Edição 09

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Distribuição gratuita

LOURES DE VISITA AO PARQUE CARLOS TEIXEIRA

LOURES, O NORTE DA

FRONTEIRA

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ENTREVISTA COM

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ACTUAL

ANO II - NR.9 - BIMESTRAL - FEVEREIRO 03 - DIRECTOR: MIGUEL FERRO MENESES

REPORTAGEM MANTA PÁG. 11

ANDEBOL 2003 PÁG. 22


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noticiasparque@netcabo.pt 219456514

De que lado somos?

FichaTécnica Director: Miguel Ferro Meneses Director Adjunto: Filipe Esménio Chefe de Redacção: Sofia Cochat-Osório Redacção: Mariana Gasalho, Pedro Pereira, Raquel Guimarães, Tiago Reis Santos, (Colaborações) J. Wengorovius, Pedro Gonçalves, Reinaldo Martins Fotografia: Miguel Ferro Meneses Direcção Comercial: Luis Bendada Ilustrações: Bruno Bengala Projecto Gráfico: Tiago Fiel Produção: Imaginarte Impressão: Imprejornal Tiragem: 5000 Exemplares Proprietário: Imaginarte; F. Esménio CO:202 206 700 Sede: Rua Júlio Dinis nº. 6 1º Dto. 2685-215 PORTELA LRS Nr. de Registo ICS -123 919 Depósito Legal nº. 190972/03

A visita, ao Parque das Nações, de Carlos Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Loures, veio marcar o início de um reconhecimento da zona por parte dos responsáveis autárquicos. Apesar de este passo ter sido positivo, não podemos ignorar que, para uma distância tão curta, a viagem foi bastante demorada. Temos moradores que comemoram quase cinco anos de residência, no Parque. E a grande questão é se os comemoram mesmo, no sentido de festa, de celebrar algo que é bom. É certo que ninguém pensou que o projecto se erguesse a um ritmo tão célere e que a Cidade Imaginada fosse estar concluída quatro anos mais cedo do que se esperava. O facto é que deveria ter existido, logo desde o início, um assumir de responsabilidade autárquica, mesmo com a gestão a cargo da Parque Expo. Se, por um lado, acredito que as pessoas, a comunidade têm que procurar uma maior independência com o poder local, adoptando um tipo de iniciativa própria, por outro, penso que existem certas matérias a que só os autarcas poderão responder. E, agora, colocam-se dois problemas que são: recuperar o tempo de ausência (sabendo que existe uma ordem de contenção orçamental autárquica) e a fronteira que divide a zona. Ambas as questões são simbióticas e decidirão o futuro Parque. Por mais que se diga que o fim da tripartida não vai condicionar a futura gestão, custa-me a acreditar que assim seja. A zona é una, mas o norte e o sul, legado da exposição (as duas portas do recinto), começam a adquirir uma expressão maior. A construção está, na maioria, a sul, realçando as zonas de lazer e espaços verdes a norte. Apesar de a zona do recinto estar no meio, não se encontra projectada para ser um ponto de encontro comunitário, dado que foi projectada especialmente para os milhares de visitantes que diariamente lá passam, tornando-o demasiado impessoal para os moradores. Agora, com uma gestão municipal pertencente a duas câmaras, por mais que tente ser idêntica, dificilmente cumprirá se a sintonia entre as duas câmaras não for suficientemente forte. Se a opção foi de assumir o espaço de uma forma bipartida, é porque, provavelmente, não existirá grande interesse em consertar esforços de acção. Mesmo falando, apenas, de mecanismos que, aparentemente, poderão parecer tão elementares como a simples manutenção dos espaços verdes ou de limpeza urbana. As assimetrias podem ser duvidosas e um espaço limpo ao lado de uma zona menos limpa poderá ter implicações sociais mais sérias do que pensamos. Como já referi em tempos, de Paris ao Central Park em NY, as reestruturações na gestão municipal foram determinantes na melhoria de um desabrochar comunitário. Uma operação altamente minuciosa de limpeza urbana e manutenção dos espaços verdes trouxe segurança, estabilidade, diversidade cultural e exteriorização social. De que forma é que se erguerá esta fronteira municipal no Parque das Nações? E, note-se, estamos apenas no campo básico da gestão, e o resto? Uma comunidade não evolui apenas por ter espaços verdes e ruas limpas. Se é importante uma certa cumplicidade entre as duas câmaras, neste campo, será, certamente, imprescindível uma simbiose noutras áreas como a cultura, equipamentos, transportes e outros pilares fundamentais para uma freguesia, uma cidade. Neste sentido, as minhas palavras vão para que as duas câmaras possuam o bom senso de ter uma atenção mais consertada para que as fronteiras se diluam no erguer do Parque das Nações. Miguel F. Meneses


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Loures de visita ao Parque No passado dia 11 de Janeiro, a convite da Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações (AMCPN), uma comitiva de autarcas de Loures efectuou uma visita pela zona do Parque. Carlos Teixeira foi o convidado de honra e da zona norte à sul alguns dos “cantos” mais polémicos foram observados de perto. Miguel F. Meneses

anhã de Sábado, junto à esquadra da PSP. Alguns autarcas de Loures chegavam à zona norte do Parque das Nações. Carlos Teixeira, presidente da Câmara, e os presidentes das Juntas de Freguesia de Sacavém e Moscavide eram recebidos pelos representantes da AMCPN para o início da visita. O percurso teve início no Terreiro dos Corvos onde alguns dos estabelecimentos comerciais serviram de ponto de passagem, suscitando um breve diálogo com os respectivos proprietários. Depois de algumas notas apontadas pela comitiva, seguiu-se em direcção a norte até às proximidades da Ponte Vasco da Gama. Carlos Teixeira aproveitou este trajecto, para revelar que as intenções de Loures são de investir além do projecto Expo. Acrescentando que se trata de uma zona de grande importância, adiantou, ainda, que esta parcela vai sofrer um grande aumento, ao passo que do lado de Lisboa o

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projecto não contemplará mais construção. Perto da polémica ETAR, disse que a Câmara não tem competência para actuar e que o Ministério tem que agir, alegando que não é positivo que se entre num constante “empurrar” de problemas. Adiantou, também, que existem descargas no Tejo que têm que ser alvo de análise urgente. No que toca à segurança admitiu que é uma zona com alguns locais susceptíveis de atrair pessoas de bairros degradados, fenómeno que deverá ser alvo de alguma atenção. Já em direcção à fronteira, que separa Loures de Lisboa, foram abordadas algumas questões relacionadas com a gestão autárquica. No que diz respeito à limpeza urbana, o autarca confessou que este departamento precisa de ser bem analisado e que é iminente repensar e estudar os métodos, os custos e estratégia de uma matéria tão importante como esta. Neste âmbito colocou-se, ainda, a questão de alguns condomínios serem responsáveis pelos encargos que advêm de fontes e de iluminação pública.

Depois de percorrida a zona norte, foi altura de ir até ao território de Lisboa, mais concretamente, à zona sul. Foram observadas algumas das construções mais polémicas e Carlos Teixeira admitiu que existe uma disparidade de construção muito grande entre as duas zonas, provocada pela excessiva densidade nesta área. No fim desta visita, e depois de colocadas algumas questões ao presidente da Câmara Municipal de Loures, este referiu que existe falta de comunicação e que raramente são informados, vindo, por vezes, a ter conhecimento de matérias, que lhe estão directamente ligadas, pela comunicação social.

AMCPN espera receber mais autarcas Para Rodrigues Moreno, presidente da AMCPN, esta visita foi positiva e importante para o futuro da zona. Desde o ano passado que a associação tem vindo a reunir-se com variados representantes políticos com o objectivo de divulgar alguns problemas e carências do Parque das Nações. Numa reunião tida em Novembro, o convite

feito a Carlos Teixeira resultou numa das primeiras visitas que a associação espera vir a desenvolver nos próximos tempos. Depois de terem sido recebidos pelos grupos parlamentares (à excepção do PP), foram feitos convites para que estes representantes partidários se deslocassem

ao Parque. Para Rodrigues Moreno, o relacionamento, até à data, tem sido “cordial e as pessoas têm-se mostrado sensíveis, não só no que diz respeito a alguns problemas emergentes, mas, também, no sentido de se criar uma freguesia.” No que diz respeito a Lisboa, a Asso-

ciação continua à espera que Santana Lopes os receba. Apesar de já terem sido ouvidos por alguns vereadores da Câmara, alegam que “Lisboa tem a maior fatia do território” e que é importante, para o futuro desta zona, que esse encontro tenha lugar.

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Encontros poesia

Escola de Feiticeiros no Pavilhão do Conhecimento scola de Feiticeiros – Ciência Viva no Pavilhão do Conhecimento”. É uma iniciativa para crianças dos 7 aos 10 anos que decorrerá todas as Sextas feiras, de Fevereiro a Setembro 2003. Esta escola terá trabalhos práticos e vai passar em grande medida pelo laboratório! O imaginário infantil associado à ciência vai ajudar a construir a mente de quem se apaixona por um dos mais recentes fenómenos do cinema. Líquidos que mudam cor não têm a ver com magia – um pouco do ácido de limão ou de bicarbonato de soda fazem toda a diferença entre o vermelho vivo e o azul arroxeado; luzes misteriosas no escuro não são fantasmas mas sim o resultado de substâncias fosforescentes; fazer um buraco numa vulgar folha de papel por onde passe uma pessoa não necessita de um passe de mágica, mas apenas de um pequeno exercício de topologia, um ramo quase mágico da matemática. O Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva recebe 15 crianças prontas a enfrentar as mais

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oão Meneses, Isabel Paes e Beatriz Chambel co-organizam os «Encontros» de poesia tendo como tema genérico para todos os «Encontros», «a força da fragilidade». Se João Wengorovius pudesse definir numa frase este tema ela seria “Toda a poesia é tocada mesmo que ao de leve pelo sorriso de Deus”. Será no dia 6 de Fevereiro pelas 21h e 15 m na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes que este projecto irá ter continuidade num programa que é ambicioso e envolvente para uma comunidade que procura «identidades».

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Acreditando que a poesia deve ser uma varanda sobre outra coisa e a outra coisa somos nós que lá estamos, como afirmava Pessoa, uma varanda sobre outra coisa poderá ser o: encontrar coisas de uma enorme beleza. Nos encontros há uma preocupação de abrir as portas àquele pequeno mundo. Queremos que a relação que temos com a comunidade seja artesanal: cuidada, delicada, verdadeira, afirma também, João Meneses. Os encontros irão debater temas poéticos intercalados com a leitura de alguns textos seleccionados. As portas estão abertas.

Transtejo cancela viagens Transtejo cancelou as viagens diárias da Margem Sul para o Parque das Nações. Seixal – Barreiro – Cacilhas – Parque das Nações deixaram de ter ligação marítima através do Rio Tejo. Este percurso que servia uma fatia da população oriunda da margem Sul que trabalhava em Lisboa na zona Oriental foi cancelada, era também um passeio bem agradável nos dias de Verão. Segundo responsáveis da empresa não é viável financeiramente, a existência deste trajecto, «havia

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viagens com mais tripulantes que passageiros» afirmou à SIC um responsável da empresa. A situação dos transportes urbanos não é muito favorável e a Transtejo entendeu seguir esta decisão. Mantém-se, no entanto o percurso aos Sábados, Domingos e feriados, com um bilhete único para qualquer embarque e desembarque. Um bilhete simples custa 1,5 Euro e para crianças até 12 anos terá um custo de 1Euro. Esta alteração terá início a 16 de Fevereiro.

duras e divertidas provas para chegarem, por volta da meia-noite, ao ambicionado diploma de feiticeiro. Começa já no dia 7 de Fevereiro, Sexta-feira, às 19 horas, Para se conseguir o diploma de feiticeiro (Substantivo masculino, figurado, indivíduo encantador ou sedutor) é necessário encantar-se com a ciência e deixar-se seduzir pela descoberta. Ter em conta o papel da magia no imaginário infantil e orientá-lo para a apropriação da cultura científica é a razão de ser desta iniciativa. Despertar nos mais novos o gosto pela ciência, continuará a ser sempre um dos principais objectivos da Ciência Viva.

PROGRAMA 19.30 - 20.00 20.00 - 20.45 21.00 - 22.30 22.30 - 23.45 24.00

Recepção dos alunos Jantar Percurso científico de descoberta Actividades laboratoriais Entrega dos diplomas

Escola de patinagem em perto de si, no Pavilhão do Sport Grupo Sacavenense (em Sacavém) foi criada uma escola de patinagem. Esta escola está vocacionada para duas vertentes, a Patinagem hoquista e a Patinagem artística. É aos Sábados e Domingos de manhã, até às 11h que os jovens admiradores desta modalidade poderão de um forma mais séria testar os seus dotes para a modalidade. Neste momento são cerca de 20 jovens de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos, que praticam patinagem nesta escola. A escola teve o seu início em meados de Novembro e tem como objectivo principal fomentar o ensino da patinagem a partir dos 4/5 anos de idade para ambos os sexos no concelho

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de Loures. Está ainda programado a inclusão dos escalões de infantis em competição pelo Sporting Clube de Portugal / SOMAGUE, para a época desportiva 2003/2004 para a qual se vão preparando já alguns atletas este ano. O equipamento oficial do S.C.P. e os patins são fornecidos pela escola e qualquer pessoa é bem vinda para experimentar, independentemente da sua idade e sem qualquer compromisso adicional. Segundo Miguel Bento, responsável pelo projecto, «Facto curioso é que os próprios pais destas crianças acabam por experimentar e aproveitam a oportunidade para participarem mais activamente no desenvolvimento e formação dos seus filhos».


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A licença de utilização s licenças de utilização criam alguns problemas para os moradores do Parque das Nações. Existe um processo burocrático que obriga a autorizações e vistorias que nem sempre é célere e eficaz. Para que esta licença de utilização exista, é necessário que a entidade autárquica vistorie o edifício atestando que este cumpriu com todas as normas legais e com o projecto que deu entrada na autarquia. Recentemente, na anterior legislatura, tentouse clarificar a situação reafirmando a necessidade da licença de utilização para a realização de escrituras, embora, para alguns juristas, a existência de uma escritura anterior possa ser suficiente para a transmissão do bem. Muitos proprietários compravam as casas e faziam as suas escrituras tendo como base a licença de construção. Insuficiente no entanto quando esta caduca para que seja feita uma segunda venda. Aí é necessário a licença de utilização. Para além dos critérios dos notários não serem sempre os mesmos, a verdade é que muitos proprietários se querem desfazer das suas casas e não o podem fazer. No Parque das Nações esta situação acontece

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em vários edifícios, a avaliar pelo número de contactos feito à redacção deste jornal informando da situação. As situações referidas situavam-se predominantemente na zona norte do Parque pelo que contactada a CM Loures, a informação oriunda de fonte próxima do gabinete da presidência afirma, «ser difícil de uma forma abstracta referir o porquê dessas situações. Cada caso é um caso e não se pode esquecer o regime de excepção existente no território.» Afirmou ainda que no que depender da autarquia todas as medidas serão tomadas para que os processos sejam resolvidos. Esta situação impede também que seja efectuado por cada fracção o pedido de água, uma vez que os Serviços Municipalizados de Loures exigem a licença de construção, ao contrário de outras empresas como a EDP ou dos serviços de Gás ou de telecomunicações. Arrastando por vezes os contadores de obra por tempo indeterminado. No quadro jurídico vigente serão necessárias respostas cada vez mais prontas para que os cidadãos não sejam os prejudicados em situações incorrectas o que na maior parte dos casos são alheios.

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Dejectos caninos resce a olhos vistos a quantidade de dejectos caninos que vão colocando muitas questões aos que lá moram ou aos que lá passam. Por um lado temos o civismo dos proprietários de cães. Não basta tê-los, é preciso cuidar deles num espírito de respeito pelo próximo, e isso obriga que seja feita de forma efectiva a recolha destes dejectos pelos responsáveis pelos animais, pois os animais certamente não têm culpa. Os problemas de civismo afectam sempre o estilo de vida de todos.

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Por outro lado os moradores questionam-se relativamente a dois pontos. A manutenção e o serviço de recolha e higiene do parque habitacional. A própria AMCPN – Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações questiona até que ponto o avançado sistema implementado no novo bairro pode funcionar. A verdade é que adultos e crianças estão sujeitos a deparar-se diariamente nos seus percursos pedestres com dejectos mais ou menos deteriorados que põem em risco a saúde pública para além do desconforto que provocam.

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NOS TEMPOS QUE CORREM (crónica dos dias que passam...) O MAIS No final duma reunião que havíamos solicitado à Presidência da Câmara de Loures onde tivemos a oportunidade de transmitir as nossas preocupações pela persistência de problemas urgentes no Parque das Nações que permanecem por resolver, com particular incidência sobre os que se situam no território daquela autarquia, o Presidente manifestou interesse em agendar uma visita local, para assim ficar mais elucidado e tomar um contacto mais directo com a realidade. Foi assim que num Sábado – dia 11 de Janeiro – recebemos a visita do Sr. Eng.º Carlos Teixeira, que se fez acompanhar por membros do seu Gabinete. Na visita participaram ainda autarcas das freguesias de Moscavide e de Sacavém que, com elementos da Direcção da AMCPN e ao longo de mais de 3 horas, tiveram a oportunidade de visitar grande parte do Parque das Nações verificando, assim, em directo, a generalidade das questões que preocupam os moradores e comerciantes, cujas soluções se situam no plano das Autarquias ou que, situando-se no plano governamental, a sua ultrapassagem será sempre mais célere quando essas mesmas Autarquias se envolvam no apoio explícito e formal à sua resolução. Foi bom verificarmos que ainda há quem não fique, apenas, pela promessa de circunstância e se empenhe em descer ao terreno, para detalhar e verificar realidades, ou seja, abrindo caminho a um gizar de soluções e apoios. Regista-se, pois, o nosso agrado e regozijo pelo facto. Contamos que dele decorram soluções adequadas para as nossas preocupações. Do nosso lado, a disponibilidade é total para uma vigilância atenta e colaboração activa na implementação das medidas adequa-

das à solução dos problemas com que nos defrontamos, de que se salientam, nomeadamente, a carência de transportes públicos nas zonas residenciais, de equipamentos escolares, centro de saúde, regulação do trânsito e estacionamento, entre outros.

O MAIS OU MENOS Na sequência de contactos e pressões que temos mantido com diversas entidades, nomeadamente a Presidência da República e o Governo, parece haver uma maior abertura da Carris para encontrar soluções para a grave carência de transportes públicos a que acima se aludiu e é sobejamente conhecida de todos. Com efeito, tivemos na passada semana um encontro com responsáveis da Carris, contando, igualmente, com a presença do Presidente da Junta de Freguesia de Moscavide, onde se equacionaram soluções que, no entender de todos os presentes, poderão atenuar ou dar um contributo positivo para a solução deste grave problema.

O MENOS A surpresa assaltou-nos num final de tarde de uma sexta-feira – a rádio e a televisão noticiavam a morte do Dr. João Amaral. À medida que iam tomando conhecimento da notícia, os membros dos Corpos Sociais da AMCPN contactavam entre si como se, talvez, se pudesse tratar apenas de um lamentável lapso da comunicação social... Mas, infelizmente, tratava-se de facto do Associado n.º 112 da AMCPN...

Desfilou, então, pela nossa memória a recordação do Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa que, ainda recentemente, nos havia recebido, em sessão formal, no Fórum Roma; a sua participação marcante no Debate sobre a Gestão Urbana no Parque das Nações realizado na Escola Vasco da Gama no dia 30 de Novembro último. Relembrámos, igualmente, o seu cumprimento afável; as reiteradas palavras de apoio e estímulo; a sempre manifestada disponibilidade para um conselho, que a sua experiência tornava incontornável, para uma ajuda ou um incentivo, bem como para um pouco de conversa à volta de uma simples bica... Com a sua inexorável partida ficamos, definitivamente, privados do conhecedor profundo dos problemas e potencialidades desta zona da cidade, que acompanhava sempre com interesse e detalhe, como nos confidenciava um seu colaborador próximo na Assembleia Municipal de Lisboa. Perante esta prematura partida, resta-nos, somente, lavrar a nossa modesta homenagem ao ilustre cidadão e manifestar, publicamente, o nosso pesar aos seus familiares. Fica o desejo de que seja possível concretizar ideias, consolidar projectos e atingir algumas das metas a que a AMCPN se propõe e que contavam, seguramente, com a sua solidariedade activa e permanente. Oxalá!

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Seremos uma " zona de expansão

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Miguel F. Meneses

ara quando o assumir da gestão do território do Parque das Nações pertencente a Loures? Está previsto para Março, mas ainda não está nada decidido. O grupo de trabalho já está constituído e os técnicos preparados.

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De que forma é que actuaram? Nós temos uma vantagem em relação a muitos outros municípios que é termos um protocolo de ligação de competências nas juntas de freguesia. Portanto, tudo o que tem a ver com limpeza urbana, arranjos das zonas verdes, o arranjo dos passeios e todos esses serviços têm essa mais valia local. A parte que nos calha, que é cerca de um terço do Parque das Nações, compreende duas freguesias e, naturalmente, que têm toda a disponibilidade para arrancar com esse serviço. No que diz respeito à recolha dos resíduos, os serviços municipalizados de Loures têm uma estrutura funcional que deve ser das mais bem apetrechadas do país, apesar de aqui existir um tipo diferente de disposição dos resíduos. Mas, assim, como esse serviço é adjudicado a uma empresa especializada, nós poderemos assumir essa recolha. Agora é importante fazer uma referência que é fundamental: sendo a Parque Expo o urbanizador, este terá que entregar à Câmara Municipal de Loures as infra-estruturas, nas devidas condições. Teremos que fazer um auto de recepção, não poderemos aceitar de qualquer maneira, sem sinalização, os passeios não poderão estar degradados, etc.. Terá que ser feita uma recepção dessas infra-estruturas assim como fazemos com qualquer outra

Carlos Teixeira, presidente da Câmara de Loures, considera-se optimista em relação ao assumir da gestão do Parque das Nações. Loures possui cerca de um terço de um território que faz fronteira com Lisboa. Ao Notícias do Parque revelou como pensa que será o futuro de um espaço que será administrado por dois concelhos e três freguesias.

urbanização; portanto é só mais uma. A limpeza urbana é fulcral para o desenvolvimento saudável de uma zona urbana. Algumas pessoas queixam-se de que o sistema utilizado apresenta algumas falhas. A Parque Expo prometeu uma coisa e está a dar outra. em Loures, podemos dizer que Naturalmente que Loures não seremos uma zona de expansão poderá ser responsabilizada, o que nos virá permitir a requapor isso vamos exigir que se lificação urbana desta platafordote o nosso território das ma ribeirinha, da Bobadela, de infra-estruturas necessárias. São João da Talha, de Santa Naturalmente que já temos Iria, enfim, toda aquela zona identificadas algumas das será requalificada, não com situações menos boas e temos dinheiros municipais, que não o toda a disponibilidade para temos, mas haverá, certamente, fazer melhor. Por exemplo, o alguém disposto a investir. centro de Moscavide, que é um centro comercial ao ar livre, é Então, e o "Caso Casino"? uma boa refeO casino, no rência de limParque das peza urbana. E Nações, seria a Ao não aceitar, nós estamos a situação ideal estudar uma poderá ser que pense para resolver o forma para que problema finana mecanização numa absorção do ceiro da Parque dos serviços Expo, podendo, possa tornar território de Loures com as suas mais eficaz a receitas, garantir parte da limpe- para Lisboa. Mas, se a qualidade de za urbana. vida que foi proAgora, as pes- vai por aí, arranjará metida, não só soas têm que aos moradores perceber que os uma grande guerra… de Loures, como papéis, os caiaos de Lisboa. xotes, não Beneficiaria o podem ser utilizados de qual- próprio Parque Mayer que quer maneira. Nós tivemos poderia ser requalificado com oportunidade de observar, as receitas provenientes do durante a visita, um senhor de casino tal como os concelhos um restaurante que foi pôr o da área envolvente. Não havenlixo ao lado dos caixotes do do dinheiro, temos que o ir buslixo. É uma questão, também, car a algum lado. Não é que eu de educação e não há câmara seja fã do jogo, mas seria que resista a este problema. importante. Estamos a apostar fortemente no turismo e seria, Quais são os aspectos "menos certamente, uma mais valia. bons" em que reparou durante a visita a esta zona? Mas Lisboa também quer Na zona norte, pertencente a um casino… em Lisboa. Será Loures, deu-me alguma satisfa- este caso sintomático de ção ver que não foi ocupada uma futura luta entre dois com um excesso de habitação territórios que partilham igual ao da zona sul, portanto, uma zona comum? O fim da

Sociedade de Gestão Urbana, SGU, trará implicações negativas para esta comunidade? Não. Não vejo grandes implicações. Por exemplo, a Portela, que a maior parte das pessoas pensa que é de Lisboa, é vista como uma freguesia de qualidade. Temos Moscavide, em que temos uma zona fronteiriça, onde há uma rua onde, do lado de Loures, os passeios estão arranjados e do lado de Lisboa está tudo degradado. Nós, em Loures, não temos problemas com isso e naturalmente que o grande problema que poderá haver com Lisboa é o facto de Loures estar impecável e Lisboa não conseguir garantir essa qualidade de

vida. Com as urbanizações que existem do lado de Lisboa e todas as receitas provenientes de Loures, com pouca habitação, acaba por ter receitas mínimas. Com aquela densidade de habitação, de hotéis, centros comerciais, publicidade, empresas, não têm problemas e Loures também não irá ter, porque terá uma gestão muito cuidada e, dentro destas limitações, iremos conseguir manter a qualidade de vida prometida. Há uma divisão e vamos saber gerir o nosso território. Achamos, também, interessante que fosse reposta a fronteira de 1940 e que o território do antigo Quartel de Beirolas fosse integrado,

novamente, no Concelho de Loures; isso seria repor a história. Mas não será fácil, pois existe a fronteira física da Torre Vasco da Gama. O empurrar de competências é clássico neste tipo de circunstâncias. Haverá alguma forma de contornar futuras disparidades? Naturalmente que terá que haver um diálogo entre Loures e Lisboa, até porque os moradores são em muito maior número na zona sul e naturalmente que vai haver uma deslocação destes para a zona norte. Estas pessoas irão procurar as zonas de lazer da nossa área. É óbvio que não


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vamos utilizar a máxima do governo que é o "utilizador pagador" e, portanto, não vamos cobrar taxa aos moradores que vêm para cá. Os lourenses sabem receber muito bem e não vamos impor essa limitação. Iremos ter a capacidade junto da Parque Expo, que ainda é proprietária dos terrenos, de criar um modo para que as pessoas se possam divertir e que algumas das receitas, provenientes das pessoas que vão investir em locais que pertencem a Loures, sejam, também, uma das mais valias. Nós somos um único país, estamos inseridos na mesma área metropolitana, eu sou lisboeta, nascido e criado em

Lisboa, portanto não vai existir esse bairrismo. Agora, se construíram prédios, uns colados aos outros, nós, em Loures, não vamos permitir que se construa mais nada do que o que está previsto. Queremos garantir a qualidade de vida aos moradores do nosso concelho e também aos de Lisboa que vão fluir para aquela zona. "Nunca vai haver uma fronteira" e, quando as pessoas têm receios de guerrilha entre municípios, naturalmente que não vão existir, porque nós somos pessoas de bem e que nos queremos entender, perfeitamente, na partilha de alguns espaços. Da minha parte, não há qualquer constrangimento

nesse sentido e acredito que deverá haver um entendimento. A comunidade local sente a necessidade de uma definição administrativa que permita responder às necessidades emergentes. Nesta fase, o espaço ainda é gerido pela Parque Expo. Há pessoas que vivem lá há anos e essa situação deveria ter sido ponderada e nós também estamos preocupados com isso. Por exemplo, as pessoas deveriam estar solidárias quando nós defendemos a estação de metro em Sacavém, pois era uma maneira de garantir o transporte. O próprio casino também iria obrigar a que existissem

transportes. Mesmo que não venha a existir o casino (que eu ainda tenho esperança que venha a existir), nós temos que levar as pessoas até à margem do Trancão. Temos que garantir as acessibilidades. Estamos a efectuar um estudo interno a nível de acessibilidades municipais, a nível dos transportes, e, naturalmente, que o Parque das Nações faz parte das nossas preocupações. O problema é que nunca se planeou, nunca se pensou nisso. Pensa que Lisboa tenha cortado com a tripartida, porque não quer partilhar o território, acreditando que mais tarde será integralmente assimilado

para dentro do seu concelho? Eu penso que o presidente Pedro Santana Lopes, ao aceitar a Sociedade de Gestão Urbana, assumia a partilha do território com Loures. Ao não aceitar, poderá ser que pense numa absorção do território de Loures para Lisboa. Mas, se vai por aí, arranjará uma grande guerra onde ninguém se vai entender, porque nós não abdicamos do nosso território. E os dois presidentes de Junta (Sacavém e Moscavide) e as Assembleias de Freguesia estão bem convictos e eu tenho que defender estas posições. Se vai por aí, vai arranjar uma guerra. Nós não abdicamos, nem eu, nem a assembleia, nem os

socialistas estão disponíveis para abdicar deste território. Se vamos falar da questão da área de Lisboa ser maior do que a de Loures, aí, eu digo que nós absorvemos Lisboa, porque o Concelho de Loures tem mais de o dobro do território de Lisboa e, então, passa a ser tudo do nosso território. Portanto, aí vai ser uma guerra pegada. Eu julgo que poderá ser isso, não sei, porque nunca ouvi, nunca se discutiu esse assunto. E, se assim for, qual é que pensa e acredita ser o melhor futuro administrativo da zona. Freguesia, Concelho? O próprio presidente da Junta


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As capelinhas que vão existindo entre as câmaras e o Governo dão, naturalmente, jeito a muita gente e os poderes estão aí, esses é que decidem.

de Freguesia de Santa Maria dos Olivais não está disponível para a criação de mais uma freguesia. As pessoas, por um lado, estão a favor da continuidade do território, mas querem criar um só para eles e esta zona não pode ser um gueto. E, depois, fala-se em concelho e depois? Criam-se mais duas freguesias, uma a norte e outra a sul? É preciso analisar tudo isto. Nós temos que saber o que é que queremos. E nós não abdicamos, não por uma questão territorial, mas porque aquela plataforma ribeirinha não pode ficar só por ali, tem que ser um exemplo para o país. Só se vai requalificar aquela zona? Então e tudo o resto? O país é Lisboa? É até Vila Franca o futuro. Não poderá existir essa visão redutora e, naturalmente, que o governo não irá tomar uma posição destas. As pessoas de Moscavide e de Sacavém estão muito cientes do seu território, porque, quando era lixo, pertencia a Loures e, quando deixa de ser lixo, vai para Lisboa. Não podem existir portugueses de primeira e portugueses de segunda. Fala-se muito numa necessidade de reciclar as estruturas autárquicas. Como autarca, pensa que é urgente uma reestruturação desta "máquina"? Naturalmente. Esta estrutura, nomeadamente ao nível dos procedimentos de gestão, deveria ser totalmente alterada. Deveria ter-se outro ponto de vista empresarial. Um presidente de câmara, sempre que está a fazer um despacho, tem que consultar seis ou sete juristas para ver se o despacho não levanta incompatibilidades. Um presidente de câmara não pode escolher os seus directores de departamento, não pode escolher os seus chefes de divisão, porque são aqueles que já lá estão. Portanto, como é que se pode gerir alguém quando não se tem pessoas de confiança técnica e até política para levar à frente os projectos? Felizmente que grande parte

deles são técnicos competentes e cumprem os seus papéis, mas há outros que não. E como é que se consegue funcionar assim? Qual é a autonomia que os municípios têm se qualquer pequena obra tem que ter um visto do Tribunal de Contas? Há uma série de desconfianças à volta da gestão dos dinheiros públicos que é impossível. Primeiro que se consiga fazer uma obra demora um ano. Há uma série de impasses que não são as câmaras que os criam. Toda a gente dá pareceres. Há um sem número de identidades que temos que consultar. O estado deveria ser organizado numa entidade única que tivesse capacidades e as valências. As capelinhas que vão existindo entre as câmaras e o Governo dão, naturalmente, jeito a muita gente e os poderes estão aí, esses é que decidem. Que sugestões é que deixa? Por exemplo, o novo tipo de controle de gestão através do POCAL já é uma pequena revolução, porque nos permite, ao momento, sabermos em que estado estão as nossas contas. Mas não passa só por aí. Não é fácil. As competências têm que estar muito bem definidas. Por exemplo, há, constantemente, legislação a sair, que altera um determinado artigo e que vai alterar outro artigo. Os nossos técnicos têm grandes dificuldades em informar e decidir, quando a legislação já alterou um processo que estava a ser concluído. É preciso ter atenção e dotar a legislação com um prazo de validade que atribua alguma coerência a tudo isto.

cinco andares, outras dez, outras doze. Aquilo é uma aberração total. Mas, talvez se fosse americano, veria de uma maneira diferente. Há sítios que estão interessantes, a zona do recinto, por exemplo, com a FIL, O Atlântico, Pavilhão de Portugal, a marina penso que está muito bem concebida, agora, o resto acho que está muito complicado.

Se tivesse a oportunidade de desenhar, hoje, a Cidade Imaginada, de que forma é que o faria? De uma forma completamente diferente. Não desenharia nada daquilo que lá está. Eu não sou arquitecto, sou engenheiro. Teria zonas específicas, faria o parque dos bancos, o parque dos hotéis. Faria zonas com outra configuração, não um molhe de casas que têm, umas

E a cultura e o lazer? Será apenas um aproveitamento do que se tem feito em Loures ou será utilizada uma política diferente para a zona? Nós temos previsto para o PP5 um campo de Golfe, uma pista de atletismo com um hotel de apoio que permita uma ligação ao rio para, por exemplo, fazer canoagem. Criar uma zona de descontracção. Queremos meter o cidadão a utilizar o

E em relação à Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes? A igreja tem um espaço e, quando a quiserem construir, naturalmente que estamos disponíveis para que ela seja edificada. Abrimos uma excepção para a construção da Casa do Gil, porque é uma grande preocupação nossa e a bondade do projecto e das pessoas que estão por trás merecem essa credibilidade. Mas vamos manter esta zona como um espaço de descompressão.

Para finalizar, gostaria de viver no Parque das Nações? Não. Se tivesse oportunidade de escolher, gostaria mais de viver numa zona mais recatada, mais a norte, como Bucelas. Mas tem a ver com a minha forma de ser, sou mais tranquilo e não procuro as grandes confusões. Eu gostaria de viver na Expo quando começou a ser desenhada, no seu início. Cheguei mesmo a pensar comprar cá casa. Mas, de qualquer maneira, nós, os autarcas, temos de criar condições para que as pessoas gostem de viver cá. E para todos aqueles do território de Loures que estão desiludidos, nós iremos criar condições, em colaboração com os cidadãos, para que esse sentimento diminua e eles possam sentir que o investimento tem o retorno merecido.

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Oceanário de Lisboa recebe nova espécie

Manta Birostris O Oceanário de Lisboa recebeu uma nova espécie. O mais recente e raro habitante do Aquário é uma Manta Birostris, popularmente conhecida por manta. O Oceanário pode congratular-se visto ser o único detentor deste espécime, um exemplar único em aquários da Europa e dos Estados Unidos. A Manta Birostris passou a ser o embaixador da sua espécie em cativeiro e é já a grande atracção do Oceanário de Lisboa.

CAPTURA Texto: Mariana Gasalho Fotografia: Oceanário

O Oceanário de Lisboa contou com o apoio de uma empresa de pesca, a Tunipex, na captura da Manta Birostris. Esta empresa utiliza uma armação de pesca, uma rede em forma de piscina, ao largo de Olhão que permite capturar as mais diversas espécies de peixe e conservá-las no mar. Uma técnica favorável que minimiza os danos muitas vezes causados aos peixes. Em 1998, a Tunipex alertou o Oceanário para o aparecimento de algumas mantas naquela zona. Ainda numa fase de arranque, o Aquário de Lisboa não reunia as condições inerentes para receber as espécies. Em Novembro de 2002,um grupo de pescadores apercebeu-se da presença de uma manta nas redes. A notícia chegou ao Oceanário. Sem perder tempo, uma equipa de biólogos partiu rumo ao Algarve. A manta foi introduzida num tanque de um metro e meio de diâmetro totalmente equipado com filtração e oxigénio onde foi transportada para o Oceanário de Lisboa. A viagem foi um sucesso e decorreu sem sobressaltos. À chegada, os aquaristas lançaram-na ao Tanque central, excepcionalmente, esta espécie não passou por um período de quarentena. Durante largas horas a equipa de aquaristas não perdeu de vista o novo residente do aquário e vigiaram atentamente os predadores mais activos. Rapidamente a manta birostris


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Oceanário de Lisboa recebe nova espécie

Manta Birostris adaptou-se à sua nova casa e nadou elegante e graciosamente junto dos seus novos companheiros. Quem também ganhou com esta nova presença foram as rémoras que imediatamente procuraram refúgio no seu enorme manto. Diariamente a manta é alimentada com dois quilos e meio de camarão pequeno, também denominado de zooplâncton e já cresceu cerca de 30 centímetros desde que chegou. Actualmente mede dois metros e cinco centímetros e pesa cerca de 100 quilos. Sabese apenas que é uma manta macho muito jovem, a sua idade ainda não foi definida. A par com as lontras e os peixe-lua a Manta Birostris é já uma das mais populares atracções do Aquário. Não foi por acaso que a Manta Birostris se tornou o centro das atenções do Oceanário de Lisboa. A captura da manta resulta de um projecto de investigação encetado há dois anos no México por biólogos do Oceanário que pretendiam estudar a espécie. O Oceanário está associado ao Monterey Bay Aquarium na Califórnia e ao Instituto de Investigação das Pescas Mexicano numa investigação científica sobre as várias espécies de manta. Uma missão científica que visa estudar o estado actual de conservação desta espécie. Deste protocolo já resultaram algumas missões do Oceanário de Lisboa tanto aos Estados Unidos como ao México. Em 2001,uma equipa de 15 biólogos das três instituições científicas capturou na Baía de Los Angeles, México, um exemplar da Mobula munkiana, uma das mais pequenas espécies de manta existentes. As equipas concluíram que a sobre-pesca e a falta de fiscalização naquela área praticamente eliminou a espécie. Em 2002, outra equipa composta por oito biólogos investigou em Punta Arenas, no México, as espécies Mobula thurstoni e Mobula japanica. Infelizmente a conclusão deste estudo não foi diferente do anterior. A pesca excessiva nesta zona poderá provocar a curto prazo a extinção destas espécies tendo em consideração a sua baixa fecundidade, aproximadamente uma cria de dois em dois anos. Agora, uma equipa de biólogos do Oceanário de Lisboa estuda a Manta Birostris em cativeiro permitindo-lhes assim obter dados que

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não seriam possíveis de alcançar no seu habitat natural. Está previsto durante o decorrer deste ano um encontro no México entre biólogos portugueses, norte-americanos e mexicanos afim de complementar a investigação sobre a Manta Birostris. O contributo dos biólogos do Oceanário de Lisboa será de extrema importância para a conclusão do estudo em curso.

MAS AFINAL O QUE É UMA MANTA BIROSTRIS? Esta espécie de manta é a maior raia existente podendo atingir oito metros de envergadura e 1500 quilos, dados máximos registados até hoje. Distingue-se pela sua cabeça ampla, apêndices cefálicos que canalizam a comida para a boca, barbatanas peitorais longas e cauda curta em forma de chicote. Pode chegar a possuir até 300 filas de pequenos dentes não funcionais no maxilar inferior. A pele é de cor negra podendo ter manchas brancas na porção superior do corpo, e branca com o bordo cinzento e manchas escuras na porção inferior. Alimenta-se principalmente de plâncton e de pequenos peixes e encontra-se em águas temperadas e tropicais de

todos os oceanos, desde a superfície até aos 30 metros de profundidade. Esta espécie é muito vulnerável, principalmente devido à sua baixa fecundidade. Uma Manta Birostris pode dar à luz apenas uma ou duas crias em cada dois ou três anos. Pensa-se que a sua esperança de vida possa atingir os 20 anos.

CURIOSIDADES Existem inúmeros registos que relatam a observação de mantas a darem à luz em pleno voo. Um mistério por desvendar… As mantas batem as barbatanas apenas cerca de 12 vezes por minuto. As rémoras beneficiam da boleia oferecida pela manta, uma relação designada por comensalismo. Determinados peixes “catam” as bactérias alojadas no corpo das mantas aliviando-as dos efeitos causados por estes organismos. A esta relação dá-se o nome de simbiose. A Manta Birostris é também conhecida pela manta dos dois rostos. Permite a aproximação de mergulhadores, chegando por vezes a “oferecer-lhes boleia”.


REPORTAGEM | NP |13

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VOX POP | NP |15

|Vox Pop| Dê-nos três ideias para melhorar o Parque das Nações em 2003… Simão Oliveira 24 Anos Estudante

Helena Alves 21 Anos Estudante

Maria João Corregedor 33 Anos Professora

Inês Carreira 12 Anos Estudante

1 – Transportes públicos principalmente aos fins-de-semana. 2 – Mais restaurantes, alguns self-services. 3 – Mais estacionamento.

1 – Outra escola secundária. 2 – Mais espaços verdes acabando com a construção. 3 – Educar alguns comerciantes em relação ao lixo.

1 – Menos construção. 2 – Limpeza dos dejectos caninos. 3 – Evitar que os carros circulem ao fim de semana na zona perto dos jardins acabando assim com os estacionamentos em cima destes.

1 – Um campo de futebol com balizas e bancadas. 2 – Mais um Hospital. 3 – Uma escola secundária com 10º, 11º e 12º anos.


16 | NP | REFLEXOS

Sobre a poesia canta até te mudares em azul

Herberto Hélder

Zumbindo um besouro pousa numa flor e encurva o caule delgado e anda por entre filas de pétalas folhas de dicionários e vai direito ao centro do aroma e da doçura e embora transtornado perca o sentido do gosto continua até bater com a cabeça no pistilo amarelo e agora o difícil o mais extremo penetrar floralmente através dos cálices até à raiz e depois bêbado e glorioso zumbir forte: penetrei dentro dentro dentro e mostrar aos cépticos a cabeça coberta de ouro de pólen

“descoberta” da razão pela filosofia grega originou uma esperança de claridade no pensamento humano. Mas não apenas: tornou “a poesia uma heresia perante a moral e a ideia de verdade dos gregos”1, atirando-a para os arrabaldes. Face à esperança na razão o poeta era um rebelde - alguém que vive segundo o corpo, dando voz ao desespero, à dispersão e ao amor ao efémero, e que ao não encontrar consolo se embriaga. E não havia ameaça maior que o homem atraiçoar a razão usando o seu veículo, a palavra, para deixar que através dela falassem as sombras. Julgo que essa terá sido sempre a maior virtude da poesia: a de ser voz de sombras, de breves murmúrios e breves suspeitas. E embora deva continuar livre e inútil, como sempre foi, a verdade é que acredito no seu alcance. Acredito na poesia como lugar de paixão e alegria - “um grande sopro que agita as coisas, todas as coisas da vida”2 - mas, sobretudo, como lugar de resistência. “A poesia é por natureza revolucionária”3 porque aspira a uma outra sensibilidade, a uma outra linguagem e, desse modo, procura uma sociedade mais justa e serve um ideal de comunhão humana. Acredito na poesia porque nos olha na nossa nudez. E ao penetrar a pouco e pouco no nosso interior, ao revelar os nossos segredos, torna-nos diáfanos. E aos nos tornar diáfanos não nos humaniza apenas: torna-nos sagrados. Acredito na poesia por ser tão frágil. Acredito que aquele que escreve se “ergue na sua magre-

A

1 Maria Zambrano, A Metáfora do Coração e Outros Escritos, Assírio & Alvim 2 J.D. Salinger, Carpinteiros Levantem Alto o Pau de Fileira, Quetzal Editores

Zbigniew Herbert mudado para português por Herberto Helder za”4 e alcança uma elevação - e ao escrever “mar”, o mar lhe enche a alma e as mãos. Acredito na palavra poética como um pulsar subterrâneo, um fio eléctrico muito fino que atravessou os séculos. Acredito que se essa palavra penetra na noite - “Eu escrevia silêncios, noites; anotava o inexprimível. Fixava vertigens.”5 - é porque não se resigna a que cada ser seja somente aquilo que parece. É porque procura a infinitude de cada coisa, reconhecendo-lhe o direito de ser para além dos seus actuais limites - ”A cada ser, muitas outras vidas me pareciam devidas”6. Finalmente, acredito na poesia como “o lugar onde a palavra ainda não foi completamente secularizada, e em torno da qual gira toda a construção trágica”7. Trágica no sentido de representar a voz do Homem, no seu percurso narrativo pela terra, uma vezes dramático, outras grandioso, outras fazendo frente aos sentimentos como o amor e outras ainda tentando compreender a morte. É por isso que “toda a poesia é luminosa, até a mais obscura”8. E, juro, há poetas cobertos de ouro, cobertos do mais fino pólen.

3 Ruy Belo, Na Senda da Poesia, Assírio & Alvim 4 Al Berto 5 Rimbaud, Delírios II – Alquimia do Verbo, Assírio & Alvim 6 Rimbaud, Delírios II – Alquimia do Verbo, Assírio & Alvim

J.Wengorovius joao_ana@mail.telepac.pt 7 Herberto Hélder citado por João Carvalho da Silva e António Guerreiro em Os “Poemas mudados para português” de Herberto Hélder – uma epopeia da palavra, revista Brotéria nº147. 8 Eugénio de Andrade


PASSEIO PELO PARQUE | NP |17

É engraçado como o frio nos convida a abrir velhos baús.

Luvas de baú Miguel F. Meneses

travessei o corredor para fugir do frio e descobri o passado. Ele era ladeado por grandes janelas de vidro e alguns dos raios de sol, que as trespassavam, chegavam mesmo a aquecer. Caminhei pelo calor e pelo frio até chegar a uma porta que abri com algum arrasto. Descobri um baú. Abri-o e o pó rapidamente evaporou-se no ar. Lá dentro descobri umas luvas antigas... perfeitas para os restos do Inverno. O preto já mal se percebia e o gasto tinha desenhado pequenas escamas irregulares no dorso. Pensei logo num discreto restauro, nada muito transformista, apenas tirar o ar velho... conservando o antigo. Experimentei-as... serviam. Eram tão quentes que transpiravam. Ao voltar ao quarto olhei para o espelho e apercebi-me de que as luvas transformavam em trapos as minhas roupas. Troquei o hábito moderno por uma compatibilidade passada e esperei que assentasse. Testei-as ao frio da rua e cortei o nevoeiro mão atrás de mão. Comecei a aperceber-me da diferença sem a entender. Aceitei-a sem parar. Senti-me quente e seguro embora o caminhar fosse novo e desigual e, apesar de não ter lugar vivo na memória... existia. Segunda transformação: cruzei as mãos por detrás das costas e abrandei numa naturalidade certa. Olhei para as pisadas em

A

círculos e vi pessoas paradas que, sem se mexerem, continuavam a envelhecer. Os bolsos eram segurados por espelhos que, em vez de reflectirem, tinham sido camuflados por auto-retratos já ultrapassados. Tinham estagnado na sua própria vaidade, incapazes de evoluir. Ignorei-as e deixei-me ser conduzido pelas luvas antigas. Cumprimentei todas as senhoras que navegavam a rua com um leve e cortês beijo na mão. Caminhei pelo preto e branco com um saudosismo infatigável. Evitei as ruas coloridas, os carros rápidos, o moderno. Congelei mesmo em frente a um ecrã Audrey Hepburn. Senti falta de um passado, de uma frase, de um som. Na rua uma senhora louca com mais de cem anos cumprimentou-me como se me conhecesse. Vestia um traje de ballet gasto e carregava um Miró pintado no rosto. Tinha ficado esquecida e feita prisioneira de um tempo que já não lhe pertencia. Assustei-me e regressei à frente. E tão distintas e intemporais eram aquelas luvas de baú... pensei eu, ao devolvê-las novamente ao seu refúgio. Ao lado delas descobri um retrato de um antepassado que só naquele momento reconheci pelas duas luvas que descansavam ao seu colo. Era então a ele a quem aquelas luvas tinham servido em tempos. E por onde é que ele andou e pensou? Que pontes atravessou, que pessoas tocou, quantas lágrimas limpou? Mais de um milhão de certeza... ao olhar para a pele antiga e gasta. Fechei o baú e atravessei o corredor já sem luz e frio, enquanto que as minhas mãos aqueciam ao tempo daquelas luvas antigas.


18 | NP | FOTOREPORTAGEM

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CULTURA | NP |19

BREVEMENTE NO ATLÂNTICO BRYAN ADAMS

“LORD OF THE DANCE”

TONY CARREIRA

DE REGRESSO À VELHA CASA

SUPER-PRODUÇÃO NO PAVILHÃO ATLÂNTICO

PARIS-LISBOA-PARIS

cantor canadiano Bryan Adams regressa a Portugal no dia 25 de Fevereiro para actuar ao vivo no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Esta é mais uma visita do músico a uma cidade que bem conhece, já que, como é conhecido, boa parte da sua juventude foi passada em Cascais, onde viveu. Este é, segundo se espera, um espectáculo em que Bryan Adams fará um percurso por praticamente toda a sua carreira, que só a título discográfico remonta ao ano de 1980. Isto porque a sua mais recente edição de dimensão mundial foi o álbum “The Best of Me”, que inclui canções como “Please Forgive Me” e “Run to You”. Bryan Adams foi um dos músicos que maior impacto popular teve na década de 80 do século XX, muito por via dos dois que viriam a ser afinal os seus mais importantes álbuns,“Cuts Like a Knife” (de 1983) e “Reckless” (de 1984, em que constam canções como “Run to You”, “Heaven”, “Somebody”, “Summer of 69” e “It’s Only Love”). Nos tempos mais recentes, e apesar da continuidade de edições bem como na participação em bandas-sonoras, Bryan Adams tornou-se mais um artista de palco do que de qualquer outra natureza, pelo que é no seu habitat natural que pode ser visto em Lisboa a 25 de Fevereiro. O espectáculo tem início marcado para as 21h30, os bilhetes custam entre 22,5 e 25 Euros e podem ser adquiridos no Pavilhão Atlântico, IOL, lojas Fnac, e agências ABEP e Alvalade.

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Pedro Gonçalves

cantor popular português Tony Carreira, cujo percurso musical muitas paragens tem feito fora de Portugal, apresenta-se ao vivo no dia 8 de Março no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. “15 Anos de Canções” é o título do concerto de um dos mais bem sucedidos nomes da música ligeira portuguesa. Com mais de uma dezena de álbuns editados desde 1991, Tony Carreira publicou em 2002 o seu primeiro DVD, em que, especialmente através de espectáculos ao vivo, passa em revista o trajecto feito até então, com particular e natural incidência nos concertos realizados no Olympia de Paris. É, de resto, para Paris que Tony Carreira se desloca pouco tempo depois do concerto no Pavilhão Atlântico, tendo o cantor agendada uma apresentação ao vivo numa sala de características e dimensões semelhantes à lisboeta, o Zenith. O espectáculo de Tony Carreira em Lisboa tem início marcado para as 21h30 e os bilhetes podem ser adquiridos no Pavilhão Atlântico, lojas Fnac da Grande Lisboa e Ticketline por preços que se situam entre os 10 e os 20 Euros, com entrada gratuita para crianças com idade inferior a cinco anos.

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Pavilhão Atlântico, no Parque das Nações, recebe entre os dias 6 e 9 de Fevereiro, nova apresentação em Lisboa do imponente espectáculo de música e dança “Lord of The Dance”. Michael Flatley, flautista e bailarino inglês, pensou um espectáculo que se estreou em Dublin, Irlanda, em Julho de 1996 e que, desde então, angariou sucesso suficiente para cumprir o sonho do seu autor: levar a mistura da tradição com inovação com base na Irlanda e levá-la a todo o Mundo.“Lord of The Dance”, o espectáculo que resultou desse esforço de Flatley e que já correu todo o planeta com sucessivas lotações esgotadas, chega ao Pavilhão Atlântico no dia 6 de Fevereiro e aí se instala até dia 9. No dia 8, sábado, a vasta trupe de bailarinos sobe ao palco por duas vezes. As apresentações de “Lord of The Dance” têm início marcado para as 21h30, sendo que a essas se acrescenta uma matinée no dia 8, concretamente às 16h30. Os bilhetes custam entre 25 e 55 Euros e podem ser adquiridos no Pavilhão Atlântico, IOL, lojas Fnac, e agências ABEP e Alvalade.

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20 | NP | NOVAS TECNOLOGIAS

Tecnologias futuras, que impactos nas nossas vidas nos próximos 10 anos?

início de um novo ano é, sem dúvida, uma boa altura para falarmos das previsões tecnológicas para a próxima década feitas pela IDC (empresa especializada na recolha e divulgação de conhecimento em tecnologia). Se os cientistas e os analistas da IDC estiverem correctos, num futuro próximo, acontecimentos que, agora, só imaginamos ser possíveis num filme de ficção científica, poderão tornar-se realidade. Por exemplo: Os paraplégicos vão ser capazes de andar graças a uns sensores incrustados no seu corpo que receberão indicações directamente de um computador; Os médicos, por sua vez, vão poder monitorizar os sinais vitais de um paciente através de um computador ligado a micro sensores implantados no corpo daquele; Edifícios feitos de partículas de carbono “nanotubes”, mil vezes mais fortes do que o aço, serão indestrutíveis face a qualquer desastre natural; A rede (web) será suficientemente inteligente para perceber exactamente aquilo que estivermos a procurar, em vez de obtermos como resposta a um pedido, algumas centenas de possibilidades. Estes são apenas alguns exemplos das previsões efectuadas pela IDC, em Janeiro de 2003, acerca das tecnologias do futuro. O conceito de web semântica, possibilitará aos utilizadores da próxima geração da Internet obterem informações mais precisas, devido à utilização de agentes (neste caso para motores de busca) computorizados, os quais permitirão encontrar exactamente o que procurarmos. Ao efectuarmos, hoje, uma pesquisa do tipo “livros acerca de José Saramago” no Google (páginas em Português) surgem 362 hipóteses, entre as quais, imensas relativas a livros escritos pelo autor. Com a web semântica, os agentes serão suficientemente inteligentes para decifrar o sentido da palavra “acerca” que o conduzirá a procurar livros sobre o autor e não livros escritos pelo autor. Uma das tecnologias futuras já abordadas tem a ver com o implante de micro sensores no corpo humano. Na Universidade de Reading, um professor fez um implante de um micro chip no braço esquerdo, tendo conseguido, após diversas experiências, obter uma reacção num dedo da mão esquerda através do envio de informação para o sistema nervoso central. A importância da nano tecnologia (técnica que permite a construção de objectos e aparelhos pouco maiores que uma célula) é reforçada por um cientista japonês que, numa entrevista à Reuters, previu a importância da miniaturização em áreas como a medicina.“No futuro, micro-sensores, micro-máquinas e micro-dispositivos poderão ser ins-

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talados, a baixo custo, no interior do corpo humano onde poderão monitorar e executar uma cirurgia”. Um dia, um paraplégico poderá readquirir a sensibilidade nas pernas através do implante de um chip similar no seu corpo. Embora, segundo o responsável da pesquisa no IDC, para aplicações como a referida (ajudar a um paraplégico a andar) “estamos a 10 anos de distância”. A tecnologia sem fios é já bastante actual com o advento dos telefones celulares e do Wi-Fi (wireless fidelity) para acesso à Internet, mas a explosão dos “lily pads” (acessos wireless locais) demorará alguns anos, pois permitirá o acesso gratuito à Internet (por exemplo, se o meu vizinho usar um acesso wireless é bastante provável que na minha casa possa usufruir daquele acesso, logo a proliferação destes acessos criará uma rede wireless global). Mais, esta rede, permitiria realizar chamadas sobre IP gratuitas de qualquer ponto. Por esta razão, as empresas de telemóveis não terão muito interesse em investir nesta área.

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Os nano tubos (feitos com moléculas de carbono) mil vezes mais fortes que o aço permitirão construir casas à prova de inundações, terramotos e outros desastres naturais. Estes materiais serão encontrados em muitas outras áreas, tais como os circuitos ou o corpo dos lap tops. Importa, por fim, notar que a IDC é conhecida por acertar, em pelo menos, 7 previsões em cada 10 previsões efectuadas. Reinaldo Martins martins@netbase.pt Consultor em Negócio Electrónico

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A vitória do querer A Croácia foi a grande vencedora do Campeonato do Mundo de Andebol. Vista como um outsider, no que à conquista do título diz respeito, os croatas conseguiram fazer do querer uma arma indestrutível para os adversários. Portugal, por sua vez, conseguiu a sua melhor classificação de sempre (12º). Pedro Pereira

Croácia foi a grande vencedora do XVIII Campeonato do Mundo de Andebol. A vitória tem tanto de inesperada como de justa, de uma selecção que demonstrou que a coragem, o orgulho ferido, a crença e, acima de tudo, uma raça incapaz de ser destruída podem colmatar carências técnicas e tácticas.

A

Croácia com o espírito dos Descobrimentos A Croácia conseguiu no Pavilhão Atlântico o seu primeiro título mundial. Uma equipa que chegou a ser apelidada de «intrusa», dado o pouco valor que lhe era atribuído. Depois de um segundo lugar no Mundial da Islândia em 1995, e da conquista dos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, a Croácia

vinha numa fase descendente de resultados, que culminava no último Europeu, em 2002, onde tinha ficado em 13º (Portugal ficou em nono). Perante tão grande declínio, pode-se então dizer que o Parque das Nações serviu de inspiração a uma equipa, que encarnou bem o espírito dos Descobrimentos, que esta zona da cidade de Lisboa invoca. Tal como no séc. XV as dificuldades eram muitas, as profecias não eram animadoras e os objectivos a que se propunham alcançar eram praticamente utópicos. Tal como no séc. XV os «adamastores» foram ultrapassados, os velhos do Restelo vencidos, e por fim, os objectivos propostos foram insignificantes comparados com os resultados obtidos. Lino Cervar, o treinador, Vlado Sola, Mirza Dzomba, Slavko Goluza e Ivano Balic, jogadores, revelaram-se autênticos «Vascos da Gama», «Pedros Álvares

Cabral» ou «Bartolomeus Dias». Pode dizer-se que fizeram do Parque das Nações o seu porto e do Pavilhão Atlântico a sua nau. E com o Tejo ali ao lado, provavelmente, as Tágides também serviram de musas inspiradoras.

Declarações dos navegadores croatas Lino Cervar, Comandante (treinador) da Croácia, no final do encontro não escondia a sua satisfação pelo feito conseguido. Também fez questão de relembrar algumas das coisas que se disseram sobre a sua

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Selecção antes do Mundial. «Houve quem dissesse, há oito meses, que a Croácia não tinha equipa para ganhar nem um campeonato em África. Estou muito orgulhoso dos meus jogadores, que deram tudo o que tinham e sempre acreditaram que podiam ir longe. A favorita era a Alemanha, no entanto vi uma equipa decidida a ir até ao fim. Tudo foi perfeito. Estamos a viver um milagre». Vladimir Sola, o principal guardião da nau croata, não escondia a sua felicidade, se bem que tivesse dificuldades em exprimila. De salientar que, Sola chegou ao Mundial como guarda-redes suplente e acabou como um dos principais heróis, ou seja, tudo o que se disse neste jornal sobre o espírito croata tem neste jogador o expoente máximo. Muitas foram as vezes que o público entoou o nome de Sola, não só pelo seu carisma e visual (cabelo pintado de vermelho), mas acima de tudo, porque a situação era de difícil resolução e só ele a podia resolver (livres de 7 metros). «Não sei explicar o que sinto, estou tão cansado, tão contente, tão vazio, tão cheio. Estou tão feliz que nem consigo respirar.


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Ninguém diria que éramos capazes de fazer isto. O objectivo era garantir um lugar nos Jogos Olímpicos, e isso já era considerado, por muitos, uma missão impossível. Depois do primeiro jogo (derrota com a Argentina) ficámos dois metros abaixo do chão, mas os outros jogos foram encarados como finais até isto», disse referindo-se à medalha de ouro que ostentava ao peito. Por último, o homem do leme, Ivano Balic, o estratega e coração de toda a equipa. Falou da vitória e do futuro. «As duas equipas estavam muito cansadas, e perdia o jogo quem se rendesse primeiro. Eu acreditava na minha equipa, mas tivemos alguns problemas. Agora está tudo bem, somos uma equipa. Esperávamos apenas alcançar um lugar nos Jogos Olímpicos, quando começámos a ganhar um jogo e outro até aqui. Agora temos que ganhar mais medalhas, porque as pessoas vão esperar isso de nós. Ninguém diria que a Croácia chegaria aqui, mas agora vão lembrar-se de nós.

Portugal: a desilusão Portugal não conseguiu atingir os objectivos a que se propunha. Não ficou dentro dos sete primeiros classificados, que davam o apuramento directo para os Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. A favor da Selecção podemos dizer que conseguiu a sua melhor prestação de sempre num Mundial, 12º lugar. Em 1997, no Japão, tinha-se classificado em 19º, e em 2001, na França, tinha sido 16º. Também se pode dizer que os jogos que Portugal perdeu não foram surpresa, ou seja, foram derrotas naturais contra selecções mais fortes. Mas partindo desse pressuposto, Portugal nunca devia pôr a fasquia tão alta, pois se os resultados foram todos normais, a equipa portuguesa devia de aspirar, no máximo, a um lugar entre o 9º e o 12º. No entanto as coisas não são assim tão lineares, pois Portugal no último Europeu ficou em 9º lugar (o Mundial é uma espécie de Europeu, só que com algumas equipas muito mais fracas), e agora que jogava em casa e com o apoio do público não seria normal catapultar-se para uma melhor classificação. Quantos lugares costumam valer o factor casa? Vários por certo, os suficientes para, hoje, provavelmente, estarmos apu-

História dos Mundiais

rados para os próximos Jogos Olímpicos. Mas não, não só não estamos apurados, como apanhámos, no sorteio para o apuramento para a fase final do Campeonato da Europa, a fava, a Noruega, a selecção que todos aqueles que vão disputar o apuramento não desejavam. São más notícias, mas muito longe de serem definitivas, pois estando num bom momento somos um adversário difícil para qualquer país, mesmo os mais fortes. Pena é que não tenhamos estado tão bem agora, e nem sequer tenhamos chegado a Lisboa. Uma das causas apontadas para esta desilusão foram as lesões de Filipe Cruz e Ricardo Andorinho, dois excelentes jogadores que muita falta fizeram. Mas não terá sido só por aí, penso mesmo que a principal razão deste insucesso esteve no jogo com a Islândia. Uma partida em que a escassos minutos do fim vencíamos por dois golos e tínhamos um livre de 7 metros a favor. É muito para uma equipa que joga em casa, e que tem, na realidade, excelentes jogadores, para vencer a partida. Mas não foi, desperdiçámos o livre de 7 metros, e a vantagem que dispúnhamos, conseguindo cometer erros para os quais parecia não haver tempo. A verdade é que esta vitória dava-nos o segundo lugar do grupo e dois pontos na fase seguinte, ou seja a uma vitória de poder ficar nos oito primeiros classificados na pior das hipóteses. Ora uma vitória na segunda fase foi aquilo que conseguimos num grupo, teoricamente, mais difícil.

Organização A Organização deste Mundial está de parabéns. Depois de alguns problemas no arranque da competição, tudo o resto correu da maneira esperada. A possibilidade do Pavilhão de Viseu não estar em condições de receber o Campeonato do Mundo, o não funcionamento

dos marcadores electrónicos em S. João da Madeira no primeiro dia, e a falta de luz em Viseu no segundo fizeram temer o pior. Mas a verdade é que a partir daí tudo correu da forma esperada, não tendo ocorrido mais qualquer tipo de falhas. De salientar a prestação de Carlos Cruz, presidente da Comissão Organizadora Nacional, que se revelou sempre disponível para assumir, explicar e apresentar soluções para as falhas ocorridas. No que respeita ao público, um dos factores mais importantes para medir o sucesso de um evento deste género, pode-se dizer que ele foi aderindo conforme a competição ia avançando. Se na primeira fase só os jogos de Portugal se encontravam com uma boa moldura humana, enquanto os outros registavam assistências modestas, na segunda fase já foi possível vislumbrar um aumento significativo de espectadores nos jogos em que a turma das quinas não participava. Como é natural, os jogos em que os Lusitanos competiam mantinham-se com muito público. Na terceira e última fase, já em Lisboa, o Pavilhão Atlântico teve uma assinalável assistência nas meias-finais, e casa praticamente cheia no dia da final. De destacar a presença de «nuestros hermanos», que afluíram em grande número. A proximidade e a boa participação desportiva da «Armada Espanhola» muito terão contribuído para isso. Pela negativa, além da fraca afluência de público nas primeiras fases, foi o preço dos bilhetes, que não era condizente com a realidade económica do país. Também a animação feita nos pavilhões por

Portugal fora foi medíocre, excepção feita à efectuada na Póvoa de Varzim, onde os animadores se destacaram dos demais. Em contrapartida, os voluntários revelaram-se bastante disponíveis e sempre dispostos a resolver qualquer tipo de entraves. Infelizmente, nem sempre estavam bem instruídos, faltando-lhes resposta para certas situações que lhes diziam respeito.

A história dos Mundiais é um intenso e avassalador domínio europeu. A Europa domina não só nos títulos conquistados, 18 campeonatos em outros tantos mundiais realizados, como na organização, onde organizou 16 competições. Só por duas vezes o Campeonato do Mundo saiu da Europa, em 1997 no Japão e em 1999 no Egipto. Podemos, então, dizer que o andebol é um desporto europeu. Para comprovar isso mesmo, em 18 mundiais nunca uma equipa fora da Europa chegou ao pódio, o melhor conseguido foi um quarto lugar do Egipto em 2001. Neste Mundial as 13 equipas europeias ocuparam as treze primeiras posições. Sintomático da força e expressão do andebol no Velho Continente. Para cúmulo, ou talvez não perante tais evidências, é a competitividade do Campeonato da Europa ser superior à do Campeonato do Mundo, onde não se registam goleadas da estirpe do Islândia- 55 Austrália- 15. Por último relembramos os campeões, onde a Suécia (a grande desilusão deste mundial) tem 4 títulos, tal como a Roménia, que são os países com mais campeonatos ganhos. Também de destacar, é que em 18 mundiais, 10 foram ganhos por equipas de Leste, mostrando estes uma propensão nata para esta modalidade. No entanto, as equipas nórdicas têm vindo a demonstrar uma consistência que no futuro lhes darão títulos, não só a Suécia, que já os ganhou, mas também Islândia e Dinamarca (outra grande desilusão neste mundial).

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