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A N O I I I - N R . 1 7 - B I M E S T R A L - J U N H O 04 - D I R E C T O R : M I G U E L F E R R O M E N E SES
OCEANÁRIO
ANO 6 ENTREVISTA COM DUARTE PACHECO
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EURO 2004 AS 16 SELECÇÕES
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10 | NP | A ORIENTE um canal de televisão por cabo de implantação nacional. Um dos principais equipamentos de referência situados na FREGUESIA DO ORIENTE é o Pavilhão Atlântico, com capacidade para cerca de 20.000 pessoas, que se apresenta como uma referência a nível internacional. Com efeito, trata-se de um pavilhão multiusos, que alberga grandes acontecimentos desportivos ou culturais, tanto a nível nacional como internacional, de impacto relevante para o país e para a cidade de Lisboa. No Centro Comercial Vasco da Gama, estão sediadas várias salas de cinema, existindo ainda diversas outras estruturas que proporcionam o desenvolvimento de actividades de cultura e lazer, em particular espaços de recreio infantil em recinto fechado (Micolândia), o BIL – Bowling Internacional de Lisboa e a Feira Internacional de Lisboa. Duas estruturas de referência na FREGUESIA DO ORIENTE são ainda o teleférico e o elevador panorâmico da Torre Vasco da Gama, com características únicas no país. Existem também na FREGUESIA DO ORIENTE vários espaços expositivos de artes plásticas, seja de natureza pública – o Pavilhão de Portugal, o Oceanário, a sala Jorge Vieira e a delegação do Instituto Português de Juventude de Lisboa – seja de natureza privada. Ao nível desportivo, situa-se na freguesia do Oriente uma Marina com capacidade de amarração para 300 barcos.
da Gama. C- Transportes e comunicações A Gare do Oriente, assume-se como um interface importante de transportes: metropolitano, caminho de ferro (linha do norte e linha suburbana de Vila Franca de Xira), transportes rodoviários (CCFL Companhia Carris de Ferro de Lisboa, SA, Rodoviária de Lisboa, SA, bem como outos operadores de longo curso, para todos os pontos do país), estacionamento rodoviário e praça de táxis. Está, igualmente, ligada à margem sul através duma carreira fluvial da Transtejo, SA. Na Gare do Oriente existe uma estação de correios, que dispõe já de código postal próprio - 1990. É servida pela rede de comunicações da Portugal Telecom, SA, com central ali domiciliada. Finalmente, é coberta por todos os operadores de telefones móveis e pelas duas principais redes de televisão por cabo do país. Em termos nacionais, é na FREGUESIA DO ORIENTE que existe o único projecto de internet sem fios na via pública. Igualmente inovadora no país é a rede de fibra óptica que cobre todo o Parque das Nações, suportada por galerias técnicas com igual extensão. Publica-se, igualmente, um jornal – Notícias do Parque – vocacionado para o tratamento e divulgação dos assuntos e problemas deste território. D – Turismo, hotelaria e restauração
O Clube do Mar, sediado junto ao Oceanário, exerce o ensino de diversas actividades náuticas, seja ao público em geral, seja aos alunos de escolas públicas, com forte ligação à Escola Básica Integrada Vasco da Gama. O Clube Desportivo do Olivais e Moscavide, tem já o seu campo de treinos sediado neste território e terá, num futuro próximo, uma sede e complexo desportivo próprios na zona em causa. Está ainda prevista a edificação de um complexo desportivo para a prática de futebol e atletismo, incluindo uma piscina, bem como um campo de golf e um “Driving Range”. A FREGUESIA DO ORIENTE alberga ainda o Clube Tejo, que constitui um complexo para o ensino e prática do Ténis, bem como dois clubes de saúde privados de grande qualidade – o Club House, integrado num dos núcleos habitacionais existentes e o Solinca, no Centro Comercial Vasco
No que respeita à actividade turistica, a futura freguesia é já frequentada por cerca de dois milhões de visitantes mensais, entre eles muitos estrangeiros, usufruindo da qualidade dos seus equipamentos culturais, desportivos e de lazer, com o enquadramento do magnifico estuário do Tejo Existem já dois hoteis de duas cadeias hoteleiras de referência: Hotel Tivoli – Tejo e Tryp Oriente. A FIL – Feira Internacional de Lisboa, atrai, igualmente, com as suas exposições e eventos, muitos milhões de visitantes ao longo do ano. A FREGUESIA DO ORIENTE apresenta, também, uma oferta bastante diversificada e completa de restauração, numa das maiores áreas do género ao ar livre existente no país, bem como no Centro Comercial Vasco da Gama, para além dos estabelecimentos de restauração dispersos pela Urbanização.
E – Educação No território da FREGUESIA DO ORIENTE encontram-se representados diversos níveis de ensino: Ensino Técnico: Escola Superior de Enfermagem de Lisboa Artur Ravara e Escola Superior de Técnologias da Saúde de Lisboa. Ensino Primário e Secundário: Escola Básica Integrada 1,2,3 Vasco da Gama, considerada uma escola modelo a nível nacional, com uma área bruta de 7000 m2, incluindo um campo de jogos coberto, dois campos de jogos descobertos, uma sala de ginástica, um auditório para 200 pessoas, uma mediateca e duas áreas de recreio infantil.
ramos, incluindo um hipermercado, seis lojas âncora, cinemas, restaurantes e áreas de lazer, totalizando uma área de 60 mil m2.
ORIENTE deverá superar a população de mais de duzentos concelhos do país, ou seja, cerca de dois terços do número total de concelhos.
Em acréscimo existem núcleos de pequeno comércio na zona da marina, na frente ribeirinha, nas principais áreas habitacionais e na Gare do Oriente.
Nessa data, apenas cerca de 50 freguesias no país deverão ter população superior à da freguesia do Oriente, sendo uma dessas freguesias a de Santa Maria dos Olivais, que actualmente integra parte da área a abranger pela FREGUESIA DO ORIENTE.
Estão domiciliadas no território da FREGUESIA DO ORIENTE grandes empresas e marcas comerciais e industriais, de que se salientam:
Está, ainda, prevista a construção de três outros equipamentos de ensino público primário e secundário, para os quais já estão disponibilizados os respectivos lotes de terreno.
a) Altitude Software b) BBDO c) BMW d) Centralsug e) Climaespaço f) Danone Portugal g) EURO RSCG Portugal h) FIL – Feira Internacional de Lisboa i) FORD j) IBM k) Mitsubishi l) Nestlé m) Portugal Telecom n) Seat o) Schindler p) Sony q) Vodafone
Existe, também, uma Delegação do Instituto Português de Juventude, bem como uma residencia universitária do Instituto Superior Técnico.
Está prevista, também, a instalação dos Tribunais do Trabalho, Família e Menores de Lisboa, na FREGUESIA DO ORIENTE.
F – Segurança e protecção civil A FREGUESIA DO ORIENTE dispõe já de uma Esquadra da Polícia de Segurança Pública – a 40.ª Esquadra de Lisboa – bem como de um destacamento da PSP na Estação do Oriente.
Os principais bancos que operam no mercado nacional têm agências na futura freguesia, designadamente a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Comercial Português, o Banco Totta & Açores, o Banco BPI, o Banif, o Banco Português de Negócios e o Barclays.
G – Espaços verdes, ambiente e saneamento básico
I – Evolução demográfica da freguesia do Oriente
O Parque do Tejo constitui a principal zona verde da FREGUESIA DO ORIENTE e uma das mais significativas existentes em domínio urbano no país, abrangendo cerca de 84 hectares.
De acordo com valores divulgados pela sociedade Parque Expo 98, S.A., no final de 1999 residiam no território da freguesia do Oriente cerca de 2 mil pessoas. Estima-se que, no final de 2003, esse valor terá triplicado, devendo em 2004 atingir cerca de 10 mil pessoas. A previsão inicial de população residente, de 25 mil pessoas no final de 2009, foi já largamente excedida, estimando-se actualmente que em 2007 residam no território da FREGUESIA DO ORIENTE aproximadamente 35 mil pessoas.
Infantários e ATL: Creche do Gato Amarelo; Casa das Abelhinhas e ATL Gaivotas, entre outros em fase de instalação.
Existem ainda vários espaços verdes de referência na cidade de Lisboa e no país, designadamente os Jardins da Água, o Jardim do Cabeço das Rolas e os Jardins Garcia de Orta, onde se encontra representada a flora das diversas regiões do mundo de expressão portuguesa. Existe, também, uma ETAR instalada no seu território, bem como uma excelente rede de saneamento básico, que engloba um sistema inovador de recolha selectiva de resíduos sólidos, por sucção. H – Indústria, comércio e serviços O Centro Comercial Vasco da Gama concentra um alargado número estabelecimentos comerciais de todos os
De acordo com o último Census realizado pelo INE, relativo a 2001, a população residente na área abrangida pela FREGUESIA DO ORIENTE coloca já esta freguesia nos 5% de freguesias com maior número de população, superando mesmo a população de mais de cem concelhos do país. Atendendo à previsão existente para 2007, a população da FREGUESIA DO
Atendendo à composição média dos agregados familiares, estima-se que o número de eleitores no território da freguesia do Oriente tenha evoluído de 1500 pessoas, em 1999, para 7500 pessoas em 2004. J – Indicadores técnicos previstos nos artigos 4º. e 5º. da Lei 8/93, de 5 de Março Em face do exposto nas alíneas anteriores do Anexo B, a pontuação definida na alínea d) do número 1 do artigo 5º. da Lei 8/93, de 5 de Março, foi de 56 pontos, conforme o quadro seguinte: Indicadores Valores Pontuação Eleitores da freguesia 4500 10 pontos Taxa de variação demográfica da freguesia 500% 10 pontos Eleitores da sede 4500 10 pontos Número de tipos de serviços e estabelecimentos de comércio e de organismos de índole cultural, artística e recreativa 400 10 pontos Acessibilidade de transportes à sede Automóvel+4 tipos de transporte colectivo 10 pontos Distância da sede proposta à sede da primitiva freguesia 5 a 7 km 6 pontos O número de eleitores da freguesia excede os limites mínimos estabelecidos, independentemente da densidade populacional considerada (sendo o maior destes limites de 2000, para municípios com densidade superior a 500 eleitores por km2). É também excedido o limite mínimo estabelecido para a população de uma freguesia a criar no concelho de Lisboa, que é de 7000 eleitores. A pontuação mínima, resultante do quadro anterior, definida para freguesias a criar em municípios com o nível mais elevado de densidade é de 40 pontos, tendo sido obtidos 56 pontos.
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VOANDO NAS PROFUNDEZAS
Um dos grupos de aves mais carismático do Oceanário é, sem dúvida, o grupo dos pinguins. Ao investigarmos um pouco mais descobrimos que estes voadores submarinos possuem curiosidades que vale a pena conhecer um pouco melhor.
E
xistem vários locais inóspitos no Mundo que sempre suscitaram mistério na imaginação humana sendo o Antárctico um dos principais. Este é um habitat caracterizado pelas baixas temperaturas, ventos fortes e frios e um permanente manto de gelo. Tal como muitos outros, também este habitat está representado no Oceanário de Lisboa. E aqui, tal como no próprio Antárctico, um dos animais mais carismáticos e representativos é o pinguim. Os pinguins são aves da família Spheniscidae, sendo que actualmente se reconhecem 17 espécies, embora seja difícil distinguir algumas delas por serem muito semelhantes, como se pode observar no Oceanário (ver caixa “Os Pinguins do Oceanário”). Apesar de serem sempre associados ao Antárctico, os pinguins encontram-se distribuídos em vários locais do Hemisfério Sul, como a costa da América do Sul e da África do Sul. Os pinguins são geralmente animais pacíficos. No entanto, como nos disse Pedro Pais, o responsável pelo habitat Antárctico, podem tornar-se bastante ciosos do seu espaço quando entram na época de reprodução, tendo já existido pequenas desavenças entre as diferentes espécies de pinguins no Oceanário. Uma das questões mais interessantes a abordar quando se
12 | NP | REPORTAGEM fala de pinguins é a sua evolução. Actualmente é relativamente consensual por entre a comunidade científica que a vida teve a sua origem no mar. A passagem para o meio terrestre e, mais tarde, a conquista do meio aéreo foram importantes passos que permitiram uma grande diversificação das formas de vida existentes. Como tal torna-se bastante interessante olhar com atenção para grupos de seres vivos cuja evolução ocorreu no sentido contrário, ou seja, que voltaram a ocupar o meio marinho. Os pinguins são um destes grupos, tendo evoluído no sentido de se tornarem altamente especializados para habitar o meio marinho e, por isso, possuem características diferentes das que geralmente associamos às aves. Basta-nos observar por alguns minutos os pinguins do Oceanário para o percebermos. Estas aves não parecem ter penas, não voam, nadam a velocidades incríveis com uma capacidade de manobra difícil de equiparar, e andam numa posição erecta. Embora estas características possam parecer estranhas, são essenciais para os pinguins desempenhando importantes funções para a sua sobrevivência. Na realidade, os pinguins têm o corpo coberto de penas, mas estas são um pouco diferentes das penas típicas das aves (ver caixa “Como é que os Pinguins não têm frio?”). Por outro lado, o andar numa posição erecta deve-se ao facto de as suas patas estarem localizadas muito posteriormente no seu corpo. Isto acontece porque nos pinguins, as patas servem como leme quando estes nadam, e não para andar, o que leva a que os pinguins tenham aquela forma de andar tosca e bastante cómica. Por outro lado, podemos considerar que a principal característica das aves que falta aos Pinguins, o voo, na realidade não desapareceu. De facto, os pinguins “voam”, mas dentro de água. As suas asas estão especialmente adaptadas ao movimento subaquático,
conseguindo atingir velocidades de 24 Km/h, e uma capacidade de manobra extraordinária. No Oceanário podemos testemunhar ao vivo o “voo” dos Pinguins, observando os mergulhos que efectuam a velocidades vertiginosas, desviandose das rochas e vidro mesmo no último segundo. Ao mesmo tempo, podemos observar o contraste dos seus movimentos toscos e desajeitados à superfície.
Todas estas características são bastante curiosas, mas levantam a questão: qual a função de todas estas especializações dos pinguins? Para o compreendermos temos de ter em conta que estas aves vivem a maior parte da sua vida no mar, em águas de baixas temperaturas, voltando a terra apenas na altura da reprodução. Além disso, a sua alimentação consiste em animais marinhos como peixes, lulas e camarões geralmente
designados por krill. Deste modo, é necessário que possuam uma forma de protecção do frio, daí a sua penugem especializada, e a capacidade de se movimentarem habilmente na água, para conseguirem capturar as presas de que se alimentam. A disponibilidade de alimento foi, de facto, um factor decisivo na evolução dos pinguins. Crê-se que, em tempos, os pinguins foram o principal grupo de predadores marinhos
nas águas do hemisfério Sul, sendo conhecidas cerca de 23 espécies fósseis. No entanto, há cerca de 50 milhões de anos, um outro grupo de animais terrestres que se adaptaram ao meio marinho, os mamíferos marinhos, começaram a competir de forma bastante eficiente com os pinguins pela comida. Esta competição levou à extinção de grande parte das espécies de pinguins, tendo-se apenas mantido as 17 espécies actuais. A razão pela qual apenas existem pinguins no hemisfério Sul não está bem esclarecida, mas pensa-se que o facto de existirem menos predadores terrestres e de o acesso ao mar estar mais facilitado, poderão ter sido factores determinantes. Mais tarde, as elevadas temperaturas nos trópicos poderão ter impedido a sua deslocação para o Norte. Porém, quando se fala de pinguins há também uma imagem que nos vem imediatamente à cabeça: a de uma cria aninhada aos pés de um dos progenitores a espreitar para o mundo que a espera cá fora. Embora este comportamento seja típico do PinguimImperador, a maior de todas as espécies existentes, é para se reproduzirem que várias espécies de pinguins abandonam o mar, e por algum tempo habitam em terra (ver caixa Onde se reproduzem os Pinguins?). Geralmente põem um ou dois ovos, embora já se tenham registado casos fora do comum de espécies que colocam três ovos. Estes ovos são depois incubados pelos dois progenitores na maioria das espécies, sendo também as crias cuidadas por ambos os progenitores. Uma das características bastante curiosas dos pinguins é o facto de estes formarem casais que se mantêm para toda a vida. No Oceanário, já todos os pinguins têm o seu par, e desde a sua abertura que já nasceram 12 pequenos pinguins. Após o nascimento, os pequenos pinguins demoram entre 8 a 10 semanas a atingirem o peso dos seus progeni-
tores, e no Oceanário, só passadas 14 a 16 semanas adquirem as suas capacidades natatórias plenas, estando assim prontos para se juntarem aos seus companheiros no recinto do habitat Antárctico. Depois desta viagem pelo mundo dos pinguins, a impressão que ficou registada foi a de que estas pequenas aves curiosas escondem particularidades que espantam qualquer um. A sua adaptação a um habitat tão diferente daquele em que estamos habituados a ver as aves, o mar, faz delas animais singulares. A beleza dos seus movimentos rápidos e graciosos é uma visão inigualável. Por isso, não perca a oportunidade de assistir ao bailado submarino que estas aves proporcionam todos os dias no Oceanário de Lisboa.
André Moura e Filipa Samarra Biólogos, especializados em Biologia Marinha
Onde se reproduzem os Pinguins?
O
s locais escolhidos para construir o ninho variam de acordo com a espécie, sendo que algumas, por exemplo, constróem os ninhos em tocas nas rochas perto do mar, outras debaixo de vegetação espessa também junto ao mar. Por outro lado, a reprodução geralmente faz-se em colónias cuja dimensão pode variar consoante a espécie. Em certos casos, as colónias chegam a atingir milhares de indivíduos, tornando-se impossível caminhar sem estar a pisar um vizinho. Normalmente, os Pinguins formam casais que duram para toda a vida. PUB
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O
Como é que os Pinguins não têm frio?
s pinguins vivem normalmente em ambientes muito frios. Embora no Oceanário a temperatura do ar e da água em que os pinguins vivem esteja a 14º C, no seu ambiente natural a temperatura pode ser bem mais baixa. As penas dos pinguins são ligeiramente diferentes das penas das outras aves. As penas interiores são semelhantes às das outras aves. No entanto, as penas exteriores são mais rígidas, assemelhando-se a escamas. Tal como as outras aves, os pinguins produzem um óleo com o qual cobrem as penas, tornando-os impermeáveis à água, pelo que os pinguins, mesmo quando debaixo de água, estão sempre secos. Além disso, os pinguins têm uma grande camada de gordura, que serve como isolante impedindo as perdas de calor. A própria forma do corpo ajuda a minimizar as perdas de calor. A relação superfície/volume é muito pequena, tendo as extremidades do corpo bastante reduzidas (cabeça, patas). Tudo isto em conjunto mantém a ave seca, ao mesmo tempo que minimizam as perdas de calor por parte do animal.
Os Pinguins do Oceanário
N
o Oceanário existem 4 espécies diferentes de pinguins, mas o observador menos atento apenas reconhecerá com certeza 2 espécies. De facto, o Pinguim de Humboldt (Spheniscus humboldti) e o Pinguim de Magalhães (Spheniscus magellanicus) são muito semelhantes, diferindo, sobretudo por o primeiro possuir uma lista preta no peito e o segundo possuir duas. O mesmo acontece entre o Pinguim Saltador-da-Rocha (Eudyptes chrysochome) e o Pinguim Macaroni (Eudyptes chrysolophus) que diferem ao nível das suas cristas, de cor amarela e que não se unem à frente dos olhos no primeiro, e de cor laranja e que se unem à frente dos olhos no segundo. A espécie mais abundante no Oceanário é o pinguim de Magalhães, com 25 exemplares.
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14| NP | FACES
FACES PESSOASDOPARQUE Por Fernando Gaspar
Nasci em Angola na cidade do Kuito – antiga Silva Porto – há precisamente quarenta e três anos tendo vivido toda a minha infância numa pequena aldeia perdida no “mato”. Dessa infância, ainda hoje retenho na minha mente com grande intensidade, imagens únicas do ambiente marcadamente africano que me ficaram para a vida. Muito cedo – em Setembro de 1974 – tive que me deslocar para Portugal, tendo me fixado na Madeira por razões familiares. Terminado o curso de Engenharia Electrotécnica no IST em 1984, iniciei-me nas telecomunicações nos então Correios e Telecomunicações de Portugal. Desde então, tenho tido o privilégio de ter participado nos momentos altos do desenvolvimento das telecomunicações em Portugal – tal como na digitalização da comutação da rede da Portugal Telecom ou até a introdução do UMTS – e também de ter contribuído para a implementação das redes de telecomunicações de algumas operações da Portugal Telecom em países estrangeiros tal como no caso da Guiné Telecom na Guiné Bissau, da MédiTelecom em Marrocos e neste momento da Timor Telecom em Timor Leste. Efectivamente, tem sido um privilégio participar em todos este projectos, especialmente neste último, onde do nada se tem feito muito num país onde tudo, tal como a sua independência, é feito “a pulso”. E “a pulso” aquela pequena equipa técnica que tenho o prazer de coordenar com a ajuda prestimosa da Portugal Telecom fez uma rede de telecomunicações que desde o dia 29 de Novembro de 2003 cobre todas as 13 capitais de distrito daquele jovem país.
A este deambular pelo mundo, juntei um deambular por Lisboa. Acabei por me fixar, já vão 5 anos, no Parque das Nações. Aqui o meu percurso iniciou-se na Torre Verde e já vou na Torre Sul ambas junto à Ponte Vasco da Gama na zona Norte. Foi amor á primeira vista principalmente pela localização dos edifícios, pela magnífica paisagem que os envolve, pela simplicidade da sua arquitectura e pela magnífica utilização que a Lívia Tirone fez do Sol. Porque vivo numa zona do Parque “desafogada” com uma qualidade de vida invejável, nem sempre me apercebo que também aqui no Parque a maioria da pessoas “põe a mão de fora e toca no prédio do vizinho”. Apesar do planeamento urbano feito, eu “riscava” alguns prédios (especialmente na zona Sul e também nos últimos que estão a ser construídos na zona Norte) para dar espaço para as pessoas respirarem e terem a sua privacidade. Ainda me lembro de me sentar à noite a jantar na minha sala e conseguir ver a estrutura iluminada da Estação do Oriente. É evidente que não peço tanto, mas porque ainda hoje sento-me na sala e vejo o Parque à distância, considero ser um privilégio puder viver onde vivo e com a qualidade de vida que tenho. Em contrapartida, fazia na zona Sul um parque com relva, campos de ténis e pontes de madeira para passear tal como temos na zona Norte do Parque. Também não deixava construir torres com dezenas e dezenas de andares neste Parque onde se diz que tudo foi planeado e onde de certeza essas torres não têm lugar. Na quinta-feira quando cá cheguei, dei uma volta pelo Parque (para ver as novidades) e quando cheguei a casa mais uma vez tive consciência de quanto me agrada este cantinho Norte do Parque com o seu tapete verde que se estende até ao rio, com o cheiro a erva fresca que ele emana quando de manhã os jardineiros cortam a relva, com o silêncio com que nos brinda quando (podemos) acordar tarde pela manhã. Sei que é muito diferente, mas algo no meu subconsciente fez-me vir à tona as agradáveis imagens da minha infância e mais uma vez pensei o quão difícil vai ser sair daqui. Até parece que encontrei o caminho certo! Isto fez-me lembrar aquela vez em que juntámos um grupo de amigos e decidimos fazer uma viagem para além dos montes Atlas (em Marrocos) para conhecermos os Berberes e finalmente tocarmos as verdadeiras areias do deserto (até ao dia em que fui para Marrocos pensava eu que o deserto começava onde acabava o mar Mediterrâneo, junto à praia). Chegados a Tinerhir depois de muito caminho e várias paragens, decidimos entrar pelas dunas seguindo um pista referenciada pelos suportes metálicos de antigos postes de energia. Fomos, vimos e rolámos nas areias do deserto e depois, experimentámos a sensação de não saber qual é o caminho certo. Se antes de entrar na pista eu estava certo que com tal sinalização dificilmente me perderia, ali, incrédulo, a olhar à minha volta só via a areia fina e ondulada e o sol que se punha a grande velocidade. Por longos momentos vivemos a sensação de estar perdidos no deserto. Com o pânico muito contido, fomos procurando em todos os sentidos por algo que nos indicasse o caminho. É impressionante como tudo parece igual qualquer que seja a direcção em que se olha. Finalmente encontrámos os tais suportes metálicos. Descomprimidos voltámos à estrada para procurar as grutas cavadas na pedra de Bolmane Dadés para aí dormir e comer. Comemos uma sopa de harira com umas maravilhosas costeletas de borrego servidas por um empregado árabe que, quando comentei para o meu amigo do lado que o meu prato não estava limpo, se apressou a trazer um prato novo o que me deixou com a certeza que se não falava, ao menos compreendia português. Para tirar as dúvidas perguntei-lhe se sabia falar português. Abriu a boca e disse (em francês) que percebia algumas palavras.Tinha família em Espanha. De repente, daquela boca que só emitira alguns sons a pedido, saiu um enxurrada de perguntas às quais fui respondendo calmamente uma a uma. No final, quis saber o meu nome completo, se era casado, se tinha filhos e de onde vinha. Disse-lhe que o meu nome completo era Fernando José Medeiros Gaspar, que a minha mulher se chamava Isa, que não tinha filhos e que vinha da Expo. A sua expressão fez-me perceber que apesar de tudo era exigir demais que também conhecesse a Expo. Disse-lhe então que vinha de Portugal. Ah! de Portugal?. E rematou com: “pobres como nós”.
CARTAZ | NP |15
AGENDA NO PARQUE CINEMA O CINEMA CONTA HISTÓRIAS - IPJ Junho dia 1 “Nemo”, de Andrew Stanton e Lee Unkrich dia 8 “Kill Bill”, de Quentin Tarantino dia 15 “Dogville”, de Lars Von Trier dia 22 “As Invasões Bárbaras”, de Denys Arcand dia 29 - 4 curtas portuguesas: “Rio Vermelho”, de Raquel Freire “Ferida”, de Margarida Leitão “Tudo Continua até que um dia pára”, de Elsa Bruxelas “14 de Fevereiro”, de Fernando Vendrell Sessões às 15h30 e 18h00 Auditório do IPJ – 218920800
ESPECTÁCULOS 10º Super Bock Super Rock Palco Super Bock 9 de Junho - Korn | Linkin Park | Muse | Godsmack 10 de Junho - Nelly Furtado | Avril Lavigne | N.E.R.D. 11 de Junho - Pixies | Lenny Kravitz | Massive Attack | Fat Boy Slim Palco Quinta dos Portugueses 9 de Junho - Blasted Mechanism 10 de Junho - David Fonseca 11 de Junho - Clã Parque do Tejo - Parque das Nações Abertura de Portas: 16:00
Sonho de uma noite de Verão Estreia em Portugal Companhia Nacional de Bailado Teatro Camões Dias 4, 5, 18 e 19 de Junho - 21:00 Dias 6 e 20 de Junho - 16:00 Coreografia HEINZ SPOERLI ORQUESTRA FILARMONIA DAS BEIRAS Direcção Musical JAMES TUGGLE Bilheteira do Teatro Camões - Tel. 218 923 477
EXPOSIÇÕES GOBISSAUROS mais célebre e mais importante colecção mundial de esqueletos fósseis do Deserto de Gobi, Mongólia, e de Dinaussários-Robots do Museu de História Natural de Londres. Com o apoio da Parque Expo esta mostra conta com 14 esqueletos completos de dinossárius adultos, juvenis ou até em fase embrionária e mais de 30 ossos e fósseis, além do célebre robot Tyrannosauros Rex. Torre Vasco da Gama 218 967 056/218 969 034 – www.gobissauros.com
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Exposição de Pintura no Hotel Tivoli Hotel Tivoli Tejo apresenta, entre os dias 03 de Junho e 04 de Julho, a exposição de pintura da artista plástica Sandra Maria Filipe de Oliveira. Nascida em Cruz de Pau, no ano de 1967, Sandra Oliveira é hoje uma artista apaixonada pelo mundo das artes. Autodidacta por natureza, Sandra Oliveira demonstrou desde muito jovem a sua vocação natural para as artes, começando a pintar os seus primeiros quadros de banda desenhada apenas com 15 anos de idade. Já com algumas exposições realizadas entre amigos, apresenta actualmente a sua primeira exposição individual, na qual expõe algumas das suas mais recentes pinturas a óleo, técnica que desde sempre adoptou para exprimir a sua arte. Hotel Tivoli Telef.218 915 100
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FIL – Feira Internacional de Lisboa - EXPO VIVA EM FORMA Salão Internacional de Produtos e Serviços Light, Fitness e Desportivos De 4 a 6 de Junho , 15:00 às 23:00 - MOTORCLÁSSICO Salão Internacional de Automóveis e Motociclos Clássicos De 4 a 6 de Junho www.fil.pt
Exposição de Luís Quinta no 6º Aniversário do Oceanário Oceanário de Lisboa assinala o seu 6º aniversário no dia 20 de Maio, às 18H30, com uma exposição de fotografia subaquática da autoria de Luís Quinta. Intitulada “O Nosso Mar”, a exposição das 40 fotografias ficará aberta ao público até ao dia 31 de Julho na Sala Prof. Luiz Saldanha. As 40 fotografias da exposição reproduzem espécies características dos 1.700.000 Km2 da Zona Económica Exclusiva portuguesa, como as focas-monge, cachalotes, peixe-cão, caranguejo no coco, moreia-preto, peixes-porco. Galardoado com o Prémio Internacional de Ciência Chiara na Europa, com o título de um dos 10 melhores Eventos Científicos de 1998 (revista “Time”) e com uma menção honrosa do Prémio Valmor (1998),
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SCRIPT-RUN na Restart 1ª SCRIPT RUN decorrerá na Restart das 23 horas do dia 18 de Junho (sexta-feira) e terminará no sábado, dia 19, às 23 horas. Os concorrentes podem participar individualmente ou em
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equipa, no máximo 3 participantes e num máximo de 20 equipas, sendo acompanhados durante as 24 horas por dois profissionais do argumento: Possidónio Cachapa (escritor e argumentista) e Maria João Cruz (argumentista ligada às Produções Fictícias). Os prémios serão atribuídos logo após o encerramento da maratona, durante a festa de encerramento da iniciativa, sábado, dia 29 de Junho, a partir das 23 horas. O 1º prémio a atribuir será a realização do guião premiado por um realizador profissional com ligações à escola, com 4 dias de captação (DV – cam ou Mini-DV com possibilidade de utilização de estúdio vídeo) e 40 horas de pós-produção (vídeo, áudio). www.restart.pt, pelo telefone 21 892 35 70,
Colégio de Verão do Parque das Nações a sequência da programação já desenvolvida para os períodos de interrupção lectiva (Oficinas de Natal, de Carnaval e Oficinas de Páscoa) vai ser realizado, no mês de Julho, pelo quinto ano consecutivo, o Colégio de Verão do Parque das Nações: Ateliers temáticos (semanais, quinzenais ou mensais) especialmente criados para as crianças, a título individual ou em grupos inscritos por empresas e organismos públicos ou privados. Este programa é especialmente concebido para o tempo de Verão privilegiando as actividades ao ar livre e aproveitando todo o espaço do Parque, desde o Parque do Tejo e do Trancão até ao Jardim do Cabeço das Rolas. Tema: Euro Férias 2004 Os novos países da Comunidade Europeia e o Euro 2004 foram os temas escolhidos para enquadrar as actividades a desenvolver, alternando ao longo das semanas os vários países e dedicando uma semana ao EURO 2004, em especial ao país da equipa vencedora. A partir destes temas serão propostos às crianças Ateliers e Oficinas de Ambiente, Desporto, Artes (Expressão Plástica, Dança, Música, Cinema e Teatro), para além de visitas e actividades nos equipamentos do Parque das Nações (Oceanário, Museu da Ciência Viva, Bowling, Exposição dos Gobissauros, Doca dos Olivais) e ainda passeios no exterior, como a descida do Tejo até Belém, Quinta Pedagógica, ida ao cinema, visita ao Museu da Água, etc. Uma noite no colégio de verão - todas as quintas-feiras.uma noite da aventura, pernoitando no Colégio em acantonamento. Esta é uma actividade suplementar que inclui: Programa educativo e de diversão; Acompanhamento permanente por monitores do Programa Educação; Jantar e pequeno almoço; Todos os materiais para as actividades; Acesso a espaços e equipamentos previstos nos programa Inscrições: De 4 de Maio a 24 de Junho Inscrições limitadas por grupo etário e nº de participantes Através de Ficha de Inscrição em anexo a enviar para: APEPN - Programa Educação Av. D. João II lote 1.07.2.1 - 1990-096 Lisboa Fax:21 891 94 02 e-mail: programaeducacao@parquedasnacoes.pt
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Viagem ao Oriente em Gonçalo Peres
4º Acto – Camboja O Camboja foi uma nação esquecida por duas décadas de guerras e conflitos e apenas na década de 90 abriu as suas portas ao mundo, com a tão esperada paz e estabilidade política. Desde então o mundo ficou bem mais rico, ao podermos visitar o fantástico complexo de templos de Angkor e conhecer um pouco da história dum grande império que dominou toda a região entre os séculos IX e XIII...Mas já lá vamos, até porque para lá chegar é preciso primeiro atravessar uns bons km de estradas de terra batida, enquanto o asfalto apenas está reservado aos centros urbanos. PUB
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quatro a c t o s E foi assim que passei a minha última semana e o fim da minha viagem... Mais precisamente, 200 km desde a fronteira terrestre com o Vietnam em Moc Bai, até Phnom Pehn, a Capital do Camboja. A viagem foi feita num pequeno autocarro que vibrava de tal maneira ao passar por aquele “tapete” de terra e pedras, que me fazia pensar quanto tempo mais duraria até se desintegrar? Em comparação com o Vietnam, o Camboja é um país subdesenvolvido, ainda a dar os primeiros passos na democracia e na sua reconstrução. Enquanto que no Vietnam circulávamos em estradas boas, rodeadas de campos de arroz bem cultivados e irrigados, no Camboja vemos campos de cultivo mal aproveitados e pequenas povoações de baixa condição sócio-económica. Mas este é o país dos contrastes e Phnom Penh presenteianos os sentidos com avenidas largas, ladeadas por passeios com jardins e árvores, bonitos edifícios em estilo colonial, palácios reais, templos, bons restaurantes e alguns hotéis de luxo. Claro que também encontramos miséria e pobreza, mas o charme está lá, principalmente na zona ao pé do rio. Os preços estão em dólares e por causa disso o custo das refeições e alojamento é um pouco mais alto que nos outros países que visitei, mas mesmo assim, muito barato quando comparado com os nossos standards. O primeiro dia em Phnom Penh serviu para darmos umas voltas e nos ambientarmos à cidade. Ficámos no Renakse Hotel, um típico edifício colonial, com bons quartos e um jardim com árvores que nos abrigava dos sons da rua. Mesmo em frente ficava o Palácio Real. Acabámos a tarde a beber cocktails no “Elephant Bar” do luxuoso Hotel Le Royal, enquanto me questionava sobre o sentido de tanto luxo num país ainda com tantas insuficiências...
No dia seguinte fomos visitar a “S-21”, uma antiga escola que virou prisão pelas mãos do ditador Pol Pot e que agora é um museu. Nele se retrata a violência e terror dos milhares de vítimas que ali foram torturadas e assassinadas na segunda metade da década de 70. O regime brutal de Pol Pot e dos “Kmher Rouge” quis transformar o Camboja numa espécie de cooperativa agrária, matando quase 2 milhões de pessoas, apenas porque possuíam algum tipo de instrução, e obrigando os restantes 5 milhões a trabalharem nos campos de cultivo. É realmente uma história muito triste e uma das maiores atrocidades que se cometeu no
passado recente. Fiquei tão chocado e deprimido com os factos que presenciei, que nem consegui ir com os outros intrépidos aos “Killing Fields”. Um campo de exterminação repleto de esqueletos de homens, mulheres e crianças que eram transportados da S21 para ali serem executados. Assim, à saída da S-21 despedime dos outros intrépidos que foram no minibus e comecei a minha deambulação a pé por Phnom Penh. Primeiro fui ao “Mercado Russo” ver se comprava um souvenir. Dali andei, andei, andei e percorri o centro da cidade de sul a norte, passando por ruas de terra batida e casas modestas, avenidas lar-
gas, monumentos e templos, até chegar ao lago Boeng Kak. Aqui concentram-se simpáticas e baratas guesthouses destinadas aos backpackers, com plataformas sobre o lago onde nos podemos refastelar a beber algo enquanto apreciamos o pôr-do-sol. Foi precisamente o que fiz! À noite encontrei-me novamente com os outros intrépidos e apanhámos todos mototáxis para nos levarem a um restaurante para jantar. As moto-táxis são umas motos normais de 2 rodas, com um banco prolongado para levar um ou dois passageiros à pendura. É claro que pedi ao meu condutor para me deixar con-
duzir e, para meu espanto, ele imediatamente concordou. Parámos num cruzamento e trocámos de lugar. Foi gratificante ver a sua genuína expressão de alegria e de diversão motivada por esta troca de posições pouco habitual na sua rotina diária para ganhar a vida. Mas um dos pontos mais altos desta viagem ainda estava para vir! Na manhã seguinte apanhávamos um avião que nos levaria à segunda cidade do Camboja – Siem Reap – e porta de entrada para a mais espectacular concentração de templos do mundo: Angkor. Confesso que ao princípio estava um pouco céptico, pois
ao longo da viagem já tinha visto e visitado diversos templos e a partir de determinada altura começam a parecer todos iguais. Mas não estes! Estes foram construídos há mais de mil anos pelo império Khmer, que entre os séculos IX e XIII dominou toda a região hoje conhecida pelo Camboja, Vietnam, Laos e Tailândia. São mais de 100 templos espalhados por um raio de poucas dezenas de kms e alguns deles são obras magníficas de arquitectura e abrangem áreas enormes. Durante vários séculos os templos estiveram abandonados à selva, que escondeu esta cidade perdida do resto do mundo. Em 1860, missionários franceses, seguindo rumores da população local acerca de templos construídos por deuses ou gigantes, redescobriram a cidade de Angkor e iniciaram um trabalho de restauração e limpeza que durou até 1970, altura em que o Camboja foi arrastado para a Guerra do Vietnam. Os trabalhos de recuperação continuam hoje e é possível apreciar a grandiosidade de alguns dos templos mais importantes, já libertos da densa vegetação. Noutros é impressionante ver as gigantescas árvores e raízes que se fundiram ao longo dos anos com as estruturas em pedra. Curiosamente, uma parte do primeiro filme do “Tomb Raider” é passada neste cenário. Passei três dias a visitar os templos de Angkor sempre de olho arregalado, máquina fotográfica em riste e ouvido atento às histórias do guia local que acompanhou o nosso pequeno grupo de intrépidos. Ainda não há muitos turistas e em alguns sítios era possível ficarmos sozinhos no meio daquelas construções ancestrais em plena selva e sentir a vida que ali palpitou há muitas centenas de anos... Num dos dias acordámos ainda de noite, metemo-nos no minibus e fomos assistir ao nas-
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cer do sol no mais emblemático dos templos: “Angkor Wat”. Fomos os primeiros a chegar e durante cerca de 15 minutos reinou o silêncio, a escuridão e o respeito pela grandiosidade daquela obra. Mais uma vez imaginei que o romper do sol ressuscitaria os antigos deuses, reis, monges, soldados e dançarinas que em tempos ali “actuaram”... Entretanto começaram a chegar centenas de turistas, mas mesmo assim valeu bem a pena. O complexo de Angkor fica a meia dúzia de km de Siem Reap, uma pequena cidade em constante crescimento que aloja os visitantes aos templos. O ambiente é relaxado, sem confusões de trânsito e com vários bares e restaurantes muito agradáveis. Num intervalo da visita aos templos ainda houve tempo para conhecermos uma escola onde ensinam às crianças as antigas tradições e danças das Apsaras – ninfas/dançarinas mitológicas da era de Angkor. Mas para além das simpáticas cidades de Phnom Penh e Siem Reap e dos magníficos templos de Angkor, o povo do Camboja tem a fama de ser um dos mais acolhedores da região. Pela minha parte admirei a sua von-
tade de esquecer as atrocidades do passado recente e olhar para o presente e futuro com esperança e alegria. A viagem de sete semanas estava quase a chegar ao fim. Faltava pouco mais de uma semana para o meu voo de regresso a Portugal e ainda não tinha bem a certeza de como gozar os últimos dias. Pensei em ir até Bali, na Indonésia, ou até às Filipinas, mas já tinha visto tanta coisa, em tão pouco tempo, que achei estar na altura de parar para descansar. Optei por uma calma ilha no sul da Tailândia, ainda pouco conhecida – Ko Lanta – por recomendação dum dos intrépidos: Henrik, o sueco. Partilhei um jipe com mais quatro intrépidos até à fronteira da Tailândia, em Poipet, onde nos despedimos das estradas de terra e prosseguimos viagem num confortável e moderno autocarro até Bangkok. No dia seguinte apanhava mais um comboio nocturno rumo ao sul, seguido dum autocarro e uma mini-van, com duas travessias de ferry à mistura e chegava à simpática ilha de Ko Lanta. Mal cheguei, por volta das 16h, mandei a mini-van parar assim que vi um sítio onde alugavam motas, em vez de ir até ao local de “desembarque” habitual,
onde também atracam os barcos vindos de Krabi. Escapei assim à torrente de homens e mulheres que nos esperam com as pickups dos seus bungalows e nos tentam convencer que o sítio deles é o melhor. Se calhar até é, mas eu sou como S. Tomé e gosto de ver para crer. Deixei a mochila maior na loja onde aluguei a mota e lá fui eu ilha abaixo, de praia em praia, bungalows em bungalows, até me decidir por uma praia lá mais para sul - Khlong Ninh Beach e o Lanta Miami Bungalows. Talvez por já estarmos tão perto da Malásia, a esmagadora maioria dos habitantes de Ko Lanta seguem o islamismo, em vez do budismo. Estava à espera de encontrar pessoas mais fechadas e conservadoras.Afinal encontrei precisamente o contrário! As pessoas mais afáveis que já encontrei na Tailândia! Durante aquela semana coloquei toda a minha energia na árdua tarefa de não fazer absolutamente nada. E foi com este objectivo em mente que planeei meticulosamente uma rotina diária que me permitiu atingir com sucesso o objectivo deline-
ado. Acordava às 8:00 e ia comer um prato de Muesli com Iogurte nos bancos de madeira em frente à praia. Voltava ao bungalow (7,5 Euros por noite), besuntava-me com protector solar e ía para a praia apanhar banhos de sol e de mar até às 11:00, altura em que o calor se tornava insupor tável. O único remédio era pôr um CD no diskman e dar uma volta até ao fim da praia e voltar para a sombra para ler um livro e beber um batido de frutas. Por volta das 13:00 alternava entre almoçar por ali, ou alugar uma mota por 2 horas e ir até ao “Yuk’s View Point” – uma estrutura em madeira com uma altura de 4 metros, assente em 2 árvores, no alto duma colina, virada a este, com uma vista fabulosa sobre a natureza, o mar e muitas ilhas. A sombra proporcionada pelas árvores e a brisa que se fazia sentir eram ideais para enfrentar o calor do princípio da tarde, enquanto bebia e comia ao som de música ambiente excelente. A partir das 16:00 voltava para os banhos de sol e de mar, às vezes lia mais um bocado, ou ia dar mais uma volta até uma das pontas da praia, até chegar o espectacular pôr-do-sol, por PUB
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volta das 18:15, uma vez que a praia era virada a oeste! Voltava ao bungalow, banhoca, after sun e às 19:30 ia jantar numas cadeiras em madeira na areia da praia, um pouco mais abaixo e mais perto da água do que as cadeiras de madeira do pequeno-almoço. O jantar era à luz de velas, das estrelas, da lua e dos trovões no horizonte. E sempre ao som de excelente música ambiente vinda do bar! Bar esse para o qual me arrastava após o jantar e me refastelava nas almofadas a beber uma pina colada, enquanto os tailandeses que nos serviam, de vez em quando, pegavam numas cordas com umas bolas nas
LEGENDA DAS FOTOS: 1. Angkor: Preah Khan 2. Phnom Penh: avenidas largas 3. Phnom Penh: Guesthouses à beira do lago Boeng Kak 4. Angkor: nascer do sol em Angkor Wat 5. Angkor: Ta Prohm 6. Angkor: Bayon 7. Angkor: criança no Angkor Wat 8. Sieam Reap: crianças numa escola 9. Sieam Reap: crianças numa escola 10 . Tailândia/Ko Lanta: Khlong Ninh Beach 11 . Tailândia/Ko Lanta: almoço no Yuk’s View Po i n t
pontas, as quais mergulhavam em petróleo, ateavam fogo e faziam um bonito bailado ao som da música. E foi assim que passei a minha última semana e o fim da minha viagem...
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2 | NP | EDITORIAL
FichaTécnica Director: Miguel Ferro Meneses Director Adjunto: Filipe Esménio Redacção: Alexandra Ferreira, André Moura; Filipa Samarra; Mariana Gasalho, Pedro Pereira,Tiago Reis Santos, (Colaborações) António dos Santos; Gonçalo Peres, J. Wengorovius, Pedro Jordão, Reinaldo Martins Fotografia: Miguel Ferro Meneses Direcção Comercial: Luis Bendada Projecto Gráfico: Tiago Fiel Colaboração: Joana Ramalho Produção: Imaginarte Impressão: Imprejornal Rua Ribeiro Sanches 65-1200-787 Lisboa Tiragem: 5 500 Exemplares Proprietário: Imaginarte Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis nº. 6 1º Dto. 2685-215 PORTELA LRS Nr. de Registo ICS -123 919 Depósito Legal nº. 190972/03
Simplesmente voto... O tema de que vos falo viaja por um trabalho que efectuei em 2002 para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e que me levou, por umas semanas, à Republica de Montenegro, Ex-Jugoslávia. Talvez pelo facto de as europeias estarem à porta ou por me cruzar, cada vez mais, com vizinhos da Europa de Leste, o tema Europa e poder do voto tem-me surgido com maior frequência. Ao chegar a Montenegro, pouco mais sabia sobre a vida daquele belíssimo país dos Balcãs, do que o que tinha lido em alguns livros sobre a história da Europa de Leste. A minha missão era ir observar, ou se quiserem, controlar o processo eleitoral, numas eleições que iriam ter lugar naquela República. Uma vasta equipa de observadores de todo o Mundo, constituída por elementos provenientes das mais “prestigiadas” democracias e liderada por um americano, tinha sido destacada para este efeito. Como colega de trabalho foi-me “sorteada” uma funcionária da embaixada grega cujo entusiasmo por ir trabalhar com um português foi, espontaneamente, expressado por um à vontade marcado por: “Ainda bem que fiquei com um português porque estes americanos e ingleses são todos malucos! Não te preocupes porque vamos divertir-nos como deve ser.” Embora ligeiramente preocupado com a postura daquela grega de 50 anos e olhos verdes sempre arregalados, retribuí o entusiasmo, na esperança de conseguir vir a fazer um bom trabalho. Avançando um pouco na história, o facto é que, enquanto a maioria dos nossos colegas seguiam à risca as instruções de trabalho a grega começava a dar ares de uma certa “rebeldia”, em relação ao sistema estabelecido pelo organismo responsável por aquela operação, o que adensava o meu medo de não conseguir desempenhar, de uma forma correcta, as minhas funções. Evocando o “sangue quente” dos gregos e dos portugueses contra a frieza da instituição América, o facto é que acabei por perceber que havia algo de surpreendente do lado dela. Esquecendo alguns dos quilos de informação que nos eram cedidos, o nosso papel resumia-se a fiscalizar o comportamento daquele processo eleitoral, de forma a detectar eventuais irregularidades decorridas à boca da urna. Grupos políticos que influenciassem eleitores, conversações suspeitas entre elementos da mesa de voto, contagens duvidosas dos boletins de voto, uso de armas ou de força, durante o processo, enfim, todo o tipo de transgressões à lei instituída para aquele efeito. Para a minha colega o filme era bastante claro, até porque a sua experiência diplomática já a tinha levado para aquelas bandas noutras alturas. O facto é que o sangue da minha colega era mesmo quente e a sua força e jeito nato de “fazer amigos” levou-nos sempre aos mais curiosos e interessantes contactos. Estivemos com políticos muito próximos da cúpula do poder, com ex-combatentes de Tito, com o responsável por um estabelecimento prisional, andámos entre metralhadoras e fogo-de-artifício, percorremos ruas e becos. Soubemos quem iria ganhar as eleições e de que forma é que os partidos do poder controlavam todo aquele processo. Soubemos dos mais diversos esquemas que existiam para fazer dinheiro através de material e de medicamentos da ajuda humanitária que aquele país recebia (não tivessem eles uma veia contrabandista já há muitos séculos). O mais engraçado é que, na minha cabeça, todo este percurso não seria mais do que um pretexto utilizado pela minha colega para fugir à “rigidez” americana e poder passear um pouco pelas ruas de Montenegro. Entretanto, os nossos colegas refugiavam-se nos hotéis de luxo, enquanto se preparavam para o dia da observação no terreno. Diziam-nos que éramos inconscientes e que não nos deveríamos afastar mais do que uns metros do átrio do Hotel, dada a insegurança e perigo que aquele povo representava para nós. E o mais curioso é que me posso considerar orgulhoso e honrado por ter conhecido, de facto, aquelas pessoas e por perceber quais as suas motivações, as suas paixões. No dia das eleições, os relatórios das observações revelaram os melhores resultados e poucos foram os sinais de irregularidades. Satisfeitos puderam voltar todos para casa, conscientes de que tinham dado um contributo decisivo para a “instalação” da Democracia em Montenegro. Mal eles sabem como é que este povo é, ou como pensa, ou como assinala com um X num pedaço branco de papel toda a sua vida e esperança sem, no entanto, acreditar ou perceber de política. Hoje, olho para uma Europa que procura uma identidade há mais de meio século e, embora não a veja a mexer, sei que existem povos e ideais que não conheço. Olho para dentro e pergunto quais são as motivações e paixões daqueles que, todos os dias, se cruzam comigo nas ruas. Lembro-me da luta que os meus pais e amigos tiveram para que os seus filhos (e eles) pudessem vir a saborear o poder da escolha, ou simplesmente a liberdade para ver um filme ou ler um livro. Olho para a possibilidade de escolha dos canais da televisão. Lembrome da paixão daquela grega. Olho para dentro e olho para fora. Olho para um boletim de voto e simplesmente... voto. Miguel F. Meneses
E AGORA? 20 | NP | PASSEIO
Mas podes acreditar que as respostas estão todas nos filmes que vemos. Uma frase, um gesto, um frame podem mudar as nossas vidas para sempre. São eles que correm nas nossas veias...
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ntão e agora não dizes nada? Mesmo depois de eu te perguntar o que é que achas que aconteceu mesmo? Sim mesmo! Vamos deixar-nos de falsas questões ou de frases criadas por nós há tantos anos atrás que, e não posso ser mais sincero, já nem me lembro do seu verdadeiro significado, apenas as repito como se já fizessem parte. Será que as lemos num livro à beira-mar, na areia molhada que aliviava o insuportável calor das tardes de Verão? E que a tua cabeça molhada assentava no meu corpo refrescando-o? Lembras-te quando as páginas dos nossos livros entravam num compasso certo e tu te rias para mim a pensar que eu estava a fazer de propósito? Chegávamos a virar uma dúzia de páginas exactamente no segundo certo... e tu lias Hesse e eu Fukuyama. Como é que páginas tão diferentes podem ter o mesmo virar? É engraçado porque eram precisamente as nossas diferenças que, no início, nos uniram e hoje são elas que nos afastam. Será que são apenas as diferenças que nos afastam agora? Não sei... tu sabes? Provavelmente não. Eu achava piada na altura e todos os nossos amigos... espectadores também. Deliciados batiam palmas e pediam “encores” dizendo que a nossa unicidade era a maior. Se calhar ficámos velhos e o nosso reportório secou. Sim, porque já faz muito tempo que não conseguimos entreter alguém. Ou se calhar apercebo-nos que a paixão que tínhamos pelo Paul Newman e pela Elisabeth Taylor no Gata em Telhado de Zinco Quente partia de princípios diferentes. Estás a rir-te?! Achas uma análise psicologica barata?! Então dizme porque é que tu e eu gostávamos tanto daquele Tennesse Williams, achando que nenhum casal, tão transtornado como aquele, poderia ser tão cru e verdadeiro? E agora achas entediante o barulho do gelo a rodar no copo de whisky dele. Porque é que subitamente aquele filme deixou de ter significado para ti? É ridículo não é? Mas podes acreditar que as respostas estão todas nos filmes que vemos. Uma frase, um gesto, um frame podem mudar as nossas vidas para sempre. Eles são grandes responsáveis por aquilo que nós somos. São eles que correm nas nossas veias... pelo menos era assim que tu pensavas. E o facto é que aquele filme mantém a mesma carga hipnótica sobre mim e deixou de fazer qualquer sentido para ti. Se calhar tu transformaste-te e estás à espera que eu mude também e que me adapte à tua nova pessoa. E agora? Dizes tu ou digo eu? Sim... aos nossos filhos. Àqueles cujas primeiras palavras foram mãe e pai. Àqueles por quem as nossas vidas passaram unicamente a existir. Ou se quiseres àqueles a quem mostrávamos o filme do nosso casamento e eles perguntavam porque é que tu choravas ao ouvir as palavras do Padre que nos casou. Lembras-te da tua resposta? “É por isso que as histórias de encantar existem e são escritas. É uma dança entre o verdadeiro e o mundo da fantasia em que nós nunca sabemos onde é que cada um começa ou acaba.”E agora, será que vão deixar de acreditar nas histórias que nós lhes líamos... ou, simplesmente, deixar de acreditar em nós... ou no amor? Como é que pretendes fazer? Dizes-lhes tu... ou eu? Preferes reescrever a história ou simplesmente dizer que não estávamos à altura? Por mim... E então já fazes ideia do que aconteceu? À partida sabíamos que muitas coisas iriam mudar e que envelhecer iria ter sempre o seu Inverno... pelo menos uma vez por ano. Mas quantos Invernos é que passaram e olhavam para nós e simplesmente já nos declaravam um caso perdido? Quando é que sabemos qual é a altura certa para desistir ou para continuar a lutar? Essa fronteira existe? E eu continuo a olhar para aquele retrato dos meus avós e a ver que não existe princípio nem fim. E depois olho para a Catarina e continuo sem acertar à primeira com o nome do terceiro marido.Tenho sempre que passar pelos nomes dos outros dois. E ela ri-se e agarra-o como se estivesse mais feliz do que nunca. Como se estivesse, cada vez mais, próxima do certo. Sempre feliz a Catarina. E sempre mais nova como se os anos passassem por ela... sem Invernos. E nós sempre à espera que chegue o Verão, fazendo sacrifícios, acumulando provisões... até ficarmos velhos e já sem forças para os gozar ou simplesmente porque eles ficaram passados como um vinho velho... de mais. Onde é que está escrito que deveria ser assim? É que se não está escrito em lado algum quero tentar perceber o que é que andámos a fazer durante este tempo todo. Diz-me que fomos enganados. Prefiro que me digas que fomos enganados do que pensar que, simplesmente, falhámos. Lembras-te do preciso momento em que tu... ou eu deixámos de olhar um para o outro apenas por hábito? Ou quando é que foi a última vez que perdeste tempo a ver-me a dormir... quando é que o meu ressonar deixou de ser engraçado e se tornou numa má noite de sono para ti? E eu agora acordo e tu nunca lá estás para me ver. A nossa cama fica vazia sem ti. E o pior é que parece que estás a desaparecer. Quando fecho os olhos, por vezes, já não consigo desenhar o teu rosto. Por onde é que andas? o homem coloca uma dúzia de flores vermelhas no chão. Afasta-se com os olhos húmidos deslocando-se como se não tivesse destino. Para trás fica a imagem das flores ao lado de uma pedra onde está, simplesmente, escrito: Elisabete 1976-2001... M.M
ALGO DE NOVO
REFLEXOS | NP |21
Todos nós, somos os espelhos uns dos outros. A nossa existência, não seria possível se não tivéssemos o feedback das outras pessoas.
G
ostaria de acrescentar algo de novo. Algo que me fizesse despertar deste marasmo em que me encontro. Que me despertasse desta apatia que sinto dentro de mim. Já nada me fascina, já nada me espanta. Tudo me parece normal, tudo me parece banal. Olho à minha volta, vejo o que me rodeia, sinto nos outros a mesma indiferença, o mesmo olhar parado, vidrado, sem emoções. Quando vejo as emoções reflectidas nos olhos dos outros e nos meus, vejo sentimentos negativos. Olhos que acusam, olhares que criticam, olhares reprovadores. Como se fossemos os juízes dos outros. Como se tivéssemos o direito de os julgar no nosso próprio tribunal, de acordo com a nossa moral, de acordo com o nosso próprio código deontológico. De acordo com o nosso próprio sistema de leis e de penas. Não pode ser assim. Quando queremos realmente obter uma palavra de apreço, de apoio, de estimulo, o que obtemos? As mesmas críticas que fizemos aos outros.Todos nós, somos os espelhos uns dos outros. A nossa existência, não seria possível se não tivéssemos o feedback das outras pessoas. As nossas acções, mesmo as mais egoístas, mesmo as mais egocêntricas, não fazem sentido se não tiveram uma resposta por parte das outras pessoas.Todos esperamos pela resposta dos outros. Sem os outros, homens ou mulheres nunca vamos saber se estamos a proceder bem ou mal. Quer seja para nós, quer seja em relação ás outras pessoas. O ser humano, vive na comunidade dos seres humanos.Temos que assumir a nossa humanidade. A nossa humanidade intelectual, física, biológica, espiritual. As respostas, que muitas vezes procuramos, residem nesses mesmos conceitos de humanidade. Conceitos que regem a nossa espécie de Homo Sapiens qualquer coisa. A Humanidade está em crise, a Humanidade estará sempre em crise. Porém, era bom que as nossas crises humanas, não existissem por motivos de poder, de dinheiro, de fama, de glória.A Humanidade, não precisa de atitudes mesquinhas, de prejudicar o próximo em benefício próprio. Devido à nossa intemporalidade existencial como espíritos de luz, carregamos dentro de nós centenas de karmas de vidas passadas. O karma da humanidade é o karma de todos nós.Temos que assumir o nosso karma como humanos. Temos que assumir a nossa condição de humanos. Não somos mais do que isso. Simplesmente humanos.
Antóniodos Santos
22 | NP | DESPORTO
EURO 2004 Pedro Pereira
Grupo A Grécia – www.epo.gr Historial 2ª presença em fases finais de europeus (1980 e 2004) 3 jogos,0 vitórias,um empate e duas derrotas 1 golo marcado – Anastopoulos 4 golos sofridos – Kontantinou (4) Caminho para o Euro Primeira classificada no Grupo 6 à frente de Espanha e Ucrânia. Perspectivas O principal objectivo será o apuramento para os quartos de final.Será uma tarefa difícil, mas não impossível. É uma equipa que tem vindo a consolidar-se na Europa nestes últimos dois anos, fruto de uma orientação técnica forte, rigorosa e sábia. Portugal – www.fpf.pt
Historial 4ª presença em fases finais de Europeus (1984, 1996, 2000 e 2004) 13 jogos, 7 vitórias, 3 empates e 3 derrotas (duas após prolongamento) 19 golos marcados – N. Gomes (4), S. Conceição (3), Jordão (2), Figo (2), Sousa, Nené,Sá Pinto,F.Couto,R.Costa,Domingos, João Pinto e Costinha 10 golos sofridos – V. Baía (6) e Bento (4) Caminho para o Euro 2004 Apurado directamente como país organizador Perspectivas Apesar da vitória no Torneio ser um feito difícil de alcançar, é por aí que se balizam todos os sonhos. Será ilegítimo? Na teoria não.Em três fases finais em que Portugal participou, conseguiu alcançar duas meias finais e uns quartos de final.Agora que o evento é feito em terras lusas é normal aspirar-se a algo mais, que só pode passar pela final. Rússia – www.rfs.ru Historial Vitória no Europeu de 1960 em França
denominando-se ainda como URSS Finalista vencido em 1964, 1972 e 1988 ainda como URSS 8ª presença em fases finais de europeus (1960,1964,1968,1972,1988,1992,1996 e 2004) 19 jogos, sete vitórias, cinco empates e sete derrotas 22 golos marcados – Ivanov (3), Ponedelnik (3), Protasov (2), Metreveli, Voronin, Khusainov, Konkov, Rats, Aleinikov, Mikhailichenko, Pasulko, Litovchenko, Dobrovolski,Tsymbalar, Mostovoi,Tetradze e Betschastnykh 24 golos sofridos – Kharin (7), Cherchesov (5), Dasaev (4), Rudakov (3), Yashin (3) e Pschenichnikov (2) Caminho para o Euro 2ª classificada no Grupo 10 atrás da Suíça e à frente da República da Irlanda. Nos playoffs eliminou o País de Gales depois de um empate a zero em casa e uma vitória em Gales por 1-0. Perspectivas A Rússia é a segunda selecção com mais presenças nas fases finais dos europeus.Tal deve-se ao tempo da ex-URSS, altura em que conquistou o seu único título,e em que
esteve presente em três finais. Desde a «Perestroika» que a Rússia não passa da fase de grupos, algo que não se deverá alterar.
Michel, Butrageño, Gordillo, Caminero, Manjarin,Amor, Raul, Etxeberria e Munitis 26 golos sofridos – Arkonada (9), Zubizarreta (8), Molina (7) e Iribar (2)
Espanha – www.rfef.es
Caminho para o Euro Segunda classificada no grupo 6 atrás da Grécia. Eliminou nos play-off a Noruega com uma vitória em casa por 2-1 e outra fora por 3-0.
Historial Vitória no Europeu de 1964 realizado em Espanha Finalista vencido no Europeu de 1984 em França 7ª presença em fases finais de europeus (1964, 1980, 1984, 1988, 1996, 2000 e 2004) 21 jogos, 7 vitórias, 7 empates e 7 derrotas 24 golos marcados – Alfonso (3), Pereda (2), Maceda (2), Mendieta (2), Amâncio, Marcelino, Quini, Dani, Carrasco, Santillana,
VINHO TINTO
Perspectivas É uma das selecções em que se depositam mais esperanças para vencer o Torneio. Jogará praticamente em casa e tem a Liga mais espectacular do mundo.Tem nas suas fileiras alguns dos melhores praticantes do planeta, além de ter uma vaga de jovens jogadores prodigiosos.
VINHA GRANDE (DOURO) – 13,98 13.75 CHÃO DO MONTE (1º PRÉMIO) – 4,98
PIAS – 3,99 DÃO TERRAS ALTAS – 2,58
8.50
VINHO BRANCO ESTEVA – 3,79 DOM RAFAEL – 6,98 FONTANÁRIO PEGÕES – 4,48 ADEGA PEGÕES COLHEITA SELECCIONADA – 9,98 PADRE PEDRO – 4,38 F. EUGÉNIO DE ALMEIDA – 4,99 LELLO (DOURO) – 3,39 DÃO MEIA ENCOSTA – 2,99 MONTE BRAVO – 2,69 TERRAS DO PÓ – 3,48 TERRAS DO PÓ RESERVA 2001 – 7,98 TERRAS DO PÓ RESERVA 2002 – 6,89 MONTE ESTEVALINHO (BORBA) – 2,75 MEANDRO (DOURO) – 9,95 CASA DE SANTAR – 4,78 SOGRAPE RESERVA ALENTEJO – 12,98
Johnnie Walker Red Label DÃO MEIA ENCOSTA – 2,79 19.95 – 14,98 Dimple 15 PÊRA MANCA DÃO TERRAS ALTAS – 1,99 23.98 Cardhu PÉROLA – 3,28 PLANALTO – 4,39 3.48 –B.S.E. QUINTA SÃO JOÃO BATISTA 3,24
JOÃO PIRES – 4,89 8.95 CARTUXA – 6,98
6 3.25
BUCELAS CASAL DAS COVAS – 3,48
João Pires
LOGAN 12 4.25 – 13,95 CARDHU MALT 12 – 21,98
6 3.95
Periquita
PROMOÇÃO4.25 DE 4 A 25 DE JUNHO
6 3.99
Artigos dos clubes
DESPORTO | NP |23
O ABCD da Europa Grupo B Croácia – www.hns-cff.hr Historial 2ª presença (1996 e 2004) 4 jogos, 2 vitórias, 0 empates e 2 derrotas 5 golos marcados – Suker (3), Vlaovic e Boban 5 golos sofridos – Mrmic (3) e Ladic (2) Caminho para o Euro Segunda classificada no Grupo 8 atrás da Bulgária. Nos play offs eliminou a Eslovénia, empatando fora a um golo e vencendo em casa 1-0. Perspectivas As aspirações da Croácia não são grandes. Sem jogadores de outrora como Suker, Boksic,Jarni,Prosinecki,Boban ou Asanovic o apuramento no seu grupo já será um feito de enorme relevo. Inglaterra - www.thefa.org Historial 7ª presença (1968, 1980, 1988, 1992, 1996, 2000 e 2004) 19 jogos, 5 vitórias, 6 empates e 8 derrotas 21 golos marcados – Shearer (7), Sheringham (2), B. Charlton, Hurst, Wilkins, Brooking, Woodcock, B. Robson, Adams, Platt, Gascoigne, Scholes, McManaman e Owen 22 golos sofridos – Seaman (9), Shilton (8), Clemence (2) e Banks Caminho para o Euro Vencedor do Grupo 7 à frente da Turquia Perspectivas Tem uma equipa frágil fruto da renovação que está a ser incutida dentro da selecção.A ausência de Rio Ferdinand é uma baixa que se notará, pois um dos pontos fracos é precisamente a defesa. Jogadores como Beckham, Gerrard, Scholes ou Owen não são suficientes nem têm a força necessária para permitir à Inglaterra o seu primeiro título Europeu.Têm a «obrigação» de passar aos quartos de final,mas a partir daí tudo se complicará e deverá ficar mesmo por essa fase.Se chegar à meia-final será um Euro brilhante. França – www.fff.fr Historial Vitória no Europeu de 1984 em França e no de 2000 na Bélgica e na Holanda 6ª presença (1960, 1984, 1992, 1996, 2000 e 2004) 21 jogos, 12 vitórias, 5 empates e 4 derrotas 38 golos marcados – Platini (9),Djorkaeff (3), Henry (3), Heutte (2), Domergue (2), Papin (2), Dugarry (2), Blanc (2), Wiltord (2), Trezeguet (2), Zidane (2),Vincent, Wisnieski,
Giresse, Fernandez, Bellone, Loko e Penev (autogolo) 23 golos sofridos – Barthez (7), Lamia (5), Bats (4), Martini (3),Taillandier (2) e Lama (2) Caminho para o Euro Vencedor do Grupo 1 só com vitórias Perspectivas É o vencedor em título e o grande candidato à vitória final. É a selecção mais completa, tendo bastantes opções para os mais variadores lugares. Em dia não, tem jogadores como Zidane,Henry,Pires ouTrezeguet que por si só desequilibram um jogo. Suíça – www.football.ch Historial 2ª presença (1996 e 2004) 3 jogos, 0 vitórias, 1 empate e 1 derrota 1 golo marcado – Turkyilmaz 4 golos sofridos – Pascolo (4) Caminho para o Euro 1ª classificada no Grupo 10 à frente da Rússia Perspectivas Participar e dar maior experiência internacional aos seus jogadores será o maior objectivo da campanha suíça. Na primeira e única experiência em fases finais de europeus, a Suíça foi orientada pelo português Artur Jorge,que obteve um ponto.Será Jacob Kuhn capaz de melhor?
Grupo C Bulgária – www.bfunion.bg Historial 2ª presença (1996 e 2004) 3 jogos, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota 3 golos marcados – Stoitchkov (3) 4 golos sofridos – Mihailov (4) Caminho para o Euro 1ª classificada no Grupo 8 à frente da Croácia Perspectivas Discutir o apuramento para a fase seguinte com a Dinamarca e a Suécia,isto partindo do princípio que a outra vaga existente pertencerá à Itália. Do meio campo para a frente a Bulgária pode surpreender, Stilian Petrov e Berbatov o dirão. Dinamarca – www.dbu.dk Historial Vitória no Europeu de 1992 na Suécia 7ª presença (1964, 1984, 1988, 1992, 1996, 2000 e 2004) 20 jogos, 5 vitórias, 4 empates e 3 derrotas 22 golos marcados – H. Larsen (3), B. Laudrup (3), Arnesen (2), Elkjaer (2), Bertelsen, Bergreen, Lauridsen, Lerby, Brylle, M.Laudrup,Povlsen,Elstrup,J.Jensen,Vilfort,A.
Nielsen e Ivkovic (autogolo) 33 golos sofridos – Schmeichel (20), L. Nielsen (6), Qvist (4) e Rasmussen (3) Caminho para o Euro 1ª classificada no Grupo 2 à frente da Noruega Perspectivas Passar a primeira fase já será um bom triunfo.É uma equipa forte fisicamente mas muito débil tecnicamente, nórdica portanto.Viverá muito da veia concretizadora de Tomasson. Itália – www.figc.it Historial Vitória no Europeu de 1968 em Itália Finalista vencido em 2000 na Bélgica e Holanda 6ª presença (1968,1980,1988,1996,2000 e 2004) 21 golos marcados – Casiraghi (2),Totti (2),F. Inzaghi (2),Riva,Anastasi,Domenghini,Tardelli, Graziani, Mancini,Vialli, Altobelli, De Agostini, Chiesa, Conte, Fiore, Di Biagio, Del Piero e Delvecchio 12 golos sofridos – Toldo (4), Zenga (3), Peruzzi (3) e Zoff (2) Caminho para o Euro 1ª classificada no Grupo 9 à frente do País de Gales Perspectivas A Itália será sempre um candidato em todas as provas que participe.Apesar do seu futebol peculiar, em que a contenção, a defesa baixa, e a constante pressão sobre o adversário no seu meio campo à procura de falhas adversárias,ainda vão dando algumas alegrias à «squadra azurra».Algumas, porque títulos, que é o que se pretende, já há 22 anos que lhe fogem. Suécia – www.svenskfotboll.se Historial 3ª presença (1992, 2000 e 2004) 7 jogos, 2 vitórias, 2 empates e 3 derrotas 8 golos marcados – Brolin (3),Eriksson (2),K. Andersson, Mjallby e Larsson 9 golos sofridos – Ravelli (5) e Hedman (4) Caminho para o Euro 1ª classificada no Grupo 2 à frente da Noruega Perspectivas É um dos outsiders do Europeu.Tem uma equipa organizada e equilibrada, onde jogadores mais velhos como Mjallby, Mellberg e Larsson combinam com os jovens Källstrom, Ibrahimovic e Isaksson. Apesar de ser uma selecção nórdica, e ao contrário do que é normal, a técnica está bastante presente nos seus atletas, em oposição à Dinamarca por exemplo. Bem dirigida pela dupla Tommy Soderberg e Lars Lagerbäck, a Suécia pode ser uma das surpresas deste Campeonato,
primeiro porque está num grupo onde tem hipóteses de se apurar, e segundo porque em jogos a eliminar tem armas fortes como a rapidez de Larsson e a técnica de Ibrahimovic.
Grupo D República Checa – www.fotbal.cz Historial Vencedor em 1976 na Jugoslávia Finalista vencido em 1996 em Inglaterra 6ª presença (1960,1976,1980,1996,2000 e 2004) 17 jogos, 6 vitórias, 5 empates e 6 derrotas 22 golos marcados – Nehoda (3),Smicer (3), Poborsky (2), Bubernik, Pavlovic, Ondrus, F. Vesely, Svehlik, Dobias, Panenka, Vizek, Jurkemik, Nedved, Bejbl, Suchoparek, Kuka e Berger 23 golos sofridos – Kouba (8), Viktor (5), Schrojf (3), Netolicka (3), Srnicek e Seman Caminho para o Euro 1ª classificada no Grupo 3 à frente da Holanda Perspectivas É a selecção de leste que melhor futebol apresenta, ultrapassando claramente a crónica Sérvia e Montenegro (ex-Jugoslávia), a Roménia ou a Croácia. Nedved, Poborsky, Baros ou Rosicky são qualidade assegurada, do melhor que há no planeta. Dificilmente ganharão o Europeu, mas dificilmente serão esquecidos por quem assistir aos seus jogos.
Alemanha – www.dfb.de Historial Vencedor em 1972 na Bélgica,em 1980 em Itália e em 1996 na Inglaterra Finalista vencido em 1976 na Jugoslávia e em 1992 na Suécia 9ª presença (1972, 1976, 1980, 1984, 1988, 1992, 1996, 2000 e 2004) 29 jogos, 15 vitórias, 8 empates e 6 derrotas 43 golos marcados – Klinsmann (5),G.Muller (4),D.Muller (4),Völler (4),K.Allofs (3),Riedle (3), Hrubesch (2), Hassler (2), Sammer (2), Bierhoff (2), Wimmer, Flohe, Holzenbein, Rummenigge, Brehme, Thon, Matthäus, Effenberg, Ziege, Möller, Kuntz e Scholl 29 golos sofridos – Illgner (8), Maier (5), Schumacher (5),Kahn (5),Immel (3) e Köpke (3) Caminho para o Euro 1ª classificada no Grupo 5 à frente da Escócia Perspectivas Não é de grande qualidade esta geração de jogadores germânicos. Jogadores como Beckenbauer, Breitner, Gerd Muller, Rumenigge, Littbarski, Matthäus, Brehme, Voller, Klinsmann ou Sammer não têm tido
uma boa sequência nestes últimos 4/5 anos. Mas não se pense que é uma selecção sem armas, pois quem tem Kahn, a maior estrela da equipa, Ballack ou Klose também tem argumentos. Mas o principal argumento dos germânicos será mesmo a tradição, que demonstra que quanto menos favoritos são, mais perigosos se tornam. O último Mundial é apenas um dos exemplos disso.Três títulos mundiais,mais três títulos europeus significam sempre favoritismo, ou no mínimo respeito, aliás, muito respeito pois eles são panzers.
Letónia – www.iff.lv Historial 1ª presença (2004) Caminho para o Euro 2ª classificada no Grupo 4 atrás da Suécia Nos play off eliminou aTurquia vencendo em casa por 1-0 e empantando 2-2 fora Perspectivas Já conseguiu uma vitória estrondosa, o apuramento para a fase final.E não se pense que as equipas que deixou pelo caminho eram acessíveis, pois a Polónia esteve presente no último Mundial, e a Turquia foi «só» a 4ª classificada desse mesmo Mundial. Dificuldades será a palavra a usar por todas as equipas que a defrontem, mas dificilmente conseguirá pontuar com alguma. Nem o promissor Verpakovskis, nem o experiente Stepanovs lhe valerão. Holanda – www.knvb.nl Historial Vencedor em 1988 na Alemanha 7ª presença (1976, 1980, 1988, 1992, 1996, 2000 e 2004) 23 jogos, 13 vitórias, 6 empates e 4 derrotas 38 golos marcados – Kluivert (6),Van Basten (5), Bergkamp (4), Geels (2), W. Van de Kerkhof (2),Kist (2),Rijkaard (2),F.de Boer (2), Zenden (2), Overmars (2), Rep, Kieft, R. Koeman, Gullit, Rob Witschge, Jordi Cruijff, R. de Boer e Govedarica (autogolo) 22 golos sofridos – Schrijvers (9),Van der Sar (7) e V. Breukelen (6) Caminho para o Euro 2ª classificada no Grupo 3 atrás da República Checa Eliminou nos play off a Escócia depois de uma derrota por 1-0 fora venceu em casa 6-0 Perspectivas Outro dos favoritos à vitória final do Torneio. Com um vasto leque de opções no que a jogadores diz respeito, esta Selecção tem tudo para fazer uma prova de grande nível. Van Nistelrooij, Davids, Stam, Kluivert, ou os jovens Snejder,Van der Vaart,Van der Meyde e Robben são trunfos muito fortes.Vamos ver se continuam a falhar nos momentos decisivos como tem sido apanágio nos últimos anos.
Aconteceno Parque das Nações
LOCAL | NP | 3
Freguesia do Oriente Deu entrada no passado dia 17 de Maio, Na Assembleia da República, o Projecto 449/IX que propõe a criação da Freguesia do Oriente no Parque das Nações. Este projecto foi assinado pelos deputados do Governo Rui Gomes da Silva e Duarte Pacheco do PSD e por Telmo Correia e João Rebelo do CDS-PP. Este foi considerado mais um passo importante para a unificação administrativa desta zona depois da entrega das mais de 4 mil assinaturas da petição para a criação desta freguesia.
Marina
Os filhos do Parque É já conhecida a luta com vista a conseguir, o mais rapidamente possível, a edificação da já prevista Escola Secundária, na zona Sul do Parque. A Associação de Moradores tem vindo a ter vários encontros com autoridades competentes nesta matéria, como a DREL, não só por causa do projecto para a segunda escola como para tentar solucionar alguns dos problemas existentes, na Escola Vasco da Gama. Tanto esta Associação como a própria Associação de Pais têm vindo a debater-se com questões relacionadas com o acesso ao ensino primário e sobrelotação da escola, resultantes da incapacidade de receber alunos provenientes do Parque das Nações. Embora não venha a resolver esta tão importante questão, algumas iniciativas privadas relacionadas com a educação de crianças e alunos mais novos têm vindo a aumentar no Parque das Nações. Este aumento é representado não só em quantidade como, também, em qualidade. A Creche do Gato Amarelo completa, agora, um ano de existência e foi criada por responsáveis com uma grande expe-
riência ligada a empresas portuguesas ou multinacionais, sedeadas em Portugal. A aposta na qualidade e inovação é um critério base para o serviço que desenvolvem, seja na área pedagógica, tecnológica ou simplesmente da alimentação. Um serviço de webcam´s permite aos pais um acesso ao dia-a-dia daquela creche, podendo observar os filhos, através de uma câmara instalada em cada uma das divisórias. Para Vanda Vasques, o primeiro ano “foi um êxito sendo que, no início, a adesão geralmente é fraca, mas nós, felizmente, começámos com meia lotação, passados seis meses estávamos a 90% e, para o próximo ano, estamos cheios” Esta creche recebe crianças até aos 36 meses, provenientes, na sua maioria, do Parque das Nações mas, também, de outras zonas de Lisboa, do Montijo e Alcochete. Questionada sobre projectos futuros, Vanda Vasques responde que aposta na “inovação do tipo de serviço que prestamos, proporcionando às crianças um desenvolvimento psico-motor, social e emocional adequado e facilitando, no que estiver ao nosso alcance, a vida dos Pais”. O Colégio do Parque das Nações é outra
das iniciativas privadas a serem integradas na zona. Com abertura prevista para Setembro próximo, este colégio vem proporcionar mais 140 vagas para crianças com idades compreendidas entre os 3 meses e os 6 anos. No espaço onde se encontrava o antigo Clube Sénior, este projecto, também, vem apostar numa qualidade de serviço acima da média. Ligado ao projecto Mad Science, educação divertida, vem oferecer um vasto leque de actividades extra-curriculares que passam pelo judo natação, ballet, ginástica, inglês e outras actividades que permitem a participação da própria família como, por exemplo, o Clube dos Avós. Para Isabel Neto e Luisa Callé, a mais-valia deste projecto é vir colmatar uma falha muito grande que é a falta de apoio escolar para a população residente e trabalhadora, nesta zona. Para estas responsáveis, “outra das mais-valias é a localização, num espaço amplo e aberto mesmo no coração do projecto da exposição e perto dos melhores equipamentos, como o Oceanário e o Pavilhão do Conhecimento, proporcionando uma interactividade, a nível do conhecimento, muito grande.
A Associação Náutica Marina do Parque das Nações (ANMPN) tem vindo a desenvolver esforços e contactos com algumas autoridades no sentido de exercer alguma pressão para que o projecto de revitalização da Marina comece a ser desenvolvido o mais brevemente possível. Recentemente obtiveram a resposta do Secretário de Estado do Turismo, que tem acompanhado de perto esta questão, onde foi transmitida a informação de que o projecto de definição de um Plano de Desenvolvimento foi iniciado e que, num curto espaço de tempo, se procederá à intervenção de recuperação da marina, estando prevista a sua conclusão até ao final de 2004.
Oceanário comemora seis anos Uma das mais emblemáticas obras do Parque das Nações assinalou o seu sexto aniversário no passado dia 20 de Maio. No âmbito desta comemoração foi aberta ao público uma exposição de fotografia subaquática, da costa portuguesa, da autoria de Luís Quinta intitulada “O nosso Mar”. São cerca de 15 mil animais e plantas de mais de 450 espécies e mais de 7 milhões de litros de água salgada numa casa por onde passam os Oceanos e que continua a servir de local de passagem a milhões de pessoas considerado um dos equipamentos mais atractivos de Lisboa.
Fan Park para oito mil pessoas O Parque das Nações foi considerado o 11º Estádio do Euro 2004. O Fan Park é da responsabilidade da UEFA e foi criado para todos os adeptos do futebol que durante o Euro queiram assistir à transmissão dos jogos. Situado junto ao Pavilhão do Atlântico, o “coração mediático” deste evento, dois ecrãs gigantes, música, exposições temáticas e outras actividades proporcionarão um verdadeiro ambiente de festa. Em funcionamento a partir de 12 de Junho, o Fan Park terá entrada gratuita funcionando, todos os dias, a partir das 14h30 limitando a circulação normal na zona. No pavilhão de Portugal estará, ainda, a decorrer a exposição “Hall of Fame” e Pavilhão do Futuro uma megastore de merchandising do Euro 2004. PUB
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4 | NP | ENTREVISTA
A Freguesia pode surgir a qualquer É já conhecida como a questão Freguesia do Oriente. O objectivo: fazer do Parque das Nações uma única freguesia. Duarte Pacheco, Deputado do PSD e Secretário da Mesa da Assembleia da República, é um dos subscritores do Projecto 449/IX, entregue na AR, no passado dia 17 de Maio, com vista à criação, no Parque, da Freguesia do Oriente. Aqui fica o registo da conversa com o deputado e morador do Parque das Nações sobre um dos mais importantes temas, no futuro desta zona.
a partir de determinada hora, com a zona residencial e vivo, ao fim-deQue apreciação é que faz, semana, porque funciona hoje, do Parque das como zona de lazer. Tudo isto foi projectado numa Nações? Eu tive contacto com este lógica alinhada. Caso não projecto muito antes da se tivesse planeado a sua própria Expo. Foi um pro- reconversão para uma jecto pelo qual me apaixo- zona que se queria viva nei. A própria concepção poderia ter sido difícil. do espaço, hoje, tornou-se Mas não, este projecto foi numa escola para outras pensado numa lógica de zonas degradadas do país médio prazo. Pensou-se no e até do estrangeiro. que se queria como uma Quando a auto-estima dos zona de Lisboa e como é que isso seria portugueses possível e está em baixo é ainda com o bom vermos Detectar erros facto de, a que, quando queremos, é sempre fácil meio deste percurso, se sabemos fazer realizar uma as coisas bem. Agora, detectar erros é exposição. E o facto é que sempre fácil. Detectar que já se passaram seis anos. A criação de uma a rua A ficou um pouco mais larga ou que, por Sociedade de Gestão ventura, o índice de cons- Urbana, SGU, estava platrução poderia ter sido um neada desde o início e pouco mais baixo é natu- acabou por fugir ao plano ral. Decerto que, se o inicial. Quais as conseMarquês de Pombal, anos quências deste não à tridepois, visse o que fez na partida? Em primeiro lugar, a baixa pombalina, encontraria coisas que certa- impressão que tenho é que mente faria de uma forma a gestão daquele espaço tem que ser uma gestão diferente. cuidada. Quem gere Lisboa O projecto Parque das e quem gere Loures deve com aquela Nações é um apêndice da aprender Expo. Pensa que o seu experiência para replicar sucesso influenciará, para para o resto da cidade. sempre, este marco por- Não se deve fazer daquela zona um gueto, não pode tuguês? Eu colocaria a questão ao ser uma ilha perante a contrário. A Expo foi cria- cidade. O ideal é que a da numa lógica de longo própria autarquia tenha prazo e daí o seu sucesso, apreendido a forma como mesmo hoje. Quando se aquilo foi gerido em terpensou neste projecto pen- mos urbanos e que, a parsou-se em criar uma estru- tir daí, possa gerir da tura ampla que tornasse mesma maneira. É a única vivo aquele espaço perma- solução. Se isso acontecer nentemente. Vivo, durante esta zona não perde e os dias úteis, das 9 às outras poderão ganhar. Em cinco, com as zonas de relação à SGU é natural serviços e comércio. Vivo, que, passados dez anos, se Miguel F. Meneses
momento
diga que neste modelo há estão muito próximas dos temos que ter em conside- riais autónomos, quanto coisas boas que devem seus eleitores e dos proble- ração duas situações: esta- mais depressa possível, continuar e outras para as mas do seu território e são mos a mexer com as áreas para que a Câmara quais se encontraram me- as instituições com maior territoriais dos Concelhos Municipal de Lisboa lhe de Loures e de possa delegar as competênlhores soluções. E para O projecto tem como principal autor o deputado Rui Lisboa. É natu- cias para eles se poderem ral que quem desenvolver. É um passo funmim a melhor perde tenha damental e eu espero que se solução é que Gomes da Silva, foi ele o pai deste projecto. alguma resis- venha a concretizar. a autarquia tência. Faz tenha apreenEstá optimista? lembrar os pais dido melhores Estou, porque o facto dos formas de gerir o espaço capacidade para resolver que, apesar de perceberem urbano e que esteja em os seus problemas. O ideal que os filhos estão em dois partidos da maioria perfeitas condições de o é que, para toda esta área, idade de saírem de casa, subscreverem este projecto venha a surgir a Freguesia vai custar-lhes sempre. É indica uma vontade política gerir da melhor maneira. um misto de satisfação por muito forte. Em segundo do Oriente. ver que o filho cresceu e lugar, porque responde à verPorque é que pensa que a quer seguir o seu caminho, dadeira solução para esta Para quando? criação da freguesia será simultaneamente, zona. Senão teríamos que Ela pode surgir a qualquer mas, o melhor modelo de gesmomento. Desde que exis- perceber que algo que é encontrar outra estrutura: ou tão? Eu subscrevi o projecto ta vontade política para a seu está a sair. É natural eram as juntas de freguesia que entrou na AR para a pôr a andar (e que há) pois que Santa Maria dos autónomas a assumir esta criação da Freguesia do o projecto é apresentado Olivais, Moscavide e o gestão indo fracturar aquilo Oriente. O projecto tem pelos dois partidos da Concelho de Loures te- que hoje é uma realidade e A qualquer nham essa posição. Que eu isto não faz sentido nenhum. como principal autor o maioria. deputado Rui Gomes da momento o parlamento me recorde só há um caso Vamos ser pragmáticos, Silva, foi ele o pai deste pode votar e pode ser em que isso não tenha vamos criar uma freguesia nomeada uma comissão acontecido que é o caso do própria. Temos vida, temos projecto. de Ourém. população que o permite. Sem dúvida nenhuma que instaladora para gerir estes Município Agora, é importante realçar Fátima quer sair e a a criação de uma unidade assunto. Câmara Municipal de que esta freguesia faz sentido territorial para esta zona Ourém não levanta nenhu- não só porque tem muitas E ainda vai a tempo? permitirá uma mais eficaz Vai perfeitamente a tempo, ma objecção. Fátima já é empresas e porque tem popuresolução dos problemas. Permitirá que os seus até ao fim deste ano, pode um filho com quarenta lação. Existem outras zonas representantes institucio- ser criada. Aquilo que a lei anos e os pais já não que também as têm. O facto é que esta nais possam zelar pelos prevê, a lei, o interesses de toda aquela bom senso e a Agora é lamentável que a Marina continue naquele zona área e que muitas das atri- prática, é que, impasse e apesar das obras que foram feitas é uma corresponde a meses buições, que são compe- seis zona que poderia ter muito mais vida uma tência das câmaras muni- antes de eleicipais, possam ser delega- ções autárquicas, não podem fazer nada com ele. unidade territorial própria e das nas juntas de fregue- sejam criadas nem novas Temos que nos adaptar esta é a realidade. Pela interfreguesias nem novos sempre aos movimentos e venção que foi feita e, a parsia. Todos nós sabemos que as municipios porque desta- aos nossos tempos e esta tir do momento em que tem competências administra- biliza a arrumação de zona criou uma dinâmica uma unidade territorial, a administrativa eleitorais. própria tal que precisa de estrutura tivas são limitadas e entre- cadernos gues à câmara municipal. Portanto, estamos perfeita- ter uma unidade territorial deve-se adaptar. Vamos esperar que, depois As juntas de freguesia mente a tempo. Claro que autónoma, órgãos territo-
ENTREVISTA | NP | 5
dos autarcas eleitos, estes tenham competência para gerir da melhor forma aquela zona não cedendo a lobbys e pressões, capazes de gerir um espaço de excelência como este. Como morador qual o seu lugar de eleição? Eu, neste momento, posso dizer que não aproveito como gostaria o Parque das Nações. De segunda a sexta, saio cedo e chego tarde e, ao fim-de-semana vou para fora. Mas a zona que, mesmo assim, eu consigo desfrutar é a zona da marina que é muito agradável, sobretudo para quem tem crianças. Agora é lamentável que a marina continue naquele impasse e apesar das obras que foram feitas, passados seis anos, é uma zona que poderia ter muito mais vida e que ainda não tem. No entanto, quando se descem aquelas escadas e nos sentamos naquelas esplanadas, mesmo sem a marina activada, parece que estamos de férias, fora do reboliço da cidade. Aproveitando esta questão, o mais e o menos do Parque das Nações. O mais bem conseguido é, sem dúvida, a confraternização das valências desta zona, o que é exemplar. É a zona residencial, a zona de trabalho e a zona de lazer que tornam o projecto sempre vivo. Depois temos equipamentos que são de referência em
qualquer parte do Mundo: a Estação do Oriente, o Pavilhão de Portugal, o Oceanário, etc. O menos positivo talvez seja a zona da marina que não correu tão bem. Penso, também, que deveria haver uma rede de transportes interna para quem queira, por exemplo ir da zona sul ao Vasco da Gama, à farmácia, à igreja ou, por exemplo, à escola, não tenha que utilizar o transporte individual. Acho que é algo que terá que ser pensado, por exemplo, por uma Junta de Freguesia. Mais importante do que tentar recriminar ou acusar é tentar superar os problemas. Um problema para um gestor é visto como uma oportunidade de melhoria. Surge um problema, há consenso que ele existe, então vamos tentar encontrar uma solução. Como é que vê o papel da Parque Expo? Teve um papel fulcral. Todas as administrações: Cardoso e Cunha, Torres Campo, Mega Ferreira, Bracinha Vieira, agarraram o projecto, não cederam a determinado tipo de situações que seriam fáceis de fazer alterar o andamento do projecto. Apesar de serem pessoas diferentes, conseguiram ter a mesma linha de espírito que permaneceu e bem. É a Parque Expo a verdadeira responsável pela excelência em que o Parque das Nações se tornou.
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ADIAMENTOS INACEITÁVEIS dos poucos, no Parque das Nações, onde não existe actualmente actividade de construção civil. Por outro lado, o Ministério da Saúde mostrou-se indisponível para um acordo financeiro com o Hospital das Descobertas, que teria permitido o acesso dos moradores a esta estrutura, para suprir a ausência do referido centro de saúde.
Os moradores do Parque das Nações já há muito se habituaram a esperar. Esperar pela qualidade prometida, pelos equipamentos públicos previstos, pela resolução dos problemas de saneamento público e de tráfego rodoviário, por uma adequada organização administrativa. Recentemente, em reunião realizada com a Direcção Regional de Educação de Lisboa, foi prometido o início para breve da edificação da Escola Secundária prevista para a zona Sul do Parque das Nações.Tal empreendimento, há muito exigido pela AMCPN, estaria em fase final de projecto, o que não deixou de nos surpreender, atendendo às inúmeras reuniões da AMCPN com a Parque Expo, que desde 1999 nos deu conta da existência de um projecto também em fase de conclusão para aquele equipamento público. Apesar do objectivo transmitido pela DREL, de que a abertura do novo estabelecimento ocorra no ano lectivo de 2006-2007, não foram observados ainda quaisquer sinais concretos do início da sua edificação. Entretanto, os problemas de acesso dos moradores a equipamentos escolares têm vindo a agudizar-se, com os adiamentos referidos, o aumento muito significativo do número de moradores e algumas decisões da parte do Ministério da Educação que vieram permitir a frequência da única e sobrelotada escola existente no Parque das Nações por não residentes. Em acréscimo, como tem sucedido todos os anos, os moradores continuam a defrontar-se com uma total ausência de perspectiva acerca das regras que irão vigorar relativamente ao acesso ao ensino primário e ao funcionamento do ATL, apesar das reuniões havidas com a DREL.A AMCPN solicitou, em carta recente, a definição clara destas regras, para que a corrente situação de indefinição não se mantenha e que os interesses dos moradores sejam devidamente acautelados. Ao nível dos estabelecimentos de saúde, parece ter vingado a noção de que os moradores do Parque das Nações não são merecedores de um tratamento semelhante aos dos seus concidadãos por esse país fora. Curiosamente, o terreno previsto para a edificação do centro de saúde é
Em contrapartida, os sinais de construção privada são avassaladores. Foi tornada pública a venda, pela Parque Expo, de um lote de terreno na zona norte do Parque das Nações, em pleno relvado do Parque Tejo, no sentido da edificação de um condomínio privado com área coberta e volumetria desadequadas ao espaço. Embora a AMCPN tenha em ocasiões anteriores expresso a sua preocupação quanto a essa eventualidade, a situação ganhou agora uma visibilidade acrescida, tendo até à Parque Expo procedido ao levantamento de todo o relvado e arborização do lote de terreno em causa.
res) quanto à prática do estacionamento irregular, não obstante os inúmeros apelos às forças policiais de que procedam a uma actuação adequada. Apenas a prática quotidiana de valores de cidadania, que começa em nós próprios, permitirá apresentar o Parque das Nações como um exemplo a seguir e não como um exemplo de mais uma oportunidade perdida neste país. A Direccção da AMCPN Para futuras inscrições de sócios da AMCPN utilize o seguinte contacto: Rua Ilha dos Amores, LT. 4.39.01.C.4A Telef/Fax - 21 893 60 59 - www.amcpn.com
A AMCPN irá continuar a exercer pressão, junto da Parque Expo e da Câmara Municipal de Loures, por forma a que tal projecto venha a ser indeferido, acompanhando as posições já tomadas pelos moradores nos lotes do PP4 mais afectados pelo problema. No plano da organização administrativa, é bem conhecida a importância da criação de uma freguesia que garanta a unicidade territorial do Parque das Nações. O projecto de Lei apresentado pela AMCPN, bem como o respectivo abaixo-assinado, que permitiu reunir perto de 4 mil assinaturas, motivou já uma proposta de Lei apresentada pelos deputados Rui Gomes da Silva e Duarte Pacheco, no sentido da criação da freguesia do Oriente. Não obstante o apertado calendário eleitoral que caracteriza o próximo futuro, estamos convictos de que as forças políticas procurarão um consenso que garanta a prossecução do objectivo, dada a mais do que evidente relevância que tal assume. Por último, uma referência ao ordenamento no tráfego automóvel no Parque das Nações. Embora a Parque Expo continue a defender a ideia de que a dotação de lugares de estacionamento é até excessiva para as necessidades e para os requisitos legais, qualquer evento de alguma visibilidade num dos equipamentos do Parque das Nações, ou qualquer fim-desemana solarengo põe a nú a debilidade desta posição.As consequências deste problema são agravadas pelo à vontade dos visitantes do Parque das Nações (e, infelizmente, há que reconhecê-lo, mesmo de alguns moradoPUB
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PROJECTO DE LEI N.º 449/IX CRIAÇÃO DA FREGUESIA DO ORIENTE
A Zona de Intervenção da Expo’98, hoje denominada de Parque das Nações, foi planeada de forma integrada, como a maior operação de recuperação e requalificação urbana alguma vez realizada em Portugal, no âmbito da realização da Exposição Mundial de Lisboa de 1998. Como se refre no preâmbulo do Decreto-Lei nº. 87/93, de 23 de Março, “a realização da Expo 98 oferece uma oportunidade irrepetível para promover um adequado reordenamento urbano, tanto pelo renovação de um tecido urbano onde se observam preocupantes índices de degradação, designdamente ambiental, como pelo propiciar de uma importante valorização das zonas ribeirinhas”. Neste sentido, o Decreto-Lei nº. 87/93, de 23 de Março, consagrou uma área de 330 hectares e 5 km de frente ribeirinha, delimitada a Nascente pelo Rio Tejo, a Poente pela Linha de caminho-de-ferro do Norte, a Norte pela foz do Rio Trancão e a Sul pelo viaduto da Avenida Infante D. Henrique, área que se encontrava, então, integrada no domínio público e cuja gestão competia à Administração do Porto de Lisboa. O Decreto-Lei nº. 354/93, de 9 de Outubro, veio a atribuir a competência de gestão da área anteriormente delimitada e referida à sociedade Parque Expo 98, S.A., a quem foram atribuídas competências especiais de ordenamento e licenciamento urbano sobre a mesma. Este projecto urbano, impulsionado pela Expo 98 e inicialmente designado de Expo Urbe, teve como princípio orientador a criação de uma nova centralidade na zona oriental de Lisboa, anteriormente caracterizada por um gravíssimo estado de degradação e abandono, sendo tal
objectivo foi considerado de interesse público nacional, nos termos do artº. 1º. do Decreto-Lei n.º 354/93, de 9 de Outubro. As obras perenes edificadas, que constituiram as principais marcas da Exposição Internacional, bem como o desenvolvimento de uma urbanização de características únicas, devolveram ao país e a Lisboa um território nobre e com uma forte ligação ao Tejo, que constitui hoje um dos principais polos de modernidade da capital. A perspectiva integradora do novo espaço urbano foi, desde início, uma realidade, com a aprovação dos planos de pormenor, que previam uma distribuição dos equipamentos públicos, bem como das áreas habitacionais, de serviços e de lazer por todo o Parque das Nações. Foram, de facto, previstas características arquitectónicas comuns e distintivas das áreas envolventes, das quais se destacam o traço inovador da maioria dos edifícios criados e as exigências ao nível da climatização, insonorização, telecomunicações e tratamento de resíduos sólidos urbanos. Com estas preocupações, proporcionou-se a realização de infra-estruturas comuns, de que são exemplos, entre outros, a construção de uma galeria técnica, de um sistema central de frio e calor e de um sistema integrado de recolha de lixos que servem toda a Urbanização. As ligações às redes de telecomunicações são também comuns, através da central telefónica de Lisboa, sucedendo situação semelhante com o fornecimento de televisão por cabo, através da empresa TV Cabo Lisboa, o qual foi obrigatoriamente instalado de origem, impedindo-se a proliferação de meios de captação de sinal televisivo comum na generalidade dos aglomerados
urbanos do país. O conceito urbano do Parque das Nações foi ainda reforçado com a criação de uma estação de Correios própria – situada na Gare do Oriente – bem como com a atribuição de um código postal próprio e único – 1990 - pertencente à área postal de Lisboa. O Parque das Nações dispõe igualmente de uma esquadra de Polícia – a 40.ª Esquadra da PSP de Lisboa - assim como uma escola básica integrada, cuja área de intervenção geográfica o abrange. O Parque das Nações dispõe, ainda, de uma Paróquia própria – a Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes, que abrange todo o seu território. Ao nível das zonas de lazer, o Parque das Nações dispõe hoje de uma das maiores zonas verdes urbanas do país - o Parque do Tejo - no qual se integra já um complexo desportivo para a prática de ténis, estando prevista a edificação de diversos outros equipamentos públicos, onde a sinaléctica pública do Parque das Nações é igualmente comum (e única no país). Apesar da realidade inelutável de que o Parque das Nações representa hoje, como um novo polo urbano, com características específicas e comuns a toda a sua área, subsiste ainda a divisão administrativa anterior ao seu desenvolvimento. Tal anacronismo consubstancia-se na divisão do território do Parque das Nações pelas freguesias de Santa Maria dos Olivais, do concelho de Lisboa, e Moscavide e Sacavém do concelho de Loures, não obstante a gestão deste território ter cabido à Administração do Porto de Lisboa, antes do início do processo de reconversão urbana desencadeado pela Expo 98, e a sociedade Parque Expo 98, desde então. A necessidade de uma gestão urbana comum no Parque
das Nações foi reconhecida com a publicação do Decreto-Lei nº. 165/2001, de 23 de Maio, que, reiterando o relevante interesse público nacional em causa e definindo no seu preâmbulo como objectivo “assegurar uma qualidade urbana e ambiental de excelência”, estabeleceu a concessão do serviço de gestão urbana do Parque das Nações a uma sociedade a criar pelas Câmaras Municipais de Lisboa e de Loures, bem como pela sociedade Parque Expo, SA. Entendia-se, então, ser necessário um período de transição que garantisse a necessária gestão unificada do Parque das Nações, até à criação de condições que permitissem definir-lhe um estatuto administrativo definitivo, porquanto a mesma entidade contrariaria o princípio municipalista que enforma a organização territorial e administrativa do nosso país, profundamente arreigado nos espírito das populações, segundo o qual a gestão autárquica deve ser assegurada por representantes dos munícipes, democraticamente sufragados em processo eleitoral. No entanto, a decisão das Câmaras Municipais de Lisboa e de Loures, de não concretizarem a concessão prevista no Decreto-Lei nº. 165/2001, de 23 de Maio, reforçou o desajustamento da actual divisão administrativa, face à actual realidade urbana. Torna-se, assim, imperiosa a definição de um estatuto administrativo para o Parque das Nações, compatível com as necessidades da sua gestão urbana unificada, as aspirações da população, publicamente manifestadas, designadamente através de abaixo assinado com significativa representatividade de população actual, e as características específicas do território abrangido (conforme Anexo
A), o que passa pela criação de uma freguesia que abranja a totalidade da zona de intervenção da Expo 98, em linha com os requisitos exigidos pela Lei n.º 8/93, de 5 de Março (Regime Jurídico de Criação de Freguesias), conforme se demonstra no Anexo B ao presente projecto de lei. Está em causa a preservação de um símbolo com forte peso na imagem externa do País, bem como o compromisso assumido pelo Estado para com os cidadãos e, em particular, com os moradores do Parque das Nações, de criação de um polo urbano dotado de equipamentos e espaços públicos de referência. Este compromisso contempla a garantia de serviços de apoio, como comércio, restauração, escolas, hospital, espaços de lazer ou instalações desportivas. Foi neste sentido que a urbanização do Parque das Nações foi planeada, prevendo-se uma distribuição dos equipamentos e espaços públicos numa óptica unificadora, sem qualquer ligação com a actual divisão administrativa. Adiar o reconhecimento deste novo polo urbano, como uma realidade una, merecedora de um estatuto administrativo próprio, significaria colocar em causa a manutenção dos elevados padrões de qualidade urbana do Parque das Nações, de que os cidadãos portugueses usufruem e se orgulham, como impedir o acesso generalizado dos residentes aos equipamentos públicos já edificados ou previstos, pela prevalência de regras que atendem à divisão administrativa prevalecente, como sucede com o acesso a escolas públicas, à rede de transportes públicos, ou aos centros de saúde. De facto, a população do Parque das Nações enfrenta problemas de acesso à escola pública prevista, pela preva-
lência da divisão administrativa anterior ao processo de reconversão urbana, situação agravada pela ausência de escolas públicas nas freguesias que actualmente o integram. Pela inexistência do centro de saúde planeado, a população do Parque das Nações recorre aos centros de saúde das freguesias que o integram actualmente, sendo que estes equipamentos públicos não dispõem, já há muito, de capacidade para a procura existente proveniente das áreas exteriores ao Parque das Nações. A expansão dos transportes públicos com ligações mais adequadas ao centro de Lisboa encontra-se também prejudicada, pelo facto da actual divisão administrativa excluir do concelho de Lisboa uma parte do território do Parque das Nações. A actual divisão administrativa do Parque das Nações em três freguesias e dois concelhos obriga ainda ao recurso a repartições de finanças e conservatórias públicas desde há muito incapazes de prestar um serviço adequado aos cidadãos que as procuram, pelas deficiências das suas estruturas face à procura existente. Outra implicação relevante consiste no acesso, em condições diferenciadas de preço e de qualidade, ao fornecimento doméstico de água pelos serviços municipalizados. Popõe-se, por isso, a criação de uma nova freguesia, que se irá designar “FREGUESIA DO ORIENTE”, a qual, fazendo uso do nome do edifício mais utilizado e conhecido do Parque das Nações – a Gre do Oriente – bem como da estação de metropolitano que a serve, tomará como elemento identificativo principal o facto de ser a que se situa na zona mais oriental do concelho de Lisboa. Atendendo ao peso do con-
A ORIENTE | NP |9 celho de Lisboa no total da área envolvida – de cerca de dois terços – e na distribuição dos equipamentos públicos (ainda mais desequilibrada no sentido do concelho de Lisboa, já que nele se integra a totalidade da área onde decorreu a Exposição Internacional de Lisboa), essa freguesia situar-se-á em Lisboa, alterando-se, para o efeito, os limites territoriais entre os concelhos de Lisboa e Loures. A constituição da FREGUESIA DO ORIENTE não coloca em causa o cumprimento dos requisitos legais para a subsistência das freguesias de Santa Maria dos Olivais, de Moscavide e de Sacavém. Não são também postos em causa os interesses das populações das referidas freguesias, dado que, anteriormente à regeneração urbana de que foi alvo a zona da Expo, as referidas populações não possuiam qualquer ligação aquela área agora incluída na FREGUESIA DO ORIENTE, uma vez que essa edificação foi da responsabilidade da sociedade Parque Expo 98, S.A., que em diversas situações se substituiu ao investimento das Câmaras. A criação da FREGUESIA DO ORIENTE garante, assim, as condições para a sustentação financeira de toda a área abrangida e para a manutenção dos elevados padrões de qualidade urbana, dos quais usufruem todos aqueles que residem nas áreas limitrofes do Parque das Nações, não sendo, igualmente, por esta via, reduzida significativamente a significativa pressão sobre os serviços públicos das freguesias de Moscavide, Sacavém e Santa Maria dos Olivais. As populações abrangidas foram ouvidas, encontrandose amplamente satisfeitos os demais requisitos previstos na Lei 8/93, de 5 de Março. Assim, nos termos do artigo 170.º da Constituição da República Portuguesa, os Deputados abaixo assinados
apresentam à Assembleia da República o seguinte projecto de lei:
Artigo 1.º (Criação da FREGUESIA DO ORIENTE) É criada, no concelho de Lisboa, a FREGUESIA DO ORIENTE.
Artigo 2.º (Área da FREGUESIA DO ORIENTE) A área da FREGUESIA DO ORIENTE é integralmente composta pela zona de intervenção da Expo’98, definida pelo Decreto-Lei n.º 57/93, de 6 de Agosto, que, até à presente data, se encontrava distribuída pelas freguesias de Santa Maria dos Olivais, do concelho de Lisboa, Moscavide e Sacavém do concelho de Loures.
Art.º 3.º
c) Um membro da Assembleia Municipal de Lisboa; d) Um membro da Assembleia Municipal de Loures; e) Um membro da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais; f) Um membro da Junta de Freguesia de Moscavide; g) Um membro da Junta de Freguesia de Sacavém; h) Um membro da Assembleia de Freguesia de Santa Maria dos Olivais; i) Um membro da Assembleia de Freguesia de Moscavide; j) Um membro da Assembleia de Freguesia de Sacavém; k) Sete cidadãos eleitores da área da nova freguesia, designados pela Câmara Municipal de Lisboa; l) Quatro cidadãos eleitores da área da nova freguesia, designados pela Câmara Municipal de Loures 2. A comissão instaladora exercerá as suas funções até à tomada de posse dos órgãos da freguesia eleitos.
Artigo 5.º (Entrada em vigor)
(Sede da FREGUESIA DO ORIENTE) A FREGUESIA DO ORIENTE terá a sua sede no Edifìcio Administrativo da Parque Expo 98, S. A..
A presente lei entra imediatamente em vigor. Assembleia da República, 11 de Maio de 2004 Os Deputados
Artigo 4.º (Comissão Instaladora da FEGUESIA DO ORIENTE) 1. Até à eleição dos órgãos autárquicos da nova freguesia, será nomeada uma comissão instaladora, que exercerá as funções previstas na Lei n.º 8/93, de 5 de Março e com a seguinte composição, nos termos do artigo 9.º da mesma lei: a) Um membro da Câmara Municipal de Lisboa; b) Um membro da Câmara Municipal de Loures;
Rui Gomes da Silva (PSD) Duarte Pacheco (PSD) Telmo Correia (CDS – PP) João Rebelo (CDS – PP)
ANEXO A Aspectos históricos A Zona de Intervenção da Expo’98, hoje denominada de Parque das Nações, foi planeada de forma integrada como uma grande operação de recuperação e requalificação urbana, como decorre do Decreto-Lei n.º 87/93, de 23 de Março. A referida operação urbanís-
tica envolveu a aprovação de seis planos de pormenor para a inicialmente denominada Expo Urbe, nos termos dos quais se previu a distribuição dos equipamentos públicos, das infraestruturas e das zonas de lazer numa perspectiva integradora. Foram igualmente previstas características arquitectónicas comuns e distintivas das áreas envolventes, das quais se destacam o traço inovador da maioria dos edifícios criados e as exigências ao nível da climatização, insonorização, telecomunicações e tratamento de resíduos sólidos urbanos. Os limites desta área encontram-se claramente definidos no citado Decreto-Lei n.º 87/93, de 23 de Março, abrangendo uma área bem delimitada: a Nascente pelo Rio Tejo, a Poente pela Linha de caminho-de-ferro do Norte, a Norte pela foz do Rio Trancão e a Sul pelo viaduto da Avenida Infante D. Henrique. A gestão desta área era da competência da Administração do Porto de Lisboa, tendo sido transferida para a sociedade Parque Expo 98, S.A., através do DecretoLei nº. 354/93, de 9 de Outubro. A evolução do Parque das Nações tem evidenciado a consolidação de um aglomerado urbano, com as características próprias deste tipo de organização espacial. Dispõe de equipamentos escolares já edificados incluindo a Escola Básica Integrada Vasco da Gama e jardins de infância privados , o comércio encontra-se disseminado pelos principais núcleos habitacionais, sem prejuízo da existência de um centro comercial de grandes dimensões – o Centro Comercial Vasco da Gama –, existe uma esquadra da PSP de Lisboa (a 40.ª Esquadra da PSP de Lisboa) e uma estação de Correios própria – Gare do Oriente - com código postal próprio (1990, que pertence à
área postal de Lisboa). A rede telefónica e de televisão por cabo é também comum, estando dependente da central de comunicações de Lisboa. Dispõe, ainda, de uma Paróquia própria – a Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes, que abrange todo o território do Parque das Nações. A consolidação do Parque das Nações como espaço urbano é também evidenciada pelo crescente sentimento de coesão e pertença a uma comunidade, revelado pelos seus moradores. Esta realidade não se coaduna com a permanência de uma divisão administrativa anacrónica, que envolve a divisão do Parque das Nações por três freguesias de dois concelhos, conforme sucedia anteriormente à edificação da Urbanização e à realização da Exposição Internacional de Lisboa de 1998. Esta perspectiva é reforçada pelo facto de, decorridos mais de dois anos após a decisão de assumir a gestão directa do Parque das Nações, em detrimento da prevista criação da Sociedade de Gestão Urbana, as Câmaras de Lisboa e de Loures não terem ainda conseguido concretizar tal objectivo. Consequemente, a gestão urbana continua a ser garantida por uma sociedade anónima – a Parque Expo 98, S.A. – encontrando-se os moradores do Parque das Nações impossibilitados de eleger os seus legítimos representantes.
ANEXO B Caracterização geodemográfica da nova freguesia do Oriente A – Saúde e assistência social
Está prevista a construção de um Centro de Saúde, para o qual se encontra já definida uma parcela de terreno nos Planos de Pormenor aprovados. Conforme previsto, este equipamento público terá a urbanização do Parque das Nações como área de abrangência. No que se refere aos serviços de medicina e assistência hospitalar privados, a FREGUESIA DO ORIENTE dispõe já de uma unidade hospitalar de referência, o Hospital CUF Descobertas, dotado de 200 camas e prestando serviços, entre outros, nos domínios da maternidade, pediatria, cirurgia e internamento. Existem também diversas policlínicas, centros clinicos e de enfermagem, consultórios e laboratórios equipados com meios auxiliares de diagnóstico, abrangendo todas as especialidades médicas. Para apoio aos mais idosos, a FREGUESIA DO ORIENTE dispõe de um Aparthotel, de elevada qualidade. Existe, também, uma farmácia. B – Cultura, desporto e lazer No campo da cultura, importa destacar, desde logo, que o Museu da Ciência e do Conhecimento se encontra sediado no território da FREGUESIA DO ORIENTE. O Oceanário de Lisboa, um dos maiores do mundo, também ali se encontra sediado. Existe igualmente o Teatro Camões, que alberga a Companhia Nacional de Bailado, com uma programação anual própria. Na FREGUESIA DO ORIENTE encontra-se também sediado PUB