N°. 84 distribuição gratuita

Professores utilizam técnicas de coaching para dar aulas Jornal Mensal de Educação

Desvios na Secretaria de Educação

PODEM ULTRAPASSAR R$ 1 MILHÃO A técnica de coaching tem contribuído para que professores consigam ministrar aulas em busca de melhores resultados. O método consiste em transformar o ambiente escolar em um grande fórum de discussões. Embora alguns possam considerar a técnica utópica, muitos têm registrado situações positivas. A palavra coach foi emprestada do meio esportivo e significa técnico ou treinador. A sua função é de incentivar e ajudar os atletas a alcançarem melhores resultados. É como se, em sala, o técnico fosse o professor e os atletas, os alunos. Páginas 8 e 9.

A novela

Iesde/Vizivale Veja quais as últimas novidades sobre o caso Iesde/Vizivali. MEC aprova complementação de 1.300 horas, por meio de polos da Universidade Aberta do Brasil. Os professores que fizeram a capacitação não gostaram. Página 12.

Nuvens negras pairam sobre o prédio colorido da Secretaria de Estado da Educação, no bairro Água Verde, em Curitiba. O valor dos desvios de diárias de viagens pode ultrapassar a casa de R$ 1 milhão, bem maior que o total já

descoberto pela auditoria, que é de R$ 800 mil. O trabalho deve apontar também o envolvimento de mais servidores. Até agora dois foram exonerados e quatro afastados de suas funções administrativas. O secretário especial

de Corregedoria e Ouvidoria Geral, Antonio Comparsi de Mello, diz que, por enquanto, não pode precisar o valor total, “mas com certeza” é bem maior que o já divulgado. O relatório final sai até o final deste mês. Página 3.

colunistas O que é de valor?

Ética no trabalho [e na vida]

Ranking das escolas. Bom ou ruim?

Esther Cristina Pereira

Teo Pereira Neto

Jacir J. Venturi

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Fraude na Educação deve ser maior e envolver mais servidores

O

valor desviado da Secretaria de Estado da Educação (Seed) deve atingir cifras bem maiores que os R$ 800 mil anunciados pela auditoria que apura irregularidades com diárias de viagens. De acordo com o secretário especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral, Antonio Comparsi de Mello, não é possível ainda precisar o montante, “mas, com certeza,” é bem maior. “Os R$ 800 mil se referem apenas aos anos de 2009 e 2010, mas já encontramos irregularidades em 2007 e 2008”, diz. A sindicância já levantou o nome de seis servidores envolvidos. Dois foram exonerados, por terem cargos em comissão, e quatro afastados de suas funções, por serem servidores de carreira no serviço público. O secretário acredita que outras pessoas possam estar envolvidas. “Estamos levantando informações, mas ainda não posso falar sobre isso”, disse ao Nota 10, no dia 18 deste mês de agosto. Na avaliação de Mello é possível que entre os dias 25 e 30 deste mês o relatório da auditoria esteja concluído. “Pode ser que não tenhamos tudo pronto, mas uma prévia sim”. O trabalho na Secretaria de Educação está mais adiantado, mas a Corregedoria trabalha

também em busca de fraudes em outras secretarias. Apesar de adiantado, o trabalho para levantar informações na documentação da Seed é grande, já que 17 toneladas de documentos da secretaria desapareceram misteriosamente de um barracão onde estavam arquivados, em Piraquara, município da região metropolitana. Um delegado foi designado para acompanhar o caso e também deve dar um parecer nos próximos dias. Para Mello o sumiço, que teria ocorrido em janeiro deste ano, mas só foi tornado público no mês passado, não atrapalhou as investigações. “Fomos buscar os dados no sistema, temos tudo em formato digital”, disse. Ao todo seis auditores analisam os papéis. O secretário diz que, pela análise que se pode fazer até agora, dá para concluir que houve falta de gestão na liberação das diárias e que haveria necessidade das concessões terem sido acompanhadas mais de perto. “Em alguns casos houve abuso, quando um servidor viajava, muitas vezes, sem necessidade”. Segundo ele, pode ser que haja problemas também em anos anteriores a 2007, mas o trabalho de investigação irá ser feito deste ano até agora, em 2010.

Divulgação

Helio Marques

O secretário diz que o relatório sobre as irregularidades fica pronto até o final deste mês.

“ Não acredito

em inocência ”

Alguns servidores acusados de envolvimento nas irregularidades de desvios de diárias têm alegado inocência e buscado se defender por meio de advogados. O secretário Antonio Comparsi de Mello diz que será dado o direito de defesa a todos os acusados, mas as evidências de fraude até agora levantadas são claras. “Não acredito em inocência”, ressalta. Para ele, tecnicamente falando, está muito claro que houve desvios. Os nomes dos acusados já foram informados pela imprensa, mas o Nota 10 opta em não os divulgar até o fim das investigações.


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palavra do especialista educação infantil

O que é de valor? Certa vez li um texto de Ítalo Calvino, um importante escritor do século XX, que tece um parâmetro sobre o valor das coisas. Dizia mais ou menos que, às vezes, o espelho aumenta o valor das coisas e, às vezes, o anula. E é com essa ideia que gostaria de começar este artigo. Volto ao título deste texto: O que é de valor? É uma boa pergunta para iniciarmos o segundo semestre. Gostaria de abordar a realidade escolar e a visão da verdadeira educação. Será que tudo que vemos e ouvimos tem valor? Ou o valor é dado em boa parte pela mídia, que valoriza algo para segurar audiência. Ou será que o que tem valor é a ideia marqueteira de alguma empresa, para valorizar seu produto? Nossas crianças, que ficaram tantos dias em casa, viram muitas imagens na televisão e no computador que normalmente não viriam se estivessem na escola. Tantas coisas ruins, que permeiam os noticiários. São tantas mortes,

atropelamentos, vazamento de petróleo, assaltos, guerras, fome, desmatamentos. São tantas possibilidades enchendo a cabeça dos estudantes, durante o período de férias. Seria necessária uma tomada de decisão urgente, uma mudança de postura geral, para evitarmos e pouparmos nossas crianças de terem acesso a tanta coisa inútil. E, além disso, muito desse lixo é impróprio para a idade de muitos. Será que nós, adultos, não temos condições de discernir o que é bom ou ruim para elas? Ou até sabemos, mas não temos condições de lutar contra todo esse emaranhado de sujeira? Como fica, então, a noção de valor das coisas que elas veem? Como justificar que um adulto mate, roube, engane, minta. Se o adulto é o mentor dessa criança, referência para a vida? Muitas vezes queremos e buscamos que a criança nos respeite, mas como se dar ao respeito se nós, adultos, estamos envoltos com tanta barbaridade? Como querer que essa criança seja

diferente se ela vê situações tão negativas e, muitas vezes, copia isso... Precisamos, com urgência, de um posicionamento mais eficaz do papel de educar, com um governo que reaja às inconsequências de uma mídia perversa com leis à altura. Que escolas possibilitem mostrar às crianças aquilo que realmente valha à pena. Que a escola faça verdadeiramente o seu papel. Que as famílias percebam que filho é para sempre. Que é um tipo de contrato que não pode ser rescindido, em que todas as cláusulas serão, verdadeiramente, cobradas, mais cedo ou mais tarde. Vamos pensar nisso. E bom semestre de aulas a todos.

Esther Cristina Pereira Psicopedagoga, Diretora da Escola Atuação Contatos: cris@escolaatuacao.com.br • (41) 3274-6262

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literatura

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UM PASSEIO de graça pela Bienal Da Redação

EM TEMPO... Mostra de Talentos

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Professores e estudantes poderão visitar a 1.ª Bienal do Livro Paraná de graça. Para isso basta se inscrever para a Visitação Escolar. A atividade permite uma participação especial para estudantes de escolas públicas e particulares, com idade entre 7 e 14 anos. Serão seis dias reservados para que os alunos do ensino fundamental conheçam a feira. Tudo isso para estimular a imaginação e aproximar os estudantes do mundo dos livros. O professor precisa ter em mãos os dados da sua escola, entre eles o endereço completo com CEP e o CNPJ e um projeto com até 1.000 caracteres explicando os objetivos da ida ao evento. A Bienal tem capacidade para receber 30 mil alunos e as datas das visitas serão 1.º, 4, 5, 6, 7 e 8 de outubro, das 14h às 17h no dia 1.º e das 9h às 17h nos demais dias. Para professores, bibliotecários e profissionais do livro, a participação é gratuita. “Com essa ação oferecemos aos professores a oportunidade de dinamizar suas aulas e incentivar o hábito da leitura em seus alunos, propiciando a eles um contato mais íntimo com o livro fora do ambiente escolar”, garan-

Os estudantes que se inscreverem poderão visitar toda a Bienal sem pagar nada.

te Tatiana Zaccaro, gerente do Núcleo Bienal do Livro da Fagga | Gl events – empresa responsável pelo evento. Os estudantes participantes da Visitação Escolar terão acesso gratuito ao evento. Os demais estudantes serão encaminhados para a bilheteria. Os professores têm entrada gratuita, mas devem levar comprovante de profissão, juntamente com a carteira de identidade e o CPF. A escola deverá levar professores

para o acompanhamento dos alunos, sendo recomendados seis professores para 40 alunos. A 1.ª Bienal do Livro Paraná será de 1.º a 10 de outubro, no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba. Além da visitação escolar, a programação da Bienal inclui: Café Literário, Atividades Infantis e Sessões de Autógrafos. As inscrições para a Visitação Escolar podem ser feitas pelo site www. bienaldolivroparana.com.br

A Associação Paranaense dos Administradores Escolares (Apade), com sede em Curitiba, irá realizar, dias 1.º e 2 de setembro, o projeto Talentos da Apade. A finalidade é reunir, na sede da instituição, os associados que desenvolvem trabalhos manuais, como artesanato, bijuterias etc. O evento será das 14h às 17 horas, na Rua Ermelino de Leão, 15, 8.º andar, no Centro, e outras atividades ocorrerão sucessivamente. Os interessados em participar podem procurar a professora Mirian Mattar, pelo telefone (41) 33236493. Em breve novas mostras serão realizadas, ligadas à música, literatura, artes plásticas etc.


literatura

Ela quer ser

uma escritora famosa Nome de escritora ela já tem. Agora quer vencer o preconceito, principalmente das editoras e produtores de peças teatrais, e se tornar conhecida do grande público. O sonho já começou a se concretizar. Da Redação Colaboração Fabiane Melo Bárbara Malcut, estudante de Tecnologia em Comunicação Institucional na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), quer ser reconhecida como escritora. Tem um livro escrito e diversas peças de teatro. Determinada e com ideias bem moldadas na cabeça, almeja montar uma editora ano que vem e uma produtora de vídeo futuramente. A mãe de Bárbara, Marilina, conta que quando estava grávida ganhou o livro Como Multiplicar a Inteligência de seu Bebê e, a partir dele, começou a entender as maneiras de despertar conhecimento e curiosidade em uma criança. A intenção não era criar um prodígio ou um robô, como os amigos que a viam lendo falavam. Ela queria exercitar a menina para que se interessasse por brinquedos didáticos e aprendesse com eles. Com 1 ano de idade Bárbara sabia o que fazer com todos os passatempos que a mãe lhe dava, desde apertar botões até montar peças. Aos 6 anos a menina se interessava por esportes. “Só não fiz esgrima”, brinca. Foi com essa idade que também fez um solo de ballet no Teatro Fernanda Montenegro.

Quando falam a ela que não teve infância, responde que sua mãe não lhe obrigava a nada. “Eu lia brincando. Com 8 anos pedi um livro do Harry Potter de aniversário”. Marilina queria que a filha fosse médica porque admirava pessoas com uniformes brancos, mas percebeu logo o talento que a menina tinha para escrever. “Mesmo com condições financeiras restritas, comprei um computador pra ela. Não tinha como pagar um curso de informática e, mesmo com 7 anos, aprendeu rapidinho sozinha”. Sempre muito interessada por leitura, aos 12 anos ela redigiu sua primeira peça de teatro “Tênis ou Salto Alto?”, mas não conseguiu produzí-la. Nesse momento pensou em desistir de escrever e achou que só grandes nomes conseguiam publicar textos e ser reconhecidos. Porém, com o apoio de sua mãe e convicções fortes, Bárbara redigiu outras três peças: “Quem disse que eu tô a fim”, “Felincidade” e “Dramas da Vida”, estas produzidas e aplaudidas no teatro Lala Schneider. A ESCRITORA - Aos 15 anos a adolescente começou a escrever seu primeiro livro, intitulado “Ilhas das Pedras Verdes”. Escrito em apenas um mês,

A escritora dá palestra em diversos colégios do estado. Na foto está no Colégio Spei, em Curitiba.

Bárbara escreveu a primeira peça quando tinha 12 anos. Hoje tem 18.

conta uma história de ficção e aventura em Atlântida, onde a escritora inseriu teorias de Platão e conceitos de Freud. “Meu objetivo é sempre agregar conhecimentos ao meu leitor, seja ele qual for”. A garota não tem um público-alvo com seus textos, só pensa em transmitir conhecimento e suscitar reflexões nas pessoas. Bárbara passou por muitas dificuldades e já ouviu coisas desanimadoras. Porém, acredita que para ser escritora tem que ter dom e não idade, como muitos já falaram. “Pra ser engenheira é necessário uma faculdade, pra ser escritora precisa ter dom. As pessoas não entendem. Querem idade mínima, experiência, nome e não criatividade.” Logo depois de terminar a edição de “Ilha das Pedras Verdes” ganhou uma cortesia de 300 exemplares da escola onde estudava. Porém queriam reescrevê-lo aumentando a história, de 64 para 300 páginas. Bárbara foi contrária à ideia e manteve a história original. A garota tem planos de montar uma editora justamente para apoiar escritores jovens. “Há livrarias que têm uns projetos bem bacanas para escritores independentes e eu vou criar alguns porque sei o quanto é difícil para quem está começando e não sabe nem como registrar um livro”. Quando ela disse à sua mãe que iria escrever um livro recebeu o maior apoio. “No íntimo não acreditava que fosse realmente sair um livro, mas me

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surpreendi à medida que ela me dava os capítulos para ler”, explica Marilina. Bárbara conta que não tem um estilo próprio ou livros como base, apenas estuda certos conteúdos que vai abordar, inventa uma história, dispõe em tópicos e depois os desenvolve. Com essa atitude de mesclar realidade e ficção recebe elogios de pessoas que aprenderam a teoria de forma dinâmica e interessante. “Uma amiga minha diz que pra ler da primeira página até a 17 ela demorou 2 dias e para terminar a leitura levou só 2 horas.” Ela afirma que não tem uma preferência entre escrever livros ou peças de teatro, apenas relata o quão mais difícil é um roteiro. “O mais difícil de produzir uma peça de minha autoria é conseguir a confiança do diretor e do teatro. Tenho que atrair várias pessoas para gerar lucro para eles e muitas delas vêm pelo nome do autor. Eu ficava com receio no início, mas estou conquistando meu espaço”. A PALESTRANTE - Para divulgar o livro, mostrar as dificuldades que teve e, incentivar a leitura e escrita, Bárbara dá palestras em colégios do Paraná. Depois de conversar com alunos da 5.ª série ao 3.º ano, vendia o livro a R$ 16 Mas a partir de agora o custo baixou para R$ 10 e é pré-requisito para ver a palestra. Ela conta que visita colégios para motivar os alunos a escreverem e os que leem “Ilha das Pedras Verdes” sempre lhe perguntam se esteve mesmo em Atlântida. “Meu objetivo é convencer o público. Eu gosto de inventar coisas e brincar com a imaginação, porque se a pessoa não acreditar que existe o reino de Atlântida não tem como provar que não existe também”. A escritora ressalta que a continuação do livro já está pronta em sua cabeça e com plano de lançamento para o ano que vem. A mãe a acompanha sempre que pode, principalmente se a palestra não é realizada em Curitiba. “Sou uma espectadora e gosto das palestras, assim como a maioria. Quando ela se empolga e fala muito rápido eu faço um sinal pra diminuir o ritmo”, explica. Bárbara também quer escrever seriados, novelas, roteiro de programas curtos, porém reclama que no Brasil não há tanta abertura para isso. “Se eu não conseguir aqui, vou tentar nos Estados Unidos e em Hollywood, conta”. Então, guarde este nome: Bárbara Malcut.


ensino

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Coaching,

uma nova forma de ensinar Brisa Teixeira Especial para o Nota 10 O professor necessita criar um vínculo com os alunos em que a sala de aula se torna mais que um fórum de apresentação de matéria, um fórum de discussão sobre a mesma, suas aplicações, sua integração com o restante do curso e também com o que o aluno quer e necessita. Esse ambiente pode parecer utópico para alguns professores, mas muitos vêm buscando uma técnica, chamada coaching, que os têm ajudado a conquistar um espaço e uma postura diferenciada com os alunos. Coaching não é um termo novo, seu significado é, simplesmente, desenvolvimento e crescimento focado em metas e objetivos. A palavra coach foi emprestada do meio esportivo e significa técnico ou treinador. A sua função é de incentivar e ajudar os atletas a alcançarem os melhores resultados, por meio do desenvolvimento de novas habilidades. “Quase tudo já existia como conceito, só que agora é colocado de uma forma estruturada, que faz sentido e capacita as pessoas”. A explicação é da especialista em coaching, Susana Azevedo, formada pelo Integrated Coaching Institute (ICI) e certificada pelo In-

ternational Coaching Federation (ICF). A aplicação da abordagem-coaching, segundo Susana, vem transformando e modificando a relação professor/aluno. Para Susana, o professor-coach é alguém, que para além de ensinar a matéria, procura criar um ambiente de confiança, domina estilos de comunicação e aprendizagem e com isso pode questionar os alunos sobre o que realmente é importante a médio e longo prazos, respeitando cada um. “Este professor tenta incutir no aluno o conceito de que ele é o único responsável pela sua vida e que o que ele fizer hoje também tem um impacto para o amanhã”, diz Susana. LIDERANÇA - O que mudou, completa Susana, foi que hoje o professor já não é assumido e tido como “intocável”, ou seja, os alunos não entram na aula com aquele respeito “imposto”. “O professor tem que se ‘impor’, não pela força, mas pela argumentação e sua capacidade de liderança”, destaca. O professor, continua ela, tem que ser o primeiro a dar o exemplo, a ser o “quebrador de paradigmas”, sob o risco de ser posto de lado. A sociedade mudou, mas na realidade necessitamos também resgatar algumas coisas do passado, que é sobretudo o falar e discutir (no bom sentido) – como Sócrates já fazia.

Virada de paradigma pessoal De 1. Foco em resultado

Para 1. Engajar colaboradores para criar resultados sustentáveis

2. Controlar

2. Dar poder aos colaboradores para decidirem e agirem por si só (empowering)

3. Apontar pontos fracos

3. Reconhecer pontos fortes e valorizá-los

4. Descobrir erros

4. Valorizar o esforço e o desenvolvimento

5. “Resolvedor” de problemas

5. Dar apoio na busca de soluções

Fonte: International Coaching Federation (ICF)

Silvio Aurichio.

O aluno de hoje não é mais o mesmo de dez anos atrás. Ele é mais exigente e quer entender os porquês, não aceita ordens com facilidade e quer obter informações diferentes daquelas que encontram todo dia na internet.

Para Suzana o professor tem que se impor, não pela força, mas pela argumentação e liderança.

Pensar além da sala de aula Alguns paradigmas precisam ser quebrados a partir do momento que o profissional passa a atuar como coaching (veja box abaixo). Um dos pontos mais difíceis apontados é ser capaz de ouvir, em vez de dar conselhos. Sair da posição de “tudo sabe”, para facilitador da aprendizagem, sabendo que não vai perder status por isso. “É realmente uma mudança de paradigma e de hábitos. A questão é acreditar e avaliar se vale a pena sair da zona de conforto”, diz Susana. Uma das mudanças, nesta virada de paradigma pessoal, é deixar de apontar os pontos fracos e passar a reconhecer pontos fortes e valorizá-los. “Todos nós temos pontos fortes ou fortalezas e pontos fracos ou vulnerabilidades. Logo eu tenho que os conhecer para poder potenciá-los ao máximo. A questão é que não são os pontos fracos que nos fazem crescer, mas sim os fortes”, diz a couche Susana. No passado, explica ela, só se dava foco aos pontos fracos e atuava-se com

Uma das mudanças, nesta virada de paradigma pessoal, é deixar de apontar os pontos fracos e passar a reconhecer pontos fortes e valorizá-los. muitos treinamentos para amenizar as deficiências, mas na maioria das vezes isso não trazia resultados tão eficazes. “No coaching trabalha-se, em primeiro plano, as forças e em paralelo os pontos fracos, que estão limitando o crescimento, ou seja, levá-los a um nível que não causem danos ou me incomodem”. Esses pontos fracos, explica Susana, para a maioria das pessoas nunca serão pontos fortes, mas poderão chegar a um nível médio.


ensino

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Mudança de cultura e de vida

Adotar uma abordagem-coach é uma mudança cultural e também uma competência para a vida profissional e pessoal. O conhecimento é muito valioso para aumentar a performance, a produtividade, mas também auxilia no desenvolvimento de pessoas sendo aplicada, inclusive, na mudança de carreira e mesmo na gestão da vida pessoal (leia quadro abaixo). O fundador da ONG Gente de Bem, Luciano Diniz, conta que sua vida mudou completamente desde que realizou a primeira formação em coaching, em 2006. “Em dois momentos de transição na minha vida eu recorri a este processo e tive resultados muito interessantes, como a minha mudança de profissão e a criação da ONG”, diz. A decisão por buscar formação ocorreu quando Diniz começou a ver os resultados que outros facilitadores tinham com essa abordagem. Ele percebeu que a técnica ajudava as pessoas a encontrar seus próprios caminhos e não dava as respostas prontas. Hoje, depois de quatro anos utilizando esta técnica na sua vida pessoal e profissional, Diniz considera o coaching uma das melhores ferramentas para o professor lidar com as necessárias mudanças do sistema educacional. A técnica, conta ele, é usada em todos os trabalhos realizados pela ONG, que atua com educação voltada para a formação integral de jovens, aliando desenvolvimento pessoal e profissional. Os resultados são imediatos, conta ele,

pois a turma responde à forma como o professor atua desde o primeiro contato. As aulas naturalmente passam a ser mais prazerosas e divertidas, pois está conectada com o contexto de vida do aluno. “Eles percebem a importância do conteúdo para a sua vida. Isso não quer dizer que seja mais fácil para os alunos, pois eles precisam se adaptar e entender o fato de não darmos a resposta pronta, Eles não vão apenas ter que repetir em uma prova o que foi falado. Eles passam de agentes passivos para protagonistas do seu próprio aprendizado. Dividimos as responsabilidades e eles precisam assumir a parte deles”, diz. Nesta nova relação, Diniz diz que quem atua como coaching não se coloca em uma posição superior aos seus alunos. “Sinto que eu não preciso saber, ou fingir, que sei tudo. Existe troca, tenho que escutar também e não apenas falar. Isso gera uma relação de respeito entre nós e não tenho problemas com indisciplina e o comprometimento do aluno aumenta”, exemplifica o educador.

Vivemos hoje uma crise na educação. No passado, o professor e as bibliotecas das escolas eram as grandes fontes de informação. Hoje podemos encontrar na internet aulas filmadas com animações e explicações tão bem construídas que é impossível um professor ter habilidade para explicar o mesmo conteúdo apenas com um quadro-negro e giz. Luciano Diniz, fundador da ONG Gente de Bem

Pesquisa sobre os benefícios do coaching: Melhor gestão do tempo.......................... 84,5% Orientação de carreira............................. 74,3% Aperfeiçoamento como líder.................... 73,8% Melhora nos relacionamentos.................. 58,6% Melhora na qualidade de vida.................. 51,9% Desenvolvimento pessoal........................ 5,2% Orientação financeira............................... 38,1% Fonte: International Coaching Federation (ICF)

A técnica ajuda os alunos a buscarem seus próprios caminhos e não dá respostas prontas.

Aluno satisfeito, professor valorizado

A técnica coaching é considerada uma forte tendência no sistema educacional e uma possível solução para o baixo aproveitamento escolar.

Aqueles que conseguem superar os paradigmas têm tidos bons resultados, tanto em termos de participação e avaliação dos alunos do seu trabalho, como mesmo das notas dos alunos. Este é o caso da professora adjunta da Universidade Positivo, Fátima Carvalho. O fato de ela obter uma média baixa avaliada pelos seus alunos de graduação a incomodava e a solução foi buscar capacitação na técnica coaching. Como as disciplinas que ministra na universidade são técnicas, o gran-

de desafio da docente sempre é o de conscientizar o aluno sobre a importância daquela disciplina na vida profissional de seus alunos. Segundo ela, é preciso primeiro levá-los a uma autorreflexão ao fazer perguntas básicas como: O que vocês estão fazendo aqui? Por que vocês precisam fazer essa disciplina? Você enxerga essa disciplina na profissão que vocês escolheram? Dessa maneira, Fátima vai conduzindo a sua aula e com o tempo aproximando a distância entre aluno e professor. “O aluno hoje não pode sim-

plesmente ficar parado recebendo a matéria, ele deve aprender a pensar sobre como irá aplicar estas informações em sua vida profissional e qual a importância disso para o seu sucesso profissional”, explica. Para Fátima, a técnica coaching é uma forte tendência no sistema de educação e uma solução para o baixo aproveitamento escolar. “Não é um diploma que vai fazer dele mais capaz, mas sim a capacidade dele se conhecer, de aprender e focar nos seus objetivos”.


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LEIgislativo notícias dos projetos que podem virar lei Desconto em folha A Câmara dos Deputados analista o Projeto de Lei 7266/10, do deputado Eliene Lima (PP-MT), que permite o débito, em folha de pagamento, do valor de aluguel residencial. A proposta cria a possibilidade ao inserir dispositivos na Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-lei 5.452/43) para facilitar a assinatura de contratos de aluguel sem fiador. De acordo com a Agência Câmara, a proposta limita o débito em folha para pagamento de aluguel residencial em 25% da remuneração líquida (remuneração total menos contribuição previdenciária e imposto de renda na fonte). O desconto pode ser suspenso a qualquer tempo, mas a empresa e o locador devem ser informados com 30 dias de antecedência. É vedada a cobrança de taxas pela empresa para efetuar o desconto. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Fora da ociosidade Empresas vencedoras de licitação pública no município de Curitiba poderão contratar adolescentes aprendizes. É o que propõe projeto em trâmite na Câmara Municipal, que já passou pelas comissões e aguarda para ser colocado na pauta da votação em plenário. A iniciativa pretende afastar os jovens da ociosidade, que conduz à violência e ao uso de drogas. A essência da proposta é a inclusão social pelo trabalho, com a finalidade de

oferecer ao adolescente e ao jovem a oportunidade de desenvolver o aprendizado por meio do contato com novas tarefas, obter qualificação especializada, aumentar a renda familiar e dar a oportunidade para que possa desenvolver uma atividade profissional e seguir carreira. O número de adolescentes a serem admitidos pelas empresas vencedoras das licitações deverá ser equivalente a, no mínimo, 5% do pessoal alocado para o cumprimento de cada contrato, além do previsto na lei federal número 10.097/00, que versa sobre a contratação de jovens para o Primeiro Emprego. Extensão da licença-maternidade A prorrogação da licença-maternidade de quatro para seis meses, prevista na Lei n.º 11.770/08, para mães que trabalhem nas empresas inscritas no Programa Empresa Cidadã, pode deixar de ser facultativa e tornar-se obrigatória, de acordo com o Senado, que votou, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição que institui a obrigatoriedade de 180 dias de licença para as mamães. Em vigor desde o dia 25 de janeiro, a normativa concede benefício fiscal às empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadã, visto que estas podem deduzir do IRPJ os gastos extras com a remuneração dos dois meses adicionais de licença para a empregada. O Senado ainda aprovou, no final de 2009, proposta que aumenta a licença-paternidade para casos em que haja morte da mãe no pós-parto, em que ela fique gravemente doente, quando o pai for o responsável por cuidar do filho adotado ou se a mãe abandonar a criança. Desta forma, o período de

licença-maternidade que seria concedido para a mãe, passa a ser assumido pelo pai, contudo, a proposta aguarda análise na Câmara dos Deputados. Aviso prévio Projeto de Lei 7239/10, do Senado, que obriga as empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos a avisar aos cidadãos de baixa renda e aos estabelecimentos educacionais, de saúde e de internação coletiva a interrupção de seus serviços em razão de inadimplência com, no mínimo, 30 dias de antecedência, está em análise na Câmara dos Deputados. O texto altera a Lei 8.987/95, que disciplina o regime de concessão e permissão de serviços públicos. O projeto não define qual a faixa salarial dos “cidadãos de baixa renda”, nem lista quais são os estabelecimentos de “internação coletiva”. Pela proposta, a notificação deverá ser feita por escrito e conter o valor consolidado da dívida e as parcelas referentes ao débito principal, aos juros, às taxas e aos demais encargos incidentes. O projeto será analisado pelas comissões de Defesa do Consumidor; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania; antes de ser votado pelo Plenário.

Andréa Marques Editora adjunta do Jornal Nota 10 Contato: andrea@nota10.com.br

literatura O olho do coração - uma questão de inclusão social Sala de aula é lugar de aprendizagem e formação, e não apenas para os alunos, mas também para os professores. Cada dia é um novo desafio, uma nova experiência... e por que não um novo olhar para a prática educacional? Essa é a proposta das autoras neste livro que enfatiza aos educadores a atual necessidade de um ambiente escolar que agregue valores, e não apenas ensine conteúdo. O livro também aborda a questão dos alunos indisciplinados, que, em muitos casos, não querem ser desobedientes, mas apenas se comunicar para pedir ajuda. As autoras ilustram essa atitude ao contar a história de um garoto visto como “problemático”, que escutava música durante a explicação da professora. Porém, em vez de brigar, ela escutou, juntamente com ele, a música da banda “The Doors”. Quando acabou, ela disse: “Você sabia que Jim Morrison, compositor e vocalista desse grupo, era um poeta?” Com essa atitude a professora conseguiu se aproximar do aluno, sem brigar e nem confiscar o seu objeto, apenas dando-lhe atenção. Paulus Editora - Lucy Silva e Regina Mara de Oliveira Conrado

Papel de Pai As relações paternas foram inspiração para o lançamento Papel de Pai. A autora Giselda Laporta Nicolelis conta em seu livro as desventuras de dois adolescentes, Ludenor e Pétula, que se tornam pais precoces. O texto é narrado pelo garoto de 13 anos, filho único de uma família de classe média que engravida a namorada de 16 anos. O adolescente conta o impacto nas famílias, na escola, suas dúvidas, a reação da namorada, seus primeiros dias como pai e dá uma ideia sobre a responsabilidade de assumir o papel de pai. Editora FTD - Giselda Laporta Nicolelis

Diário de um grávido Baseado inteiramente em fatos reais, o jornalista Renato Kaufmann conta com humor sincero e apaixonado como é atrapalhada e emocionante a gravidez do ponto de vista masculino e o processo de tornar-se pai. Neste livro, ele fala sobre esse novo desafio, desde o pânico da primeira notícia até alguns dias após o nascimento de sua filha, Lúcia. “O livro traz uma perspectiva nova sobre um tema praticamente universal, afinal todo mundo veio de uma gravidez e possivelmente passará por uma em sua vida”, afirma o autor. Para o publicitário Washington Olivetto, que assina o prefácio, trata-se de uma obra fundamental para futuros papais, que poderão se preparar, de modo correto e adequado, para uma gravidez confortável e sem surpresas. Mescla Editorial - Renato Kaufmann


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ensino superior

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Caso Iesde/Vizivale PODE TER CHEGADO AO FIM

A novela do caso Iesde/Vizivali, que teve início em 2003 e que até hoje ainda não havia tido um final feliz, ganhou novos rumos este mês. No dia 16 de agosto, em Curitiba, uma reunião do Fórum Permanente de Apoio à Formação Docente, foi divulgado que os professores que fizeram a capacitação em Normal Superior terão que cursar mais 1.300 horas de complementação. Só assim poderão receber o diploma. Os professores não gostaram da solução (veja box nesta página). Por acordos anteriores, envolvendo diversas instituições e representantes da área política, o processo seria de aproximadamente 300 horas, coordenado pelo Instituto Federal do Paraná, o IFPR, que daria direito a um diploma de Pedagogia. Cerca de 35 mil professores fizeram a capacitação entre 2003 e 2005, oferecida em parceria entre a Faculdade Vizivali, do município de Dois Vizinhos, e pela empresa Iesde Brasil. Uma das alternativas sugeridas para pôr fim ao problema foi o IFPR coordenar uma complementação. Um recadastramento de professores interessados foi feito. Para isso pagaram uma taxa de R$ 50, entregaram documentos e aguardaram o resultado de uma seleção, que teve como um dos critérios, o currículo. Outro critério foi o fato de o professor estar na ativa, em sala de aula. A lista saiu com o nome de 19.574 aprovados, dos 24 mil que se inscreveram.

Joka Madruga

Helio Marques

Para Nildo Lübke a complementação deve resolver definitivamente o problema dos professores.

Mas na reunião todo o processo que vinha sendo desenvolvido pelo IFPR foi desconsiderado e a proposta de se fazer a complementação de 1.300 horas anunciada pelo secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, respaldado por um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE). “Questões técnicas impediram que o IFPR continuas-

se à frente dessa complementação”, disse ao Nota 10 o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nildo Lübke. Da reunião participaram, além de Bielschowsky e Lübke, reitores de seis universidades estaduais; o reitor do IFPR, Alípio Santos Leal Neto; a secretária estadual de Educação, Yvelise Arco-Verde, dentre outros. Pela fórmula proposta, as aulas serão ofertadas pelos polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) no Paraná, por meio da plataforma Paulo Freire, do MEC. Segundo o próprio site da UAB, ao todo são 45 polos no Paraná e o curso deverá ter duração de um ano. As universidades estaduais analisam que poderão abrigar, em cada turma, cerca de dois mil alunos, totalizando 14 mil vagas. Os demais interessados devem aguardar um segundo momento para fazer a complementação. Os reitores avaliam que duas turmas seriam suficientes para atender todos os alunos interessados em obter o diploma. As aulas serão ofertadas gratuitamente, uma vez por semana, com duração de três horas. Ao final deste curso, os professores receberão o diploma em Pedagogia Plena. “É por isso que há necessidade de uma carga horária

maior”, explica Lübke. A previsão é de que a 1.ª turma comece entre novembro deste ano e janeiro do ano que vem. E a 2.ª turma, tenha início em abril ou maio de 2011. O MEC vai se responsabilizar pela contratação de 200 professores necessários para as aulas. O número de polos da UAB não abrange todo o estado, e, consequentemente, os professores terão que se deslocar para poder assistir às aulas. No máximo a distância que os professores terão que se deslocar para fazer a complementação será de 70 quilômetros e a média deve ficar entre 30 e 40 quilômetros, na maioria dos casos. Para o reitor do IFPR, Alípio Neto, a diferença entre a proposta inicial, da oferta da complementação de estudos feita pela plataforma de Educação a Distância (EAD) do IFPR, para a opção atual - que são as aulas ministradas pelos polos da (UAB) – é o fato de que o curso de Pedagogia do IFPR estaria acessível a todos e não apenas aos professores que estiveram matriculados na Vizivali. O reitor salienta que a decisão de aderir ao novo projeto talvez não seja a desejada, mas foi a possível neste momento. O valor da inscrição ao processo da IFPR será devolvido aos professores.

Inscrições começarão no início de setembro Um grupo de professores trabalha na formulação de um currículo especial para a complementação. O trabalho deve estar concluído até o dia 25 deste mês. Os professores que participaram da complementação da Vizivali interessados devem se inscrever pela Plataforma Paulo Freire. O endereço é freire.mec.gov.br . Segundo o secretário Lübke o período de inscrições deve começar no início do mês de setembro. “Iremos divulgar amplamente esse período de inscrições. O professor irá se inscrever para o polo mais próximo. Se a capacidade de atendimento do polo for superada a prioridade será do professor que está em sala de aula.

Professores protestam e organizam manifestação para o dia 31 em Curitiba Confira alguns comentários à matéria publicada no Site Nota 10 quando a decisão da complementação foi anunciada. Uma manifestação contra a decisão está programada para o próximo dia 31 em Curitiba. Lemos a matéria do dia 16 de agosto e ficamos mais furiosas com o descaso da situação dos alunos da Iesde/Vizivali. Só mesmo neste país para acontecer tudo isso, depois de ter feito colação de grau. Por: Maria - Quarta-feira, 18 de Agosto de 2010 - 09:29 Estão brincando com a nossa cara... Voto nulo nesses políticos. Por: Valdecir - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 23:25 Brincadeira o que estão fazendo com esses 35 mil professores. Estão achando que somos bobos da corte e na verdade somos profissionais capazes e que estão fazendo a diferença na educação do Paraná... Por: Roseni Macedo Benati - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 21:15 É brincadeira o que estão fazendo com os professores. Será que não temos valor nenhum para a sociedade? Por: irene - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 21:10 Porque a liminar da juíza Luciane e agora da desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná não está sendo respeitada, principalmente pelo Estado? A liminar está bem clara, todos têm plenos direitos de exercer o magistério, sem complementação. Por: Maria Eliza - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 16:16

Realmente é uma palhaçada... Moro em Ibiporã e o Polo mais perto, me parece, que é em Assaí. Será que eles pensam que estão resolvendo nosso problema? Acho que estão é criando outros maiores! Sinceramente... Por: Elisandra Teotonio - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 14:35 Uma pouca vergonha. Pura politicagem de indivíduos querendo levar vantagens. Enquanto ficamos sem diplomas e gastamos um monte com decisões aqui e outras ali que não levam a nada. Por: Cleonice - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 13:50 Toda vez que se unem para ter uma solução nunca se tem algo concreto e certo. Estamos há anos esperando uma resposta definitiva. Por: Claci - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 12:44 Que absurdo. Nenhum representante dos alunos foi ouvido. O governo tem que entender que não está falando de adolescentes recém-formadas. Não ouvi-los é uma falta de respeito... Queremos que nos chamem para conversar... Por: Eunice Alberton - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 11:48 É pouco caso que estão fazendo. Já estudamos, gastamos, procuramos nos aperfeiçoar para exercer a profissão melhor capacitado... Agora vem com esse papo de esperar decisão, decisão; ainda mais em pleno ano eleitoral. Onde estão nossos representantes? Será que vão ter coragem de vir pedir votos? Por: cilesbinelo - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 11:14 É muito triste tudo isso! Que horror! Em minha cidade não há polo da UAB, e aí? Quem vai pagar a minha viagem de 70 quilômetros, toda se-

mana? Um absurdo! São 5 anos que espero. Agora mais 3 períodos? Tenham piedade!! Por: Regina Ferreira - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 10:46 Em época de política é uma palhaçada.O CEE aprova o curso para elevação de nível, depois desaprova, tudo depois de muitas noites de sacrifício. A proposta de validar pela IFPR, pagamento de taxas, memorial descritivo etc...Enquanto se espera, VIZIVALI e IESDE só crescem... e o nosso dinheiro, onde foi? Por: Ana Maria - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 10:44 Que é isso? Estão pensando que somos bobos e cair mais uma vez nessa história. Quem disse que queremos estudar?? Queremos o diploma já. Por: lenir kroth - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 10:17 Aguardamos ansiosamente um resultado do IFPR e agora não iremos fazer mais com eles. A carga horária para validar nosso diploma é bem superior ao colocado no início que era de 320 horas. Até o IFPR deve ter ficado revoltado com essa resolução. Por: Fabiana Pagnan Figueira - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 08:09 Isso quer dizer que a inscrição no IFPR foi mais um alarde que não deu em nada. Mais dinheiro gasto, um estresse com memorial, tudo em vão? As 310 horas viraram 1300? Por: rosa maria machado - Terça-feira, 17 de Agosto de 2010 - 07:45 Nota da Redação: Por motivo de espaço as mensagens foram resumidas. Elas podem ser lidas na íntegra em www.nota10.com.br


palavra do especialista mundo corporativo

Ética no trabalho [e na vida] Segundo os dicionários, ÉTICA é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. E MORAL é o conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Está difícil diferenciar? A palavra ÉTICA vem do grego ethos, com o sentido de caráter, o modo de ser. E MORAL vem do latim mos, moris, significando costumes. Palavras diferentes, com frequência usadas como sinônimas. Há quem afirme que a ÉTICA é a reflexão filosófica sobre a MORAL. E a MORAL é o costume, hábito e comportamento do ser humano, e as regras de comportamento definidas pela sociedade. ÉTICA é permanente; MORAL é temporal, pode variar conforme a época. ÉTICA é princípio; MORAL é aspecto de conduta específica. ÉTICA é a própria regra;

MORAL é conduta da regra. ÉTICA é universal; MORAL está vinculada à cultura de cada povo. ÉTICA é a teoria; MORAL é a prática. O importante mesmo é viver a vida sem perder de vista a ética e a moral. 1 – A honra é tudo e não pode estar sujeita a conveniências e circunstâncias. 2 – Seja honesto com você, com os colegas e com a instituição onde trabalha. 3 – Simplicidade, altruísmo e tolerância são fundamentais nos relacionamentos. 4 – Reuniões produtivas começam com o cumprimento do horário [início e término] e o celular desligado. Chegar atrasado é falta de respeito e de consideração com os colegas. 5 – Mesmo não gostando de alguém, seja profissional. Troque cumprimentos, mantenha a distância necessária e não comente a antipatia que sente. 6 – O que você fala dos outros, diz quem é você. Por isso, não dê ouvidos e nem propague fofocas. 7 – Todo mundo gosta de ser chamado pelo seu nome. Apelidos, somente no ambiente familiar e com amigos, desde que não ofendam. 8 – Nem pense em aceitar elogios pelo trabalho ou ideia de outro colega. A verdade virá à tona e você

ficará com fama de mau-caráter. 9 – Não ponha lenha na fogueira, procure mediar conflitos e divergências entre colegas. 10 – Nada de criticar um colega ou subordinado sem a presença deles. Elogios em público e reparos em particular. 11 – Sempre que alguém precisar de apoio, não titubeie em ajudar. Trabalho em equipe é importante e um dia a situação poderá se inverter. 12 – Hierarquia, sempre tão criticada, tem as suas virtudes. Quem quebra a hierarquia, falta com o respeito e promove a desarmonia. 13 – Nem sempre a maioria é referência. Aja de acordo com seus princípios e assuma suas decisões. A honra é o nosso maior patrimônio. Faça tudo [dentro da ética e da moral] para preservá-la, mas sem esquecer o que disse o dramaturgo espanhol, Calderón de La Barca: “Ao rei tudo, menos a minha honra.”

Teo Pereira Neto

Diretor de Comunicação do Instituto Opet Educação e Cidadania. Contatos: teodoro@opet.com.br • (41) 3021-4848

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palavra do especialista ensino&educação

Ranking das escolas: bom ou ruim? A cada ano, estamos enxugando mais e mais gelo, quando se analisam as estatísticas do Ensino Médio. Embora tenha gerado polêmicas, a divulgação do desempenho de 25.484 escolas federais, estaduais e particulares, com fulcro nos exames do Enem, é uma atitude acertada, transparente e ratifica o que já se sabia: as escolas estaduais apresentam um pífio resultado, pois das 1.000 escolas mais bem posicionadas, apenas 21 são geridas pelos governos estaduais. A que melhor se posiciona no Brasil ocupa a 115.ª colocação e no Paraná a 1 560.ª. Cabe a ressalva de que a prova, não sendo obrigatória, apenas parte dos alunos de cada escola nela se inscreve. Assim, há escolas (poucas) que direcionam os melhores alunos para obter uma boa figuração na lista. Porém, isto é irrelevante quando se considera que o ranking provocou amplo debate na mídia, concedendo espaço para editorialistas, educadores, autoridades, pais, etc. Esses debates, provocados pelos resultados do Enem, Saeb, Ideb, geram calor, mas também

muita luz, projetando fachos luminosos sobre o espectro das mazelas da educação brasileira, especialmente no Ensino Médio. Os problemas mais contundentes residem no conteúdo programático, falta de recursos, desigualdade social, gestão, capacitação de professores, participação tíbia dos pais, corporativismo, inserção de ideologias e correntes pedagógicas alienígenas e não consentâneas com a nossa realidade. Para a superintendente do Instituto Unibanco Wanda Engel, o Ensino Médio é uma bomba-relógio que pode comprometer o desenvolvimento econômico do país. Muito pouco se fez nas últimas décadas na ampliação do ensino técnico público, especialmente para atrair os jovens das classes mais baixas, sem perspectiva de ingresso no ensino superior.

têm adequada a relação idade/série. A cada período letivo, 1,9 milhão de jovens abandonam a escola. Só a ação conjunta dos governos, escolas e famílias pode reverter essas estatísticas angustiantes. Além da ampliação das escolas técnicas e agrícolas, é necessário reduzir o conteúdo da atual grade curricular do Ensino Médio. O currículo está contaminado pelo elevado nível de exigência das boas universidades – não ao alcance da maioria dos alunos –, e o MEC não se capacita em tomar a dianteira para melhor detalhar o programa do Enem e principalmente enxugá-lo em 20% a 30%. Sendo penduricalhos desnecessários, não implica em abaixamento no nível de aprendizagem.

Face ao exposto, a consequência é um índice de reprovação que atinge 12,7%, o dobro do percentual de 12 anos atrás. Dos 10,5 milhões de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos, apenas 47,7% man-

Jacir J. Venturi Diretor de escola, foi professor da UFPR e da PUCPR e autor do livro Da Sabedoria Clássica à Popular. Contato: jacirventuri@hotmail.com


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coluna da apade

Associação Paranaense de Administradores Escolares - Apade Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº. 7.527/81

R. Des. Ermelino de Leão, 15, Cjs, 81 e 82 - Fone: (41) 3323.6493 CEP: 80.410-230 - Curitiba / Paraná

O ser social Professor Ivo Pitz

O ser humano é social por natureza; viver em grupo, em sociedade é a forma de melhor atingir o bem individual e o de todos. A forma de organização adquire, de acordo com a circunstância, vários tamanhos e formatos. O maior deles é o Estado. Segundo Aristóteles, a Política é a ciência suprema, à qual as outras estão subordinadas e da qual todas as demais se servem numa cidade. Para o mesmo filósofo, a maior felicidade está na Política, e o Estado constitui a expressão mais feliz da comunidade em seu vínculo com a natureza. Desde os antigos gregos, que inventaram a Política, busca-se a melhor forma de organização. Ao longo da História nem sempre o bem comum foi o objetivo maior dos governantes: na maioria das vezes, a organização priorizou o interesse de poucos em detrimento de muitos. E hoje não é diferente. Professor político? O professor é um ser político? O aluno o é também? Sempre que se age tendo em vista o outro, é-se um ser político, pois cada atitude que repercute no outro tem a ver com o bem comum, ou com o mal. O dia a dia do professor e do aluno é cheio de atos políticos. Especificamente na sala de aula, todo o relacionamento é político. O fato de o aluno gostar mais de uma aula, ou o fato de o professor se identificar mais com determinadas turmas, expressa claramente o resul-

Para Aristóteles, a política é a ciência suprema, à qual as outras estão subordinadas.

tado da política, da forma como um e outro agem em relação ao conjunto. Isso é bom? É bom, porque a vida do ser humano está pautada pela diversidade. Diversidade de ideias também. É dali que se origina a discussão, o desenvolvimento. Na unanimidade o progresso está praticamente ausente. Na medida em que aluno e professor provocam o embate de ideias na sala de aula, estão contribuindo para a construção do sentido verdadeiro de política. Política é para mim? Infelizmente, para a grande maioria de nós,

política é “para os outros”. É uma herança que, segundo Hilário Franco Jr., nos veio através de repúblicas italianas e dos espanhóis, e consiste na supremacia do Príncipe. Os “políticos” são outras pessoas, encarregadas da “política”. Nós nada temos a ver com elas. Este raciocínio esdrúxulo nos faz chegar a situações que vivemos hoje: muitos só pensam em política, quando se deparam com a necessidade de escolher os governantes; situações como as apontadas por D. Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, para quem as eleições deste ano são uma oportunidade para “analisar nomes e tudo que está no limite da paciência”. “No limite da paciência” – explica ele, em artigo publicado por ZENIT (www.zenit.org) no último dia seis – “assim se define o sentimento das pessoas em relação à lista interminável de prioridades que estão no horizonte da sociedade brasileira – e que exigem atitudes e encaminhamentos rápidos e marcados por um aguçado sentido de utilidade.” Quanto menos se estiver envolvido nas pequenas oportunidades de participar e discutir ideias, tanto mais se ficará ausente nos temas que afligem o país inteiro.

Professor Ivo Pitz é um dos Diretores da APADE e Professor de Filosofia.

Ao longo da História nem sempre o bem comum foi o objetivo maior dos governantes: na maioria das vezes, a organização priorizou o interesse de poucos em detrimento de muitos.

Expediente: Jornal Nota 10 – Um veículo da Nota 10 Publicações. Circulação: Distribuição gratuita em escolas públicas e particulares do Paraná, sempre a partir do dia 10 de cada mês. Redação: R. Duílio Calderari, 122, Hugo Lange - CEP 80.040-250. Telefone/Fax: (41)3233-7533. E-mail: nota10@nota10.com.br Editor e jornalista responsável: Helio Marques - MTb 2524. Revisão: Andréa Maria de Carvalho Marques. Colaboração: Fabiane Melo. Diagramação: Marcos Mariano.



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