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Escuteiros “fazem promessas”
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Esta cerimónia é marcada por ser o primeiro acto solene que este agrupamento, pertencente ao Parque das Nações, realiza, já, oficialmente As promessas do Agrupamento 1100 Marítimo do Parque das Nações marcaram presença no novo espaço provisório da Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes. A cerimónia contou com a presença dos escuteiros, pais, padrinhos e de outros membros da comunidade. Mais de três centenas de pessoas participaram na cerimónia que decorreu ao longo de quase duas horas e que celebra a subida hierárquica dos jovens escuteiros.
Para Nuno Dias, um dos dirigentes deste agrupamento, este acto representa uma nova etapa e o seu reconhecimento, pelos outros, de serem merecedores de receber esta nova insígnia. A celebração, a promessa, a investidura e um jantar, no final, marcaram esta cerimónia que contou com 27 escuteiros, que fizeram a promessa, num total de 70, que estiveram presentes neste dia. Para Nuno Dias, o facto de o
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Inauguração da Igreja provisória A inauguração deste espaço provisório marcou um novo passo para a Paróquia
acto ter tido lugar no Parque das Nações, no novo espaço provisório desta Paróquia, representa “o começo de uma nova etapa e a identificação com um projecto sonhado.” Para este escuteiro marítimo
um dos principais objectivos é “ir ao encontro da comunidade num espaço que é novo, pois conseguimos alcançar o nosso objectivo: A Igreja. Agora espero que a comunidade cresça ainda mais.”
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Dia 1 de Maio ficou registado pela inauguração do novo espaço provisório para a Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes. Esta obra foi edificada num tempo recorde de pouco mais de dois meses, muito perto do terreno onde se erguerá a futura Igreja (cujo projecto foi escolhido e apresentado recentemente).
Quase meio milhar de pessoas dirigiram-se a este novo espaço para assistir a uma cerimónia que foi presidida por D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa. O Padre Paulo Franco, que iniciou e encerrou esta cerimónia, não deixou de evocar um reconhecimento à Parque Expo; à Câmara Municipal de Loures; às Juntas de Freguesia de Sacavém e Moscavide; a todos os técnicos responsáveis e a todos os representantes da comunidade que se empenharam neste projecto. Este espaço tem uma área total de 700m2 que integra um salão multifuncional com 170m2; uma sacristia de apoio à Igreja; cartório paroquial; secretariado paroquial e quatro salas de catequese. PUB
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Casino supera expectativas
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O balanço de um mês de actividade está acima das expectativas, já por si grandes, do Casino de Lisboa
O dia 19 de Maio marca um mês de portas abertas ao grande público pelo mais
recente equipamento do Parque as Nações. O Casino de Lisboa abriu portas, sur-
preendendo tudo e todos não só pela magnitude do projecto em si mas pela aposta num cartaz de concertos que, durante 11 noites seguidas, praticamente esgotou as suas salas, com a presença de nomes como Barbara Hendricks; Rodrigo Leão; Ney Matogrosso; Nnenna Freelan, entre outros. Para o Director-Geral do Casino de Lisboa, Carlos Costa, só existe uma palavra que classifique este mês de Balanço e essa palavra é: “sucesso”. Segundo Carlos Costa foram inúmeros os comentários de apreciação e
V até de surpresa feitos por quem passou por aquelas portas. A média diária de 10 mil visitantes, atingindo o seu natural pique aos fins-desemana, com cerca de 14 a 15 mil pessoas, são a clara evidência disso mas o projecto em si, a agenda e toda a animação diária sentida, com concertos e espectáculos de novo circo, são os elementos impulsionadores para este êxito. O primeiro grande espectáculo, o internacionalmente conhecido “Forever Tango”, teve uma grande procura e o mesmo se espera para o “Wild Women Blues” com Linda Hopkins, Maxine Weldon e Mortonette Jenkins, as três divas do blues norte-americano, com estreia marcada para 23 de Maio.
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Santos Populares no Parque das Nações
Mais um ano em que o Arraial anima as tardes e as noites do Parque das Nações numa combinação de animação, gastronomia e convívio Organizado pela Paróquia da Nossa Senhora dos Navegantes, este arraial vai ter lugar, como aconteceu o ano passado, no Passeio Heróis do Mar junto à nova Igreja Paroquial, na Zona Norte do Parque das Nações, nos dias 2, 3 e 4 de Junho. Animação Musical, jogos populares, Quermesse e a habitual gastronomia popular, com grande destaque para a sardinha, vão estar
presentes, durante estas três noites de animação do Parque das Nações. Dia 2 Junho, sexta-feira Grupo Luís António Abertura 19:00 / Fecho 02:00 Dia 3 Junho, Sábado – arranjo musical - Abertura 16:00 / Fecho 02:00 Dia 4 Junho, domingo – Rancho popular - Abertura 13:00 / Fecho 20:00 PUB
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Corrida do Oriente
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Esta edição aposta num recorde de participações da comunidade Parque das Nações, 4 de Junho, 10:00h, uma prova de 10K e outra de 2Km para os que procuram “correr para conviver”. Estas são as principais directrizes para os amantes da corrida ou do simples convívio. Este ano, a organização procura bater o recorde de participações, tentando superar as 2.000 inscrições. Para que isso aconteça, estão a fazer um apelo à comunidade para que participem e se inscrevam de forma a ter uma Corrida do Oriente mais forte do que nunca. Mas o apelo vai, também, para comércio local que a organização acredita ser muito importante para o desenvolvimento
deste projecto. Neste sentido, o apelo vai para que a participação de “empresas amigas” seja maior, de forma a que a adesão seja global, a nível comunitário, e se gere um ciclo de participação ainda mais vivo. Para os que ainda não têm conhecimento, este ano a prova conta com a novidade da criação de equipas para a prova de 2Km, fomentando o aumento do espírito comunitário do Parque das Nações, não esquecendo o já habitual vasto leque de actividades que incluirá: insufláveis; Palhaços; Pinturas para crianças; aeróbica e stretching entre outras. PUB
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Programação da 1.ª edição do Festival Parque das Nações 17h | Escola Vasco da Gama | Festa da Dança “À Descoberta da Dança” 21h | Escola Vasco da Gama | Grupo MilCordas / Grupo Coral da Caixa Geral de Depósitos 20 de MAIO (sábado): DIA NÁUTICO 10h | Rio Tejo, em frente à Zona Ribeirinha da Marina | Festival Náutico 16h | Rossio dos Olivais | Pauliteiros de Miranda / Grupo Mil Raízes 18h | Edifício Nau | Confraternização Náutica 21h | Edifício Nau | Debate sobre a Marina EXPOSIÇÕES E MOSTRAS > 20 e 21 de Maio | 26 e 27 de Maio (fins-de-semana) Rossio dos Olivais | Mostra de Artesanato > 20 a 22 de Maio (sáb., dom. e seg.) Edifício Nau | Exposição sobre a Bandeira Azul > 22 de Maio a 6 de Junho Hotel Tivoli | Exposição de Artes Plásticas > 24 de Maio a 6 de Junho IPJ-Lisboa | Mostra de Fotografia; Exposição de Arte Digital; Exposição de Desenho Juvenil 19 de MAIO (sexta-feira): ABERTURA
21 de MAIO (domingo): DIA DO PARQUE 10h | Rossio dos Olivais | PeddyPaper 11h—19h | Pátio Exterior do Pavilhão do Conhecimento | “À Descoberta da Água” 12h | Clube Tejo | Torneio de Ténis 14h | Rossio dos Olivais | Jogos Tradicionais 14h30 | Rossio dos Olivais | Workshop de Música Tradicional Portuguesa 15h | Rossio dos Olivais | Clínica de Ténis 15h30 | Rossio dos Olivais | Concerto dos Garbo 16h | Rossio dos Olivais | Grupo Canto e Danças (Oeiras) 17h | Rossio dos Olivais | Demonstração de
Artes Marciais 21h | IPJ-Lisboa | Debate sobre o Parque das Nações 22 de MAIO (segunda-feira) 18h30 | Hotel Tivoli | Abertura da Exposição de Artes Plásticas 24 de MAIO (quarta-feira) 19h | IPJ-Lisboa | Abertura das Exposições de Fotografia, Arte Digital e Desenho 26 de MAIO (sexta-feira) 10h | Rossio dos Olivais | Ateliê de Artes Plásticas 21h | Escola Vasco da Gama | Fado de Coimbra (apresentação de Chico Dias e Célia Lourador) 27 de MAIO (sábado) 10h—18h | Parque Tejo | Torneio de Futebol Infantil 16h | Rossio dos Olivais | Orquestra Juvenil do Bárrio 16h | Casino Lisboa (entrada apenas para maiores de 18 anos) | Concerto da Escola Superior de Música de Lisboa 17h | Rossio dos Olivais | Espectáculo de Dança
21h | IPJ-Lisboa | Sessão sobre Arte Digital | Entrega do Prémio de Fotografia | Sessão de Hip-Hop | Entrega do Prémio de Literatura | Entrega do Prémio de Desenho | Entrega do Prémio Literário Infanto-Juvenil | Sessão de Poesia 28 de MAIO (domingo) 21h | Rossio dos Olivais | Espectáculo de Tunas e concerto de pop-rock 3 e 4 de JUNHO (fim-de-semana) 15h | Rossio dos Olivais | Concerto dos Sónika Programação musical a divulgar. 6 de JUNHO (terça-feira): ENCERRAMENTO Encerramento das exposições. Rossio dos Olivais: Praça central do recinto da Expo, em frente ao Vasco da Gama (“Praça das Bandeiras”) Edifício Nau: edifício central da Marina do Parque das Nações | IPJ-Lisboa: Instituto Português da Juventude, Delegação Regional de Lisboa, Av. D. João II, Zona Norte PUB
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Parque das Nações, zona sul Passeio do Adamastor, Ed. Sereia, Lote 2.02.03A loja D 1990-008 Lisboa
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Crónica Por: António Rosinha
Estive 2 ou 3 números sem oportunidade de escrever esta crónica que me dá tanto prazer. Vou dedicar a de hoje a temas diversos. Dedicarei o próximo número especialmente a temas relacionados com o Parque das Nações. 1–
Internacional
Há duas questões importantes que aqui menciono devido à interligação que indiciam. São elas a falta de respeito e de consideração pela vida humana; e a situação petrolífera, traduzida pelos aumentos do preço do crude; das mais diversas pessoas, algumas em cargos de responsabilidade, tenho ouvido declarações contra a energia nuclear, demonstrando total desconhecimento sobre o tema; na minha opinião, esta recusa cega do aproveitamento da energia nuclear será, num futuro próximo, um dos maiores enganos de Portugal; e a soberba com que o Irão se atreve a enfrentar a comunidade mundial.
A vontade de permanecer ignorante é directamente proporcional ao grau de ignorância de cada um. Aqueles que pensam ser repositórios de toda a sabedoria, são os mesmos que recusam aprender mais, os menos humildes e também os que têm menos consideração pelo próximo. Felizmente, Portugal está a reagir ao iberismo primário do actual Senhor Ministro Mário Lino. Existem exemplos por todo o lado que nos mostram a vontade dos jovens em procurar estudar e pôr em prática soluções inovadoras, com estruturas pequenas, para a resolução de problemas por vezes inéditos. É esta a Esperança de que atrás falei. 2 – Nacional Queria agora transmitir a minha opinião sobre 2 assuntos. O primeiro refere-se à boa impressão que o Governo que está no poder me causa, embora tal opinião se limite apenas a alguns governantes.
A Vida Humana
2.1. – Portugal
O desprezo a que são votados os povos de outras zonas ou países e aquele que é demonstrado por governantes pelo seu próprio povo, é a característica da nossa civilização (supostamente evoluída) que mais impressiona. Em geral, e ainda na minha opinião, os media portugueses só noticiam o que “faz sangue”, lhes aumenta audiências, seja verdade ou não, saibam ou não do que estão a falar; os desmentidos são sempre envergonhados e publicitados em blocos noticiários sem audiência. Deviam ler e meditar sobre os 7 princípios da Actividade Editorial, escritos por Eugene Issac Meyer em 1935, no Washington Post, do qual foi fundador. Foi nesse espírito que sua filha, Katherine Graham (1917-2001), foi responsável pela publicação do escândalo Watergate, em 1973. Volto, com um pedido desculpas, ao primeiro tema. O desprezo pela Vida Humana é, como disse, assustador. Pela morte indiscriminada de civis; pela inqualificável separação dos membros de uma mesma família; pela forma como adultos tratam os filhos ou familiares; este tema poderia ser desenvolvido “ad aeternum”, tantos são, infelizmente, os exemplos. Por outro lado, vamos conseguindo equilibrar o nosso espírito e sobreviver, mal, a casos como o do Ruanda, ainda tão recente, com pequenas atitudes do quotidiano a que assistimos ou nas quais participamos. Vão-nos dando força para o combate que todos os homens de bem têm de empreender obrigatoriamente neste domínio. É uma esperança de vitalidade e confiança no futuro, que perfilho com muitos outros e que gostaria de transmitir como mensagem final do tema.
Gostaria de frisar que, na minha opinião, o ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, planeou o curto governo de Santana Lopes, aguardando o primeiro pretexto para dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas. Jorge Sampaio agiu de má fé; repito, é a minha opinião objectiva. Prejudicou Portugal mas, felizmente, o novo Primeiro Ministro, José Sócrates, tomou as mesmas medidas de natureza económico-financeira de curto/médio prazo do anterior Governo. Têm sido feitos erros de palmatória, básicos, por alguns ministros e secretários de estado deste Governo. Em compensação, outros assuntos estão a ser estudados e tratados pelas respectivas tutelas de forma exemplar; este adjectivo qualifica exactamente o que penso em termos positivos destas mesmas tutelas.
Energia Nuclear Este assunto desperta enorme controvérsia, a qual, sinceramente, não me parece compreensível. Já foi suficientemente tratado nesta crónica há uns números atrás. Nada vou acrescentar de carácter técnico. O que considero extraordinário é o facto de alguns responsáveis portugueses, alguns até com altas funções, terem suficiente audição nos media contra o nuclear. Emitem opiniões sem qualquer base ou conhecimento, envergonhando quem os ouve. Também os media aceitam essas opiniões sem levantar dúvidas ou ouvir pontos de vista diferentes, o que, considero, demonstra igual ignorância. Pobre Portugal, que deveria ter produção energética própria há 25 ou 30 anos, pelo menos. Hoje, dependemos totalmente de outros, enquanto pessoas sem quaisquer conhecimentos sobre a matéria, brincam aos países. Por coincidência, e infelizmente, o Mundo depende de um déspota, o actual líder do Irão que, estando prestes a ter ogivas nucleares, já preveniu que Israel não tem o direito de existir e deveria desaparecer do mapa.
2.2. – Descolonização Vou referir-me particularmente a Angola. Porque era o país africano com maior número de população mestiça, nascida da convivência próxima de duas raças. Era também o país africano com a maior percentagem de população branca, parte da qual ali vivia há várias gerações. Era ainda o país africano que melhor conhecia, porque lá nasci, me licenciei e casei. 2.2.1 – Quem fez e geriu a descolonização Infelizmente, europeus que desconheciam a realidade africana, sobretudo as especificidades de Angola. Tudo foi um enorme erro que motivou a morte de milhares de portugueses (porque todos o éramos, não o esqueçamos) e ainda maior número de portugueses estropiados e incapacitados de uma vida normal. Os responsáveis, em vez de irem para a cadeia, foram elogiados e medalhados. É surpreendente o desconhecimento de que a maior parte dos jornalistas, naturalmente de gerações mais recentes, dá provas acerca de Angola e da “exemplar descolonização”. No entanto, Angola era o país com maior taxa de crescimento bem sustentado do Mundo nos finais da década de 1960 e início da década de 1970, ainda antes das grandes explorações petrolíferas. Os acordos entre portugueses da Europa e a antiga União Soviética são de pasmar. A História o demonstrará. A indústria já instalada em Angola, parte da qual moderníssima para o seu tempo, não foi oferecida. Foi simplesmente destruída.
Até breve, António.
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O Mar dos Açores
Texto por: André Moura e Filipa Samarra, Biólogos, especializados em Biologia Marinha
Na galeria do Atlântico no Oceanário, foi feita uma escolha interessante para servir de tema a um dos aquários: os peixes dos Açores. A natureza geológica deste arquipélago permitiu que se criasse nele um ecossistema marinho único. Nesta edição, preparamos o equipamento de mergulho e exploramos o mar dos Açores.
O Arquipélago dos Açores é, em muitos aspectos, um local único no mundo. Por um lado, originou-se por actividade vulcânica no Oceano Atlântico, nunca tendo estado ligado a uma massa continental. Isso só por si não e único desta região, não fosse o facto de os Açores se terem originado no meio do Oceano Atlântico a milhares de km de qualquer continente. São umas das ilhas oceânicas mais isoladas do mundo, e as mais isoladas do Atlântico Norte. O que isto significa é que a maioria dos animais que hoje lá encontramos vieram de outro local, e, neste caso, de um local que estava necessariamente a milhares de km de distância. A única excepção são os animais que vivem normalmente em oceano aberto, como os grandes atuns e baleias. Outros, como pequenos peixes, que habitam zonas costeiras pouco profundas (e obviamente os animais terrestres), tiveram que vir de outro lado. Como tal, o ecossistema marinho dos Açores constitui um interessante e diversificado “cocktail” biológico. Desde pequenos peixes coloridos cujos primos mais próximos apenas se encontram actualmente em regiões tropicais muito distantes, passando por peixes cavernícolas que se podem encontrar na costa continental, até às enormes e intimidatórias barracudas que frequentam normalmente águas abertas, nos Açores é possível encontrar um pouco de tudo. São três da tarde e estamos em S. Miguel a 20 metros de profundidade. À nossa frente um maciço rochoso de basalto com 3 metros de altura e vários de diâmetro. É uma
rocha vulcânica extremamente recortada com várias reentrâncias e pequenas grutas. As bússolas não funcionam devido à elevada actividade vulcânica da área, uma vez que estamos no sopé do vulcão do Fogo, o único ainda activo na ilha de S. Miguel. Antes de conhecermos bem a zona perdemo-nos várias vezes num labirinto de rochas e planaltos de areia. Apontamos as nossas lanternas para todas as reentrâncias que vemos e deslocamo-nos fazendo o mínimo de barulho possível. Estamos à procura de uma família de peixes nossa conhecida mas por enquanto não dão sinal. Entretanto, numa pequena reentrância temos a sorte de ver um pequeno cardume de Alcarrazes (Apogon imberbis), um pequeno peixe (15 cm) de cor laranja muito forte e olhos desproporcionalmente grandes em relação à cabeça, que se alimenta de noite, e dorme protegido em pequenas grutas durante o dia. É uma visão muito bonita, principalmente quando estão em cardume, mas este peixe tem um particularidade bastante interessante. Uma vez fertilizados os ovos, que como a maioria dos peixes ocorre fora do corpo da fêmea, são incubados no interior da boca do macho. Durante esse tempo, o macho não se alimenta dedicando toda a sua energia a incubar os ovos. É relativamente comum encontrá-lo nos Açores, e é, também, possível vê-lo em Portugal Continental. No entanto é preciso estar atento e procurar com atenção nas grutas, uma vez que têm tendência a esconder-se bem fundo na rocha. Estes, no entanto, são facilmente visíveis neste
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pequeno buraco. Seguimos a nossa busca porque o ar que temos disponível nas garrafas é limitado. Mais à frente, noutro buraco na rocha, encontramos outro habitante comum da ilha, a Abrótea (Phycis phycis). As Abróteas pertencem à família do bacalhau (Gadidae) e são bastante semelhantes em cor, e forma do corpo mas bastante mais pequenas. Como o Alcarraz, é um peixe de hábitos nocturnos e apenas conseguimos ver a cabeça uma vez que o resto do corpo está escondido no buraco. Sabemos que é uma abrótea pelo barbilho que tem no “queixo” e pelos prolongamentos que fazem lembrar duas pernas por baixo dos opérculos. É um peixe bastante curioso e em vez de fugir com a nossa aproximação sai ligeiramente para fora para investigar o seu visitante. Se nos aproximamos recolhe-se de imediato, mas rapidamente a curiosidade obriga-a a voltar. Afastamo-nos e subimos ao topo do maciço rochoso para termos uma melhor visão de
malmente inacessíveis. À nossa frente, a poucos metros de distância, está um cardume enorme de barracudas, ou bicudas como são chamadas nos Açores (Sphyraena viridensis). Esta espécie é diferente das que se podem encontrar no continente e a sua distribuição exacta é ainda desconhecida,
prateada e riscas verticais pretas, sendo um dos predadores mais vorazes do oceano aberto. Ao contrário do que foi retratado no filme “Onde está o Nemo?”, a barracuda não procura os ovos de pequenos peixes mas alimenta-se de peixes que caça em plena coluna de água. Para isso tem a boca
Seguimo-los lentamente para uma clareira na rocha e deixámo-nos ficar de joelhos no fundo de areia. Os meros circulam à nossa volta a investigar-nos. Durante uns momentos questionamos quem estará ali para ver quem, e temos a perfeita noção de que são eles que nos investigam e não o contrário. A atracção somos nós!
conjunto e decidirmos para onde devemos ir. Quando chegamos ao topo e olhamos para a coluna de água vemos à nossa frente um cenário que só tínhamos visto em documentários de natureza em locais nor-
embora se saiba que existe no norte de África e ilhas próximas. A barracuda é um habitante de águas profundas, podendo atingir 1,5 metros de comprimento. Tem a forma de um charuto pontiagudo, de cor
repleta de dentes grandes e afiados, e mandíbulas extremamente fortes. Além disso, tudo na forma do seu corpo destina-se a obter uma rapidez máxima para capturar peixes em águas abertas. À nossa fren-
te estão centenas delas! Deslocam-se lentamente e acabam por se afastar. Chegamos a um clareira de areia no extremo da rocha. A partir daqui a profundidade aumenta rapidamente e não nos podemos aventurar mais. Estamos a quase 30 metros de profundidade e o ar está quase a meio. Estamos a chegar ao ponto em que temos que voltar para trás. Os nossos amigos teimam em não aparecer, damos mais umas voltas pela zona mas nada. Decidimos voltar atrás e mentalizamo-nos de que hoje não os vamos ver. Quando voltamos, um de nós olha por acaso para o lado quando passa por um pequeno desfiladeiro na rocha e lá está um deles! Do topo da rocha, nesse pequeno desfiladeiro, um mero de quase 2 metros olha para nós. Olhamos para a frente e lá está outro... e mais outro. Este último era particularmente grande. Estiveram este tempo todo a observar-nos! Seguimo-los lentamente para uma clareira na rocha e deixámo-nos ficar de joelhos no fundo de areia. Os meros circulam à nossa volta a investigar-nos. Durante uns momentos questionamos quem estará ali para ver quem, e temos a perfeita noção de que são eles que nos investigam e não o contrário. A atracção somo snós! O mero (Epinephelus marginatus) é um dos peixes mais carismáticos para os mergulhadores. É um dos maiores membros da família dos Serranídeos, onde também se inclui a Garoupa e o Cherne, também habitantes comuns das águas Açoreanas. Além de ser um peixe bastante robusto, é extremamente inteligente, curioso e sociável, habitando todo o Atlântico Este, costa Este Africana e SulAmericana. Na Madeira, por exemplo, existe uma comunidade de meros que está tão habituada aos mergulhadores que chega a morder-lhes as
mãos a pedir comida. Estes, no entanto, permanecem selvagens alimentando-se de outros peixes e cefalópodes por emboscada. Com a sua enorme boca, engolem as suas presas inteiras de uma só vez. A digestão é feita calmamente no seu buraco. Só os vemos se eles quiserem. Caso contrário não saem das suas grutas e galerias na rocha, que conhecem como as palmas das barbatanas. Este é o seu território e nós somos os intrusos! Voltamos para a praia, satisfeitos por termos cumprido o nosso objectivo. Mais perto da costa, em água menos profundas, as várias espécies de peixes que aí existem povoam o fundo rochoso de um cocktail de cores. As castanhetas são peixes de um azul eléctrico bastante comuns em fundos rochosos nos Açores. Existem duas espécies nos Açores, a castanheta-ferreira (Abudefduf luridus) que é Azul, e a castanheta-dos-Açores (Chromis limbata) que é castanha, ficando os machos azuis durante a época de reprodução. A castanheta que existe no continente pertence a outra espécie, a Chromis chromis, e é azul enquanto juvenil passando a castanho em adulto. Põe os ovos em rochas e protegemnos energicamente enquanto não eclodem. Para um pai castanheta, não há animal grande de mais para enfrentar, e assim que nos aproximamos adopta de imediato uma postura ameaçadora e não hesita em morder-nos os dedos, se aproximarmos a mão. Como é um peixe pequeno (15 cm), quase nem sentimos as “mordidelas”, mas para proteger os seus ovos vale sempre a pena investir. Outro habitante comum é o bodião-verde (Thalassoma pavo), um peixe extremamente colorido, com tons de verdes, amarelos, azuis e castanhos, que apenas existe nos
Açores, Mediterrâneo e Norte de África, e é actualmente um dos símbolos naturais dos Açores. Estas espécies têm uma particularidade interessante que é o facto de os seus primos mais próximos apenas existirem actualmente em águas tropicais. Ou seja, a sua presença nos Açores representa um restício de uma época em que o ambiente marinho nos Açores era radicalmente diferente. De facto, foram descobertos fósseis de espécies de búzios que actualmente também apenas existem em águas tropicais. O facto de os Açores terem surgido do nada no meio do Atlântico, e o facto de a profundidade da sua costa aumentar rapidamente, faz com que seja possível encontrar tantos peixes, de águas oceânicas, como peixes costeiros num só mergulho. Devido ao seu isolamento, os peixes costeiros vieram de outros locais muito distantes dos Açores, o que aliado ao facto de terem passado por grandes variações climáticas durante a sua existência, faz com que sejam o habitat de peixes cujos grupos mais próximos habitam zonas tão diferentes como o mediterrâneo, o norte da Europa e regiões tropicais. As espécies de que falámos aqui são uma ínfima amostra da grande variedade de vida marinha que é possível encontrar nos Açores. Em termos biológicos, os Açores reflectem a sua situação geológica. Da mesma forma que se localizam na junção de 3 grandes placas tectónicas (Europeia, Africana e Americana), também o seu ecossistema pode ser visto como a confluência de diferentes ecossistemas. Tudo isto faz com que o ecossistema marinho dos Açores seja único, que, tal como as vinhas da ilha do Pico, constitui um verdadeiro património da humanidade. PUB
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FACES PESSOASDOPARQUE Por: Artur Pastor
Com 48 anos, encontro-me nesta “cidade imaginada”, com a calma de querer viver perto do rio, e descansar da turbulência da vida frenética das urbes. Formei-me em arquitectura, ainda que de uma forma intervalada entre viagens e projectos. Mas o meu destino era ser professor. O curso de arquitectura não foi um fim, mas um meio para a minha vida profissional. Do curso, ficou a forma de olhar o mundo e a sua construção e sublinharam-se os traçados da cidade. Após o segundo ano da faculdade, resolvi que a vida deveria ser experimentada, fora da cidade. A meta era comprar uma quinta algures no sul e começar a dar aulas para sustentar o meu projecto. Na altura, a forma mais fácil foi ir para a apanha da fruta em Espanha e França. Com o dinheiro amealhado veio então a quinta, em sociedade com alguns amigos. Ao mesmo tempo comecei a dar aulas em Odemira, onde o baptismo do ensino foi, como eu imaginava, rico de experiências, numa terra em que o professor era um confidente amigo. Ali fiz das amizades mais sólidas da minha vida e fiquei para sempre ligado ao Alentejo e à sua gente. Formou-se um grupo de teatro e “pintou-se a manta” numa terra de brandos hábitos. Mais tarde resolvi voltar a Lisboa para acabar o curso. Ao longo dos anos trabalhei em várias escolas e sempre desenvolvi projectos e amigos. Passei por escolas com alunos oriundos dos mais diversos estratos sociais, desde a do Casal Ventoso até à do Parque das Nações, onde lecciono actualmente. Todas são diferentes e as sinergias as mais distintas, mas em todas me senti realizado. No Verão de 2002 vim morar no Parque das Nações e integrei o corpo docente da escola Vasco da Gama. Na altura da exposição mundial, não acreditava muito no projecto da cidade que iria nascer nos seus terrenos. Visitando aquele espaço amiúde, comecei, no entanto, a apaixonar-me pelo desafogo da sua construção e os jardins à beira rio, essencialmente na zona Norte. Anteriormente, vivera em bairros antigos de Lisboa, cujas casas tinha o gozo de reconstruir. Mas houve sempre uma tónica comum na casa que escolhia: a visão do rio. O saber que a água está ao alcance da alma é, para mim, muito tranquilizador.Viver neste espaço é como habitar uma paleta de registos fotográficos e colorir a vida da minha mais intrínseca paixão: a fotografia. Como é que construiria uma cidade No tempo da faculdade a tendência era a cidade de Corbusier. Um território verde pontuado de edifícios funcionais. Mas, a minha cidade teria de ser sempre reflectida na água onde as pessoas usufruíssem ao máximo dos seus espaços comunitários, fossem eles de verdejante calma ou de cultural entretenimento. Lembro-me de ouvir falar dos grandes cafés onde se trocavam olhares e se encetavam relações. Mas, hoje, devido ao bulício das nossas vidas, fazem mais sentido espaços estruturalmente intimistas, condimentados de cultura, onde nos possamos perder em devaneios mentais. O Parque das Nações, essa “cidade imaginada”, ainda que se advogue de cosmopolita, trata os seus habitantes pelos títulos e sonha pouco com a irreverência de querer fazer coisas novas. Com a realização de um Festival do Parque das Nações, que está aí às portas, espero que se contribua para a miscenização de ideias. Fiquei contente pelo desafio que me fizeram de ajudar na organização do Festival, mas temos de ser muitos mais a querer mexer com a vida comunitária, especialmente quando o imobilismo das nossas instituições políticas não nos apoia ou abre horizontes. E, aí, a escola também tem de ter um papel muito mais despoletador de ideias no seio da comunidade. O meu envolvimento com o referido Festival só faria sentido se pudesse trabalhar com a escola e a comunidade, como estou a tentar. Há tanto potencial por explorar neste Parque das Nações, que condói ver as pessoas resguardadas por detrás das suas persianas, em condomínios que se fecham. A
minha cidade é assim feita de e para pessoas. O modelo de construção deve estar no interior de todos. É sermos cidadãos de corpo inteiro. Há que haver lugar para o estar e o partilhar. O lugar favorito É, sem dúvida, o rio, seja ele, visto e sentido, de qualquer lugar e a qualquer hora. É nos passeios, a pé ou de bicicleta, que me perco por esses caminhos de eleição. O que desenhava Para quê desenhar mais? Nesta cidade imaginada onde quase tudo foi pensado só havia que ser mais fiel ao projecto inicial. Ficaram por construir escolas e o centro de saúde, entre outros. Esperemos que no seu lugar não nasçam especulações imobiliárias. E aquele espaço maravilhoso que seriam os jardins que, para lá do aterro sanitário, se estenderiam até ao rio Trancão? Aí previa-se “uma grande variedade de actividades – desporto, lazer, educação ambiental, passeio e contemplação”. Mas estas ideias ficaram apenas contempladas no papel. Só acrescentaria alguns pólos culturais espalhados entre os verdes e as zonas mais ribeirinhas. Gostava de espaços tranquilos onde se convivesse entre uma chávena de cultura e um quadro reconfortante. O que apagava Apagava as luzes e perdia-me no céu estrelado. Mas quando acordasse iria querer apagar algumas bizarrias de betão armado e projectos megalómanos. Como cogumelos, cresceram edifícios descaracterizados que nos remetem para os subúrbios de uma outra qualquer cidade não planificada. E definitivamente apagaria vizinhanças menos saudáveis, como uma bomba de gasolina que coabita com edifícios de habitação. E por fim apagava as paredes, ainda que finas, que separam as nossas vidas neste local tão aprazível. Algures no Sahara Terminadas as vindimas em França, comprámos um Peugeot 404 pela módica quantia de 20 contos. Tínhamos vinte e poucos anos e muita ilusão. O destino era atravessar o Norte de África até ao Senegal. A viagem não tinha nenhuma planificação que não o acaso. Ao chegar à Argélia, apercebemo-nos que a época de descer o deserto não era a mais apropriada, e até haveria mesmo a impossibilidade de o fazer. Mas o destino encarregou-se de nos traçar a rota. Algures, entre dunas de areia a perder de vista, resolvemos mudar o óleo do motor. Munidos de um manual de instruções, analisámos a viatura e procedemos em conformidade. Óleo cristalino
brotava do carro. Satisfeitos com a primeira incursão no mundo da mecânica, rumámos em direcção à cidade de El Golea. Percorridos alguns metros, apercebemo-nos de uma densa nuvem branca que envolvia o carro. Seriam efeitos especiais ou apenas uma miragem? Parámos e foi então que vimos um motor gorgolejante de óleo. Pedimos auxilio aos poucos carros que passavam, mas ninguém nos podia rebocar até à cidade, pois, curiosamente, diziam-nos que era expressamente proibido. E lá nos arrastámos, a quase zero à hora, até El Golea. Definitivamente perplexos e desnorteados aparcámos às portas da cidade, no meio de uma total escuridão. Passado algum tempo, um habitante local bate nos vidros do carro e pergunta-nos, intempestivamente, o que fazíamos ali parados. Que mais nos iria acontecer? Até que percebemos que a sua intenção era oferecer um espaço para pernoitar na casa que estava a acabar de construir. Aceitámos de bom grado. No dia seguinte acordou-nos com um lauto pequeno-almoço. Depois de explicarmos o sucedido com o carro, prontificou-se a levar-nos a uma garagem de uns amigos. O motor estava queimado e havia que substituí-lo. Ninguém soube explicar a razão da avaria. O arranjo era quase tão caro quanto o preço que tínhamos pago pelo carro. As peças seriam de candonga, mas isso pouco importava. Pensámos vender o carro e regressar à boleia. Mas mais uma vez nos deparámos com um entrave legal – o de vender o nosso Peugeot.“Carro que entra tem que sair!” – diziam-nos. Só havia uma solução, começar a vender as nossas mais-valias. Desfizemo-nos dos “jeans”, de uma garrafa de macieira e de alguns acessórios do carro. E também tínhamos vendido, definitivamente, o sonho de descer o deserto rumo ao Senegal. Entretanto, continuámos hospedados na casa do nosso novo amigo que insistia em presentear-nos com a comida local, desde um belíssimo pão estaladiço até uma carne de camelo dura e pouco convincente. No último dia antes de partirmos, e para inauguração da casa, foi feita uma festa muito peculiar para a nossa mentalidade europeia. Reuniram-se os amigos, todos eles homens, no interior da casa. Dispostos em círculo iniciaram um ritual que tinha como objectivo o não deixar apagar as nefastas memórias da escravatura. Um idoso conduzia a cerimónia entre cânticos. Pedras fumegantes emanavam um odor estonteante. Levantando-se à vez, os homens auto-chicoteavam-se com um cinto e inalavam de perto os fumos envolventes até, de olhos revirados, caírem em transe. No momento seguinte, após voltarem a inalar os fumos inebriantes, regressavam à realidade e despertavam. Nas alturas mais críticas, éramos todos convidados a movimentar os punhos cruzando-os de forma cadente. Havia que afastar os maus-olhados. No dia seguinte, partimos rumo à próxima cidade do deserto do Sahara, que ficava a quinhentos quilómetros. Depois de uma breve rodagem do motor havia que mudar o óleo. Entretanto, tínhamos dado boleia a um argelino que, por acaso ou providência de Alá, era mecânico. Quando nos viu prontos a repetir a proeza que dizimara os nossos sonhos, deitou as mãos à cabeça e parou-nos a tempo. Finalmente tínhamos descoberto a razão da nossa asneira. O “boujon” por onde estávamos a despejar o óleo, era o da caixa de velocidades e não o do motor. Anteriormente, apenas tínhamos duplicado a quantidade de óleo no motor. Quanto à caixa de velocidades, que ficara sem óleo durante quinhentos quilómetros, a sorte foi a estrada não ter uma única curva e termos andado basicamente sempre com a mesma mudança. Graças ao nosso convidado de última hora, recolhido na estrada, pudemos regressar a Portugal. Não fora a Argélia ser na altura um país tão hospitaleiro, e a aventura poderia ter sido bem mais amarga. Mais tarde quis voltar, mas os conflitos armados então desencadeados, não permitiram revisitar um dos países onde tive experiências que foram verdadeiros ensinamentos de vida simples e comunitária.
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20 | NP | MÚSICA
SUPER BOCK SUPER ROCK
Entrevista com Andreia Criner, Responsável pelo Departamento de Promoção da Música no Coração. O Super Rock foi pioneiro em Portugal na organização deste tipo de festivais. O que é que mudou ao longo de mais de uma década? Tudo mudou substancialmente na realidade nacional. Os meios técnicos melhoraram, os recursos humanos passaram de uma situação quase autodidacta para um nível de formação altamente especializado, os próprios media investiram em jornalistas especializados na área cultural e, obviamente, o público português também evolui, tornandose muitíssimo exigente. O Super Bock Super Rock foi sempre acompanhando e, muitas vezes mesmo, antecipando esta evolução, incrementando as suas infra-estruturas e serviços e mesmo a sua programação, de forma a responder, ano após ano, aos novos desafios que se vão colocando.
Um Festival deste calibre é mais do que um conjunto de bandas a tocarem num palco para uns milhares de pessoas. Qual é para ti o conceito contemporâneo de um Festival de Música? Há duas variáveis fulcrais para o sucesso de um Festival com a dimensão e renome do Super Bock Super Rock: a programação e o preço do bilhete. Claro que as acções de animação paralelas aos espectáculos são um excelente complemento e uma mais-valia para o evento, mas no acto de decisão de compra de um bilhete para um Festival, são as duas variáveis enunciadas que são determinantes. Afinal, um Festival de música não é uma Feira Popular. Tempo, pessoas, patrocinadores, promoção.. . Fala-nos um pouco sobre a produção do Super Rock, sobre aquele tra-
balho que ninguém vê e sobre o que os portugueses vão poder ter e ver neste dois actos. O público contacta obviamente apenas com a realidade dos palcos para a frente, pois para trás dos palcos, no chamado “backstage”, existem centenas de pessoas a trabalhar para que nada falhe, permitindo ao público desfrutar das melhores bandas nacionais e internacionais. Ver no mesmo palco de um festival português bandas como Korn, Tool, Placebo, Deftones, Franz Ferdinand, Keane, The Cult, Pharrell e Patrice, é um “luxo” que resulta de muitos anos de trabalho e crescimento. Para além da música existem acções promovidas pelos patrocinadores do Festival, que vão permitir ao público presente ganhar prémios enquanto se diverte. Para terminar, como é que classificas o público português, como é que ele é visto pelas bandas de fora e, para ti, a razão de ele ser assim? É do conhecimento geral que o público português é tido como
um dos públicos mais calorosos do mundo e os artistas estrangeiros são os primeiros a afirmá-lo. Penso que é um atributo próprio dos portugueses – afinal somos tidos como excelentes anfitriões e os turistas que visitam Por tugal destacam sempre a nossa fantástica hospitalidade. No caso dos concer tos, durante muitos anos, Por tugal foi relegado para a cauda da Europa nas digressões dos ar tistas, o que tornava cada concer to num verdadeiro acontecimento muito aguardado –logo a recepção era sempre incrível. Penso que agora o público por tuguês continua a ser muito caloroso mas já é um público mais maduro, mais experiente no seu relacionamento com os ar tistas. Nesta fase eu diria que estamos a começar a gostar mais de “nós” ou seja a tratar os nossos próprios ar tistas nacionais, com o carinho e respeito com que sempre tratamos os estrangeiros e isso é muito auspicioso para o futuro da música por tuguesa. PUB
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MÚSICA | NP | 21
HORÁRIOS DE ACTUAÇÃO: PALCO BOCK
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PRIMITIVE REASON 18H00
ACT 1
ACT 2
25 de Maio KORN 00H00 WITHIN TEMPTATION 21H55 SOULFLY 20H30 MOONSPELL 19H05 RAMP 18H00
7 de Junho FRANZ NAND 00H00 KEANE 21H10 THE CULT 20H35 dEUS 19H10 EDITORS 18H00
26 de Maio
8 de Junho PATRICE 00H30 50 CENT 22H25 PHARRELL 21H00 BOSS AC 19H25 KALIBRADOS
TOOL 00H40 PLACEBO 22H45 DEFTONES 21H00 ALICE IN CHAINS 19H25
FERDI-
18H00 PALCO QUINTA DOS PORTUGUE SES WORTEN ACT 1 25 de Maio BIZARRA LOCOMOTIVA 23H30 CINEMUERTE 21H35 TWENTY INCH BURIAL 20H10 DEVIL IN ME 18H45 26 de Maio VICIOUS 5 00H10 X-WIFE 22H25 IF LUCY FELL 20H40 DAPUNKSPORTIF 19H05
ACT 2 7 de Junho THE LEGENDARY TIGER MAN 23H30 LINDA MARTINI 21H50 PEACE REVOLUTION 20H15 THE WEATHERMAN 18H50 8 de Junho MIND DA GAP 00H00 FACTOS REAIS 22H05 MERCADO NEGRO 20H40 COLECTIVO FOOTMOVIN’ 19H05
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22 | NP | ESPAÇO COMÉRCIO
ESPAÇO COMÉRCIO A Dobra e Vinca – Engomadoria está ao serviço dos seus clientes desde o final de 2000, tendo sido uma das empresas pioneiras nesta área de actividade no comércio do Parque das Nações. Desde então tem vindo a aumentar a sua carteira de clientes, não só residentes no Parque das Nações bem como em zonas envolventes, nomeadamente, Olivais, Moscavide e Portela. Faz agora um ano que a Dobra e Vinca mudou de gerência, tendo vindo a passar desde então por um processo de RENOVAÇÃO. A prioridade é, para nós, sempre a aposta na qualidade do serviço, no atendimento cordial e na capacidade de ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes. Paralelamente, e numa perspectiva de correspondência a valores mais actuais, temos vindo a renovar a nossa imagem gráfica: tornámo-la mais apelativa, mais leve, mais alegre e comunicativa. Alterámos as cores base e o logótipo com a certeza de que este expressa melhor o nosso empenho na prestação de um serviço de qualidade aos nossos clientes. A actividade principal da Dobra e Vinca é o serviço de Engomadoria, porém, prestamos também serviços de lavandaria (limpeza a seco e de molhado), tratamento de peles (camurça, nobuck, carneiro e couro) e limpeza de tapetes e carpe-
Dobra & Vinca tes através de empresas com as quais celebrámos acordos. Relativamente ao serviço de Engomadoria, os nossos clientes poderão optar por um serviço sem vínculo contratual (serviço à peça) ou adquirir um pacote (contratos mensais com início em qualquer dia do mês). Caso o cliente escolha esta última modalidade poderá optar pela recolha e entrega da roupa ao domicílio em dia útil da semana a combinar. O objectivo da Dobra e Vinca é o de consolidar a sua presença junto da população residente no Parque das Nações. Consideramos o factor PROXIMIDADE de maior importância sendo este também bastante valorizado pela população. Este impacto é sobretudo mais visível nos clientes que usufruem do serviço ao domicílio: garantimos flexibilidade neste serviço. Para os casos de impossibilidade de recolha ou entrega no dia combinado, estes poderão ser facilmente alterados, visto deslocarmo-nos todos os dias no Parque das Nações. Alternativamente, caso um cliente assim o entenda, poderá entregar ou recolher a roupa na nossa loja. É esta outra das nossas vantagens: ESTAMOS PERTO DE SI.
sendo de fácil acesso e estacionamento, junto a uma zona de recreio e descontracção como é a Marina Expo, bem conhecida de todos os residentes do Parque das Nações. O espaço onde estamos instalados é amplo e organizado, permitindo e garantindo aos nossos clientes que a sua roupa é engomada nas nossas instalações. O facto de estarmos abertos das 09h00 ás 20h00 nos dias úteis e aos Sábados das 09h00 às 17h00, incluindo hora de almoço, é outra vantagem da Dobra e Vinca. Convidamos sempre os nossos clientes a visitar-nos, verificando “in loco” as condições em que a sua roupa é engomada. Numa perspectiva de inovação e melhoria contínua, a Dobra e Vinca encontra-se a desenvolver o seu site na Internet, passando este a ser mais um canal de comunicação com os seus clientes. Gostaríamos ainda de partilhar uma preocupação constante da Dobra e Vinca: o meio ambiente. Procuramos atenuar o impacto da nossa actividade no meio ambiente pela sensibilização, junto dos seus clientes, para que estes procedam à devolução dos cabides de arame e sacos de plásticos utilizados no transporte e acondicionamento da roupa, para reutilização.
A localização da Dobra e Vinca é privilegiada,
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ESPAÇO SAÚDE | NP | 23
E S P A Ç O SAÚDE As cefaleias e os dentes Novas metodologias no tratamento das cefaleias A Oclusão é uma disciplina da Medicina Dentária que estuda, diagnostica e trata os problemas de saúde relacionados com o mau funcionamento dos músculos da mastigação, das articulações dos maxilares e com a imperfeição do “encaixe” dos dentes. Uma má oclusão, (maloclusão) associada a forças desproporcionadas ou exageradas nas diferentes funções normais do órgão mastigador, “boca”, incluindo a língua e os lábios, produzem uma disfunção, que pode levar a problemas de saúde geral, capazes de prejudicarem a qualidade de vida das pessoas, produzirem absentismo e perda de rendimento escolar nas crianças. Um dos primeiros sintomas desta disfunção é o surgimento de dores de cabeça. Consideradas por médicos e pacientes cefaleias, mas que na realidade são dores dos músculos da mastigação que se inserem na região lateral da cabeça. Estas produzem as chamadas craniomialgias. Surgem logo pela manhã e podem prolongar-se por todo o dia. Podem ainda confundirem-se ou serem interpretadas como enxaquecas. Pode parecer simples a abordagem do proble-
ma, mas as craniomialgias representam cerca de 80 a 90% de todas as dores de cabeça. Nas crianças e nos jovens em idade escolar é dramático, uma vez que reduzem muito a sua capacidade de aprendizagem e estudo. A segunda consequência. são dores localizadas na região dos ouvidos, acompanhadas ou não de cliks, que com frequência levam as pessoas a recorrerem ao médico da especialidade. Esta situação deve-se a uma disfunção da articulação do maxilar, provocada sobretudo por perda de dentes em idades muito jovens sem estes serem convenientemente substituídos, ou mesmo pelo seu mau posicionamento. As articulações por estas ou outras razões adoecem, inflamam, produzem dor e libertam substâncias que inflamam estruturas, ou que estão próximas ou à distância mas ligadas por nervos. Poderemos aqui falar em verdadeiras neurites, (inflamação dos nervos) designadamente uma neurite do trigémio, o maior nervo da cabeça, que recebe sensibilidade, produz movimento e comunica com todos os outros da cabeça. Uma 3ª causa mais comum de uma má oclusão são as dores musculares da face, junto às bochechas, ou o surgimento de cansaço muscular ao mastigar. É uma situação muito característica de contactos entre os dentes em movimentos de
lateralidade, que não deveriam acontecer, ou mesmo contactos prematuros que interferem com a harmonia do movimento. Estas situações são muito frequentes em pessoas que perderem um ou mais dentes. Os restantes inclinaram-se para os seus espaços e passaram a prejudicar o movimento, através de interferências ou prematuridades As consequências de uma má oclusão à distância são inúmeras. Incluem problemas relacionados com os músculos dos olhos, com a posição da cabeça no espaço, com o balanço do corpo para a frente ou para trás, com dores na coluna, ou mesmo dores em todas as grandes articulações do corpo, do lado direito ou do lado esquerdo, consoante a articulação do maxilar doente, é à direita ou à esquerda. Tonturas ou vertigens. Enquadramos ainda a maloclusão no Síndrome de Deficiência Postural, descrito pelo Dr. Martins da Cunha. Hoje, a Medicina Dentária não pode ficar apenas a olhar o dente em si, a cárie, as escovagens, os selantes nas crianças, ou as restaurações adesivas nos adultos. Mas olhar para o bem-estar geral do indivíduo , para o seu nível de desenvolvimento, para a sua aprendizagem e para a sua qualidade de vida. Colaborar no diagnóstico
diferencial das escolioses, das cefaleias, das dores nos ouvidos, na hiperactividade, nas depressões e ainda na dislexia de evolução Clínica do Mediterrânio Helder Monteiro Médico dentista em exclusividade em oclusão e Reabilitação Oral Curriculum anterior PUB
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24 | NP | FAMÍLIA
E S P A Ç O Porque sim
gesto tem um propósito per si, distante de justificações e razões. E na inocência desse gesto gratuito existe um fascínio, nenhum outro. Um retorno como nenhum outro. Mesmo para o observador.
Porque é que estás a subir à árvore? – é, para mim, uma pergunta insólita. Subo à arvore porque sim, porque quero, porque amo, porque acredito, porque este é o meu castelo, não estás a ver ali o quarto, aqueles ramos são a torre de onde posso espreitar o inimigo. Queres subir comigo até à sala? Dizem que as crias de animais superiores brincam para aperfeiçoarem as competências necessárias à sobrevivência e à vida adulta. Dizem que a aptidão lúdica nas crianças se transforma, numa fase posterior do desenvolvimento, em aptidão para o trabalho. Mas é muito mais simples que isso. Uma criança brinca pelo prazer de brincar. Os gestos inatos de exploração (do próprio corpo, dos objectos e do espaço) transformam-se rapidamente numa actividade lúdica e seguem, em crescente entusiasmo, até ganharem a forma de jogo. A criança brinca as suas novas competências, para ganhar algum domínio sobre elas. Brinca as suas ansiedades e emoções, para que a sua vivência permita uma futura elaboração. Brinca situações e objectos, para passar da dependência infantil a um controlo relati-
vo do ego. Brinca e brincando cresce, desenvolve-se e a tantas das suas capacidades (nomeá-las seria uma tarefa infinita). É através da brincadeira, que faz “porque sim”, que a casa-eu começa a ser construída. Que parte com mais confiança e melhor munida à conquista do mundo. A criança entrega-se ao seu jogo completa e desinteressadamente. Entrega-se com uma seriedade, uma dedicação, uma concentração e uma motivação intrínsecas. Nesta relação com a árvore, cada
O que pode parecer um passatempo é uma actividade tão séria como trabalhar. Perguntar porquê é hesitar, pôr o pé em falso, darmos o corpo à queda. É viver em função da utilidade, da funcionalidade. Não é importante, e talvez mesmo arriscado, e certamente excesso de zelo, inscrever os filhos na música para que aprendam a lógica, no judo para que ganhem o domínio do corpo e o respeito pelo adversário, ou noutra actividade qualquer por uma razão qualquer em que se acredite. O risco é, a dada altura, os filhos estudarem para fazer testes, aprenderem judo para fazer campeonatos, tocarem guitarra para impressionar os amigos. E o que deu origem ao movimento de crescimento, o prazer mais ínfimo na acção, o tijolo de grandes projectos, vai ganhando bolor, perdendo os contornos. Desligando-se gradualmente da sua origem. É sobretudo importante apoiar as actividades lúdicas mais simples, os jogos mais despojados, para que a vontade da música ou do judo nasça deles, e com ela surjam frutos desconhecidos. Não vale a pena perguntar porquê. O que valia mesmo a pena era aceitar o convite e subir até à sala.
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FAMÍLIA | NP | 25
F A M Í L I A O ÁS DE SABER desafia PAIS e FILHOS: qual deles consegue responder certo? O jogo em que a idade não dá pontos...
???
Desafio para filhos Dois pais e dois filhos saíram para caçar patos. Cada um deles acertou num pato e nenhum atirou ao mesmo. Entretanto somente três patos foram abatidos. Como foi possível? Desafio para pais Imagine um lago quadrado com uma ilha quadrada no meio, na qual existe um castelo, como mostra a figura. Um ladrão queria chegar ao castelo mas só dispunha de duas tábuas de 19 m de comprimento cada uma. Como é que o ladrão chegou ao castelo sem se molhar, nem utilizar barco nem pregos?
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Desafio de Verão para todas as idades
20m
Com 24 paus de gelado forme 9 quadrados, como mostra o desenho. Tire 4 paus de forma a que fiquem 5 quadrados. Soluções do último número: Desafio para filhos:1+2+3+4+5+6+7+8×9=100 Desafio para pais:73/37 kg de milho, ? 2kg.
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CONHECIMENTO - SABIAS QUE...
VOGAIS VOCAIS
O que faz com que o ar que expelimos soe como um a, e, i, o, ou u?
Existem neste módulo cinco caixas de acrílico de formas diferentes e uma bomba de ar. Quando pressionamos a bomba, o ar expelido passa por uma pequena palheta que vibra à sua passagem, produzindo um som. Este som, que não é mais do que uma vibração que se propaga no ar, pode ser mudado se o fizermos passar pelas diferentes caixas de acrílico. Ao passar pelas diferentes caixas, o som propaga-se pelo ar e pela caixa. A vibração resultante é diferente consoante o formato da caixa. A estas caixas, que modulam a vibração do ar, chamamos caixas de ressonância. São exemplos conhecidos o violino, a guitarra ou o piano. Tal como é representado neste módulo, as nossas cordas vocais vibram à passagem do ar que expelimos dos pulmões. Produz-se, assim, uma vibração que controlamos fazendo variar a forma do conjunto boca – faringe -laringe (caixa de ressonância), conseguindo, assim, produzir sons diferentes. Também os instrumentos musicais possuem caixas de ressonância que condicionam o som por estes produzidos. A sua forma e o material de que são feitos são os grandes responsáveis pelo timbre que associamos a cada instrumento. Poderás encontrar este e outros módulos no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva. Horário de Terça a Sexta : 10h 00 às 18h 00 Fim de semana e feriados : 11h 00 às 19h 00 O Pavilhão está encerrado às segundas-feiras, e nos dias 24 e 25 de Dezembro, 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. www.pavconhecimento.pt
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A g e n d a RESTART
Mostra de trabalhos de Nuno Ferreira na Restart Foi inaugurada, no dia 9 de Maio, pelas 18.30, nas instalações da Restart uma mostra de trabalhos do artista plástico Nuno Ferreira. Nuno Alexandre Ferreira (1973) vive e trabalha em Lisboa. Frequentou o curso de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e trabalha como artista desde 1999. No seu trabalho, que se apresenta essencialmente nas formas de vídeo e fotografia, recorre constantemente a linguagens oriundas de outras áreas tais como o design, a publicidade, a moda, o cinema ou a pornografia, como forma de questionar, por um lado, o esbatimento de fronteiras entre uma arte mais erudita e a cultura de massas e, por outro, o papel do artista enquanto elemento essencial para a produção de um imaginário colectivo. Ao longo da sua carreira, este artista tem realizado diversas exposições, em Portugal e no estrangeiro:
2003 Brevemente, projecto para ecrãs publicitários, Lisboa, Portugal. 2003 Made in the World of Art, Sarajevo Winter Festival 2003, Sarajevo, Bósnia. Telefone: 21 8923570 - info@restart.pt
www.restart.pt
2006 Ecstasy,Voyeur Project View, Lisboa, Portugal. 2005 Trip, Casa D’ Os Dias da Água, Lisboa, Portugal. 2005 Lenny, Salão Olímpico, Porto, Portugal. 2005 Colecção, Alterarte, Universidade de Vigo, Campus de Ourense, Espanha. (cat.) 2005 Tu sabes que tens razão, Maus Hábitos, Porto, Portugal. 2005 LUB - los otros placeres, LOOP:The Video Art Festival 05, Barcelona, Espanha. 2005 Festival Número,Teatro Taborda, Lisboa, Portugal. 2005 Radicais Livres, Auditorio de Galiza, Santiago de Compostela, Espanha. (cat.) 2004 Quartel - Arte Trabalho Revolução, Salão Olímpico, Porto, PUB
P a r q u e Clínicas de ténis de Verão
Para mais informações contactar: 96 802 14 13 (Prof.Jaime Caldeira) ou 93 497 00 38 (Clube Tejo). 1.ª semana – 26 a 30 de Junho 2.ª semana - 03 a 07 de Julho 3.ª semana - 10 a 14 de Julho 4.ª semana - 17 a 21 de Julho 5.ª semana - 24 a 28 de Julho
Pavilhão do Conhecimento
O Clube Tejo, situado na Zona Norte, junto à ponte Vasco da Gama, vai organizar, as Clínicas de Ténis de Verão. Esta iniciativa é destinada a todos os jovens e tem como objectivo aperfeiçoar as componentes técnicas e físicas do ténis, num ambiente descontraído e em contacto com a Natureza. Para além da parte desportiva, os jovens terão também oportunidade de efectuar ginástica mental pois o programa inclui uma hora no Mathnasium, o ginásio da Matemática. As Clínicas de Ténis funcionam no período da manhã (das 9h as 13h) e estão divididas em semanas, podendo os jovens inscrever-se naquelas que desejarem . O preço a praticar é de 80€ por semana.
Vida Fácil Já imaginou viver sem água canalizada? Sem usar cartões magnéticos? Sem semáforos nas ruas? Sem máquina de lavar? Sem computador? Difícil, não é? E, no entanto, a vida era assim. Venha descobrir como a Ciência e a Tecnologia tornam a vida mais fácil. Experimente ainda como poderá ser diferente num futuro próximo. NanoDiálogo Exposição europeia para promover o diálogo sobre a Nanotecnologia. O objectivo desta exposição é informar e estimular o debate sobre a Nanotecnologia e os impactos que ela poderá vir a ter no nosso dia-a-dia. Como irá a Nanotecnologia mudar as nossas vidas? A Exposição aborda os novos materiais e as aplicações que estão a ser produzidas em todo o mundo. Fármacos mais eficazes, materiais para próteses bem toleradas pelo nosso organismo, biosensores para a medicina e a moni-
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torização do ambiente, telecomunicações e electrónica são algumas das aplicações em que a nanotecnologia promete vir a mudar as nossas vidas. Pretende-se também, implementar o diálogo entre a comunidade científica e os demais cidadãos, a fim de identificar as principais preocupações e expectativas destes grupos. Visite-nos e, antes de sair, deixe os seus comentários, preenchendo o questionário disponível em papel ou na versão electrónica. Esta informação será, posteriormente, traduzida em recomendações a ter em conta na definição das prioridades políticas da agenda europeia da investigação e como ponto de partida de futuros debates.
TEATRO CAMÕES Giselle Um dos bailados mais representativos do repertório romântico, que conta a história de Giselle, uma jovem noiva, que recebe a falsa notícia de traição pelo seu amor, o que a leva à loucura e à morte. No segundo acto Giselle é uma wili, cujo amor perdura para além da morte; ao revés de procurar vingança, ela tenta poupar da morte o seu amado. Companhia Nacional de Bailado. Georges Garcia, coreografia; Adolphe Adam, música; António Lagarto, cenários, figurinos; Paulo Graça, desenho de luz. 25 a 27 Mai: 21h - 28 Mai: 16h Parque das Nações, Passeio de Neptuno Telefone: 218 923 470 PUB
COLÉGIOS DE FÉRIAS DO PARQUE DAS NAÇÕES
PARABÉNS NO PARQUE
Umas férias diferentes
Parque Educativo do Parque das Nações
Colégio de Verão – 03 de Julho a 28 de Julho
ANIVERSÁRIOS
Música, Dança (colaboração da Companhia Nacional de Bailado, Teatro
Crianças dos 3 aos 13 anos
Camões), Teatro (Companhia de Teatro Baú de Ideias), Cinema e Artes Plásticas Desporto: Jogos tradicionais, BTT, canoagem, orientação, mini Karts Actividades de Educação Ambiental Visitas ao Oceanário, Museu do Conhecimento Passeios no exterior: Quinta Pedagógica , Passeio no Tejo, Parque de Monsanto, outros a definir. Crianças dos 3 aos 13 Preçário:
180€ por semana (inclui almoço, lanche da tarde e todas as actividades) Inscrições abertas Contactos: programaeducacao@parquedasnacoes.pt Telefones: 218919179/81/51 Fax: 218919402
Actividades de animação acompanhadas por monitores: Música e Expressão Corporal, Jogos e Brincadeiras, Teatro de Fantoches, Jogos Tradicionais, Fábrica de Papel, Gincanas, Pedipaper das Comunicações, SOS Terra, Waterball, Faz de Conta, Desporto Infantil, Pintura Facial... Sábados, Domingos e Feriados das 15h00 às 18h00 O programa depende do nível etário das crianças, das sugestões dos pais e das condições atmosféricas
Actividades suplementares: Ciência Divertida Podem ser criados outros programas a pedido dos pais Organizamos outras festas infantis por encomenda
Devido á elevada procura dos nossos programas é exigido o pagamento de uma caução de 50 euros no acto da reserva
Email: programaeducacao@parquedasnacoes.pt Telefones: 218919179/81/51/16 Fax: 218919402
Preçário: Até aos 3 anos - 150€ até 15 crianças Dos 4 aos 12 anos – 200€ até 20 crianças Por cada criança acima do número máximo – 10€ Lanche até 20 crianças – 90€ (não inclui bolo de anos) Actividades suplementares e outros programas mediante orçamento. Preços especiais para empresas (a estes preços acresce IVA)
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E S Q U I N A
O barulho da porta a bater encerrou o capítulo da praia sem misericórdia nem saudosismo. A cidade esperava-me lá fora. Descer uma rua, parar num semáforo e sorrir a alguém que está ao teu lado. Porque não? Lembras-te quando as pessoas se cruzavam na rua (a preto e branco) e que num gesto leve levantavam o chapéu e sorriam amavelmente como se se conhecessem? “Amavelmente”, quando é que foi a última vez que ouviste essa palavra? Mas é bom perseguir estas ruas e esquinas, de novo, como um turista que vê e cheira tudo como uma primeira vez. É uma estreia, um começar de novo e não é isso que queres? Falta ao emprego (vais ver que nem vão dar pela tua falta). Agarra o dia apenas para ti. Compra uma gerebera a uma florista de rua e oferece-lha a ela própria. Acredita que será a primeira flor que ela recebe e um sorriso que se descobre em anos. Apanha um eléctrico em movimento como um puto de rua sem dinheiro. Salta com ele ainda em movimento ao passares por um bar onde ouves umas notas de Jazz soltas por um piano antigo. São cinco da tarde e o bar está vazio. O músico olha para ti e cumprimenta-te na passagem de um tema para o outro. Deixas o teu corpo escorregar para trás na cadeira e sorris de volta. Nisto entra uma rapariga que se senta na tua mesa.Trocam olhares sem que seja preciso dizer alguma coisa. O som está perfeito. A mão dela aproxima-se da tua cobrindo-a. “Vi-te a entrar” diz ela,“resolvi seguir-te, não sei bem porquê...vi em ti qualquer coisa, já nos conhecemos?”. Preparas-te para desembaraçar uma resposta, ela percebe e diz: “não precisas de dizer nada. Podemos ficar aqui... apenas.” Sem pensar respondes com a tua mão num aperto leve e instintivo. Entre as teclas brancas e pretas vais desejar que as mãos do músico não se rendam, e que o piano não se feche. Nunca, enquanto que a plateia não seja mais do que dois. Vocês dois. Sentes o inexplicável, sem querer percebê-lo. Percebes que afinal existe, algures, um significado para a cumplicidade. Um lado de lá do espelho. Infelizmente os ponteiros cumprem sempre a sua missão. Sais do bar e o sol já se está a pôr. Sobes, como um gato, ao telhado da casa mais alta para veres as luzes da cidade a brotarem na noite.Vês lá em baixo um casal a descer a rua de mãos
dadas. Cheiras o Verão que se aproxima vindo do rio. Mais à frente vai a rapariga do bar a descer num ritmo de leveza e de beleza que faz tremer as tuas pernas fazendo-te levantar e segui-la com o olhar. Vês as pessoas da rua a desenharem o seu percurso com piropos e assobios. Ela sorri sem se importar. De repente um pombo atravessa-se à tua frente desequilibrando-te. Por pouco não cais. Não. Até acabas por cair. Nasces de novo numa das tuas outras vidas de gato. Desces em direcção à rua. É praticamente de noite e o movimento das pessoas corre contra ti. Um cuspidor de fogo expulsa da boca um jacto de fogo à tua frente. Por pouco não te queimas. Aliás... até te queimas... mas ligeiramente. Enches o peito e começas a correr enquanto metes a mão na boca para aliviar a dor. Uma sem-abrigo mete-se à tua frente e pede-te dinheiro para comer. Dás-lhe a tua carteira, não tens tempo para contar trocos. Corres ainda mais rápido e vês a rapariga a virar a esquina lá em baixo. Um grupo de turistas vê a tua imagem saltar por cima de tudo e todos e começam a disparam as máquinas na tua direcção
Continuando, o teu ritmo está sincronizado com a tua emoção, com o bater do teu coração, sem saber se é acelerado pela tua corrida ou ela acelerada por ele. Continuas. Dobras a esquina e vês a rapariga. Passas pela tua amiga florista que te oferece uma flor a sorrir. Paras. Agradeces e voltas a rodar o teu corpo rumo à imagem que persegues. Ela já desapareceu. Paras para respirar fundo. A noite está demasiado quente.
com uma artilharia de flashes. Dás um salto por cima de um banco de jardim, em câmara lenta, e olhas para as objectivas (tens noção que esta imagem é um improviso teu, não meu... mas tudo bem, não quero que sigas cegamente o teclar dos meus caracteres. Quero que ganhes alguma vida por tua conta). Continuando, o teu ritmo está sincronizado com a tua emoção, com o bater do teu coração, sem saber se é acelerado pela tua corrida ou ela acelerada por ele. Continuas. Dobras a esquina e vês a rapariga. Passas pela tua amiga florista que te oferece uma flor a sorrir. Paras. Agradeces e voltas a rodar o teu corpo rumo à imagem que persegues. Ela já desapareceu. Paras para respirar fundo. A noite está demasiado quente. As pessoas enchem as ruas e as esplanadas como se fosse o último sopro do Verão. Sentas-te numa calçada sozinho e fechas os olhos por momentos. Abres os olhos. As ruas já estão praticamente vazias. Levanta-se um pouco de vento e regressas a casa. Aparece a sem-abrigo que te oferece uma cerveja e te devolve a carteira. Agradeces e vais para casa. Ela senta-se no teu lugar. Olhas para trás e dizes-lhe: “é o melhor metro quadrado da cidade.” Ela dá o último gole na cerveja:“Eu sei.. é meu. É a minha torre de vigia há mais de vinte anos. E eu sei que um dia ele vai dobrar aquela esquina novamente e, desta vez, subindo a rua na minha direcção. Quero ser a primeira pessoa que ele vê.” Descobres o verdadeiro significado da espera. Regressas a casa. O rapaz entra em casa. Pega no maço de cigarros já secos pela promessa de deixar de fumar. Retira um cigarro que o desafia e volta a guardá-lo no maço. Ouve-se a voz da rapariga que pergunta “porque é que demoraste tanto?” Não. O rapaz chega a casa e ela está tão vazia como ele. Pega num cigarro que acende sem remorsos enquanto se dirige à janela. Olha para a rua que se vai apagando na noite. Amanhã tentas de novo.
M.F.M
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“Continuidade Escolar?”
O documento assenta principalmente nos critérios que tornam completamente inviável a continuidade dos alunos nesta escola. Referindo que as planeadas escolas para esta zona estão esquecidas, adianta que as regras de admissão, face a este cenário de excepção, mudaram ao longo dos anos. Agravando a situação, o número de crianças em condições de entrar no 1.º ciclo aumenta todos os anos, levando a que seja necessária a criação de turnos duplos, “medida considerada pedagogicamente errada pelos especialistas e com outras consequências graves como o deixar de existir um espaço de qualidade para o ATL funcionar”. Mais, como refere o documento: “A legislação diferente do pré-escolar e do ensino básico e a ausência do sentido de continuidade, levam, por exemplo, a
que crianças entrem no Jardim de Infância com cinco anos, para depois terem que sair no ano seguinte, pois a admissão ao primeiro ciclo é feita com critérios diferentes”. São, ainda, apresentadas três conclusões. Primeira conclusão: que existe um consenso larguíssimo “em relação à bonomia do princípio de continuidade escolar. Desde os Órgãos da Escola, aos Pais, aos Especialistas em Educação, ao próprio Ministério da Educação, à Tutela (DREL e autarquias). No entanto, é um consenso que em sete anos não produziu qualquer acção com vista a afirmar, na prática, o que se professa em tese. Seria difícil fazê-lo?” Segunda conclusão: “As lógicas pretensões em matricular os seus filhos na escola, por parte dos pais moradores na zona de intervenção da mesma, não podem ser resolvidas, enquanto não se fizerem novas escolas, com capacidade para albergar toda a procura existente e crescente. E esta decisão provavelmente não acontecerá sem que exista uma solução administrativa coerente para o Parque das Nações”. A terceira conclusão refere que, “quando um pai não vê que a sua criança possa entrar na escola, defende naturalmente os seus interesses pessoais, pressionando o Conselho Executivo, a DREL, a Associação de Pais, etc.. Há até quem eleve esta pressão recorrendo ao expediente jurídico, através de providências cautelares”, não se pretende perder a escola que existe. E que algumas ideias “peregrinas” de restrição da escola à sua periferia física (ruas ou até prédios mais próximos da escola), apesar de serem capazes de resolver, no imediato, o problema da continuidade, agravam, ainda mais, a situação que existe ao excluírem da escola muitos alunos, também eles residentes no Parque das Nações. Uma divisão da zona de intervenção da escola só fará sentido quando os outros equipamentos escolares estiverem edificados. No entanto, concluem que a escola deve, de facto, ser exclusiva do Parque das Nações. Versão integral na página 8
Apelo
Talvez venha a soar de uma forma demasiado forte: “apelo”. E, provavelmente, vai sempre desaguar a um lado, a um tema mais sério, mais premente, algo que precisamos de fazer urgentemente. Pois. Caso concordem de uma forma inflexível com esta ligação, desde já, as minhas desculpas, pois não procurei utilizar “tal” palavra de forma desvirtuada e abusiva do seu significado. E não procuro defraudá-los, acreditem. Tenho um enorme respeito pela “palavra” e pelo seu uso, só por si. Mas a questão é que faço um apelo, não para que contribuam para uma instituição de caridade, ou que conduzam devagar, ou para que não deitem lixo para o chão. Faço um apelo, para que se vão divertir! Sim, divertir! Passo a explicar: é já a partir do dia 19 de Maio que o Parque da Nações vai ser conquistado por um conjunto de actividades de marca e organização local. Pensadas, organizadas e executadas por pessoas da terra que se preocuparam e dedicaram a tornar a nossa comunidade mais viva e (a melhor novidade) sem que precisam de fazer nada... apenas... aparecer. Música; desporto; artesanato; artes plásticas; fotografia; Literatura, estarão semeadas pelo Parque das Nações, durante três semanas, incluídas na primeira edição do Festival Parque das Nações. Vai, também, ter lugar a V Edição da Corrida Do Oriente, o primeiro grande evento a nascer no Parque das Nações e que chega a reunir cerca de 2000 pessoas que participam ou para competirem, ou, simplesmente, para conviverem. As Festas dos Santos Populares nos dias 2,3 e 4 de Julho, mais uma vez, terão lugar perto do espaço provisório criado para a Paróquia, na Zona Norte do Parque das Nações. É só aparecer...para ver. Fácil. E não vou adiantar porquês, ou desenvolver uma tese sobre a importância da presença das pessoas na sua comunidade, pois julgo não ser necessário. Como costumo dizer, as cidades (acima de tudo) não são mais do que um conjunto de pessoas.
Miguel F. Meneses
no tic ias pa rq ue @ ne tca bo .pt
A Escola Vasco da Gama afasta-se mais da possibilidade de continuidade e da entrada de novos alunos do Parque das Nações. A Associação de Pais torna público um documento, que faz uma análise ao passado e presente e quais as conclusões que se devem tirar.
EDITORIAL
FichaTécnica Director: Miguel Ferro Meneses Director Adjunto: Filipe Esménio Redacção: Alexandra Ferreira, André Moura; Filipa Samarra, Pedro Santos Pereira,Tiago Reis Santos, (Colaborações) António dos Santos; Gonçalo Peres, J. Wengorovius, Reinaldo Martins Fotografia: Miguel Ferro Meneses Direcção Comercial: Bruno Oliveira (Directo - 966 556 342) Projecto Gráfico: Tiago Fiel Colaboração: Joana Ramalho Produção: Central Park Impressão: Imprejornal Rua Ribeiro Sanches 65-1200-787 Lisboa Tiragem: 6.500 Exemplares Proprietário: Central Park Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Diogo Cão nº. 1 7º Dto. 2685-198 PORTELA LRS Nr. de Registo ICS -123 919 Depósito Legal nº. 190972/03 PUB
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30 | NP | RESTAURANTES
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Quem nos conhece – e muitos são os que nos têm acompanhado nestes já 26 anos a fabricar e a comercializar gelado – sabe que a nossa principal aposta sempre foi na qualidade do produto. É por isso que acreditamos ser hoje detentores de um know-how que nos coloca ao nível das geladarias mais conceituadas do país, apresentando aos nossos clientes uma enorme variedade de gelado artesanal de elevada qualidade. Gelado – uma tentação que alimenta Injustamente considerados por muitos como uma guloseima altamente calórica, os gelados são hoje reconhecidos em vários estudos internacionais sobre nutrição como um alimento de elevado valor nutritivo, adequado ao enriquecimento de uma dieta equilibrada.
Para tal contribui a quantidade significativa de proteínas, cálcio e vitaminas que entra na sua composição. O Verão não seria o mesmo... Não, o Verão não seria o mesmo sem eles... na verdade, a vida não seria a mesma sem eles. No Verão ou no Inverno, na Primavera ou no Outono, adaptando os sabores escolhidos da nossa vasta gama ao seu apetite de momento – a associação às frutas nos dias soalheiros, ao chocolate quente e aos frutos secos quando o frio e a chuva parecem ter chegado para ficar – deixe-se tentar por esta experiência única, num ambiente agradável, localizado num dos empreendimentos mais bonitos do Parque das Nações e com uma esplanada sobre o Cais do Olival.
Mas se, por razões de saúde ou outras, não está disposto a deixar-se tentar com o nosso gelado tradicional, experimente os nossos sabores de soja ou as mais recentes especialidades de gelado feito à base de leite de arroz, sem glúten, sacarose, lactose e colesterol.
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Se não tiver tempo ou paciência para improvisar, experimente o nosso tiramisú ou os nossos bolos de gelado, nas combinações pré-existentes ou com sabores escolhidos por si entre os disponíveis no nosso balcão (caso em que terá de encomendar com 48 horas de antecedência).
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4 | NP | ENTREVISTA
“É u m f e s t i v a l f e i t o
A 1.ª Edição do Festival Parque das Nações arranca no dia 19 de Maio. Ao longo de três semanas o Parque das Nações vai ser palco de inúmeras actividades que passam pela música; desporto; debates; artesanato; fotografia e literatura. Marco Neves é um dos responsáveis que abraçaram este projecto de corpo e alma. Fica a conversa com o rosto mais jovem da Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações que tem como um dos sonhos reunir, em 2008, por baixo da pala do Pavilhão de Portugal, todas as crianças que nasceram como habitantes do Parque das Nações .
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de boa vontade” Miguel F. Meneses
Como e quando surgiu a ideia de realizar este Festival? No final do ano passado, a Direcção da Associação de Moradores e Comerciantes, recém-eleita para um novo mandato, decidiu instituir o Dia do Parque, no Domingo mais próximo do dia 22 de Maio, aniversário da abertura ao público da Expo ‘98. Para todos os efeitos, foi nesse dia que nasceu o nosso bairro. Ora, com o andar da carruagem, surgiram várias ideias e eventos e acabámos por decidir avançar com a organização de um festival durante algumas semanas. Embora o tempo fosse já curto, quisemos começar já este ano, com vista a realizar este evento anualmente. Quem é que está na origem deste projecto? A Associação de Moradores e Comerciantes, por um lado, mas também várias outras entidades e pessoas que se quiseram associar. Entre estas entidades, o Clube Parque das Nações, vocacionado para este tipo de actividades e para a conjugação da cultura e do desporto, tem um papel muito importante. De que forma é que ele foi pensado? As palavras-chave foram: qualidade, colaboração e boa vontade. Este é um festival feito com base no trabalho de várias pessoas e de várias entidades. A Associação pretende ser o catalizador de uma série de eventos culturais, desportivos e artísticos, concentrados no tempo, com divulgação comum e tendo como ponto de partida a mesma ideia-base: trazer a cidade ao Parque das Nações, oferecer um conjunto de eventos de qualidade a todos os habitantes e visitantes, mexer com o bairro. Entretanto, é uma forma de ajudar a criar uma identidade para o Parque, enquanto bairro da cidade de Lisboa.
Fala-nos um pouco sobre a diversidade do programa e do que as pessoas vão poder assistir ao longo destas três semanas. Temos música (clássica, tradicional, rock) durante três finsde-semana, um Festival Náutico no dia 20 de Maio (um desfile de embarcações no Rio Tejo), uma série de actividades (jogos, desporto, debates) no dia 21 de Maio (o Dia do Parque), entrega de prémios de fotografia, literatura e desenho, exposições de arte digital, pintura, arte sacra e fotografia, entre muitos outros eventos. A diversidade é tremenda: temos desde demonstrações de artes marciais, passando por um torneio de futebol infantil, uma mostra de artesanato, actividades sobre a água, no Pavilhão do Conhecimento, até uma noite de Fado... E este é apenas um cheirinho da diversidade do programa do Festival. Existe, não só, uma forte aposta na área do entretenimento como, também, na vertente cultural, nomeadamente com a realização dos concursos de fotografia e literário. Porquê? A nossa ideia é conjugar o entretenimento com o desporto e a cultura, porque todas estas vertentes não devem ser separadas. Se a nossa ideia de cidade implica uma certa harmonia entre as diferentes componentes da vida, também no Festival queremos mostrar que podemos ter de tudo um pouco, de forma a enriquecer a vida do bairro e as nossas próprias experiências pessoais, enquanto habitantes desta cidade. Não queremos ceder a esse pessimismo galopante, a essa ideia de que as cidade têm de ser, inevitavelmente, sítios de solidão, stresse, falta de tempo, antipatia... São tudo ideias feitas que este Festival se esforça por desmontar: é um festival feito de boa vontade, num bairro que muitos acusam de não ter identidade. É um festival que conjuga
desporto, cultura e entretenimento, numa altura em que há demasiados compartimentos. Por fim, fala-se muito em “fazer cidade”, mas essa expressão, se quer dizer alguma coisa, não pode ser apenas a construção desenfreada de edifícios: se aqui, como tanta gente diz sem olhar em volta, não há uma comunidade e não há raízes, então esforcemo-nos por criá-las. Os debates sobre alguns dos temas mais actuais e prioritários do Parque das Nações, também, integram este evento. Porquê? Porque para nós, habitantes do Parque das Nações, que depositámos grandes esperanças neste espaço onde escolhemos viver, há muitas coisas que estão bem longe das boas intenções enunciadas pelos responsáveis, aquando do início do projecto. Esta “cidade do futuro” está já bem presente e com problemas que têm de ser resolvidos. Mas espero que reconheçam que não queremos apenas apresentar queixas: os debates irão servir para denunciar problemas e apresentar soluções, pensar no que foi mal feito, mas também no que foi bem feito (temos tendência para esquecer este ponto, deitando fora coisas boas). Não nos limitamos a queixarmo-nos mas também não vamos deixar passar em claro o exagero de construção, o problema da divisão administrativa do bairro, a situação do trânsito, alguma insegurança que se faz sentir. Tudo problemas que queremos discutir e ajudar a resolver. Quais têm sido as reacções dos moradores e das entidades que têm apoiado este projecto? As reacções foram quase todas de grande entusiasmo, facto que me surpreendeu, devo confessar. Com uma ou outra excepção, todas as entidades e pessoas contactadas se disponibilizaram para ajudar, dentro do possível, e foi assim que conseguimos, num
curtíssimo espaço de tempo, montar um Festival com alguma dimensão. Isto faz-me crer que, no futuro, com mais tempo de preparação e todas estas colaborações aproveitadas como deve ser, teremos um Festival de impacto nacional. É só querermos. Sendo assim, o festival será apenas uma semente e, no futuro, ganhará dimensões maiores. É esse o objectivo? A nossa intenção é começar, desde já, a organizar o Festival de 2007 e, em 2008, comemorar em grande os 10 anos da Expo ‘98 (o 10.º aniversário do nosso bairro). Se muitos viram e vêem a Expo como um mero espectáculo sem consequências, estaremos aqui presentes para mostrar que conseguimos criar algo muito positivo: um novo bairro com pessoas que fazem e querem continuar a contribuir para a qualidade de vida da cidade. Para isso, é nossa intenção que as comemorações em 2008 se concretizem num Festival de grande dimensão, em que todos participem, e não numa mera cerimónia oficial, distante da população aqui residente. Temos já algumas ideias: uma Regata Internacional, espectáculos musicais de grande impacto, um concurso literário para romances inéditos, entre outras ideias. Pessoalmente, gostava muito de ver, por exemplo, todas as crianças que já nasceram como habitantes no bairro a juntarem-se, em Maio de 2008, debaixo da Pala do Pavilhão de Portugal. Será uma boa forma de mostrar como aqui não nos limitámos a ficar com uns despojos duma exposição mundial (como em Sevilha), mas fizemos alguma coisa de bom. Depois é só trabalharmos para garantir que essas crianças, daqui a 20 anos, ainda gostem do sítio onde vivem e que este não se tenha transformado em mais um amontoado de prédios sem interesse nem vida. Não será fácil, mas estamos aqui para isso.
“As palavras-chave foram: qualidade, colaboração e boa vontade. Este é um festival feito com base no trabalho de várias pessoas e de várias entidades. A Associação pretende ser o catalizador de uma série de eventos culturais, desportivos e artísticos,” “queremos mostrar que podemos ter de tudo um pouco, de forma a enriquecer a vida do bairro e as nossas próprias experiências pessoais, enquanto habitantes desta cidade” Pessoalmente, gostava muito de ver, por exemplo, todas as crianças que já nasceram como habitantes no bairro a juntaremse, em Maio de 2008, debaixo da Pala do Pavilhão de Portugal. Será uma boa forma de mostrar como aqui não nos limitámos a ficar com uns despojos duma exposição mundial (como em Sevilha)...
6 | NP | PÁGINA DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DA AMCPN
Freguesia do Oriente nas Nossas Mãos Os residentes no Parque das Nações continuam a sentir quotidianamente as consequências da indefinição administrativa na ex- Zona de Intervenção da Expo 98. Lamentavelmente, passaram oito anos desde a Exposição Mundial e os políticos que suportamos com os nossos impostos ainda não entenderam necessário encontrar uma solução para os problemas que menorizaram desde o início. De facto, o projecto do Parque das Nações foi um desígnio nacional enquanto decorreu a Expo. Desde então, tornou-se um mero empreendimento imobiliário que, como tantos outros, evidencia uma enorme diferença entre o projectado (e vendido) e o concretizado. Onde estão as escolas de vários níveis de ensino previstas? Onde está o centro de saúde? Onde estão os equipamentos desportivos para usufruto dos residentes? Compreende-se, no entanto, que o Parque das Nações continue a ser observado pelos decisores políticos como um mero projecto imobiliário, sem que cidadãos contribuintes estejam em causa. Em grande medida, tal resulta da indiferença com que parte desses políticos influentes, que residem no Parque das Nações, encara estes problemas. Com efeito, o Parque das Nações é habitado por muitas pessoas com capacidade de influência. Porém, entendem não exercê-la para defender os interesses deste espaço. Quanto muito, utilizam essa capacidade de influência para benefício próprio. Por exemplo, discute-se hoje, em resultado da pressão de alguns moradores residentes na área do Parque das Nações administrativamente integrada no Concelho de Lisboa, a possi-
bilidade da área de abrangência da Escola Vasco da Gama – o único e sobrelotado equipamento escolar público do Parque das Nações – ser alterada, deixando de abranger a totalidade do Parque das Nações e limitando-se à freguesia dos Olivais, onde, por acaso resultante do projecto, se encontra hoje integrada. Há, igualmente, um certo desinteresse de alguns residentes, consubstanciado no reduzido nível de recenseamento local. Mesmo admitindo que vários residentes entendam que as actuais freguesias não defendem os seus interesses – o que manifestamente corresponde à realidade – o recenseamento, de acordo com a divisão administrativa existente, é essencial para a maior visibilidade do Parque das Nações como espaço urbano. A propósito, é do conhecimento da AMCPN (informação oficialmente transmitida por responsável governamental) que o reduzido nível de recenseamento constitui actualmente o único obstáculo para que a freguesia do Oriente seja criada, mesmo antes da definição do novo quadro de organização administrativa do país que se encontra a ser analisado pelo Governo. Assim sendo, apelamos, uma vez mais, ao recenseamento de todos os residentes que ainda não o tenham feito. Só desta forma e com uma actuação consciente do interesse público será possível garantir a autonomia administrativa do Parque das Nações. Sem ela, continuaremos a observar o total desinteresse das Câmaras Municipais e a ausência de intervenção pública na nossa área de residência. A criação da freguesia do Oriente afigura-se fundamental para
que o projecto do Parque das Nações seja concluído, edificando-se as escolas e o centro de saúde previstos. De outra forma continuaremos a assistir a declarações inconsequentes de profunda preocupação dos nossos políticos, à instalação de ofensivas placas de boas-vindas às freguesias ou aos concelhos que até hoje não investiram um cêntimo no Parque das Nações, à total indiferença das forças de segurança perante o estacionamento para além do anárquico e à utilização das nossas ruas para street racing , entre outras situações lamentáveis. Criar a freguesia do Oriente não é uma tarefa apenas da AMCPN, que é simplesmente composta e representada por residentes e comerciantes do Parque das Nações como quaisquer outros, cuja única diferença é o empenho que têm colocado na defesa do interesse colectivo. É uma responsabilidade de todos! APELAMOS, POIS, AO RECENSEAMENTO URGENTE DE TODOS! A Direcção da AMCPN
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A Direcção da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Vasco da Gama tornou público um documento sobre o problema da continuidade dos alunos neste espaço escolar que o Notícias do Parque publica integralmente
Continuidade Escolar? Não!!! Novas Escolas? Não!!! Perder a Escola que temos? Talvez?!... A Escola Vasco da Gama completa este ano lectivo, o seu sétimo ano de funcionamento. Foi criada com uma lógica integrada dando corpo a um conceito de continuidade escolar, praticamente consensual entre especialistas da educação, pais e até completos leigos, tais são as virtudes ao nível da aprendizagem e da integração social, dessa continuidade. Com base nessa lógica deveria ser possível a uma criança entrar nesta escola, no pré-escolar, aos 3 anos e sair no 9º ano (Escola Básica Integrada, 1, 2, 3, com Jardim de Infância). Pensamos que fruto da raridade destas escolas – Existem apenas 33 escolas no país com esta tipologia – a legislação existente é inconsistente, pois não define princípios de continuidade eficazes e estabelece inclusivamente critérios de admissão diferentes para o Jardim-de-Infância e para os restantes ciclos escolares. Esta incongruência legislativa, associada à falta de capacidade da escola para corresponder à procura dos alunos, tornam completamente inviável essa continuidade. Como é conhecido, o Parque das Nações enfrenta actualmente um nível de construção imenso e todos os anos aumenta em vários milhares de habitantes a sua população. Estão planeadas diversas escolas, mas a verdade é que estas não têm sido criadas pois tal não gera receitas, ao contrário das “magnificas” torres habitacionais e de escritórios, que as sucessivas revisões dos planos de pormenor da zona, foram ampliando e substituindo aos equipamentos escolares, desportivos e outros. Assim, esta pequena escola é o único equipamento escolar público do Parque das Nações, não se vislumbrando quando tal deixará de acontecer, pois não há previsões para a construção de novas escolas. Fruto deste cenário e da procura crescente dos pais que moram na zona da intervenção da escola que, legitimamente, pretendem colocar o seu filho na escola, muitas foram as sucessivas soluções que as diversas direcções do órgão da tutela (DREL – Direcção Regional de Educação de Lisboa) fizeram vigorar ao longo dos sucessivos anos lectivos. Inicialmente, a DREL permitiu-se aplicar critérios que garantiam a lógica de continuidade, tendo depois novas direcções deste órgão, passado a classificá-los de ilegais, visto que a DREL, não tem autonomia para definir excepções à lei. Em consequência, em todos
estes 7 anos de funcionamento, as regras de admissão mudaram, mais ou menos profundamente; já funcionaram pares pedagógicos (dois professores numa sala para permitir um número maior de alunos), turmas mistas (vários anos na mesma sala, com um professor), entradas no JI de um número homogéneo de crianças com 3, 4 e 5 anos em alguns anos e noutros preferencialmente com 5 anos (o automática impede a entrada das mesmas no 1º ciclo, no ano seguinte) e várias outras medidas mais ou menos heterodoxas. Entretanto, como o número de crianças em condições de entrar no 1º ciclo aumenta todos os anos, o turno duplo no 1º ciclo foi introduzido há dois anos. Esta medida, além de ser considerada pedagogicamente errada pelos especialistas e ser até considerada como algo a abandonar, assim que possível, nas escolas em que vigora, teve naturalmente que aqui ser implementada. Este facto, além dos pecados pedagógicos, automaticamente levou a que o ATL (uma importante componente social de tempos livres) deixasse de ter um espaço com qualidade para funcionar. Assim, no Parque das Nações existe uma escola que foi feita para funcionar de acordo com um determinado princípio de continuidade escolar (esta escola foi até catalogada como escola modelo – não sabemos bem de quê!). A legislação diferente do pré-escolar e do ensino básico e a ausência do sentido de continuidade, levam por exemplo, a que crianças entrem no JI com 5 anos, para depois terem que sair no ano seguinte, pois a admissão ao primeiro ciclo é feita com critérios diferentes. Este cenário rocambolesco, levou até o Conselho Executivo da escola, aquando do início do ano lectivo corrente, a fazer com que os pais assinassem um documento em como tomaram conhecimento, de que não estava garantida a continuidade dos seus filhos na escola. Mas as dificuldades em garantir a tal escola integrada não param aqui. A própria tutela está desadaptada a este conceito de escola, pois supostamente os orçamentos do pré-escolar e do 1º ciclo são da responsabilidade das autarquias e o do 2º e 3º ciclos da responsabilidade da DREL. Esta questão do financiamento poderia até ser irrelevante, quanto à admissão e à gestão da escola, caso o Parque das Nações não estivesse implementado em três Juntas de Freguesia pertencentes a dois Concelhos. Neste contexto é naturalmente mais uma forte complicação adicional. Ou seja, neste momento algumas conclusões podemos tirar: 1. Continuidade Escolar? – Há um consenso larguíssimo em relação à bonomia do princípio de continuidade escolar. Desde o Conselho Executivo, aos Pais, aos Especialistas em Educação, ao próprio Ministério da Educação, à Tutela (DREL e autarquias). No entanto é um consenso que em 7 anos não produziu qualquer acção com vista a afirmar na prática o que se professa em tese. Seria difícil fazê-lo? Não, bastaria criarem-se pequenas excepções à lei, através de uma portaria, que cobrissem situações como a que se passa na Escola Vasco da Gama e potencialmente em mais 32 escolas. Para discutir este assunto com a actual direcção da DREL aguardamos ainda ser recebidos (uma novidade, pois seja feita justiça às anteriores direcções, sempre nos receberam prontamente). Assim sendo parece-nos que tudo indica que não irão existir diligências desta, para que o problema se resolva. Porquê? PORQUE SIM!
2. Novas Escolas? – Quaisquer que sejam as soluções para os critérios de admissão em vigor na Vasco da Gama, há uma realidade insofismável. O número de crianças que não terá lugar na escola crescerá, com o crescimento dos moradores no Parque das Nações. As lógicas pretensões em matricular os seus filhos na escola, por parte dos pais moradores na zona de intervenção da mesma, não podem ser resolvidas, enquanto não se fizerem novas escolas, com capacidade para albergar toda a procura existente e crescente. E esta decisão provavelmente não acontecerá sem que exista uma solução administrativa coerente para o Parque das Nações. Como não se vislumbram movimentos reais para que as tais novas escolas apareçam, corre-se o sério risco que a pressão imobiliária apague do mapa os espaços para as escolas previstas, com a complacência dos decisores responsáveis. 3. Perder a Escola que temos? – Quando um pai não vê que a sua criança possa entrar na escola, defende naturalmente os seus interesses pessoais, pressionando o Conselho Executivo, a DREL, a Associação de Pais, etc.. Há até quem eleve essa pressão, recorrendo ao expediente jurídico, através de providências cautelares. Neste contexto de pressão extrema geram-se opiniões “peregrinas”, algumas com peso suficiente para constituírem hipóteses plausíveis de decisões por parte de quem de direito. Quando perguntamos se vamos perder a escola que temos, é óbvio que ninguém vai demolir a actual escola, mas uma destas ideias “criativas” é restringir a zona de intervenção da escola ao Concelho de Lisboa. E porque não às ruas envolventes da escola ou até ao prédio A ou B? De facto, acabariam por se resolver os problemas de capacidade da escola e aí, até o problema de continuidade desapareceria. Pensamos no entanto, que uma divisão da zona de intervenção da escola só faz sentido se e quando existirem os tais novos equipamentos escolares. Assim, a nossa opinião a este respeito é que o Parque das Nações (todo o território) não deve perder a Escola Vasco da Gama, passando esta a ser a exclusiva do Parque das Nações Lisboa, o que além de quebrar uma lógica de um espaço uno, geraria bizarrias como crianças que moram ao lado da escola serem preteridas a outras, que moram muito mais longe. Enquanto Associação de Pais e Encarregados de Educação temos sempre, ao longo dos vários anos defendido o regime de continuidade e proposto as alterações necessárias para que tal funcione.Tal pressupõe critérios de admissão ao pré-escolar que garantam a passagem ao 1º ciclo. Tal pressupõe também, que se considere a zona de intervenção da escola (todo o Parque das Nações) com critérios iguais para o pré-escolar e 1º ciclo. São princípios elementares que, como já dissemos, são geradores de muitos consensos nas várias partes envolvidas e mesmo assim, em 7 anos de pressão constante, nada se fez. É bem a fotografia do nosso país… Ficamos assim com uma escola, dita básica e integrada e que é na verdade desintegrada, dita piloto e que nem funcionar normalmente pode, pois ao invés de se poder preocupar com a qualidade está enredada nesta teia de inconsistências, o que leva constantemente a que as listas de alunos só sejam conhecidas na véspera do arranque lectivo, o que leva a constantes enredos jurídicos, o que leva a um desperdiçar de muita energia, em assuntos não abonatórios dos desafios em torno da qualidade, que todo o sistema educativo tem pela frente (e também esta escola!), para bem do desenvolvimento do nosso país. Podem fazer-se visitas a escolas na Finlândia e constatar o gap gigantesco que temos para com elas, mas nem sequer estamos a falar num plano de aprendizagem com esses bons exemplos, quando coarctamos totalmente o que pode facilmente funcionar bem. Estamos na verdade num nível muito mais primário, de desperdício do pouco que temos. Direcção da Associação de Pais e Encarregados de Educação
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Associação da Marina continua a lançar alertas A ANMPN tem acompanhado, de perto, o Dossiê Marina e mais uma vez lança um alerta sobre a importância do início da recuperação deste importante projecto A Associação Náutica da Marina Parque das Nações (ANMPN) publicou, no início do mês de Maio, no seu site (www.anmpn.pt), as principais ideias-chave que sobressaíram do estudo apresentado pela Roland Berger ao Conselho de Marketing do TLx10 - Plano Estratégico Turismo de Lisboa 2007-2010. O objectivo foi, não só dar a conhecer este estudo como aproveitar para divulgar alguns
pontos apresentados por esta associação, em Abril, antes das conclusões adiantadas pela Roland Berger, ao Conselho de Marketing. A ANMPN considera que a realização, no PN, do WaterfrontExpo 2007, é uma oportunidade única para concertar um conjunto de acções que assegurem notoriedade e visibilidade à cidade de Lisboa. O Notícias do Parque deixa aqui alguns des-
ses tópicos apresentados: “A WaterfrontExpo 2007 decorrerá na Expo e a temática associada à WaterfrontExpo 2007 está em perfeita consonância com a necessidade de promover e potenciar a ligação ao rio, face às condições de excelência únicas do estuário do Tejo que, como é sublinhado no estudo apresentado, constitui um factor de diferenciação de outras cidades de destino turístico; a realização em Lisboa da WaterfrontExpo 2007 só fará sentido se for realizada, de forma atempada, a reabilitação da Marina do Parque das Nações, a qual deverá constituir uma referência inequívoca ao respeito pelo meio ambiente (cumprimento dos critérios da Bandeira Azul); a reabilitação da MPN constituirá uma lufada de ar fresco na melhoria do espaço urbano ribeirinho, assegurando a notoriedade pretendida de uma cidade que cada vez mais pretende retornar ao rio que lhe deu a alma e a quem tanto deve”. A ANMPN apelou, ainda, para que “são necessárias acções urgentes junto dos “stakeholders” da Marina do Parque das Nações (Sociedade MPN, Parque Expo, CML,
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Governo), para que o projecto de reabilitação saia definitivamente do marasmo em que se encontra há vários anos”. Foi lançado, também, o alerta para o facto de Lisboa receber, no próximo mês de Julho, a Regata dos Grandes Veleiros que contará com mais de 100 embarcações, cerca de 3000 tripulantes e um milhão de visitantes, que terão contacto com o actual estado da Marina do Parque das Nações. Para esta Associação Naútica “como medida transitória destinada a amenizar tanto quanto possível o estado de abandono e desleixo da marina e dos espaços envolventes, propõe, mais uma vez, que o Planeamento da Obra seja afixado no local tão breve quando possível, referindo as “milestones” associadas ao projecto de reabilitação. No que diz respeito ao estudo que está a ser efectuado sobre a reabilitação da Marina Parque das Nações, e, cerca de duas semanas após esta informação ter sido publicada, foi colocada uma plataforma de sondagens na Bacia Sul da Marina. PUB
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