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A N O I I I - N R . 1 8 - B I M E S T R A L - J U L H O 04 - D I R E C T O R : M I G U E L F E R R O M E N E SES
ENTREVISTA COM SUBCOMISSÁRIO FORTES
PÁG. 4
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10 | NP | ANIVERSÁRIO
3ª ANIVERSÃRIO DO NOTÍCIAS DO PARQUE
PARA SI
TRÊS ANOS A INFORMAR NOTICIASPARQUE@NETCABO.PT
À DESCOBERTA DA FLORESTA DO MANGAL
REPORTAGEM | NP |11 Existem regiões do planeta onde é difícil fazer a distinção entre meio marinho e meio terrestre. É o caso das Florestas de Mangal, um local onde é difícil definir
texto e fotografia por: André Moura e Filipa Samarra Biólogos, especializados em Biologia Marinha
se existe um ecossistema marinho suportado por plantas terrestres, ou se é um ecossistema terrestre invadido pela água do mar.
E
Na galeria do Índico Tropical do Oceanário existe um aquário que pode causar alguma estranheza aos visitantes, pois à primeira vista parece, apenas, um emaranhado de troncos. Mas, na verdade, este é o aquário que pretende recriar o ecossistema da Floresta de Mangal, comunidades vegetais terrestres que se fixam em fundos lodosos marinhos, e que constituem um dos mais ricos e diversos ecossistemas do mundo.Tal como os sapais e os estuários, os mangais situam-se em regiões costeiras e possuem uma importância vital para o equilíbrio dos ecossistemas que lhes são adjacentes. No entanto, os mangais encontram-se, apenas, nas regiões tropicais e em algumas zonas sub-tropicais, ocupando 60 a 75 % da costa destas regiões. A Floresta de Mangal deve o seu nome às plantas bastante características que predominam neste ecossistema, os Mangais. Estes vivem parcialmente mergulhados na água, pelo que possuem várias adaptações específicas para lidar com a água salgada (ver caixa “Resistentes natos”). Como se pode ver reproduzido no Oceanário, as raízes dos Mangais formam uma rede complexa que dificulta o movimento da água. Como tal, as águas das Florestas de Mangal são praticamente paradas, permitindo assim uma grande
12 | NP | REPORTAGEM deposição de sedimentos e matéria orgânica. Isto faz com que os níveis de oxigénio na água e no solo sejam bastante baixos, pelo que os Mangais tiveram que desenvolver, também, adaptações aos baixos níveis de oxigénio (ver caixa “Resistentes natos”). Desta forma, embora a maioria das espécies vegetais existentes nestes ambientes sejam terrestres, é o mar e a sua dinâmica que vão moldar estes ecossistemas. Estes estão bastante sujeitos ao efeito das marés, e recebem, constantemente, água proveniente de rios, sofrendo assim variações sazonais na salinidade da água, que, em alguns casos, é diária. De facto, no Oceanário, a salinidade da água deste aquário varia ao longo do ano. Como nos disse Elsa Santos, responsável pela galeria do Índico Tropical, os próprios animais do aquário parecem dar-se melhor com esta dinâmica, do que se a salinidade se mantivesse constante, o que acontecia inicialmente. Esta constatação fantástica indica que os animais existentes nas Florestas de Mangal se adaptaram às variações, por vezes extremas, que existem nestes ecossistemas. Embora as plantas existentes nas Florestas de Mangal constituam a base destes ecossistemas (assim como na generalidade dos outros ecossistemas), estes são, também, ambientes muito ricos em animais, alguns deles com adaptações fascinantes que resultam do facto de terem evoluído num ambiente de transição entre o meio marinho e o meio terrestre (ver caixa “Naturalmente diferentes”). Um dos exemplos mais fascinantes é o Periophthalmus sp., conhecido por Saltador-doLodo, um peixe que tem por hábito andar fora de água. Se olharmos com atenção para os troncos existentes no Oceanário, podemos ver vários destes peixes parados a “descansar” fora de água. Assim, surge a questão: como é que não ficam com falta de ar?
Porque conseguem manter as guelras húmidas, permitindolhes manter as trocas de oxigénio com o meio durante mais tempo. Neste aquário, cada Saltador-do-Lodo tem o seu próprio espaço bem definido, uma vez que estes peixes têm, também, a característica de serem bastante territoriais entre si, de tal forma que, dos inicias quinze Saltadores-doLodo que vieram para o Oceanário, apenas se mantiveram sete até aos dias de hoje. A sua territorialidade é tal que o alimento que lhes é fornecido de dois em dois dias (uma mistura, entre outros, de algas, camarão e artémia congelados) é colocado em diferentes troncos dispersos pelo aquário, de forma a que cada peixe se possa alimentar sem correr o risco de roubar a comida do vizinho! No entanto, são particularmente pacíficos para com
peixes de outras espécies (ver caixa “O que podemos ver no aquário de Mangal?”). Na generalidade, os animais são atraídos para as Florestas de Mangal, devido a uma grande variedade de factores. Na Floresta de Mangal, a elevada quantidade de matéria orgânica existente, no fundo, atrai muitos organismos decompositores (como caranguejos e pequenos moluscos), que, por sua vez, vão atrair outros animais para se alimentaram deles (como peixes e aves). Acima da água, a existência de frutos atrai macacos, morcegos e algumas aves. Cria-se assim uma complexa cadeia de organismos que origina a diversidade característica da Floresta de Mangal. É bastante importante ganhar consciência e conhecimento dos mangais e da sua importância ecológica, uma vez que
estes são dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. A sua enorme riqueza biológica e cénica tem atraído vários sectores da sociedade humana. As Florestas de Mangal têm vindo a diminuir, devido a uma série de utilizações humanas, como recolha de madeira e poluição química. No entanto, as actividades às quais têm sido atribuídas as maiores responsabilidades são duas. Por um lado, grandes áreas de Floresta de Mangal têm sido desbastadas com o objectivo de criar tanques para a aquacultura de camarão. Esta actividade, não só destrói fisicamente a Floresta de Mangal, como, após estabelecida, é fonte de poluição devido aos antibióticos e pesticidas utilizados para controlar o aparecimento de doenças no camarão de cultivo. Por outro, as empresas hoteleiras têm aproveitado o bom
tempo, as águas calmas, e a bela paisagem para construir empreendimentos turísticos. Qualquer que seja a causa, a consequência é quase sempre a destruição da Floresta de Mangal. Mas porquê proteger a Floresta de Mangal, além da razão óbvia que é a sua riqueza cénica? Porque este ecossistema é também um importante local de protecção de pequenos peixes, moluscos e crustáceos, que aproveitam a intricada rede de ramos e raízes para se protegerem de predadores maiores e mais velozes. A enorme riqueza biológica que alberga constitui o sustento de muitas comunidades locais. Esse sustento desaparece assim que a Floresta de Mangal é destruída. Por outro lado, as Florestas de Mangal, em conjunto com outros sistemas naturais, protegem as zonas terrestres da acção das ondas, e agem como filtros para a água, retirando o excesso de nutrientes existente. Embora os mangais apenas se fixem em zonas em que o movimento das águas já é baixo, o crescimento do Mangal vai tornar essas águas praticamente paradas, permitindo a deposição de partículas bastante finas. Com o tempo, esta deposição de sedimentos vai levar à progressão do meio terrestre para o meio marinho, o que muitas vezes acontece a velocidades incríveis. Um caso extremo é o de uma cidade na ilha de Sumatra (chamada Palembang) visitada por Marco Polo em 1292, altura em que a cidade se erguia do mar. Actualmente, essa cidade encontra-se a 50 Km da costa! Com este “passeio” pelas zonas costeiras tropicais, conseguimos ter uma pequena ideia da riqueza que as Florestas de Mangal possuem, um ecossistema aparentemente pouco dinâmico, e que tem sido tradicionalmente considerado como um pântano cheio de mosquitos e sem interesse. A sua tomada de consciência pode ajudar-nos a perceber a importância de regiões semel-
hantes que podemos encontrar no nosso país como os sapais e os estuários, e que se encontram igualmente ameaçadas pela poluição e ocupação humana desregrada. No Oceanário de Lisboa, podemos dar uma pequena espreitadela a este ecossistema tão rico e diverso, quanto fascinante.
Sugestões de consulta
Para mais informação sobre as Florestas de Mangal e outros ecossistemas marinhos pode consultar o livro: Nybakken, James W., 1993. Marine Biology: An Ecologial Approach. 3rd Edition. Harper Collins College Publishers.; ou o livro: Levinton, Jeffrey S., 1995. Marine Biology: Function, Biodiversity, Ecology. Oxford University Press Se quiser informações mais detalhadas sobre as Florestas de Mangal, a sua importância e as ameaças à sua preservação pode consultar: Rey, Jorge R. & C. Roxanne Rutledge, 2002. Mangroves. University of Florida. Disponível em: http://edis.ifas.ufl.edu/BODY_IN195
Resistentes natos
O
A Floresta de Mangal aparenta ser um sítio calmo, mas na realidade é o berço de uma luta diária. De facto, as plantas que aqui existem estão submetidas a elevadas quantidades de sal, que não podem absorver, pois isso faria com que não se conseguissem desenvolver. Como tal estas plantas desenvolveram, de um modo geral, dois tipos de estratégias: ou excretam o excesso de sal que absorvem em locais especializados ou bloqueiam a entrada do sal. Por outro lado, o solo em que as suas raízes se encontram é muito pobre em oxigénio, elemento essencial às plantas. Para conseguirem captar oxigénio, as raízes dos mangais desenvolveram estruturas que se prolongam acima do nível da água, os pneumatóforos, captando o oxigénio do ar, que é depois transmitido às raízes que se encontram enterradas no solo. PUB
REPORTAGEM | NP |13
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Naturalmente diferentes
lguns dos peixes mais característicos da Floresta de Mangal,além do famoso Saltador-do-Lodo, podem, também, ser encontrados no Oceanário.É o caso do Toxotes jaculatrix,mais conhecido por peixearqueiro, que actualmente não se encontra no aquário mas que voltará a estar em exposição em breve.Este pequeno peixe lança esguichos de água potentes contra insectos que deambulam nos ramos próximos da água, fazendo-os cair desamparados na água. Em seguida, basta capturá-los sem grande esforço. Existe ainda, entre outros, o Anableps sp., também conhecido por quatro-olhos.Este peixe tem uma adaptação fantástica! Uma vez que se alimenta tanto de insectos na superfície, como de peixes mais pequenos sob a superfície, os seus olhos possuem duas retinas distintas, uma ventral que recebe a luz proveniente da superfície, e uma dorsal que recebe a luz proveniente debaixo de água. Por outro lado, devido às diferenças nas propriedades refractivas entre o ar e a água, os olhos do Anablep sp. são assimétricos, sendo mais curvos na zona do olho que fica debaixo de água.
A
s plantas existentes no aquário são artificiais, uma vez que seria muito difícil manter um Mangal num aquário de exposição que possui tantas espécies diferentes de peixes, embora nos bastidores do Oceanário tenhamos visto pequenos Mangais verdadeiros que o Oceanário mantém.
O que podemos ver no aquário de Mangal
A
lém das espécies já referidas, existem também duas espécies de cardinais, o Apogon leptacanthus e o Sphaeramia nemaptotera, que são pequenos peixes que podem ser vistos sempre bastante imóveis por entre os ramos. Existem, também, vários exemplares de Monodactylus argenteus, chamado peixe-diamante devido à sua forma. Este peixe tem a particularidade de tolerar grandes variações de salinidade da água. De facto, em vários livros de aquariofilia, este peixe tanto aparece como sendo de água doce, como de água salgada, embora talvez o mais correcto seja que necessite de água progressivamente mais salgada ao longo do seu ciclo de vida. Finalmente, duas espécies muito semelhantes de peixes muito pacíficos e abundantes nas Florestas de Mangal, o Scatophagus multifasciatus e o Scatophagus argus, que podem ser identificados pela existência de uma alto na cabeça, e pela existência de riscas pretas no primeiro, e pintas pretas no segundo. Existem também vários Caranguejos-ermitas, que podem ser vistos a deambular um pouco por todo o aquário. .
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14 | NP | PASSEIO
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as não tenhas medo de perguntar. Se te deixo estar aqui é porque quero responder às tuas perguntas, se não quisesse, podes crer que não estarias aqui... eu não tenho segredos, aquilo que vês é aquilo que sou. Se calhar porque sou uma pessoa simples... sem grandes ambições. Eu nunca tive o sonho de ser um grande engenheiro ou grande advogado nem nunca me senti atraído por caminhos com ruas de ouro. As pessoas têm que acreditar naquilo que fazem, ou naquilo que escolhem fazer. Sabes que eu aposto que existe um mar grande de pessoas que não fazem a mínima ideia do que andam a fazer. Às vezes começo a compreender a história daquele pescador que foi abordado por um consultor financeiro. O consultor tirou da sua pasta de pele de cobra a ideia de que se ele trabalhasse o dobro poderia aumentar a sua frota de barcos, vender muito mais peixe, exportar para o estrangeiro, colocar a empresa na bolsa,“dominação do mundo”, etc.. O pescador com a sua humilde forma de ser franziu o sobrolho e perguntou-lhe “e isso tudo para quê?” “Para, depois de estar estes anos a fazer dinheiro, poder estar sossegado com a sua esposa e os seus filhos” respondeu-lhe o génio financeiro”. O pescador pensou um pouco de cabeça baixa e depois voltou-se para ele: “mas eu não tenho isso já?”. E a conversa entre os dois ficou por ali percebes? Vou confessar-te uma coisa. Sabes qual foi sempre o meu objectivo de vida? Trabalhar, ser bom naquilo que faço... dar um contributo válido para a sociedade. Mas qualquer coisa que me permita ver onde é que ficou a minha marca, não é como alguns que estão em grandes empresas, ou em grandes organizações e que tu perguntas o que é que eles fazem e respondem-te que “sou consultor do assistente do vice-presidente do departamento de gestão e atribuições de cargos estúpidos”. Estou a brincar contigo e, provavelmente, a ser muito injusto com todas estas pessoas que trabalham bem e muito. Agora, eu acredito que no meio daquela malta toda terás, de certeza, pessoas que não têm ideia de que forma é que o seu dia de trabalho vai mexer no mundo lá fora. É como se eu te perguntar a ti ou aos dez primeiros que aparecerem: Qual é a tua paixão? O que é que te faz mexer? Do que é que gostas ou se tens um “inimigo a abater”? Vais ver as respostas... Sabes qual era uma das minhas grandes paixões? Fazer surf! É como se trespassasse a fronteira da civilização para um mundo à parte e, simplesmente, passar umas horas em harmonia com as ondas numa forma de simbiose entre mim e a natureza.Talvez seja isso, a simplicidade e harmonia entre o homem e a natureza num momento de pura paz, num momento de tréguas entre os dois. É um regresso às origens, à nossa progenitora. E tens dúvidas de que existem muitas pessoas, assim, pelo mundo fora? Pessoas que querem dar o seu contributo, pôr alguma comida na mesa e fazer um bocado de surf durante o resto da vida? Mais do que tu pensas. É um regressar às origens, com quem, realmente, nos concebeu. Não acredito que sejamos produtos de empresas ou de políticos. Algo de estranho se está a passar e alguma coisa grande está para acontecer brevemente. Agora vens falar-me de política?! Sabes o que é que acho? Já não existem causas verdadeiras, o homem deixou de lutar, perdeu a paixão pelas coisas. Lembrei-me, agora, do Marlon Brando. O gajo era bom naquilo que fazia... era um dos melhores. Influenciou o mundo, deixou uma marca nas pessoas. Mas, a certa altura, apercebeu-se de que, simplesmente, não acreditava nos princípios da indústria para a qual o seu contributo era dado. Entrou numa relação de amor/ódio, numa frustração por ter vocação num meio em que ele não acreditava. Por outro lado, levou uma vida a lutar por causas, como a dos índios americanos, racismo ou a fome na Índia.Tinha o anseio de querer salvar o mundo e só perto do fim é que descobriu, numa peça de Sófocles, o seguinte parágrafo:“Deixa o futuro em paz, preocupa-te com as necessidades do presente, que o resto a seu tempo virá... a presente tarefa solicita a nossa atenção, o futuro está onde deve estar”. Continuas a querer falar de política? Política...as pessoas têm, primeiro, que acreditar nelas próprias. Perceber o que querem.Vi tantos olhares vazios a gritarem por nomes, a depositarem os sonhos e crenças nas mãos de uma ou duas pessoas que sorriam e lhes acenavam com o braço. É preciso estar num certo desespero para acreditar cegamente que uma pessoa vai mudar tudo. Aqueles que estão lá tem a missão de tentar melhorar as coisas, minimizar os estragos feitos pela sociedade humana. A nossa espécie não evolui há mais de quinze mil de anos. E já está tudo escrito. Há alguma coisa a acrescentar a Homero ou a Shakespeare? A forma é a mesma, o cenário é que tem outras cores e é visto em planos diferentes. Todos nós nascemos, crescemos, procriamos e morremos. Alguma coisa mudou?! Uns andam a construir e outros a destruir... por falar nisso, ainda no outro dia me chamaram a atenção para um pormenor curioso: a primeira forma de escrita foi um nome... numa lápide. Por isso te digo que sou aquilo que sou e aquilo que faço… hoje. Amanhã não sei… Volto a dizer, antes de acreditar em política ou em políticos as pessoas têm que acreditar nelas, perceber o que andam aqui a fazer... Entretanto, do palco do comício desce, rapidamente, um segurança que interrompe a conversa. O Jornalista termina a sua entrevista e desliga o gravador enquanto olha para o político, que acabara de entrevistar, a subir em direcção ao grande palco para discursar. Ouvem-se gritos e palmas que abafam a música de fundo. M.F.M
Por outro lado, levou uma vida a lutar por causas, como a dos índios americanos, racismo ou a fome na índia. Tinha o anseio de querer salvar o mundo e só perto do fim é que descobriu, numa peça de Sófocles, o seguinte parágrafo: “Deixa o futuro em paz, preocupa-te com as necessidades do presente, que o resto a seu tempo virá... a presente tarefa solicita a nossa atenção, o futuro está onde deve estar”.
FICÇÃO| NP |15
VENCEDOR - SCRIPT RUN RESTART O 1.º Script Run organanizado pela Escola de Novas Tecnologias, Restart, do Parque das Nações, elegeu o argumento de Miguel Nogueira como vencedor. Durante 24 horas seguidas, os concorrentes foram postos à prova na criação de um guião para uma curta-metragem. As equipas foram mais de vinte e o júri de peso: Possidónio Cachapa e Virgílio Almeida, dois representantes da Restart (Miguel Valverde e João Tovar), José Vieira Mendes (director da Revista Première) e Gonçalo Luz (realizador), e, no fim, apenas um vencedor. O Notícias do Parque apresenta: “Nem 8 Nem 80” . “Nem 8 Nem 80” por Miguel Nogueira
Um casal de idosos, um bairro de Lisboa, um cometa em direcção à Terra. Américo tem trinta minutos para esconder a catástrofe à mulher, e para falar com o filho com quem cortou relações anos atrás. Trinta minutos para evitar sofrimento a Etelvina e acabar com o próprio sofrimento. Em casa o pássaro pia nervosamente, na rua o caos está instalado, e Américo luta para que a calma se mantenha, para que os últimos momentos de vida do casal sejam vividos num clima de paz, ternura, e de resolução. Aqui não existem heróis, não existem planos inverosímeis para desviar o cometa. Aqui, para um casal de idosos, a morte é inevitável. Trinta minutos somente, e nenhum é mais importante que o outro.
TRATAMENTO / SINOPSE Um segundo andar de um prédio antigo na Morais Soares (Lisboa). Américo, reformado, 80 anos, termina o seu ritual de limpeza matinal com um pouco de after-shave. O telefone toca. Américo avisa a sua esposa, Etelvina de 78 anos, para esta atender o telefone, pega no pente e ajeita o seu pouco cabelo branco enquanto assobia um fado. Um pássaro pia nervosamente, despertando a atenção de Américo que então se dirige à cozinha. O pássaro da casa, um canário numa gaiola, mantém o seu gritar nervoso. Américo tenta acalmá-lo sem sucesso. Abandona a cozinha e dirige-se para a sala de estar, uma divisão pequena com dois sofás separados por um rádio antigo, Etelvina a sua esposa, termina a conversa telefónica num tom de despedida sentida. Américo pergunta com quem falava, e ao saber que era com o filho de ambos questiona, não disfarçando um tom azedado na voz, se o assunto era dinheiro, ao que Etelvina responde que o filho apenas queria enviar um beijo aos dois. Etelvina sai da sala e Américo senta-se no seu sofá, liga a rádio que solta calmos acordes de um quarteto de cordas, alcança um jornal e olha a capa. A música na rádio é interrompida por um boletim informativo, onde um locutor, de voz assustada afirma que um cometa vem a caminho da Terra, captando a atenção surpreendida de Américo. O locutor explica que esta informação foi escondida das populações mundiais a fim de evitar o pânico, uma vez que tanto o impacto como a destruição completa do planeta são inevitáveis, contudo nas últimas horas o cometa tornou-se visível a olho nu e tudo foi descoberto. Américo dirige-se à janela, olha para o céu, e vê o cometa, enquanto o locutor avisa que o fim poderá chegar dentro de poucas horas. Etelvina está na cozinha e também ela tenta reconfortar o canário, enquanto rega as plantas que se encontram num pequeno canteiro exterior. Américo entra na cozinha e pede à esposa que abandone a janela para evitar as correntes de ar. Etelvina acaba por ceder e Américo fecha os estores. Etelvina deita alpista no comedouro do pássaro. Américo avisa que vai ligar para o filho porque não confia nas boas intenções do telefonema anterior. Etelvina avisa Américo que ele terá de ligar mais tarde porque estão atrasados para o habitual pequeno-almoço diário no café, com o casal amigo. Américo não quer ir para a rua, mas Etelvina insiste e acaba por levar a melhor. Quando saem a porta do prédio Etelvina sofre um encontrão, de uma pessoa que corre, deixa cair a mala, e abaixa-se para recolher os seus objectos pessoais que se espalharam no passeio. Américo olha, preocupado, em redor. Na rua, algumas pessoas correm sem destino como loucas, indivíduos saem de uma loja com a caixa registadora, um carro sobe o passeio oposto e continua a conduzir por cima do mesmo. Américo apressa Etelvina dirigindo-a rapidamente para a porta ao lado, o café, de forma a que ela não se aperceba da confusão. O café está vazio,
sem clientes e sem empregados. Américo senta Etelvina, numa mesa, de forma a que ela fique de costas para as grandes montras que deixavam ver a confusão exterior. Vai ao balcão, fingindo procurar um empregado, pega no telefone e disca um número. Uma montra é partida na rua, e Etelvina ajeita-se para se virar nessa direcção. Américo larga o telefone e apressa-se em direcção à mesa conseguindo atrair, antes que a esposa se vire, a atenção de Etelvina para o sentido oposto ao da rua. Etelvina acha a situação muito estranha, e Américo inventa uma desculpa que possa explicar o facto do café se encontrar vazio e a não presença do casal amigo, enquanto Etelvina verifica o conteúdo da mala e descobre que lhe falta o porta-moedas. Saem do café com Etelvina a olhar para o chão, e Américo a pedir-lhe para irem a casa ver se o portamoedas não ficou esquecido. Etelvina insiste continuar a procura. Américo avista o casal amigo numa varanda, abraçados numa postura de consolo mútuo, uma mistura de tristeza e conformidade. Américo e Etelvina entram no prédio. Ao entrarem Américo pede a Etelvina que procure a carteira no quarto e dirige-se para a sala sem tirar o casaco. Etelvina suspende o despir do seu casaco e dirige-se para a sala de forma apressada. Américo está com o auscultador do telefone levantado e pousa-o rapidamente ao ver Etelvina entrar. Explica que ligava ao filho mas que ninguém atende. Américo senta-se no sofá e Etelvina dirige-se ao telefone e levanta o auscultador. Américo pergunta-lhe o que faz, e ela responde que vai telefonar ao casal amigo para saber se está tudo bem. Américo olha para a ficha do telefone na parede, hesita, mas numa atitude desesperada arranca o fio. Etelvina diz-lhe que está a chamar. Américo, confuso, confirma o fio e apercebe-se que não só está arrancado como partido. Etelvina finge que atende a chamada e combina um lanche com o casal amigo. Américo percebe que Etelvina está a fingir e que sabe o que se passa. Etelvina desliga, senta-se no sofá ao lado de Américo, retira o porta-moedas do bolso do casaco e deposita-o nas mãos trémulas do esposo. Olham ambos para o fio do telefone. Etelvina diz que o filho o ama muito e que sabe que o pai também o ama. Etelvina retira o casaco e faz com que a Américo se levante e ajuda-o a despir também o casaco. Américo senta-se e pergunta se ele disse isso. Etelvina coloca os casacos, com aprumo, numa cadeira, e vem sentar-se com alguma dificuldade no colo do esposo. Responde afirmativamente à pergunta de Américo. Américo afirma amar muito o filho, e amar muito Etelvina. Ficam ambos olhando um para o outro. Américo lembra Etelvina que já há muito tempo que ela não se sentava no colo dele. Etelvina encosta a cabeça no ombro de Américo e lembra que há muito tempo que ele não lhe afirmava o seu amor. Américo sorri, encosta o seu rosto à cabeça de Etelvina. Ambos fecham os olhos e sorriem. Américo afaga com ternura as mãos de Etelvina, enquanto uma forte luz alaranjada invade e cresce na sala.
16 | NP | VIAGENS
Viagem aos States Gonçalo Peres
No dia 16 de Junho de 2003 aterrava no aeroporto de Newark, onde tinha uns amigos portugueses à espera. Uma família muito unida, com dois filhos da minha idade – o Nuno e o Márcio. Fui muito bem recebido na casa deles em Freehold (estado de New Jersey). Uma simpática zona, muito tranquila, com muitas árvores, verde e casas tipicamente americanas, bem espaçadas umas das outras.Tal e qual como nos filmes! Logo na primeira noite fui com o Nuno, o Márcio e a namorada (Jamie) até Princeton, a um bar onde fabricam a própria cerveja e que vinha mencionado no meu guia da Lonely Planet. Eu, que até nem sou grande apreciador de cerveja, gostei bastante do trago. Passámos a noite em amena cavaqueira os quatro. Que bem que sabia estar outra vez longe de casa. Princeton é uma pequena cidade universitária com um ambiente muito “boa onda” e casas muito pitorescas. Alguns de vocês devem conhecê-la do filme “Uma Mente Brilhante”. Gostei tanto que quis voltar no dia seguinte. Era uma terça-feira, dia de trabalho, mas o Márcio
fazia anos e tinha tirado folga para poder ir comigo. De manhã ainda fomos a Newhope, uma cidade ainda mais pequena, ainda mais pitoresca e ainda mais americana. Casas antigas muito bem conservadas e arranjadas, belas esplanadas e uma coisa curiosa: muitas lojas místicas onde se vendia todo o tipo de artigos espirituais e se lia o futuro nas mãos de quem quisesse. Parecia uma cidade de bruxas. Adorei! Ainda fomos almoçar a Princeton, na fisga de comer um Pad Thai num restaurante tailandês que tinha visto na noite anterior. E estava delicioso! Ainda por cima ficámos na esplanada e estava um dia óptimo. À tarde passeámos pela zona da universidade e pelas ruas principais. O calor era muito e o Márcio levou-me até um famoso “Starbucks” para experimentar um “Frapuccino” um capuccino gelado com diversos sabores achocolatados. E foi nesse instante que mais uma vez desenvolvi uma nova obsessão gastronómica que me acompanhou o resto da viagem, ou não houvesse um Starbucks ao virar de cada esquina por toda a América! PUB
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Os EUA não estavam no meu Top 10 de destinos, mas assistir ao vivo a um concerto de Dave Matthews Band estava bem no topo da minha lista de sonhos. E quando a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha. Foi apenas com este objectivo que meti umas quantas t-shirts, dois pares de calções e o guia da Lonely Planet USA, comprado 2 dias antes, numa mochila e fui sozinho para os States durante 17 dias. Sem nada planeado, acabei por fazer uma viagem de encher as medidas, com estadia em casa de amigos e em dormitórios (hostels), visita a New Jersey, Princeton, Newhope, Buffalo, Niagara Falls, Boston, New York/Manhattan, Philadelphia, parques de diversões, concertos de Dave Matthews Band e Norah Jones, museus, jazz, stand up comedy e shows na Broadway. Na manhã do dia seguinte partia para Buffalo, a cerca de 650 km de distância, perto da fronteira com o Canadá, onde iria assistir ao concerto de Dave Matthews Band, no dia 20 de Junho. Era para alugar um carro, mas acabei por me decidir pelo comboio. Era um grande esticão para ir sozinho. Apanhei um autocarro até NYC (New York City, vulgo Manhattan) onde mudava para o comboio que me levaria até Buffalo. A viagem não começa bem. O autocarro avariou pouco depois de partir e tivemos que esperar por outro que o substituísse. Com a mudança para o segundo autocarro esqueci-me do telemóvel no assento e não fosse a honestidade do tipo que ficou com o primeiro autocarro e a pronta iniciativa de verificar se tinha ficado algo esquecido nos bancos, nunca mais o veria. 1-0 para os americanos! Com este atraso, mais os engarrafamentos a entrar em Manhattan, estava a ver que não chegava a tempo de apanhar o meu comboio às 10h45. Quando saí do autocarro faltavam 15 minutos para o comboio partir e eu sem saber ao certo a distância e direcção da estação. Depois de me informar, fui a passo rápido pela 8ª Avenida e ao fim de 6 quarteirões lá estava o Madison Square Garden e por baixo ficava a Penn Station. Passei o meu cartão visa numa máquina que me imprimiu o bilhete comprado pela Internet e entrei no comboio mesmo em cima da hora... UFA! Depois foram 7h30 de relax a apreciar a paisagem, a ler, ouvir música e dormir. Curiosamente saí de NYC com chuva, mas fui recebido em Buffalo com um reconfortante pôr-do-sol e uma cidade que parecia fantasma, pois a zona da downtown estava deserta à hora que cheguei. Senti uma estranha sensação apocalíptica enquanto percorria a rua principal a pé e de mochila às costas, rodeado de altos edifícios de escritórios,
com os raios do sol de fim de tarde a espreitarem por entre as brechas e iluminando as ruas vazias... Dez minutos depois chegava ao nº 667 e ao Hostel Buffalo (hostels são o equivalente a pousadas de juventude). Gostei! Aspecto novo e asseado, ambiente descontraído e malta jovem de vários países! Fui tão bem recebido que uma das raparigas que lá trabalhava como voluntária em part-time se ofereceu naquela mesma tarde para me levar de carro pelos locais que planeava visitar no dia seguinte. Só para eu ter uma ideia dos trajectos e distâncias! É interessante ver nos dias de hoje que a conhecida
hospitalidade americana de “abrir as portas de casa” a um estranho ainda se mantém. Instalei-me no meu dormitório com 4 beliches de 2 camas cada e fui jantar a um dos locais mencionados no guia da Lonely Planet – o Anchor Bar. Um estabelecimento tipicamente “cowboiesco”, onde comi as tradicionais “Buffalo Wings” (asinhas de frango). O resto da noite foi passada a conversar com hóspedes e funcionários do hostel. Quando chego ao quarto já estava a luz apagada, tudo a dormir e a minha cama estava ocupada! Culpa minha, que não deixei nada a marcar em cima da roupa de cama por estrear. O que me valeu foi ter
uma lanterna, senão nem encontrava a única cama que restava livre no quarto. Na 5ª Feira peguei numa bicicleta emprestada e fui até ao Albright Knox Art Gallery. Um percurso de 4 km por bairros com jardins, muitas árvores e casas tradicionais. No museu vi uma exposição que estava a decorrer com pinturas de vários famosos, tais como Van Ghog, Monet, Lacroix, Picasso, etc. À tarde visitei umas casas da autoria do famoso arquitecto Frank Lloyd Wright, onde fiz uma visita guiada. E ao fim do dia assisti a um concerto gratuito que havia todas as 5ª Feiras daquele mês de verão na rua principal, mesmo ao pé do
hostel.A banda não era mesmo nada má e foi bastante animado, com as mulheres do público a subirem para cima do palco no final. Entretanto comecei a ficar preocupado em como faria para me deslocar no dia seguinte ao parque de diversões onde a Dave Matthews Band ia actuar e que ficava a cerca de 40 km. Estava à espera de encontrar alguém em Buffalo que também fosse ao concerto e me desse uma boleia, mas infelizmente isso não aconteceu. O último autocarro retornava às 21:20, demasiado cedo. Acabei por ligar para uma rent-a-car e alugar um carro. Dia 20 de Junho – o Dia “D”.
Acordo cedo, para variar, e depois duma banhoca e pratada de cereais fui buscar o carro. Como tinha leitor de CDs, voltei ao hostel para apanhar uns CDs de Dave Matthews Band. 45 minutos depois chegava ao “Six Flags - Darien Lake”. Passei o dia todo a andar em todos os 5 “roller coasters” (montanhas russas) que havia. Ainda vendi o meu bilhete extra e fui um dos primeiros a entrar no recinto do concerto para arranjar um bom lugar. Fiquei na 1ª fila da relva sem ninguém à minha frente. O concerto foi ESPECTACULAR, LINDO, DIVINAL!!!!! No final até dei um beijo na boca a uma rapariga muito bem-disposta e divertida com quem andei a trocar piropos durante o concerto e que, curiosamente, estava à minha frente na fila para entrar no Six Flags essa manhã. É o que se pode chamar a cereja no topo dum excelente gelado! Ficou a vontade de assistir a mais concertos da melhor banda do mundo! No Sábado fui até Niagara Falls numa tour gratuita oferecida por um dos colaboradores do Buffalo Hostel. Um excelente passeio a pé pelas margens do Niagara, com direito a escalada e tudo. Nem a chuva miudinha que caiu nessa manhã tirou piada ao passeio. Estava na hora de passar ao próximo destino e tinha ouvido coisas boas sobre Boston. Na madrugada de Domingo metime de novo num comboio e 12 horas depois estava instalado no HI Boston (HI significa Hosteling International e a maior parte dos hostels pertencem a esta organização). Boston é uma cidade muito, muito agradável, com muitas universidades – entre as quais as famosas Harvard e MIT -, malta jovem e óptima para andar a pé. Tem ao mesmo tempo a energia e frenesim duma cidade, e a paz e tranquilidade duma aldeia. Arranhacéus, e casas antigas com muita história. Avenidas largas, par-
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ques com jardins, árvores e lagos. Carros e pessoas a andar de bicicleta e patins. Metro subterrâneo e ruas que convidam a andar a pé. Durante a minha estadia em Boston, entre outras coisas, fiz duas visitas guiadas gratuitas oferecidas pelos simpáticos rangers do National Park Service, percorri o centro da cidade duma ponta à outra, a pé e de metro, da Downtown a Harvard, fui a um bar de jazz e blues e assisti a uma “stand up comedy” com vários artistas. Na 4ª Feira de manhã, apanhei um autocarro para Nova Iorque acompanhado dum japonês que conheci PUB
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no dia anterior e que também ia para o hostel de lá. Aquela carreira era gerida por chineses e por 10 dólares (bem em conta para os preços daqui) e levava-nos da chinatown de Boston até à chinatown de Manhattan. O hostel em Manhattan ficava mesmo ao pé do Central Park e fiquei num quarto com 12 camas. Achei que depois do calmo HI Bufallo (70 camas) e do menos calmo HI Boston (208 camas), estava bem preparado para o HI New York (624 camas)! A primeira coisa que fiz quando cheguei a Manhattan foi comprar um passe de 7 dias para o metro e o New York City Pass que dá entrada nos principais museus e atracções da cidade. Depois fui dar um passeio pelo Central Park em direcção ao Guggenheim Museum, mas já estava quase a fechar pelo que deixei a visita para outro dia e continuei a descer pelo parque em direcção à zona midtown de Manhattan. Passei pelo Rockefeller Center, pelas 5ª, 6ª e 7ª avenidas e dirigi-me para o Empire State Building, que com o desaparecimento das Twin Towers, é de novo o edifício mais alto de Nova Iorque. Subi ao topo 30 minutos antes do pôr-do-sol e nas quase 2 horas que lá fiquei, tirei fotos de Manhattan de dia e de noite. Magnífico! Depois ainda passeei pela zona da Broadway, bebi um Frapuccino num StarBucks e lá para a meia-noite voltei ao hostel. Na 5ª Feira comecei o dia com uma visita ao Intrepid Sea & Air Museum, onde visitei um submarino com armamento nuclear e o porta-aviões Intrepid. De seguida fui num passei de barco de 2 horas à volta de Manhattan, com passagem pela Estátua da Liberdade. Isto tudo perante um sol e calor abrasador, que me tem acompanhado desde Boston. À tarde fui almoçar a um res-
taurante indiano que servia um delicioso e acessível buffet de comida vegetariana. Um verdadeiro achado, graças ao guia da Lonely Planet! Depois passeei pela avenidas e ruas de Manhattan até à Times Square, onde me coloquei na fila do TKTS para comprar bilhetes a 50% do preço para espectáculos da Broadway no próprio dia. E foi assim que fui assistir a uma comédia muito gira com a Helen Hunt e o John Turturro: “Life x 3”. Na 6ª de manhã fui visitar o America Museum of Natural History, onde fiz uma das visitas guiadas. Quase todos os grandes museus têm visitas guiadas gratuitas, é apenas uma questão de nos informarmos. Aprendese muito mais e não se perde tanto tempo. De seguida visitei o Guggenheim. Confesso que muitas das pinturas eram demasiado abstractas para o meu gosto, mas valeu a pena pela beleza do edifício desenhado pelo Frank Lloyd Wright. À tarde apanhei um autocarro para Freehold, New Jersey onde fui passar o fim-de-semana a casa dos amigos que me receberam quando cheguei aos “states”. Nessa mesma noite, eu, o Nuno, o Márcio e as respectivas namoradas, ainda fomos assistir a um concerto da Norah Jones. No Sábado fomos os cinco até Philadelphia, outra cidade com muita história e óptimos restaurantes. Mais uma vez procurei informar-me das visitas guiadas dos rangers do National Park Service e lá fui eu, enquanto as mulheres foram ver montras. É curioso ver pessoas com trajes antigos nas ruas, muitas vezes a encenarem episódios para entretenimento dos visitantes. Aproveitei para passar um Domingo calmo, antes de mergulhar novamente na “city that never sleeps”, pois ainda ficou muito por explorar. O Márcio e a Jamie levaram-me a um daqueles zoos tipo safari, em
que entramos com o carro e vemos os animais pelo caminho. Na 2ª Feira estava de volta a NYC, e depois de deixar a mochila no hostel, apanhei o metro para a zona sul de Manhattan, onde comecei por visitar o “Financial District”, nomeadamente,Wall Street e o World Trade Center ou “Ground Zero”. Continuei a pé no sentido uptown passando pelo Tribeca (TRIangle BElow CAnal street), SOHO (South Of HOuston street) e Greenwich Village.Trés zonas com antigos edifícios industriais convertidos em apartamentos, galerias de arte, lojas, restaurantes e bares “da moda”. No caminho visitei uma galeria de arte e uma loja da Apple espectacular, onde podamos experimentar os Macs ligados à net. Na Union Square, por volta das 18h, apanhei o metro até Times Square e fui para a fila do TKTS para comprar bilhete para mais um espectáculo da Broadway naquela noite. Dois minutos depois de entrar na fila, um rapaz aproximou-se de mim e perguntou se eu estava sozinho. Respondi afirmativamente e ele perguntou se eu queria um bilhete de borla para o “Aida” e apontou para o outro lado da rua onde estava o Palace Theater e um grande cartaz a dizer: “Toni Braxton is AIDA ... Music by Elton John ... Lyrics by Tim Rice ... a Disney production” UAU! Nem queria acreditar! A Tony Braxton! O rapaz trabalhava naquele teatro e tinha um bilhete para dar. Ainda por cima para um óptimo lugar. E eu fui o sortudo que ele encontrou sozinho! Apesar de ter preferência por teatros/comédias a musicais, só vos digo que esta peça foi excelente! Adorei! Até deu para tirar umas fotos... discretamente, hehehe... Na 3ª Feira resolvi fazer a visita guiada por um voluntário do hostel às galerias de arte do SOHO. Já lá tinha estado no dia
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anterior, mas é sempre interessante ir com alguém que percebe do assunto e sempre conta umas histórias engraçadas sobre a aquela zona e as pessoas que lá vivem ou viveram. O Bill (o guia) era muito simpático e fazia aquilo por gosto. Visitámos 4 ou 5 galerias. À hora de almoço resolvi deixar o grupo para ir ver o Metropolitan Museum of Art, ou “MET”, como é conhecido. Três das raparigas do grupo também quiseram vir e aproveitaram a boleia, pois perceberam que eu já me orientava como peixe na água em Manhattan e elas, muito provavelmente, nem sabiam como regressar ao hos-
tel sozinhas, sem ser de táxi! O MET é gigantesco! Metemo-nos numa das visitas guiadas, mas passado pouco tempo perdime delas e continuei a exploração sozinho, consciente que teria que voltar no dia seguinte. Ainda voltei a encontrar uma das raparigas que também se perdeu do grupo e quando íamos a sair do museu, deparamo-nos com o espectáculo que faltava para tornar a minha visita aos “States” completa. 3 indivíduos prestes a começar um daqueles espectáculos de rua. Mas estes não se limitaram a dar um show de street dance. Ah não! Os tipos fizeram toda uma encenação cómica, a par
da dança, que bem fizeram por merecer os dólares dos espectadores. Bem, isto já vai longo. Espero que tenham gostado e que sirva de inspiração a alguns. E se estão preocupados em viajar sozinhos, deixem-me dizer-vos: se não tivesse ido sozinho, provavelmente não conheceria tanta coisa como conheci em apenas 17 dias. Se tiverem companhia, ainda melhor. Mas não se empatem uns aos outros e divir tam-se. Lembrem-se. Não sejam turistas. Sejam viajantes. Só assim o mundo fica menos estrangeiro para vocês e vocês menos estrangeiros para o mundo.
1 – Times Square 2 – Boston: numa Harley Davidson da polícia 3 – Princeton University 4 – Montanha russa no Six Flags Darien Lake 5 – Niagara Falls 6 – Boston 7 – Hi New York Hostel: páteo para refeições 8 – Central Park 9 – Espectáculo de Rua 10 – N.Y.C. Taxi 11 – New York by night (vista do Empire State Building) Pode consultar as fotografias e crónicas desta viagem em http://www.netopia.pt/ppl/imt uga/usa/ e contactar o autor por email para jgp@netopia.pt
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FichaTécnica Director: Miguel Ferro Meneses Director Adjunto: Filipe Esménio Redacção: Alexandra Ferreira, André Moura; Filipa Samarra; Mariana Gasalho, Pedro Pereira,Tiago Reis Santos, (Colaborações) António dos Santos; Gonçalo Peres, J. Wengorovius, Pedro Jordão, Reinaldo Martins Fotografia: Miguel Ferro Meneses Direcção Comercial: Luis Bendada Projecto Gráfico: Tiago Fiel Colaboração: Joana Ramalho Produção: Imaginarte Impressão: Imprejornal Rua Ribeiro Sanches 65-1200-787 Lisboa Tiragem: 5 500 Exemplares Proprietário: Imaginarte Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis nº. 6 1º Dto. 2685-215 PORTELA LRS Nr. de Registo ICS -123 919 Depósito Legal nº. 190972/03
As pessoas do Parque Três anos passados após a saída para a rua do primeiro exemplar do Notícias do Parque. Na capa lia-se: “Obras concluídas em 2006”. Um dos grandes desafios e, curiosamente, grande motivação que sentimos, na altura, foi criar um projecto novo dentro de outro projecto que, também, ele dava os primeiros passos. Podermos crescer, em simbiose, gratifica esta nossa missão, dotando-a de uma constante procura e adaptação. O Parque das Nações é, ainda, uma incógnita no tempo e, embora, muitos passos tenham sido dados, o futuro ainda não está visível. Daí a sua, já, garantida beleza pela sensação de novidade e surpresa. É uma obra nacional e um ícone de sucesso. É o único legado vivo da exposição que marcou um pouco de Portugal por todo o Mundo e um pouco dos portugueses pelo país fora e não existe maior prova, pelo simples facto de, ainda, se ouvir com frequência: “vou ali à Expo”. Costumo chamar-lhe “a cidade que nasceu entre dois séculos” não só pela sua origem temporal como pelo facto de contemplar um pouco do nosso passado e abrir uma janela para o futuro. Mas, também, costumo dizer que são as pessoas, os cidadãos que fazem as cidades e, mais uma vez, o Parque prima por uma comunidade que tem demonstrado uma cidadania de qualidade, participativa e unida. Nos bons e nos maus momentos, elogiando, criticando ou reivindicando, a comunidade Parque tem dado provas de um novo tipo de consciência e presença cívica. Sabemos que, apesar de uma aparente abertura da sociedade, o cidadão tem tendência para se isolar mais dado que a força do tempo absorve grande parte da energia comunitária. O tempo é um bem precioso nos dias de hoje. Mas, talvez o facto de este grupo de pessoas que escolheram o Parque para habitar virem à procura de iniciar um novo estilo de vida ou, se quiserem, recuperar uma forma antiga de viver esteja na origem desta união exemplar. Estaremos a falar de uma nova era ou de uma cidade diferente? O certo é que, até ao momento, a maioria desta comunidade é preenchida por uma camada mais jovem. Provavelmente, com um espírito de mudança, com uma vontade de criar algo de novo. Por outro lado, temos uma outra camada menos jovem que escolheu esta zona, já depois do contributo dado à sociedade e depois de chegar ao merecido “descanso do guerreiro” ainda encontra uma vontade louvável de dar a este espaço. É um “vamos proteger e lavrar as nossas terras” que já pouco se vê na maior parte dos centros urbanos portugueses. Teremos momentos difíceis e, certamente, falhas e algumas desilusões. O que é natural num projecto com tamanha dimensão e ambição como este. Teremos como já tivemos e como hoje os temos. Ninguém os pode ignorar. Mas, agora, fala-vos de pessoas e de vontades que crescem em grupo. É a elas que estas palavras são dirigidas. É a elas que o nosso terceiro aniversário é dedicado. Queremos acreditar que o Parque tem muito para oferecer. Que está em vantagem, mas que tem, ainda, um longo caminho pela frente. E é precisamente isso que nos atrai ainda mais neste projecto. É neste sentido que vimos reforçar a nossa missão e relembrar que, tal como esta cidade, o Notícias do Parque continuará a existir para as pessoas. Miguel F. Meneses
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FACES PESSOASDOPARQUE Por Luís Wemans
Sei que seria possível construir o mundo justo As cidades poderiam ser claras e lavadas Pelo canto dos espaços e das fontes O céu o mar e a terra estão prontos A saciar a nossa fome do terrestre A terra onde estamos – se ninguém atraiçoasse – proporia Cada dia a cada um a liberdade e o reino - Na concha na flor no homem e no fruto Se nada adoecer a própria forma é justa E no todo se integra como palavra em verso Sei que seria possível construir a forma justa De uma cidade humana que fosse Fiel à perfeição do universo Por isso recomeço sem cessar a partir de página em branco E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo. Sophia de Mello Breyner Andresen, in “O Nome das coisas”
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ste poema lindíssimo de Sophia, “A Forma Justa”, para além de constituir a minha modesta homenagem a uma grande poeta que me tem marcado, transmite-nos esta busca, esta necessidade de um mundo mais justo, de uma cidade humana que fosse fiel à perfeição do universo. Através de um percurso profissional como professor do ensino secundário, como investigador, em part-time, das questões económicas com forte pendor social e como técnico ligado a projectos de intervenção social e desenvolvimento comunitário tenho tentado saciar esta fome do terrestre.
E
Foram estas dimensões de construção e de aventura, aliadas à convicção de que as cidades poderiam ser claras e lavadas que nos levaram, a mim e à minha família, em 1998, em plena Expo, a trocar Carnide (que tão bem nos tinha acolhido social e humanamente) por uma Cidade com vista para o rio e ela própria fazendo parte da paisagem. E foram de facto momentos muito importantes, aqueles primeiros. Era o misto da aldeia com a organização cosmopolita emergente. Aldeia descortinada através do pequeno número de vizinhos; da excitação de encontrar em cada dia que passava mais um casal, mais crianças e, num país pequeno como o nosso, descobrir que muitas dessas pessoas traziam referências de locais, de escolas, de amigos conhecidos; das lojas a abrirem-se progressivamente e a corresponderem, aos poucos, a algumas das necessidades básicas; e, principalmente, do privilégio que foi a observação da construção do parque, passo a passo: a moldagem dos montes, a relva a ser estendida como um tapete, a plantação das árvores, a ansiedade de perceber até que ponto cortariam a vista para o rio da varanda da casa… Em suma, e como a minha mãe diz, sempre que me vem visitar, tendo por base o árduo trabalho de manter o seu jardim no Douro, como é bom “poder gozar deste jardim sem ter que fazer nada”. Organização cosmopolita, que se traduziu, de Julho a Outubro de 1998, na necessidade de salvo conduto e de ter que ir buscar os amigos e as visitas à BP de Moscavide; paradoxalmente, na falta de segurança pessoal no parque; no confrontar com surpresas desagradáveis como o cheiro nauseabundo e incrível vindo da Etar (que contaminava e infelizmente ainda contamina algumas noites); o surgimento, não previsto no plano inicial, do denominado “mausoléu de betão” construido em altura, em frente de casa que retirou parte da vista aos moradores e que consiste numa estação elevatória da água do rio; a estupefacção que foi a transformação de um prometido condomínio de dezasseis condóminos num desumano e quase ingovernável de mais de centena e meia e, por último, as dificuldades burocráticas e económicas encontradas para a aquisição de um terreno destinado à construção de uma igreja (a qual estava “incluída” no postal da imobiliária que nos vendeu a casa). Ora a aldeia, em grande parte, já se foi e a (des)organização cosmopolita aí está em força.
A propósito lembro-me agora com insistência daquele episódio ocorrido no seminário “A Expo’98, as Frentes de Água e o Projecto Urbano de Lisboa”, realizado no ISCTE, em 1998, promovido por uma equipa do Centro de Estudos Territoriais em que participei e que foi coordenada pelo Professor Doutor Vítor Matias Ferreira. Nesse seminário o Arquitecto, Urbanista, Coordenador do Plano de Urbanização da Zona de Intervenção da Expo’98 L, Vassalo Rosa, sentiu a necessidade de responder ao cálculo realizado no âmbito do referido estudo de que a Vila Expo teria uma densidade populacional superior à dos Olivais, tendo afirmado peremptoriamente que não sabíamos fazer contas. Constatando o nascimento dia-a-dia de novos buracos ou o içar de mais e mais andares e prédios, um dos quais irá erguer-se em cinco andares no meio do parque, ou, como venho dizendo, a prática da Parque Expo de vender tudo até ao cm2, vem-me à memória esse problema de máquina de calcular. Como escrevi num texto “a Expo’98 – da avaliação económica aos custos sociais”, inserido no estudo acima referenciado, os empreendimentos da dimensão da Expo’98 gerem, inevitavelmente, controvérsias e polémicas. Muitas das vezes, e infelizmente, simplificam-se e reduzemse as opiniões às posições extremas de total aprovação ou de linear recusa. Não se cria a abertura nem se promove o interesse para integrar na discussão não só os objectivos últimos das acções, como os processos para se atingirem os desejados fins. Tem sido de facto interessante transformar o simples acto de viver e de morar, numa procura de afirmação de cidadania. Tem sido também reconfortante testemunhar como este parque não se transformou num condomínio fechado mas que, particularmente, aos fins-de-semana, acolhe de forma integrada, as populações de Moscavide e dos Olivais, entre outras. A observação deste facto vem confirmar como o cidadão português, tal como outros, adequa o seu comportamento às condições que o Estado, as autarquias, criam, ou seja, a limpeza e o espaço cuidado exigem civismo, ao contrário, o papel no chão, o desmazelo provocam mais papel no chão e mais desmazelo. Numa rúbrica pessoal, não poderia deixar de explicitar como a vista da varanda para um espaço verde tão belo e harmonioso constituiu uma dura prova num momento em que a vida parece desabar totalmente com a morte repentina de uma filha. Num primeiro momento, parece que a beleza, o espaço vivido e querido com alguém como a Rita nos magoa e nos despoja das nossas certezas, da nossa sobranceria em fazer projectos, em desenhar o futuro. No entanto, numa segunda vaga, fazem sentido as palavras da Eng.ª Maria de Lourdes Pintasilgo, que tão recentemente também nos deixou, aquando do lançamento do livro da Rita “Enchamos Tudo de Futuros“: (…) Mas o futuro está tão no hoje (…) que sabemos que temos nas mãos a sobrevivência do planeta. E não vou falar das florestas, do aquecimento do clima e da subida do nível das águas e das calotes polares a derreterem-se (…) … É tudo isso e toda essa natureza de que a Rita fala permanentemente e que embala e nos braços de quem ela se sente fazendo parte desta realidade universal em que vivemos. E de facto, para esse processo de auto-destruição que a gente encontra, o futuro está no hoje.
Estou sentada na minha secretária bem pertinho da janela, a ouvir a cassete que me gravaste e a vigiar mais um amanhecer. O dia está cada vez mais claro e o sol vai-se erguendo vagarosamente sobre o rio Tejo. Como podes calcular, acordei bem mais cedo do que é costume, queria que pudesses estar aqui comigo porque nem sei exprimir o que vejo, o brilho do rio, a cor dos jardins, a magia do céu (…). (Rita Wemans, in Enchamos Tudo de Futuros, 2003, Sopa de Letras.)
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….que ninguém pode parar. Foi assim que decorreu o Campeonato da Europa de futebol. Mesmo tendo perdido na final com a Grécia, a verdade é que o País se uniu como jamais o havia efeito nos últimos anos. Pedro Pereira
Por tugal está de parabéns. Pelo resultado despor tivo, o melhor de sempre, pela organização, segundo a UEFA foi a melhor de sempre, pela maneira como soube receber os países par ticipantes, a melhor campanha de turismo feita até agora, e pela maneira como apoiou a Selecção, nunca se tinha visto nada assim. As dúvidas existentes sobre a competência dos por tugueses para a organização deste torneio ficaram assim dissipadas, e só não foi perfeito porque há sempre alguns (poucos) ingleses que gostam de causar distúrbios, porque Por tugal ficou em segundo (apesar de ser muito bom), e porque houve uma mor te a lamentar, extra futebol é cer to, mas enquadrada dentro do evento pois era um adepto inglês.
Tragédia grega Os gregos foram os grandes e justos vencedores do Euro 2004. Era e é uma das equipas com mais carên-
cias ofensivas, mas a verdade é que conseguiu superar essa desvantagem com um rigor táctico acima da média, um treinador extremamente inteligente e uma pequena dose de sor te, que, afinal de contas, faz falta a todos os vencedores. «Quem não tem cão caça com gato», e os homens que vieram do Olimpo assim o fizeram. Um prémio para Rehhagel, na minha opinião, o grande vencedor deste Europeu. Podem acusá-lo de arriscar pouco no ataque, o que é cer to é que a sua equipa marcou em todos os jogos, podem acusá-lo de a sua equipa praticar um futebol pouco atraente, mas ele não tem Figo, ou Zidane, ou Raul, ou Totti, entre outros. Com Charisteas e Vryzas conseguiu marcar em todas as par tidas em duas ou três opor tunidades de que dispunha por jogo. Eficiência a defender e eficácia a atacar foram os ingredientes dos helénicos. Uma palavra final para Zagorakis, o melhor jogador do torneio, que é uma distinção que aceita, principalmente pelos dois jogos que fez contra
Por tugal e o jogo contra a França, onde mostrou tranquilidade, segurança, técnica e inteligência.
Portugal
Por tugal conseguiu neste europeu a sua melhor classificação de sempre numa prova disputada por países. Para isso muito contribuiu o factor casa, e de que maneira, quem consegue esquecer aqueles cor tejos incríveis que iam de Alcochete para a Luz ou Alvalade. Verdadeiramente impressionante e jamais visto por cá. Foi um tónico para os jogadores, que o aproveitaram e transpuseram para o campo, fazendo jogos verdadeiramente emotivos, em especial o que nos opôs à Inglaterra. Para isso muito se destacaram Maniche, Ricardo Car valho, Miguel e Cristiano Ronaldo. Não é pôr em causa os restantes, pois tiveram uma par ticipação de qualidade, mas este quar teto foi diabólico. Por fim Scolari, um mestre da comunicação que conseguiu unir o povo por tuguês, e granjear uma onda de simpatia pelo país pouco habitual.
Começou mal e acabou da mesma maneira com o mesmo adversário, mas conseguiu trilhar caminho para alcançar um objectivo superior àquele a que publicamente se propusera, obtendo a melhor classificação de sempre. Parabéns Por tugal.
O Torneio
Este foi o Europeu dos outsiders. A final foi feita com dois países que nunca tinham ganho esta competição. Para isso contribuiu o afastamento de selecções como a Itália, a Alemanha e a Espanha a ficarem na fase de grupos, e a super favorita França a ser eliminada nos quar tos de final. Algo que aconteceu com justiça, pois foram equipas que praticaram um futebol muito aquém do esperado. De ressalvar no plano oposto os nórdicos, onde Suécia e Dinamarca conseguiram proporcionar alguns dos melhores jogos do evento, demonstrando que a criatividade em terras do frio é uma realidade. Gronkjaer, Tomasson, Larsson, Ibrahimovic, Ljungberg ou Svensson
fizeram questão de o demontrar. Uma última palavra para a República Checa, que terá proporcionado o futebol mais vistoso do europeu, tendo como intérpretes Nedved, Rosicky, Baros e o «velhinho» Poborsky, que foi o jogador com mais assistências para golo.
Europeu dos jovens
O Euro 2004 foi o torneio das jovens promessas. Muitas foram as caras novas e de qualidade que participaram pela primeira vez numa montra destas, desde Cristiano Ronaldo, passando por Robben, Baros, Rosicky, Rooney, Ibrahimovic, Cassano ou Vicente, pode dizer-se que o futuro do futebol está asseguradíssimo. Em consonância com isso foi batido o recorde do mais jovem jogador a fazer um golo numa fase final de um europeu, E em pouco menos de um mês essa marca foi batida três vezes. Primeiro por Cristiano Ronaldo, depois por Rooney e, por fim, Vonlanthen, o suíço que ficou na posse desse recorde.
Contestaçãono Parque do Tejo
LOCAL | NP | 3
O projecto existente para a construção de um edifício de habitação na parcela 6.06 do Parque do Tejo, perto do Terreiro dos Corvos, está a suscitar uma onda de contestação por parte de alguns moradores do Parque das Nações. Tanto a Parque Expo como a Câmara Municipal de Loures não vêem fundamento nas criticas que são levantadas assegurando que o projecto está a decorrer em conformidade com a lei. Quem atravessa o Terreiro dos Corvos e passa pela rotunda do Rossio do Levante em direcção ao Parque do Tejo encontra, do seu lado esquerdo, a Parcela 6.06. Nessa parcela está prevista a construção de um edifício de habitação com cinco pisos de altura. Este projecto tem a sua origem datada de 1995 que, na altura, previa a construção de um edifício multiusos afectado a serviços, sendo posteriormente feito o pedido de alteração de uso para habitação. Para muitos moradores da zona este projecto integra uma “violação do plano de urbanização da zona de intervenção da EXPO 98”, como se pode ler nos documentos que estão afixados e a circular em alguns locais do Parque das Nações. Em conversa com alguns dos representantes deste movimento, a posição é incisiva e crítica “questionamos a validade de uma lei que dispensa a consulta pública” como afirma Helena Castanheira, uma das vozes deste grupo. São contra a lei de excepção de 1993 entendendo que as alterações feitas, na última actualização do plano de Urbanização (em 31 de Dezembro de 1999), já deveriam ter tido a participação e posição da população que, na altura, já residia na zona. Por outro lado criticam o projecto por ir fragmentar aquela zona verde do Parque do Rio e o facto de se ter autorizado a alteração de uso de serviços para habitação, alegando que inicialmente estava prevista a construção de um edifício de apenas dois pisos. Além de sentirem que houve “uma castração do direito que os moradores têm de se expressar”, como afirma Fernando
Costa, questionam, ainda, o futuro da qualidade naquela zona. Mas não é apenas nas ruas que circulam os fundamentos deste projecto. Na Internet estão a ser enviados e-mails com a informação aos residentes e utentes do parque assim como, em anexo, uma carta tipo do protesto, sugerindo o envio da respectiva aos responsáveis da Câmara Municipal de Loures, da Câmara Municipal de Lisboa, da Parque Expo e do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. Foi, também, criada on-line uma página de consulta sob o endereço www.salvemoparquetejo.com. No que diz respeito à lei que regula o Plano de urbanização do PN, culpam-na dizendo que “possui tantas excepções que se torna caricatural”como defende Fernanda Rocha. Em todo o caso estão dispostos a “ir até às últimas consequências, tanto legalmente como politicamente”. Rodrigues Moreno, presidente da AMCPN, contactado pelo Notícias do Parque, esclarece que, desde que a Associação de Moradores tem conhecimento deste projecto, tem vindo a manifestar o seu alerta sobre a obra em causa e mais recentemente sobre a alteração do uso do referido edifício. Não sendo esta a primeira vez que a associação se manifestou contra algumas alterações feitas ao Plano Pormenor do PN, Rodrigues Moreno tem consciência da legalidade formal do projecto em causa, mas,continua a admitir que encara como desnecessário o aparecimento de mais um edifício de habitação, naquela zona, conside-
rando, tal facto, como uma violação do Parque do Tejo.
“É uma não questão” Uma fonte próxima da Parque Expo afirma que toda esta situação se trata de “uma não questão” e que não faz sentido algum. O facto é que “desde 1995 que este projecto está previsto. Desde então não há nem nunca houve alteração alguma. O número de pisos é o mesmo e a única alteração que se pode dizer que tenha sido feita foi na sua utilização”, refere esta fonte adiantando que o Parque das Nações tinha prevista a edificação de quatro hotéis e que neste momento já tem seis constatando que não existe necessidade de um sétimo. “No entanto não existe alteração nenhuma ao projecto, ele sempre esteve previsto no plano de urbanização do Parque das Nações e as pessoas sabiam-no”, remata. Contactado o Vereador do Urbanismo, da Câmara Municipal de Loures, João Pedro Domingues, a posição é que “este projecto está legal e tem tudo decorrido com a maior transparência”. Adianta, ainda, que a Câmara deu o parecer positivo ao pedido de informação prévia efectuado pela Parque Expo para alteração de uso do projecto constatando que, pelo conhecimento que têm do projecto, não existe nenhuma alteração ao plano inicial. Para terminar afirma que existem direitos adquiridos em causa e que aquele espaço continua a não ser mais do que um espaço verde criado na zona, mas em transição. PUB
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4 | NP | ENTREVISTA
PN: uma das zonas mais seguras As expectativas nacionais a nível de Segurança Pública foram superadas durante o EURO 2004. O Parque das Nações foi um dos principais centros nevrálgicos deste evento. O Notícias do Parque falou com o Subcomissário António Fortes, responsável pela 40ª Esquadra, sobre a segurança pública na Cidade Imaginada. Criminalidade, “tunnings”, as principais queixas apresentadas e a questão do parqueamento das viaturas apreendidas foram alguns dos temas focados.
Miguel F. Meneses
Quais as grandes mudanças nestes 3 anos? Cada vez mais, por haver O Euro foi um sucesso... Foi para nós um desafio com uma falência de determinaum planeamento extrema- dos institutos, à polícia é mente exigente, uma prepa- exigido um papel bem mais ração bastante forte. Coube a amplo do que, apenas, a cada comando, a cada enti- segurança pública. Cada vez dade máxima competente, mais se diz que em cada em cada cidade, inventariar polícia tem que existir um as necessidades e estabelecer assistente social o que impliuma estratégia de policia- ca, da nossa parte, um desmento. O Parque das Nações dobramento das nossas funfoi, seguramente, uma das ções. O efectivo desta esquaáreas que mais cuidado exi- dra é, em média, constituído por 60 elemengiu. Seja pelas o que, de há características constituido por tos, três anos para que possui: não terá população flu60 elementos de cá, oscilado muito tuante (bastante mais do que elevada); pelos efectivo isso. O que terá serviços que oferece; pela zona de diversão mudado é a nível de equipanocturna; pelo facto de mento que, por colaboração sabermos que, no Atlântico, das entidades locais como a iríamos ter o Internacional Parque Expo, possuímos Media Center; o único Fan mais meios materiais. A Park que alguma vez se criou criação do policiamento no seio de um Euro e o velocipédico, por conferir Centro de Merchandising do maior mobilidade, ajuda a Euro no Pavilhão do Futuro. que consigamos cobrir uma Teve, também, a preocupa- maior malha geográfica. ção de aproveitar o evento Apostamos em policiamento para demonstrar uma ima- de visibilidade, pelo facto de gem de modernidade da não termos bairros problePolícia e toda a preparação máticos, o que não implica que foi feita. Do meu ponto um policiamento repressivo. de vista, no Parque das No entanto, existem deterNações, foi um sucesso. minadas artérias que são Houve um acréscimo de preocupantes, não obstante efectivos, uma inventariação o facto de, se compararmos de prioridades, consoante os com outras áreas, podermos horários, os dias, os jogos, os dizer que temos das zonas resultados, etc.. O efectivo mais seguras da cidade de policial trabalhou mais Lisboa, senão a mais segura. horas do que é habitual, De há três anos para cá, não obstante o facto da tenho a percepção que o PN saturação física se ter nota- é, cada vez mais, conhecido, do, não deixou de ser um tendo havido uma maior policiamento eficaz porque dinâmica em termos sociais e os elementos trabalharam um aumento da população com um sentido de respon- flutuante evidente. Isto tudo sabilidade muito grande e tem acarretado um acréscicom uma vontade de digni- mo, em termos percentuais, ficar a imagem da nossa não muito significativo, de alguns crimes. Os crimes que polícia e do país.
ENTREVISTA | NP | 5
de Lisboa mais se praticam no PN são o furto de veículo, o furto no interior do veículo e o roubo por esticão. Não temos associações criminosas nem crime organizado, somos é bastante afectados pelos bairros problemáticos circundantes. Não fossem eles existirem, seríamos uma área com maior dignidade, em termos de população flutuante. E a criminalidade tem aumentado? A percepção que tenho é que não tem aumentado significativamente, porque não só os meus colegas têm apostado em operações, nesses bairros, como nós, aqui, também, temos controlado este fenómeno. Temos tanto policiamento fardado como policiamento descaracterizado e muitos desses indivíduos já estão referenciados na polícia, sendo constantemente alvo de vigilância. Só por essa razão é que a criminalidade não tem aumentado significativamente. Esse aumento não tem só a ver com o policiamento no PN mas, também, com o que é feito pelas forças de segurança, nas áreas adjacentes. E, ao mesmo tempo, tem muito a ver com o tipo de crise económica. Quanto maior for a crise económica, maior a propensão para que determinado tipo de crimes existam nas ruas. Mas penso que não é alarmante e está relativamente controlado. O aumento é bastante reduzido comparando com a população flutuante que cresceu bastante.
E em relação ao número de carros apreendidos que estão estacionados na zona da Esquadra? Existem vários tipos de ocorrência que podem originar apreensão de uma viatura: o cumprimento de um ofício de um tribunal de uma viatura abandonada na via pública, por mais de trinta dias; uma viatura, que tenha sido alvo de furto ou de roubo e seja encontrada no PN e que consta no nosso sistema informático para apreender; viaturas que sejam intervenientes em ocorrências de âmbito criminal e viaturas que ao serem fiscalizadas numa operação stop possuam infracções que originem apreensão da mesma. Este problema é bastante antigo porque os parques que possuímos não são em
ço para colocação destas viaturas, assegurando uma vigilância das mesmas.
E qual é o comentário que faz à ocorrência de corridas de carros, os chamados tunnings? Este fenómeno é já bastante antigo nesta zona. Nós, como nunca, temo-nos debruçado sobre isto. Efectuámos mega Operações Stop, em que não só contámos com a presença de técnicos da DGV como com o apoio reforçado da Divisão de Trânsito e do efectivo da 2ª Divisão! Controlámos não só as artéria do PN como outras. Isto é um fenómeno sub cultural. O problema é que, em Portugal, estas ruas são utilizadas, por parte dos praticantes do tunning, como locais apetecíveis para esse tipo de corridas, ao contrário do que acontece em alguns países onde se criam espaços específicos, onde as associações de tunning pagam, utilizam e investem neste tipo de actividades. Em Portugal, seja pelas fracas condições económicas, seja pela adrenalina que efectuar esta actividade na via pública confere, ainda não surgiu este tipo de organização. Por parte da Polícia, existem operações regulares, embora com algum sentimento de impotência por não podermos actuar em certas situações, pelo facto de as viaturas estarem legalizadas, do proprietário possuir todos os documentos e por este não ser procurado por nenhuma ocorrência criminal. Em todo o caso, só o facto de, com frequência, fecharmos por completo as estradas e efectuarmos operações, onde demoramos o tempo que consideramos necessário, já tem diminuído este fenómeno. No meu ponto de vista, a solução passaria por colocar lombas de cimento, porque cortam, automaticamente, o fenómeno das corridas. Só que é muito difícil, neste período híbrido de administração, conseguir uma rápida resposta.
A percepção que tenho é que a criminalidade não tem aumentado significativamente
Existe alguma diferença entre a Zona Norte ou a Zona Sul? A Zona Norte tem uma dinâmica muito mais forte do que a da Zona Sul, o que faz com que o policiamento seja muito mais incisivo a norte. Mas, em termos, de segurança não existe uma diferença percentual significativa de criminalidade.
número suficiente e não têm capacidade de resposta para todas as viaturas que sejam apreendidas nesta cidade. No entanto, por termos a consciência de que este número cresceu, significativamente, temos encetado algumas negociações com entidades que, para já, se disponibilizaram para nos ajudar a resolver este problema. Estamos a tentar encontrar uma solução com a Câmara Municipal de Loures e com a Junta de Freguesia de Moscavide para estas viaturas. Temos perfeita consciência de que esta situação não dignifica esta área e, em especial, os moradores desta zona. Por outro lado, o cidadão terá que compreender que se esta situação se verifica é, também, porque a Polícia está a trabalhar bem e tem a preocupação de estar em cima deste tipo de ocorrências. Mas estou certo que este problema será resolvido para breve (dentro de poucas semanas) tendo como base uma solução de parceria, de alternativa. E qual será a solução? A contemplação de um espa-
Quem é que apresenta e quais as principais queixas efectuadas junto da vossa esquadra? Curiosamente, os nossos maiores clientes não são os moradores do PN. São os que trabalham nas empresas, bares, discotecas e zonas comerciais. A população residente queixa-se mais do estacionamento (que, algumas vezes, impede a saída das garagens), do ruído da Praça Sony ou da zona dos bares. O que é que esta comunidade pode fazer para melhorar a segurança do Parque das Nações? O PN, por si, pelo planeamento urbanístico que foi feito, cria condições que facilitam a inexistência de alguns crimes. Sabemos com a Teoria de Broken Windows que, se tivermos poucas condições de luminosidade, zonas degradadas, zonas com graffitis, viaturas vandalizadas, todos estes factores contribuem para um aumento da criminalidade. O PN, felizmente, tem boas condições de luminosidade, possui garagens que diminuem a exposição das viaturas na via pública, estradas bem desenhadas e bem regulamentadas. A nível de conselhos de segurança, são os habituais, aos quais, cada vez mais, a PSP dá ênfase, pela dinâmica que Portugal está a gerar. Somos cada vez menos “uma
província de Espanha”, somos um país com mais ideias e com conforto dentro da Comunidade Europeia. Os conselhos são: o estacionamento das viaturas em locais bem iluminados e movimentados; a não colocação de objectos valiosos no interior das viaturas e a circulação em zonas com dinâmica populacional. Sabemos que a zona ribeirinha é muito apetecida, mas sabemos, também, que muitas pessoas a frequentam a altas horas da madrugada. É certo que, em termos de estatísticas, existem muito poucos crimes ocorridos, mas basta existir um. Recomendamos a circulação sem objectos valiosos, não isolada e evitar percorrê-la a altas horas da madrugada (entre as 3 e 6 da manhã). Aconselho que o cidadão continue a usufruir das condições que esta área oferece, mas que o faça com cuidado. Pode, então, dizer-se que, à semelhança do que aconteceu no nova-iorquino Central Park o facto de termos uma zona aberta e limpa vai atrair pessoas para a rua, diminuindo a criminalidade? É exactamente o exemplo disso. Como é que vê o PN daqui a dez anos, no que diz respeito à segurança pública? É sempre difícil fazer futu-
rologia, mas tendo conhecimento de que o projecto inicial era transformar esta zona numa mini-cidade dentro da cidade de Lisboa, acredito que esta área terá uma dinâmica muito maior, até porque, cada vez mais, na área de Lisboa, rareiam os espaços verdes e zonas com dinâmicas de eventos. Eu prevejo que, com a passagem da administração desta área para as câmaras, surjam aspectos positivos e negativos. Um dos aspectos a que estamos habituados, e isto é de louvar, é do contacto directo e célere que temos com as diversas entidades, que nos permite resolver os problemas de uma forma mais rápida. O contacto da Polícia com as Câmaras é mais hierarquizado e mais burocrático. No entanto, acredito que esta área se tornará mais nobre, mais povoada, mais movimentada. Posso dizer que vejo com optimismo o futuro desta zona. Para terminar, o que pensa do projecto de criação da Freguesia do Oriente? Desconheço o Projecto em si, com precisão, mas, no entanto, penso que a unificação do PN permitiria trabalhar esta zona com maior homogeneidade, criando uma estrutura única, de forma a facilitar a comunicação entre todos os intervenientes.
6 | NP | AMCPN
SALVAR O PARQUE TEJO Em diversas ocasiões e junto das mais variadas instâncias, a AMCPN tem manifestado a sua oposição às alterações aos Planos de Pormenor do Parque das Nações. No plano formal, uma vez que estas alterações efectuaramse já no decurso do ano 2000, embora em aditamento ao Diário da República de 31 de Dezembro de 1999, quando a Parque Expo dispunha competências para o efeito até ao final de 1999. Tal permitiu proceder às referidas alterações sem audição prévia da população. No plano material, uma vez que as alterações em apreço consistiram num significativo acréscimo das áreas afectas a construção privada, em prejuízo dos equipamentos públicos e das áreas verdes. Os Planos de Pormenor publicados em 2000 previam a construção de um edifício destinado a ser viços, com área cober ta de 8500 m2, em pleno Parque Tejo, próximo do rio e da Ponte Vasco da Gama (parcela 6.06). Pretendia-se, de acordo com a Parque Expo, um edifício de referência, supostamente a sede da própria sociedade Parque Expo ou um hotel, atendendo à localização privilegiada. A AMCPN exprimiu atempadamente as suas preocupações em relação a tal edifício, tendo informado os seus associados sobre essa intenção, sem prejuízo de ter visto a sua
acção limitada pela legalidade formal da construção em causa.
Para futuras inscrições de sócios da AMCPN utilize o seguinte contacto: Rua Ilha dos Amores, LT. 4.39.01.C.4A Telef-966 031 230 - www.amcpn.com - geral@amcpn.com
No entanto, mais recentemente, surgiram informações várias que apontavam para uma alteração do uso previsto para o edifício. A AMCPN procurou apurar com rigor a veracidade dessas informações, junto da Câmara Municipal de Loures e da Parque Expo, tendo sido confirmada a venda do lote para habitação, bem como a existência de um pedido de alteração do respectivo uso. Era, pois de esperar que tal alteração de uso deve merecesse a oposição dos moradores e utentes do Parque das Nações. Na verdade, é inaceitável que a violação do Parque do Tejo seja justificada com mais um edifício de habitação. Por este motivo, a AMCPN não pode deixar de apoiar a iniciativa em curso de um conjunto de moradores, no sentido de expressar o seu entendimento negativo sobre a construção do edifício em causa, junto das entidades competentes. Todos os contributos que possam ser dados para salvar o Parque do Tejo serão acarinhados pela AMCPN, como é, de resto, seu dever. A AMCPN PUB
Uma organização ao serviço das empresas e dos empresários
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A ORIENTE 8 | NP | OPINIÃO
Carlos Teixeira Presidente da Câmara Municipal de Loures
correntes e da dívida existente, mas também a requalificação urbana de toda a margem ribeirinha a norte do Trancão, na continuidade da intervenção verificada no Parque das Nações quando da realização da Expo 98. Foi entregue uma petição para a criação de uma freguesia única (Freguesia do Oriente) no Parque das Nações. Qual a posição em relação a esta matéria? A criação de novas freguesias obedece ao regime legal em vigor, constituindo elementos de apreciação, entre outros a ponderar, “a vontade das populações abrangidas, expressa através de parecer dos órgãos autárquicos representativos”( município e freguesias envolvidas ); ”razões de ordem histórica, geográfica, demográfica, económica, social e cultural”; “a viabilidade económico-administrativa”; “a criação de freguesias não pode privar as freguesias de origem dos recursos indispensáveis à sua manutenção...”; “ a criação de freguesias não deve provocar alterações nos limites dos municípios, salvo quando tal se revele indispensável por motivos de reconhecido interesse público devidamente explicitado”. Um pacote de exigências difícil de cumprir, por quem esgrime com argumentos tão frágeis. A eventual criação da Freguesia do Oriente seria lesiva dos interesses do concelho de Loures e dos seus munícipes, amputando o território de parte significativa da sua frente ribeirinha, que lhe reforça a importância metropolitana e a razão de ser das freguesias envolvidas, que ficariam, também elas, privadas de parte significativa das suas actuais fronteiras administrativas.
Para quando o assumir, na totalidade, a gestão do território no Parque das Nações? A solução pela qual nos batemos passa pela intervenção solidária do Governo, assumindo as circunstâncias excepcionais que, em nome dos interesses do País, presidiram à realização da Exposição Universal de Lisboa. Tanto mais que é público e notório, o facto do projecto ter beneficiado para a sua execução de verbas comunitárias provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e do Fundo de Coesão e de considerável apoio mecenático. No caso particular de Loures, o município não tem capacidade financeira para satisfazer os encargos da dívida
invocada, mas está disponível para assumir a gestão do espaço integrado no seu território, mantendo os mesmos padrões de qualidade, se a transição se fizer sem quaisquer condicionalismos formais. Neste contexto há, também, questões de ordem técnica a exigir um elevado grau de cooperação institucional entre os municípios de Loures e Lisboa e as empresas prestadoras de serviços básicos no perímetro urbano, que a seu tempo serão equacionadas. Apesar desta realidade, existe um clima de diálogo franco e aberto nas relações com a sociedade Parque Expo, que permite pensar ser possível encontrar soluções de parceria, inovadoras, tendo em vista não só a questão dos encargos financeiros
A eventual criação da Freguesia do Oriente seria lesiva dos interesses do concelho de Loures e dos seus munícipes, amputando o território de parte significativa da sua frente ribeirinha
O Parque das Nações é uma zona com um forte potencial e uma grande dinâmica cultural. Uma sugestão para complementar e fortalecer a vertente cultural nesta zona. O desenvolvimento expectante do Parque das Nações corre o risco de comprometer o desejável equilíbrio urbanístico, entre a ocupação espacial, os equipamentos colectivos e as vivências humanas. Neste sentido, vão as queixas dos actuais moradores relativamente à escassez de segurança, de transportes e escolas, à falta de serviços públicos, aos estrangulamentos da rede viária e ao excessivo volume de construção existente. Apesar de não nos assistir qualquer responsabilidade no estatuto de excepção que preside aos destinos daquele espaço, parece-nos desejável que se promova uma reflexão alargada sobre o futuro colectivo desse lugar de referência na cultura urbana metropolitana, mesmo que os planos de ordenamento e urbanização aplicados no território permitam esse tipo de gestão do espaço. Na nossa perspectiva, não é aceitável impor critérios exclusivamente economicistas em matérias tão complexas e de inegável interesse público. Tudo isto tem a ver, obviamente, com a ambiência cultural, entendida num óptica abrangente e integrada.
AGENDA NO PARQUE CINEMA
ESPECTÁCULOS
Os filmes do ano no Drive-In da Foz do Trancão
CULTURA NAS NOITES DO CENTRO VASCO DA GAMA
Integrado nas Festas do Concelho 2004, organizadas pela Câmara Municipal de Loures, o grande palco do cinema ao ar livre. De 15 a 24 de Julho, com sessões às 22h00 e entrada gratuita, o Drive-In constitui uma agradável e diferente forma de assistir a alguns dos filmes mais significativos da presente época cinematográfica, projectados num ecrã gigante de 25X13 metros. O Drive-In, na sua 10ª edição, tem capacidade para cerca de 500 viaturas, e conta com infra-estruturas de apoio, nomeadamente esplanada e segurança. Fica junto à Foz do Trancão, em Sacavém e frequência de captação de som através do auto-rádio é 98.5 FM.
Jacinta, Jorge Palma e Marta Plantier são alguns dos ilustres músicos que vão abrilhantar as Noites Musicais do Beer Deck neste Verão. Para dar voz ao teatro vão actuar os elencos de Confissões de Adolescente e de Recitália. As noites da Esplanada do Beer Deck (Piso 3, Centro Vasco da Gama) prometem ser muito animadas todas as Quartas-feiras, durante os meses de Julho e Agosto, entre as 21H00 e as 23H00. Já na sua 5ª edição, as Noites Culturais do Beer Deck tem como principal objectivo criar um novo pólo de animação qualificado na cidade de Lisboa, num espaço ao ar livre, onde se pode desfrutar não só de momentos musicais de qualidade, mas também de uma vista soberba sobre o rio Tejo e o Parque das Nações. Este ano, e pela primeira vez, o programa de animações apresenta duas peças de teatro que registaram, desde a sua estreia, grande sucesso entre o público. Confissões de Adolescente e Recitália vão marcar presença no Centro Vasco da Gama, trazendo o teatro para fora das salas de espectáculo. A cultura vai estar presente no Beer Deck, todas as Quartasfeiras, entre as 21H00 e as 23H00, durante os meses de Julho e Agosto, oferecendo aos visitantes a possibilidade de jantar num dos restaurantes desta Esplanada, enquanto assistem a espectáculos de qualidade.
Programação do Drive-In: -Dia 15 (5ª Feira) O Último Samurai - Ed Zwick (Acção / Aventura) -Dia 16 (6ª Feira) À Procura de Nemo - V. P. - Andrew Stanton (Animação) -Dia 17 (Sábado) Carandiru - Hector Babenco (Drama) -Dia 18 (Domingo) O Amor Acontece - Richard Curtis (Comédia Romântica) -Dia 19 (2ª Feira) Piratas das Caraíbas - Gore Verbinski (Aventura / Fantasia) -Dia 20 (3ª Feira) Kenai e Koda - V. P. - Aaron Blaise e Bob Walker (Animação) -Dia 21 (4ª Feira) Cold Mountain - Anthony Minghella (Romance de Guerra) -Dia 22 (5ª Feira) Os Imortais – António-Pedro Vasconcelos (Acção / Drama) -Dia 23 (6ª Feira) Matrix Revolutions - Andy e Larry Wachowski (Ficção Científica / Acção) -Dia 24 (Sábado) A Paixão de Cristo - Mel Gibson (Drama)
Programa “Animações Beer Deck” JULHO 07 - Jacinta 14 - Carlos Bica 21 - Jorge Palma 28 - Recitália (Teatro)
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Teatro Camões 23 e 24 de Julho Dominga ( ) CeDeCe - Companhia de Dança Contemporânea Dança Dominga | Três coreógrafos a anunciar 21:00 Informações: info@cnb.pt | http://www.cnb.pt/ Bilheteira do Teatro Camões - Tel. 218 923 477
FÉRIAS DEBAIXO DE ÁGUA Mais uma vez o Oceanário de Lisboa vem oferecer um programa de férias para os mais novos e marcado pela qualidade numa simbiose entre divertimento e aprendizagem. Já em funcionamento este programa prima não só pelo seu “habitat” único como por uma bem diversificada oferta de actividades deixando bem ocupados. Devidamente acompanhadas por educadores marinhos, as crianças passam a manhã a descobrir os segredos do Oceanário que muitos adultos desconhecem, com incursões aos bastidores, onde se pode observar a interacção dos aquaristas com os animais, a alimentação dos tubarões e raias, pinguins, lontras e peixes tropicais. Depois do almoço, actividades lúdico-educativas servirão para ajudar a conhecer melhor alguns dos habitantes do Oceanário. As aves, os tubarões e as raias, os outros peixes, os corais e companhia, os animais da costa, as algas e os mamíferos marinhos são alguns dos seres vivos que serão estudados. As iniciativas compreendem a construção de papagaios-depapel, escafandros, submarinos, dentes e barbatanas de tubarão, medusas, anémonas, recifes de coral, viagens de teleférico e observação de aves marinhas, sessões de culinária com a confecção de gelados e jogos no Jardim das Ondas, com futebol, badmington, estafetas, “apanhadas”, etc. A “introdução às actividades náuticas” compreende a prática de canoagem e a feitura de nós de marinheiro no Clube do Mar.
Pavilhão Atlântico -SEAL / FINE YOUNG CANNIBALS 31 de Julho de 2004 21h00 -GRANDE GALA EQUESTRE 17 e 18 de Setembro de 2004 21h00 http://www.pavilhaoatlantico.pt/
AGOSTO 04 - Kiko 11- Homenagem a Chet Baker por Laurent Filipe 18 - Marta Plantier 25 - Confissões de Adolescentes (Teatro)
Reservado a crianças dos 03 aos 12 anos e com um horário das 09H00 às 18H00, de 07 de Julho até 10 de Setembro, o programa inclui almoço, lanche, seguro e materiais. Reservas pelos telefones 218 917 002 ou 218 917 006, pelo fax 218 955 762 ou pelos emails reservas@oceanario.pt ou info@oceanario.pt PUB