Notícias Hospitalares - Edição 79

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SAÚDE

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DEBATE

Ele voltou a sonhar ANO

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Lucas Ribeiro sempre quis ser goleiro, mas um problema de saúde quase acabou com esse sonho. Sua história ilustra a de milhares de pacientes atendidos no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (SP) e mostra como a gestão qualificada pode fazer a diferença na vida das pessoas

EFICIÊNCIA EM GESTÃO

EVENTOS

Redução de mortalidade e aumento da capacidade da UTI são marcas da administração do Hospital Estadual Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro

Hospitalar 2016: o ponto de encontro dos profissionais da área da saúde


A Pró-Saúde é uma das maiores entidades de gestão de serviços de saúde e administração hospitalar do País. Tem sob sua responsabilidade mais de 2.700 leitos e o trabalho de cerca de 20 mil profissionais. Está presente em todas as regiões do Brasil, contribuindo para a humanização do atendimento hospitalar, em especial do SUS. Com excelência técnica e credibilidade nacional, oferece uma gama de serviços em benefício da vida.

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A Pró-Saúde agradece e parabeniza os profissionais que dedicam suas vidas à missão de cuidar do próximo! www.prosaude.org.br


G ES TÃ O

DA

SAÚDE

EM

Revista Notícias Hospitalares

DEBATE

Ele voltou a sonhar ANO

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SEMESTRE

2016

Lucas Ribeiro sempre quis ser goleiro, mas um problema de saúde quase acabou com esse sonho. Sua história ilustra a de milhares de pacientes atendidos no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (SP) e mostra como a gestão qualificada pode fazer a diferença na vida das pessoas

79ª edição 1º Semestre / 2016 Lucas Ribeiro, paciente atendido pelo Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (SP)

EFICIÊNCIA EM GESTÃO

EVENTOS

Redução de mortalidade e aumento da capacidade da UTI são marcas da administração do Hospital Estadual Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro

Hospitalar 2016: o ponto de encontro dos profissionais da área da saúde

Foto — Warley Leite (Everyday Mogi)

editorial

Capa

Três palavras, um único conceito

Expediente Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar DIRETORIA ESTATUTÁRIA PRESIDENTE Dom Eurico dos Santos Veloso VICE-PRESIDENTE Dom Hugo da Silva Cavalcante, OSB SECRETÁRIO Cônego Doutor José Gomes de Moraes TESOUREIRO Monsenhor Marco Eduardo Jacob Silva DIRETORIA EXECUTIVA DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Miguel Paulo Duarte Neto DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO Danilo Oliveira da Silva DIRETORA JURÍDICA E DE FILANTROPIA Wanessa Portugal DIRETOR DE OPERAÇÕES Jocelmo Pablo Mews NOTÍCIAS HOSPITALARES Diretora Responsável Wanessa Portugal Gerente de Comunicação Georgia Rodrigues Projeto Editorial Doxa Conteúdo & Design Produção Editorial Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação Jornalista responsável Ada Caperuto (MTB 24082) Projeto Gráfico Adriano Frachetta Design Brainstorm Editoras Georgia Rodrigues e Marisa Ramazotti Colaboraram nesta edição Adriana França, Ana Maria Negreiros, Edson Fonseca, Raquel Rodrigues, Guilherme Pereira, Laura de Araújo, Letícia Cardoso e Thaís Rodrigues Costa

www.noticiashospitalares.com.br Impressão Stilgraf Tiragem 10.000 Contato imprensa@prosaude.org.br

Dom Eurico dos Santos Veloso, Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG) Presidente da Pró­Saúde

1º semestre / 2016

Fotografia Warley Leite (Everyday Mogi) / Shutterstock / Divulgação Sesa e Feira Hospitalar

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conteúdo deste número da Revista Notícias Hospitalares, que chega agora às suas mãos, pode ser resumido por apenas três palavras: eficiência, qualidade e reconhecimento, criando um único conceito, o de excelência. Os três vocábulos, que derivam entre si, estão expressos ao longo desta edição. Na reportagem de capa apresentamos os depoimentos de pacientes e profissionais que enaltecem os diversos pontos positivos do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes. A qualidade que resulta desta eficiente gestão traduziu-se na conquista da Certificação ONA 1 por esta unidade administrada pela Pró-Saúde há um ano. Resultados como este podem ser vistos na reportagem da seção Eficiência em Gestão, que destaca as conquistas alcançadas, também no período de doze meses, pelo Hospital Estadual Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Outra matéria que revela os ganhos da gestão eficiente é a de Excelência, que apresenta os resultados dos projetos inovadores, encampados pelo Hospital Público Estadual Galileu, em Belém (PA). Todos sabemos que o mundo está à escuta, ao acolhimento e à proximidade do que prega o nosso amado Papa Francisco. O Papa Francisco disse que “Exorto-os a manter esta particular abordagem junto às comunidades, ajudando-as a crescer e deixando-as quando forem capazes de prosseguir autonomamente, em uma perspectiva de desenvolvimento e sustentabilidade”. O Papa encoraja aos que trabalham no campo da saúde a levarem avante esta obra, inspirando-se em uma “missionariedade evangelicamente fecunda”, expressão de uma Igreja que não é uma “clínica para VIP”, mas um “hospital de campanha”. “Uma Igreja de coração grande, próxima dos feridos e humilhados da história, a serviço dos mais pobres”. Humanização, respeito e dedicação também são palavras que podem ser depreendidas das matérias de nossa revista. Esperamos que as páginas a seguir tragam inspiração e sejam capazes de renovar sua concepção sobre como é possível mudar para melhor o atendimento na rede pública de saúde, em favor dos mais pobres. Boa leitura!

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Índice

10 ENTREVISTA

Revista Notícias Hospitalares

O Espírito Santo vem investindo em contínuas melhorias na rede pública de saúde em todo o estado. O titular da Sesa, Ricardo de Oliveira, revela quais são elas.

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SALA DE ESPERA

EXPANSÃO

CAPA

Hospital Municipal Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, do Paraná, registra maior número de partos naturais. De cada dez crianças, sete nascem de parto normal.

Conheça o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, do Pará, e o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, no Espírito Santo, as novas unidades administradas pela Pró-​­Saúde.

Veja as histórias dos pacientes e profissionais do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, onde o atendimento eficiente e seguro garantiu a conquista do Certificado de Acreditação ONA 1.


26 PERFIL Diferentes projetos e terapias alternativas são a tônica em hospitais do Rio de Janeiro para garantir a saúde com muito mais alegria, sorrisos e acolhimento.

22 OPINIÃO

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EXCELÊNCIA

PREVENÇÃO

Hospital Público Estadual Galileu, em Belém (PA), se destaca em âmbito nacional por oferecer procedimentos exclusivos na região Norte somados a terapias auxiliares à recuperação.

Saiba quais são as principais infecções transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e o que fazer para evitar a picada do inseto que se tornou o inimigo número um da saúde pública.

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Os principais aspectos sobre segurança jurídica na contratação de Organizações Sociais para gestão de projetos em saúde pública.

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Sal a de esper a

Fé e esperança Dom Eurico dos Santos Veloso celebra missa no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória (ES)

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Revista Notícias Hospitalares

O arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG) e presi-

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dente da Pró-Saúde, dom Eurico dos Santos Veloso, visitou o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória (ES), nos dias 26 e 27 de abril. No primeiro dia da visita, ele celebrou missa em homenagem à Nossa Senhora da Penha, na capela da unidade. O evento fez parte do mês de comemoração dedicado à santa, padroeira do Estado capixaba. A celebração contou com a presença de colaboradores, acompanhantes de pacientes, diretoria do hospital, representantes da Secretaria Estadual de Saúde e do deputado estadual Doutor Hércules. Durante a missa, dom Eurico ressaltou a importância de acolher os enfermos, falou sobre generosidade, amor e respeito ao próximo. Ele também destacou o papel dos trabalhadores que servem ao serviço público de saúde. “É um ato de fé muito importante porque é dedicado às pessoas que mais precisam. Quem está em um hospital, precisa de um cuidado e uma atenção especiais”. No dia 27, dom Eurico visitou e conversou com pacientes internados e colaboradores, levando uma mensagem de fé e esperança.

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UPAs de Uberaba: balanço positivo no primeiro ano

Mantidas pela prefeitura de Uberaba (MG), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h do Mirante e São Benedito encerraram o primeiro ano de gestão da Pró-​ ­Saú­de com saldo positivo. O balanço geral dos serviços prestados aos usuá­rios do SUS (Sistema Único de Saú­de) mostra que, nos últimos doze meses, foram rea­li­za­ dos 243.127 atendimentos; 336.219 exames laboratoriais; 7.769 internações; 4.561 trans­fe­rên­cias de pa­cien­tes; e 6.911 horas de treinamento dos 376 colaboradores. O número mais significativo, porém, é o per­cen­tual médio de satisfação do usuá­rio apurado no pe­río­do, que foi de 91%. O Conselho Re­gio­nal de Medicina (CRM-​­MG), também atestou, por meio de relatório, o pleno atendimento, pelas UPAs, de todos os quesitos de estrutura, materiais e medicamentos.


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Pró-Saúde apoia projeto para ajudar crianças com câncer Vinte e sete meninas e meninos

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Pinhais: menor número de ces­áreas O Hospital Municipal Nossa Senhora da Luz dos

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Pinhais (HMNSLP), gerenciado pela Pró-Saúde e mantido pela Prefeitura de São José dos Pinhais (PR), registra um número interessante: de cada dez crian­ças que nasceram ano passado, sete foram por parto normal. Ou seja, do total de 1.789 partos, 1.215 foram normais e 562 ce­sa­ria­nas. A Organização Mun­dial da Saú­de (OMS) recomenda que a quantidade de ce­sa­ria­nas não ultrapasse os 15% do total de partos. No Brasil, o Ministério da Saú­de também recomenda o parto normal. Ponto positivo para o HMNSLP, cujo per­cen­ tual alcançado está acima da média na­cio­nal. Por este e outros motivos — como o incentivo à amamentação —, em 2013 o HMNSLP recebeu do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) a certificação de Hospital Amigo da Crian­ça.

portadores de câncer foram entrevistados e fotografados com as fan­ta­sias de seus he­róis prediletos. O resultado é o livro “Eu, herói”, concebido pelos fotógrafos ­Kênia Hernandes e Marcel Santana, com redação e edição do jornalista e escritor Ricardo Viveiros. Per­mea­da de emoções, a obra mostra a coragem dos protagonistas e sua alegria con­ta­gian­te, o que reforça a esperança no milagre da vida. Produzido pela Azulsol Editora e o Click Solidário do Brasil, com o apoio so­cio­cul­tu­ral da Pró-​ ­Saú­de, o livro terá sua receita de vendas integralmente revertida a entidades que cuidam de crian­ças e jovens que lutam contra a doen­ça. Para mais informações sobre o livro, entre em contato com a Azulsol, pelo telefone (11) 3675.5444 ou e‑mail: fatima@viveiros.com.br.

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Entrevista Revista Notícias Hospitalares

Com novas unidades hospitalares entregues e em construção, a regionalização e descentralização do atendimento e o investimento em programas de saúde da família e prevenção, o estado está modificando a rede pública de saúde. O titular da Sesa, Ricardo de Oliveira, mostra os resultados: hoje, o Espírito Santo ocupa o 4º- lugar no ranking dos estados que mais destinam recursos à esta área em todo o País.

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Injeção de saúde no Espírito Santo


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ormado em Engenharia de Produção, o titular da Secretaria de Estado da Saú­de do Espírito Santo (Sesa), Ricardo de Oliveira, está no cargo desde o ano passado, depois de passar por diferentes setores do poder público, incluindo órgãos municipais e estaduais do Rio de Janeiro e a Secretaria Es­ta­dual de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo, de 2005 a 2010. Aos 59 anos, natural de Cachoeiro de Itapemirim, ele apresenta nesta entrevista um panorama atua­li­za­do da saú­de capixaba. Recebendo injeções de investimentos, a rede pública realizou em 2015 mais de 40 milhões de internações e procedimentos es­pe­cia­li­za­dos.

De que maneira a ­atual ges­ tão pretende enfrentar os principais de­sa­fios da área da saú­de que existem hoje? Em um setor como a saú­de pública, os de­sa­fios são permanentes. O governo tem a obrigação e o compromisso de usar os recursos públicos de uma forma responsável. Os nossos grandes de­sa­fios são am­pliar e facilitar o acesso do cidadão a serviços de saú­de es­pe­cia­li­za­dos e mais humanizados; aumentar o protagonismo do cidadão nos cuidados com a própria saú­de; melhorar a gestão do sistema de saú­de, por meio do “Choque de Gestão” que o nosso governo vem fazendo desde o início. Não podemos esquecer que o Espírito Santo é o quarto estado

do País que mais investe em saú­de, com 18,98% de receita corrente líquida. Isso, certamente, dá uma dimensão de nosso compromisso. Como o a ­ tual governo quer que a saú­de públi­ ca do Espírito Santo esteja até o final do mandato? Até o final do a ­ tual governo, a saú­de estará mais próxima da população capixaba. Estamos trabalhando com a lógica do atendimento em cada re­gião, evitando o deslocamento para a Grande Vitória. Existe um planejamento e ele está sendo cumprido à risca. Quan­do o governador Pau­ lo Hartung assumiu o governo, no ano passa­ do, anunciou a intenção de melhorar a gestão da saú­de e construir novas unidades hospitalares. O senhor pode nos adian­tar o que será feito nos próxi­ mos anos neste sentido? Vamos inaugurar diversas unidades e trabalhar com a saú­de preventiva, como já vimos fazendo. Para evitar o deslocamento da população do in­te­rior para a Grande Vitória e melhorar a qualidade de vida dos usuá­rios, estamos via­bi­li­zan­ do os Centros de Consultas e Exames Es­pe­cia­li­za­dos em Nova Venécia, Linhares, Santa Teresa, Domingos Martins

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Para começar, gostaria que o senhor nos des­ se alguns números sobre a saú­de pública no estado do Espírito Santo. Quan­ tos hospitais estaduais existem e quantas pes­ soas atendem por mês? Hoje, a rede es­ta­dual de saú­ de conta com 19 hospitais, localizados nas quatro re­ giões do Estado. No Norte, temos duas unidades, uma em Barra de São Francisco e o outra em São Mateus; na re­gião Central, a população conta com dois hospitais, localizados em Baixo Guan­du

e Colatina; na re­gião Sul, os atendimentos de urgência e emergência são rea­li­za­dos por duas unidades hospitalares e pelo Centro de Atendimento Psiquiátrico Dr. Aristides, em Cachoeiro de Itapemirim; na re­gião Metropolitana, são quatro hospitais em Vitória, dois em Serra, três em Vila Velha, além do Centro de Rea­bi­li­ta­ ção Física; e, em Ca­ria­ci­ca, contamos com mais dois hospitais. Em 2015, todas estas unidades realizaram juntas 40.959.701 internações e procedimentos es­pe­cia­li­za­dos.

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Entrevista

e Gua­çuí. Ali serão oferecidas consultas em neurologia, car­dio­lo­gia, gas­troen­te­ro­lo­ gia, pe­dia­tria, oftalmologia, proctologia e urologia, além de exames de diag­nós­ti­co, como mamografia, ultrassonografia e endoscopia. Neste primeiro semestre, o edital de conclusão das obras do Hospital Es­ta­dual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, será lançado. E, no segundo semestre, sairá o edital para construção do Hospital Es­ta­dual Geral de Ca­ria­ci­ca, que contará com 400 leitos, incluindo UTI adul-

Revista Notícias Hospitalares

ta, pe­diá­tri­ca e neo­na­tal. Vamos con­ti­nuar am­plian­ do a oferta de serviços à população. Estão sendo entregues 70 novos leitos, sendo 30 no HEUE e 40 no Hospital Es­ta­dual de Vila Velha, que também contará com ci­rur­gias ortopédicas. Certamente a população vai sentir que estamos oferecendo uma saú­de melhor.

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O que o governo es­ta­dual tem rea­li­za­do no âmbito dos programas de saú­de? Com foco na prevenção e na qualidade de vida, lançamos o Programa Vida Saudável, cujo objetivo é incentivar as pes­soas a mudarem sua rotina em benefício da própria saú­de, evitando dia­be­tes, hipertensão, obesidade, problemas car­día­cos e outras enfermidades. Para ajudar a população

a encarar este desafio, cria­ mos o Movimento 21 Dias por uma Vida mais Saudável, a primeira estratégia do Programa Vida Saudável. Ainda pensando em prevenção de doen­ças, estamos investindo na atenção primária, a porta de entrada do Sistema Único de Saú­ de (SUS). Para isso, estamos,

A principal vantagem das OSS é a eficiência e a qualidade no atendimento ao usuário. São uma opção para gerir hospitais, ajudando a descentralizar esse mundo que é o setor de saúde. em parceria com os mu­ni­cí­ pios, entregando Unidades Saú­de da Família (USFs) para am­pliar e melhorar o atendimento à população. A parceria com os mu­ni­cí­pios na construção dessas unidades é importante para reduzir a sobrecarga dos leitos hospitalares, já que cerca de 80% dos problemas de saú­de podem ser resolvidos com uma atenção básica de qualidade. Em 2015, entregamos USFs nos mu­ni­cí­pios de Via­na,

Iúna, Bom Jesus do Norte, Colatina e Gua­ra­pa­ri. Em janeiro deste ano, uma USF no distrito de Pedra Azul, em Domingos Martins, e para este ano ainda estão previstas a entrega de USFs em Conceição da Barra, Mantenópolis, Castelo, Gua­çuí, João Neiva, Ma­ra­taí­zes e Pedro Canário. E quais são as ações de combate à dengue, Zika vírus e chikungunya? Em dezembro, foi decretada si­tua­ção de emergência na saú­de pública. Estamos todos muito preo­cu­pa­dos e mobilizados no combate ao mosquito Aedes aegypti. Di­ re­cio­na­mos R$ 35 milhões de recursos dos ro­yal­ties para que os mu­ni­cí­pios combatam o mosquito. Fomos pioneiros na compra de 75 mil repelentes para distribuição às gestantes que fazem acompanhamento do pré-​­natal na rede pública de saú­de; além disso, compramos 57 mil litros de inseticida para auxiliar no combate ao inseto. Foi definido que todas segundas-​ ­feiras seja feita a fiscalização de possíveis focos do mosquito nas ­­áreas internas e externas de todos os edi­fí­cios públicos do Poder Executivo. Montamos um Gabinete de Monitoramento da crise, formado pela Secretaria de Estado da Saú­de (Sesa) e se­cre­ta­rias municipais de Saú­de. Às sextas-​­feiras, este comitê se reú­ne para ava­liar


o cenário e definir as prio­ ri­da­des. Contamos com outro comitê de es­pe­cia­lis­ tas para monitoramento da si­tua­ção, integrado por profissionais de obstetrícia, pe­dia­tria, infectologia, neurologia e membros da Sesa. Também intensificamos a mobilização so­cial, nas escolas, por exemplo, cons­cien­ti­ za­mos pais e alunos sobre ações para o combate ao mosquito. Todos devem escolher um dia fixo na semana para repetir a rotina de eliminação dos focos do Aedes.

cada município, que devem definir o que é necessário para a população. Isso é um avanço considerável. O que todos os governos buscam, nós tornamos rea­li­da­de. Em dezembro último, a Pró-​­Saú­de assumiu a ges­ tão do Hospital Es­ta­dual de Urgência e Emergên­ cia (HEUE), em Vitória. Do ponto de vista da admi­ nistração pública, quais são os be­ne­fí­cios de adotar o

modelo de gestão na saú­de por meio de Organizações Sociais de Saú­de (OSS)? O que o senhor aponta como principais vanta­ gens para a população? A principal vantagem é mais efi­ciên­cia e qualidade no atendimento ao usuá­rio. Estamos vivendo novos tempos e com muitos de­sa­fios. Diria que cada vez maiores e mais complexos. Estar à frente de uma gestão pública é um trabalho árduo. No caso específico das OSS, elas são apenas mais uma opção para gerir, por exemplo, hospitais, ajudando a descentralizar esse mundo que é o setor de saú­de. Há be­ ne­fí­cios sim, mas, claro, com uma fiscalização. Como isso acontece? Por meio da celebração de um Contrato de Gestão, caracterizado como um acordo firmado entre o poder público e a entidade qualificada como OSS, que permite a definição das metas e do tipo de assistência à saú­de a ser desenvolvido na unidade. Logicamente, que o controle do estado na prestação de contas é fundamental. Tem de haver uma competente e responsável comissão de ava­lia­ção em relação aos serviços prestados. Ou seja, um rigoroso trabalho de análise dos resultados obtidos em relação à execução do contrato. Nosso compromisso é e con­ti­nua­rá sendo com os usuá­rios do SUS.

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­ ual o peso da atua­ Q ção re­gio­na­li­za­da em sua gestão na Sesa? Este é um ponto-​­chave para a saú­de pública do Espírito Santo. A Sesa já concluiu os Planos Regionais de Saú­ de de todas as localidades (Norte, Sul, Central e Re­gião Metropolitana). O objetivo foi mobilizar agentes municipais, estaduais e federais para a pac­tua­ção de uma agenda re­gio­nal. E isso foi feito com muito mérito. A rea­li­da­ de é que sem essa parceria não che­ga­ría­mos a lugar algum. Cerca de 80% dos problemas podem ser resolvidos nas unidades de saú­de dos mu­ni­cí­pios. Temos de aproximar os serviços da população. Os planos foram con­cluí­dos e o objetivo cumprido, que é a visão e as necessidades de cada re­gião do Espírito Santo. Atual­men­te,

temos os mecanismos definidos de governança re­gio­nal que vão garantir a execução efetiva do plano elaborado. Os planos são instrumentos para a gestão política da saú­de de cada re­gião e passam a ser referência para a alocação de recursos de custeio e investimento por parte dos mu­ni­cí­pios, do Governo do Estado e da U ­ nião. Estamos, na prática, descentralizando as decisões da saú­de. São as re­giões, de acordo com a rea­li­da­de de

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E xpansão

Tratamento de

referência renova

esperança de pacientes Novos hospitais administrados pela Pró‑Saúde no Pará e no Espírito Santo oferecem tratamento de câncer e cirurgias de alta e média complexidades

N

o final de 2015, a Pró-​­Saú­de ampliou sua atua­ção nos estados do Espírito Santo e do Pará. Em Belém (PA), o recém-​­inaugurado Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) trata crian­ças e adolescentes com câncer. Com atendimento di­fe­ren­cia­do, em

Antonio Alencar:

Revista Notícias Hospitalares

“Minhas energias foram renovadas. Aqui encontrei forças para lutar.”

que prevalece a humanização, o hospital promove uma série de ações, por meio de uma equipe multidisciplinar e de espaços especiais para o tratamento. O jovem

Profissionais do Hoiol (da esq. para a dir.): Aline Silva da Conceição, Mayara Jacob, Maria do Carmo Freitas e

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Tatiane Cristina Souza

pa­raen­se Antonio Silvio Alencar é uma testemunha desse modelo de gestão. Faltando dois meses para completar 15 anos de idade, ele recebeu a notícia que estava com câncer. Sem saber o que era a doen­ ça, pensou em desistir de viver. “Não foi fácil ouvir que eu estava com uma doen­ça grave, porque eu não sabia direito do que se tratava. Pelo pouco que tinha conhecimento, imaginava que a recuperação era quase impossível”, relata o adolescente, que foi diag­nos­ti­ca­ do com leucemia em novembro de 2015. Ele passou 30 dias internado no Hoiol. “Minhas ener­gias foram renovadas. A dedicação da equipe e dos médicos me ajudou a ter forças para lutar contra a doen­ça”, relata Antonio, que foi pre­sen­tea­do pela assistente so­cial do hospital com um livro que fala sobre sua doen­ça. “Depois que li entendi melhor o que era o câncer”, diz. Hoje, o jovem


se trata fora do hospital, rea­li­zan­do apenas sessões de quimioterapia e consultas. O Hoiol é o primeiro hospital público da Amazônia es­pe­cia­li­za­do no tratamento de câncer infantojuvenil, atendendo crian­ ças e adolescentes de zero a 19 anos. Inaugurado em 12 de outubro de 2015, pelo Governo do Pará, a unidade de saú­ de conta com cinco andares, onde estão instalados o centro cirúrgico, as áreas ­­ de quimioterapia, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a Unidade de Atendimento a In­ter­ cor­rên­cias (UAI) e clínicas pe­diá­tri­cas, além de espaços lúdicos, como brinquedoteca, sala de aula, sala de música e um solário.

Suporte a pacientes e familiares

A nutricionista clínica Paula Aldrigues Moreschi e o enfermeiro Maxson de Paula Souza

A fisioterapeuta Sandra Regiane Santos de Morais e a

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A população da Região Metropolitana da Grande Vitória (ES) já começou a notar mudanças no Hospital Es­ta­dual de Urgência e Emergência (HEUE). Ge­ren­cia­do pela Pró-​ ­Saú­de desde dezembro de 2015, a unidade é es­pe­cia­li­za­da no tratamento de traumas e em ci­rur­gias de média e alta complexidades, além de trabalhar na captação de órgãos para transplante. Lá, são rea­li­za­dos cerca de 250 atendimentos por mês, conduzidos por um conjunto de 150 médicos. O hospital, do Governo do Espírito Santo, existe desde 2014 e o objetivo da nova administração é am­pliar o acesso da população local, investindo na in­fraes­tru­tu­ra, recursos humanos e ações de humanização. O HEUE conta com 175 leitos, sendo 120 na enfermaria e 55 na UTI. As ci­rur­gias se dividem entre as ­­áreas de ortopedia, neurologia, vascular, geral, plástica reparadora e bu­co­ma­ xi­lo­fa­cial. Os médicos estão dis­tri­buí­dos em nove es­pe­cia­li­da­des; colaboradores de es­pe­ cia­li­da­des como Serviço So­cial, Psicologia, Terapia Ocu­pa­cio­nal, Nutrição, Fonoaudiologia e Fi­sio­te­ra­pia compõem a equipe multidisciplinar. Além disso, as equipes se dividem em oito comissões de trabalho, que concebem as ações preventivas e corretivas

que devem ser implementadas, desde a melhoria de processos até a qualidade as­ sis­ten­cial. Para alinhar estas es­tra­té­gias e as rotinas de trabalho, os colaboradores rea­li­ zam reu­niões assistenciais semanalmente. Com a nova gestão, uma série de ini­cia­ti­vas de humanização do atendimento vêm sendo implementadas, como o Projeto Sala de Espera, que oferece orien­ta­ção aos acompanhantes dos pa­cien­tes das UTIs e da Unidade de Alta Dependência de Cuidados (UADC). Outros diferenciais são a Capelania Hospitalar, que promove encontros na capela local, e as Reuniões de Acolhimento, que aproximam pa­ cien­tes e fa­mi­lia­res da equipe. Também estão em curso me­lho­rias na estrutura física do hospital. Mesmo nesse curto espaço de tempo, todo esse conjunto de ini­cia­ti­vas já está mostrando resultados: no último levantamento rea­li­za­do, 87% dos pa­cien­tes declararam estarem satisfeitos com o atendimento oferecido.

paciente Gerlinde Schlens Stein

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capa Revista Notícias Hospitalares

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Saúde ao alcance de todos Priorizando o atendimento humanizado, o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes amplia o acesso da população aos procedimentos de baixa e média complexidades


L

ucas Ribeiro, 12 anos, sempre sonhou jogar futebol profissionalmente. Tudo começou quando acompanhava os torneios em que seu avô, João Baptista, atua­va como goleiro. Disciplinado e talentoso, Lucas conquistou uma vaga como atleta bolsista em uma escola particular de Mogi das Cruzes (SP), mas havia um problema. Sua dificuldade, porém, nunca esteve re­la­cio­na­da aos jogos e sim à sua condição médica, diag­nos­ti­ca­da pela primeira vez no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC). Foram anos seguidos em que o garoto e seus pais, Zilmar e Elia­na, conviveram com as consequências de um diag­nós­ti­co de alergia, quando o problema era outro. A mãe o medicava segundo a orien­ta­ção dos médicos, mas nada ali­via­ va a falta de ar, palpitações e dores de cabeça. Durante um jogo escolar, em 2015, ele des­maiou e foi encaminhado ao Hospital Municipal, onde recebeu o diag­nós­ti­c o correto: uma adenoide no nariz — conhecida popularmente como carne esponjosa. Lucas respirava com apenas 22% da narina direita e com 17% da esquerda. E, assim, o menino foi encaminhado para a cirurgia. “Ele foi muito bem atendido. No decorrer dos exames pré-​­ope­ra­tó­rios, surgiu a suspeita de que ele não poderia operar por um problema de coagulação sanguínea. O médico pediu três exames diferentes para tirar a dúvida, pois não seguiria em frente se houvesse um mínimo de risco”, conta Elia­na. Feito o procedimento, hoje o menino segue em tratamento, pois, devido a

dificuldade para respirar, desenvolveu arritmia car­día­ca, mas já pode praticar seu esporte favorito sem medo. O pré-​­adolescente foi um dos três mil pa­cien­ tes operados no Hospital, que é es­pe­cia­li­za­do em ci­rur­gias de baixa e média complexidades. Inaugurado em 2014 e em fun­cio­na­men­to pleno desde o ano passado, o HMMC conta com es­pe­cia­lis­tas de dez ­­áreas médicas, oferece ci­rur­gias ambulatoriais, exames clínicos e de imagem, pronto-​­socorro infantil e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Desde a inauguração, foram rea­ li­za­das mais de 54 mil consultas ambulatoriais; quase 80 mil crian­ ças foram atendidas no PS e 3 mil pa­c ien­tes foram internados nos diferentes setores de clínicas médicas, cirúrgicas, pe­diá­tri­cas e na UTI. “Nós oferecemos ao pa­cien­te a rea­bi­li­ta­ção total de seu quadro físico. Ou seja, ele deve sair daqui plenamente recuperado, dentro da nossa área de atua­ção”, explica Matheus Gomes, diretor-​­geral do hospital, que, pela amplitude e qualidade dos serviços oferecidos, ocupou o lugar do equipamento de saú­de que faltava em Mogi das Cruzes. Lucas e sua família que o digam. “O pes­soal é muito bem preparado e aten­cio­so. Me sur­preen­di, pois não estava acostumada a ser bem tratada assim, ainda mais na saú­de pública”, comenta Elia­na Ribeiro.

Matheus Gomes, diretor-geral do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC)

Equipe multidisciplinar: uma das marcas da gestão eficiente

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Do sonho à acreditação Capa

Com apenas dois hospitais públicos, o município de Mogi das Cruzes, com 450 mil habitantes, via a fila de espera para ci­rur­gias crescer a cada ano — sobretudo para pa­cien­tes de casos de baixa complexidade, que esperavam até três anos pela operação. “Ci­rur­gias de varizes, vesícula e hérnia, por exemplo, que não são consideradas urgentes, iam para o final da fila”, conta Marcello Delascio Cusatis, secretário de Saú­de do município.

O secretário de Saúde do município, Marcello Delascio Cusatis, em visita ao HMMC

Protocolos de atendimento, procedimentos de prevenção ao risco, entre outros fatores garantiram ao hospital o Certificado de

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Acreditção ONA 1

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Ao observar essa demanda, em 2009 a prefeitura, sob a gestão de Marco Bertaiolli (PSD), tirou do papel o sonho acalentado durante 40 anos: um Hospital Municipal. Conseguiu a doa­ção de um terreno pela ­União e captou recursos nas esferas es­ta­dual e federal. O edifício foi erguido com um orçamento de R$ 36 milhões e os equipamentos adquiridos com outros R$ 15 milhões. A Pró-​­Saú­de, entidade responsável pelo ge­ ren­cia­men­to do hospital desde que foi inaugurado, venceu o chamamento público para

administração da unidade e um convênio com o laboratório de análises clínicas Albert Einstein fecha, hoje, o pacote de serviços oferecidos. “São par­ce­rias que garantem a qualidade do atendimento”, avalia Matheus Gomes. “O laboratório, por exemplo, garante diag­nós­ti­cos confiáveis, dentro de padrões que, em geral, apenas quem paga muito tem acesso. Em Mogi das Cruzes essa qualidade está presente na rede pública”, destaca. Um conjunto de aparelhos para exames de imagem de ponta, como um moderno tomógrafo de 64 canais, a estrutura dos quartos e en­fer­ma­rias e até as poltronas da recepção completam o confortável conjunto. Em operação plena desde 2014, o Hospital teve um impacto so­cial ime­dia­to, avalia Cusatis. Trata-​­se da principal unidade do SIS, o Sistema Integrado de Saú­de cria­do pela prefeitura e composto por 63 unidades no município. “Tiramos da fila de espera pes­soas que estavam acostumadas àquela si­tua­ção”, diz. Se antes era comum aguardar um ano ou mais, hoje as ci­rur­gias são programadas para serem rea­li­za­das em até 30 dias após o primeiro atendimento. A efi­ciên­cia e a segurança garantiram reconhecimento ao jovem hospital: o Certificado de Acreditação ONA 1. “Foi uma grande conquista, possível graças ao departamento de qualidade e aos nossos recursos humanos”, diz Gomes. De fato, estes são alguns dos itens que a Organização Nacional de Acreditação (ONA) avalia, ao lado da estrutura física, equipamentos e protocolos de atendimento, considerando também os procedimentos de prevenção ao risco, cirurgia segura e classificação de risco. Equipes multiprofissionais, com apoio do Time de Resposta Rápida e do Plano Te­ra­pêu­ti­co, garantem com que, do início ao fim, o pa­cien­te receba atendimento global e mi­nu­cio­so. Os colaboradores estão em constante treinamento e reciclagem através do Núcleo de Educação Permanente (NEP) e todos os equipamentos passam por manutenções preventivas pe­rió­di­cas. “A qualidade do atendimento humanizado é resultado de uma gestão ágil, transparente, que prio­ri­za a otimização de custos, mantendo a sintonia com a evolução dos serviços oferecidos pelo hospital. E todos,


colaboradores e corpo clínico, de alguma forma, estão envolvidos nesse processo”, acrescenta o diretor Operacional da Pró-Saúde, Aguinaldo Corrêa. O prefeito Marco Bertaiolli (PSD) acredita que com o HMMC a saúde na cidade está melhorando sua performance. “Agora ela não funciona mais como polias soltas, onde cada engrenagem do sistema vai para um lado. Sabemos que não temos a saúde perfeita e nem vamos ter. Saúde depende de investimento e melhoria todos os dias. Não é obra pronta. Mas temos a certeza de estarmos no caminho certo, com planejamento e superação”.

Cumprindo a missão

O Hospital Municipal de Mogi das Cruzes foi construído a partir de uma arquitetura inteligente e moderna que visa à segurança, mobilidade e sustentabilidade na utilização do prédio. O edifício é dotado de sistema de captação de água da chuva, para uso na limpeza, e placas de captação de energia solar, que ajudam a reduzir os custos mensais da unidade com água e energia elétrica, duas das maiores despesas mensais do hospital.

faz diferença”, completa. A existência da equipe multiprofissional, com médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e dentistas, faz com que tanto a passagem pelo hospital quanto a alta sejam qualificadas. Isto é, o paciente é avaliado de maneira global e orientado sobre como prosseguir com o tratamento. “Humanização, além dos protocolos de segurança seguidos, é isso o que define o atendimento completo”, avalia Fernanda. No ambulatório pediátrico, a médica Priscila Siqueira, coordenadora de pediatria do hospital,

Tatiana Cristina da Cruz Seara e Joyce Gustavo Bitencourt, responsáveis pelo atendimento

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Fazia algum tempo que Everalda Ferreira, de 68 anos, sentia dores na re gião abdominal. Em agosto de 2015, a moradora do distrito de Jundiapeba foi até uma Unidade Básica de Saúde perto de casa e, de médico em médico, foi encaminhada para o HMMC. Acabou descobrindo que tinha pedras nos rins. “Passei por exames, fui operada e fiz todo o acompanhamento da recuperação aqui. O atendimento é nota dez. Começando pela limpeza, passando pelo pessoal da recepção até os médicos”, opina. Depois de tantas visitas ao Hospital Municipal, surgiram até amizades. “Sinto um carinho muito grande pelo pessoal que me atendeu. Sempre que venho aqui passo pela sala da Tatiane, que me ajudou bastante, só para dar um abraço nela”, diz, referindo-se à enfermeira que sempre a recebeu. A coordenadora de enfermagem Fernanda Carmo também é testemunha dessa gratidão pela atenção dos colaboradores. “Muitos pacientes retornam e nos procuram, para agradecer ou trazer uma lembrança. Isso é gratificante”, afirma ela, que trabalha na internação de pediatria e adultos. O reconhecimento dos pacientes, que se faz visível na avaliação mensal da equipe, é resultado do tratamento realizado. “Como aqui não faltam funcionários, temos tempo de conversar, dar atenção. O fato de você conseguir sentar e olhar para o paciente e valorizar cada caso

Hospital sustentável

do SAU, e dona Geralda (centro)

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Capa

Certificado de Coragem: um incentivo para as crianças

destaca a responsabilidade de ser o único pronto-​­socorro infantil da cidade. “Recebemos pa­ cien­tes de todas as Unidades Básicas de Saú­de da cidade porque somos referência. Atendemos em média 7 mil crian­ças por mês”, relata. Um ponto favorável, diz ela, é que existe coo­ pe­ra­ção na busca por soluções de aperfeiçoamento. “Temos uma relação direta com a diretoria, se existe algum problema ele é sinalizado e resolvido logo. Tudo isso faz com que possamos sentir segurança em relação à qualidade de nosso trabalho, porque existem todos os recursos físicos e humanos ne­ces­sá­rios”, afirma.

Humanização: do colaborador ao paciente

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Em qualquer área de atua­ção, são as pes­soas que fazem a diferença para o bom atendimento.

Na saú­de, não há dúvidas, o peso dessa afirmação é muito maior. Para os pa­cien­tes, o trabalho de humanização começa no momento em que ele chega à recepção do hospital. Os profissionais oferecem assistência desde a consulta até a internação. Para melhorar ainda mais o atendimento, o pa­ cien­te tem a liberdade de oferecer sugestões ou fazer reclamações por meio do Serviço de Atendimento ao Usuá­rio (SAU). As opi­niões são levadas diretamente à direção e inseridas no Plano de Ações de Melhoria. As crian­ç as, até por sua natural inquietação com o am­bien­te hospitalar, também são prio­ri­ da­de nos projetos de humanização do HMMC. Para estimular os pequenos, em particular quem precisa passar por algum procedimento cirúrgico, o hospital criou o “Certificado de Coragem”, concedido a todas as crian­ças como forma de parabenizá-​­las por enfrentarem o tratamento. A coor­de­na­do­ra do RH e presidente da Comissão dos Direitos Humanos do hospital, Ta­tia­na Lucca, explica a importância de pensar no pa­ cien­te e no pro­fis­sio­nal. “Quem chega aqui está sofrendo por algum motivo e precisa de cuidados. Quem trabalha aqui também sofre, porque precisa lidar com a dor do outro, com perdas e mortes. Não é fácil. Então, eu acredito que o trabalho de humanização para esses dois públicos é de extrema importância”, avalia. No HMMC, os diferenciais neste sentido são pensados ainda na admissão dos colaboradores.

Integrante da Associação do Voluntariado: trabalho de humanização que

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faz a diferença


A seleção dos profissionais busca aqueles que pos­suem conhecimentos e práticas em trabalho humanizado. Para a manutenção do bom am­b ien­te de trabalho, anual­m en­te é rea­li­z a­ da a Pesquisa de Clima, um canal por meio do qual o colaborador tem a oportunidade de expor suas opi­niões. Por meio do NEP, o hospital rea­li­za levantamentos pe­rió­di­cos sobre as necessidades de treinamento de seus colaboradores e cria metas para garantir que todos recebam capacitação de nível técnico e comportamental. A enfermeira Elia­na Cunha acredita que a ação melhora as condições profissionais de todos e diminui os riscos no atendimento. “É muito importante pela atua­ li­za­ção de conhecimentos técnicos, comportamentais e motivacionais que traz”, declara. Em agosto de 2014, antes mesmo de o hospital entrar em fun­cio­na­men­to, foi cria­da a As­so­cia­ ção do Vo­lun­ta­ria­do, que desenvolve uma série

ADMINISTRADO PELA PRÓ‑SAÚDE, SAMU DE MOGI DAS CRUZES É UM DOS MELHORES DO BRASIL

Dom Eurico dos

­ star de pa­cien­tes e seus acompanhantes. e Segundo Mara Bertaiolli, presidente da As­so­ cia­ç ão, o grupo fun­cio­na graças à coo­pe­ra­ ção entre a direção, colaboradores e vo­lun­tá­ rios. “Essas ações não exis­ti­riam não fosse essa parceria com o hospital. Aqui ninguém é médico, nem trabalhou em hospital, mas temos boa vontade para fazer a diferença na vida de quem está internado.” Inaugurada em 10 de março, a capela da instituição é um exemplo de bons resultados dessa parceria. Aberta 24 horas por dia, como um local de orações para pa­cien­tes e acompanhantes, ela foi cons­truí­da pela Pró-​­Saú­de e será mantida pela As­so­cia­ção do Vo­lun­ta­ria­do. E foi exatamente essa preo­cu­pa­ção com o próximo, que coloca o atendimento humanizado como prio­ri­da­de, que emocionou o jovem Lucas Ribeiro e seus pais Eliana e Zilmar, quando receberam o atendimento oferecido pelo HMMC. Receber de volta essa felicidade do pa­cien­te é uma satisfação para os profissionais de gestão, como Ta­tia­na Lucca, que fica atenta aos resultados da Pesquisa de Clima. “Na última ava­lia­ ção, superamos nossa meta de satisfação com o atendimento, que era de 80%, alcançando o índice de 87,8%. Aqui no HMMC, todos esses projetos de humanização fazem parte do planejamento estratégico, são parte de nossos prin­ cí­pios organizacionais. E a Pró-​­Saú­de traz essa ex­pe­riên­cia agregada ao seu histórico de atua­ ção”, finaliza a presidente da Comissão dos Direitos Humanos.

Santos Veloso, arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG) e presidente da Pró‑Saúde, realiza missa durante inauguração da capela do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, acompanhado por dom Pedro Luiz Stringhini, bispo da Diocese de Mogi das Cruzes (à direita), e pelo diácono Valmir Donizeti Pereira (à esquerda)

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A população de Mogi das Cruzes e região também conta com a Pró-​­Saúde na hora de utilizar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A entidade é responsável pela gestão do serviço desde setembro de 2011, conforme os termos do consórcio regional composto pelos municípios de Mogi das Cruzes, Arujá, Biritiba Mirim, Guararema e Salesópolis. Cerca de 4.500 atendimentos são realizados mensalmente pelo SAMU da região, que é considerado um dos melhores do Brasil. Com sede no Centro de Mogi, junto ao Corpo de Bombeiros, o SAMU conta com 187 colaboradores, entre médicos e membros de administrativo e suporte, e 11 viaturas, sendo duas de suporte avançado.

de projetos de humanização voltados ao bem-​

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Opinião

A segurança jurídica na contratação de organizações sociais para gestão de projetos em saúde pública Wanessa Portugal e Ricardo Luiz Salvador*

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m 2015, com a relatoria do Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi a ADI 1923, que trata da cons­ti­tu­

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cio­na­li­da­de da Lei 9.637/98, julgada no mérito par­cial­men­ te procedente, mas de maneira bastante ampla, com o acórdão, praticamente balizando o entendimento do STF sobre o tema, e dando, enfim, contornos constitucionais seguros no direito brasileiro sobre os limites de atua­ção das entidades sem fins lucrativos, qualificadas como Organizações Sociais (OS). Dentre os muitos pontos trazidos pelo acórdão, destacamos o que guarda relação com a forma de contratação das OSs. O STF assentou firmemente que não estão sujeitas as contratações das OSs aos rigores da Lei 8.666/93, pois julgou cons­ti­tu­cio­ nal a inclusão do inciso XXIV do art. 24, que dispõe expressamente a dispensa de licitação nesse tipo de contratação, colocando, entretanto, algumas con­di­cio­nan­tes. Dentre elas, o rigorismo no procedimento de qualificação das entidades sem fins lucrativos. Nunca é demais lembrar que organizações sociais, na verdade, nada mais são do que entidades sem fins lucrativos, filantrópicas ou não, que, ao preen­che­rem as condições impostas pela U ­ nião, Estados e Mu­ni­cí­pios, se qualificam como organizações sociais nos moldes das leis desses entes federativos. Dito isso, não existem organizações sociais como entes jurídicos autônomos, pois essa qualificação alcançada pode ser indeferida em procedimento administrativo próprio, a lei que a conferiu pode ser revogada ou ainda tal qualificação pode ser cassada ju­di­cial­men­te, sem que com isso a entidade perca sua natureza estatutária originária. E mais, uma entidade pode obter dezenas de qualificações como organização so­cial em vá­rios entes federativos, e a perda de uma qualificação não terá qualquer impacto jurídico na qualificação deferida por outro ente federativo, em nenhuma esfera, e assim por dian­te. Tal segurança jurídica foi trazida pelo acórdão da ADI 1923 e nele reforçada, pois o STF, ao validar a dispensa de licitação, impôs que seja efe­tua­da com os prin­cí­pios nor­tea­do­res do art. 37 da CF/88, uma disputa dentre as entidades qualificadas naquele ente federativo,

ou seja, atribuiu um valor jurídico muito importante ao procedimento administrativo de qualificação, tanto quanto ou até maior do que a própria escolha do projeto efetivo a ser implementado. Na esteira desses argumentos, resta claro e é evidente que o STF não validou a tese esposada pelos autores da ADI, de que a qualificação e contratação de OSs seria terceirização ilegal da saú­de pública, sepultando definitivamente tal tese jurídica, pois entendeu corretamente o Mininistro Fux que o contrato de gestão se trata de uma parceria entre as entidades qualificadas e o poder público, visando alcançar o interesse comum da so­cie­da­de e do Estado, conforme preconizado pelo art. 196, da CF. Nada mais há, portanto, no direito brasileiro, que impeça ou dificulte a celebração de contratos de gestão das OSs pelos entes federativos, e, ao contrário, após a promulgação da Lei 13.019/14, alterada pela Lei 13.204/15, entrada em vigor em 2016, denominada “Marco Regulatório do Terceiro Setor”, que regulou de maneira mais transparente ainda a relação dessa parceria, mesmo que tenha dado outra denominação, como acordos de coo­pe­ra­ção. Deve o terceiro setor rechaçar todas as tentativas ainda existentes de qualificar as par­ce­rias com o poder público de terceirização ilegal, já que como assentado pelo STF, disso não se trata, nem nunca se tratou, os contratos de gestão legitimamente celebrados entre as entidades e o Estado Brasileiro. (*) Advogados da Pró-​­Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar


Eventos

Pró‑Saúde amplia sua presença na Hospitalar 2016 Com estande maior, apresentação de cases e palestras, a entidade leva sua marca ao principal evento brasileiro da área de saúde

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este ano, a Pró-​­Saú­de am­plia­rá sua participação na Hospitalar Feira + Fórum 2016, o principal evento na­cio­nal destinado à apresentação de produtos e soluções e ao desenvolvimento de ne­gó­cios na área médico-​­hospitalar. Segundo o diretor de Desenvolvimento da Pró-​­Saú­de, Danilo Oliveira da Silva, nesta edição a presença da entidade será ainda mais expressiva. “Em 2016, estaremos com um estande maior e melhor localizado, facilitando o acesso dos clien­tes e parceiros”, afirma. Marcada para ocorrer de 17 a 20 de maio, no Expo Center Norte, na capital paulista, a Hospitalar integra o calendário de exposições de ne­gó­cios de São Paulo, desde 1993.

A feira reú­ne empresas e profissionais da área médico-​­hospitalar de todo o Brasil e de outros paí­ses. “Atual­men­te, essa é uma das maiores feiras de saú­de do mundo. As principais re­fe­rên­cias do setor estão presentes nesse evento e a Pró-​­Saú­de, por sua história e abrangência, não poderia deixar de participar”, afirma o diretor. A expectativa é de que o evento receba quase 100 mil visitantes, entre profissionais, fornecedores e estudantes da área de saú­de. No ano passado, 96 mil pes­soas estiveram

encontro para os

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Hospitalar: um ponto de profissionais da área da saúde

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Eventos Revista Notícias Hospitalares

no Expo Center Norte durante os três dias de exposição. Serão 1.250 estandes de empresas e instituições, destinados à demonstração de produtos, equipamentos e soluções para hospitais e clínicas, além de espaço para a co­mer­cia­li­za­ção de livros es­ pe­cia­li­za­dos. Esses expositores estarão segmentados em sete setores: Hospitais Lounge, Hospfarma Espaço Far­ma­cêu­ti­ co, Expo Enfermagem, Diag­nós­ti­ca, Digital ­Health, Compo ­Health e Rea­bi­li­ta­ção. Uma série de congressos e eventos ocorrerão paralelamente à feira. Em 2016, acontecem o Congresso In­ter­na­cio­nal de Serviços de Saú­de e o Fórum In­ter­na­cio­nal “­eHealth-​­Sce­na­rios, Trends & Investments”. Os encontros nacionais terão lugar no Fórum Hospitalar, com o 39º Congresso Brasileiro de Administração Hospitalar e Gestão em Saú­de, a VII Jornada de Ação em Política In­ dus­trial e Regulamentação para Produtos de Saú­de, o 10º Congresso Brasileiro de Gestão em La­bo­ra­tó­rios Clínicos, o 11º Congresso

Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços de Saú­de e o II Fórum Na­cio­nal de Em­preen­de­do­ris­mo e Startups da Saú­de. É importante lembrar, ainda, que o evento possui forte caráter in­ter­na­cio­nal. Profissionais, acadêmicos e representantes do setor em diversos paí­ses vêm à feira como expositores, palestrantes e visitantes. Na edição de 2015, a Hospitalar contou com representantes de 58 nações, como Alemanha, França, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Coreia do Sul e Reino Unido. Alguns dos aspectos que po­ten­cia­li­zam a in­ter­na­cio­na­li­za­ção da feira são a parceria com a MEDICA – Feira Mun­dial da Medicina, e o Diploma de Feira Co­mer­cial Certificada, concedido pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, no ano 2000. O documento fun­cio­ na como uma “recomendação ofi­cial” aos em­pre­sá­rios americanos, indicando a feira como canal de ne­gó­cios para o mercado de saú­de no Brasil e na América Latina.

Este ano, o estande da Pró‑Saúde está localizado na

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Rua M, 52


39º- Congresso Durante o 39º Congresso Brasileiro de Administração Hospitalar e Gestão em Saúde e o IX Congresso Latino-Americano de Administradores de Saúde, a Pró‑Saúde apresentará a seguinte programação:

Presença garantida Oportunidade de trocar informações e avaliar equipamentos em exposição

18 de maio, às 10h30: José Luiz Bichuetti, consultor da Pró-Saúde, será o moderador do painel “O futuro do sistema hospitalar brasileiro”. 18 de maio, às 15h: Fernando Paragó, consultor médico Corporativo em Segurança do Paciente da entidade, será um dos palestrantes do painel “Avanços na segurança do paciente: seus indicadores e o impacto no custo da assistência”. Além disso, a Pró-Saúde realizará palestras técnicas em seu estande, localizado na Rua M, nº 52. Os painéis serão apresentados nos dias 17, 18, 19 e 20, em dois horários: às 15h30 e às 17h30.

Serviço: Hospitalar Feira + Fórum 2016 Data: 17, 18, 19 e 20 de maio de 2016 Horário: das 12 às 20h Endereço: Pavilhão Expo Center Norte Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme – São Paulo/SP Entrada gratuita mediante credenciamento prévio Informações: www.hospitalar.com

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A Pró-​­Saú­de é uma tra­di­cio­nal participante da Hospitalar, mantendo com a organização um forte re­la­cio­ na­men­to, que ganha cada vez mais importância. “Participamos da Feira Hospitalar há mais de 20 anos, e há cinco entramos para o time de patrocinadores do evento”, conta Danilo Silva. Neste ano, aproveitando o espaço de exposições maior, a Pró-​­Saú­de irá apresentar cases de sucesso das unidades que administra em todo o País. “O nosso principal objetivo é a fixação da marca Pró-​­Saú­de em seu segmento, reforçando sua atua­ção que prima pela qualidade e efi­ciên­cia em gestão”, pontua o diretor de Desenvolvimento. Ele destaca, ainda, a relevância da Hospitalar pela qualidade dos expositores, tanto nacionais quanto internacionais. “A feira é um dos principais eventos do ano, no âmbito da América Latina. Ela mostra ao mercado a importância, cada vez maior, que este segmento tem nas eco­no­mias do Brasil e do mundo”, define. Integrantes da Pró-​­Saú­de também fazem parte do Comitê Executivo dos congressos organizados pela Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH) que acontecerão de maneira integrada à Hospitalar 2016.

17 de maio, às 15h45: Jocelmo Pablo Mews, diretor de Operações da entidade, apresenta a palestra “A contribuição das ferramentas de gestão de processos para a melhoria da performance dos hospitais - Casos de sucesso”.

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Perfil

Saúde com mais alegria Ações de humanização tornam o ambiente hospitalar mais leve e agradável

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Hospital Es­ta­dual An­chie­ta (HEAN), localizado no bairro do Caju; o Hospital Es­ta­dual Getúlio Vargas (HEGV), na Penha; e o Instituto Es­ta­dual do Cérebro Paulo Nie­me­yer (IEC), no centro, todos no município do Rio de Janeiro, vêm mostrando que é possível tornar o dia a dia de pa­cien­tes e profissionais mais alegre.

Fábrica de sonhos

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Sorriso de Criança

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Desde outubro de 2014, a enfermaria e a emergência pe­diá­tri­cas do Hospital Es­ta­dual Getúlio Vargas (HEGV) recebem mensalmente a visita do grupo “Sorriso de Crian­ça”, liderado pelo ator Breno de Felippo. Vestidos de palhaços, os atores levam alegria, brincadeiras e muitas risadas para pa­cien­tes, acompanhantes, médicos e enfermeiros. “Nosso objetivo é levar esperança e temos a certeza de que a alegria pode curar todas as dores”, resume Felippo. Outro grupo, o Trupe da Alegria, também visita constantemente unidades da rede es­ ta­dual do Rio de Janeiro, como os hospitais HEGV e HEAN, bem como o IEC. As visitas são sempre uma festa, os am­bien­tes são decorados com bolas coloridas, há muitas brincadeiras e largos sorrisos.

Tornar um sonho em rea­li­da­de! Um pa­ cien­te de 36 anos, internado há quase dois anos no HEAN, manifestou, ao longo do tratamento, sentir falta do am­bien­te da praia. Assim, o GTH (Grupo de Trabalho Humanizado) viu uma oportunidade de atender a este desejo e adi­cio­nar uma forma de trabalhar os cinco sentidos do pa­ cien­te, além de estimular sua imaginação. Como seria arriscado levá-​­lo à praia, a orla marinha “veio” ao hospital, com a cria­ção de um am­bien­te que contou com areia, cadeira, guarda-​­sol, piscina com água do mar, prancha, conchas, reprodução de sons naturais e alimentos típicos. Dessa ideia surgiu o projeto “Fábrica de Sonhos”, como revela o presidente da Comissão de Humanização do HEAN, Thia­go Cachaldora. “O objetivo é atender os pa­cien­tes de longa permanência em uma unidade hospitalar. Para isso, observamos seu perfil e ouvimos suas his­tó­rias de vida. Assim surgem as ideias e fazemos o possível, desde que o quadro clínico do pa­cien­te permita.”


Mais leitura, mais saúde Desde sua implantação, em junho de 2015, o projeto “Mais Leitura, Mais Saú­ de” no HEAN contribui para amenizar os efeitos do longo tempo de internação dos pa­cien­tes e acompanhantes. A ideia da cria­ção de uma bi­blio­te­ca itinerante nos hospitais nasceu da parceria entre a SES e a Imprensa Ofi­cial do Estado do Rio de Janeiro. Responsável pelo acervo, Ma­ria­na Ferreira, auxiliar administrativa da Ouvidoria, resume o quanto é gratificante exercer sua atividade: “A leitura traz um conforto para eles dentro da rotina hospitalar. Digo que ter um livro por perto é ter o mundo à sua volta”, destaca.

Música para meus ouvidos

Um hospital não precisa ser um am­bien­te triste, nem solitário. Que o diga o técnico em segurança Ma­noel Pedro da Silva de 69 anos, internado por mais de 20 dias para tratamento de uma pneumonia. Ele participou do Projeto Pêlo Próximo, rea­li­ za­do quinzenalmente no HEAN. “Sinto falta da família, do trabalho e dos meus bichos, um cachorro e um gato. Mas agora estou com uma alegria imensa”, disse ele, segurando uma das calopsitas do projeto. Além das aves, o “time” também é integrado pela cadelinha Gisa e o cão Brad. Eles foram os responsáveis pelo sorriso de Waltir dos Santos Costa, 77 anos, que andava bem abatida com seu delicado quadro de saú­de. Também devolveram a con­fian­ça na cura para Larissa dos Santos Da­niel, de 17 anos, internada por complicações de dia­be­tes e anemia. Além dos jogos lúdicos, as ações do projeto Pêlo Próximo in­cluem exer­cí­cios de fi­sio­te­ra­pia. A psicóloga Roberta Araú­ jo comenta que a evolução verificada, pela sua ex­pe­riên­cia, é da ordem de 30% no quadro geral dos pa­cien­tes. “O convívio de animais com pes­soas que estão passando por esse momento difícil é um alívio para a alma e para o coração”, destaca a presidente do projeto.

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Outra ação de humanização muito popular entre os colaboradores e pa­cien­tes é o “Música para meus ouvidos”. Desde janeiro de 2015, o projeto acontece quinzenalmente no HEAN, com visitas pontuais rea­li­za­das também no Instituto Es­ta­dual do Cérebro. “O mais incrível é ver nos olhos dos pa­cien­tes a alegria que o momento pro­por­cio­na”, ressalta o saxofonista Maurício Séllos, um dos vo­lun­tá­rios do projeto. O pa­cien­te José Vicente, vendedor, apreciou a ini­cia­ti­va. “A música nos traz um pouco de alegria. Me senti acolhido. Isso, com certeza, será muito importante para a minha recuperação”, afirmou.

Projeto Pêlo Próximo – Terapia com animais

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Eficiência em gestão

HEGV reduz taxa de ocupação da UTI

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Hospital Estadual Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, se destaca pela eficiência e alcança resultados expressivos na melhoria do atendimento aos pacientes.

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esde que a Pró-​­Saú­de assumiu a gestão do Hospital Es­ta­dual Getúlio Vargas (HEGV), localizado no bairro da Penha, zona Norte do Rio de Janeiro, muita coisa mudou. A unidade passou a ter seu desempenho otimizado aos poucos, mais exatamente a partir de fevereiro de 2013. Atendendo casos de alta complexidade, e hoje destacando-​­se nos procedimentos de cirurgia vascular, o HEGV ocupava a terceira posição no ranking dos hospitais

estaduais daquele estado até o final do ano passado. “Assumimos a gestão das Unidades de Terapia Intensiva deste hospital em fevereiro de 2013 e ini­ cia­mos a implantação do processo. Sob a liderança do doutor Manuel Alberto Gil Domingues, à época diretor técnico da unidade, em julho do ano seguinte ele foi estendido a toda instituição, com a am­plia­ção do contrato de gestão”, explica Fernando Mallet Soa­res Paragó, consultor Médico Corporativo em Segurança do Pa­cien­te da Pró-​­Saú­de. Entre os resultados alcançados nesse pe­río­do, o consultor revela que, na emergência, foi promovido o controle da superlotação, com redução da taxa de ocupação de 260% para 137%, e dos pa­cien­tes com mais de 48h de permanência na unidade, de 80% para 26%. Na cirurgia vascular, o aumento dos procedimentos de revascularização impactou diretamente na minimização do número de amputações no pe­río­do,


atender quase duas vezes mais pacientes por leito de UTI mensalmente. Este case é um exemplo muito bom de como os recursos analíticos podem ter um impacto real para melhores cuidados de saúde em quase qualquer situação”, comenta Lawry O consultor da Pró-Saúde ressalta que estes dados traduzem a melhoria dos resultados clínicos. “Eles decorrem do processo de implantação das bases da governança clínica, modelo de excelência em gestão da assistência, alinhados à governança coorporativa na gestão da unidade”, conclui Paragó.

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rendendo trabalho aceito em congresso internacional da especialidade. Tais resultados foram divulgados no blog de Tom Lawry, diretor da área de Serviços e Tecnologia para o segmento de Saúde, da Microsoft, tendo em vista o uso de sistema Advanced Analytics, empregado pela Prósaúde na gestão das informações clínicas. O executivo relata ter conhecido o HEGV em setembro de 2015, como parte de um programa de visitas a várias instituições de saúde brasileiras. Seu objetivo era avaliar como tais organizações estavam utilizando o sistema de sua companhia para melhorar a eficiência do atendimento prestado. Lawry se mostrou impressionado com o que viu e descreveu a unidade como “o hospital público que serve cidadãos do Rio de Janeiro, incluindo os mais pobres entre os pobres, e que tem um fluxo quase infinito de pacientes que necessitam de cuidados intensivos.” Ele comenta ainda que, a despeito da escassez de recursos, o hospital está fazendo um trabalho incrível com o sistema de gestão adotado. “Tive o privilégio de conhecer algumas das pessoas com visão de futuro que estão conduzindo este trabalho. Usando uma solução de melhoria de qualidade de um parceiro da Microsoft, a Epimed Solutions, a equipe avalia os padrões de cuidados e tratamento para pacientes de UTI, alcançando melhorias de processos com resultados impressionantes”, comenta Lawry. De acordo com Paragó, na UTI foi evidenciada a redução de 21% nas taxas de mortalidade e de mais de três dias no tempo médio de permanência dos pacientes. Para entender o que significam tais números, a equação é simples: o tempo menor de estada dos pacientes se reflete no aumento da capacidade de atendimento. “O hospital pode agora

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e xcelência

Hospital Galileu: inovação e humanização

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Além de procedimentos exclusivos na região Norte e das terapias auxiliares à recuperação, pacientes destacam a qualidade das instalações e o atendimento atencioso que recebem de toda a equipe

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nstalado na capital paraense, Belém, e funcionando há cerca de dois anos, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG) vem ganhando destaque no Estado e até mesmo em âmbito nacional por seus projetos inovadores, tanto na área da assistência ao paciente como em humanização. Exemplo disso foi a veiculação no telejornal “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, de uma matéria sobre a utilização da gameterapia na reabilitação dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Empregada como complemento à fisioterapia, a gameterapia tem sido vista como um diferencial da unidade, garantindo resultados eficientes ao tratamento. É o caso do produtor rural Raimundo Gomes da Silva, 63 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que ficou quase 90 dias em diferentes Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Transferido para o Galileu, ele iniciou de imediato a gameterapia e, após dez dias, já apresentou melhoras. “Nunca tinha visto um videogame e nem sabia como era. Quando entendi o manejo, eu gostei. Imaginei que não ia dar certo, mas agora estou andando até mesmo ao redor do hospital”, declara, sem esconder a alegria por receber atendimento de qualidade em um hospital público. Para sua filha, Rosenilde do Nascimento da Silva, é gratificante vêlo em pé de novo. “Meu pai chegou aqui sem andar e agora está se recuperando bem. Gostei muito do hospital. É limpo, tem boa recepção e a comida é gostosa. Achei excelente”.

Raimundo da Silva se recupera de um AVC com ajuda da gameterapia


Recuperação Morador de Garrafão do Norte, no in­te­rior do Pará, Geferson Alves Nascimento está em tratamento há cerca de dois anos. O agricultor de 24 anos já passou por sete ci­rur­gias, quatro delas rea­li­za­das no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência e três no Hospital Público Es­ta­dual Galileu. Vítima de acidente de motocicleta, Geferson ficou com uma perna mais curta que a outra. Para tentar reverter a sequela, ele foi submetido ao tratamento de alongamento ósseo no Hospital Galileu, única unidade do Norte do Brasil a oferecer, pelo SUS, este tipo de atendimento. “Não esperava encontrar um hospital público igual a este. Aqui é bom demais, tem conforto e qualidade. Até as refeições são boas, quarto limpo, atendimento ótimo. Os médicos são melhores ainda. Estou con­fian­te em minha recuperação. Que­ro voltar ao trabalho”, conta ele. Implantado em abril de 2015, o tratamento de reconstrução e alongamento ósseo já possibilitou, até fevereiro deste ano, que 218 pa­cien­tes fossem submetidos ao procedimento, promovendo a mudança de vida e o resgate da autoestima. A cirurgia tem se revelado uma grata surpresa para pa­cien­tes como Geferson. “Minha si­tua­ção foi complicada. Eu não esperava conseguir meu tratamento todo de graça. Apesar de estar internado, aqui temos liberdade e todos nos tratam com respeito e carinho”, declara.

Aproximação

alongamento ósseo no Galileu

em uma mesma conexão, até oito pes­soas, mesmo que estejam nos lugares mais distantes do planeta. Este é o caso de Ta­tia­ne Perige, que mora na Alemanha e dia­ ria­men­te usa o computador para “visitar” sua irmã que está hospitalizada na UTI da unidade. A “Visita Vir­tual” também foi aprovada por Luiz Zamagna, que declarou sua satisfação por e-​­mail, depois que se conectou com o irmão, durante o tempo em que este esteve internado: “Parabenizo o hospital por essa tentativa de permitir que nós, fa­mi­lia­res distantes, possamos falar (e ver) as pes­soas que nos são queridas”.

Projetos Administrado pela Pró-​­Saú­de sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saú­de Pública (Sespa) desde sua implantação, em maio de 2014, o Hospital Galileu rea­li­ za vá­rios projetos de humanização que buscam acolher os usuá­rios do SUS com respeito, dignidade e eficácia, como explica o diretor-​­geral, o administrador hospitalar Saulo Mengarda. “Nosso foco é o pa­cien­te. Em razão disso, buscamos promover ações que os façam sentir-​­se bem e estimulados a recuperar-​­se da maneira mais rápida. Todas as ações, sejam administrativas, técnicas ou operacionais, visam exclusivamente o cuidado com o nosso usuá­rio”, ressalta. De acordo com o Serviço de Atendimento ao Usuá­rio (SAU), o índice de satisfação no Hospital Galileu foi de cerca de 95% em 2015. Já no primeiro trimestre deste ano esse índice foi de 96%. Ques­tio­na­dos se re­tor­na­riam para tratamento na unidade, 99% dos pa­cien­tes informaram que sim. Confira a reportagem do “Bom Dia Brasil” sobre o HPEG acessando o link: http://goo.gl/5hGZNR

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Por se tratar de uma unidade que é referência no atendimento ortopédico, cuja ocupação por vítimas de trauma gira em torno de 80%, o tempo de internação no Hospital Galileu pode superar a média de 45 dias que tem a maioria dos casos. Por este motivo, a unidade criou projetos di­fe­ren­cia­dos, como o “Visita Vir­tual”, que tem por slogan “Você, próximo de quem ama”. Com esta ação, fa­mi­lia­res e amigos utilizam a tecnologia para falar com os pa­cien­tes. O encontro dura cerca de 30 minutos e pode reunir,

Geferson faz tratamento de

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prevenÇão

A proteção ideal contra o

mosquito

Transmissor da dengue, do Zika vírus e da febre chikungunya, o Aedes aegypti é uma das grandes ameaças à saúde pública nos dias de hoje. Saiba como se proteger corretamente.

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om alta incidência em todo o território nacional, as infecções transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti — dengue, Zika vírus e febre chikungunya — ainda não contam com um método definitivo de proteção. Enquanto a vacina contra a dengue acaba de ser aprovada pelo Ministério da Saúde (MS), as demais doenças estão apenas em fase de estudos. Além do índices crescentes das três infecções causadas pelo inseto, o MS passou a lidar com um gravíssimo problema de saúde pública, o Zika vírus, que pode estar atrelado a um aumento substancial de casos de microcefalia. O problema se configura como uma deficiência na evolução do feto, fazendo com que o bebê nasça com o crânio e o cérebro menores que os padrões ideais, o que afetará o desenvolvimento da criança. Dados divulgados pelo Ministério revelam que, até a primeira quinzena de março, 4.268 casos suspeitos de microcefalia foram investigados em todo o País. Desse total, 2.212 casos foram classificados, sendo 1.349 descartados e 863 confirmados para

microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. No Brasil, o combate ao mosquito se dá em nível nacional, mas um dos mais importantes polos de pesquisas sobre o Zika é o Hospital Universitário de Jundiaí, cujos estudos se concentram na relação entre o vírus e a microcefalia. Médicos, alunos, voluntários e pacientes com suspeita de contaminação integram o conjunto humano de mais de 200 pessoas que trabalham para identificar padrões da infecção, por meio de acompanhamento de três núcleos: o Grupo I, com gestantes de alto risco sem sintomatologia; Grupo II, com as futuras mães que apresentaram sintomas como erupções de pele avermelhadas e febre; e Grupo III, formado por mulheres que sofreram aborto recentemente, justamente para descobrir se existe alguma relação entre o vírus e o incidente. “Ainda é cedo para alguma conclusão, mas resultados preliminares apontaram que, dos 56 exames realizados, 40 detectaram a presença da proteína do vírus encontrado em doenças como dengue, Zika, chikungunya e na vacina


da febre amarela. Significa que, mesmo que não esteja contaminada, em algum momento essa mulher teve contato com o vírus”, explica a pe­dia­tra e infectologista, Márcia Borges. O que cabe à população é reforçar os mecanismos de prevenção. De repelentes químicos aos naturais, são muitos os meios que vêm sendo utilizados para evitar a picada do inseto e, principalmente, acabar com os locais que podem servir para sua reprodução.

Métodos preventivos A jornalista Ana Letícia Marques, de 24 anos, está grávida de dois meses e meio de seu primeiro bebê. “Quan­do descobri a gravidez, mil pensamentos e preo­cu­pa­ções vie­ram à minha cabeça, mas a preo­cu­pa­ção com o Zika e como o vírus poderia afetar o meu bebê foi a principal. Já conhecia os riscos, mas não sabia bem os sintomas da doen­ça”, diz. É a mesma si­tua­ção pela qual passa a obstetra, Amanda Feitosa, 25 anos, que também espera o primeiro filho. “A falta de informações concretas e ações para combater ou prevenir o vírus e os problemas por ele oca­ sio­na­dos têm me deixado aflita e temerosa, pois me preo­cu­po que eu possa contrair a doen­ça e meu bebê sofra qualquer problema de saú­de. Mesmo que ainda não esteja no terceiro trimestre da gestação”, diz ela, referindo-​­se ao pe­río­do em que o MS aponta

ser mais difícil que a infecção do Zika vírus interfira no desenvolvimento do feto. O principal conselho dos pe­dia­tras para as gestantes durante a fase do pré-​­natal é o uso de repelentes aplicados à pele e dos elétricos, para os am­bien­tes. Assim como a maioria dos profissionais, a médica de Ana Letícia fez essa exata recomendação. “Ela prescreveu duas marcas específicas, que devem ser rea­pli­ca­das a cada duas horas”, comenta. No entanto, a jornalista sente um pouco de enjoo com o cheiro do produto. Se for o caso

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Para se proteger prevenÇão

A eficácia do combate ainda está firmemente vinculada à eliminação dos focos de criadouro do mosquito; Repelentes não devem ser aplicados na pele na hora de dormir, pois podem provocar reações alérgicas; O uso de inseticidas ajuda, mas não resolve. Ao longo do tempo, eles podem atuar na “criação” de uma linhagem mais resistente de insetos; Ao usar repelente na pele, siga cuidadosamente as especificações do rótulos e faça o teste de reações alérgicas; Atenção à faixa etária indicada em cada produto e ao intervalo recomendando entre as aplicações.

de reduzir o número de aplicações, a solução recomendada é aliá-lo a outras práticas, como o uso de roupas claras, preferencialmente blusas de mangas longas e calças compridas, além de telas nas janelas e portas das casas e, principalmente, a eliminação de possíveis focos de reprodução do mosquito. Algumas pessoas têm adotado outros métodos, como a professora Gabriela Sikorski, de 24 anos, mãe de Inácio, de um ano e três meses. Moradora do município de Piedade (SP), ela prefere os repelentes naturais. “Usamos produtos à base de cravo, álcool de cereais e óleo vegetal”. O problema com os repelentes naturais é seu efeito de curta duração, como explica Márcia Borges. Porém, no caso de Gabriela, outras medidas são empregadas. “Como vivemos em zona rural

Para entender ■

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A dengue foi identificada no Brasil pela primeira vez em 1986; a febre chikungunya, em 2014; e o Zika vírus em 2015; A dengue provoca náuseas, fraqueza, erupções e coceira na pele, além de dores de cabeça, no corpo, olhos e articulações; A infecção pelo Zika vírus provoca dores de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos; A febre chikungunya provoca febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Podem ocorrer ainda dor de cabeça, nos músculos e manchas vermelhas na pele.

existem predadores naturais dos insetos, mas tomamos bastante cuidado com os focos do mosquito aqui no sítio”, argumenta. Outro ponto importante antes de utilizar o repelente é observar possíveis sinais de alergias quanto a qualquer componente químico da fórmula. O teste pode ser feito colocando-se um pouco do produto atrás da orelha e no dorso da mão. O produto deve ficar nesses locais por 30 minutos para verificar as reações. “Se usado de maneira incorreta, o repelente pode ocasionar problemas de saúde tanto em gestantes, quanto em outros grupos de pessoas”, diz Márcia. A infectologista também lembra que as crianças menores de seis meses não podem passar o repelente na pele. Também devem ser evitados os elétricos em ambientes onde as crianças estiverem. “Se possível, o melhor é manter o local refrigerado, pois os mosquitos preferem calor e umidade. O inseticida em spray é um recurso de última escala”, conclui Márcia. Um dos recursos utilizados para eliminar o mosquito e seus criadouros é a dedetização de ambientes. Segundo Sérgio Bocalini, biólogo da Associação Brasileira de Controles de Vetores e Pragas Urbanas (APRAG), a procura pelo controle do Aedes aumentou em torno de 60%, enquanto que a realização efetiva desse tipo de trabalho ampliou-se cerca de 40%, comparado com o ano passado.


Hospital Regional Público da Transamazônica, de Altamira (PA)

Excelência reconhecida! A Pró-Saúde sabe que a confiança dos pacientes está em primeiro lugar. É isso que nos motiva a buscar a mais alta qualidade em tudo o que fazemos. Estamos orgulhosos do HRPT pela conquista da certificação ONA 3, que reconhece os elevados padrões de gerenciamento da organização.

Parabéns a todos os colaboradores do HRPT


Confira a participação da Pró-Saúde na Hospitalar 2016 Visite o estande da Pró-Saúde na Hospitalar Feira+Forúm, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), de 17 a 20 de maio. O estande contará com programação especial de palestras e cases. Horário: das 12h às 20h Pavilhão Vermelho Rua M, 52 Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme, São Paulo (SP)


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