Edição 06

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Distribuição gratuita

ANO 1 - NR.6 - BIMESTRAL - OUTUBRO 02 - DIRECTOR: MIGUEL FERRO MENESES

PÁG.4

OCEANÁRIO AS FACES

ENTREVISTA COM

DAVID LOPES

REPORTAGEM

PAG.9

DORMINDO COM OS TUBARÕES

PARQUE BIPARTIDO PÁG. 3

FREGUESIA DO ORIENTE PÁG. 7

PORTELA 219430849

MOSCAVIDE 219440680

SACAVÉM 219410013/9575


2 | NP | EDITORIAL

noticiasparque@netcabo.pt 219456514

Terra de quem?

FichaTécnica Director: Miguel Ferro Meneses Director Adjunto: Filipe Esménio Chefe de Redacção: Sofia Cochat-Osório Redacção: Mariana Gasalho, Pedro Pereira, Raquel Guimarães, Tiago Reis Santos, (Colaborações) Bruno Abreu, Luís Cardoso, J. Wengorovius, Reinaldo Martins Fotografia: Miguel Ferro Meneses Direcção Comercial: Luis Bendada Ilustrações: Bruno Bengala Projecto Gráfico: Tiago Fiel Produção: Imaginarte Impressão: Imprejornal Tiragem: 5000 Exemplares Proprietário: Imaginarte; F. Esménio CO:202 206 700 Sede: Rua Júlio Dinis nº. 6 1º Dto. 2685-215 PORTELA LRS Nr. de Registo ICS -123 919

rio corria como todos os rios, nas margens foram feitas lixeiras, por cima das lixeiras construída uma exposição, por cima da exposição imaginou-se uma cidade, essa visão atraiu pessoas de todo lado que a escolheram para viver, trabalhar e constituir família. À medida que foi ficando preenchida as pessoas sentaram-se à beira do rio à espera que ele lhes trouxesse um nome para a cidade. Depois de celebrarmos um ano de existência no Parque das Nações não poderia deixar passar o facto de este período se ter caracterizado por uma procura de uma identidade territorial e administrativa. Durante três anos foi pensada, estudada, criada uma entidade que, dividida em três partes, iria gerir este espaço. A luta contra o tempo numa antecipação da conclusão da edificação da zona veio, por um lado, conseguir que o Parque se torne habitável mais cedo para os moradores e trabalhadores, mas potencializou a uma escala maior todos os incómodos que normalmente resultam destes processos urbanísticos. No fim pode-se dizer que gerou um certo incómodo confortável. Por outro lado, a forma rápida como está a emergir esta pequena cidade à beira rio desenha, de forma inequívoca uma unidade territorial com contornos geográficos cada vez mais vincados. Temos uma zona norte e uma zona sul separadas por um centro que escoa milhares de pessoas que escolhem este espaço pelas mais diversas razões. Se esta tão jovem cidade já suporta tamanha vida quem é que será o responsável que está por de trás de tão difícil tarefa de gestão? A Parque Expo já estendeu demais as suas competências e capacidades. A solo tentou responder aos primeiros sintomas de urbanismo. Ora, neste momento, o Grupo vai ser afastado da gestão desta zona. Se já era urgente aparecer uma entidade que assumisse o futuro da zona, agora é muito mais. É vital para a credibilidade e funcionamento de uma área como esta existir alguém que dê a cara, que apresente coordenadas, que assuma posições. O Parque precisa de uma linha de orientação e só depois é que será possível assentar nas margens do rio e florescer de uma forma saudável. Estamos a falar de questões que ultrapassam a sinalética, saneamento, tráfego e arranjos exteriores. Estamos a falar de parâmetros sociais e comunitários. Na cidade de Nova Iorque existe a chamada Linha da Qualidade onde os cidadãos estão possibilitados de comunicar, chamar a atenção para todas as violações de qualidade que diariamente são confrontados. Caso essa linha existisse, no Parque das Nações, quem é que receberia a chamada? A tão reconhecida viragem de NY conseguiu-se não só, pela rigidez com que se alteraou o modo de gestão da cidade, mas muito pela abertura social que foi instalada. Procurou-se sair dos escritórios, das esquadras, ir ao encontro do cidadão, do gestor privado, e descobrir o que, afinal, estava mal, incentivando a participação de todos. É urgente para a sanidade do futuro do Parque das Nações encontrar uma identidade territorial e administrativa. As pessoas que escolheram esta nova cidade têm que saber em que terra estão.

O

Miguel F. Meneses


ACTUAL | NP | 3

Parque das Nações bipartido Uma reunião que supostamente iria dar mais um passo para o avanço da SGU (Sociedade de Gestão Urbana) acabou por surpreender o futuro da Gestão Urbana do Parque das Nações. De uma tripartida passou-se para uma gestão urbana feita por Lisboa e Loures deixando a Parque Expo de fora.

Miguel Meneses

“A Gestão Urbana da Parque Expo vai passar para a responsabilidade dos Municípios de Lisboa e Loures já a partir de 1 de Janeiro de 2003, o que implica a não constituição da Sociedade tripartida, SGU”, pode ler-se no comunicado da Câmara Municipal de Lisboa. Numa altura em que se pensava que a tão esperada tripartida se apresentava na iminência de arrancar, tudo indica que não vai sequer entrar em funções. O parecer do Tribunal de Contas pedido pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Pedro Santana Lopes, era a peça que faltava. No entanto a autarquia optou por uma bipartida. Todo o processo de constituição da SGU decorreu com alguns atrasos, mesmo assim, esta opção de gestão urbana, era considerada pela maioria das partes como a solução mais evidente para o futuro do Parque das Nações. 2010 seria o ano em que os dois municípios assumiriam, na totalidade, a gestão do espaço. Esse período seria transitório procurando assegurar os padrões de qualidade da recém criada área urbana.

Lisboa opta por bipartida Não se pode dizer que esta decisão da Câmara Municipal de Lisboa fosse recebida sem surpresas no Parque das Nações e por Loures. A proposta é apresentada pelo Presidente do Município, Pedro Santana Lopes, e até ao momento não são conhecidos os grandes fundamentos que levam a esta alteração de planos. Publicamente foi apenas referido que “os contratos de prestação de serviços já feitos pela Parque Expo para a ges-

tão urbana da zona vigorarão por isso até ao final deste ano”, foi adiantado, também, que haverá um período transitório de dois meses onde a Parque Expo acompanhará o processo inicial de gestão urbana. Apesar de na altura não ter existido um comunicado oficial da parte de Loures, o Presidente da Câmara, Carlos Teixeira revelou ao NP que apesar da autarquia cumprir sempre os seus contratos, compreende estas alterações, embora não fundamentadas por Lisboa. Adiantou ainda que não percebe porque é que se demorou tanto tempo para se chegar a esta posição. Dado que a Parque Expo não integrará a Gestão Urbana do Parque das Nações, entende que se terá de rever a quantia que está prevista ser entregue a este grupo. Na sua opinião esta entidade é uma empresa urbanística e “em Loures todos estas empresas são responsáveis pela edificação das infra-estruturas”.

Parque Expo assume posição João Paulo Velez, porta voz do grupo, assume que a decisão da Câmara Municipal de Lisboa não era esperada. Apesar de referir que a decisão foi aceite, não deixa de realçar que existia um empenho na SGU. Como a solução da tripartida acabou por não ser a opção, a Parque Expo espera que sejam criadas as condições para que seja mantida a qualidade de gestão urbana que tem vindo a ser desenvolvida até ao momento. Num outro ponto, o Grupo iniciará a sua transferência de competências mas afirma que terá que receber a quantia correspondente ao valor do investimento efectuado nas infra-estruturas locais.

Moradores aguardam esclarecimentos Apesar de não querer fazer futurologia a AMCPN vê com alguma apreensão o futuro deste espaço. Como explica Rodrigues Moreno , Presidente da Direcção da Associação de Moradores, “nós conhecemos as dificuldades e o padrão elevado de qualidade que este espaço é suposto ter.” Não defendendo que esta zona seja vista como um mundo à parte tem noção de que o Parque foi idealizado de maneira diferente e que é acolhido por milhares de pessoas. Esta nova posição vem modificar, de certa maneira, a forma a que estavam habituados de resolver os problemas inerentes àquela zona. Por outro lado acrescentam que ainda só têm a posição de Lisboa e que desconhecem os principais fundamentos, “para esta manutenção foi pensada a criação da SGU que já tinha forma legal, contratual e administradores nomeados.” Numa posição de expectativa aguardam uma posição mais clara e até lá acreditam que a criação da SGU deveria seguir em frente. “Não dizemos que esta posição possa ser boa ou má, até pode ser que traga benefícios para o Parque. Nós é que desconhecemos as razões.” Culminando, adiantam que a criação de uma freguesia vai acabar por ser feita porque há uma forte determinação por parte das pessoas e porque, também, é o mais lógico. Sublinhando que ainda não foram recebidos pelas autarquias acreditam na continuação do seu trabalho e na vantagem de um diálogo mais próximo e esclarecedor.


4 | NP | ENTREVISTA

O Oceanário de Lisboa no Mundo O Oceanário de Lisboa passou os 7.000.000 de visitantes e conseguiu, no mês de Agosto, a melhor afluência desde a sua abertura ao público. David Lopes administrador da Parque Expo, em entrevista ao NP, falou sobre os objectivos e posição no mundo do maior aquário da Europa.

Miguel Meneses

Mais de 7.000.000 visitantes. Eram estas as expectativas para os quatro anos do pósExpo? 7.000.000 de visitantes é extraordinário, mesmo comparando com outros países como os EUA. Na altura não tínhamos ideia do que se iria passar, tivemos 1.200.000 visi-

tantes logo a seguir à Expo. Este ano tivemos um indicador que nos animou bastante: 192.000 pessoas durante o mês de Agosto. O aquário de Osaka recebeu nos primeiros 5 anos 20 milhões de visitas. Quando se percebe o mercado e se faz o racio esta comparação com Osaka revela um número fantástico. Temos o exemplo comparativo de Barcelona em que o número de visitas é muito idêntico ao nosso. Nós estamos convencidos de que o número revela o apreço que os visitantes lhe atribuem. O Oceanário de Lisboa foi considerado, por uma das maiores autoridades nesta matéria, que é o segundo ou terceiro melhor aquário do mundo, sendo que o primeiro é o Aquário de Monterey Bay nos EUA. O Oceanário tem um projecto científico fortíssimo e é por essa razão que em finais de 98 é considerado pela revista Time como um dos 7 projectos científicos mais importantes do mundo. Este é um espaço educativo, de aprendizagem e sensibilização à temática dos oceanos. Temos uma das menores taxas de morte de espécies, os animais vivem com grande qualidade. Neste momento a equipa é 100% portuguesa, somos capazes de exportar tecnologia o que é raro em Portugal. Quais é que são os principais objectivos? O Oceanário nasce com a ideia de que é preciso entender que só existe um oceano, e a massa de água está toda ligada e aquilo que nós façamos aqui terá repercussões a nível global, esta é a mensagem mais forte. Os oceanos, a água são o bem mais escasso e valioso do planeta. Os oceanos são património comum temos que ser todos responsáveis por eles.

Em segundo lugar é a mensagem educativa e pedagógica e em terceiro a componente de entretenimento que é indispensável. Os americanos têm neste momento o conceito de “edutertainement” que resulta numa maneira mais apelativa de ensinar e aprender. Nós fazemos do processo de aprendizagem um processo de prazer. Para alguns o Oceanário é um motivo de reflexão. É como uma espécie de paragem no tempo, é um alimento para o cérebro mas também para a alma. É um espaço onde podemos encontrar uma vida diferente todos dias, ou porque nascem novas espécies ou novas relações. Não é possível fazer duas visitas iguais no Oceanário. O futuro? O que estamos a fazer é abrir este espaço à sociedade. Criar um espaço aberto, cultural, onde as pessoas possam encontrar, numa das suas salas, uma exposição que não esteja necessariamente ligada à temática dos oceanos e que seja um motivo que as leve a um sítio que é um ícone em Lisboa. Vamos desenvolver um conjunto de programas específicos para crianças, jovens empresas, idosos, criar condições de acesso para que ninguém fique de fora. E mesmo para aqueles que não têm capacidade de adquirir um bilhete o possam fazer integrados num programa apoiado pelo Estado e por nós. O Osaka Aquarium foi construído pelo mesmo arquitecto, numa zona em que não existiam mais do que aterros sanitários e neste momento milhões de pessoas voam todos os anos para esta cidade apenas para verem este gigante. Poderia o Oceanário ser a grande marca das rotas a Lisboa, ou a Portugal? Irmos pela Europa fora só com


ENTREVISTA | NP | 5

o Oceanário de Lisboa parecenos um esforço meritório mas pesado. O que queremos é que vá sempre como um cartão de visita da cidade Lisboa. Somos mais um motivo para que a nossa cidade seja colocada nas rotas turísticas de todo o mundo. O que estamos a fazer é uma divulgação cirúrgica onde, por exemplo, aproveitamos as rotas da TAP para a exibição de filmes nossos a bordo, utilizamos todos os meios para chegarmos aos turistas que visitam Lisboa. Temos acordos com a Associação de Turismo de Lisboa, que nos diz que o Oceanário já é o segundo equipamento mais visitado por turistas estrangeiros. Isto para nós é um grande motivo de orgulho, por isso temos que o tornar ainda mais visível, como é o exemplo de termos preparado, estes anos, uma acção com a RTP Internacional para que os emigrantes portugueses tenham o Oceanário presente

quando preparam as suas visitas a Portugal. Quem é que visita hoje o Oceanário? Durante a semana muitas escolas, turistas estrangeiros. Temos também as convenções, seminários e alguns portugueses em férias. Aos fins de semana somos visitados essencialmente por famílias portuguesas. O Oceanário é a âncora. Temos o Atlântico, a FIL, o Vasco da Gama, um mundo de entretenimento e de lazer, de referência. O Parque das Nações passou a ser o destino preferencial ao fim-de-semana. A Parque Expo procurou sempre motivar e criar condições para que os grandes eventos aconteçam cá, numa tentativa de evitar o vazio e o deserto. Houve necessidade de começar a criar animação de cidade para dar confiança aos investidores públicos e privados de que, este espaço, ia ter vida no futuro. Queremos criar todas as condições para que alguém

faça, não é por acaso que as empresas, as televisões, agências de publicidade, entre outros, escolhem este espaço. Então e a nova missão da Parque Expo? Na possibilidade de uma privatização do Oceanário ou do Atlântico não se correrá o risco de inviabilizar o que foi conseguido até hoje? Esse é um aspecto muito importante e sensível. A palavra privatização é uma palavra algo grotesca neste contexto. Porquê? Num ponto de vista meramente económico-financeiro um activo, como este, vale não por aquilo que custou mas por aquilo que o mercado der por ele. É como um carro, compramos um novo e ao fim de 3 anos nunca o vamos vender pelo preço que nos custou. No caso do Oceanário não existe um mercado de privados em Portugal com dimensão ou interesse em comprar um activo que

não é possível rentabilizar na perspectiva da sua aquisição. Já não falando do seu enorme simbolismo. Agora é sempre possível, e não é só aqui, como é exemplo no caso dos hospitais, tratarmos da nossa saúde e da dos nossos filhos, em espaços que são geridos por profissionais de saúde. A privatização será benéfica? É como em tudo. As nossas companhias de telemóveis são privadas, quando há concorrência o consumidor tende sempre em ser beneficiado. Tudo isto tem muito a haver com a maturidade dos processos, do país, ciclo político, meio empresarial daquela área. Nós temos um mandato que nos foi dado pelo governo, melhorar e tornar mais rentável o Oceanário. Não me cabe a mim, nem a este conselho de administração poder pensar que poderá ser privatizada a sua gestão. No dia em que assim for entendido só posso pensar que será para

melhor, outro cenário seria inaceitável. Como é que o Oceanário de Lisboa é visto pelo mundo? Somos um membro activo dos conselhos e conferências internacionais. Estamos a liderar uma série de grupos de trabalho a nível europeu com os nossos técnicos e fazemos parte da grande rede internacional de aquários em todo o mundo. Que tipo de cooperação é que existe? Discutem-se questões comerciais, intercâmbio de exposições, expansão dos aquários. De 7 em 7 anos é possível receber espécies novas. Andamos convencidos que será possível receber uma manta que vai ser com certeza um momento de grande grandiosidade. Discutem-se, também, questões relacionadas com o life support system, matéria onde o Oceanário é um dos mais avançados do mundo. Fomos os únicos a

conseguir que as lontras se reproduzissem com sucesso. Temos cerca de 30 elementos na equipa, um número considerável pelo facto de estarmos a funcionar 24 horas por dia. É extremamente difícil viver-se apenas das bilheteiras... Não recebemos apoios oficiais. Temos vivido das receitas das bilheteiras e dos nossos mecenas. Hoje temos um único mecenas, o Banco Atlântico, o qual eu não posso deixar de mencionar e de elogiar pelo facto de perceber a nossa missão e de contribuir com um valor substantivo todos os anos. Agora, é preciso ter um grande dinamismo. Expansão? Para existir, o accionista terá que concordar com ela a cem por cento. Terá que ser num cenário credível de sustentabilidade económica financeira. Está pensado mas não é para já.


6 | NP | AMCPN

Caros associados, moradores, comerciantes , amigos e visitantes do Parque das Nações: Fomos, recentemente, surpreendidos com uma Nota da Câmara Municipal de Lisboa, dirigida à Comunicação Social, dando conta de que, a partir de 1 de Janeiro de 2003, as Câmaras Municipais de Lisboa e Loures assumirão, directamente, a gestão urbana do Parque das Nações, colocando, assim, um ponto final no projecto da SGU, decisão com a qual não nos conformamos e que mereceu a nossa imediata resposta. Para conhecimento, se transcreve a Nota que a AMCPN enviou à Comunicação Social sobre o assunto, a qual foi amplamente divulgada. Foram, igualmente, solicitadas reuniões às várias entidades com responsabilidade directa nesta matéria, bem como a Sua Excelência o Senhor Presidente da República, algumas das quais já se encontram agendadas. Dos resultados de tais diligências daremos conhecimento aos associados e ao público em geral.

GESTÃO URBANA DO PARQUE DAS NAÇÕES “1. Após ter sido aprovada legislação específica sobre a gestão

do às questões específicas do Parque das Nações, que justificam

urbana do Parque das Nações, que consagrou que a mesma iria ser

mesmo a existência de um Jornal que delas trata em exclusivo

assegurada, pelo menos, até 2010 por uma empresa tripartida, a

(Notícias do Parque) traduzidas, por um lado, na existência de equi-

constituír pelas Câmaras de Lisboa e Loures e pela Parque Expo e de

pamentos próprios e autónomos, que exigem uma gestão muito

terem sido dados passos contratuais para a criação de tal entidade

qualificada, de que são exemplo a Galeria Técnica, a climatização e

desde o ano transacto, que levaram, nomeadamente, à nomeação

a recolha de resíduos sólidos e, por outro, a dispersão do território

dos respectivos representantes municipais no Conselho de

por três freguesias (Santa Maria dos Olivais, Moscavide e Sacavém)

Administração da referida sociedade, denominada de Sociedade de

e dois concelhos (Lisboa e Loures), nunca nos manifestámos contra

Gestão Urbana, sem que nada o fizesse prever, foi esta Associação

a sua constituição, pelo contrário encaráva-mo-lo favoravelmente.

confrontada com notícias na Comunicação Social, de acordo com as quais, por decisão dos Presidentes das Câmaras Municipais respec-

3. Com efeito, dadas as referidas especifidades do Parque das

tivas, tal projecto terá sido abandonado, passando, a partir de 1 de

Nações, que são um claro entrave a uma gestão urbana equilibrada

Janeiro de 2003, a gestão do espaço em causa para a responsabili-

e de qualidade que não seja decidida e orientada sob uma direcção

dade das aludidas autarquias, nas áreas que lhes pertencem.

única, afigurou-se-nos que, sendo a criação da referida entidade uma solução a prazo, para ultrapassar tais dificuldades e rasgar o

2. Apesar de sempre se ter entendido que a constituição de tal

caminho de entrada de um poder autárquico legitimado pelo voto

Petição freguesia do Oriente

sociedade contrariava o princípio municipalista que enforma a

dos residentes, esta solução seria equilibrada e desejável. E até que

organização territorial e administrativa do nosso país, profunda-

as Câmaras Municipais nos demostrem que a solução intempestiva

contacte a AMCPN

mente arreigado no espírito das populações, segundo o qual a ges-

e inesperada de abortar tal projecto é, neste momento e apesar de

tão autárquica deverá ser assegurada por representantes dos muní-

tudo, a que melhor serve os interesses do Parque das Nações man-

cipes democraticamente sufragados em processo eleitoral, atenden-

temos a nossa posição favorável à entrada em actividade, quanto antes, da Sociedade de Gestão Urbana. Esta Associação, bem como os milhares de moradores e os comerciantes do Parque das Nações não podem deixar de lamentar que tenham tido conhecimento de decisões que se projectam sobre o seu quotidiano através da comunicação social, sem que nunca tenham sido ouvidos sobre o assunto. 4. Finalmente, esclarece-se que reiterámos a nossa disponibilidade já tantas vezes manifestada junto dos Presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa e Loures e demais autarcas, na busca das melhores soluções para a gestão urbana do Parque das Nações. Convém notar que consideramos primordial e urgente encontrar uma saída que não prolongue um estado de coisas que apenas conduzirá ao acentuar das indefinições que, inexoravelmente, abrem caminho à degradação.”

Para futuras inscrições de sócios da AMCPN utilize o seguinte contacto: Rua Ilha dos Amores, LT. 4.39.01.C.4A Telef/Fax - 21 893 60 59


ACTUAL | NP | 7

Parque quer ser freguesia do «Oriente» Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações vai encabeçar uma petição com o objectivo de criar uma nova freguesia no concelho de Lisboa que englobe toda a área conhecida como Parque das Nações. Que a chamada Zona de Intervenção da Expo, vulgo Parque das Nações, tem uma identidade própria ninguém tem dúvidas, a grande dúvida será o seu futuro administrativo. A extinção da nunca existente Sociedade de Gestão Urbana parece que abriu portas a todas as discussões que a SGU escondia no seu seio. Como se pode ler no comunicado da Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações: « (...) Foi planeada de forma integrada como uma grande operação de recuperação e requalificação urbana, abrangendo uma área bem delimitada: Nascente o Rio Tejo, a Poente a Linha de caminho-de-ferro do Norte, a Norte a foz do Rio Trancão e a Sul Avenida Infante D. Henrique. A operação urbanística envolveu a realização de infraestruturas comuns, de que são exemplos, entre outros, a construção de uma galeria técnica, a criação de um sistema central de frio e calor, o sistema integrado de recolha de lixo e a instalação de uma rede de comunicações e de televisão própria.» O Parque tem vida própria está organizado

Parques para o Parque

A

de forma perfeitamente distinta das freguesias que o abarcam, Olivais, Moscavide e Sacavém. Existe efectivamente, «...um sentimento de coesão e pertença a uma comunidade...» como se pode ler no mesmo comunicado. O comunicado diz ainda que « (...) a Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações decidiu iniciar nesta data o processo de recolha de assinaturas, no sentido de apresentar à Assembleia da República uma petição para a criação, no concelho de Lisboa, de uma freguesia, designada “Oriente”, abrangendo todo o actual território do Parque das Nações». Segundo a AMCPN a petição está a ter uma adesão muito positiva.

estacionamento é uma das grandes pechas do Parque. De Norte a Sul os condutores vêem-se em apuros para estacionar nas zonas de maior movimento quer de forma legal ou até, por vezes, ilegal. A criação de mais parques de estacionamento é urgente, o Parque continua em crescimento, o número de visitantes não decresce, a procura nocturna do espaço continua e as soluções tardam em chegar. Independentemente de quem venha a assumir a gestão do espaço, esta será uma das prioridades que não pode

O

ficar à espera de decisões «bi ou tri partidas». São precisos mais parques já. Levanta-se ainda a questão quanto à legalidade dos parquímetros, para José Manuel Domingues, Presidente do Conselho de Administração da Loures Parque, duas questões se levantam, a sinalética horizontal não estar homologada e a delegação de competências das autarquias no Parque das Nações para realizar esta fiscalização na via pública. Afirma ainda que em breve, consensos deverão imperar nesta matéria sensível que a todos diz respeito.

Por seu turno, em resposta a estas dúvidas, o Parque das Nações afirma que «os parquímetros são absolutamente legais tendo a sua colocação sido decidida e executada pela Parque Expo que à data era a entidade com plenos poderes de gestão urbana na área do Parque das Nações». «Os parquímetros serão transferidos para a(s) entidade(s) que venha(m) a assegurar a gestão urbana do Parque das Nações, as quais poderão vir a optar pela exploração directa ou por uma concessão a terceiros».

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8 | NP | BREVES

Novos 17 mil metros Parque Expo assina quadrados de escritórios protocolo no Brasil na D. João II erritório 1 da Metrópole Estratégica é o nome do projecto assinado entre a Parque Expo e o Estado de Pernambuco. A Zona Norte da Ilha do Recife, Porto Digital, Vila Naval, Coqueiral de Olinda e Zona Sul do Istmo de Olinda serão as principais áreas de intervenção. A « detecção, desenvolvimento e execução de projectos de promoção, renovação ou reconversão urbana, modernização de áreas e/ou infraestruturas urbanas, concepção, desenvolvimento e instalação de equipamentos âncora de interesse público e demais actividades na área de requalificação urbana e imobiliária» são os pressupostos deste protocolo. O trabalho consistirá inicialmente numa recolha de informação, do seu tratamento e apresentação de conclusões a ser discutidas por ambas as entidades, com o envolvimento dos municípios de Recife e Olinda. A internacionalização da marca Parque das Nações é um objectivo antigo que dá aqui mais um passo nesse sentido.

T

ois novos empreendimentos para escritórios, numa área total de 17 mil metros quadrados irão ter lugar no Parque. Os promotores serão a Bouygues Imobiliária e a Parque Expo desenvolvendo este projecto na Avenida D. João II. O investimento estimado é de 50 milhões de Euros numa obra que se prevê concluída em Novembro de 2005. A Bouygues Imobiliária entrou em Portugal apenas no ano 2000 mas já desenvolveu dois projectos similares como o Edifício Fernão de

D

Magalhães no Parque e o edifício BP na Rua Castilho. Pode ler-se no comunicado conjunto das empresas que «Cada piso será flexível, podendo alojar gabinetes e/ou open spaces e também ser fraccionado em várias zonas independentes. Os edifícios terão luz natural através da transparência das fachadas e da disposição de zonas translúcidas viradas para o exterior. Dispondo de 7 e 9 pisos acima do embasamento, 2 pisos no embasamento e 2 pisos abaixo do solo, permitindo um estacionamento privado de 426 lugares(...)»


REPORTAGEM | NP | 9

DESPERTAR COM OS TUBARร ES Reportagem no Oceanรกrio


10 | NP | REPORTAGEM

Despertar com os tubarões Mariana Gasalho

"Dormindo com os Tubarões" é a nova aposta do Oceanário de Lisboa. Um novo conceito de actividades lúdico-pedagógicas destinado a crianças de idades compreendidas entre os seis e os 12 anos. Uma aposta ganha a avaliar pelo sorriso destes petizes. O Oceanário concretizou assim o sonho de muitas crianças. O sonho de conhecer o fundo dos mares e mais concretamente, conhecer de perto os temíveis tubarões. Trata-se de um programa desenvolvido pelo Atelier dos Oceanos que consiste em sensibilizar os mais pequenos na conservação dos Oceanos e suas espécies marinhas. O conceito inovador deste programa baseia-se numa aproximação real entre os mais novos e a grandiosidade do meio oceânico, proporcionado deste modo um maior envolvimento e contacto com a Natureza Aquática. É que este programa inclui a passagem da noite junto ao tanque central onde um grupo de 15 crianças instalam os seus sacos cama e dormem sob o olhar das mais variadas espécies marinhas. Pouco antes das 20 horas os pais despedem-se dos seus pequenos. Mas a ansiedade destes é tanta que quase não há tempo para beijinhos. Sempre bem acompanhados por uma equipa de biólogos marinhos o grupo ouve atentamente as regras de segurança e alguns conselhos dados pelos educadores… conselhos estes nem sempre respeitados pelos mais reguilas! Segue-se a visita às galerias do Oceanário e a montagem

do acampamento numa das alas panorâmicas em frente ao Oceano Global. Com tanto espaço livre os mais curiosos preferiram ficar mais apertados só pelo prazer de estar quase colado ao vidro do Aquário. "Olha um tubarão tigre!" gritou Tomás para os colegas que ainda se instalavam. Quando tudo já estava a postos, as crianças seguiram para uma aula de actividades educativas. Luís, um dos educadores marinhos, começa por perguntar o nome e idade de cada um destes jovens exploradores. A pequena Patrícia e o Rodrigo destacam-se pelos seus 6 anos e Duarte pelas suas constantes intervenções! A aula começa com uma apresentação elucidativa sobre os impetuosos predadores, afinal é este o tema central do programa. As crianças mergulham no fantástico mundo marinho e descobrem de um modo divertido e educativo o quão eles são importantes para a conservação destes animais. Entre outras coisas, os pequenos aprendem como é que os tubarões se alimentam, se reproduzem, se distinguem e por que motivos são tão temidos pelo Homem. Desmistifica-se a ideia de que os tubarões comem pessoas e descobre-se que afinal são na sua maioria espécies pacíficas. Nada melhor do que uma explicação como a de Diogo: " Os tubarões comem surfistas porque confundem-nos com tartarugas!". Terminada a aula teórica, Mafalda, educadora marinha, entra na sala com amostras de dentes destes fabulosos predadores entre eles o tubarão touro, o tubarão tigre e o tubarão branco para que os

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REPORTAGEM | NP |11

pequenos exploradores pudessem tocar e observar. A confusão instala-se mas Luís põe ordem na sala! "Deixa ver, deixa ver" era a frase de ordem na mesa! Os educadores lançaram um desafio em que as crianças tinham de moldar em gesso dentes iguais aos originais. Sem tempo a perder, as crianças arregaçaram as mangas e puseram mãos à obra. A aula seguiu-se no exterior pois era necessário ter espaço suficiente para construir uma escala em tamanho real para a criançada comparar os diferentes tamanhos de alguns tubarões e raias.

A animação era muita mas a hora de dormir aproximavase. É servido um snack e as crianças deliciaram-se entre uma dentada de tubarão na sandes e uma pose para os fotógrafos de serviço. Divertidos, os pequenos trocaram algumas impressões sobre o que tinham aprendido naquela noite. São quase 11 horas. Está na hora de vestir o pijama e lavar os dentes. Um pouco contrariadas, as crianças ainda não têm sono. Luís conta-lhes histórias fantásticas sobre aventuras submarinas e embala o sono dos exploradores de palmo e meio…

Passam poucos minutos das 7 horas. As crianças acordam e preparam-se para uma manhã na companhia dos tubarões. O pequeno-almoço é servido e segue-se uma visita ao Oceanário que ainda não está aberto ao público. As crianças parecem estar no fundo dos oceanos num submarino comandado por eles. São cerca das 10 horas da manhã. É hora de levantar a âncora e regressar a casa! As crianças despedem-se da tripulação à medida que os seus pais vão chegando.

Curiosidades Os tubarões existem há mais de 350 milhões de anos. Há 100 milhões de anos atrás, os tubarões correspondiam a 60% de todas as espécies do oceano e hoje em dia correspondem apenas a três. Os dentes dos tubarões estão sempre a renovar-se. Quando perdem um dente, têm logo uma fileira de dentes novos atrás. O tubarão consegue renovar toda uma dentadura em uma semana. Poucas espécies de tubarões têm sangue quente.

Os tubarões são imunes ao cancro. Todos os anos há mais mortes causadas por abelhas do que por tubarões. O corpo dos tubarões é composto por cartilagens, eles não têm ossos. O tubarão consegue cheirar uma parte de em 100 partes de água.

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12 | NP | FOTOREPORTAGEM

DIGAM TODOS:TUBARÃO!!!!!!

ATÉ AMANHÃ MÃE

REPORTAGEM PARA O PEQUENO ECRÃ

EM FOCO

JOVENS BIÓLOGOS ATENTOS

DENTE DE TUBARÃO

ÚLTIMOS PREPARATIVOS

MADRUGADA NO TANQUE CENTRAL

PASSAGEM PARA O ANTÁRTICO

5.000.000 LITROS DE ÁGUA SALGADA

QUADRO VIVO

PEIXE LUA


FOTOREPORTAGEM | NP |13

VIADUTO PARA O AQUÁRIO

“DENTADINHA” DE TUBARÃO

A SUL DO EQUADOR

OS DENTES DOS TUBARÕES

A FOCA E O SURFISTA

ACÇÃO

SOM E IMAGEM EM CONTRA LUZ

OS JOVENS EXPLORADORES

“DORMINDO COM OS TUBARÕES” É UM DOS EXEMPLOS DE APROXIMAÇÃO DO HOMEM COM OS OCEANOS QUE O OCEANÁRIO DE LISBOA TEM VINDO A FOMENTAR. UM DOS MAIORES LEGADOS DA EXPO PROCURA MOSTRAR, AOS MAIS JOVENS, A VERDADEIRA IDENTIDADE DO TUBARÃO NUMA EXPOSIÇÃO VIVA INESQUECÍVEL


14 | NP | NOVAS TECNOLOGIAS

O Big Brother já nasceu ... A estreia do filme Minority Report de Spielberg , a tragédia de Bali ocorrida na Indonésia no fim de semana de 12 e 13 de Outubro e o 11 de Setembro de 2001 vieram desenhar novos contornos ao Big Brother, previsto por George Orwell para o século XX, mas que se tornará adulto neste século. Hoje, temos a nossa vida e os nossos movimentos registados num conjunto significativo de bases de dados, que raramente se cruzam a não ser em caso de investigação judicial. Actualmente, temos capacidade para detectar e reconhecer impressões digitais, a voz, o ADN ou o globo ocular. No filme Minority Report, o protagonista, através do reconhecimento do globo ocular, é “identificado” pelos ecrãs publicitários que lhe dirigem mensagens específicas. Cada vez que isto acontece é registada na base de dados mais uma iteração em determinado local a determinada hora, ajudando desta forma a definir de uma forma cada vez mais perfeita o perfil do indivíduo. O marketing one to one, que se desenvolveu no seio da economia digital, usando ferramentas de recolha e armazenagem de dados, com o objectivo de conhecer o cliente para lhe oferecer produtos e serviços únicos suscita, necessariamente, algumas dúvidas sobre a informação ou o excesso de informação que alguns dos seus principais players vão recolhendo. É, por exemplo, o caso da Amazon.com. Em 2054, ano em que decorre a acção do filme, o marketing one to one, certamente já substituído por conceitos mais vanguardistas, será uma brincadeira de crianças inocentes. Por enquanto, não é tecnicamente possível ler os pensamentos ou antecipar intenções criminosas. Se isto fosse possível poderíamos caminhar para uma sociedade mais perfeita e potencialmente livre do fenómeno da criminalidade terrorista? Apesar de ainda não conseguirmos ler o pensamento, a verdade é que, hoje, já é possível antecipar algumas intenções criminosas. Todavia, importa notar que muitas vezes, esta antecipação só é possível restringindo e nalguns casos ferindo de morte a liberdade individual. A questão que o novo filme de Spielberg coloca é a de saber se uma sociedade, na qual se consegue prever, antever e evitar comportamentos criminosos, é, ou não, uma sociedade mais pacífica e segura, com uma melhor qualidade de vida para os seus cidadãos. E se o 11 de Setembro tivesse sido evitado? E se a tragédia de Bali não tivesse ocorrido? Estaríamos num mundo muito diferente? Num mundo melhor? Penso que não. É que, como escreveu Pacheco Pereira, a grande diferença não está em existirem pessoas ou grupos de pessoas dispostas a perpetuar actos terríveis, pois estas sempre existiram, mas sim no acesso, cada vez mais facilitado, a armas e a meios de destruição maciça. No entanto, pelo facto de estarmos em presença de eventos absolutamente fora do comum acentua a necessidade de proteger as sociedades. Hoje já existe um conjunto de registos daquilo que fazemos, do que dizemos e de onde estamos, como por exemplo, as comunicações telefónicas ou por telemóvel, os levantamentos ATM, o acesso à Internet e as mensagens de email, as passagens na Via Verde, as contas bancárias, os movimentos com cartão de crédito, etc. Apesar de toda esta informação iremos ainda mais longe? Foram implantados, em Maio deste ano, chips de identificação em três membros de uma família que vive na Flórida. Estes chips podem servir objectivos de segurança e de saúde, entre outros. A polémica tem sido enorme e diversa, mas, neste momento, já existem compradores interessados no aparelho, nomeadamente, empresas de segurança que pretendem colocar chips identifica-

dores permanentes em executivos e trabalhadores com acesso a zonas de alta segurança, como por exemplo, terminais de aeroportos. Até onde chegaremos? Algures entre a inspiração da ficção e aquilo a que a realidade nos obrigar! Reinaldo Martins rmartins@netbase.pt Consultor em Negócio Eletrónico

Sugestão de site: http://www.minorityreport.com> Sensacional. Descubra o que é o PRECRIME e verifique, fazendo os testes, se possui o que é necessário para se juntar à equipa do PRECRIME. Conheça os ambientes futuristas e muito mais (aconselhável a navegação em banda larga).


VOX POP | NP |15

|Vox Pop| Diga-nos três locais de eleição no Parque das Nações... Sónia Rodrigues

Felipe Palha

Joana Ferreira

Anabela Martins

1 - Os jardins da Zona Norte. 2 - O Terreiro dos Corvos. 3 - A Zona Central do Parque das Nações.

1 - O Oceanário. 2 - A Marina. 3 - O teleférico.

1 - A Torre Vasco da Gama. 2 - O Jardim das Flores. 3 - O Pavilhão de Portugal.

1 - A Zona Central do Parque das Nações. 2 - A Zona Norte. 3 - A Marina.

29 Anos Designer

28 Anos Comercial

20 Anos Estudante

38 Anos Empregada Doméstica


16 | NP | PASSEIO PELO PARQUE

...e assim nasce uma estrela. Diogo Lino

ansado da rotina do campo, e de certa forma desiludido pela vida, o Joaquim passava as noites em frente à televisão pensando na vida, nas aspirações que tinha e em tudo aquilo que realmente poderia ter conquistado. Certa noite ao assistir a um jornal de um canal privado deparou com a presença, em plano apertado, de um colega de escola que não via há muito tempo. O amigo estava a ser visto pelo país fora, ainda por cima em horário nobre, e até que não ficava nada mal no pequeno ecrã. Com o barulho que enchia a Tasca do Tio Xico, o Joaquim levantou-se para tentar perceber qual é que tinha sido a sorte que o abençoara. Já a meio da notícia ele percebeu que afinal não era nada mais do que aquilo que ele próprio conseguia fazer. O amigo tinha soprado um valor de quase 5 pontos no balão de álcool. O Joaquim ficou sem entender o motivo até porque ele já tinha conseguido valores acima dos 5 mas, enfim, lá voltou para casa para a sua rotineira vida. Passado não mais do que uma semana, e à saída de uma sexta-feira do traçadinho na tasca do Tio Xico já a caminho de casa, o Joaquim sem grandes preparações, consegue soprar acima dos 5 valores a menos de 500m de casa. E esse 1/2 Km mudou para sempre a vida do nosso Joaquim. Logo na noite seguinte ele é chamado para o tal canal privado onde um novo mundo se abriu a seus olhos. A princípio foi um pouco difícil conseguir adaptar-se a tantas pessoas bonitas e importantes, a tantas luzes e anti-brilhos para a cara. Mas o certo é que o Joaquim era detentor de enorme talento nato. Em cena ele reagiu como se tivesse feito aquilo durante toda a vida. Apesar de todas aquelas pressões do directo e depois das meninas da produção lhe terem explicado que não existiam motivos para nervosismo, ele não arriscou e pediu à produção um copito para clarear a voz.

C

No directo ele foi fantástico. Confiante, calmo e incisivo até conseguiu trocar uma ou duas piadas com a jornalista. No estúdio, as pessoas estavam petrificadas e não queriam acreditar. Comentavam que o Joaquim era muitíssimo telegénico e que, claramente, era detentor de um carisma muito próprio e contagiante. Tinham descoberto mais um herói nacional. Os telefones para a direcção de programação não paravam de tocar. Televisão, revistas, cartazes, outdoors, internet, caixas multibanco, e até a proposta de uma produtora independente que queria filmar o Joaquim durante um mês sem sair da Tasca do Tio Xico rodeado por um grupo de amigos. Enfim o Joaquim ia ser conhecido, ia estar em todo o lado. Já com dois ou três agentes, um só para as questões da imagem, outro para negociar os Euros e o terceiro só para gerir a manutenção do seu carisma. O Quim de Borba (proposta do primeiro agente) começou a ter uma agenda tão frenética, as novelas, os reality shows, os fins de semana com os VIP, que já nem tinha tempo para aqueles grandes serões na Tasca do Tio Xico. Apesar do agente responsável pelo carisma ter chamado a atenção para esta questão em reunião de agentes, o facto é que já nada havia a fazer. O carisma e o potencial do Quim tinha perdido pontos. Ora, perder pontos não faz parte da estratégia das grandes televisões. O Joaquim voltou para casa quando percebeu que a sua imagem tinha sido queimada e ultrapassada por outros (entre eles, vizinhos da sua terra que tinham adquirido algum talento dado ao tempo que passavam com ele). O mercado estava saturado e já tinham sido criadas várias agências de casting que percorriam o país à procura de talentos como ele. O Joaquim foi bem recebido por todos e até tinha um grande ramo de flores (sem cartão) do canal privado. Teve duas propostas para escrever umas memórias mas o seu estrelato foi tão rápido que a pessoa que as escreveu não conseguiu mais do que 20 páginas. Curiosamente e na ironia do destino, acabou aqui, por ganhar mais uma página.


REFLEXOS | NP |17

Before and after science J. Wengorovius

ra uma vez o humanismo greco-latino sustentado pela escravatura e, mais tarde, o humanismo cristão e o seu tempo de morte e de conquista em nome da religião. Durante séculos foi assim: o humanismo dependia da consciência de cada um acerca do valor sagrado do outro. Mais tarde, com a renascença e a modernidade, a filosofia e o direito consagraram o Homem como valor universal, ao mesmo tempo que procederam à dessacralização do próprio humanismo. Ou seja, o humanismo fundado no valor sagrado do outro materializou-se, passando a assentar numa base juridicopolítica. Foi um avanço face à barbárie, face à extrema facilidade com que se matava ou usava a vida humana, mas também um assalto à nossa vida interior. A modernidade, ao prescindir da consciência individual na defesa dos valores fundamentais, deslocando o humanismo para a esfera políticosocial, deixou o indivíduo disponível para a busca da felicidade e do progresso materiais. Por outro lado, essa deslocação do humanismo para a esfera da responsabilidade social ajudou a justificar transformações emergentes - por exemplo, a Revolução Francesa - e a fundar diversas ideologias. Proclamou-se que o homem não tem em si o mal e tudo quanto a nossa existência tem de viciado é fruto de sistemas sociais errados que urge emendar - foi o tempo em que o rosto humano se diluiu e as vítimas passaram a ser discursivas e abstractas. Quando penso neste delírio formal lembro-me de Soljenitsyne: “O direito é demasiado frio e demasiado formal para exercer sobre a sociedade uma influência benéfica. Quando toda a vida fica impregnada pelas relações jurídicas, cria-se uma atmosfera de mediocridade moral que asfixia os melho-

Eu pinto para um povo por-vir. Paul Klee

E

res impulsos do homem”. Hoje, para além dos Direitos do Homem, das ideologias que animaram a modernidade, restam a tolerância e a solidariedade institucional, possível e calculista. Talvez seja este o tempo para percebermos que sem nós próprios, sem o nosso amor pelos outros, o humanismo

A nossa humanidade não é mais que um estado de preparação, o botão de uma flor que deve desabrochar. Herder

será sempre como um isqueiro sem gás que faísca mas não acende. Por vezes, quan-

do me apago e julgo já não ter certezas, releio os versos de Herberto Hélder:

E por dentro do amor, até somente ser possível amar tudo e ser possível tudo ser reencontrado por dentro do amor.


18 | NP | CULTURA

SORTIDOFFINO Pedro Gonçalves

DISCOS The Rolling Stones “FORTY LICKS - THE BEST OF THE ROLLING STONES”

Elvis Presley “30 #1 HITS”

mente 40 anos os Beatles editaram o seu primeiro single, “Love Me Do”.

Se é verdade, como acredito, que do universo musical só ficam nos meandros da memória as grandes canções, por mais simples que possam parecer, então as duas edições aqui em causa são perfeitos exemplos disso mesmo. Ainda que se tratem, obviamente, de tentativas de capitalização da indústria do disco à custa de patrimónios sem preço, tanto “Forty Licks”, dos Rolling Stones, como “30 #1 Hits”, de Elvis Presley, cumprem interessantes funções - não só podem abrir o apetite aos mais novos ou mais distraídos para a descoberta de outras grandes canções dos mesmos intérpretes como, em tempos de preguiça ou carestia, sintetizar em poucas horas o mais socialmente relevante conjunto das tais, digamos, grandes canções. Em “Forty Licks”, que assinala o 40º aniversário dos Rolling Stones, o grupo de Mick Jagger inclui, ao lado de canções como os já clássicos “Jumping Jack Flash” ou “Satisfaction”, quatro temas inéditos, precisamente “Don’t Stop”, “Keys to Your Love”, “Stealing My Heart” e “Losing My Touch”. Portanto, qualquer coisa de novo. Menos nova, mas muito popular, é a remistura de Junkie XL de “A Little Less Conversation” popularizada por Luís Figo e outros grandes cromos da bola num magnífico anúncio protagonizado pelo canastrão aspirante a actor Eric Cantona. Essa consta, como se perceberá, como um pequeno bónus em “30 #1 Hits”, de Elvis Presley. Ainda que muito pouco de novo se retire tanto de “Forty Licks” como “30 #1 Hits”, difícil é deixar passar ao lado discos assinados por aclamados reis do rock. Como será difícil deixar passar ao lado que há precisa-

LIVROS Gabriel o Pensador “DIÁRIO NOTURNO”

DVD Antoine Fuqua “DIA DE TREINO” “Sempre passo a noite em casa / o meu sono é que é boémio / ele sai de madrugada para beber”. Não será este exactamente o tipo de poesia que Gabriel o Pensador incluiu nos seus discos, os mesmos que fazem com que o rapper brasileiro seja particularmente apreciado e respeitado em Portugal. Estas são, na verdade, linhas de “Sono Lento”, um dos pedaços de escrita, íntimos e na primeira pessoa, que Gabriel inclui em “Diário Noturno” (sem o “c”, precisamente, em conformidade com a forma brasileira de interpretar o português), o seu primeiro livro. Em “Diário Noturno”, Gabriel o Pensador revolve o baú dos papéis ou os recantos de

13.75 8.50

8.95

Johnnie Walker Red Label 23.98 Cardhu 3.48 B.S.E. 6 3.25

4.25

João Pires 6 3.95

Adega de Pegões Tinto 1.95 Branco 1.80

Artigos dos clubes

um disco rígido e encontra tanto desabafos de tom crítico apontados à actual forma brasileira de pensar e actuar como redacções de escola, manuscritas, publicadas na íntegra. Para quem aprecia o artista, este é verdadeiramente um objecto indispensável. Apesar de, desde que teve a ousadia de publicar “Tô Feliz (Matei o Presidente)”, Gabriel o Pensador ter vindo, em disco, a traçar um percurso no sentido da suavização do discurso, “Diário Noturno” acrescenta um ponto a favor do autor, no sentido em que, não se lhe pedindo que seja um eterno agitador de bairro fino do Rio, se lhe deve exigir que não perca a capacidade de transmitir a verdade como poucos outros artistas o fazem. Sobre ele escreve Sérgio Godinho, provavelmente o músico que, a par de Caetano Veloso, melhor manipula a língua portuguesa, na contracapa de “Diário Noturno: “O Gabriel pensa e faz pontaria ao papel. Pensa bem e dispara melhor. No centro do papel, ficou um poema como deve ser: com ritmo, com intenção, com imaginação. E ele ainda vai dizer que foi por acaso. Pois. Isso só era verdade se ele não tivesse em si o maior talento de todos: o de sempre acertar, veloz, no alvo”.

Já que a análise é pessoal e assinada, aqui deixo a opinião de que raramente, mesmo muito raramente, gosto dos filmes em que qualquer pessoa, actor, realizador ou técnico de som ganha um Oscar. E serve a dita opinião para afirmar que a teoria cai por terra à custa de Denzel Washington em “Training Day”, “Dia de Treino” na versão portuguesa. No papel de um agente policial inundado em manobras mais do que duvidosas, Denzel Washington, um dos grandes de Hollywood, fornece um tratado de intensidade cinematográfica que chega, por exemplo, para ofuscar um perfeitamente competente Ethan Hawke. Ethan Hawke é, no caso, o companheiro bom de Denzel Washington, que aos poucos vai sendo confrontado com práticas muito pouco consentâneas com o estatuto de autoridade. “Dia de Treino” resulta, no que a versão em DVD é bastante recomendável, num apreciável documento de acção. Mas, mais do que isso, Denzel Washington atinge uma profundidade eventualmente comparável a um Morgan Freeman em “Seven - Sete Pecados Mortais” e Brad Pitt em “Fight Club”. Se a disposição for a certa, se alinhar nos carris do filme, “Dia de Treino” mexe por dentro. Como o cheiro a lixo.


MOBY

CULTURA | NP |19

À CONQUISTA DO PAVILHÃO ATLÂNTICO artista norte-americano Moby actua no dia 26 de Outubro no Pavilhão Atlântico, no Parque das Nações. Neste regresso a Lisboa, o autor de “Why Does My Heart Feel So Bad?” tem como pretexto principal “18”, o mais recente álbum de Moby e o sucessor do mais que aclamado “Play”. Desde uma passagem pela acolhedora Aula Magna da Reitoria da Universidade Clássica de Lisboa, ainda a propósito de “Play”, até à arriscada aventura de preencher as bancadas e a “arena” do Pavilhão Atlântico vai, precisamente, a distância que Moby percorreu desde o tempo em que a cada álbum tentava encontrar uma forma diferente de expulsar e partilhar o seu ideário pouco conformista e aquele em que, num formato essencialmente electrónico e dolente, deu à luz magníficas canções cantadas por... samples. Ou seja, uma distância gigantesca. Mas se o pretexto deste espectáculo é o álbum “18”, este é um disco que tem provocado reacções pouco elogiosas para o artista. Um pouco por todo o mundo, a imprensa dá conta, e todo o álbum o comprova, que o disco se aproxima quase escandalosamente de “Play”, o verdadeiro sucesso comer-

O

BILHETES Plateia em pé: 25,00 Balcão Nível 1: 28,00 Balcão Nível 2: 23,00a Rampas: 28,00

cial de Moby. E isto explica-se com o facto de o artista ter sido capaz de mostrar outrora, embora por vezes de forma muito pouco interessante, vontade de arriscar saltar entre o tecno e o rock mais hardcore. Comparem-se, para isso, discos como “Animal Rights”, “I Like to Score” e o inevitável “Play”. Apesar de tudo, a memória de um estonteante concerto na Aula Magna, em Lisboa, leva à antevisão de que, ao vivo, Moby pode ser capaz de calar quem diz que “18” é apenas o resultado da necessidade de pagar um luxuoso apartamento em Manhatan. Na primeira parte do serão ocupa o palco do Pavilhão Atlântico a dupla norueguesa Röyksopp, revelada no álbum “Melody A.M.”. Assente numa base electrónica, a música dos Röyksopp revela-se irresistivelmente elegante, ao ponto de fazer soar a canções pop sons fabricados em qualquer sintetizador. Esta é a primeira vez que o projecto norueguês, que realizou uma remistura de “I Don’t Know What I Can Save You From” para o álbum “Versus”, feito a partir das canções dos também noruegueses Kings of Convenience, actua ao vivo em Portugal.

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20 | NP |

NUMA CIDADE QUE GANHA FORMA, NÓS QUEREMOS AJUDÁ-LA A MOLDAR-SE.

1 ANO A INFORMAR


REPORTAGEM | NP |21

Monstros no Oceanário ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA 2002 Bruno Abreu

ma mostra de ilustração de autores portugueses abriu as portas ao pÚblico, no Oceanário de Lisboa, a na passada sexta-feira dia 11 de Outubro, e estará patente até ao próximo dia 10 de Novembro. Esta iniciativa intitulada de “Ilustração Portuguesa 2002” resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa através da Bedeteca de Lisboa e a Parque Expo 98 SA. Encontra-se dividida em três núcleos principais com especial destaque para a ilustração infantil.

U

A exposição Ao entrarmos na sala Luiz Saldanha somos brindados com o que de melhor se faz no nosso país nesta área. Embora as influências da BD, do Cartoon e da Publicidade marquem ainda uma posição muito forte, é já notória uma clara tendência de distanciamento e busca de uma afirmação e linguagens mais próprias. É aliás neste ponto que esta “Ilustração Portuguesa 2002”, presentemente na sua 5ª edição, se destaca das anteriores. Para um mercado que entre nós dá ainda os primeiros passos, e perante as dificuldades que o mesmo atravessa, é de enaltecer o esforço dos autores sem esquecer, obviamente, quem promove e apoia estas iniciativas.

Era uma vez um gato Maltês Em seguida somos transportados para o segundo núcleo da exposição. Sob o tÍtulo “Era uma vez um gato maltês”. Este núcleo pre-

tende dar-nos a conhecer algumas publicações de 11 dos principais, e mais dotados, responsáveis pela ilustração da literatura infanto-juvenil em Portugal, podendo o visitante confrontar os livros, produto final, com algumas das pranchas originais tal como saíram das mãos dos autores.

Muitos monstros de 50 ilustradores Chegados que estamos ao terceiro núcleo, e ainda no universo infantil, foi dada a 50 ilustradores portugueses a oportunidade de mostrarem/criarem os seus próprios monstros. Estes não se fizeram de rogados, puseram mãos à obra e toca de mandar cá para fora os “papões” que os assombravam. Sem restrições a nível dos materiais, ou das técnicas a utilizar, cada um fez-se valer daquilo que melhor caracterizaria o seu monstro e o resultado é positivo. Há para todos os gostos, monstros bons, monstros maus, queridos, feios, simpáticos, etc... todos eles acompanhados de um texto de identificação, claro. Para os mais pequenos há ainda um atelier onde podem, também eles, criar os seus próprios monstros, um monstro interactivo que promete fazer as delÍcias dos mais arrojados e outras brincadeiras. Aos fins-de-semana haverá ainda um espaço onde poderão ouvir histórias enquanto os pais se passeiam pela exposição. Para quem estiver interessado há ainda a oportunidade de comprar os catálogos das exposições. Se não tiverem medo de monstros e quiserem passar uma tarde diferente vão até ao Oceanário. Absolutamente.


22 | NP | CARTOON

CARTOON

aa informar informar


DESPORTO | NP | 23

CDOM cumpre Classificação II B (zona sul)

Filipe Esménio

Olivais e Moscavide ocupa, à quinta jornada, o sétimo lugar da tabela classificativa da II Divisão B zona Sul. A três pontos do primeiro lugar, a posição ocupada pode entender-se como razoável numa equipa que há dois anos militava na III Divisão. Com um orçamento de 400 mil euros, semelhante ao do ano transacto. Segundo José Caldeira, Presidente do Clube Desportivo dos Olivais e Moscavide, pretende-se atingir “uma classificação melhor do que a da época anterior, em que o CDOM foi 8º” afirma ainda que existe “uma aposta na qualidade em vez da quantidade”.

O

O campeonato O início de campeonato da equipa comandada por João Santos promete, apesar do sétimo lugar ocupado. Duas vitórias nas duas primeiras jornadas fazem crer numa época tranquila e de muitas alegrias para os sócios do Desportivo. A vitória a uma bola à sempre difícil equipa da Madeira, o Camacha foi um bom pronuncio num início de campeonato, que teve continuidade à segunda jornada com uma vitória fora, frente ao Barreirense, pela mesma marca, uma bola a zero. A terceira jornada trouxe o Amora a Moscavide. O Amora ocupa o sexto lugar, um acima do Desportivo, com mais um ponto, 9, contra os 8 do CDOM. Este jogo resultou num empate a uma bola, sendo apesar do empate, o primeiro revés de uma equipa que criava já algumas expectativas. À quarta jornada, e na deslocação a Loulé, a primeira derrota. Três a dois favorável à equipa da casa num jogo disputado em que a derrota soube a pouco uma vez que o Moscavide esteve a ganhar por duas bolas ao intervalo. Na segunda parte a equipa da casa surpreendeu, conseguindo dar a volta, marcando o golo do empate aos 80m e o da vitória aos 81.

No jogo contra o Seixal a história quase que se repetia. Mais uma vez o Ol. e Moscavide esteve na frente por uma bola, marcando aos 37m da primeira parte. Aos 44m o Seixal atingiu a igualdade. Na segunda parte o segundo golo foi obtido logo aos dois minutos mas o Seixal conseguiu novamente o empate ao cair do pano, aos 87 minutos já com o Moscavide reduzido a nove unidades e a equipa da casa a dez. A verdade é que a equipa está mais forte, mais coesa e apresenta bom futebol. Os pontos perdidos tiveram sempre um certo sabor a injustiça. Mas os campeonatos fazem-se de pontos e é por eles que após a paragem do campeonato a 29 de Setembro, o Desportivo se vai bater no próximo Domingo frente ao Operário. Lembre-se que no ano passado a vitória sorriu ao Moscavide por 3 a 1 num jogo bem disputado. Espera-se que em termos futebolísticos o nível técnico-táctico esteja pelo menos ao mesmo nível que esteve antes da paragem do campeonato, e que ao nível disciplinar a equipa se

encontre mais tranquila pois quatro expulsões, duas por acumulação, em cinco jornadas é, independentemente das razões, demais. No dia 6 de Outubro, o Desportivo foi vencer por duas bolas sem resposta, a Albufeira, o Imortal, jogo a contar para a Taça de Portugal, passando à terceira eliminatória desta prova. Nesta fase da prova o Olivais e Moscavide vai deslocar-se no dia 30 deste mês ao campo do Lousada que na eliminatória anterior venceu o Ermesinde no desempate por grandes penalidades. Este próximo adversário da mesma divisão do Desportivo é o líder isolado da Zona Norte, e tem tantas vitórias quanto jogos efectuados, cinco em cinco, e um goal average, em três jogos disputados em casa, impressionante, dez golos marcados e apenas um sofrido. Até este momento é uma das sensações da II Divisão B ou mesmo dos principais campeonatos nacionais visto ainda não ter qualquer derrota. Resta-nos desejar boa sorte a este clube que em breve virá para perto de nós aqui no Parque das Nações.

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24 | NP | PUBLICIDADE


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