G ES TÃ O
DA
SAÚDE
EM
DEBATE
COM AS BÊNÇÃOS DO PAPA No encontro com o Papa Francisco, o presidente da Pró-Saúde, dom Eurico dos Santos Veloso, destacou os benefícios da humanização na melhoria do atendimento e o esforço da entidade para conquistar a certificação de qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ONA) para as unidades de saúde que administra
ANO
15
|
2º
SEMESTRE
EXCELÊNCIA Programa MAIS EFICIENTE reúne todas as ações que buscam melhorar a eficiência e integrar os processos internos das unidades administradas pela Pró‑Saúde
2016
ENTREVISTA Simão Jatene, governador do Pará, fala sobre os resultados dos investimentos na área da Saúde em seu Estado
A Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar vai completar meio século de atuação em 2017 e tem muitos motivos para celebrar: Está entre as maiores instituições de gestão de serviços de Saúde e administração hospitalar do Brasil. Sua representação se estende a todas as regiões do País. Tem a responsabilidade de administrar quase três mil leitos hospitalares. Gerencia o trabalho de cerca de 20 mil profissionais, dos quais 3,5 mil são médicos. É certificada pelo Ministério da Saúde como Entidade Beneficente de Assistência Social na área da Saúde. Todos esses fatores reforçam sua atuação no âmbito da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua filosofia de trabalho, com eficiência e qualidade, contribui para ampliar o acesso da população aos serviços médicos.
BRAINSTORM
RUMO AOS 50!
Por sua doação... por aliviar nosso sofrimento... por curar nosso corpo... OBRIGADO, DOUTOR! Por confortar nossa alma.
A Pró-Saúde homenageia todos os profissionais médicos por sua atuação humanitária.
BRAINSTORM
OBRIGADO, DOUTOR!
G ES TÃ O
DA
SAÚDE
EM
DEBATE
COM AS BÊNÇÃOS DO PAPA No encontro com o Papa Francisco, o presidente da Pró‑Saúde, dom Eurico dos Santos Veloso, destacou os benefícios da humanização na melhoria do atendimento e o esforço da entidade para conquistar a certificação de qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ONA) para as unidades de saúde que administra
ANO
15
|
2º
SEMESTRE
Revista Notícias Hospitalares 80ª edição 2º Semestre / 2016
2016
O Papa Francisco e dom Eurico dos Santos Veloso, presidente da Pró‑Saúde EXCELÊNCIA Programa MAIS EFICIENTE reúne todas as ações que buscam melhorar a eficiência e integrar os processos internos das unidades administradas pela Pró‑Saúde
ENTREVISTA Simão Jatene, governador do Pará, fala sobre os resultados dos investimentos na área da Saúde em seu Estado
Foto — Divulgação/Vaticano
Editorial
Capa
Uma questão de fraternidade
Expediente Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar DIRETORIA ESTATUTÁRIA PRESIDENTE Dom Eurico dos Santos Veloso VICE-PRESIDENTE Dom Hugo da Silva Cavalcante, OSB SECRETÁRIO Cônego Doutor José Gomes de Moraes TESOUREIRO Monsenhor Marco Eduardo Jacob Silva DIRETORIA EXECUTIVA DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Miguel Paulo Duarte Neto DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO Danilo Oliveira da Silva DIRETORA JURÍDICA E DE FILANTROPIA Wanessa Portugal DIRETOR DE OPERAÇÕES Jocelmo Pablo Mews DIRETORA DE GESTÃO DE PESSOAS Elizabeth Leonetti NOTÍCIAS HOSPITALARES Diretora Responsável Wanessa Portugal Projeto Editorial Doxa Conteúdo & Design Produção Editorial Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação Jornalista responsável Ada Caperuto (MTB 24082) Projeto Gráfico Adriano Frachetta Design Brainstorm Editora Marisa Ramazotti Revisão Malvina Tomáz Colaboraram nesta edição Adriana França, Ana Maria Negreiros, Edson Fonseca, Raquel Rodrigues, Guilherme Pereira, Laura de Araújo, Letícia Cardoso e Thaís Rodrigues Costa
www.noticiashospitalares.com.br Impressão Stilgraf Tiragem 7.000 Contato imprensa@prosaude.org.br
Dom Eurico dos Santos Veloso, Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG) Presidente da Pró‑Saúde
2º semestre / 2016
Fotografia Acervo Pró-Saúde / Shutterstock / Divulgação Sespa, Feira Hospitalar, Jullius Nascimento e Warley Leite
E
sta edição traz em destaque as conquistas da Pró-Saúde na busca da Acreditação hospitalar. Na reportagem, nossos entrevistados enumeram as exigências técnicas e gerenciais para atingir esse grau de excelência. Sem dúvida, atender a esses parâmetros é uma questão de obrigatoriedade. Sem eles, não é possível conquistar um certificado que atesta que aquela organização está qualificada para oferecer atendimento do mais alto nível aos pacientes. Paralelamente, a entidade prioriza o atendimento humanizado, pois acredita que o amor ao próximo é um valor inerente aos cuidados com a saúde. Está comprovado que o enfermo que se sente acolhido, tem a chance de se recuperar mais depressa. Tenho certeza de que nossa bem-sucedida atuação no pleno acolhimento aos pacientes deve-se não apenas à nossa equipe de colaboradores, mas também ao grande apoio que recebemos dos voluntários, que a tuam em todas as unidades que gerenciamos no Brasil. São eles que, graciosamente, fazem a diferença na vida de muitos pacientes, ajudando-os a suportar os momentos difíceis de um tratamento de saúde. Recentemente estive em Roma, onde participei da solenidade de Canonização de Madre Teresa de Calcutá e do Jubileu do Voluntariado, Agentes da Misericórdia. Durante este último evento, pude constatar quanto devemos valorizar o papel desses agentes da misericórdia. É por isso que gosto sempre de dizer que, sim, é preciso trabalhar com profissionalismo e excelência, mas é igualmente necessário humanizar e acolher nossos semelhantes. Uma boa leitura!
5
Índice
10 ENTREVISTA
Revista Notícias Hospitalares
Simão Jatene, governa‑ dor do Pará, fala sobre as ações no âmbito da Saúde realizadas por sua gestão e revela os resultados dos in‑ vestimentos nessa área.
6
8
14
16
SALA DE ESPERA
EXPANSÃO
CAPA
Unidades geridas pela Pró‑Saúde integram Pacto Global da ONU para as áreas de direi‑ tos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.
Com nova UBS e uma Unidade de Fisioterapia voltada à terceira ida‑ de, a Pró‑Saúde amplia sua presença em Mogi das Cruzes (SP).
Um raio X dos ca‑ minhos que levam à excelência no se‑ tor hospitalar mostra as conquistas da Pró‑Saúde em sua busca pelo selo de Acreditação con‑ cedido pela ONA.
23 PERFIL Atuação no combate ao Zika Vírus: conheça o tra‑ balho do Ambulatório de Microcefalia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (RJ) e do Hospital Universitário de Jundiaí (SP).
30
EXCELÊNCIA
PREVENÇÃO
Pró‑Saúde se mo‑ derniza com o MAIS EFICIENTE, programa que inclui novas ferra‑ mentas para facilitar a gestão e a dinâmica das unidades adminis‑ tradas pela entidade.
Os principais males que podem atingir os homens, e as recomendações do Ministério da Saúde para prevenir doenças fatais. 2º semestre / 2016
28
7
Sal a de Esper a
IEC recebe Prêmio Excelência da Saúde
2
Pró-Saúde apresenta case no Congresso Médico e Jurídico
Revista Notícias Hospitalares
1
8
Em 8 de outubro, o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), do Rio de Janeiro (RJ), foi homenageado durante a premiação Excelência da Saúde 2016, que ocorreu no Guarujá (SP). A unidade administrada pela Pró-Saúde foi eleita Excelência da Saúde em “Atenção ao pacien te”, por ter participado do primeiro projeto do País voltado para o acolhimento de crianças com microcefalia expostas ao Zika Vírus e de gestantes com diagnóstico positivo para a doença. Esse projeto foi reconhecido pelo governo federal como modelo a ser seguido no País. Jocelmo Pablo Mews, diretor de Operações da Pró-Saúde, e Wanessa Portugal, diretora Jurídica da entidade, receberam o prêmio. “Este reconhecimento é o resultado do trabalho de todos os profissionais do IEC que a liam a atenção aos pacientes ao atendimento de ponta, com serviços altamente qualificados. O resultado é a taxa de 100% de satisfação dos usuários”, destacou Mews.
O diretor de Desenvolvimento da Pró-Saúde, Danilo Oliveira da Silva, apresentou, em agosto, no 4º Congresso Brasileiro Médico e Jurídico, em Vitória (ES), o modelo de prestação de serviços da entidade na gestão de saúde pública. O case escolhido foi a experiên cia da gestão no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), de Santarém (PA). “A Pró-Saúde assumiu a administração em 2008, em um momento de muitas dificuldades. Em parceria com o governo, realizamos um trabalho com foco na qualidade do atendimento e segurança do paciente, resultando na conquista da Certificação ONA 3, em 2015”, destacou. Ele também mencionou os fatores de sucesso no modelo de gestão feito por uma Organização Social, citando um estudo do Banco Mundial, que aponta benefícios das parcerias firmadas com OSs, como aumento da produtividade, qualidade da assistência, redução de custos, satisfação do usuário e resolutividade. Promovido pela Agência Brasileira de Gestão Social e Tecnologia (Abrages), o evento contou com apoio da Pró-Saúde.
3
Hospitais recebem Prêmio Amigo do Meio Ambiente
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, em setembro, a lista com os signatários que inte-
gram o Pacto Global, um conjunto de práticas internacionalmente aceitas nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio am biente e combate à corrupção. Dos 40 hospitais brasileiros que fazem parte da comunidade inter nacional definida pela ONU, três são administrados pela Pró-Saúde: os estreantes Hospital Público Esta dual Galileu, em Belém, e Hospital Regional Público do Baixo Amazonas, em Santarém, ambos no Pará, e o Hospital Municipal Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, em Pinhais (PR), signatário do Pacto Global desde 2011. Para obter o reconhecimento, os hospitais atenderam a dez princípios nos quais, todos os anos, os hospitais são avaliados pela instituição mundial. Entre eles, destacamos os seguintes: apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos; apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório; abolição efetiva do trabalho infantil; eliminar a discriminação no emprego; e promover a transparência de seus atos.
2º semestre / 2016
O Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), de Mogi das Cruzes (SP), e o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), de Santarém (PA), receberam o Prêmio Amigo do Meio Ambien te (AMA), promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, e entregue em 14 de setembro, durante o IX Seminário Hospitais Saudáveis (SHS). O Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), de Belém (PA), foi reconhecido com uma menção honrosa. A Pró-Saúde foi uma das promotoras do evento, realizado em São Paulo. A 9ª edição do Prêmio AMA recebeu a inscrição de 112 projetos de hospitais que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) e selecionou os 15 melhores. Este é o segundo ano consecutivo que o HMMC é reconhecido, desta vez com o projeto “Mobilidade Sustentável”, o único que abordou o tema. Já o HRBA recebeu o prêmio pelo projeto “Compostagem e Horta Orgânica”, iniciado em outubro de 2015. A unidade também ganhou menção honrosa pelo “Projeto Caracol”, iniciativa que utiliza materiais descartáveis para a confecção de jogos pedagógicos voltados às crianças internadas. A mesma distinção foi recebida pelo HPEG por dois projetos: “Na busca por práticas sustentáveis: a criação do sistema de votação eletrônica para avaliação da reação e treinamentos” e “A utilização de tecnologias leves na recepção de um hospital de referência no estado do Pará: práticas de empoderamento em educação ambiental”.
4
Unidades administradas pela Pró-Saúde integram Pacto Global da ONU
9
Entrevista Revista Notícias Hospitalares
O governador Simão Jatene revela os resultados dos investimentos que vêm sendo feitos em Saúde e explica por que o estado do Pará é uma das unidades da Federação que mais recursos aplica nesta área
10
Saúde em
expansão
N
ão é a primeira vez que Simão Jatene (PSBD) ocupa o cargo de governador do Pará. Este é, na verdade, seu terceiro mandato como chefe do executivo estadual. Natural de Belém, mas criado em Castanhal, nordeste do Pará, Jatene tem 65 anos; é gra duado em Economia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e fez pós-graduação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi secretário de Estado de Planejamento no período de 1983 a 1985 e de 1995 a 1998, e secretário-geral do Ministério da Reforma Agrária entre 1985 e 1990. Foi também secretário especial de Produção de 1998 a 2001. Nesta entrevista, ele fala sobre as ações na área da Saúde que vêm sendo desenvolvidas desde que assumiu o cargo, no ano passado.
e, se for necessário nos reinventar, nós nos reinventamos. E é justamente isso que estamos tentando. Há cerca de doze anos, apenas Belém tinha leito para atendimento em alta e média complexidades. Hoje temos em Ananindeua, Marabá, Santarém, Altamira, Redenção, Breves, Paragominas e Tailândia, atendendo às várias regiões do estado com serviços de alta qualidade. Basta lembrar que esse esforço se iniciou no nosso primeiro mandato, quando decidimos implementar grandes hospitais pelo Estado, como o Metropolitano e os regionais de Santarém, Marabá, Redenção e Altamira. Naquela época, parecia loucura e muitos criticaram, mas o tempo e os atendimentos provaram que era mais que um desejo, era uma necessidade. Posteriormente, a partir do segundo mandato, retomamos esses investimentos, e foram entregues mais hospitais de grande porte, como a Nova Santa Casa, o Jean Bitar, o Galileu, o Hospital Re gional do Leste do Pará, em Paragominas. Iniciamos o atual mandato, logo no seu primeiro ano, entregando um sonho antigo, que era o Oncológico Infantil, a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) em Tucuruí e estamos avançando em outras obras fundamentais, como a am pliação dos regionais, o Novo Abelardo Santos, os regionais de Itaituba e Castanhal
2º semestre / 2016
Quais mudanças o senhor poderia apontar entre a a tual gestão e as duas anteriores, quando governou o estado do Pará? Eu diria que o mais importante nem é o que mudou, mas o que não mudou. Sabe o que não mudou? Eu não desisti de sonhar. E hoje, muito mais do que antes, tenho a convicção de que só é possível transformar sonhos em realidade na medida em que tivermos a capacidade de encurtar distâncias e de aproximar diferenças para superar desigualdades. Para
sermos maiores e melhores. Para isso, é preciso acreditar e praticar valores como a verdade, a justiça e o respeito, que não dependem de semelhanças ou proximidades. São valores que podem ser exercidos por todos, a qualquer tempo, em qualquer lugar. Este Brasil em crise econômica, mas, sobretudo, moral e ética, impõe um novo comportamento: é preciso perseguir permanentemente o objetivo de aproximar a ética da política. Isso é novo. Isso é maior. Isso é melhor. É disso que tratamos quando nos dispomos a sonhar e realizar sonhos. E é por isso que não desisto de sonhar. Em cada gestão tivemos uma experiência distinta e chegamos nesta gestão com a clareza de que os desafios estavam postos e que eram e ainda são gigantescos. O cidadão é cada vez mais consciente e exigente, e o poder público precisa dar respostas a questões cada vez mais complexas, envolvendo invariavelmente qualidade de vida e um futuro melhor. E para servir bem, mais e melhor, precisamos estar dispostos a cortar na própria carne, reduzindo despesas, enxugando a máquina pública e buscando, por outro lado, aumentar a nossa disponibilidade de recursos e melhorar a qualidade do gasto público. Ainda que para isso tenhamos de renovar o que imobiliza, consertar o que nos desconcerta, cobrar respeito de quem respeitamos
11
Entrevista Revista Notícias Hospitalares
12
e reforçando o processo de qualificação de vários hospitais pelo interior do Estado, trabalhando com a saúde básica, que evita muitas vezes que demandas que podem ser solucionadas de maneira mais simples sejam encaminhadas para os regionais, que nasceram para atender casos de média e alta complexidades. Portanto, sem dúvida, reconhecemos que alguns desafios permanecem, até porque são históricos e precisam ainda ser superados. Mas não dá para negar que estamos conseguindo avançar. O Pará, de acordo com in‑ formações oficiais, é uma das unidades da Federação que mais investe recur‑ sos do orçamento estadual em Saúde. De que manei‑ ra o senhor tem conseguido conduzir essa estratégia? Quanto foi investido no se‑ tor em 2016 e quais as perspectivas para 2017? No período de 2011 a 2014, o estado do Pará foi um dos que mais investiu em Saú de, tanto em obras, como em equipamentos e serviços. A nossa perspectiva para 2017 é assegurar o nível de recursos executados em 2016, buscando garantir fontes de financiamento de operações de crédito para terminar as obras em andamento, como o Hospital Regional de Itaituba, o novo Hospital Abelardo Santos (Icoaraci), o Hospital Regio nal de Castanhal, reforma
e ampliação dos hospitais de Abaetetuba e Barcarena, além do término de várias unidades de saúde que estão sendo requalificadas. Também queremos assegurar recursos para obras que já estão programadas, como o Hospital Geral de Capanema, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), reforma e adequação do prédio centenário da Santa Casa e a construção dos hospitais de Mojui dos Campos e Castelo dos Sonhos. Também queremos assegurar os nossos principais programas com a manutenção dos termos de habilitações de serviços perante o Ministério da Saúde; os programas de controle da vigilância em saúde com redução de agravos à população; a implantação das ações do Programa Pará 2030 na área da Saúde, articulado com outras políticas sociais e implementar melhorias nas unidades já existentes, inclusive aumentando o apoio aos municípios na melhoria da atenção primária de saúde. Sem dúvida, esse é um esforço que deve ser coletivo, pois o Estado depende também de parcerias para executar essas ações. Quais são hoje os principais programas de saúde reali zados em todo o Estado? Quais são suas propostas nesse sentido para 2017 e até o final de seu mandato? O atendimento em saúde pública, seja no Estado, seja
em qualquer lugar, não pode ser esporádico. É permanente. E, às vezes, ocorre de maneira silenciosa, mas eficiente. Um exemplo é o combate à malária, que por tanto tempo foi uma doença que assustou vá rios municípios. O número de registros caiu de quase 14 mil em 2014, para 10 mil no ano passado. Esse trabalho para diminuição dos casos no Estado ajudou o País a melhorar as estatísticas e a ser reconhecido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), por meio da premiação Malaria Champions of the Americas 2015, por sua contribuição ao esforço brasileiro. Quando analisamos dados de um período maior, lembramos que saímos de quase 200 mil registros em 2010, para os 10 mil de 2015. Queremos, no entanto, reduzir ainda mais. Entre as ações desenvolvidas pelo Estado que contribuí ram para esse resultado está a distribuição de milhares de mosquiteiros com inseticida para famílias que moram em áreas de alto risco, uma forma simples que ajuda a evitar a picada do mosquito. O Estado também dispõe de mais de 800 Unidades de Diagnóstico e Tratamento, onde são feitos os exames laboratoriais para diagnóstico da malária e dis tribuídos os medicamentos. Também avançamos muito em relação às doenças, como Dengue, Zika e febre
Chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Outro ganho importante que faço questão de destacar é que, até pouco tempo, não se imaginaria que no inte rior do Pará e da Amazônia se fariam transplantes, cirur gias etc. E hoje isso é uma realidade. Só no primeiro semestre deste ano foram realizados mais de 100 transplantes. O número coloca o Estado como o 13º em quantidade de transplantes em todo o Brasil e o 1º em toda a região Norte. E essas são apenas algumas das ações que estamos realizando. E mesmo sob grande pressão e dificuldades enfrentadas por todos os entes da Federação em 2015, con tinuamos a investir fortemente em saúde, mas reforço que esse deve ser um esforço coletivo, com os municípios e o governo federal, pois o desafio ainda é imenso.
No período de 2011 a 2014, o estado do Pará foi um dos que mais investiu em Saúde, tanto em obras, como em equipamentos e serviços. tem se desafiado constantemente em todas as áreas e na Saúde não é diferente. Continuamos expandindo serviços e investindo na qualidade do atendimento. Como disse, há cerca de doze anos, não tínhamos um leito sequer de média e alta complexidades na rede pública. Hoje, essa é uma realidade com os hospitais regionais. Quais seriam outras medi‑ das em pauta no que tange a ampliações de hospi‑ tais e demais unidades de atendimento à população? Estamos construindo mais três hospitais de média e alta complexidades. O Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci,
e os hospitais regionais de Itaituba e Castanhal. Além disso, estamos em processo de licitação para a construção do hospital regio nal de Capanema. Também temos obras de amplia ção nos hospitais regionais de Santarém e Marabá. O Estado também está investindo na requalificação dos hospitais municipais, em várias regiões. Vale lembrar que também investimos na Clínica Monteiro Leite e em vários serviços de he modiálise no interior para atender a população. Recentemente entregamos o hospital municipal de Santa Luzia do Pará, e antes disso a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) Dr. Vitor Moutinho, em Tucuruí, especializada no tratamento e na prevenção do câncer, bem como a ampliação do hospital de Conceição do Araguaia. Foram atitudes como essas que, inclusive, garantiram que no Pará o número de leitos tenha crescido nos últimos anos, ao contrário do que se observou no País, conforme já várias vezes demonstradas no noticiário nacional. Sei que ainda temos muito a fazer, mas nem consigo imaginar qual seria a situa ção se isso não tivesse sido feito. Seguimos em frente, com a certeza de que, somando esforços e dividindo tarefas e deveres, estamos garantindo cada vez mais direitos para todos aqueles que mais precisam.
2º semestre / 2016
ual a importância hoje Q dos hospitais regio‑ nais para o sucesso das ações no âmbito da saú de em seu governo? Os hospitais regionais de média e alta complexidades são fundamentais e a população, especialmente a que mais precisa, sabe disso. Lembro que ainda em nosso primeiro governo, quando decidimos construí-los e assumimos que a gestão das unidades se faria por Organizações Sociais, muitos duvidaram que essa iniciati va daria certo. Não faltaram
críticas. Mas vivi no interior e sei das necessidades, então achei que o risco valia a pena e aceitamos o desafio. Hoje, o número de atendimentos e as certificações concedidas por organizações nacionais nos mostram que esse é o caminho. Mesmo com a crise econômica nacional, o Estado
13
E xpansão
Cidade paulista passa a contar com nova UBS e Unidade de Fisioterapia voltada à terceira idade
A Unidade de Fisioterapia está localizada no distrito de Braz Cubas e a nova UBS, no bairro
Revista Notícias Hospitalares
Alto do Ipiranga
14
D
Mogi das Cruzes ganha novas unidades administradas pela Pró‑Saúde
esde setembro, a cidade de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, conta com mais dois equipamentos públicos administrados pela Pró-Saúde: a Unidade Clínica Ambulatorial (Unica) Dr. Aristides Cunha Filho (Unidade Clínica de Fisioterapia e Reabilitação), no distrito de Braz Cubas, e a Unidade Básica de Saúde (UBS), no bairro Alto do Ipiranga. As unidades foram entregues à população na comemoração dos 445 anos da cidade, onde a Pró-Saúde administra também o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). As novas unidades ampliarão o acesso dos mogianos à assistência básica, desafogando outros postos da região e, ao mesmo tempo, oferecendo mais especialidades e serviços. Isso porque a Unidade de Fisiote rapia e Reabilitação funciona como anexo ao Hospital Municipal, atendendo a população
idosa com atividades como fisioterapia, hidroginástica e terapia ocupacional.
Mais do que o básico Inaugurada em 20 de setembro e aberta ao público em 11 de novembro, a Unica Dr. Aristides Cunha Filho (Unidade Clínica de Fisioterapia e Reabilitação) fica ao lado do HMMC. Voltada para o atendimento de pessoas com mais de 60 anos de idade, antes da inauguração, a nova unidade já possuía 600 pacientes cadastrados. A capacidade de atendimento mensal é de 2,7 mil pacientes. A equipe da Unica é multidisciplinar. Apesar de levar a fisioterapia no nome, suas funções irão além disso. Oferecendo atividades dedicadas à reabilitação motora pré e pós-intervenção terapêutica e reabilitação motora por incapacidade funcional ou déficit de mobilidade física, a Unica também contará com grupos de terapia ocupacional, hidroginástica, atividades
Unica conta
físicas e lúdicas, orientação nutricional e até aulas de informática. Com isso, a nova unidade deve fortalecer o bairro Braz Cubas como um centro de serviços de Saúde da região, promovendo a qualidade de vida de modo integrado. São 1,5 mil metros quadrados de área, distribuídos em dois pavimentos, com garantia de acessibilidade para todos os pa cientes. Entre os ambientes projetados, estão uma academia, consultórios de fisioterapia e nutrição, piscina, salas de informática e terapia ocupacional. O lugar também conta com salas para técnicas especiais de fisioterapia, como cinesioterapia, que utiliza exercícios para a circulação e a musculatura, e termoterapia, capaz de proporcionar melhorias, por meio de mudanças na temperatura corporal, além de espaços como sala de triagem e vestiários.
Somando para a cidade
consultórios,
técnicas especiais
dos quais três
da fisioterapia
odontológicos
Calcula-se que cerca de 10% dos atendimentos da cidade serão realizados na nova UBS. A farmácia local disponibilizará gratuitamente 127 tipos diferentes de medicamentos. A estrutura contempla também uma sala de observação, uma de demonstração em Saúde, uma de vacinas e outra de procedimentos de enfermagem. O diretor Operacional da Pró-Saúde, Aguinaldo Corrêa, destaca o papel da nova unidade para Mogi das Cruzes. “A Pró-Saúde sente-se muito feliz em poder ampliar a parceria firmada com a Prefeitura e com a Secretaria Municipal de Saúde, que sempre dedicaram todo o apoio necessário para que os cidadãos pudessem ter acesso à saúde pública de qualidade”, afirma. “Assim como acontece com o Hospital Municipal, administrado pela entidade desde o início de suas atividades, também vai acontecer aqui na UBS Alto do Ipiranga”, garante.
2º semestre / 2016
A UBS Dr. José Carlos Duarte Guedes, no bairro Alto do Ipiranga, foi aberta ao público em 8 de setembro e já nasceu como a maior da cidade. Com capacidade para rea lizar cerca de 2,8 mil consultas por mês, ela tem 750 metros quadrados de área construída e deve atender diretamente moradores de, pelo menos, cinco bairros. Graças à nova unidade, a fila de espera para atendimentos ginecológicos e pediá tricos diminuiu. É a única da cidade que possui três consultórios odontológicos.
UBS terá oito
com salas para
15
Capa
Do total de hospitais públicos acreditados no Brasil, a Pró‑Saúde responde pela gestão de cinco unidades, ou 11,63%, mas a meta é atingir, até o final de 2016, o percentual de 19%. Saiba como a entidade vem avançando nesse sentido
Em busca da
Revista Notícias Hospitalares
E
16
excelência
xcelência, qualidade, melhoria do atendimento à população. Essas palavras resumem o que leva um hospital a buscar a certificação ONA (Organização Na cional de Acreditação). Não é diferente para a Pró‑Saúde, que vem conquistando a certificação para diversas unidades que administra em todo o País. Para isso, realiza um trabalho de organização e métodos, de acordo com os critérios da ONA, mas, por sua missão, também valoriza ao extremo o aspecto do atendimento humanizado, no qual colaboradores e voluntários têm um papel fundamental. Hoje, no Brasil, existem 250 hospitais acreditados pela ONA no total, entre todos os níveis, públicos e privados, dos quais a maioria está nesta última categoria (mais de 80%). De toda a rede de hospitais públicos que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) no País, apenas 43 estão chancelados pelo certificado por possuírem um dos três tipos de certificação concedida pela ONA (veja quadro na próxima página). Desse total, a Pró-Saúde responde
pela gestão de cinco unidades ou 11,63%, mas a meta é atingir, em 2017, o percentual de 19% — ou seja, a entidade quer, cada vez mais, alcançar a excelência para seus hospitais. De acordo com Simone Luna, analista de Qualidade da Pró-Saúde, esses 19% deverão ser alcançados com a conquista da certificação ONA 1 por mais dois hospitais da rede que a entidade gerencia. Por enquanto, estão certificados com a ONA 1 o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém (PA); o Hospital de Urgências da Re gião Sudoeste (Hurso), em Santa Helena de Goiás (GO); e o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), em Mogi das Cruzes (SP). São detentoras da certificação ONA 3 duas unidades localizadas no Pará: o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira. Traduzindo os números em ações, o diretor de Operações da Pró-Saúde, Jocelmo Pablo Mews, comenta que a entidade possui uma
equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, farmacêuticos e consultores administrativos dedicados à qualidade e à segurança do paciente. “Nossa meta é implantar uma cultura de qualidade em todas as unidades. A acreditação será a consequência de um trabalho assistencial voltado para as melhores práticas, garantindo a otimização contínua dos serviços prestados à população”, afirma.
a requisitos legais, maior interação entre as áreas, facilitando, assim, a comunicação e reduzindo erros e retrabalho, além de proporcionar maturidade à unidade, através de planejamento, interação de processos e análise de eventos”, sintetiza a analista.
De fato, mais do que o atestado, o que se deseja é que o paciente perceba o valor agregado que há por trás disso. “É importante para o hospital manter os serviços com qualidade, de maneira padronizada. A acreditação também é uma ferramenta que aperfeiçoa uma assistência mais segura e humanizada, colaborando para uma gestão eficiente dos serviços de Saúde”, completa o diretor. O presidente da ONA, Arlindo de Almeida, explica que para uma instituição de saúde, a acreditação é uma ferramenta para a melhoria constante de seus processos, o que pode levar à excelência no atendimento, aos melhores resultados assistenciais e também à gestão mais eficiente dos recursos. “Dessa forma, quando um hospital decide aderir à acreditação revela responsabilidade e comprometimento com a segurança, com a ética profissional, com os procedimentos que realiza e com a garantia de qualidade do atendimento à população. A acreditação é uma avaliação de terceira parte, externa, isenta e que analisa a qualidade da organização a partir de padrões preestabelecidos. Para alcançá‑los, o hospital precisa aprender a enxergar a sua atuação de outra maneira, reconhecer falhas e identificar em quais processos os pacientes precisam estar mais envolvidos, por exemplo. A acreditação tira a liderança da zona de conforto e exige que os colaboradores participem mais das discussões e tenham análise crítica, com aprendizado e melhoria constante da assistência”, afirma o médico. Em linhas simples, para um hospital conquistar a certificação ONA ele precisa ter alcançado alguns parâmetros ideais de operação, como explica Simone Luna: “Alinhamento dos processos com foco na segurança do pa ciente e, consequentemente, atendimento
Arlindo de Almeida explica que o processo de acreditação começa por iniciativa das instituições de saúde, são elas que solicitam a certificação. Então, existe um primeiro investimento que consiste na escolha de uma Instituição Acreditadora Credenciada (IAC) para, assim, submeter-se a uma avaliação. Geralmente, as instituições precisam promover melhorias nos processos e na estrutura para conseguir a acreditação e isso varia de caso para caso. Para identificar esses pontos críticos, muitos hospitais fazem, antes da avaliação, um Diagnóstico Organizacional. Arlindo de Almeida acrescenta que, em geral, os hospitais públicos levam mais tempo para conseguir a acreditação. Isso acontece, principalmente, porque a alta direção tem menos poder de decisão. “A gestão passa por processos que nem sempre são ágeis, como licitações. Os planos de carreira e políticas de formação também são definidos fora da instituição, o que dificulta o processo de melhoria contínua da qualidade. Além disso, o funcionário público,
Passo a passo para a qualidade
Os tipos de acreditação (Nível 1): instituições que atendem ao princípio de segurança em todas as áreas de atividade. ■■ Acreditado Pleno (Nível 2): instituições que, além de atenderem ao princípio de segurança, apresentam gestão integrada, com processos que ocorrem de maneira fluida e plena interação entre as atividades. ■■ Acreditado com Excelência (Nível 3): instituições que, além de atender aos critérios de segurança e gestão integrada, possuem culturas organizacionais voltadas para a melhoria contínua dos processos, com indicadores de acompanhamento e autoavaliação. ■■ Acreditado
2º semestre / 2016
17
Capa Revista Notícias Hospitalares
Boa gestão e humanização
18
Na Pró-Saúde, além do atendimento estrito aos critérios exigidos pela certificadora, a humanização é um dos elementos essenciais à melhoria no atendimento. E esse trabalho conta com a fundamental ajuda dos voluntários que atuam em todas as unidades administradas pela entidade no Brasil inteiro. “Para os cristãos, nada mais é que colocar em prática a sua so ciabilidade e solidariedade no espírito de fraternidade que lhe é dado pelo Criador como conatural à sua natureza. Contudo, precisa ser educada, formada e exige de nós acolhimento e disponibilidade constantes. A fraternidade não cresce em nós apenas por termos o mesmo sangue. Exige de nós formação e abertura amorosa, permanentemente”, afirma Dom Eurico dos Santos Veloso, arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG) e presidente da Pró-Saú de, sobre a importância do trabalho voluntário. No início de setembro, o religioso esteve em Roma (Itália), para participar da Canonização de Madre Teresa de Calcutá, e também participou do Jubileu do Voluntariado, Agentes da Misericórdia. Neste ano, o evento, que reú ne pessoas de todo o mundo, dedicou-se de modo especial às vítimas do terremoto
que atingiu o centro daquele país em agosto. “Foi possível constatar a importância desses agentes de misericórdia para todos os presentes, convidados ou convocados pelo Papa Francisco. Além disso, cabe lembrar que Madre Teresa, durante toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, através do acolhimento e da defesa da vida humana dos nascituros e daqueles abandonados e descartados pela socie dade. Ela foi e continua sendo o exemplo incansável do Agente da Misericórdia de Deus”, disse o presidente da Pró-Saúde. Para Dom Eurico, não basta acreditar. “É preciso cuidar, oferecendo o necessário, incentivando, corrigindo erros ou metas, oferecendo meios de atualização, tendo uma coordenação efi ciente, valorizando tudo de bom que é feito, sendo gratos a todos pelo bem que realizam, pelas qualidades colocadas em prática, pelos dons distribuídos. A convocação do voluntaria do, periodicamente, é um valor que não pode ser esquecido: para rever, avaliar, planejar e celebrar. É algo que deve fazer parte de toda a nossa caminhada na missão de sempre servir”, conclui o presidente da Pró-Saúde.
em geral, costuma ser mais resistente a inovações e a mudanças nas formas de trabalho. Implantar uma cultura de segurança do paciente, com o engajamento efetivo de toda a equipe, torna-se, então, um processo mais lento”, opina o presidente da ONA. “Acredito que o processo de qualidade e melhoria contínua deve ser implementado em todo serviço de saúde para garantir o melhor atendimento ao usuário, seja ele na rede pública, seja na privada. No caso da rede pública, é um grande desafio, considerando os aspectos econômico-financeiros, estruturais, além de uma cultura organizacional que precisa ser trabalhada através da implantação de processos, protocolos e políticas, envolvendo e sensibilizando as pessoas e o corpo clínico”, comenta Jocelmo Mews.
Peculiaridades regionais
Hospital a hospital O HRBA está localizado em Santarém, oeste do Pará, cidade de quase 300 mil habitantes e o terceiro maior centro populacional daquele Estado. Distante 800 quilômetros da capital, a unidade hospitalar está certificada com a ONA 3. De acordo com o diretor-geral Hebert Moreschi, a questão geográfica teve um peso importante nessa conquista, principalmente, na busca de formação de pessoas, assistência técnica para os equipamentos e interiorização médica. Para isso, foram reali zados pesados investimentos em treinamento interno das equipes, com base em um mapea mento de todas as necessidades, para que os profissionais pudessem estar no nível de um hospital ONA 3. “Hoje, o ensino é um braço forte do hospital, voltado para as residências médica e multiprofissional. Os desafios geo gráficos e logísticos são contornados com profissionalismo, o que faz com que tenhamos processos bem consistentes”, afirma o diretor. Igualmente certificado com a ONA 3, o HRPT está localizado em Altamira, norte do Pará, também a 800 quilômetros da capital. Sua população é de pouco mais de 100 mil habitantes. Para o diretor-geral do HRPT, Edson Primo, é motivo de orgulho estar entre os melhores hospitais públicos do País, principalmente, pelo fato de a unidade estar às portas da Floresta Amazônica, em uma região de difícil acesso — o que, aliás, implicou desafios de logística e de recursos humanos. “Isso nos dá a certeza de que estamos no caminho correto, para fazer um SUS diferente, uma assistência segura para a população local e, principalmente, que os esforços para que este objetivo
2º semestre / 2016
Se para um hospital público não é um desafio simples conquistar a certificação ONA, mais complexo esse processo se torna para quem está longe dos grandes centros econômicos do Brasil, onde nem sempre existe acesso facilitado aos recursos necessários para isso. De acordo com Arlindo de Almeida, hoje em dia, uma das maiores dificuldades encontrada pela ONA para implantar processos de acreditação tem a ver com o fato de vivermos em um país continental e muito diverso. “O Brasil possui muitas diferenças regionais, em cada local temos características muito específicas que geram necessidades diferentes para as organizações de Saúde. A infraes trutura precária, as longas distâncias em determinadas regiões prejudicam os fluxos de atendimento e a gestão de suprimentos. Até a gestão de pessoas é afetada pela localização de uma instituição de saúde, já que fora de grandes centros é mais difícil recrutar e reter talentos. Ou seja, cada organização precisa superar uma série de desafios para ter um bom nível de qualidade”, afirma ele. Com a maioria de hospitais acreditados localizados fora dos centros de influência de grandes metrópoles do Sul e do Sudeste do País, a Pró-Saúde conhece bem esse panorama.
“Nossa maior dificuldade é adequar os processos a cada realidade. Podemos citar as dificuldades com logística e mão de obra es pecializada como obstáculos que precisam ser tratados de maneira criteriosa. Outro fator importante é contar com verba pública que, na maioria das vezes, não chega no tempo certo, o que pode comprometer e muito o bom atendimento à população”, explica o diretor de Operações da Pró-Saúde.
19
Capa
contornar alguns obstáculos, de acordo com o diretor-geral, Saulo Mengarda. Segundo ele, por ser um hospital 100% público, a administração partiu de uma realidade e uma imagem muito desgastada na opinião da população em geral. “Mudar esse conceito é um trabalho árduo e diário, com todos os envolvidos no dia a dia do hospital, do paciente ao médico, pois os recursos são escassos e devem ser otimizados da melhor forma possível”, declarou, citando como principais desafios a logística envolvida para a manutenção do hospital, o reduzido quadro técnico capacitado e, até mesmo, as resistências culturais para que todos compreendessem que mudanças são necessárias para alcançar os benefícios ob-
Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA)
Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT)
Hospital Público Estadual Galileu
Revista Notícias Hospitalares
(HPEG)
20
fosse alcançado valeram a pena”. Segundo ele, o maior investimento para buscar essa conquista foi o intelectual, para fazer com que as pessoas assimilassem a cultura da qualidade e segurança do paciente. “Criamos uma estrutura voltada à educação continuada, com capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos, visto que institucionalmente estes são entendidos como o fator que realmente sustenta o processo de certificação”, revela. Também do Pará, o HPEG é acreditado ONA 1. A capital do estado, que conta com quase 1,5 milhão de habitantes, já possui mais contato com outros centros econômicos. Mesmo assim, obter o selo de qualidade exigiu
tidos com o processo de melhoria contínua. O município de Santa Helena de Goiás tem uma população de pouco mais de 36 mil habitantes e dista 200 quilômetros da capital do estado de Goiás. É lá que se localiza o Hurso, certificado ONA 1. De acordo com o diretor-geral, Reginaldo Costa Biffe, inicial mente, foi implantado o núcleo da qualidade, com a contratação de profissionais com ex periência em processos de certificação. “Depois, promovemos a preparação de todos os dirigentes e líderes da instituição, inserindo conceitos e ferramentas da qualidade para a criação de uma cultura focada na identificação e na melhoria de todos os processos que envolvem a qualidade na assistência. Realizamos vários treinamentos internos ao longo dos três primeiros anos de construção do processo de qualidade”. Inserido na região metropolitana de São Paulo, o município de Mogi das Cruzes não apresenta problemas comuns a outras cidades mais distantes. Lá, está instalado o HMMC, certificado ONA 1. O diretor-geral, Matheus Gomes, menciona os principais investimentos para buscar a qualificação: adequação do sistema de vigilância e monitoramento; busca por parceiros/terceiros qualificados; adequação do Time de Resposta Rápida (TRR); capacitação de gestores e colaboradores; e implantação de um software de gestão da qualidade. “É importante destacar que o HMMC conquistou a certificação com apenas oito meses
de operação de todos os setores, em meio à abertura de novos serviços”, ressalta o diretor. A próxima unidade hospitalar administrada pela Pró-Saúde a integrar esse seleto grupo de acreditados será o Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Jundiaí (HU), na re gião metropolitana de Campinas. A cidade tem cerca de 400 mil habitantes e registra o 11º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. O HU encontra-se em processo de ajustes para se adequar aos padrões da ONA. De acordo com o superintendente, Itibagi Rocha Machado, a unidade busca a melhoria contínua em assistência, formação de profissionais médicos e desenvolvimento de seus colaboradores. A certificação será a ma terialização desse objetivo. “Estruturalmente, temos alguns pequenos acertos a serem feitos. Na questão dos recursos humanos, estamos avaliando o que é necessário, dentro de um planejamento, para atingirmos as metas quantitativa e qualitativa. Estamos no processo final de levantamento de valores para esses investimentos”, explica, acrescentado que a meta é obter a acreditação em até dois anos.
o hospital precisa continuar trabalhando pela consistência dos novos processos e políticas até alcançar um nível proativo de soluções de problemas. Os processos precisam sempre ser revistos, e a organização deve aprender a priorizar as mudanças que são mais importantes para a segurança do pacien te e a qualidade da assistência. É importante que, uma vez acreditado, o hospital continue a aprimorar a sua gestão e possa progredir gradualmente. Para permitir que isso ocorra, os líderes devem sempre engajar as suas equipes nos processos de mudança, na busca pelos padrões exigidos pela acreditação”, aponta Arlindo de Almeida, da ONA.
Colaboradores do Hurso em uma das atividades de capacitação
E depois?
Equipe do HMMC em reunião multidisciplinar
O Hospital Universitário de Jundiaí está se adequando para buscar
2º semestre / 2016
Reorganização, treinamento, mudança de cultura, transformação de padrões, melhoria contínua, mapeamento de demandas, diagnósticos de melhoria, validação de processos, sensibilização de dirigentes e líderes, implantação da cultura da qualidade e segurança do paciente. Esses e outros processos estão no dia a dia de todos os hospitais que buscam a acreditação. E o que vem depois? Para quem obteve a ONA 1 é fácil concluir que a próxima etapa será avançar nas demais acreditações. E qual o trabalho a ser realizado para atingir esse fim? “As iniciativas para melhoria da qualidade variam bastante de organização para organização. Em todos os níveis, existem dificuldades que devem ser superadas. Para quem está começando, o maior desafio é engajar as equipes de trabalho e promover uma mudança de cultura em prol da segurança do pacien te. Mas mesmo após a primeira acreditação,
a certificação da ONA
21
Opinião
Hospital público pode ser sinônimo de qualidade em saúde Arlindo de Almeida
Revista Notícias Hospitalares
A
22
creditação dos serviços de Saú de e segurança do paciente são temas delicados, especialmente quando falamos em saúde pública. É sabido que a maioria da população tem queixas contra o Sistema Único de Saú de (SUS). Em pesquisa do Datafolha com usuários do Sistema, 87% declararam insatisfação com os serviços oferecidos. Ainda que prontos-socorros cheios e longas filas sejam realidades constantes na vida de muitas pessoas, é crescente o número de hospitais públicos que trabalham para melhorar sua assistência, visando à segurança do paciente. Hoje, no Brasil, existem mais de seis mil hospitais públicos e privados. Desses, 263 possuem algum tipo de certificação. Aqueles que foram acreditados pela metodologia da Organização Nacional de Acreditação (ONA) somam 250, dos quais 36 são públicos. Embora seja um número pequeno, se comparado ao universo total, é uma quantidade importante a ser valorizada. Está provado que hospitais públicos podem atingir a qualidade no mais alto nível. A gestão pública, municipal, estadual ou federal, lida com uma rede de Saúde complexa, que inclui da atenção primária à quaternária. Quando uma instituição pública passa pelo processo de acreditação, ela conquista o acesso a uma avaliação externa que ajuda a nortear sua gestão. A acreditação deve ser usada como uma diretriz para alcançar padrões de excelência.
Atingir a maturidade necessária para a acreditação é uma tarefa árdua. Muitos hospitais levam anos se preparando. O trabalho é diário e acontece em todos os níveis hierárquicos da organização, por isso, a cultura organizacional voltada para a segurança do paciente é imprescindível. Em geral, hospitais com gestão pública levam mais tempo para conseguir a acreditação. Isso acontece, entre outros motivos, pelas limitações de autonomia: a alta direção tem menos poder de decisão. A instituição depende, por exemplo, de processos de licitação (nem sempre ágeis) para compra de equipamentos, reforma de espaço físico e contratação de serviços. A definição de planos de carreira ou a simples liberação para participar de congressos depende das Secretarias de Saúde — o que não impede, mas dificulta o processo de melhoria contínua da qualidade. Para que um hospital público alcance a acreditação é preciso não só o envolvimento da instituição, mas o claro incentivo das Secretarias de Saúde e dos governos. Hoje, temos exemplos marcantes nos estados, que têm feito amplo esforço para qualificar suas redes. São iniciativas que devem ser comemoradas e seguidas. Hospitais públicos que conquistam a acreditação devem servir de exemplo para outras instituições e para todos nós. São grandes exemplos de superação e de que é possível fazer mais e melhor. Arlindo de Almeida é médico e presidente da Organização Nacional de Acreditação (ONA)
Perfil
Ambulatório de Microcefalia oferece atendimento especializado
O Instituto Estadual do Cérebro (IEC), no Rio de Janeiro, conta com serviços de diagnóstico e tratamento de vítimas da síndrome congênita que tem atingido um número cada vez maior de crianças
Médicos prestam orientações e fazem acompanhamento dos casos
mplo programa com exames detalhados, acompanhamento médico, aconselhamento materno, medicação e tratamentos complementares. Assim é o atendimento no Ambulatório de Microcefalia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), que é gerido pela Pró-Saúde, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de
Janeiro, e também no Hospital Universitário de Jundiaí (SP), onde a entidade presta assessoria administrativa, por meio de um contrato com a Fundação Dr. Jayme Rodrigues. O novo ambulatório iniciou suas atividades em 1º de março de 2016 e já atendeu quase 160 crianças oriundas da rede pública municipal com suspeita de microcefalia ocasionada pelo Zika Vírus. A iniciativa
2º semestre / 2016
23
Perfil
Na primeira consulta, as crianças passam por cinco diferentes especialistas e, na segunda, fazem os exames de maior
Revista Notícias Hospitalares
complexidade
Uma das mães que buscam atendimento no novo ambulatório
24
do IEC
deu-se devido ao grande número de casos surgidos neste ano: até 11 de agosto, 88 crianças que passaram pelo atendimento tiveram a microcefalia diagnosticada. “Todos nós ficamos chocados com esses casos de microcefalia e pensamos no que poderíamos fazer. Apesar da espe cialização do Instituto ser a neurocirurgia, temos os equipamentos necessários para fazer todos os exames e condições de dividir a agenda dos consultórios para atender essas famílias”, explicou Paulo Niemeyer Filho, diretor médico do IEC. Com uma equipe médica composta de neuropediatras, radiologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e oftalmologistas, esse trabalho foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como modelo a ser seguido no País. O processo de diagnóstico é feito ao longo de três visitas. A primeira consiste em cinco consultas, com pediatra, neuropediatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e assistente social. Na segunda, as crianças realizam os exames de maior complexidade, como
tomografia computadorizada e ressonância magnética. Na última etapa, as famílias recebem o diagnóstico detalhado, com a orientação sobre os cuidados necessá rios nos primeiros anos de vida da criança. “O importante é que essas pessoas tenham o maior número possível de respostas para que saibam como lidar com a nova reali dade a partir do diagnóstico da síndrome congênita. Essas crianças exigem uma atenção integral com tratamentos que devem ser feitos em casa também, como a estimulação à mastigação e aos movimentos de membros inferiores e superiores”, explica a médica Fernanda Fialho, coordenadora da Pediatria e responsável pelo projeto. Além de fazer o diagnóstico completo, confirmando ou não a ocorrência da microcefalia, o intuito do programa é também gerar dados para estudos científicos. A pesquisa na área é feita no laboratório de Neuropatologia da unidade, coordenado pela neuropatologista Leila Chimelli, ganhadora de um prêmio internacional da American Association of Neuropathologists (Associação Americana de Neuropatologistas), sobre a deformação causada no cérebro dos fetos infectados. “Participei de um dos exames iniciais feitos no Brasil sobre a infecção por Zika, em fevereiro deste ano, na Paraíba, onde surgiram os primeiros casos diagnosticados e quando foram detectadas calcificações nos cérebros infectados. De lá para cá, já analisei outros casos e estou terminando um estudo completo que será publicado na Acta Neuropathologica, da Alemanha, o periódico de maior impacto na área de Neuropatologia”, afirmou Leila.
Pesquisa global O Hospital Universitário (HU), de Jundiaí (SP), que também é administrado pela Pró-Saúde, é um dos 28 polos de pesquisa sobre o Zika Vírus no Estado de São Paulo. Desde março deste ano, a unidade está responsável por investigar a transmissão do patógeno em gestantes e suas repercussões nas crianças. O projeto de pesquisa, intitulado “Infecção vertical pelo Zika Vírus e suas repercussões na área materno-infantil” é o único no mundo a acompanhar a mãe durante a gestação e os bebês após o nascimento. O coordenador da Coor te Jundiaí, Saulo Duarte Passos, explica que a meta é reali zar o estudo com 500 gestantes, e que todo o projeto deve demorar cinco anos para ser concluído. Coorte é um termo utilizado para designar um grupo de indivíduos que têm em comum um conjunto de características e que são observados durante um período de tempo com o intuito de analisar sua evolução. Os pesquisadores coletam amostras de sangue, saliva e urina de gestantes de alto risco ou com suspeita de ter o vírus. O material é
Amostras seguem para o Laboratório de Biologia Molecular da FMJ
Passos, coordenador da Coorte Jundiaí, do Hospital Universitário
da gestante e do bebê, entre outras tarefas. Profissionais da Saúde também contribuem como voluntários e psicólogos que exercem papel fundamental no auxílio às famílias. Recentemente, o projeto de pesquisa foi apresentado durante um congresso in ternacional realizado em São Paulo, por iniciativa da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Pasteur e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A partir desse evento, foi criada uma rede permanente de troca de informações entre pesquisadores do mundo inteiro. Dessa forma, o projeto de pesquisa realizado pelo HU, em conjunto com a FMJ, contribuirá no cenário mun dial de maneira positiva para que se possa esclarecer as dúvidas que ainda existem sobre Zika Vírus e doenças relacionadas.
Equipe da pesquisa sobre o Zika Vírus faz a
2º semestre / 2016
encaminhado para o Laboratório de Biolo gia Molecular da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), com o objetivo de identificar e detalhar o agente. A equipe da FMJ responsável pela análise das amostras foi treinada por profissionais do Instituto Pasteur de Dakar, do Senegal, que tiveram importante participação no combate ao ebola no continente africano. Uma vez por mês, as gestantes realizam exames mais apurados, na capital, com equipamentos de última geração. O projeto conta com a ajuda de voluntários, que realizam triagem de gestantes, preenchimento de dados, orientação, monitoramento da saúde
Saulo Duarte
coleta de sangue de uma voluntária
25
Eventos
Participação consistente
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi recebido no estande da Pró-Saúde por dom Eurico dos Santos Veloso
Durante todos os dias do evento foram realizadas palestras para
Revista Notícias Hospitalares
os visitantes
26
Pró‑Saúde fez uma de suas melhores participações na Hospitalar Feira + Fórum, com intensivo programa de palestras apresentado em seu estande
E
m sua participação na 23ª terceira edição da Hospitalar Feira + Fórum, de 17 a 20 de maio deste ano, a Pró‑Saúde teve uma das maiores presenças de público já registradas. “Nos quatro dias de evento, mais de 1.500 pessoas estiveram no estande da entidade”, informou o diretor de Desenvolvimento, Danilo Oliveira da Silva. Contudo, uma dessas presenças merece ser destacada. Após a abertura oficial
do evento, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, visitou o estande da entidade e foi recebido pelo presidente da Pró-Saúde, dom Eurico dos Santos Veloso, arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG). Durante a visita, o governador cumprimentou a diretora Jurídica, Wanessa Portugal, de quem recebeu uma apresentação institucional em vídeo. Além de demonstrar os serviços, em seu estande, a Pró-Saúde promoveu ampla programação de palestras sobre ações desenvolvidas pela entidade em seus projetos em todo o País. As apresentações foram transmitidas ao vivo, na página oficial da entidade no Facebook. No primeiro dia de feira, Eduardo Eberhardt, coordenador do Serviço de Fisio terapia, do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), localizado em Belém (PA), falou sobre os benefícios da Gameterapia, nova abordagem na reabilitação funcional de pacientes atendidos nas unidades de Internação e de Terapia Intensiva. Em seguida, foi a vez de Giulliana Moralez, coordenadora do Serviço de Terapia Intensiva, do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV) e do Hospital Estadual Carlos Chagas, ambos no Rio de Janeiro (RJ). Ela falou sobre a implantação de novas técnicas de gestão na UTI do HEGV, que se transformaram em referência para outras unidades. No dia 18 de maio, Thaisa Cristina Affonso, enfermeira e diretora Assistencial do Hospital de Urgências da Região Sudoeste (Hurso), em Santa Helena de Goiás (GO), ministrou a palestra “Qualificação e desenvolvimento de fornecedores com foco na segurança do paciente”. Ela explicou como o Hurso desenvolveu uma metodologia para certificar a qualidade dos fornecedores que prestam serviços para a unidade. A ferramenta de ava liação da gestão hospitalar elaborada pela Pró-Saúde para o monitoramento do desempenho de serviços de Saúde foi o tema da palestra de Paulo Vinícius Souza Viol, gerente de Operações da Pró-Saúde, na mesma data. Em 19 de maio, Matheus Gomes, diretor-geral do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), em Mogi das Cruzes (SP), palestrou sobre “Estratégias da implantação para a conquista da certificação ONA no
Hospital Municipal de Mogi das Cruzes”. Por sua vez, Luciane Ramos Madruga, diretora de Apoio Assistencial do Hospital Regio nal Público da Transamazônica (HRPT), de Altamira (PA), abordou a busca da excelência da gestão e a conquista da ONA 3 da Organização Nacional de Acreditação. Na sexta-feira, 20 de maio, o jornalista, escritor e presidente da Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação, promoveu a palestra “Gerenciamento de crise de comunicação na Saúde”. Após a apresentação, Viveiros autografou exemplares do livro Eu, herói (Editora Azulsol, 2016), que teve apoio sociocultural da Pró-Saúde.
com o consultor, a Pró-Saúde investiu na gestão da segurança do paciente com a cria ção de uma equipe dedicada a esse tema.
Eventos paralelos
Premiação
Além de realizar palestras em seu próprio estande, a Pró-Saúde participou do primeiro dia do 39º Congresso Brasileiro de Administração Hospitalar e Gestão em Saúde/IX Congresso Latino-Americano de Administradores da Saúde. O evento foi realizado pela Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH) e teve a Pró-Saúde como um de seus promotores e o conselheiro Marcus Henrique Wächter como coordenador da Comissão Científica do Congresso de Gestão Financeira e Custos. No dia 17, o diretor de Operações da Pró‑Saúde, Jocelmo Pablo Mews, ministrou a palestra “A contribuição das ferramentas de gestão de processos para a melhoria da performance dos hospitais — casos de sucesso”. Ele abriu a palestra com um vídeo institucional da Pró-Saúde e seguiu com a abordagem das unidades que conquistaram a certificação ONA. Também explicou quais são as ferramentas desenvolvidas pela Pró-Saúde para gerir os hospitais. Em 18 de maio, Fernando Paragó, consultor médico Corporativo em Segurança do Pacien te da Pró-Saúde ministrou a palestra “Avanços na segurança do paciente: seus indicadores e o impacto no custo da assistência”. Ele trouxe um histórico sobre o tema e ressaltou que, nas últimas duas décadas, foi registrada uma evolução nessa área. De acordo
Paulo Niemeyer Filho, diretor Médico do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), no Rio de Janeiro (RJ), foi o grande homenageado desta edição da Hospitalar Feira + Fórum. O neurocirurgião participou, em 18 de maio, acompanhado de dom Eurico dos Santos Veloso e da diretora Jurídica, Wanessa Portugal, de coquetel e jantar realizados para a entrega do Prêmio Hospitalar 2016 – Personalidade do Ano na área da Saúde. O evento ocorreu no Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo (SP).
Fernando Paragó, consultor Médico Corporativo em Segurança do Paciente da Pró-Saúde, durante palestra no Congresso da FBAH
O diretor-geral do Paulo Niemeyer
HRBA, ao lado de
Filho, diretor
dom Eurico dos
Médico do IEC,
Santos Veloso,
recebeu o Prêmio
mostra certificado
Hospitalar 2016
de segundo
- Personalidade
melhor projeto de
do Ano na área
gestão hospitalar
da Saúde
do Brasil
2º semestre / 2016
27
E xcelência
Uma das turmas que participou de treinamento na sede administrativa da Pró-Saúde
Pró‑Saúde se moderniza com o
Revista Notícias Hospitalares
Novas ferramentas que facilitam a gestão e a dinâmica das unidades devem estar em toda a rede até o primeiro semestre de 2017
28
O
que é um hospital eficiente? Além de atender os pacientes com atenção e rapidez, a dinâmica dos “bastidores” precisa estar afinada. É ela que garante, afinal, que os estoques de medicamentos estejam sempre em dia e que não falte nenhum médico ou enfermeiro. Em cada um dos vá rios serviços que integram um hospital, como
hotelaria, limpeza, alimentação, gestão de pessoas, compras e qualidade, existe uma sequência de processos que deve ser adotada para sua realização. Um sistema de compras, por exemplo, possui etapas, como definição dos produtos a serem comprados, quantidade, orçamento, checagem, compra, avaliação da qualidade e eficácia. Esse conjunto de etapas é chamado de “processos”. Melhorar a eficiência desses processos rea lizados pelos colaboradores é o desafio do MAIS EFICIENTE, programa de modernização de gestão lançado neste ano pela Pró-Saúde. Composto de ferramentas de tecnologia da informação, ele tornará as unidades cada
vez mais organizadas. “O MAIS EFICIENTE reúne todas as ações que buscam melhorar a eficiência e integrar os processos internos das unidades administradas pela Pró-Saúde. Para cada tipo de serviço que compõe o leque da unidade de saúde, haverá uma ferramenta específica de modernização dos processos”, explica Jocelmo Pablo Mews, diretor de Operações da entidade. Neste ano, a Pró-Saúde vem preparando seus colaboradores para a implantação de dois sistemas: o SISQUAL, que organiza os expedientes de trabalho, abarcando controle de escalas, horas extras e afastamentos, por exemplo, e o Protheus – TOTVS, direcionado às áreas administrativas, como finanças, contabilidade e gestão de pessoas.
Eficiência para o atendimento
Gestão integrada e mais moderna Já o Protheus, desenvolvido pela brasileira TOTVS, é uma ferramenta que promove a integração com diversos softwares de gestão, permitindo que a sede administrativa possa acompanhar, em tempo real, o que acontece nas unidades. Esse dinamismo possibilita que a assessoria e o apoio da sede para as unidades ocorram em tempo real com base na padronização do sistema de BackOffice, que inclui atividades contábeis, financeiras, fiscais, de patrimônio e de gestão de pessoas. Na prática, isso significa que os processos não dependerão mais de controles manuais ou planilhas eletrônicas “avulsas” e sem integração com o restante do sistema. Desde setembro, todos os colaboradores usuários do sistema estão passando por treinamentos na sede da entidade, em São Paulo. O plano é que, até o primeiro semestre de 2017, os dois sistemas estejam implantados em todas as unidades administradas pela Pró-Saúde. O diretor de Operações destaca que são poucas redes de saúde no Brasil que contam com esse tipo de tecnologia. Pensando na saúde pública, a relevância da iniciativa da Pró-Saúde aumenta. “Com o SISQUAL e o TOTVS, daremos um salto na forma de ge renciar as unidades, realizando os processos de gestão interna com mais eficiência, segurança e transparência. Ambos os sistemas fazem parte do leque de soluções mais modernas existentes no País e no mundo, em termos de administração hospitalar”, observa.
2º semestre / 2016
Imagine que um técnico de enfermagem que atua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital falte ao trabalho. Como substituir o colaborador a tempo, garantindo o funcio namento da UTI? É em situações assim que o SISQUAL, programa desenvolvido em Portugal, socorre hospitais, facilitando o trabalho dos gestores da área com rapidez e sem margem de erro. “O sistema tem condição de sugerir o colaborador disponível com o melhor perfil para cumprir o horário, substituindo o colega que faltou. Alguém, por exemplo, já familiariza do com ambientes de UTI”, exemplifica Mews. Com o sistema, os líderes que atuam nas unidades de saúde poderão visualizar, em tempo real, o desempenho de sua equipe. Assim, farão a gestão de escalas, horas extras, férias, afastamentos e outras situações de trabalho de maneira muito mais eficiente, ágil e assertiva. A ferramenta também ajuda o líder a
definir corretamente o cumprimento de turnos de trabalho de cada colaborador, com mais tempo para organização e planejamento.
29
Prevenção
Saúde do homem:
prevenção pode evitar doenças fatais Ainda é baixo o índice de homens que têm o hábito de fazer prevenção de saúde — um cenário que precisa mudar, começando pela adoção de hábitos saudáveis e pela realização de exames periódicos
Revista Notícias Hospitalares
V
30
ocê sabia que homem também precisa fazer exame pré-natal? Muita gente não sabe, mas em agosto, o Ministério da Saúde (MS) lançou um programa específico para a saúde masculina, composto por duas cartilhas: Homem que se cuida curte todas as fases da vida de seus filhos — pré-natal também é coisa de homem! e Diagnóstico: homens morrem mais que mulheres, e doen ças que mais matam podem ser prevenidas. O plano tem como base os dados coletados em uma pesquisa telefônica realizada pelo MS em 2015, por meio de sua Ouvidoria, com 6.141 homens. O objetivo é aproveitar o acompanhamento da gestação da mulher e incentivá-los a fazer exames de prevenção nos postos de atendimento, como parte de um plano para aumentar as estatísticas de atendimento a homens na rede pública de saúde do Brasil. Com a iniciativa, o MS
quer aproveitar o momento em que a gestante faz o pré-natal para atrair os homens nessa fase em que estão “mais sensíveis” — a ideia é boa, já que 80% dos homens consultados afirmaram acompanhá-las nos exames. Com isso, a proposta é aproveitar o momento para vincular o homem à Unidade Básica de Saúde, ofertando os testes rápidos e de rotina, como lipidograma, hemograma e exame da glicose, além de atualizar as vacinas (febre amarela, difteria e tétano-dT, Hepatite B e Tríplice viral — sarampo, caxumba e ru béola), algo que não é feito por 64% dos homens, de acordo com o levantamento. O MS revela que, a cada três pessoas adultas que morrem por “causas externas”, dois são homens. Em média, os homens vivem 7,3 anos a menos que mulheres. Na faixa etária entre 20 e 59 anos são registrados mais óbitos do que entre as mulheres por doenças
relacionadas à circulação (infarto, AVC), doen ças mentais e sofrimento psíquico, cânceres, colesterol elevado e pressão alta. Em 2015, o SUS gastou R$ 860 milhões com atendimento e internação desses casos. Homens também morrem por males dos brônquios, pulmões e aparelho digestivo — neste último caso, a maior parte deles de doenças provocadas por consumo excessivo de álcool. No entanto, 31% dos homens consultados pelo MS não buscam atendimento prévio em postos de saúde. A justificativa da maioria (55,1%) é de nunca ter necessitado do serviço. O MS aponta que barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde, como estereótipos de gênero: homens pensam que não ficam doentes; assumem o papel do “herói” provedor e cuidador; ou têm medo de descobrir doenças. Em outras palavras: nada de prevenção. A pesquisa do MS também analisou a adoção de hábitos saudáveis pelos homens e os resultados não são os melhores: 57% deles têm sobrepeso (entre estes 18% estão obesos); 25% consomem bebida alcóolica e 10% dirigem alcoolizados; 13% fumam; e apenas 31% mantêm uma alimentação saudável.
O maior perigo
A prevenção é o melhor caminho A prevenção é o caminho para o envelhecimento com qualidade de vida. A adoção de hábitos saudáveis, a prática de atividade física regular, a alimentação balanceada e o uso moderado de bebidas alcoólicas são cruciais para diminuir os problemas de saúde do homem. A identificação precoce de doenças aumenta as chances de um tratamento eficaz. Por isso, alguns exames devem fazer parte da rotina deste público. Mudanças de hábitos alimentares, com menos alimentos gordurosos e ultraprocessados são fundamentais. Aferir a pressão com frequência e acompanhar as taxas de colesterol são importantes para evitar doen ças crônicas como a diabetes e a hipertensão. Outros testes importantes a serem realizados dizem respeito às doenças sexualmente transmissíveis, como o teste de HIV, hepatite B (HBsAg) e do vírus da hepatite C (anti-HCV). Os homens com mais de 50 anos e com sintomas de problemas na próstata, como dificuldade para urinar, jato urinário fraco ou sensação de esvaziamen to incompleto da bexiga, devem ir ao médico para investigar o problema. Fonte: Blog da Saúde/MS
2º semestre / 2016
O especialista José de Ribamar Calixto, membro do Departamento de Uro-Oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aplaude a iniciativa do MS e torce para que o plano não fique apenas no papel, pois defende que faltam campanhas específicas para esse público. “Precisamos de um programa que estimule o homem a cuidar de sua saú de e faça a prevenção de doenças”, opina. De acordo com informações do Instituto Na cional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata só perde, em número de casos, para os tumores de pele não melanoma que atingem esse público. Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente entre os homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Estimam-se 61.200 casos novos de câncer
de próstata para o Brasil em 2016. Esses valores correspondem a um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens. Segundo o doutor Calixto, a falta de comunicação sobre os cuidados básicos é um fator que aumenta a incidência da doença. O médico acentua que faltam iniciativas por parte das instituições de saúde para lidar com o problema. “Soma-se a isso a dificuldade cultural de acesso aos programas de saúde preventiva. O homem tem uma dificuldade de chegar no médico. Quando ele decide procurar ajuda, o tumor já se instalou”, esclarece.
31
Especial
Médicos durante passagem de plantão na UTI do Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória
Pesquisa revela o perfil do
profissional de
Revista Notícias Hospitalares
Medicina
32
U
m levantamento realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), sob coordenação do professor Dr. Mário Scheffer, permite-nos identificar quem são os profissionais que a tuam em todo o Brasil. A publicação Demografia Médica no Brasil, 2015, produzida com apoio do Conselho Re gional de Medicina de São Paulo (Cremesp)
e do Conselho Federal de Medicina (CFM), com mais de 200 páginas, traz informações precisas sobre essa categoria. Ao levantar essas informações, o objetivo da FMUSP é permitir o planejamento de ações na área da Saúde, coerentes com os anseios da sociedade. O estudo estatístico compreende a população de médicos, considerando fatores como idade, sexo, tempo de graduação, fixação territorial, ciclo de vida
profissional, mobilidade, postos de trabalho, especialização, remuneração, vínculos, carga horária, produção, entre outros aspectos. De acordo com o levantamento, a população médica cresce mais que a geral, mas persistem desigualdades na sua distribuição. O Brasil conta com 432.870 registros de médicos, o que corresponde à razão nacional de 2,11 médicos por grupo de mil habitantes. A tendência é que a população de médicos continue crescendo mais que a população em geral do País. Para ter uma ideia, de 2000 a 2010, o efetivo médico subiu 24,95% contra um aumento populacional de 12,48%. Em 2014, enquanto a taxa de crescimento dos médicos foi de 14,9%, a da população foi de 5,4%. O Brasil possui uma taxa de 10,21 diplomados (recém-formados) em Medicina por 100 mil habitantes, que é uma taxa próxima da aplicada nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), hoje em 10,56. O indicador brasileiro é maior do que o existente em países como Suíça (9,4), Espanha (9,0), Estados Unidos (6,5) e França (6,0). Essa taxa deverá aumentar ainda mais nos próximos anos, pois com a expansão de cursos e vagas em Medicina, anualmente, entram muito mais médicos no mercado de trabalho do que saem. Em 2014, o número de novos médicos saltou para 19.993, contra 7.707 que deixaram de exercer a Medicina, seja por morte, seja por aposentadoria, por exemplo. A previsão é de que a partir de 2020 sejam formados no Brasil mais de 32 mil médicos por ano.
Distribuição regional
O dia 18 de outubro foi escolhido para celebrar o Dia do Médico não apenas no Brasil, mas em outros países de tradição católica, como Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia e Inglaterra. Isso porque é a data de nascimento de São Lucas, o protetor dos médicos. São Lucas foi um dos seguidores de Jesus, segundo a tradição, escreveu um dos livros do Evangelho e o livro de Atos dos Apóstolos. Nesses livros, contou muitas histórias de Cristo, incluindo algumas das muitas curas e milagres que presenciou. São Lucas estudou Medicina em Antioquia (atual Turquia), e foi chamado pelo apóstolo Paulo de “amado médico” na epístola aos Colossenses. É considerado patrono dos médicos desde o século XV.
municípios com até 50 mil habitantes, onde moram 65,5 milhões de pessoas, estão pouco mais de 7,4% dos profissionais da área, ou seja, em torno de 31 mil médicos. Enquanto no Norte moram 8,4% da população brasileira, nela trabalham 4,4% dos médicos do País. O Nordeste abriga 27,8% dos brasileiros e 17,4% dos médicos. Já o Sudeste responde por 42% da população e por 55,4% dos médicos. As regiões mais proporcionais são o Sul e o Centro-Oeste, que abrigam, respectivamente, 14,3% e 7,5% da população e têm 15% e 7,9% dos médicos do País.
Especialidades Dos médicos em atividade no Brasil, 59% — ou 228.862 — têm pelo menos um título de especialista. Os outros 159.341 profissionais (41% do total), denominados generalistas pelo estudo, não têm título emitido por sociedade de especialidade ou por programa de Residência Médica — com isso, o percentual de especialistas no Brasil também fica próximo ao de países da OCDE. E mais: nações como Alemanha, Holanda, Canadá, França e Austrália têm proporção de especialistas entre 60% e 52%. Ao encontrar um médico especialista, há uma chance de 50% de que ele seja clínico,
2º semestre / 2016
Apesar dos significativos números absolutos, ainda há um cenário de desigualdade na distribuição, na fixação e no acesso aos profissionais — ainda que este não seja um aspecto exclusivo de nosso país. A maioria deles permanece concentrada nas regiões Sul e Sudeste, nas capitais e nos grandes municípios. Nas 39 cidades com mais de 500 mil habitantes, que juntas concentram 30% da população brasileira, estão 60% dos médicos do País. Já nos 4.932
Dia do Médico
33
Especial
pediatra, cirurgião geral, ginecologista, aneste siologista ou cardiologista. Isso porque essas seis especialidades respondem por 49,1% de todos os títulos de especialistas em vigor no País. A Clínica Médica concentra o maior número de títulos (35.060), seguida da Pe diatria (34.637), da Cirurgia Geral (29.200), da Ginecologia e Obstetrícia (28.280), da Anes tesiologia (20.898) e da Cardiologia (13.420). Na outra ponta está a Genética Médica, que conta com 241 especialistas. Já as seis es pecialidades consideradas básicas ou gerais (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina de Família e Comunidade e Medicina Preventiva e Social) concentram 40,3% do total de especialistas.
Revista Notícias Hospitalares
Postos de trabalho
34
De acordo com a pesquisa, 21,6% dos médicos trabalham apenas no setor público, enquanto 26,9% estão exclusivamente no setor privado. Como há sobreposição — 51,5%, dos médicos atuam concomitantemente nas esferas pública e privada — pode-se afirmar que 78,4% dos médicos têm vínculos com o setor privado e 73,1%, com o setor público. No entanto, existe uma desigualdade de concentração dos médicos a favor do setor privado, se consideradas as populações cobertas pelo Sistema Único de Saúde (75% da população utiliza exclusivamente o SUS) e pela assistência médica suplementar (25% da população, além do direito ao SUS, tem plano ou seguro de saúde). Em 2014, segundo estimativa do IBGE, o País tinha 201.032.714 habitantes. Em junho de 2015, de acordo com os números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os clientes de planos de saúde eram 50.516.992. Os demais 150.515.722 brasileiros recorrem exclusivamente ao SUS. Assim, em nível na cional, a população atendida pela assistência médica suplementar tem aproximadamente três vezes mais médicos à sua disposição que a população atendida pela rede pública. O estudo esmiuçou diferenças de perfil entre os profissionais dos setores público e privado. A pesquisa também analisou outras variáveis
acerca das diferenças entre os setores público e privado. No geral, no setor privado há mais homens, com idade média alta (52 anos), com rendimentos mais elevados. Já o setor público concentra mais mulheres e os jovens, com rendimentos mais baixos. Apenas 17,4% dos médicos com mais de 60 anos atuam no setor público. Já 40,1% dos profissionais com até 35 anos servem no SUS, contra 18,7% nessa faixa etária que a tuam no setor privado. Os homens são maioria no grupo que trabalha concomitantemente nos dois setores. Já as mulheres são maioria na esfera pública (52,7%), contra 47,3% dos homens, que também são predominantes no setor privado (64%). Entre as regiões, o Nordeste é a que tem mais médicos no setor público e em ambas as esferas do que apenas no setor privado. Os médicos que a tuam apenas no setor privado ou em ambos os setores ganham mais do que aqueles atuantes apenas no SUS. Mais da metade dos médicos (51,5%) que atuam no setor público trabalham em hospitais, dos quais 33,3% atuam em estabelecimentos públicos de administração direta ou sob a gestão de Organizações Sociais, 14,2% em hospitais universitários e 11,7% em Santas Casas ou entidades filantrópicas. Depois dos hospitais, os médicos do SUS atuam em serviços de atenção primária em saúde (23,5%), que são as unidades básicas e o programa Saúde da Família e, por fim (4,8%) trabalham em serviços de atenção secundária e especializada, que são os ambulatórios de especialidade, UPA, CAPS, entre outros. Já entre os médicos que a tuam no setor privado, o lugar de trabalho mais frequente é o consultório particular (40,1%), tendo o hospital privado como segunda opção (38,1%). Os outros locais são a clínica ou ambulatório privado (31,1%), universidade privada (5,3%), serviço médico de empresa (4,8%) e laboratórios e serviços de diagnose e terapia (1,8). Há ainda uma parcela de 2,2%, tanto no setor público quanto no privado, que citou outros locais, como cargo em indústria farmacêutica ou auditoria do INSS. A íntegra do estudo pode ser encontrada no seguinte endereço: <goo.gl/CW8ql3>.
BRAINSTORM
Carinho também é remédio
Uma homenagem especial da Pró-Saúde a todos aqueles que se dedicam aos que mais precisam. A sua colaboração torna nossa vida repleta de humanidade e amor. 5 de dezembro, Dia Internacional do Voluntário.
BRAINSTORM
HOSPITAL PÚBLICO ESTADUAL GALILEU, DE BELÉM (PA)
UMA CONQUISTA DE TODOS NÓS O Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém (PA), conquistou a certificação ONA 1, concedida às instituições que atendem aos critérios de segurança do paciente em todas as áreas de atividade, incluindo aspectos estruturais e assistenciais. Nosso muito obrigado ao empenho de todos os colaboradores por essa conquista, um mérito compartilhado, que ajuda a fortalecer nossa missão de prestar um atendimento humanizado e de qualidade.