ANO 17 N198
MAIO DE 2011
R$ 7,30
FALTAM
2 EDIÇÕES
L ÍDER EM COMUNICA ÇÃ O PA RA O VA REJO D E A UT OPE ÇA S
INDICADORES IBGE
Automec quebra recordes e acompanha bom momento do mercado
No topo do mundo
Produção industrial
Mar 11...................0,5% Jan/mar11..............1,3% ANFAVEA Produção de veículos
Abr 11..............280,1 mil Mar11..............294,5mil Abr10..............274,8 mil JATO DYNAMICS Produção de veículos
Brasil............288.749 Argentina..........64.127 Chile..............14.165 *carros e comerciais leves/ Mar 2011
JATO DYNAMICS
Lúcia Moretti agora comanda o aftermarket mundial da Delphi. Com quase dez anos de experiência internacional, a executiva passou rapidamente pelo Brasil em abril e concedeu entrevista exclusiva ao Novo Varejo, quando falou de sua contribuição para o desenvolvimento da área de reposição em uma empresa global e apontou soluções dos mercados externos maduros que podem ser adotadas por aqui. 10
Vendas por carroceria*
Hatch.............130.241 Sedã.................62.088 SUV...............20.068 *Brasil/Mar 2011
AUTOINFORME Inflação do carro
Abr 11...................2,36% Mar 11..................3,76% Fev 11...................2,30% 2011..................8,65% ANFAVEA Licenciamento de veículos
Abr 11................289,2 mil Mar11................306,1mil Abr 10................277,8 mil
ARTIGOS Antônio Carlos Bento Francisco De La Torre Vânia Lúcia de Oliveira
ENCARTES Novo Balconista Novo Varejo Importados Negócios & Oportunidades
PARA LÚCIA, GUERRA DE PREÇOS É COISA DE CRIANÇA
Caminhos do crescimento Otimizar mão de obra e aumentar o rendimento das equipes são ações urgentes para que as empresas da reposição independente mantenham o crescimento registrado de 2010 para cá. 14
Qualidade atestada
A 10ª Automec levou mais de 66 mil visitantes ao Anhembi. A grandiosidade do evento acompanhou o momento favorável da reposição independente. Em 2010, o movimento financeiro do aftermarket automotivo brasileiro alcançou R$ 69 bilhões. A reparação, que representa a ponta da cadeia, expandiu seus negócios em 24% no ano passado. Na feira, esses números foram comemorados. E os varejistas que lá estiveram também
saíram satisfeitos. “A Automec vem se transformando em feira de negócios e informações. Pela velocidade das mudanças da frota, o evento é uma ótima oportunidade para os varejistas buscarem fornecedores mais adequados às suas necessidades e atualizarem seu mix de produtos”, analisa Francisco De La Torre, presidente do Sincopeças de São Paulo. Acompanhe nesta edição a cobertura com22 pleta da Automec 2011.
Começou a vigorar em abril a obrigatoriedade da certificação Inmetro para os catalisadores. Rodas automotivas e fluidos para freios também já estão regulamentados e são os próximos a receber a mar30 ca da qualidade.
NEGÓCIOS E OPORTUNIDADES Taxa de empreendedorismo cresce com a estabilidade
Festa oficial da reposição
NOVO VAREJO IMPORTADOS
A Festa Mais foi o evento oficial de confraternização da Automec 2011. O Palácio das Convenções do Anhembi recebeu mais de dois mil convidados que se divertiram ao som da banda Katinguelê e da Escola de Samba Aca52 dêmicos do Tucuruvi.
Expositores estrangeiros fazem sucesso na Automec
FESTA MAIS RECEBEU DOIS MIL CONVIDADOS NO PALÁCIO DAS CONVENÇÕES DO ANHEMBI
NOVO VAREJO BALCONISTA Balconistas são decisivos na escolha da marca vendida
200 Faltam 2 edições para o Novo Varejo
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NOVO VAREJO_MAIO DE 2011
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editorial
por Claudio Milan _ claudio@novomeio.com.br FALE COM A GENTE
Crescimento sustentável é o que vale
O
são da Inspeção Ambiental Veicular para toda a frota da capital paulista, programa que a partir de 2012 deve chegar a diferentes cidades de todos os estados brasileiros. Para nós, do Novo Varejo, a Automec também trouxe grandes momentos. Com o apoio oficial da organizadora da feira, Reed Exhibitions Alcantara Machado, a Novo Meio editou o Diário da Automec, publicação que estabeleceu um novo patamar para a cobertura do evento. Pela primeira vez, os visitantes receberam um jornal impresso com conteúdo atualizado diariamente, trazendo os lançamentos, bastidores e fatos que se desenrolaram na Automec. Um serviço antes visto apenas em algumas feiras internacionais e que a partir de agora está à disposição do público brasileiro. A cobertura da Automec que trazemos neste Novo Varejo recebeu o valioso aporte de parte do conteúdo publicado no Diário da Automec. É fundamental trabalhar para Também com o superar os desafios que se apoio da Reed Alcantara e em parapresentam à nossa frente e ceria com o Sindilutar com todas as forças pelo repa de São Paulo, crescimento sustentável a Novo Meio realizou a festa oficial da Automec 2011. A conhecida Festa Mais – uma tradição que vem desnão puderam estar presentes num de 1998 – este ano foi o evento de momento em que suas matrizes eram confraternização e encerramento fortemente afetadas pela maior crise da feira e levou mais de dois mil financeira dos últimos tempos. convidados ao Palácio das ConDesta vez, o que vimos foi um cenávenções do Anhembi. A coroação rio totalmente oposto. O mercado que a Automec sempre mereceu. independente vive um momento Passado este grande momento proextremamente favorável. Os difeporcionado pela Automec, é hora rentes números divulgados ao londe voltar atenções para a rotina de go da feira comprovam a expansão nosso mercado. E agora, para onde do nosso setor e interpretam suas vamos? O objetivo de todos os parmotivações. Entre elas, a crescenticipantes da reposição indepente comercialização de automóveis dente é prolongar o cenário positi0 km, que, por sua vez, impulsiovo que estamos vivenciando desde na também a venda de usados; a o ano passado. Para isso, é preciso cada vez maior conscientização promover o crescimento sustendos motoristas sobre os benefícios tável não apenas do setor, mas do da manutenção preventiva, foco da país. E há desafios a vencer. campanha Carro 100% / Caminhão O mundo civilizado atravessa um 100% desde seu início; e a expanmercado brasileiro de manutenção de veículos viveu um grande momento entre os dias 12 e 16 de abril, período em que foi realizada a 10ª edição da Automec. Já sabemos, não é de hoje, que a feira é a maior do gênero na América Latina. Mas o evento está se consolidando como gigante também no cenário mundial. E esta afirmação é avalizada por quem tem longa experiência internacional no mercado de reposição. Segundo nossa entrevistada deste mês, a executiva responsável por nada menos que o aftermarket da Delphi em todo o planeta, Lúcia Moretti, a Automec só perde hoje para a Automechanika de Frankfurt. Nada mal para um evento que superou a ausência de grandes sistemistas e indústrias de autopeças em 2009 para, em 2011, quebrar recordes no número de expositores, visitantes e trazer de volta todas as marcas que
período de preocupante alta da inflação, com inevitáveis reflexos no Brasil. Para evitar o despertar do dragão que tantas vítimas fez especialmente na década de 80 do século passado, o governo tem usado os instrumentos de sempre, que dividem opiniões entre os economistas: elevação da taxa de juros e tentativas de desestimular o consumo. Até o momento, as medidas não trouxeram os resultados esperados – ou necessários. A primeira prévia de maio do IGP-M, o Índice Geral de Preços - Mercado da Fundação Getúlio Vargas, registrou o exorbitante crescimento de 0,70%, maior índice desde dezembro de 2010. Outro indicativo, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o parâmetro oficial do governo federal, mostrou inflação acumulada de 6,51% nos últimos 12 meses, bem acima da meta de 4,52% estabelecida pelo Banco Central. Trazendo o debate para nosso dia a dia corporativo, encontramos a Inflação do Carro em forte alta. O indicador medido pela Agência AutoInforme já acumula elevação de 8,65% nos quatro primeiros meses deste ano. Gostemos ou não, há um sinal de alerta aceso. A taxa de financiamento em nossa economia cresce e é preciso que os responsáveis por manter a estabilidade fiquem atentos aos riscos de uma bolha artificial de crescimento, cujas consequências já assistimos no final de 2008 e não queremos ver repetidas. E, do lado da indústria, prossegue a desnacionalização do parque brasileiro, promovida pelas facilidades com que se importam produtos de todos os tipos e qualidades. Por enquanto, esta grave distorção continua sem reação concreta por parte do governo. Portanto, é fundamental trabalhar para superar os desafios que se apresentam à nossa frente e lutar com todas as forças pelo crescimento sustentável. Bons momentos devem ser vividos, aproveitados e, acima de tudo, sempre que possível, perpetuados.
NOSSO ENDEREÇO Rua São Tomé, 119 11º e 12º andares Vila Olímpia 04551-080 - São Paulo Ligue grátis 0800 55 6247 FONE/FAX (11) 3089-0155 REDAÇÃO Dúvidas, críticas e sugestões a respeito das informações editoriais publicadas no jornal. Envie releases com os lançamentos de sua empresa e notícias que merecem ser divulgadas ao mercado. jornalismo@novomeio.com.br
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Ano 17 - nº 198 - maio de 2011 Distribuição nacional Tiragem de 25.000 exemplares Novo Varejo é uma publicação mensal da Editora Novo Meio Ltda, de circulação dirigida aos varejistas de autopeças. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e informações que contribuam para o desenvolvimento do setor. diretor responsável Ricardo Carvalho Cruz redação (jornalismo@novomeio.com.br) editor: Claudio Milan repórteres: Larissa Andrade e Patrícia Malta de Alencar editoração (artes@novomeio.com.br) projeto gráfico e direção de arte: Sérgio Parise Jr. designer gráfico: Ivan Ordonha assistentes de arte: Fernando Mekitarian e Priscila Wu colaborador editorial: Eduardo Portella Amorim (fotos) e Perla Rossetti (textos) comercial (comercial@novomeio.com.br) diretor: Paulo Roberto de Oliveira representação comercial: Rafael Cury Bergamini marketing (marketing@novomeio.com.br) gerente: Kelly Gomes assistente: Claudia Paulino estagiária: Alessandra Siqueira
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jornalista responsável Claudio Milan (MTb 22.834) Auditado pelo INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO
editorial
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Crescimento sustentável é o que vale
O
mercado brasileiro de manutenção de veículos viveu um grande momento entre os dias 12 e 16 de abril, período em que foi realizada a 10ª edição da Automec. Já sabemos, não é de hoje, que a feira é a maior do gênero na América Latina. Mas o evento está se consolidando como gigante também no cenário mundial. E esta afirmação é avalizada por quem tem longa experiência internacional no mercado de reposição. Segundo nossa entrevistada deste mês, a executiva responsável por nada menos que o aftermarket da Delphi em todo o planeta, Lúcia Moretti, a Automec só perde hoje para a Automechanika de Frankfurt. Nada mal para um evento que superou a ausência de grandes sistemistas e indústrias de autopeças em 2009 para, em 2011, quebrar recordes no número de expositores, visitantes e trazer de volta todas as marcas que não puderam estar presentes num momento em que suas matrizes eram fortemente afetadas pela maior crise financeira dos últimos tempos. Desta vez, o que vimos foi um cenário totalmente oposto. O mercado independente vive um momento extremamente favorável. Os diferentes números divulgados ao longo da feira comprovam a expansão do nosso setor e interpretam suas motivações. Entre elas, a crescente comercialização de automóveis 0 km, que, por sua vez, impulsiona também a venda de usados; a cada vez maior conscientização dos motoristas sobre os benefícios da manutenção preventiva, foco da campanha Carro 100% / Caminhão 100% desde seu início; e a expansão da Inspeção Ambiental Veicular para toda a frota da capital paulista, programa que a partir de 2012 deve chegar a diferentes cidades de todos os estados brasileiros. Para nós, do Novo Varejo, a Automec também trouxe grandes momentos. Com o apoio oficial da organizadora da feira, Reed Exhibitions Alcantara Machado, a Novo Meio editou o Diário da Automec, publicação que estabeleceu um novo patamar para a cobertura do evento. Pela primeira vez, os visitantes receberam
Preços - Mercado da Fundação Geum jornal impresso com conteúdo túlio Vargas, registrou o exorbitante atualizado diariamente, trazendo crescimento de 0,70%, maior índice os lançamentos, bastidores e fatos desde dezembro de 2010. Outro inque se desenrolaram na Automec. dicativo, o IPCA – Índice de Preços Um serviço antes visto apenas em ao Consumidor Amplo, o parâmetro algumas feiras internacionais e que oficial do governo federal, mostrou a partir de agora está à disposição inflação acumulada de 6,51% nos do público brasileiro. A cobertura da últimos 12 meses, bem acima da Automec que trazemos neste Novo meta de 4,52% estabelecida pelo Varejo recebeu o valioso aporte de Banco Central. Trazendo o debate parte do conteúdo publicado no Dipara nosso dia a dia corporativo, ário da Automec. encontramos a Inflação do Carro em Também com o apoio da Reed Alforte alta. O indicador medido pela cantara e em parceria com o SinAgência AutoInforme já acumula direpa de São Paulo, a Novo Meio elevação de 8,65% nos quatro prirealizou a festa oficial da Automec meiros meses deste ano. 2011. A conhecida Festa Mais – Gostemos ou não, há um sinal uma tradição que vem desde 1998 de alerta aceso. A taxa de finan– este ano foi o evento de confraciamento em nossa economia ternização e encerramento da feira cresce e é preciso que os respone levou mais de dois mil convidasáveis por manter a estabilidade dos ao Palácio das Convenções do fiquem atentos aos riscos de uma Anhembi. A coroação que a Autobolha artificial de crescimento, mec sempre mereceu. Passado este grande momento proporcionado pela Automec, é hora de É fundamental trabalhar para voltar atenções para a rotina de nosso superar os desafios que se mercado. E agora, apresentam à nossa frente e para onde vamos? lutar com todas as forças pelo O objetivo de todos crescimento sustentável os participantes da reposição independente é prolongar o cenário positivo que estamos vivenciando desde o ano cujas consequências já assistimos passado. Para isso, é preciso promono final de 2008 e não queremos ver o crescimento sustentável não ver repetidas. E, do lado da inapenas do setor, mas do país. E há dústria, prossegue a desnaciodesafios a vencer. nalização do parque brasileiro, O mundo civilizado atravessa um promovida pelas facilidades com período de preocupante alta da inque se importam produtos de flação, com inevitáveis reflexos no todos os tipos e qualidades. Por Brasil. Para evitar o despertar do enquanto, esta grave distorção dragão que tantas vítimas fez especontinua sem reação concreta cialmente na década de 80 do sépor parte do governo. culo passado, o governo tem usado Portanto, é fundamental trabalhar os instrumentos de sempre, que dipara superar os desafios que se videm opiniões entre os economisapresentam à nossa frente e lutar tas: elevação da taxa de juros e tencom todas as forças pelo crescitativas de desestimular o consumo. mento sustentável. Bons momenAté o momento, as medidas não tos devem ser vividos, aproveitatrouxeram os resultados esperados – dos e, acima de tudo, sempre que ou necessários. A primeira prévia de possível, perpetuados. maio do IGP-M, o Índice Geral de
5 NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
por Ricardo Carvalho Cruz e Claudio Milan _ jornalismo@novomeio.com.br FALE COM A GENTE
sumário
NOVO VAREJO_MAIO DE 2011
6
10
ENTREVISTA
Agora no comando do aftermarket mundial da Delphi, Lúcia Moretti fala sobre a reposição no exterior e o que o Brasil pode aprender com mercados mais experientes
14
CAPA
AUTHOMIX
33
CENTERPARTS
37
COBRA
11
COFAP
23 46 19
COMDIP
ESTRATÉGIA
É hora de o mercado de reparação traçar os caminhos que o levarão à manutenção do atual cenário de crescimento.
30
22 Maior Automec de todos os tempos, a edição 2011 atraiu um público qualificado de mais de 66,5 mil pessoas e quebrou recorde de expositores.
ANUNCIANTES
PIRATARIA
Grupo de Manutenção Automotiva realiza ações para conscientizar o mercado sobre os riscos da utilização de autopeças piratas.
DAYCO DIBIANCHI
07 54 55
DISAPE
17
2MC
56
ECOPADS
47
FANIA
39
FIAT
41
ISAPA
31
MOBENSANI
45
PELLEGRINO
15 01 05
RODONAVES
29
SACHS
02
SAMPEL
51
SCHAEFFLER
64
SKF
35
SYL
06 08 09 61 62 63
TSA
59
NAKATA
VISCONDE VTO
13 25 27 43
WEGA
52
34
ARTIGOS
QUALIDADE
Depois de chegar aos catalisadores automotivos, certificação Inmetro já está pronta para vigorar em novos componentes.
FESTA
Evento oficial de confraternização e encerramento da Automec, Festa Mais 2011 leva duas mil pessoas ao Palácio das Convenções do Anhembi.
13
Antônio Carlos Bento
19
Vânia Lúcia de Oliveira
21
Francisco De La Torre
entrevista
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
10
por Claudio Milan_claudio@novomeio.com.br
fotos Eduardo Portella Amorim
Visão exterior Responsável pelos negócios mundiais de aftermarket da Delphi, Lúcia Moretti fala sobre a evolução do Brasil e os ensinamentos que o país pode buscar em mercados mais maduros
A
trajetória de Lúcia Moretti é um case para qualquer executivo da indústria brasileira de sistemas e autopeças. Tendo iniciado sua carreira no setor em 1989, na DHB Componentes Automotivos, em 1998 já era gerente de Vendas, Marketing e Planejamento para a América do Sul da Delphi Energy & Chassis. Dois anos depois, assumiu a direção da Delphi Soluções em Produtos e Serviços para o continente, onde ficou até 2003, ano em que foi para os Estados Unidos para responder pela direção de Marketing de Aftermarket da companhia. “Depois de dois anos e meio, fui tocar a Divisão de Aftermarket da Delphi na Europa, Oriente Médio e África. Fiquei lá cinco anos e meio. Gostei tanto que estou virando francesa, essa semana vou receber a nacionalidade daquele país”, contou a executiva em entrevista exclusiva ao Novo Varejo durante a Automec 2011. Em rápida passagem pela feira, que Lúcia não visitava havia oito anos, ela agora está de volta aos Estados Unidos para assumir o comando de todo o negócio mundial de aftermarket da Delphi. Conversamos com Lúcia Moretti sobre sua contribuição para o desenvolvimento da área de reposição numa empresa global, o momento do mercado brasileiro e as evoluções que podem ser implementadas no aftermarket nacional a partir de experiências consolidadas em outros países. Novo Varejo – Que mercado brasileiro de manutenção
automotiva você encontrou neste seu retorno ao país em 2011? Lúcia Moretti – Eu estou sempre acompanhando à distância o mercado da América do Sul e vejo que a evolução foi enorme. Quando eu saí daqui, tínhamos algo em torno de 25 milhões de carros. Hoje, são 33 milhões. E a diversidade que isso gera no mercado de autopeças é impressionante. Passou aquela época em que as indústrias vendiam tudo o que tinham das poucas montadoras aqui instaladas, como GM, Ford, Volkswagen e Fiat. Na minha época de mercado brasileiro, a Renault estava apenas começando a ter uma participação no aftermarket. Atualmente, temos no país equipes da Delphi buscando peças na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia para completar um portfólio capaz de atender a uma frota totalmente diversificada. Afinal, tínhamos quatro ou cinco montadoras e hoje são 45 marcas vendendo carros aqui, é uma coisa de louco. E para atender a esse mercado de reposição com eficiência você precisa estar nos diversos países em que esses carros são fabricados e produzir componentes para todos eles. Eu acho isso fantástico. Empresas como a Delphi e outras tantas que são globais têm a função muito importante de trazer essa tecnologia e colocar à disposição do mercado de reposição. NV – Qual foi a experiência que você levou do Brasil para contribuir com o desenvolvimento do aftermarket da Delphi nos grandes mercados em que atuou desde sua saída, em 2003?
LM – Quando a Delphi saiu da General Motors, em 1999, foi criada a Divisão de Aftermarket. Isso exigiu um aprendizado porque todo o negócio de reposição era realizado através da GM. Mas, de repente, foi preciso criar uma divisão que exigia uma cultura totalmente diferente dentro de um time que tinha a filosofia de trabalho de uma grande corporação e o foco na venda para a montadora. Nesse contexto nasceu uma divisão especializada no mercado de reposição. Não se faz isso do
do o aftermarket responsável por 10% dessa cifra, imagina o tamanho do mercado de reposição que buscamos mundialmente. E, nesse contexto, o que eu trouxe para a Delphi? Acho que trouxe um espírito de aftermarket, a responsabilidade que a gente tem com os clientes de reposição e conceitos sobre o que é importante para esse
Talvez a minha maior contribuição tenha sido montar um time que faz a diferença e faz as coisas acontecerem na reposição dia para a noite. Você começa com muitos questionamentos e leva tempo até formar esse time e atingir os resultados que vão fazer com que a corporação te enxergue como um negócio estratégico. Hoje, sem dúvida, a reposição é estratégica na corporação, temos a visão de representar 10% dos negócios da Delphi como um todo. No ano passado, a empresa faturou cerca de 13 bilhões de dólares, a gente vem crescendo também com o mercado original – nosso objetivo é continuar conquistando novos negócios para, daqui a três, quatro ou cinco anos, voltarmos a ser uma empresa de 20 bilhões de dólares. E sen-
mercado. Mas, acima de tudo, talvez a minha maior contribuição tenha sido montar um time que faz a diferença e faz as coisas acontecerem na reposição para que a empresa entenda que é importante não apenas colocar os produtos que a Delphi vende no mercado original à disposição do aftermarket independente, mas também desenvolver itens específicos dentro das fábricas da Delphi para expandir o portfólio para atender a reposição. E isso nós estamos fazendo. NV – O crescimento da complexidade tecnológica da frota favorece a atuação, no merca-
do de reposição, de indústrias que se caracterizam pelo desenvolvimento de sistemas e componentes inovadores? LM – Sem dúvida. Esse sempre foi um foco da Delphi desde o início. Até na própria Automec, quando apresentávamos vídeos que mostravam a revolução dos veículos eletrônicos que estava a caminho. Hoje essa revolução está aí. Quando dizíamos que a eletrônica responderia por 30% ou 40% do carro, hoje isso é uma realidade. As peças só mecânicas vão continuar, mas as oficinas que ainda hoje estão acostumadas apenas a trocar componentes mecânicos vão ter que assumir uma postura
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
12
entrevista
de fazer diagnósticos de tecnologia. E aí surge a importância do treinamento, que deve ser regra em uma indústria que se preocupa com o mercado de reposição. Não adianta só vender, é preciso ajudar o profissional lá na ponta a diagnosticar. E esse é um compromisso que temos, proporcionar conhecimento e ajudar a oficina a fazer um trabalho de qualidade. NV – Como o grupo vê hoje o mercado brasileiro e a operação local? LM – No que diz respeito ao aftermarket, eu, particularmente, vejo com muito orgulho. Voltar oito anos depois e encontrar esse time todo montado e os resultados que estamos obtendo é uma satisfação muito grande. Nós passamos por momentos de altos e baixos nesse tempo todo e hoje a empresa está muito bem financeiramente, com resultados favoráveis e um portfólio correto. Nós enfrentamos um processo de reestruturação enorme, tivemos que acertar o passo em uma série de coisas, mas hoje a empresa está focada, tem sua visão estratégica bem definida e o aftermarket é uma operação que, sem dúvida, dá o resultado que a empresa quer. Claro que nunca é suficiente, sempre queremos mais. Por isso, temos uma estratégia de expansão geográfica: por muito tempo, exportamos de mercados-chave para alguns outros países. Agora, ao identificar uma possibilidade de crescimento, vamos para aquele mercado. Vou dar um exemplo: nós vendíamos para o leste europeu a partir da Inglaterra ou da França. Hoje, temos uma atividade no leste europeu que é tão significativa quanto a operação da Europa ocidental. E aí inserimos também o time de aftermarket, estamos agora trabalhando a Rússia, o Oriente Médio. Portanto, a Delphi está num momento de expansão de negócios e, na América do Sul, vamos incrementar na Argentina e vamos para o Chile.
NV – Que características marcantes dos mercados internacionais que você conheceu nestes oito anos podem ser entendidas como diferenciais em relação ao Brasil e que, eventualmente, possam servir como referência para nosso aftermarket? LM – Para mim, o que é mais nítido é a maturidade do mercado, tanto o europeu quanto o norte-americano. Há vários fatores para caracterizar essa diferença. Um deles é o alto índice de fidelidade do cliente, não tem esse negócio da oficina comprar hoje de uma loja e amanhã de outra porque é um real mais barato. Não existe isso. Há um trabalho feito pelo distribuidor com a loja de autopeças e a oficina para que aquele cliente busque sempre o mesmo fornecedor. Isso me chamou a atenção porque aqui era uma guerra entre os varejos e entre os próprios distribuidores para ver quem vendia mais barato. Uma coisa quase infantil. A Delphi vende no mercado europeu para os trading groups, que são grupos de marketing que existem lá, com presença em países como Alemanha, França, Hungria, Rússia, entre outros. E o mais interessante é que, apesar de serem grupos envolvidos com a distribuição em, quem sabe, 20 países, para cada país do grupo há um preço diferente para o mesmo produto. Por-
Lá fora não existe aquela história que eu me lembro de ver aqui do distribuidor poder vender para o centro automotivo, mas não poder vender para a oficina. O que é isso? que a condição daquele país é diferente dos outros. Para um mesmo cliente, o preço que você vende na Espanha é diferente do preço que você vende na Rússia. E ninguém vem até nós, fornecedores, para questionar essa variação. Todo mundo entende que existe uma realidade naquele mercado que é diferente da realidade do outro. Essa é uma maturidade que eu gostaria de encontrar no Brasil. NV – E a cadeia de comercialização de autopeças, é flexível? LM – Essa é outra questão muito interessante, especialmente nos Estados Unidos. Ninguém está preocupado se você tem dois ou três elos na distribuição. Há distribuidores que vendem direto para oficinas, outros vendem para a loja e para a oficina, tem distribuidor que vende para a internet. E não é porque você está tirando um elo da
cadeia que você vai competir com outro que tem os três elos. Cada um se posiciona como deve e respeita o preço de venda da peça para o consumidor final. Então, não existe aquela história que eu me lembro de ver aqui do distribuidor poder vender para o centro automotivo, mas não poder vender para a oficina. O que é isso? Lá, nossos próprios clientes já se apresentam como distribuidores ‘two steps’, ‘three steps’, e todos sabem respeitar o preço. Essa também é uma maturidade que eu gostaria de ver no Brasil. NV – Outro tema de discussões no Brasil que não sai de moda é o acesso à informação técnica para a manutenção dos veículos. Como essa dificuldade se resolveu no exterior? LM – O relacionamento entre a montadora e o mercado de reposição no que diz respeito
Aqui era uma guerra entre os varejos e entre os próprios distribuidores para ver quem vendia mais barato. Uma coisa quase infantil
ao acesso às informações foi legalizado. Há uma legislação que regula a disponibilidade da informação por parte da montadora para qualquer oficina, varejo ou distribuidor do aftermarket independente. E o conceito lá não foi autoritário, foi estabelecido com foco no consumidor final. A Comunidade Europeia entendeu que é preciso dar ao dono do carro a possibilidade de escolher onde ele vai comprar a peça. Através da legislação se regulou que o acesso à assistência técnica ou informações técnicas de produto é fundamental e primordial e não adianta a montadora dizer que a informação está no site, o conteúdo tem que estar claro e estruturado, de forma que a oficina independente tenha acesso e possa fazer o serviço. Isso facilitou a vida do mercado de reposição independente e de alguma forma protegeu a liberdade de escolha do consumidor que é, no final das contas, o que deve acontecer. Não dá para limitar a opção do cliente. Em determinadas oficinas, o cliente pode realizar serviços em garantia da montadora, desde que o trabalho seja feito conforme os padrões daquela marca. E os fabricantes de autopeças têm o direito de colocar sua marca no produto fornecido às montadoras, até para que, depois, o mecânico olhe e veja que a peça é Delphi e saiba qual é o componente original a ser aplicado na reposição.
gma
Motorista se preocupa mais com a manutenção do veículo ANTÔNIO CARLOS BENTO É COORDENADOR DO GMA – GRUPO DE MANUTENÇÃO AUTOMOTIVA, RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA CARRO 100% – WWW.CARRO100.COM.BR
O
índice de manutenção preventiva vem aumentando gradativamente nos últimos anos. Dados da Gipa, órgão internacional de pesquisa de pós-venda que avaliou o comportamento de quatro mil motoristas, revelam que 49,2% dos entrevistados levam o veículo para fazer manutenção preventiva. Esse percentual subiu 10 pontos desde 2001. À medida que o motorista entende que a manutenção preventiva custa, em média, 30% a menos do que a corretiva, além de garantir a segurança do veículo e reduzir a emissão de poluentes, ele passa a cuidar melhor do automóvel, fazendo revisões periódi-
cas em uma oficina de confiança. O programa Carro 100% / Caminhão 100% tem realizado um amplo trabalho de disseminação de informações e dicas sobre a importância da manutenção preventiva para melhorar a segurança no trânsito e reduzir poluentes, uma iniciativa do setor da reposição automotiva que segue os exemplos de outros países, como Estados Unidos e Canadá, na busca do uso responsável do veículo. A pesquisa da Gipa comprova que houve evolução no índice de manutenção preventiva nos últimos anos. Por exemplo, em 2010, 54% dos veículos com cinco anos de uso foram à oficina fazer revisão
preventiva, enquanto em 2005 esse índice era de 44%. As oficinas de confiança são as preferidas pelos motoristas. A migração da concessionária para o canal da reposição começa a partir de um ano e meio de uso do veículo. Cerca de 49% dos carros de dois a cinco anos que possuem garantia frequentam as oficinas de confiança e os principais motivos, por ordem de importância, que levam o motorista a escolher o local para fazer a revisão do veículo são: confiança e segurança no reparo, preço e bom atendimento. É interessante que o primeiro fator apontado na pesquisa é confiança, o que mostra a
preocupação do consumidor com a qualidade do serviço prestado. O motorista também está mais fiel ao estabelecimento onde leva o seu carro para a revisão. O percentual da taxa de abandono caiu 9,4 pontos na última década, chegando em 2010 ao melhor índice: 6,1%, contra 15,6% em 2000. Avaliando essas informações, percebemos que o setor de reparação de veículos vive um momento favorável e que deve ser aproveitado da melhor forma pelos reparadores. Mas é importante ter em mente que atendimento e serviços de qualidade são fatores decisivos na escolha da oficina.
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por Antônio Carlos Bento
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estratégia
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
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por Larissa Andrade_larissa@novomeio.com.br
A caminho da produtividade A partir de um olhar estratégico sobre a reposição automotiva, lideranças do setor avaliam que varejos e oficinas precisam otimizar mão de obra e aumentar o rendimento das equipes para garantir crescimento à empresa
N
ONDE INVESTIR PARA GARANTIR O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL
ca e sa s
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• Tecnologia • Equipamento • Treinamento • Mão de obra
18 20 ?
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investimento avance cinco casas
pendentes. Conforme apurado por estudo da GIPA – empresa especializada em pesquisas no mercado automotivo – 77% dos proprietários de veículos com até um ano de fabricação utilizam os serviços da concessionária, número que cai para 41% quando o carro tem entre um e dois anos e chega a 17% dos dois aos quatro anos.
2 ?
Esse é um dos motivos que tem impulsionado a reparação independente, na visão do presidente do SindirepaSP (Sindicato da Indústria de Reparação
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otimização avance três casas
de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), Antônio Fiola. “Minha expectativa para esse ano é de crescimento. O fator preponderante é a chegada às oficinas independentes dos veículos produzidos entre 2007 e 2008. Além disso, temos a campanha Carro 100%, que vem conscientizando o consumidor final sobre a importância da manutenção preventiva, o que acaba resultando em maior gama de serviços. E, no município de São Paulo, existe a Inspeção Ambiental Veicular, que vem incrementando os negócios”. Hoje,
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jogue novamente
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a frota da capital paulista é estimada em sete milhões de veículos, 21,5% do total nacional. Com todos os fatores apontados por Fiola, o setor de reparação registrou alta de 24,7% no faturamento ano passado e chegou a R$ 17,2 bilhões. Com todo esse volume de veículos indo às oficinas, o varejo independente é diretamente beneficiado, já que os reparadores são seus principais clientes. “Este ano, tal como no ano passado, teremos crescimento acima da média setorial nacional. Havia
um temor, em meados de 2005/2006, de que as montadoras avançariam de forma significativa sobre os independentes, mas o índice de confiança do consumidor em seu mecânico tem se mantido. Essa é uma situação muito positiva, além de outras vantagens comparativas, como a capilaridade de nosso setor, a estreita relação do mecânico e balconista com o consumidor final”, enumera Francisco De La Torre, presidente do
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jogue novamente
8
Sincopeças-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos). TRANSFORMAÇÃO O mercado não vem apenas crescendo, mas, principalmente, se modernizando, desde a tecnologia presente nos veículos até a gestão das empresas, passando pelo consumidor final, cada vez mais informado e exigente quanto à qualidade do serviço e seus direitos. O coordenador do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva) – res-
treinamento avance duas casas
14
ponsável pelo Programa Carro 100% –, Antônio Carlos Bento, diz que o primeiro passo para o profissional do aftermarket é entender o que está mudando do ponto de vista do consumidor. “O que ele espera? Ele está mais exigente e os veículos que circulam são mais sofisticados, mesmo que sejam compactos. Olhar para esse mercado estrategicamente é entender que há um nível de exigência maior em termos de qua-
prejuízo volte três casas
10
lidade de reparação e prazo de entrega do veículo pois o cliente não pode esperar. São itens que interferem na escolha de seu supridor”. De acordo com Bento, é analisando o cliente e suas necessidades que o reparador e o varejista poderão decidir com mais clareza onde investir, já que os equipamentos são caros e sua viabilidade comercial deve ser estu-
? 13
gastos
volte três casas
MANUTENÇÃO NAS CONCESSIONÁRIAS Veículos com até 1 ano de fabricação
77%
Veículos com mais de 1 e até 2 anos de fabricação
41%
Veículos com mais de 2 e até 4 anos de fabricação
17%
Fonte: Gipa
ue te jog en m va no
a mesma proporção em que se expande a frota nacional, crescem também os desafios para os empresários do mercado de manutenção veicular. Por conta da evolução tecnológica dos produtos e da diversificação da frota, os negócios da ponta da cadeia – varejistas e reparadores – estão passando por mudanças na estratégia de gerenciamento para acompanhar todas as transformações. Ano passado, o país registrou recorde na produção e venda de veículos (3,64 milhões e 3,52 milhões respectivamente, de acordo com a Anfavea) e, com isso, a frota brasileira chegou a estimadas 32,492 milhões de unidade, segundo dados do Sindipeças. Passado o período da garantia, a maioria dos veículos migra para as oficinas inde-
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volte três casas
estratégia
prejuízo
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
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dada previamente. Para De La Torre, o empresário da reparação está atento a essas mudanças. “Até pouco tempo atrás, ele tinha um perfil mais técnico, era um ex-mecânico ou ex-funcionário de concessionária. Hoje ele está muito mais presente na gestão e vê a oficina muito mais como negócio do que como meio de sobrevivência”.
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otimização avance três casas
crescimento sustentável dos negócios. Ao mesmo tempo em que representa um imenso potencial de receita para a reposição, o crescimento de uma frota cada vez mais diversificada exige do varejo uma enorme variedade de peças para oferecer, com alta complexidade também para os reparadores. “Um dos grandes desafios é continuar aumentando a produtividade e o faturamento por trabalhador empregado. Isso é fundamental para que o varejo possa continuar investindo nas novas tecnologias. Neste novo século, perdemos muito em produtividade e é hora de recuperar”, diz De La Torre.
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investimento avance cinco casas
24
Um dos grandes desafios é continuar aumentando a produtividade e o faturamento por trabalhador empregado. Isso é fundamental para que o varejo possa investir nas novas tecnologias FRANCISCO DE LA TORRE, DO SINCOPEÇAS-SP
32
s to as
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?
CADA VEZ MAIS CARROS NAS RUAS
Jan a dez 2010
Jan a mar 2011
Produção
3,18 milhões
3,64 milhões
902,1 mil
Licenciamento
3,14 milhões
3,52 milhões
825,2 mil
33 jogue novamente
Jan a dez 2009
Fonte: Anfavea
Ainda que muitos avanços já possam ser notados, De La Torre ressalta que há caminhos importantes a percorrer. “Se analisarmos a partir da abertura dos portos ocorrida no governo Collor, há 20 anos, nosso segmento está atrasado em relação a outros de mercados de consumo, como eletrônicos ou celulares. Temos que construir um varejo tão eficiente quanto esses setores. Mas já estamos conseguindo implementar uma taxa de desenvolvimento significativa. Se compararmos processos e perfis de 1992 e de hoje, notaremos que muito já foi feito e muito precisa ser feito. Diminuímos o hiato tecnológico entre outros varejos”.
PRODUTIVIDADE
Nas oficinas, são dois os principais desafios a vencer, segundo analisa o presidente do Sindirepa-SP, Antônio Fiola. “Treinamento e disponibilidade de mão de obra, o que é muito difícil. Outra dificuldade é o investimento em tecnologia porque os equipamentos são caros”. Para vencer essas ad-
DESAFIOS E é exatamente olhando onde estão os pontos a serem aprimorados que os empresários do aftermarket podem encontrar soluções para seus negócios. Entre os entrevistados pela reportagem do Novo Varejo, uma atitude é unanimidade: investimento. O empresário deve investir em tecnologia, equipamento, treinamento e mão de obra. Só isso garantirá o
Parabéns!
34
avance uma casa
versidades, Fiola conta que o Sindirepa-SP atua na formação de mão de obra junto ao Senai, acompanhando a grade de cursos e tentando empregar os estudantes depois da formação para motivá-los. Fiola revela sua visão estratégica para a reparação automotiva nos próximos anos: produtividade. “Hoje, como há excesso de demanda, as empresas precisam ser produtivas, fazer mais com o que têm”.
No varejo, a maior produtividade pode ser conquistada com tecnologia. “Quando falo em aparelhamento do varejo, me refiro às tecnologias para implementação da Nota Fiscal Eletrônica, softwares mais atualizados para gestão de estoque, já que, em função da diversificação de automóveis, é preciso diversificar a oferta, sem aumentar muito a quantidade de peças por item. Isso demanda um gerenciamento forte do estoque, obtido apenas através de softwares”. De La Torre recomenda que o varejista invista em treinamento intenso junto aos colaboradores e trabalhe com oferta de crédito para os clientes. Antonio Carlos Bento, do GMA, acrescenta que não só a ponta da cadeia encontrará desafios pela frente, mas também os fornecedores. “Um deles é a certificação de produtos, que vai trazer uma mudança no mercado e a expectativa é de que isso iniba produtos de baixa qualidade. Outro desafio são as questões relacionadas à pirataria e falsificação”. Apesar do período favorável que vive o mercado, De La Torre é categórico. “Não podemos nos acomodar com o bom momento que vivemos, uma vez que existem demandas não só do mercado, mas de toda sociedade, como a implementação da Inspeção Técnica Veicular, ou seja, emissão e segurança. Todo o trade deve estar unido para a implementação desse projeto, porque isso trará não só benefícios para o nosso segmento, mas melhora para a sociedade como um todo”.
RESUMO S.Y.L
A frota brasileira de veículos está cada vez maior e mais moderna. Com esta expansão, crescem também os desafios impostos a todos os elos do mercado brasileiro de manutenção. A migração da maior parte destes automóveis para os estabelecimentos independentes exige que os
empresários de todos os elos da cadeia se preparem para extrair mais produtividade de suas equipes. E, para isso, é preciso investir em tecnologia, infraestrutura e – fundamental – qualificar a mão de obra, conforme analisam as principais lideranças do aftermarket automotivo nacional.
por Vânia Oliveira_vania.rh@ig.com.br
artigo
Avaliação de desempenho VÂNIA LÚCIA DE OLIVEIRA É CONSULTORA ORGANIZACIONAL, MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS E EXECUTIVE COACH PELA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COACHING.
P
rezados leitores, muitos empresários do setor automotivo vivem hoje a dificuldade de contratar profissionais que venham agregar valor ao seu negócio. Com um mercado aquecido pelo aumento do consumo e facilidade de crédito, profissionais das áreas operacionais e técnicas estão escassos para atender a uma demanda que exige preços competitivos e qualidade nos produtos e na prestação de serviço. Estamos próximos de viver um caos de recursos e talentos humanos? Como nos prepararmos para atu-
ar neste cenário, em que inúmeros profissionais constroem uma visão limitada de crescimento profissional e buscam resultados imediatos e não desenvolvem a cultura do planejamento e da visão em longo prazo? Um exemplo disto vemos no Brasil, que ainda calcula salários e ganhos mensais. O brasileiro ainda não tem o hábito de analisar seus ganhos anuais. Isto mostra claramente a dificuldade que temos para estabelecermos ganhos atrelados a projetos de vida que favoreçam um desenvolvimento pessoal e profis-
sional que exija tempo. Com a chegada de novas gerações nas empresas ainda com estruturas tradicionais, sofremos ainda mais para nos adequarmos às necessidades daqueles que têm pressa e nem sempre estão dispostos a suportar pressões e cobranças por resultados. Regras são vistas como bloqueadoras de criatividade e inovação, bem como regulamentos internos e normas de conduta que esbarram em comportamentos e atitudes que fogem das regras corporativas convencionais. Saber administrar estas realidades
tão diferentes das normalmente conhecidas, para as quais tínhamos respostas prontas, torna-se um desafio que requer equilíbrio emocional e foco. Para o empresário fica o desafio de se reinventar a cada nova onda econômica, política e social, mantendo o equilíbrio financeiro e produtivo. Saber fazer qualidade com custos reduzidos e capacidade produtiva com pouca expectativa de carreira em longo prazo produz nas empresas uma tendência de formar estruturas flexíveis que possam se readaptar com facilidade em novas regiões do país
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foto Divulgação
ou mesmo da cidade. A troca de pessoas ocorrerá com mais frequência a cada dia. Portanto, teremos que nos acostumar a trabalhar com profissionais que não querem mais se aposentar em seu primeiro emprego, nem possuem vínculo de fidelidade com a empresa que lhes proporcionou os primeiros aprendizados. Rever o quadro funcional, antes que o colaborador afirme que vai embora, requer que estejamos sempre atentos ao desempenho de todos, promovendo avaliações constantes alinhadas aos resultados da empresa hoje e no futuro.
por Francisco Wagner De La Torre_sincopecas@sincopecas.org.br
sincopeças
FRANCISCO WAGNER DE LA TORRE É PRESIDENTE DO SINCOPEÇAS-SP.
70 anos do Sincopeças-SP
C
omeço o artigo desta edição de maneira um pouco diferente do usual. O tema em questão possibilita esta pequena alteração na maneira como redigimos estas linhas. O motivo é a celebração de 70 anos do Sincopeças-SP. Antes de mais nada, gostaria de dizer que me sinto um privilegiado de
fazer parte de uma atividade econômica tão importante e gratificante como o varejo de autopeças, minha alegria é maior ainda por representar uma entidade tão sólida e representativa como a nossa. Poucas entidades conseguem tamanha longevidade com o vigor político e social que conquistamos. Os desafios assumidos são enormes, na
medida em que o país e a atividade sindical se transformam. A transformação também é constante no dia a dia de nossa diretoria e das empresas que representamos, entendemos que a única maneira de prestar um bom serviço aos nossos associados é estar alinhado às necessidades de nosso mercado e de nossos consumidores.
Este também é o momento de agradecer a todos aqueles que me precederam. Todos eles, de alguma maneira, deram sua contribuição e nos ajudaram a construir e consolidar nossa atual entidade. O meu grande desafio é honrar o nome e o legado de todos estes homens que dedicaram parte de suas vidas ao nosso sindicato. Meu grande objetivo é pre-
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parar o Sincopeças-SP para estes novos tempos. Não só para os varejistas de autopeças, mas, sobretudo, para todo o mercado da reposição automotiva independente. Reafirmo meu compromisso e minha alegria para continuar trilhando o caminho do desenvolvimento de nosso mercado e de nossos interesses. Vida longa ao Sincopecas-SP.
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
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capa
por Redação Novo Meio_jornalismo@novomeio.com.br
fotos Eduardo Portella Amorim
ESPECIAL AUTOMEC 2011
Casa cheia Com público qualificado, grandes expositores e corredores lotados, Automec 2011 acompanha força e crescimento da reposição independente
O
mercado brasileiro de manutenção de veículos vive um momento favorável e este cenário foi fielmente reproduzido nos corredores do Pavilhão de Exposições do Anhembi de 12 a 16 de abril, período em que se realizou a 10ª edição da Automec - Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços. A maior exposição de autopeças, sistemas e serviços automotivos da América Latina apresentou em 2011 evolução significativa na comparação com a edição anterior, de 2009. A área cresceu 18% e a feira reuniu nada menos que 1.142 marcas, 633 empresas nacionais e as demais de outros 31 países, como Alemanha, Argentina, Canadá, China, Coreia, Espanha, França, Hungria, Itália, México e Reino
FEIRA RECEBEU MAIS DE 66 MIL VISITANTES
Unido, entre outros. O resultado foi uma visitação de 66.491 empresários, executivos, profissionais e compradores de todas as regiões do país e também do exterior. “A Automec está novamente
de casa cheia”, comemorou já na cerimônia de abertura Juan Pablo de Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, empresa organizadora do evento. “Tivemos alguns anos difíceis, mas o crescimen-
to está de volta”, completou. A cerimônia de inauguração foi acompanhada por autoridades como José Aníbal, secretário de Energia do Estado de São Paulo, representando o governador Geraldo Alckmin; Fran-
cisco De La Torre, presidente do Sincopeças (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo); Antônio Fiola, presidente do SindirepaSP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo); Paulo Roberto Butori, presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) e da Abipeças (Associação Brasileira da Indústria de Autopeças); Renato Giannini, presidente da Andap/Sicap (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças/Sindicato do Comércio Atacadista de Peças e Acessórios para Veículos de São Paulo); Sérgio Reze, da Fenabrave; Luciano de Almeida, presidente da Invest-SP; Hércules Ricco, diretor do evento; Klaus Bräunig, diretor da German Associa-
CRESCENDO COM O MERCADO
A Automec nasceu dentro do Salão Internacional do Automóvel. Com o tempo, o setor de autopeças começou a crescer no mesmo ritmo da indústria automotiva e, com isso, a promotora do evento investiu em uma feira exclusiva para esse mercado. Realizada a cada dois anos, a Automec tem registrado recorde no volume de negócios gerados, consolidando-se como a principal vitrine do setor na América Latina. A primeira edição foi realizada de 9 a 13 de novembro de 1993, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Na ocasião, a feira reuniu 401 expositores, dos quais 120 eram estrangeiros, e atraiu 53 mil visitantes/compradores, de 48 países. Dezoito anos depois, os números são bem maiores: a 10ª edição teve a participação de 1.142
marcas expositoras, das quais 130 estiveram pela primeira vez no evento. A feira ocupou todo o Pavilhão de Exposições do Anhembi, uma área de 78 mil m. Os mais de 66 mil visitantes vieram das principais capitais do Brasil e de outros 31 países, como Alemanha, Argentina, Canadá, China, Coréia, Espanha, França, Hungria, Itália, México e Reino Unido, entre outros. De acordo com Hércules Ricco, diretor do evento, “o brasileiro apaixonado por carro, na verdade, é apaixonado por peças, por detalhes. E é isso que a Automec traz ao público. São lançamentos que movimentam a cadeia automobilística, com muitas novidades em autopeças, serviços e equipamentos”.
NÚMEROS DA AUTOMEC EDIÇÃO
EXPOSITORES
VISITANTES
1ª - 1993
401
53 mil
2ª - 1995
650
52,5 mil
9ª - 2009
968
62,3 mil
10ª - 2011
1.142
66,5 mil
Fonte: Reed Exhibitions Alcantara Machado
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
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capa ESPECIAL AUTOMEC 2011
tion of the Automotive Industry (VDA), a Associação Alemã da Indústria Automotiva; e Teresita Gonzalez Diaz, cônsul geral da Argentina. FORÇA Uma das boas notícias trazidas pela Automec 2011 foi o retorno de grandes indústrias de autopeças e sistemas automotivos que não haviam participado da edição anterior. Com força total, ao completar 18 anos de existência e 10 edições a feira mais um vez se constituiu numa representação física do espírito de superação do mercado brasileiro de manutenção de veículos. “Nossa indústria não se rende a nenhuma dificuldade. Foi assim que chegamos a 40 milhões de veículos e motocicletas na frota atual. Para acompanhar o segmento, o setor de reparação cresceu 24% em 2010”, disse Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP. Em sua visão, esse crescimento também é impulsionado por uma maior preocupação do consumidor final com a reparação do veículo, que surgiu por meio de campanhas como o Carro 100% / Caminhão 100% e a instituição da Inspeção Ambiental Veicular. “Nosso apelo agora aos poderes públicos é que, junto com o compromisso com o meio ambiente, venha a preocupação com a segurança a partir da exigência da Inspeção Técnica Veicular”. O presidente do Sindirepa paulista trouxe ainda à feira números que merecem reflexão: embora o setor de reparação empregue um milhão de brasileiros, e apesar do aumento do número de carros e de profissionais, o contingente de oficinas sofreu redução de 140 mil, há 15 anos, para cerca de 90 mil atualmente. “Isso mostra que o setor está se especializando. Então, é preciso uma linha de crédito para as empresas poderem investir mais em serviços e em capacitação profissional. O reparador tem que
CERIMÔNIA DE ABERTURA ANTECIPA SUCESSO DO EVENTO
BALANÇO DO SETOR DA REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA EM 2010 CANAL DA REPOSIÇÃO
INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS
DISTRIBUIÇÃO DE AUTOPEÇAS
VAREJO DE AUTOPEÇAS
REPARAÇÃO DE VEÍCULOS
TOTAL GERAL
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
faturamento (bilhões de reais)
7,3
7,6
7,5
9,3
9,9
10,8
12,6
número de empresas
304
286
280
294
294
294
359
empregos (mil)
25,1
24,2
23,9
29,3
28,1
27,6
30,5
faturamento (bilhões de reais)
8,2
9,0
9,2
10,5
10,8
10,8
11,7
número de empresas
198
217
240
264
265
265
268
empregos (mil)
33,1
33,3
37,0
38,9
39,8
39,8
40,2
faturamento (bilhões de reais)
14,8
12,9
12,9
10,8
12,0
13,4
15,5
número de empresas (mil)
40,0
38,0
35,0
33,2
32,9
33,2
38,5
empregos (mil)
210,0
187,0
175,0
179,4
117,6
179,4
184,1
faturamento (bilhões de reais)
17,2
17,9
19,7
21,0
22,4
23,5
29,3
número de empresas (mil)
119,6
102,0
92,4
94,7
85,6
87,8
92,1
empregos (mil)
777,0
625,0
653,0
666,0
671,0
687,7
711,1
faturamento (bilhões de reais)
47,5
47,4
49,3
51,6
55,1
58,5
69,1
número de empresas 160,1
140,5
127,9
128,5
119,2
121,6
131,2
empregos (mil)
869,5
888,9
913,6
856,5
934,5
965,9
Fonte: GMA – Sindipeças, Andap/Sicap, Sincopeças e Sindirepa
estar bem treinado e a par das novidades do mercado”. Quem também aproveitou a cerimônia de abertura da Automec para cobrar do governo melhores condições para o mercado foi Paulo Butori, presidente do Sindipeças e da Abipeças. “A Automec mostra a pujança do setor e nossa capacidade de reação frente às adversidades”, em clara alusão aos efeitos da crise econômica mundial que estourou no final de 2008, mas que ainda tem reflexos em diversos setores e países. “Estamos atravessando uma fase dentro do setor, que é a mais difícil que toda a indústria de manufatura já passou; temos um câmbio favorável à importação e desfavorável à exportação; dificuldades logísticas de toda ordem; e o já conhecido custo Brasil, que atrapalha sobremaneira, representando cerca de 15% do nosso custo. Hoje é um dia de festa, mas como temos aqui muitos formadores de opinião, eu não podia deixar de mencionar esses fatos”. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal – que representou na cerimônia o governador Geraldo Alckmin – ficou surpreso com os números apresentados pelos presidentes do Sindipeças/Abipeças e do Sindirepa e lembrou que um milhão de pessoas – o que significa um a cada 190 brasileiros – trabalha na aplicação de autopeças. “Os desequilíbrios econômicos apontados pelo colega Paulo Butori exigem de nós uma reflexão. Está claro que temos que ser mais competitivos, temos que inovar. Formamos 40 mil engenheiros por ano. Isso é pouquíssimo. Então, temos um desafio pela frente. As universidades precisam criar mais vagas e é preciso que o governo federal invista mais em pesquisa”. O secretário colocou-se, ainda, ao lado do setor automotivo para corrigir o gap entre o crescimento das montadoras e a oferta de autopeças.
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
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CENÁRIO O crescimento apresentado pela Automec é um reflexo da própria expansão do setor automotivo brasileiro. As montadoras de veículos vêm quebrando sucessivos recordes. Em 2010, foram produzidas 3,64 milhões de unidades no país, média de 303 mil por mês. Nos primeiros quatro meses de 2011, os números continuam favoráveis, com um total de 1,11 milhão de unidades fabricadas e média mensal de 277,5 mil. Embalado pelo avanço da frota circulante, o mercado de manutenção de veículos também comemora seus resultados. No setor de reparação, que caracteriza a ponta da cadeia, as 92.100 oficinas espalhadas pelo país registraram faturamento de R$ 29,3 bilhões em 2010, o que representa incremento de 24,7% na comparação com 2009 e o melhor desempenho do setor nos últimos seis anos. Somando o resultado de todos os elos da cadeia – que representam 131.200 empresas, entre fabricantes de autopeças, distribuidores, varejo e oficinas e, que juntos, geram mais de 965 mil empregos diretos –, o movimento financeiro alcançou R$ 69,2 bilhões no ano passado. Para os fabricantes de autopeças, o faturamento na reposição automotiva foi de R$ 12,6 bilhões e representa 14,6% do total do movimento da indústria. Os dados são do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, que reúne as entidades que representam o aftermarket no Brasil (Sindipeças, Sicap/Andap, Sincopeças e Sindirepa) e é responsável pelo Programa Carro 100%, que visa conscientizar o motorista sobre a importância da manutenção preventiva e contribuir para a melhoria da qualificação da mão de obra de profissionais da reparação de veículos.
PERFIL DO VISITANTE DA AUTOMEC
25%
GERENTE
25%
SÓCIO 17%
DIRETOR 15%
PRESIDENTE 10%
VICE-PRESIDENTE 5%
SÓCIO/PROPRIETÁRIO 2%
TÉCNICO OUTROS
1%
SATISFAÇÃO Este momento favorável ficou caracterizado pelo otimismo dos expositores e visitantes durante os cinco dias da Automec. A feira atingiu os objetivos, proporcionando um ambiente de negócios e relacionamento valioso para empresários, executivos e profissionais de todos os elos da cadeia independente de manutenção de veículos.
Entre os mais de 66 mil visitantes, muitos varejistas elogiaram a qualificação do público presente, a organização do evento e as novidades exibidas nos estandes. “Essa foi a melhor Automec, a mais organizada. Até a distribuição dos convites foi mais eficiente. Hoje, a cada cinco minutos surge uma novidade. Tenho 76 anos de idade e, para quem é do tempo do telefone a manivela, é tudo
surpresa. Os expositores apresentaram produtos, buscaram estreitar o relacionamento. Teve tudo isso, porque a concorrência é muito grande. O atendimento, relacionamento, novos catálogos tudo me surpreendeu positivamente”, comentou Álvaro Pereira, proprietário da loja Alvamar, de São Paulo. O varejista, no entanto, cobrou mais empenho dos expositores estrangeiros
PODER DE COMPRA DO VISITANTE DA AUTOMEC
no atendimento aos potenciais clientes brasileiros. “Agora estou importando autopeças e senti uma certa dificuldade com os expositores chineses, que só falam inglês. Eu queria mais maleabilidade no relacionamento, principalmente no que se relaciona à China”. João Gomes da Silva, proprietário da Careca Autopeças, também fez uma avaliação positiva do evento. “Eu levei um funcionário e realmente foi um encanto. A feira ficou muito além da expectativa, foi uma surpresa agradável. Muitas pessoas que vieram de fora viram coisas bem acima da média. Fiquei contente por ver a estrutura, a modernidade da feira e a visitação, que foi bem superior à das edições anteriores”. Na opinião do varejista, só ficou faltando um aporte maior de conteúdo técnico e informativo por parte dos expositores. “A mudança tecnológica é muito rápida. Está difícil acompanhar em curto espaço de tempo e, por isso, agora dependemos da informação da fábrica. Nós fomos à feira buscar um pouco de informações com relação a lançamentos e aplicações. Só que o pessoal segurou muito os catálogos. O pessoal estava mais voltado a relacionamento e não tanto à parte técnica”. RELACIONAMENTO
OUTRAS 1%
NENHUM 14%
PLANEJAMENTO 12%
DECISÃO FINAL 39%
PESQUISA 17% RECOMENDAÇÃO DE COMPRA 17%
Fonte: Reed Exhibitions Alcantara Machado
De fato, as oportunidades de relacionamento oferecidas pela Automec estão entre os principais atrativos da feira. “A Automec é o grande evento de reposição da América Latina. O mais importante para nós é o contato com o reparador, que é o nosso público-alvo na feira. Nos últimos anos, tivemos cerca de dois mil visitantes por dia no evento. É um privilégio atingir esse contingente”, disse Elaine Durães, chefe de Comunicação da divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch no Brasil. “A gente não tem acesso ao público no dia a dia, então é
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o melhor momento para trabalhar essa proximidade. É um ambiente em que você pode apresentar a marca, mas também receber comentários e sugestões. Conseguimos falar com muita gente de maneira personalizada”, comemorou Patrícia Mcolaiciunas, coordenadora de Marketing da Sachs, empresa que apresentou na feira a Parceria Premium, um programa de fidelidade para os proprietários de oficina. A proposta de estar perto do cliente se manifestou na criatividade dos estandes. Na área destinada à SYL, mais uma vez o público pôde acompanhar ao vivo a transmissão da programação esportiva da rádio Transamérica, patrocinada pela empresa. O espaço da Corteco teve como atrativo e inspiração os 1.200 produtos que empresa começou a lançar a partir de abril até o mês de dezembro. “Serão quatro novos produtos por dia. Para a Automec, fizemos uma brincadeira. O que tem quatro fornadas por dia? Uma padaria! Então, nosso estande foi uma grande padaria, com direito a cardápio e vitrine”, disse Luiz Freitas, diretor de Marketing da Corteco. Ao final da feira, a empresa contabilizou a visitação recorde de mais de 4.000 pessoas passando pela sua “padaria”. Já no estande da Affinia, o visitante encontrou uma completa caracterização de um cinema. “Estávamos saudosos dessa proximidade e da troca que acontece no estande. Nós escolhemos o tema cinema. Temos vídeos em que os astros serão os produtos. Um dos espaços recriou a entrada de uma sala de cinema, com uma ambientação típica, das cadeiras às cortinas”, disse Sabrina Carboni, gerente de Marketing da Affinia, empresa que nesta Automec não expôs nenhum produto no estande. “A ideia foi fazer com que nosso cliente passasse pela feira, reconhecesse a marca e levasse a experiência de ter nos vi-
sitado na cabeça. Priorizados a experiência com a marca”. AGENDA Além de oferecer aos expositores e visitantes um ambiente único de relacionamento, a feira também cumpriu sua missão de viabilizar novos negócios e proporcionar um ambiente para a discussão e o aprofundamento dos principais temas do mercado de manutenção de veículos. Este ano, questões como certificação de autopeças, combate à pirataria, inspeção veicular e manutenção preventiva ocuparam espaço importante na pauta da Automec. E o Novo Varejo acompanhou os principais momentos da feira, que resultaram em um conteúdo valioso e que mostra caminhos a serem seguidos pelo setor como um todo. Nas próximas páginas, trazemos um resumo dos principais fatos que marcaram a 10ª edição da Automec, o maior evento automotivo da América Latina.
FEIRA DE NEGÓCIOS E INFORMAÇÕES O presidente do Sincopeças-SP, Francisco De La Torre, avalia a Automec a partir do ponto de vista do varejo e classifica a feira como a melhor já realizada.
QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE A AUTOMEC SOB A PERSPECTIVA DO VAREJISTA? Foi a melhor edição da Automec. Pelas novidades de novos participantes e produtos, diversidade, multinacionalidade.
O QUE MAIS CHAMOU SUA ATENÇÃO NA FEIRA? A quantidade de empresas novas que entraram no mercado através da importação. Devemos ficar atentos, pois é o tipo de empresa muito sujeita a variáveis macromonetárias (câmbio, política de comércio exterior), podendo sair do mercado na primeira crise mais aguda das contas externas nacionais, deixando o varejista na mão. É impressionante a diversidade de produtos disponíveis no mercado atualmente. Se por um lado ajuda a conter os preços, fica difícil saber quanto à qualidade. Urge a aceleração das certificações do Inmetro para todos os produtos, a fim de dar segurança ao consumidor, ao varejista e ao mecânico.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA FEIRA PARA O VAREJISTA? A Automec vem gradativamente alterando seu perfil, transformandose em feira de negócios e informações. Pela enorme velocidade das mudanças de nossa frota, tanto no aspecto técnico quanto a novos produtos, a feira tem sido uma ótima oportunidade para os varejistas buscarem fornecedores mais adequados às suas necessidades e atualizarem seus mix de produtos. E, como impressão final, destaco que a feira vem crescendo juntamente com o crescimento do nosso mercado. O varejo está conseguindo acompanhar os desafios impostos pelas DE LA TORRE DIZ QUE AUTOMEC transformações e continuará sendo uma opção competitiva 2011 FOI A MELHOR para o abastecimento do mercado de autopeças.
DIÁRIO DA AUTOMEC
Com o apoio oficial da Reed Exhibitions Alcantara Machado, a Novo Meio editou durante os cinco dias da Automec 2011 o Diário da Automec. Pela primeira vez, o evento contou com um jornal impresso trazendo a cobertura completa do evento com informações atualizadas diariamente. A publicação estabeleceu um novo parâmetro para a cobertura jornalística da feira. Com tiragem total de 50 mil exemplares, o Diário da Automec foi distribuido na entrada do Pavilhão de Exposições do Anhembi e também pôde ser acessado pela internet, ampliando o alcance do conteúdo e a possíbilidade de acompanhmento em tempo real dos principais acontecimento da feira.
por Larissa Andrade_larissa@novomeio.com.br
apoio
Força aos médios e pequenos Cerca de 290 das 500 empresas associadas ao Sindipeças são PMEs e empregam 45 mil pessoas
L
ançado no passado, o Programa de Apoio à Pequena e Média Empresa, do Sindipeças, comemorou seus bons resultados na Automec. Atualmente, cerca de 290 das 500 empresas associadas ao sindicato são PMEs e empregam 45 mil
pessoas, o que demonstra a importância do programa. “O objetivo é aumentar a competitividade das PMEs, que são mais vulneráveis aos produtos importados. Estamos provendo capacitação e informação para que elas possam estar atualizadas. E esse é um programa com começo, mas que não tem fim”, diz o assessor de Marketing do Sindipeças, Francisco Mariano. A entidade promove diversas iniciativas para esse público, desde pesquisa mensal de matéria-prima e pesquisas
ALDO LUIZ FERREIRA, DA NYTRON
salariais até planos de benefícios coletivos e linhas de financiamento exclusivas. Um dos participantes do programa, a fabricante de polias e tensionadores Nytron, já sente os efeitos do conhecimento compartilhado com o Sindipeças e empresas de mesmo porte. “Antes nós não exportávamos diretamente, apenas via trading. Tivemos orientação para obter os documentos necessários e estamos exportando para sete países da América Latina. Devemos fechar o ano com US$ 1 milhão em exportações”, comemora o gerente nacional comercial, Aldo Luiz Ferreira. Ele explica que as orientações do Sindipe-
ças vêm atendendo a diversas demandas da empresa, que passou por uma reorganização gerencial. “Há três anos a Nytron tem uma vida mais ativa em termos de treinamento de especialização de mão de obra, Substituição Tributária, Nota Fiscal Eletrônica, e o Sindipeças nos dá um respaldo muito forte”. ETAPA Francisco Mariano diz que agora começa uma nova etapa do programa. “Nesse momento, estamos começando a verificar a carência dessas empresas em termos de tecnologia e produção. Também
estamos fazendo uma consulta específica com cada uma das empresas para descobrirmos quais são suas necessidades – algo que muitas vezes elas mesmas desconhecem”. Mariano ressalta ainda a importância da mudança de pensamento dos gestores da reposição. “Um de nossos esforços é juntar as empresas para que, coletivamente, aproveitem melhor o que podemos oferecer. Muitas vezes o dono da empresa está sob muita pressão no dia a dia e não tem tempo para um planejamento estratégico”. Visão que começa a mudar agora com a participação no Programa de Apoio a PMEs.
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foto Eduardo Portella Amorim
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pirataria
por Redação Novo Meio_jornalismo@novomeio.com.br
fotos Eduardo Portella Amorim
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Mercado unido contra a pirataria Grupo de Manutenção Automotiva realiza ações para conscientizar visitantes da feira sobre os riscos e prejuízos gerados pela falsificação de autopeças
O
s visitantes da 10ª edição da Automec receberam pulseiras com a mensagem “Automec 2011. Peça qualidade, peça 100%. Carro 100%. Manutenção preventiva. Quem tem chega bem”. Nos cinco dias da feira, foram distribuídas 70 mil pulseiras. A ação foi organizada pelo GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, que reúne as principais entidades de representação do mercado independente. O objetivo foi chamar a atenção de todo o aftermarket para a necessida-
de de combater a falsificação de autopeças, um crime que gera prejuízos financeiros para o país e coloca em risco a segurança dos consumidores. Antonio Carlos Bento de Souza, coordenador do GMA e executive board do Sindipeças, contou que a ação foi uma forma criativa escolhida pelo grupo para atingir os diferentes segmentos da cadeia de negócios da reposição independente. “Nossas ações tendem a ser mais criativas e menos custosas, por isso escolhemos a pulseira. Vimos essa ideia em uma feira nos Estados Unidos e adaptamos
PEÇAS PIRATAS
• Participação de 5% a 10% do mercado brasileiro de reposição.
para lembrar a todos que trabalham no aftermarket sobre a importância da qualidade de uma autopeça”. SEGMENTOS Uma das lideranças envolvidas diretamente com as atividades de combate à pirataria no GMA é o presidente do Sincopeças de São Paulo (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo), Francisco De La Torre. Ao comentar a iniciativa, ele chamou a atenção para a necessidade de fazer a mensagem chegar ao varejista e aos reparadores, elos que constituem a ponta da cadeia e que, em boa parte dos casos, acabam fazendo chegar até o carro do cliente o item falsificado. De fato, é o próprio mercado que tem contribuído para disseminar os produtos piratea-
dos e, portanto, deve merecer atenção especial nas ações de conscientização. Segundo pesquisa feita pelo GMA, apenas 5% dos consumidores finais compram pessoalmente as peças de reposição utilizadas na manutenção de seus veículos. Logo, não é este o público responsável pela pirataria. Para atingir os segmentos de mercado envolvidos com a DA comercialização e LEGENDA IMAGEM aplicação da peça nas etapas finais do mercado, o Grupo de Manutenção Automotiva tem desenvolvido programas específicos. Um deles é o Loja Legal. “Na medida em que a pirataria e a falsificação vêm
ANTÔNIO CARLOS BENTO, DO GMA
se tornando um movimento criminoso mais organizado e sofisticado, o mercado como um todo tem que se preparar para enfrentar isso de forma coordenada. O projeto Loja Legal é exatamente isso, a
UM MUNDO DE AUTOPEÇAS
A ISAPA agradece a todos os clientes que visitaram o nosso estande na Automec 2011
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pirataria ESPECIAL AUTOMEC 2011
padronização de ações no combate à falsificação dos produtos e uma ligação direta com o Ministério Público”, descreve De La Torre. E como funciona na prática? “Nós trabalhamos com o apoio de uma empresa externa para dar foco e, de alguma maneira, proteger a cadeia – não precisamos expor nenhuma empresa ou um sindicato em particular. As indústrias que são alvo de falsificação descobrem isso no dia a dia da sua operação – por exemplo, através da avaliação de um produto em garantia. Ela sabe de que região e até de qual varejo aquele item veio. Nós sempre trabalhamos a partir de uma identificação ou denúncia. Assim, a empresa vai até aquele local, identifica e compra a peça, que é levada para um laboratório independente. O produto é avaliado e, confirmada a falsificação, o passo seguinte é acionar o Ministério Público. Estamos lá hoje com produtos de cinco fabricantes”, esclarece Antônio Carlos Bento. DISTRIBUIÇÃO Todas essas etapas envolvem indústria, varejo e reparação.
Mas a distribuição, como elo importante da cadeia de negócios do setor, também tem sua lição de casa a fazer. “O papel do distribuidor é buscar as fontes de qualidade do mercado. A gente trabalha se abastecendo nas indústrias idôneas e que têm qualidade a oferecer. O cliente sabe quando a compra que faz não é compatível com a realidade do mercado. E sabe também quando está realizando serviços ou comprando produtos em um local de risco. Por trás disso sempre tem uma redução significativa nos preços, não há como vender por 50% do valor de mercado. Não existe milagre”, diz a vicepresidente da Andap (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças), Ana Paula Cassorla Malusardi. Ela explica que o falsificador vai atrás daquilo que tem volume no mercado, normalmente itens de desgaste que exigem reposição periódica. “Já vimos lona de freio, baterias e amortecedores. São produtos falsificados porque estão entre os que mais se vendem”. Mas quais lideram o ranking da pirataria no Brasil? “Lâmpadas, catalisadores e rolamentos. Não há escrúpulo para os falsificadores”, responde Bento. O reflexo da ousadia dos criminosos é uma participação estimada entre 5 e 10% do mercado brasileiro de reposição de autopeças. “Não existem números do mercado ilegal porque seria como contabilizar o caixa 2 de uma empresa, ninguém põe no papel”, diz Bento.
FRANCISCO DE LA TORRE, DO SINCOPEÇAS-SP
CERTIFICAÇÃO Ao lado de ações de conscientização como a distribuição de pulseiras realizada na Automec, o GMA trabalha em medidas objetivas como a certificação das peças pelo Inmetro. A medida é importante uma vez que a falsificação atinge níveis de sofisticação e organização que colocam o próprio fabricante em dúvida quanto à originalidade da peça que produz. “Isso quer dizer que o combate também precisa ser organizado. Eu te-
fazer isso visualmente. O diagnóstico só foi feito depois que um funcionário com 26 anos de manufatura cheirou a peça e constatou, pelo odor, que a graxa que ali estava não era a mesma usada na linha de montagem. Esse é o tamanho da dificuldade que enfrentamos”.
ANA PAULA CASSORLA MALUSARDI, DA ANDAP
COMBATE À PIRATARIA
• Peças ilegais representam risco para o mecânico e para a segurança do consumidor, podendo resultar em graves acidentes, inclusive fatais. • A maioria dos fornecedores de peças não qualificadas não oferece serviços essenciais. • Responsabilidade cível e criminal em razão de danos materiais e morais. • Cassação da Inscrição Estadual no estado de São Paulo.
nho 27 anos de balcão e sempre achei que estava preparado para identificar uma peça falsificada em mãos. Porém, ao me aproximar da indústria e conhecer em detalhes a falsificação, percebi que não estou”, afirma De La Torre. Em alguns casos, apenas a análise laboratorial pode dirimir a dúvida. Bento exemplifica com histórias reais e insólitas. “No caso dos catalisadores, não há como ver a parte interna sem abrir a peça. É impossível saber se lá dentro está o conteúdo verdadeiro ou Bombril. Em outra situação, levamos um rolamento para uma indústria global atestar a pirataria e ele não conseguiu
• Uma única má impressão em uma feira/exposição do setor automotivo pode levar o consumidor a considerar as concessionárias como sendo as únicas confiáveis para manutenção. • As peças ilegais podem causar dano irreparável em todos os níveis do pósvendas independente. • Ou seja, todos os envolvidos têm que ajudar a preservar a credibilidade do canal de pós-vendas. E podem começar acessando o site www.carro100.com.br
CONSCIENTIZAÇÃO As lideranças do mercado são unânimes em afirmar que uma das principais armas à disposição do mercado hoje para combater a pirataria é a conscientização de todos os elos da cadeia. E nesse sentido, a ação desenvolvida na Automec foi valiosa. “O resultado esperado pelo GMA com essas ações organizadas e divulgadas durante a feira é um impacto significativo na conscientização de todos os personagens do setor, tidos como a chave do combate à pirataria”, analisa Francisco De La Torre. Há ainda outro obstáculo a superar: a conivência da sociedade bra-
sileira com a falsificação dos mais variados produtos. “Nós consumidores temos um papel importante, entramos demais na pirataria” Veja o que acontece com os CDs. A gente, infelizmente, alimenta esse mercado”, lamenta Bento. Cabe, portanto, a todos os empresários e profissionais envolvidos com a reposição independente – e a cada um de nós enquanto consumidor – refletir sobre a mensagem das lideranças do mercado brasileiro de manutenção automotiva, colocando a mão na consciência e abrindo os olhos para os benefícios da ética e a necessidade de aplicá-la no dia a dia de nossos negócios.
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por Redação Novo Meio_jornalismo@novomeio.com.br
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Inmetro para autopeças Processo de certificação de autopeças pelo Inmetro foi um dos assuntos de destaque da Automec. Nos catalisadores, o selo de qualidade já é obrigatório
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a esteira das ações de combate à pirataria e de incentivo à manutenção preventiva, o Inmetro está certificando componentes automotivos para garantir ao consumidor a qualidade imprescindível à função que cada uma das peças exerce no veículo. É missão do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial prover essa confiança à sociedade, certificando que os itens atendam aos requisitos
mínimos exigidos por lei para cada componente. No caso das autopeças, ninguém discute a necessidade de oferecer ao consumidor apenas produtos de qualidade – até porque a segurança deve sempre estar em primeiro lugar. “Se o cliente vai a uma loja ou oficina e lhe oferecem um produto de R$ 50 e outro equivalente por R$ 15, ele pode escolher o preço sem entender a importância da qualidade”, explicou Victor Gomes Simão,
DESDE ABRIL DESTE ANO, OS CATALISADORES SÓ PODEM SER COMERCIALIZADOS COM O SELO DO INMETRO
representante do Inmetro durante a Automec em uma apresentação sobre os processos de certificação acompanhada por representantes dos sindicatos e entidades de representação dos segmentos de reparação, varejo e distribuição de autopeças.
pneus e fluidos para freio. Estão em processo de regulamentação amortecedor de suspensão; anéis de pistão; bomba elétrica de combustível do ciclo Otto; buzina;
bateria chumbo-ácido para automóveis e motocicletas; terminais e barras de direção; bronzinas; lâmpadas; e pastilhas e lonas de freios. Simão explica que o processo
A CERTIFICAÇÃO E AS AUTOPEÇAS
CENÁRIO O Instituto já tem regulamentadas as certificações de conformidade para catalisadores,
Produtos já regulamentados: • Conversores catalíticos Portaria Inmetro n.º 346, de 3 de outubro de 2008: Já em vigor. • Rodas automotivas Portaria Inmetro n.º 445, de 19 de novembro de 2010. Entra em vigor em 19 de novembro de 2011. • Fluido para freios tipos DOT 3, DOT 4, DOT 5 Portaria Inmetro n.º 78, de 03 de fevereiro de 2011 Portaria CP 448/2010 • Amortecedores da suspensão • Anéis de pistões • Bomba elétrica de combustível • Buzinas • Baterias chumbo-ácido para automóveis e motocicletas • Terminais e barras de direção • Bronzinas • Lâmpadas para veículos automotivos • Material de atrito para freios – lonas e pastilhas
TÉCNICO DO INMETRO FAZ APRESENTAÇÃO PARA REPRESENTANTES DOS SINDIREPAS ESTADUAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA E ETAPAS DA CERTIFICAÇÃO
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qualidade ESPECIAL AUTOMEC 2011
de certificação começa por orientação do Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade (CBAC), um conselho assessor do Inmetro que define quais serão as prioridades do Instituto em relação aos itens que entram no plano de regulamentação. A seguir, são estudadas as normas técnicas sobre o assunto, que às vezes são internacionais, como é o caso das lâmpadas, para a elaboração do regulamento. Enquanto a norma não é obrigatória, o regulamento do Inmetro é de atendimento compulsório, uma vez que o Instituto é o organismo acreditador oficial reconhecido pelo governo brasileiro. Com esse documento, um produto pode ser avaliado de forma compulsória, por exigência do governo, como é o caso dos itens mencionados e também de extintores de incêndio, bonecas e preservativos, por exemplo. A avaliação pode ainda ser voluntária, porém, feita a pedido do fabricante, normalmente para agregar valor ao produto e lhe proporcionar um diferencial no mercado. Para testar os produtos existem métodos com diferentes níveis de rigor na adequação aos quesitos estipulados na
PRAZOS DE ADEQUAÇÃO DO MERCADO
• 18 meses para fabricação e importação • 24 meses para fabricantes e importadores esgotarem seus estoques antigos • 36 meses para comércio varejista e atacadista
norma, que são o ensaio tipo do protótipo em laboratório, a rastreabilidade no sistema de qualidade, as auditorias, a fiscalização no mercado e o ensaio de rotina, que pode ser a visitação periódica das fábricas. Com essas ferramentas, o Inmetro faz oito tipos de avaliação para chegar à certificação. A mais utilizada delas, e geralmente aplicada para certificar autopeças, inclui a avaliação de tipo, o rastreamento e a coleta de amostras na fábrica e no comércio. O resultado é um selo fornecido pelo Inmetro que é gravado ou colado na peça ou, na impossibilidade disso, na embalagem da mesma. PIONEIROS O catalisador foi o primeiro item automobilístico cuja certificação pelo Inmetro se
tornou obrigatória para a comercialização – fato bastante explorado na Automec, com amplo destaque no estande da Campanha Carro 100% / Caminhão 100%. A obrigatoriedade começou a vigorar em abril, o que significa que não podem mais ser vendidos no mercado nacional catalisadores que não tragam o selo do Inmetro na peça. “O catalisador é uma peça bastante importante, pois está atrelado ao que vem ocorrendo na cidade de São Paulo, com a Inspeção Ambiental Veicular”, diz Antônio Carlos Bento, coordenador do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva. Já o regulamento para as rodas de aço e alumínio entra em vigor em 19 de novembro deste ano, quando, então, todo item fabricado ou importado terá que ser certificado, atendendo às normas respectivas,
VICTOR GOMES SIMÃO, REPRESENTANTE DO INMETRO
para que a comercialização seja permitida. Para cada item é ainda concedido um selo apropriado. No caso do catalisador, por exemplo, a identificação é da preservação do meio ambiente; enquanto para os pneus, é a da segurança. Em resumo, com base na norma que regula a qualidade do produto são feitas as avaliações de conformidade, com auditorias e ensaios em laboratório, que levam à aprovação ou não do produto. O fabricante recebe um atestado que lhe permite solicitar um
ENTENDENDO A AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE E OS CONCEITOS DE QUALIDADE OMC - Qualquer atividade com objetivo de determinar, direta ou indiretamente, o atendimento a requisitos aplicáveis. ABNT NBR ISO/IEC 17000 Demonstração de que os requisitos especificados relativos a um produto, processo, sistema, pessoa ou organismo são atendidos. INMETRO - Processo sistematizado, com regras pré-estabelecidas, devidamente acompanhado e avaliado, de forma a prover
adequado grau de confiança de que um produto atende a requisitos estabelecidos por normas ou regulamentos, com o menor custo possível para a sociedade.
de terminologia, símbolos, requisitos de embalagem, marcação ou rotulagem aplicáveis a um produto, processo ou método de produção.
NORMA TÉCNICA Documento aprovado por uma instituição reconhecida que fornece, para uso comum e repetido, regras, diretrizes ou características para produtos ou processos e métodos de produção conexos, cujo cumprimento não é obrigatório. Poderá também tratar parcial ou exclusivamente
REGULAMENTO TÉCNICO Documento que enuncia as características de um produto ou os processos e métodos de produção a ele relacionados, incluídas as disposições administrativas aplicáveis, cujo cumprimento é obrigatório. Poderá também tratar parcial ou exclusivamente de terminologia, símbolos,
requisitos de embalagem, marcação ou rotulagem aplicáveis a um produto, processo ou método de produção. CERTIFICAÇÃO - Modo pelo qual uma terceira parte dá garantia formal de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com requisitos previamente especificados. Pode ser aplicada a produtos, processos, sistemas de gestão ou pessoas. Sempre realizada por uma terceira parte.
registro junto ao Inmetro, com a autorização para comercializar o componente certificado. Resta à fiscalização, por sua vez, inibir o comércio ilegal das peças que não atenderem à conformidade. “Nossa preocupação sempre foi com o consumidor, mas isso contribui para elevar o nível de qualidade da indústria brasileira”, afirma Simão. “Nossa frota está explodindo, o Brasil se tornou um celeiro de peças do mundo todo, então precisamos conscientizar o setor para só usarmos aquilo que tem qualidade”, diz Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP, um dos participantes da apresentação. Ele explica que o reparador que instala uma peça sem qualidade, que pode causar um acidente de trânsito, será legalmente responsabilizado pelas consequências do ato. E repete o pleito recentemente feito ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e ao governador paulista, Geraldo Alckmin, em favor da Inspeção Técnica Veicular. “Com a indústria automobilística crescendo dessa forma e o Brasil deixando de ser um país em desenvolvimento para ser um país respeitado, é preciso mudar isso”, completa.
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mercado
fotos Eduardo Portella Amorim
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NOVAS FILIAIS
INDÚSTRIA FATURANDO O faturamento da indústria brasileira de autopeças em 2011, de acordo com previsão divulgada na Automec pelo Sindipeças, será de aproximadamente R$ 90 bilhões (ou US$ 53,4 bilhões). Em 2010, em valores ainda estimados, as 500 empresas associadas à entidade faturaram US$ 49,8 bilhões (ou R$ 86,4 bilhões). O crescimento real sobre
2009 foi de 14,2%, influenciado diretamente pelo aumento de 14,5% na produção de veículos. Os investimentos, que haviam despencado de US$ 2,1 bilhões em 2008 para US$ 631 milhões no ano seguinte, por conta da crise financeira mundial, subiram para US$ 1,5 bilhão em 2010, o equivalente a 3% das vendas no ano. Um dos maiores problemas para o setor, historicamente superavitário, tem sido o aumento do déficit comercial. Em 2010, os embarques, para 183 países, somaram US$ 9,6 bilhões e as importações, US$ 13,1 bilhões, de 138 países. Resultado: saldo negativo de US$ 3,5 bilhões, 42,6% superior ao do ano anterior.
A abertura de filiais rendeu bons frutos para a Jahu. Seu estande na Automec tornou-se ponto de encontro de clientes de diferentes estados. “Este ano a feira está mais profissional, graças, principalmente, ao horário das 10h às 19h. Recebemos clientes das regiões em que abrimos filiais que vieram elogiar nosso trabalho e parabenizar pela iniciativa de atuarmos mais próximos às suas localidades”, comemorou Edeward Acerbi, diretor da Jahu.
EDEWARD ACERBI
ACIMA DAS EXPECTATIVAS Comemorando seu centenário mundial na Automec, a Gates recebeu visitação acima das expectativas mais otimistas. “Até ampliamos o número de atendentes no estande para dar conta da demanda. Fortalecemos os laços com os nossos atuais clientes e demos os primeiros passos em muitos negócios para o futuro”, comemorou o coordenador de Marketing, Fabio Murta. FABIO MURTA
PERTO DOS CLIENTES Com uma linha de cabos para atender a todos os segmentos de veículos, a Cabovel encontrou na feira a oportunidade perfeita para aproximar-se dos clientes e mostrar suas novidades. “Aqui mantemos um contato direto com nossos clientes e com todo o setor, como distribuidores, varejistas e aplicadores, numa conversa rápida e objetiva”, disse Ricardo Valtner, diretor da Cabovel. RICARDO VALTNER
CAFÉ DA MANHÃ
MARCUS VINICIUS PEREIRA DA SILVA
INFORMAÇÃO AO APLICADOR “O principal elo da cadeia automotiva é o aplicador. Sem ele não existe mercado de reposição”. Quem assim definiu a importância dos mecânicos para o mercado foi Alberto Rufini, diretor de Aftermarket e Marketing da TRW. Por isso, segundo Rufini, uma feira como a Automec é importante para
que as indústrias proporcionem atualização a esses profissionais. “Os carros estão mais complexos e incorporam avançadas tecnologias. Por isso, os mecânicos precisam do suporte das indústrias”. ALBERTO RUFINI
SONDA LAMBDA A Sabó organizou em seu estande um café da manhã para promover o programa Varejo Parceiro. “O intuito da ação foi aproximar clientes, distribuidores, lojistas e grupos de reparadores, fortalecendo nosso relacionamento e fidelizando nossa marca”, comentou Marcus Vinicius Pereira da Silva, diretor de Aftermarket América do Sul.
Com a obrigatoriedade de os veículos saírem de fábrica com duas sondas lambda, a demanda pelo componente na reposição também vai aumentar. A NGK, que hoje cobre cerca de 65% da frota, quer chegar a 100% em três
RICARDO TIKARA NAMIE
anos. O chefe de Assistência Técnica da empresa, Ricardo Tikara Namie, disse na feira que há outro fator impulsionando as vendas. “Com a introdução da Inspeção Ambiental Veicular em São Paulo, a demanda aumentou muito e deve crescer mais com a inspeção em todo país. Esperamos que ela se torne realidade”.
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INVESTIMENTO NO AFTERMARKET
DIVISOR DE ÁGUAS “Essa edição da Automec foi um divisor de águas”. Para Marcelo Gabriel, diretor de Aftermarket América do Sul da Federal Mogul, o reposicionamento do Brasil no cenário econômico mundial ficou evidente nessa edição da feira e mostrou que o país se consolidou como polo automotivo da América do Sul. “A demanda do mercado brasileiro está diversificada e hoje a Federal Mogul está estruturada para oferecer produtos para manutenção de qualquer plataforma de veículo”, afirmou. MARCELO GABRIEL
CONSUMIDOR CONSCIENTE Embora o brasileiro resista à ideia, trafegar com os faróis acesos, inclusive à luz do dia, é uma questão de segurança. Com esse foco, a Philips trouxe para a Automec 2011 as últimas soluções em LED desenvolvidas pela marca. Entre elas, a Daylight Runnig Light (DRL), que equivale à utilização do farol baixo durante o dia. O sistema é acionado ao ser dada a partida, funcionando de forma integral. “A maior dificuldade será fazer o consumidor entender que esse é um item de segurança. Muitos o confundem com o farol de milha e 90% dos compradores até agora foram jovens, que estavam valorizando principalmente o estilo do farol e não a segurança”, ponderou Ivan Farah Lelis, representante IVAN FARAH LELIS da empresa.
A Dayco inaugurou recentemente uma nova fábrica voltada ao aftermarket, com investimento inicial de US$ 5 milhões. “Queremos ser líderes em tensionadores e polias, como já somos em correias”, afirmou Ronaldo Teffeha, diretor superintendente de Aftermarket
RONALDO TEFFEHA
da Dayco Brasil e vice-presidente do segmento na América do Sul. Além da nova identidade visual das embalagens, a empresa trouxe como novidade a aposta nos kits de produtos. “O kit é prático para o mecânico e o obriga a trocar ambas as peças, o que é recomendável porque a vida útil de um tensionador ou polia é muito próxima à da correia e essas peças trabalham juntas”.
NOVOS NEGÓCIOS maior em favor de um sistema mais leve e eficiente”, disse Feres Macul Neto, presidente da empresa. E a empresa promete mais três lançamentos nos próximos três meses, que resultarão em novos negócios.
A Cobreq comemorou seus 50 anos durante a Automec. A empresa, que pertence ao grupo TMD Friction, lançou recentemente uma nova geração de produtos, com alta eficiência e maior durabilidade, fabricados em uma nova planta. “Mas, as montadoras acabam preterindo a durabilidade
FERES MACUL NETO
DEMANDA AQUECIDA Com a entrada anual de três milhões de veículos na reposição, o mercado está bem aquecido e a SKF está preparada para atender. Quem garantiu o fornecimento foi
ROBERTO JESUS
o gerente de Vendas Reposição Automotiva da SKF, Roberto Jesus. “Ampliamos nossas linhas de produtos e estamos nos preparando. A demanda vai crescer ainda mais porque o que temos hoje é manutenção corretiva e não preventiva”, assegurou na Automec.
VISÃO CLARA E POSITIVA
MECÂNICOS DIGITAIS O profissional da reparação já está preparado para o universo digital. Esta é a opinião de Alfredo Bastos Júnior, gerente de Marketing da MTE Thomson, empresa que tem investido em palestras e aulas hospedadas nos sites www. mecanicomte.com.br e www. umec.com.br. “Foi a forma que encontramos para treinar o Brasil ALFREDO BASTOS JÚNIOR
inteiro. Já tivemos 11 mil pessoas conectadas via satélite e temos 35 mil profissionais cadastrados, que em algum momento já acessaram os vídeos arquivados”. O conteúdo mais visto até hoje é sobre injeção eletrônica, mas os assuntos que abordam inspeção veicular também têm sucesso. Em regiões mais carentes por informação e treinamento, como no interior, o acesso ao serviço é maior que, por exemplo, na capital paulista.
A Saint-Gobain demonstrou na Automec otimismo com o mercado de reposição de parabrisas, que soma três milhões de peças trocadas por ano nos segmentos leve e pesado. Por isso, a empresa expôs lançamentos focados tanto no conforto do motorista, quanto na sua segurança. “Trazemos respostas às necessidades do mercado”, afirmou Rubens César Sautner, gerente comercial de Aftermarket. Destaque para os para-brisas acústicos e os laminados.
RUBENS CÉSAR SAUTNER
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IMPORTÂNCIA GLOBAL
NOVA FÁBRICA A Valeo anunciou na Automec que vai investir pesado no mercado brasileiro: serão R$ 100 milhões nos próximos cinco anos, incluindo novas fábricas e equipamentos. O objetivo é expandir os negócios na América do Sul, continente que deve representar 12% do faturamento total da empresa até 2016. Segundo o diretor da divisão Valeo Service, Sérgio Noriega, a participação da região só não será maior por conta do forte crescimento do mercado asiático. Assim como outros fabricantes, a Valeo vem se adequando às mudanças impostas pelo mercado e pelo consumidor. Uma das soluções apresentadas foi o Modern Distribution, que visa à comercialização de produtos da marca em novos canais de venda, como hipermercados e postos de combustíveis.
O Grupo Magneti Marelli faturou 5,4 bilhões de euros em 2010. O Brasil tem uma participação significativa neste bolo, importância que tem crescido nos últimos anos, especialmente
ELIANA GIANNOCCARO
por conta dos impactos da crise mundial na Europa e nos Estados Unidos. “Nesse cenário, os países emergentes cresceram em participação”, disse Virgílio Cerutti, presidente do Grupo Magneti Marelli do Mercosul. “O aftermarket é muito importante para a Magneti Marelli em todo o mundo e o mercado
brasileiro de reposição é um dos mais expressivos para o Grupo”, acrescentou Eliana Giannoccaro, diretora presidente da divisão Aftermarket do Grupo Magneti Marelli. Tanto é verdade que o Brasil é o único país fora da Itália que comercializa o portfólio completo de produtos da marca.
PESADOS E COMERCIAIS
COMPREENSÃO DO MERCADO Com o crescimento do mercado brasileiro, a Delphi aposta na variedade de produtos e serviços para atender as novas demandas. “O que nós precisamos é de empresas que compreendam o mercado para oferecer o que é preciso, seja para os veículos produzidos aqui ou de fora”, disse o vicepresidente da Delphi Soluções em Produtos e Serviços para a América do Sul, Edson Brasil. A empresa anunciou
EDSON BRASIL
na feira o aumento na capacidade de fabricação de chicotes e compressores de ar condicionado rotativo.
A Reed Exhibitions Alcantara Machado aproveitou a feira para lançar oficialmente a 3ª Automec Pesados & Comerciais. Marcado para ocorrer de 10 a 14 de abril de 2012, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, o evento reunirá toda a cadeia de manutenção e reparação do transporte de carga pesada. “A frota de caminhões em circulação no país é muito antiga. Ao contrário dos carros, onde a renovação é constante, no transporte pesado os usuários optam pela manutenção do veículo. Com isso, o setor de manutenção e reparação de caminhões fica bem movimentado”, explicou Hércules Ricco, diretor de Feiras da Reed Exhibitions Alcantara Machado. Para 2012, a expectativa da organização é reunir 520 expositores e receber cerca de 30 mil compradores, numa área de 36 mil m2.
SÉRGIO NORIEGA
CRESCENDO NA REPOSIÇÃO O Grupo Schaeffler trabalha com a perspectiva de crescer 10% no mercado de reposição em 2011 em relação ao ano passado. “O aftermarket brasileiro
é um dos setores mais importantes para a empresa em todo o mundo”, contou o vice-presidente do Aftermarket, Rubens Campos. Ele disse que uma das preocupações da empresa é com a pirataria e falsificação, problema abordado nas apresentações técnicas com o objetivo de conscientizar varejistas e reparadores dos problemas causados por essas peças.
RUBENS CAMPOS
ENCONTRO DAS RETÍFICAS Dezenas de empresários do segmento de retíficas se reuniram no penúltimo dia da Automec para o Encontro Nacional de Retíficas de Motores. Já tradicional durante a
RETÍFICAS INDEPENDENTES CONCENTRAM 95% DO MERCADO
feira, o encontro teve como objetivo reunir empresários e fornecedores para fomentar discussões sobre o mercado e gestão de negócios. Segundo José Arnaldo Laguna, presidente do Conarem (Conselho Nacional de Retíficas de Motores), as retíficas independentes concentram 95% do mercado e o objetivo é manter esse número. “Existe uma indústria de remanufatura das montadoras e não queremos que ela tome esse espaço. La fora é o inverso, a montadora domina esse mercado. Hoje o Conarem tem 300 associadas, 150 delas auditadas dentro de um programa de qualidade periódico e que seguem a norma técnica ABNT 13032”. O Brasil conta atualmente com 3.000 retíficas.
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EFICIÊNCIA LOGÍSTICA
EXPANSÃO PLANEJADA
NELSON HÜBNER JUNIOR
A Autolinea anunciou na Automec a ampliação de seu portfólio, com a entrada de autopeças para reposição. Hoje,
o aftermarket representa 15% do faturamento e a empresa prevê crescimento anual de 20% para os próximos anos. Para isso, vai investir em novo parque industrial com quatro fábricas, incluindo duas em jointventures. O diretor corporativo, Nelson Hübner Junior, disse que, apesar do desafio do custo Brasil, a empresa exporta para mais de 30 países. “Acreditamos que a principal oportunidade em exportação para os próximos anos esteja na América Latina, em países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela e Bolívia”.
REDE DE DISTRIBUIÇÃO A fabricante de cabos de ignição para reposição Energy Performance foi à Automec para divulgar e fortalecer a marca, além de apresentar a linha de bobinas, importada da Europa e Ásia, que chega ao mercado em junho. “Temos representação no território nacional, mas vamos desenvolver mais o mercado. Para isso, estamos fazendo ações com os distribuidores”, contou a gerente de Marketing, Maria Paula Petrillo. “Não temos tido problema de retorno em garantia. Isso mostra que quem compra gosta e acaba se fidelizando”, acrescentou o diretor da Energy, Jorge Gustavo Louzada Carrano.
SÉRGIO MONTAGNOLI
DANIEL RANDON
fremos um pouco na reposição, com a falta de peças nos primeiros sete meses”. Os investimentos ficaram principalmente com o novo centro de distribuição, também em Extrema (MG), que permitiu um ganho de logística relevante, segundo informou o diretor. “Foram R$ 12 milhões de investimento; e a empresa ainda vai investir muito no Brasil. A gente acha que a empresa vai crescer entre 6 e 10%”.
GUIA DE FABRICANTES O Sindipeças, com a Apex-Brasil, lançou na Automec a segunda edição do catálogo Brazilian Autoparts Manufacturers Official Guide 2011, com tiragem de 8 mil exemplares e contendo 140 fabricantes de autopeças instalados no Brasil. A publicação será distribuída no mundo todo, mas principalmente nos países da América Latina. “Neste ano queremos que todo comprador tenha uma edição, porque a primeira, publicada em 2007, só foi enviada aos diretores de compras”, afirmou
Theo Jaggi, diretor da entidade. O guia, segundo o executivo, “é uma mensagem do Brasil para os bons compradores” e as empresas que ficaram de fora nesta edição já podem se inscrever no Sindipeças para fazer parte da próxima, que está sendo preparada e chega ao mercado em 2013.
GUIA DE FABRICANTES DEVE CHEGAR A TODOS OS COMPRADORES MARIA PAULA PETRILLO
CUSTOS EM ELEVAÇÃO O Grupo Randon projetou um faturamento de R$ 5,9 bilhões para 2011, sendo 48% do total referente ao setor de autopeças e 15% desse
A Affinia cresceu 20% de 2009 para 2010, segundo Sérgio Montagnoli, diretor de Vendas e Marketing. Os números do último ano não foram divulgados oficialmente pelo grupo, mas o diretor acredita que não deve atingir o mesmo percentual, uma vez que o comparativo com o ano de 2009 não é um padrão, mas sim o reflexo da retomada de fôlego pós-crise econômica mundial. “Em 2010 também so-
HOMENAGEM AO PIONEIRO percentual correspondente à reposição. Segundo Daniel Randon, diretor presidente do grupo, a estimativa para as exportações é de US$ 250 milhões e para as importações de matérias-primas e equipamentos, US$ 100 milhões. “O ano está se mostrando um ano positivo. Mas os custos estão aumentando, acompanhando o preço das commodities, e com a pressão da inflação, estamos buscando alternativas. Com o real valorizado, podemos importar mais equipamentos para melhorar a produtividade e assim melhorar a competitividade interna”, explicou Randon.
Um dos pioneiros da produção de autopeças no Brasil esteve visitando a Automec. O fundador da Brosol, Martin Bromberg, foi homenageado
REGINALDO TEODORO E MARTIN BROMBERG
no estande da Urba-Brosol pelo seu espírito empreendedor e décadas de dedicação à construção da marca. Durante o evento, o empresário recebeu uma placa comemorativa de Reginaldo Teodoro, presidente da Urba-Brosol, e também pode se reencontrar com antigos colaboradores da empresa. Em 1957, Bromberg estabeleceu acordo tecnológico com a francesa Solex para produzir os carburadores e bombas de combustível da marca no país. Dessa parceria surgiu o nome Brosol (união de Bromberg e Solex).
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reparação
por Patrícia Malta de Alencar_patricia@novomeio.com.br
fotos Eduardo Portella Amorim
ESPECIAL AUTOMEC 2011
Hora da qualificação
6º Congresso da Reparação de Veículos do Estado de São Paulo discute na Automec temas como capacitação profissional e Inspeção Ambiental Veicular
M
ais de 500 reparadores de São Paulo e outros estados participaram durante a Automec 2011 do 6º Congresso da Reparação de Veículos do Estado de São Paulo, promovido pelo Sindirepa-SP. Com faturamento de R$ 29 bilhões em 2010, a reparação cresce em negócios e em profissionalização. “Já tivemos 140 mil empresas e hoje estamos com 92 mil. Mas nosso universo é muito maior do que era antes: empregamos cerca de um milhão de pessoas e respondemos por quase 90% da manutenção automotiva”, disse na abertura do encontro o presidente da entidade, Antônio Fiola. Para ele, a redução do número de estabelecimentos e o crescimento da demanda a ser atendida significa que só fica no mercado quem tem capital para investir em equipamentos e capacitação. “O faturamento bruto do nosso setor cresceu 24% de 2009 para 2010”. Fatores como a Inspeção Ambiental Veicular e o programa Carro 100%, que teve investimento de mais de R$ 3 milhões em campanhas pela manutenção preventiva, levaram milhares de veículos às oficinas. “Elege-
mos 2011 como o ano da capacitação”, disse o presidente. O Senai nacional implantará uma certificação profissional apoiada pelo governo federal e realizará cursos padronizados em todas as unidades. “Isso significa que meus amigos de Manaus treinarão os mecânicos da mesma maneira que nós faremos aqui em São Paulo”. O mercado está aquecido e a reparação necessita cada vez mais de mão de obra qualificada, hoje insuficiente. “Tivemos um apagão de mão de obra. Está faltando mecânico, assim como está faltando funileiro e pintor. E muitas vezes o jovem não sabe o quanto podemos pagar bem, então ele vai trabalhar em um banco. Nós temos que devolver o glamour para nosso setor. Carro sempre foi um objeto de desejo”. Para concluir sua apresentação, Fiola falou para os reparadores sobre o cenário futuro do setor e prevê um crescimento de 7,4% da frota. “Estamos com uma frota aproximada de 32 milhões de veículos em franco crescimento. Em 2015 teremos 45 milhões de automóveis. Juntamente com o crescimento, porém, virão desafios, como o aumento da complexidade tecnológica, além da pres-
são das montadoras, que estão se fechando nas redes de concessionárias. E se elas acharem que ainda devem cercear informações para as oficinas, serão as maiores prejudicadas porque nosso mercado está cada vez mais forte e somos nós que consertamos a maior parte dos carros”. INSPEÇÃO “Há dois anos fiz uma palestra sobre a Inspeção Ambiental Veicular, mas tudo era novidade. Agora não. E pudemos perceber que somos tão responsáveis pela manutenção quanto o dono do carro”. Foi assim que Salvador Parisi, diretor do Sindirepa-SP, começou sua apresentação. Em 2010, segundo dados da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, 2.662.482 veículos passaram pela IAV na cidade de São Paulo, 68,3% da frota. “Antigamente, nosso cliente só visitava a oficina quando o carro tinha um sintoma de falha. Nós resolvíamos a falha e devolvíamos o carro. Agora é necessário enfatizar algo a mais, que muitas vezes não é aparente”. Para Antônio Fiola, é preciso educar o motorista. “Ele vai à nossa oficina e nós temos que
conscientizá-lo: ‘troca a pastilha antes de ela estragar o disco que você vai economizar’. São coisas que parecem óbvias para nós, mas que nem sempre o consumidor entende. Ele não sabe que se não trocar o amortecedor no prazo certo vai estragar a mola e gerar uma série de consequências na suspensão”. No programa de seleção de oficinas do Sindirepa-SP, há oficinas de municípios onde a IAV sequer é realizada. “Esse é o interesse do reparador em participar do programa”, afirmou Parisi. Para finalizar sua palestra, o diretor conversou com os reparadores sobre as recentes denúncias de oficinas tentando fraudar a avaliação da Controlar. Toda ação para driblar a inspeção foi veementemen-
te rechaçada pelo sindicato. “A inspeção não pode ser fraudada, existem fiscais presentes em cada avaliação”, afirmou o diretor, lembrando da responsabilidade dos reparadores para o sucesso da iniciativa. Para encerrar o evento, Luciano Pires, o palestrante, comunicador e ex-diretor de marketing da Dana, deu o tom motivacional da noite. “Vivemos num mundo hoje em que se acontecer alguma coisa do outro lado, mexe aqui. E todas as montadoras vieram pra cá, então passamos a ter que brigar no mercado com empresas e produtos japoneses, alemães, italianos...”. Em um mercado cada vez mais competitivo, Pires instigou os reparadores a se diferenciarem.
SALVADOR PARISI, DIRETOR DO SINDIREPA-SP, RESSALTOU O PAPEL DO REPARADOR NO SUCESSO DA IAV
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fotos Especial Automec 2011
fotos Eduardo Portella Amorim
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reparação
por Redação Novo Meio_jornalismo@novomeio.com.br
foto Eduardo Portella Amorim
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A nova união da reparação
SÉRGIO ALVARENGA (SP), JOSÉ LAGUNA (SP), MARCOS ANDRÉ BRITA (MT), ALYSON JOSÉ NOGUEIRA (GO), ELIAS CORREIA PEDROSO (MT), ANTÔNIO FIOLA (SP), RENÊ ZANINI (RS), ENIO RAUPP (RS), CELSO MATTOS (RJ) E BRUNO CAVENBICHI (PE)
Sindirepas de oito estados anunciam criação de instituição que fortalecerá o segmento na defesa das causas mais importantes do mercado de reposição e da reparação automotiva
U
m almoço organizado pelo Sindirepa de São Paulo durante a Automec 2011 foi o palco para a divulgação de uma carta de intenção que deu a largada para a formação de uma instituição nacional que irá reunir diferentes sindicatos brasileiros da indústria de reparação de veículos. “Existe um legado de união entre os Sindirepas de todo o Brasil que nos foi deixado por Geraldo Santo Mauro, ex-presidente do Sindirepa de São Paulo. Com seu falecimento, o movimento perdeu força. Porém, nos últi-
mos anos diversos Sindirepas começaram a ventilar a possibilidade de reunir as entidades a partir de uma nova liderança nacional”, conta Sérgio Alvarenga, diretor institucional do sindicato paulista. A iniciativa surge em sintonia com uma movimentação que já existe no mercado independente. “A indústria, a distribuição e o varejo já estão trabalhando com o conceito de representatividade nacional. Agora a reparação começa a seguir o mesmo caminho”, acrescentou Alvarenga na abertura da apresentação da proposta.
AMADURECIMENTO O presidente do Sindirepa de São Paulo, Antônio Fiola, explicou que a nova entidade está nascendo após um período de amadurecimento. “Foram muito importantes os quatro anos de maturação que envolveu os Sindirepas, e nesse período todos se fortaleceram, reforçaram suas atividades regionais. O momento pede uma atuação nacional”. Fiola lembrou que em 2010 a reparação automotiva cresceu 20% – índice que em São Paulo foi impulsionado pela Inspeção Ambiental Veicular – e que
PONTOS DE PARTIDA PARA A CRIAÇÃO DA NOVA ENTIDADE • • • •
Existência de assuntos de âmbito nacional Importância da colaboração mútua Importância do alinhamento com a cadeia produtiva da reposição automotiva Necessidade de aumentar a visibilidade das empresas representadas junto aos consumidores
é hora de investir em organização. “Ano passado tivemos uma reunião muito agradável em Santa Catarina e debatemos vários assuntos nacionais. Hoje, as grandes discussões são nacionais. Percebemos que os Sindirepas estavam maduros para uma reunião de lideranças. Todos temos os mesmos pleitos, os mesmos desejos e os mesmos preceitos éticos. É hora de seguir em frente”. A entidade que os Sindirepas começaram a oficializar na AUTOMEC ainda não tem nome nem formato definidos. Mas chega já com alguns pilares de atuação consolidados, como, por exemplo, certificar as peças usadas na
reposição, garantindo a qualidade dos produtos e a segurança dos consumidores; trabalhar pela Inspeção Técnica Veicular nacional, uma exigência do Código de Trânsito Brasileiro que ainda não saiu do papel; e regulamentar a atividade em todo o país, o que significará a qualificação do segmento, conscientizando-o de sua importância social, colocando em evidência as boas empresas e promovendo e criando instrumentos para que as não tão boas possam evoluir. As metas são tão importantes quanto ambiciosas e uma representação nacional certamente encurtará o caminho para que sejam atingidas.
SINDIREPAS QUE FAZEM PARTE DA NOVA REPRESENTAÇÃO NACIONAL DA REPARAÇÃO • Bahia • Goiás • Mato Grosso • Minas Gerais
• Pernambuco • Rio de Janeiro • Rio Grande do Sul • São Paulo
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festa mais
por Redação Novo Meio_jornalismo@novomeio.com.br
fotos Eduardo Portella Amorim
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Automec em festa Evento oficial de confraternização da feira reuniu mais de 2000 convidados no Palácio das Convenções do Anhembi
O
sucesso da Automec 2011 foi comemorado em grande estilo na noite de 15 de abril por mais de 2.000 convidados que compareceram ao Palácio das Convenções do Anhembi para curtir toda a animação da Festa Mais, uma realização da Editora Novo Meio com apoio oficial da Reed Exhibitions Alcantara Machado e do Sindirepa-SP. A festa, realizada desde 1998, teve como tema “O Carnaval continua” e como palco o Palácio das Convenções do Anhembi. Já na abertura os participantes receberam adereços e puderam conhecer peças da exposição cultural “São Paulo, a Estação do Carnaval,” que teve como um dos principais destaques uma réplica da estação Jaçanã, em homenagem aos 100 anos de nascimento de Adoniran Barbosa, completados em agosto de 2010.
Para animar os convidados, o evento contou com atrações como a Banda Renê Sobral, o Grupo Katinguelê e a Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi, vicecampeã do carnaval de São Paulo em 2011. “A Festa Mais vem para coroar todo o esforço da Automec junto aos seus parceiros. É a forma de a organização congratular o público visitante que participou da feira, que foi um sucesso neste ano”, disse Antônio Alves, gerente de Comunicação da Reed Exhibitions Alcantara Machado. “Eu sempre entendi que a feira deveria deixar de ser um lugar para se beber, mas que isso deveria acontecer ao final, como um momento extra, mas ainda fazendo parte da feira. Foi o que se concretizou com a Festa Mais. A Novo Meio surpreendeu em tudo que fez para a feira neste ano. A festa é o encerramento perfeito para a fei-
ra”, disse Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP. O evento foi patrocinado por Nakata, Dayco, Delphi, SYL, Dibianchi e 2MC. Uniformizados com as camisetas-convite da festa, os participantes provaram que na Festa Mais o Carnaval não acabou.
informações e peças para veículos importados n 69
ano 7
maio de 2011
por Patrícia Malta de Alencar_ patricia@novomeio.com.br
Brasil se firma como mercado estratégico e Automec tem recorde de delegações internacionais Expositores estrangeiros aproveitam a feira para estabelecer novas parcerias no Brasil
A
m dos principais atrativos da Automec é, já por tradição, a possibilidade de estabelecer relacionamento comercial com parceiros do exterior. A cada edição, novos fabricantes internacionais participam da feira em busca de novos canais para disponibilizar seus produtos no mercado brasileiro. A edição 2011 da feira reuniu expositores de países como Alemanha, Argentina, Canadá, China, Coreia, Espanha, França, Hungria, Itália, México e Reino Unido, entre outros. A delegação italiana, por exemplo, esteve presente na feira com 16 empresas de autopeças, acessórios e equipamentos para oficinas, como Coram, Dichem, Ergotech, Le.Ma, Metelli e Palinal, representantes de um universo bem maior: só entre as empresas registradas no Instituto Italiano para o Comércio Exterior, são de 500 a 600 fabricantes, segundo Ronaldo Padovani, analista de mercado do instituto. A edição 2011 marcou a sex-
ta participação na Automec do consórcio piemontês Centro Estero per l’Internazionalizzazione, representando oito empresas no pavilhão. Para Isabella Giuliano, consultora sênior do consórcio, o Brasil é um mercado estratégico. “Como todos os países com economias em forte crescimento, o Brasil interessa bastante para nós. Esperamos com a feira encontrar novas possibilidades de expansão no mercado brasileiro”. Para Padovani, o interesse de seu país pela feira brasileira é crescente. “Em 2010 a participação dos italianos na indústria brasileira de autopeças foi de quase US$ 1 bilhão, tanto na linha de montagem quanto no aftermarket. Não devemos manter esse índice tão forte em 2011, porque ele ainda é reflexo do reaquecimento pós-crise, mas prevemos a continuidade do crescimento”. CÂMBIO A delegação argentina contou com a presença da cônsul, Te-
resita Gonzalez Diaz, do presidente da Câmara de Comércio Exterior de Rafaela, Fernando Pongolini, e de representantes de mais ou menos 50 empresas do setor. “O Brasil é o mercado mais importante para a Argentina porque é o grande produtor da América Latina. Nós exportamos para cá cerca de 60% das nossas autopeças”, afirmou Pongolini. “Nós temos um acordo automotivo bilateral. Mas ainda precisamos de ações positivas de ambas as nações para aumentar as vendas de um país para o outro. Por isso estamos aqui, para discutir a melhor maneira de trabalharmos juntos. Nós participamos de todas as feiras que o Brasil realiza e o Brasil também tem participado das feiras que estamos fazendo na Argentina”, acrescentou Teresita Diaz. A projeção da CaCEx argentina é de continuidade do crescimento, mas, como lembrou Pongolini, tudo depende do câmbio, da paridade do peso com o dólar. “Estamos produzindo muito, é um
bom momento econômico para nós, mas só o câmbio dirá se vamos conseguir manter o mercado nos níveis de hoje”. O estande do pavilhão argentino contou com empresas como Autopartes Julio o. Buzetti, Carpla, Juntas Illinois, Vespoli SRL e Aberaldo Pongolini SRL, entre outras. OPORTUNIDADE A Alemanha foi representada na feira por uma extensa delegação, que incluiu o diretor da Verband der Deutschen Automobilindistrie (VDA), a associação da indústria automotiva alemã, e outros diretores das associações automotivas. Para Thorsten Schneider, head do Aftermarket da VDA, a feira é o lugar ideal para promover pequenas e médias empresas, que não têm o espaço que gigantes alemãs já conquistaram no mercado brasileiro. Em 2011, foram cerca de 35 empresas, a maioria com estande próprio, e 15 pequenas companhias, representadas no estande cole-
tivo da delegação. “A maioria já veio em outras edições, mas para uma ou duas é a primeira vez”, afirmou o head. Durante a feira, Klaus Bräuning, diretor da VDA, apresentou os principais números do mercado alemão no Brasil, que detém uma fatia significativa no segmento de leves: 21% ou praticamente um a cada cinco carros vendidos; e de pesados: 56% da categoria acima de 6 toneladas. O país produziu mais veículos fora do país que no seu território no último ano e o Brasil é o maior mercado estrangeiro das empresas alemãs. “Produzimos mais de 11,6 milhões de unidades, sendo seis milhões fora do país”, afirmou o diretor. Para a reposição, a Alemanha exportou ao Brasil mais de € 840 milhões. O faturamento da indústria no último ano cresceu 20%, atingindo € 317 bilhões. “O balanço do primeiro trimestre para nós é encorajador. Agora esperamos um crescimento de 5% neste ano”.
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n 69
ano 7
maio de 2011
Beth Matias
Agência Sebrae de Notícias
Estabilidade gera empreendedorismo de melhor qualidade Brasil alcançou em 2010 a maior taxa de empreendedorismo entre países membros do G20
S
ão Paulo - A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2010) divulgada no final de abril, em São Paulo, revela que o Brasil está ocupando um novo patamar na qualidade do empreendedorismo. Os dados mostram que o país alcançou em 2010 a maior taxa de empreendedorismo entre países membros do G20, grupo que integra as maiores economias do mundo. “A pesquisa indica que o país caminha cada vez mais em direção aos indicadores de países desenvolvidos”, disse o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Segundo o estudo, o Brasil faz parte dos países impulsionados pela eficiência – que reúne as economias norteadas para a produção industrial em escala, onde também estão Chile e China. Nesta categoria, o Brasil está em quarto lugar. As demais categorias são: países impulsionados pela inovação, que são os mais ricos, como Estados Unidos e Itália. Há também aqueles impulsionados pelos fatores, que dependem principalmente da economia de subsistência, onde a porcentagem de empreendedores por necessidade é muito maior.
INDICADOR
PROPORÇÃO
Um dos indicadores do desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, segundo a pesquisa, é a relação empreendedorismo por oportunidade x por necessidade. Essa relação mostra que para cada negócio aberto por necessidade – motivado, por exemplo, pelo desemprego – pouco mais de dois foram iniciados porque os empresários enxergaram uma oportunidade no mercado. A taxa média dos 60 países pesquisados é de 2,2. A proporção entre oportunidade e necessidade no Brasil é de 2,1. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a relação é de 2,4, isso mostra a vitalidade da economia brasileira e que estamos muito próximos dos países com melhor qualidade empreendedora”, avalia Barretto. O presidente do Sebrae atribuiu os resultados principalmente à estabilidade da economia conquistada nos últimos 20 anos, às políticas voltadas para o desenvolvimento dos pequenos negócios, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a uma maior formalização dos empreendimentos, com a legislação que instituiu a figura do Empreendedor Individual, entre outros fatores.
O estudo mostra também que a proporção dos que surgem por oportunidade cresce quanto maior a escolaridade e a renda média dos empresários. Entre os profissionais que estudaram mais de 11 anos ao longo da vida, por exemplo, a relação sobe para 4,6. No outro extremo, há mais empresários por necessidade entre os que estudaram menos de quatro anos – a razão é de um empresário por necessidade para cada um que empreende por oportunidade. Entre os que estudaram de cinco a 11 anos, a taxa é de 2,2. Para ele, as políticas de incentivo à educação, principalmente relacionadas à empreendedora, deverão melhorar os índices nos próximos anos. “A pesquisa mostra exatamente isso, quanto maior a escolaridade maior a taxa de empreendedorismo por oportunidade”. CONCORRÊNCIA O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, acredita que os indicadores positivos mostram também que o caminho não é fácil. “O caminho do desenvolvimento embute um aumento da concorrência e a necessidade de conhecimento
de mercado, que deve ser feito por meio de um plano de negócios”. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, a GEM 2010, é o maior estudo independente sobre a atividade empreendedora, cobrindo 60 países consorciados. É coordenada pelo Global Entre-
preneurship Research Association (GERA) – organização composta e dirigida pela London Business School, na Inglaterra, pelo Babson College, dos Estados Unidos, e pela Universidad Del Desarrollo, do Chile, e por representantes dos países participantes do estudo.
O QUE MAIS DIZ A PESQUISA Oportunidade e necessidade No Brasil, desde 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. Em 2010, para cada empreendedor por necessidade havia outros 2,1 que empreenderam por oportunidade. Gênero Em 2010, entre os empreendedores iniciais, 50,7% eram homens e 49,3% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo nacional. Entre os 21,1 milhões de empreendedores brasileiros, 10,7 milhões pertencem ao sexo masculino e 10,4 milhões ao feminino.
Faixa etária Em 2010, no Brasil todas as faixas etárias tiveram aumentos nas taxas de empreendedorismo. A que obteve a mais alta taxa é aquela que vai dos 25 aos 34 anos com 22,2%. Conclusões Apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo no Brasil, o país ainda precisa evoluir significativamente nas condições ligadas às políticas de apoio ao empreendedor. O Brasil apresenta condições desfavoráveis sobre vários aspectos, notadamente nos serviços governamentais e institucionais, havendo desvantagem na comparação com as condições oferecidas pelos demais países.
novo varejo _ maio de 2011
58
acontece
fotos divulgação
Novo portal
desempenho global A China retomou a liderança em vendas em março, com crescimento de 7% em comparação ao mesmo período de 2010, ante 16,9% de aumento das vendas no mercado norteamericano. No
acumulado do ano. Os dados chineses incluem apenas veículos de passeio. Para o restante dos países os números englobam carros e comerciais leves. As informções são da JATO Dynamics do Brasil.
acumulado do ano, o mercado chinês teve evolução de 9,7% e os EUA tiveram crescimento de 20,2%. Em terceiro aparece o Japão, apesar da queda de 35,4% em março e de 23,9% no
País
jan - mar 2010
jan - mar 2011
var (%) jan-mar 2010-2011
mar 2010
mar 2011
var (%) mar 2010 - 2011
China
3.395.080
3.725.645
9,7 %
1.220.223
1.305.365
7,0 %
EUA
2.545.343
3.059.888
20,2 %
1.066.123
1.246.623
16,9 %
Japão
1.488.322
1.132.795
-23,9 %
668.312
431.482
-35,4 %
Inglaterra
666.763
630.677
-5,4 %
432,074
410.175
-5,1 %
Alemanha
711.788
814.915
14,5 %
312.342
348.360
11,5 %
França
696.416
757.789
8,8 %
282.468
299.090
5,9 %
Brasil
750.021
777.419
3,7 %
337.372
288.749
-14,4 %
Índia
648.981
791.869
22,0 %
223.596
272.388
21,8 %
Rússia
292.903
517.304
76,6 %
126.701
223.429
76,3 %
Itália
730.237
562.767
-22,9 %
287.236
206.606
-28,1 %
Por marcas, a Toyota manteve a liderança em vendas no mês de março mesmo com queda de 14,8% se comparado a março de 2010. A Ford está em 2º lugar no ranking com
um aumento de 7,4% e a Volkswagen em terceiro, com aumento de 9,5%. A Nissan e a Chevrolet aparecem em 4º e 5º lugares com crescimento de 13,6% e 9% respectivamente. No
Portfólio ampliado
acumulado do ano as posições se invertem. A Kia Motors subiu para o 9º lugar, com crescimento em vendas de 22,8% em relação a igual período do ano anterior.
Top 10 Marcas
JAN-MAR 2010
JAN-MAR 2011
VaR (%) JAN-MAR 2010-2011
MAR 2010
MAR 2011
var (%) mar 2010 - 2011
TOYOTA
1.414.271
1.336.890
-5,5 %
614.942
524.017
-14,8 %
2°
FORD
1.042.779
1.151.923
10,5 %
462.922
497.395
7,4 %
3°
VOLKSWAGEN
1.021.370
1.218.989
19,3 %
419,877
459.843
9,5 %
4°
NISSAN
794.184
915.771
15,3 %
331.884
376.937
13,6 %
5°
CHEVROLET
820.033
949.485
15,8 %
322.150
351.087
9,0 %
6°
HONDA
763.485
771.698
1,1 %
320.886
315.956
-1,5 %
7°
HYUNDAI
702.881
768.663
9,4 %
274.309
292.502
6,6 %
8°
FIAT
495.805
453.271
-8,6 %
212.137
178.273
-16,0 %
1°
O grupo Magneti Marelli lançou novo portal no Brasil. O site passou por mudanças estruturais e de aperfeiçoamento de conteúdo para se tornar mais moderno e funcional. Mais leve, traz novidades como layout, maior dinamismo na busca de informações e uma navegação rápida e objetiva. O portal conta também com sala de imprensa onde os jornalistas podem acessar todas as novidades sobre a empresa, além de arquivo de textos e banco de imagens.
9°
KIA
365.408
441.083
20,7 %
139.825
171.703
22,8 %
10°
RENAULT
425.794
448.135
5,2 %
178.163
170.934
-4,1 %
Sobe e desce na América do Sul
SOBE ▲
MAR 2010
MAR 2011
VARIAÇÃO %
desce ▼
MAR 2010
MAR 2011
VARIAÇÃO %
Argentina
54.695
64.127
17,2 %
Brasil
337.372
288.749
-14,4 %
Chile
13.015
14.165
8,8 %
Venezuela
10.418
9,691
-7,0 %
Colômbia
10.741
10.898
1,5 %
Paraguai
570
540
-5,3 %
Peru
4.387
5.413
23,4 %
Bolívia
488
420
-13,9 %
Equador
4.896
4.964
1,4 %
Uruguai
1.434
1.956
36,4 %
A Nakata, uma das marcas da Affinia, acaba de entrar no segmento de bombas. A decisão da empresa por reforçar o portfólio da marca se deu em razão de a Nakata estar alinhada com o plano estratégico mundial de oferecer ao mercado do aftermarket produtos e marcas globais, com qualidade e tecnologia assegurada por todas as unidades Affinia no mundo. “Queremos fortalecer o pacote que a Nakata entrega ao mercado e ser ainda uma nova opção neste segmento”, afirma Sergio Montagnoli, diretor de Marketing e Vendas da Affinia. A bomba de óleo Nakata chega com disponibilidade para linhas leve, com cerca de 92% de cobertura, e atuação também no segmento de pesados. O produto oferece 73 itens e possui 834 aplicações, o que reforça sua ampla cobertura. Já uma das novidades na linha de bombas d’água são os rolamentos blindados que dispensam o uso da graxa. O produto está disponível para leves e pesados com cobertura de 95% em 148 itens e 1411 aplicações. E a bomba de combustível chega ao mercado com 97% de cobertura com aplicação para 25 itens e 263 aplicações para leves e pesados.
PORSCHE CUP
CRESCIMENTO CONSTANTE
COBRA APRESENTOU 140 LANÇAMENTOS NA AUTOMEC
A Cobra Automotiva marcou presença na Automec. Evidenciando o constante crescimento da marca, divulgou na feira os mais de 140 lançamentos, expostos em amplas vitrines, e apresentou o novo catálogo de polias, tensores e dampers. O novo catálogo contempla mais de 430 itens e traz informações completas dos produtos com fotos, aplicações, medidas e números originais.
NOVIDADES E GARANTIA A Dayco Power Transmission colocou no mercado de reposição novos produtos para as linhas de furgões Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Citröen Jumper – veículos que também são oferecidos na versão minibus. São correias para comando de válvula dos motores 2.3 e 16V dos três veículos produzidos a partir de 2010. Para estes modelos, ainda foram lançados: tensionador da correia dentada e seu respectivo rolamento de apoio, e tensionador da correia Poly V também com rolamento de apoio. A empresa também lançou recente-
mente uma ação inédita em seu segmento: kits de distribuição – compostos por correias, tensionadores e polias automotivas – com dois anos de garantia. Para usufruir desta garantia, o interessado deve consultar o regulamento no site www.mecanicodayco.com.br e preencher uma ficha de registro.
KITS DE DISTRIBUIÇÃO DAYCO COM DOIS ANOS DE GARANTIA
VELAS DE IGNIÇÃO A DPL está oferecendo uma nova família de produtos: velas de ignição. São 17 modelos cobrindo as linhas de maior giro no mercado. “Nossos planos de comercializar as velas de ignição começaram após a Automec 2009. Muitos clientes nos pediram esse item. Desde então, mapeamos o mercado e iniciamos o processo de desenvolvimento. Por fim, após 24 meses de pesquisa e desenvolvimento, lançamos o produto”, explica Edeval de Carvalho, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de produtos. Os lançamentos englobam aplicações dos carros mais vendidos no país, bem como itens de difícil acesso no mercado. Todos os modelos podem ser vistos em www.forcecar.com.br. DPL AGORA OFERECE VELAS PARA AS LINHAS DE MAIOR GIRO
A Fremax é uma das novidades da Porsche GT3 Cup Challenge Brasil 2011. A empresa agora é patrocinadora oficial do evento. Os testes realizados nos carros superaram as expectativas, daí a opção pelos discos de freio Fremax. O evento nasceu na Alemanha em 1986 e chegou ao Brasil em 2005. A primeira etapa da temporada ocorre em Portugal; a segunda, na Argentina. Só
depois estreia no Brasil. Outra novidade deste ano é o Porsche 911 GT3 Cup “997” com motores de 450 cv.
DISCOS DA FREMAX EQUIPAM AS MÁQUINAS DA PORSCHE GT3 CUP
NOVO CATÁLOGO A IKS Indústria de Cabos recebeu seus clientes e amigos na Automec 2011 com uma grande novidade: seu novo Catálogo de Produtos versão 2011, que contempla mais de 100 novos modelos de cabos de comando. Estes lançamentos abrangem a linha automotiva leve nacional e também a linha importada, com destaque para a linha francesa. Para breve a empresa prepara novos lançamentos para as linhas pesada e agrícola, e também para a linha de motocicletas, pois estes segmentos estão com notável crescimento dentro do seu portfólio de produtos.
IKS APRESENTOU O CATÁLOGO AOS CLIENTES E AMIGOS QUE VISITARAM SEU ESTANDE NA AUTOMEC
59 NOVO VAREJO _MAIO DE 2011
acontece
acontece
MERCADO DE LUTO
LOGOMARCA EM QUESTÃO empresa brasileira alega que criou o logo dois anos antes da fundação da montadora e já obteve liminar favorável na Justiça. A empresa quer anular o registro obtido pela Cherry junto ao INPI, de marca figurativa (só o logo). A Atel tem o registro da marca mista (o logo mais o nome).
DISPUTA ENTRE ATEL E CHERRY MERECEU COBERTURA DA REVISTA EXAME
GIORGIO MISSERONI TINHA 60 ANOS
u çã o
Na melhor tradição chinesa, a montadora Cherry está sendo acusada de copiar a logomarca da Atel, fabricante brasileira de cabos de ignição, tampas do distribuidor, rotores do distribuidor, bobinas de ignição, bombas de combustível e cabo de transferência fundada em 1969 e que hoje está presente em mais de 30 países. A polêmica mereceu até uma reportagem publicada na edição 990 da revista Exame. Segundo relata a matéria, a Atel pede na Justiça que a indústria chinesa pare de usar sua logomarca ou pague uma indenização. A
O mercado automotivo brasileiro perdeu um de seus mais queridos protagonistas. Em 1º de maio, faleceu em São Paulo Giorgio Misseroni, gerente de Vendas Reposição do Grupo Schaeffler. O executivo tinha 60 anos de idade.
Reprod
NOVO VAREJO _ MAIO DE 2011
60
CATÁLOGO 2011 Em maio, a Autho Mix, marca própria do Grupo Roles / RPR, lança seu novo catálogo, edição 2011. Contendo quase mil itens diferentes, e informações atualizadas sobre aplicações, números originais, similaridades e observações técnicas, além de imagens em tamanho adequado à visualização dos varejistas e aplicadores, o catálogo Autho Mix chega às filiais CATÁLOGO do grupo e será distribuí2011 DA AUTHO MIX do aos clientes em todo TRAZ QUASE 1.000 o Brasil. “DesenvolveITENS DIFERENTES
mos o catálogo com muito cuidado, visando à satisfação de nossos clientes e aplicadores, pois sabemos da carência de informações e de como elas devem ser apresentadas a este público, e especialmente em nosso segmento o catálogo, além de informar, precisa ajudar a vender”, dizem os executivos da empresa. A versão eletrônica do catálogo para download estará disponível no site www. authomix.com.br. A empresa oferece um canal de atendimento técnico para esclarecer dúvidas também via e-mail (sat@authomix.com.br) ou pelo telefone 11 2168-6110.
dediquei com honestidade, eficiência, espírito de liderança, que espero ter deixado de exemplo a todos os meus colegas de trabalho. Agradeço a todos pelo empenho e sabedoria dispensada em prol de uma organização ainda melhor e mais fortalecida”, disse em carta ao mercado. Paulo Abe será substituído por Edson Miyazaki, que está na NGK desde 1982 e que desde 1º de maio passou a ocupar o cargo de diretor de Vendas Automotivo.
Mais uma vez a Controil marcou presença na Automec. Neste ano, com um estande bem elaborado para receber seus clientes e fornecedores, a empresa trouxe novidades como lançamentos de filtro de ar, juntas de coletores, reparos e cilindros. No dia 14 de abril, a empresa realizou um jantar na escola de samba Rosas de
Ouro. Estavam presentes no evento distribuidores, representantes e toda a equipe de vendas e marketing. Um dos destaques foi o prato da noite, a Paella do representante Marcão, da Revema Mancini. Na ocasião foram distribuídos kits com o lançamento mais recente de produtos, as juntas de coletores.
CONVIDADOS DO JANTAR DA CONTROIL SAMBARAM COM A ROSAS DE OURO
KIT EXCLUSIVO
APOSENTADORIA MERECIDA Após 37 anos de dedicação à NGK do Brasil, o executivo Paulo Abe anunciou sua aposentadoria. “Quero ressaltar o quão importante foi essa trajetória para mim. Afinal, dediquei uma vida e apostei todos os meus conhecimentos em prol desta empresa tão digna e de uma cultura extremamente séria e fortalecida. Tenho orgulho de ter feito parte dessa família e, assim, ainda me considero, porque durante cerca de quatro décadas me
SAMBA NO PÉ
A Decar lançou 230 produtos na Automec. Durante o evento, a empresa, que atua com a marca própria DC no mercado de autopeças desde 1977, apresentou, entre as novidades, com exclusividade o kit P&A Plus, que contém pistões e anéis acompanhados do jogo de juntas do motor, peças normalmente vendidas separadamente. “O diferencial da DC é a experiência confirmada pela história. Possuímos a maior variedade de kits e produtos,
PAULO ABE DEDICOU 37 ANOS DE TRABALHO À NGK
com qualidade, eficiência na entrega e garantia. A Decar trabalha sempre com preços competitivos, baseados em pesquisas de mercado”, destaca a diretora executiva Vivien Rivetti. Neste ano, a empresa conquistou a certificação ISO 9001. Especializada nas linhas de motor, câmbio, suspensão e freios para veículos leves, a Decar oferece mais de 25.000 itens para veículos nacionais e importados e lança, anualmente, cerca de 2.000 itens.
P&A PLUS CONTÉM PISTÕES E ANÉIS ACOMPANHADOS DO JOGO DE JUNTAS DO MOTOR