Notícias Hospitalares - Edição 76

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ENTREVISTA especial

CUIDADOS COM O VERÃO

Rosemeire Sartori de Albuquerque, Veja dicas para você aproveitar a doutora em Saúde da Mulher, fala estação mais animada do ano de sobre a hora do parto forma saudável e segura

Mulheres do Brasil Conheça as iniciativas de hospitais públicos que estão ajudando a transformar a vida de gestantes e de recém-nascidos, através da prevenção e de projetos inovadores


A Pró-Saúde é uma das maiores entidades de gestão de serviços de saúde e administração hospitalar do País. Tem sob sua responsabilidade mais de 3.500 leitos e o trabalho de cerca de 20 mil profissionais. Está presente em todas as regiões do Brasil, contribuindo para a humanização do atendimento hospitalar, em especial do SUS. Com excelência técnica e credibilidade nacional, oferece uma gama de serviços em benefício da vida.

WWW.PROSAUDE.ORG.BR


MAIS DE 45 ANOS

CUIDANDO DA SAUDE DOS BRASILEIROS

Maranhão

Pará

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Bahia

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São Paulo Rio de Janeiro Paraná


a ç e l a t r Fo rea da a á de Saú Seja um associado

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A Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH), por meio de seus congressos, cursos e publicações, traz o que há de mais atualizado em serviços, produtos e informações, com o objetivo de aprimorar conhecimento e habilidades dos profissionais da área da Saúde. Todo esse trabalho depende muito de sua participação e apoio. Por isso, venha fazer parte da FBAH ou, se você já for associado, atualizar seus dados cadastrais. Vantagens de ser afiliado à FBAH l Atuação da FBAH desde as faculdades de Administração Hospitalar e na pós-formação,

buscando o fortalecimento do aprendizado e aprimoramento profissional, além de ser uma vitrine para os recém-formados ante as empresas do setor. l Valorização do papel do Administrador Hospitalar. l Descontos e vantagens exclusivas em eventos no Brasil e exterior. l Descontos na compra de livros e publicações. l Participar com trabalhos e concorrer anualmente ao Prêmio FBAH de Administração Hospitalar. l Recebimento de publicações periódicas da FBAH. l Acesso a banco de informações e artigos. l Realização de cursos, palestras, seminários e treinamentos. l Apoio e intermediação de parcerias, possibilitando geração de novos negócios.

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76º edição 2º Semestre / 2014

Capa

Pacientes do HMMSJR Foto — Jefferson Douglas

Expediente

A força das mulheres

Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar DIRETORIA ESTATUTÁRIA PRESIDENTE Dom Eurico dos Santos Veloso VICE-PRESIDENTE Dom Hugo da Silva Cavalcante, OSB SECRETÁRIO Marcio Gonçalves Moreira TESOUREIRO Monsenhor Marco Eduardo Jacob Silva DIRETORIA EXECUTIVA DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Carlos Alberto Filippelli Giraldes DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO Daniel Augusto Gonsales Camara DIRETOR DE FILANTROPIA Carlos José Massarenti DIRETORA JURÍDICA Wanessa Portugal DIRETOR DE OPERAÇÕES Danilo Oliveira da Silva NOTÍCIAS HOSPITALARES Diretor Responsável Carlos Alberto Filippelli Giraldes Gerente de Comunicação Helton Zuccon Produção editorial VFR Comunicação Projeto editorial Doxa Conteúdo & Design Jornalista responsável Vanderlei França Projeto Gráfico Adriano Frachetta Design Edson Fonseca Editoras Georgia Rodrigues e Mariana Alves

Os avanços nos serviços de integração da saúde da mulher, desde antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, após a sua implementação, vêm contribuindo com melhorias no acesso ao atendimento médico e na agilidade do tratamento e diagnóstico de doenças de todas as mulheres. Mais do que isso: vêm cumprindo o direito à saúde à população, previsto na Constituição Federal, ampliando a conscientização sobre a busca por atendimento preventivo, que evite a evolução de doenças crônicas consideradas as vilãs da mortalidade feminina. Esta edição é dedicada à saúde das mulheres, que são a maioria no País, representam 63% da população em idade ativa, segundo o IBGE, e assumem cada vez mais o papel de profissionais, mães, esposas e filhas dedicadas. Na matéria de capa, o leitor encontrará o trabalho realizado nos hospitais administrados pela Pró-Saúde no SUS, que trazem esperança e acolhimento às gestantes e puérperas em diferentes regiões do Brasil. São programas especiais voltados ao acompanhamento da gestação e ao diagnóstico e controle de doenças graves. Compartilhe com sua família a leitura desta edição! Cuide e proteja quem você ama, oferecendo informações preciosas para cuidar da saúde. A revista também traz as novas unidades hospitalares administradas pela Pró-Saúde, assim como os projetos educacionais e de assistência social que beneficiam crianças, adolescentes e idosos com exemplo de dedicação e atendimento. Que todo esse conteúdo seja apreciado e traga novas reflexões durante a leitura.

Colaboraram nesta edição Emily Gonçalves e Suelen Rodrigues Fotografia Jefferson Douglas, Willian Pereira, Valdecir Galor/ SMCS, Edson Donizete, Istockphoto, Fotolia e Divulgação/Grupamento de Bombeiros Marítimo Impressão Corset Artes Gráficas e Editora Tiragem 12.000 exemplares Contato imprensa@prosaude.org.br

Dom Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora Presidente da Pró-Saúde

E D I TO R I A L

Revista Notícias Hospitalares


ÍNDICE

10 ENTREVISTA Rosemeire Sartori de Albuquerque, enfermeira obstetra e doutora em Saúde da Mulher, defende que a gestante deve ser orientada para que possa fazer suas próprias escolhas em relação ao seu parto

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Sala de Espera

Expansão

Mulheres no SUS

Hospital de Santarém, administrado pela Pró-Saúde, é o primeiro do interior do Estado do Pará certificado como Hospital de Ensino

Pró-Saúde passa a administrar unidades em Salvador (BA) e no interior de São Paulo

Confira os projetos voltados para a saúde feminina nos hospitais públicos administrados pela Pró-Saúde em todo o País


23 SOCIAL Para ampliar sua responsabilidade social, a Pró-Saúde administra também creches e centros de acolhimento institucional e de convivência para idosos

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Prevenção

Especial

Saiba como evitar o câncer de pele e conheça os seus principais sintomas

Descubra como aproveitar o verão evitando problemas como insolação, intoxicação alimentar e micoses


SA L A D E ES P E R A

HRBA torna-se Hospital de Ensino Unidade de Santarém é a primeira do interior do Pará a receber o certificado

1 Revista Notícias Hospitalares

Site novo facilita acesso ao internauta

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Está no ar a nova página da Pró-Saúde na internet, com as informações atualizadas e layout mais moderno e organizado. Além do novo projeto gráfico, a mudança visa organizar o conteúdo e facilitar o acesso às informações. O site www.prosaude.org.br traz dados sobre todas as unidades administradas pela entidade, através de um mapa interativo, além dos projetos de Educação Infantil e Assistência Social que a Pró-Saúde desenvolve. Uma área específica para imprensa foi criada para aproximar o contato da organização social com a mídia, disponibilizando também notícias, boletins, newsletters e a Revista Notícias Hospitalares. Na nova página, o internauta pode conhecer e entender com mais clareza o trabalho da Pró-Saúde, por meio de folders e vídeos institucionais.

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IECPN é destaque na revista Veja O Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, administrado pela Pró-Saúde, foi matéria de capa da revista Veja Rio (Editora Abril). Em julho, o IECPN comemorou sua milésima cirurgia, em um ano de funcionamento. O procedimento removeu um tumor da cabeça de uma paciente. A qualidade do atendimento realizado na unidade também foi destaque na publicação. Segundo a revista, o hospital é um oásis de excelência, onde a decoração caprichada divide espaço com equipamentos de alta tecnologia. O objetivo da unidade, que se propõe a ser mais que uma casa de saúde, segundo a matéria da Veja Rio, é agregar a pesquisa científica ao atendimento à população e também funcionar como um núcleo de formação de jovens médicos.


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Pró-Saúde participa do Congresso das Santas Casas

Os Ministérios da Saúde e da Educação concederam o título de Hospital de Ensino ao Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém (PA). O título habilita o hospital a desenvolver a prática de atividades curriculares na área da saúde vinculado a uma Instituição de Ensino Superior. O HRBA, administrado pela Pró-Saúde, abrange 21 municípios e é o primeiro Hospital de Ensino no interior do estado. “Os nossos indicadores demonstram a importância deste título para a região. Temos uma média de 300 estudantes por mês em alguma atividade curricular. Isso contribui para melhores práticas e articula o comprometimento de todos para uma assistência de qualidade, seja no próprio HRBA ou em qualquer outra Unidade de Saúde”, declarou o diretor de Ensino e Pesquisa do HRBA, Luiz Fernando Gouvêa e Silva.

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Em agosto deste ano aconteceu em Brasília (DF), o 24º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. A Pró-Saúde participou do evento, com um stand de exposição para apresentar o seu trabalho na área de Saúde. O encontro anual reuniu administradores hospitalares, profissionais de Saúde de todo o Brasil e representantes governamentais. Além de promover e fortalecer o desenvolvimento das instituições sem fins lucrativos, o Congresso colocou em debate a importância das filantrópicas para a sobrevivência do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram discutidos assuntos relacionados à gestão em Saúde, como Contratualização, Gestão da Filantropia e dos Recursos Humanos, Administração Hospitalar, Governança Corporativa e o programa SUStentáveis.

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Hospital de Santarém é certificado como Hospital de Ensino

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E N T R E V I STA

Mamãe bem-informada

Revista Notícias Hospitalares

O período de gestação pode gerar muitas dúvidas e medos em algumas mulheres. Por isso, buscar orientação adequada é tão importante quanto realizar os exames do pré-natal. Dessa forma, a gestante poderá aproveitar ao máximo o momento do nascimento de seu filho

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osemeire Sartori de Albuquerque, doutora em Saúde da Mulher pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e docente do curso de obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP), defende que a mulher deve ser orientada para que possa fazer suas próprias escolhas em relação ao seu parto. A enfermeira obstetra e membro da diretoria do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, de São Paulo (SP), reconhece que estamos vivendo um período de mudanças com relação ao tema e afirma que, apesar de ainda ter que melhorar em alguns pontos, o SUS (Sistema Único de Saúde) é uma fonte de bons exemplos nessa área. Quais são as vantagens do parto normal? Devemos começar do princípio que o parto deve ser normal. O corpo da mulher está preparado para isso. Só não deveria acontecer o parto normal em caso de complicações. No parto normal, a mulher não é submetida a um procedimento cirúrgico, ela vivencia o momento, participa. Ela tem a possibilidade de receber e acolher o bebê dela assim que nasce, se ele tiver nascido em boas condições. E ela não é submetida, na maioria das vezes, a nenhum procedimento que requeira repouso. Isso quer dizer que assim que ela terminar de dar à luz, já pode sair, andar, tomar banho, se alimentar e cuidar do seu bebê.

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Quais são os medos da gestante em relação ao procedimento? A mulher brasileira teme a dor, ela tem medo de não tolerar o processo de parturição. Por isso é preciso trabalhar bastante durante o pré-natal, para fazê-la entender o que é a gestação e o trabalho de parto. E saber que o corpo dela está preparado para o processo de nascimento, só que tem limiar de dor. É aí que vem a competência da equipe, que deve estar preparada para entender até onde a parturiente está tolerando aquele incômodo, porque ela pode ser submetida a uma analgesia. Mas, a maioria, quando preparada, não quer os analgésicos, porque sabe que isso vai limitar a sua verticalização e para favorecer o nascimento pela via transvaginal, é importante fazer a verticalização, que é colocar a mulher em pé, sentada. Então tudo isso, todo esse manejo, favorece o trabalho de parto normal. Há alguns anos, deixávamos a parturiente em jejum, no leito, em repouso. Hoje, não. Estimulamos a alimentação, andar, ficar muito no chuveiro para ativar a circulação e melhorar a oxigenação materno-fetal. Além

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de ficar verticalizada, porque o peso do bebê favorece a sua descida. Quais são os maiores mitos envolvendo o parto normal? Com relação a mulher ser jovem e não poder fazer o parto normal, isso é um grande mito. Ser jovem não é indicação de cesárea. Pelo contrário. Quando você submete uma mulher jovem a um procedimento cirúrgico, a uma cesárea, você está colocando -a em risco. Porque ela ainda tem uma vida reprodutiva longa e a chance do próximo parto ser uma cesárea é grande e o terceiro ainda maior. Então, é preciso pensar bem no primeiro parto. O que temos que levar em consideração não é idade, mas, sim, o tipo constitucional — se ela tem a bacia formada, se o seu corpo está bem delimitado. É diferente do que se pensava há alguns anos, que ser jovem era indicação de cesárea. Assim como uma mulher de 30 anos pode ter uma bacia não obstétrica e ter a indicação de cesárea, porque se ela tiver um bebê maior, não terá condições para um parto normal. E quando dizem que uma mulher que já fez a cesárea não pode ter um próximo parto normal? Primeiro, precisamos descobrir o real motivo da cesárea. Se ela tem um problema

A cesárea é indicada por sofrimento fetal, por risco materno ou do bebê e se ela já teve duas ou três cesáreas anteriores pélvico, então, sempre terá, porque o osso não vai mudar. Portanto, provavelmente, os partos subsequentes serão cesáreas. Se foi uma distócia funcional, ou seja, a contração que não foi efetiva, não evoluiu para o parto normal, não quer dizer que no próximo ela terá o mesmo problema. Também temos que considerar o intervalo entre os partos. Acima de dois anos, é menos perigoso submetê-la a um parto normal depois de uma cesariana. Porém, duas cesáreas anteriores, já é bastante prudente que não se submeta esse útero a um trabalho de contração, porque há um risco de rotura uterina (rompimento de uma camada do útero). A cesárea é indicada por sofrimento fetal, por risco materno ou do bebê e se ela já teve duas ou três ce-

sáreas anteriores. Então, não é porque ela veio com só uma cesárea anterior que vamos indicar o que chamamos de cesárea iterativa. Não existe mais isso. Você acha que a mulher ser esclarecida sobre tudo isso antes, facilita? Sou docente do curso de obstetrícia da USP e percebo que estamos vivendo um período de mudanças. No passado, fomos muito intervencionistas e agora nós temos que tomar cuidado com o que fazemos. Eu sempre defendo que nós nunca tivemos que ser tão verdadeiros com a mulher. Não podemos ser extremistas, ou seja, não podemos deixar de ajudar a mulher durante o parto, mas também não podemos partir sempre para a cesárea. Temos que achar um meio termo. Mas é importante ressaltar que a mulher tem que ser informada. Já existe uma parcela de gestantes que, mesmo tendo convênio médico, procura o SUS, ou o Leonor, por exemplo, porque sabe que temos o centro de parto normal. São gestantes que sabem o que querem para o processo de parto. Ela sabe que aqui vai ser respeitada na sua vontade e que só vamos fazer uma cesárea se houver uma complicação. É isso que o SUS tem de grande diferencial.


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No Sistema Único de Saúde (SUS), o que pode ser feito para melhorar os índices de parto normal? O recomendado pela Organização Mundial da Saúde é que apenas 15% dos partos sejam cesáreas. No SUS, estamos em torno de 30%. Mesmo assim, o número é bem melhor do que na rede privada, que em alguns hospitais a taxa de cesáreas chega a quase 90% dos partos. Para melhorar ainda mais esse índice, temos que qualificar o pré-natal. Nós conseguimos aumentar o número de consultas pré-natal, mas ainda não o qualificamos. Muitas vezes, a mulher chega à maternidade com exames não realizados, ou realizados parcialmente, ou realizados, mas sem o resultado. Ela também chega desinformada. Precisamos preparar melhor a mulher para o parto para que ela participe desse processo. Outro ponto que poderia melhorar é informar com antecedência onde vai nascer o bebê dela. Então, quando chegar a hora do parto, ela não precisaria ficar peregrinando pelos hospitais, por que isso atrapalha. Esse modelo já existe em alguns locais do Brasil e o SUS paulista está trabalhando para que isso aconteça também em São Paulo.

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Ex pansão

Pró-Saúde passa a administrar unidades de saúde na Bahia e no interior de São Paulo

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Salvador (BA), agora conta com mais um hospital e duas UPAs administrados pela instituição, que também passa a ser a responsável pelos dois principais serviços de urgência e emergência da Rede Municipal de Saúde de Sumaré (SP).

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Hospital Alayde Costa e UPA Escada A Pró-Saúde iniciou, em setembro deste ano, a gestão do Hospital Alayde Costa e da Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA III), no bairro de Escada, em Salvador (BA). Através de Contrato de Locação entre a Pró-Saúde e o IEST (Instituto de Educação Saúde e Tecnologia), a entidade firmou parceria com o Governo do Estado da Bahia (SESAB), para oferecer serviços de saúde à população.

Com 60 leitos de internação para atendimento a pacientes crônicos e uma UTI (Unidade de Tratamen­to Intensivo Adulta) com 20 leitos, o Hospital Alayde Costa possui um perfil assistencial predominantemente de pacientes oriundos do SUS (Sistema Único de Saúde). A UPA tipo III, também gerida pela Pró-Saúde, compõe uma rede organizada de atenção às urgências clínicas, pediátricas e ortopédicas.


UPA Valéria Ainda em Salvador (BA), em março deste ano foi inaugurada a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro de Valéria. A Pró-Saúde venceu a licitação para administrar a unidade, que possui uma área de 1.500 m² e conta com 207 colaboradores e 24 leitos de observação, sendo oito masculinos, oito femininos e oito infantis, e quatro de estabilização (sala vermelha). Entre os serviços oferecidos pela unidade, estão atendimento clínico, pediátrico e de traumato-ortopedia, apoio diagnóstico e terapêutico em radiologia, eletrocardiograma, laboratório de análises clínicas e ultrassonografia, além de procedimentos de odontologia 24 horas.

Pró-Saúde assume unidades em Sumaré

cia e emergência da Rede Municipal de Saúde e atendem 100% pelo SUS, com convênio com os governos Federal, Estadual e Municipal. A UPA conta com nove leitos de observação masculina, nove leitos de observação feminina, seis leitos de cui-

dados semi-intensivos, seis leitos pediátricos e dois leitos de Ginecologia e Obstetrícia. Com quatro leitos de observação, o PA possui Clínico Geral e Pediatria. “Temos certeza que o novo modelo vai trazer um atendimento melhor aos pacientes, permitindo que a

Prefeitura foque sua atenção em outras áreas, como a Saúde Básica e Preventiva. E, pela experiência da Pró-Saúde, acreditamos que haverá tranquilidade neste momento de transição”, afirmou a prefeita de Sumaré, Cristina Carrara.

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A Pró-Saúde assumiu a gestão integral de duas unidades de saúde na cidade de Sumaré, SP — a Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA) do Jardim Macarenko e o Pronto Atendimento (PA) do Matão. Esses são os dois principais serviços de urgên-

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CA PA

As mulheres no SUS

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Conheça os projetos direcionados ao público feminino em hospitais públicos administrados pela Pró-Saúde que priorizam a orientação, humanização do tratamento e o diagnóstico precoce especialmente em gestantes e bebês

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D

esde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, os avanços nos serviços voltados à saúde da mulher vêm contribuindo para a melhoria do

acesso ao atendimento médico e aos programas de orientação e prevenção de inúmeras enfermidades. São elas as maiores usuárias do SUS, já que exercem também o papel

de acompanhantes de familiares e nas comunidades em que residem. O agendamento de consultas e exames relacionados à genitoscopia (colposcopia e


Gestantes atendidas no Hospital e Maternidade Municipal de São José do Ribamar, em Ribamar (MA)

tina independente da consulta médica. Os mutirões para realização de exames e campanhas sazonais com intuito de alertar sobre doenças como o câncer de mama e de colo de

útero têm contribuído na prevenção e diagnóstico dessas enfermidades. São diversas as ações e projetos em andamento nos hospitais administrados pela Pró-Saúde, com

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vulvoscopia), papanicolau e diagnóstico por imagem (como o ultrassom) tem sido facilitado, graças à otimização do atendimento multiprofissional, com coleta de exames de ro-

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destaque para os focados na saúde materna. Inclusive, por ser este um dos temas que integram os “Objetivos do Milênio”, da Organização das Nações Unidas (ONU), e que tem sido incorporado aos projetos direcionados à saúde feminina na rede pública: a redução da razão da mortalidade materna. Embora as doenças cardiovasculares e o câncer de mama estejam entre as principais causas de óbitos femininos no Brasil, a mortalidade materna — ocorrida durante a gravidez, aborto, parto ou no período de até 42 dias após o parto — chama muita atenção. Isso porque em 92% dos casos essas mortes poderiam ser evitadas, segundo dados do Ministério da Saúde. Por ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contabiliza aproximadamente 600 mil mortes maternas em todo o mundo, sendo 99% dos casos em países em desenvolvimento. As principais causas são hemorragias, infecções, eclâmpsia, parto obstruído, aborto ilegal, entre outras causas diretas ou indiretas. A meta da ONU é reduzir em 75% a razão da mortalidade materna no período entre 1990 e 2015 (35 óbitos por 100 mil nascidos vivos).

A boa notícia é que o Brasil está mais próximo de atingir a meta de redução da mortalidade materna, segundo o Ministério da Saúde, já que esse índice caiu 57%, de 143 para 61 óbitos por 100 mil nascidos vivos no período de 1990 e 2012. “O acompanhamento pré-natal continua sendo uma das melhores maneiras de evitar a morte materna, sendo recomendado o comparecimento em, no mínimo, seis consultas durante a gestação. As ações de sensibilização para gestantes e campanhas de conscientização são essenciais, mas infelizmente ainda vemos muitas mulheres que não buscam acompanhamento médico e desenvolvem problemas que poderiam ser evitados ou controlados”, explica Marise de Aquino Catelli, ginecologista e obstetra do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (SP), há 21 anos atuando no SUS.

A ginecologista e obstetra Marise de Aquino Capelli, do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes


Grupo de Gestantes do Maranhão durante encontros quinzenais

Orientação como caminho sentam o espaço, esclarecem dúvidas, dizem o que devem trazer à maternidade e qual o momento certo para irem até o hospital. “Um dos desafios é desmistificar o parto normal, que ainda gera bastante ansiedade”, explica Allan Serra, gerente de enfermagem do HMMSJR. As mulheres que estão inseridas em áreas cobertas pelo PSF e com mais de cinco meses de gestação podem se inscrever — mais de 200 mulheres fizeram a visitação. Além disso, mensalmente é oferecido curso de um dia para gestantes, com palestras diversas. Mais de 80 gestantes já participaram e o curso é aberto ao público em geral, mediante inscrição prévia. Mãe de primeira viagem,

Ludmila Santana, de 32 anos, estava bastante apreensiva. “As orientações do curso me tranquilizaram com relação ao parto normal, além de ter esclarecido dúvidas sobre como cuidar do meu bebê”. Também são organizadas para as puérperas apresentações que abordam o aleitamento materno, cuidados com os bebês, calendário de vacinação e planejamento familiar. Elas são convidadas a trocar experiências com outras mães e também com os profissionais do hospital. “Nossa satisfação é ver os benefícios para essas mulheres, que chegam à maternidade bem orientadas e cientes da missão que terão com elas mesmas e com seus filhos”, completa Allan Serra.

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O Hospital e Maternidade Municipal de São José do Ribamar (HMMSJR), em Ribamar (MA), criou programas de orientação a gestantes e puérperas (mães que deram à luz recentemente e ainda estão no hospital). A iniciativa, coordenada pela Gerência de Enfermagem, em parceria com o Núcleo de Humanização, Serviço Social e Gerência Administrativa, tem como objetivo beneficiar as futuras mamães com informações sobre o que acontece no pré-parto, parto e pós-parto, além de apresentar a maternidade. O Programa de Saúde da Família (PSF) disponibiliza agenda para visitação quinzenal à maternidade. Um enfermeiro e um agente comunitário apre-

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Precauções contra doenças gestacionais O Hospital Universitário de Jundiaí (SP) possui cinco projetos focados em gestação de risco. O programa “Morbidade Materna Grave” foi criado para evitar a mortalidade materna em decorrência de doenças hipertensivas e hemorrágicas. Por mês, de 60 a 80 mulheres são atendidas pelo programa e dos 320 partos realizados, aproximadamente 60 são de alto risco. O programa “Prematuridade” visa diminuir os nascimentos prematuros, uma das principais causas de mortalidade infantil. Para isso, o tempo de gestação é prolongado ao máximo, mesmo com complicações. “Cada dia ganho de gestação representa três dias a menos na UTI neonatal”, alerta o coordenador da unidade e professor titular de Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Nelson

Maia. Camila dos Santos, de 18 anos, ficou internada por seis dias para evitar o nascimento da filha e conseguiu completar sete meses de gestação. “Ela nasceu com 860 gramas e depois de três meses está com 1,545 kg. Estamos recebendo todo o acompanhamento e assim que ela atingir o peso adequado teremos alta”, diz ela. Já o “teste do coraçãozinho”, ou oximetria de pulso, detecta a má formação do sistema cardíaco, mesmo se o bebê não apresentar sintoma visível. “O teste não invasivo é realizado na mão direita e em um dos pés do bebê, entre 24h e 48h após o nascimento”, explica a coordenadora do serviço de Neonatologia do HU, Ana Maria Banho Vieira. Com isso, a unidade espera acelerar o diagnóstico de cardiopatia congênita crítica

em recém-nascidos e diminuir ainda mais a sua taxa de mortalidade infantil. A “Síndrome Hellp”, doença hipertensiva grave e pouco conhecida, também integra os programas do HU. O projeto avalia gestações de alto risco em mulheres com quadro hipertensivo grave e com baixa quantidade de plaquetas no sangue, o que aumenta o risco de hemorragia. “Neste caso, a gestação deve ser interrompida por meio de cesárea, pois há risco de morte da mãe e da criança”, afirma Maia. Por último, há o “Centro de Referência da Doença Trofoblástica Gestacional”, quando, ao invés de evoluir para um bebê, forma-se um pequeno tumor. “A gestação é interrompida e, durante um ano, há o acompanhamento e a mulher não pode engravidar”, alerta.

“Teste do coraçãozinho” reduz mortalidade infantil no Hospital Universitário de Jundiaí (SP)


Quando o amor chega mais cedo recebi ajuda dos enfermeiros, massagem e todos os cuidados que contribuíram para a realização do parto normal”, comenta a paciente, que tinha o hospital como referência. O projeto foi inaugurado em fevereiro de 2014 e já realizou 390 partos, entre normais e cesarianas, sendo 20% deles em menores de 15 anos. “O espaço ‘Jovem Mãe’ é focado em estimular o parto normal e humanizado, mas em caso de cesariana, toda a estrutura do centro cirúrgico está disponível para receber as pacientes”, explica Juciney Pacheco, coordenador médico da maternidade do HERF. Podem ser atendidas duas gestantes ao mesmo tempo na Enfer-

maria Teen, acompanhadas por até três familiares. A acolhida é feita por uma equipe multidisciplinar constituída por médico obstetra exclusivo, enfermeira obstetra, técnico de enfermagem, fisioterapeuta para auxiliar com exercícios pré-parto, psicólogo, nutricionista e assistente social. “Geralmente essas meninas chegam cheias de dúvidas e receios, uma vez que não estão maduras o suficiente para absorver as grandes mudanças psicológicas, sociais e biológicas que uma gestação precoce traz. Por isso o projeto visa ampará-las e oferecer o cuidado necessário num momento delicado e transformador”, ressalta.

luz a uma meninda por parto normal, no Rio de Janeiro

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No projeto “Jovem Mãe”, do Hospital Estadual Rocha Faria (HERF), no Rio de Janeiro (RJ), o parto em adolescentes é tratado de forma humanizada. As meninas de 12 a 18 anos que chegam em trabalho de parto são conduzidas a uma enfermaria especial, com decoração lúdica e equipada com bolas de pilates, barras e cadeiras especiais para auxiliar a aliviar as dores durante todo o processo. Neste espaço foi recebida a adolescente Tabata Gomes, aos 18 anos, que deu à luz a uma menina por parto normal. “Passei quatro dias com dor e sem dilatação. Quando fui ao hospital e me direcionaram ao espaço ‘Jovem Mãe’,

A jovem Tabata Gomes, que deu à

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P ROÓP ISAÚ N I ÃO DE Revista Notícias Hospitalares

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Gestão eficaz melhoraria a saúde dos brasileiros Juan Quirós

N

o momento em que a Receita Federal anuncia que os impostos federais de R$ 293,42 bilhões recolhidos no primeiro trimestre de 2014 estabeleceram novo recorde para os três primeiros meses do ano, com crescimento de 2,08% em relação ao mesmo período de 2013, é oportuno refletirmos sobre o retorno desses recursos para a sociedade. Nesse quesito, segundo distintos estudos internacionais, o Brasil é uma das nações com pior desempenho dentre as que mais arrecadam. Um viés interessante para percebermos a discrepância entre o que a sociedade paga ao Estado e o que recebe de volta em serviços e benefícios encontra-se na área da saúde, que, ao lado da educação, é a grande prioridade nacional. Pois bem, em 2014 o orçamento para o setor é de R$ 106 bilhões, segundo consta no Portal da Transparência do governo federal. Em 11 anos, os recursos destinados à assistência médico-hospitalar dos brasileiros mais que triplicaram. Em 2003, o valor era de R$ 31,2 bilhões. O crescimento das verbas do Ministério da Saúde, ainda segundo informações oficiais, permitiu aos estados e municípios, responsáveis pela execução das ações e redes como UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), hospitais e ambulatórios, expandirem a chamada

Há bons exemplos, porém, de que o gargalo administrativo pode ser superado mediante convênios com instituições privadas de excelência. Atenção Básica. Somam-se ao dinheiro federal os recursos de todas as unidades federativas, que constituem o Sistema Único de Saúde (SUS), cujo princípio foi instituído pela Constituição de 1988. A análise sugere que o maior problema da saúde no Brasil não é dinheiro, mas a má gestão, não apenas financeira, mas principalmente na operação dos equipamentos de atendimento municipais e estaduais. Há bons exemplos, porém, de que o gargalo administrativo pode ser superado mediante convênios com instituições privadas de excelência. Em São Paulo, os hospitais Albert Einsten, Sírio Libanês e Santa Marcelina, os três instituições privadas, apresentam resultados positivos na gestão de unidades

públicas de saúde. O mesmo se aplica à organização social Pró-Saúde, com ação semelhante em distintas regiões. Obviamente, os acordos de administração privada de equipamentos públicos de assistência médico-hospitalar devem ser objeto de análise criteriosa, garantindo-se a excelência, experiência e probidade dos gestores. No entanto, observadas tais ressalvas, a ampliação do modelo poderá conferir uma nova dimensão à saúde no país, onde é dever constitucional do Estado prover gratuitamente esses serviços fundamentais à sociedade. Não é mais admissível vermos diariamente na TV, ouvirmos no rádio e lermos nos jornais e revistas as matérias sobre numerosos e repetidos casos de negligência no atendimento, demora para exames, pacientes esperando em macas nos corredores de hospitais, prontos-socorros incapazes de responder às emergências e à população desassistida. Os brasileiros pagam muito por esse grande convênio/seguro-saúde chamado SUS. É necessária uma contrapartida adequada! Juan Quirós é vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)


FILANTROPIA

Educação e Proteção Social Projetos dedicados à educação e assistência social para crianças, adolescentes e idosos consolidam a missão da Pró-Saúde como promotora de melhorias nos serviços públicos.

tucional gerencia espaços que acolhem crianças e adolescentes vítimas de violência ou em situação de risco, e que aguardam adoção. Em Agulha, distrito de Fernando Prestes (SP), são realizados três projetos focados em educação e recreação que englobam crianças, adolescentes e idosos: o Centro de Convivência do Idoso (CCI), o Centro de Convivência da Criança e do Adolescente (CECCA) e o Pró-Saúde Projetos Sociais. Os projetos beneficiam atualmente mais de mil pessoas e são considerados referência em qualidade, atendimento, suporte pedagógico e no desenvolvimento da autonomia dos participantes.

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s atribuições da PróSaúde como Organização Social vão além dos serviços de administração hospitalar. Há 15 anos, a instituição vem contribuindo de forma ampla com projetos nas áreas de educação e assistência social, com objetivo não só de oferecer ensino de qualidade, como também de estimular a inserção e reintegração social por meio do tratamento humanizado em todas as atividades desenvolvidas. Na capital de São Paulo, são administrados pela Pró-Saúde três Centros de Educação Infantil (CEI), situados na zona Leste. Em Santo André (SP), o Serviço de Acolhimento Insti-

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FPI LRAÓNSAÚ T R OD PE IA

Era uma vez... O Centro de Educação Infantil Jardim Lageado, no distrito de Lageado (SP), é um espaço diferenciado por ser também uma EMEI, onde são assistidas crianças de 0 a 5 anos. Administrado pela Pró-Saúde há seis anos, o CEI tem 244 alunos, que permanecem em período integral. “As crianças geralmente são matriculadas bebês e auxiliamos em todo o processo de crescimento até o início da alfabetização”, explica Vanessa Zanetti, diretora da unidade. Um

dos projetos é a “Roda de História”, realizado diariamente. Cada sala tem um cantinho de leitura, com livros que as crianças podem escolher. Já no projeto “Biblioteca Circulante”, mais de 400 títulos transitam entre as salas de aula. Às sextas-feiras, eles levam um livro para ler no final de semana. “O acesso à escrita e leitura é feito desde o berçário, com incentivo às identificações de letras e números até o início do letramento”, completa Zanetti.

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Aprendendo com a Copa

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Localizado na região de Guaianases, em São Paulo (SP), o Centro de Educação Infantil Jardim São Jorge é dedicado e estruturado para atender 160 crianças de 0 a 3 anos dos bairros Jardim Miriam, Camargo Novo e Itaim Paulista. Administrada pela Pró-Saúde desde 1998, a creche é equipada com salas amplas, parques com playground, casinhas de brinquedos para desenvolver atividades lúdicas e de aprendizado com os pequenos. Neste ano, por conta da Copa do

Mundo da FIFA, os professores se engajaram na elaboração do “Projeto Nações”, que proporcionou às crianças conhecer, valorizar e respeitar as culturas dos diferentes povos e nacionalidades. “Foi muito gratifi-

cante ver as crianças animadas e os pais participativos e empenhados em visitar não só o trabalho de seus filhos como de todos os alunos”, comenta Marizete Barbosa, diretora do CEI Jardim São Jorge.


Brincando com a comida No Centro de Educação Infantil Jardim Eliane, em São Paulo (SP), os projetos educacionais são elaborados com base nas necessidades dos 144 alunos, que têm até 3 anos de idade. Além das atividades rotineiras, como contação de histórias e aulas de artes, há projetos para desenvolver a autonomia. Entre eles, o “Projeto Alimentação”, que incentiva a alimentação saudável. “As crianças não estavam consumindo legumes e frutas nas refeições. Por isso, começamos a apresentar os

alimentos em sala de aula por meio de histórias, desenhos e com os produtos em mãos para que eles pudessem manuseá-los”, explica Lúcia de Paiva, diretora da unidade. A partir de então, eles experimen-

tam antes de recusar os alimentos e a aceitação das refeições aumentou muito. Outra ação foi a inserção dos pratos de vidros, ao invés de plástico, e garfos e facas, na refeição dos pequenos.

Recomeço

boa”, comenta. Maria Aparecida Pizzani, de 73 anos e viúva há 14, voltou a bordar e fazer pinturas em tecido graças ao CCI. Os idosos desenvolvem atividades, como aulas de alfabetização, educação

física, pintura em tecido, coral, jardinagem, informática, além de passeios especiais. A Prefeitura disponibiliza um ônibus para buscar e levá-los em segurança às suas casas ao fim do dia.

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Inaugurado em 2010, o Centro de Convivência do Idoso (CCI), em Agulha, distrito de Fernando Prestes (SP), atende de segunda à sexta-feira em período integral. “A ideia surgiu da necessidade de reintegrá-los à sociedade, já que muitos idosos ficam sozinhos e sem atividades recreativas”, explica Suzana Cavallini, coordenadora da unidade. Aos 91 anos, Pedro Pizzani é o aluno mais velho do CCI. “Aqui a gente se sente em uma grande família. Somos muito bem tratados e a comida é muito

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PERFIL

Carinho de mãe para filho Entre as inovações do programa Mãe Curitibana estão a elaboração de um protocolo de atendimento, a determinação da maternidade em que a mãe fará o parto logo no começo da gestação e o acompanhamento da criança após seu nascimento.

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C

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om o objetivo de oferecer atenção à gestante e ao bebê desde o pré-natal até os cuidados com o recém-nascido, o programa “Mãe Curitibana” foi iniciado em 1999 na capital paranaense. Desde então, cresceu e colhe os frutos de seu sucesso. Curitiba (PR) conseguiu reduzir a mortalidade infantil para 8,8 óbitos a cada mil nascimentos, quando o aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é a taxa de até 10 óbitos a cada mil bebês nascidos vivos. Além disso, a cidade zerou o número de crianças menores de 13 anos que contraíram o vírus HIV em 2013, devido, principalmente, ao acompanhamento das gestantes soropositivas e, com isso a erradicação da transmissão vertical (da mãe para o filho).

Segundo o coordenador do programa, o ginecologista e obstetra Wagner Dias, o grande diferencial do “Mãe Curitibana” foi a elaboração de um protocolo de atendimento, recebido por todos os profissionais de saúde assim que entram para a rede. “Organizamos todas as patologias e hierarquizamos os atendimentos de acordo com as diretrizes da OMS. Assim, o ginecologista sabe quais exames e medicamentos deve prescrever, quando encaminhar a futura mãe para outro especialista e se deve pedir uma segunda opinião, por exemplo.” Além disso, o programa prima pelo bem-estar da gestante, que é atendida no posto de saúde mais próximo de sua residência para realizar os exames do pré-natal. Outro ponto de destaque é que, logo na primeira consulta, ela re-

Wagner Dias, ginecologista e coordenador do programa Mãe Curitibana


20 mil

número de mulheres atendidas anualmente pelo programa Mãe Curitibana.

109

unidades básicas de saúde disponíveis para as gestantes realizarem o pré-natal e coletarem material para exames laboratoriais.

0

nenhuma criança menor de 13 anos foi infectada pelo vírus HIV em 2013. No ano anterior, apenas três casos foram registrados.

Alessandra e a pequena Alanys recebem a visita da agente municipal de saúde

Após o nascimento, o cuidado continua

por cada mil nascidos vivos é a taxa de mortalidade infantil de Curitiba. Em 1999, ano de início do programa, a taxa era de 60 óbitos a cada mil nascimentos.

pequenos com o pediatra e com o dentista estão em dia. Elas tam­bém checam a carteirinha de vacinação dos bebês e dão dicas sobre aleitamento materno e alimentação saudável para toda a família. Para Dias, o sucesso do programa está na cooperação entre os profissionais envolvidos. “O ‘Mãe Curitibana’ serviu como exemplo para muitos outros ‘Mães’, tanto no Brasil quanto no exterior. Claro que cada região vai ter a sua especificidade, suas dificuldades a serem vencidas. Mas, o mais importante, é ter o comprometimento de todos. Aqui, em Curitiba, a gente consegue ter uma equipe de saúde bem empenhada, independente do governo. Esse é o grande motivo da nossa vitória”, finaliza.

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cebe a carteira do pré-natal e já fica sabendo em qual maternidade será seu parto. Se durante a gestação é detectado algum problema de saúde, como HIV, infecção de repetição ou pressão alta, a mãe é encaminhada para outro especialista, que pode ser um nutricionista, infectologista ou clínico geral, por exemplo, e tem consultas específicas na unidade de referência onde será o seu parto. “Temos seis maternidades disponíveis, sen­do que duas são especializadas em partos de alto risco e recebem gestantes que precisam de um cuidado especial”, explica o coordenador. “A atenção básica consegue atender 80% das mulheres e apenas 20% são encaminhadas para esses serviços de alto risco”, completa.

A auxiliar de salão de beleza Alessandra Costa, de 24 anos, segundo suas próprias palavras, não tem do que reclamar. Mãe da pequena Alanys, de quatro meses, ela comprova a eficiência do programa. “Sempre fui muito bem atendida. Os médicos me explicavam sobre todos os exames que eu precisava fazer, tiravam minhas dúvidas. Agora, as meninas ficam loucas atrás de mim para avisar sobre as consultas da minha filha”, diz ela rindo, que explica logo em seguida: “eu me mudo muito, mas elas sempre me acham”. As “meninas” são as agentes comunitárias de saúde, que são responsáveis por visitar as mães e verificar se as consultas dos

8,8

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ES P EC I A L I DA D ES

Conheça seu próprio corpo e evite o câncer ginecológico Dos dez tipos de cânceres que mais acometem as mulheres, três deles são ligados ao aparelho reprodutor feminino e mamas. Prestar atenção ao próprio corpo e realizar exames periódicos são as maneiras mais eficazes de prevenir e combater a doença

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S

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egundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tipo de câncer mais comum entre as brasileiras é o de mama. Eles representam 21% dos novos casos da doença em 2014. Em terceiro lugar, fica outro tumor ginecológico, o de colo de útero, com 6%. Ainda na lista dos 10 tipos de cânceres que mais acometem mulheres, o de ovário fica em sétimo lugar na lista, com 2%. Enquanto que a incidência de câncer de mama no Brasil segue a mesma tendência mundial, no caso do tumor de colo de útero há uma peculiaridade: “No interior dos estados do Norte e Nordeste de nosso país, o índice é muito maior do que em outras regiões e do que do resto do mundo”, afirma Marcos Fraga Forte, coordenador da onco-

logia do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), administrado pela Pró-Saúde, referência em oncologia para o Norte do país. Ainda de acordo com Forte, isso ocorre por que nessas regiões é mais difícil para a população ter acesso à saúde. “Esse é um tipo de câncer que pode ser prevenido facilmente, por meio de exames ginecológicos. Porém, para essas mulheres, o acesso à rede básica é complicado, ainda precisamos melhorar nesse ponto”, explica ele. Moradora da cidade de Óbidos (PA), que fica às margens do Rio Amazonas, Neila Passos da Silva, de 33 anos, afirma que não frequentava o ginecologista e apenas depois de alguns sintomas incômodos resolveu procurar um médico. Após o diagnósti-

co positivo de câncer de colo de útero, a dona de casa e mãe de cinco filhos passou por tratamento no HRBA. “Estou ficando em uma casa de apoio do hospital aqui em Santarém, enquanto não tenho alta, pois minha cidade fica muito longe”, explica Neila. Ela já recebeu a notícia que não há mais vestígios da doença em seu organismo, mas ainda precisa fazer acompanhamento, para garantir que as células cancerígenas não atingiram outros órgãos. De acordo com Forte, a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), que passou a fazer parte do calendário nacional em 2014, irá contribuir para diminuir esses números, já que o câncer de colo de útero está diretamente ligado ao HPV.


Prevenção é a palavra-chave

Conheça o HPV

Para a prevenção de todos os tipos de tumores femininos, a visita regular ao ginecologista é fundamental. “O que chamamos de prevenção secundária, que é a detecção do carcinoma em seu estágio inicial, é muito importante para aumentar as chances de cura. Por isso, a mulher deve procurar seu médico pelo menos uma vez ao ano ou sempre que perceber alguma mudança em seu corpo”, alerta o oncologista, que finaliza: “Além disso, a prevenção primária, que é evitar que o tumor apareça, pode ser feita com hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e não fumar”.

A principal forma de transmissão do vírus do papiloma humano (HPV) é via relação sexual, mas há outras formas de contagio, como entre mãe e bebê durante a gravidez ou no parto. Inicialmente sem sintomas, quando não tratada a infecção por HPV pode evoluir para um quadro de câncer de colo de útero. Exames preventivos de rotina aliados à vacina contra o vírus são formas de evitar a doença. “A inclusão da vacina contra o HPV no calendário do SUS é muito importante para reduzir a sua transmissão. Ao alcançar uma elevada cobertura vacinal observaremos uma maior proteção contra a incidência do câncer de útero”, afirma a médica Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Ovário: Inchaço, obstrução urinária, constipação, aumento de gases, dor pélvica ou abdominal e perda de peso. Por ser o tipo de câncer ginecológico mais difícil de ser detectado, mulheres com fatores de risco devem ficar atentas. São eles: maior quantidade de menstruações (menarca cedo e menopausa mais tarde), histórico familiar e obesidade.

Corpo do útero ou de endométrio: Sangramento ou corrimento vaginal após a menopausa. O tumor de endométrio ocorre, na maioria das vezes, em mulheres com idade entre 60 e 70 anos de idade. Obesidade, diabetes, dieta rica em gorduras e falta de exercícios físicos são fatores de risco para esse tipo de câncer.

Colo do útero: Secreção vaginal de característica sanguinolenta e corrimento. Se o tumor for evoluído, pode haver infecção associada e obstrução das vias urinárias. Quando detectado cedo, a chance de cura é quase de 100%. Por isso, é essencial fazer o exame papanicolau regularmente, além de vacinar as meninas que ainda não iniciaram a vida sexual contra o HPV.

Vulva: Lesões ou ulcerações que não curam ou demoram a cicatrizar e coceira. É um tipo raro de câncer que também é associado ao HPV, na maioria dos casos. É mais comum em mulheres com mais de 70 anos e pode ser facilmente detectado em exames ginecológicos regulares.

Fonte: Marcos Fraga Forte - HRBA

2º Semestre / 2014

Mama: Aparição de nódulos na mama e nas axilas, descarga papilar (saída de leite), retração da mama ou da pele, alteração no formato da mama ou do mamilo e perda de peso. Vale ressaltar que tumores no estágio inicial são difíceis de serem detectados, por isso, exames como ultrassonografia e mamografia são fundamentais para mulheres com mais de 50 anos.

Confira os principais sintomas dos tumores ginecológicos. Se apresentar algum deles, procure um médico. Ele irá pedir os exames necessários e, caso haja a confirmação do diagnóstico, vai indicar o melhor tratamento.

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P R E V E N ÇÃO

Questão de pele O melanoma é o tipo de câncer cutâneo mais agressivo. Mas, quando diagnosticado precocemente, tem grandes chances de cura

O

melanoma não é o tipo de câncer de pele mais comum e representa apenas 10% dos casos. Porém, é o mais agressivo, pois tem altas chances de metástase – quando células cancerígenas se desprendem do tumor primário e se espalham pelo corpo. “O carcinoma do tipo melanoma pode aparecer de vários jeitos. Por isso, quem tem predisposição, precisa ficar atento”, alerta a dermatologista do Hospital de Urgência da Região Sudoeste, em Santa Helena de Goiás (GO), Renata Asmar. “Pessoas com mais de 50 anos de idade, com pele e olhos claros, que se expõe ao sol ou que tenham contato com agentes químicos estão mais sujeitas a desenvolver esse tipo de doença”, completa.

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De olho nas pintas

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Como na maioria dos tipos de cânceres, quanto mais cedo for descoberta, maiores são as chances de eliminar totalmente a doença. “A cura do melanoma acontece em 90% dos casos. Principalmente se o tumor ainda estiver em sua fase inicial”, diz a dermatologista. Os sinais do câncer de pele são

sutis, por isso, é necessário prestar atenção ao próprio corpo. “O melanoma pode aparecer de vários jeitos, como manchas e pintas que aumentam de tamanho de uma hora para outra ou que têm bordas irregulares e machucados que não cicatrizam. Caso a pessoa apresente qualquer um dos sintomas

ou outro tipo de alteração na pele, deve procurar um dermatologista”. Evitar a exposição solar entre 10h e 16h, proteger-se dos raios UV com filtros solares, chapéus e bonés e não utilizar máquinas de bronzeamento artificial são as melhores formas de evitar a doença. O tratamento indicado para o me-


Não melanomas

2º Semestre / 2013

lanoma é a cirurgia para a retirada da lesão. “É muito importante que o médico retire entre 0,5 e 1 centímetro a mais de tecido em volta do tumor, o que chamamos de margem de segurança. Dessa forma, temos certeza que todas as células cancerígenas foram eliminadas”, explica a especialista. Outros tratamentos também podem ser prescritos, de acordo com cada caso.

O câncer de pele do tipo não melanoma será o de maior incidência na população brasileira em 2014, com a possibilidade de 182 mil novos casos, segundo previsão do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Entre eles, se destacam os carcinomas basocelular e o espinocelular. De acordo com Renata Asmar, o carcinoma basocelular é o subtipo de câncer de pele mais comum, com 70% dos casos. A boa notícia é que esse também é o menos perigoso (dificilmente há metástase). Mas, nem por isso, deve ser tratado com menos cuidado. “Ele manifesta como uma pápula, uma bolinha, superficial, lisa, brilhante, com bordas perolada, finas e com telangectasias, que são vasos sanguíneos bem finos”, esclarece a médica. Ela ainda explica que, em sua evolução, o tumor pode se transformar em uma úlcera ou ferida. O segundo subtipo de maior incidência é o carcinoma espinocelular, que representa cerca de 20% dos casos. Ele aparece como um nódulo de cor avermelhada, com descamação ou crostas e pode haver vazamento de líquido. Muitas vezes, parece um machucado que não cicatriza. Os tratamentos dos dois subtipos de carcinoma são basicamente os mesmo: cirurgia para a retirada da lesão e do tecido ao redor, com a margem de segurança. O médico irá analisar o caso e, se houver necessidade, pode indicar outros tipos de terapias. Vale ressaltar que para evitar esses tipos de cânceres de pele, os cuidados são iguais aos do melanoma: evitar a exposição ao sol, fazer o autoexame e visitar o dermatologista uma vez ao ano ou quando apresentar algum sintoma suspeito.

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UTILIDADE PÚBLICA

Ah, o verão!

No litoral paulista, Operação Praia

Associada pela maioria das pessoas à alegria e diversão, é durante essa estação que grande parte dos brasileiros resolve curtir as férias e aproveitar os dias de sol em parques, na praia ou clubes. Porém, é preciso ter alguns cuidados para evitar problemas, como queimaduras, desidratação e afogamentos

Revista Notícias Hospitalares

É

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durante essa época do ano que muitas famílias brasileiras aproveitam as férias escolares e se programam para viajar. Qualquer que seja o destino escolhido, alguns cuidados são indispensáveis, como usar o filtro solar adequado e ficar de olho nas crianças. Já em locais com praias, rios ou piscinas é preciso redobrar os

cuidados: casos de afogamento e de crianças perdidas aumentam consideravelmente no verão. Segundo o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, foi durante a última Operação Praia Segura, de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014, que aconteceram mais de 40% das mortes por afogamento no litoral paulista. Além disso, por trás de um

Segura, do Corpo de Bombeiros, orienta banhistas

simples petisco à beira mar, pode haver uma intoxicação alimentar em potencial! Mas calma, com alguns cuidados é possível curtir os dias ensolarados sem maiores transtornos. Confira as dicas do Corpo de Bombeiros e de Luiz Santoro Neto, clínico geral e diretor assistencial do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, do Rio de Janeiro.


Muita água!

Cuidado com o sol

Cuidado com o prato Na hora de comer fora de casa, é preciso ficar de olho em alguns detalhes. “Todo alimento que estiver exposto à irradiação solar não deve ser consumido. Aquele camarão, servido em bandejas na beira da praia, nem pensar!”, alerta o médico. Ele explica que a comida deve estar armazenada corretamente e refrigerada para poder ser consumida, já que, por causa do calor, pode estragar mais facilmente. Além disso, é importante prestar atenção na higiene do local antes de comer. E, no caso de sintomas como diarreia ou vômito, principalmente se estiverem acompanhados de febre, procure um serviço médico imediatamente.

2º Semestre / 2014

O herói do verão, o sol, também pode ser o seu maior vilão. Os raios ultravioletas (UVA e UVB) causam queimaduras, envelhecimento precoce e até mesmo câncer de pele. “Controlar a exposição ao sol é muito importante. A utilização de filtro solar com FPS 30 ou mais e não se expor entre 10h e 16h são cuidados fundamentais”, ressalta Luiz Santoro Neto, clínico geral e diretor assistencial do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, do Rio de Janeiro (RJ). O médico também explica que o filtro deve ser reaplicado a cada duas horas e após entrar na água ou suar demais. E atenção: mesmo debaixo do guarda-sol é preciso usar o filtro solar, pois, os raios raios UV são refletidos pela areia da praia ou pelo piso e causam os mesmos danos da exposição direta.

É recomendada a ingestão de dois litros de água, em média, diariamente para adultos, para repor as perdas do organismo. Durante a exposição ao sol ou na prática de esportes, principalmente em dias quentes, a perda de líquidos é ainda maior. “É fundamental a hidratação contínua com a ingestão de líquidos, que podem ser água, água de coco ou bebidas isotônicas, que também repõem a perda de sais minerais”, alerta Santoro Neto. Além disso, se você sofreu com o excesso de sol, tomar água ajuda a melhorar os sintomas da insolação. “A hidratação por via oral também é muito importante nesses casos. Usar cremes, loções ou spray hidratantes podem diminuir o desconforto e a vermelhidão”, resume. Vale lembrar que o efeito do sol é cumulativo, ou seja, sintomas como manchas, envelhecimento e pintas, só pioram com o tempo. Por isso, todo cuidado é pouco!

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UTILIDADE PÚBLICA

De olho nos pequenos

Revista Notícias Hospitalares

Xô, perebas

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As temperaturas altas fazem com que a quantidade de suor aumente e locais úmidos e quentes são o habitat ideal para fungos e bactérias. Com isso, pode haver o aparecimento de micoses. Santoro Neto explica: “Nessa época é preciso prestar ainda mais atenção à pele. Manchas que não são habituais com coceira e que estejam principalmente em regiões com mais contato com areia ou solo e articulações e dobras, entre os dedos e virilha, por exemplo, são um sinal de alerta”. Por isso, use sempre uma toalha ou canga ao se sentar em cadeiras de clube ou na areia e procure não passar muito tempo com roupas de banho molhadas. Se apresentar qualquer um dos sintomas, procure um médico dermatologista.

Segundo o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, cerca de 800 crianças se perdem anualmente nas praias, 700 delas apenas entre os meses de dezembro e fevereiro. “A criança pode ir até a água e, por causa da multidão, não encontrar seu caminho de volta. Por isso, ela deve estar sempre acompanhada de um adulto”, alerta a Tenente Karoline Burunsizian, chefe do Setor de Comunicação Social do Grupamento de Bombeiros Marítimo. “No litoral paulista, nós distribuímos pulseirinhas para que os pais escrevam um telefone de contato. É muito importante que elas usem”. Os pais podem colocar nos pequenos outras pulseiras de plástico com as informações ou qualquer outro tipo de identificação. Outra dica de Burunsizian é que, assim que a criança tenha idade suficiente, ela decore o nome dos pais e um número de telefone para contato.

“Água no umbigo, sinal de perigo” Esse é um ditado bastante popular entre os guarda-vidas. Karoline explica que, na praia, a água nunca deve ultrapassar a linha do umbigo. “Até essa altura o banhista consegue voltar para a areia e não corre o risco de se afogar”, explica ela, que ressalta: “Respeite a sinalização e as orientações do guarda-vidas, pois ele pode ver o perigo onde os leigos não percebem, como uma corrente de retorno”. Essas correntes levam a água de volta para o mar e são nelas em que ocorrem 80% dos afogamentos. “Evitar o excesso de álcool é importante, porque a maioria das pessoas que se afogam ingeriu bebidas alcoólicas”, finaliza.



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