Distribuição gratuita
ANO 1 - NR.5 - BIMESTRAL - JULHO 02 - DIRECTOR: MIGUEL FERRO MENESES
A HERANÇA
DA EXPO
ENTREVISTA COM
JOÃO AMARAL REPORTAGEM
NORTEeSUL
PAG.4 PAG.8
MINISTRO DAS CIDADES PAG. 3
UM NOVO TRANCÃO PAG. 20
PORTELA 219430849
MOSCAVIDE 219440680
SACAVÉM 219410013/9575
2 | NP | EDITORIAL
noticiasparque@netcabo.pt 219456514
OS NOVOS JARDINS DA BABILÓNIA
FichaTécnica Director: Miguel Ferro Meneses Director Adjunto: Filipe Esménio Chefe de Redacção: Sofia Cochat-Osório Redacção: Alexandra Ferreira, Mariana Gasalho, Pedro Pereira, Raquel Guimarães,Tiago Reis Santos, (Colaborações) Luís Cardoso, J. Wengorovius, Reinaldo Martins Fotografia: Miguel Ferro Meneses Direcção Comercial: Luis Bendada Ilustrações: Bruno Bengala Projecto Gráfico: Tiago Fiel Produção: Imaginarte Impressão: Imprejornal Tiragem: 5000 Exemplares Proprietário: Imaginarte F. Esménio CO:202 206 700 Sede: Rua Júlio Dinis nº. 6 1º Dto. 2685-215 PORTELA LRS Nr. de Registo ICS 123 919
Os jardins plantados à beira rio no Parque conseguem, sempre, surpreender-me pela sua raridade e especial localização. Infelizmente, é difícil de encontrar em Lisboa refúgio igual. Por outro lado, não posso deixar de sentir um receio constante no que diz respeito à incógnita evolutiva deste espaço. A importância de jardins e parques nos centros urbanos é uma das grandes preocupações dos grandes centros urbanos espalhados pelo mundo. Por alguma razão, existe hoje uma tentativa de recuperar e criar novas zonas verdes, integrando-as nas comunidades urbanas procurando uma simbiose moderna numa tentativa de aperfeiçoamento da vida na cidade. Mas, apesar dos jardins do Parque serem um dos maiores legados da requalificação é imperativo mantê-los e protegê-los. Tendo em conta que cidades mais antigas procuram esta recuperação, não nos podemos esquecer que o Parque ainda agora dá os primeiros passos. Para se fazer, tem que ser já! Por isso é necessário pensar em dois pólos que são importantes para que tal projecto vingue. A limpeza e manutenção e a segurança. Como zona aberta que é, torna-se forçoso que toda a manutenção que é efectuada seja complementada com a garantia de que quem usufrui deste espaço não prejudique o tamanho potencial que pode oferecer aos cidadãos. O facto de termos um espaço limpo e bem arranjado pode, perfeitamente, ser sinónimo de segurança. Temos vários exemplos no mundo onde a forma como estes dois elementos são aproveitados podem resultar em cenários completamente opostos, como é caso do Jardin du Luxembourg, em Paris e do Central Park em NY. Os chamados verts (verdes) põem em prática um dos mais avançados mecanismos de limpeza do mundo que, complementado pelas forças de segurança, torna este jardim parisiense, num paradigmático oásis da civilização. Ao passo que no Central Park os graves problemas de segurança (que, nos últimos anos, têm vindo a diminuir a um ritmo galopante) revelam-no como um antro de ruído e marginalidade. Felizmente este cenário tem vindo a esbater-se graças ao resultado da iniciativa privada na gestão municipal, mas a difícil reconversão, comprova que é extremamente mais fácil quando se trabalha de raiz. Obviamente que não podemos comparar o nosso com o Jardin du Luxembourg, mas porque é que as nossa peças do Cutileiro ou de Jorge Vieira não poderão enriquecer o espaço como as peças de Gershwin, Porter ou Kern. Porque é que um dia, não poderemos vir a ter um pedaço dos Jardins Suspensos da Bababilónia. Tudo é possível quando toca a perceber o verdadeiro valor do verde no meio da cidade. É um reflexo, um espelho de evolução, modernidade, civismo e comunidade. Onde, a arte e o lazer, se podem abraçar num ponto onde os homens se encontram. Phillipe Mathieux surpreendeu, uma das zonas mais cinzentas de Paris, ao plantar um jardim por cima do Viaduc des Arts, um sítio por onde passavam comboios. Costuma-se dizer que verdadeiro ouro da natureza é o verde. É preciso tirar proveito da juventude do Parque e vingarmos no tempo. Miguel F. Meneses
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O novo ciclo da Parque Expo SA Isaltino Morais, Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, órgão responsável pela tutela da Parque Expo, visitou o Parque numa altura em que a empresa atravessa uma fase de reestruturação. Bracinha Vieira, Presidente do Grupo Parque Expo, e o Ministro fizeram algumas alusões ao abrir de um novo ciclo.
Miguel F. Meneses
encontro foi marcado pelas intervenções do Ministro e do recém eleito Presidente do Conselho de Administração, Bracinha Vieira, que num breve discurso recordou o sucesso da Exposição Mundial, da renovação urbana e requalificação ambiental da zona. Referiu que a missão primordial da empresa será atingida bastante mais cedo do que o previsto. Falou dos novos desafios que assumem, como o facto de concentrarem mais a sua actividade em áreas que poderão apresentar vantagens competitivas, e desinvestindo naquelas que não acrescentam valor. A terminar, não deixou de fazer alusão a que se deve “gerir
O
e manter sem quebras a qualidade daquele que é o mais precioso cartão de visita deste grupo, o Parque das Nações”. Acrescentou, ainda, que terão que ser imaginativos e rigorosos, para que equipamentos como o Pavilhão Atlântico continuem a ser “âncoras decisivas deste espaço”, comprovando assim o interesse em não quebrarem o elo com a área da cultura e do lazer.
”Nem tudo está bem no Parque das Nações” “O XV Governo Constitucional é um Governo de combate ao desperdício de recursos” foram as palavras que fizeram a passagem para as intenções deste Ministério, essencialmente no que toca ao destino da Parque Expo e à sua nova gestão empresarial. O discurso referenciou a
actividade da empresa nas Sociedades POLIS, e a sua importância para a construção do futuro sustentável do país. No plano financeiro foi realçada a importância de se efectuar o “desiderato do saneamento financeiro” dado que as dificuldades do Estado não permitirão “quaisquer ajudas suplementares”. O discurso ficou, também, marcado pelo reconhecimento de uma situação em que “nem tudo está bem no Parque das Nações”. Admitiu, ainda, que a necessidade de cobrir passivos deu, “aqui e ali”, lugar à ocupação excessiva. Considerando que são justas algumas críticas feitas à ausência de transportes e de serviços urbanos “longe dos níveis de excelência”, referiu que se o Parque das Nações não pode elevar, pelos seus exclusivos meios, esta zona ao nível da exce-
A reestruturação da empresa Estas intervenções vieram confirmar o percurso que já vinha a ser preparado e que iria criar como foco de actividade do grupo: a renovação urbana e a requalificação ambiental. O projecto que nasceu como EXPO´98 termina agora com a finalização do projecto urbano.
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lência, ainda está a tempo de corrigir o que não está bem, no programa Polis. Como últimas palavras definiu-se a vocação preferencial da empresa ligada ao planeamento e desenvolvimento urbano, da renovação à animação, rentabilizando os espaços e privilegiando a constituição de parcerias privadas “que possam complementar e acrescentar valor” ao maior foco competitivo da Parque Expo.
Em relação às outras duas áreas de desenvolvimento ligadas à multimédia e à cultura e lazer, as alterações já começaram a ter lugar. O projecto NetParque irá terminar e o E-bairro será objecto de estudo de viabilização. O pólo da cultura e do lazer irá ser repensado e, provavelmente, no que diz respeito ao Atlântico e ao Oceanário, continuarão sob a tutela da Parque Expo apesar de serem geridos por outras empresas. No que diz respeito a números, apesar do passivo do Grupo face às instituições financeiras referente a 1999, ter sido de 1.330 milhões de €, cifra-se hoje em 591.4 milhões de €. A situação financeira é complicada. O estado colaborou apenas com 25% do investimento e quase 100% do crédito foi proveniente da banca representando um acréscimo de juros muito elevados. Dentro de todos estes condicionantes o processo de reestruturação do Grupo será canalizado para esta nova missão. Colocada a questão de uma possibilidade de vácuo criada pela recente reorientação e o atraso da entrada da SGU, a Parque Expo não teme que o Parque das Nações venha a ser prejudicado. Como refere João Paulo Velez, Porta Voz do Grupo, “temos sido nós que temos vindo a manter, nestes últimos anos, a gestão urbana desta zona.”
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4 | NP | ENTREVISTA
O centro das cidades É morador no Parque das Nações desde Fevereiro de 1999. Figura pública ligada à política nacional e à autarquia de Lisboa falou com o NP, na qualidade de cidadão, sobre o bairro e as suas esquinas.
Sofia Cochat-Os rio
Pensou alguma vez que poderia ser um risco vir morar para uma zona que iria ser criada de raiz? Não. Conhecia a zona como deputado eleito, na altura, da Câmara Municipal de Lisboa. Conhecia o estado degradado em que se encontrava e, eu como outros portugueses e lisboetas vimos com muita satisfação a operação de requalificação. Na altura, o que estava nos desenhos e nos projectos correspondia a um determinado padrão de qualidade, a um nível de exigência muito elevado, o que atrairia, certamente, muitos moradores a esta zona. Tratava-se de construir uma nova cidade, um modelo novo, um modelo com uma grande ligação ao rio. Algumas destas zonas, nomeadamente no norte, têm, de facto, uma concepção de qualidade e, neste quadro, a expectativa não foi frustrada. Agora, quando digo que a expectativa não foi frustada, refiro-me às zonas verdes. Não posso deixar de referir a qualidade com que todo este parque, entre a Torre Vasco da Gama e a ETAR é dotado. Quanto a isso não tenho qualquer dúvida, mas o problema é o futuro. Como é que imagina as cidades do futuro? Bem, eu não penso que exista um padrão único. Porém,
essa pergunta levanta uma questão interessante acerca de como foi concebida esta cidade. Eu creio que as cidades devem ter uma malha urbana que permita ao cidadão que exista um tecido e ele tem que estar dentro desse tecido. É muito difícil conceber um viver humano em torno da Urbe sem este apelo importante, sem uma praça, um centro, um ponto de encontro. Neste aspecto a concepção da Expo faz do centro de toda esta zona a ligação entre o Centro Comercial e a Gare do Oriente. Não existe uma praça com esplanadas, sítios onde estar, comércio, um polo de atracção, nesse prisma a Expo é idealizada como uma cidade tranquila, mas creio que falta esse polo. Penso, até, que está a ser feita de um modo que privilegia o uso do automóvel e que existe uma saturação da habitação, há construção a mais. Há uma óptica de tentar diminuir o défice o que leva a perder a perspectiva de construção da cidade, não se verificando uma cidade do futuro. Outro problema são as ligações com a outra parte da cidade. Neste momento já não é fácil sair desta zona e com o aumento do número de habitantes e de serviços e sem nenhuma possibilidade de construir mais vias a tendência é para um agravar da situação. Num outro aspecto, a Expo foi construída acreditando no sentido cívico dos mora-
ENTREVISTA | NP | 5 dores e visitantes. À partida as pessoas não estacionariam os automóveis à porta das casas, não encheriam tudo de carros. Não só os poucos serviços que existem nesta zona empanturram tudo, como aquilo que está para vir faz prever o pior. Assim como as diversas situações de abuso de estacionamento inacreditáveis, provenientes da FIL e do Pavilhão Atlântico. Para uma zona que ainda não está a um quarto de ficar preenchida, como é que estaremos quando estiver concluída. O que é que pensa sobre o facto de o ministro Isaltino Morais, no passado dia 11, ter admitido que, de facto, se verificou um certo excesso de construção, mas que será possível corrigir de alguma forma? Penso que antes do Ministro tivemos a palavra, muito autorizada, do Presidente da República, que é um frequentador desta zona, que terá sido o primeiro grande alerta. Fico satisfeito que o Ministro o tenha dito, eu penso que há tempo de se corrigir aquilo que pode ser corrigido, agora, não se pode perder mais tempo. Se toda a gente já reconhece que existe um excesso de construção e que existem problemas com a inexistência de uma praça ou duas (a norte e a sul) que poderiam ser um polo de atracção, se tem essa noção, então as medidas têm que ser imediatas. Caso não sejam imediatas, não passaram de palavras, dado o apetite devorador dos promotores imobiliários. O que está em questão é o desafio da qualidade, uma boa parte pode ser resolvida, mas só com a aplicação de medidas imediatas. Que outros problemas é que sente aqui? É inacreditável que a única escola esteja saturada, que não exista um centro de saúde, que o arbítrio da Direcção-Geral dos Transportes Terrestres impeça a CARRIS de lançar novas carreiras. É inaceitável que se o objectivo era construir a cidade de qualidade, se construísse a habitação e os escritórios e depois não tenham os serviços base que enquadram, dão respostas à saúde, educação e transportes. Pensa que o atraso da
Sociedade de Gestão Urbana (SGU) poderá ser responsável por esses problemas? Penso que sim. A Indefinição jurídica foi também responsável por isto, veio proporcionar algum desleixo por parte das entidades responsáveis, por alguns dos departamentos responsáveis. Portanto, ganhou o sector da contabilidade, perdeu o sector do urbanismo. Noutro lado, os municípios de Lisboa e Loures tinham a estrita obrigação de, há muito mais tempo, terem intervido, de tomarem as medidas necessárias. Já agora, um dos problemas que temos aqui e que possa, no futuro, dar origem a muitas situações conflituais, são certas figuras jurídicas ligadas à propriedade como o exemplo de largos, como o Largo dos Corvos, que é de propriedade privada (condomínios) mas que é de uso público. É propriedade do condomínio mas tem esplanadas e pessoas a utilizaremno. Situações como esta estão a provocar alguns problemas de responsabilidade e têm que ser resolvidas. Se o espaço é público, pode-se pedir aos moradores, por exemplo, que paguem a água, para rega ou para a alimentação de uma fonte? A Parque Expo, as entidades públicas têm que assumir as responsabilidades. Qual é que será o futuro administrativo mais viável? Um dos problemas que mais dificultam uma solução é o facto do território do Parque das Nações se inserir em dois municípios e 3 freguesias. É uma situação em que, quando há uma necessidade de concepção, de equipamentos colectivos, de gestão de toda esta zona, o facto de a associação administrativa não coincidir, torna-se um factor adicional de dificuldade. Creio que os responsáveis políticos deveriam encarar a necessidade de rapidamente resolverem o problema da única forma que me parece adequada, a criação de uma freguesia que abranja todo este território e que se insira na cidade de Lisboa. Pensa que existirá algum interesse em atrasar este processo? Não tenho conhecimento. Penso que os municípios estão com grande dificuldade em abrir mão da situação
que se traduz em sisas de muito alto valor e muito numerosas. Aliás, é bom dizer que Lisboa e Loures estão a receber muitos milhares de Euros de sisa que bem se podiam aplicar na valorização deste território. Sem tentar medir responsabilidades, terá a Parque Expo ido mais longe do que as suas funções, e as autarquias ficado pela omissão? Penso que as autarquias deveriam ter sido muitíssimo mais diligentes no assumir de responsabilidades, nessa medida cabe-lhes uma responsabilidade por omissão. Por não terem feito, por não terem proporcionado a intervenção de mecanismos. Mas, quem de facto é responsável é a Parque Expo. A Parque Expo foi, na minha opinião, a certa altura extremamente negligente. Aliás, percorrendo esta zona (norte), podemos observar que já há pequenos sinais de degradação, como por exemplo o
caso de passeios que não estão tratados. Isto revela o desleixo, que talvez seja muito português, temos muito a capacidade para deixar estragar. O que tem a dizer sobre a imagem que passa lá para fora? Existe um problema de fundo que é o facto de esta zona ter uma imagem tão consolidada de qualidade e excelência que ninguém acredita no contrário. Por isso existe uma certa relutância em dizer algo que vá contra esta ideia feita. Caso a imagem que passa lá para fora começar a ir contra essa ideia feita poderá verificar-se uma desvalorização do parque imobiliário? Os promotores imobiliários são os mais interessados em que ninguém diga o que se está a passar, e com isto respondo à sua pergunta.
Qual é o seu local favorito? Dentro da cidade existe o bairro, dentro do bairro a rua, dentro da rua o quarteirão, a zona que eu prefiro é o meu quarteirão. Gosto muito do Largo dos Corvos, mas o sítio de que eu gosto mais nesta zona, e poderá parecer uma ironia, é a mercearia do bairro. É lá que realmente se encontram os moradores no seu quotidiano, é o sítio onde os prédios se transformam em bairro, onde se cria o local de bairro. Uma mercearia de muita qualidade, com gente muito atenciosa que faz o centro do bairro. De que forma é que o cidadão comum poderá ter peso na edificação do Parque das Nações? Eu quero louvar a Associação de Moradores e todo o trabalho que têm desenvolvido, mas não quero deixar de salientar que talvez fosse importante por parte dos moradores um
maior interesse por tudo o que se passa nesta zona. Se os residentes tivessem uma maior intervenção, um maior cuidado, se não se limitassem a observar o que está mal, creio que esta cidade, tal como está construída (prédios isolados e grandes), não privilegiará fortes relações de vizinhança. Por isso estas têm que ser construídas já pelos moradores e é muito importante que isso suceda. A Associação, nisso, poderá ter um papel catalisador nessa intervenção. Tudo o que eu disse tem um sentido claro que é de contribuir para que se revitalize esta zona como uma zona de qualidade e como uma zona que possa ser um paradigma. Não considero que haja um desastre, não estamos perante uma situação irremediável, mas é sim uma situação que urge medidas muitíssimo urgentes. Por isso, o sentido é alertar para se conseguir a qualidade exigida.
6 | NP | AMCPN
Entrou em funções o Novo Conselho de Administração da Parque Expo Entrou em funções, há cerca de mês e meio, o novo Conselho de Administração da Parque Expo, presidido pelo Dr. Bracinha Vieira, ao qual desejamos muito sucesso e manifestamos, desde já, a nossa inteira disponibilidade para colaborar na resolução dos problemas com que nos defrontamos no Parque das Nações. A sua apresentação pública ocorreu no passado dia 10 de Julho, com a presença do Senhor Ministro das Cidades, Dr. Isaltino de Morais. Tendo sido convidada para a cerimónia, a Direcção da AMCPN registou com agrado que o Senhor Ministro tenha manifestado preocupação pela elevada densidade de construção que se está a verificar no Parque das Nações e, por outro, a necessidade de se resolver o problema da inexistência de transportes públicos nas zonas residências. Este é um sinal claro de que as preocupações que fizemos chegar ao Senhor Ministro foram por ele entendidas como justíssimas, o que constitui um incentivo para o desenvolvimento do nosso trabalho. Resta-nos esperar que tais preocupações manifestadas pelo Senhor Ministro tenham as esperadas consequências. Para já, predispomonos a acreditar que sim. Todavia, o tempo dirá!
Transportes
Equipamentos Escolares
A Parque Expo irá desencadear diligências junto da Carris, bem como dos Senhores Ministros das Cidades e das Obras Públicas, no sentido de, num curto prazo, ser viabilizado o licenciamento de outras carreiras de autocarros. Refira-se, a este propósito, que a AMCPN já havia, igualmente, solicitado entrevistas aos referidos Ministros, para lhes expor as nossas preocupações sobre esta questão. Daí as referências do Senhor Ministro das Cidades a este assunto, no seu discurso a que acima aludimos.
Continuam em curso as pressões sobre as entidades competentes para a resolução desta grave situação com que nos defrontamos. Mas não tenhamos ilusões. Por muito depressa que se ande, antes do ano lectivo de 2004/2005 não haverá qualquer outro equipamento escolar. Isto numa previsão optimista que nós fazemos!
Etar Foi-nos transmitido que, na sequência de reunião que haviam tido com a Administração da SINTEJO - Saneamento Integrado dos Municípios do Tejo e Trancão, SA, lhes tinha sido garantido que já estão adjudicados os trabalhos que irão eliminar as causas dos maus cheiros emanados da Etar de Beirolas, que afectam a zona norte do Parque das Nações. Espera-se que até Outubro a situação possa estar resolvida.
Reunião com a Parque Expo Após a cerimónia acima referida, teve lugar uma reunião que já estava agendada com a Provedoria da Qualidade, na qual foi efectuado um ponto de situação sobre as várias questões pendentes, de que destacamos:
Saliente-se que já tínhamos, também, escrito ao Senhor Secretário de Estado do Ambiente, pessoa que conhece bem esta situação, a solicitar-lhe medidas urgentes nesta matéria. Admite-se, pois, que isto tenha dado um contributo para este posicionamento da Administração da SINTEJO. Esperemos, pois, que o assunto seja, finalmente, resolvido.
Espera-se que no próximo ano lectivo já existam, pelo menos, alguns equipamentos privados, que ajudem a resolver o problema das classes pré-primária e primária. De qualquer modo, o que se pretende é que haja oferta de equipamentos públicos que possam dar resposta a todas as solicitações.
CTT Dada a incapacidade da Estação de Correios da Gare do Oriente para dar resposta às necessidades do Parque das Nações, situação que se vai progressivamente agravando à medida que aumenta o número de moradores e empresas domiciliadas, temos exercido pressão para a abertura de, pelo menos, mais uma Estação, na medida em que a actual não pode expandir-se. Todavia, para já, a alternativa que nos foi proposta consiste na contratação de prestação desses serviços com um comerciante que a AMCPN entendesse reunir condições para o efeito. Não sendo a solução ideal, é, todavia, uma alternativa que entendemos não dever desperdiçar. Daí que já tenhamos indicado um comerciante que se disponibilizou para prestar tal serviço, esperando-se que, muito em breve, o mesmo possa ser tornado público.
Marco de Correio na Av. Mediterrâneo Foi aceite pelos CTT a nossa proposta de instalação de um marco de correio na Av. Mediterrâneo, de forma a servir as populações e as empresas daquela zona. Espera-se que, em breve, o mesmo seja colocado.
Abrigos nas Paragens de Autocarros Finalmente, congratulamo-nos com o facto de já ter sido iniciada a colocação dos abrigos em falta nalgumas das paragens de autocarros. Por insistência nossa, foi, em primeiro lugar, colocado o da Av. da Peregrinação, junto ao Clube House, por nos parecer o de maior prioridade. Finalmente, aproveitamos para desejar a todos um excelente gozo de férias! A Direcção da AMCPN
Para futuras inscrições de sócios da AMCPN utilize o seguinte contacto: Rua Ilha dos Amores, LT. 4.39.01.C.4A Telef/Fax - 21 893 60 59
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Área Central de Serviços vendida
AMCPN ameaça bloquear escola Vasco da Gama Filipe EsmØnio
Escola Vasco da Gama foi por todos considerada uma escola modelo. Ao fim de três anos de funcionamento, a verdade é que a procura que tem é, em muito, superior à sua capacidade, e este facto tem levantado inúmeras queixas de pais residentes no Parque que, naturalmente, gostariam de ver os seus filhos cursar nesta escola de referência. Segundo dados da AMCPN (Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações), a capacidade de 500 alunos prevista para a Vasco da Gama está superada em cerca de 200 alunos. “...caso a situação não seja resolvida, através da aplicação dos critérios adoptados nos anos anteriores, por forma a atenuar (ligeiramente) o número de crianças excluídas, iremos adoptar medidas que passarão, entre outras, nomeadamente pelo bloqueamento do funcionamento da Escola.” pode-se ler em informação da AMCPN. No seu primeiro ano de actividade e por ser uma escola originariamente oriunda da Portela, desde logo os alunos da antiga Vasco da Gama seguiram rumo à nova escola. Para além
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ão quase 41 milhões de euros para a aquisição de cerca de 65 mil metros quadrados de construção na Área Central de Serviços. Fundo de Pensões do Banco de Portugal, Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral de Depósitos, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social rumam ao Parque. Estes terrenos que se encontram no “coração logístico da Expo’98 “ acabam de ser objecto de um acordo de venda numa transacção de 40.9 milhões de Euros (cerca de 8,2 milhões de contos), acordo formalizado no dia 10 de Julho. A área de construção - num total de 65.635m2 - correspondem aos lotes/parcelas 1.08.01, 1.08.02, 1.09.01 e 1.09.02 e destina-se a serviços (63.699m2), comércio (1.936m2), que irão ser desenvolvidos pelos referidos investidores. Segundo informação do Parque das Nações “dá-se um passo importante na consolidação do Centro de Negócios inerente ao Plano de Urbanização do Parque das Nações, que se estima venha a estar concluído em 2006/7”.
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disso, e segundo a mesma fonte, não foi inicialmente definida uma limitação geográfica aos alunos que se iam inscrevendo na Vasco da Gama. A AMCPN aponta assim como solução “...retirar alunos não residentes no Parque das Nações e, em simultâneo, expandir o número de alunos por turma, tendo-se para o efeito consagrado a figura do
par pedagógico (existência de dois professores na mesma sala) em alguns anos do primeiro ciclo”. Também aquela que era vista como uma escola modelo padece de afirmação no ranking escolar uma vez que está “...nos últimos 15 lugares”. A necessidade de ampliação de instalações ou da possível criação de mais escolas é por de mais evi-
dente. O Parque das Nações está apenas com 20% da população prevista, e a situação do ensino público é já manifestamente insuficiente em termos práticos para os alunos existentes. Todas as outras soluções que procurem encartar para minorar o problema poderão ajudar a curto prazo, mas serão sempre de recurso e nunca definitivas. Urge tomar decisões.
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Novos 17 mil metros Parque Expo assina quadrados de protocolo no Brasil escritórios na D. João II T erritório 1 da Metrópole Estratégica é o nome do projecto assinado entre a Parque Expo e o Estado de Pernambuco. A Zona Norte da Ilha do Recife, Porto Digital, Vila Naval, Coqueiral de Olinda e Zona Sul do Istmo de Olinda serão as principais áreas de intervenção. A « detecção, desenvolvimento e execução de projectos de promoção, renovação ou reconversão urbana, modernização de áreas e/ou infra-estruturas urbanas, concepção, desenvolvimento e instalação de equipamentos âncora de interesse público e demais actividades na área de requalificação urbana e imobiliária» são os pressupostos deste protocolo. O trabalho consistirá inicialmente numa recolha de informação, do seu tratamento e
ois novos empreendimentos para escritórios, numa área total de 17 mil metros quadrados irão ter lugar no Parque. Os promotores serão a Bouygues Imobiliária e a Parque Expo desenvolvendo este projecto na Avenida D. João II. O investimento estimado é de 50 milhões de Euros numa obra que se prevê concluída em Novembro de 2005. A Bouygues Imobiliária entrou em Portugal apenas no ano 2000 mas já desenvolveu dois projectos similares como o Edifício Fernão
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de Magalhães no Parque e o edifício BP na Rua Castilho. Pode ler-se no comunicado conjunto das empresas que «Cada piso será flexível, podendo alojar gabinetes e/ou open spaces e também ser fraccionado em várias zonas independentes. Os edifícios terão luz natural através da transparência das fachadas e da disposição de zonas translúcidas viradas para o exterior. Dispondo de 7 e 9 pisos acima do embasamento, 2 pisos no embasamento e 2 pisos abaixo do solo, permitindo um estacionamento privado de 426 lugares (...),
apresentação de conclusões a ser discutidas por ambas as entidades, com o envolvimento dos municípios de Recife e Olinda.
A internacionalização da marca Parque das Nações é um objectivo antigo que dá aqui mais um passo nesse sentido.
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Por uma causa Miguel F. Meneses
ão pessoas que dedicam o seu tempo livre por a melhoria da integração urbana dos moradores do Parque das Nações. O NP foi ao encontro das duas organizações que nasceram e cresceram da vontade do mesmo grupo de pessoas. A Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações e a Comissão Instaladora da Nossa Senhora dos Navegantes revelam a sua forma de fazer cidadania participativa.
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A Associação de Moradores do Parque O primeiro sinal de vida pela defesa da integração do Parque das Nações aparecia ainda a grande exposição não tinha arrefecido. José Moreno actual Presidente da Direcção da Associação de Moradores e o primeiro morador a instalar-se na zona de intervenção, juntou-se a mais um pequeno grupo de moradores, e as primeiras reuniões tiveram lugar. Com actividades profissionais e vidas pessoais que lhes ocupavam o dia-a-dia, foram integrando uma actividade que acabou por se revelar, numa intensidade crescente proporcional aos dossiers que começaram a surgir. De um pequeno grupo de 5 são, hoje, cerca de 25 os órgãos sociais que integram esta organização. Apesar da sua estrutura, tentam passar por cima da questão institucional e formal porque, como refere José Moreno, “este é um tipo de trabalho que precisa de ser feito em conjunto com todos, independentemente do tipo de órgão que cada um encabeça”. Depois de, recentemente se reformar, canalizou, a tempo inteiro, as suas funções de Presidente da Direcção e tem consciência de que só com muito sacrifício é que se consegue, depois do trabalho, disponibilizar ainda tempo para esta causa. Por outro lado, reconhece que o núcleo principal de trabalho não pode englobar muitas mais pessoas, devido à distribuição de tarefas e dossiers, embora considere que, num ou outro caso, fosse desejável um maior envolvimento. O importante é que, tanto a nível interno como de associados, as pessoas, quando realmente é necessário, em reuniões, abaixo-assinados, acabam, sempre, por responder.
Os moradores Todos os esforços que têm sido desenvolvidos, em prol de uma melhor qualidade de integração urbana no Parque, têm crescido sob uma forma de adaptação às circunstâncias. Os resultados desta missão têm tido um impacto positivo, como explica José Moreno, adiantando que o estatuto social dos moradores apresenta características especiais. Um certo posicionamento social, algumas ligações com o poder poderiam levar a não existir uma vocação para este tipo de organizações. O facto é que quase diariamente tem novas adesões, mesmo sem terem feito nenhum tipo de campanha desde o princípio do ano. A aceitação que obtêm junto dos organismos que exercem pressão revela-se com dignidade. “A Associação é uma instituição privilegiada, considerada e respeitada. Esta é ideia a com que ficamos seja a nível de Ministérios, Câmaras, Parque Expo e outras entidades.
Expansão e ambições Um armário, uma fotocopiadora e um computador é o material de que, neste momento, precisam para irem desenvolvendo trabalho.
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A quota anual de 14.96 € é destinada a suportar os custos da divulgação e correspondência com os associados. O facto de terem saído do espaço de que dispunham, na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes e de regressarem às reuniões “caseiras” coloca, a prazo, a necessidade de se encontrar uma resolução para esta carência: “é um problema em que temos que pensar por outra via, nunca pelo aumento das quotas. Tínhamos que ter milhares de associados com uma quota mais elevada. Nós temos um pedido de instalações feito à Parque Expo, eles é que terão que encarar essa possibilidade.” No que respeita ao futuro e a áreas de acção, a Associação de Moradores manterá o cariz que tem vindo a assumir. “Temos problemas que pensamos ter resolvidos a curto prazo, mas será sempre preciso melhorar questões como a segurança, transportes, limpeza urbana, entre outros. Existirão sempre problemas e justifica-se que exista alguém que esteja atento, alguém que vá tocar às campainhas.” A Associação de Moradores não procura transformar-se num clube, mas sim funcionar como um elemento aglutinador das forças que existem nesta zona, como o Clube Sénior, o Clube do Mar, a Casa do Gil, o Clube de Ténis, e com elas tentar coordenar, colaborar em actividades que possam enriquecer a comunidade. No meio de alguns projectos para o futuro está a ideia de um ATL que consiga ocupar o tempo dos mais novos com um rol de actividades efectuadas dentro e fora do Parque. Mas estes projectos arrancarão apenas para o próximo ano.
encontra-se no facto de se tentar evitar que se confundam entre si, mas mesmo assim, para a Associação de Moradores este projecto será sempre abraçado como um filho. Esta comissão conta com a participação de cerca de 20 pessoas que se dividem pelas diferentes áreas que foram sendo criadas. Apesar de um organigrama bem estruturado, estão abertos a todos os que queiram integrar este projecto defendendo uma forma de participação igual, versátil e isenta de obrigatoriedade. “Somos todos despidos de graus académicos, tratamo-nos como iguais, podemos ter médicos, professores universitários, administradores de grandes empresas, mas, se for preciso limpar o chão com uma esfregona, qualquer um se oferece de imediato”, como explica Joaquim Claudino. Uma das áreas que tem vindo a ser desenvolvida é a organização de eventos para angariação de fundos. Arraiais, fados e a recente Corrida do Oriente, têm não só projectado algum sucesso como têm vindo a despertar o sentido de vizinhança no Parque das Nações, sendo que muitos dos moradores já começam a estar interessados em colaborar em próximas iniciativas. A preparação de uma corrida com a duração de uma hora demorou vários meses desde a organização, angariação de patrocínios até ao fecho de contas. Dois dos responsáveis por esta corrida não integravam a Comissão e tudo o que foi vendido foi oferta de moradores, vizinhos, conhecidos que decidiram colaborar, “as pessoas respondem quando são precisas”.
O instalar de uma Igreja
A integração
A Comissão Instaladora da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes nasceu no seio do mesmo grupo que criou a Associação de Moradores. Abraçada como uma das grandes causas. Recentemente deu-se uma separação dos órgãos que, até agora, davam a cara por estes dois grupos. A razão
O encargo de mais de 1 500 € mensais da renda da loja não os assusta, mesmo sabendo que, até à data, o que vão angariando dos ofertórios, contribuições regulares e eventos fica à justa, não sabendo se conseguirão liquidar o mês seguinte. “Quando decidimos comprar a loja não tínhamos nada
assegurado, partimos do zero para as prestações mensais e há mais de um ano que nos mantemos assim. Se não se fizer fica-se com a sensação de que não se fez. A interacção com o bairro tem vindo a crescer, assim como a estrutura da comissão. Só para o primeiro ano de catequese tiveram mais de 70 alunos. A envolvência crescente levou a que algumas mães e moradoras começassem a ensinar catequese pela primeira vez. Neste momento são 5 grupos cada um com duas catequistas, “para o próximo ano vamos ter mais. São pessoas que têm fé e que quando chegaram aqui procuraram logo uma Igreja, ou até mesmo moradores sem essa vivência de fé que quiseram começar a integrar-se”, explica Suzélia Claudino. Esta catequista esclarece que estas actividades atraem algumas pessoas, “sempre que temos festas os pais vêm ajudar, a dinâmica vai crescendo e o número aumentando.” A aceitação da camada mais jovem é encarada como positiva aos olhos de Ana Margarida, filha deste casal e uma das responsáveis pela criação do coro da Igreja. “É uma questão de puxar pela imaginação em vez de ficar em frente a uma televisão. Os jovens têm muita energia e têm que a despensar. Aqui, esse processo é efectuado de uma forma muito agradável e positiva. Eles gostam de colaborar.” O Coro é exemplo desse sintoma de contágio participativo. A Ana Margarida foi convidada para animar uma festa com uma viola a este instrumento juntaram-se outros instrumentos e, de repente, o coro começava a fomentar uma presença mais activa das pessoas, naquele espaço. Quando lhes perguntam acerca do tempo que investem pela comunidade, respondem que as pessoas não precisam de ter medo, porque cada um dá o que pode. o organigrama proporciona um bom método de trabalho. A vontade é o elemento responsável pela conciliação dos tempos livres e esta causa. Para eles esta é a forma de agirem pela comunidade.
12 | NP | REPORTAGEM
HOMEM-SOL JORGE VIERA
HOMENAGEM A D. JOÃOII MANUEL ROSA
CAIS DO OLIVAL RUI SANCHES
69 HOMENS DE BESSINES FABRICE HYBERT
RIO VIVO ROLANDO SÁ NOGUEIRA
CAIS DAS NAUS ROBERTO MATTA
LAGO DAS TÁGIDES JOÃO CUTILEIRO
RIZONA ANTONY GORMLEY
CORTINA FERNANDA FRAGATEIRO
JARDIM DAS ONDAS FERNANDA FRAGATEIRO
MAR LARGO FERNANDO CONDUTO
CAMINHO DA ÁGUA RIGO
REPORTAGEM | NP |13
REFLEXO DO CÉU, NAVEGANTE SUSUMU SHINGU
CURSIVA AMY YOES
SEM TÍTULO JOÃO PEDROCROFT
BANCOS FERNANDA FRAGATEIRO
O LEGADO DA EXPO 98 É VASTO NAS SUAS OBRAS DE ARTE PÚBLICA. AS MARCAS, DEIXADAS POR INÚMEROS ARTISTAS, DESENHARAM OS CONTORNOS DO PARQUE DAS NAÇÕES. A PARQUE EXPO LANÇOU UM GUIA ONDE ESTÃO REGISTADOS ESSE TRAÇOS. ESTAS SÃO ALGUMAS DAS SUAS IMAGENS.
Fotografia: © Parque EXPO SA
CAMINHO CARSTEN HÖLLER
ONDA LUSO STEPHEN R. FRIETCH
D. CATARINA DE BRAGANÇA AUDREY FLACK
PRAÇA DO VENTUROSO PEDRO CASQUEIRO
14 | NP | NOVAS TECNOLOGIAS
... do que três Juntas não nos conhecem? Reinaldo Martins
á alguns dias, foi-me colocado o desafio: escrever algumas linhas sobre Negócio Electrónico tendo como destinatários os moradores do Parque das Nações, i.e., mais do que lançar um tema desta área era necessário enquadrá-lo com a população alvo. Na sequência, desta conversa, imediatamente um conceito surgiu: E-Comunidade. Na realidade, um qualquer projecto de comunicação e informação suportado pelas novas tecnologias, nomeadamente a Internet, tem como elemento fundamental da sua concepção o público alvo a que se destina. Qual a e-comunidade a que se destina o projecto? A e-comunidade pode estar integrada na cadeia de valor de uma empresa, sendo constituída pelos clientes ou pelos fornecedores da empresa. Pode tratar-se dos leitores de um jornal ou os moradores de um determinado lugar. O tema levou-me a navegar pelas páginas do ebairro.pt (o que é a demonstração inequívoca de um conceito onde o público alvo, a e-comunidade está perfeitamente bem definido). Ainda, não usei os serviços, mas aconselho vivamente uma visita a www.ebairro.pt. Poderá encomendar o pequeno almoço, solicitar a entrega de medicamentos em casa ou solicitar orçamentos para obras em casa. Pode, ainda aceder a directórios vários, entrei nas ‘entidades locais’ e seleccionei ‘junta de freguesia’ (tinha a certeza que não existia uma Junta de Freguesia no Parque das Nações) surgiram a Junta de Freguesia da Encarnação (?) e a Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais. Faltava a referência, pelo menos, à Junta de Freguesia de Moscavide e a Junta de Freguesia de Sacavém. Aquando, do problema das Torres da zona sul, apesar da proliferação de Juntas, não me lembro de alguma levantar a voz na defesa dos moradores. Após, ter como destino uma zona verde (com um campo de golfe) ou uma área de diversões (podia ser a nova morada da feira popular ou a construção de uma pista para karts) parece estar decidido o destino a dar aos terrenos que se encontram entre o Rio Trancão e a Ponte Vasco da Gama. Uma nova urbanização! Hoje, uma junta virtual, uma e-junta, não faria muito mais que três juntas que não nos conhecem? Independentemente, das possibilidades materiais e humanas das Juntas de Freguesia, consideramos que a Junta de Freguesia é um reduto onde as condições de vida locais são defendidas. O meu desafio é este: com o apoio da Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações e eventualmente outras entidades, não se pretende excluir ninguém, conceber um projec-
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site o Antó
aprov
16 | NP | REFLEXOS
O corpo Le plus profunde cést la peau. Paul Éluard
Verão. Estou na praia diante do mar e um pensamento atravessa-se de novo : o corpo , o nosso corpo. Reparo como as ideias são breves, como a onda do mar, e por vezes tão azuis. Pensamento, mar, corpo: lugares de tempestade e harmonia. Eis o que me ocorre: Não aceito o corpo-pecado. O corpo a preto e branco, suspeito, escondido por detrás do medo. Entristeceme o corpo-mercadoria, refém da vaidade e da sedução contínua. O corpo útil que procura o jogo e o artifício. Alegra-me o corpo-festa. O corpo destituído de pose, sem desejo de domínio. Encontro-o nas “Dançarinas Cambojanas” de Rodin, ou talvez em “ O Desprezo” de Godard (“Et mes pieds, tu les aimes?”). E o corpo-glamour da moda, da publicidade ou dos “telediscos MTV”? Que tipo de corpo é? Alguém designou essa estética de “porno-chique”. Entristece-me se for verdade - é que o mais profundo que somos, talvez esteja no nosso corpo.
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PASSEIO PELO PARQUE | NP |17
JANGADA DE ÁGUA DOCE Miguel F. Meneses
á me tinha esquecido como aquela água costumava aliviar as minhas pernas queimadas do sol de verão. Quase que faziam tsss... como um cigarro que se apaga na água. Tinha sido o primeiro a chegar o que me colocava numa situação de avanço, numa vantagem que me permitia reenquadrar-me naquele cenário dos meus 14 anos. De repente, o cheiro, a cor do mar começavam a rodopiar na minha cabeça a um ritmo que eu próprio não conseguia controlar. Estava de volta. Lembrei-me dos jogos de praia, das idas à maré e daquelas viagens que demorávamos o ano inteiro a planear como piratas de água doce que éramos. A madeira que íamos buscar ao trilho das figueiras, as velhas canas de pesca que resgataríamos da marquise do tio Raul, os mantimentos (que seriam poucos dado que éramos grandes pescadores), as marés mais baixas de Agosto, enfim, tudo era estudado ao pormenor. Seríamos os piratas do novo século rumo a Marrocos, terra dos sumos e das intermináveis ondas de surf. E durante aquele ano não pensávamos em mais nada. Nas aulas os cadernos não passavam de infindáveis páginas de desenhos, mapas que serviam de fundo a alguma da matéria que, distraídamente, íamos anotando. A um simples contacto com a água, fosse duma torneira da casa de banho ou dum chafariz, as nossas mãos adormeciam naquela viagem. E quando finalmente chegava o Verão, a primeira noite em que nos encontrávamos, era passada em claro no esforço de enganar os ponteiros do relógio. A manhã seguinte era apenas para
J
os preparativos, construção da jangada, provisões, discussão das hierarquias de comando, etc.. Na manhã da partida parecia que toda aquela excitação entrava numa contenção crescente à medida que nos íamos aproximando da Praia da Amarra. Lembro-me de que os últimos 500 metros do percurso eram os mais difíceis, pelo facto do terreno ser bastante inclinado, tornando a escalada mais pesada ainda que a própria jangada, com todos os adereços montados. Mas, em silêncio, passo a passo atingíamos o topo. E era então que uma rabanada de vento com um forte cheiro a maresia
marcava o nosso ponto de chegada e o novo ponto de partida. O vento ia-se tornando mais frio à medida que nos apercebíamos do tamanho das ondas e da profundidade do mar. Os minutos seguintes explicavamnos que ainda não era altura para assumirmos tamanho feito. Sem que esta consensual realidade nos afectasse, regressávamos atrás, provavelmente, aliviados por estarmos juntos neste adiar de planos. E, assim, ano após ano, fomos tentando, tentando e tentando... Alguns anos depois, subimos os últimos 500 metros em metade do tempo e com o dobro da
coragem. Pela primeira vez as ondas pareciam mais pequenas e o mar inofensivo. Descemos em direcção ao lado esquerdo da praia da amarra e esperámos um pouco. A maré estava tão vazia que parecia não acabar. Curiosamente esta relação com o mar revelava-se inversa ao costume: “olhas ao longe e vês mar calmo, vais ver ao perto e vês mar alto”. Não. O mar parecia mais pequeno que o mar que nós costumávamos sentir lá de cima. Foi então que parecia termos todas as condições para, finalmente, desenterrarmos e darmos uso ao mapa. E foi nessa altura que nos apercebemos de
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que aquela viagem iria ser adiada, provavelmente para sempre. A jangada já era muito pequena para nós. Tínhamos crescido. Tudo parecia mais pequeno. O sentido tinha encolhido tanto, ao ponto de ter desaparecido. Lembro-me que cada um escolheu a sua rocha para passar o resto da manhã. Não tecemos uma palavra durante todo o tempo e esperámos que a maré enchesse até não poder mais. Não posso falar pelos outros mas tenho uma forte certeza de que o vazio daquela manhã foi preenchido pela interrogação de novos rumos, novos planos, novos mapas. E é engraça-
do porque agora, passados mais de trinta anos, ao reviver tudo isto consigo sentir o cheiro das algas carregadas de salitre a secarem ao sol na maré vazia. É tão forte que quase sentimos o sal a secar-nos a garganta. Ao observar, hoje, a praia cheia de gente, com duas esplanadas tento imaginar onde é que andarão todos. Ao olhar para a minha filha a dar os primeiros passos em contacto com o areal da Praia da Amarra tento descobrir a altura exacta em que ficámos grandes demais para a jangada e de como é que teria sido aquela viagem a Marrocos.
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18 | NP | CULTURA
AGENDACULTURAL Muitos estarão de férias, mas para os que gostam da nossa capital em tempos de Verão, aqui ficam algumas sugestões para preencher as suas noites e tardes mais quentes DANÇA OBS.sessão de José Silva-Boris 30 e 31 de Julho Teatro Maria Matos 21h e 30m
6º Curso Internacional de Dança e Teatro De 19 de Agosto a 31 de Agosto Centro Cultural de Belém
PROGRAMA 1ª Semana - 19 a 24 Agosto Sala de Ensaio 10h00 - 11h30 - Movimento Contemporâneo (professor: João Cerqueira Júnior) 11h45 - 13h15 - Ballet (professor: Vladimir Petrounine) 13h30 - 15h00 - Danças Orientais e Egípcias (professor: Mohamed Elmasseri) 15h15 - 16h45 - Hip Hop (professor: Karim Barouche) 17h00 - 18h30 - Dança Espanhola (professor: Antonio Pérez) 18h45 - 20h15 Contemporary Booggie Jazz (professor: Stuart Thomas)
20h30 - 22h00 - Flamenco (professor: Antonio Pérez) 22h00 - 23h30 - Tango Argentino (professor: Claudio Villagra e Aviani Montes de Oca) Sala Teatro 11h45 - 13h15 - Teatro (professor: António Terra) Foyer do Grande Auditório 15h15 - 16h45 - Barra de Chão (professor: Marta Atayde) 17h00 - 18h30 - Tai Chi (professor: Stuart Thomas) 19h30 - 21h00 - Tango Argentino (professor: Claudio Villagra e Aviani Montes de Oca)
2ª Semana - 26 a 31 Agosto Sala de Ensaio 10h00 - 11h30 - Movimento Contemporâneo (professor: João Cerqueira Júnior) 11h45 - 13h15 - Ballet (professor: Vladimir Petrounine) 13h30 - 15h00 - Danças Orientais e Egípcias (professor: Mohamed Elmasseri) 15h15 - 16h45 - Hip Hop (professor: Karim Barouche)
17h00 - 18h30 - Tai Chi (professor: Stuart Thomas) 18h45 - 20h15 Contemporary Booggie Jazz (professor: Stuart Thomas) 20h30 - 22h00 - Flamenco (professor: Antonio Pérez) 22h00 - 23h30 - Tango Argentino (professor: Claudio Villagra e Aviani Montes de Oca) Sala Teatro 11h45 - 13h15 - Teatro (professor: António Terra) Foyer “Espaço das 7 às 9” 19h30 - 21h00 - Tango Argentino (professor: Claudio Villagra e Aviani Montes de Oca)
MÚSICA Festival de Jazz 2 de Agosto a 10 de Agosto Fundação Calouste Gulbenkian e Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão/ACARTE Sexta, dia 2 de Agosto 18h30 - Sala Polivalente John Corbett (EUA)
Conferência: “Chicago Now: Creative Music Renaissance” 21h30 - Grande Auditório Trygve Seim - Different Rivers (Noruega) Sábado, dia 3 de Agosto 15h30 - Sala Polivalente Fred Anderson/Hamid Drake (EUA) 18h30 - Auditório 2 Essência (Alemanha, Suíça, Portugal) 21h30 - Anfiteatro ao Ar Livre Chicago Underground Quartet (EUA) Domingo, dia 4 de Agosto 15h30 - Sala Polivalente Carlos Bica e Carlos Barretto (Portugal) 18h30 - Auditório 2 Jeb Bishop Trio (EUA) 21h30 - Anfiteatro ao Ar Livre The Fred Anderson Trio (EUA/ALEMANHA) Quarta, dia 7 de Agosto 17h00 - Sala de Tapeçarias Le Champ Jazzistique Lançamento do livro de Alexandre Pierrepont
(França) 18h30 - Sala Polivalente Bill Shoemaker com Músicos Britânicos (EUA/Reino Unido) Mesa Redonda 21h30 - Anfiteatro ao Ar Livre Marilyn Crispell/Mats Gustafsson/Barry Guy/Raymond Strid (Reino Unido/Suécia/EUA) Das 10h00 às 12h00 - Sala Polivalente Workshop de Contrabaixo com orientação de Ken Filiano Quinta, dia 8 de Agosto 15h30 - Sala Polivalente Jorge Lima Barreto (Portugal) Conferência: “ Perigrafias do Jazz” 18h30 - Auditório 2 Barry Guy (Reino Unido) 21h30 - Anfiteatro ao Ar Livre Paul Dunmall Octet (Reino Unido) Das 10h00 às 12h00 - Sala Polivalente Workshop de Contrabaixo com orientação de Ken Filiano Sexta, dia 9 de Agosto 15h30 - Sala Polivalente Keith Tippett (Reino Unido) 18h30 - Auditório 2 Lisbon Improvisation Players (Portugal/EUA) 21h30 - Anfiteatro ao Ar Livre Barry Guy New Orchestra (Reino Unido/EUA/Suécia/Alemanh a/Suíça) Sábado, dia 10 de Agosto 15h30 - Sala Polivalente Mats Gustafsson/Lotta Melin - “Bevllohallat Hhu/Ö” (Suécia) 18h30 - Auditório 2 Barru Guy/Evan Parker/Paul Lytton (Reino Unido) 21h30 - Anfiteatro ao Ar Livre Keith Tippett Tapestry Orchestra (Reino Unido)
Conversas de Guitarra António Chaínho 31 de Julho Centro Cultural de Belém Plateia 12.5 € - laterais 10 € 21h e 30m
Quarteto Jorge Reis 31 de Julho Centro Comercial Vasco da Gama (Beer Deck) Entrada Grátis 21 h
Yann Tiersen (Banda sonora de Amélie) e Austin 8 e 9 de Agosto Aula Magna Anfiteatro 25 € - Doutorais 30 € 22h
EXPOSIÇÕES Luís Dourdil Palácio das Galveias Entrada livre das 10 às 19h
Cartazes de Vieira da Silva Até 27 de Outubro Fundação Arpad Szènes Vieira da Silva 2ª a Sábado das 12h às 20h Domingo das 10h às 18h Encerra Terças e Feriados
Malevich e o Cinema Até 18 de Agosto Centro Cultural de Belém Todos os dias última entrada às 19h e 15m
Terra - Um Planeta Dinâmico Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva Dos 7 aos 17 e + de 65 2,5€ Adultos 5 € Terça a Sexta das 10h ás 18 h Sábados, Domingos e Feriados das 11 às 18h
TEATRO As obras completas de William Shakespeare (em 97 m) Até 28 de Agosto CineArte A Barraca Adultos 15€ Jovens e Seniores 10€ 3ªs e 4ªs às 21 h
FEIRA 39ª Feira Internacional de Artesanato da Costa do Estoril Até 1 de Setembro Praça José Teodoro dos Santos, Estoril Todos os Dias
VOX POP | NP |19
|Vox Pop| Diga-nos três locais de eleição no Parque das Nações... Marie-Reine
Ilda Almeida
João Torneiro
Maria Manuela
30 Anos Professora
51 Anos Enfermeira
36 Anos Engenheiro
36 Anos Empregada de escritório
1 - O Terreiro dos Corvos. 2 - Os jardins perto da Estátua de D. Catarina. 3 - A Passerelle do Álcool.
1 - As esplanadas. 2 - O passeio ribeirinho a montante. 3 - O C. C. Vasco da Gama.
1 - O Parque das Nações no seu todo. 2 - A Marina do Oceanário. 3 - O Parque do Tejo.
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22 | NP | DESPORTO
O. Moscavide com os grandes É grande o imbróglio que reina no andebol português. Ninguém sabe ao certo como decorrerá, quem participará e quem regerá o próximo campeonato. De um lado os clubes mais fortes da modalidade que querem criar uma Liga, onde se insere o O. Moscavide, do outro a Federação de Andebol de Portugal, que não quer ceder a organização do campeonato maior da modalidade.
Pedro Pereira
A um ano da organização do Mundial de Andebol no nosso país a Federação de Andebol de Portugal (FAP) e os principais clubes andam de candeias às avessas. As quezílias entre ambos já não são de agora, e remontam já à época transacta. Naquela que já foi considerada como uma modalidade modelo, devido à sua organização, à competitividade dos seus campeonatos, e aos brilharetes conseguidos além fronteiras, tanto pelos clubes como pela Selecção, caiu a nódoa. Ninguém se entende, todos têm razão, as movimentações são mais que muitas na procura de uma melhor posição estratégica que lhes permita arreca-
dar vantagem, e mais grave, o diálogo parece impossível devido às posições extremas que ambas as partes tomaram.
Quem contra quem?
De um lado está a Liga Profissional de Andebol (LPA), órgão que está a ser criado com o objectivo de organizar os campeonatos profissionais de andebol, um pouco à semelhança do que acontece no futebol e no basquetebol. Com um presidente já definido, José Manuel Cunha, esta propõe-se até ao dia 15 de Julho entregar à FAP os regulamentos do campeonato, para além de ter uma equipa de juristas a formalizar o pedido de reconhecimento do
Novo c onceito d e área d e s erviços
estatuto profissional, que é o que valida o direito da LPA na organização do campeonato. Conta com o apoio dos maiores clubes do andebol português, que vêem na profissionalização uma sequência lógica para o futuro deste desporto. Por isso não é de estranhar que F.C. Porto, ABC, Sporting, Águas Santas, O. Moscavide, Madeira SAD, F.C. Gaia, Belenenses, V. Setúbal, Alto do Moinho, Fafe, Ginásio do Sul e S. Bernardo tenham criado condições para que a LPA seja uma realidade. Em contraponto está a FAP, que desconfia deste organismo, e que não está disposta a abdicar dos direitos de organização da mais importante competição de clubes portuguesa. Para isso não se importa de tecer um duro braço-deferro com estas instituições, que pode mesmo passar pela exclusão destes clubes das provas nacionais, o que tornaria a Divisão de Elite uma competição pouco atractiva.
Como come ou?
Gestão de Condomínios Artigos e Produtos de Limpeza Limpezas Contabilidade Impostos Processamento de Salários Consultadoria em Gestão Análise de Dados C. C. Portela Loja 66 - 1º Piso Tel: 21 943 21 21 / 93 260 90 84 Email: condiportela@mail.telepac.pt
Este clima de instabilidade não é novidade, pois já no início da época 2001/02 vários clubes se tinham insurgido contra a FAP, principalmente por esta ter criado a Liga de Elite. Os clubes não estavam de acordo com o caderno de encargos desta, acabando por mudar o nome para I Divisão de Elite. Outro dos pontos de discórdia foi a inclusão do Boavista e do Sporting da Horta, clubes que não detinham o direito desportivo para fazer parte desta competição. O F.C. Por to (actual campeão nacional) e o ABC (vice campeão) chegaram mesmo a pedir a impugnação do campeonato por
este motivo, mas viram indeferida a pretensão.
Onde estªo as divergŒncias?
Para que a Liga possa organizar o campeonato é necessário que a Federação aprove o projecto em Assembleia Geral e a requeira (a Liga) ao Conselho Superior do Desporto. A continuidade do processo está assim nas mãos da FAP, que quer ter em seu poder toda a documentação relativa à organização da prova, e que segundo o Presidente da LPA, será entregue até ao dia 15 de Julho. Se não houver um entendimento quanto à proposta de profissionalização do andebol a apresentar ao Conselho Superior do Desporto, a modalidade pode assistir à caricata situação de os seus mais representativos clubes não poderem jogar na Liga, visto esta não ser oficialmente reconhecida. O problema é que também não poderão actuar na I Divisão de Elite porque não efectuaram as respectivas candidaturas a este campeonato.
Reac ıes
A verdade é que a situação é ainda mais complexa do que parece, pois várias tomadas de
posição de ambos os lados têm complicado ainda mais um desenlace positivo. Primeiro os clubes deram a LPA como um dado adquirido e não revalidaram a inscrição na Federação como é obrigatório para quem vai participar nos campeonatos desta. A FAP respondeu e não nomeou os clubes que detinham o direito desportivo para as competições europeias junto da Federação de Andebol Europeia (EHF), optando por outros clubes. A Federação promete ir até ao fim, ao ponto do seu Presidente, Luís Santos, referir “a Liga de Clubes não organizará coisa alguma... não cederemos a nada”. Os Clubes responderam com uma reunião com o Instituto Nacional do Desporto (IND), para a qual levaram os seus mais altos responsáveis, José Caldeira (O. Moscavide), Pinto da Costa (F.C. Porto), Dias da Cunha (Sporting), Sequeira Nunes (Belenenses) e Jorge Goes (V. Setúbal) entre outros. Como se pode ver pelos presentes a situação é séria e não está para brincadeiras. Um dos objectivos desta reunião era pedir a suspensão da utilidade pública da FAP, algo a que Manuel Brito, Presidente do IND, comentou da seguinte forma “a única medida imaginada como solução possível é um inquérito
preliminar, no âmbito do qual o IND vai solicitar à FAP respostas a determinados factos”. Manuel Brito mostrou-se disponível para mediar a situação, e revelou que “há possibilidades de entendimento. Tanto o IND como o Comité Olímpico de Portugal estão disponíveis para cooperar num entendimento, que vai desde o reconhecimento do andebol como actividade profissional à constituição da Liga”. Mediação esta que foi rejeitada por Luís Santos, que “não se rege por reuniões ou meetings, mas por regras e não se reúne com quem não cumpre o que está regulamentado”. Soluções A solução como quase sempre passa pela via do diálogo, algo que parece muito difícil de reatar em virtude das tomadas de posição já referidas. Ninguém quer ceder, e qualquer uma das partes está dependente da outra. A intervenção do IND como mediador podia ser positiva, partindo do facto que é independente mas já foi rejeitada pela Federação. É triste assistir à “guerra” que se vive entre aqueles que possivelmente mais gostam, mais percebem e mais deram à modalidade. Tanto gosto pelo andebol e ninguém o quer salvar. As intransigências não levam a lado nenhum.
DESPORTO | NP | 23
Ténis no Parque Construído para a Expo 98, o complexo desportivo que dispunha de 6 campos de ténis teve estagnado até o princípio deste ano. Jaime Caldeira professor e empresário ligado ao desenvolvimento desta modalidade apostou neste espaço e pretende, além de um espaço desportivo, um polo de atracção inspirado numa simbiose entre os clubes ingleses e brasileiros.
Filipe EsmØnio
aime Caldeira acredita na Escola que nasce na Expo. Ténis é a grande aposta, mas também o futebol está na mente deste experiente professor de ténis que pegou em Maio nas infraestruturas que ninguém queria. “A escola de ténis e a escola de futebol vão ser a menina dos nossos olhos”. Este projecto está vocacionado principalmente para os moradores, para as famílias, “o nosso conceito vai de encontro à forma de estar das pessoas que aqui habitam. Este conceito em que queremos apostar é meio british, meio brasileiro. Os pais podem vir para o clube, enquanto os filhos estão a jogar, podem estar a ler o jornal ou na esplanada, almoçar ou conversar com os amigos”.
J
O projecto Não há para Jaime Caldeira nenhum target em especial,
claro que um sítio com jovens é de salutar, mas “já temos também reformados que vêm aqui jogar, pessoas com muita saúde física que se querem manter ocupadas”. Neste projecto vão estar 3 professores em full-time e 2 em part-time. Terão aulas individuais e múltiplos serviços. Existe um tipo de aulas que é o fun ténis, que serve principalmente para pessoas que não vivem, mas que trabalham no Parque das Nações, têm hora e meia de almoço ou duas horas e em vez de irem para um restaurante podem vir aqui jogar durante esse período e depois ir novamente trabalhar. Este conceito do fun ténis já vinha do Olaias Fitness Club, onde já trabalhou. Outro serviço é, por exemplo, um professor dividido entre dois campos de ténis. O aluno paga 2 aulas e leva três. Este esquema permite dividir o aluno entre o tempo de aprendizagem com o professor, e ao mesmo tempo “bater
umas bolas com os outros alunos”. Aprende ao mesmo tempo que se diverte. Vamos lançar uma dezena de serviços muito inovadores ao nível do ténis. Como é exemplo o acordo com a Junta de Freguesia de Moscavide. Esquemas especiais para alunos, escolas e preços para todas as carteiras. Isto é só o princípio.
Objectivos e a vontade Em projectos anteriores, associou ao ténis outros desportos e entretenimentos como circuitos de bowling, descidas de rio, jogos de futebol. Actividades extra Ténis. “Aqui já desenvolvemos uma acção para 350 miúdos de ténis escolar com os professores das escolas básicas de Moscavide em grupos de 60 alunos. Acções de captação de novos talentos entre alunos menos favorecidos”. É um projecto piloto em colaboração com a Junta de
Moscavide e o Núcleo de Ténis da Junta de Moscavide abrindo portas para os que têm menos dinheiro. “Não vamos fechar as portas às pessoas mais carenciadas. Queremos jogos inter-freguesias e inter-escolas. Faremos aulas gratuitas pelo menos 4 vezes ano e aulas a preços mais acessíveis. Queremos alargar este projecto a outras freguesias como os Olivais, Sacavém, Bobadela, entre outros. Estamos a falar de muitas centenas de jovens”. O ténis está crescer muito a nível nacional. A maior parte dos clubes têm menos de 10 anos. “Ainda falta alguma qualidade porque não há técnicos, meios e cultura tenística. O topo do projecto vai ser integrado por jovens que queiram treinar efectivamente, jogar em torneios nacionais e internacionais. Este projecto engloba situações muito importantes à parte do ensino, como eventos internacionais que queremos organizar, etapas de circuitos satélites, ou torneios chamados
futures, com prémios de 10 mil dólares em que os melhores 300 do Mundo vêm jogar, e também fazer torneios de senhoras”. “Queremos também torneios sociais com dimensão social grande, por exemplo um torneio patrocinado por uma marca de automóveis para aparecer em revistas. Mas para já o prioritário é arrancar em força para que tudo isto seja possível”. Jaime Caldeira, que já desenvolveu projectos similares em Leiria, diz que “as coisas cresceram e, em 1990 em Leiria havia 26 praticantes e agora existem três clubes. Quando lá cheguei ninguém ligava, depois quando viram o clube de ténis é que ficaram assustados. Há mais de 50 profissionais”. Na vertente social pretendemos canalizar sinergias com outros campos. Por exemplo, num torneio internacional, uns jogam num lado e outros treinam noutro. No futebol não pretendem ter clube, por uma questão de
estratégia, “a competição no futebol a partir de um certo nível tem um certo tipo de ambiente. Vamos ter só as escolas até aos 14 anos, como têm as fute-escolas, e alugueres de campo”. “Uma das minhas grandes prioridades ao iluminar os campos é tê-los ocupados até à meia-noite, e ao mesmo tempo, as pessoas poderem vir até às esplanadas a seguir ao jantar pois, curiosamente, o vento abranda e fica uma temperatura amena”. Mas o vento aqui faz-se sentir de uma forma evidente para quem pratica ténis, “sim, já tivemos reuniões com técnicos que dizem que tem de se partir o vento ou driblá-lo com árvores e arbustos. “Isto esteve 4 anos para ser reactivado, esta é a grande questão. Mas existe um lado positivo da Expo, é que mais de 250 pessoas são frequentadoras dos campos de ténis. Temos de ter uma perspectiva construtiva e firme. Temos de ir para a frente. Isto não pode parar”.
24 | NP | PUBLICIDADE