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SUPLEMENTO RETROSPECTIVA PARQUE 2003
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2004 PÁG.4 PUB
ENTREVISTA PADRE NUNO TAVARPEÁSG. 4
OCEANÁRIO À PROCURA DE NEMOPÁG. 8
2 | NP | EDITORIAL
noticiasparque@netcabo.pt 219456514
2004: um ano de “aconteces”
FichaTécnica Director: Miguel Ferro Meneses Director Adjunto: Filipe Esménio Redacção: Alexandra Ferreira, Mariana Gasalho, Pedro Pereira,Tiago Reis Santos, (Colaborações) Gonçalo Peres, J. Wengorovius, Pedro Jordão, Reinaldo Martins Fotografia: Miguel Ferro Meneses Direcção Comercial: Luis Bendada Ilustrações: Bruno Bengala Projecto Gráfico: Tiago Fiel Produção: Imaginarte Impressão: Imprejornal Rua Ribeiro Sanches 65-1200-787 Lisboa Tiragem: 5 500 Exemplares Proprietário: Imaginarte Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis nº. 6 1º Dto. 2685-215 PORTELA LRS Nr. de Registo ICS -123 919 Depósito Legal nº. 190972/03
2004 será forçado a apresentar novidades bastante significativas. Com o aproximar do fim do ano, quase que se pode sentir que os próximos 12 meses terão, obrigatoriamente, que ser prósperos, no que diz respeito, a alguns pilares fulcrais para o desenvolvimento do Parque das Nações. Numa referência ao plano arquitectónico, 2004 será o ano em que a Marina do Parque das Nações (se tudo correr como previsto) será construída e aberta, finalmente, à navegação e a outras sinergias importantes e, com certeza, enriquecedoras para esta zona. Do outro lado, no extremo norte, o Parque de Lazer (PP5) irá, certamente, assumir uma posição de arranque. O avançar da construção e vendas dos empreendimentos localizados, no PP6, não deixa margens de hipóteses para que, num tempo próximo, o Parque de Lazer inicie, também, o seu desenvolvimento previsto. Tanto a Marina, a sul, como o Parque de Lazer, a norte, representam dois extremos de grande vitalidade para o Parque das Nações, como se de dois pratos de uma balança se tratassem. Não só vêm solidificar os dois extremos, as duas fronteiras, como terão uma representação fundamental na metamorfose urbana desta área. A um outro nível, e num patamar vital para a sanidade deste projecto, temos a questão da gestão urbana e a sua definição administrativa. Também, aqui, 2004 será forçado a apresentar novidades bastante significativas. De um lado, o aproximar das Câmaras Municipais e, de outro, o projecto Freguesia do Oriente. O primeiro terá uma nova expressão com o assumir da gestão urbana, por parte de Lisboa, que nos últimos tempos, tem vindo a ter formação da Parque Expo, no sentido de adquirir a sua autonomia na manutenção da zona. Do lado de Loures, possivelmente, o interesse é de se formar uma parceria pondo em prática uma gestão bipartida e, nesse caso, é só uma questão de se chegar a um acordo entre a Câmara e a empresa. Relativamente ao Projecto Freguesia do Oriente, impulsionador de uma vontade de dotar o Parque das Nações de uma administração autárquica una e indivisíve, o próximo ano será crucial para a possível constituição de uma freguesia. Liderado pela Associação de Moradores, teve, no final deste ano, um ponto alto que me pareceu bastante positivo para o iniciar de uma nova fase relativamente à luta pela criação da freguesia. O debate, que reuniu representantes dos quatro mais importantes partidos portugueses, reflectiu o notável trabalho que esta associação tem feito, como representante dos moradores e comerciantes da zona, no conseguir fazer ecoar, esta sua vontade, junto de entidades, por vezes, de bastante difícil acesso. Por outro lado, o tempo urge e o projecto de criação da Freguesia do Oriente terá que ser apresentado, durante este ano, para o caso de passar em AR e ser possível eleger um presidente de Junta, nas próximas autárquicas. Caso isso não se verifique, vamos ter que esperar estes dois anos e mais outros quatro para termos outra oportunidade. E seis anos na vida de uma cidade que está a dar os primeiros passos, são, tal como na condição humana, cruciais para o seu desenvolvimento. Fica, então, o nosso desejo de que, daqui a um ano, esta página seja preenchida por uma balanço rico e próspero do que ficou para trás, no ano de 2004. Com mais ou menos “aconteces”?... não sabemos. Da nossa parte fica, apenas, o compromisso de que cá estaremos. Miguel F. Meneses
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Freguesia do Oriente em debate
Miguel F. Meneses
SD, PP, PS e PCP compunham a mesa que antes das suas intervenções, introduziu a leitura de uma declaração do Professor Bacelar de Gouveia, deputado municipal e presidente da Associação Viva Lisboa, que, por motivos de última hora, teve que se ausentar para fora do país, não podendo estar presente neste encontro. Nessa declaração pode-se ouvir o interesse que este autarca expressa pelo dever do poder político ao serviço da população como “um poder que tem que ser posto à prova” no processo da constituição da Freguesia do Oriente. As intervenções dos quatro partidos tiveram uma nota comum: todos se encontram sensibilizados para a necessidade da criação de uma unidade administrativa na zona, apesar de se ter notado uma clara diferença de opinião, dos partidos da esquerda para os partidos da direita, no que diz respeito à efectividade deste projecto.
P
Miguel Coelho, deputado do Partido Socialista, louvou a iniciativa do encontro, defendendo ser essencial para uma democracia participativa e “que os cidadãos não podem desistir de influenciar o poder político”. Por outro lado, referiu que com “a actual legislação será impossível criar esta freguesia” e que a CM Lisboa agiu mal com a ruptura da SGU, sendo que esta seria a melhor solução, enquanto não se resolver a questão da unificação administrativa no Parque das Nações. Helder Borges do PCP, segundo a discursar, argumentou que “as pessoas pensam que as juntas resolvem todos os problemas” mas no fundo o que acontece é que estas “ acabam por ser um caixa de ressonância das câmaras municipais”, querendo dizer com isto que existirá um excesso de confiança no facto de a criação de uma unidade administrativa ir resolver os problemas existentes nesta zona. José Roque, do Partido Popular, considera que a vontade de criação de uma fregue-
sia “é uma pretensão do mais justo que há” mas admite concordar com o representante do Partido Socialista, no que diz respeito ao facto de o calendário político não ser o mais favorável ao início e desenvolvimento deste debate. Talvez a intervenção mais inflamada tenha sido por parte do deputado social-democrata, Rui Gomes da Silva. Iniciou o discurso declarando o seu “compromisso com os moradores e com o Parque das Nações numa luta que exercerá dentro do seu partido”. Assumindo a sua subscrição da proposta de criação de freguesia, na AR, refere que não existirão grandes problemas políticos nesta matéria, “as três freguesias são PS, portanto é uma questão de se perguntar a cada uma delas se querem esta freguesia”. Referiu que a questão económica (dado que Loures teria que ser indemnizada pela cedência do seu território) poderá ser a menos fácil mas que, um pouco de imaginação, poderá ser suficiente para a superar. Como
alternativa sugere “a CM Lisboa pagar as dívidas que Loures tem com a Parque Expo”. Terminadas as intervenções, foi altura de se fazer sentir as reacções dos moradores presentes. Estas foram, na sua generalidade, marcadas pela qualidade de argumentação, bom conhecimento de causa e por um sentimento muito claro de descontentamento em relação a algumas situações. Questões como o destino dos milhões de euros provenientes da Sisa, custos de água diferentes, homologação dos sinais de trânsito, a construção na parcela 6.06, ou até mesmo de um morador que não consegue renovar o seu porte de arma por o seu cartão de eleitor não coincidir com a sua área de residência. No fundo, críticas de moradores que se sentem insatisfeitos por não existir uma identificação com uma estrutura administrativa una e efectiva. De salientar, nesta segunda parte do debate, é a intervenção de António Rosinha, que fez uma abordagem bastante
interessante relativamente à essência da génese do projecto Parque das Nações. Conhecedor do projecto na sua fase embrionária, referiu que se está a verificar um certo desvirtuar dos objectivos inicialmente propostos verificando-se uma passagem do desenvolvimento urbanístico para o arquitectónico. Apelou, ainda, para a recuperação “ das referências iniciais da Expo Urbe” e que não podemos esquecer que o Parque das Nações “é um dos maiores projectos de reconversão urbana do Mundo”. Após mais de uma hora de intervenções da plateia, o debate chegou à sua conclusão final com o disponibilizar, por parte de todos os políticos presentes, para uma total colaboração na evolução desta questão. De exaltar foi, de facto, a adesão e participação representada num auditório muito mais preenchido do que, certamente, outros encontros de moradores já com uma unidade administrativa traçada.
O debate sobre a constituição de uma freguesia para o Parque das Nações, realizado no passado dia 20 de Novembro, trouxe representantes políticos dos principais quatro partidos portugueses. Organizado pela Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações, AMCPN, promoveu um debate marcado por uma sala cheia e por uma intensa e crítica intervenção de todos os presentes.
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Espero crescer e ajudá-los
“
Miguel F. Meneses
O que esperava encontrar, aqui, quando lhe foi feito o convite para representar esta nova Paróquia? O primeiro contacto que tive com esta zona foi na altura da Expo. Nesse ano fui ordenado Diácono e Sacerdote e fui encaminhado para os Olivais Sul. Eu e o Padre Hélder sentimos que havia uma necessidade de olhar para toda esta zona nascente, uma vez que os Olivais Sul apanhavam um pouco da expo. Não chegámos a concretizar nada, porque não existia uma directiva do Patriarcado. Lembro-me de vir aqui muitas vezes. Depois, em 2001, fui para as Caldas da Rainha onde surgiu uma nova missão. Mais tarde, o Senhor Patriarca pensou em mim como Primeiro Prior para esta nova paróquia e eu aceitei. As expectativas têm vindo a ser muito coloridas. Dá para ver que é um bairro que não é aberto a todas as classes. Há uma classe média, média alta, o que pode trazer uma série de desafios. São pessoas com outra formação, com outros horizontes a quem se pode fazer a proposta da fé em modos mais intelectuais.
A criação da Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes é o primeiro sinal de consagração do Parque das Nações como uno. Ainda sem Igreja definitiva e já com um corpo bem visível de seguidores, encontra-se, hoje representada pelo Padre Nuno Tavares. O Notícias do Parque falou com o jovem prior de 29 anos sobre as primeiras impressões nesta sua nova missão.
De que forma? Os que cá estão são bastante exigentes. Noto muita É, no fundo, um acordar, diferença relativamente aos pensa deste movimento? Acho muito bem. Cristo, um reencontro entre dois meus interlocutores da província. Aqui exige-se bastan- quando há cerca de 2000 elementos que já estiveram te a nível cultural. Não quer anos encarnou na nossa his- muito mais próximos do dizer que lá não fossem exi- tória, encarnou numa cultura que estão actualmente... É um ponto gentes, mas era importandiferente. Não tíssimo. quer dizer que O Homem é um todo e nós somos seres Houve altueu sinta que é culturais e somos todos, em princípio, seres em que mais importanreligiosos. Acredito nisto, mesmo quando estou ras andavam os te desenvolver dois muito aqui a fé...não. na presença de agnósticos e de não crentes. pegados. O Sinto é que o próprio preparar das homi- própria. Eu penso que há Cristianismo era o grande lias, a componente cultural, o uma simbiose muito grande impulsionador da cultura, cuidado com que me expri- desde o princípio da própria na Arte, na Literatura, em Igreja em que o Cristianismo termos gerais da própria mo é diferente. purificava e marchava pela sociedade. De há uns temO projecto “Encontros” que própria cultura e esta forne- pos para cá houve um certo tem vindo a ser desenvolvi- cia termos para que o cristia- corte e talvez nem tudo do neste espaço tem vindo, nismo se tornasse compreen- fosse mau nesse corte que, desde o início, a revelar sível. Este diálogo entre a fé de certa forma, autonomiuma ligação muito forte e a cultura é muito bom e zou essas duas vertentes tão importantes. O que é mau é entre a cultura e a fé. O que deve crescer.
se os dois se tornam inde- me torne no molde, no me- não existe Igreja e o espapendentes ou estanques um lhor instrumento possível. ço de que dispõem apreao outro. O Homem é um Sou prior há apenas cinco senta algumas limitações... Para um primeiro momento todo e nós somos seres cul- anos e isso vai puxar muito turais e somos todos, em por mim, porque ainda não temos o problema mais ou princípio, seres religiosos. tenho a cultura que quere- menos solucionado. A Acredito nisto mesmo ria ter. Ainda não tive tanto Eucaristia do meio dia de quando estou na presença tempo como queria para ler Domingo, que era a que tinha maior adesão de agnósticos e de por parte dos fieis, não crentes. Aqui está a ser realizada, tenho um campo Como disse D. Manuel Clemente” nós momento, no aberto de pessovamos agora na segunda etapa. Como neste auditório da escola as com as quais dizia o poeta: Deus quer, o Homem Vasco da Gama. O vou aprender muito, com as sonha, a obra nasce.” Nós vamos na fase desafio de construir a Igreja não é quais me sinto em que o homem já está a sonhar. uma situação fácil, um discípulo em não só temos que muitas áreas. E, no entanto, para elas as as escrituras. Espero crescer adquirir o dinheiro para a compra do terreno como expectativas que fazem é e ajudá-los a crescer. vamos ter que pagar, ainda, que eu seja o mestre de É bastante visível o corpo estas instalações onde estaoutras áreas. E para essas áreas rezo todos os dias com que esta Paróquia já mos. Mas, ao mesmo tempo, para que Deus me molde e se apresenta. No entanto, isso pode ser muito bom
ENTREVISTA | NP | 5
a crescer
”
para formar a comunidade. Ter um objectivo comum que nos una, que nos faça criar laços, que nos faça conhecer ou até entrar em discussão uns com os outros. Pode ser muito bom para nos mover e para nos fortificar nas nossas raízes cristãs... sentirmos a obra como nossa. Penso que é importantíssimo. Lembrome, quando criança, de olhar para a Basílica da Estrela e tentar imaginar quantas pessoas é que estiveram por trás daquela obra.
liturgia e do que lá se vai desenvolver. É claro que isto são tudo belos ideais. Vamos ver como é que vai ser depois. Gostávamos de nos marcar também, pela arte, pela música pensamos pedir a composição de uma obra a um ou vários compositores para o lançamento deste projecto. Estamos a pensar criar, à volta da própria Igreja, uma tempestade de raciocínios. Igreja quer dizer congregação, rebanho, rebanho de Cristo, é para ser a casa de todos.
Está confiante numa solução para este problema? Sim. Claro que temos alguns problemas, mas as portas vão-se abrindo aos poucos. Uma das portas que, recentemente, se abriu foi na CM Loures. Fomos recebidos pelo próprio presidente Carlos Teixeira que percebeu logo as nossas dificuldades financeiras e, de imediato, propôs-se ajudar-nos com 10% na compra do terreno, o que, para nós, já é bom. Sabemos as dificuldades da própria câmara e claro que aceitamos a oferta. Foi, também, com muito gosto que falámos com o presidente e, sobretudo, é o cultivar de uma boa relação que deve haver entre quem presta serviços públicos e comunitários para todos. Estamos, também, à espera de uma resposta da CM Lisboa.
E o Concurso de Ideias? Será o desencadear do repensar de como devem ser as igrejas. Que esta igreja não seja, apenas, uma obra da opinião de alguém. É claro que não vamos descobrir a pólvora e, provavelmente, não iremos agradar a todos. Mas, humildemente, iremos dar o nosso melhor contributo. Uma das coisas que mais me agrada é ver que há muitos paroquianos seriamente interessados e empenhados para que isto aconteça. Surpreendo-me sempre que vejo a paixão de Cristo, o rosto de Cristo espelhado nos outros. Nestes cinco anos de prática, tive tantas e tão boas surpresas. É interessante ver as obras que se fizeram com pouco dinheiro. Lá, com dois mil contos, arranjamos a igreja toda. E dois mil contos já era uma quantia bastante avultada. Agora, de repente, chego aqui e não são dois, são cinquenta e dois mil. A mudança de números é um pouco assustadora. Vivemos uma altura de crise económica e temos, aqui, pessoas que vivem no limite das suas possibilidades. Os números são outros, mas, tal como lá, no fim, tínhamos uma alegria de ver a obra feita. Aqui há gente que já tem alegria no próprio sonho. Como disse D. Manuel Clemente” nós vamos agora na segunda etapa. Como dizia o poeta: Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce.” Nós vamos na fase em que o homem já está a sonhar.
E em relação à Parque Expo? Reunimos recentemente. Mostraram compreensão e permitiram o alargamento de alguns dos prazos. Os nossos tempos são tempos distintos de outras empresas. E em relação ao projecto? Queremos que seja marcante, mas, ao mesmo tempo, com muita humildade, com muita verdade. Que mostre uma beleza estética que está inteiramente ligada a Deus. Deus é esteticamente o Belo. Que marque o próprio estilo cristão, por que não revitalizar um pouco a arte cristã? Que seja uma obra funcional, que esteja ao serviço da
Uma das portas que recentemente se abriu foi na CM Loures. Fomos recebidos pelo próprio presidente Carlos Teixeira que percebeu logo as nossas dificuldades financeiras e imediatas e propôs-se a ajudar-nos com 10% na compra do terreno o que para nós já é bom.
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Do TEMPO do ZÉ LÉRIAS à O Parque das Nações é a primeira grande área urbana a receber a Internet em banda larga sem fios. Nos primeiros seis meses, o serviço é gratuito e estende-se pela zona ribeirinha frente ao rio para que, numa segunda fase passe a abranger a totalidade da zona. Por enquanto, num banco de jardim, numa esplanada, ou enquanto pesca num pontão, poderá estar conectado com o resto do Mundo.
Alexandra Ferreira
á começa a ser cliché iniciar estas coisas com histórias da tia ou da avó velhinha lá da santa terrinha que um dia, blá, blá, blá,... Mas, desculpem-me os que já estão saturados desta lengalenga, desta vez não posso mesmo evitá-lo. Assim que ouvi falar da banda larga e do wi-fi, antes mesmo de saber exactamente do que se tratava, foi a primeira coisa que me ocorreu: uma dessas histórias. O telefone do Zé Lérias. Então foi assim: há 20 anos atrás, na aldeia dos meus avós, perdida num desses vales do país, moravam aí umas trinta ou quarenta famílias, antes do fenómeno do êxodo rural. E havia apenas um telefone, que aliás era público: o telefone do Zé Lérias. Junto ao telefone podíamos ver várias coisas, muitas das quais nem me lembro, mas dizem-me que além das guloseimas que ali me levavam, também se vendia bacalhau seco, latas de conserva, rações para as galinhas e outros produtos que já caíram no meu esquecimento e de quem ainda se lembra desse local mítico: a tasca do Zé Lérias, onde os aldeões iam beber um copo, jogar às cartas, fazer compras e telefonar à família normalmente consti-
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tuída por emigrantes na Europa. Isto tudo para dizer que as comunicações há vinte anos atrás e sobretudo nas aldeias se podiam resumir a um telefone por cada cem pessoas e que chegava! Era uma espécie de cybertasca. Desde então, as telecomunicações percorreram um longo caminho. Primeiro um telefone por pessoa, depois um computador por empresa, seguido de um assustador personal computer que muitas pessoas tinham sem saber muito bem o que fazer com ele, acabando num telemóvel que se tornou uma extensão de cada um de nós. Isto tudo também para dizer que as tecnologias costumavam ser uma resposta às necessidades que se iam criando: efectivamente, um telefone por cada cem pessoas não era, nem pouco mais ou menos, sustentável. E de repente, surge a internet, que eu acredito, numa visão muito pouco tecnocrata, que é a minha, continuar a ser uma resposta às nossas necessidades crescentes de acesso à informação, pelo menos na sua versão original. O que nos faz chegar ao século XXI e à banda larga e wi-fi. Em poucas palavras, a coisa funciona mais ou menos como os telemóveis: existem os chamados
pontos de rede ou hot spots, que emitem um sinal para o nosso computador portátil, se este estiver equipado com a tecnologia wireless (wi-fi), e quando inserimos um cartão de um operador, nos permitem aceder à internet de qualquer área coberta por esses hot spots. Será, obviamente, um serviço pago, mas, por enquanto, é totalmente grátis, nos próximos seis meses. Para que serve e a quem serve são perguntas às quais, por enquanto, a resposta ainda fica necessariamente aquém das potencialidades da nova tecnologia. E porquê? Justamente porque este dispositivo tecnológico em particular talvez se tenha antecipado às necessidades dos utilizadores. Não que esta antecipação lhe tire o valor ou mérito. Muito pelo contrário. As aulas de geografia mostraram bem como a tecnologia pode elevar a moral e fomentar o orgulho nacional, como é o caso do Japão. A banda larga é, claramente, um sintoma da modernidade portuguesa, do avantgarde nacional pró-europeu. As vantagens são muitas apesar de provavelmente se pecar por defeito, se tentarmos nomeá-las: os visitantes do Parque das Nações poderão consultar informação, aceder e enviar e-mails, reservar restaurantes, comprar bilhetes de PUB
cinema, entrar em jogos interactivos com os amigos ao ar livre em vez de estar em casa,... para os turistas, as vantagens são claras: toda a informação que desejarem acerca de restaurantes, pontos de interesse a visitar, enfim, toda a informação que sonharem à distância de um click, desde que tenham computador. O teletrabalho que é ainda uma realidade pouco consolidada conhecerá uma segunda revolução que lhe dará novos contornos. Do ponto de vista da qualidade de vida, a banda larga é o futuro: uma melhor gestão do tempo e do espaço de trabalho são finalmente possíveis. Mas nem tudo são flores. Se o telemóvel já permite 24 horas sobre 24 horas de constante comunicabilidade, o computador e a ligação em rede coloca-nos sempre disponíveis para executar qualquer tarefa, dar reposta a qualquer solicitação: sétimo céu das empresas que podem seguir o trabalhador até casa.
Mas deixemos estes senãos para quando tivermos que lidar com eles... Mas pensar que, dentro de poucos anos, esta será a realidade do país (pelo menos do litoral: o progresso chega sempre primeiro ao litoral), é fantástico, ao mesmo tempo que assustador. Fantástico porque mostra como a revolução das novas tecnologias de informação está muito longe de terminada e assustador pois a este ritmo de evolução tecnológica, começamos a sentir que temos, dentro de nós, uma espécie de chip moral que nos obriga a estar contactável, a dar respostas às diferentes solicitações, a dispor e a disponibilizar toda e qualquer informação onde quer que estejamos, seja a que hora for. A ideia é estar sempre ligado, seja ao que for, desde que esse algo tenha uma antena. Desde que nos faça sentir um átomo de uma única molécula que é a sociedade de informação. Adeus, Zé Lérias. PUB
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PARQUEMPRESA | NP |7
BANDA LARGA Quem é que serão os verdadeiros utentes, a vertente cultural são algumas das questões que se colocam em relação a este novo serviço urbano. Filipe Castro Soeiro, da Parque Expo, adianta algumas respostas aos mais curiosos, em experimentar a Internet sem fios no Parque das Nações.
Quem serão os verdadeiros utentes deste serviço, pensando a longo prazo e tendo em conta as potencialidades da banda larga ao nível das escolas, tele-trabalho, etc.? Será rentável, se pensarmos que as empresas já dispõem de Internet, assim como os moradores? Os utilizadores beneficiários do serviço de acesso à internet de banda larga são, essencialmente, os utentes do Parque das Nações, ou seja, os seus visitantes, trabalhadores, moradores, etc.. Evidentemente que, nesta primeira fase, a massificação de utilizadores será constituída por meio da conectividade aos cerca de uma centena de access points, indoor e outdoor, privilegiando o acesso da internet de banda larga aos utentes-empresas que utilizarem o Pavilhão Atlântico, a FIL e outros equipamentos-âncora do recinto do Parque das Nações, e, de um modo geral, o acesso aos visitantes e moradores do recinto do PdN. É muito importante, no entanto, realçar que está previsto, numa fase futura, com o alcance da maturidade do próprio projecto, que sejam desenvolvidos serviços orientados especificamente para os segmentos residencial e empresarial. O potencial e o interesse manifestados pelos diversos Operadores e ISP são, também, claramente indicadores da rentabilidade que este tipo de serviço tecnológico representa em termos de modelo de negócio e dos seus benefícios para o utilizador final. Apesar de já estar em mais de 30 faculdades, a introdução da banda larga, no Parque, é uma apresentação da tecnologia/serviço ao grande público. Essa apresentação inclui, além dos seis meses de acesso gratuito, a realização de eventos e acções várias que divulguem e promovam a banda
larga? Será, então, a banda larga um catalisador de eventos culturais e investimentos de novas empresas para o Parque e para Lisboa? É natural e desejável que exista um reforço de interligação entre os eventos culturais e investimentos de novas empresas, para o Parque das Nações e para Lisboa, e as acções de promoção e funcionalidades do serviço de acesso à banda larga. O facto de, em 2004, se operacionalizar o funcionamento do Centro de Imprensa do Euro 2004, no Pavilhão Atlântico, é um óptimo exemplo disso mesmo. Além disso, o projecto Wi-Fi pode tornar-se num modelo que a empresa poderá integrar no seu produto “fazer cidade” e vir a replicá-lo, respeitando as especificidades de cada projecto de requalificação urbana e ambiental (core-business), na perspectiva de adicionar uma “layer tecnológica”, que integra uma proposta de valor mais alargada. Quais as operadoras que irão estar envolvidas neste projecto? E quais os custos que calculam que o utilizador irá ter? O âmbito do projecto e o modelo de negócio foram apresentados à larga maioria das entidades Operadoras e ISP, tendo as mesmas demonstrado um elevado interesse em participar na 2ª fase do Projecto, assente num modelo concorrencial de rede aberta. Os custos do serviço para o utilizador final serão dependentes dos modelos de negócio e da taxação que cada Operador e ISP irá implementar, mas acreditamos que o facto de ser uma rede alargada em termos de dimensão, com um potencial de referência de utilizadores significativo, conferirá vantagem ao utente do serviço, em termos de relação qualidade/preço.
O que é que o anima mais nesta nova realidade que é a banda larga no Parque das Nações? Concorda com Diogo Vasconcelos, da UMIC, quando este justifica a escolha do Parque por ser “um espaço de modernidade, talvez o espaço que está mais na crista da onda em Portugal”? O Parque das Nações é uma área requalificada de referência de modernidade e de elevada qualidade de vida urbana, quer nacional, quer internacionalmente. Com este salto tecnológico, o projecto urbano de referência, que é o Parque das Nações, está, a partir de
agora, dotado com novas funcionalidades capazes de proporcionar aos seus utentes maior mobilidade, comodidade e velocidade de acesso, aos mais modernos conteúdos e serviços da internet de banda larga que, na prática, significam claramente, um melhor nível de modernidade e de qualidade de vida. Para além disso, o PdN é um pólo urbano com grande circulação de pessoas, altamente atractivo, com capacidade para ter mais de 33.000 utentes / dia (visitantes, residentes, trabalhadores, etc.), detentores de perfis muito diversificados, a que não é
alheia a diversidade de funcionalidades que este território detém, nem os equipamentos de referência de que dispõe, abrangendo áreas muito diferenciadas que vão desde os serviços, aos espectáculos e eventos, ao lazer, ao comércio e ao segmento residencial, etc… A par do que foi referenciado, o facto de existir um conjunto de infra-estruturas chave no domínio das tecnologias de informação e comunicação beneficia, obviamente, este local de eleição que será, seguramente, “o que está mais na crista da onda em Portugal”.
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Oceanário à Procura de Nemo Oceanário de Lisboa aproveitou o estrondoso sucesso do mais recente filme da Pixar para mergulhar num programa que irá oferecer aos mais novos uma viagem bem diferente pelo mundo deste aquário gigante. Inspirado no filme e com uma notável simbiose entre o divertir e o aprender este novo programa promete um serão de grandes surpresas. À entrada será levantado um caderno de mergulho com a descrição do filme e com algumas questões para responder. As respostas irão emergindo, à medida que o percurso vai sendo feito, através de vários Aqua papers que se encontram expostos junto das espécies que são interpretadas no filme. Depois do trajecto estar concluído e as respostas encontradas será distribuído um pequeno prémio na Loja do Oceanário. Será também feito um atelier especial Nemo e com o retomar das aulas as escolas terão um programa sobre o Mundo de Nemo com uma abordagem um pouco mais científica para todos os professores e alunos. Alargado a este tema “A noite com o Nemo” oferece um serviço de Baby Sitting com o horário das 19:30 às 00:00 que permite um acompanhamento com várias actividades e jantar pelo meio. Este programa vem mais uma vez provar que o Oceanário de Lisboa não cessará de surpreender todos os seus visitantes. E, antes do início deste programa, nos dias 17 e 18, o Oceanário vai oferecer uma prenda de Natal diferente a 16 crianças menos favorecidas de Vila Nova da Barquinha e de Mação tornando possível a sua passagem pelo programa “dormindo com os tubarões”. A aposta na qualidade, diversidade e crescimento tem feito justiça ao conceito de que todos os dias são dias diferentes no famoso aquário. No ano em que receberam o visitante número 8 000 000 e que passarão a estar de portas abertas todos os dias do ano será justo dizer que os Oceanos e as suas espécies estão bem representados neste grande equipamento do Parque das Nações. www.oceanario.pt telefones : 218917002/6
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Parque das Nações
O que fazer? faz sentido que existam duas De que forma é que vê a vontade de unificação administrativa Depende muito da vontade das polícias municipais. da zona do Parque das Nações? pessoas que trabalham para este E juridicamente? A vontade de unificação admi- fim. É preciso sensibilizar cada A reorganização das regiões nistrativa do Parque das Nações uma das entidades, desde o é uma vontade que eu entendo Governo, o ministro das administrativas passa pela AR e como perfeitamente lógica e Cidades, Administração Local, os acontece normalmente no fim admissível. Historicamente é partidos da AR, os poderes das sessões legislativas. É uma uma zona que foi criada para autárquicos que têm que dar um questão que se pode pensar a uma exposição, mas também parecer positivo. Poderá haver dois anos. As pessoas têm que para uma requalificação de uma aqui uma questão económica. encontrar juridicamente a forma área importante desta cidade. Loures pode entender que tem de manifestação desta vontade. Esta área abrange geografica- prejuízo por abdicar da sua parte Como é que vê o futuro? mente dois concelhos e, para para Lisboa mas, também, aí, Dois caminhos. Um caminho de mim, não tem razão de ser que existirão maneiras de compensaexista uma unidade arquitectóni- ção. Há uma série de soluções sensibilização política a nível parque podem ser encontradas. tidário e outro de sensibilização ca, de organização e até estética que tenha duas gestões. Não faz Não vamos ter um paralelo 38 a nível do concelho de Loures. Loures tem que ter sentido que amanhã, uma atitude de grande uma pessoa, ao passar por uma simples linha Não faz sentido que exista a divisão. humildade que é perimaginária, passe a ter Nos primeiros anos a divisão pode-se ceber que poderá estar dois tipos de gestão, não notar. Mas nos anos seguintes a prejudicar, teoricamente, o Concelho, passe a ter caixotes vai, certamente, notar-se. mas que está, essencialdo lixo mudados, as mente, a tomar uma flores, as águas, os traentre zonas que têm a mesma atitude que é lógica e que tem a tamentos, tudo isto diferente e realidade. Durante anos lutámos ver com o futuro deste espaço. mudado só pela razão de, em Todos nós que assistimos à determinado momento, não se contra a divisão do Muro de Berlim, contra a divisão das exposição de 98 temos noção ter pensado nisso. Coreias. Não há razões para de que foi uma referência extraordinária. Não seria bom Que soluções é que poderão uma divisão artificial. existir? E há ainda a questão da reorga- que daqui a uns anos estejamos Eu penso que poderão existir nização administrativa da cidade a lamentar o facto de não tertrês propostas. A primeira seria de Lisboa. Não faz sentido que mos aproveitado esta requalificapassar toda a zona para o con- existam presidentes de juntas de ção urbana. Aprendemos com celho de Loures, o que eu consi- freguesia que precisem de Sevilha que só agora é que dero impensável.A segunda pro- duzentos votos para serem elei- começa a recuperar pelo facto posta seria passar tudo para tos e outros que precisem de de não ter conseguido uma requalificação como a que nós Lisboa, que penso ser a propos- trinta mil. temos hoje aqui. ta mais fácil e razoável. A terceiDe que forma é que estas vozes ra seria, se calhar, a mais distante Um conselho a deixar... conseguirão concretizar a sua e difícil de se realizar que é a vontade? O pior erro que se pode fazer é criação de um novo concelho. Têm que pensar em dar conte- as pessoas aliarem-se ou a A partir do momento em que se põe a questão da Freguesia údo jurídico aos seus desejos. Lisboa ou a Loures. Não tem do Oriente, Loures teria que Analisar os critérios geográficos, nada haver com conquista de recortar a sua parte e cedê-la a os critérios de equipamentos. O território.Tem a ver com o tenLisboa. Não há razões para que Parque tem tudo. Mesmo que tar perceber juridicamente qual isso não se concretize a não ser Lisboa tenha que indemnizar a melhor forma de manter este pequenos e egoístas interesses, Loures, durante uns tempos, espaço como uma unidade que em prejuízo dos próprios habi- pelas receitas que advêm daque- preserve as características com tantes. Eu penso que as leis la parte, será uma questão per- que foi pensado e criado. Neste momento ainda não se notam as devem existir para servir os cida- feitamente solúvel. Não faz sentido que exista a diferenças mas a médio e a dãos e as populações. Manter uma divisão artificial de uma divisão. Nos primeiros anos a longo prazo irão notar-se. E não zona, que é um todo, só prejudi- divisão pode-se não notar. Mas tem nada a ver com o facto de ca quem lá vive, só diminui e pre- nos anos seguintes vai, certa- uma gestão ser melhor ou pior judica o espaço em si e, como é mente, notar-se. Os caixotes do do que a outra, tem a ver com evidente, não beneficia o objecti- lixo, as publicidades, as cores, os uma gestão de um todo. Agora é importante que esta vo último que é o de ter uma arruamentos, os sinais, os esgozona da cidade reabilitada, com tos, os telefones, a electricidade, proposta fosse votada até ao um determinado enquadramen- todos estes elementos fazem fim do próximo ano para podermos ter eleições nas próto e pensada de uma maneira parte de um todo. Por exemplo, a segurança, não ximas autárquicas. uniforme.
RETROSPECTIVA PARQUE 2003
CAPAS
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PARQUE EXPO 2003/2004
Empresa mãe deste projecto e no limiar de completar a sua missão, no Parque das Nações, fecha o ano com a inegável ascensão na sua internacionalização. João Paulo Velez, Porta Voz do Grupo, faz um balanço do ano que passou e fala sobre a importância do ano de 2004, no aproximar da conclusão deste projecto.
O mais positivo de 2003
O menos positivo
Um desejo para 2004
É complicado escolher apenas um, vou ter que eleger dois. O fechar do dossier da marina e aposta de um serviço urbano novo e moderno que é a Internet sem fios.
O não resolver o problema da gestão urbana com as consequências que daí advêm, sobretudo com o trânsito. Mas a Parque Expo acha, e penso que é uma análise objectiva, que tem continuado a exercer uma gestão urbana, globalmente, de grande qualidade, Sem dúvida que há pontos negativos que advêm desta indefinição, como a indisciplina de trânsito e de estacionamento, por falta de mecanismos legais.
Que as pessoas continuem a gostar tanto de vir e de usufruir desta zona, porque esta zona é delas e para elas. E nós sentimos que as pessoas continuam muito a sentir o orgulho de se ter criado uma zona com estas características. Por isso que 2004, continue a dar vida a esse sentimento.
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Parque das Nações
O ano de 2004
Foi o ano da consolidação deste projecto e da consciencialização de que ele caminha para o seu completar. Muitas das empresas que apostaram neste espaço concretizaram muitos dos edifícios, este ano, o que até suscitou algumas críticas devido a uma grande concentração e simultaneidade da construção. O ritmo de vendas foi mais rápido do que prevíamos e as pessoas, quando compram os terrenos, também querem construir o mais rápido possível. Outro aspecto importante foi a nossa continuada aposta na inovação e melhoria deste espaço. Ainda não está resolvido o problema da gestão urbana, que é uma questão que nos preocupa, mas nem por isso, a Parque Expo, que ainda é a entidade que gere este espaço, deixou de apostar na inovação e melhoria, tentando manter a marca de qualidade que procurou imprimir sempre. Aí apareceu o wi-fi como uma nova aposta, colocandonos como uma das zonas mais à frente do ponto de vista urbano. Posso dizer que o Parque das Nações continuou a funcionar, até mais do que os outros anos, como uma montra de Portugal. Há um redobrado interesse de muitas entidades (chefes de estado, delegações, ministros, instituições, empresas) que pretendem conhecer esta nossa experiência que é de cada vez mais conotada. E, em 2003, o interesse aumentou e este é um aspecto que passará certamente despercebido, dada a sua subtil idade. A Parque Expo está perto de concluir a sua missão nesta zona, já vendemos 96% dos terrenos e será concluída quando passar a gestão urbana para as câmaras de Lisboa e de Loures. Mas esta será sempre a nossa montra e nunca descuraremos aquilo que estiver na nossa responsabilidade. Temos feito um enorme esforço para manter a qualidade urbana nesta zona, mas a verdade é que estamos a caminho de fazer novos projectos em alguns países, Brasil, Cabo Verde, Hungria, Argélia e Tunísia são também hipóteses, Angola e São Tomé, Espanha é uma realidade e também em outros concelhos e cidades portuguesas, onde diversos municípios ou entidades privadas nos convidam para desenvolvermos novos projectos urbanos.
Temos a incógnita de saber se a gestão urbana passa para outro regime. Com Lisboa há condições para que num período relativamente curto a transição se faça. Com Loures, independentemente do acordo que se faça, seja ele com uma gestão de sociedade com a Parque Expo ou não, provavelmente não será tão rápida. Por outro lado, o EURO 2004 terá aqui uma grande repercussão. Já está garantido que o centro principal de imprensa e de televisão vão estar instalados vindo a ocupar na totalidade as instalações do Pavilhão Atlântico com o seu Main Press Center e Main Broadcasting Center. Vai ser o cérebro da parte mediática deste evento. Vai trazer uma grande divulgação a nível planetário e uma grande animação para esta zona. Por outro lado (apesar de não poder avançar mais sobre isto) posso adiantar que, para além disto, esta zona poderá ser escolhida como uma esfera especial e nevrálgica, paralela com o 2004. Para nós é motivo de grande satisfação, porque, mais uma vez, o Parque das Nações é colocado no centro das atenções, a nível nacional e internacional. Acreditamos também que 2004 será o ano em que a marina irá reactivar. Estamos na altura em que já foram escolhidos os novos corpos sociais do novo concessionário Marina do Parque das Nações SA, constituída pelos principais credores do antigo concessionário (BBVA, BCP e a Parque Expo). O que eu destaco aqui é que em 2003 foi reactivado um dossier que muitas pessoas já pen-
savam estar enterrado no lodo. A Parque Expo vai fazer um esforço adicional financeiro para este revitalizar, embora não venha a ter um papel determinante nesta nova gestão. Estaremos envolvidos, mas terá que ser depois esta nova empresa a desenvolver o trabalho. Em termos gerais, para completarmos o projecto urbano, pensamos que 2004 será também o ano em que vamos chegar a uma solução para o Parque de Lazer da zona do Trancão.Temos feito alguns esforços de contacto com potenciais investidores, há uma solução genérica para o projecto e acredita-
A empresa Além dos 10 polis, estamos envolvidos em projectos desencadeados por municípios portugueses de norte a sul do país. O próximo ano, a nível internacional, será certamente importante para Fortaleza, Santa Catarina,Argélia,Tunísia, entre outros. E gostaria de frisar que todos estes contactos começam por convites, porque a Parque Expo reúne um conjunto de valências técnicas ímpares. Não somos melhores ou piores, reunimos é uma experiência integrada
de desenvolvimento e gestão de conceitos urbanos integrados. É a visão integrada e o conceito global que as pessoas procuram em nós. Os portugueses são muito críticos, mas lá fora a nossa imagem é fortíssima. Pensamos cada vez mais em modelos auto-sustentáveis do posto de vista financeiro. Cada vez mais as pessoas precisam de tentar desenvolver projectos urbanos viáveis que tenham capacidade de atrair o investimento sem que necessitem de recorrer aos municípios.
mos que ao longo deste ano (até por força do desenvolvimento e da construção que está em curso no PP5) vai haver um interesse grande dos investidores por avançarem para esta área. Deste modo, toda esta zona ficaria reequilibrada. Tínhamos o “buraco negro” da Marina resolvido e, no extremo norte, o último grande projecto do Parque das Nações. Em relação ao projecto global não há muito mais, a passagem da gestão urbana, a marina e o parque de lazer, esta zona estará balizada e depois resta assegurar a qualidade da gestão urbana, independentemente da solução escolhida.
BREVES
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18 | NP | RETROSPECTIVA tão badalada crise que supostamente atravessa o país teve azar na sua chegada ao Pavilhão Atlântico. Ficou à porta. Sem direito a ingresso, por mais que tentasse forçar uma entrada que, à partida, poderia parecer fácil e imediata.
A
E a crise, perante os reflexos que ali e ali se vão divulgando, até teria as suas razões para pensar que 2003 era mesmo o ano para quebrar as barreiras que quase sempre têm barrado um acesso por de mais tentado. Mas, não foi assim. Sem exagero, podemos dizer que o ano que agora se aproxima do seu final foi mesmo o tempo de alguns recordes, obviamente pela positiva, sendo mais significativos, pelo impacto público e no público, os números globais e pontuais daqueles que entram pelas nossas portas e desfrutam da magia do Pavilhão Atlântico. É que, mesmo sem grande alarido, aproximámo-nos perigosamente dos 500.000 visitantes em 2003, com o concerto Ben Harper a ser o ponto alto de vários meses de eleição. Nesse dia, em mais um concerto histórico, estiveram dentro da nossa arena qualquer coisa como 19.700 espectadores que saíram deleitados com uma memorável sessão de três horas de grande música. E por falarmos em concertos, o que dizer do que nos trouxeram Robbie Williams, Coldplay, Shakira, Bryan Adams, Linkin Park, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden ou Tony Carreira? São exemplos vivos e recentes de concertos esgotados, sempre em crescendo, com o “sold out” a ser, cada vez mais, a nossa imagem de marca para cada evento público.
ATLÂNTICO
Quem seguramente não vai esquecer igualmente o Atlântico é o povo croata, que aqui conseguiu o título mundial de andebol, em ambiente de grande festa e entusiasmo. Sentimentos múltiplos, mas seguramen-
te semelhantes na vibração, tiveram os muitos milhares de ginastas de dezenas de países que fizeram nas nossas salas uma Gymnaestrada Mundial memorável. Os motores também roncaram no Atlântico em duas inovações que ficam na memória colectiva: o Lisboa Kart Cup e o Supercross Internacional, este com a presença de alguns dos melhores pilotos mundiais. Mas houve mais no que toca a espectáculos, em gestão de público de gosto variado. “Disney on Ice”, “Lord of the Dance” e Joaquin Cortés abraçaram outros géneros, enquanto os “teens” vibraram com a megafesta “Olá Love to Dance”. Fora dos olhos do público, mas em ponto vibrante e decisivo do seu negócio, passaram pelas mãos dos especialistas da Atlântico, S.A. dezenas e dezenas de empresas que aqui vieram dar brilho aos seus eventos - da mais pequena reunião, ao mais vistoso acontecimento, dentro da nossa política de espaços disponíveis “entre as 20 e as 20.000 pessoas”. Hoje em dia, seja para apresentar um automóvel a nível mundial, para fazer o sorteio do EURO 2004 ou para dar formação a um novo quadro de empresa, os nossos clientes sabem que podem contar com um conjunto diversificado de espaços belos e funcionais e com uma equipa de especialistas que, pelo profissionalismo, simpatia e capacidade técnica só pode surpreender quem nos procura. Por tudo isto, com confiança e determinação, afirmo: o nosso resultado de 2003 não tem que temer a crise, mas sim o que se vai passar em 2004. É que vamos em busca de mais e melhores recordes. Os nossos clientes merecem! João Gonçalves Administrador Executivo da Atlântico, S.A.
JANEIRO
JUNHO
Red Hot Chili Peppers
Bryan Adams Tom Jones
FEVEREIRO Mundiais de Andebol 2003 Lord of the Dance Bryan Adams
MARÇO Tony Carreira Disney no Gelo
JULHO Taça de Portugal de Andebol Iron Maiden Daniela Mercury 12ª Gimnaestrada Mundial
SETEMBRO Linkin Park
ABRIL Coldplay Joaquin Cortés Shakira
OUTUBRO Exposição de Maquetes Ferroviárias Super Cross Internacional Lisboa Robbie Williams
MAIO OLÁ LOVE 2 DANCE SAL – 2003 Rui da Silva e GABRIEL “O PENSADOR” Lisboa Kart Cup
NOVEMBRO Ben Harper Cabeças no Ar The Doors
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PARQUE DAS NAÇÕES ATÉ QUANDO A INDEFINIÇÃO QUANTO AO SEU ESTATUTO ADMINISTRATIVO! Quando estamos a cerca de um mês do final do ano de 2003, importa que façamos um breve balanço da actividade desenvolvida pela AMCPN. amentavelmente, no que diz respeito às preocupações e carências dos que residem e trabalham no Parque das Nações, temos de reconhecer que nada se alterou relativamente aos anos anteriores. Com efeito, continuamos com os problemas dos transportes, equipamentos escolares, Centro de Saúde, mobilidade e estacionamento por resolver e, mais grave ainda, sem perspectivas de resolução dos mesmos a curto prazo. E isto quando se completaram cinco anos de vida do Parque das Nações, enquanto espaço urbano!
L
Na verdade, apesar dos constantes apelos da AMCPN junto de todas as entidades políticas e autárquicas, começando na Presidência da República, passando pelo Governo, Autarquias e terminando na Parque Expo, não se vislumbrou, até à presente data, qualquer solução para os problemas acima inventariados. E estamos a falar de necessidades básicas e indispensáveis ao diaa-dia de todos nós. A Presidência da República diz, e é verdade, que se trata de questões que não se enquadram na sua esfera
FREGUESIA DO ORIENTE Na edificação da CIDADE é tempo de abrirmos portas à criação da nossa FREGUESIA
de competência. Do Governo, recebemos resposta de teor semelhante: encaminha a questão do equipamento escolar para a DREL, que nada resolve; a dos transportes para a Carris; os restantes problemas para as Autarquias e para a Parque Expo. A Parque Expo responde-nos, igualmente, que os seus poderes de gestão terminaram em 31 de Dezembro de 1999, limitando-se, neste momento, a assegurar a limpeza dos espaços públicos e manutenções, até que as autarquias de Lisboa e Loures com ela se entendam quanto às datas e termos de passagem de responsabilidades para as mesmas.
Estamos, pois, perante uma situação intolerável, da qual entendemos que o Poder Central não se pode descartar. Na verdade, como é do domínio público, o Parque das Nações foi criado por decorrência de decisões deste Poder, ou seja, com suporte em legislação especial emanada da Assembleia da República e do Governo, que retirou, ainda que temporariamente – até 31 de Dezembro de 1999 – competências que eram exclusivas das autarquias de Lisboa e Loures, consignando-as a uma sociedade anónima, embora de capitais públicos.
E foi nessa mesma linha que viria a ser publicada a legislação, igualmente especial, no ano transacto – 2002 – permitindo a criação da chamada SGU – Sociedade de Gestão Urbana, também ela uma sociedade anónima de capitais públicos, para assegurar a gestão do Parque das Nações, por se entender que, atentas as suas características, essa mesma gestão deveria ser unificada e não da responsabilidade de cada uma das autarquias em que se integra.
Toda esta situação tem-se, pois, arrastado, com consequências notórias na degradação da qualidade que sempre foi prometi-
Participe nesta construção e assine a Petição Freguesia do Oriente
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Há, no entanto, que registar dois factos positivos, os quais, cada um à sua maneira, poderão servir de catalizador para a resolução destes problemas. O primeiro foi a criação da Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes, abrangendo todo o Parque das Nações. Trata-se de uma decisão que revela a grande preocupação do Partriarcado de Lisboa em não manter artificialmente dividido por três Paróquias um espaço uno e indivisível, pela qual todos estamos muito reconhecidos. E é um exemplo a seguir pelos responsáveis políticos e autárquicos!
O segundo facto relevante foi a realização, no passado dia 20 de Novembro, de um Debate sobre a criação da Freguesia do Oriente, que contou com a participação de responsáveis dos quatro principais partidos políticos: PSD, PS, PCP e CDS/PP. As posições manifestadas pelos mesmos, levam-nos a admitir que este evento poderá marcar positivamente a caminhada que estamos a empreender, com vista à criação da Freguesia do Oriente.
Incentivamos por estes desenvolvimentos positivos, iremos continuar a nossa caminhada no ano que se avizinha, esperançados em que, finalmente, os responsáveis políticos e autárquicos entendam que é tempo de satisfazerem os anseios do Parque das Nações. PUB
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da aos que aqui decidiram fixar residência ou domiciliar as suas empresas, apesar dos constantes apelos da AMCPN para que se altere este estado de coisas, quer junto das já referidas entidades quer na comunicação social, como, de resto, aconteceu na última semana de Novembro, em vários jornais e em entrevista directa na RDP.
DEZEMBRO
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“Temos sentido uma sensibilização muito
funções de administrador não executivo dentro da sociedade Parque Expo, em representação de uma pequeníssima parte do capital da sociedade que a CM Lisboa ainda detém, menos de 1% do capital, e, portanto o presidente da Câmara de Lisboa assumiu que essa área geográfica da CM Lisboa seria gerida directamente pela Câmara, através da sua estrutura normal. Seria essa a forma de assegurar a continuidade da gestão dentro desse espaço. Relativamente à CM Loures, ainda está em cima da mesa a negociação do modelo a implementar para a gestão do território da área do Concelho de Loures. Existe a hipótese de se constituir uma sociedade, neste caso bipartida entre a CM Loures e a Parque Expo, para assegurar também uma transição que depois acabará também por ser solvida na Câmara de Loures. Essas negociações têm sido desenvolvidas por comissões que foram constituídas na CM Loures, na CM Lisboa e dentro da própria Parque Expo, que se reúnem frequentemente para articular todos os aspectos nomeadamente de ordem técnica e financeira, associados à transmissão desta gestão para as duas Câmaras.
grande relativamente à necessidade de haver uma aproximação e integração dos problemas de forma a assegurar essa qualidade que é desejada e fundamental para o crescimento de uma comunidade.”
Pensa que o actual nível de gestão será assegurado pela CM Lisboa e pela CM Loures? A Parque Expo assume aí uma atitude muito responsável no sentido de apoiar, em tudo o que estiver ao seu alcance, as Câmaras a assumirem a gestão desta área. Nós temos pessoas qualificadas nessa matéria, a empresa está a proceder neste momento a um ajustamento da sua estrutura também de acordo com o fim da sua responsabilidade em termos de gestão urbana neste território. De qualquer forma estamos a manter um número de pessoas que tenham o know how específico dentro de cada uma das áreas, para assegurar que será prestado todo o apoio em termos técnicos à transmissão dessa gestão para as Câmaras Municipais. Relativamente à
qualidade do serviço, é evidente que não podemos estar a afirmar que se vai manter ou que vai mudar porque só na prática vamos ver o que vai acontecer. Entretanto, quer da parte da CM Lisboa, quer da parte da CM Loures e respectivos presidentes, foi-nos assegurado que a intenção é manter totalmente inalterado a qualidade do serviço que é prestado dentro deste espaço. Em termos da segurança, da higiene, da saúde pública, da manutenção das infra-estruturas, dos espaços verdes, das áreas públicas, tudo isto está a ser devidamente tratado em sede dessas comissões que reúnem semanalmente, envolvendo as três instituições, de forma a assegurar a qualidade que neste momento existe dentro deste espaço e que acho que é reconhecida como de excelência, pelo menos a nível daquilo que é prática no nosso país. A passagem da gestão do Parque das Nações para as Câmaras significa o fim da ligação da Parque Expo a este espaço, ou acha que a empresa continuará a manter algum tipo de relação com o Parque? Temos duas questões. Em primeiro lugar, a questão da Parque Expo enquanto entidade gestora e responsável pela
manutenção desta área e pelo desenvolvimento do processo de requalificação ambiental e urbana desta área. Nesse aspecto, a Parque Expo irá, progressivamente, deixar de ter aqui responsabilidades. Só no caso de haver uma extensão em termos físicos, geográficos, nomeadamente uma expansão a Norte do rio Trancão da gestão da Parque Expo sobre o território, mas isso terá que ser uma situação negociada e acordada com a Câmara de Loures. Obviamente que só iremos desenvolver esse tipo de trabalho em perfeita articulação com a autarquia de Loures. Em termos da gestão deste parque e do desenvolvimento das estruturas urbanísticas do espaço, estimamos que durante este ano e até ao final do próximo ano esta situação fique praticamente resolvida. Posteriormente, a Parque Expo estará, como já acontece neste momento em relação a dez cidades, onde os programas Polis são geridos pela Parque Expo, noutras cidades, noutros territórios, fora desta área de intervenção. No entanto, existe essa possibilidade, já foi objecto de conversas entre o presidente da Parque Expo e o presidente da CM Loures relativamente à possibilidade da extensão da competência da
Da gestão do Parque das Nações, o que é que já passou efectivamente para as Câmaras e o que é que continua sob a alçada da Parque Expo? Por exemplo as questões que têm a ver com a segurança deste espaço, com a manutenção dos espaços públicos, dos espaços verdes, condições de circulação nos arruamentos, uma série de situações desse tipo que têm a ver com a manutenção dos espaços e da qualidade de vida desta área. Estas questões têm estado progressivamente a ser assumidos, ainda não na prática concreta, por equipas da CM Lisboa, que têm estado a inteirar-se e a assumir determinado tipo de actividades que serão definitivamente assumidas pela Câmara Municipal de Lisboa. Poderemos dizer que as Câmaras estão a sofrer uma espécie de processo de formação da Parque Expo? Tem havido uma relação muito próxima entre as equipas da Parque Expo e das Câmaras no sentido de transmitir todo o know how e problemas específicos que existem neste espaço.
É conhecido que existe uma infra-estrutura importantíssima dentro do espaço da Parque Expo, que tem uma necessidade muito particular de manutenção e de gestão para a qual não existia, dentro das equipas técnicas da Câmara de Lisboa, uma experiência que permitisse assumir imediatamente essa gestão. No entanto, toda essa situação tem sido objecto de uma cuidadosa transmissão de conhecimentos, de dossiers, tudo o que é necessário para que a gestão desse tipo de infra-estruturas seja assegurada de uma forma, pelo menos igual, àquela que actualmente é feita por técnicos da Parque Expo. Há também um outro aspecto que está para ser negociado com uma empresa da CM Lisboa que é a EMEL. Esta empresa vai ficar responsável por tudo o que tem a ver com a circulação e estacionamento dentro do espaço da Parque Expo, à semelhança do que aconteceu com alguns bairros históricos de Lisboa em que a EMEL está a assegurar o controle de acessos, estacionamentos, etc. Todas essas questões serão asseguradas pela EMEL com quem também temos mantido vários contactos. Quando é que esta transição estará terminada?
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R u a N a u C a t r i n e t a , l o t e 3 . 0 9 . 0 1 - C / D - P a r q u e d a s N a ç õ e s Z o n a S u l - Te l . 2 1 8 9 5 6 9 3 5
ENTREVISTA | NP |9 “É, naturalmente, uma responsabilidade da Parque Expo também, relativamente às pessoas, às entidades, aos promotores que investiram neste espaço, assegurar que essa qualidade não será nunca tocada.” O nosso desejo era que essa transição se fizesse o quanto antes. Estava previsto ser no dia 1 de Janeiro, não foi possível, exactamente porque se concluiu que as questões que estavam em jogo eram de tal forma importantes, que teria que haver uma preparação prévia para que as empresas que fossem assumir essa gestão estivessem devidamente preparadas. Neste momento estimase que muito em breve possa haver já uma efectiva transmissão deste espaço para a Câmara de Lisboa, no entanto, seria utópico pensar que isso vai acontecer de uma forma pontual, naquele dia. Essa gestão vai sendo progressivamente transmitida para as Câmaras e esperamos que durante o decurso do primeiro semestre, uma grande parte, senão a totalidade da gestão, estimamos que já esteja nas mãos da CM Lisboa. Dentro de poucos meses a gestão de alguns equipamentos será uma gestão autónoma. A Galeria Técnica é um deles. De que forma é que se poderá assegurar a manutenção de uma estrutura que no fundo abarca a zona como um todo? Essa questão tem toda a pertinência e, efectivamente, não é fácil fazer uma gestão separada de uma infra-estrutura que é comum. É muito complicado. Esta concepção urbana foi feita de modo a ser gerida integralmente. Quando estamos a falar em fazer uma repartição da gestão deste tipo de estruturas, ao contrário de outro tipo de estruturas e espaços públicos onde é perfeitamente fácil delimitar até onde é que vai o jardim da CM Lisboa e onde é que começa o da CM Loures, neste sistema, como no sistema pneumático de recolha de lixo,
não é fácil. Terá que ser mediante uma concertação das equipas técnicas de ambas as autarquias, também avaliada pelas pessoas que dentro da Parque Expo têm esse knowhow e, portanto, assegurar que essa gestão seja feita de uma maneira adequada. Efectivamente, não é possível dizer que aqui é Loures e aqui é Lisboa porque é uma infraestrutura que foi desenhada para funcionar de uma forma única e integrada e, portanto, terá que haver um entendimento entre as autarquias e as equipas técnicas para fazer a gestão mais criteriosa possível dessas infra-estruturas. Não é uma situação única, não é fácil, mas é possível. E a Parque Expo estará sempre disponível para colaborar no que estiver ao seu alcance no sentido de que essa transição seja feita com todo o cuidado de forma a não criar qualquer tipo de problemas aos utilizadores, moradores e pessoas que acorrem a esse espaço. No fundo, essas pessoas apropriaram esse espaço e toda essa qualidade tem a ver com as infra-estruturas que existem e nunca é demais dizer que teremos que ser muito cuidadosos na forma como se vai transmitir a informação para a gestão destas estruturas por parte das autarquias. Temos sentido da parte das autarquias uma atitude muito responsável e muito coerente relativamente à forma como estão a preparar as suas equipas para gerir este espaço. A SGU foi pensada durante alguns anos e pretendia-se que se mantivesse por outros tantos. De um dia para o outro acaba, o que obriga a uma grande coordenação entre as autarquias. Como é que vê essa possível articulação quando não existiu uma
vontade de sociedade? Essa articulação é inevitável. É reconhecido por parte das autarquias o interesse em manter a qualidade na gestão deste espaço e isso não é possível se não houver um entendimento grande entre as duas autarquias em relação a esta matéria. É evidente que a partir do momento em que se gerou uma situação de quebra relativamente ao projecto que estava traçado, houve necessariamente um período de uma certa dificuldade em retomar o caminho certo, mas neste momento acho que a situação já é de uma certa redefinição das missões de cada autarquia nesta questão do espaço. Está interiorizado que isto tem de ser mantido com toda a qualidade e a única forma de o fazer será através de um entendimento muito grande entre as equipas das duas autarquias mas, obviamente, que isso já é uma questão que ultrapassa o limite de intervenção da Parque Expo. Em função das reuniões das nossas equipas que têm mantido com as Câmaras de Lisboa e Loures, temos sentido uma sensibilização muito grande relativamente à necessidade de haver uma aproximação e integração dos problemas de forma a assegurar essa qualidade que é desejada e fundamental para o crescimento de uma comunidade. É, naturalmente, uma responsabilidade da Parque Expo também, relativamente às pessoas, às entidades, aos promotores que investiram neste espaço, assegurar que essa qualidade não será nunca tocada. É evidente que há determinados aspectos que deixaremos de poder agir sobre eles. Mas naquelas questões em que nós possamos apoiar as Câmaras Municipais, apoiar todos os
promotores e investidores, individuais ou instituições, que apostaram neste espaço e que, no fundo, contribuíram para viabilizar este projecto de requalificação urbana e ambiental que eu reputo, talvez, o mais importante que se fez no país até à data, é evidente que temos a responsabilidade de assegurar que tudo isto passe sem que as expectativas das pessoas passem sem serem defraudadas. Há, evidentemente, alguns aspectos que nos vão ultrapassar. A Parque Expo teve, de facto, autoridade neste território que lhe foi conferida por lei, que neste momento não tem e, portanto, a única coisa que, neste momento, podemos disponibilizar é o nosso know-how, a nossa experiência, a nossa vontade de assumir junto dos investidores que
vamos cuidar para que não sejam defraudadas as expectativas que têm relativamente a este espaço. Falou-se num alargamento a Norte e a Poente. Falamos de uma extensão do projecto da Cidade Imaginada ou de um novo? Serão novos projectos que constituirão uma evolução natural que tem a ver com o desejo das populações verem alargar o âmbito e a realidade da intervenção da Parque Expo. Há possibilidade, efectivamente, de se alargar quer para o lado poente da Parque Expo, para determinadas áreas onde se sente a necessidade de promover uma requalificação urbana dessas áreas com uma vertente ambiental muito mais forte. É uma zona sensível onde a intervenção não pode
ser minimamente descuidada relativamente às questões que têm a ver com a preservação dos habitats que estão naquela zona. Mas há, efectivamente, uma manifestação de interesse por parte da autarquia e do presidente de se vir a encontrar um quadro de cooperação da Parque Expo com a Câmara de Loures que poderá depois ser desenvolvido de acordo com modelos que poderão passar por uma prestação de serviços ou por uma aquisição de terrenos, enfim… um modelo articulado com a autarquia. Aliás, inicialmente no projecto da Parque Expo estava já previsto que se fizesse uma passagem pedonal sobre o rio Trancão para a zona Norte. Essa extensão já estava prevista, mas claramente com condições diferentes do resto do Parque das Nações.
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RETROSPECTIVA | NP | 21
Durante o ano de 2003 tivemos os mais diversos protagonistas nesta tão importante rubrica do Notícias do Parque. Vozes, ideias, criticas, emoções foram -nos, sempre, cedidadas com grande generosidade tornando, também eles, possível este projecto.
CARTAZ
Restart PRÉMIOS DE DESIGN BRIEFING até 19 de Dezembro A exposição dos trabalhos premiados na 6ª edição do prémio de Design Briefing distingue os melhores trabalhos de design do ano, atribuindo prémios em diversas categorias como melhor cartaz, imagem corporativa, projecto global, website, auto promoção e outros. O conceito da exposição é simples e bem original tendo criado uma “Ilha” prateada no meio da escola com um acesso feito através de uma entrada muito estreita levando o visitante a entrar numa realidade escondida. Nas palavras desta escola de novas tecnologias “o fito desta Exposição é explorar e descobrir”. A todos os interessados terão que se apressar se ainda quiserem “descobrir” os trabalhos dos vencedores que contam com a presença da Agência RMAC Design, de Ricardo Mealha e Ana Cunha e da Brandia-Novo Design, vencedora da categoria de Melhor Agência do Ano. Horário: 2ª/6ª, 9h–21h – entrada livre Cais português, lote 2.11.01 ac, edifício Lisboa, Parque das Nações, Lisboa Telefone: 21 892 35 70 E-mail: info@restart.pt Web site: www.restart.pt
Ana Severino no Hotel Tivoli Até ao próximo dia 22 de Dezembro, estará presente no Hotel Tivoli do Parque das Nações, uma exposição de pintura da artista plástica Ana Severino. Ana Severino foi jornalista durante 15 anos tendo decidido dedicar-se exclusivamente à pintura, passando grandes temporadas em Paris e Itália, visitando e estudando os principais museus e exposições. Com forte tendência para o Óleo e o Pastel, as suas obras revelam uma envolvente sinergia multicolor de forte expressão temática.
O Hotel Tivoli recebeu esta artista plástica continuando a apostar numa forte componente e dinâmica cultural no seio da comunidade do Parque das Nações.
Música no ar no Pavilhão do Conhecimento Inaugurada no dia 9 de Dezembro, esta 11 ª Exposição temporária promovida pelo Pavilhão do Conhecimento, tem como mote a música e a ciência através da exploração da tecnologia dos sons. Para quem quiser saber como se grava um CD ou como se propagam as ondas sonoras poderá encontrar as respostas numa exposição que permitirá, ainda, a cada um dos visitantes testar as suas capacidades como DJ. Até 13 de Junho 2004.Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva Tel. 218 917 100 / 96 745 09 82 Email: info@pavconhecimento.pt www.pavconhecimento.pt
Circo Victor Hugo Cardinali Dispensa apresentações e de convites. É um dos mais recorridos espectáculos de Natal. Crianças e adultos viajam a pelo mundo fantástico de Cardinali, de volta ao Parque das Nações. Até ao dia 4 de Janeiro 21 895 65 76/7
Participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Dias 26, 27 e 28, às 16:00 Teatro Camões – 21 892 34 77
LAMB O Pavilhão Atlântico recebe já no dia 19 de Dezembro uma das bandas mais aplaudidas em Portugal, o país escolhido para o encerramento da digressão promocional do novo álbum,“Between Darkness & Wonder”. Pavilhão Atlântico – 20:30
Bandas de Natal 2003 No dia 21 de Dezembro, às 16H a Alameda dos Oceanos recebe dez Bandas Filarmónicas da Grande Lisboa numa reunião que contará com 500 pais Natal muito especiais. Organizado pelo Inatel este encontro promete muita música, alegria e animação.
Teatro alternativo no IPJ O Instituto Português da Juventude está a organizar dois grandes espectáculos de Teatro alternativo. De 16 de Dezembro a 25 de Maio, todas as terças-feiras às 11:00 – “o Azul do Zé”, de Chloé Siganos e Françoise Schein. Esta peça propõe uma viagem Pelos Descobrimentos Portugueses a partir do sotão de uma criança com muita imaginação. O IPJ conta ainda com um espectáculo que já provou ter uma grande adesão por parte do público tendo sido visto por mais de dez mil crianças. “O Rapaz de Bronze”, de Sophia de Mello Bryner estará em exibição de 17 de Dezembro a 26 de Maio, todas as quartas-feiras, às 10:00 e às 11:30. IPJ – 21 892 08 00
Feira de Natal
sob a Direcção Musical de James Tuggle. Dezembro Dias 20, 22, 23 e 29, às 21:00
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OPINIÃO | NP | 23
Vale a pena continuar a “chorar” pela AMERICA’S CUP? uem está ligado há algum tempo à náutica de recreio, sabe perfeitamente que a America’s Cup iria constituir um elemento catalisador para as actividades náuticas que possuem em Portugal potencialidades ímpares, que não têm vindo a ser devidamente aproveitadas. No entanto, o facto do evento não vir para o nosso País, não deve constituir um elemento castrador que impeça a realização de um conjunto de acções que façam com que Portugal reencontre a sua vocação atlântica, e que, nesse âmbito, passe a ser uma referência em todo o mundo, como já o foi no passado. Estou neste momento a complementar a minha formação náutica com o curso de Patrão de Alto Mar, onde a principal disciplina é a Navegação Astronómica. Ao fazer uma pesquisa na Internet sobre este tema, fiquei surpreendido com o número de sites encontrados, onde a homenagem aos navegadores portugueses e a tudo aquilo que fizeram pela arte de navegar é uma constante. São alusões ao estabelecimento em 1506 do 1º meridiano pelo navegador português Pedro Reinel, que passava sobre a Madeira, e que constituiu o meridiano de referência da navegação até 1884 (altura em passou para Greenwich), passando pelos instrumentos náuticos inventados pelos portugueses, e terminando em toda a cartografia então desenvolvida. Portugal realizou em 1998, como o êxito que todos conhecemos, a Expo dos Oceanos, onde se procurou homenagear os navegadores portugueses e chamar à atenção do mundo para o respeito pelos Oceanos. Efectivamente, costumo velejar principalmente no estuário do Tejo, e muitas vezes revolto-me com a insensibilidade e apatia das entidades responsáveis, face ao elevado estado de degradação de toda a margem esquerda do rio, mormente, desde Cacilhas até à foz. Nascido na Madeira, e como qualquer ilhéu, com o gosto pelo mar embebido no sangue que me corre nas veias, posso afirmar sem margem para dúvidas, que não “choro” pela America’s Cup! “Choro” pela estado de degradação em que se encontram todas as zonas ribeirinhas por esse país fora, que pela incúria e insensibilidade das entidades responsáveis, impossibilitam que Portugal volte a ser um país de Marinheiros honrando e dignificando o seu passado, e enaltecendo cada vez mais a sua vocação marítima e atlântica. Tenhamos força de vontade para lutar contra este imobilismo, recuperando e dinamizando as nossas lindas zonas ribeirinhas, e teremos concerteza muito mais oportunidades para organizar a America’s Cup e/ou outros eventos náuticos de renome. No fundo é não esperar que aconteça algo para que tenhamos de algo fazer. É na obra e na realização que devemos afirmar a vocação marítima de Portugal. É proporcionar o gosto pela náutica, independentemente das posses de cada um. É apostar na formação de base. Temos excelentes navegadores. Temos gente apostada em ajudar Portugal neste desígnio que é o mar. Faltam objectivos e um rumo certo e definido. Para isto não necessitamos de “America’s Cup”. Fazemos votos que terminado o sonho, todos se revejam na realidade e com a sua acção, honrem os nossos antepassados, navegando e ajudando a navegar desenvolvendo o gosto pela náutica e pelo mar. Desenvolver o gosto pela náutica e criar condições para que cada vez mais a náutica seja opção de muitos portugueses é decerto honrar a memória dos nossos antepassados, que com a sua abnegação e coragem darem mundos ao mundo.
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Informações: Paulo Jorge Andrade Vice-presidente da Direcção da ANMPN – Associação Náutica da Marina do Parque das Nações vicepresidente@anmpn.pt
24 | NP | FACES
FACES PESSOASDOPARQUE Por Livia Tirone Um convite para escrever um auto-retrato, vem para mim acompanhado de um sentimento de alienação – que penso deva estar ligado ao facto de um auto-retrato implicar ter de sair da minha própria pele (onde, a partir dos meus 40 anos de idade, me sinto verdadeiramente bem) para conseguir de forma sintética descrever quem sou a pessoas que não me conhecem… Por isso vou reagir a este convite sem abandonar a minha pele nem o ‘agora’. Descrevo-me através daquilo que me motiva (um pouco na lógica de ‘eu penso por isso sou’) e o que me motiva são projectos e acções que trazem benefícios a curto, médio e longo prazo para a comunidade. A área profissional que abracei restringe estes projectos ao meio construído e a motivação à sustentabilidade. Como tal, na empresa Tirone Nunes, que o meu parceiro e eu criámos em 1989, luta-se todos os dias contra a maré da indiferença e tropeça-se em agendas obcecadas com vantagens socialmente exclusivas, sem por isso desistir da diferença com a qual pretendemos marcar o nosso campo de intervenção. Tornamo-nos assim pioneiros nesta área da construção sustentável em Portugal e uma referência a nível Europeu da boa prática nesta mesma área. Esta diferença assenta na sustentabilidade – ou seja: numa dimensão dos edifícios que tem passado despercebida desde que a revolução industrial trouxe para o primeiro plano a produção dos edifícios e não o seu desempenho. Porque a sustentabilidade (ou o bom desempenho energético-ambiental) no meio construído é uma dimensão de certa forma invisível, tem tido alguma dificuldade em passar à prática comum, apesar da existência de óptimos resultados de desempenho nos exemplos de boa prática que conhecemos. E é com uma atitude construtiva e altamente exigente, que se criam meios urbanos desejáveis e dignos de se viver como é o caso do Parque das Nações. Quanto ao local onde habito com a minha família, no Parque das Nações, mais precisamente ao PP4 (zona Norte, junto ao Parque do Tejo e Trancão) posso afirmar que é do melhor que temos na Europa. Porque nem todas as facetas desta qualidade urbana são visíveis, gostaria de aqui frisar algumas: Uma primeira faceta é que, nesta zona da cidade (PP4) se consome quase metade da energia, se a compararmos com zonas equivalentes em áreas construídas em qualquer outro ponto da nossa cidade. Simplesmente porque não é necessária. Quem criou as condições para reduzir o consumo de energia foi a Parque EXPO ’98 que, com o apoio do Prof. Eduardo de Oliveira Fernandes, definiu parâmetros mais exigentes para o desempenho energético dos edifícios a desenvolver para o Parque das Nações. Foi, no entanto, o projectista do Plano de Pormenor 4 – o Prof. Cabral de Melo com a sua equipa de projecto – que conseguiu, ao privilegiar a orientação Sul da maior parte das fachadas principais dos edifícios que previu, optimizar o desempenho energéticoambiental do meio construído. Resultou um meio construído com um elevado grau de conforto térmico e ambiental, sem prejudicar a qualidade de vida das gerações vindouras. Mais uma faceta que ilustra a qualidade deste Plano de Pormenor 4 e dos Arquitectos que nele intervieram é a seguinte: como peão, são poucos os locais em Lisboa, em que todos somos acolhidos igualmente e dignamente – independentemente da nossa idade e incapacidade (o acesso foi pensado para todos). Por exemplo, na Praça do Terreiro dos Corvos concebida pelo Arq.º Leopoldo Kriner a realidade é essa.A qualquer hora sentimos segurança, não temos que dar prioridade aos automóveis, podemos aceder directamente ao Parque, à rua, à casa, às lojas e alguns têm a sorte de trabalhar também nas proximidades. Esta qualidade foi conseguida através de um conjunto de medidas de desenho urba-
no que visam apoiar a criação de uma comunidade próxima: o elevar do embasamento público, para uma cota em que não transitam os automóveis; o dotar esse embasamento público de lojas e de espaços de serviços que lhe oferecem vida e movimento quase permanente; o dimensionar da praça para poder acolher a comunidade em momentos de festa; Também graças ao autor do Plano de Pormenor, existe uma democracia no que diz respeito às vistas (o que não é o caso em todas as zonas do Parque das Nações). Por ter orientado os edifícios de primeira linha perpendicularmente à vista principal (o Mar da Palha), conseguiu oferecer o direito à vista a um grande número de casas. Uma outra faceta é a qualidade do Parque do Tejo e Trancão, projectado pelo Arqº João Ferreira Nunes e pela sua equipe, a PROAP. Este parque é um verdadeiro ponto de referência para as populações locais. É o local de passeio da comunidade mais idosa de Moscavide, o campo de jogos da comunidade jovem de Sacavém, a sala exterior de estar dos habitantes do Parque das Nações… e consegue ser tudo isto introduzindo simultaneamente uma atmosfera poética. Uma das principais medidas que confere esta sensação, é a criação das dunas que se elevam acima da cota do nosso olhar, guiando a vista para a imensidão do Mar da Palha, fazendo-nos conscientes de quanto pequenos somos em proporção à escala da natureza que nos circunda… Por último, mas nem por isso menos relevantes estão a Torre Verde e a Torre Sul, junto à Ponte Vasco da Gama. Merecem ser referidas neste contexto do que temos de melhor no Parque das Nações, porque se tornaram referências da construção bioclimática na Europa pelo desempenho ambiental que alcançaram – seja no conforto que oferecem aos utilizadores, no baixo consumo de
energia, na diversidade de espaços privados e comuns que oferecem aos seus habitantes. Estas torres foram projectadas pela Tirone Nunes. Quanto às reacções da população local à densidade que do desenho (que sempre esteve patente nos Planos de Pormenor) passa agora para a prática, na medida em que nascem novos edifícios e quarteirões nos antigos parques de estacionamento da EXPO ’98, gostaria de referir o seguinte: Ao contrário do que sucede em grande parte do nosso território nacional, no Parque das Nações existem planos que são respeitados. Na lógica do planeamento urbano, as densidades previstas nos planos foram as que se consideraram necessárias para possibilitar os investimentos em infra-estruturas que determinam a qualidade deste contexto urbano no qual escolhemos habitar e trabalhar. A meu ver, tenho de agradecer a esta densidade toda a qualidade de espaços urbanos que me circunda, no Parque das Nações. O conjunto de qualidades acima descritas (e não referi senão algumas), fazem desta zona um contexto extremamente privilegiado, quase único na Europa. Mas nada funciona eternamente e nada sobrevive sem ser cuidado.Também um meio construído carece de atenção, de acompanhamento e de ser cuidado, sendo aqueles que beneficiam da qualidade (todos os moradores) os mais interessados, certamente, em participar e contribuir para a sua qualificação contínua. É de um contexto como este que pode, sem qualquer dúvida desenvolver uma nova comunidade que partilha a responsabilidade social com base na qual as futuras gerações poderão crescer positivamente.
26 | NP | VIAGENS
Viagem ao Oriente em Gonçalo Peres
I Acto odos temos os nossos vícios, manias, ou como lhe queiram chamar. Há quem seja viciado em futebol, em tabaco, em grandes jantaradas com os amigos, em sair à noite, em ver filmes, em fazer compras, em telemóveis, em auto-tunning, em telenovelas da vida fictícia e da real e há aqueles que infelizmente nem têm dinheiro para ter vícios. Muitas vezes, resume-se a uma questão de prioridades. Uns vícios são bons, outros maus. Uns não deixam nada, outros deixam marcas nefastas que demoram a desaparecer, há outros, ainda, que deixam memórias e uma aprendizagem que nos acompanham para o resto da vida. Nesta última categoria incluo o vício de viajar. E quando digo viajar, refiro-me a “viajar” e não a “fazer turismo”. São duas coisas bem diferentes. Eu sei, porque já fiz as duas. E é sobre uma viagem que vos quero falar.A curiosidade sobre o Oriente surgiu em 2001, quando fui com a minha ex-namorada passar 3 semanas de férias para a Tailândia. O facto de termos sido nós a organizar a viagem, recorrendo ao vasto manancial de informação disponível na internet sobre este destino, deu-nos a conhecer alguns locais menos turísticos do ponto de vista comercial e levantar um pouco do véu que este incrível país tinha para oferecer e que até então desconhecia. Dois anos mais tarde e uma namorada a menos, uma série de circunstâncias levaram-me a planear uma grande viagem sozinho. A escolha, por razões óbvias, recaiu sobre o Sudeste Asiático. Comprei o guia da Lonely Planet “South-East Asia on a Shoestring” e comecei a ver quais os países que poderia visitar em 7 semanas, a duração que estabeleci para esta aventura. Entretanto, comprei um bilhete de avião com destino a Bangkok para dia 27 de Janeiro e retorno no dia 16 de Março. Bangkok é considerada a porta de entrada e saída do Sudeste Asiático com várias companhias aéreas a voarem regularmente a preços acessíveis. Os países que estavam na minha lista eram a Tailândia, Laos, Vietnam, Camboja, Malásia, Indonésia e Filipinas. Estava cons-
T
ciente que não iria dar para visitar todos, mas queria deixar as hipóteses em aberto. Até porque nem gosto de planear demasiado as coisas. Isto é, não as gosto de viver antes, mas sim deixar ao improviso. Entretanto, cerca de 2 semanas antes de partir, um amigo meu enviou-me o endereço dum site duma empresa australiana chamada “Intrepid”. Atraiu-me bastante a filosofia de trabalho e a maneira de estar desta empresa. O seu público são viajantes em busca de aventura, com vontade de conhecer os costumes e o povo dum país, com uma atitude flexivel e relaxada, mas responsável, em relação a viajar, com um bom sentido de humor e que querem evitar os habituais percursos turísticos. Funcionam, apenas, com pequenos grupos, mais parecendo que viajamos com um grupo de amigos. Um dos percursos oferecidos pela Intrepid encaixava-se perfeitamente nos meus objectivos e decidi inscrever-me numa aventura que ocuparia 4 das 7 semanas. Afinal o tempo tinha que ser aproveitado ao máximo e sem a experiência do guia da Intrepid teria sido impossível ver o que vi naquele espaço de tempo. Entretanto, chegava o dia 27 de Janeiro e lá fui eu de mochila às costas, com capacidade para 65 litros, onde apenas levava o míni-
mo indispensável, como manda o figurino. Depois duma escala em Frankfurt e dum voo de 9 horas, cheguei finalmente à caótica Bangkok, 15:00 hora local. Mal saí do aeroporto, fui a correr para a embaixada do Vietnam a pedir um visto, uma formalidade obrigatória para poder visitar aquele país dentro de 3 semanas. Instalei-me na zona do Riverside (local da famosa Khao San Road, onde Leonardo DiCaprio inicia a sua aventura no filme “A Praia”), um local predilecto da malta jovem e com menos recursos. Os meses entre Novembro e Fevereiro são época alta por estas bandas. Os viajantes abundavam pelas ruas em contraste com as vagas nas Guest Houses, forma mais comum de alojamento. Com tudo cheio, a noite a cair e cansado de carregar a mochila acabei por recorrer ao Viengtai Hotel, que ficava numa paralela da Khao San Road e seria o ponto de encontro com os outros “intrépidos” dali a uma semana. Era mais caro, mas 25 Euros não parecia muito por um quarto duplo espaçoso, com ar condicionado, TV, frigorífico, casa de banho e pequeno almoço incluído. Bem... a verdade é que até me sentia mal e no dia seguinte, se não partisse já para a praia, ia procurar outra coisa mais “rasca”.
Depois dum banho revitalizante fui à procura dum local para jantar e experimentar o ambiente único que ali se vive. É um sítio de contrastes, com tantas virtudes como defeitos, viajantes de todos os cantos do mundo, ruas barulhentas ligadas por ruelas sossegadas. Um verdadeiro microcosmos, paraíso para uns, inferno para outros. Pessoalmente estava a adorar e, por incrível que pareça, não me sentia nada deslocado, até pelo contrário. Sentia-me de facto em casa, como se estivesse a reviver uma vida passada, ou paralela... Constatei que a noite era de facto mais agradável que o dia, pois há menos trânsito e poluição e naquela zona havia vários restaurantes e bares simpáticos. No dia seguinte acordei por volta das 06:30 e optei por ir a pé até à Estação de Comboio de Hualamphong comprar um bilhete para Surathani com partida ao fim do dia. O destino final era a ilha de Koh Pha-Ngan.Tinha decidido na noite anterior... A viagem durou 12 horas. Ainda falei um bocado com um tailandês muito simpático que me dizia que devia abrir um negócio de viagens para trazer mais portugueses para a Tailândia! O resto do tempo foi passado a dormir nas cadeiras que se transformavam em camas. Cheguei a Surathani por volta das 06:00 do
dia seguinte. Apanhei um autocarro e depois um barco. O dia estava radioso e aproveitei para me refastelar a apanhar sol no tejadilho da embarcação. Cheguei a Koh Pha-Ngan por volta das 13:00. Deparei-me com uma ilha com cerca de 15km por 15km, praias fantásticas, mas sem aeroporto e com poucas estradas pavimentadas. Talvez por isso ainda não tenha sido invadida pelo “turismo comercial”. Fiquei na zona noroeste da ilha, num simpático bungalow, mesmo em cima da praia a 7 Euros por noite, com vista para uma pequena ilha em frente que quando a maré vazava era acessível a pé. O ambiente era relaxado, ideal para recarregar as baterias. Os dias foram passados a fazer praia, mergulho e a explorar o resto da ilha numa mota que alugava a 3,75 Euros por 24 horas. O lado sul da ilha era bem mais agitado ou não fosse Koh Pha-Ngan famosa pela Full Moon Party, que se realiza 12 vezes por ano e começou há 10 anos atrás. Nos dias que correm aproveitam qualquer estado da lua para fazerem uma “rave” na praia. É New Moon Party, Half Moon Party… e até quando não há lua fazem uma Black Moon Party. Foi esta que coincidiu com a minha estada e lá fui eu ver aquilo de perto. No caminho fiquei sem gasolina na
VIAGENS | NP |27
quatro actos Um bungalow numa ilha paradisíaca, ou um quarto numa cidade, ambos com casa-de-banho privada, mas sem luxos dispensáveis como arcondicionado e água quente, custa entre 5 a 10 Euros. Menos, se optarem por um alojamento com casa-de-banho partilhada ou, melhor ainda, um dormitório. Uma refeição custa entre 1 a 2,5 Euros. A comida é excelente e o atendimento... bem, só vos posso dizer que quando voltarem a Portugal, vão sentir a diferença. Os comboios nocturnos são uma excelente opção para cobrir grandes distâncias na Tailândia. Comprem um bilhete de segunda classe com cama (second class sleepers). É aconselhável comprar com alguma antecedência (pelo menos um dia). As camas de baixo são mais espaçosas e confortáveis que as de
mota e às 22:00, escuro como o bréu – pudera, não havia lua! – fiquei apeado no meio do nada. Ou quase nada, pois após empurrar a mota nem 20 metros, consigo perceber uma placa a dizer “Gasolene” numa casota à beira da estrada. Dirijome à casa mais próxima com luz e por sorte eram os donos daquele “estabelecimento”. Os Deuses sorriam-me! Quando chego ao local da festa o ambiente ainda estava calmo e a música a meio gás. A praia estava decorada com fogueiras, archotes, redes e lençóis multicoloridos fluorescentes que contribuíam para um cenário mágico. Pedi um vodka laranja no bar e sentei-me num estrado de madeira a apreciar o céu estrelado, enquanto o ambiente ia aquecendo. Passados 2 minutos já estava a conversar com uma canadiana e uma inglesa.
cima. É mais caro que um autocarro, mas poupa-se numa noite de alojamento e é mais seguro. Sítios com computadores para navegarmos na Net ou enviarmos um email abundam em qualquer lugar onde haja viajantes. E onde há viajantes nunca estamos sozinhos. Experimentem deixar-se estar e ao fim de pouco tempo já estão a conversar com alguém. Mas bem mais importante que conviver com outros viajantes, é contactar com o povo, aprender os seus costumes e respeitá-los. Acima de tudo não tenham receio de partir à aventura, acompanhados ou sozinhos. O sudeste asiático é dos sítios mais fáceis de viajar e onde somos mais bem recebidos pelo amistoso povo. Antes de partirem comprem um guia da Lonely Planet.
Estavam as duas a viajar sozinhas há mais de um ano e tinham-se conhecido há 2 semanas, na Malásia! Nem fazem ideia da quantidade de raparigas que viajam sozinhas por estas bandas. Talvez mais do que homens! As minhas 7 semanas de viagem não são nada comparado com estes exemplos. Conversa puxa conversa, e quando me apercebo já o local está apinhado de gente e todos a dançar ao som de Trance e Drum & Bass.... Nos últimos dias, e depois das minhas viagens exploratórias de mota pela ilha, decidi mudar-me para aquela que considerei a praia mais bonita: Haad Yao. Uma bonita baía, com areia branca e suave, águas cristalinas e um magnífico pôr-do-sol. No dia 5 de Fevereiro, estava de regresso a Bangkok para me encontrar com os outros “intrépidos”. Éramos 11: 6 canadianos,
2 ingleses, 1 sueco, 1 neo zelandês e um tuga! Depois de mais 1 dia e meio em Bangkok, apanhámos um comboio nocturno para Chiang Mai, antiga capital, no norte da Tailândia. Já era a minha terceira noite passada num comboio e desta vez dormi que nem um bebé. O tempo em Chiang Mai foi passado num excelente passeio de bicicleta pelos arredores da cidade, a ver templos e a comer “sticky rice”, a minha nova obsessão gastronómica. 2 dias depois partíamos ainda mais para norte em direcção a Chiang Khong, uma pequena cidade sem muito para ver, mas sempre com algo para oferecer. Neste caso, uma espectacular Guesthouse, com grandes varandas, mesmo sob o Mekong River. Do outro lado da margem estava Laos, o próximo destino. (continua na próxima edição...) PUB
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28 | NP | PASSEIO
Fragmentos A beleza e a força de um frame é termos o privilégio de podermos assistir ao pormenor. Sem saber o que se passou antes e o que virá depois, é como uma história que não tem fim.
m senhora de casaco preto descansa, num fôlego cúmplice, os dois sacos das compras debaixo de um candeeiro à porta de casa. Fragmentos de papel planam até ao chão num resto de raiva perdida e o arrependimento surge, mesmo antes, que o último pedaço de papel atinja o chão. Já é tarde demais. O maluco que está sempre a acenar na Avenida está encadeado pelos faróis dos carros que passam, numa margem correm de branco na outra rastejam de vermelho. No meio da multidão da rua, a rapariga deixa cair uma lágrima, enquanto olha para a janela do terceiro andar. Uma esperança rendida num banco de jardim de braços cruzados e a olhar para o chão. O tempo é rápido e cruel e, afinal, não é mágico, nem dono das histórias de encantar. Uma mala de cabedal castanha estacionada ao lado da porta de casa espera com uma rosa entre as asas. São dez para a meia-noite e o jovem padre caminha sozinho dobrado contra o vento e o seu rasto, na neve, desaparece à velocidade do segundo. O casaco preto brilha à luz do candeeiro enquanto que a senhora passa as mãos pela mais recente fotografia do neto... aquela em que ele sorriu pela primeira vez. Um pai e um filho encontramse numa velha estação do
U
Alentejo. O filho aper ta-o com a força do tempo perdido. Numa mão cerra o orgulho, na outra o retalho de uma carta de papel. A cara e as mãos aquecem a partir do primeiro momento em que ele entra naquela grande casa e todos o esperam para o ver e ouvir. Aqueles rastos de luzes vermelhas e brancas da Avenida libertam uma recordação de Natal antiga e no meio deles vários braços devolvem uma memória embrulhada num sorriso. Na janela do terceiro andar, o velho cego apalpa, feliz, o rosto do neto e a rapariga sorri enquanto limpa a última lágrima que escorre. A mão do rapaz solta-se, repentinamente, do avô e ele corre euforicamente em direcção ao banco de jardim. Pára em frente a uma menina que fecha com muita força os olhos, enquanto aguarda o seu primeiro beijo. O som do telefone que toca repetidamente evade-se pela casa vazia. A rosa da mala de cabedal caminha, finalmente, em direcção à maternidade. O mesmo barco, a mesma roupa, o mesmo peixe, o mesmo mar. Apenas a pele é que vai secando e envelhecendo. A partilha de uma vida a dois existe, agora, apenas, numa recordação a solo. E é tão forte e intemporal o mistério de nos podermos deslumbrar por um pôr-do-sol como se fosse uma primeira vez.
REFLEXOS | NP | 29
O bebedor nocturno Há uma prece ardente num conto de Herberto Helder que diz: “Meu Deus, faz com que eu seja sempre um poeta obscuro”. Esta súplica lembra o destino do poeta em dois poemas de Anna Akhmátova:
Fácil é abandonar a vida, apagar-se sem dor e sem pensar, mas, Poeta Russo, a tua sina não é esta morte clara. Ou E ir procurar – impudica -, por onde calha e me aventuro alguns pedaços da vida oblíqua e, ao silêncio da noite, tudo.
Tanto em Herberto Helder como em Anna Akhmátova o poeta tem uma vocação nocturna - ele procura no “silêncio da noite”. Essa opacidade que o reveste é descrita por A. Ramos Rosa da seguinte forma: “o poeta é um cego que não tem outra luz além daquela que o poema projecta sobre si”; e Clarice Lispector diz de um personagem: “tendo dentro de si o grande espaço vazio de um cego, ele avança”. É esta cegueira, este “espaço vazio” que tanto Herberto Helder como Anna Akhmátova clamam: uma opacidade não como estilo mas como húmus interior do poeta:
De nada me servem as hordas de odes nem as elegias lamentosas. Nos versos deve ser tudo fora de ordens, da família as ovelhas ranhosas. Nem imaginam de que lixo, sem vergonha, crescem os poemas, como na valeta urtigas, bardanas, peçonhas de ervas e a pobre flor careca.
Mas se a opacidade exige uma separação - nela se cruzam a solidão, o orgulho e a humildade do poeta –, dela também emerge uma luminosidade:
Amanhã será alegre e clara a madrugada. Como esta vida é bela, ó meu coração, calma.
No fim do conto, Herberto Helder assegura-nos que “obscuros somos sempre mesmo sem pedi-lo”. E ainda bem porque a poesia não suportará nunca a condição de vencedores. Ela pertence aos insignificantes.
Poemas de Anna Akhmátova do livro Só o sangue cheira a sangue, Assírio & Alvim.
J.Wengorovius
joao_wengorovius@hotmail.com
30 | NP | NOVAS TECNOLOGIAS
Tema:The Meatrix relação entre o Homem e as máquinas foi observada e teorizada por muitos pensadores. Todos eles reconhecem a importância crescente que as máquinas têm na nossa vida. É evidente a cada vez maior dependência que temos delas, a consciência de que sem elas a nossa vida provavelmente seria impensável.
A
Existe, no entanto, uma divergência de fundo nestas análises. Para alguns, talvez os pessimistas, a máquina acabará por dominar o Homem, o Homem será subjugado pelas máquinas, pelos computadores; para outros isto nunca acontecerá porque as máquinas estarão ao serviço do Homem. O filme Matrix fala desta problemática, mostrando-nos um mundo controlado pelas Máquinas, onde os humanos apenas se mantêm vivos por serem a sua fonte de energia. Os humanos vivem num mundo ficcional criado pelas máquinas que se denomina Matrix, um software que simula a nossa vida em sociedade. No início de Dezembro fui confrontado no meu email com uma mensagem e um link para o seguinte url: www.themeatrix.com . Trata-se de uma apresentação em Flash que aproveita a ideia base do filme Matrix e a transpõe para a problemática da produção industrial de carne animal. Neste pequeno filme, chamado The Meatrix, um boi (Moopheus) e um simpático porco (Leo) alertam-nos para problemas graves relacionados com a produção industrial da carne, tais como: - a crueldade a que os animais são sujeitos nestas grandes explorações, onde por estarem confinados a espaços muito reduzidos, são mutilados para não se agredirem mutuamente;
- a resistência dos germes aos antibióticos provocada pelo uso sistemático de antibióticos nos animais para permitir a sua sobrevivência em ambientes orientados para maximizar o lucro, o que pode originar uma epidemia de dimensões absolutamente trágicas; -a poluição, crescente e preocupante, originada por este tipo de processos de produção; - a destruição das produções familiares e a consequente destruição das comunidades agrícolas, a quem só resta imigrar para as grandes metrópoles cada vez mais cheias, violentas e desumanas (ver gráfico). Esta original campanha tem a assinatura da Grace - Global Resource Action Center for the Environment, uma organização sem fins lucrativos que tendo surgido em 1996, tem como primeiro objectivo eliminar as grandes produções agrícolas a favor de uma agricultura sustentável, economicamente viável e amiga do ambiente. Neste momento estão ligados a outros projectos, como por exemplo a abolição do nuclear, e apoiam actividades e campanhas que visem a preservação do ambiente. O mundo global, apesar de cada vez mais perigoso e com crescente concentração económica, reserva um espaço especial à força das boas ideias. Esta campanha lançada em Novembro já foi vista por milhões de pessoas com o recurso a ferramentas de comunicação suportadas pela Internet. Até há pouco tempo era preciso gastar milhões, em publicidade, para obter níveis idênticos de visibilidade. E quando existe espaço para as ideias, existe a esperança que a força das ideias boas e das boas ideias supere as outras.
Reinaldo Martins rmartins@netbase.pt |Consultor em Negócio Electrónico PUB
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DESPORTO | NP | 31
Poderia ser pior O sorteio para o Euro 2004 ditou que a Espanha, a Grécia e a Rússia fossem as equipas que iremos defrontar. Um sorteio que não é fácil, mas que poderia ser pior. O Pavilhão Atlântico foi o anfitrião deste evento.
Pedro Pereira
sorteio do dia 30 de Novembro, que se realizou no Pavilhão Atlântico, foi, poderemos dizer que o início do Euro 2004 propriamente dito. A quantidade de jornalistas, de pessoas entusiastas, e, porque não dizê-lo, de vedetas foi o lamiré do que aí virá. O Pavilhão Atlântico que se vá habituando, pois será neste local que ficará sedeado o Centro de Imprensa do Euro 2004. Os habitantes do Parque das Nações que se vão habituando também ao aumento da frequência com que se ouvirão línguas estrangeiras. Será seguramente um dos locais mais requisitados por apoiantes de outras nações. A cerimónia do Sorteio correu como o previsto, sem atrasos. Tornar um evento destes numa coisa simples parece fácil para os senhores da UEFA. Para isso basta haver regras que são definidas por antecipação, e fazer cumprilas, algo de que a UEFA não abdica. Daí que alguns mais atrasados tenham estranhado tal rigidez. Em relação ao resultado do sorteio aqui está uma pequena análise por grupos.
O
Grupo A É o grupo de Portugal, um grupo que não se pode definir como fácil, mas que também não será o Cabo das
Tormentas. Portugal divide com a Espanha o favoritismo deste grupo, e esperemos que o factor casa seja suficiente para desequilibrar a contenda, pois como já vimos este ano a Espanha é uma potência. Quem não se lembra dos 0-3 infligidos por nuestros hermanos, mas pior que o resultado foi a clareza da vitória, e a sensação de estarmos a anos de luz dos nossos vizinhos. No Europeu seguramente será diferente, não se sabe é se o será muito. A Grécia foi outro dos adversários que já defrontámos, e apesar de termos dominado o jogo, a verdade é que não conseguimos ganhar a uma selecção que jogou uma hora com menos um jogador, e que nesse período ainda nos conseguiu fazer um golo. É verdade que falhámos um penalty, mais uma série de ocasiões de golo, mas a verdade é que o principal culpado foi Nikopolidis, guarda-redes grego, que vai voltar a estar na baliza grega, e não se pense que foi apenas um jogo que lhe correu bem, pois ele tem muita qualidade e é o esteio da Grécia. Por fim a Rússia, que já não é a potência que foi a exURSS, longe disso, que tacticamente é uma selecção frágil, mas que ganhou muito em criatividade. Não passará a primeira fase, mas num dia de acerto poderá complicar as contas aos
mais favoritos, pois categoria existe.
Grupo B É no Grupo B que se encontra a selecção mais favorita à vitória final do Euro 2004. Falamos obviamente da França, que venceu todos os jogos do apuramento, uma caminhada notável. Dificilmente repetirá o que sucedeu no último mundial, onde não passou a 1ª fase. Depois surge a Inglaterra, que se debate com imensos problemas a nível táctico, pois se abundam jogadores de qualidade para determinadas posições, ponta-delança por exemplo, outros encontram-se carenciados, como é caso de guarda-redes ou ala esquerda. Não será fácil a luta contra os croatas, equipa essencialmente técnica, e suíços, equipa com forte progressão nos últimos anos e que usa o poder físico como principal atributo.
Grupo C O Grupo C conta com a toda poderosa Itália, a equipa mais favorita para seguir em frente, apesar do seu futebol defensivo e muito rigoroso, que contrasta com a qualidade de muitos dos seus jogadores. Dinamarca e Suécia discutirão o outro lugar que permitirá seguir em frente. São duas selecções bastante semelhantes, onde o poder físico aliado a um forte jogo aéreo são imagens de marca.
Ligeiro favoritismo da Dinamarca, que funciona melhor como equipa, apesar dos suecos serem mais dotados tecnicamente. A Bulgária será o outsider do grupo, que no máximo influenciará qual destas últimas duas equipas passará.
Grupo D Provavelmente será o grupo que melhores espectáculos produzirá. Alemanha, República Checa e Holanda são garantias de qualidade, principalmente as duas últimas. O jogo Holanda vs República Checa será certamente um dos melhores jogos do torneio, onde estarão presentes duas selecções de futebol aberto e de grande componente técnica. Ainda para mais, o jogo é referente à 2ª jornada do grupo, ou seja, tudo ainda estará por decidir. A Letónia, que faz aqui a sua estreia em fases finais do Europeu, estará longe de ser o bobo da festa, apesar de dificilmente conseguir pontuar. Não será equipa para levar goleadas, criando mesmo bastantes dificuldades aos favoritos. A Holanda passará de certeza, apesar de ter ficado atrás dos checos no apuramento, Alemanha e República Checa disputarão o outro acesso. PUB
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Externato Nacional de Moscavide com estreia no futsal udo começou num espírito de camaradagem e boa disposição. O Externato Nacional de Moscavide criou uma equipa de futsal que já contou com duas participações em torneios satélites à freguesia. Na Portela, esta equipa conseguiu o 7º lugar e um 3º lugar no Torneio de Sacavém arrebatando
T
os prémios de melhor marcador e melhor guarda-redes. Este conceituado externato não se fica por aqui e encontra-se inscrito no campeonato da 2ª Distrital e pensa para o ano criar, também, uma equipa B apostando “numa vertente não só competitiva mas também de lazer”.
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