Revista Notícias Matosinhos #00 -Julho 2017

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Preço: 1,5€ IVA incluído

LUÍSA SALGUEIRO FALA-NOS DAQUILO QUE A FAZ FELIZ E DO SEU PERCURSO DE VIDA.

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16 PSICOLOGIA NA ESCOLA 28 ESPECIAL LEIXÕES 46 SURF EM MATOSINHOS 3


We push your brand forward. 4

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JULHO 2017 ESTATUTO EDITORIAL

1. A Revista NM defende a liberdade de expressão e a liberdade de informar, bem como repudia qualquer forma de censura ou pressão. A Revista NM é independente de todos os poderes, manifestando esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes. 2. A Revista NM entende dever ser um instrumento através do qual os cidadãos do concelho de Matosinhos podem, em liberdade e no pluralismo, procurar o esclarecimento de que necessitam para o exercício das suas opções. 3. Sem prejuízo do pluralismo de opinião e de conceder voz a todas as correntes, a Revista NM não renuncia à capacidade de crítica e defenderá a Democracia e as liberdades fundamentais dos cidadãos, fomentando a sua participação na resolução dos problemas da comunidade. 4. A Revista NM promoverá a Língua portuguesa e o património histórico do Concelho. 5. A Revista NM tem e terá presente os limites impostos pela deontologia dos jornalistas, pela ética profissional e pela Lei de Imprensa. 6. A Revista NM sabe que é indispensável distinguir entre as notícias - que deverão ser, tanto quanto possível, objetivas,

circunscrevendo-se à narração, à relacionação e à análise dos factos para cujo apuramento devem ser ouvidas as diversas partes - e as opiniões que deverão ser assinadas por quem as defende, claramente identificáveis e publicadas em termos de pluralismo. A Revista NM pode tomar posição através de editoriais, assinados ou não, que vinculam a posição da revista. 7. A Revista NM sabe, ainda, que a seleção do material a publicar, a sua paginação, titulação ou ilustração, deve obedecer a critérios baseados na importância efetiva de cada texto e não nas convicções ideológicas ou interesses particulares de quem as escreve, escolhe ou pagina. 8. A Revista NM reconhece que, em casos excecionais, há notícias que mereciam ser publicadas porque a sua divulgação seria eventualmente nociva ao interesse do Concelho ou do País. A revista reserva-se o direito de definir, caso a caso, a aplicação deste critério. 9. A Revista NM sabe que a publicação insistente de determinados assuntos - do crime e do sexo às baixezas da vida política e económica - poderia aumentar a venda de exemplares, mas recusa-se a alimentar qualquer tipo de sensacionalismo que ponha em perigo o jornalismo de qualidade que pretende fazer. 10. A Revista NM atribui prioridade absoluta à coerência de forma a tornar-se uma referência, independentemente de quem sobe e de quem desce do poder.

CAPA

POLÍTICA

REPORTAGEM

PERFIL

RESTAURAÇÃO

AR LIVRE

Entrevista a Luísa Salgueiro. Ficamos a conhecer a mulher, natural de São Mamede de Infesta

Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente dos afetos

Leixões, um clube em mudança. Juntámos duas gerações campeãs do voleibol feminino

Sebastião Furtado é um surfista de renome, e é impossível não simpatizar com ele. Não acredita?

Especial marisqueiras, o ex-líbris de Matosinhos. Conheça os melhores espaços

Entrevista a Duarte Canavarro do Centro Hípico do Porto e Matosinhos

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O MÊS EM REVISTA

Por Francisco Samuel Brandão

Obrigado por terem esperado pacientemente. Depois de meses a pedir para aguardarem um pouquito finalmente apresentamos um novo produto de leitura para as gentes de Matosinhos. Este trabalho, inspirado pelo editor, Emídio Brandão, a quem é de louvar a coragem por mais esta aventura, vem ocupar um espaço na área da comunicação escrita e dedicar-se-á a temáticas várias que digam essencialmente respeito ao concelho sem descorar outras áreas da vida nacional. Nunca é fácil criar uma publicação para um mercado saturado de títulos em que todos lutam pela afirmação e posicionamento nas audiências contando unicamente com a carolice de alguns nomes da terra com vocação para a escrita, dos quais destaco Joaquim Queirós, e a prata da casa, no seu mais extenso sentido. Matosinhos terra de grande gente merece o nosso esforço e, por isso, vamos andar por aí auscultando tudo o que seja de interesse para a população nunca esquecendo de realçar aspetos escondidos, mas importantes para a vida das pessoas. A política é tema que nos seduz, como observadores, e tendo em conta a proximidade das eleições autárquicas, vamos fazer passar por estas páginas opiniões, comentários e projetos de candidatos que pretendem dirigir os destinos dos matosinhenses sem esquecer aqueles outros que não têm voz. Que são muitos! O desporto nas suas variadas disciplinas vai prender-nos também a atenção dando-lhe a importância que merece dentro de princípios que bem defende Henrique Calisto em vários depoimentos que nos tem prestado noutros palcos. A restauração, área do concelho com grande nome e fama, dentro e fora de portas, será destaque na nossa atenção, promovendo-a ao patamar que merece a nível nacional. Portanto, vamos mensalmente passando para os leitores assuntos com interesse premiando sempre uma postura equilibrada e isenta na busca de acontecimentos que marcam de alguma maneira a vida das comunidades. Não posso deixar de anotar os últimos acontecimentos no centro do país, onde tudo arde e já se perderam sessenta e tal vidas com outro tanto número de feridos, numa tragédia inesperada que deixou os portugueses de luto. Lamenta-se, no mínimo, mas há que encontrar responsabilidades. Como? Não sei! Mas a mãe natureza avisa, e por muito que se faça para conter estas desgraças, neste caso, independentemente do desnorte das vítimas, como foi possível a circulação de veículos numa estrada a que já se chama da morte. Em princípio foi questão de má comunicação entre os serviços operacionais no terreno o que levou a uma situação sem retorno para famílias que tiveram um fim trágico e outras que perderam todos os seus haveres. Resta agora ao Estado pôr mãos à obra e, dentro do possível, – que tem que ser enorme – implementar a ajuda por forma a amenizar o que nunca mais é amenizável, mesmo que isso nos vá pesar nos bolsos, mas por boas razões. Boa leitura, até ao próximo mês.

FICHA TÉCNICA Diretor: Francisco Samuel Brandão Director Adjunto: Mário Costa Editor: Emídio Brandão Coordenação: Rita Carreira Matos Assistente de Direção: Carolina Costa Leite Corpo Redatorial: António Souza-Cardoso; Bernardino Costa; Carlos Dias; Carlos Marinho; Carolina Costa Leite; Emídio Brandão; João Almeida; Joaquim Queirós; José Henrique Correia; José Carlos Oliveira; Paulo Gaspar; Paulo Nogueira; Prof.Dr. Júlio Pinto da Costa; Paulo Mengo de Abreu; Rita Carreira Matos; Tiago Leão; Tiago Oliveira Fotografia: Correia dos Santos e José Manuel Ferreira Coordenação Design: Joana Alves Santos Paginação: Tiago Oliveira Diretora Comercial: Sónia Dias Publicidade e Assinaturas: Manuela Duarte Distribuição: Norberto Pereira Propriedade/Impressão: Emibra, Lda, Rua do Passadouro,84 4455-180 Lavra Email: revista-nm@emibra.com Sede de Redacção: Rua do Passadouro, 84 4455-180 Lavra Direcção Postal: Apartado 2153, 4451-901 Matosinhos Telf Geral: 229 999 310 Telf. Redação: 229 999 315 Registo: ERC 125730 Depósito Legal: 428306/17 Periodicidade: Mensal Tiragem: 500 exemplares

FACEBOOK.COM/REVISTANM-MATOSINHOS 6

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Rua Alfredo Cunha, 546 Telf.: 229 381 131 / 229 381 940 Fax: 229 384 766 4450 Matosinhos

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IMAGEM DO MÊS Surfista De pé na frágil tábua onda a onda ele escrevia poesia sobre a água. Era uma escrita tão una de tão perfeita harmonia que o que ficava na espuma não se podia apagar: era a própria grafia do poema do mar. Manuel Alegre | JULHO 2017

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CAPA

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LUÍSA SALGUEIRO A VIDA TROUXE-A ATÉ NÓS PELO SPOTLIGHT DA POLÍTICA, MAS LUÍSA É BEM MAIS DO QUE UMA FIGURA PÚBLICA. LUÍSA É MÃE, ESPOSA E UMA MATOSINHENSE DE GEMA. NUMA VISITA PELO CONCELHO, FICAMOS A CONHECER A MULHER, NATURAL DE SÃO MAMEDE DE INFESTA, QUE PRETENDE CONTINUAR A CONTRIBUIR PARA O FUTURO DE MATOSINHOS.

IMAGENS CORREIA DOS SANTOS | JULHO 2017

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QUERO RETRIBUIR A MATOSINHOS AQUILO QUE ME PROPORCIONOU

Bastam poucos minutos para identificar algumas caraterísticas de Luísa Salgueiro. Nas palavras e na atitude, ressalta um grande otimismo e determinação em dose igual. Fala do passado sem hesitações, assumindo o seu percurso de mulher que se bate pelas causas em que acredita. Tão pouco se lhe notam hesitações sobre o futuro: está determinada em vencer as eleições e ser a primeira mulher a ser presidente da Câmara de Matosinhos, uma cidade e um concelho que a apaixonam. NM Matosinhos (NM)– Conte-nos como foi a sua meninice. 12

Luísa Salgueiro (LS)– As minhas raízes estão em São Mamede de Infesta e orgulho-me muito disso. Nasci e cresci em Picoutos, entre a linha de comboio e a via norte. Frequentei a Escola do Seixo e a Escola da Mainça, uns pré-fabricados em madeira que já foram demolidos. Depois ainda frequentei a escola do Padrão da Légua, no início dos anos 80, e a Augusto Gomes. Foi uma infância e uma juventude como tantas outras, de que guardo boas recordações e muitas amizades. Tenho amigos que vêm dos meus tempos de escola. Ao longo da vida fui fazendo novas amizades mas não deixei de me

relacionar e ter uma grande relação de proximidade e mesmo de cumplicidade com as minhas amigas e amigos dos tempos de escola. NM – Uma juventude feliz? LS – Sem dúvida! Sempre tive um círculo de amigas e amigos muito sólido. Era com eles que estudava e brincava e foi com eles que eu cresci, que ia às festas do Senhor de Matosinhos, por exemplo, e é com eles que continuo a dar-me. O núcleo familiar é também muito importante, sempre foi e continua a ser, estou muito ligada aos meus pais. Todos os domingos reúno a família em minha casa, é uma tradição JULHO 2017 |


vereadora com os pelouros da Ação Social, da Habitação, da Saúde e da Juventude. Isso obrigou-me a estar em contacto permanente com a população, como eu gosto, para poder perceber de que forma posso ajudar a resolver os problemas. Foram doze anos de vereação, um trabalho muito gratificante que me deu a experiência necessária para o desafio que agora tenho pela frente. Isso e, naturalmente, o meu trabalho de deputada na Assembleia da República, também durante doze anos, sempre com uma ligação muito forte a Matosinhos, exercendo uma política de proximidade que é absolutamente fundamental quando queremos mesmo encontrar respostas para os problemas da comunidade. NM – E esteve sempre muito envolvida com IPSS e outras associações do concelho. Porquê? LS – É verdade, estive e quero continuar a estar, porque essas instituições e as coletividades de uma forma geral, desde as desportivas às culturais, passando por todas as outras, os grupos folclóricos e etnográficos, as associações recreativas, todas elas, repito, desempenham um papel fundamental de coesão social, combatem a solidão e o isolamento a que são muitas vezes antiga que resiste ao passar dos anos. NM – Sei que lia muito… LS – Sim, sempre que podia, ainda hoje gosto muito de ler, portugueses e estrangeiros. Eça de Queirós, Camilo, Júlio Dinis, George Orwell, Milan Kundera, Simone de Beauvoir. A leitura, tal como as viagens, ajudou a formar-me do ponto de vista intelectual e fez despertar a minha consciência social. NM – E foi isso que a levou à militância política? LS – De certa forma, sim. Mas antes estive envolvida no Conselho Consultivo da Juventude, só depois é que fui | JULHO 2017

UM LIVRO PORTUGUÊS

"Os Maias", de Eça de Queirós UM LIVRO ESTRANGEIRO

"A Insustentável Leveza do Ser", de Milan Kundera UM FILME

"Encontro de Irmãos", com Tom Cruise e Dustin Hoffman UMA FIGURA PORTUGUESA

Mário Soares UMA FIGURA ESTRANGEIRA

Nelson Mandela UM DESTINO

Matosinhos, sempre 13


votados os mais idosos, proporcionam a prática do desporto aos jovens, ampliam a oferta cultural das entidades oficiais e, por isso, eu acho que tenho o dever – e faço-o com muito gosto – de me envolver também e de contribuir diretamente e ativamente para melhorar a vida das pessoas. NM – É isso que a motiva a candidatar-se à Câmara? LS – Sim, claramente. Quero retribuir a Matosinhos aquilo que Matosinhos me proporcionou. Quero ser parte de um concelho inclusivo, que dê a todos as mesmas oportunidades, independentemente da situação económica ou social de cada um. Quero um concelho solidário, que seja sustentável do ponto de vista financeiro e ambiental e onde os cidadãos tenham qualidade de vida e todas as condições para serem felizes. NM – Enquanto vereadora municipal conheceu três presidentes: os falecidos Manuel Seabra e Guilherme Pinto e também Narciso Miranda, que é agora seu adversário… LS – Deixe-me esclarecer uma coisa: os meus adversários são a pobreza e a exclusão. São a injustiça e a falta de oportunidades iguais para todos. Os meus adversários são a Diabetes e a Hipertensão. Esses é que é preciso combater e derrotar em primeiro lugar. De uma forma geral, posso dizer que aprendi com todos os presidentes

UM PRATO

Peixe grelhado UM VALOR

A família UMA INSPIRAÇÃO

Guilherme Pinto UMA BANDA PORTUGUESA

GNR

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de Câmara de quem fui vereadora. Por uma questão de feitio, de estratégia, de ambição e de visão para o futuro, identifico-me muito mais com Guilherme Pinto, claro, um líder de todos os momentos que parece ter nascido para ser autarca. A dedicação à função era total e era-lhe completamente natural, era intrínseca, vinha-lhe de dentro. Era um grande amigo, de muitos

los ajustados às nossas necessidades e que deem resposta também às necessidades da economia local. Queremos investir na formação cívica e em contextos de aprendizagem não formal, porque não podemos desistir dos jovens e resignarmo-nos à geração daqueles que não estudam nem trabalham. Temos de conquistar esses jovens e inseri-los no sistema de edu-

de nós. E é uma enorme fonte de inspiração para mim. NM – Mas na prática, e em concreto, o que propõe? LS – O nosso programa assenta em vários eixos, que se interligam, como se de uma rede se tratasse. Pensando na juventude, é preciso combater o insucesso e o abandono escolar precoce com ações de inovação pedagógica e metodologias de ensino adaptadas ao século XXI. Como? Com currícu-

cação e formação para dar-lhes uma perspetiva de trabalho. E nós vamos promover o emprego jovem. NM – E como vai fazê-lo? Atraindo empresas geradoras de postos de trabalho. A candidatura do PS pretende definir um regime fiscal que promova o investimento das empresas, quer das que já cá estão, quer daquelas que procuram uma nova localização. Paralelamente, é preciso revitalizar o comércio JULHO 2017 |


tradicional e conseguir a coabitação harmoniosa entre a economia de proximidade e as novas empresas tecnológicas que se têm instalado no concelho. Queremos baixar ainda mais, aquela que é a segunda taxa de desemprego, mais baixa da Área Metropolitana do Porto. NM – O turismo também pode dar uma ajuda?

de Matosinhos, por exemplo, que todos os anos atraem muitos milhares de pessoas têm de ser promovidas e divulgadas. O Terminal de Passageiros, a arquitetura, o design, as praias e os nossos monumentos são ativos estratégicos muito importantes. Nesse sentido, desenvolver o turismo é também criar postos de trabalho. NM – Essa será a prioridade?

UMA BANDA ESTRANGEIRA

U2 UMA MÚSICA PORTUGUESA

Dunas, dos GNR UMA MÚSICA ESTRANGEIRA

Glory Days, do Bruce Springsteen UM PASSATEMPO

Ler UMA FLOR

Girassol UM NOME

Beatriz

LS - Claro que sim, o turismo é uma área estratégica. E quando falo de turismo, falo do turismo de lazer, do turismo ligado ao desporto marítimo, do turismo religioso, etc. Tudo isto está interligado. Vamos continuar a investir na afirmação de Matosinhos no campo da gastronomia, com iniciativas que valorizem o peixe e o marisco, mas também queremos continuar a desbravar caminho na área do turismo religioso. As festas do Senhor | JULHO 2017

LS – A prioridade é melhorar a vida das pessoas, seja no plano económico, com a criação de postos de trabalho e a qualificação profissional, seja na área social, sobretudo, no campo da saúde, especialmente a saúde oral e a saúde visual. E vamos montar um programa de combate à diabetes e à hipertensão, doenças com maior prevalência, sobretudo na população mais idosa do concelho, sem esquecer a doença de Alzheimer, que começa

a assumir também contornos inquietantes. Com um quinto da nossa população com mais de 65 anos e cinco mil idosos a morarem sozinhos, temos de dinamizar uma rede de cuidadores informais e criar residências intergeracionais. Temos também de melhorar a resposta no âmbito dos cuidados continuados e paliativos, em que a necessidade é enorme. Outra preocupação são os transportes e as acessibilidades, até numa perspetiva 15


de coesão territorial. O nosso programa prevê a redefinição da oferta de transportes públicos que é necessário melhorar em várias zonas do concelho, como Lavra e Santa Cruz do Bispo, por exemplo. O serviço de transportes tem de responder às necessidades da população de todo o concelho esbatendo as desigualdades que existem e que não têm razão de ser. NM – E no campo da cultura e do desporto? LS – No desporto, queremos um concelho que promova o bem-estar físico e que proporcione a prática desportiva a toda a população, dos mais jovens aos mais idosos, combatendo a sedentariedade e promovendo hábitos 16

de vida saudáveis. Vamos promover o desporto informal e investir nas atividades ao ar livre utilizando os espaços verdes do concelho, como o Parque do Carriçal, na Senhora da Hora, ou a Quinta da Conceição, em Leça, por exemplo. Vamos recuperar os terrenos do antigo Raf Park, no Monte de S. Brás, em Santa Cruz do Bispo, para a prática do desporto informal. Queremos um Matosinhos ativo, em movimento, saudável. Na cultura, queremos valorizar os ativos locais. Veja o caso da Orquestra de Jazz, por exemplo: é um ativo nosso, de Matosinhos, que promove o concelho em todo o país e no estrangeiro. Temos de criar um programa cultural em

torno da Orquestra de Jazz, do Quarteto de Cordas, do Constantino Nery, dos grupos folclóricos e etnográficos, os coros e as associações recreativas e desportivas, das bibliotecas e museus. Teremos uma oferta vasta e diferenciada para levar a cultura ao encontro das pessoas, sem tiques de elitismo que excluem em vez de incluir. Vejo a cultura ao serviço da população. NM – Acha que vai ter tempo para fazer tudo isto num mandato? LS – Temos de ser ambiciosos. Se não for para melhorar a vida das pessoas, de que vale estar na política e ser presidente de câmara? Agora, tenho consciência que há medidas que podem ser implementadas a curto prazo e outras JULHO 2017 |


PAULO MENGO ABREU

SOCIEDADE DO (DES) CONHECIMENTO E DA (DES) INFORMAÇÃO

que serão aplicadas de forma faseada, porque são de longo alcance. Até porque a nossa ambição não se resume ao que falámos. O nosso programa prevê o reforço da coesão territorial e a redefinição da oferta de transportes públicos que é necessário melhorar em várias zonas do concelho, como Lavra e Santa Cruz do Bispo, por exemplo. O Ambiente e os direitos dos animais são também importantes para a nossa candidatura. Vamos aproveitar o que tem sido feito de bom e melhorar o que precisa ser melhorado. Reconheço na candidatura do PS uma equipa capaz e fortemente comprometida com o desenvolvimento do concelho. Vamos continuar a construir o futuro. | JULHO 2017

Quando nos anos 80 se fez sentir em força o fenómeno da globalização, estávamos ainda longe de percecionar as repercussões que o mesmo teria naquilo que hoje denominamos de sociedade do conhecimento e da informação. Passados cerca de trinta anos, parece-me importante uma reflexão sobre o mesmo, até porque impulsionou uma mudança total no estilo de vida das populações, tendo-nos afastado definitivamente, para o bem e para o mal, da herança da Revolução Industrial e, consequentemente, do século XIX. Assim, com o esbater do estado-nação, fruto de uma economia à escala planetária, na qual a “cedência” de soberania se tornou uma realidade, ancorada num crescente poder sediado no setor financeiro, assistimos atónitos à falência de um dos princípios básicos da democracia, qual seja, a de que a soberania reside na nação. É hoje claro que muitos dos governos nacionais, principalmente dos países periféricos, apesar de eleitos pelos cidadãos, se encontram manietados por poderes exteriores, chamem-se eles mercados, agências de notação ou outros. De facto, impõem as suas leis, tendo por base uma ideologia neoliberal, a qual encontra no lucro o fim absoluto, não importando os meios, nem que para isso tenham de sacrificar milhões de

seres humanos, indefesos, que se limitam a sobreviver, esmagados por uma sociedade sem valores em que a cidadania é fortemente castigada. Ora, há que rapidamente arrepiar caminho, sob pena de fenómenos que por aí pululam, quão cogumelos venenosos, nos sejam vendidos como remédio redentor, composto por doses de racismo, xenofobia, intolerância e uma elevada concentração de ignorância. Acontece que este é o principal paradoxo da sociedade dita do conhecimento e da informação, porque se deixou manietar ao serviço de interesses obscuros que se alimentam do desconhecimento e da mais profunda cegueira. E, é aqui que a escola pública é chamada a agir, porque serve de amortecedor social, porque educa para a diferença, porque cultiva a cidadania e o espírito crítico. Cabe-nos a todos, amantes da democracia, uma palavra ativa, uma atitude dinamizadora, um exemplo modelar. Se me permitem, uma sugestão, a transformação da disciplina de Ciência Política, do 12º ano, ora facultativa em obrigatória, a fim de menorizar o desconhecimento que a olhos vistos vai crescendo e que a todos nos entristece, entre os jovens que exerceram, ou estarão prestes a exercer um dos direitos mais nobres da democracia, o voto. 17


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PSICOLOGIA

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SERVIÇO DE PSICOLOGIA E ORIENTAÇÃO

O PSICÓLOGO NA ESCOLA TEXTO EDITE SILVA, IOLANDA PINTO, ISABEL VILAÇA, PSICÓLOGAS DE SERVIÇOS DE PSICOLOGIA E ORIENTAÇÃO (AGRUPAMENTO/ESCOLAS DO CONCELHO DE MATOSINHOS)

Os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO) são unidades especializadas de apoio educativo integradas na rede escolar portuguesa. Embora já estivessem previstos na Lei de Bases do Siste18

ma Educativo de 1986, os SPO foram criados pelo Ministério da Educação em 1991 e desenvolvem a sua ação nos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário. Assim, os SPO incorporaram os psicólogos que desde 1983 trabalhavam em contexto escolar e eram, então, coordenados, por convite do Ministério da Educação, pelos Núcleos de Orientação Escolar e Profissional das Faculdades

de Psicologia das Universidades do Porto, de Lisboa e de Coimbra. A intervenção dos SPO visa o desenvolvimento integral, a construção da identidade pessoal e a capacitação do aluno para lidar de um modo mais satisfatório e construtivo com as tarefas com que se confronta no seu dia-a-dia, nomeadamente, ao nível da construção, reformulação e concretização das suas escolhas escolares e profissionais, da realização JULHO 2017 |


escolar, das relações interpessoais, da integração na escola e das transições da vida. Esta intervenção ocorre, individualmente ou em grupo, diretamente junto dos alunos, ou indiretamente junto de outros significativos, nomeadamente pais/encarregados de educação, professores e diretores de turma. Como estes serviços estão sediados nos estabelecimentos de educação e ensino, os psicólogos também intervêm ao ní-

a promover competências e comportamentos como também participam, em alguns casos, na elaboração do projeto educativo e do regulamento interno das escolas. Salienta-se, ainda, que o plano anual de atividades do SPO integra o plano anual de atividades da escola. Alguns psicólogos do SPO são membros integrantes dos órgãos da escola, nomeadamente do Conselho Pedagógico. Atualmente, no concelho de Matosi-

de Matosinhos e de outros concelhos, designadamente: hospitais, centros de saúde, estabelecimentos de ensino público e particular do ensino básico, secundário e superior, escolas profissionais, Instituto de Emprego e Formação Profissional, centros de formação profissional, Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, Serviços de Segurança Social, Serviços da Autarquia e empresas locais, entre outros.

vel deste contexto de vida, contribuindo para que estes locais sejam promotores do desenvolvimento integral dos alunos. Desta forma, estes profissionais colaboram com os professores, com os órgãos de gestão e de administração, com as estruturas de coordenação educativa e com outros serviços da escola. Não só integram equipas de trabalho que se vão constituindo na escola com vista a remediar, a prevenir situações e

nhos, a maioria dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas dispõe de SPO. E, desde sempre, estes profissionais têm trabalhado em conjunto, partilhando informação (científica, legislativa e outra) e materiais, reunindo mensalmente de modo a discutirem, analisarem e planearem o trabalho que desenvolvem em cada contexto. Articulam, também, com diversos serviços e/ou instituições

Toda a ação desenvolvida pelos psicólogos é projetada numa perspetiva de promoção e de prevenção, mesmo quando o pedido advém de uma situação de crise/dificuldade. Dada a unicidade do aluno, a avaliação e a intervenção psicológicas centram-se nas dimensões cognitiva, afetiva e comportamental, isto é, não apenas nos seus comportamentos mas também nas suas crenças, valores, emoções, atitudes,

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expectativas, potencialidades… e também nos diversos papeis que o mesmo desempenha (aluno, filho, colega, amigo…) pois estão todos interligados. Ao nível das escolhas vocacionais, a intervenção visa capacitar os alunos para compreenderem e agirem de um modo mais integrado e complexo ao nível escolar e profissional. Para além da avaliação e intervenção psicológicas, os psicólogos também promovem atividades de confronto com as oportunidades de formação escolar e profissional e com o mercado de trabalho, nomeadamente através de visitas a escolas do ensino secundário, escolas profissionais, polos de formação profissional, estabelecimentos de ensino superior, feiras de ofertas formativas, entrevistas a profissionais, contactos com alunos de outros níveis de ensino e, também, em alguns casos, 20

colaboram em mostras da oferta formativa da escola e na elaboração das propostas de formação apresentadas pelas mesmas. Esta intervenção não se limita apenas ao 9º ano, mas também se prolonga ao longo do ensino secundário, quer ao nível da concretização/aprofundamento das escolhas efetuadas, quer na reformulação do percurso formativo e, no final do ensino secundário, na candidatura a cursos do ensino superior ou de outras formações e/ou na transição para o mercado de trabalho. Os psicólogos intervêm também aquando das mudanças que ocorrem ao longo da vida. Com efeito, ao longo do seu crescimento, os alunos confrontam-se com diversas mudanças algumas das quais implícitas ao desenvolvimento físico, motor, cognitivo, moral e social. Vão modificando o seu aspeto físico, a

forma como refletem acerca de si e dos outros, acerca das situações com que se deparam e do mundo à sua volta, como se relacionam com os outros, como avaliam e julgam a sua ação e a dos outros…Outras mudanças encontram-se relacionadas com a escolaridade, transição de nível de ensino (nos ciclos do ensino básico, para o secundário e para o superior) e que acarretam mudanças na complexidade de estudos, nas exigências e expectativas face ao desempenho escolar, ocorrendo, ainda mudança de escola com as consequentes alterações ao nível do espaço, da dimensão, dos professores, do grupo de colegas e mesmo de amigos. Associadas a estas surgem, por vezes, mudanças familiares, do agregado (nascimento de um irmão, morte de um familiar…), das condições económicas, entre outras. Nestas JULHO 2017 |


circunstâncias a intervenção psicológica tem como objetivo potencializar as dimensões de desafio e de crescimento inerentes a estes momentos da vida. No que respeita ao domínio da realização escolar, a avaliação/ intervenção psicológica visa a promoção da auto regulação do aluno: como se organizar em termos de estudo, como conciliar o seu estudo com as outras atividades da sua vida, como rentabilizar a sua aprendizagem dentro e fora da sala de aula, como controlar os distratores internos/externos, quais as suas expectativas escolares e profissionais, quais as suas potencialidades e dificuldades e como as superar… Em contexto escolar ocorre também, com frequência, a necessidade de intervir junto de alunos com perturbações do neurodesenvolvimento, de ansiedade, depressivas, relacionadas com traumas e situações ansiogénicas, alimentares, disruptivas, do controlo de impulsos e da conduta, do sono-vigília, entre outras. O psicólogo tem ainda um papel muito ativo na área das necessidades educativas especiais: participa na análise das referenciações para a educação especial, na avaliação e definição das medidas a adotar e, quando necessário, procede ao acompanhamento psicológico dos alunos. Em síntese, seja qual for o domínio de intervenção, a modalidade adotada ou as conceções teóricas subjacentes, o psicólogo que trabalha em contexto escolar tem sempre em vista a promoção do desenvolvimento e do bem-estar dos alunos.

O PSICÓLOGO QUE TRABALHA EM CONTEXTO ESCOLAR TEM SEMPRE EM VISTA A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E DO BEM-ESTAR DOS ALUNOS.

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CARLOS MARINHO

MATEMÁTICA É O2 A matemática onde está? Sente-se. Vê-se. Cheira-se. A invisibilidade da matemática é um problema acrescido para muitos, mas uma oportunidade para outros. É preciso acreditar nela. Imagine que tem um público à sua frente e tem a tarefa complexa de lhes explicar o que é, onde está, para que serve a matemática. Muitos dizem que esta ciência está em todo o lado. O mestre Pitágoras dizia “tudo são números”. Mas o que é difícil explicar é que a grande roldana da vida é a matemática. Tal como o oxigénio que respiramos e precisamos para viver. Como? O que é? Sentimos? Cheiramos? Vemos? Não vemos o oxigénio! Este é o mote que pretendo quando apresento uma palestra sobre matemática. Mas acreditamos no oxigénio sem o vermos? Será que ele é mesmo necessário? Claro que sim, porque sem ele não respiramos, não vivemos. O crédito da descoberta do oxigénio deve-se a Joseph Priestley, embora Carl Scheele e Antoine Lavosier também o reclamem no século XVIII. Claro que ele existe e está em todo o lado. A matemática também. Sem a matemática a montante tudo seria irrespirável. Acredite. O oxigénio está na base de tudo. Basta imaginar se se suspendesse o oxigénio por 10 minutos, o que seria do planeta. Podemos suspender a matemática por 10 minutos? Não precisamos. Não conseguimos suspendê-la. Ela simplesmente está lá. Será que nos dias de hoje, alguém duvida que os grandes descobrimentos portugueses, feitos por mares nunca antes navegados teve a matemática como uma das principais “armas”? Junho é o mês de Luís Vaz de Camões, esse extraordinário dramaturgo luso, deixo-vos uma das frases mais bonitas deste poeta: “cantarei por toda a parte se a tanto me ajudar engenho e arte”. Nós matemáticos, temos de o fazer, divulgar a matemática, se nos sobrar engenho e arte e... já agora algum tempo!

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ENSINO

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ZARCO SUNSET JUNTOU MAIS DE 700 PESSOAS No dia 27 de maio a praia de Matosinhos e a sua marginal receberam em ambiente de festa os participantes da 2ª edição da caminhada solidária da Escola Secundária João Gonçalves Zarco. Num fim de tarde fantástico e com o título de “Zarco Sunset”, as mais de 700 pessoas inscritas na caminhada partiram da Escola Secundária João Gonçalves Zarco em direção à praia de Matosinhos. Ao longo do percurso, o grupo contou com a companhia do navegador Zarco e dos seus “cabeçudos” e ainda a animação da fanfarra dos bombeiros voluntários de São Mamede de Infesta. Após a caminhada a animação continuou, tanto na marginal como na praia, com todas as pessoas que aguardavam

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os caminheiros e outros transeuntes que se juntaram à festa. Foi um festival de cor, com vários espaços desportivos, diversas animações, atividades variadas e rastreios gratuitos. Durante o evento foi também apresentada a oferta formativa da escola, através de diferentes iniciativas de divulgação dos cursos. José Ramos, diretor da instituição afirma que “o objetivo de divulgação foi totalmente conseguido pelo número de pessoas que procuraram os diferentes espaços. Podemos concluir que, a atividade cumpriu na íntegra o objetivo delineado, ser um desafio à medida de toda a comunidade educativa envolvente, que conseguiu juntar largas centenas de participantes, num animado e divertido fim de tarde na agradável marginal de Matosinhos”, concluiu.

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PROFESSOR

PAULO GASPAR

CONSTRUÍMOS UMA ESCOLA PARA TODOS? Quando me lançaram o desafio para escrever sobre Educação, questionei se neste primeiro número poderia reflectir sobre uma inquietação que, embora pessoal, é com certeza comum a muitos humanos: “Como é possível que a Escola gere excluídos no seu interior?” A ideia de “uma Escola para todos” remete-nos pela sua afinidade concetual e pelo seu lugar na história recente do debate pedagógico e social, para a noção de Escola Inclusiva. No seu cerne está, sem dúvida, a tentativa de concretização de ideais presentes na Declaração Universal dos Direitos do Homem e na Declaração dos Direitos da Criança. Esses ideais assentam prioritariamente na luta contra a discriminação, inclusive a que desponta no interior das próprias instituições educativas. Porém, o acesso ao ensino “a todos” nem sempre se tem traduzido num sucesso, verificando-se até a agudização de situações pessoais e sociais. Por isso, é imperioso repudiar e combater tenazmente as propostas do foro político que se limitem a utilizar a educação como instrumento das suas estratégias e retórica. Com efeito, é minha convicção que a (única) forma de se garantir a efetiva “educação para todos” terá de passar por uma escola que construa projectos educativos (no plural), que sejam assumidos de uma forma sustentada e pedagogicamente esclarecidos. A “escola para todos” é uma obrigação que a todos diz respeito, a exigir, portanto, um autêntico “contrato social e educativo”. Na realidade, o desafio, com que se confronta atualmente a escola, é o de ser capaz de desenvolver uma pedagogia centrada na criança, suscetível de educar com sucesso todas as crianças. No entanto, esse sucesso, só será viável se forem trilhados caminhos que conduzam a uma articulação mais interativa entre a escola e a comunidade local. Assim, é importante que outros atores profissionais entrem e “habitem a escola”, para se tornarem em “agentes de aproximação”, essencialmente com a família, elemento fulcral na educação das nossas crianças. Só na transformação de paradigma, com um forte investimento nas relações humanas se conseguirá (re)construir uma ESCOLA INCLUSIVA, uma ESCOLA PARA TODOS, uma ESCOLA DE TODOS. | JULHO 2017

NOTA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE IRMÃOS PASSOS, GUIFÕES CARLOS DIAS

A NOSSA ESCOLA É...

O que pensamos e falamos dela. Agora que o ano letivo está a terminar, e em jeito de balanço, posso dizer que correu bem. Houve problemas como em qualquer escola. Mas com maior ou menor dificuldade foram ultrapassados. Há ainda muito por fazer. Tenho consciência que só com um trabalho conjunto entre Pais, Alunos, Professores, Direção, e entidades públicas envolvidas no processo educativo integrado, se poderá projetar um futuro satisfatório para toda a comunidade escolar. Cabe-nos a nós pais constituir-nos parceiros na identificação, sugestão e resolução dos problemas. Ao não participarmos ativa e voluntariamente no quotidiano da escola, e nas ações para que somos solicitados, estamos a desresponsabilizar-nos do futuro dos nossos filhos. Participar na vida da Escola não é uma Obrigação é um Direito. Este é o papel a que a Associação de Pais se deve comprometer. Envolver todos os pais, conseguir o seu apoio e participação na construção de uma escola melhor. Da nossa Escola. 23


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POLÍTICA

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MARCELO, O PRESIDENTE DOS AFETOS IMAGEM RUI OCHOA/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Marcelo Rebelo de Sousa é já conhecido dos portugueses por ser o Chefe de Estado dos beijinhos, dos abraços e dos afetos. Onde quer que vá faz questão de se juntar à população, aderiu até à moda das selfies, e hoje ninguém fica indiferente à sua energética presença. Durante anos a fio, Marcelo foi para todos os portugueses o comentador de domingo à noite, que com uma linguagem simples e direta opinava sobre a política e outros temas da atualidade. O professor, como era também conhecido, abraçou a política aos 40 anos, quando foi convidado para ser candidato à Câmara Municipal de Lisboa. Conhecido entre os amigos pela sua boa disposição gosta até de pregar algumas partidas de vez em quando. Foi um aluno brilhante e notável, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa com a classificação de dezanove valores. Em 1985, é doutorado em Ciências Jurídico-Políticas, com Distinção e Louvor por unanimidade. Professor Catedrático regeu todas as principais disciplinas do Grupo de Ciências Jurídico-Políticas. Quem acompa24

nhou o seu espaço de comentário semanal nas noites de domingo, sabe que o atual Presidente da República dorme pouco e, para mal dos seus pais, isto acontecia desde a sua infância. Na biografia publicada em 2012, da autoria do jornalista Vítor Matos é revelado que “Celinho, como foi chamado até aos 10 anos, foi um bebé bem-disposto, que não dormia à noite e palrava até ser dia, para desespero dos pais que, quando compraram um carro, chegavam a andar por Lisboa de madrugada num Carocha, a tentar adormecer a criança”. Eleito Presidente da República, a 24 de janeiro de 2016, com 52 por cento dos votos, com uma vitória em todos os distritos, facto inédito numa primeira volta de eleições presidenciais, em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse a 9 de março e após a cerimónia não mais parou. Foi o primeiro chefe de Estado a marcar presença no mítico programa da RTP Natal dos Hospitais, percorreu o país e esteve já em várias visitas de Estado internacionais, onde faz questão de enaltecer o esforço dos emigrantes portugueses. Condecorou Cristiano Ronaldo, a Seleção Portuguesa de Futebol e, recentemenJULHO 2017 |


IMAGEM MIGUEL FIGUEIREDO LOPES/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

te, o selecionador Fernando Santos. Em junho deste ano, cumpriu a promessa de ir aos Açores, onde percorreu as várias ilhas e manteve-se sempre em contacto com a população, tendo participado na Procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada. Também recentemente, esteve em Matosinhos, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, no jantar comemorativo do 60º aniversário da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, AIMMAP. Este ano, as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas começaram com o Presidente da República na cidade do Porto e terminaram no Brasil, no mesmo dia, o Chefe de Estado conseguiu celebrar o Dia de Portugal em dois continentes. Apaixonado pela leitura, foi à Feira do Livro de Lisboa de trolley na mão e de uma só vez comprou entre 30 a 40 livros. Em tempos, num jogo de futebol, até se ouviu num estádio um cântico de futebol dedicado ao presidente e que, muito provavelmente é a melhor descrição feita até hoje do seu mandato: “Ninguém pára o Marcelo, oé oh!” | JULHO 2017

ELEITO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, A 24 DE JANEIRO DE 2016, COM 52 POR CENTO DOS VOTOS, COM UMA VITÓRIA EM TODOS OS DISTRITOS, FACTO INÉDITO NUMA PRIMEIRA VOLTA DE ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS, EM PORTUGAL

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PASSADO

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…SOMOS TODOS DO LUGAR DO MAR TEXTO PROFESSOR CUNHA SILVA

Afirma o poeta Casimiro de Brito "Alguém me disse que certas aves choram/quando lhes falta o mar/por muito tempo". Este verso subtil e sensível assenta nos nossos antigos pescadores que agora, longe do mar, tudo fazem para o não chorar. Estas "avis raras" não largam o mar. No seu imaginário e tempos livres, dedicam-se a construir miniaturas de bar26

cos e outros instrumentos de marear. Pelas suas mãos passa a memória e a cortina nevoeirenta do tempo como se tivessem o mar a entrar em suas casas, pela soleira da porta adentro. Não são barcos de navegar, são barcos de sonhar o mar. Eles fazem bateiras da arte xávega, lanchas poveiras, catraias, chalandras e traineiras, tudo o que viram onde trabalharam, ou que

sabem pela memória dos mais velhos que os olharam a arribar a Leixões. Leixões, o porto de abrigo, o porto de mar, que também foi de esperanças, desesperos, alegrias breves e dores profundas, de riqueza e miséria, a ele arribaram os de Viana, da Apúlia, de Esposende, A-ver-o-mar, da Póvoa, ou Vila do Conde -vinham do Norte, tocados pela nortada. JULHO 2017 |


A este porto chegaram também os do Ouro, Afurada, Espinho, Murtosa, Torreira ou Ílhavo, etc. - trazia-os o sudoeste. O Porto de Leixões, braços abertos em forma de abraço (Molhe Norte e Molhe Sul), no seu regaço a todos acolheu. Por isso, Matosinhos não é só um meio, é o centro, é a convergência. A história do mar daqui é global, é múltipla e congregadora, sendo assim, que quando atravessamos a avenida de plátanos do Parque Basílio Teles, as falas, o vozeirismo que vem dos bancos, são falas do mar. Cada banco é um banco de dados: neste, fala-se dos naufrágios, no outro, das traineiras a fogo, naquele ao fundo, do paladar das caldeiradas a bordo ou das pedras e baixios ao largo. Mais à frente, respiga-se sobre a categoria do mestre e camaradas e um magote de homens feitos e com juízo

E as alcunhas? Meu Deus, são mais do que as mães do mar! Fulano é da Murtosa, conhece-se pela "pinta", sicrano da Afurada e beltrano da Póvoa - topa-se pelo ar. Alguém berra por cima de todas as vozes: oh camaradas... somos todos do lugar do mar. Estes homens heróis e mártires estão na origem da criação do Porto de Leixões. Estes homens religiosos e crentes ergueram a Capela de Santo Amaro. Estes homens sociais e fraternos, fundaram a Casa/Lar dos Pescadores. Estes homens do desporto construíram "tostão a tostão" o Estádio do Mar. Estes homens memória e património criaram um jornal a "Marezinha", como gostam de lhe chamar, e é nestas folhas de papel que retratam com imagens e textos o sentir, o rugido ou o marulhar dos sons vindos do lugar do mar.

ri-se a bandeiras despregadas do seu tempo de malandrices - o tempo das seitinhas. Pelos modos como falam, ou como barregam, vê-se que um dos pescadores sabe de cavernames, o outro de redes e ainda outro do encascar. Alguns em círculo, e de pé, desfiam os nomes, os feitos e os "feitios" dos armadores e dos donos das fábricas de conserva.

Agora que já pagaram as dízimas, resta a estes homens da cultura mareira riscar no papel o seu museu do mar. Obra com que sonham, com que sofrem, onde se revêem (a eles e aos antepassados), e a quem querem legar os seus bens espirituais, os seus conhecimentos, os seus segredos - das palavras aos utensílios do mar. Com esta obra, eles querem fechar o ci-

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clo das promessas que fizeram ao mar: desde as crenças à fé. Os pescadores de Matosinhos, de pés firmes na terra, olhos no céu e pensamento no mar, para além da vida, querem oferendar a esta terra a sua memória, tanto como em louvor a Deus, a sua alma.

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CRÓNICA

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PROFESSOR DOUTOR JÚLIO PINTO DA COSTA

A SINAGOGA DE MATOSINHOS

Com a instituição do Tribunal da Inquisição pelos reis católicos, Fernando e Isabel, cuja direcção coube ao terrível Torquemada, muitos judeus rumaram a Portugal, onde D. João II, inteligentemente, aproveitou todo o seu conhecimento e experiência. Contudo, a subida ao trono de D. Manuel trouxe problemas sérios para o povo hebreu. O casamento do nosso rei com D. Isabel, filha dos reis de Castela, levou-o a decretar que as crianças judias com menos de 14 anos fossem retiradas aos pais para serem educadas na fé católica, o que provocou cenas de profunda tristeza e indignação, mesmo por parte da hierarquia da igreja portuguesa como foi o caso do bispo de Silves, D. Osório. No reinado de D. Manuel os judeus foram perseguidos de forma impiedosa, tendo também sido expulsos do reino e confiscados os seus bens. Muitos deles, incluindo os mais eminentes, saíram do país, o que causou um grave atraso no desenvolvimento e na investigação científica, em particular no que respeita à Medicina. A matança indiscriminada ou selectiva de cristãos-novos (judeus convertidos, na maior parte dos casos à força), com actos de crueldade inimagináveis, foi também frequente. Tanto quanto se sabe, no Porto tais excessos não se verificaram, como se pode concluir de uma carta régia (12/05/1506), na qual D. Manuel se queixa por aí não se perseguir os cristãos-novos, tal como se fazia em Lisboa. E apesar de no Porto a perseguição nunca ter atingido nível idêntico ao de outros locais, a chegada em 1537 do novo bispo, D. Frei Baltazar Limpo, agravou a vida dos judeus. A grande sinagoga do Porto, que se situava naquela que é a actual rua de S. Bento da Vitória, foi transformada em igreja católica e os judeus foram obrigados a sair do bairro 28

judaico (actuais ruas de S. Bento da Vitória, S. Miguel, Vitória, Taipas e viela do Ferraz). D. Frei Baltazar Limpo, investido na função de inquisidor por D. João III em 30/06/1541, realizou o primeiro Auto de Fé em 11/02/1543, com a ajuda do corregedor Francisco Toscano. E uma das primeiras vítimas deste processo foi exactamente Gabriel Álvares, o Querido, casado, natural e residente em Matosinhos. É que este, sendo judeu e tendo-se depois tornado cristão-novo por baptismo, mantinha, apesar disto, uma sinagoga (ou esnoga) na sua casa de Matosinhos, onde recebia, inclusive, muitos cristãos-novos do Porto. De acordo com o relato de Amílcar Paulo, inserto no Boletim da Biblioteca Púbica Municipal de Matosinhos, parece que os cristãos-novos tinham mais seguidores em Matosinhos, como se conclui da leitura dos processos constituídos no Tribunal da Inquisição do Porto. A saber: Manuel de Medeiros e sua irmã Clara; António Ferreira de Sousa; Leonor Álvares; Maria Moreira, viúva de Álvaro Gonçalvez, gibiteiro (fabricante de couraças de ferro ou malha de aço). Esta última foi condenada, no Auto de Fé antes referido, a usar sempre um sambenito. A pena foi-lhe retirada em 07/05/1546. Há ainda outros casos, que nós próprios pesquisamos, que são a evidência do tratamento a que eram sujeitos os seguidores da doutrina judaica, que nos parece interessante relatar. O primeiro é relativo a Maria Nunes, de 65 anos, acusada de relapsia (reincidência) em judaísmo, natural de Matosinhos e moradora no Porto, filha de Adão Luís, comerciante, e de Leonor Fernandes, viúva de Filipe Mendes, o Surdo, também cristão-novo, sirgueiro (aquele que fabrica ou vende fios, tecidos ou obras de seda) de profissão. Foi presa em 16/07/1659 e por auto de fé de JULHO 2017 |


23/05/1660 foi sentenciada a excomunhão maior, confisco de bens e remetida à justiça secular. O segundo respeita a Maria de Sousa, cristã-nova, com 18 anos, cozinheira de profissão, natural do Porto e moradora em Matosinhos, filha de Adrião de Sousa (comerciante) e Isabel Rodrigues, casada com Manuel Rodrigues, sapateiro, também cristão-novo. Maria de Sousa foi presa em 27/11/1618 e condenada em 18/06/1623 a abjuração veemente, cárcere a arbítrio dos inquisidores, instrução na fé, penitências espirituais e pagamento de custas. Em 1623 foi solta, tendo-lhe sido fixada residência em Coimbra e arredores, de onde não podia sair sem autorização.

UMA ESPLANADA À BEIRA MAR BEIJO BAR LOUNGE Excelente para uma refeição ligeira num dia quente de praia ou simplesmente para relaxar junto ao mar. Situado na Praia dos Beijinhos, em Leça da Palmeira, o bar de Emília Torrinha é uma das sugestões da Revista NM para este verão. Avenida da Liberdade, Praia dos Beijinhos 4450-718 Leça Da Palmeira 22 014 4533 | JULHO 2017

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- REPORTAGEM -

LEIXÕES, UM CLUBE EM MUDANÇA O histórico Clube de Matosinhos, que se encontra prestes a comemorar o seu 110º Aniversário, o Leixões Sport Club distingue-se por ser um clube eclético e multidisciplinar que desenvolve diversas modalidades desportivas entre elas o futebol, voleibol, natação, bilhar, karaté ou o boxe.

O CLUBE Novas mudanças se avizinham no Leixões. Eleita em fevereiro deste ano, a direção presidida por Duarte Anastácio promete muito trabalho para colocar o clube e as suas modalidades ao mais alto nível. Exemplo disso foi a recente conquista, ao fim de 25 anos, do Campeonato Nacional de Seniores de voleibol feminino. Mas o caminho é longo e primeiro foi “preciso organizar as contas, quando chegámos tí30

nhamos salários em atraso e dívidas com o Estado. Fizemos acordos com a autoridade tributária e a segurança social e regularizamos os vencimentos dos funcionários e treinadores.” Nesta fase um dos objetivos desta direção passa por “credibilizar o clube junto dos adeptos, atletas e pais, temos também como prioridade organizar as modalidades e o futebol formação que nos últimos anos estiveram esquecidos” e acrescenta que “existe um trabalho de reestruturação e de imagem que está a ser feito. O Leixões até aqui sofria de um amadorismo enorme, é um gigante adormecido mas que agora vai acordar e voltar a fazer justiça à sua história.” Duarte Anastácio revela que “devido à boa relação existente com a Câmara Municipal estamos a trabalhar para que a remodelação das condições existentes comece no próximo ano.”

LIGADO AO MAR E ÀS SUAS GENTES E RECONHECIDO PELA SUA FERVOROSA MASSA ASSOCIATIVA, O LEIXÕES SPORT CLUBE SEMPRE FOI UM CLUBE DE CONQUISTAS, DE RECORDAR A GRANDE VITÓRIA NA TAÇA DE PORTUGAL FRENTE AO F. C. PORTO NO ANTIGO ESTÁDIO DAS ANTAS HÁ MAIS RECENTE VITÓRIA NO VOLEIBOL FEMININO. JULHO 2017 |


A FORMAÇÃO “Eu, Tu, nós SOMOS LEIXÕES” é com este lema que queremos trazer novamente o Leixões para Matosinhos, os princípios e valores que existiam neste clube e que precisam de ser recuperados”, é assim que o professor José Maia, coordenador técnico da formação do Leixões S.C. enumera as prioridades deste projeto. Não perder a génese deste clube é imprescindível, para isso é necessário “voltar às bases, de forma a que os mais novos se identifiquem com os ideais do Leixões, não é apenas vestir a camisola, este clube tem princípios próprios, educativos, pedagógicos e formativos, identificá-los com estes valores é um grande passo para que mais tarde possam vir a ser jogadores profissionais.” No que diz respeito ao projeto desta

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atual direção, o mesmo passa pelas “captações que estão a decorrer”, pela divulgação da Escola de Futebol João Faneco, “queremos ser o maior clube do concelho a nível de formação porque sabemos pedagogicamente somos muito capazes, não só pela grandeza do clube e pela sua história, mas também porque a nível formativo podemos fazer a diferença”, aumentar o número de equipas “é necessário alargar a base nos escalões iniciais de formação, só assim é que conseguiremos criar qualidade para que mais tarde os

O LEIXÕES SC NÃO É NOSSO, É DOS MATOSINHENSES

jovens praticantes integrem as equipas mais velhas da formação que competem nos campeonatos nacionais.” Paralelamente à vertente desportiva e de futebol de formação, o Leixões tem uma grande preocupação com a vertente pedagógica, tendo uma parceria com Externato Santa Clara que consiste na criação de uma Turma-Equipa exclusiva para os alunos a partir do 10.º ano com condições para que os mesmos possam conciliar estas vertentes. Segundo o Professor José Maia “se queremos jogadores desportivamente capazes é fundamental que tenham um bom acompanhamento para que alcancem igualmente um bom sucesso escolar. Por isso, os nossos atletas treinam de manhã integrados nas aulas práticas, estudam à tarde e à noite podem estar com as suas famílias.”

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NÃO PRECISAMOS DE MILHÕES PARA SUBIR DE DIVISÃO, É PRECISO ESCOLHER BEM E DAR ESTABILIDADE AO CLUBE A SAD Por seu lado Paulo Lopo, Presidente da SAD afirma que “estes primeiros seis meses foram uma tentativa de sobrevivência. Entrei na SAD numa situação financeira difícil e com poucos pontos no campeonato. Economicamente tinha penhoras, problemas com o fisco e com a segurança social. Numa primeira fase, procurámos negociar com os credores e assim, neste momento, já podemos dizer que não temos dívidas que não estejam a ser cumpridas. Do ponto de vista desportivo, só em janeiro conseguimos alguns reforços que ajudaram a equipa a estar na luta pela manutenção”, que ficou garantida. Preparar a próxima época e seguir o ca-

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minho que foi traçado para o clube são agora os principais objetivos da SAD “uma das coisas que tem que mudar é as forças vivas da cidade apoiarem o clube. Quando chegamos tínhamos zero de publicidade. O Leixões SC não é nosso, é um clube dos matosinhenses e, se a cidade quiser um clube na I Liga, o mesmo tem que ser apoiado, pela autarquia, pelas empresas do concelho, e essencialmente pelas pessoas. Na minha opinião não precisamos de ter muitos milhões para subir, é preciso escolher bem e dar estabilidade ao clube. Temos a quinta maior assistência da II Liga. A SAD está a adotar medidas para que a equipa em dois ou três anos

possa subir, se nos ajudarem faremos do Leixões um grande clube da I Liga e Europeu, mas para isso precisamos do contributo de todos, para que juntos possamos ser mais fortes” enaltece. Mas na cabeça de todos ainda está bem presente o desaire dos últimos anos “é natural que as pessoas tenham medo do passado, mas já passou. Nós não estamos aqui para nos servir do Leixões, mas sim para servir o Leixões. Para mim tem sido um desafio enorme e eu gosto de desafios. Daqui a oito ou dez anos se deixar o clube no lugar que merece fico satisfeito.”

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Av. Afonso Henriques, 1580 Prolongamento da Av. da República s/n

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VOLEIBOL: AS GLÓRIAS DO LEIXÕES CATARINA COSTA, CAPITÃ; CRISTINA COSTA PEREIRA, EX-ATLETA; ROSÁRIO MENGO, EX-ATLETA; FILIPA DIAZ, ATLETA

A equipa feminina do Leixões SC sagrou-se esta época campeã nacional de voleibol, feito que já não acontecia há 25 anos. Numa conversa que juntou duas gerações, juntámos as campeãs do clube, numa troca de experiências e momentos, que demonstram a importância e a contribuição do clube para a modalidade em Portugal. Cristina Costa Pereira, Rosário Mengo, Catarina Costa e Filipa Diaz à partida nada teriam em comum, contudo, após alguns minutos de conversa, percebe34

-se que há uma paixão que as une e motiva: o voleibol feminino do Leixões. Cristina Costa Pereira viveu vários momentos altos no clube, como por exemplo, ter integrado a equipa que levou o Leixões aos quartos de final da Taça de Campeões Europeus. Cristina Costa Pereira e Rosário Mengo fizeram parte das Marias do Leixões, denominação que surgiu das rivais, as Marias do Benfica, na década de 60, equipa que venceu as leixonenses nove anos seguidos. “Após o Benfica ter perdido a sua atleta e capitã, uma grande jogadora, que rumou ao Algarve, nós ganhámos

uma taça ao Benfica e depois fizemos o recorde e vencemos 11 campeonatos nacionais seguidos. Os jornais, a imprensa, passou a chamar-nos Marias, porque todas, ou quase todas, éramos Marias, tal como as do Benfica”, revela a ex-atleta. Atualmente, a formação de voleibol do Leixões é conhecida como “As Sereias”. Filipa Diaz, atleta no clube, revela que a designação deve ter origem no mar. Voltando ao passado e ao tema da formação, Rosário Mengo revela que esta “começou, na altura em que ingressei no Leixões, tendo como grande impulsionador o pai de CristiJULHO 2017 |


na, o professor Costa Pereira”. As ex-atletas recordam agora com alegria a dureza dos treinos, “começavam às seis e meia da manhã, antes de irmos para o liceu. No inverno, quando estava mau tempo treinávamos na atual Escola Secundária João Gonçalves Zarco. Quando o tempo era razoável íamos para o pavilhão Siza Vieira. O meu pai levantava-se cedo, tínhamos atletas do Porto que dormiam em minha casa, às vezes íamos ao quarto do meu pai parar o despertador”, revela Cristina Costa Pereira. Rosário Mengo, que fez parte do grupo de atletas que venceu os 11 campeonatos seguidos, relembra o ano em que deixou o Leixões, época 88/89, "foi um ano glorioso, ganhámos o campeonato, a supertaça e a Taça de Portugal sem uma única derrota”.

REGRESSO ÀS CONQUISTAS 25 ANOS DEPOIS Hoje os desafios que se colocam às atletas são diferentes, mas demonstram também o esforço e a dedicação ao Leixões. Filipa Diaz estuda Medicina em Braga e faz parte da formação do Leixões, sempre que pode participa nos treinos, entre duas a três vezes por semana. Catarina Costa, capitã

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de equipa, tem de coordenar a vida desportiva com a sua atividade profissional. Treinam todos os dias da semana, com exceção da segunda-feira. São elas, juntamente com as restantes colegas de equipa, que 25 anos depois deram grandes alegrias a Rosário Mengo, a Cristina Costa Pereira e a todos os leixonenses, que olham com orgulho para as jovens campeãs. As ex-atletas acompanharam grande parte dos jogos e ainda hoje vibram com as derrotas e as vitórias, a partir da bancada, assim como todos os matosinhenses. Ques-

NUNCA JOGUEI EM OUTRO CLUBE, E ISTO PARA MIM É UM ORGULHO tionada sobre o segredo do sucesso, a capitã Catarina Costa considera que o facto da “equipa ser praticamente a mesma há três anos, contribuiu para a vitória do campeonato, a estabilidade é muito importante”. No jogo contra o Porto Vólei, onde as leixonenses se sagraram campeãs esta época, Rosário Mengo conta que esteve a assistir ao

jogo, “no final um sócio abraçou-se a mim a chorar, que nem uma criança e, disse: agora já posso morrer”. Atualmente, o Leixões é recordista no voleibol feminino, as leixonenses sucedem ao Atlético Voleibol Clube de Famalicão, no topo do voleibol feminino sénior e reforçaram a posição de recordistas de títulos nacionais, somando agora 16 troféus. Projetando o futuro, a capitã Catarina Costa considera que o Leixões “deve continuar a apostar na formação, na próxima época, pretendemos vencer os três troféus, à nova direção peço que acreditem em nós, porque queremos tirar partido de todo esforço dos últimos três anos”. Já Filipa Diaz revela que “a aposta na formação é essencial”, sendo ela um exemplo, já que sempre jogou no Leixões, “nunca joguei em outro clube, e isto para mim é um orgulho. À nossa direção só pedimos apoio, porque houve alturas em que precisámos de mais suporte, há alturas em que só precisamos de uma palavra, mas acredito que isso agora seja possível”. Para concluir, as atletas não esquecem os adeptos a quem “queremos agradecer, principalmente aos que nos encheram sempre a bancada central, nós vamos continuar a trabalhar para lhes dar alegrias”, finalizam.

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LAZER

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DIA 7 A 9

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OS PIRATAS EM LEÇA DA PALMEIRA NOVA ERA|CM MATOSINHOS – EDP BEACH PARTY 2017

Forte Nossa Senhora das Neves – Leça da Palmeira

Praia do Aterro - Matosinhos

OPEN HOUSE PORTO Casa da Arquitetura - Matosinhos

DIA 1 E 2 A SUA ESPLANADA EM PERAFITA CAFÉ SNACK ROSINHA Situado na Praia do Cabo do Mundo, o estabelecimento conta com nova gerência há ano e meio. Fernando Gomes é o responsável pelo espaço que acolhe todos os clientes com o mesmo sorriso. Perfeito para comer um snack, gelado ou uma bebida fresca num dia de praia, ou para beber café e estar com amigos e família. Rua Almeiriga Norte 4455-417 Perafita, Matosinhos 912 088 121 36

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NAS SALAS CINEMA

TIAGO LEÃO BLACKWAY

A MÚMIA (2017) TÍTULO ORIGINAL: THE MUMMY REALIZADOR: ALEX KURTZMAN | ELENCO: TOM CRUISE, RUSSELL CROWE, ANNABELLE WALLIS, SOFIA BOUTELLA, JAKE JOHNSON DURAÇÃO: 1H50

Esta é a história de Lillian, uma jovem que recentemente regressou à sua cidade natal. A protagonista é assediada por um ex-polícia com o nome de Blackway, autor de crimes violentos que opera com impunidade nesta pequena comunidade. Apesar de aconselhada pelo xerife a sair da cidade, Lillian decide tomar uma posição contra o seu perseguidor sociopático e, para isso, conta com a ajuda de um ex-lenhador, Lester, e do seu jovem companheiro Nate - os únicos dois homens da cidade com coragem suficiente, ou loucos o suficiente, para ir com ela e ir contra Blackway. DIRECTOR: DANIEL ALFREDSON GENERO: THRILER ELENCO: ANTHONY HOPKINS; JULIA STILES; RAY LIOTTA DURAÇÃO: 90MIN

É “A Múmia”, com Tom Cruise, que dá o pontapé de saída para um novo universo cinematográfico, o “Dark Universe”, que envolve personagens como o Homem Invisível e o Lobisomem. E, sinceramente, como filme de entrada, podia ter corrido muito melhor. Como se vê pelos trailers, como já esperado, o foco não é o terror mas sim a ação. Podemos ver Cruise a cair de um avião, a correr de um lado para o outro e a tentar salvar a humanidade do poder devastador de Ahmanet (que aqui tem uma grande presença física de Sofia Boutella). O problema é que a história é confusa e não faz grande sentido e mesmo as cenas de ação (embora bem executadas) não são entusiasmantes. Umas pitadas de Russell Crowe como Dr. Henry Jekyll/Mr. Hyde é giro e tal mas, tal como o resto do filme, sabe a pouco. “A Múmia” não é um mau filme, porém está longe de ser um “must watch”. E isto dito por mim, eu que tenho sempre um lugar no coração para os filmes de Brendan Fraser.

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PARA LER

UM LIVRO HOJE, PORQUE NÃO? A HERDEIRA

ANO: 2016 AUTOR: ELIZABETH ADLER

Peach de Courmont - criança rebelde, sedutora adolescente, mulher requintada. A neta adorada de Leonie e herdeira da dinastia De Courmont cresceu num ambiente de luxo e está habituada a ter a vida - e o amor - nos seus próprios termos. Noel Maddox, criado num orfanato do Iowa e habituado às ruas cruéis de Detroit, subiu a pulso desde a linha de montagem até ao poder. Peach, e o império automóvel que ela dirigia, faziam parte do sonho que ele ambicionava ter... a qualquer preço. Da Paris do tempo da guerra à deslumbrante Cote d’Azur... das salas de reuniões de Detroit às casas apalaçadas de Grosse Pointe e ao campo inglês, as suas personalidade indomáveis colidem numa saga de paixão e poder que tem como pano de fundo um mundo rico e imprudente.

O MEU PLANO DO BEM

ANO: 2017 AU TOR: ISABEL SILVA

Se até hoje ainda só viu a Isabel Silva de vestido, sapato de salto alto e maquilhagem a apresentar programas de televisão...prepare-se, porque ainda só conheceu metade da Isabel! Este livro dá-lhe a conhecer a outra metade. Aquela que antes de ir trabalhar, já correu 10 quilómetros ou treinou 60 minutos intensos no ginásio. Já vestiu o avental e rapidamente, preparou uma super-refeição e a sua marmita do bem para levar para o trabalho, com alimentos saudáveis e nutritivos que lhe dão a energia necessária para 10 horas de trabalho, sempre com boa disposição! Agora que já conhece a Isabel das sapatilhas e do avental... que tal calçar também as suas e pôr a panela ao lume? A aventura vai começar...

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O RITMO E A BOA ONDA DO REGGAE SOULS OF FIRE Corria o ano de 2001 quando a paixão pela música juntou um grupo de amigos e os levou a entrar numa sala de ensaio. A formação original é do Porto, mais propriamente de Leça da Palmeira, fomos descobrir o mundo dos Souls of fire. Como começou esta aventura? Tudo começou há 16 anos entre amigos e hoje o gosto e o amor pela música continua tão forte quanto no início, por isso, vemos um futuro muito promissor. Tem sido um percurso muito bom de se fazer, temo-nos cruzado com muitas referências interessantes, aprendido e partilhando experiências, muito boas. Quais têm sido as vossas fontes de inspiração e influência? Crescemos a ouvir os grandes nomes | JULHO 2017

do reggae internacional e a ver que se tornou num estilo de música que continua a fazer parte dos gostos das pessoas e não só uma moda passageira. Hoje o ritmo e a boa onda do reggae continuam a influenciar muitos projetos musicais, da nova geração. Trabalhamos para elevarmos a nossa música a patamares ainda não alcançados, por isso, apostamos muito na construção dos temas, na escolha de parcerias, estamos a experimentar novas influências. Como é o processo de criação dos vossos trabalhos? A inspiração para criar músicas surge de diferentes formas, e a criação dos temas surge na sua forma mais básica, uma guitarra e uma folha de papel em branco. A partir daí começa o processo, posteriormente é levado

para a sala de ensaio e aí definimos a estrutura e terminamos com os arranjos. Está pronta! Concertos que vão dar no verão? Neste momento podemos garantir algumas datas já reveladas na nossa página de Facebook, 14 julho MEO Marés Vivas; 16 julho Oeiras (Poetas Improváveis) 11 agosto Marco de Canaveses (semana da juventude). Quais são os vossos projetos atuais e de futuro? Continuamos a criar novos temas para o quarto disco, prevemos um trabalho árduo mas com uma enorme carga de satisfação. Gravar discos e continuar a subir ao palco continuam a ser a nossa maior ambição.

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MUNDO

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EUA RASGAM ACORDO DE PARIS. E AGORA? O mês de junho fica marcado pela decisão histórica de Donald Trump de sair do acordo assinado, em 2015, onde os países signatários se comprometiam a reduzir a emissão de gases com efeitos de estufa e travar o aquecimento global. O mundo condenou esta decisão e pela primeira vez os líderes mundiais uniram-se na defesa do meio ambiente. Rússia, Brasil e Reino Unido são alguns dos países que criticaram duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos em abandonar o Acordo de Paris. De acordo com vários especialistas, a saída dos EUA do compromisso climatérico é um erro, devido aos problemas diplomáticos que pode causar e também por conceder à China a oportunidade de se tornar no país mais poderoso no setor das energias renováveis. Itália, Alemanha e França também se uniram e reprovaram esta decisão. As questões que agora se levantam são quais as consequências a nível mundial desta decisão? 40

O QUE É O ACORDO DE PARIS? Compromisso de nível mundial, o principal objetivo deste acordo contempla a redução das emissões de gases com efeito de estufa, no sentido, de reduzir o aumento das temperaturas médias globais. Uma das principais metas estipuladas é tentar limitar a subida das temperaturas a um máximo de 1,5 graus. Reduzir a emissão de gases poluentes para atmosfera, de forma a agilizar o processo de absorção natural dos mesmos por parte das árvores, solo e oceanos é outro dos objetivos. O tratado assinado por cerca de 140 países, pressupõe que a cada cinco anos serão revistas as contribuições e medidas de cada país para adotar, bem como, novas medidas.

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PARA JOGAR MODA

CAROLINA COSTA LEITE

O QUE NÃO FALTAR A UM GAMER THE SURGE

FITA PARA ÓCULOS PARFOIS

ANO: 2017 EMPRESA: DECK13

ONDE COMPRAR: NORTESHOPPING PREÇO: 6,99

No ano passado pudemos ver pessoas mais arrojadas a arriscar usar fitas coloridas com os óculos, uma maneira mais prática e cómoda de retirar os óculos quando estes já nos estão a incomodar ou são desnecessários.

"The Surge" é um jogo RPG de ação desenvolvido pelo Deck13, o estúdio por trás de "Lords of the Fallen". Sobrevive num futuro distópico durante a queda do planeta Terra.

ÓCULOS ZARA ONDE COMPRAR: MARSHOPPING PREÇO: 15,95

TEKKEN 7

ANO: 2017 EMPRESA: BANDAI NAMCO

Este ano contamos com uma tendência e solução mais elegante e sofisticada, fios mais finos como os de um colar para embelezar os nossos óculos, o nosso pescoço e, voltando a frisar, a comodidade de não os perder, não os riscar e não nos incomodarem na cabeça. Deixo-vos alguns exemplos e sugestões para que possam encontrar este acessório tão útil para o verão 2017.

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O sétimo jogo da saga "Tekken" conclui a grande guerra entre os membros da família Mishima. Usando o Unreal Engine 4, este jogo de combate lendário volta com uma intensa história e duelos que podem ser disfrutados por amigos e rivais.

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JOSÉ CARLOS OLIVEIRA

EU AINDA SOU DO TEMPO...

Embora não me considere (no mau sentido do termo) um saudosista, por vezes confesso que tenho saudades de algo que já tive e vivi. De um passado que já não posso desfrutar no presente. Por exemplo, embora esteja agradado com o progresso que se tem verificado em Matosinhos, não deixo de lembrar, com saudade, um Matosinhos que eu próprio vivenciei na minha juventude. Com 11 anos já estava a trabalhar no Centro Cafezeiro Luís Ferreira Leite, na rua Brito Capelo, onde não estive muito tempo por ser demasiado pequeno para chegar às balanças. Lembro-me bem da educação que os mais novos tinham perante os mais velhos e de como as pessoas eram mais humanas e até mais felizes, apesar da maior parte possuir poucos bens materiais. Lembro-me, sobretudo, de Matosinhos e de Leça da Palmeira. A rua Brito Capelo, sempre pejada de gente e de trânsito (com os elétricos a circular) e com um comércio pujante, sem lojas abandonadas. Parece que ainda ouço as peixeiras, com as suas canastras a apregoar o peixe e recordo as pessoas (vestidas de forma humilde) a entrar nos estabelecimentos com mais vontade de comprar do que dinheiro para o fazer. Morei algum tempo com um dos meus irmãos na rua França Júnior, frente às traseiras do então edifício da Câmara Municipal. Depois fomos morar para Leça da Palmeira (numa ilha perto da Capela de Santana), e como Leça era pacata naquele tempo! Lembro-me de ir com a minha cunhada ao Mercado de Matosinhos e recordo-me do movimento que por lá se 42

verificava. Parece que ainda ouço a voz dos vendedores ambulantes, alguns dos quais, a porta do Mercado, contavam histórias trágicas e vendiam papeis com a história da tragédia impressa em verso. Por lá costumava também andar o homem que tocava vários instrumentos ao mesmo tempo (viola, bombo, harmónica de beiços). Aos domingos ia ver o Leça jogar (no seu velhinho campo). Antes, eu e o meu irmão que era leixonense, parávamos no Café Leça, onde existia uma fotografia enorme do proprietário que, pelos vistos, tinha sido ciclista. Lembro-me de quando ia ao barbeiro cortar o cabelo e fazia um “corte francês”. Saía da barbearia todo penteado, com laca e tudo e no dia seguinte (se de verão) ia para a praia, mergulhava nas ondas e lá se ia o “corte francês”. Recordo o cinema que vi no Constantino Néry e Salão Paroquial e do entusiasmo da miudagem com a vitória dos heróis dos muitos filmes de cowboys que, sem cansar, íamos vendo. Na ausência das discotecas, existiam os bailes. Frequentava com mais assiduidade o da Junqueira, onde as raparigas tinham entrada gratuita com o dever de dançarem com quem as procurasse. Nesse tempo as drogas (leves ou mais pesadas) eram absolutamente desconhecidas, apesar de muitos rapazes já exagerarem no álcool. Eu ainda sou do tempo que Matosinhos, embora não possuindo os desenvolvimentos de que hoje podemos desfrutar, possuía um encanto de que me é muito difícil esquecer. Quem me dera que, sem se perder o desenvolvimento, tivéssemos esse encanto de regresso. JULHO 2017 |


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CULTURA

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O SUCESSO DA EXPOSIÇÃO “DISCOS ORFEU” CASA DO DESIGN IMAGENS ESAD

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Devido à excelente recetividade do público, a exposição “Discos Orfeu 1956 – 1983 – Imagens, Palavras, Sons”, patente na Casa do Design de Matosinhos, foi prolongada até dia 2 de setembro. Com a curadoria de José Bártolo, a exposição inclui as capas de alguns dos mais icónicos discos da música portuguesa e ainda material documental (gráfico, fonográfico e vídeo), algum dele inédito, do primeiro contrato de José Afonso com a Orfeu, aos originais da Arte Final da capa do disco “Coro dos Tribunais”. Inaugurada a 4 de maio, a exposição recebeu já a visita de

alguns nomes emblemáticos da música portuguesa que marcou as décadas de 1960 e 1970, de José Cid a Tozé Brito, passando por Fausto ou Quim Barreiros. “Discos Orfeu - Imagens, Palavras, Sons (1956-1983)” é a primeira grande exposição dedicada à histórica editora, a qual chegou a gravar um disco por semana, tendo sido responsável pelo lançamento de um grande número de novos músicos e por sucessos como “Grândola Vila Morena”, “Traz Outro Amigo também” (1970) ou “Cantigas do Maio” (1971). Os incontornáveis discos “Pano-Cru” (1978) e “Cam-

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ÁLVARO AZEVEDO, DAVID FERREIRA, JOÃO CARLOS CALLIXTO, ARNALDO TRINDADE, JOSÉ BÁRTOLO, JOSÉ FORTES, ALFREDO BARROS

polide” (1979), de Sérgio Godinho, ou “10.000 anos depois entre Vénus e Marte” (1978), de José Cid, têm selo Orfeu, tal como discos marcantes de artistas tão distintos como Fausto, Conjunto António Mafra, Luís Cília, Titãs, Janita Salomé, Pop Five Music Incorporated, Adriano Correia de Oliveira ou Conjunto Maria Albertina, numa inquestionável demonstração de uma enorme diversidade cultural. No âmbito da exposição têm decorrido as conferências do Orfeu, a revista NM esteve presente no evento que reuniu Arnaldo Trindade, Alfredo Barros,

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membro da antiga banda Titãs, Álvaro Azevedo, dos Pop Five, David Ferreira, da Valentim de Carvalho, João Carlos Callixto e José Fortes. O debate foi antecedido por um momento intimista de grande demonstração artística, entre a música e o desenho, a que todos os presentes se renderam, um happening com Álvaro Azevedo, no Vibrafone e desenho de Alfredo Barros. A Orfeu atingiu o seu auge nos anos 60, reunindo na altura, os grandes nomes da música portuguesa. Mas a editora foi também responsável pelo registo em áudio da obra de poetas como

Miguel Torga, José Régio, Eugénio de Andrade, José Rodrigues Miguéis ou Sophia de Mello Breyner. Durante o debate recordaram-se os tempos áureos da Orfeu, que tanto contribuiu para a música e cultura portuguesas. Atualmente, o paradeiro do espólio da editora é incerto e durante o debate, este facto, tão importante, não foi esquecido. A exposição patente na Casa do Design de Matosinhos, só foi possível com o contributo de privados que cederam o espólio pessoal. Até 2 de setembro é possível visitar a exposição e rever a história da música portuguesa.

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SAÚDE

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IMAGENS HPH

UTENTE NO CENTRO DA MUDANÇA PORTAL DO UTENTE DE MATOSINHOS GARANTE ACESSO FÁCIL E RÁPIDO À INFORMAÇÃO Na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (USLM) o utente assume a gestão da sua própria informação e tem à sua disposição meios de auto-atendimento que possibilitam o registo automático de acesso à consulta e a outros exames médicos, bem como o pagamento das taxas moderadoras, sem esperas nem complicações. Com o utente no centro do processo de atendimento, a ULSM implementou 46

uma estratégia de atendimento multicanal que permitiu desburocratizar processos e garantir acessibilidade. É neste contexto de mudança, com recurso às novas tecnologias para a requalificação do atendimento e da aposta na literacia em Saúde, que surge o Portal do Utente de Matosinhos. “Hoje, temos implementada uma nova estratégia de atendimento multicanal, com o utente no centro do processo de

atendimento”, diz Nuno Antunes, coordenador do Gabinete de Simplificação e Reengenharia de Processos que liderou este projeto de mudança na ULSM, e que tem como objetivo “disponibilizar informação, de forma articulada e integrada em vários canais, num acesso fácil e percetível”. Assim, o Portal do Utente de Matosinhos assume o “epicentro de uma intervenção qualificada” e capaz de potenciar a relação entre os profissionais e os seus utentes que interagem nesta plataforma, tendo sempre o “utente no centro das preocupações”. JULHO 2017 |


Este projecto exigiu a “agregação” dos múltiplos sistemas de informação existentes para gestão do processo do utente na ULSM (Hospital Pedro Hispano e no Agrupamento de Centros de Saúde de Matosinhos), de modo a garantir a disponibilização de toda a informação ao utente, de uma forma integrada e em vários canais. “Desmaterializamos e desburocratizamos processos e hoje o Portal do Utente de Matosinhos possibilita aos nossos utentes aceder a toda a sua informação”, sublinha, dando como exemplo os vários serviços disponíveis, como a consulta dos dados de identificação e alteração dos contactos, e a consulta dos tempos de espera da urgência hospitalar e do SASU. O utente poderá também verificar agendamentos e pedir remarcações/desmarcações, obter declarações de presença, consultar resultados de análises e exames, solicitar relatórios clínicos, pagar taxas moderadoras, marcar consultas e domicílios, consultar informação de lista de espera cirúrgica e de primeira consulta hospitalar. Todas estas funcionalidades estão disponíveis para os utentes em ambiente web (www. ulsm.pt/portal) e numa aplicação, disponível nas lojas das três principais plataformas móveis. Assim, é possível afirmar que na ULSM o utente assume a gestão da sua própria informação e tem também à sua disposição meios de auto-atendimento, que possibilitam o registo de acesso automático e o pagamento de taxas moderadoras,

HOJE O PORTAL DO UTENTE DE MATOSINHOS POSSIBILITA AOS NOSSOS UTENTES ACEDER A TODA A SUA INFORMAÇÃO sem esperas nem complicações. De qualquer forma, o Balcão do Utente e os 52 secretariados clínicos espalhados pelo concelho garantem também essa acessibilidade no atendimento. Através da implementação desta estratégia, o atendimento telefónico no Hospital Pedro Hispano foi também alvo de uma profunda remodelação, passando a funcionar numa lógica de contact center, integrado com o Portal do Utente de Matosinhos. “Quem atende o utente encontra-se preparado para resolver, efectivamente, os problemas de quem nos contacta, sem necessidade de passar chamadas para os diversos secretariados clínicos”, sublinha Nuno Antunes, anunciando que ainda este ano está previsto o alargamento deste modelo de funcionamento às unidades de saúde dos cuidados primários. | JULHO 2017

MARIANA ALMEIDA

ALOJAMENTO PARA FÉRIAS: O QUE DEVO SABER SOBRE COUCHSURFING?

O couchsurfing é uma escolha barata e acessível de alojamento, uma verdadeira partilha de casa ou de quarto em que alguém, através de uma plataforma eletrónica ou de um site, se mostra disponível para alojar turistas na sua habitação, partilhando experiências como um local, esperando receber em troca o mesmo acolhimento na cidade do turista que o visitou. Trata-se, contudo, de um conceito diferente do alojamento local. O couchsurfing é um serviço barato, acessível e até bastante apelativo do ponto de vista cultural, mas não podemos esquecer que se trata de um contacto com um desconhecido através de uma plataforma e que a relação com o anfitrião não tem uma proteção legal especial. Para maior segurança, este serviço deve ser procurado em plataformas com um grau de confiança significativo. Localização e informações adicionais sobre o espaço, feeds, contactos e pormenores sobre o perfil do anfitrião são informações essenciais que deve procurar obter. Não existindo regulamentação específica, e não sendo considerado um estabelecimento aberto ao público, estes serviços de couchsurfing não são obrigados, em Portugal, a dispor de um livro de reclamações. Se tiver algum problema contacte o proprietário da casa e a plataforma onde fez a reserva. Em alternativa, dirija-se a um posto de turismo oficial da cidade que está a visitar. 47


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PERFIL

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IMAGEM TOMANEPHOTOS.COM

SEBASTIÃO FURTADO Surfista, porquê? Sempre vivi em Leça da Palmeira e os meus pais gostavam muito de ir para a praia de Leça, onde o bodyboard era o desporto de eleição. Comecei por fazê-lo com 6 anos durante os verões passados na praia em Leça e nas férias de família na Praia da Arrifana. Quando tinha 8 anos, os meus pais decidiram inscrever-me numa escola de Surf e Bodyboard, mas as pranchas de BB foram logo todas requisitadas, então fui obrigado a experimentar 48

Surf. Pus-me logo em pé na primeira onda e desde aí nunca mais deixei de praticar, tornando-se numa obsessão!! Percurso profissional? Apesar de ser obcecado pelo surf, os meus pais sempre me fizeram ver que este era uma recompensa do cumprimento das minhas obrigações, ou seja a escola. Só tendo um bom aproveitamento nas aulas é que podia ir surfar ou competir, então sempre me esforcei bastante para conseguir conciliar

tudo, o que por vezes não foi fácil, pois tinha campeonatos quase todos os fins-de-semana e a maior parte deles era na zona centro do país, o que me levava a faltar alguns dias às aulas. Levava os livros para os campeonatos, estudava nas viagens de comboio e nas pausas dos heats (nome dado às rondas competitivas do surf). Depois de alcançar alguns bons resultados a nível nacional, comecei a sonhar com uma carreira profissional, mas para isso teria de me mudar para JULHO 2017 |


Lisboa, onde estavam os melhores treinadores e toda a indústria do surf, pois o Surf no Norte sempre foi esquecido pelas marcas e media. No entanto, mesmo querendo ser surfista profissional, a minha mãe sempre me impôs ser licenciado e o curso que eu gostava de frequentar só tinha no Instituto Superior da Maia (atualmente Instituto Universitário da Maia), optei por esse curso superior, Gestão do Desporto e comecei a trabalhar na Escola de Surf Onda Pura. Durante a licenciatura, a minha visão foi mudando e cada vez mais gostava de lecionar. Percebi que afinal essa era a minha paixão. As turmas que ia lecionando foram crescendo e o feedback de pais dos alunos e colegas era muito positivo, fazendo-me acreditar bastante no projeto de formação dos jovens surfistas nortenhos. Quando terminei a licenciatura, decidi inscrever-me no mestrado em Ciências da Educação Física - Es-

pecialização em Treino desportivo, desta forma conseguia aliar a Gestão à Educação Física. Tornei-me Mestre em Treino Desportivo com especialização em Surf. Nesse momento, apesar de treinador técnico e tático, também era preparador físico dos grupos que lecionava e sentia que tinha algumas lacunas na área da Educação Física, então decidi frequentar a licenciatura de Educação Física, estudando apenas Fisiologia, Anatomia e Biomecânica, as quais adorei! Atualmente, sou responsável pelas camadas de formação da Onda Pura Escola de Surf, mais conhecidas pela Onda Pura SurfTeam, composta por 6 grupos divididos por idades e níveis. Sinto-me um privilegiado por fazer o que gosto e por ter a oportunidade de estar na praia todos os dias. Prato favorito? A lasanha da minha namorada!

Destino de férias preferido? Sou um apaixonado pelo nosso país e gosto muito de passar férias cá. Durante o verão, quando as praias estão cheias, não há melhor do que o sossego de uma boa semana no nosso magnífico rio Douro. Mas não pode ser mais tempo por causa da falta de ondas. Para o Surf, sem dúvida que a Costa Vicentina é o meu destino de eleição. Novos desafios? Gostava de passar uma boa temporada num local onde o Surf já estivesse mais enraizado culturalmente, como Austrália ou Califórnia. Conselhos para quem se quer aventurar no surf É um desporto fantástico, para todas as idades. Observar bem o mar antes de entrar e em caso de dúvidas ou inexperiência, não tenham vergonha de se aconselharem com as escolas de surf ou com os surfistas locais.

IMAGENS ABÍLIO MENESES

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- GASTRONOMIA -

ONDE A GASTRONOMIA PORTUGUESA E ESPANHOLA SE FUNDEM LOS IBÉRICOS Num bonito edifício situado no conhecido largo do Castelo, em Leça da Palmeira, junto ao mítico Batô, o restaurante Los Ibéricos faz jus ao nome e apresenta uma excecional combinação das cozinhas portuguesa e espanhola. Mais concretamente, juntam-se no mesmo espaço as melhores iguarias da cozinha regional do norte com a especialidade das melhores tapas do país vizinho. A cozinha do jovem chef Vitor Correia e o serviço do chef de sala Ricardo Ferreira conquistam e convencem. 50

A decoração, a cargo de Diana Neiva de Oliveira, prima pela modernidade e pelo bom gosto, inspiradora de um ambiente simultaneamente elegante e descomprometido, complementando de forma brilhante a conjugação perfeita de culturas e sabores ibéricos. À entrada fica um espaço mais dedicado a “picar” umas tapas e uns petiscos acompanhados de um bom copo de vinho, com um balcão e poucas mesas. No piso superior encontra-se a ampla e acolhedora sala de jantar com vista sobre o largo.

SUGESTÃO NM Paella de Marisco Paella de Polvo Chuleton de Buey Maturado Arroz de Tamboril e Gambas

TAPAS Polvo à Galega Croquetas de espinafres Folhados de Alheira com Sweet Chilli Sauce Montaditos de Lombo de porco Preto com creme de Piquillo e Ovo de Codorniz.

MENU DE ALMOÇO Sopa, pão, prato e sobremesa 9,90€

MENUS DE GRUPO A partir de 24,50€

TODOS OS DIAS DE DOMINGO A QUINTA FEIRA DAS 12:30 - 15:30 E 20:00 -24:00 SEXTAS E SÁBADOS DAS 12:30 - 16:00 | 20:00 - 01:00 LARGO DO CASTELO, 3 LEÇA DA PALMEIRA +351 224 965 049 | RESERVAS@LOSIBERICOS.PT HTTP://WWW.RESTAURANTELOSIBERICOS.COM

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CRÍTICO

BERNARDINO COSTA

ENCONTRO 1 BRANCO 2012

Caros leitores da NM e enófilos, tendencialmente e de uma forma quase intuitiva escolhemos vinhos: ora pela estação do ano, ou pela ocasião, se ela é festiva ou não, nomeadamente festas de ano (natal, festas populares) ou ainda por influência da crítica especializada. Pois bem, certamente alguns de vós concordarão, que os vinhos são intemporais. Só precisam é de ser de qualidade! Posto isto, este mês estamos a sugerir-lhes um vinho assim: intemporal, o Encontro 1 Branco 2012. Um vinho que considero magnífico. Aliás, esta é também forma de fazer vinhos na Quinta do Encontro (QE) Bairrada DOC. Vinhos intemporais. A QE situa-se em pleno coração da Bairrada, em São Lourenço do Bairro. Sendo que, já produzem vinho desde 1930. De realçar a beleza da sua adega com as suas formas e linhas exteriores e interiores, em perfeita harmonia conceptual, entre a produção do vinho e a

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arquitetura. E, que vale a pena visitar, acreditem. Aqui são produzidos os vinhos QE brancos, tintos e espumantes num estilo moderno e atual, bem como os magníficos Encontro 1 (sim estes vinhos são magníficos). Bem como, a forma apaixonada como são feitos, nomeadamente pelo enólogo desta casa, Osvaldo Amado.

Encontro 1 Branco 2012 Região: Bairrada D.O.C Castas: Arinto Teor Alcoólico: 13,5% P.V.P: 25,00€ (aprox) Enólogo: Osvaldo Amado Produtor: Quinta do Encontro enoturismo@quintadoencontro.pt www.globalwines.pt

Notas de Prova: De cor citrina, mas com algumas nuances amareladas e aspecto límpido, com um aroma complexo e distinto, na boca é frutado, fresco, com notas amanteigadas, alguma tosta, fumado, fruto do estágio em madeira, logo com um notório volume de boca. Um conjunto de notas que o tornam num vinho, elegante e harmonioso e de qualidade superior. Aliás, a casta Arinto em todo o seu esplendor e que pelo menos uma vez na vida se deve degustar.

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COMER FORA?

PORTO SPORTS BAR

VEJA A NOSSA SUGESTÃO

PRAÇA DONA FILIPA DE LENCASTRE Nº193 4050-256 PORTO (+351) 910 273 168

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Situado na baixa da cidade, o Porto Sports Bar completou o primeiro ano de existência a 17 de junho. Com uma clara vertente desportiva, este local oferece a possibilidade a qualquer cliente de assistir ao desporto ou equipa favorita, possuindo 6 ecrãs plasma. Enquanto assiste a um jogo, pode sempre acompanhar com as já famosas sangrias de maracujá ou com uma vasta carta de cocktails.

O DIPLOMATA

RUA DE JOSÉ FALCÃO Nº32 4000 PORTO

Ninguém fica indiferente às maravilhas que O Diplomata tem para oferecer. O projeto que surgiu em 2014, veio dar uma nova vida a um dos cafés que, nos finais da década de 60, “foi palco de tertúlias e encontro de poetas, estudantes e pensadores. Apesar de termos optado por uma carta totalmente nova, tentamos criar um visual baseado no “(re) viver do espaço”. Quer-se que cada visita seja acima de tudo uma experiência, desde a entrada à saída, num espaço que se soube reinventar sem esquecer o legado do seu passado”, revelam Inês Gomes e Ângelo Oliveira, responsáveis por este delicioso conceito. Para os amantes do brunch O Diplomata tem para oferecer quatro opções, que estão 52

disponíveis todos os dias até às 16 horas, as panquecas que podem ser feitas à medida de cada cliente e ainda a nova aposta de primavera: as smoothie bowls. N’O Diplomata a carta é sazonal, permitindo aproveitar os produtos locais e da época, como também renovar pratos e testar tendências. Para além das quatro opções de brunch, o espaço tem um menu de almoço, de segunda a sexta, composto por sopa, tosta ou salada do dia e bebida pelo valor de 4 euros. Inês Gomes e Ângelo Oliveira revelam que estão já com outro projeto em mãos, “avançaremos ainda este ano com muitas novidades”.

Para picar, os “pica-paus” ou as tábuas de enchidos e queijos são uma opção segura. Após os jogos, a diversão continua noite dentro, sendo possível escutar vários tipos de música, desde o hip-hop ao rock.

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SUSHI MESMO AQUI AO LADO RESTAURANTE SUSHIARIA IMAGENS FORNECIDAS PELO RESTAURANTE

A motivação para abertura deste espaço reside no facto de na altura não existir sushi em Leça da Palmeira, matéria-prima pelo qual os dois jovens investidores tinham interesse e curiosidade. Consequentemente, surgem as ideias e a localização interessante numa das principais avenidas de Leça. Aqui o melhor mesmo é render-se às sugestões do chef de sushi, Evgeny Alinichenko. É ele que todas as manhãs vai escolher os peixes para o restaurtante, como corvina, lírio, cavala, | JULHO 2017

SUGESTÃO NM carapau, espadarte, pampo, enxareu, polvo, lula, bonito, entre outros. Talvez por isto, os pratos mais procurados na Sushiaria sejam os freestyles, pratos criados à escolha do sushiman com a seleção do chef para esse dia, assim como as entradas frias, denominadas entradas do sushibar, que remetem a variadas tapas japoneses. As sobremesas também são pensadas ao pormenor capazes de provocar novas sensações como o charuto de chocolate e wasabi.

Menu de degustação que contém seis momentos todos eles merecedores do melhor paladar e experiências únicas, também à escolha do chef contém quatro entradas, prato principal de sushi e sashimi e sobremesa. HORÁRIO DE TERÇA A DOMINGO DAS 12:30 ÀS 15:00 E DAS 19:30 ÀS 23:00. SERVIÇO DE TAKE AWAY SEMPRE DISPONÍVEL AV. DA LIBERDADE 142, 4450-718, LEÇA DA PALMEIRA 912 115 365

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MARISCO À VOLTA DA MESA MATOSINHOS, TERRA DE HORIZONTE E MAR. DEIXE-SE ENVOLVER NUMA VIAGEM DE SABORES ONDE O MARISCO É REI

IMAGENS CORREIA DOS SANTOS 54

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O MELHOR DO MAR À MESA Matosinhos é conhecido já internacionalmente por ser uma das cidades do mundo com mais restaurantes por quilómetro quadrado. Aqui quantidade é sinónimo de qualidade já que a aposta feita nos produtos frescos que o mar tem para oferecer tem sido um sucesso, atraindo todos os anos, milhares de pessoas à cidade. Conhecida em tempos como “a sala de jantar do Porto”, Matosinhos é mar, gastronomia, terra de bom peixe e marisco.

A MARISQUEIRA DE MATOSINHOS

RESTAURANTE MAJÁRA

IMAGENS: FACEBOOK OFICIAL DO RESTAURANTE

IMAGENS: FACEBOOK OFICIAL DO RESTAURANTE

RUA ROBERTO IVENS 717, 4450 MATOSINHOS 22 938 1763

RUA ROBERTO IVENS, 603, 4450-149 MATOSINHOS 22 938 2352

Conhecida também como a Marisqueira do Miguel, é dos restaurantes mais procurados pelo marisco fresco e pela simpatia dos seus colaboradores. Com 40 anos de história, a marisqueira situada no centro da cidade, atrai pela qualidade e excelência a que habituou os clientes. O arroz de marisco é um dos ex-libris desta casa, que já foi distinguida em tempos, por um jornal inglês, como uma das 50 melhores marisqueiras do mundo.

Fundado em 1970, o estabelecimento de Joaquim Rocha é conhecido pelo marisco, realiza um festival dedicado ao mesmo, todas as últimas terças-feiras de cada mês. Mas hoje, o restaurante é também referência pela francesinha, que preserva o molho original, passado a um dos fundadores do estabelecimento pelo emigrante que regressou de França. Dotado de duas salas, o restaurante procura sempre adaptar-se às exigências de cada cliente.

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FUNCIONÁRIO DO MÊS PADARIA RIBEIRO MATOSINHOS

RESTAURANTE ESPLANADA ANTIGA

NUNO TEIXEIRA

IMAGENS: FACEBOOK OFICIAL DO RESTAURANTE

RUA ROBERTO IVENS, 603, 4450-149 MATOSINHOS 22 938 2352

Lagosta, mistos de marisco ou percebes são alguns dos motivos que todos os dias, levam os amantes do marisco ao estabelecimento, gerido pelo homem que trocou a aviação comercial pela restauração. A excelência do produto aliado a uma equipa estável, alguns com quase 40 anos de casa, tornam o restaurante um dos mais conceituados e frequentados de Matosinhos. Ostras ao natural, santola e lavagante são alguns dos destaques desta marisqueira. | JULHO 2017

Pelo excelente profissionalismo e simpatia com que acolhe todos os clientes, Nuno Teixeira merece ser destacado este mês pela Revista NM. Trabalha desde 2008 com a mesma paixão e vontade de servir bem, características que não deixam os clientes indiferentes.

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RECEITA PRÁTICA DE ARROZ DE MARISCO PARA FAZER EM CASA Refogue no azeite a cebola grande e os dentes de alho bem picados. Esmague os tomates maduros e já pelados e junte ao refogado. Tempere com piri-piri e sal. Deixe apurar durante alguns minutos. Entretanto, descongele uma embalagem de cocktail de marisco. Se tiver delícias do mar, retire-as e ponha-as de parte. Junte os mariscos ao refogado e mexa. Com o lume brando, tape o tacho e deixe apurar durante 15 minutos. Junte o cubo de caldo de peixe. Aqueça à parte 3 chávenas de água e junte a esta mistura. Quando começar a ferver junte o arroz e mexa. Quando retomar a fervura, deixe cozer tapado durante 10 minutos. Apague o lume, junte as delícias cortadas em cubinhos. Sirva de seguida.

O GAVETO

RESTAURANTE OS LUSÍADAS

R. ROBERTO IVENS 826, 4450-237 MATOSINHOS 22 937 8796

RUA DE TOMAZ RIBEIRO 257, 4450-297 MATOSINHOS 22 937 8242

Classificado em tempos pelo jornal Financial Times como “o paraíso do oceano”, o estabelecimento é liderado pelo homem que é hoje considerado um dos impulsionadores da restauração no concelho. Manuel Pinheiro proprietário do Gaveto já representou Portugal em diversos eventos gastronómicos além-fonteiras. A açorda de lavagante e o arroz de marisco são os pratos mais apreciados, onde o peixe, com o robalo ao sal e a carne não são esquecidos.

Com um ambiente inspirado no livro de Camões, que dá o mesmo nome ao restaurante, Os Lusíadas é conhecido pelo ambiente agradável e discreto e pela fantástica ementa, onde o destaque vai para o marisco sempre fresco. A salada de lagosta e a salada de búzios, bem como, o creme de marisco são algumas das especialidades desta casa.

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CRÍTICO

ANTÓNIO DE SOUZACARDOSO

O GURIPA DE ANGEIRAS

Tv. de Angeiras 18, 4455-042 Lavra 910 609 228 casadaguripa@hotmail.com

Quem gosta de bom peixe faz frequentes peregrinações a Angeiras, uma praia bonita situada na Lavra, entre Matosinhos e Vila do Conde. E vai não só para comprar peixe fresco, do melhor que se vende no Norte de Portugal, como para visitar a profusa restauração local que faz o seu reinado à volta da grelha e do pescado. Os restaurantes de Angeiras são despretensiosos e populares. E nem por isso deixam de ter os seus pergaminhos. Não fosse a costa portuguesa, aquela que detém o melhor peixe do Mundo! Mas no meio destes restaurantes, nasceu um novo espaço, um pouco mais empertigado e conceptual – o Guripa. Sem querer romper com a notoriedade desta terra de Peixe, o Guripa apresenta-se numa casa bonita de dois andares. A sala principal abre-se prazenteira para o Mar e tem um aspecto elegante e uma amesendação contemporânea. Sob a batuta do Chef Helder Rego de Sá que fez boa escola no distinto “Memorial”, a carta do Guripa é sugestiva e variada. Nas entradas não deixe de provar o belíssimo Brás de cogumelos e bacon, ou as amêijoas à vila flor. Ou, se a bolsa for mais afoita, o saborosíssimo camarão da costa. As cataplanas são um dos ex-libris da casa – sápidas, bem feitas, aproveitando a mistura dos sucos e das texturas. A Brasa, claro, mantém-se com nobreza e galhardia e de lá sai um robalo do mar, um fresquíssimo rodovalho, ou aquilo que ao mercado, ali ao lado, for chegando do mar nesse mesmo dia. Não deixe de provar a raia, uma belíssima espécie tantas vezes esquecida e que é aqui feita com todo o rigor. O lingueirão que também é servido em arroz é outro dos destaques da casa. O Chef Helder Rego de Sá, atreve-se ainda com muito sucesso nas paellas mistas, com o trapio que os “nuestros | JULHO 2017

hermanos” tão bem conferem a este prato de eleição. Se algum dos seus amigos por infelicidade (dele) não gostar de peixe, há sempre o refúgio de uma picanha de “black angus” no espeto que é simplesmente deliciosa. No cimo do primeiro andar há ainda um “secret place” com esplanada para um jantar mais íntimo, com um grupo limitado de amigos. Boas sobremesas regionais com destaque para uma belíssima tarte de limão ou uma Mousse D´Oreo. Carta de vinhos generosa com possibilidade de serviço a copo. E por falar em serviço, nota muito alta para a simpatia e diligência de Nádia Salvado e do Tiago Rodrigues que dirigem a sala com mestria. Enfim, uma grande aposta de dois grandes empreendedores - a Manuela Sousa e o Marco Fonseca que, sem tirarem nada do ADN de Angeiras e do seu intenso sabor a mar, souberam diferenciar este Guripa que navega brioso nas boas águas da cozinha mediterrânica. 59


JOAQUIM QUEIRÓS

UMA FLOR DE MAIO!

O mês de Maio por alturas do seu dia 13 viveu momentos inesquecíveis de euforia, com explosões de amor. Foi a primeira grande vitória da música portuguesa, cantada na nossa língua e por uma figura irmã de Camões, no Festival da Canção da Europa; vimos o esvoaçar da águia vermelha pelos céus e estradas de Portugal com o triunfo do Benfica; e registamos nos nossos olhos o tremular do manto de fé, bordado a humildade na visita do peregrino argentino Jorge Mário Bergoglio – o Papa Francisco. A nossa terra estremeceu com a melodia de Salvador, com a Luz numa intensidade de Sol e com todos os caminhos que iam dar a Fátima transformados num jardim de Fé. Houve a alegoria e a força da música, do fogo dos golos, mas o amor intenso esteve na palavra de Francisco – o Papa dos sapatos pretos. O padre Jorge, de Buenos Aires, o jovem que gostava – e gosta – do tango, do jovem que até foi serralheiro, do Jorge Mário que não deixou de ser da claque do San Lorenzo de Almagro, do sacerdote dos pés enlameados pelo calcorrear das ruas de miséria material e humana da periferia da pátria de Carlos Gardel. Jorge, que nunca imaginou ser Francisco, esteve em Fátima, de mãos erguidas, sem o fausto que o Vaticano ainda impõe ao sucessor de Pedro, mas que ele tudo faz para se desvanecer, substituindo pelo branco da claridade que deve embrulhar as palavras e os gestos. Os nossos ouvidos que registaram que “O dinheiro tem que servir e não governar”; que fixamos que a “Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para a frente.”; que ficamos a saber que “Deus não pertence a ne60

nhum povo.”; que registamos com desgosto que “Algumas pessoas cuidam melhor dos seus cães do que dos seus irmãos.”; que tiramos as dúvidas que “Deus não se cansa de perdoar… Nós e que nos cansamos de pedir perdão.” Pois é, o povo ficou agarrado à palavra e aos gestos de Francisco e quando a sua boca se abria, as suas mãos se estendiam para a cabeça de uma criança ou de um doente, era um de nós, colocado naquele lugar pela vontade imanada da humanidade que ungiu a sua eleição. O agora Francisco, o Papa, que chegou a Roma para o conclave, com a sua pequena mala e sapatos negros. Um cardeal que não esquecia as vestes de sacerdote, do Jorge Mário que deixara o seu povo argentino à sua espera e muitos dos políticos dos pampas que pediam para que lá não mais voltasse… Ele é, agora, a esperança do mundo que sofre, do povo que saiba ou não o Pai Nosso ou Avé Maria. O Jorge, o padre, que sabe o que é sofrer, não conhece credos, antes anda com o credo na boca para que a infelicidade não avance no mundo, seja ele crente ou ateu, branco, preto ou amarelo. O Papa Francisco, melhor, mais íntimo, o Jorge Mário foi o dono da alegria de Maio. Fez cantar e exultar num golaço de Fé. Recordem-se os sapatos negros do Papa. E neles estará a marca do caminho de esperança que há para percorrer. Seja-se ou não crente. A palavra de Jorge Mário deixou ficar eco. Uma flor de Maio! JULHO 2017 |


AVENIDA ANTUNES GUIMARÃES, 175 LEÇA DA PALMEIRA 4450-620 TLF. +351 22 409 9132

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BEM-ESTAR

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BEM-ESTAR: APRESENTAÇÃO TEXTO JO ÃO ALMEIDA CONTACTO JOAOALMEIDANMMATOSINHOS@HOTMAIL.COM FACEBOOK UM PROJECTO À TUA MEDIDA

Caro leitor seja bem-vindo ao nosso espaço (sim, seu e meu) dedicado ao bem-estar. Como nesta vida todos somos alunos e professores, neste contexto, eu como “professor” passo a apresentar-me. Sou o João de Almeida, tenho 27 anos, sou de Leça da Palmeira e tenho como formação académica o curso de Osteopatia. Para além da Osteopatia tenho um projecto de acompanhamento nutricional e de treino online de nome "Um projecto à tua medida" 62

possível de visitar no F.B. (obrigado NM). Tendo isto em conta e sem me querer alongar muito, o meu dever neste espaço é ajuda-lo a obter um equilíbrio na sua vida. Para que isto aconteça, vão ser abordados vários temas que vão desde coisas mais simples como dicas até temas mais complexos como o que é a nutrição, o que é a saúde, o que é qualidade de vida, o que é ser feliz consigo mesmo … Enfim, vai ser um brainstorming de temas onde eu

vou “viajar” pelo ser humano enquanto um todo e, para que isso aconteça, preciso da sua ajuda porque, tal como a minha filosofia de trabalho, qualquer pessoa tem o direito e o dever de ter um papel activo na sua saúde e evolução. Para que isso aconteça, deixo, no final da pagina, o meu e-mail para que coloque questões e para que possa dar ideias de temas que quer que sejam falados neste espaço que vai ser o nosso recreio. Não tenha vergonha de perguntar porque mais vale JULHO 2017 |


RECEITAS NM HÚMUS

um minuto de ignorância do que uma vida de ignorância. Com a parte da apresentação feita vamos passar ao que interessa. Neste primeiro dia de aulas quero perguntar-lhe se alguma vez se perguntou: o que é a nutrição? Se existe alguma diferença entre nutrição e alimentação? De forma muito simples a alimentação é o chamado comer por comer, a nutrição é o comer com sabedoria (ser sábio não é saber muito, é saber o que fazer com o que sabemos dai o objectivo deste segmento ser dar-lhe algumas ferramentas). Por exemplo, o seu carro é a gasolina (também pode ser a gasóleo ou a gás, não tem problema nenhum) vai-lhe dar outro tipo de combustível? Não convém certo? Connosco é exactamente a mesma coisa. A este “fenómeno” chamam-se de biótipos ou seja, as

É um prato típico árabe, feito a partir do grão de bico. Trata-se de um alimento rico em proteínas fibras e ferro, bastante nutritivo e completo. Ingredientes: 400g de grão de bico cozido e escorrido Sumo de 1 limão 2 colheres de sopa de taíne (pasta de sésamo) 1 dente de alho descascado 2 colheres de chá de cominhos 4 colheres de azeite sal e pimenta q.b. Modo de preparação: Coloque todos os ingredientes num processador e triture até obter uma pasta cremosa. Sugestão: Acompanhe com palitos de vegetais: cenoura, pepino, pimento, aipo. Para os mais gulosos tostas ou pão de cereais.

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chamadas tendências para emagrecer, engordar … Sim, eu sei que a galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha mas, temos de saber usar o que temos e o que somos a nosso favor, ser adaptáveis e resilientes para que possamos ser a nossa melhor versão. Bem, chegamos ao fim da aula, pode assinar a folha de presenças e ter um óptimo dia! Conto consigo para que possamos evoluir juntos! Até já! 63


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AR LIVRE

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DUARTE CANAVARRO EM COMPETIÇÃO

“O HIPISMO NÃO É ELITISTA, É PARA TODOS” CENTRO HÍPICO DO PORTO E MATOSINHOS IMAGENS CEDIDAS PELO ENTREVISTADO

Duarte Canavarro cresceu ligado ao hipismo, atleta profissional, é membro da direção e professor no Centro Hípico do Porto e Matosinhos. A revista NM esteve à conversa com o atleta, no intervalo de uma aula. Duarte Canavarro começa por revelar, sentado na esplana do bar do Centro Hípico, de olhos postos nos jovens que treinam, que nasceu “no hipismo, o meu pai e o meu tio tinham um gosto muito grande pela modalidade e competiam. O meu pai, José Canavarro, passou-me este bichinho, eu cresci no meio dos cavalos. Há 31 anos que faço parte do Centro Hípico foi sempre aqui vivida a minha vida”. Começou a competir ainda jovem e recorda-se do dia em que entrou pela primeira vez numa prova, “tinha sete anos e uma pónei com a mesma idade, tenho tudo ainda gravado na minha memória. Foi num clube perto 64

de Matosinhos, no Sport, não me lembro da classificação, mas lembro-me do momento”, confidencia. Diretor do Centro Hípico do Porto e Matosinhos, Duarte Canavarro revela que foi “o professor João Mota, o grande impulsionador deste clube, que me endereçou o convite há alguns anos”. Neste momento, o entrevistado é responsável por 12 alunos, em competição, “o mais novo com 12 anos e o mais velho tem 60”, revela. A atravessar um bom momento, o Centro Hípico está lotado, Duarte Canavarro explica que “as pessoas têm ideia de que o hipismo é um desporto elitista e dispendioso, mas não é. As aulas são acessíveis, uma sessão custa 13 euros, a mensalidade são cerca de 45. O clube está aberto a toda a gente e, esta ligação com um animal dócil, como é o cavalo, é uma mais-valia para os jovens”. JULHO 2017 |


Prémios e competições Duas vezes campeão nacional de juventude, o atleta participou também em campeonatos da Europa, considera que, em Portugal, o prémio mais importante que venceu “foi o Grande Prémio de Lisboa, que ganhei há seis anos com uma égua criada pelo meu pai”, explica, acrescentando que “os cavalos com que costumo entrar em competição são criados por nós, o que não é comum em competição, mas isso é importante, pela ligação que se cria com o animal”. Sobre histórias memoráveis de competição, Duarte Canavarro recorda o campeonato “internacional de Madrid, onde caí e parti o pé. Voltei a montar o cavalo e reentrei em competição, no final, tiveram de me cortar a bota com uma tesoura, porque já não a consegui tirar. Na altura, o Figo jogava no Barcelona e o condutor da ambulância, que me levou ao hospital, falou mal do jogador a viagem toda. Mal sabia ele, que o Figo ainda havia de dar muitas alegrias ao Real de Madrid”, recorda, sorrindo. Este ano o Centro Hípico do Porto e Matosinhos é anfitrião da Taça Ibérica de Hipismo que se realiza, no último fim de semana de julho, e integra o concurso de saltos nacional A, o primeira na categoria da modalidade. A competição deve reunir 200 conjuntos, com cavaleiros de todo o país e também de Espanha. O que é mais importante o cavalo ou o cavaleiro? “O melhor cavaleiro do mundo com o pior cavalo não faz nada, os cavalos fazem a diferença, mas a técnica do cavaleiro também. É uma competição com dois seres vivos que têm de estar em sintonia”, explica o entrevistado. Duarte Canavarro explica que em termos competitivos “um cavalo atinge o auge das suas capacidades, na idade adulta, entre os 8 e os 13 anos, há cavalos mais precoces e alguns com mais longevidade, mas o normal é atingirem o top até aos 13”, conclui.

CORREIO DO LEITOR

O QUE DIZ DA CIDADE? VALORIZAR MATOSINHOS

CARLA CARMELO ROSA

"Mau para quem cá mora, mau para quem nos visita: falta de policiamento, falta de estacionamento viável (parque subterrâneo em Matosinhos Sul?), falta de civismo, desperdício de fundos públicos/europeus e, acima de tudo, falta de visão e eficiência de gestão autárquica. O desgoverno das obras do futuro jardim e o salve-se quem puder da Avenida Sousa Arouso são bons exemplos: a avenida por marcar desde a inauguração do Continente e o jardim deve ser feito à pressa para justificar uma qualquer campanha eleitoral. É pena que nem na taxa de IMI a Câmara Municipal de Matosinhos assuma este desgoverno local. Em 16 anos de vivência em Matosinhos, os projetos autárquicos / partidários visam apenas interesses partidários ou individuais. As próximas eleições em Matosinhos pronunciam mais quatro anos de desperdício no desenvolvimento da cidade."

PARQUE BASÍLIO TELES

FAUSTA ROCHA

"Porque tiraram os bancos do parque infantil Basílio Teles? Geralmente são os avós que levam lá os netos!" | JULHO 2017

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NO CONCELHO

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LENDA DE CAYO CARPO MATOSINHOS IMAGENS CM MATOSINHOS

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A lenda de Cayo Carpo, que terá estado na origem do nome de Matosinhos e da utilização das vieiras pelos peregrinos dos Caminhos de Santiago, voltou a ser recriada entre os dias 16 e 18 de junho, junto à praia do Titã. A recriação histórica acolheu a

reconstituição da boda de Cayo e Cláudia, um mercado de escravos, pantomineiros, desfiles da guarda pretoriana, atuações musicais, um circo romano e as suas ferozes pelejas de gladiadores, banquetes e ateliês para os romanos mais pequenos.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSIDADE SÉNIOR IMAGENS SER+

MARCHAS POPULARES SAÍRAM À RUA IMAGENS UF PERAFITA, LAVRA E SANTA CRUZ DO BISPO

SENHORA DA HORA

SANTA CRUZ DO BISPO

De 13 a 16 de junho, estiveram em exposição no salão nobre da Junta de Freguesia da Senhora de Hora, os trabalhos dos alunos da Universidade Sénior Ser +. A exposição reuniu os trabalhos dos cursos de fotografia digital, artes decorativas, costura, pintura e desenho. No ano letivo que agora termina, estiveram inscritos 170 alunos. António Vilas e Jorge Gomes, da organização, revelam que o balanço desta edição é “muito positivo”.

Centenas de pessoas marcaram presença no Largo da Viscondessa para assistirem às atuações das cinco marchas que passaram por Santa Cruz do Bispo, sendo elas, a Marcha dos Amigos de Perafita; Marcha da Sargacerias; Marcha da Praia; Marcha Infantil de Perafita e Marcha da Junqueira. Em Perafita e Lavra as marchas também saíram à rua, nos dias 17 e 24 de junho.

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BALÕES DE SÃO JOÃO SUSPENDEM VOOS A operação no Aeroporto Francisco Sá Carneiro esteve encerrada na noite de São João, entre as 21:45 do dia 23 e a 01:00 do dia 24 de junho. A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) defendeu que “a eventualidade do impacto de um balão e a sua absorção pelos motores de uma aeronave, pode ser de elevado risco para a segurança das mesmas, deste modo, importa enfrentar a realidade associada à tradição da largada dos balões, analisar a possibilidade de controlar esta atividade e, caso tal não seja possível, adotar medidas que garantam a segurança das aeronaves”.

CASCATA LECEIRA LEÇA DA PALMEIRA Criação do mestre José Moreira, a cascata leceira retrata pormenorizadamente Leça da Palmeira dos anos 1920 e 1930, contando com cerca de 300 peças e bonecos. Ali se veem o Rio Leça e as suas seis pontes (destruídas durante as obras de construção do Porto de Leixões), as praias, a Igreja Matriz, o Forte de Nossa Senhora das Neves e o farol, mas também tradições já desaparecidas e as artes e os ofícios de outrora. A cascata pode ser vista durante todo o ano no Museu Quinta de Santiago.

LIONESA INVESTE 100 MILHÕES ATÉ 2025 LEÇA DO BALIO O investimento vai duplicar a área do centro empresarial dos atuais 43 mil metros quadrados para 104 mil, o objetivo é que a Lionesa possa acolher mais de 10 mil trabalhadores. As obras arrancam ainda este ano, com a construção de um setor de desporto e lazer que incluirá oito campos de padel, um court de ténis e dois campos de futebol. Esta nova área vai incluir um corredor verde que fará a ligação entre a Lionesa e a marginal de Leça da Palmeira, obra que fica a cargo do município de Matosinhos. 68

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SAIBA MAIS SOBRE A HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO EM MATOSINHOS

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Projetos

Inove, internacionalize e cresça connosco. Diagnóstico de necessidades Estudo de viabilidade económico-financeira Apoio na concepção de projectos Elaboração e submissão de candidaturas Implementação e assistência técnica aos projectos

CALCULUS PROJECTS 70

+351 299 999 318

GERAL@CALCULUS-PROJECTS.COM JULHO 2017 |


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